Editorial ruminantes n.14 (mai jun 2010)

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2 FUNDADOR Synesio Ascencio (1929 - 2002) DIRETORES José Figuerola, Helena Ambrósio Ascencio, Maria Dolores Pons Figuerola EDITOR RESPONSÁVEL Fernando Figuerola JORNALISTA RESPONSÁVEL Nathana Lacerda (MTB 55.269) Sigma Six Comunicação Tel.: (11) 4013-0755 [email protected] PROJETO GRÁFICO Studio Figuerola EDITOR DE ARTE Roberto J. Nakayama EDITORAÇÃO ELETRÔNICA Miguel Figuerola MARKETING Master Consultoria e Serviços de Marketing Ltda. Milson da Silva Pereira [email protected] PUBLICIDADE / EVENTOS Diretor Comercial: Fernando Figuerola Tels.: (11) 3721-0207 3722-0460 / 9184-7056 [email protected] Revista de Medicina Veterinária e Zootecnia EDITORIAL Breno Dalla Maestri Fisiopatologia da Reprodução [email protected] Cristina Gevehr Fernandes Anatomia Patológica [email protected] Domingos Marcelo C. Pesce Clinica Médica, Nutrição, Julgamento - [email protected] Eunice Oba Fisiopatologia da Reprodução [email protected] Fernanda Manaia Martins Instituto Brasileiro de Pós- Graduação Qualittas. [email protected] Flávio Elston Anestesiologia f[email protected] Flávio R.A. Faro Farmacologia [email protected] José Dantas Ribeiro Filho Clínica Médica de Ruminantes [email protected] Lílian Barreto Elston Anatomia Patológica [email protected] ADMINISTRAÇÃO Helena Ambrosio Ascencio, Maria Dolores Pons Figuerola ASSINATURAS Iolanda Ambrosio Tel.: (11) 3845-5325 [email protected] REVISTA DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA DE RUMINANTES é uma publicação bimestral da EditoraTroféu Ltda. Administração e Redação: Rua Alvorada, 314 Vila Olímpia - CEP: 04550-001 São Paulo, SP - Fones: (11) 3845-5325 / 3849-4981 [email protected] Publicidade e Produção: Rua Braço do Sul, 61 - ap. 01 - Morumbi - CEP: 05617-090 São Paulo, SP - Fones: (11) 3721-0207 / 3722-0640 [email protected] NOTAS: a) As opiniões de articulis- tas e entrevistados não representam necessariamente, o pensamento de REVISTA DE MEDICINA VETERINÁ- RIA E ZOOTECNIA DE RUMINAN- TES. b) Os anúncios comerciais e in- formes publicitários são de inteira responsabilidade dos anunciantes. ENDEREÇO ELETRÔNICO Home page: www.ruminantesvet.com.br Redação: [email protected] Assinatura/Administração: [email protected] Publicidade/Eventos: [email protected] Editora: [email protected] CONSULTORES CIENTÍFICOS Marcelo Landim Brisola Nutrição e Bioestatística [email protected] Marconi Gauttier Abba Clínica, Cirurgia e Reprodução de Grandes Animais - [email protected] Maria Célia R. Bellenzani Cirurgia de Grandes Animais [email protected] Moacir Leomil Neto Cardiologia Veterinária - USP [email protected] Roberto Arruda Souza Lima Agronegócios [email protected] Sony Dimas Bicudo Reprodução de Ruminantes [email protected] Thales dos Anjos F. Vechiato Mestre em Clínica Médica [email protected] Yuri Karaccas de Carvalho Anestesiologia Veterinária [email protected] Carne Legal: um pau de dois bicos Tal é a nossa concepção da legalidade; um guar- da-chuva escasso, que não dando para cobrir a todas as pessoas, apenas pode cobrir as nos- sas; noutros termos, um pau de dois bicos. (Machado de Assis, em Notas Semanais, 1878) Muita polêmica surgiu com a campanha do Mi- nistério Público Federal (MPF) denominada Carne Legal. Segundo o MPF, Carne Legal é a que vem do gado criado em fazendas legalizadas dos pontos de vista ambiental, social, trabalhista e fundiário. Na cam- panha, além do incentivo ao consumo da carne le- gal, há forte associação da produção de carne no Bra- sil ao desmatamento, lavagem de dinheiro e traba- lho escravo. Entre as diversas respostas a esta inicia- tiva do MPF, a Senadora Kátia Abreu ajuizou ação no mês de julho contra a campanha. A questão que mais uma vez vem a tona é se a produção pecuária é sus- tentável, se respeita o meio ambiente e a sociedade. Segundo dados oficiais do IBGE, dos Censos Agrope- cuários, o número de cabeças de bovinos aumentou 12% entre 1995 e 2006 (passando de 153.058.275 para 171.613.337 no período), enquanto a área de pasta- gem reduziu-se, no mesmo período, cerca de 11% (passando de 177.700.472 ha para 158.753.866 ha, ressalvando que a área de pastagens plantadas cres- ceu 1,8% enquanto as pastagens naturais apresenta- ram redução de 26,6% no período). E, o que mais se destaca na última década, a produção de carne sal- tou de 3 milhões para 9 milhões de toneladas por ano. Os dados do parágrafo anterior permitem afir- mar que é necessário muita cautela para questionar a sustentabilidade da pecuária nacional ou suspeitar que ela seja a vilã do meio ambiente. Lutar pela pro- dução e consumo de carne legal é bom e defensável. Considerar a pecuária brasileira, de forma generali- zada, ilegal e vilã é, além de injusto, uma irresponsa- bilidade que pode gerar danos, inclusive econômi- cos, não apenas aos pecuaristas, mas ao Brasil. Roberto Arruda de Souza Lima [email protected]

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FUNDADORSynesio Ascencio (1929 - 2002)

DIRETORESJosé Figuerola,Helena Ambrósio Ascencio,Maria Dolores Pons Figuerola

EDITOR RESPONSÁVELFernando Figuerola

JORNALISTA RESPONSÁVELNathana Lacerda (MTB 55.269)Sigma Six ComunicaçãoTel.: (11) [email protected]

PROJETO GRÁFICOStudio Figuerola

EDITOR DE ARTERoberto J. Nakayama

EDITORAÇÃO ELETRÔNICAMiguel Figuerola

MARKETINGMaster Consultoria e Serviços deMarketing Ltda.Milson da Silva [email protected]

PUBLICIDADE / EVENTOSDiretor Comercial:Fernando FiguerolaTels.: (11) 3721-02073722-0460 / [email protected]

Revista de Medicina Veterinária e Zootecnia

EDITORIAL

Breno Dalla MaestriFisiopatologia da Reproduçã[email protected]

Cristina Gevehr FernandesAnatomia Patoló[email protected]

Domingos Marcelo C. PesceClinica Médica, Nutrição,Julgamento [email protected]

Eunice ObaFisiopatologia da Reproduçã[email protected]

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REVISTA DEMEDICINA VETERINÁRIA EZOOTECNIA DE RUMINANTESé uma publicação bimestral daEditoraTroféu Ltda.

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NOTAS: a) As opiniões de articulis-tas e entrevistados não representamnecessariamente, o pensamento deREVISTA DE MEDICINA VETERINÁ-RIA E ZOOTECNIA DE RUMINAN-TES. b) Os anúncios comerciais e in-formes publicitários são de inteiraresponsabilidade dos anunciantes.

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Carne Legal: um pau de dois bicosTal é a nossa concepção da legalidade; um guar-da-chuva escasso, que não dando para cobrir atodas as pessoas, apenas pode cobrir as nos-sas; noutros termos, um pau de dois bicos.(Machado de Assis, em Notas Semanais, 1878)

Muita polêmica surgiu com a campanha do Mi-nistério Público Federal (MPF) denominada CarneLegal. Segundo o MPF, Carne Legal é a que vem dogado criado em fazendas legalizadas dos pontos devista ambiental, social, trabalhista e fundiário. Na cam-panha, além do incentivo ao consumo da carne le-gal, há forte associação da produção de carne no Bra-sil ao desmatamento, lavagem de dinheiro e traba-lho escravo. Entre as diversas respostas a esta inicia-tiva do MPF, a Senadora Kátia Abreu ajuizou ação nomês de julho contra a campanha. A questão que maisuma vez vem a tona é se a produção pecuária é sus-tentável, se respeita o meio ambiente e a sociedade.Segundo dados oficiais do IBGE, dos Censos Agrope-cuários, o número de cabeças de bovinos aumentou12% entre 1995 e 2006 (passando de 153.058.275 para171.613.337 no período), enquanto a área de pasta-gem reduziu-se, no mesmo período, cerca de 11%(passando de 177.700.472 ha para 158.753.866 ha,ressalvando que a área de pastagens plantadas cres-ceu 1,8% enquanto as pastagens naturais apresenta-ram redução de 26,6% no período). E, o que mais sedestaca na última década, a produção de carne sal-tou de 3 milhões para 9 milhões de toneladas por ano.

Os dados do parágrafo anterior permitem afir-mar que é necessário muita cautela para questionara sustentabilidade da pecuária nacional ou suspeitarque ela seja a vilã do meio ambiente. Lutar pela pro-dução e consumo de carne legal é bom e defensável.Considerar a pecuária brasileira, de forma generali-zada, ilegal e vilã é, além de injusto, uma irresponsa-bilidade que pode gerar danos, inclusive econômi-cos, não apenas aos pecuaristas, mas ao Brasil.

Roberto Arruda de Souza [email protected]