EFEITO DE COBERTURA COMESTÍVEL ENRIQUECIDA DE … · DE PREBIÓTICO EM UVAS (Vitis vinifera) IN...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE FARMÁCIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DE ALIMENTOS EFEITO DE COBERTURA COMESTÍVEL ENRIQUECIDA DE PREBIÓTICO EM UVAS (Vitis vinifera) IN NATURA IURI MIRA BARBOSA Salvador BA 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE FARMÁCIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DE ALIMENTOS

EFEITO DE COBERTURA COMESTÍVEL ENRIQUECIDA

DE PREBIÓTICO EM UVAS (Vitis vinifera) IN NATURA

IURI MIRA BARBOSA

Salvador – BA

2013

IURI MIRA BARBOSA

EFEITO DE COBERTURA COMESTÍVEL ENRIQUECIDA

DE PREBIÓTICO EM UVAS (Vitis vinifera) IN NATURA

Orientador: Prof. Dr. Celso Duarte Carvalho Filho

Co-orientadora: Prof. Dra. Denise Nunes Viola

Dissertação apresentada à Faculdade de Farmácia da

Universidade Federal da Bahia, como parte das exigências

do Programa de Pós-Graduação em Ciência de Alimentos,

para obtenção do título de Mestre.

Salvador – BA

Sistema de Bibliotecas - UFBA

Barbosa, Iuri Mira. Efeito de cobertura comestível enriquecida de prebiótico em uvas (Vitis vinifera) in natura / Iuri Mira Barbosa - 2013. 176 f.: il.

Inclui apêndices. Orientador: Prof. Dr. Celso Duarte Carvalho Filho. Co-orientadora: Profª. Drª. Denise Nunes Viola Dissertação (mestrado) - Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Farmácia, Salvador,

2013.

1. Prebióticos. 2. Cobertura comestível. 3. Pós-colheita. 4. Uva. I. Carvalho Filho, Celso Duarte. II. Viola, Denise Nunes. III. Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Farmácia. IV. Título.

CDD - 615.329 CDU - 615.33

i

IURI MIRA BARBOSA

EFEITO DE COBERTURA COMESTÍVEL ENRIQUECIDA

DE PREBIÓTICO EM UVAS (Vitis vinifera) IN NATURA

Orientador: Prof. Dr. Celso Duarte Carvalho Filho

Co-orientadora: Prof. Dra. Denise Nunes Viola

Dissertação apresentada à Faculdade de Farmácia da

Universidade Federal da Bahia, como parte das exigências

do Programa de Pós-Graduação em Ciência de Alimentos,

para obtenção do título de Mestre.

Salvador – BA

2013

ii

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

FACULDADE DE FARMÁCIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DE ALIMENTOS

CERTIFICADO DE APROVAÇÃO

Título: Efeito de coberturas comestíveis enriquecida de prebiótico em uvas (Vitis vinifera) in natura.

Autor: Iuri Mira Barbosa Orientador: Prof. Dr. Celso Duarte Carvalho Filho Co-orientadora: Prof. Dra. Denise Nunes Viola

Aprovada em: __ de __________ de 2013

Banca examinadora:

________________________ ________________________

Prof. Dr. Prof. Dr.

________________________ Prof. Dr. Celso Duarte Carvalho Filho

Orientador PGALI UFBA

iii

“ Quando se busca o cume da montanha, não se dá

importância às pedras do caminho”

Provérbio popular

iv

Àqueles que acreditam e vão.

A quem sem saber que é impossível, movido pela inquietude das dúvidas lança-

se em busca das respostas, tendo como única certeza o fato de que ao final do

caminho, terá novas respostas a buscar.

v

AGRADECIMENTOS

Agradeço às empresas Clariant S/A, pela doação do prebiótico, e

Química JVC LTDA, pela doação da emulsão de cera de carnaúba, importantes

parceiras que apóiam e se engajam na pesquisa em Ciência de Alimentos e sem

as quais seria inviável a execução deste projeto.

Aos colegas farmacêuticos, amigos e mestres, Margareth, Jaff e

Leonardo que, nas diversas etapas do trabalho, mesmo quando a missão parecia

excêntrica e interminável, não mediram esforços para auxiliar-me, buscando

energia e motivação onde parecia não existir, impedindo que o desânimo nos

abatesse.

Aos professores Celso Duarte, Denise Viola, Renato Cruz, Ryzia

Cardoso, Eliete Bispo e Mara Spínola pela colaboração, suporte, sugestões,

ideias e demais orientações que me ajudaram na condução do trabalho.

vi

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ................................................................................ ix LISTA DE TABELAS .............................................................................. xi LISTA DE QUADROS .............................................................................. xiv INTRODUÇÃO GERAL ............................................................................ 15 OBJETIVO GERAL .................................................................................. 16 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................... 16 CAPÍTULO 1: REVISÃO DE LITERATURA

1. UVAS .................................................................................................... 17 2. COBERTURAS COMESTÍVEIS ............................................................ 20 3. ALIMENTOS FUNCIONAIS E PREBIÓTICOS ..................................... 26

4. TEXTURA ............................................................................................. 31 5. COR ..................................................................................................... 42

5. TRATAMENTO ESTATÍSTICO ............................................................ 45 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 48

CAPÍTULO 2: AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO IDEAL DA SOLUÇÃO

FILMOGÊNICA, ENRIQUECIDA DE PREBIÓTICO, APLICADA EM UVAS (VITIS VINÍFERA) VARIEDADE THOMPSON

RESUMO .................................................................................................. 54 ABSTRACT .............................................................................................. 54

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 55 2. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................... 57

2.1 Aquisição das Uvas ...................................................................... 57 2.2 Pré-tratamento dos Frutos ........................................................... 57 2.3 Elaboração das Coberturas Comestíveis.................................... 58 2.4 Aplicação das Coberturas ........................................................... 59 2.5 Avaliação de Propriedades Físicas, Mecânicas e Físico-químicas dos Frutos ........................................................................... 59

2.5.1 Comprimento e Diâmetro das Bagas ...................................... 59 2.5.2 Perda de Massa ...................................................................... 59

2.5.3 Impressão Global e Análise de Cor ......................................... 59 2.5.4 Sólidos Solúveis ..................................................................... 60 2.5.5 Acidez Total Titulável ............................................................. 60

2.5.6 Avaliação da Propriedade Mecânica ....................................... 60 2.6 Tratamento Estatístico ............................................................... 61

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................ 62 3.1 Propriedade Físicas ..................................................................... 62

3.1.1 Diâmetro e Comprimento das Bagas ...................................... 62

3.1.2 Perda de Massa ...................................................................... 62 3.1.3 Impressão Global e Análise de Cor ......................................... 63

vii

3.2 Propriedade Físico-Químicas ...................................................... 65 3.2.1 Sólidos Solúveis ..................................................................... 65 3.2.2 Acidez Total Titulável .............................................................. 66

3.2.3 Relação Sólidos Solúveis / Acidez Total Titulável ................... 67 3.3 Propriedade Mecânica ................................................................. 69

3.3.1 Força Máxima até o Rompimento ........................................... 69 3.3.2 Distância Máxima até o Rompimento....................................... 70

4. CONCLUSÃO........................................................................................ 72

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 73

CAPÍTULO 3: INFLUÊNCIA DE COBERTURA COMESTÍVEL ENRIQUECIDA COM PREBIÓTICO, EM PARÂMETROS FÍSICO-

QUIMICOS, FÍSICOS E SENSORIAIS DE UVAS THOMPSON SEEDLESS SOB ARMAZENAMENTO REFRIGERADO

RESUMO .................................................................................................. 76 ABSTRACT .............................................................................................. 76

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 77 2. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................... 80

2.1 Material .......................................................................................... 80 2.1.1 Higienização e Seleção ........................................................... 80 2.1.2 Preparo da Solução Filmogênica ............................................ 80

2.2 Análises Realizadas ..................................................................... 81 2.2.1 Perda de Massa ...................................................................... 81 2.2.2 Sólidos Solúveis ...................................................................... 82

2.2.3 Acidez Total Titulável .............................................................. 82 2.2.4 Análise de Cor ......................................................................... 82

2.2.5 Análise Sensorial ................................................................. 83 2.3 Tratamento Estatístico ................................................................. 84

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................ 85 3.1 Perda de Massa ............................................................................. 85 3.2 Sólidos Solúveis ........................................................................... 88 3.3 Acidez Total Titulável .................................................................. 89 3.4 Relação Sólidos Solúveis / Acidez Total Titulável .................... 90 3.5 Análise de Cor ............................................................................... 91 3.6 Análise Sensorial .......................................................................... 93

4. CONCLUSÕES .................................................................................... 102

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 103 CAPÍTULO 4: INFLUÊNCIA DE COBERTURA COMESTÍVEL ENRIQUECIDA COM PREBIÓTICO, NAS PROPRIEDADES

MECÂNICAS DE UVAS VARIEDADE THOMPSON RESUMO .................................................................................................. 106

ABSTRACT .............................................................................................. 106 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................... 107

2. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................... 109

viii

2.1 Material ......................................................................................... 109 2.1.1 Higienização e Seleção ........................................................... 109 2.1.2 Preparo da Solução Filmogênica ............................................ 109

2.2 Análises Realizadas ..................................................................... 110 2.2.1 Perda de Massa ...................................................................... 110

2.2.2 Textura ................................................................................... 110 2.2.2.1 Teste de Punctura ............................................................ 111 2.2.2.2 Análise de Perfil de Textura (TPA) ................................... 111

2.3 Tratamento Estatístico .............................................................. 111 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................ 112 3.1 Teste de Punctura ......................................................................... 112 3.2 Análise do Perfil de Textura (TPA) .............................................. 115 4. CONCLUSÕES .................................................................................... 121

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 122 CONCLUSÕES GERAIS ...................................................................... 125 LISTA DE ABREVIATURAS .................................................................... 126 APÊNDICE A: TABELAS E GRÁFICOS DO CAPÍTULO 3 ..................... 127 APÊNDICE B: TABELAS E GRÁFICOS DO CAPÍTULO 4 ..................... 160

ix

LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO 1 Figura 1. Esquema representativo de cinco diferentes tipos de curvas

de força/distância obtidas em testes de punctura (BOURNE, 2002) ........ 37 Figura 2. Texturograma e seus principais componentes ........................ . 40 Figura 3. Representação do sistema colorimétrico CIEL*a*b, 1976

(Adaptado de Varela et al., 2005) ........................................................... 45

CAPÍTULO 2

Figura 1. Valores de perda de massa acumulada de uvas Thompson

acondicionadas sob refrigeração por 25 dias............................................ 62 Figura 2. Valores medianos de Distância Máxima até o Rompimento de

uvas Thompson acondicionadas sob refrigeração .................................. 70 CAPÍTULO 3

Figura 1. Perda de massa de uvas Thompson com coberturas

comestívelis enriquecidas com prebiótico – cachos ................................. 85 Figura 2. Perda de massa de uvas Thompson com coberturas

comestívelis enriquecidas com prebiótico – bagas individualizadas ........ 85 Figura 3. Box-plot para a variável Tonalidade de Cor, nos quatro dias

de análise sensorial................................................................................... 95 Figura 4. Box-plot para a variável Brilho, nos quatro dias de análise

sensorial ................................................................................................... 96 Figura 5. Box-plot para a variável Sabor Ácido, nos quatro dias de

análise sensorial ....................................................................................... 99 Figura 6. Box-plot para a variável Intenção de Compra, nos quatro dias

de análise sensorial .................................................................................. 100

CAPÍTULO 4 Figura 1. Valores medianos para parâmetro de textura adesividade em

uvas com coberturas comestíveis............................................................. 117 Figura 2. Valores medianos para parâmetro de textura elasticidade em

uvas com coberturas comestíveis.......................................... ................... 118

APÊNDICE A

Figura 1. Box-plot para a variável Sólidos Solúveis de uvas Thompson

durante 31 dias de armazenamento refrigerado ...................................... 128 Figura 2. Box-plot para a variável Acidez Total Titulável de uvas

Thompson durante 31 dias de armazenamento refrigerado ..................... 130

x

Figura 3. Box-plot para a relação Sólidos Solúveis/Acidez Total

Titulável de uvas Thompson durante 31 dias de armazenamento refrigerado ................................................................................................ 132 Figura 4. Box-plot para Componente Colorimétrico L* de uvas

Thompson durante 31 dias de armazenamento refrigerado ..................... 134 Figura 5. Box-plot para Componente Colorimétrico a* de uvas

Thompson durante 31 dias de armazenamento refrigerado ..................... 136 Figura 6. Box-plot para Componente Colorimétrico b* de uvas

Thompson durante 31 dias de armazenamento refrigerado ..................... 138 Figura 7. Box-plot para a variável Tonalidade de Cor, nos quatro dias

de análise sensorial de uvas Thompson .................................................. 140 Figura 8. Box-plot para a variável Aparência Global nos quatro dias de

análise sensorial de uvas Thompson ....................................................... 142 Figura 9. Box-plot para a variável Brilho nos quatro dias de análise

sensorial de uvas Thompson .................................................................... 144 Figura 10. Box-plot para a variável Firmeza nos quatro dias de análise

sensorial de uvas Thompson .................................................................... 146 Figura 11. Box-plot para a variável Resistência ao Corte nos quatro

dias de análise sensorial de uvas Thompson ........................................... 148 Figura 12. Box-plot para a variável Arenosidade nos quatro dias de

análise sensorial de uvas Thompson ....................................................... 150 Figura 13. Box-plot para a variável Sabor Doce nos quatro dias de

análise sensorial de uvas Thompson ....................................................... 152 Figura 14. Box-plot para a variável Sabor Ácido nos quatro dias de

análise sensorial de uvas Thompson ....................................................... 154 Figura 15. Box-plot para a variável Sabor Global nos quatro dias de

análise sensorial de uvas Thompson ....................................................... 156 Figura 16. Box-plot para a variável Intenção de Compra nos quatro dias

de análise sensorial de uvas Thompson .................................................. 158

APÊNDICE B

Figura 1. Box-plot para Força Máxima até o Rompimento de uvas

Thompson durante 31 dias de armazenamento refrigerado ..................... 161 Figura 2. Box-plot para Distância Máxima até o Rompimento de uvas

Thompson durante 31 dias de armazenamento refrigerado ..................... 163 Figura 3. Box-plot para Dureza de uvas Thompson durante 31 dias de

armazenamento refrigerado ..................................................................... 165 Figura 4. Box-plot para Elasticidade de uvas Thompson durante 31 dias

de armazenamento refrigerado ................................................................ 167 Figura 5. Box-plot para Adesividade de uvas Thompson durante 31

dias de armazenamento refrigerado ......................................................... 169 Figura 6. Box-plot para Mastiganilidade de uvas Thompson durante 31

dias de armazenamento refrigerado ......................................................... 171 Figura 7. Box-plot para Coesividade de uvas Thompson durante 31

dias de armazenamento refrigerado ......................................................... 173 Figura 8. Box-plot para Resiliência de uvas Thompson durante 31 dias

de armazenamento refrigerado ................................................................ 175

xi

LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO 2 Tabela 1. Composição das formulações das coberturas comestíveis

para aplicação em uvas de mesa íntegras............................................... 58 Tabela 2. Valores medianos dos componentes colorimétricos L*, a* e b*

de uvas Thompson após aplicação de coberturas comestíveis de diferentes formulações............................................................................. 64 Tabela 3. Valores medianos de Sólidos Solúveis de uvas Thompson

acondicionadas sob refrigeração (°Brix) ................................................. 65 Tabela 4. Valores medianos de Acidez Total Titulável de uvas

Thompson acondicionadas sob refrigeração (percentual de ácido tartárico/100g da amostra) ...................................................................... 67 Tabela 5. Relação Sólidos Solúveis/Acidez Total Titulável de uvas

Thompson acondicionadas sob refrigeração ........................................... 68 Tabela 6. Valores medianos de Força Máxima até o Rompimento de

uvas Thompson acondicionadas sob refrigeração .................................. 69

CAPÍTULO 3

Tabela 1 Valores dos componentes utilizados no preparo das soluções

filmogênicas .............................................................................................. . 81 Tabela 2. Comparativo de tempo necessário para acumular perda de

massa de 5 e 10% em uvas cobertas em diferentes tipos de apresentação comercial (dias) .................................................................. 87 Tabela 3. Valores medianos das características físico-químicas de uvas

Thompson ................................................................................................ 89 Tabela 4. Valores medianos dos componentes de cor de uvas

Thompson .................................................................................................. 92 Tabela 5. Perfil de julgadores não treinados na análise sensorial de

uvas Thompson ......................................................................................... 94 Tabela 6. Postos das notas para a variável Intenção de Compra, no

quarto dia de análise sensorial .................................................................. 100 Tabela 7. Extremo do postos das notas para a variável Intenção de

Compra no primeiro dia de analise sensorial ............................................ 101

CAPÍTULO 4

Tabela 1 Valores dos componentes utilizados no preparo das soluções

filmogênicas .............................................................................................. 110 Tabela 2. Valores medianos dos parâmetros de textura Força Máxima

até o Rompimento (FMR) e Distância Máxima até o Rompimento (DMR)

de uvas Thompson.................................................................................... 113 Tabela 3. Modelos de regressão linear simples para Força Máxima até

o Rompimento (FMR) e Distância Máxima até o Rompimento (DMR) em

uvas Thompson......................................................................................... 113

xii

Tabela 4. Perda de massa acumulada de uvas Thompson após 31 dias

de armazenamento refrigerado................................................................. 114 Tabela 5. Valores medianos dos parâmetros de textura Dureza,

Adesividade, Elasticidade e Mastigabilidade obtidos por TPA de uvas Thompson ................................................................................................. 116 Tabela 6. Valores medianos dos parâmetros de textura Coesividade e

Resiliência obtidos por TPA de uvas Thompson ...................................... 120

APÊNDICE A

Tabela 1 Estatística descritiva para Sólidos Solúveis de uvas

Thompson acondicionadas por 31 dias .................................................... 129 Tabela 2. Estatística descritiva para Acidez Total Titulável de uvas

Thompson acondicionadas por 31 dias .................................................... 131 Tabela 3. Estatística descritiva para Relação Sólidos Solúveis / Acidez

Total Titulável de uvas Thompson acondicionadas por 31 dias ............... 133 Tabela 4. Estatística descritiva para Componente Colorimétrico L* de

uvas Thompson acondicionadas por 23 dias ........................................... 135 Tabela 5. Teste de Kruskall-Wallis para Componente Colorimétrico L*

de uvas Thompson acondicionadas por 23 dias ...................................... 135 Tabela 6. Estatística descritiva para Componente Colorimétrico a* de

uvas Thompson acondicionadas por 23 dias ........................................... 137 Tabela 7. Teste de Kruskall-Wallis para Componente Colorimétrico a*

de uvas Thompson acondicionadas por 23 dias ...................................... 137 Tabela 8. Estatística descritiva para Componente Colorimétrico b* de

uvas Thompson acondicionadas por 23 dias ........................................... 139 Tabela 9. Teste de Kruskall-Wallis para Componente Colorimétrico b*

de uvas Thompson acondicionadas por 23 dias ...................................... 139 Tabela 10. Estatística descritiva para Tonalidade de cor de uvas

Thompson acondicionadas por 23 dias .................................................... 141 Tabela 11. Estatística descritiva para Aparência Global de uvas

Thompson acondicionadas por 23 dias .................................................... 143 Tabela 12. Estatística descritiva para Brilho de uvas Thompson

acondicionadas por 23 dias ...................................................................... 145 Tabela 13. Estatística descritiva para Firmeza de uvas Thompson

acondicionadas por 23 dias ...................................................................... 147 Tabela 14. Estatística descritiva para Resistência ao Corte de uvas

Thompson acondicionadas por 23 dias .................................................... 149 Tabela 15. Estatística descritiva para Arenosidade de uvas Thompson

acondicionadas por 23 dias ...................................................................... 151 Tabela 16. Estatística descritiva para Sabor Doce de uvas Thompson

acondicionadas por 23 dias ...................................................................... 153 Tabela 17. Estatística descritiva para Sabor Ácido de uvas Thompson

acondicionadas por 23 dias ...................................................................... 155 Tabela 18. Estatística descritiva para Sabor Global de uvas Thompson

acondicionadas por 23 dias ...................................................................... 157 Tabela 19. Estatística descritiva para Intenção de Compra de uvas

Thompson acondicionadas por 23 dias .................................................... 159

xiii

APÊNDICE B

Tabela 1 Estatística descritiva para Força Máxima até o Rompimento

de uvas Thompson acondicionadas por 31 dias ...................................... 162 Tabela 2. Teste de Kruskall-Wallis para Força Máxima até o

Rompimento de uvas Thompson acondicionadas por 31 dias ................. 162 Tabela 3. Estatística descritiva para Distância Máxima até o

Rompimento de uvas Thompson acondicionadas por 31 dias ................. 164 Tabela 4. Teste de Kruskall-Wallis para Distância Máxima até o

Rompimento de uvas Thompson acondicionadas por 31 dias ................. 164 Tabela 5. Estatística descritiva para Dureza de uvas Thompson

acondicionadas por 31 dias .. ................................................................... 166 Tabela 6. Teste de Kruskall-Wallis para Dureza de uvas Thompson

acondicionadas por 31 dias ...................................................................... 166 Tabela 7. Estatística descritiva para Elasticidade de uvas Thompson

acondicionadas por 31 dias ...................................................................... 168 Tabela 8. Teste de Kruskall-Wallis para Elasticidade de uvas Thompson

acondicionadas por 31 dias ...................................................................... 168 Tabela 9. Estatística descritiva para Adesividade de uvas Thompson

acondicionadas por 31 dias ...................................................................... 170 Tabela 10. Teste de Kruskall-Wallis para Adesividade de uvas

Thompson acondicionadas por 31 dias .................................................... 170 Tabela 11. Estatística descritiva para Mastigabilidade de uvas

Thompson acondicionadas por 31 dias .................................................... 172 Tabela 12. Teste de Kruskall-Wallis para Mastigabilidade de uvas

Thompson acondicionadas por 31 dias .................................................... 172 Tabela 13. Estatística descritiva para Coesividade de uvas Thompson

acondicionadas por 31 dias ...................................................................... 174 Tabela 14. Teste de Kruskall-Wallis para Coesividade de uvas

Thompson acondicionadas por 31 dias .................................................... 174 Tabela 15. Estatística descritiva para Resiliência de uvas Thompson

acondicionadas por 31 dias ...................................................................... 176 Tabela 16. Estatística descritiva para Resiliência de uvas Thompson

acondicionadas por 31 dias. ..................................................................... 176

xiv

LISTA DE QUADROS

CAPITULO 1

Quadro 1. Comparativo entre os diferentes sistemas de medição

objetiva de textura em alimentos .............................................................. 34

15

INTRODUÇÃO

As perdas pós-colheitas com frutas e hortaliças tem sido fator preponderante na

intensificação da busca de novas técnicas pós-colheita e a uva de mesa (Vitis

vinífera), por ser uma fruta muito perecível, vem sendo objeto de muitos estudos

no sentido de aumentar sua vida de prateleira.

As coberturas comestíveis, utilizadas na China desde o século XII, vem sendo

uma das alternativas empregadas por empresas do ramo agroindustrial para

diminuir a taxa de transpiração de frutas, um dos principais fatores fisiológicos

causadores de perda de qualidade destes tipos de alimentos. A incorporação de

aditivos alimentares nas coberturas aplicadas na superfície dos alimentos, como

antioxidantes, antimicrobianos, aromas e ingredientes funcionais, já é uma técnica

utilizada na Europa e países como Japão, EUA e Nova Zelândia, registrando

crescimento em pesquisas no Brasil.

Este trabalho teve o objetivo de avaliar o comportamento de bagas de uvas de

mesa, variedade Thompson, após aplicação de coberturas comestíveis

enriquecidas de frutooligossacarídeo, uma fibra alimentar com atividade prebiótica

de eficácia e segurança já comprovadas no Brasil. A cobertura comestível teve

como matriz a cera de carnaúba, substância natural extraída de uma palmeira de

origem brasileira, com segurança garantida por compêndios internacionais para

este fim.

Inicialmente foram realizados testes preliminares utilizando treze formulações,

com diferentes concentrações de cera e prebiótico, para avaliar as respostas

desta variedade de uva a estas coberturas aplicadas. A partir destes resultados,

foram escolhidas as formulações para serem aplicadas na segunda etapa do

trabalho, onde foram avaliados novos parâmetros relacionados à qualidade das

uvas cobertas e a viabilidade da aplicação comercial deste tipo de cobertura.

16

OBJETIVO GERAL

Avaliar a viabilidade técnica da aplicação de cobertura comestível, aditivada de

prebiótico, em uvas (Vitis vinifera) íntegras.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Desenvolver formulação ideal para solução filmogênica aditivada de prebiótico;

Avaliar resistência a danos mecânicos de uvas de mesa após aplicação de

cobertura comestível;

Avaliar alterações físicas e físico-químicas de uvas de mesa após aplicação de

cobertura comestível;

Verificar a manutenção de atributos sensoriais de uvas de mesa após aplicação

de cobertura comestível.

17

CAPÍTULO 1

REVISÃO DE LITERATURA

1. UVAS

A uva é o fruto da videira, de nome botânico Vitis vinífera, arbusto de médio porte

da família Vitaceae. O fruto é uma baga sustentada no que chamam de racemos,

ou mais frequentemente, cachos (THOMPSON, 2003).

A produção de uvas finas de mesa (Vitis vinifera L.) é uma importante atividade

econômica no Brasil, em constante crescimento, tendo alcançado a 11ª colocação

em quantidade de uvas exportadas no mundo e a 7ª em valor das exportações de

uvas em 2010 (RODRIGUES et al., 2010; MELLO 2011a).

Em 2010 apenas 43,07% da uva produzida no Brasil foi destinada ao

processamento para elaboração de vinhos, suco de uva e derivados, sendo o

restante destinado ao mercado de uva in natura. A produção total de uvas chegou

a 1.295.442ton. em 2010, sendo 737.554ton. consumidas in natura. Destas, 8,2%

foram destinadas ao mercado externo, sendo esta exportação 11,45% superior

quando comparada à exportação no ano de 2009. (MELLO, 2011a; MELLO,

2011b).

O período de oferta de uvas finas para mesa, no Brasil, abrange os doze meses

do ano com oscilações de períodos de maior ou menor oferta. No Vale do São

Francisco a oferta se dá em todos os meses do ano, enquanto em outras regiões

há uma concentração em alguns meses (MELLO, 2005). Em São Paulo é

expressiva a produção de uvas de mesa, assim como no Vale do São Francisco

(Pernambuco e Bahia), Rio Grande do Sul e Paraná (MELLO, 2005). As principais

cultivares de uvas finas de mesa produzidas nos pólos produtores são Itália e

suas mutações, Rubi, Benitaka e Red Globe, todas com sementes (MELLO, 2005;

MELLO, 2011b; CAMARGO et al., 2003; NACHTIGAL et al., 2005).

No mercado brasileiro de uvas de mesa, seguindo uma tendência mundial,

percebe-se uma exigência cada vez maior dos consumidores por frutas de melhor

qualidade, não somente quanto ao aspecto, mas também ao sabor, aroma e

18

consistência, além de uma preferência por uvas sem sementes ou apirênicas

(LULU et al, 2005; COLOMBO et al., 2011).

Foram realizadas algumas tentativas por empresas e produtores no sentido de

viabilizar a produção das principais cultivares de uvas sem sementes, como

Thompson Seedless, Crimson Seedless e Superior Seedless, nas condições

brasileiras. Entretanto, tais cultivares apresentaram dificuldade de adaptação e

fertilidade baixa, produzindo colheitas irregulares, o que, algumas vezes, as

inviabilizava comercialmente (NACHTIGAL et al., 2005). No final da década de 90,

com definição de um sistema de produção adequado às variedades de uvas sem

sementes que são produzidas mundialmente, o Vale do São Francisco iniciou a

comercialização da cultivar Superior, também conhecida pelo nome Festival

(MELLO, 2005). Em 2003, a Embrapa Uva e Vinho lançou as primeiras cultivares

de uva de mesa sem semente (BRS Clara, BRS Linda e BRS Morena) com alta

fertilidade natural nas condições tropicais do Brasil produzindo frutas de boa

qualidade (MATTIUZ et al., 2009).

A variedade Thompson Seedless, devido às características morfológicas e ao

agradável sabor de seus frutos, é a principal variedade de uvas sem semente

cultivada no mundo e, portanto, com excelente aceitação no mercado externo, se

destacando como uma das principais variedades cultivadas no Submédio do Vale

do São Francisco (LEÃO et al., 2005).

Em condições de clima tropical, a variedade Thompson Seedless apresenta-se

excessivamente vigorosa com ramos que crescem em torno de dez metros de

comprimento num período de quatro meses, produzindo bagas de tamanho

mediano a grande. De acordo com os descritores do International Board for Plant

Genetic Resources, a variedade Thompson Seedless é classificada como médio

teor de sólidos solúveis totais, enquanto, em relação à acidez total titulável,

apresenta conteúdo médio de acidez (LEÃO, 2002).

Os principais parâmetros físico-químicos utilizados para avaliar qualidade das

uvas são análises dos teores de Sólidos Solúveis (SS), Acidez Total Titulável

(ATT) e a relação SS/ATT, indicativa de sabor e aceitação de uvas

(MASCARENHAS et al., 2010, SILVA et al., 2012).

19

De acordo com o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade para

classificação de uva rústica, Anexo III da Lei nº 9.972/2000 (BRASIL, 2000), a

porcentagem mínima de sólidos solúveis em uva rústica para consumo é de 14%.

Assim, uvas de mesa com SS igual ou superior a 15% são consideradas aptas

para comercialização na região nordeste do Brasil. Em relação à ATT, valores

acima de 1,5 são considerados altos, sendo considerado fora do padrão de

comercialização. É desejável que a relação SS/ATT seja igual ou superior a 20,

porém o limite mínimo considerado bom para a colheita é 15 (MASCARENHAS et.

al, 2010; CHOUDHURY e COSTA, 2004).

A colheita das uvas deve ocorrer no pico de maturação, o qual é estimado pela

cor da baga, aroma e textura da polpa, sabor e doçura. Os sólidos solúveis

podem ser usados para determinar a maturidade dos frutos, sendo que este valor

varia entre os cultivares e deve ser de 18 a 20% para a variedade Thompson

Seedless (THOMPSON, 2003).

Pode-se observar que as condições climáticas do Vale do Rio São Francisco, com

temperaturas médias elevadas durante a fase de maturação, favorecem uma

maior concentração de açúcares e a redução da acidez nos frutos, contribuindo

para a melhoria do sabor e qualidade da uva (LEÃO, 2002).

As variedades de uvas com sementes cultivadas na região do Vale do São

Francisco têm valores SS/ATT variando entre 15:1 e 16:1, e 22:1 para variedades

sem sementes (CHOUDHURY e COSTA, 2004).

A refrigeração é um dos métodos mais eficientes para manutenção de qualidade

durante o armazenamento de frutos e hortaliças (CHITARRA e CHITARRA,

2005). As uvas devem ser refrigeradas entre -5,3 a 2,9°C (THOMPSON, 2003).

Em termos nutricionais, de acordo com a Tabela Brasileira de Composição de

Alimentos (2011), as uvas são frutas com baixo teor de fibras alimentares,

apresentando em média 0,9g de fibra alimentar por 100g de parte comestível do

fruto.

A uva é uma fruta não climatérica, não amadurece após a colheita. Em razão

disso, ela só deve ser colhida quando atingir as condições apropriadas para o

consumo. Por outro lado ela é considerada uma fruta de alta perecibilidade, e

20

mesmo havendo hoje grandes avanços tecnológicos, com técnicas cuidadosas de

manejo e armazenamento, as perdas pós-colheita do produto, estimadas entre 20

e 95%, ainda causam grandes prejuízos aos viticultores (CHOUDHURY e

COSTA, 2004; MATTIUZ et al., 2009; CARVALHO FILHO et al., 2006; LIMA,

2010).

Em 2009, a crise mundial refletiu fortemente na produção de uvas de mesa. Em

2010, fatores climáticos desfavoráveis resultaram em menor produção, sendo

observada a maior redução na Bahia (-13,51%), quando comparada à redução

nos outros estados brasileiros produtores de uva de mesa. Entre 2006 e 2010 foi

observada nítida desaceleração na produção de uvas no Estado da Bahia

(MELLO, 2011b).

Tem sido observada redução na comercialização de uvas de mesa na Europa

devido à aparência não homogênea e à dificuldade na manutenção da qualidade

durante o armazenamento refrigerado, com altas taxas de perda de massa e

escurecimento das uvas apirênicas (SÁNCHEZ-GONZÁLEZ et al., 2011).

A uva é fruta com reduzida vida de prateleira devido ao amolecimento, perda de

coloração, contaminação fúngica, secamento do engaço, degrana e ocorrência de

danos mecânicos, o que compromete a aceitação destes frutos pelos

consumidores (SANTOS et al., 2012; SÁNCHEZ-GONZÁLEZ et al., 2011;

FAKHOURI et al., 2007; MATTIUZ et al., 2009).

Pesquisas sobre atributos de qualidade da uva de mesa e sua relação com

aceitação e preferências pelo consumidor ainda são escassas no Brasil

(MASCARENHAS et. al, 2010).

2. COBERTURAS COMESTÍVEIS

Ao longo do tempo, tem ocorrido mudança significativa nos hábitos alimentares da

população brasileira. A busca da longevidade e qualidade de vida faz com que as

pessoas procurem alimentos mais saudáveis, aumentando o consumo de frutas e

hortaliças frescas em detrimento dos produtos industrializados. (MATTIUZ et al.,

2004). Há uma crescente busca dos consumidores por alimentos que se

21

encontrem prontos para o consumo, dispensando as operações de

descascamento e corte (MATTIUZ et al., 2009).

O processamento mínimo tem por objetivo suprir essas exigências,

disponibilizando produtos frescos que são comercializados limpos, convenientes,

e que podem ser preparados e consumidos em menor tempo. Em uvas, o

processamento mínimo poderia ser uma alternativa interessante, pois permitiria

valorizar as bagas com boa qualidade, provenientes de cachos que não se

prestariam à comercialização devido aos problemas de degrana ou ocorrência de

bagas defeituosas (MATTIUZ et al., 2004).

Diversas tecnologias vem sendo aplicadas na área de pós-colheita de frutas,

buscando minimizar estas perdas. Dentre elas, o uso de filmes e revestimentos

que apresentam o potencial para retardar as reações de degradação e/ou síntese

de substâncias em frutas, proporcionado maior vida útil, como, por exemplo, em

mangas (SOUZA et al., 2011), goiabas (FAKHOURI e GROSSO, 2003) e

morangos (VU et al., 2011; COLLA, 2004).

Devido à demanda por alimentos de alta qualidade e preocupações ambientais

sobre o descarte de materiais não renováveis, existe um crescente interesse no

desenvolvimento de coberturas comestíveis ou degradáveis biologicamente

(FAKHOURI et al., 2007, MOTA et al., 2006).

Coberturas comestíveis são, para maioria dos autores, substâncias aplicadas na

superfície de alimentos de modo que o produto final está pronto para o consumo.

No entanto, não há consenso sobre uma definição específica para o termo. Para

alguns, coberturas comestíveis são aquelas que são legais e seguras para uso

em produtos alimentares. Para outros, requere-se que para a cobertura ser

considerada comestível, o alimento coberto seja também aceito pelos

consumidores. Outros dizem que comestibilidade de coberturas implica que elas

tenham valor nutricional (BALDWIN e HAGENMAIER, 2011).

O termo cobertura comestível é atribuído a uma fina camada de material aplicado

e formado diretamente na superfície do produto, enquanto que o termo filme

comestível é atribuído àquele que foi pré-formado separadamente e aplicado

posteriormente sobre o produto. É desejável que ambos apresentem propriedades

22

sensoriais neutras, de modo a não alterar a qualidade dos alimentos (FAKHOURI

et al., 2007; BALDWIN e HAGENMAIER, 2011).

O uso de filmes e coberturas comestíveis em produtos alimentícios parece uma

técnica recente, no entanto, a aplicação de ceras em frutas cítricas vem sendo

utilizada desde os séculos XII e XIII na China, para retardar a desidratação e

subsequente amolecimento e murchamento, além de melhorar a aparência das

mesmas, conferindo brilho. (FAKHOURI et al., 2007; ALLEONI et al., 2006;

ZHAO, 2011).

Os filmes além de constituírem-se uma barreira efetiva à perda de vapor d‟água e

troca gasosa apresentam-se como materiais de embalagem biodegradáveis que

podem ajudar na proteção contra danos mecânicos e na contaminação

microbiana, sendo mais freqüente seu uso em frutas e hortaliças (FAKHOURI et

al., 2007, ALLEONI et al., 2006; CARVALHO FILHO et al., 2006).

A incorporação de ingredientes ativos em coberturas comestíveis pode resolver

alguns problemas relacionados à pós-colheita de frutas, ao mesmo tempo em que

permite a manutenção dos atributos de qualidade e segurança desejáveis em

vegetais frescos (SÁNCHEZ-GONZÁLEZ et al., 2011).

Dependendo da formulação, coberturas aplicadas a frutas podem ter o mesmo

efeito das frutas acondicionadas em câmaras de atmosfera controlada, utilizadas

para prolongar a vida de prateleira de frutas climatéricas (continuam a

amadurecer após a colheita). Porém, se os níveis de oxigênio ficarem muito

baixos, é iniciado o caminho de respiração anaeróbica na fruta, produzindo etanol,

que pode causar mau-cheiro, denominado off-flavor. (BALDWIN e HAGENMAIER,

2011).

As coberturas à base de lipídeos e ceras tendem a ser mais permeáveis aos

gases, mas apresentam a melhor barreira ao vapor d‟água. Os materiais mais

utilizados são a cera de carnaúba, cera de candelilla e farelo de arroz (BALDWIN

e HAGENMAIER, 2011).

Polímeros são os principais ingredientes de muitas coberturas. Os polímeros mais

utilizados na elaboração de filmes e coberturas comestíveis são as proteínas

(gelatina, caseína, zeína, glúten do trigo, soja, colágeno entre outras), os

23

polissacarídeos (amido, pectina, celulose e derivados, alginato, gomas e

carragena) e os lipídeos (monoglicerídeos acetilados, chitosan, ácido esteárico,

ceras e ésteres de ácido graxo) ou a combinação dos mesmos (FAKHOURI et al.,

2007; BALDWIN e HAGENMAIER, 2011).

Várias coberturas comestíveis são feitas com ceras e resinas, com adição

opcional de polímeros para formar bicamadas ou revestimentos compósitos. Fato

interessante que vem sendo observado é que coberturas feitas de filmes

comestíveis poliméricos apresentam-se flexíveis e resistentes, enquanto que as

coberturas à base de cera que obtiveram sucesso geralmente não são auto-

suficientes, mesmo quando formam finas camadas ou são misturados a solventes

aquosos formando emulsões (BALDWIN e HAGENMAIER, 2011).

O uso de coberturas à base de cera têm tido tanto sucesso na indústria de frutas

frescas que o termo cera é regularmente e erroneamente usado para significar

qualquer revestimento em fruta, contendo ou não cera no revestimento. Algumas

coberturas contêm polímeros, e não ceras. Outros contêm ceras, mas não

polímeros. No revestimento de frutas, no entanto, muitos contêm ambos (HALL,

2011).

Além de polímeros e ceras, outros ingredientes estão sempre presentes em

coberturas de alimentos, como ácidos graxos e tensoativos, utilizados para

emulsionar ceras, diminuindo a tensão superficial e melhorando a

espalhabilidade. Plastificantes também são utilizados para melhorar a viscosidade

e adicionar flexibilidade e resistência à tração, além de controlar a tensão

superficial da emulsão (BALDWIN e HAGENMAIER, 2011).

A cera de carnaúba é um exsudato de folhas da palmeira conhecida como Árvore

da Vida (Copernica cerifera), encontrada principalmente no Brasil. Tem o mais

alto ponto de fusão e maior densidade relativa das ceras naturais encontradas e é

adicionada a outras ceras para aumentar a dureza, ponto de fusão, resistência e

brilho (HALL, 2011).

A cera de carnaúba refinada consiste principalmente de ésteres de ácidos com 24

a 32 carbonos e mono-álcoois de cadeia longa. Ela é classificada substância

GRAS (Generaly Recognized as Safe), sendo considerada segura para uso em

24

alimentos e seu uso permitido em coberturas para frutas frescas e vegetais, em

gomas de mascar, produtos de confeitaria e molhos, sem outras limitações,

segundo as boas práticas de fabricação (HALL, 2011). Esta cera vem sendo

utilizada como cobertura comestível no revestimento de diversas frutas, como

maracujá amarelo e cereja (MOTA et al., 2006; CARVALHO FILHO et al. 2006).

Outras aplicações na forma de emulsões, como agente de polimento em frutos

cítricos ou aumentando a barreira a aromas em produtos de panificação,

mantendo suas propriedades por mais tempo, vem ampliando o uso de ceras

como coberturas comestíveis (BALDWIN e HAGENMAIER, 2011).

Dentre as técnicas de aplicação de coberturas em alimentos, a imersão é uma

das mais antigas. Mergulhar frutas e verduras em um tanque do material de

revestimento é adequado geralmente para pequenas quantidades de alimento. O

produto é previamente lavado, seco e em seguida imerso no tanque de mergulho.

O tempo de imersão não é importante, mas sim o umedecimento completo da

fruta ou vegetal faz-se imprescindível para uma boa cobertura (HALL, 2011).

As substâncias usadas para preparo das coberturas para alimentos e produtos

farmacêuticos são consideradas aditivos alimentares, embora o revestimento

possa vir a ser consumido ou não. Em frutas onde a casca não é ingerida, a

exemplo da laranja e tangerina, a cobertura aplicada sobre a fruta é descartada

juntamente com a casca ou retirada através da lavagem do fruto no momento do

consumo. Diante destas possibilidades e prezando pela segurança dos

consumidores, os ingredientes para coberturas são geralmente submetidos ao

mesmo nível de regulamentação dos outros aditivos alimentares (CHENG e

BALDWIN, 2011).

Uma definição geral de aditivos alimentares é que eles são substâncias

adicionadas aos produtos alimentícios intencionalmente para desempenhar

funções específicas como conservação e vitrificação, como no caso de alimentos

cobertos. Eles são geralmente utilizados em pequenas quantidades e

permanecem no alimento, mas podem ser consumidas ou não junto com a porção

comestível do alimento (CHENG e BALDWIN, 2011).

Há diferentes regulamentações acerca de coberturas comestíveis nos diversos

países, como Canadá, Estados Unidos, Japão, Austrália, Nova Zelândia e na

25

União Européia. Os aditivos alimentares, incluindo os utilizados em coberturas,

são agrupados variando sua pertinência e autorização para uso, bem como sua

classificação e limites toleráveis de acordo com o país emissor da

regulamentação (CHENG e BALDWIN, 2011).

Para muito aditivos, o limite de uso não é regulamentado e faz-se necessário

seguir as boas práticas de fabricação. Os aditivos são geralmente listados pelo

seu nível de risco à saúde e função técnica atribuída aos alimentos. Nos Estados

Unidos, aditivos classificados como GRAS podem ser utilizados em todos os

alimentos, mas podem estar sujeitos a limites máximos de uso ou restrição a

função técnica (CHENG e BALDWIN, 2011).

De acordo com as diretivas da União Européia, é considerado um aditivo

alimentar qualquer substância normalmente não consumida como alimento por si

mesma e normalmente não usada como ingrediente característico em alimentos,

com ou sem valor nutritivo, adicionado intencionalmente ao alimento com

propósito tecnológico processamento ou preparação. Esta legislação excetua

algumas substâncias, ou grupos destas, que não são considerados aditivos,

sendo assim considerados ingredientes. A inulina está entre essas exceções

(CHENG e BALDWIN, 2011).

Nos Estados Unidos, frutas e vegetais que recebem coberturas comestíveis e são

comercializados como alimentos finais, as coberturas são consideradas como

aditivos alimentares ou aditivos alimentares compósitos. No Canadá,

componentes de coberturas de frutas e vegetais não são regulamentados como

aditivos alimentares (com exceção de óleo mineral, cera de parafina e vaselina).

Isto se baseia no fato de que frutas e vegetais são classificados como alimentos

não padronizados pelo Food and Drug Regulation of Canada. Todos aditivos

alimentares podem ser utilizados nestes alimentos não padronizados sem

necessidade de serem mencionados (CHENG e BALDWIN, 2011).

É apresentado o limite máximo de 400mg de cera de carnaúba por quilo de fruta

fresca ou vegetal, no Codex Alimentarius. Na regulamentação da União Européia

este limite é de 200mg/kg. Na Austrália e Nova Zelândia o limite máximo é

apresentado como GMP (Good Manufacturing Pratices), devendo o insumo ser

utilizado de acordo com a necessidade, sem excessos, utilizando a quantidade

26

mínima para obtenção do efeito desejado, e conforme as Boas Práticas de

Fabricação (CHENG e BALDWIN, 2011). A legislação norte-americana não

pormenoriza limites para o uso de cera de carnaúba para aplicação na forma de

coberturas em alimentos.

As coberturas comestíveis podem ser utilizadas para carrear ingredientes

funcionais, como fungicidas em coberturas de frutas. Outros antimicrobianos,

como conservantes, antioxidantes, agentes anti-escurecimento e agentes de

firmeza tem sido adicionados às coberturas para melhorar a estabilidade

microbiológica, aparência e textura do produto coberto (ZHAO, 2011).

Técnicas inovadoras de conservação pós-colheita que garantam a qualidade, a

segurança e a durabilidade destes produtos sempre despertarão interesse de

empresas, consumidores e da comunidade científica, principalmente se sua

aplicação puder proporcionar expansão do mercado para os produtos brasileiros

em nível nacional e internacional (CARVALHO FILHO et al., 2006).

3. ALIMENTOS FUNCIONAIS E PREBIÓTICOS

O termo “alimentos funcionais” foi primeiramente introduzido no Japão em

meados dos anos 80 e se referia aos alimentos processados, contendo

ingredientes que auxiliavam funções específicas do corpo além de serem

nutritivos, sendo estes alimentos definidos como “Alimentos para uso específico

de saúde” em 1991 (MORAES e COLLA, 2006).

Há diversas variações nas definições, e subdivisões, de alimentos funcionais em

países como nos Estados Unidos, Reino Unido e Brasil. A definição de que o

alimento funcional pode ser classificado como alimento é aceita nos EUA, Europa

e também no Brasil. Nessa perspectiva, o alimento funcional deve apresentar

primeiramente as funções nutricional e sensorial, sendo a funcionalidade a função

terciária do alimento (MORAES e COLLA, 2006).

Os alimentos funcionais devem estar na forma de alimento comum, ser

consumidos como parte da dieta e produzir benefícios específicos à saúde, tais

como redução do risco de diversas doenças, auxiliando funções fisiológicas do

organismo e a manutenção do bem-estar físico e mental. (BERTE et al., 2011;

27

MORAES e COLLA, 2006, SANTOS et al., 2008). As substâncias biologicamente

ativas encontradas nos alimentos funcionais podem ser classificadas em grupos

tais como: probióticos e prebióticos, alimentos sulfurados e nitrogenados,

pigmentos e vitaminas, compostos fenólicos, ácidos graxos insaturados e fibras

solúveis (MORAES e COLLA, 2006).

Os principais alimentos funcionais são: fibras (psyllium, polidextrose e goma

guar), ácidos graxos poliinsaturados (ômega 3 e 6), substâncias bioativas de

plantas (polifenóis, cafeína e carotenóides), fibras prebióticas (inulina e

frutooligossacarídeos) e microorganismos probióticos (BERTE et al., 2011).

A definição de prebiótico é revista constantemente. Segundo Roberfroid et al.

(2010), a definição inicial de prebiótico, em 1995, era “um ingrediente alimentar

não-digerível que beneficamente afeta o hospedeiro por estimulação seletiva do

crescimento e/ou atividade de um ou limitado número de bactérias no cólon, e

então melhora a saúde do hospedeiro”.

A partir do 6º Encontro da Associação Científica Internacional de Probióticos e

Prebióticos, ocorrida em Londres, 2008, um prebiótico passou a ser definido como

“um ingrediente seletivamente fermentado que resulta em alterações específicas,

na composição e/ou atividade da microbiota gastrointestinal, conferindo vantagem

à saúde do hospedeiro”. Já os alimentos probióticos são aqueles em que há

microorganismos vivos presentes no alimento, que após a ingestão causarão

benefícios à saúde do hospedeiro (ROBERFROID et al., 2010)..

Os prebióticos mais eficientes irão reduzir a atividade de organismos

potencialmente patogênicos. Para que uma substância (ou grupo de substâncias)

possa ser definida como tal, deve cumprir os seguintes requisitos: ser de origem

vegetal; formar parte de um conjunto heterogêneo de moléculas complexas; não

ser digerida por enzimas digestivas; ser parcialmente fermentada por uma colônia

de bactérias e ser osmoticamente ativa (MORAES e COLLA, 2006).

O desenvolvimento de novos alimentos funcionais e para fins especiais contribui

para a inserção das indústrias nesse mercado (BERTE et al., 2011).

A entrada de um novo alimento industrializado com alegações de propriedades

funcionais no mercado brasileiro está condicionada à avaliação e aprovação de

28

uma autoridade legal, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Este

é o órgão responsável por definir os critérios e limites a serem considerados pelo

setor, através das portarias e resoluções por ele criadas, além de fiscalizar o

cumprimento destes.

A Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 360/2003 define Fibra Alimentar

como qualquer material comestível que não seja hidrolisado pelas enzimas

endógenas do trato digestivo humano. Segundo esta RDC, a Declaração de

Propriedades Nutricionais (informação nutricional complementar) é qualquer

representação que afirme, sugira ou implique que um produto possui

propriedades nutricionais particulares, especialmente, mas não somente, em

relação ao seu valor energético e conteúdo de proteínas, gorduras, carboidratos e

fibra alimentar, assim como ao seu conteúdo de vitaminas e minerais.

É obrigatório descrever a quantidade de qualquer nutriente sobre o qual se faça

uma declaração de propriedade nutricional (informação nutricional complementar).

A declaração de propriedades nutricionais nos rótulos dos alimentos é facultativa

e não deve substituir, mas ser adicional à declaração de nutrientes (BRASIL,

2008).

O registro de um alimento funcional só pode ser realizado após comprovada a

alegação de propriedades funcionais ou de saúde com base no consumo previsto

ou recomendado pelo fabricante, na finalidade, condições de uso e valor

nutricional, quando for o caso ou na evidência científica (MORAES e COLLA,

2006).

A maioria dos dados científicos (em animais e em humanos) sobre efeitos de

prebióticos tem sido obtida utilizando ingredientes alimentares ou suplementos

alimentares pertencentes a dois grupos químicos, denominados frutanos tipo-

inulina e galactooligossacarideos (ROBERFROID et al., 2010).

As fibras solúveis são carboidratos complexos como a inulina e os

frutooligossacarídeos. Estes exemplos de fibras solúveis são polissacarídeos de

reserva encontrados naturalmente em maior quantidade na raiz da Chicória

(Chicorium intybus) e apresentam propriedades tecnológicas distintas (BERTE et

al., 2011). Essas fibras prebióticas são consideradas seguras para diabéticos,

29

estimulam o crescimento seletivo de bactérias intestinais promotoras de saúde,

especialmente as bifidobactérias, que contribuem para melhor absorção de

nutrientes (BERTE et al., 2011; MOSCATTO et al., 2004).

A inulina é um carboidrato de reserva naturalmente presente em mais de 30.000

vegetais, formado por uma cadeia de moléculas de frutose e uma molécula de

glicose terminal. Dentre esses produtos, as raízes de Chicória e de Alcachofra de

Jerusalém (Helianthus tuberosus) se destacam para a sua produção em escala

industrial (TONELI et al., 2008).

A aplicação da inulina na indústria de alimentos deve-se, principalmente, às

propriedades que a tornam capaz de substituir o açúcar ou a gordura, com a

vantagem de não resultar em incremento calórico. Outra característica importante

da inulina está associada às suas propriedades nutricionais, atuando no sistema

digestivo de maneira similar às fibras dietéticas, contribuindo para o incremento

dos benefícios das bifidobactérias e, consequentemente, para melhoria das

condições de todo o sistema grastrintestinal (TONELI et al., 2008).

Os frutooligossacarideos (FOS) são açúcares não convencionais, não

metabolizados pelo organismo humano e não calóricos (HARTEMINK et al., 1997,

SANTOS et al., 2008). Os FOS são oligossacarídeos de ocorrência natural

principalmente em produtos de origem vegetal, encontrados em mais de 36 mil

variedades de plantas (PASSOS e PARK, 2003). No entanto, a quantidade

encontrada nesses alimentos é pequena, exigindo consumo elevado para se obter

o efeito funcional esperado (SANTOS et al., 2008). São considerados prebióticos

uma vez que promovem seletivamente o crescimento de probióticos como

Acidophillus e Bifidus. Essa característica faz com que os FOS promovam uma

série de benefícios à saúde humana, desde a redução de colesterol sérico até o

auxílio na prevenção de alguns tipos de câncer (PASSOS e PARK, 2003;

MORAES e COLLA, 2006, SANTOS et al., 2008).

O sabor dos FOS é muito similar ao da sacarose (PASSOS e PARK, 2003). Do

ponto de vista comercial são divididos em dois grupos: o primeiro grupo é

preparado por hidrólise enzimática da inulina, e consiste em unidades lineares de

frutosil com ou sem uma unidade final de glicose. O grau de polimerização deste

FOS varia entre 1 e 7 unidades de frutosil. Este processo ocorre naturalmente na

30

natureza. O segundo grupo é preparado por reação enzimática de

transfrutosilação em resíduos de sacarose com ligações β-1,2 à molécula de

frutose original, e consiste tanto de cadeias lineares como cadeias ramificadas de

oligossacarídeos, com grau de polimerização variando entre 2 e 10 unidades de

frutosil (HARTEMINK et al., 1997; PASSOS e PARK, 2003, SANTOS et al., 2008).

As boas características dos FOS, como apresentar um terço do poder adoçante

da sacarose, com uma solubilidade superior a esta, não cristalização em solução,

não deixar sensação de secura ou areia na boca permitem sua aplicação em

diversas áreas. Estes açúcares não são degradados durante a maioria dos

processos de aquecimento, permitindo o seu uso em formulações diversas como

sorvetes e sobremesas lácteas que levam no rótulo “açúcar reduzido”, “sem

adição de açúcar”, “calorias reduzidas”, “produto sem açúcar”, etc., em

formulações para diabéticos, em produtos funcionais que promovam efeito

nutricional adicional na área de prebióticos, fibras dietéticas em iogurtes, entre

outras (PASSOS e PARK, 2003).

Como status legal, os FOS são considerados ingredientes e não aditivos

alimentares, na maioria dos países (PASSOS e PARK, 2003). As doses

recomendadas de FOS são de cerca de 10g/dia/pessoa, não devendo a ingestão

ultrapassar os 20g/dia/pessoa, quantidade que geralmente desencadeia

desconforto severo no indivíduo (PASSOS e PARK, 2003). Uma característica

fundamental da fibra solúvel é sua capacidade de ser metabolizada por bactérias,

levando à produção de gases, também conhecida por flatulência (MORAES e

COLLA, 2006; HARTEMINK et al., 1997).

Para efeitos funcionais relacionados aos alimentos prebióticos, a recomendação

de ingestão mínima de FOS é de 3g/dia para alimentos sólidos e de 1,5g/dia para

alimentos líquidos (BRASIL, 2008).

Diversos são os trabalhos relatando os benefícios da inclusão de alimentos ricos

em prebióticos na dieta. Estudos demonstraram que a ingestão de FOS, em

doses de 12,5g/dia, por três dias, produziram efeitos significativos de queda na

contagem de anaeróbios totais nas fezes, queda de pH entre outros, levando ao

aumento da colonização de bifidobactérias (PASSOS e PARK, 2003).

31

Trabalhos evidenciando a redução da pressão sanguínea em pessoas

hipertensas, aumento da produção de compostos imunoestimulantes e a redução

da absorção de carboidratos e lipídeos, melhorando o metabolismo de diabéticos,

também estão relacionados à dieta com FOS (PASSOS e PARK, 2003).

Devido a estas propriedades, a indústria alimentícia e a farmacêutica têm

buscado inserir frutooligossacarídeos na produção de alimentos funcionais,

compostos nutritivos e medicamentos (TONELI et al., 2008; PASSOS e PARK,

2003).

No Brasil, os dados sobre consumo de alimentos funcionais não estão

disponíveis. Contudo é conhecido o fato de o consumidor norte-americano gastar

aproximadamente 90 dólares em alimentos e bebidas funcionais anualmente, o

que resultou em um mercado superior a 27 bilhões de dólares em 2007 (SAAD et

al., 2011).

Atualmente, tem aumentado a atenção dada ao uso de materiais que possam

melhorar a segurança dos alimentos, elevar a vida útil dos produtos e não

provocar impacto negativo ao meio ambiente. Desse modo, o uso de substâncias

naturais, aplicada como cobertura em frutas, enriquecida de ingredientes com

propriedades funcionais, mostra-se uma alternativa viável para aumentar a vida

de prateleira de uvas de mesa agregando ainda mais valor ao produto.

4. TEXTURA

Para frutas e vegetais, as propriedades relacionadas à qualidade do produto

como cor, firmeza e gosto alteram ao longo do tempo. Manutenção de qualidade é

o tempo que precede que o produto se torne abaixo do limite de aceitação. Vida

de prateleira é a manutenção de qualidade sob padronizadas condições de

armazenamento. Manutenção de qualidade e vida de prateleira são termos

frequentemente usados de maneira intercambiável e estão, de fato, intimamente

ligados (SCHOUTEN e KOOTEN, 2004).

Textura é provavelmente uma das mais importantes características de qualidade

de frutas e vegetais comestíveis e tem como base as percepções sensoriais. O

termo era usado originalmente para descrever as características visuais e tácteis

32

de tecidos têxteis e posteriormente foi aplicado também para outros materiais, tais

como os alimentos (LETAIEF et al., 2008; WALDRON, 2004).

As propriedades de textura em alimentos são definidas com um grupo de

características físicas que são medidas objetivamente em função de massa,

tempo e distancia. Textura em alimentos pode ser definida como a manifestação

sensorial da estrutura do alimento e a maneira na qual esta estrutura reage à

aplicação de forças sobre ela, especificamente sendo os sentidos envolvidos a

visão, a cinestesia e audição. Cinestesia compreende a sensação de presença,

movimento e posição como resultado da estimulação das terminações nervosas

(LETAIEF et al., 2008; WALDRON, 2004). A avaliação sensorial analítica e testes

utilizando julgadores forneceram as mais significativas e confiáveis informações

sobre qualidade sensorial e aceitabilidade de alimentos e bebidas (WALDRON,

2004).

Szczesniak (1963) citado por Waldron (2004) classificou as características de

textura, dividindo-as em três grupos: mecânicas, geométricas e composicionais. O

primeiro está relacionado a parâmetros como dureza, coesividade, viscosidade,

elasticidade, adesividade, friabilidade, mastigabilidade e gomosidade; o segundo

ao formato e tamanho das partículas; e o terceiro está relacionado a teores de

umidade e/ou gordura. Para vegetais, Szczesniak (1963) também enfatizou que

devem ser consideradas as variações nas características mecânicas diante dos

diferentes componentes dos alimentos polifásicos (WALDRON, 2004).

A variedade dos alimentos e tipos de propriedades de textura e reologia que estes

exibem é tão grande quanto a variedade de métodos usados para medir estas

propriedades, tornando-se necessário tentar classificá-los em grupos a fim de

compreender o sistema. Vários sistemas de classificação tem sido propostos. Há

classificações de acordo com o tipo de mercadoria que está sendo testada:

cereal, carne, vegetais, frutas, bebidas, entre outras. Há a classificação com base

nas propriedades de textura: líquidos, géis, alimentos fibrosos, aglomerados de

células túrgidas, estruturas friáveis, alimentos cristalizados, óleos comestíveis,

alimentos em pó e afins (BOURNE, 2002).

Os tipos de testes que podem ser usados para medir textura em alimentos podem

ser divididos em objetivos, que são realizados por instrumentos e testes

33

sensoriais que são realizados por pessoas. Os testes objetivos podem ser

divididos em diretos, que medem as propriedades de textura reais dos materiais,

e indiretos, que medem propriedades físicas que correlacionam bem com uma ou

mais propriedades texturais. Segundo Bourne (2002), os testes sensoriais podem

ser classificados em orais, aqueles que são realizados na boca e não-orais,

aqueles em que outra parte do corpo, que não a boca, é usado para medir as

propriedades texturais.

O desenvolvimento de métodos instrumentais tem surgido principalmente do

desejo de monitorar e avaliar a textura de alimentos durante a produção e

processamento. Existem três tipos de medidas de textura: Empíricos, imitativos e

fundamentais. Testes empíricos tem sidos desenvolvidos da experiência prática e

são frequentemente considerados arbitrários e pobremente definidos, que pouco

correlaciona em termos de medida aquilo que está sendo mensurado. Não

existem padrões absolutos disponíveis para realizar o comparativo. Testes de

imitação tem sido considerado um sub tipo de teste empírico que busca imitar o

consumidor, ou seja, as condições a que o material está sujeito na prática, na

boca ou no prato. Os testes fundamentais são expressos em valores mais claros,

frequentemente definidos em unidades de engenharia e incluem medidas precisas

de propriedades mecânicas utilizando aparelhos universais. Porém os testes

fundamentais geralmente tem alto custo de operacionalização, envolvem

condições de teste mais rigorosas (quanto ao formato e tamanho da amostra,

homogeneidade do material, percentual de deformação máxima) e não tem

correlação com a avaliação sensorial tão boa quanto os testes empíricos

(WALDRON, 2004; BOURNE, 2002).

Assim, percebe-se que textura é um conceito muito difícil de descrever ou medir.

Segundo Waldron (2004), métodos instrumentais de medida de textura são

válidos apenas se eles puderem predizer atributos de textura sensorialmente

percebidos. No presente momento não existe sistema ou equipamento ideal de

medida de textura. Este deveria combinar o melhor dos métodos fundamentais,

empíricos e imitativos, eliminando as características indesejáveis de cada um

deles, conforme comparativo exibido no Quadro 1 (BOURNE, 2002).

34

Quadro 1 – Comparativo entre os diferentes sistemas de medição objetiva de textura em alimentos

Sistema Vantagens Desvantagens

Empírico

- Simples e rápido de executar - Adequado para rotina do

controle de qualidade - Boa correlação com métodos sensoriais

- Vários tipos de amostras dão médias críveis

- Nenhuma compreensão dos princípios do teste

- Especificação incompleta de textura

- Processo arbitrário - Impossibilidade de conversão dos dados para

outro sistema - Geralmente medido em “um

ponto” - Difícil calibração

Imitativo

- Proximidade com dupla

mastigação ou outros métodos sensoriais, apresentando boa correlação com estes

- Completa medição de textura

- Medidas físicas equivalentes

desconhecidas - Processo arbitrário - Limitado a unidades de

“tamanho de mordida”

Fundamental

- Saber exatamente o que está

sendo medido - Boa calibração

- Pouca correlação com métodos sensoriais

- Especificação incompleta de textura - Lento

Ideal

- Simples de executar

- Rápido - Adequado para a rotina de

trabalho - Boa correlação com sensorial - Correlaciona com dupla

mastigação - Medida completa de textura

- Boa calibração - Conhecer exatamente o que esta sendo medido

- Pode usar amostras de tamanhos pequenos ou grandes

- Nenhuma

Fonte: Adaptado de Bourne (2002).

Alguns estudos tem indicado que a avaliação sensorial de frutas e vegetais não

pode ser substituída por medições instrumentais. Todavia, recentes avanços no

tratamento de dados e interpretação podem proporcionar novas oportunidades

pra explorar as relações e associações entre medidas físicas e percepções

sensoriais (WALDRON, 2004).

Os mecanismos de fratura e, portanto, características de textura, de plantas

comestíveis, relacionam-se com a maneira como elas deformam e rompem

35

durante a mastigação. Organismos vegetais comestíveis são altamente

complexos. Cada célula é cercada pela própria parede celular, e as dimensões de

cada uma delas e o modo e a extensão com que elas aderem umas às outras

pode variar. Frutas e vegetais comestíveis são geralmente ricos em células

parenquimais fracas e não estruturais. A força e textura de cada tecido são

determinados pelas propriedades mecânicas das paredes celulares em conjunto

com a pressão de turgor interna das células e a adesão intercelular. As funções

de alguns tecidos podem mudar durante a vida da célula ou órgão, e as

características de textura resultarão das características estruturais naturais do

órgão da planta, sendo modificadas pelo crescimento, desenvolvimento e

tratamentos pós-colheita (WALDRON, 2004).

Se o tecido teve perda de umidade através da evaporação ou se o ponto de

extensão elástico das paredes celulares foi aumentado por qualquer razão, a

turgidez estará baixa. Em qualquer situação, um grau muito maior de deformação

tecidual terá que ser provocado antes que as paredes celulares sejam esticadas

até o ponto de rompimento. Assim, tecidos contendo células túrgidas são

quebradiços e são caracterizados por maior rigidez e menor resistência ou

trabalho de fratura que tecidos flácidos contendo baixa pressão de turgor celular

(WALDRON, 2004).

Métodos que utilizam força/deformação são largamente usados para medidas

objetivas de propriedades de textura de alimentos sólidos. Eles medem com

precisão qualquer propriedade mecânica dos alimentos, simples ou complexa,

que seja importante para a percepção sensorial de textura por humanos, nas

mãos ou boca e a resistência a danos mecânicos durante a manipulação (LU e

ABBOTT, 2004).

Muitos alimentos, particularmente produtos alimentares não processados, frescos

ou crus, são inerentemente variáveis em relação à textura quando se comparam

estes itens individualmente. Medidas de textura média não são suficientes para

garantir a qualidade e consistência de itens individuais destes alimentos (LU e

ABBOTT, 2004).

Textura é um atributo de qualidade que está intimamente ligado às propriedades

mecânicas e estruturais do alimento. Assim mostra-se importante entender as

36

propriedades mecânicas dos alimentos, estudando suas propriedades de textura

e técnicas de medida. O estudo do comportamento mecânico dos alimentos

submetidos à ação de forças, como deformação e fluxo, está dentro do escopo da

reologia de alimentos, que é uma área de pesquisa ampla que cobre tanto

alimentos sólidos quanto líquidos (LU e ABBOTT, 2004).

Este tipo de estudo é comumente realizado num equipamento chamado

analisador de textura ou texturômetro, que é composto por um braço de força

movimentado verticalmente com controle eletrônico de velocidade e força de

compressão, onde na ponta há uma sonda que entra em contato com o alimento

coletando os dados provenientes desta interação. O texturômetro possui diversos

tipos de sondas, também chamados de probes, específicas para cada tipo de

alimento ou parâmetro de textura a ser avaliado, podendo os ensaios ser de

compressão ou de cisalhamento. Os de compressão procuram representar o

movimento das mandíbulas durante a mastigação e podem ser feitos em dois

ciclos, denominando-se ensaios de dupla-compressão, enquanto os de

cisalhamento procuram representar ações de corte, simulando uma faca sobre um

alimento disposto num prato (HENRIQUE, 2008; LANNES, 2011).

A relação força/deformação é dependente do tempo e taxa de carga, para maioria

dos materiais. Força (F), deformação (D) e tempo (t) são três variáveis básicas

usadas no estudo de propriedades mecânicas em alimentos. Força,

frequentemente expressa em N (Newton), é considerada uma variável externa

porque ela esta agindo e/ou medindo a superfície (ou um ponto na superfície) de

um objeto. Em aplicações de engenharia, a força e a deformação em um plano no

interior de um objeto são considerados interessantes na quantificação da resposta

mecânica do objeto submetido a forças externas (LU e ABBOTT, 2004).

O teste de punctura ou punção mede a força necessária para o probe penetrar na

amostra até uma profundidade pré-estabelecida, causando dano irreversível ao

alimento. O teste envolve tanto compressão quanto cisalhamento (corte) da

amostra, a primeira propriedade de textura está relacionada com a área do probe,

enquanto a segunda relaciona-se ao perímetro deste. Quanto maior a área do

probe utilizado, maior a força necessária para comprimir o alimento até a

profundidade especificada, para um mesmo material. De maneira similar, um

37

probe de mesma área, com perímetro maior, terá maior dificuldade em comprimir

a amostra, visto que será diminuída a força de cisalhamento do probe, por haver

distribuição da força por um maior numero de pontos na borda do probe,

necessitando assim desprender mais força para atingir a profundidade pretendida

(LU e ABBOTT, 2004; BOURNE, 2002).

A maioria dos probes utilizados para punctura tem formato circular, que fornecem

o valor máximo para a relação área/perímetro entre toda geometria, e então mede

a força de punctura com a máxima taxa de relação compressão/cisalhamento (LU

e ABBOTT, 2004). Há também os probes multipontos, que medem a força

máxima de penetração no alimento a partir de uma média dos valores obtidos nos

vários pontos do probe, geralmente utilizado para alimentos de composição

heterogênea (BOURNE, 2002).

Durante o teste de punctura, são registrados gráficos de força/distância ou

força/tempo, formando basicamente cinco tipos de curvas, conforme apresentado

na Figura 1. A maioria dos tipos de curvas obtidas é caracterizada pelo rápido

aumento da força com uma pequena distância percorrida pelo probe, o que gera

um aumento da pressão no interior da amostra. Durante este estágio a amostra

está deformando devido à ação da célula de carga, não existe ainda perfuração

do tecido. Este estágio termina abruptamente quando o probe começa a penetrar

no alimento, o que é representado na curva por uma súbita mudança na

inclinação chamada de yield point, ou ponto de estricção ou ponto de ruptura ou

limite de elongação (BOURNE, 2002).

Figura 1 – Esquema representativo de cinco diferentes tipos de curvas de força/distância obtidas em testes de punctura. (BOURNE, 2002).

38

O estágio de deformação inicial não é tão importante no teste de punctura. O yield

point marca o instante em que o probe começa a penetrar no alimento, causando

dano irreversível e é o ponto de maior interesse no teste de punção. Na terceira

fase do teste de punção, após o yield point, a direção da curva de força altera,

podendo ter inclinação próxima a zero, permanecer crescente ou declinar até a

profundidade estipulada previamente, de acordo com a estrutura do material

testado (BOURNE, 2002). Em uvas, matriz em que a casca oferece maior

resistência à penetração do probe do que a percebida pela polpa, os testes de

punctura registram curvas do tipo C.

O princípio do teste de punctura é provavelmente o mais frequentemente utilizado

para medir textura em alimentos. Esta popularidade é o resultado de inúmeras

vantagens: a aparelhagem é simples e o teste realizado rapidamente, com auxílio

da mãos ou máquina motorizada; pode ser utilizado em vários locais; fácil

distinção entre as amostras, evidenciando as que tem força máxima de punctura

em torno de 5N (para pinho) ou de 20N (para amêndoas); pode ser utilizado por

diferentes tipos de alimentos, necessitando apenas ajustar as condições de

análise e características e dimensões do probe (BOURNE, 2002).

O teste de compressão é largamente utilizado para medir as propriedades

mecânicas básicas de uma larga variedade de alimentos sólidos, incluindo frutas,

vegetais, grãos e alimentos processados. Estes testes são conduzidos por

espécimes cilíndricas excisadas do alimento amostrado e submetidas a

carregamento uniaxial, utilizando para tanto uma máquina universal de testes. O

teste de compressão deve ser utilizado para medir propriedades mecânicas

básicas de amostras de alimentos intactas com geometria bem definida. Durante

a compressão uniaxial a força é aplicada na amostra em uma direção e é

permitido à amostra expandir livremente nas outras duas direções. A amostra é

comprimida até quebrar ou ser completamente destruída (LU e ABBOTT, 2004).

Na maioria dos métodos descritos, o dado extraído de uma curva

força/deformação é a força máxima ou, às vezes, a inclinação ou área até a força

máxima. Esta abordagem pode não ser boa o suficiente em determinadas

situações, como informações inseridas na curva de força/deformação,

especialmente após a fratura inicial, não tem sido efetivamente utilizadas ou tem

39

sido totalmente descartadas. Um desvio notável em relação à abordagem de

parâmetro único convencional é a técnica de análise de perfil de textura (TPA)

desenvolvida por Szczesniak e colaboradores por volta de 1960. A TPA envolve

dois ciclos completos de compressão e descompressão da amostra do alimento.

O grau de compressão do alimento pode superar os 90%. A relação força/tempo

ou força/deformação é gravado durante os ciclos de compressão e

descompressão. Desta curva força/tempo, vários parâmetros de textura como

fraturabilidade, firmeza, elongação e elasticidade são extraídos. Szczesniak e

colaboradores (1963) reportaram que estes parâmetros foram intimamente

relacionados com resultados de avaliação sensorial. Testes de TPA vem sendo

utilizados para quantificar propriedades de textura de vários alimentos sólidos (LU

e ABBOTT, 2004).

Os testes que envolvem TPA são análises comparativas, e para tanto faz-se

necessária a determinação de condições de análises fixas para cada estudo,

mantendo as características da sonda que entrará em contato com a amostra,

considerando material que a compõe, formato e diâmetro; velocidades da sonda

antes de tocar a amostra, durante o teste, e de retorno; distância que será

percorrida pela sonda após entrar em contato com a amostra; tempo de repouso

entre os dois ciclos de compressão; célula de carga a ser utilizada, tipo de base

suporte e demais acessórios que se fizerem necessários (LANNES, 2011).

A complexa interação entre o analito e a sonda do equipamento analisador de

textura, também chamado texturômetro, gera uma curva do tipo força em função

do tempo, também chamado texturograma, conforme demonstrado na Figura 2. A

partir das diversas partes que compõe este gráfico – áreas, distâncias, unidades

de tempo – são realizados cálculos e exibidos os valores para os parâmetros de

textura mais empregados definir a textura dos alimentos: dureza; fraturabilidade;

elasticidade; adesividade; coesividade; gomosidade; mastigabilidade e resiliência

(HENRIQUE, 2008; LANNES, 2011).

O parâmetro dureza corresponde à força dentro da boca requerida para comprimir

uma substância entre os dentes molares ou entre a língua e o palato.

Instrumentalmente é representada no gráfico pela força máxima atingida no

primeiro ciclo de compressão, representado na Figura 2 por F2. Geralmente é a

40

força registrada na profundidade máxima alcançada pela sonda ao comprimir o

analito, profundidade esta estipulada previamente nas condições de análise do

texturômetro (HENRIQUE, 2008; LANNES, 2011).

Figura 2 – Texturograma e seus principais componentes.

O parâmetro fraturabilidade corresponde à primeira ruptura na superfície do corpo

que está sendo comprimido. Este pico não é observado em todos os tipos de

amostras, sendo comum em amostras que apresentam superfície mais rígida que

o restante do corpo de prova (HENRIQUE, 2008; LANNES, 2011). Este parâmetro

é registrado no primeiro ciclo de compressão, sendo representado na Figura 2 por

F1. Este fenômeno ocorre na maioria das frutas, onde a polpa oferece menor

resistência à penetração da sonda que a casca. Nesta situação há o registro no

texturograma da força requerida no rompimento da barreira inicial, acompanhada

de uma rápida redução desta força no instante seguinte à ruptura, que logo é

novamente aumentada até atingir a profundidade estipulada (F2).

A adesividade é a força requerida para remover o material que adere ao palato

durante a mastigação. Este parâmetro não é observado em todos tipos de

amostras, sendo mais comum em amostras úmidas ou oleosas. Ela é

representada no texturograma como uma área abaixo do eixo das abscissas,

entre os dois ciclos de compressão, conforme apresentado na Figura 2 com a

descrição A3. Quanto maior a adesividade, maior o valor desta área, expressa em

valores negativos (HENRIQUE, 2008; LANNES, 2011).

41

A elasticidade é definida como a capacidade de um alimento retomar sua forma

original após a mordida ou deformação. É a dimensão que a amostra recupera no

intervalo entre o final da primeira e início da segunda compressão, ou a

velocidade em que um material deformado volta à condição não deformada

depois que a força de deformação é removida. Representa a extensão em que o

alimento retorna a sua altura durante o tempo entre o fim da primeira compressão

e o início da segunda (HENRIQUE, 2008). O retorno elástico é medido na descida

da segunda compressão, então o intervalo de tempo fixado entre as duas

compressões torna-se importante, visto que a recuperação do material será

influenciada por este tempo. Esta propriedade é medida de várias maneiras, mas

o cálculo mais comumente empregado é relação da distância da segunda

compressão pela distância da primeira compressão (LANNES, 2011). Na Figura 2

é representado por D2/D1.

Resiliência é uma medida de textura mais recente e não compunha o trabalho de

TPA original. Entende-se a resiliência como a “luta” do produto amostrado para

reconquistar sua posição original. Ela é considerada uma elasticidade

instantânea, pois é a resistência medida sobre a retirada do probe na primeira

penetração, antes do período de intervalo e conseguinte recuperação da amostra.

A resiliência pode ser medida num único ciclo de compressão, desde que a

velocidade de retorno do probe seja a mesma utilizada na compressão, descida

do probe. Na dupla compressão utilizam-se apenas valores do primeiro ciclo

(LANNES, 2011). Na Figura 2 é representado por A2/A1.

A coesividade é descrita por Henrique (2008) como a densidade que persiste

quando se mastiga para transformar um alimento semi-sólido a um estado pronto

para ser deglutido. Para LANNES (2011) a coesividade é como o produto resiste

a uma segunda deformação em relação ao comportamento a uma deformação

anterior. Ele é medido instrumentalmente como a área de trabalho da segunda

compressão dividido pela área da primeira compressão. Na Figura 2 corresponde

a (A4+A5)/(A1+A2).

A gomosidade é um parâmetro que só se aplica aos materiais semi-sólidos

(LANNES, 2011). Quando a amostra apresenta consistência sólida, considera-se

o valor de mastigabilidade e desconsidera-se o valor atribuído a gomosidade. É

42

calculada através do produto da dureza pela coesividade (HENRIQUE, 2008;

LANNES, 2011). Com base na Figura 2 é calculada como F2 x (A4+A5)/(A1+A2).

A mastigabilidade está relacionada ao número de mastigações necessárias para

reduzir o alimento a uma consistência adequada para a deglutição (HENRIQUE,

2008). Quando a consistência do material é sólida, deve-se desconsiderar o valor

automaticamente exibido pelo texturômetro para o parâmetro gomosidade,

mantendo válido apenas o valor calculado para mastigabilidade. É definida como

o produto da gomosidade pela elasticidade (HENRIQUE, 2008; LANNES, 2011).

Com base na Figura 2 é calculada como F2 x (A4+A5)/(A1+A2) x (D2/D1).

Piazzon-Gomes e colaboradores (2010) analisaram comparativamente através de

curva de TPA as características físicas de queijo minas frescal com derivados de

soja elaborado com diferentes coagulantes. Bastões cárneos para alimentação

canina foram submetidos à TPA por Henrique (2008). Güemes Vera e

colaboradores (2009) utilizaram este tipo de teste para avaliar propriedades

mecânicas da massa e pão tipo “concha”.

A diversidade dos alimentos, a variabilidade de atributos necessários para uma

completa descrição das propriedades de textura, e as alterações nesses atributos

de produtos em processo de senescência (como frutas e vegetais crus) ou em

decomposição microbiana, contribuem para a complexidade da medida de

textura. A complexidade da textura pode ainda ser totalmente detectada e descrita

pela avaliação sensorial, a qual envolve um conjunto de pessoas que receberam

treinamento para quantificar atributos definidos. No entanto, para aplicações

comerciais e de pesquisa, são preferidas medidas instrumentais em detrimento de

avaliações sensoriais devido aos instrumentos serem mais convenientes para o

uso, amplamente disponíveis, tendência a fornecer valores compatíveis quando

usados por pessoas diferentes e frequentemente destreinadas, e são menos

dispendiosas que os painéis sensoriais (LU e ABBOTT, 2004).

5. COR

A cor não é precisamente um atributo de qualidade, mas está fortemente

relacionada à maturidade fisiológica e pode ser percebida por métodos não-

43

destrutivos (SCHOUTEN e KOOTEN, 2004). A cor da superfície do alimento é um

dos mais importantes componentes de frutas frescas e vegetais, sendo o primeiro

parâmetro avaliado pelos consumidores, tornando-se crítico para aceitação deles

(PATHARE et al., 2013; AFONSO JÚNIOR e CORREIA, 2003). Cor pode ser

correlacionada com outros atributos de qualidade como aspectos sensoriais,

nutricionais, de ocorrência de defeitos visuais ou não (PATHARE et al., 2013).

A cor de produtos agrícolas como frutas e vegetais é derivada de pigmentos

naturais, muitos dos quais se alteram com o processo de maturação e

amadurecimento. Este complexo processo, programado geneticamente, culmina

em alterações de textura, cor, sabor e aroma. As alterações de pigmentação que

ocorrem na superfície podem ser monitoradas, como forma indicativa de

alterações texturais do alimento em processo de amadurecimento (PATHARE et

al., 2013; SCHOUTEN e KOOTEN, 2004).

Diferentes pessoas interpretam expressões de cor de maneiras distintas. Então, a

expressão subjetiva da cor pode não ser precisa e suficiente para comunicar a

coloração do produtor. Abordagens objetivas na medida e expressão da cor

ajudariam a minimizar problemas relacionados à coloração e a comunicação entre

produtores e compradores seria mais simples e exata. No caso da medida

instrumental, a coloração é expressa por meios de coordenadas de cor. As cores

podem ser instrumentalmente determinadas usando colorímetros ou

espectrofotômetros (PATHARE et al., 2013; AFONSO JÚNIOR e CORREIA,

2003; SCHOUTEN e KOOTEN, 2004).

A cor de um objeto pode ser descrita por vários sistemas de coordenadas de cor.

Alguns dos mais populares sistemas (ou espaços de cor) são o RGB (Red, Green

and Blue), o qual é usado em monitores e câmeras de vídeo; o Hunter L a b; o

Comission Internationale de l’Eclairage’s (CIE) L*a*b*, conhecido também como

CIE L*a*b*; CIE XYZ; CIE L*u*v*; CIE Yxy e CIE LCH. Eles diferem na simetria do

espaço de cor e no sistema de coordenadas usado para definir pontos dentro

deste espaço (PATHARE et al., 2013). As medidas de cor são frequentemente

realizadas usando dispositivos que são baseados no espaço de cor

Cromaticidade CIE, espaço de cor RGB ou espectro de reflectância (SCHOUTEN

e KOOTEN, 2004).

44

De acordo com conceitos da CIE, o olho humano tem três receptores de cor –

vermelho, verde e azul – e todas as cores são combinação destas. A quantidade

de vermelho, verde e azul necessária para formar uma cor particular é chamada

de Valor Tristimulus e é representado por X, Y e Z, respectivamente. A maioria

das notações utiliza o sistema CIE XYZ. O sistema tem como base o princípio

tricromático, mas devido à necessidade de correspondência negativa, ao invés de

utilizar as cores primárias reais vermelha, verde e azul, utiliza imaginárias das

cores primárias positivas, X, Y e Z. A aplicação da ponderação às curvas de

reflectância gera os valores tristimulus, que são representados pelas letras

maiúscula X, Y e Z. Estes valores que são utilizados para calcular as

coordenadas de cromaticidade, representadas pelas letras minúsculas x

(vermelho), y (verde) e z (azul). O valor de x pode ser calculado como

x=X(X+Y+Z). Os valores de y e z podem ser calculados substituindo X por Y e Z,

respectivamente, no numerador (PATHARE et al., 2013).

O Hunter Lab desenvolvido em 1948 para medidas fotoelétricas e o espaço de cor

CIEL*a*b* concebido em 1976 proporcionaram diferenças de cores mais

uniformes em relação à percepção humana destas diferenças (PATHARE et al.,

2013). O CIEL*a*b* é representado por três coordenadas (L*, a* e b*), que podem

ser obtidas por meio de transformações matemáticas dos valores tristimulus X, Y

e Z ou lidas diretamente sobre a amostra, utilizando colorímetro ou

espectrofotômetro (VARELA et al., 2005).

As coordenadas CIELAB (L*,a*,b*) consideram o espaço uniforme CIELAB, no

qual duas coordenadas de cor, a* e b*, além do índice psicométrico de

luminosidade, L*, são medidos. O parâmetro a* toma valores positivos para cores

avermelhadas e valores negativos para as esverdeadas, assim como b* toma

valores positivos para cores amareladas e valores negativos para as azuladas,

conforme ilustrado na Figura 3. L* é uma medida aproximada de luminosidade, a

qual é própria de cada cor e pode ser considerada como equivalente a um

componente da escala de cinza, que varia do preto – zero – ao branco – 100

(SANTOS et al., 2010; MCCURDY et al., 2005, PATHARE et al., 2013, VARELA

et al., 2005).

45

Figura 3 – Representação do sistema colorimétrico CIEL*a*b, 1976 (Adaptado de

Varela et al., 2005)

Cor é um fenômeno perceptivo que depende do observador e das condições em

que a cor é observada. Isto é uma característica da luz, a qual é medida em

termos de intensidade e comprimento de onda. São necessários uma fonte de luz

ou iluminante e um observador para presença de cor num objeto. A fonte de luz

pode ser ligada ou desligada e pode ser usada para ver um objeto. No entanto,

um iluminante é uma descrição matemática da fonte de luz. Em 1931, a CIE

recomendou três padrões de iluminantes. Iluminante A define a luz típica de

lâmpada incandescente, iluminante B representa raio a incidência direta da luz

solar, e iluminante C representa a luz diurna média em um dia de céu límpido. Em

1966, a CIE propôs uma quarta série, o iluminante D. Estes iluminantes

representam a luz do dia de forma mais completa e precisa que os iluminantes B

e C. O iluminante D é frequentemente identificado pelos dois primeiros dígitos da

sua temperatura de cor. Em 1986, a CIE recomendou o uso de uma serie E de

iluminantes para lâmpadas fluorescentes (PATHARE et al., 2013).

6. TRATAMENTO ESTATÍSTICO

O teste de Kruskal-Wallis é um teste não paramétrico utilizado para verificar se k

amostras independentes provêm da mesma população. O teste de Kruskal-Wallis

verifica a hipótese nula de que as k amostras independentes provêm da mesma

46

população ou de populações com a mesma mediana (SIEGEL e CASTELLAN,

2006).

Hipóteses testadas:

H0: As amostras são provenientes da mesma população.

H1: As amostras não são provenientes da mesma população.

Estatística de teste:

131

12

1

2NRn

NNKW

k

j

jj ou

k

j

jj RRnNN

KW1

2)()1(

12

em que: k é o número de amostras ou grupos; nj é o número de casos na j-ésima

amostra; N é o número de casos na amostra combinada (a soma dos nj̀ s); Rj é a

soma dos postos na j-ésima amostra ou grupo; jR é a média dos postos na j-

ésima amostra ou grupo e 2

1NR é a média dos postos na amostra

combinada.

Regra de Decisão:

Rejeita a hipótese nula se KW é maior ou igual do que KWtabelado

Caso a hipótese nula for rejeitada é necessário fazer comparação múltipla. A

comparação múltipla é feita de dois em dois grupos.

Comparações múltiplas:

jikk

jinn

NNZRR

11

12

)1(

)1(, em que i = 1,2,,...,k-1, j=1,3,...,k e i < j

em que:

iR é a média do posto do i-ésimo grupo

jR é a média do j-ésimo posto grupo

O teste de aleatorização é indicado quando a amostra é muito pequena e/ou não

aleatória, porém seu resultado não pode ser generalizado para a população. Esse

teste permite estudar, a partir de observações coletadas, a existência de diferença

47

entre grupos. Segundo Manly (2006), um teste de aleatorização fornece evidência

de que certo padrão nos dados pode, ou não, ter aparecido por acaso, ou seja,

sob a hipótese nula, todas as possíveis ordens para os dados têm a mesma

chance de ocorrer. Se a hipótese nula é verdadeira, todas as possíveis ordens

para os dados têm a mesma chance de ocorrer. “Para aplicar este teste, calcula-

se o valor eo de uma estatística E. A seguir, faz-se um grande número de

aleatorizações obtidas por reordenações aleatórias dos dados. As aleatorizações

realizadas fornecem os valores ea que irão gerar uma aproximação por simulação

da distribuição amostral de E. A decisão do teste é guiada pelo p-valor que é a

proporção dos valores ea que são maiores do que ou iguais a eo. Por exemplo, se

p-valor<0,05, conclui-se que existe evidência de que a hipótese nula não seja

verdadeira ao nível de 5% de significância” (VIOLA, 2007).

48

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54

CAPÍTULO 2

AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO IDEAL DA SOLUÇÃO FILMOGÊNICA,

ENRIQUECIDA DE PREBIÓTICO, APLICADA EM UVAS (VITIS VINÍFERA) VARIEDADE THOMPSON

RESUMO

O uso de atmosfera modificada, como a aplicação de coberturas comestíveis em frutas e hortaliças, em alimentos não processados deve ser precedido de testes que busquem a formulação que melhor se adapta àquele produto. O objetivo

deste trabalho foi determinar a composição da cobertura comestível à base de cera de carnaúba enriquecida de prebiótico mais indicada a ser aplicada em uvas

íntegras, var. Thompson, armazenadas sob refrigeração. Após a seleção, os frutos foram higienizados em solução de hipoclorito de sódio 0,01% por 30 minutos, secadas à temperatura ambiente e imersas por 10 segundos nas

soluções aquosas de cera de carnaúba enriquecidas de Frutooligossacarídeo em diferentes concentrações. Foram testadas treze formulações, utilizando todas as

combinações possíveis entre 50, 33, 25 e 0% (v/v) de cera de carnaúba e 30, 20, 10 e 0% do prebiótico (p/v). Após imersão as bagas foram secadas sob ventilação, acondicionadas em embalagens plásticas de polietileno tereftalato

(PET) perfuradas e armazenadas a 6±2 °C, por 25 dias. Foram avaliados parâmetros de textura, físico-químicos e físicos. Os parâmetros de textura de

uvas Thompson foram alterados durante o período avaliado, mas sem evidências de terem sofrido interferência das coberturas aplicadas. A aplicação das coberturas comestíveis enriquecidas de ingrediente funcional não alteraram

significativamente os parâmetros avaliados mostrando-se promissora para a comercialização de uvas de mesa variedade Thompson. Termos para indexação: Vitis vinifera, desenvolvimento de formulação,

cobertura comestível, pós-colheita. ABSTRACT

The use of modified atmosphere, as the application of edible coatings for fruits and

vegetables in unprocessed foods should be preceded by tests that seek the formulation that best fits that product. The aim of this study was to determine the composition of the edible coating based carnauba wax enriched prebiotic more

suitable to be applied in intact grape Thompson variety, stored under refrigeration. After selection, the fruits were cleaned in a solution of 0.01% sodium hypochlorite

for 30 minutes, dried at room temperature and immersed for 10 seconds in the aqueous solution of carnauba wax enriched fructooligosaccharide in different concentrations. Thirteen formulations were tested, using all possible combinations

of 50, 33, 25 and 0% (v/v) carnauba wax and 30, 20, 10 and 0% of the prebiotic (w/v). After soaking the berries were dried under ventilation, packed in perforated

polyethylene terephthalate (PET) plastic boxes and stored at 6 ± 2°C for 25 days. Were evaluated texture parameters, physicochemical and physical. The texture parameters of Thompson grapes were changed during the study period, but no

evidence of having been influenced the coverage applied. The application of edible coatings enriched functional ingredient did not significantly alter the

parameters evaluated showing promise for the marketing table grape Thompson variety. Keywords: Vitis vinifera, formulation development, edible coating, postharvest.

55

1. INTRODUÇÃO

A uva (vitis vinifera) é fruta de diversificada variedade e forma de consumo

(MELLO, 2005; MATTIUZ et al., 2009; MELLO 2011b), sendo a produção de uvas

finas de mesa uma importante atividade econômica no Brasil (MELLO 2011a).

No mercado brasileiro de uvas de mesa, seguindo uma tendência mundial,

percebe-se uma exigência cada vez maior dos consumidores por frutas de melhor

qualidade, não somente quanto ao aspecto, mas também ao sabor, aroma e

consistência, além de uma preferência por uvas sem sementes ou apirênicas

(LULU et al, 2005; COLOMBO et al., 2011).

A uva é uma fruta não climatérica, não amadurece após a colheita. Em razão

disso, ela só deve ser colhida quando atingir as condições apropriadas para o

consumo. Por outro lado ela é considerada uma fruta de alta perecibilidade, e

mesmo havendo hoje grandes avanços tecnológicos, com técnicas cuidadosas de

manejo e armazenamento, as perdas pós-colheita do produto, estimadas entre 20

e 95%, ainda causam grandes prejuízos aos viticultores (CHOUDHURY e

COSTA, 2004; MATTIUZ et al., 2009; CARVALHO FILHO et al., 2006; LIMA,

2010). Um dos principais problemas de conservação pós-colheita das uvas de

mesa é a ocorrência de danos mecânicos, o que compromete a aceitação destes

frutos pelos consumidores (MATTIUZ et al., 2009).

Devido à demanda por alimentos de alta qualidade e preocupações ambientais

sobre o descarte de materiais não renováveis, existe um crescente interesse no

desenvolvimento de coberturas comestíveis, e/ou degradáveis biologicamente

(FAKHOURI e GROSSO, 2007; MOTA et al., 2006).

Coberturas comestíveis são, para maioria dos autores, substâncias aplicadas na

superfície de alimentos de modo que o produto final está pronto para o consumo

(BALDWIN et al., 2011). As coberturas além de constituírem-se uma barreira

efetiva à perda de vapor d‟água e troca gasosa apresentam-se como materiais de

embalagem biodegradáveis que podem ajudar na proteção contra danos

mecânicos e na contaminação microbiana, sendo mais freqüente seu uso em

frutas e hortaliças (FAKHOURI e GROSSO, 2007, ALLEONI et al., 2006;

CARVALHO FILHO et al., 2006).

56

Lipídeos e ceras tendem a ser mais permeáveis a gases, mas apresentam a

melhor barreira a vapor d‟água e incluem cera de carnaúba, cendelilla e farelo de

arroz (BALDWIN et al., 2011). A cera de carnaúba vem sendo utilizada como

cobertura comestível no revestimento de diversas frutas, como maracujá amarelo

e cereja (MOTA et al., 2006; CARVALHO FILHO et al. 2006).

As coberturas comestíveis podem ser utilizadas para carrear ingredientes

funcionais, como fungicidas em coberturas de frutas, além de outros

antimicrobianos, antioxidantes, agentes anti-escurecimento e agentes de firmeza.

Estas substâncias tem sido adicionadas às coberturas para melhorar a

estabilidade microbiológica, aparência e textura do produto coberto (ZHAO, 2011).

Podem também ser incorporados nestas coberturas os aditivos alimentares com

interesse em saúde, a exemplo dos frutooligossacarídeos (FOS).

Os FOS são açúcares não convencionais, não metabolizados pelo organismo

humano e não calóricos (HARTEMINK et al., 1997). As boas características dos

FOS, como apresentar uma alta solubilidade, não cristalização em solução, não

deixar sensação de secura ou areia na boca, permitem sua aplicação em diversas

áreas, com uso em formulações diversas como em “produtos funcionais” que

promovam efeito nutricional adicional na área de prebióticos (PASSOS e PARK,

2003).

O uso de atmosfera modificada, como a aplicação de coberturas comestíveis em

alimentos não processados, deve ser precedido de testes que demonstrem a

formulação que melhor se adapte àquele produto, visto que as frutas e hortaliças

tem metabolismo variado de acordo com a espécie, variedade cultivada e

condições de manejo no campo. Com base nestas particularidades, o objetivo

deste trabalho foi determinar a composição ideal da solução filmogênica

enriquecida de prebiótico aplicada em uvas (Vitis vinifera) variedade Thompson,

através da análise dos parâmetros físicos, físico-químicos e mecânicos.

57

2. MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi realizado em duas etapas. Na primeira foram preparadas

e aplicadas as soluções filmogênicas nas bagas de uva. Na segunda etapa foram

realizadas análises para identificação das formulações filmogênicas com

formulações mais adequadas para a variedade de uva utilizada, através de

avaliações físicas, físico-químicas e mecânicas destes frutos.

2.1 Aquisição das Uvas

As uvas foram obtidas diretamente do produtor, no dia seguinte à colheita, safra

agosto/outubro de 2012. A fazenda produtora está localizada no município de

Juazeiro – BA, na região do Vale do São Francisco.

As uvas já se encontravam acondicionadas em cestas videiras plásticas de

polietileno tereftalato (PET) de 500g, como embalagem primária, e caixas de

papelão com capacidade para 10 destas cestas videiras, como embalagem

secundária (tal como são comercializadas). Estas caixas foram acomodadas em

caixas de isopor previamente refrigeradas e imediatamente transportadas até o

laboratório de processamento e análises, em Salvador – BA. Este transporte, de

aproximadamente 500 km (6 horas), foi realizado em caixas isotérmicas à

temperatura de aproximadamente 5°C, monitoradas por termômetro.

2.2 Pré-tratamento dos Frutos

Os cachos de uvas foram inicialmente lavados em água corrente para retiradas de

sujidades físicas.

Após a lavagem, foi realizada a separação das bagas de uva do engaço,

utilizando tesoura específica, mantendo o pedúnculo fixado à baga. As bagas de

uva passaram por uma seleção, na qual foi considerado o tamanho, a

uniformidade de cor e a integridade dos frutos de maneira a estabelecer

homogeneidade entre estes.

As bagas foram então higienizadas por imersão em solução de hipoclorito de

sódio na concentração de 100mg/L por 15 minutos. Após este período os cachos

de uvas foram retirados da solução e mantidos à temperatura ambiente até a

secagem completa.

58

2.3 Elaboração das Coberturas Comestíveis

Foi utilizada emulsão de cera de carnaúba JVC WAX 36 (36% de cera de

carnaúba), da empresa Química JVC LTDA como matriz da solução filmogênica e

o frutooligossacarideo ORAFTI GR (96,4% de oligofrutose) da empresa Clariant

como aditivo.

Com base em testes preliminares, recomendações de fornecedores e trabalhos

publicados foi realizado delineamento experimental fatorial do tipo 4², com dois

fatores, concentração da emulsão de cera de carnaúba e concentração do

prebiótico, em quatro níveis cada, a fim de obter a melhor formulação. As

concentrações testadas foram 50, 33, 25 e 0% (v/v) para a emulsão de cera de

carnaúba e 30, 20, 10 e 0% para o prebiótico (p/v).

Devido à impossibilidade de formação de solução filmogênica apenas com o

prebiótico e água, fez-se necessária a exclusão dos tratamentos com 0% de

emulsão de cera (0:30; 0: 20 e 0:10 de emulsão de cera:prebiótico), formando um

fatorial incompleto, com 13 tratamentos ao invés dos 16, conforme apresentado

na Tabela 1.

Tabela 1 - Composição das formulações das coberturas comestíveis para aplicação em uvas de mesa íntegras.

Concentração da emulsão de Cera

50% 33% 25% 0%

Co

nce

ntr

açã

o d

e

FO

S

30% A E I FNFF

20% B F J FNFF

10% C G K FNFF

0% D H L X

FNFF = Formulação Não Formadora de Filme

As soluções filmogênicas foram obtidas por solubilização direta do prebiótico em

água ultrapura, à temperatura ambiente. Foi realizada agitação manual por 10

minutos a fim de obter completa solubilização do FOS. Em seguida foi adicionado

o respectivo volume da emulsão de cera de carnaúba, sob agitação manual, à

59

temperatura ambiente e avolumada a solução com água ultrapura. A espuma

formada foi retirada com auxílio de espumadeira.

2.4 Aplicação das Coberturas

As uvas foram imersas durante dez segundos na sua respectiva solução

filmogênica. Os frutos permaneceram em seguida suspensos pelo pedúnculo sob

temperatura ambiente pelo período de 4 horas, até secagem completa.

No tratamento controle, as frutas foram imersas em água ultrapura por igual

período e submetidas à secagem conforme as amostras tratadas.

Após a secagem os frutos foram acondicionados em embalagens plásticas, tipo

cestas videiras, identificadas de acordo com o tratamento recebido e guardadas

sob refrigeração (2 a 8°C). Cada tratamento foi distribuído em três cestas, sendo

duas destinadas para testes destrutivos e uma para análise de perda de massa.

2.5 Avaliação de Propriedades Físicas, Mecânicas e Físico-químicas dos

Frutos

As análises de perda de massa, teores de sólidos solúveis (SS) e acidez total

titulável (ATT) e de propriedades mecânicas ocorreram em intervalos de três dias,

tendo início no dia seguinte à aplicação das coberturas. A aferição de

comprimento e diâmetro das bagas e a avaliação de impressão e análise de cor

ocorreram em momento único, no dia seguinte à aplicação das coberturas.

2.5.1 Comprimento e Diâmetro das Bagas

Foram verificados comprimento e diâmetro de cada baga de uva, por meio de

paquímetro universal, marca Somet, precisão de 0,05mm.

2.5.2 Perda de Massa

As cestas videiras destinadas à avaliação da perda de massa foram identificadas

e pesadas em balança analítica de precisão de 0,1mg.

2.5.3 Impressão Global e Análise de Cor

Oito bagas de cada tratamento foram utilizadas para avaliação do aspecto global

e análise de cor, sendo estas aferições realizadas em triplicata, diretamente sobre

60

a superfície da fruta íntegra. Os parâmetros L*, a* e b* foram determinados

utilizando-se de colorímetro marca Konica Minolta modelo CR-400.

2.5.4 Sólidos Solúveis

A determinação de sólidos solúveis foi realizada utilizando-se o método 315/IV do

Instituto Adolpho Lutz – IAL (2004). A partir do homogeneizado de oito bagas de

uva de cada tratamento foram realizadas leituras, em octuplicata, utilizando-se

refratômetro marca QUIMIS modelo Q-767-1.

2.5.5 Acidez Total Titulável

A acidez foi determinada utilizando-se 4g de cada homogeneizado, completando

a 100ml de água destilada e 0,3ml de solução de fenolftaleína. Sobre esta foi

realizada a titulação com Hidróxido de Sódio 0,1M, sob agitação constante.

Determinações realizadas em sextuplicata e resultados expressos em percentual

de ácido tartárico em 100g de amostra, conforme método 310/IV – IAL (2004).

2.5.6 Avaliação de Propriedade Mecânica

Foi avaliada a firmeza das bagas de uva, sendo esta determinada através de

análise de resistência à perfuração (punctura). As amostras foram submetidas ao

teste de perfuração para avaliar a força máxima necessária para perfurar a baga,

simulando impacto do pedúnculo de bagas vizinhas, bem como a distância que a

superfície de cada baga se alongava até ocorrer a ruptura.

Foi utilizado um texturômetro marca Stable Micro Systems modelo TA-XT2i para

determinação dos parâmetros de textura, utilizando oito bagas de cada tratamento

por dia. As amostras foram posicionadas com seu eixo longitudinal na posição

horizontal, mantendo sempre o pedúnculo à direita, conforme metodologia

proposta por Letaief e colaboradores (2008). Foi considerado um único ponto de

punctura para todas as bagas, sendo este o ponto mais elevado na região

mediana da baga.

Foram considerados os parâmetros Força Máxima até o Rompimento (FMR) e

Distância Máxima até o Rompimento (DMR). Foi utilizado probe cilíndrico de

alumínio de 2mm de diâmetro (P/2) em um único ciclo. O equipamento foi

ajustado para trabalhar nas seguintes condições: velocidade inicial 1 mm/s,

61

velocidade de teste 1 mm/s, velocidade pós-teste 1 mm/s, distância percorrida

após contato com a amostra 6mm, força 5g, aquisição de dados 200pps.

2.6 Tratamento Estatístico

Nas análises de SS, ATT, SS/ATT, análise de cor e propriedades mecânicas

foram calculados os valores medianos a partir dos valores obtidos. Após coleta

dos valores das replicatas, (seis valores para SS, ATT e SS/ATT e oito valores

para os componentes colorimétricos e propriedades mecânicas), estes foram

ordenados crescentemente e a mediana foi calculada pela média dos dois valores

centrais.

Os dados foram tratados estatisticamente através do teste de Kruskal-Wallis. Este

teste é indicado para comparar três ou mais tratamentos e é um teste não

paramétrico equivalente à ANOVA. Além disto, em alguns casos, foram ajustados

modelos de regressão linear e feito o teste de aleatorização.

62

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Propriedades Físicas

3.1.1 Diâmetro e Comprimento das Bagas

O comprimento das bagas variou de 2,485 a 3,055cm e o diâmetro variou entre

1,700 a 2,070cm. Diante do diâmetro médio da baga, 1,885cm, foi estipulada a

profundidade a ser alcançada pelo probe nas análises de textura, sendo fixada

em 0,6cm (aproximadamente 1/3 do diâmetro do corpo de prova).

3.1.2 Perda de Massa

A perda de massa das bagas de uva apresentou comportamento linear no

intervalo em que ocorreram as análises, com valores de R-quadrado superiores a

0,990 em todos os tratamentos. A maior perda de massa foi registrada no

tratamento controle (X) onde foi notado 20,52% de perda acumulada de massa

fresca. Entre as uvas que receberam cobertura foi percebida perda de massa

acumulada média de 14,73% (0,59% ao dia), sendo a maior perda registrada no

tratamento H, 16,45%, e a menor no tratamento B, 12,89%. A perda de massa

acumulada dos 13 tratamentos é apresentada na Figura 1.

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

1 4 7 10 13 16 19 22 25

Perd

a d

e m

assa (

%)

Dias

Perda de massa de uvas Thompson

A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

K

L

X

Equações das retasA y=1,8446x - 1,3308 R²=0,9954

B y=1,5931x - 1,8222 R²=0,9979C y=1,8785x - 2,0087 R²=0,9990D y=1,8757x - 2,0741 R²=0,9981E y=1,7567x - 1,4583 R²=0,9967

F y=1,8249x - 1,5062 R²=0,9987G y=1,7815x - 1,5565 R²=0,9988H y=2,0550x - 1,9344 R²=0,9995I y=2,0515x - 2,1841 R²=0,9989

J y=1,7010x - 1,5470 R²=0,9973K y=1,7595x - 1,8119 R²=0,9963L y=1,6548x - 1,4404 R²=0,9991X y=2,5463x - 2,6536 R²=0,9993

Figura 1 – Valores de perda de massa acumulada de uvas Thompson

acondicionadas sob refrigeração por 25 dias (A=50:30; B=50:20; C=50:10; D=50:0; E=33:30; F=33:20; G=33:10; H=33:0; I=25:30; J=25:20; K=25:10;

L=25:10; X=0:0 - % de cera:% de FOS).

63

Após 25 dias de aplicação da cobertura, foi percebida a diminuição da perda de

massa em 56% (ganho de 9 dias) quando comparado o tratamento B em relação

ao controle (tratamento X).

Mattiuz et al. (2004) em trabalho com uvas apirênicas da cultivar BRS Morena e

da Seleção nº 08 minimamente processadas e armazenadas a 2,5 ± 1 °C por 24

dias obteve cerca de 0,16% de perda de massa fresca acumulada. Albertini et al.

(2009), trabalhando com uva Itália à temperatura ambiente (21,2°C) por 9 dias,

observou maior percentual de perda de massa, igual a 0,73% por dia. Mattiuz et

al. (2009), em trabalho com três variedades de uvas apirênicas armazenadas sob

duas distintas temperaturas, 12 e 24°C, obtiveram perdas acumuladas de massa

fresca variando entre 0,5 e 2% ao final de 12 dias.

Neste trabalho as uvas cobertas foram submetidas a um processamento mais

severo que as uvas minimamente processadas no trabalho de Mattiuz e

colaboradores (2004), registrando perda de massa diária média, em torno de

0,59% nas uvas tratadas, perfazendo perda acumulada de 14,73% ao final de 25

dias, mostrando-se 92 vezes superior à observada no referido trabalho, 0,16% ao

final de 24 dias. Aparentemente a aplicação das coberturas modificou a atmosfera

no interior dos frutos. As diferenças nos processos metabólicos característicos de

cada cultivar aliada aos efeitos conjugados da temperatura de armazenamento e

à embalagem utilizada podem ter contribuído para essa diferença.

3.1.3 Impressão Global e Análise de Cor

Fatores como variedade, maturação e tipo de processamento tem papel

fundamental na cor apresentada pelo produto após o processamento (MATTIUZ

et al., 2009). O percentual de frutooligossacarídeo incorporado nas formulações

A, E e I, 30% p/v, conferiram aspecto áspero às bagas de uva, percebida

visualmente e através do tato. A incorporação desta concentração do prebiótico

na formulação líquida apresentou-se ideal, porém ao secar na superfície da baga,

com a perda de água ocorreu a saturação do soluto e a sua conseqüente

precipitação. As demais bagas apresentaram-se lisas, com brilho alterado e com

adesividade aumentada, principalmente nas bagas que receberam formulações

64

com 20 ou 30% de FOS. Os tratamentos D, H e L não apresentaram adesividade.

Esta alteração pode ser devida à presença do FOS.

Os valores medianos dos componente de cor L*, a* e b*, no dia seguinte à

aplicação das coberturas comestíveis estão apresentadas na Tabela 2.

O tratamento controle apresentou valores intermediários para os três

componentes de cor. Para o componente L*, que se relaciona ao brilho, os

valores variaram entre 40,66 (tratamento C) e 44,90 (tratamento I). Apenas os

tratamentos C, E e K apresentaram valores inferiores ao tratamento controle

(41,75), do que infere-se que a aplicação das coberturas aumentou o brilho nos

outros nove tratamentos.

Tabela 2 – Valores medianos dos componentes colorimétricos L*, a* e b* de uvas Thompson após aplicação de coberturas comestíveis de diferentes formulações.

Componente

de corL* a* b*

A 43,25 -5,80 13,47

B 41,79 -6,01 13,04

C 40,66 -6,17 14,50

D 42,18 -5,93 11,76

E 40,83 -6,70 12,76

F 43,73 -7,12 15,09

G 43,32 -6,38 12,74

H 43,94 -6,35 13,91

I 44,90 -7,03 14,98

J 42,11 -6,30 12,38

K 41,13 -6,82 13,59

L 42,09 -6,84 13,10

X 41,75 -6,71 13,14

Para o componente colorimétrico a*, que está relacionado à tonalidade de cor,

variando do verde (–a) ao vermelho (+a), os valores variaram de -7,12 (tratamento

F) a -5,80 (tratamento A). Os tratamentos F, I, K e L apresentaram valores

inferiores ao controle (-6,71). A aplicação das coberturas não influenciou na

tonalidade de cor verde das amostras.

Para o componente colorimétrico b*, que está relacionado à tonalidade de cor,

variando do azul (–b) ao amarelo (+b), os valores variaram de 11,76 (tratamento

D) a 15,09 (tratamento F). Seis tratamentos apresentaram valores para b*

inferiores ao controle (X) e seis apresentaram valores superiores, demonstrando

65

que a aplicação das coberturas não exerceu influência neste componente

colorimétrico.

3.2 Propriedades Físico-Químicas

3.2.1 Sólidos Solúveis

Apesar de ocorrerem diferenças entre os dias de avaliação, o que foi atribuído às

amostras individuais de cada tratamento, as medianas dos valores de SS, ATT e

componentes colorimétricos indicam que as bagas mantiveram boa qualidade

química e visual durante todo o período.

Embora tenha sido notado sutil aumento dos valores de SS com o avançar do

tempo, não foi percebida linearidade entre estes valores em nenhum dos

tratamentos, conforme apresentado na Tabela 3. Esta variação está relacionada à

característica heterogênea da amostra e ao caráter destrutivo da análise, que

utiliza novas bagas a cada dia.

Comportamento similar foi observado em trabalhos com uvas experimentados por

Santos et al. (2012), Sánchez-González et al. (2011) e Mota et al. (2010) que

observaram valores das médias de SS oscilando para um mesmo tratamento, em

diferentes dias de análises, de 10,3 a 17°Brix, 18 a 21,5°Brix e 10 a 16°Brix,

respectivamente.

Tabela 3 – Valores medianos de Sólidos Solúveis de uvas Thompson

acondicionadas sob refrigeração (°Brix).

Dias após

aplicação de cobertura

1 4 7 10 13 16 19

A 19,60 20,80 19,90 20,80 19,80 21,00 22,20

B 18,40 19,20 20,40 19,00 20,20 21,80 20,40

C 17,80 19,10 18,70 19,60 20,20 19,80 21,00

D 19,00 19,60 20,40 20,20 21,00 20,40 21,00

E 19,00 20,00 20,80 19,00 21,20 20,80 21,20

F 19,00 20,00 20,00 20,20 23,00 22,20 23,20

G 18,60 18,00 20,80 20,40 20,00 19,80 22,40

H 19,00 18,00 21,00 20,20 19,40 20,00 20,40

I 19,00 19,60 20,40 20,00 20,40 18,20 23,00

J 20,10 20,80 21,80 22,00 21,60 22,60 23,20

K 20,20 20,40 21,60 21,40 22,40 23,00 22,60

L 19,20 20,00 21,20 20,80 21,00 21,80 23,80

X 17,40 20,60 21,00 22,00 19,40 19,80 19,60

66

Estes resultados corroboram com os resultados obtidos por Pastor e

colaboradores (2011), que trabalhando com uvas de mesa variedade Muscatel

revestidas por cobertura comestível à base de hidroxipropilmetilcelulose contendo

extrato de própolis, armazenadas sob refrigeração (1-2°C), não detectaram efeito

das coberturas sobre o teor de sólidos solúveis das amostras. A variabilidade

natural dos frutos provavelmente dificultou a observação de pequenas diferenças

que possivelmente poderiam ser induzidas pelos tratamentos (PASTOR et al.,

2011).

Os valores medianos de SS dos 13 tratamentos avaliados oscilaram de 17,4 a

23,8°Brix no intervalo dos 19 dias de análises. Estes valores mostram-se

satisfatórios para a comercialização de uvas apirênicas no mercado Brasileiro e

Internacional. De acordo com Mascarenhas et al.(2010), uvas de mesa com

teores de SS igual ou superior a 15% são consideradas aptas para

comercialização na região nordeste do Brasil. Outro valor considerado como limite

mínimo para SS é citado por Mattiuz et al. (2009), que atribui o teor mínimo de

14°Brix para atendimento às normas internacionais de comercialização para as

uvas de mesa.

No primeiro dia de análise os valores variaram entre 17,4 (tratamento X) e

20,2°Brix (tratamento K), enquanto no último dia de análise variaram entre 19,6

(tratamento X) e 23,8°Brix. O tratamento X registrou menores valores de SS em

três dos sete dias analisados, que pode estar relacionado com a ausência de

aditivos na sua composição, tanto de cera de carnaúba quanto de FOS.

Os tratamentos A, E e I, que tinham na composição da formulação 30% de FOS

só registraram um único valor de SS maior que todos os outros tratamentos. Este

registro ocorreu no tratamento A, no 4º dia após aplicação das coberturas.

Aparentemente a alta concentração de FOS, oligossacarídeo de alto poder

adoçante, não interferiu no aumento do valor de SS destas amostras.

3.2.2 Acidez Total Titulável

Durante o processo natural de maturação das frutas, os ácidos são metabolizados

a açúcares. Assim observa-se aumento do teor de sólidos solúveis e a diminuição

67

do teor de acidez. Observaram-se baixos valores para ATT na maioria das

leituras, de 0,58 a 0,85% de ácido tartárico, conforme apresentado na Tabela 4.

Não foi observada linearidade nas leituras dos valores de ATT. Comportamento

similar foi observado nos trabalhos com uvas experimentados por Santos et al.

(2012), Mota et al. (2010) e Mattiuz et al. (2009).

Tabela 4 – Valores medianos de Acidez Total Titulável de uvas Thompson acondicionadas sob refrigeração (percentual de ácido tartárico/100g da amostra).

Dias após

aplicação de cobertura

1 4 7 10 13 16 19

A 0,62 0,64 0,71 0,64 0,68 0,70 0,69

B 0,65 0,67 0,70 0,71 0,73 0,65 0,66

C 0,66 0,67 0,70 0,62 0,68 0,67 0,73

D 0,66 0,65 0,72 0,67 0,73 0,69 0,71

E 0,68 0,70 0,69 0,64 0,68 0,70 0,70

F 0,65 0,63 0,72 0,62 0,65 0,63 0,63

G 0,72 0,68 0,61 0,62 0,70 0,69 0,69

H 0,71 0,72 0,65 0,65 0,70 0,71 0,67

I 0,68 0,65 0,68 0,67 0,74 0,81 0,69

J 0,71 0,70 0,66 0,71 0,71 0,70 0,68

K 0,66 0,60 0,59 0,58 0,75 0,64 0,74

L 0,64 0,61 0,60 0,61 0,64 0,58 0,63

X 0,76 0,63 0,59 0,62 0,71 0,74 0,84

No primeiro dia de análise os valores de ATT variaram entre 0,63 (tratamento A) e

0,76% (tratamento X), conforme apresentado na Tabela 4. Os menores valores de

ATT foram registrados nos tratamentos K e L, concentrando nestes, cinco das

sete menores medianas registradas. O último dia de análise oscilou entre 0,63

(tratamento F) e 0,85% (tratamento X).

O máximo valor de ATT obtido foi de 0,85%. Este valor está abaixo do limite de

1,5% relatado por Mascarenhas et al. (2010) e Mattiuz et al. (2004), o que

demonstra que todos os tratamentos encontravam-se em condições de

comercialização no mercado Brasileiro e Internacional durante os 19 dias em que

ocorreram as análises.

3.2.3 Relação Sólidos Solúveis/Acidez Total Titulável

A relação SS/ATT, um dos principais parâmetros fisico-quimicos indicativos da

qualidade de uvas de mesa, variou entre 22,94 e 31,28 no primeiro dia de análise,

68

mantendo esta grande ampitude entre os valores durante os sete dias analisados,

tendo valores finais variando de 23,23 a 37,70 no 19º dia após aplicação das

coberturas, conforme apresentado na Tabela 5. Esta grande amplitude dos

valores obtidos estão de acordo com a variação obervada nos valores de SS e

ATT.

Tabela 5 – Relação Sólidos Solúveis/Acidez Total Titulável de uvas Thompson acondicionadas sob refrigeração.

Dias após

aplicação de cobertura

1 4 7 10 13 16 19

A 31,28 32,52 28,11 32,64 29,14 29,84 32,32

B 28,73 28,83 29,24 26,92 27,65 33,32 30,95

C 27,07 28,62 26,82 31,51 29,44 29,34 28,66

D 28,74 30,44 28,27 30,46 28,63 29,59 29,57

E 27,94 28,70 30,26 29,55 31,04 29,90 30,11

F 29,27 31,64 27,59 32,84 35,18 35,40 37,05

G 25,82 26,53 33,59 32,96 28,42 28,80 32,70

H 26,73 25,15 32,49 30,92 27,65 28,33 30,33

I 27,89 30,41 30,23 29,81 27,55 22,51 33,45

J 28,34 29,47 33,12 31,00 30,35 32,50 34,21

K 30,41 33,92 36,91 37,03 30,16 36,08 30,44

L 30,15 32,52 35,59 34,14 32,40 37,85 37,70

X 22,94 32,90 35,64 35,38 27,36 26,65 23,24

Através da Tabela 5 observa-se que a totalidade dos valores da relação SS/ATT

mostraram-se superiores a 22,00. Houve destaque para os tratamentos K e L

neste período. Quando se observam os três maiores valores de SS/ATT de cada

dia analisado, percebe-se que o tratamento L aparece em todos estes sete dias

de análise, enquanto o tratamento K aparece em 71% destes dias. De acordo

com Mascarenhas e colaboradores (2010) é desejável que esta relação seja

superior a 20. Assim todos os 13 tratamentos avaliados se apresentaram dentro

dos padrões físico-químicos mínimos para comercialização no mercado

internacional.

Os valores obtidos para os parâmetros físico-químicos SS, ATT e SS/ATT

aparentemente não diferiram entre as amostras tratadas e a amostra controle.

Todos os tratamentos mostraram-se dentro dos padrões internacionais de

69

comercialização, com SS acima de 14°Brix, ATT abaixo de 1,5% de ácido

tartárico/100g de amostra e relação SS/ATT superior a 20.

3.3 Propriedade Mecânica

3.3.1 Força Máxima até o Rompimento (FMR)

Foi observado que no primeiro dia de análise a FMR variou de 265,9N, no

tratamento C, a 340,6N, no tratamento G, conforme apresentado na Tabela 6.

Contraditoriamente, no segundo e terceiro dia de análise, o tratamento G

apresentou os menores valores de FMR entre todos os tratamentos, 199,6 e

193,9N, respectivamente. Nestes dias, os maiores valores foram registrados nos

tratamentos A e D, 337,5 e 358,8N. Os valores de FMR oscilaram entre 233,0 e

361N no quarto dia de análise, 10 dias após aplicação das coberturas,

correspondendo aos tratamentos K e B, respectivamente. No 13º dia após a

aplicação das coberturas os valores oscilaram de 253,4 a 343,1N (tratamentos L e

J, respectivamente), enquanto que no 16º dia variaram de 243,5 a 351,4N

(tratamentos X e J, respectivamente). A menor FMR no último dia de análise foi

registrada no tratamento H, 256,1N e a maior FMR no tratamento A, 342,8N.

Tabela 6 – Valores medianos de Força Máxima até o Rompimento de uvas Thompson acondicionadas sob refrigeração.

Dias após aplicação de

cobertura

1 4 7 10 13 16 19

A 294,85 337,50 307,50 314,70 322,00 317,35 343,75

B 291,90 307,60 286,05 361,60 256,10 344,55 310,65

C 265,90 282,00 353,20 312,95 319,95 326,25 316,85

D 320,55 327,55 358,80 320,65 302,05 298,40 286,70

E 276,05 273,20 316,20 289,60 315,60 285,65 305,40

F 310,75 324,85 281,45 297,95 334,60 265,55 298,00

G 340,60 199,60 193,95 267,55 298,80 307,10 293,45

H 336,10 300,80 302,70 304,50 284,45 266,40 256,10

I 284,20 315,50 300,60 302,40 264,00 351,45 311,05

J 288,42 247,75 295,95 282,60 343,10 305,05 295,15

K 270,45 223,30 299,00 233,00 290,25 306,80 313,30

L 303,00 236,00 280,60 315,95 253,45 313,10 290,95

X 279,45 233,00 346,95 307,05 312,35 243,50 281,35

70

Percebe-se que, ao avançar do tempo, apenas o tratamento A registrou a maior

FMR duas vezes, no 4º e 19º dia após aplicação das coberturas. A menor FMR se

repetiu apenas no tratamento G, no 4º e 7º dia após aplicação das coberturas.

A amostra controle, tratamento X obteve valores intermediários de FMR ao longo

dos dias de análise, indicando que a aplicação das coberturas comestíveis não

interferiu neste parâmetro de textura, não exercendo influência na resistência

mecânica da superfície da baga.

3.3.2 Distância Máxima até o Rompimento (DMR)

Os tratamentos B e C registraram, no primeiro dia de análise, o menor valor para

DMR entre todos os outros: 2,85mm. O maior valor de DMR neste dia, 3,75mm,

foi registrado no tratamento I, conforme Figura 2. Nos três dias seguintes, o

tratamento G registrou os maiores valores de DMR, 4,5, 4,9 e 5,1mm,

respectivamente. Os menores valores de DMR percebidos nestes dias foram nos

tratamentos J (3,2mm), D e H (ambos com 3,35mm) e F (3,45mm), em sequência.

A partir do 13º dia, o tratamento X passou a registrar o maior valor de DMR:

4,85mm no 13º e 16º dia e 5,1mm no 19º dia após aplicação das coberturas.

Nestes três últimos dias de análise, os menores valores foram identificados nos

tratamentos K (3,55mm), H (3,95mm) e L (3,85), em sequência.

Figura 2 – Valores medianos da Distância Máxima até o Rompimento de uvas Thompson acondicionadas sob refrigeração.

Com o avançar do tempo, foi percebido aumento nos valores medianos do

parâmetro de textura DMR em todos os tratamentos, conforme apresentado na

71

Figura 2. Aparentemente existe efeito do tempo sobre a DMR para todos os

tratamentos.

Percebe-se que o tratamento X registrou valor de DMR entre os três maiores em

seis dos sete momentos de análise (86% dos dias). Tal fato pode ser atribuído à

perda de massa das amostras decorrente da respiração da fruta durante o

armazenamento, que foi nitidamente maior no tratamento X. Esta perda de massa

causa diminuição do turgor das bagas. Ao aplicar as forças para punção, a

epiderme do fruto oferece mais resistência porque está mais flexível e tem maior

capacidade de deformação antes da ruptura (CARVALHO FILHO et al., 2005).

Esse fenômeno foi notado por Drake e Fellman (1987) que encontraram aumento

na resistência mecânica, sendo este atribuído à perda de água nos frutos.

Diante dos resultados, mostra-se necessária maior investigação quanto às

condições de comercialização, temperatura, umidade e embalagem ideal para

tornar viável a comercialização de uvas apirênicas cobertas enriquecidas de

prebióticos na forma de bagas individualizadas.

72

4. CONCLUSÃO

A aplicação das coberturas comestíveis pouco interferiu nos valores de SS, ATT,

relação SS/ATT, propriedades mecânicas e componentes colorimétricos L*, a* e

b* das bagas tratadas quando comparadas ao tratamento controle, mantendo-as

dentro dos padrões de comercialização.

As diferentes concentrações de cera e FOS não exerceram influência nos

parâmetros mecânicos e físico-químicos analisados. A aplicação de coberturas

comestíveis, aditivada ou não de prebiótico, diminuiu a taxa de respiração das

bagas tratadas, quando comparadas às bagas controle, porém esta redução não

foi proporcional à concentração dos componentes utilizados na formulação. A alta

concentração de FOS, igual a 30% nos tratamentos A, E e I, alterou

negativamente o aspecto visual das bagas, conferindo aparência áspera.

Foi percebido aumento de até 56% no tempo de vida de prateleira de uvas

Thompson, quando comparadas as amostras tratadas com a controle.

Diante das observações realizadas, e no foco em utilizar formulações com

concentração máxima de FOS, as formulações que apresentaram melhor aspecto

global foram selecionadas para realização de estudos complementares, sendo

escolhidas as formulações utilizadas nos tratamentos B (50% de cera, 20% de

FOS), K (25% de cera, 10% de FOS) e L (25% de cera, 0% de FOS).

73

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76

CAPÍTULO 3

INFLUÊNCIA DE COBERTURA COMESTÍVEL ENRIQUECIDA COM PREBIÓTICO, EM PARÂMETROS FÍSICO-QUIMICOS, FÍSICOS E

SENSORIAIS DE UVAS THOMPSON SEEDLESS SOB ARMAZENAMENTO REFRIGERADO

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de cobertura comestível à base de cera de carnaúba enriquecida de prebiótico na pós-colheita de uvas

Thompson, armazenadas sob refrigeração. Após a seleção, os frutos foram higienizados em solução de hipoclorito de sódio 0,01% por 10 minutos, secados à temperatura ambiente, imersos nas soluções aquosas de cera de carnaúba

enriquecidas de Frutooligossacarídeo (FOS) nas concentrações 50:20, 25:10, 25:0 (% emulsão de cera de carnaúba: % FOS) por 10 segundos. No tratamento

controle foi utilizada imersão em água ultrapura. Os frutos foram secados sob ventilação, acondicionados em embalagens plásticas de PET perfuradas e armazenadas a 6±2 °C, por 31 dias. Foram avaliados a perda de massa fresca,

componentes de cor, teores de sólidos solúveis (SS), acidez total ti tulável (ATT), a relação SS/ATT e parâmetros sensoriais. A aplicação de cobertura à base de cera

de carnaúba alterou a velocidade de perda de massa de uvas Thompson, durante o período avaliado. A aplicação das coberturas comestíveis enriquecidas de ingrediente funcional não alteraram significativamente os parâmetros avaliados

mostrando-se promissora para a comercialização de uvas de mesa Thompson Seedless. Termos para indexação: Vitis vinifera, ingrediente funcional, qualidade, pós-

colheita.

ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate the influence of edible coating based carnauba wax enriched prebiotic postharvest Thompson Seedless grapes stored

under refrigeration. After selection, the fruits were cleaned in a solution of 0.01% sodium hypochlorite for ten minutes, dried at room temperature immersed in

aqueous solutions of carnauba wax enriched fructooligosaccharide (FOS) at concentrations 50:20, 25:10 , 25:0 (% carnauba wax emulsion:% FOS) for 10 seconds. Control treatment was used with immersion in ultrapure water. The fruits

were dried under ventilation, packed in plastic PET punched and stored at 6 ± 2 ° C for 31 days. The loss of weight, color components, soluble solids (SS), titratable

acidity (TA), the ratio SS/TA and sensory parameters were evaluated. The application of coating based on carnauba wax alter the rate of loss in mass of grapes Thompson Seedless, during the evaluation period. The application of

edible coatings enriched functional ingredient did not significantly alter the parameters evaluated showing promise for the marketing of Thompson Seedless

table grapes.

Index terms: Vitis vinifera, functional food ingredient, quality, postharvest.

77

1. INTRODUÇÃO

A produção de uvas finas de mesa é uma importante atividade econômica no

Brasil, em constante crescimento, tendo alcançado a 11ª colocação em

quantidade de uvas exportadas no mundo e a 7ª em valor das exportações de

uvas em 2010 (RODRIGUES et al., 2010; MELLO 2011a).

No comércio de uvas de mesa, tanto nacional quanto internacional, a tendência é

a demanda por uvas sem sementes que, rapidamente, vem conquistando

consumidores cada vez mais exigentes por frutos de melhor qualidade, não

somente ao aspecto visual, mas também ao sabor, aroma e consistência, além de

uma preferência por uvas tipo “sem sementes” ou “apirências” (MATTIUZ et al.,

2009; LEÃO, 2002; LULU et al., 2005, CHOUDHURY e COSTA, 2004).

A uva constitui uma das principais frutas exploradas no Vale do São Francisco,

tendo sido observado expansão do cultivo de uvas sem sementes, sendo que a

variedade Thompson Seedless tem despertado grande interesse, pois é a

principal variedade de uvas sem semente cultivada no mundo, com excelente

aceitação no mercado externo (LEÃO et al., 2005).

A uva (vitis vinifera L.) é uma fruta não climatérica, ou seja, não amadurece após

a colheita. Em razão disso, ela só deve ser colhida quando atingir as condições

apropriadas para o consumo. Por outro lado, ela é considerada uma fruta de alta

perecibilidade, e mesmo havendo hoje grandes avanços tecnológicos, com

técnicas cuidadosas de manejo e armazenamento, as perdas pós-colheita do

produto, estimada entre 20 e 95%, ainda causam grandes prejuízos aos

viticultores (CHOUDHURY e COSTA, 2004; MATTIUZ et al., 2009; CARVALHO

FILHO et al., 2006; LIMA, 2010).

A uva é fruta com reduzida vida-de-prateleira devido ao amolecimento, perda de

coloração, contaminação fúngica, secamento do engaço, degrana e ocorrência de

danos mecânicos (SANTOS et al., 2012; SÁNCHEZ-GONZÁLEZ, 2011;

FAKHOURI et al., 2007; MATTIUZ et al., 2009).

Em 2009, a crise mundial refletiu fortemente na produção de uvas de mesa. Em

2010, fatores climáticos desfavoráveis resultaram em menor produção, sendo

observada a maior redução na Bahia (-13,51%), quando comparada à redução

78

nos outros estados do Brasil. Entre 2006 e 2010 foi observada nítida

desaceleração na produção de uvas no Estado da Bahia (MELLO, 2011b).

Nos últimos anos, tem ocorrido mudança significativa nos hábitos alimentares da

população brasileira. A busca da longevidade e qualidade de vida faz com que as

pessoas procurem alimentos mais saudáveis, aumentando o consumo de frutas e

hortaliças frescas em detrimento dos produtos industrializados (MATTIUZ et al.,

2004).

O processamento mínimo tem por objetivo suprir essas exigências,

disponibilizando produtos frescos que são comercializados limpos, convenientes,

e que podem ser preparados e consumidos em menor tempo. Em uvas, o

processamento mínimo poderia ser uma alternativa interessante, entretanto, as

frutas minimamente processadas ainda são um desafio, devido à falta de

conhecimento a respeito do comportamento fisiológico, químico e bioquímico de

seus produtos (MATTIUZ et al., 2004).

Diversas tecnologias vêm sendo aplicadas na área de pós-colheita de frutas,

buscando minimizar estas perdas. Dentre elas, o uso de filmes e revestimentos

apresentam o potencial para retardar as reações de degradação e/ou síntese de

substâncias em frutas, proporcionado maior vida útil, como, por exemplo, em

mangas (SOUZA et al, 2011), goiabas (FAKHOURI e GROSSO, 2003) e

morangos (VU et al., 2011; COLLA, 2004).

Coberturas comestíveis são substâncias aplicadas na superfície de alimentos de

modo que o produto final está pronto para o consumo (BALDWIN et al., 2011). As

coberturas além de constituírem-se uma barreira efetiva à perda de vapor d‟água

e troca gasosa apresentam-se como materiais de embalagem biodegradáveis que

podem ajudar na proteção contra danos mecânicos, carrear ingredientes

funcionais e diminuição da contaminação microbiana, sendo mais frequente seu

uso em frutas e hortaliças (FAKHOURI et al., 2007; ALLEONI et al., 2006;

CARVALHO FILHO et al., 2006; ZHAO, 2011).

Devido à demanda por alimentos de alta qualidade e preocupações ambientais

sobre o descarte de materiais não renováveis, existe um crescente interesse no

desenvolvimento de coberturas comestíveis e/ou degradáveis biologicamente,

79

empregando técnicas de conservação que utilizem produtos naturais (FAKHOURI

et al., 2007; MOTA et al., 2006; SOUZA et al., 2011, VU et al., 2011).

Dentre os diversos tipos de materiais usados como coberturas comestíveis a cera

de carnaúba vem sendo utilizada como cobertura comestível no revestimento de

diversas frutas, como maracujá amarelo e cereja (MOTA et al., 2006; CARVALHO

FILHO et al., 2006). A cera de carnaúba refinada consiste principalmente de

ésteres de ácidos com 24 a 32 carbonos e mono-álcoois de cadeia longa. Esta

cera é classificada como substância GRAS (Generaly Recognized as Safe) e seu

uso permitido em coberturas para frutas frescas e vegetais, em gomas de mascar,

produtos de confeitaria e molhos, sem outras limitações (HALL, 2011).

Atualmente, tem aumentado a atenção dada ao uso de materiais que possam

melhorar a segurança dos alimentos, elevar a vida útil dos produtos e não

provocar impacto negativo ao meio ambiente (DUTTA et al., 2007). Neste

contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de cobertura à base de

cera de carnaúba enriquecida de prebiótico nos parâmetros físico-químicos,

visuais e sensoriais de uvas apirênicas Thompson Seedless.

80

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Material

As uvas foram adquiridas diretamente do produtor, em fazenda localizada próximo

ao município de Juazeiro – BA região do Vale do São Francisco, no período entre

agosto e outubro de 2012.

Foi utilizada emulsão de cera de carnaúba JVC WAX 36 (36% de cera de

carnaúba), da empresa Química JVC LTDA e Frutooligossacarideo ORAFTI GR

(96,4% de oligofrutose) da empresa Clariant.

2.1.1 Higienização e Seleção

Os cachos de uva variedade Thompson foram transportados em caixas térmicas

refrigeradas, ao Laboratório de Pesquisa de Alimentos e Contaminantes da

Faculdade de Farmácia da UFBA, Salvador – BA. Procedeu-se a lavagem dos

cachos em água corrente seguida de imersão em solução de hipoclorito de sódio

100mg/L por 10 minutos.

Os cachos de uva foram retirados da solução e mantidos à temperatura ambiente

até a secagem completa.

Os cachos de uva foram selecionados, considerando o tamanho, a uniformidade

de cor e a integridade dos frutos de maneira a estabelecer homogeneidade entre

estes. Os cachos selecionados foram divididos em quatro lotes. Cada cacho

recebeu um cordão para facilitar a imersão e posterior secagem suspensa das

bagas, sendo identificados de acordo com o tratamento a ser recebido.

2.1.2 Preparo da Solução Filmogênica

O Frutooligossacarídeo foi dissolvido em água ultrapura à temperatura ambiente,

sob agitação manual até completa solubilização. Verteu-se sobre esta solução a

emulsão de cera de carnaúba e manteve-se a agitação manual até

homogeneização completa. As formulações foram preparadas, após ensaios

preliminares de escolha das melhores formulações para esta variedade de uva,

conforme percentuais apresentados na Tabela 1.

81

Tabela 1 - Valores dos componentes utilizados no preparo das soluções filmogênicas.

B K L X

Emulsão de cera de carnaúba (%) 50 25 25 0

Frutooligossacarídeo (%) 20 10 0 0

Água QSP 500mL 500mL 500mL 500mL

Tratamento Componentes da formulação

As soluções foram dispostas em béqueres de 1L e procedeu-se a imersão de um

cacho por vez, permanecendo estes sob contato com sua respectiva solução por

10 segundos. Procedeu-se a ascensão dos cachos e a secagem ocorreu de modo

suspenso, sem contato das bagas com superfícies, à temperatura ambiente

(25°C), por quatro horas.

Após completa secagem, os cachos foram retirados do suporte de secagem,

retirados os cordões de suspensão e foram armazenados sob refrigeração (2 a

8°C) em embalagens perfuradas de polietileno teraftalato (PET), específicas para

acondicionamento de frutas.

2.2 Análises Realizadas

2.2.1 Perda de Massa

Foram realizados dois experimentos para avaliação da perda de massa. O

primeiro considerou a perda de massa de cachos inteiros que foram submetidos à

imersão nas respectivas soluções filmogênicas. No segundo experimento foi

verificada a perda de massa de um conjunto de 40 bagas para cada tratamento,

retiradas do engaço com auxílio de tesoura específica para viticultura, tendo o

cuidado de manter os pedúnculos fixados às bagas.

Dois cachos de uva de cada tratamento foram utilizados para verificação de perda

de massa. Um para cada tipo de experimento de verificação de perda de massa:

bagas individualizadas e cachos íntegros. Foi realizada a identificação nas

respectivas embalagens e pesados em intervalos de 3 a 5 dias, tendo início no dia

seguinte à aplicação das coberturas (dia 1) e final quando as amostras não se

apresentavam mais com aspecto comercializável (dia 26).

82

2.2.2 Sólidos Solúveis

O teor de sólidos solúveis nas amostras foi determinado através da média de

dezesseis bagas de uva de cada tratamento, em intervalos de cinco dias.

Procederam-se a trituração e homogeneização das bagas em microprocessador

de alimentos por um minuto, conforme método 315/IV do Instituto Adolpho Lutz –

IAL (2004). Foi utilizado refratômetro manual marca Biobrix, com escala de 0 a

32% Brix, precisão ±0,2%. O teor de sólidos solúveis foi expresso em °Brix com

leituras realizadas em sextuplicata.

2.2.3 Acidez Total Titulável

A acidez foi determinada utilizando-se os homogeneizados de dezesseis uvas

preparados para a análise do teor de Sólidos Solúveis, em intervalos de cinco

dias. Realizada a titulação com Hidróxido de Sódio 0,1M, sendo os valores foram

expressos em % de ácido tartárico, conforme método 310/IV – IAL (2004), com as

determinações realizadas em sextuplicata.

2.2.4 Análise de Cor

Foram adquiridas coordenadas colorimétricas utilizando o método CIELab

(Commission Internationale de L’Eclairage). Este método permite medir a

intensidade de absorção na região visível para obtenção dos parâmetros L*,

referente à luminosidade que varia do negro (0) ao branco (100), a* que é

intensidade de cor vermelho(+)/verde(-) e b* a intensidade de cor

amarelo(+)/azul(-) (SANTOS et al., 2010; MCCURDY et al., 2005).

A reflectância na região do visível e as coordenadas colorimétricas dos materiais

obtidos foram medidas usando colorímetro “Tristimulus” (Konika Minolta, modelo

CR-400), com 8mm de diâmetro de área de medida do aparelho, sob ação de

fonte D65 num ângulo de 0º. (SANTOS et al, 2010). O aparelho foi calibrado com

placa padrão branca de cerâmica, sob iluminante D65, nas coordenadas Y= 93,7;

x=0,3157; y=0,3321.

Foram amostradas oito bagas de cada tratamento em cada momento de análise.

As leituras ocorreram diretamente sobre a região mediana de cada baga íntegra,

em triplicata, com intervalos de sete dias.

83

2.2.5 Análise Sensorial

O trabalho foi submetido ao Comitê de Ética, via Plataforma Brasil/SISNEP.

Para avaliação da possível interferência da aplicação das coberturas nas

características sensoriais da fruta, procederam-se análises sensoriais com

julgadores não treinados, da comunidade acadêmica da Faculdade de Farmácia

da UFBA, de ambos os sexos, em análises semanais, com 50 julgadores em cada

sessão. Estes avaliaram atributos visuais, percepções bucais e declararam sua

intenção de compra para cada uma das amostras apesentadas. Os atributos

analisados visualmente foram: Tonalidade de cor, brilho e aparência global. Na

degustação os julgadores analisaram: Firmeza, resistência ao corte, sabor doce,

sabor ácido, arenosidade e sabor global.

As propriedades sensoriais das frutas podem ser afetadas não apenas pelas

coberturas pós-colheitas, mas também por uma seção dentro do fruto, a posição

do fruto na árvore ou mesmo aplicação de revestimentos pré-colheita (PASTOR et

al., 2011).

Os testes sensoriais foram realizados no Laboratório de Análise Sensorial da

Faculdade de Farmácia (FacFar/UFBA) em cabines individualizadas, sob luz

branca e ambiente climatizado (25±2°C). Foi utilizado um cacho de cada

tratamento por dia, sendo estes retirados da temperatura de refrigeração (6±2°C)

no momento da análise. Os cachos permaneceram por uma hora à temperatura

ambiente (25±2°C) para equilíbrio da temperatura dos frutos e evaporação das

gotículas formadas por condensação na superfície destes. Procedeu-se a

separação das bagas do engaço com auxílio de tesoura específica, mantendo os

pedúnculos fixados a estas.

Foi servida uma baga de cada tratamento, em blocos simultâneos com as quatro

amostras, com ordem de apresentação balanceada, dispostas em recipientes

metálicos de 5 cm de diâmetro, codificados com números de três dígitos,

acompanhadas de copo descartável com água à temperatura ambiente (25±2°C)

sendo sugerido o uso deste entre as amostras (FAKHOURI et al, 2007).

Os julgadores avaliaram quanto gostaram ou desgostaram cada um dos atributos

visuais e de percepções bucais através de uma escala hedônica de nove pontos

84

com os extremos correspondendo a “desgostei muitíssimo” (1) e “gostei

muitíssimo” (9). Para declarar a intenção de compra foi utilizada escala hedônica

de cinco pontos, na qual os extremos correspondiam a “certamente não

compraria” (1) e “certamente compraria” (5).

2.3 Tratamento estatístico

Nas análises de SS, ATT, SS/ATT e análise de cor foram calculados os valores

medianos a partir dos valores obtidos. Após coleta dos valores das replicatas,

(seis valores para SS, ATT e SS/ATT e oito valores para os componentes

colorimétricos), estes foram ordenados crescentemente e a mediana foi calculada

pela média dos dois valores centrais.

Os dados foram tratados estatisticamente através do teste de Kruskal-Wallis,

seguido pelo teste de comparações múltiplas, quando necessário. O teste de

Kruskal-Wallis é indicado para comparar três ou mais tratamentos e é um teste

não paramétrico equivalente à ANOVA. Além disto, em alguns casos, foram

ajustados modelos de regressão linear e feito o teste de aleatorização.

85

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Perda de Massa

Chitarra e Chitarra (2005) afirmam que perdas acima de 5% são suficientes para

causar o murchamento das bagas, porém, no presente estudo, a análise de perda

de massa das uvas foi interrompida apenas quando as uvas não apresentavam

mais condições visíveis de comercialização, registrando perda acumulada de

massa fresca superior a 10%, o que ocorreu após o 23º dia pós-aplicação das

coberturas.

A maior velocidade de perda de massa foi percebida no grupo das bagas

individualizadas (0,81%/dia no tratamento X), grupo que, em geral, apresentou os

maiores valores de inclinação das retas, conforme apresentado nas Figuras 1 e 2.

0

5

10

15

20

25

1 4 6 9 11 13 16 20 23 26 31 34

Perd

a d

e m

assa (

%)

Dias

Perda de massa de uvas Thompson com coberturas comestíveis enriquecidas com prebiótico - cachos

B

K

L

X

Equações das retasB y=0,5893x-0,1232 R²=0,9964

K y=0,4701x-0,4224 R²=0,9992L y=0,4808x-0,4463 R²=0,9978X y=0,4479x+0,0078 R²=0,9974

Figura 1 – Perda de massa dos cachos (B=50:20; K=25:10; L=25:0; X=0:0)

0,00

5,00

10,00

15,00

20,00

25,00

1 4 7 10 13 16 19 22 25

Perd

a d

e m

assa (

%)

Dias

Perda de massa de uvas Thompson com coberturas comestíveis enriquecidas com prebiótico - bagas individualizadas

B

K

L

X

Equações das retas B y=0,5310x - 0,7602 R²=0,9979

K y=0,5865x - 0,6389 R²=0,9963 L y=0,5516x - 0,3372 R²=0,9991X y=0,8488x - 0,9560 R²=0,9993

Figura 2 – Perda de massa das bagas individualizadas (B=50:20; K=25:10; L=25:0; X=0:0)

86

A presença do engaço, prolongamento do caule da videira constituída por tecido

com taxa mínima de respiração e umidade muito inferior às bagas, parece ter

contribuído para uma menor velocidade de desidratação no grupo 1, quando

comparado ao grupo 2 composto apenas pelas bagas e seus curtos pedúnculos.

O cacho do tratamento X foi o que apresentou a menor perda de massa

acumulada ao final dos 34 dias (15,39%), conforme apresentado na Figura 1.

Resultado semelhante, quanto à menor perda de massa ser observada na

amostra controle, foi obtido por Oliveira e colaboradores (2011), uti lizando filmes à

base de gelatina no recobrimento de tomates. Tal resultado foi explicado pelo

caráter higroscópico do filme de gelatina que alcança valores próximos a 65% de

umidade de equilíbrio em base seca potencializando a perda por vapor de água

de sua superfície de contato. O alto percentual de FOS, substância de alto poder

higroscópico, na formulação aplicada no cacho do tratamento B, parece ter

colaborado com a maior perda de massa acumulada deste.

A formulação com maior teor de cera de carnaúba (50%) não conferiu, em ambas

situações, maior prevenção à perda de massa, conforme apresentado pelas

Figuras 1 e 2. A composição dos materiais das coberturas interfere nas taxas de

trocas gasosas. Dependendo da taxa de respiração das frutas ou verduras, uma

cobertura pode restringir estas trocas gasosas a ponto de desencadear processos

fermentativos (ZHAO, 2011). Porém o comportamento foi exatamente o inverso

quando observada a perda de massa do grupo 2, onde este apresentou a menor

perda de massa ao final do experimento (12,89%).

No grupo 2, após 25 dias de aplicação da cobertura, foi percebida a diminuição da

perda de massa em 56%, ganho de 9 dias quando comparado o tratamento B em

relação ao controle (Tratamento X). Mostra-se necessária maior investigação

quanto à viabilidade de comercialização de uvas cobertas enriquecidas de

prebióticos na forma de bagas individualizadas.

Estes resultados estão de acordo com o relatado por Mattiuz e colaboradores

(2009), ponderando que frutas minimamente processadas apresentam vida útil

muito curta em comparação às frutas intactas, pois as operações envolvidas no

preparo do produto reduzem a vida de prateleira das mesmas.

87

Baseado nas equações das retas apresentadas na Figuras 1 e 2, percebe-se que

as bagas que foram retiradas do engaço apresentaram maiores taxas

respiratórias, alcançando 5% de perda de massa a partir do 9º dia após aplicação

das coberturas, enquanto que o grupo submetido à imersão dos cachos inteiros

precisou de 11 dias para alcançar este mesmo percentual, conforme Tabela 2. A

perda de 10% foi em torno de 18 dias para as bagas individualizadas e 22 dias

para os cachos.

Em se tratando de uma fruta perecível, o processamento mínimo poderia ser uma

alternativa interessante para a uva, visto que não houve diferença significativa

entre as formas de disposição comercial das bagas, cachos íntegros ou bagas

individualizadas, permitindo valorizar as bagas com boa qualidade, provenientes

de cachos que não atinjam os padrões para comercialização na forma de fruta

fresca.

Tabela 2 - Comparativo de tempo necessário para acumular perda de massa de 5

e 10% em uvas cobertas em diferentes tipos de apresentação comercial (dias)

Cachos Bagas Cachos Bagas

Tratamento 5% perda 10% perda

B 8,7 10,8 17,2 20,3

K 11,5 9,6 22,2 18,1

L 11,3 9,7 21,7 18,7

X 11,1 7,0 22,3 12,9

Mattiuz e colaboradores (2004) em trabalho com uvas apirênicas da cultivar BRS

Morena e da Seleção nº 08 minimamente processadas e armazenadas a 2,5 ± 1

°C por 24 dias obteve cerca de 0,16% de perda de massa fresca acumulada.

Albertini e colaboradores (2009), trabalhando com uva Itália à temperatura

ambiente (21,2°C) por 9 dias, observou maior percentual de perda de massa igual

a 0,7333%/dia. Mattiuz e colaboradores (2009), em trabalho com três variedades

de uvas apirênicas armazenadas sob duas distintas temperaturas, 12 e 24°C,

obtiveram perdas acumuladas de massa fresca variando de 0,5 a 2% ao final de

12 dias.

88

3.2 Sólidos Solúveis (SS)

Apesar de ocorrerem diferenças entre os dias de avaliação, o que foi atribuído às

amostras individuais de cada tratamento, as médias dos valores de SS, ATT e

componentes colorimétricos indicam que as bagas mantiveram boa qualidade

físico-química e visual durante todo o período.

Devido à característica de heterogeneidade da amostra, aliada ao caráter

destrutivo da análise, que utiliza novas bagas a cada momento, não foi percebida

linearidade dos valores entre os tratamentos. Comportamento similar foi

observado em trabalhos com uvas experimentados por Santos e colaboradores

(2012), Sánchez-González e colaboradores. (2011) e Mota e colaboradores

(2010) que observaram valores das médias de SS oscilando para um mesmo

tratamento, em diferentes dias de análises, de 10,3 a 17°Brix, 18 a 21,5°Brix e 10

a 16°Brix, respectivamente.

De acordo com Mascarenhas e colaboradores (2010), uvas de mesa com teores

de SS igual ou superior a 15% são consideradas aptas para comercialização na

região nordeste do Brasil. Outro valor considerado como limite mínimo para SS é

citado por Mattiuz e colaboradores (2009), que atribui o teor mínimo de 14°Brix

para atendimento às normas internacionais de comercialização para as uvas de

mesa.

As leituras dos teores de SS neste trabalho variaram entre 14,0 e 21,6°Brix.

Durante os 30 dias de acompanhamento das amostras, apenas duas leituras

apresentaram valores abaixo de 15,0, ambas ocorrendo no tratamento controle

(Tratamento X), conforme apresentado na Tabela 3.

Foi observado que na maior parte das análises os tratamentos B e K

apresentaram os maiores valores para SS. Isto pode ter sido colaborado pela

presença do frutooligossacarídeo, substância de alto poder adoçante, incorporado

nas formulações das coberturas destes tratamentos.

Com 92,9% das leituras de SS apresentando valores superiores aos mínimos

padrões de comercialização no nordeste brasileiro comentado por Mascarenhas e

colaboradores (2010), e 100% quando comparado aos limites citados por Mattiuz

e colaboradores (2009), infere-se que enquanto apresentavam condições de

89

visuais de comercialização (perda de massa inferior a 10% e manutenção das

características de cor), a aplicação das coberturas não interferiu nos valores de

SS das amostras, mantendo-os dentro dos padrões aceitáveis pelo consumidor.

Tabela 3 – Valores medianos das características físico-químicas de uvas

Thompson.

Dias após aplicação da

cobertura

Tratamentos

B K L X

SS (°Brix)

1 19,4 20,0 16,4 18,0

6 20,8 19,8 16,4 19,2

11 19,4 18,8 19,0 19,0

16 18,6 21,6 16,8 20,0

21 18,4 16,0 20,0 14,8

26 19,2 19,6 20,8 14,0

31 19,0 20,2 15,2 18,2

ATT (% ác. Tartárico)

1 0,53 0,50 0,65 0,60

6 0,58 0,51 0,67 0,61

11 0,73 0,67 0,65 0,53

16 0,76 0,57 0,74 0,56

21 0,95 1,02 0,74 1,06

26 0,73 0,70 0,64 1,32

31 0,81 0,68 1,10 0,74

SS/ATT

1 36,45 39,73 25,37 30,04

6 35,79 38,80 24,60 31,69

11 26,44 28,23 29,23 35,99

16 24,42 37,89 22,64 35,44

21 19,44 15,62 27,20 14,00

26 26,49 27,94 32,29 10,61

31 23,46 29,65 13,84 24,55

Tratamento B=50:20; K=25:10; L=25:0; X=0:0

3.3 Acidez Total Titulável (ATT)

Durante o processo natural de maturação das frutas, os ácidos são metabolizados

a açúcares. Assim observa-se aumento do teor de sólidos solúveis (medido por

°Brix) e a diminuição do teor de acidez. Mesmo sendo observados baixos valores

para ATT na maioria das leituras (de 0,5 a 0,8% de ác. tartárico/100g amostra), foi

90

notado sutil aumento nestes teores, conforme apresentado na Tabela 5,

principalmente no tratamento B.

Em relação à ATT, valores acima de 1,5 são considerados altos, sendo

considerado fora do padrão de comercialização (MASCARENHAS et al., 2010;

MATTIUZ et al., 2004). Não foi observada linearidade nas leituras dos valores de

ATT, porém todas elas encontraram-se abaixo do valor considerado referência

para comercialização. Comportamento similar foi observado nos trabalhos com

uvas experimentados por Santos e colaboradores (2012), Mota e colaboradores

(2010) e Mattiuz e colaboradores (2009).

Houve acréscimo no teor de ATT ao longo do armazenamento, devido,

provavelmente, à reconversão dos açúcares em ácidos orgânicos, um dos

principais substratos utilizados na atividade respiratória da uva, via ciclo de Krebs

(MATTIUZ et al., 2009).

Infere-se que os altos valores de ATT observados nos tratamentos X (21° e 26°

dia) e L (31° dia), estejam relacionados a algumas das bagas selecionadas

naqueles momentos que estariam com estágio de maturação inferior às demais,

elevando estes valores médios quando trituradas em conjunto com as demais. As

alterações bioquímicas que ocorrem nos frutos durante a maturação, incluindo a

metabolização dos ácidos em açúcares, estariam em atraso nestas bagas,

evidenciadas pelos baixos valores de SS e altos valores de ATT apenas nestes

dias.

No 31º dia foram observados novamente baixos valores para ATT, evidenciando

que a aplicação das coberturas não influenciou na alteração dos teores de ATT

das uvas analisadas.

3.4 Relação SS/ATT

É desejável que a relação SS/ATT seja igual ou superior a 20, porém o limite

mínimo considerado bom para a colheita é 15 (MASCARENHAS et. al, 2010;

CHOUDHURY e COSTA, 2004). As variedades de uvas com sementes cultivadas

na região do Vale do São Francisco têm valores SS/ATT de 15:1 a 16:1, e 22:1

para variedades sem sementes (CHOUDHURY e COSTA, 2004). Com base nos

valores de SS e ATT que não apresentaram incrementos ou decréscimos lineares

91

nos seus valores no decorrer dos 31 dias do experimento, a relação SS/ATT

também não apresentou linearidade na evolução dos dias analisados.

A maioria dos valores obtidos para a relação SS/ATT foram superiores a 20,

sendo observados apenas três valores inferiores a 15,0 (Tabela 5). Estes valores

são referentes aos tratamentos X e L, nos 21º, 26º e 31° dias após aplicação das

coberturas, devido às pontuais altas médias obtidas para ATT e baixas para SS.

As bagas de uvas do tratamento K obtiveram os maiores valores para a relação

SS/ATT em 4 dos 7 momentos de análises (1º, 6º, 16º e 31º), enquanto que o

controle, tratamento X, obteve maior valor uma única vez (11º dia). Por outro lado,

o tratamento L foi o que apresentou os menores valores para esta relação em 4

momentos (1º, 6º, 16º e 31º dia), seguido do tratamento X nos 2 momentos já

citados (21º e 26º dia).

Os tratamentos B, K e L apresentaram um valor cada que se mostraram inferiores

a 20, no 21º e 31° dia. Com a relação SS/ATT de 19,44, 15,62 e 13,84,

respectivamente, estes tratamentos mostraram-se comercialmente dentro dos

padrões estabelecidos pelo consumidor brasileiro, evidenciando que a aplicação

das coberturas não influenciou negativamente na relação SS/ATT das uvas

experimentadas.

O equilíbrio entre os teores de açúcares e ácidos obtidos neste trabalho, de

acordo com Mattiuz e colaboradores (2004), permite inferir que os materiais

testados apresentam sabor agradável.

3.5 Análise de Cor

Fatores como variedade, maturação e tipo de processamento tem papel

fundamental na cor apresentada pelo produto após o processamento (MATTIUZ

et al., 2009).

Os valores medianos dos componente de cor L*, a* e b* estão apresentados na

Tabela 4. Os valores apresentados referem-se ao valor mediano das seis

repetições de cada tratamento, enquanto as letras sobrescritas sobre os valores

medianos se relacionam com a população do tratamento analisado. Estas letras

demonstram a existência ou não de diferença significativa entre as populações

92

dos tratamentos, após análise estatística, não se restringindo aos valores

medianos obtidos.

A aplicação das coberturas nas uvas não alterou os seus valores do componente

de cor L*, em relação ao controle no 9º e 23º dia após aplicação da cobertura, não

sendo observada diferença significativa entre as amostras tratadas ou não. No 2º

dia após aplicação da cobertura foi observada diferença significativa entre os

tratamentos B e L, e no 16º dia entre os tratamentos B e X. Não foram percebidos

linear incremento ou decaimento dos valores de L* com o avançar dos dias.

Tabela 4 – Valores medianos dos componentes de cor de uvas Thompson.

Dias após

aplicação da cobertura

Tratamentos

B K L X

L*

2 42,80a 44,22a,b 45,73b 44,92a,b

9 45,56a 47,88a 44,38a 44,52a

16 42,57a 44,19a,b 45,50a,b 47,81b

23 43,27a 42,25a 43,34a 43,28a

a*

2 -6,15b -6,44a,b -6,44a,b -6,65a

9 -6,12b -7,26a -6,92a,b -7,24a,b

16 -6,60b -6,48a,b -6,51b -7,46a

23 -6,15b -6,23b -6,09b -6,90a

b*

2 15,16b 12,66a 12,70a 12,83a

9 14,80a 16,77a 15,63a 14,05a

16 14,21a,b 14,47a,b 12,93a 17,27b

23 14,53a 12,93a 12,91a 13,71a Medianas seguidas de letras iguais na mesma linha correspondem aos tratamentos que não diferem entre si ao nível de p≤0,05.

A totalidade dos valores negativos observados na Tabela 6 para o componente de

cor a* indicam que o caráter de cor verde foi mantido nos 23 dias de observação.

Observa-se na Tabela 6 que houve diferença significativa para o componente de

cor a* entre os quatros tratamentos nos quatro dias de observação. No 2º dia foi

observada diferença significativa entre os tratamentos B e X, no 9º dia entre os

tratamentos B e K, no 16º dia entre B e X e entre L e X, no 23º dia o tratamento X

foi significativamente diferente de todos os outros tratamentos. Não foi percebida

diferença significativa entre os valores medianos do componente de cor a* dos

93

tratamentos B e L nos dias de observação, do que se infere que estas bagas

apresentavam tons de verde muito similares em todos estes momentos.

Foi percebido sutil decréscimo no valor de a* entre o primeiro e segundo dia de

análise de cor, na maioria das amostras, seguido de crescente aumento nos

demais intervalos, conforme Tabela 4. O aumento no valor da coordenada a* está

de acordo com a alteração de cor e taxa de escurecimento das amostras

(PASTOR et al., 2011). O processo de senescência altera a tonalidade de cor da

superfície das bagas de uva Thompson de verde (-a*) para amarronzado, mais

próximo do vermelho (+a*).

O tratamento X apresentou os menores valores medianos para o componente de

cor a*, com valores inferiores a -7,00 (mais verdes) em 50% das observações. A

partir da Figura 2, observa-se maior caráter verde das bagas do tratamento

controle, do que se deduz que a aplicação de cobertura comestível enriquecida ou

não de prebiótico interfere no componente colorimétrico a*. Nos dias 2, 16 e 23, o

tratamento X mostrou-se diferente significativamente do tratamento B no

componente de cor a*, comprovando que a aplicação de cera e FOS em

concentrações máximas interferiram neste item.

O tratamento B apresentou diferença significativa das demais no primeiro dia de

análise (dia 2) para o componente de cor b*. No dia 16 o tratamento L foi

significativamente diferente do tratamento X neste componente. Não houve

diferença entre as amostras no segundo e quarto momento de análise. Isto

demonstra que a intensidade da cor amarela nas bagas de uvas em cada um dos

momentos de análise, mesmo que mínima, interferiu na diferenciação ou não das

bagas de uva no que se refere ao componente de cor b* entre os tratamentos

experimentados.

Segundo Mattiuz e colaboradores (2009), a coloração das bagas das uvas é o

fator mais importante no processo de escolha pelos consumidores, sendo

responsável pela qualidade comercial dessas frutas. Os resultados demonstraram

que a aplicação de cobertura enriquecida ou não de prebiótico não alterou

significativamente os componentes de cor das bagas.

3.6 Análise Sensorial

94

As avaliações dos parâmetros sensoriais e afetivos ocorreram com julgadores não

treinados de ambos os sexos, com idade entre 19 e 66 anos. O perfil dos

julgadores é apresentado na Tabela 5. Diariamente participaram 50 julgadores,

totalizando 96 julgadores não treinados. A maioria deles participou mais de um

dia.

De acordo com as notas atribuídas a cada parâmetro por cada julgador, foi

considerada a posição de preferência deste julgador em relação aos tratamentos

B, K, L e X, em cada dia de análise, com ordenação crescente entre estes postos.

O tratamento com a menor nota recebeu posto 1, o tratamento com a segunda

menor nota, recebeu posto 2, o tratamento com a terceira menor nota, recebeu

posto 3 e o tratamento com a maior nota, recebeu posto 4, que somados

totalizaram 10. Quando houve empates das notas atribuídas pelos julgadores aos

diferentes tratamentos, a nota considerada foi a média delas (Ex: notas 5, 6, 5 e

8, para os tratamentos B, K, L e X, os postos atribuídos foram: 1,5, 3,0, 1,5 e 4,0,

respectivamente).

Tabela 5 – Perfil de julgadores não treinados na análise sensorial de uvas

Thompson

Condição % n

Sexo

F 67,7 65

M 32,3 31

Idade (anos)

<21 9,4 9

21 a 30 52,1 50

31 a 40 25,0 24

41 a 50 7,3 7

>50 6,2 6

Analisando os postos obtidos para a variável Tonalidade de Cor no primeiro dia

de análise, observa-se que o tratamento que recebeu as menores notas foi o

tratamento X, em que a maioria dos julgadores deu a menor nota para este

tratamento. O tratamento K foi o que recebeu as maiores notas, seguido pelo

tratamento B, enquanto que o tratamento L ficou com notas intermediárias. Na

semana seguinte observou-se comportamento similar, com maiores notas para o

tratamento K, seguido do tratamento B, sem diferença entre os tratamentos L e X.

Na terceira semana foi observado pequeno aumento nas notas do tratamento B,

95

superando o K, mas o tratamento X permaneceu apresentando as menores notas.

Na última semana de análise foram percebidas menores notas para o tratamento

B, com ampla variação nestas. O tratamento K apresentou novamente as

melhores notas para a variável Tonalidade de cor, merecendo destaque neste

atributo, conforme ilustrado na Figura 3.

a b

c d

Figura 3: Box-plot para a variável Tonalidade de Cor, nos quatro dias de análise

sensorial (a – 1ª semana; b – 2ª semana; c – 3ª semana; d – 4ª semana).

Analisando os postos obtidos para a variável brilho, observa-se alternância entre

a preferência dos julgadores quanto a este atributo nas amostras do tratamento B

e K. Conforme Figura 4, o tratamento B recebeu as maiores notas na primeira e

terceira semana, enquanto o tratamento K recebeu as melhores notas na segunda

e quarta semana. O tratamento L ficou com notas intermediárias em todos os

momentos analisados. Observa-se que o tratamento que recebeu as menores

notas foi o tratamento X, em que a maioria dos julgadores atribuiu menor nota

para este tratamento nos quatro dias de análise. Este resultado está relacionado

ao fato da aplicação da cera de carnaúba conferir natural brilho aos frutos que ela

recobre, destacando negativamente o tratamento controle – tratamento X (HALL,

2011). Fakhouri e colaboradores (2007), em trabalho com coberturas comestíveis

à base de amidos nativos e gelatina em uvas Crimson também observaram

96

maiores valores para os parâmetros aparência global, cor, brilho e intenção de

compra nas amostras tratadas.

a b

c d

Figura 4: Box-plot para a variável Brilho, nos quatro dias de análise sensorial (a –

1ª semana; b – 2ª semana; c – 3ª semana; d – 4ª semana).

No atributo Aparência Global, o tratamento K se destacou novamente, obtendo as

melhores notas nos quatro momentos de análise, sendo acompanhada pelo

tratamento B na primeira e terceira semana. O tratamento com menores notas foi

o tratamento X, em que metade dos julgadores deu as menores notas para este

tratamento, no primeiro dia de análise. No segundo e terceiro dia de análise o

tratamento controle manteve as menores notas. O tratamento L manteve notas

intermediárias.

Analisando os postos obtidos para a variável firmeza, observa-se que não houve

muita diferença entre as notas dos tratamentos analisados, mantendo-se as notas

próximas entre si em todos momentos de análise. O tratamento L registrou leve

oscilação positiva entre as notas recebidas na primeira e segunda semana e

levemente negativa na terceira semana de análise. Embora com pouca diferença,

97

o tratamento X se destacou positivamente na terceira e quarta semana e

negativamente apenas na segunda semana de análise, mostrando-se levemente

mais firme que as amostras tratadas. As amostras B e K apresentaram valores

intermediários.

Estes resultados estão de acordo com os obtidos por Pastor e colaboradores

(2011), que utilizando 40 julgadores não treinados não encontrou diferença

significativa para o parâmetro firmeza entre uvas cobertas ou não com

hidroxipropilmetilcelulose aditivada de extrato de própolis acondicionadas sob

refrigeração.

Analisando os postos obtidos para a variável Resistência ao Corte, observa-se

que não houve muita diferença em relação a preferência dos julgadores,

mantendo-se as notas próximas entre si em todos momentos de análise. O

tratamento B obteve notas levemente superiores que as demais na segunda e

terceira semana de análise, sendo acompanhado pelo tratamento X nesta última.

Comportamento similar ocorreu no atributo Arenosidade, onde foi observado que

não houve muita diferença entre as notas atribuídas aos tratamentos, havendo

uma maior concentração nas notas centrais, que corresponderia à sensação

“Nem gostei nem desgostei” do questionário aplicado.

Por se tratar de análise sensorial com julgadores não treinados, as notas

atribuídas aos parâmetros sensoriais Firmeza, Resistência ao Corte e

Arenosidade podem ter sofrido interferência da pouca familiaridade dos julgadores

com este tipo de avaliação, que, desta forma, registraram notas próximas entre si

para as quatro amostras em todos momentos analisados.

Para a variável Sabor Doce, observa-se que houve grande oscilação entre as

notas atribuídas aos quatro tratamentos nos quatro dias de análise. Na primeira

semana as amostras apresentaram notas próximas entre si com pequena

diferença negativa para o tratamento K. Na segunda semana houve pequeno

aumento das notas atribuídas ao tratamento L e pequena diminuição nas notas de

X. Na terceira semana o tratamento X obteve as maiores notas, seguido do

tratamento K, porém estas não se repetiram na última semana, quando o

tratamento L se destacou com as maiores notas, seguido dos tratamentos K e X.

98

Estes resultados estão de acordo com os observados na análise de teores de SS

e ATT. Em se tratando de produtos naturais, há heterogeneidade entre as

amostras, que aliada ao caráter destrutivo da análise, necessitando de novas

bagas a cada momento, resulta em grande variação entre os valores medidos

instrumentalmente nos diferentes momentos de análise. Esta variação foi

observada em trabalhos com uvas experimentados por Santos e colaboradores

(2012), Sánchez-González e colaboradores (2011) e Mota e colaboradores

(2010). O mesmo ocorre com os parâmetros sensoriais relacionados ao sabor,

que são influenciados pelos teores de compostos presentes nas bagas de cada

tratamento analisadas a cada dia.

Considerando o caráter individual de cada julgador de preferir uma amostra com

maior ou menor caráter doce e assim atribuir uma maior nota a este tratamento

pode ter influenciado na ampla variação das notas apresentadas. O modelo de

questionário utilizado considerou uma escala hedônica de nove pontos

relacionada à percepção do julgador quanto à amostra. Não foi questionada a

intensidade do Sabor Doce percebida, mas sim a sensação gerada pela interação

da amostra com o julgador, o que tornou a análise mais subjetiva.

O mesmo ocorreu para as notas relacionadas ao sabor ácido, mesmo que em

menor amplitude. Aqueles julgadores que encontraram amostras com alta acidez

registraram notas maiores ou menores de acordo com suas preferências.

Observando os postos obtidos para o atributo Sabor Ácido, observa-se

comportamento similar ao ocorrido para o Sabor Doce, embora em menor

amplitude, mantendo as notas próximas do ponto central, conforme apresentado

na Figura 5. O tratamento X se diferenciou dos demais tratamentos, com notas

levemente superiores, no primeiro e terceiro dias de análise. O tratamento B

apresentou menores notas na segunda e terceira semana de análise.

99

a b

c d

Figura 5: Box-plot para a variável Sabor Ácido, nos quatro dias de análise

sensorial (a – 1ª semana; b – 2ª semana; c – 3ª semana; d – 4ª semana).

Analisando os postos obtidos para o atributo Sabor Global, observa-se que o

tratamento L recebeu as maiores notas na 1ª, 2ª e 4ª semana, enquanto o

tratamento B recebeu as menores notas na maioria das análises (1ª, 3ª e 4ª

semana). A amostra X recebeu as maiores notas no 3º dia e as menores no 2º dia

de análise. O tratamento K apresentou notas intermediárias.

Ao avaliar os postos obtidos para a Intenção de Compra, observa-se que o

tratamento B recebeu as menores notas no 1º, 3º e 4º momento de análise. O

tratamento K recebeu as maiores notas no 2º, 3º e 4º dia de análise, sendo

considerado o preferido entre os julgadores, conforme Figura 6.

100

a b

c d

Figura 6: Box-plot para a variável Intenção de Compra, nos quatro dias de análise

sensorial (a – 1ª semana; b – 2ª semana; c – 3ª semana; d – 4ª semana).

A Tabela 6 mostra a porcentagem de julgadores com intenção de compra, de

acordo com os postos das notas atribuídas de cada um dos tratamentos na quarta

semana de análise.

Tabela 6 – Postos das notas para a variável Intenção de Compra, no quarto dia

de análise sensorial.

Posto B K L X

1 40% 2% 6% 10%

1,5 22% 18% 14% 12%

2 4% 14% 20% 8%

2,5 6% 14% 22% 18%

3 0% 18% 16% 18%

3,5 6% 18% 20% 20%

4 22% 16% 4% 14%

A Tabela 7 mostra a porcentagem de julgadores com intenção de compra positiva

e negativa, considerando os postos atribuídos as notas, de cada uma dos

101

tratamentos. Não foi considerada a porcentagem de pessoas com dúvidas em

relação à compra.

Tabela 7: Extremo do postos das notas para a variável Intenção de Compra no primeiro dia de analise sensorial

Posto B K L X

1 + 1,5 62% 20% 20% 22%

3,5 + 4 28% 34% 24% 34%

A partir da Tabela 7, infere-se maior preferência dos julgadores pelas amostras K

e X, com 34% dos julgadores registrando a intenção de adquiri-las. A amostra B

atingiu 28% dos julgadores com intenção positiva de compra, enquanto que a

amostra L registrou a menor intenção, com 24% dos julgadores.

O tratamento B foi o que apresentou maior rejeição, registrando 62% dos

julgadores com intenção negativa quanto à aquisição da amostra. O tratamento X

registrou 22% de rejeição quanto à intenção de compra. Os tratamentos K e L

foram os que registraram menor rejeição, com 20% dos julgadores cada, no

último dia de análise sensorial.

Dos nove parâmetros sensoriais avaliados, considerando as medianas dos postos

atribuídos nos quatro dias de análises sensoriais, o tratamento K se destacou em

três deles, Tonalidade de Cor, Brilho e Aparência Global, sendo a este tratamento

atribuído também o maior percentual de Intenção de Compra no último dia de

análise. Os tratamentos L e B tiveram relevância nos parâmetros avaliados,

recebendo notas, na sua maioria, superiores às atribuídas ao tratamento controle.

Estes resultados evidenciam que a aplicação de cobertura comestível enriquecida

de prebiótico teve influência positiva para as bagas de uva.

102

4. CONCLUSÕES

A aplicação de cobertura comestível interferiu na perda de massa das uvas

Thompson durante 31 dias de armazenamento sob refrigeração. Houve

interferência negativa, aumentando a velocidade da perda de massa quando

avaliados cachos íntegros, e positiva, diminuindo a velocidade da perda de massa

quando avaliadas bagas livres do engaço.

Acredita-se que o sutil aumento da ATT observada em todas as amostras está

relacionado ao estágio de maturação dos frutos quando colhidos ou às condições

de refrigeração terem desencadeado alterações bioquímicas indesejadas, mas

descarta-se a possibilidade de desencadeamento de processo fermentativo entre

as amostras que receberam as coberturas visto os valores de ATT apresentados

pela amostra controle.

Abalizado que não foram percebidas grandes alterações nos parâmetros físico-

químicos, colorimétricos e sensoriais analisados, e que a relação SS/ATT

mostrou-se satisfatória para os padrões de comercialização no mercado interno e

externo, a aplicação de coberturas comestíveis à base de cera de carnaúba

mostra-se promissora para incorporação de ingredientes ativos em uvas de mesa

variedade Thompson.

103

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106

CAPÍTULO 4

INFLUÊNCIA DE COBERTURA COMESTÍVEL ENRIQUECIDA COM PREBIÓTICO, NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE UVAS VARIEDADE

THOMPSON

Influence of edible coating enriched with prebiotic in mechanical proprieties of grape Thompson variety

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de cobertura comestível à base de cera de carnaúba enriquecida de prebiótico nas propriedades de textura de uvas Thompson, armazenadas sob refrigeração. Após a seleção, os frutos foram

higienizados em solução de hipoclorito de sódio 0,01% por 30 minutos, secadas à temperatura ambiente, imersas nas soluções aquosas de cera de carnaúba

enriquecidas de Frutooligossacarídeo nas concentrações 50:20, 25:10, 25:0 e controle (sem cobertura) por 10 segundos, secadas sob ventilação, acondicionadas em embalagens plásticas de PET perfuradas e armazenadas a

6±2°C, por 31 dias. Foram avaliados parâmetros de textura em testes de punctura e dupla compressão (TPA). Os parâmetros de textura de uvas Thompson foram

alterados durante o período avaliado, mas sem evidências de interferência das coberturas aplicadas. A aplicação das coberturas comestíveis enriquecidas de ingrediente funcional não alteraram significativamente os parâmetros avaliados

mostrando-se promissora para a comercialização de uvas de mesa variedade Thompson. Termos para indexação: Vitis vinifera, ingrediente funcional, textura, pós-

colheita.

ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate the influence of edible coating based carnauba wax enriched with prebiotic to properties of texture in Thompson grapes stored under refrigeration. After selection, the fruits were cleaned in a solution of

0.01% sodium hypochlorite for 30 minutes, dried at room temperature, immersed in aqueous solutions of carnauba wax enriched concentrations of

fructooligosaccharides 50:20, 25:10, 25: 0 and control (uncovered) for 10 seconds, dried under ventilation, packed in PET plastic perforated and stored at 6 ± 2°C for 31 days. Texture parameters were evaluated in tests of dual compression (TPA)

and puncture. The texture parameters of Thompson grapes were changed during the study period, but no evidence of interference of the coverage applied. The

application of edible coatings enriched functional ingredient did not significantly alter the parameters evaluated showing promise for the marketing table grape variety Thompson. Keywords: Vitis vinifera, functional ingredients, texture, post-harvest.

107

1. INTRODUÇÃO

A uva (Vitis vinifera L.) constitui uma das principais frutas exploradas no Vale do

São Francisco. O cultivo de uvas sem semente vem aumentando, sendo que a

variedade Thompson Seedless tem despertado grande interesse dos produtores,

pois é a principal variedade de uvas sem semente cultivada no mundo, com

excelente aceitação no mercado externo (LEÃO et al., 2005).

A uva é uma fruta não climatérica, ou seja, não amadurece após a colheita. Em

razão disso, ela só deve ser colhida quando atingir as condições apropriadas para

o consumo. Por outro lado ela é considerada uma fruta de alta perecibilidade, e

mesmo havendo hoje grandes avanços tecnológicos, com técnicas cuidadosas de

manejo e armazenamento, as perdas pós-colheita do produto, estimada entre 20

e 95%, causam grandes prejuízos aos viticultores (CHOUDHURY e COSTA,

2004; MATTIUZ et al., 2009; CARVALHO FILHO et al., 2006; LIMA, 2010).

Diversas tecnologias vêm sendo aplicadas na área de pós-colheita de frutas,

buscando minimizar os prejuízos com as perdas. Dentre as tecnologias aplicadas,

destacam-se o uso de filmes e revestimentos, que apresentam potencial para

retardar as reações de degradação e/ou síntese de substâncias em frutas,

proporcionado maior vida útil, como, por exemplo, em uvas (PASTOR et al., 2011;

SÁNCHEZ-GONZÁLEZ et al., 2011) mangas (SOUZA et al., 2011; LIMA et al.,

2012), goiabas (FAKHOURI e GROSSO, 2003) e morangos (VU et al., 2011;

COLLA, 2004).

Coberturas comestíveis são substâncias aplicadas na superfície de alimentos de

modo que o produto final está pronto para o consumo (BALDWIN e HAGENMAIER,

2011). Os filmes além de constituírem-se uma barreira efetiva à perda de vapor

d‟água e troca gasosa apresentam-se como materiais de embalagem

biodegradáveis que podem ajudar na proteção contra danos mecânicos, carrear

ingredientes funcionais e diminuição da contaminação microbiana, sendo mais

frequente seu uso em frutas e hortaliças (FAKHOURI et al., 2007; ALLEONI et al.,

2006; CARVALHO FILHO et al., 2006; ZHAO, 2011; LIMA et al., 2012).

Dentre os diversos tipos de materiais usados como coberturas comestíveis a cera

de carnaúba vem sendo utilizada no revestimento de diversas frutas, como por

108

exemplo no maracujá amarelo e na cereja (MOTA et al., 2006; CARVALHO

FILHO et al., 2006). A cera de carnaúba refinada consiste principalmente de

ésteres de ácidos com 24 a 32 carbonos e mono-álcoois de cadeia longa. Esta

cera é classificada como substância GRAS (Generaly Recognized As Safe),

sendo considerada segura para uso em alimentos e seu uso permitido em

coberturas para frutas frescas e vegetais e outros tipos de alimentos (HALL,

2011).

Os frutooligossacarideos (FOS) são açúcares não convencionais, não

metabolizados pelo organismo humano e não calóricos, com sabor similar ao da

sacarose, de ocorrência natural principalmente em produtos de origem vegetal.

No entanto, a quantidade encontrada nesses alimentos é pequena, exigindo

consumo elevado para se obter o efeito funcional esperado (HARTEMINK et al.,

1997, SANTOS et al., 2008). Estes açúcares são considerados prebióticos uma

vez que promovem seletivamente o crescimento de probióticos como Acidophillus

e Bifidus. Essa característica faz com que os FOS promovam uma série de

benefícios à saúde humana, desde a redução de colesterol sérico até o auxílio na

prevenção de alguns tipos de câncer (PASSOS e PARK, 2003; MORAES e

COLLA, 2006, SANTOS et al., 2008).

O uso de substâncias naturais, aplicada como cobertura em frutas, enriquecida de

ingredientes com propriedades funcionais, pode ser uma alternativa viável para

aumentar a vida de prateleira de uvas de mesa agregando ainda mais valor ao

produto.

A textura é uma das características de qualidade mais importantes em frutas e

vegetais comestíveis. Textura inclui todas as características físicas sentidas pelo

toque, as quais são relacionadas à deformação do corpo analisado sob ação de

uma força aplicada e pode ser medido objetivamente em termos de força,

distância e tempo (LETAIEF et al., 2008).

Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a influência de coberturas à

base de cera de carnaúba enriquecidas de prebiótico nos parâmetros de textura

de uvas apirênicas da variedade Thompson.

109

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Material

As uvas foram adquiridas diretamente do produtor, em fazenda localizada próximo

ao município de Juazeiro – BA região do Vale do São Francisco, no período entre

agosto e outubro de 2012.

As uvas já se encontravam acondicionadas em cestas videiras plásticas de

polietileno tereftalato (PET) de 500g, como embalagem primária, e caixas de

papelão com capacidade para 10 destas cestas videiras, como embalagem

secundária (tal como são comercializadas). Estas caixas foram acomodadas em

caixas de isopor previamente refrigeradas e imediatamente transportadas até o

laboratório de processamento e análises, em Salvador – BA. Este transporte, de

aproximadamente 500 km (6 horas), foi realizado em caixas isotérmicas à

temperatura de aproximadamente 5°C, monitoradas por termômetro.

Foi utilizada emulsão de cera de carnaúba JVC WAX 36 (36% de cera de

carnaúba), da empresa Química JVC LTDA e Frutooligossacarideo ORAFTI GR

(96,4% de oligofrutose) da empresa Clariant.

2.1.1 Higienização e Seleção

Os cachos de uva foram lavados em água corrente seguidos de imersão em

solução de hipoclorito de sódio 100mg/L por 10 minutos.

Os cachos de uva foram retirados da solução e mantidos à temperatura ambiente

até a secagem completa.

Os cachos de uva foram selecionados, considerando o tamanho, a uniformidade

de cor e a integridade dos frutos de maneira a estabelecer homogeneidade entre

estes. Os cachos selecionados foram divididos em quatro lotes. Cada cacho

recebeu um cordão para facilitar a imersão e posterior secagem suspensa das

bagas, sendo identificados de acordo com o tratamento a ser recebido:

Tratamento B, K, L ou X (Controle), descritos na Tabela 1.

2.1.2 Preparo da Solução Filmogênica

O Frutooligossacarídeo foi dissolvido em água ultrapura à temperatura ambiente,

sob agitação manual até completa solubilização. Verteu-se sobre esta solução a

110

emulsão de cera de carnaúba e manteve-se a agitação manual até

homogeneização completa. As formulações foram preparadas conforme

percentuais apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 – Valores dos componentes utilizados no preparo das soluções

filmogênicas

B K L X

Emulsão de cera de carnaúba (%) 50 25 25 0

Frutooligossacarídeo (%) 20 10 0 0

Água QSP 500mL 500mL 500mL 500mL

Tratamento Componentes da formulação

As soluções foram dispostas em béqueres de 1L e procedeu-se a imersão dos

cachos, um por vez, permanecendo estes sob contato com sua respectiva

solução por 10 segundos. Procedeu-se a ascensão dos cachos e a secagem

ocorreu de modo suspenso, sem contato das bagas com superfícies, à

temperatura ambiente (25°C), por três horas.

Após completa secagem, os cachos foram retirados do suporte de secagem,

retirados os cordões de suspensão e foram armazenados sob refrigeração (2 a

8°C) em embalagens perfuradas de polietileno teraftalato (PET), específicas para

acondicionamento de frutas.

2.2 Análises Realizadas

2.2.1 Perda de Massa

As cestas videiras destinadas à avaliação da perda de massa foram identificadas

e pesadas em balança analítica.

2.2.2 Textura

Para análise dos parâmetros de textura foram utilizados dois tipos de análises:

Resistência à Perfuração (Punctura) e Perfil de Textura com Dupla compressão

(TPA). Foi utilizado um texturômetro marca Stable Micro Systems modelo TA-XT2i

para determinação dos parâmetros de textura, utilizando oito bagas de cada

tratamento para cada tipo de análise (dezesseis bagas/tratamento/dia). As

amostras foram posicionadas com seu eixo longitudinal na posição horizontal,

111

mantendo sempre o pedúnculo à direita. As análises ocorreram em intervalos de 5

dias.

2.2.2.1 Teste de Punctura

Foram considerados os parâmetros Força Máxima até o Rompimento (FMR) e

Distância Máxima até o Rompimento (DMR). Foi utilizado probe cilíndrico de

alumínio de 2mm de diâmetro (P/2) em um único ciclo. O equipamento foi

ajustado para trabalhar nas seguintes condições: velocidade inicial 1 mm/s,

velocidade de teste 1 mm/s, velocidade pós-teste 1 mm/s, distância percorrida

após contato com a amostra 6mm, força 5g, aquisição de dados 200 pps.

2.2.2.2 Análise do Perfil de Textura (TPA)

Foram considerados os parâmetros Dureza, Mastigabilidade, Adesividade,

Elasticidade, Coesividade e Resiliência. Foi utilizado probe cilíndrico de 1 ‟‟ (P/1)

em ciclo de dupla compressão. O equipamento foi ajustado para trabalhar nas

seguintes condições: velocidade inicial 1 mm/s, velocidade de teste 1 mm/s,

velocidade pós-teste 1 mm/s, distância percorrida após contato com a amostra

6mm, intervalo 5s, força 5g, aquisição de dados 200 pps.

2.3 Tratamento Estatístico

Nas análises de propriedades mecânicas, punctura e TPA, foram calculados os

valores medianos a partir dos valores obtidos. Após coleta dos valores das

replicatas, oito valores para cada parâmetro de textura, estes foram ordenados

crescentemente e a mediana foi calculada pela média dos dois valores centrais.

Os dados foram tratados estatisticamente através do teste de Kruskal-Wallis. Este

teste é indicado para comparar três ou mais tratamentos e é um teste não

paramétrico equivalente à ANOVA. Além disto, em alguns casos, foram ajustados

modelos e feito o teste de aleatorização.

112

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Teste de Punctura

Na Tabela 2 são apresentados os valores medianos para os parâmetros de

textura da análise de punctura: Força Máxima até o Rompimento (FMR) e

Distância Máxima até o rompimento (DMR).

Foi observado que houve um pequeno decréscimo no valor mediano de FMR em

todos os quatro grupos amostrados entre o primeiro e o sexto dia de análise. Nos

demais intervalos foram observadas pequenas oscilações entre os valores

medianos, variando entre 278,63 e 547,93N.

Os valores apresentados referem-se ao valor mediano das oito repetições de

cada tratamento, enquanto as letras sobrescritas sobre os valores medianos se

relacionam com a população do tratamento analisado. Estas letras demonstram a

existência ou não de diferença significativa entre as populações dos tratamentos,

após análise estatística, não se restringindo aos valores medianos obtidos.

A avaliação estatística demonstrou que a FMR nos dias 1, 6, 11 e 16 não

apresentou diferença entre os tratamentos, não rejeitando Ho, logo, os

tratamentos são provenientes da mesma população. Rejeita Ho para os dias 21,

26 e 31. Logo, os quatro tratamentos não são provenientes da mesma população,

apresentando diferença significativa, ao nível de 5%, entre os tratamentos.

Conforme apresentado na Tabela 2, no dia 21 houve diferença entre os

tratamentos B e L e K e L; No dia 26 existiu diferença apenas entre os

tratamentos K e X e L e X; No dia 31 existe diferença entre os tratamentos L e K e

L e X.

Houve pequeno aumento no valor da mediana calculada para DMR nos quatro

grupos amostrados, no decorrer dos dias. Após tratamento estatístico foi

observado que não houve diferença significativa, ao nível de 5%, entre os

tratamentos nos dias 1 e 21, pois não foi rejeitado Ho, concluindo que não existe

diferença significativa entre os mesmos. Em relação às análises realizadas nos

dias 6, 11, 16, 26 e 31, pode-se concluir que os quatro tratamentos não são

provenientes da mesma população, situações em que foi rejeitado Ho.

113

Conforme Tabela 2, no dia 6 foi observada diferença apenas entre os tratamentos

L e X; no dia 11 entre os tratamentos B e X; no dia 16 existe diferença entre os

tratamentos B e X e L e X; No dia 26 existe diferença entre os tratamentos K e X e

L e X; No dia 31 existe diferença entre os tratamentos K e L e L e X.

Tabela 2 – Valores medianos dos parâmetros de textura Força Máxima até o Rompimento (FMR) e Distância Máxima até o Rompimento (DMR) de uvas

Thompson.

Dias após aplicação

da cobertura

Tratamentos

B K L X

FMR (N)

1 351,55a 342,95a 310,60a 342,30a

6 291,80a 274,60a 312,90a 278,40a

11 410,40a 323,60a 351,65a 401,50a

16 387,70a 344,15a 310,90a 359,90a

21 397,75b 433,30b 271,00a 384,00a,b

26 386,85a,b 306,45a 315,20a 548,30b

31 393,40a,b 344,60a 467,50b 296,15a

DMR (mm)

1 2,80a 3,30a 3,05a 2,90a

6 2,60a,b 3,15a,b 3,70b 2,40a

11 4,25b 3,30a,b 3,85a,b 2,95a

16 4,40b 3,45a,b 3,90b 3,15a

21 5,20a 5,15a 3,80a 4,85a

26 4,50a,b 3,80a 4,15a 6,00b

31 4,60a,b 4,20a 5,35b 3,50a

Medianas seguidas de letras iguais na mesma linha correspondem aos tratamentos que não

diferem entre si ao nível de p≤0,05.

Foram calculados modelos de regressão linear simples, considerando o dia de

análise como variável independente para avaliação do efeito do tempo sobre a

FMR e DMR, sendo as equações e p-valor apresentados na Tabela 3.

Tabela 3 – Modelos de regressão linear simples para Força Máxima até o

Rompimento (FMR) e Distância Máxima até o Rompimento (DMR) em uvas Thompson.

equação p-valor equação p-valor

B FMRB=331,079+2,585Dia 0,1105 DMRB=2,8706+0,0705Dia 0,0199

K FMRK=310,893+1,891Dia 0,3582 DMRK=3,0123+0,0424Dia 0,0667

L FMRL=294,573+3,719Dia 0,3046 DMRL=3,1849+0,0530Dia 0,0125

X FMRX=322,723+2,649Dia 0,4266 DMRX=2,44709+0,0777Dia 0,0788

FMR DMRTratamento

114

A partir dos p-valores observados, nota-se que não existe efeito do tempo sobre a

FMR para os tratamentos ao nível de 5% de significância. Porém quando se

observam os p-valores de DMR, nota-se que existe efeito do tempo sobre a DMR

para os tratamentos B e L (p-valor<0,05), enquanto os tratamentos K e X

apresentam p-valores muito próximo da zona de rejeição (0,0667 e 0,0788,

respectivamente). Isto demonstra que o tempo interfere na DMR destas bagas.

De acordo com Carvalho Filho e colaboradores (2005), a resistência mecânica da

epiderme diminui com o avanço do amadurecimento, entretanto todos os

tratamentos evidenciaram em algum momento aumento destes valores. Tal fato

pode ser atribuído à perda de massa das amostras decorrente da respiração da

fruta durante o armazenamento, que causa diminuição do turgor das bagas. Ao

aplicar as forças para punção, a epiderme do fruto oferece mais resistência pois

está mais flexível e tem maior capacidade de deformação antes da ruptura

(CARVALHO FILHO et al., 2005; PASTOR et al. 2011). Esse fenômeno foi notado

por Drake e Fellman (1987), que encontraram aumento na resistência mecânica,

sendo este atribuído à perda de água nos frutos.

Após 31 dias de experimento, as amostras apresentavam perda acumulada de

massa em torno de 14%, conforme exibido na Tabela 4, registrando assim taxa de

perda média de massa em torno de 0,5% ao dia. Esta taxa de perda de massa

mostra-se inferior à observada por Albertini e colaboradores (2009), que

trabalharam com uva Itália à temperatura ambiente (21,2°C) por 9 dias,

observando percentual de perda média de massa 0,7333%/dia.

Tabela 4 – Perda de massa acumulada de uvas Thompson após 31 dias de armazenamento refrigerado

Tratamento Perda acumulada (%)

B 18,14

K 14,04

L 14,64

X 13,86

Tratamento B=50:20; K=25:10; L=25:0; X=0:0

Os resultados encontrados corroboram com os obtidos por Pastor e

colaboradores (2011), que realizando testes de compressão (FMR e DMR) em

uvas de mesa variedade Muscatel revestidas por cobertura comestível à base de

115

hidroxipropilmetilcelulose contendo extrato de própolis, armazenadas sob

refrigeração (1-2°C), não identificaram quaisquer diferenças significativas entre as

bagas tratadas e as controle quanto às respostas mecânicas resultantes do

revestimento ou tempo de armazenamento.

3.2 Análise do Perfil de Textura (TPA)

Na Tabela 5 são apresentados os valores medianos dos parâmetros de textura

Dureza, Mastigabilidade, Adesividade e Mastigabilidade obtidos através da

análise do perfil de textura dos quatro tratamentos.

Os valores medianos obtidos para o parâmetro Dureza variaram entre 2047,75N

(tratamento L) e 2896,20N (tratamento B) no primeiro dia de análise. Após 31 dias

de aplicação das coberturas os valores variaram entre 2429,45N (tratamento B) e

2839,45N (tratamento K).

No parâmetro Dureza houve diferença significativa envolvendo o tratamento L em

cinco dos sete dias de análise, apresentando este tratamento os menores valores

para este parâmetro. No 1º e 6º dia após aplicação das coberturas, ocorreu entre

os tratamentos L e B, e no 11º, 16º e 26º dia entre os tratamentos L e X. No 21º e

31º dia não houve diferença entre os tratamentos.

A adesividade é um parâmetro da TPA representado por valores negativos. Ela é

manifestada graficamente pelo pico negativo formado entre o primeiro e segundo

ciclo de compressão. Quanto maior a adesividade de uma amostra mais negativo

será o valor da área atribuída. Os maiores valores absolutos para o parâmetro

adesividade foram percebidos no tratamentos B: -41,6mJ (16º dia), -23,55mJ (26º

dia) e -20,90mJ (6º dia), conforme apresentado na Figura 1. O tratamento K

também apresentou expressivos valores negativos: -17,70mJ (11º dia), -4,70mJ

(26º dia) e -3,05mJ (6º dia). Foram verificadas diferenças significativas entre os

tratamentos neste parâmetro nos dias 6, 11, 16 e 26. Os tratamentos B e X

mostraram diferença significativa nestes três dias. No 6º dia observa-se diferença

significativa entre os tratamentos B e L. Nos 11º e 26º dias, as diferenças

significativas foram observadas entre os tratamentos K e X.

116

Tabela 5 – Valores medianos dos parâmetros de textura Dureza, Adesividade, Elasticidade e Mastigabilidade obtidos por TPA de uvas Thompson.

Dias após aplicação da

cobertura

B K L X

Dureza (N)

1 2896,20b 2282,75a,b 2047,75a 2424,75a,b

6 2799,50b 2142,35a,b 1900,30a 2119,75a,b

11 2654,15a,b 2576,00a,b 1991,15a 3366,75b

16 2240,05a,b 2280,45a 1691,05a 3033,25b

21 2124,65a 2684,45a 2288,70a 2843,85a

26 2221,10a,b 2464,95a,b 2290,10a 2925,55b

31 2429,45a 2839,45a 2624,90a 2515,10a

Adesividade

1 -0,05a -0,30a 0,20a 0,10a

6 -20,90a -3,05a,b -0,05b -0,30b

11 -3,75a -17,70a -0,06a,b 0,05b

16 -41,60a -0,45a -0,70a 0,10a

21 0,10a -0,65a 0,15a 0,10a

26 -23,55a -4,70a -1,75a,b 0,25b

31 0,20a -1,15a 0,00a -0,30a

Elasticidade

1 0,70a 0,74a 0,74a 0,75a

6 0,84a 0,78a 0,78a 0,77a

11 0,73b 0,73b 0,72b 0,67a

16 0,72b 0,70a,b 0,72b 0,62a

21 0,69a 0,67a 0,72a 0,75a

26 0,65a,b 0,58a 0,60a,b 0,72b

31 0,70a 0,67a 0,70a 0,66a

Mastigabilidade

1 790,30a 734,80a 692,50a 809,40a

6 973,80b 729,00a 743,10a,b 717,30a

11 973,00b 937,80b 631,50a 886,00b

16 745,50b 619,40a 611,90a 795,30b

21 662,30b 834,00a,b 661,60a 1092,70b

26 581,10a 516,20a 525,40a 944,10b

31 747,00a,b 808,70a,b 867,50b 605,80a Medianas seguidas de letras iguais na mesma linha correspondem

aos tratamentos que não diferem entre si ao nível de p≤0,05.

A adesividade mais pronunciada nos tratamentos B e K está relacionada com a

presença de FOS nestas formulações. O frutooligossacarídeo é estruturalmente

um açúcar, de alta higroscopia. Quando as bagas são retiradas da temperatura de

refrigeração (2 a 8°C) e entram em contato com o ar (25°C) há rápida

117

ressolubilização do FOS que estava sólido na superfície da baga com as

moléculas de água presente no ar, que se encontram em temperatura mais

elevada, que por sua vez se condensam nesta superfície dando a sensação de

bagas pegajosas. Nos tratamentos L e X em que não houve incorporação de

FOS, o reequilíbrio das moléculas de água que condensam na superfície das

bagas ocorre de maneira mais rápida, retornando as moléculas de água para o ar.

Devido à alta concentração de soluto (FOS) nas formulações B e K, a evaporação

da água ocorre de maneira mais lenta para o ar, mantendo a sensação de bagas

pegajosas por mais tempo nestes tratamentos, sendo esta identificada pelo

texturômetro.

-60,00

-40,00

-20,00

0,00

20,00

1 6 11 16 21 26 31

mJ

Dias

Adesividade

B

K

L

X

Figura 1 – Valores medianos para parâmetro de textura adesividade em uvas com

coberturas comestíveis.

Foi verificado o decaimento dos valores medianos para o parâmetro elasticidade,

em todos os tratamentos, sendo observado acentuado declínio no tratamento X

(controle) na primeira metade do estudo (11º e 16º dias), retornando a valores

superiores em seguida. No 1º dia os valores variaram entre 0,70 (tratamento B) e

0,75 (tratamento X), enquanto que no 31º dia variaram entre 0,66 (tratamento X) e

0,70 (tratamento B). Foram verificadas diferenças significativas entre os

tratamentos nos dias 11, 16 e 26. No 11º dia o tratamento X se mostrou diferente

dos demais. No 16º dia houve diferença significativa entre os tratamentos B e X e

entre L e X. No 26º dia os tratamentos K e X que diferiram estatisticamente.

A elasticidade na TPA é representada pela razão entre as duas medidas de

comprimento do gráfico, registradas em unidades de tempo (segundos) gastos até

atingir a profundidade fixada (0,6cm), durante cada um dos dois ciclos de

compressão. Quanto mais próximo a 1, maior a elasticidade da amostra, visto que

o tempo necessário para atingir o ponto máximo de compressão no segundo ciclo

118

foi muito próximo ao tempo necessário para atingir este ponto no primeiro ciclo.

Conforme apresentado na Figura 2, os valores medianos no tratamento B para o

parâmetro elasticidade foram, na sua maioria, superiores aos demais, com a

totalidade dos valores superiores a 0,60, demonstrando que estas bagas de uva

tiveram menor deformação irreversível diante da força aplicada, mostrando maior

elasticidade sobre os demais tratamentos.

0,60

0,70

0,80

0,90

1 6 11 16 21 26 31

Dias

Elasticidade

B

K

L

X

Figura 2 – Valores medianos para parâmetro de textura elasticidade em uvas com

coberturas comestíveis.

Os valores medianos obtidos para o parâmetro coesividade variaram entre 0,39

(tratamento K) e 0,46 (tratamento X) no 1º dia de análise e entre 0,39 (tratamento

X) e 0,47 (tratamento L) no 31º dia. O Valor máximo foi obtido no 6º dia, com o

valor de 0,52 (tratamento L). Não houve diferença estatística significativa entre os

quatro tratamentos apenas no 21º dia após aplicação das coberturas. No 1º dia

não houve diferença significativa apenas entre os tratamentos B e K e

tratamentos L e X. No 6º dia o tratamento L apresentou diferença significativa dos

demais tratamentos, o mesmo ocorreu com o tratamento X no 26º dia. No 11º dia

o tratamento X apresentou diferença dos tratamentos B e K. O tratamento L se

mostrou diferente estatisticamente dos tratamentos K e X no 16º dia. No 31º dia

foi verificada diferença significativa entre o tratamentos L e K e entre L e X.

A coesividade é instrumentalmente medido como a amostra resiste a uma 2ª

deformação em relação à anterior. Razão do trabalho realizado no 2º ciclo pelo 1º

ciclo. Difere da elasticidade por este cálculo envolver duas áreas, enquanto a

elasticidade correlaciona duas distâncias no gráfico, medido em unidade de

tempo.

Os valores medianos de mastigabilidade variaram entre 692,50N (tratamento L) e

809,40N (tratamento X) no 1º dia de análise e entre 605,80N (tratamento X) e

119

867,50N (tratamento L) no 31º dia de análise, registrando máximo valor no 21º

dia, 1092,70N (tratamento X). Apenas no 1º dia de análise não foi verificada

diferença significativa entre os tratamentos para o parâmetro mastigabilidade. No

6º dia foi verificada diferença significativa entre os tratamentos B e K e entre os

tratamentos B e X. No 11º dia houve diferença entre o tratamento L e os demais

tratamentos. No 16º dia houve diferença entre os tratamentos B e K, B e L, K e X

e L e X. No 21º ouve diferença entre os tratamentos B e X e entre L e X. No 26º

dia, o tratamento X se diferenciou dos demais. No 31º foi percebida diferença

apenas entre os tratamentos L e X.

Quanto ao parâmetro mastigabilidade foram verificados valores inferiores para o

tratamento L, quando comparados aos valores obtidos para os outros

tratamentos. Diante do fato que este parâmetro é definido como o produto da

dureza x coesividade x elasticidade, tais valores médios registrados podem ser

atribuídos aos baixos valores obtidos por este tratamento nos parâmetros dureza

e elasticidade.

Isto demonstra que a resposta das uvas à compressão não é alterada pela

resistência mecânica da casca ou cobertura. Existem flutuações dos valores de

FMR de diferentes amostras durante o período de armazenamento, o que pode

ser justificado pela natural variabilidade do produto.

Quanto ao parâmetro resiliência só não foi verificada diferença significativa entre

os tratamentos no 11º dia após aplicação das coberturas. O valor mínimo foi

registrado no 26º dia, 0,17 nos tratamentos B, K e L, enquanto o valor máximo foi

registrado no tratamento L no 6º dia: 0,27. No 1º dia não houve diferença

significativa apenas entre os tratamentos B e K e tratamentos L e X. No 6º dia o

tratamento B se mostrou estatisticamente diferente dos demais. No 16º dia houve

diferença significativa entre os tratamentos B e L e entre os tratamentos L e X. NO

21º dia houve diferença significativa entre os tratamentos B e X e entre os

tratamentos L e X. No 26º dia o tratamento X mostrou-se diferente

estatisticamente dos demais tratamentos. No 31º dia foi verificada diferença

significativa entre o tratamentos L e K e entre L e X.

De acordo com a Tabela 6, nos dias 1, 16, 26 e 31, os parâmetros coesividade e

resiliência evidenciaram a ocorrência de diferença estatística significativa entre os

120

mesmos tratamentos. Não foi encontrada justificativa com fundamentação

matemática para estas observações ocorridas nestas datas. O valor de resiliência

é calculado pela relação entre a área registrada no texturograma referente à

segunda metade do primeiro ciclo de compressão (A2), após o probe ter atingido

a distância máxima fixada nas condições de análise, sobre a área da primeira

metade deste primeiro ciclo (A1) e remete à capacidade do corpo retornar à sua

forma original (que existia antes de sofrer ação da força do probe) após ter sido

cessada a ação desta força. Enquanto o valor de coesividade é calculado pela

relação entre a área total do segundo ciclo (A4+A5) pela área total do primeiro

ciclo de compressão (A1+A2) e remete como um produto resiste a uma segunda

deformação em relação à anterior (LANNES, 2011; HENRIQUE, 2008).

Tabela 6 – Valores medianos dos parâmetros de textura Coesividade e

Resiliência obtidos por TPA de uvas Thompson.

Coesividade

1 0,41a 0,39a 0,44b 0,46b

6 0,38a 0,44a 0,52b 0,47a

11 0,49b 0,49b 0,44a,b 0,41a

16 0,45a 0,45a,b 0,50b 0,41a

21 0,42a 0,46a 0,43a 0,48a

26 0,39a 0,36a 0,37a 0,47b

31 0,44a,b 0,41a 0,47b 0,39a

Resiliência

1 0,19a 0,19a 0,22b 0,23b

6 0,18a 0,23b 0,27b 0,23b

11 0,22a 0,22a 0,21a 0,20a

16 0,21a 0,21a,b 0,23b 0,20a

21 0,19a 0,21a,b 0,19a 0,23b

26 0,17a 0,17a 0,17a 0,23b

31 0,19a,b 0,19a 0,22b 0,18a Medianas seguidas de letras iguais na mesma linha

correspondem aos tratamentos que não diferem entre si ao nível de significância α = 0,05.

Verifica-se um significante aumento na perda de elasticidade e resiliência, no final

do período, em todas amostras. Estes valores são correlacionados com os

resultados de perda de massa. A maior perda de massa gera menor turgor e, por

conseguinte, menores valores de força de compressão no segundo ciclo, já que a

deformação tecidual provocada no primeiro ciclo reacomodou estas estruturas.

Desta maneira, a propriedade de barreira ao vapor d‟água da cobertura tem o

efeito positivo de manter a textura da fruta (SÁNCHEZ-GONZÁLEZ et al., 2011).

121

4. CONCLUSÕES

A incorporação do frutooligossacarídeo em coberturas comestíveis aumentou a

adesividade das bagas de uva, interferindo negativamente na textura destas. Os

demais parâmetros de textura avaliados não foram influenciados pela aplicação

da cobertura à base de cera de carnaúba adicionada ou não de prebiótico.

Abalizado que não foram verificadas alterações significativas nos parâmetros de

textura analisados a aplicação de coberturas comestíveis à base de cera de

carnaúba mostra-se promissora para incorporação de ingredientes ativos em uvas

de mesa variedade Thompson.

122

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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125

CONCLUSÕES GERAIS

A etapa de desenvolvimento da formulação ideal, utilizando um delineamento

experimental com fatorial incompleto mostrou-se satisfatória para escolha dos

tratamentos a serem repetidos na segunda etapa, com maior aprofundamento das

análises de atributos de qualidade.

O uso de percentual superior a 20% de frutooligossacarídeo em formulações à

base de cera de carnaúba não se mostraram interessantes para aplicação em

bagas de uvas. Fazem-se necessários novos estudos para incorporação de

maiores teores do prebiótico na superfície dos alimentos.

As alterações de parâmetros físicos, físico-químicos, sensoriais e de textura

observados nas amostras tratadas não se afastaram daquelas observadas na

amostra controle, motivando boa aceitação por julgadores não treinados.

A aplicação de coberturas comestíveis à base de cera de carnaúba enriquecida

de prebiótico em bagas de uvas Thompson não alterou a maioria dos parâmetros

de qualidade avaliados, demonstrando o potencial de uso da tecnologia proposta

por empresas do ramo agroindustrial que buscam redução de perdas pós-colheita

e a diferenciação dos seus produtos no mercado internacional.

126

LISTA DE ABREVIATURAS

ATT Acidez Total Titulável APT Análise de Perfil de Textura

CIE Comission Internationale de l’Eclairage’s CIELAB Comission Internationale de l’Eclairage’s L*a*b*

FOS Frutooligossacarídeo GRAS Generally Recognized as Safe

IAL Instituto Adolfo Lutz

PET Polietileno Tereftalato p/v Peso/volume

SS Sólidos Solúveis TPA Texture Profile Analisys v/v Volume/volume

127

APÊNDICE A

Box-plots e tabelas de estatística descritiva do Capítulo 3

128

SÓLIDOS SOLÚVEIS (SS)

1º dia 6º dia

11º dia 16º dia

21º dia 26º dia

31º dia

Figura 1: Box-plot para a variável Sólidos Solúveis de uvas Thompson durante 31 dias de

armazenamento refrigerado (tratamentos B, K, L e X).

129

SÓLIDOS SOLÚVEIS (SS)

Tabela 1 – Estatística descritiva para Sólidos Solúveis de uvas Thompson acondicionadas por 31

dias.

Dia Tratamento Min Q1 Md Media Q3 Max Desv

Pad

B 19,4 19,4 19,4 19,4 19,4 19,4 0,0

K 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 0,0

L 16,4 16,4 16,4 16,4 16,4 16,4 0,0

X 18,0 18,0 18,0 18,0 18,0 18,0 0,0

B 20,8 20,8 20,8 20,8 20,8 20,8 0,0

K 19,8 19,8 19,8 19,8 19,8 19,8 0,0

L 16,4 16,4 16,4 16,4 16,4 16,4 0,0

X 19,2 19,2 19,2 19,2 19,2 19,2 0,0

11º

B 19,4 19,4 19,4 19,4 19,4 19,4 0,0

K 18,8 18,8 18,8 18,8 18,8 18,8 0,0

L 19,0 19,0 19,0 19,0 19,0 19,0 0,0

X 19,0 19,0 19,0 19,0 19,0 19,0 0,0

16º

B 18,6 18,6 18,6 18,6 18,6 18,6 0,0

K 21,6 21,6 21,6 21,6 21,6 21,6 0,0

L 16,8 16,8 16,8 16,8 16,8 16,8 0,0

X 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 0,0

21º

B 18,4 18,4 18,4 18,4 18,4 18,4 0,0

K 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 16,0 0,0

L 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 20,0 0,0

X 14,0 14,0 14,0 14,0 14,0 14,0 0,0

26º

B 19,2 19,2 19,2 19,2 19,2 19,4 0,1

K 19,4 19,6 19,6 19,6 19,6 19,6 0,1

L 20,8 20,8 20,8 20,8 20,8 20,8 0,0

X 14,0 14,0 14,0 14,0 14,0 14,0 0,0

31º

B 19,0 19,0 19,0 19,0 19,0 19,0 0,0

K 20,2 20,2 20,2 20,2 20,2 20,2 0,0

L 15,2 15,2 15,2 15,2 15,2 15,2 0,0

X 18,2 18,2 18,2 18,2 18,2 18,2 0,0

130

ACIDEZ TOTAL TITULÁVEL (ATT)

1º dia 6º dia

11º dia 16º dia

21º dia 26º dia

31º dia

Figura 2: Box-plot para a variável Acidez Total Titulável de uvas Thompson durante 31 dias de

armazenamento refrigerado (tratamentos B, K, L e X).

131

ACIDEZ TOTAL TITULÁVEL (ATT)

Tabela 2 – Estatística descritiva para Acidez Total Titulável de uvas Thompson acondicionadas

por 31 dias.

Dia Tratamento Min Q1 Md Media Q3 Max Desv

Pad

B 0,5210 0,5238 0,5285 0,5325 0,5414 0,5491 0,0119

K 0,4978 0,5006 0,5034 0,5034 0,5059 0,5096 0,0043

L 0,6287 0,6462 0,6500 0,6465 0,6520 0,6525 0,0091

X 0,5929 0,5963 0,5998 0,5993 0,6034 0,6037 0,0047

B 0,5737 0,5790 0,5820 0,5813 0,5831 0,5884 0,0050

K 0,4977 0,5072 0,5094 0,5104 0,5156 0,5218 0,0084

L 0,6558 0,6582 0,6664 0,6669 0,6762 0,6779 0,0102

X 0,5953 0,5975 0,6067 0,6060 0,6137 0,6167 0,0094

11º

B 0,7242 0,7298 0,7352 0,7339 0,7380 0,7420 0,0066

K 0,6571 0,6630 0,6682 0,6659 0,6697 0,6708 0,0054

L 0,6404 0,6470 0,6518 0,6500 0,6529 0,6574 0,0061

X 0,5181 0,5250 0,5275 0,5279 0,5332 0,5352 0,0065

16º

B 0,7424 0,7545 0,7587 0,7619 0,7742 0,7791 0,0145

K 0,5614 0,5675 0,5713 0,5700 0,5735 0,5759 0,0053

L 0,7244 0,7364 0,7442 0,7421 0,7500 0,7543 0,0111

X 0,5543 0,5584 0,5645 0,5645 0,5712 0,5740 0,0081

21º

B 0,9385 0,9452 0,9465 0,9464 0,9492 0,9523 0,0048

K 1,0110 1,0190 1,0250 1,0240 1,0320 1,0340 0,0091

L 0,7292 0,7329 0,7344 0,7353 0,7350 0,7462 0,0058

X 1,0460 1,0510 1,0550 1,0570 1,0590 1,0780 0,0113

26º

B 0,7157 0,7190 0,7249 0,7261 0,7301 0,7416 0,0095

K 0,6849 0,7001 0,7023 0,7005 0,7047 0,7084 0,0082

L 0,6334 0,6397 0,6452 0,6442 0,6480 0,6544 0,0075

X 1,3030 1,3120 1,319,0 1,3200 1,3280 1,3400 0,0133

31º

B 0,7951 0,8075 0,8103 0,8101 0,8120 0,8256 0,0098

K 0,6666 0,6743 0,6824 0,6815 0,6908 0,6923 0,0107

L 1,0820 1,0960 1,0990 1,0980 1,1020 1,1110 0,0097

X 0,7256 0,7349 0,7420 0,7414 0,7504 0,7532 0,0109

132

RELAÇÃO SS/ATT

1º dia 6º dia

11º dia 16º dia

21º dia 26º dia

31º dia

Figura 3: Box-plot para a relação Sólidos Solúveis/Acidez Total Titulável de uvas Thompson

durante 31 dias de armazenamento refrigerado (tratamentos B, K, L e X).

133

RELAÇÃO SS/ATT

Tabela 3 – Estatística descritiva para Relação Sólidos Solúveis / Acidez Total Titulável de uvas

Thompson acondicionadas por 31 dias.

Dia Tratamento Min Q1 Md Media Q3 Max Desv

Pad

B 35,33 35,84 36,7 36,45 37,04 37,24 0,8079

K 39,25 39,54 39,73 39,73 39,95 40,18 0,3411

L 25,13 25,15 25,23 25,37 25,38 26,08 0,3639

X 29,81 29,83 30,01 30,04 30,19 30,36 0,2358

B 35,35 35,67 35,74 35,79 35,92 36,26 0,3061

K 37,94 38,41 38,87 38,80 39,04 39,78 0,6425

L 24,19 24,26 24,61 24,60 24,92 25,01 0,3776

X 31,13 31,29 31,65 31,69 32,14 32,25 0,4920

11º

B 26,14 26,29 26,38 26,44 26,59 26,79 0,2400

K 28,03 28,07 28,14 28,23 28,36 28,61 0,2321

L 28,9 29,10 29,15 29,23 29,37 29,67 0,2740

X 35,5 35,64 36,01 35,99 36,19 36,68 0,4434

16º

B 23,87 24,03 24,52 24,42 24,65 25,05 0,4636

K 37,5 37,66 37,81 37,89 38,07 38,48 0,3566

L 22,27 22,40 22,57 22,64 22,81 23,19 0,3426

X 34,84 35,02 35,43 35,44 35,82 36,08 0,5077

21º

B 19,03 19,03 19,04 19,04 19,05 19,06 0,0976

K 15,47 15,51 15,62 15,62 15,70 15,83 0,1392

L 26,80 27,21 27,23 27,2 27,29 27,43 0,2117

X 13,73 13,97 14,03 14,00 14,09 14,14 0,1475

26º

B 25,89 26,30 26,53 26,49 26,80 26,89 0,3868

K 27,59 27,70 27,87 27,94 28,00 28,62 0,3697

L 31,78 32,10 32,24 32,29 32,52 32,84 0,3804

X 10,45 10,54 10,62 10,61 10,67 10,75 0,1068

31º

B 23,01 23,40 23,45 23,46 23,53 23,90 0,2849

K 29,18 29,24 29,60 29,65 29,95 30,30 0,4667

L 13,68 13,79 13,83 13,84 13,87 14,05 0,1231

X 24,16 24,25 24,53 24,55 24,77 25,08 0,3631

134

COMPONENTE COLORIMÉTRICO L*

2º dia 9º dia

16º dia 23º dia

Figura 4: Box-plot para Componente Colorimétrico L* de uvas Thompson durante 23 dias de

armazenamento refrigerado (tratamentos B, K, L e X).

135

COMPONENTE COLORIMÉTRICO L*

Tabela 4 – Estatística descritiva para Componente Colorimétrico L* de uvas Thompson

acondicionadas por 23 dias.

Dia Tratamento Min. Q1 Md Media Q3 Max. Desv Pad

B 37,91 41,60 42,8 42,39 43,85 45,90 2,6388

K 41,31 42,89 44,22 44,00 45,56 45,67 1,7231

L 42,86 44,89 45,73 45,59 46,80 47,08 1,4244

X 39,56 43,93 44,92 44,37 45,73 46,23 2,1566

B 44,17 45,09 45,56 46,07 46,63 49,77 1,7931

K 40,86 43,55 47,88 46,16 48,36 49,17 3,1758

L 42,60 43,34 44,38 44,14 44,82 45,50 1,077

X 42,84 43,52 44,52 44,70 45,65 46,81 1,4752

16º

B 41,72 42,24 42,57 43,51 44,38 46,79 1,9892

K 41,38 42,50 44,19 43,89 45,18 46,07 1,8252

L 43,16 44,68 45,50 46,34 48,86 49,85 2,5092

X 43,61 46,70 47,81 47,23 48,59 49,03 1,9149

23º

B 39,56 42,10 43,27 43,07 44,68 45,45 2,1603

K 41,10 41,41 42,25 42,05 42,67 42,75 0,6915

L 41,51 42,42 43,34 43,53 44,31 46,46 1,5869

X 42,02 42,89 43,28 43,49 43,78 45,86 1,2291

Tabela 5 – Teste de Kruskall-Wallis para Componente Colorimétrico L* de uvas Thompson

acondicionadas por 23 dias.

Dia p-valor Conclusão

02 0,0453 Rejeita Ho

09 0,1432 Não rejeita Ho

16 0,0083 Rejeita Ho

23 0,1135 Não rejeita Ho

136

COMPONENTE COLORIMÉTRICO a*

2º dia 9º dia

16º dia 23º dia

Figura 5: Box-plot para Componente Colorimétrico a* de uvas Thompson durante 23 dias de

armazenamento refrigerado (tratamentos B, K, L e X).

137

COMPONENTE COLORIMÉTRICO a*

Tabela 6 – Estatística descritiva para Componente Colorimétrico a* de uvas Thompson

acondicionadas por 23 dias.

Dia Tratamento Min. Q1 Md Media Q3 Max. Desv Pad

B -6,49 -6,22 -6,15 -6,13 -6,037 -5,82 0,2182

K -8,47 -6,67 -6,44 -6,55 -6,30 -5,12 0,9406

L -7,43 -6,81 -6,44 -6,55 -6,23 -5,93 0,4757

X -7,12 -6,76 -6,65 -6,67 -6,56 -6,34 0,2294

B -6,95 -6,53 -6,12 -6,19 -5,76 -5,63 0,4891

K -8,26 -7,89 -7,26 -7,13 -6,64 -5,09 1,0547

L -7,80 -7,34 -6,92 -7,11 -6,88 -6,78 0,3659

X -7,44 -7,31 -7,23 -7,01 -6,99 -5,83 0,5424

16º

B -6,89 -6,77 -6,60 -6,40 -5,97 -5,76 0,4742

K -7,60 -7,04 -6,48 -6,41 -5,86 -4,99 0,8783

L -7,09 -6,63 -6,51 -6,41 -6,05 -5,86 0,4169

X -8,40 -8,18 -7,46 -7,57 -7,05 -6,78 0,6559

23º

B -6,94 -6,40 -6,15 -6,05 -5,75 -4,89 0,6445

K -6,43 -6,33 -6,24 -6,20 -6,12 -5,84 0,186

L -6,83 -6,46 -6,10 -6,22 -6,02 -5,84 0,3398

X -7,56 -7,13 -6,90 -7,00 -6,82 -6,64 0,304

Tabela 7 – Teste de Kruskall-Wallis para Componente Colorimétrico a* de uvas Thompson

acondicionadas por 23 dias.

Dia p-valor Conclusão

02 0,0185 Rejeita Ho

09 0,0186 Rejeita Ho

16 0,0054 Rejeita Ho

23 0,0017 Rejeita Ho

138

COMPONENTE COLORIMÉTRICO b*

2º dia 9º dia

16º dia 23º dia

Figura 6: Box-plot para Componente Colorimétrico b* de uvas Thompson durante 23 dias de

armazenamento refrigerado (tratamentos B, K, L e X).

139

COMPONENTE COLORIMÉTRICO b*

Tabela 8 – Estatística descritiva para Componente Colorimétrico b* de uvas Thompson

acondicionadas por 23 dias.

Dia Tratamento Min. Q1 Md Media Q3 Max. Desv Pad

B 14,23 14,73 15,16 15,13 15,49 16,06 0,6744

K 9,99 11,89 12,66 12,93 13,71 16,46 1,9316

L 10,42 11,84 12,70 12,63 13,59 14,40 1,2702

X 9,72 11,68 12,83 12,48 13,25 14,24 1,4581

B 12,80 14,60 14,80 15,07 15,65 17,67 1,4045

K 12,21 15,28 16,77 16,27 17,58 19,01 2,1900

L 12,73 15,04 15,63 15,20 15,75 16,22 1,0925

X 12,89 13,74 14,05 14,69 16,26 16,71 1,4992

16º

B 12,36 13,86 14,21 14,38 14,66 17,35 1,4764

K 11,87 13,24 14,47 14,42 15,83 16,88 1,7771

L 10,76 12,18 12,93 13,19 13,99 16,51 1,7729

X 14,74 15,51 17,27 17,18 18,19 19,09 1,8959

23º

B 12,24 13,13 14,53 14,35 15,58 16,22 1,4597

K 12,23 12,38 12,93 12,81 13,17 13,27 0,4371

L 11,40 12,27 12,91 12,90 13,64 14,27 1,0625

X 11,37 13,35 13,71 13,67 13,94 16,38 1,4086

Tabela 9 – Teste de Kruskall-Wallis Componente Colorimétrico b* de uvas Thompson

acondicionadas por 23 dias.

Dia p-valor Conclusão

02 0,0039 Rejeita Ho

09 0,3373 Não rejeita Ho

16 0,0040 Rejeita Ho

23 0,0881 Não rejeita Ho

140

TONALIDADE DE COR

2º dia 9º dia

16º dia 23º dia

Figura 7: Box-plot para a variável Tonalidade de Cor, nos quatro dias de análise sensorial de uvas

Thompson (tratamentos B, K, L e X).

141

Tabela 10 – Estatística descritiva para Tonalidade de cor de uvas Thompson acondicionadas por 23 dias.

2º dia

Posto B K L X

1,0 24% 6% 2% 34%

1,5 2% 10% 8% 20%

2,0 14% 6% 20% 16%

2,5 8% 16% 14% 10%

3,0 20% 26% 38% 12%

3,5 16% 18% 10% 0%

4,0 16% 18% 8% 8%

9º dia

Posto B K L X

1,0 16% 6% 8% 20%

1,5 4% 2% 24% 26%

2,0 8% 14% 28% 16%

2,5 16% 12% 18% 14%

3,0 24% 10% 16% 14%

3,5 20% 22% 2% 4%

4,0 12% 34% 4% 6%

16º dia

Posto B K L X

1,0 10% 4% 10% 18%

1,5 8% 8% 32% 32%

2,0 4% 16% 26% 12%

2,5 12% 14% 16% 10%

3,0 14% 22% 8% 6%

3,5 18% 22% 6% 14%

4,0 34% 14% 2% 8%

23º dia

Posto B K L X

1,0 42% 0% 12% 20%

1,5 12% 4% 4% 8%

2,0 8% 16% 16% 10%

2,5 8% 16% 20% 20%

3,0 14% 26% 26% 18%

3,5 10% 18% 16% 12%

4,0 6% 20% 6% 12%

142

APARÊNCIA GLOBAL

2º dia 9º dia

16º dia 23º dia

Figura 8: Box-plot para a variável Aparência Global nos quatro dias de análise sensorial de uvas

Thompson (tratamentos B, K, L e X).

143

Tabela 11 – Estatística descritiva para Aparência Global de uvas Thompson acondicionadas por 23 dias.

2º dia

Posto B K L X

1,0 20% 8% 8% 40%

1,5 4% 6% 8% 10%

2,0 8% 12% 24% 12%

2,5 14% 16% 14% 12%

3,0 22% 24% 28% 10%

3,5 16% 18% 8% 2%

4,0 16% 16% 10% 14%

9º dia

Posto B K L X

1,0 12% 2% 4% 32%

1,5 18% 4% 24% 26%

2,0 4% 12% 20% 10%

2,5 18% 16% 18% 12%

3,0 18% 10% 12% 10%

3,5 24% 24% 12% 4%

4,0 6% 32% 10% 6%

16º dia

Posto B K L X

1,0 6% 8% 18% 20%

1,5 6% 4% 22% 24%

2,0 14% 8% 18% 10%

2,5 16% 22% 20% 22%

3,0 22% 24% 10% 4%

3,5 10% 16% 6% 8%

4,0 26% 18% 6% 12%

23º dia

Posto B K L X

1,0 36% 2% 18% 12%

1,5 20% 8% 10% 6%

2,0 10% 8% 10% 18%

2,5 6% 16% 24% 22%

3,0 10% 14% 14% 18%

3,5 8% 30% 20% 14%

4,0 10% 22% 4% 10%

144

BRILHO

2º dia 9º dia

16º dia 23º dia

Figura 9: Box-plot para a variável Brilho nos quatro dias de análise sensorial de uvas Thompson

(tratamentos B, K, L e X).

145

Tabela 12 – Estatística descritiva para Brilho de uvas Thompson acondicionadas por 23 dias.

2º dia

Posto B K L X

1,0 14% 6% 4% 46%

1,5 4% 6% 16% 22%

2,0 12% 14% 34% 10%

2,5 2% 6% 4% 4%

3,0 16% 26% 16% 8%

3,5 32% 26% 18% 4%

4,0 20% 16% 8% 6%

9º dia

Posto B K L X

1,0 8% 10% 2% 32%

1,5 10% 2% 30% 34%

2,0 6% 12% 26% 18%

2,5 6% 0% 14% 8%

3,0 26% 18% 16% 6%

3,5 20% 22% 6% 0%

4,0 24% 36% 6% 2%

16º dia

Posto B K L X

1,0 6% 6% 12% 28%

1,5 4% 2% 32% 34%

2,0 10% 10% 24% 18%

2,5 8% 8% 8% 8%

3,0 10% 34% 14% 2%

3,5 32% 30% 4% 6%

4,0 30% 10% 6% 4%

23º dia

Posto B K L X

1,0 30% 0% 10% 20%

1,5 10% 8% 8% 18%

2,0 10% 12% 22% 16%

2,5 14% 16% 20% 14%

3,0 12% 16% 20% 18%

3,5 12% 24% 16% 4%

4,0 12% 24% 4% 10%

146

FIRMEZA

2º dia 9º dia

16º dia 23º dia

Figura 10: Box-plot para a variável Firmeza nos quatro dias de análise sensorial de uvas

Thompson (tratamentos B, K, L e X).

147

Tabela 13 – Estatística descritiva para Firmeza de uvas Thompson acondicionadas por 23 dias.

2º dia

Posto B K L X

1,0 10% 12% 14% 12%

1,5 12% 8% 8% 12%

2,0 14% 24% 10% 14%

2,5 22% 20% 22% 24%

3,0 22% 14% 18% 22%

3,5 14% 12% 16% 6%

4,0 6% 10% 12% 10%

9º dia

Posto B K L X

1,0 8% 14% 4% 34%

1,5 6% 4% 6% 8%

2,0 18% 12% 14% 14%

2,5 24% 28% 28% 24%

3,0 16% 20% 22% 6%

3,5 12% 18% 10% 8%

4,0 16% 4% 16% 6%

16º dia

Posto B K L X

1,0 14% 4% 24% 10%

1,5 10% 14% 16% 4%

2,0 8% 12% 14% 14%

2,5 24% 24% 20% 20%

3,0 20% 28% 12% 22%

3,5 12% 10% 8% 18%

4,0 12% 8% 6% 12%

23º dia

Posto B K L X

1,0 30% 12% 12% 8%

1,5 8% 4% 6% 6%

2,0 16% 22% 18% 18%

2,5 14% 14% 18% 14%

3,0 18% 18% 28% 26%

3,5 12% 12% 14% 14%

4,0 2% 18% 4% 14%

148

RESISTÊNCIA AO CORTE

2º dia 9º dia

16º dia 23º dia

Figura 11: Box-plot para a variável Resistência ao Corte nos quatro dias de análise sensorial de

uvas Thompson (tratamentos B, K, L e X).

149

Tabela 14 – Estatística descritiva para Resistência ao Corte de uvas Thompson acondicionadas por 23 dias.

2º dia

Posto B K L X

1,0 14% 12% 10% 16%

1,5 14% 12% 12% 14%

2,0 20% 12% 12% 12%

2,5 16% 18% 18% 16%

3,0 18% 14% 16% 18%

3,5 14% 20% 20% 14%

4,0 4% 12% 12% 10%

9º dia

Posto B K L X

1,0 4% 18% 2% 30%

1,5 18% 8% 18% 8%

2,0 12% 4% 12% 12%

2,5 22% 20% 26% 16%

3,0 20% 18% 22% 10%

3,5 14% 22% 14% 14%

4,0 10% 10% 6% 10%

16º dia

Posto B K L X

1,0 14% 12% 28% 8%

1,5 12% 16% 14% 6%

2,0 12% 10% 14% 8%

2,5 14% 10% 12% 12%

3,0 32% 28% 14% 28%

3,5 12% 14% 16% 22%

4,0 4% 10% 2% 16%

23º dia

Posto B K L X

1,0 18% 10% 8% 2%

1,5 14% 12% 18% 20%

2,0 14% 22% 14% 18%

2,5 14% 16% 16% 18%

3,0 12% 8% 20% 16%

3,5 20% 20% 16% 20%

4,0 8% 12% 8% 6%

150

ARENOSIDADE

2º dia 9º dia

16º dia 23º dia

Figura 12: Box-plot para a variável Arenosidade nos quatro dias de análise sensorial de uvas

Thompson (tratamentos B, K, L e X).

151

Tabela 15 – Estatística descritiva para Arenosidade de uvas Thompson acondicionadas por 23 dias.

2º dia

Posto B K L X

1,0 12% 10% 08% 04%

1,5 8% 8% 8% 8%

2,0 12% 6% 12% 22%

2,5 36% 38% 38% 40%

3,0 20% 18% 16% 22%

3,5 6% 6% 6% 2%

4,0 6% 14% 12% 2%

9º dia

Posto B K L X

1,0 12% 12% 6% 18%

1,5 4% 0% 4% 4%

2,0 2% 4% 2% 6%

2,5 58% 52% 54% 56%

3,0 10% 20% 18% 10%

3,5 8% 4% 8% 0%

4,0 6% 8% 8% 6%

16º dia

Posto B K L X

1,0 16% 8% 14% 0%

1,5 6% 4% 6% 4%

2,0 8% 14% 14% 10%

2,5 46% 48% 46% 48%

3,0 14% 12% 8% 12%

3,5 4% 6% 10% 12%

4,0 6% 8% 2% 14%

23º dia

Posto B K L X

1,0 16% 4% 8% 8%

1,5 2% 8% 6% 8%

2,0 8% 8% 10% 12%

2,5 44% 48% 44% 48%

3,0 16% 18% 16% 16%

3,5 10% 4% 8% 6%

4,0 4% 10% 8% 2%

152

SABOR DOCE

2º dia 9º dia

16º dia 23º dia

Figura 13: Box-plot para a variável Sabor Doce nos quatro dias de análise sensorial de uvas

Thompson (tratamentos B, K, L e X).

153

Tabela 16 – Estatística descritiva para Sabor Doce de uvas Thompson acondicionadas por 23 dias.

2º dia

Posto B K L X

1,0 20% 18% 18% 08%

1,5 8% 12% 12% 16%

2,0 12% 22% 14% 12%

2,5 14% 10% 10% 18%

3,0 8% 14% 22% 22%

3,5 14% 10% 12% 12%

4,0 24% 14% 12% 12%

9º dia

Posto B K L X

1,0 18% 10% 4% 24%

1,5 14% 14% 8% 8%

2,0 8% 26% 14% 20%

2,5 18% 24% 22% 16%

3,0 6% 8% 12% 4%

3,5 18% 12% 26% 16%

4,0 18% 6% 14% 12%

16º dia

Posto B K L X

1,0 40% 6% 22% 0%

1,5 8% 6% 16% 6%

2,0 8% 18% 32% 8%

2,5 10% 16% 12% 14%

3,0 10% 22% 10% 18%

3,5 16% 24% 4% 28%

4,0 8% 8% 4% 26%

23º dia

Posto B K L X

1,0 28% 6% 6% 18%

1,5 10% 14% 6% 14%

2,0 16% 16% 16% 16%

2,5 10% 20% 18% 12%

3,0 10% 22% 26% 16%

3,5 10% 8% 18% 12%

4,0 16% 14% 10% 12%

154

SABOR ÁCIDO

2º dia 9º dia

16º dia 23º dia

Figura 14: Box-plot para a variável Sabor Ácido nos quatro dias de análise sensorial de uvas

Thompson (tratamentos B, K, L e X).

155

Tabela 17 – Estatística descritiva para Sabor Ácido de uvas Thompson acondicionadas por 23 dias.

2º dia

Posto B K L X

1,0 18% 14% 14% 12%

1,5 16% 18% 18% 4%

2,0 14% 16% 16% 14%

2,5 10% 12% 6% 12%

3,0 14% 20% 18% 28%

3,5 10% 12% 12% 18%

4,0 18% 8% 16% 12%

9º dia

Posto B K L X

1,0 8% 12% 6% 16%

1,5 18% 16% 18% 16%

2,0 10% 16% 10% 18%

2,5 14% 16% 20% 14%

3,0 18% 18% 18% 10%

3,5 18% 14% 18% 10%

4,0 14% 8% 10% 16%

16º dia

Posto B K L X

1,0 8% 12% 6% 16%

1,5 18% 16% 18% 16%

2,0 10% 16% 10% 18%

2,5 14% 16% 20% 14%

3,0 18% 18% 18% 10%

3,5 18% 14% 18% 10%

4,0 14% 8% 10% 16%

23º dia

Posto B K L X

1,0 26% 8% 4% 6%

1,5 16% 16% 14% 14%

2,0 10% 12% 10% 10%

2,5 22% 24% 24% 26%

3,0 6% 16% 22% 12%

3,5 16% 14% 22% 16%

4,0 4% 10% 4% 16%

156

SABOR GLOBAL

2º dia 9º dia

16º dia 23º dia

Figura 15: Box-plot para a variável Sabor Global nos quatro dias de análise sensorial de uvas

Thompson (tratamentos B, K, L e X).

157

Tabela 18 – Estatística descritiva para Sabor Global de uvas Thompson acondicionadas por 23 dias.

2º dia

Posto B K L X

1,0 20% 20% 14% 10%

1,5 20% 16% 6% 10%

2,0 10% 12% 8% 14%

2,5 16% 14% 14% 16%

3,0 12% 18% 22% 26%

3,5 6% 8% 18% 12%

4,0 16% 12% 18% 12%

9º dia

Posto B K L X

1,0 24% 16% 0% 28%

1,5 10% 10% 20% 16%

2,0 8% 8% 8% 16%

2,5 8% 12% 10% 10%

3,0 20% 18% 22% 14%

3,5 24% 26% 26% 8%

4,0 6% 10% 14% 8%

16º dia

Posto B K L X

1,0 36% 2% 22% 4%

1,5 8% 10% 18% 8%

2,0 14% 16% 22% 8%

2,5 10% 16% 14% 12%

3,0 22% 20% 10% 16%

3,5 10% 24% 10% 20%

4,0 0% 12% 4% 32%

23º dia

Posto B K L X

1,0 38% 12% 8% 12%

1,5 10% 10% 4% 8%

2,0 8% 14% 6% 10%

2,5 20% 28% 32% 28%

3,0 2% 10% 18% 8%

3,5 10% 14% 26% 18%

4,0 12% 12% 6% 16%

158

INTENÇÃO DE COMPRA

2º dia 9º dia

16º dia 23º dia

Figura 16: Box-plot para a variável Intenção de Compra nos quatro dias de análise sensorial de

uvas Thompson (tratamentos B, K, L e X).

159

Tabela 19,0 – Estatística descritiva para Intenção de Compra de uvas Thompson acondicionadas por 23 dias.

2º dia

Posto B K L X

1,0 30% 14% 8% 6%

1,5 14% 14% 14% 18%

2,0 8% 16% 6% 16%

2,5 16% 12% 12% 20%

3,0 8% 16% 24% 16%

3,5 12% 18% 22% 8%

4,0 12% 10% 14% 16%

9º dia

Posto B K L X

1,0 18% 10% 0% 30%

1,5 16% 8% 16% 12%

2,0 16% 10% 14% 14%

2,5 16% 20% 16% 8%

3,0 16% 26% 24% 6%

3,5 8% 10% 18% 16%

4,0 10% 16% 12% 14%

16º dia

Posto B K L X

1,0 36% 2% 22% 2%

1,5 12% 14% 16% 10%

2,0 14% 16% 18% 16%

2,5 4% 14% 10% 12%

3,0 10% 22% 20% 14%

3,5 16% 16% 10% 18%

4,0 8% 16% 4% 28%

23º dia

Posto B K L X

1,0 40% 2% 6% 10%

1,5 22% 18% 14% 12%

2,0 4% 14% 20% 8%

2,5 6% 14% 22% 18%

3,0 0% 18% 16% 18%

3,5 6% 18% 20% 20%

4,0 22% 16% 4% 14%

160

APÊNDICE B

Box-plots e tabelas de estatística descritiva do Capítulo 4

161

FORÇA MÁXIMA ATÉ O ROMPIMENTO (FMR)

1º dia 6º dia

11º dia 16º dia

21º dia 26º dia

31º dia

Figura 1: Box-plot para Força Máxima até o Rompimento de uvas Thompson durante 31 dias de

armazenamento refrigerado (tratamentos B, K, L e X).

162

FORÇA MÁXIMA ATÉ O ROMPIMENTO (FMR)

Tabela 1 – Estatística descritiva para Força Máxima até o Rompimento de uvas Thompson

acondicionadas por 31 dias.

Dia Tratamento Min. Q1 Md Media Q3 Max. DP

B 254,0 329,9 351,6 347,8 366,5 430,7 49,635

K 250,3 317,4 342,9 326,3 350,8 361,7 39,919

L 238,2 292,2 310,6 350,2 387,1 577,2 106,17

X 225,9 321,9 342,3 328,7 357,1 364,5 45,652

B 205,8 241,8 291,8 288,7 331,4 390,0 63,086

K 212,8 261,6 274,6 281,6 309,1 351,1 41,621

L 253,2 294,6 312,9 325,6 353,8 406,9 51,456

X 217,6 262,9 278,4 298,1 307,5 468,2 75,167

11º

B 309,3 351,2 410,4 387,2 424,9 428,5 47,325

K 218,0 299,2 323,6 333,4 373,3 457,5 75,377

L 201,7 295,6 351,6 334,1 366,7 446,1 75,959

X 168,2 356,0 401,5 374,2 442,6 457,3 98,899

16º

B 268,5 367,7 387,7 390,6 427,3 478,9 66,553

K 218,6 254,7 344,1 327,1 385,4 439,0 81,867

L 282,0 295,6 310,9 325,1 352,3 383,1 40,201

X 209,3 305,4 359,9 348,4 387,1 478,5 82,718

21º

B 340,9 366,3 397,8 416,3 465,9 521,7 69,141

K 311,5 379,4 433,3 444,1 536,4 565,7 97,062

L 202,3 225,8 271,0 278,6 334,6 368,7 62,453

X 154,6 350,2 384,0 381,8 437,4 556,6 114,000

26º

B 273,5 330,5 386,9 375,4 404,6 477,6 62,876

K 265,9 293,6 306,4 330,9 371,0 441,5 58,902

L 269,9 286,2 315,2 317,1 335,9 393,1 41,219

X 389,6 520,3 548,3 528,1 562,7 584,7 62,161

31º

B 302,7 371,2 393,4 401,0 437,2 495,6 62,640

K 302,0 332,9 344,6 344,7 355,9 390,0 25,599

L 432,6 459,2 467,5 547,9 571,5 838,0 154,830

X 216,2 268,5 296,1 296,5 318,0 380,0 54,645

Tabela 2 – Teste de Kruskall-Wallis para Força Máxima até o Rompimento de uvas Thompson

acondicionadas por 31 dias.

Dia p-valor Conclusão

01 0,7621 Não rejeita Ho

06 0,4018 Não rejeita Ho

11 0,3127 Não rejeita Ho

16 0,2224 Não rejeita Ho

21 0,0057 Rejeita Ho

26 0,0004 Rejeita Ho

31 0,0001 Rejeita Ho

163

DISTÂNCIA MÁXIMA ATÉ O ROMPIMENTO (DMR)

1º dia 6º dia

11º dia 16º dia

21º dia 26º dia

31º dia

Figura 2: Box-plot para Distância Máxima até o Rompimento de uvas Thompson durante 31 dias

de armazenamento refrigerado (tratamentos B, K, L e X).

164

DISTÂNCIA MÁXIMA ATÉ O ROMPIMENTO (DMR)

Tabela 3 – Estatística descritiva para Distância Máxima até o Rompimento de uvas Thompson

acondicionadas por 31 dias.

Dia Tratamento Min. Q1 Md Media Q3 Max. DP

B 2,1 2,6 2,8 2,7 2,9 3,0 0,3024

K 2,2 2,5 3,3 3,2 3,4 4,7 0,8254

L 2,5 2,8 3,0 3,2 3,2 5,0 0,7906

X 1,9 2,5 2,9 2,9 3,2 4,0 0,6792

B 1,9 2,3 2,6 2,8 3,2 3,8 0,6719

K 1,9 2,7 3,2 3,0 3,4 3,5 0,5497

L 3,3 3,5 3,7 3,7 4,0 4,2 0,3462

X 2,1 2,3 2,4 2,6 2,8 3,5 0,5222

11º

B 3,4 3,9 4,2 4,2 4,5 4,9 0,4899

K 2,4 2,8 3,3 3,4 3,9 4,4 0,7151

L 2,1 3,5 3,8 3,8 4,1 5,1 0,9172

X 2,4 2,8 3,0 3,0 3,2 3,7 0,4062

16º

B 2,8 3,9 4,4 4,2 4,5 5,2 0,7206

K 2,7 3,3 3,4 3,5 3,9 4,0 0,4536

L 3,3 3,5 3,9 4,1 4,6 5,4 0,7586

X 2,7 2,9 3,2 3,1 3,3 3,6 0,2997

21º

B 3,9 4,1 5,2 5,0 6 6,0 0,9335

K 3,7 4,2 5,2 4,8 5,4 5,6 0,7596

L 2,7 3,1 3,8 3,9 4,6 5,4 0,9377

X 2,6 4,6 4,8 4,7 5,2 5,8 0,9633

26º

B 4,3 4,3 4,5 4,6 4,7 5,1 0,2925

K 3,1 3,6 3,8 3,9 4,2 5,2 0,6457

L 3,6 3,8 4,2 4,2 4,3 5,1 0,4719

X 5,3 6,0 6,0 5,9 6,0 6,0 0,2449

31º

B 3,6 4,1 4,6 4,5 5,0 5,1 0,5529

K 3,0 3,8 4,2 4,0 4,3 4,9 0,5898

L 4,8 5,0 5,4 5,4 5,6 6,0 0,4175

X 3,0 3,4 3,5 3,8 4,0 5,2 0,6948

Tabela 4 – Teste de Kruskall-Wallis para Distância Máxima até o Rompimento de uvas Thompson

acondicionadas por 31 dias.

Dia p-valor Conclusão

01 0,3773 Não rejeita Ho

06 0,0046 Rejeita Ho

11 0,0069 Rejeita Ho

16 0,0033 Rejeita Ho

21 0,1016 Não rejeita Ho

26 0,0001 Rejeita Ho

31 0,0007 Rejeita Ho

165

DUREZA

1º dia 6º dia

11º dia 16º dia

21º dia 26º dia

31º dia

Figura 3: Box-plot para Dureza de uvas Thompson durante 31 dias de armazenamento

refrigerado (tratamentos B, K, L e X).

166

DUREZA

Tabela 5 – Estatística descritiva para Dureza de uvas Thompson acondicionadas por 31 dias.

Dia Tratamento Min. Q1 Md Media Q3 Max. DP

1

B 2413 2650 2896 3014 3175 4296 586,36

K 1878 2153 2283 2490 2733 3516 549,86

L 1710 1864 2048 2127 2332 2743 366,04

X 1730 2087 2425 2452 2780 3414 543,35

6

B 2221 2531 2800 2816 3130 3383 394,14

K 1258 1982 2142 2136 2264 3203 560,81

L 1290 1774 1900 1944 2123 2578 432,94

X 1592 1786 2120 2109 2255 2953 420,58

11

B 1633 2415 2654 2673 3033 3777 653,58

K 1997 2265 2576 2584 2927 3104 402,03

L 1617 1811 1991 2003 2148 2474 283,62

X 2816 2986 3367 3293 3526 3741 341,72

16

B 1892 2148 2240 2360 2541 3222 415,09

K 1542 1654 2280 2123 2443 2668 438,2

L 1050 1502 1691 1701 1840 2341 428,86

X 2586 2907 3033 3045 3111 3766 349,31

21

B 1555 1966 2125 2253 2613 3050 491,21

K 1907 2379 2684 2695 2907 3765 574,16

L 1867 2048 2289 2309 2608 2763 341,67

X 1493 2416 2844 2862 3482 3822 777,74

26

B 1606 1891 2221 2283 2651 3211 536,43

K 1970 2194 2465 2551 2929 3174 460,31

L 1629 2005 2290 2264 2530 2810 382,97

X 2529 2733 2926 2912 3081 3346 277,5

31

B 1565 2261 2429 2625 2947 3920 724,02

K 2310 2637 2839 3014 3316 4295 635,95

L 2354 2490 2625 2772 2774 3977 518,06

X 1970 2418 2515 2445 2574 2671 229,24

Tabela 6 – Teste de Kruskall-Wallis para Dureza de uvas Thompson acondicionadas por 31 dias.

Dia p-valor Conclusão

01 0,0226 Rejeita Ho

06 0,0105 Rejeita Ho

11 0,0008 Rejeita Ho

16 0,0004 Rejeita Ho

21 0,1423 Não rejeita Ho

26 0,0296 Rejeita Ho

31 0,1549 Não rejeita Ho

167

ELASTICIDADE

1º dia 6º dia

11º dia 16º dia

21º dia 26º dia

31º dia

Figura 4: Box-plot para Elasticidade de uvas Thompson durante 31 dias de armazenamento

refrigerado (tratamentos B, K, L e X).

168

Tabela 7 – Estatística descritiva para Elasticidade de uvas Thompson acondicionadas por 31 dias.

Dia Tratamento Min. Q1 Md Media Q3 Max. DP

1

B 0,66 0,67 0,70 0,75 0,76 0,98 0,1146

K 0,69 0,72 0,74 0,76 0,76 0,90 0,0646

L 0,72 0,73 0,74 0,74 0,76 0,78 0,0220

X 0,68 0,71 0,75 0,74 0,78 0,80 0,0453

6

B 0,72 0,78 0,84 0,86 0,95 1,00 0,1079

K 0,74 0,76 0,78 0,78 0,81 0,83 0,0325

L 0,73 0,75 0,78 0,78 0,79 0,82 0,0325

X 0,70 0,74 0,77 0,76 0,78 0,80 0,0331

11

B 0,65 0,68 0,73 0,73 0,76 0,83 0,0631

K 0,67 0,72 0,73 0,75 0,76 0,88 0,0614

L 0,70 0,71 0,72 0,72 0,73 0,75 0,0155

X 0,60 0,65 0,66 0,66 0,68 0,69 0,0302

16

B 0,62 0,70 0,72 0,73 0,72 0,99 0,1097

K 0,65 0,68 0,70 0,69 0,71 0,74 0,0292

L 0,64 0,69 0,72 0,71 0,74 0,77 0,0434

X 0,56 0,60 0,62 0,62 0,66 0,68 0,0420

21

B 0,65 0,67 0,69 0,71 0,70 0,88 0,0732

K 0,63 0,64 0,66 0,71 0,73 0,96 0,1119

L 0,64 0,67 0,72 0,70 0,74 0,75 0,0417

X 0,64 0,71 0,74 0,74 0,76 0,83 0,0570

26

B 0,57 0,61 0,64 0,66 0,71 0,76 0,0713

K 0,51 0,56 0,58 0,60 0,65 0,70 0,0670

L 0,57 0,59 0,60 0,62 0,64 0,75 0,0590

X 0,67 0,71 0,72 0,72 0,74 0,75 0,0273

31

B 0,66 0,67 0,7 0,70 0,72 0,76 0,0348

K 0,56 0,63 0,66 0,66 0,71 0,73 0,0585

L 0,67 0,68 0,70 0,70 0,72 0,74 0,0253

X 0,59 0,63 0,66 0,65 0,67 0,71 0,0370

Tabela 8 – Teste de Kruskall-Wallis para Elasticidade de uvas Thompson acondicionadas por 31

dias.

Dia p-valor Conclusão

01 0,5388 Não rejeita Ho

06 0,1544 Não rejeita Ho

11 0,0038 Rejeita Ho

16 0,0040 Rejeita Ho

21 0,3309 Não rejeita Ho

26 0,0069 Rejeita Ho

31 0,0612 Não rejeita Ho

169

ADESIVIDADE

1º dia 6º dia

11º dia 16º dia

21º dia 26º dia

31º dia

Figura 5: Box-plot para Adesividade de uvas Thompson durante 31 dias de armazenamento

refrigerado (tratamentos B, K, L e X).

170

Tabela 9 – Estatística descritiva para Adesividade de uvas Thompson acondicionadas por 31 dias.

Dia Tratamento Min Q1 Md Media Q3 Max DP

1

B -49,7 -7,9 -0,0 -8,6 0,3 0,6 17,466

K -59,7 -12,0 -0,3 -13,2 0,2 0,5 24,608

L -0,2 -0,1 0,2 0,2 0,3 0,6 0,2825

X -0,3 0,0 0,1 0,1 0,2 0,2 0,1768

6

B -57,1 -25,0 -20,9 -23,1 -15,4 -6,9 15,516

K -65,3 -7,7 -3,0 -11,4 -2,0 0,0 21,996

L -2,1 -0,4 -0,0 -0,3 0,1 0,3 0,7836

X -1,1 -0,6 -0,3 -0,4 -0,2 0,3 0,4764

11

B -107,6 -41,6 -3,8 -27,6 -0,3 0,0 41,493

K -72,2 -35,2 -17,7 -23,4 -0,4 0,1 26,152

L -0,5 -0,2 -0,1 -0,0 0,1 0,3 0,2561

X -0,1 -0,0 0,0 0,1 0,2 0,6 0,2493

16

B -137 -64,2 -41,6 -44,0 -0,2 0,0 47,654

K -4,3 -1,4 -0,4 -1,0 -0,0 0,3 1,5047

L -2,4 -1,2 -0,7 -0,8 -0,2 0,2 0,8602

X -7,5 -0,6 0,1 -1,0 0,2 0,6 2,7422

21

B -83,2 -13,0 0,1 -16,6 0,3 0,8 32,512

K -74,1 -37,0 -0,6 -19,3 0,0 0,2 28,608

L -0,4 -0,0 0,2 0,0 0,2 0,2 0,2264

X -0,9 -0,5 0,1 -0,1 0,2 0,4 0,5014

26

B -108,2 -47,7 -23,6 -32,5 -3,8 0,0 36,579

K -55,9 -19,4 -4,7 -16,1 -2,6 -0,5 22,724

L -11,7 -2,8 -1,8 -2,9 -0,4 -0,1 3,8887

X -0,1 0,1 0,2 0,2 0,3 0,6 0,2252

31

B -6,2 0,1 0,2 -0,6 0,3 0,3 2,2653

K -58,9 -8,7 -1,2 -11,4 -0,0 0,5 21,579

L -2,5 -0,1 0,0 -0,2 0,2 0,5 0,9493

X -0,8 -0,6 -0,3 -0,2 0,1 0,5 0,5153

Tabela 10 – Teste de Kruskall-Wallis para Adesividade de uvas Thompson acondicionadas por 31

dias.

Dia p-valor Conclusão

01 0,3485 Não rejeita Ho

06 0,0000 Rejeita Ho

11 0,0015 Rejeita Ho

16 0,0564 Não rejeita Ho

21 0,2243 Não rejeita Ho

26 0,0003 Rejeita Ho

31 0,19,0

49

Não rejeita Ho

171

MASTIGABILIDADE

1º dia 6º dia

11º dia 16º dia

21º dia 26º dia

31º dia

Figura 6: Box-plot para Mastiganilidade de uvas Thompson durante 31 dias de armazenamento

refrigerado (tratamentos B, K, L e X).

172

Tabela 11 – Estatística descritiva para Mastigabilidade de uvas Thompson acondicionadas por 31 dias.

Dia Tratamento Min. Q1 Md Media Q3 Max. DP

1

B 661,3 751,7 790,3 929,5 984,4 1669,5 328,99

K 555,5 701,4 734,8 752,4 794,1 1015,4 133,67

L 557,2 578,7 692,5 717,1 862,9 908,6 154,69

X 685,0 774,2 809,4 823,2 896,8 950,2 92,446

6

B 709,0 819,7 973,8 965,2 1109,1 1180,6 173,36

K 496,3 697,2 729,0 749,6 774,8 1106,3 171,55

L 613,3 696,4 743,1 775,5 799,6 1069,0 146,90

X 612,1 645,3 717,3 722,7 792,2 842,4 88,644

11

B 661,4 924,4 973,0 952,9 1029,7 1087,4 133,37

K 669,3 803,0 937,8 932,4 1063,6 1239,4 200,98

L 524,5 557,5 631,5 622,1 679,7 706,2 71,78

X 754,6 854,1 886,0 881,6 910,4 1031,1 85,69

16

B 644,9 698,0 745,5 763,1 793,2 975,9 104,60

K 507,9 538,6 619,4 626,6 694,6 795,1 101,87

L 352,3 554,3 611,9 596,9 654,7 745,0 121,27

X 573,9 709,9 795,3 756,6 812,4 853,7 92,27

21

B 500,6 580,1 662,3 689,1 783,7 931,7 157,87

K 614,7 760,7 834,0 901,8 1103,8 1222,8 214,94

L 570,0 609,8 661,6 693,7 770,4 897,1 110,61

X 437,2 814,4 1092,7 1011,7 1206,8 1369,8 315,46

26

B 369,2 538,1 581,1 568,4 634,3 675,1 96,82

K 370,4 425,3 516,2 556,6 724,7 743,4 156,51

L 314,4 437,6 525,4 534,2 605,5 769,6 163,07

X 826,2 892,3 944,1 969,5 1030,7 1192,3 116,15

31

B 438,0 563,6 747,0 813,8 1069,9 1305,2 307,71

K 632,1 684,9 808,7 786,2 833,1 1015,9 126,27

L 645,8 822,5 867,5 897,8 937,4 1232,2 172,32

X 547,2 587,2 605,8 620,6 662,3 709,5 53,726

Tabela 12 – Teste de Kruskall-Wallis para Mastigabilidade de uvas Thompson acondicionadas por

31 dias.

Dia p-valor Conclusão

01 0,2876 Não rejeita Ho

06 0,0412 Rejeita Ho

11 0,0013 Rejeita Ho

16 0,0079 Rejeita Ho

21 0,0235 Rejeita Ho

26 0,0005 Rejeita Ho

31 0,0200 Rejeita Ho

173

COESIVIDADE

1º dia 6º dia

11º dia 16º dia

21º dia 26º dia

31º dia

Figura 7: Box-plot para Coesividade de uvas Thompson durante 31 dias de armazenamento

refrigerado (tratamentos B, K, L e X).

174

Tabela 13 – Estatística descritiva para Coesividade de uvas Thompson acondicionadas por 31 dias.

Dia Tratamento Min. Q1 Md Media Q3 Max. DP

1

B 0,38 0,38 0,40 0,41 0,41 0,48 0,033

K 0,33 0,38 0,39 0,41 0,42 0,60 0,082

L 0,42 0,43 0,44 0,45 0,47 0,50 0,029

X 0,40 0,44 0,46 0,46 0,49 0,52 0,040

6

B 0,35 0,36 0,38 0,41 0,42 0,55 0,070

K 0,42 0,44 0,44 0,45 0,48 0,51 0,032

L 0,48 0,49 0,52 0,52 0,54 0,58 0,037

X 0,39 0,44 0,46 0,46 0,48 0,51 0,039

11

B 0,41 0,44 0,48 0,47 0,49 0,50 0,034

K 0,42 0,46 0,48 0,48 0,49 0,57 0,045

L 0,37 0,42 0,44 0,43 0,45 0,49 0,036

X 0,37 0,39 0,40 0,41 0,42 0,46 0,029

16

B 0,39 0,44 0,45 0,45 0,45 0,52 0,036

K 0,29 0,41 0,45 0,44 0,48 0,51 0,069

L 0,46 0,47 0,50 0,50 0,53 0,56 0,037

X 0,36 0,38 0,41 0,40 0,41 0,43 0,024

21

B 0,40 0,42 0,42 0,44 0,46 0,48 0,030

K 0,42 0,45 0,46 0,48 0,47 0,60 0,057

L 0,38 0,40 0,42 0,43 0,46 0,49 0,039

X 0,43 0,46 0,48 0,47 0,48 0,53 0,031

26

B 0,34 0,35 0,38 0,38 0,40 0,46 0,043

K 0,33 0,34 0,36 0,36 0,37 0,42 0,030

L 0,32 0,34 0,37 0,37 0,40 0,44 0,042

X 0,42 0,43 0,47 0,46 0,48 0,51 0,033

31

B 0,37 0,39 0,43 0,43 0,47 0,50 0,051

K 0,34 0,40 0,41 0,40 0,42 0,43 0,029

L 0,41 0,45 0,46 0,46 0,47 0,49 0,024

X 0,37 0,38 0,38 0,39 0,40 0,42 0,020

Tabela 14 – Teste de Kruskall-Wallis para Coesividade de uvas Thompson acondicionadas por 31

dias.

Dia p-valor Conclusão

01 0,0073 Rejeita Ho

06 0,0022 Rejeita Ho

11 0,0037 Rejeita Ho

16 0,0007 Rejeita Ho

21 0,0588 Não rejeita Ho

26 0,0010 Rejeita Ho

31 0,0057 Rejeita Ho

175

RESILIÊNCIA

1º dia 6º dia

11º dia 16º dia

21º dia 26º dia

31º dia

Figura 8: Box-plot para Resiliência de uvas Thompson durante 31 dias de armazenamento

refrigerado (tratamentos B, K, L e X).

176

Tabela 15 – Estatística descritiva para Resiliência de uvas Thompson acondicionadas por 31 dias

Dia Tratamento Min. Q1 Md Media Q3 Max. DP

1

B 0,17 0,18 0,19 0,19 0,19 0,21 0,014

K 0,17 0,18 0,19 0,20 0,20 0,25 0,024

L 0,21 0,21 0,22 0,22 0,24 0,25 0,016

X 0,20 0,22 0,23 0,23 0,24 0,25 0,019

6

B 0,17 0,17 0,18 0,19 0,19 0,29 0,040

K 0,20 0,22 0,23 0,23 0,24 0,26 0,020

L 0,23 0,24 0,27 0,26 0,28 0,30 0,026

X 0,19 0,22 0,23 0,22 0,23 0,25 0,018

11

B 0,19 0,22 0,22 0,22 0,23 0,25 0,017

K 0,19 0,22 0,22 0,22 0,22 0,24 0,016

L 0,18 0,19 0,21 0,20 0,21 0,23 0,018

X 0,19 0,20 0,20 0,20 0,21 0,23 0,014

16

B 0,19 0,20 0,20 0,21 0,21 0,24 0,017

K 0,15 0,19 0,21 0,20 0,22 0,23 0,027

L 0,21 0,23 0,23 0,24 0,24 0,26 0,018

X 0,17 0,19 0,20 0,19 0,20 0,21 0,012

21

B 0,18 0,19 0,19 0,20 0,20 0,22 0,013

K 0,19 0,20 0,20 0,21 0,21 0,23 0,014

L 0,18 0,19 0,19 0,20 0,21 0,22 0,015

X 0,20 0,22 0,22 0,22 0,23 0,25 0,018

26

B 0,15 0,16 0,17 0,17 0,18 0,21 0,018

K 0,15 0,15 0,16 0,16 0,17 0,19 0,014

L 0,14 0,16 0,16 0,17 0,18 0,20 0,019

X 0,20 0,22 0,23 0,23 0,24 0,25 0,019

31

B 0,16 0,17 0,19 0,19 0,21 0,22 0,024

K 0,16 0,19 0,19 0,18 0,19 0,19 0,011

L 0,18 0,20 0,22 0,21 0,22 0,23 0,016

X 0,17 0,18 0,18 0,18 0,18 0,20 0,009

Tabela 16 – Teste de Kruskall-Wallis para Resiliência de uvas Thompson acondicionadas por 31

dias.

Dia p-valor Conclusão

01 0,0006 Rejeita Ho

06 0,0023 Rejeita Ho

11 0,0507 Não rejeita Ho

16 0,0040 Rejeita Ho

21 0,0095 Rejeita Ho

26 0,0005 Rejeita Ho

31 0,0217 Rejeita Ho