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Educação Ambiental: Uma Contribuição aos Estudos Históricos sobre o Ambientalismo Através da Mídia Impressa do Rio Grande (RS) Bread Soares Estevam 1 Resumo O presente texto traz no seu cerne uma proposta de pesquisa para o mestrado de Educação Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande. Dentro da linha de pesquisa de Educação Ambiental Não-formal propomos como fenômeno de pesquisa o movimento ecológico do Rio Grande do Sul. A pesquisa será desenvolvida dentro dos parâmetros teórico-metodológicos da História Ambiental que é subsidiária de conhecimento da Educação Ambiental. O contexto socioambiental que a pesquisa enfoca é o município do Rio Grande Estado Rio Grande do Sul nas décadas de 1970-80. No centro desta reflexão estará o ser humano em interação com o ambiente. A fonte de pesquisa é a “mídia impressa diária” denominada de Jornal Agora. Palavras-chaves: Educação Ambiental; História Ambiental; Movimento Ecológico; Mídia Impressa; Crônicas Ecológicas e Representações ambientais. APRESENTAÇÃO O Brasil e o mundo estão passando por um momento singular. A atual crise ambiental, relacionada à degradação dos recursos naturais, à exploração desordenada de um grupo humano sobre a natureza e deste ainda sobre os seus semelhantes, nos apontam reflexos da cultura Ocidental Moderna e do sistema capitalista vigente, 1 Mestrando em Educação Ambiental FURG [email protected] .

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IImmpprreessssaa ddoo RRiioo GGrraannddee ((RRSS))

Bread Soares Estevam1

Resumo

O presente texto traz no seu cerne uma proposta de pesquisa para o mestrado de Educação Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande. Dentro da linha de pesquisa de Educação Ambiental Não-formal propomos como fenômeno de pesquisa o movimento ecológico do Rio Grande do Sul. A pesquisa será desenvolvida dentro dos parâmetros teórico-metodológicos da História Ambiental que é subsidiária de conhecimento da Educação Ambiental. O contexto socioambiental que a pesquisa enfoca é o município do Rio Grande Estado Rio Grande do Sul nas décadas de 1970-80. No centro desta reflexão estará o ser humano em interação com o ambiente. A fonte de pesquisa é a “mídia impressa diária” denominada de Jornal Agora.

Palavras-chaves: Educação Ambiental; História Ambiental; Movimento Ecológico; Mídia Impressa; Crônicas Ecológicas e Representações ambientais.

APRESENTAÇÃO

O Brasil e o mundo estão passando por um momento

singular. A atual crise ambiental, relacionada à degradação

dos recursos naturais, à exploração desordenada de um

grupo humano sobre a natureza e deste ainda sobre os

seus semelhantes, nos apontam reflexos da cultura

Ocidental Moderna e do sistema capitalista vigente, 1 Mestrando em Educação Ambiental FURG – [email protected] .

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constituído pela busca incessante do lucro e responsável

por diversas conseqüências cotidianamente observadas,

como a desigualdade social, o consumo desordenado e a

descartabilidade cultural.

Nesse ciclo, as atividades humanas que transformam

e agem no e sobre o ambiente, geram, entre outras coisas,

resíduos que podem alterar as condições dos

ecossistemas, nos alertando para a necessidade de

revermos nossa cultura e o dito modelo de vida atual.

A crise ambiental é a crise do modelo de vida adotado

pelo mundo ocidental. Esta, não é, portanto, apenas

localizada e sim uma crise planetária. Nossa cidade, Rio

Grande (RS) é também um exemplo marcante desse

modelo. Seu crescimento urbano nos faz sentir as

conseqüências da atual “expansão econômica”, carente de

políticas públicas eficientes na área social e também na

área ambiental. Dessa forma, é fato e assim também

reconhecemos que nos últimos anos, esta cidade recebeu

investimentos públicos e privados no setor industrial,

petrolífero, naval e universitário. O atual governo investe na

construção de pólos desenvolvimentistas de infra-estrutura,

gerando assim a possibilidade de crescimento econômico,

porém a nosso entender, um crescimento questionável ou

pelo menos, um crescimento que não acompanhou em sua

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totalidade outras iniciativas socioambientalmente

necessárias. Ocorreu algo semelhante na década de 1970.

Dessa forma, o ambiente do município do Rio Grande

se apresenta ainda como um campo vasto para projetos de

Educação Ambiental, até como em decorrência da

coexistência da organização sócio-econômica urbano-

industrial que se situa em linha de fronteira com o

riquíssimo ecossistema costeiro da Laguna dos Patos,

tendo também interação com o Oceano Atlântico.

A partir disso, no Programa de pós-graduação em

Educação Ambiental (PPGEA – FURG), dentro da linha de

pesquisa de Educação Ambiental Não-formal (EANF)

propomos como fenômeno de pesquisa o movimento

ecológico do Rio Grande do Sul. A pesquisa será

desenvolvida dentro dos parâmetros da História Ambiental,

na qual uma de suas funções é atuar na construção de

subsídios teórico-metodológicos para a Educação

Ambiental.

O contexto socioambiental que a pesquisa enfocará é

o município do Rio Grande - Estado Rio Grande do Sul -

nas décadas de 1970-80. No centro desta reflexão estará o

ser humano em interação com o ambiente sob um olhar

histórico.

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A fonte de pesquisa é a “mídia impressa” denominada

de Jornal Agora. Nossa investigação será direcionada a

identificar as contribuições da AGAPAN (Associação

Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural) núcleo do

município do Rio Grande para a História Ambiental e o seu

legado para a Educação Ambiental. O projeto de pesquisa

que apresentamos está vinculado com a nossa atividade

acadêmica. Nosso vinculo com as questões ambientais

iniciou-se através de uma pesquisa feita no Jornal Agora,

onde encontramos textos que tratavam de temas sociais e

ambientais, ou seja, as chamadas “Crônicas Ecológicas”.

JUSTIFICATIVA

Como já explicitamos na apresentação deste projeto,

vivemos uma crise ambiental de repercussão planetária,

gerada inclusive pelo atual modo de vida. São inúmeros os

problemas que se apresentam e para pensarmos a

resolução dessas questões, acreditamos ser necessário

compreender o modelo atual de vida em suas várias

dimensões, pois como já citamos, não há como existir

sustentabilidade dentro de um modelo que por si só é

insustentável, tendo em vista as suas práticas e objetivos.

Nesse processo, algumas ações podem se apresentar

como ferramentas possíveis para o auxílio da compreensão

de tal situação e entendemos ser coerente que o nosso

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projeto aqui apresentado, contemple o Programa Nacional

de Educação Ambiental (ProNEA) (2003, p. 5), quando este

afirma que:

[...] as estratégias de enfrentamento da problemática ambiental, para surtirem efeito desejável na construção de sociedades sustentáveis, envolvem uma articulação coordenada entre todos os tipos de intervenção ambiental direta, incluindo nesse contexto as ações em educação ambiental

2.

Assim, a partir dessa compreensão, temos como

principais justificativas para esta pesquisa: os estudos

sobre as questões socioambientais nos campos não

formais e informais da Educação Ambiental, enfatizando a

pesquisa sobre o movimento ecológico, o desenvolvimento

humano e sistêmico e a compreensão da interligação dos

espaços ambientais. Visamos uma investigação da

participação da AGAPAN nos processos decisórios no

manejo dos ecossistemas costeiros locais em busca da

construção coletiva de sociedades sustentáveis e na

construção da identidade dos “sujeitos ecológicos” 3.

A interpretação que propomos neste projeto de

pesquisa está respeitada a um enfoque de compreensão

que relaciona o ser humano ao ambiente, especificamente,

um grupo de seres humanos que se autodenominam, na

2 (PRONEA), 2003, op. Cit.

3 CARVALHO, 2011, op. Cit.

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década de 1970, de AGAPAN (Associação Gaúcha de

Proteção ao Ambiente Natural) diante de práticas de

degradação socioambiental impostas pelo projeto de

desenvolvimento do governo militar ao meio natural e o

social.

Dessa forma, traremos nossa contribuição a partir de

nossa área de formação: a História. De acordo com o

pensamento do historiador Fernand Braudel que embasou

suas concepções no geógrafo Vidal de La Blache,

absorvendo os conceitos de “meio” e “espaço”, na qual o

“tempo histórico” se articula com o “ambiente”. Braudel

analisa as paisagens, elementos climáticos, vegetais e

animais inseridos no contexto histórico.

Daniel Prado (2008), embasado em Braudel, nos diz

que, a partir da compreensão do espaço, torna-se possível

ao historiador à ampliação de respostas aos

questionamentos da história da humanidade, tornando-se

um fator adicional na explicação da interação das

sociedades com a natureza, tema de pesquisa inserido nas

discussões de Educação Ambiental.

Dentro das perspectivas acima citadas, inserimos na

nossa discussão o conceito de História Ambiental. Para

Donald Worster, ...parte de um esforço revisionista para

tornar a disciplina da História muito mais inclusiva nas suas

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narrativas do que ela tem tradicionalmente sido. Acima de

tudo, a História Ambiental rejeita a premissa convencional

de que a experiência humana se desenvolve sem

restrições naturais, de que os humanos são uma espécie

distinta e “supranatural”, de que as conseqüências

ecológicas dos seus feitos passados podem ser ignoradas4.

Ainda conforme Worster, a História Ambiental trata do

papel e do lugar da natureza na vida humana5.

De acordo com GERHARDT e NODARI (2010), a

História Ambiental também estuda as compreensões, os

discursos, as explicações que as pessoas elaboram sobre

a natureza e sobre as mudanças ambientais6.

Paulo Henrique Martinez também contribui para o

debate acerca do conceito de História Ambiental dizendo

que: ...a História Ambiental é uma abordagem das

questões ambientais no tempo e que encontra no meio

ambiente o seu objeto de investigação7.

Deste modo, a contribuição das Ciências Humanas e

Sociais (CHS) à Educação Ambiental, nosso caso a

História, tem o significado de abordar a interação

sociedade - natureza sob prisma dos fenômenos sociais,

4 WORSTER, 1991, op. Cit.

5 WORSTER, 1991, op. Cit.

6 GERHARDT e NODARI, 2010, op. Cit.

7 MARTINEZ, 2006, op. Cit.

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ou seja, como a humanidade se relacionou/relaciona e

interagiu/interage com o meio.

As Ciências Humanas tem papel relevante na

construção da democracia e da cidadania ambiental.

Conforme Senac (2008), a cidadania diz respeito ao

exercício democrático de decidir sobre os assuntos

comuns, ou seja, aqueles que interessam a todos. O

...ambiente é um importante espaço comum, de

convivência com os outros humanos e não-humanos.

Nossas ações e escolhas relativas aos assuntos

ambientais influem nos rumos das decisões que se

discutem na esfera pública, ao mesmo tempo em que

somos afetados pelo conjunto das outras ações e

decisões8. Assim, ambiente, história, educação ambiental,

democracia e cidadania são dimensões profundamente

relacionadas.

Mobilizamos nossos esforços na defesa da proposta

provisória de pesquisa pelo seu caráter interpretativo e

educativo acerca do pensamento e das práticas de

informação e denúncia junto à opinião pública, de assuntos

relacionados ao ambiente na cidade do Rio Grande (RS).

Em um primeiro momento, sabemos que tem somente

o nosso estudo de graduação sobre as “Crônicas

8 GONÇALVES, 1993, op. Cit.

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Ecológicas” da AGAPAN publicadas no Jornal Agora. Isso

não tira o caráter de inédito, pois a partir desse projeto o

enfoque será dentro dos parâmetros da Educação

Ambiental.

Dessa maneira, as interações teórico-metodológicas

são possíveis. A problemática relacionada pela nossa

proposta, de fazer uma interação entre História,

pensamento ambientalista, práticas de educação

ambiental, luta ambiental e discursos ambientais, a partir

da bibliografia estudada e das Crônicas Ecológicas da

AGAPAN estão dentro das propostas de estudo da

Educação Ambiental.

O PROBLEMA

No que refere ao ambientalismo, os anos de 1960 aos

70 marcaram a emergência de movimentos sociais, entre

estes o movimento ecológico. Pode-se, então, afirmar que,

as lutas sociais eram feitas pelo movimento operário nas

suas correntes: social-democrata, comunista e anarquista.

Nesse sentido, problemas cotidianos ligados a

realidades específicas fazem germinar movimentos

ecléticos, como a luta feminista, dos direitos civis, da luta

contra a segregação racial, dos homossexuais, e dentre, o

ambientalismo9.

9GONÇALVES, 1993, op. Cit.

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Conforme Carlos Walter Porto Gonçalves, a crítica

centrada no modo de produção legará espaços a

movimentos, ligados a outros seguimentos sociais que

ultrapassavam as barreiras da crítica ao capitalismo,

elegendo bandeiras como a crítica ao modo de vida10

.

Dentro do movimento ecológico, lutas diversas tais

como: desmatamento de florestas, extinção de espécies,

uso de agrotóxicos, urbanização desenfreada, explosão

demográfica, poluição dos ecossistemas, construção de

barragens, erosão dos solos, corrida armamentista,

ameaça nuclear e outras fizeram parte das preocupações

ambientalistas das décadas de 1970-80.

No Brasil da década de 1970, a ditadura militar havia

se instalado de forma radical sobre os movimentos sociais,

tais como, o sindical, o estudantil, dentre outros.

Ao final da década de 1970, as vivências de exilados

políticos irão se unificar com experiências brasileiras. E, a

partir desse fenômeno destaca-se a entidade AGAPAN do

Estado do Rio Grande do Sul. Fundada por José

Lutzemberger, Nicolau Campos (discípulo de Henrique Luiz

Roessler) e outros, a AGAPAN iniciou seu ativismo

denunciando a degradação do Rio Guaíba na grande Porto

Alegre (RS).

10

GONÇALVES, 1993, op. Cit.

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A seguir, a AGAPAN criou um núcleo na cidade do Rio

Grande (RS) fundado por Luiz Felipe Pinheiro Guerra e

outros ecologistas que aqui se localizavam. A partir desse

fato, criou-se uma frente de luta ambiental em oposição à

poluição gerada pelo distrito industrial.

Na década de 1970, a cidade do Rio Grande, passava

por um momento singular. Sob a égide dos Governos

Militares, Rio Grande recebeu incentivo para a ampliação

de seu complexo portuário e industrial. As obras feitas com

a intenção de fomentar o desenvolvimento econômico se

converteram na criação de um potente distrito industrial na

qual os impactos, social e ambiental, foram de nocivas

distorções na sociedade e na natureza locais.

Então, luta socioambiental versus “progresso

capitalista industrial” tiveram mais um campo de embate, o

município do Rio Grande (RS). Como podemos interpretar,

em nossa proposta, foi um embate importante para a

sociedade, pois ali estava sendo alicerçado um legado

socioambiental para as futuras gerações.

A partir das considerações, aqui relatadas,

encontramos os problemas a serem discutidos. As

questões propostas pelo nosso projeto são diversas, tais

como: Quais são as lutas incorporadas nos movimentos

ambientalistas? Quais são as correntes de pensamentos

dos movimentos ambientais? Quais são as influências de

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pensamento dentro da AGAPAN? Qual é o legado deixado

pela AGAPAN núcleo do município do Rio Grande (RS) no

contexto da década de 1970-80 a partir das “Crônicas

Ecológicas” para o ambientalismo? Como se desenvolveu a

História Ambiental em contexto internacional, nacional,

regional e local? Qual era o paradigma entre luta

socioambiental e progresso capitalista industrial na década

de 1970-80 no município do Rio Grande? Quais são as

representações presentes nas crônicas ecológicas da

AGAPAN?

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Contribuir para reconstrução do pensamento e das

práticas ambientalistas no município do Rio Grande,

Estado do Rio Grande do Sul, com ênfase na fonte

jornalística Jornal Agora, entre as décadas de 1970-80

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Sistematizar, a partir das crônicas, os vários problemas

socioambientais recorrentes no município do Rio Grande

(RS) na época

Interpretar indícios de práticas de educação ambiental

no município do Rio Grande (RS) presentes nas crônicas

ecológicas

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Compreender os possíveis conflitos entre o

desenvolvimento capitalista industrial das décadas de

1970 e 1980 e os formadores de opinião socioambiental

e suas representações

Compreender as alterações socioambientais da época,

provocadas pelo então modelo de desenvolvimento

econômico

REFERÊNCIA TEÓRICA

Sabemos que ainda predomina em nossa sociedade

uma concepção “ecologizada”, ou seja, conservacionista de

ambiente, embora reconheçamos o avanço da visão que

consideramos mais abrangente, denominada de concepção

socioambiental. Conforme esta corrente, entendemos o

ambiente como a interação entre a natureza e as

sociedades humanas.

De acordo com a vertente socioambiental, a

concepção de ambiente se amplia para uma “visão

totalizadora” considerando-o a partir da dinâmica das

interações histórico-ambientais entre sociedades humanas

e natureza. O ambiente é compreendido como um

organismo transformado e habitado pelos seres humanos e

não-humanos. Dessa forma, o ambiente é percebido como

um produto gerado e construído pelas sociedades em

relação com a natureza ao longo do processo histórico em

disputa.

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Paula Brugger (1996, p: 53), diz que o conceito de

“Ambiente” deve abranger uma totalidade que inclui os

aspectos naturais e os resultantes das atividades humanas.

Sendo assim, se apresenta enquanto resultado da

interação de fatores biológicos, sociais, físicos, econômicos

e culturais11

.

Marcos Reigota (1994, p. 21) expõe o conceito de

“Ambiente” dessa maneira, dizendo que é:

Um lugar determinado e/ou percebido onde estão às relações dinâmicas e em constante interação os aspectos naturais e sociais. Essas relações acarretam processos de criação cultural e tecnológica e processos históricos e políticos de transformação da natureza e da sociedade

12

A partir do conceito de “Ambiente” abordado, a

Educação Ambiental aqui discutida, ao incluir a dimensão

social ao conceito de “Ambiente”, passa a considerar os

processos sociais como aspectos fundamentais para a

interpretação dos seus fenômenos de pesquisa na área

ambiental.

A partir do movimento ambientalista surgiu a

Educação Ambiental que já discutimos acima. Mas convém

lembrar que, a partir do ambientalismo surge a Educação

Ambiental que, assim, pode ser considerada: um campo de

11

BRÜGGER, 1996, op. Cit. 12

REIGOTA, 1994, op. Cit.

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diálogos e contradições, de saberes e práticas, de

princípios e valores que remetem a um projeto de

transformação da sociedade e da cultura a partir das

orientações do movimento ambientalista.

A EA aqui discutida é um campo do conhecimento que

privilegia a construção de teorias e métodos, os quais

permitem ao pesquisador discutir o seu problema de

pesquisa de forma totalizante, visando o entendimento dos

processos interativos entre sociedades humanas e

natureza.

No sentido de orientar os estudos sobre as correntes

de pensamento dentro do Ambientalismo, promoveremos

uma discussão acerca da “construção discursiva” da

Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural

(AGAPAN).

Dessa forma, a “construção discursiva”, ou seja, as

“Crônicas Ecológicas” da AGAPAN são compostas de

representações sobre o “Ambiente”. Isso exige para esta

pesquisa um referencial teórico adaptado a esta

modalidade de fonte, onde o conceito de “representação”,

de Roger Chartier, vem a se apresentar como uma

ferramenta possível.

Conforme Chartier (1990), “representação” é “uma

função mediadora que informa as diferentes modalidades

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de apreensão do real, que opere por meio dos signos

lingüísticos, das figuras mitológicas e da religião, ou dos

conceitos do conhecimento científico” 13

.

As “representações” contidas nas crônicas da

AGAPAN, publicadas no Jornal Agora do Rio Grande (RS)

nas décadas de 1970-80, não se formularam em “discursos

neutros” 14

, mas procuram organizar a relação sociedades

humanas e natureza mediante a perspectiva do

Ambientalismo, num contexto marcado pela crença no

“progresso”, gerado a partir do projeto dos complexos

industriais do Governo Militar.

As “representações” são traduzidas em aspectos de

uma visão de mundo, estratégias e práticas que tendem, de

acordo com Chartier, a legitimar determinado projeto de

sociedade. Assim, constituem uma determinada realidade.

Essas “representações” de mundo, presentes nas

crônicas, revelam problemas ambientais locais, resultando

num engajamento político coletivo. Neste sentido,

entendemos que as “representações ambientais”

influenciam nas decisões e ações dos seres humanos.

As diversas “representações ambientais” presentes

nos escritos da AGAPAN, possivelmente, serviram de

13

CHARTIER, 1990, op. Cit. 14

CHARTIER, 1990, op. Cit.

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influência discursiva para o movimento ambiental dos anos

1980.

Portanto, compreendemos os impactos sobre o

“Ambiente” que se fazem presentes nas crônicas da

AGAPAN (Rio Grande), sendo fenômeno de suas

denúncias. Interpretaremos através do conceito de

“representação”, desenvolvido acima, qual concepção de

“Ambiente” esteve presente no discurso ambientalista da

AGAPAN e quais foram seus objetos de críticas, suas

propostas.

FONTE DE PESQUISA E REFERÊNCIA

METODOLÓGICA

A “mídia impressa”, ou seja, a imprensa escrita esteve

e está presente em todo o processo de desenvolvimento da

modernidade e do modo de vida capitalista, apresentando-

se como veículo formador de imaginário, de opinião,

construtor e propagador de “representações” de mundo.

Dessa forma, como constatam os historiadores, ela se

apresenta como importante fonte histórica.

Uma quantidade cada vez mais crescente de

trabalhos vem utilizando-se das informações e/ou opiniões

expressas nos periódicos para promover reconstruções de

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determinado período histórico a acerca dos mais variados

setores da vida brasileira15

.

A mídia impressa, assim como os demais tipos de

mídia, têm se apresentado ao longo do tempo como veículo

determinante na manutenção do poder e de importância

nos processos históricos em disputa, seja homem

dominando humanidade, seja ser humano dominando

natureza. Ela teve e tem relevante papel tanto na formação

da opinião pública, quanto nas “representações” de mundo,

pois atua também na manipulação, agindo direta e

indiretamente na construção do imaginário da massa,

construindo assim, as “representações”, ou seja, as

“verdades históricas...”.

Sendo um veículo informativo de “massa”, podemos,

possivelmente, investigar a concepção de um grupo social

dentro de um contexto histórico-ambiental através da

“mídia impressa”.

Conforme Alves,

Como meio de comunicação [...] na difusão de informações e opiniões, [...], a imprensa escrita teve um papel significativo na formação dos hábitos, dos gostos, das atitudes, dos desejos e, enfim, da opinião pública, de modo a constituir-se num “instrumento de manipulação de interesses e intervenção na vida social”,

15

ABREU, 1996, op. cit.

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proporcionando estudos nos quais ela pode atuar “como agente da história”, permitindo “captar o movimento vivo das idéias e personagens que circulam pelas páginas dos jornais”

16.

A valorização da “mídia impressa” como fonte histórica

é relevante, pois permite ao historiador ter disponível uma

seqüência dos pensamentos organizados do quotidiano. A

partir desse pensamento cotidiano é que o historiador

compreenderá os movimentos diários das ações e

concepções humanas de dado “ambiente”.

Segundo Guareschi: “A comunicação constrói a

realidade”. [...] Quem detém a comunicação constrói uma

realidade de acordo com seus interesses, justamente para

poder garantir o poder 17

. Assim, a informação e o poder

andam sempre juntos. A “mídia impressa” representa

portanto, em uma sociedade, a construção dos

pensamentos e dos costumes ligados a grupos de

interesses. Por outro lado, a “mídia impressa” pode ser

tomada como veículo de manifestação contrária ao poder

caracterizando uma “imprensa alternativa”.

De acordo com Alves, “Nos jornais, ...esses conflitos

encontram seu espaço de propagação, chegando o

jornalismo a servir como elo de ligação ou agente de

16

ALVES, 2002, op. cit. 17

GUARESCHI, 2001, op. cit.

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combate entre diferentes tendências político-ideológicas”

18.

A “mídia impressa” representa um veículo dos anseios

de informação e difusão de idéias dos variados grupos

sociais. Essas idéias são expressas, literariamente, pelos

jornais, trazendo à luz preceitos, aspirações e criação de

“representações” dos grupos sociais em disputa.

Conforme Alves,

...o jornal “é quase sempre uma mistura do imparcial e do tendencioso, do certo e do falso”, de maneira que seu texto deve ser interpretado além do sentido literal, pois as informações nele contidas constituem-se em verdadeiro “magma que tende a ser por vezes complexo, heterogêneo, acontecível e vivo”. Desta forma, o periódico representa o “construtor e organizador de uma verdade”, uma vez que “seus redatores acreditam na palavra no sentido de „poder‟ e de obtenção de efeitos através da mesma”, criando aquela verdade a partir de suas visões de mundo. Assim, torna-se necessário “trazer à luz os centros de interesse do jornal e a evolução desses centros de interesse”, buscando revelar os “valores explícita ou implicitamente expressos” no mesmo, pois “a sinceridade dos jornais mede-se, a priori, tanto pelas omissões quanto pelo destaque deliberadamente concedido às notícias escolhidas”. Nesta linha, as próprias tendências, distorções, distinções e/ou omissões marcantes nos pronunciamentos de grande parte dos jornais também se constituem em elementos para a

18

ALVES, 2002, op. cit.

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análise histórica, uma vez que demonstram as formas pelas quais os responsáveis pelos periódicos buscam estruturar (ou desestruturar) os acontecimentos de uma dada realidade, atuando assim na elaboração de uma construção discursiva

19.

Dessa maneira, é prudente para esta pesquisa a

compreensão dos acontecimentos do contexto histórico-

ambiental global e local, bem como da linha teórica que

permeia os jornais, para depois interpretar a “construção

discursiva” e suas “representações ambientais”,

interpretando seus enunciados.

De acordo com Alves,

...o discurso tende a constituir-se num elemento que reflete as diversas características de uma dada sociedade, pois, mesmo que não se pretenda que todo discurso seja “como um aerólito miraculoso, independente das redes de memórias e dos trajetos sociais nos quais ele irrompe”, é necessário sublinhar que só por sua existência, todo discurso marca a possibilidade de uma desestruturação-restauração dessas redes e trajetos, ou seja, “todo discurso emitido pelos jornais, por si só, não é histórico”, e, “pelo contrário, trata-se, antes, de relacionar texto e contexto”, buscando-se “os nexos entre as idéias contidas nos discursos, as formas pelas quais elas se exprimem e o conjunto de determinações extra-textuais que presidem a produção, a circulação e o consumo dos discursos”

20.

19

ALVES, 2002, op. cit. 20

ALVES, 2002, op. cit.

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O discurso é fruto do contexto histórico, do ambiente,

das idéias das classes sociais e dos agentes sociais

individuais e coletivos no processo histórico em disputa. Ou

seja, o discurso é direcionado pelas aspirações de um

grupo social humano que almeja o poder ou questioná-lo e

que se faz presenciar através da retórica e das

manifestações que dão o embasamento teórico a um

movimento ou projeto social. Assim, os discursos

jornalísticos vêm representar uma “vanguarda” que visa

permear o imaginário e se inserir como “verdade” através

da construção de “representações”, onde as informações

veiculadas podem servir como armas para persuadir e

granjear adeptos ao que se está constituindo como

“verdade”. Faz-se, portanto necessário a sensibilidade e

criticidade para captar o que está por detrás dos discursos.

Assim, a partir do estudo da inter-relação entre a

informação jornalística e o “ambiente histórico” pode-se

proceder à reconstrução de uma “realidade” a respeito dos

elementos constitutivos de uma sociedade, em um

“ambiente” determinado.

Conforme Alves,

Para a interpretação da construção discursiva jornalística, torna-se necessário, assim, o estudo da “dimensão da exterioridade” na elaboração desse discurso, colocando-se “em evidência o problema das condições de produção

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como quadro de informação prévio e necessário a uma observação interna de cada realidade discursiva”. Esta preocupação com o ambiente no qual foi produzido o discurso deve-se ao fato de que a prática discursiva por parte da imprensa não é “um objeto concreto oferecido à instituição e sim o resultado de uma construção” condicionada pelo contexto histórico no qual foi elaborada, de modo que a leitura de um determinado jornal “não é possível e/ou razoável em si, mas em relação às suas histórias”, não se constituindo seu texto em algo “fechado em si mesmo e auto-suficiente”. Desta maneira, as condições de produção de um discurso jornalístico remetem à análise do global de uma sociedade, permitindo entender o mesmo como “fruto de uma ideologia e um instrumento de ideologização – como criador de seus próprios destinatários, como realizador de um trabalho de constituição de uma nova realidade aos agentes sociais”

21.

Conforme Ciro Flamarion S. Cardoso:

...os textos não são tratados apenas em seus conteúdos ou enunciados, mas também mediante métodos [...] [diga-se, interpretação histórica da “construção discursiva”, expressão de Alves], da enunciação, com apoio em alguma teoria das classes e das ideologias sociais. [...] procura-se determinar em que condições sócio-históricas a produção do texto pôde ocorrer

22.

Portanto, a “mídia impressa” foi estudada como fonte

histórica onde ficamos alerta às possíveis interpretações

21

ALVES, 2002, op. cit. 22

CARDOSO, 1983, op. cit.

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das representações desenvolvidas acerca de uma dada

época, dentro de um ambiente específico. Essa mídia

reflete o contexto de forma parcial, pois os jornais são

construtores de “representações” de mundo. A

interpretação a ser desenvolvida a partir daqui, cujos

instrumentos de estudos são os discursos ambientalistas,

ou seja, as Crônicas Ecológicas, orientam-se em direção

de uma compreensão através da “mídia impressa”, ou seja,

na qual os jornais serviram como fonte de informações para

a reconstrução de determinados elementos constitutivos de

um movimento social e suas representações.

PREVISÃO DAS FONTES

Para a construção desta pesquisa, utilizaremos como

matéria-prima o conjunto de textos escritos pela AGAPAN,

entre os anos de 1975 a 1985, aproximadamente. Como já

afirmado anteriormente, foram, até agora, encontradas 115

crônicas publicadas no periódico local de nome Jornal

Agora.

A coleção completa do Jornal Agora se encontra à

disposição no acervo do próprio jornal, na cidade do Rio

Grande - RS. Os assuntos abordados nas crônicas

envolvem crítica ao distrito industrial do município do Rio

Grande-RS, temas ambientais de repercussão global e

local, retratos da poluição industrial no município, práticas

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educativas, denúncias de impactos socioambientais,

propostas para soluções dos problemas e representações

socioambientais. Existe ampla produção literária que

discorre sobre a problemática histórico-ambiental.

Encontramo-nos em continuo processo de levantamento

bibliográfico.

BIBLIOGRAFIA

1) ABREU, Alzira Alves de. et alii. A imprensa em

transição: o jornalismo brasileiro nos anos 50. Rio

de Janeiro: Ed. da Fundação Getúlio Vargas, 1996.

2) ALVES, Francisco das Neves. O discurso político-

partidário sul-rio-grandense sob o prisma da

imprensa rio-grandina (1868-1895). Rio Grande: Ed.

da FURG, 2002.

3) BRÜGGER, Paula. Educação ou Adestramento

Ambiental ? Ilha de Santa Catarina: Letras

contemporâneas, 1996.

4) CAMARGO, Ana Maria de Almeida. A imprensa

como fonte para a História do Brasil. In: Anais do V

Simpósio dos Professores Universitários de História.

São Paulo: USP, 1971.

5) CARDOSO, Ciro Flamarion S. Uma introdução à

História. São Paulo: Brasiliense, 1983.

6) CARVALHO, Isabel Cristina de Moura. Educação

Ambiental: a formação do sujeito ecológico/ Isabel

Cristina de Moura Carvalho – 5ª Ed. – São Paulo:

Cortez, 2011.

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7) CHARTIER, Roger. A História Cultural: Entre

Práticas e Representações. Rio de Janeiro: Ed.

Bertrand Brasil, 1990.

8) GUARESCKI, Pedrinho. Sociologia crítica:

alternativas de mudança. Porto Alegre: EDIPUCRS,

2001.

9) GONÇALVES, Carlos W. Porto. Os (des)caminhos

do Meio Ambiente. SP: Contexto, 1993.

10) LAGO, Antônio e Pádua, José Augusto. O que é

ecologia. São Paulo: Abril Cultural: Brasiliense, 1985.

11) PRADO, Daniel Porciúncula. A figueira e o

machado (Raízes históricas da Educação

Ambiental no Sul do Brasil: Práticas Educativas e

Militância Ambiental na Perspectiva do Cronista

Henrique Luiz Roessler). Tese aprovada como

requisito parcial para obtenção do grau de doutor em

Educação Ambiental no Programa de Pós-graduação

em Educação Ambiental da Universidade Federal do

Rio Grande- FURG, 2008.

12) (PRONEA) Programa Nacional de Educação

Ambiental. Governo Federal [Ministério do Meio

Ambiente e Ministério da Educação], 2003

13) REIGOTA, Marcos. O que é Educação

Ambiental ? São Paulo: Brasiliense, 1994.

14) REIGOTA, Marcos. Meio Ambiente e

Representação Social. São Paulo: Cortez, 1997.

15) SENAC. Educação Ambiental: Temas, teorias

e práticas. SENAC/DN, Rio de Janeiro, 2008.