Educação em Pauta - Edição 3

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Matrícula 2010 A partir de 12 de janeiro, a Rede Municipal de Ensino inicia matrículas de alunos novos Pág. 08 Terreiros abrem as portas para oferecer alfabetização a jovens e adultos de suas comunidades Pág. 03 ANO 1 Nº 3 – DEZEMBRO DE 2009 Viva! Secult amplia, em 2009, oferta de classes especiais do Programa Criança Viva e planeja para o próximo ano cobrir todos os hospitais da rede pública em Salvador. Págs. 06 e 07 Projetos incentivam hábito da leitura entre estudantes Pág. 12 Sem fronteiras Leitura prazerosa

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Matrícula 2010

A partir de 12 de janeiro, a Rede Municipal de Ensino inicia matrículas de alunos novos

Pág. 08

Terreiros abrem as portas para oferecer alfabetização a jovens e adultos de suas comunidades

Pág. 03

ANO 1 Nº 3 – DEZEMBRO DE 2009

Viva!Secult amplia, em 2009, oferta de classes especiais do Programa Criança Viva e planeja para o próximo ano cobrir todos os hospitais da rede pública em Salvador.

Págs. 06 e 07

Projetos incentivam hábito da leitura entre estudantes

Pág. 12

Semfronteiras

Leitura prazerosa

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3ANO I Nº 3 - DEZEMBRO DE 2009

Estamos concluindo o ano de 2009 conscientes de que dedicamos o melhor dos nossos esforços para oferecer à comunidade estudantil da Rede Municipal de Ensino de Salvador uma educação moderna e de qualidade, inspirados pelo propósito de formar cidadãos.

Atribuímos prioridade aos programas e projetos de reconhecida relevância, a exemplo do Cidade Educadora, que foi ampliado para todas as unidades escolares do sistema, beneficiando cerca de 100 mil alunos, da 1ª à 5ª série do Ensino Fundamental.

Especial atenção dispensamos ao Programa Projovem Trabalhador, dirigido aos jovens na faixa etária de 18 a 29 anos, que pretendem ingressar no mercado de trabalho. A eles, disponibilizamos 5 mil vagas para cursos profissionalizantes.

Outro programa que merece referência especial é o Criança Viva, que conseguimos estender a quase toda a rede hospitalar da cidade, proporcionando educação a crianças e adultos, impossibilitados de frequentar a escola regular.

Buscamos conduzir com correção e senso de justiça as negociações com as entidades sindicais relativas aos temas de campanha salarial de 2009, de que resultaram benefícios reais para a categoria dos profissionais de educação.

Demos prosseguimento ao nosso plano de trabalho iniciado no ano anterior, voltado à reforma, ampliação e recuperação física das unidades da nossa rede, com propósito de cumprir de forma progressiva o compromisso de promover as necessárias intervenções em todas as escolas municipais.

É extremamente gratificante para um educador, hoje exercendo o honroso corpo titular da Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer, encerrar o corrente ano comemorando resultados tão expressivos. No entanto, somente foi possível este elenco de realizações, além de outros aqui não comentados, graças ao apoio dos profissionais da educação: coordenadores, gestores, professores, auxiliares de ensino, enfim de todos os funcionários que fazem da educação um exercício de AMOR.

Ao concluir, queremos reiterar o nosso compromisso de imprimir um ritmo cada vez mais acentuado para contribuir com o aperfeiçoamento da educação das nossas crianças, adolescentes e adultos, desejando aos nossos colegas um Ano Novo repleto de realizações e êxitos.

Carlos Ribeiro Soares Secretário de Educação

Expediente

Uma publicação trimestral da Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer – SECULT

Secretário: Carlos Ribeiro Soares Subsecretário: Eliezer Cruz.Jornalista Responsável: Neire Matos.

Redação: Analú Pereira, Angela Natsumi, Antonio Gusmão, Lucas Rocha, Carla Costa e Camila Vieira.

Fotos: ASCOM / Secult.Publicidade: Ana Amélia Carvalho.

Relações Públicas: Consuêlo Navarro, Mayara Góes e Patrícia Cal.

AÇÕES FORTALECEM RELAÇÃO ENTRE ESCOLA E COMUNIDADE

riar e colocar em prática projetos pedagógicos que integram a comunidade escolar com os moradores do bairro de Castelo

Branco tem sido as principais ocupações da Escola Municipal Dona Ar-lete Magalhães. Isso porque, segundo a diretora da unidade, Marilene Rios, os bons resultados do trabalho realizado pelos educadores acontecem sempre quando há envolvimento de todos.

A Unidade de Ensino, existente há 38 anos, atende a mais de 2 mil estudantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e do Segmento da Educação de Jovens e Adultos (SEJA). São mais de 100 professores que dão aulas para 64 turmas.

Sediada numa zona periférica, onde a violência e a marginalidade são vivenciadas pelos jovens diariamente, o corpo docente da unidade escolar deu início a projetos como o “Educação Sexual e Preservação ao uso de Drogas” e “Sexualidade, Adolescente Contemporâneo, Valorização da Vida e Diversidade nas Relações Socioafetivas e de Gênero”.

A escola também oferece o Programa Escola Aberta (PEA) onde existe uma participação massiva dos alunos e moradores do entorno da unidade. São 14 oficinas proporcionadas aos finais de semana. Pintura em tecido, bordado, crochê, dança do ventre e de salão são algumas das atividades. Os meninos e meninas também se divertem nos jogos de futsal, e para o público da terceira idade há aulas de alongamento.

Ações voltadas para o desenvolvimento sociocultural e intelectual dos educandos com incentivo à leitura, comunicação, valorização da vida e estímulo à preservação ambiental também fazem parte do trabalho de formação da Arlete Magalhães. “Queremos que saiam daqui cidadãos conscientes de seus direitos e deveres”, afirma Marilene.

Com a ideia de proporcionar aos alunos uma formação mais ampla

para o mundo musical, estimulando o desenvolvimento do raciocínio, da coordenação motora e lógica, há mais de dez anos foi criada a Fanfarra Dona Arlete Magalhães (FANDAM), pela qual já passaram mais de 800 estudantes. Atualmente, mais de 100 meninos e meninas estão envolvidos na FANDAM e se apresentam frequentemente nas escolas de Salvador, em eventos públicos e desfiles, além de participarem de concursos.

Ex-aluno da escola, Lenivaldo Souza Brandão, 20 anos, afirma que mudou sua conduta após ouvir conselhos da diretora para ingressar no projeto Monitores Estudantis, que busca entre os alunos matriculados e egressos parceiros para a escola. De acordo com o próprio estudante, antes ele não enxergava a escola como um local de crescimento, por isso não tinha cuidado com o espaço, chegando a destruir alguns móveis e invadir a escola durante à noite. Hoje, Lenivaldo é monitor e dá apoio aos professores dentro das salas de aula.

Com o projeto “Aprender para a Vida: descobrindo Novas Habilidades para Nivelamento de Série/Ano”, a equipe busca ampliar as habilidades de leitura, escrita e a resolução de problemas matemáticos. Os participantes são alunos que apresentaram dificuldades ao longo da primeira e segunda unidade, nas disciplinas de português e matemática. “Desenvolvemos atividades de estudo de textos individuais e coletivos, explicando e questionando o processo de raciocínio de acordo com as competências necessárias à série que estão matriculados”, afirma Marilene

Para a professora Valdete Souza, as ações vêm sendo de grande valia para a escola, pois contribui para elevação da qualidade do ensino. “É possível observar nos depoimentos dos estudantes a relevância dos projetos para elevação do seu nível de aprendizagem”, diz.

o receber o convite para transformar o Terreiro Mokambo em um espaço de alfabetização, Tatá Anselmo, como é

chamado o pai de santo da casa, conta que não conseguiu esconder a felicidade, pois ajudar o próximo é um dos princípios básicos do Candomblé. “Educação é poder, é saúde, é segurança e acredito que, através dessa iniciativa, vamos possibilitar que a comunidade do Trobogy tenha um novo percurso de vida”, diz Anselmo.

O projeto de alfabetização ao qual Anselmo se refere é o de Inclusão Educacional nos Terreiros de Candomblé, promovido pela Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (SECULT), através do Fundo Municipal para o Desenvolvimento Humano e Inclusão Educacional de Mulheres Afrodescendentes (FIEMA) e da Coordenadoria de Ensino e Apoio Pedagógico (Cenap).

O Terreiro Mokambo é um dos cinco que já deram início ao projeto lançado em 2009. Antes mesmo de começarem as aulas de alfabetização, Anselmo já tinha os materiais necessários como cadernos, lápis e borrachas. Sua irmã, Áurea Santos, voltou do Rio de Janeiro só para ajudá-lo nessa jornada e foi de casa em casa para inscrever alunos. “A educação tem que estar acima da melanina. Se você tiver educação, vai saber conviver com as pessoas de situações financeiras diferentes, de opções sexuais diferentes, de religiões diferentes. O embate, o enfrentamento e a falta de razão são consequências da falta de educação. Intolerância é sinônimo da ignorância”, afirma Anselmo.

Iniciativa pioneira no Brasil, o projeto visa transformar espaços dos terreiros de Candomblé, como salas e barracões, em locais de alfabetização para jovens e adultos da comunidade. A ação conta também com o apoio do Programa Brasil Alfabetizado, do governo federal, através do Salvador Cidade das Letras, realizado pela SECULT, com o objetivo de reduzir os índices de analfabetismo na cidade e contribuir para a elevação do grau de instrução da população.

“Aqui, na Prefeitura de Salvador, o Cidade das Letras tem sido muito incentivado justamente para que consigamos atender os locais onde se sabe que existem maiores números de analfabetos e trazer essas pessoas para o convívio do conhecimento, da escola e inserção social”, explicou o coordenador de Ensino e Apoio Pedagógico da SECULT, Manoel Calazans.

Para Manoel, o projeto é de grande importância uma vez que os terreiros têm uma identidade forte com a cidade de Salvador e estão em bairros periféricos, sendo frequentados por muitas pessoas que estiveram fora do processo educacional. “As turmas do Salvador Cidade das Letras já estão nos sindicatos, nas igrejas Evangélicas, associações comunitárias das igrejas Católicas e porque não nos terreiros de Candomblé? Além de tudo isso, o programa descaracteriza o preconceito existente com o terreiro, valorizando as religiões de matrizes africanas”, diz Manoel.

A assessora de Formação, Gênero e Raça do FIEMA,

Marta Alencar, concorda: “Nós sabemos que as comunidades dos terreiros sempre fizeram o papel de educação e de mobilização da comunidade. O programa veio para potencializar e dar visibilidade a estas ações além de ser uma forma de enfrentamento à intolerância religiosa”.

O projeto nos terreiros de Candomblé é uma iniciativa do FIEMA que tem como principal finalidade em suas ações combater a evasão escolar e lograr a conclusão do Ensino Fundamental entre as mulheres afrodescendentes que vivem em situação de pobreza.

De acordo com a gestora do FIEMA, Adriana Nascimento, a proposta do projeto surgiu a partir da percepção de que as mulheres dos terreiros tinham baixa escolaridade ou não tinham qualquer tipo de instrução, não sabiam ler ou escrever. Para Adriana, além da inclusão social através do processo de alfabetização, o projeto tem como papel fortalecer um espaço social que deixa de ser religioso para se tornar social.

Para a formação dos alfabetizadores, o FIEMA conta com a parceria do Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAFRO) que já realiza formação de professores para o Salvador Cidade das Letras. O material didático do aluno e do professor segue a mesma linha dos já trabalhados pelo programa com abordagem sobre os principais pontos turísticos e históricos e as belezas da capital baiana. Em 2010, 10 terreiros de Salvador estarão oferecendo o curso de alfabetização.

ESCOLA DESTAQUEEM

A

EDUCAÇÃO SEM FRONTEIRAS

educAÇÃO

Terreiros se tornam espaços de alfabetização de jovens e adultosC

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3ANO I Nº 3 - DEZEMBRO DE 2009

Estamos concluindo o ano de 2009 conscientes de que dedicamos o melhor dos nossos esforços para oferecer à comunidade estudantil da Rede Municipal de Ensino de Salvador uma educação moderna e de qualidade, inspirados pelo propósito de formar cidadãos.

Atribuímos prioridade aos programas e projetos de reconhecida relevância, a exemplo do Cidade Educadora, que foi ampliado para todas as unidades escolares do sistema, beneficiando cerca de 100 mil alunos, da 1ª à 5ª série do Ensino Fundamental.

Especial atenção dispensamos ao Programa Projovem Trabalhador, dirigido aos jovens na faixa etária de 18 a 29 anos, que pretendem ingressar no mercado de trabalho. A eles, disponibilizamos 5 mil vagas para cursos profissionalizantes.

Outro programa que merece referência especial é o Criança Viva, que conseguimos estender a quase toda a rede hospitalar da cidade, proporcionando educação a crianças e adultos, impossibilitados de frequentar a escola regular.

Buscamos conduzir com correção e senso de justiça as negociações com as entidades sindicais relativas aos temas de campanha salarial de 2009, de que resultaram benefícios reais para a categoria dos profissionais de educação.

Demos prosseguimento ao nosso plano de trabalho iniciado no ano anterior, voltado à reforma, ampliação e recuperação física das unidades da nossa rede, com propósito de cumprir de forma progressiva o compromisso de promover as necessárias intervenções em todas as escolas municipais.

É extremamente gratificante para um educador, hoje exercendo o honroso corpo titular da Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer, encerrar o corrente ano comemorando resultados tão expressivos. No entanto, somente foi possível este elenco de realizações, além de outros aqui não comentados, graças ao apoio dos profissionais da educação: coordenadores, gestores, professores, auxiliares de ensino, enfim de todos os funcionários que fazem da educação um exercício de AMOR.

Ao concluir, queremos reiterar o nosso compromisso de imprimir um ritmo cada vez mais acentuado para contribuir com o aperfeiçoamento da educação das nossas crianças, adolescentes e adultos, desejando aos nossos colegas um Ano Novo repleto de realizações e êxitos.

Carlos Ribeiro Soares Secretário de Educação

Expediente

Uma publicação trimestral da Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer – SECULT

Secretário: Carlos Ribeiro Soares Subsecretário: Eliezer Cruz.Jornalista Responsável: Neire Matos.

Redação: Analú Pereira, Angela Natsumi, Antonio Gusmão, Lucas Rocha, Carla Costa e Camila Vieira.

Fotos: ASCOM / Secult.Publicidade: Ana Amélia Carvalho.

Relações Públicas: Consuêlo Navarro, Mayara Góes e Patrícia Cal.

AÇÕES FORTALECEM RELAÇÃO ENTRE ESCOLA E COMUNIDADE

riar e colocar em prática projetos pedagógicos que integram a comunidade escolar com os moradores do bairro de Castelo

Branco tem sido as principais ocupações da Escola Municipal Dona Ar-lete Magalhães. Isso porque, segundo a diretora da unidade, Marilene Rios, os bons resultados do trabalho realizado pelos educadores acontecem sempre quando há envolvimento de todos.

A Unidade de Ensino, existente há 38 anos, atende a mais de 2 mil estudantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e do Segmento da Educação de Jovens e Adultos (SEJA). São mais de 100 professores que dão aulas para 64 turmas.

Sediada numa zona periférica, onde a violência e a marginalidade são vivenciadas pelos jovens diariamente, o corpo docente da unidade escolar deu início a projetos como o “Educação Sexual e Preservação ao uso de Drogas” e “Sexualidade, Adolescente Contemporâneo, Valorização da Vida e Diversidade nas Relações Socioafetivas e de Gênero”.

A escola também oferece o Programa Escola Aberta (PEA) onde existe uma participação massiva dos alunos e moradores do entorno da unidade. São 14 oficinas proporcionadas aos finais de semana. Pintura em tecido, bordado, crochê, dança do ventre e de salão são algumas das atividades. Os meninos e meninas também se divertem nos jogos de futsal, e para o público da terceira idade há aulas de alongamento.

Ações voltadas para o desenvolvimento sociocultural e intelectual dos educandos com incentivo à leitura, comunicação, valorização da vida e estímulo à preservação ambiental também fazem parte do trabalho de formação da Arlete Magalhães. “Queremos que saiam daqui cidadãos conscientes de seus direitos e deveres”, afirma Marilene.

Com a ideia de proporcionar aos alunos uma formação mais ampla

para o mundo musical, estimulando o desenvolvimento do raciocínio, da coordenação motora e lógica, há mais de dez anos foi criada a Fanfarra Dona Arlete Magalhães (FANDAM), pela qual já passaram mais de 800 estudantes. Atualmente, mais de 100 meninos e meninas estão envolvidos na FANDAM e se apresentam frequentemente nas escolas de Salvador, em eventos públicos e desfiles, além de participarem de concursos.

Ex-aluno da escola, Lenivaldo Souza Brandão, 20 anos, afirma que mudou sua conduta após ouvir conselhos da diretora para ingressar no projeto Monitores Estudantis, que busca entre os alunos matriculados e egressos parceiros para a escola. De acordo com o próprio estudante, antes ele não enxergava a escola como um local de crescimento, por isso não tinha cuidado com o espaço, chegando a destruir alguns móveis e invadir a escola durante à noite. Hoje, Lenivaldo é monitor e dá apoio aos professores dentro das salas de aula.

Com o projeto “Aprender para a Vida: descobrindo Novas Habilidades para Nivelamento de Série/Ano”, a equipe busca ampliar as habilidades de leitura, escrita e a resolução de problemas matemáticos. Os participantes são alunos que apresentaram dificuldades ao longo da primeira e segunda unidade, nas disciplinas de português e matemática. “Desenvolvemos atividades de estudo de textos individuais e coletivos, explicando e questionando o processo de raciocínio de acordo com as competências necessárias à série que estão matriculados”, afirma Marilene

Para a professora Valdete Souza, as ações vêm sendo de grande valia para a escola, pois contribui para elevação da qualidade do ensino. “É possível observar nos depoimentos dos estudantes a relevância dos projetos para elevação do seu nível de aprendizagem”, diz.

o receber o convite para transformar o Terreiro Mokambo em um espaço de alfabetização, Tatá Anselmo, como é

chamado o pai de santo da casa, conta que não conseguiu esconder a felicidade, pois ajudar o próximo é um dos princípios básicos do Candomblé. “Educação é poder, é saúde, é segurança e acredito que, através dessa iniciativa, vamos possibilitar que a comunidade do Trobogy tenha um novo percurso de vida”, diz Anselmo.

O projeto de alfabetização ao qual Anselmo se refere é o de Inclusão Educacional nos Terreiros de Candomblé, promovido pela Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (SECULT), através do Fundo Municipal para o Desenvolvimento Humano e Inclusão Educacional de Mulheres Afrodescendentes (FIEMA) e da Coordenadoria de Ensino e Apoio Pedagógico (Cenap).

O Terreiro Mokambo é um dos cinco que já deram início ao projeto lançado em 2009. Antes mesmo de começarem as aulas de alfabetização, Anselmo já tinha os materiais necessários como cadernos, lápis e borrachas. Sua irmã, Áurea Santos, voltou do Rio de Janeiro só para ajudá-lo nessa jornada e foi de casa em casa para inscrever alunos. “A educação tem que estar acima da melanina. Se você tiver educação, vai saber conviver com as pessoas de situações financeiras diferentes, de opções sexuais diferentes, de religiões diferentes. O embate, o enfrentamento e a falta de razão são consequências da falta de educação. Intolerância é sinônimo da ignorância”, afirma Anselmo.

Iniciativa pioneira no Brasil, o projeto visa transformar espaços dos terreiros de Candomblé, como salas e barracões, em locais de alfabetização para jovens e adultos da comunidade. A ação conta também com o apoio do Programa Brasil Alfabetizado, do governo federal, através do Salvador Cidade das Letras, realizado pela SECULT, com o objetivo de reduzir os índices de analfabetismo na cidade e contribuir para a elevação do grau de instrução da população.

“Aqui, na Prefeitura de Salvador, o Cidade das Letras tem sido muito incentivado justamente para que consigamos atender os locais onde se sabe que existem maiores números de analfabetos e trazer essas pessoas para o convívio do conhecimento, da escola e inserção social”, explicou o coordenador de Ensino e Apoio Pedagógico da SECULT, Manoel Calazans.

Para Manoel, o projeto é de grande importância uma vez que os terreiros têm uma identidade forte com a cidade de Salvador e estão em bairros periféricos, sendo frequentados por muitas pessoas que estiveram fora do processo educacional. “As turmas do Salvador Cidade das Letras já estão nos sindicatos, nas igrejas Evangélicas, associações comunitárias das igrejas Católicas e porque não nos terreiros de Candomblé? Além de tudo isso, o programa descaracteriza o preconceito existente com o terreiro, valorizando as religiões de matrizes africanas”, diz Manoel.

A assessora de Formação, Gênero e Raça do FIEMA,

Marta Alencar, concorda: “Nós sabemos que as comunidades dos terreiros sempre fizeram o papel de educação e de mobilização da comunidade. O programa veio para potencializar e dar visibilidade a estas ações além de ser uma forma de enfrentamento à intolerância religiosa”.

O projeto nos terreiros de Candomblé é uma iniciativa do FIEMA que tem como principal finalidade em suas ações combater a evasão escolar e lograr a conclusão do Ensino Fundamental entre as mulheres afrodescendentes que vivem em situação de pobreza.

De acordo com a gestora do FIEMA, Adriana Nascimento, a proposta do projeto surgiu a partir da percepção de que as mulheres dos terreiros tinham baixa escolaridade ou não tinham qualquer tipo de instrução, não sabiam ler ou escrever. Para Adriana, além da inclusão social através do processo de alfabetização, o projeto tem como papel fortalecer um espaço social que deixa de ser religioso para se tornar social.

Para a formação dos alfabetizadores, o FIEMA conta com a parceria do Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAFRO) que já realiza formação de professores para o Salvador Cidade das Letras. O material didático do aluno e do professor segue a mesma linha dos já trabalhados pelo programa com abordagem sobre os principais pontos turísticos e históricos e as belezas da capital baiana. Em 2010, 10 terreiros de Salvador estarão oferecendo o curso de alfabetização.

ESCOLA DESTAQUEEM

A

EDUCAÇÃO SEM FRONTEIRAS

educAÇÃO

Terreiros se tornam espaços de alfabetização de jovens e adultosC

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DEU CERTO

aúde e Educação andam lado a lado na Rede Municipal de Ensino. A prova disso é o trabalho integrado entre

as secretarias municipais da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (SECULT) e da Saúde (SMS), que apostam numa parceria intensa com o objetivo de oferecer melhores condições de aprendizagem nas unidades escolares da Prefeitura. Já estiveram juntas, por exemplo, nas campanhas de combate à dengue e gripe tipo A e sobre a anemia falciforme.

Desta vez, os dois órgãos estão unidos no Projeto SAMU nas Escolas, uma ação inédita no País, que leva às instituições municipais de ensino de Salvador profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência para ensinar aos estudantes técnicas de primeiros socorros e procedimentos que devem adotar em casos de acidentes e enfermidades, até a chegada de uma ambulância.

Nos primeiros dois meses de trabalho, a ação já beneficiou mais de 3 mil alunos do 8º e 9º ano. Ainda em dezembro

deste ano, os 21 mil estudantes do Segmento da Educação de Jovens e Adultos (SEJA) passarão pelo treinamento. Em 2010, o SAMU nas Escolas continua a jornada atendendo cerca de 5 mil estudantes do 7º ano.

A metodologia inclui estratégias didáticas, que envolvem os alunos nas atividades de forma dinâmica, com a explanação do funcionamento do serviço SAMU 192 e simulação de atendimento com uma vítima que acaba de iniciar uma parada cardiorrespiratória. Palestras, vídeos, bonecos infláveis e desfibrilador elétrico ajudam os alunos a entenderem como é fácil ajudar um paciente que estaria prestes a perder a vida. Outro assunto abordado no treinamento é a questão das ligações falsas, os trotes, um dos maiores problemas para a equipe de salvamento.

Mesmo em fase inicial, os dados já registram resultados positivos. No primeiro semestre deste ano, a central de atendimento SAMU 192 recebia mais de 20 mil trotes por dia.

Hoje, as ligações falsas reduziram em 15%. O coordenador-geral do SAMU, Ivan Paiva, garante que essa capacitação oferecida nas unidades escolares tem contribuído significativamente para esse avanço.

Ainda de acordo com Ivan, as pessoas estão mais hábeis a realizarem as técnicas de primeiros socorros, o que aumenta as chances de vida do paciente. “Trabalhar questões de conscientização com estudantes é fundamental porque os jovens servem como agentes multiplicadores de informação”, afirma.

Para a coordenadora do programa, Manuela Melo, é muito importante iniciar as massagens cardíacas o mais rápido possível, porque bastam quatro minutos de parada cardiorrespiratória para que a vítima inicie processo de lesão cerebral. “Com esse treinamento, os estudantes estão aptos a fazerem as compressões necessárias para facilitar o trabalho dos médicos e enfermeiros do SAMU”, finaliza.

S

ESTUDANTES APRENDEMA SALVAR VIDAS

deais como estes levam a Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (SECULT), através da Coordenadoria

de Esporte e Lazer (COEL), a cultivar e a disseminar a prática esportiva em vários pontos da cidade, possibilitando o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes, jovens e até mesmo adultos, que vivem em bolsões de pobreza, em comunidades onde é comum a violência e não existem opções de atividades e lazer.

Através da implantação de projetos esportivos, como o Ruas de Lazer, que tem como diretriz fundamental a democratização da diversão, a COEL tem conseguido levar entretenimento a bairros pobres de Salvador. Segundo o subcoordenador Bruno de Barros, “não há uma educação plena sem contemplar a prática do esporte e da cultura juntos. É o esporte como instrumento de inclusão social”.

Em quase cinco anos de existência, o Ruas de Lazer já atingiu aproximadamente 240 comunidades e atendeu mais de 150 mil pessoas. Com a ajuda de empresas privadas, conseguiu montar dois pontos fixos para essas atividades, uma no Farol da Barra e a outra na Praça da Piedade. “Pretendemos ainda conseguir apoio de outras empresas para disponibilizar outros pontos fixos, dando mais opções de lazer, educação e prática esportiva nas comunidades”, afirma Bruno.

Por entender que o esporte e o lazer, nas mais diversas idades, são ferramentas fundamentais para o processo de inclusão social e educação, aumentando ainda a qualidade de vida, autoestima e o bem-estar da população, outros projetos foram criados, destinados sobretudo a crianças, adolescentes e a comunidades de baixa renda. Adote uma quadra (adoção de quadras por instituições privadas e artistas baianos), Praia Esportiva (atividades esportivas nas praias, como: frescobol, vôlei de praia, beach soccer e peteca), Prazer em Viver (voltado para público da terceira idade) são alguns deles.

“Queremos oferecer às crianças momentos de ludicidade e possibilidade de interação e dessa forma a rua, ao invés de se tornar palco de influências negativas, torne-se, quem sabe, o palco de futuros atletas?”, explica Bruno. Todos os programas têm como objetivo oferecer espaços qualificados para a prática de atividades físicas e esportivas, levar noções de cidadania e possibilitar a valorização através da inclusão.

De acordo com o subcoordenador da COEL, a democratização do esporte é importante também porque atua na redução do consumo de drogas e contribui na formação física e moral do indivíduo, ensinando no dia a dia conceitos de extrema importância como disciplina, espírito de equipe e cuidados com o corpo e a saúde.

I

ESPORTE, CULTURA E LAZER

PRAZER EM VIVERUma quadra perto de casa... Uma praia que oferece mais do que areias e mares... Pessoas mais saudáveis... Adversários apenas dentro de campo, mas unidos fora dele pelo bem do esporte, do lazer e do bom viver...

Estudantes aprendem técnicas de primeiros socorros

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DEU CERTO

aúde e Educação andam lado a lado na Rede Municipal de Ensino. A prova disso é o trabalho integrado entre

as secretarias municipais da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (SECULT) e da Saúde (SMS), que apostam numa parceria intensa com o objetivo de oferecer melhores condições de aprendizagem nas unidades escolares da Prefeitura. Já estiveram juntas, por exemplo, nas campanhas de combate à dengue e gripe tipo A e sobre a anemia falciforme.

Desta vez, os dois órgãos estão unidos no Projeto SAMU nas Escolas, uma ação inédita no País, que leva às instituições municipais de ensino de Salvador profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência para ensinar aos estudantes técnicas de primeiros socorros e procedimentos que devem adotar em casos de acidentes e enfermidades, até a chegada de uma ambulância.

Nos primeiros dois meses de trabalho, a ação já beneficiou mais de 3 mil alunos do 8º e 9º ano. Ainda em dezembro

deste ano, os 21 mil estudantes do Segmento da Educação de Jovens e Adultos (SEJA) passarão pelo treinamento. Em 2010, o SAMU nas Escolas continua a jornada atendendo cerca de 5 mil estudantes do 7º ano.

A metodologia inclui estratégias didáticas, que envolvem os alunos nas atividades de forma dinâmica, com a explanação do funcionamento do serviço SAMU 192 e simulação de atendimento com uma vítima que acaba de iniciar uma parada cardiorrespiratória. Palestras, vídeos, bonecos infláveis e desfibrilador elétrico ajudam os alunos a entenderem como é fácil ajudar um paciente que estaria prestes a perder a vida. Outro assunto abordado no treinamento é a questão das ligações falsas, os trotes, um dos maiores problemas para a equipe de salvamento.

Mesmo em fase inicial, os dados já registram resultados positivos. No primeiro semestre deste ano, a central de atendimento SAMU 192 recebia mais de 20 mil trotes por dia.

Hoje, as ligações falsas reduziram em 15%. O coordenador-geral do SAMU, Ivan Paiva, garante que essa capacitação oferecida nas unidades escolares tem contribuído significativamente para esse avanço.

Ainda de acordo com Ivan, as pessoas estão mais hábeis a realizarem as técnicas de primeiros socorros, o que aumenta as chances de vida do paciente. “Trabalhar questões de conscientização com estudantes é fundamental porque os jovens servem como agentes multiplicadores de informação”, afirma.

Para a coordenadora do programa, Manuela Melo, é muito importante iniciar as massagens cardíacas o mais rápido possível, porque bastam quatro minutos de parada cardiorrespiratória para que a vítima inicie processo de lesão cerebral. “Com esse treinamento, os estudantes estão aptos a fazerem as compressões necessárias para facilitar o trabalho dos médicos e enfermeiros do SAMU”, finaliza.

S

ESTUDANTES APRENDEMA SALVAR VIDAS

deais como estes levam a Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (SECULT), através da Coordenadoria

de Esporte e Lazer (COEL), a cultivar e a disseminar a prática esportiva em vários pontos da cidade, possibilitando o desenvolvimento integral de crianças, adolescentes, jovens e até mesmo adultos, que vivem em bolsões de pobreza, em comunidades onde é comum a violência e não existem opções de atividades e lazer.

Através da implantação de projetos esportivos, como o Ruas de Lazer, que tem como diretriz fundamental a democratização da diversão, a COEL tem conseguido levar entretenimento a bairros pobres de Salvador. Segundo o subcoordenador Bruno de Barros, “não há uma educação plena sem contemplar a prática do esporte e da cultura juntos. É o esporte como instrumento de inclusão social”.

Em quase cinco anos de existência, o Ruas de Lazer já atingiu aproximadamente 240 comunidades e atendeu mais de 150 mil pessoas. Com a ajuda de empresas privadas, conseguiu montar dois pontos fixos para essas atividades, uma no Farol da Barra e a outra na Praça da Piedade. “Pretendemos ainda conseguir apoio de outras empresas para disponibilizar outros pontos fixos, dando mais opções de lazer, educação e prática esportiva nas comunidades”, afirma Bruno.

Por entender que o esporte e o lazer, nas mais diversas idades, são ferramentas fundamentais para o processo de inclusão social e educação, aumentando ainda a qualidade de vida, autoestima e o bem-estar da população, outros projetos foram criados, destinados sobretudo a crianças, adolescentes e a comunidades de baixa renda. Adote uma quadra (adoção de quadras por instituições privadas e artistas baianos), Praia Esportiva (atividades esportivas nas praias, como: frescobol, vôlei de praia, beach soccer e peteca), Prazer em Viver (voltado para público da terceira idade) são alguns deles.

“Queremos oferecer às crianças momentos de ludicidade e possibilidade de interação e dessa forma a rua, ao invés de se tornar palco de influências negativas, torne-se, quem sabe, o palco de futuros atletas?”, explica Bruno. Todos os programas têm como objetivo oferecer espaços qualificados para a prática de atividades físicas e esportivas, levar noções de cidadania e possibilitar a valorização através da inclusão.

De acordo com o subcoordenador da COEL, a democratização do esporte é importante também porque atua na redução do consumo de drogas e contribui na formação física e moral do indivíduo, ensinando no dia a dia conceitos de extrema importância como disciplina, espírito de equipe e cuidados com o corpo e a saúde.

I

ESPORTE, CULTURA E LAZER

PRAZER EM VIVERUma quadra perto de casa... Uma praia que oferece mais do que areias e mares... Pessoas mais saudáveis... Adversários apenas dentro de campo, mas unidos fora dele pelo bem do esporte, do lazer e do bom viver...

Estudantes aprendem técnicas de primeiros socorros

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Cumprindo com as necessidades e direitos dos cidadãos, a Secretaria já trabalha também nos domicílios dos alunos-pacientes. Atualmente, existem quatro estudantes

que estão sendo assistidos pelos professores da Rede Municipal de Ensino, os quais têm a oportunidade de estudar mesmo impossibilitados de se locomoverem.

Almir Oliveira tem 10 anos de idade e passou um ano e seis meses morando num leito hospitalar. Portador de atrofia muscular degenerativa, Almir utiliza ventilação

mecânica para poder respirar. A mãe, Iara Oliveira, conta que o filho sempre quis estudar e buscou junto à Secretaria e ao Instituto Criança Viva a realização deste desejo. No

dia 13 de outubro, foi instalada uma classe domiciliar em sua casa, onde seu filho tem aulas com uma professora da rede.

“A gente sentia dificuldades de ensinar para ele, porque ele indaga muito e tem coisas que não sabemos responder”, diz Iara. Bastante participativo, o aluno faz perguntas

sobre tudo, inclusive sobre as medicações que recebe. Almir conta que uma das atividades que mais gostou foi quando, após ouvir a música Aquarela, questionou sobre a

formação das cores. Ele e a sua professora fizeram experimentações, misturando cores e observando os resultados, o que o deixou bastante contente.

Para a mãe do estudante, “este foi um presente e tanto”. “Acredito que a escola vai até prolongar os anos de vida de Almirzinho. Hoje, Almir se sente mais independente

e mais responsável com as terapias que precisa fazer, tendo sido avaliado positivamente pelo fisioterapeuta”, declara. No último dia 28, Almir ganhou o que tanto pediu: a

farda do Criança Viva, “para poder ter aulas como todos os alunos têm – fardados”.

MATÉRIA DE CAPA

Atendimento Domiciliar

FÉ NA VIDA tender às necessidades cognitivas de cada criança, jovem e adulto, que esteja

hospitalizado ou em tratamento terapêutico, proporcionar uma educação de

qualidade àqueles impossibilitados de locomover-se, e contribuir com a recuperação

e superação da patologia. Esses são alguns dos objetivos da Secretaria Municipal da

Educação, Cultura, Esporte e Lazer (SECULT) que, em parceria com o Instituto Criança

Viva, garante a continuidade dos estudos aos alunos da capital, com a disponibilização

de salas de estudos especiais nos hospitais de Salvador.

A estudante Paula Batista, 5 anos, tem leucemia e está no Hospital Martagão

Gesteira há mais de um ano. No hospital, é acompanhada de perto pela equipe

médica e também pode dar continuidade aos estudos, o que contribui para o seu

desenvolvimento biopsicossocial. A mãe de Paula, Bernadete Batista, se diz muito

contente em ver a filha podendo aprender, “ainda mais nessa fase em que é essencial

para o desenvolvimento cognitivo da criança”.

O Conselho Nacional de Educação (CNE) estabeleceu, em 2001, Diretrizes Nacionais

para Educação Especial, através da resolução nº 2 (nos artigos 1º, 13º e 20º),

estabelecendo, entre outros, o ensino a estudantes que estão em tratamento de saúde

e que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência

prolongada em domicílio. A SECULT, que já desenvolve ações de inclusão educacional

(de negros, deficientes, mulheres), define diretrizes curriculares que são adaptadas

pelas Escolas Hospitalares e de Atendimento Domiciliar. Desse modo, é garantida a

democratização do ensino, independente das particularidades dos alunos.

Como acontece com todos os pacientes, assim que a aluna tiver alta, será

encaminhada para uma escola regular. A SECULT reconhece e valida o cumprimento

dos estudos mediante envio de relatório de atividades e frequência dos estudantes.

Também pais de alunos podem estudar e aprender a ler e escrever. “Nós temos casos

aqui de pais que foram alfabetizados na nossa escola”, afirma a professora Luciana

Cedraz, referindo-se ao Hospital Martagão Gesteira. Na unidade, há uma sala para as

crianças, atendimentos nos leitos e uma sala para os pais.

A professora Carla Baião que dá aulas para os pais e acompanhantes de crianças,

conta que não existe um currículo bem definido para eles (como existe com crianças e

jovens), porque a permanência dura de acordo com o internamento do(a) filho(a). São

atividades que possuem início, meio e fim, com temáticas como Lei Maria da Penha,

Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), Influenza A (H1N1), entre outras.

Porém, apesar de os estudantes poderem seguir uma matriz curricular, de acordo

com a professora do Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC), Franci Malaquias,

previamente é realizada uma sondagem com os educandos para que seja possível

conhecer qual a necessidade do aluno e, após o contato inicial, trabalhar dentro da

perspectiva das dificuldades detectadas.

Malaquias, que já está dando aulas para adolescentes do Ensino Fundamental na

unidade inaugurada no dia 8 de outubro, no Hospital São Rafael, entende também

o quanto é importante para essas pessoas estarem em contato com os estudos.

Ela afirma já ter ajudado muitos alunos a superarem dificuldades em determinado

conteúdo. “Não adianta somente seguir um currículo se os alunos têm uma lacuna

lá trás em algum assunto”, diz a educadora, que não deixa de trabalhar temáticas

atuais, articuladas com os conteúdos apropriados aos do ano em que o estudante está

cursando. A Escola do Hospital São Rafael abriga estudantes de 2 a 17 anos de idade.

Em 19 de outubro foi inaugurada mais uma escola, totalizando o número de

16 unidades hospitalares, além de quatro atendimentos domiciliares. Segundo a

coordenadora e idealizadora do Programa Criança Viva, a psicopedagoga Veruska

Andrade, até o final do ano outras duas escolas serão inauguradas: uma no Hospital

Geral do Estado (HGE) e outra no Aristides Maltez (HAM). As aulas acontecem nos

turnos matutino e vespertino. Já os hospitais Ana Nery e Roberto Santos possuem

atendimentos no período da noite, significando a ampliação da cobertura da rede

pública hospitalar do município.

A

Aluno-paciente tem aulas em salas especiais ou no próprio leito hospitalar

Page 7: Educação em Pauta - Edição 3

ANO I Nº 3 - DEZEMBRO DE 2009 7

Cumprindo com as necessidades e direitos dos cidadãos, a Secretaria já trabalha também nos domicílios dos alunos-pacientes. Atualmente, existem quatro estudantes

que estão sendo assistidos pelos professores da Rede Municipal de Ensino, os quais têm a oportunidade de estudar mesmo impossibilitados de se locomoverem.

Almir Oliveira tem 10 anos de idade e passou um ano e seis meses morando num leito hospitalar. Portador de atrofia muscular degenerativa, Almir utiliza ventilação

mecânica para poder respirar. A mãe, Iara Oliveira, conta que o filho sempre quis estudar e buscou junto à Secretaria e ao Instituto Criança Viva a realização deste desejo. No

dia 13 de outubro, foi instalada uma classe domiciliar em sua casa, onde seu filho tem aulas com uma professora da rede.

“A gente sentia dificuldades de ensinar para ele, porque ele indaga muito e tem coisas que não sabemos responder”, diz Iara. Bastante participativo, o aluno faz perguntas

sobre tudo, inclusive sobre as medicações que recebe. Almir conta que uma das atividades que mais gostou foi quando, após ouvir a música Aquarela, questionou sobre a

formação das cores. Ele e a sua professora fizeram experimentações, misturando cores e observando os resultados, o que o deixou bastante contente.

Para a mãe do estudante, “este foi um presente e tanto”. “Acredito que a escola vai até prolongar os anos de vida de Almirzinho. Hoje, Almir se sente mais independente

e mais responsável com as terapias que precisa fazer, tendo sido avaliado positivamente pelo fisioterapeuta”, declara. No último dia 28, Almir ganhou o que tanto pediu: a

farda do Criança Viva, “para poder ter aulas como todos os alunos têm – fardados”.

MATÉRIA DE CAPA

Atendimento Domiciliar

FÉ NA VIDA tender às necessidades cognitivas de cada criança, jovem e adulto, que esteja

hospitalizado ou em tratamento terapêutico, proporcionar uma educação de

qualidade àqueles impossibilitados de locomover-se, e contribuir com a recuperação

e superação da patologia. Esses são alguns dos objetivos da Secretaria Municipal da

Educação, Cultura, Esporte e Lazer (SECULT) que, em parceria com o Instituto Criança

Viva, garante a continuidade dos estudos aos alunos da capital, com a disponibilização

de salas de estudos especiais nos hospitais de Salvador.

A estudante Paula Batista, 5 anos, tem leucemia e está no Hospital Martagão

Gesteira há mais de um ano. No hospital, é acompanhada de perto pela equipe

médica e também pode dar continuidade aos estudos, o que contribui para o seu

desenvolvimento biopsicossocial. A mãe de Paula, Bernadete Batista, se diz muito

contente em ver a filha podendo aprender, “ainda mais nessa fase em que é essencial

para o desenvolvimento cognitivo da criança”.

O Conselho Nacional de Educação (CNE) estabeleceu, em 2001, Diretrizes Nacionais

para Educação Especial, através da resolução nº 2 (nos artigos 1º, 13º e 20º),

estabelecendo, entre outros, o ensino a estudantes que estão em tratamento de saúde

e que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência

prolongada em domicílio. A SECULT, que já desenvolve ações de inclusão educacional

(de negros, deficientes, mulheres), define diretrizes curriculares que são adaptadas

pelas Escolas Hospitalares e de Atendimento Domiciliar. Desse modo, é garantida a

democratização do ensino, independente das particularidades dos alunos.

Como acontece com todos os pacientes, assim que a aluna tiver alta, será

encaminhada para uma escola regular. A SECULT reconhece e valida o cumprimento

dos estudos mediante envio de relatório de atividades e frequência dos estudantes.

Também pais de alunos podem estudar e aprender a ler e escrever. “Nós temos casos

aqui de pais que foram alfabetizados na nossa escola”, afirma a professora Luciana

Cedraz, referindo-se ao Hospital Martagão Gesteira. Na unidade, há uma sala para as

crianças, atendimentos nos leitos e uma sala para os pais.

A professora Carla Baião que dá aulas para os pais e acompanhantes de crianças,

conta que não existe um currículo bem definido para eles (como existe com crianças e

jovens), porque a permanência dura de acordo com o internamento do(a) filho(a). São

atividades que possuem início, meio e fim, com temáticas como Lei Maria da Penha,

Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), Influenza A (H1N1), entre outras.

Porém, apesar de os estudantes poderem seguir uma matriz curricular, de acordo

com a professora do Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC), Franci Malaquias,

previamente é realizada uma sondagem com os educandos para que seja possível

conhecer qual a necessidade do aluno e, após o contato inicial, trabalhar dentro da

perspectiva das dificuldades detectadas.

Malaquias, que já está dando aulas para adolescentes do Ensino Fundamental na

unidade inaugurada no dia 8 de outubro, no Hospital São Rafael, entende também

o quanto é importante para essas pessoas estarem em contato com os estudos.

Ela afirma já ter ajudado muitos alunos a superarem dificuldades em determinado

conteúdo. “Não adianta somente seguir um currículo se os alunos têm uma lacuna

lá trás em algum assunto”, diz a educadora, que não deixa de trabalhar temáticas

atuais, articuladas com os conteúdos apropriados aos do ano em que o estudante está

cursando. A Escola do Hospital São Rafael abriga estudantes de 2 a 17 anos de idade.

Em 19 de outubro foi inaugurada mais uma escola, totalizando o número de

16 unidades hospitalares, além de quatro atendimentos domiciliares. Segundo a

coordenadora e idealizadora do Programa Criança Viva, a psicopedagoga Veruska

Andrade, até o final do ano outras duas escolas serão inauguradas: uma no Hospital

Geral do Estado (HGE) e outra no Aristides Maltez (HAM). As aulas acontecem nos

turnos matutino e vespertino. Já os hospitais Ana Nery e Roberto Santos possuem

atendimentos no período da noite, significando a ampliação da cobertura da rede

pública hospitalar do município.

A

Aluno-paciente tem aulas em salas especiais ou no próprio leito hospitalar

Page 8: Educação em Pauta - Edição 3

ANO I Nº 2 - DEZEMBRO DE 2009 9GENTE DA GENTE ALGO MAIS

rabalhar com maior visibilidade, de forma transparente, valorizando e disponibilizando a

informação para assegurar um relacionamento cada vez mais estreito com todas as unidades da rede municipal são alguns dos princípios e diretrizes da Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (SECULT). E para fortalecer essa integração, o órgão criou o Mapa Digital da Educação, uma ferramenta de gestão poderosa, que contém informações detalhadas de todas as instituições de ensino da prefeitura.

O Mapa Digital foi elaborado com o objetivo de fazer um verdadeiro diagnóstico das escolas, destacando as

suas principais necessidades. Os quesitos abordados estão separados em cinco dimensões: Estrutura Física, Alimentação Escolar, Quadro de Professores, Equipe de Funcionários e Desempenho Pedagógico. Ao acessar o Mapa, que está disponível na rede de internet, pode-se verificar se a unidade apontada possui características classificadas como boa, regular ou ruim, em cada um dos quesitos isoladamente.

De forma simples e dinâmica, técnicos da secretaria, coordenadores regionais e diretores podem visualizar toda a rede municipal e analisar os seus pontos mais críticos, para facilitar as medidas de atuação. O mapa está em fase inicial e funciona como ferramenta de gestão mas, futuramente, a

proposta é disponibilizar o material para toda a sociedade.Além de avaliar o desempenho da unidade, toda a sua

infraestrutura e recursos humanos, o Mapa Digital assinala as escolas que possuem os programas e projetos especiais da secretaria. Dessa forma, todos os gestores e coordenadores podem facilmente identificar as escolas com educação integral, atividades esportivas, aulas do Projovem, Escola Aberta, Salvador Cidade das Letras, etc.

As informações são alimentadas no mapa a partir da análise dos próprios diretores escolares e coordenadores regionais, que recebem visitas periódicas de uma equipe do gabinete da SECULT.

T

EDUCAÇÃO COM TRANSPARÊNCIA

A

MATRÍCULAS PARA NOVOS ALUNOS COMEÇAM NO DIA 12 DE JANEIRO

Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (SECULT) abre o período de matrículas para novos alunos no dia 12 de janeiro. Para garantir um atendimento eficiente, todas as 414 unidades de ensino estarão realizando a matrícula

informatizada. Nos quatro anos após a implantação do sistema foram gastos, em média, 15 minutos para a efetivação da matrícula. Nos dias 5 e 6 de janeiro acontece a renovação de matrícula para os alunos que já fazem parte da Rede Municipal de Ensino. O

procedimento é automático, portanto não é necessário que os pais compareçam às unidades de ensino. A previsão é de que cerca de 120 mil alunos tenham suas matrículas renovadas.

Para os novos alunos, a matrícula pode ser efetivada em qualquer escola da Rede Municipal de Ensino. Ou seja, se um aluno desejar estudar numa escola em Cajazeiras, por exemplo, o responsável poderá realizar a inscrição em qualquer uma das 414 unidades da rede, independentemente da unidade na qual ele efetivamente vá estudar.

Mapa Digital da Educação

CRONOGRAMA DE MATRÍCULA

Alunos concluintes da Educação Infantil (Grupo 5) e do Ensino

Fundamental I (5º ano) que deverão ser transferidos de escola por esta

não oferecer as turmas seguintes (1º ano do Ensino Fundamental I e 6º

ano do Ensino Fundamental II).

08JANEIRO

Alunos novos para Educação Infantil

12JANEIRO

Alunos novos para os 2º e 3º anos de escolarização

14JANEIRO

Alunos oriundos de Escolas Comunitárias

11JANEIRO

Alunos novos para o 1º ano de escolarização (06 anos completos

até o 1º dia letivo de 2010)

13JANEIRO

Alunos novos para os 4º e 5º anos de escolarização15e18

JANEIRO Alunos novos para o 6º ao 9º ano de escolarização 19e20

JANEIRO Alunos novos para o Segmento da Educação de Jovens e Adultos21e 22

JANEIRO

Sexualidade e Aprendizagem: Quem Orienta? Quem Educa?

sexualidade é tão antiga quanto a humanidade. É um dos campos de maior importância e complexidade do

ser humano. A partir do nascimento, de alguma forma, a criança está ouvindo falar de sexo, seja a questão de gênero ou mesmo o contato direto com a mãe, com o pai, ou quem cuida dela. Segue ainda, com a família, amigos, através da mídia, assistindo aos programas de televisão ou lendo revistas, livros e assim por diante. A todo instante recebem-se várias informações com ideias equivocadas e até mesmo preconceituosas a respeito da sexualidade.

A partir da década de 60, com a chamada revolução sexual, sem dúvida, a sexualidade humana vem se transformando ao longo dos anos e merece atenção da família, de educadores e da sociedade em geral. A sexualidade já nasce com o indivíduo, é uma condição constitucional ao ser humano. Vale ressaltar, entretanto, a importância de se abordar a sexualidade da criança, do jovem ou do adulto, não apenas no que se refere aos aspectos biológicos, mas, sobretudo, nas dimensões sociais, culturais, fisiológicas, espirituais e psicológicas.

A Orientação Sexual realizada pela escola não substitui a

função da família, mas, sobretudo, complementa-a. Na família, responsável pela educação sexual dos seus filhos e filhas, de uma forma ou de outra, são trabalhados valores de forma que devem ser aceitos e construídos culturalmente. A escola possui uma diferente condição: do ponto de vista pedagógico é necessário um trabalho sistematizado e pontual, que permita a orientação da sexualidade, abordando diferentes pontos de vista, como valores, crenças, bem como promover um ambiente acolhedor e mais significativo. Possibilita ainda esclarecer o desenvolvimento da personalidade da criança, favorecendo a reflexão acerca das informações carregadas de emoções e valores que são passados culturalmente durante a história de vida de cada um.

A Lei de Diretrizes e Bases – LDB – Nº 0394/96, que regulamenta todo o processo educacional no País, e seguindo as orientações estabelecidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais traçados pelo Ministério de Educação e Cultura – MEC, a Orientação Sexual insere-se na escola como tema transversal, significando assim que terá que perpassar todas as

disciplinas da grade curricular: história, artes, português, ciências, dentre outros.

É relevante mencionar que não é tão simples lidar com questões que envolvem a sexualidade. É preciso olhar para si próprio, entender-se e conhecer-se para a elaboração pessoal, refletir sobre em que consiste a sexualidade, suas transformações frente ao desejo de aprender entre educando e educador.

A

Vanilza Jordão Silva –Licenciada em Educação Infantil, pedagoga, psicopedagoga, psicanalista – e técnica em Assuntos Educacionais da Coordenação de Ensino e Apoio Pedagógico (CENAP) da Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer – SECULT.

Page 9: Educação em Pauta - Edição 3

ANO I Nº 2 - DEZEMBRO DE 2009 9GENTE DA GENTE ALGO MAIS

rabalhar com maior visibilidade, de forma transparente, valorizando e disponibilizando a

informação para assegurar um relacionamento cada vez mais estreito com todas as unidades da rede municipal são alguns dos princípios e diretrizes da Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (SECULT). E para fortalecer essa integração, o órgão criou o Mapa Digital da Educação, uma ferramenta de gestão poderosa, que contém informações detalhadas de todas as instituições de ensino da prefeitura.

O Mapa Digital foi elaborado com o objetivo de fazer um verdadeiro diagnóstico das escolas, destacando as

suas principais necessidades. Os quesitos abordados estão separados em cinco dimensões: Estrutura Física, Alimentação Escolar, Quadro de Professores, Equipe de Funcionários e Desempenho Pedagógico. Ao acessar o Mapa, que está disponível na rede de internet, pode-se verificar se a unidade apontada possui características classificadas como boa, regular ou ruim, em cada um dos quesitos isoladamente.

De forma simples e dinâmica, técnicos da secretaria, coordenadores regionais e diretores podem visualizar toda a rede municipal e analisar os seus pontos mais críticos, para facilitar as medidas de atuação. O mapa está em fase inicial e funciona como ferramenta de gestão mas, futuramente, a

proposta é disponibilizar o material para toda a sociedade.Além de avaliar o desempenho da unidade, toda a sua

infraestrutura e recursos humanos, o Mapa Digital assinala as escolas que possuem os programas e projetos especiais da secretaria. Dessa forma, todos os gestores e coordenadores podem facilmente identificar as escolas com educação integral, atividades esportivas, aulas do Projovem, Escola Aberta, Salvador Cidade das Letras, etc.

As informações são alimentadas no mapa a partir da análise dos próprios diretores escolares e coordenadores regionais, que recebem visitas periódicas de uma equipe do gabinete da SECULT.

T

EDUCAÇÃO COM TRANSPARÊNCIA

A

MATRÍCULAS PARA NOVOS ALUNOS COMEÇAM NO DIA 12 DE JANEIRO

Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (SECULT) abre o período de matrículas para novos alunos no dia 12 de janeiro. Para garantir um atendimento eficiente, todas as 414 unidades de ensino estarão realizando a matrícula

informatizada. Nos quatro anos após a implantação do sistema foram gastos, em média, 15 minutos para a efetivação da matrícula. Nos dias 5 e 6 de janeiro acontece a renovação de matrícula para os alunos que já fazem parte da Rede Municipal de Ensino. O

procedimento é automático, portanto não é necessário que os pais compareçam às unidades de ensino. A previsão é de que cerca de 120 mil alunos tenham suas matrículas renovadas.

Para os novos alunos, a matrícula pode ser efetivada em qualquer escola da Rede Municipal de Ensino. Ou seja, se um aluno desejar estudar numa escola em Cajazeiras, por exemplo, o responsável poderá realizar a inscrição em qualquer uma das 414 unidades da rede, independentemente da unidade na qual ele efetivamente vá estudar.

Mapa Digital da Educação

CRONOGRAMA DE MATRÍCULA

Alunos concluintes da Educação Infantil (Grupo 5) e do Ensino

Fundamental I (5º ano) que deverão ser transferidos de escola por esta

não oferecer as turmas seguintes (1º ano do Ensino Fundamental I e 6º

ano do Ensino Fundamental II).

08JANEIRO

Alunos novos para Educação Infantil

12JANEIRO

Alunos novos para os 2º e 3º anos de escolarização

14JANEIRO

Alunos oriundos de Escolas Comunitárias

11JANEIRO

Alunos novos para o 1º ano de escolarização (06 anos completos

até o 1º dia letivo de 2010)

13JANEIRO

Alunos novos para os 4º e 5º anos de escolarização15e18

JANEIRO Alunos novos para o 6º ao 9º ano de escolarização 19e20

JANEIRO Alunos novos para o Segmento da Educação de Jovens e Adultos21e 22

JANEIRO

Sexualidade e Aprendizagem: Quem Orienta? Quem Educa?

sexualidade é tão antiga quanto a humanidade. É um dos campos de maior importância e complexidade do

ser humano. A partir do nascimento, de alguma forma, a criança está ouvindo falar de sexo, seja a questão de gênero ou mesmo o contato direto com a mãe, com o pai, ou quem cuida dela. Segue ainda, com a família, amigos, através da mídia, assistindo aos programas de televisão ou lendo revistas, livros e assim por diante. A todo instante recebem-se várias informações com ideias equivocadas e até mesmo preconceituosas a respeito da sexualidade.

A partir da década de 60, com a chamada revolução sexual, sem dúvida, a sexualidade humana vem se transformando ao longo dos anos e merece atenção da família, de educadores e da sociedade em geral. A sexualidade já nasce com o indivíduo, é uma condição constitucional ao ser humano. Vale ressaltar, entretanto, a importância de se abordar a sexualidade da criança, do jovem ou do adulto, não apenas no que se refere aos aspectos biológicos, mas, sobretudo, nas dimensões sociais, culturais, fisiológicas, espirituais e psicológicas.

A Orientação Sexual realizada pela escola não substitui a

função da família, mas, sobretudo, complementa-a. Na família, responsável pela educação sexual dos seus filhos e filhas, de uma forma ou de outra, são trabalhados valores de forma que devem ser aceitos e construídos culturalmente. A escola possui uma diferente condição: do ponto de vista pedagógico é necessário um trabalho sistematizado e pontual, que permita a orientação da sexualidade, abordando diferentes pontos de vista, como valores, crenças, bem como promover um ambiente acolhedor e mais significativo. Possibilita ainda esclarecer o desenvolvimento da personalidade da criança, favorecendo a reflexão acerca das informações carregadas de emoções e valores que são passados culturalmente durante a história de vida de cada um.

A Lei de Diretrizes e Bases – LDB – Nº 0394/96, que regulamenta todo o processo educacional no País, e seguindo as orientações estabelecidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais traçados pelo Ministério de Educação e Cultura – MEC, a Orientação Sexual insere-se na escola como tema transversal, significando assim que terá que perpassar todas as

disciplinas da grade curricular: história, artes, português, ciências, dentre outros.

É relevante mencionar que não é tão simples lidar com questões que envolvem a sexualidade. É preciso olhar para si próprio, entender-se e conhecer-se para a elaboração pessoal, refletir sobre em que consiste a sexualidade, suas transformações frente ao desejo de aprender entre educando e educador.

A

Vanilza Jordão Silva –Licenciada em Educação Infantil, pedagoga, psicopedagoga, psicanalista – e técnica em Assuntos Educacionais da Coordenação de Ensino e Apoio Pedagógico (CENAP) da Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer – SECULT.

Page 10: Educação em Pauta - Edição 3

s pequenos participantes do Concurso Calendário Criativo 2010, da Secretaria Municipal da Educação, Cultura,

Esporte e Lazer (SECULT), mostraram através de frases o que desejam para o novo ano. Sob o tema “Meu Ano vai ser 10”, a maioria dos estudantes inscritos, com idade entre 6 e 11 anos (1º ao 5º ano do Ensino Fundamental), expressaram a vontade de viver num mundo de paz.

Mais de 4 mil alunos participaram, dos quais 11 foram selecionados, cada um de uma Coordenadoria Regional de Educação (CRE): Subúrbio I, Subúrbio II, Pirajá, Centro, Liberdade, Itapuã, Orla, Cajazeiras, São Caetano, Cabula e Cidade Baixa. Os vencedores serão premiados com computadores. Além disso, a foto de cada um compõe, junto com a respectiva frase, o Calendário Criativo 2010.

Durante a sessão de fotos para o calendário, Felipe Santana Galvão, 10 anos, da Escola Municipal Francisco Leite (CRE Cajazeiras), é assediado pelos colegas, curiosos em saber o motivo da movimentação na escola. “Você ganhou?”, “Um computador?”, “Vai sair sua foto?”, são as perguntas. “Ano que vem eu vou ganhar”, “Eu vou estudar também”, são as próprias conclusões diante da vitória de quem está ali, tão perto deles, todos os dias. Nas outras escolas não é diferente. Os amigos acompanham de perto as fotos e ficam entusiasmados com o sucesso dos vencedores.

Os estudantes que tiveram suas frases selecionadas mostraram características comuns: o interesse pela leitura, bom comportamento em sala de aula e até uma certa timidez e a vontade de contribuir para a construção de um mundo melhor.

Esse é o segundo ano consecutivo que a Secretaria realiza o Concurso Calendário Criativo. No primeiro ano, foram escolhidos 14 desenhos e 12 frases para o calendário de 2009.

Os 26 estudantes foram premiados com livros infantis e sorteio de dois computadores. O principal objetivo da ação é elevar a autoestima e estimular a criatividade dos meninos e meninas da Rede Municipal de Ensino.

As frases vencedoras foram:

Meu ano vai ser 10, se o mundo não tivesse guerra nem dor, nem feridas e só amor. Eu queria mudar o mundo para melhor.

- Josué B. Evangelista Júnior: CRE São Caetano, Escola Municipal Batista de São Caetano, 11 anos.

Desarmado de violência e armado de amor.- Aran Matos de Andrade: CRE Subúrbio II, Escola Municipal

Nossa Sra. da Conceição, 10 anos.

Brincar, sorrir e me divertir.- Evelin Prazeres Cardoso: CRE Liberdade, Escola Municipal

Nossa Sra. da Boa Fé, 6 anos.

Quero sonhar, crescer e ver as coisas bonitas que a vida me apresenta.

- Breno Brito Bacelar: CRE Cabula, Escola Municipal Maria da Conceição Santiago Imbassahy, 10 anos.

Meu ano vai ser 10, se todos derem as mãos para a construção de um mundo melhor. Você quer segurar a minha mão?

- Bruno de Oliveira Pelúcio: CRE Itapuã, Escola Municipal Vinícius de Moraes, 11 anos.

Eu vou estar perto da natureza e ter sempre a esperança de que o mundo vai melhorar.

- Ângela Lima de Oliveira: CRE Centro, Escola Municipal Braz do Amaral, 10 anos.

Meu ano vai ser 10, porque farei novas amizades e minha estrela vai brilhar toda vez que eu estudar.

- Felipe Santana Galvão: CRE Cajazeiras, Escola Municipal Francisco Leite, 10 anos.

Meu ano vai ser 10, porque o Brasil vai ser hexacampeão.- Roberta Silva Ribeiro: CRE Orla, Escola Municipal

Organização Coletiva de Melhoramentos, 9 anos.

Meu ano vai ser 10, porque crescer aprendendo faz uma criança feliz.

- Fabrício de Oliveira Barbosa: CRE Pirajá, Escola Municipal Conselheiro Luiz Rogério, 9 anos.

Meu ano vai ser 10, porque eu vou buscar 10 maneiras de viver melhor.

- Tainá Calmom da Silva Oliveira: CRE Cidade Baixa, Escola Municipal Carmelitana 25 de Agosto, 10 anos.

Cheio de surpresas e novidades e quero ter muitas alegrias para dar e receber.

- Juciara do Vale Santos: CRE Subúrbio I, Escola Municipal Geraldo Bispo, 10 anos.

ANO I Nº 3 - DEZEMBRO DE 200911FAZENDO ESCOLA

CRIANÇAS DESEJAM PAZ EM 2010

raças à iniciativa da professora de dança Isabel Oliveira, a vida de 20 crianças, do 2º ao 5º ano do Ensino

Fundamental, da Escola Municipal Coração de Jesus está mudando. Aulas de balé, oferecidas voluntariamente pela profissional na unidade escolar, proporcionam oportunidades e o começo de um planejamento para o futuro.

Isabel, com a certeza de que ser professor é apontar caminhos e deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés, identificou nas aulas de movimento e expressão corporal, realizada para todos os 350 estudantes, as alunas que tinham maior flexibilidade e aptidão para o balé e formou o grupo que tem atraído a atenção e ganhado prestígio na comunidade.

A educadora explica que o sucesso do grupo é devido ao esforço das alunas e principalmente ao fato de que cada aula é elaborada com muito amor, pensando em cada detalhe, para que cada dia seja único e original fazendo com que as estudantes se envolvam e aprendam a gostar da dança.

“Quando crescer, quero ser bailarina ou professora de balé. Amo muito a dança e acredito que meu sonho ainda vai se realizar. Dançar me faz feliz e eu já me considero uma bailarina. Agradeço muito à pró Isabel pelo apoio”, afirma a estudante, Maiane Reis.

De acordo com a professora, quando as crianças iniciaram no balé, elas modificaram totalmente a maneira de agir e principalmente o desenvolvimento em sala de aula se

tornando mais assíduas e consequentemente apresentando melhor desempenho nas avaliações.

“Queremos que essas crianças tenham uma melhor expectativa de vida e um futuro melhor. As pessoas menos favorecidas precisam de oportunidades. A ideia é complementar a educação e estimular o exercício da cidadania, autoconfiança, responsabilidade e respeito por meio da arte”, explica Isabel.

Ainda segundo a professora, a paixão das alunas pela dança despertou a curiosidade de todos da comunidade que acompanham e dão forças para a continuidade do aprendizado. As aulas acontecem duas vezes por semana, com duração de uma hora, no contraturno das aulas.

BALÉ: A ARTEQUE MODIFICA VIDAS

G

O

ESPAÇO DO ESTUDANTE

Frases e fotos dos estudantes vencedores compõem o Calendário Criativo 2010 da SECulT

Page 11: Educação em Pauta - Edição 3

s pequenos participantes do Concurso Calendário Criativo 2010, da Secretaria Municipal da Educação, Cultura,

Esporte e Lazer (SECULT), mostraram através de frases o que desejam para o novo ano. Sob o tema “Meu Ano vai ser 10”, a maioria dos estudantes inscritos, com idade entre 6 e 11 anos (1º ao 5º ano do Ensino Fundamental), expressaram a vontade de viver num mundo de paz.

Mais de 4 mil alunos participaram, dos quais 11 foram selecionados, cada um de uma Coordenadoria Regional de Educação (CRE): Subúrbio I, Subúrbio II, Pirajá, Centro, Liberdade, Itapuã, Orla, Cajazeiras, São Caetano, Cabula e Cidade Baixa. Os vencedores serão premiados com computadores. Além disso, a foto de cada um compõe, junto com a respectiva frase, o Calendário Criativo 2010.

Durante a sessão de fotos para o calendário, Felipe Santana Galvão, 10 anos, da Escola Municipal Francisco Leite (CRE Cajazeiras), é assediado pelos colegas, curiosos em saber o motivo da movimentação na escola. “Você ganhou?”, “Um computador?”, “Vai sair sua foto?”, são as perguntas. “Ano que vem eu vou ganhar”, “Eu vou estudar também”, são as próprias conclusões diante da vitória de quem está ali, tão perto deles, todos os dias. Nas outras escolas não é diferente. Os amigos acompanham de perto as fotos e ficam entusiasmados com o sucesso dos vencedores.

Os estudantes que tiveram suas frases selecionadas mostraram características comuns: o interesse pela leitura, bom comportamento em sala de aula e até uma certa timidez e a vontade de contribuir para a construção de um mundo melhor.

Esse é o segundo ano consecutivo que a Secretaria realiza o Concurso Calendário Criativo. No primeiro ano, foram escolhidos 14 desenhos e 12 frases para o calendário de 2009.

Os 26 estudantes foram premiados com livros infantis e sorteio de dois computadores. O principal objetivo da ação é elevar a autoestima e estimular a criatividade dos meninos e meninas da Rede Municipal de Ensino.

As frases vencedoras foram:

Meu ano vai ser 10, se o mundo não tivesse guerra nem dor, nem feridas e só amor. Eu queria mudar o mundo para melhor.

- Josué B. Evangelista Júnior: CRE São Caetano, Escola Municipal Batista de São Caetano, 11 anos.

Desarmado de violência e armado de amor.- Aran Matos de Andrade: CRE Subúrbio II, Escola Municipal

Nossa Sra. da Conceição, 10 anos.

Brincar, sorrir e me divertir.- Evelin Prazeres Cardoso: CRE Liberdade, Escola Municipal

Nossa Sra. da Boa Fé, 6 anos.

Quero sonhar, crescer e ver as coisas bonitas que a vida me apresenta.

- Breno Brito Bacelar: CRE Cabula, Escola Municipal Maria da Conceição Santiago Imbassahy, 10 anos.

Meu ano vai ser 10, se todos derem as mãos para a construção de um mundo melhor. Você quer segurar a minha mão?

- Bruno de Oliveira Pelúcio: CRE Itapuã, Escola Municipal Vinícius de Moraes, 11 anos.

Eu vou estar perto da natureza e ter sempre a esperança de que o mundo vai melhorar.

- Ângela Lima de Oliveira: CRE Centro, Escola Municipal Braz do Amaral, 10 anos.

Meu ano vai ser 10, porque farei novas amizades e minha estrela vai brilhar toda vez que eu estudar.

- Felipe Santana Galvão: CRE Cajazeiras, Escola Municipal Francisco Leite, 10 anos.

Meu ano vai ser 10, porque o Brasil vai ser hexacampeão.- Roberta Silva Ribeiro: CRE Orla, Escola Municipal

Organização Coletiva de Melhoramentos, 9 anos.

Meu ano vai ser 10, porque crescer aprendendo faz uma criança feliz.

- Fabrício de Oliveira Barbosa: CRE Pirajá, Escola Municipal Conselheiro Luiz Rogério, 9 anos.

Meu ano vai ser 10, porque eu vou buscar 10 maneiras de viver melhor.

- Tainá Calmom da Silva Oliveira: CRE Cidade Baixa, Escola Municipal Carmelitana 25 de Agosto, 10 anos.

Cheio de surpresas e novidades e quero ter muitas alegrias para dar e receber.

- Juciara do Vale Santos: CRE Subúrbio I, Escola Municipal Geraldo Bispo, 10 anos.

ANO I Nº 3 - DEZEMBRO DE 200911FAZENDO ESCOLA

CRIANÇAS DESEJAM PAZ EM 2010

raças à iniciativa da professora de dança Isabel Oliveira, a vida de 20 crianças, do 2º ao 5º ano do Ensino

Fundamental, da Escola Municipal Coração de Jesus está mudando. Aulas de balé, oferecidas voluntariamente pela profissional na unidade escolar, proporcionam oportunidades e o começo de um planejamento para o futuro.

Isabel, com a certeza de que ser professor é apontar caminhos e deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés, identificou nas aulas de movimento e expressão corporal, realizada para todos os 350 estudantes, as alunas que tinham maior flexibilidade e aptidão para o balé e formou o grupo que tem atraído a atenção e ganhado prestígio na comunidade.

A educadora explica que o sucesso do grupo é devido ao esforço das alunas e principalmente ao fato de que cada aula é elaborada com muito amor, pensando em cada detalhe, para que cada dia seja único e original fazendo com que as estudantes se envolvam e aprendam a gostar da dança.

“Quando crescer, quero ser bailarina ou professora de balé. Amo muito a dança e acredito que meu sonho ainda vai se realizar. Dançar me faz feliz e eu já me considero uma bailarina. Agradeço muito à pró Isabel pelo apoio”, afirma a estudante, Maiane Reis.

De acordo com a professora, quando as crianças iniciaram no balé, elas modificaram totalmente a maneira de agir e principalmente o desenvolvimento em sala de aula se

tornando mais assíduas e consequentemente apresentando melhor desempenho nas avaliações.

“Queremos que essas crianças tenham uma melhor expectativa de vida e um futuro melhor. As pessoas menos favorecidas precisam de oportunidades. A ideia é complementar a educação e estimular o exercício da cidadania, autoconfiança, responsabilidade e respeito por meio da arte”, explica Isabel.

Ainda segundo a professora, a paixão das alunas pela dança despertou a curiosidade de todos da comunidade que acompanham e dão forças para a continuidade do aprendizado. As aulas acontecem duas vezes por semana, com duração de uma hora, no contraturno das aulas.

BALÉ: A ARTEQUE MODIFICA VIDAS

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ESPAÇO DO ESTUDANTE

Frases e fotos dos estudantes vencedores compõem o Calendário Criativo 2010 da SECulT

Page 12: Educação em Pauta - Edição 3

ANO I Nº 3 - DEZEMBRO DE 2009

onhos, fantasias, esperança e conhecimento. É o que a literatura pode proporcionar. A professora da rede

municipal, Edcarla Macedo, tem esta convicção, reforçada este ano por uma experiência que marcou sua vida profissional e pessoal. Na Escola Municipal São Judas Tadeu, acompanhou de perto a transformação de uma aluna que sempre estava muito triste e isolada. Nas aulas de Biblioterapia, a professora, com o apoio da bibliotecária Marisa Santiago, conseguiu proporcionar à criança o resgate da autoestima e confiança. “Nem parece a mesma. Hoje ela é alegre, adora ler e o seu sorriso encantador me deixa muito feliz”, conta Edcarla.

Na Escola Municipal São Judas Tadeu, os estudantes participam, duas vezes por semana, das aulas de leitura. Os professores utilizam a ludicidade como principal instrumento para incentivar uma prática prazerosa. Os alunos participam de uma terapia, que tem como base a contação de histórias, no intuito de estimular o hábito de ler e consequentemente a expressão dos sentimentos.

De acordo com Marisa, tudo o que os estudantes leem é expressado em desenhos e conversas em círculos feitos na sala de aula. Ela conta que no início do projeto, em junho, os estudantes não queriam participar de nenhuma atividade devido à timidez. “Com o tempo e aproximação essa vergonha foi acabando e agora tem bastante interação. Eles adoram

as aulas. A gente escolhe histórias que mostrem aos nossos educandos diversos valores”, esclarece Marisa.

“A história que eu mais gosto é a da Menina do Laço de Fita, porque foi a primeira que consegui ler sozinha e agora faço questão de contar essa história para todos os meus amigos e familiares”, revela a estudante Luciara Salvador. Além das aulas na escola, os alunos fazem passeios culturais em Salvador.

A Municipal São Judas Tadeu é apenas um dos exemplos do trabalho desenvolvido pela Coordenadoria Regional de Educação (CRE) Liberdade, que realiza pelo terceiro ano consecutivo o Projeto Contadores de Histórias, com o objetivo de alfabetizar pelo viés da contação de histórias.

A coordenadora regional, Jô Bahia, explica que as ações nas escolas que compõem a CRE vêm sendo intensificadas e aprimoradas. Este ano, foram criados núcleos de formação entre professores a fim de serem discutidos, estudados e planejados para trabalhar a leitura de forma mais prazerosa em sala de aula. “Os educandos já estão visitando nossas bibliotecas. Temos parceria com as bibliotecas Monteiro Lobato, Thales de Azevedo, Juracy M. Júnior e dos Barris. Em média, 1,5 mil estudantes têm acesso a estes acervos culturais”, explica Jô.

A coordenadora também faz questão de destacar a ação promovida pela Escola Municipal Doutor Marcos Vilaça, que realiza o trabalho de estímulo à leitura com o “Carrinho

Itinerante”, um carrinho repleto de livros infantis que passa por todas as turmas. A criança escolhe o livro, leva para casa, lê para a família e dias depois reconta a história para todos os colegas da sala. “O processo que desejamos fortalecer vai além da questão ligada ao hábito de ler. A leitura pode fazer movimentar vidas de pessoas”, destaca Jô.

A Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (SECULT) apoia e incentiva as iniciativas das escolas. Somente neste ano foram inauguradas dez salas de leitura, através de parceria com a empresa Ferreira Costa e o Instituto Oldemburg, que disponibilizaram para cada unidade um acervo de mil livros para consulta e empréstimo.

Com as novas salas de leitura, a Rede Municipal de Ensino passa a contar com 86 salas de leitura e 79 bibliotecas escolares. Segundo a coordenadora de ações socioeducativas da SECULT, Tatiana Chaves, o trabalho já vem dando resultado, pois os alunos estão enriquecendo o vocabulário, obtendo conhecimento, dinamizando o raciocínio, a interpretação e acima de tudo mostrando que sabem ler. “O hábito de ler deve ser estimulado na infância, para que o indivíduo aprenda desde pequeno que ler é algo importante e prazeroso, assim com certeza ele será um adulto culto, dinâmico e perspicaz. A melhor forma de obter conhecimento é cercar-se de bons livros”, afirma Tatiana.

S

ESPECIAL

LEITURA TRANSFORMA

Projetos incentivam a prática prazerosa da leitura