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Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.25, p.35-59, nov. 2011. Suplemento n.6. • 35 XI Seminário de Educação Física Escolar: Saberes Docentes LUTA NO ENSINO FUNDAMENTAL I: POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO A PARTIR DA PROPOSTA CURRICULAR DE JUNDIAÍ THOMAZINI, L. [email protected] Prefeitura Municipal de Jundiaí NA CADÊNCIA DAS MODALIDADES DANÇANTES: RITMOS E MUSICALIDADES DE ALUNOS DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE SEROPÉDICA SANTOS, T.M.F.; COUBE, R.J.; DIAS, L.F.; DA SILVA, L.G.; PIRES, V.N.L. [email protected] Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Educação Física Escolar no Ensino Fundamental I e II 001 002 A Luta é um conteúdo tradicional abordado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) da disciplina de Educação Física Escolar. Estudos demonstram alguns argumentos restritivos que permeiam e dicultam o trato deste conteúdo nas aulas. Por outro lado, alguns currículos e trabalhos metodológicos já abordam possibilidades para a tematização do ensino da Luta na perspectiva da Educação Física na escola. Este trabalho tem a perspectiva de reetir sobre a implementação da sistematização das Lutas no ensino em turmas de 1º, 2º e 3º anos do Ensino Fundamental I da Rede Municipal de Educação de Jundiaí, tendo como base a “Proposta Curricular do Município” e suas respectivas expectativas de aprendizagem. Esta experiência de trabalho teve como ponto inicial o diagnóstico dos conhecimentos dos alunos, a partir de uma “chuva de ideias”, aliando esses conhecimentos dos discentes aos aspectos contidos das relações atitudinais, quanto à diferenciação de briga e luta dos aspectos conceituais de relacionar os pressupostos históricos, função e contexto social. Os aspectos procedimentais foram abordados a partir das ações motoras especícas das Lutas dos 1º e 2º anos enfatizando Lutas de curta distância aos aspectos de conquista de território, Lutas de desequilíbrio, Lutas de reter, imobilizar, livrar-se e, no 3º ano, as Lutas de média distância desenvolvendo Lutas de disputa de material, Lutas de rapidez, de atenção e jogos de combate. Finalizando o processo de ensino, os alunos puderam criar e recriar. Esta vivência possibilitou uma sistematização do conteúdo de Lutas que não se fechasse apenas nos pressupostos das modalidades para cada ano escolar, possibilitando um trato diversicado das habilidades aos conhecimentos imbricados a partir de cada tipo de Luta, possibilitado essa construção das diversas séries do ensino fundamental a partir da Proposta Curricular de Jundiaí. Este trabalho apresenta pesquisa, em andamento, realizada com alunos do sexto ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal de Seropédica, Estado do Rio de Janeiro. Buscou-se identicar quais são as modalidades dançantes que os alunos apreciam; se os mesmos as praticam ou não e o que os diferentes ritmos suscitam. Nesse sentido, tornou-se relevante diagnosticar as percepções rítmicas e musicais dos sujeitos pesquisados. Este estudo é desenvolvido por integrantes do Laboratório de Estudos do Corpo e Movimento da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e defende a prática corpórea dança como expressão da vida, importando a linguagem corporal e seu repertório diverso/eclético constituinte do sujeito. A partir de uma abordagem qualitativa, foram levantados dados por meio de relatos de 28 crianças e adolescentes entre 10 e 16 anos de ambos os sexos. Os alunos responderam os seguintes questionamentos: 1) qual o ritmo ou cantor preferido; 2) se dança o ritmo ou cantor preferido e suas justicativas. As análises revelam um ecletismo instituído capaz de fazer coexistir modalidades distintas na preferência dos pesquisados, a saber: evangélicas, pop, funk, hip-hop, sertanejo, pagode e samba. A dança, quando considerada um importante conteúdo da Educação Física escolar, neste caso no Ensino Fundamental pode desenvolver a expressividade, a ludicidade e a libertação do corpo.

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XI Seminário de Educação Física Escolar: Saberes Docentes

LUTA NO ENSINO FUNDAMENTAL I: POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO A PARTIR DA PROPOSTA CURRICULAR DE JUNDIAÍ

THOMAZINI, L. [email protected] Prefeitura Municipal de Jundiaí

NA CADÊNCIA DAS MODALIDADES DANÇANTES: RITMOS E MUSICALIDADES DE ALUNOS DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE SEROPÉDICA

SANTOS, T.M.F.; COUBE, R.J.; DIAS, L.F.; DA SILVA, L.G.; PIRES, V.N.L. [email protected] Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

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A Luta é um conteúdo tradicional abordado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) da disciplina de Educação Física Escolar. Estudos demonstram alguns argumentos restritivos que permeiam e difi cultam o trato deste conteúdo nas aulas. Por outro lado, alguns currículos e trabalhos metodológicos já abordam possibilidades para a tematização do ensino da Luta na perspectiva da Educação Física na escola. Este trabalho tem a perspectiva de refl etir sobre a implementação da sistematização das Lutas no ensino em turmas de 1º, 2º e 3º anos do Ensino Fundamental I da Rede Municipal de Educação de Jundiaí, tendo como base a “Proposta Curricular do Município” e suas respectivas expectativas de aprendizagem. Esta experiência de trabalho teve como ponto inicial o diagnóstico dos conhecimentos dos alunos, a partir de uma “chuva de ideias”, aliando esses conhecimentos dos discentes aos aspectos contidos das relações atitudinais, quanto à diferenciação de briga e luta dos aspectos conceituais de relacionar os pressupostos históricos, função e contexto social. Os aspectos procedimentais foram abordados a partir das ações motoras específi cas das Lutas dos 1º e 2º anos enfatizando Lutas de curta distância aos aspectos de conquista de território, Lutas de desequilíbrio, Lutas de reter, imobilizar, livrar-se e, no 3º ano, as Lutas de média distância desenvolvendo Lutas de disputa de material, Lutas de rapidez, de atenção e jogos de combate. Finalizando o processo de ensino, os alunos puderam criar e recriar. Esta vivência possibilitou uma sistematização do conteúdo de Lutas que não se fechasse apenas nos pressupostos das modalidades para cada ano escolar, possibilitando um trato diversifi cado das habilidades aos conhecimentos imbricados a partir de cada tipo de Luta, possibilitado essa construção das diversas séries do ensino fundamental a partir da Proposta Curricular de Jundiaí.

Este trabalho apresenta pesquisa, em andamento, realizada com alunos do sexto ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal de Seropédica, Estado do Rio de Janeiro. Buscou-se identifi car quais são as modalidades dançantes que os alunos apreciam; se os mesmos as praticam ou não e o que os diferentes ritmos suscitam. Nesse sentido, tornou-se relevante diagnosticar as percepções rítmicas e musicais dos sujeitos pesquisados. Este estudo é desenvolvido por integrantes do Laboratório de Estudos do Corpo e Movimento da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e defende a prática corpórea dança como expressão da vida, importando a linguagem corporal e seu repertório diverso/eclético constituinte do sujeito. A partir de uma abordagem qualitativa, foram levantados dados por meio de relatos de 28 crianças e adolescentes entre 10 e 16 anos de ambos os sexos. Os alunos responderam os seguintes questionamentos: 1) qual o ritmo ou cantor preferido; 2) se dança o ritmo ou cantor preferido e suas justifi cativas. As análises revelam um ecletismo instituído capaz de fazer coexistir modalidades distintas na preferência dos pesquisados, a saber: evangélicas, pop, funk, hip-hop, sertanejo, pagode e samba. A dança, quando considerada um importante conteúdo da Educação Física escolar, neste caso no Ensino Fundamental pode desenvolver a expressividade, a ludicidade e a libertação do corpo.

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O CONTEÚDO DE DANÇA COMO PROPOSTA CURRICULAR NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

NASCIMENTO, J.R.; MOREIRA, D.F.R.; OLIVEIRA, E.C.; COLPAS, R.D. [email protected] Universidade Federal de São João del-Rei; PIBID/CAPES

O DESPORTO TÊNIS COMO PROPOSTA CURRICULAR PARA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLARDIAS, L.F.; PIRES, V.N.L. [email protected] Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Este projeto teve como objetivo contextualizar historicamente a dança enquanto manifestação cultural, bem como entendê-la como expressão e linguagem corporal. Dessa forma, os temas abordados e as diferentes formas de dança foram tratados de acordo com os períodos históricos: a era primitiva, a antiguidade, a idade média, moderna e contemporânea. Também envolvemos outras dimensões desse conhecimento, tematizando discussões sobre gênero, preconceito, respeito, classe social e diversidade cultural. O presente projeto foi desenvolvido com alunos do fundamental II da escola Municipal Carlos Damiano Fuzatto no primeiro semestre de 2010, através do Programa Institucional de Bolsa de Incentivo à Docência (PIBID). Inicialmente trabalhamos os sentidos e algumas possibilidades ritmicamente expressivas. Para abranger o período primitivo realizamos, com signifi cância, atividades de pantomimas e a dança da chuva. Já na antiguidade foi enfatizada a dança grega com suas representações mitológicas. Na idade média, as danças camponesas e as danças da nobreza. No modernismo destacamos duas danças: a salsa e a valsa, esta última considerada a primeira dança de salão. Já na idade contemporânea, realizamos uma divisão em décadas. Enfocamos as décadas de1950 à década de 1990. E por fi m pedagogizamos as danças atuais como: funk, hip hop e a eletrônica. Em cada uma das décadas selecionamos aspectos específi cos que foram vivenciados em atividades diversifi cadas como: circuitos rítmicos, construção de coreografi as e interpretação dos estilos aprendidos. Para fechamento do projeto organizamos um baile na escola com uma apresentação de valsa e com uma apresentação aos alunos de um vídeo com imagens dos mesmos participando das aulas ao longo de todo o processo. No início do baile que se seguiu diferentes gêneros musicais animaram a festa. Ao longo do processo percebemos que os alunos foram capazes de reconhecer a amplitude pedagógica de um conteúdo da cultura corporal tão expressivo e muitas vezes pouco ensinado nas escolas.

Após o momento de refl exão sobre o esporte no decorrer de sua história, movimentos, cartas e leis surgiram na intenção de que todos tivessem acesso à Educação Física e ao Esporte. O tênis na escola vem como uma proposta de popularização de uma modalidade não muito conhecida pelas massas, ampliando assim a perspectiva de inclusão social na cultura escolar. Atendendo ao princípio da inclusão proposto por TUBINO (2005). PINTO e CUNHA (1998) apontam que a “cultura escolar como cenário do ensino-aprendizagem de uma modalidade como o tênis se destaca pela infl uencia do jogo nos motivos, atitudes, comportamentos, intelecto, vontade e emoções, e secundariamente pelas habilidades motoras”. Nesse sentido, a prática do tênis na instituição formal de ensino deve ter características educativas, sempre buscando o lado lúdico e o desenvolvimento geral da criança deixando de lado o desporto agonístico. Prevalecendo os aspectos de cooperação e socialização características do ensino fundamental (Ibidem, 1998), fundamentando a importância no aspecto cognitivo, tornando-se um meio e não um fi m em si mesmo. O material alternativo utilizado para a construção das aulas (como, por exemplo, tábuas e bastões, raquetes feitas de cabide e meia-calça, garrafas plásticas e palmares de natação para substituir as raquetes; bolas de meia, isopor, de borracha, e no caso da rede a utilização da rede de vôlei ou qualquer outra fi ta ou barbante para se dividir a quadra e etc.). Em relação à quadra poderá se utilizar fi tas crepes para a marcação das linhas ou pintar as linhas na quadra poliesportiva existente na escola. Contudo, sabemos que é possível a inclusão de uma modalidade esportiva ainda inacessível para algumas pessoas que estão na escola, desmitifi cando o que temos visto a respeito da Educação Física Escolar girando em torno dos esportes mais praticados ou mais vistos pela sociedade (futebol, vôlei, futsal e handebol).

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Estamos vivendo num mundo diariamente bombardeado por informações midiáticas (rádio, televisão, internet) cada vez presentes e intensas no cotidiano. Através do Programa Institucional de Bolsa de Incentivo à Docência foi desenvolvido um projeto de lutas na escola municipal Carlos Damiano Fuzatto. Ao desenvolver este conteúdo, houve a necessidade de trabalhar o tema mídia-lutas. O veículo midiático evidenciado neste estudo foi a televisão, e a amostra foi composta por 27 alunos do nono ano. O trabalho com a mídia-lutas foi efetuado no decorrer de duas aulas que fi zeram parte de um processo pedagógico semestral. A primeira aula foi ministrada através de um vídeo - contendo mensagens publicitárias, dados estatísticos e, cenas de fi lmes. Este vídeo foi produzido pelos bolsistas do PIBID. A cada sucessão de imagens se notava um olhar suspeito e de encantamento, sendo trocados por olhares incrédulos e exultantes. Posteriormente a este momento, estimulamos um ambiente preenchido por dúvidas e esclarecimentos a respeito do tema, foram apontados tanto as faces positivas, como as negativas da mídia. Na segunda aula, foi realizado um debate pautado em um “modelo básico de sistema judiciário”, momento em que um grupo defenderia o papel da mídia em oposição a outro, que apontaria somente seus lados negativos; e um terceiro grupo para ser o mediador nesta relação e estabelecer qual grupo se expressou melhor através de argumentos. Vários argumentos foram explicitados neste debate como: a mídia utiliza as lutas em propagandas para vender mais, em contrapartida, a mesma pode contribuir para que as pessoas conheçam novos estilos de lutas. Portanto, o trabalho foi desenvolvido em curto tempo, isso pode ter infl uenciado os alunos a responderem mais negativamente a infl uência da mídia. Contudo, tentamos explorar as contradições do tema, contribuindo para que grupos formados compreendessem os fenômenos utilizados pela mídia e como estes infl uenciam a sociedade.

O presente projeto foi desenvolvido durante todo o primeiro semestre de 2011 pelos bolsistas do PIBID da UFSJ. O local foi a Escola de Ensino Fundamental, Carlos Damiano Fuzatto. O objetivo deste relato é apresentar uma possibilidade pedagógica para o conteúdo Lutas, considerando as dimensões conceitual, procedimental e atitudinal. Enquanto procedimento metodológico as aulas tiveram seu início após a aplicação de um questionário para verifi car o que os alunos sabiam previamente sobre este tema. A partir das respostas, selecionamos quatro aspectos para balizar nosso trabalho. Dentre eles: a diferença entre lutas e brigas; o processo de esportivização dessa prática corporal; os diferentes estilos; e o tratamento dado pela mídia a esse assunto. Reuniões semanais aconteciam para planejar o trabalho e estruturamos as aulas em três momentos: a) roda inicial para explicitar o objetivo da aula e articulá-la com a aula anterior; b) práticas corporais, específi cas de cada luta, ensinadas de maneira a considerar as potencialidades de cada aluno; e c) roda da conversa para avaliar o aprendizado dos alunos e introduzir o tema do próximo encontro. Os estilos de luta selecionados foram a esgrima, o taekwondô, o karatê, o sumô, o jiu-jitsu, o judô e a capoeira. Para verifi car a efetivação desse processo de ensino organizamos uma avaliação escrita. Pelas respostas dos alunos consideramos que os mesmos ampliaram conceitos com relação às lutas, principalmente diferenciando-as das manifestações de violência; as experiências e as vivências dos diferentes estilos possibilitaram a construção de relações mais afetivas entre eles; e uma visão mais crítica sobre os valores que são propagados pela mídia com relação às lutas, foi acenada. Nesse sentido podemos dizer que não é preciso professores especialistas para ensinar lutas na escola, pois nosso objetivo foi construir um conhecimento que fosse signifi cativo nas dimensões conceitual, procedimental e atitudinal.

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O PAPEL DA EDUCAÇÃO FÍSICA FRENTE À INFLUÊNCIA MIDIÁTICA NO ENSINO DO CONTEÚDO LUTAS

MORAIS, R.A.R.; NASCIMENTO, J.R.; COLPAS, R.D. rodrigoefi @yahoo.com.br Universidade Federal de São João Del-Rei

O PIBID DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL REI: UMA EXPERIÊNCIA METODOLÓGICA COM O ENSINO DE LUTAS

COLPAS, R.D.; SILVA, L.A.; NASCIMENTO, J.R.; JUVENAL, J. [email protected] Universidade Federal de São João Del-Rei/CAPES

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Grande parte dos Estados e municípios brasileiros tem apresentando propostas de organização curricular para atender aos pressupostos indicados pela LDB (Lei 9394/96). Este trabalho apresenta uma análise do conteúdo voleibol nas séries fi nais do Ensino Fundamental, a partir das propostas curriculares estaduais da disciplina de Educação Física. Optou-se por uma metodologia qualitativa, de análise documental e de conteúdo. Foram analisadas treze propostas curriculares, às quais se obteve acesso por meio da internet ou de documentos impressos. O voleibol está presente em oito das treze propostas analisadas, nas outras cinco, o conteúdo não é especifi cado, mas subtende-se que pode ser contemplado dentro dos esportes. Nas propostas que indicam o voleibol, ele aparece dentro do bloco de conteúdos geralmente denominado “esporte”. Na maior parte das propostas o voleibol aparece como conteúdo a ser desenvolvido em todas as séries do 6º ao 9º ano. Em todas as propostas foram encontrados conteúdos da dimensão conceitual e procedimental. A dimensão atitudinal não foi constatada em todas as propostas, particularmente em três Estados. Verifi ca-se que do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental os conteúdos da dimensão conceitual relativos à história, regras e princípios técnicos e táticos, os da dimensão procedimental relacionados à vivência dos fundamentos técnicos e os da dimensão atitudinal que incluem refl exões e discussões sobre princípios éticos, valores e atitudes, são comuns a todos os anos. Esses conteúdos, na verdade, podem ser considerados como tradicionais no ensino dos esportes nas aulas de Educação Física escolar. A inovação se encontra nos conteúdos que receberam menos indicações como: trabalhar com esportes adaptados ou fazer modifi cações nas regras para favorecer a inclusão; compreender as relações entre o esporte e a mídia, a violência e os problemas sociais; entender a possibilidade da prática esportiva fora do contexto escolar como opção de lazer e trabalho, entre outras coisas

Este trabalho é fruto do projeto de pesquisa faz parte da exigência para a conclusão da graduação em licenciatura em Educação Física. O Transtorno de Défi cit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é um distúrbio neurobiológico de causas genéticas, segundo a defi nição da Associação Brasileira de Défi cit de Atenção (ABDA, 1999). A instituição escolar pode ser um local onde se torna observável a ocorrência desse tipo de transtorno, visto que nela se torna presente a expressão física, afetiva e cognitiva desses educandos. Além disso, a desatenção e a hiperatividade fi cam evidentes no período escolar, quando então é necessário aumentar o nível de concentração para aprender. Devido à relevância do TDA/H na escola e o freqüente desconhecimento do mesmo, torna-se importante uma refl exão acerca do impacto da educação inclusiva, em favor de um atendimento mais efetivo e adequado para a aprendizagem e a saúde dos educandos. O objetivo geral é conhecer a perspectiva dos profi ssionais de educação do ensino fundamental acerca do TDAH e como eles conduzem o processo de ensino-aprendizagem junto a estes educandos. Os objetivos específi cos são: 1. Fazer revisão bibliográfi ca acerca de TDAH e sua relação com a aprendizagem; 2. Conceituar TDAH e comparar com os conceitos utilizados pelos profi ssionais de educação; 3. Conhecer as ações pedagógicas utilizadas pelos profi ssionais de educação junto aos educandos com TDAH. A metodologia será realizada uma pesquisa descritiva e quanti-qualitativa junto aos professores do primeiro segmento do ensino fundamental através da aplicação de modo coletivo de um questionário com questões fechadas e abertas, antes de uma palestra sobre o tema: TDA/H. Os professores responderam de próprio punho, de modo voluntário. O sigilo será garantido na apresentação dos resultados.

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O TDAH PELO OLHAR DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL: CONCEITOS E IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS

CUNHA, K.S.; COUBE, R.J.; MARQUES, V. [email protected] Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

O VOLEIBOL DO 6º AO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL: ANÁLISE DAS PROPOSTAS CURRICULARES ESTADUAIS

IMPOLCETTO, F.M.; DARIDO, S.C. [email protected] UNESP; Faculdades Integradas Claretianas

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O planejamento participativo permite que os alunos façam parte do processo de decisão, organização, participação e avaliação. Cabe ao professor mediar às ações e se organizar de acordo com o processo de ensino. Nas aulas de Educação Física, o planejamento participativo tem mostrado resultados positivos, como aulas de qualidade, envolvimento dos alunos e melhora no processo de ensino-aprendizagem. Existem poucos referenciais referentes ao planejamento participativo, porém, isso não impede que o professor possa usar dessa experiência. O objetivo deste estudo é evidenciar como os alunos do sétimo ano do ensino Fundamental I da Escola Municipal Carlos Damiano Fuzatto, contribuíram criticamente nas aulas, por meio planejamento participativo. As aulas foram ministradas por bolsistas do “Programa Institucional de Bolsa de Incentivo à Docência” (PIBID) supervisionados pela professora de Educação Física da escola e pela coordenação do professor da área. O planejamento inicialmente começou com um questionário. Com base neste foi realizado o planejamento, contando ainda com uma autoavaliação realizada ao fi nal do bimestre e por também a roda da conversa ao término de cada aula. Nesta roda, os alunos interagiram com o bolsista responsável evidenciando os principais pontos da aula e o que precisaria ser modifi cado. As rodas de conversa foram bem marcantes, fi cando cada vez mais produtivas ao longo do processo. As autoavaliações auxiliaram tanto na questão conceitual quanto nas atitudinais. Portanto, o planejamento participativo discente contribuiu efetivamente para as aulas de educação física, planejamento este que requer dos alunos autonomia, criticidade, refl exão sobre a prática, responsabilidade, criatividade e ainda espírito de mudança, requisito que deve ser constante para a construção das aulas, levando-se em consideração o contexto em que os discentes estão inseridos.

Todo e qualquer tipo de planejamento é feito para facilitar o trabalho pedagógico. É neste momento que se pode pensar sobre a práxis, sobre o porquê e para quem ensinar. No caso do planejamento participativo na escola, ele procede para dar base a uma prática pedagógica de qualidade, considerando não só os alunos, mas também a realidade em que estão inseridos. Na Escola Carlos Damiano Fuzatto, o planejamento das aulas de Educação Física acontece de forma participativa. Este método é baseado na construção coletiva das atividades desenvolvidas, levando em consideração as opiniões de todos os envolvidos, objetivando dinamizar e facilitar o projeto pedagógico. Estão envolvidos oito bolsistas do curso de Educação Física que participam do PIBID sobre a supervisão da professora da escola e o coordenador do projeto. Estes se reúnem semanalmente para a construção das aulas de Educação Física dos alunos do Ensino Fundamental I e II, para o semestre letivo de 2011. O intuito principal deste planejamento entre docentes e discentes foi melhorar a qualidade de ensino da referida escola e ajudar na formação docente dos futuros professores de Educação Física. Nas reuniões todos expressam suas opiniões e discutem a cerca do que, porque e como direcionar as aulas. E para que este planejamento fosse direcionado de forma participativa, o grupo em questão, realiza leituras de artigos que o orientam a realizar os planejamentos, consolidando a teoria com a prática pedagógica. Notou-se então que o planejamento participativo para a construção das aulas promoveu uma melhora qualitativa nas aulas e uma signifi cativa construção de conhecimentos devido a interação entre discentes e docentes que compartilharam sua prática pedagógica. Além disso, possibilitou que estes crescessem na sua formação profi ssional, uma vez que estão em constante capacitação com o conhecimento aplicado.

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PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: UMA PROPOSTA DE ENSINO

CAMPOS, I.F.; COLPAS, R.D.; NASCIMENTO, J.R. belinhafl [email protected] Universidade Federal de São João Del-Rei/CAPES

PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO: TRABALHO E FORMAÇÃO DOCENTE

SILVA, C.R.; COLPAS, R.D.; NASCIMENTO, [email protected] Universidade Federal de São João Del-Rei

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Este estudo busca verifi car como a Pluralidade Cultural é estabelecida nos Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação Física, no Terceiro e Quarto ciclo do Ensino Fundamental (5ª a 8ª séries) identifi cando as terminologias utilizadas e os signifi cados atribuídos as suas orientações. Consideramos que a escola é um espaço que contribui para a formação dos sujeitos de maneira determinante, inserindo discursos e comportamentos que serão refl etidos na sociedade, e que quando deixa de atender a diversidade humana presente em seu âmbito deixa de contribuir para uma sociedade em que a pluralidade cultural é uma característica da população em geral. E para isso, se faz necessário um entendimento quanto a proposta curricular que rege o Sistema Educacional Brasileiro. A Educação Física, particularmente, trabalha com a diversidade a partir de um eixo diferente das demais disciplinas, esse eixo pode-se denominar de Corporeidade. Nela os signifi cados, os valores e a individualidade são indiscutivelmente plurais, considerando a particularidade dos gestos e movimentos expressos por cada sujeito. Portanto, o entendimento e aprofundamento desse tema se fazem necessário diante do importante papel desenvolvido por esta área de conhecimento. Para análise será utilizado como referência Edgar Morin, com a teoria da complexidade, verifi cando não só as partes isoladas do documento e sim como o mesmo se compõe em sua totalidade, já que tanto as partes quanto o todo se fazem importantes neste processo complexo em que se propõe uma diretriz curricular nacional.

Em 1997, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs/BRASIL, 1997) propuseram a incorporação dos Temas Transversais em todas as áreas do conhecimento. Particularmente a Pluralidade Cultural busca desenvolver nos alunos: o respeito e a convivência com os diferentes grupos sociais e culturais; o reconhecimento da riqueza etnocultural brasileira; o combate às desigualdades sociais; e a intolerância às práticas discriminatórias e preconceituosas. Visando desenvolver este tema nas aulas de Educação Física, o objetivo deste estudo foi apresentar os casos de preconceito e discriminação nas aulas de Educação Física relatado pelos alunos. Para tal entrevistou-se 30 alunos do 8° e 9° ano do ensino fundamental de duas escolas estaduais do município de Rio Claro (SP), utilizando como instrumento para a coleta de dados a entrevista semi-estruturada. Os procedimentos foram executados tendo em vista as exigências do comitê de ética. Os dados apontaram que 83,3% dos entrevistados confi rmam ter sofrido algum tipo de discriminação nas aulas de Educação Física e os casos que mais relatados são referentes a exclusão dos alunos que apresentam habilidades aquém da turma ou mesmo a falta desta nos jogos esportivos. As gozações referentes às características físicas individuais também aparecem nestas aulas e alguns alunos tratam tais situações como algo “normal”. Segundo mais de 85% dos entrevistados, os professores de Educação Física tomam providências, conversando com os agressores, incentivando a participação de todos e até mesmo modifi cando as atividades para incluir a todos. Tais dados alertam sobre quais pontos o professor deve estar atento a fi m de diminuir os casos de preconceito e discriminação dentro das aulas. O trabalho sistematizado nas aulas com a Pluralidade Cultural torna-se imprescindível para a agregação de outros valores e na refl exão de aspectos que afl igem a Educação escolar em geral, e em específi co a Educação Física.

PRECONCEITO E DISCRIMINAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: RELATO DOS ALUNOS

FERREIRA, A.F.; DARIDO, S.C. [email protected] UNESP - Rio Claro

PLURALIDADE CULTURAL NOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

FERREIRA, P.T.; QUEIROZ, J.J. [email protected] Universidade Nove de Julho

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Como em qualquer estágio, lidamos com a falta de tempo e muitas vezes também com a falta de autonomia, sendo fatores desafi antes em nossa formação acadêmica. Assim, o objetivo deste projeto foi em curto prazo, proporcionar aos alunos o máximo de experiências corporais e refl exivas sobre a gama de conteúdos que podem ser pedagogizados no âmbito da disciplina de Educação Física. Sendo assim, selecionamos diversas ações motoras, organizadas em uma seqüência didática com a preocupação de que os alunos também as compreendessem o seu sentido histórico-politico. Foram levadas em consideração as capacidades cognitivas e motoras de cada faixa etária/turma para que o projeto fosse mais signifi cativo possível, assim foram respeitadas as limitações dos alunos, em busca da construção de novos conhecimentos. Como desdobramentos desse conteúdo, esperávamos que os alunos fossem mais críticos enquanto a disciplina de educação física e aos conteúdos apresentados. Como objetivos secundários desse projeto encontram questões sócio-afetivas, morais e éticas que são inerentes a qualquer aula. Nosso público alvo foram alunos do ensino fundamental I, mais especifi camente uma turma do 1°, uma do 4° e uma do 5° ano. Tentamos montar as aulas mais parecidas possíveis, entretanto respeitando as especifi cidades de cada turma, dessa forma foram utilizadas duas aulas para apresentação e compreensão das possibilidades da educação física escolar, sendo uma teórica e uma prática. Posteriormente foram selecionados cinco conteúdos bem distintos entre si, a fi m de proporcionar uma noção de complexidade e totalidade da área. Os conteúdos selecionados foram: futebol, circo, lutas, atividades ritmas e jogos cooperativos. Por fi m, fi zemos uma aula de revisão/aprofundamento e avaliação acerca do que foi estudado durante nossa atuação. Portanto, consideramos que após os relatos avaliativos dos alunos, a compreensão e a ampliação dos termos educação física e cultura corporal, se desmistifi caram e se aprofundaram tornando o nosso projeto signifi cativo.

O objetivo desta investigação foi compreender as relações de gênero e suas representações nas aulas de Educação Física do ensino fundamental. Através de uma abordagem qualitativa realizou-se um estudo de caso do tipo etnográfi co, com a técnica da observação participante em aulas mistas de uma turma do 8º ano de uma escola da rede municipal de Nova Iguaçu, estado do Rio de Janeiro. Dentre os resultados constatou-se existir um entendimento generifi cado, por parte dos discentes, da prática do esporte - especifi camente o Futebol - como pertencente apenas ao universo masculino. Verifi cou-se que ainda é predominante nas aulas de Educação Física um viés sexista, sob a ótica do senso-comum, que relega ao sexo feminino papéis inferiores frente ao masculino. A aproximação dos meninos e o distanciamento das meninas do esporte e das práticas corporais é um refl exo de toda a carga cultural a que estamos submetidos, onde a construção social de identidades masculinas e femininas permeia este contexto.

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE GÊNERO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

BRITO, L.T. teofi [email protected] Universidade Federal do Rio de Janeiro

RELATO DE EXPERIÊNCIA: A AMPLIAÇÃO DAS POSSIBILIDADES DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

TAVARES, T.S.B.; ZANOTTI, A.B.; CARVALHO, I.Z. [email protected] Universidade Federal São João del-Rei

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Este trabalho relata o planejamento e percurso de um projeto na área de educação física e linguagem que abordou o tema das atividades físicas de aventura. Construímos o projeto em parceria com a professora de sala, que nos auxiliou nos registros e nas avaliações, além de vivenciar toda a trajetória e experiências durante a construção. Iniciamos o planejamento dividindo as atividades nos seguintes eixos: corrida de orientação, skate e o surf. O projeto durou aproximadamente 6 meses, e o nosso grande desafi o foi construir estratégias para trabalhar essas atividades com as crianças de 5 anos. Durante o projeto as crianças foram alimentando novas demandas e colocando novos conhecimentos a serem pesquisados E trabalhados. A fi m de conhecer mais profundamente as aprendizagens e o envolvimento das crianças com esse novo conteúdo da educação física escolar utilizamos a Escala de Envolvimento da Criança, para compreender e reconstruir nossa prática pedagógica atendendo a evolução e os novos questionamentos e as difi culdades que surgiam. A partir dessa perspectiva utilizamos essa metodologia para refl etir sobre nossa prática, além de avaliar como as crianças interagiam e aprendiam esse novo tema. Nessa dinâmica ao fi nal de cada bloco utilizamos o desenho e a fala das crianças como avaliação: Solicitávamos que as crianças realizassem um desenho sobre o que foi mais interessante naquele tema e depois pedíamos que eles nos contassem o que estava desenhado. Dessa forma tivemos a possibilidade de compreender o que foi mais signifi cativo, além de observar como eles se envolveram com essa nova temática.

A queimada é um dos jogos mais trabalhados nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Contudo, o professor costuma encontra difi culdades na explicação deste jogo quando ele possui muitas regras. Este estudo foi feito através de experiências práticas de professores pertencentes à Rede Municipal de Ensino da Prefeitura da Estância de Atibaia, ministrando aulas do 1º ao 5º ano. O objetivo do trabalho é estruturar uma seqüência pedagógica partindo de versões mais simples para as mais complexas da queimada. O primeiro jogo enfatiza a esquiva, onde os alunos fi cam dentro de um quadrado e não deixarão que a bola os toquem, sendo que quem for queimado, sai do quadrado e ajuda a queimar. Na segunda versão, quem está dentro do quadrado também queima quem está fora, e quem for queimado, troca de time, caracterizando-se assim como um jogo de inversão. A seguinte versão é a mais conhecida, onde há duas equipes, cada uma com seu campo em uma metade da quadra, sendo que a área do futsal é o cemitério da outra equipe. Uma maneira de deixar o jogo mais solidário é a inserção de um anjo, onde para vencer, a equipe deve queimar o anjo adversário. As regras podem ser difi cultadas com a queimada 4 cantos, onde o campo de jogo é a quadra de vôlei, e o cemitério são as laterais e fundo da quadra do adversário. Observou-se nas aulas que misturando os cemitérios na queimada 4 cantos apresenta maiores desafi os aos alunos, pois deste modo, quem for queimado pode fi car em qualquer cemitério, confundindo defesa e ataque. Com este trabalho, constatou-se uma facilidade para trabalhar o jogo da queimada com alta complexidade, formando assim uma seqüência lógica para o entendimento dos alunos.

SEQUENCIA PEDAGÓGICA PARA ENSINO DA QUEIMADA

SANTOS, S. S.; SILVA, L. S.; ALVIM NETTO, C. A.; DE ANDREA, M. R. educacaofi [email protected] Secretaria de Educação, Prefeitura da Estância de Atibaia

SE DIVERTIR EXPLORANDO NA NATUREZA: UMA EXPERIÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

SANTOS, M.D.G.C.; SANTOS, A.R. [email protected] Universidade Presbiteriana Mackenzie

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As Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) vêm revolucionando o ambiente escolar devido a sua infl uência e presença no cotidiano dos alunos. Com isso cabe aos docentes e a escola do século XXI conhecer e aprender como manusear estas ferramentas, visto que elas podem, em um novo paradigma pedagógico, ser utilizadas para fi ns educativos. Desta forma, defi nimos os seguintes objetivos: a) Analisar uma proposta docente que contemple o uso das TIC’s na Educação Física no Ensino Fundamental; e b) Identifi car os motivos e as expectativas do docente sobre a implantação desta proposta. Metodologicamente, este trabalho se caracteriza por uma pesquisa qualitativa, notadamente um estudo de caso. Para coleta de dados, usamos uma entrevista semi–estruturada e a análise de conteúdo para defi nir as categorias. O sujeito de pesquisa é um professor de Educação Física que trabalha na escola pública e na particular com turmas do ensino fundamental e criou uma página web na qual os alunos podem participar de fóruns e chat, além de acessar vídeos e postar tarefas. Como produto da entrevista defi nimos as seguintes categorias: preocupação com a experiência universitária dos alunos; acesso e utilização das TIC`s; valorização da Educação Física enquanto disciplina curricular; conhecimentos de novos conteúdos associados à Educação Física; papel da escola; responsabilidade do professor; relação professor-aluno; feedback da comunidade escolar. O sujeito considera que a resistência esteja diminuindo com o tempo e que os alunos vem aproveitando e ampliando os conhecimentos. Considera que é preciso desvincular a Educação Física de uma atividade eminentemente prática e que o uso das TIC`s é uma estratégia para o desenvolvimento da dimensão conceitual. Em conclusão, podemos afi rmar que a Educação Física também tem o papel de preparar os alunos para um olhar crítico e refl exivo sobre o uso das TIC`s inclusive como forma de agregar valor à aprendizagem.

As discussões sobre abordagens, metodologias e conteúdos a serem aplicados nas aulas de Educação Física escolar se tornaram constantes. Diante das mudanças ocorridas, este trabalho tem por objetivo verifi car se as abordagens críticas que surgiram na década de 80, ainda são aplicáveis diante das perspectivas propostas para a educação no século XXI. Para se chegar ao resultado utilizou-se a revisão da literatura de algumas legislações educacionais vigentes no Brasil e se comparou as propostas metodológicas dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física, que é um referencial nacional, às das tendências críticas. Considerou-se que, há um paralelo entre a metodologia proposta pelos PCNs e pelas abordagens críticas, sinalizando pontos importantes na prática pedagógica do docente. Palavras chave: Abordagens Críticas, Educação e Educação Física.

UMA RELEITURA DAS TENDÊNCIAS CRÍTICAS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO CONTEXTO ATUAL

SANTANA, L.; NETO, A. [email protected] Universidade Nove de Julho

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: ANÁLISE DE UMA PROPOSTA DOCENTE QUEIROZ, A.G.; VERENGUER, R.C.G. [email protected] Universidade Presbiteriana Mackenzie

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O presente relato descreve uma atividade desenvolvida com turmas do 5°ano do ensino fundamental durante as aulas de educação física em uma escola estadual de ciclo I, localizada na cidade de Bauru-SP. A situação problemática observada pelo professor foi o comportamento extremamente competitivo que grande parte dos alunos apresentava durante jogos praticados em contexto escolar. O fato não seria problemático se as atitudes desses alunos não desencadeassem frequentemente outras situações, entre elas: a exclusão dos colegas para a formação de equipes mais fortes; reclamações em excesso, xingamentos e até agressões físicas em lances acidentais àqueles que cometiam infrações; além de insultos da equipe vencedora e revolta da perdedora. Observou-se que essas atitudes tornaram-se comuns nas aulas e, portanto, vimos a necessidade de um trabalho voltado para o reconhecimento do prazer em jogar ao invés da satisfação apenas pela vitória contra a equipe adversária. A proposta de trabalho foi a utilização do vídeo como forma de ilustrar uma situação problemática, suscitando discussões sobre mudanças que poderiam ocorrer durante as aulas. Reproduzimos um desenho dos “Simpsons” (seriado da TV americana), cujo episódio escolhido tratava principalmente da exclusão do companheiro por alguém melhor para se obter a vitória em um torneio de tênis. No enredo do desenho, quem trocou seu companheiro também foi trocado por alguém que jogava melhor. O desenho destaca também as mudanças dos personagens, de quando jogam por divertimento para quando jogam para ganhar. Trabalho foi sistematizado em parceria com a professora polivalente de forma que os alunos pudessem assistir o desenho durante a aula de educação física para logo em seguida fazerem uma análise do desenho mediante um roteiro de perguntas previamente elaborado. Após a análise dos registros, observamos que os alunos compreenderam a narrativa do desenho, reconhecendo que situações semelhantes também acontecem durante as aulas.

O objetivo deste trabalho é relatar à aplicação de um projeto pedagógico na formação profi ssional. A primeira etapa do projeto foi a visita a escola na qual realizamos o recreio dirigido em que observamos e entrevistamos os alunos das séries 5º a 8º. A partir desta conversa com o público alvo, registramos suas preferências, as atividades que eles gostariam de vivenciar, se eles praticavam alguma atividade física e se tinham incentivos dos pais. Ao analisarmos esses dados, optamos escolher uma atividade cooperativa chamada “Vira-lona”, pois verifi camos uma necessidade mais signifi cativa na esfera cooperativa, onde as brincadeiras no geral eram sustentadas no individualismo. Na brincadeira “Vira-Lona” na qual todos estariam em cima da lona e teriam que virá-la sem sair de cima da mesma e esse desafi o estimulou a cooperação e o diálogo entre os alunos. O projeto demonstrou aplicabilidade e envolvimento das crianças, em atividades não convencionais, a resposta foi boa ao vermos o interesse dos alunos, e uma nova e importante refl exão para a formação profi ssional, antes analisada como atividade inviável, devido ao horário já consolidado com atividades não dirigidas. Temos agora conhecimento sobre a dependência da colaboração na criatividade de todos os envolvidos, socialização foi estimulada e deve ser estimulada desde a primeira infância, para que as crianças saiam da visão de que devem conviver somente com os seus familiares, elas devem aprender a lidar com diversas situações e diferentes pessoas. Estimulamos o trabalho em equipe e a integração entre os mesmos, para que juntos pudessem achar uma solução para o desafi o proposto de forma refl exiva e em equipe.

VIRA-LONA

SILVA, E.M.A.; SANTOS, E.S.; RISIK, E.; ARAÚJO, D.; OCTAVIANO, K.T.; OKIMURA-KERR, T. [email protected] Centro Universitário UniSanta’Anna

USANDO “OS SIMPSONS” COMO MATERIAL PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO FÍSICA

CAMILO, R.C. [email protected] UNESP - Presidente Prudente; Secretaria da Educação do Estado de São Paulo

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Avaliar é uma tarefa comum dos professores, que a partir de propostas de ensino avaliam o aprendizado. Porém, quando o planejamento é realizado coletivamente esse processo toma outras proporções, pois é colocado em pauta o que, porque e como avaliar. Compreendendo o Planejamento Participativo como prática que incentiva ações protagonistas por parte dos alunos, buscamos relatar a avaliação nessa proposta, que foi realizada com uma turma de quarto ano do Ensino Fundamental, de uma Escola da rede Municipal de Bauru-SP. Nesse contexto, foi construído o Planejamento, realizadas as atividades combinadas seguidas por rodas de conversa, e ao fi nal a avaliação da aprendizagem. O conteúdo combinado abordado foi o jogo da queimada e a primeira opção de avaliação colocada pelo grupo foi oral, mas após discussões, decidimos que seria por observação, através de um jogo organizado pelos alunos. Após, realizou-se uma refl exão, e decidimos que esta prática não foi sufi ciente para verifi car aprendizagem, apontando a necessidade de realizar uma avaliação escrita, em que cada aluno escreve como se joga o jogo da queimada, podendo utilizar desenhos. Após a correção das avaliações ocorreu novamente uma refl exão, na perspectiva de entender esse processo de aprendizagem, pois foi preciso uma resposta concreta do aprendizado e quais alunos necessitam de maior atenção e vivência no conteúdo abordado. Assim ao corrigir as avaliações, apenas dois alunos apresentaram idéias confusas sobre o jogo, já que o objetivo era que entendessem a dinâmica de jogo e algumas regras básicas que permitissem realizá-lo. Nesse processo, verifi cou-se que a aprendizagem é mais signifi cativa e que a avaliação tem outro sentido, já que o aluno demonstra-se mais consciente entendendo a importância da avaliação e não como uma punição, ou castigo, fi cando clara a idéia de repensar o ensino, se foi bem compreendido e se houve um aprendizado signifi cativo.

A ginástica artística (GA), muitas vezes é vista na escola como algo perigoso e difícil de ser desenvolvido, sendo alegado a falta de preparo para trabalhar com esta manifestação, material apropriado, segurança e turmas numerosas. No entanto, seu desenvolvimento pode trazer diversas aprendizagens importantes para a formação do aluno. Partindo dessas preocupações e visualizando a possibilidade da construção de saberes através dessa manifestação corporal, desenvolvi esse trabalho com alunos dos 4ºs e 5ºs anos do ciclo I. Para iniciar a discussão, dividi a turma em grupos e solicitei que apresentassem corporalmente o que entendiam sobre ginástica. Houve a discussão sobre os tipos de ginásticas fi cando decidido o desenvolvimento da GA. Foram apresentados alguns elementos básicos: saltos (estendido, grupado, carpado, afastado, com giros, com materiais), rolamentos (frontais/inversos), estrela, parada de mãos (2 /3 apoios), vela, avião e circuitos com os elementos aprendidos. Foram ensinadas as regras de segurança e como ajudar os colegas durante as execuções. Foi proposto aos alunos que montassem uma apresentação integrada com 5 elementos básicos (rolamento frontal, inverso, estrela, parada de 2 e 3 apoios) e 3 aulas para ensaiarem. Após as apresentações, foram avaliados pela turma: quanto aos elementos, a integração e o compromisso na apresentação. Para fi nalizar o trabalho, assistiram ao vídeo das apresentações e foi solicitado que fi zessem um registro com desenhos e informações do que mais chamou a atenção, sendo criado um portfólio fi nal da turma. Durante o processo, os alunos se mostraram muito participativos e motivados, pois não faltavam, se preocupando com as apresentações, queriam assistir os trabalhos e realizaram registros elaborados. Através de conteúdos pouco explorados, estratégias diferenciadas e trabalhos em parceria, que surgem novos conhecimentos, habilidades e coragem para lidar com as difi culdades da aprendizagem. Assim, os alunos assimilam, constroem, vivenciam, e levam os saberes construídos para o seu cotidiano.

A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA PAUTADA PELO PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO

BRASIL, I.B.G.; CORREA, D.A. [email protected]

A CONSTRUÇÃO DA GINÁSTICA ARTÍSTICA: UMA EXPERIÊNCIA POSSÍVEL COM O CICLO INOZAKI, J.M.; SANTANA, A.A. [email protected] UNESP - Rio Claro, Prefeitura e Rede Estadual de Ensino de São Paulo; FAPESP

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Baseado nas técnicas de ensino propostas por Celestin Freinet, este estudo proporcionou - a partir das correspondências interescolares – a sistematização dos conhecimentos trabalhados durante as aulas de Educação Física bem como a vivência de diferentes jogos e brincadeiras que foram descritos nas cartas. A troca das correspondências foi realizada entre uma escola particular do município de Campinas e outra escola da Prefeitura de Jundiaí, com duas turmas de quinto e quartos anos, respectivamente. A construção das cartas iniciou-se a partir do resgate dos jogos realizados em sala através de uma roda de conversa. Os apontamentos que emergiram foram convertidos em desenhos e explicações textuais de modo que os destinatários conseguissem realizar as mesmas brincadeiras. As cartas foram, então, enviadas à outra escola, que vivenciou estes conteúdos com as devidas adaptações em regras, espaço e outras mudanças que se fi zeram necessárias. Por fi m, as cartas foram reenviadas com relatos e impressões sobre o experimentado. Este trabalho nos permitiu analisar a compreensão dos alunos com relação àquilo que outrora fora apreendido em aula e proporcionou uma troca de experiências entre duas realidades distintas: o encontro de diferentes aulas de educação física e uma conseqüente apropriação de novos conhecimentos em relação a estas aulas. Confrontamos, portanto, diferentes realidades escolares para que emergissem diferentes brincadeiras, propostas em aula ou construídas pelos alunos ao longo do ano letivo escolar, tornando possível a ampliação dos jogos e brincadeiras já conhecidos. Consideramos que relatos de experiências singulares devem estar conectados à construção de saberes institucionalizados e, então, nossa imersão neste campo buscou compartilhar fragmentos de realidades escolares em âmbito acadêmico. Esta experiência nos possibilitou a compreensão de duas realidades de forma mais aprofundada, porém, estas interpretações, não sendo passíveis de generalização, ainda são úteis para outras refl exões e estudos na área.

As difi culdades de relacionamento comprometem a aprendizagem e impedem a harmonia dentro do espaço escolar. A fi m de propiciar autonomia nos alunos além do desenvolvimento de valores importantes para a educação Física Escolar, alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental criaram novas brincadeiras incluindo a defi nição de cada uma das regras, considerando seus conhecimentos prévios. Uma brincadeira criada por alunos que se destacou foi ”Sítio do Pica-pau Amarelo”. Os alunos são divididos em trios, e cada um com o nome de um personagem do sítio. Um trio será a Cuca que se posicionarão dentro de uma trave, outra no círculo central e outra dentro da outra trave. O professor chamará uma das cucas para pegar um trio de um dos personagens e marcará um tempo. Quem for pego neste tempo será ajudante da Cuca e os que não forem voltarão para seu lugar. A brincadeira termina quando todos os personagens forem pegos. Outras brincadeiras criadas pelos alunos também se destacaram como o “Passa Três”, a “Lata Velha”, e “Franguinho na Geladeira”, além de muitas outras. Com esse trabalho percebemos avanços nos alunos: Controle de confl itos de forma autônoma e harmônica através do diálogo; Potencialização do conhecimento pessoal e a percepção das capacidades e limitações, a auto estima e espírito de superação das difi culdades; Integração de todos e de cada um com independência de suas características motoras, sexuais, étnicas ou sociais, eliminando situações embaraçosas e traumáticas; Maior empatia entre os alunos; Valorização da discussão e o trabalho em grupo para ter ação crítica e cooperativa e a construção coletiva do conhecimento. O trabalho com a construção de jogos a partir das experiências dos alunos é um excelente instrumento de trabalho para o professor de educação física, possibilitando o desenvolvimento cognitivo, social, afetivo, motor e cultural dos alunos.

A CONSTRUÇÃO DE JOGOS ATRAVÉS DAS EXPERIÊNCIAS DOS ALUNOS

ALVIM NETTO, C.A.; SILVA, L.S.; SANTOS, S.S.; DE ANDREA, M.R. educacaofi [email protected] Secretaria de Educação, Prefeitura da Estância de Atibaia

A CORRESPONDÊNCIA INTERESCOLAR COMO POSSIBILIDADE DE ENCONTROS E CONFRONTOS DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

FERREIRA, F.M.; MEDEIROS, D.C.C.; TRIENTINI, L.A. fl [email protected] UNICAMP; Prefeitura de Jundiaí

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Valores e regras são transmitidos pelos professores, pelos livros, pelas instituições religiosas, pelo comportamento dos alunos, dentre outros. Essas questões devem ser discutidas na escola como objeto de refl exão de todos. A proposta da inclusão da ética na educação parte desse pressuposto, pois o tema diz respeito a, praticamente, todos os outros abordados pela escola referentes às relações humanas presentes no interior da escola e na comunidade. Esse estudo tem como objetivo discutir como as aulas de Educação Física podem contribuir para o desenvolvimento da ética e da moral nos/as alunos/as. O estudo está em andamento e se caracteriza por uma pesquisa-ação de caráter qualitativo para defl agrar a discussão sobre a ética e a moral nas aulas de Educação Física Escolar. Procurar-se-á levantar informações relevantes da cultura do grupo, buscando entender os eventos que se instalam ou transformam as condutas sociais. Os dados serão interpretados através de análise de conteúdo (FRANCO, 2003) e análises das fi lmagens das aulas que, posteriormente, serão debatidas com os alunos para defl agrar a discussão sobre os diversos comportamentos éticos e morais observados durante as aulas de Educação Física. Para realização da pesquisa serão necessárias autorização da direção da escola, dos professores de Educação Física dos responsáveis dos alunos participantes. As imagens serão utilizadas apenas para fi ns acadêmicos e não apresentarão comprometimento de caráter moral aos participantes. Participarão da pesquisa duas turmas do Ensino Fundamental de duas escolas do município de Seropédica, participantes do projeto PIBID, sendo uma de 6º. Ano e outra do 9º. Ano para que os dados sejam comparados entre as diferentes faixas etárias dos/as alunos/as. Espera-se que este projeto possa contribuir para uma visão atual e humanística acerca das condutas e atitudes dos alunos/as nas aulas de Educação Física, possibilitando o respeito às diferenças.

A necessidade de se repensar o currículo de educação física sob outras perspectivas tornaram-se imprescindível na busca de uma aprendizagem signifi cativa. Sob a perspectiva das competências intelectuais humanas, estudos dedicam-se a uma melhor compreensão dos aspectos relativos ao desenvolvimento humano, o que possibilita o subsídio de novas formas de ensino-aprendizagem. Assim, este trabalho tem como objetivo investigar a relação entre as aulas de Educação Física de uma escola do município do Rio de Janeiro e a teoria as inteligências múltiplas proposta por Howard Gardner. O pensamento deste autor vem sendo continuamente analisado em especial pelo impacto de sua obra sobre a teoria das inteligências múltiplas. Trata-se de uma pesquisa-ação em que o professor como pesquisador investiga a própria prática com a intenção de melhorá-la. Foram selecionados os estudantes do quarto e quinto ano do Ensino Fundamental. Os resultados indicam difi culdades por parte dos alunos nas diversas competências intelectuais humanas, já que historicamente as atividades propiciadas ao longo da Educação Física no Ensino Fundamental parecem não valorizar a teoria em questão.

A ÉTICA E A MORAL NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

LELIS, S.A.; PEREIRA, S.A.M. [email protected] Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; PIBIC; FAPERJ

A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E A TEORIA DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS: APROXIMAÇÕES

FORMOSO, F.G.; GUIMARÃES, A.L.F.; SANTOS, A.P.S. [email protected] Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio de Janeiro

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XI Seminário de Educação Física Escolar: Saberes Docentes

Os Meios de Comunicação de Massa ocupam um espaço estratégico na sociedade, constituindo-se como mecanismos que reforçam ou minimizam os diferentes conteúdos da Educação Física escolar. Compreender os desdobramentos e interfaces entre a Educação Física e a mídia pode se constituir em uma ferramenta pedagógica relevante. O objetivo deste trabalho foi investigar a opinião dos alunos sobre a importância de se tratar algumas questões da mídia nas aulas de Educação Física. Para isso, desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa e como instrumento de coleta de dados utilizou-se uma entrevista semi-estruturada junto a 30 alunos do ensino Fundamental de uma escola pública de uma cidade de médio porte. Os resultados apontaram que os alunos, após um período de aulas discutindo questões da mídia, a compreendem como um importante recurso didático dentro das aulas de Educação Física. No entanto, alguns alunos mostraram, sobretudo no início do trabalho, um certo descontentamento com o rompimento da cultura escolar, que signifi cava “jogar bola”. Os resultados mostram as possibilidades e difi culdades do tratamento com novas estratégias para a Educação Física escolar, bem como a necessidade de se desenvolver outras pesquisas que abordem a temática das mídias nas aulas.

O presente trabalho pretende apresentar os pressupostos teórico-metodológicos e relatar a experiência do “Dança para criança”, projeto extracurricular em andamento na Escola de Aplicação da FEUSP. O “Dança para Criança” possui como público-alvo crianças do primeiro ao quinto ano do Ensino Fundamental I e está no segundo semestre de trabalhos. Possui como objetivos proporcionar às crianças experiências acerca da dança e dos conhecimentos próprios desta manifestação corporal (ritmo, espaço, expressão e consciência corporal) de forma lúdica, problematizando temas transversais como dança e gênero, dança em diferentes culturas, contato corporal e intencionalidade de gestos, possibilitando a construção de sua própria representação de dança e conhecer, reconhecer e ampliar recursos de expressão corporal em seu cotidiano. Além disso, pretende-se que a criança expanda sua noção de dança, compreendendo que qualquer corpo pode se apropriar de diferentes formas de linguagem artística, dentre elas, a Dança. As aulas se consolidam por meio de jogos e dinâmicas de improvisação, permitindo a criação de diferentes formas de dançar a partir dos temas discutidos coletivamente durante as aulas. Para isso, diversos materiais são utilizados como “disparadores criativos” em improvisações e elaborações coreográfi cas coletivas, como instrumentos musicais, brinquedos, vídeos, fotos e músicas. Esses exercícios criativos possibilitam à criança a conscientização de si e do outro na expressão e interpretação dos gestos, conseguindo então transcender suas experiências de aula para seu contexto social. As modalidades de dança abordadas são fruto das vivências dos alunos nas aulas e fora delas, tomando as experiências da criança como ponto de partida na construção das aulas. Como avaliação, todo fi m de semestre é realizada uma apresentação, fruto das dinâmicas feitas durante as aulas e a partir de um tema escolhido e estudado pelos alunos, considerando as experiências vividas durante todo o curso.

A EXPERIÊNCIA DO PROJETO “DANÇA PARA CRIANÇA” NA ESCOLA DE APLICAÇÃO DA FEUSPBAGNO, G.S.; SOTERO, M.A; BOAS, M.V. [email protected] Escola de Educação Física e Esporte, USP

A MÍDIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: A OPINIÃO DOS ALUNOS

DINIZ, I.K.S.; DARIDO, S.C. [email protected] UNESP - Rio Claro; PIBIC/ CNPQ

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XI Seminário de Educação Física Escolar: Saberes Docentes

Conhecer a maneira como o aluno percebe o professor de Educação Física pode contribuir para que se construa uma melhor relação professor aluno. Para esta pesquisa foram expostos três rostos de bonecos também conhecidos como smiles (rosto amarelo) sendo: triste, bravo e alegre. Esta estratégia foi utilizada pois possibilitaria aos sujeitos com faixa etária de 9 a 10 anos uma melhor associação. A pergunta do questionário era: qual dos três rostos representa o professor de Educação Física? Por quê? Participaram desta pesquisa 19 alunos de uma escola pública e 20 alunos de uma escola particular. Não foi surpresa a preponderância da relação do rosto alegre com o Professor de Educação Física, pois diversos trabalhos afi rmam que os professores de Educação Física são os que os alunos mais gostam. A análise dos resultados permite verifi car que 65% dos alunos da escola pública associaram o rosto alegre ao seu professor de educação física, enquanto que 95% dos alunos da escola particular associaram esta imagem ao seu professor. Em ambas as escolas, os alunos associaram o rosto bravo do professor com alguma atitude inadequada por parte deles. Este dado confere com a literatura que aponta as atitudes dos alunos como infl uenciadoras da motivação e satisfação do professor. Como exemplo temos uma criança da escola pública que diz que o seu professor fi ca feliz “quando respeitam ele”. Ou seja este aluno percebe que a sua atitude ou a de seu colega é que provocam esta mudança no professor. Da mesma forma na escola particular. Os principais resultados desta pesquisa conferem com a literatura uma vez que a diferença na percepção do rosto alegre pode ser refl exo do ambiente de trabalho e remuneração assim como o comportamento dos alunos da escola pública que tende a ser diferente da particular.

Este relato de experiência refere-se ao trabalho desenvolvido nas aulas de educação física em uma escola de ciclo I da rede estadual pública de ensino localizada na zona norte do município de São Paulo. Os participantes são alunos do 5º ano e os conteúdos Handebol e Fair Play foram desenvolvidos simultaneamente nos dois primeiros bimestres do ano letivo de 2011. As expectativas de aprendizagem giravam em torno das habilidades motoras para a prática do jogo de Handebol em suas formas mais elementares como base para o prosseguimento dos estudos a partir do 6º ano; e de aprender a como comportar-se em uma situação esportiva para com si, com os adversários, com os juízes e as regras da modalidade. Além das aulas práticas, os alunos assistiram a dois vídeos em momentos diferentes: um sobre uma introdução ao Handebol, outro sobre maus exemplos de atitudes esportivas, com o fi m de provocar a refl exão. Os alunos também tiveram aulas teóricas sobre os conteúdos. Ao fi m dos bimestres, foi realizada uma avaliação escrita em que era solicitado aos alunos que escrevessem sobre o que sabiam sobre o Handebol e o Fair Play. As avaliações sugerem diferenças na assimilação dos conteúdos propostos. Ao passo que no Handebol houve uma maior descrição de regras, de algumas habilidades motoras exigidas e de estratégias, o Fair Play é mais referido como o que não fazer ao adversário por medo de sanções por parte da autoridade adulta, juiz/professor. Dessa forma de organizar os conteúdos, os resultados são sugestivos em apontar que a assimilação dos conteúdos por parte dos alunos parece ser melhor do que exclusivamente por aulas práticas e sem o pensar sobre o fazer. Assim, como o ciclo I não possui uma matriz curricular própria para a educação física, essa organização se mostrou uma boa alternativa

A ORGANIZAÇÃO DE CONTEÚDOS PARA O CICLO I: UMA EXPERIÊNCIA COM A DIMENSÃO CONCEITUAL, PROCEDIMENTAL E ATITUDINAL

LUZ, L.M. [email protected] Secretaria de Educação do Estado de São Paulo; Universidade Católica de São Paulo

A PERCEPÇÃO DO HUMOR DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA POR ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL I PAIANO, R.; MOTA E SILVA, E.V.; ZANZINI, D.; QUEIROZ, A.G.; GARCIA, K.R. [email protected] Universidade Presbiteriana Mackenzie

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XI Seminário de Educação Física Escolar: Saberes Docentes

Este trabalho é fruto de uma vivência e experimentação do conteúdo conhecimento sobre o corpo realizado durante o estágio supervisionado. O mesmo teve como objetivo evidenciar as possibilidades de se considerar a linguagem corporal como elemento que necessita ser ampliada na prática pedagógica da Educação Física em duas turmas de primeiro ano do ensino fundamental I na escola Estadual Aureliano Pimentel localizada na cidade de São João Del-Rei. Para tanto proporcionamos aos alunos um maior conhecimento do próprio corpo, identifi cando sua composição e dinâmicas integradas. Nesse processo mediamos situações durante a regência das aulas compostas de maiores experiências no campo da percepção corporal e desenvolvimento de habilidades motoras básicas. Ao desenvolver este projeto abarcamos enquanto procedimentos metodológicos unidades didáticas constituídas e diagnosticadas na roda da conversa. Focamos a sensibilização corporal e a exploração das possibilidades corporais através de diferentes materiais e jogos. Optamos por utilizar os jogos simbólicos como estratégia para atingir os objetivos traçados. Nesse processo, a possibilidade dos alunos trabalharem em pequenos grupos, uns ajudando os outros, compartilhando a construção das tarefas propostas, obteve-se avanços signifi cativos. Ao fi nal do estágio, foi possível perceber uma grande melhora tanto no comportamento dos alunos, quanto na ampliação do repertório motor. Acreditamos que o conhecimento sobre o corpo, na dimensão das atividades de sensibilização é de extrema importância na formação do sujeito ainda na primeira infância. Onde além de melhorar aspectos motores básicos através dos jogos simbólicos, também proporciona uma maior interação, respeito e re/conhecimento da maneira de enxergar o próprio corpo e o do outro. Pensando-se nas conclusões, propomos que o conhecimento sobre o corpo seja um conteúdo da Educação Física escolar e uma manifestação da cultura corporal, uma forma de expressão como linguagem e possível de ser apreendida e sistematizada no espaço da educação escolar.

A SENSIBILIZAÇÃO CORPORAL ATRAVÉS DOS JOGOS SIMBÓLICOS COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO

SILVA, K.F.; SANT’ANA, M.H.R.; FERREIRA, D.M. [email protected] Universidade Federal de São João del-Rei

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A PRESENÇA DA CAPOEIRA NAS PROPOSTAS CURRICULARES NACIONAIS

SILVA, L.M.F.; DARIDO, S.C. [email protected] UNESP - Rio Claro

Este estudo consistiu em analisar Propostas Curriculares de Estados brasileiros, do 6º ao 9º anos do ensino fundamental, buscando identifi car como a Capoeira é tratada, sob quais aspectos e eixos temáticos encontra-se inserida e para quais anos de escolarização é sugerida. No sentido de atingir este objetivo foi realizada uma pesquisa documental. Foram localizadas 18 Propostas de Educação Física, sendo que a Capoeira está presente em 10 delas, com algumas diferenças. Nos Estados do Acre, Goiás, Maranhão, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul, São Paulo e Sergipe é sugerida no conteúdo das Lutas. Em Minas Gerais é considerada como Jogos e Brincadeiras; no Rio Grande do Sul em Lutas e Dança, e em Rondônia como Dança. Os Estados de Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Santa Catarina não apresentam propostas específi cas para a Capoeira. No que diz respeito à fase para a qual é recomendada, as propostas são divergentes, pois ora é atribuída do 6º ao 9º anos, ora somente para o 6º ano ou ainda para 8º e 9º anos. Também não há concordância sobre quais aspectos desta prática corporal devem ser explorados. Na maioria das propostas constam os aspectos históricos, técnico-táticos, sociais e culturais sem, no entanto, apresentar um aprofundamento desses conteúdos. Os resultados deste estudo apontam a presença da Capoeira na maioria das propostas, principalmente alocada na dimensão das lutas, apontando a sua importância no contexto nacional. Quanto ao ano de escolarização e os aspectos que devem ser abordados, existem inúmeras divergências entre as propostas analisadas. Os resultados sugerem a necessidade novos estudos que abordem, sobretudo os aspectos relacionados à organização curricular, possibilitando assim, maior aproveitamento pedagógico e cultural da Capoeira.

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XI Seminário de Educação Física Escolar: Saberes Docentes

As diretrizes curriculares que normatizam os conhecimentos acerca da Educação Física, como os PCN´s e a Proposta Curricular de Jundiaí-SP, apontam para o eixo transversal saúde como extremamente relevante para o trato nas aulas de Educação Física. No documento que rege a Educação Física escolar em Jundiaí-SP, há para o quinto ano a expectativa de aprendizagem identifi car hábitos nutricionais saudáveis e alimentos hipercalóricos. Foram planejadas seis aulas para duas turmas de quinto ano de uma escola pública de Jundiaí-SP para tratar o tema. Buscou-se introduzir o conteúdo com perguntas aos alunos sobre o que é e qual a importância da alimentação saudável. A partir das respostas, elucidou-se as perguntas iniciais e explicou-se a proporção adequada de nutrientes em uma dieta, a partir da análise da pirâmide alimentar. Diagnosticou-se como acontecia a alimentação dos alunos em casa, a partir de questionário. Os alunos vivenciaram jogos com esta temática, para verifi car o nível de compreensão e assimilação dos mesmos em relação ao tema: pega-pega dos alimentos, tiro ao alvo da pirâmide alimentar e arremesso para contagem de calorias. No término das atividades, discutiu-se com os alunos as atividades e a relação das mesmas com a alimentação saudável. Ao fi nal, os alunos construíram seu próprio prato, em forma de desenho, buscando a proporção adequada de nutrientes. A escola na qual esta proposta foi realizada conta com o projeto horta, e os alunos tiveram a oportunidade de plantar cenoura e tomate como forma de aproximação aos alimentos saudáveis. Verifi cou-se que o interesse dos alunos sobre o assunto foi grande a partir das questões elaboradas por eles durante e após as aulas. Para se tornar um trabalho mais efetivo, há a necessidade de interação entre família e escola, afi m de verifi car se houve mudanças nos hábitos alimentares em casa e orientar as famílias.

Partindo da difi culdade de trabalhar lutas na Educação Física escolar, foi desenvolvido pelo Programa Institucional de Bolsa de Incentivo a Docência (PIBID), um trabalho, cujo, um dos objetivos era desmistifi car a ideia sobre tal assunto. O projeto foi realizado com alunos do sexto ao nono ano da Escola Municipal Carlos Damiano Fuzatto, no período 21 de março a 06 de junho de 2011. Através deste projeto buscamos distinguir estilos de lutas, suas regras, fi losofi as e história, questionando-os sobre a realidade em que estamos inseridos e como as informações são transmitidas à sociedade.Para avaliar o entendimento dos alunos a respeito de lutas, foi pedido que estes respondessem um questionário, antes e depois de iniciarmos o projeto, a fi m de comparar os dados conceituais obtidos. Foram analisadas as respostas de 10 alunos do sexto ano, sendo que o critério de seleção foi ter respondido aos dois questionários. Obtemos no primeiro questionário as seguintes conceituações para as lutas: 30% as consideram agressivas; 30% uma autodefesa, 10% para distrair, 10% esporte, 20% outras respostas. Ao fi nal do projeto os resultados foram: 50% consideraram lutas um esporte, 20% possui regras, 10% defesa pessoal, 10% técnicas para movimentar-se, 10% para se apreciada. Ao término do projeto, muitos alunos conseguiram construir novos conceitos com relação ao conteúdo de lutas. A característica “agressiva”, não foi mencionada no segundo questionário, logo, foi satisfatória a diferenciação entre lutas e brigas. Ao fi nal do projeto o conteúdo de lutas passou a ser visto como um esporte com regras, usado para autodefesa. Consideramos que o projeto veio acrescentar de forma conceitual e atitudinal na vida dos alunos, desmistifi cando a ideia, de que lutas geram brigas.

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL COMO TEMÁTICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

RODRIGUES CHIQUITO, J.R. [email protected] Prefeitura de Jundiaí

A VISÃO DOS ALUNOS À RESPEITO DO CONTEÚDO DE LUTAS

RESENDE, F.; NASCIMENTO, R.J. [email protected] Universidade Federal de São João del-Rei

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XI Seminário de Educação Física Escolar: Saberes Docentes

O presente relato de experiência discute a aplicação do projeto Cirarte - circo e arte na escola - que teve como objetivo geral possibilitar o conhecimento, a vivência e a ressignifi cação das atividades circenses quanto as suas potencialidades artísticas e expressivas na escola. O projeto foi aplicado com oito turmas do Ensino Fundamental I, totalizando 240 alunos, no período de março a abril de 2009, numa escola municipal da cidade de Sorocaba/ SP localizada na zona norte. O trabalho desenvolvido parte do pressuposto de que não bastaria a vivência ou mesmo o estudo superfi cial das atividades circenses ou de quaisquer outras manifestações da cultura corporal, pelo fato de representarem elementos ausentes ou silenciados do currículo. Ao invés disso, propomos analisar de que forma a cultura circense como grupo minoritário tem sido mercantilizada, estudada de maneira “folclórica”. A partir do questionamento de manifestações da cultura corporal dominantes, por exemplo, o esporte, é possível que os alunos como produtores de cultura possam refl etir, criticar, aprofundar seus saberes com vistas à intervenção e construção de uma sociedade mais justa e democrática. Portanto, tais práticas corporais representam um vasto patrimônio cultural a ser valorizado, conhecido e desfrutado. Os resultados do projeto mostraram a possibilidade de implantação da proposta, bem como a participação efetiva e a motivação dos alunos frente aos novos desafi os propostos, sinalizando a relevância da inclusão das atividades circenses nas aulas de Educação Física escolar. Além disso, destaca-se a necessidade de uma abordagem interdisciplinar o que favoreceria uma compreensão mais contextualizada dos alunos frente à riqueza e pluralidade deste conteúdo de ensino e suas possibilidades pedagógicas. Palavras-chave: Educação Física escolar; circo; cultura corporal.

O professor possui um conhecimento que é mobilizado e elaborado durante a sua ação pedagógica. Este conhecimento é uma construção pessoal do professor adquirido de forma tácita ao longo dos anos, entendê-lo é fundamental para compreender os processos de ensino-aprendizagem. Assim, a partir desta perspectiva, este trabalho teve o objetivo de analisar os saberes docentes de uma professora de Educação Física Escolar. A coleta envolveu observações descritas em diários de campo e uma entrevista semi-estruturada. Observou-se um bimestre de aulas Educação Física em uma Escola Estadual de Bauru/SP. Com a análise dos resultados pudemos observar que a professora constrói um conhecimento prático ao longo de sua ação. Além disso, a ação docente parece estar fortemente infl uenciada pela história de vida, a história escolar e a refl exão durante e após a ação docente, exercendo infl uência sobre a construção dos saberes docentes, destacando a sua pluralidade. Desta forma, não se deve privilegiar apenas o conhecimento científi co durante os cursos de formação de professores, já que existem outras fontes mobilizadas e carregadas de subjetividade, que orientam e auxiliam o professor cotidianamente. Concluindo, foi possível verifi car que a professora constrói em sua ação um conhecimento inerente a sua prática, que nela é construído e na qual assume signifi cado. Assim, um curso de formação inicial de professores dará conta do aspecto prático da profi ssão na medida em que possibilitar experiências, em situações concretas, de determinadas habilidades consideradas necessárias ao desempenho docente. Os programas de formação de professores de educação física deveriam atentar-se para uma formação na qual a teoria e a prática fossem indissociáveis, pois a docência se constrói ao longo de um processo contínuo de mudanças, adaptações e aprendizagens. Aprendizagens que possuem uma relação com o sujeito envolvido no processo de construção do conhecimento.

AS ATIVIDADES CIRCENSES NO ENSINO FUNDAMENTAL NA PERSPECTIVA CULTURAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

EHRENBERG, M.C.; FERNANDES, R.C. [email protected] Faculdade de Educação, USP; CEUNSP/Itú; ESAMC/Sorocaba

ANALISANDO OS SABERES DE UMA PROFESSORA DE EDUCAÇÃO FÍSICA

SOUSA, M.P.; FERREIRA, L.A. [email protected] Universidade Nove de Julho; UNESP

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XI Seminário de Educação Física Escolar: Saberes Docentes

O autismo é um grupo de síndromes com diferentes etiologias. São destacadas três grandes características predominantes nos autistas: difi culdades na comunicação; difi culdades na interação social e interesses restritos. Concebemos que a Educação Física escolar seja um componente curricular capaz de proporcionar um ambiente rico em expressividade e experimentação, permitindo dessa forma a interação social do aluno, além do requerimento de habilidades psicomotoras. O trabalho tem como objetivo verifi car se há diferença no relacionamento afetivo, social e motor de um aluno autista nas aulas de educação física em comparação com as aulas em sala. Para verifi car tal objetivo foi utilizado um roteiro semi estruturado de observação baseado no instrumento citado por Schuwartzman (1995) e uma entrevista semi estruturada para as professoras de sala e educação física. Foi observado um aluno autista incluso em uma escola particular da região norte do estado de São Paulo. As observações foram realizadas em um período de 30 dias, sendo 8 dias de aula assistidos. O resultado de tal observação evidenciou que a principal diferença do comportamento do aluno se dá pela maior liberdade de movimentação proporcionada nas aulas de educação física, sendo assim, o aluno tem maior autonomia na realização das atividades e um maior desenvolvimento dentro de suas características específi cas, favorecida pela metodologia aplicada pela professora que permitiu uma maior liberdade do aluno na aula. Em relação ao relacionamento com os colegas e professores o aluno apresentou um comportamento semelhante em ambos ambientes de aula, o aluno se mostra bastante afetivo com os professores e colegas contrariando a literatura que nos apresenta uma característica de difi culdade de relacionamento do autista. Embora não tenha havido uma comunicação verbal o aluno se fez entender em algumas situações. O trabalho não é conclusivo, os resultados apresentados são peculiares ao sujeito estudado que possui características específi cas.

Diante dos novos brinquedos eletrônicos, dos espaços de lazer cada vez menores e restritos, das comidas mais práticas e rápidas (fast-food), os alunos estão passando cada vez mais tempo dentro de suas casas, deixando a pratica de atividade física de lado. Refl etindo assim, no crescimento da obesidade infantil, assunto que atualmente alcança índices preocupantes. Assim, o objetivo do estudo foi verifi car os caminhos percorridos pelos professores de Educação Física no ensino fundamental, no desenvolvimento dos conteúdos acerca da obesidade infantil. Fizeram parte da amostra 17 professores, de oito escolas públicas, de Florianópolis(SC), que assinaram o TCLE. Na coleta de dados, utilizou-se um questionário. Os resultados revelaram que a maioria dos professores (64,70%) já abordou o conteúdo acerca da obesidade em suas aulas. Evidenciou-se que sete professores (41,17%) disseminaram com aulas somente teóricas, três professores (17,64%) com aulas teóricas e práticas simultâneamente, um professor (5,89%) com aula somente prática, e por fi m, seis professores (35,3%) nunca trabalharam a obesidade em suas aulas. No que se refere a realização de testes para verifi car o estados de obesidade, teve-se que nove professores (52,9%) já realizaram por meio do peso e altura dos alunos e calcularam IMC. E, por fi m, os dados revelaram que 17 professores (82,35%) alegaram não ter tido formação acadêmica de forma satisfatória para tratar e disseminar a obesidade infantil sem suas aulas. É importante destacar que 100% dos professores desta pesquisa são formados em licenciatura. Conclui-se que embora o número de professores que relataram trabalhar a obesidade infantil em suas aulas tenha sido a maioria, é possível concluir que a formação adquirida pelos professores acerca da obesidade nos cursos de licenciatura tenha sido insufi ciente e, por fi m, sugere-se uma nova investigação para diagnosticar como os professores têm trabalhado na prevenção, no diagnóstico e no tratamento da obesidade.

COMPORTAMENTO AFETIVO-SOCIAL E MOTOR DO ALUNO AUTISTA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DE SALA: UM ESTUDO DE CASO COMPARATIVO

PENTEADO, T.B.; OLIVEIRA, G.K. [email protected]

AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E OBESIDADE INFANTIL

TEIXEIRA, F.A.; SILVEIRA, B.S. [email protected] Universidade do Estado de Santa Catarina

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XI Seminário de Educação Física Escolar: Saberes Docentes

A Educação Física Escolar é um tema de muita discussão. A aplicabilidade de seu conteúdo, tanto na quadra, quanto em sala de aula vem sendo debatida. Por se tratar de uma disciplina que trabalha diretamente com o conceito do movimentar-se, a necessidade de aulas práticas em espaços como quadra se torna, muitas vezes, a primeira opção. Partindo dessa questão, esta pesquisa busca investigar a expectativa de alunos do 6º e 7º anos em relação às aulas de Educação Física dentro do jogo e fora de quadra. O estudo é de caráter qualitativo e foram aplicados dois tipos de questionários, um inicial e outro após a aplicação de jogos interativos, realizados em sala de aula que trabalhavam diretamente com o conteúdo curricular, compreendendo um período de observação e outro de elaboração e aplicação de questionários. Participaram turmas do 6º ano (48 alunos) e 7º ano (25 alunos) do ensino fundamental de uma escola pública do município de Seropédica / RJ. Ao analisar os questionários aplicados no primeiro momento observou-se que eles entendem a fi gura do professor como importante, mas não o sufi ciente para se ter uma boa aula. Ainda segundo eles a Educação Física esta diretamente ligada ao esporte. Em se tratando da escola em questão que se encontra sem quadra, tal fato implica na expectativa deles em relação às aulas de Educação Física. No terceiro momento foi aplicado um segundo questionário, realizado após a aplicabilidade dos jogos interativos, onde se observou que, por mais que o professor seja uma fi gura muito relevante e os alunos entendam que é possível ter uma boa aula fora da quadra, eles não dispensam uma aula prática, na quadra e com bola.

A literatura aponta a existência de concepções esteriotipadas sobre a aparência do professor de Educação Física. O objetivo deste trabalho foi identifi car esta presença em alunos do quarto ano do Ensino Fundamental. Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário composto por sete imagens retiradas do google image. Os alunos deveriam responder e justifi car se a pessoa representada na imagem poderia ser um professor de Educação. A amostra foi composta por 39 alunos, sendo 19 alunos de uma escola pública e 20 de particular. As imagens se referiam a pessoas com as seguintes características: Homem caminhando (1), Mulher com roupa esportiva em foto posada (2), Mulher com terno feminino em foto posada (3), Gravura de homem sem camiseta com corpo hipertrofi ado (4), Gravura de homem, de meia idade, com trajes esportivos e usando apito e cronômetro (5), Gravura de dois homens com trajes esportivos realizando atividade física (6) e Gravura de homem obeso, usando óculos e roupas que evidenciam esta condição (7). Destas imagens a mais rejeitada foi a 7, tanto entre os alunos da escola pública, quanto da privada, com, respectivamente, 83% e 100% das respostas. Já a mais aceita foi a de número 1 que obteve aprovação de 67 e 100%, respectivamente. Surpreendentemente a imagem 4, obteve grande índice de aprovação (85%) entre os alunos da escola particular, ao passo que entre os da pública obteve apenas 39%. Estes resultados reforçam a hipótese apresentada. Desta forma, a Educação Física deveria preparar os alunos para terem um olhar mais crítico e refl exivo sobre o assunto.

CONTEÚDO DE EDUCAÇÃO FÍSICA: DENTRO DO JOGO E FORA DA QUADRA

SILVA, L.Q.L.C.; SILVA, P.R.; MENEZES, H.R.; PIPA, M.S.; SILVA, J.M.M.; PEREIRA, S.A.M. [email protected] Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; PIBID/CAPES

CONCEPÇÕES DE ALUNOS SOBRE A EXPECTATIVA DE APARÊNCIA DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA

ANDRADE, I.A.; SILVA, E.V.M.; FILGUEIRAS, I.P.; QUEIROZ, A.G.; FERREIRA, J.F.S. [email protected] Universidade Presbiteriana Mackenzie

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XI Seminário de Educação Física Escolar: Saberes Docentes

Desde o lançamento dos Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação Física ampliou-se as discussões sobre a necessidade de se ensinar diversas manifestações da cultura corporal enfatizando as três dimensões dos conteúdos. Nesse sentido o objetivo desse estudo foi sistematizar um relato de experiência de um professor iniciante que trabalha com as três dimensões dos conteúdos. As aulas foram realizadas no terceiro bimestre de 2011 com turmas de 8º ano do ensino fundamental em uma escola pública localizada na zona leste de São Paulo. Ao iniciarmos o terceiro bimestre, decidimos trabalhar com lutas com as nossas turmas. Com pouca experiência com o tema e sem nenhuma vivência prática dessa manifestação da cultura corporal traçamos como objetivos que os alunos vivenciassem algumas lutas, aprendessem conceitos dessas lutas vivenciadas e identifi cassem a diferença entre brigar e praticar um esporte que envolvesse lutar. Iniciamos as aulas realizando alguns jogos de lutas de oposição como braço de ferro e cabo de guerra. Ainda na dimensão procedimental do conteúdo vivenciamos algumas técnicas do boxe, do sumo e da esgrima. Pensando na dimensão conceitual dos conteúdos realizamos aulas expositivas, convidamos dois professores (Kung-fu e Capoeira) que ensinaram diversos conceitos, além de confeccionarmos cartazes e analisarmos artigos de revistas que versavam sobre o UFC. Para diferenciar uma briga de um esporte que envolvesse lutar assistimos o fi lme Karatê Kid 4, onde realizamos refl exões sobre as atitudes que uma pessoa que pratica qualquer modalidade de luta deve ter por conhecer técnicas que podem machucar outras pessoas. Para fi nalizar as aulas, os alunos montaram um vídeo contendo os aprendizados que foram adquiridos durante todo o bimestre nas aulas de Educação Física. Concluímos que mesmo com diversas difi culdades de material e infra-estrutura, conseguimos ministrar aulas que envolvessem as três dimensões dos conteúdos tematizando as lutas nas aulas de Educação Física Escolar.

Durante a disciplina estágio supervisionado I, elaboramos um projeto de capoeira a ser trabalhado com alunos do ensino fundamental I da escola Tomé Portes Del Rei na cidade se São João Del Rei. O tema capoeira foi escolhido por ser rara a sua presença em intervenções escolares e mesmo na formação de professores de Educação Física. Nossa intenção foi organizar o ensino deste conteúdo, de modo que pudéssemos compreender como esse pode ser ensinado para além de sua dimensão técnica, em uma perspectiva mais crítica, incentivando a participação dos alunos nas aulas de capoeira compreendendo-a, criticando-a e imprimindo-lhe signifi cados. Esse estudo teve um caráter descritivo e foi estruturado a partir de registros em diário de campo e vídeo. Os participantes foram alunos de três classes do quarto ano do ensino fundamental I de uma escola pública. As atividades foram organizadas no decorrer de dez aulas, em que abordamos atividades voltadas para a compreensão e contextualização crítica da capoeira como: a sua história, o seu contexto social, o manuseio e construção de alguns de seus instrumentos, as canções e por fi m seus movimentos característicos que foram transmitidos aos alunos através de jogos como: a dança da vassoura, estátua, cocutinho queimado, pego-rabinho e pique gelo. Discussões ricas ocorreram com questões sobre preconceito, religião, respeito, dança, luta e jogo. A aceitação do conteúdo pelos alunos foi boa, embora tal conteúdo seja bem diferente do que vinha sendo vivido por eles nas aulas de educação física. São inúmeras as possibilidades de trabalho com tal tema e o domínio técnico de seus movimentos não foram cruciais para o processo de ensino aprendizagem, no entanto, estudos e refl exões sobre a prática foram mais do que necessários neste processo.

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E AS TRÊS DIMENSÕES DOS CONTEÚDOS: TEMATIZANDO AS LUTAS NA ESCOLA

MALDONADO, D.T. [email protected] Universidade São Judas Tadeu

CONTEXTUALIZANDO CRITICAMENTE A CAPOEIRA ATRAVÉS DE VIVÊNCIAS ESCOLARES NA EDUCAÇÃO FÍSICA

SANTOS, S.A.; CARDOSO, A.M.M.; COSTA, M.P. [email protected] Universidade Federal de São João del-Rei

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EDUCAÇÃO FÍSICA NA REDE MUNICIPAL DE JUNDIAÍ - SPCHIYODA, A.; FERREIRA, F.M.; TRIENTINI, L.A. [email protected] Prefeitura de Jundiaí

ESPORTE DA E ESPORTE NA ESCOLA: O FUTEBOL NO PRIMEIRO CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL FERREIRA, B.J.F.B.M.; CARVALHO, A.C.; COLPAS, R.D.; ALMEIDA, T.G.F.; ABREU, T.F.; GUIMARÃES, V.A. [email protected] Universidade Federal de São João del-Rei

Este trabalho é um levantamento sobre a Educação Física Escolar da rede municipal de ensino de Jundiaí que abrange a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. Essa ação procura atender a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9.934/96, que estabelece a Educação Física como “componente curricular obrigatório da Educação Básica” (BRASIL, 1996) e, mais especifi camente, a lei estadual determina que as aulas devam ser ministradas por profi ssionais habilitados (SÃO PAULO, 2002). Assim o objetivo do estudo é descrever o funcionamento da Educação Física Escolar na rede municipal de ensino do município de Jundiaí-SP. As aulas de Educação Física são ministradas por educadores físicos desde 2006. Este ano foi publicado a Proposta Curricular de Educação Física de Jundiaí (JUNDIAÍ, 2011). O documento sistematiza as experiências acumuladas dos professores de Educação Física da rede, pensando no perfi l social e econômico dos alunos e das escolas atendidas. A Educação Física compõe o currículo em todos os anos, desde o berçário (quatro meses) até o 5° ano. Para berçário, G1, G2, G3 é realizada uma aula semanal de trinta minutos. Já para o G4, G5, duas aulas semanais de trinta minutos e no Ensino Fundamental são realizadas duas aulas semanais de 40 minutos. Os professores de Educação Física participam de capacitações e horários de estudos semanalmente, nas unidades de ensino e/ou com o grupo de Educação Física, para discutir temas do cotidiano escolar, planejamento das aulas e estudo de textos da área. No fi nal do ano letivo é apresentado o registro das atividades desenvolvidas no ano, através de vídeos, cartazes e portfólios. A avaliação dos professores é realizada pelos diretores das escolas. Atualmente, a Secretaria de Educação e Esportes de Jundiaí conta com 82 educadores físicos que atuam em 113 unidades de ensino, atendendo a 28.746 alunos (Senso Maio/2011).

O objetivo deste trabalho é relatar as experiências vivenciadas por bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) junto aos alunos do primeiro ciclo do Ensino Fundamental de uma escola municipal da cidade de São João del-Rei (MG).Partindo do conteúdo Futebol (escolhido como conteúdo representativo), o trabalho teve como objetivo principal mostrar essa diferenciação aos alunos, do esporte na e da escola, mais especifi camente o futebol, vivenciando algumas possibilidades nas aulas de Educação Física. O planejamento das aulas e a avaliação contínua do trabalho foram feitos semanalmente na reunião dos bolsistas com a supervisora da escola juntamente com o coordenador do PIBID da Educação Física. O trabalho desenvolvido com os alunos foi feito por meio de imagens, vídeos, práticas em quadra e principalmente discussões na roda da conversa (refl exão fi nal). Ao fi nal do semestre foi organizado um mini-festival de Futebol abrangendo todo o conteúdo trabalhado. Foi feito uma refl exão juntamente com os alunos sobre o fato da Educação Física escolar não ser simplesmente para brincar de futebol, visando à participação de todos e uma melhor dinâmica na execução do jogo. Demonstrando assim que a Educação Física pode trabalhar diversas questões que incentivem o crescimento integral do aluno, como entender que todos têm difi culdades e que um aluno que tem mais facilidade em algo pode contribuir com o aprendizado do outro, que todos são diferentes e com direitos e deveres iguais. Conseguimos trabalhar essas questões utilizando os próprios conhecimentos que envolvem o conteúdo Futebol, como regras básicas, fundamentos e alguns valores. Percebeu-se que os alunos de forma geral conseguiram entender as principais diferenças existentes entre o futebol da escola e os demais ambientes em que ele está inserido. Isso se deve aos alunos colocarem na prática aquilo que foi visto na teoria.

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ESTÁGIO SUPERVISIONADO I: UMA PERCEPÇÃO SOBRE A TRANSFORMAÇÃO DO ENSINO DE ATIVIDADES COMPETITIVAS E COOPERATIVAS

SOUZA, C.; MORAIS, R.; FERREIRA,T. [email protected] UFSJ

IDENTIFICAÇÃO E VIVÊNCIA DOS CONTEÚDOS DA CULTURA CORPORAL NO ENSINO FUNDAMENTAL I FILGUEIRAS, I.P.; PAINTO, R.; FERREIRA, J.F.S.; ANDRADE, I.A. belfi [email protected] Universidade Presbiteriana Mackenzie

O presente estudo trata-se de uma refl exão sobre a prática pedagógica realizada durante a disciplina de Estágio Supervisionado I, do curso de Educação Física da UFSJ. O objetivo geral do trabalho foi identifi car quais repercussões o ensino da cooperação/competição por meio de jogos transformados traz para as aulas de Educação Física. Esse é um estudo descritivo realizado a partir da observação das intervenções de estágio no ensino fundamental I. Os dados presentes foram coletados por meio de registro escrito e fi lmagens. Foram ministradas 27 aulas durante 9 semanas. O planejamento incluía uma atividade cooperativa e uma competitiva na mesma aula. A maioria das atividades cooperativas eram modalidades transformadas dos jogos competitivos, conforme sugere KUNZ (2001) em sua obra “A transformação Didático-Pedagógica do Esporte”, onde a transformação didática do esporte acontece quando a organização dos jogos esportivos permanece, mas o sentido individual e coletivo muda. Primeiramente houve um estranhamento dos alunos em relação as atividades cooperativas nas aulas (falta de vivencia anteriores) fato que, evidencia a supervalorização da competição como formação nas aulas de Educação Física, e pouca relevância do aprender a cooperar para o processo pedagógico. Ao longo das atividades cooperativas, percebemos que havia motivação e envolvimento constante por parte de todos os alunos (as habilidades se equilibravam durante as atividades). O que no início das atividades competitivas se mostrava inverso. Com o tempo estes alunos foram percebendo a lógica do jogo competitivo e notaram que não era fundamental apenas a habilidade, e sim o trabalho em equipe. Constatamos que o ensino planejado e sequenciado transforma a didática de ministrar aula em um aprendizado mais qualifi cado e crítico para a realidade discente. Pois, ao fi nal verifi camos que houve avanço no entendimento dos conteúdos propostos, fazendo com que o ensino das atividades cooperativas/competitivas seja concreto em uma aula de Educação Física.

Estudar a perspectiva discente na Educação Física pode contribuir para a avaliação da prática dos professores. O objetivo do trabalho foi identifi car os conhecimentos dos alunos do quarto ano do Ensino Fundamental sobre os conteúdos da cultura corporal e sua vivência nas aulas de Educação Física. Foi utilizado um questionário composto de ilustrações de lutas, brincadeiras, ginásticas, danças e esportes. Para cada conteúdo, os sujeitos observavam duas imagens e respondiam: o que as fi guras acima representam? Você já vivenciou estas atividades nas aulas de Educação Física? Participaram da pesquisa 19 alunos do quarto ano de uma escola pública e 20 de uma escola particular. Para descrição dos resultados utilizaram-se as seguintes siglas: IA (identifi cação dos alunos da escola pública), VA (vivência dos alunos da escola pública), IB (identifi cação dos alunos da escola privada), VB (vivência dos alunos da escola privada). Os resultados da análise dos dados são: lutas (IA 100%, IB 90%; VA 78%, VB 5%); brincadeiras (IA 100%, IB 100%, VA 100%, VB 65%), danças (IA 100%, IB 65%; VA 42%, VB 45%) , ginásticas (IA 78%, IB 80%, VA 37%, VB 15%); esportes (IA 100%, IB 85%, VA 100%, VB 55%). A análise dos dados indica que os alunos da escola pública apresentaram maior capacidade de identifi cação das imagens para os conteúdos lutas, brincadeiras, danças e esportes. No conteúdo de ginástica a porcentagem de alunos que identifi caram as imagens foi igual nas duas escolas. Os alunos da escola pública também apresentaram maiores índices de vivência, exceto quanto ao conteúdo danças, cuja vivência foi igual a dos alunos da escola particular. Os dados apontam que a prática pedagógica do professor dessa escola pública está mais afi nada com a concepção da cultura corporal de movimento do que a do professor dessa escola particular.

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INCLUSÃO DO ALUNO COM AUTISMO NA AULA DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

GUIMARÃES, A.L.F.; FORMOSO,F.; DA SILVA SANTOS, A.P. [email protected] Secretaria Municipal do Rio de Janeiro; Universidade Federal do Rio de Janeiro

JOGOS DE REGRAS: UMA POSSIBILIDADE DE ENSINO DO BASQUETEBOL NO ENSINO FUNDAMENTAL ISANT’ANA, M.H.R.; SILVA, K.F.; FERREIRA, D.P.M. [email protected] Universidade Federal de São João del-Rei

O presente relato de experiência diz respeito à inclusão de um aluno diagnosticado com autismo clássico nas aulas de Educação Física Escolar em uma escola municipal da cidade do Rio de Janeiro no ano de 2010 no 1° ano do ensino fundamental. O currículo da cultura corporal fundamentou as aulas de Educação Física e a abordagem da aprendizagem teve como apóio a concepção histórico-cultural contribuindo para a compreensão de conceitos signifi cativos possibilitando a criação de estratégias para as aulas na perspectiva da Educação Inclusiva. Essa propõe que os alunos com e sem defi ciência deixem de freqüentar ambientes educacionais à parte, que segregam, discriminam e diferenciam. Defi nimos como objetivo central acolher e construir uma pratica na diferença. A metodologia se confi gurou em uma abordagem qualitativa, na qual buscamos uma prática refl exiva, transformando o (a) professor em pesquisador de sua prática a partir dos componentes: conhecimento em ação, refl exão em ação e conversa refl exiva com a situação. Neste processo de inclusão do aluno com autismo, o ponto de partida foram às aulas de Educação Física. Observamos os alunos da turma e da escola, em sua maioria, com atitudes de aproximação demonstrando curiosidade e afeto, no sentido de proteção e de conhecer o colega. Dessa forma, ações que favoreceram a inclusão se efetuaram, no entanto há um repensar constante, que fomenta questionamentos acerca da dialética exclusão/inclusão, de ressignifi car a prática pedagógica em novas estratégias e objetivos que atendam as diferenças na aula de Educação Física. Reconhecemos que há um longo caminho para de fato termos uma educação para todos.

A iniciação ao esporte pode acontecer a partir do 4º ano, pois é nesse período que a criança deixa de recorrer ao faz de conta para solucionar os seus problemas, partindo de situações reais e pensando coletivamente. Começam a se preocupar em compreender o que estão fazendo e não apenas executar. A partir dessa visão, optamos por trabalhar a iniciação ao basquete através de brincadeiras populares com ênfase na construção de regras. O professor não impunha regras sufi cientes para o desenvolvimento da atividade, instigando os alunos na construção das mesmas. Escolhemos o basquetebol devido ao espaço limitado que a escola possui e também pelo grande interesse dos alunos. O estágio foi desenvolvido com os alunos do 4° ano da Escola Estadual Aureliano Pimentel, em São João del Rei-MG, totalizando nove aulas. Os jogos escolhidos para a iniciação ao basquete foram: estafetas, passa dez, “derrubando a torre”, “bola nos círculos” e cestobol. A última aula foi teórica, onde os alunos puderam conhecer a história do basquete no Brasil, compará-la a outros países e as outras formas de praticá-lo. Nosso objetivo foi proporcionar aos alunos uma melhor compreensão das suas responsabilidades pedagógicas frente ao jogo. Dessa forma, desenvolveria a autonomia e a cooperação nos alunos, além de aspectos cognitivos, motores, afetivos, moral e social. No decorrer do processo observamos, além de desenvolvimento técnico e tático nos alunos, um grande avanço na capacidade de se organizarem individual e coletivamente. Além disso, eles perceberam como o basquetebol está inserido na sociedade brasileira e suas diversas modalidades. Assim, acreditamos que, apesar do pouco tempo de contato com os alunos e o grande intervalo entre as aulas, foi possível desenvolver o conteúdo basquetebol através de jogos de regras visando a aprendizagem esportiva escolar.

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JOGOS DE TABULEIRO: UMA ESTRATÉGIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NAGASHIMA, L.S.; CUNHA, F.; TRIENTINI, L.A. [email protected] Prefeitura do Município de Jundiaí; Secretaria Municipal de Educação e Esportes

JOGOS TRANSFORMADOS: UMA PROPOSTA DE ENSINO NAS DIMENSÕES PROCEDIMENTAL, ATITUDINAL E CONCEITUAL

COSTA, M.P.; ABDALLA, E.D.M.; COLPAS, R.D.; LEÃO, K.A.S.; MONTEIRO, C.S.; SILVA, G.C.R.F.E. [email protected] Universidade Federal de São João del-Rei

Um dos grandes paradigmas da educação atual é a difi culdade em trabalhar a ansiedade e a falta de concentração dos estudantes. Visando buscar soluções para esse problema, elaboramos o projeto “Damas e Cavalheiros”. Em nossa escola as aulas de Educação Física passaram de duas para três semanais. As duas primeiras aulas continuaram sendo planejadas e desenvolvidas baseadas na Proposta Curricular do Município de Jundiaí, na terceira optamos por trabalhar jogos de Damas, entendendo que por meio desta possibilidade conseguiríamos avanços signifi cativos, além de estimular a antecipação, a construção e reconstrução de estratégias e a formulação de hipóteses. O projeto foi implantado no ano de 2010, na EMEB José Romeiro Pereira, na cidade de Jundiaí/SP, e desenvolvido com crianças do quarto ano. Para fi nalizar o projeto organizamos um Festival, convidamos a Delegação de Damas de Jundiaí, que, de forma muito descontraída, conversou com os estudantes, contaram sobre as viagens, os jogos escolares, regionais e abertos do interior. Falaram sobre a dedicação, os treinos, as vitórias e as derrotas e exibiram suas medalhas! Participaram do evento aproximadamente 200 crianças, em dois períodos. Os tabuleiros, confeccionados em papel cartão e as peças, tampinhas de garrafas pet, deram um colorido todo especial ao evento. As crianças entusiasmadas e eufóricas com o início dos jogos cumprimentavam o colega e desejavam um bom jogo, atitude de verdadeiras “Damas e Cavalheiros”. A cada quatro minutos o jogo terminava e a premiação era imediata: medalhinhas de ouro ou prata (adesivos) para os participantes. Nossa estratégia para a realização dos jogos foi um rodízio que oportunizou aproximadamente quinze jogos com diferentes parceiros. No fi nal do Festival, o “Grande Desafi o”! Estudantes com mais vitórias representaram a escola contra os atletas de Jundiaí. Para encerrar foram sorteado Jogos de Damas aos participantes. Em 2011 demos continuidade com o projeto Xadrez.

Através do programa institucional de bolsa de iniciação a docência (PIBID), foi desenvolvido um projeto com jogos transformados na Escola Estadual Dr. Garcia de Lima na cidade de São João del Rei com alunos do 8º ano. O conteúdo foi escolhido por ter este rara presença em intervenções escolares e para acrescentarmos ao processo de aprendizagem dos alunos alguns jogos e modalidades esportivas distantes de sua realidade. Para tanto, no decorrer de 10 aulas trabalhamos diversos jogos, entre eles: Softbol, Flagbol, badminton, queimada com pinos, queimada com garrafas, fresbee e tênis. Apresentamos e construímos com nossos alunos possibilidades de movimentos e ao mesmo tempo instigamos o raciocínio, a dinâmica de jogo, trabalho coletivo, respeito mútuo e diálogo. Esse estudo teve um caráter descritivo e foi estruturado a partir de registros em diário de campo e fotos. Para concretizá-lo constante refl exão e planejamento se aliaram a um modelo possível de educação no espaço dessa escola. Algumas vezes adaptamos espaços e materiais para o ensino das referidas modalidades. Utilizamos os jogos como conteúdo de ensino/aprendizagem para que os alunos se apropriassem dos conhecimentos conceituais, procedimentais e atitudinais a eles relacionados. Os alunos ampliaram os domínios das ações motoras e das táticas necessárias e específi cas de cada jogo. A refl exão na roda da conversa foi determinante para isso. No processo avaliativo analisamos também, dentro e fora da situação de jogo, as capacidades individuais e coletivas de tomada de decisão, resolução de problemas, comunicação e companheirismo. Assim concluímos que um ensino mais crítico e humanizado se efetivou bem como avaliamos que este conteúdo proporcionou às aulas de educação física uma prática pedagógica signifi cativa.