EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos...

155
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA DE AGENTES INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOBRE O ESTRESSE OXIDATIVO, DEFESA ANTIOXIDANTE E PERFIL LIPÍDICO EM ADULTOS HIV POSITIVOS EM USO DA TERAPIA ANTIRRETROVIRAL AMANDA SOARES DE VASCONCELOS Belém Pará 2013

Transcript of EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos...

Page 1: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA DE AGENTES INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS

EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus

SOBRE O ESTRESSE OXIDATIVO, DEFESA ANTIOXIDANTE E

PERFIL LIPÍDICO EM ADULTOS HIV POSITIVOS EM USO DA

TERAPIA ANTIRRETROVIRAL

AMANDA SOARES DE VASCONCELOS

Belém – Pará

2013

Page 2: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

2

AMANDA SOARES DE VASCONCELOS

EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus

SOBRE O ESTRESSE OXIDATIVO, DEFESA ANTIOXIDANTE E

PERFIL LIPÍDICO EM ADULTOS HIV POSITIVOS EM USO DA

TERAPIA ANTIRRETROVIRAL

Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará, como requisito parcial para obtenção do título de Doutora em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários.

Orientador: Prof. Livre-Docente Sandro Percário

BELÉM – PA

2013

AMANDA SOARES DE VASCONCELOS

Page 3: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

3

Page 4: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

1

EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOBRE O ESTRESSE OXIDATIVO, DEFESA ANTIOXIDANTE E PERFIL LIPÍDICO EM

ADULTOS HIV POSITIVOS EM USO DA TERAPIA ANTIRRETROVIRAL

Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará, como requisito parcial para obtenção do título de Doutora em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários.

Orientador: Prof. Livre - Docente Sandro Percário. Laboratório de Estresse Oxidativo, ICB - UFPA

Banca examinadora: Prof. Dr. Luiz Fernando Machado

Instituto de Ciências da Biológicas – UFPA Porf. Dr. Valdir Francisco Odorizzi Universidade Federal do Tocantins Prof. Dr. Flávio de Vasconcelos Instituto de Ciências da Saúde - UFPA

Profª Drª Fani Dolabela Instituto de Ciências da Saúde - UFPA

Suplente: Profª. Drª Marta Chagas Monteiro Instituto de ciências da Saúde - UFPA

Page 5: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

2

DEDICATÓRIA

Ao meu querido Eduardo

Saldanha; meu braço forte em

todos os momentos.

Page 6: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

3

AGRADECIMENTOS

Àquele que acredito acima de tudo, Deus, Pai amoroso e bom, que nos dá a cada

minuto a oportunidade de sermos espíritos melhores;

Aos meus pais Arlene e Romildo e minha irmã Camila, pelo incentivo

principalmente nos momentos mais difíceis e pelo exemplo;

Ao professor Sandro Percário, por sua amizade, por ser um verdadeiro professor e

por ter contribuído amplamente para o meu amadurecimento pessoal e profissional;

À professora Fani Dolabela pelo passo fundamental que foi nos abrir as portas do

CASADIA para a realização deste trabalho, além das relevantes consideração a respeito da

cauística;

À Universidade Federal do Pará – UFPA, pelo suporte acadêmico;

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico- CNPq, pela

bolsa de estudos concedida durante a realização do doutorado;

Ao Centro de Atenção à saúde em doenças Adquiridas CASADIA, pelo apoio para

realização da pesquisa e toda sua equipe Francisca, Ruth, Natasha, Patrícia, Michele,

Antonieta, e em especial a Arnóbio, Dayse, Benedita pelo suporte técnico.

Aos pacientes sem os quais seria impossível a realização deste trabalho, pela

confiança e pela contribuição para o enriquecimento cientifico.

A Rogério Santos por todo suporte estatístico, além da paciência;

Aos colegas do LAPEO Marcela Figueira, Carolina Musa, Michelli Ferreira, Maria

do Céu, Paula Laurindo, Danilo Moreira, Aline Barbosa, Rafael Quadros, Víctor Hugo pela

ajuda não só nos momentos de “estresse” científico, mas também nos momentos de

“estresse” pessoal.

A todos que direta e indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho e

mais essa etapa concluída.

Page 7: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

4

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS…………………………………………………………………..... 8

LISTA DE TABELAS E QUADROS..........................……………………………..... 13

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS......................................... 15

RESUMO............................................................................................................ 17

ABSTRACT........................................................................................................ 18

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 19

1.1 A EPIDEMIA DE AIDS NO MUNDO.......................................................... 20

1.2 MORFOLOGIA E CICLO DE REPLICAÇÃO DO HIV................................ 22

1.3 PATOGÊNESE DA INFECÇÃO PELO HIV E MODO DE

TRANSMISSÃO.......................................................................................

25

1.4 DIAGNÓSTICOS LABORATORIAIS DA INFECÇÃO PELO HIV.............. 26

1.5 A TERAPIA ANTIRRETROVIRAL E SEUS EFEITOS COLATERAIS....... 27

1.6 O ESTRESSE OXIDATIVO........................................................................ 28

1.6.1 Antioxidantes.......................................................................................... 31

1.6.2 O estresse oxidativo nos indivíduos infectados pelo HIV................... 34

1.7 O PERFIL LIPÍDICO DOS INDIVÍDUOS HIV POSITIVOS........................ 37

1.8 O EFEITO DOS ANTIOXIDANTES NA PATOGÊNESE DA INFECÇÃO

PELO HIV................................................................................................

44

1.8.1 O Agaricus sylvaticus............................................................................. 49

1.9 OBJETIVO................................................................................................ 52

1.9.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................... 52

1.9.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...................................................................... 52

2 CASUÍSTICA E MÉTODOS....................................................................... 53

2.1 CASUÍSTICA.............................................................................................. 53

2.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO............................................. 53

2.3 FORMA E POSOLOGIA DO SUPLEMENTO........................................... 54

2.4 OBTENÇÃO DAS AMOSTRAS................................................................. 55

2.5 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO ESTRESSE OXIDATIVO E DA

DEFESA ANTIOXIDANTE.........................................................................

56

2.5.1 Dosagem de Espécies reativas ao Ácido tiobarbitúrico (TBARS)...... 56

Page 8: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

5

2.5.2 Dosagem da capacidade antioxidante equivalente ao Trolox (TEAC) 56

2.6 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO PERFIL LPIÍDICO.............................. 57

2.6.1 Dosagem do colesterol total plasmático............................................... 57

2.6.2 Dosagem dos triglicerídeos plasmáticos.............................................. 57

2.6.3 Dosagem do colesterol das lipoproteínas plasmáticas....................... 58

2.7 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA CAPACIDADE IMUNOLÓGICA......... 58

2.7.1 Contagem de linfócitos T CD4+, CD8+ ................................................. 58

2.7.2 Determinação da carga viral................................................................... 59

2.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA............................................................................ 60

3 RESULTADOS........................................................................................... 61

3.1 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO ESTRESSE OXIDATIVO E DA

DEFESA ANTIOXIDANTE........................................................................

62

3.1.1 Espécies Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico (TBARS).......................... 62

3.1.2 Capacidade Antioxidante Equivalente ao Trolox (TEAC).................... 64

3.2 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO PERFIL LIPÍDICO.............................. 66

3.2.1 Colesterol total (CT)............................................................................... 66

3.2.2 Triglicerídeos (TG)................................................................................. 68

3.2.3 Colesterol das Lipoproteínas de Alta Densidade (HDLc)..................... 70

3.2.4 Colesterol das Lipoproteínas de Baixa Densidade (LDLc).................. 72

3.2.5 Colesterol das Lipoproteínas de Muito Baixa Densidade (VLDLc)..... 74

3.3 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA CAPACIDADE IMUNOLÓGICA......... 76

3.3.1 Linfócitos T CD4+................................................................................... 76

3.3.2 Linfócitos T CD8+.................................................................................... 78

3.3.3 Carga Viral do HIV ................................................................................. 80

3.4 ESTUDO DE CORRELAÇÕES................................................................ 82

3.4.1 Correlação entre TBARS e TEAC.......................................................... 82

3.4.2 Correlação entre TBARS e CT............................................................... 83

3.4.3 Correlação entre TBARS e TG.............................................................. 84

3.4.4 Correlação entre TBARS e HDLc........................................................... 85

3.4.5 Correlação entre TBARS e LDLc............................................................ 86

3.4.6 Correlação entre TBARS e linfócitos T CD4+....................................... 87

3.4.7 Correlação entre TBARS e linfócitos T CD8+....................................... 88

Page 9: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

6

3.4.8 Correlação entre TBARS e Carga Viral................................................ 89

3.4.9 Correlação entre TEAC e CT ................................................................. 90

3.4.10 Correlação entre TEAC e TG.................................................................. 91

3.4.11 Correlação entre TEAC e HDLc............................................................. 92

3.4.12 Correlação entre TEAC e LDLc.............................................................. 93

3.4.13 Correlação entre TEAC e linfócitos T CD4+.......................................... 94

3.4.14 Correlação entre TEAC e linfócitos T CD8+......................................... 95

3.4.15 Correlação entre TEAC e Carga Viral................................................... 96

3.4.16 Correlação entre CT e linfócitos T CD4+............................................... 97

3.4.17 Correlação entre CT e células T CD8+................................................. 98

3.4.18 Correlação entre CT e Carga Viral........................................................ 99

3.4.19 Correlação entre TG e Carga Viral........................................................ 100

3.4.20 Correlação entre HDLc e Carga Viral.................................................... 101

3.4.21 Correlação entre LDLc e Carga Viral..................................................... 102

4 DISCUSSÃO............................................................................................ 103

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 114

6 CONCLUSÕES......................................................................................... 115

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................... 116

ANEXOS.................................................................................................... 134

ANEXO 1 - Termo de Aceite da Instituição............................................... 134

ANEXO 2 - Termo de Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa.................. 135

APÊNDICES............................................................................................ 140

APÊNDICE 1 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.................. 140

APÊNDICE 2 - Protocolo de Randomização............................................ 142

APÊNDICE 3 - Valores de concentração de TBARS (ng/mL) em todos

os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação..........

143

APÊNDICE 4 - Valores de concentração de TEAC (mmol/L) em todos os

sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação...............

144

APÊNDICE 5 - Valores de concentração de CT (mg/dL) em todos os

sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação...............

145

APÊNDICE 6 - Valores de concentração de TG (mg/dL) em todos os

sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação...............

146

Page 10: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

7

APÊNDICE 7 - Valores de concentração de HDLc (mg/dL) em todos os

sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação...............

147

APÊNDICE 8 - Valores de concentração de LDLc (mg/dL) em todos os

sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação...............

148

APÊNDICE 9 - Valores de concentração de VLDLc (mg/dL) em todos os

sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação...............

149

APÊNDICE 10 - Número de linfócitos T CD4+ por microlitros de sangue

em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da

suplementação

150

APÊNDICE 11 - Número de linfócitos T CD8+ por microlitros de sangue

em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da

suplementação..........................................................................................

151

APÊNDICE 12 - Quantidade média de copias de HIV RNA por mililitros

de sangue em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da

suplementação..........................................................................................

152

Page 11: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa da prevalência mundial da infecção pelo HIV............. 21

Figura 2 - Municípios com pelo menos um caso de HIV/AIDS por período

de diagnóstico, 1980 – 2009............................................................................ 21

Figura 3 - A estrutura do Vírus da Imunodeficiência Humana.............. 22

Figura 4 - Ciclo de replicação do HIV................................................... 25

Figura 5 - Reação de Fenton................................................................ 29

Figura 6 - Reação de Haber-Weiss...................................................... 29

Figura 7 - Reação da dismutação do radical superóxido pela enzima

superóxido dismutase (SOD), produzindo oxigênio e peróxido de

hidrogênio............................................................................................ 32

Figura 8 - Reação de conversão do peróxido de hidrogênio em água

e oxigênio pela enzima catalase........................................................... 32

Figura 9 - Reação de redução do peróxido de hidrogênio utilizando

glutationa reduzida para formar glutationa oxidada e água pela

enzima glutationa peroxidase............................................................... 32

Figura 10 – Espécies Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico (TBARS) em

adultos infectados pelo HIV suplementados com Agaricus sylvaticus

(HIV As) ou suplementados com placebo (HIV P) durante seis

meses................................................................................................... 62

Figura 11 – Capacidade Antioxidante Equivalente ao Trolox (TEAC)

em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com

Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados com placebo (HIV

P)........................................................................................................

Figura 12 - Níveis de Colesterol Total (CT) em adultos infectados pelo

HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou

suplementados com placebo (HIV P).....................................................

64

66

Figura 13 - Níveis de Triglicerídeos (TG) em adultos infectados pelo

HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As)

ou suplementados com placebo (HIV P)............................................... 68

Figura 14 - Níveis de Colesterol da Lipoproteína de Alta Densidade

(HDLc) em adultos infectados pelo HIV que receberam

Page 12: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

9

suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados

com placebo (HIV P)............................................................................

70

Figura 15 - Níveis d Colesterol da Lipoproteína de Baixa Densidade

(LDLc) em adultos infectados pelo HIV que receberam

suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados

com placebo (HIV P)............................................................................ 72

Figura 16 - Níveis de Colesterol da Lipoproteína de Muito Baixa

Densidade (VLDLc) em adultos infectados pelo HIV que receberam

suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados

com placebo (HIV P)............................................................................ 74

Figura 17 - Número de linfócitos T CD4+ por microlitros de sangue

de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com

Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados com placebo (HIV P). 76

Figura 18 - Número de linfócitos T CD8+ por microlitros de sangue

de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com

Agaricus sylvaticus (HIV As) e suplementados com placebo (HIV P)... 78

Figura 19 - Quantidade média de copias de HIV RNA por mililitros de

sangue de adultos infectados pelo HIV que receberam

suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados

com placebo (HIV P)........................................................................... 80

Figura 20 - Correlações entre as concentrações de TBARS e valores

de TEAC de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da

suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos

simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus;

(c) Grupo suplementado com placebo................................................... 82

Figura 21 - Correlações entre as concentrações de TBARS e valores

de CT de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da

suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos

simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus;

(c) Grupo suplementado com placebo................................................... 83

Figura 22 - Correlações entre as concentrações de TBARS e valores

de TG de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da

Page 13: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

10

suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos

simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus;

(c) Grupo suplementado com placebo...................................................

84

Figura 23 - Correlações entre as concentrações de TBARS e valores

de HDLc de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da

suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos

simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus;

(c) Grupo suplementado com placebo................................................... 85

Figura 24 - Correlações entre as concentrações de TBARS e valores

de LDLc das amostras plasmáticas de adultos infectados pelo HIV,

antes e depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os

grupos simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus

sylvaticus; (c) Grupo suplementado com placebo................................. 86

Figura 25 - Correlações entre as concentrações de TBARS e o

número de linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, antes e

depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos

simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus;

(c) Grupo suplementado com placebo................................................. 87

Figura 26 - Correlações entre as concentrações de TBARS e o

número de linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, antes e

depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos

simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus;

(c) Grupo suplementado com placebo.................................................. 88

Figura 27 - Correlações entre as concentrações de TBARS e o

número de cópias HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, antes e

depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos

simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus;

(c) Grupo suplementado com placebo................................................... 89

Figura 28 - Correlações entre as concentrações de TEAC e de CT de

adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos

os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes

dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e

Page 14: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

11

depois da suplementação...................................................................... 90

Figura 29 - Correlações entre as concentrações de TEAC e de TG

de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de

todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre

estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes

e depois da suplementação................................................................... 91

Figura 30 - Correlações entre as concentrações de TEAC e de HDLc

de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de

todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre

estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes

e depois da suplementação...................................................................

Figura 31 - Correlações entre as concentrações de TEAC e de LDLc

de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de

todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre

estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes

e depois da suplementação..................................................................

Figura 32 - Correlações entre as concentrações de TEAC e o

número de linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV,

considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente

(a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada

grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.........

Figura 33 - Correlações entre as concentrações de TEAC e o

número de linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV,

considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente

(a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada

grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.........

92

93

94

95

Figura 34 - Correlações entre as concentrações de TEAC e o

número de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV,

considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente

(a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada

grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação......... 96

Figura 35 - Correlações entre as concentrações de CT e o número

Page 15: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

12

de linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, considerando

todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como

a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma

isolada (b, c), antes e depois da suplementação..................................

97

Figura 36 - Correlações entre as concentrações de CT e o número

de linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, considerando

todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como

a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma

isolada (b, c), antes e depois da suplementação................................... 98

Figura 37 - Correlações entre as concentrações de CT e o número

de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando

todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como

a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma

isolada (b, c), antes e depois da suplementação.................................. 99

Figura 38 - Correlações entre as concentrações de TG e o número

de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando

todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como

a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma

isolada (b, c), antes e depois da suplementação.................................. 100

Figura 39 - Correlações entre as concentrações de HDLc e o número

de cópias de RNA HIV de adultos infectados pelo HIV, considerando

todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como

a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma

isolada (b, c), antes e depois da suplementação...................................

101

Figura 40 - Correlações entre as concentrações de LDLc e o número

de cópias de RNA HIV de adultos infectados pelo HIV, considerando

todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como

a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma

isolada (b, c), antes e depois da suplementação................................... 102

Page 16: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

13

LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 1 - Principais características das lipoproteínas

transportadoras dos lipídeos endógenos............................................. 38

Quadro 2 – Concentração de constituintes presentes em Agaricus

sylvaticus...............................................................................................

Tabela 1 – Terapia antirretroviral administrada aos pacientes do

CASADIA que fizeram parte dos grupos HIV As e HIV P....................

Tabela 2 – Caracterização da população de estudo............................

Tabela 3 – Concentrações médias de TBARS em adultos infectados

pelo HIV suplementados com Agaricus sylvaticus ou suplementados

com placebo antes e após seis meses.................................................

51

54

61

63

Tabela 4 – Capacidade antioxidante equivalente ao Trolox (TEAC)

de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com

Agaricus sylvaticus ou com placebo antes e após seis meses ........... 65

Tabela 5 – Colesterol total (CT) de adultos infectados pelo HIV que

receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou

suplementados com placebo antes e após seis meses....................... 67

Tabela 6 – Triglicerídeos (TG) de adultos infectados pelo HIV que

receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou

suplementados com placebo antes e após seis meses...................... 69

Tabela 7 – Colesterol da Lipoproteína de Alta Densidade (HDLc) de

adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com

Agaricus sylvaticus ou suplementados com placebo antes e após

seis meses.......................................................................................... 71

Tabela 8 – Colesterol da Lipoproteína de Baixa Densidade (LDLc)

de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com

Agaricus sylvaticus ou suplementados com placebo antes e após

seis meses......................................................................................... 73

Tabela 9 – Colesterol da Lipoproteína de Muito Baixa Densidade

(VLDLc) de adultos infectados pelo HIV que receberam

suplementação com Agaricus sylvaticus ou suplementados com

placebo antes e após seis meses...................................................... 75

Page 17: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

14

Tabela 10 – Linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV que

receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou

suplementados com placebo antes e após seis meses.......................

77

Tabela 11 – Linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV que

receberam suplementação com Agaricus sylvaticus e suplementados

com placebo de antes e após seis meses............................................ 79

Tabela 12 – Cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV que

receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou

suplementados com placebo antes e após seis meses....................... 81

Page 18: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

15

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

ABTS – 2,2.-azinobis-3-etilbenzotiazolina-ácido-6-sulfônico-diamônio

AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

AOPP – Produtos Protéicos de Oxidação Avançada

Apo A1 – Apolipoproteína A1

ARV – Antirretrovirais

Casa Dia – Centro de Atenção em Doencas Infecciosas Adquiridas

CAT – Capacidade antioxidante total

CDC – Centro de Controle de Doenças

CT – Colesterol total

CV – Carga viral

DNA – Ácido Desoxirribonucléico

DST – Doenças Sexualmente Transmissíveis

EDTA – Ácido etileno diamino tetracético

ELISA – Ensaio por Imunoabsorbância Ligado à Enzima

ERO – Espécies Reativas de Oxigênio

ERON – Espécies Reativas de Oxigênio e Nitrogênio

GPx – Glutationa Peroxidase

GSH – Glutationa Reduzida

GSSG – Glutationa Oxidada

HAART – Terapia Antirretroviral Altamente Ativa

HDL – Lipoproteína de Alta Densidade

HDLc – Colesterol da Lipoproteína de Alta Densidade

HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana

HIV As – Grupo HIV positivos suplementados com Agaricus sylvaticus

HIV P – Grupo HIV positivo suplementado com o placebo

H2O - Água

H2O2 – Peróxido de Hidrogênio

IDL – Lipoproteína de Densidade Intermediária

ITRN – Inibidor da Transcriptase Reversa Nucleosídico

ITRNN - Inibidor da Transcriptase Reversa Não Nucleosídico

IP – Inibidores de Protease

Page 19: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

16

LACEN – Laboratório Central

LAPEO/UFPA – Laboratório de Pesquisa em estresse Oxidativo da

Universidade Federal do Pará

LDL – Lipoproteína de Baixa Densidade

LDLc – Colesterol da Lipoproteína de Baixa Densidade

LDLox - Lipoproteína de Baixa Densidade oxidada

LT – Linfócitos T

MDA – Malondialdeído

NAC – N-acetilcisteína

NADPH – Cofator da Enzima NO Sintase

NASBA - Amplificação Baseada na Sequencia de Ácidos Nucleicos

NF-κβ – Fator Nuclear κβ

O2•- – Radical Superóxido

OH•- – Radical Hidroxil

ONOO- – peroxinitrito

OMS – Organização Mundial da Saúde

PCR – Reação em Cadeia da Polimerase

R•- - Radical Alquila

RL – Radical Livre

RNA – Ácido Ribonucléico

RNAm – ácido ribonucléico mensageiro

TR – Transcriptase Reversa

SOD – Superóxido Dismutase

TARV – Terapia Antirretroviral

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TBA – Ácido Tiobarbitúrico

TBARS – Substâncias Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico

TEAC – Capacidade Antioxidante Equivalente ao Trolox

TG - Triglicerídeos

TNF- – Fator de Necrose Tumoral

VLDL – Lipoproteína de muito Baixa Densidade

VLDLc – Colesterol da Lipoproteína de muito Baixa Densidade

Page 20: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

17

RESUMO

A introdução da terapia antirretroviral é considerada o cuidado padrão global no tratamento da infecção pelo HIV Porém se levarmos em consideração uma adequada aderência ao tratamento, o uso prolongado desses medicamentos traz consigo efeitos adversos decorrentes como um quadro de estresse oxidativo sistêmico e a síndrome da lipodistrofia. Além da alta produção de radicais livres, os indivíduos HIV positivos apresentam uma redução na sua capacidade antioxidante total, consequência da própria infecção e também pela baixa capacidade de absorção dos micronutrientes. Desta forma, além das evidências da relação dos distúrbios lipídicos com o estresse oxidativo a suplementação alimentar com micronutrientes com atividade antioxidante poderia ser um complemento ao tratamento dos indivíduos infectados com sinais e sintomas da doença causada pelo HIV. Portanto, objetivou-se verificar o efeito da suplementação nutricional do cogumelo Agaricus sylvaticus sobre as alterações oxidativas, a defesa antioxidante e o perfil lipídico em adultos infectados pelo HIV e que fazem uso da terapia antirretroviral. Para realizar este estudo, selecionou-se 45 adultos entre 21 e 50 anos de idade, de ambos os sexos que foram suplementadas por um período de seis meses. Vinte e quatro sujeitos receberam suplementação de Agaricus sylvaticus e vinte e um receberam placebo. Foram obtidas amostras de sangue antes do início da suplementação e após seis meses de uso da mesma e fez-se análise dos marcadores do estresse oxidativo (TBARS), da capacidade antioxidante (TEAC), do perfil lipídico e dos marcadores imunológicos para a infecção pelo HIV. Observou-se que os valores de TBARS nos indivíduos que receberam o Agaricus sylvaticus diminuíram de forma significante após os seis meses de suplementação, já no grupo suplementado com o placebo os resultados não foram significativos. Também se constatou um aumento significante no valor do TEAC apenas no grupo suplementado de A. sylvaticus. Não foram observadas alterações significantes no perfil lipídico e nos marcadores imunológicos dos sujeitos estudados. No estudo das correlações o grupo suplementado com placebo apresentou correlação positiva significante entre TBARS e LDLc, e TBARS e colesterol total. Correlação negativa significante foi obtida entre TEAC e CV neste mesmo grupo. Já no grupo suplementado de Agaricus sylvaticus houve correlações negativas significantes entre HDLc e TBARS, TEAC e LDLc, HDLc e CV. Assim, os resultados sugerem o envolvimento do estresse oxidativo nas alterações causadas pela infecção por HIV e pelo uso da terapia antirretroviral, sendo que o uso de uma suplementação antioxidante provavelmente ajudaria a amenizar as consequências do estresse oxidativo sobre a fisiopatogenia desta doença.

Page 21: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

18

ABSTRACT

The introduction of antiretroviral therapy is considered the global standard care in the treatment of HIV infection. But if we consider adequate adherence to treatment prolonged use of these drugs brings adverse effects arising as a frame of systemic oxidative stress and lipodystrophy syndrome. Besides the high production of free radicals, HIV positive individuals show a reduction in their total antioxidant capacity, due to the infection itself and also by the low absorption capacity of micronutrients. Thus, the evidence of the relationship of lipid disorders with oxidative stress dietary supplementation micronutrients antioxidant activity could be an adjunct to treatment of infected individuals with signs and symptoms HIV disease. Therefore, this study aimed to verify the effect of nutritional supplementation of Agaricus sylvaticus on oxidative changes in antioxidant defense and lipid profile in HIV-infected adults and make use of antiretroviral therapy. Were selected 45 adults between 21 and 50 years of age, both sexes, supplemented for a six months. Twenty-four individuals received Agaricus sylvaticus supplementation and twenty-one individuals received placebo. Blood samples were obtained before the start of supplementation and after six months and there was analysis of markers of oxidative stress (TBARS), antioxidant capacity (TEAC), lipid profile and immunological markers for infection HIV. It was observed that TBARS values in individuals who received the Agaricus sylvaticus decreased significantly after six months of supplementation, whereas in the group supplemented with placebo results were not significant. We also found a significant increase in the TEAC value only in the A. sylvaticus -supplemented group. There were no significant changes in lipid profile and immunological markers in the subjects studied. In the study of correlations the placebo - supplemented group showed significant positive correlation between TBARS and LDLc, and TBARS and total cholesterol. Significant negative correlation was obtained between TEAC x CV in the same group. In the A. sylvaticus -supplemented group were significant negative correlations between HDLc x TBARS, TEAC x LDLc, HDLc x CV. The results suggest the involvement of oxidative stress in alterations caused by HIV infection and use of antiretroviral therapy, and the use of an antioxidant supplementation would likely help alleviate the effects of oxidative stress on the pathophysiology of this disorder.

Page 22: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

19

1 INTRODUÇÃO

A síndrome da imunodeficiência adquirida é uma consequência clínica da

infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV - Human Immunodeficiency

Virus). Esta situação é caracterizada por uma redução progressiva da resposta

imunológica do indivíduo e esta redução está relacionada com a destruição de

células de defesa, os linfócitos (LT) T CD4+, células alvo do vírus, nas quais

acontece sua replicação.

A doença foi descrita no Relatório Semanal de Morbidez e Mortalidade do

Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos em junho

de 1981. Foi registrada como uma estranha disseminação de um tipo raro e fatal de

pneumonia que até então ocorria apenas em pacientes com câncer em estágios

avançados, mas que estava sendo observada entre homens homossexuais jovens e

saudáveis de Nova Iorque, Los Angeles e São Francisco (Gallo, 2006; Gottlieb,

2006). No ano seguinte, já se sabia que a estranha doença que destruía o sistema

imunológico e deixava os pacientes vulneráveis à pneumonia e a outras

enfermidades não acometia apenas homossexuais, mas também usuários de drogas

injetáveis e receptores de transfusão de sangue e, 14 países, incluindo o Brasil,

relataram casos da doença. Assim, em setembro de 1982, o CDC começou a utilizar

a sigla AIDS (Acquired Immune Deficiency Syndrome) e definiu adequadamente a

patologia como uma síndrome (CDC, 1982). Os primeiros casos de AIDS no Brasil

foram diagnosticados nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, no início da

década de 1980 (Castilho et al., 1994). Considerando-se a história natural da

doença, acredita-se que o HIV foi introduzido no País na década de 1970 e foi

disseminado por todo o território nacional de forma insidiosa e progressiva nas

décadas seguintes (Fonseca e Bastos, 2007). No início da epidemia de HIV/AIDS, a

doença predominava entre homens homo/bissexuais masculinos, brancos, com

elevada escolaridade e que residiam nas grandes cidades da Região Sudeste do

País. Após as primeiras décadas, o perfil epidemiológico da doença foi se

modificando com tendências de disseminação entre homens heterossexuais,

mulheres e crianças de todas as classes sociais, particularmente acometendo

populações marginalizadas e vulneráveis. (Takahashi, 1998; Fonseca et al., 2000;

Krishnan, 2008). A doença causada pelo HIV transformou-se em poucos anos em

Page 23: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

20

uma das principais causas de mortalidade em adultos. A razão dos casos de AIDS

entre homens/mulheres era de 26,7:1 em 1985, decrescendo até 1,5:1 em 2008

(Stephan et al., 2010).

1.1 A EPIDEMIA DA AIDS NO MUNDO

Desde o início da epidemia, mais de 60 milhões de pessoas foram infectadas

pelo HIV e quase 30 milhões de pessoas morreram de causas relacionadas a este

vírus. O número de indivíduos infectados difere muito dentre as regiões do planeta.

A Figura 1 mostra a prevalência da infecção por HIV entre adultos, de acordo com o

país, sendo a África subsaariana a região mais afetada, seguida pela Europa

Oriental e o Caribe (UNAIDS, 2012a). A UNAIDS estima que, em 2011, um total de

34,2 milhões de pessoas vivia com o HIV, em comparação com 29,1 milhões em

2001. No ano de 2011 houve 2,5 milhões de novas infecções, um número 22%

menor do que o registrado em 2001 e 1,7 milhões morreu, representando uma

queda de 26% a partir de 2005, quando o número de mortes por AIDS atingiu um

pico de 2,3 milhões (UNAIDS, 2012b).

No Brasil os casos de HIV/AIDS cresceram ano após ano. Na década de 1980

quando foram identificados os primeiros indivíduos infectados, os casos da doença

se concentravam nas regiões sul e sudeste do país. No ano de 2009 praticamente

todos os municípios da federação apresentam casos da Imunodeficiência Adquirida

(Figura 2). Desde o início da epidemia, em 1980, até junho de 2012, O Brasil

registrou 656.701 de AIDS, de acordo com o último Boletim Epidemiológico (Brasil,

2012). Em 2011, foram notificados 38.776 casos da doença e a taxa de incidência

no Brasil foi de 20,2 casos por 100 mil habitantes.

Page 24: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

21

Figura 1: Mapa da prevalência mundial da infecção pelo HIV. Adaptado de: http://www.unaids.org/en/dataanalysis/datatools/aidsinfo/ (acessado em 13/06/2013).

.

Figura 2: Municípios com pelo menos um caso de HIV/AIDS por período de diagnóstico, 1980 – 2009 (Brasil, 2009).

Prevalência estimada do HIV

Dados insuficientes

Page 25: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

22

1.2 MORFOLOGIA E CICLO DE REPLICAÇÃO DO HIV

O HIV pertence a família Retroviridae, sub-família lentivírus e se caracteriza

por ter o seu genoma constituído por RNA. Estes vírus realizam sua replicação

através da retrotranscrição por intermédio da enzima transcriptase reversa.

O HIV constitui-se de uma partícula icosaédrica, composta de um envelope

fosfolipídico, proveniente da membrana externa da célula do hospedeiro, onde estão

inseridas proteínas virais e da célula hospedeira, incluindo as duas principais

glicoproteínas, gp120 e gp41 e possui aproximadamente 100nm de diâmetro.

Internamente ao envelope encontra-se a matriz protéica e o capsídeo viral. Dentro

deste capsídeo encontram-se o material genético, duas cópias do RNA genômico de

fita simples, além das enzimas necessárias para a replicação viral. (Wong- Staal e

Gallo, 1985; Peçanha et al., 2002; Valente et al., 2005). A figura 3 apresenta a

estrutura do vírus.

Figura 3. A estrutura do Vírus da Imunodeficiência Humana (Adaptado de Chemistry at Wellesley College < http://academics.wellesley.edu/Chemistry/Chem101 /hiv/HIV-1.html

Page 26: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

23

O material genético do HIV é composto pelos genes estruturais gag, pol e env

e pelos genes regulatórios tat, nef, rev, vif, vpu, vpr. (Frankel & Young, 1998).

O gene gag codifica uma proteína precursora (p55), que origina proteínas

estruturais do cerne viral, como da matriz proteica (p17), do capsídeo viral (p24) e as

proteínas mais internas do nucleocapsídeo (p7 e p9). O gene pol é responsável pela

produção das enzimas: transcriptase reversa que atua na replicação do RNA viral, a

integrase que faz a interação do acido nucleico viral ao genoma celular, a protease.

O gene env atua na codificação de glicoproteinas de superfície (gp120) e

transmembrana (gp41). Estas glicoproteinas são importantes no momento do

contato entre a partícula viral e a célula hospedeira, pois se ligam aos receptores

CD4 e aos co-receptores localizados na membrana plasmática de linfócitos T

auxiliares, de monócitos, de macrófagos e de células dendriticas foliculares e este é

o primeiro passo para o início da infecção (Levy, 2007).

A proteína responsável pelo reconhecimento do HIV por suas células alvo é a

gp120. O principal receptor para HIV é o CD4, uma imunoglobulina expressa na

superfície de linfócitos T e macrófagos primários. Após a ligação à membrana

celular, a proteína gp120 dissocia-se da proteína gp41, que passa por modificações

conformacionais que promovem a fusão vírus-célula, permitindo a entrada do

capsídeo. Após a fusão, o capsídeo do vírion é então desencapado para a liberação

no citoplasma do RNA genômico e das enzimas virais, o que se faz necessário para

a etapa posterior, a transcrição reversa. A transcriptase reversa promove a síntese

de uma cópia de DNA de fita dupla, catalisando as reações de polimerização de

DNA dependente de RNA e dependente de DNA. Seguindo-se a transcrição reversa,

um complexo nucleoproteico, é transportado para o núcleo da célula hospedeira. A

ação da integrase resulta na integração estável do DNA do genoma viral no DNA

cromossômico, estabelecendo um pró-virus e completando assim a fase pré-

integrativa (Peçanha et al., 2002).

Uma vez que o pró vírus é integrado no DNA hospedeiro, comporta- se como

um gene celular residente. O conjunto de RNAs transcritos é então transportado

para o citoplasma. Neste local os RNAs serão traduzidos, ou constituirão novas

partículas virais em um processo regulado pela Rev. A tradução citoplasmática dos

RNAm virais fornece as proteínas Vif, Vpr, Nef, além das proteínas gag e gagpol. As

Page 27: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

24

proteínas gp120 e gp41, presentes na membrana externa do HIV, são formadas a

partir da proteína Env que, por sua vez é coexpressa com os receptores CD4 no

Retículo Endoplasmático. A degradação dos receptores CD4 recém sintetizados,

necessária ao transporte da Env até a membrana celular, é assistida pela proteína

Vpu. Além de sua função na degradação de CD4, a Vpu promove a “downregulation”

de proteínas de superfície celular da classe MHC I, que estão envolvidas no

reconhecimento das células infectadas por linfócitos T citotóxicos e parece estimular

a liberação de partículas virais (Peçanha et al., 2002).

Para facilitar a montagem do vírus, as proteínas pró-virais gag, gag-pol

recebem o ácido mirístico que fornece um domínio hidrofóbico necessário à

interação com a membrana celular e a Env sofre glicosilação (Vaishnav e Wong-

Staal, 1991).

Os vírions são inicialmente montados próximo à membrana celular na forma

de partículas imaturas compostas de um envelope glicoprotéico, RNA genômico e

proteínas virais e tem como suporte para a montagem o colesterol intracelular

(Maziere et al., 1994). Após, ou durante o “brotamento”, as partículas virais passam

por uma modificação morfológica conhecida como maturação. A maturação consiste

na clivagem das proteínas gag e gag-pol pela protease viral, produzindo enzimas e

proteínas estruturais do capsídeo. O processamento das proteínas no vírion

completa o ciclo de replicação do HIV (Figura 4). Os vírions maduros são então

capazes de infectar um linfócito adjacente (Peçanha et al., 2002).

Page 28: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

25

Figura 4. Ciclo de replicação do HIV. (Adaptado de Northwest Association for Biomedical Research – University of Washington, 2004).

1.3 PATOGÊNESE DA INFECÇÃO PELO HIV E MODO DE TRANSMISSÃO

Apesar da resposta à infecção diferir de indivíduo para indivíduo, se

estabelece um quadro comum a todos. Os pacientes desenvolvem uma síndrome

aguda três a seis semanas após a infecção primária, caracterizada por uma alta

viremia e uma diminuição no número de linfócitos CD4+ no sangue periférico.

Durante este estágio, o HIV dissemina-se e se replica principalmente no tecido

linfóide. Há uma resposta citotóxica, por parte do hospedeiro, porém é inadequada

para suprimir a replicação completamente, desta forma há uma persistência da

expressão do HIV (Pantaleo et al., 1993). Os sintomas mais frequentes da fase

aguda podem se assemelhar a um quadro gripal, ou mesmo a uma mononucleose

Page 29: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

26

(Brasil, 2008). Nessa fase, os sintomas são autolimitados e quase sempre a doença

não é diagnosticada devido à semelhança com outras doenças virais. Em seguida, o

paciente entra em uma fase de infecção assintomática, de duração variável de

alguns anos. A doença sintomática é a manifestação mais grave da imunodepressão

sendo definida por diversos sinais, sintomas e doenças como febre prolongada,

diarréia crônica, perda de peso importante (superior a 10% do peso anterior do

indivíduo), sudorese noturna, astenia e adenomegalia (Chaisson et al., 2000).

A AIDS é o estágio mais avançado da doença no qual o sistema imunológico

do hospedeiro infectado já não pode mais controlar a ocorrência de infecções

oportunistas como tuberculose, pneumonia por Pneumocistis carinii, toxoplasmose

cerebral, candidíase e meningite por criptococos ou de neoplasias como sarcoma de

Kaposi e linfomas não-Hodgkin, que raramente acometem indivíduos

imunocompetentes (Chaisson et al., 2000). Além disso, no Brasil, tem sido

observada a ocorrência de formas graves ou atípicas de doenças tropicais, como

leishmaniose e doença de Chagas (Brasil, 2008).

A dispersão da infecção causada pelo HIV é consequência das trocas de

fluidos corpóreos contaminados e essas trocas podem acontecer através de

relações sexuais (com variações frequentes de parceiros sem uso de preservativos),

do compartilhamento de agulhas e seringas por usuários de drogas injetáveis, dos

acidentes com materiais perfurocortantes contaminados, transfusões sanguíneas e

hemoderivados. Ainda podemos ressaltar a transmissão vertical que acontece da

mãe para o filho no desenvolvimento da gravidez, durante ou após o parto e também

através do leite materno (Brasil, 2008).

1.4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DA INFECÇÃO PELO HIV

Segundo o Ministério da Saúde os critérios de definição dos casos de AIDS

em indivíduos com 13 anos ou mais consistem da existência de dois testes de

triagem reagentes ou um confirmatório para a detecção de anticorpos anti-HIV,

somado a isso deve ser apresentada a evidência de imunodeficiência e/ou contagem

de linfócitos T CD4+ menor do que 350células/mm3. Já os critérios para se definir a

doença e que devem ser observados no grupo de indivíduos menores de 13 anos

são os seguintes: diagnóstico de pelo menos duas doenças indicativas da

Page 30: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

27

imunodeficiência de caráter leve e/ou diagnóstico de pelo menos uma doença

indicativa AIDS de caráter moderado a grave e/ou contagem de linfócitos T CD4

menor do que o esperado para a idade atual (Brasil, 2004).

O teste de triagem para evidência da infecção pelo HIV largamente utilizado

no Brasil é o ensaio imunocromatográfico por imunoabsorbância ligado à enzima

(ELISA) no qual detecta a presença de anticorpos (Lemos et al, 2005).

São considerados testes confirmatórios: imunofluorescência indireta,

imunoblot, Western Blot, PCR – (polimerase chain reaction) para amplificação de

ácidos nucleicos virais, e a amplificação sequencial de ácidos nucléicos (NASBA). O

Western Blot é considerado a técnica de escolha para confirmação do ELISA, pelo

volume de informações que fornece e pela relativa objetividade do resultado (Brasil,

2004; Bricarello et al., 2007).

1.5 A TERAPIA ANTIRRETROVIAL E SEUS EFEITOS ADVERSOS

O ciclo de replicação do HIV apresenta diversos eventos exclusivamente

relacionados a componentes virais, que podem ser utilizados como alvos para

intervenção quimioterápica. O rápido progresso no desenvolvimento da terapia

antirretroviral (TARV) levou à introdução em 1996 do tratamento antirretroviral

altamente ativo (HAART) e hoje é considerado o cuidado padrão global no

tratamento da infecção pelo HIV. A TARV é uma combinação de pelo menos três

fármacos antirretrovirais, que atuam inibindo de forma alostérica o sítio de ligação da

enzima transcriptase reversa, ou por inibição “competitiva” da protease. A eficácia

clínica efetiva foi alcançada com a combinação de diferentes inibidores de

transcriptase reversa e inibidores de protease (Peçanha et al., 2002).

O impacto da TARV resultou na redução da morbimortalidade documentada

em nível nacional e internacional. Diante desse novo cenário mundial é relevante

entender as correlações existentes entre a qualidade de vida desses pacientes e a

adesão à TARV. Embora a relação entre esses dois fatores ainda não tenha sido

extensamente estudada, sabe-se que a adesão à TARV melhora os resultados

clínicos, controla o avanço da doença e diminui a taxa de mortalidade, o que,

supostamente, deveria resultar em uma melhoria da qualidade de vida dos pacientes

(Chiou et al., 2006).

Page 31: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

28

Em contrapartida a esses benefícios, os efeitos colaterais da TARV incluem

fadiga, náuseas, vômitos, diarreia e efeitos sobre o sistema nervoso central, dentre

outros. Esses sintomas contribuem para a descontinuidade da medicação, que

resulta no aumento da carga viral no sangue e diminuição da contagem dos

linfócitos T CD4+. Esse pode ser um dos fatores do aumento da resistência do HIV

aos medicamentos, resultando em uma falha no tratamento, infecções oportunistas e

desperdício de investimento (Geocze et al., 2010).

Porém se levarmos em consideração uma adequada aderência ao

tratamento, o uso prolongado desses medicamentos (por anos e até décadas) traz

consigo efeitos adversos decorrentes nos quais podemos citar as alterações

metabólicas como dislipidemia, resistência insulínica, hiperglicemia, redistribuição da

gordura corporal (Tanwani & Mokshagundam, 2003; Aldrovandi et al., 2009; Innes et

al., 2009; Werner et al., 2010), além de fatores de risco para doença cardiovascular

(Miller et al., 2008; Barbaro, 2010) O conjunto destas alterações é conhecido como

síndrome lipodistrófica do HIV que também é caracterizada por perda de gordura

facial e das extremidades e deposição centrípeta em mamas, abdômen e formação

de gibosidade (aumento de gordura dorsocervical).

Adicionalmente, indivíduos infectados com o HIV que fazem ou não uso da

TARV sofrem de um estresse oxidativo sistêmico, causado pela presença dos

radicais livres e pela diminuição de moléculas do sistema antioxidante. Este fator

pode estar intimamente relacionado com as complicações decorrentes da doença

pelo HIV e com os distúrbios metabólicos observados nestes indivíduos (Glesby et

al, 2009; Mandas et al, 2009; Suresh et al, 2009).

1.6 O ESTRESSE OXIDATIVO

O estresse oxidativo pode ser definido como um desequilíbrio entre a

produção e a eliminação de espécies químicas altamente reativas ou radicais livres

(RL), como por exemplo, as espécies reativas de oxigênio e nitrogênio (ERON).

Radicais livres são átomos ou moléculas que apresentam vida livre e que

possuem elétrons não pareados nos seus orbitais mais externos. Decorrem da

definição química, duas propriedades peculiares: alta reatividade e alta instabilidade.

Devido a estas características os radicais livres podem reagir com qualquer

Page 32: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

29

biomolécula, sendo necessário apenas que estas biomoléculas existam na

proximidade do local de formação do radical livre.

As espécies reativas de oxigênio (ERO) são consideradas as principais

espécies químicas relacionadas a mecanismos oxidativos em humanos e animais.

São elas: radical superóxido (O2●-), peróxido de hidrogênio (H2O2), radical hidroxila

(OH●-), radicais alquila (R●-) e radicais peroxila (ROO●-).

A produção de ERON se dá durante função celular normal e são geradas

como subprodutos do metabolismo celular, principalmente na mitocôndria. Sua

formação é parte de um processo natural resultante da presença do oxigênio e

muitas vezes necessário para diversas funções orgânicas. O oxigênio necessita

receber quatro elétrons para a sua total redução formando água, e quando recebe

um, dois ou três elétrons, formam-se as ERON, como o H2O2, que embora não seja

um radical livre, é altamente reativo na presença de metais de transição (ferro ou

cobre) e importante para a formação do OH•- por meio das reações de Fenton e

Haber Weiss (Figuras 5 e 6, respectivamente; Halliwell & Gutteridge, 2007).

H2O2 + Fe2+ > Fe3+ + HO•- + OH-

Figura 5: Reação de Fenton. O peróxido de hidrogênio (H2O2) é ionizado em presença de íons ferrosos, levando à produção de radicais hidroxila (OH●) e íons hidroxila (OH-). O íon ferroso (Fe2+) sofre oxidação sendo liberado na forma de íon férrico (Fe3+).

O2•- + Fe3+ > O2 + Fe2+

H2O2 + Fe2+ > Fe3+ + HO•- + OH- O2

•- + H2O2 > O2 + HO•- + OH-

Figura 6: Reação de Haber-Weiss. O radical superóxido (O2●) reage com o peróxido de

hidrogênio (H2O2), em presença de metais de transição, para produzir radicais hidroxila (OH●-), íons hidroxila (OH- ) e oxigênio (O2).

Page 33: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

30

O processo de geração de ERON é uma reação em cascata, auto-alimentada

e não auto-limitada (Kotler, 1998; Carreiro, 2007), sendo assim, os radicais livres

podem provocar alterações em moléculas, tecidos e órgãos. Da sua ação sobre

ácidos nucléicos decorrem modificações estruturais no RNA e no DNA, implicando

na formação de novos radicais pirimidínicos ou purínicos, o que leva a mutações

gênicas e até mesmo a destruição destas moléculas. Da ação das espécies reativas

sobre os carboidratos pode ocorrer despolimerização dos polissacarídeos

acarretando perda do reconhecimento celular. Nas proteínas, podem causar

alteração funcional de receptores, anticorpos, sinais de transdução e alterar o

transporte de proteínas e enzimas. Em relação aos lipídeos, pode ocorrer a

destruição das membranas celulares por peroxidação dos ácidos graxos insaturados

(peroxidação lipídica) e também a oxidação das lipoproteínas de baixa densidade, a

LDL (Halliwell e Gutteridge, 2007).

Neste contexto, a peroxidação lipídica merece destaque, pois além de serem

descritos altos níveis de colesterol, triglicerídeos e do colesterol da LDL (Louie et al.,

2002; Meng et al., 2002; Miller et al., 2008; Mandas et al., 2009; Swanson et al.,

2009), ainda é relatado que os indivíduos infectados pelo HIV apresentam altos

índices dos subprodutos da peroxidação destes lipídeos, tais como o

malondialdeído (MDA) e isoprostanos (Glesby et al., 2009; Suresh et al., 2009).

Tem se reportado que os RL estão envolvidos na patogênese da infecção

pelo HIV, por ação de proteínas virais, que estimulariam indiretamente a produção

de ERON (Kruman et al., 1998) ao mesmo tempo em que inibiriam a síntese de

glutationa, importante antioxidante endógeno (Martín et al., 2001).

O processo de peroxidação lipídica pode ser definido como uma cascata de

eventos bioquímicos resultante da ação dos RL sobre os lipídeos insaturados

presentes nas membranas celulares e nas lipoproteínas.

A peroxidação lipídica talvez se constitua no evento citotóxico primário que

desencadeia uma sequência de lesões na célula. As alterações nas membranas

levam a transtornos da permeabilidade, alterando o fluxo iônico e o fluxo de outras

substâncias, o que resulta na perda da seletividade para entrada e/ou saída de

nutrientes e substâncias tóxicas à célula, alterações do DNA, oxidação da LDL e

comprometimento dos componentes da matriz extracelular (proteoglicanos, colágeno

e elastina). A peroxidação lipídica pode ser avaliada e utilizada como um indicador

Page 34: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

31

do estresse oxidativo celular através da mensuração de seus produtos como, por

exemplo, malondialdeído e isosprostanos, entre outros (Lima e Abdalla, 2001).

A geração de radicais livres, fisiológica ou não, bem como seus danos, podem

ser controlados por um sistema de defesa antioxidante normal e para tanto é

necessário que o organismo disponha de uma quantidade adequada de

micronutrientes que ditos antioxidantes como, por exemplo, o selênio, cobre, zinco,

vitamina A, E, C (Carreiro, 2007).

1.6.1 Antioxidantes

A capacidade antioxidante do organismo envolve o sistema enzimático

endógeno e o sistema não enzimático endógeno e exógeno. O sistema enzimático

inclui as seguintes enzimas antioxidantes: superóxido dismutase (SOD), catalase,

glutationa peroxidase (GPx) e glutationa redutase.

As enzimas superóxido dismutases (SOD), atuam sobre o radical O2

transformando-o em H2O2 (Figura 7). As SOD são representadas pela SOD-

mitocondrial (manganês dependente), a SOD-citoplasmática (dependente de cobre e

zinco) e a SOD-extracelular (ferro dependente) e está presente em todos os

organismos aeróbicos. Fazem parte do sistema antioxidante enzimático ainda, GPx

selênio dependente e a catalase (dependente de ferro), a qual encontra-se

predominantemente nos peroxissomos. Tanto a catalase como a glutationa

peroxidase atuam sobre o H2O2 transformando-o em água (Figuras 8 e 9). A

glutationa peroxidase catalisa também a redução de hidroperóxidos orgânicos e

inorgânicos pela glutationa reduzida (GSH) para formar glutationa oxidada (GSSG) e

água. Para a GSH continuar a catalisar esta reação, a GSSG necessita ser reduzida

novamente, o que ocorre por ação da glutationa redutase (Carreiro, 2007). Sobre o

radical hidroxila, considerado um potente causador de estresse oxidativo, o sistema

antioxidante do nosso organismo faz uso de moléculas pequenas que diminuem a

reatividade do radical hidroxila, tais como a glutationa as vitaminas A, E e C, o beta

caroteno, o ácido úrico (Halliwell e Guterridge, 2007).

Page 35: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

32

O2●─ + H+ SOD > O2 + H2O2

Figura 7 – Reação da dismutação do radical superóxido pela enzima superóxido

dismutase (SOD), produzindo oxigênio e peróxido de hidrogênio.

2H2O2 Catalase > 2H2O + O2

Figura 8: Reação de conversão do peróxido de hidrogênio em água e oxigênio pela

enzima catalase.

2GSH + H2O2 GPx > GSSG + 2H2O

Figura 9 – Reação de redução do peróxido de hidrogênio utilizando glutationa

reduzida para formar glutationa oxidada e água pela enzima glutationa peroxidase. A

reação inversa ocorre pela ação da enzima glutationa redutase.

A primeira sugestão de que o estresse oxidativo pode ser importante na

infecção pelo HIV veio com a dosagem da GSH. O plasma e fluidos pulmonares de

pacientes infectados com o HIV apresentaram uma drástica diminuição nos níveis de

GSH, cisteína e cistina e este quadro também foi observado nos monócitos e

linfócitos. Além disso, nos pacientes com AIDS a má nutrição decorrente da falta de

apetite somada à deficiência da absorção intestinal, metabolismo alterado e

infecções intestinais levam a uma deficiência de nutrientes, o que pode ser

responsável pela queda acentuada nos níveis de GSH observada nestes indivíduos

(van der Ven et al, 1998) .

A quantidade de micronutrientes no organismo é determinante na progressão

da doença do HIV, pois, estes micronutrientes, dos quais podemos destacar as

vitaminas E e C, carotenóides, flavonóides (isoflavonas, quercetina, catequinas,

resveratrol), além de outros, como os minerais zinco e selênio estão envolvidos na

expressão gênica, na diferenciação celular e na função imune. A vitamina E atua

como um fator de proteção principalmente das membranas celulares, bloqueando a

Page 36: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

33

iniciação e a propagação da peroxidação lipídica (Young, 2006), função semelhante

também possui a vitamina C. Além disso, a vitamina C também age na regeneração

da vitamina E oxidada e ajuda a manter níveis adequados de glutationa, além de

aumentar a absorção de ferro. Estas vitaminas, juntamente com as vitaminas do

complexo B além de promoverem um aumento da imunidade celular também

reduzem a replicação viral, que se acredita estar relacionada com o estresse

oxidativo nestes indivíduos.

Aparentemente, as deficiências dos micronutrientes parecem exacerbar o

estresse oxidativo induzido pelo vírus. Tal fato traz consigo déficits no crescimento e

no desenvolvimento de crianças e adolescentes e estes fatores estão associados à

progressão acelerada da doença e elevada mortalidade, acometendo

principalmente, indivíduos das regiões tropicais, que apresentam condições de vida

e de acesso à saúde precárias além da ingestão alimentar inadequada (Ambrus &

Ambrus, 2004; Young, 2006; Oguntibeju et al., 2007; Stone et al., 2010).

Adicionalmente, os indivíduos HIV que apresentam distúrbios metabólicos,

como altos níveis de triglicerídeos, colesterol total e colesterol da LDL possuem um

alto potencial de desenvolverem patologias relacionadas à peroxidação desses

lipídeos, principalmente no que diz respeito a oxidação da LDL. Neste contexto,

vários autores relatam o risco de doenças cardiovasculares nestes pacientes, tendo

em vista que a introdução da terapia antirretroviral aumentou grandemente a

expectativa de vida dos portadores do HIV (Barbaro, 2002; Mary-Krause et al., 2003;

Swanson et al., 2009; Barbaro, 2010; Arruda Júnior et al., 2010).

Por outro lado, também têm se investigado os mecanismos da inibição da

peroxidação lipídica e da oxidação da LDL pelos antioxidantes, os quais não

permitem as modificações oxidativas como as alterações dos peptídeos da apo B-

100 ou a peroxidação dos lípideos do núcleo da LDL (Lynch et al., 1994) , além de

também apresentarem um efeito protetor sobre a função mitocondrial, que nos

pacientes HIV parece estar alterada, estando este fato relacionado com a síndrome

lipodistrófica (Millazo et al., 2010)

Page 37: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

34

1.6.2 O estresse oxidativo nos indivíduos infectados pelo HIV

Os indivíduos infectados pelo HIV apresentam um quadro de estresse

oxidativo secundário a replicação do vírus, que se desenvolve por um aumento do

efeito pró – oxidante de citocinas inflamatórias, especialmente o fator de necrose

tumoral α (TNF- α), e/ou ativação dos linfócitos polimorfonucleares o que pode levar

a apoptose das linfócitos T CD4. (Delmas-Beauvieux et al., 1996; Dobmeyer et

al.,1997).

Também tem sido documentado que durante a infecção pelo HIV se observa

uma mudança nos marcadores celulares ou plasmáticos tais como diminuição da

glutationa, do zinco e selênio, aumento do malondialdeído plasmático e da 8-

hidroxiguanina presente nos linfócitos (de La Asunción et al., 1998).

Alguns componentes virais podem estar diretamente envolvidos nos

mecanismos do estresse oxidativo como relata Duffy et al. (2009) que trataram

artérias pulmonares suínas e células endoteliais das artérias pulmonares humanas

com a proteína Nef do HIV por 24h. O vaso relaxamento dependente do endotélio

em resposta a bradicinina apresentou-se significativamente reduzido, em torno de

32%, nas artérias tratadas quando comparadas com as não tratadas. Por outro lado,

a proteína do HIV também estimulou a produção dos ânions superóxidos. Tais

resultados demonstram que o próprio vírus pode estar envolvido no quadro de

estresse oxidativo desenvolvido por seus portadores.

A mobilização do sistema de defesa do hospedeiro envolve a ativação do

fator nuclear kappa (NF-қB) que está intimamente envolvido na resposta imune inata

e adaptativa, bem como na inflamação. Entretanto, o HIV se utiliza desse

mecanismo em proveito próprio já que sua proteína regulatória Tat leva a um

aumento na liberação de ERON nos pacientes infectados através da produção

mitocondrial dos ânions superóxidos, o que leva a uma ativação do NF-қB, que por

sua vez induz um aumento da transcrição do HIV. Por outro lado, a Tat contém

múltiplos resíduos de cisteína que são susceptíveis a oxidação, impedindo-a de

promover a expressão do gene viral. Desta forma, apesar do estresse oxidativo

promover a replicação do HIV, via NF-қB, altos níveis de RL podem deter este

processo por oxidação da Tat e do NF- қB e levar a apoptose do linfócito.

(Stephensen et al., 2005).

Page 38: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

35

Outros estudos demonstram que o estresse oxidativo presente na infecção

pelo HIV pode causar dano ao DNA pela formação de bases modificadas. Aukrust et

al. (2005) examinaram os níveis de 8-hidroxiguanina, um marcador de dano

oxidativo no DNA e verificaram que pacientes infectados pelo HIV, particularmente

aqueles com doença avançada, apresentam número diminuído das linfócitos T CD4

e uma capacidade reduzida de reparo nestas células, demonstrando um elevado

estresse oxidativo intracelular.

Também foi observado que a ativação do sistema imune (astrócitos e

macrófagos) causado pela presença do vírus no cérebro pode causar danos

neurológicos, pois há um estimulo da produção de citocinas, aumento expressão da

Óxido Nítrico Sintetase induzível (iNOS), ROS e eicosanoides, com formação de

nitrotirosina (Valyi-Nagy e Dermody, 2005).

Este quadro causado pelo aumento nos níveis de radicais livres e pela

diminuição de moléculas do sistema antioxidante torna-se mais acentuado pelo

tratamento antirretroviral, que promove a produção de mais metabólitos oxidados

derivados da interação entre RL e as biomoléculas da célula infectada.

Mandas et al. (2009) incluíram em seu estudo 116 indivíduos infectados pelo

HIV nos quais 86 faziam tratamento antirretroviral e 30 não, além disso também

foram incluídos 46 indivíduos HIV negativos como grupo controle. Observaram em

seus resultados que os níveis de oxidantes no soro foram significativamente mais

altos no grupo tratado se comparados com os níveis do grupo não tratado e do

controle. Também foi evidenciado que o grupo que apresentou uma ótima aderência

ao tratamento mostrou um status oxidativo significativamente mais alto do que o

grupo classificado como de baixa aderência ao tratamento.

Elevados níveis de isoprostanos plasmáticos, uma classe de moléculas

bioativas derivadas da oxidação não enzimática in vivo do ácido araquidônico e que

é usualmente observada em fumantes, também são encontrados em pacientes que

fazem uso do efavirenz, um inibidor da transcriptase reversa não nucleosídeo

(ITRNN). Além disso, esta classe de fármacos interfere nos mecanismos

bioquímicos mitocondriais (Lewis, 2003; Cossarizza & Moyle, 2004). Já os inibidores

da protease (IP) estimulam a ativação do sistema proteico hepático P450, envolvido

no metabolismo de fármacos e outros xenobióticos (Kumar et al., 1999).

Page 39: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

36

Lewis et al. (2006), demonstraram que os inibidores da transcrpitase reversa

nucleosídicos (ITRN) causam defeitos estruturais e funcionais, in vivo, nas

mitocôndrias. Estes fármacos causam danos ao DNA mitocondrial e

consequentemente prejudicam a produção de alguns polipeptídeos, eventos

importantes no mecanismo de toxicidade mitocondrial.

Jiang et al. (2007) utilizaram em seu estudo células endoteliais de cordão

umbilical humano tratadas com antirretrovirais e verificaram o desenvolvimento de

distúrbio na função mitocondrial, aumento na produção de ERON que trouxe como

consequência uma disfunção endotelial.

Coaccioli et al. (2010) avaliaram 26 pacientes infectados pelo HIV e

verificaram uma menor capacidade antioxidante total (CAT), uma maior quantidade

de radicais livres e um número menor de linfócitos T CD4 quando comparados com

indivíduos saudáveis. Esses dados mostram que os pacientes infectados por este

vírus apresentam uma condição importante de estresse oxidativo, na qual as

defesas antioxidantes estão presentes, porém insuficientes para neutralizar os

danos causados pelas ERON.

Glesby et al. (2009) mensurou a concentração de isoprostanos plasmáticos,

que reflete o grau de peroxidação lipídica e consequentemente do estresse

oxidativo, em mulheres portadoras do HIV e encontraram uma associação positiva

entre este parâmetro, a concentração de homocisteína e os níveis de aspartato

transaminase.

Os isoprostanos plasmáticos também foram foco de estudo por Redhage et

al. (2009), que utilizaram este marcador a fim de descrever o grau de estresse

oxidativo e consequentemente toxicidade da TARV em adultos infectados pelo HIV

que faziam uso da terapia antirretroviral. Foi observado que o status oxidativo difere

segundo os seguintes parâmetros: sexo, índice de massa corpórea e a classe de

retroviral utilizada.

Em contraste com os resultados dos estudos descritos acima, Awodele et al

(2012) descrevem que foi observada um aumento significativo nos níveis da

peroxidação lipídica, através da análise do MDA em pacientes HIV positivos quando

comparados aos HIV positivos que fazem a TARV. Por outro lado, os dois grupos

mostraram índices diminuídos de GSH quando comparados à pacientes controle.

Page 40: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

37

Outro fato que também pode contribuir para o desenvolvimento do estresse

oxidativo nesses pacientes é a má-absorção de micronutrientes, comum nos

portadores do HIV, já que essas substâncias são necessárias para o bom

desempenho do sistema de defesa antioxidante (Drain et al., 2007.)

Além das alterações no metabolismo oxidativo, os indivíduos infectados pelo

HIV apresentam um distúrbio fisiológico conhecido como síndrome lipodistrófica.

Esta síndrome inclui alterações metabólicas como dislipidemia, resistência insulínica,

redistribuição da gordura corporal (Mulligan et al., 2000).

1.7 O PERFIL LIPÍDICO DOS INDIVÍDUOS HIV POSITIVOS

No funcionamento normal do organismo humano o colesterol, precursor dos

ácidos biliares, fundamentais na digestão dos lipídeos e precursor dos hormônios

esteroides, também é constituinte de grande importância das membranas celulares,

e seu transporte no sangue é mediado pelas lipoproteínas plasmáticas.

As lipoproteínas são partículas globulares tipo micelas, que consistem de um

núcleo apolar de triglicerídeos e ésteres de colesteril envolvidos por um revestimento

anfifílico de proteínas, fosfolípideos e colesterol (quadro 1). Nesse contexto, merece

destaque a lipoproteína de baixa densidade (LDL), que fornece colesterol às células

através de sua endocitose mediada por receptores (Brown & Goldestein, 1992).

Em conjunto com a LDL, a lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL), a

lipoproteína de densidade intermediária (IDL) e a lipoproteína de alta densidade

(HDL) são transportadoras dos lipídeos endógenos através do sangue. A VLDL é

produzida pelos hepatócitos e seu principal componente lipídico são os

triglicerídeos, seguido do colesterol, do seu catabolismo resulta a IDL e do

catabolismo desta é formada a LDL, responsável por levar o colesterol aos tecidos

extra-hepáticos. A LDL pode ser endocitada por células do fígado ou de tecidos

extra-hepáticos. Modificações nesta partícula, como por exemplo, sua oxidação,

induzem sua internalização por macrófagos levando a formação de células

espumosas (Goldestein & Brown, 1977).

As lipoproteínas interagem com as membranas celulares possibilitando a

transferência de lipídeos. O colesterol livre em excesso na membrana celular é

Page 41: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

38

transferido à HDL para ser transportado para o fígado pelo processo conhecido

como transporte reverso do colesterol (Lima & Couto, 2006)

Quadro 1: Principais características das lipoproteínas transportadoras dos lipídeos endógenos.

VLDL IDL LDL HDL

Densidade (g.cm-3

) <1,006 1,006 – 1,02 1,02-1,063 1,063-11,2

Diâmetro (Å) 300-800 250-350 180-250 50-120

Massa (kD) 10000-80000 5000-10000 2300 175-360

% Proteínas 5-10 15-20 20-25 40-55

% Fosfolipídeos 15-20 22 15-20 20-35

% Colesterol livre 5-10 8 7-10 3-4

%Triglicerídeos 50-65 22 7-10 3-5

% colesteril éster 10-15 30 35-40 12

Apolipoproteínas B-100, C-I, C-II,

C-III, E

B-100, C-III, E B-100 A-I, A-II, C-I, C-II,

C-III, E

Fonte: Adaptado de Voet et al., 2000.

Os distúrbios no metabolismo lipídico tem sido alvo de atenção em indivíduos

infectados pelo HIV. Uma das primeiras alterações observadas nestes pacientes foi

a hipertrigliceridemia (Grunfeld et al., 1989). Também foi relatado diferenças nas

lipoproteínas com relação ao tamanho, densidade e composição química, lipídica e

proteica (Meyer et al., 1998; Hadigan et al., 1999; Yanovski et al., 1999). O tecido

adiposo parece ser um dos principais prejudicados no que diz respeito ao

metabolismo lipídico tendo em vista que a proteína Tat do HIV pode desempenhar

um importante papel na alteração funcional dos adipócitos, agindo como

estimuladora da expressão e liberação de citocinas pró-inflamatórias (Díaz-Delfín et

al, 2012).

Os distúrbios no metabolismo lipídico têm sido mais acentuadamente

observados após a introdução da TARV e tem sido descrito como uma das

alterações da síndrome a lipodistrofia que afeta indivíduos infectados pelo HIV. A

lipodistrofia foi inicialmente identificada a partir de 1997, coincidindo com a

introdução da TARV. Este fato levou a uma associação entre hipercolesterolemia

Page 42: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

39

e/ou hipertrigliceridemia e uso de inibidores da protease e dos inibidores da

transcriptase reversa análogos de nucleosídeos.

Dentre as complicações observadas estão incluídas além das alterações no

metabolismo lipídico, resistência à insulina, redistribuição da gordura corporal,

também acidose lática, osteopenia, entre outras (MacComsey, 2002). Ressalta-se

que a dislipidemia associada à infecção pelo HIV em pacientes que fazem uso da

terapia antirretroviral caracteriza-se por baixos níveis séricos de colesterol da HDL e

elevação de colesterol total, colesterol da LDL e triglicerídeos, constituindo perfil

lipídico sabidamente aterogênico (Montessori et al., 2004).

Um dos mecanismos propostos para se explicar algumas alterações lipídicas

observadas no curso da infecção pelo HIV seria a recuperação da resposta imune

principalmente nas fases crônicas da infecção por estar associada a um declínio

moderado na proporção de linfócitos T produtoras do TNF-α e a TARV promoveria a

polarização para a produção dessa substância. O TNF-α atuaria provocando uma

redução na captura de ácidos graxos livres pelos adipócitos através da inibição da

lipoproteína lipase, levando a perda de gordura. Ao mesmo tempo há um estímulo

da atividade da enzima triglicerídeo sintetase, fato este que aumenta a lipogênese

hepática resultando em hiperlipidemia (Ledru et al., 2000).

As desordens no metabolismo lipídico têm sido comumente relatadas em

indivíduos infectados pelo HIV como parte da síndrome da lipodistrofia ou como

anormalidade isolada.

Loonam e Mullen (2012) descrevem em sua revisão que a TARV pode ser um

fator importante no desenvolvimento da síndrome lipodistrófica associada ao HIV

porque induz inflamação do tecido adiposo, estresse oxidativo e infiltração dos

macrófagos, bem como alterações da função dos adipócitos e toxicidade

mitocondrial.

Sabendo que o risco cardiovascular em adultos está relacionado com a

duração da terapia, pode-se presumir que as crianças que fazem uso da terapia

antirretroviral estariam sob um risco excepcionalmente elevado de morbidade e

mortalidade cardiovascular prematura.

Miller et al. (2008) analisaram os fatores de risco para doenças

cardiovasculares em crianças infectadas pelo HIV. Essas crianças apresentaram

baixo peso e baixo índice de massa corporal, altos níveis de triglicerídeos e baixos

Page 43: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

40

níveis de colesterol da HDL. Também analisaram os efeitos da terapia com o uso do

IP e, separadamente, com ITRNN e constataram que o primeiro grupo de fármacos

(IP) está relacionado com os distúrbios no metabolismo lipídico desses pacientes.

Outros resultados foram relatados por Aldrovandi et al. (2009). Em seus

estudos com crianças soropositivas que faziam uso da terapia antirretroviral,

acrescido ou não de IP, observaram que a média de colesterol total e colesterol da

LDL foi significativamente alta e o colesterol da HDL mostrou-se baixo no grupo

positivo que fez uso da TARV associada à IP.

Outros estudos relacionados com os efeitos da TARV sobre a adipogênese

relataram que as ITRNN e algumas IP induziram uma redução severa no conteúdo

lipídico celular. Esses fármacos induziram uma diminuição na expressão dos genes

associados aos fatores transcricionais lipogênicos, dentre eles o PPAR-ɣ, indicando,

assim, que esses fármacos interferem diretamente na fisiologia dos adipócitos

(Minami et al., 2010).

Recentemente, Manente et al. (2012) forneceram evidências de que

fármacos anti-HIV têm um efeito diferencial no ciclo celular e diferenciação dos

adipócitos, sendo capaz de modificar a resposta ao estresse oxidativo por meio de

um aumento de ROS, que compromete a indução das enzimas antioxidantes. Em

detalhe, o saquinavir, o efavirenz, e estavudina exercem influências anti-

adipogênicas, elevando os níveis da resposta oxidativa e induzindo a apoptose.

Estudos de Ouguerram et al. (2008) compararam indivíduos HIV positivos

normolipidêmicos sem lipodistrofia com dislipidêmicos com lipodistrofia tratados com

TARV e observaram que estes últimos apresentaram altos níveis de triglicerídeos,

colesterol total e da proteína apoB presente principalmente nas LDLs. Além disso,

também ficou demonstrada uma diminuição na velocidade de transformação da

VLDL para IDL e desta para LDL.

Os distúrbios metabólicos, tomando como destaque a dislipidemia,

apresentados nos infectados pelo vírus da imunodeficiência humana podem estar

relacionados diretamente aos mecanismos de replicação do vírus, no qual alguns

passos são criticamente dependentes do colesterol intracelular.

Maziere et al., (1994) observaram que o colesterol intracelular tem

importância na montagem do vírus. Neste estudo foi utilizado um inibidor da síntese

Page 44: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

41

de colesterol, a lovastatina, e isto reduziu o número de partículas do HIV produzidas

na célula infectada.

Ono e Freed, (2001) indicaram que a diminuição do colesterol celular e do

número de domínios lipídicos reduzem o número de partículas do HIV produzidas.

Campbell et al. (2002) demonstraram a importância do colesterol na

infectividade do HIV através do tratamento das partículas do vírus com fármacos

sequestrantes de colesterol, como a ciclodextrina que levou a um comprometimento

da entrada na célula por rompimento da bicamada lipídica do vírion com níveis

normais de gp120. Paralelamente, Guyader et al. (2002) comprovaram que os

vírions ligam-se ao receptor CD4 na superfície da célula alvo entretanto não

conseguem ser internalizados.

Mujawar et al., (2006) demonstraram que a proteína Nef do HIV inibe a função

da proteína transportadora transmembrana ABCA1 no qual depende o efluxo de

colesterol dos macrófagos humanos, uma condição altamente aterogênica. Foram

descritos dois mecanismos: no primeiro a proteína do HIV, induz uma inibição na

regulação pós transcricional da ABCA1; no segundo a Nef causa uma redistribuição

da ABCA1 na membrana plasmática o que inibe a internalização da apo A-I e desta

forma o excesso de colesterol não pode ser retirado de dentro da célula. Macrófagos

infectados pelo HIV acumulam uma quantidade substancial de lipídeos o que dá

origem às células espumosas. Em contrapartida, se acontece a estimulação do

efluxo de colesterol dos macrófagos a infectividade dos vírions produzidos por estas

células fica significantemente reduzida.

Além das tentativas de elucidação dos mecanismos que desencadeiam a

síndrome lipodistrófica nos pacientes HIV positivos diversos estudos tem relatado tal

distúrbio como consequência do estresse oxidativo desenvolvido por estes

indivíduos e que se torna mais acentuado pelo tratamento antirretroviral.

Hammond, et al. (2010) compararam indivíduos saudáveis com pacientes

HIV que receberam associada à terapia antirretroviral, zidovudina e estavudina (IPs).

Amostras do tecido adiposo dos pacientes revelaram significante depleção do DNA

mitocondrial, infiltrado de tecido adiposo nos macrófagos e elevados níveis de

citocinas pró-inflamatórias. Também foi observada uma elevada relação entre o

colesterol da HDL e o colesterol total, bem como um aumentado índice de massa

corpórea.

Page 45: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

42

Vassimon et al., (2010) analisaram o perfil oxidativo de indivíduos HIV

positivos que desenvolveram a síndrome lipodistrófica e observaram que estes

apresentaram altos níveis hidroperóxidos totais, lipídeos e produtos da oxidação

avançada de proteínas, sendo que os dois últimos parecem estar associados aos

níveis plasmáticos de insulina.

Glesby et al. (2009) sugerem que a homocisteína está relacionadas com um

aumento no estresse oxidativo e que esta molécula pode contribuir para oxidação da

LDL e peroxidação dos lipídeos. Em seu estudo, determinaram os níveis de

isoprostanos, marcadores da peroxidação lipídica, e homocisteína no plasma de

mulheres infectadas pelo HIV e encontraram uma correlação positiva entre esses

dois parâmetros.

Wang et al., (2007) estudaram o efluxo de colesterol nos monócitos humanos

e células mononucleares do sangue periférico através da sua incubação com LDL

acetilada e colesterol marcado para formação das células espumosas. Em seguida

foram tratados com Apo A-I. O IP reduziu significativamente o efluxo de colesterol

das células para a apo A-I, assim como, a expressão do receptor B1. Em

contrapartida, a produção do ânion superóxido mostrou-se aumentada nos

macrófagos.

Kim et al. (2008) em seu trabalho com amostras de tecido adiposo dos

indivíduos infectados pelo HIV relatou um aumento da apoptose e do estresse

oxidativo por aumento da atividade das caspases 3, uma das responsáveis pela

apoptose celular, que se apresentou significativamente aumentada nas amostras

dos pacientes. O mesmo aconteceu com o RNAm do transcrito induzido por dano ao

DNA (DDIT) que é regulado pelas espécies reativas de oxigênio mitocondriais, o que

sugere o envolvimento do estresse oxidativo neste processo.

Ronchini et al. (2004) mensurou os níveis de anticorpos anti-LDL oxidada e

correlacionou com o status imunológico de pacientes HIV positivos com

manifestações clínicas de lipodistrófica. Observaram que houve uma redução

significante nos anticorpos anti-LDLox e que isto tinha relação com a lipodistrófica e

o estado de imunocomprometimento dos pacientes. Tais resultados podem explicar,

em parte, o rápido desenvolvimento de doença cardiovascular em alguns pacientes.

Em estudo comparativo entre dois grupos de pacientes HIV positivos que

faziam uso ou não da TARV com indivíduos HIV negativos, Mandas et al. (2009),

Page 46: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

43

observaram que ambos os grupos portadores do vírus, apresentaram

hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia e também altos níveis de radicais livres,

sendo que os usuários da terapia demonstraram uma elevação mais acentuada.

Também foi observado por Suresh et al. (2009) que indivíduos infectados pelo

HIV, sintomáticos e assintomáticos, apresentam altos níveis de MDA, subproduto da

peroxidação dos lipídeos, em contraste, com baixos índices de antioxidantes como

as vitamina E e C e atividade da superóxido dismutase (SOD).

Djinhi et al. (2009) verificaram que pacientes portadores do HIV

assintomáticos, demonstram valores elevados de MDA e dos produtos da oxidação

avançada de proteínas e uma deficiência severa de selênio, sugerindo, assim que

há um estresse oxidativo aumentado e uma defesa antioxidante reduzida nesses

indivíduos.

Kelesidis et al. (2011) demonstraram, em indivíduos HIV infectados com

viremia suprimida e que usam a TARV, que a atividade antioxidante/anti-inflamatória

da HDL está marcadamente reduzida pelo estresse oxidativo e pela inflamação

crônica.

Wanchu et al. (2009) analisaram os níveis de estresse oxidativo através da

peroxidação lipídica e o status antioxidante, por meio da mensuração da glutationa

no plasma de indivíduos infectados pelo HIV que faziam uso ou não da terapia

antirretroviral. Os valores de LPO nos indivíduos infectados foram significantemente

mais elevados do que nos controles saudáveis. Porém, os valores de glutationa

dos pacientes HIV positivos mostraram-se significativamente reduzidos. Tais

resultados indicam que há um aumento no estresse oxidativo na infecção pelo HIV e

os autores sugerem que a suplementação com antioxidantes ajudaria a reverter

esse quadro.

Os distúrbios lipídicos, além de estarem envolvidos na síndrome da

lipodistrofia também podem ser fatores desencadeantes de doenças vasculares

juntamente com as disfunções endoteliais. Os efeitos do uso da terapia antirretroviral

altamente reativa sobre as funções de endotélio vêm sendo estudos desde o início

da sua introdução no tratamento dos indivíduos infectados pelo vírus da

imunodeficiência humana. Em 1992, Lafeuillade et al. observaram que o uso da

TARV desencadeou um aumento da disfunção endotelial nestes pacientes. Mais

recentemente, Ferraro et al. (2009) observaram o mesmo efeito em pacientes que

Page 47: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

44

fizeram uso da terapia, por um longo período de tempo, na qual também fez parte

um inibidor da protease. Os IP, segundo Chai et al. (2005) podem reduzir a

produção do óxido nítrico (que tem um papel chave nos fenômenos de dilatação e

relaxamento dos vasos sanguíneos) por inibir a expressão da enzima óxido nítrico

sintase endotelial e aumentar os níveis do ânion superóxido como expressão do

aumento do estresse oxidativo.

Adicionalmente, Baker et al. (2009) relatam que a disfunção observada nos

pacientes HIV positivos, como por exemplo, a diminuição da elasticidade dos vasos

sanguíneos, pode estar relacionada com um mecanismo inflamatório desenvolvido

pelo hospedeiro e/ou pelo próprio vírus que causaria um dano direto ao endotélio.

Além das evidências da relação dos distúrbios lipídicos com o estresse

oxidativo diversos autores sugerem que uma suplementação alimentar com

micronutrientes que apresentam atividade antioxidante poderia ser um complemento

ao tratamento dos indivíduos infectados que desenvolveram sinais e sintomas da

doença causada pelo HIV (Nakamura et al., 2002; Ambrus & Ambrus, 2004; Marston

& De Cock, 2004; Young, 2006; Fawzi et al., 2007; Suttajit, 2007; Irlam et al., 2010).

1.8 O EFEITO DOS ANTIOXIDANTES NA PATOGÊNESE DA INFECÇÃO PELO HIV

Estudos recentes têm demonstrado o efeito da suplementação de nutrientes

antioxidantes no curso da infecção pelo HIV.

Mehta, et al. (2010), observaram baixas concentrações de vitaminas lipo-

solúveis correlacionada com outras deficiências nutricionais em mulheres infectadas

pelo HIV na Tanzânia, sugerindo que a implementação de intervenções, como a

suplementação, seriam apropriadas.

Suttajit (2007) em sua revisão sobre doses elevadas de vitaminas,

antioxidantes sintéticos e minerais conclui que tais intervenções nutricionais podem

melhorar o estado nutricional e manter a função do sistema imune. Tais substâncias

protegeriam o organismo por reduzirem o estresse oxidativo induzido pelas ERON.

O estresse oxidativo é um dos passos iniciais que podem levar a morte celular

apoptótica, cânceres relacionados à AIDS e redução da resposta imune proliferativa

de forma que a suplementação vitamínica pode oferecer proteção contra esse

Page 48: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

45

processo. Estudos de Allard et al. (1998) já indicavam este fato. Este grupo

suplementou pacientes HIV positivos com as vitaminas E e C e verificou um

acréscimo nos valores plasmáticos destas vitaminas, além de uma redução na

peroxidação e uma tendência de redução da carga viral. A mesma suplementação

também foi feita por Jaruga et al. (2002), porém, neste estudo foram avaliadas as

modificações oxidativas nas bases de DNA de linfócitos, os níveis das substâncias

reativas ao ácido tiobarbitúrico e a atividade das enzimas antioxidantes. Com

relação aos dois primeiros parâmetros observou-se uma redução significante e em

se tratando das enzimas houve uma restauração das suas atividades.

Porém, em estudo randomizado realizado por Semba et al. (2007) não se

verificou associação entre a suplementação de micronutrientes e redução da

mortalidade entre HIV positivos com tuberculose, apesar de os níveis séricos de

vitamina E e selênio estarem aumentados nos indivíduos que fizeram o uso do

suplemento. Por outro lado, um estudo prospectivo, randomizado e duplo-cego

desenvolvido por Kaiser et al (2006) avaliaram o uso de um multivitamínico

comparado com placebo em indivíduos fazendo uso de terapia antirretroviral

altamente ativa durante 12 semanas. Demonstraram que a contagem de linfócitos T

CD4 aumentou significativamente no grupo que recebeu o suplemento de

micronutrientes.

Batterham et al. (2001) investigaram se o uso de altas doses de suplementos

antioxidantes, vitamina A, C, E e selênio traria melhores resultados do que as doses

recomendadas sobre os efeitos prejudiciais causados pela infecção do HIV.

Observaram que a suplementação realmente melhora a atividade de substâncias

importantes no mecanismo da defesa antioxidante, como o selênio, a glutationa e a

glutationa peroxidase, porém, a utilização das doses elevadas não mostrou

diferença significante quando comparados os resultados com as doses

recomendadas.

Irlam et al., 2010, concluíram que a suplementação de micronutrientes reduz

a morbidade e a mortalidade em mulheres grávidas infectadas pelo vírus da

imunodeficiência e nos seus filhos. A vitamina A é benéfica e segura para as

crianças portadoras do HIV, porém não há uma determinação de seu benefício em

adultos. Já o zinco seria um micronutriente recomendado em ambos os casos.

Page 49: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

46

Fawzi et al. (2007) examinaram o efeito da suplementação com as vitaminas

A, B, C e E além de ferro e folato na concentração de hemoglobina e no risco do

desenvolvimento da anemia entre mulheres grávidas infectadas pelo HIV e suas

crianças. Como resultados, este estudo demonstrou que o grupo HIV positivo que

recebeu as vitaminas apresentaram maiores concentrações de hemoglobina do que

o placebo. Resultados positivos também foram alcançados pelas crianças nascidas

dessas mulheres, pois estas apresentaram risco reduzido de anemia, quando

comparados com o grupo placebo.

Baixos níveis de vitamina E, são freqüentemente encontrados em portadores

de infecção por HIV e estudos têm sugerido que níveis mais altos podem diminuir o

risco de progressão da doença. No entanto, Portales et al. (2004) relata que a

suplementação com vitamina E também aumenta a expressão do CCR5, co-receptor

para o HIV, na superfície das linfócitos T CD4, o que pode estimular a replicação do

HIV. Da mesma forma, Graham et al. (2007) analisaram os níveis dessa vitamina

em mulheres quenianas que viviam sob condições de risco antes de serem

infectadas pelo HIV e que posteriormente adquiriram o vírus. Seus resultados

sugerem que altos níveis de vitamina E no momento em que o indivíduo é infectado

pelo vírus estão relacionados com a aceleração da progressão da doença e com

uma alta mortalidade.

Stone et al. (2010) afirma que o selênio tem uma ação inibidora sobre o HIV

através da glutationa peroxidase e outras selenoproteínas. Além disso, a deficiência

deste elemento está associada com a progressão da AIDS e com a mortalidade.

Desta forma, recomendam o estudo da suplementação com selênio sobre as

infecções oportunistas e outras doenças relacionadas à infecção pelo HIV.

De fato, a deficiência do selênio causa uma diminuição da função imonológica

do hospedeiro e se inicia rapidamente mutações no RNA viral que causa um

aumento da sua virulência. Assim, Harthill (2011) descreve que a suplementação

com este elemento em pacientes infectados e selênio-deficientes diminui a

velocidade de mutação e melhora a função imunológica.

Conduzido por McClelland et al. (2004), um ensaio randomizado e duplo-cego

que avaliou o efeito da suplementação diária, durante 6 semanas, de um

multivitamínico com 200µg de selênio comparado com placebo, numa amostra de

Page 50: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

47

400 mulheres portadoras do HIV-1, mostrou que a suplementação com o

multivitamínico aumentou a contagem de linfócitos T CD4 e linfócitos T CD8.

Além do selênio, outro elemento considerado peça chave nos mecanismos

do sistema antioxidante é o zinco. Para observar seus efeitos sobre o curso da

infecção pelo HIV, Baum et al. (2010) suplementaram pacientes infectados com

zinco e verificaram um atraso na perda imunológica e uma redução da diarreia que

acomete esses pacientes. Estes achados sugerem o benefício da suplementação do

zinco como adjuvante na terapia contra o vírus da imunodeficiência humana.

Trabalhos mais antigos, como por exemplo, Rosa et al. (2000) já relatavam

que a utilização da N-acetilcisteína (NAC) em indivíduos portadores do vírus da

imunodeficiência adquirida poderia atuar como uma terapia associada à TARV,

tendo em vista que essa substância conferiria um aumento nas defesas

antioxidantes (foi observada uma reposição no conteúdo total de glutationa), além de

melhorar a resposta imunológica (aumento no número de células T) do indivíduo

infectado.

Mais recentemente, Millazo et al. (2010) investigaram os efeitos da

suplementação antioxidante de n-acetil-L-carnitina e ácido lipóico com n-

acetilcisteína sobre a função mitocondrial, distribuição de gordura corporal,

metabolismo dos lipídeos e da glucose em pacientes HIV infectados com lipoatrofia

relacionada a TARV. Seus achados foram que essa suplementação pode exercer

um efeito protetor sobre a função mitocondrial, porém age de forma limitada sobre

as anormalidades observadas na síndrome lipodistrófica dos pacientes infectados

pelo vírus da imunodeficiência adquirida.

Adicionalmente, para comprovar os efeitos dos inibidores de protease usados

na TARV sobre o efluxo de colesterol, Wang et al. (2009) usaram células espumosas

derivadas de monócitos e células mononucleares humanas tratadas com três

inibidores da protease (estavudina, didanosina e indinavir). Seus achados

demonstraram que há uma redução significante do efluxo de colesterol nestas

células. Foi observada uma diminuição no transporte do colesterol intracelular via

caveiolina-1, com aumento da produção do ânion superóxido. Além disso, o

potencial de membrana mitocondrial também se mostrou acentuadamente reduzido,

enquanto a expressão da subunidade p67 phox da NADPH oxidase foi aumentada.

Os antioxidantes gisenocídeos, S-alil cisteína sinvastatina e vitamina E aboliram a

Page 51: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

48

ação inibidora do TARV sobre o efluxo do colesterol das células espumosas

derivadas dos macrófagos humanos acarretada pela redução na regulação da

caveolina-1 e pelo aumento do estresse oxidativo.

Com relação aos antioxidantes naturais, Djohan et al. (2009) estudaram o

efeito do chá da erva Alternanthera pungens em pacientes HIV positivos

assintomáticos, por um período de aproximadamente 2 anos. Seus resultados

demonstraram que houve um aumento significativo do número de linfócitos T CD4+

e CD8+, acompanhado de uma redução dos marcadores de estresse oxidativo MDA

e produtos da oxidação avançada de proteínas (AOPP), podendo prevenir, também,

contra doenças oportunistas.

Também é descrito na literatura os efeitos antioxidantes dos polifenóis

encontrados em frutas e vegetais, neste sentido, Arendt et al. (2001) investigaram os

efeitos desses alimentos sobre a capacidade antioxidante do plasma em pacientes

HIV positivos comparando os seus resultados com os dos indivíduos não infectados.

Observaram que um litro de suco de frutas ingerido por longos períodos de tempo

pode aumentar a atividade das defesas antioxidantes.

Cheng et al (2010) estudaram os efeitos da isoflavona de soja sobre a

disfunção endotelial causada pelos IPs contra a protease HIV em células do

endotélio de artérias pulmonares. Observaram que os IPs diminuem o relaxamento

dos vasos dependente do endotélio e este fato é revertido quando se administra a

isoflavona. Essas drogas também reduzem a expressão da Óxido Sintetase

endotelial (eNOS) e estimulam a produção do ânion superóxido, porém a isoflavona

reverteu esses efeitos. Tais achados sugerem que este suplemento antioxidante

protege efetivamente a função vascular dos efeitos prejudiciais dos IPs que

estimulam a disfunção vasomotora, a baixa regulação da eNOS, e aumento do

estresse oxidativo.

Desta forma, embora vários estudos relatem os benefícios da suplementação

com micronutrientes na redução da morbidade e mortalidade da infecção pelo HIV,

Friis (2006), afirma que o efeito da intervenção com um micronutriente específico irá

depender da ingestão pregressa desse nutriente e também da interação com outros

micronutrientes ingeridos.

Muitos alimentos são ricos em micronutrientes e apresentam uma ampla

variedade de propriedades medicinais. Os cogumelos têm sido foco de vários

Page 52: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

49

estudos que identificaram como uma de suas propriedades a atividade antioxidante

(Hoobs, 1995; Zhang et al., 1999; Mau et al., 1999; Stamets, 2000; Percário, 2008).

1.8.1 O Agaricus sylvaticus

Cogumelos são usados com fins medicinais há milhares de anos. A ordem

Agaricales é uma das maiores classes de fungos que se tem conhecimento e

contém um grande número de espécies importantes que são usadas como

suplemento nutricional e suporte terapêutico (Taveira et al., 2008).

Os cogumelos do gênero Agaricus (A. bisporus, A. blazei, A. sylvaticus e

outros), têm sido muito estudados devido a suas propriedades medicinais, incluindo,

antiangiogênica, antibactericida, antihiperlipidêmica, imunomoduladora, antitumoral

(Fortes e Novais, 2006; Wasser, 2002; Borches et al., 2004), liberadora de óxido

nítrico, dentre outras. Tais propriedades têm sido atribuídas a uma classe de

polissacarídeos presentes neste cogumelo, as glucanas (Percário, 2008).

De fato, análises bioquímicas realizadas pelo Departamento de Ciência de

Alimentos da Universidade de Campinas (UNICAMP), pelo MEDLAB produtos

diagnósticos LTDA, pelo Japan Food Research Laboratories e pelo Food and Drug

Administration (FDA) identificadas em extratos do A. sylvaticus inúmeras moléculas

que apresentam propriedades antioxidantes, incluindo vitamina A, vitamina E,

vitamina C, biotina, carotenóides, flavonóides, terpenóides, esteróides e vários

minerais como o selênio (quadro 2). De modo que há grande potencial antioxidante

quando se conjugam todas estas moléculas em um único alimento, tal como neste

cogumelo (Percário, 2008).

Confirmando tais achados, Percário et al. (2009), testaram a capacidade

antioxidante in vitro de duas formas comerciais industrializadas do Agaricus

sylvaticus, obtendo-se para ambas elevada atividade antioxidante total. Nesse

trabalho foi observada uma inibição de 100% da produção de radicais livres in vitro

com valores extremamente baixos de massa de cogumelo, da ordem de menos de 1

mg.

Com relação ao seu efeito antihiperlipidêmico, em estudo de Percário et al.

(2008) foi observado que a administração do Agaricus sylvaticus reduz o

Page 53: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

50

desenvolvimento das placas de ateroma em animais, o que sugere que este

cogumelo pode impedir o aparecimento da aterosclerose.

Alguns micronutrientes, provavelmente constituem-se fatores chaves na

melhora do estado oxidativo (com redução do desequilíbrio entre fatores pró-

oxidantes e antioxidantes), o que trás como consequência uma melhora no

metabolismo geral do organismo. Ainda não há um consenso entre os diversos

autores que estudam o impacto da suplementação com micronutrientes no curso da

infecção pelo HIV, no tratamento com os antirretrovirais, bem como seus efeitos

sobre o estresse oxidativo e os distúrbios metabólicos (com ênfase para os fatores

relacionados com a lipodistrofia) que estes pacientes apresentam, sendo

necessárias mais pesquisas para elucidar estas teorias. Portanto, torna-se de

grande interesse estabelecer novas estratégias de tratamento que possam levar,

associados à terapia antirretroviral já estabelecida, a um retardo na progressão da

doença, assim como também a uma redução da incidência das complicações

secundárias à infecção e ao tratamento, uma redução da mortalidade e uma maior

sobrevida.

Desta forma, é muito provável que a suplementação com A. sylvaticus

associada à TARV em indivíduos portadores do HIV pode trazer consigo uma

diminuição do estresse oxidativo, com consequente melhoria dos distúrbios lipídicos

e da condição clínica nesses indivíduos. Assim, este estudo torna-se importante pela

tentativa de estabelecer novas estratégias de tratamento que tragam aos portadores

do HIV uma significante melhoria na qualidade de vida.

Page 54: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

51

Quadro 2 – Concentração de constituintes presentes em Agaricus sylvaticus

Substância Concentração Proteínas 39,4mg/100g

Gorduras 3,0g/100g

Carboidratos 45,6g/100g

Sódio 4,2mg/100g

Ferro 21,2mg/100g

Cálcio 35,7mg/100g

Potássio 3,15g/100g

Magnésio 100mg/100g

Cobre 8,24mg/100g

Zinco 6,61mg/100g

Manganês 0,65mg/100g

Selênio 36μg/100g

Tiamina (B1) 1,21mg/100g

Riboflavina (B2) 3,41mg/100g

Vitamina B6 0,83mg/100g

Vitamina B12 0,17μg/100g

Vitamina C 56mg/100g

Calciferol 5,8μg/100g

Ácido fólico 0,36mg/100g

Ácido pantotênico 39,4mg/100g

Inositol 201mg/100g

Niacina 39,9mg/100g

Arginina 1,71g/100g

Lisina 1,55g/100g

Histidina 0,62g/100g

Fenilalanina 1,11g/100g

Tirosina 0,83g/100g

Leucina 1,72g/100g

Isoleucina 1,10g/100g

Metionina 0,39g/100g

Valina 1,28g/100g

Alanina 1,75g/100g

Glicina 1,25g/100g

Prolina 1,26g/100g

Ácido Glutâmico 5,73g/100g

Serina 1,20g/100g

Treonina 1,21g/100g

Ácido aspártico 2,35g/100g

Triptofano 0,43g/100g

Cistina 0,36g/100g

Açúcar Livre 282mg/g

Fenóis 0,10mg/g

Beta D Glucana 126,98mg/g

Isoflavona (Genisteina) 0,875mg/g

Fonte: Odorizzi, 2006.

Page 55: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

52

1.9 OBJETIVO

1.9.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o efeito da suplementação nutricional do cogumelo Agaricus sylvaticus sobre

o estresse oxidativo, a defesa antioxidante e o perfil lipídico em adultos infectados

pelo HIV e que fazem uso da terapia antirretroviral.

1.9.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Verificar o efeito da suplementação de A. sylvaticus sobre os marcadores do

estresse oxidativo, especificamente as espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico e

a defesa antioxidante total nesses indivíduos;

Avaliar o efeito desta suplementação sobre os marcadores do perfil lipídico neste

grupo;

Verificar a existência de possíveis correlações entre marcadores do estresse

oxidativo e defesa antioxidante com marcadores do perfil lipídico nesses

indivíduos;

Avaliar os efeitos da suplementação sobre marcadores imunológicos da

evolução da doença e a existência de possíveis correlações entre esses

marcadores e perfil lipídico, estresse oxidativo e defesa antioxidante.

Page 56: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

53

2 CASUÍSTICA E MÉTODOS

2.1 CASUÍSTICA

Para este estudo experimental e prospectivo, foram selecionados 60 adultos

com idade entre 21 e 50 anos, de ambos os sexos, com sorologia positiva para o

HIV que estavam em tratamento com antirretrovirais e são assistidos no Centro de

Atenção à Saúde em Doenças Infecciosas Adquiridas (Casa DIA) do município de

Belém – PA. Os grupos foram divididos de acordo com protocolo de randomização e

constituídos conforme descrito abaixo.

- Grupo 1 – HIV As (N=24): sujeitos soropositivos para o HIV que receberam

suplementação nutricional de cogumelo A. sylvaticus, simultaneamente ao

tratamento com TARV;

- Grupo 2 – HIV P (N=21): sujeitos soropositivos para o HIV que receberam o

placebo do cogumelo A. sylvaticus ao mesmo tempo em que fizeram uso da terapia

antirretroviral.

2.2 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Foram incluídos no estudo adultos com idade de 21 a 50 anos de idade, de

ambos os sexos, com diagnóstico definitivo para presença doHIV, que faziam uso da

terapia antirretroviral (tabela 1), residentes no município de Belém. Os sujeitos

participantes firmaram um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE), em

conformidade aos preceitos de ética em pesquisa com seres humanos e dentro do

estabelecido na legislação brasileira (Brasil, 1996; APÊNDICE 1). Vale salientar que

o projeto deste estudo foi previamente analisado e autorizado pela direção da

Instituição onde foi realizada a Pesquisa (ANEXO 1) e aprovado pelo Comitê de

Ética em Pesquisa do Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Federal do

Pará sob o número de protocolo 024/09 CEP-ICS/UFPA (ANEXO 2).

Page 57: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

54

Tabela 1: Terapia antirretroviral administrada aos portadores do HIV que fizeram

parte dos grupos HIV As e HIV P.

ARV Grupo

ITRN ITRNN IP HIV As

(N=24)

HIV P

(N=21)

AZL EFZ - 11 12

AZL NPV - 1 1

AZL - LPV/r 3 6

AZL - ATV 1

TDF 3TC - - 1

TDF 3TC EFZ - 4

TDF 3TC - LPV/r 2

TDF 3TC

TDF 3TC

EFZ

-

LPV

ATV

1 1

TDF AZL - RTV 1

ARV: antirretroviral; ITRN: inibidores da transcriptase reversa nucleosídicos, ITRNN: inibidores da transcriptase reversa não nucleosídicos; IP: inibidores da protease; AZL: Lamivudina + zidovudina; EFZ: Efaavirenz; NVP: Nevirapina; LPV/r: Lopinavir + Ritonavir; ATV: Atazanavir; TDF: Tenofovir; 3TC: Lamivudina; RTV: Ritonavir. HIV As: grupo Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo placebo.

Foram excluídos deste estudo os sujeitos portadores do HIV, mas que não

faziam uso da TARV e que apresentaram patologias degenerativas como câncer,

diabetes, hipertensão e crônicas como, por exemplo, hepatite C. Também foram

excluídos usuários de suplementação antioxidante; portadores de problemas

psiquiátricos, usuários de drogas ilícitas, etilistas crônicos e tabagistas, mulheres

climatéricas, bem como indivíduos com Índice de Massa Corpórea abaixo de 18,5 e

acima de 25 Kg/m2.

2.3 FORMA E POSOLOGIA DO SUPLEMENTO

A suplementação foi feita por um período de seis meses consecutivos. Para a

administração de Agaricus sylvaticus foram utilizadas as formas em comprimido

deste cogumelo, produzidos comercialmente pela empresa Cogumelo do Sol

Page 58: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

55

Agaricus do Brasil LTDA, cuja fórmula é padronizada e registrada como alimento

pelo Ministério da Saúde (registro Nº 6.1021.0002.001-7). Cada comprimido

apresenta 350 mg de Agaricus sylvaticus seco, desidratado e moído. Sendo assim,

cada um dos sujeitos incluídos no grupo HIV As ingeriu 1,4g de cogumelo por dia. O

placebo foi produzido pela empresa contendo os mesmos excipientes.

2.4 OBTENÇÃO E ARMAZENAMENTO DAS AMOSTRAS

Ao início e ao final do estudo (seis meses) foram colhidas amostras de

sangue periférico (totalizando duas amostras) para análise laboratorial de

marcadores do estresse oxidativo (TBARS), da defesa antioxidante (TEAC) e do

perfil lipídico (colesterol total, triglicerídeos, HDLc e LDLc).

As amostras de sangue foram coletadas, na própria instituição de realização

da pesquisa por técnicos especializados, após jejum de 12h, em tubo sem

anticoagulante para obtenção do soro (8mL) e em tubos com o anticoagulante ácido

etilenodiamino tetraacético (5mL) na concentração final de 1mg/mL para obtenção

do sangue total.

Após a coleta, as amostras foram transportadas dentro de recipiente térmico

apropriado para o Laboratório de Pesquisa em Estresse Oxidativo da Universidade

Federal do Pará (LAPEO/UFPA), onde foram processadas.

Os tubos foram centrifugados a 2500 rpm por 15 minutos, o plasma separado

em recipiente (tubo de eppendorf de 1,5 mL) devidamente identificado de acordo

com o protocolo de identificação dos sujeitos e congelado em freezer a -20°C,

estando pronto para uso. As amostras foram descongeladas a temperatura ambiente

apenas para a realização das dosagens.

Page 59: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

56

2.5 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO ESTRESSE OXIDATIVO E DA DEFESA

ANTIOXIDANTE

2.5.1 Dosagem de espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS)

A peroxidação lipídica foi avaliada pela dosagem das Espécies Reativas ao

Ácido Tiobarbitúrico, realizada segundo o método proposto por Khon & Liversedge

(1944), modificado por Percário et al. (1994). A dosagem de TBARS mede

malondialdeído presente na amostra, bem como outros produtos secundários da

peroxidação lipídica. Consistiu na reação de duas moléculas do ácido tiobarbitúrico

com uma molécula de MDA, em pH baixo (2.5) e temperatura elevada (90ºC), para

formar o complexo TBA-MDA-TBA, de cor rósea e absorção máxima em 535 nm. O

procedimento técnico consistiu em juntar 500 µL de amostra a 1,0 mL do reagente

ácido tiobarbitúrico (TBA 10 mM em KH2PO4 75 mM). Levar ao banho-maria (95ºC,

60 min); posteriormente esfriar a temperatura ambiente; adicionar 4,0 mL de álcool

n-butílico (CAAL; 11413), homogeneizar em vórtex e centrifugar a 2500 rpm por 15

min. Fazer leitura espectrofotométrica do sobrenadante a 535 nm (FEMTO, 800 XI).

2.5.2 Dosagem da capacidade antioxidante equivalente ao Trolox (TEAC)

O potencial antioxidante foi determinado segundo a sua equivalência a um

potente antioxidante conhecido, o Trolox (ácido 6-hidroxi-2,5,7,8-tetrameticromono-

2-carboxílico; Aldrich Chemical; Co 23881-3), análogo sintético hidrossolúvel da

vitamina E. Seguiu-se o método proposto por Miller et al. (1993), modificado por Re

et al. (1999), em condições adaptadas de temperatura, proporções relativas dos

reagentes e tempo de mensuração. Trata-se de uma técnica colorimétrica baseada

na reação entre o ABTS (2,2.-azinobis-3-etilbenzotiazolina-ácido-6-sulfônico-

diamônio, 7mM em PBS pH7,2) com o persulfato de potássio (K2S2O8, 140mM em

PBS pH7,2, Sigma-Aldrich; P5592), produzindo diretamente o radical cátion ABTS.+,

cromóforo de coloração verde/azul, com absorbância máxima nos comprimentos de

onda 734nm. A adição de antioxidantes a este radical cátion pré-formado o reduz

Page 60: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

57

novamente a ABTS, na extensão e escala de tempo dependente da capacidade

antioxidante, concentração de antioxidantes e duração da reação. Neste trabalho,

isto foi mensurado por espectrofotometria pela observação do decaimento na

absorbância lida a 734nm (Biospectro SP-22) durante 5 minutos, quando se mistura

à solução de trabalho ABTS.+ a amostra. Assim, a extensão da descoloração como

índice de inibição do radical cátion ABTS.+ é determinada como a atividade

antioxidante total da amostra, sendo então calculada a sua relação com a

reatividade do trolox como padrão, sob as mesmas condições. Os resultados finais

foram expressos em mmol/L correspondente a concentração do trolox com

capacidade antioxidante equivalente à da amostra que pretendemos estudar. Este

padrão de medida é denominado TEAC (Trolox Equivalent Antioxidant Capacity).

2.6 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO PERFIL LIPÍDICO

2.6.1 Dosagem do colesterol total

A dosagem do colesterol total foi realizada por método enzimático

colorimétrico por kits comerciais (Labtest Diagnóstica; Ref.: 76-2/250) O princípio

básico desse método consiste na oxidação do colesterol pela oxidase com formação

dos produtos colestenona e peróxido de hidrogênio. Este último reagirá com a

aminoantipirina e o fenol, através da ação da peroxidase, para formação do

composto de coloração rósea que possui absorção máxima em 500 nm (Biospectro

SP-22), sendo os resultados expressos em mg/dL.

2.6.2 Dosagem dos triglicerídeos

A dosagem dos triglicerídeos também foi realizada por método colorimétrico

enzimático, seguindo as recomendações do fabricante (Labtest Diagnóstica; Ref.:

87-2/100) quanto aos procedimentos das análises. Esse ensaio é baseado na

quantificação do glicerol liberado pela hidrólise dos triglicerídeos. Esse glicerol é

oxidado e são formados diidroxiacetona e peróxido de hidrogênio que reage com a

aminoantipirina e o fenol, através da ação da peroxidase, formando o composto

Page 61: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

58

antipirilquinonimina de coloração rósea que possui absorção máxima em 500nm

(Biospectro SP-22). Os resultados expressos em mg/dL.

2.6.3 Dosagem do colesterol das lipoproteínas

Para a determinação dos níveis de colesterol da HDL foi realizada

inicialmente a precipitação seletiva das LDL e VLDL no soro. Para isso foram

utilizados como agentes precipitantes o ácido fosfotungstico (1,5 mmol/L) e cloreto

de magnésio (54 mmol/L), conforme recomendado pelo fabricante do kit comercial

(Labtest Diagnóstica; Ref.: 13-50). Após a precipitação, as LDL e VLDL foram

removidas por centrifugação a 3500 rpm por 20 min. As dosagens do colesterol da

HDL foram realizadas com o sobrenadante por método enzimático colorimétrico

como descrito acima para a dosagem do colesterol total.

As concentrações do colesterol das LDL e VLDL foram determinadas através

da equação de Friedwald (Bergmayer, 1974).

Equação de Friedwald:

Colesterol da VLDL (mg/dL) = triglicerídeos (mg/dL)

5

Colesterol da LDL (mg/dL) = colesterol total (mg/dL) – [colesterol da

HDL (mg/dL) + colesterol da VLDL (mg/dL)]

2.7 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA CAPACIDADE IMUNOLÓGICA

2.7.1 Contagem de linfócitos T CD4+, CD8+

A tipagem de linfócitos T segue os procedimentos padronizados para a

detecção dos linfócitos T CD3/CD4, CD3/CD8 por meio do método de Citometria de

Fluxo no sistema BD FACSCalibur (Becton-Dickinson Immunocytometry Systems,

Califórnia-USA). Para a realização da técnica foram usados anticorpos monoclonais

específicos ligados aos seguintes fluorocromos: CD4 – FITC (Isotiocianato de

fluoresceína), CD8 – PE (Ficoeritrina), CD3 – PerCP (Peridinin Clorophil Protein),

Page 62: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

59

que quando colocados na presença de 50μL de sangue total, puderam se identificar

as células contendo os marcadores de superfície específicos.

2.7.2 Determinação da carga viral do HIV

A quantificação da carga viral foi realizada por meio do ensaio Organon

Tecnika NucliSens que se fundamenta no método de amplificação baseada na

sequencia de ácidos nucleicos (Q-NASBA) isotérmica. Ácidos nucléicos totais

plasmáticos e três calibradores internos para baixa, média e alta concentrações de

RNA são extraídas como subprodutos, de acordo com o método de Boom et al.

(1990). As enzimas utilizadas nesta técnica são a transcriptase reversa, a RNase e a

RNA-polimerase e ainda dois oligonucleótidos de DNA que são específicos para a

região gag do HIV. O produto de RNA de cadeia simples pode então ser facilmente

detectado por meio de eletroquimioluminecência (ECL). A quantidade de luz gerada

(unidades ECL) é proporcional à quantidade do produto da amplificação (cópias de

RNA / mL). O cálculo com base nas quantidades relativas dos quatro fragmentos

amplificados (amostra de paciente e 3 calibradores) revela o valor original de RNA

do HIV na amostra. Neste teste os limites de detecção variam de 50 (menor) a 10

milhões de cópias do RNA do HIV por mL de plasma.

Page 63: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

60

2.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para cada parâmetro foi realizada uma análise de possíveis valores

discrepantes (outliers), a qual utiliza em seu cálculo o intervalo interquartil, isto é, a

diferença entre o terceiro quartil (Q3) e o primeiro quartil (Q1), chamada de dj.

Considera-se todo valor menor que Q1 – 3/2 dj ou maior que Q3 + 3/2 dj, como

sendo discrepante, não sendo considerado nos cálculos estatísticos.

A seguir realizou-se o teste de Kolmogorov Smirnov para verificar a

normalidade. A Análise de Variância (ANOVA) para medidas repetidas foi feita pelo

do Teste de Levene, utilizando o pacote estatístico Sigma Stat versão 3.5 para

Windows. Também foi aplicado o teste de Tukey para os casos em que as

diferenças entre os grupos foram estatísticamente significantes.

Para verificar a existência de diferenças entre as médias das variações

percentuais de cada grupo (HIV As x HIV P) foi utilizado o Teste t de Student, para

variâncias equivalentes e o teste de Kruskal-Wallis para variâncias diferentes,

através do software BioEstat 5.0 (Ayres & Ayres Jr, 2008).

Para a análise de possível correlação entre parâmetros, foi realizado o teste

de correlação de Pearson, considerando-se os valores pareados de dois parâmetros

obtidos para um mesmo sujeito, realizando-se os cálculos com os dados obtidos dos

sujeitos de um mesmo grupo isoladamente e com todos os sujeitos,

simultaneamente, independente do grupo a que pertenciam. De acordo com os

critérios de Dancey e Reidy (2006) foram considerados os seguintes significados

para os coeficientes de correlação (r): r = 0,10 até 0,30 (fraco); r = 0,40 até 0,69

(moderado); r = 0,70 até 1 (forte), podendo ser a correlação positiva ou negativa.

Em todos os testes foi utilizado um nível de significância de 5% (p ≤ 0,05).

Page 64: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

61

3. RESULTADOS

A população avaliada foi constituída de 45 sujeitos; dentre estes predominou o sexo

masculino com 32 sujeitos (71,1%); já o sexo feminino correspondeu a 28,9% da

amostra (n= 13). As médias das idades e dos anos de TARV não apresentaram

diferenças significantes entre os grupos, ou seja, são grupos comparáveis. A

caracterização da população de estudo está apresentada na tabela 2.

Tabela 2 – Caracterização da população de estudo.

Características Grupo HIV As

(N=24)

Grupo HIV P

(N=21) P*

Idade, anos 39,6 ± 7,3 41,4 ± 8,9 0,22

Sexo masculino

(N,%) 16 (66,7) 16 (76,2)

TARV (anos) 6 ± 5 6 ± 5

HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número de sujeitos; TARV: terapia antirretroviral; Valores apresentados como média + desvio padrão. *Test t Student.

Page 65: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

62

3.1 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO ESTRESSE OXIDATIVO E DA DEFESA ANTIOXIDANTE

3.1.1 Espécies Reativas ao Ácido Tiobarbitúrico (TBARS)

A Figura 10 mostra o comportamento de TBARS em adultos infectados pelo

HIV suplementados com Agaricus sylvaticus e suplementados com placebo,

relacionada com o tempo (antes e após seis meses de suplementação). Os valores

médios e respectivos desvios-padrão estão apresentados na Tabela 3.

O valor médio de concentração de TBARS antes da suplementação não

apresentou diferença estatisticamente significante entre os grupos HIV As e HIV P.

Após seis meses de suplementação, o valor médio do grupo que recebeu o Agaricus

sylvaticus (HIV As) mostrou uma redução altamente significante (p<0,001), já no

grupo que recebeu o placebo também foi observada uma redução, porém esta não

foi significante. Quando foram comparadas as médias das variações entre os dois

grupos estudados, a diferença observada foi altamente significante (p= 0,006). A

comparação entre as médias dos valores de TBARS entre os dois grupos após os

seis meses de tratamento também não mostrou diferença significante.

Figura 10: Espécies reativa ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) em adultos infectados pelo HIV suplementados com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados com placebo (HIV P) durante seis meses.*p<0,001 x final.

0

500

1000

1500

2000

2500

TBA

RS

(ng/

mL)

0 6 Tempo de suplementação (meses)

HIV As

HIV P

*

Page 66: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

63

Tabela 3 – Concentrações médias de espécies reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS) em adultos infectados pelo HIV suplementados com Agaricus sylvaticus ou suplementados com placebo antes e após seis meses.

TBARS (ng/mL)

Grupo N Inicial N Final Variação (%)

p valor*

HIV As 24 1913±794 24 826±530 -51±32 <0,001

HIV P 21 1848±1004NS 21 1293±815NS -23±34€ 0,086

Resultados expressos em média ± desvio-padrão. HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número da amostra. *Teste de Tukey (inicial x final). € p=0,006 (HIV As x HIV P). NS= Não significante x HIV As.

Page 67: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

64

3.1.2 Capacidade Antioxidante Equivalente ao Trolox (TEAC)

A Figura 11 mostra o comportamento da capacidade antioxidante equivalente

ao Trolox em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com

Agaricus sylvaticus e os suplementados com placebo, de acordo com o tempo

(antes e após seis meses de suplementação). Os valores médios e respectivos

desvios-padrão estão apresentados na Tabela 4.

Os valores médios de TEAC entre os grupos HIV As e HIV P antes da

suplementação não apresentaram diferença estatisticamente significante. Após seis

meses foi observado que apenas o grupo suplementado com o Agaricus sylvaticus

apresentou um aumento significante na capacidade antioxidante (p = 0,001).

Quando comparamos o grupo HIV As com o grupo HIV P após o período do

tratamento, seis meses, foi observado que os valores de TEAC do primeiro grupo

foram significativamente maiores do que os do segundo (p = 0,005). Quando foram

comparadas as médias das variações entre os dois grupos estudados, a diferença

observada foi altamente significante (p= 0,005).

Figura 11: Capacidade antioxidante equivalente ao Trolox (TEAC) em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados com placebo (HIV P). *p= 0,001 x final; ●p=0,005 x final.

2,1

2,15

2,2

2,25

2,3

2,35

2,4

TEA

C (

mm

ol/

L)

0 6 Tempo de suplementação (meses)

HIV As

HIV P

*

Page 68: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

65

Tabela 4 – Capacidade antioxidante equivalente ao Trolox (TEAC) de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou com placebo antes e após seis meses.

TEAC (mmol/L)

Grupo N Inicial N Final Variação (%)

p valor*

HIV As 22 2,27±0,06 21 2,35±0,07 6±11 0,001

HIV P 19 2,26±0,07 NS 21 2,27±0,09● 0,6±5€ 0,946

Resultados expressos em média ± desvio-padrão HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número da amostra. *Teste de Tukey (inicial x final). ●p= 0,005 x final. €p=0,005 (HIV As x HIV P). NS= Não significante x inicial.

Page 69: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

66

3.2 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DO PERFIL LIPÍDICO

3.2.1 Colesterol total (CT)

A Figura 12 mostra o comportamento dos níveis do colesterol total em adultos

infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus e os

suplementados com placebo, de acordo com o tempo (antes e após seis meses de

suplementação). Os valores médios e respectivos desvios-padrão estão

apresentados na Tabela 5.

O grupo que recebeu o Agaricus sylvaticus e o grupo que recebeu placebo

apresentaram valores médios de colesterol total semelhantes, antes da

suplementação. Apesar de terem sido observadas reduções discretas nos níveis

médios do CT após os seis meses de suplementação, tanto no grupo HIV As quanto

no HIV P não houve diferença estatisticamente significante. Também não houve

diferença estatística entre os grupos suplementados após este período e nem entre

as médias das variações.

Figura 12: Níveis de colesterol total (CT) em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados com placebo (HIV P).

125

130

135

140

145

150

CT

(mg/

dL)

0 6 Tempo de suplementação (meses)

HIV As

HIV P

Page 70: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

67

Tabela 5 – Colesterol total (CT) de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou suplementados com placebo antes e após seis meses.

CT (mg/dL)

Grupo N Inicial N Final Variação (%)

p valor*

HIV As 22 143±23

23 137±22 -4±18 0,371

HIV P 20 145±29NS 20 138±27 NS -4±11NS 0,389

Resultados expressos em média ± desvio-padrão. HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número da amostra. *Teste de Tukey (inicial x final). NS= não significante x HIV As.

Page 71: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

68

3.2.2 Triglicerídeos (TG)

A figura 13 mostra o comportamento dos níveis dos Triglicerídeos plasmáticos

em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus

sylvaticus e os suplementados com placebo, de acordo com o tempo (antes e após

seis meses de suplementação). Os valores médios e respectivos desvios-padrão

estão apresentados na Tabela 6.

Apesar do valor médio de triglicerídeo do grupo placebo, antes da

suplementação, ser discretamente maior do que o do grupo Agaricus sylvaticus esta

diferença não se mostrou significante. Uma redução discreta nos níveis médios de

TG após os seis meses de suplementação foi observada, tanto no grupo HIV As

quanto no HIV P, porém, esta diferença não foi estatisticamente significante. Não

houve diferença significante após os seis meses de suplementação nem entre as

variações médias dos grupos estudados.

Figura 13: Níveis de Triglicerídeos (TG) em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados com placebo (HIV P).

170

180

190

200

210

220

230

240

TG (

mg/

dL)

0 6 Tempo de suplementação (meses)

HIV As

HIV P

Page 72: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

69

Tabela 6 – Triglicerídeos (TG) de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou suplementados com placebo antes e após seis meses.

TG (mg/dL)

Grupo N Inicial N Final Variação (%)

p valor*

HIV As 24 209±107 24 205±98 5±31 0,976

HIV P 21 220±93NS 24 212±86NS 6±59NS 0,759

Resultados expressos em média ± desvio-padrão. HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número da amostra. * Teste de Tukey (inicial x final). NS= não significante x HIV As.

Page 73: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

70

3.2.3 Colesterol das Lipoproteínas de Alta Densidade (HDLc)

A figura 14 descreve o comportamento dos níveis do colesterol das

Lipoproteínas de Alta Densidade em adultos infectados pelo HIV que receberam

suplementação com Agaricus sylvaticus e os suplementados com placebo, de

acordo com o tempo (antes e após seis meses de suplementação). Os valores

médios e respectivos desvios-padrão estão apresentados na Tabela 7.

Observa-se que o valor médio de HDLc do grupo Agaricus sylvaticus, antes

da suplementação, foi discretamente maior do que o do grupo placebo porém esta

diferença não foi significante. Um pequeno aumento nas concentrações plasmáticas

médias de HDLc após os seis meses de suplementação foi observada,

principalmente no grupo HIV suplementado com Agaricus sylvaticus porém, não

foram significantes estatísticamente. Também não houve diferença estatistica

significante entre os grupos após os seis meses de suplementação nem entre as

variações médias dos dois grupos.

Figura 14: Níveis do colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDLc) em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados com placebo (HIV P).

0

5

10

15

20

25

HD

Lc (

mg/

dL)

0 6 Tempo de suplementação (meses)

HIV As

HIV P

Page 74: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

71

Tabela 7 – Colesterol da lipoproteína de alta densidade (HDLc) de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou suplementados com placebo antes e após seis meses.

HDLc (mg/dL)

Grupo N Inicial N Final Variação (%)

p valor*

HIV As 24 19,7±5,4 23 21,5±4,9 15±18 0,176

HIV P 21 17,4±6,8NS 21 17,6±6,1NS 10±20NS 0,891

Resultados expressos em média ± desvio-padrão. HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número da amostra. *Teste de Tukey (inicial x final). NS= não significante x HIV As.

.

Page 75: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

72

3.2.4 Colesterol das Lipoproteínas de Baixa Densidade (LDLc)

A figura 15 descreve o comportamento dos níveis do colesterol das

Lipoproteínas de Baixa Densidade em adultos infectados pelo HIV que receberam

suplementação com Agaricus sylvaticus e os suplementados com placebo, de

acordo com o tempo (antes e após seis meses de suplementação). Os valores

médios e respectivos desvios-padrão estão apresentados na Tabela 8.

Antes da suplementação os grupos estudados não apresentaram diferenças

estatísticas entre as médias. Foi observada uma redução de tendência significante

(p=0,052) no grupo HIV As após os seis meses de suplementação, sendo que a

variação média das diferenças ficou em torno de 20% neste grupo enquanto que no

grupo HIV P a redução não ultrapassou os 2%. A comparação entre estes valores

mostrou-se estatisticamente significante (p= 0,035). Entre os grupos após os seis

meses de suplementação, não houve diferença estatisticamente significante.

Figura 15: Níveis do colesterol das lipoproteínas de baixa densidade (LDLc) em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) e suplementados com placebo (HIV P).

0

20

40

60

80

100

120

LDLc

(m

g/d

L)

0 6 Tempo de suplementação (meses)

HIV As

HIV P

Page 76: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

73

Tabela 8 – Colesterol da lipoproteína de baixa densidade (LDLc) de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou suplementados com placebo antes e após seis meses.

LDL (mg/dL)

Grupo N Inicial N Final Variação (%)

p valor*

HIV As 24 98,5±21,6 24 76,9±31,5 -19±122 0,052

HIV P 21 88,3±41,2NS 24 85,4±38,9NS 2±29€ 0,408

HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número da amostra. Resultados expressos em média ± desvio-padrão. * Teste de Tukey (inicial x final). € p=0,04 (HIV As x HIV P).

NS= não significante x HIV As.

Page 77: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

74

3.2.5 Colesterol das Lipoproteínas de Muito Baixa Densidade (VLDLc)

A Figura 16 descreve o comportamento dos níveis do colesterol das

Lipoproteínas de Muito Baixa Densidade em adultos infectados pelo HIV que

receberam suplementação com Agaricus sylvaticus e os suplementados com

placebo, de acordo com o tempo (antes e após seis meses de suplementação). Os

valores médios e respectivos desvios-padrão estão apresentados na Tabela 9.

O valor médio de VLDLc do grupo Agaricus sylvaticus, antes da

suplementação, foi discretamente maior do que o do grupo placebo porém esta

diferença não foi estatisticamente significante. Não foi observada variação

significante em nenhum dos grupos que receberam suplementação após os seis

meses. Também não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos

após os seis meses de suplementação.

Figura 16: Níveis de colesterol das lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDLc) em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados com placebo (HIV P).

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

VLD

Lc (

mg/

dL)

0 6 Tempo de suplementação (meses)

HIV As

HIV P

Page 78: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

75

Tabela 9 – Colesterol da lipoproteína de muito baixa densidade (VLDLc) de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou suplementados com placebo antes e após seis meses.

VLDL (mg/dL)

Grupo N Inicial N Final Variação (%)

p valor*

HIV As 24 41,2±21,6 24 41,0±19,5 5±21 0,978

HIV P 21 38,2±12,5NS 18 42,3±16,5NS 3±23NS 0,074

Resultados expressos em média ± desvio-padrão. HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número da amostra. * Teste de Tukey (inicial x final). NS= não significante x HIV As.

Page 79: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

76

3.3 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA CAPACIDADE IMUNOLÓGICA

3.3.1 Linfócitos T CD4+

A figura 17 descreve o número médio de células de linfócitos T CD4+ por

microlitros de sangue em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação

com Agaricus sylvaticus e os suplementados com placebo, de acordo com o tempo

(antes e após seis meses de suplementação). Os valores médios e respectivos

desvios-padrão estão apresentados na Tabela 10.

Entre os grupos não foi observada diferenças significantes entre as médias do

número de linfócitos T CD4+ antes do início da suplementação. De acordo com os

resultados o grupo HIV As apresentou um aumento no valor médio da diferença

maior do que o grupo que recebeu o HIV P (17% e 15%, respectivamente) após os

seis meses de tratamento. Entretanto, estatisticamente, esta diferença não foi

significante. O mesmo se observa na comparação das médias entre os dois grupos

após o tratamento.

Figura 17: Número de linfócitos T CD4+ por microlitros de sangue de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados com placebo (HIV P).

0

100

200

300

400

500

600

CD

4+

(ce

ls/µ

L)

0 6 Tempo de suplementação (meses)

HIV As

HIV P

Page 80: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

77

Tabela 10 – Linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou suplementados com placebo antes e após seis meses.

Linfócitos CD4+ (células/µL)

Grupo N Inicial N Final Variação (%)

p valor*

HIV As 24 478±192 24 544±192 17±37 0,084

HIV P 21 412±210NS 21 457±224NS 15±25NS 0,092

HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número da amostra. Resultados expressos em média ±

desvio-padrão. * Teste de Tukey (inicial x final). NS= não significante x HIV As.

.

Page 81: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

78

3.3.2 Linfócitos T CD8+

A figura 18 descreve o do número médio de linfócitos T CD8+ por microlitros

de sangue em adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com

Agaricus sylvaticus e os suplementados com placebo, de acordo com o tempo

(antes e após seis meses de suplementação). Os valores médios e respectivos

desvios-padrão estão apresentados na Tabela 11.

Antes do inicio da suplementação os valores médios dos grupos HIV AS e

HIV P não mostraram diferenças estatisticamente significantes. Não houve variações

consideradas significantes durante o período de tempo do tratamento em nenhum

dos dois grupos que receberam a suplementação. A comparação dos valores

médios de linfócitos T CD8+ entre os grupos após os seis meses de suplementação

também não apresentou diferença estatisticamente significante.

Figura 18: Número de linfócitos T CD8+ por microlitros de sangue de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) e suplementados com placebo (HIV P).

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

CD

8+

(ce

ls/µ

L)

0 6 Tempo de suplementação (meses)

HIV As

HIV P

Page 82: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

79

Tabela 11 – Linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus e suplementados com placebo de antes e após seis meses.

Linfócitos CD8+ (células/µL)

Grupo N Inicial N Final Variação (%)

p valor*

HIV As 23 1203±494 23 1204±464 5±28 0,990

HIV P 20 1345±683NS 20 1162±526NS -1±17NS 0,177

Resultados expressos em média ± desvio-padrão. HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número da amostra. * Teste de Tukey (inicial x final). NS= não significante x HIV As.

.

Page 83: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

80

3.3.3 Carga viral do HIV

A Figura 19 descreve o comportamento da carga viral, ou seja, do número

médio de cópias de HIV RNA por mililitros de sangue em adultos infectados pelo HIV

que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus e os suplementados com

placebo, de acordo com o tempo (antes e após seis meses de suplementação). Os

valores médios e respectivos desvios-padrão estão apresentados na Tabela 12.

Antes do inicio da suplementação os valores médios dos grupos HIV AS e

HIV P não mostraram diferenças estatisticamente significantes. Apesar de

observamos uma redução nos valores médios de HIV RNA tanto no grupo HIV As

quanto no grupo HIV P durante o período de tempo do tratamento essa variação não

foi considerada significante. A comparação dos valores médios de HIV RNA entre

os grupos após os seis meses de suplementação também não apresentou diferença

estatisticamente significante.

Figura 19: Número de copias de HIV RNA por mililitros de sangue de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus (HIV As) ou suplementados com placebo (HIV P).

0

100

200

300

400

500

600

HIV

RN

A (

cóp

ias/

mL)

0 6 Tempo de Suplementação (meses)

HIV As

HIV P

Page 84: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

81

Tabela 12 – Cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV que receberam suplementação com Agaricus sylvaticus ou suplementados com placebo antes e após seis meses.

HIV RNA (cópias/mL)

Grupo N Inicial N Final Variação

(%)

p valor*

HIV - AS 24 341±700 24 156±274 -15±27 0,13

HIV - P 21 437±1016NS 21 63,7±42,5NS -26±41NS 0,13

Resultados expressos em média ± desvio-padrão. HIV As: Grupo infectado suplementado com Agaricus sylvaticus; HIV P: Grupo infectado suplementado com placebo; N: Número da amostra. *Teste de Tukey (inicial x final). NS= não significante x HIV As.

Page 85: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

82

3.4 ESTUDO DE CORRELAÇÕES

3.4.1. Correlação entre TBARS e TEAC

A Figura 20 mostra as correlações entre as concentrações de TBARS e

valores de TEAC de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de

ambos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois

parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da

suplementação.

Ao avaliar as correlações entre os valores de TEAC e as concentrações de

TBARS, verifica-se que não houve significância estatística em nenhum grupo

estudado.

Figura 20: Correlações entre as concentrações de TBARS e valores de TEAC de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus; (c) Grupo suplementado com placebo.

0

1000

2000

3000

4000

2 2,2 2,4 2,6

TBA

RS

(ng/

mL)

TEAC (mM/L)

0

1000

2000

3000

4000

2 2,2 2,4 2,6

TB A

RS

(ng/

mL)

TEAC (mM/L)

0

1000

2000

3000

4000

2 2,2 2,4 2,6

TBA

RS

(ng/

mL)

TEAC (mM/L)

a) Ambos os grupos (r= -0,17; p= 0,13)

b) Agaricus sylvaticus (r= -0,21; p=0,17) c) Placebo (r= -0,20; p=0,20 )

Page 86: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

83

3.4.2 Correlação entre TBARS e CT

A Figura 21 mostra as correlações entre as concentrações de TBARS e

valores de CT de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de

ambos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois

parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da

suplementação.

Considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a),

observa-se que não houve correlação significante entre as concentrações de TBARS

e os valores de CT (r= -0,02 e p= 0,85). No grupo suplementado com Agaricus

sylvaticus (b; r= -0,01 e p= 0,94) também não houve correlação entre estas

variáveis. Porém, no grupo suplementado com placebo (c), esta correlação foi

moderadamente positiva (r = 0,36 e p = 0,03), demonstrando que à medida que

TBARS aumenta, os níveis de CT também aumentam.

Figura 21: Correlações entre as concentrações de TBARS e valores de CT de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus; (c) Grupo suplementado com placebo.

a) Ambos os grupos (r= -0,02; p=0,85)

b) Agaricus sylvaticus (r= -0,01; p=0,94) c) Placebo (r= 0,36 p= 0,03)

0

1000

2000

3000

4000

50 100 150 200

TBA

RS

(ng/

mL)

CT (mg/dL)

0

1000

2000

3000

4000

50 100 150 200

TBA

RS

(ng/

mL)

CT (mg/dL)

0

1000

2000

3000

4000

5000

50 100 150 200

TBA

RS

(ng/

mL)

CT (mg/dL)

Page 87: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

84

3.4.3 Correlação entre TBARS e TG

A Figura 22 mostra as correlações entre as concentrações de TBARS e

valores de TG das amostras plasmáticas de adultos infectados pelo HIV,

considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como

a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c),

antes e depois da suplementação.

Ao observar as correlações entre os valores de TEAC e as concentrações de

TG, verifica-se que não houve correlações estatisticamente significantes em nenhum

grupo estudado.

Figura 22: Correlações entre as concentrações de TBARS e valores de TG de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus; (c) Grupo

suplementado com placebo.

0

1000

2000

3000

4000

0 100 200 300 400

TBA

RS

(ng/

mL)

TG (mg/dL)

0

1000

2000

3000

4000

0 100 200 300 400

TBA

RS

(ng/

mL)

TG (mg/dL)

0

1000

2000

3000

4000

0 100 200 300 400

TBA

RS

(n

g/m

L)

TG (mg/dL)

a) Todos os grupos (r= -0,04 p= 0,69)

b) Agaricus sylvaticus (r= 0,04 p= 0,78) c) Placebo (r=-0,16 p= 0,31)

Page 88: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

85

3.4.4 Correlação entre TBARS e HDLc

A Figura 23 mostra as correlações entre as concentrações de TBARS e os

valores de HDLc de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de

todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois

parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da

suplementação.

Considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a),

observa-se que não houve correlação significante entre as concentrações de TBARS

e os valores de HDLc (r = 0,00 e p = 1,00). Porém, no grupo suplementado com

Agaricus sylvaticus (b), esta correlação foi fraca, mas significante (r = -0,30 e p =

0,04), demonstrando que à medida que os níveis de TBARS aumentam os de HDLc

reduzem. Nos grupos suplementados com placebo (c; r =-0,18 e p = 0,26) não houve

correlação entre estas variáveis.

Figura 23: Correlações entre as concentrações de TBARS e valores de HDLc de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus; (c) Grupo suplementado com placebo.

0

1000

2000

3000

4000

0 10 20 30 40 50

TBA

RS

(ng/

dL)

HDLc (mg/dL)

0

1000

2000

3000

4000

0 10 20 30 40 50

TBA

RS

(ng/

mL)

HDLc (mg/dL)

a) Todos os grupos (r= 0,00; p=1,00)

c) Agaricus sylvaticos (r= -0,30 p=0,04) b) Placebo (r= -0,18 p= 0,26)

0

1000

2000

3000

4000

0 10 20 30 40

TBA

RS

(ng/

dL)

HDLc (mg/dL)

Page 89: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

86

3.4.5 Correlação entre TBARS e LDLc

A Figura 24 mostra as correlações entre as concentrações de TBARS e

valores de LDLc das amostras plasmáticas de adultos infectados pelo HIV,

considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como

a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c),

antes e depois da suplementação.

Considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a),

observa-se que houve uma correlação positiva altamente significante entre as

concentrações de TBARS e os valores de LDLc (r = 0,37 e p <0,01). Porém, no

grupo suplementado com Agaricus sylvaticus (b), esta correlação não foi significante

(r = 0,25 e p = 0,09), No grupo suplementado com placebo (c; r = 0,47 e p < 0,01)

houve correlação entre estas variáveis demonstrando que quando os valores do

TBARS aumentam, os níveis de LDLc também aumentam.

Figura 24: Correlações entre as concentrações de TBARS e valores de LDLc de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus; (c) Grupo

suplementado com placebo.

0

1000

2000

3000

4000

0 50 100 150 200

TBA

RS

(ng/

mL)

LDLc (mg/dL)

0

1000

2000

3000

4000

0 50 100 150 200

TBA

RS

(ng/

mL)

LDLc (mg/dL)

0

1000

2000

3000

4000

0 50 100 150 200

TBA

RS

(ng/

mL)

LDLc (mg/dL)

a) Todos os grupos (r= 0,37; p < 0,01)

c) Agaricus sylvaticus (r=0,25; p=0,09) b) Placebo (r= 0,47; p<0,01)

Page 90: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

87

3.4.6 Correlação entre TBARS e Linfócitos T CD4+

A Figura 25 mostra as correlações entre as concentrações de TBARS e o

número de linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os

sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre

estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da

suplementação.

Ao avaliar as correlações entre as concentrações de TBARS e o número de

linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, verifica-se que não houve

significância estatística em nenhum grupo estudado.

Figura 25: Correlações entre as concentrações de TBARS e o número de Linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus; (c) Grupo suplementado com placebo.

0

1000

2000

3000

4000

0 200 400 600 800 1000

TBA

RS

(ng/

mL)

LT CD4+ (células/µL)

0

1000

2000

3000

4000

0 200 400 600 800 1000

TBA

RS

(ng/

mL)

LT CD4+ (células/µL)

0

1000

2000

3000

4000

0 200 400 600 800 1000

TBA

RS

(ng/

dL)

LT CD4+ (células/µL)

a) Todos os grupos (r= -0,06; p= 0,61)

b) Agaricus sylvaticus (r= -0,06; p=0,69) c) Placebo (r=0,04; p=0,83)

Page 91: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

88

0

1000

2000

3000

4000

0 1000 2000 3000

TBA

RS

(ng/

mL)

LT CD8+ (células/µL)

3.4.7 Correlação entre TBARS e Linfócitos T CD8+

A Figura 26 mostra as correlações entre as concentrações de TBARS e o

número de linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os

sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre

estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da

suplementação.

Ao avaliar as correlações entre as concentrações de TBARS e o número de

linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, verifica-se que não houve

significância estatística em nenhum grupo estudado.

Figura 26: Correlações entre as concentrações de TBARS e o número de linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da suplementação. (a) Todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus; (c) Grupo suplementado com placebo.

a) Todos os grupos (r= -0,15; p= 0,18)

0

1000

2000

3000

4000

0 1000 2000 3000

TBA

RS

(ng/

mL)

LT CD8+ (células/µL)

0

1000

2000

3000

4000

5000

0 1000 2000 3000

TBA

RS

(ng/

mL)

LT CD8+ (células/µL)

b) Agaricus sylvaticus (r= -0,13; p=0,39) c) Placebo (r= -0,12; p=0,46)

Page 92: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

89

3.4.8 Correlação entre TBARS e Carga Viral

A Figura 27 mostra as correlações entre as concentrações de TBARS e o

número de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando todos

os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre

estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da

suplementação.

As correlações entre as concentrações de TBARS e o número de cópias de

HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, não apresentou significância estatística em

nenhum grupo estudado.

Figura 27: Correlações entre as concentrações de TBARS e número de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, antes e depois da suplementação. (a) Todos os

sujeitos de todos os grupos simultaneamente; (b) Grupo suplementado com Agaricus sylvaticus; (c) Grupo suplementado com placebo.

a) Todos os grupos (r= 0,05; p= 0,66)

b) Agaricus sylvaticus (r= -0,05; p= 0,75) c) Placebo (r= 0,04; p= 0,83)

0

1000

2000

3000

4000

0 1000 2000 3000 4000 5000

TBA

RS

(ng/

mL)

HIV RNA (cópias/mL)

0

1000

2000

3000

4000

0 1000 2000 3000 4000 5000

TBA

RS

(ng/

mL)

HIV RNA (cópias/mL)

0

1000

2000

3000

4000

0 1000 2000 3000 4000 5000

TBA

RS

(ng/

mL)

HIV RNA (cópias/mL)

Page 93: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

90

50

100

150

200

2,00 2,20 2,40 2,60

CT

(mg/

dL)

TEAC (mmol/L)

3.4.9 Correlação entre TEAC e CT

A Figura 28 mostra as correlações entre as concentrações de TEAC e de CT

de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos

simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada

grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.

Quando correlacionamos as concentrações de TEAC e os níveis plasmáticos

de CT de adultos infectados pelo HIV, não observamos significância estatística em

nenhum grupo estudado.

Figura 28: Correlações entre as concentrações de TEAC e de CT de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.

a) Todos os grupos (r= 0,07; p= 0,55)

b) Agaricus sylvaticus (r= -0,20; p= 0,19)

)

c) Placebo (r= -0,02; p= 0,90)

50

100

150

200

2,00 2,20 2,40 2,60

CT

(mg/

dL)

TEAC (mmol/L)

50

100

150

200

2 2,2 2,4 2,6

CT

(mg/

dL)

TEAC (mmol/L)

Page 94: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

91

3.4.10 Correlação entre TEAC e TG

A Figura 29 mostra as correlações entre as concentrações de TEAC e de TG

de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos

simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada

grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.

A avaliação das correlações entre as concentrações de TEAC e de TG de

adultos infectados pelo HIV não apresentou significância estatística em nenhum

grupo estudado.

Figura 29: correlações entre as concentrações de TEAC e de TG de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação

a) Todos os grupos (r= 0,06; p= 0,58)

b) Agaricus sylvaticus (r= 0,08; p= 0,61) c) Placebo (r= 0,16; p= 0,30)

0

100

200

300

400

500

2,00 2,20 2,40 2,60

TG (

mg/

dL)

TEAC (mmol/L)

0

100

200

300

400

500

2,00 2,20 2,40 2,60

TG (

mg/

dL)

TEAC (mmol/L)

0

100

200

300

400

500

2 2,2 2,4 2,6

TG (

mg/

dL)

TEAC (mmol/L)

Page 95: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

92

3.4.11 Correlação entre TEAC e HDLc

A Figura 30 mostra as correlações entre as concentrações de TEAC e os

níveis plasmáticos de HDLc de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os

sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre

estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da

suplementação.

Não houve correlação estatisticamente significante entre as concentrações de

TEAC e os níveis plasmáticos de HDLc plasmáticos de adultos infectados pelo HIV,

em nenhum grupo estudado.

Figura 30: correlações entre as concentrações de TEAC e de HDLc de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.

a) Todos os grupos (r= -0,03 p= 0,78)

c) Placebo (r= -0,21 p= 0,19) b) Agaricus sylvaticus (r= -0,19 p= 0,22)

0

10

20

30

40

2,00 2,20 2,40 2,60

HD

Lc (

mg/

dL)

TEAC (mmol/L)

0

10

20

30

40

2,00 2,20 2,40 2,60

HD

Lc (

mg/

dL)

TEAC (mmol/L)

0

10

20

30

40

2 2,2 2,4 2,6

HD

Lc (

mg/

dL)

TEAC (mmol/L)

Page 96: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

93

3.4.12 Correlação entre TEAC e LDLc

A Figura 31 mostra as correlações entre as concentrações de TEAC e de

LDLc de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os

grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros

para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.

Ao estudar todos os sujeitos de ambos os grupos simultaneamente (a),

observa-se que não houve correlação entre as concentrações de LDLC e o TEAC de

adultos infectados pelo HIV (r = - 0,09 e p = 0, 43). No grupo HIV As (b), esta

correlação foi negativa, moderada e significante (r = - 0,40 e p = 0,008)

demonstrando que à medida que as concentrações de TEAC aumentam, os valores

de HDLc diminuem. Não foi observada correlação entre esses dois parâmetros no

grupo HIV P (r= 0,10 e p= 0,52).

Figura 31: Correlações entre as concentrações de TEAC e de LDLc de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.

a) Todos os grupos (r= -0,09; p= 0,43)

b) Agaricus sylvaticus (r= -0,40; p= 0,008)

)

c) Placebo (r= 0,10; p= 0,52)

0

40

80

120

160

200

2,00 2,20 2,40 2,60

LDLc

(m

g/d

L)

TEAC (mmol/L)

0

40

80

120

160

200

2,00 2,20 2,40 2,60

LDLc

(m

g/d

L)

TEAC (mmol/L)

0

40

80

120

160

200

2 2,2 2,4 2,6

LDLc

(m

g/d

L)

TEAC (mmol/L)

Page 97: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

94

3.4.13 Correlação entre TEAC e Linfócitos T CD4+

A Figura 32 mostra as correlações entre as concentrações de TEAC e o

número de linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os

sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre

estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da

suplementação.

A avaliação das correlações entre as concentrações de TEAC e o número de

linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, não apresentou significância

estatística em nenhum grupo estudado.

Figura 32: Correlações entre as concentrações de TEAC e o número de linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.

a) Todos os grupos (r= 0,08; p= 0,46)

b) Agaricus sylvaticus (r= 0,14; p= 0,37) c) Placebo (r= 0,004; p= 0,98)

0

200

400

600

800

1000

2,00 2,20 2,40 2,60

LT C

D4

+ (c

élu

las/

µL)

TEAC (mmol/L)

0

200

400

600

800

1000

2,00 2,20 2,40 2,60

LT C

D4

+ (c

élu

las/

µL)

TEAC (mmol/L)

0

200

400

600

800

1000

2 2,2 2,4 2,6

LT C

D4

+ (c

élu

las/

µL)

TEAC (mmol/L)

Page 98: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

95

3.4.14 Correlação entre TEAC e linfócitos T CD8+

A Figura 33 mostra as correlações entre as concentrações de TEAC e o

número de linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os

sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes

dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da

suplementação.

A avaliação das correlações entre as concentrações de TEAC e o número de

linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, não apresentou significância

estatística em nenhum grupo estudado.

Figura 33: Correlações entre as concentrações de TEAC e o número de linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação

a) Todos os grupos (r= 0,10; p= 0,35)

b) Agaricus sylvaticus (r= -0,10; p= 0,51) c) Placebo (r= 0,12; p= 0,46)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

2,00 2,20 2,40 2,60

LT C

D8

+ (c

élu

las/

µL)

TEAC (mmol/L)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

2,00 2,20 2,40 2,60

LT C

D8

+ (c

élu

las/

µL)

TEAC (mmol/L)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

2 2,2 2,4 2,6

LT C

D8

+ (c

élu

las/

µL)

TEAC (mmol/L)

Page 99: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

96

3.4.15 Correlação entre TEAC e Carga Viral

A Figura 34 mostra as correlações entre as concentrações de TEAC e número

de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os

sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes

dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da

suplementação.

Considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a),

observa-se que não houve correlação entre as concentrações de TEAC e os valores

de HIV RNA (r = 0,14 e p = 0,21). O mesmo aconteceu ao grupo suplementado com

Agaricus sylvaticus (b; r = 0,15 e p = 0,35). Já no grupo suplementado com placebo

(c; r = -0,47 e p = 0,003) houve correlação negativa entre estas variáveis

demonstrando que quando os valores do TEAC diminuem, os números de HIV RNA

diminuem.

Figura 34: Correlações entre as concentrações de TEAC e o número de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.

b) Agaricus sylvaticus (r=0,15; p= 0,35) c) Placebo (r= -0,47; p= 0,003)

a) Todos os grupos (r= 0,14; p= 0,21)

0

1000

2000

3000

4000

5000

2,00 2,20 2,40 2,60HIV

RN

A (

cóp

ias/

mL)

TEAC (mmol/L)

0

1000

2000

3000

4000

5000

2,00 2,20 2,40 2,60

HIV

RN

A (

cóp

ias/

mL)

TEAC (mmol/L)

0

1000

2000

3000

4000

5000

2 2,2 2,4 2,6

HIV

RN

A (

cóp

ias/

mL)

TEAC (mmol/L)

Page 100: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

97

3.4.16 Correlação entre CT e células T CD4+

A Figura 35 mostra as correlações entre as concentrações de CT e o número

de células T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos

de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois

parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da

suplementação.

A avaliação das correlações entre as concentrações de CT e o número de

linfócitos T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, não apresentou significância

estatística em nenhum grupo estudado.

Figura 35: Correlações entre as concentrações de CT e o número de células T CD4+ de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação

a) Todos os grupos (r= -0,09; p= 0,43)

b) Agaricus sylvaticus (r= -0,27; p= 0,08) c) Placebo (r= -0,30; p= 0,06)

0

200

400

600

800

1000

50 100 150 200

CD

4+

(cé

lula

s/µ

L)

CT (mg/dL)

0

200

400

600

800

1000

50 100 150 200

CD

4+

(cé

lula

s/µ

L)

CT (mg/dL)

0

200

400

600

800

1000

0 50 100 150 200

CD

4+

(cé

lula

s/µ

L)

CT (mg/dL)

Page 101: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

98

3.4.17 Correlação entre CT e células T CD8+

A Figura 36 mostra as correlações entre as concentrações de CT e o número

de células T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos

de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois

parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da

suplementação.

A avaliação das correlações entre as concentrações de CT e o número de

linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, não apresentou significância

estatística em nenhum grupo estudado.

Figura 36: Correlações entre as concentrações de CT e o número de linfócitos T CD8+ de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.

a) Todos os grupos (r= -0,003; p= 0,99)

b) Agaricus sylvaticus (r= -0,15; p= 0,34) c) Placebo (r= -0,21; p= 0,19)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

50 100 150 200

CD

8+

(cé

lula

s/µ

L)

CT (mg/dL)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

50 100 150 200

CD

8+

(cé

lula

s/µ

L)

CT (mg/dL)

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

50 100 150 200

CD

8+

(cé

lula

s/µ

L)

CT (mg/dL)

Page 102: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

99

3.4.18 Correlação entre CT e Carga Viral

A Figura 37 mostra as correlações entre as concentrações de CT e número

de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os

sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes

dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da

suplementação. As análises de significância estatística referentes a estas

correlações estão descritas na tabela.

A avaliação das correlações entre as concentrações de CT e o número de

cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, não apresentou significância

estatística em nenhum grupo estudado.

Figura 37: Correlações entre as concentrações de CT e o número de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo

de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.

b) Agaricus sylvaticus (r= 0,20 p= 0,18) c) Placebo (r= -0,02 p= 0,92)

a) Todos os grupos (r= 0,18 p= 0,11)

0

1000

2000

3000

4000

5000

50 100 150 200

HIV

RN

A (

cóp

ias/

mL)

CT (mg/dL)

0

1000

2000

3000

4000

5000

50 100 150 200

HIV

RN

A (

cóp

ias/

mL)

CT (mg/dL)

0

1000

2000

3000

4000

5000

50 100 150 200

HIV

RN

A (

cóp

ias/

mL)

CT (mg/dL)

Page 103: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

100

3.4.19 Correlação entre TG e Carga Viral

A Figura 38 mostra as correlações entre as concentrações de TG e número

de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os

sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes

dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da

suplementação.

Ao estudar todos os sujeitos de ambos os grupos simultaneamente (a),

observa-se que não houve correlação entre estes parãmetros (r = 0,11 e p = 0,31).

No grupo HIV As (b), esta correlação foi negativa, fraca e significante (b, r = - 0,30 e

p = 0,04). Este fato demonstra que à medida que os valores das concentrações de

TG aumentam, o número de cópias de HIV RNA diminui. No grupo HIV P sozinho

não foi observada correlação (c, r= -0,08 e p= 0,65).

Figura 38: Correlações entre as concentrações de TG e o número de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação

a) Todos os grupos (r= 0,11; p= 0,31)

b) Agaricus sylvaticus (r= 0,30 e p= 0,04) c) Placebo (r= -0,08 e p= 0,65)

0

1000

2000

3000

4000

5000

50 150 250 350 450

HIV

RN

A (

cóp

ias/

mL)

TG (mg/dL)

0

1000

2000

3000

4000

5000

50 150 250 350 450

HIV

RN

A (

cóp

ias/

mL)

TG (mg/dL)

0

1000

2000

3000

4000

5000

50 150 250 350 450

HIV

RN

A (

cóp

ias/

mL)

TG (mg/dL)

Page 104: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

101

3.4.20 Correlação entre HDLc e Carga Viral

A Figura 39 mostra as correlações entre as concentrações de HDLc e número

de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os

sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes

dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da

suplementação.

Ao estudar todos os sujeitos de ambos os grupos simultaneamente (a),

observa-se que não houve correlação entre estes parãmetros (r = -0,15 e p = 0,18).

No grupo HIV As (b), esta correlação foi negativa, fraca e significante (b, r = - 0,30

e p = 0,04). Este fato demonstra que à medida que os valores das concentrações de

HDLc aumentam, o número de cópias de HIV RNA diminui. No grupo HIV P sozinho

não foi observada correlação (c, r= 0,25 e p= 0,12).

Figura 39: Correlações entre as concentrações de HDLc e o número de cópias de RNA HIV de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação

b) Agaricus sylvaticus (r= -0,30; p= 0,04) c) Placebo (r= 0,25; p= 0,12)

a) Todos os grupos (r= -0,15; p= 0,18)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0 10 20 30 40

HIV

RN

A (

cóp

ias/

mL)

HDLc (mg/dL)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0 10 20 30 40

HIV

RN

A (

cóp

ias/

mL)

HDLc (md/dL)

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

0 10 20 30 40 50

HIv

RN

A (

cóp

ias/

mL)

HDLc (mg/dL)

Page 105: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

102

3.4.21 Correlação entre LDLc e Carga Viral

A Figura 40 mostra as correlações entre as concentrações de LDLc e o

número de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando todos

os sujeitos de todos os grupos simultaneamente (a), bem como a correlação entre

estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da

suplementação.

As correlações entre as concentrações de LDLc e número de cópias de HIV

RNA de adultos infectados pelo HIV, não apresentaram significância estatística em

nenhum grupo estudado.

Figura 40: Correlações entre as concentrações de LDLc e o número de cópias de HIV RNA de adultos infectados pelo HIV, considerando todos os sujeitos de todos os grupos

simultaneamente (a), bem como a correlação entre estes dois parâmetros para cada grupo de forma isolada (b, c), antes e depois da suplementação.

b) Agaricus sylvaticus (r= -0,23; p= 0,22) c) Placebo (r= -0,06; p= 0,72)

a) Todos os grupos (r= -0,15; p= 0,17)

0

1000

2000

3000

4000

5000

0 50 100 150 200

HIV

RN

A (

cóp

ias/

mL)

LDLc (mg/dL)

0

1000

2000

3000

4000

5000

0 50 100 150 200

HIV

RN

A (

cóp

ias/

mL)

LDLc (mg/dL)

0

1000

2000

3000

4000

5000

0 100 200

HIV

RN

A (

cóp

ias/

mL)

LDlc (mg/dL)

Page 106: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

103

4 DISCUSSÃO

A AIDS é uma doença de ampla distribuição mundial caracterizada por uma

disfunção grave do sistema imunológico do individuo infectado pelo HIV (Brasil,

2008) e a terapia antirretroviral altamente ativa é o tratamento de escolha para esta

infecção.

Tem ficado bastante claro que o uso prolongado da TARV pode não reparar

sozinho todos os danos causados pela infecção por HIV. Entretanto, clinicamente, a

terapia trouxe avanços significativos na remissão de determinados fatores

característicos da infecção como níveis de carga viral indetectáveis e aumento na

contagem das linfócitos T CD4, ocasionando a melhora da qualidade de vida destes

indivíduos.

Porém se levarmos em consideração uma adequada aderência ao

tratamento, o uso prolongado desses medicamentos (por anos e até décadas) traz

consigo efeitos adversos decorrentes nos quais podemos citar as alterações

metabólicas como dislipidemia, resistência insulínica, hiperglicemia, redistribuição da

gordura corporal (Tanwani & Mokshagundam, 2003; Aldrovandi et al., 2009; Innes et

al., 2009; Werner et al., 2010), além de fatores de risco para doença cardiovascular

(Miller et al., 2008; Barbaro, 2010).

Além disso, indivíduos infectados pelo HIV sofrem de um estresse oxidativo

sistêmico, onde proteínas virais estimulam a produção de ROS, ao mesmo tempo

em que o vírus inibe a síntese da glutationa, importante antioxidante endógeno

(Kruman et al., 1998; Martín et al., 2001). Adicionalmente, a TARV pode aumentar

as espécies quimicamente reativas na circulação possivelmente por produzir mais

metabólitos oxidados derivados da interação entre ROS e as biomoléculas das

células infectadas (De La Asución, et al. 1998; Kumar et al. 1999; Hulgan et al. 2003;

Lewis 2003; Cossarizza e Moyle 2004; Day e Lewis et al. 2004). Este fator pode

estar intimamente relacionado com as complicações decorrentes da doença pelo

HIV e com os distúrbios metabólicos observados nestes indivíduos (Glesby et al,

2009; Mandas et al, 2009; Suresh et al, 2009).

Alguns micronutrientes como o zinco (Baum et al., 2010), selênio (McClelland

et al., 2004; Harthill, 2011) e vitaminas A, C e E (Batterham et al., 2010; Allard et

Page 107: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

104

al.1998) provavelmente constituem-se fatores chaves na melhora da defesa

antioxidante.

Muitos alimentos são ricos em micronutrientes e apresentam uma ampla

variedade de propriedades medicinais. Os cogumelos têm sido foco de vários

estudos que identificaram como uma de suas propriedades a atividade antioxidante

(Zhang et al., 1999; Mau et al., 1999; Hobbs, 1995; Stamets, 2000; Percário, 2008;

Percário et al., 2009). Cogumelos são usados com fins medicinais há milhares de

anos. A ordem Agaricales é uma das maiores classes de fungos que se tem

conhecimento e contém um grande número de espécies importantes que são

usadas como suplemento nutricional e suporte terapêutico (Taveira et al., 2008).

Em extratos do A. sylvaticus foram identificadas inúmeras moléculas que

apresentam propriedades antioxidantes, incluindo vitamina A, vitamina E, vitamina

C, biotina, carotenóides, flavonóides, terpenóides, esteróides e minerais como o

selênio (quadro 2). De modo que há grande potencial antioxidante quando se

conjugam todas estas moléculas em um único alimento, tal como neste cogumelo

(Percário, 2008).

O presente trabalho objetivou avaliar o efeito da suplementação nutricional de

Agaricus sylvaticus sobre as alterações oxidativas, da defesa antioxidante e do

metabolismo lipídico, associadas à infecção pelo HIV em adultos que fazem uso da

terapia antirretroviral.

Um dos objetivos específicos deste trabalho foi avaliar a relação entre o

estresse oxidativo e o uso da TARV na infecção por HIV. Avaliou-se assim, os

valores da concentração de MDA e de outros produtos secundários da peroxidação

lipídica através da dosagem de TBARS. Após os seis meses de suplementação,

verificou-se que a concentração de TBARS no grupo infectado suplementado com

Agaricus sylvaticus diminuiu de forma significante (p= 0,001).

Em conjunto foi avaliada a capacidade antioxidante destes indivíduos pela

sua equivalência ao Trolox (TEAC), um potente antioxidante sintético análogo à

vitamina E. Diversos estudos relatam que os indivíduos infectados pelo HIV

apresentam uma queda da capacidade antioxidante que pode estar relacionada com

a diminuição acentuada nos níveis de GSH e somada a isso há uma deficiência de

micronutrientes, causada por uma má nutrição decorrente da falta de apetite, a

Page 108: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

105

deficiência da absorção intestinal, metabolismo alterado e infecções intestinais

(Delmas-Beauvieux et al., 1996; van der Ven et al., 1998).

Assim, foi verificado que o valor médio de TEAC no grupo HIV As apresentou

um aumento significativo após os seis meses de suplementação (p= 0,001), Em

concordância com diversos autores (Allard et al., 1998; Batterham et al., 2001;

Jaruga et al., 2002, Djohan et al. 2009), tais resultados indicam a suplementação

antioxidante de Agaricus sylvaticus pode amenizar o estresse oxidativo, que nos

pacientes infectados pelo HIV é caracterizado por aumento de ROS e diminuição da

capacidade antioxidante.

Batterham et al. (2001) observaram que a suplementação antioxidante, com

vitamina A, C, E, selênio, realmente melhora a atividade de substâncias importantes

no mecanismo da defesa antioxidante, como a glutationa e a glutationa peroxidase

na infecção pelo HIV.

Suttajit (2007) em sua revisão sobre doses elevadas de vitaminas,

antioxidantes sintéticos e minerais conclui que tais intervenções nutricionais podem

melhorar o estado nutricional e manter a função do sistema imune. Tais substâncias

protegeriam o organismo por reduzirem o estresse oxidativo induzido pelas ERON.

Trabalhos mais antigos (Delmas-Beauvieux et al., 1996) indicavam que a

redução da capacidade antioxidante total pode ser explicada pela redução da

atividade de enzimas antioxidantes. Em estágios tardios da doença, a atividade da

GPx encontra-se baixa, o que pode ser explicado pelo fato desta atividade

primeiramente aumentar após a peroxidação lipídica por uma via de resposta

adaptativa similar à da SOD e depois reduzir como resultado do seu consumo. Isto

pode corresponder a um agravo da doença com o aparecimento de infecções

oportunistas e com o aumento da produção de ERON. Posteriormente, entretanto,

Choi et al. (2000) explicaram que apesar de evidências que sugerem o papel da

redução da GSH na patogênese do HIV, há controvérsias sobre o mecanismo desta

depleção, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento de estratégias

terapêuticas que ajudem a compensar a redução da capacidade antioxidante.

A redução da capacidade antioxidante também pode ser explicada pela

diminuição de moléculas como zinco, selênio, vitamina E e carotenóides, as quais

fazem parte do sistema antioxidante não enzimático exógeno, caracterizando uma

deficiência de micronutrientes marcadamente elevada nestes pacientes (Baum,

Page 109: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

106

2000; Ambrus & Ambrus, 2004). No entanto, é importante destacar que as

concentrações destas moléculas não foram avaliadas no presente estudo.

Os resultados aqui encontrados corroboram, em parte, diversos autores que

sugerem que uma intervenção nutricional antioxidante pode contribuir de forma

satisfatória para a melhora no quadro de estresse oxidativo e consequentemente da

qualidade de vida dos sujeitos infectados pelo HIV que fazem uso da TARV

(Batterham et al., 2001; Nakamura et al., 2002; Ambrus & Ambrus, 2004; Fawzi et

al., 2004; Marston & De Cock, 2004; Young, 2006; Suttajit, 2007; Irlam et al., 2010).

Além do estresse oxidativo, outras alterações metabólicas têm sido descritas

na infecção pelo HIV desde os primeiros anos de seu estudo. Uma das primeiras

alterações relatadas foi a hipertrigliceridemia (Grunfeld et al., 1989). Também foi

observado diferenças nas lipoproteínas com relação ao tamanho, densidade e

composição química, lipídica e proteica (Meyer et al., 1998; Hadigan et al., 1999;

Yanovski et al., 1999). Atualmente, Díaz-Delfín et al. (2011) relataram que o tecido

adiposo parece ser um dos principais prejudicados pois a proteína Tat do HIV pode

desempenhar um importante papel na alteração funcional dos adipócitos, agindo

como estimuladora da expressão e liberação de citocinas pró-inflamatórias.

Adicionalmente, a introdução da terapia antirretroviral, apesar de ter

aumentado grandemente a expectativa de vida dos portadores do HIV, pode estar

relacionada com o alto potencial de desenvolvimento de patologias relacionadas à

peroxidação dos lipídeos, principalmente no que diz respeito à oxidação da LDL.

Este fato traz como consequência um elevado risco de aparecimento de doenças

cardiovasculares nestes pacientes (Barbaro, 2002; Mary-Krause et al., 2003;

Montessori et al., 2004; Swanson et al., 2009; Barbaro, 2010; Arruda Júnior et al.,

2010).

Em concordância com estes estudos os resultados do presente trabalho

mostram valores dos triglicerídeos plasmáticos acima dos valores de referencia,

mesmo no grupo que recebeu o Agaricus sylvaticus após os seis meses de

suplementação. O percentual de variação nos valores médios das diferenças no

grupo HIV As ficou em 5% e no grupo HIV P foi de 6%.

Neste estudo, apesar de terem sido observadas alterações que não foram

significantes no perfil lipídico dos grupos estudados, verificou-se que há uma

tendência de redução de alguns lipídeos analisados. Houve uma redução em torno

Page 110: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

107

de 19% no valor médio das diferenças do LDLc no grupo HIV As, enquanto que no

grupo HIV P essa variação não ultrapassou os 2%; diferenças estas que foram

estatisticamente significantes (p= 0,035).

Um dos mecanismos propostos para se explicar algumas alterações lipídicas

observadas no curso da infecção pelo HIV seria a recuperação da resposta imune

principalmente nas fases crônicas da infecção por estar associada a um declínio

moderado na proporção de linfócitos T produtoras do TNF-α e a TARV promoveria a

polarização para a produção dessa substância. O TNF-α atuaria provocando uma

redução na captura de ácidos graxos livres pelos adipócitos através da inibição da

lipoproteína lipase, levando a perda de gordura em alguns tecidos. Ao mesmo tempo

há um estímulo da atividade da enzima triacilglicerol sintetase, fato este que

aumenta a lipogênese hepática resultando em hiperlipidemia (Ledru et al., 2000).

De fato a TARV pode ser um fator importante no desenvolvimento da

síndrome lipodistrófica associada ao HIV porque induz inflamação do tecido adiposo,

estresse oxidativo e infiltração dos macrófagos, bem como alterações da função dos

adipócitos e toxicidade mitocondrial (Loonam e Mullen, 2012)

Recentemente, Manente et al. (2012) forneceram evidências de que

fármacos anti-HIV têm um efeito diferencial no ciclo celular e diferenciação dos

adipócitos, sendo capaz de modificar a resposta ao estresse oxidativo por meio de

um aumento de ROS. O Saquinavir, o Efavirenz, e Estavudina exercem influências

anti-adipogênicas, perturbando a resposta oxidativa e induzindo a apoptose.

Observando estudo das correlações entre TBARS e CT, verificamos que

houve uma correlação positiva moderada significante no grupo HIV P (r = 0,36 e p =

0,03). No mesmo grupo também foi observada uma correlação positiva e moderada (r

= 0,47 e p = 0,002) entre TBARS e LDLc, mostrando que a medida que o TBARS

aumenta o CT e a LDLc também aumentam.

Wang et al., (2007) verificaram o IP reduziu significantemente o efluxo de

colesterol das células para a apolipoproteína A-I, assim como, a expressão do

receptor B1. Em contrapartida, a produção do ânion superóxido mostrou-se

aumentada nos macrófagos o que provocou a maior produção de células

espumosas.

Em estudo comparativo entre dois grupos de pacientes HIV positivos que

faziam uso ou não da TARV com indivíduos HIV negativos, Mandas et al. (2009),

Page 111: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

108

observaram que ambos os grupos portadores do vírus, apresentaram

hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia e também altos níveis de radicais livres,

sendo que os usuários da terapia demonstraram uma elevação mais acentuada.

O estresse oxidativo e os distúrbios lipídicos, observados nos indivíduos

infectados pelo HIV que fazem uso da TARV, além de estarem envolvidos na

síndrome da lipodistrofia também podem ser fatores desencadeantes de doenças

vasculares juntamente com as disfunções endoteliais.

Ao analisar os fatores de risco para doenças cardiovasculares em crianças

infectadas pelo HIV, Miller et al., (2008) observaram baixo peso e baixo índice de

massa corporal, altos níveis de triglicerídeos e baixos níveis de colesterol da HDL.

Também constataram os efeitos da terapia com o uso do IP está relacionado com os

distúrbios no metabolismo lipídico desses pacientes.

Aldrovandi et al. (2009) também encontraram valores médios de colesterol

total e colesterol da LDL significativamente altos e o colesterol da HDL mostrou-se

baixo no grupo HIV positivo que fez uso da TARV associada à IP.

Na patogenia da doença aterosclerótica é relevante o papel desempenhado

pelas LDLs na formação das placas de ateroma. Estas foram descritas, como um

grupo heterogêneo de partículas que diferem entre si em tamanho, conformação,

carga elétrica e composição química. Assim, foram caracterizadas principalmente

em LDL acetiladas, metiladas e, sobretudo, LDL-ox. Sobre as ações fisiopatológicas

das LDL modificadas existem controvérsias, porém atribui-se uma ação mais

aterogênica que às LDL nativas (Estebauer et al., 1992; Percário, 1993)

Diversos estudos tem identificado, também, que os radicais livres participam

como importantes intermediários na formação do quadro aterosclerótico (Li et al.,

1996; Reilly et al., 1998; Bakker et al., 2000; Ronchini et al., 2003; Papaharalambus

e Griendling, 2007) no qual estas espécies químicas degradam compostos orgânicos

e lesam componentes celulares, destacando-se entre eles a membrana da célula

endotelial.

Em decorrência, o endotélio fica mais permeável às partículas presentes no

sangue, entre elas as LDL, que poderão ser mais facilmente captadas no espaço

subendotelial pelos macrófagos, os quais se transformam em células com grande

conteúdo lipídico, as células espumosas (Percário, 2008). Na luz do vaso, partículas

de LDL nativas, transformam-se em partículas de LDL-ox pela ação dos radicais

Page 112: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

109

livres, sendo mais facilmente reconhecidas pelos receptores das LDL modificadas,

presentes na superfície das células endoteliais e dos macrófagos. Disto decorre um

aumento da velocidade de captação de colesterol por estas células, implicando no

aumento da velocidade de formação das placas de ateroma (Brown et al., 1997;

Percário et al., 1997).

A oxidação das lipoproteínas plasmáticas em indivíduos hiperlipidêmicos

poderia também ser facilitada pela maior produção de espécies reativas de oxigênio

por leucócitos estimulados (Lavy et al., 1991; Krause et al., 1993). De fato,

leucócitos mononucleares de sujeitos com hiperlipidemia e/ou hipertrigliceridemia

liberam maior quantidade de ERTON, quando comparado a indivíduos

normolipidêmicos (Pedro et al., 2013).

Reforçando ainda mais o fato de que os radicais livres podem ser constituintes

fundamentais no desenvolvimento das doenças cardiovasculares, alguns estudos

relatam que, de forma paradoxal, mesmo altas quantidades de LDL são incapazes

de converter macrófagos em células espumosas in vitro, sugerindo que são as LDL

modificadas - e não as nativas - que estão envolvidas na etiopatogenia da doença

aterosclerótica, reforçando a teoria oxidativa da aterosclerose (Heinicke, 1994; Yu et

al., 2013)

Simultaneamente à modificação das LDL, as ERTO podem causar diferentes

graus de disfunção endotelial, variando desde a expressão de moléculas de adesão

(Yu et al., 2013), até a extensiva destruição da barreira endotelial em regiões

específicas. A disfunção endotelial, a infiltração de macrófagos da parede do vaso, e

a proliferação e migração de células musculares lisas envolvem diferentes tipos de

ROS produzidas por vários componentes da parede dos vasos (Papaharalambus e

Griendling, 2007)

Além da LDL, diversos estudos epidemiológicos tem demonstrado que baixos

níveis plasmáticos da HDL representam um fator de risco para doença

cardiovascular (Gordon et al., 1977, Assmann et al., 1996; Jafri et al., 2010;

Arsenault et al., 2011).

Neste estudo, observou-se que apesar de não significante, houve uma

tendência de aumento na média das concentrações do HDLc do grupo HIV As

(19,7±5,4 para 21,5±4,9 mg/dL, p= 0,057), sendo que o percentual de variação da

Page 113: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

110

diferença das médias antes e após os seis meses de suplementação foi de 15%

neste grupo. No grupo suplementado com placebo esta variação ficou em 10%.

Simultaneamente às LDL, outras lipoproteínas podem sofrer modificações

oxidativas, inclusive a HDL. Nesse caso, ressalta-se a importância da oxidação da

HDL, no que diz respeito à importante função dessa lipoproteína no transporte

reverso do colesterol, atuando no sentido de impedir o acúmulo de colesterol nas

placas de ateroma. Sugere-se que a HDL seja mais suscetível à oxidação que a

LDL, de forma que durante a instalação do processo oxidativo biológico, espera-se

que a HDL seja oxidada prioritariamente, passando a se tornar um elemento

adicional na indução de modificações oxidativa (Parthasarathy, 1994)

Observando estudo das correlações entre TBARS e HDLc, verificou-se que

houve uma correlação negativa, moderada e significante no grupo HIV As (r= -0,30;

p= 0,04). Isto indica, mais uma vez, o envolvimento do excesso de radicais na

alteração do perfil lipídico característico destes indivíduos.

De fato, em sujeitos HIV infectados que fazem uso da TARV e que se

apresentam com a viremia suprimida foi descrito que a atividade antioxidante/anti-

inflamatória da HDL está marcadamente reduzida e isto se deve ao estresse

oxidativo e a inflamação crônica observado nestes indivíduos (Kelesidis et al., 2011).

Classicamente, acredita-se que a HDL desempenha um papel importante no

estresse oxidativo e inflamação, pois, promove a absorção, transformação e

eliminação de lipídios oxidados. No entanto, a inflamação sistêmica pode prejudicar

sua atividade antioxidante e anti-inflamatória transformando a HDL em pró-oxidante

e pró-inflamatório de fase aguda, isto aconteceria para ajudar na indução da

quimiotaxia de monócitos pela LDL (Barter et al., 2004; Vaziri et al., 2009; Navab et

al., 2010). Assim, a HDL, não só remove o excesso de colesterol da LDL derivado

dos tecidos periféricos, mas também tem um importante papel na atenuante

inflamação induzida por LDL.

O estresse oxidativo e inflamação são características quase constantes na

infecção pelo HIV e o estado inflamatório predominante provavelmente contribui

para a redução da função anti-inflamatória da HDL nesta população. Isto poderia

levar a um ciclo vicioso em que a inflamação subjacente e o estresse oxidativo

induzem a disfunção HDL, que resulta em mais inflamação (Kelesidis et al., 2011).

Sob este aspecto, certos pacientes com quadro de aterosclerose podem apresentar

Page 114: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

111

HDL "disfuncional", com níveis desta lipoproteína dentro da normalidade (Sorrentino

et al., 2010; Vazquez et al., 2012).

Além das evidências da relação dos distúrbios lipídicos com o estresse

oxidativo diversos autores sugerem que uma suplementação alimentar com

micronutrientes que apresentam atividade antioxidante poderia ser um complemento

ao tratamento dos indivíduos infectados que desenvolveram sinais e sintomas da

doença causada pelo HIV (Nakamura et al., 2002; Ambrus & Ambrus, 2004; Fawzi et

al., 2004; Marston & De Cock, 2004; Young, 2006; Suttajit, 2007; Irlam et al., 2010).

Além de uma atividade comprovadamente antioxidante, a administração do

Agaricus sylvaticus reduz o desenvolvimento das placas de ateroma em animais, o

que sugere que este cogumelo possui um efeito antihiperlipidêmico (Percário et al.

2008).

De fato, no presente estudo, observou-se um aumento significante na

capacidade antioxidante do grupo HIV As após seis meses de suplementação

(p=0,001) e uma diferença também significante entre os valores médios finais deste

grupo quando comparado ao grupo HIV P (p= 0,005). Adicionalmente, a correlação

entre TEAC e LDL grupo HIV As mostrou-se negativa, moderada e significante (p=

0,008). Tais resultados indicam que a produção de radicais livres pode realmente

estar associada com os distúrbios lipídicos observados nestes indivíduos e que o

aumento da capacidade antioxidante total ocasionada pela suplementação de

Agaricus sylvaticus pode ter influência na reversão deste quadro.

Apesar da resposta à infecção diferir de indivíduo para indivíduo, se

estabelece um quadro comum a todos. Os pacientes desenvolvem uma síndrome

aguda três a seis semanas após a infecção primária, caracterizada por uma alta

viremia e uma diminuição no número de células CD4+ no sangue periférico

(Pantaleo et al., 1993).

Os indivíduos infectados pelo HIV apresentam um quadro de estresse

oxidativo secundário à replicação do vírus, que se desenvolve por um aumento do

efeito pró – oxidante de citocinas inflamatórias como o TNF- α, e/ou ativação dos

linfócitos polimorfonucleares o que pode levar a apoptose das linfócitos T CD4.

(Delmas-Beauvieux et al., 1996; Dobmeyer et al.,1997). Verifica-se também uma

menor capacidade antioxidante total (CAT), uma maior quantidade de radicais livres

e um número menor de linfócitos T CD4 (Coaccioli et al., 2010). Esses dados

Page 115: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

112

mostram que os pacientes infectados por este vírus apresentam uma condição

importante de estresse oxidativo, na qual as defesas antioxidantes estão presentes,

porém insuficientes para neutralizar os danos causados pelas ERON.

Observando os valores médios do número de linfócitos T CD4 encontrados

neste trabalho, percebe-se que houve um discreto aumento tanto no grupo HIV As

(478±192 x 544±192) quanto no grupo HIV P (412±210 x 457±224), porém as

diferenças não foram estatisticamente significantes em nenhum dos grupos. Em

relação à contagem dos linfócitos T CD8 contatou-se que houve um aumento na

variação das médias das diferenças (5%) no grupo HIV As. No grupo que recebeu o

placebo foi observada uma redução de 1% na variação das médias das diferenças,

mas nenhum destes dados foi significante. Ao avaliar o conteúdo da carga viral dos

pacientes do presente estudo observamos que houve uma redução em ambos os

grupos estudados (HIV As = 1417±1153 x 581±511; HIV P = 2746±3035 x

1510±2636), porém esta não foi significante.

A não verificação de diferenças significantes nestes parâmetros pode ser

decorrente diretamente da má absorção ou da ingestão de doses diárias

insuficientes do Agaricus sylvaticus, tendo em vista que é característico da infecção

pelo HIV anormalidades gastrointestinais (Tanowitz et al., 1996). O tempo de

suplementação também pode ser um ponto de interferência dos resultados aqui

observados já que Djohan et al. (2009) estudaram o efeito do chá da erva

Alternanthera pungens em pacientes HIV positivos assintomáticos, por um período

de aproximadamente 2 anos e seus resultados demonstraram que houve um

aumento significativo do número de linfócitos T CD4+ e CD8+, acompanhado de

uma redução dos marcadores de estresse oxidativo MDA e produtos da oxidação

avançada de proteínas (AOPP).

A casuística seria outro fator interferente nos resultados deste trabalho já que

McClelland et al. (2004), utilizaram uma amostra de 400 mulheres portadoras do HIV

para avaliar o efeito da suplementação diária, durante 6 semanas, de um

multivitamínico com 200µg de selênio comparado com placebo, mostrando que a

suplementação com o multivitamínico aumentou a contagem de linfócitos T CD4 e

linfócitos T CD8 nesta população.

Em contrapartida, Kaizer et al. (2006), em seu estudo prospectivo,

randomizado e duplo-cego no qual fizeram parte 40 indivíduos, demonstraram que o

Page 116: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

113

uso de um suplemento de micronutrientes em usuários da TARV durante 12

semanas aumentou significativamente a contagem de linfócitos T CD4 em

comparação com o grupo que recebeu o placebo.

Outro fator interferente nos resultados pode ter sido as doses diárias de

Agaricus sylvaticus ingeridas pelos indivíduos participantes deste estudo.

Vários compostos antioxidantes têm demonstrado atividade antirretroviral in

vitro, incluindo N-acetil-cisteína, cisteína, glutationa, ascorbato e vitamina E (Staal et

al., 1990; Kalebic et al., 1991; Harakeh e Jariwalla, 1997). Porém, as altas

concentrações exigidas desses antioxidantes para se obter a inibição da replicação

viral, demonstraram precocemente sua fraca atividade antiviral (Peace e Leaf,1995;

Israel e Gougerot-Pocidalo, 1997). Estudos in vivo com suplementos antioxidantes

como NAC, selênio e ascorbato também não verificaram efeito terapêutico

significante, no sentido de induzir a diminuição da carga viral de pacientes infectados

pelo HIV (Look et al., 1998; Breitkreutz et al., 2000; Muller et al., 2000). Allard et al.

(1998) utilizaram uma suplementação com as vitaminas antioxidantes E e C e

descreveram que estas reduziram a peroxidação lipídica e produzem uma

tendência de redução da carga viral.

Observando estudo das correlações entre CV e HDLc, verificamos que houve

uma correlação negativa, significante apesar de fraca no grupo HIV As (r= 0,30 e p=

0,046). Tais resultados indicam novamente o efeito protetor da HDL, já que é esta

lipoproteína que faz o transporte reverso do colesterol e que alguns passos na

replicação viral são criticamente dependentes do colesterol intracelular. A diminuição

da síntese de colesterol e dos domínios lipídicos celulares reduzem o número de

partículas do HIV produzidas na célula infectada (Maziere et al., 1994; Ono e Freed,

2001) e também reduzem sua infectividade, pois apesar de se ligarem ao receptor

CD4 não conseguem ser internalizados (Guyader et al. 2002).

Já o efeito prejudicial das proteínas virais sobre o metabolismo dos

triglicerídeos, como por exemplo, diminuição da adipogênese em pré-adipócitos

conforme relatado por Díaz-Delfín et al. (2011) parece ser atenuado pela

suplementação antioxidante de Agaricus sylvaticus, tendo em vista que a correlação

CV e TG no grupo HIV As foi positiva e significante (r= 0,30; p= 0,04).

Page 117: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

114

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados deste trabalho corroboram diversos autores que sugerem que

uma intervenção nutricional antioxidante pode contribuir de forma satisfatória para a

melhora no quadro de estresse oxidativo e consequentemente da qualidade de vida

dos sujeitos infectados pelo HIV que fazem uso da TARV.

O efeito benéfico do Agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo pôde ser

observado nos indivíduos que fizeram uso deste suplemento, pela diminuição dos

radicais livres e aumento da capacidade antioxidante, porém nos outros parâmetros

sua influência não foi constatada.

Neste sentido, outros estudos tornam-se necessários para elucidar o papel da

suplementação de Agaricus sylvaticus durante a infecção pelo HIV, principalmente

os que abordem o maior tempo de suplementação e doses mais elevadas do

suplemento; maior casuística; avaliação de outros marcadores do estresse oxidativo,

como por exemplo o óxido nítrico e da defesa antioxidante, como a glutationa e

micronutrientes, atividade das enzimas antioxidantes (catalase, glutationa

peroxidase).

Page 118: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

115

6 CONCLUSÕES

A suplementação de A. sylvaticus diminuiu de forma significante os valores de

TBARS e aumentou a capacidade antioxidante,;

A suplementação de A. sylvaticus levou a uma tendência de diminuição dos

valores de LDLc;

Os marcadores do estresse oxidativo apresentaram correlação positiva com o

colesterol total e o LDLc no grupo que recebeu placebo e correlação negativa

com o HDLc no grupo suplementado de A. sylvaticus. Neste mesmo grupo o

marcador da capacidade antioxidante mostrou correlação negativa com LDLc;

Os marcadores imunológicos da evolução da doença não sofreram efeito da

suplementação A. sylvaticus, porém houve correlação negativa entre o TEAC e a

carga viral no grupo placebo e a correlação também foi negativa entre o LDLc e

a carga viral no grupo que recebeu o A. sylvaticus

Assim, sugere-se que a maior produção de radicais livres relatada nos indivíduos

portadores do HIV e que fazem a TARV pode ter envolvimento nos distúrbios

lipídicos que por vezes acometem estes sujeitos e na fisiopatogenia da infecção,

sendo que a introdução de uma suplementação antioxidante traria efeitos benéficos

sobre tais alterações.

Page 119: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

116

REFERÊNCIAS

ALDROVANDI G.M., LINDSEY J.C., JACOBSON D.L., ZADZILKA A., SHEERAN E., MOYE J., BORUM P., MEYER W.A., HARDIN D.S., MULLIGAN K. Morphologic and Metabolic Abnormalities in Vertically HIV infected Children and Youth. AIDS 23(6): 661–672, 2009.

ALLARD J.P., AGHDASSI E., CHAU J., TAM C., KOVACS C.M., SALIT I.E., WALMSLEY S.L. Effects of vitamin E and C supplementation on oxidative stress and viral load in HIV-infected subjects. AIDS 12(13): 1653-1659, 1998.

AMBRUS J.L.Sr., AMBRUS J.L.Jr. Nutrition and acquires immunodeficiency syndrome. Exp. Biol. Med. 229(9): 865, 2004.

ARENDT B.M., BOETZER A.M., LEMOCH H., WINKLER P., ROCKSTROH J.K., BERTHOLD H.K., SPENGLER U., GOERLICH R. Plasma antioxidant capacity of HIV-seropositive and healthy subjects during long-term ingestion of fruit juices or a fruit-vegetable-concentrate containing antioxidant polyphenols. Eur. J. Clin. Nutr. 55(9): 786-792, 2001.

ARPADI S.M., CUFF P.A., HORLICK M., WANG J., KOTLER D.P. Lipodystrophy in HIV-infected children is associated with high viral load and low CD4+ -lymphocyte count and CD4+ -lymphocyte percentage at baseline and use of protease inhibitors and stavudine. J. Acquir. Immune Defic. Syndr. 27(1):30-4, 2001.

ARSENAULT B.J., BARTER P., DEMICCO D.A., BAO W., PRESTON G.M., LA.ROSA J.C., GRUNDY S.M., DEEDWANIA P., GRETEN H., WENGER N.K., SHEPHERD J., WATERS D.D., KASTELEIN J.J. Prediction of cardiovascular events in statin-treated stable coronary patients by lipid and nonlipid biomarkers. J. Am. Coll. Cardiol. 57: 63-69, 2011.

ARRUDA JÚNIOR E.R., LACERDA H.R., MOURA L.C.R.V., DE ALBUQUERQUE

M.F.P.M., MIRANDA FILHO D.B, DINIZ G.T.N., DE ALBUQUERQUE V.M.G., AMARAL J.C.Z., MONTEIRO V.S., XIMENES R.A.A. Profile of Patients with Hypertension Included in a Cohort with HIV/ AIDS in the State of Pernambuco, Brazil. Arq. Bras. Cardiol. 95(5): 640-64, 2010.

ASSMANN G, SCHULTE H, VON ECKARDSTEIN A, HUANG Y. Highdensity

lipoprotein cholesterol as a predictor of coronary heart disease risk. The PROCAM experience and pathophysiological implications for reverse cholesterol transport. Atherosclerosis 124, Suppl: S11-S20, 1996.

AUKRUST P., LUNA L., UELAND T., JOHANSEN R.F., MÜLLER F., FROLAND

S.S., SEEBERG E.C., BJORAS M. Impaired base excision repair and

Page 120: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

117

accumulation of oxidative base lesions in CD4 T cells of HIV-infected patients. Blood 105(12): 4730-4735, 2005.

AYRES M., AYRES JR. BioEstat 5.0: Aplicações Estatísticas nas Áreas das Ciências Biológicas e Médicas. Brasília, CNPq, 2008. p. 106.

BAKER J.V., DUPREZ D., RAPKIN J., HULLSIEK K.H., QUICK H., GRIMM R., NEATON J., HENRY K. Untreated HIV Infection and Large and Small Artery Elasticity. J. Acquir. Immune Defic. Syndr. 52(1): 25–31, 2009.

BAKKER S.J.L., IJZERMAN R.G., TEERLINK T., WESTERHOFF H.V., GANS R.O.B., HEINE R.J. Cytosolic triglycerides and oxidative stress in central obesity: the missing link between excessive atherosclerosis, endothelial dysfunction, and

–cell failure? Atherosclerosis 148:17-21, 2000.

BARBARO G. Heart and HAART: Two sides of the coin for HIV-associated cardiology issues. World J. Cardiol. 2(3): 53-57, 2010.

BARBARO P. HIV infection, antiretroviral therapy and cardiovascular risk. J. Cardiov. Risk 9:295-300, 2002.

BARTER P.J., NICHOLLS S., RYE K.A., ANANTHARAMAIAH G.M., NAVAB M., FOGELMAN A.M. Antiinflammatory properties of HDL. Circ. Res. 17:764-772, 2004.

BATTERHAM M., GOLD J., NAIDOO D., LUX O., SADLER S., BRIDLE S., EWING M., OLIVER C. A preliminary open label dose comparison using an antioxidant regimen to determine the effect on viral load and oxidative stress in men with HIV/AIDS. Eur. J. Clin. Nutr. 55(2): 107-114, 2001.

BAUM M.K., LAI S., SALES S., PAGE J.B., CAMPA A. Randomized, controlled clinical trial of zinc supplementation to prevent immunological failure in HIV-infected adults. Clin. Infect. Dis. 50(12):1653-1660, 2010.

BERGMEYER H.U. Enzymatic analysis, Laboratory manuals. 2nd English edition Verlag Chemie (Weinheim and New York), p.47, 1974.

BLOIS, S.M. Antioxidant determinations by the use of a stable free radical. Nature 181(4617): 1199-1200, 1958.

BOOM R., SOL C.J., SALISMAN M.M., JANSEN C.L., WERTHEIM-VAN DILLEN P.M., VAN DER NOORDAA J. Rapid and simple method for purification of nucleic acids. J. Clin. Microbiol. 28:495-503, 1990.

Page 121: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

118

BORCHERS A.T., KEEN C.L., GERSHWIN M.E. Mushrooms, tumors, and immunity:

an update. Exp. Biol. Med. (Maywood) 229:393–406, 2004.

BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Regulamentação de Pesquisas envolvendo Seres Humanos. Resolução n°196/96. Brasília - DF, 1996.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa

Nacional de DST e AIDS - Brasília. Critérios de Definição de Casos de AIDS em Adultos e Crianças. 2004. p. 56.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância EPIdemiológica. Doenças infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 7ª. ed. rev. – Brasília: MS, 2008. p. 372.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e AIDS. Boletim Epidemiológico - AIDS e DST. Brasília: MS, 2012.

BREITKREUTZ, R., PITTACK, N., NEBE, C.T., et al. Improvement of immune

functions in HIV infection by sulfur supplementation: two randomized trials. J. Mol. Med. 78(1): 55-62, 2000.

BRICARELLO L.P., LOPES H.V., BRICARELLO S.G.A. Terapia Nutricional na Síndrome de Imunodeficiência Adquirida. In: Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia. Silva SMCS, Mura JDP. Roca, São Paulo. p. 583-589, 2007.

BROWN A., LEONG S.L., DEAN R.T., JESSUP W. 7-Hydroperoxycholesterol and its products in oxidized low density lipoprotein and human atherosclerotic plaque. J. Lipid Res. 38:1730-1745, 1997.

BROWN M.S., GOLDESTEIN J.L. Koch’s postulates for cholesterol. Cell 71, 187-188, 1992.

CAIROLI E., SCOTT-ALGARA D., PRITSCH O., DIGHIERO G., CAYOTA A. HIV-1

induced decrease of nitric oxide production and inducible nitric oxide synthase expression during in vivo and in vitro infection. Clin. Immunol. 127: 26-33, 2008.

CAMPBELL, S.M., CROWE, S.M., MAK, J. Virion-associated cholesterol is critical for the maintenance of HIV-1 structure and infectivity. AIDS 16: 2253–2261, 2002.

CARREIRO D.M. Terapia Nutricional no Estresse Oxidativo. In: Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia. Silva SMCS, Mura JDP. Roca, São Paulo, p. 611-622, 2007.

Page 122: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

119

CASTILHO E.A., CHEQUER P., STRUCHINER C. A epidemiologia da AIDS no Brasil. In: Parker R, Bastos C, Galvão J, Pedrosa JS, organizadores. A AIDS no Brasil (1982- 1992). Rio de Janeiro: Relume-Dumará, p.59-67, 1994.

CENTERS FOR DISEASE CONTROL (CDC). Update on acquired immune

deficiency syndrome (AIDS)—United States. MMWR Morb. Mortal Wkly Rep. 31 (37): 507–508; 513–514, 1982.

CHAI H., YANG H., YAN S., LI M., LIN P.H., LUMSDEN A.B., YAO Q., CHEN C. Effects of 5 HIV protease inhibitors on vasomotor function and superoxide anion production in porcine coronary arteries. J. Acquir. Immune Defic. Syndr. 40: 12-19, 2005.

CHAISSON R.E., STERLING T.R., GALLANT J.E. General clinical manifestations of Human immunodeficiency virus infection (Including oral, cutaneous, renal, ocular and cardiac diseases). In: Principles and Practice of infectious diseases. Mandell G.L., Bennett J.E. & Douglas R.G. (eds) Florida, USA: Churchill Livingstone, Inc. p. 1398-1415, 2000.

Chemistry at Wellesley College/Chemistry/Chem101/hiv/t-hiv.GIF> Acesso em: 19/01/2011. Disponivel em <http://www.wellesley.edu

CHENG C., WANG X., WEAKLEY S.M., KOUGIAS P., LIN P.H., YAO Q., CHEN C. The Soybean Isoflavonoid Equol Blocks Ritonavir-Induced Endothelial Dysfunction in Porcine Pulmonary Arteries and Human Pulmonary Artery Endothelial Cells. J. Nutr. 140: 12–17, 2010.

CHIOU P.Y., KUO B.I., LEE M.B., CHEN Y.M., CHUANG P., LIN L.C. Programme of symptom management for improving quality of life and drug adherence in AIDS/HIV patients. J. Adv. Nurs. 55(2):169-9, 2006.

CHOI J., LIU R.M., KUNDU R.K., SANGIORGI F., WU W., MAXSON R., FORMAN H.J. Molecular Mechanism of Decreased Glutathione Content in Human Immunodeficiency Virus Type 1 Tat-transgenic Mice. J. Biol. Chem. 275(5):3693–3698, 2000.

COACCIOLI S., CRAPA G., FANTERA M., DEL GIORNO R., LAVAGNA A.,

STANDOLI M.L., FRONGILLO R., BIONDI R., PUXEDDU A. Oxidant/antioxidant status in patients with chronic HIV infection. Clin. Ter. 161(1): 55-58, 2010.

COSSARIZZA A., MOYLE G., Antiretroviral nucleoside and nucleotide analogues

and mitochondria. AIDS 18(2): 137–151, 2004.

Page 123: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

120

DAY B.J., LEWIS W. Oxidative stress in NRTI-induced toxicity: evidence from clinical experience and experiments in vitro and in vivo. Cardiovasc. Toxicol. 4(3): 207–216, 2004.

DANCEY, C. P., REIDY, J. Estatística sem matemática para a psicologia. Porto Alegre: Artmed. 2006.

DE LA ASUNCIÓN J.G., DEL OLMO M.L., SASTRE J., MILLÁN A., PELLÍN A., PALLARDÓ F.V., VIÑA J. AZT treatment induces molecular and ultrastructural oxidativedamage to muscle mitochondria. Prevention by antioxidant vitamins. J. Clin. Invest. 102(1): 4–9, 1998.

DELMAS-BEAUVIEUX M.C., PEUCHANT E., COUCHOURON A., CONSTANS J., SERGEANT C., SIMONOFF M., PELLEGRIN J.L., LENG B., CONRI C., CLERC M. The enzymatic antioxidant system in blood and glutathione status in human immunodeficiency virus (HIV)-infected patients: effects of supplementation with selenium or b-carotene. Am. J. Clin. Nutr. 64(1):101-7, 1996.

DÍAZ-DELFÍN J., DOMINGO P., WABITSCH M., GIRALT M., VILLARROYA F. HIV-1 Tat protein impairs adipogenesis and induces the expression and secretion of proinflammatory cytokines in human SGBS adipocytes. Antivir. Ther. 17(3):529-40, 2012.

DJINHI J., TIAHOU G., ZIRIHI G., LOHOUES E., MONDE A., CAMARA C., SESS E. Selenium deficiency and oxidative stress in asymptomatic HIV1-infected patients in Côte d'Ivoire. Bull Soc. Pathol. Exot. 102(1):11-13, 2009.

DJOHAN Y., CAMARA C., MONDÉ A., KOFFI G., NIAMKÉ G., DÉRÉ L., TIAHOU G., DJESSOU P., SESS D. Interest of antioxidants in the care of the patients infected by the HIV: the experience of long term administration of Alternanthera pungens herb tea. Ann. Biol. Clin. (Paris) 67(5): 563-568, 2009.

DOBMEYER T.S., FINDHAMMER S., DOBMEYER J.M. Ex vivo induction of

apoptosis in lymphocytes is mediated by oxidative stress: role for lymphocyte loss in HIV infection. Free Radic. Biol. Med. 22(5):775–785, 1997.

DRAIN P.K., KUPKA R., MUGUSI F., FAWZI W.W. Micronutrients in HIV-positive persons receiving highly active antiretroviral therapy. Am. J. Clin. Nutr. 85: 333–345, 2007.

DUFFY P., WANG X., LIN P.H., YAO Q., CHEN C., DEBAKEY M.E. HIV Nef Protein Causes Endothelial Dysfunction in Porcine Pulmonary Arteries and Human Pulmonary Artery Endothelial Cells. J. Surg. Res. 156(2): 257–264, 2009.

Page 124: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

121

ESTEBAUER H., GEBICK J., PUHL H., JURGENS G. The role of lipid peroxidation and antioxidants in oxidative modification of LDL. Free Rad. Biol. Med. 13:341-390. 1992.

FAWZI W.W., MSAMANGA G.I., KUPKA R., SPIEGELMAN D., VILLAMOR E., MUGUSI F., WEI R., HUNTER D. Multivitamin supplementation improves hematologic status in HIV-infected women and their children in Tanzania. Am. J. Clin. Nutr. 85: 1335–1343, 2007.

FAWZI W.W., MSAMANGA G.I., SPIEGELMAN D., WEI R., KAPIGA S., VILLAMOR E., MWAKAGILE D., MED M., MUGUSI F., HERTZMARK E., ESSEX M., HUNTER D.J. A Randomized Trial of Multivitamin Supplements and HIV Disease Progression and Mortality. N. Engl. J. Med. 351(1): 23-33, 2004

FERRARO S., PAOLILLO S., GARGIULO M., COSTANZO P., MAGGI P., CHIRIANNI A., CHIARIELLO M., FILARDI P.P. Effect of antiretroviral therapy on carotid intima-media thickness in HIV-infected patients. G. Ital. Cardiol. (Rome), 10(9):596-601, 2009.

FONSECA M.G.R., BASTOS F.I., DERRIÇO M., ANDRADE C.L.T., TRAVASSOS C., SZWARCWALD C.L. AIDS e grau de escolaridade no Brasil: evolução temporal de 1986 a 1996. Cad. Saude Publica 16(1):77-87, 2000.

FONSECA M.G.R., BASTOS F.I. Vinte e cinco anos da epidemia de HIV e Aids no Brasil: principais achados epidemiológicos. Cad. Saude Publica 23(3):333-44, 2007.

FORTES R.C., NOVAES M.R.C.G. Efeitos da suplementacão dietética com

cogumelos Agaricales e outros fungos medicinais na terapia contra o câncer. Rev. Bras. Cancerologia 52:363–371, 2006.

FRANKEL A.D., YOUNG J.A. HIV-1: fifteen proteins and an RNA. Annu. Rev. Biochem. 67:1-25, 1998.

FRIIS H. Micronutrient interventions and HIV infection: a review of current evidence.

Trop. Med. Int. Health 11(12): 1849–1857, 2006.

GALLO R.C. A reflection on HIV/AIDS research after 25 years. Retrovir. 3:72, 2006.

GEOCZE L., MUCCI S., DE MARCO M.A., NOGUEIRA-MARTINS L.A., CITERO V.A. Qualidade de vida e adesão ao tratamento antirretroviral de pacientes portadores de HIV. Rev. Saúde Pública 44(4):743-9. 2010.

Page 125: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

122

GLESBY M.J., HOOVER D.R., RAISZADEH F., LEE I., SHI Q., MILNE G., SANCHEZ S.C., GAO W., KAPLAN R.C., MORROW J., ANASTOS K. Oxidant Stress in HIV-Infected Women from the Women’s Interagency HIV Study. Antivir. Ther. 14(6): 763–769, 2009.

GOLDESTEIN J.L., BROWM M.S. The low density lipoprotein pathway and its relation to atherosclerosis. Ann. Rev. Biochem. 46, 897-930, 1977.

GORDON T., CASTELLI W.P., HJORTLAND M.C., KANNEL W.B., DAWBER T.R. High density lipoprotein as a protective factor against coronary heart disease. The Framingham Study. Am. J. Med. 62: 707-714, 1977.

GOTTLIEB M.S. Pneumocystis pneumonia--Los Angeles. 1981. Am. J. Public.

Health 96(6): 980–1; discussion 982–3. 2006.

GRAHAM S.M., BAETEN J.M., RICHARDSON B.A., BANKSON D.D., LAVREYS L., NDINYA-ACHOLA J.O., MANDALIYA K., OVERBAUGH J., MCCLELLAND R S.

Higher pre-infection vitamin E levels are associated with higher mortality in HIV-1-infected Kenyan women: a prospective study. BMC Infect. Dis. 7: 63, 2007.

GRUNFELD C., KOTLER D.P., HAMADEH R., TIERNEY A., WANG J., PIERSON

R.N. Hypertriglyceridemia in the acquired immunodeficiency syndrome. Am. J. Med. 86:27-31, 1989.

GUYADER, M., KIYOKAWA, E., ABRAMI, L., TURELLI, P., TRONO, D. Role for human immunodeficiency virus type 1 membrane cholesterol in viral internalization. J. Virol. 76, 10356–10364, 2002.

HADIGAN C., MILLER K., CORCORAN C., ANDERSON C., BASGOZ N., GRINSPOON S. Fasting hyperinsulinemia and changes in regional body composition in human imunodificiency virus – infected women. J. Clin. Endocrinol. Metab. 84(6): 1932-1937, 1999.

HALLIWELL, B., GUTTERIDGE, J.M.C. Free Radicals in Biology and Medicine. 4.ed. New York: Oxford University. 2007. 851 p.

HAMMOND E., MCKINNON E., NOLAN D. Consequences Human Immunodeficiency Virus Treatment–Induced Adipose Tissue Pathology and LPIoatrophy: Prevalence and Metabolic. Clin. Infect. Dis. 51(5):591–599, 2010.

HARAKEH, S., JARIWALLA, R.J. NF-κB independent supression of HIV expression

by ascorbic acid. AIDS Res. Human. Retrov. 13(3): 235-239, 1997.

Page 126: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

123

HARTHILL M. Review: Micronutrient Selenium Deficiency Influences Evolution of Some Viral Infectious Diseases. Biol. Trace Elem. Res. 143(3):1325-36, 2011.

HEINECKE J.W. Cellular mechanisms for the oxidative modification of lipoproteins: implications for atherogenesis. Coronary Artery Dis. 5:205-210, 1994.

HOBBS C. Medicinal Mushrooms: An Exploitation of Tradition, Healing and Culture. Santa Cruz: Botanica Press; 1995.

HULGAN T, MORROW J, D'AQUILA RT, RAFFANTI S, MORGAN M, REBEIRO P, HAAS DW. Oxidant stress is increased during treatment of human immunodeficiency virus infection. Clin. Infect. Dis. 37(12):1711-7, 2003.

INNES S., LEVIN L., COTTON M. Lipodystrophy syndrome in HIV-infected children on HAART. South Afr J. HIV Med. 10(4): 76–80, 2009.

IRLAM J.H., VISSER M.M., ROLLINS N.N., SIEGFRIED N. Micronutrient supplementation in children and adults with HIV infection. Cochrane Database Syst Rev 8(12):CD003650, 2010.

ISRAEL, N., GOUGEROT-POCIDALO, M. A. Oxidative stress in human

immunodeficiency virus infection. CMLS 53: 864-870, 1997. JAFRI H., ALSHEIKH-ALI A.A., KARAS R.H. Meta-analysis: statin therapy does not

alter the association between low levels of high-density lipoprotein cholesterol and increased cardiovascular risk. Ann. Intern. Med. 153: 800-808, 2010.

JARUGA P., JARUGA B., GACKOWSKI D., OLCZAK A., HALOTA W.,

PAWLOWSKA M., OLINSKI R. Supplementation with Antioxidant Vitamins Prevents Oxidative Modification of DNA in Lymphocytes of HIV-Infected Patients. Free Radic. Biol. Med. 32(5): 414–420, 2002.

JIANG B., HEBERT V.Y., LI Y., MATHIS M., ALEXANDER J.S., DUGAS T.R. HIV antiretroviral drug combination induces endothelial mitochondrial dysfunction and reactive oxygen species production, but not apoptosis. Toxicol Appl. Pharmacol. 224: 60–71, 2007.

KALEBIC, T., KINTER, A., POLI, G., et al. Suppression of human immunodeficiency virus expression in chronically infected monocytic cells by glutathione, glutathione ester, and N-acetylcisteine. Proc. Natl. Acad. Sci USA 88: 986-990, 1991.

KAISER, J. D., CAMPA, A. M., ONDERCIN, J. P., LEOUNG, G. S., PLESS, R. F.

BAUM, M. K. Micronutrient supplementation increases CD4 count in HIV-infected

Page 127: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

124

individuals on highly active antiretroviral therapy: a prospective, double-blinded, placebo-controlled trial. J. Acquir. Immune Defic. Syndr. 42(5): 523-528, 2006.

KELESIDIS T., YANG O.O., CURRIER J.S., NAVAB K., FOGELMAN A.M., NAVAB M. HIV-1 infected patients with suppressed plasma viremia on treatment have pro-inflammatory HDL. Lipids Health Dis. 10:35, 2011.

KIM M.J., JARDEL C., BARTHELEMY C., JAN V., BASTARD J.P., FILLAUT-CHAPIN S., HOURY S., CAPEAU J., LOMBES A. Mitochondrial DNA Content, an Inaccurate Biomarker of Mitochondrial Alteration in Human Immunodeficiency Virus-Related Lipodystrophy. Antimicrob. Agents Chemother. 52(5): 1670–1676, 2008.

KOHN H.I., LIVERSEDGE M. On a new aerobic metabolite whose production by brain is inhibited by apomorphine, emetine, ergotamine, epinephrine, and menadione. J. Pharmacol. Experimen. Ther. 82:292-300, 1944.

KOTLER D.P. Antioxidant therapy and HIV infection. Am. J. Clin. Nutr. 67: 7-9, 1998.

KRAUSE S., POHL A., POHL C., LIEBRENZ A., RÜHLING K., LÖSCHE W. Increased generation of reactive oxygen species in mononuclear blood cells from hypercholesterolemic patients. Thrombosis Res. 71:237-240, 1993.

KRISHNAN S., DUNBAR M.S., MINNIS A.M., MEDLIN C.A., GERDTS C.E., PADIAN N.S. Poverty, gender inequalities and women’s risk of Human Immunodefi ciency Virus/AIDS. Ann. N. Y. Acad. Sci. 1136:101-10. 2008.

KRUMAN I.I., NATH A., MATTSON M.P. HIV-1 protein tat induces apoptosis of

hipocampal neurons by a mechanism involving caspase activation, calcium overload, and oxidative stress. Experimental Neurology 154(2): 276–288, 1998.

KUMAR G.N., DYKSTRA J, ROBERTS E.M., JAYANTI V.K. , HICKMAN D., UCHIC J. YAO Y., SURBER B., THOMAS S., GRANNEMAN G.R. Potent inhibition of the cytochrome P-450 3A-mediated human liver microsomal metabolism of a novel HIV protease inhibitor by ritonavir: a positive drug-drug interaction. Drug. Metabol. Dispos. 27(8), 902–908, 1999.

LAFEUILLADE A., ALESSI M.C., POIZOT-MARTIN I., BOYER-NEUMANN C., ZANDOTTI C., QUILICHINI R., AUBERT L., TAMALET C., JUHAN-VAGUE I., GASTAUT J.A. Endothelial cell dysfunction in HIV infection. J. Acquir. Immune Defic. Syndr. 5(2):127-31, 1992.

Page 128: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

125

LAVY A., BROOK G.J., DANKNER G., AMOTZ A.B., AVIRAM M. Enhanced in vitro oxidation of plasma lipoproteins derived from hypercholesterolemic patients. Metabolism. 40: 794-799, 1991.

LEDRU E., CHRISTEFF N., PATEY O., DE TRUCHIS P., MELCHIOR J.C., GOUGEON M.L. Alteration of tumor necrosis factor–α T-cell homeostasis following potent antiretroviral therapy: contribution to the development of human immunodeficiency virus–associated lipodystrophy syndrome. Blood 95(10): 3191-3198, 2000.

LEMOS L.M.D., GURGEL R.Q., FABBRO A.L.D. Prevalência da infecção por HIV em parturientes de maternidades vinculadas ao SUS. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 27(1): 32-6, 2005.

LEVY J.A. HIV and pathogenesis of AIDS. 3ª ed. American Society for Microbiology, Washington, DC. 8-11, 2007.

LEWIS W. Mitochondrial dysfunction and nucleoside reverse transcriptase inhibitor therapy: experimental clarifications and persistent clinical questions. Antiv. Res. 58 (3), 189–197, 2003.

LEWIS W., KOHLER J., HOSSEINI S., HAASE C., COPELAND W., BIENSTOCK R., LUDAWAY T., MCNAUGHT J., RUSS R., STUART T., SANTOIANNI R. Antiretroviral nucleosides, deoxynucleotide carrier and mitochondrial DNA: an evidence supporting the DNA pol [gamma] hypothesis. AIDS 20(5): 675-684, 2006.

LI Z., MAO H.Z., ABBOUD F.M., CHAPLEAU M.W. Oxygen-derived free radicals contribute to baroreceptor dysfunction in atherosclerotic rabbits. Circ. Res. 79:802-811, 1996.

LIMA E.S., COUTO R.D. Estrutura, metabolismo e funções fisiológicas da lipoproteína de alta densidade. J. Bras. Patol. Med. Lab. 42(3):169-178, 2006.

LIMA E.S., ABDALLA D.S.P. Peroxidação lipídica: mecanismos e avaliação em amostras biológicas. Braz. J. Pharm. Sci. 37(3): 293-303, 2001.

LOOK, M.P., ROCKSTROH, J.K., RAO, G.S., et al. Sodium selenite and

Nacetylcysteine in antiretroviral-naive HIV-1-infected patients: a randomized, controlled pilot study. Eur. J. Clin. Invest. 28(5): 389-397, 1998.

LOONAM C.R., MULLEN A. Nutrition and the HIV-associated lipodystrophy

syndrome. Nutr. Res. Rev. 25(2):267-87, 2012.

Page 129: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

126

LYNCH S.M., MORROW J.D., ROBERTS L.J., FREI B. Formation of non-cyclooxygenase-derived prostanoids (F2-isoprostanes) in plasma and low-density lipooprotein exposed to oxidative stress in vitro. J. Clin. Invest. 93:998–1004, 1994.

MANDAS A., IORIO E.L., CONGIU M.G., BALESTRIERI C., MEREU A., CAU D., DESSI S., CURRELI N. Oxidative Imbalance in HIV-1 Infected Patients Treated with Antiretroviral Therapy. J. Biomed. Biotechnol. 2009, ID 749575, 2009.

MANENTE L., LUCARIELLO A., COSTANZO C., VIGLIETTI R., PARRELLA G., PARRELLA R., GARGIULO M., DE LUCA A., CHIRIANNI A., ESPOSITO V. Suppression of pre adipocyte differentiation and promotion of adipocyte death by anti-HIV drugs. In Vivo 26(2): 287-91, 2012.

MARSTON B., De COCK K.M. Multivitamins, Nutrition, and Antiretroviral Therapy for HIV Disease in Africa. N. Engl. J. Med. 351(1): 78-80, 2004.

MARTÍN J.A., SASTRE J., DE LA ASUNCIÓN J., PALLARDO F.V., VINÑA J. Hepatic γ-cystathionase deficiency in patients with AIDS. J. Amer. Med. Assoc. 285(11): 1444–1445, 2001.

MARY-KRAUSE M., COTTE L., SIMON A., PARTISANI M., COSTAGLIOLA D. Increased risk of myocardial infarction with duration of protease inhibitor therapy in HIV-infected men. AIDS 17:2479-86, 2003.

MAU T., VAN DE WATER J., KEEN C.L. Two mushrooms, Grifola frondosa and Ganoderma lucidum, can stimulate gene expression and proliferation of T lymphocytes. Int. J. Immunoth. 15:13-22, 1999.

MAZIERE, J.C., LANDUREAU J.C., GIRAL P., AUCLAIR M., FALL L., LACHGAR A., ACHOUR A., ZAGURY D. Lovastatin inhibits HIV-1 expression in H9 human T lymphocytes cultured in cholesterol-poor medium. Biomed. Pharmacother. 48: 63–67, 1994.

McCLELLAND R.S., BAETEN J.M., OVERBAUGH J., RICHARDSON B.A., MANDALIYA K., EMERY S., LAVREYS L., NDINYA-ACHOLA J.O., BANKSON D.D., BWAYO J.J., KREISS J.K. Micronutrient supplementation increases genital tract shedding of HIV-1 in women: results of a randomized trial. J. Acquir. Immune Defic. Syndr. 37(5): 1657-1663, 2004.

MCCOMSEY G. Update on mitochondrial toxicity of antiretrovirals and its link to lipodystrophy. AIDS Rev. 4(3):140–147, 2002.

Page 130: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

127

MEHTA S., SPIEGELMAN D., ABOUD S., GIOVANNUCCI E.L., MSAMANGA G.I., HERTZMARK E., MUGUSI F.M., HUNTER D.J., FAWZI W.W. Lipid-soluble vitamins A, D, and E in HIV-infected pregnant women in Tanzania. Eur. J. Clin. Nutr. 64(8):808-17, 2010.

MEYER L., RABAUD C., ZIEGLER O., MAY T., DROUIN P. Protease inhibitors, diabetes mellitus and blood lipids. Diab. Metab. 26(6), 547-549, 1998.

MILAZZO L., MENZAGHI B., CARAMMA I., NASI M., SANGALETTI O., CESARI M.,

POMA B.Z., COSSARIZZA A., ANTINORI S., GALLI M. Effect of antioxidants on mitochondrial function in HIV-1-related lipoatrophy: a Pilot study. AIDS Res. Hum. Retroviruses 26(11):1207-14, 2010

MILLER N., RICE-EVANS C., DAVIES M., GOPINATHAN V., MILNER A. A novel method for measuring antioxidant capacity and its application to monitoring the antioxidant status in premature neonates. Clin. Sci. 84: 407-412, 1993.

MILLER T.L., ORAV E.J., LPISHULTZ S.E., ARHEART K.L., DUGGAN C., WEINBERG G.A., BECHARD L., FURUTA L., NICCHITTA J., GORBACH S., SHEVITZ A. Risk Factors for Cardiovascular Disease in Human Immunodeficiency Virus-1 Infected Children. J. Pediatr. 153(4): 491–497, 2008.

MINAMI R., YAMAMOTO M., TAKAHAMA S., ANDO H., MIYAMURA T., SUEMATSU E. Comparison of the influence of four classes of HIV antiretrovirals on adPIogenic differentiation: the minimal effect of raltegravir and atazanavir. J. Infect. Chemother. 17(2): 183-188, 2010.

MONTESSORI V., PRESS N., HARRIS M., AKAGI L., MONTANER J.S. Adverse effects of antiretroviral therapy for HIV infection. CMAJ 170(2):229-38, 2004.

MUJAWAR Z., ROSE H., MORROW M.P., PUSHKARSKY T., DUBROVSKY L., MUKHAMEDOVA N., FU Y., DART A., ORENSTEIN J.M., BOBRYSHEV Y.V., BUKRINSKY M., SVIRIDOV D. Human immunodeficiency virus impairs reverse cholesterol transport from macrophages. PLoS Biol. 4(11): e365, 2006.

MÜLLER, F., SVARDAL, A.M., NORDOYL, I., BERGE R.K., AUKRUST

P., FRØLAND S.S. Virological and immunological effects of antioxidant treatment in patients with HIV infection. Eur. J. Clin. Invest. 30(10): 905-914, 2000.

MULLIGAN K., GRUFELD C., TAI V.W. Hyperlipidemia and insulin resistance are

induced by protease inhibitors independent of changes in body composition in patients with HIV infection. J. Acquir. Immune Defic. Syndr. 23: 35-43, 2000.

NAKAMURA H., MASUTANI H., YODOI J. Redox imbalance and its control in HIV infection. Antioxid. Redox Signal 4(3): 455-464, 2002

Page 131: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

128

NAVAB M., SHECHTER I., ANANTHARAMAIAH G.M., REDDY S.T., VAN LENTEN B.J., FOGELMAN A.M. Structure and function of HDL mimetics. Arterioscler. Thromb. Vasc. Biol. 30:164-168, 2010.

Northwest Association for Biomedical Research – University of Washington. 2004. Disponível em http://www.nwabr.org/education/pdfs/hiv-lifecycle.jpg, Acessado em 30/03/2011.

ODORIZZI V.F. Efeito de Agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo em coelhos

com aterosclerose. Tese de Doutorado. São José do Rio Preto, SP (Brasil): Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, 2006.

OGUNTIBEJU O.O., Van Den HEEVER W.M., Van SCHALKWYK F.E. The interrelationshPI between nutrition and the immune system in HIV infection: a review. Pak. J. Biol. Sci. 10(24): 4327-4338, 2007.

ONO A., FREED E.O. Plasma membrane rafts play a critical role in HIV-1 assembly and release. Proc. Natl. Acad. Sci. USA 98, 13925– 13930, 2001.

OUGUERRAM K., ZAIR Y., BILLON S., CHÉTIVEAUX M., BRUNET-FRANÇOIS C., NGOHOU-BACH K., ALLAVENA C., RELIQUET V., MILPIED B., MAGOT T., RAFFI F., KREMPF M. Disturbance of apolipoprotein B100 containing lipoprotein metabolism in severe hyperlipidemic and lipodystrophic HIV patients on combined antiretroviral therapy: evidences of insulin resistance effect. Med. Chem. 4(6):544-50, 2008.

PANTALEO G., GRAZIOSI C., FAUCI S. The immunopathogenesis of human immunodeficiency virus infection. New England J. Med. 328: 1-18, 1993.

PAPAHARALAMBUS C.A., GRIENDLING K.K. Basic mechanisms of oxidative stress and reactive oxygen species in cardiovascular injury. Trends Cardiovasc. Med. 17: 48–54, 2007.

PARTHASARATHY S. Modified Lipoproteins in the Pathogenesis of Atherosclerosis. Tex: RG Landes Co, Austin, 91-119, 1994.

PEACE G.W., LEAF C.D. The rise of oxidative stress in HIV disease. Free Radic. Biol. Med. 19: 523-528, 1995.

PEÇANHA E.P., ANTUNES O.A.C., TANURI A. Estratégias farmacológicas para a terapia anti-aids Quim. Nova 25(6B):1108-1116, 2002.

PEDRO T., MARTINEZ-HERVAS S., TORMO C., GARCÍA-GARCÍA A.B., SAEZ-TORMO G., ASCASO J.F., CHAVES F.J., CARMENA R., REAL J.T.

Page 132: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

129

Oxidative stress and antioxidant enzyme values in lymphomonocytes after an oral unsaturated fat load test in familial hypercholesterolemic subjects. Transl. Res. 161(1):50-6, 2013.

PERCARIO S. Dosagem das LDLs modificadas através da peroxidação lipídica: correlação com risco aterogênico. An. Méd. Hosp. Fac. Ciên. Méd. St. Casa SP 13(49-52):7-9. 1993

PERCÁRIO S., VITAL A.C.C., JABLONKA F. Dosagem do Malondialdeído. Newslab

2(6):46-50, 1994. PERCÁRIO S., CALDEIRA A.B.A., CASTANHEIRA C.P., GANDOLFI D., TAKASE

P., FELIPPE JR.J. Uso do EDTA na prevenção da doença aterosclerótica em coelhos alimentados com ração rica em colesterol. J. Biomolec. Med. Free Rad. 3(3):105-108, 1997.

PERCÁRIO S., ODORIZZI V.F., SOUZA D.R., PINHEL M.A., GENNARI J.L.,

GENNARI M.S., GODOY M.F. Edible mushroom Agaricus sylvaticus can prevent the onset of atheroma plaques in hipercholesterolemic rabbits. Cell Mol. Biol. (Noisy-le-grand) 17;54, 2008.

PERCÁRIO S., NAUFAL A.S., GENNARI M.S., GENNARI J.L. Antioxidant Activity of Edible Blushing Wood Mushroom, Agaricus sylvaticus Schaeff. (Agaricomycetideae) In Vitro. Int J Medicinal Mushrooms 11(2):133-140, 2009.

PORTALES P., GUERRIER T., CLOT J., CORBEAU P., METTLING C., LIN Y.L., BAILLAT V., DE BOEVER C.M., LE MOING V., TRAMONI C., REYNES J., SEGONDY M. Vitamin E supplementation increases the expression of the CCR5 coreceptor in HIV-1 infected subjects. Clin. Nutr. 23(5):1244-5, 2004.

RE R., PELLEGRINI R., PROTEGGENTE A., PANNALA A., YANG M., RICE-EVANS C. Antioxidant activity applying an improved ABTS radical cation decolorization assay. Free Rad. Bio.l Med. 26:1231-1237, 1999.

REDHAGE L.A., SHINTANI A., HAAS D.W., EMEAGWALI N., MARKOVIC M., OBOHO I., MWENYA C., ERDEM H., ACOSTA E.P., MORROW J.D., HULGAN T. Clinical Factors Associated with Plasma F2-Isoprostane Levels in HIV-Infected Adults. HIV Clin. Trials 10(3): 181–192, 2009.

REILLY M.P., PRATICO D., DELANTY N., DIMINNO G., TREMOLI E., RADER D., KAPOOR S., ROKACH J., LAWSON J., FITZGERALD G.A. Increased formation of distinct F2 isoprostanes in hypercholesterolemia. Circulation 98:2822-2828, 1998.

RONCHINI K.R.O.M., DUARTE A.J.S., CASSEB J.S.R., GIDLUND M. Cardiovascular complications and increased levels of circulating modified low density lipoprotein

Page 133: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

130

in HIV patients and patients with lipodystrophy. Braz. J. Med. Biol. Res. 36(12) 119-122, 2003.

ROSA S.C., ZARETSKY M.D., DUBS J.G., ROEDERER M., ANDERSON M.,

GREEN A., MITRA D., WATANABE N., NAKAMURA H., TJIOE I., DERESINSKI S.C., MOORE W.A., ELA S.W., PARKS D., HERZENBERG L.A., HERZENBERG L.A. N-acetylcysteine replenishes glutathione in HIV infection. Eur. J. Clin. Invest. 30(10): 915-929, 2000.

SEMBA R.D., KUMWENDA J., ZIJLSTRA E., RICKS M.O., VAN LETTOW M., WHALEN C., CLARK T.D., JORGENSEN L., KOHLER J., KUMWENDA N., TAHA T.E., HARRIES A.D. Micronutrient supplements and mortality of HIV-infected adults with pulmonary TB: a controlled clinical trial. Int. J. Tuberc. Lung Dis. 11(8):854-859, 2007.

SORRENTINO S.A., BESLER C., ROHRER L., MEYER M., HEINRICH K., BAHLMANN F.H., MUELLER M., HORVÁTH T., DOERRIES C., HEINEMANN M., FLEMMER S., MARKOWSKI A., MANES C., BAHR M.J., HALLER H., VON ECKARDSTEIN A., DREXLER H., LANDMESSER U. Endothelial- vasoprotective effects of high-density lipoprotein are impaired in patients with type 2 diabetes mellitus but are improved after extended-release niacin therapy. Circulation 121:110-122, 2010.

STAAL, F.J.T., ROEDERER, M., HERZENBERG, L.A., et al. Intracellular thiols regulate activation of nuclear factor Kappa B and transcription of human immunodeficiency virus. Proc. Natl. Acad. Sci. 87: 9943-9947, 1990.

STAMETS P. Growing Gourmet and Medicinal Mushrooms. 3 ed. Olympia: Ten

Speed Press; 2000.

STEPHAN C., HENN C. A., DONALISIO M. R. Expressão geográfica da epidemia de AIDS em Campinas, São Paulo, de 1980 a 2005. Rev. Saúde Pública 44(5):812-9. 2010.

STEPHENSEN C.B., MARQUIS G.S., DOUGLAS S.D., WILSON C.M. Immune activation and oxidative damage in HIV-positive and HIVnegative adolescents. J. Acquir. Immune Defic. Syndr. 38(2):180-90, 2005.

STONE C.A., KAWAI K., KUPKA R., FAWZI W.W. Role of selenium in HIV infection.

Nutr. Rev. 68(11):671-81, 2010.

SURESH D.R., ANNAM V., PRATIBHA K., PRASAD B.V. Total antioxidant capacity – a novel early bio-chemical marker of oxidative stress in HIV infected individuals. J. Biomed. Sci. 16(1):61. 2009.

Page 134: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

131

SUTTAJIT M. Advances in Nutrition Support for Quality of Life in HIV+/AIDS. Asia Pac. J. Clin. Nutr. 16(1): 318-322, 2007.

SWANSON B., SHA B.E., KEITHLEY J.K., FOGG L., NERAD J., NOVAK R., ADEYEMI O. Lipoprotein Particle Profiles by Nuclear Magnetic Resonance Spectroscopy in Medically-Underserved HIV-Infected Persons. J.. Clin Lipidol. 3(6): 379–384, 2009.

TAKAHASHI R.F., SHIMA H., DE SOUZA M. Mulher e AIDS: perfil de uma população infectada e reflexões sobre suas implicações sociais. Rev. Latino-Am Enferm. 6(5):59-65, 1998.

TANOWITZ, H. B., SIMON, D., WEISS, L. M., et al. Gastrointestinal manifestations. In: Management of the HIV-infected patient, part I. Med. Clin. N. Amer. 80, 1395-1414, 1996.

TANWANI L.K., MOKSHAGUNDAM S.P.L. Lipodystrophy, insulin resistance,

diabetes mellitus, dyslipidemia, and cardiovascular disease in human immunodeficiency virus infection. Southern Med. J 96(2):180-8, 2003.

TAVEIRA V.C., NOVAES M.R.C.G., REIS M.A., SILVA M.F. Hematologic and Metabolic Effects of Dietary Supplementation with Agaricus sylvaticus Fungi on Rats Bearing Solid Walker 256 Tumor. Exp. Biol. Med. 233(11):1341-1347, 2008.

UNAIDS. AIDSinfo: epidemiological status, Geneva, 2012a. Disponível em: <http://www.unaids.org/en/dataanalysis/ datatools/ aidsinfo/>. Acesso em 15/05/2013.

UNAIDS. Global AIDS response progress reporting Geneva, 2012b. Disponível em: <http://www.unaids.org/en/dataanalysis/knowyourresponse/global aidsprogress reporting/>. Acesso em: 16/05/2013.

UNAIDS. Report on the global AIDS epidemic. Disponível em: http://www.unaids.org/ documents/20101123_2010_HIV_Prevalence_ Map _em.pdf (acessado em 31/03/2011).

VAISHNAV Y.N., WONG-STAAL F. The biochemistry of AIDS. Annu. Ver. Biochem.

60, 577. 1991.

VALENTE AMM, REIS AF, MACHADO DM, SUCCI RCM, CHACRA AR. Alterações Metabólicas da Síndrome Lipodistrófica do HIV. Arq. Bras. Endocrinol. Metab. 49(6), 871-881. 2005.

Page 135: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

132

VALYI-NAGY T, DERMODY TS. Role of oxidative damage in the pathogenesis of viral infections of the nervous system. Histol. Histopathol. 20(3):957-67. 2005.

VAN DER VEN A.J., BLOM H.J., PETERS W., JACOBS L.E., VERVER T.J., KOOPMANS P.P., DEMACKER P., VAN DER MEER J.W. GSH homeostasis in disturbed in CD4-positive lymphocytes of HIV-seropositives individuals. Eur. J. Clin. Invest. 28, 187 – 193, 1998.

VASSIMON H.S., DEMINICE R., MACHADO A.A., MONTEIRO J.P., JORDAO A.A. The association of lPIodystrophy and oxidative stress biomarkers in HIV-infected men. Curr. HIV Res. 8(5):364-9, 2010.

VAZIRI N.D., MORADI H., PAHL M.V., FOGELMAN A.M., NAVAB M. In vitro stimulation of HDL anti-inflammatory activity and inhibition of LDL proinflammatory activity in the plasma of patients with end-stage renal disease by an apoA-1 mimetic peptide. Kidney Int. 76:437-444, 2009.

VAZQUEZ E., SETHI A.A., FREEMAN L., ZALOS G., CHAUDHRY H., HASER E., AICHER B.O., APONTE A., GUCEK M., KATO G.J., WACLAWIW M.A., REMALEY A.T., CANNON R.O. High-density lipoprotein cholesterol efflux, nitration of apolipoprotein A-I, and endothelial function in obese women. Am. J. Cardiol. 109: 527-532, 2012.

VOET D., VOET J.G., PRATT C. Fundamentos de Bioquímica. Porto Alegre: Artmed, 931p, 2000.

WANCHU A., RANA S.V., PALLIKKUTH S., SACHDEVA R.K. Short communication: oxidative stress in HIV-infected individuals: a cross-sectional study. AIDS Res. Hum. Retroviruses 25(12):1307-11, 2009.

WANG X., LIAO D., LIN P.H., YAO Q., CHEN C. Highly active antiretroviral therapy drugs inhibit in vitro cholesterol efflux from human macrophage-derived foam cells. Lab. Invest. 89(12): 1355–1363, 2009.

WANG X., MU H., CHAI H., LIAO D., YAO Q., CHEN C. Human Immunodeficiency

Virus Protease Inhibitor Ritonavir Inhibits Cholesterol Efflux from Human Macrophage-Derived Foam Cells. Am. J. Pathol. 171 (1): 304-14, 2007.

WASSER S.P. Medicinal mushrooms as a source of antitumor and immunomodulating polysaccharides. Appl. Microbiol. Biotechnol. 60: 258–274, 2002.

WERNER M.L.F., PONE M.V.S., FONSECA V.M., CHAVES C.R.M.M. Lipodystrophy syndrome and cardiovascular risk factors in children and

Page 136: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

133

adolescents infected with HIV/AIDS receiving highly active antiretroviral therapy. J. Pediatr. (Rio J) 86(1):27-32, 2010.

WONG-STAAL F., GALLO R.C. Human T-lymphotropic retroviruses. Nature 317: 395-403, 1985.

YANOVISKY J.A., MILLER K.D., KINO T., FRIEDMAN T.C., CHROUSOS G.P., TSIGOS C., FALOON J. Endocrine and metabolic evaluation of human deficiency virus – infected patients with evidence of protease inhibitor- associated lipodystrophy. J. Clin. Endocrinol. Metab. 84(6): 1925-1931, 1999.

YOUNG T. Effects of Micronutrient Supplementation on Morbidity and Mortality among HIV-infected individuals – a Summary of the Evidence. S. Afr. Med. J. 96(10): 1062-1064, 2006.

YU X.H., FU Y.C., ZHANG D.W., YIN K., TANG C.K. Foam cells in atherosclerosis. Clin. Chim. Acta 424, 245–252, 2013.

ZHANG C., MIZUNO T. Biological responses from Grifola frondosa (Dick.: Fr.) S.F. Gray-Maitake (Aphyllophoromycetideae). Int. J. Med. Mushrooms. 1:317-324;1999.

Page 137: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

134

ANEXOS

ANEXO 1: Termo de aceite da instituição onde foi realizada a pesquisa

Page 138: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

135

ANEXO 2: Termo de aprovação do comitê de ética em pesquisa.

Page 139: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

136

Page 140: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

137

Page 141: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

138

Page 142: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

139

Page 143: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

140

APÊNDICES APÊNDICE 1: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Pesquisas Científica em Seres Humanos – Resolução n.º 196/96 – CNS)

I . Dados de Identificação do sujeito da pesquisa

____________________________________ Sexo: M[ ] F[ ] Nasc:___/___/___

_______________________________ II . Dados sobre a pesquisa científica/pesquisador: Título do Projeto: Efeitos da suplementação com Agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo, defesa antioxidante e perfil lipídico em adultos HIV positivos em uso da terapia antirretroviral

quisadores: Prof. Livre Docente Sandro Percário; MSc. Amanda Soares de Vasconcelos

– Guamá - Belém PA CEP: 66075-110. Fone:(91) 3201-6872, (91) 81122820

III. Desenho do estudo e objetivos: Será estudado o efeito da suplementação nutricional de Agaricus sylvaticus (Cogumelo do Sol) na evolução da infecção por HIV em adultos que fazem uso da terapia antirretroviral. Serão selecionados 60 adultos soropositivos para o HIV que fazem acompanhamento no Casa DIA do Município de Belém-PA. Trinta indivíduos não portadores do vírus, com características comparáveis e que não receberão o suplemento também farão parte do estudo. IV- Avaliação do risco da pesquisa: Para realização do exame de sangue será retirado um pouco de sangue do braço, o que poderá causar ardência e pequena mancha roxa no local da picada sem, no entanto, causar riscos para o indivíduo. O procedimento será realizado pelos profissionais de saúde qualificados. V- Benefícios: O Cogumelo do Sol é registrado no Ministério da Saúde como um alimento e diversos estudos comprovam que atua como antioxidante no combate aos radicais livres. Seu uso contínuo melhora a atividade imunológica e o metabolismo geral do organismo. Os resultados obtidos neste estudo poderão implicar em estratégias potenciais de tratamento da doença, promovendo melhoria na qualidade de vida dos sujeitos. VI- Garantia de acesso: Em qualquer etapa do estudo, você terá acesso ao profissional responsável pela pesquisa para esclarecimento de dúvidas. A pesquisadora Amanda Soares, poderá ser encontrada pelos telefones acima referidos ou pelo e-mail: [email protected]. Outras questões poderão ser respondidas no Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da UFPA

(Cidade Universitária

Prof. Jose da Silveira Neto, Setor Profissional, Complexo de Salas de Aula/ICS – Sala 13, Guamá, Belém – PA. Fone: 3201-7735). VII- Outras informações: Os resultados da pesquisa poderão ser divulgados em reuniões e publicados com a proteção da identidade dos participantes. As amostras de sangue serão mantidas no laboratório e descartadas após o término do trabalho. Ao paciente será esclarecido que a participação no estudo dependerá de sua concordância em permanecer nele.

Page 144: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

141

VIII. Consentimento pós-esclarecimento: Declaro que, após ter sido convenientemente esclarecido pelo pesquisador, consinto em participar deste estudo, por livre vontade sem que tenha sofrido a qualquer tipo de pressão.

Belém, ________de ____________ de 20___

______________________________________________________________________________ Assinatura do paciente Assinatura do Pesquisador (Amanda Soares)

_____________________________________________________________________

Nome e assinatura da testemunha

O presente termo foi elaborado em duas vias de igual teor, ficando uma via em poder do paciente ou seu representante legal e outra com o pesquisador responsável pelo projeto.

Page 145: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

142

APÊNDICE 2

Protocolo de Randomização

1 Determinação do número paciente / suplemento

A determinação do tipo de suplementação administrada (cogumelo ou placebo) a cada paciente foi feita de forma aleatória, por sorteio e resultado obtido foi o que se segue:

PACIENTE SUPLEMENTO PACIENTE SUPLEMENTO

01 Cogumelo 31 Cogumelo 02 placebo 32 Placebo

03 cogumelo 33 Cogumelo 04 Placebo 34 Placebo

05 Placebo 35 Placebo 06 Placebo 36 Placebo

07 Placebo 37 Placebo 08 Cogumelo 38 Cogumelo

09 Cogumelo 39 Cogumelo 10 Cogumelo 40 Cogumelo

11 Placebo 41 Cogumelo 12 Cogumelo 42 Placebo

13 Cogumelo 43 Cogumelo 14 Cogumelo 44 Cogumelo

15 Cogumelo 45 Cogumelo 16 Placebo 46 Placebo

17 Cogumelo 47 Placebo 18 Cogumelo 48 Cogumelo

19 Cogumelo 49 Placebo 20 Placebo 50 Cogumelo

21 Cogumelo 51 Cogumelo 22 Placebo 52 Placebo 23 Cogumelo 53 Placebo

24 Placebo 54 Placebo 25 Cogumelo 55 Cogumelo

26 Placebo 56 Placebo 27 Placebo 57 Placebo

28 Cogumelo 58 Cogumelo 29 Placebo 59 Placebo

30 Cogumelo 60 Cogumelo 2. Inclusão no estudo

Os pacientes foram incluídos no protocolo conforme ordem de chegada, após assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido e seguirem para sala de coleta.

Page 146: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

143

APÊNDICE 3 - Valores de concentração de TBARS (ng/mL) em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação

TBARS (ng/mL)

HIV As HIV P

Sujeito Inicial Final Variação

(%)

Sujeito Inicial Final Variação

(%)

1 1586 540 -66 2 1907 793 58

3 2464 928 -62 4 3916 3308 -16

8 3629 337 -91 5 3106 1705 -45

9 2076 1232 -41 6 2110 624 -70

10 1249 422 -66 7 860 860 0

12 1688 709 -58 11 1789 1688 -6

13 1468 303 -79 16 1485 523 -65

14 2262 1620 -28 20 1266 1249 -1

15 1569 928 -41 22 2042 2042 0

17 2785 2194 -21 24 2042 641 -69

18 793 1147 45 29 827 337 -59

19 2177 1114 -49 32 877 1198 36

21 2093 1434 -31 35 1283 1012 -21

23 692 641 -7 36 2093 2008 -4

25 2549 101 -96 37 2346 1637 -30

28 1147 472 -59 42 1856 996 -46

33 1046 168 -84 46 2245 1705 -24

38 2768 1232 -55 47 168 67 -60

39 1569 641 -59 49 219 219 0

40 1249 422 -66 52 3865 2295 -41

41 3359 101 -97

44 2346 1485 -37

48 911 776 -15

50 2430 877 -64

Média + DP 1913±794 826±530 -51±32 1848±1004 1293±815 -23±34

Sujeitos 26,27,30,31,34,43,45,51 foram excluídos do estudo por não obtenção da amostra final.

q1 1249 422 1071 633 q3 2456 1211 2295 1856 dj 1207 789 1223 1223 3/2dj 1810 1183 1835 1835 q1-32/dj -561 -761 -763 -1202 q3+3/2dj 4266 2395 4131 3692

Page 147: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

144

APÊNDICE 4 - Valores de concentração de TEAC (mmol/L) em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação

TEAC mmol/L

HIV As HIV P

Sujeito Inicial Final Variação (%)

Sujeito Inicial Final Variação (%)

1 1,98* 2,37 20 2 2,27 2,33 3

3 2,28 2,37 4 4 2,22 2,23 1

8 2,21 1,83* -17 5 2,34 2,36 1

9 2,26 2,24 0 6 2,25 2,34 4

10 2,26 2,37 5 7 2,36 2,28 -3

12 2,31 2,23 -4 11 2,34 2,33 0

13 2,23 2,39 7 16 2,27 2,35 4

14 2,36 2,24 -5 20 2,11 2,35 11

15 2,40 2,61* 9 22 2,32 2,30 -1

17 2,27 2,35 4 24 2,38 2,38 0

18 2,33 2,44 5 29 2,25 2,34 4

19 1,62* 2,38 47 32 1,99* 2,06 4

21 2,30 2,41 5 34 2,25 2,28 1

23 2,26 2,35 4 35 2,23 2,21 -1

25 2,26 2,39 6 36 2,13 2,15 1

28 2,25 2,31 3 37 2,20 2,15 -2

33 2,32 2,26 -3 42 2,20 2,19 1

38 2,12 2,28 8 46 2,25 2,28 1

39 2,21 2,36 7 47 2,28 2,26 -1

40 2,24 2,37 6 49 2,31 2,31 0

41 2,25 2,61* 16 52 2,27 1,90* -16

44 2,20 2,52 15

48 2,32 2,39 3

50 2,27 2,34 3

Média + DP 2,27±0,06 2,35±0,07 6,17±11,4 2,26±0,07 2,27±0,09 0,57±4,82

Sujeitos 26,27,30,31,34,43,45,51 foram excluídos do estudo por não obtenção da amostra final. *pontos discrepantes

q1 2,22 2,29 2,21 2,20 q3 2,31 2,39 2,31 2,34 dj 0,09 0,11 0,10 0,14 3/2dj 0,14 0,16 0,16 0,21 q1-32/dj 2,08 2,13 2,05 1,99 q3+3/2dj 2,44 2,55 2,47 2,54

Page 148: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

145

APÊNDICE 5 - Valores de concentração de CT (mg/dL) em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação

CT (mg/dL)

HIV As HIV P

Sujeito Inicial Final Variação (%)

Sujeito Inicial Final Variação (%)

1 145 161 11 2 177 129 -27

3 152 131 -14 4 181 178 -2

8 138 161 17 5 176 168 -5

9 206* 207* 0 6 155 175 13

10 152 157 3 7 189 138 -27

12 184 135 -27 11 104 98 -6

13 139 112 -19 16 181 172 -5

14 100 136 36 20 141 130 -8

15 121 112 -7 22 141 134 -5

17 159 155 -3 24 142 158 11

18 135 146 8 29 143 135 -6

19 164 144 -12 32 115 112 -3

21 161 141 -12 34 128 118 -8

23 204* 168 -18 35 102 105 3

25 118 138 17 36 172 152 -12

28 144 156 8 37 143 147 3

33 98 127 30 42 160 154 -4

38 147 115 -22 46 87 75 -14

39 177 169 -5 47 127 139 9

40 137 130 -5 49 141 153 9

41 150 148 -1 52 291* 275* -5

44 161 97 -40

48 147 132 -10

50 109 84 -23

Média + DP 143+23 137+22 -4+18 145+29 138+27 -4+11

Sujeitos 26,27,30,31,34,43,45,51 foram excluídos do estudo por não obtenção da amostra final. *pontos discrepantes

q1 135 127 128 123

q3 161 157 176 163

dj 26 29 49 39

3/2dj 39 44 73 59

q1-32/dj 96 84 54 64

q3+3/2dj 200 201 250 222

Page 149: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

146

APÊNDICE 6 - Valores de concentração de TG (mg/dL) em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação

TG (mg/dL)

HIV As HIV P

Sujeito Inicial Final Variação (%)

Sujeito Inicial Final Variação (%)

1 73 54 -26 2 199 78 -61

3 115 125 9 4 163 247 52

8 262 281 7 5 108 105 -3

9 347 289 -17 6 157 149 -5

10 162 93 -42 7 107 359 236

12 400 256 -34 11 184 202 10

13 153 195 27 16 397 181 -54

14 383 317 -17 20 105 132 26

15 69 60 -13 22 136 146 7

17 88 110 25 24 273 291 7

18 132 88 -33 29 194 178 -8

19 100 151 51 32 393 353 -10

21 122 103 -16 34 262 226 -14

23 134 238 78 35 180 160 -11

25 174 179 3 36 182 178 -2

28 82 121 48 37 174 238 34

33 399 224 -44 42 168 143 -15

38 198 226 14 46 311 302 -3

39 283 357 26 47 278 261 -6

40 205 241 18 49 260 136 -45

41 295 399 35 52 392 376 -4

44 262 273 4

48 194 218 12

50 316 328 4

Média + DP 206+108 205+98 5+31 220+93 211+86 6+59

Sujeitos 26,27,30,31,34,43,45,51 foram excluídos do estudo por não obtenção da amostra final.

q1 117 112 160 144

q3 292 279 275 276

dj 175 167 116 132

3/2dj 263 250 174 198

q1-32/dj -147 -138 -14 -53

q3+3/2dj 555 530 449 474

Page 150: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

147

APÊNDICE 7 - Valores de concentração de HDLc (mg/dL) em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação.

HDLc (mg/dL)

HIV As HIV P

Sujeito Inicial Final Variação (%)

Sujeito Inicial Final Variação (%)

1 28,9 25,8 -12 2 22,1 19,4 -12

3 15,6 20,7 33 4 3,5 8,4 140

8 24,5 27,6 13 5 36,8 27,9 -24

9 21,6 15,6 -28 6 23,3 21,3 -9

10 26,6 30,6 15 7 25,4 6,5 -74

12 20,7 23,9 15 11 12,8 12,3 -4

13 14,7 16,8 14 16 13,1 21,0 60

14 10,5 13,2 26 20 16,1 28,2 75

15 12,5 19,7 58 22 9,9 11,0 11

17 14,6 17,1 17 24 11,3 9,6 -15

18 28,8 41,1* 43 29 15,6 15,5 0

19 23,4 33,3 42 32 16,7 16,4 -2

21 15,5 18,8 21 34 14,9 15,6 5

23 14,7 19,2 31 35 16,1 17,3 7

25 15,3 17,1 12 36 17,6 18,2 3

28 26,7 24,9 -7 37 21,8 22,4 3

33 14,7 16,7 14 42 23,4 26,7 14

38 15,6 20,3 3 46 19,4 19,1 -2

39 21,8 21,0 -4 47 19,8 21,6 9

40 20,0 21,3 7 49 14,4 16,1 12

41 19,1 22,4 17 52 13,1 15,2 16

44 26,6 26,7 0

48 21,5 22,4 4

50 18,3 20,7 13

Média + DP 19,7+5,4 21,5+4,9 14,5+17,7 17,4+6,8 17,6+6,1 10,1+19,8

Sujeitos 26,27,30,31,43,45,51 foram excluídos do estudo por não obtenção da amostra final. *pontos discrepantes

q1 14,9 17,5 13,1 13,7

q3 24,2 25,6 21,9 21,4

dj 9,3 8,1 8,9 7,7

3/2dj 14,0 12,1 13,3 11,6

q1-32/dj 0,8 5,4 -0,2 2,1

q3+3/2dj 38,2 37,7 35,2 33,0

Page 151: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

148

APÊNDICE 8 - Valores de concentração de LDLc (mg/dL) em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação.

LDLc (mg/dL)

HIV As HIV P

Sujeito Inicial Final Variação (%)

Sujeito Inicial Final Variação (%)

1 87 125 75 2 115 94 -18

3 106 85 -20 4 145 120 -17

8 86 77 -10 5 118 119 0

9 143 134 -6 6 101 123 22

10 95 108 14 7 142 59 -58

12 126 60 -50 11 54 45 -17

13 97 56 -42 16 68 114 68

14 69 60 -13 20 104 76 -27

15 84 81 -4 22 104 94 -10

17 113 116 3 24 76 90 18

18 79 87 10 29 88 84 -5

19 107 80 -25 32 17 25 47

21 114 101 -12 34 61 57 -7

23 149 101 -32 35 50 56 12

25 79 85 8 36 118 98 -17

28 89 107 20 37 86 77 -10

33 63 65 3 42 103 99 -4

38 102 50 -51 46 6 5 -17

39 120 77 -36 47 52 65 25

40 90 61 -32 49 75 110 47

41 101 46 -54 52 173 184 6

44 102 16 -84

48 96 67 -30

50 69 2 -97

Média + DP 99+22 77+31 -19+122 88+41 85+39 1,8+29

Sujeitos 26,27,30,31,34,43,45,51 foram excluídos do estudo por não obtenção da amostra final.

q1 84,5 59,8 57,4 58,1

q3 111,4 101,2 116,4 112,2

dj 26,9 41,4 58,9 54,2

3/2dj 40,4 62,1 88,4 81,2

q1-32/dj 44,0 -2,3 -31,0 -23,2

q3+3/2dj 151,8 163,4 204,8 193,5

Page 152: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

149

APÊNDICE 9 - Valores de concentração de VLDLc (mg/dL) em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação.

VLDLc (mg/dL)

HIV As HIV P

Sujeito Inicial Final Variação (%)

Sujeito Inicial Final Variação (%)

1 14,6 10,8 -26 2 39,7 15,6 -61

3 22,9 25,0 9 4 32,5 49,3 52

8 52,5 56,3 7 5 21,5 21,0 -2

9 69,4 57,8 -17 6 31,3 29,9 -4

10 32,4 18,6 -43 7 21,4 71,9 236

12 80,0 51,1 -36 11 36,9 40,5 10

13 30,7 39,1 27 16 99,7* 36,2 -64

14 76,6 63,3 -17 20 21,0 26,4 26

15 13,8 11,9 -14 22 27,1 29,1 7

17 17,6 21,9 24 24 54,6 58,2 7

18 26,5 17,6 -34 29 38,8 35,7 -8

19 19,9 30,2 52 32 115,4* 70,6 -39

21 24,4 20,6 -16 34 52,3 45,2 -14

23 26,9 47,6 77 35 36,1 32,0 -11

25 34,8 35,8 3 36 36,5 35,7 -2

28 16,4 24,1 47 37 34,8 47,6 37

33 79,7 44,8 -44 42 33,6 28,6 -15

38 39,6 45,1 14 46 62,2 60,5 -3

39 56,5 71,3 26 47 55,6 52,2 -6

40 40,9 48,1 18 49 52,1 27,1 -48

41 59,0 79,9 35 52 104,9* 75,1 -28

44 52,3 54,7 5

48 38,8 43,5 12

50 63,2 65,7 4

Média + DP 41,2±21,6 41,0±19,5 4,7±21 38,2±12,5 42,3±17,2 3,3±23

Sujeitos 26,27,30,31,34,43,45,51 foram excluídos do estudo por não obtenção da amostra final. *pontos discrepantes

q1 23,3 22,4 31,9 28,9

q3 58,4 55,9 55,1 55,2

dj 35,1 33,4 23,1 26,3

3/2dj 52,6 50,1 34,7 39,5

q1-32/dj -29,3 -27,7 -2,8 -10,7

q3+3/2dj 111,0 105,9 89,8 94,7

Page 153: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

150

APÊNDICE 10 - Número de linfócitos T CD4+ por microlitros de sangue em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação.

CD4+ (células/µL)

HIV As HIV P

Sujeito Inicial Final Variação (%)

Sujeito Inicial Final Variação (%)

1 344 358 4 2 14 16 14

3 282 479 70 4 315 321 2

8 887 897 1 5 440 499 13

9 252 317 26 6 525 488 -7

10 305 362 19 7 807 938 16

12 494 554 12 11 594 739 24

13 852 724 -15 16 213 315 48

14 468 412 -12 20 243 268 10

15 472 358 -24 22 445 468 5

17 323 703 117 24 254 226 -11

18 516 547 6 29 492 487 -1

19 694 578 -17 32 338 395 17

21 204 245 20 34 754 767 2

23 445 601 35 35 543 512 -6

25 510 619 21 36 198 213 8

28 358 412 15 37 258 294 14

33 496 678 37 42 745 616 -17

38 784 762 3 46 363 668 84

39 730 838 -48 47 162 277 71

40 423 875 107 49 387 371 -4

41 408 473 16 52 563 721 28

44 597 601 0

48 256 270 5

50 361 387 7

Média + DP 478+192 544+192 17±37 412+210 457+224 15±25

Sujeitos 26,27,30,31,34,43,45,51 foram excluídos do estudo por não obtenção da amostra final.

q1 328 368 249 286

q3 577 697 553 642

dj 249 329 305 357

3/2dj 373 493 457 538

q1-32/dj -45 -125 -208 -249

q3+3/2dj 950 1190 1010 1177

Page 154: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

151

APÊNDICE 11 - Número de linfócitos T CD8+ por microlitros de sangue em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação

CD8+ (células/µL)

HIV As HIV P

Sujeito Inicial Final Variação (%)

Sujeito Inicial Final Variação (%)

1 816 787 -4 2 1116 624 -44

3 2701* 3162* 17 4 1452 1473 1

8 2059 2289 11 5 948 819 -14

9 1048 1473 41 6 1429 1423 0

10 1126 1159 3 7 768 918 19

12 1857 971 -48 11 1369 1387 1

13 1097 864 -21 16 2429 2233 -8

14 2322 1474 -37 20 457 492 8

15 932 1015 9 22 1125 1079 -4

17 1029 1217 18 24 1904 1544 -19

18 730 855 17 29 929 930 0

19 468 487 4 32 2651 2803* 6

21 810 877 8 34 1041 1063 2

23 1593 1193 -25 35 1537 1528 -1

25 1178 1582 34 36 904 1010 13

28 1299 1310 1 37 752 548 -27

33 2073 2221 7 42 739 645 -13

38 578 459 -21 46 2857 2916* 2

39 1443 1607 12 47 697 948 36

40 818 1597 95 49 972 991 2

41 984 1005 2 52 2162 2432 12

44 837 859 3

48 1155 1004 -13

50 1407 1394 1

Média + DP 1203+494 1204+464 5+28 1345+683 1162+526 -1±17

Sujeitos 26,27,30,31,34,43,45,51 foram excluídos do estudo por não obtenção da amostra final. *pontos discrepantes

q1 823 867 836 869

q3 1556 1555 1721 1536

dj 733 688 885 668

3/2dj 1099 1032 1327 1001

q1-32/dj -276 -164 -491 -133

q3+3/2dj 2655 2587 3047 2537

Page 155: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DO COGUMELO Agaricus sylvaticus SOA… · 2 amanda soares de vasconcelos efeito da suplementaÇÃo do cogumelo agaricus sylvaticus sobre o estresse oxidativo,

152

APÊNDICE 12 – Número de copias de HIV RNA por mililitros de sangue em todos os sujeitos de ambos os grupos antes e depois da suplementação.

HIV RNA (cópia/mL)

HIV As HIV P

Sujeito Inicial Final Variação (%)

Sujeito Inicial Final Variação (%)

1 50 50 0 4 50 50 0

3 50 50 0 5 50 50 0

8 105 50 -52 6 1247 50 -96

9 194 50 -74 7 119 50 -58

10 50 50 0 11 50 50 0

12 50 50 0 16 50 50 0

13 50 50 0 20 50 50 0

14 2116 1049 -50 22 50 50 0

15 50 50 0 24 50 50 0

17 50 50 0 29 50 50 0

18 50 50 0 32 50 50 0

19 50 50 0 34 50 50 0

21 392 154 -39 35 50 50 0

23 50 50 0 37 263 50 -80

25 50 50 0 42 50 50 0

28 50 50 0 46 4378 214 -95

33 2073 652 -68 47 50 50 0

38 50 50 0 49 715 50 -93

39 50 50 0 52 932 146 -84

40 50 50 0

41 50 50 0

44 50 50 0

50 2101 789 -62

Média + DP 1164+1026 457+429 -15±27 1276±1576 93+71 -26±41

Sujeitos 2, 26, 27, 30, 31, 34, 36, 43, 45, 48, 51 foram excluídos do estudo por não obtenção da amostra final.