EDUCAÇÃO AMBIENTAL E MONITORAMENTO DE PRÁTICAS … · Trabalho de Conclusão de Curso...

89
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SETE LAGOAS – UNIFEMM Unidade Acadêmica de Ensino Ciências Gerenciais – UEGE Curso de Engenharia Ambiental ADENILSON DE FREITAS EDUCAÇÃO AMBIENTAL E MONITORAMENTO DE PRÁTICAS MECÂNICAS DE CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA SETE LAGOAS 2011

Transcript of EDUCAÇÃO AMBIENTAL E MONITORAMENTO DE PRÁTICAS … · Trabalho de Conclusão de Curso...

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SETE LAGOAS – UNIFEMM Unidade Acadêmica de Ensino Ciências Gerenciais – U EGE

Curso de Engenharia Ambiental

ADENILSON DE FREITAS

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E MONITORAMENTO DE PRÁTICAS MECÂNICAS DE CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA

SETE LAGOAS

2011

ADENILSON DE FREITAS

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E MONITORAMENTO DE PRÁTICAS MECÂNICAS DE CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Ambiental da Unidade Acadêmica de Ensino de Ciências Gerenciais – UEGE do Centro Universitário de Sete Lagoas – UNIFEMM, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Ambiental.

Orientador: Profª. Marília Queiroz de Rezende

SETE LAGOAS

2011

F866e Freitas, Adenilson de 2011

Educação ambiental e monitoramento de práticas mecânicas de conservação do solo e da água. / Adenilson de Freitas. – 2011.

86 f. Orientador: Profª. Marília Queiroz de Rezende Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em

Engenharia Ambiental). UNIFEMM. UEGE. 1. Engenharia ambiental. 2. Educação ambiental. 3.

Conservação do solo. I. Rezende, Marília Queiroz de. II. UNIFEMM-Centro Universitário de Sete Lagoas. Unidade Acadêmica de Ensino de Ciências Gerenciais. III. Título.

CDD: 631.4

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE SETE LAGOAS – UNIFEMM Unidade Acadêmica de Ensino Ciências Gerenciais – U EGE

Curso de Engenharia Ambiental

ADENILSON DE FREITAS

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E MONITORAMENTO DE PRÁTICAS MECÂNICAS DE CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Ambiental da Unidade Acadêmica de Ensino de Ciências Gerenciais do Centro Universitário de Sete Lagoas – UNIFEMM, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Ambiental.

Sete Lagoas, 28 de outubro de 2011.

Aprovado com a nota __________.

BANCA EXAMINADORA:

__________________________________

ORIENTADOR: Prof.

_________________________________

AVALIADOR: Prof.

_________________________________

AVALIADOR: Prof.

Dedico a: Genésio de Freitas Lima (in memoriam) Doralice Rosa Lima (in memoriam) Norival de Freitas (in memoriam) Mark Rogério Santos de Freitas (in momoriam) Genésio Benardino de Freitas Correia (in memoriam) João Vitor e Letícia, meus filhos.

AGRADECIMENTOS:

Após cinco anos de mudanças, amadurecimento e dedicação,

o sonho se realizou. E não poderia assim ser, se eu tivesse

sonhado sozinho.

A Deus pelo dom da vida e com sua destra me sustentou e me

ensinou que quando estou fraco, é que sou forte. A ti toda

honra e toda glória desse momento.

A Sra. Madrinha Lúcia, exemplo de dedicação e amor, a Sra.

ofereço esta conquista, como agradeço e ofereço a vocês

meus irmãos e familiares, as quais formaram uma base sólida

de valores e uma única família.

À EMATER-MG pelo trabalho, a todos os colegas de trabalho e

meus amigos que de alguma forma diretamente ou

indiretamente me apoiaram nessa realização, que nunca

mediram esforços para promover o meu desenvolvimento.

Muito contente estou por concluir mais uma etapa da minha

vida, agradeço a todos que foram especiais.

Obrigado a todos!

"Mais herói que a espada é o arado, que humildemente rasga a terra e como

conseqüência alimenta toda a humanidade...

Ai de nós,

Se por nós,

Uma semente,

Morrer semente..."

(Autor desconhecido)

RESUMO

O presente trabalho visou a avaliação das práticas mecânicas para a

conservação do solo e da água, e a educação ambiental desenvolvidas no município

de Funilândia/MG. Diante da necessidade de mudanças, o surgimento da educação

ambiental vem como um norteador de ações, de práticas para atuação da sociedade

no tocante à disseminação de cidadãos conscientes e consciência mais éticos,

contribuem para uma construção em prol da melhoria para a qualidade de vida. Na

região específica de Funilândia/MG., alguns problemas tais como “a destruição da

cobertura vegetal, a erosão dos solos, as queimadas, a super lotação das pastagens

e o consequente processo de assoreamento dos cursos d’água”, são comuns. É

uma das regiões de Minas, que tem sofrido com o desgaste ambiental. Está na

microbacia do Ribeirão Jequitibá, Funilândia tem seu limite leste definido pelo Rio

das Velhas e o oeste marcado pelo Ribeirão Jequitibá. A metodologia adotada para

a realização deste trabalho envolve a constante revisão bibliográfica e trabalhos de

campo que constituíram-se no levantamento os dados de quantidade de solo e de

água retidos pelas bacias de acumulação. Os trabalhos de campo foram

desenvolvidos durante 3 anos com conseqüentemente, geração de informações.

Houve a avaliação através de instalações de equipamentos específicos como: o

pluviômetro e o medidores de nível para monitorar a pluviosidade e a capacidade de

armazenamento das bacias de acumulação respectivamente. As avaliações

realizadas reafirmaram a necessidade do acompanhamento das práticas mecânicas

durante sua construção e do seu funcionamento para se evitarem os problemas que

comprometam seu funcionamento tanto em virtude da construção inadequada dos

terraços e das bacias de acumulação, quanto em função do desgaste dessas

estruturas com o tempo. Além de armazenarem e infiltrarem a água, as bacias de

acumulação monitoradas impediram que uma quantidade considerável de

sedimentos transportados pelo escoamento superficial atingisse os reservatórios e

cursos d’água superficiais, protegendo-os contra o assoreamento e a contaminação.

Palavras – Chave: Educação Ambiental. Monitoramento. Conservação do

Solo e da Água.

ABSTRACT

The present work sought the evaluation of the mechanical practices for the

conservation of the soil and of the water, and the environmental education developed

in the municipal district of Funilândia/MG. due to the need of changes, the

appearance of the environmental education comes as a guide of actions, of practices

for performance of the society concerning the dissemintion of conscious citizens and

more ethical conscience, they contribute to a construction on behalf of the

improvement for the life quality. In the specific area of Funilândia/MG., some such

problems as " the destruction of the vegetable covering, the erosion of the soils, the

burned ones, the super capacity of the pastures and the consequent process of

silting of the courses of water ", they are common. It is one of the areas of Mines, that

has been suffering with the environmental waste. Be in watershed Ribeirão Jequitibá,

Funilândia has your limit defined east for Rio das Velhas and the west marked by

Ribeirão Jequitibá. The methodology adopted for the accomplishment of this work it

involves the constant bibliographical revision and field works that were constituted in

the rising the data of amount of soil and of water retained by the accumulation

basins. The field works were developed for 3 years with consequently, generation of

information. There was the evaluation through facilities of specific equipments as: the

pluviômetro and the level meters to monitor the pluviosidade and the capacity of

storage of the accumulation basins respectively. The accomplished evaluations

reaffirmed the need of the accompaniment of the mechanical practices during your

construction and of your operation for if they avoid the problems that commit your so

much operation by virtue of the inadequate construction of the terraces and of the

accumulation basins, as in function of the waste of those structures with the time.

Besides they store and they infiltrate the water, the accumulation basins monitored

they impeded that a considerable amount of sediments transported by the superficial

drainage it reached the reservoirs and courses of water superficial, protecting them

against the silting and the contamination.

Key – Words: Environmental education. Monitoring. Conservation of the

Soil and of the Water.

LISTA DE FIGURAS

1 Mapa da divisão político-administrativa da bacia do Ribeirão Jequitibá............ 25

2 Mapa da região da bacia do rio São Francisco localizada em Minas Gerais .... 26

3 Tela de apresentação do BARRALTIM 1.0 ....................................................... 33

4 Levantamento planialtimétrico das bacias de acumulação ............................... 34

5 Esquema das informações coletadas em bacias de acumulação em formato

retangular ............................................................................................................. 34

6 Esquema das informações coletadas em bacias de acumulação em formato

semicircular .......................................................................................................... 35

7 Esquema ilustrativo de marcador de nível......................................................... 36

8 Esquema de funcionamento do marcador de nível ........................................... 37

9 Esquema ilustrativo do pluviômetro................................................................... 38

10 Localização da área e instalações dos equipamentos .................................... 38

11 Variação de CES em função da porcentagem da área de contribuição referente

às estradas em relação à área total ..................................................................... 42

12 Variação de CES em função do comprimento das estradas ........................... 42

13 Variação da Tie em função da altura da lâmina d’água medida na bacia de

acumulação B181................................................................................................. 43

14 Variação da Tie em função do tempo e do volume assoreado para a bacia de

acumulação B181................................................................................................. 44

15 Variação da Tie em função da altura da coluna d’água em dois períodos de

monitoramento distintos para a bacia de acumulação B051 ................................ 45

LISTA DE TABELAS

1 Bacias de acumulação monitoradas em Funilândia – MG ................................ 39

2 Resultados da avaliação feita nas bacias de acumulação implantadas em

Funilândia............................................................................................................. 40

3 Resultados Gerais do monitoramento das bacias de acumulação.................... 41

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 13

2 REFERENCIAL TEÓRICO.............................. .................................................. 15

2.1 Educação Ambiental ............................. ....................................................... 15

2.2 Práticas Mecânicas de Conservação do Solo e da Água.......................... 19

2.2.1 Desenvolvimento sustentável .................. ................................................ 19

2.2.2 Breve história da erosão hídrica............. ................................................. 20

2.2.3 Práticas mecânicas de conservação do solo e d a água........................ 20

2.2.4 Terraço ...................................... ................................................................. 21

2.2.5 Bacia de acumulação.......................... ...................................................... 23

3 FUNILÂNDIA – MICROBACIA DO RIBEIRÃO JEQUITIBÁ .... ........................ 25

3.1 Infra-Estrutura Comunitária Existente na Microb acia ............................... 28

3.2 Processo Ambiental ............................. ........................................................ 28

3.2.1 Erosão ....................................... ................................................................. 28

3.2.2 Relevo....................................... .................................................................. 29

3.2.3 Fertilidade .................................. ................................................................ 29

3.2.4 Preparo de solo .............................. ........................................................... 29

3.2.5 Cobertura vegetal ............................ .......................................................... 29

3.2.6 Saneamento básico............................ ....................................................... 30

3.3 Diagnóstico.................................... ............................................................... 30

4 METODOLOGIA ...................................... ......................................................... 32

4.1 Análise de Dados ............................... .......................................................... 39

5 CONCLUSÃO ........................................ ........................................................... 47

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 48

ANEXOS .............................................................................................................. 51

Anexo A – Readequação da estrada não pavimentada e as bacias de acumulação a

margem da estrada .............................................................................................. 52

Anexo B – Bacia de acumulação captando a água da estrada ............................ 53

Anexo C – Bacia de acumulação e o terraço com água....................................... 53

Anexo D – Equipamento pluviômetro ................................................................... 54

Anexo E – Levantamento planialtimétrico e instalação do equipamento medidor de

nível na bacia de acumulação.............................................................................. 54

Anexo F – Levantamento planialtimétrico e instalação do equipamento medidor de

nível no terraço..................................................................................................... 55

Anexo G – Medidor de nível, detalhe do bóia, do anel e o nível que a água atingiu,

captada pela bacia de acumulação ...................................................................... 55

Anexo H – Medidor de nível, detalhe do bóia, do anel e o nível que a água atingiu,

captada pelo terraço............................................................................................. 56

Anexo I – Acumulo de sedimentos na bacia de acumulação e no terraço,

assoreamento ocasionado pela erosão hídrica escoamento superficial .............. 56

Anexo J – Área degradada e a diferença na formação de vegetação de pastagem

com a prática mecânica de terraço ...................................................................... 57

Anexo K – Curso sobre meio ambiente educação ambiental e visita técnica ...... 57

Anexo L – Seminário de educação ambiental envolvendo toda a rede escolar de

ensino, municipal e estadual e caminhada ecológica........................................... 58

Anexo M – Curso de Conservação do Solo e da Água, na Universidade Federal de

Viçosa – UFV ....................................................................................................... 58

Anexo N – Visita técnica dos técnicos do Rio Grande no Norte e de Alagoas..... 59

Anexo O – Visita técnica aos produtores e educação ambiental.......................... 59

Anexo P – Visita dos alunos do Curso Engenharia Ambiental UNIFEMM ........... 60

Anexo Q – Visita dos alunos do Curso Engenharia Ambiental UNIFEMM ........... 60

Anexo R – Planilha levantamento chuvas – Dados pluviômetro .......................... 61

Anexo S – Planilha levantamento chuvas – Medidor de nível .............................. 62

Anexo T – Planilha BARRALTIM – Tutorial .......................................................... 63

Anexo U – Planilha BARRALTIM – Caderneta de campo .................................... 64

Anexo V – Planilha BARRALTIM – Identificação da bacia de acumulação.......... 65

Anexo W – Planilha BARRALTIM – Entrada de dados – Bacia de acumulação

retangular ............................................................................................................. 66

Anexo X – Planilha BARRALTIM – Entrada de dados – Bacia de acumulação semi-

circular.................................................................................................................. 67

Anexo Y – Planilha BARRALTIM – Entrada de dados – Perfil das seções

transversais da estrada ........................................................................................ 68

Anexo Z – Planilha levantamento chuvas – Dados pluviômetro P005 ................. 69

Anexo AA – Planilha levantamento chuvas – Dados pluviômetro P003............... 70

Anexo AB – Planilha levantamento chuvas – Medidor de nível B053 .................. 71

Anexo AC – Planilha levantamento chuvas – Medidor de nível B054 .................. 72

Anexo AD – Planilha levantamento chuvas – Medidor de nível T061 .................. 73

Anexo AE – Planilha levantamento chuvas – Medidor de nível T066 .................. 74

Anexo AF – Planilha relatório de avaliação da capacidade de armazenamento da

bacia de acumulação B053 .................................................................................. 75

Anexo AG – Planilha relatório de avaliação da capacidade de armazenamento da

bacia de acumulação B054 .................................................................................. 76

Anexo AH – Planilha relatório de avaliação da capacidade de armazenamento da

bacia de acumulação T061 .................................................................................. 77

Anexo AI – Planilha relatório de avaliação da capacidade de armazenamento da

bacia de acumulação T066 .................................................................................. 78

Anexo AJ – Planilha relatório de monitoramento da bacia de acumulação B053. 79

Anexo AK – Planilha relatório de monitoramento da bacia de acumulação B053 80

Anexo AL – Planilha relatório de monitoramento da bacia de acumulação B053 81

Anexo AM – Planilha relatório de monitoramento da bacia de acumulação B053 82

Anexo AN – Planilha relatório de monitoramento da bacia de acumulação B054 83

Anexo AO – Planilha relatório de monitoramento da bacia de acumulação B054 84

Anexo AP – Planilha relatório de monitoramento da bacia de acumulação B054 85

Anexo AQ – Planilha relatório de monitoramento da bacia de acumulação B054 86

13

1 INTRODUÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso vem apresentar o conhecimento da

importância do uso das práticas mecânicas para a conservação do solo e da água, e

o uso dessas práticas para a readequação de estradas não pavimentadas, a

captação de águas de enxurradas pelo sistema de bacias de acumulação e de

terraceamento. São apresentados também os resultados do monitoramento dessas

estruturas. As práticas mecânicas elas devem estar associadas e/ou integradas com

as práticas vegetativas tais como: faixa de vegetação, cobertura morta, rotação de

culturas, capinas alternativas.

Os municípios localizados na região da microbacia do Ribeirão Jequitibá

vêm diretamente e indiretamente poluindo os recursos naturais, sem se

manifestarem o cuidado quanto à degradação ocasionada pelo mau uso desses

recursos. Um profundo desequilíbrio na natureza tem sido provocado, por ignorância

ou mesmo pelas limitações de ordem econômica e social.

A conservação do solo e da água é requisito fundamental para a

sustentabilidade da produção agrossilvopastoril, ambientalmente correta. Um solo

manejado de forma inadequada, além de ter comprometidas algumas de suas

propriedades essenciais, como a capacidade de infiltrar água, pode perder sua

capacidade produtiva, o que pode acarretar grande queda da rentabilidade da

atividade agrícola.

A água, apesar de ser considerada, muitas vezes, como um recurso

natural renovável, pode se tornar poluída, escassa em algumas regiões, e imprópria

para diversos usos. Neste sentido, a infiltração da água no solo pode ser

considerada um processo importante, tanto no que diz respeito à manutenção de

sua disponibilidade, quanto de sua qualidade. Se a água não infiltra, não há recarga

do lençol freático, e consequentemente não ocorre a manutenção de nascentes e de

cursos d`água, que são alimentados pelas águas subterrâneas.

Neste sentido este trabalho propõe um estudo para avaliar o uso das

práticas mecânicas no controle dos processos erosivos e de degradação do solo e

da água. Além disto, é de extrema importância a inserção dos educadores

ambientais com o objetivo de preparar o cidadão de forma participativa e crítica,

através de ações que permitirão mudanças, transformações a nível socioambiental,

pessoal e coletiva.

14

Com os grandes desastres ambientais devido à ação humana, os

educadores ambientais devem estar inseridos na busca de soluções, no ensino tanto

a nível escolar quanto da comunidade rural.

Foram realizadas pesquisas bibliográficas, visitas técnicas, levantamento

de dados e monitoramento em campo quanto ao uso das práticas mecânicas de

conservação de solo e da água, visando à análise qualitativa e quantitativa da

eficiência de funcionamento das mesmas.

Para a melhor compreensão do que se pretende com este trabalho, ele

está organizado nas seguintes seções: introdução, caracterização da área

pesquisada, município de Funilândia, referencial teórico, metodologia, análise de

dados, conclusão, referências e anexos.

O desenvolvimento deste trabalho preconizou o estabelecimento de uma

referência para as políticas de conservação dos recursos naturais, solo e água.

15

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Educação Ambiental

O desenvolvimento econômico e a inserção de novas tecnologias com o

intuito de propiciar novas alternativas para o ser humano têm trazido consigo alguns

problemas que vêm afetando o homem, o ambiente, enfim o planeta e,

consequentemente, transtornos para a qualidade de vida do ser – humano

O impacto no meio ambiente acelerou-se a partir da Revolução Industrial,

que gerou, entre outros problemas

[...] o esgotamento de recursos naturais, a destruição de ecossistemas e a perda da biodiversidade. Afetando assim os mecanismos que sustentam a vida na Terra e evidenciando o modelo de desenvolvimento ‘insustentável’ por trás desta realidade. (IBRAM, 2011).

Muitas foram as crises ambientais que abalaram o mundo. Na década de

50 a poluição atmosférica de origem industrial em Londres; em Minamata no Japão

a intoxicação pelo Mercúrio, ambos levaram muitas pessoas a óbito.

A partir daí inúmeros estudos, buscas de soluções para os problemas

ambientais começaram a ser trilhadas e discutidas, entre elas:

- Em 1972 – Conferência das Nações Unidas em Estocolmo sobre o Meio Ambiente

Humano criando o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente).

- Em 1975, considerado o evento mais importante, a Confederação

Intergovernamental de Educação Ambiental em Tbilisi, ex União Soviética, onde

foram traçados os objetivos e as estratégias para a Educação Ambiental.

O conceito de Educação Ambiental foi definido no Congresso de

Belgrado, promovido pela União das Nações Unidas para a Educação (UNESCO)

em 1975, como sendo um processo que visa:

[...] formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e com os problemas que lhe dizem respeito, uma população que tenha os conhecimentos, as competências, o estado de espírito, as motivações e o sentido de participação e engajamento que lhe permita trabalhar individualmente e coletivamente para resolver os problemas atuais

16

e impedir que se repitam (SEARA FILHO1, 1987, citado por NORONHA, 2011).

Os problemas ambientais na década de 80 passaram a ser encarados

como uma crise global e a Educação Ambiental é “vista como forma de preparar

todo cidadão para participar da defesa do Meio ambiente” (MARCATTO, 2002).

Em 1987, no Congresso Internacional sobre Educação e Formação

Ambiental em Moscou, a Educação Ambiental, ficou definida como:

[...] um processo permanente no qual os indivíduos e as comunidades adquirem consciência do seu meio e aprendem os conhecimentos, os valores, as habilidades, a experiência e também a determinação que lhes capacite agir, individual e coletivamente, na resolução dos problemas ambientais presentes e futuros. (IBRAM, 2011).

Em 1999, é criada a Lei 9795/99, que dispõe sobre a Educação

Ambiental, definindo seu conceito no art.1º e designando as formas da educação

ambiental no art. 2º.

Art. 1o Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Art. 2o A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal. (BRASÍL, 1999)

Na década de 90 no Rio de Janeiro aconteceu a Conferência das Nações

Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – ECO-92 e o Fórum Global.

Destes encontros três documentos foram elaborados e que atualmente são

referência para a prática da Educação Ambiental e que segundo a IBRAM (2011)

são:

Agenda 21: subscrita pelos governantes de mais de 170 países que participaram da Conferência oficial, dedicou todo o Capítulo 36 a "Promoção do Ensino, da Conscientização e do Treinamento". Este capítulo contém um conjunto de propostas que ratificaram, mais uma vez, as recomendações de Tbilisi, reforçando ainda a urgência em envolver todos os setores da

1 SEARA FILHO, G. Apontamento de introdução à educação ambiental. Revista Ambiental. a. 1. v. 1. p. 40-44,

1987.

17

sociedade através da educação formal e não-formal. Além disso, a conscientização e o treinamento são mencionados em outros capítulos, já que estas são necessidades que permeiam todas as áreas. A Carta Brasileira para a Educação Ambiental: produzida no Workshop coordenado pelo MEC, destacou, entre outros, que deve haver um compromisso real do poder público federal, estadual e municipal, para se cumprir a legislação brasileira visando à introdução da Educação Ambiental em todos os níveis de ensino. Também propôs o estímulo a participação das comunidades direta ou indiretamente envolvidas e das instituições de ensino superior. O Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global: resultante da Jornada de Educação Ambiental, elaborado pelo fórum das ONGs, explicita-se o compromisso da sociedade civil para a construção de um modelo mais humano e harmônico de desenvolvimento, onde se reconhecem os direitos humanos da terceira geração, a perspectiva de gênero, o direito e a importância das diferenças e o direito à vida, baseados em uma ética biocêntrica e do amor, LIMA e SILVA (2011).

Diante da necessidade de mudanças, o surgimento da educação

ambiental vem como um norteador de ações, de práticas para atuação da sociedade

no tocante à disseminação de uma consciência mais ética em prol da qualidade de

vida.

[...] a educação ambiental surgiu na tentativa de minimizar e tentar reverter o quadro de degradação ambiental e social que se instalou no mundo no último século. Portanto, a educação ambiental possui um enfoque transformador e emancipatório, já que prega a busca por outra forma de relação do ser humano com o meio em que está inserido. (LUZZARDI, 2006, p.54)

Para que ocorram tais mudanças de consciência da população é

indispensável que toda sociedade desperte sua atenção para as questões

ambientais buscando a preservação da vida. Neste sentido Lopes e Giotto (2011)

ressalta que: “Vive-se o momento da urgente necessidade de renovação das mentes

para que se possa vivenciar um novo paradigma ambiental, incluindo a participação

de toda a sociedade e governos”.

Diante disto é de extrema importância a inserção dos educadores

ambientais com o objetivo de preparar o cidadão de forma participativa, critica

através de ações que permitirão mudanças, transformações à nível socioambiental,

pessoal e coletiva.

O objetivo da educação ambiental “é atingir o público em geral. Parte-se do principio de que todas as pessoas devem ter oportunidade de acesso às informações que lhes permitam participar ativamente na busca de soluções para os problemas atuais” (MARCATTO, 2002, p. 16).

18

Para a SEMAD (2011), a Educação Ambiental “deve ser entendida em

seu sentido mais amplo, voltada para a formação de pessoas para o exercício da

cidadania responsável e consciente”.

A Educação ambiental pode ser administrada de duas formas: a formal e

a informal.

A Educação formal é definida como aquele que acontece desde a

infância, da educação infantil até à educação universitária, envolvendo também os

professores e profissionais de áreas técnicas. Já a Informal envolve todos os

segmentos da sociedade, dentre eles: trabalhadores, empresários, associações

entre outros (MARCATTO, 2002).

Na visão de Luzzardi (2006), a educação ambiental tem como finalidade a

reintegração do ser humano no ambiente ao qual está inserido, e tal mudança deve

ocorrer no sentido de pensar e agir individual e coletivamente.

Atualmente têm ocorrido grandes desastres ambientais devido à ação

humana. É neste contexto que os educadores ambientais devem estar inseridos na

busca de soluções, no ensino tanto à nível escolar quanto da comunidade rural.

Na região específica de Minas Gerais, alguns problemas tais como: a

destruição da cobertura vegetal, a erosão dos solos, as queimadas, a superlotação

das pastagens e o conseqüente processo de assoreamento dos cursos d’água, são

comuns.

Uma das regiões de Minas que tem sofrido com desgastes ambientais é o

município de Funilândia que está localizado na microbacia do Ribeirão Jequitibá.

Diante dos problemas ambientais da região, os trabalhos de Educação

Ambiental envolveram quatro comunidades rurais do município de Funilândia, os

produtores rurais, e a população residente na sede municipal, que participaram de

palestras, cursos, seminários e visitas técnicas, relacionados diretamente com as

questões ambientais da região e com o trabalho de monitoramento das práticas

mecânicas de conservação do solo e da água implantadas na região. Neste sentido,

os técnicos da EMATER-MG, atuam de forma profilática com os produtores e a

população do município. Um dos técnicos da EMATER-MG salienta que: “Não

adianta nada a gente fazer essas práticas mecânicas se agente não fizer o trabalho

de educação ambiental. O produtor rural tem que saber do que a gente está falando,

porque mostrar para ele as práticas não resolve se ele não tiver um conhecimento

da importância daquilo”.

19

Até pouco tempo o Sr. Manuel Ribeiro Rocha não sabia como ações

simples podiam contribuir para a preservação do meio ambiente. Segundo ele, o

trabalho de educação ambiental foi fundamental para conscientizar a comunidade,

como relatado em seu comentário: “A gente não tinha muito essa consciência por

falta de conhecimento. A gente preocupava mas não sabia como, entendeu? Você

se preocupar é uma coisa, mas você saber é outra”.

2.2 Práticas Mecânicas de Conservação do Solo e da Água

Um profundo desequilíbrio na natureza tem sido provocado em virtude da

agricultura intensiva e exploratória que se tem praticado atualmente e também pela

falta de conhecimento dos agricultores no que diz respeito à práticas de manejo

adequado da agricultura e de práticas conservacionistas.

A produtividade média por unidade de área vem diminuindo em todo

mundo. Uma nação não pode sobreviver em um deserto, nem pode gozar mais que

uma vã e quimérica prosperidade sem ficar consumindo seu solo. Poucos se dão

conta do passado e vêem que a erosão tem alterado o curso da história do mundo

mais radicalmente que qualquer guerra ou revolução (BERTONI e NETO, 2005).

Por conservação do solo, dever-se-á entender a preservação e o desenvolvimento, de modo a proporcionar o maior bem para o maior número e pelo maior período de tempo, dos recursos naturais de caráter renovável, quais sejam, o solo, as florestas, as pastagens, a fauna silvestre e, em certa extensão, a água (BUNCE, 1942).

2.2.1 Desenvolvimento sustentável

Os recursos solo e água são indispensáveis à manutenção das atividades

agropecuárias. Assim, seu manejo, que segundo Branco e Cavinatto (1999),

representa a intervenção humana de maneira a utilizar tais recursos em suas

atividades rurais, deve ser o mais adequado possível. Aliada ao manejo correto, a

conservação, entendida por Motta (2000) como a utilização de um recurso natural a

fim de satisfazer as necessidades humanas dentro de limites que permitam sua

renovação ou auto-sustentação, também se faz inadiável.

A identificação e adoção de práticas que levam ao manejo adequado e à

conservação dos recursos naturais podem ser realizadas em uma bacia hidrográfica,

20

área geográfica cujas águas são drenadas para um determinado curso d’água

(MOTTA, 2000), sendo esta aceita internacionalmente como unidade de

planejamento (PROCHNOW, 1990).

2.2.2 Breve história da erosão hídrica

Tal como a agricultura, a erosão tem sua raiz no passado, e seus

processos são regionalmente interdependentes porque muitos deles foram

estabelecidos pela introdução de novas culturas e novos métodos de cultivo

(BENNETT, 1939).

Na Argentina, um relatório publicado pela Comissão Econômica para

América Latina (CEPAL), sobre a utilização do solo, revelou que dezoito milhões de

hectares haviam sido prejudicados pela erosão hídrica. Hoje se pode afirmar que

35% das terras cultivadas estão afetadas pela erosão.

Ao observador casual, em virtude da topografia geral do país, pode

parecer que a erosão laminar não seja grave. Em 1969 foi iniciado, em convênio

com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e alimentação (FAO), um

programa de conservação de solo com atividades de pesquisas, demonstração e

treinamento. Esse programa teve a duração de cerca de seis anos, porém serão

necessários muitos anos ainda para o cumprimento de suas três metas, que são:

a) desenvolvimento de uma consciência pública dos riscos de erosão e da

necessidade de uma política conservacionista.

b) obtenção de informação essencial mediante pesquisa para pôr em práticas

medidas eficientes de controle de erosão;

c) treinamento de um número suficiente de especialistas em conservação e

manejo para apoiar, melhorar e operar um movimento nacional dinâmico de

conservação de solo (BERTONI e NETO, 2005).

2.2.3 Práticas mecânicas de conservação do solo e d a água

As práticas mecânicas de controle a erosão são projetadas e construídas

para conter água de enxurrada, propiciando sua infiltração ou escoamento seguro.

Elas devem proteger o terreno quando ocorrem chuvas muito intensas, retendo ou

conduzindo a água de forma segura.

21

Antes da adoção de qualquer prática conservacionista, é preciso ter em

mente que o solo deve ser utilizado dentro da sua capacidade de uso (aptidão

agrícola) e que todas as operações devem ser realizadas seguindo as curvas de

nível do terreno. A curva de nível é uma linha imaginária, em que todos os pontos

dessa linda estão em uma mesma altura ou cota (PIRES e SOUZA, 2003).

O uso de práticas conservacionistas é de grande importância para que as

atividades agrícolas sejam conduzidas sem que haja impacto no meio ambiente. As

práticas que normalmente são utilizadas para o controle da erosão podem ser

divididas em edáficas, vegetativas e mecânicas.

As práticas de caráter mecânico normalmente são utilizadas nas

situações em que as demais práticas conservacionistas não são suficientes para

impedir o avanço do processo erosivo.

Dentre as práticas mecânicas mais difundidas está o terraceamento. Os terraços são constituídos por um dique (“crista” ou camalhão) e um canal, dispostos no sentido transversal à declividade do terreno, formando obstáculos físicos com a intenção de reduzir a velocidade do escoamento superficial e ordenar o movimento da água sobre a superfície do terreno (MIRANDA et al., 2004).

2.2.4 Terraço

O terraceamento é, dentre as práticas mecânicas utilizadas para a

conservação de água e solo, a de uso mais difundido. Terraços, quando bem

planejados e bem construídos, reduzem as perdas do solo e da água e previne a

formação de sulcos. Estudo realizado por Amaral Filho (1990) constatou a melhoria

proporcionada à produtividade das culturas, em função da conservação do solo e da

água.

Para terraços posicionados em nível, ou de retenção, toda a água escoada deverá ficar retida para posterior infiltração, nesse sentido, a altura que o camalhão do terraço deve apresentar, é função do volume de água que escoa superficialmente (GRIEBELER et al., 2005).

O conhecimento sobre as práticas de terraceamento aliado ao atual

avanço da informática e das técnicas de geoprocessamento impulsionou o

surgimento de modelos e softwares destinados ao dimensionamento e locação de

sistemas de terraceamento, que utilizam bases de dados geradas em Sistema de

22

Informações Geográficas, e modelos como o que foi proposto por Lombardi Neto et

al. (1994) para o cálculo do espaçamento entre terraços e o de cálculo da lâmina de

escoamento, por Pruski et al. (1997).

As ferramentas para o correto dimensionamento e locação de terraços de retenção existem e são comprovadamente eficientes. No entanto, a pouca experiência na construção destas obras por operadores de máquinas e profissionais do campo, muitas vezes incorre em problemas de inconformidades do terraço construído no campo em relação ao que foi projetado, como mostram os resultados do estudo sobre a variabilidade da seção transversal dos terraços implantados, conduzido por Griebeler et al. (1998). De acordo com o mesmo autor, a partir da obtenção dos dados com o levantamento das seções transversais do canal do terraço e também dos dados utilizados como critério de dimensionamento dos terraços, torna-se possível a análise sobre a relação entre a capacidade teórica de armazenamento do terraço e a sua capacidade efetiva de armazenamento.

Os terraços de retenção, absorção ou em nível são construídos com canal

em nível com as extremidades bloqueadas, de modo que a água decorrente do

escoamento superficial é retida e infiltrada no canal (PARANÁ, 1989). Este bloqueio

da extremidade é feito pela construção do chamado “bigode”, que funciona também

como válvula de escape quando o volume de escoamento superficial supera a

capacidade de armazenamento do terraço.

A eficiência de um sistema de terraceamento depende do correto dimensionamento do espaçamento entre terraços e da sua seção transversal (PRUSKI, 2006). Contudo, a construção de terraços com seção transversal condizente com as condições de projeto, tem sido um aspecto limitante para o bom funcionamento do terraceamento, devido à ainda pouca experiência na construção destas obras por operadores das máquinas agrícolas e profissionais do campo (SILVA et al., 2008).

A seção transversal dos terraços deve ser dimensionada em função do

volume de água que escoa sobre a superfície do solo Lombardi Neto et al. (1994).

Griebeler et.al. (1998) estudando a variabilidade espacial da seção transversal de

terraços de retenção nos Estados do Paraná e Minas Gerais, observou que a

capacidade efetiva de acumulação de água pelos terraços por ele analisados variou

de 57,1 a 68,3%, indicando, portanto, uma variabilidade muito grande na geometria

da seção transversal dos terraços. Esse mesmo autor salienta ainda para a

necessidade de se adotar maiores cuidados na locação e construção dos terraços

para melhorar a eficiência destes sistemas, evitando também problemas no futuro,

que tragam prejuízos mais sérios a produtores rurais e ao meio ambiente, como é o

23

caso do rompimento do camalhão, levando ao rompimento dos demais que

estiverem à jusante.

Tendo em vista a importância que o conhecimento da capacidade de

armazenamento dos terraços de retenção apresenta para o dimensionamento e a

manutenção destes sistemas de conservação de água e solo, foi desenvolvida uma

metodologia para avaliação da capacidade de armazenamento de terraços de

retenção, que foi aplicada em um estudo de caso, realizado para avaliar o

desempenho desta metodologia.

2.2.5 Bacia de acumulação

As estradas, pavimentadas ou não, sofrem pela ação das águas das

chuvas; as não-pavimentadas, em especial, são facilmente erodidas e necessitam

de constantes trabalhos de manutenção (PIRES e SOUZA, 2003). Ramos et al.

(2006) acrescenta ainda que o processo erosivo em estradas traz consigo sérios

problemas ambientais, tais como a poluição e assoreamento de mananciais.

O uso de estruturas hidráulicas para a contenção do escoamento superficial em estradas não pavimentadas, além de ser uma técnica importante para a contenção do processo erosivo, também possui uma atribuição funcional que proporciona benefícios expressivos à bacia, que é a recarga do lençol freático e, conseqüentemente, a conservação da água (BERTOLINI et al., 1993).

As bacias de acumulação têm a função reter e infiltrar a água que escoa

pelos canais laterais das estradas, evitando que o volume e a velocidade a ela

associada, sejam capazes de provocar erosão excessiva do canal, e promovendo a

recarga do lençol freático. A avaliação da capacidade de armazenamento em bacias

de acumulação é um procedimento importante para a identificação e correção de

problemas construtivos advindos do seu dimensionamento inadequado ou da

desconformidade da estrutura construída em relação ao que foi dimensionado.

Na construção das bacias de acumulação devem ser seguidos critérios baseados em metodologias advindas de estudos e experiências práticas na implantação destes sistemas. Atualmente existem modelos, como os propostos por Pires e Souza (2006), Griebeler et al. (2005) e Bertolini et al. (1993), para o dimensionamento e locação de bacias de acumulação em estradas (MIRANDA et al., 2009).

24

As metodologias apresentadas por Pires e Souza (2003) e Bertolini et al.

(1993) consideram, na estimativa do volume requerido para a bacia de acumulação,

apenas a área de drenagem e a precipitação, sendo que Pruski et al. (1997)

propuseram um modelo que possibilita a obtenção da lâmina máxima de

escoamento superficial gerada em uma determinada localidade em função de suas

características edafoclimáticas.

Já o modelo desenvolvido por Griebeler et al. (2005) permite a estimativa,

não só do volume requerido para a bacia de acumulação, mas, também, o

espaçamento máximo recomendado entre os desaguadouros.

Apesar da disponibilidade destes modelos, a pouca experiência por parte

dos técnicos e operadores de máquinas ocasiona inconformidades nas dimensões

das bacias de acumulação no momento da sua construção. Assim, elas muitas

vezes são construídas com dimensões diferentes daquelas requeridas para

comportarem o volume proveniente do escoamento superficial que ocorre na estrada

e, em alguns casos, na área externa adjacente à estrada, e extravasam com certa

frequência (MIRANDA et al., 2009).

25

3 FUNILÂNDIA – MICROBACIA DO RIBEIRÃO JEQUITIBÁ

Funilândia tem seu limite leste definido pelo Rio das Velhas e o oeste

marcado pelo Ribeirão Jequitibá. Tratam-se dos dois importantes cursos d`água da

região e ambos em condições ambientais deploráveis, com níveis de contaminação

de suas águas elevadíssimos.

A microbacia do Ribeirão Jequitibá – MG se encontra na região

denominada Médio Velha, à margem esquerda do Rio das Velhas. Ela ocupa uma

área de 572,9 km² e tem uma população de 249.65 mil habitantes segundo o

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2008.

O Ribeirão Jequitibá nasce no município de Capim Branco e passa pelos

municípios de Sete Lagoas, Prudente de Morais, Jequitibá e Funilândia, onde é o

seu encontro com o Rio das Velhas (Figura 1).

Figura 1 – Mapa da divisão político-administrativa da bacia do Ribeirão Jequitibá. Fonte: Geominas, 2004.

Sete Lagoas e Prudente de Morais se apresentam como os municípios

mais urbanizados da microbacia, com índices de 97,79% e 95,53%,

respectivamente, e Funilândia como o menor município e menos urbanizado com

JequitibáJequitibá

FunilândiaFunilândia

Capim BrancoCapim Branco

Sete LagoasSete Lagoas

Prudente de MoraisPrudente de Morais

Rio JequitibáRio Jequitibá

Divisão Político - AdministrativaBacia do Jequitibá

Divisão Político - AdministrativaBacia do Jequitibá

26

31,62%. A densidade demográfica de Sete Lagoas é de 342,64 habitantes por km²,

o quê o torna o município maior poluidor da microbacia, enquanto que Jequitibá

apresenta um índice de 11,61 habitantes por km².

As atividades predominantes na microbacia são as de pastagens para

pecuária leiteira, exploração de culturas de subsistência e anuais (feijão, milho,

mandioca e outros), cana de açúcar, olericultura, a fruticultura, a suinocultura e a

avicultura.

A microbacia hidrográfica do Ribeirão Jequitibá foi selecionada para

implantação do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São

Francisco, Projeto de Recuperação e Preservação de Sub Bacias Hidrográficas

Formadoras dos Afluentes Mineiro do Rio São Francisco (Figura 2). Ele tem uma

extensão de aproximadamente 57 km, com nascentes nos municípios de: Sete

Lagoas, Prudente de Morais e Capim Branco. Em Funilândia percorre uma distância

de 23 km, desaguando no Rio das Velhas no município de Jequitibá.

Figura 2 – Mapa da região da bacia do rio São Francisco localizada em Minas Gerais. Fonte: Geominas, 2004.

Rio São FranciscoRio São Francisco

Rio das VelhasRio das Velhas

Ribeirão JequitibáRibeirão Jequitibá

27

A maior poluição do ribeirão está atrelada a falta e/ou comprometimento

da cidade de Sete Lagoas que detém 80% da população da microbacia, bem como o

maior IDH, “que mede a qualidade de vida” de uma população, com o lançamento de

efluentes domésticos, hospitalares e alguns industriais sem nenhum tipo de

tratamento.

A microbacia do Jequitibá abrange 51% da área territorial do município de

Funilândia, e possui uma população de 4870 habitantes, compreendendo 310

famílias, distribuídas entre as comunidades rurais de: Saco da Vida, Cambaúbas,

Matos, Aguadas e Núcleo João Pinheiro (Sede).

A comunidade, Núcleo João Pinheiro possui característica de um distrito,

com várias infra-estruturas, sendo cortada pela Rodovia MG – 238, que liga à cidade

de Sete Lagoas distando aproximadamente 20 km. As demais comunidades não

possuem infra-estrutura, mas utilizam espaço cedido pela igreja, ou galpões.

A economia da microbacia está concentrada nas atividades

agropecuárias, destacando a produção de leite, suinocultura, pequenos animais,

pequenos alambiques de aguardente, pequenas agroindústrias de processamento

de leite e frutas. As culturas de milho, feijão, mandioca, cana, fruticultura e olerículas

são produzidas para o sustento das famílias e alimentação animal.

A agricultura orgânica vem se despontando, com um produtor rural já

credenciado com o cadastro para a cultura da banana orgânica.

Na comunidade de Cambaúbas foi instalado um Centro de Interpretação

Ambiental do Cerrado (CIAC), que funciona como apoio aos cursos de pós-

graduação da FUNEC (Fundação Educacional de Caratinga).

O turismo rural é outra atividade que vem timidamente se despontando

como alternativa de renda das famílias, insentivando a produção caseira de

alimentos.

Ao longo da microbacia 81 pequenas propriedades rurais estão

distribuídas, com suas produções diversificadas, contribuindo para o próprio

sustento dos pequenos produtores, sendo o excedente comercializado no município.

28

3.1 Infra-Estrutura Comunitária Existente na Microb acia

� 01 Escola Estadual Diolino Moreira, de 1ª a 4ª série – Ensino

Fundamental, de 5ª a 9ª – Primeiro Grau, de 1ª a 3ª – Segundo Grau – Comunidade

de Núcleo João Pinheiro – 270 alunos;

� 01 Creche Municipal Patim Feliz – 40 alunos;

� 01 Quadra de esporte, na comunidade Núcleo João Pinheiro;

� 01 Posto de saúde, na comunidade Núcleo João Pinheiro;

� 01 Agência de correios, na comunidade Núcleo João Pinheiro;

� 03 Salões paroquiais em 03 comunidades: Núcleo João Pinheiro

Cambaúbas e Saco da vida;

� 02 Campos de futebol em 02 comunidades: Núcleo João Pinheiro e

Cambaúbas;

� 01 Centro de Interpretação Ambiental do Cerrado – CIAC;

� 04 igrejas;

� Transporte escolar para todas as crianças da rede municipal;

� Atendimento Programa da Saúde em todas as comunidades rurais;

3.2 Diagnóstico Ambiental

Alguns aspectos existentes na região devem ser ressaltados tais como:

3.2.1 Erosão

Há predominância de erosão laminar principalmente em áreas de

pastagens, devido a pouca utilização de práticas conservacionistas.

A erosão em sulcos, ou voçorocas aparecem pela influência de águas

oriundas de estradas ou nas mesmas, margeando os barrancos.

Nas áreas de lavouras os processos erosivos são expansivos, devido a

pouca utilização de práticas conservacionistas, bem como ao manejo inadequado

das lavouras.

29

3.2.2 Relevo

O relevo é ondulado a forte ondulado, e predominam as colinas vertentes

convexas, associadas ao latossolo e podsólico, em áreas de pastagens com

manchas secas que é um fator determinante nos processos erosivos.

3.2.3 Fertilidade

Em geral os solos possuem baixa fertilidade natural e apresentam acidez

elevada. A baixa fertilidade do solo, aliada a falta de práticas conservacionistas, bem

como, a não utilização de parâmetros técnicos (análise de solo), acarretam a baixa

produtividade das lavouras e ao mesmo tempo, incapacidade de suporte das

pastagens.

3.2.4 Preparo de solo

O preparo de solo, na maioria das vezes, é feito de forma convencional. A

sua qualidade está intimamente ligada ao fato de que o município mantém uma

patrulha mecanizada, abrangendo 80% dos pequenos produtores existentes. Este

fato contribui para a difusão de tecnologias, entre os produtores beneficiários do

PROGRAMA MUNICIPAL DE MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA.

3.2.5 Cobertura vegetal

Na sub-bacia selecionada todas as nascentes foram contempladas dentro

do “PROJETO DE REVITALIZAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO

FRANCISCO” no ano de 2002, com o cercamentoe reflorestamento das Áreas de

Preservação Permanente (APP`s). Porém, para a total recuperação da bacia faz se

necessário, ainda, o reflorestamento das faixas ciliares e das áreas de topo morro,

bem como, da recuperação da cobertura vegetal em áreas degradadas.

30

3.2.6 Saneamento básico

Reconhecido como uma das medidas essenciais para a prevenção de

muitas doenças, influenciando diretamente na saúde e no bem-estar da população.

3.3 Diagnóstico

O Ribeirão Jequitibá, com seu enorme volume de água encontra-se

comprometido, dado o seu alto nível de poluição, pois a cidade pólo da bacia, que

possui quase 200 mil habitantes, lança seus dejetos domiciliares, industriais e

hospitalares em seu curso. Este problema é sentido, principalmente no município de

Funilândia, com reflexos nos aspectos econômicos e sociais.

No entanto, várias atividades foram desenvolvidas, buscando sensibilizar

as autoridades políticas, visando conscientizá-las da necessidade de investimentos

em projetos de tratamento de esgoto. Até o presente momento não houve resposta,

mas por ser esta uma questão de saúde, foi entendido que há a urgência em

preservar os demais cursos d`água que fazem parte da bacia.

Partindo deste pressuposto, foi constatado que existe uma preocupação

por parte da população com referência ao lixo, ou seja, num universo de 310 famílias

residentes na bacia, apenas 18 são beneficiadas com a coleta pública, 227 queimam

ou enterram e 65 lançam os resíduos de maneira imprópria a céu aberto.

Quanto ao esgoto há maior preocupação, pois no levantamento do PSF(

Programa de Saúde em Família) somente 03 estão ligadas á rede pública, 277

possuem fossa e 33 lançam os esgotos diretamento nos cursos d`água. O

abastecimento de água é feito através da rede pública a 147 famílias (comunidade

de Núcleo João Pinheiro) e outras 103 utilizam poço/nascente e 80 de outros

recursos. O tratamento de água no domicílio utilizando filtração é feito por 201

famílias, 05 fervura, 01 cloração e 103 nenhum tipo de tratamento.

Portanto, o conceito que as pessoas têm do meio ambiente influenciam a

forma de perceber e agir, e podem explicar as atitudes e os comportamentos da

complexa inter-relação homem – meio ambiente.

A exploração e a poluição impactaram negativamente o ambiente,

causando degradação da microbacia. Dessa forma, um estudo sobre as vantagens

do uso das práticas mecânicas para a conservação do solo e da água pode apontar

31

caminhos para a recuperação ou para a minimização dos efeitos da degradação

ambiental ocorrentes na microbacia do Ribeirão Jequitibá.

É neste sentido que o investimento em técnicas conservacionistas e de

preservação dos recursos naturais renováveis existentes, principalmente: solo, água

e ar poderão possibilitar ao município de Funilândia o aumento da produção e

produtividade agrícola; geração de novas opções de exploração das propriedades

trabalhadas; o exercício do cooperativismo como forma segura para a solução dos

problemas comuns, enfim, criação de oportunidade de trabalho nas comunidades

rurais estimulando a fixação do homem no campo, a de mão de obra e a redução do

fluxo migratório.

É fundamental um trabalho de educação ambiental para que se tenha um

resultado efetivo, visto que muitas das vezes o produtor não assimila a importância

das novas técnicas e tecnologias que lhes são trazidas. O conceito atual de

extensão Rural engloba não somente levar ao assistido o pacote tecnológico, mas

procurar entender a sua cultura, realidade, condição e seus recursos, e a partir disso

adaptar a assistência técnica à realidade de cada beneficiário. Além disso, o

processo de educação ambiental é imprescindível para que a proposta apresentada

possa ser eficientemente executada, gerando um resultado efetivo, não só para o

produtor, mas também para sua comunidade e a sociedade como um todo.

O trabalho de educação ambiental gera uma conscientização individual ou

coletiva, e a partir daí cada um por si só tem a capacidade e a motivação de adotar e

difundir as técnicas aprendidas bem como a sua importância para o meio ambiente.

32

4 METODOLOGIA

O método científico não é uma forma específica de tratar um problema ou

assunto. Ao contrário, ele trata de uma forma geral de proceder, válida e necessária

a todas as formas de pesquisa como afirma Michel (2005). Isso denota que ele deve

ser orientador e não normativo e prescritivo.

Com o trabalho de campo, permite-se a identificação das classes de solo,

bem como suas prováveis delimitações, o levantamento das práticas mecânicas e os

problemas relacionados ao manejo inadequado dos recursos naturais. Através das

visitas às propriedades, podem ser observadas as práticas conservacionistas a

serem adotadas, assim como o estado de conservação dos recursos naturais.

Considerando os diferentes focos de uma pesquisa, optou-se por adotar a

proposta de Vergara (2004), que a classifica quanto aos fins e quanto aos meios,

mais a de Beuren (2004) que a classifica quanto à abordagem do problema.

Quanto aos fins da pesquisa foi utilizada o meio metodológica já que

serão esclarecidos caminhos, formas, maneiras, procedimentos para atingir

procedimentos e os objetivos. Também foi empregada uma pesquisa aplicada,

devido à necessidade de apresentação de uma saída para a resolução do problema.

A princípio quanto aos meios, a medida inicial foi a realização de uma

pesquisa bibliográfica com estudo sistematizado desenvolvido em livros, sites,

revistas, jornais, artigos e outros para um estudo sistematizado. Em seguida, foi

realizada uma pesquisa de campo, por meio de levantamento de dados ligado

diretamente à área de estudo.

Quanto à abordagem do problema este foi qualitativa e quantitativa por ter

a necessidade de análises mais profundas sobre o uso das práticas mecânicas para

conservação do solo e da água, assim qualificando e interpretando os dados

coletados do local de estudo realizando uma com as pesquisas e usos de gráficos.

A pesquisa foi realizada na microbacia do Ribeirão Jequitibá, no município

de Funilândia, entre os meses de agosto de 2008 a julho de 2009, onde realizou-se

a coleta de dados e um relatório que demonstrou a importância do uso das práticas

mecânicas para conservação do solo e da água.

Com relação à coleta de dados, foram realizadas observações sobre os

principais problemas ambientais enfrentados no local de estudo.

33

A estratégia utilizada foi a de levantar dados e apontar os pontos onde

está ocorrendo à maior incidência de degradação do meio ambiente como:

Infraestrutura, ocupação do solo, questões sociais, vegetação remanescente.

A coleta de dados realizou através de questionários, formulários;

entrevistas com moradores locais, instalações de aparelhos e a utilização do modelo

computacional BARRALTIM 1.0 (Figura 3), estruturado em linguagem de

programação visual basic (VBA), no ambiente do Microsoft Excel, o qual possibilita a

avaliação das características construtivas das bacias de acumulação, visando à

avaliação da capacidade de armazenamento dessas estruturas.

Figura 3 – Tela de apresentação do BARRALTIM 1.0 Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

Os dados coletados foram trabalhados de forma qualitativa e quantitativa,

isto é, houve uma análise das informações obtidas por meio da observação e do

levantamento de dados do local de estudo. Com isso foram pontuadas as

considerações extraídas do levantamento de dados, identificando os principais

problemas no meio ambiente, organizando um relatório para melhor compreensão

dos problemas, impulsionando assim o desenvolvimento do trabalho.

Para o desenvolvimento do trabalho primeiramente deve ser avaliado

cada bacia, isto é, o levantamento planialtimétrico e após os dados levantados são

digitalizados e interpolados para obtenção da relação cota vs. volume armazenado

34

permitindo assim a capacidade de armazenamento efetivo e a capacidade de

armazenamento necessário, através disto tem-se a avaliação de acumulação das

bacias, conforme pode ser visualizado pela (Figura 4 a e b).

Figura 4 a – Levantamento planialtimétrico das bacias de acumulação. Figura 4 b – Relação cota VS. Volume. Fonte: GPRH/UFV.

Nas bacias de acumulação de formato retangular é feito o levantamento

dos seguintes dados: cota do extravasor, cotas C1, C2, C3 e C4 em uma ou duas

seções transversais, distâncias C1-C2, C1-C3 e C1-C4 em cada seção e a largura B,

visualizado na figura abaixo (Figura 5).

Figura 5 – Esquema das informações coletadas em bacias de acumulação em formato retangular. Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

35

Nas bacias de acumulação de formato semicircular é feito o levantamento

planialtimétrico e obtidas às coordenadas tridimensionais X, Y e Z dos pontos

igualmente espaçados a cada 1m (Figura 6).

Figura 6 – Esquema das informações coletadas em bacias de acumulação em formato semicircular. Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

Para o monitoramento das perdas de água e solo é feita as instalações de

pluviômetros e medidores de nível da água em bacias de acumulação e terraços

selecionados aleatoriamente. Esses equipamentos fornecem dados que permitem a

estimativa do total precipitado na região e do volume de água armazenado nas

estruturas de contenção do escoamento superficial. Os equipamentos instalados

foram fornecidos pelo Grupo de Pesquisa em Recursos Hídricos (GPRH) do

Departamento de Engenharia Agrícola (DEA) da Universidade Federal de Viçosa

(UFV), através do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São

Francisco, Gerenciado pela Agência Nacional das Águas – ANA, onde foram

fornecidos para a instalação e utilização em pesquisas juntamente com um manual

contendo instruções sobre a sua instalação e seu funcionamento, além de planilhas

para a anotação dos dados coletados (Anexos).

Um dos equipamentos utilizados foi o marcador de nível, que tem por

objetivo determinar o nível máximo atingido pela água armazenada nos terraços de

infiltração e nas bacias de acumulação. O marcador de nível (Figura 7) é constituído

das seguintes partes: a haste, base de tubo que tem a função de receber e

direcionar a bóia no sentido vertical. Nesta peça está impressa uma escala de 0 a

150 cm que serve de referência para a medição do nível da água; a bóia: esta peça

acompanha o nível da água, ela é responsável pela elevação do anel de nível; o

Cota do extravasor ou cota do ladrão

36

anel de nível: este anel está preso à haste serve com guia, e é elevado pela bóia

tendo a função de registrar o nível máximo que o nível da água atinge.

Figura 7 – Esquema ilustrativo do marcador de nível. Fonte: GPRH/UFV.

Na instalação do equipamento devem ser seguidas as seguintes etapas:

a) fazer um furo na parte mais baixa do terraço ou da bacia de acumulação para

fixar a base do tubo guia;

b) posicionar a haste guia visualmente no prumo, observando-se que a base da bóia

esteja apoiada no solo;

c) durante o preenchimento do furo no solo, deve-se manter a haste guia

visualmente na posição vertical com relação ao solo.

Durante a enxurrada, a bóia acompanha o nível da água (Figura 8). Após

a enxurrada, a bóia desce no tubo guia, acompanhando o nível da água que infiltra.

O anel marcador fica no ponto mais alto que a bóia chegou. Deve-se anotar o valor

do nível logo acima do anel, tendo como base o risco abaixo de cada número da

escala.

37

Figura 8 – Esquema ilustrativo de funcionamento do marcador de nível. Fonte: GPRH/UFV.

No período das chuvas, diariamente são coletados os dados de chuva

utilizando-se um pluviômetro e do marcador de nível.

Outro tipo de equipamento que foi utilizado é o pluviômetro, que está

sendo implantado em parte nas áreas experimentais, também foi desenvolvido pelo

Grupo de Pesquisa em Recursos Hídricos (GPRH) de forma a constituir um

equipamento eficiente e de baixo custo, construído a partir de peças comuns de

PVC. Este equipamento é constituído das seguintes partes: O suporte é uma haste

de madeira fixada no solo ou estaca de cerca encontrada nas proximidades. O

Coletor é um componente fixo do pluviômetro para coletar a água da chuva. As

Presilhas são abraçadeiras de aço fixadas ao suporte por parafusos, pregos ou

grampos. O Recipiente é parte do pluviômetro onde a água da chuva será acumula

até o momento da leitura. O Registro de esfera permite a transferência da água

acumulada no recipiente para a proveta que acompanha o equipamento, como pode

ser visualizado na (Figura 9).

38

Figura 9 – Esquema ilustrativo do pluviômetro. Fonte: GPRH/UFV.

Localização da área e onde foi feito a instalações dos equipamentos de

acordo (Figura 10).

Figura 10 – Localização da área e instalações dos equipamentos. Fonte: Google Earth. Houve alteração na ilustração com o acréscimo de marcadores.

Registro de

esfera

Presilhas

Coletor

Suporte

Recipiente

39

4.1 Análise de Dados

Na área foram instalados os pluviômetros e nas bacias de acumulação

foram instalados os medidores de nível e esses identificados através de um adesivo

com a numeração do equipamento assim identificados como pluviômetros P003 e

P005, e as bacias de acumulação B053 e B054, onde verificou-se que estas bacias

se encontram inadequadas devido a capacidade de volume de acumulação de água

em função da cota do ladrão. E as bacias de acumulação T061 e T066, verificou-se

que estas já se encontram adequadas devido a capacidade de volume de

acumulação de água em função da cota do ladrão. A capacidade de armazenamento

dessas bacias de acumulação ficou reduzida ainda mais após o período de

monitoramento, em virtude do assoreamento dessas bacias pelo sedimento

proveniente das estradas (Figura 11).

Figura 11 – Esquema ilustrativo de assoreamento das bacias de acumulação após o período de monitoramento. Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

Na Tabela 1 estão apresentados os resultados da avaliação feita em 15

bacias de acumulação construídas em Funilândia – MG.

40

Tabela 1. Resultados da avaliação feita nas bacias de acumulação implantadas em Funilândia.

Cota do ladrão Ve/Vn Bacias de

acumulação

identificação

Município

Tipo de bacia

de acumulação

avaliada

Data do

levantamento

m %

Avaliação

B024 Funilândia Retangular 09/04/2009 1,17 114,7 Adequado

B051 * Funilândia Semi-circular 13/07/2009 1,24 26,4 Inadequado

B053 * Funilândia Semi-circular 31/05/2009 0,83 40,2 Inadequado

B054 * Funilândia Semi-circular 30/05/2009 0,48 8,3 Inadequado

B180 * Funilândia Semi-circular 25/05/2009 1,15 46,9 Inadequado

B181 * Funilândia Semi-circular 13/05/2009 0,84 25,1 Inadequado

T058 * Funilândia Semi-circular 30/05/2009 1,24 53,4 Inadequado

T059 * Funilândia Semi-circular 10/05/2009 1,33 53,8 Inadequado

T060 * Funilândia Semi-circular 26/06/2009 0,98 19,9 Inadequado

T061 * Funilândia Semi-circular 09/04/2009 1,53 143,5 Adequado

T062 * Funilândia Semi-circular 18/06/2009 1,26 43,3 Inadequado

T063 * Funilândia Semi-circular 02/06/2009 0,74 13,8 Inadequado

T064 * Funilândia Semi-circular 27/05/2009 1,11 53,8 Inadequado

T065 * Funilândia Semi-circular 03/06/2009 1,01 43,1 Inadequado

T066 * Funilândia Semi-circular 17/04/2009 1,30 189,0 Adequado

Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

*Bacias de acumulação avaliadas cerca de oito meses depois de terem sido construídas, período este compreendido entre outubro de 2008 e julho de 2009.

Destaque em vermelho para as características consideradas inadequadas. Bacia de acumulação avaliada como adequada quando atende ao requisito: Vê / Vn > 100%.

Os relatórios gerados no BARRALTIM 1.0, contendo maiores detalhes

sobre as avaliações destas bacias de acumulação, estão disponíveis nos Anexos.

Na Tabela 2 estão disponibilizados os resultados do monitoramento das

quatro bacias de acumulação localizadas no município de Funilândia – MG.

41

Tabela 2 – Resultados gerais do monitoramento das bacias de acumulação.

Bacia de

acumulação

*Lâmina

total (mm)

*Precipitação total

(mm)

Volume

total (m³)

Volume total

Assoreado (m³)

Perda de

Solo (t)

*Perda de

Solo (t/ha)

*CES

Médio

Global (%)

B051 148,0 881,5 386,2 0,12 0,2 0,6 9,5

B053 362,9 881,5 376,4 0,21 0,3 1,5 14,8

B054 47,4 881,5 63,9 0,48 0,6 4,2 4,7

B180 212,0 881,5 308,6 0,28 0,4 2,5 20,9

B181 100,7 881,5 220,0 1,27 1,7 7,6 8,7

T058 180,6 881,5 485,4 1,02 1,3 4,9 11,3

T059 53,8 881,5 105,3 0,37 0,5 2,5 3,7

T060 235,6 881,5 839,8 0,46 0,6 1,7 16,2

T061 69,5 881,5 99,9 0,39 0,5 3,4 5,4

T062 225,9 881,5 618,0 1,07 1,4 5,1 15,0

T063 116,5 881,5 314,8 0,53 0,7 2,5 9,9

T064 126,6 881,5 240,9 1,07 1,4 7,3 7,8

T065 206,8 881,5 310,2 0,15 0,2 1,3 13,5

T066 1051,4 881,5 514,8 0,67 0,9 17,7 31,0

Total /

Média* 224,1 881,5 4.884,3 8,09 10,5 4,5 12,3

Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

Estão ilustradas nas (Figuras 12 e 13), as relações entre os diferentes

valores de CES médio e perdas de solo com as variações de porcentagem das

áreas das estradas e do comprimento das estradas que contribuem para cada bacia

de acumulação monitorada.

42

Figura 12 – Variação de CES em função da porcentagem da área de contribuição referente às estradas em relação à área total. Fonte: Dados da pesquisa.

Figura 13 – Variação de CES em função do comprimento das estradas. Fonte: Dados da pesquisa.

Como pôde ser constatado, não existe uma relação tão íntima do CES

com a variação da porcentagem da área de contribuição referente às estradas. Este

fato pode estar relacionado às características distintas entre as áreas de

43

contribuição externas de cada bacia de acumulação, sendo algumas sem ou com

pouca contribuição externa.

Já as diferenças entre as perdas de solo em função do comprimento das

estradas, podem estar relacionadas com diferentes características de cada trecho

das estradas que contribuem para cada bacia, como: declividade longitudinal,

formato do greide, tipo de solo e nível de compactação do solo do trecho da estrada

e intensidade de trânsito de automóveis em cada trecho.

A Taxa de Infiltração Estável (TIE) média nestas bacias de acumulação foi

de 1,0 mm/h, mas os valores medidos variaram em relação ao tempo e ao nível de

água em que se encontravam cada bacia. Assim, ao longo do período monitorado e

por causa do assoreamento gradual das bacias de acumulação, a taxa de infiltração

foi diminuindo e, dependendo da altura da coluna d’água dentro da bacia ela

também era maior devido a uma maior pressão, como estão ilustrados nas (Figuras

14, 15 e 16).

Figura 14 – Variação da TIE em função da altura da lâmina d’água medida na bacia de acumulação B181. Fonte: Dados da pesquisa.

Através da análise da (Figura 14), é observado que a TIE tende a

decrescer com o decréscimo da altura da coluna d’água na bacia de acumulação

B181. Isso ocorre devido ao decréscimo da pressão da coluna d’água sobre o solo.

A Taxa de Infiltração é considerada como Estável (TIE) nestes casos, porque o solo

Tie na bacia de acumulação B181 vs. Altura

y = 0,0417e0,0456x

R2 = 0,9173

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

0 20 40 60 80 100 120 140

Altura do nível d'agua (cm)

Tie

(m

m/h

) Tie na bacia

Expon. (Tie

na bacia)

44

já é considerado saturado após o empoçamento e enchimento da bacia de

acumulação. Portanto, a variação da taxa de infiltração aqui não é mais governada

pela chuva e sim pelo solo, ou seja, depende da carga hidráulica e da área

disponível para infiltração dentro da bacia de acumulação.

A TIE também varia ao longo do tempo para uma mesma altura de lida no

medidor de nível devido ao volume de assoreamento, que reduz a porosidade da

camada superficial do solo no fundo da bacia de acumulação e também a altura e,

consequentemente, a pressão da coluna d’água sobre a superfície do solo, pois ela

se torna menos profunda, como foi mostrado na (Figura 15) também para a bacia

B181.

Figura 15 – Variação da TIE em função do tempo e do volume assoreado para a bacia de acumulação B181. Fonte: Dados da pesquisa.

Todos estes aspectos que interferem na variação da TIE (pressão da

coluna d’água, nível de assoreamento e tempo) podem ser observados através da

(Figura 16), onde está representada a variação da TIE na bacia de acumulação

B051 para dois períodos e distintos em que os níveis de assoreamento eram

diferentes.

Tie vs. Assoreamento

y = 4,3323e-0,3059x

R2 = 0,9597

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

0,00 0,35 1,19 1,27

Assoreamento (m³)

Tie

(m

m/h

)

Tie Bacia B181

a 81cm de

altura de

lâmina d'agua

04/02/2009

69 dias de

monitoramento

24/02/2009

89 dias de

monitoramento

11/04/2009

135 dias de

monitoramento

07/01/2009

41 dias de

monitoramento

45

Figura 16 – Variação da TIE em função da altura da coluna d’água em dois períodos de monitoramento distintos para a bacia de acumulação B051. Fonte: Dados da pesquisa.

No período das chuvas foram coletados os dados diariamente de acordo

com o que chovia, no ciclo pluviométrico de outubro de 2008 a junho de 2009, a

precipitação coletada foi de 881,5 mm, correspondendo a um volume de 881,5 l de

água por m².

O volume total de água retido pelas 14 bacias de acumulação

monitoradas durante o período observado foi de 4.884,3 m³ e o volume total de

sedimentos retido foi de 8,09 m³.

Com as chuvas os sedimentos da estrada, são carreados pela água e

acumulados dentro da bacia de acumulação, que leva um volume de terra

ocasionando o escoamento superficial e sendo depositado provocando o

assoreamento no fundo da bacia, sendo registrado e quantificado pelo medidor de

nível usado para determinar o volume da capacidade de armazenamento. Essa

deposição ocupa uma pequena parte no fundo da bacia, a qual seria ocupada pela

água e com isso diminuindo a capacidade de armazenamento necessária, ocasiona

também o selamento, o que esse interfere no processo e na infiltração da água para

a contribuição da recarga do lençol freático.

O comprimento total da estrada contribuinte para captação da água pelas

bacias de acumulação é de 1.631 m, além da parte externa correspondente a sua

margem, formando uma área interna da estrada e uma área externa da margem da

Tie na bacia de acumulação B051 vs. Coluna d'água

y = 0,4262e0,0239x

R2 = 0,9503

y = 0,0075e0,0531x

R2 = 0,9254

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

5,0

0 20 40 60 80 100 120

Coluna d'água (cm)

Tie

(m

m/h

)Tie na bacia

assoreada

2cm,

Dezembro

2008

Tie na bacia

assoreada

10cm, Abril

2009

46

estrada, que contribui para a captação das bacias de acumulação, a soma dessas

áreas interna e externa é de 28.613,25 m², multiplicando pela precipitação do ciclo

pluviométrico do período, totalizou um volume de 25.222,49 m³ de água, que caiu

dentro da área de total de contribuição.

As bacias de acumulação tendo a sua eficiência e sua importância, e a

proteção da área total contra a erosão hídrica e impedindo que essa quantidade de

sedimentos considerável de (8,09 m³) transportados pelo escoamento superficial,

atinja as nascentes, córregos, rios e cursos d’água superficiais causando assim

assoreamento e contaminação dos recursos hídricos.

O Coeficiente de Escoamento Superficial (CES) que é a relação entre a

Lâmina captada (LES) pela bacia de acumulação e a Lâmina total precipitada, teve

grande variação entre uma bacia e outra, por depender das características das

áreas, que contribuíram com o montante do escoamento e taxa de infiltração do solo

em relação a contribuição relativa a cada bacia. O valor médio de CES corresponde

também ao total em média que as bacias de acumulação contribuem com relação à

infiltração. Assim, elas estão infiltrando, em média, 12,3% do total precipitado e que

corresponde à porcentagem do total precipitado que estaria constituindo o

escoamento superficial nas áreas que as bacias de acumulação estão protegendo.

Destes 12,3%, uma pequena parcela ficará retida na matriz do solo e será utilizada

pelas plantas e perdida por evapotranspiração, e outra grande parte constituirá

recarga dos aquíferos.

47

5 CONCLUSÃO

Os resultados puderam comprovar a eficiência e aplicabilidade das

metodologias e do modelo computacional BARRALTIM 1.0 na avaliação e no

monitoramento das bacias de acumulação, constituindo-se como ferramenta

importante a ser utilizada no acompanhamento deste tipo de obra, permitindo

caracterizar tanto problemas construtivos quanto do desgaste com o decorrer do

tempo.

As bacias de acumulação monitoradas demonstraram resultados

satisfatórios. Os resultados indicam que estas estruturas são capazes de armazenar

e infiltrar grandes quantidades de água, sendo de grande contribuição para a

recarga do lençol freático.

Além de armazenarem e infiltrarem a água, as bacias de acumulação

monitoradas impediram que uma quantidade considerável de sedimentos

transportados pelo escoamento superficial atingisse os reservatórios e cursos d’água

superficiais, protegendo-os contra o assoreamento e a contaminação.

Apesar dos resultados sobre o monitoramento das bacias de acumulação

conduzir a conclusões interessantes sobre a eficiência destes sistemas, a avaliação

e o controle da erosão hídrica e a conservação do solo e da água, foram poucas as

unidades monitoradas, para uma conclusão definitiva, portanto, o universo amostral

deve ser ampliado para que os resultados obtidos sejam confirmados.

Com relação aos produtores, num primeiro momento houve resistência

por parte dos mesmos. A partir do momento que perceberam a importância das

práticas devido aos trabalhos desenvolvidos através de: palestras, reuniões nas

associações; visitas técnicas, os produtores passaram a ter maior aceitação no

sentido de melhorias das áreas degradadas e aproveitamento das águas das

chuvas.

48

REFERÊNCIAS

AMARAL FILHO, Z. P. Principais tipos de solo de Goiás e seu relacionamento com a susceptividade à erosão in: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO NO CERRADO, Goiana, 1990 anais... Campinas, Fundação Cargill, 1992, p. 68-92.

BENNETT, H. H. Soil conservation. New York, McGraw-Hill, 1939. 993 p.

BERTONI, J.; NETO, F. L. Conservação do solo. 5. ed. São Paulo: Editora Ícone, Coleção Brasil Agrícola, 2005. 355 p.

BERTOLINI, D.; DRUGOWICH, M. I.; LOMBARDE NETO, F.; BELINAZZI JÚNIOR, R. Controle de erosão em estradas rurais. Campinas: Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – CATI, 1993. 37 p.

BRANCO, S. M.; CAVINATTO, V. M. Classificação e manejo dos solos. In: Solos: a base da vida terrestre. São Paulo: Moderna, 1999. p. 54-57.

BRASÍL. Lei 9795/1999. Disponível no site:http://www.planalto.gov.br. Acesso em 10 maio 2011.

BUNCE, A. C. Economic of soil conservation. Ames, Iowa State College Press, 1942. 277p.

DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. São Paulo, Gaia, 1992.

EMATER-MG. Reportagem Programa Minas Rural. 2009. Disponível no site: http://www.emater.mg.gov.br/portal.cgi?flagweb=site_pgn_video_minas_rural&id=4234. Acesso em 01 maio 2011.

GRIEBELER, N. P., PRUSKI, F. F., TEIXEIRA, A. F., OLIVEIRA L. F. C. Software para dimensionamento e locação de sistemas de terraceamento. Artigo Técnico, Eng. Agríc., Dez. 2005, vol.25, no.3, p. 841-851. Disponível em www.ufv.br/dea/gprh.

GRIEBELER, N. P., PRUSKI, F. F., BRAGA, A. P.; ABRAHÃO, W. A. P. Variabilidade espacial da seção transversal de terraços posicionados em nível. Viçosa, Engenharia na Agricultura – Revista Trimestral Vol. 6 N.º 1. 1998.

IBRAM. Educação ambiental no Brasil. 2011. Disponível no site: http:// www.ibram.df.gov.br. Acesso em 01 maio 2011.

49

LIMA, Greycy Kellen Geber; SILVA, Maria de Nazaré Barroso da. Educação

ambiental na escola. Disponível no site:

http://www.webartigos.com/artigos/educacao-ambiental-na-escola/68767/. Acesso 01

de maio de 2011.

LOMBARDI NETO, F., BELLINAZZI JÚNIOR, R., LEPSCH, I.F. et al. Terraceamento agrícola. Campinas: Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado de São Paulo – Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, 1994. 39 p. (Bol. Téc. CATI nº 206).

LOPES, Andréa Rosa; GIOTTO, Ani Cátia. Educador Ambiental Crítico: Construindo Um Futuro Desejável. Revista Educação Ambiental em Ação. 2011. Disponível no site: HTTP://www.revistaea.org.htm. Acesso em 01 maio 2011.

LUZZARDI, Roberta do Espírito Santo. Educação Ambiental: Sustentáculo para o desenvolvimento da agricultura sustentável. Revista eletrônica Mestrado Educação ambiental. ISSN 1517-1256, v.17, julho a dezembro de 2006.

MARCATTO, Celso. Educação ambiental: conceitos e princípios. Belo Horizonte: FEAM, 2002.

MIRANDA, Jarbas H. de et al. Infiltration terrace design by volumetric balance method. Rev. bras. eng. agríc. ambient., Campina Grande, v. 8, n. 2–3, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/>. doi: 10.1590/S1415-43662004000200001. Acesso em: 15 maio 2011.

MIRANDA, A. C. R.; MELLO, E. L.; SILVA, D. P.; PRUSKI, F. F. Avaliação da capacidade de armazenamento de bacias de acumulação. Anais... XXXII Congresso Brasileiro de Ciência do Solo. Fortaleza-CE, 02 a 07 de agosto de 2009.

MOTTA, S. Introdução à engenharia ambiental. 2. ed. Rio de Janeiro: ABES, 2000. 416 p.

NORONHA, Inês de Oliveira. Educador ambiental: Ser ou não ser, eis a questão! Disponível no site: http://www3.mg.senac.br. Acessado em 01 maio 2011. SEMAD. Educação Ambiental para auto-transformação. 2011. Disponível no site: http://www.semad.mg.gov.br. Acesso em 01 maio 2011.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. Manual técnico do Subprograma de manejo e conservação do solo. Curitiba, 1989. 306 p.

50

PIRES, F. R.; SOUZA, C. M. de. Práticas mecânicas de conservação do solo e da água. 2. ed. Viçosa: Editora UFV, 2003. 176 p.

PROCHNOW, M. C. R. Análise ambiental da sub-bacia do Rio Piracicaba: subsídios ao seu planejamento. 1990. 330 p.

PRUSKI, F. F.; FERREIRA, P. A.; RAMOS M. M.; CECON, P. R. A model to design level terraces. Journal of Irrigation and Drainage Enginnering, New York, v.123, n.1, p. 8-12, 1997.

PRUSKI, F. F. Conservação do solo e água: práticas mecânicas para o controle da erosão hídrica. Viçosa: Editora UFV, 2006.

RAMOS, R. A. R; VIVIANE, E. Proposta de indicadores para suporte a decisão em gerência de vias não pavimentadas. In: CONGRESSO LUSO BRASILEIRO PARA O PLANEJAMENTO URBANO REGIONAL INTEGRADO E SUSTENTÁVEL, 2., 2006, Braga, Portugal. Anais eletrônicos. Disponível em < http://repositorium.sdum.uminho.pt /bitstream/1822/7195/1/ramos-cn-4-2006-proposta%20de%20indicadores%20 para%20suporte.pdf>. Acesso em 15 maio 2011.

SILVA, D. P.; MIRANDA, A. C. R.; PRUSKI, F. F.; MELLO, E. L. RODRIGUES, C. L. S. Metodologia para avaliação da eficiência de armazenamento em terraços de retenção. Parte I: desenvolvimento e estudo de caso. Anais... XVII Reunião Brasileira de Ciência de Solo e de Água. Rio de Janeiro, 10 a 15 de agosto de 2008.

51

ANEXOS

52

Resultados do Monitoramento da Conservação do Solo e Água e Educação

Ambiental.

Os resultados já começam aparecer como é o caso da educação

ambiental e o Projeto de Recuperação da microbacia do Ribeirão Jequitibá no

município de Funilândia, Parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV),

Grupo de Pesquisa de Recursos Hídricos (GPRH), Professor Fernando Falco Prusk,

conforme documentação fotográfica abaixo, detalhe do monitoramento de

conservação do solo e da água.,.

Anexo A – Readequação da estrada não pavimentada e as bacias de acumulação a

margem da estrada.

Figura a – Detalhe da readequação da estrada não pavimentada. Figura b – Detalhe das bacias de acumulação a margem da estrada. Fonte: O autor.

53

Anexo B – Bacia de acumulação captando a água da estrada.

Figura a – Detalhe da bacia de acumulação captando a água da estrada. Figura b – Detalhe do canal que leva a água e os sedimentos para a bacia de acumulação. Fonte: O autor.

Anexo C – Bacia de acumulação e o terraço com água.

Figura a – Detalhe da bacia de acumulação com água. Figura b – Detalhe do terraço com água. Fonte: O autor.

54

Anexo D – Equipamento pluviômetro.

Figura a – Detalhe do equipamento pluviômetro P005. Figura b – Detalhe do equipamento pluviômetro P003. Fonte: O autor.

Anexo E – Levantamento planialtimétrico e instalação do equipamento medidor de

nível na bacia de acumulação.

Figura a – Detalhe do levantamento planialtimétrico da bacia de acumulação. Figura b – Detalhe da instalação do equipamento medidor de nível na bacia de acumulação. Fonte: O autor.

55

Anexo F – Levantamento planialtimétrico e instalação do equipamento medidor de

nível no terraço.

Figura a – Detalhe do levantamento planialtimétrico do terraço. Figura b – Detalhe da instalação do equipamento medidor de nível no terraço. Fonte: O autor.

Anexo G – Medidor de nível, detalhe do bóia, do anel e o nível que a água atingiu,

captada pela bacia de acumulação.

Figura a – Detalhe do medidor de nível e a infiltração da água. Figura b – Detalhe da bóia, do anel, a infiltração da água e o nível que a água atingiu na bacia de acumulação. Fonte: O autor.

56

Anexo H – Medidor de nível, detalhe do bóia, do anel e o nível que a água atingiu,

captada pelo terraço.

Figura a – Detalhe do medidor de nível e o nível da água. Figura b – Detalhe da bóia, do anel, a infiltração da água e o nível que a água atingiu no terraço. Fonte: O autor.

Anexo I – Acumulo de sedimentos na bacia de acumulação e no terraço,

assoreamento ocasionado pela erosão hídrica escoamento superficial.

Figura a – Detalhe do acumulo de sedimentos na bacia de acumulação. Figura b – Detalhe do acumulo de sedimentos no terraço. Fonte: O autor.

57

Anexo J – Área degradada e a diferença na formação de vegetação de pastagem

com a prática mecânica de terraço.

Figura a – Detalhe da área degradada e a função do terraço. Figura b – Detalhe da formação da vegetação de pastagem com a prática mecânica de terraço. Fonte: O autor.

Anexo K – Curso sobre meio ambiente educação ambiental e visita técnica.

Figura a – Detalhe da capacitação água um recurso ameaçado. Figura b – Detalhe da visita técnica, capacitação artesanato e meio ambiente. Fonte: O autor.

58

Anexo L – Seminário de educação ambiental envolvendo toda a rede escolar de

ensino, municipal e estadual e caminhada ecológica.

Figura a – Detalhe do envolvimento dos professores e alunos. Figura b – Detalhe dos materiais produzindo pelos alunos para a caminha ecológica. Fonte: O autor.

Anexo M – Curso de Conservação do Solo e da Água, na Universidade Federal de

Viçosa – UFV.

Figura a – Detalhe da turma que participaram da capacitação. Figura b – Detalhe do curso coordenado pelo Prof. Fernando Falco Pruski e os orientandos do Grupo de Pesquisa de Recursos Hídricos – GPRH. Fonte: O autor.

59

Anexo N – Visita técnica dos técnicos do Rio Grande no Norte e de Alagoas.

Figura a – Detalhe da apresentação da unidade de monitoramento de conservação do solo e da água. Figura b – Detalhe da apresentação do Projeto de Revitalização da Bacia Hidrográfica Rio São Francisco. Fonte: O autor.

Anexo O – Visita técnica aos produtores e educação ambiental.

Figura a – Detalhe da visita ao produtor rural e a educação ambiental. Figura b – Detalhe da visita dos produtores rurais a nascente e o acompanhamento do assoreamento ocasionado pela erosão hídrica. Fonte: O autor.

60

Anexo P – Visita dos alunos do Curso Engenharia Ambiental UNIFEMM.

Figura a – Detalhe da visita técnica dos alunos do 3° Ano B, coordenada pela Prof. (a) Marília Queiroz, disciplina Controle Ambiental no Setor Primário. Figura b – Detalhe da apresentação da unidade de monitoramento de conservação do solo e da água. Fonte: O autor.

Anexo Q – Visita dos alunos do Curso Engenharia Ambiental UNIFEMM.

Figura a – Detalhe da visita técnica dos alunos do 3° Ano D/E, coordenada pela Prof. (a) Marília Queiroz, disciplina Controle Ambiental no Setor Primário. Figura b – Detalhe da visita técnica dos alunos 3° Ano C e a apresentação da unidade de monitoramento de conservação do solo e da água. Fonte: O autor.

61

Anexo R – Planilha levantamento chuvas – Dados pluviômetro.

Fonte: Dados da pesquisa.

62

Anexo S – Planilha levantamento chuvas – Medidor de nível.

Fonte: Dados da pesquisa.

63

Anexo T – Planilha BARRALTIM – Tutorial.

Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

64

Anexo U – Planilha BARRALTIM – Caderneta de campo.

Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

65

Anexo V – Planilha BARRALTIM – Identificação da bacia de acumulação.

Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

66

Anexo W – Planilha BARRALTIM – Entrada de dados – Bacia de acumulação retangular.

Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

67

Anexo X – Planilha BARRALTIM – Entrada de dados – Bacia de acumulação semi-circular.

Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

68

Anexo Y – Planilha BARRALTIM – Entrada de dados – Perfil das seções transversais da estrada.

Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

69

Anexo Z – Planilha levantamento chuvas – Dados pluviômetro P005.

Fonte: Dados da pesquisa.

70

Anexo AA – Planilha levantamento chuvas – Dados pluviômetro P003.

Fonte: Dados da pesquisa.

71

Anexo AB – Planilha levantamento chuvas – Medidor de nível B053.

Fonte: Dados da pesquisa.

72

Anexo AC – Planilha levantamento chuvas – Medidor de nível B054.

Fonte: Dados da pesquisa.

73

Anexo AD – Planilha levantamento chuvas – Medidor de nível T061.

Fonte: Dados da pesquisa.

74

Anexo AE – Planilha levantamento chuvas – Medidor de nível T066.

Fonte: Dados da pesquisa.

75

Anexo AF – Planilha relatório de avaliação da capacidade de armazenamento da bacia de acumulação B053.

Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

76

Anexo AG – Planilha relatório de avaliação da capacidade de armazenamento da bacia de acumulação B054.

Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

77

Anexo AH – Planilha relatório de avaliação da capacidade de armazenamento da bacia de acumulação T061.

Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

78

Anexo AI – Planilha relatório de avaliação da capacidade de armazenamento da bacia de acumulação T066.

Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

79

Anexo AJ – Planilha relatório de monitoramento da bacia de acumulação B053.

Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

80

Anexo AK – Planilha relatório de monitoramento da bacia de acumulação B053.

Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

81

Anexo AL – Planilha relatório de monitoramento da bacia de acumulação B053.

Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

82

Anexo AM – Planilha relatório de monitoramento da bacia de acumulação B053.

Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

83

Anexo AN – Planilha relatório de monitoramento da bacia de acumulação B054.

Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

84

Anexo AO – Planilha relatório de monitoramento da bacia de acumulação B054.

Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

85

Anexo AP – Planilha relatório de monitoramento da bacia de acumulação B054.

Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

86

Anexo AQ – Planilha relatório de monitoramento da bacia de acumulação B054.

Fonte: GPRH/UFV/BARRALTIM 1.0.

87