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MATERIAL DE APOIO AO PROFESSOR Educação Ambiental Ensino Transdisciplinar

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MATERIAL DE APOIO AO PROFESSOR

Educação AmbientalEnsino Transdisciplinar

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Esta publicação é parte integrante de Programas de Educação Ambiental que compõem Gestões Ambientais realizadas pelo Instituto Tecnológico de Trans-portes e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná em parceria com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.

2013

A equipe do Programa de Educação Ambiental do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná, tem por objetivo desenvolver ações educativas, a serem formuladas por meio de um processo participativo, visando dar formação aos setores sociais, com ênfase nos públicos diretamente beneficiados por empre-endimentos de infraestrutura rodoviária, para uma atuação efetiva na melhoria da qualidade ambiental e de vida destas populações.

Esta publicação foi desenvolvida como material de apoio aos educa-dores das escolas localizadas em municípios beneficiados por cons-truções de infraestrutura de transportes. Os objetivos desse trabalho estão elencados a seguir:

INTRODUÇÃO

TEXTO

Lucinéia PercigiliSusy Bortot Höpker

ILUSTRAÇÃO E PROJETO GRÁFICO

Luendey Maciel de Aguiar

COORDENAÇÃO DE DESIGN E REVISÃO DE TEXTOS

Dulce Maria Paiva FernandesDulce de Meira Albach

GESTÃO AMBIENTAL

Eduardo RattonGilza Fernandes Blasi

Márcia de Andrade Pereira

Objetivo geral:

• Dar subsídios teóricos e práticos aos profissionais envolvidos com a educação ambiental em áreas afetadas pela alteração da paisagem local em função de construções do Governo Federal.

Objetivos específicos:

• Contribuir com educadores locais fornecendo exemplos de atividades que possam ser utilizadas na práxis;• Sugerir diferentes ferramentas de trabalho e de leituras teó- ricas que embasem sua prática;• Despertar no profissional o interesse pela busca de mais infor- mações referentes ao assunto.

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Graças ao avanço da ciência e às novas descobertas, o século XIX foi mar- cado pela grande Revolução Industrial. Nos últimos séculos um modo de civilização se impôs trazendo a industrialização com sua forma de produção e organização do trabalho, além da mecanização da agricultura, que inclui o uso intenso de agrotóxicos, e a urbanização, como um processo de concen-tração populacional nas cidades.

As novas tecnologias possibilitaram, progressivamente, melhores condi- ções de vida: nossas casas são mais confortáveis e seguras; os eletrodomés- ticos facilitam as tarefas do lar; os transportes são mais variados e velozes; os meios de comunicação nos colocam em contato com o mundo inteiro; medicamentos e medidas preventivas permitem a cura e a eliminação de doenças. Por outro lado o progresso provocou problemas e danos sérios ao meio ambiente.

Ocorre que, para viver, necessitamos tanto do progresso como dos recursos naturais. Precisamos da natureza, do oxigênio, da fauna e flora, mas tam- bém da indústria com seus produtos, tais como as máquinas e os equipa-mentos, e precisamos da melhoria da infraestrutura urbana e rural do país.

Sendo assim, há que se encontrar o equilíbrio entre o desenvolvimento tec-nológico e o uso racional dos recursos naturais, e para isso o planejamento político e econômico dos governos deve priorizar as questões relativas ao meio ambiente. Entre essas prioridades, a educação é fundamental quando o que se pretende é transmitir não só conhecimentos, mas também propor-cionar meios para agir de forma consciente e ativa na comunidade. Eviden-temente, a educação sozinha não é suficiente para mudar os rumos atuais do planeta, mas é condição necessária para tanto.

Um importante passo para isso foi dado com a Constituição Federal pro- mulgada em 1988, quando a Educação Ambiental se tornou exigência cons-titucional, prevista no inciso VI do artigo 225 a ser garantida nas três instân-cias de governo: federal, estadual e municipal.

Mesmo anterior à Constituição Federal, a Política Nacional do Meio Ambien-te, instituída pela Lei nº. 6.938, de 31 de agosto de 1981, já atentava para a importância da Educação Ambiental em todos os níveis de ensino, inclusive a educação da comunidade, com o objetivo de capacitá-la para uma partici-pação ativa na defesa do meio ambiente.

A Conferência sobre Meio Ambiente Humano reunida em Estocolmo, em junho de 1972, e a ECO-92, realizada no Rio de Janeiro em 1992, tambémabordaram a questão da importância da Educação Ambiental para a forma- ção de uma consciência ecológica e para a construção de um mundo social-mente justo e ecologicamente mais equilibrado.

Instituída pela Lei nº. 9.795/99, e regulamentada pelo Decreto 4.281, de 25 de junho de 2002, a Política Nacional de Educação Ambiental entende por Educação Ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a cole- tividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997) vêm firmar esse compromisso com a construção da cidadania e o foco ambiental através dos conteúdos dos Temas Transversais (Ética, Pluralidade Cultural, Meio Ambiente, Saúde e Orientação Sexual) que prevêem a incorporação das problemáticas sociais na escola e apresentam a proposta em sua globalidade. “A transversalidade não é uma nova área ou disciplina curricular, ela deve ser incorporada nas áreas já existentes e no trabalho educativo da escola” (PCNs, 1997, v 8, p.15).

A perspectiva ambiental consiste num modo de ver o mundo em que se evidenciam as inter-relações e a interdependência dos diversos elementos na constituição e manutenção da vida. Em termos de educação, essa pers-pectiva contribui para evidenciar a necessidade de um trabalho vinculado aos princípios da dignidade do ser humano, da participação, da correspon-sabilidade, da solidariedade e da equidade. Ela contribui para a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidirem e atuarem na realidade sócio-ambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da sociedade, local e global (RADESPIEL, 2001).

No que se refere à área ambiental, há muitas informações, valores e procedi-mentos que são transmitidos à criança pelo que se faz e se diz em casa. Esse conhecimento deverá ser trazido e incluído nos trabalhos escolares, para que se estabeleçam as relações entre esses dois universos no reconheci-mento dos valores que se expressam por meio de comportamentos, técni-cas, manifestações artísticas e culturais.Para Radespiel (2001), o trabalho com a realidade local possui a qualidade de oferecer um universo acessível e conhecido e, por isso, passível de ser campo de aplicação do conhecimento. Grande parte dos assuntos mais sig-nificativos para os alunos está circunscrito à realidade mais próxima, ou seja, sua comunidade, sua região. E isso faz com que, para a Educação Ambiental, o trabalho com a realidade local seja de importância vital.

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Para isso, é importante que se possa atribuir significado àquilo que se apren-de sobre a questão ambiental. E esse significado é resultado da ligação que o estudante estabelece entre o que aprende e a sua realidade cotidiana, e também da possibilidade de utilizar o tal conhecimento em outras situações. A perspectiva ambiental oferece instrumentos para que o estudante possa compreender problemas que afetam a sua vida, a de sua comunidade, a de seus pais e a do seu planeta. Nesse sentido, as situações de ensino devem se organizar de forma a proporcionar oportunidades para que o aluno possa utilizar o conhecimento sobre o meio ambiente para compreender a sua re-alidade e atuar sobre ela.Nesse contexto o conceito de sustentabilidade evidencia a importância de se educar os cidadãos brasileiros para que, como empreendedores, venham a agir de modo responsável e com sensibilidade, conservando o ambiente saudável no presente e para o futuro; como participante de governo ou da sociedade civil saiba cumprir suas obrigações, exigir e respeitar os direitos próprios e de toda comunidade, tanto local como internacional; e, como pessoa, encontre acolhida para ampliar a qualidade de suas relações intra e interpessoais com o ambiente tanto físico quanto social.Para Freire (1979, p. 19), o homem “Quanto mais refletir sobre a realidade, sobre sua situação concreta, mais emerge, plenamente consciente, compro-metido, pronto para interferir na realidade para mudá-la”.

ATIVIDADES EXEMPLOS DE ATIVIDADES PARA DIFERENTES ETAPAS DA EDUCAÇÃO INFANTIL E DO ENSINO FUNDAMENTAL

Educador(a), não esqueça que estas atividades são

sugestões; você pode escolher outras músicas, tex-

tos, histórias infantis, trechos de filmes, documentá-

rios, reportagens de jornal ou revista, livros de lite-

ratura, história em quadrinhos, dinâmicas de grupo,

entre outros, sempre direcionadas ao conteúdo que

se pretende trabalhar.

O trabalho desenvolvido e os conteúdos escolhidos

devem ser graduados de acordo com os anos de en-

sino, atendendo à necessidade e à realidade local.

Neste material sugerimos alguns recursos que po-

dem ser utilizados no processo de aprendizagem, le-

tras de músicas (atividades 1 e 2) , poemas (ativida-

de 3), folders e panfletos institucionais (atividade 4).

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ATIVIDADE 1

DEUS E EU NO SERTÃO(VITOR E LEO)

Nunca vi ninguémviver tão felizComo eu no sert ão;Perto de uma mata e de um ribeirãoDeus e eu no sertão;Casa simplesinha, rede pra dormir,De noite o show no céu deito pra assistir;Deus e eu no sertão.As horas não seimas vejo o clarão.Lá vou eu cuidar do chão.Trabalho cantando,a terra é a inspiração,Deus e eu no sertão.Não há solidão,tem festa lá na vila,Depois da missa vouver minha menina.De volta pra casaqueima lenha no fogãoE junto ao som da matavou eu e um violãoDeus e eu no sertãoDeus e eu no sertãoDeus e eu no sertãouh uh uh no sertão

Objetivos

– Valorizar o estilo de vida e o lugar onde se vive, colocando-se como agente de mudança.– Interagir com a comunidade local trocando infor-mações e propondo atitu des de melhoria em suas condições de vida.

Encaminhamento metodológico

Trabalhar com a música de Vitor e Leo: Deus e eu no sertão.

Entregar a todos a letra da música, ler para eles e com eles. Em seguida ouvir a música e cantar com a turma (lembrar que a escola deve ser laica, não devendo entrar no mérito religioso, discutindo a mensagem que o autor teve intenção de passar).

Esse trabalho deverá proporcionar ao grupo uma discussão sobre sua identidade local, valorizando sua forma de vida e a comunidade onde está inse-rido (cidade, município, bairro, comunidade rural, e afins). Deverão visualizar o ambiente descrito na música e indicar semelhanças e diferenças com o seu.

Em seguida, fazer com eles a dobradura de dois barcos em papel que podem ser confeccionados em papel sulfite, jornal ou Kraft, entre outros.

PÚBLICO: 4º AO 9º ANO

Dinâmica “Dois barquinhos”

Escolher um dos barcos para indicar aspectos que lhes agradem relacio-na-dos ao local em que vivem e o outro barco será para indicar pontos que po-dem ser melhorados. O educador(a) deverá passar um barco por vez, solici-tando que cada estudante manifeste sua opinião em cada uma das situações propostas pela dinâmica, enquanto ele(a) registrará em cartaz as questões levantadas. Os aspectos podem estar relacionados ao rio, à rua de casa, à escola, à unidade de saúde local ou mesmo à cidade em geral (segurança, desenvolvimento agrícola, industrial, social, etc).

Terminada a passagem por todos os alunos, do primeiro e do segundo barco, o professor(a) pegará os dois barcos e juntos decidirão o melhor local para eles na sala, e juntamente com o cartaz, deverão ser expostos em local visí-vel a todos. É a partir dessas indagações, dos apontamentos feitos pelos es-tudantes, que o educador(a) planejará suas aulas contemplando a Educação Ambiental como um dos temas transversais previstos nos PCNs e na Política Nacional de Educação Ambiental.

Ex.: um(a) educando(a) indicou algo a ser melhorado na saúde, já que após banhar-se num final de semana em um rio, lago, lagoa, enseada, mar ou locais afins, contraiu uma doença veiculada pela água. O educador(a) apro-veita esse acontecimento para trabalhar nas aulas de:

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Ciências: Conteúdos referentes à água: usos e cuidados, conservação e há-bitos de higiene relacionados a água; potabilidade da água e a saúde; formas caseiras de tornar a água potável; formas de conservação dos rios nas cida-des; causas da poluição da água; tratamento da água e de esgoto; doenças relacionadas com a água (dengue, malária, cólera); vacinação, medicamen-tos, soros; saneamento básico: condições de moradia, acesso à água tratada e ao sistema de esgoto.

Matemática: unidade de medida l, ml, m³: gasto por pessoa/dia; por re-sidência/dia; por cidade/dia analisando contas de água dos alunos servidos pelo abastecimento público; unidade de valor monetário (analisando contas de água das residências dos alunos servidos pelo abastecimento público, valor da água/percentual para a coleta e tratamento do esgoto, se houver tal serviço no município).

Língua Portuguesa: Pesquisa: de onde vem a água usada em casa para alimentação, banho e usos em geral; trabalhar os novos vocábulos surgidos durante a dinâmica e apresentados na letra da música; produção de texto coletiva e individual sobre o assunto discutido na dinâmica.

Geografia: Água doce e sua disponibilidade para o consumo humano em diferentes lugares do Brasil e do mundo (rios, lagos, lagoas, lençol freático, geleiras); água salgada (mares e oceanos); proporção de água doce e salgada no planeta e disponibilidade desse recurso para uso potável da população (ANEXO 1).

História: A história da cidade, do bairro ou da localidade envolvida na cons-trução de infraestrutura de transporte, por meio de entrevista com mora-dores antigos ou fundadores do lugar e/ou fotografias antigas e atuais para comparação das mudanças ocorridas com o passar do tempo e a ocupação humana; escrever textos a partir das entrevistas ou das análises das fotografias.

ATIVIDADE 2 PÚBLICO: EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS (1º, 2º E 3º ANO)

Trabalhar com a turma a mesma música da atividade 1, no entanto, apre- sentá-la em cartaz grande em letras CAIXA ALTA. Ler para eles e fazê-los ler juntos com o educador. Ouvir e cantar a música.

Trabalhar a oralidade. Conversar com eles sobre o entorno de suas moradias, o que aparece na música que eles podem identificar próximo às suas casas. O educador poderá ir registrando essas palavras no quadro ou desenhando. Ex.: rua de chão ou asfaltada; mata ou rio; lagoa ou lago; rio ou mar; tipos de moradia: casa ou apartamento.

Fazer a dinâmica do barquinho com a mesma orientação dada para a ativi- dade 1.

Nessa dinâmica poderão surgir diferentes situações relacionadas ao ambien-te local como ocorreu na atividade 1, inclusive sobre a água.

Ciências: Ocorrência de água em diferentes ambientes terrestres; econo-mia de água; uso racional do recurso; cuidados com os cursos hídricos do município.

Geografia: Transformação das paisagens: mudanças e permanências dos elementos naturais e culturais da paisagem no processo de transformação do espaço e os efeitos da ação humana neste processo, principalmente nas transformações do curso hídrico.

História: Convidar um morador local antigo (pode ser parente de um estu-dante) para narrar sua história com aquele local (chegada, dificuldades en-contradas, mudanças que ocorreram e que melhoraram a qualidade de vida da população e o que pode ser feito para manter ou melhorar ainda mais a vida de todos da região).

Matemática: Unidades de medida: comprimento: cm e m; Capacidade: l, ml.

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Língua Portuguesa: Escolher palavras dentre aquelas apontadas na dinâ-mica para trabalhar com o grupo. Escrevê-las no quadro ou num cartaz em letras CAIXA ALTA com a participação de todos. Em seguida, trabalhar letra inicial e final de cada palavra; quantidade de letras em cada uma; consoan-tes e vogais; outras palavras iniciadas com a mesma letra; rima; troca, inver-são e supressão de letras para construção de novas palavras (ex.: Rio – Cio, Fio, Tio, – Ria, Lia, Tia, Bia, Mia, Via, etc.).

Educador(a), sugerimos o uso de alfabeto móvel por criança ou equipe, de acordo com a disponibilidade do material e o desen-

volvimento da turma.

Produção de frases e/ou texto coletivo e individual com alunos dos anos iniciais a partir das palavras e/ou situações apontadas

na dinâmica do barquinho.

Outra questão que poderá ser levantada durante a dinâmica “dois barqui- nhos” são problemas relacionados aos resíduos sólidos produzidos pela co-munidade local ou pela cidade e depositado por muitos moradores no rio. Essa seria uma situação facilmente contextualizada pelos estudantes e que proporciona um trabalho rico em sala de aula em qualquer ano do ensino fundamental e mesmo com a educação infantil.

Sendo assim, o educador poderá desenvolver atividades, dinâmicas, leitu-ras, produções, pesquisa nas diferentes áreas do conhecimento:

Ciências: Destino dado ao lixo nas cidades (lixões, aterros controlados, aterros sanitários, incineração, compostagem); alternativas para a utilização racional dos recursos minerais: reciclagem e consumo sustentável; ação dos decompositores no ecossistema urbano, como em aterros sanitários; evolu- ção tecnológica e os impactos ambientais que alteram a qualidade de vida: monoculturas, deposição de rejeitos industriais nos rios.

Matemática: Usando os dados conseguidos nas pesquisas da área de Lín-gua Portuguesa, trabalhar os conteúdos da área de matemática. Exemplo: medida de massa: tonelada; medida de tempo: década, século, milênio.

Geografia: Intervenção humana no ambiente: transformando as paisa-gens naturais; produzindo resíduos e retirando da natureza matéria-prima (minério, madeira, petróleo).

História: Questões socioambientais: o ambiente em que se vive; conheci-mento e preservação do patrimônio natural e cultural; impactos produzidos pelas transformações tecnológicas na sociedade, em diferentes tempos e espaços (produção e consumo de bens duráveis e não duráveis).

ATIVIDADE 3 PÚBLICO: 4º AO 9º ANO

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O BICHO(Manuel Bandeira)

Vi ontem um bichoNa imundice do pátioCatando comida entre os detritos.Quando achava alguma coisa,Não examinava nem cheirava:Engolia com voracidade.O bicho não era um cão,Não era um gato,Não era um rato.O bicho, meu Deus, era um homem.

A partir desse material levantado com os estudantes, realizar o trabalho de Língua Portuguesa contemplando os conteúdos da área. Utilizar os conhe-cimentos adquiridos por meio dos textos e propor a produção de folders explicativos sobre: os 7Rs; separação do lixo; prevenção ao surgimento de doenças veiculadas pelo lixo. A composição de paródias utilizando os co-nhecimentos construídos nas aulas de Língua Portuguesa, também é uma possibilidade.

Língua Portuguesa: Apresentar diferentes ti-pos de texto, antigos e atuais, que tratem da te-mática lixo. Por exemplo, “O bicho” de Manuel Bandeira, publicado no início do século XX, que trata de questões atuais. Buscar por meio de pes-quisas com os estudantes, textos informativos em sites oficiais atualizados, que tragam informações, tais como: a situação atual da produção de resídu-os sólidos no Brasil; a situação no seu município: coleta, quantidade tonelada/dia; deposição final (lixão, aterro controlado, aterro sanitário); resídu-os tóxicos: nível de toxicidade, riscos de contami-nação do solo e da água; doenças relacionadas ao lixo; coleta seletiva: vantagens, padrão internacio-nal de cores para lixeiras, tempo de decomposição de cada tipo de material: plástico, madeira, papel, vidro, alumínio, etc. Discutir com o grupo os Sete R’s: repensar, reduzir, reutilizar, reaproveitar, reciclar, recusar e recupe-rar (ANEXO 2).

7 R’s

RECICLAR

REPENSAR REDUZIR

REUTILIZAR

REAPR

OVEITARRECUSAR

RECU

PERA

R

Os resíduos sólidos causam inúmeros problemas ao meio ambiente, provo- cando a poluição do solo e dos rios e também atraindo animais vetores de doenças graves como a Dengue.

Esse é um assunto que deve ser abordado anualmente pela escola tendo em vista as epidemias ocorridas por todo o Brasil nos últimos anos. É necessário que o es-tudante compreenda que o mosquito é atraído para as cidades porque as cidades estão chegando aos habitats desses animais e insetos que, em busca de ali-mentos, encontram condições idênticas às de seus ambientes naturais nos quintais de nossas casas. Exemplo disso seria: dentro de garrafas plásticas vazias sem tampa, em pneus velhos depositados a céu aberto, em potes, vidros, frascos largados em terrenos baldios, em pratos de vasos de flores. Assim, pode-se usar diferentes materiais para o trabalho em sala de aula.

Língua Portuguesa: uso de folders e panfletos de campanhas do Minis-tério da Saúde e das secretarias estaduais e municipais de saúde sobre pre-venção e combate ao mosquito Aedes Aegypti.

Ciências: A dengue e a dengue hemorrágica: sintomas e profilaxia; preven-ção e combate ao mosquito.

Geografia: mudanças no ambiente natural provocadas pela ação humana, como as derrubadas e queimadas eliminando habitats e provocando a mi-gração de animais e insetos em busca de outro habitat.

ATIVIDADE 4 PÚBLICO: EDUCAÇÃO INFANTIL E 1º, 2º E 3º ANO

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A construção da ponte altera não só a paisagem local, mas também a cultura de um lugar. A vida de todos os moradores locais, de alguma maneira será afetada. Cada um poderá ver essa alteração de uma forma.

É necessário, a partir de agora, compreender e construir conceitos sobre essa mudança que sejam significativos para todos, onde todos deverão bus-car maneiras éticas e solidárias de se relacionar com esta nova perspectiva local.

O medo, a incerteza, a desconfiança são defesas naturais encontradas pelo ser humano para se resguardar de maiores problemas e/ou dificuldades. No entanto, permitir que sentimentos como esse prevaleçam é impedir todos de usufruir de um benefício local. Portanto, em:

História: Meios de transporte através dos tempos; transporte marítimo ao longo dos anos. Fotos de embarcações usadas no rio ao longo do tempo na região: canoas, barcos a remo, a motor, balsa, etc. Benefícios trazidos com todo o avanço tecnológico ao longo do tempo.

Matemática: Medidas de comprimento; tempo estimado para a constru-ção que está em andamento; número de funcionários contratados para a obra (se houver possibilidade de acesso a esta informação).

Geografia: Construção de maquetes representando a paisagem local antes e depois da obra.

Exposição, na escola, do material confeccionado em sala para apreciação de todos. Língua Portuguesa: explorar conteúdos referentes à oralidade através de uma roda de conversa, ou até mesmo da dinâmica da teia da vida; per-mitir que falem sobre seus desejos e anseios em relação a essa novidade; incentivá-los a relacionar aspectos positivos (benefícios) que a obra trará a comunidade, tais como: redução do tempo de deslocamento de uma locali-

dade a outra; melhora da comunicação entre municípios e estados vizinhos; escoamento rápido e seguro, com redução de custos do transporte, da pro-dução agrícola, pesqueira e industrial da região; rápido acesso a serviços públicos (saúde, bancos, escolas, etc.) localizados em municípios vizinhos. Propor como atividade, após esses apontamentos: a composição de músicas e/ou paródias sobre a obra. Produzir textos coletivos e individuais sobre o assunto.

Teia da Vida

passa o rolo para o próximo à sua frente, sempre segurando uma ponta do barbante. Assim segue até o último estudante participar da atividade e se-gurar o barbante. É importante que todos falem e segurem sua ponta sem deixá-la escapar e que o educador vá repetindo ou anotando no quadro o que está sendo dito por todos.Ao final, ainda com a teia formada, o educador deve iniciar a discussão mos-trando que a teia só se formou porque cada um que está em sua posição, realizou a atividade conforme lhe foi solicitado. É importante chamar-lhes a atenção para o fato de que, se alguém por algum motivo, deixar sua ponta escapar a teia não terá mais a mesma forma e função inicial. Aproveitar essa situação para mostrar-lhes como cada ser desse planeta tem uma função importante em seu habitat. No nosso caso cada um é importante, seja na nossa sala de aula, na nossa escola, na nossa casa, na comunidade, no país e no mundo. Levá-los a refletir que pequenas ações no dia-a-dia podem trazer consequências para todos no presente e no futuro. Atitudes positivas nos trazem resultados positivos, e vice-versa.Ao final, pedir que o rolo seja devolvido, partindo do último até o primeiro que irá enrolando a sua parte do barbante e entregando ao próximo que irá fazer o mesmo até o último.

Material: Rolo de barbante

Os estudantes devem ser dispostos em círculo sem as carteiras. O educador inicia a atividade mostrando aos alunos que o barbante deverá ser passado de estudante em estudante, sem-pre cruzando a sala. Cada um que pega o rolo de barbante segura na ponta diz uma palavra ou frase referente ao assunto em discussão e

ATIVIDADE 5 PÚBLICO: 4º AO 9º ANO

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares na-cionais: apresentação dos temas transversais e ética. Brasília: MEC/ SEF, 1997.

CURITIBA. Secretaria Municipal de Educação. Alfabetização Ecológica I- Fun-damentação Teórica e Consumo Sustentável. Unidade 1, 2001.

________. Secretaria Municipal de Educação. Alfabetização Ecológica II – A água e a vida no planeta. Unidade 2, 2002.

________. Secretaria Municipal de Educação. Alfabetização Ecológica III – Resíduos sólidos I: o lixo na história do homem. Unidade 3, 2003.

________. Secretaria Municipal de Educação. Alfabetização Ecológica IV – Resíduos sólidos II: alternativas de solução. Unidade 4, 2003.

FREIRE, Paulo. Conscientização. Teoria e prática da libertação. Uma introdu-ção ao pensamento de Paulo Freire. São Paulo: Cortez & Moraes, 1979.

GONÇALVES, Ana Maria. Dinâmica de grupos na formação de lideranças. Rio de Janeiro: DP&A editora, 2007.

QUEIROZ, Tânia Dias; et al. Temas Transversais Conteúdos Normais: propos-ta prática de construção do conhecimento transversal. São Paulo: Ed. Didá-tica Paulista, 2000.

RADESPIEL, Maria. Alfabetização sem segredos: eventos escolares. Conta-gem: Editora IEMAR, 2001.

ANEXO 1

Estatisticamente, podemos apontar a distribuição da água na Terra da se-guinte forma:

• 97,5% da água da Terra é salgada e está nos oceanos e mares.

• 2,5% de toda a água do planeta é composta de água doce, encontrada nos pólos, em geleiras, rios, lagos, açudes, represas, lençóis freáticos e aquífe- ros (águas subterrâneas mais profundas), na umidade do solo, no vapor da atmosfera e nos seres vivos.

A quantidade de água no planeta Terra é limitada.Fonte: Revista do Programa de Alfabetização Ecológica da

Secretaria Municipal de Educação de Curitiba, 2002.

Potencialmente disponível para uso huma-no resta 0,27% que está distribuída em rios e lagos. Esse volume corresponde a apenas 0,007% do total da água do planeta.

Desses 2,5%, 2,23% não estão facilmente disponíveis para uso humano, por estarem nas seguintes formas:• congelados;• em aquíferos;• na umidade do solo;• no vapor da atmosfera;• na matéria viva (seres vivos).

FONTE: ANNEL, ANA, 2001.

ÁGUA SALGADAÁGUA DOCE

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Caro educador(a), essas são informações muito abstratas para o público infantil e mesmo para o juvenil. Sendo assim, use a se-guinte estratégia para mostrar-lhes essa informação:

Se toda a água do mundo coubesse em uma garrafa de dois litros, a quantidade que efetivamente teria qualidade para ser consu-mida equivaleria a metade do volume da tampa (use uma garrafa para demonstrar isso aos alunos).

Leve-os à reflexão. Apesar de parecer um recurso abundante e infinito, na realidade a água é preciosa e deve ser cuidadosamen-te utilizada pelo ser humano.

Mostre a eles, também outros números que chamam a atenção:Em julho de 2001, a empresa de abastecimento público de água do Paraná (SANEPAR) indicou um gasto mensal para a população de Curitiba de 148 litros/dia por habitante. Esse número deve ser ainda maior nos meses de verão, sendo que no mês de julho a cidade está no pico do inverno.

Proponha para o grupo descobrir quanto é o gasto em litros por dia para uma família de 5 pessoas, para um bairro com 500 mo-radores, uma cidade com 12.000 habitantes... Vá sugerindo situ-ações ao grupo dentro dos conteúdos de matemática que per-mitam essas discussões acerca do uso sustentável da água, da elaboração de maneiras de usar a água sem desperdiçá-la, em casa, na escola.

ANEXO 2

7 R’s: Amigos do Meio AmbienteDisponível em: http://sites.google.com/site/reambientar/Home/os-7-r-s-do-meio-ambiente

Acesso em 16 ago. 2010

I – Conceito de Repensar

Geralmente agimos na vida automaticamente, sem analisar o que estamos fazendo, pois de antemão concluímos que todos fazem a sua parte. Mas é necessário parar para pensar:

1. Realmente precisamos de determinados produtos que compramos ou ganhamos?

2. Compramos produtos duráveis/resistentes, evitando comprar produtos descartáveis?

3. Evitamos a compra de produtos que possuem elementos tóxicos ou pe- rigosos?

4. Enterramos o nosso lixo, se não houver coleta do mesmo no bairro?

5. Evitamos queimar o lixo?

6. Lemos os rótulos dos produtos para conhecer as suas recomendações ou informações ambientais?

7. Usamos detergentes e produtos de limpeza biodegradáveis?

Recuperar

RepensarReduzir

ReutilizarReaproveitar

Reciclar

Recusar

7 R’s

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8. Utilizamos pilhas recarregáveis?

9. Não compramos produtos provenientes de trabalho escravo? 10. Não compramos produtos produzidos por crianças que são obrigadas a trabalhar?

11. Não compramos produtos de origem duvidosa?

12. Evitamos a compra de cadernos e papéis que usam cloro no processo de branqueamento?

13. Pegamos emprestado ou alugamos aparelhos/equipamentos que não usamos com frequência, ao invés de comprá-lo?

14. Não jogamos no lixo remédios, injeções e curativos feitos em casa, pro- curando uma farmácia ou um posto de saúde como uma alternativa de descarte?

15. Consertamos produtos em vez de descartá-los, substituindo-os por no- vos?

16. Deixamos os pneus velhos nas oficinas de trocas, pois elas são responsá- veis pelo seu destino adequado?

17. Deixamos a bateria usada do carro no local onde adquirimos a nova, certificando que existe um sistema de retorno ao fabricante?

18. Evitamos as pilhas de alto teor de chumbo, cádmio e mercúrio ou então, após o uso, devolvemos o produto para o revendedor?

19. Junto aos outros consumidores, exigimos produtos sem embalagens desnecessárias, assim como vasilhames?

20. Damos preferência a produtos e serviços que não agridem ao ambiente, tanto na produção, quanto na distribuição, no consumo e no descarte final?

21. Escolhemos produtos de empresas certificadas, isto é, que desenvol- vam programas sócio-ambientais e/ou que sejam responsáveis pelo produto após consumo?

II – Conceito de Reduzir

Portanto, devemos reduzir o consumo tomando as seguintes atitudes:

1. Comprar somente o necessário;

2. Comprar produtos duráveis;

3. Adotar um consumo mais racional;

4. Comprar produtos que tenham refil;

5. Diminuir a quantidade de pacotes e embalagens;

6. Evitar gastos desnecessários de papel para embrulhar presentes;

7. Levar sacolas ou carrinhos de feira para carregar compras, em substitui- ção às sacolas oferecidas pelas lojas e supermercados; e

8. Dividir com outras pessoas alguns materiais como: jornais, revistas e livros.

III – Conceito de Reutilizar

Este conceito está relacionado com a utilização de um produto ou embala- gem mais de uma vez.

Portanto, estaremos reutilizando quando:

1. Compramos produtos cujas embalagens são reutilizáveis e/ou reciclá- veis; 2. Quando usamos o verso da folha de papel para escrever;

3. Pintamos móveis antigos, fazendo-os parecer novos;

4. Trocamos a capa dos estofados;

5. Guardamos, para uso posterior, envelopes pardos que já foram usados, mas que continuam perfeitos;

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6. Fazemos a limpeza em objetos antigos, sem uso, para começar a reutili- zá-los;

7. Doamos produtos que possam servir as outras pessoas, como: revistas, livros, roupas, móveis, utensílios domésticos, etc; e

8. Consertamos brinquedos.

III – Conceito de Reaproveitar

Com o reaproveitamento, a quantidade de lixo diminui e ainda economiza-mos. E o ambiente agradece. Vejam como reaproveitar materiais no cotidia-no:

1. Não comprem sacos para lixo. Utilizem as embalagens das compras para jogá-lo fora;

2. Procurem comprar produtos que tenham embalagens que podem ter outro uso;

3. Caixas de sapato são ótimas para porta-trecos;

4. Potes de plástico ou de vidro são boas opções para guardar pregos, pa- rafusos, chips, etc;

5. Envelopes podem ser usados para guardar documentos ou fotografias; 6. Roupas usadas poderão ser recortadas ou tingidas;

7. Caixas de papelão poderão ser utilizadas para colocar produtos de lim- peza; e

8. Procuramos dar um novo destino aos objetos que foram utilizados.

V – Conceito de Reciclar

Através da reciclagem, os produtos (= lixo) serão transformados em matéria prima para se iniciar um novo ciclo de produção-consumo-descarte.O ambiente também agradece a reciclagem, pois a economia de água e de energia é muito grande. Podemos contribuir com a Reciclagem:

1. Comprando produtos reciclados;

2. Comprando produtos cujas embalagens sejam feitas de materiais reci- clados;

3. Participando de campanhas para coleta seletiva de lixo;

4. Organizem em seu trabalho/escola/bairro/rua/comunidade/igreja/casa um projeto de separação de materiais para coleta seletiva;

5. Entrando em contato com uma associação de catadores do seu bairro, distrito ou município para juntos traçarem um plano de trabalho que deverá ser desenvolvido no seu local de ação;

6. Só faça coleta seletiva de “lixo” que poderá ser encaminhado para local de reciclagem ou de venda;

7. Os materiais que poderão ser coletados, de modo geral, são: jornais, papéis, papelões, livros, vidros, plásticos, alumínio, outros materiais; e 8. Após a coleta encaminhar para uma associação de catadores ou direta- mente para a Indústria de reprocessamento.

VI – Conceito de Recusar

É dizer NÃO aos produtos que agridam o meio ambiente.

VI – Conceito de Recuperar

Temos de recuperar o que foi danificado; compensar o planeta pelos desgas-tes e retiradas que temos realizado.

Durante a explanação sobre os 5 R’s observamos a gama de ações que po-demos fazer para diminuir a quantidade de lixo produzida. Algumas ações são bem simples e dependem exclusivamente de cada um de nós; outras são mais complexas, pois além de demandar conhecimentos científicos e jurídicos, obriga-nos a uma organização em grupos/equipes/associações de cidadãos. O consumo sustentável depende da participação de todos. Espero que se possa, em breve, dizer: sou um Consumidor Ético, sou um Consumidor Consciente ou sou um Consumidor Verde.

novo!

novo!

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Evolução dos R’s

1º momento

3 R’s

1 Reduzir2 Reutilizar ou Reaproveitar3 Reciclar

ontem

2º momento

5 R’s

1 Reduzir2 Reutilizar3 Reaproveitar4 Reciclar5 Repensar

hoje

3º momento

7 R’s

1 Reduzir2 Reutilizar3 Reaproveitar4 Reciclar5 Repensar6 Recusar7 Recuperar

amanhã desejado

O mais importante:

Reinventar uma nova maneira de:viverconsumirproduzirtransportararmazenare até de prestar serviços financeiros

www.itti.org.brInstituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura com informações acer-ca do gerenciamento ambiental de diversos empreendimentos rodoviários (pontes, rodovias e hidrovias). Acesso em 20 set. 2010.

www.wwf.org.brVocê encontrará temas diversificados sobre meio ambiente: consumo sus- tentável, biodiversidade, ecossistemas, recursos naturais, entre outros, além de sugestões de atividades para trabalhar a temática ambiental de forma transversal e transdiciplinar. Acesso em 10 ago. 2010.

www.oboticario.com.brInformações diversas sobre meio ambiente, projetos ambientais, entre ou- tros. Acesso em 10 ago. 2010.

www.lixozero.com.brAborda assuntos relacionados à produção de alimentos orgânicos, uso de fertilizantes, compostagem entre outros. Acesso em 10 ago. 2010.

www.ibama.gov.brLegislações ambientais, informações sobre ecossistemas brasileiros, projetos ambientais desenvolvidos no país, entre outros. Acesso em 15 ago. 2010.

www.uniagua.org.brInformações gerais sobre água. Acesso em 15 ago. 2010.

www.escolakids.comConteúdos das diferentes áreas do conhecimento, ricamente ilustrado, in- clusive para abordar temas sobre meio ambiente e sustentabilidade. Acesso em 15 ago. 2010.

PARA SABER MAIS SOBRE O ASSUNTO SITES SELECIONADOS

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http://catalisa.org.br/siteDiversas informações sobre meio ambiente, textoteca, artigos, e links rela- cionados à temática ambiental. Acesso em 15 ago. 2010.

www.supereco.org.brInstituto que promove a educação ambiental visando a conservação do meio ambiente aliada ao desenvolvimento humano incentivando a mudança de comportamento. Acesso em 15 ago. 2010.

www.novaescola.com.brSite da revista Nova Escola da Editora Abril, voltado aos professores, com re- portagens, sugestões de atividades, planejamentos, plano de aula. Acesso em 15 ago. 2010.

www.ecolnews.com.br/agenda21Agenda 21. Acesso em 15 ago. 2010.

http://wp.clicrbs.com.br/blogarpuro/category/7rs-faca-voce-mesmoCom sugestões e vídeos de aproveitamento de materiais descartados. Aces-so em 15 ago. 2010.

http://www.ecopratico.com.br/index.phpTV Cultura – vídeos práticos sobre sustentabilidade. Acesso em 15 ago.2010.

http://www.cempre.org.br/CEMPRE – Compromisso empresarial para a reciclagem. Acesso em 10 ago.2010.

http://www.sununga.com.br/HDC/Vídeo A História das Coisas. Acesso em 10 ago. 2010.

http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001240/124085POR.pdfJovens Rumo à Mudança – O Guia. Kit de Formação para o Consumo Sus- tentável. Acesso em 10 ago. 2010.

www.energiasrenovaveis.comInformações sobre utilização racional de energia, eólica, hídrica, solar, entre outras. Acesso em 15 ago. 2010.

www.cifras.com.brDiversas letras de músicas e cifras, com busca fácil por artista, nome ou tre- cho de música. Acesso em 15 ago. 2010.

www.cifrasfx.com.brDiversas letras de músicas e cifras, com busca fácil por artista, nome ou tre- cho de música. Acesso em 15 ago. 2010.

Sugestões de Músicas

• Águas de Março – Tom Jobim• Oração de São Francisco – Fagner• Planeta Água – Guilherme Arantes• Água – Arrigo Barnabé e Arnaldo Antunes

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LITERATURA INFANTO-JUVENIL SUGESTÃO DE LEITURA

BRAIDO, Eunice. Reciclagem do papel. São Paulo: FTD, 1998.

BRAIDO, Eunice. Reciclagem do vidro. São Paulo: FTD, 1998.

BRANCO, Samuel Murgel. O saci e a reciclagem do lixo. São Paulo: Moderna, 2002.

CAPDEVILA, Roser. As trigêmeas, três gotas de água. São Paulo: Scipione, 2008.

GREEN, Jen. “Por que proteger a natureza?”: aprendendo sobre meio am-biente. São Paulo: Scipione, 2004.

KEMOUN, Hubert Ben. O pintor de aquarela: a água em todos os seus esta-dos. São Paulo: Scipione, 2002. (Coleção Radar 64).

KUPSTAS, Marcia. É preciso lutar. São Paulo: FTD, 2000.

LADEIRA, Julieta de Godoy. As latinhas também amam: um romance a favor da reciclagem. São Paulo: Atual, 2009.

LADEIRA, Julieta de Godoy. Aventuras e perigos de um copo d´água: uma guerra contra a poluição e a agressão à natureza. São Paulo: Atual, 2009.

LEITE, Marcelo. Meio ambiente e sociedade. São Paulo: Ática, 2005.

MACHADO, Ana Maria. Procura-se lobo. São Paulo: Ática, 2005.

MANNING, Mick. Reciclagem: a aventura de uma garrafa. São Paulo: Ática, 2008.

MATTOS, Neide Simões de. A poluição Atmosférica. São Paulo: FTD, 1997.

MATTOS, Neide Simões de. O ciclo da água. São Paulo: FTD, 1999.

MATTOS, Neide Simões de. A vida em sociedade.São Paulo: FTD, 1999.

MOREIRA, José Ricardo. Uma coisa puxa a outra. Curitiba: Aymará, 2008.

MOREIRA, José Ricardo. De quem é o pica-pau que pousou no meu quintal? Curitiba: Aymará, 2009. MUHRINGER, Sonia Marina. Lixo e sustentabilidade. São Paulo: Ática, 2007.

MURALHA, Sidónio. VALÉRIA e a vida. Curitiba: Edições Criar/Fundação Sidó-nio Muralha, 1988.

RISCHBIETER, Luca. O planetinha encharcado. Curitiba: Aymará, 2009.

RISCHBIETER, Luca. O planetinha tosse tosse. Curitiba: Aymará, 2009.

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PARA REFLETIR

Catalisa – Rede de Cooperação para Sustentabilidade

O Conceito de Sustentabilidade e Desenvolvimento SustentávelDisponível em: www.catalisa.org.br/site/

Acesso em 16 ago. 2010

Define-se por Desenvolvimento Sustentável um modelo econômico, político, social, cultural e ambiental equilibrado, que satisfaça as necessidades das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades. Esta concepção começa a se formar e difundir junto com o questionamento do estilo de desenvolvimento adotado, quando se constata que este é ecologicamente predatório na utilização dos recursos naturais, socialmente perverso com geração de pobreza e extre-ma desigualdade social, politicamente injusto com concentração e abuso de poder, culturalmente alienado em relação aos seus próprios valores e etica-mente censurável no respeito aos direitos humanos e das demais espécies. O conceito de sustentabilidade comporta sete aspectos principais, a saber:

• Sustentabilidade Social – melhoria da qualidade de vida da população, equidade na distribuição de renda e diminuição das diferenças sociais, com participação e organização popular;

• Sustentabilidade Econômica – públicos e privados, regularização do fluxo desses investimentos, compatibilidade entre padrões de produção e consu-mo, equilíbrio de balanço de pagamento, acesso à ciência e tecnologia;

• Sustentabilidade Ecológica – o uso dos recursos naturais deve minimizar danos aos sistemas de sustentação da vida: redução dos resíduos tóxicos e da poluição, reciclagem de materiais e energia, conservação, tecnologias lim-pas e de maior eficiência e regras para uma adequada proteção ambiental;

• Sustentabilidade Cultural – respeito aos diferentes valores entre os povos e incentivo a processos de mudança que acolham as especificidades locais;

• Sustentabilidade Espacial – equilíbrio entre o rural e o urbano, equilíbrio de migrações, desconcentração das metrópoles, adoção de práticas agríco-las mais inteligentes e não agressivas à saúde e ao ambiente, manejo susten-tado das florestas e industrialização descentralizada;

• Sustentabilidade Política – no caso do Brasil, a evolução da democracia representativa para sistemas descentralizados e participativos, construção de espaços públicos comunitários, maior autonomia dos governos locais e descentralização da gestão de recursos;

• Sustentabilidade Ambiental – conservação geográfica, equilíbrio de ecos-sistemas, erradicação da pobreza e da exclusão, respeito aos direitos huma-nos e integração social. Abarca todas as dimensões anteriores através de processos complexos.

O grande marco para o desenvolvimento sustentável mundial foi, sem dúvi-da a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimen-to, realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992 (a Rio 92), onde se aprovou uma série de documentos importantes, dentre os quais a Agenda 21, um plano de ação mundial para orientar a transformação desenvolvimentista, identificando, em 40 capítulos, 115 áreas de ação prioritária.

A Agenda 21 apresenta como um dos principais fundamentos da sustentabili-dade o fortalecimento da democracia e da cidadania, através da participação dos indivíduos no processo de desenvolvimento, combinando ideais de ética, justiça, participação, democracia e satisfação de necessidades. O processo iniciado no Rio em 1992, reforça que antes de se reduzir a questão ambiental a argumentos técnicos, deve-se consolidar alianças entre os diversos grupos sociais responsáveis pela catalisação das transformações necessárias.

Dentre alguns dos focos discriminados na Agenda 21, podemos destacar:

• cooperação internacional• combate à pobreza• mudança dos padrões de consumo• habitação adequada• integração entre meio ambiente e desenvolvimento na tomada de decisões• proteção da atmosfera• abordagem integrada do planejamento e do gerenciamento dos recursos terrestres• combate ao desflorestamento

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• manejo de ecossistemas frágeis: a luta contra a desertificação e a seca• promoção do desenvolvimento rural e agrícola sustentável• conservação da diversidade biológica• manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões relacio- nadas com os esgotos• fortalecimento do papel das organizações não-governamentais: parceiros para um desenvolvimento sustentável• iniciativas das autoridades locais em apoio à Agenda 21• a comunidade científica e tecnológica• fortalecimento do papel dos agricultores• transferência de tecnologia ambientalmente saudável, cooperação e forta- lecimento institucional• a ciência para o desenvolvimento sustentável• promoção do ensino, da conscientização e do treinamento

Declaração Universal dos Direitos da Água

Disponível em: http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/agua/declaracao.htmlAcesso em 16 ago. 2010

De acordo com a Declaração Universal dos Direitos da Água, ela é seiva do nosso planeta e condição essencial da vida na terra. Confira os artigos:

Art. 1º – A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente res-ponsável aos olhos de todos.

Art. 2º – A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como seriam a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado do Art. 3 º da Declaração dos Direitos do Homem.

Art. 3º – Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipu-lada com racionalidade, precaução e parcimônia.

Art. 4º – O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilí-brio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

Art. 5º – A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

Art. 6º – A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

Art. 7º – A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discerni-mento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de dete-rioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

Art. 8º – A utilização da água implica no respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

Art. 9º – A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

Art. 10º – O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solida-riedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.

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Declaração Universal dos Direitos da Mãe Terra

Disponível em: http://www.tnsustentavel.com.br/noticia/3030/declaracao-universal-dos-direitos-da-mae-terra-gera-polemica. Acesso em 16 ago. 2010

A elaboração de um projeto de Declaração Universal dos Direitos da Mãe Ter-ra, que está entre os objetivos da Conferência Mundial dos Povos, realizada em Cochabamba, Bolívia, enfrentou ontem (21/4) dificuldades para chegar a um texto consensual, depois que a proposta do grupo formado para debater o assunto foi apresentada à assembleia geral. Assim que o texto foi lido, de-zenas de participantes se colocaram em fila, diante do microfone, para criti-car e propor modificações no documento. A assembleia, além de numerosa, era representada por etnias, culturas e formações das mais diversas.

A proposta recebeu críticas que variaram desde os detalhes redacionais e se-mânticos até observações conceituais. Durante mais de uma hora de deba-tes, ouviu-se de tudo. Desde os que consideraram o texto demasiadamente “antropocêntrico” até os que pretendiam inserir no documento a proibição de sacrifícios de animais em rituais religiosos, em experiências cientificas, a proibição da propriedade privada da terra, sem falar nos comentários sobre o sentido da vida, o significado da palavra ser, entre outras. Mas o grupo de trabalho sobre a Declaração de Direitos da Mãe Terra não foi o único que enfrentou dificuldades para sua aprovação. Durante toda a tarde e parte da noite, os 17 grupos de trabalho enfrentaram uma platéia atenta e participa-tiva, que protestou de todas as formas, mesmo sem o microfone nas mãos, tentando incluir nos documentos finais as mais diversas reivindicações.

Numa tradução livre, segue abaixo a proposta apresentada à assembleia geral.

Projeto de Declaração Universal dos Direitos da Mãe Terra

Preâmbulo

• Nós, os povos e nações do mundo, considerando que todos e todas somos parte da Mãe Terra, uma comunidade indivisível e vital de seres independen-tes, interrelacionados e com um destino comum;

• Reconhecendo com gratidão que a Mãe Terra é fonte de vida, alimento, e ensinamento e provê tudo o que necessitamos para viver bem;

• Reconhecendo que os modelos econômicos atuais não estão em harmo-nia com a Mãe Terra, que produzem depredação, exploração e abuso e tem causado grande sucção, degradação e alteração da Mãe Terra colocando em risco a vida como hoje a conhecemos, produto de fenômenos como a mu-dança climática;

• Convencidos de que em um sistema interdependente não é possível reco-nhecer diretos somente para a parte humana sem provocar um desequilíbrio de todo o sistema;

• Afirmando que para garantir os direitos humanos é necessário reconhecer e defender os direitos da Mãe Terra e todos os seres, e que há culturas que o praticam e o fazem;

• Consciente da urgência de tomar ações coletivas para transformar as es-truturas que causam o câmbio climático e outras ameaças à Mãe Terra;

• A assembleia geral proclama a presente Declaração dos Direitos da Mãe Terra, com propósito comum, para todos os povos e nações do mundo, a fim de tanto indivíduos como instituições se responsabilizem por promover, mediante ensinamento, educação, conscientização e respeito a esses direi-tos, a essa declaração, e assegurar com medidas e mecanismos imediatos e progressivos, de caráter nacional e internacional, seus reconhecimentos e aplicações universais e efetivos entre todos os povos e estados membros;

Artigo 1 – A Mãe Terra é um ser vivo

1. A Mãe Terra é uma comunidade única e indivisível, autorregulada, de seres interrelacionados, que sustém, contém e produz todos os seres;

2. Cada ser se define por suas próprias relações como parte integrante da Mãe Terra;

3. Os direitos inerentes da Mãe Terra são inalienáveis, no entanto derivam da mesma fonte de existência;

4. A Mãe Terra e todos os seres têm seus direitos inerentes, reconhecidos nesta declaração sem distinção e nenhum tipo de discriminação entre se-res orgânicos e inorgânicos, espécie, origem, uso para os seres humanos ou qualquer outro status;

5. Assim como para os seres humanos existem direitos, todos os seres da Mãe Terra têm direitos que são específicos à sua condição e apropriados para sua região e função dentro da comunidade nas quais existem;

6. Os direitos de cada ser estão limitados pelos direitos de outros seres e qualquer conflito entre esses direitos devem se resolver de maneira a man-ter a integridade, equilíbrio e a saúde da Mãe Terra;

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Artigo 2 – Direitos inerentes da Mãe Terra

7. A Mãe Terra e todos os seres que a compõem têm os seguintes direitos inerentes:

a. Direito à vida e existência;

b. Direito de ser respeitada;

c. Direito à continuação de seu ciclo e processos vitais livre das alterações humanas;

d. Direito de manter sua identidade e integridade como ser diferenciado, autorregualdo e inter-relacionado;

e. Direito à água como fonte de vida;

f. Direito ao ar limpo;

g. Direito à saúde integral;

h. Direito a estar livre da contaminação, da poluição e de dejetos tóxicos e radiativos;

i. Direito de não ser alterada geneticamente e modificada em sua estrutura, ameaçando sua integridade ou funcionamento vital e saudável;

j. Direito a uma restauração plena e pronta pela violação aos direitos reco- nhecidos nesta declaração, causados pelas atividades humanas;

8. Cada ser da Mãe Terra tem direito a um lugar e a desempenhar seu papel na Mãe Terra para seu funcionamento harmônico;

9. Todos os seres têm o direito ao bem estar e a viver livre de tortura ou trato cruel pelos seres humanos;

Artigo 3 – Obrigações dos seres humanos com a Mãe Terra

1. Todos os seres humanos, estados partes e todas as instituições públicas e privadas devem:

a. Atuar de acordo com os direitos e obrigações reconhecidas nesta declara- ção;

b. Reconhecer, promover a aplicação e implementação plena dos direitos reconhecidos nesta declaração;

c. Promover e participar da aprendizagem, análises, interpretações e comu- nicação sobre como viver em harmonia com a Mãe Terra de acordo com esta declaração;

d. Assegurar que a busca do bem estar humano contribua para o bem estar da Mãe Terra, agora e no futuro;

e. Estabelecer e aplicar efetivamente normas e leis para a defesa, proteção e conservação dos direitos da Mãe Terra;

f. Respeitar, proteger conservar quando for necessário, restaurar a integri- dade dos ciclos, processos e equilíbrios vitais da Mãe Terra;

g. Garantir que todos os danos causados por violações humanas dos direitos inerentes reconhecidos nesta declaração sejam retificados e que os res- ponsáveis se responsabilizem por restaurar a integridade e saúde da Mãe Terra;

h. Conceder o poder aos seres humanos e instituições para que defendam os direitos da Mãe Terra e de todos os seres;

i. Estabelecer medidas de precaução e restrição para prevenir que as ativi- dades humanas conduzam à extinção de espécies, à destruição de ecos- sistemas ou alteração dos ciclos ecológicos;

j. Garantir a paz e eliminar as armas nucleares, químicas e biológicas;

k. Promover e apoiar práticas de respeito à Mãe Terra e de todos os seres de acordo com suas próprias culturas, tradições e costumes;

l. Promover sistemas econômicos em harmonia com a Mãe Terra de acordo com os direitos reconhecidos nesta declaração;

Artigo 4 – Definições

1. O termo ser inclui os ecossistemas, comunidades naturais, espécies e ou- tras identidades naturais que existem como parte da Mãe Terra;

2. Nada nesta declaração poderá restringir o reconhecimento de todos os direitos inerentes dos seres ou de qualquer ser em particular.

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• Buscando economizar energia? Recebi agora o jornalzinho da Universida- de de Duke onde estive no ano passado, com uma expressão deste agigan- tamento de coisas simples que a academia tanto gosta. Esta, que é uma das maiores universidades norte-americanas, resolveu depois de centenas de anos pensar em compostar os restos de alimento de dois de seus restauran-tes. Repito: pensar em compostar.

Há um time agora medindo quanto resíduo orgânico eles produzem, fazendo cartazes e muito barulho, tiraram até as bandejas de uso para tentar reduzir a quantidade de comida desperdiçada. Compostagem ainda nada, mas eles já falaram até que estão reduzindo o aquecimento global com essa iniciativa revolucionária que ganhou o prêmio do Sustainable Endownments Institute.

A comparação entre o Olimpo das universidades norte-americanas e a reali-dade brasileira é quase sempre ingrata. Repito: quase.

Em Jacareí (SP), o aluno Lucas de Carvalho, de 11 anos, da escola João Vitor Lamanna, explica para um repórter como funciona a compostagem que sua escola faz há dois anos. Seus olhos não viram e tampouco ele usa palavras rebuscadas. A composteira está do lado dele, cheia de lixo e ao lado da hor-ta que vem recebendo a matéria orgânica pronta. Sua fala é natural como quando falamos de coisas óbvias.

Eu conheço o esforço dessa escola para manter uma estrutura simples de madeira onde o lixo se transforma em húmus. Há dois anos eu os ajudei a começar isso. Tenho também ajudado a escola Hilda Soares em Cambé (PR) a fazer o mesmo. Há coisa de um ano, a aluna Ana Sarah, de 6 anos, deu um show diante do aterrorizador microfone do repórter dizendo que não pode jogar casca de banana no chão, tem de jogar na composteira, depois ela vira uma terrinha para a gente colocar nas plantas.

Durante este ano, conseguimos que a prefeitura de Londrina adotasse a compostagem como técnica pedagógica e o prefeito tem inaugurado pes- soalmente quatro delas por semana em agosto. Até o fim do ano não have- rá escola municipal sem composteira.

A “significante contribuição teórica para a mudança no paradigma do trata- mento dos resíduos sólidos da acadêmica Ana Sarah” como diria alguém lá de Duke, pode ser vista no site do Programa Globo Universidade de 27 de junho de 2009.

O mundo seria muito melhor se houvesse mais dessas pequenas cabeças com grandes ideias.

A cena já se repetiu um milhão de vezes comigo. A pessoa falando em tom de voz normal responde à pergunta “Sobre o que mesmo é sua pesquisa?” com palavras complicadas. Seu tom de voz agora beira o sagrado, mas geralmente está falando de coisas simples, às vezes simplórias.Nós criamos esse comportamento ao dar ao conhecimento este caráter sério desde a escola fundamental. Não podemos nem reclamar.

Pequenas cabeças, grandes ideias

Efraim Rodrigues

Publicado em 13/08/2010 | [email protected]

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Há 25 anos eu era maluco de querer viver à custa de despoluir o mundo, plantar árvores e coisas do gênero, mas naquela época isso era no máximo uma brincadeira de fim de semana. Agora parece que todos não fazem ou- tra coisa. Na falta de argumento melhor, a pessoa se diz um grande ambien- talista porque sua tia tem uma horta cercada de garrafas PET. Infelizmente, esse caso não saiu da minha imaginação.As empresas não estão muito longe disso, afinal são feitas e cuidadas por pessoas. Ontem vi um saquinho de papel “feito com fibras 100% recicláveis”, da mesma forma que todos que compram cartões de loteria são “miliona- riáveis”. Qualquer matéria-prima é reciclável, mas precisa colocar a cabeça para funcionar.

• Pequenas cabeças, grandes ideias. A última moda agora é comprar uma ONG para dizer que aquele produto é “legal”. ONGs, que também são feitas e cuidadas por pessoas, estão à venda, algumas são até uma barganha.

Todas, até a mais respeitável, tem custos fixos e estão dispostas a conver- sar com o diabo para dar conta deles. E o diabo pode propor, por exemplo, imprimir algo como a “ONG Paz e Amor certifica que somos uma empresa amiga do verde”.

Desconfie principalmente do palavrório genérico. Caçadores de marcianos são amigos de verdinhos, investidores gostam das notas verdes e os fãs da mulher melancia também são amigos do verde. Procure por termos como:

“Este produto é feito com X% de material reciclado”, ou, ainda melhor, reu- tilizado.

Greenwashing é o jargão internacional para esta conversa desprovida de conteúdo, e não é novo. A Vale já fazia isso há décadas, mas com o aumento do interesse de seus compradores sobre a origem do produto, migraram da

conversa para a realidade em vários aspectos, ainda que não em todos. Por isso, é um tanto infantil, mas ainda assim positivo, que as misses agora te-nham de abraçar uma causa ambiental, e não falo isso pelos vários colegas animados com a possibilidade de trocarem abraços das árvores pelos bra- ços de uma miss. Dando o devido tempo de amadurecimento, o discurso infantil torna-se adulto e verdadeiro.

O verdadeiro problema que se esconde atrás do marketing ambiental é que, se ele for realmente verdadeiro, terá de dizer que a opção mais ambiental de todas é não comprar. Reciclar e reutilizar são somente alternativas para quando não for possível reduzir. Ainda melhor que comprar o produto reci- clado, certificado e abençoado é reduzir suas necessidades de modo a não comprá-lo.

Da próxima vez que for ao supermercado, leia com atenção e desconfie de alguém cuja melhor história para contar é “Sou um ‘milionariável’”.

Greenwashingou safadeza ambiental?

Efraim Rodrigues

Publicado em 13/08/2010 | [email protected]

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