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EDUCANDO PARA SEMPRE Nome completo: Turma: Unidade: 3ª PROVA OBJETIVA 2ª série - Ensino Médio 2016 Dia: 07/12 - quarta-feira Física - Gramática Literatura - Filosofia

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EDUCANDO PARA SEMPRE

Nome completo:

Turma: Unidade:

3ª PROVA OBJETIVA 2ª série - Ensino Médio

20

16

Dia: 07/12 - quarta-feira

Física - GramáticaLiteratura - Filosofia

ORIENTAÇÕES PARA APLICAÇÃO DA PROVA OBJETIVA - 3º TRI

FORMA

ERRADA DEPREENCHIMENTO

FORMA

CORRETA DEPREENCHIMENTO

É PROIBIDO COLOCAR QUALQUER TIPO DE INFORMAÇÃO NESTE LOCAL

PREENCHIMENTO DO CARTÃO RESPOSTA

SOMENTE COM CANETA AZUL

1. A prova terá duração de 2h30min.

2. O aluno não poderá sair para beber água ou ir ao banheiro antes de 1 hora de prova.

3. O aluno poderá levar a prova para casa a partir das 9 horas.

4. O preenchimento do gabarito deve ser feito com caneta AZUL. NÃO É PERMITIDO O USO DE

CANETAS COM PONTAS POROSAS.

5. O preenchimento incorreto do gabarito implicará na anulação da questão ou de todo o gabarito.

6. Durante a prova, o aluno não poderá manter nada em cima da carteira ou no colo, a não ser lápis,

caneta e borracha. Bolsas, mochilas e outros pertences deverão ficar no tablado, junto ao quadro.

Não será permitido empréstimo de material entre alunos.

7. O aluno que portar celular deverá mantê-lo na bolsa e desligado, sob pena de ter a prova recolhida,

caso o mesmo venha a ser usado ou tocar. Caso não tenha bolsa, colocá-lo na base do quadro

durante a prova.

8. O fiscal deve conferir o preenchimento do gabarito antes de liberar a saída dos alunos.

2016 – PROVA OBJETIVA – 2º ANO – 3º TRIMESTRE

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FÍSICA

1. Na figura abaixo, estão representadas duas ondas transversais P e Q, em um dado instante de tempo.

Considere que as velocidades de propagação das ondas são iguais.

Sobre essa representação das ondas P e Q, são feitas as

seguintes afirmações:

I. A onda P tem o dobro da amplitude da onda Q.

II. A onda P tem o dobro do comprimento de onda da onda Q.

III. A onda P tem o dobro de frequência da onda Q. Quais afirmações estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas I e II. e) I, II e III. GABARITO: B 2. Em 1816, o médico francês René Laënnec, durante um exame clínico numa senhora, teve a ideia de enrolar

uma folha de papel bem apertada e colocar seu ouvido numa das extremidades, deixando a outra livre para ser encostada na paciente. Dessa forma, não só era evitado o contato indesejado com a paciente, como os sons se tornavam muito mais audíveis. Estava criada assim a ideia fundamental do estetoscópio [do grego, “stêthos” (peito) “skopéo” (olhar)].

É utilizado por diversos profissionais, como médicos e enfermeiros, para auscultar (termo técnico correspondente a escutar) sons vasculares, respiratórios ou de outra natureza em diversas regiões do corpo.

É composto por três partes fundamentais. A peça auricular tem formato anatômico para adaptar-se ao canal auditivo. Os tubos condutores do som a conectam à peça auscultatória. E, por fim, a peça auscultatória, componente metálico colocado em contato com o corpo do paciente. Essa peça é composta por uma campânula, que transmite melhor os sons de baixa frequência - como as batidas do coração - e o diafragma, que transmite melhor os sons de alta frequência, como os do pulmão e do abdômen. A folha de papel enrolada pelo médico francês René Laënnec pode ser interpretada como um a) tubo sonoro aberto b) tubo sonoro fechado c) corda vibrante d) corda não vibrante e) catalisador de sons GABARITO: A

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3. Nossos sentidos percebem de forma distinta características das ondas sonoras, como: frequência, timbre e amplitude. Observações em laboratório, com auxílio de um gerador de áudio, permitem verificar o comportamento dessas características em tela de vídeo e confrontá-las com nossa percepção. Após atenta observação, é correto concluir que as características que determinam a altura do som e a sua intensidade são, respectivamente,

a) frequência e timbre. b) frequência e amplitude. c) amplitude e frequência. d) amplitude e timbre. e) timbre e amplitude. GABARITO: B

4. O gráfico representa uma onda que se propaga com velocidade constante de 200 m / s.

A amplitude (A), o comprimento de onda ( )λ e a frequência (f ) da onda são, respectivamente,

a) 2,4 cm; 1,0 cm; 40 kHz

b) 2,4 cm; 4,0 cm; 20 kHz

c) 1,2 cm; 2,0 cm; 40 kHz

d) 1,2 cm; 2,0 cm; 10 kHz

e) 1,2 cm; 4,0 cm; 10 kHz

GABARITO: D 5. Fisicamente, um violão é um conjunto de cordas vibrantes que, quando afinadas e tensionadas pela força

correta, emitem um som cuja frequência corresponde ao primeiro harmônico da corda, também conhecido

como som fundamental. Considere uma dessas cordas com densidade linear de 210 kg / m cuja parte

vibrante é de 55 cm de comprimento, tensionada por uma força de 144 N. Observando os valores das

frequências na tabela abaixo, qual nota, aproximadamente, essa corda emitirá?

Tabela de frequências do primeiro harmônico emitidas pelas cordas de um violão afinado

Corda Nota Frequência

1 Mi (E) 329,65 Hz

2 Si (B) 246,95 Hz

3 Sol (G) 196,00 Hz

4 Ré (D) 146,85 Hz

5 Lá (A) 110,00 Hz

6 Mi (E) 82,40 Hz

a) Mi b) Si

c) Sol d) Ré

e) Lá

GABARITO: E 6. Uma pessoa, ao soprar na extremidade aberta de um tubo fechado, obteve o som do primeiro harmônico cuja

frequência é 375Hz. Se o som no local se propaga com velocidade de 330m / s, então o comprimento desse

tubo é de

a) 20cm.

b) 22cm.

c) 24cm.

d) 26cm.

e) 30 cm

GABARITO: B

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7. As ambulâncias, comuns nas grandes cidades, quando transitam com suas sirenes ligadas, causam ao sentido auditivo de pedestres parados a percepção de um fenômeno sonoro denominado efeito Doppler.

Sobre a aproximação da sirene em relação a um pedestre parado, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o efeito sonoro percebido por ele causado pelo efeito Doppler. a) Aumento no comprimento da onda sonora. b) Aumento na amplitude da onda sonora. c) Aumento na frequência da onda sonora. d) Aumento na intensidade da onda sonora. e) Aumento na velocidade da onda sonora. GABARITO: C 8. Em uma experiência, três lâmpadas idênticas {L1, L2, L3} foram inicialmente associadas em série e

conectadas a uma bateria E de resistência interna nula. Cada uma dessas lâmpadas pode ser individualmente ligada à bateria E sem se queimar.

Observe o esquema desse circuito, quando as três lâmpadas encontram-se acesas:

Em seguida, os extremos não comuns de L1 e L2 foram conectados por um fio metálico, conforme ilustrado abaixo:

A afirmativa que descreve o estado de funcionamento das lâmpadas nessa nova condição é: a) As três lâmpadas se apagam. b) As três lâmpadas permanecem acesas. c) L1 e L2 se apagam e L3 permanece acesa. d) L3 se apaga e L1 e L2 permanecem acesas. e) L1 e L3 se apagam e L2 permanece acesa. GABARITO: C A nova ligação faz com que as lâmpadas L1 e L2 estejam em curto circuito. 9. Considere que um determinado estudante, utilizando resistores disponíveis no laboratório de sua escola,

montou os circuitos apresentados abaixo:

Querendo fazer algumas medidas elétricas, usou um voltímetro (V) para medir a tensão e um amperímetro (A) para medir a intensidade da corrente elétrica. Considerando todos os elementos envolvidos como sendo ideais, os valores medidos pelo voltímetro (situação 1) e pelo amperímetro (situação 2) foram, respectivamente, a) 2V e 1,2A b) 4V e 1,2A c) 2V e 2,4A d) 4V e 2,4A e) 6V e 1,2A GABARITO: B Figura I: Req = 60 + 40 + 20 = 120 Ω U=R.i 12 = 120.i i =0,1 A Para R = 40 Ω U=40.0,1 = 4 V Figura II Req = 10 Ω U=R.i 12 = 10.i i = 1,2 A

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10. O valor da intensidade de correntes (em A) no circuito a seguir é:

a) 1,50 b) 0,62

c) 1,03 d) 0,50

e) 0,30

GABARITO: E Req = 14 + 6/2 = 17 Ω

11. Um resistor de resistência R está inserido entre os pontos P e

Q de um circuito elétrico, como mostra a figura adiante. Se as correntes que passam pelos fios 1 e 2, que chegam a P, são, respectivamente, i1 e i2, a diferença de potencial entre P e Q será igual a

a) i i1 2

R.

b) i i R1 2

i . i1 2

c) R

i i1 2

d) i . i R1 2

i i1 2

e) R (i1 + i2).

GABARITO: E Da figura: i = i1 +i2 Logo: Upq = R.I Upq=R(i1+i2) 12. A figura representa parte de um circuito elétrico e as correntes elétricas

que atravessam alguns ramos desse circuito. São os valores das correntes elétricas i1 e i2, respectivamente, a) 6A e 5A b) 4A e 5A c) 6A e 1A d) 5A e 1A e) 10A e 4A GABARITO: A Lei dos Nós 10 A = i1 + 4 A i1 = 6 A No segundo nó: i1 = i2 + 1 6 = i2 +1 i2 = 5 A

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GRAMÁTICA 13. Assinale a alternativa correta quanto à norma culta da língua: a) Aquele era o homem do qual Miguel devia favores. b) Eis um homem de quem o caráter é excepcional. c) Refiro-me ao livro que está sobre a mesa. d) Aquele foi um momento onde eu tive grande alegria. e) As pessoas que falei são muito ricas. GABARITO: C 14. De acordo com a norma padrão da Língua Portuguesa e a gramática normativa, com relação às

concordâncias verbal e nominal, observe as placas apresentadas e, em seguida, assinale a alternativa correta.

a)

b)

c)

d)

e)

GABARITO: C Texto para a próxima questão:

Quarto de Despejo

“O grito da favela que tocou a consciência do mundo inteiro” 2 de MAIO de 1958. Eu não sou indolente. Há tempos que eu pretendia fazer o meu diário. Mas eu pensava que não tinha valor e achei que era perder tempo. ...Eu fiz uma reforma para mim. Quero tratar as pessoas que eu conheço com mais atenção. Quero enviar sorriso amável às crianças e aos operários. ...Recebi intimação para comparecer às 8 horas da noite na Delegacia do 12. Passei o dia catando papel. À noite os meus pés doíam tanto que eu não podia andar. Começou chover. Eu ia na Delegacia, ia levar o José Carlos. A intimação era para ele. O José Carlos tem 9 anos. 3 de MAIO. ...Fui na feira da Rua Carlos de Campos, catar qualquer coisa. Ganhei bastante verdura. Mas ficou sem efeito, porque eu não tenho gordura. Os meninos estão nervosos por não ter o que comer. 6 de MAIO. De manhã não fui buscar água. Mandei o João carregar. Eu estava contente. Recebi outra intimação. Eu estava inspirada e os versos eram bonitos e eu esqueci de ir na Delegacia. Era 11 horas quando eu recordei do convite do ilustre tenente da 12ª Delegacia. ...o que eu aviso aos pretendentes à política, é que o povo não tolera a fome. É preciso conhecer a fome para saber descrevê-la. Estão construindo um circo aqui na Rua Araguaia, Circo Theatro Nilo.

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9 de MAIO. Eu cato papel, mas não gosto. Então eu penso: Faz de conta que estou sonhando.

10 de MAIO. Fui na Delegacia e falei com o Tenente. Que homem amável! Se eu soubesse que ele era tão amável, eu teria ido na Delegacia na primeira intimação. (...) O Tenente interessou-se pela educação dos meus filhos. Disse-me que a favela é um ambiente propenso, que as pessoas têm mais possibilidades de delinquir do que tornar-se útil à pátria e ao país. Pensei: se ele sabe disso, porque não faz um relatório e envia para os políticos? O Senhor Janio Quadros, o Kubstchek, e o Dr. Adhemar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. Não posso resolver nem as minhas dificuldades. (...) O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome também é professora. Quem passa fome aprende a pensar no próximo e nas crianças.

11 de MAIO. Dia das mães. O céu está azul e branco. Parece que até a natureza quer homenagear as mães que atualmente se sentem infeliz por não realizar os desejos de seus filhos. (...) O sol vai galgando. Hoje não vai chover. Hoje é o nosso dia. (...) A D. Teresinha veio visitar-me. Ela deu-me 15 cruzeiros. Disse-me que era para a Vera ir no circo. Mas eu vou deixar o dinheiro para comprar pão amanhã, porque eu só tenho 4 cruzeiros.(...) Ontem eu ganhei metade da cabeça de um porco no frigorifico. Comemos a carne e guardei os ossos para ferver. E com o caldo fiz as batatas. Os meus filhos estão sempre com fome. Quando eles passam muita fome eles não são exigentes no paladar. (...) Surgiu a noite. As estrelas estão ocultas. O barraco está cheio de pernilongos. Eu vou acender uma folha de jornal e passar pelas paredes. É assim que os favelados matam mosquitos.

13 de MAIO. Hoje amanheceu chovendo. É um dia simpático para mim. É o dia da Abolição. Dia que comemoramos a libertação dos escravos. Nas prisões os negros eram os bodes expiatórios. Mas os brancos agora são mais cultos. E não nos trata com desprezo. Que Deus ilumine os brancos para que os pretos sejam feliz. (...) Continua chovendo. E eu tenho só feijão e sal. A chuva está forte. Mesmo assim, mandei os meninos para a escola. Estou escrevendo até passar a chuva para mim ir lá no Senhor Manuel vender os ferros. Com o dinheiro dos ferros vou comprar arroz e linguiça. A chuva passou um pouco. Vou sair. (...) Eu tenho dó dos meus filhos. Quando eles vê as coisas de comer eles brada: Viva a mamãe!. A manifestação agrada-me. Mas eu já perdi o habito de sorrir. Dez minutos depois eles querem mais comida. Eu mandei o João pedir um pouquinho de gordura a Dona Ida. Mandei-lhe um bilhete assim: “Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouquinho de gordura, para eu fazer sopa para os meninos. Hoje choveu e não pude catar papel. Agradeço. Carolina” (...) Choveu, esfriou. É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais. A Vera começou a pedir comida. E eu não tinha. Era a reprise do espetáculo. Eu estava com dois cruzeiros. Pretendia comprar um pouco de farinha para fazer um virado. Fui pedir um pouco de banha a Dona Alice. Ela deu-me a banha e arroz. Era 9 horas da noite quando comemos. E assim no dia 13 de maio de 1958 eu lutava contra a escravatura atual – a fome!

(DE JESUS, Carolina Maria. Quarto de Despejo.)

15. Assinale a opção cuja reescrita ficou totalmente de acordo com as regras gramaticais da Língua Portuguesa. a) “Parece que até a natureza quer homenagear as mães que atualmente se sentem infeliz...” – Parece que até

a natureza quer homenagear as mães que, atualmente, sentem-se infelizes... b) “Quando eles vê as coisas de comer eles brada.” – Quando eles vêm as coisas de comer, eles bradam. c) “Eu estava inspirada e os versos eram bonitos e eu esqueci de ir na Delegacia” – Eu estava inspirada; os

versos eram bonitos e eu esqueci de ir à delegacia. d) “Dona Ida peço-te se pode me arranjar um pouquinho de gordura, para eu fazer sopa para os meninos.” –

Dona Ida peço-lhe se podes me arranjar um pouquinho de gordura, para eu fazer sopa para os meninos. e) “É o inverno que chega. E no inverno a gente come mais – É o inverno que vem chegando. E no inverno a

gente comemos mais. GABARITO: A

16. Leia a tirinha a seguir:

No texto, dois balões da tirinha acima, apresentam inadequação da norma culta referente à a) regência verbal b) regência nominal

c) concordância verbal d) concordância nominal

e) colocação pronominal

GABARITO: A

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Texto para a próxima questão: O tempo e suas medidas

1O homem vive dentro do tempo, o tempo que ele preenche, mede, avalia, ama e teme. Para marcar a

passagem e as medidas do tempo, inventou o relógio. A palavra vem do latim horologium, e 2se refere a um

quadrante do céu que os antigos aprenderam a observar para se orientarem no tempo e no espaço. 3Os artefatos

construídos para medir a passagem do tempo sofreram ao longo dos séculos uma grande evolução. No início 4o

Sol era a referência natural para a separação entre o dia e a noite, mas depois os relógios solares foram seguidos de outros que vieram a utilizar o escoamento de líquidos, de areia, ou a queima de fluidos, até chegar aos dispositivos mecânicos que originaram as pêndulas.

5Com a eletrônica, surgiram os relógios de quartzo e de césio,

aposentando os chamados “relógios de corda”. O mostrador digital que está no seu pulso ou no seu celular tem muita história: tudo teria começado com a haste vertical ao sol, que projetava sua sombra num plano horizontal demarcado.

6A ampulheta e a clepsidra são as simpáticas bisavós das atuais engenhocas eletrônicas, e até hoje

intrigam e divertem crianças de todas as idades. 7Mas a evolução dos maquinismos humanos

8que dividem e medem as horas não suprimiu nem diminuiu a

preocupação dos homens com o Tempo, 9essa entidade implacável, sempre a lembrar a condição da nossa

mortalidade. Na mitologia grega, o deus Chronos era o senhor do tempo que se podia medir, por isso chamado “cronológico”,

10a fluir incessantemente. No entanto,

11a memória e a imaginação humanas criam tempos outros:

uma autobiografia recupera o passado, a ficção científica pretende vislumbrar o futuro. No Brasil, muito da força de um

12José Lins do Rego, de um Manuel Bandeira ou de um Pedro Nava vem do memorialismo artisticamente

trabalhado. A própria história nacional 13

sofre os efeitos de uma intervenção no passado: escritores românticos, logo depois da Independência, sentiram necessidade de emprestar ao país um passado glorioso, e recorreram às idealizações do Indianismo.

No cinema, uma das homenagens mais bonitas ao tempo passado é a do filme Amarcord (“eu me recordo”, em dialeto italiano), do cineasta Federico Fellini. São lembranças pessoais de uma época dura, quando o fascismo crescia e dominava a Itália. Já um tempo futuro terrivelmente sombrio é projetado no filme “Blade Runner, o caçador de androides”, do diretor Ridley Scott, no cenário futurista de uma metrópole caótica.

Se o relógio da História marca tempos sinistros, o tempo construído pela arte abre-se para a poesia: o tempo do sonho e da fantasia arrebatou multidões no filme O mágico de Oz estrelado por Judy Garland e eternizado pelo tema da canção Além do arco-íris. Aliás, a arte da música é, sempre, uma habitação especial do tempo: as notas combinam-se, ritmam e produzem melodias, adensando as horas com seu envolvimento.

São diferentes as qualidades do tempo e as circunstâncias de seus respectivos relógios: há o “relógio biológico”, que regula o ritmo do nosso corpo; há o “relógio de ponto”, que controla a presença do trabalhador numa empresa; e há a necessidade de “acertar os relógios”, para combinar uma ação em grupo; há o desafio de “correr contra o relógio”, obrigando-nos à pressa; e há quem “seja como um relógio”, quando extremamente pontual.

14Por vezes barateamos o sentido do tempo,

15tornando-o uma espécie de vazio a preencher: é quando

fazemos algo para “passar o tempo”, e apelamos para um jogo, uma brincadeira, um “passatempo” como as palavras cruzadas. Em compensação, nas horas de grande expectativa, queixamo-nos de que “o tempo não passa”. “Tempo é dinheiro” é o lema dos capitalistas e investidores e dos operadores da Bolsa; e é uma obsessão para os atletas olímpicos em busca de recordes.

Nos relógios primitivos, nos cronômetros sofisticados, nos sinos das velhas igrejas, no pulsar do coração e da pressão das artérias, a expressão do tempo se confunde com a evidência mesma do que é vivo. No tic-tac da pêndula de um relógio de sala, na casa da avó, os netinhos ouvem inconscientemente o tempo passar. O Big Ben londrino marcou horas terríveis sob o bombardeio nazista. Na passagem de um ano para outro, contamos os últimos dez segundos cantando e festejando, na esperança de um novo tempo, de um ano melhor.

(Péricles Alcântara, inédito)

17. O texto motivou a construção das frases abaixo, que devem ser consideradas independentes dele. A

formulação que atende à clareza e à norma padrão escrita é: a) Ainda que indispensável, como a vida contemporânea comprova à exaustão, os relógios acabam sendo

símbolo de opressão e correria no mundo atual. b) A peça (um relógio de quartzo), à qual se fez menção na aula, foi desmontada pelo tutor dos técnicos mais

experientes, que queria demonstrar com minúcias a montagem do artefato. c) Pelo que diz-se nos textos especializados, devem haver, mesmo, diferentes qualidades do tempo e das

circunstâncias de seus respectivos relógios, em que todos devem dar atenção. d) Se o fotógrafo vir até aqui e não encontrar o responsável pela vitrine de relógios raros, será excessão se não

abandonar o projeto e dar o contrato por encerrado, sem mesmo se despedir. e) Continui ou não a polêmica sobre a relevância da adoção do horário de verão no país, é certo: que não é

implantado sem prejuízo do nosso “relógio biológico”. GABARITO: B

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Texto para a próxima questão: Fico Assim Sem Você

Avião sem asa Fogueira sem brasa Sou eu assim sem você Futebol sem bola Piu-Piu sem Frajola Sou eu assim sem você

Por que é que tem que ser assim? Se o meu desejo não tem fim Eu te quero a todo instante Nem mil alto-falantes Vão poder falar por mim (...) Tô louco pra te ver chegar, Tô louco pra te ter nas mãos. Deitar no teu abraço, Retomar o pedaço que falta no meu coração

Eu não existo longe de você E a solidão é o meu pior castigo Eu conto as horas pra poder te ver Mas o relógio tá de mal comigo

Claudinho e Buchecha

18. A regência do verbo “faltar” que aparece no verso “Retomar o pedaço que falta no meu coração” não está de

acordo com o que é indicado pela gramática normativa padrão que, nesse caso, indica a utilização da preposição “a”. Sendo assim, o verso ficaria “...que falta ao meu coração”. Desvios como esse são muito comuns no falar cotidiano. Sabendo disso, assinale a única alternativa cuja regência verbal segue o que preceitua a norma padrão.

a) Estou indo no banheiro, depois te ligo. b) Sai daí, menino! Que eu já aspirei ao pó do tapete. c) Não posso falar agora, estou assistindo o jogo. d) Eu acabei de pagar aquela conta a costureira. e) Pedro namora a vizinha da cunhada de Isabela. GABARITO: E 19. Observe o excerto abaixo: As crianças, que não são de respeitar mistério, como você sabe, trataram de aproveitar a novidade. Sem pedir licença a ninguém (

1e a quem iam pedir?), retiraram a lona e foram subindo em bando pela máquina acima – até

hoje ainda sobem, brincam de esconder entre os cilindros e colunas, embaraçam-se nos dentes das engrenagens e fazem um berreiro dos diabos até que apareça alguém para soltá-las; não adiantam ralhos, castigos, pancadas; as crianças simplesmente se apaixonaram pela tal máquina.

VEIGA, J. J. “A máquina extraviada”. In: MORICONI, I. Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000. p. 229-232.

A sentença que mantém sua estrutura morfossintática, de acordo com a norma padrão, com a substituição do verbo principal (destacado) em: “e a quem iam pedir?” (ref. 1) é a) e a quem iam avisar? b) e a quem iam agir? c) e a quem iam depender?

d) e a quem iam discutir? e) e a quem iam duvidar?

GABARITO: A

20. Com base nas estruturas linguísticas e nas relações argumentativas, em que opção a alteração proposta

manteve o sentido do trecho? a) “[...] eu lembro-me bem, fiquei de uniforme até de tarde...” / eu lembro-me bem, fiquei de uniforme até tarde... b) “[...] e dei-me conta de que me tornara marinheiro [...].” / e dei-me conta de que tornara marinheiro. c) “[...] as durezas por que passamos são saborosas [...].” / as durezas pelas quais passamos são saborosas. d) “[...] é uma das coisas mais belas, que só há entre nós [...]” / é uma das coisas mais belas, que pelo menos

há entre nós. e) “[...] quando buscamos as boas recordações, elas vêm desse tempo [...].” / quando buscamos as boas

recordações elas veem desse tempo. GABARITO: C

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21. Observe a imagem veiculada na internet: O texto verbal contém uma passagem em desacordo com a norma padrão da língua portuguesa. Corrige-se essa inadequação com a substituição de a) “tem” por têm. b) “vitais” por vital. c) “aprenda” por aprendes. d) “a” por há. e) “cuidá-lo” por cuidar dele. GABARITO: E 22. Leia o texto publicitário a seguir.

I. A frase "Toda criança deve ser assistida quanto ao seu direito à atenção e ao carinho dos adultos" está

correta quanto aos sentidos propostos no texto e também quanto à regência. II. Deve-se interpretar a referência do pronome "você" como "criança", conforme sugerido pelo título do texto. III. As duas orações que compõem as perguntas estabelecem entre si relação de adversidade. Está correto apenas o que se afirma em a) I. b) II. c) III. d) I e II. e) II e III. GABARITO: D 23. A frase em que a concordância está de acordo com a norma culta é: a) Tudo indica que, se houvessem sido feitas consultas aos especialistas, não teriam surgido tantas críticas. b) Alteração de rituais são sempre passíveis de controvérsia, por isso muitas vezes é evitado. c) Feito repentinamente, muitas mudanças acabam por exigirem revisões posteriores. d) No mesmo dia foi publicado, anonimamente, as mensagens curtas a favor da quebra do

formalismo processual. e) Nota-se que é desse autor que virá, por seu alto conhecimento jurídico, as orientações mais confiáveis sobre

o assunto. GABARITO: A

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24. Leia o excerto abaixo e complete as lacunas com a alternativa que obedece às regras de concordância.

“Ainda _______ furiosa, mas com _________ violência, proferia________ injúrias para escandalizar todos.”

a) meia, menos, bastante b) meio, menos, bastante c) meio, menos, bastantes d) meia, menas, bastantes e) meio, menas, bastante GABARITO: C

LITERATURA 25. Um escritor classificou Vidas Secas como “romance desmontável”, tendo em vista sua composição

descontínua, feita de episódios relativamente independentes e sequências parcialmente truncadas. Essas características da composição do livro

a) constituem um traço de estilo típico dos romances de Graciliano Ramos e do Regionalismo nordestino. b) indicam que ele pertence à fase inicial de Graciliano Ramos, quando este ainda seguia os ditames do

primeiro momento do Modernismo. c) diminuem o seu alcance expressivo, na medida em que dificultam uma visão adequada da

realidade sertaneja. d) revelam, nele, a influência da prosa seca e lacônica de Euclides da Cunha, em Os sertões. e) relacionam-se à visão limitada e fragmentária que as próprias personagens têm do mundo. GABARITO: E 26. Em Vidas Secas podemos constatar duas figuras de linguagem: a zoomorfização (ou animalização) e a

antropomorfização. A diferença entre a zoomorfização e a antropomorfização é que na primeira o homem é tratado como um animal, enquanto que na segunda um ser (no caso um animal) apresenta características humanas. Quais personagens sofrem, respectivamente, a zoomorfização e a antropomorfização?

a) Fabiano e papagaio b) Fabiano e Baleia c) Sinhá Vitória e papagaio d) Menino mais novo e Baleia e) Menino mais velho e papagaio GABARITO: B 27. Leia o trecho para responder ao teste.

"Fizeram alto. E Fabiano depôs no chão parte da carga, olhou o céu, as mãos em pala na testa. Arrastara-se até ali na incerteza de que aquilo fosse realmente mudança. Retardara-se e repreendera os meninos, que se adiantavam, aconselhara-os a poupar forças. A verdade é que não queria afastar-se da fazenda. A viagem parecia-lhe sem jeito, nem acreditava nela. Preparara-a lentamente, adiara-a, tornara a prepará-la, e só se resolvera a partir quando estava definitivamente perdido. Podia continuar a viver num cemitério? Nada o prendia àquela terra dura, acharia um lugar menos seco para enterrar-se. Era o que Fabiano dizia, pensando em coisas alheias: o chiqueiro e o curral, que precisavam conserto, o cavalo de fábrica, bom companheiro, a égua alazã, as catingueiras, as panelas de losna, as pedras da cozinha, a cama de varas. E os pés dele esmoreciam, as alpercatas calavam-se na escuridão. Seria necessário largar tudo? As alpercatas chiavam de novo no caminho coberto de seixos."

(Vidas secas, Graciliano Ramos)

Assinale a alternativa incorreta: a) O trecho pode ser compreendido como suspensão temporária da dinâmica narrativa, apresentando uma cena

"congelada", que permite focalizar a dimensão psicológica da personagem. b) Pertencendo ao último capítulo da obra, o trecho faz referência tanto às conquistas recentes de Fabiano,

quanto à desilusão do personagem ao perceber que todo seu esforço fora em vão. c) A resistência de Fabiano em abandonar a fazenda deve-se à sua incapacidade de articular logicamente o

pensamento e, portanto, de perceber a gradual mas inevitável chegada da seca. d) A expressão "coisas alheias" reforça a crítica, presente em toda obra, à marginalização social por meio da

exclusão econômica. e) As referências a "enterro" e "cemitério" radicalizam a caracterização das "vidas secas" do sertão nordestino,

uma vez que limitam as perspectivas do sertanejo pobre à luta contra a morte. GABARITO: C

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28. Baleia queria dormir. Acordaria feliz num mundo cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes.

(Graciliano Ramos) Sobre o texto acima, é correto afirmar que a) há marcas próprias do chamado discurso direto através do qual são reproduzidas as falas das personagens. b) o narrador é observador, pois conta a história de fora dela, na terceira pessoa, sem participar das ações,

como quem observou objetivamente os acontecimentos. c) quem conta a história é uma das personagens, que tem uma relação íntima com as outras personagens, e,

por isso, a maneira de contar é fortemente marcada por características subjetivas, emocionais. d) evidencia-se um conflito entre a protagonista Baleia e o antagonista Fabiano, pois este impede que a cadela

possa caçar os preás. e) o narrador é onisciente, isto é, geralmente ele narra a história na terceira pessoa, sabe tudo sobre o enredo e

sobre as personagens, inclusive sobre suas emoções, pensamentos mais íntimos, às vezes, até dimensões inconscientes.

GABARITO: E 29. Sobre a obra Vidas secas, é correto afirmar que a) a preocupação com a fidedignidade histórica e com o tom épico atenua o sentimento dramático da vida,

habitualmente presente nos poemas do autor. b) apresenta temática indianista, a exemplo do que fizera Gonçalves Dias em Os timbiras e Canção do tamoio. c) as personagens humanas, em razão da seca, da fome, da miséria e das injustiças sociais, animalizam-se; em

contrapartida, os bichos humanizam-se. d) Chico Bento, antes da seca, não era vagabundo, nem bandido; era um trabalhador rural. e) narra a história de um burguês, Paulo Honório, que passara da condição de caixeiro-viajante e guia de cego à

de rico proprietário de uma fazenda. Para atingir seus objetivos, o protagonista elimina todos os empecilhos que se colocam à sua frente, inclusive pessoas.

GABARITO: C 30. Nas duas primeiras décadas de nosso século, as obras de Euclides da Cunha e de Lima Barreto, tão

diferentes entre si, têm como elemento comum: a) A intenção de retratar o Brasil de modo otimista e idealizante. b) A adoção da linguagem coloquial das camadas populares do sertão. c) A expressão de aspectos até então negligenciados da realidade brasileira. d) A prática de um experimentalismo linguístico radical. e) O estilo conservador do antigo regionalismo romântico. GABARITO: C 31. A literatura do pré-modernismo brasileiro, nas obras de Euclides da Cunha, Lima Barreto e Monteiro Lobato,

caracteriza-se pela a) descrição e romantização da sociedade rural. b) interpretação e polêmica voltadas para a problemática social. c) análise e idealização da sociedade urbana. d) restauração e mitificação da temática histórica. e) reconstrução e fabulação da sociedade indígena. GABARITO: B 32. “Os sertões”, obra-prima de Euclides da Cunha, foi desenvolvido em três partes distintas. Assinale, a esse

respeito, a alternativa que mostra a ordem em que essas partes aparecem no livro. a) A terra- A luta- O homem b) A luta- A terra- O homem c) O homem- A terra- A luta d) A luta- O homem- A terra e) A terra- O homem- A luta GABARITO: E

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33. A expressão Pré-Modernismo traz implícita uma significação peculiar, uma vez que o termo “pré” remete a uma situação de anterioridade, dentro de um contexto abrangente e múltiplo de sentidos; modernismo, em lato sensu, refere-se à evolução, ao progresso, e, em stricto sensu, especificamente a um gênero literário que apresenta características próprias e inerentes. Dessa maneira, pode-se dizer que, ao usar a expressão,

a) pretende-se ensejar uma definição vaga do movimento que despontava. b) havia a certeza de que o movimento não teria repercussão. c) procurava-se refletir as contradições de uma realidade em que várias correntes de pensamento se

distinguiam e, ao mesmo tempo, contemplavam-se. d) rotulou-se um estilo literário e único, reflexo da situação estável que ora existia. e) tematizou-se o sentimento como a única fonte de inspiração de seus integrantes. GABARITO: C 34. A Semana de Arte Moderna (1922), expressão de um movimento cultural que atingiu todas as nossas

manifestações artísticas, surgiu de uma rejeição ao chamado colonialismo mental, pregava uma maior fidelidade à realidade brasileira e valorizava, sobretudo, o regionalismo. Com isso, pode-se dizer que

a) romance regional assumiu características de exaltação, retratando os aspectos românticos da vida sertaneja. b) a escultura e a pintura tiveram seu apogeu com a valorização dos modelos clássicos. c) movimento redescobriu o Brasil, revitalizando os temas nacionais e reinterpretando nossa realidade. d) os modelos arquitetônicos do período buscaram sua inspiração na tradição do barroco português. e) a preocupação dominante dos autores foi com o retratar os males da colonização. GABARITO: C

FILOSOFIA 35. Leia o texto a seguir.

A questão não está mais em se um homem é honesto, mas se é inteligente. Não perguntamos se um livro é proveitoso, mas se está bem escrito. As recompensas são prodigalizadas ao engenho e ficam sem glórias as virtudes. Há mil prêmios para os belos discursos, nenhum para as belas ações.

(ROUSSEAU, J. J. Discurso sobre as ciências e as artes. 3.ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983. p.348. Coleção Os Pensadores.)

O texto apresenta um dos argumentos de Rousseau à questão colocada em 1749, pela Academia de Dijon, sobre o seguinte problema: O restabelecimento das Ciências e das Artes terá contribuído para aprimorar os costumes?

Com base nas críticas de Rousseau à sociedade, assinale a alternativa correta. a) As artes e as ciências geralmente floresceram em sociedades que se encontravam em pleno vigor moral, em

que a honra era a principal preocupação dos cidadãos. b) A emancipação advém da posse e do consumo exclusivo e diferenciado de bens de primeira linha, uma vez

que o luxo concede prestígio para quem o possui. c) Os envolvidos com as ciências e as artes adquirem, com maior grau de eficiência, conhecimentos que lhes

permitem perceber a igualdade entre todos. d) O amor-próprio é um sentimento positivo por meio do qual o indivíduo é levado a agir moralmente e a

reconhecer a liberdade e o valor dos demais. e) O objetivo das investigações era atingir celebridade, pois os indivíduos estavam obcecados em exibir-se,

esquecendo-se do amor à verdade. GABARITO: E 36. “Quando dizemos que o homem se escolhe a si mesmo, queremos dizer que cada um de nós se escolhe a si

próprio; mas com isso queremos também dizer que, ao escolher-se a si próprio, ele escolhe todos os homens. Com efeito, não há de nossos atos um sequer que, ao criar o homem que desejamos ser, não crie ao mesmo tempo uma imagem do homem como julgamos que deve ser. Escolher isto ou aquilo é afirmar ao mesmo tempo o valor do que escolhemos, porque nunca podemos escolher o mal, o que escolhemos é sempre o bem, e nada pode ser bom para nós sem que o seja para todos. Se a existência, por outro lado, precede a essência e se quisermos existir, ao mesmo tempo em que construímos a nossa imagem, esta imagem é válida para todos e para a nossa época. Assim, a nossa responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, porque ela envolve toda a humanidade”.

Sartre.

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Considerando o texto citado e o pensamento sartreano, é incorreto afirmar que a) o valor máximo da existência humana é a liberdade, porque o homem é, antes de mais nada, o que tiver

projetado ser, estando “condenado a ser livre”. b) totalmente posto sob o domínio do que ele é, ao homem é atribuída a total responsabilidade pela sua

existência e, sendo responsável por si, é também responsável por todos os homens. c) o existencialismo sartreano é uma moral da ação, pois o homem se define pelos seus atos e atos, por

excelência, livres, ou seja, o “homem não é nada além do conjunto de seus atos”. d) o homem é um “projeto que se vive subjetivamente”, pois há uma natureza humana previamente dada e

predefinida, e, portanto, no homem, a essência precede a existência. e) por não haver valores preestabelecidos, o homem deve inventá-los através de escolhas livres, e, como

escolher é afirmar o valor do que é escolhido, que é sempre o bem, é o homem que, através de suas escolhas livres, atribui sentido a sua existência.

GABARITO: D 37. De acordo com o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679), em seu estado natural, os seres humanos são

livres, competem e lutam entre si. Mas como têm em geral a mesma força, o conflito se perpetua através das gerações, criando um ambiente de tensão e medo permanentes. Para Hobbes, criar uma sociedade submetida à lei e na qual os seres humanos vivam em paz e deixem de guerrear entre si, pressupõe que todos os homens renunciem a sua liberdade original e deleguem a um só deles (o soberano) o poder completo e inquestionável. Assinale a modalidade de governo que desempenhou importante papel na Filosofia Política Moderna e que é associada à teoria política de Hobbes.

a) Monarquia Censitária b) Monarquia Absoluta c) Sistema Parlamentar d) Despotismo Esclarecido e) Sistema Republicano GABARITO: B 38. O conceito representação na filosofia de Schopenhauer significa a) a forma que o homem se espelha no mundo, vejo aquilo que quero ver, ouço aquilo que quero ouvir. b) a forma que o homem se relaciona com o mundo, utilizando-se de valores e moral. c) a forma que o homem é capaz de representar o mundo por intermédio de seus sentidos e intelecto. d) essência do mundo, solução para o enigma do universo. e) essência do mundo, a coisa em si que Kant tanto problematizava. GABARITO: C 39. A angústia, para Jean-Paul Sartre, é a) tudo o que a influência de Shopenhauer determina em Sartre: a certeza da morte. O Homem pode ser livre

para fazer suas escolhas, mas não tem como se livrar da decrepitude e do fim. b) a nadificação de nossos projetos e a certeza de que a relação Homem X natureza humana é circunstancial,

objetiva, e pode ser superada pelo simples ato de se fazer uma escolha. c) a certificação de que toda a experiência humana é idealmente sensorial, objetivamente existencial e

determinante para a vida e para a morte do Homem em si mesmo e em sua humanidade. d) consequência da responsabilidade que o Homem tem sobre aquilo que ele é, sobre a sua liberdade, sobre as

escolhas que faz, tanto de si como do outro e da humanidade, por extensão. e) o nada já está no mundo e o homem nasce pré-definido, eliminando sua capacidade racional de tomar suas

próprias decisões. GABARITO: D 40. “O que significa aqui o dizer-se que a existência precede a essência? Significa que o homem primeiramente

existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem, tal como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente não é nada. Só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer. (...) O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência; o homem não é mais que o que ele faz. (...) Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de por todo o homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade de sua existência. (...) Quando dizemos que o homem se escolhe a si, queremos dizer que cada um de nós se escolhe a si próprio; mas com isso queremos também dizer que, ao escolher-se a si próprio, ele escolhe todos os homens. Com efeito, não há de nossos atos um sequer que, ao criar o homem que desejamos ser, não crie ao mesmo tempo uma imagem do homem como julgamos que deve ser”.

Sartre.

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Considerando a concepção existencialista de Sartre e o texto acima, é incorreto afirmar que a) o homem é um projeto que se vive subjetivamente. b) o homem é um ser totalmente responsável por sua existência. c) por haver uma natureza humana determinada, no homem a essência precede a existência. d) o homem é o que se lança para o futuro e que é consciente deste projetar-se no futuro. e) em suas escolhas, o homem é responsável por si próprio e por todos os homens, porque, em seus atos, cria

uma imagem do homem como julgamos que deve ser. GABARITO: C 41. A condenação à violência pode ser estendida à ação dos militantes em prol dos direitos animais que

depredaram os laboratórios do Instituto Royal, em São Roque. A nota emocional é difícil de contornar: 178 cães da raça beagle, usados em testes de medicamentos, foram retirados do local. De um lado, por mais que seja minimizado e controlado, há o sofrimento dos bichos. Do outro lado, está nosso bem maior: nas atuais condições, não há como dispensar testes com animais para o desenvolvimento de drogas e medicamentos que salvarão vidas humanas.

(Direitos animais. Veja, 25.10.2013.)

Sob o ponto de vista filosófico, os valores éticos envolvidos no fato relatado envolvem problemas essencialmente relacionados a) à legitimidade do domínio da natureza pelo homem. b) a diferentes concepções de natureza religiosa. c) a disputas políticas de natureza partidária. d) à instituição liberal da propriedade privada. e) aos interesses econômicos da indústria farmacêutica. GABARITO: A 42. Analise o seguinte fragmento de Popper:

Um dos ingredientes mais importantes da civilização ocidental é o que poderia chamar de 'tradição racionalista', que herdamos dos gregos: a tradição do livre debate – não a discussão por si mesma, mas na busca da verdade. A ciência e a filosofia helênicas foram produtos dessa tradição, do esforço para compreender o mundo em que vivemos; e a tradição estabelecida por Galileu correspondeu ao seu renascimento.

(POPPER, K. R. Conjecturas e refutações. Brasília: UNB, 1972. p. 129)

Qual característica da ciência podemos entender a partir dessa visão de Popper? a) O caráter racional da ciência; b) O caráter empírico da ciência; c) O caráter infalível da ciência; d) O caráter universal da ciência; e) O caráter irrefutável da ciência. GABARITO: A 43. “Se o homem no Estado de Natureza é tão livre, conforme dissemos, se é senhor absoluto da sua própria

pessoa e posses, igual ao maior e a ninguém sujeito, por que abrirá ele mão dessa liberdade, por que abandonará o seu império e sujeitar-se-á ao domínio e controle de qualquer outro poder? Ao que é óbvio responder que, embora no Estado de Natureza tenha tal direito, a utilização do mesmo é muito incerta e está constantemente exposto à invasão de terceiros porque, sendo todos senhores tanto quanto ele, todo homem igual a ele e, na maior parte, pouco observadores da equidade e da justiça, o proveito da propriedade que possui nesse estado é muito inseguro e muito arriscado. Estas circunstâncias obrigam-no a abandonar uma condição que, embora livre, está cheia de temores e perigos constantes; e não é sem razão que procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade”.

(Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1991).

Do ponto de vista político, podemos considerar o texto como uma tentativa de justificar a) a existência do governo como um poder oriundo da natureza. b) a origem do governo como uma propriedade do rei. c) o absolutismo monárquico como uma imposição da natureza humana. d) a origem do governo como uma proteção à vida, aos bens e aos direitos. e) o poder dos governantes, colocando a liberdade individual acima da propriedade. GABARITO: D

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44. “É mais feliz aquele que consegue viver sem grandes sofrimentos do que o outro que vive cercado de alegrias e prazeres. (...) O tolo vive perseguindo a alegria da vida e acaba ludibriado, enquanto o sábio procura o mal”. Nesse aspecto, Schopenhauer, faz um retorno a Kant. Porém, estabelece fortes críticas e se opõe à possibilidade do absoluto abordada por

a) Platão b) Hegel c) Sócrates d) Descartes e) Nietzsche GABARITO: B