Educar para os Valores através do conto

EDUCAR PARA OS VALORES ATRAVÉS DO CONTO

Universidade Católica Portuguesa | Faculdade de Teologia | Porto

Formação Contínua de ProfessoresLuís Miguel da Silva Gonçalves

EDUCAR PARA OS VALORES ATRAVÉS DO CONTO Contos, fábulas, lendas, parábolas, mitos e textos bíblicos em EMRC no 1ºCEB

(Registo CCPFC/ACC-71670/12)


28 de abril de 2023 Luís Miguel da Silva Gonçalves

2EDUCAR PARA OS VALORES ATRAVÉS DO CONTO

Objetivos• Identificar o género literário narrativo.• Distinguir os diferentes subgéneros literários a trabalhar ao longo da formação:

conto (tradicional e de autor), fábulas, lendas, mitos e parábolas.• Problematizar a noção de parábola, enquanto subgénero ou enquanto figura de

retórica.• Selecionar os elementos fundamentais de um texto bíblico a abordar com alunos do

1º CEB.• Identificar os elementos fundamentais para a criação de um ambiente potenciador

da eficácia destes subgéneros literários.• Conhecer os recursos destas tipologias textuais presentes nos manuais da disciplina.• Desenvolver competências de planificação de aulas a partir da exploração de um

conto ou subgénero similar.• Utilizar ferramentas tecnológicas para potenciar a eficácia de um conto, fábula,

lenda, mito ou parábola.




Metodologia• Sessão Presencial 1• Sessão teórico-prática sobre a pedagogia do conto na sala de aula.

– Exposição interativa do tema;– Debate entre os participantes;– Rôle-play + análise em grupo;– Análise de contos nos manuais do 1ºCEB;

• Teste online no final da sessão sobre os conteúdos abordados.

• Sessão EaD 1• Trabalho individual ou de grupo sobre planificação de aulas baseadas em contos;• Aplicação a uma turma (se possível).• Relatório crítico sobre a aplicação da planificação e os resultados obtidos.• Acompanhamento na plataforma anymeeting

http://www.anymeeting.com/WebConference-beta/default.aspx?ip_ek=formacaoemrc1




Metodologia• Sessão Presencial 2• Partilha/análise/discussão do trabalho realizado e esclarecimento de dúvidas;• Utilização de software para exploração do conto (Jclic, Audacity, MovieMaker,

Photostory, Powerpoint, Prezi, ...)

• Sessão EaD 2• Trabalho final individual:• -recurso(s) de uma aula baseada na aprendizagem pelos contos;• -relatório de autoavaliação de 2/3 páginas.

• Ao longo das sessões funcionarão fóruns de debate e de partilha que poderão esclarecer dúvidas que vão surgindo.




Avaliação• 1 - Volume e qualidade de acesso e de comunicação online - 5%;• 2 - Qualidade científico-pedagógica das intervenções - 5%;• 3 - Realização das atividades propostas - 15%;• 4 - Produção de materiais e recursos relevantes - 15%;• 5 - Realização de um produto final que mobilize competências adquiridas

– 60%• A avaliação quantitativa dos formandos terá uma classificação de 1 a 10,

em que:– 9 a 10 valores – Excelente;– 8 a 8,9 valores – Muito Bom;– 6,5 a 7,9 valores – Bom;– 5 a 6,4 valores – Regular;– 1 a 4,9 valores – Insuficiente.




Site de apoio à formação

https://sites.google.com/site/lmgformacao/educar-para-os-valores




Levantamento de expetativas• Disponível no site.• Importante para compreender o que se espera e

comparar com o resultado final.




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O aluno do 1º ciclo• «Dar aulas ao 1º Ciclo?! É

preciso uma grande paciência!»

(suspiro desesperado…)




O desenvolvimento da criança• Os pensamentos são estereotipados:– Bons com chapéus brancos, maus com chapéus pretos;– O adulto tem sempre razão;– Os mais novos são bebés;

• Não há lugar para a relatividade.• Esta objetividade é um fator de estabilidade muito

importante para a criança (importante para a função dos contos).





O desenvolvimento da criança• Nesta idade, todas as crianças querem estar na

escola e adquirir novas competências.• Desejam saber o que está escrito, fazer contas,

saber quanto custa a bicicleta, perceber se têm dinheiro para comprar um bolo, …

• Há uma grande motivação intrínseca na criança, o que facilita a tarefa do professor.

• A criança é uma enorme fonte de energia.





O desenvolvimento da criança• Neste ciclo o aluno está desperto a:– Debates para promover a ideia de escolher entre

alternativas nas situações do dia-a-dia;– Ganhar uma perceção das razões subjacentes às ações.

• Nos primeiros anos do 1º ciclo, o adulto é o seu herói e procura junto dele o carinho e o afeto.

• A partir dos 8, 9 anos, esse prestígio do adulto começa a diminuir.



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Luís Miguel da Silva Gonçalves

PEDAGOGIA PELO CONTO




Contos• Constitui um género de modo narrativo;• Relato pouco extenso;• Reduzido elenco de personagens, esquema

temporal restrito e ação simples.• “enraiza-se em ancestrais tradições culturais que

faziam do ritual do relato um fator de sedução e de aglutinação comunitária” (Reis & Lopes, 1996)





Conto Popular• Tal como o conto literário (ou conto de autor), o conto popular

caracteriza-se por uma narrativa breve, com um reduzido número de personagens e um ação bastante simples, que se desenvolve em torno de uma peripécia particular.

• Distingue-se pelas circunstâncias que levaram à sua elaboração.

• Surge no seio do povo, aqui considerado como a franja da população situada no espaço rural periférico.

• Juntamente com os provérbios, as adivinhas, as canções e os jogos de palavras, fazem parte da literatura tradicional de transmissão oral.




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Trabalho de grupo - 1• A partir dos textos que

são dados, prepare a exploração em sala de aula.




Fábulas• Relato quase sempre breve, de ação relativamente

tensa, interpretada por personagens pouco complexas (muitas vezes animais irracionais);

• Apontam para uma conclusão ético-moral;• A sua estrutura e elaborações simples, levam a

que a conclusão seja inequívoca e, muitas vezes, explicitada pelo autor.





Fábulas• LA GRENOUILLE QUI SE VEUT FAIRE AUSSI GROSSE QUE LE BŒUF• Une Grenouille vit un Bœuf

Qui lui sembla de belle taille.Elle qui n'était pas grosse en tout comme un œuf,Envieuse s'étend, et s'enfle, et se travaillePour égaler l'animal en grosseur,Disant : Regardez bien, ma sœur ;Est-ce assez ? dites-moi ; n'y suis-je point encore ?Nenni. M'y voici donc ? Point du tout. M'y voilà ?Vous n'en approchez point. La chétive PécoreS'enfla si bien qu'elle creva.Le monde est plein de gens qui ne sont pas plus sages :Tout bourgeois veut bâtir comme les grands seigneurs,Tout petit prince a des ambassadeurs,Tout marquis veut avoir des pages.




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A cigarra e a formigaTendo a cigarra, em cantigas,Folgado todo o Verão,Achou-se em penúria extrema,Na tormentosa estação.Não lhe restando migalhaQue trincasse, a tagarelaFoi valer-se da formiga,Que morava perto dela.- Amiga - diz a cigarra -- Prometo, à fé de animal,Pagar- lhe, antes de Abril,Os juros e o principal.

A formiga nunca empresta,Nunca dá; por isso, junta.- No Verão, que fazias? Boa vida? - ela pergunta.Responde a outra: - Eu cantavaNoite e dia, a toda hora.- Oh! Bravo! - torna a formiga - Cantavas? Pois então dança agora!




Lendas• Narrativa em que um facto histórico aparece

transfigurado pela imaginação popular.• Narrativa de carácter ficcional, transmitida de

geração em geração.• Tem localização no espaço e no tempo (ao

contrário dos contos).• O Romantismo foi o período literário

especialmente vocacionado para o culto das lendas (ex. Almeida Garret).





Mitos• Do grego mythos, que significa narrativa ou lenda.• O mito conta uma história sagrada, ou seja, um acontecimento

primordial que teve lugar no início do tempo.• Contar uma história sagrada equivale a contar um mistério,

porque as personagens de um mito são deuses ou heróis. O mito é a história do que se passou, a narração daquilo que os deuses ou os seres divinos fizeram no início do tempo.

• É a narração da Criação, isto é, o mito explica como e porque é que qualquer coisa existiu. Ele fundamenta e justifica a existência do mundo sacralizando-o, atribuindo-o à ação de seres sobrenaturais. Neste sentido, o mundo só existe de facto na medida em que participa do sagrado e do verdadeiro ser.





Mitos• Existe um outro aspeto essencial no mito: fornece

o arquétipo, o modelo "exemplar" para a ação do Homem, a qual, para ter significado, deverá ser a repetição duma conduta divina.

• Assim, o mito-narrativa assemelha-se ao conto ou à lenda e é um pouco primitivo, apesar de estruturar uma certa mentalidade.

• In Diciopédia 2009 [DVD-ROM]. Porto : Porto Editora, 2008. ISBN: 978-972-0-65264-5





Parábolas e outros textos Bíblicos• Os textos bíblicos fornecem aos crentes as

respostas para as grandes interrogações do Ser Humano.

• Nos textos bíblicos não encontramos explicações objetivas, nem cientificamente incontestáveis.

• Não encontramos também rigorosa exatidão histórica e geográfica acerca de personagens ou acontecimentos narrados.





Parábolas e outros textos Bíblicos• Natureza dos textos bíblicos:– Memórias míticas;– Textos poéticos;– Provérbios e sentenças;– Ritos e leis religiosas.





Parábolas e outros textos Bíblicos• Os textos bíblicos mantém algumas características da

literatura oral:– Ritmo dos contadores de histórias;– Parábolas;– Metáforas;– Repetições;

• A linguagem poética não se limita aos textos em poesia;

• Os diálogos entre as personagens têm um força dramática surpreendente.





Parábolas e outros textos bíblicos • Parábola:– Comparação desenvolvida em pequeno conto, no qual

se encerra uma verdade, um ensinamento. Trata-se de uma história curta, cujos elementos são eventos e fatos da vida cotidiana. Esses acontecimentos ilustram uma verdade moral ou espiritual contida na história. Os escritores gregos e latinos usaram a parábola, mas seus exemplos mais perfeitos são os encontrados na Bíblia (in http://www.dicio.com.br/parabola/)





Parábolas e outros textos bíblicos • Para alguns autores, a parábola não é um género

literário, mas um recurso estilístico utilizado em contos literários e populares.





Trabalho de grupo 2• Preparar a exploração do texto da viúva de

Sarepta• Preparar a exploração da Parábola do Bom

Samaritano.





Trabalho prático 3• Contar uma história, a partir de um filme.– O Vendedor de Bonecos.





Bibliografia• Bíblia Sagrada. (1998). Fátima: Difusora Bíblica.• Caffarella, R. (2002). Planning Programs for Adult Learners; a compreehensive guide (2nd ed.). San Francisco: Jossey-Bass.• Calvino, I. (1993). Fábulas e Contos (VOL1). Rio de Mouro: Teorema.• Carlos Reis, A. C. (1996). Dicionário de Narratologia. Coimbra: Livraria Almedina.• Comissão Episcopal da Educação Cristã. (2007). Programa de Educação Moral e Religiosa Católica. Lisboa: SNEC.• Comissão Episcopal da Educação Cristã. (2009). A Pérola. 1º Ano. Manual do Professor. Lisboa: Fundação SNEC.• Comissão Episcopal da Educação Cristã. (2009). O Tesouro. 2º Ano. Lisboa: Fundação SNEC.• Comissão Episcopal da Educação Cristã. (2010). A Luz da Vida. 4º Ano. Lisboa: Fundação SNEC.• Comissão Episcopal da Educação Cristã. (2010). O Grão de Trigo. 3º Ano. Lisboa: Fundação SNEC.• Costa, F. A., Peralta, H., Viseu, S., & (Orgs.). (2007). As TIC na Educação em Portugal. Concepção e Práticas. Porto: Porto

Editora.• Fitzpatrick, J. G. (1998). Era uma vez uma família. Rio de Janeiro: Editora Objectiva.• Francia, A., & Oviedo, O. (1998). Educar através de Fábulas. Apelação: Paulus.• Gispert, C. (Ed.). (s/d). Enciclopédia Geral da Educação. Alcabideche: Oceano.• Grimm, J., & Grim, W. (s/d). Contos de Grimm. s/l: Relógio d'Água.• IQF. (2004). Guia para a Concepção de Cursos e Materiais Pedagógicos. Lisboa: Instituto para a Qualidade da Formação.• IQF. (2006). Guia para a Avaliação da Formação. Lisboa: Instituto para a Qualidade da Formação.• Navarro, J. R. (s/d). Era uma vez... Porto: Edições Salesianas.• Paixão, M. d. (2006). A Bíblia - Coleção 1001 livros (Vol. 09). Lisboa: Lisboa Editora.• Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação. (1992). Formação Pessoal e Social. Porto: Sociedade Portuguesa de Ciências

da Educação.


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