Educação Moral e Cívica No Currículo EscolarArtigo

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Educação Moral e Cívica no currículo escolarArtigo: Educação Moral e Cívica no currículo escolar - Jornal Mundo Jovem O ser humano é racional, portanto, é capaz de pensar e refletir sobre os seus atos e suas conseqüências. Mesmo assim, inúmeras reportagens noticiam de maneira estrondosa os crimes contra a natureza (o tráfico de animais silvestres, o desmatamento da mata nativa e a poluição das águas); crimes contra a infância (trabalho escravo infantil e abusos sexuais); violência nas ruas e nos estádios de futebol e a precariedade do sistema público de saúde. Estes são apenas alguns exemplos! Infelizmente, tais assuntos se tornaram freqüentes em nosso dia-a-dia. Devemos ter em mente que fazemos parte de uma sociedade, portanto, nossas ações devem favorecer o bem-estar de todos. Não estamos tratando de um comportamento altruísta, mas sim, de respeito para com o próximo. Então, por que sofremos com tantas atrocidades? Por que as sociedades estão cada vez mais presenciando cenas que não deveriam fazer parte do cotidiano? Seria uma questão de inversão de valores? Para todas as perguntas acima, consigo pensar em uma única resposta: falta de valores morais. Anos atrás, tínhamos no currículo escolar a disciplina de “Educação Moral e Cívica”. A aula trabalhava questões relativas à sociedade. Naquela época, a Lei 869 de 12 de setembro de 1969, estabeleceu, em caráter obrigatório, como disciplina e, também, como prática educativa, a “Educação Moral e Cívica” em todos os sistemas de ensino no Brasil. A disciplina tinha muitas finalidades, dentre elas o fortalecimento da unidade nacional e do sentimento de solidariedade humana, o aprimoramento do caráter, com apoio na moral, na dedicação à família e à comunidade e o preparo do cidadão para o exercício das atividades cívicas com fundamento na moral, no patriotismo e na ação construtiva, visando o bem comum. Mas, os anos passaram e a disciplina foi extinta de maneira equivocada do currículo escolar. A disciplina retratada acima não queria nem adestrar nem catequizar as pessoas, mas sim, estimular a reflexão do pensamento voltado aos valores éticos e morais. É evidente que a escola não é a única responsável. Ela é parte de um todo que contribui para a formação e informação das pessoas. Neste processo, a família exerce papel fundamental, uma vez que ela é o primeiro grupo social de qualquer indivíduo. Com isso, na

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Educao Moral e Cvica no currculo escolarArtigo: Educao Moral e Cvica no currculo escolar - Jornal Mundo JovemO ser humano racional, portanto, capaz de pensar e refletir sobre os seus atos e suas conseqncias. Mesmo assim, inmeras reportagens noticiam de maneira estrondosa os crimes contra a natureza (o trfico de animais silvestres, o desmatamento da mata nativa e a poluio das guas); crimes contra a infncia (trabalho escravo infantil e abusos sexuais); violncia nas ruas e nos estdios de futebol e a precariedade do sistema pblico de sade. Estes so apenas alguns exemplos! Infelizmente, tais assuntos se tornaram freqentes em nosso dia-a-dia. Devemos ter em mente que fazemos parte de uma sociedade, portanto, nossas aes devem favorecer o bem-estar de todos. No estamos tratando de um comportamento altrusta, mas sim, de respeito para com o prximo.Ento, por que sofremos com tantas atrocidades? Por que as sociedades esto cada vez mais presenciando cenas que no deveriam fazer parte do cotidiano? Seria uma questo de inverso de valores? Para todas as perguntas acima, consigo pensar em uma nica resposta: falta de valores morais.Anos atrs, tnhamos no currculo escolar a disciplina de Educao Moral e Cvica. A aula trabalhava questes relativas sociedade. Naquela poca, a Lei 869 de 12 de setembro de 1969, estabeleceu, em carter obrigatrio, como disciplina e, tambm, como prtica educativa, a Educao Moral e Cvica em todos os sistemas de ensino no Brasil. A disciplina tinha muitas finalidades, dentre elas o fortalecimento da unidade nacional e do sentimento de solidariedade humana, o aprimoramento do carter, com apoio na moral, na dedicao famlia e comunidade e o preparo do cidado para o exerccio das atividades cvicas com fundamento na moral, no patriotismo e na ao construtiva, visando o bem comum. Mas, os anos passaram e a disciplina foi extinta de maneira equivocada do currculo escolar.A disciplina retratada acima no queria nem adestrar nem catequizar as pessoas, mas sim, estimular a reflexo do pensamento voltado aos valores ticos e morais. evidente que a escola no a nica responsvel. Ela parte de um todo que contribui para a formao e informao das pessoas. Neste processo, a famlia exerce papel fundamental, uma vez que ela o primeiro grupo social de qualquer indivduo. Com isso, na famlia construmos nossos valores morais e ticos. Com o tempo, tais valores so lapidados de acordo com o fluxo das influncias, que podem ser positivas ou negativas.Para os atuais Parmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (1998), moral sinnimo de saber viver relaes justas e cooperativas. Nos PCNs, a tica tratada como um tema transversal que deve ser pensado pelos professores, sendo que a formao dos docentes e dos alunos acontece tambm na prtica do convvio social em todos os setores da sociedade.A tica abordada pelos PCNs no deve ser tratada como disciplina isolada, uma vez que ela busca contribuir para formar cidados mais responsveis. Uma soluo para trabalharmos cidadania e civismo nas escolas seria agregar a cada uma das disciplinas da grade curricular pontos de convergncia com a formao moral e cvica dos alunos. Questionando e instigando o pensamento crtico dos alunos, ns, professores, cumprimos nosso dever de cidados.Cassiane Leonor Sartori PereiraProfessora de Lngua Inglesa e Mestre em Lingstica [email protected]:

Sou aluna do 2 ano do Ensino Mdio, tenho 20 anos de idade. Li o artigo na vossa pgina sobre "Educao Moral e Cvica", e sinceramente nunca sequer ouvi falar de algum que acreditasse que Patriotismo e Exerccio das atividades cvicas pudesse mudar a realidade social.

Com todo respeito posio da educadora, eu me sinto na obrigao de discordar. No meu modo de pensar, carter e tica no se constri com o simples fato de desenvolver nos adolescentes o patriotismo e estmulo reflexivo dos valores ticos e morais. Concordo sim que as qualidades morais, cvicas e patriticas aliadas conscincia do dever para com a nao so algumas das mais nobres virtudes, mas que se encaixam na disciplina militar, no na realidade social em que vivemos, onde as diferenas so predominantes. Acredito tambm que o desvio de carter causado pelos bloqueios sofridos durante a etapa de desenvolvimento psicoafetiva, o carter composto pelos componentes herdados e pela personalidade. E se cantamos ou no o hino nacional todos os dias no muda nossa realidade social, at porque no vivemos mais na ditadura militar e o civismo no empolga tanto os jovens.