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EDUCAÇÃO INFANTIL E 1º ANO O FAZ DE CONTA QUE ACONTECE: É BRINCANDO QUE SE APRENDE Este curso tem como intenção compartilhar saberes sobre a importância do brincar com crianças de 3 a 6 anos, propondo encaminhamentos didático-metodológicos que subsidiem a prática pedagógica do professor, considerando as proposições apresentadas nos Livros Integrados. www.portalpositivo.com.br/spe/educinfantil 0800 725 3536 Angela Cordi [email protected] 26

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EDUCAÇÃO INFANTIL E 1º ANO

O FAZ DE CONTA QUE ACONTECE: É BRINCANDO QUE SE APRENDE

Este curso tem como intenção compartilhar saberes sobre a importância do brincar com crianças de 3 a 6 anos, propondo encaminhamentos didático-metodológicos que subsidiem a prática pedagógica do professor, considerando as proposições apresentadas nos Livros Integrados.

www.portalpositivo.com.br/spe/educinfantil

0800 725 3536

Angela [email protected]

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Caro (a) Educador (a)

O espaço escolar é um lugar onde se compartilham saberes e se manifestam expressões, um lugar de múltiplas determinações culturais, constituindo-se num universo particular em que há um patrimônio imaterial cultural e histórico que se manifesta nas:

§ Práticas sociais, cerimoniais e atos festivos escolares;

§ Conhecimentos e práticas relacionados às práticas pedagógicas;

§ Técnicas de ensino e de aprendizagem.

Olhar para o Patrimônio Imaterial da escola é permitir aos educadores uma incursão a um universo que lhes confere uma identidade. Esse patrimônio imaterial é o que permite a cada um identificar o professor ou aluno dessa ou daquela instituição escolar, dizer que há um modo de ser aluno ou professor de uma escola em especial.

Por meio da preservação e da salvaguarda do patrimônio cultural escolar material e imaterial alimenta-se essa memória que torna cada escola um espaço singular em toda sua multiplicidade de saberes, fazeres, expressões e lugares, tanto na sua variedade como na sua complexidade.

Esse é o convite do Programa de Cursos “Patrimônio Imaterial, CONTEXTOS escola singular.

Acedriana Vicente SandiDiretora Pedagógica

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Este texto compõe o material do Programa de Cursos Positivo 2012. Este Programa destina‐se às Escolas

Conveniadas ao Sistema Positivo de Ensino (SPE). O texto apresenta aprofundamento

didático‐metodológico da Proposta Pedagógica dos Livros Didáticos Integrados Positivo e do Portal Positivo. A

seguir, conheça a equipe de assessoria da área de

Simone Stival

[email protected]

Coordenadora da área de Educação Infantil

Angela Cordi

[email protected]

Deyse de Campos

[email protected]

Luciana Maria Rodrigues

[email protected]

Michelle Taborda

[email protected]

Selma Meirelles

[email protected]

Maria Neve Pereira

[email protected]

Assessoria de Educação Infantil

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FALE CONOSCO0800 725 3536

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O FAZ DE CONTA QUE ACONTECE: É BRINCANDO QUE SE APRENDE

Este curso visa tecer considerações a respeito do brincar e do papel que ele ocupa no

desenvolvimento e na educação das crianças, bem como ampliar o repertório de brincadeiras, pensando na

construção de ambientes lúdicos a partir das proposições do Livro Integrado de Educação Infantil e

Primeiro ano do Ensino Fundamental, considerando o ambiente de aprendizagem: material, espaço,

intervenção do professor e interação entre as crianças.

Em um primeiro momento iremos discorrer sobre a importância do brincar e as diferentes

modalidades de brincadeiras presentes na Educação Infantil. Teremos como foco a analise teórica da

modalidade do faz de conta e suas implicações pedagógicas. Após essa reflexão, serão evidenciadas,

analisadas e ampliadas as propostas de faz de conta presentes no Livro Integrado de Educação Infantil e

Primeiro Ano do Ensino Fundamental.

A SERIEDADE DO BRINCAR

A maturidade do homem significa ter adquirido novamente a seriedade que a gente tinha como crianças quando brincávamos.

Friedrich Nietzsche

As crianças, por meio da brincadeira, exploram, perguntam e refletem sobre as formas culturais nas

quais vivem e sobre a realidade circundante, desenvolvendo-se socialmente. No ato de brincar, ocorrem

trocas; as crianças convivem com suas diferenças, desenvolvem a imaginação, a linguagem, apropriam-se

de conhecimentos e sentimentos, exercitam a iniciativa e a tomada de decisão.

Segundo MACEDO (2005), brincar é envolvente, interessante e informativo. Envolvente porque

coloca a criança em um contexto de interação em que suas atividades físicas e fantasiosas, bem como os

objetos que servem de projeção e suporte delas, encontram espaços para serem vividos e elaborados.

Interessante porque canaliza, orienta, organiza as energias da criança. Permite que se relacione com o que

sabe e expresse seu saber. Informativo porque, neste contexto, ela pode aprender sobre as características

dos objetos, os conteúdos pensados ou imaginados.

O brincar supõe atenção e concentração. Supõe também disponibilidade, pois as coisas mais

importantes da vida da criança – o espaço, o tempo, seu corpo, seus conhecimentos, suas relações com

pessoas, objetos e atividades – são oferecidas a uma situação na qual ela, quase sempre, é a única

protagonista.

Ao encontro dessa concepção de brincar, SMOLE (2000 :14) afirma que:

“Quando brinca, a criança se defronta com desafios e problemas, devendo constantemente buscar soluções para situações a ela colocadas. A brincadeira auxilia a criança a criar uma imagem positiva de si mesma, manifestar gostos, desejos, dúvidas, mal-estar, críticas, aborrecimentos, etc. Se observarmos uma criança brincando, constatamos que nesse brincar está presente a construção de representações

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de si mesma, do outro e do mundo, ao mesmo tempo que comportamentos e hábitos são revelados e internalizados por meio das brincadeiras. Através do brincar a criança consegue expressar sua necessidade de atividade, sua curiosidade, seu desejo de criar, de ser aceita e protegida, de se unir e conviver com os outros”.

No brincar, objetivos, meios e resultados tornam-se indissociáveis e entretêm a criança em uma

atividade gostosa por si mesma, pelo que proporciona no momento de sua realização.

Para KISHIMOTO (1996), as brincadeiras permitem que a criança desenvolva capacidades

importantes, tais como: a atenção, a imitação, a memória, a imaginação, além de favorecer a socialização

por meio da interação, da utilização e da experimentação de regras e papéis sociais.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional de educação infantil (BRASIL,1998), o brincar pode

ser categorizado de diversas maneiras, dependendo do uso do material e dos recursos predominantes.

Essas categorias de experiências podem ocorrer em três modalidades básicas de brincadeiras: brincar de

faz de conta ou com papéis, brincar com materiais de construções e brincar com regras.

Busca-se aqui compreender a modalidade referente à brincadeira de faz-de-conta ou com papéis,

também denominada como jogo simbólico.

No faz de conta a criança busca imitar, imaginar, representar e comunicar, de uma forma

específica, que uma coisa pode ser outra, que uma pessoa pode ser um personagem, objeto ou um animal,

que um lugar faz de conta é outro. Brincar simbolicamente é, portanto, experimentar, por meio da

repetição e da imaginação, outras formas de ser e de pensar. É, também, repetir o já conhecido para

compreendê-lo e se adaptar a ele.

Para OLIVEIRA (2002), o jogo simbólico ou faz de conta é ferramenta para a criação da fantasia.

Abre caminho para autonomia, a criatividade, a criação de significados e sentidos. Atua também sobre a

capacidade de a criança imaginar, representar, articulada com outras formas de expressão.

VYGOTSKY (1994) fundamenta a importância da brincadeira de faz de conta para o

desenvolvimento da criança. Para este teórico, na brincadeira, os objetos perdem sua força determinadora

sobre o comportamento da criança, que começa poder agir independentemente daquilo que ela vê, pois

esta desprende-se do objeto e opera no mundo da representação. Por exemplo: a criança faz de uma caixa

de fósforo um carrinho de brinquedo.

Nessa perspectiva, o faz de conta , cria uma Zona de Desenvolvimento Proximal1 na criança; tendo

em vista que os papéis que ela desempenha são aqueles que ainda não domina, a criança se comporta

além do comportamento habitual de sua idade. Transita no mundo imaginário que, por sua vez, é regrado.

A capacidade de representação ou de criar uma situação imaginária, surge com o aparecimento da

linguagem e inaugura um avanço essencial para o desenvolvimento do pensamento, no qual a criança passa

1 ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL: caminho que o indivíduo vai percorrer para desenvolver funções que estão em processo de

amadurecimento e que se tornarão funções consolidadas no seu nível de desenvolvimento real.

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a agir por motivações internas. A imaginação (imagem em ação) é amplamente estimulada pelo faz de

conta. (KLISYS, 2008)

O faz de conta então é uma forma complexa de construção de significados socioculturais. Ao se

firmar como atividade tipicamente infantil, torna-se, ao mesmo tempo, importante instrumento para a

cultura da infância e do "ser criança". Isso equivale a dizer que o faz-de-conta é duplamente educativo: (a)

ele é educativo porque educa a criança a ser criança; (b) "fazer de conta" possibilita avanços cognitivos da

criança na compreensão de complexos sistemas de representação.

Segundo WAJSKOP (2004), a atividade do jogo simbólico ou o faz de conta define-se pelos seguintes

critérios:

que a criança, durante o jogo, confira aos objetos significados diferentes daqueles que

normalmente eles possuem;

que exista uma trama ou situação imaginária;

que as crianças realizem ações que representem interações presentes na sociedade em que

vivem;

que sejam respeitadas as regras constitutivas do tema que oriente o jogo.

BONDIOLI (1999) chama atenção para a espontaneidade de tal comportamento, que não deve,

porém, fazer com que se esqueça de que o espaço do jogo simbólico é, desde o início, um espaço que se

constrói, uma experiência que se adquire enquanto compartilhada, que se enriquece por meio da

incorporação de modelos culturais participativos.

Nesse sentido, o faz de conta depende, por um lado, da riqueza de recursos individuais de cada

criança e, por outro, da criação de condições por parte dos educadores, para que este aconteça de forma

favorável e a fim de que as crianças possam vivenciar diferentes papéis no interior de tramas e enredos.

KLISYS (2001) ressalta que a brincadeira de faz de conta, ao contrário do que pode parecer, não é

espontânea; ela é sempre referendada pela cultura. Assim sendo, a brincadeira de médico que ocorre em

nossa cultura é distinta da correspondente numa cultura indígena. Da mesma forma, o fato de o jogo de

bonecas estar presente principalmente entre as meninas não é manifestação do instinto materno, mas,

sim, reprodução das relações sociais existentes na cultura em que há uma divisão social do trabalho no

cuidado com as crianças.

A criança aprende a brincar como aprende a se comunicar e a expressar seus desejos e vontades.

Na escola, os adultos têm um papel importante nesta aprendizagem. Sendo assim, é de fundamental

importância criar espaços para que a brincadeira aconteça e seja explorada e enriquecida por meio de

trocas afetivas e intelectuais com seus pares, com os adultos e, também, com os objetos e brinquedos que

são oferecidos às crianças.

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O TEMPO E O ESPAÇO DO FAZ DE CONTA QUE ACONTECE

Lili vive no mundo do faz de conta. Faz de conta que isso é um avião, zum... Depois aterrizou em pique e virou trem Tuc, tuc, tuc... Entrou pelo túnel chispando. Mas debaixo da mesa havia bandidos. Pum! Pum! Pum! Pum! O trem descarrilou. E o mocinho? Meu Deus! No auge da confusão levaram Lili para cama à força. E o trem ficou tristemente derribado no chão, Fazendo de conta que era mesmo uma lata de sardinha.

Lili inventa o Mundo – Mário Quintana

Os profissionais que atendem crianças de 3 a 6 anos precisam planejar uma rotina de trabalho que

contemple o faz de conta como espaço de apropriação cultural. Dessa forma, é essencial que o educador

garanta esse espaço para que o lúdico se manifeste e para que ele esteja presente mediando a brincadeira

da criança.

A intervenção educativa pode se dar de forma indireta: observando o jogo, organizando o

ambiente, ampliando o repertório de brincadeiras, enfim, oferecendo subsídios para que o jogo se torne

cada vez mais uma atividade interessante e desafiadora para a criança.

A organização do material e do espaço onde se dá o jogo significa, em termos educacionais, muito

mais do que a organização de um simples ambiente material. Trata-se de organizar um ambiente cultural e

não apenas físico, onde a criança possa aprofundar-se nos papéis que desempenha. (KLISYS, 2001)

A construção de um ambiente lúdico implica também em um comprometimento do educador,

como pessoa mais experiente culturalmente, possibilitando que o jogo seja um espaço no qual a criança se

aproprie da experiência cultural do mundo adulto.

Cabe ao educador renovar os ambientes lúdicos para que a criança possa desempenhar outros

papéis além dos desempenhados nas brincadeiras de casinha, supermercado e escritório, tão comuns na

rotina da Educação Infantil.

MOYLES (2002) sugere um vasto repertório de brincadeiras que desafia as crianças a

desempenharem novos papéis na escola de Educação Infantil. São excelentes temas para o

desenvolvimento do faz de conta:

um castelo, uma estação espacial, um zoológico, o interior de um avião, um estúdio de gravação de

TV e rádio, um museu, uma caverna, um palácio, um hospital, um posto de correio, uma loja de chapéus e

luvas, uma construção, uma livraria, uma loja de botões (armarinhos), uma ferragem, uma peixaria, uma

floricultura, uma loja de computadores.

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Para MOYLES (opus. Cit.), essas situações oferecidas precisam ser cuidadosamente consideradas

pelo educador. Uma “peixaria” ou “um posto de correio” que permaneça igual por semanas não mais

estimulará as experiências das crianças.

Não basta considerarmos somente os temas das brincadeiras de faz de conta para que o jogo de

papéis seja um espaço de aprendizagem social. Devem-se considerar outros aspectos da rotina da

Educação Infantil. WAJSKOP (2004: 15) explicita algumas condições para garantir a qualidade do faz de

conta:

que a rotina escolar contemple períodos razoavelmente longos entre as atividades

dirigidas, para que as crianças sintam-se à vontade para brincar;

que existam materiais variados, organizados de maneira clara e acessível às crianças, de tal

forma que possam deflagrar e facilitar o aparecimento das brincadeiras entre elas. O acesso

aos materiais e a organização dos materiais devem levar em conta a idade das crianças,

sendo seus usos coordenados pelo adulto responsável pelo grupo. É importante ressaltar

que quanto menores as crianças, sua variedade deve ser menor, de tal forma que elas

possam explorar ao máximo a propriedade deles e iniciar um processo de representação

com eles. Quanto maiores forem as crianças, pode-se manter um número mais variado de

objetos, inclusive classificando-os e agrupando-os em atividades organizadas com as

crianças – segundo suas propriedades e seus usos específicos;

que a sala onde as crianças passam a maior parte do tempo tenha uma configuração visual

e espacial propícia ao desenvolvimento da imaginação. Os móveis devem ser de fácil

manipulação para permitir a reorganização constante do local pelas crianças e para a

construção de casinhas, cabanas, castelos, etc. É importante, ainda, garantir um canto com

espelhos, maquiagens, figurinos, para que as crianças possam utilizá-lo nos períodos de

jogos;

que haja um período em que as crianças e o adulto responsável pelo grupo possam

conversar sobre a brincadeira que vivenciaram, sobre as questões que se colocaram, o

material que utilizaram, os personagens que assumiram, as crianças com as quais

interagiram;

que o jogo seja incorporado no currículo como um todo, e as questões colocadas ao seu

desenrolar possam fazer parte das pesquisas desenvolvidas em atividades dirigidas pelas

crianças.

que o adulto seja elemento integrante das brincadeiras, ora como observador e

organizador, ora como personagem que explicita ou questiona e enriquece o desenrolar da

trama, ora como elo entre as crianças e os objetos.

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E, como elemento mediador entre as crianças e o conhecimento, auxiliando as crianças em suas reais

necessidades e buscas em compreender e agir sobre o mundo em que vivem.

Portanto, a atividade do faz de conta necessita de um planejamento; necessita igualmente de uma

observação sistematizada e da intervenção do educador. Com isso, o brincar de faz de conta transforma-se

em um rico recurso pedagógico que promove a construção do conhecimento pela criança.

MODALIDADES DE FAZ DE CONTA E O LIVRO INTEGRADO

As temáticas da Unidade de Trabalho presentes no Livro Integrado são um verdadeiro convite ao

brincar de faz de conta.

GRUPO 3 GRUPO 4

GRUPO 5 1º ANO

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No Livro Integrado de Educação Infantil e 1 ano do ensino fundamental encontram-se diferentes

propostas para brincar de faz de conta veja a aeguir alguns exemplos:

Propostas em que as crianças atuam como personagens

No Livro Integrado do GRUPO 3, a página traz

a proposta de brincar de fazer o bebê dormir.

É a junção de tais objetos (berço, bebê) que

faz emergir na consciência infantil o episódio, o

comportamento de assumir o papel da mãe ou do

pai que faz o bebê dormir. Esse comportamento faz

parte das vivências das crianças nos contextos

familiares atuais. Essa atividade mostra a

importância dos objetos do cotidiano que adquirem

significado na configuração do espaço estimulador

proposto pela temática bem- vindo ao mundo.

No Livro Integrado de Educação Infantil,

grupo 5, volume 2, página 30, ao brincar de festa

medieval, a criança está aprendendo a planejar,

relacionar eventos, ter iniciativa na organização do

roteiro da brincadeira, a relacionar-se com

parceiros e criar símbolos. Desta forma, a

brincadeira propicia o desenvolvimento da

autonomia. Entretanto, para que isso ocorra, é

necessário estruturar,

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Propostas em que as crianças manipulam objetos

Essa é uma modalidade diferenciada na qual a criança

empresta a sua fala a bonecos e fantoches. Também deve-se

preparar o cenário - miniatura para dar mais vida ainda a essa

brincadeira. No material de apoio do Livro Integrado professor

do Grupo 5, Volume 2, encontram-se fantoches para as crianças

brincarem com estes personagens da história.

No material de apoio do Livro

Integrado de Educaçao Infantil , Grupo 5,

Volume 2, encontra-se um boneca para

brincar de colocar a roupa de cavaleiro. É

interessante pensar nas possibilidades que

diferentes bonecos, fantoches e dedoches

oferecem. Por exemplo, enquanto o

fantoche de um personagem sugere

brincar com a narrativa da história em que

ele faz parte, um cavaleiro medieval

sugere brincar com o contexto de outras

épocas.

Com relação a essas modalidades, segundo KLYSIS (2010), podemos encontrar dois campos de

atuação da criança:

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1) Faz de conta ligado ao campo da realidade

Brincadeiras como a de médico veterinário, supermercado, escritório, etc., refletem o mundo real

que faz parte do contexto das crianças.

Ao brincar de detetive, a criança procura entender o mundo dos adultos do qual faz parte. Ela tem

contato, desta forma, com o universo simbólico criado pela humanidade.

2) Faz de conta ligado ao campo da fantasia

Brincar de navio de pirata, de viagem para a Lua e com enredo de histórias são exemplos deste

contexto. São muito interessantes porque permitem as crianças viajarem pelo mundo do fantástico.

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Como exemplo, na Unidade de Trabalho Baú, um

tesouro a descobrir, sugere-se que a criança brinque de faz

de conta com a temática navio de pirata.

CONSTRUÇÃO DE AMBIENTES LÚDICOS: TEMPERANDO A ATIVIDADE DO LIVRO INTEGRADO COM

PITADAS DE FANTASIAS

O papel do ambiente da brincadeira é um importante elemento da interação lúdica. Entende-se aqui

por esse ambiente como sendo um espaço organizado especialmente para a realização da brincadeira de

faz de conta. É importante ressaltar que estes ambientes são essencialmente culturais e vão muito além de

seus aspectos físicos.

Dantas (2002) ressalta que:

Em uma sala vazia , uma criança não pode exercer atividade livre; sua liberdade cresce na medida

em que lhe são oferecidas possibilidades de ação, isto é, opções. Neste sentido, a liberdade da criança não

implica na demissão do adulto: pelo contrário , expandi-las implica no aumento das ofertas adequadas as

suas competências em cada momento do desenvolvimento.

A participação das crianças na construção de ambientes

para realização de diferentes brincadeiras é uma rica

oportunidade de aprendizagem. Seguem propostas de

trabalho coletivo para a construção do faz de conta. No Livro

Integrado do Primeiro Ano, Volume 2 . há uma sequencia de

atividades sobre os cuidados com a dentição. É interessante

propor para as crianças a brincadeira de dentista. Para isso,

será necessário perguntar às crianças sobre o conhecimento

que já tem de um consultório odontológico e o que faz um

dentista.

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Depois, fazer um levantamento de materiais que podem ser usados na brincadeira. Listar o que as

crianças sugeriram. Conversar sobre o que é possível fazer e quanto tempo a turma terá para confecção

destes materiais. Marcar uma data para a realização da brincadeira.

Após a brincadeira conversar, sobre o que mais chamou a atenção e o que poderia ser ajustado para

que da próxima vez a brincadeira fique ainda mais divertida. Por fim convidar outras turmas para brincarem

de consultório odontológico.

Como vimos, o faz de conta é de suma importância para a aprendizagem e desenvolvimento infantil

pois desenvolve a função simbólica, elemento indispensável na formação humana. Portanto, essa

modalidade de brincadeira deve fazer parte das propostas pedagógicas na Educação Infantil e no Primeiro

ano do Ensino Fundamental. Cabe ao professor planejar situações didáticas que envolvam o brincar com o

repertório real e com o repertório de ficção da nossa cultura.

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REFERÊNCIAS

BONDIOLI, Anna. MANTOVANI, Susanna.. Manual de Educação Infantil de 0 a 3 anos. Porto Alegre:

Artes Médicas, 1999.

Esta obra faz uma reflexão profunda sobre questões clássicas dos ambientes educativos que

atendem crianças de 0 a 3 anos, tais como os conhecimentos atuais relativos a criança com base em

pesquisas sobre o jogo, linguagem e socialização realizadas em creches. Trata-se de uma contribuição para

o aprofundamento teórico dos profissionais de educação infantil.

BRASIL. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Volumes I,II e III. Brasília: MEC, 1998. Este documento foi concebido a fim de servir como um guia de reflexão de cunho educacional sobre

objetivos, conteúdos e orientações didáticas para os profissionais que trabalham diretamente com crianças

de zero a seis anos, respeitando suas propostas pedagógicas e a diversidade cultural brasileira. Ele aponta

metas de qualidade que contribuem para que a criança tenha um desenvolvimento integral de sua

identidade e a capacidade de crescer como cidadã. Visa, também, contribuir para que o saber seja

socializado, num verdadeiro ambiente educativo que propicie acesso e ampliação pelas crianças do

conhecimento de sua realidade social e cultural. O 1.º volume apresenta uma introdução que situa e

fundamenta concepções da criança, da educação, da instituição e do profissional. O 2.º volume é relativo

ao âmbito “Formação Pessoal e Social”. O 3.º volume trata do âmbito “Conhecimento de Mundo”, que

contém seis documentos referentes aos eixos de trabalho, orientados para a construção das diferentes

linguagens pelas crianças e para as relações que estabelecem com os objetos de conhecimento

DANTAS, Heloysa. O faz de conta e o trabalho In: KISHIMOTO, Tizuko Morchida (org.) O brincar e

suas teorias. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

Nesta obra há vários autores que contribuem teoricamente para um fazer pedagógico constistente,

No capítulo de Heloysa Dantas há toda uma desmistificação da brincadeiras espontânea e uma valorização

da intervenção pedagógica frente ao brincar.

KISHIMOTO, Tizuco M. (org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 1996.

A coletânea de artigos que compõe esse livro mostra como o brincar pode contribuir para o

desenvolvimento integral da criança e propiciar a construção de conhecimentos.

KISHIMOTO, Tizuco Morchida. Jogos tradicionais infantis: o jogo, a criança e a educação. Petrópolis:

Vozes, 1995.

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O livro trata do fascinante tema dos jogos tradicionais infantis, perdidos na memória dos tempos

passados. Embora não se pretenda fazer um estudo das origens das brincadeiras infantis, o trabalho

procura reunir aquelas transmitidas ou recriadas sob a influência de brancos, negros e indígenas. A autora

procura demonstrar que a descrição de tais brincadeiras carrega sempre uma imagem de criança

contextualizada em seu tempo, por meio de representações sociais veiculadas por protagonistas da época.

KLISYS, A. Brincar e ler para viver. Um guia para estruturação de um espaço educativo e incentivo ao

lúdico e a leitura. Intituto Hediging Griffo: São Paulo, 2008.

Esta obra faz parte de uma acão comunitária para garantir o direito a brincadeira das criança. O livro

foi dividido em três capítulos. No terceiro capitulo a autora discorre sobre o acervo de posibilidades e a

ação educativa na modalidade de brincadeira: faz de conta.

MACEDO, Lino de. Aprender com jogos e situações problemas. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

Esse livro apresenta uma série de princípios teóricos que sustentam a prática pedagógica baseada na

abordagem voltada para o trabalho com jogos concebidos como contextos significativos de exploração e

resolução de problemas pelos alunos; deixando clara a convicção de que os jogos e os problemas

constituem-se em recursos úteis para uma aprendizagem diferenciada e significativa no espaço escolar.

MOYLES, Janet R. Só brincar? O papel do brincar na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2002.

Este livro reúne grandes especialistas nesse tema, mostrando como conceitualizam o brincar, como

vêem o brincar inserido no cotidiano da sala de aula, como relacionam esta linguagem ao currículo e como

avaliam o seu papel na aprendizagem durante os primeiros anos

.

OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.

Esse livro aborda aspectos que historicamente têm orientado a ideia de quais seriam as funções das

instituições educacionais que atendem a crianças pequenas. Destaca elementos para construção de uma

proposta pedagógica por parte das instituições infantis, com base no desenvolvimento como processo

sociocultural que envolve a criança como um todo na interação com parceiros diversos em ambientes

simbolicamente estruturados e no reconhecimento da importância de um trabalho com as famílias na

promoção do direito das crianças à infância.

SMOLE, K. S.; CÂNDIDO, P. Resolução de problemas. Coleção matemática e 0 a 6. Porto Alegre: Artes

Médicas, 2000.

A proposta desta coleção é apresentar uma série de atividades para a Educação Infantil que incentive

a exploração de uma variedade de idéias matemáticas, estimulando nas crianças a curiosidade e o prazer

em compreender e aprender esta linguagem.

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SMOLE, K. S.; DINIZ, M.I. Brincadeiras nas aulas de matemática. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

(Coleção de 0 a 6).

A proposta desta coleção é apresentar uma série de atividades para a Educação Infantil que incentive

a exploração de uma variedade de idéias matemáticas, estimulando nas crianças a curiosidade e o prazer

em compreender e aprender esta linguagem.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

Este livro traz uma seleção cuidadosa dos ensaios mais importantes de Vygotsky, editada por um grupo de

eminentes estudiosos da sua obra.

WAJSKOP, G. Brincar na pré-escola. São Paulo: Cortez, 2004.

Esse livro ajuda a esclarecer as concepções acerca do brincar que têm permeado as diversas práticas

atuais e suas implicações educativas. Pretende, ainda, participar do debate e da reflexão sobre uma prática

educativa infantil baseada na brincadeira como forma de interação social e como linguagem que promove a

criatividade e a imaginação das crianças.

PERIÓDICOS

WAJSKOP, Gisela. O papel do jogo na educação das crianças. Revista Avisalá, São Paulo, nº 17, p9 a

15, Janeiro/2004.

Neste artigo a autora discorre sobre a importância do jogo para o desenvolvimento da imaginação

das crianças.

MACEDO, Lino de. Faz - de - conta na escola e a importância do brincar. Revista Pátio, Porto Alegre,

nº 32, Novembro/2004 – Janeiro/2005.

Neste artigo o autor reforça o direito das crianças de ser crianças. E discorre sobre a importância da

brincadeira para a construção de conhecimento.