EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA DE AGENTES INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS
EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus
SOBRE O ESTRESSE OXIDATIVO, DEFESA ANTIOXIDANTE E
PERFIL LIPÍDICO EM ADULTOS HIV POSITIVOS EM USO DA
TERAPIA ANTIRRETROVIRAL
AMANDA SOARES DE VASCONCELOS
Belém – Pará
2013
2
AMANDA SOARES DE VASCONCELOS
EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus
SOBRE O ESTRESSE OXIDATIVO, DEFESA ANTIOXIDANTE E
PERFIL LIPÍDICO EM ADULTOS HIV POSITIVOS EM USO DA
TERAPIA ANTIRRETROVIRAL
Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará, como requisito parcial para obtenção do título de Doutora em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários.
Orientador: Prof. Livre-Docente Sandro Percário
BELÉM – PA
2013
AMANDA SOARES DE VASCONCELOS
3
1
EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOBRE O ESTRESSE OXIDATIVO, DEFESA ANTIOXIDANTE E PERFIL LIPÍDICO EM
ADULTOS HIV POSITIVOS EM USO DA TERAPIA ANTIRRETROVIRAL
Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará, como requisito parcial para obtenção do título de Doutora em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários.
Orientador: Prof. Livre - Docente Sandro Percário. Laboratório de Estresse Oxidativo, ICB - UFPA
Banca examinadora: Prof. Dr. Luiz Fernando Machado
Instituto de Ciências da Biológicas – UFPA Porf. Dr. Valdir Francisco Odorizzi Universidade Federal do Tocantins Prof. Dr. Flávio de Vasconcelos Instituto de Ciências da Saúde - UFPA
Profª Drª Fani Dolabela Instituto de Ciências da Saúde - UFPA
Suplente: Profª. Drª Marta Chagas Monteiro Instituto de ciências da Saúde - UFPA
2
DEDICATÓRIA
Ao meu querido Eduardo
Saldanha; meu braço forte em
todos os momentos.
3
AGRADECIMENTOS
Àquele que acredito acima de tudo, Deus, Pai amoroso e bom, que nos dá a cada
minuto a oportunidade de sermos espíritos melhores;
Aos meus pais Arlene e Romildo e minha irmã Camila, pelo incentivo
principalmente nos momentos mais difíceis e pelo exemplo;
Ao professor Sandro Percário, por sua amizade, por ser um verdadeiro professor e
por ter contribuído amplamente para o meu amadurecimento pessoal e profissional;
À professora Fani Dolabela pelo passo fundamental que foi nos abrir as portas do
CASADIA para a realização deste trabalho, além das relevantes consideração a respeito da
cauística;
À Universidade Federal do Pará – UFPA, pelo suporte acadêmico;
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico- CNPq, pela
bolsa de estudos concedida durante a realização do doutorado;
Ao Centro de Atenção à saúde em doenças Adquiridas CASADIA, pelo apoio para
realização da pesquisa e toda sua equipe Francisca, Ruth, Natasha, Patrícia, Michele,
Antonieta, e em especial a Arnóbio, Dayse, Benedita pelo suporte técnico.
Aos pacientes sem os quais seria impossível a realização deste trabalho, pela
confiança e pela contribuição para o enriquecimento cientifico.
A Rogério Santos por todo suporte estatístico, além da paciência;
Aos colegas do LAPEO Marcela Figueira, Carolina Musa, Michelli Ferreira, Maria
do Céu, Paula Laurindo, Danilo Moreira, Aline Barbosa, Rafael Quadros, Víctor Hugo pela
ajuda não só nos momentos de “estresse” científico, mas também nos momentos de
“estresse” pessoal.
A todos que direta e indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho e
mais essa etapa concluída.
4
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS…………………………………………………………………..... 8
LISTA DE TABELAS E QUADROS..........................……………………………..... 13
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS......................................... 15
RESUMO............................................................................................................ 17
ABSTRACT........................................................................................................ 18
1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 19
1.1 A EPIDEMIA DE AIDS NO MUNDO.......................................................... 20
1.2 MORFOLOGIA E CICLO DE REPLICAÇÃO DO HIV................................ 22
1.3 PATOGÊNESE DA INFECÇÃO PELO HIV E MODO DE
TRANSMISSÃO.......................................................................................
25
1.4 DIAGNÓSTICOS LABORATORIAIS DA INFECÇÃO PELO HIV.............. 26
1.5 A TERAPIA ANTIRRETROVIRAL E SEUS EFEITOS COLATERAIS....... 27
1.6 O ESTRESSE OXIDATIVO........................................................................ 28
1.6.1 Antioxidantes.......................................................................................... 31
1.6.2 O estresse oxidativo nos indivíduos infectados pelo HIV................... 34
1.7 O PERFIL LIPÍDICO DOS INDIVÍDUOS HIV POSITIVOS........................ 37
1.8 O EFEITO DOS ANTIOXIDANTES NA PATOGÊNESE DA INFECÇÃO
PELO HIV................................................................................................
44
1.8.1 O Agaricus sylvaticus............................................................................. 49
1.9 OBJETIVO................................................................................................ 52
1.9.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................... 52
1.9.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...................................................................... 52
2 CASUÍSTICA E MÉTODOS....................................................................... 53
2.1 CASUÍSTICA.............................................................................................. 53
2.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO............................................. 53
2.3 FORMA E POSOLOGIA DO SUPLEMENTO........................................... 54
2.4 OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS................................................................. 55
2.5 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO ESTRESSE OXIDATIVO E DA
DEFESA ANTIOXIDANTE.........................................................................
56
2.5.1 Dosagem de Espécies reativas ao Ácido tiobarbitúrico (TBARS)...... 56
5
2.5.2 Dosagem da capacidade antioxidante equivalente ao Trolox (TEAC) 56
2.6 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO PERFIL LPIÍDICO.............................. 57
2.6.1 Dosagem do colesterol total plasmático............................................... 57
2.6.2 Dosagem dos triglicerídeos plasmáticos.............................................. 57
2.6.3 Dosagem do colesterol das lipoproteínas plasmáticas....................... 58
2.7 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA CAPACIDADE IMUNOLÓGICA......... 58
2.7.1 Contagem de linfócitos T CD4+, CD8+ ................................................. 58
2.7.2 Determinação da carga viral................................................................... 59
2.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA............................................................................ 60
3 RESULTADOS........................................................................................... 61
3.1 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO ESTRESSE OXIDATIVO E DA
DEFESA ANTIOXIDANTE........................................................................
62
3.1.1 Espécies Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico (TBARS).......................... 62
3.1.2 Capacidade Antioxidante Equivalente ao Trolox (TEAC).................... 64
3.2 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO PERFIL LIPÍDICO.............................. 66
3.2.1 Colesterol total (CT)............................................................................... 66
3.2.2 Triglicerídeos (TG)................................................................................. 68
3.2.3 Colesterol das Lipoproteínas de Alta Densidade (HDLc)..................... 70
3.2.4 Colesterol das Lipoproteínas de Baixa Densidade (LDLc).................. 72
3.2.5 Colesterol das Lipoproteínas de Muito Baixa Densidade (VLDLc)..... 74
3.3 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA CAPACIDADE IMUNOLÓGICA......... 76
3.3.1 Linfócitos T CD4+................................................................................... 76
3.3.2 Linfócitos T CD8+.................................................................................... 78
3.3.3 Carga Viral do HIV ................................................................................. 80
3.4 ESTUDO DE CORRELAÇÕES................................................................ 82
3.4.1 Correlação entre TBARS e TEAC.......................................................... 82
3.4.2 Correlação entre TBARS e CT............................................................... 83
3.4.3 Correlação entre TBARS e TG.............................................................. 84
3.4.4 Correlação entre TBARS e HDLc........................................................... 85
3.4.5 Correlação entre TBARS e LDLc............................................................ 86
3.4.6 Correlação entre TBARS e linfócitos T CD4+....................................... 87
3.4.7 Correlação entre TBARS e linfócitos T CD8+....................................... 88
6
3.4.8 Correlação entre TBARS e Carga Viral................................................ 89
3.4.9 Correlação entre TEAC e CT ................................................................. 90
3.4.10 Correlação entre TEAC e TG.................................................................. 91
3.4.11 Correlação entre TEAC e HDLc............................................................. 92
3.4.12 Correlação entre TEAC e LDLc.............................................................. 93
3.4.13 Correlação entre TEAC e linfócitos T CD4+.......................................... 94
3.4.14 Correlação entre TEAC e linfócitos T CD8+......................................... 95
3.4.15 Correlação entre TEAC e Carga Viral................................................... 96
3.4.16 Correlação entre CT e linfócitos T CD4+............................................... 97
3.4.17 Correlação entre CT e células T CD8+................................................. 98
3.4.18 Correlação entre CT e Carga Viral........................................................ 99
3.4.19 Correlação entre TG e Carga Viral........................................................ 100
3.4.20 Correlação entre HDLc e Carga Viral.................................................... 101
3.4.21 Correlação entre LDLc e Carga Viral..................................................... 102
4 DISCUSSÃO............................................................................................ 103
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 114
6 CONCLUSÕES......................................................................................... 115
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 116
ANEXOS.................................................................................................... 134
ANEXO 1 - Termo de Aceite da Instituição............................................... 134
ANEXO 2 - Termo de Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.................. 135
APÊNDICES............................................................................................ 140
APÊNDICE 1 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.................. 140
APÊNDICE 2 - Protocolo de Randomização............................................ 142
APÊNDICE 3 - Valores de concentração de TBARS (ng/mL) em todos
os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação..........
143
APÊNDICE 4 - Valores de concentração de TEAC (mmol/L) em todos os
sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação...............
144
APÊNDICE 5 - Valores de concentração de CT (mg/dL) em todos os
sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação...............
145
APÊNDICE 6 - Valores de concentração de TG (mg/dL) em todos os
sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação...............
146
7
APÊNDICE 7 - Valores de concentração de HDLc (mg/dL) em todos os
sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação...............
147
APÊNDICE 8 - Valores de concentração de LDLc (mg/dL) em todos os
sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação...............
148
APÊNDICE 9 - Valores de concentração de VLDLc (mg/dL) em todos os
sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação...............
149
APÊNDICE 10 - Número de linfócitos T CD4+ por microlitros de sangue
em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da
suplementação
150
APÊNDICE 11 - Número de linfócitos T CD8+ por microlitros de sangue
em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da
suplementação..........................................................................................
151
APÊNDICE 12 - Quantidade média de copias de HIV RNA por mililitros
de sangue em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da
suplementação..........................................................................................
152
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Mapa da prevalência mundial da infecção pelo HIV............. 21
Figura 2 - Municípios com pelo menos um caso de HIV/AIDS por período
de diagnóstico, 1980 – 2009............................................................................ 21
Figura 3 - A estrutura do Vírus da Imunodeficiência Humana.............. 22
Figura 4 - Ciclo de replicação do HIV................................................... 25
Figura 5 - Reação de Fenton................................................................ 29
Figura 6 - Reação de Haber-Weiss...................................................... 29
Figura 7 - Reação da dismutação do radical superóxido pela enzima
superóxido dismutase (SOD), produzindo oxigênio e peróxido de
hidrogênio............................................................................................ 32
Figura 8 - Reação de conversão do peróxido de hidrogênio em água
e oxigênio pela enzima catalase........................................................... 32
Figura 9 - Reação de redução do peróxido de hidrogênio utilizando
glutationa reduzida para formar glutationa oxidada e água pela
enzima glutationa peroxidase............................................................... 32
Figura 10 – Espécies Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico (TBARS) em
adultos infectados pelo HIV suplementados com Agaricus sylvaticus
(HIV As) ou suplementados com placebo (HIV P) durante seis
meses................................................................................................... 62
Figura 11 – Capacidade Antioxidante Equivalente ao Trolox (TEAC)
em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com
Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados com placebo (HIV
P)........................................................................................................
Figura 12 - Níveis de Colesterol Total (CT) em adultos infectados pelo
HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou
suplementados com placebo (HIV P).....................................................
64
66
Figura 13 - Níveis de Triglicerídeos (TG) em adultos infectados pelo
HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As)
ou suplementados com placebo (HIV P)............................................... 68
Figura 14 - Níveis de Colesterol da Lipoproteína de Alta Densidade
(HDLc) em adultos infectados pelo HIV que receberam
9
suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados
com placebo (HIV P)............................................................................
70
Figura 15 - Níveis d Colesterol da Lipoproteína de Baixa Densidade
(LDLc) em adultos infectados pelo HIV que receberam
suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados
com placebo (HIV P)............................................................................ 72
Figura 16 - Níveis de Colesterol da Lipoproteína de Muito Baixa
Densidade (VLDLc) em adultos infectados pelo HIV que receberam
suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados
com placebo (HIV P)............................................................................ 74
Figura 17 - Número de linfócitos T CD4+ por microlitros de sangue
de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com
Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados com placebo (HIV P). 76
Figura 18 - Número de linfócitos T CD8+ por microlitros de sangue
de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com
Agaricus sylvaticus (HIV As) e suplementados com placebo (HIV P)... 78
Figura 19 - Quantidade média de copias de HIV RNA por mililitros de
sangue de adultos infectados pelo HIV que receberam
suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados
com placebo (HIV P)........................................................................... 80
Figura 20 - Correlações entre as concentrações de TBARS e valores
de TEAC de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da
suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos
simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus;
(c) Grupo suplementado com placebo................................................... 82
Figura 21 - Correlações entre as concentrações de TBARS e valores
de CT de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da
suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos
simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus;
(c) Grupo suplementado com placebo................................................... 83
Figura 22 - Correlações entre as concentrações de TBARS e valores
de TG de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da
10
suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos
simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus;
(c) Grupo suplementado com placebo...................................................
84
Figura 23 - Correlações entre as concentrações de TBARS e valores
de HDLc de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da
suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos
simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus;
(c) Grupo suplementado com placebo................................................... 85
Figura 24 - Correlações entre as concentrações de TBARS e valores
de LDLc das amostras plasmáticas de adultos infectados pelo HIV,
antes e depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os
grupos simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus
sylvaticus; (c) Grupo suplementado com placebo................................. 86
Figura 25 - Correlações entre as concentrações de TBARS e o
número de linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, antes e
depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos
simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus;
(c) Grupo suplementado com placebo................................................. 87
Figura 26 - Correlações entre as concentrações de TBARS e o
número de linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, antes e
depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos
simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus;
(c) Grupo suplementado com placebo.................................................. 88
Figura 27 - Correlações entre as concentrações de TBARS e o
número de cópias HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, antes e
depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos
simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus;
(c) Grupo suplementado com placebo................................................... 89
Figura 28 - Correlações entre as concentrações de TEAC e de CT de
adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos
os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes
dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e
11
depois da suplementação...................................................................... 90
Figura 29 - Correlações entre as concentrações de TEAC e de TG
de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de
todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre
estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes
e depois da suplementação................................................................... 91
Figura 30 - Correlações entre as concentrações de TEAC e de HDLc
de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de
todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre
estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes
e depois da suplementação...................................................................
Figura 31 - Correlações entre as concentrações de TEAC e de LDLc
de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de
todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre
estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes
e depois da suplementação..................................................................
Figura 32 - Correlações entre as concentrações de TEAC e o
número de linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV,
considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente
(a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada
grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.........
Figura 33 - Correlações entre as concentrações de TEAC e o
número de linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV,
considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente
(a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada
grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.........
92
93
94
95
Figura 34 - Correlações entre as concentrações de TEAC e o
número de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV,
considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente
(a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada
grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação......... 96
Figura 35 - Correlações entre as concentrações de CT e o número
12
de linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, considerando
todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como
a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma
isolada (b, c), antes e depois da suplementação..................................
97
Figura 36 - Correlações entre as concentrações de CT e o número
de linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, considerando
todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como
a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma
isolada (b, c), antes e depois da suplementação................................... 98
Figura 37 - Correlações entre as concentrações de CT e o número
de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando
todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como
a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma
isolada (b, c), antes e depois da suplementação.................................. 99
Figura 38 - Correlações entre as concentrações de TG e o número
de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando
todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como
a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma
isolada (b, c), antes e depois da suplementação.................................. 100
Figura 39 - Correlações entre as concentrações de HDLc e o número
de cópias de RNA HIV de adultos infectados pelo HIV, considerando
todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como
a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma
isolada (b, c), antes e depois da suplementação...................................
101
Figura 40 - Correlações entre as concentrações de LDLc e o número
de cópias de RNA HIV de adultos infectados pelo HIV, considerando
todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como
a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma
isolada (b, c), antes e depois da suplementação................................... 102
13
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro 1 - Principais características das lipoproteínas
transportadoras dos lipídeos endógenos............................................. 38
Quadro 2 – Concentração de constituintes presentes em Agaricus
sylvaticus...............................................................................................
Tabela 1 – Terapia antirretroviral administrada aos pacientes do
CASADIA que fizeram parte dos grupos HIV As e HIV P....................
Tabela 2 – Caracterização da população de estudo............................
Tabela 3 – Concentrações médias de TBARS em adultos infectados
pelo HIV suplementados com Agaricus sylvaticus ou suplementados
com placebo antes e após seis meses.................................................
51
54
61
63
Tabela 4 – Capacidade antioxidante equivalente ao Trolox (TEAC)
de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com
Agaricus sylvaticus ou com placebo antes e após seis meses ........... 65
Tabela 5 – Colesterol total (CT) de adultos infectados pelo HIV que
receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou
suplementados com placebo antes e após seis meses....................... 67
Tabela 6 – Triglicerídeos (TG) de adultos infectados pelo HIV que
receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou
suplementados com placebo antes e após seis meses...................... 69
Tabela 7 – Colesterol da Lipoproteína de Alta Densidade (HDLc) de
adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com
Agaricus sylvaticus ou suplementados com placebo antes e após
seis meses.......................................................................................... 71
Tabela 8 – Colesterol da Lipoproteína de Baixa Densidade (LDLc)
de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com
Agaricus sylvaticus ou suplementados com placebo antes e após
seis meses......................................................................................... 73
Tabela 9 – Colesterol da Lipoproteína de Muito Baixa Densidade
(VLDLc) de adultos infectados pelo HIV que receberam
suplementação com Agaricus sylvaticus ou suplementados com
placebo antes e após seis meses...................................................... 75
14
Tabela 10 – Linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV que
receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou
suplementados com placebo antes e após seis meses.......................
77
Tabela 11 – Linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV que
receberam suplementação com Agaricus sylvaticus e suplementados
com placebo de antes e após seis meses............................................ 79
Tabela 12 – Cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV que
receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou
suplementados com placebo antes e após seis meses....................... 81
15
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
ABTS – 2,2.-azinobis-3-etilbenzotiazolina-ácido-6-sulfônico-diamônio
AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida
AOPP – Produtos Protéicos de Oxidação Avançada
Apo A1 – Apolipoproteína A1
ARV – Antirretrovirais
Casa Dia – Centro de Atenção em Doencas Infecciosas Adquiridas
CAT – Capacidade antioxidante total
CDC – Centro de Controle de Doenças
CT – Colesterol total
CV – Carga viral
DNA – Ácido Desoxirribonucléico
DST – Doenças Sexualmente Transmissíveis
EDTA – Ácido etileno diamino tetracético
ELISA – Ensaio por Imunoabsorbância Ligado à Enzima
ERO – Espécies Reativas de Oxigênio
ERON – Espécies Reativas de Oxigênio e Nitrogênio
GPx – Glutationa Peroxidase
GSH – Glutationa Reduzida
GSSG – Glutationa Oxidada
HAART – Terapia Antirretroviral Altamente Ativa
HDL – Lipoproteína de Alta Densidade
HDLc – Colesterol da Lipoproteína de Alta Densidade
HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana
HIV As – Grupo HIV positivos suplementados com Agaricus sylvaticus
HIV P – Grupo HIV positivo suplementado com o placebo
H2O - Água
H2O2 – Peróxido de Hidrogênio
IDL – Lipoproteína de Densidade Intermediária
ITRN – Inibidor da Transcriptase Reversa Nucleosídico
ITRNN - Inibidor da Transcriptase Reversa Não Nucleosídico
IP – Inibidores de Protease
16
LACEN – Laboratório Central
LAPEO/UFPA – Laboratório de Pesquisa em estresse Oxidativo da
Universidade Federal do Pará
LDL – Lipoproteína de Baixa Densidade
LDLc – Colesterol da Lipoproteína de Baixa Densidade
LDLox - Lipoproteína de Baixa Densidade oxidada
LT – Linfócitos T
MDA – Malondialdeído
NAC – N-acetilcisteína
NADPH – Cofator da Enzima NO Sintase
NASBA - Amplificação Baseada na Sequencia de Ácidos Nucleicos
NF-κβ – Fator Nuclear κβ
O2•- – Radical Superóxido
OH•- – Radical Hidroxil
ONOO- – peroxinitrito
OMS – Organização Mundial da Saúde
PCR – Reação em Cadeia da Polimerase
R•- - Radical Alquila
RL – Radical Livre
RNA – Ácido Ribonucléico
RNAm – ácido ribonucléico mensageiro
TR – Transcriptase Reversa
SOD – Superóxido Dismutase
TARV – Terapia Antirretroviral
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TBA – Ácido Tiobarbitúrico
TBARS – Substâncias Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico
TEAC – Capacidade Antioxidante Equivalente ao Trolox
TG - Triglicerídeos
TNF- – Fator de Necrose Tumoral
VLDL – Lipoproteína de muito Baixa Densidade
VLDLc – Colesterol da Lipoproteína de muito Baixa Densidade
17
RESUMO
A introdução da terapia antirretroviral é considerada o cuidado padrão global no tratamento da infecção pelo HIV Porém se levarmos em consideração uma adequada aderência ao tratamento, o uso prolongado desses medicamentos traz consigo efeitos adversos decorrentes como um quadro de estresse oxidativo sistêmico e a síndrome da lipodistrofia. Além da alta produção de radicais livres, os indivíduos HIV positivos apresentam uma redução na sua capacidade antioxidante total, consequência da própria infecção e também pela baixa capacidade de absorção dos micronutrientes. Desta forma, além das evidências da relação dos distúrbios lipídicos com o estresse oxidativo a suplementação alimentar com micronutrientes com atividade antioxidante poderia ser um complemento ao tratamento dos indivíduos infectados com sinais e sintomas da doença causada pelo HIV. Portanto, objetivou-se verificar o efeito da suplementação nutricional do cogumelo Agaricus sylvaticus sobre as alterações oxidativas, a defesa antioxidante e o perfil lipídico em adultos infectados pelo HIV e que fazem uso da terapia antirretroviral. Para realizar este estudo, selecionou-se 45 adultos entre 21 e 50 anos de idade, de ambos os sexos que foram suplementadas por um período de seis meses. Vinte e quatro sujeitos receberam suplementação de Agaricus sylvaticus e vinte e um receberam placebo. Foram obtidas amostras de sangue antes do início da suplementação e após seis meses de uso da mesma e fez-se análise dos marcadores do estresse oxidativo (TBARS), da capacidade antioxidante (TEAC), do perfil lipídico e dos marcadores imunológicos para a infecção pelo HIV. Observou-se que os valores de TBARS nos indivíduos que receberam o Agaricus sylvaticus diminuíram de forma significante após os seis meses de suplementação, já no grupo suplementado com o placebo os resultados não foram significativos. Também se constatou um aumento significante no valor do TEAC apenas no grupo suplementado de A. sylvaticus. Não foram observadas alterações significantes no perfil lipídico e nos marcadores imunológicos dos sujeitos estudados. No estudo das correlações o grupo suplementado com placebo apresentou correlação positiva significante entre TBARS e LDLc, e TBARS e colesterol total. Correlação negativa significante foi obtida entre TEAC e CV neste mesmo grupo. Já no grupo suplementado de Agaricus sylvaticus houve correlações negativas significantes entre HDLc e TBARS, TEAC e LDLc, HDLc e CV. Assim, os resultados sugerem o envolvimento do estresse oxidativo nas alterações causadas pela infecção por HIV e pelo uso da terapia antirretroviral, sendo que o uso de uma suplementação antioxidante provavelmente ajudaria a amenizar as consequências do estresse oxidativo sobre a fisiopatogenia desta doença.
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ABSTRACT
The introduction of antiretroviral therapy is considered the global standard care in the treatment of HIV infection. But if we consider adequate adherence to treatment prolonged use of these drugs brings adverse effects arising as a frame of systemic oxidative stress and lipodystrophy syndrome. Besides the high production of free radicals, HIV positive individuals show a reduction in their total antioxidant capacity, due to the infection itself and also by the low absorption capacity of micronutrients. Thus, the evidence of the relationship of lipid disorders with oxidative stress dietary supplementation micronutrients antioxidant activity could be an adjunct to treatment of infected individuals with signs and symptoms HIV disease. Therefore, this study aimed to verify the effect of nutritional supplementation of Agaricus sylvaticus on oxidative changes in antioxidant defense and lipid profile in HIV-infected adults and make use of antiretroviral therapy. Were selected 45 adults between 21 and 50 years of age, both sexes, supplemented for a six months. Twenty-four individuals received Agaricus sylvaticus supplementation and twenty-one individuals received placebo. Blood samples were obtained before the start of supplementation and after six months and there was analysis of markers of oxidative stress (TBARS), antioxidant capacity (TEAC), lipid profile and immunological markers for infection HIV. It was observed that TBARS values in individuals who received the Agaricus sylvaticus decreased significantly after six months of supplementation, whereas in the group supplemented with placebo results were not significant. We also found a significant increase in the TEAC value only in the A. sylvaticus -supplemented group. There were no significant changes in lipid profile and immunological markers in the subjects studied. In the study of correlations the placebo - supplemented group showed significant positive correlation between TBARS and LDLc, and TBARS and total cholesterol. Significant negative correlation was obtained between TEAC x CV in the same group. In the A. sylvaticus -supplemented group were significant negative correlations between HDLc x TBARS, TEAC x LDLc, HDLc x CV. The results suggest the involvement of oxidative stress in alterations caused by HIV infection and use of antiretroviral therapy, and the use of an antioxidant supplementation would likely help alleviate the effects of oxidative stress on the pathophysiology of this disorder.
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1 INTRODUÇÃO
A síndrome da imunodeficiência adquirida é uma consequência clínica da
infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV - Human Immunodeficiency
Virus). Esta situação é caracterizada por uma redução progressiva da resposta
imunológica do indivíduo e esta redução está relacionada com a destruição de
células de defesa, os linfócitos (LT) T CD4+, células alvo do vírus, nas quais
acontece sua replicação.
A doença foi descrita no Relatório Semanal de Morbidez e Mortalidade do
Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos em junho
de 1981. Foi registrada como uma estranha disseminação de um tipo raro e fatal de
pneumonia que até então ocorria apenas em pacientes com câncer em estágios
avançados, mas que estava sendo observada entre homens homossexuais jovens e
saudáveis de Nova Iorque, Los Angeles e São Francisco (Gallo, 2006; Gottlieb,
2006). No ano seguinte, já se sabia que a estranha doença que destruía o sistema
imunológico e deixava os pacientes vulneráveis à pneumonia e a outras
enfermidades não acometia apenas homossexuais, mas também usuários de drogas
injetáveis e receptores de transfusão de sangue e, 14 países, incluindo o Brasil,
relataram casos da doença. Assim, em setembro de 1982, o CDC começou a utilizar
a sigla AIDS (Acquired Immune Deficiency Syndrome) e definiu adequadamente a
patologia como uma síndrome (CDC, 1982). Os primeiros casos de AIDS no Brasil
foram diagnosticados nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, no início da
década de 1980 (Castilho et al., 1994). Considerando-se a história natural da
doença, acredita-se que o HIV foi introduzido no País na década de 1970 e foi
disseminado por todo o território nacional de forma insidiosa e progressiva nas
décadas seguintes (Fonseca e Bastos, 2007). No início da epidemia de HIV/AIDS, a
doença predominava entre homens homo/bissexuais masculinos, brancos, com
elevada escolaridade e que residiam nas grandes cidades da Região Sudeste do
País. Após as primeiras décadas, o perfil epidemiológico da doença foi se
modificando com tendências de disseminação entre homens heterossexuais,
mulheres e crianças de todas as classes sociais, particularmente acometendo
populações marginalizadas e vulneráveis. (Takahashi, 1998; Fonseca et al., 2000;
Krishnan, 2008). A doença causada pelo HIV transformou-se em poucos anos em
20
uma das principais causas de mortalidade em adultos. A razão dos casos de AIDS
entre homens/mulheres era de 26,7:1 em 1985, decrescendo até 1,5:1 em 2008
(Stephan et al., 2010).
1.1 A EPIDEMIA DA AIDS NO MUNDO
Desde o início da epidemia, mais de 60 milhões de pessoas foram infectadas
pelo HIV e quase 30 milhões de pessoas morreram de causas relacionadas a este
vírus. O número de indivíduos infectados difere muito dentre as regiões do planeta.
A Figura 1 mostra a prevalência da infecção por HIV entre adultos, de acordo com o
país, sendo a África subsaariana a região mais afetada, seguida pela Europa
Oriental e o Caribe (UNAIDS, 2012a). A UNAIDS estima que, em 2011, um total de
34,2 milhões de pessoas vivia com o HIV, em comparação com 29,1 milhões em
2001. No ano de 2011 houve 2,5 milhões de novas infecções, um número 22%
menor do que o registrado em 2001 e 1,7 milhões morreu, representando uma
queda de 26% a partir de 2005, quando o número de mortes por AIDS atingiu um
pico de 2,3 milhões (UNAIDS, 2012b).
No Brasil os casos de HIV/AIDS cresceram ano após ano. Na década de 1980
quando foram identificados os primeiros indivíduos infectados, os casos da doença
se concentravam nas regiões sul e sudeste do país. No ano de 2009 praticamente
todos os municípios da federação apresentam casos da Imunodeficiência Adquirida
(Figura 2). Desde o início da epidemia, em 1980, até junho de 2012, O Brasil
registrou 656.701 de AIDS, de acordo com o último Boletim Epidemiológico (Brasil,
2012). Em 2011, foram notificados 38.776 casos da doença e a taxa de incidência
no Brasil foi de 20,2 casos por 100 mil habitantes.
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Figura 1: Mapa da prevalência mundial da infecção pelo HIV. Adaptado de: http://www.unaids.org/en/dataanalysis/datatools/aidsinfo/ (acessado em 13/06/2013).
.
Figura 2: Municípios com pelo menos um caso de HIV/AIDS por período de diagnóstico, 1980 – 2009 (Brasil, 2009).
Prevalência estimada do HIV
Dados insuficientes
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1.2 MORFOLOGIA E CICLO DE REPLICAÇÃO DO HIV
O HIV pertence a família Retroviridae, sub-família lentivírus e se caracteriza
por ter o seu genoma constituído por RNA. Estes vírus realizam sua replicação
através da retrotranscrição por intermédio da enzima transcriptase reversa.
O HIV constitui-se de uma partícula icosaédrica, composta de um envelope
fosfolipídico, proveniente da membrana externa da célula do hospedeiro, onde estão
inseridas proteínas virais e da célula hospedeira, incluindo as duas principais
glicoproteínas, gp120 e gp41 e possui aproximadamente 100nm de diâmetro.
Internamente ao envelope encontra-se a matriz protéica e o capsídeo viral. Dentro
deste capsídeo encontram-se o material genético, duas cópias do RNA genômico de
fita simples, além das enzimas necessárias para a replicação viral. (Wong- Staal e
Gallo, 1985; Peçanha et al., 2002; Valente et al., 2005). A figura 3 apresenta a
estrutura do vírus.
Figura 3. A estrutura do Vírus da Imunodeficiência Humana (Adaptado de Chemistry at Wellesley College < http://academics.wellesley.edu/Chemistry/Chem101 /hiv/HIV-1.html
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O material genético do HIV é composto pelos genes estruturais gag, pol e env
e pelos genes regulatórios tat, nef, rev, vif, vpu, vpr. (Frankel & Young, 1998).
O gene gag codifica uma proteína precursora (p55), que origina proteínas
estruturais do cerne viral, como da matriz proteica (p17), do capsídeo viral (p24) e as
proteínas mais internas do nucleocapsídeo (p7 e p9). O gene pol é responsável pela
produção das enzimas: transcriptase reversa que atua na replicação do RNA viral, a
integrase que faz a interação do acido nucleico viral ao genoma celular, a protease.
O gene env atua na codificação de glicoproteinas de superfície (gp120) e
transmembrana (gp41). Estas glicoproteinas são importantes no momento do
contato entre a partícula viral e a célula hospedeira, pois se ligam aos receptores
CD4 e aos co-receptores localizados na membrana plasmática de linfócitos T
auxiliares, de monócitos, de macrófagos e de células dendriticas foliculares e este é
o primeiro passo para o início da infecção (Levy, 2007).
A proteína responsável pelo reconhecimento do HIV por suas células alvo é a
gp120. O principal receptor para HIV é o CD4, uma imunoglobulina expressa na
superfície de linfócitos T e macrófagos primários. Após a ligação à membrana
celular, a proteína gp120 dissocia-se da proteína gp41, que passa por modificações
conformacionais que promovem a fusão vírus-célula, permitindo a entrada do
capsídeo. Após a fusão, o capsídeo do vírion é então desencapado para a liberação
no citoplasma do RNA genômico e das enzimas virais, o que se faz necessário para
a etapa posterior, a transcrição reversa. A transcriptase reversa promove a síntese
de uma cópia de DNA de fita dupla, catalisando as reações de polimerização de
DNA dependente de RNA e dependente de DNA. Seguindo-se a transcrição reversa,
um complexo nucleoproteico, é transportado para o núcleo da célula hospedeira. A
ação da integrase resulta na integração estável do DNA do genoma viral no DNA
cromossômico, estabelecendo um pró-virus e completando assim a fase pré-
integrativa (Peçanha et al., 2002).
Uma vez que o pró vírus é integrado no DNA hospedeiro, comporta- se como
um gene celular residente. O conjunto de RNAs transcritos é então transportado
para o citoplasma. Neste local os RNAs serão traduzidos, ou constituirão novas
partículas virais em um processo regulado pela Rev. A tradução citoplasmática dos
RNAm virais fornece as proteínas Vif, Vpr, Nef, além das proteínas gag e gagpol. As
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proteínas gp120 e gp41, presentes na membrana externa do HIV, são formadas a
partir da proteína Env que, por sua vez é coexpressa com os receptores CD4 no
Retículo Endoplasmático. A degradação dos receptores CD4 recém sintetizados,
necessária ao transporte da Env até a membrana celular, é assistida pela proteína
Vpu. Além de sua função na degradação de CD4, a Vpu promove a “downregulation”
de proteínas de superfície celular da classe MHC I, que estão envolvidas no
reconhecimento das células infectadas por linfócitos T citotóxicos e parece estimular
a liberação de partículas virais (Peçanha et al., 2002).
Para facilitar a montagem do vírus, as proteínas pró-virais gag, gag-pol
recebem o ácido mirístico que fornece um domínio hidrofóbico necessário à
interação com a membrana celular e a Env sofre glicosilação (Vaishnav e Wong-
Staal, 1991).
Os vírions são inicialmente montados próximo à membrana celular na forma
de partículas imaturas compostas de um envelope glicoprotéico, RNA genômico e
proteínas virais e tem como suporte para a montagem o colesterol intracelular
(Maziere et al., 1994). Após, ou durante o “brotamento”, as partículas virais passam
por uma modificação morfológica conhecida como maturação. A maturação consiste
na clivagem das proteínas gag e gag-pol pela protease viral, produzindo enzimas e
proteínas estruturais do capsídeo. O processamento das proteínas no vírion
completa o ciclo de replicação do HIV (Figura 4). Os vírions maduros são então
capazes de infectar um linfócito adjacente (Peçanha et al., 2002).
25
Figura 4. Ciclo de replicação do HIV. (Adaptado de Northwest Association for Biomedical Research – University of Washington, 2004).
1.3 PATOGÊNESE DA INFECÇÃO PELO HIV E MODO DE TRANSMISSÃO
Apesar da resposta à infecção diferir de indivíduo para indivíduo, se
estabelece um quadro comum a todos. Os pacientes desenvolvem uma síndrome
aguda três a seis semanas após a infecção primária, caracterizada por uma alta
viremia e uma diminuição no número de linfócitos CD4+ no sangue periférico.
Durante este estágio, o HIV dissemina-se e se replica principalmente no tecido
linfóide. Há uma resposta citotóxica, por parte do hospedeiro, porém é inadequada
para suprimir a replicação completamente, desta forma há uma persistência da
expressão do HIV (Pantaleo et al., 1993). Os sintomas mais frequentes da fase
aguda podem se assemelhar a um quadro gripal, ou mesmo a uma mononucleose
26
(Brasil, 2008). Nessa fase, os sintomas são autolimitados e quase sempre a doença
não é diagnosticada devido à semelhança com outras doenças virais. Em seguida, o
paciente entra em uma fase de infecção assintomática, de duração variável de
alguns anos. A doença sintomática é a manifestação mais grave da imunodepressão
sendo definida por diversos sinais, sintomas e doenças como febre prolongada,
diarréia crônica, perda de peso importante (superior a 10% do peso anterior do
indivíduo), sudorese noturna, astenia e adenomegalia (Chaisson et al., 2000).
A AIDS é o estágio mais avançado da doença no qual o sistema imunológico
do hospedeiro infectado já não pode mais controlar a ocorrência de infecções
oportunistas como tuberculose, pneumonia por Pneumocistis carinii, toxoplasmose
cerebral, candidíase e meningite por criptococos ou de neoplasias como sarcoma de
Kaposi e linfomas não-Hodgkin, que raramente acometem indivíduos
imunocompetentes (Chaisson et al., 2000). Além disso, no Brasil, tem sido
observada a ocorrência de formas graves ou atípicas de doenças tropicais, como
leishmaniose e doença de Chagas (Brasil, 2008).
A dispersão da infecção causada pelo HIV é consequência das trocas de
fluidos corpóreos contaminados e essas trocas podem acontecer através de
relações sexuais (com variações frequentes de parceiros sem uso de preservativos),
do compartilhamento de agulhas e seringas por usuários de drogas injetáveis, dos
acidentes com materiais perfurocortantes contaminados, transfusões sanguíneas e
hemoderivados. Ainda podemos ressaltar a transmissão vertical que acontece da
mãe para o filho no desenvolvimento da gravidez, durante ou após o parto e também
através do leite materno (Brasil, 2008).
1.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA INFECÇÃO PELO HIV
Segundo o Ministério da Saúde os critérios de definição dos casos de AIDS
em indivíduos com 13 anos ou mais consistem da existência de dois testes de
triagem reagentes ou um confirmatório para a detecção de anticorpos anti-HIV,
somado a isso deve ser apresentada a evidência de imunodeficiência e/ou contagem
de linfócitos T CD4+ menor do que 350células/mm3. Já os critérios para se definir a
doença e que devem ser observados no grupo de indivíduos menores de 13 anos
são os seguintes: diagnóstico de pelo menos duas doenças indicativas da
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imunodeficiência de caráter leve e/ou diagnóstico de pelo menos uma doença
indicativa AIDS de caráter moderado a grave e/ou contagem de linfócitos T CD4
menor do que o esperado para a idade atual (Brasil, 2004).
O teste de triagem para evidência da infecção pelo HIV largamente utilizado
no Brasil é o ensaio imunocromatográfico por imunoabsorbância ligado à enzima
(ELISA) no qual detecta a presença de anticorpos (Lemos et al, 2005).
São considerados testes confirmatórios: imunofluorescência indireta,
imunoblot, Western Blot, PCR – (polimerase chain reaction) para amplificação de
ácidos nucleicos virais, e a amplificação sequencial de ácidos nucléicos (NASBA). O
Western Blot é considerado a técnica de escolha para confirmação do ELISA, pelo
volume de informações que fornece e pela relativa objetividade do resultado (Brasil,
2004; Bricarello et al., 2007).
1.5 A TERAPIA ANTIRRETROVIAL E SEUS EFEITOS ADVERSOS
O ciclo de replicação do HIV apresenta diversos eventos exclusivamente
relacionados a componentes virais, que podem ser utilizados como alvos para
intervenção quimioterápica. O rápido progresso no desenvolvimento da terapia
antirretroviral (TARV) levou à introdução em 1996 do tratamento antirretroviral
altamente ativo (HAART) e hoje é considerado o cuidado padrão global no
tratamento da infecção pelo HIV. A TARV é uma combinação de pelo menos três
fármacos antirretrovirais, que atuam inibindo de forma alostérica o sítio de ligação da
enzima transcriptase reversa, ou por inibição “competitiva” da protease. A eficácia
clínica efetiva foi alcançada com a combinação de diferentes inibidores de
transcriptase reversa e inibidores de protease (Peçanha et al., 2002).
O impacto da TARV resultou na redução da morbimortalidade documentada
em nível nacional e internacional. Diante desse novo cenário mundial é relevante
entender as correlações existentes entre a qualidade de vida desses pacientes e a
adesão à TARV. Embora a relação entre esses dois fatores ainda não tenha sido
extensamente estudada, sabe-se que a adesão à TARV melhora os resultados
clínicos, controla o avanço da doença e diminui a taxa de mortalidade, o que,
supostamente, deveria resultar em uma melhoria da qualidade de vida dos pacientes
(Chiou et al., 2006).
28
Em contrapartida a esses benefícios, os efeitos colaterais da TARV incluem
fadiga, náuseas, vômitos, diarreia e efeitos sobre o sistema nervoso central, dentre
outros. Esses sintomas contribuem para a descontinuidade da medicação, que
resulta no aumento da carga viral no sangue e diminuição da contagem dos
linfócitos T CD4+. Esse pode ser um dos fatores do aumento da resistência do HIV
aos medicamentos, resultando em uma falha no tratamento, infecções oportunistas e
desperdício de investimento (Geocze et al., 2010).
Porém se levarmos em consideração uma adequada aderência ao
tratamento, o uso prolongado desses medicamentos (por anos e até décadas) traz
consigo efeitos adversos decorrentes nos quais podemos citar as alterações
metabólicas como dislipidemia, resistência insulínica, hiperglicemia, redistribuição da
gordura corporal (Tanwani & Mokshagundam, 2003; Aldrovandi et al., 2009; Innes et
al., 2009; Werner et al., 2010), além de fatores de risco para doença cardiovascular
(Miller et al., 2008; Barbaro, 2010) O conjunto destas alterações é conhecido como
síndrome lipodistrófica do HIV que também é caracterizada por perda de gordura
facial e das extremidades e deposição centrípeta em mamas, abdômen e formação
de gibosidade (aumento de gordura dorsocervical).
Adicionalmente, indivíduos infectados com o HIV que fazem ou não uso da
TARV sofrem de um estresse oxidativo sistêmico, causado pela presença dos
radicais livres e pela diminuição de moléculas do sistema antioxidante. Este fator
pode estar intimamente relacionado com as complicações decorrentes da doença
pelo HIV e com os distúrbios metabólicos observados nestes indivíduos (Glesby et
al, 2009; Mandas et al, 2009; Suresh et al, 2009).
1.6 O ESTRESSE OXIDATIVO
O estresse oxidativo pode ser definido como um desequilíbrio entre a
produção e a eliminação de espécies químicas altamente reativas ou radicais livres
(RL), como por exemplo, as espécies reativas de oxigênio e nitrogênio (ERON).
Radicais livres são átomos ou moléculas que apresentam vida livre e que
possuem elétrons não pareados nos seus orbitais mais externos. Decorrem da
definição química, duas propriedades peculiares: alta reatividade e alta instabilidade.
Devido a estas características os radicais livres podem reagir com qualquer
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biomolécula, sendo necessário apenas que estas biomoléculas existam na
proximidade do local de formação do radical livre.
As espécies reativas de oxigênio (ERO) são consideradas as principais
espécies químicas relacionadas a mecanismos oxidativos em humanos e animais.
São elas: radical superóxido (O2●-), peróxido de hidrogênio (H2O2), radical hidroxila
(OH●-), radicais alquila (R●-) e radicais peroxila (ROO●-).
A produção de ERON se dá durante função celular normal e são geradas
como subprodutos do metabolismo celular, principalmente na mitocôndria. Sua
formação é parte de um processo natural resultante da presença do oxigênio e
muitas vezes necessário para diversas funções orgânicas. O oxigênio necessita
receber quatro elétrons para a sua total redução formando água, e quando recebe
um, dois ou três elétrons, formam-se as ERON, como o H2O2, que embora não seja
um radical livre, é altamente reativo na presença de metais de transição (ferro ou
cobre) e importante para a formação do OH•- por meio das reações de Fenton e
Haber Weiss (Figuras 5 e 6, respectivamente; Halliwell & Gutteridge, 2007).
H2O2 + Fe2+ > Fe3+ + HO•- + OH-
Figura 5: Reação de Fenton. O peróxido de hidrogênio (H2O2) é ionizado em presença de íons ferrosos, levando à produção de radicais hidroxila (OH●) e íons hidroxila (OH-). O íon ferroso (Fe2+) sofre oxidação sendo liberado na forma de íon férrico (Fe3+).
O2•- + Fe3+ > O2 + Fe2+
H2O2 + Fe2+ > Fe3+ + HO•- + OH- O2
•- + H2O2 > O2 + HO•- + OH-
Figura 6: Reação de Haber-Weiss. O radical superóxido (O2●) reage com o peróxido de
hidrogênio (H2O2), em presença de metais de transição, para produzir radicais hidroxila (OH●-), íons hidroxila (OH- ) e oxigênio (O2).
30
O processo de geração de ERON é uma reação em cascata, auto-alimentada
e não auto-limitada (Kotler, 1998; Carreiro, 2007), sendo assim, os radicais livres
podem provocar alterações em moléculas, tecidos e órgãos. Da sua ação sobre
ácidos nucléicos decorrem modificações estruturais no RNA e no DNA, implicando
na formação de novos radicais pirimidínicos ou purínicos, o que leva a mutações
gênicas e até mesmo a destruição destas moléculas. Da ação das espécies reativas
sobre os carboidratos pode ocorrer despolimerização dos polissacarídeos
acarretando perda do reconhecimento celular. Nas proteínas, podem causar
alteração funcional de receptores, anticorpos, sinais de transdução e alterar o
transporte de proteínas e enzimas. Em relação aos lipídeos, pode ocorrer a
destruição das membranas celulares por peroxidação dos ácidos graxos insaturados
(peroxidação lipídica) e também a oxidação das lipoproteínas de baixa densidade, a
LDL (Halliwell e Gutteridge, 2007).
Neste contexto, a peroxidação lipídica merece destaque, pois além de serem
descritos altos níveis de colesterol, triglicerídeos e do colesterol da LDL (Louie et al.,
2002; Meng et al., 2002; Miller et al., 2008; Mandas et al., 2009; Swanson et al.,
2009), ainda é relatado que os indivíduos infectados pelo HIV apresentam altos
índices dos subprodutos da peroxidação destes lipídeos, tais como o
malondialdeído (MDA) e isoprostanos (Glesby et al., 2009; Suresh et al., 2009).
Tem se reportado que os RL estão envolvidos na patogênese da infecção
pelo HIV, por ação de proteínas virais, que estimulariam indiretamente a produção
de ERON (Kruman et al., 1998) ao mesmo tempo em que inibiriam a síntese de
glutationa, importante antioxidante endógeno (Martín et al., 2001).
O processo de peroxidação lipídica pode ser definido como uma cascata de
eventos bioquímicos resultante da ação dos RL sobre os lipídeos insaturados
presentes nas membranas celulares e nas lipoproteínas.
A peroxidação lipídica talvez se constitua no evento citotóxico primário que
desencadeia uma sequência de lesões na célula. As alterações nas membranas
levam a transtornos da permeabilidade, alterando o fluxo iônico e o fluxo de outras
substâncias, o que resulta na perda da seletividade para entrada e/ou saída de
nutrientes e substâncias tóxicas à célula, alterações do DNA, oxidação da LDL e
comprometimento dos componentes da matriz extracelular (proteoglicanos, colágeno
e elastina). A peroxidação lipídica pode ser avaliada e utilizada como um indicador
31
do estresse oxidativo celular através da mensuração de seus produtos como, por
exemplo, malondialdeído e isosprostanos, entre outros (Lima e Abdalla, 2001).
A geração de radicais livres, fisiológica ou não, bem como seus danos, podem
ser controlados por um sistema de defesa antioxidante normal e para tanto é
necessário que o organismo disponha de uma quantidade adequada de
micronutrientes que ditos antioxidantes como, por exemplo, o selênio, cobre, zinco,
vitamina A, E, C (Carreiro, 2007).
1.6.1 Antioxidantes
A capacidade antioxidante do organismo envolve o sistema enzimático
endógeno e o sistema não enzimático endógeno e exógeno. O sistema enzimático
inclui as seguintes enzimas antioxidantes: superóxido dismutase (SOD), catalase,
glutationa peroxidase (GPx) e glutationa redutase.
As enzimas superóxido dismutases (SOD), atuam sobre o radical O2
transformando-o em H2O2 (Figura 7). As SOD são representadas pela SOD-
mitocondrial (manganês dependente), a SOD-citoplasmática (dependente de cobre e
zinco) e a SOD-extracelular (ferro dependente) e está presente em todos os
organismos aeróbicos. Fazem parte do sistema antioxidante enzimático ainda, GPx
selênio dependente e a catalase (dependente de ferro), a qual encontra-se
predominantemente nos peroxissomos. Tanto a catalase como a glutationa
peroxidase atuam sobre o H2O2 transformando-o em água (Figuras 8 e 9). A
glutationa peroxidase catalisa também a redução de hidroperóxidos orgânicos e
inorgânicos pela glutationa reduzida (GSH) para formar glutationa oxidada (GSSG) e
água. Para a GSH continuar a catalisar esta reação, a GSSG necessita ser reduzida
novamente, o que ocorre por ação da glutationa redutase (Carreiro, 2007). Sobre o
radical hidroxila, considerado um potente causador de estresse oxidativo, o sistema
antioxidante do nosso organismo faz uso de moléculas pequenas que diminuem a
reatividade do radical hidroxila, tais como a glutationa as vitaminas A, E e C, o beta
caroteno, o ácido úrico (Halliwell e Guterridge, 2007).
32
O2●─ + H+ SOD > O2 + H2O2
Figura 7 – Reação da dismutação do radical superóxido pela enzima superóxido
dismutase (SOD), produzindo oxigênio e peróxido de hidrogênio.
2H2O2 Catalase > 2H2O + O2
Figura 8: Reação de conversão do peróxido de hidrogênio em água e oxigênio pela
enzima catalase.
2GSH + H2O2 GPx > GSSG + 2H2O
Figura 9 – Reação de redução do peróxido de hidrogênio utilizando glutationa
reduzida para formar glutationa oxidada e água pela enzima glutationa peroxidase. A
reação inversa ocorre pela ação da enzima glutationa redutase.
A primeira sugestão de que o estresse oxidativo pode ser importante na
infecção pelo HIV veio com a dosagem da GSH. O plasma e fluidos pulmonares de
pacientes infectados com o HIV apresentaram uma drástica diminuição nos níveis de
GSH, cisteína e cistina e este quadro também foi observado nos monócitos e
linfócitos. Além disso, nos pacientes com AIDS a má nutrição decorrente da falta de
apetite somada à deficiência da absorção intestinal, metabolismo alterado e
infecções intestinais levam a uma deficiência de nutrientes, o que pode ser
responsável pela queda acentuada nos níveis de GSH observada nestes indivíduos
(van der Ven et al, 1998) .
A quantidade de micronutrientes no organismo é determinante na progressão
da doença do HIV, pois, estes micronutrientes, dos quais podemos destacar as
vitaminas E e C, carotenóides, flavonóides (isoflavonas, quercetina, catequinas,
resveratrol), além de outros, como os minerais zinco e selênio estão envolvidos na
expressão gênica, na diferenciação celular e na função imune. A vitamina E atua
como um fator de proteção principalmente das membranas celulares, bloqueando a
33
iniciação e a propagação da peroxidação lipídica (Young, 2006), função semelhante
também possui a vitamina C. Além disso, a vitamina C também age na regeneração
da vitamina E oxidada e ajuda a manter níveis adequados de glutationa, além de
aumentar a absorção de ferro. Estas vitaminas, juntamente com as vitaminas do
complexo B além de promoverem um aumento da imunidade celular também
reduzem a replicação viral, que se acredita estar relacionada com o estresse
oxidativo nestes indivíduos.
Aparentemente, as deficiências dos micronutrientes parecem exacerbar o
estresse oxidativo induzido pelo vírus. Tal fato traz consigo déficits no crescimento e
no desenvolvimento de crianças e adolescentes e estes fatores estão associados à
progressão acelerada da doença e elevada mortalidade, acometendo
principalmente, indivíduos das regiões tropicais, que apresentam condições de vida
e de acesso à saúde precárias além da ingestão alimentar inadequada (Ambrus &
Ambrus, 2004; Young, 2006; Oguntibeju et al., 2007; Stone et al., 2010).
Adicionalmente, os indivíduos HIV que apresentam distúrbios metabólicos,
como altos níveis de triglicerídeos, colesterol total e colesterol da LDL possuem um
alto potencial de desenvolverem patologias relacionadas à peroxidação desses
lipídeos, principalmente no que diz respeito a oxidação da LDL. Neste contexto,
vários autores relatam o risco de doenças cardiovasculares nestes pacientes, tendo
em vista que a introdução da terapia antirretroviral aumentou grandemente a
expectativa de vida dos portadores do HIV (Barbaro, 2002; Mary-Krause et al., 2003;
Swanson et al., 2009; Barbaro, 2010; Arruda Júnior et al., 2010).
Por outro lado, também têm se investigado os mecanismos da inibição da
peroxidação lipídica e da oxidação da LDL pelos antioxidantes, os quais não
permitem as modificações oxidativas como as alterações dos peptídeos da apo B-
100 ou a peroxidação dos lípideos do núcleo da LDL (Lynch et al., 1994) , além de
também apresentarem um efeito protetor sobre a função mitocondrial, que nos
pacientes HIV parece estar alterada, estando este fato relacionado com a síndrome
lipodistrófica (Millazo et al., 2010)
34
1.6.2 O estresse oxidativo nos indivíduos infectados pelo HIV
Os indivíduos infectados pelo HIV apresentam um quadro de estresse
oxidativo secundário a replicação do vírus, que se desenvolve por um aumento do
efeito pró – oxidante de citocinas inflamatórias, especialmente o fator de necrose
tumoral α (TNF- α), e/ou ativação dos linfócitos polimorfonucleares o que pode levar
a apoptose das linfócitos T CD4. (Delmas-Beauvieux et al., 1996; Dobmeyer et
al.,1997).
Também tem sido documentado que durante a infecção pelo HIV se observa
uma mudança nos marcadores celulares ou plasmáticos tais como diminuição da
glutationa, do zinco e selênio, aumento do malondialdeído plasmático e da 8-
hidroxiguanina presente nos linfócitos (de La Asunción et al., 1998).
Alguns componentes virais podem estar diretamente envolvidos nos
mecanismos do estresse oxidativo como relata Duffy et al. (2009) que trataram
artérias pulmonares suínas e células endoteliais das artérias pulmonares humanas
com a proteína Nef do HIV por 24h. O vaso relaxamento dependente do endotélio
em resposta a bradicinina apresentou-se significativamente reduzido, em torno de
32%, nas artérias tratadas quando comparadas com as não tratadas. Por outro lado,
a proteína do HIV também estimulou a produção dos ânions superóxidos. Tais
resultados demonstram que o próprio vírus pode estar envolvido no quadro de
estresse oxidativo desenvolvido por seus portadores.
A mobilização do sistema de defesa do hospedeiro envolve a ativação do
fator nuclear kappa (NF-қB) que está intimamente envolvido na resposta imune inata
e adaptativa, bem como na inflamação. Entretanto, o HIV se utiliza desse
mecanismo em proveito próprio já que sua proteína regulatória Tat leva a um
aumento na liberação de ERON nos pacientes infectados através da produção
mitocondrial dos ânions superóxidos, o que leva a uma ativação do NF-қB, que por
sua vez induz um aumento da transcrição do HIV. Por outro lado, a Tat contém
múltiplos resíduos de cisteína que são susceptíveis a oxidação, impedindo-a de
promover a expressão do gene viral. Desta forma, apesar do estresse oxidativo
promover a replicação do HIV, via NF-қB, altos níveis de RL podem deter este
processo por oxidação da Tat e do NF- қB e levar a apoptose do linfócito.
(Stephensen et al., 2005).
35
Outros estudos demonstram que o estresse oxidativo presente na infecção
pelo HIV pode causar dano ao DNA pela formação de bases modificadas. Aukrust et
al. (2005) examinaram os níveis de 8-hidroxiguanina, um marcador de dano
oxidativo no DNA e verificaram que pacientes infectados pelo HIV, particularmente
aqueles com doença avançada, apresentam número diminuído das linfócitos T CD4
e uma capacidade reduzida de reparo nestas células, demonstrando um elevado
estresse oxidativo intracelular.
Também foi observado que a ativação do sistema imune (astrócitos e
macrófagos) causado pela presença do vírus no cérebro pode causar danos
neurológicos, pois há um estimulo da produção de citocinas, aumento expressão da
Óxido Nítrico Sintetase induzível (iNOS), ROS e eicosanoides, com formação de
nitrotirosina (Valyi-Nagy e Dermody, 2005).
Este quadro causado pelo aumento nos níveis de radicais livres e pela
diminuição de moléculas do sistema antioxidante torna-se mais acentuado pelo
tratamento antirretroviral, que promove a produção de mais metabólitos oxidados
derivados da interação entre RL e as biomoléculas da célula infectada.
Mandas et al. (2009) incluíram em seu estudo 116 indivíduos infectados pelo
HIV nos quais 86 faziam tratamento antirretroviral e 30 não, além disso também
foram incluídos 46 indivíduos HIV negativos como grupo controle. Observaram em
seus resultados que os níveis de oxidantes no soro foram significativamente mais
altos no grupo tratado se comparados com os níveis do grupo não tratado e do
controle. Também foi evidenciado que o grupo que apresentou uma ótima aderência
ao tratamento mostrou um status oxidativo significativamente mais alto do que o
grupo classificado como de baixa aderência ao tratamento.
Elevados níveis de isoprostanos plasmáticos, uma classe de moléculas
bioativas derivadas da oxidação não enzimática in vivo do ácido araquidônico e que
é usualmente observada em fumantes, também são encontrados em pacientes que
fazem uso do efavirenz, um inibidor da transcriptase reversa não nucleosídeo
(ITRNN). Além disso, esta classe de fármacos interfere nos mecanismos
bioquímicos mitocondriais (Lewis, 2003; Cossarizza & Moyle, 2004). Já os inibidores
da protease (IP) estimulam a ativação do sistema proteico hepático P450, envolvido
no metabolismo de fármacos e outros xenobióticos (Kumar et al., 1999).
36
Lewis et al. (2006), demonstraram que os inibidores da transcrpitase reversa
nucleosídicos (ITRN) causam defeitos estruturais e funcionais, in vivo, nas
mitocôndrias. Estes fármacos causam danos ao DNA mitocondrial e
consequentemente prejudicam a produção de alguns polipeptídeos, eventos
importantes no mecanismo de toxicidade mitocondrial.
Jiang et al. (2007) utilizaram em seu estudo células endoteliais de cordão
umbilical humano tratadas com antirretrovirais e verificaram o desenvolvimento de
distúrbio na função mitocondrial, aumento na produção de ERON que trouxe como
consequência uma disfunção endotelial.
Coaccioli et al. (2010) avaliaram 26 pacientes infectados pelo HIV e
verificaram uma menor capacidade antioxidante total (CAT), uma maior quantidade
de radicais livres e um número menor de linfócitos T CD4 quando comparados com
indivíduos saudáveis. Esses dados mostram que os pacientes infectados por este
vírus apresentam uma condição importante de estresse oxidativo, na qual as
defesas antioxidantes estão presentes, porém insuficientes para neutralizar os
danos causados pelas ERON.
Glesby et al. (2009) mensurou a concentração de isoprostanos plasmáticos,
que reflete o grau de peroxidação lipídica e consequentemente do estresse
oxidativo, em mulheres portadoras do HIV e encontraram uma associação positiva
entre este parâmetro, a concentração de homocisteína e os níveis de aspartato
transaminase.
Os isoprostanos plasmáticos também foram foco de estudo por Redhage et
al. (2009), que utilizaram este marcador a fim de descrever o grau de estresse
oxidativo e consequentemente toxicidade da TARV em adultos infectados pelo HIV
que faziam uso da terapia antirretroviral. Foi observado que o status oxidativo difere
segundo os seguintes parâmetros: sexo, índice de massa corpórea e a classe de
retroviral utilizada.
Em contraste com os resultados dos estudos descritos acima, Awodele et al
(2012) descrevem que foi observada um aumento significativo nos níveis da
peroxidação lipídica, através da análise do MDA em pacientes HIV positivos quando
comparados aos HIV positivos que fazem a TARV. Por outro lado, os dois grupos
mostraram índices diminuídos de GSH quando comparados à pacientes controle.
37
Outro fato que também pode contribuir para o desenvolvimento do estresse
oxidativo nesses pacientes é a má-absorção de micronutrientes, comum nos
portadores do HIV, já que essas substâncias são necessárias para o bom
desempenho do sistema de defesa antioxidante (Drain et al., 2007.)
Além das alterações no metabolismo oxidativo, os indivíduos infectados pelo
HIV apresentam um distúrbio fisiológico conhecido como síndrome lipodistrófica.
Esta síndrome inclui alterações metabólicas como dislipidemia, resistência insulínica,
redistribuição da gordura corporal (Mulligan et al., 2000).
1.7 O PERFIL LIPÍDICO DOS INDIVÍDUOS HIV POSITIVOS
No funcionamento normal do organismo humano o colesterol, precursor dos
ácidos biliares, fundamentais na digestão dos lipídeos e precursor dos hormônios
esteroides, também é constituinte de grande importância das membranas celulares,
e seu transporte no sangue é mediado pelas lipoproteínas plasmáticas.
As lipoproteínas são partículas globulares tipo micelas, que consistem de um
núcleo apolar de triglicerídeos e ésteres de colesteril envolvidos por um revestimento
anfifílico de proteínas, fosfolípideos e colesterol (quadro 1). Nesse contexto, merece
destaque a lipoproteína de baixa densidade (LDL), que fornece colesterol às células
através de sua endocitose mediada por receptores (Brown & Goldestein, 1992).
Em conjunto com a LDL, a lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL), a
lipoproteína de densidade intermediária (IDL) e a lipoproteína de alta densidade
(HDL) são transportadoras dos lipídeos endógenos através do sangue. A VLDL é
produzida pelos hepatócitos e seu principal componente lipídico são os
triglicerídeos, seguido do colesterol, do seu catabolismo resulta a IDL e do
catabolismo desta é formada a LDL, responsável por levar o colesterol aos tecidos
extra-hepáticos. A LDL pode ser endocitada por células do fígado ou de tecidos
extra-hepáticos. Modificações nesta partícula, como por exemplo, sua oxidação,
induzem sua internalização por macrófagos levando a formação de células
espumosas (Goldestein & Brown, 1977).
As lipoproteínas interagem com as membranas celulares possibilitando a
transferência de lipídeos. O colesterol livre em excesso na membrana celular é
38
transferido à HDL para ser transportado para o fígado pelo processo conhecido
como transporte reverso do colesterol (Lima & Couto, 2006)
Quadro 1: Principais características das lipoproteínas transportadoras dos lipídeos endógenos.
VLDL IDL LDL HDL
Densidade (g.cm-3
) <1,006 1,006 – 1,02 1,02-1,063 1,063-11,2
Diâmetro (Å) 300-800 250-350 180-250 50-120
Massa (kD) 10000-80000 5000-10000 2300 175-360
% Proteínas 5-10 15-20 20-25 40-55
% Fosfolipídeos 15-20 22 15-20 20-35
% Colesterol livre 5-10 8 7-10 3-4
%Triglicerídeos 50-65 22 7-10 3-5
% colesteril éster 10-15 30 35-40 12
Apolipoproteínas B-100, C-I, C-II,
C-III, E
B-100, C-III, E B-100 A-I, A-II, C-I, C-II,
C-III, E
Fonte: Adaptado de Voet et al., 2000.
Os distúrbios no metabolismo lipídico tem sido alvo de atenção em indivíduos
infectados pelo HIV. Uma das primeiras alterações observadas nestes pacientes foi
a hipertrigliceridemia (Grunfeld et al., 1989). Também foi relatado diferenças nas
lipoproteínas com relação ao tamanho, densidade e composição química, lipídica e
proteica (Meyer et al., 1998; Hadigan et al., 1999; Yanovski et al., 1999). O tecido
adiposo parece ser um dos principais prejudicados no que diz respeito ao
metabolismo lipídico tendo em vista que a proteína Tat do HIV pode desempenhar
um importante papel na alteração funcional dos adipócitos, agindo como
estimuladora da expressão e liberação de citocinas pró-inflamatórias (Díaz-Delfín et
al, 2012).
Os distúrbios no metabolismo lipídico têm sido mais acentuadamente
observados após a introdução da TARV e tem sido descrito como uma das
alterações da síndrome a lipodistrofia que afeta indivíduos infectados pelo HIV. A
lipodistrofia foi inicialmente identificada a partir de 1997, coincidindo com a
introdução da TARV. Este fato levou a uma associação entre hipercolesterolemia
39
e/ou hipertrigliceridemia e uso de inibidores da protease e dos inibidores da
transcriptase reversa análogos de nucleosídeos.
Dentre as complicações observadas estão incluídas além das alterações no
metabolismo lipídico, resistência à insulina, redistribuição da gordura corporal,
também acidose lática, osteopenia, entre outras (MacComsey, 2002). Ressalta-se
que a dislipidemia associada à infecção pelo HIV em pacientes que fazem uso da
terapia antirretroviral caracteriza-se por baixos níveis séricos de colesterol da HDL e
elevação de colesterol total, colesterol da LDL e triglicerídeos, constituindo perfil
lipídico sabidamente aterogênico (Montessori et al., 2004).
Um dos mecanismos propostos para se explicar algumas alterações lipídicas
observadas no curso da infecção pelo HIV seria a recuperação da resposta imune
principalmente nas fases crônicas da infecção por estar associada a um declínio
moderado na proporção de linfócitos T produtoras do TNF-α e a TARV promoveria a
polarização para a produção dessa substância. O TNF-α atuaria provocando uma
redução na captura de ácidos graxos livres pelos adipócitos através da inibição da
lipoproteína lipase, levando a perda de gordura. Ao mesmo tempo há um estímulo
da atividade da enzima triglicerídeo sintetase, fato este que aumenta a lipogênese
hepática resultando em hiperlipidemia (Ledru et al., 2000).
As desordens no metabolismo lipídico têm sido comumente relatadas em
indivíduos infectados pelo HIV como parte da síndrome da lipodistrofia ou como
anormalidade isolada.
Loonam e Mullen (2012) descrevem em sua revisão que a TARV pode ser um
fator importante no desenvolvimento da síndrome lipodistrófica associada ao HIV
porque induz inflamação do tecido adiposo, estresse oxidativo e infiltração dos
macrófagos, bem como alterações da função dos adipócitos e toxicidade
mitocondrial.
Sabendo que o risco cardiovascular em adultos está relacionado com a
duração da terapia, pode-se presumir que as crianças que fazem uso da terapia
antirretroviral estariam sob um risco excepcionalmente elevado de morbidade e
mortalidade cardiovascular prematura.
Miller et al. (2008) analisaram os fatores de risco para doenças
cardiovasculares em crianças infectadas pelo HIV. Essas crianças apresentaram
baixo peso e baixo índice de massa corporal, altos níveis de triglicerídeos e baixos
40
níveis de colesterol da HDL. Também analisaram os efeitos da terapia com o uso do
IP e, separadamente, com ITRNN e constataram que o primeiro grupo de fármacos
(IP) está relacionado com os distúrbios no metabolismo lipídico desses pacientes.
Outros resultados foram relatados por Aldrovandi et al. (2009). Em seus
estudos com crianças soropositivas que faziam uso da terapia antirretroviral,
acrescido ou não de IP, observaram que a média de colesterol total e colesterol da
LDL foi significativamente alta e o colesterol da HDL mostrou-se baixo no grupo
positivo que fez uso da TARV associada à IP.
Outros estudos relacionados com os efeitos da TARV sobre a adipogênese
relataram que as ITRNN e algumas IP induziram uma redução severa no conteúdo
lipídico celular. Esses fármacos induziram uma diminuição na expressão dos genes
associados aos fatores transcricionais lipogênicos, dentre eles o PPAR-ɣ, indicando,
assim, que esses fármacos interferem diretamente na fisiologia dos adipócitos
(Minami et al., 2010).
Recentemente, Manente et al. (2012) forneceram evidências de que
fármacos anti-HIV têm um efeito diferencial no ciclo celular e diferenciação dos
adipócitos, sendo capaz de modificar a resposta ao estresse oxidativo por meio de
um aumento de ROS, que compromete a indução das enzimas antioxidantes. Em
detalhe, o saquinavir, o efavirenz, e estavudina exercem influências anti-
adipogênicas, elevando os níveis da resposta oxidativa e induzindo a apoptose.
Estudos de Ouguerram et al. (2008) compararam indivíduos HIV positivos
normolipidêmicos sem lipodistrofia com dislipidêmicos com lipodistrofia tratados com
TARV e observaram que estes últimos apresentaram altos níveis de triglicerídeos,
colesterol total e da proteína apoB presente principalmente nas LDLs. Além disso,
também ficou demonstrada uma diminuição na velocidade de transformação da
VLDL para IDL e desta para LDL.
Os distúrbios metabólicos, tomando como destaque a dislipidemia,
apresentados nos infectados pelo vírus da imunodeficiência humana podem estar
relacionados diretamente aos mecanismos de replicação do vírus, no qual alguns
passos são criticamente dependentes do colesterol intracelular.
Maziere et al., (1994) observaram que o colesterol intracelular tem
importância na montagem do vírus. Neste estudo foi utilizado um inibidor da síntese
41
de colesterol, a lovastatina, e isto reduziu o número de partículas do HIV produzidas
na célula infectada.
Ono e Freed, (2001) indicaram que a diminuição do colesterol celular e do
número de domínios lipídicos reduzem o número de partículas do HIV produzidas.
Campbell et al. (2002) demonstraram a importância do colesterol na
infectividade do HIV através do tratamento das partículas do vírus com fármacos
sequestrantes de colesterol, como a ciclodextrina que levou a um comprometimento
da entrada na célula por rompimento da bicamada lipídica do vírion com níveis
normais de gp120. Paralelamente, Guyader et al. (2002) comprovaram que os
vírions ligam-se ao receptor CD4 na superfície da célula alvo entretanto não
conseguem ser internalizados.
Mujawar et al., (2006) demonstraram que a proteína Nef do HIV inibe a função
da proteína transportadora transmembrana ABCA1 no qual depende o efluxo de
colesterol dos macrófagos humanos, uma condição altamente aterogênica. Foram
descritos dois mecanismos: no primeiro a proteína do HIV, induz uma inibição na
regulação pós transcricional da ABCA1; no segundo a Nef causa uma redistribuição
da ABCA1 na membrana plasmática o que inibe a internalização da apo A-I e desta
forma o excesso de colesterol não pode ser retirado de dentro da célula. Macrófagos
infectados pelo HIV acumulam uma quantidade substancial de lipídeos o que dá
origem às células espumosas. Em contrapartida, se acontece a estimulação do
efluxo de colesterol dos macrófagos a infectividade dos vírions produzidos por estas
células fica significantemente reduzida.
Além das tentativas de elucidação dos mecanismos que desencadeiam a
síndrome lipodistrófica nos pacientes HIV positivos diversos estudos tem relatado tal
distúrbio como consequência do estresse oxidativo desenvolvido por estes
indivíduos e que se torna mais acentuado pelo tratamento antirretroviral.
Hammond, et al. (2010) compararam indivíduos saudáveis com pacientes
HIV que receberam associada à terapia antirretroviral, zidovudina e estavudina (IPs).
Amostras do tecido adiposo dos pacientes revelaram significante depleção do DNA
mitocondrial, infiltrado de tecido adiposo nos macrófagos e elevados níveis de
citocinas pró-inflamatórias. Também foi observada uma elevada relação entre o
colesterol da HDL e o colesterol total, bem como um aumentado índice de massa
corpórea.
42
Vassimon et al., (2010) analisaram o perfil oxidativo de indivíduos HIV
positivos que desenvolveram a síndrome lipodistrófica e observaram que estes
apresentaram altos níveis hidroperóxidos totais, lipídeos e produtos da oxidação
avançada de proteínas, sendo que os dois últimos parecem estar associados aos
níveis plasmáticos de insulina.
Glesby et al. (2009) sugerem que a homocisteína está relacionadas com um
aumento no estresse oxidativo e que esta molécula pode contribuir para oxidação da
LDL e peroxidação dos lipídeos. Em seu estudo, determinaram os níveis de
isoprostanos, marcadores da peroxidação lipídica, e homocisteína no plasma de
mulheres infectadas pelo HIV e encontraram uma correlação positiva entre esses
dois parâmetros.
Wang et al., (2007) estudaram o efluxo de colesterol nos monócitos humanos
e células mononucleares do sangue periférico através da sua incubação com LDL
acetilada e colesterol marcado para formação das células espumosas. Em seguida
foram tratados com Apo A-I. O IP reduziu significativamente o efluxo de colesterol
das células para a apo A-I, assim como, a expressão do receptor B1. Em
contrapartida, a produção do ânion superóxido mostrou-se aumentada nos
macrófagos.
Kim et al. (2008) em seu trabalho com amostras de tecido adiposo dos
indivíduos infectados pelo HIV relatou um aumento da apoptose e do estresse
oxidativo por aumento da atividade das caspases 3, uma das responsáveis pela
apoptose celular, que se apresentou significativamente aumentada nas amostras
dos pacientes. O mesmo aconteceu com o RNAm do transcrito induzido por dano ao
DNA (DDIT) que é regulado pelas espécies reativas de oxigênio mitocondriais, o que
sugere o envolvimento do estresse oxidativo neste processo.
Ronchini et al. (2004) mensurou os níveis de anticorpos anti-LDL oxidada e
correlacionou com o status imunológico de pacientes HIV positivos com
manifestações clínicas de lipodistrófica. Observaram que houve uma redução
significante nos anticorpos anti-LDLox e que isto tinha relação com a lipodistrófica e
o estado de imunocomprometimento dos pacientes. Tais resultados podem explicar,
em parte, o rápido desenvolvimento de doença cardiovascular em alguns pacientes.
Em estudo comparativo entre dois grupos de pacientes HIV positivos que
faziam uso ou não da TARV com indivíduos HIV negativos, Mandas et al. (2009),
43
observaram que ambos os grupos portadores do vírus, apresentaram
hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia e também altos níveis de radicais livres,
sendo que os usuários da terapia demonstraram uma elevação mais acentuada.
Também foi observado por Suresh et al. (2009) que indivíduos infectados pelo
HIV, sintomáticos e assintomáticos, apresentam altos níveis de MDA, subproduto da
peroxidação dos lipídeos, em contraste, com baixos índices de antioxidantes como
as vitamina E e C e atividade da superóxido dismutase (SOD).
Djinhi et al. (2009) verificaram que pacientes portadores do HIV
assintomáticos, demonstram valores elevados de MDA e dos produtos da oxidação
avançada de proteínas e uma deficiência severa de selênio, sugerindo, assim que
há um estresse oxidativo aumentado e uma defesa antioxidante reduzida nesses
indivíduos.
Kelesidis et al. (2011) demonstraram, em indivíduos HIV infectados com
viremia suprimida e que usam a TARV, que a atividade antioxidante/anti-inflamatória
da HDL está marcadamente reduzida pelo estresse oxidativo e pela inflamação
crônica.
Wanchu et al. (2009) analisaram os níveis de estresse oxidativo através da
peroxidação lipídica e o status antioxidante, por meio da mensuração da glutationa
no plasma de indivíduos infectados pelo HIV que faziam uso ou não da terapia
antirretroviral. Os valores de LPO nos indivíduos infectados foram significantemente
mais elevados do que nos controles saudáveis. Porém, os valores de glutationa
dos pacientes HIV positivos mostraram-se significativamente reduzidos. Tais
resultados indicam que há um aumento no estresse oxidativo na infecção pelo HIV e
os autores sugerem que a suplementação com antioxidantes ajudaria a reverter
esse quadro.
Os distúrbios lipídicos, além de estarem envolvidos na síndrome da
lipodistrofia também podem ser fatores desencadeantes de doenças vasculares
juntamente com as disfunções endoteliais. Os efeitos do uso da terapia antirretroviral
altamente reativa sobre as funções de endotélio vêm sendo estudos desde o início
da sua introdução no tratamento dos indivíduos infectados pelo vírus da
imunodeficiência humana. Em 1992, Lafeuillade et al. observaram que o uso da
TARV desencadeou um aumento da disfunção endotelial nestes pacientes. Mais
recentemente, Ferraro et al. (2009) observaram o mesmo efeito em pacientes que
44
fizeram uso da terapia, por um longo período de tempo, na qual também fez parte
um inibidor da protease. Os IP, segundo Chai et al. (2005) podem reduzir a
produção do óxido nítrico (que tem um papel chave nos fenômenos de dilatação e
relaxamento dos vasos sanguíneos) por inibir a expressão da enzima óxido nítrico
sintase endotelial e aumentar os níveis do ânion superóxido como expressão do
aumento do estresse oxidativo.
Adicionalmente, Baker et al. (2009) relatam que a disfunção observada nos
pacientes HIV positivos, como por exemplo, a diminuição da elasticidade dos vasos
sanguíneos, pode estar relacionada com um mecanismo inflamatório desenvolvido
pelo hospedeiro e/ou pelo próprio vírus que causaria um dano direto ao endotélio.
Além das evidências da relação dos distúrbios lipídicos com o estresse
oxidativo diversos autores sugerem que uma suplementação alimentar com
micronutrientes que apresentam atividade antioxidante poderia ser um complemento
ao tratamento dos indivíduos infectados que desenvolveram sinais e sintomas da
doença causada pelo HIV (Nakamura et al., 2002; Ambrus & Ambrus, 2004; Marston
& De Cock, 2004; Young, 2006; Fawzi et al., 2007; Suttajit, 2007; Irlam et al., 2010).
1.8 O EFEITO DOS ANTIOXIDANTES NA PATOGÊNESE DA INFECÇÃO PELO HIV
Estudos recentes têm demonstrado o efeito da suplementação de nutrientes
antioxidantes no curso da infecção pelo HIV.
Mehta, et al. (2010), observaram baixas concentrações de vitaminas lipo-
solúveis correlacionada com outras deficiências nutricionais em mulheres infectadas
pelo HIV na Tanzânia, sugerindo que a implementação de intervenções, como a
suplementação, seriam apropriadas.
Suttajit (2007) em sua revisão sobre doses elevadas de vitaminas,
antioxidantes sintéticos e minerais conclui que tais intervenções nutricionais podem
melhorar o estado nutricional e manter a função do sistema imune. Tais substâncias
protegeriam o organismo por reduzirem o estresse oxidativo induzido pelas ERON.
O estresse oxidativo é um dos passos iniciais que podem levar a morte celular
apoptótica, cânceres relacionados à AIDS e redução da resposta imune proliferativa
de forma que a suplementação vitamínica pode oferecer proteção contra esse
45
processo. Estudos de Allard et al. (1998) já indicavam este fato. Este grupo
suplementou pacientes HIV positivos com as vitaminas E e C e verificou um
acréscimo nos valores plasmáticos destas vitaminas, além de uma redução na
peroxidação e uma tendência de redução da carga viral. A mesma suplementação
também foi feita por Jaruga et al. (2002), porém, neste estudo foram avaliadas as
modificações oxidativas nas bases de DNA de linfócitos, os níveis das substâncias
reativas ao ácido tiobarbitúrico e a atividade das enzimas antioxidantes. Com
relação aos dois primeiros parâmetros observou-se uma redução significante e em
se tratando das enzimas houve uma restauração das suas atividades.
Porém, em estudo randomizado realizado por Semba et al. (2007) não se
verificou associação entre a suplementação de micronutrientes e redução da
mortalidade entre HIV positivos com tuberculose, apesar de os níveis séricos de
vitamina E e selênio estarem aumentados nos indivíduos que fizeram o uso do
suplemento. Por outro lado, um estudo prospectivo, randomizado e duplo-cego
desenvolvido por Kaiser et al (2006) avaliaram o uso de um multivitamínico
comparado com placebo em indivíduos fazendo uso de terapia antirretroviral
altamente ativa durante 12 semanas. Demonstraram que a contagem de linfócitos T
CD4 aumentou significativamente no grupo que recebeu o suplemento de
micronutrientes.
Batterham et al. (2001) investigaram se o uso de altas doses de suplementos
antioxidantes, vitamina A, C, E e selênio traria melhores resultados do que as doses
recomendadas sobre os efeitos prejudiciais causados pela infecção do HIV.
Observaram que a suplementação realmente melhora a atividade de substâncias
importantes no mecanismo da defesa antioxidante, como o selênio, a glutationa e a
glutationa peroxidase, porém, a utilização das doses elevadas não mostrou
diferença significante quando comparados os resultados com as doses
recomendadas.
Irlam et al., 2010, concluíram que a suplementação de micronutrientes reduz
a morbidade e a mortalidade em mulheres grávidas infectadas pelo vírus da
imunodeficiência e nos seus filhos. A vitamina A é benéfica e segura para as
crianças portadoras do HIV, porém não há uma determinação de seu benefício em
adultos. Já o zinco seria um micronutriente recomendado em ambos os casos.
46
Fawzi et al. (2007) examinaram o efeito da suplementação com as vitaminas
A, B, C e E além de ferro e folato na concentração de hemoglobina e no risco do
desenvolvimento da anemia entre mulheres grávidas infectadas pelo HIV e suas
crianças. Como resultados, este estudo demonstrou que o grupo HIV positivo que
recebeu as vitaminas apresentaram maiores concentrações de hemoglobina do que
o placebo. Resultados positivos também foram alcançados pelas crianças nascidas
dessas mulheres, pois estas apresentaram risco reduzido de anemia, quando
comparados com o grupo placebo.
Baixos níveis de vitamina E, são freqüentemente encontrados em portadores
de infecção por HIV e estudos têm sugerido que níveis mais altos podem diminuir o
risco de progressão da doença. No entanto, Portales et al. (2004) relata que a
suplementação com vitamina E também aumenta a expressão do CCR5, co-receptor
para o HIV, na superfície das linfócitos T CD4, o que pode estimular a replicação do
HIV. Da mesma forma, Graham et al. (2007) analisaram os níveis dessa vitamina
em mulheres quenianas que viviam sob condições de risco antes de serem
infectadas pelo HIV e que posteriormente adquiriram o vírus. Seus resultados
sugerem que altos níveis de vitamina E no momento em que o indivíduo é infectado
pelo vírus estão relacionados com a aceleração da progressão da doença e com
uma alta mortalidade.
Stone et al. (2010) afirma que o selênio tem uma ação inibidora sobre o HIV
através da glutationa peroxidase e outras selenoproteínas. Além disso, a deficiência
deste elemento está associada com a progressão da AIDS e com a mortalidade.
Desta forma, recomendam o estudo da suplementação com selênio sobre as
infecções oportunistas e outras doenças relacionadas à infecção pelo HIV.
De fato, a deficiência do selênio causa uma diminuição da função imonológica
do hospedeiro e se inicia rapidamente mutações no RNA viral que causa um
aumento da sua virulência. Assim, Harthill (2011) descreve que a suplementação
com este elemento em pacientes infectados e selênio-deficientes diminui a
velocidade de mutação e melhora a função imunológica.
Conduzido por McClelland et al. (2004), um ensaio randomizado e duplo-cego
que avaliou o efeito da suplementação diária, durante 6 semanas, de um
multivitamínico com 200µg de selênio comparado com placebo, numa amostra de
47
400 mulheres portadoras do HIV-1, mostrou que a suplementação com o
multivitamínico aumentou a contagem de linfócitos T CD4 e linfócitos T CD8.
Além do selênio, outro elemento considerado peça chave nos mecanismos
do sistema antioxidante é o zinco. Para observar seus efeitos sobre o curso da
infecção pelo HIV, Baum et al. (2010) suplementaram pacientes infectados com
zinco e verificaram um atraso na perda imunológica e uma redução da diarreia que
acomete esses pacientes. Estes achados sugerem o benefício da suplementação do
zinco como adjuvante na terapia contra o vírus da imunodeficiência humana.
Trabalhos mais antigos, como por exemplo, Rosa et al. (2000) já relatavam
que a utilização da N-acetilcisteína (NAC) em indivíduos portadores do vírus da
imunodeficiência adquirida poderia atuar como uma terapia associada à TARV,
tendo em vista que essa substância conferiria um aumento nas defesas
antioxidantes (foi observada uma reposição no conteúdo total de glutationa), além de
melhorar a resposta imunológica (aumento no número de células T) do indivíduo
infectado.
Mais recentemente, Millazo et al. (2010) investigaram os efeitos da
suplementação antioxidante de n-acetil-L-carnitina e ácido lipóico com n-
acetilcisteína sobre a função mitocondrial, distribuição de gordura corporal,
metabolismo dos lipídeos e da glucose em pacientes HIV infectados com lipoatrofia
relacionada a TARV. Seus achados foram que essa suplementação pode exercer
um efeito protetor sobre a função mitocondrial, porém age de forma limitada sobre
as anormalidades observadas na síndrome lipodistrófica dos pacientes infectados
pelo vírus da imunodeficiência adquirida.
Adicionalmente, para comprovar os efeitos dos inibidores de protease usados
na TARV sobre o efluxo de colesterol, Wang et al. (2009) usaram células espumosas
derivadas de monócitos e células mononucleares humanas tratadas com três
inibidores da protease (estavudina, didanosina e indinavir). Seus achados
demonstraram que há uma redução significante do efluxo de colesterol nestas
células. Foi observada uma diminuição no transporte do colesterol intracelular via
caveiolina-1, com aumento da produção do ânion superóxido. Além disso, o
potencial de membrana mitocondrial também se mostrou acentuadamente reduzido,
enquanto a expressão da subunidade p67 phox da NADPH oxidase foi aumentada.
Os antioxidantes gisenocídeos, S-alil cisteína sinvastatina e vitamina E aboliram a
48
ação inibidora do TARV sobre o efluxo do colesterol das células espumosas
derivadas dos macrófagos humanos acarretada pela redução na regulação da
caveolina-1 e pelo aumento do estresse oxidativo.
Com relação aos antioxidantes naturais, Djohan et al. (2009) estudaram o
efeito do chá da erva Alternanthera pungens em pacientes HIV positivos
assintomáticos, por um período de aproximadamente 2 anos. Seus resultados
demonstraram que houve um aumento significativo do número de linfócitos T CD4+
e CD8+, acompanhado de uma redução dos marcadores de estresse oxidativo MDA
e produtos da oxidação avançada de proteínas (AOPP), podendo prevenir, também,
contra doenças oportunistas.
Também é descrito na literatura os efeitos antioxidantes dos polifenóis
encontrados em frutas e vegetais, neste sentido, Arendt et al. (2001) investigaram os
efeitos desses alimentos sobre a capacidade antioxidante do plasma em pacientes
HIV positivos comparando os seus resultados com os dos indivíduos não infectados.
Observaram que um litro de suco de frutas ingerido por longos períodos de tempo
pode aumentar a atividade das defesas antioxidantes.
Cheng et al (2010) estudaram os efeitos da isoflavona de soja sobre a
disfunção endotelial causada pelos IPs contra a protease HIV em células do
endotélio de artérias pulmonares. Observaram que os IPs diminuem o relaxamento
dos vasos dependente do endotélio e este fato é revertido quando se administra a
isoflavona. Essas drogas também reduzem a expressão da Óxido Sintetase
endotelial (eNOS) e estimulam a produção do ânion superóxido, porém a isoflavona
reverteu esses efeitos. Tais achados sugerem que este suplemento antioxidante
protege efetivamente a função vascular dos efeitos prejudiciais dos IPs que
estimulam a disfunção vasomotora, a baixa regulação da eNOS, e aumento do
estresse oxidativo.
Desta forma, embora vários estudos relatem os benefícios da suplementação
com micronutrientes na redução da morbidade e mortalidade da infecção pelo HIV,
Friis (2006), afirma que o efeito da intervenção com um micronutriente específico irá
depender da ingestão pregressa desse nutriente e também da interação com outros
micronutrientes ingeridos.
Muitos alimentos são ricos em micronutrientes e apresentam uma ampla
variedade de propriedades medicinais. Os cogumelos têm sido foco de vários
49
estudos que identificaram como uma de suas propriedades a atividade antioxidante
(Hoobs, 1995; Zhang et al., 1999; Mau et al., 1999; Stamets, 2000; Percário, 2008).
1.8.1 O Agaricus sylvaticus
Cogumelos são usados com fins medicinais há milhares de anos. A ordem
Agaricales é uma das maiores classes de fungos que se tem conhecimento e
contém um grande número de espécies importantes que são usadas como
suplemento nutricional e suporte terapêutico (Taveira et al., 2008).
Os cogumelos do gênero Agaricus (A. bisporus, A. blazei, A. sylvaticus e
outros), têm sido muito estudados devido a suas propriedades medicinais, incluindo,
antiangiogênica, antibactericida, antihiperlipidêmica, imunomoduladora, antitumoral
(Fortes e Novais, 2006; Wasser, 2002; Borches et al., 2004), liberadora de óxido
nítrico, dentre outras. Tais propriedades têm sido atribuídas a uma classe de
polissacarídeos presentes neste cogumelo, as glucanas (Percário, 2008).
De fato, análises bioquímicas realizadas pelo Departamento de Ciência de
Alimentos da Universidade de Campinas (UNICAMP), pelo MEDLAB produtos
diagnósticos LTDA, pelo Japan Food Research Laboratories e pelo Food and Drug
Administration (FDA) identificadas em extratos do A. sylvaticus inúmeras moléculas
que apresentam propriedades antioxidantes, incluindo vitamina A, vitamina E,
vitamina C, biotina, carotenóides, flavonóides, terpenóides, esteróides e vários
minerais como o selênio (quadro 2). De modo que há grande potencial antioxidante
quando se conjugam todas estas moléculas em um único alimento, tal como neste
cogumelo (Percário, 2008).
Confirmando tais achados, Percário et al. (2009), testaram a capacidade
antioxidante in vitro de duas formas comerciais industrializadas do Agaricus
sylvaticus, obtendo-se para ambas elevada atividade antioxidante total. Nesse
trabalho foi observada uma inibição de 100% da produção de radicais livres in vitro
com valores extremamente baixos de massa de cogumelo, da ordem de menos de 1
mg.
Com relação ao seu efeito antihiperlipidêmico, em estudo de Percário et al.
(2008) foi observado que a administração do Agaricus sylvaticus reduz o
50
desenvolvimento das placas de ateroma em animais, o que sugere que este
cogumelo pode impedir o aparecimento da aterosclerose.
Alguns micronutrientes, provavelmente constituem-se fatores chaves na
melhora do estado oxidativo (com redução do desequilíbrio entre fatores pró-
oxidantes e antioxidantes), o que trás como consequência uma melhora no
metabolismo geral do organismo. Ainda não há um consenso entre os diversos
autores que estudam o impacto da suplementação com micronutrientes no curso da
infecção pelo HIV, no tratamento com os antirretrovirais, bem como seus efeitos
sobre o estresse oxidativo e os distúrbios metabólicos (com ênfase para os fatores
relacionados com a lipodistrofia) que estes pacientes apresentam, sendo
necessárias mais pesquisas para elucidar estas teorias. Portanto, torna-se de
grande interesse estabelecer novas estratégias de tratamento que possam levar,
associados à terapia antirretroviral já estabelecida, a um retardo na progressão da
doença, assim como também a uma redução da incidência das complicações
secundárias à infecção e ao tratamento, uma redução da mortalidade e uma maior
sobrevida.
Desta forma, é muito provável que a suplementação com A. sylvaticus
associada à TARV em indivíduos portadores do HIV pode trazer consigo uma
diminuição do estresse oxidativo, com consequente melhoria dos distúrbios lipídicos
e da condição clínica nesses indivíduos. Assim, este estudo torna-se importante pela
tentativa de estabelecer novas estratégias de tratamento que tragam aos portadores
do HIV uma significante melhoria na qualidade de vida.
51
Quadro 2 – Concentração de constituintes presentes em Agaricus sylvaticus
Substância Concentração Proteínas 39,4mg/100g
Gorduras 3,0g/100g
Carboidratos 45,6g/100g
Sódio 4,2mg/100g
Ferro 21,2mg/100g
Cálcio 35,7mg/100g
Potássio 3,15g/100g
Magnésio 100mg/100g
Cobre 8,24mg/100g
Zinco 6,61mg/100g
Manganês 0,65mg/100g
Selênio 36μg/100g
Tiamina (B1) 1,21mg/100g
Riboflavina (B2) 3,41mg/100g
Vitamina B6 0,83mg/100g
Vitamina B12 0,17μg/100g
Vitamina C 56mg/100g
Calciferol 5,8μg/100g
Ácido fólico 0,36mg/100g
Ácido pantotênico 39,4mg/100g
Inositol 201mg/100g
Niacina 39,9mg/100g
Arginina 1,71g/100g
Lisina 1,55g/100g
Histidina 0,62g/100g
Fenilalanina 1,11g/100g
Tirosina 0,83g/100g
Leucina 1,72g/100g
Isoleucina 1,10g/100g
Metionina 0,39g/100g
Valina 1,28g/100g
Alanina 1,75g/100g
Glicina 1,25g/100g
Prolina 1,26g/100g
Ácido Glutâmico 5,73g/100g
Serina 1,20g/100g
Treonina 1,21g/100g
Ácido aspártico 2,35g/100g
Triptofano 0,43g/100g
Cistina 0,36g/100g
Açúcar Livre 282mg/g
Fenóis 0,10mg/g
Beta D Glucana 126,98mg/g
Isoflavona (Genisteina) 0,875mg/g
Fonte: Odorizzi, 2006.
52
1.9 OBJETIVO
1.9.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar o efeito da suplementação nutricional do cogumelo Agaricus sylvaticus sobre
o estresse oxidativo, a defesa antioxidante e o perfil lipídico em adultos infectados
pelo HIV e que fazem uso da terapia antirretroviral.
1.9.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Verificar o efeito da suplementação de A. sylvaticus sobre os marcadores do
estresse oxidativo, especificamente as espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico e
a defesa antioxidante total nesses indivíduos;
Avaliar o efeito desta suplementação sobre os marcadores do perfil lipídico neste
grupo;
Verificar a existência de possíveis correlações entre marcadores do estresse
oxidativo e defesa antioxidante com marcadores do perfil lipídico nesses
indivíduos;
Avaliar os efeitos da suplementação sobre marcadores imunológicos da
evolução da doença e a existência de possíveis correlações entre esses
marcadores e perfil lipídico, estresse oxidativo e defesa antioxidante.
53
2 CASUÍSTICA E MÉTODOS
2.1 CASUÍSTICA
Para este estudo experimental e prospectivo, foram selecionados 60 adultos
com idade entre 21 e 50 anos, de ambos os sexos, com sorologia positiva para o
HIV que estavam em tratamento com antirretrovirais e são assistidos no Centro de
Atenção à Saúde em Doenças Infecciosas Adquiridas (Casa DIA) do município de
Belém – PA. Os grupos foram divididos de acordo com protocolo de randomização e
constituídos conforme descrito abaixo.
- Grupo 1 – HIV As (N=24): sujeitos soropositivos para o HIV que receberam
suplementação nutricional de cogumelo A. sylvaticus, simultaneamente ao
tratamento com TARV;
- Grupo 2 – HIV P (N=21): sujeitos soropositivos para o HIV que receberam o
placebo do cogumelo A. sylvaticus ao mesmo tempo em que fizeram uso da terapia
antirretroviral.
2.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
Foram incluídos no estudo adultos com idade de 21 a 50 anos de idade, de
ambos os sexos, com diagnóstico definitivo para presença doHIV, que faziam uso da
terapia antirretroviral (tabela 1), residentes no município de Belém. Os sujeitos
participantes firmaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), em
conformidade aos preceitos de ética em pesquisa com seres humanos e dentro do
estabelecido na legislação brasileira (Brasil, 1996; APÊNDICE 1). Vale salientar que
o projeto deste estudo foi previamente analisado e autorizado pela direção da
Instituição onde foi realizada a Pesquisa (ANEXO 1) e aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal do
Pará sob o número de protocolo 024/09 CEP-ICS/UFPA (ANEXO 2).
54
Tabela 1: Terapia antirretroviral administrada aos portadores do HIV que fizeram
parte dos grupos HIV As e HIV P.
ARV Grupo
ITRN ITRNN IP HIV As
(N=24)
HIV P
(N=21)
AZL EFZ - 11 12
AZL NPV - 1 1
AZL - LPV/r 3 6
AZL - ATV 1
TDF 3TC - - 1
TDF 3TC EFZ - 4
TDF 3TC - LPV/r 2
TDF 3TC
TDF 3TC
EFZ
-
LPV
ATV
1 1
TDF AZL - RTV 1
ARV: antirretroviral; ITRN: inibidores da transcriptase reversa nucleosídicos, ITRNN: inibidores da transcriptase reversa não nucleosídicos; IP: inibidores da protease; AZL: Lamivudina + zidovudina; EFZ: Efaavirenz; NVP: Nevirapina; LPV/r: Lopinavir + Ritonavir; ATV: Atazanavir; TDF: Tenofovir; 3TC: Lamivudina; RTV: Ritonavir. HIV As: grupo Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo placebo.
Foram excluídos deste estudo os sujeitos portadores do HIV, mas que não
faziam uso da TARV e que apresentaram patologias degenerativas como câncer,
diabetes, hipertensão e crônicas como, por exemplo, hepatite C. Também foram
excluídos usuários de suplementação antioxidante; portadores de problemas
psiquiátricos, usuários de drogas ilícitas, etilistas crônicos e tabagistas, mulheres
climatéricas, bem como indivíduos com Índice de Massa Corpórea abaixo de 18,5 e
acima de 25 Kg/m2.
2.3 FORMA E POSOLOGIA DO SUPLEMENTO
A suplementação foi feita por um período de seis meses consecutivos. Para a
administração de Agaricus sylvaticus foram utilizadas as formas em comprimido
deste cogumelo, produzidos comercialmente pela empresa Cogumelo do Sol
55
Agaricus do Brasil LTDA, cuja fórmula é padronizada e registrada como alimento
pelo Ministério da Saúde (registro Nº 6.1021.0002.001-7). Cada comprimido
apresenta 350 mg de Agaricus sylvaticus seco, desidratado e moído. Sendo assim,
cada um dos sujeitos incluídos no grupo HIV As ingeriu 1,4g de cogumelo por dia. O
placebo foi produzido pela empresa contendo os mesmos excipientes.
2.4 OBTENÇÃO E ARMAZENAMENTO DAS AMOSTRAS
Ao início e ao final do estudo (seis meses) foram colhidas amostras de
sangue periférico (totalizando duas amostras) para análise laboratorial de
marcadores do estresse oxidativo (TBARS), da defesa antioxidante (TEAC) e do
perfil lipídico (colesterol total, triglicerídeos, HDLc e LDLc).
As amostras de sangue foram coletadas, na própria instituição de realização
da pesquisa por técnicos especializados, após jejum de 12h, em tubo sem
anticoagulante para obtenção do soro (8mL) e em tubos com o anticoagulante ácido
etilenodiamino tetraacético (5mL) na concentração final de 1mg/mL para obtenção
do sangue total.
Após a coleta, as amostras foram transportadas dentro de recipiente térmico
apropriado para o Laboratório de Pesquisa em Estresse Oxidativo da Universidade
Federal do Pará (LAPEO/UFPA), onde foram processadas.
Os tubos foram centrifugados a 2500 rpm por 15 minutos, o plasma separado
em recipiente (tubo de eppendorf de 1,5 mL) devidamente identificado de acordo
com o protocolo de identificação dos sujeitos e congelado em freezer a -20°C,
estando pronto para uso. As amostras foram descongeladas a temperatura ambiente
apenas para a realização das dosagens.
56
2.5 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO ESTRESSE OXIDATIVO E DA DEFESA
ANTIOXIDANTE
2.5.1 Dosagem de espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS)
A peroxidação lipídica foi avaliada pela dosagem das Espécies Reativas ao
Ácido Tiobarbitúrico, realizada segundo o método proposto por Khon & Liversedge
(1944), modificado por Percário et al. (1994). A dosagem de TBARS mede
malondialdeído presente na amostra, bem como outros produtos secundários da
peroxidação lipídica. Consistiu na reação de duas moléculas do ácido tiobarbitúrico
com uma molécula de MDA, em pH baixo (2.5) e temperatura elevada (90ºC), para
formar o complexo TBA-MDA-TBA, de cor rósea e absorção máxima em 535 nm. O
procedimento técnico consistiu em juntar 500 µL de amostra a 1,0 mL do reagente
ácido tiobarbitúrico (TBA 10 mM em KH2PO4 75 mM). Levar ao banho-maria (95ºC,
60 min); posteriormente esfriar a temperatura ambiente; adicionar 4,0 mL de álcool
n-butílico (CAAL; 11413), homogeneizar em vórtex e centrifugar a 2500 rpm por 15
min. Fazer leitura espectrofotométrica do sobrenadante a 535 nm (FEMTO, 800 XI).
2.5.2 Dosagem da capacidade antioxidante equivalente ao Trolox (TEAC)
O potencial antioxidante foi determinado segundo a sua equivalência a um
potente antioxidante conhecido, o Trolox (ácido 6-hidroxi-2,5,7,8-tetrameticromono-
2-carboxílico; Aldrich Chemical; Co 23881-3), análogo sintético hidrossolúvel da
vitamina E. Seguiu-se o método proposto por Miller et al. (1993), modificado por Re
et al. (1999), em condições adaptadas de temperatura, proporções relativas dos
reagentes e tempo de mensuração. Trata-se de uma técnica colorimétrica baseada
na reação entre o ABTS (2,2.-azinobis-3-etilbenzotiazolina-ácido-6-sulfônico-
diamônio, 7mM em PBS pH7,2) com o persulfato de potássio (K2S2O8, 140mM em
PBS pH7,2, Sigma-Aldrich; P5592), produzindo diretamente o radical cátion ABTS.+,
cromóforo de coloração verde/azul, com absorbância máxima nos comprimentos de
onda 734nm. A adição de antioxidantes a este radical cátion pré-formado o reduz
57
novamente a ABTS, na extensão e escala de tempo dependente da capacidade
antioxidante, concentração de antioxidantes e duração da reação. Neste trabalho,
isto foi mensurado por espectrofotometria pela observação do decaimento na
absorbância lida a 734nm (Biospectro SP-22) durante 5 minutos, quando se mistura
à solução de trabalho ABTS.+ a amostra. Assim, a extensão da descoloração como
índice de inibição do radical cátion ABTS.+ é determinada como a atividade
antioxidante total da amostra, sendo então calculada a sua relação com a
reatividade do trolox como padrão, sob as mesmas condições. Os resultados finais
foram expressos em mmol/L correspondente a concentração do trolox com
capacidade antioxidante equivalente à da amostra que pretendemos estudar. Este
padrão de medida é denominado TEAC (Trolox Equivalent Antioxidant Capacity).
2.6 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO PERFIL LIPÍDICO
2.6.1 Dosagem do colesterol total
A dosagem do colesterol total foi realizada por método enzimático
colorimétrico por kits comerciais (Labtest Diagnóstica; Ref.: 76-2/250) O princípio
básico desse método consiste na oxidação do colesterol pela oxidase com formação
dos produtos colestenona e peróxido de hidrogênio. Este último reagirá com a
aminoantipirina e o fenol, através da ação da peroxidase, para formação do
composto de coloração rósea que possui absorção máxima em 500 nm (Biospectro
SP-22), sendo os resultados expressos em mg/dL.
2.6.2 Dosagem dos triglicerídeos
A dosagem dos triglicerídeos também foi realizada por método colorimétrico
enzimático, seguindo as recomendações do fabricante (Labtest Diagnóstica; Ref.:
87-2/100) quanto aos procedimentos das análises. Esse ensaio é baseado na
quantificação do glicerol liberado pela hidrólise dos triglicerídeos. Esse glicerol é
oxidado e são formados diidroxiacetona e peróxido de hidrogênio que reage com a
aminoantipirina e o fenol, através da ação da peroxidase, formando o composto
58
antipirilquinonimina de coloração rósea que possui absorção máxima em 500nm
(Biospectro SP-22). Os resultados expressos em mg/dL.
2.6.3 Dosagem do colesterol das lipoproteínas
Para a determinação dos níveis de colesterol da HDL foi realizada
inicialmente a precipitação seletiva das LDL e VLDL no soro. Para isso foram
utilizados como agentes precipitantes o ácido fosfotungstico (1,5 mmol/L) e cloreto
de magnésio (54 mmol/L), conforme recomendado pelo fabricante do kit comercial
(Labtest Diagnóstica; Ref.: 13-50). Após a precipitação, as LDL e VLDL foram
removidas por centrifugação a 3500 rpm por 20 min. As dosagens do colesterol da
HDL foram realizadas com o sobrenadante por método enzimático colorimétrico
como descrito acima para a dosagem do colesterol total.
As concentrações do colesterol das LDL e VLDL foram determinadas através
da equação de Friedwald (Bergmayer, 1974).
Equação de Friedwald:
Colesterol da VLDL (mg/dL) = triglicerídeos (mg/dL)
5
Colesterol da LDL (mg/dL) = colesterol total (mg/dL) – [colesterol da
HDL (mg/dL) + colesterol da VLDL (mg/dL)]
2.7 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA CAPACIDADE IMUNOLÓGICA
2.7.1 Contagem de linfócitos T CD4+, CD8+
A tipagem de linfócitos T segue os procedimentos padronizados para a
detecção dos linfócitos T CD3/CD4, CD3/CD8 por meio do método de Citometria de
Fluxo no sistema BD FACSCalibur (Becton-Dickinson Immunocytometry Systems,
Califórnia-USA). Para a realização da técnica foram usados anticorpos monoclonais
específicos ligados aos seguintes fluorocromos: CD4 – FITC (Isotiocianato de
fluoresceína), CD8 – PE (Ficoeritrina), CD3 – PerCP (Peridinin Clorophil Protein),
59
que quando colocados na presença de 50μL de sangue total, puderam se identificar
as células contendo os marcadores de superfície específicos.
2.7.2 Determinação da carga viral do HIV
A quantificação da carga viral foi realizada por meio do ensaio Organon
Tecnika NucliSens que se fundamenta no método de amplificação baseada na
sequencia de ácidos nucleicos (Q-NASBA) isotérmica. Ácidos nucléicos totais
plasmáticos e três calibradores internos para baixa, média e alta concentrações de
RNA são extraídas como subprodutos, de acordo com o método de Boom et al.
(1990). As enzimas utilizadas nesta técnica são a transcriptase reversa, a RNase e a
RNA-polimerase e ainda dois oligonucleótidos de DNA que são específicos para a
região gag do HIV. O produto de RNA de cadeia simples pode então ser facilmente
detectado por meio de eletroquimioluminecência (ECL). A quantidade de luz gerada
(unidades ECL) é proporcional à quantidade do produto da amplificação (cópias de
RNA / mL). O cálculo com base nas quantidades relativas dos quatro fragmentos
amplificados (amostra de paciente e 3 calibradores) revela o valor original de RNA
do HIV na amostra. Neste teste os limites de detecção variam de 50 (menor) a 10
milhões de cópias do RNA do HIV por mL de plasma.
60
2.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Para cada parâmetro foi realizada uma análise de possíveis valores
discrepantes (outliers), a qual utiliza em seu cálculo o intervalo interquartil, isto é, a
diferença entre o terceiro quartil (Q3) e o primeiro quartil (Q1), chamada de dj.
Considera-se todo valor menor que Q1 – 3/2 dj ou maior que Q3 + 3/2 dj, como
sendo discrepante, não sendo considerado nos cálculos estatísticos.
A seguir realizou-se o teste de Kolmogorov Smirnov para verificar a
normalidade. A Análise de Variância (ANOVA) para medidas repetidas foi feita pelo
do Teste de Levene, utilizando o pacote estatístico Sigma Stat versão 3.5 para
Windows. Também foi aplicado o teste de Tukey para os casos em que as
diferenças entre os grupos foram estatísticamente significantes.
Para verificar a existência de diferenças entre as médias das variações
percentuais de cada grupo (HIV As x HIV P) foi utilizado o Teste t de Student, para
variâncias equivalentes e o teste de Kruskal-Wallis para variâncias diferentes,
através do software BioEstat 5.0 (Ayres & Ayres Jr, 2008).
Para a análise de possível correlação entre parâmetros, foi realizado o teste
de correlação de Pearson, considerando-se os valores pareados de dois parâmetros
obtidos para um mesmo sujeito, realizando-se os cálculos com os dados obtidos dos
sujeitos de um mesmo grupo isoladamente e com todos os sujeitos,
simultaneamente, independente do grupo a que pertenciam. De acordo com os
critérios de Dancey e Reidy (2006) foram considerados os seguintes significados
para os coeficientes de correlação (r): r = 0,10 até 0,30 (fraco); r = 0,40 até 0,69
(moderado); r = 0,70 até 1 (forte), podendo ser a correlação positiva ou negativa.
Em todos os testes foi utilizado um nível de significância de 5% (p ≤ 0,05).
61
3. RESULTADOS
A população avaliada foi constituída de 45 sujeitos; dentre estes predominou o sexo
masculino com 32 sujeitos (71,1%); já o sexo feminino correspondeu a 28,9% da
amostra (n= 13). As médias das idades e dos anos de TARV não apresentaram
diferenças significantes entre os grupos, ou seja, são grupos comparáveis. A
caracterização da população de estudo está apresentada na tabela 2.
Tabela 2 – Caracterização da população de estudo.
Características Grupo HIV As
(N=24)
Grupo HIV P
(N=21) P*
Idade, anos 39,6 ± 7,3 41,4 ± 8,9 0,22
Sexo masculino
(N,%) 16 (66,7) 16 (76,2)
TARV (anos) 6 ± 5 6 ± 5
HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número de sujeitos; TARV: terapia antirretroviral; Valores apresentados como média + desvio padrão. *Test t Student.
62
3.1 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO ESTRESSE OXIDATIVO E DA DEFESA ANTIOXIDANTE
3.1.1 Espécies Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico (TBARS)
A Figura 10 mostra o comportamento de TBARS em adultos infectados pelo
HIV suplementados com Agaricus sylvaticus e suplementados com placebo,
relacionada com o tempo (antes e após seis meses de suplementação). Os valores
médios e respectivos desvios-padrão estão apresentados na Tabela 3.
O valor médio de concentração de TBARS antes da suplementação não
apresentou diferença estatisticamente significante entre os grupos HIV As e HIV P.
Após seis meses de suplementação, o valor médio do grupo que recebeu o Agaricus
sylvaticus (HIV As) mostrou uma redução altamente significante (p<0,001), já no
grupo que recebeu o placebo também foi observada uma redução, porém esta não
foi significante. Quando foram comparadas as médias das variações entre os dois
grupos estudados, a diferença observada foi altamente significante (p= 0,006). A
comparação entre as médias dos valores de TBARS entre os dois grupos após os
seis meses de tratamento também não mostrou diferença significante.
Figura 10: Espécies reativa ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) em adultos infectados pelo HIV suplementados com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados com placebo (HIV P) durante seis meses.*p<0,001 x final.
0
500
1000
1500
2000
2500
TBA
RS
(ng/
mL)
0 6 Tempo de suplementação (meses)
HIV As
HIV P
*
63
Tabela 3 – Concentrações médias de espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) em adultos infectados pelo HIV suplementados com Agaricus sylvaticus ou suplementados com placebo antes e após seis meses.
TBARS (ng/mL)
Grupo N Inicial N Final Variação (%)
p valor*
HIV As 24 1913±794 24 826±530 -51±32 <0,001
HIV P 21 1848±1004NS 21 1293±815NS -23±34€ 0,086
Resultados expressos em média ± desvio-padrão. HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número da amostra. *Teste de Tukey (inicial x final). € p=0,006 (HIV As x HIV P). NS= Não significante x HIV As.
64
3.1.2 Capacidade Antioxidante Equivalente ao Trolox (TEAC)
A Figura 11 mostra o comportamento da capacidade antioxidante equivalente
ao Trolox em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com
Agaricus sylvaticus e os suplementados com placebo, de acordo com o tempo
(antes e após seis meses de suplementação). Os valores médios e respectivos
desvios-padrão estão apresentados na Tabela 4.
Os valores médios de TEAC entre os grupos HIV As e HIV P antes da
suplementação não apresentaram diferença estatisticamente significante. Após seis
meses foi observado que apenas o grupo suplementado com o Agaricus sylvaticus
apresentou um aumento significante na capacidade antioxidante (p = 0,001).
Quando comparamos o grupo HIV As com o grupo HIV P após o período do
tratamento, seis meses, foi observado que os valores de TEAC do primeiro grupo
foram significativamente maiores do que os do segundo (p = 0,005). Quando foram
comparadas as médias das variações entre os dois grupos estudados, a diferença
observada foi altamente significante (p= 0,005).
Figura 11: Capacidade antioxidante equivalente ao Trolox (TEAC) em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados com placebo (HIV P). *p= 0,001 x final; ●p=0,005 x final.
2,1
2,15
2,2
2,25
2,3
2,35
2,4
TEA
C (
mm
ol/
L)
0 6 Tempo de suplementação (meses)
HIV As
HIV P
*
●
65
Tabela 4 – Capacidade antioxidante equivalente ao Trolox (TEAC) de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou com placebo antes e após seis meses.
TEAC (mmol/L)
Grupo N Inicial N Final Variação (%)
p valor*
HIV As 22 2,27±0,06 21 2,35±0,07 6±11 0,001
HIV P 19 2,26±0,07 NS 21 2,27±0,09● 0,6±5€ 0,946
Resultados expressos em média ± desvio-padrão HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número da amostra. *Teste de Tukey (inicial x final). ●p= 0,005 x final. €p=0,005 (HIV As x HIV P). NS= Não significante x inicial.
66
3.2 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO PERFIL LIPÍDICO
3.2.1 Colesterol total (CT)
A Figura 12 mostra o comportamento dos níveis do colesterol total em adultos
infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus e os
suplementados com placebo, de acordo com o tempo (antes e após seis meses de
suplementação). Os valores médios e respectivos desvios-padrão estão
apresentados na Tabela 5.
O grupo que recebeu o Agaricus sylvaticus e o grupo que recebeu placebo
apresentaram valores médios de colesterol total semelhantes, antes da
suplementação. Apesar de terem sido observadas reduções discretas nos níveis
médios do CT após os seis meses de suplementação, tanto no grupo HIV As quanto
no HIV P não houve diferença estatisticamente significante. Também não houve
diferença estatística entre os grupos suplementados após este período e nem entre
as médias das variações.
Figura 12: Níveis de colesterol total (CT) em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados com placebo (HIV P).
125
130
135
140
145
150
CT
(mg/
dL)
0 6 Tempo de suplementação (meses)
HIV As
HIV P
67
Tabela 5 – Colesterol total (CT) de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou suplementados com placebo antes e após seis meses.
CT (mg/dL)
Grupo N Inicial N Final Variação (%)
p valor*
HIV As 22 143±23
23 137±22 -4±18 0,371
HIV P 20 145±29NS 20 138±27 NS -4±11NS 0,389
Resultados expressos em média ± desvio-padrão. HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número da amostra. *Teste de Tukey (inicial x final). NS= não significante x HIV As.
68
3.2.2 Triglicerídeos (TG)
A figura 13 mostra o comportamento dos níveis dos Triglicerídeos plasmáticos
em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus
sylvaticus e os suplementados com placebo, de acordo com o tempo (antes e após
seis meses de suplementação). Os valores médios e respectivos desvios-padrão
estão apresentados na Tabela 6.
Apesar do valor médio de triglicerídeo do grupo placebo, antes da
suplementação, ser discretamente maior do que o do grupo Agaricus sylvaticus esta
diferença não se mostrou significante. Uma redução discreta nos níveis médios de
TG após os seis meses de suplementação foi observada, tanto no grupo HIV As
quanto no HIV P, porém, esta diferença não foi estatisticamente significante. Não
houve diferença significante após os seis meses de suplementação nem entre as
variações médias dos grupos estudados.
Figura 13: Níveis de Triglicerídeos (TG) em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados com placebo (HIV P).
170
180
190
200
210
220
230
240
TG (
mg/
dL)
0 6 Tempo de suplementação (meses)
HIV As
HIV P
69
Tabela 6 – Triglicerídeos (TG) de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou suplementados com placebo antes e após seis meses.
TG (mg/dL)
Grupo N Inicial N Final Variação (%)
p valor*
HIV As 24 209±107 24 205±98 5±31 0,976
HIV P 21 220±93NS 24 212±86NS 6±59NS 0,759
Resultados expressos em média ± desvio-padrão. HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número da amostra. * Teste de Tukey (inicial x final). NS= não significante x HIV As.
70
3.2.3 Colesterol das Lipoproteínas de Alta Densidade (HDLc)
A figura 14 descreve o comportamento dos níveis do colesterol das
Lipoproteínas de Alta Densidade em adultos infectados pelo HIV que receberam
suplementação com Agaricus sylvaticus e os suplementados com placebo, de
acordo com o tempo (antes e após seis meses de suplementação). Os valores
médios e respectivos desvios-padrão estão apresentados na Tabela 7.
Observa-se que o valor médio de HDLc do grupo Agaricus sylvaticus, antes
da suplementação, foi discretamente maior do que o do grupo placebo porém esta
diferença não foi significante. Um pequeno aumento nas concentrações plasmáticas
médias de HDLc após os seis meses de suplementação foi observada,
principalmente no grupo HIV suplementado com Agaricus sylvaticus porém, não
foram significantes estatísticamente. Também não houve diferença estatistica
significante entre os grupos após os seis meses de suplementação nem entre as
variações médias dos dois grupos.
Figura 14: Níveis do colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDLc) em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados com placebo (HIV P).
0
5
10
15
20
25
HD
Lc (
mg/
dL)
0 6 Tempo de suplementação (meses)
HIV As
HIV P
71
Tabela 7 – Colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDLc) de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou suplementados com placebo antes e após seis meses.
HDLc (mg/dL)
Grupo N Inicial N Final Variação (%)
p valor*
HIV As 24 19,7±5,4 23 21,5±4,9 15±18 0,176
HIV P 21 17,4±6,8NS 21 17,6±6,1NS 10±20NS 0,891
Resultados expressos em média ± desvio-padrão. HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número da amostra. *Teste de Tukey (inicial x final). NS= não significante x HIV As.
.
72
3.2.4 Colesterol das Lipoproteínas de Baixa Densidade (LDLc)
A figura 15 descreve o comportamento dos níveis do colesterol das
Lipoproteínas de Baixa Densidade em adultos infectados pelo HIV que receberam
suplementação com Agaricus sylvaticus e os suplementados com placebo, de
acordo com o tempo (antes e após seis meses de suplementação). Os valores
médios e respectivos desvios-padrão estão apresentados na Tabela 8.
Antes da suplementação os grupos estudados não apresentaram diferenças
estatísticas entre as médias. Foi observada uma redução de tendência significante
(p=0,052) no grupo HIV As após os seis meses de suplementação, sendo que a
variação média das diferenças ficou em torno de 20% neste grupo enquanto que no
grupo HIV P a redução não ultrapassou os 2%. A comparação entre estes valores
mostrou-se estatisticamente significante (p= 0,035). Entre os grupos após os seis
meses de suplementação, não houve diferença estatisticamente significante.
Figura 15: Níveis do colesterol das lipoproteínas de baixa densidade (LDLc) em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) e suplementados com placebo (HIV P).
0
20
40
60
80
100
120
LDLc
(m
g/d
L)
0 6 Tempo de suplementação (meses)
HIV As
HIV P
73
Tabela 8 – Colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDLc) de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou suplementados com placebo antes e após seis meses.
LDL (mg/dL)
Grupo N Inicial N Final Variação (%)
p valor*
HIV As 24 98,5±21,6 24 76,9±31,5 -19±122 0,052
HIV P 21 88,3±41,2NS 24 85,4±38,9NS 2±29€ 0,408
HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número da amostra. Resultados expressos em média ± desvio-padrão. * Teste de Tukey (inicial x final). € p=0,04 (HIV As x HIV P).
NS= não significante x HIV As.
74
3.2.5 Colesterol das Lipoproteínas de Muito Baixa Densidade (VLDLc)
A Figura 16 descreve o comportamento dos níveis do colesterol das
Lipoproteínas de Muito Baixa Densidade em adultos infectados pelo HIV que
receberam suplementação com Agaricus sylvaticus e os suplementados com
placebo, de acordo com o tempo (antes e após seis meses de suplementação). Os
valores médios e respectivos desvios-padrão estão apresentados na Tabela 9.
O valor médio de VLDLc do grupo Agaricus sylvaticus, antes da
suplementação, foi discretamente maior do que o do grupo placebo porém esta
diferença não foi estatisticamente significante. Não foi observada variação
significante em nenhum dos grupos que receberam suplementação após os seis
meses. Também não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos
após os seis meses de suplementação.
Figura 16: Níveis de colesterol das lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDLc) em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados com placebo (HIV P).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
VLD
Lc (
mg/
dL)
0 6 Tempo de suplementação (meses)
HIV As
HIV P
75
Tabela 9 – Colesterol da lipoproteína de muito baixa densidade (VLDLc) de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou suplementados com placebo antes e após seis meses.
VLDL (mg/dL)
Grupo N Inicial N Final Variação (%)
p valor*
HIV As 24 41,2±21,6 24 41,0±19,5 5±21 0,978
HIV P 21 38,2±12,5NS 18 42,3±16,5NS 3±23NS 0,074
Resultados expressos em média ± desvio-padrão. HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número da amostra. * Teste de Tukey (inicial x final). NS= não significante x HIV As.
76
3.3 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA CAPACIDADE IMUNOLÓGICA
3.3.1 Linfócitos T CD4+
A figura 17 descreve o número médio de células de linfócitos T CD4+ por
microlitros de sangue em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação
com Agaricus sylvaticus e os suplementados com placebo, de acordo com o tempo
(antes e após seis meses de suplementação). Os valores médios e respectivos
desvios-padrão estão apresentados na Tabela 10.
Entre os grupos não foi observada diferenças significantes entre as médias do
número de linfócitos T CD4+ antes do início da suplementação. De acordo com os
resultados o grupo HIV As apresentou um aumento no valor médio da diferença
maior do que o grupo que recebeu o HIV P (17% e 15%, respectivamente) após os
seis meses de tratamento. Entretanto, estatisticamente, esta diferença não foi
significante. O mesmo se observa na comparação das médias entre os dois grupos
após o tratamento.
Figura 17: Número de linfócitos T CD4+ por microlitros de sangue de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados com placebo (HIV P).
0
100
200
300
400
500
600
CD
4+
(ce
ls/µ
L)
0 6 Tempo de suplementação (meses)
HIV As
HIV P
77
Tabela 10 – Linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou suplementados com placebo antes e após seis meses.
Linfócitos CD4+ (células/µL)
Grupo N Inicial N Final Variação (%)
p valor*
HIV As 24 478±192 24 544±192 17±37 0,084
HIV P 21 412±210NS 21 457±224NS 15±25NS 0,092
HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número da amostra. Resultados expressos em média ±
desvio-padrão. * Teste de Tukey (inicial x final). NS= não significante x HIV As.
.
78
3.3.2 Linfócitos T CD8+
A figura 18 descreve o do número médio de linfócitos T CD8+ por microlitros
de sangue em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com
Agaricus sylvaticus e os suplementados com placebo, de acordo com o tempo
(antes e após seis meses de suplementação). Os valores médios e respectivos
desvios-padrão estão apresentados na Tabela 11.
Antes do inicio da suplementação os valores médios dos grupos HIV AS e
HIV P não mostraram diferenças estatisticamente significantes. Não houve variações
consideradas significantes durante o período de tempo do tratamento em nenhum
dos dois grupos que receberam a suplementação. A comparação dos valores
médios de linfócitos T CD8+ entre os grupos após os seis meses de suplementação
também não apresentou diferença estatisticamente significante.
Figura 18: Número de linfócitos T CD8+ por microlitros de sangue de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) e suplementados com placebo (HIV P).
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
CD
8+
(ce
ls/µ
L)
0 6 Tempo de suplementação (meses)
HIV As
HIV P
79
Tabela 11 – Linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus e suplementados com placebo de antes e após seis meses.
Linfócitos CD8+ (células/µL)
Grupo N Inicial N Final Variação (%)
p valor*
HIV As 23 1203±494 23 1204±464 5±28 0,990
HIV P 20 1345±683NS 20 1162±526NS -1±17NS 0,177
Resultados expressos em média ± desvio-padrão. HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número da amostra. * Teste de Tukey (inicial x final). NS= não significante x HIV As.
.
80
3.3.3 Carga viral do HIV
A Figura 19 descreve o comportamento da carga viral, ou seja, do número
médio de cópias de HIV RNA por mililitros de sangue em adultos infectados pelo HIV
que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus e os suplementados com
placebo, de acordo com o tempo (antes e após seis meses de suplementação). Os
valores médios e respectivos desvios-padrão estão apresentados na Tabela 12.
Antes do inicio da suplementação os valores médios dos grupos HIV AS e
HIV P não mostraram diferenças estatisticamente significantes. Apesar de
observamos uma redução nos valores médios de HIV RNA tanto no grupo HIV As
quanto no grupo HIV P durante o período de tempo do tratamento essa variação não
foi considerada significante. A comparação dos valores médios de HIV RNA entre
os grupos após os seis meses de suplementação também não apresentou diferença
estatisticamente significante.
Figura 19: Número de copias de HIV RNA por mililitros de sangue de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados com placebo (HIV P).
0
100
200
300
400
500
600
HIV
RN
A (
cóp
ias/
mL)
0 6 Tempo de Suplementação (meses)
HIV As
HIV P
81
Tabela 12 – Cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou suplementados com placebo antes e após seis meses.
HIV RNA (cópias/mL)
Grupo N Inicial N Final Variação
(%)
p valor*
HIV - AS 24 341±700 24 156±274 -15±27 0,13
HIV - P 21 437±1016NS 21 63,7±42,5NS -26±41NS 0,13
Resultados expressos em média ± desvio-padrão. HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número da amostra. *Teste de Tukey (inicial x final). NS= não significante x HIV As.
82
3.4 ESTUDO DE CORRELAÇÕES
3.4.1. Correlação entre TBARS e TEAC
A Figura 20 mostra as correlações entre as concentrações de TBARS e
valores de TEAC de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de
ambos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois
parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da
suplementação.
Ao avaliar as correlações entre os valores de TEAC e as concentrações de
TBARS, verifica-se que não houve significância estatística em nenhum grupo
estudado.
Figura 20: Correlações entre as concentrações de TBARS e valores de TEAC de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus; (c) Grupo suplementado com placebo.
0
1000
2000
3000
4000
2 2,2 2,4 2,6
TBA
RS
(ng/
mL)
TEAC (mM/L)
0
1000
2000
3000
4000
2 2,2 2,4 2,6
TB A
RS
(ng/
mL)
TEAC (mM/L)
0
1000
2000
3000
4000
2 2,2 2,4 2,6
TBA
RS
(ng/
mL)
TEAC (mM/L)
a) Ambos os grupos (r= -0,17; p= 0,13)
b) Agaricus sylvaticus (r= -0,21; p=0,17) c) Placebo (r= -0,20; p=0,20 )
83
3.4.2 Correlação entre TBARS e CT
A Figura 21 mostra as correlações entre as concentrações de TBARS e
valores de CT de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de
ambos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois
parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da
suplementação.
Considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a),
observa-se que não houve correlação significante entre as concentrações de TBARS
e os valores de CT (r= -0,02 e p= 0,85). No grupo suplementado com Agaricus
sylvaticus (b; r= -0,01 e p= 0,94) também não houve correlação entre estas
variáveis. Porém, no grupo suplementado com placebo (c), esta correlação foi
moderadamente positiva (r = 0,36 e p = 0,03), demonstrando que à medida que
TBARS aumenta, os níveis de CT também aumentam.
Figura 21: Correlações entre as concentrações de TBARS e valores de CT de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus; (c) Grupo suplementado com placebo.
a) Ambos os grupos (r= -0,02; p=0,85)
b) Agaricus sylvaticus (r= -0,01; p=0,94) c) Placebo (r= 0,36 p= 0,03)
0
1000
2000
3000
4000
50 100 150 200
TBA
RS
(ng/
mL)
CT (mg/dL)
0
1000
2000
3000
4000
50 100 150 200
TBA
RS
(ng/
mL)
CT (mg/dL)
0
1000
2000
3000
4000
5000
50 100 150 200
TBA
RS
(ng/
mL)
CT (mg/dL)
84
3.4.3 Correlação entre TBARS e TG
A Figura 22 mostra as correlações entre as concentrações de TBARS e
valores de TG das amostras plasmáticas de adultos infectados pelo HIV,
considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como
a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c),
antes e depois da suplementação.
Ao observar as correlações entre os valores de TEAC e as concentrações de
TG, verifica-se que não houve correlações estatisticamente significantes em nenhum
grupo estudado.
Figura 22: Correlações entre as concentrações de TBARS e valores de TG de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus; (c) Grupo
suplementado com placebo.
0
1000
2000
3000
4000
0 100 200 300 400
TBA
RS
(ng/
mL)
TG (mg/dL)
0
1000
2000
3000
4000
0 100 200 300 400
TBA
RS
(ng/
mL)
TG (mg/dL)
0
1000
2000
3000
4000
0 100 200 300 400
TBA
RS
(n
g/m
L)
TG (mg/dL)
a) Todos os grupos (r= -0,04 p= 0,69)
b) Agaricus sylvaticus (r= 0,04 p= 0,78) c) Placebo (r=-0,16 p= 0,31)
85
3.4.4 Correlação entre TBARS e HDLc
A Figura 23 mostra as correlações entre as concentrações de TBARS e os
valores de HDLc de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de
todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois
parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da
suplementação.
Considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a),
observa-se que não houve correlação significante entre as concentrações de TBARS
e os valores de HDLc (r = 0,00 e p = 1,00). Porém, no grupo suplementado com
Agaricus sylvaticus (b), esta correlação foi fraca, mas significante (r = -0,30 e p =
0,04), demonstrando que à medida que os níveis de TBARS aumentam os de HDLc
reduzem. Nos grupos suplementados com placebo (c; r =-0,18 e p = 0,26) não houve
correlação entre estas variáveis.
Figura 23: Correlações entre as concentrações de TBARS e valores de HDLc de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus; (c) Grupo suplementado com placebo.
0
1000
2000
3000
4000
0 10 20 30 40 50
TBA
RS
(ng/
dL)
HDLc (mg/dL)
0
1000
2000
3000
4000
0 10 20 30 40 50
TBA
RS
(ng/
mL)
HDLc (mg/dL)
a) Todos os grupos (r= 0,00; p=1,00)
c) Agaricus sylvaticos (r= -0,30 p=0,04) b) Placebo (r= -0,18 p= 0,26)
0
1000
2000
3000
4000
0 10 20 30 40
TBA
RS
(ng/
dL)
HDLc (mg/dL)
86
3.4.5 Correlação entre TBARS e LDLc
A Figura 24 mostra as correlações entre as concentrações de TBARS e
valores de LDLc das amostras plasmáticas de adultos infectados pelo HIV,
considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como
a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c),
antes e depois da suplementação.
Considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a),
observa-se que houve uma correlação positiva altamente significante entre as
concentrações de TBARS e os valores de LDLc (r = 0,37 e p <0,01). Porém, no
grupo suplementado com Agaricus sylvaticus (b), esta correlação não foi significante
(r = 0,25 e p = 0,09), No grupo suplementado com placebo (c; r = 0,47 e p < 0,01)
houve correlação entre estas variáveis demonstrando que quando os valores do
TBARS aumentam, os níveis de LDLc também aumentam.
Figura 24: Correlações entre as concentrações de TBARS e valores de LDLc de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus; (c) Grupo
suplementado com placebo.
0
1000
2000
3000
4000
0 50 100 150 200
TBA
RS
(ng/
mL)
LDLc (mg/dL)
0
1000
2000
3000
4000
0 50 100 150 200
TBA
RS
(ng/
mL)
LDLc (mg/dL)
0
1000
2000
3000
4000
0 50 100 150 200
TBA
RS
(ng/
mL)
LDLc (mg/dL)
a) Todos os grupos (r= 0,37; p < 0,01)
c) Agaricus sylvaticus (r=0,25; p=0,09) b) Placebo (r= 0,47; p<0,01)
87
3.4.6 Correlação entre TBARS e Linfócitos T CD4+
A Figura 25 mostra as correlações entre as concentrações de TBARS e o
número de linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os
sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre
estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da
suplementação.
Ao avaliar as correlações entre as concentrações de TBARS e o número de
linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, verifica-se que não houve
significância estatística em nenhum grupo estudado.
Figura 25: Correlações entre as concentrações de TBARS e o número de Linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus; (c) Grupo suplementado com placebo.
0
1000
2000
3000
4000
0 200 400 600 800 1000
TBA
RS
(ng/
mL)
LT CD4+ (células/µL)
0
1000
2000
3000
4000
0 200 400 600 800 1000
TBA
RS
(ng/
mL)
LT CD4+ (células/µL)
0
1000
2000
3000
4000
0 200 400 600 800 1000
TBA
RS
(ng/
dL)
LT CD4+ (células/µL)
a) Todos os grupos (r= -0,06; p= 0,61)
b) Agaricus sylvaticus (r= -0,06; p=0,69) c) Placebo (r=0,04; p=0,83)
88
0
1000
2000
3000
4000
0 1000 2000 3000
TBA
RS
(ng/
mL)
LT CD8+ (células/µL)
3.4.7 Correlação entre TBARS e Linfócitos T CD8+
A Figura 26 mostra as correlações entre as concentrações de TBARS e o
número de linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os
sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre
estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da
suplementação.
Ao avaliar as correlações entre as concentrações de TBARS e o número de
linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, verifica-se que não houve
significância estatística em nenhum grupo estudado.
Figura 26: Correlações entre as concentrações de TBARS e o número de linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus; (c) Grupo suplementado com placebo.
a) Todos os grupos (r= -0,15; p= 0,18)
0
1000
2000
3000
4000
0 1000 2000 3000
TBA
RS
(ng/
mL)
LT CD8+ (células/µL)
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 1000 2000 3000
TBA
RS
(ng/
mL)
LT CD8+ (células/µL)
b) Agaricus sylvaticus (r= -0,13; p=0,39) c) Placebo (r= -0,12; p=0,46)
89
3.4.8 Correlação entre TBARS e Carga Viral
A Figura 27 mostra as correlações entre as concentrações de TBARS e o
número de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando todos
os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre
estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da
suplementação.
As correlações entre as concentrações de TBARS e o número de cópias de
HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, não apresentou significância estatística em
nenhum grupo estudado.
Figura 27: Correlações entre as concentrações de TBARS e número de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da suplementação. (a) Todos os
sujeitos de todos os grupos simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus; (c) Grupo suplementado com placebo.
a) Todos os grupos (r= 0,05; p= 0,66)
b) Agaricus sylvaticus (r= -0,05; p= 0,75) c) Placebo (r= 0,04; p= 0,83)
0
1000
2000
3000
4000
0 1000 2000 3000 4000 5000
TBA
RS
(ng/
mL)
HIV RNA (cópias/mL)
0
1000
2000
3000
4000
0 1000 2000 3000 4000 5000
TBA
RS
(ng/
mL)
HIV RNA (cópias/mL)
0
1000
2000
3000
4000
0 1000 2000 3000 4000 5000
TBA
RS
(ng/
mL)
HIV RNA (cópias/mL)
90
50
100
150
200
2,00 2,20 2,40 2,60
CT
(mg/
dL)
TEAC (mmol/L)
3.4.9 Correlação entre TEAC e CT
A Figura 28 mostra as correlações entre as concentrações de TEAC e de CT
de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos
simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada
grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.
Quando correlacionamos as concentrações de TEAC e os níveis plasmáticos
de CT de adultos infectados pelo HIV, não observamos significância estatística em
nenhum grupo estudado.
Figura 28: Correlações entre as concentrações de TEAC e de CT de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.
a) Todos os grupos (r= 0,07; p= 0,55)
b) Agaricus sylvaticus (r= -0,20; p= 0,19)
)
c) Placebo (r= -0,02; p= 0,90)
50
100
150
200
2,00 2,20 2,40 2,60
CT
(mg/
dL)
TEAC (mmol/L)
50
100
150
200
2 2,2 2,4 2,6
CT
(mg/
dL)
TEAC (mmol/L)
91
3.4.10 Correlação entre TEAC e TG
A Figura 29 mostra as correlações entre as concentrações de TEAC e de TG
de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos
simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada
grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.
A avaliação das correlações entre as concentrações de TEAC e de TG de
adultos infectados pelo HIV não apresentou significância estatística em nenhum
grupo estudado.
Figura 29: correlações entre as concentrações de TEAC e de TG de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação
a) Todos os grupos (r= 0,06; p= 0,58)
b) Agaricus sylvaticus (r= 0,08; p= 0,61) c) Placebo (r= 0,16; p= 0,30)
0
100
200
300
400
500
2,00 2,20 2,40 2,60
TG (
mg/
dL)
TEAC (mmol/L)
0
100
200
300
400
500
2,00 2,20 2,40 2,60
TG (
mg/
dL)
TEAC (mmol/L)
0
100
200
300
400
500
2 2,2 2,4 2,6
TG (
mg/
dL)
TEAC (mmol/L)
92
3.4.11 Correlação entre TEAC e HDLc
A Figura 30 mostra as correlações entre as concentrações de TEAC e os
níveis plasmáticos de HDLc de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os
sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre
estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da
suplementação.
Não houve correlação estatisticamente significante entre as concentrações de
TEAC e os níveis plasmáticos de HDLc plasmáticos de adultos infectados pelo HIV,
em nenhum grupo estudado.
Figura 30: correlações entre as concentrações de TEAC e de HDLc de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.
a) Todos os grupos (r= -0,03 p= 0,78)
c) Placebo (r= -0,21 p= 0,19) b) Agaricus sylvaticus (r= -0,19 p= 0,22)
0
10
20
30
40
2,00 2,20 2,40 2,60
HD
Lc (
mg/
dL)
TEAC (mmol/L)
0
10
20
30
40
2,00 2,20 2,40 2,60
HD
Lc (
mg/
dL)
TEAC (mmol/L)
0
10
20
30
40
2 2,2 2,4 2,6
HD
Lc (
mg/
dL)
TEAC (mmol/L)
93
3.4.12 Correlação entre TEAC e LDLc
A Figura 31 mostra as correlações entre as concentrações de TEAC e de
LDLc de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os
grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros
para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.
Ao estudar todos os sujeitos de ambos os grupos simultaneamente (a),
observa-se que não houve correlação entre as concentrações de LDLC e o TEAC de
adultos infectados pelo HIV (r = - 0,09 e p = 0, 43). No grupo HIV As (b), esta
correlação foi negativa, moderada e significante (r = - 0,40 e p = 0,008)
demonstrando que à medida que as concentrações de TEAC aumentam, os valores
de HDLc diminuem. Não foi observada correlação entre esses dois parâmetros no
grupo HIV P (r= 0,10 e p= 0,52).
Figura 31: Correlações entre as concentrações de TEAC e de LDLc de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.
a) Todos os grupos (r= -0,09; p= 0,43)
b) Agaricus sylvaticus (r= -0,40; p= 0,008)
)
c) Placebo (r= 0,10; p= 0,52)
0
40
80
120
160
200
2,00 2,20 2,40 2,60
LDLc
(m
g/d
L)
TEAC (mmol/L)
0
40
80
120
160
200
2,00 2,20 2,40 2,60
LDLc
(m
g/d
L)
TEAC (mmol/L)
0
40
80
120
160
200
2 2,2 2,4 2,6
LDLc
(m
g/d
L)
TEAC (mmol/L)
94
3.4.13 Correlação entre TEAC e Linfócitos T CD4+
A Figura 32 mostra as correlações entre as concentrações de TEAC e o
número de linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os
sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre
estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da
suplementação.
A avaliação das correlações entre as concentrações de TEAC e o número de
linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, não apresentou significância
estatística em nenhum grupo estudado.
Figura 32: Correlações entre as concentrações de TEAC e o número de linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.
a) Todos os grupos (r= 0,08; p= 0,46)
b) Agaricus sylvaticus (r= 0,14; p= 0,37) c) Placebo (r= 0,004; p= 0,98)
0
200
400
600
800
1000
2,00 2,20 2,40 2,60
LT C
D4
+ (c
élu
las/
µL)
TEAC (mmol/L)
0
200
400
600
800
1000
2,00 2,20 2,40 2,60
LT C
D4
+ (c
élu
las/
µL)
TEAC (mmol/L)
0
200
400
600
800
1000
2 2,2 2,4 2,6
LT C
D4
+ (c
élu
las/
µL)
TEAC (mmol/L)
95
3.4.14 Correlação entre TEAC e linfócitos T CD8+
A Figura 33 mostra as correlações entre as concentrações de TEAC e o
número de linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os
sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes
dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da
suplementação.
A avaliação das correlações entre as concentrações de TEAC e o número de
linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, não apresentou significância
estatística em nenhum grupo estudado.
Figura 33: Correlações entre as concentrações de TEAC e o número de linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação
a) Todos os grupos (r= 0,10; p= 0,35)
b) Agaricus sylvaticus (r= -0,10; p= 0,51) c) Placebo (r= 0,12; p= 0,46)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
2,00 2,20 2,40 2,60
LT C
D8
+ (c
élu
las/
µL)
TEAC (mmol/L)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
2,00 2,20 2,40 2,60
LT C
D8
+ (c
élu
las/
µL)
TEAC (mmol/L)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
2 2,2 2,4 2,6
LT C
D8
+ (c
élu
las/
µL)
TEAC (mmol/L)
96
3.4.15 Correlação entre TEAC e Carga Viral
A Figura 34 mostra as correlações entre as concentrações de TEAC e número
de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os
sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes
dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da
suplementação.
Considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a),
observa-se que não houve correlação entre as concentrações de TEAC e os valores
de HIV RNA (r = 0,14 e p = 0,21). O mesmo aconteceu ao grupo suplementado com
Agaricus sylvaticus (b; r = 0,15 e p = 0,35). Já no grupo suplementado com placebo
(c; r = -0,47 e p = 0,003) houve correlação negativa entre estas variáveis
demonstrando que quando os valores do TEAC diminuem, os números de HIV RNA
diminuem.
Figura 34: Correlações entre as concentrações de TEAC e o número de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.
b) Agaricus sylvaticus (r=0,15; p= 0,35) c) Placebo (r= -0,47; p= 0,003)
a) Todos os grupos (r= 0,14; p= 0,21)
0
1000
2000
3000
4000
5000
2,00 2,20 2,40 2,60HIV
RN
A (
cóp
ias/
mL)
TEAC (mmol/L)
0
1000
2000
3000
4000
5000
2,00 2,20 2,40 2,60
HIV
RN
A (
cóp
ias/
mL)
TEAC (mmol/L)
0
1000
2000
3000
4000
5000
2 2,2 2,4 2,6
HIV
RN
A (
cóp
ias/
mL)
TEAC (mmol/L)
97
3.4.16 Correlação entre CT e células T CD4+
A Figura 35 mostra as correlações entre as concentrações de CT e o número
de células T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos
de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois
parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da
suplementação.
A avaliação das correlações entre as concentrações de CT e o número de
linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, não apresentou significância
estatística em nenhum grupo estudado.
Figura 35: Correlações entre as concentrações de CT e o número de células T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação
a) Todos os grupos (r= -0,09; p= 0,43)
b) Agaricus sylvaticus (r= -0,27; p= 0,08) c) Placebo (r= -0,30; p= 0,06)
0
200
400
600
800
1000
50 100 150 200
CD
4+
(cé
lula
s/µ
L)
CT (mg/dL)
0
200
400
600
800
1000
50 100 150 200
CD
4+
(cé
lula
s/µ
L)
CT (mg/dL)
0
200
400
600
800
1000
0 50 100 150 200
CD
4+
(cé
lula
s/µ
L)
CT (mg/dL)
98
3.4.17 Correlação entre CT e células T CD8+
A Figura 36 mostra as correlações entre as concentrações de CT e o número
de células T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos
de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois
parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da
suplementação.
A avaliação das correlações entre as concentrações de CT e o número de
linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, não apresentou significância
estatística em nenhum grupo estudado.
Figura 36: Correlações entre as concentrações de CT e o número de linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.
a) Todos os grupos (r= -0,003; p= 0,99)
b) Agaricus sylvaticus (r= -0,15; p= 0,34) c) Placebo (r= -0,21; p= 0,19)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
50 100 150 200
CD
8+
(cé
lula
s/µ
L)
CT (mg/dL)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
50 100 150 200
CD
8+
(cé
lula
s/µ
L)
CT (mg/dL)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
50 100 150 200
CD
8+
(cé
lula
s/µ
L)
CT (mg/dL)
99
3.4.18 Correlação entre CT e Carga Viral
A Figura 37 mostra as correlações entre as concentrações de CT e número
de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os
sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes
dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da
suplementação. As análises de significância estatística referentes a estas
correlações estão descritas na tabela.
A avaliação das correlações entre as concentrações de CT e o número de
cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, não apresentou significância
estatística em nenhum grupo estudado.
Figura 37: Correlações entre as concentrações de CT e o número de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo
de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.
b) Agaricus sylvaticus (r= 0,20 p= 0,18) c) Placebo (r= -0,02 p= 0,92)
a) Todos os grupos (r= 0,18 p= 0,11)
0
1000
2000
3000
4000
5000
50 100 150 200
HIV
RN
A (
cóp
ias/
mL)
CT (mg/dL)
0
1000
2000
3000
4000
5000
50 100 150 200
HIV
RN
A (
cóp
ias/
mL)
CT (mg/dL)
0
1000
2000
3000
4000
5000
50 100 150 200
HIV
RN
A (
cóp
ias/
mL)
CT (mg/dL)
100
3.4.19 Correlação entre TG e Carga Viral
A Figura 38 mostra as correlações entre as concentrações de TG e número
de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os
sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes
dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da
suplementação.
Ao estudar todos os sujeitos de ambos os grupos simultaneamente (a),
observa-se que não houve correlação entre estes parãmetros (r = 0,11 e p = 0,31).
No grupo HIV As (b), esta correlação foi negativa, fraca e significante (b, r = - 0,30 e
p = 0,04). Este fato demonstra que à medida que os valores das concentrações de
TG aumentam, o número de cópias de HIV RNA diminui. No grupo HIV P sozinho
não foi observada correlação (c, r= -0,08 e p= 0,65).
Figura 38: Correlações entre as concentrações de TG e o número de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação
a) Todos os grupos (r= 0,11; p= 0,31)
b) Agaricus sylvaticus (r= 0,30 e p= 0,04) c) Placebo (r= -0,08 e p= 0,65)
0
1000
2000
3000
4000
5000
50 150 250 350 450
HIV
RN
A (
cóp
ias/
mL)
TG (mg/dL)
0
1000
2000
3000
4000
5000
50 150 250 350 450
HIV
RN
A (
cóp
ias/
mL)
TG (mg/dL)
0
1000
2000
3000
4000
5000
50 150 250 350 450
HIV
RN
A (
cóp
ias/
mL)
TG (mg/dL)
101
3.4.20 Correlação entre HDLc e Carga Viral
A Figura 39 mostra as correlações entre as concentrações de HDLc e número
de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os
sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes
dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da
suplementação.
Ao estudar todos os sujeitos de ambos os grupos simultaneamente (a),
observa-se que não houve correlação entre estes parãmetros (r = -0,15 e p = 0,18).
No grupo HIV As (b), esta correlação foi negativa, fraca e significante (b, r = - 0,30
e p = 0,04). Este fato demonstra que à medida que os valores das concentrações de
HDLc aumentam, o número de cópias de HIV RNA diminui. No grupo HIV P sozinho
não foi observada correlação (c, r= 0,25 e p= 0,12).
Figura 39: Correlações entre as concentrações de HDLc e o número de cópias de RNA HIV de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação
b) Agaricus sylvaticus (r= -0,30; p= 0,04) c) Placebo (r= 0,25; p= 0,12)
a) Todos os grupos (r= -0,15; p= 0,18)
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
0 10 20 30 40
HIV
RN
A (
cóp
ias/
mL)
HDLc (mg/dL)
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
0 10 20 30 40
HIV
RN
A (
cóp
ias/
mL)
HDLc (md/dL)
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
0 10 20 30 40 50
HIv
RN
A (
cóp
ias/
mL)
HDLc (mg/dL)
102
3.4.21 Correlação entre LDLc e Carga Viral
A Figura 40 mostra as correlações entre as concentrações de LDLc e o
número de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando todos
os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre
estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da
suplementação.
As correlações entre as concentrações de LDLc e número de cópias de HIV
RNA de adultos infectados pelo HIV, não apresentaram significância estatística em
nenhum grupo estudado.
Figura 40: Correlações entre as concentrações de LDLc e o número de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos
simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.
b) Agaricus sylvaticus (r= -0,23; p= 0,22) c) Placebo (r= -0,06; p= 0,72)
a) Todos os grupos (r= -0,15; p= 0,17)
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 50 100 150 200
HIV
RN
A (
cóp
ias/
mL)
LDLc (mg/dL)
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 50 100 150 200
HIV
RN
A (
cóp
ias/
mL)
LDLc (mg/dL)
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 100 200
HIV
RN
A (
cóp
ias/
mL)
LDlc (mg/dL)
103
4 DISCUSSÃO
A AIDS é uma doença de ampla distribuição mundial caracterizada por uma
disfunção grave do sistema imunológico do individuo infectado pelo HIV (Brasil,
2008) e a terapia antirretroviral altamente ativa é o tratamento de escolha para esta
infecção.
Tem ficado bastante claro que o uso prolongado da TARV pode não reparar
sozinho todos os danos causados pela infecção por HIV. Entretanto, clinicamente, a
terapia trouxe avanços significativos na remissão de determinados fatores
característicos da infecção como níveis de carga viral indetectáveis e aumento na
contagem das linfócitos T CD4, ocasionando a melhora da qualidade de vida destes
indivíduos.
Porém se levarmos em consideração uma adequada aderência ao
tratamento, o uso prolongado desses medicamentos (por anos e até décadas) traz
consigo efeitos adversos decorrentes nos quais podemos citar as alterações
metabólicas como dislipidemia, resistência insulínica, hiperglicemia, redistribuição da
gordura corporal (Tanwani & Mokshagundam, 2003; Aldrovandi et al., 2009; Innes et
al., 2009; Werner et al., 2010), além de fatores de risco para doença cardiovascular
(Miller et al., 2008; Barbaro, 2010).
Além disso, indivíduos infectados pelo HIV sofrem de um estresse oxidativo
sistêmico, onde proteínas virais estimulam a produção de ROS, ao mesmo tempo
em que o vírus inibe a síntese da glutationa, importante antioxidante endógeno
(Kruman et al., 1998; Martín et al., 2001). Adicionalmente, a TARV pode aumentar
as espécies quimicamente reativas na circulação possivelmente por produzir mais
metabólitos oxidados derivados da interação entre ROS e as biomoléculas das
células infectadas (De La Asución, et al. 1998; Kumar et al. 1999; Hulgan et al. 2003;
Lewis 2003; Cossarizza e Moyle 2004; Day e Lewis et al. 2004). Este fator pode
estar intimamente relacionado com as complicações decorrentes da doença pelo
HIV e com os distúrbios metabólicos observados nestes indivíduos (Glesby et al,
2009; Mandas et al, 2009; Suresh et al, 2009).
Alguns micronutrientes como o zinco (Baum et al., 2010), selênio (McClelland
et al., 2004; Harthill, 2011) e vitaminas A, C e E (Batterham et al., 2010; Allard et
104
al.1998) provavelmente constituem-se fatores chaves na melhora da defesa
antioxidante.
Muitos alimentos são ricos em micronutrientes e apresentam uma ampla
variedade de propriedades medicinais. Os cogumelos têm sido foco de vários
estudos que identificaram como uma de suas propriedades a atividade antioxidante
(Zhang et al., 1999; Mau et al., 1999; Hobbs, 1995; Stamets, 2000; Percário, 2008;
Percário et al., 2009). Cogumelos são usados com fins medicinais há milhares de
anos. A ordem Agaricales é uma das maiores classes de fungos que se tem
conhecimento e contém um grande número de espécies importantes que são
usadas como suplemento nutricional e suporte terapêutico (Taveira et al., 2008).
Em extratos do A. sylvaticus foram identificadas inúmeras moléculas que
apresentam propriedades antioxidantes, incluindo vitamina A, vitamina E, vitamina
C, biotina, carotenóides, flavonóides, terpenóides, esteróides e minerais como o
selênio (quadro 2). De modo que há grande potencial antioxidante quando se
conjugam todas estas moléculas em um único alimento, tal como neste cogumelo
(Percário, 2008).
O presente trabalho objetivou avaliar o efeito da suplementação nutricional de
Agaricus sylvaticus sobre as alterações oxidativas, da defesa antioxidante e do
metabolismo lipídico, associadas à infecção pelo HIV em adultos que fazem uso da
terapia antirretroviral.
Um dos objetivos específicos deste trabalho foi avaliar a relação entre o
estresse oxidativo e o uso da TARV na infecção por HIV. Avaliou-se assim, os
valores da concentração de MDA e de outros produtos secundários da peroxidação
lipídica através da dosagem de TBARS. Após os seis meses de suplementação,
verificou-se que a concentração de TBARS no grupo infectado suplementado com
Agaricus sylvaticus diminuiu de forma significante (p= 0,001).
Em conjunto foi avaliada a capacidade antioxidante destes indivíduos pela
sua equivalência ao Trolox (TEAC), um potente antioxidante sintético análogo à
vitamina E. Diversos estudos relatam que os indivíduos infectados pelo HIV
apresentam uma queda da capacidade antioxidante que pode estar relacionada com
a diminuição acentuada nos níveis de GSH e somada a isso há uma deficiência de
micronutrientes, causada por uma má nutrição decorrente da falta de apetite, a
105
deficiência da absorção intestinal, metabolismo alterado e infecções intestinais
(Delmas-Beauvieux et al., 1996; van der Ven et al., 1998).
Assim, foi verificado que o valor médio de TEAC no grupo HIV As apresentou
um aumento significativo após os seis meses de suplementação (p= 0,001), Em
concordância com diversos autores (Allard et al., 1998; Batterham et al., 2001;
Jaruga et al., 2002, Djohan et al. 2009), tais resultados indicam a suplementação
antioxidante de Agaricus sylvaticus pode amenizar o estresse oxidativo, que nos
pacientes infectados pelo HIV é caracterizado por aumento de ROS e diminuição da
capacidade antioxidante.
Batterham et al. (2001) observaram que a suplementação antioxidante, com
vitamina A, C, E, selênio, realmente melhora a atividade de substâncias importantes
no mecanismo da defesa antioxidante, como a glutationa e a glutationa peroxidase
na infecção pelo HIV.
Suttajit (2007) em sua revisão sobre doses elevadas de vitaminas,
antioxidantes sintéticos e minerais conclui que tais intervenções nutricionais podem
melhorar o estado nutricional e manter a função do sistema imune. Tais substâncias
protegeriam o organismo por reduzirem o estresse oxidativo induzido pelas ERON.
Trabalhos mais antigos (Delmas-Beauvieux et al., 1996) indicavam que a
redução da capacidade antioxidante total pode ser explicada pela redução da
atividade de enzimas antioxidantes. Em estágios tardios da doença, a atividade da
GPx encontra-se baixa, o que pode ser explicado pelo fato desta atividade
primeiramente aumentar após a peroxidação lipídica por uma via de resposta
adaptativa similar à da SOD e depois reduzir como resultado do seu consumo. Isto
pode corresponder a um agravo da doença com o aparecimento de infecções
oportunistas e com o aumento da produção de ERON. Posteriormente, entretanto,
Choi et al. (2000) explicaram que apesar de evidências que sugerem o papel da
redução da GSH na patogênese do HIV, há controvérsias sobre o mecanismo desta
depleção, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento de estratégias
terapêuticas que ajudem a compensar a redução da capacidade antioxidante.
A redução da capacidade antioxidante também pode ser explicada pela
diminuição de moléculas como zinco, selênio, vitamina E e carotenóides, as quais
fazem parte do sistema antioxidante não enzimático exógeno, caracterizando uma
deficiência de micronutrientes marcadamente elevada nestes pacientes (Baum,
106
2000; Ambrus & Ambrus, 2004). No entanto, é importante destacar que as
concentrações destas moléculas não foram avaliadas no presente estudo.
Os resultados aqui encontrados corroboram, em parte, diversos autores que
sugerem que uma intervenção nutricional antioxidante pode contribuir de forma
satisfatória para a melhora no quadro de estresse oxidativo e consequentemente da
qualidade de vida dos sujeitos infectados pelo HIV que fazem uso da TARV
(Batterham et al., 2001; Nakamura et al., 2002; Ambrus & Ambrus, 2004; Fawzi et
al., 2004; Marston & De Cock, 2004; Young, 2006; Suttajit, 2007; Irlam et al., 2010).
Além do estresse oxidativo, outras alterações metabólicas têm sido descritas
na infecção pelo HIV desde os primeiros anos de seu estudo. Uma das primeiras
alterações relatadas foi a hipertrigliceridemia (Grunfeld et al., 1989). Também foi
observado diferenças nas lipoproteínas com relação ao tamanho, densidade e
composição química, lipídica e proteica (Meyer et al., 1998; Hadigan et al., 1999;
Yanovski et al., 1999). Atualmente, Díaz-Delfín et al. (2011) relataram que o tecido
adiposo parece ser um dos principais prejudicados pois a proteína Tat do HIV pode
desempenhar um importante papel na alteração funcional dos adipócitos, agindo
como estimuladora da expressão e liberação de citocinas pró-inflamatórias.
Adicionalmente, a introdução da terapia antirretroviral, apesar de ter
aumentado grandemente a expectativa de vida dos portadores do HIV, pode estar
relacionada com o alto potencial de desenvolvimento de patologias relacionadas à
peroxidação dos lipídeos, principalmente no que diz respeito à oxidação da LDL.
Este fato traz como consequência um elevado risco de aparecimento de doenças
cardiovasculares nestes pacientes (Barbaro, 2002; Mary-Krause et al., 2003;
Montessori et al., 2004; Swanson et al., 2009; Barbaro, 2010; Arruda Júnior et al.,
2010).
Em concordância com estes estudos os resultados do presente trabalho
mostram valores dos triglicerídeos plasmáticos acima dos valores de referencia,
mesmo no grupo que recebeu o Agaricus sylvaticus após os seis meses de
suplementação. O percentual de variação nos valores médios das diferenças no
grupo HIV As ficou em 5% e no grupo HIV P foi de 6%.
Neste estudo, apesar de terem sido observadas alterações que não foram
significantes no perfil lipídico dos grupos estudados, verificou-se que há uma
tendência de redução de alguns lipídeos analisados. Houve uma redução em torno
107
de 19% no valor médio das diferenças do LDLc no grupo HIV As, enquanto que no
grupo HIV P essa variação não ultrapassou os 2%; diferenças estas que foram
estatisticamente significantes (p= 0,035).
Um dos mecanismos propostos para se explicar algumas alterações lipídicas
observadas no curso da infecção pelo HIV seria a recuperação da resposta imune
principalmente nas fases crônicas da infecção por estar associada a um declínio
moderado na proporção de linfócitos T produtoras do TNF-α e a TARV promoveria a
polarização para a produção dessa substância. O TNF-α atuaria provocando uma
redução na captura de ácidos graxos livres pelos adipócitos através da inibição da
lipoproteína lipase, levando a perda de gordura em alguns tecidos. Ao mesmo tempo
há um estímulo da atividade da enzima triacilglicerol sintetase, fato este que
aumenta a lipogênese hepática resultando em hiperlipidemia (Ledru et al., 2000).
De fato a TARV pode ser um fator importante no desenvolvimento da
síndrome lipodistrófica associada ao HIV porque induz inflamação do tecido adiposo,
estresse oxidativo e infiltração dos macrófagos, bem como alterações da função dos
adipócitos e toxicidade mitocondrial (Loonam e Mullen, 2012)
Recentemente, Manente et al. (2012) forneceram evidências de que
fármacos anti-HIV têm um efeito diferencial no ciclo celular e diferenciação dos
adipócitos, sendo capaz de modificar a resposta ao estresse oxidativo por meio de
um aumento de ROS. O Saquinavir, o Efavirenz, e Estavudina exercem influências
anti-adipogênicas, perturbando a resposta oxidativa e induzindo a apoptose.
Observando estudo das correlações entre TBARS e CT, verificamos que
houve uma correlação positiva moderada significante no grupo HIV P (r = 0,36 e p =
0,03). No mesmo grupo também foi observada uma correlação positiva e moderada (r
= 0,47 e p = 0,002) entre TBARS e LDLc, mostrando que a medida que o TBARS
aumenta o CT e a LDLc também aumentam.
Wang et al., (2007) verificaram o IP reduziu significantemente o efluxo de
colesterol das células para a apolipoproteína A-I, assim como, a expressão do
receptor B1. Em contrapartida, a produção do ânion superóxido mostrou-se
aumentada nos macrófagos o que provocou a maior produção de células
espumosas.
Em estudo comparativo entre dois grupos de pacientes HIV positivos que
faziam uso ou não da TARV com indivíduos HIV negativos, Mandas et al. (2009),
108
observaram que ambos os grupos portadores do vírus, apresentaram
hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia e também altos níveis de radicais livres,
sendo que os usuários da terapia demonstraram uma elevação mais acentuada.
O estresse oxidativo e os distúrbios lipídicos, observados nos indivíduos
infectados pelo HIV que fazem uso da TARV, além de estarem envolvidos na
síndrome da lipodistrofia também podem ser fatores desencadeantes de doenças
vasculares juntamente com as disfunções endoteliais.
Ao analisar os fatores de risco para doenças cardiovasculares em crianças
infectadas pelo HIV, Miller et al., (2008) observaram baixo peso e baixo índice de
massa corporal, altos níveis de triglicerídeos e baixos níveis de colesterol da HDL.
Também constataram os efeitos da terapia com o uso do IP está relacionado com os
distúrbios no metabolismo lipídico desses pacientes.
Aldrovandi et al. (2009) também encontraram valores médios de colesterol
total e colesterol da LDL significativamente altos e o colesterol da HDL mostrou-se
baixo no grupo HIV positivo que fez uso da TARV associada à IP.
Na patogenia da doença aterosclerótica é relevante o papel desempenhado
pelas LDLs na formação das placas de ateroma. Estas foram descritas, como um
grupo heterogêneo de partículas que diferem entre si em tamanho, conformação,
carga elétrica e composição química. Assim, foram caracterizadas principalmente
em LDL acetiladas, metiladas e, sobretudo, LDL-ox. Sobre as ações fisiopatológicas
das LDL modificadas existem controvérsias, porém atribui-se uma ação mais
aterogênica que às LDL nativas (Estebauer et al., 1992; Percário, 1993)
Diversos estudos tem identificado, também, que os radicais livres participam
como importantes intermediários na formação do quadro aterosclerótico (Li et al.,
1996; Reilly et al., 1998; Bakker et al., 2000; Ronchini et al., 2003; Papaharalambus
e Griendling, 2007) no qual estas espécies químicas degradam compostos orgânicos
e lesam componentes celulares, destacando-se entre eles a membrana da célula
endotelial.
Em decorrência, o endotélio fica mais permeável às partículas presentes no
sangue, entre elas as LDL, que poderão ser mais facilmente captadas no espaço
subendotelial pelos macrófagos, os quais se transformam em células com grande
conteúdo lipídico, as células espumosas (Percário, 2008). Na luz do vaso, partículas
de LDL nativas, transformam-se em partículas de LDL-ox pela ação dos radicais
109
livres, sendo mais facilmente reconhecidas pelos receptores das LDL modificadas,
presentes na superfície das células endoteliais e dos macrófagos. Disto decorre um
aumento da velocidade de captação de colesterol por estas células, implicando no
aumento da velocidade de formação das placas de ateroma (Brown et al., 1997;
Percário et al., 1997).
A oxidação das lipoproteínas plasmáticas em indivíduos hiperlipidêmicos
poderia também ser facilitada pela maior produção de espécies reativas de oxigênio
por leucócitos estimulados (Lavy et al., 1991; Krause et al., 1993). De fato,
leucócitos mononucleares de sujeitos com hiperlipidemia e/ou hipertrigliceridemia
liberam maior quantidade de ERTON, quando comparado a indivíduos
normolipidêmicos (Pedro et al., 2013).
Reforçando ainda mais o fato de que os radicais livres podem ser constituintes
fundamentais no desenvolvimento das doenças cardiovasculares, alguns estudos
relatam que, de forma paradoxal, mesmo altas quantidades de LDL são incapazes
de converter macrófagos em células espumosas in vitro, sugerindo que são as LDL
modificadas - e não as nativas - que estão envolvidas na etiopatogenia da doença
aterosclerótica, reforçando a teoria oxidativa da aterosclerose (Heinicke, 1994; Yu et
al., 2013)
Simultaneamente à modificação das LDL, as ERTO podem causar diferentes
graus de disfunção endotelial, variando desde a expressão de moléculas de adesão
(Yu et al., 2013), até a extensiva destruição da barreira endotelial em regiões
específicas. A disfunção endotelial, a infiltração de macrófagos da parede do vaso, e
a proliferação e migração de células musculares lisas envolvem diferentes tipos de
ROS produzidas por vários componentes da parede dos vasos (Papaharalambus e
Griendling, 2007)
Além da LDL, diversos estudos epidemiológicos tem demonstrado que baixos
níveis plasmáticos da HDL representam um fator de risco para doença
cardiovascular (Gordon et al., 1977, Assmann et al., 1996; Jafri et al., 2010;
Arsenault et al., 2011).
Neste estudo, observou-se que apesar de não significante, houve uma
tendência de aumento na média das concentrações do HDLc do grupo HIV As
(19,7±5,4 para 21,5±4,9 mg/dL, p= 0,057), sendo que o percentual de variação da
110
diferença das médias antes e após os seis meses de suplementação foi de 15%
neste grupo. No grupo suplementado com placebo esta variação ficou em 10%.
Simultaneamente às LDL, outras lipoproteínas podem sofrer modificações
oxidativas, inclusive a HDL. Nesse caso, ressalta-se a importância da oxidação da
HDL, no que diz respeito à importante função dessa lipoproteína no transporte
reverso do colesterol, atuando no sentido de impedir o acúmulo de colesterol nas
placas de ateroma. Sugere-se que a HDL seja mais suscetível à oxidação que a
LDL, de forma que durante a instalação do processo oxidativo biológico, espera-se
que a HDL seja oxidada prioritariamente, passando a se tornar um elemento
adicional na indução de modificações oxidativa (Parthasarathy, 1994)
Observando estudo das correlações entre TBARS e HDLc, verificou-se que
houve uma correlação negativa, moderada e significante no grupo HIV As (r= -0,30;
p= 0,04). Isto indica, mais uma vez, o envolvimento do excesso de radicais na
alteração do perfil lipídico característico destes indivíduos.
De fato, em sujeitos HIV infectados que fazem uso da TARV e que se
apresentam com a viremia suprimida foi descrito que a atividade antioxidante/anti-
inflamatória da HDL está marcadamente reduzida e isto se deve ao estresse
oxidativo e a inflamação crônica observado nestes indivíduos (Kelesidis et al., 2011).
Classicamente, acredita-se que a HDL desempenha um papel importante no
estresse oxidativo e inflamação, pois, promove a absorção, transformação e
eliminação de lipídios oxidados. No entanto, a inflamação sistêmica pode prejudicar
sua atividade antioxidante e anti-inflamatória transformando a HDL em pró-oxidante
e pró-inflamatório de fase aguda, isto aconteceria para ajudar na indução da
quimiotaxia de monócitos pela LDL (Barter et al., 2004; Vaziri et al., 2009; Navab et
al., 2010). Assim, a HDL, não só remove o excesso de colesterol da LDL derivado
dos tecidos periféricos, mas também tem um importante papel na atenuante
inflamação induzida por LDL.
O estresse oxidativo e inflamação são características quase constantes na
infecção pelo HIV e o estado inflamatório predominante provavelmente contribui
para a redução da função anti-inflamatória da HDL nesta população. Isto poderia
levar a um ciclo vicioso em que a inflamação subjacente e o estresse oxidativo
induzem a disfunção HDL, que resulta em mais inflamação (Kelesidis et al., 2011).
Sob este aspecto, certos pacientes com quadro de aterosclerose podem apresentar
111
HDL "disfuncional", com níveis desta lipoproteína dentro da normalidade (Sorrentino
et al., 2010; Vazquez et al., 2012).
Além das evidências da relação dos distúrbios lipídicos com o estresse
oxidativo diversos autores sugerem que uma suplementação alimentar com
micronutrientes que apresentam atividade antioxidante poderia ser um complemento
ao tratamento dos indivíduos infectados que desenvolveram sinais e sintomas da
doença causada pelo HIV (Nakamura et al., 2002; Ambrus & Ambrus, 2004; Fawzi et
al., 2004; Marston & De Cock, 2004; Young, 2006; Suttajit, 2007; Irlam et al., 2010).
Além de uma atividade comprovadamente antioxidante, a administração do
Agaricus sylvaticus reduz o desenvolvimento das placas de ateroma em animais, o
que sugere que este cogumelo possui um efeito antihiperlipidêmico (Percário et al.
2008).
De fato, no presente estudo, observou-se um aumento significante na
capacidade antioxidante do grupo HIV As após seis meses de suplementação
(p=0,001) e uma diferença também significante entre os valores médios finais deste
grupo quando comparado ao grupo HIV P (p= 0,005). Adicionalmente, a correlação
entre TEAC e LDL grupo HIV As mostrou-se negativa, moderada e significante (p=
0,008). Tais resultados indicam que a produção de radicais livres pode realmente
estar associada com os distúrbios lipídicos observados nestes indivíduos e que o
aumento da capacidade antioxidante total ocasionada pela suplementação de
Agaricus sylvaticus pode ter influência na reversão deste quadro.
Apesar da resposta à infecção diferir de indivíduo para indivíduo, se
estabelece um quadro comum a todos. Os pacientes desenvolvem uma síndrome
aguda três a seis semanas após a infecção primária, caracterizada por uma alta
viremia e uma diminuição no número de células CD4+ no sangue periférico
(Pantaleo et al., 1993).
Os indivíduos infectados pelo HIV apresentam um quadro de estresse
oxidativo secundário à replicação do vírus, que se desenvolve por um aumento do
efeito pró – oxidante de citocinas inflamatórias como o TNF- α, e/ou ativação dos
linfócitos polimorfonucleares o que pode levar a apoptose das linfócitos T CD4.
(Delmas-Beauvieux et al., 1996; Dobmeyer et al.,1997). Verifica-se também uma
menor capacidade antioxidante total (CAT), uma maior quantidade de radicais livres
e um número menor de linfócitos T CD4 (Coaccioli et al., 2010). Esses dados
112
mostram que os pacientes infectados por este vírus apresentam uma condição
importante de estresse oxidativo, na qual as defesas antioxidantes estão presentes,
porém insuficientes para neutralizar os danos causados pelas ERON.
Observando os valores médios do número de linfócitos T CD4 encontrados
neste trabalho, percebe-se que houve um discreto aumento tanto no grupo HIV As
(478±192 x 544±192) quanto no grupo HIV P (412±210 x 457±224), porém as
diferenças não foram estatisticamente significantes em nenhum dos grupos. Em
relação à contagem dos linfócitos T CD8 contatou-se que houve um aumento na
variação das médias das diferenças (5%) no grupo HIV As. No grupo que recebeu o
placebo foi observada uma redução de 1% na variação das médias das diferenças,
mas nenhum destes dados foi significante. Ao avaliar o conteúdo da carga viral dos
pacientes do presente estudo observamos que houve uma redução em ambos os
grupos estudados (HIV As = 1417±1153 x 581±511; HIV P = 2746±3035 x
1510±2636), porém esta não foi significante.
A não verificação de diferenças significantes nestes parâmetros pode ser
decorrente diretamente da má absorção ou da ingestão de doses diárias
insuficientes do Agaricus sylvaticus, tendo em vista que é característico da infecção
pelo HIV anormalidades gastrointestinais (Tanowitz et al., 1996). O tempo de
suplementação também pode ser um ponto de interferência dos resultados aqui
observados já que Djohan et al. (2009) estudaram o efeito do chá da erva
Alternanthera pungens em pacientes HIV positivos assintomáticos, por um período
de aproximadamente 2 anos e seus resultados demonstraram que houve um
aumento significativo do número de linfócitos T CD4+ e CD8+, acompanhado de
uma redução dos marcadores de estresse oxidativo MDA e produtos da oxidação
avançada de proteínas (AOPP).
A casuística seria outro fator interferente nos resultados deste trabalho já que
McClelland et al. (2004), utilizaram uma amostra de 400 mulheres portadoras do HIV
para avaliar o efeito da suplementação diária, durante 6 semanas, de um
multivitamínico com 200µg de selênio comparado com placebo, mostrando que a
suplementação com o multivitamínico aumentou a contagem de linfócitos T CD4 e
linfócitos T CD8 nesta população.
Em contrapartida, Kaizer et al. (2006), em seu estudo prospectivo,
randomizado e duplo-cego no qual fizeram parte 40 indivíduos, demonstraram que o
113
uso de um suplemento de micronutrientes em usuários da TARV durante 12
semanas aumentou significativamente a contagem de linfócitos T CD4 em
comparação com o grupo que recebeu o placebo.
Outro fator interferente nos resultados pode ter sido as doses diárias de
Agaricus sylvaticus ingeridas pelos indivíduos participantes deste estudo.
Vários compostos antioxidantes têm demonstrado atividade antirretroviral in
vitro, incluindo N-acetil-cisteína, cisteína, glutationa, ascorbato e vitamina E (Staal et
al., 1990; Kalebic et al., 1991; Harakeh e Jariwalla, 1997). Porém, as altas
concentrações exigidas desses antioxidantes para se obter a inibição da replicação
viral, demonstraram precocemente sua fraca atividade antiviral (Peace e Leaf,1995;
Israel e Gougerot-Pocidalo, 1997). Estudos in vivo com suplementos antioxidantes
como NAC, selênio e ascorbato também não verificaram efeito terapêutico
significante, no sentido de induzir a diminuição da carga viral de pacientes infectados
pelo HIV (Look et al., 1998; Breitkreutz et al., 2000; Muller et al., 2000). Allard et al.
(1998) utilizaram uma suplementação com as vitaminas antioxidantes E e C e
descreveram que estas reduziram a peroxidação lipídica e produzem uma
tendência de redução da carga viral.
Observando estudo das correlações entre CV e HDLc, verificamos que houve
uma correlação negativa, significante apesar de fraca no grupo HIV As (r= 0,30 e p=
0,046). Tais resultados indicam novamente o efeito protetor da HDL, já que é esta
lipoproteína que faz o transporte reverso do colesterol e que alguns passos na
replicação viral são criticamente dependentes do colesterol intracelular. A diminuição
da síntese de colesterol e dos domínios lipídicos celulares reduzem o número de
partículas do HIV produzidas na célula infectada (Maziere et al., 1994; Ono e Freed,
2001) e também reduzem sua infectividade, pois apesar de se ligarem ao receptor
CD4 não conseguem ser internalizados (Guyader et al. 2002).
Já o efeito prejudicial das proteínas virais sobre o metabolismo dos
triglicerídeos, como por exemplo, diminuição da adipogênese em pré-adipócitos
conforme relatado por Díaz-Delfín et al. (2011) parece ser atenuado pela
suplementação antioxidante de Agaricus sylvaticus, tendo em vista que a correlação
CV e TG no grupo HIV As foi positiva e significante (r= 0,30; p= 0,04).
114
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados deste trabalho corroboram diversos autores que sugerem que
uma intervenção nutricional antioxidante pode contribuir de forma satisfatória para a
melhora no quadro de estresse oxidativo e consequentemente da qualidade de vida
dos sujeitos infectados pelo HIV que fazem uso da TARV.
O efeito benéfico do Agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo pôde ser
observado nos indivíduos que fizeram uso deste suplemento, pela diminuição dos
radicais livres e aumento da capacidade antioxidante, porém nos outros parâmetros
sua influência não foi constatada.
Neste sentido, outros estudos tornam-se necessários para elucidar o papel da
suplementação de Agaricus sylvaticus durante a infecção pelo HIV, principalmente
os que abordem o maior tempo de suplementação e doses mais elevadas do
suplemento; maior casuística; avaliação de outros marcadores do estresse oxidativo,
como por exemplo o óxido nítrico e da defesa antioxidante, como a glutationa e
micronutrientes, atividade das enzimas antioxidantes (catalase, glutationa
peroxidase).
115
6 CONCLUSÕES
A suplementação de A. sylvaticus diminuiu de forma significante os valores de
TBARS e aumentou a capacidade antioxidante,;
A suplementação de A. sylvaticus levou a uma tendência de diminuição dos
valores de LDLc;
Os marcadores do estresse oxidativo apresentaram correlação positiva com o
colesterol total e o LDLc no grupo que recebeu placebo e correlação negativa
com o HDLc no grupo suplementado de A. sylvaticus. Neste mesmo grupo o
marcador da capacidade antioxidante mostrou correlação negativa com LDLc;
Os marcadores imunológicos da evolução da doença não sofreram efeito da
suplementação A. sylvaticus, porém houve correlação negativa entre o TEAC e a
carga viral no grupo placebo e a correlação também foi negativa entre o LDLc e
a carga viral no grupo que recebeu o A. sylvaticus
Assim, sugere-se que a maior produção de radicais livres relatada nos indivíduos
portadores do HIV e que fazem a TARV pode ter envolvimento nos distúrbios
lipídicos que por vezes acometem estes sujeitos e na fisiopatogenia da infecção,
sendo que a introdução de uma suplementação antioxidante traria efeitos benéficos
sobre tais alterações.
116
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YU X.H., FU Y.C., ZHANG D.W., YIN K., TANG C.K. Foam cells in atherosclerosis. Clin. Chim. Acta 424, 245–252, 2013.
ZHANG C., MIZUNO T. Biological responses from Grifola frondosa (Dick.: Fr.) S.F. Gray-Maitake (Aphyllophoromycetideae). Int. J. Med. Mushrooms. 1:317-324;1999.
134
ANEXOS
ANEXO 1: Termo de aceite da instituição onde foi realizada a pesquisa
135
ANEXO 2: Termo de aprovação do comitê de ética em pesquisa.
136
137
138
139
140
APÊNDICES APÊNDICE 1: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Pesquisas Científica em Seres Humanos – Resolução n.º 196/96 – CNS)
I . Dados de Identificação do sujeito da pesquisa
____________________________________ Sexo: M[ ] F[ ] Nasc:___/___/___
_______________________________ II . Dados sobre a pesquisa científica/pesquisador: Título do Projeto: Efeitos da suplementação com Agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo, defesa antioxidante e perfil lipídico em adultos HIV positivos em uso da terapia antirretroviral
quisadores: Prof. Livre Docente Sandro Percário; MSc. Amanda Soares de Vasconcelos
– Guamá - Belém PA CEP: 66075-110. Fone:(91) 3201-6872, (91) 81122820
III. Desenho do estudo e objetivos: Será estudado o efeito da suplementação nutricional de Agaricus sylvaticus (Cogumelo do Sol) na evolução da infecção por HIV em adultos que fazem uso da terapia antirretroviral. Serão selecionados 60 adultos soropositivos para o HIV que fazem acompanhamento no Casa DIA do Município de Belém-PA. Trinta indivíduos não portadores do vírus, com características comparáveis e que não receberão o suplemento também farão parte do estudo. IV- Avaliação do risco da pesquisa: Para realização do exame de sangue será retirado um pouco de sangue do braço, o que poderá causar ardência e pequena mancha roxa no local da picada sem, no entanto, causar riscos para o indivíduo. O procedimento será realizado pelos profissionais de saúde qualificados. V- Benefícios: O Cogumelo do Sol é registrado no Ministério da Saúde como um alimento e diversos estudos comprovam que atua como antioxidante no combate aos radicais livres. Seu uso contínuo melhora a atividade imunológica e o metabolismo geral do organismo. Os resultados obtidos neste estudo poderão implicar em estratégias potenciais de tratamento da doença, promovendo melhoria na qualidade de vida dos sujeitos. VI- Garantia de acesso: Em qualquer etapa do estudo, você terá acesso ao profissional responsável pela pesquisa para esclarecimento de dúvidas. A pesquisadora Amanda Soares, poderá ser encontrada pelos telefones acima referidos ou pelo e-mail: [email protected]. Outras questões poderão ser respondidas no Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da UFPA
(Cidade Universitária
Prof. Jose da Silveira Neto, Setor Profissional, Complexo de Salas de Aula/ICS – Sala 13, Guamá, Belém – PA. Fone: 3201-7735). VII- Outras informações: Os resultados da pesquisa poderão ser divulgados em reuniões e publicados com a proteção da identidade dos participantes. As amostras de sangue serão mantidas no laboratório e descartadas após o término do trabalho. Ao paciente será esclarecido que a participação no estudo dependerá de sua concordância em permanecer nele.
141
VIII. Consentimento pós-esclarecimento: Declaro que, após ter sido convenientemente esclarecido pelo pesquisador, consinto em participar deste estudo, por livre vontade sem que tenha sofrido a qualquer tipo de pressão.
Belém, ________de ____________ de 20___
______________________________________________________________________________ Assinatura do paciente Assinatura do Pesquisador (Amanda Soares)
_____________________________________________________________________
Nome e assinatura da testemunha
O presente termo foi elaborado em duas vias de igual teor, ficando uma via em poder do paciente ou seu representante legal e outra com o pesquisador responsável pelo projeto.
142
APÊNDICE 2
Protocolo de Randomização
1 Determinação do número paciente / suplemento
A determinação do tipo de suplementação administrada (cogumelo ou placebo) a cada paciente foi feita de forma aleatória, por sorteio e resultado obtido foi o que se segue:
PACIENTE SUPLEMENTO PACIENTE SUPLEMENTO
01 Cogumelo 31 Cogumelo 02 placebo 32 Placebo
03 cogumelo 33 Cogumelo 04 Placebo 34 Placebo
05 Placebo 35 Placebo 06 Placebo 36 Placebo
07 Placebo 37 Placebo 08 Cogumelo 38 Cogumelo
09 Cogumelo 39 Cogumelo 10 Cogumelo 40 Cogumelo
11 Placebo 41 Cogumelo 12 Cogumelo 42 Placebo
13 Cogumelo 43 Cogumelo 14 Cogumelo 44 Cogumelo
15 Cogumelo 45 Cogumelo 16 Placebo 46 Placebo
17 Cogumelo 47 Placebo 18 Cogumelo 48 Cogumelo
19 Cogumelo 49 Placebo 20 Placebo 50 Cogumelo
21 Cogumelo 51 Cogumelo 22 Placebo 52 Placebo 23 Cogumelo 53 Placebo
24 Placebo 54 Placebo 25 Cogumelo 55 Cogumelo
26 Placebo 56 Placebo 27 Placebo 57 Placebo
28 Cogumelo 58 Cogumelo 29 Placebo 59 Placebo
30 Cogumelo 60 Cogumelo 2. Inclusão no estudo
Os pacientes foram incluídos no protocolo conforme ordem de chegada, após assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido e seguirem para sala de coleta.
143
APÊNDICE 3 - Valores de concentração de TBARS (ng/mL) em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação
TBARS (ng/mL)
HIV As HIV P
Sujeito Inicial Final Variação
(%)
Sujeito Inicial Final Variação
(%)
1 1586 540 -66 2 1907 793 58
3 2464 928 -62 4 3916 3308 -16
8 3629 337 -91 5 3106 1705 -45
9 2076 1232 -41 6 2110 624 -70
10 1249 422 -66 7 860 860 0
12 1688 709 -58 11 1789 1688 -6
13 1468 303 -79 16 1485 523 -65
14 2262 1620 -28 20 1266 1249 -1
15 1569 928 -41 22 2042 2042 0
17 2785 2194 -21 24 2042 641 -69
18 793 1147 45 29 827 337 -59
19 2177 1114 -49 32 877 1198 36
21 2093 1434 -31 35 1283 1012 -21
23 692 641 -7 36 2093 2008 -4
25 2549 101 -96 37 2346 1637 -30
28 1147 472 -59 42 1856 996 -46
33 1046 168 -84 46 2245 1705 -24
38 2768 1232 -55 47 168 67 -60
39 1569 641 -59 49 219 219 0
40 1249 422 -66 52 3865 2295 -41
41 3359 101 -97
44 2346 1485 -37
48 911 776 -15
50 2430 877 -64
Média + DP 1913±794 826±530 -51±32 1848±1004 1293±815 -23±34
Sujeitos 26,27,30,31,34,43,45,51 foram excluídos do estudo por não obtenção da amostra final.
q1 1249 422 1071 633 q3 2456 1211 2295 1856 dj 1207 789 1223 1223 3/2dj 1810 1183 1835 1835 q1-32/dj -561 -761 -763 -1202 q3+3/2dj 4266 2395 4131 3692
144
APÊNDICE 4 - Valores de concentração de TEAC (mmol/L) em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação
TEAC mmol/L
HIV As HIV P
Sujeito Inicial Final Variação (%)
Sujeito Inicial Final Variação (%)
1 1,98* 2,37 20 2 2,27 2,33 3
3 2,28 2,37 4 4 2,22 2,23 1
8 2,21 1,83* -17 5 2,34 2,36 1
9 2,26 2,24 0 6 2,25 2,34 4
10 2,26 2,37 5 7 2,36 2,28 -3
12 2,31 2,23 -4 11 2,34 2,33 0
13 2,23 2,39 7 16 2,27 2,35 4
14 2,36 2,24 -5 20 2,11 2,35 11
15 2,40 2,61* 9 22 2,32 2,30 -1
17 2,27 2,35 4 24 2,38 2,38 0
18 2,33 2,44 5 29 2,25 2,34 4
19 1,62* 2,38 47 32 1,99* 2,06 4
21 2,30 2,41 5 34 2,25 2,28 1
23 2,26 2,35 4 35 2,23 2,21 -1
25 2,26 2,39 6 36 2,13 2,15 1
28 2,25 2,31 3 37 2,20 2,15 -2
33 2,32 2,26 -3 42 2,20 2,19 1
38 2,12 2,28 8 46 2,25 2,28 1
39 2,21 2,36 7 47 2,28 2,26 -1
40 2,24 2,37 6 49 2,31 2,31 0
41 2,25 2,61* 16 52 2,27 1,90* -16
44 2,20 2,52 15
48 2,32 2,39 3
50 2,27 2,34 3
Média + DP 2,27±0,06 2,35±0,07 6,17±11,4 2,26±0,07 2,27±0,09 0,57±4,82
Sujeitos 26,27,30,31,34,43,45,51 foram excluídos do estudo por não obtenção da amostra final. *pontos discrepantes
q1 2,22 2,29 2,21 2,20 q3 2,31 2,39 2,31 2,34 dj 0,09 0,11 0,10 0,14 3/2dj 0,14 0,16 0,16 0,21 q1-32/dj 2,08 2,13 2,05 1,99 q3+3/2dj 2,44 2,55 2,47 2,54
145
APÊNDICE 5 - Valores de concentração de CT (mg/dL) em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação
CT (mg/dL)
HIV As HIV P
Sujeito Inicial Final Variação (%)
Sujeito Inicial Final Variação (%)
1 145 161 11 2 177 129 -27
3 152 131 -14 4 181 178 -2
8 138 161 17 5 176 168 -5
9 206* 207* 0 6 155 175 13
10 152 157 3 7 189 138 -27
12 184 135 -27 11 104 98 -6
13 139 112 -19 16 181 172 -5
14 100 136 36 20 141 130 -8
15 121 112 -7 22 141 134 -5
17 159 155 -3 24 142 158 11
18 135 146 8 29 143 135 -6
19 164 144 -12 32 115 112 -3
21 161 141 -12 34 128 118 -8
23 204* 168 -18 35 102 105 3
25 118 138 17 36 172 152 -12
28 144 156 8 37 143 147 3
33 98 127 30 42 160 154 -4
38 147 115 -22 46 87 75 -14
39 177 169 -5 47 127 139 9
40 137 130 -5 49 141 153 9
41 150 148 -1 52 291* 275* -5
44 161 97 -40
48 147 132 -10
50 109 84 -23
Média + DP 143+23 137+22 -4+18 145+29 138+27 -4+11
Sujeitos 26,27,30,31,34,43,45,51 foram excluídos do estudo por não obtenção da amostra final. *pontos discrepantes
q1 135 127 128 123
q3 161 157 176 163
dj 26 29 49 39
3/2dj 39 44 73 59
q1-32/dj 96 84 54 64
q3+3/2dj 200 201 250 222
146
APÊNDICE 6 - Valores de concentração de TG (mg/dL) em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação
TG (mg/dL)
HIV As HIV P
Sujeito Inicial Final Variação (%)
Sujeito Inicial Final Variação (%)
1 73 54 -26 2 199 78 -61
3 115 125 9 4 163 247 52
8 262 281 7 5 108 105 -3
9 347 289 -17 6 157 149 -5
10 162 93 -42 7 107 359 236
12 400 256 -34 11 184 202 10
13 153 195 27 16 397 181 -54
14 383 317 -17 20 105 132 26
15 69 60 -13 22 136 146 7
17 88 110 25 24 273 291 7
18 132 88 -33 29 194 178 -8
19 100 151 51 32 393 353 -10
21 122 103 -16 34 262 226 -14
23 134 238 78 35 180 160 -11
25 174 179 3 36 182 178 -2
28 82 121 48 37 174 238 34
33 399 224 -44 42 168 143 -15
38 198 226 14 46 311 302 -3
39 283 357 26 47 278 261 -6
40 205 241 18 49 260 136 -45
41 295 399 35 52 392 376 -4
44 262 273 4
48 194 218 12
50 316 328 4
Média + DP 206+108 205+98 5+31 220+93 211+86 6+59
Sujeitos 26,27,30,31,34,43,45,51 foram excluídos do estudo por não obtenção da amostra final.
q1 117 112 160 144
q3 292 279 275 276
dj 175 167 116 132
3/2dj 263 250 174 198
q1-32/dj -147 -138 -14 -53
q3+3/2dj 555 530 449 474
147
APÊNDICE 7 - Valores de concentração de HDLc (mg/dL) em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação.
HDLc (mg/dL)
HIV As HIV P
Sujeito Inicial Final Variação (%)
Sujeito Inicial Final Variação (%)
1 28,9 25,8 -12 2 22,1 19,4 -12
3 15,6 20,7 33 4 3,5 8,4 140
8 24,5 27,6 13 5 36,8 27,9 -24
9 21,6 15,6 -28 6 23,3 21,3 -9
10 26,6 30,6 15 7 25,4 6,5 -74
12 20,7 23,9 15 11 12,8 12,3 -4
13 14,7 16,8 14 16 13,1 21,0 60
14 10,5 13,2 26 20 16,1 28,2 75
15 12,5 19,7 58 22 9,9 11,0 11
17 14,6 17,1 17 24 11,3 9,6 -15
18 28,8 41,1* 43 29 15,6 15,5 0
19 23,4 33,3 42 32 16,7 16,4 -2
21 15,5 18,8 21 34 14,9 15,6 5
23 14,7 19,2 31 35 16,1 17,3 7
25 15,3 17,1 12 36 17,6 18,2 3
28 26,7 24,9 -7 37 21,8 22,4 3
33 14,7 16,7 14 42 23,4 26,7 14
38 15,6 20,3 3 46 19,4 19,1 -2
39 21,8 21,0 -4 47 19,8 21,6 9
40 20,0 21,3 7 49 14,4 16,1 12
41 19,1 22,4 17 52 13,1 15,2 16
44 26,6 26,7 0
48 21,5 22,4 4
50 18,3 20,7 13
Média + DP 19,7+5,4 21,5+4,9 14,5+17,7 17,4+6,8 17,6+6,1 10,1+19,8
Sujeitos 26,27,30,31,43,45,51 foram excluídos do estudo por não obtenção da amostra final. *pontos discrepantes
q1 14,9 17,5 13,1 13,7
q3 24,2 25,6 21,9 21,4
dj 9,3 8,1 8,9 7,7
3/2dj 14,0 12,1 13,3 11,6
q1-32/dj 0,8 5,4 -0,2 2,1
q3+3/2dj 38,2 37,7 35,2 33,0
148
APÊNDICE 8 - Valores de concentração de LDLc (mg/dL) em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação.
LDLc (mg/dL)
HIV As HIV P
Sujeito Inicial Final Variação (%)
Sujeito Inicial Final Variação (%)
1 87 125 75 2 115 94 -18
3 106 85 -20 4 145 120 -17
8 86 77 -10 5 118 119 0
9 143 134 -6 6 101 123 22
10 95 108 14 7 142 59 -58
12 126 60 -50 11 54 45 -17
13 97 56 -42 16 68 114 68
14 69 60 -13 20 104 76 -27
15 84 81 -4 22 104 94 -10
17 113 116 3 24 76 90 18
18 79 87 10 29 88 84 -5
19 107 80 -25 32 17 25 47
21 114 101 -12 34 61 57 -7
23 149 101 -32 35 50 56 12
25 79 85 8 36 118 98 -17
28 89 107 20 37 86 77 -10
33 63 65 3 42 103 99 -4
38 102 50 -51 46 6 5 -17
39 120 77 -36 47 52 65 25
40 90 61 -32 49 75 110 47
41 101 46 -54 52 173 184 6
44 102 16 -84
48 96 67 -30
50 69 2 -97
Média + DP 99+22 77+31 -19+122 88+41 85+39 1,8+29
Sujeitos 26,27,30,31,34,43,45,51 foram excluídos do estudo por não obtenção da amostra final.
q1 84,5 59,8 57,4 58,1
q3 111,4 101,2 116,4 112,2
dj 26,9 41,4 58,9 54,2
3/2dj 40,4 62,1 88,4 81,2
q1-32/dj 44,0 -2,3 -31,0 -23,2
q3+3/2dj 151,8 163,4 204,8 193,5
149
APÊNDICE 9 - Valores de concentração de VLDLc (mg/dL) em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação.
VLDLc (mg/dL)
HIV As HIV P
Sujeito Inicial Final Variação (%)
Sujeito Inicial Final Variação (%)
1 14,6 10,8 -26 2 39,7 15,6 -61
3 22,9 25,0 9 4 32,5 49,3 52
8 52,5 56,3 7 5 21,5 21,0 -2
9 69,4 57,8 -17 6 31,3 29,9 -4
10 32,4 18,6 -43 7 21,4 71,9 236
12 80,0 51,1 -36 11 36,9 40,5 10
13 30,7 39,1 27 16 99,7* 36,2 -64
14 76,6 63,3 -17 20 21,0 26,4 26
15 13,8 11,9 -14 22 27,1 29,1 7
17 17,6 21,9 24 24 54,6 58,2 7
18 26,5 17,6 -34 29 38,8 35,7 -8
19 19,9 30,2 52 32 115,4* 70,6 -39
21 24,4 20,6 -16 34 52,3 45,2 -14
23 26,9 47,6 77 35 36,1 32,0 -11
25 34,8 35,8 3 36 36,5 35,7 -2
28 16,4 24,1 47 37 34,8 47,6 37
33 79,7 44,8 -44 42 33,6 28,6 -15
38 39,6 45,1 14 46 62,2 60,5 -3
39 56,5 71,3 26 47 55,6 52,2 -6
40 40,9 48,1 18 49 52,1 27,1 -48
41 59,0 79,9 35 52 104,9* 75,1 -28
44 52,3 54,7 5
48 38,8 43,5 12
50 63,2 65,7 4
Média + DP 41,2±21,6 41,0±19,5 4,7±21 38,2±12,5 42,3±17,2 3,3±23
Sujeitos 26,27,30,31,34,43,45,51 foram excluídos do estudo por não obtenção da amostra final. *pontos discrepantes
q1 23,3 22,4 31,9 28,9
q3 58,4 55,9 55,1 55,2
dj 35,1 33,4 23,1 26,3
3/2dj 52,6 50,1 34,7 39,5
q1-32/dj -29,3 -27,7 -2,8 -10,7
q3+3/2dj 111,0 105,9 89,8 94,7
150
APÊNDICE 10 - Número de linfócitos T CD4+ por microlitros de sangue em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação.
CD4+ (células/µL)
HIV As HIV P
Sujeito Inicial Final Variação (%)
Sujeito Inicial Final Variação (%)
1 344 358 4 2 14 16 14
3 282 479 70 4 315 321 2
8 887 897 1 5 440 499 13
9 252 317 26 6 525 488 -7
10 305 362 19 7 807 938 16
12 494 554 12 11 594 739 24
13 852 724 -15 16 213 315 48
14 468 412 -12 20 243 268 10
15 472 358 -24 22 445 468 5
17 323 703 117 24 254 226 -11
18 516 547 6 29 492 487 -1
19 694 578 -17 32 338 395 17
21 204 245 20 34 754 767 2
23 445 601 35 35 543 512 -6
25 510 619 21 36 198 213 8
28 358 412 15 37 258 294 14
33 496 678 37 42 745 616 -17
38 784 762 3 46 363 668 84
39 730 838 -48 47 162 277 71
40 423 875 107 49 387 371 -4
41 408 473 16 52 563 721 28
44 597 601 0
48 256 270 5
50 361 387 7
Média + DP 478+192 544+192 17±37 412+210 457+224 15±25
Sujeitos 26,27,30,31,34,43,45,51 foram excluídos do estudo por não obtenção da amostra final.
q1 328 368 249 286
q3 577 697 553 642
dj 249 329 305 357
3/2dj 373 493 457 538
q1-32/dj -45 -125 -208 -249
q3+3/2dj 950 1190 1010 1177
151
APÊNDICE 11 - Número de linfócitos T CD8+ por microlitros de sangue em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação
CD8+ (células/µL)
HIV As HIV P
Sujeito Inicial Final Variação (%)
Sujeito Inicial Final Variação (%)
1 816 787 -4 2 1116 624 -44
3 2701* 3162* 17 4 1452 1473 1
8 2059 2289 11 5 948 819 -14
9 1048 1473 41 6 1429 1423 0
10 1126 1159 3 7 768 918 19
12 1857 971 -48 11 1369 1387 1
13 1097 864 -21 16 2429 2233 -8
14 2322 1474 -37 20 457 492 8
15 932 1015 9 22 1125 1079 -4
17 1029 1217 18 24 1904 1544 -19
18 730 855 17 29 929 930 0
19 468 487 4 32 2651 2803* 6
21 810 877 8 34 1041 1063 2
23 1593 1193 -25 35 1537 1528 -1
25 1178 1582 34 36 904 1010 13
28 1299 1310 1 37 752 548 -27
33 2073 2221 7 42 739 645 -13
38 578 459 -21 46 2857 2916* 2
39 1443 1607 12 47 697 948 36
40 818 1597 95 49 972 991 2
41 984 1005 2 52 2162 2432 12
44 837 859 3
48 1155 1004 -13
50 1407 1394 1
Média + DP 1203+494 1204+464 5+28 1345+683 1162+526 -1±17
Sujeitos 26,27,30,31,34,43,45,51 foram excluídos do estudo por não obtenção da amostra final. *pontos discrepantes
q1 823 867 836 869
q3 1556 1555 1721 1536
dj 733 688 885 668
3/2dj 1099 1032 1327 1001
q1-32/dj -276 -164 -491 -133
q3+3/2dj 2655 2587 3047 2537
152
APÊNDICE 12 – Número de copias de HIV RNA por mililitros de sangue em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação.
HIV RNA (cópia/mL)
HIV As HIV P
Sujeito Inicial Final Variação (%)
Sujeito Inicial Final Variação (%)
1 50 50 0 4 50 50 0
3 50 50 0 5 50 50 0
8 105 50 -52 6 1247 50 -96
9 194 50 -74 7 119 50 -58
10 50 50 0 11 50 50 0
12 50 50 0 16 50 50 0
13 50 50 0 20 50 50 0
14 2116 1049 -50 22 50 50 0
15 50 50 0 24 50 50 0
17 50 50 0 29 50 50 0
18 50 50 0 32 50 50 0
19 50 50 0 34 50 50 0
21 392 154 -39 35 50 50 0
23 50 50 0 37 263 50 -80
25 50 50 0 42 50 50 0
28 50 50 0 46 4378 214 -95
33 2073 652 -68 47 50 50 0
38 50 50 0 49 715 50 -93
39 50 50 0 52 932 146 -84
40 50 50 0
41 50 50 0
44 50 50 0
50 2101 789 -62
Média + DP 1164+1026 457+429 -15±27 1276±1576 93+71 -26±41
Sujeitos 2, 26, 27, 30, 31, 34, 36, 43, 45, 48, 51 foram excluídos do estudo por não obtenção da amostra final.