EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis,...

33
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE NUTRIÇÃO EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE CRESCIMENTO SOBRE O ESTADO DE HIDRATAÇÃO CORPORAL E A FUNÇÃO RENAL DE RATOS ADULTOS EMANUELLY SILVEIRA DE ARRUDA Cuiabá-MT, outubro de 2018

Transcript of EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis,...

Page 1: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

0

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A

FASE DE CRESCIMENTO SOBRE O ESTADO DE

HIDRATAÇÃO CORPORAL E A FUNÇÃO RENAL DE

RATOS ADULTOS

EMANUELLY SILVEIRA DE ARRUDA

Cuiabá-MT, outubro de 2018

Page 2: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

1

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A

FASE DE CRESCIMENTO SOBRE O ESTADO DE

HIDRATAÇÃO CORPORAL E A FUNÇÃO RENAL DE

RATOS ADULTOS

EMANUELLY SILVEIRA DE ARRUDA

Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de

Nutrição da Universidade Federal de Mato

Grosso como parte dos requisitos exigidos para

obtenção do título de Bacharel em Nutrição, sob

orientação da Profª. Dra. Márcia Queiroz

Latorraca.

Cuiabá-MT, outubro de 2018

Page 3: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

2

Page 4: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

3

Page 5: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

4

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente а Deus que esteve ao meu lado e me deu força, ânimo e crença

para não desistir e continuar lutando por este meu sonho e objetivo de vida.

À minha família meu pai Emídio Paes, minha mãe Sandra Regina e meus irmãos

Eduardo Arruda e Emídio Junior. Pois foram eles que me incentivaram e inspiraram através de

gestos e palavras a superar todas as dificuldades, mesmo os distantes. Agradeço também ao

meu namorado Tiago Lopes, que de forma especial е carinhosa me deu força е coragem, me

apoiando em todos os momentos.

As minhas amigas de turma Emily, Regiane e Jane que em meio ao desespero uma

auxiliava a outra, sendo a calmaria e a serenidade, para melhor foco no estudo.

Ao técnico de laboratório Celso Afonso por sempre ter sido prestativo quando precisei.

Por fim, agradeço a Profª. Dra. E orientadora Márcia Latorraca pelo convívio, apoio,

compreensão, amizade e parceria durante todo o estudo. Reconheço um esforço gigante com

muita paciência e sabedoria, disponibilizando recursos e ferramentas dados para minha

evolução de cada dia.

Page 6: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

5

RESUMO

O óleo de coco vem se destacando no mercado como um alimento funcional, sendo utilizado na prevenção e

tratamento da obesidade, dentre outras enfermidades metabólicas. As propriedades antiobesidade do óleo de coco

têm sido atribuídas ao conteúdo de ácido láurico, considerado termogênico, e que, portanto, contribui para a perda

de gordura e peso corporal e redução significativa da gordura abdominal, prevenindo doença arterial coronariana.

Recentemente foi observado que ratos mantidos durante a fase de crescimento após o desmame com uma dieta

normolipídica contendo óleo de coco apresentaram aumento da cetonemia, sugerindo que essa dieta induz a

acidose metabólica. Nessa situação, mecanismos compensatórios renais são ativados para restaurar o equilíbrio

ácido-básico. Assim, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos do consumo de óleo de coco durante a fase de

crescimento sobre o estado de hidratação corporal e a função renal em ratos adultos. Ratos Wistar recém-

desmamados, foram divididos ao acaso em três grupos e alimentados por 60 dias com dieta controle (7% de óleo

de soja) correspondendo ao Grupo Controle (C), dieta mista (3,5% de óleo de coco, 3,5% de óleo de soja)

correspondendo ao Grupo Misto (M) e dieta com óleo de coco (7% de óleo de coco) correspondendo ao Grupo

Óleo de Coco (OC). O grupo M teve um consumo absoluto maior em relação aos grupos OC e C. O consumo

alimentar relativo à 100g de peso corporal e o coeficiente de eficácia alimentar foram similares entre os grupos.

Não houve diferença entre os grupos em relação aos pesos corporais e IMC ao desmame e ao final do período

experimental, bem como na razão circunferência da cintura/circunferência torácica. A temperatura corporal foi

maior no grupo M em relação do grupo OC, mas similar ao grupo C. As concentrações séricas de albumina e

creatinina foram similar nos grupos OC e M, e em ambos os grupos essas variáveis foram maiores em comparação

ao grupo C. As concentrações séricas ureia, ácido úrico e o hematócrito não diferiram entre os grupos. A cetonemia

de jejum foi maior no grupo OC em comparação ao grupo C. O grupo M apresentou cetonemia de jejum menor

em comparação ao grupo OC, mas maior em relação ao grupo C. A ingestão hídrica, diurese, perda de líquidos

pelas fezes, balanço hídrico, concentrações urinárias de sódio, potássio, ureia e corpos cetônicos, e a osmolaridade

e densidade urinárias não diferiram entre os grupos. O pH urinário do grupo OC foi maior em relação aos grupos

M e C. Portanto, os resultados encontrados sugerem que o estado de hidratação corporal e a função renal não se

alteraram em ratos adultos mantidos com dieta à base de óleo de coco durante a fase de crescimento após o

desmame.

PALAVRAS CHAVE

Óleo de coco; hidratação corporal; função renal; ratos adultos

Page 7: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

6

ABSTRACT

Coconut oil has been prominent in the market as a functional food, being used in the prevention and treatment of

obesity, among other metabolic diseases. The antiobesity properties of coconut oil have been attributed to the

content of lauric acid, considered thermogenic, and therefore, contributes to fat loss and body weight and

significant reduction of abdominal fat, preventing coronary artery disease. Recently it was observed that rats

maintained during the growth phase after weaning with a normolipid diet containing coconut oil showed increased

ketonemia, suggesting that this diet induces metabolic acidosis. In this situation, renal compensatory mechanisms

are activated to restore acid-base balance. Thus, the objective of this study was to evaluate the effects of coconut

oil consumption during the growth phase on the state of body hydration and renal function in adult rats. Wistar

rats were weaned in three groups and fed for 60 days with control diet (7% soybean oil) corresponding to Control

Group (C), mixed diet (3.5% coconut oil, 3 , 5% of soybean oil) corresponding to the Mixed Group (M) and diet

with coconut oil (7% of coconut oil) corresponding to the Coconut Oil Group (OC). The M group had a greater

absolute consumption in relation to the OC and C groups. The food consumption relative to 100g of body weight

and the coefficient of food efficacy were similar between the groups. There were no differences between the groups

regarding body weights and BMI at weaning and at the end of the experimental period, as well as the waist

circumference / chest circumference ratio. Body temperature was higher in group M than in group C, but similar

to group C. Serum albumin and creatinine concentrations were similar in OC and M groups, and in both groups

these variables were higher in comparison to group C. Serum urea, uric acid and hematocrit concentrations did

not differ between groups. The fasting ketonemia was higher in the OC group compared to the C group. The M

group presented lower fasting ketonemia in comparison to the OC group, but higher in relation to the C group.

Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone bodies,

and urinary osmolarity and density did not differ between groups. The urinary pH of the OC group was higher in

relation to the M and C groups. Therefore, the results found suggest that the body hydration status and renal

function did not change in adult rats maintained with coconut oil-based diet during phase after weaning.

KEY WORDS

Coconut oil; body hydration; renal function; adult rats

Page 8: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

7

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 8

2. OBJETIVOS .................................................................................................................... 10

2.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................................. 10

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 10

3. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 11

4. MATERIAL E MÉTODO............................................................................................15

4.1 ANIMAIS.................................................................................................................15

4.2 DIETAS ..................................................................................................................... 16

4.3 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS...............................................................18

4.3.1 Avaliação dos parâmetros somáticos...................................................................18

4.3.2 Avaliação de ingestão alimentar ............................................................................ 19

4.3.3 Avaliação de ingestão hídrica ................................................................................ 19

4.3.4 Coleta de fezes e urina ........................................................................................19

4.3.5 Determinação da temperatura corporal .................................................................. 20

4.3.6 Determinação das concentrações urinárias de sódio, potássio e ureia ................19

4.3.7 Determinação dos caracteres urinários gerais......................................................20

4.3.8 Determinação de corpos cetônicos no sangue ....................................................... 21

4.3.9 Coleta de amostras e análises dos parâmetros séricos e hematócrito .................... 21

4.4 ANÁLISES ESTATÍSTICAS ................................................................................... 21

5. RESULTADOS..................................................................................................................22

6. DISCUSSÃO.......................................................................................................................27

7. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 29

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 30

Page 9: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

8

1. INTRODUÇÃO

A obesidade é uma doença crônica de origem multifatorial que envolve características

genéticas e ambientais. Caracteriza-se pelo aumento de adiposidade corporal que é

acompanhado por maior risco de comorbidades que afetam a qualidade de vida (SERRA, 2013).

O aumento da obesidade em todo o mundo tem um importante impacto na saúde pública.

Em particular, a obesidade tem uma contribuição importante para a incidência global de

doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2, câncer, osteoartrite, apnéia do sono e

incapacidade laboral (SEIDELL, 2015).

O quadro clínico de obesidade também está fortemente associado às dislipidemias, e o

controle do peso corporal parece ser uma medida eficaz no controle destas, relacionando-se à

redução das Lipoproteínas de Baixa Densidade (LDL, do inglês Low Density Lipoprotein) e

aumento das Lipoproteínas de Alta Densidade (HDL, do inglês, High Density Lipoprotein)

(MARQUES, 2011).

Nos últimos anos, as demandas por alguns produtos alimentícios mudaram

consideravelmente, pela crença de que alguns alimentos contribuem diretamente para a saúde

(ARORA, 2015). A esses produtos são atribuídas propriedades funcionais. Os alimentos

funcionais são definidos como quaisquer alimentos que além do seu valor nutritivo tenham

impacto positivo na saúde, desempenho físico, ou no bem estar do indivíduo (PALOU, 2000).

Esses alimentos são usados para manter ou regular condições de saúde específicas, tais como

hipertensão arterial e hipercolesterolemia (PATEL, 2008)

A mídia tem oferecido diversas opções de produtos como recurso para a prevenção e

tratamento de várias doenças. Dentre eles, o óleo de coco vem se destacando no mercado como

um alimento funcional, com a promessa de possuir excelente ação antibacteriana, antiviral e

antifúngica, ajudando no combate a vários microrganismos patogênicos, sendo esses efeitos

atribuídos ao ácido láurico.

As propriedades antiobesidade do óleo de coco também têm sido atribuídas ao conteúdo

de ácido láurico, considerado termogênico. Esse ácido graxo contribuiria para a perda de

gordura corporal, perda de peso e redução significativa da gordura abdominal (ALMEIDA,

2007) prevenindo doença arterial coronariana (CARDOSO, 2015).

Page 10: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

9

Existem alguns estudos mostrando que o óleo de coco extra virgem contribui para a

redução da gordura corporal e perfil lipídico, ainda há controvérsias a esse respeito, uma vez

que o mesmo é uma fonte de gordura saturada (CARDOSO, 2015).

Recentemente, Menezes (2016) avaliou o efeito do consumo de uma dieta normolipídica

contendo óleo de coco durante o crescimento após o desmame. Embora o óleo de coco em

quantidade normal tenha aumentado concentrações de HDL-colesterol, verificou-se elevação

das concentrações sérica de albumina e de corpos cetônicos. A hiperalbuminemia é um dos

indicadores de desidratação celular. O aumento da cetonemia sugere que a dieta à base de óleo

de coco induz a acidose metabólica, que desencadeia mecanismos compensatórios renais que

visam restaurar o equilíbrio ácido-básico (ADEVA, 2011).

Page 11: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

10

2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar os efeitos do consumo de óleo de coco sobre o estado de hidratação corporal e

a função renal em ratos durante a fase de crescimento e na vida adulta.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Verificar o padrão alimentar de ratos adultos mantidos com dieta à base de óleo de coco

durante a fase crescimento pós desmame.

Caracterizar o perfil nutricional de ratos adultos mantidos com dieta à base de óleo de

coco durante a fase crescimento pós desmame.

Determinar o balanço hídrico de ratos adultos mantidos com dieta à base de óleo de

coco durante a fase crescimento pós desmame.

Verificar os caracteres gerais e elementos anormais da urina de ratos adultos mantidos

com dieta à base de óleo de coco durante a fase crescimento pós desmame.

Determinar marcadores urinários e séricos de função renal de ratos adultos mantidos

com dieta à base de óleo de coco durante a fase crescimento pós desmame.

Determinar indicadores do estado de hidratação de ratos adultos mantidos com dieta à

base de óleo de coco durante a fase crescimento pós desmame.

Page 12: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

11

3. REVISÃO DE LITERATURA

O óleo de coco tem sido muito utilizado na indústria alimentícia (EYRES ,2007), sendo

o óleo refinado, branqueado e desodorizado ou, mais recentemente, o não refinado (virgem) as

formas mais comumente utilizadas comercialmente (MARINA et al. ,2009). A produção de

óleo de coco vem aumentando em todo o mundo. Em 2010, foram produzidos 3,5 milhões de

toneladas, sendo os principais produtores as Filipinas (1,7 milhão de toneladas), Indonésia (0,7

milhão de toneladas) e Índia (0,5 milhão de toneladas) (GUNSTONE, 2010). Deste total, cerca

de 2,0 milhões de toneladas foram exportados, sendo as Filipinas o maior exportador. O

consumo nos Estados Unidos em 2010 foi de 0,4 milhão de toneladas ou 1,28 kg per capita por

ano, e na União Europeia foi de 0,6 milhão de tonelada ou 1,3 kg per capita por ano (EYRES

et al.,2016).

O óleo de coco possui a vantagem de ser resistente à oxidação e polimerização, o que o

torna um óleo estável para cocção. É adequado para frituras rasas de uso único, embora não

seja recomendado para frituras profundas contínuas devido ao seu baixo ponto de fusão, que

pode levar à produção de substâncias potencialmente cancerígenas quando superaquecido

(SRIVASTAVA et al. ,2010).

Por seu alto teor de ácidos graxos saturados (92%), o óleo de coco sempre foi

classificado, juntamente com manteiga, óleo de palma e gorduras animais, como fonte de

gordura saturada, e, portanto, devendo ser pouco consumido (SIVAKUMARAN et al. ,2014;

YONG et al., 2009). Nos últimos anos, a literatura comercial tem comparado o óleo de coco

aos triglicerídeos de cadeia média (TCM), e considerado benéfico para a saúde humana por ser

comportar de forma atípica em comparação com outros alimentos ricos em gordura saturada.

Entretanto, os estudos que avaliam os TCM não são aplicáveis porque os triglicerídeos que

predominam no óleo de coco são diferentes em sua estrutura, absorção e metabolismo. Os TCM

são constituídos predominantemente por ácidos graxos caprílico (C8: 0) e cáprico (C10: 0),

classificados como ácidos graxos de cadeia média. O principal ácido graxo do óleo de coco é o

láurico (C12: 0), classificado como de cadeia média ou de cadeia longa. Em termos de digestão

e metabolismo, no entanto, ele se comporta mais como um ácido graxo de cadeia longa, porque

a maioria (70% -75%) é absorvida com quilomícrons, enquanto que 95% dos ácidos graxos de

cadeia média são absorvidos diretamente na veia porta (DENKE,1992).

Page 13: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

12

Os ácidos graxos de cadeia média são mais solúveis em água do que os de cadeia longa

e são solubilizados na fase aquosa do conteúdo intestinal sem formar micelas, sofrendo assim

uma absorção mais rápida (MARTEN et al. 2006). Também são eletrólitos fracos e altamente

ionizados em pH neutro, que aumenta ainda mais a sua solubilidade (TIMMERMANN, 1992).

O aumento de solubilidade ocorre nos ácidos graxos com dez carbonos ou menores, o que

exclui, portanto, o ácido láurico.

Quando os ácidos graxos são combinados em triglicerídeos, estes também são

denominados de cadeia média, longa ou muito longa. Os triglicerídeos de cadeia muito longa

têm de vinte e quatro a trinta carbonos (C24:0 a C30:0) e cerca de 4% dos triglicerídeos em

óleo de coco são deste comprimento. Os triglicerídeos contendo ácido láurico têm um peso

molecular mais elevado e são metabolizados de forma diferente dos triglicerídeos de baixo peso

molecular, com cadeias compostas com C8 a C10 (triglicerídeos de cadeia média). O peso

molecular médio dos triglicerídeos no óleo de coco é de 638, enquanto os TCM é de 512 e esse

menor peso molecular facilita a ação da lipase pancreática. Consequentemente, os triglicerídeos

de cadeia média são hidrolisados mais rapidamente e mais completamente do que os

triglicerídeos de cadeia mais longa (BACH,1982). Portanto, o óleo de coco não é constituído

predominantemente por ácidos graxos ou triglicerídeos de cadeia média. Assim, as evidências

benéficas do TCM não podem ser extrapoladas para o óleo de coco.

O transporte e o metabolismo dos ácidos graxos de cadeia curta e média também

diferem. Os ácidos graxos de cadeia curta são transportados no sangue como ácidos graxos

livres, enquanto os de cadeia mais longa circulam combinados com a albumina (BACH, 1982).

Para serem metabolizados na mitocôndria, os ácidos graxos de cadeia longa necessitam da

carnitina palmitoiltrasnferase I (sistema de transporte da carnitina), enquanto os de cadeia

média não necessitam desse sistema, são facilmente transportados para dentro da mitocôndria

-hidroxibutirato) (Papamandjaris et al.

1998). Estes dois produtos podem ser metabolizados no fígado para produzir CO2, H2O e

energia (MISHKIN et al. 1972, OCKNER et al. 1972; PAPAMANDJARIS et al. 1998).

Assim como as dietas que possuem baixo teor de carboidratos e elevado conteúdo de

proteínas e gordura, denominadas dietas cetogênicas (FREEMAN ,2010), os TCM ou os ácidos

graxos de cadeia média também aumentam a formação de corpos cetônicos (acetoacetao, 3- -

hidroxibutirato e acetona) (TRAUL et al. 2000). Em resposta ao estado de acidose metabólica

induzida por dieta, os rins ativam mecanismos compensatórios que visam restabelecer o

Page 14: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

13

equilíbrio ácido-base. Uma das adaptações à dieta acidogênica é vasodilatação renal e o

aumento da taxa de filtração glomerular, com consequente aumento do volume urinário

(ADEVA, 2011).

A água é sem dúvida a molécula mais abundante no corpo de todos os animais; e a

manutenção de um nível adequado de água corporal é essencial para sobrevivência

(McKINLEY et al., 2004).

O estado de hidratação normal é a situação equivalente ao equilíbrio hídrico, sendo este

um processo dinâmico. Há dois estados extremos como a hiper-hidratação, que é o estado

equivalente ao equilíbrio positivo da água (excesso de água no organismo) e o de

hipohidratação, que é o estado equivalente a um equilíbrio negativo de água (deficiência de

água) (Greenleaf,1992). Na desidratação há um processo de perda de água do corpo e na

reidratação há um processo de ganho de água.

As principais vias pelas quais o nosso organismo pode perder água são: o rim, pulmões,

pele e sistema gastrointestinal (vômitos ou diarreias). Por outro lado, os ganhos de água são

realizados através do sistema gastrointestinal pela ingestão de bebidas, pela alimentação e pela

produção de água através do metabolismo (GREENLEAF et. al., 1983).

A avaliação do conteúdo da água corporal e da osmolalidade plasmática (Posm) são

considerados o “padrão ouro” para a análise do estado de hidratação de um organismo

(CHEUVRONT e SAWKA, 2005; POPOWSKY et al. ,2001). O estado de hiper-hidratação

reduz, enquanto o estado de hipohidratação aumenta a Posm. A água move-se livremente entre

os espaços intracelular e extracelular, sendo deslocada de áreas de menor concentração para as

de maior concentração de solutos, de forma a alcançar o equilíbrio osmótico (HEW-BUTLER

et al. ,2007). A Posm aumenta quando a perda de água induz à desidratação, pois a água é

hipotônica em relação ao plasma. Em casos de hipohidratação, espera-se então um aumento da

Posm, o que pode ocorrer por perda de água pelo suor, diarreia ou pela produção de urina

(SHIRREFFS, 2003).

De acordo com Stein et al. (1949), o aumento da concentração de hematócrito pode ser

associado à redução do volume plasmático, sendo que os pesquisadores assumiram que as

alterações do percentual de hematócritos ocorriam com igual magnitude em relação à redução

do volume plasmático. O volume plasmático circulante é definido como todo o líquido do

espaço vascular, o que exclui as células sanguíneas vermelhas (HEW-BUTLER et al ,2007). A

Page 15: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

14

redução do volume de fluidos corporal é associado com a diminuição do volume plasmático, o

que pode resultar em impactos negativos na função cardiovascular (GONZALEZ-ALONSO et

al,1997). Portanto, a manutenção do volume plasmático torna-se necessária para a garantia da

homeostase.

O estado de hidratação também pode ser avaliado por análise osmolaridade urinária

(Uosm). Trata-se de um método simples, prático e com um baixo custo. De acordo com Shirrefs

e Maughan (1998), em humanos, considera-se no estado de hipohidratação, indivíduos que

apresentarem valores de Uosm superiores a 900 mOsm/kg. Entretanto por se tratar de uma

variável muito instável, essa medida apresenta valores com uma grande variação individual.

A osmolaridade urinária pode ser obtidas diretamente usando um osmômetro que avalia

o ponto de congelamento (método mais confiável e recomendado) ou o ponto de evaporação

(este último possui maior incerteza de medição, e portanto é menos usado). Pode-se também

calcular a partir da determinação das concentrações dos componentes que contribuem para a

pressão osmótica urinária e plasmática ou sérica. São os principais íons e moléculas orgânicas:

sódio, potássio, cloreto, uréia e glicose ( SHIRREFS, 1998 e 2003 ).

A densidade urinária também pode indicar o estado de hidratação corporal. Consiste na

medida dos solutos dissolvidos na urina e avalia a capacidade renal de concentração e de

manutenção da homeostase do organismo. Pode ser medida através de aparelhos ou de tiras

reagentes. A densidade normal da urina situa-se entre 1,010 a 1,030 g/L. A densidade urinária

guarda uma relação linear com a osmolaridade urinária (SHIRREFS, 1998 e 2003).

Os indicadores urinários têm limitações em relação à identificação das alterações

verificadas na hidratação. Estes indicadores têm menor sensibilidade do que os sanguíneos e

dão respostas mais atrasadas (SHIRREFS, 1998 e 2003).

Finalmente, as medidas objetivas não invasivas como a ingestão hídrica, o volume

urinário, a consistência das fezes e alguns sinais vitais como e temperatura corporal podem

contribuir para a avaliação do estado de hidratação corporal.

A determinação do pH urinário é um indicador do estado metabólico do organismo,

como por exemplo, o estado de acidose metabólica (ADEVA, 2011). O pH de uma solução é

dado pela recíproca da concentração de H+. Os pulmões e os rins são os principais órgãos

reguladores do equilíbrio ácido-base do organismo. Esta regulação se dá pela formação de

hidrogênio e de ácidos fracos, bem como pela reabsorção de bicarbonato do filtrado glomerular,

Page 16: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

15

que ocorre nos túbulos contornados. Em um indivíduo hígido, geralmente, a primeira urina da

manhã possui pH ligeiramente ácido, entre 5,0 e 6,0, enquanto em outras amostras do dia o pH

pode variar de 4,5 a 8,0 (HU etal. ,1993 ).

Page 17: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

16

4. MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo foi desenvolvido no Laboratório de Avaliação Biológica de Alimentos do

Departamento de Alimentos e Nutrição da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de

Mato Grosso (UFMT). Todos os experimentos foram dirigidos por princípios de boas práticas

de laboratório e procedimentos científicos, seguindo o guia prático do manual de biotério do

International Committee on Laboratory Animals (ICLA), e submetidos à aprovação do Comitê

de Ética da UFMT.

4.1 ANIMAIS

Ratos Wistar recém-desmamados (28 dias de idade), provenientes do Biotério da Universidade

de Cuiabá (UNIC) foram separados ao acaso em três grupos e alimentados por 60 dias com

dieta controle (7% de óleo de soja) correspondendo ao Grupo Controle (GC), dieta mista (3,5%

de óleo de coco, 3,5% de óleo de soja) correspondendo ao Grupo Misto (GM) e dieta com óleo

de coco (7% de óleo de coco) correspondendo ao Grupo Óleo de Coco (GOC). Em todas as

etapas do estudo os animais receberam água e as respectivas dietas ad libitum e foram mantidos

em gaiolas coletivas de polipropileno (medindo 37,0 x 31,0 x 16,0 cm) com tampa de material

galvanizado. Uma vez por semana, os animais foram transferidos para gaiolas metabólicas onde

permaneceram por 24 horas para determinação do balanço hídrico. Além disso, foram mantidos

em condições padronizadas de iluminação (ciclo claro/escuro de 12 horas) e temperatura de 22

2C.

4.2 DIETAS

A dieta controle foi elaborada de acordo com as recomendações da AIN-93G (American

Institute of Nutrition) para roedores em fase de crescimento, prenhez e lactação, sendo

composta por 17% de caseína (REEVES, 1993). Na dieta de óleo de coco, houve a substituição

do óleo de soja pelo óleo de coco extra virgem, na mesma proporção da dieta controle. Na dieta

mista houve a distribuição igualitária entre óleo de soja e óleo de coco, e a quantidade de

gordura foi igual ao da dieta controle. Os demais nutrientes tiveram as concentrações mantidas.

Todas as dietas eram isocalóricas conforme o quadro 1.

Page 18: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

17

Quadro 1 - Dietas Experimentais

Ingredientes Dieta Controle(GC)* Dieta

Mista(GM)

Dieta Óleo de

Coco(GOC)

Amido 397,0 397,0 397,0

Caseína 200,0 200,0 200,0

Amido de Milho

dextrinizado

132,0 132,0 132,0

Sacarose 100,0 100,0 100,0

Óleo de soja 70,0 35,0 -

Óleo de coco - 35,0 70,0

Celulose microfibra (fibra) 50,0 50,0 50,0

Mistura de minerais AIN-

93G*

35,0 35,0 35,0

Mistura de vitaminas AIN-

93G*

10,0 10,0 10,0

L-cistina 3,0 3,0 3,0

Bitartarato de colina 2,5 2,5 2,5

Total 1000,0 1000,0 1000,0

*AIN 93 G (Reeves, 1993)

A composição nutricional (Quadro 2) do óleo de coco foi obtida das informações contidas na

embalagem.

Quadro 2- Composição Nutricional do Óleo de Coco Extra Virgem

Componentes Quantidade por porção 100g

Valor energético 847 Kcal=533 KJ

Carboidratos 0 g

Page 19: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

18

Proteínas 0 g

Gorduras Totais 93,4g

Gorduras Saturadas 86,7 g

Gorduras Trans 0 g

Gorduras Monoinsaturadas 5,34 g

Gorduras Poliinsaturadas 1,34 mg

Colesterol 0 mg

Fibra Alimentar 0 mg

Sódio 0 mg

A composição nutricional (Quadro 3) do óleo de soja foi obtida das informações contidas na

Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO, 2011).

Quadro 3- Composição Nutricional do Óleo de Soja

Componentes Quantidade por porção 100g

Valor energético 884 Kcal=3699 KJ

Carboidratos 0 g

Proteínas 0 g

Gordura Total 100g

Gorduras Saturadas 15,2g

Gorduras Monoinsaturadas 23,3g

Gorduras Poliinsaturadas 60,0g

Colesterol 0 mg

Fibra Alimentar 0 mg

Sódio 0 mg

Fonte: Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO), 2011.

4.3 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

4.3.1 Avaliação dos parâmetros somáticos

Page 20: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

19

Aos 28 dias e aos 60 dias de vida, o peso corporal foi registrado, usando balança digital.

Em seguida, após anestesia foi mensurado o comprimento naso-anal. Essas variáveis foram

utilizadas para o cálculo do índice de massa corporal (IMC), que corresponde à razão entre o

peso corporal (g) e o quadrado do comprimento naso-anal (cm) (NOVELLI, 2007).

No final do período experimental mediu-se com uma fita inextensível a circunferência

abdominal na posição imediatamente anterior as patas traseiras, e a circunferência torácica na

posição imediatamente posterior as patas dianteiras. Os valores expressos em centímetros foram

utilizados para calcular a razão da circunferência abdominal/ circunferência torácica (razão

CA/CT).

4.3.2 Avaliação de ingestão alimentar

Uma vez por semana, os ratos foram alocados individualmente em gaiolas metabólicas,

sendo a ingestão alimentar registrada no período de 24 horas. No tempo restante, os ratos foram

mantidos em gaiolas coletivas (quatro animais por gaiola) e a ingestão alimentar foi registrada

a cada três dias. Utilizou-se o método de resto-ingesta, sendo o peso do resto descontado do

peso ofertado. O consumo alimentar durante o período em que foram mantidos em gaiolas

coletivas foi dividido pelo número de ratos. Os resultados foram expressos em valor absoluto e

relativo à 100g do peso corporal. Foi determinado o coeficiente de eficácia alimentar pela razão

entre o ganho de peso corporal e a quantidade de dieta ingerida durante o período experimental

4.3.3 Avaliação de ingestão hídrica

Para a mensuração de ingestão hídrica, os ratos foram alocados individualmente em

gaiolas metabólicas por 24 horas, uma vez por semana. Utilizou-se o método de resto-ingesta,

sendo o volume do resto descontado do volume ofertado. Os resultados representam a média

da ingestão hídrica durante o período

4.3.4 Coleta de fezes e urina

Amostras de fezes e urina foram coletadas para determinação do balanço hídrico e

urinálise. As coletas de fezes e urina de 24 horas foram realizadas com os animais alocados

Page 21: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

20

individualmente em gaiolas metabólicas. As fezes foram coletadas e transferidas para placas de

Petri, pesadas e mantidas por aproximadamente dois dias em estufa a 60 C° até apresentarem

peso constante. Posteriormente calculou-se a diferença entre o peso inicial e final, que

correspondeu ao teor de água das fezes.

A urina de 24 horas foi coletada em recipientes acoplados a gaiola metabólica, sendo

transferida a cada 12 horas para tubos falcon e armazenada, sob refrigeração, para determinação

dos caracteres gerais, ureia, eletrólitos e pesquisa de elementos anormais.

O balanço hídrico foi determinado pela diferença entre o volume ingerido e o excretado

pela urina e fezes. Os resultados representam a média do balanço hídrico durante o período

avaliado.

4.3.5 Determinação da temperatura corporal

Após 55 dias de tratamento os ratos foram separados e imobilizados para realizar a

temperatura retal, utilizando o termômetro digital aguardando em média 30 segundos para

estabilização do resultado. Os resultados foram expressos em °C.

4.3.6 Determinação das concentrações urinárias de sódio, potássio e

ureia

Amostras de urina foram diluídas em água deionizada para determinação da

concentração de sódio (10µl – 10 ml água deionizada) e potássio (5 µl – 5 ml água deionizada),

usando fotômetro de chama (modelo910M Analyser,SãoPaulo,SP,Brasil). A concentração de

ureia urinária foi determinada usando Kit comercialmente disponível (Bioclin, ).

4.3.7 Determinação dos caracteres urinários gerais

Para determinação da cetonúria, pH e a densidade urinária foram utilizadas fitas

reagentes (Uriclin 10, Laborclin Produtos para laboratório, São Paulo). A osmolaridade urinária

Page 22: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

21

foi calculada multiplicando-se o coeficiente 33 pelos dois últimos algarismos da densidade

(ALVES e PECEGO, 1995).

4.3.8 Determinação de corpos cetônicos no sangue

Para a determinação da concentração de corpos cetônicos (hidroxibutirato), amostras de

sangue foram coletadas após 55 dias de tratamento. As amostras de sangue foram obtidas a

partir de um corte na cauda dos ratos e as determinações foram feitas utilizando um aparelho

glicosímetro (Freestyle Optium Neo) e tiras específicas para dosagem de corpos cetônicos

(Freestyle Optium B-Ketone).

4.3.9 Coleta de amostras e análises dos parâmetros séricos e

hematócrito

Após 60 dias de tratamento, os ratos foram submetidos à eutanásia, que consistiu em

narcose com CO2 seguida da decapitação. Amostras de sangue coletadas que foram

armazenadas em tubos contendo EDTA foram usadas para determinação do hematócrito.

Alíquotas de soro obtidas por centrifugação foram usadas para medir as concentrações de

albumina, ureia, creatinina e ácido úrico.

4.4 ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Os resultados foram expressos como média ± desvio padrão do número de animais. Foi

aplicado o teste de Levene para verificar a homogeneidade das variâncias. Utilizou-se ANOVA

a um fator, seguido do teste de comparação múltipla de médias (LSD), quando necessário. O

nível de significância foi estabelecido em P< 0,05. Os resultados foram analisados utilizando o

software Statistic (Stat-soft).

5. RESULTADOS

Page 23: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

22

Na Tabela 1 estão descritos os parâmetros referentes ao padrão alimentar dos grupos

avaliados. O grupo M teve um consumo absoluto maior em relação aos grupos OC e C. O

consumo alimentar relativo a 100g de peso corporal e o coeficiente de eficácia alimentar foram

similares entre os grupos.

Tabela 1- Consumo alimentar absoluto e relativo ao peso corporal, e coeficiente de

eficácia alimentar de ratos adultos mantidos durante a fase de crescimento após o desmame com

dieta controle (grupo C), mista (Grupo M) e óleo de coco (grupos OC)

Variáveis Grupos

C M OC

Consumo alimentar absoluto (g)

1119±83b

(8)

1208±46a

(9)

1136±33b

(8)

Consumo alimentar relativo (g/100g

de peso corporal)

259±45

(8)

264±38

(9)

288±36

(8)

Coeficiente de eficácia alimentar 0,29±0,06

(8)

0,28±0,04

(9)

0,25±0,05

(8)

Valores expressos em média e desvio padrão do número de ratas entre parênteses.

Letras diferentes indicam diferenças significativas (teste LSD, P<0,05).

Conforme mostra a tabela 2, não houve diferença entre os grupos quando se avaliaram

os pesos corporais e IMC ao desmame e ao final do período experimental, bem como a razão

circunferência da cintura/circunferência torácica. A temperatura corporal no final do período

experimental foi maior no grupo M em relação do grupo OC, mas similar ao grupo C. Não

houve diferença da temperatura corporal entre os grupos OC e C.

Tabela 2- Perfil somático e temperatura corporal de ratos adultos mantidos durante a

fase de crescimento após o desmame com dieta controle (grupo C), mista (Grupo M) e óleo de

coco (grupos OC)

Variáveis Grupos

Page 24: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

23

C M OC

Peso corporal ao desmame (g) 123±28

(8)

135±26

(9)

118±21

(8)

IMC ao desmame (kg/cm2) 0,50±0,10

(8)

0,46±0,06

(9)

0,44±0,05

(8)

Peso corporal final (g) 442±74

(8)

464±59

(9)

399±46

(8)

IMC final (kg/cm2) 0,72±0,08

(8)

0,73±0,07

(9)

0,67±0,05

(8)

Razão CA/CT 1,2±0,1

(8)

1,2±0,1

(9)

1,0±0,07

(8)

Temperatura corporal (°C) 33,9±0,4ab

(8)

34,3±0,8a

(9)

33,4±0,5b

(8)

Valores expressos em média e desvio padrão do número de ratas entre parênteses.

As concentrações séricas de albumina e creatinina foram similar nos grupos OC e M, e

ambos os grupos apresentaram essas variáveis maiores em comparação ao grupo C (P<0,05).

As concentrações séricas ureia, ácido úrico e o hematócrito não diferiram entre os grupos. A

cetonemia de jejum foi maior no grupo OC em comparação ao grupo C grupos. O grupo M

apresentou cetonemia de jejum menor em comparação ao grupo OC, mas maior em relação ao

grupo C (Tabela 3).

Tabela 3- Concentrações séricas albumina, ureia, creatinina, ácido úrico, cetonemia no

estado de jejum e hematócrito de ratos adultos mantidos durante a fase de crescimento após o

desmame com dieta controle (grupo C), mista (Grupo M) e óleo de coco (grupos OC)

Variáveis Grupos

C M OC

Albumina (mg/dl) 4,2±0,1b 4,5±0,2a 4,5±0,1a

Page 25: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

24

(8) (7) (6)

Ureia (mg/dl) 30,9±4,8

(8)

32,7±2,9

(9)

33,8±7,4

(8)

Creatinina (mg/dl) 0,41±0,06b

(8)

1,6±0,5a

(9)

1,3±0,7a

(8)

Ácido úrico (mg/dl) 2,0±0,7

(8)

2,3±1,2

(9)

2,3±1,3

(8)

Cetonemia de jejum (mmol/L) 1,10±0,31c

(8)

1,6±0,33b

(9)

2,12±0,62a

(8)

Hematócrito (%) 50,8±3,8

(8)

51,2±2,3

(9)

53±3,6

(8)

Valores expressos em média e desvio padrão do número de ratas entre parênteses.

Letras diferentes indicam diferenças significativas (teste LSD, P<0,05).

Os valores médios de ingestão hídrica, diurese, perda de líquidos pelas fezes, bem como

o balanço hídrico não diferiram entre os grupos, de acordo com a Tabela 4.

Page 26: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

25

Tabela 4- Ingestão hídrica, diurese, perda de água pelas fezes e balanço hídrico médios

de ratos adultos mantidos durante a fase de crescimento após o desmame com dieta controle

(grupo C), mista (Grupo M) e óleo de coco (grupos OC)

Variáveis Grupos

C M OC

Ingestão hídrica média (ml/dia) 9,7±3,3

(8)

9,5±1,9

(8)

10,9±2,9

(8)

Diurese média (ml/dia) 5,2±2,6

(8)

5,3±2,3

(8)

5,5±1,2

(8)

Perda pelas fezes (ml/dia) 0,21±0,08

(8)

0,19±0,04

(8)

0,19±0,03

(8)

Balanço hídrico 4,2±3,0

(8)

4,0±2,0

(8)

5,2±3,2

(8)

Valores expressos em média e desvio padrão do número de ratas entre parênteses.

Letras diferentes indicam diferenças significativas (teste LSD, P<0,05).

Na tabela 5 estão descritas as concentrações urinárias de eletrólitos, ureia e corpos

cetônicos, assim como densidade, osmolaridade e pH urinários. As concentrações urinária de

sódio, potássio, ureia e corpos cetônicos, e a osmolaridade e densidade urinárias não diferiram

entre os grupos. O pH urinário do grupo OC foi maior em relação aos grupos M e C.

Page 27: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

26

Tabela 5- Concentrações séricas de sódio, potássio e ureia, densidade, osmolaridade e

pH urinários de ratos adultos mantidos durante a fase de crescimento após o desmame com

dieta controle (grupo C), mista (Grupo M) e óleo de coco (grupos OC)

Variáveis Grupos

C M OC

Sódio urinário (mEq/L) 74±56

(8)

71±73

(8)

108±48

(8)

Potássio urinário (mEq/L) 30±13

(8)

34±9

(8)

38±12

(8)

Ureia urinária (mg/dl) 54±36

(8)

47±21

(8)

75±48

(8)

Densidade urinária 1024±6

(8)

1026±3

(8)

1024±5

(6)

Osmolaridade urinária (mOsmol/L) 784±212

(8)

846±106

(8)

797±162

(6)

pH urinário 6,4±0,2b

(8)

6,5±0,0b

(7)

6,8±0,3a

(6)

Cetonúria (mmol/L) 17,5±14,6

(8)

19,3±14,8

(7)

12,5±14,0

(6)

Valores expressos em média e desvio padrão do número de ratas entre parênteses.

Letras diferentes indicam diferenças significativas (teste LSD, P<0,05).

Page 28: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

27

6. DISCUSSÃO

No presente estudo, o óleo de coco associado ou não ao óleo de soja não alterou o perfil

somático e nem o padrão alimentar (ingestão alimentar relativa), mas aumentou as

concentrações séricas de corpos cetônicos, albumina e creatinina em ratos em fase de

crescimento. Em relação à ingestão alimentar o resultado obtido não surpreendeu porque o

efeito anorexinogênico atribuído ao óleo de coco tem se baseado em estudos em que foram

avaliados os efeitos do óleo de triglicerídeos de cadeia média (TCM) puros, e existem

diferenças importantes na composição desses óleos (Kinsella et al. 2017). No óleo de coco, o

ácido láurico (C12) perfaz quase 50% da gordura (Lockyer et al. 2016), e apenas 20 a 30%

chega ao fígado através da veia porta para ser usado como energia (Denke e Grundy 1992). O

óleo de TCM puro promove saciação e saciedade (Kinsella et al. 2017), possui

preponderantemente ácidos graxos de menor comprimento (C6-C10) e não contem ácido

láurico em sua composição (Denke e Grundy 1992). Curiosamente, o efeito anorexigênico da

cetonemia também não foi observado neste estudo. As concentrações plasmáticas de corpos

cetônicos circulantes variam de 0,1 mM no estado pós-prandial a 6 mM durante o jejum

prolongado (Owenet al. 1969) e 25 mM no diabetes não controlado (Foster 1991), com

considerável variação interindividual. Assim, é possível que os valores observados nos grupos

mantidos com dieta à base óleo de coco (2,12 mml/L ) e na dieta mista (1,6 mmol/L) não

tenham sido suficientes para reduzir significativamente a ingestão alimentar.

Apesar do aumento da cetogênese, ratos mantidos com dieta à base de óleo de coco

apresentaram, elevação discreta do pH urinário, contrariando as observações de que a acidose

metabólica desencadeada por dietas cetogênicas contribui para a redução do pH urinário (sulyok

e Guignard 1990). A concentração urinária de potássio e ureia também se manteve inalterada

nos ratos mantidos com dieta à base de óleo de coco e existe uma relação inversa da excreção

ácida líquida renal com a excreção de potássio urinária e direta com a excreção de ureia urinária

(krapf etal. 1992 ). Além disso, a dieta à base de óleo de coco parece não ter contribuído para

mudanças significantes em outras funções renais, tais como, aumento do fluxo plasmático renal,

da taxa de filtração glomerular, que são ativadas para remover excesso de ácidos (Adeva e

Souto,2010). Também não foi observado aumento da concentração sérica de ácido úrico,

resultante do uso de dietas cetogênicas (Hall et al. 1993). Embora os animais mantidos com

dieta à base de óleo de coco e dieta mista tenham apresentado aumento das concentrações

séricas de albumina e creatinina, e no último grupo a temperatura corporal tenha se elevado

Page 29: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

28

discretamente, a desidratação parece não ter sido a causa dessas alterações. Corroborando esta

suposição, não se observou alteração da diurese, do balanço hídrico, da osmolaridade e da

densidade urinárias, bem como do hematócrito.

É razoável supor que o aumento das concentrações séricas da albumina decorra da carga

extra de ácidos graxos de cadeia média, que requerem albumina para serem transportados (Bach

e Babayan 1982). Finalmente, a elevação da creatinina sérica parece não estar refletindo

desidratação ou prejuízo da função renal, uma vez que a creatinina é produto do catabolismo da

creatina muscular, variando em função da massa muscular do indivíduo (Hosten 1990).

Page 30: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

29

7. CONCLUSÃO

O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise encontrando resultados

expostos nas tabelas sugerindo que, o estado de hidratação corporal e a função renal não se

alteraram em ratos adultos mantidos com dieta à base de óleo de coco durante a fase de

crescimento após o desmame.

Podendo o desenvolvimento deste projeto ser continuado por tempo mais prolongado,

para otimização dos dados desse estudo.

Page 31: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

30

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ADEVA, M. M.; SOUTO, G.; Diet-induced metabolic acidosis. Clinical nuttrition, v. 30, p. 416–421, 2011.

BACH A.C. ; BABAYAN V.K. . Medium-chain triglycerides: an update Am. J. Clin. Nutr..v.36, n.5, p.950-

962, 1982).

BACH A.C. ; INGENBLEEK Y. ; FREY A. . The usefulness of dietary medium-chain triglycerides in body

weight control: fact or fancy? .J. Lipid Res., v.37, n.4, p.708-726, 1996.

BACH AC ; BABAYAN VK Medium chain triglycerides: an update. Am J Clin Nutr ,v36, p.950–962, 1982.

DENKE MA; GRUNDY SM. Comparison of effects of lauric acid and palmitic acid on plasma lipids and

lipoproteins. Am J Clin Nutr, v.56, p.895-898, 1992.

DENKE, M.A. GRUNDY S.M. Comparison of effects of lauric acid and palmitic acid on plasma lipids and

lipoproteins Am. J. Clin. Nutr., v.56, n.5, p.895-898, 1992.

EYRES L,et.al. Coconut oil consumption and cardiovascular risk factors in humans. Nutrition Reviews, v.74, n.4,

p.267–280.

EYRES L. Handbook of Australasian Edible Oils. Auckland: Oils and Fats Specialist Group of the New Zealand

Institute of Chemistry; 2007.

FOSTER D.W. et.al., Diabetes mellitus. Root (Eds.). Harrison’s Principles of Internal Medicine, McGraw- Hill,

p.1739-1759, 1991.

FREEMAN JM ; KOSSOFF EH .Ketosis and the ketogenic diet, 2010: advances in treating epilepsy and other

disorders. Adv Pediatr v.57, p.315–329, 2010.

GREEENLEAF, J.E. et. al. Drinking and water balance during exercise and heat acclimation. Journal of Applied

Physiology, v.54, n.2, p. 414-419, 1983.

GUNSTONE F. Lauric oils. Lipid Technol., v.168, n.22, 2010.

HALL ED, ANDRUS PK ; YONKERS PA. Brain hydroxyl radical generation in acute experimental head injury.J

Neurochem, v.60,p. 588–594,1993.

HOSTEN AO. BUN and Creatinine. In: Clinical Methods: The History, Physical, and Laboratory

Examinations. Editors: H Kenneth Walker, MD, W Dallas Hall, MD, and J Willis Hurst, MD. n.3,1990.

HU etal. Dietray intakes and urinary excretion of calcium and acids: a cross-sectional study of women in china.

Am J Clin Nutr, v.58, p.396-406, 1993.

Page 32: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

31

Krapf R.;Vetsh W.; Hulter HN. Chronic metabolic acidosis increases the sérum concentration of 1,25-

dihydroxyvitamin D in humans by stimulating its prodution rate.Critical role of acidosis-induced renal

hypophosphatemia. J Clin Invest, v.90, p.2456-2463,1992.

LOCKYER, S.;STANNER S. Coconut s.oil - a nutty idea?. Nutr. Bull, v.41, p.42-54, 2016.

MARINA A., et al. Chemical properties of virgin coconut oil. J. Am Oil Chem Soc., v.86, p.301-307, 2009.

MARTEN B; PFEUFFER M; SCHREZENMEIR J. Medium-chain triglycerides. Int Dairy J, v.16, p.1374-1382,

2006.

MISHKIN S, et al. The binding of fatty acids to cytoplasmic proteins: binding to Z protein in liver and other tissues

of the rat. Biochem Biophys Res Commun, v.47, p.997–1003, 1972.

OCKNER RK, et al. A binding protein for fatty acids in cytosol of intestinal mucosa, liver, myocardium and other

tissues. Science v.177, p. 56–58, 1972.

OWEN O.E. et.al. Liver and kidney metabolism during prolonged starvation, J. Clin. Invest. V.48, p.574-583,

1969.

PALOU; SERRA. Alimentacion, Nutricion y Salud. V.7, p.76-90, 2000.

PAPAMANDJARIS AA; MACDOUGALL DE; JONES PJH. Medium chain fatty acid metabolism and energy

expenditure: obesity treatment implications. Life Sci v.62, p.1203–1221, 1998.

PARRY J. Pacific Islanders pay heavy price for abandoning traditional diet. Bull World Health Organ.

2010;88:484–485.

SHIRREFFS, S.M. Markers of hydration status. European Journal of Clinical Nutrition, v.57, n.2, p.6-9,2003.

SHIRREFFS, S.M.; MAUGHAN, R.J. Urine osmolality and conductivity as markers of hydration status.

Medicine and Science in Sports and Exercise, v.30, p. 1598-1602, 1998.

SIVAKUMARAN S; HUFFMAN L. The Concise New Zealand Food Composition Tables. New Zealand

Institute for Plant and Food Research Limited and Ministry of Health New Zealand, n.11, 2014.

SRIVASTAVA S, et al. Genotoxic and carcinogenic risks associated with the dietary consumption of repeatedly

heated coconut oil. Br J Nutr. V.104, p.1343-1352, 2010.

STANHOPE JM; SAMPSON VM; PRIOR IA. The Tokelau Island Migrant Study: serum lipid concentration in

two environments. J Chronic Dis, v.34, p.45-55, 1981.

SULYOK E. ;GUIGNARD JP. Effect of ammonium-choride-induced metabolic acidosis on renal electrolyte

handling in human neonates. Pediatr Nephrol , v.4, p.415-420,1990.

Page 33: EFEITO DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO DURANTE A FASE DE ... Silveira … · Water intake, diuresis, fluid loss through feces, urine concentrations of sodium, potassium, urea and ketone

32

TIMMERMANN F. Oils and Fats in the Nineties. Lystrup, Denmark: International Food Science Centre,1992.

TRAUL KA, et al. Review of the toxicologic properties of medium-chain triglycerides. Food Chem Toxicol, v.38,

p.79–98, 2000.

TSUJI. H. et al.Dietary medium-chain triacylglycerols suppress accumulation of body fat in a double-blind,

controlled trial in healthy men and women. J. Nutr., v.131, n.11, p.2853-2859, 2001.

YONG JW et al. The chemical composition and biological properties of coconut (Cocos nucifera L.) water.

Molecules, v.14, p.5144-5164, 2009.