Educação Em Saude Na Escola

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ATUALIZAÇÕES / CURRENT COMMENTS EDUCAÇÃO EM SAÚDE NA ESCOLA * Ruth Sandoval MARCONDES ** RSPSP-120 MARCONDES, R. S. — Educação em saúde na escola. Rev. Saúde públ., S. Pau- lo, 6:89-96, 1972. RESUMO: São caracterizadas as respon- sabilidades da escola na área da saúde e apresentados os princípios básicos que devem fundamentar o programa de edu- cação em saúde na escola, seus objeti- vos e áreas. A formação e a atuação do especialista em educação em saúde, que integra a equipe de saúde escolar, foi objetivada abordando aspectos do Curso de Educação em Saúde na Escola, mi- nistrado na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, Brasil. UNITERMOS: Educação sanitária*; Saú- de escolar*; Educação; Saúde pública. * Apresentado no VI Congresso Internacional de Higiene e Medicina Escolares e Universitárias, realizado em Lisboa de 23 a 27 de agosto de 1971. ** Da Disciplina Educação em Saúde Pública do Departamento de Prática de Saúde Pública da Faculdade de Saúde Pública da USP. Av. Dr. Arnaldo, 715 — São Paulo, SP., Brasil. 1. INTRODUÇÃO Nos ombros de milhões de crianças que hoje freqüentam escolas descansa o futuro do Brasil. Dentro de poucos anos transformar-se-ão em operários e patrões, professores e profissionais liberais, ad- ministradores de empresas e fazendei- ros. Serão também pais de uma nova geração de crianças. Da escola de hoje sairá um exército de cidadãos que en- frentarão problemas pessoais e familia- res, sociais e políticos, nacionais e inter- nacionais. Como se desincumbirão de suas novas tarefas, só o tempo poderá dizer. No momento, cabe a nós, adultos de hoje, ajudar os escolares a alcançar melhor nível de saúde, dando-lhes uma base sólida sobre a qual poderão cons- truir uma vida útil e feliz. Por força da Constituição Brasileira toda criança, ao completar 7 anos, deve ser matriculada na Escola. A mesma Constituição confere, assim, à escola de- terminadas responsabilidades. 2. RESPONSABILIDADES DA ESCOLA a. Contribuir para o desenvolvimento integral da criança durante o perío- do escolar é uma das responsabili- dades da escola. Receber crianças, proporcionar-lhes situações favorá- veis à aprendizagem e devolvê-las à família no fim de um dia ou de 8 anos não apenas sem terem sido pre- judicadas pela experiência, mas me- lhoradas sob todos os aspectos — eis um dos objetivos da Escola. Não pode haver justificativa para uma Escola que recebe a criança sadia aos 7 anos e aos 14 a dispensa com tuberculose ou outra doença qual-

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Saúde na escola

Transcript of Educação Em Saude Na Escola

  • ATUALIZAES / CURRENT COMMENTS

    EDUCAO EM SADE NA ESCOLA *

    Ruth Sandoval MARCONDES **

    RSPSP-120

    MARCONDES, R. S. Educao em sadena escola. Rev. Sade pbl., S. Pau-lo, 6:89-96, 1972.

    RESUMO: So caracterizadas as respon-sabilidades da escola na rea da sadee apresentados os princpios bsicos quedevem fundamentar o programa de edu-cao em sade na escola, seus objeti-vos e reas. A formao e a atuao doespecialista em educao em sade, queintegra a equipe de sade escolar, foiobjetivada abordando aspectos do Cursode Educao em Sade na Escola, mi-nistrado na Faculdade de Sade Pblicada Universidade de So Paulo, Brasil.

    UNITERMOS: Educao sanitria*; Sa-de escolar*; Educao; Sade pblica.

    * Apresentado no VI Congresso Internacional de Higiene e Medicina Escolares e Universitrias,realizado em Lisboa de 23 a 27 de agosto de 1971.

    ** Da Disciplina Educao em Sade Pblica do Departamento de Prtica de Sade Pblica daFaculdade de Sade Pblica da USP. Av. Dr. Arnaldo, 715 So Paulo, SP., Brasil.

    1. INTRODUONos ombros de milhes de crianas

    que hoje freqentam escolas descansa ofuturo do Brasil. Dentro de poucos anostransformar-se-o em operrios e patres,professores e profissionais liberais, ad-ministradores de empresas e fazendei-ros. Sero tambm pais de uma novagerao de crianas. Da escola de hojesair um exrcito de cidados que en-frentaro problemas pessoais e familia-

    res, sociais e polticos, nacionais e inter-nacionais. Como se desincumbiro desuas novas tarefas, s o tempo poderdizer. No momento, cabe a ns, adultosde hoje, ajudar os escolares a alcanarmelhor nvel de sade, dando-lhes umabase slida sobre a qual podero cons-truir uma vida til e feliz.

    Por fora da Constituio Brasileiratoda criana, ao completar 7 anos, deveser matriculada na Escola. A mesmaConstituio confere, assim, escola de-terminadas responsabilidades.

    2. RESPONSABILIDADES DAESCOLA

    a. Contribuir para o desenvolvimentointegral da criana durante o pero-do escolar uma das responsabili-dades da escola. Receber crianas,proporcionar-lhes situaes favor-veis aprendizagem e devolv-las famlia no fim de um dia ou de 8anos no apenas sem terem sido pre-judicadas pela experincia, mas me-lhoradas sob todos os aspectos eisum dos objetivos da Escola. Nopode haver justificativa para umaEscola que recebe a criana sadiaaos 7 anos e aos 14 a dispensa comtuberculose ou outra doena qual-

  • quer por causa da experincia esco-lar. No h defesa possvel para umsistema escolar que descuida do es-tado psicolgico de seus funcion-rios, concorrendo para tornar a cri-ana nervosa, instvel, desajustada.A sociedade no tem o direito deobrigar uma criana a passar 8 anosde sua vida em prdios sujos, es-curos ou perigosos. A escola deveconcorrer para o desenvolvimento in-tegral da criana, provendo experin-cias conducentes vida sadia.

    b. Tornar acessvel aos alunos o conhe-cimento cientfico e manter-se atua-lizada sobre as novas descobertas.Cada vez se torna mais evidente anecessidade do indivduo aplicar asdescobertas das cincias mdicas ebiolgicas, a fim de alcanar um n-vel timo de sade para si mesmo,sua famlia e sua comunidade. fundamental, portanto, possuir co-nhecimentos corretos sobre essasdescobertas. Tais conhecimentos po-dem ser aprendidos na escola pri-mria com mais facilidade e de ma-neira mais sistematizada, visto que na infncia que o processo de aqui-sio de informaes cientficas de-ve comear, assim como o desenvol-vimento de atitudes e prticas delasdecorrentes.

    No Brasil, este fato tem importnciacapital, visto ser a escola ainda anica agncia que consegue reunirgrande parte da populao. escolacabe transmitir aos alunos conheci-mentos atualizados e teis, estimu-lar atitudes positivas e dinmicas emrelao sade e desenvolver nelesas habilidades necessrias para quepromovam educao sanitria nasprprias famlias, assim como nasprofisses que escolherem.

    c. Manter permanente contato com acomunidade, constitui uma terceiraresponsabilidade da escola.

    A sade da criana est diretamenterelacionada com o ambiente fsico eo clima emocional da escola que fre-qenta, do lar em que vive e da co-munidade que habita. No se podeensinar sade como uma matriaabstrata, sem referncias s prticasda criana dentro e fora da escola;nem se pode esperar o que acontecedentro da escola das atividades e in-teresses do lar e da comunidade co-mo um todo.A escola deve estabelecer comunica-o estreita com a comunidade ondeest inserida, trazendo-a para parti-cipar de seu programa de sade. Damesma forma, deve participar ativa-mente dos programas de sade dacomunidade. Deve ser uma escolasem muros, totalmente aberta e atra-ente aos membros da comunidade.

    3. PRINCPIOS DA EDUCAO EMSADE NA ESCOLA

    Fundamentada em determinados prin-cpios, a educao em sade na escoladeve:a. Estar integrada educao global;b. acompanhar a evoluo nos campos

    da educao e da sade;c. concorrer para o desenvolvimento

    integral da criana a partir de suasnecessidades, interesses e proble-mas;

    d. levar em conta os fatores determi-nantes do comportamento humano(biolgicos, psicolgicos, sociais e cul-turais);

    e. ser compatvel com a poltica de de-senvolvimento educacional, sanitrio,social e econmico do pas;

    f . ser planejada, executada e avaliadapelo pessoal docente, profissional,tcnico, administrativo, pelos pais erepresentantes de agncias da comu-nidade;

  • g. procurar a participao da famlia eda comunidade para seu pleno desen-volvimento.

    4. OBJETIVOS DA EDUCAOEM SADE

    Todos os indivduos tm direito vi-da, instruo, segurana, sade dentro de um clima de liberdade. Sodireitos que dependem de incorporaesconscientes e no de mera informao.

    Sade significa mais do que o concei-to negativo de ausncia de doena. definida pela Organizao Mundial daSade como um "estado de completobem estar fsico, mental e social, e noapenas a ausncia de doena".

    Sade direito que se ganha. Depen-de da conscincia de seu valor. Essaconscincia deve implicar em ao vo-luntria.

    Educao para a sade na escola sig-nifica a formao de atitudes e valoresque levam o escolar ao comportamentointeligente, revertendo em benefcio desua sade e da sade dos outros. No selimita a dar conhecimentos; preocupa-seem motivar a criana para aprender,analisar, avaliar as fontes de informa-es, em torn-la capaz de escolher in-teligentemente seu comportamento combase no conhecimento.

    Quando uma criana entra na escola,j possui conhecimentos, atitudes e pr-ticas de sade adquiridos no lar. Muitospodem no ter base cientfica, necessi-tando modificaes, alguns precisam serreforados e outros aprendidos.

    O programa de educao em sade naescola deve ter por objetivos:

    a. Contribuir para a proteo e pro-moo da sade do escolar, pro-porcionando-lhe um ambiente fsi-

    co e emocional adequado ao seucrescimento e desenvolvimento,ajudando-o a compreender a im-portncia dos exames de sade pe-ridicos, estimulando-o a utilizaros recursos de sade da comuni-dade, concorrendo para a preven-o e controle das doenas trans-missveis.

    b. Desenvolver um currculo orien-tado no sentido de atender as ne-cessidades e interesses do escolar,proporcionando-lhes experinciasde aprendizagem que o habilitema aplicar as descobertas cientfi-cas em benefcio de sua sade.

    c. Levar o escolar a compreender anecessidade da sua participaopara o equacionamento dos pro-blemas de sade pessoais, de suafamlia e de sua comunidade.

    5. O PROGRAMA DE EDUCAOEM SADE NA ESCOLA

    A educao em sade na escola estpresente em todos os aspectos da vidaescolar. Para facilidade de abordagem,o programa global de educao em sa-de na escola pode ser representado pelafigura de um cilindro, adaptada deSTEAD *. O cilindro pode ser dividido emtrs sentidos: vertical, representando asquatro reas do programa: ambiente daescola (fsico e emocional), servios desade, ensino da sade e relaes lar-es-cola-comunidade (Fig. 1); horizontal, re-presentando os nveis de aplicao doprograma: 1., 2. e 3. graus (Fig. 2); lon-gitudinal, focalizando as necessidades depesquisa, levantamento de dados, plane-jamento e programa de ao (Fig. 3).

    * STEAD, F. M. Levels in environmental health. Amer. J. publ. Hlth, 50:312^5, 19-60.

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  • 5.1 As reas do Programa

    5.1.1 Ambiente da Escola(Fsico e Emocional)

    A sade do escolar amplamente in-fluenciada pelo ambiente em que vive.Muitos fatores fsicos, emocionais e so-ciais afetam a sade desfavoravelmente,exigindo ajustamentos e controle. Entreas condies ambientais de interesse es-pecial de educao em sade na escola,contam-se as relacionadas com:a. Saneamento bsico (gua, esgoto, li-

    xo).b. Prdio escolar (iluminao, ventila-

    o, acstica, temperatura, vias deacesso).

    c. Mobilirio e equipamento escolar.d. Refeitrio, cozinha e cantina.

    e. Recreio e reas adjacentes.f. Arborizao e controle de rudos.g. Relaes professor-aluno-pessoal.h. Rotina escolar.

    5.1.2 Servios de Sade

    Nesta rea so consideradas as ativi-dades relacionadas com a proteo e pro-moo da sade do escolar, entre asquais:a. Assistncia mdica, odontolgica e

    psicolgica.b. Alimentao supletiva.c. Recreao e exerccios fsicos.

    5.1.3 Ensino da Sade

    Esta rea abrange todos os tipos deinstruo formal e informal, cujo con-tedo organizado com base nas neces-sidades e interesses da criana e da pro-blemtica de sade local, incluindo, demodo geral:a. Crescimento e desenvolvimento hu-

    mano.

    b. Reproduo.c. Higiene pessoal e do vesturio.d. Exerccio, sono e repouso.e. Nutrio.f. Sade oral.g. Saneamento bsico: abastecimento

    de gua, destino de dejetos, lixo, po-luio do ar e da gua, rudos.

    h. Habitao.i. Etiologia, transmisso e profilaxia

    das doenas transmissveis.j . Preveno de acidentes e socorros de

    urgncia.l. Substncias que modificam o com-

    portamento (lcool, txicos).

    a.

    b.c.

    d.e.

    f.g.

    h.i.

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  • m. Problemas de sade locais, regionais,nacionais e internacionais.

    n. Aspectos econmicos da sade.o. Recursos de sade da comunidade.p. Carreiras relacionadas com a sade.

    5.1.4 Relaes Lar-Escola-Comunidade

    Nesta rea so consideradas todas asatividades que contribuem para o desen-volvimento de relaes de cooperaoentre a escola, a famlia e a comunida-de, como sejam:a. Criao de Associaes de Pais e

    Mestres.b. Participao em programas dos r-

    gos oficiais de sade.c. Criao de Conselhos de Educao e

    Sade.

    5.2 Nveis de Aplicao

    Reconhece-se atualmente que, paraerradicar, minimizar ou controlar osproblemas que impedem a populaode alcanar nveis adequados de bem es-tar fsico, mental e social fundamentalprepar-la na rea da educao para asade. Esta preparao deve comear ce-do na vida do indivduo e principal-mente na escola que poder ser levadaa efeito de maneira sistemtica, desde onvel primrio at o secundrio, colegialou universitrio.

    5.3 Programa de Ao

    A integrao da sade aos programasescolares exige, em todos os nveis deensino, o conhecimento da realidade emque atua a escola e que atua na escola.Isto s possvel atravs da pesquisa edo levantamento de dados necessriosao embasamento dos programas de edu-cao em sade na escola.

    Nesse sentido, a formao de um pro-

    fissional capacitado para realizar estudose investigaes na rea da educao emsade na escola, bem como para desen-volver programas de sade integrados aocurrculo escolar e prestar assistnciatcnica aos professores se faz necess-ria, a fim de proporcionar ao sistemaeducacional condies para que cumpracabalmente sua funo integradora dasade educao.

    6. ESPECIALISTA EM EDUCAO EMSADE NA ESCOLA

    A Faculdade de Sade Pblica, da Uni-versidade de So Paulo, Brasil, j vemformando, desde 1967, o especialista emeducao para a sade o Educador deSade Pblica recrutado entre candi-datos de nvel universitrio. De longadata, entretanto, vem se preocupandocom a integrao da sade ao currculodas escolas. Respondendo a essa neces-sidade iniciou, em 1971, embora em ca-rter experimental, a preparao do Edu-cador de Sade Pblica especializado emeducao em sade na escola.

    O Educador de Sade Pblica um es-pecialista que, por seu preparo especial,deve possuir alta competncia e dotesde liderana que lhe permitam encar-regar-se de trabalhos de planejamento,organizao, metodologia, estudo e in-vestigaes na rea da educao em sa-de. Seu preparo acadmico exige o do-mnio de conhecimentos slidos sobre:a. Educao, especialmente fatores de-

    terminantes do comportamento hu-mano.

    b. Cincias Sociais, particularmente an-tropologia cultural.

    c. Sade Pblica, que inclui administra-o sanitria, saneamento do meio,epidemiologia geral, estatstica vitale planejamento de programas.

    d. Administrao e organizao de pro-gramas de educao em sade na es-cola.

  • e. Metodologia da educao em sadena escola.

    f. Tcnicas de investigao aplicadas educao em sade na escola.

    7. O CURSO DE FORMAO DOESPECIALISTA

    7.1 Requisitos para Admisso

    Podem inscrever-se ao Curso de Edu-cao em Sade Pblica todos aquelesinteressados pelo trabalho no campo dasade escolar, graduados em pedagogiaou psicologia por estabelecimento de n-vel superior. Ademais, deve o candidatopossuir experincia de trabalho, de pre-ferncia em magistrio, e ser aprovadopela Comisso de Seleo.

    7.2 Programa

    O programa do curso de formao doespecialista em educao em sade naescola estrutura-se a partir dos seguin-tes ncleos:a. Disciplinas bsicas de Sade Pblica.b. Educao em Sade na Escola.c. Disciplinas complementares.d. Treinamento-de-campo.

    As disciplinas bsicas incluem: educa-o moral e cvica, administrao sani-tria, eststica vital, epidemiologia geral,saneamento e fundamentos sociais e cul-turais da sade pblica.

    Educao em Sade Pblica na Escolaengloba as seguintes unidades: cresci-mento e desenvolvimento da criana, or-ganizao e administrao do programade educao em sade na escola, organi-zao da comunidade para educao emsade, implementao do currculo etreinamento de pessoal.

    Das disciplinas complementares cons-tam, entre outras: nutrio em sade

    pblica, demografia, sade materna, sa-de ocupacional, amostragem.

    Finalmente, o treinamento-de-campo realizado sob a orientao e supervisode pessoal profissional.

    A Fig. 4 apresenta o programa do Cur-so de Educao em Sade Pblica, indi-cando a diversificao em sade na es-cola.

    7.3 Durao

    O Curso tem a durao de onze me-ses, em perodo de tempo integral, in-cluindo 6 semanas dedicadas ao treina-mento-de-campo. Inicia-se na primeirasegunda-feira de fevereiro e termina a16 de dezembro.

    O aluno aprovado no Curso recebe odiploma de Educador de Sade Pblica(especializao em educao em sadena escola), podendo inscrever-se paraps-graduao, a fim de obter o grau deMestre ou Doutor em Sade Pblica,cumpridas as exigncias regulamentaresda Faculdade.

    8. AS FUNES DO ESPECIALISTA

    O Educador de Sade Pblica, comespecializao em educao em sade naescola, pode atuar junto a rgos deeducao, pblicos e particulares, a n-

  • vel central ou regional. Tem por fun-es:

    8 l Nvel Central

    a. Realizar estudos e pesquisas sobreos fatores scio-culturais que influ-em nos programas de educao emsade na escola.

    b. Realizar estudos e pesquisas sobrea eficincia de mtodos e materiaiseducativos utilizados nos programasde sade na escola.

    c. Desenvolver projetos especiais de ex-perimentao visando recomenda-o de normas tcnicas adequadasao eficiente desenvolvimento das ati-vidades educativas dos programas desade na escola.

    d. Avaliar os programas da Secretariada Educao em termos de seus as-pectos de educao em sade.

    e. Prestar assessoria tcnica a rgosda Secretaria da Educao e demaisrgos oficiais e particulares.

    f. Orientar e supervisionar os Educa-dores de Sade Pblica das DivisesRegionais.

    g. Participar do planejamento do curr-culo escolar na rea da sade.

    8.2 Nvel Regional

    a. Realizar o levantamento das carac-tersticas scio-economico-culturaisda regio em que atua.

    b. Realizar a anlise, o estudo e o diag-nstico educativo dos problemas desade do escolar.

    c. Elaborar o plano educativo dos pro-gramas de sade escolar, que inclui: determinao dos objetivos educa-

    tivos a serem alcanados; identificao dos recursos da Re-

    gio que possam ser utilizadosnas atividades educativas;

    seleo de mtodos e materiaiseducativos a serem utilizados;

    planejamento e teste prvio demateriais educativos;

    determinao de critrios e m-todos de avaliao dos programas.

    d. Orientar a execuo do plano educa-tivo dos programas de sade, res-ponsabilizando-se por: coordenao das atividades edu-

    cativas; interpretao para o pblico dos

    objetivos e programas de sadeda Regio Escolar;

    promoo do treinamento de lde-res e voluntrios da comunidadeque podem cooperar na execuodos programas;

    estabelecimento e manuteno derelaes adequadas de trabalhoentre os rgos e os grupos dacomunidade que podem contribuirpara o programa de sade, ser-vindo de elemento de ligao en-tre os rgos oficiais e particula-res, profissionais e cvicos;

    investigao das reaes negati-vas a atividades educativas.

    e. Estimular, planejar e supervisionarprogramas de treinamento em edu-cao em sade para pessoal tcnicoda Regio, alunos das Escolas Nor-mais e de Institutos de ensino supe-rior.

    f. Prestar assessoria tcnica a outrasagncias ou servios em relao aosaspectos educativos de seus progra-mas de sade na escola.

    g. Realizar estudos e pesquisas na reada educao em sade na escola.

    h. Participar do planejamento do cur-rculo escolar na rea da sade.

    i. Orientar e supervisionar as Unida-des Distritais no que tange educa-o em sade na escola.

  • j. Estimular a organizao de comis-ses de educao e sade.

    l. Organizar e manter atualizada umabiblioteca especializada em sade pa-ra uso da Regio.

    9. CONCLUSES

    Educao em Sade na Escola signifi-ca a formao de atitudes e valores quelevam o escolar a prticas conducentes sade. Deve estar presente em todos osaspectos da vida do escolar e integrada educao global.

    Preparao adequada do pessoal queparticipa do programa de educao emsade na escola indispensvel paraassegurar seu xito. Essa preparao de-ver ser delegada a especialistas em edu-cao em sade na escola, graduados emcurso ps-universitrio. No Brasil esses

    especialistas j esto sendo formados naFaculdade de Sade Pblica da Universi-dade de So Paulo.

    RSPSP-120

    MARCONDES, R. S. [School health edu-cation]. Rev. Sade pbl., S. Paulo,6:89-96, 1972.

    SUMMARY: The school responsibilitiesin the area of health are presented. Theprinciples that should serve as a basisfor the school health education program,its objectives and its areas, are focused.The preparation and functions of theSchool Health Education specialist, amember of the school health team, areanalysed and the School Health Educa-tion Course offered by the School of Pu-blic Health, University of So Paulo, Bra-zil, is described.

    UNITERMS: Health Education *; Schoolhealth *; Education; Public health.

    Recebido para publicao em 22-11-1791

    Aprovado para publicao em 7-1-1972