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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR CHRISTIANY DO NASCIMENTO TAVARES EFEITO DA INOCULAÇÃO DO FUNGO TRICHODERMA HARZIANUM RIFAI NO DESENVOLVIMENTO DE UMA VARIEDADE DO FEIJOEIRO COMUM (PHASEOLUS VULGARIS L.) Goiânia – GO 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR

CHRISTIANY DO NASCIMENTO TAVARES

EFEITO DA INOCULAÇÃO DO FUNGO TRICHODERMA

HARZIANUM RIFAI NO DESENVOLVIMENTO DE UMA VARIEDADE DO FEIJOEIRO COMUM (PHASEOLUS VULGARIS L.)

Goiânia – GO

2007

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CHRISTIANY DO NASCIMENTO TAVARES

EFEITO DA INOCULAÇÃO DO FUNGO TRICHODERMA

HARZIANUM RIFAI NO DESENVOLVIMENTO DE UMA VARIEDADE DO FEIJOEIRO COMUM (PHASEOLUS VULGARIS L.)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Biologia

Orientador: Prof. Dr. Tomás de Aquino Portes e Castro Co-orientador: Prof. Dr. Cirano José Ulhoa

Goiânia – GO 2007

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CHRISTIANY DO NASCIMENTO TAVARES

EFEITO DA INOCULAÇÃO DO FUNGO TRICHODERMA

HARZIANUM RIFAI NO DESENVOLVIMENTO DE UMA VARIEDADE DO FEIJOEIRO COMUM (PHASEOLUS VULGARIS L.)

Dissertação defendida no Curso de Mestrado em Biologia da Universidade Federal de Goiás, para obtenção do grau de Mestre, aprovada em _________ de _________, pela Comissão Examinadora constituída por:

---------------------------------------------------------------------- Prof. Dr.Tomás de Aquino Portes e Castro

Orientador/Presidente UFG

----------------------------------------------------------------------- Prof. Dr. Agostinho Dirceu Didonet

Membro Titular UFG

------------------------------------------------------------------ Dr. Adilson Lopes Lima

Membro Titular

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“Dedico esse trabalho à Deus, aos meus pais, Francisco e Gertrudes, e às minhas irmãs Emmanuelly e Kelly, que sempre deram força e ânimo em minha caminhada. Agradeço-lhes todo amor e todo carinho.”

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AGRADECIMENTOS

À Universidade Federal de Goiás pela estrutura oferecida para realização deste trabalho.

Ao órgão financiador CAPES que me auxiliou com o fornecimento da bolsa de mestrado.

Ao professor e orientador dessa dissertação, Dr. Tomás de Aquino Portes e Castro.

Ao professor e co-orientador dessa dissertação, Dr. Cirano José Ulhoa.

Ao pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, Dr. José Benedito Trovo, pelo auxílio na

utilização do programa SAS.

Ao pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, Dr. Nand Kumar Fageria, e ao Prof. Dr.

Wilson Mozena Leandro pelos ensinamentos sobre solo.

Aos amigos e colegas do laboratório de Fisiologia Vegetal Cíntia, Daiana, Joyce,

Leandro, Maloni, Michele e Rodrigo pelo companheirismo e ajuda durante este trabalho.

Aos amigos e colegas do Laboratório de Enzimologia.

Ao meu namorado, Wesley, pela ajuda e carinho durante o desenvolvimento deste

trabalho.

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"Se você tem uma maçã e eu tenho uma maçã, e trocarmos estas maçãs, então eu e você teremos ainda apenas uma maçã. Mas se eu tenho uma idéia e você tem uma idéia, e trocarmos nossas idéias, então cada um de nós terá duas idéias." George Bernard Shaw

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SUMÁRIO LISTA DE TABELAS.................................................................................................. 7 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS.................................................................... 8 RESUMO ..................................................................................................................... 9 ABSTRACT ............................................................................................................... 10 1 – INTRODUÇÃO.................................................................................................... 11 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 13

2.1-Cultura do feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) ......................................... 13 2.2 - Gênero Trichoderma ....................................................................................... 17 2.3 - Aplicação do Trichoderma na agricultura........................................................ 19

2.3.1 - Controle biológico.................................................................................... 19 2.3.2 - Promoção de crescimento ......................................................................... 23

3 - OBJETIVO............................................................................................................ 28 3.1 - Objetivos gerais .............................................................................................. 28 3.2 - Objetivos específicos ...................................................................................... 28

4 – MATERIAL E MÉTODOS................................................................................... 29 4.1 - Local de condução do experimento ................................................................. 29 4.2 - Solo ................................................................................................................ 29

4.2.1-Preparo do solo .......................................................................................... 29 4.3 - Origem e manutenção dos fungos.................................................................... 30 4.4- Sementes.......................................................................................................... 30

4.4.1 - Esterilização das sementes........................................................................ 31 4.4.2 - Tratamento das sementes.......................................................................... 31

4.5 - Teste de germinação in vitro ........................................................................... 31 4.6 - Plantio ............................................................................................................ 31 4.7 - Análise do material vegetal ............................................................................. 32

4.7.1- Estimativa da área foliar ............................................................................ 32 4.7.2 – Avaliação direta da planta........................................................................ 33

4.7.2.1 – Área foliar................................................................................. 33 4.7.2.2 – Volume radicular....................................................................... 33 4.7.2.3 – Massa seca ................................................................................ 33

4.8 - Avaliação do solo............................................................................................ 34 4.8.1 - Determinação de atividade da fosfatase ácida do solo............................... 34 4.8.2 – Determinação do pH do solo.................................................................... 35 4.8.3 – Determinação do fósforo disponível no solo ............................................ 35 4.8.4 – Determinação da massa orgânica do solo (MOS) ..................................... 35 4.8.5 - Recuperação de isolados de Trichoderma a partir de solo ......................... 36

4.9 - Análise estatística dos dados ........................................................................... 36 5- RESULTADOS ...................................................................................................... 37 6 – DISCUSSÃO ........................................................................................................ 47 7 – CONCLUSÃO...................................................................................................... 55 8 – PERSPECTIVAS.................................................................................................. 56 9 - REFERÊNCIAS .................................................................................................... 57 ANEXOS.................................................................................................................... 66

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LISTA DE TABELAS TABELA 1 – Atributos físico-químicos do solo avaliados antes do plantio em

profundidade de 0 a 20 cm.

TABELA 2 - Análise de variância da regressão para determinação de área foliar

estimada.

TABELA 3 – Taxa de germinação in vitro de sementes de feijão inoculadas com

isolados de Trichoderma harzianum

TABELA 4 – População de Trichoderma harzianum contida nas amostras de solo

coletadas aos 45 e 66 DAE do feijoeiro.

TABELA 5 - Área foliar das plantas de feijão submetidas ao tratamento das sementes

com diferentes isolados de Trichoderma harzianum.

TABELA 6 – Altura das plantas de feijão submetidas ao tratamento das sementes com

diferentes isolados de Trichoderma harzianum.

TABELA 7 – Massa seca final das plantas de feijão submetidas ao tratamento com

diferentes isolados de Trichoderma harzianum.

TABELA 8 – Atividade de fosfatase ácida do solo da rizosfera das plantas de feijão

tratadas com diferentes isolados de Trichoderma harzianum obtidos aos 45 e 66 DAE.

TABELA 9 – Conteúdo de fósforo disponível em amostras de solo coletadas da

rizosfera das plantas de feijão aos 45 e 66 DAE tratadas com diferentes isolados de

Trichoderma harzianum.

TABELA 10 – Valores de pH e matéria orgânica do solo da rizosfera das plantas de

feijão tratadas com diferentes isolados de Trichoderma harzianum obtidos aos 45 e 66

DAE.

TABELA 11 – Correlação entre dados da planta e dados do solo coletados aos 45 DAE.

TABELA 12 – Correlação entre dados da planta e dados do solo coletados aos 66 DAE.

TABELA 13 – Correlação entre as variáveis analisadas do solo coletado aos 45 DAE.

TABELA 14 - Correlação entre as variáveis analisadas do solo coletado aos 66 DAE.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

°C Graus centígrados

p/v Parte/volume

MOS Matéria orgânica do solo

MS Massa seca

P Fósforo

K Potássio

ρ-NP ρ-nitrofenol

ρ-NPP ρ-nitrofenilfosfato

µL Microlitro

mL Mililitro

mM Milimolar

mm Milímetro

min Minutos

N Normal

rpm Rotações por minuto

ufc Unidade formadora de colônia

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RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo verificar a capacidade de isolados de Trichoderma

harzianum Rifai de solos do cerrado em promover o crescimento de feijoeiro. Este experimento foi conduzido em casa de vegetação para avaliação do efeito da inoculação das sementes com esporos de quatorze isolados de T. harzianum. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, constando de quinze tratamentos (sementes inoculadas com ALL-05, ALL-08, ALL-15, ALL-20, ALL-21, ALL-22, ALL-24, ALL-28, ALL-38, ALL-42, ALL-43, ALL-47, ALL-49, ALL-52 e semente não inoculada) e quarto repetições. Somente os isolados T. harzianum ALL-15, ALL-42 e ALL-43 foram capazes de se estabelecer no solo até o final do experimento. Não foram verificados efeitos na taxa de germinação das sementes in vitro, na altura, área foliar e massa seca das plantas durante o cultivo. A avaliação da atividade de fosfatase ácida do solo mostrou redução devido ao tratamento com alguns isolados de T. harzianum em relação ao controle. A medida final do pH, material orgânica e fósforo disponível do solo não foi alterada pelos tratamentos. Os isolados testados não foram eficientes em colonizar o solo e melhorar o desenvolvimento do feijoeiro de acordo com os parâmetros avaliados. Palavras-chave: Trichoderma harzianum, feijoeiro, promotor de crescimento e fosfatase ácida.

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ABSTRACT

The present work aims to verify the capacity of isolates of Trichoderma harzianum Rifai from Cerrado’s soil to promote growth of bean plants. This experiment was conduced in a greenhouse conditions to evaluate the effects of bean´s seed inoculation with spores from fourteen isolates of T. harzianum. The experimental design was completely randomized with fifteen treatments (seeds inoculated with isolates ALL-05, ALL-08, ALL-15, ALL-20, ALL-21, ALL-22, ALL-24, ALL-28, ALL-38, ALL-42, ALL-43, ALL-47, ALL-49, ALL-52 and non inoculated seeds) and four replications. Only the isolates T. harzianum ALL-15, ALL-42 e ALL-43 were capable to establish in the soil until the end of the experiment. Effects in vitro were not verified in the rate of germination of the seeds, on height, leaf area and dry matter of the plants during cultivation. The evaluation of the soil phosphatase acid activity showed reduction due treatment with some T. harzianum isolates related to the control. The final measure of the pH, organic matter and phosphorous available on soils were not altered by the treatments. The isolated ones tested were not efficient in colonizing the soil and they were not capable to improve the development of the bean plant according to the evaluated parameters. Keywords: Trichoderma harzianum, bean plant, growth promoter and acid phosphatase.

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1 – INTRODUÇÃO

Trichoderma harzianum Rifai é um fungo imperfeito, habitante

principalmente do solo, matéria orgânica e árvores em decomposição (Samuels, 1996;

Gams & Bisset, 1998). É um fungo bastante estudado na atualidade devido às suas

aplicações na agricultura e na indústria.

A aplicação de T. harzianum como agente de controle biológico tem

mostrado bons resultados no controle de fitopatógenos que comprometem a produção

do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) e de outras plantas. Esses efeitos já vêm sendo

observados a um tempo significativo, como por exemplo, temos os resultados

observados por Hadar et al. (1979), onde verificou que a podridão radicular causada por

Rhizoctonia solani na cultura do feijoeiro, tomate e berinjela foi controlada pela adição

de T. harzianum ao solo. Hoje, existem no mercado vários produtos formulados a base

de Trichoderma para serem aplicados no cultivo das plantas para redução de

fitopatógenos.

T. harzianum tem mostrado ainda, associação positiva com outros

organismos como observado por Jayanthi et al. (2003), onde T. harzianum mostrou

estimular a colonização das raízes das plantas por micorriza e a esporulação de Glomus

mossea.

A aplicação de Trichoderma em plantas de feijão, milho, trigo, alface,

tomate, algumas espécies de flores, dentre outras, tem se mostrado eficaz em promover

aumentos em massa seca e em produtividade de frutos e grãos destas espécies. Vários

mecanismos têm sido sugeridos como possíveis explicações para este fenômeno, como:

controle de patógenos menores, produção de hormônios vegetais, produção de

vitaminas, conversão de materiais não utilizáveis em formas que possam ser utilizadas

pela planta, e aumento da absorção e translocação de minerais (Baker, 1989; Kleifeld

and Chet, 1992). Porém, um dos principais mecanismos apontados como responsáveis

pela promoção de crescimento em plantas é a disponibilização de fósforo para as

mesmas à partir da ação solubilizadora de Trichoderma sobre compostos fosfatados

encontrados em formas não assimiláveis pelas plantas.

O fósforo participa dos vários processos fisiológicos e bioquímicos nas

plantas, porém, sua influência na cultura do feijoeiro está no aumento da produção de

massa seca da parte aérea, no aumento do número de vagens e da massa de grãos, que

são os principais determinantes do aumento da produtividade (Fageria et al., 2004).

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Como a maioria dos solos brasileiros apresenta altos teores de P total, mas a

maior parte se encontra sob formas pouco solúveis, indisponíveis para os vegetais, a

aplicação de fertilizantes fosfatados tem sido utilizada para suprir a deficiência de P do

solo. Porém, uma parte considerável é convertida a compostos insolúveis de Fe e Al, em

solos ácidos, ou de Ca, em solos com reação neutra a alcalina (Raji, 1991).

O feijoeiro apresenta grande importância na alimentação dos brasileiros,

contudo, necessita de aumentos na qualidade e produtividade de grãos para que possa

atender melhor ao mercado consumidor. Considerando-se que um dos fatores que mais

limitam o desenvolvimento e a produtividade do feijoeiro é a quantidade de fósforo no

solo, foi de interesse do presente trabalho aplicar T. harzianum durante a fase inicial de

cultivo do feijoeiro esperando-se um aumento na solubilização do fósforo, tornando-o

absorvível pelas raízes e provendo, assim, melhor condição nutricional e um

conseqüente ganho em produtividade.

A aplicação de diferentes isolados de T. harzianum neste trabalho buscou a

identificação de potenciais promotores de crescimento de plantas. Podendo estes, a

partir de estudos mais aprofundados, ser aplicados no cultivo das plantas em escala

comercial em substituição ou em conjunto aos insumos já aplicados, com conseqüente

redução do custo de produção e menores danos ao meio ambiente.

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2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1-Cultura do feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.)

O feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) está classificado como pertencente ao

gênero Phaseolus, subclasse Rosidae, ordem Fabales, família Fabaceae (Cronquist,

1988 apud Silva et al., 2003). É uma planta de ciclo curto, considerada exigente em

nutrientes e com sistema radicular pequeno e superficial (Moraes, 1988) e de

metabolismo C3.

Os cultivares de feijoeiro são classificados segundo seu hábito de

crescimento em tipo determinado e indeterminado (Portes, 1988). Embora haja variação

na duração do ciclo da cultura do feijoeiro dentre os hábitos de crescimento, as

variedades cultivadas de feijão mais comuns apresentam um ciclo com duração média

de 90 dias (Almeida & Bulisani, 1980), iniciando o período de florescimento,

normalmente, a partir dos 40-45 dias após a emergência (DAE), para depois entrarem

nas fases de granação e de maturação.

As variedades de feijoeiro são muitas, de 1981 até o presente, no Brasil, as

comissões técnicas de feijão lançaram cerca de 45 cultivares, sendo quase a totalidade

de grãos consumida internamente. Dominam as áreas de cultivo no Brasil as variedades:

Carioca, Pérola, IPR-Uirapuru e BRS Valente (Kluthcouski et al., 2007).

O feijão comum (P. vulgaris L.) é uma importante fonte de proteínas e

calorias na dieta humana em países tropicais e subtropicais em desenvolvimento,

particularmente nas Américas e na África. Segundo Fageria (2002), é a leguminosa mais

importante para o consumo humano, principalmente nos países em desenvolvimento.

Segundo o nono levantamento da safra de grãos 2006/2007, realizado pela

Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), a área total de cultivo no Brasil na

safra 2006/07 é de 46,07 milhões de hectares. Desse total, o feijão ocupa 9,1%

(aproximadamente 4,19 milhões de hectares), tendo para a primeira, segunda e terceira

safra uma área de 1,33; 1,95 e 0,91 milhões de hectares, respectivamente.

A produção nacional do feijão na safra 2006/2007 está estimada em 3365,8

milhões de toneladas. Sendo 1456,8; 1159,6 e 749,4 mil toneladas a produção da

primeira, segunda e terceira safra, respectivamente. Esse incremento deve-se,

principalmente, ao aumento da produção nos estados do Paraná e Goiás.

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O Paraná é o maior produtor nacional de feijão 1ª safra (422,3 mil toneladas)

representando 37,2% do total (1,14 milhões de toneladas) e 28,3% da área cultivada. O

estado é líder também na produção de feijão 2ª safra, com uma área plantada de 172 mil

hectares e produtividade de 1720 kg/ha. O centro-oeste apresenta maior produtividade

na 3ª safra com 2845 kg/ha. Considerando-se a produção total de feijão, o sul do país

apresenta maior produção com 1174,4 mil toneladas e o centro-oeste apresenta maior

produtividade com 1967 kg/ha.

O feijão é cultivado em mais de 100 países, porém, 63% da produção

mundial são obtidos em apenas cinco, sendo o Brasil o maior produtor e consumidor de

feijão-comum (P. vulgaris L.). Apenas 8% a 10% da produção mundial destinam-se à

exportação. Não obstante o grande volume de produção nacional, o Brasil é importador

desse produto. A quantidade importada varia em função dos resultados das safras. Nos

últimos anos foram importadas, em média, cerca de 100 mil toneladas. Da quantidade

importada, a maior parte é de feijão preto, seguida pelo feijão de cores. Os outros tipos

de feijões representam menos de 1% do total (Embrapa, 2007).

Mudanças importantes ocorreram na cultura do feijão. Em muitas

propriedades o seu cultivo se tornou altamente tecnificado e deixou de ser uma cultura

de subsistência. Para se ajustar a essa nova condição, os programas de melhoramento do

feijoeiro de várias instituições, além de objetivarem a produtividade e a resistência a

doenças, têm procurado obter cultivares que apresentem porte ereto e grãos com maior

aceitação comercial (Collicchio et al., 1997). Graças à abundância de radiação solar e a

pouca variação de temperatura durante as estações tropicais, a cada dia, novos recordes

de produtividade são alcançados, desde que o solo esteja adequadamente corrigido e

práticas adequadas de manejo sejam aplicadas (Kluthcouski et al., 2007).

Embora o feijão seja um dos alimentos básicos dos brasileiros e de outros

povos da América Latina, sua produtividade é baixa, sendo os fatores responsáveis por

isso a baixa fertilidade e a alta acidez dos solos, a deficiência hídrica, a suscetibilidade

da cultura a doenças e pragas e o uso da baixa tecnologia pelos produtores devido às

suas condições socioeconômicas (Fageria et al, 2004).

O feijoeiro é cultivado em diferentes tipos de solos nas várias partes do

mundo. Porém, nas regiões tropicais e subtropicais das Américas, inclusive no Brasil,

onde se encontra aproximadamente 47% da produção mundial, os solos

predominantemente são os Oxissolos, Ultissolos e Inceptissolos, que são ácidos, de

baixa fertilidade natural e possuem elementos tóxicos, como alumínio e manganês

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(Fageria et al., 2004). A alta capacidade de fixação de fósforo (P), aliada a valores

extremamente baixos de P solúvel, tem sido considerada uma das limitações mais sérias

para o desenvolvimento das culturas nestes solos. O P é o elemento que mais limita a

produtividade do feijoeiro em um Oxissolo de Cerrado, seguido por nitrogênio e

potássio (Fageria et al., 2004). Vários estudos têm sido realizados no intuito de

identificar genótipos eficientes na utilização e absorção de fósforo como uma

ferramenta complementar para aumentar a produtividade e reduzir custos de produção

(Fageria, 1998).

O feijoeiro é considerado uma planta sensível ao estresse hídrico, tanto à

deficiência hídrica quanto ao excesso de água no solo (Nóbrega et al., 2001),

principalmente em virtude da baixa capacidade de recuperação após a deficiência

hídrica e sistema radicular pouco desenvolvido (Guimarães, 1996).

A adubação nitrogenada inadequada é outro fator que muitas vezes

determina o insucesso no cultivo do feijoeiro. Enquanto alguns produtores continuam

aplicando doses excessivas de N, outros aplicam quantidades insuficientes desse

elemento, limitando a produtividade da lavoura mesmo que outros fatores sejam

otimizados (Guerra et al., 2000). Segundo Portes (1996), embora o rendimento de grãos

de feijão tenha crescido acentuadamente nas últimas décadas, problemas de deficiência

nutricional ainda são freqüentes.

O baixo uso de tecnologia e a fragilidade agronômica da lavoura, que não

resiste bem à seca, ao excesso de chuvas e, ainda, é facilmente acometida por pragas e

doenças, provocaram frustrações freqüentes nas safras passadas, que resultaram em

disparadas de preços seguidos de super ofertas na safra seguinte. Esse excesso deprimia

os preços e desestimulava novamente os produtores. O comportamento ciclotímico da

produção e a possibilidade de produção de feijão em todos os estados, em várias épocas

do ano, começaram a despertar o interesse de um outro perfil de produtores, que

entraram na atividade com um sistema produtivo mais tecnificado (Kluthcouski et al.,

2007).

Outra característica importante no cultivo do feijoeiro é o insipiente uso de

sementes de qualidade. Estima-se que em apenas 10% da área cultivada no Brasil é

utilizada semente certificada sem, contudo, tratar-se de sementes livres de patógenos.

Estima-se também que o uso de sementes sadias possa resultar num aumento de

rendimento de grãos de até 45% (Kluthcouski et al., 2007). Com exceção da ferrugem e

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do mosaico dourado, todas as doenças de importância econômica do feijoeiro são

transmissíveis pela semente (Sartorato & Rava, 1994).

O feijoeiro é muito suscetível a doenças e pragas, que acarretam maior ou

menor grau de comprometimento na produção de acordo com a época de incidência,

com a resistência da cultivar utilizada e com as condições do solo e clima. São várias as

espécies de fungos que habitam a planta do feijoeiro, estando várias delas relacionada

por Mendes et al. (1998). Costa et al. (2002) estudando a presença de fungos e

leveduras, isolou em sementes de feijão Penicillium spp., Aspergillus spp., Phoma spp.,

Ryzopus spp., Alternaria spp., Helminthosporium spp., Cladosporium spp., Botrytis

spp., Fusarium spp., Trichoderma spp., Curvularia spp. e Dreschelera spp.

Sartorato & Rava (1994) citam, para a safra da seca, a ocorrência freqüente

de pragas como a lagarta do elasmo, cigarrinha verde e a mosca branca, esta última

como vetora do vírus do mosaico dourado causando, portanto, um dano indireto à

cultura.

Furlan et al. (2007) citam que as doenças podem ser consideradas um dos

principais fatores de redução de produtividade e de qualidade de grãos ou semente do

feijoeiro. Sartorato & Rava (1994) citam como uma das principais doenças a antracnose,

incitada pelo fungo Colletotrichum lindemuthianum (Sacc. & Magn.) Scribner, a

mancha angular incitada pelo fungo Isariopsis griseola Sacc., a ferrugem do feijoeiro

causada pelo fungo Uromyces appendiculatus (Pers.) Unger, o crestamento bacteriano

causado por Xanthomonas campestris pv. Phaseoli (Smith) Dye (XCP), o mofo branco

causado por Sclerotinia sclerotiorum, a mela causada por Thanatephorus cucumeris, as

podridões radiculares causadas por Rhizoctonia solani e Fusarium solani e outras.

Na cultura do feijão com alta tecnologia, são realizadas, em média, 3 a 4

pulverizações de fungicidas visando o controle do complexo de doenças fúngicas

(Barros & Furlan, 2004). São 35 ingredientes ativos de fungicidas, em 74 produtos

comerciais, para o controle de 12 fungos e 8 ativos registrados para o tratamento de

sementes de feijão, em 16 produtos comerciais, visando-se o controle de 12 fungos. A

dose dos produtos, ao longo do tempo, foi reduzida drasticamente, prevalecendo

atualmente o uso de produtos recomendados em menores doses (Zuppi et al., 2005). É

fato que a aplicação cada vez maior de fungicidas e inseticidas tem causado poluição

ambiental, perda da produtividade e aumento dos custos de produção do feijoeiro.

Vários autores recomendam o tratamento químico das sementes de feijão,

ressaltando a importância de certos fungicidas na sanidade das sementes (Machado et

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al., 2002), porém, o uso de agentes de controle biológico se mostra como uma

alternativa para a redução das dosagens aplicadas de tratamento químico, além de

diminuir da quantidade de resíduos no solo advindos de vários insumos utilizados ao

longo das safras.

2.2 - Gênero Trichoderma

Trichoderma spp. são fungos pertencentes à classe Deuteromiceto, sub-

classe Hifomiceto, ordem Monilialles. São fungos que se reproduzem assexuadamente,

através de conidióforos, originados nas hifas, que produzem conídios. Caracterizam-se

por utilizarem uma grande variedade de compostos como fonte de carbono e nitrogênio

e por desenvolverem-se melhor em condições ácidas. São mesófilos, sensíveis a altas

temperaturas e a pH extremos, são resistentes a inibidores produzidos por outros

microrganismos e tolerantes a diferentes tipos de fungicidas (Melo, 1996). Trichoderma

produz três tipos de propágulos: hifas, clamidósporos e conídios (Papavizas, 1985).

O gênero Trichoderma foi introduzido por Persoon a mais de 200 anos atrás

(Persoon, 1794 apud Lima, 2002) e consiste de um fungo anamórfico, habitante

principalmente do solo, matéria orgânica e árvores em decomposição (Samuels, 1996;

Gams & Bisset, 1998), podendo viver saprofiticamente ou parasitando outros fungos.

Há poucos relatos sobre a ocorrência de doenças de plantas causadas por

Trichoderma (Melo & Azevedo, 1998), sendo uma das doenças conhecidas a do mofo

verde em cultura de cogumelo (Agaricus bisporus) (Munpuni et al, 1998).

O sistema taxonômico mais amplamente utilizado para a classificação de

Trichoderma reconhece nove espécies agregadas (Rifai, 1969). Trichoderma

caracteriza-se por apresentar colônias com considerável variação macroscópica,

podendo ser de coloração verde clara, verde escura ou verde amarelada, as quais

normalmente formam anéis de intensa conidiação (Rifai, 1969), os quais são induzidos

principalmente pelo efeito da luz (Betina & Farkas, 1998). A maioria dos isolados de

Trichoderma não são encontrados associados com seus estágios sexuais, sendo

considerados fungos de reprodução clonal (mitóticos) (Samuels, 1996).

Descobertas recentes vêm mostrando que Trichoderma é um simbionte

oportunista e que pode parasitar outros fungos (Harman et al, 2004b). Alguns isolados

estabelecem uma colonização duradoura na superfície das raízes e penetram dentro da

epiderme e em algumas células acima deste nível, aparentemente produzindo pequenas

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quantidades de enzimas que hidrolizam parede celular (Yedidia, 1999). Esses

organismos são conhecidos como bons produtores de enzimas líticas de interesse

biotecnológico, como glucanases, quitinases, xilanases, proteases (Lorito et al., 1993;

Ulhoa & Peberdy., 1992; Maringer & Wong, 2004; Haran et al., 1996).

Trichoderma harzianum é um fungo filamentoso, considerado um dos mais

comuns do gênero, sendo facilmente isolado dos mais variados tipos de solo (Rifai,

1969; Bisset, 1991a). Caracteriza-se principalmente por apresentar conídios pequenos e

subglobosos, fazendo com que seja diferenciada de outras espécies do gênero (Bisset,

1991b). É considerada uma das mais importantes do gênero, uma vez que apresenta

isolados frequentemente utilizados no controle biológico de fungos fitopatogênicos

(Hjeljord & Tronsmo, 1998).

Vários trabalhos vêm sendo realizados no sentido de caracterizar isolados

selvagens de T. harzianum quanto as suas características morfológicas (Peres & Melo,

1995; Lima, 2002) além de estudos envolvendo técnicas de biologia molecular, no

sentido de elucidar e distinguir com certa segurança espécies do gênero Trichoderma e

suas possíveis aplicações.

Para o presente trabalho foram escolhidos quatorze fungos que fazem parte

de um grupo de isolados que foram obtidos a partir de amostras de solo do cerrado e

caracterizados com bases em aspectos morfológicos, culturais e moleculares (análise da

seqüência da região 1 e 2 do espaço transcrito interno – ITS 1 e 2 – do rDNA) por Lima

(2002).

Estes isolados foram considerados bons para uso como agentes de controle

biológico. Neste trabalho de Lima (2002), foi avaliada a freqüência de enrolamento de

T. harzianum sobre a hifa de Rhizoctonia solani, e foi verificado que hifas de isolados

de T. harzianum diferiram em sua capacidade de enrolar sobre hifas de R. solani. Dos

isolados utilizados T. harzianum ALL-42 e ALL-43 foram os antagonistas mais efetivos

uma vez que produziram enrolamento em todos os campos. ALL-20, ALL-22 e ALL-28

foram os menos efetivos. Os demais apresentaram capacidade de enrolamento

intermediária. Para estes foi também avaliada a produção e atividade enzimática de

quitinase e β-1-3-glucanase, e foi verificado que todos os isolados foram capazes de

produzir enzimas β-1-3-glucanases, e com exceção do ALL-21 os demais isolados

produziram quitinases.

Um destes isolados, T. harzianum ALL-42, foi estudado por Lima (2006),

que verificou que este fungo foi capaz de produzir e secretar fosfatase ácida, fosfatase

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alcalina, celulase, lipase, β-1,3 glucanase e β-glicosidase no sobrenadante de cultura

líquida contendo farelo de soja e de milho.

2.3 - Aplicação do Trichoderma na agricultura

2.3.1 - Controle biológico

Controle biológico foi conceituado por Cook & Baker (1983) como a

redução da soma de inóculo ou das atividades determinantes da doença provocada por

um patógeno, realizada por ou através de um ou mais organismos que não o homem.

Ou, como vem sendo aceito pela maioria dos fitopatologistas, controle biológico de

doenças de plantas é o controle de um microrganismo através de outro microrganismo

(Bettiol & Ghini, 1995). É um importante meio de reduzir os danos causados por

patógenos.

Os mecanismos das interações entre microrganismos patogênicos e

antagônicos podem ser divididos em antibiose, competição, parasitismo, hipovirulência,

predação e indução de defesa do hospedeiro (Bettiol & Ghini, 1995).

O tratamento de sementes com microrganismos antagônicos

(microbiolização de sementes) pode proporcionar controle dos patógenos habitantes da

espermosfera (superfície de sementes) e de patógenos veiculados pelo solo (Bettiol &

Ghini, 1995). Desde sua descoberta em 1937, a microbiolização de sementes é a tática

de controle biológico mais atrativa e de maior sucesso no mundo (Frighetto, 2000). A

microbiolização é definida como a aplicação de microrganismos vivos às sementes para

o controle de doenças e/ou para promover o crescimento de plantas (Melo, 1996). Trata-

se de um sistema ideal de introdução de bioprotetores para o controle de doenças das

sementes, do tombamento, e morte de plântulas e das podridões radiculares.

A agricultura moderna é altamente dependente do uso de pesticidas

químicos no controle de patógenos das plantas. Fungicidas têm efeitos drásticos sobre a

biota do solo, poluem a atmosfera, prejudicam o meio ambiente. O uso repetido de

produtos químicos leva ao desenvolvimento de resistência nos organismos alvo

(Goldman et al, 1994), o que leva ao uso cada vez maior de pesticidas. A integração de

agentes de biocontrole com reduzidas doses de agentes químicos têm o potencial de

controlar os fitopatógenos com um menor impacto ambiental (Chet and Inbar 1994).

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O processo de micoparasitismo envolve a utilização de enzimas

hidrolíticas para a penetração do antagonista na hifa hospedeira. Assume-se que os

isolados de T. harzianum com elevada produção deste tipo de enzima possam ser mais

efetivos na degradação do hospedeiro, aumentando assim sua capacidade antagônica. A

interação inicial entre espécies de Trichoderma e o fitopatógeno hospedeiro é

caracterizada por crescimento quimiotrófico da hifa do antagonista em direção a do

hospedeiro. Quando o antagonista atinge o hospedeiro, suas hifas frequentemente

enrolam-se e são fixadas ao hospedeiro através de estruturas semelhantes a ganchos

(Elad et al., 1982). Após esta interação inicial, o antagonista penetra na hifa do

hospedeiro, aparentemente, por degradação parcial da parede celular, sendo que a hifa

hospedeira rapidamente mostra sinais de vacuolização, paralisa seu crescimento e,

finalmente, desintegra-se (Benhamou & Chet, 1993). Como enzimas do sistema

quitinolítico são de fundamental importância para o processo do micoparasitismo,

vários trabalhos foram conduzidos com o objetivo de elucidar o papel dessas enzimas

produzidas por Trichoderma nesse processo (Ulhoa & Peberdy., 1992; Lorito et al.,

1993; Lima, 2002).

A importância da aplicação das várias espécies do fungo Trichoderma no

controle biológico por meio da inoculação de sementes depende de fatores como: idade

do esporo (Kommedhal et al., 1981), concentração do inóculo, tipo de solo (Hadar et al.,

1984), pH, temperatura, umidade, da técnica de incorporação dos esporos junto às

sementes e do vigor das sementes utilizadas (Harman, 2000). Segundo Melo (1991) T.

harzianum é mais ativo como antagonista em solo com pH igual ou menor que 6,5 e em

temperaturas acima de 22°C.

As inúmeras estratégias de sobrevivência e proliferação de espécies de

Trichoderma, como o rápido crescimento, produção de clamidósporos, capacidade de

produzir antibióticos e atacar outros fungos, bem como sua elevada capacidade de

degradar carboidratos estruturais e não estruturais (Jeffries & Young, 1994), o tornam

de elevado interesse para fins de controle biológico, uma vez que essas características

ecológicas o possibilitam competir, colonizar e proteger importantes cortes de infecção

do hospedeiro, como raízes, lesões e tecido em senescência (Hjeljord & Tronsmo,

1998). De acordo com Melo (1996), esses fungos além de apresentarem um bom

desempenho no biocontrole, também são inócuos ao ser humano e não apresentam

impacto negativo ao meio ambiente, além de possuir meia vida de prateleira, quando

formulado, razoavelmente longa e com boa viabilidade.

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Nos estudos feitos por Matsumura et al. (2002), Trichoderma spp.

apresentaram variação populacional em solo com diferentes tratamentos de adubação

orgânica (húmus de minhoca, esterco de gado, suíno e aves, além de solo não adubado)

e também, ao longo do tempo (120 dias após a inoculação) demonstrando que, embora o

manejo do solo influencie na sua sobrevivência e desenvolvimento, a população tende a

voltar a concentração inicial, mantendo o equilíbrio natural

Diversos produtos à base de Trichoderma têm sido comercializados no

Brasil para uso em substrato de produção de mudas e tratamento de sementes, além de

outros. Existem hoje no mercado, vários produtos formulados com a adição de

microorganismos biologicamente ativos, indicados para o controle biológico.

Isolados de T. harzianum têm diferido na sua capacidade de atacar certos

fungos fitopatogênicos, tais como: Sclerotium rolfsii, Rhizoctonia solani e Pythium

aphanidermatum (Elad et al., 1982, Herrera-Estrela & Chet, 1998). Tem-se ainda,

verificado ao longo dos experimentos, que há grande variação nas respostas

apresentadas pela inoculação das plantas com diferentes espécies de microrganismos

testados como agentes de controle biológico.

Furlan et al. (2005) avaliou o efeito de Bacillus subtilis, associado ou não a

Trichoderma spp., ambos formulados e aplicados em tratamento de sementes na cultura

do feijão, visando o controle de C. lindemuthianum, na germinação e na emergência das

plântulas, comparados a outros dois produtos químicos recomendados. Nenhum dos

tratamentos erradicou o fungo das sementes. Thiram + thialbendazole foi o único

tratamento que mostrou eficiência contra o patógeno da antracnose. Os tratamentos

biológicos das sementes de feijão não apresentaram efeito significativo na redução do

inóculo C. lindemuthianum, indicando somente uma tendência a queda comparado à

testemunha.

As plantas são capazes de produzir resposta imune após a primeira infecção

por patógeno, o que é conhecido como resistência sistêmica adquirida. Rizobactérias e

fungos não patogênicos podem induzir resistência em plantas, que é fenotipicamente

similar à resistência sistêmica adquirida (van Loon et a., 1998).

Dentre as aplicações do Trichoderma, tem sido citada sua ação como elicitor

de resistência sistêmica e localizada em plantas a uma variedade de fitopatógenos. Ao

contrário do que se pensava anteriormente sobre os mecanismos de controle biológico, o

efeito direto sobre os fitopatógenos é somente um dos mecanismos de controle, e talvez

seja menos importante do que a resistência induzida. A indução de resistência em

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plantas por Trichoderma spp. tem sido pouco estudada comparado às respostas que se

tem sobre a indução por rizobactérias, talvez porque a comunidade de pesquisa sobre

Trichoderma tenha focado em fatores que estão associados com efeitos diretos em

outros fungos, especialmente micoparasitismo e antibiose (Harman et al, 2004a).

Foi verificado que a resistência induzida promoveu controle biológico em

locais da planta espacialmente e temporalmente distantes do seu ponto de aplicação, ao

menos com o isolado T-22, pois apesar dos isolados de Trichoderma serem conhecidos

por colonizar raízes de plantas, a aplicação dos seus conídios têm sido feita em frutas,

flores e folhas, resultando em controle das doenças das plantas pela sua aplicação em

qualquer um desses locais (Harman, 2000).

Isolados de Trichoderma não só produzem substâncias antibióticas, mas

também estimulam as plantas a produzir seus próprios compostos antimicrobianos. Os

resultados obtidos com a inoculação de T. asperellum T-203 em pepino mostraram a

produção de substâncias inibitórias para uma ampla gama de fungos e bactérias. T.

asperellum ativa vias metabólicas em pepino envolvidas na sinalização e biossíntese em

plantas, levando primeiramente a uma acumulação sistêmica de fitoalexinas (Yedidia et

al., 2003). Fitoalexinas são compostos antimicrobianos de baixo peso molecular, que

são sintetizadas pelas plantas e se acumulam nas células vegetais em resposta à infecção

microbiana (Paxton, 1981).

O sistema indutor de resistência em plantas é complexo, mas tem sido

parcialmente elucidado em várias espécies de plantas. Existem normalmente três vias de

indução de resistência em plantas. Duas dessas vias envolvem a produção direta de

proteínas relacionadas à patogênese; em uma via, a produção de proteínas relacionadas

à patogênese é geralmente o resultado do ataque de microrganismos patogênicos, e na

outra via, as proteínas relacionadas a patogênese são produzidas em resultado a um

ferimento, como ataque de um inseto, embora essas vias possam ser induzidas por

outros mecanismos (Harman et al, 2004a).

O terceiro tipo de resistência induzida tem sido melhor descrito como

sendo induzido por bactérias não patogênicas associadas com raízes, que são descritas

como rizobactérias indutoras de resistência sistêmica. Este sistema é fenotipicamente

similar à resistência induzida pelos ácidos jasmônico e salicílico, resultando na

resistência sistêmica pela planta, mas é funcionalmente muito diferente, pois, as

proteínas relacionadas à patogênese e às fitoalexinas não são induzidas pela colonização

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da raiz pela rizobactéria na ausência do ataque da planta por microrganismos

patogênicos. (Harman et al., 2004a).

2.3.2 - Promoção de crescimento

Efeitos benéficos de microrganismos específicos no crescimento de plantas

têm sido verificados em várias espécies vegetais. Tais organismos têm sido chamados

de bactérias promotoras de crescimento e fungos promotores de crescimento em plantas.

Podendo estes, atuar por meio de numerosos mecanismos, que incluem a proteção das

raízes contra a infecção por patógenos (Whipps, 1997, 2001), aumento na

disponibilidade de nutrientes para a planta hospedeira, diminuição dos níveis de etileno

dentro da planta ou pelo aumento da produção de compostos estimulatórios, como os

reguladores de crescimento vegetal (Antoun Prévost, 2005 apud Gravel, 2007).

A capacidade de espécies de Trichoderma em promover o crescimento

direto, aumentar a germinação e o florescimento de plantas foi demonstrado por

diversos autores, como Paulitz et al. (1986), Baker (1989), Martins & Melo (1989),

Lynch et al. (1991), Okleifeld & Chet (1992), citados por Melo (1996). Este aumento no

crescimento ocorreu mesmo em cultivos livres de patógenos realizados com solo estéril

(Whindham et al., 1986), o que mostra ser uma ação diferenciada deste microrganismo,

não explicada por um possível mecanismo de controle biológico.

Resultados consideráveis foram obtidos com a aplicação de Trichoderma no

solo, tanto em condições de campo quanto em estufa, onde além da redução de

incidência de doenças ocorreu o aumento do crescimento de plantas (Chang et al., 1986;

Harman et al., 2004b; Ousley et al., 1994; Yedidia et al., 2001). Bons resultados

também têm sido encontrados para o cultivo hidropônico (Yedidia et al., 2001).

Chang et al. (1986), utilizando tratamento de solo com suspensão de

conídios de T. harzianum, observaram aumentos na massa seca de 10% para o feijoeiro,

8% para a planta do rabanete, 37% para o tomateiro, 42% para a pimenteira e 93% para

o pepineiro. Sivan & Harman (1991), tratando sementes de milho e algodão com os

isolados de T. harzianum T12, T95, e T22 (fusão dos dois anteriores) observaram que o

isolado T22 promoveu crescimento das raízes, em relação à testemunha, de 31% em

milho e 60% no algodoeiro.

Foram encontrados resultados positivos por Inbar et al. (1994), em

tratamento de solo com isolados de T. harzianum, nos quais o pepineiro (aos 18 dias) e

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pimenteira (aos 30 dias) tiveram aumento significativo quanto à altura das plantas em

24 e 17% e peso de massa seca em 25 e 29%, respectivamente.

Altomare et al. (1999) estudando T. harzianum Rifai 1295-22 (T-22),

verificou que tal fungo foi capaz de solubilizar, in vitro, MnO2, Fe2O3, zinco metálico, e

fosfato de rocha, sendo este o primeiro relato da habilidade de Trichoderma em

solubilizar minerais insolúveis ou pouco solúveis. A liberação de ácidos orgânicos que

seqüestram cátions e acidificam o microambiente perto das raízes é pensado ser o

principal mecanismo de solubilização de P via plantas e fungos. Entretanto, o

mecanismo pelo qual T. harzianum aumenta a solubilização de nutrientes e a absorção

de nutrientes ainda precisa ser entendido.

Naseby et al. (2000) utilizaram isolados de Trichoderma do tipo selvagem

com atividade de biocontrole já conhecida e verificaram seus efeitos sobre o

crescimento da ervilha, sobre a microflora e sobre as enzimas do solo, na presença e

ausência de Pythium ultimum. Os isolados utilizados foram T. harzianum T4, T12, N47

e TH1 e T. pseudokoningii To10. T4 e T47 tiveram os melhores resultados, ambos

aumentaram o crescimento das plantas na ausência de Pythium e reduziram os danos na

planta na presença de Pythium. Todos os isolados diminuíram a população de bactérias

do solo. T4 e T12 aumentaram a população de fungos no solo. Os isolados TH1 e T12

aumentaram a emergência das plântulas de ervilha. N47 aumentou o peso úmido da

parte aérea. Entretanto, nenhum dos isolados aumentou a massa seca. T4 e N47

promoveram aumento do peso úmido das raízes em 21% e 8% respectivamente, em

relação ao controle. TH1 e N47 aumentaram o comprimento das raízes, o número de

nódulos da raiz e o número de raízes laterais.

O isolado de T. harzianum Rifai 1295-22 (T-22), isolado este conhecido pela

sua capacidade de colonizar todo o sistema radicular do vegetal, foi efetivo na indução

de formação de raízes de soja e milho tratadas com o referido isolado e maior

produtividade de pimentão comparado com testemunhas não tratadas (Harman, 2000).

A interferência de Trichoderma em plantas e o aumento na produtividade ocorrem

segundo Harman et al. (2004a), devido à sua capacidade em colonizar raízes. Um

grande número de isolados selvagens de Trichoderma avaliados apresentaram limitada

capacidade de colonizar a rizosfera (Papavizas, 1985), sendo buscado a alteração

genética (Lynch et al., 1991) para a obtenção de isolados com melhor capacidade de

crescer junto às raízes durante o crescimento das raízes da planta.

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Yedidia et al. (2001) também encontraram excelentes resultados no

cultivo de pepino, através da inoculação de T. harzianum T-203, verificando que no

cultivo no solo apresentou 30% de aumento na emergência, 95% na superfície radicular

e 75% no comprimento radicular. Foi observado ainda, aumento de 80% da massa seca,

45% da altura e 80% da área foliar, além do aumento no conteúdo de fósforo e ferro nos

tecidos da planta. Estas melhorias no crescimento foram confirmadas com o cultivo da

ervilha em hidroponia, onde também houve aumento da quantidade de nutrientes

contidos na parte aérea e radicular, além do aumento de sua massa seca.

Vesterg et al. (2004) realizaram experimentos utilizando o sistema de

micropropagação em plantas de morango e analisaram o efeito da inoculação de cinco

microrganismos, Glomus mosseae BEG29, Bacillus subtilis M3, Trichoderma

harzianum BD11, Pseudomonas fuorescens C7r12 e Gliocladium catenulatum

Gliomix® usados individualmente ou em mistura de dois deles, na presença ou ausência

de Phytophthora cactorum e P. fragariae. A inoculação de dois microrganismos ao

mesmo tempo não aumentou o crescimento em relação à inoculação individual destes

microrganismos. B. subtilis foi o microrganismo mais promissor na promoção do

crescimento. Os microrganismos não interferiram negativamente uns sobre os outros e

estavam em concentrações suficientes um mês após a inoculação, o que mostrou que

eles podem ser usados juntos num mesmo substrato. Quando os efeitos da aplicação do

microrganismo individualmente ou misturados foram observados do ponto de vista da

promoção de crescimento e resistência e do controle de doenças, T. harzianum foi o

microrganismo mais promissor com efeitos positivos na maioria dos experimentos. A

população de Trichoderma variou muito entre um experimento e outro, sendo muito

baixa em alguns deles, o que pode ter ocorrido devido aos nutrientes do substrato

utilizado. Para a promoção de crescimento e o controle das doenças consideradas, a

inoculação individual de T. harzianum, G. catenulatum e B. subtilis assim como a

mistura de T. harzianum + G. catenulatum foram os tratamentos mais promissores neste

estudo.

Resende et al. (2004), em experimento em casa de vegetação utilizando

sementes de milho tratadas com ou sem fungicidas inoculadas ou não com Trichoderma

harzianum, verificaram maior acúmulo de massa seca nas raízes provenientes de

sementes inoculadas, não havendo efeito significativo em altura e massa seca da parte

aérea.

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Rudresh et al. (2005) investigaram a habilidade de solubilização de P por

diferentes isolados de Trichoderma in vitro e in vivo como um possível mecanismo de

promoção de crescimento de plantas. Avaliaram a solubilização de fosfato de rocha,

crescimento da planta e absorção de P pela planta. Utilizaram isolados de T. harzianum

Rifai, T. viride, T. virens e T. ramatum, que foram comparados à bactéria Bacillus

megaterium subsp. phospaticum PB usada como referência em relação a solubilização

de fosfato in vitro. Testaram a habilidade de Trichoderma em liberar fosfato inorgânico

a partir de fosfato tricálcico e verificaram que os isolados de Trichoderma solubilizaram

menos P e reduziram menos o pH da cultura do que B. megaterium. Trichoderma foi

considerado como um moderado solubilizador de P, pois solubilizou 70% de P em

relação à B. megaterium. Dentre os resultados do experimento in vivo, concluiu-se que

porcentagem de germinação de sementes de grão-de-bico (Cicer arietinum L.) não

apresentou diferença significativa entre os tratamentos.

Ogut et al. (2005) não obtiveram ganhos na produção de grãos de trigo, mas

obtiveram ganhos em produção de sementes de feijão em condições de campo e casa de

vegetação quando inoculadas com T. harzianum Rifai 1295-22. Entretanto não

obtiveram ganhos em massa seca para as plantas de feijão e trigo.

Corrêa (2006) realizou experimentos com alface em cultivo hidropônico

com aplicação de Trichoderma na solução nutritiva nas concentrações de 103, 104, 105,

106 e 107 conídios/mL. Na avaliação das plantas determinou-se a massa fresca da parte

aérea e do sistema radicular, e também a massa seca do sistema radicular. Foi também

monitorada a população de Trichoderma na solução nutritiva. Apesar da baixa

sobrevivência de Trichoderma sp. na solução nutritiva verificou-se intensa colonização

das raízes de alface, marcada pela coloração verde do fungo nas concentrações de 106 e

107 conídios/mL. Neste trabalho Trichoderma sp. não foi capaz de promover o

crescimento das plantas de alface cultivadas em sistema hidropônico em nenhuma das

concentrações de esporos. A concentração de 107 conídios/mL causou drástica redução

no desenvolvimento das plantas de alface, diminuindo acentuadamente a massa média

das plantas de alface.

Gravel et al. (2007) verificaram a capacidade de Pseudomonas putida

subgrupo B isolado 1 e Trichoderma atroviride em promover o crescimento reprodutivo

de plantas de tomate sob condições típicas de crescimento hidropônico. Atribuíram esse

crescimento ao resultado dos numerosos modos de ação exibidos pelos organismos

testados, incluindo a regulação da concentração de ácido indolilacético na rizosfera e

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regulação da concentração de etileno nas raízes. Verificaram a capacidade destes

microrganismos em produzir ácido indolilacético (AIA) in vitro a partir de diferentes

precursores, aumentando a produção de AIA na presença de seus precursores e

aumentando o peso fresco e comprimento do caule e raízes quando foi aumentada a

concentração de L-triptofano para 0,75mM. Estes microrganismos apresentaram

atividade de ACC desaminase quando crescidos in vitro, sugerindo que esses são

capazes de regular a quantidade de etileno pela redução da presença de seus precursores.

Mesmo se pensando que a solubilização de fósforo esteja sempre associada com a

promoção de crescimento de plantas (Richardson, 2001), neste experimento em

particular, o P na solução nutritiva estava prontamente disponível para a planta,

reduzindo a possibilidade desse mecanismo ter efeito nos resultados observados. Nos

testes in vitro P. putida nem T. atroviride não foram capazes de solubilizar fósforo.

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3 - OBJETIVO

3.1 - Objetivos gerais

Verificar os efeitos da inoculação de 14 isolados do fungo Trichoderma

harzianum Rifai no desenvolvimento e crescimento do feijoeiro comum (Phaseolus

vulgaris L.) variedade rudá do grupo carioca.

3.2 - Objetivos específicos

• Avaliar a produção de massa seca, área foliar e altura do feijoeiro em

decorrência da inoculação do feijoeiro com o fungo Trichoderma harzianum;

• Identificar se há efeito diferenciado dos isolados no desenvolvimento do

feijoeiro;

• Verificar a alteração nos valores das variáveis: pH, matéria orgânica, fósforo

disponível e atividade de fosfatase ácida do solo.

• Verificar se há correlação entre a atividade de fosfatase ácida solo e o ganho de

massa seca do feijoeiro.

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4 – MATERIAL E MÉTODOS

4.1 - Local de condução do experimento

O experimento foi realizado em casa de vegetação do Departamento de

Biologia da Universidade Federal de Goiás (UFG). As análises foram desenvolvidas nos

Laboratórios de Fisiologia Vegetal e Laboratório de Enzimologia do Instituto de

Ciências Biológicas.

4.2 - Solo

O solo para o enchimento dos vasos utilizados no experimento foi retirado

em área próxima ao Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás,

Campus de Goiânia, local onde se localiza a casa de vegetação onde foi desenvolvido o

experimento.

As características físico-químicas do solo utilizado no experimento foram

analisadas pelo Laboratório de Análises de Solo e Foliar (LASF) da Universidade

Federal de Goiás, segundo Silva (1999) (TABELA 1).

TABELA 1 – Atributos físico-químicos do solo avaliados antes do plantio em

profundidade de 0 a 20 cm.

Características físico-químicas do solo antes do plantio

Argila

(%)

Silte

(%)

Areia

(%)

MO

(%)

pH

(CaCl2)

P disponível

(mg/dm3)

K

(mg/dm3) Solo inicial

52 19 29 2,8 5,6 3,2 54

4.2.1-Preparo do solo

Foi feita a calagem com calcário dolomítico numa proporção de 1,25 g/Kg

de solo, cerca de 30 dias antes do plantio. O solo foi adubado com a fórmula NPK 4-30-

10 numa proporção de 0,526 g por Kg de solo. Foram utilizados vasos plásticos com

capacidade para 10 kg de solo. O solo não foi esterilizado para simular as condições

reais de campo.

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4.3 - Origem e manutenção dos fungos

Foram utilizados quatorze isolados de fungos da espécie Trichoderma

harzianum, sendo eles: ALL-05, ALL-08, ALL-15, ALL-20, ALL-21, ALL-22, ALL-

24, ALL-28, ALL-38, ALL-42, ALL-43, ALL-47, ALL-49, ALL-52. Estes isolados são

pertencentes à coleção do Laboratório de Enzimologia do Instituto de Ciências

Biológicas da Universidade Federal de Goiás (ICB/UFG) e foram isolados, purificados

e caracterizados por Lima (2002). Esses fungos foram coletados de amostras de solo de

mata nativa, milho, arroz, soja, pomar de goiaba e sorgo forrageiro cultivados no estado

de Goiás.

Os fungos foram repicados em placas de Petri contendo o meio MYG. Este

meio é composto por 0,5% (p/v) de extrato de malte (malt), 0,25% (p/v) de extrato de

levedura (yeast), 1,0% (p/v) de glicose (glucose) e 2% (p/v) de ágar.

As placas de Petri contendo os isolados de T. harzianum foram incubadas

em estufa BOD (Eletro Lab) por 7 dias a uma temperatura de 28°C. Após o período de

incubação, foram adicionados cerca de 3 mL de solução salina a 0,9% estéril em cada

placa de Petri e a superfície do meio foi raspada levemente com o auxílio de uma alça

de platina liberando micélio e conídios. Do conteúdo raspado nas placas foi retirado 10

µL e completou-se para 990 µL de solução salina a 0,9%. Retirou-se 10 µL dessa

diluição para efetuar a contagem desses conídios em câmara de Neubauer. A partir da

concentração de esporos foi obtida a solução para uma concentração final de 108

conídios/mL. Foram preparados 4 mL de volume final da solução de esporos, na

concentração 108 conídios/mL, para realizar a embebição das sementes a serem

utilizadas no experimento.

4.4- Sementes

Foram utilizadas sementes de feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) da

variedade rudá do grupo carioca, cedidas pela Embrapa Arroz e Feijão, Santo Antônio -

GO. A origem do Rudá é CIAT (Centro Internacional de Agricultura Tropical) (A285-

Carioca x Rio Tibagi). Esta variedade possui crescimento indeterminado (II/III) e porte

ereto.

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4.4.1 - Esterilização das sementes

As sementes de feijão foram esterilizadas superficialmente por 16h usando

gás cloro produzido pela mistura de 3,5 mL de HCL 12N com 100 mL de água sanitária

comercial (HClO a 2%) segundo a metodologia de Paz et al. (2004). Este ambiente foi

criado dentro de um dessecador e as sementes a serem esterilizadas foram colocadas em

placa de Petri.

4.4.2 - Tratamento das sementes

As sementes foram imersas em solução de goma arábica a 20%, com a

função de fixar os esporos nas sementes utilizadas no experimento, e em seguida

imersas em solução de esporos de concentração 108esporos/mL. Sendo cada um dos

fungos utilizados um tratamento e tendo como testemunha a semente sem a presença de

inóculo. A concentração de 20% foi escolhida a partir de testes prévios onde foi

observada a não inibição do crescimento de colônias de T. harzianum em meio de

cultura contendo goma arábica nesta concentração.

4.5 - Teste de germinação in vitro

A avaliação da germinação das sementes de feijão in vitro se deu com a

utilização das sementes esterilizadas e tratadas da mesma maneira que foi citado

anteriormente para o plantio em casa de vegetação.

O tratamento foi feito com a inoculação de cada um dos 14 isolados e

testemunha, tendo 4 repetições por tratamento. Foram utilizadas 10 sementes para cada

tratamento, que foram colocadas em placas de Petri contendo papel germiteste. As

sementes foram molhadas com água estéril e a germinação foi avaliada no quarto dia

contando como germinada a semente que emitiu radícula. A taxa de germinação foi

tomada adotando-se a germinação das 10 sementes utilizadas como 100% de

germinação (%G = SG/TS x 100%). Sendo % a porcentagem de germinação, SG o

número de sementes germinadas e TS o total de sementes colocadas para germinar.

4.6 - Plantio

Após o preparo do solo, acondicionamento nos vasos e tratamento das

sementes, foi realizado o plantio. Foram preparados 4 vasos para cada tratamento, os

quais constaram da inoculação das sementes como os isolados ALL-05, ALL-08, ALL-

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15, ALL-20, ALL-21, ALL-22, ALL-24, ALL-28, ALL-38, ALL-42, ALL-43, ALL-47,

ALL-49, ALL-52 e a testemunha, repetidos 4 vezes, totalizando 60 vasos. Foi chamado

de testemunha o tratamento cuja semente foi imersa em goma arábica e que não foi

inoculada com nenhum fungo. Foram semeadas seis sementes de feijão por vaso em 05

de agosto de 2006, com posterior desbaste para obtenção de plantas por vaso.

A irrigação foi feita diariamente de forma manual.

O delineamento adotado no experimento foi inteiramente casualizado

constando de 15 tratamentos e 4 repetições.

4.7 - Análise do material vegetal

4.7.1- Estimativa da área foliar

Foram utilizadas 2 plantas de feijoeiro da variedade rudá das quais foram

retirados 68 folíolos com tamanhos variados. Foi medido com régua a largura maior e

comprimento desses folíolos e, então, a área foliar do respectivo folíolo, determinada

utilizando-se o aparelho medidor de área foliar modelo Li-Cor 2000 (Li-Cor

Corporation, USA). Testou-se a correlação entre a largura (L), comprimento (C),

produto (C x L) e a área foliar do folíolo medido. Verificou-se que a melhor equação foi

y = -0,9038969 + (0,5474285)x, sendo “y” a área foliar e “x” o produto L x C, obtida

correlacionando-se o produto L x C com a área foliar, que resultou em um R = 0,9810,

significativo ao nível de 5% pelo teste de F. Para o ajuste da equação de regressão para

os dados foi utilizado o software AJUSTE. A partir desta equação foram estimadas as

áreas foliares das plantas oriundas dos tratamentos tomando o produto C x L dos

folíolos.

TABELA 2 - Análise de variância da regressão para determinação de área foliar

estimada.

FV GL SQ QM F Regressão 1 19247,41 19247,41 1650,498 * Resíduo 66 769,6642 11,661

Total 67 20017,07 * Significativo pelo teste de F a 5% de significância

Para estimar a área foliar por tratamento foram feitas medidas do

comprimento e largura dos folíolos contidos nas plantas de cada vaso durante sete

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semanas. Este método apresenta a vantagem de ser não-destrutivo e visa estimar a área

foliar através das medidas lineares tomadas das folhas, não havendo necessidade de

destruição do material vegetal e podendo-se assim acompanhar o ganho de área foliar da

planta ao longo do seu ciclo de desenvolvimento. As medidas foram tomadas somente

até os 52 DAE. Sendo assim, as avaliações se deram aos 10, 17, 24, 31, 38, 45 e 52 dias

após a emergência (DAE).

Simultaneamente a avaliação das medidas das folhas, foi feita avaliação da

altura da planta com o auxílio de uma régua milimetrada, medindo-se do colo da planta

até a inserção da última gema apical (gema terminal). As alturas foram analisadas

somente durante as sete primeiras semanas, devido ao fato de ter havido quebra das

hastes de muitas amostras. Estas avaliações se deram aos 10, 17, 24, 31, 38, 45 e 52

dias após a emergência (DAE).

4.7.2 – Avaliação direta da planta

4.7.2.1 – Área foliar

No dia 19 de outubro (66 DAE) foram retiradas as plantas dos vasos para a

avaliação da área foliar de forma direta, da massa seca das folhas, raízes, hastes e

vagens, e do volume de raiz.

A avaliação da área foliar de forma direta foi feita com o uso do medidor

automático de área foliar modelo Li-Cor 2000 (Li-Cor Corporation, USA). Estes

procedimentos foram realizados no Laboratório de Fisiologia Vegetal do Instituto de

Ciências Biológicas da UFG.

4.7.2.2 – Volume radicular

A medida de volume de raiz foi feito por deslocamento de volume.

Utilizou-se uma proveta para 500 mL, que foi completada com 400 mL de água

destilada, e colocou-se então a raiz de cada tratamento, e observou-se o quanto do

volume foi deslocado, adotando-se esse valor como o volume da raiz. Após essa medida

as raízes foram separadas para secagem e medida da massa seca.

4.7.2.3 – Massa seca O material coletado foi separado em haste, folhas, vagens e raízes. As raízes

foram lavadas para retirada do solo. Para a determinação da massa seca as raízes e a

parte aérea da planta foram acondicionadas em saco de papel e, em seguida, secas em

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estufa com circulação forçada de ar regulada a uma temperatura de 65ºC. Após o

material atingir peso constante foi realizada a pesagem em balança semi-analítica.

4.8 - Avaliação do solo

Foram feitas duas coletas para as análises do solo contidos nos vasos. A

primeira coleta das amostras de solo se deu aos 45 DAE, período de início da floração.

Sendo considerado o início da floração quando 50% das plantas apresentam a primeira

flor aberta. A segunda coleta do solo foi realizada aos 66 DAE, período em que as

vagens estavam na fase de enchimento de grãos.

No intervalo entre a coleta e a análise, as amostras de solo foram mantidas

sob refrigeração a 4°C para evitar o crescimento de microrganismos. Foram realizadas

análises de fósforo disponível, matéria orgânica e pH segundo Silva (1999), sendo estas

realizadas no laboratório de análise de solo do Departamento de Agronomia da

Universidade Federal de Goiás.

4.8.1 - Determinação de atividade da fosfatase ácida do solo

A atividade da fosfatase, das duas épocas de coleta, foi determinada

segundo Tabatabai e Bremner (1969) modificado, segundo os quais se faz a

determinação do ρ-nitrofenol (ρ-NP) liberado pela hidrólise enzimática do ρ-

nitrofenilfosfato (ρ-NPP) (Sigma Chemical Company®) a 5 mM.

O solo foi peneirado usando peneira de 4 mm para retirar raízes, tecido de

plantas e outros materiais orgânicos grosseiros que poderiam interferir na análise.

Coletou-se 250 mg de amostra de solo peneirado, que foram colocados em ependorff.

Adicionou-se 500 µL de tampão citrato pH 6,2 e 250 µL de ρ-NPP (menos nos

brancos). Foi feito um branco para cada amostra de solo. As amostras foram então

colocadas em banho-maria por 1h a 37ºC. Adicionou-se então, 500 µL de NaOH a 0,5

M, 125 µL CaCl2 a 0,5 M em todas as amostras, e 125 µL de ρ-NPP aos brancos.

Centrifugou-se as amostras à 10000 rpm durante 10min e retirou-se o sobrenadante para

leitura em espectrofotômetro a 410nm. A leitura obtida foi transformada em ρ-NP/g de

solo utilizando a fórmula y = 18,206. x + 0,0564 (R2 = 0,9929), obtida através da curva

padrão.

A atividade enzimática foi expressa em unidade de enzima. Uma unidade é

a quantidade de enzima que hidroliza 1,0 µmol de ρ-NPP min-1. Para a análise dos

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dados a atividade enzimática foi expressa em µmol de ρ-NP liberado por hora em 1g de

solo.

4.8.2 – Determinação do pH do solo

Utilizou-se 10g de solo seco ao ar adicionado de 25 mL de solução de

cloreto de cálcio 0,01M, colocados sob agitação por 10min e repouso por 30min,

seguindo-se então a leitura no pHmetro.

4.8.3 – Determinação do fósforo disponível no solo

A extração do fósforo disponível foi realizada utilizando o extrator Mehlich

1, também chamado de extrator duplo ácido ou de solução Norte Carolina. A solução de

Mehlich 1 consiste da mistura de 4,15 mL de ácido clorídrico concentrado preparado a

0,05N mais 0,69 mL de ácido sulfúrico concentrado a 0,025 N preparado para um litro

de solução. Mede-se 10 cm3 de terra fina seca ao ar e adiciona-se 50 mL de solução de

Mehlich. Coloca-se em um agitador circular horizontal durante 10 min. Deixa decantar

por um período de 12 h. Retira-se 5 mL de extrato sobrenadante de cada amostra e

transfere-se para tubos de ensaios. Adiciona-se 10 mL da solução ácida de molibdato de

amônio diluída e 0,2 g de ácido ascórbico. Em seguida, faz-se uma agitação manual do

tubo de ensaio, deixando desenvolver a cor durante 30 min. Faz-se a leitura da

absorbância a 660 nm.

4.8.4 – Determinação da massa orgânica do solo (MOS)

O método utilizado consiste da oxidação da matéria orgânica pelo ácido

crômico e ácido sulfúrico. O carbono é oxidado a CO2 e o cromo é reduzido, havendo

mudança na cor da solução utilizada que adquire cor esverdeada e que é medida por

colorimetria. Esse procedimento é feito utilizando-se 1 g de solo seco ao ar, onde

adiciona-se 50 mL de solução de dicromato de sódio preparada em ácido sulfúrico a

10N. Essa mistura é colocada por 10 min em um agitador circular horizontal e deixada

em repouso por 1h. Em seguida, adiciona-se 50 mL de água destilada, agita-se e deixa-

se em repouso por um período de 12 a 14h. Transfere-se o sobrenadante para um tudo

de ensaio e faz-se a leitura em espectrofotômetro a 660 nm.

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4.8.5 - Recuperação de isolados de Trichoderma a partir de solo

Os isolados de T. harzianum previamente aplicados ao solo tiveram suas

populações monitoradas por meio da técnica de diluição seriada (Tortora et al., 2000).

Essa metodologia tem por finalidade a redução dos propágulos de microrganismos para

um dado volume, facilitando, dessa maneira, sua contagem individualizada. Assim,

inicialmente, 1g de solo foi transferido para um tubo de cultura contendo 9 mL de

solução salina esterilizada (diluição de 1:10). Após a adição do solo ao tubo de cultura,

este foi manualmente agitado e, posteriormente, uma alíquota de 1 mL dessa solução

inicial foi transferida para um novo tubo de cultura contendo 9 mL de solução salina

esterilizada para obter-se a diluição de 1:100. Finalmente, 0,1 mL dessa diluição (1:100)

foi transferida e distribuída, com auxílio de uma alça de Drigalsky, sobre a superfície de

placas de Petri contendo meio seletivo para crescimento de Trichoderma (TSM) (Smith

et al., 1990), adaptado de Davet (1979), as quais foram incubadas em B.O.D. ajustada

para uma temperatuda de 25 ± 1°C, durante 9 dias. Após o período de incubação,

colônias características do gênero em questão foram identificadas e computadas para

obter-se o número ufc de Trichoderma por grama de solo inoculado. Todos os ensaios

destinados à recuperação dos isolados utilizados no presente estudo foram conduzidos

em triplicata.

4.9 - Análise estatística dos dados

As análises de variância (ANOVA) foram realizadas com a utilização do

programa SAS para verificar as diferenças entre as médias de área foliar, altura, massa

seca, atividade de fosfatase ácida, fósforo disponível, matéria orgânica e pH, para todos

os tempos analisados. Em seguida, foi aplicado o teste de Tukey ao nível de 5% de

probabilidade. As correlações entre as variáveis analisadas na planta e no solo foram

feitas utilizando o programa Microsoft Office Excel 2003.

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5- RESULTADOS

A taxa de germinação das sementes de feijoeiro in vitro não foi

significativamente influenciada pela inoculação com os isolados de Trichoderma

harzianum (TABELA 3).

TABELA 3 – Taxa de germinação in vitro de sementes de feijão inoculadas com

isolados de Trichoderma harzianum

Tratamento Taxa de germinação (%) ALL-05 95,0 ALL-08 92,5 ALL-15 90,0 ALL-20 92,5 ALL-21 90,0 ALL-22 85,0 ALL-24 85,0 ALL-28 85,0 ALL-38 85,0 ALL-42 85,0 ALL-43 82,5 ALL-47 92,5 ALL-49 92,5 ALL-52 90,0

Testemunha 95,0 Média 89,0 CV% 10,9

F calculado 0,739 NS NS: não significativo; *: F calculado significativo a 5% de probabilidade.

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A avaliação da população T. harzianum contida no solo mostra que grande

parte dos isolados não permaneceram ativos no solo até os 45 e 66 dias após a

emergência (DAE) do feijoeiro (TABELA 4). Aos 45 DAE, já não foi observada

população ativa de ALL-08, ALL-28, ALL-38 e ALL-47. Aos 66 DAE observou-se

que somente ALL-15, ALL-42 e ALL-43 permaneceram ativos no solo.

TABELA 4 – População de Trichoderma harzianum contida nas amostras de solo

coletadas aos 45 e 66 DAE do feijoeiro.

Tratamento População de T. harzianum (ufc/g de solo) 45 DAE 66 DAE

ALL-05 1,0 x 103 0 ALL-08 0 0 ALL-15 4,3 x 103 0,7 x 103 ALL-20 0,3 x 103 0 ALL-21 0,3 x 103 0 ALL-22 0,3 x 103 0 ALL-24 1,0 x 103 0 ALL-28 0 0 ALL-38 0 0 ALL-42 5,5 x 103 0,7 x 103 ALL-43 2,7 x 103 1,0 x 103 ALL-47 0 0 ALL-49 0,3 x 103 0 ALL-52 1,3 x 103 0

Testemunha 0 0 ufc = unidade formadora de colônia

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A área foliar das plantas de feijoeiro, cujas sementes foram inoculadas com

os isolados de Trichoderma harzianum ALL-05, ALL-08, ALL-15, ALL-20, ALL-21,

ALL-22, ALL-24, ALL-28, ALL-38, ALL-42, ALL-43, ALL-47, ALL-49, ALL-52,

não apresentou diferença significativa até os 45 DAE. Houve efeito significativo

(P>0,05) somente para a área foliar aos 52 DAE, onde observou-se, porém, que todos as

médias de tratamentos apresentaram ganho de área foliar igual ao da testemunha. Aos

66 DAE não foi verificada diferença entre as médias de tratamento para área foliar

(TABELA 5).

TABELA 5 - Área foliar das plantas de feijão submetidas ao tratamento das sementes

com diferentes isolados de Trichoderma harzianum.

Área foliar das plantas do feijoeiro (cm2/planta) Tratamento 10DAE 17DAE 24DAE 31DAE 38DAE 45DAE 52DAE 66DAE

ALL-05 37,1 128,8 345,4 484,4 520,9 842,1 988,6 ab 2008,6 ALL-08 39,7 107,7 292,8 430,7 557,2 730,9 835,8 ab 1588,4 ALL-15 41,8 114,2 304,8 442,9 541,3 723,7 760,7 ab 1728,4 ALL-20 38,3 139,3 345,0 529,8 649,9 833,2 1058,1 ab 2198,0 ALL-21 31,5 84,6 245,7 405,3 528,2 826,0 946,2 ab 1716,0 ALL-22 38,5 98,3 292,6 454,3 567,0 772,2 850,6 ab 1458,5 ALL-24 42,9 99,5 242,3 351,4 462,3 615,9 707,1 b 1299,0 ALL-28 35,3 93,7 269,8 423,7 532,4 698,9 804,7 ab 1446,0 ALL-38 37,6 93,3 296,1 398,3 515,7 651,1 686,8 b 1438,4 ALL-42 52,7 116,0 306,8 416,0 532,8 685,5 777,1 ab 1869,4 ALL-43 37,5 111,7 338,5 491,3 598,3 795,1 986,5 ab 2139,0 ALL-47 40,0 129,4 426,8 646,6 683,7 924,9 1121,6 a 2179,3 ALL-49 54,6 99,3 305,1 420,4 483,7 701,0 839,0 ab 1911,0 ALL-52 43,1 117,1 315,8 446,3 559,0 694,6 794,5 ab 1291,2

Testemunha 40,2 118,7 312,8 464,9 526,5 766,2 813,3 ab 1972,4 Média 41,1 110,1 309,4 453,7 550,6 750,8 861,1 1749,6 CV% 32,1 42,0 30,9 22,9 21,0 16,0 16,9 22,4

F calculado 0,78 NS 0,44 NS 0,88 NS 1,73 NS 0,99 NS 1,89 NS 2,63* 2,81* Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade; NS: não significativo; *: F calculado significativo a 5% de probabilidade.

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40

A presença dos isolados de T. harzianum não alterou a altura das plantas

(P>0,05) avaliadas aos 10, 17, 24, 31, 38, 45, 52 e 66 DAE (TABELA 6).

TABELA 6 – Altura das plantas de feijão submetidas ao tratamento das sementes com

diferentes isolados de Trichoderma harzianum.

Alturas das plantas do feijoeiro (cm/planta) Tratamento 10DAE 17DAE 24DAE 31DAE 38DAE 45DAE 52DAE

ALL-05 6,6 8,2 11,9 16,6 37,1 81,2 87,7 ALL-08 4,8 7,6 9,7 16,8 41,7 85,6 105,2 ALL-15 5,1 8,5 10,1 17,5 39,5 90,9 88,3 ALL-20 5,4 7,8 11,6 18,3 49,9 95,6 106,4 ALL-21 4,2 6,4 8,6 13,4 30,7 77,1 81,8 ALL-22 5,3 7,1 10,4 19,3 46,3 90,9 94,6 ALL-24 5,0 7,7 9,9 15,9 38,8 72,6 83,6 ALL-28 5,2 7,9 10,6 17,8 40,9 88,7 102,6 ALL-38 4,3 7,3 9,4 15,2 36,8 75,7 78,1 ALL-42 7,2 9,0 12,9 21,2 49,1 92,3 102,2 ALL-43 6,7 9,2 13,2 21,8 45,9 90,7 97,3 ALL-47 5,0 8,9 12,9 24,9 58,6 109,4 112,6 ALL-49 5,5 7,5 11,7 19,1 44,7 88,0 93,3 ALL-52 6,1 8,8 11,9 20,2 44,3 77,4 94,3

Testemunha 5,4 7,6 11,9 20,9 45,9 89,2 95,6 Média 5,5 8,0 11,1 18,6 43,3 87,0 94,9 CV% 21,7 23,8 23,8 24,2 25,8 17,5 14,8

F calculado 1,93 NS 0,71 NS 1,13 NS 1,7 NS 1,42 NS 1,51 NS 1,94* NS: não significativo; *: F calculado significativo a 5% de probabilidade.

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41

A inoculação dos isolados de T. harzianum teve efeito significativo na

massa seca de raiz, porém não houve diferença entre as médias de tratamento pelo teste

de Tukey (P>0,05). Não foi observado efeito significativo dos tratamentos na massa

seca de vagem e na relação parte aérea/parte radicular. Já para massa seca da folha

observa-se que o tratamento com ALL-20 apresentou maiores médias em relação a

ALL-24, ALL-28 e ALL-38, porém nenhuma média diferiu significativamente da

testemunha (TABELA 7).

Para a massa seca de haste verificou-se que os tratamentos ALL-20 e ALL-

47 apresentaram médias superiores aos tratamentos ALL-24 e ALL-38, porém nenhuma

das médias de tratamento diferiu da média apresentada pela testemunha. Na avaliação

de massa seca da parte aérea verificou-se que todas as médias foram iguais a da

testemunha, e que o ALL-47 apresentou maior média em relação a ALL-24, ALL38 e

ALL-52. A massa seca total não diferiu entre os tratamentos com Trichoderma e

testemunha, no entanto, ALL-20 promoveu maior ganho de massa seca em relação a

ALL-24, ALL38 e ALL-52 (TABELA 7).

TABELA 7 – Massa seca final das plantas de feijão submetidas ao tratamento com

diferentes isolados de Trichoderma harzianum.

Massa seca final das plantas do feijoeiro (g/planta) Tratamento Msraiz Msfolha Mshaste Msvagem Msaérea Mstotal Msae/MSr

ALL-05 5,303 7,885 ab 7,844 ab 11,907 27,635 abc 32,939 ab 5,596 ALL-08 4,020 5,550 ab 6,130 ab 11,441 23,121 abc 27,142 ab 6,060 ALL-15 4,066 5,886 ab 6,121 ab 10,982 22,989 abc 27,055 ab 5,965 ALL-20 4,798 9,369 a 9,319 a 10,430 29,118 ab 33,916 a 6,135 ALL-21 3,492 5,792 ab 6,233 ab 13,362 25,387 abc 28,879 ab 7,596 ALL-22 3,908 4,991 ab 7,045 ab 11,885 23,921 abc 27,829 ab 6,112 ALL-24 3,536 4,318 b 4,708 b 10,655 19,681 c 23,217 b 5,943 ALL-28 2,997 4,420 b 5,261 ab 12,368 22,050 abc 25,048 ab 8,336 ALL-38 3,248 4,480 b 4,890 b 11,130 20,499 bc 23,748 b 6,421 ALL-42 4,635 6,823 ab 7,014 ab 8,698 22,535 abc 27,170 ab 5,058 ALL-43 4,252 7,914 ab 8,340 ab 11,504 27,758 abc 32,011 ab 6,604 ALL-47 5,185 7,385 ab 9,313 a 13,015 29,713 a 34,898 a 5,733 ALL-49 3,272 7,604 ab 7,369 ab 9,079 24,052 abc 27,325 ab 7,416 ALL-52 3,244 5,053 ab 5,394 ab 10,031 20,477 bc 23,722 b 6,507

Testemunha 3,835 7,854 ab 8,262 ab 10,966 27,082 abc 30,917 ab 7,050 Média 3,986 6,355 6,883 11,163 24,401 28,387 6,436 CV% 23,2 30,0 24,6 20,0 14,3 13,8 25,9

F calculado 2,47* 2,75* 3,21* 1,34 NS 3,43* 3,72* 1,05 NS Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade; NS: não significativo; *: F calculado significativo a 5% de probabilidade.

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42

Para atividade de fosfatase ácida do solo coletada aos 45 DAE do feijoeiro,

observou-se que a testemunha apresentou a maior média juntamente com ALL-05,

ALL-20, ALL-21, ALL-22, ALL-28, ALL-42, ALL-43 e ALL-47. Aos 66DAE

observou-se que a atividade de fosfatase ácida teve as melhores médias para os

tratamentos ALL-05, ALL-08, ALL-15, ALL-20, ALL-21, ALL-28 e testemunha

(TABELA 8).

TABELA 8 – Atividade de fosfatase ácida do solo da rizosfera das plantas de feijão

tratadas com diferentes isolados de Trichoderma harzianum obtidos aos 45 e 66 DAE.

Atividade de fosfatase ácida (µmol ρ-NPP/g de solo/h) Tratamento 45DAE 66DAE

ALL-05 2,781 abcd 9,630 abc ALL-08 2,020 cde 10,520 a ALL-15 1,280 e 10,455 a ALL-20 2,760 abcd 9,513 abcd ALL-21 2,700 abcd 9,432 abcd ALL-22 2,776 abcd 7,636 cdef ALL-24 1,624 de 7,494 def ALL-28 2,659 abcd 8,918 abcde ALL-38 2,534 bcd 7,247 ef ALL-42 3,096 abc 6,365 fg ALL-43 2,902 abc 7,644 cdef ALL-47 3,218 ab 8,202 bcdef ALL-49 2,453 bcde 7,526 cdef ALL-52 1,971 cde 4,452 g

Testemunha 3,841 a 9,990 ab Média 2,574 8,335 CV% 15,4 8,4

F calculado 7,9* 16,89* Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade; *: F calculado significativo a 5% de probabilidade.

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43

A leitura do fósforo disponível aos 45 DAE apresentou leituras mais altas

para os tratamentos ALL-08, ALL-15, ALL-21, ALL-24, ALL-42, ALL-43, ALL-47,

ALL-49, ALL-52 e testemunha. A análise do fósforo disponível das amostras coletadas

66 DAE mostrou que a média apresentada pela testemunha não diferiu em relação aos

tratamentos com inoculação de fungo, e apresentaram um coeficiente de variação muito

alto, não sendo ideal para fornecer uma resposta segura (TABELA 9).

TABELA 9 – Conteúdo de fósforo disponível em amostras de solo coletadas da

rizosfera das plantas de feijão aos 45 e 66 DAE tratadas com diferentes isolados de

Trichoderma harzianum.

Fósforo disponível (mg/dm3) Tratamento 45DAE 66DAE

ALL-05 22,5 b 1,2 b ALL-08 43,2 ab 9,7 a ALL-15 26,9 ab 1,9 b ALL-20 18,8 b 2,6 ab ALL-21 33,3 ab 3,9 ab ALL-22 14,4 b 1,9 b ALL-24 37,7 ab 1,2 b ALL-28 17,7 b 2,6 ab ALL-38 17,5 b 1,2 b ALL-42 29,2 ab 1,1 b ALL-43 40,1 ab 2,8 ab ALL-47 29,7 ab 2,1 b ALL-49 29,7 ab 2,3 ab ALL-52 52,1 a 2,0 b

Testemunha 26,2 ab 6,9 ab Média 29,1 2,9 CV% 39,1 104,8

F calculado 3,49* 2,48* Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade; *: F calculado significativo a 5% de probabilidade.

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44

As leituras do pH do solo aos 45 DAE mostraram diferença significativa

entre as médias de tratamento, apresentando as menores leituras nos tratamentos ALL-

05 e ALL-43. Não houve diferença estatística significativa entre os tratamentos para a

variável pH aos 66DAE (TABELA 10).

A variável matéria orgânica do solo (MOS) não apresentou diferença

significativa nem para 45 DAE e nem para 66 DAE (TABELA 10).

TABELA 10 – Valores de pH e matéria orgânica do solo da rizosfera das plantas de

feijão tratadas com diferentes isolados de Trichoderma harzianum obtidos aos 45 e 66

DAE.

pH (CaCl2) MOS (%) Tratamento 45DAE 66DAE 45DAE 66DAE

ALL-05 6,4 d 5,7 a 2,4 2,8 ALL-08 6,7 abc 6,3 a 2,0 2,5 ALL-15 6,7 bc 5,8 a 1,9 3,1 ALL-20 6,7 abc 5,9 a 1,7 2,9 ALL-21 6,8 abc 6,0 a 2,1 2,6 ALL-22 6,8 abc 5,7 a 2,0 2,6 ALL-24 6,9 a 5,4 a 1,4 2,6 ALL-28 6,8 abc 5,6 a 2,0 2,6 ALL-38 6,9 a 5,4 a 2,0 2,8 ALL-42 6,8 abc 5,4 a 1,6 2,6 ALL-43 6,6 cd 5,5 a 2,2 3,1 ALL-47 6,7 abc 6,2 a 1,9 3,3 ALL-49 6,9 ab 6,0 a 2,4 3,1 ALL-52 6,9 a 5,7 a 2,1 3,0

Testemunha 6,9 ab 6,2 a 2,3 3,6 Média 6,8 5,8 2,0 2,9 CV% 1,4 6,6 20,6 17,8

F calculado 8,32* 2,64* 1,8 NS 1,6 NS Médias seguidas pela mesma letra, entre colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade; *: F calculado significativo a 5% de probabilidade.

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45

Foram feitos testes de correlações entre as variáveis massa seca, altura e

área foliar do feijoeiro, atividade de fosfatase ácida, P disponível, MOS e pH do solo,

avaliadas aos 45 e 66 DAE.

Verificou-se correlação positiva entre área foliar aos 45 DAE e atividade de

fosfatase ácida, e correlação negativa entre área foliar aos 45 DAE e pH. Para os demais

parâmetros avaliados aos 45 DAE não foi observada correlação (TABELA 11). Não

houve correlação entre as variáveis fosfatase, fósforo disponível, pH e MO para o solo

coletado aos 45 DAE (TABELA 13).

Verificou-se correlação positiva entre volume de raiz e atividade de

fosfatase ácida, entre área foliar e MO, entre área foliar e fósforo disponível, entre

fosfatase e fósforo, entre fosfatase e pH, e entre fósforo disponível e pH. Observou-se

ainda correlação positiva entre massa seca da vagem e MO, massa seca de folha e MO,

massa seca da parte aérea e pH do solo, e entre volume de raiz e pH do solo (TABELA

12).

TABELA 11 – Correlação entre dados da planta e dados do solo coletados aos 45 DAE.

Correlação entre os parâmetros avaliados aos 45 DAE P disponível Atividade de fosfatase ácida pH MOS

Altura -0,299 NS 0,437 NS -0,281 NS -0,008 NS Área foliar -0,186 NS 0,502 * -0,552 * 0,317 NS

* Correlação significativa a 5% de probabilidade; NS: Não significativo a 5% de probabilidade.

TABELA 12 – Correlação entre dados da planta e dados do solo coletados aos 66 DAE.

* Correlação significativa a 5% de probabilidade; NS: Não significativo a 5% de probabilidade.

Correlação entre os parâmetros avaliados aos 66 DAE P disponível Atividade de fosfatase ácida pH MOS

MS raiz 0,091 NS 0,271 NS 0,161 NS 0,140 NS MS folha 0,075 NS 0,273 NS 0,364 NS 0,513 * MS haste 0,081 NS 0,258 NS 0,444 NS 0,521 * MS vagem 0,170 NS 0,446 NS 0,306 NS 0,053 NS MS aérea 0,143 NS 0,434 NS 0,510 * 0,474 NS MS total 0,105 NS 0,422 NS 0,466 NS 0,431 NS MS ae/MSr 0,216 NS 0,121 NS 0,209 NS 0,088 NS Vol. Rad 0,425 NS 0,664 * 0,537 * 0,258 NS Área foliar 0,501 * 0,354 NS 0,370 NS 0,501 *

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TABELA 13 – Correlação entre as variáveis analisadas do solo coletado aos 45 DAE.

45DAE C R

Fosfatase ácida x P disponível -0,360 NS Fosfatase ácida x MOS 0,314 NS Fosfatase ácida x pH -0,070 NS P disponível x MOS 0,005 NS P disponível x pH 0,147 NS

NS: Não significativo a 5% de probabilidade.

TABELA 14 - Correlação entre as variáveis analisadas do solo coletado aos 66 DAE.

66 DAE C R

Fosfatase ácida x P disponível 0,524 * Fosfatase ácida x MOS 0,067 NS Fosfatase ácida x pH 0,550 * P disponível x MOS 0,080 NS P disponível x pH 0,704 *

* Correlação significativa a 5% de probabilidade. NS: Não significativo a 5% de probabilidade.

Houve correlação positiva entre P disponível e fosfatase ácida, entre

fosfatase ácida e pH do solo, e entre P disponível e pH do solo avaliados aos 66 DAE

(TABELA 14).

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6 – DISCUSSÃO

A utilização de microrganismos como agentes de controle biológico ou

produtores de fatores de crescimento em plantas tem sido realizada através de

inoculação direta de esporos direto no solo ou substrato (Inbar, 1994; Rudresh et al.,

2005), adsorvidos na semente (Resende et al., 2004; Harman et al., 2004), ou mesmo

aplicado na plântula (Gravel et al., 2007). A aplicação dos esporos dos microrganismos

diretamente na semente visa um contato mais próximo entre o fungo, a planta e o solo.

Este procedimento pode favorecer um crescimento populacional do fungo juntamente

com o desenvolvimento das raízes da planta. Sendo esperado através dessa associação,

que as plantas inoculadas sejam beneficiadas desde sua emergência.

Através dos resultados dos testes de germinação in vitro das sementes de

feijão tratadas com esporos de isolados de Trichoderma harzianum verificou-se que não

houveram ganhos ou perdas significativos em sua taxa de germinação (Tabela 3),

provavelmente pelo fato das sementes selecionadas já apresentarem uma boa

germinação. Segundo Machado et al. (2002), somente são observados efeitos na

germinação quando as sementes tratadas apresentam moderados níveis de qualidade

fisiológica. Os resultados deste trabalho estão de acordo com os observados por

Rudresh et al. (2005), que não observaram efeitos diferenciais na taxa de germinação de

sementes de grão-de-bico, em função da inoculação de sementes com isolados de

Trichoderma. Entretanto, outros autores relataram resultados positivos na germinação

de sementes de diferentes plantas tais como pimenta, vinca, crisântemo (Chang et al.,

1986) e milho (Harman et al., 1989) após inoculação com T. harzianum.

Para a aderência dos esporos nas sementes de feijoeiro utilizou-se goma

arábica a 20%. Testes preliminares mostraram que esta concentração não inibiu o

crescimento dos isolados de Trichoderma. Nossos resultados estão de acordo com os

descritos por Ogut et al. (2005), que utilizaram goma arábica na concentração de 40%

em sementes de milho e feijão.

Com objetivo de avaliar a sobrevivência dos isolados de T. harzianum

inoculados no solo, amostras foram coletadas e a população destes avaliada (Tabela 4).

Observamos que a população de T. harzianum contida no solo aos 45 dias após a

emergência (DAE) do feijoeiro foi relativamente baixa. Grande parte dos isolados

utilizados neste estudo não apresentaram boa capacidade de estabelecimento no solo sob

as condições experimentais utilizadas. Contudo, observou-se que aos 66 DAE do

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feijoeiro ainda houve crescimento dos isolados ALL-15 (0,7 x 103 ufc/g de solo), ALL-

42 (0,7 x 103 ufc/g de solo) e ALL-43 (1,0 x 103 ufc/g de solo) (Tabela 4). Estudos de

Lima (2002) demonstraram que os isolados de T. harzianum ALL-42 e ALL-43

apresentaram boa capacidade micoparasítica e de produção de enzimas hidrolíticas

(quitinases e β-1,3-glucanases).

Um dos trabalhos que associam crescimento vegetal e população de

microrganismos em sistema de micropropagação de morango foi realizado por Vesterg

et al. (2004). Foi verificado ao longo de vários experimentos que a população de T.

harzianum foi variável, com valores de densidade populacional variando de 2 x 102 a

8,7 x 107 ufc/g de solo seco. Estes sugeriram que uma provável razão para a baixa

população encontrada pode ser atribuída propriedade biológica e nutricional do

substrato utilizado parta crescimento do fungo.

Jayanthi et al (2003), durante pesquisa de promoção de crescimento em

sistema de micropropagação, avaliaram a recuperação da população de T. harzianum,

Glomus mosseae e Bacillus coagulans presentes na raiz de plantas de Ficus benjamina e

observaram, para o tempo avaliado, que não houve crescimento de colônias de T.

harzianum quando este foi aplicado isoladamente ao solo. Entretanto, populações de T.

harzianum de até 6,7 x 105 ufc/g de solo foram observadas quando os três

microrganismos foram aplicados em conjunto. O que mostra que a interação entre T.

harzianum e os outros microrganismos influencia no seu estabelecimento no solo.

A sobrevivência de Trichoderma no solo ou substrato pode também ser

influenciada por fatores como temperatura, umidade, nutrientes, tipo de solo,

microbiota, aeração, pH e teor de matéria orgânica (Melo, 1991; Howell, 2003).

Segundo Chet e Baker (1981), Trichoderma spp. são ativos em solos ácidos. O pH do

solo encontrado neste experimento (TABELA 10) deve ter sido um dos fatores

responsáveis para o baixo estabelecimento dos isolados no solo, visto que seus valores

aos 45 DAE do feijoeiro estão acima dos considerados idéias para os isolados de T.

harzianum utilizados neste trabalho como visto por Lima (2002). Embora Melo (1991)

sugira que T. harzianum é mais ativo como antagonista em solo com pH 6,5 ou mais

baixo em temperatura acima de 22°C, esse valor de pH não deve ser considerado o ideal

para a sobrevivência de todos os demais isolados de T. harzianum.

A presença de adubação fosfatada também pode ter implicado na redução da

população de T. harzianum. Nahas et al. (1994) verificou uma diminuição da população

de fungos em solos onde foi aplicado superfosfato. Machado et al. (1983) sugeriu que o

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aumento das populações de microrganismos solubilizadores decorreu da baixa

disponibilidade de fósforo em solo adicionado de fosfato natural.

A forma e quantidade de aplicação de Trichoderma nas plantas difere

bastante entre os trabalhos, e muito provavelmente, este é um fator que influencia

significativamente nas diferentes respostas obtidas com a inoculação de Trichoderma.

Ogut et al. (2005) aplicaram na base do caule de feijão 1mL de solução T. harzianum a

6,3 x 105 ufc/mL durante estudo em casa de vegetação e para condições de campo

utilizou 5,3 x 104 ufc/semente. Harman et al. (2004b) verificaram crescimento de plantas

de milho a partir da inoculação de Trichoderma em pó numa concentração de 1 x 109

ufc/g. Rudresh et al. (2005), conseguiram obter ganhos no crescimento da planta quando

utilizou 3g de isolados de Trichoderma em pó por quilo de semente, numa concentração

de 6 x 107 ufc/g. É bastante dificultada a comparação entre os resultados obtidos nestes

trabalhos anteriores e no presente trabalho em virtude de haver tão grande diferença na

quantidade e modo de aplicação de esporos inoculados nas plantas.

Nos trabalhos citados na literatura observou-se a aplicação de Trichoderma

no solo em concentrações acima dos valores utilizados neste trabalho (108 conídios/mL),

e muitas vezes utilizando substratos para as plantas que servem como fonte de

nutrientes para o fungo, proporcionando condições para o crescimento dos mesmos, o

que não reflete as encontradas no cultivo em campo. Todos os trabalhos avaliados

mostram que é de fundamental importância que os fungos inoculados recebam

condições ideais para se multiplicar em quantidade suficiente para competir com a

população microbiana já residente.

Dentre as variáveis medidas ao longo do crescimento dos feijoeiros foram

utilizadas: altura, área foliar e massa seca. Observou-se que não houve ganho

significativo na altura das plantas analisadas (TABELA 6). Entretanto, Rudresh et al

(2005) observaram aumento das alturas das plantas de grão-de-bico cultivadas em

campo quando as sementes foram tratadas com diferentes isolados de Trichoderma.

Porém, nos experimentos de casa de vegetação não foram observadas diferenças

significativas na altura das plantas. Inbar (1994) observou aumento na altura de

plântulas de pepineiro (23,8%) e pimenteira (17,2%) após tratamento com T.

harzianum.

A importância da área foliar de uma cultura é amplamente conhecida por ser

um parâmetro indicativo da produtividade, pois o processo fotossintético depende da

interceptação da energia luminosa e a sua conversão em energia química (Portes et al.,

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2003). Quanto maior for o investimento em área foliar, espera-se uma maior captação

de luz e conversão da energia luminosa em química, proporcionando altas taxas de

crescimento e maiores ganhos de carbono (Grime & Hunt, 1975). Porém, além do

índice de área foliar ótimo, o autossombreamento reduz as taxas assimilatórias líquidas

resultando em prejuízo às plantas (Portes et al., 2003).

As medidas de área foliar realizadas nos diferentes tempos do crescimento

do feijoeiro não foram alteradas em virtude do tratamento com T. harzianum (Tabela 7).

Embora tenha havido diferença significativa no ganho de área foliar na avaliação de 52

DAE, este efeito não foi observado na produção final de área foliar aos 66 DAE.

Contudo, Inbar et al. (1994), observaram alterações em área foliar de pepineiro (96,1%)

e em pimenteira (50%), após aplicação de T. harzianum T-203 em substrato estéril,

numa concentração de 5 x 109 conídios/g.

A análise de massa seca das raízes das plantas mostrou que os isolados

testados não foram capazes de promover ganho radicular no feijoeiro. A massa seca das

folhas confirmou que não houveram ganhos significativos em sua massa em virtude da

presença de T. harzianum em relação à testemunha. Os resultados da avaliação da

produção de massa seca das plantas do feijoeiro quando tratadas com T. harzianum,

mostraram que nenhum dos isolados foi capaz de promover ganho significativo em

massa seca.

Esses resultados estão de acordo com os obtidos por Ogut et al. (2005), que

não observaram ganhos em massa seca total, raiz, e caule das plantas de feijão,

cultivadas em casa de vegetação e em campo, e trigo, cultivado em campo, quando

inoculados com T. harzianum Rifai 1295-22 (T-22). Porém esses autores observaram

aumento da massa e número de nódulos nas plantas de feijão e elevação do conteúdo de

nitrogênio nas sementes de trigo (Ogut et al. 2005). Corrêa (2006) observou redução da

massa seca do pepineiro cultivado em hidroponia em conseqüência da aplicação de

Trichoderma na solução nutritiva na concentração de 107 conídios/mL. Entretanto,

Harman et al, (2004), observaram em plantas de milho, tratadas com T. harzianum T-22

aumento de caule, raízes primárias e secundárias e pêlos radiculares. Dados semelhantes

foram relatados por Chang et al (1986), que observaram um ganho de 10% em massa

seca de feijoeiro tratado com Trichoderma.

É conhecido na literatura que microrganismos encontrados no solo são

importantes nos mecanismos de disponibilização de fósforo para as plantas. Segundo

Dick e Tabatabai (1993), os microrganismos seriam as fontes mais expressivas de

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fosfatases no solo, por causa da sua grande biomassa, alta atividade metabólica e curto

tempo de vida, com várias gerações, permitindo a produção e a liberação de quantidades

elevadas de enzimas extracelulares em comparação com as plantas. Portanto, fosfatases

ácidas microbianas têm sido descritas como mais eficientes na hidrólise de P quando

comparadas com as originadas das plantas (Tarafdar et al., 2001). Entretanto, estudos da

dinâmica da produção da fosfatase microbiana do solo mostram que essas geralmente

sofrem interferência da alta atividade das fosfatases produzidas pelas raízes das plantas

(Juma & Tabatabai, 1977).

Provavelmente, a atividade de fosfatase ácida do solo encontrada no

presente trabalho, foi proveniente da planta do feijoeiro e dos microrganismos presentes

no solo, uma vez que T. harzianum manteve uma baixa população no solo nas épocas

em que foi avaliada a atividade de fosfatase.

Fungos do gênero Trichoderma, principalmente T. harzianum, são

conhecidos como solubilizadores de fósforo na rizosfera de algumas plantas (Rudresh,

2005; Lima, 2006). Esta é uma característica interessante, pois podem auxiliar na

nutrição vegetal através da disponibilização de fósforo não solúvel por ação de enzimas

denominadas de fosfatases ácidas e alcalinas. Fosfatases ácidas são enzimas que

catalisam a hidrólise de uma variedade de compostos fosfatados orgânicos, com a

produção de fósforo solúvel, contribuindo para o metabolismo energético, transdução de

sinal (Dickman & Yarden, 1999) ou aquisição de fósforo com propósito nutricional

(Walsh et al., 1994). São enzimas que estão amplamente distribuídas na natureza, e têm

sido encontradas em bactérias, fungos, protozoários, animais e plantas (Criquet et al.,

2004).

Considerando que a determinação desta enzima no solo pode ser utilizada

como marcador de crescimento de microrganismos no solo, fez-se uma avaliação da

atividade de fosfatase ácida de amostras do solo aos 45 e 66 DAE. A leitura da fosfatase

ácida das amostras do solo coletadas aos 45 DAE do feijoeiro mostrou que os solos

oriundos dos tratamentos com ALL-08, ALL-15, ALL-24, ALL-38, ALL-49 e ALL-52

apresentaram valores de atividade inferiores à apresentada pela testemunha. Nas

amostras de solo tratadas com ALL-22, ALL-24, ALL-38, ALL-42, ALL-43, ALL-49 e

ALL-52, aos 66 DAE também apresentaram leituras de atividade de fosfatase ácida

inferiores as apresentadas pela testemunha. Entretanto, todas as outras amostras tiveram

valores significativamente iguais aos valores encontrados para amostras de solo não

tratada com Trichoderma (TABELA 8).

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Um fator que pode ter influenciado a atividade de fosfatase é o fato de ter

sido aplicado fósforo na adubação do solo, e este poder ter inibido a secreção de

fosfatases por parte de T. harzianum. Fosfatases ácidas produzidas por microrganismos

são reprimidas por concentrações crescentes de fosfato no solo (Nahas, 1982). Esta idéia

foi reforçada pelos dados de Clarholm (1993) que mostraram que a fertilização com

fósforo inibe a atividade de fosfatase em amostras de solo. Tarafdar & Yadav (2001)

citam que a secreção máxima de fosfatase ácida pelas plantas foi observada em

condições de deficiência de fósforo e que a menor taxa de secreção foi observada na

presença de fósforo inorgânico, sugerindo que PO43-inorgânico pode ser um inibidor

competitivo de fosfatase. Lima (2006) verificou que a atividade de fosfatase ácida

isolada de T. harzianum ALL-42, um dos isolados utilizado no presente trabalho, foi

inibida em meio de cultura contendo NaH2PO4.

A determinação do conteúdo de fósforo disponível nos solos aos 45 e 66

DAE das plantas de feijoeiro inoculadas com Trichoderma não mostrou variação

significativa, quando os tratamentos foram comparados (TABELA 9). O método

utilizado no presente trabalho para a avaliação de fósforo disponível (Mehlich 1), utiliza

um extrator ácido, que extrai mais P ligado a Ca e apenas pequena proporção do

elemento ligado a Fe e Al. As leituras do fósforo disponível no solo apresentaram um

coeficiente de variação muito grande, não sendo possível afirmar com segurança que os

resultados obtidos foram devidos aos tratamentos. Os resultados obtidos podem ter sido

prejudicados devido à presença de adubos aplicados na forma de grânulos, que se

fixaram às partículas de solo próximas às raízes.

A leitura do pH de amostras de solo coletadas 45 DAE foram iguais entre a

maioria dos tratamentos, mantendo um valor médio de 6,8 (TABELA 10). A

manutenção deste valor foi importante, pois estão dentro da faixa ideal (6,5 a 7,0)

sugerida para o crescimento do feijoeiro (Fageria et al., 2004). Porém, estiveram acima

do ideal para o crescimento dos isolados de T. harzianum utilizados. Somente os solos

oriundos dos tratamentos com ALL-05, ALL-43 apresentaram menor acidez em relação

à testemunha. Aos 66 DAE houve uma redução no valor médio do pH entre os

tratamentos para 5,8; e não houve diferença significativa no pH entre os diferentes

tratamentos.

O pH do solo é uma das mais importantes propriedades químicas que

influenciam a solubilidade dos nutrientes e, portanto, a disponibilidade de nutrientes

para as plantas. A disponibilidade de P e N é baixa em pHs baixos, e aumenta em pH

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em torno de 7,0. A disponibilidade de P está associada com a neutralização de

compostos de Al, Mn e Fe, que fixam fósforo em pH baixo (Fageria & Stone, 2006). Os

valores apresentados de pH do solo deste experimento aproximam-se do valor ideal para

uma boa solubilização de P, possibilitando uma alta quantidade de P assimilável, o que

exige menor atividade das fosfatases na solubilização dos compostos fosfatados

presentes no solo.

O conteúdo de matéria orgânica do solo (MOS) avaliado nas amostras

coletadas aos 45 e 66 DAE não diferiu entre os tratamentos, porém observa-se um

aumento do conteúdo de MOS entre os 45 e 66 DAE (TABELA 10). Aumento esse, que

pode ser atribuído à liberação de exsudatos ao longo do período de crescimento das

plantas permitindo um aumento na população microbiana local, além da deposição de

restos vegetais devido à queda das folhas mais antigas.

Os testes de correlação para as avaliações aos 45 DAE mostram correlação

positiva entre produção de área foliar e atividade de fosfatase ácida, e correlação

negativa entre produção de área foliar e pH do solo (TABELA 11). Não houve

correlação entre atividade de fosfatase ácida e pH do solo, sugerindo que não se pode

atribuir o aumento da atividade de fosfatase à diminuição no pH do solo (TABELA 13),

embora se observe uma redução do pH dos 45 aos 66 DAE, os valores se mantiveram

acima do valor de pH ideal de 6,5 indicado para ação da fosfatase ácida no solo segundo

Tabatabai & Bremner (1969).

Já para as avaliações realizadas aos 66 DAE não foi verificada correlação

entre área foliar e fosfatase ácida (TABELA 13). Foram observadas correlações

positivas entre atividade de fosfatase ácida e fósforo disponível, entre atividade de

fosfatase ácida e pH, e entre fósforo disponível e pH (TABELA 14). Essa correlação

positiva entre fosfatase ácida e pH está em desacordo com o esperado, pois valores

decrescentes de pH deveriam estimular a atividade da enzima.

Seria interessante fazer a inoculação de T. harzianum em solos adubados em

diferentes concentrações e em diferentes formas de fósforo, principalmente formas

pouco solúveis, como do fosfato de rocha, para poder então chegar a resultados mais

claros sobre a capacidade de T. harzianum em solubilizar compostos fosfatados, pois os

resultados obtidos em meio de cultura, apesar de mostrarem a capacidade de

solubilização desses microrganismos, não refletem as condições do fósforo aplicado no

solo, que sofre processos como adsorção e precipitação.

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A determinação dos efeitos do Trichoderma no crescimento de plantas é de

difícil análise devido às várias interações entre este microrganismo, o solo, outros

organismos, mudanças no ambiente do solo e as raízes das plantas (Bailey & Lumsden,

1998). Além disso, é provável que um aumento no crescimento de plantas seja mais

evidente sob condições de estresse, pois quando as plantas são crescidas em condições

ótimas há menor oportunidade de incremento na produção.

A partir dos resultados aqui apresentados, verificou-se que não houve

promoção de crescimento do feijoeiro em função da inoculação de isolados de T.

harzianum nas condições experimentais adotadas. Porém, não foi observada diminuição

do crescimento em função da inoculação na semente do feijoeiro. Sendo possível

selecionar os isolados ALL-15, ALL-42 e ALL-43 como isolados a serem estudados

mais profundamente devido ao seu melhor estabelecimento no solo, e devido a

capacidade micoparasítica do ALL-42 e ALL-43 demonstrada anteriormente (Lima,

2002).

Os dados obtidos neste trabalho contribuíram para um melhor entendimento

das potencialidades de aplicação dos isolados de T. harzianum naturais do cerrado no

crescimento do feijoeiro. O tempo de estabelecimento desses fungos no solo é

determinante para uma melhor avaliação de seus efeitos. Sendo necessário estudar

condições de aplicação, que possam ser compatíveis com uma futura aplicação no

campo, para prover crescimento das colônias de T. harzianum em condições e

quantidades suficientes para proporcionar benefícios para plantas ao longo do seu

período de cultivo. Entretanto, outros trabalhos precisam ser realizados para que se

possa conhecer um pouco mais sobre a ecologia desses isolados e consequentemente

utilizá-los em escala comercial.

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7 – CONCLUSÃO

• Não há aumento de produção de massa seca, área foliar e altura das plantas do

feijoeiro quando tratadas com os isolados de Trichoderma harzianum ALL-05,

ALL-08, ALL-15, ALL-20, ALL-21, ALL-22, ALL-24, ALL-28, ALL-38,

ALL-42, ALL-43, ALL-47, ALL-49, ALL-52 nas condições experimentais aqui

adotadas;

• Os isolados ALL-15, ALL-42 e ALL-43 são capazes de se estabelecer no solo

por maior tempo do que ALL-05, ALL-08, ALL-20, ALL-21, ALL-22, ALL-24,

ALL-28, ALL-38, ALL-47, ALL-49 e ALL-52;

• A atividade de fosfatase ácida do solo foi reduzida no tratamento com alguns

isolados de T. harzianum;

• Não há correlação entre atividade de fosfatase ácida do solo e ganho de massa

seca pelo feijoeiro.

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8 – PERSPECTIVAS

• Avaliar os isolados de Trichoderma harzianum ALL-15, ALL-42 e ALL-43 em estudos futuros de promoção de crescimento.

• Avaliar o crescimento de T. harzianum em solos submetidos a diferentes fontes de fósforo e em diferentes doses.

• Desenvolver um substrato ideal para proporcionar condições para o crescimento de T. harzianum no solo

• Avaliar concentrações ideais de esporos de T. harzianum a serem aplicadas no solo.

• Verificar o efeito de diferentes pHs do solo no crescimento de T. harzianum.

• Desenvolver experimentos com T. harzianum em condições de temperaturas

controladas

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ANEXOS TABELA 1 - Análise de variância da germinação in vitro de sementes de feijão inoculadas com isolados de Trichoderma harzianum.

FV GL SQ QM F Pr > F Tratamento 14 983,333 70,238 0,739 NS 0,724

Resíduo 45 4275,000 95,000 Total 59 5258,333 CV % 10,93

NS= não significativo TABELA 2 – Análise de variância da área foliar aos 10DAE

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 1901,746486 135,839035 0.78NS 0,6816

Resíduo 41 7121,088019 173,684915 Total 55 9022,828019 CV % 32,09739

NS= não significativo TABELA 3 - Análise de variância da área foliar aos 17DAE

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 13303,0538 950,2181 0,44 NS 0,9499

Resíduo 45 96279,372 2139,3416 Total 59 109573,4258 CV % 42,0038

NS= não significativo TABELA 4 - Análise de variância da área foliar aos 24DAE

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 112585,8782 8041,8484 0,88 NS 0,5839

Resíduo 45 411032,7754 9134,0617 Total 59 523618,6537 CV % 30,89381

NS= não significativo TABELA 5 - Análise de variância da área foliar aos 31DAE

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 261989,0754 18713,5054 1,73 NS 0,0818

Resíduo 45 485545,8912 10789,9087 Total 59 747534,9666 CV % 22,8927

NS= não significativo TABELA 6 - Análise de variância da área foliar aos 38DAE

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 185631,7078 13259,4077 0,99 NS 0,4772

Resíduo 45 601679,1055 13370,6468 Total 59 787310,8134 CV % 21,00104

NS= não significativo

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TABELA 7 - Análise de variância da área foliar aos 45DAE

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 382341,383 27310,099 1,89 NS 0,054

Resíduo 45 650353,694 14452,304 Total 59 1032695,077 CV % 16,01285

NS= não significativo TABELA 8 - Análise de variância da área foliar aos 52DAE

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 5635814,3 402558,16 2,63* 0,0071

Resíduo 45 6888649,24 153081,09 Total 59 12524463,54 CV % 16,891

*Significativo a 5% de probabilidade TABELA 9 - Análise de variância da área foliar aos 66DAE

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 833597,658 59542,69 2,81* 0,0054

Resíduo 39 825165,043 21158,078 Total 53 1658762,701 CV % 16,89119

*Significativo a 5% de probabilidade TABELA 10 - Análise de variância da altura aos 10DAE

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 37,98980655 2,71355761 1,93 NS 0,0513

Resíduo 41 57,59479167 1,40475102 Total 55 95,58459821 CV % 21,68679

NS= não significativo TABELA 11 - Análise de variância da altura aos 17DAE

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 35,6573333 2,5469524 0,71 NS 0,7525

Resíduo 45 161,343125 3,5854028 Total 59 197,0004583 CV % 23,77544

NS= não significativo TABELA 12 - Análise de variância da altura aos 24DAE

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 110,5615 7,89725 1,13 NS 0,3595

Resíduo 45 314,345 6,9854444 Total 59 424,9065 CV % 23,77867

NS= não significativo

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TABELA 13 - Análise de variância da altura aos 31DAE FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 482,09975 34,435696 1,7 NS 0,0889

Resíduo 45 909,994375 20,222097 Total 59 1392,094125 CV % 24,18663

NS= não significativo TABELA 14 - Análise de variância da altura aos 38DAE

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 2475,209333 176,800667 1,42 NS 0,1841

Resíduo 45 5608,433125 124,631847 Total 59 8083,642458 CV % 25,7583

NS= não significativo TABELA 15 - Análise de variância da altura aos 45DAE

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 4870,43983 347,88856 1,51 NS 0,1477

Resíduo 45 10389,815 230,88478 Total 59 15260,25483 CV % 17,46573

NS= não significativo TABELA 16 - Análise de variância da altura aos 52DAE

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 5392,36433 385,16888 1,94* 0,0465

Resíduo 45 8911,89 198,042 Total 59 14304,25433 CV % 14,82954

*Significativo a 5% de probabilidade TABELA 17 – Análise de variância de massa seca radicular

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 29,5476519 2,110547 2,47* 0,0111

Resíduo 45 38,4575165 0,854611 Total 59 68,0051684 CV % 23,19015

*Significativo a 5% de probabilidade TABELA 18 – Análise de variância de massa seca da folha

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 140,3746814 10,02676 2,75* 0,0052

Resíduo 45 164,1816648 3,648481 Total 59 304,5563462 CV % 30,05767

*Significativo a 5% de probabilidade

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TABELA 19 – Análise de variância de massa seca da haste FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 128,7479834 9,196285 3,21* 0,0015

Resíduo 45 129,1072715 2,869051 Total 59 257,8552549 CV % 24,60933

*Significativo a 5% de probabilidade TABELA 20 – Análise de variância de massa seca da vagem

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 94,2118457 6,729418 1,34 NS 0,2206

Resíduo 45 225,271775 5,006039 Total 59 319,4836207 CV % 20,04238

*Significativo a 5% de probabilidade TABELA 21 – Análise de variância de massa seca da parte aérea

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 585,005597 41,78611 3,43* 0,0008

Resíduo 45 547,78601 12,17302 Total 59 1132,791607 CV % 14,29849

*Significativo a 5% de probabilidade TABELA 22 – Análise de variância de massa seca total

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 803,445856 57,38899 3,72* 0,0004

Resíduo 45 695,026113 15,44503 Total 59 1498,471969 CV % 13,84419

*Significativo a 5% de probabilidade TABELA 23 – Análise de variância de massa seca da relação parte aérea/parte radicular

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 40,8993992 2,921386 1,05 NS 0,4266

Resíduo 45 125,388317 2,786407 Total 59 166,2877162 CV % 25,9382

NS= não significativo TABELA 24 – Análise de variância do volume radicular

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 2556,892655 182,6352 1,27 NS 0,266

Resíduo 44 6344,666667 144,197 Total 58 8901,559322 CV % 40,30057

NS= não significativo

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TABELA 25 - Análise de variância de fosfatase ácida da avaliação aos 45DAE FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 17,41586 1,24399 7,9* <0,0001

Resíduo 30 4,725566 0,157519 Total 44 22,14142 CV % 15,41724

*Significativo a 5% de probabilidade TABELA 26 - Análise de variância de fosfatase ácida da avaliação aos 66DAE

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 117,3298 8,380699 16,89* <0,0001

Resíduo 30 14,88568 0,496189 Total 44 132,2155 CV % 8,451243

*Significativo a 5% de probabilidade TABELA 27 - Análise de variância de fósforo disponível na avaliação aos 45DAE.

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 6339,164 452,7974 3,49* 0,0007

Resíduo 45 5839,87 129,7749 Total 59 12179,03 CV % 39,1339

*Significativo a 5% de probabilidade TABELA 28 - Análise de variância de fósforo disponível na avaliação aos 66DAE

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 313,576 22,39829 2,48* 0,0108

Resíduo 45 406,89 9,042 Total 59 720,466 CV % 104,7732

*Significativo a 5% de probabilidade TABELA 29 - Análise de variância do pH na avaliação aos 45DAE.

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 1,054333 0,07531 8,32* <0,0001

Resíduo 45 0,4075 0,009056 Total 59 1,461833 CV % 1,407355

*Significativo a 5% de probabilidade TABELA 30 – Análise de variância do pH na avaliação aos 66DAE

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 5,274333 0,376738 2,64* 0,007

Resíduo 45 6,425 0,142778 Total 59 11,69933 CV % 6,556266

*Significativo a 5% de probabilidade

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TABELA 31 – Análise de variância da MO aos 45DAE FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 4,223333 0,301667 1,8 NS 0,0696

Resíduo 45 7,5625 0,168056 Total 59 CV % 20,58305

NS= não significativo TABELA 32 – Análise de variância da MO aos 66DAE

FV GL SQ QM F Pr > F Trat 14 5,779 0,412786 1,6 NS 0,1178

Resíduo 45 17,424 0,258778 Total 59 CV % 17,78679

NS= não significativo

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