EDUCAÇÃO INFANTIL • VOLUME ÚNICO

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Arnaldo Bento Rodrigues Bacharel em Ciências com habilitação em Matemática pela Universidade de Guarulhos (SP). Licenciado em Pedagogia pela União das Faculdades Francanas (SP). Professor de Matemática no Ensino Fundamental. Júnia La Scala Teixeira Licenciada em Matemática pela Faculdade Paulistana de Ciências e Letras (SP). Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Nove de Julho (SP). Professora de Matemática no Ensino Fundamental. Margaret Presser Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP). Especialista em Educação Infantil pela Universidade Metodista de São Paulo. Bacharel em Comunicação Social pelas Faculdades Integradas Alcântara Machado. Autora de materiais pedagógicos voltados à Educação Infantil. Pesquisadora na área da educação. Maria Regina de Campos Graduada em Farmácia Bioquímica pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). Autora de materiais pedagógicos voltados à Educação Infantil. Patricia Moreira Barboza de Castro Graduada em Fonoaudiologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Atua no atendimento a crianças com dificuldades na fala e na linguagem e apresentando trocas fonêmicas na escrita. Raoni Vazquez La Scala Teixeira Curso superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas pela Faculdade de Tecnologia da Baixada Santista (Fatec). Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Católica de Santos. Autor de materiais pedagógicos voltados à Educação Infantil. Consultor de Negócios Sênior e desenvolvedor de interfaces. Sorel Hernandes Lopes da Silva Bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Professora de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental. Professora de Literatura no Ensino Médio. Vanessa Ferraresi Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Professora de Educação Infantil. Atua no atendimento clínico de crianças em consultório e supervisão nas áreas de psicanálise e inclusão escolar. EDUCAÇÃO INFANTIL VOLUME ÚNICO MATERIAL DIGITAL PARA GESTOR São Paulo 1 a edição 2020

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Arnaldo Bento Rodrigues• Bacharel em Ciências com habilitação

em Matemática pela Universidade deGuarulhos (SP).

• Licenciado em Pedagogia pela União das Faculdades Francanas (SP).

• Professor de Matemática no Ensino Fundamental.

Júnia La Scala Teixeira• Licenciada em Matemática pela Faculdade

Paulistana de Ciências e Letras (SP).• Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de

Filosofi a, Ciências e Letras Nove de Julho (SP).• Professora de Matemática no Ensino

Fundamental.

Margaret Presser• Mestre em Ciências da Comunicação pela

Universidade de São Paulo (USP).• Especialista em Educação Infantil pela

Universidade Metodista de São Paulo.• Bacharel em Comunicação Social pelas

Faculdades Integradas Alcântara Machado.• Autora de materiais pedagógicos voltados

à Educação Infantil.• Pesquisadora na área da educação.

Maria Regina de Campos• Graduada em Farmácia Bioquímica pela

Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp).

• Autora de materiais pedagógicos voltadosà Educação Infantil.

Patricia Moreira Barboza de Castro• Graduada em Fonoaudiologia pela Pontifícia

Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).• Atua no atendimento a crianças com

difi culdades na fala e na linguagem e apresentando trocas fonêmicas na escrita.

Raoni Vazquez La Scala Teixeira• Curso superior de Tecnologia em Análise e

Desenvolvimento de Sistemas pela Faculdade de Tecnologia da Baixada Santista (Fatec).

• Bacharel em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Católica de Santos.

• Autor de materiais pedagógicos voltadosà Educação Infantil.

• Consultor de Negócios Sênior e desenvolvedor de interfaces.

Sorel Hernandes Lopes da Silva• Bacharel em Letras pela Universidade de

São Paulo (USP).• Professora de Língua Portuguesa no Ensino

Fundamental.• Professora de Literatura no Ensino Médio.

Vanessa Ferraresi• Mestre em Educação pela Faculdade de

Educação da Universidade de São Paulo (USP).• Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de

Educação da Universidade de São Paulo (USP). Professora de Educação Infantil.

• Atua no atendimento clínico de crianças em consultório e supervisão nas áreas de psicanálise e inclusão escolar.

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MATERIAL DIGITAL PARA GESTOR

São Paulo • 1a edição • 2020

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Estação criança : material digital para gestor :educação infantil : volume único / ArnaldoBento Rodrigues...[et al.]. -- 1. ed. --São Paulo : FTD, 2020.

Outros autores: Júnia La Scala Teixeira, MargaretPresser, Maria Regina de Campos, Patricia MoreiraBarboza de Castro, Raoni Vazquez La Scala Teixeira,Sorel Hernandes Lopes da Silva, Vanessa FerraresiBibliografia.

ISBN 978-65-5742-130-7 (material digital PDF)

1. Educação infantil 2. Escolas - Organização eadministração 3. Gestão escolar I. Rodrigues, ArnaldoBento. II. Teixeira, Júnia La Scala III. Presser,Margaret. IV. Campos, Maria Regina. V. Castro,Patricia Moreira Barboza de. VI. Teixeira, RaoniVazquez La Scala. VII. Silva, Sorel Hernandes Lopesda. VIII. Ferraresi, Vanessa.

20-44118 CDD-372.21Índices para catálogo sistemático:

1. Gestão escolar : Educação infantil 372.21 Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427

EDITORA FTDRua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo-SP

CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970

[email protected]

Material disponibilizado em licença aberta do tipo Creative Commons –Atribuição não comercial (CC BY NC – 4.0 International).

Permitida a criação de obra derivada com fins não comerciais, desde que seja atribuído crédito autoral e as criações sejam

licenciadas sob os mesmos parâmetros.

Estação Criança – Material digital para gestor (Educação Infantil – Volume único) Copyright © Arnaldo Bento Rodrigues, Júnia La Scala Teixeira, Margaret Presser,

Maria Regina de Campos, Patricia Moreira Barboza de Castro, Raoni Vazquez La Scala Teixeira, Sorel Hernandes Lopes da Silva, Vanessa Ferraresi, 2020.

Direção-geral Ricardo Tavares de OliveiraDireção editorial adjunta Luiz TonolliGerência editorial Natalia TaccettiEdição Luciana Leopoldino (coord.), João Paulo Bortoluci (coord.) Lucas dos Santos Abrami, Lucimara Regina de Souza Vasconcelos, Marilda Pessota Lima, Paula Signorini, Rafael Braga de Almeida Preparação e revisão de textos Viviam Moreira (sup.)Gerência de produção e arte Ricardo BorgesDesign Daniela Máximo (coord.)Arte e Produção Rodrigo Carraro Moutinho (sup.)Coordenação de imagens e textos Elaine BuenoSupervisão de audiovisuais Diego Vieira Cury Morgado de Oliveira

Coordenação editorial Duda Albuquerque / DB Produções EditoriaisIconografia e licenciamento de textos Márcia SatoCoordenação de produção Fênix EditorialEditoração eletrônica Fênix Editorial

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Educação Infantil – Material digital para gestor

Materia l d isponib i l i za do em l icença aberta do t ipo Creat ive Commons – Atr ibuição não comercia l (CC BY NC – 4.0 Internat iona l ) . Permit ida a cr iação de obra der ivada com f ins não comercia is ,

desde que seja atr ibu ído crédi to autoral e as cr iações se jam l icenciadas sob os mesmos pa râmetros.

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Sumário

Apresentação .........................................................................5

As funções do gestor escolar no dia a dia ...............................6

Construindo o projeto pedagógico da escola ..........................7

O que é um Projeto Político-pedagógico? ..........................................................7

Qual é a importância do projeto pedagógico? ...................................................7

O que o projeto pedagógico deve contemplar? .................................................7

O que os gestores devem observar ao elaborar o PPP? .....................................8

O que o Plano de Ação deve contemplar? .........................................................9

Como relacionar o Plano de Ação à comunidade escolar? .................................9

Gestão escolar: o papel de cada um .......................................11

O diretor ...........................................................................................................11

O orientador educacional .................................................................................11

O coordenador pedagógico ...............................................................................12

Quem é meu aluno? ..............................................................15

Trabalhando a diversidade em sala de aula .......................................................15

Transtornos de aprendizagem ...........................................................................17

A educação inclusiva .........................................................................................18

O papel do gestor na preparação para a alfabetização ...........30

Dicas de projetos de alfabetização ....................................................................33

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Atividades voltadas para a Educação Infantil .........................34

Brincar e jogar ...................................................................................................34

Exercícios que estimulam o raciocínio lógico .....................................................34

Massinha de modelar ........................................................................................35

Atividades que exploram sequenciamento ........................................................35

Atividades com música ......................................................................................36

Caminhando em linha .......................................................................................36

Amarelinha .......................................................................................................36

Ouvir e interagir com histórias ..........................................................................37

Entra, sai e troca lugar na roda ..........................................................................37

Atenção aos detalhes ........................................................................................37

Criação coletiva de histórias ..............................................................................38

Dominó .............................................................................................................38

O faz de conta ...................................................................................................39

Desafios em forma de brincadeira .....................................................................39

Gestores, professores e a literacia familiar .............................40

Experiências educacionais com a família ...........................................................41

É hora do feedback: como conversar com os familiares .....................................48

Considerações finais ..............................................................50

Referências bibliográficas ......................................................51

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Apresentação Olá, gestor!

Este é o Material digital para gestor, composto por este PDF e por 6 videotutoriais.

Neste PDF você vai encontrar orientações sobre a gestão de creches e pré-escolas, sugestões

para organizar o Projeto Político-pedagógico da escola, maneiras de olhar individualmente os

alunos e orientações sobre atividades com intencionalidade pedagógica.

Nos videotutoriais são abordados os seguintes assuntos:

Vídeo 1 – O papel do gestor

O vídeo mostra quais são os principais assuntos tratados nos videotutoriais e apresenta as

principais funções da gestão escolar e o papel de cada tipo de gestor escolar.

Vídeo 2 – Construindo o Projeto Político-pedagógico

Este vídeo traz orientações sobre a elaboração do Projeto Político-pedagógico e explica a

importância do mapeamento da comunidade escolar, da elaboração de planos de ação e de se

conhecer as diretrizes educacionais dos governos.

Vídeo 3 – A preparação para a alfabetização sob o olhar do gestor

O vídeo apresenta a Literacia e a Numeracia, traz sugestões para algumas situações

cotidianas da escola e mostra a importância de se observar os estudantes.

Vídeo 4 – Trabalhando a diversidade em sala de aula

Este vídeo mostra a importância da observação diária dos alunos e do olhar global que deve

ter o coordenador pedagógico para identificar e trabalhar com crianças com dificuldades ou com

transtornos de aprendizagem.

Vídeo 5 – A Educação Inclusiva e o atendimento educacional especializado

Vídeo sobre Educação Inclusiva que apresenta quais crianças devem ter Atendimento

Educacional Especializado dentro da escola.

Vídeo 6 – A Literacia familiar e a interação do gestor com as famílias

Este vídeo apresenta sugestões para manter um canal aberto com os familiares dos alunos e

para incentivar a literacia familiar.

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As funções do gestor escolar no dia a dia

A gestão escolar envolve profissionais que desenvolvem um trabalho em parceria, visando a

evolução dos alunos e da instituição de ensino. As principais funções do gestor escolar são:

• Alinhar os interesses dos alunos, da instituição de ensino e dos profissionais que nela

trabalham.

• Liderar a elaboração do Projeto Político-pedagógico (PPP), envolvendo professores,

funcionários e familiares, a fim de garantir os direitos de aprendizagem de todos os

alunos.

• Conhecer os hábitos, os valores, as crenças e as prioridades da comunidade em que atua,

respeitando-os em quaisquer âmbitos de sua atuação, ao buscar atingir as metas do

projeto pedagógico escolar.

• Exercer uma liderança participativa, oferecendo aos professores os instrumentos

necessários para que cada um possa desenvolver seu trabalho da melhor maneira

possível.

• Promover a formação continuada com programas de treinamento alinhados à realidade e

às necessidades individuais e coletivas, incentivando que cada educador busque e atinja

seu potencial máximo.

• Fazer o atendimento aos pais ou responsáveis sempre que necessário.

• Administrar os recursos financeiros da escola, elaborando um planejamento realista

quanto à distribuição de recursos e estabelecendo metas e prioridades.

• Avaliar a aprendizagem dos alunos, verificando se há deficiências e, a partir dessa análise,

reorientar a prática pedagógica, ajustando-a de acordo com as necessidades deles.

Os gestores escolares são o principal ponto de apoio para os

professores, garantindo a autonomia desses, dentro de uma

gestão orientada e compartilhada. Essa parceria deve buscar a

eficácia e a eficiência.

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Construindo o projeto pedagógico da escola

O que é um Projeto Político-pedagógico?

O Projeto Político-pedagógico (PPP) é um documento no qual deve se estabelecer com

clareza qual é a missão da escola, o seu propósito, o que a comunidade escolar pretende alcançar

com sua atuação e de que forma isso será feito. Esses princípios nortearão a atuação do gestor

escolar. Partindo de diretrizes comuns determinadas pelas secretarias de educação, projetos

pedagógicos podem diferir de escola para escola, de acordo com as particularidades de cada uma.

Qual é a importância do projeto pedagógico?

O PPP é importante para gerar engajamento em relação aos objetivos comuns da

comunidade escolar, fortalecendo a visão participativa e democrática. Por meio dele, é possível

identificar o “momento” em que a escola se encontra, os objetivos que pretende atingir e como

atingi-los, identificar seus pontos fortes e as dificuldades que professores e alunos enfrentarão,

assim como estabelecer planos de ação para esse enfrentamento.

O que o projeto pedagógico deve contemplar?

Entre os principais elementos que o PPP deve contemplar, estão:

• Características sociais, culturais e físicas da comunidade em que a escola está inserida.

• Características da escola, como organização da gestão pedagógica, tempo de trabalho

coletivo dos professores, horário das atividades, descrição dos espaços físicos, dos

equipamentos e dos materiais pedagógicos.

• Descrição da proposta educacional da escola.

• Informe dos recursos financeiros e indicação dos parceiros da gestão, como o conselho

escolar, por exemplo.

• Relação e perfil dos profissionais que atuam na comunidade escolar e a quantidade de

profissionais e de alunos, visando ao equilíbrio, para garantir equidade e uma educação

inclusiva.

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O que os gestores devem observar ao elaborar

o PPP?

Os gestores precisam conhecer em detalhes os conteúdos, os campos de experiência e os

objetivos de aprendizagem e desenvolvimento contemplados no material didático utilizado na

escola para garantir o alinhamento com o projeto pedagógico da instituição, levantando também

outras questões ligadas à especificidade da comunidade escolar e contemplá-las.

Mesmo atendendo às necessidades da escola, o PPP deve ser pautado em diretrizes

estabelecidas por órgãos municipais, estaduais e federais. Deve, portanto, ser embasado nessas

diretrizes e estabelecer-se dentro desses limites.

Ao elaborar o Projeto Pedagógico, os gestores devem:

1. Contemplar as bases legais consideradas na elaboração desse projeto: documentos

normativos nacionais, estaduais e municipais.

2. Observar as características das crianças em cada fase escolar, da creche (de 0 a 3 anos e 11

meses) e da pré-escola (de 4 anos a 5 anos e 11 meses) em suas diferentes etapas.

3. Dispor sobre a organização dos ambientes e espaços escolares.

4. Detalhar a proposta curricular para todas as etapas da Educação Infantil, contemplando:

• Os direitos de aprendizagem e desenvolvimento (conviver, brincar, participar, explorar,

expressar, conhecer-se); os campos de experiência (O eu, o outro e o nós; Corpo, gestos

e movimentos; Traços, sons, cores e formas; Escuta, fala, pensamento e imaginação;

Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações) e os objetivos de

aprendizagem e desenvolvimento, relacionados à Base Nacional Comum Curricular

(BNCC).

• As habilidades e competências relacionadas à Política Nacional de Alfabetização (PNA).

• Questões locais voltadas especificamente para a comunidade escolar a que se destina.

• O Atendimento Educacional Especializado (AEE).

5. Contemplar diagnósticos de indicadores educacionais:

• Indicadores de acesso (matrícula, evasão); de fluxo (distorção de idade); de aprendizagem

(com base nos Parâmetros e Indicadores da Qualidade da Educação Infantil).

6. Estabelecer um Plano de Ação.

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O que o Plano de Ação deve contemplar?

• Os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento e a forma como a escola garantirá essas

aprendizagens.

• As metas de resultados educacionais (indicadores da qualidade da Educação Infantil e

avaliações cognitivas, psicomotoras e socioemocionais).

• Diretrizes para a escolha e produção de materiais, como livros didáticos e paradidáticos,

brinquedos, materiais pedagógicos de manipulação, jogos.

• Objetivos e estratégias para promover a formação docente em ambiente escolar,

detalhando o tempo necessário e a metodologia empregada, voltada para cada

profissional dentro do processo.

• Formas e critérios de avaliação individual da aprendizagem do aluno e da formação

oferecida aos professores.

• Critérios para avaliar a execução do Plano Pedagógico e para uma autoavaliação da

instituição.

Como relacionar o Plano de Ação à comunidade

escolar?

Na elaboração do Plano de Ação, abra espaço para uma ampla discussão com toda a

comunidade escolar, promovendo a gestão democrática e participativa. Proponha uma reflexão

profunda sobre as particularidades da comunidade em que a escola está inserida, recursos

disponíveis e metas a serem alcançadas. Pensado de forma coletiva, esse plano será único e terá

mais chances de alcançar o objetivo primordial da educação, que é garantir a formação integral

dos alunos, tornando-os cidadãos críticos, autônomos e responsáveis.

Ao estabelecer um Plano de Ação, é preciso estabelecer prioridades e garantir que seja

possível aplicá-las dentro do tempo disponível. É necessário estabelecer um caminho claro e

objetivo para sua execução, garantindo a participação de toda a comunidade escolar na

implementação, no acompanhamento e na revisão desse plano quando necessário.

Cabe aos gestores disponibilizar esse documento às secretarias de educação, para que seja

avaliado, e alinhar suas políticas de formação de educadores e disponibilização de recursos

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didáticos (livros, materiais pedagógicos de apoio etc.) aos currículos validados. A partir do amplo

conhecimento desse documento é que os professores planejarão suas aulas.

FAUXELS/PEXELS.COM

A elaboração do PPP deve ser coletiva e deve levar em conta as dificuldades que professores e alunos podem enfrentar.

O mundo é dinâmico, a sociedade é dinâmica, portanto, não

podemos imaginar uma escola estática, presa a um planejamento

que em determinado momento pode deixar de funcionar para a

comunidade em que atua. O olhar atento e crítico do gestor é

fundamental e o PPP deve ser revisto no início de cada ano e

sempre que necessário.

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Gestão escolar: o papel de cada um

O diretor

O diretor precisa se comunicar e estabelecer parcerias com toda a comunidade, de gestores

a professores, de funcionários a alunos e seus responsáveis, tendo como objetivo alcançar os

melhores resultados para a escola.

Cabe também ao diretor garantir a ordem e a limpeza do ambiente escolar, assim como o

funcionamento de todos os equipamentos e recursos pedagógicos necessários. Deve gerir o fluxo

de caixa, mantendo as contas pagas e distribuir de maneira ordenada os investimentos para que

todos os setores sejam contemplados da melhor maneira possível. Além disso, precisa também

manter os funcionários motivados e a comunidade participativa. O diretor tem que estar sempre

pronto para eventuais problemas que possam aparecer, isto é, diante de desafios, tomar decisões

eficazes e rápidas, sempre que necessário.

O diretor precisa ter liderança, assumir toda a comunidade escolar como uma equipe

participativa, que acredita no potencial de seus profissionais e investe em treinamentos, para que

esses possam progredir, pois a escola tem de ser dinâmica. A forma como se relaciona com a

comunidade faz toda a diferença, participando de todas as atividades e festividades realizadas em

sua escola.

Quem exerce essa função tem de conhecer com profundidade a legislação relativa a tudo o

que diz respeito à comunidade escolar. Deve, também, intermediar o diálogo entre professores e

gestores, administrando possíveis desajustes ou conflitos.

É um verdadeiro líder, que trabalha junto com sua equipe em busca dos melhores resultados

e benefícios para a escola.

O orientador educacional

Um dos membros da equipe gestora e também um dos principais responsáveis pelo

desenvolvimento pessoal de cada aluno é o orientador educacional. Ele auxilia o professor a

compreender e a lidar com o comportamento da criança em sala de aula e a resolver conflitos.

Lida, também, com a aquisição de valores e com o desenvolvimento das relações interpessoais dos

alunos.

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O orientador educacional faz um atendimento do ponto de vista pedagógico, não

terapêutico, e deve ser um observador cuidadoso do comportamento do aluno.

Um dos trabalhos mais importantes do orientador escolar é procurar conhecer a realidade

da comunidade e escutar o ponto de vista de cada um, atuando como mediador de conflitos entre

comunidade e escola. Na ausência de um orientador educacional, cabe a diretores, coordenadores

pedagógicos ou até mesmo professores desempenhar esse papel.

O coordenador pedagógico

O coordenador pedagógico é responsável por harmonizar as relações entre aluno, professor,

diretor e comunidade, tendo sempre em vista a proposta pedagógica da escola e focando na

excelência do processo ensino-aprendizagem. Sua gestão deve valorizar a troca de

experiências entre todos os envolvidos nesse processo e deve manter uma assessoria permanente

e continuada ao trabalho do professor. O trabalho do coordenador pedagógico é dinâmico

por excelência: mantendo os olhos e os ouvidos sempre atentos, ele deve moldar seu trabalho

no dia a dia, de acordo com sua percepção da realidade.

Deve desenvolver a percepção de como o processo ensino-aprendizagem está caminhando

no espaço escolar, avaliar sua relação com o professor e a relação do professor com os alunos,

detectar as demandas do professor e definir meios para auxiliar o docente em suas práticas.

O coordenador pedagógico tem de acreditar no projeto escolar e incentivar que ele se

consolide da melhor forma possível, fazendo com que a equipe de professores seja colaborativa.

Além de acompanhar o professor em suas atividades de planejamento, docência e avaliação, o

coordenador deve fornecer subsídios para que ele se atualize e se aperfeiçoe constantemente em

sua prática educativa. O coordenador deve, ainda, estimular o professor para que seja um

entusiasta de sua prática docente, disponibilizando-se como principal apoio na prevenção

e enfrentamento de desafios.

Parceria entre coordenador e professor

Professor e coordenador pedagógico podem trabalhar juntos de muitas formas, sempre

voltados para garantir o sucesso da aprendizagem do aluno. Enquanto o professor é responsável

pelo processo de ensino-aprendizagem, o coordenador é corresponsável pela sala de aula e pela

formação continuada dos professores. Tanto professores como coordenadores podem fazer o

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atendimento às famílias dos educandos. Dependendo da situação, esse atendimento poderá ser

feito em conjunto.

O coordenador pedagógico deve ser um observador constante da sala de aula. Para evitar

constrangimentos, tanto de professores quanto de alunos, é conveniente que essas visitas tenham

dia e hora marcados e objetivos compartilhados com o professor. Ao entrar na sala, o

coordenador deve pedir licença e trocar algumas palavras com os alunos de forma breve.

Após cada visita, o coordenador deverá fazer um relatório do que foi observado e

compartilhar com o professor.

Esses relatórios devem ser os mais construtivos possíveis e auxiliar o professor a melhorar

seu desempenho.

CHRISTINA MORILLO/PEXELS

Após cada visita à sala de aula, é fundamental que o coordenador dê o retorno ao professor.

Observando as dificuldades individuais dos alunos, tanto de aprendizagem quanto de

relacionamento ou adaptação, o coordenador poderá encontrar uma solução conjunta com o

professor ou a melhor maneira de encaminhar cada caso.

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O início do ano letivo Como já vimos, o coordenador pedagógico deve fazer um acompanhamento periódico dos

alunos, identificar como eles estão evoluindo e auxiliar o professor a elaborar estratégias para a

sala de aula. Para isso, as expectativas de aprendizagem da escola têm de estar bem ajustadas

com as atividades pensadas para cada faixa etária, aulas diversificadas e otimização do espaço

escolar e das rotinas de sala de aula.

No início do ano, seria interessante preparar dinâmicas de acolhimento para os alunos. Leve

em conta bebês e crianças que não frequentaram creche. Para eles, tudo é novo e desafiador,

assim como para seus responsáveis. É preciso proporcionar um ambiente acolhedor em que eles

se sintam seguros e confiantes.

No ato da matrícula, a família deve ser informada do período de adaptação do bebê e da

criança. Seria interessante levar os novos alunos para conhecer o espaço físico da creche ou escola

com antecedência e ouvir a explicação de como ela funciona. Para bebês ou crianças com mais

dificuldade de se desligar da família, recomenda-se que o responsável os acompanhe à escola nos

primeiros dias, até que se sintam confiantes.

Nos primeiros dias de aula, sugere-se priorizar atividades coletivas, mas sem protagonismos.

Uma recepção acolhedora fará com que a criança se sinta bem e descubra que a escola é um

espaço em que ela fará novas amizades. Crianças tímidas ou pouco sociáveis precisam de mais

tempo para se adaptar.

PIKREPO.COM

Os primeiros dias de aula são importantes na adaptação das crianças.

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Quem é meu aluno?

Trabalhando a diversidade em sala de aula

Como já vimos, a observação diária e constante dos alunos deve ser feita tanto por

professores quanto por gestores, em especial pelos coordenadores pedagógicos. Também as

informações trazidas pela família são fundamentais nesse processo. Juntos, todos podem e devem

refletir se a metodologia da escola favorece a aprendizagem significativa do aluno. Nessa parceria,

é estabelecido o acompanhamento dos estudantes, que garantirá o sucesso da aprendizagem.

O incentivo em sala de aula deve ser suficiente para motivar o aluno a aprender, fazer novas

descobertas e construir sua identidade. Dessa dinâmica, nasce a necessidade de a escola abrir

espaço para lidar com as dificuldades de aprendizagem, buscando recursos para isso e sempre

contando com a parceria escola, família e comunidade. É importante também refletir sobre as

possíveis mudanças de estratégia de ensino, se houver necessidade.

As mudanças de estratégias de ensino podem contribuir para que todos aprendam. Em

alguns casos, as estratégias de ensino não estão de acordo com a realidade do aluno. A

prática do professor em sala de aula é decisiva no processo de desenvolvimento dos

educandos. Esse talvez seja o momento de o professor rever a metodologia utilizada

para ensinar seu aluno; através de outros métodos e atividades, ele poderá detectar

quem realmente está com dificuldade de aprendizagem, evitando os rótulos muitas

vezes colocados erroneamente, que prejudicam a criança e trazendo-lhe várias

consequências, como a baixa estima e até mesmo o abandono escolar.

(COELHO, 1999, p. 12)

Ao receber o aluno com deficiência física ou qualquer transtorno de aprendizado,

professores e gestores devem estar atentos a como esse aluno estabelece a

comunicação e quais são as necessidades particulares dessa criança. A partir daí, o

coordenador pedagógico, o professor da sala comum e o professor de Atendimento Educacional

Especializado (AEE) podem discutir estratégias para planejar as aulas e definir as ações

educativas para que o aprendizado do aluno ocorra da melhor forma possível.

Seguem, como sugestão, algumas perguntas que podem ser utilizadas para elaborar seu

plano de atendimento:

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desde que seja atr ibu ído crédi to autoral e as cr iações se jam l icenciadas sob os mesmos pa râmetros.

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• Quem é o aluno?

• Quais as principais habilidades manifestadas por ele?

• Quais suas necessidades específicas? (decorrentes da deficiência ou

apresentadas pelo ambiente escolar)

• Quais são as barreiras existentes para a participação do aluno e de seu

aprendizado nas atividades escolares e que poderão ser eliminadas com a

utilização de recursos pedagógicos acessíveis?

• Quais são as necessidades relacionadas a recursos pedagógicos ou de

acessibilidade apontadas pelos professores para atingir os objetivos propostos

para o aluno?

• Quais são as condições de acessibilidade física da escola e da sala de aula para

o aluno? Há rampas, banheiros adaptados, portas alargadas, entre outros?

• Os materiais pedagógicos são adequados para uso do aluno? Há lápis e canetas

adequados à condição do aluno, alfabeto móvel, pranchas com letras e palavras,

computador, teclados e mouses especiais, acionadores e outros?

• Como é a participação do aluno nas atividades propostas para sua turma?

• Elaborar quantas perguntas forem necessárias para traçar um plano pedagógico

destinado ao aluno.

(BRASIL, 2014, p. 26)

Qualquer tipo de dificuldade de aprendizagem requer um desafio para o aluno, para a escola

e para a família. Crianças que apresentem dificuldade devem ser respeitadas em sua

individualidade. Professores e coordenadores pedagógicos devem se empenhar em elaborar

projetos que envolvam essa criança no processo educacional, procurando estabelecer com ela um

canal efetivo de comunicação, de modo que ela se sinta confiante e capaz de lidar com suas

dificuldades.

Geralmente, crianças que possuem qualquer tipo de dificuldade de aprendizagem

necessitam de mais atenção. Então, é importante que professores e coordenadores valorizem

cada atividade que ela faz, cada conquista alcançada, para que ela se sinta menos insegura, mais

valorizada e em situação de igualdade perante seus pares.

É importante ressaltar que algumas crianças podem apresentar dificuldades de

aprendizagem ou pouca concentração, que podem estar relacionadas a outros fatores, como

problemas na família, desnutrição, problemas de relacionamento com professores ou colegas,

entre outros. Esses casos exigem um acompanhamento mais próximo, porém não costumam ser

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desde que seja atr ibu ído crédi to autoral e as cr iações se jam l icenciadas sob os mesmos pa râmetros.

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tão difíceis de resolver. Entretanto, há crianças com dificuldades de aprendizagem de natureza

neurobiológica.

Vamos conhecer alguns possíveis transtornos de aprendizagem.

Transtornos de aprendizagem

Quanto mais cedo os transtornos de aprendizagem forem identificados, melhor para o bebê

ou a criança, pois existem tratamentos que minimizam sua influência no processo de

aprendizagem e desenvolvem as habilidades da criança, fazendo com que ela possa aprender da

melhor maneira possível.

Assim, em âmbito escolar e familiar, todos devem ficar atentos a algo diferente no

desempenho pedagógico das crianças, de forma que os responsáveis possam buscar a análise e

o diagnóstico de um especialista.

A seguir, apresentamos os transtornos de aprendizagem mais comuns.

TDAH O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurológico de

provável origem genética que costuma aparecer na infância e pode acompanhar a pessoa a vida

toda. Ele é caracterizado pela incapacidade involuntária da criança em manter a atenção no que

está sendo ensinado, além de problemas com disciplina e organização.

Dislexia É um distúrbio neurobiológico e genético no qual a criança apresenta uma desordem nas

informações recebidas que acabam atrapalhando o processo de entendimento das letras e

interferindo na escrita.

Disgrafia A criança que apresenta esse distúrbio tem como característica uma escrita ilegível,

decorrente de alterações na coordenação motora fina, ritmo e movimento, o que sugere um

transtorno motor.

Discalculia É uma desordem neurológica específica que dificulta a habilidade de a criança compreender

e manipular números, e não está ligada a problemas de visão ou audição.

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A educação inclusiva

A Constituição Federal de 1988 determina a igualdade de condições para o acesso e

a permanência na escola para todos e, também, a oferta de Atendimento Educacional

Especializado (AEE), preferencialmente no ensino regular.

Portanto, a inclusão de crianças com necessidades especiais na escola é direito garantido por

lei. Os gestores precisam estar atentos para garantir as melhores condições de aprendizagem.

A oferta de Atendimento Educacional Especializado é uma das ações que têm proporcionado

mudanças significativas na organização da escola e na qualidade das respostas dadas às

necessidades dos alunos.

O atendimento referente à Educação Inclusiva não é o mesmo destinado aos alunos em

recuperação, com problemas de comportamento, indisciplina ou dificuldades de aprendizagem ou

de relacionamento com os colegas e professores, pois são coisas diferentes.

Necessitam das ações destinadas à Educação Especial, os alunos com:

• Deficiência.

• Transtornos globais de desenvolvimento.

• Altas habilidades/superdotação.

Vamos conhecer algumas condições que requerem atenção especial.

Deficiência física

Deficiência física não é sinônimo de déficit cognitivo. Alunos com algum tipo de deficiência

poderão ter dificuldades para escrever ou falar, mas essas dificuldades ocorrem em função do

comprometimento da coordenação motora. Portanto, a aprendizagem da leitura e da escrita deve

ser abordada de forma conceitual, e não mecânica.

Estratégias para o atendimento especializado do aluno com deficiência física

O aluno com deficiência física precisa de espaço físico adequado e de ações pedagógicas

individualizadas, tendo como suporte materiais pedagógicos que atendam às necessidades

motoras e as formas de comunicação desse aluno.

Juntos, professores e coordenadores pedagógicos devem avaliar as possibilidades do aluno

quanto a acuidade visual, habilidades perceptivas e motoras, preensão manual, movimentos dos

membros superiores e inferiores, habilidades cognitivas de compreensão e expressão, para fazer a

escolha de recursos de comunicação alternativos para a educação especial, que consiste em um

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conjunto de procedimentos técnicos e metodológicos direcionado a pessoas com alguma

deficiência. Para facilitar o acesso à escrita e à leitura de pessoas com deficiência física,

muitas alternativas estão disponíveis e podem ser construídas, como, por exemplo: o uso de

pranchas de comunicação, computador, lápis e canetas adaptados.

A avaliação do aluno com deficiência física deve levar em consideração a forma de se

comunicar desse aluno. Nesse processo, convém contar com o auxílio do professor de

Atendimento Educacional Especializado (AEE), que poderá indicar os elementos necessários para a

comunicação alternativa com esse aluno.

No portal do MEC, é possível encontrar diversas ideias de

recursos de comunicação alternativa que você pode adotar,

realizando as adaptações necessárias para seus alunos e sua

escola. Disponível em: https://livro.pro/qitrud. Acesso em: 21 set.

2020.

Deficiência intelectual Alunos com deficiência intelectual possuem dificuldades específicas de aprendizagem, mas

nem todos os alunos com dificuldades de aprendizagem têm essa deficiência. O desempenho

escolar desse aluno dependerá essencialmente das oportunidades e possibilidades que o

professor e o ambiente escolar proporcionar a ele, evitando simplesmente oferecer atividades de

repetição, memorização e de treino motor, procurando sempre envolvê-los em situações reais.

Do que o aluno com deficiência intelectual precisa? Em termos gerais, do mesmo que os

demais alunos: oportunidades, motivação, desafios para vencer os próprios limites, inserção em

tarefas de cooperação e convívio social, atividades próximas aos interesses deles e com base em

experiências que tenham vivenciado.

Estratégias para o atendimento especializado do aluno com deficiência intelectual

A parceria entre professores e coordenadores pedagógicos é essencial para fazer a inclusão

do aluno com deficiência intelectual no processo de ensino-aprendizagem. O primeiro passo é

incluí-lo no planejamento diário. Mesmo que ele não adquira os conhecimentos na mesma etapa

de desenvolvimento que os demais alunos, as atividades propostas devem ser ajustadas para que

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ele participe da aula tanto quanto os demais alunos e faça progressos no seu aprendizado

individual.

No documento Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa: Educação Inclusiva

(BRASIL, 2014) é possível encontrar imagens de materiais confeccionados nas salas de Recursos

Multifuncionais pelas professoras Simone Alves Piardi, da Escola Municipal Aroldo de Freitas, e

Márcia Marchette, da Escola Municipal Clementina Cruz, ambas no município de Pinhais (PR), para

o uso em atividades com alunos com deficiência intelectual.

O uso de recursos pedagógicos como tangram, material dourado e geoplano podem

auxiliar os alunos na aprendizagem dos conceitos de numeracia. Esses materiais são indicados não

somente para alunos com alguma deficiência, mas para todos os alunos da Educação Infantil.

Deficiência auditiva: surdez

Conforme Decreto Federal nº 5.626/2005, considera-se a pessoa surda “[...] aquela que, por

ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais,

manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Língua Brasileira de Sinais – Libras”.

ALFABETO MANUAL

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Um aluno surdo só terá possibilidade de aprendizado em um ambiente com recursos que

possibilitem a ele as condições necessárias, como um mediador que faça a tradução em Libras das

aulas.

Tendo em vista que o processo de aquisição de linguagem acontece da mesma forma em

crianças surdas e ouvintes, é importante que as crianças surdas sejam expostas o mais cedo

possível a um ambiente linguístico em Libras para que possam vivenciar as experiências que a

linguagem possibilita.

Estratégias para o atendimento especializado do aluno com deficiência auditiva

O atendimento educacional especializado para os alunos surdos envolve três momentos

didáticos pedagógicos:

1. Todos os conhecimentos dos diferentes conteúdos curriculares são explicados em Libras

por um professor, preferencialmente surdo. A fluência em língua de sinais e o uso de

imagens visuais são requisitos essenciais para a compreensão e formação de novos

conceitos.

2. Os alunos terão aulas de Libras. Nos anos iniciais, é fundamental que o professor trabalhe

com contação de histórias, que promova situações didáticas e lúdicas que favoreçam o

processo de aquisição da linguagem e conhecimento de mundo das crianças surdas.

3. Os alunos surdos também terão o ensino da Língua Portuguesa, como segunda língua.

O coordenador pedagógico deve:

a) Articular sistematicamente, e durante todo o ano letivo, o planejamento das aulas voltadas

para o aluno surdo feito pelo professor da sala comum e pelo professor do AEE,

contemplando atividades que favoreçam a interação social e escolar do aluno.

b) Colocar a família a par de todo o trabalho pedagógico desenvolvido na escola.

c) Atuar para garantir a diversidade de materiais pedagógicos para a sala e para evitar que

essa sala se transforme em um espaço de reforço escolar. Os cadernos de Alfabetização

Matemática, por exemplo, estão repletos de atividades lúdicas e com materiais que podem

ser adaptados no sentido de promover a participação de todos.

d) Atuar para garantir que o aluno surdo consiga se desenvolver na língua de sinais.

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Deficiência visual: cegueira

O processo de aprendizagem dos alunos cegos se faz a partir dos sentidos remanescentes:

tato, audição, olfato e paladar, exigindo o uso de brinquedos e materiais que facilitem a

discriminação de tamanho, textura, volume, peso, identificação de sons, desenvolvimento da

consciência corporal e que despertem a curiosidade, a vontade e a coragem para movimentar-se e

participar em atividades coletivas, tanto com autonomia quanto com ajuda e apoio dos colegas.

A criança cega tem o mesmo potencial de desenvolvimento e aprendizagem que as outras

crianças, desde que se eliminem ou contornem as barreiras ou os obstáculos que dificultem

esse processo.

O trabalho de sistematização da escrita deve utilizar o Sistema Braille.

IMAGENS: ALFABETO BRAILLE

Alfabeto e algarismos em Braille.

A falta de acessibilidade física ou de comunicação prejudica de modo decisivo o processo de

aprendizagem da pessoa cega. Essas crianças – como qualquer criança – precisam de um ambiente

que favoreça seu processo de alfabetização e letramento, para isso precisam ter as possibilidades

de brincar e participar de todas as situações no contexto escolar.

Deficiência visual: baixa visão

A baixa visão é caracterizada por pessoas que apresentam comprometimento do

funcionamento visual em ambos os olhos, mesmo depois de tratamentos de correção.

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Ao lidar com alunos com baixa visão, deve-se considerar que cada aluno é diferente do

outro. Assim, é importante que gestor e professor identifiquem qual é a distância mais adequada

para aquele aluno enxergar, se o local em que ele se senta na sala de aula tem luminosidade

suficiente e qual o tamanho ideal para letras e ilustrações, por exemplo.

Há equipamentos destinados a alunos com baixa visão que devem ser utilizados tanto na

sala comum como na sala de AEE, como, por exemplo, a prancheta inclinada, que permite ao

aluno manter uma postura adequada.

Deve-se usar cores fortes nos materiais para aumentar o contraste, cadernos com pautas

acentuadas e largas, lápis com grafite mais escuro e mais grosso.

Existem muitos equipamentos que permitem a ampliação do material, como lupas manuais, óculos especiais e telescópios. Eles devem ser utilizados sempre com a orientação de um oftalmologista.

DS_30/PIXABAY

Estratégias para o atendimento especializado do aluno com deficiência visual

Além do AEE, a área da Deficiência Visual conta também com serviços de apoio

especializados nos Centros de Apoio Pedagógico e Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual

(CAPs).

O professor do AEE tem como um de seus objetivos ensinar o Sistema Braille aos alunos

cegos. A necessidade desse sistema deverá ser introduzida de forma gradual em situações

cotidianas.

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J P DAVIDSON/FLICKR

Como preparação para o ensino do Sistema Braille, os alunos devem ter contato com jogos e atividades que estimulem o tato.

O coordenador pedagógico deve trabalhar junto com o professor do AEE e o professor da

turma no planejamento de todas as estratégias metodológicas a serem utilizadas com alunos com

deficiência visual e na confecção de materiais pedagógicos adequados.

É interessante a aplicação de jogos que estimulem o tato o mais cedo possível, adaptando

brincadeiras conhecidas ou produzindo materiais didáticos acessíveis.

De acordo com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa: Educação Inclusiva

(PNAIC):

Um trabalho específico a ser desenvolvido é o da Orientação e Mobilidade (OM) para

que a pessoa cega possa desenvolver autonomia na locomoção, tanto no ambiente

escolar quanto fora dele. Mover-se de forma orientada, com sentido, direção e utilizando de

várias referências, é importante para se chegar ao local desejado e este é um trabalho

de referência importante no contexto da alfabetização matemática.

(BRASIL, 2014, p. 47)

Veja a seguir algumas sugestões de atividades para serem trabalhadas com crianças com

deficiências visuais. Esse momento pode servir de apoio para os educadores aplicarem o

acompanhamento individual dos alunos. Esse acompanhamento tem por objetivo guiar o

educador para garantir o sucesso da aprendizagem e a formação integral dos alunos.

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A caixa passa figuras e os jogos de encaixe

abrem muitas possibilidades de compreensão para a

criança com deficiência visual, pois, com a

possibilidade de manusear objetos, ela elabora

as informações sobre tamanho, forma, peso,

consistência, espessura, densidade, textura, dentre

outras. Além disso, desenvolve-se trabalho com o

tato.

SIGMUND/UNSPLASH.COM

O ábaco ajuda na compreensão dos

números e do sistema de numeração decimal e

facilita a realização de contagens e de

operações matemáticas para as pessoas com

deficiência visual. É um material de baixo custo

e grande durabilidade e pode ser usado a partir

da pré-escola.

O tangram é outro material

sólido importante, pois favorece a

percepção das relações geométricas, o

raciocínio e a criatividade. Na internet, é

possível encontrar muitas sugestões para

explorar o tangram em sala de aula.

KATHY CASSIDY

O material dourado pode ser usado para auxiliar crianças com deficiência visual em

atividades simples de contagens, para auxiliar em operações fundamentais (algoritmos) e na

aprendizagem do sistema de numeração decimal. Com o material dourado, as relações numéricas

abstratas passam a ter uma representação concreta, facilitando a compreensão do conteúdo pelos

alunos e tornando a aprendizagem da matemática mais agradável.

PXHERE

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GENEVIEVE

O geoplano é um excelente recurso didático e

pedagógico para trabalhar com os alunos

cegos ou com baixa visão pois auxilia a

construção da representação mental e uma

etapa para o caminho da abstração,

proporcionado experiências de aprendizado

significativas para os alunos e facilitando o

trabalho de exploração das habilidades

espaciais.

Com potes de margarina, tampinhas de garrafa PET, numerais feitos em EVA e o

correspondente em Braille, é possível construir uma oficina para trabalhar a ideia de quantidade.

O pote com o número em alto-relevo auxilia na compreensão entre o número e a quantidade que

ele representa. Dentro de cada pote deve ter a quantidade de tampinhas correspondente.

Outra sugestão é confeccionar um jogo de memória tátil com figuras geométricas planas.

Para isso, é só recortar as figuras geométricas em uma lixa bem fina, para que não machuque

as crianças, e colar as figuras em cartelas de papelão reciclável de forma a construir os pares do

jogo da memória.

Veja o trabalho com outros materiais no documento Pacto Nacional

pela Alfabetização na Idade Certa: Educação Inclusiva. Brasília:

MEC/SEB, 2014. p. 42-44. Disponível em: https://livro.pro/tf9w6w

(acesso em: 15 set. 2020).

Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) Alunos com TGD apresentam alterações qualitativas nas interações sociais e na

comunicação, tendo um repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo.

Uma estereotipia é, por exemplo, balançar os braços em situações diferentes de sentimentos.

Nessa categoria, encontram-se os alunos com autismo ou com psicose infantil. A partir da

promulgação da Lei Federal nº 12.764/12, em dezembro de 2012, as pessoas com transtorno do

espectro autista passam a ser consideradas como pessoas com deficiência.

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Estratégias para o atendimento especializado do aluno autista

Lidar com autistas no processo de ensino-aprendizagem é altamente desafiador, pois as

manifestações desse transtorno variam de pessoa a pessoa. Além de dificuldades na interação

social e comprometimentos na fala, por exemplo, o autista costuma apresentar interesse por

rotinas diárias com enorme resistência a mudanças.

O ambiente escolar é de suma importância para o aluno autista, pois, como ele apresenta

dificuldade em interagir socialmente, se forem isolados, isso contribuirá para reforçar suas

dificuldades.

É importante que o gestor esteja ciente que o ambiente escolar é algo totalmente novo para

o autista, a presença de crianças e funcionários, que são pessoas com quem ele não está

acostumado a interagir, pode ser desafiador em um primeiro momento. Por esse motivo, cabe ao

gestor em parceria com o professor proporcionar à criança autista uma primeira experiência no

ambiente escolar bem próxima àquela que ela está acostumada.

Algumas ações podem auxiliar no processo de ensino e aprendizagem da criança

autista:

• o aprendizado deve ser realizado a partir de situações reais;

• valorizar o processo e a singularidade de cada aluno, evitando comparações sem

sentido;

• estabelecer a organização de rotinas para a criança;

• proporcionar atividades em dupla e em grupos, possibilitando a referência de

modos de agir e participação por meio de seus pares;

• proporcionar ações com envolvimento de outros alunos;

• dirigir-se verbalmente ao aluno autista durante as atividades em sala de aula;

• propor práticas e intervenções novas e diferenciadas, considerando a

organização do trabalho ao tempo e necessidade dos alunos;

• pensar formas de avaliação que contemple a heterogeneidade da sala de aula, e

não uma avaliação pautada na homogeneidade que contribua para a exclusão.

(BRASIL, 2014, p. 48-49.)

Se o aluno com TGD precisar de apoio educacional especializado, é necessário que ele

frequente o AEE para complementar sua escolaridade, em um trabalho articulado entre o

professor da turma comum e o professor de AEE. Assim, as atividades propostas devem ampliar as

habilidades do aluno e promover sua aprendizagem.

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Para um bom resultado no trabalho com o aluno com TGD, principalmente aquele com

transtorno do espectro autista, além da escola, é fundamental o envolvimento da família e das

áreas de saúde e de assistência social.

Alunos com altas habilidades/superdotação De acordo com a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação

Inclusiva (BRASIL, 2008), os alunos com altas habilidades/superdotação demonstram potencial

elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica,

liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na

aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse.

O aluno superdotado faz parte do público-alvo da Educação Inclusiva e também necessita de

estratégias pedagógicas específicas, pois nem sempre ele alcança desempenhos satisfatórios em

suas tarefas escolares, além de muitas vezes apresentar um comportamento agitado.

A identificação da superdotação nem sempre é algo fácil de ser realizada durante o processo

de escolarização. Conforme descreve Guimarães e Ourofino (2007), entre alguns traços comuns

presentes nos alunos com altas habilidades/superdotação, destacam-se:

• Alto grau de curiosidade;

• Boa memória;

• Atenção concentrada;

• Persistência; independência e autonomia; interesse por áreas e tópicos diversos;

facilidade de aprendizagem; criatividade e imaginação;

• Iniciativa; liderança;

• Vocabulário avançado para sua idade cronológica; riqueza de expressão verbal

(elaboração e fluência de ideias);

• Habilidade para considerar pontos de vistas de outras pessoas;

• Facilidade para interagir com crianças mais velhas ou com adultos;

• Habilidade para lidar com ideias abstratas;

• Habilidade para perceber discrepâncias entre ideias e pontos de vista;

• Interesse por livros e outras fontes de conhecimento;

• Alto nível de energia;

• Preferência por situações/objetos novos; senso de humor;

• Originalidade para resolver problemas.

(GUIMARÃES; OUROFINO, 2007, p. 45-46)

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Estratégias para o atendimento especializado dos alunos com altas habilidades

No caso de alunos superdotados, o trabalho do AEE deve ser articulado com o gestor e o

professor da sala de aula comum e deverá ter por objetivo suplementar a formação do aluno com

execução de atividades que enriqueçam o ensino regular voltadas principalmente para as áreas de

maior interesse e habilidade do aluno.

O aluno superdotado deve frequentar a sala regular como aluno comum em um turno e no

outro frequentar o AEE.

Os objetivos do atendimento educacional especializado são:

• Maximizar a participação do aluno na classe comum do ensino regular,

beneficiando-se da interação no contexto escolar;

• Potencializar a(s) habilidade(s) demonstrada(s) pelo aluno, por meio do

enriquecimento curricular previsto no plano de atendimento individual;

• Expandir o acesso do aluno a recursos de tecnologia, materiais pedagógicos e

bibliográficos de sua área de interesse;

• Promover a participação do aluno em atividades voltadas à prática da pesquisa e

desenvolvimento de produtos; e

• Estimular a proposição e o desenvolvimento de projetos de trabalho no âmbito da

escola, com temáticas diversificadas, como artes, esporte, ciências e outras.

(DELPRETTO et al., 2010, p. 23)

Indicamos a seguir alguns artigos com sugestões

interessantes para trabalhar a inclusão na escola:

DINIZ, Giovanna. 7 materiais de apoio para a inclusão de

alunos com deficiência na escola. Nova Escola, Gestão escolar, jun.

2019. Disponível em: https://livro.pro/3bmgke.

GONZAGA, Ana. Materiais adaptados ajudam a incluir. Nova

Escola, Gestão escolar, jul. 2012. Disponível em:

https://livro.pro/8ywh8b.

LOPES, Noêmia. 24 respostas para as principais dúvidas sobre

inclusão. Nova Escola, Gestão escolar, jun. 2010. Disponível em:

https://livro.pro/vtkwri.

(Acessos em: 21 set. 2020.)

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Educação Infantil – Material digital para gestor

Materia l d isponib i l i za do em l icença aberta do t ipo Creat ive Commons – Atr ibuição não comercia l (CC BY NC – 4.0 Internat iona l ) . Permit ida a cr iação de obra der ivada com f ins não comercia is ,

desde que seja atr ibu ído crédi to autoral e as cr iações se jam l icenciadas sob os mesmos pa râmetros.

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O papel do gestor na preparação para a alfabetização

O Brasil é um país de extensões continentais e cada uma de suas regiões tem suas

particularidades, o que faz com que também existam variações significativas de uma região para

outra quanto à gestão educacional.

Considerando a importância do gestor na elaboração e execução de planos de trabalhos

para atender às necessidades das aprendizagens da criança, sem dúvida alguma, cabe a ele, em

parceria com professores e comunidade, estabelecer as diretrizes que a escola seguirá em relação

ao processo de preparação para a alfabetização, principalmente no que diz respeito às atividades

relacionadas a literacia e numeracia.

É importante ressaltar que o documento da PNA (BRASIL, 2019b), com base na ciência

cognitiva da leitura, define alfabetização como o ensino das habilidades de leitura e de escrita em

um sistema alfabético, aquele que representa com os caracteres do alfabeto (letras) os sons da

fala.

Para desempenhar bem seu papel em uma função de tamanha responsabilidade, o gestor

deve conhecer profundamente os processos de ensino-aprendizagem, assegurando a construção

das competências e habilidades necessárias para a emancipação dos alunos.

Pesquisas descritas no documento National Early Literacy Panel (2009) mostram que o

desenvolvimento de certos conhecimentos e habilidades de leitura e escrita na pré-escola

favorece não só o processo de alfabetização formal da criança, mas toda sua vida escolar.

É durante a primeira infância, na creche, na pré-escola e também dentro de casa, que o bebê

ou a criança deve ter contato com diferentes práticas de literacia, mesmo que de forma

emergente, ouvindo histórias lidas e contadas, cantando quadrinhas, recitando poemas e

parlendas, familiarizando-se com materiais impressos (livros, revistas e jornais), reconhecendo as

letras, seus nomes e sons, tentando representá-las por escrito, identificando sinais gráficos ao seu

redor, entre outras atividades de maior ou menor complexidade.

Por esse motivo, gestores e professores devem estabelecer um plano de aula que contemple

de maneira efetiva e, ao mesmo tempo lúdica, os componentes essenciais de preparação para a

alfabetização estabelecidos pela PNA, que são:

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• Consciência fonológica e fonêmica;

• Conhecimento alfabético;

• Desenvolvimento de vocabulário;

• Compreensão oral de textos;

• Produção de escrita emergente.

Também é nesta fase, na escola ou em casa, que a criança passa a ter o primeiro contato

com conhecimentos elementares de numeracia. Esse contato ocorre desde a descoberta da

própria idade, mostrando-a com os dedos da mão, dos números de telefone e números associados

a seu endereço residencial, até o reconhecimento dos algarismos, das quantidades, das ideias de

adição, subtração e proporções simples, formas geométricas, além de noções de localização,

posicionamento, espacialidade, direcionalidade, tempo, tamanho, peso e volume, sempre

estimulando o raciocínio lógico e o raciocínio matemático.

Outras atividades desenvolvidas também podem contribuir diretamente no

desenvolvimento da criança visando à futura alfabetização formal. O desenho, a pintura, a

colagem e a modelagem, por exemplo, são atividades muito apreciadas pelas crianças, por

trabalhar com materiais coloridos e com texturas variadas e por permitir-lhes comunicar-se e

expressar sentimentos.

É no conjunto das experiências, interações, explorações e conhecimentos desenvolvidos na

creche e na pré-escola, de forma lúdica, que a criança se desenvolve de maneira natural.

Concomitantemente, a prática sistemática de atividades voltadas para a literacia emergente e a

numeracia, seguindo um planejamento elaborado com fundamentação científica, constituirá uma

base sólida para o prosseguimento da alfabetização formal. E o gestor, como peça fundamental

em toda essa engrenagem envolvendo o processo de ensino-aprendizagem ao longo da primeira

infância, precisa estar atento a cada detalhe que envolve essa etapa.

Algumas rotinas podem ser implementadas pelo gestor para auxiliar no processo de

avaliação, monitoramento e ajuste do plano de ensino, visando garantir na Educação Infantil as

habilidades necessárias para a futura alfabetização formal:

• Reuniões de planejamento com os educadores a fim de estabelecer, com eles, a melhor

maneira para alfabetizar;

• Grupos para a criação e confecção de jogos que estimulam a literacia e a numeracia;

• Monitoramento dos níveis de aquisição de leitura e escrita pelos alunos ao longo do ano

letivo;

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• Reuniões com os pais ou responsáveis pelas crianças para abordar sugestões de práticas

relacionadas à literacia familiar e também para dar feedback a respeito da evolução ou

dificuldade do aluno.

O coordenador deve adotar como rotina o acompanhamento dos alunos em sala de aula,

observar, registrar em relatórios e discutir com os professores, orientando e dando sugestões de

acordo com as dificuldades apresentadas pelas crianças. Conhecer muito bem os alunos, a melhor

maneira de inseri-los em grupo e com quem podem interagir de forma mais produtiva são

condições para o planejamento de atividades em aula. Isso não deve ser feito para vigiar as

crianças e fazer cobranças, mas sim como um trabalho de parceria e um diagnóstico para

levantamento das necessidades de aprendizagem.

Por esse motivo, o coordenador precisa estar atento aos movimentos que acontecem em

sua escola, identificar os problemas e procurar por soluções. As respostas são encontradas quando

todos podem ver claramente que existe uma dificuldade. Depois disso, faz parte do trabalho

coletar, quantificar e analisar dados específicos.

Esse monitoramento simples muitas vezes permite que a coordenação possa acompanhar e

intervir, principalmente quando se percebe as dificuldades de aprendizagem por parte dos alunos.

Para que possa produzir mudanças, o educador precisa buscar novos conhecimentos e saber

como aplicá-los em sala de aula, contando com o auxílio da formação continuada. Alfabetizar é

uma das maiores dificuldades dos professores e, por isso, o tema precisa ser trabalhado

constantemente pelo coordenador pedagógico.

Portanto, o processo de formação precisa ser menos idealizado e mais próximo da realidade,

levando em conta a experiência cotidiana e os saberes adquiridos na prática.

Cabe ao coordenador pedagógico orientar, observar e avaliar os encaminhamentos

constantemente, pois sempre é possível qualificar, melhorar e aperfeiçoar a rotina, as atividades,

a comunicação com as famílias e vários outros aspectos que podem ser foco de tematização nos

grupos de formação. É na reflexão coletiva que encontramos as melhores soluções.

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Dicas de projetos de alfabetização

Alguns projetos voltados à alfabetização podem colaborar com o trabalho dos gestores e

professores no processo de desenvolver as habilidades preparatórias para alfabetização. Confira:

Alfaletrar

A plataforma, idealizada pelo Cenpec em parceria com a professora da Universidade Federal

de Minas Gerais (UFMG) Magda Becker Soares, apresenta conteúdos teóricos e práticos sobre

alfabetização e letramento, por meio de vídeos, infográficos, fotos, textos e cursos on-line.

(Disponível em: https://livro.pro/gejh3q, acesso em: 21 set. 2020.)

Projeto Trilhas

O portal tem como objetivo dar suporte aos professores e gestores durante o processo de

alfabetização. Nele, é possível participar de cursos à distância gratuitos, referenciados pela BNCC,

e fazer download do kit de apoio que contém cadernos de orientação e de indicações literárias,

jogos de linguagem e cartelas para atividades. (Disponível em: https://livro.pro/cxtknu, acesso em:

21 set. 2020.)

Tempo de Aprender

Desenvolvido pelo MEC a partir das diretrizes da PNA, este programa de alfabetização tem

como objetivo enfrentar as principais causas das deficiências da alfabetização no país, oferecendo

formação continuada de profissionais da alfabetização, apoio pedagógico, aprimoramento das

avaliações e valorização dos professores. (Disponível em: https://livro.pro/n59mn7, acesso em: 21

set. 2020.)

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Atividades voltadas para a Educação Infantil São apresentadas a seguir sugestões de atividades para serem compartilhadas com

professores e coordenadores pedagógicos, as quais favorecem o trabalho com literacia e

numeracia, trabalham a concentração, a organização espacial, a lateralidade, a coordenação

motora, além de promover o desenvolvimento da oralidade e a sociabilização das crianças. São

brincadeiras simples, sendo que muitas delas ultrapassam gerações.

Uma vez identificados os alunos que precisam de mais atividades desse tipo, professores e

gestores podem, em parceria, estabelecer uma estratégia que garanta a aplicabilidade delas em

sala de aula, em atendimentos individuais ou no ambiente familiar, garantindo a aprendizagem

dos alunos.

Lembramos que essas são apenas algumas sugestões e que outras opções devem ser

buscadas, principalmente levando em conta as preferências e interesses individuais dos alunos, ou

a necessidade de reforçar uma ou outra habilidade, de forma a garantir o sucesso da

aprendizagem.

Brincar e jogar

As brincadeiras e jogos estimulam, desenvolvem e aprimoram aspectos como criatividade,

coordenação motora e cooperação. A escolha de jogos e brincadeiras com intencionalidade

pedagógica deve ser responsabilidade dos gestores e professores.

Exercícios que estimulam o raciocínio lógico

Jogos de memória, jogos com cartas ou quebra-cabeça e jogos de encaixe são exemplos de

atividades que exigem concentração, planejamento e memorização. É possível variar esses jogos

explorando imagens, palavras e números.

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Massinha de modelar

A criança pode brincar com massinha, modelando livremente objetos, animais, pessoas ou o

que ela imaginar.

As modelagens podem ser enfeitadas com pequenos pedaços de papel, palitos, folhas,

gravetos etc. Pode-se também pedir que modelem determinadas figuras.

Nessa atividade, aparentemente tão simples, as crianças desenvolvem a orientação espacial

e de temporalidade, a coordenação motora e a criatividade.

SHARON MCCUTCHEON/PEXELS

Atividades que exploram sequenciamento

Há vários jogos que exploram sequência de

figuras ou de cores, sequências numéricas ou

sequência alfabética. A ideia de sequência também

pode ser explorada seguindo os passos de uma

receita culinária, sempre supervisionada por um

adulto. Todas essas atividades são excelentes para o

desenvolvimento do raciocínio lógico.

PXHERE

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Atividades com música

As músicas podem estar associadas a brincadeiras que exploram concentração, movimento e

organização espacial, como a tradicional brincadeira da dança da cadeira. Convém utilizar músicas

que as crianças conheçam bem para que elas não encontrem mais dificuldades ao ter de dividir a

atenção entre os movimentos e a letra da música.

Caminhando em linha

Trace uma linha que pode ser reta ou sinuosa usando giz ou fita adesiva presa ao chão. A

criança deve se deslocar sobre a linha colocando pé ante pé, sem sair da marca, até o final.

Pode-se variar a brincadeira pedindo à criança que percorra a linha reta pulando em um pé só.

Essa brincadeira trabalha consciência corporal, equilíbrio e coordenação motora ampla.

Amarelinha

Basta um pedaço de giz e está pronta a

brincadeira.

Essa tradicional brincadeira popular é

excelente para trabalhar:

• numeracia;

• equilíbrio;

• consciência corporal;

• coordenação motora fina.

FREEPIK

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Ouvir e interagir com histórias

Ao ler para o aluno, é possível pausar de vez em quando a leitura e fazer perguntas a

respeito do que aconteceu ou do que ele acha que vai acontecer na história. Há, também,

disponíveis no mercado, vários livros de história em áudio.

Entra, sai e troca lugar na roda

O professor deve organizar as crianças em roda e em pé e pedir que observem os colegas

atentamente para memorizar a posição de cada um na roda. Uma criança sai da sala e dois alunos

trocam de lugar na roda. A criança que saiu retorna e deve identificar quais crianças trocaram de

lugar.

Essa brincadeira é ótima para trabalhar concentração, motricidade, orientação espacial e

lateralidade.

Atenção aos detalhes

Nessa atividade, solicita-se à criança que desenhe ou escreva espontaneamente nomes de

elementos encontrados na sala de aula. Pode-se associar essa brincadeira ao sorteio de uma letra

do alfabeto e, nesse caso, os objetos escolhidos devem iniciar por essa letra. É uma atividade que

exige bastante atenção do aluno na busca de detalhes.

PIXABAY/PEXELS

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Criação coletiva de histórias

As crianças devem folhear revistas para escolher figuras para recortar e colar em folhas de

sulfite. Cada criança escolherá uma figura para ser colada em uma folha. Em seguida, sorteie as

crianças para que, uma a uma, colem a folha com a figura em um barbante comprido,

que, depois, será esticado, formando um varal de imagens. Cada criança, ou dupla, percorre o

varal inventando uma história para a sequência formada.

Essa atividade exige concentração, organização e planejamento, além de desenvolver a

coordenação motora fina, a noção espacial, a oralidade, a socialização e a noção de

temporalidade.

Dominó

Esse jogo antigo é perfeito para trabalhar com as crianças números e as ideias de adição e

subtração. Exige foco, atenção, coordenação motora e raciocínio lógico. Trabalha o respeito às

regras e a socialização, além de ser indicado para ser jogado em família.

JONATHAN CAMPOS/PEXELS

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O faz de conta

Crianças distraídas podem passar muito tempo em suas fantasias. É importante abrir espaço

para que essas crianças possam manifestar suas emoções e expressar seus sentimentos, imitando

animais, personagens de desenhos infantis ou super-heróis preferidos.

Proponha uma atividade interativa em que as crianças possam se divertir em um teatrinho

de faz de conta com improvisação de um cenário ou uso de fantoches.

Desafios em forma de brincadeira

Crianças com dificuldade de concentração e que demonstrem hiperatividade enfrentam

desafios em algumas brincadeiras. Na brincadeira “Estátua”, por exemplo, as crianças devem se

movimentar e, a um sinal do professor, ficar imóveis, parando na posição em que estavam no

momento desse sinal – ganha o jogo aquela que ficar mais tempo sem se mexer. Já na brincadeira

“Vivo ou morto”, as crianças devem se agachar quando ouvirem o termo “morto”

e permanecer em pé quando ouvirem o termo “vivo” – o professor deve alternar os termos sem

uma lógica estabelecida, procurando prender a atenção da criança. A brincadeira “Lenço atrás”

também exige a atenção do aluno, que deve ficar atento para o momento em que o lenço for

colocado no chão, para perceber se não foi ele o escolhido. Essas brincadeiras exploram também

consciência corporal, lateralidade e o equilíbrio.

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Gestores, professores e a literacia familiar Muito antes do ingresso das crianças na escola, elas já vivenciam experiências de leitura,

linguagem e escrita com os pais, familiares ou cuidadores. O conjunto dessas experiências,

conhecido como literacia familiar, tem se revelado mais importante para o sucesso escolar do

aluno do que a renda ou escolaridade da família.

Oriente os professores a estabelecer uma parceria intensa com os familiares dos alunos, pois

essa relação será benéfica em todos os aspectos da vida escolar do educando.

Muitos pais e familiares ficam ansiosos quando a criança sai da creche e vai para a

pré-escola, pois acreditam que nessa fase a criança não deveria brincar tanto e que esse

seria o momento de começar a traçar letras e números e aprender a ler. Cabe à escola conversar

com os pais ou responsáveis sobre isso, mostrando que essa é uma construção que se dá passo a

passo, e que as crianças participarão de muitas brincadeiras, mas que elas têm finalidade

pedagógica.

É necessário, também, que pais e familiares sejam informados de que cada criança tem um

ritmo próprio e nem todas dominarão os processos de escrita e leitura ao mesmo tempo. A família

deve fornecer à escola informações sobre o aluno e também saber que receberá informações

sobre ele vindas da escola. Faça a família perceber o quanto ela é importante para que o processo

de aprendizagem do aluno seja um sucesso. Agindo em parceria, família e escola promovem

o melhor para a criança.

(BRASIL, 2018b).

Orientações para observação da criança

Observe o comportamento da criança quando ela chega na instituição (alegria,

timidez ou choro).

Observe diária e atentamente enquanto estiver conversando com a criança, seu

olhar, seus gestos, sua fala suas reações podem ajudar a avaliar o estado físico

e emocional.

Observe as reações da criança ao ver seus colegas, isso pode demonstrar como

está a relação com a turma.

Observe as produções e o material que ela traz da instituição.

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Experiências educacionais com a família

Brincar e interagir com as crianças não requer da família grande esforço ou investimento. As

tarefas do dia a dia oferecem muitas possibilidades e opções. Materiais descartáveis, desde

latinhas a garrafas PET, potinhos de plástico ou palitos de sorvete podem servir para brincadeiras

de empilhar ou sequenciar, por exemplo. Há inúmeras possibilidades para tornar a família uma

importante parceira da escola.

Os familiares devem ficar cientes de que a escola pode orientá-los a realizar com as crianças

atividades direcionadas, desenvolvidas também na escola, quando for detectada alguma

dificuldade que exija desenvolver uma habilidade específica. Isso pode ocorrer, por exemplo, se

for detectado que a criança precisa desenvolver mais a lateralidade ou se for necessário trabalhar

mais atividades de coordenação motora.

Apresentamos a seguir alguns exemplos de experiências educacionais de sucesso

fundamentadas em evidências científicas que convidam a família a participar ativamente da

construção de conhecimento das crianças.

Convide os professores a dividirem com os responsáveis pela educação do aluno essas

experiências, estimulando-os a aplicá-las no ambiente familiar.

1. Brincadeiras

Conversa com a família: Oriente os responsáveis pela criança a resgatarem brincadeiras infantis, como amarelinha, pega-pega, esconde-esconde, pular corda, brincar de roda etc. Estimule-os a, sempre que possível, participarem dessas brincadeiras com a criança, pois brincar com a criança reforça os laços afetivos. Explique aos pais ou responsáveis que correr, brincar, saltar, jogar bola e demais brincadeiras que estimulam os músculos e exploram o equilíbrio são fundamentais para estimular a coordenação motora, componente essencial da alfabetização.

Atividades que exploram os movimentos permitem à criança perceber seus recursos corporais, suas capacidades e limitações. Brincar é essencial na fase de alfabetização.

CDC/PEXELS

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2. Jogos

Conversa com a família: Oriente os responsáveis pela criança a se envolverem com ela

em atividades como jogos de montar ou de encaixar, quebra-cabeças e jogos de trilha,

ótimos para desenvolver a coordenação motora fina, a coordenação olho/mão, o

raciocínio lógico e a concentração. Na internet, é possível encontrar inúmeras sugestões

para construir jogos com materiais acessíveis. Seria interessante apresentar aos

familiares do aluno algumas dessas sugestões. Ver, por exemplo, o artigo “10 jogos

caseiros para fazer com as crianças”, disponível em: https://livro.pro/6rqycv (acesso em:

21 set. 2020).

KELLY SIKKEMA/UNPLASH

Jogos de encaixe exigem concentração e destreza manual.

3. Tarefas caseiras

Conversa com a família: Proponha aos familiares que estimulem a criança a realizar

pequenas tarefas cotidianas, como arrumar a própria cama, organizar os brinquedos,

dobrar roupas, enfeitar um bolo ou enrolar um docinho.

Atividades como essas não são apenas de cooperação com a família, pois auxiliam a

criança a desenvolver a musculatura dos braços e das mãos, a ter senso de organização

e responsabilidade. Explique aos pais ou responsáveis que o desenvolvimento da

musculatura das mãos é essencial, por exemplo, para desenvolver a forma correta de a

criança segurar e manejar o lápis.

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4. Expressão artística

Artes visuais

Conversa com a família: Converse com os responsáveis pela criança para ampliar o

contato dela com a linguagem das Artes Visuais. Uma visita a um museu ou feira de Artes

pode ser interessante, mas, se isso não for possível, sucatas, como rolinhos de papel

higiênico, caixas de papelão, de sapatos, de sabonete, potes plásticos, palitos de sorvete

etc., podem ser usadas para brincar de ateliê em família. Além disso, pode-se usar

também papel, tesoura, lápis de cor e cola. Com esses materiais, as crianças podem se

expressar e soltar a imaginação, criando histórias e narrativas fantasiosas.

AARON LEE/UNPLASH

Crianças precisam desenhar, pintar, colorir, rasgar, colar e recortar. Essas são formas simples de expressarem seus sentimentos e emoções.

Músicas

Conversa com a família: O trabalho com músicas também deve ser ampliado em casa.

Oriente os familiares a incentivar as crianças a cantar as músicas que aprendem na

escola. Sugira que resgatem músicas de sua infância para apresentarem às crianças. As

músicas podem ser ritmadas com palmas, em batidas lentas ou aceleradas. Objetos

domésticos podem ser utilizados para produzir sons (panelas e tampas, bacias de

plástico etc.), sempre evitando objetos que possam provocar acidentes. Os familiares

podem assobiar uma música que a criança conheça e pedir a ela que a identifique. É

importante que a criança tenha contato com diversos estilos musicais.

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A música é um importante recurso educativo para ampliar o vocabulário da criança, além de desenvolver a sensibilidade e sociabilidade.

JELLEKE VANOOTEGHEM/UNPLASH

Jogos de imitação e mímica

Conversa com a família: Entre as brincadeiras fáceis que os familiares podem propor

às crianças estão as de imitação e de mímica. As brincadeiras povoam o imaginário da

criança e ela deve brincar em diferentes espaços e de diversas formas.

Oriente os familiares a incentivarem as crianças a imitar animais, por exemplo. Rastejar,

agachar e saltar ajudam a criança a ter domínio sobre o corpo.

“somos potencialmente criadores, possuímos linguagens, fazemos cultura” (PIRES, 2009, p. 47).

DAVID FULMER/FLICKR

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5. Ouvir histórias

Conversa com a família: Oriente os pais ou responsáveis a ler com frequência para as

crianças. Livros as ajudam a ampliar seus conhecimentos sobre o mundo e a refletir

sobre as situações e conflitos que encontram nas histórias. Sugira aos familiares que

questionem as crianças sobre a história que ouviram, pois, ao se expressar, a criança

está desenvolvendo a oralidade. Também é importante que os familiares deixem as

crianças emitirem suas opiniões. Sentindo-se respeitadas, elas aprendem a respeitar as

opiniões de outras pessoas. Para ouvir histórias ou folhear livros, pode-se combinar com

os familiares as regras para o empréstimo semanal de livros da biblioteca escolar.

Oriente os familiares sobre os cuidados com esses livros, pois eles são de uso coletivo.

Ao ler para a criança, o familiar ajuda a desenvolver os aspectos cognitivos dela, como a linguagem e o raciocínio.

JAKAYLA TONEY/UNPLASH

6. Explorar a numeracia no dia a dia

Conversa com a família: Sugira à família que reforce e amplie as noções de conceitos

matemáticos da criança. Ao arrumar os pratos para a refeição da família, pode ser

solicitado a ela que confira se há pratos para todos; ao caminhar pela rua, os familiares

podem mostrar os números das casas e dos prédios; chamar a atenção para a

numeração dos calçados de todos na casa, entre outras situações. A família também

pode convidar a criança a participar da elaboração de uma receita culinária,

acompanhando a quantidade dos ingredientes.

É possível explorar ainda o tamanho das roupas, mostrando para as crianças as etiquetas

com os tamanhos P, M e G, e lendo para elas as informações dos rótulos de embalagens.

Mesmo que as crianças ainda não saibam ler, elas começam a perceber que a fala está

de alguma forma associada aos símbolos que ela vê nos rótulos.

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Educação Infantil – Material digital para gestor

Materia l d isponib i l i za do em l icença aberta do t ipo Creat ive Commons – Atr ibuição não comercia l (CC BY NC – 4.0 Internat iona l ) . Permit ida a cr iação de obra der ivada com f ins não comercia is ,

desde que seja atr ibu ído crédi to autoral e as cr iações se jam l icenciadas sob os mesmos pa râmetros.

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Os conteúdos matemáticos podem ser reforçados em atividades simples, como a comparação de tamanhos de roupas e de sapatos.

FREEPIK

7. Explorar o ambiente

Conversa com a família: Orientar os familiares a estimular a criança a observar

diferentes ambientes e seus componentes. Por exemplo, a vegetação, os pássaros, as

borboletas. Ao voltar para casa, propor à criança que faça um desenho sobre aquilo de

que mais gostou do passeio. Em casa, diversas situações que são corriqueiras para os

adultos podem ser motivo de interesse e curiosidade para a criança. Por exemplo, a

espuma de um sabonete, o amadurecimento de frutas, o derretimento de uma pedra de

gelo, o aparecimento de um arco-íris, o barulho da pipoca estourando ou de um balão

de ar.

Observar as plantas pode ser uma atividade interessante e desafiadora para a criança.

SERG ALEXA/FREE IMAGES

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Materia l d isponib i l i za do em l icença aberta do t ipo Creat ive Commons – Atr ibuição não comercia l (CC BY NC – 4.0 Internat iona l ) . Permit ida a cr iação de obra der ivada com f ins não comercia is ,

desde que seja atr ibu ído crédi to autoral e as cr iações se jam l icenciadas sob os mesmos pa râmetros.

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8. Cuidar do corpo

Conversa com a família: Sempre que for oportuno, orientar a família quanto aos

hábitos de higiene que o aluno deve desenvolver. O familiar ou responsável adulto é a

referência para a criança: lavar as mãos antes das refeições, após usar o banheiro ou

quando chegar em casa; escovar os dentes após as refeições.

Seria interessante organizar uma palestra para os familiares com um profissional da

saúde. É importante orientar os familiares a manter a vacinação das crianças sempre em

dia, reforçando as orientações das campanhas de vacinação e a importância de vacinar

as crianças.

Até por volta dos 6 anos de idade, a criança está em desenvolvimento da coordenação motora para realização de algumas atividades. Para escovar os dentes de uma maneira eficaz, o adulto pode acompanhar essa atividade de forma lúdica e prazerosa.

FREEPIK

9. Brincando de adivinhar

Conversa com a família: Proponha aos familiares que brinquem com as crianças de

fazer adivinhas. As adivinhas são perguntas enigmáticas, às vezes em formas poéticas,

que propõem um desafio, geralmente iniciado pela frase “O que é, o que é?”.

Esse tipo de jogo estimula a imaginação e desenvolve a oralidade, além de permitir a

ampliação do vocabulário das crianças.

Possivelmente as crianças irão se lembrar de que ouviram algumas adivinhas em

atividades na escola. Os familiares também podem conhecer outras adivinhas e

apresentá-las às crianças, sugerindo que depois apresentem aos colegas de turma.

Veja alguns exemplos de adivinhas da cultura popular:

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O que é, o que é? Tem chapéu, mas não tem

cabeça.

Tem boca, mas não fala.

Tem asa, mas não voa.

Tem bico, mas não belisca.

Resposta: Bule.

MAX PIXEL/FREEPIK

O que é, o que é?

Bicho manso e saltador, gosta

de ir aos pinotes.

Levando, cheio de amor, dentro

da bolsa os filhotes.

Resposta: Canguru.

MAX PIXEL/FREEPIK

É hora do feedback: como conversar com os

familiares

Assim como os professores em sala de aula, os familiares devem ser observadores

constantes do comportamento das crianças em casa. Se eles perceberem qualquer mudança de

atitude, ou se houver necessidade de relatar alguma dificuldade que a criança esteja passando,

não devem hesitar em procurar a escola. A escola também deverá procurá-los quando sentir

necessidade de investigar com maior profundidade um comportamento ou dificuldade que o

aluno esteja demonstrando e para mantê-los informados sobre seus progressos. Essa troca entre

escola e família é importante para garantir o sucesso na aprendizagem das crianças.

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Independente das reuniões regulares que a escola faz com os familiares, sempre que houver

necessidade os pais ou cuidadores devem ser convidados a comparecer à escola para receber um

feedback sobre as crianças.

Nessas ocasiões, o professor ou gestor encarregado de dar o feedback deve escolher um

ambiente tranquilo, em que os responsáveis pela criança se sintam acolhidos, usar uma linguagem

simples e direta e começar sempre relatando aspectos positivos. Os aspectos que devem ser

melhorados devem ser introduzidos paulatinamente, sempre ressaltando entre eles os pontos

positivos. É importante que o representante da escola descreva detalhadamente os fatos ou

comportamentos que motivaram a conversa e mantenha-se aberto para escutar o que os

visitantes têm a dizer.

A escolha cuidadosa das palavras e o tom de voz é fundamental para criar um vínculo de

confiança com os familiares e cuidadores, de modo que eles se sintam parte no processo de

melhoria do comportamento do aluno e na busca de uma solução conjunta para os problemas

relatados.

Estabeleça uma periodicidade para a realização desses encontros, pois é importante

acompanhar a evolução do aluno e, se necessário, fazer as devidas alterações.

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Considerações finais Como vimos, o papel do Gestor é muito mais do que um cargo administrativo.

Cabe a ele agir para garantir uma escola democrática, envolvendo todos nas ações que

dizem respeito à melhoria do ensino, na busca de uma educação de qualidade.

O Gestor deve valorizar cada parceiro, independente do papel social que ele exerça dentro

da escola, fazendo com que ele acredite em seu próprio valor e em suas potencialidades.

Deve também incentivar toda a comunidade escolar na busca de uma formação continuada,

de modo que todos possam se beneficiar dela, uma vez que a formação continuada só ocorre

quando promove efetivamente a busca pela qualidade de ensino

Esperamos que esse Guia auxilie você, Gestor, a refletir sobre suas ações e estratégias no

desenvolvimento de um trabalho baseado em confiança, veracidade e respeito.

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Referências bibliográficas BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: educação é a base. Brasília,

DF: SEB, 2018a. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 21 set.

2020.

Documento que orienta as definições curriculares, a partir da progressão de aprendizagens

desenvolvidas na Educação Básica.

BRASIL. Ministério da Educação. Conta pra mim: guia de literacia familiar. Brasília: MEC; SEALF,

2019a. Disponível em: http://alfabetizacao.mec.gov.br/images/pdf/conta-pra-mim-

literacia.pdf. Acesso em: 21 set. 2020.

Este programa apresenta sugestões de práticas aplicáveis no dia a dia das famílias

para promover a literacia familiar.

BRASIL. Ministério da Educação. O que verificar em relação à educação de sua criança se ela

frequenta uma creche ou pré-escola. [2018b]. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dia-

a-dia-do-seu-filho/educacao-infantil. Acesso em: 21 set. 2020.

Página do Ministério da Educação para familiares de crianças que estão na creche ou na

pré-escola com uma lista de itens que devem ser verificados na escola.

BRASIL. Ministério da Educação. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa: Educação

Inclusiva. Brasília: MEC/SEB, 2014.

O documento mostra a importância de pensar nos direitos que as crianças com deficiência

visual ou auditiva têm de brincar, jogar e explorar as potencialidades do lúdico em suas vidas

e durante sua escolarização.

BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Alfabetização. Brasília: MEC, SEALF, 2019b.

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/images/banners/caderno_pna_final.pdf. Acesso

em: 20 ago. 2020.

A Política Nacional de Alfabetização tem como objetivo combater o analfabetismo e elevar a

qualidade da alfabetização no Brasil.

BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da

Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SEESP, 2008.

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O documento apresenta políticas públicas promotoras de educação de qualidade,

assegurando a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos globais do

desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.

BRASIL. Presidência da República. Decreto Nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Decreto/D5626.htm. Acesso

em: 2 out. 2020.

Regulamenta a Lei que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras.

BRASIL. Presidência da República. Lei Nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12764.htm. Acesso

em: 2 out. 2020.

Esta Lei institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do

Espectro Autista e estabelece diretrizes para sua consecução.

COELHO, Maria Teresa. Problemas de aprendizagem. São Paulo: Ática, 1999.

A obra fornece a educadores e familiares elementos para lidar com as dificuldades de

aprendizagem da criança.

DELPRETTO, B. M. L.; GIFFONI, F. A.; ZARDO, S. P. A Educação Especial na perspectiva da inclusão

escolar: altas habilidades/superdotação. Brasília: MEC/SEESP, 2010.

O livro propõe a articulação entre a educação comum e a educação especial, visando à

promoção de práticas educacionais inclusivas para alunos com altas

habilidades/superdotação, investindo em uma pedagogia que reconhece as diferenças.

GUIMARÃES, T. G.; OUROFINO, V. T. A. T. Estratégias de identificação do aluno com altas

habilidades/superdotação. In: FLEITH, D. S. (org.). A construção de práticas educacionais

para alunos com altas habilidades/superdotação. Brasília: MEC/SEESP, 2007. p. 53-66.

Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/altashab2.pdf. Acesso em: 30

ago. 2020.

Trabalho que tem por fundamento os princípios filosóficos que embasam a educação

inclusiva, com o objetivo de formar professores e profissionais da educação para a

identificação dos alunos com altas habilidades/superdotação, visando ao pleno

desenvolvimento das potencialidades desses alunos.

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Educação Infantil – Material digital para gestor

Materia l d isponib i l i za do em l icença aberta do t ipo Creat ive Commons – Atr ibuição não comercia l (CC BY NC – 4.0 Internat iona l ) . Permit ida a cr iação de obra der ivada com f ins não comercia is ,

desde que seja atr ibu ído crédi to autoral e as cr iações se jam l icenciadas sob os mesmos pa râmetros.

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MANZINI, E. J.; DELIBERATO, D. Portal de ajudas técnicas para Educação: equipamento e material

pedagógico para educação, capacitação e recreação da pessoa com deficiência física –

recursos para comunicação alternativa. Brasília: MEC/SEESP, 2004. Fasc. 2. Disponível em:

http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/comunicacao.pdf. Acesso em: 21 set. 2020.

O material visa auxiliar o educador a encontrar soluções para maximizar a comunicação com

alunos com necessidades educacionais especiais de comunicação.

NATIONAL EARLY LITERACY PANEL. Developing early literacy: report of the national early literacy

panel. A scientific synthesis of early literacy development and implications for intervention.

Washington: National Institute for Literacy, 2009.

Relatório sobre a avaliação da eficácia de diferentes metodologias usadas para ensinar

as crianças dos Estados Unidos a ler.

PIRES, E. Proposta Curricular da Educação Infantil. Campinas: Prefeitura Municipal de Campinas,

2009.

O estudo descreve a importância e a capacidade das crianças em usar a criatividade para

criar e fazer cultura, utilizando para isso a linguagem em todos os seus contextos.

SARTORETTO, M. L.; BERSCH, R. C. R. Educação especial na perspectiva da educação inclusiva:

recursos pedagógicos acessíveis e comunicação aumentativa e alternativa. Brasília:

MEC/SEESP, 2010.

As autoras visam orientar professores na seleção, confecção e indicação de recursos

pedagógicos acessíveis que deem condições aos alunos de participarem ativamente de todas

as estratégias de ensino oferecidas pela escola, eliminando as barreiras de qualquer natureza,

que dificultem ou impeçam a aprendizagem.

SPINELLO, Naiara Carla. As dificuldades de aprendizagem encontradas na Educação Infantil. REI:

Revista de Educação do Ideau, v. 9, n. 20, jul./dez. 2014. Disponível em:

https://www.passofundo.ideau.com.br/wp-content/files_mf/d88cf5935b378723

de351bb12717e48c224_1.pdf. Acesso em: 21 set. 2020.

Discussões a respeito de dificuldades que interferem na construção e no

desenvolvimento das funções cognitivas, como a dislexia, a disgrafia e a discalculia.