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RENORBIO
Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.)
Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais.
Sheyla Alves Rodrigues
São Cristóvão – SE
Setembro – 2011
Rede Nordeste de Biotecnologia – RENORBIO
Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.)
Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais.
Tese apresentada como pré-
requisito para obtenção do título de
Doutor pelo Programa de Pós-
Graduação em Biotecnologia da pela
RENORBIO, Ponto Focal – São
Cristóvão – Sergipe.
Área de concentração: Biotecnologia
em Recursos Naturais.
Sheyla Alves Rodrigues
Orientador: Prof. Dr. Lauro Xavier-Filho
São Cristóvão – SE
Setembro – 2011
FICHA CATALOGRÁFICA
R696e Rodrigues, Sheyla Alves.
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.)
Cabrera, asteraceae, em modelos comportamentais. / Sheyla Alves
Rodrigues; orientador Lauro Xavier Filho. – Aracaju, 2011.
104 f.: il.
Inclui bibliografia
Tese apresentada como pré-requisito para obtenção do titulo de
Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da rede
nordestina de Biotecnologia RENORBIO, Ponto Focal – São Cristovão –
Sergipe. Area de concentração: Biotecnologia em recursos naturais.
1. Pluchea sagittalis. 2. Ansiolítico. 3. Sono induzido.
4. Anticonvulsivante. 5. Fototerapia. I. Xavier Filho, Lauro (orientador).
II. Titulo
CDU : 615.322.03
Sheyla Alves Rodrigues
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.)
Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais.
Tese apresentada como pré-
requisito para obtenção do título de
Doutor pelo Programa de Pós-
Graduação em Biotecnologia da
RENORBIO, Ponto Focal – UFS –
São Cristóvão – Sergipe.
Área de concentração: Biotecnologia
em Recursos Naturais.
Aprovada em: ____/____/____
_________________________________
Prof. Dr. Lauro Xavier-Filho
(Unit/ITP)
Orientador
________________________________
Prof.ª Maria Estrella Legaz
(UCM/Espanha)
________________________________
Prof.ª Dr.ª Margarete Zanardo Gomes
(UNIT/ITP/Aracaju)
________________________________
Prof. Dr. Charles dos Santos Estevan
(UFS/São Cristóvão)
________________________________
Prof. Dr. Roberto Rodrigues de Souza
(UFS/São Cristóvão)
“Escolhas um trabalho que gostes e não
terás que trabalhar nem um dia em tua vida”
Confúcio
Agradecimentos
A Deus, luz eterna que guia nossas vidas e nos mostra os caminhos nos
momentos de felicidade e de aflição. Glória a Vós, Senhor!
Aos meus pais, Mandaley Alves Rodrigues e João Rodrigues Sobrinho, pelos
ensinamentos, dedicação, carinho e por entender os momentos em que estive
ausente. Agradeço a Deus todos os dias por tê-los em minha vida. À minha avó, por
compreender a distância e ausência em ocasiões especiais. E, claro, ao meu
irmãozinho Jan Kleber, que para mim sempre será aquele azedinho e travesso,
embora hoje mais velho e estressado. Amo vocês!
Ao meu esposo, Francisco Lopes de Sousa Júnior, pelo companheirismo,
compreensão e participação nos vários momentos importantes da minha vida, sempre
me apoiando na tomada de decisões.
Aos meus familiares, tios e primos, minhas desculpas pelos momentos
ausentes e meu muito obrigada por sempre incentivarem a busca por novos caminhos
que me guiaram e fizeram de mim a pessoa que sou hoje. Só vocês sabem como cada
um teve uma participação especial na minha vida.
Ao meu orientador, Lauro Xavier-Filho, pelo estimulo inicial na minha carreira
acadêmica até a confiança a mim atribuída nos dias de hoje. Muito obrigada pelas
portas que foram abertas, pelos ensinamentos e oportunidade.
Aos meus amigos, Sheila Brito, Marcus Bancilon, Juliana Acioli, Shirlene,
Michele, em especial à Cândida Rosa, que através da universidade tive a
oportunidade de conhecer o outro lado de minha prima, e Américo Souza, pelos vários
momentos partilhados, e, claro, como esquecer as madrugadas de trabalho duro para
chegar a essa tese? Todos vocês são inesquecíveis em minha vida!
Às minhas eternas amigas, quase irmãs, Cynthia Pagliari, Synara Alexandre e
Cristiane Soares (claro que Giovana vem no anexo da nova geração!), pelos lindos 12
anos de convivência, quer tenham sido longe ou perto, sempre seremos as mesmas e
poderemos contar umas com as outras.
Ao Instituto de Tecnologia e Pesquisa e à Universidade Tiradentes pelo espaço
concedido, no qual tive a oportunidade de evoluir e chegar à profissional que sou hoje
e de maravilhar-me com pessoas Magníficas como nosso Reitor, Prof. Jouberto Uchoa
de Mendonça, que em seus simples gestos nos mostra que a humildade é um fator
fundamental para ser alguém na vida.
Aos meus queridos alunos, estagiários e mestrandos do LPNB, lembrem que
esse momento na universidade em que vocês se encontram é passageiro, espero que
saibam aproveitar cada ensinamento e oportunidade, pois quero ter a honra de vê-los
como profissionais realizados e reconhecidos em sua carreia.
Aos amigos ex-professores, se é que esse termo existe, pois serão meus
mestres por toda a vida.
Agradeço aos professores Dr. Charles dos Santos Estevan e Dr. Lucindo
Quinstas-Júnior, e Marília Trindade, que abriram as portas dos seus laboratórios na
Universidade Federal de Sergipe e me auxiliaram na realização de alguns
experimentos.
Aos professores, Dr. Carlos Vicente Córdoba e Dr.ª Maria Estrella Legaz, e aos
seus alunos Eva María, Borja e Mara Sacristán, por me acolherem em seu laboratório
na Espanha, transmitindo carinho, amizade e inúmeros ensinamentos. Agradecerei
sempre pela oportunidade concedida.
E, por fim, aos meus coleguinhas de doutorado, Ana Guedes, Plácia Barreto,
Ana Paula Prata, Malone Pinheiro, Isamar Dantas, Marise do Vale, Wanessa Lordelo e
Maxwell Silveira. Finalmente consegui, agora espero por vocês, com menos
ansiedade, pois estou utilizando o chá da minha planta!!!
Muito obrigada a todos!!!
Sheyla Alves Rodrigues
EPÍGRAFE
“Quando a última árvore tiver caído,
...quando o último rio tiver secado,
...quando o último peixe for pescado,
...o homem perceberá que o dinheiro não se come.”
RESUMO
Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, é conhecida popularmente como
quitoco, arnica ou erva lucera. Seu caule e folhas são utilizados em infusão para
tratamento de dores corporais, inflamação, dispepsias nervosas e histerismo. O
objetivo desse trabalho foi isolar e identificar os constituintes químicos do extrato
etanólico das folhas de P. sagittalis, verificando o potencial farmacológico desse
extrato, em especial, sobre a ansiedade. A planta foi coletada no Bairro Japãozinho,
Aracaju – SE. As folhas selecionadas foram secas em estufa a 40ºC, com circulação
de ar, trituradas e submetidas à extração com etanol P.A., em soxleht. O extrato obtido
foi fracionado por cromatografia em coluna e analisados em HPLC. O extrato etanólico
e frações: aquosa, etanólica e acetônica obtidas, foram submetidas ao screening
fitoquímico e a triagem farmacológica comportamental, na dose de 100 mg/kg, v.o. A
atividade motora dos animais foi observada nos testes Open Field e Rota Rod. O
efeito hipnótico/sedativo foi avaliado no teste Tempo de Sono Induzido por Barbitúrico
e a atividade ansiolítica verificada no teste de Labirinto em Cruz Elevado e
Anticonvulsivante induzido por Pentilenotetrazol. Nas análises fitoquímicas identificou-
se a presença de fenóis, flavonóides, terpenos e esteróides, sendo isolado um
sesquiterpeno. Na triagem farmacológica comportamental observou-se o potencial
efeito depressor do Sistema Nervoso Central (SNC) de todas as amostras testadas.
No Open Field, verificou-se que os animais tratados com a dose de 200mg/Kg do
extrato etanólico bruto apresentaram aumento no número de quadrantes e tempo de
deslocamento, não sendo observada alteração na coordenação motora ou
relaxamento muscular no Rota Rod. As doses de 100 e 200 mg/Kg demonstraram-se
indutoras e potencializadoras do sono induzido por barbitúrico. A ação ansiolítica foi
observada na dose de 200 mg/Kg no labirinto em cruz elevado. Além do efeito protetor
contra convulsões induzidas por ptentilenotetrazol, das doses de 100 e 200 mg/Kg.
Conclui-se que o extrato etanólica de P. sagittalis ação ansiolítica, sendo possível a
participação de terpenos nesse efeito.
Palavras-chave: Pluchea sagittalis, ansiolítico, sono induzido, anticonvulsivante.
ABSTRACT
Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, popularly known as quitoco, arnica,
yerba lucera. Its stem and leaves are used in infusion to treat body pain, inflammation,
nervous dyspepsia and hysteria. The purpose of this study was to isolate and identify
the chemical constituents of the ethanol extract of leaves of P. sagittalis by checking
the pharmacological potential of this extract, in particular on anxiety. The plant was
collected in neighborhood Japãozinho, Aracaju - SE. The selected leaves were dried at
40 ° C with circulating air, ground and subjected to extraction with ethanol PA, soxleht.
The extract was fractionated by column chromatography and analyzed by HPLC. The
ethanol extract and fractions: aqueous, ethanol and acetone obtained were subjected
to phytochemical screening and behavior pharmacological screening at a dose of 100
mg/kg, p.o. The motor activity of animals was found in the Open Field and Rota Rod
test. The potential sedative hypnotic activity was evaluated in Barbiturate Induced
Sleeping Time test. The anxiolytic activity was evaluated in Elevated Plus Maze test
and Anticonvulsivant-induced for Pentilenotetrazol. In phytochemical analysis identified
the presence of phenols, flavonoids, terpenes and steroids, was isolated a
sesquiterpene. Pharmacological behavioral screening showed the potential depressant
effect on the central nervous system (CNS) of all samples tested. In the Open Field, it
was found that animals treated with a dose of 200 mg of crude ethanolic extract
showed an increase in the number of walks and time shifting, with no observed change
in motor coordination or muscle relaxation in Rota Rod doses 100 and 200 mg/kg
proved to be inducing and potentiating barbiturate-induced sleep. The anxiolytic action
was observed at a dose of 200 mg / kg in the labyrinth crux high. In addition to the
protective effect against seizures induced by ptentilenotetrazol, doses of 100 and 200
mg/kg. It is concluded that the ethanolic extract of P. sagittalis presents anxiolytic
action, with the possible participation of terpenes in this effect.
Keywords: Pluchea sagittalis, anxiolytic, induced sleep, anticonvulsivant.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera 32
FIGURA 2: Aparelho de campo aberto “Open Field” 45
FIGURA 3: Aparelho de Rotarod 46
FIGURA 4: Aparelho do teste de labirinto em cruz elevado 47
FIGURA 5: Avaliação motora, em camundongos previamente tratados com o
extrato etanólico das folhas de P. sagittalis
53
LISTA DE TABELA
TABELA 1: Condições de realização das análises em HPLC 40
TABELA 2: Prospecção Fitoquímica de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera,
na forma de extrato etanólico bruto (EEB) e suas respectivas frações aquosa
(Faq), etanólica (FEt) e acetônica (FAc)
49
TABELA 3: Tabela comparativa com tempo de retenção (T. Ret.) e
quantidade de área, dos picos determinados por HPLC separados por
diferentes misturas de solventes
50
TABELA 4: Alterações comportamentais observadas após administração do
extrato etanólico bruto e respectivas frações aquoso, etanólica e aquosa das
folhas de P. sagittalis. no teste de triagem farmacológica comportamental
51
TABELA 5: Efeito da administração do extrato etanólico bruto de P. sagittalis
no teste de campo aberto
52
TABELA 6: Efeito da administração do extrato etanólico bruto de P.
sagittalis, no teste de tempo de sono induzido por pentobarbital
54
TABELA 7: Efeito da administração do extrato etanólico bruto de P. sagittalis
no teste de labirinto em cruz elevado
55
TABELA 8: Efeito da administração do extrato etanólico bruto de P. sagittalis
no teste anticonvulsivante induzido por pentilenotetrazol
55
SUMÁRIO
1. Introdução 13
2. Revisão da Literatura 16
2.1. Transtorno de ansiedade 16
2.2. Tratamento do transtorno de ansiedade 18
2.3. Plantas Medicinais: Breve Histórico 21
2.4. Fitoterapia 25
2.5. O gênero Pluchea Cass. 29
2.6. Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera e sua ação farmacológica 31
3. Objetivos 36
4. Metodologia 37
4.1. Material botânico 37
4.2. Fracionamento do extrato etanólico 37
4.3. Prospecção fitoquímica 38
4.4. Isolamento dos compostos químicos do extrato etanólico 39
4.5. Condições de realização da análise em HPLC 40
4.6. Extração de fenóis totais 41
4.7. Identificação de Stigmasterol e β-amirina no extrato etanólico de P. sagittalis
41
4.8. Cromatografia em coluna (CC) e cromatografia em camada delgada (CCD)
42
4.9. Análise dos compostos por RMN 42
4.10. Ensaios comportamentais com animais 42
4.10.1. Animais 42
4.10.2. Preparação das amostras 43
4.10.3. “Screening” farmacológico comportamental 43
4.10.4. Teste de Campo Aberto 44
4.10.5. Teste de Rota Rod 45
4.10.6. Teste tempo de sono induzido por barbitúrico 46
4.10.7. Teste de labirinto em cruz elevado 46
4.10.8. Teste anticonvulsivante induzido por pentilenotetrazol 47
4.11. Análise estatística 48
5. Resultados 48
5.1. Caracterização química do extrato etanólico de P. sagittalis 48
5.2. Ensaios comportamentais com animais 51
6. Discussão 56
7. Conclusão 61
8. Referências 62
9. Anexos 75
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
13
1. Introdução
Os distúrbios da ansiedade, especialmente a ansiedade generalizada, os
distúrbios do pânico, o transtorno obsessivo-compulsivo, as fobias ou o estresse pós-
traumático, são os tipos mais comuns de transtornos mentais na sociedade atual
(RABBANI et al., 2007). O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) está entre os
distúrbios mentais mais frequentemente encontrados na clínica (SCHWEIZER et al.,
1995).
Esse tipo de transtorno apresenta-se como um importante problema de saúde
pública, visto que é o segundo transtorno mais prevalente em locais de assistência à
saúde pública, representando cerca 11,5% dos atendimentos (GONÇALVES;
KAPCZINSKI, 2008). Avalia-se que o TAG é uma doença crônica, associado a uma
morbidade relativamente alta, com altos custos individuais e sociais (SCHWEIZER et
al., 1995).
Os benzodiazepínicos (BDZs) correspondem ao primeiro grupo de fármacos
extensivamente utilizados nos últimos 45 anos para tratar as diversas formas de
ansiedade, sendo, até pouco tempo, a única alternativa (RABBANI et al., 2007).
Atualmente, no Brasil, outro fármaco também tem sido utilizado, a buspirona,
pertencente ao grupo das azapirona (azaspirona, azaperona ou azaspirodecanodiona).
Este medicamento não só é considerado ineficaz em alguns casos, como também
apresenta uma demora variável na observação do seu efeito (FAUSTINO et al., 2010).
O uso constante de BDZs no tratamento das TAGs, tem demonstrado efeitos
colaterais inconvenientes, incluindo sedação, relaxamento muscular, amnésia,
dependência física, síndrome de abstinência e interações com agentes depressores
do sistema nervoso central (SOUSA et al., 2008), levando ao uso de plantas
medicinais como terapia complementar no tratamento da ansiedade (ERNST, 2006).
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
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Com o objetivo de reduzir a carência de informações científicas sobre plantas
medicinais utilizadas popularmente, pesquisadores de várias áreas de conhecimento,
como a botânica, a química e a farmacologia, trabalharam em equipes
multidisciplinares, com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), na intenção
de melhorar as condições de qualidade, eficácia e segurança desses medicamentos à
base dessas plantas (SOARES et al., 2006).
As plantas medicinais são, frequentemente, apresentadas como um grande
potencial para a origem de novos fármacos (CRAGG et al., 1997), sendo consideradas
a maior fonte de novas substâncias bioativas, cuja as atividades variam desde
antimicrobianos, antiinflamatórios até substâncias antitumorais, muitas vezes utilizadas
nas sociedades como complementares à medicina tradicional (VENDRUSCOLO;
MENTZ, 2006).
Entre as vantagens da utilização de espécies vegetais como fonte de
desenvolvimento de novos fármacos, destaca-se a possibilidade de estudar
mecanismos de ação ou receptores, ainda que estes não sejam conhecidos
(FAUSTINO et al., 2010).
A biodiversidade biológica brasileira é considerada uma das mais importantes
do mundo, embora estejam limitadas às ações realizadas que visam a sua
preservação. Em 1987, Hedberg expunha, metaforicamente, que a cada curandeiro
tradicional que morre, uma grande biblioteca entra em chamas (VENDRUSCOLO;
MENTZ, 2006).
Resguardar a sabedoria popular é de fundamental importância para a obtenção
de informações decisivas para a descrição científica das propriedades terapêuticas de
plantas medicinais que podem resultar na origem de novos fármacos. Tendo em vista
ainda à valorização de medicamentos a base de plantas, que em 2002 movimentou
cerca de 20 a 40 bilhões de dólares, apenas com a comercialização de fitoterápicos
pelo mercado farmacêutico mundial (PERECIN et al., 2002).
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
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Pluchea sagittalis (Lam.) Cabreira é indicada no tratamento de dores, distúrbios
gástricos, dispepsias nervosas e histerismo. Atualmente, o conhecimento científico
sobre as ações farmacológicas desta planta, relacionam-se principalmente à atividade
anti-inflamatória, analgésica, carminativa estomática, antioxidante e anti-tumoral
(LORENZI; MATOS, 2002).
Estudos farmacológicos da P. sagittalis demonstraram a atividade anti-
prolifrativa em células tumorais humanas (MONKS et al., 2002), a contribuição do
mecanismo antioxidante na atividade anti-inflamatória (PÉREZ-GARCÍA et al., 1996), a
inibição da expressão da proteína hsp72 em neutrófilos humanos (PÉREZ-GARCÍA et
al., 2001), além dos efeitos analgésico e depressor central (RODRIGUES, 2007). O
extrato etanólico da planta apresentou ação sobre a hematopoiese, durante infecção
bacteriana induzida (QUEIROZ et al., 2000), atividade anti-inflamatória e anti-
nociceptiva na dor induzida (BARROS et al., 2006), além da gastroproteção em
animais tratados com o extrato e submetidos a lesão por etanol (FIGUEREDO et al.,
2011).
Com base no exposto, esse trabalho objetivou não só isolar e identificar os
principais constituintes químicos do extrato etanólico das folhas de Pluchea sagittalis
(Lam.) Cabrera, como também avaliar a atividade ansiolítica desse extrato em
modelos comportamentais.
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
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2. Revisão da Literatura
2.1. Transtorno de ansiedade
De acordo com o “Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders”, o
transtorno de ansiedade corresponde ao estado de preocupação exacerbado, que
pode abranger diversas atividades ou eventos da vida do indivíduo. Pode ser
caracterizado como crônico quando ocorre na maior parte dos dias da vida de um
indivíduo, em um período médio de seis meses (AMERICAN PSYCHIATRIC
ASSOCIATION, 2002).
O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é avaliado como um dos
distúrbios mentais de maior frequência clínica. Embora descrito como um transtorno
leve, atualmente se avalia que o TAG é uma doença crônica, associado a uma
morbidade relativamente alta, acarretando altos custos individuais e sociais
(SCHWEIZER et al., 1995).
Os diferentes tipos de transtornos de ansiedade caracterizam-se pela presença
de sintomas de ansiedade crônicos, clinicamente significativos e constituem o grupo
mais prevalente dentre os transtornos psiquiátricos. Como exemplos, temos a
ansiedade generalizada, o distúrbios do pânico, o transtorno obsessivo-compulsivo, as
fobias e o stress pós-traumático, que são caracterizadas como algumas das doenças
mais comuns da sociedade moderna (RABBANI et al, 2007).
O impacto das TAGs, no sistema de saúde, relaciona-se aos gastos com o
tratamento e com a busca frequente por atendimento médico, em decorrência de
sintomas físicos resultantes do quadro de ansiedade. Pacientes portadores desses
transtornos apresentam redução significativa da qualidade de vida como: menor
produtividade, maior morbidade e mortalidade, e maiores taxas de co-morbidade. Vale
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
17
ressaltar que, em muitos casos, ocorrem subdiagnósticos, agravando o
desenvolvimento da doença (BYSTRISKY, 2006).
Insônia é uma das queixas de sono mais frequentes na população em geral,
com uma prevalência que pode chegar a 60% do valor amostral. Indivíduos que
relataram sono perturbado estão mais propensos a desenvolverem problemas
emocionais e problemas de saúde recorrentes. Pesquisas têm demonstrado que a
privação do sono gera um grande impacto na vida diária de indivíduos saudáveis,
afetando o estado de alerta, atenção, concentração, habilidades cognitivas, de
memória, humor e dor (KIM et al., 2007).
A compreensão dos mecanismos relacionados aos transtornos de ansiedade
apresenta alguns limites, em decorrência de ser um conceito que descreve um estado
subjetivo e considerado como uma característica humana. Entretanto, nos últimos
anos, vários modelos animais de ansiedade têm sido validados farmacologicamente
usando os ansiolíticos clássicos (benzodiazepínicos). Além disso, esses agentes têm
sido usados como padrão de comparação com novas drogas, propostas como efetivas
para controle da ansiedade (ANDREATINI et al., 2001).
Modelos animais de ansiedade vêm sendo utilizados na investigação não só
pré-clínica, para a seleção de novos fármacos com potencial terapêutico no tratamento
dos transtornos de ansiedade, como também na investigação de seus respectivos
mecanismos de ação, ou ainda para testar hipóteses sobre a fisiopatologia desses
transtornos (GRAEFF; ZANGROSSI, 2002).
Por serem menos práticos, de custo elevado, e, sobretudo, por limites éticos,
os experimentos que induzem ansiedade ou emoções correlatas em seres humanos
são pouco realizados. Contudo, alguns autores apontam a importância desses
experimentos não só para a diferenciação terapêutica dos tipos de transtornos de
ansiedade, como também para a pesquisa básica (em animais) e testes terapêuticos
conduzidos em pacientes (GRAEFF, 2007).
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
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2.2. Tratamento do transtorno de ansiedade
Várias substâncias são conhecidas por sua ação sobre o SNC. Dentre elas
destacam-se dois grupos: os sintéticos, a exemplo da anfetamina e
benzodiazepínicos; e os naturais, como a cafeína, a morfina e o canabinol, que
possuem efeito analgésico. Muitas drogas de origem natural agem sobre o SNC, em
receptores específicos, modulando a transmissão sináptica e produzindo sensações
como sedação, hipnose, analgesia e alívio da ansiedade (KATZUNG, 2003 apud
RESENDE, 2004).
As substâncias de ação depressora caracterizam-se por proporcionarem uma
diminuição na atividade do sistema nervoso central, apresentando como
consequências sinais e sintomas de sonolência, lentidão psicomotora, entre outras.
Algumas dessas substâncias são de extrema importância em medicamentos para o
tratamento de patologias como epilepsia, insônia e transtornos de ansiedade, a
exemplo dos benzodiazepínicos e dos barbitúricos (CARLINI et al., 2001).
A ação de drogas ansiolíticas pode envolver mecanismos de bloqueio da dor,
principalmente quando esta acontece por via do SNC. São descritas duas vias: a
aferente, quando os mecanismos inibitórios do sistema podem estar diretamente
relacionados à liberação de neurotransmissores, no contato entre os neurônios na
medula espinal; e a via descendente, através de mediadores como serotonina e
encefalina ou estimulação adrenérgica. O balanço entre excitação e inibição é
influenciado pela agilidade do neurônio em levar a informação ao SNC. O bloqueio
farmacológico dos mediadores GABA e Glicina, produz inibição da liberação desses
neurotransmissores, provocando uma dor similar à neuropática (WOOLF, 2004).
Do ponto de vista farmacológico, os transtornos de ansiedade são classificados
em dois estados neurobiológicos distintos, diferenciados pela resposta aos fármacos:
o TAG e a ansiedade são aliviados utilizando doses relativamente baixas de
ansiolíticos benzodiazepínicos (BZDs). Enquanto o transtorno do pânico (TP) e o
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
19
transtorno de ansiedade social (TAS) respondem melhor aos tratamentos prolongados
com antidepressivos (GRAEFF, 2007).
Antidepressivos tricíclicos utilizados no tratamento do transtorno de ansiedade
agem em nível pré-sináptico, bloqueando a recaptura de monoaminas, principalmente
norepinefrina (NE), serotonina (5-HT) e, em menor proporção, dopamina (DA). Essas
aminas terciárias inibem, preferencialmente, a recaptura de 5-HT e, secundárias, a de
NE. Contudo, a depender do sistema neurotransmissor envolvido na atividade pós-
sináptica, podem ser observados diferentes efeitos colaterais como: boca seca,
retenção urinária (anticolinérgicos), sedação, náusea (histaminérgicos), tremores,
taquicardia e tontura (alfa-1-adrenérgicos) (MORENO et al., 1999).
Dentre as substâncias empregadas no tratamento de transtornos de ansiedade
generalizada, os benzodiazepínicos (a exemplo do diazepan e clonazepan) são
considerados o grupo de fármacos mais importantes. Entre os efeitos produzidos
sobre o organismo, pode-se observar a depressão da atividade do Sistema Nervoso
Central (SNC), caracterizando a diminuição da ansiedade, indução do sono,
relaxamento muscular e redução do estado de alerta. Além desses efeitos, observa-se
também uma redução nos processos de aprendizagem e memória que, para algumas
substâncias, correspondem ao aspecto prejudicial de sua utilização (CARLINI et al,
2001).
A necessidade de tratamento prolongado é considerada um dos maiores
problemas na terapêutica das TAGs. A preocupação com o uso de benzodiazepínicos
está associada aos riscos de abuso, dependência, sedação e amnésia que essa droga
provoca (ANDREATINI et al., 2001, SOUZA et al., 2008).
Já a buspirona apresenta limites de eficácia e início tardio da ação, quando
comparada a outros tratamentos (SCHMITT et al., 2005).
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
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Os antidepressivos utilizados, como a venlafaxina, a paroxetina e a imipramina,
tendem a provocar disfunção sexual e redução da geração de memória, apresentando
alta incidência de não-adesão ao tratamento (FAUSTINO et al., 2010).
Devido aos efeitos adversos desses medicamentos, aproximadamente 43%
dos pacientes utilizam terapias complementares no tratamento da ansiedade, a
exemplo das plantas medicinais (ERNST, 2006).
As plantas medicinais têm despertado grande interesse na pesquisa científica,
uma vez que algumas substâncias têm demonstrado potencial ansiolítico, atuando
através de mecanismos diferentes de drogas convencionais benzodiazepínicas, na
busca por alternativas que provoquem menos efeitos colaterais.
Algumas das plantas utilizadas no tratamento de transtornos de ansiedade são,
por exemplo, a Piper methysticum (kava-kava), a Passiflora incarnata, a Valeriana
officinalis, a Ginkgo biloba, a Galpinia glauca e a Matricaria recutita (camomila)
(FAUSTINO et al., 2010).
Nas duas últimas décadas, um número crescente de estudos vem sendo
realizado para avaliar a atividade farmacológica de plantas medicinais. Contudo, a
maior parte desses estudos tem caracterizado plantas candidatas a futuras
investigações por seu potencial ansiolítico, sendo observada a necessidade do
reconhecimento dos mecanismos de ação, assim como das substâncias responsável
por seus efeitos (SOUZA et al., 2008).
Para realização de estudos com plantas medicinais em modelos
comportamentais é necessária a padronização da extração para garantir a
uniformidade de composição de extrato. A realização de estudos pré-clínicos, em
modelos animais de ansiedade ou depressão deve seguir ensaios controlados e
randomizados (RIBEIRO, 2000). Modelos animais de ansiedade devem reproduzir
características comportamentais e patológicas da síndrome de ansiedade, permitir a
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
21
investigação de mecanismos neurobiológicos que não são facilmente estudados no
homem, permitir avaliação confiável de agentes ansiolíticos, assim como identificar
efeitos ansiogênicos de drogas e toxinas. Nos vários modelos de ansiedade os
bezodiazepínicos (BDZ) são utilizados como droga padrão, sendo utilizado na
validação de vários desses modelos, especialmente por sua ação sobre os receptores
GABAa (ANDREATINI et al., 2001).
2.3. Plantas Medicinais: Breve Histórico
Desde épocas remotas, as plantas medicinais desempenham um importante
papel na humanidade. Registros da medicina demonstram que os povos egípcios,
persas, hebraicos, hindus e chineses utilizavam ervas para a cura de quase todos os
tipos de enfermidades, conhecendo seus benefícios e malefícios através de relatos de
determinadas plantas com capacidade de matar se utilizadas de forma errada
(VIEIRA, 2001).
Os hindus e chineses foram os primeiros povos a utilizarem o poder curativo
das plantas. Esse conhecimento foi disseminado há 3.000 a.C. pelo Imperador Chinês
Cho-Chein-Kei, que estimulou o cultivo delas. Em cerca de 2.300 a.C., os egípcios não
só cultivavam algumas espécies e fabricavam purgantes e vermífugos, como também
foram os primeiros a introduzirem os conhecimentos das ervas na Escola de Medicina.
Na Grécia Antiga, Hipócrates passou a tratar as enfermidades com ervas medicinais,
utilizando os efeitos do calor tóxico e terapêutico de muitas plantas (MELLO; XAVIER-
FILHO, 2000).
Na Idade Antiga, dentre todas as coletâneas referentes ao uso de plantas
medicinais, a que mais teve destaque foi a História Natural escrita por “Gaius Plinius
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
22
Secundus”, de Roma. Nesta coletânea, encontram-se várias notas de plantas usadas
em rituais místicos, lendas e superstições (LOW; ROOD; BERESFORD, 1999).
Em 78 d.C., o botânico grego Pedanios Dioscorides descreveu cerca de 600
plantas medicinais, além de produtos minerais e animais no tratado De Materia
Medica. Este tratado permaneceu como fonte de referência por mais de catorze
séculos (TYLER, 1996).
No século XVI, o médico suíço Philippus Aureolus Theophrastus Bombastus
von Hohenheim, conhecido como Paracelsus (1493-1541), formulou a “Teoria das
Assinaturas”, baseada no provérbio latim similia similibus curantur, “semelhante cura
semelhante”. Esta teoria provava que a forma, a cor, o sabor e o odor das plantas
estavam relacionados com as suas propriedades terapêuticas, podendo dar indícios
de seu uso clínico. Algumas destas plantas passaram a fazer parte das farmacopéias
alopáticas e homeopáticas a partir do século XIX, quando se começou a investigar
suas bases terapêuticas (ELVIN-LEWIS, 2001).
O processo cultural de utilização das plantas medicinais, na prevenção e cura
de enfermidades, é baseada na troca de conhecimentos entre diferentes culturas e da
transmissão desses conhecimentos por ancestrais. Esta é uma utilização empírica,
sem base científica, mas que faz parte de um conjunto de princípios dos povos que as
utilizam (MELLO; XAVIER-FILHO, 2000).
Mas, mesmo sendo uma prática antiga, a utilização de plantas medicinais nem
sempre está relacionada à cura de enfermidades. Plantas como a mirra, por exemplo,
já foi muito utilizada em cerimoniais religiosos nos quais, segundo relatos, elas eram
capazes de exercer contato entre os homens e os deuses. Atualmente, há rituais de
limpeza do espírito como o ayuaska, no qual os membros fazem ingestão de um chá
de raízes e folhas de plantas da Floresta Amazônica (RODRIGUES, 2007).
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
23
A utilização de plantas, com finalidades medicinais, pelo homem, corresponde
a uma das práticas mais antigas de tratamento de enfermidades de todos os tipos,
hábito presente há muitos séculos na história da humanidade (MORAES; SANTANA,
2001).
No Brasil, devido à sua biodiversidade, à tradição na utilização de plantas
medicinais e à deficiência dos serviços de saúde públicos, a aplicação da medicina
natural como alternativa terapêutica, abrange toda sua extensão territorial. As formas
mais divulgadas dessa utilização são os chás, infusões, banhos, pomadas, entre
outros, manipuladas, muitas vezes, por raizeiros, que associam determinadas plantas
à cura de certas enfermidades, baseados no conhecimento empírico passado de
geração a geração (SOUZA et al., 2004).
A partir do conhecimento e do uso popular, as plantas não só passaram a ser
observadas como uma rica fonte de compostos bioativos para indústria farmacêutica,
com substâncias diversificadas e de amplo potencial biológico, como também
passaram a fazer parte do nosso cotidiano, mesmo de forma indireta, a exemplo dos
salicilatos e digitálicos, medicamentos muito utilizados na medicina tradicional,
(BOTSARIS; MACHADO, 1999).
O isolamento da morfina da Papaver somniferum, em 1803, pelo farmacêutico
Friedrich Wilhelm Adam Sertürner, marcou o início do processo de extração de
princípios ativos de plantas. A partir de então, outras substâncias foram isoladas,
como, por exemplo, a quinina e a quinidina, obtidas da Cinchona spp, em 1819, e a
atropina da Atropa belladona, em 1831, que passaram a ser utilizadas em substituição
aos extratos vegetais (SCHULZ, HÄNSEL, TYLER, 2001).
Independe do grupo cultural ou étnico, as plantas medicinais são amplamente
utilizadas nas sociedades como recurso terapêutico, sendo empregadas como forma
alternativa ou complementar da medicina tradicional. Isso implica na necessidade de
valorização dos diferentes conhecimentos populares, assim como na importância da
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
24
comprovação científica das aplicações atribuídas a elas (VENDRUSCOLO; MENTZ,
2006).
Ao longo do Século XX, as pesquisas químicas e farmacêuticas possibilitaram
a descoberta de compostos que permitiram o alívio para vários males que assolaram a
humanidade por séculos, tais como: a tuberculose, a sífilis, o câncer e a hanseníase.
Também foi possível o tratamento de enfermidades do mundo moderno como
cardiopatia, viroses, depressão e ansiedade.
Entretanto, a oferta de medicamentos alopáticos não resolveu os problemas de
saúde da maior parte da população (VEIGA-JÚNIOR, 2008). Em vários países do
mundo, a maioria das pessoas não possui acesso à assistência básica. Para elas, as
terapias alternativas são as principais formas de tratamento, sendo as plantas
medicinais a principal fonte de medicamentos (VENDRUSCOLO et al., 2005; CARLINI
et al., 2006; AGRA et al., 2007; BIAVATTI et al., 2007).
Embora existam fatos descritos na história sobre o uso de plantas, ou mesmo
animais, em atividades psicofarmacológicas, não há exatidão de quando os homens
descobriram o poder curativo desses recursos, podendo ter ocorrido desde a evolução
deles como bípedes. Sabe-se, porém, que os primeiros registros datam da idade
antiga, pelos egípcios, como o uso de atropina extraída do meimendro (ALMEIDA,
2006; RAVEN, 2003).
Carlini et al (2001) relata que algumas plantas, com efeito psicoativo,
apresentam, como consequência do uso contínuo, a dependência do organismo pela
substância. Sabe-se que a Cannabis sativa L., historicamente utilizada pelos incas
durante os períodos de caçada, apresenta sustâncias ativas sobre o SNC, tais como: o
alcalóide canabinol e THC (Delta-9-tetraidrocanabinol).
No Brasil, a utilização de plantas medicinais está relacionada aos vários
aspectos como diversidade, hábitos, tradições e costumes, que precisam ser
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
25
incorporados e respeitados no cotidiano. O conhecimento e uso dessas plantas têm
sido estimados baseando-se em algumas variáveis sociais. Entretanto, para uma
utilização segura das plantas medicinais no tratamento de enfermidades, faz-se
necessário levar em consideração a sua eficácia, o baixo risco de uso, assim como
reprodutibilidade e constância de sua qualidade (ARNOUS et al., 2005).
O aproveitamento adequado dos princípios ativos de uma planta medicinal
exige o preparo correto, ou seja, atenção a cada parte a ser usada, o grupo de
princípio ativo que se deseja extrair ou doença a ser tratada. Para isso, existem formas
de preparo e uso mais adequados para cada planta (ARNOUS et al., 2005). Porém,
vale ressaltar que o uso indiscriminado de plantas medicinais pela população tem
levantado o interesse da ciência, principalmente na intenção de desmistificar alguns de
seus efeitos e comprovar suas indicações (OLIVEIRA et al., 2008).
2.4. Fitoterapia
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 80% da humanidade não
têm acesso ao atendimento primário de saúde, por estarem muito distantes dos
centros de saúde ou por não possuírem recursos para adquirir os medicamentos
prescritos (VEIGA-JÚNIOR, 2008). A maior parte dessas pessoas encontra-se nos
países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, e a utilização de plantas medicinais
corresponde a melhor alternativa terapêutica (BORGES et al., 2006). Se os países
mais pobres utilizam as plantas medicinais por tradição e ausência de alternativas
econômicas viáveis, nos países mais desenvolvidos observa-se um maior uso de
fitomedicamentos, influenciado por modismos de consumo de produtos naturais
(VEIGA-JÚNIOR et al., 2005).
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
26
O modismo, associado às promessas de cura de males da modernidade, tais
como: impotência, obesidade e ansiedade, fez com que a utilização das plantas
medicinais fosse difundida entre diferentes sociedades. Contudo, nesta época, surgiu
o conceito de que as plantas medicinais não representam quaisquer riscos para a
saúde humana (VEIGA-JÚNIOR, 2008).
A crença de que medicamentos à base de plantas são isentos de riscos à
saúde faz parte da bagagem cultural da população afeita ao seu uso. No entanto, o
caráter "natural" de tais produtos não é garantia da isenção de reações adversas e
outros problemas decorrentes de tal medicina (LANINI et al., 2009).
A crença de que "o que vem da terra não faz mal", diretamente relacionada à
utilização das plantas medicinais, vem sendo desmentida cientificamente por
pesquisadores há vários anos, em muitos países (MARLIÉRE et al., 2008; SILVEIRA
et al., 2008).
Os principais fatores que corroboram para este fato são: a falta de informações
adequadas sobre as propriedades das plantas medicinais, seu consumo associado
aos medicamentos tradicionais (alopáticos), à perda do conhecimento sobre os efeitos
medicinais e tóxicos das plantas, à identificação inadequada da espécie vegetal e à
automedicação (ALBUQUERQUE; HANAZAKI, 2006).
Com a ampliação do conhecimento científico sobre as plantas, surge a
fitoterapia. Termo de origem grega Phyton, que significa planta, e Terapeía, que
significa terapia. Esse termo foi utilizado pela primeira vez pelo médico francês Henri
Leclerc (1870-1955), sendo conceituada como: “fitoterapia é a ciência que se ocupa do
emprego do medicamento vegetal para a cura de enfermidades humanas e animais”.
Suas experiências foram registradas no livro “Lineamento di Fitoterapia”, que se tornou
um clássico na medicina (WEISS, 1991).
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
27
A fitoterapia permite que o ser humano se reconecte com o ambiente,
acessando o poder da natureza, para ajudar o organismo a normalizar funções
fisiológicas prejudicadas, restaurar a imunidade enfraquecida, promover a
desintoxicação e o rejuvenescimento (FRANÇA et al., 2008).
São genericamente denominados fitoterápicos todos os medicamentos
originados de plantas, voltados à ação terapêutica a partir de princípios biologicamente
ativos. Em 1997, no Brasil, já se registrava a comercialização de vários medicamentos
fitoterápicos com origem em extratos de plantas, compostos isolados ou mesmo a
parte da planta triturada, com ações anti-depressora, analgésica, vasodilatadora, anti-
inflamatória, calmante, entre outras (VAZ; MATA; CALIXTO, 1997).
O avanço dos medicamentos fitoterápicos caracteriza-se pela busca de
produção em escala industrial, diferentemente das formas artesanais que
caracterizaram os estágios iniciais de sua utilização (TUROLLA; NASCIMENTO,
2006). Estima-se que cerca de 60% dos fármacos com atividades antitumorais e
antimicrobianas, já comercializados ou em fase de pesquisa clínica, sejam de origem
natural (SHU, 1998).
A problemática do consumo de fitoterápicos está relacionada à automedicação,
particularmente preocupante quando é realizada em conjunto com outros
medicamentos, podendo levar a efeitos sinérgicos e interações não esperadas pelo
médico (VEIGA-JÚNIOR, 2008). Nesse contexto, diversos estudos realizados com
fitoterápicos comerciais demonstraram provocar complicações cardíacas, hepáticas,
renais, hematológicas e intestinais (LANINI et al., 2009). Deve-se ressaltar que, tanto a
planta medicinal, quanto os produtos de sua biotransformação são agentes
xenobióticos, sendo caracterizados como potencialmente tóxicos. Seus efeitos não
ocorrem somente de forma imediata ou ao longo do tempo, podendo desencadear
quadros de assintomáticos (DE SMET, 2004).
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
28
Relatos da literatura enfocam a susceptibilidade dos fitoterápicos não só à
contaminação fúngica durante o processo de plantio e colheita, como também à
contaminação secundária durante a manipulação e o armazenamento inadequado
destes produtos (SOUZA et al., 2006). Os chás de ervas vendidos em farmácias
podem ser fonte de intoxicação por vírus, bactérias e fungos contaminantes, pois não
existem estudos de segurança, eficácia e qualidade de grande maioria das plantas
(ROCHA et al., 2004).
Diante da grande importância dos medicamentos fitoterápicos na sociedade,
vários países europeus buscaram unificar a legislação referente a esses
medicamentos amplamente comercializados. Enquanto nos Estados Unidos as
preparações à base de plantas são classificadas como suplementos nutricionais, não
sendo necessário submeter dados de segurança e eficácia ao Food and Drug
Administration (FDA) para a comercialização destes produtos (TUROLLA;
NASCIMENTO, 2006).
Esta preocupação das autoridades regulatórias com a normatização dos
medicamentos fitoterápicos propicia a avaliação de aspectos importantes, como a
eficácia e segurança do uso destes medicamentos. O uso tradicional de diversas
plantas medicinais baseado em conhecimentos populares, aliado à crença de que, por
ser natural não causa reações adversas, fez com que poucas plantas medicinais
fossem avaliadas através de estudos pré-clínicos e clínicos, a fim de comprovar sua
eficácia e segurança (CARVALHO et al., 2008). Dessa forma, as drogas vegetais são
caracterizadas como a planta medicinal ou suas partes, após processo de coleta,
estabilização e secagem, podendo ser íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada
(BRASIL, 2004).
Com o crescimento do uso de fitoterápicos no Brasil, a partir do século XIX,
criou-se a Portaria nº22, editada em 30/10/1967, elaborada pelo Ministério da Saúde,
pelo já extinto Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e da Farmácia, que
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
29
estabeleceu as primeiras normas para emprego de preparações fitoterpápicas. Essa
portaria foi substituída pela Portaria nº 6, de 31 de janeiro de 1995, da ANVISA, e
renovada pela Resolução RDC nº 17, de 24 de fevereiro de 2000 (CARNINI, 2009a).
A legislação brasileira para medicamentos fitoterápicos sofreu algumas
modificações nos últimos anos. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
vem elaborando normas para a regulamentação destes medicamentos, desde a
Portaria n. 6 de 1995, que estabeleceu prazos para que as indústrias farmacêuticas
apresentassem dados de eficácia e segurança dos medicamentos fitoterápicos,
passando pela RDC n. 17 de 2000, e a Resolução RDC n. 48 de 16 de março de 2004,
atualmente em vigor, que dispõe sobre o registro de medicamentos fitoterápicos
(TUROLLA; NASCIMENTO, 2006).
Em 2006, foi aprovada a Política Nacional de Plantas Medicinais e
Fitoterápicos (CARLINI, 2009b), que estipula a inserção de terapias alternativas e
práticas populares (entre elas a fitoterapia) no Sistema Único de Saúde (SUS). Desde
então, práticas relacionadas à distribuição de fitoterápicos e a implantação das
"Farmácias Vivas" vêm se tornando uma realidade no país. Sendo assim, a
necessidade de estudos toxicológicos e a implantação de políticas de
fitofarmacovigilância devem ser tomadas como prioridade para a saúde pública
(LANINI et al., 2009).
2.5. O gênero Pluchea Cass.
Asteraceae é considerada a maior família de plantas Angiospermas,
compreendendo cerca de 1.535 gêneros, com aproximadamente 23 milhões de
espécies descritas, distribuídas em três subfamílias e 17 tribus (BREMER, 1994).
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
30
Sua distribuição cosmopolita advém da sua capacidade de adaptação
ambiental, sendo encontrada nas regiões de clima tropical, subtropical e temperado.
Entre os fatores importantes para o sucesso biológico e grande capacidade de
dispersão, descreve-se a presença de pápus plumosos, apêndices, estruturas de
aderência e os metabólitos secundários (VENABLE; LEVIN, 1983).
No Brasil, em especial na Região Sul, a flora asterológica é considerada densa
e diversificada, com maior número de representações das tribos: Astereae, Inuleae,
Helenieae e Mutisieae (MATZENBACHER, 2003). De acordo com a classificação
usual, o gênero Pluchea Cass. esta incluído na família Asteraceae, subfamília
Asteroideae, tribo Inuleae (DALPIAZ; RITTER, 1998), compreendendo 80 espécies de
ampla distribuição geográfica na América do Sul, África, Ásia e Austrália (BREMER,
1994; VILLASEÑOR; VILLAREAL, 2006).
O gênero Pluchea Cass. inclui ervas perenes ou arbustos, com caules
frequentemente alados; folhas alternas, glandulosos-pontuadas, inteiras e de margens
denteada a serreadas. A inflorescência é formada por capítulos solitários ou disposta
em corimbos terminais, heterógamos, com flores pistuladas férteis. Invólucro
campanulado, com até 10 séries de brácteas paleáceas, receptáculo plano e glabo.
Corola com flor pistilada filiforme, arquênio de 4 a 5 ângulos, com pápus alongado e
filiforme com uma única série de cerdas capilares (CANCELI et al., 2006).
Várias espécies do gênero Pluchea são amplamente utilizadas como plantas
medicinais, por apresentarem importantes propriedades medicinais. Dentre as várias
atividades cientificamente comprovadas das espécies desse gênero, grande parte
delas tem demonstrado potencial antimicrobiano e antioxidante. Em Cuba as espécies
P. odorata e P. carolinensis são utilizadas na medicina popular como digestivo e
antipirético. Enquanto a P. rosea como vermífugo, além da atividade antimicrobiana e
antioxidante dos extratos etanólico e n-butanólico dessas plantas (CÓRDOVA et al,
2010). A P. lanceolata é utilizada na Índia como: antipirético, analgésico, antireumático
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
31
e calmate (KHAN et al., 2010). Estudos demonstraram a atividade indutora do sono e
a diminuição da atividade locomotora de ratos tratados com extrato de Pluchea indica
Less. (THONGPRADITCHOTE et al., 1999).
Estudos realizados com as partes aéreas de espécies de Pluchea têm
demonstrado a identificação de vários compostos bioativos. Os grupos de compostos
frequentemente encontrados são os eudemanes, flavanóides, fenóis, terpenos,
taninos, alcalóides e saponinas, sendo os dois últimos obtidos no extrato aquoso
(REYES-TREJO; JOSEPH-NATHAN, 1999). Em P. odorata, P. carolinensis e P. rosea
foram identificados os flavanóides: quercitina, kaempferol e myrcetina, extraídos
dessas espécies de planta (CÓRDOVA et al., 2006; CÓRDOVA et al, 2010). Em P.
lanceolata foi identificado α-amyrin, β-amyrin, caproate, stigmasterol, triterpenos,
neolupenol, quercitina, acetato de taraxasterol e isorametina (KHAN et al., 2010). No
México, estudos com a espécie Pluchea sericea demonstraram a presença de
terpenos, flavanóides e sesquiterpenos (REYES-TREJO; JOSEPH-NATHAN, 1999).
2.6. Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera e sua ação farmacológica
Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, vulgarmente conhecida por quitoco, madre
cravo ou tabacarana (ver figura 1), é uma planta da Família Asteraceae que possui
como sinonímia os nomes: Gnaphalium suaveolens Vell., Pluchea quitoc DC., comum
da região tropical, sendo facilmente encontrada em vários países da América Latina,
inclusive no Brasil (BARROS et al., 2006).
A Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera é uma planta perene, de tamanho variando
entre 0,30m e 0,90m de altura, com folhas simples e alternas e flores de coloração
branca com lilás. Seu caule e folhas são muito utilizados na forma de chá para
tratamento de dores corporais, inflamações e alguns distúrbios nervosos (COELHO de
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
32
SOUZA, 2004). Em estudos fitoquímicos realizados com as partes aéreas dessa
planta, foram isolados os compostos: α-pineno, campheno, cineol p-cymeno, linalol, l-
campherol, α-terpineol, borneol, caryophylleno e humuleno (LORENZI; MATOS, 2002).
A atividade analgésica e anti-inflamatória das folhas de Pluchea quitoc DC.,
sinonímia P. sagittalis, é atribuída à presença das substâncias triterpênicas:
stigmasterol, ß-amirina, taraxasterol e pseudo-taraxasterol que foram recentemente
isoladas das folhas desta planta (BURGER et al., 2000; BARROS et. al., 2006).
Os componentes químicos, encontrados no óleo essencial da P. sagittalis
(Lam.) Cabrera extraído das folhas e caule por cromatografia gasosa, acoplada à
espectrometria de massa, foram 1,8-cineol-eucalipitol, copaeno, β-cariofileno, α-sileno-
nafitaleno, nafitalenol, fitol, além de apresentar atividade antimicrobiana em
Staphylococcus aureus, Streptococcus epidermidis, Micrococcus luteus e Candida
albicans do óleo essencial puro, e atividade em concentrações de 50 a 12,5% no MIC
(concentração inibitória mínima) (FERREIRA et al., 2004).
Figura 1 – Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera.
Fonte: http://www.herbotecnia.com.ar/aut-lucera.html
As folhas e caules da P. sagittalis (Lam.) Cabrera são utilizadas na forma de
chá para tratamento de enfermidades como dores estomacais, náuseas, vômitos,
distúrbios digestivos e hepáticos, assim como estimulante intestinal atuando no
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
33
controle de edemas e cólicas intestinais. A mistura das folhas dessa planta com as
flores de Rosa banksiae resulta em uma solução de efeito laxativo e anti-ulcerativo.
Quando misturada as folhas de Malva parvifolia e galhos de Anethum graveolens,
relata-se efeito anti-reumático (BURGER, 1995).
A Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera é utilizada popularmente, na forma de chá
das folhas e talos, como alternativa terapêutica para tratamento de distúrbios
digestivos, enfermidades estomacais e hepáticas, flatulências, dispepsias nervosas,
inflamação uterina, renal e de bexiga, reumatismo e tratamento de distúrbios nervosos
característicos da histeria (LORENZI; MATOS, 2002).
Na avaliação da atividade farmacológica de algumas plantas medicinais de
origem brasileira, demonstrou-se que o extrato aquoso de P. sagittalis (Lam.) Cabrera
possuía efeitos anti-inflamatórios, cicatrizantes e diarréicos, havendo descrição
popular desta planta no tratamento destes males (SOUZA et al., 2004, FIGUEDERO et
al., 2011).
Peréz-García e colaboradores (1996) demonstraram que o extrato aquoso de
P. sagittalis (Lam.) Cabrera possui acentuado efeito anti-inflamatório, em diferentes
formas de testes de edema de pata, induzido por dextran e carragenina. A atividade
antioxidante em leucócitos sanguíneos foi observada nos testes “in vitro” e “in vivo”,
verificando-se também a redução de radicais livres, junto ao efeito anti-inflamatório
desta planta (PÉREZ-GARCÍA et al., 2005).
Estudos realizados com o extrato aquoso de P. sagittalis (Lam.) Cabrera
demonstraram haver atividade citotóxica deste, em teste “in vitro”, com linhagens de
células de tumor sólido humano de adenocarcinoma de cólon HT29 e células de
câncer de pulmão NCL-H460, fator este ocorrido pela presença de princípios ativos
com capacidade de inibição da proliferação das células tumorais testadas (MONKS et
al., 2002).
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
34
Experimentos realizados, utilizando extratos metanólicos de plantas medicinais
brasileiras para avaliação do estresse, demonstraram que algumas plantas
apresentaram atividade inibitória na síntese da proteína 72 KD, produzida pelo corpo
em momentos de estresse, cuja estimulação foi realizada através de testes
submetendo o animal ao estresse por calor, sendo mencionada a eficiência de P.
sagittalis (Lam.) Cabrera (PEREZ-GARCIA et al., 2001).
Souza e colaboradores (2004), ao avaliarem os extratos metanólicos de plantas
do Rio Grande do Sul, na prospecção microbiológica, observaram que a Pluchea
sagittalis (Lam.) Cabrera era uma das plantas mais ativas na inibição do crescimento
de leveduras em culturas “in vitro”, assim como a Malva sylvestris, Senna neglecta,
Ocotea odorífera, entre outras.
O extrato etanólico das partes aéreas da Pluchea quitoc DC., sinonímia P.
sagittalis, demonstrou efeito anti-inflamatório e antinociceptivos, frente a diferentes
agentes químicos ou térmicos, quando administrado pela via oral, confirmando a
utilização empírica da população no tratamento da dor (BARROS et. al., 2006).
A aplicação do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, em
animais infectados com Listeria sp., demonstrou sua atividade sobre o sistema
hematopoético. Os ratos foram infectados por via intraperitoneal e o grupo tratado com
o extrato por três dias consecutivos, por via oral, apresentou uma elevação no número
de granulócitos e macrófagos. Como consequência, houve aumento significativo da
sobrevivência dos ratos infectados, quando comparados com o grupo controle. Assim,
o extrato etanólico da planta foi considerado um estimulador da produção de
granulócitos e macrófagos (QUEIROZ et al., 2000).
Testes realizados com algumas espécies da Família Asteraceae, no modelo
tipo ROS (espécies reativas de oxigênio) e RNS (espécies reativas de nitrogênio),
demonstraram que o extrato diclorometano de Baccharis grisebachii e P. sagittalis
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
35
(Lam.) Cabrera, assim como o extrato aquoso dessa última, apresentaram atividade
inibitória da oxidação nos dois sistemas. (PÉREZ-GARCIA et al., 2001).
São descritas também a atividade antiinflamatória de Pluchea indica Less.,
inibindo agentes como carragenina e cróton, no que se refere à ação exsudativa,
proliferaiva e estágios crônicos da inflamação (SENT; NAG CHAUDHURI, 1991).
Para fins terapêuticos um dos fatores de importância nos experimentos
farmacológicos e toxicológicos é a determinação da dose-resposta (variação das
concentrações para determinação da menor dose com efeito terapêutico e a maior
dose sem efeito tóxico), essa é representada pela curva gaussiana, embora pouco
realizada na prática (OGA, 1996).
A avaliação da toxicidade de extratos ou compostos isolados, segundo Padilla
(1999), é necessário para o reconhecimento dos possíveis efeitos tóxicos de espécies
vegetais como fator importante para posterior aplicação de doses terapêuticas. Com
relação à P. sagittalis, estudos relatam que o extrato aquoso das folhas dessa planta
em doses de 1, 2 e 3 g/Kg por via i.p., representam baixo risco de toxicidade na forma
aguda por não demonstrarem sinais de toxicidade (RODRIGUES, 2007), assim como
a administração oral, nas doses de 1 e 2g/Kg do extrato etanólico também não
demonstraram ser tóxicas, em estudos realizados por Barros et al. (2006).
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
36
3. Objetivos:
Geral:
Isolar e identificar os principais constituintes químicos do extrato etanólico das folhas
de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, e avaliar a atividade ansiolítica desse extrato em
modelos comportamentais.
Específicos:
- Realizar o fracionamento do extrato etanólico de P. sagittalis;
- Determinar os tipos de compostos químicos presentes no extrato etanólico bruto e
suas respectivas frações;
- Isolar os componentes químicos do extrato etanólico de P. sagittalis;
- Identificar os compostos majoritários do extrato etanólico de P. sagittalis;
- Verificar as frações com possível efeito sobre o sistema nervoso central em animais
pelo teste de triagem farmacológica comportamental;
- Avaliar a atividade motora dos animais após administração do extrato etanólico de P.
sagittalis;
- Avaliar o efeito ansiolítico do extrato etanólico de P. sagittalis em modelos
comportamentais.
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
37
4. Metodologia
4.1. Material botânico
As espécimes de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera foram coletadas no Bairro
Japãozinho, na Região metropolitana de Aracaju, Estado de Sergipe. Após a coleta, foi
realizada a identificação da planta pelo Prof. Dr. Lauro Xavier Filho, do Laboratório de
Produtos Naturais e Biotecnologia, do Instituto de Tecnologia e Pesquisa – ITP, e a
confirmação pelo herbário da Universidade Federal de Sergipe, com os registros nº
02829 de 17/11/1982 e nº 03048 de 01/11/1988 (Anexo 1 e 2).
As folhas frescas foram selecionadas, limpas e secas em estufa à temperatura
de 40°C, com circulação de ar, trituradas. Foram utilizadas 13,61g do pó em refluxo
contínuo por 6h, com álcool etílico P.A. 98% (VETEC®), em aparelho do tipo Soxleht.
O extrato foi rotaevaporado e obteve-se a amostra seca de p=27,78g. O rendimento
da amostra foi calculado pela fórmula: R=ES/P*100, onde R entende-se por
rendimento, ES por extrato seco (liofilizado) e P por peso das folhas, obtendo-se o
R=27,27%.
4.2. Fracionamento do extrato etanólico
Considerando a necessidade de remover a clorofila do extrato etanólico bruto,
realizou-se uma cromatografia reversa, impregnando o extrato etanólico em carvão
ativado. Em seguida, aplicou-se em uma coluna de sílica gel com 60 mesh.
(VETEC®), eluído com água destilada, etanol P.A. 98% (VETEC®) e acetona P.A.
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
38
(VETEC®), respectivamente. As frações obtidas foram rotaevaporadas (frações
etanólica e acetônica) ou liofilizada (fração aquosa). Com cada fração obtida foi
realizado a prospecção fitoquímica e utilizados na triagem farmacológica
comportamental.
4.3. Prospecção fitoquímica
Amostras de 100 mg de extrato etanólico bruto e das frações aquosa, etanólica
e acetônica, foram ressuspensas em etanol e analisadas quanto à presença de
compostos bioativos, segundo HERNANDEZ-TERRONES; RADI (2005).
Alcalóides: 2,00 mL da solução etanólica, adiciona-se 2,00 mL de HCL (10%)
e aquece a mistura por 10 minutos. Após resfriamento, filtra-se, separando em três
tubos de ensaios e acrescenta-se 05 gotas de reativos: Dragendorff, Mayer e Wagner.
Cumarinas voláteis: 2,00 mL da solução etanólica em um tubo, tampar com
papel de filtro impregnado em solução 10% de NaOH, colocar em banho-maria por 10
minutos. Revelar o papel de filtro em luz ultravioleta.
Taninos: 2,00 mL da solução etanólica, acrescentar 5,00 mL de água
destilada, filtrar a mistura e adicionar 2 gotas de solução de cloreto férrico a 10%.
Saponinas: 2,00 mL da solução etanólica, adicionar 5,00 mL de água fervente,
esfriar, agitar vigorosamente e deixar em repouso por 20 minutos.
Triterpenos e esteróides: 1 mL do extrato etanólico em tubo de ensaio,
adicionar 2 mL de anidrido acético, com agitação. Pelas paredes do tubo, adicionar 0,5
mL de ácido sulfúrico concentrado.
Antraquinonas: 1 mL do extrato etanólico e adicionar 2 mL de hidróxido de
amônio 10%, agitar e observar.
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
39
Flavonóides: Colocou-se em um tubo 2,00 mL da solução etanólica, alguns
fragmentos de Mg e agregou-se,pelas paredes do tubo, algumas gotas de HCL diluído.
Observou-se a coloração, que varia para diferentes estruturas.
Triterpenos e/ou esteróides: Colocou-se 2,00 mL da solução etanólica,
adicionou-se 5,00 mL de clorofórmio, filtrou-se e dividiu-se o filtrado em duas porções.
Em cada um dos tubos, realizaram-se as reações de Liebermann-Burchard e
Salkowski.
4.4. Isolamento dos compostos químicos do extrato etanólico
No laboratório de Liquen and Cane Team da Faculdad de Biología da
Universitad Complutense de Madrid, Espanha, realizou-se os procedimentos de
isolamento dos compostos químicos presentes no extrato etanólico bruto. Alíquotas de
0,025 g do extrato bruto foram ressuspensas em 7 diferentes misturas de solventes
com diferentes polaridades, sendo hexano 100% (E°0,01); hexano:xileno a 80:20 (E°
0,13); hexano:clorofórmio 50:50 (E° 0,25); clorofórmio 100% (E° 0,40); clorofórmio:
acetato de etila 70:30 (E° 0,45); acetonitrilo:acetona 30:70 (E° 0,59) e acetonitrilo
100% (E° 0,65).
Após a diluição, as amostras permaneceram em banho-maria a 35°C, por 3
horas. Em seguida, o precipitado foi descartado e o sobrenadante foi transferido para
um tubo de peso conhecido, para retirada do solvente por evaporação. As amostras
secas foram pesadas e subtraídas do peso inicial para saber o volume diluído.
As amostras diluídas foram colocadas em capela com ar para completa
evaporação dos respectivos solventes. Em seguida, foram ressuspensas em solução
de água a 4% de ácido acético e acetonitrilo, na proporção 80:20, depois agitadas em
vortex e centrifugadas a 4°C, 14500rpm, por 10 minutos. Após esse procedimento, as
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
40
amostras foram injetadas em cromatógrafo líquido de alta eficiência (HPLC), fazendo
uma corrida de 60 minutos.
4.5. Cromatografia de Líquidos de Alta Resolução
As análises cromatográficas foram realizadas no aparelho Spectra Physics
8810 (Thermo Electron Corporation, Asheville, NC, USA) com um “loop” de injeção de
20 µL., Bomba: SP 8810 LC (Thermo Electron Corporation, Asheville, NC, USA),
elétrica de pistão alternante recíproco. Foi utilizada como fase estacionária a coluna
Mediterranea sea C18 (Teknokroma, S.C.L. Spain), tipo Fase Reversa, longitude (L):
120 mm, diâmetro de partícula (dp): 5μm, diâmetro interno (di): 4,6 mm, temperatura:
25°C, fluxo da fase móvil: de 0,2 mL•min-1 a 1,0 mL•min–1. Detector SP 8490 UV-
Visível (Thermo Electron Corporation, Asheville, NC, USA). Longitude de onda de
análise: 256 nm (segundo o máximo de absorbância obtido no espectro de
absorbância). Range (UAFE): 0,005 unidades. Sistema de integração: DataApex
Clarity LiteTM software para Windows (DataApex Ltd., Praha, Czech Republic). As
análises do extrato foram realizadas segundo gradiente da tabela 1, sendo a pressão
mínima de 10 atm e máxima de 250 atm; λ= 254 nm e range de 0,05.
Tabela 1 – Condições de realização das análises em HPLC.
Tempo Solvente A – água Solvente B – acetonitrilo Fluxo
0 100 0 0,7
30 20 80 0,7
45 20 80 0,7
60 100 0 0,7
Após a obtenção dos cromatogramas, os picos de todas as amostras
analisadas foram comparados em uma tabela, verificando-se a relação de quantidade
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
41
de área do pico com o E° do solvente utilizado e com o tempo de retenção da
substância em cada amostra.
4.6. Extração de fenóis totais
Utilizou-se alíquotas de 10 mg do extrato, ressuspensas em 10 ml de água
destilada, agitada por 15 min, e descartado o preciptado. A fase dissolvida em água foi
submetida à extração liquído-líquido, com uma solução de éter dietílico e acetato de
etila, na proporção de 65:35, e agitado por 5 minutos. Foram realizadas 3 repetições
da extração com volume total de 10 ml (1:1), sendo retirado o sobrenadante a cada 30
minutos de repouso da amostra. Após a secagem, as amostras de fenóis totais obtidas
foram diluídas em água deionizada, obtendo-se duas soluções a 28 e 56 mg/L. A
determinação da extração dos fenóis totais foi realizada pelo método de Lowry e
colaboradores (1951), modificado por Potty (1969).
4.7. Identificação de Stigmasterol e β-amirina no extrato etanólico de P. sagittalis
Os padrões Stigmasterol e β-amirina (Sigma-Aldrich-USA), foram dissolvidos à
proporção de 0,5 mg/mL em Acetonitrilo. Após este procedimento, realizou-se uma
leitura de varredura em espectrofotômetro, com λ variando de 190 a 650 nm. Uma vez
determinados os melhores comprimentos de onda de leitura, realizaram-se novos
cromatogramas com os fenóis totais obtidos no teste anterior, em comparação com os
padrões e, em seguida, com as amostras.
As soluções dos padrões de Stigmasterol e β-amirina foram submetidas à
cromatografia em HPLC, com análise isocrática de 100% Acetonitrilo (ACN), com
λ=215 nm e range de 0,01, em coluna de fase reversa C18.
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
42
4.8. Cromatografia em coluna (CC) e cromatografia em camada delgada (CCD)
Com base nos resultados obtidos, realizou-se uma coluna cromatográfica com
sílica 60 Mesh (Merck), eluída com volumes fixos das misturas de solventes
hexano:xileno (80:20), hexano:clorofórmio (50:50), clorofórmio:acetato de etila (70:30),
acetonitrilo:acetona (30:70) e acetonitrilo (100%). As frações obtidas foram submetidas
à cromatografia em camada delgada, em placa de Sílica Gel 60 Mesh, F254, Merck,
para observação das frações a serem submetidas à nova análise em HPLC, com
intenção de obter as frações referentes aos picos majoritários do extrato em estudo.
4.9. Análise dos compostos por Ressonância Magnética Nuclear
As três amostras isoladas por CC foram diluídas em clorofórmio e submetidas
ao Espectrômetro supercondutor de RMN Multinuclear, com Transformada de Fourier,
modelo AC300F MHz (Bruker), para obtenção dos espectros de RMN H1 e C13,
realizados no Laboratório de Espectroscopia da Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí -
SC. Os espectros obtidos foram analisados com auxílio do Prof. Dr. José Maria
Barboa-Filho, do Laboratório de Tecnologia Farmacêutica da Universidade Federal da
Paraíba, João Pessoa - PB.
4.10. Ensaios comportamentais com animais
4.10.1. Animais
O manejo dos animais ocorreu de acordo com as normas de práticas didático-
científicas e com aprovação prévia do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Tiradentes – UNIT, nº 070209, aprovado em 06/05/2009 (Anexo 3).
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
43
Foram utilizados camundongos albinos Swiss machos, com peso entre 25-30 g
e ratos machos Wistar, com peso entre 200-230 g, cedidos pelo Biotério da UNIT e
acomodados em gaiolas pequenas (n=6). Os mesmos foram mantidos com água e
alimento ad libitum, sendo submetidos a jejum alimentar por 4 a 6 horas antes da
realização dos experimentos. Após cada ensaio farmacológico, os animais foram
sacrificados por administração de tiopenal sódico e acondicionados em freezer para
posterior descarte. Entretanto, os animais submetidos aos testes de campo aberto e
labirinto em cruz elevado, foram sacrificados por deslocamento cervical, com intuito de
retirar o cérebro para posterior utilização na avaliação imunohistoquímica, como uma
tentativa de identificar as áreas de afinidade do extrato em questão.
4.10.2. Preparação das amostras
O extrato etanólico de P. sagittalis e respectivas frações foram diluídos em
água destilada com 5% de DMSO (v/v), e administrados aos animais dos grupos
experimentais, as concentrações utilizadas do extrato foram baseadas nos trabalhos
de Rodrigues (2007) e Barros et al. (2006) que realizaram estudos com os extratos
aquoso e etanólico desta planta, respectivamente. Os animais do grupo controle
receberam água destilada com 5% de DMSO (v/v) (veículo). Os animais do grupo
padrão receberam diazepan, sendo a concentração variável a depender do protocolo
experimental.
4.10.3. “Screening” farmacológica comportamental (CARLINI, 1972)
Esse teste foi realizado como pré-teste, a fim de avaliar o perfil farmacológico
do extrato etanólico de P. sagittalis e suas respectivas frações. Foram utilizados 5
grupos, com 3 animais cada. Os animais dos grupos 1, 2, 3 e 4, receberam,
respectivamente, a administração de 100 mg/mL do extrato etanólico bruto das folhas
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
44
de P. sagittalis e as frações aquosa, etanólica e acetônica, respectivamente, e o grupo
controle recebeu o veículo todos por via intra-peritoneal (i.p.). O comportamento dos
animais de cada grupo foi monitorado durante o período de 4 horas e enquadrado em
categorias que estão descritas no Anexo 4. Após esse período, os animais foram
mantidos com água e ração ad libitum, observados após 24 horas e sacrificados ao
término de 14 dias.
Na triagem farmacológica foram observados os parâmetros de alterações
comportamentais de efeitos estimulantes como: hiperatividade, irritabilidade,
agressividade, tremores, convulsões, auto-limpeza e piloereção; de efeitos
depressores como: hipnose, ptose palpebral, sedação, anestesia, resposta diminuída
ao toque, reflexo auricular e força ao agarrar; bem como de efeitos autossômicos: tipo
de fezes, respiração forçada, micção excessiva, entre outros. Comparando-se os
grupos experimentais com o controle.
4.10.4. Teste de Campo Aberto (TABARELLI et. al., 2004)
Para realização do teste de campo aberto, os animais foram utilizados em
grupos (n=6), os quais receberam a administração do extrato por via oral (p.o.), nas
concentrações de 10, 50, 100 e 200 mg/mL. Após 30 minutos da administração dessas
substâncias, os animais foram colocados no centro do campo aberto quadrado de
72x72 cm (Figura 2), dividido internamente em 16 quadrantes iguais, no qual os
animais permaneceram por 5 minutos. Foram computados o tempo de movimentação
dos animais, o número de auto-limpeza e o número de quadrantes percorridos. Como
droga padrão, utilizou-se Diazepan Cristalia (5 mg/Kg) e solução salina 0,9%, como
controle. A observação da ambulação dos animais permite não só a avaliação da
atividade motora, quando associada ao número de auto-limpeza, como também torna
possível a identificação dos sinais de ansiedade.
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
45
Figura 2 – Aparelho de campo aberto “Open Field”.
Fonte: brc.riken.jp
4.10.5. Teste de Rota Rod (OLIVEIRA et al., 2008)
Para realização desse teste os animais foram utilizados em grupos com (n=6),
os quais receberam a administração do extrato por v.o., nas concentrações de 10, 50,
100 e 200 mg/mL. Os animais foram submetidos ao treino na barra giratória 24 horas
antes do experimento e 30 minutos após a administração das substâncias (v.o.),
sendo avaliados o número de quedas e o tempo de permanência na barra giratória
(Figura 3). O número máximo de quedas permitido foi de 3, sendo que, após a terceira
queda, o animal não mais era reconduzido ao rota-rod. O tempo máximo de
permanência permitido no rota-rod foi de 3 minutos. Como droga padrão, utilizou-se
Diazepan Cristalia (2 mg/Kg) e solução salina 0,9%, como controle. O
comprometimento motor é observado por menor tempo de permanência dos animais
no aparelho.
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
46
Figura 3 – Aparelho de Rotarod.
Fonte: tmc.sinica.edu.tw
4.10.6. Teste de Tempo de Sono Induzido por barbitúrico (CARLINI,
BURGOS, 1979)
Esse modelo apresenta duas etapas distintas de observação após a aplicação
do tiopental: o tempo de latência e o tempo de duração do sono. Os animais foram
separados em grupos (n=6), os quais receberam a administração do extrato por v.o.,
nas concentrações de 10, 50, 100 e 200 mg/mL. Após 30 minutos, receberam a
administração do tiopental sódico ABBOTT (40 mg/Kg) via i.p., e observou-se o tempo
de latência e duração do sono. O tempo máximo de sono considerado foi 120 minutos.
Como droga padrão, utilizou-se Diazepan Cristalia (5 mg/Kg) e solução salina 0,9%,
como controle.
4.10.7. Teste de Labirinto em Cruz Elevado (BLATT; TAKAHASHI, 1999)
Para realização desse teste os animais foram utilizados em grupos (n=6), os
quais receberam a administração do extrato por v.o., nas concentrações de 10, 50,
100 e 200 mg/mL. Após 30 minutos da administração das substâncias os animais
foram colocados no aparato com braços abertos e fechados, medindo 1 m de
comprimento, 10 cm de largura e 50 cm de altura (Figura 4). Os animais
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
47
permaneceram no aparelho por 5 min., sendo computados o tempo de movimentação
do animal e o número de vezes que eles entram em cada braço. Como droga padrão,
utilizou-se Diazepan Cristalia (2 mg/Kg) e solução salina 0,9%, como controle.
Nesse teste, o aumento no número de entradas e no tempo de permanência
dos animais nos braços abertos, em comparação ao grupo controle, corresponde a
parâmetros indicadores da redução da ansiedade dos animais.
Figura 4 – Aparelho do teste de labirinto em cruz elevado.
Fonte: jsw.lifesciences.com
4.10.8. Teste anticonvulsivante induzido por Pentilenotetrazol (LÖSCHER;
SCHIMIDT, 1988)
Para realização desse teste os animais foram utilizados em grupos (n=6), os
quais receberam a administração do extrato por v.o., nas concentrações de 10, 50,
100 e 200 mg/mL. Após 30 minutos, receberam pentilenotetrazol (PTZ) SIGMA (60
mg/Kg) via i.p., e foram observados os tempos de latência para o início das
convulsões e de morte dos animais. Como controle será utilizado Diazepan Cristalia (3
mg/Kg). Os animais foram observados por 20 minutos, para a determinação do
número de convulsões, do tempo de duração das convulsões e do número de animais
mortos. Considera-se que, uma substância ansiolítica, com ação via sistema
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
48
GABAérbico, está associada a um efeito protetor, em animais submetidos à convulsão
induzida pelo PTZ.
4.11. Análise estatística (Magalhães & LIMA, 2009)
Os valores obtidos nos testes foram expressos como a média e, + o erro
padrão da média. Utilizou-se o teste de análise de variância (ANOVA), associado ao
pós-teste de comparações de múltiplas médias de Tukey, utilizados para a verificação
das significâncias estatísticas entre os grupos experimentais. Apenas no teste de
convulsão induzida por PTZ foi utilizado o pós-teste de Duncan. Considerou-se
significativo os valores de p<0,05.
5. Resultados
5.1. Caracterização química do extrato etanólico de P. sagittalis
O extrato etanólico bruto e as respectivas frações aquosa, etanólica e
acetônica de P. sagittalis demonstraram, na prospecção fitoquímica, a presença dos
compostos: alcalóides, cumarinas, flavonóides, taninos, saponinas e triterpenos
(Tabela 2), compostos equivalentes aos compostos encontrados em outras espécies
do mesmo gênero.
Após a caracterização fitoquímica, o extrato e as respectivas frações foram
avaliadas no teste de “screening” farmacológico comportamental para verificação da
amostra mais promissora para estudos farmacológicos. Nesse teste observou-se não
haver diferença comportamental significativa entre os grupos, optando-se por trabalhar
com o extrato bruto nos ensaios pré-clínicos em animais (Tabela 4).
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
49
Tabela 2 – Prospecção fitoquímica de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, na forma de extrato etanólico bruto (EEB) e suas respectivas frações aquosa (Faq), etanólica (FEt) e acetônica (FAc).
Teste de reconhecimento
EEB FAq FEt FAc
Alcalóides + + + - Cumarinas voláteis + + + - Flavonóides + + + + Taninos + + + + Fenóis + + + + Saponinas + + - - Triterpenos e/ou Esteróides
+ - + +
Obs.: Os resultados foram expressos como positivo (+) ou negativo (-).
Utilizando o extrato etanólico bruto, realizou-se a separação de compostos por
solventes de diferentes polaridades e as frações obtidas foram análises em HPLC. A
partir dos espectros (Anexos 5 a 11) foi possível observar o perfil de afinidade química
dos compostos presentes no extrato. Os solventes, cuja força de extração (Єº) variou
entre 0,13 e 0,65, demonstraram capacidade de carrear praticamente os mesmos
compostos químicos, quando comparados os tempos de retenção de cada pico obtido.
Quando submetido à extração com o hexano 100%, o extrato apresentou um
comportamento diferente das demais frações, arrastando algumas substâncias de
muito baixa polaridade (Tabela 3).
Com base na literatura, foram realizados os espectros dos padrões β-amirina e
stigmasterol (Anexo 12). Quando comparados os pontos de retenção dos padrões, em
comparação com os espectros do extrato em estudo, não foi possível identificar os
picos referentes a essas substâncias.
Considerando a afinidade dos padrões β-amirina e stigmasterol por solventes
de baixa polaridade, o extrato etanólico de P. sagittalis submetido à extração de fenóis
totais foi analisado por HPLC, possibilitando assim a identificação dos picos referentes
a esses compostos.
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
50
Tabela 3 – Tabela comparativa com tempo de retenção (T. Ret.) e quantidade de
área, dos picos determinados por HPLC, separados por diferentes misturas de
solventes. Entede-se por E°0,01 (hexano 100%), E° 0,13 (hexano:xileno a 80:20),
E° 0,25(hexano:clorofórmio 50:50), E° 0,40 (clorofórmio 100%), E° 0,45
(clorofórmio: acetato de etila 70:30), E° 0,59 (acetonitrilo:acetona 30:70) e E°
0,65 (acetonitrilo 100%).
E° 0,01
E° 0,13
E° 0,25
E° 0,40
E° 0,45
E° 0,59
E° 0,65
Pico
Rf
(min.)
Área
(%)
Rf
(min.)
Área
(%)
Rf
(min.)
Área
(%)
Rf
(min.)
Área
(%)
Rf
(min.)
Área
(%)
Rf
(min.)
Área
(%)
Rf
(min.)
Área
(%)
A -- -- 19,74 8,13 -- -- -- -- -- -- -- -- 21,78 12,05
B -- -- 21,3 9,11 21,43 12,79 21,66 13,62 21,73 13,62 21,84 11,76 22,94 15,45
C -- -- 21,88 10,59 21,99 2,33 22,23 2,11 22,3 2,24 22,4 1,07 22,4 2,05
D -- -- 22,45 5,17 22,58 5,12 22,83 6,10 22,89 5,69 22,98 8,02 -- --
E 23,32 5,65 23,33 12,81 23,48 14,65 23,71 15,26 23,76 15,04 23,86 16,04 23,8 13,86
F 24,46 4,92 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --
G 25,3 10,20 25,45 54,19 25,62 65,12 25,83 62,91 25,87 63,41 25,97 63,10 25,93 56,59
H 26,99 62,66 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --
I 30,17 13,48 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --
J 31,13 3,10 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --
Considerando a afinidade dos padrões β-amirina e stigmasterol por solventes
de baixa polaridade, o extrato etanólico de P. sagittalis submetido à extração de fenóis
totais foi analisado por HPLC, possibilitando assim a identificação dos picos referentes
a esses compostos.
Na análise das frações obtidas por CC e CCD em HPLC, verificou-se três picos
isolados com diferentes pontos de retenção. As frações foram secas e armazenadas
para posterior análise por Ressonância Magnética Nuclear. Através dos espectros
realizados foi possível verificar a presença de grupo químico característico de
compostos terpênicos. A quantidade da amostra e o método de análise não permitiram
a identificação estrutural das moléculas completa da molécula, mas os pontos de
retenção no espetro de RMN demonstrou similaridade com os eudesmanes descritos
por Guilhon & Müller (1998).
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
51
5.2. Ensaios comportamentais com animais
No “screening” farmacológico comportamental foi observado o potencial
depressor do extrato etanólico bruto de P. sagittalis e suas respectivas frações:
aquosa, etanólica e acetônica, em comparação à administração do veículo. As
alterações observadas, como redução da atividade motora, menor força ao agarrar e
diminuição do reflexo auricular, são características comportamentais da ação de
drogas depressoras do SNC, a exemplo dos benzodiazepínicos e analgésicos de ação
central. Todas as amostras avaliadas demonstraram apresentar efeito semelhante
(Tabela 4). Entretanto, na fração etanólica o efeito sobre o animal foi um pouco mais
prolongado.
Tabela 4. Alterações comportamentais observadas após administração do extrato
etanólico bruto e respectivas frações aquoso, etanólica e aquosa das folhas de P.
sagittalis, na prospecção farmacológica comportamental.
A tabela 5 corresponde aos parâmetros avaliados no teste de campo aberto ou
“Open Field”. Os animais foram submetidos a tratamento prévio (60 min) com o EEB
(10, 50, 100 e 200 mg/Kg), e comparados com animais controle com administração do
veículo e o grupo padrão que recebeu diazepam (2 mg/Kg). Os animais que
receberam as doses de 100 e 200 mg/Kg do EEB apresentaram atividade motora e
Doses Tempo Efeito
100 mg/kg Extrato Etanólico Bruto
Ptose, diminuição da resposta ao tato, sedação, diminuição da defecação, diminuição da força ao agarrar, diminuição do tônus muscular, diminuição do reflexo.
100 mg/kg Fração Acetônica Ptose, diminuição da resposta ao tato, sedação, diminuição da defecação, diminuição da força ao agarrar, diminuição do tônus muscular, diminuição do reflexo.
100 mg/kg Fração Etanólica Ptose, analgesia, diminuição da atividade motora, diminuição da resposta ao tato, sedação, diminuição da defecação e micção, diminuição da força ao agarrar, diminuição do tônus muscular, diminuição do reflexo.
100 mg/kg Fração Aquosa Analgesia, diminuição da resposta motora, diminuição da resposta ao tato, diminuição do tônus muscular, diminuição da força de agarre, diminuição do reflexo.
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
52
exploratória semelhante aos animais que receberam a droga padrão, chamando à
atenção para os parâmetros de tempo de atividade e nº de quadrantes percorrido
pelos referidos animais. A observação da redução do número de auto-limpeza
realizada pelos animais é uma das principais características que demonstra a redução
dos sinais de ansiedade nos animais tratados com as doses de 100 e 200mg/Kg do
extrato.
Tabela 5 – Efeito da administração do extrato etanólico bruto (EEB) de P. sagittalis, nas
doses de 50-200 mg/Kg, em comparação com a administração do veículo, controle, e da
droga padrão, diazepam (2 mg/Kg), no teste de campo aberto.
Letras diferentes como expoente na mesma coluna indicam valores estatisticamente diferentes.
No teste Rota Rod (Figura 5), os animais previamente tratados, por via oral,
com extrato de P. sagittalis (10, 50, 100 e 200 mg/Kg), permaneceram na barra
giratória até o final do tempo, nos períodos de 0, 60 e 90 minutos após a
administração do extrato. Não foi observada diferença significativa entre os grupos
experimentais e o controle, com relação ao tempo de permanência no aparelho,
caracterizando, assim, ausência de efeito sedativo e do relaxamento muscular dos
animais tratados com o extrato. Os valores obtidos foram estatisticamente
significativos quando comparados o grupo controle com o grupo tratado com a droga
padrão (Diazepam 2 mg/Kg).
Parâmetros avaliados
Grupos Tempo em movimento
(seg) Tempo parado
(seg) Nº de quadrantes
internos Nº de quadrantes
externos Nº de auto-
limpeza
Veículo 167,2 + 3,11A 131,2 + 5,07
A 17,6 +2,07 76,4 + 4,72 8,6 + 1,52
Pluc 10 251,8 + 4,66B 48,2 + 4,66
B 25,8 + 3,63 129,6 + 14,93
B 10,6 + 1,14
Pluc 50 257,0 + 12,71B 43,2 + 12,79
B 30,4 + 9,63
A 144,4 + 18,78
A 10,2 + 3,42
Pluc 100 211,0 + 11,2C 89,0 + 11,2
C 14,0 + 5,34
B 106,6 + 34,48 3,8 + 1,64
A
Pluc 200 205,0 + 6,20C 95,0 + 6,2
C 25,2 +2,28 133,8 + 4,21
A 6,0 + 3,16
DZP 2 206,4 + 6,23B,C
88,4 + 5,81C 21,8 + 4,15 130 + 6,89
A 5 + 2,74
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
53
Figura 5 – Avaliação motora, em camundongos previamente tratados (60 min) pela via
p.o. do veículo (n=6), com o extrato etanólico das folhas de P. sagittalis (10, 20, 100 e 200
mg/kg, n=6) ou diazepam (DZP; 5 mg/kg, n=6). As colunas e barras verticais representam
as médias ± EPM, sendo ** p<0,01.
Os resultados de ambulação no teste de campo aberto e o comportamento
observado no rotarod demonstraram que o extrato não provoca alteração na
capacidade motora dos animais, assim como ausência de sedação.
Os animais que receberam doses de 50, 100 e 200 mg/Kg do extrato etanólico
de P. sagittalis apresentaram uma diminuição na latência e um aumento no tempo de
sono induzido por pentobarbital (Tabela 6), demonstrando o efeito depressor do
extrato, semelhante ao observado nos animais tratados com diazepam 5 mg/Kg.
O labirinto em cruz elevado é, atualmente, um dos modelos animais mais
utilizado para avaliar o efeito de substâncias sobre a ansiedade, tendo sido
empregado por muitos laboratórios em pesquisas, na última década, para uso em
ambos os ratos e camundongos, apoiadas pela utilização de um ansiolítico clássico, o
diazepam (ESPEJO, 1997).
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
54
Tabela 6 – Efeito do extrato etanólico de P. sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteracea, no teste
de tempo de sono induzido por pentobarbital (40 mg/kg i.p.) em camundongos, em
comparação com o grupos controle (veículo) e diazepam (DZP).
Grupos Latência do sono (min) Duração do sono (min)
Veículo 2,68 + 0,2 27,4 + 5,03
Pluc 10 2,61 + 0,2 36,3 + 4,31
Pluc 50 2,30 + 0,07* 76,7 + 6,94*
Pluc 100 1,80 + 0,09* 114,7 + 5,65*
Pluc 200 1,80 + 0,05* 118,2 + 3,25*
DZP 5 1,30 + 0,07* 120,0 + 0*
Valores expressos em média + erro padrão da média. Valore * p<0,01, comparado com o
controle.
No teste de labirinto elevado, na tabela 7, os resultados mostram que há
semelhança de comportamento entre os animais que receberam administração de
diazepam, em comparação aos animais tratados com o extrato etanólico de P.
sagittalis na dose de 200 mg/Kg. Observa-se que o tempo gasto nos braços abertos,
pelos animais que receberam essa dose do extrato (178,60+9,15 seg.), mantém-se
estatisticamente semelhante ao tempo gasto pelos animais que receberam o
diazepam (184,20 + 38,68 seg.). Com base no efeito observado nas outras doses
administradas do extrato, verifica-se um possível efeito dose-dependente, no qual a
dose de 200 mg/Kg, por ser a mais elevada, tenha produzido o melhor efeito nesse
teste. Além disso, houve aumento significativo (p<0,01) no número de entradas nos
braços abertos pelos animais submetidos a essa dose.
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
55
Tabela 7 – Efeito da administração do extrato etanólico bruto de P. sagittalis, nas doses
de 10-200 mg/Kg, em comparação com a administração do veículo, controle, e da droga
padrão, diazepam (2 mg/Kg), no teste de labirinto em cruz elevado.
Parâmetros avaliados
Grupos Permanência em
braço aberto Permanência em
braço fechado Nº de entradas no
braço aberto Nº de entradas no
braço fechado
Veículo 58,60 + 19,48A 241,40 + 22,03
A 3,2 + 1,3
A 6,6 + 1,14
Pluc 10 73, 60 + 16,62A 227,60 + 17,52
A 5,2 + 0,84
A 8,2 + 0,84
Pluc 50 157,20 + 19,59B 154,20 + 29,35
B 6,8 + 1,48
B,C 7,8 +0,84
A
Pluc 100 131,80 + 12,99A 160,20 + 29,54
B 3,2 + 1,48
A 5,6 + 0,89
B
Pluc 200 178,60 + 9,15B,C
121,40 + 9,15B,C
6,2 + 0,84B,C
5,2 + 0,84A,C
DZP 2 184,20 + 38,68B,C
97,00 + 17,72B,C
7,0 + 1,0B,C
3,6 + 0,89A,C
Letras diferentes como expoente na mesma coluna indicam valores estatisticamente diferentes.
O extrato etanólico de P. sagittalis nas doses de 100 e 200 mg/Kg teve efeito
protetor, observado pelo curto tempo de duração das convulsões e da ausência de
morte dos animais tratados com essas doses, em comparação com os animais do
grupo controle (Tabela 8).
Tabela 8 – Efeito da administração do extrato etanólico bruto de P. sagittalis, nas doses
de 50-200 mg/Kg, em comparação com a administração do veículo, controle, e da droga
padrão, diazepam (3 mg/Kg), no teste anticonvulsivante induzido por pentilenotetrazol.
Grupos Animais N° de
convulsão Duração da convulsão
Animais/ convulsão Morte Proteção
Veículo 6 20,2 153,3 6 6 0
Pluc 10 6 22,0 97,6 6 1 83,3
Pluc 50 6 22,4 27,2* 6 1 83,3
Pluc 100 6 5,8* 12,6* 6 0 100
Pluc 200 6 0,6* 2,8* 1 0 100
Diaz 3 6 0* 0* 0 0 100
Valores expressos em média + erro padrão da média. Valore * p<0,05, comparado com o
controle.
A atividade anticonvulsivante do extrato na dose 200 mg/Kg demonstrou ser
capaz de proteger os animais na latência da convulsão, uma vez que, apenas um
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
56
animal desenvolveu as contrações tônicas, resultado semelhante ao observado com
os animais tratados com diazepam 2 mg/Kg.
6. Discussão
Transtorno de ansiedade é uma das doenças mentais mais comuns
manifestadas no homem (RABBANI et al., 2007). Os benzodiazepínicos são utilizados
como o principal grupo de medicamentos no tratamento de diferentes formas de
ansiedade. Apesar de seus benefícios, existem vários efeitos colaterais, como
sedação, relaxamento muscular, amnésia e dependência física (SOUZA et al., 2008).
Os mecanismos mais explorados para compreensão e tratamento da ansiedade,
relacionam-se à ação de drogas nos sistemas gabaérgico (UHLENHUTH et al., 1999)
e serotoninérgico (PINHEIRO et al., 2002, ANDREATINI et al., 2001).
A busca por novas alternativas terapêuticas no tratamento das TAGs, que
resultem em maior eficácia e menos efeitos colaterais, em comparação aos
tratamentos tradicionais, provocou um aumento no número de pesquisas utilizando
plantas medicinais com essa finalidade, nas últimas décadas (SOUSA et al., 2008). Na
medicina popular, algumas espécies de plantas são usadas como calmante, devido a
sua potencial ação depressora sobre o sistema nervoso central, tais como Passiflora
incarnata, Valeriana officinalis e Piper methysticum (kava-kava) (QUINTANS-JÚNIOR
et al., 2008, TABACH et al. , 2009).
Drogas vegetais são caracterizadas, no Brasil, como a planta medicinal ou
suas partes, após processamento, na forma triturada ou pulverizada (BRASIL, 2004).
Quando essas substâncias apresentam efeitos associados ao SNC, são
caracterizadas como drogas psicoativas, e, sua ação pode proporcionar alterações
fisiológicas e comportamentais no ser humano, interferindo na capacidade cognitiva,
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
57
nos padrões de pensamento e humor, sendo classificadas como: estimulantes,
depressoras ou alucinógenas (ALMEIDA, 2006). A investigação farmacológica de
produtos naturais, que apresentam atividade sobre o SNC, tem auxiliado a
compreensão das bases neuroquímicas de muitas doenças (PASSOS et al., 2009).
As espécies da família Asteraceae são amplamente estudadas por
apresentarem componentes químicos de interesse farmacológico, a exemplo de
poliacetilenos, lactonas, óleos essenciais e terpenos, do tipo sesquiterpenos
(STEFANELLO, 1993). Com relação ao gênero Pluchea, é descrita a presença de
flavanóides e terpenos como compostos característicos do grupo (REYES-TREJO,
JOSEPH-NATHAN, 1999), como arguticinina (AHMAD, FIZZA, 1998) e pluchecinina
(AHMAD et al., 1989). Neste estudo, determinou-se a presença de alcalóides,
cumarinas, flavanóides, taninos, fenóis, saponinas e terpenos no extrato etanólico de
P. sagittalis. Estes resultados estão em correspondência com os estudos de outras
espécies do gênero, que destacam a presença de alcalóides em P. odorata e P.
tomentosa (CÓRDOVA et al., 2006), lactonas, taninos, terpenos e flavanóides em P.
carolinensis (CÓRDOVA et al., 2006, PEREIRA et al., 2007) e fenóis, como ácido
cafeiolquinico em P. sagitallis (MARTINO et al., 1979).
Barros et al. (2006), descrevem a possibilidade dos constituintes β-amirina,
stigmasterol e taraxasterol estarem relacionas à ação farmacológica da planta. Na
análise realizada para identificação dos compostos presentes no extrato etanólico de
P. sagittalis, verificou-se que a ß-aminina e stigmasterol estão presentes em
concentrações muito baixas, sendo observada apenas quando o extrato é fracionado
com solventes de muito baixa polaridade (hexano), sugerindo que estes não sejam,
necessariamente, os compostos responsáveis pelos efeitos farmacológicos
observados com esse extrato.
Nas análises de RMN de três compostos isolados do extrato etalólico de P.
sagittalis, identificou-se a presença de compostos terpênicos, do tipo sesquiterpenos.
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
58
Em estudos com o extrato hexânico desta planta, foram identificados sesquiterpenos
derivados eudesmane, stigmasterol, ß-amirina, taraxasterol e pseudo-taraxasterol,
entre outros (GUILHON, MÜLLER, 1996, GUILHON, MÜLLER,1998, VERA et al.,
2008).
Os compostos terpênicos são substâncias do metabolismo secundário das
plantas derivados da biossíntese dos isoprenos. Na medicina popular, assim como na
terapêutica, plantas contendo derivados terpênicos têm sido usadas por apresentarem
atividades sedativas, tranqüilizantes e anticonvulsivantes. Entre os vários
sesquiterpenos de ação sobre o SNC, o ácido valerênico é um dos compostos
responsáveis pelos efeitos da Valeriana officinalis, cuja ação ocorre sobre o sistema
GABAérgico (PASSOS et al., 2009).
Estudos farmacológicos de plantas do gênero Pluchea têm demonstrado
atividade anti-inflamatória e analgésica de P. quitoc (BARROS et al., 2006), antioxidant
de P. carolinensis (PEREIRA et al., 2006), e atividade indutora do sono e redutora da
atividade motora de Pluchea indica (THONGPRADITCHOTE et al., 1999). Utilizada na
medicina tradicional da América do Sul, a Pluchea sagittalis é empregada no
tratamento de doenças do aparelho digestivo. Entretanto, efeitos anti-inflamatórios
foram demontrados em estudos de triagem de plantas medicinais, com características
semelhantes às outras espécies do gênero como P. lanceolata e P. indica (PÉREZ-
GARCÍA et al., 1996).
O extrato etanólico de P. sagittalis e respectivas frações demonstram potencial
efeito depressor do SNC no “screening” farmacológico comportamental. Este teste de
caráter preliminar é utilizado para avaliar as possíveis ações farmacológicas de extrato
de plantas medicinais e respectivas frações, através de observações detalhadas do
comportamento animal.
Nesse teste é possível caracterizar os prováveis efeitos da planta sobre o SNC,
frente a um agente psicofármaco. São observados parâmetros que caracterizam
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
59
toxicidade e ação estimulante ou depressora de plantas medicinais (CARLINI, 1972).
Os modelos comportamentais de ansiedade têm se demonstrado eficientes na
perspectiva de investigar novos compostos com potencial farmacológico sobre os tipos
de TAGs (GRAEFF; ZANGROSSI, 2002, LOLLATO et al., 2010).
Os resultados obtidos nos testes comportamentais demonstraram que o extrato
etanólico de P. sagittalis, especialmente na dose de 200 mg/Kg, apresenta potencial
efeito depressor sobre o SNC, agindo como indutora e potencializadora do sono,
ansiolítica e capaz de proteger os animais contra convulsões induzidas por
pentilenotetrazol. Além de apresentar uma vantagem de não provocar sedação ou
perda da coordenação motora, quando comparados com as agentes farmacológicos
tradicionais, a exemplo dos bezodiazepínicos.
Sedação e déficit psicomotores podem ser produzidos pela exposição aos
benzodiazepínicos, aumentando os riscos de acidentes de viação e fraturas em
idosos, como consequência dos seus efeitos sobre o SNC (OTOBONE et al., 2005).
Em campo aberto e testes rotarod, os animais tratados com o extrato etanólico de P.
sagittalis demostraram uma redução dos comportamentos de ansiedade, sem
comprometer a atividade motora dos animais, sendo esta uma vantagem considerável
da utilização dessa planta, em relação a outras terapêuticas utilizadas como
ansiolítica. Estes testes permitem avaliar a coordenação motora dos animais após
administração de fármacos, seja por sedação e/ou por relaxamento muscular.
Os resultados obtidos no teste do sono induzido por pentobarbital mostrou que
o extrato etanólico de P. sagittalis foi capaz de reduzir a latência do sono e
potencializar o sono induzido por pentobarbital em camundongos. O efeito observado
nos animais tratados com o extrato demonstrou-se semelhante quando comparado ao
grupo diazepam. Este efeito pode ser observado em muitos ansiolíticos, hipnóticos e
drogas anti-epiléticas que foram administradas para causar prolongamento do
pentobarbital, induzidas por tempo de sono (KIM et al., 2007).
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
60
Estudos realizados com Cinnamomum cassia Blume demonstraram que
animais tratados com o extrato etanólico apresentaram aumento no número de
entradas e no tempo gasto nos braços abertos no teste de labirinto em cruz elevado,
mas não alterou a atividade locomotora no campo aberto. A ação ansiolítica observada
com o extrato dessa planta é regulada pelos sistemas gabaérgico e serotonérgico,
comprovada pelo uso de drogas antagonistas seletivas (YU et al., 2007).
Os comportamentos observados nesse estudo são compatíveis com os dados
obtidos com o extrato etanólico de Pluchea sagittalis. A associação entre os efeitos
ansiolíticos, hipnóticos e anticonvulsivantes observados aqui, sugerem a ação do
extrato sobre o sistema GABAérgico, uma vez que este receptor tem uma interação
direta de compostos benzodiazepínicos e barbitúricos, e as substâncias que interagem
no mesmo local podem promover e prolongar o sono comportamentos para reduzir
ansiedade.
Contudo, a ação do extrato sobre o sistema serotoninérgico é descartada, uma
vez que os efeitos de sedação e alterações motoras esperados na modulação do
sistema GABAérgico não são observados com a administração do extrato em questão,
sendo necessário a realização de estudos com antagonistas desses receptores para
confirmação dos mecanismos de ação do extrato desta planta.
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
61
7. Conclusão
Conclui-se que o extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera
apresenta atividade depressora do sistema nervoso central reduzindo os sinais de
ansiedade, sem causar alterações motoras ou sedação, efeitos possivelmente
resultante da participação dos compostos terpênicos presentes no extrato.
Com base nos efeitos observados, acredita-se que a ação desse extrato seja
sobre o sistema GABAérgico, não descartando a possibilidade de interação com o
sistema serotoninérgico, tendo em vista que, algumas plantas medicinais, que
provocaram as mesma alterações de comportamento em animais, agem nos dois
sistemas.
Sugere-se a realização de novos estudos fitoquímicos do extrato etanólico de
Pluchea sagittalis, que permitam a identificação dos compostos. Indica-se também
realização de experimentos utilizando drogas antagonistas em modelos
comportamentais pré-clínicos na tentativa de compreender melhor os mecanismos de
ação desse extrato sobre o sistema nervoso central.
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
62
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Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
75
9. Anexos
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
76
Anexo 1 – Registro da P. sagittalis no herbário da Universidade Federal de Sergipe em 1982.
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
77
Anexo 2 – Registro da P. sagittalis no herbário da Universidade Federal de Sergipe em 1988.
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
78
Anexo 3 – Liberação do Comitê de Ética em Pesquisa – CEP-UNIT.
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
79
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
80
Anexo 4 – Parâmetros Avaliados na Prospecção Farmacológica Comportamental
PROSPECÇÃO FARMACOLÓGICA COMPORTAMENTAL
Nome da planta :___________________________Dose:___________Parte usada:_______
Veículo:_______________Data: ___/___/___Via de administração:___________________
Espécie animal:_____________________Sexo:____Responsável técnico:______________
Grupos:___________________________________________________________________
Atividade
farmacológica
Instantes de observações
0,5h 1h 2h 3h 4h
1-SNC
a)Estimulante
Hiperatividade
Irritabilidade
Agressividade
Tremores
Convulsões
Piloereção
Mov. Int. vibrissas
b)Depressora
Hipnose
Ptose palpebral
Sedação
Anestesia
Ataxia
Refle. Endireita.
Catatonia
Analgesia
Res.Toque dimin.
Refl. Corne dim
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
81
Refl. Auri.dimi.
c)outros
Ambulação
Bocejo excessivo
Auto limpeza
Levantar
Escalar
Vocalizar
Sacudir a cabeça
Contorção abdom
Abdução posterior
Pedalar
Estereotipia
2-SNA
Tipo de fezes
Respiração forçada
Lacrimejamento
Micção
Salivação
Cianose
Tono muscular
Força para agarrar
Quantificação dos efeitos: (0): sem efeito; (-): efeito diminuído; (+): efeito presente; (++): efeito
intenso.
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
82
Anexo 5 – Cromatograma do extrato etanólico de Pluchea sagittalis extraído com Hexano 100%.
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
83
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
84
Anexo 6 - Cromatograma do extrato etanólico de Pluchea sagittalis extraído com Hexano:Xileno 80:20
(v/v).
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
85
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
86
Anexo 7 - Cromatograma do extrato etanólico de Pluchea sagittalis extraído com Hexano:Clorofórmio
50:50 (v/v).
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
87
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
88
Anexo 8 - Cromatograma do extrato etanólico de Pluchea sagittalis extraído com Clorofórmio 100%.
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
89
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
90
Anexo 9 - Cromatograma do extrato etanólico de Pluchea sagittalis extraído com Clorofórmio:Acetato
de etilo 70:30 (v/v).
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
91
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
92
Anexo 10 - Cromatograma do extrato etanólico de Pluchea sagittalis extraído com Acetonitri-
lo:Acetona 30:70 (v/v).
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
93
Anexo 11 - Cromatograma do extrato etanólico de Pluchea sagittalis extraído com Acetonitrino 100%
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
94
Efeito ansiolítico do extrato etanólico de Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, em modelos comportamentais
95
Anexo 12 - Cromatograma dos fenóis totais obtidos do extrato etanólico de Pluchea sagittalis
apresentando os picos referentes à β-amirina estigmasterol.
86
Anexo 13 – Espectro de RMN C13 da fração F1 isolada do extrato etanólico por Cromatografia em coluna.
87
Anexo 14 – Espectro de RMN 1 da fração F1 isolada do extrato etanólico por Cromatografia em coluna.
* Corresponding author. Tel.: +55 79 32182190; Fax: +55 79 32182190. E-mail addresses: [email protected]
Anxiolytic effect of the ethanolic extract of the Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae,
in behavioral models.
S. A. Rodrigues1*, A. A. Souza2, M. Z. Gomes1, L. Xavier-Filho1
1 Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), Universidade Tiradentes (UNIT), Av. Murilo Dantas,
300, Farolândia, 49032-490, Aracaju, Sergipe, Brazil.
2 Departamento de Fisiologia, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Campus Universitário
“Prof. Aloísio de Campos”, 49100-000, São Cristóvão, Sergipe, Brazil.
Abstract
Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, Asteraceae, is one medicinal plant of South American, used
to treatment of digestive disease and inflamations. In the study, the anxiolytic effect of
ethanolic extract (EE) from leaves of the P. sagittalis was evaluated using behavioral models in
animal. The EE (200 mg/Kg) know anxiolytic effect observed with increased the number of
entries and the time they remained into the open arms in the elevated plus maze test,
prolonged the during of sleep in pentobarbital-induced sleep test (100 e 200 mg/Kg). In the
open field and rotarod tests, not was observed sedation or motor impairment of animals
treated with EE. The behavioral observed in this study, suggest the potential anxiolytic and
sleep-inducing caused by EE of Pluchea sagittalis.
Keywords: Pluchea sagittalis; elevated plus-maze; pentobarbital-induced sleep; anxilytic.
1. Introduction:
The plants of the genus Pluchea, a member of the family Asteraceae, tribu Inuleae, consist of
appromately 80 species distributed in the countries of South American, Asian, Africa and
Australia (Venable, Levin, 1983; Bremer, 1994). Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera, known as
“yerb lucero”, “quitoc” or “tabacarana”, and synonymous: Gnaphalium suaveolens Vell.,
Pluchea quitoc DC. Infusions from aerial parts of the plant is widely used in traditional
medicine as a chest, carminative, stomach agent, digestive disease and dolorous processes
(Lorenzi, Matos, 2002).
Phytochemical studies report the presence of eudesmane-type sesquiterpeniods (Guilhon,
Müller, 1996), flavanoids (Martino et al., 1976), caffeoylquinic derivatives (Martino et al.,
1979) and taraxasteryl acetate (Pérez-García et al., 2005).
Pharmacological studies has shown the anti-proliferative activity against human tumour cell
lines (Monks et al., 2002), the contribuition of an antioxidant mechanism to the anti-
inflammatory activity the aquous extract (Pérez-García et al., 1996), inhibition the expression
of the protein hsp72 in human neutrophilis whith dichloromethane extract (Pérez-García et
al., 2001), besides prolonged the sleep time indiced (Rodrigues, 2007). The ethanolic extract
from aerial parts of P. quitoc known to have action in control the hematopoietic response
during bacterial infection (Queiroz et al., 2000), anti-inflamatory and anti-noceptive activity
* Corresponding author. Tel.: +55 79 32182190; Fax: +55 79 32182190. E-mail addresses: [email protected]
against pain induced (Barros et al., 2006) and the oral treatment, the extract know
gastroprotective action against gastric lesions induced by ethanol (Figueredo et al., 2011).
Therefore, considering the therapeutical attribuited to this plant, the main objective of this
work was to investigate the possible anxiolytic effects of the ethanolic extract from leaves of
the Pluchea sagittalis (Lam.) Cabrera.
2. Materials and Methods
2.1. Plant material
The specimens of P. sagittalis were collected in neighborhood Japãozinho, Aracaju, Sergipe,
Brazil. A voucher specimen (ASE 03048) was deposited in the Herbarium of the Department of
Botany, Federal University of Sergipe.
2.2. Extract preparation
The dry leaves of Pluchea sagittalis (1000 g) were powdered and ethanolic extact was
prepared by Soxleht extraction (8 h), then concentrated under reduced pressure, below 40°C.
2.3. Animals
In these experiments were using adult male Swiss mice (25-30 g) and male Wistar rats (200-
250 g) obtained from the Animal House of Tiradents University (UNIT). The animals were kept
in polypropylene cages at a room temperature of 22 + 2 °C with 12-h light/dark cicle and with
free Access to food and water. The animals were habituated to the laboratory condictions for
24 hours before testing. The experiments were always conduced between 14:00 and 18:00 h.
The experiments were approved by the Research Ethics Committe of the Unit (Protocol n°
070209). The animals was used only once during the experiments.
2.4. Extract administration
The EE was dissolved in destilled water with 5% DMSO (v/v) before experiments. Control group
were treated with vehicle and diazepam (DPZ, Roche). The all substances was administered
orally (p.o., gavage) 30 min before the experiments.
2.5. Behavioral evaluation
2.5.1. Elevated plus-maze
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The Wistar rats were distributed in six groups of 6 animals treated with EE (10, 50, 100 and 200
mg/Kg, oral), control and diazepam (2 mg/Kg) were submitted to the elevated plus maze. The
number of entries into in the closed and open arms as well as how long they stayed there
within were registred for 5 min. The higher the entries and the time remained in the open
arms were considered lower their level of emotionality (Lister, 1987).
2.5.2. Pentobarbital-induced sleep
Mice were distributed in six groups of 6 animals treated with EE (10, 50, 100 and 200 mg/Kg,
oral), control and diazepam. The animals recived 50 mg/Kg of sodium pentobarbital (Cristália)
injected intraperitoneally (i.p.). The latency and duration of sleep were registered for time limit
fixed at 2 hours (De-Paris et al., 2000).
2.5.3. Open Field
Mice treate with EE (10, 50, 100 and 200 mg/Kg, oral), control and diazepam. Affter 30 min, all
animals were submitted to the open-field test, during for 5 min. Were registered the number
of grooming and ambulation (Tabarelli et. al., 2004).
2.5.4. Rotarod
This method was used to observe motor activity and sedation of animals. Mice was trained on
a rotarod for 3 min, three times on the day prior to the experiment. The animals were
submitted at rotarod after 30, 60 and 90 min the administration the substances (EE, vehicle
and diazepam). The times that the mice remained on the rotating rod were recorded. The time
limit was fixed at 3 min (Oliveira et al., 2008).
2.6. Statistical analysis
The results were presented as means + S.E.M. for six animals per group. Differences between
control and treatment groups were tested for significance P<0,05 by ANOVA followed by Tukey
test.
2.7. Results
In table 1, the results of the EE in elevated plus maze test showed an increase of time spent
and numbers of entries in the open arms in groups treated with EE using doses 200 mg/kg
(p.o.). This behavioral was similar results occur in standard group (DZP 2 mg/kg, p.o.). The
anxiolytic effect is driven by the conflict between fear (open space and novelty) and
exploration (novelty). Anxiolytic drugs increase the number of entries into and/or time in open
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arms. The outher doses tested did not had statistical significance in comparasion with control
group.
TABLE 1
Administration of the EE of the P. sagittalis caused a decrease in the latency and an increase
on the sleeping time induced by pentobatbital (Table 2). The results demonstrated the
depressant effect of the extract, similar to that observed in animals treated with diazepan.
TABLE 2
Table 3 shows the motor activity the animals submitted of open field test, were analyzed the
number of crossings and the ambulation time. The treatment with EE (10-200 mg/Kg, p.o.) did
not show alter the ambulation of mice in the open Field test.
TABLE 3
In the rotarod test were evaluated the motor activity parameters, since the EE of P. sagittalis
prolonged sleep time of the animals, featuring the hypnotic effect of the plant. In this test, it
did not alter any parameters evaluated (Figure 1), demonstrating that it does not impair the
motor coordination of the animals and does not manifest neurotoxic effects as well,
confirming the effect of the open field test.
FIGURE 1
2.8. Discussion
Anxiety disorder is one of most common mental diseases manifested by humans (Rabbani et
al., 2007). Benzodiazepines are used as the main group of drugs in the treatment of different
forms of anxiety. Despite its benefits, there are several side effects such as sedation, muscle
relaxation, amnesia and physical dependence (Souza et al., 2008). These effects are resulting
from the action of these drugs on the GABAergic system in the central nervous system
(Uhlenhuth et al., 1999).
The need for alternative therapies that result in fewer side effects has stimulated the conduct
of research using medicinal plants in treating anxiety disorders. In folk medicine some species
are used for their potential on the central nervous system controlling the signs of anxiety, such
as Passiflora incarnata,Valeriana officinalis and Piper methysticum (kava-kava) (Quintans-
Júnior et al., 2008, Tabach et al., 2009).
The plants of genus Pluchea are used in the treatment of several conditions, including
desorders of the bowel and kidney (Sen et al., 2002). Extract of the Pluchea indica Less.
demonstrated sleep-inducing activity and decreased locomotor activity of rats
(Thongpraditchote et al., 1999).
The results obtained in the pentobarbital-induced sleep test showed that EE of the P. sagittalis
potentiates pentobarbital-induced sleep behaviors in mice, the effect observed in animals
treated with EE demonstrated decreased similarly when compared to diazepam. This effect
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can be observed in many hypnotic, antianxiety and antiepilepsy drugs have been shown to
cause prolongation of pentobarbital-induced sleep time (Kim et al., 2011).
The association between anxiolytic and hypnotic effects observed in this study suggest the
action of the EE on the GABA receptor, since this receptor has direct interaction of
benzodiazepines and barbiturates compounds, and substances that interact on the same site
can promote and prolong sleep behaviors to reduce anxiety (Möhler et al., 2002).
Sedative and psychomotor deficits produced by benzodiazepine exposure are associated with
an increased risk of motor vehicle accidents and hip fracture rates in the elderly, especially
with longer acting compounds (Otobone et al., 2005). In open field and rotarod tests, the
animals treated with EE showed a reduction in anxiety jams without compromising motor
activity, so the EE P. sagittalis had a considerable advantage over other herbal extracts used
for this purpose.
2.9. Conclusion
In synthesis, the present study shows that EE was able in reducing the anxiety of the animals
when assessed in the behavioral models. This anxiolytic effect can be observed in other plants,
though the Pluchea sagittalis brings the advantage of the absence of sedative effects and
relaxing common between plants considered anxiolytic.
Acknowlegement
The authors are grateful to the RENORBIO and Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) for
infrastructure and financial support. The authors like to express their sincere thanks to Marília
Trindade and Prof. Dr. Lucindo J. Quintans-Júnior from Universidade Federal de Sergipe.
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