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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
DOUTOURADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
ANA PAULA DE LIMA FERREIRA
EFEITO IMEDIATO DA TENS NA DOR, NA FUNÇÃO
MUSCULAR E SUA CORRELAÇÃO COM QUALIDADE DO
SONO E GRAU DE CATASTROFIZAÇÃO EM INDIVÍDUOS
COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
ARACAJU
2014
ANA PAULA DE LIMA FERREIRA
EFEITO IMEDIATO DA TENS NA DOR, NA FUNÇÃO
MUSCULAR E SUA CORRELAÇÃO COM
QUALIDADE DO SONO E GRAU DE
CATASTROFIZAÇÃO EM INDIVÍDUOS COM
DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Ciências da Saúde da Universidade Federal de
Sergipe como requisito parcial à obtenção do grau
de Doutora em Ciências da Saúde.
Orientador: Prof. Dr. Leonardo Rigoldi Bonjardim
ARACAJU
2014
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
F383e
Ferreira, Ana Paula de Lima Efeito imediato da TENS na dor, na função muscular e sua
correlação com qualidade do sono e grau de catastrofização em indivíduos com disfunção temporomandibular / Ana Paula de Lima Ferreira ; orientador Leonardo Rigoldi Bonjardim. – Aracaju, 2014.
92 f. : il.
Tese (doutorado em Ciências da Saúde) – Universidade Federal de Sergipe, 2014.
1. Articulação temporomandibular – Doenças. 2. Estimulação
elétrica transcutânea do nervo. 3. Eletromiografia. 4. Fadiga muscular. I. Bonjardim, Leonardo Rigoldi, orient. II. Título.
CDU 616.716-009.7
ANA PAULA DE LIMA FERREIRA
EFEITO IMEDIATO DA TENS NA DOR, NA FUNÇÃO
MUSCULAR E SUA CORRELAÇÃO COM
QUALIDADE DO SONO E GRAU DE
CATASTROFIZAÇÃO EM INDIVÍDUOS COM
DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Ciências da Saúde da Universidade Federal de
Sergipe como requisito parcial à obtenção do grau
de Doutora em Ciências da Saúde.
Aprovada em: 23/01/2014
Orientador: Prof. Dr. Leonardo Rigoldi Bonjardim
1º Examinador: Profa. Dra. Karina Conceição Gomes Machado de Araújo
2º Examinador: Prof. Dr. Jader Pereira de Farias Neto
3º Examinador: Prof. Dr. Paulo Autran Leite Lima
4º Examinador: Prof. Dr. Luiz Guilherme Martins Maia
Dedico esse trabalho à minha família pelo amor que
nos une e nos fortalece.
AGRADECIMENTOS
Agradeço inicialmente a Deus, por guiar meus passos e ser a fonte de toda inspiração e
energia que tenho para superar novos desafios.
Aos meus filhos, Diego e Camila, amor incondicional e razão de tudo o que faço.
Ao meu esposo, Evandro Duarte de Sá pelo amor, apoio, cumplicidade e compreensão,
sempre demonstrados.
A minha família, que sempre primou pela minha educação e que, mesmo distante, torna-se
cotidianamente presente em meu coração, pelas orações e torcida constante para que eu atinja
meus objetivos.
Ao meu querido orientador, Professor Dr. Leonardo Rigoldi Bonjardim, que, além de
profissional exemplar, é um amigo em todas as horas. Obrigada, Professor Leonardo, saiba da
minha admiração e receba a minha gratidão e o meu reconhecimento pela sua competência e
pelo seu profissionalismo.
Ao Professor Dr. Elyson Carvalho, do departamento de Engenharia Elétrica da Universidade
Federal de Sergipe, pelo desenvolvimento do equipamento placebo e por toda assessoria dada
durante essa pesquisa, e à sua noiva, Tais Cardoso, que, de forma tão doce e gentil, foi
parceira durante grande parte da coleta de dados.
A todos os acadêmicos da Universidade Federal de Sergipe que foram voluntários dessa
pesquisa. Sem eles, esse trabalho não seria possível.
Aos ex-coordenadores do Curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Sergipe, profª.
Dra Josimari Melo de Santana, prof. Dr. Valter Joviniano de Santana Filho, e ao atual
coordenador prof.Dr. Walderi Monteiro da Silva Junior por terem flexibilizado meus horários
de trabalho a fim de viabilizar esse estudo.
A todos os professores do Departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Sergipe
pelo incentivo, apoio e amizade sempre presentes.
Aos Professores do Departamento de Fisiologia: Dr. Daniel Badauê Passos Júnior, Dr.
Márcio Viana e Dr. Lucindo José Quintans Júnior, pela atenção e presteza que sempre
demonstraram quando precisei de auxílio para a realização das coletas desse estudo.
À secretária do Departamento de Fisioterapia, Ayres Santos Pinto, mais que uma excelente
profissional, uma amiga sempre carinhosamente disposta a colaborar com todos os colegas de
trabalho.
Aos mestrandos Mylena Santana e Rafael Lima por terem colaborado de forma eficiente nas
disciplinas da graduação e assim viabilizarem carga horária para que eu pudesse me dedicar
ao doutorado nessa fase final.
A todos os pós graduandos 2012.1 em especial a Dayse Regina Costa, pelo companheirismo,
apoio e amizade em todos os momentos desse trabalho.
A todos os alunos que fizeram parte do Laboratório de Fisiologia Orofacial (LAFOR), em
especial a Jader Farias Neto, a Layana Fontes, a Michel Torres, a Cristiane Spíndola, a Mila
Maia e a Adalucia Correia por terem compartilhado alegrias, dificuldades e histórias que
ficarão para sempre em nossas memórias.
A todos meus alunos e ex-alunos. Em especial a Ana Izabela Oliveira, a Thais Barreto e a
Maria Dantas pela importante contribuição durante a coleta de dados dessa Tese.
A Alan Pedro, a Denisson Andrade, a Leonardo Tavares e a João Marcos Aragão por terem
se mostrado presentes e colaborativos durante o andamento dessa pesquisa.
Aos meus queridos alunos do Projeto de Extensão de Paratletismo: Diego Santana, Felipe
Santos, Max Araújo e Rafael Brito bem como a todos os paratletas da UFS e CIEP que
compreenderam minha ausência em algumas fases do projeto em prol do doutoramento.
Ao Programa de Pós Graduação em Ciência da Saúde, em especial à Denise e Isabela,
secretárias da Pós-graduação pela atenção e eficiência em contribuir com os alunos.
As queridas amigas Karina Conceição, Karina Sato, Amparo Andrade, Juliana Coelho,
Mariana Rett, Patrícia Braz e Eveline Garcia pelas palavras amigas de incentivo nos
momentos mais difíceis.
Ao Sr. Diógenes, funcionário do Hospital Universitário, pelo carinho e pelas mensagens
positivas nas primeiras horas da manhã.
A todas as colaboradoras que passaram pelo Departamento de Fisioterapia: Juciara Alves,
Gleide Santos, Luana Luchini e atualmente Paloma Oliveira, por terem contribuído sempre de
forma solícita com o bom andamento das nossas práticas.
A todos os alunos da Zona Alvo Consultoria Esportiva, como eu, apaixonados pela corrida de
rua. Em especial aos meus queridos Professores: Lívia Pires, Eduardo Teles, e Marcelo
Fortes. Com eles aprendi que a dedicação aos treinos não é uma atitude somente para o corpo,
mas algo que enobrece a mente e a alma.
Ao grupo de Fisioterapeutas Runners, sempre com palavras amigas de incentivo que em
muitos momentos foram a energia extra que eu precisei para prosseguir.
Enfim, a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a realização desse
estudo.
“Em qualquer lugar da terra, um homem estará
sempre plantando, recriando a vida, recomeçando o
mundo”
Cora Coralina
RESUMO
EFEITO IMEDIATO DA TENS NA DOR, NA FUNÇÃO MUSCULAR E SUA
CORRELAÇÃO COM QUALIDADE DO SONO E GRAU DE CATASTROFIZAÇÃO EM
INDIVÍDUOS COM DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR. Autores: Ana Paula de
Lima Ferreira (Doutoranda); Leonardo Rigoldi Bonjardim (orientador). Aracaju, 2014.
Introdução: Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation (TENS) é uma terapia
recomendada como estratégia no controle da dor musculoesquelética incluindo a disfunção
temporomandibular (DTM). Objetivo: Analisar as respostas imediatas da TENS sobre a
intensidade da dor, limiar de dor à pressão, atividade eletromiográfica na dor, atividade
eletromiográfica e fadiga muscular de sujeitos com diagnóstico de DTM muscular. Casuística
e Métodos: Foram selecionados 40 indivíduos na faixa etária de 18 a 35 anos com sinais e
sintomas de DTM muscular. O diagnóstico de DTM foi realizado seguindo-se a versão
brasileira do Research Diagnostic Criteria (RDC) e os voluntários foram distribuídos
aleatoriamente em dois grupos: (1) TENS placebo (n=20) e (2) TENS ativo (n=20). Foi
realizada aplicação única da TENS bilateralmente nos músculos masseteres e temporais
anteriores (Duração de pulso=90 µs, tempo=50 minutos, sendo os primeiros 25 minutos com
frequência de 100 Hz e os últimos 25 minutos com frequência de 4 HZ, intensidade alta
porém sem possibilitar contração muscular). Para o grupo TENS placebo foram utilizados os
mesmos parâmetros, porém com estímulo transiente. A qualidade do sono foi avaliada através
do Pittsburg Sleep Quality Index (PSQI) e o grau de catastrofização pela Escala de
Pensamentos Catastróficos sobre a Dor (EPCD). Antes, imediatamente e 48 horas depois da
aplicação da TENS, foram avaliados: a intensidade da dor através da escala visual analógica
da dor (EVA), limiar de dor à pressão (LDP) de músculos mastigatórios e cervicais, bem
como atividade eletromiográfica (EMG) em repouso mandibular, contração voluntária
máxima e mastigação habitual. Resultados: Houve redução significativa da intensidade da
dor e aumento do limiar de dor à pressão apenas no grupo TENS ativo, imediatamente e após
48 horas do tratamento. A atividade eletromiográfica demonstrou comportamento
heterogêneo para o grupo TENS placebo enquanto que no grupo TENS ativo houve respostas
mais uniformes em relação à redução da EMG durante o repouso, aumento durante a
contração voluntária máxima (apertamento) e mastigação habitual. Para a maioria dos
músculos analisados esses resultados se perpetuaram após 48 horas da terapia. Apenas o
grupo TENS ativo demonstrou maior resistência a fadiga, sendo observado retardo no tempo
de declínio da força e maior pico de intensidade do sinal eletromiográfico imediatamente após
a terapia. Apenas no grupo TENS ativo, fator emocional desfavorável do tipo catastrofização
se correlacionou de maneira negativa com a variação do limiar de dor à pressão do músculo
temporal anterior imediatamente após aplicação da TENS. Conclusão: TENS ativo foi
superior ao TENS placebo na hipoalgesia. A função mastigatória foi mais eficiente no grupo
TENS ativo. A forma ativa da TENS contribuiu para que os músculos mastigatórios
alcançassem maiores amplitudes de sinal eletromiográfico e perdurassem por mais tempo em
contração antes da ocorrência da fadiga muscular. Além disso, foi verificado que o maior grau
de catastrofização e má qualidade do sono podem influenciar a resposta hipoalgésica induzida
pela TENS ativa.
Descritores: Síndrome da Disfunção Temporomandibular; TENS; dor; eletromiografia e
fadiga muscular.
ABSTRACT
SHORT EFFECT OF TENS ON PAIN, MUSCULAR FUNCTION AND ITS
RELATIONSHIP WITH SLEEP QUALITY AND CATASTROPHIZING LEVEL IN
SUBJECTS WITH TEMPOROMANDIBULAR DISORDER. Authors: Ana Paula de Lima
Ferreira; Leonardo Rigoldi Bonjardim. Aracaju, 2014.
Introduction: Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation (TENS) is a recommended
therapy as a strategy to control musculoskeletal pain including temporomandibular disorder
(TMD). Objective: Analyze the immediate responses of TENS on pain intensity, pressure
pain threshold, electromyographic activity and muscle fatigue in subjects diagnosed with
muscular TMD. Methods: Were selected 40 subjects of 18-35 years, with signs and
symptoms of muscular TMD. The diagnosis it was used Brazilian version of the Research
Diagnostic Criteria (RDC) and volunteers were randomly distributed in to two groups: (1)
TENS placebo (n=20) and (2) TENS active (n=20). A single application of TENS was
performed bilaterally on the temporal anterior and masseter muscles (Dp = 90 µs, time = 50
minutes, the first 25 minutes with frequency of 100 Hz and the last 25 minutes with 4 Hz
frequency, high intensity but without allowing muscle contraction). For the placebo TENS
group the same parameters were used, but with directed stimulus to voluntary only in the first
40 seconds, which was later diverted to the internal resistance of a placebo circuit. The sleep
quality was evaluated using the Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI) and the degree of
catastrophizing by Pain Catastrophizing Scale (PCS). Before, immediately and 48 hours after
application of TENS were evaluated the intensity of pain using a visual analog scale (VAS),
pressure pain threshold (PPT) of masticatory and cervical muscles and electromyographic
activity (EMG) in mandibular rest, maximal voluntary contraction and during normal
mastication. Results: There was a reduction in pain intensity and increased pain threshold to
pressure only in the TENS active group immediately and after 48 hours of treatment. The
electromyographic activity showed heterogeneous behavior for the group TENS placebo
while in the TENS active group to have more uniform responses. Just TENS active group
showed greater resistance to fatigue, being observed a delay of the declining strength time and
higher intensity peak of electromyographic signal immediately after therapy. Conclusion:
TENS active was superior to TENS placebo on identified hypoalgesia. The masticatory
function was more efficient in the TENS active group. Moreover, the active form of TENS
contributed so the masticatory muscles could reach higher amplitudes of EMG signal and
could last longer in contraction before the onset of muscle fatigue. Furthermore, it was found
that the greatest degree of catastrophizing and poor sleep quality can influence hypoalgesic
response induced by active TENS.
Key Words: Temporomandibular Disorder, TENS, pain, electromyography, muscle fatigue.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Sumário das variáveis biopsicossociais entre os grupos............................. 41
Tabela 2 - Média (Desvio Padrão) dos valores de limiar de dor à pressão (Kgf/cm2)
da musculatura mastigatória, ATM e músculos cervicais nos diferentes períodos de
avaliação entre os grupos..............................................................................................
43
Tabela 3 - Média (Desvio Padrão) dos valores de eletromiografia em µV (expressos
em Root Mean Square) para os músculos masseter e temporal anterior nos
diferentes períodos de avaliação entre os grupos..........................................................
44
Tabela 4 - Média (Desvio Padrão) do tempo de fadiga (segundos) e valores de
amplitude do sinal eletromiográfico (µV)(expressos em Root Mean Square) para os
músculos masseter e temporal anterior nos diferentes períodos de avaliação entre os
grupos............................................................................................................................
45
Tabela 5 - Correlação do grau da catastrofização relacionada a dor com as
variações da intensidade da dor (EVA) e do limiar de dor à pressão (Kgf/cm2) para
os músculos masseter e temporal anterior nos diferentes períodos de avaliação entre
os grupos.......................................................................................................................
46
Tabela 6 - Correlação da qualidade do sono com as variações da intensidade da dor
(EVA) e variações do limiar de dor à pressão (Kgf/cm2) para os músculos masseter e
temporal anterior nos diferentes períodos de avaliação entre os grupos.......................
47
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Fluxo dos universitários durante a pesquisa.................................................. 27
Figura 2 - Escala visual analógica.................................................................................. 32
Figura 3 - Algômetro digital Kratos®............................................................................ 33
Figura 4 - Procedimento de algometria para o músculo masseter.................................. 34
Figura 5 - Equipamento de eletromiografia................................................................... 35
Figura 6 - Posicionamento dos eletrodos....................................................................... 36
Figura 7 - Aplicação da TENS....................................................................................... 38
Figura 8 - Valores de intensidade da dor (escala visual analógica) da DTM muscular
crônica nos diferentes períodos de avaliação entre os grupos.........................................
42
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AAOP= American Academy of Orofacial Pain
ATM= Articulação temporomandibular
COMT= Catecol-O-Transaminase
CVM- Contração voluntária máxima
DTM= Disfunção temporomandibular
ECOM= Esternocleidomastoideo
EMG= Eletromiografia
EPCD= Escala de pensamentos catastróficos sobre a dor
EVA= Escala visual analógica
FFT= Fast Fournier transform
LDP= Limiar de dor à pressão
PG= Ponto gatilho
PSQI= Pittsburg sleep quality index
RDC= Research Diagnostic Criteria
RMS= Root mean square
SNC= Sistema nervoso central
TENS= Transcutaneous electrical nerve stimulation
TMD= Temporomandibular Disorder
TMI= Temporomandibular index
TRP= Trigger point
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 14
2 REVISÃO DA LITERATURA...................................................................................... 17
2.1 DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR.............................................................. 17
2.1.1 Critérios de Diagnóstico........................................................................................... 17
2.1.2 Disfunção Temporomandibular de Origem Muscular ......................................... 18
2.2 DOR OROFACIAL E ELETROANALGESIA........................................................ 20
2.3 VARIÁVEIS DE IMPORTÂNCIA CLÍNICA.......................................................... 23
3 OBJETIVOS.................................................................................................................... 25
3.1 GERAL.......................................................................................................................... 25
3.2 ESPECÍFICOS............................................................................................................. 25
4 CASUÍSTICA E MÉTODOS......................................................................................... 26
4.1 CÁLCULO DA AMOSTRA E TIPO DE ESTUDO................................................. 26
4.2 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS..................................................................................... 27
4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO..................................................................................... 27
4.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO.................................................................................... 28
4.5 VARIÁVEIS................................................................................................................. 28
4.6 MÉTODOS................................................................................................................... 29
4.6.1 Primeira Etapa – Avaliações.................................................................................... 29
4.6.1.1 Disfunção temporomandibular................................................................................. 29
4.6.1.2 Avaliação da Gravidade da DTM............................................................................. 30
4.6.1.3 Avaliação da Qualidade do Sono............................................................................. 31
4.6.1.4 Avaliação da Catastrofização da Dor....................................................................... 31
4.6.1.5 Avaliação da Intensidade da Dor............................................................................. 31
4.6.1.6 Avaliação do Limiar de Dor à Pressão (LDP).......................................................... 32
4.6.1.7 Avaliação Eletromiográfica...................................................................................... 34
4.6.1.8 Avaliação da Fadiga Muscular................................................................................ 37
4.6.2 Segunda Etapa - Divisão dos grupos....................................................................... 37
4.6.3 Terceira Etapa – Procedimentos.............................................................................. 38
4.6.3.1 Protocolo para o Grupo TENS ativo........................................................................ 38
4.6.3.2 Protocolo para o Grupo TENS placebo.................................................................... 39
4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA.......................................................................................... 39
5 RESULTADOS .............................................................................................................. 41
6 DISCUSSÃO.................................................................................................................... 48
7 CONCLUSÃO................................................................................................................. 56
REFERÊNCIAS................................................................................................................. 57
APÊNDICE A – Parecer do Comitê de ética do Estudo Inicial.......................................... 68
APÊNDICE B – Distribuição da Amostra.......................................................................... 69
APÊNDICE C–Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.......................................... 70
APÊNDICE D– Parecer do Comitê de Ética do Ensaio Clínico......................................... 71
ANEXO A– Diagnóstico Clínico de Disfunção Temporomandibular - Eixo I do
Research Diagnostic Criteria..............................................................................................
75
ANEXO B– Eixo II do Research Diagnostic Criteria........................................................ 78
ANEXO C– Algoritmo para Interpretação do Eixo I do RDC........................................... 83
ANEXO D– Temporomandibular Index (TMI)................................................................... 86
ANEXO E– Pittsburg Sleep Quality Index (PSQI)………………………………………. 88
ANEXO F– Escala de Pensamentos Catastróficos sobre a Dor.......................................... 92
14
1 INTRODUÇÃO
Segundo a Academia Americana de Dor Orofacial, disfunção temporomandibular
(DTM) é um conjunto de distúrbios que envolve os músculos mastigatórios, a articulação
temporomandibular (ATM) e/ou estruturas associadas.
A disfunção temporomandibular pode ser considerada a principal causa de dor não
dentária que acomete a região orofacial (LEEUW, 2010). O impacto da DTM na qualidade de
vida e capacidade laboral de um indivíduo é diretamente proporcional a cronicidade da dor e a
dor da Disfunção temporomandibular crônica incapacitante resulta em perdas significantes de
dias laborais e custos relacionados aos cuidados da saúde (IASP, 2009).
A DTM apresenta prevalência discrepante devido à variabilidade de critérios
diagnósticos (RODRIGUES et al., 2012). Estima-se que na população adulta 40% a 75%
apresentem, ao menos, um sinal de disfunção temporomandibular como ruídos e 33%, pelo
menos, um sintoma como dor na face ou na articulação temporomandibular (ATM)
(CARRARA, CONTI; BARBOSA, 2010; LEEUW, 2010). Entre universitários, estima-se que
30,4% a 68,6% tenham apresentado algum episódio de sinais e de sintomas de DTM
(AKHTER et al., 2011; BEZERRA et al., 2012; BONJARDIM et al., 2009; CONTI et al.,
1996; MAHROO; FARIDEH; PARNIAN, 2012; PEDRONI; OLIVEIRA; GUARATI, 2003),
no entanto a necessidade de tratamento para adultos com essa entidade clínica foi estimada
em 15,6% (AL-JUNDI et al., 2008).
Entre as possibilidades diagnósticas de DTM, a de origem muscular é a manifestação
que mais acomete a população (LEEUW, 2010; OKESON, 2008). Esse tipo de disfunção
temporomandibular envolve dores nos músculos mastigatórios e é frequentemente associada a
atividades parafuncionais (MANFREDINI et al., 2011a; MANFREDINI; LOBBEZZO, 2010;
SVENSSON et al., 2008). Os sintomas apresentados na DTM também estão presentes em
outras condições clínicas, portanto torna-se importante a realização de um diagnóstico
diferencial a fim de discernir entre fontes de dores musculoesqueléticas generalizadas além de
somatização de ansiedade e outras condições emocionais. Sabe-se que os sinais primários e
sintomas associados com DTM envolve as estruturas da mastigação e a função mandibular,
portanto, é importante realizar exame dinâmico da ATM (OKESON; LEEUW, 2011).
As propostas terapêuticas para o tratamento da DTM muscular são diversificadas e
incluem abordagem multidisciplinar com participação de cirurgiões dentistas, fisioterapeutas,
fonoaudiólogos, nutricionistas e psicólogos (CARLSON et al., 2001; DEBAR et al., 2003). A
15
terapia conservadora configura tratamento eletivo para a disfunção e pode ou não estar
associada ao uso de fármacos para controle da inflamação e, sobretudo, da dor (CARLSON et
al., 2001; CASCOS-ROMERO et al., 2009).
A Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea, também conhecida pelo termo em
inglês Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation (TENS), é uma das opções de tratamento
conservador mais utilizada em indivíduos com DTM. Trata-se de um recurso terapêutico
analgésico não invasivo, não farmacológico, seguro e de fácil utilização (CUCCIA;
CARADONNA; ANNUNZIATA, 2010; MÔNACO et al., 2013).
A TENS foi sugerida como estratégia de controle da dor em pacientes com DTM
crônica devido a seus efeitos hipoalgésicos e, embora os mecanismos de redução da dor
através desse tipo de eletroestimulação sejam bem explorados, existem esclarecimentos a
serem obtidos quanto à influência desse recurso no tônus dos músculos mastigatórios
(RODRIGUES; SIRIANI; BÉRZIN, 2004; MÔNACO et al, 2012; CASTROFLORIO;
BRACCO; FARINA, 2008).
O limiar de dor à pressão tem sido um método avaliativo bastante utilizado para
verificar o efeito de condutas terapêuticas na redução da dor. Contudo, esse critério não tem
sido utilizado com muita frequência nas investigações dos efeitos da TENS na DTM.
Bevilaqua-Grossi et al. (2011) verificaram que a TENS promoveu redução da dor mensurada
através da escala visual analógica. Contudo, quando analisado o limiar de dor à pressão de
masseteres e temporais anteriores não houve diferença significante. Resultados similares
foram observados por Gemmell e Hilland (2011) em pontos gatilhos do trapézio superior.
Diversos estudos têm investigado a atividade eletromiográfica dos músculos
mastigatórios de pacientes com DTM (ARDIZONE et al., 2010; HUGGER; SCHINDLER;
KORDASS, 2013; RAPHAEL; JANAL; SIROIS, 2013; SANTANA-MORA et al., 2009).
Mas, constata-se que os resultados da TENS sobre a atividade eletromiográfica (EMG)
mastigatória têm sido pobremente investigados, em particular, o efeito desse recurso na fadiga
dos músculos mastigatórios (COOPER; KLEINBERG, 2008; MONACO et al., 2012). Um
dos principais entraves para elucidação dos efeitos da TENS sobre o comportamento muscular
tem sido o fato de que, nas pesquisas e na prática clínica, a TENS tem sido administrada com
uma diversidade de parâmetros (tipo de aplicação, intensidade, limiar de estimulação e tempo
de terapia) que conferem resultados contrastantes e não esclarecedores (COOPER;
KLEINBERG, 2008; MONACO et al., 2012; RODRIGUES; SIRIANI; BÉRZIN, 2004).
Nos estudos realizados por Rodrigues, Siriani e Bérzin (2004), os principais efeitos da
TENS sobre o tônus muscular de pacientes com DTM foram redução da atividade muscular
16
da porção anterior do músculo temporal anterior durante a postura de repouso da mandíbula e
aumento da atividade muscular dos masseteres durante a contração voluntária máxima
(apertamento dentário). Para Monaco et al. (2013), a TENS mostra-se igualmente efetiva na
redução da atividade eletromiográfica do temporal anterior e masseter durante o repouso da
mandíbula. Esses achados são relevantes, visto que frequentemente esses músculos
encontram-se hiperativos durante o repouso da mandíbula de indivíduos com sintomas de
DTM.
Pode-se dizer que a maioria dos sintomas de DTM é de natureza leve, flutua ao longo
do tempo e não constituem impotência funcional para os pacientes (SHIFFMAN et al., 2010).
Todavia, alguns indivíduos evoluem para dor crônica e tendem a potencializar a percepção
dolorosa em detrimento de manifestações emocionais desfavoráveis (RUDY et al., 1995;
SHIFFMAN et al., 2010). Entre essas manifestações destacam-se a depressão e a
catastrofização, esta definida como fator cognitivo que envolve exagero ou ampliação da
ameaça de sensações álgicas (TURNER et al., 2001). Recentemente, Velly et al. (2011)
demonstraram que o grau de catastrofização influencia a progressão da dor. Os autores
apontam o fato de que a catastrofização pode contribuir para resposta refratária ao tratamento
da DTM, fazendo-se necessário, entretanto, mais estudos para consolidação dessa hipótese.
Nos últimos anos, grande importância tem sido dada à relação entre má qualidade do
sono e Disfunção temporomandibular (BRANCO et al., 2008; DRABOVICZ et al., 2012).
Pacientes com DTM frequentemente relatam sono fragmentado mas, a relação de causalidade
entre esses eventos é complexa e apresenta natureza bidirecional (CAMPARIS et al., 2006;
CARLSON et al., 2001). Para Drabovicz et al. (2012), 83% dos indivíduos com DTM que
apresentam má qualidade do sono apresentam maior gravidade dos sintomas de DTM.
Embora seja previsível supor que a má qualidade do sono e o grau de catastrofização
possam interferir no sucesso do tratamento de pacientes com DTM, essa relação ainda não se
encontra bem definida, sendo pertinente a exploração dessa temática.
A realização desse trabalho justifica-se por verificar o efeito a curto prazo da TENS
por meio de parâmetros de mensuração da dor, da atividade eletromiográfica e da fadiga
muscular, que, em conjunto, avaliam a dor e a função mastigatória, trazendo uma resposta
mais ampla do efeito a curto prazo da TENS no controle da dor em sujeitos com DTM
muscular. Além disso, foi investigada a correlação entre qualidade do sono e grau de
catastrofização com a percepção dolorosa referida pelos voluntários após a terapia com a
TENS.
17
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
2.1.1 Critérios de Diagnóstico
A disfunção temporomandibular está relacionada a várias hipóteses diagnósticas e por
isso muitos critérios avaliativos podem ser postos em prática. Para Dworkin e LeResche
(1992), além da investigação dos sinais e sintomas físicos da DTM, deve-se avaliar a natureza
dinâmica dos fatores intrínsecos/interpessoais (comportamento de reação a dor, papel social
da pessoa com dor dentro do contexto da família, cuidado com a saúde, relacionamento com o
ambiente de trabalho e bem estar social).
O Primeiro Consenso em Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial realizado
durante o 28º Congresso Internacional de Odontologia em São Paulo (2010) concluiu que não
há um método diagnóstico de DTM que possa ser considerado padrão ouro. Dessa forma, não
é reconhecido nenhum critério avaliativo que possa ser usado de maneira irrestrita por
pesquisadores e clínicos (CARRARA; CONTI, BARBOSA, 2010; HARGREAVES, 2011).
A busca de esclarecimento diagnóstico levou a American Academy of Orofacial Pain
(AAOP) a estabelecer, na quarta edição de seu manual, novas diretrizes para classificação das
diferentes formas de DTM, que foram divididas em dois grandes grupos: DTM muscular e
DTM articular (LEEUW, 2010). Contudo, o protocolo avaliativo para DTM mundialmente
utilizado e validado em 18 línguas é o questionário Research Diagnostic Criteria for
Temporomandibular Disorders (RDC/TMD) que foi desenvolvido por Dworkin e LeResche
(1992) na tentativa de uniformizar a pesquisa clínica dos distúrbios temporomandibulares
(LOOK et al., 2011). O RDC foi traduzido e validado, no Brasil, por Pereira Junior (2004).
A propedêutica do RDC apresenta dois eixos investigativos. O eixo I desse
questionário contempla três possibilidades diagnósticas observadas através de exame físico:
(1) disfunções musculares; (2) deslocamento de disco articular e (3)
artralgia/osteoartrite/osteoartrose da ATM. A avaliação física é somada à aplicação do Eixo II
que apresenta questionário de autorrelato para caracterização da dimensão biopsicossocial da
dor percebida pelo paciente (DWORKIN; LERESCHE, 1992). Ozdemir-Karatas et al. (2013)
destacaram a importância da utilização dos dois eixos do RDC a fim de caracterizar as
alterações físicas bem como alterações psicossociais de pacientes com DTM.
18
A correlação entre avaliação física (Eixo I do RDC) e os aspectos psicossociais (Eixo
II do RDC) foi investigada em estudo multicêntrico. Os autores observaram que dados da
avaliação física não se correlacionavam com os aspectos psicossociais e que o aumento da
incapacidade relacionada a dor estava mais fortemente associado à procura do tratamento e ao
histórico de experiência dolorosa que à relação entre dados físicos e condições emocionais
(MANFREDINI et al., 2011c).
Em 2010, estudo realizado por Shiffman et al. (2010) sobre a confiabilidade do RDC,
revelou que esse método avaliativo apresenta entre boa e ótima confiabilidade para
diagnóstico da dor miofascial e artralgias, respectivamente. Os autores propuseram algoritmos
de diagnóstico para medição do Eixo I do RDC e exaltaram o fato de que, durante a
investigação clínica, o examinador deve estar atento à referência de dor muscular e/ou
articular nas últimas 4 semanas. Além disso, durante os exames palpatórios, torna-se
imprescindível identificar dores similares às algias vivenciadas durante as crises de DTM,
designadas pelos autores como “dores familiares”.
2.1.2 Disfunção temporomandibular de origem muscular
A dor de origem muscular é diferente da dor de outros sistemas orgânicos. Geralmente
é difusa e de difícil localização e é referida como dolorimento, queimação, peso, latejamento,
tensionamento ou pontadas (OKESON, 2008). Os mecanismos envolvidos nas dores
musculares não são completamente conhecidos, mas, em geral, aceita-se que podem estar
relacionados a eventos de hiperatividade muscular, isquemia e alterações dos reflexos
simpáticos ou miotáticos. Além disso, sofrem influência do estado emocional e psíquico que
podem produzir significativas modificações no metabolismo muscular (SIMONS;
TRAVELL; SIMONS, 2005).
As manifestações dos sintomas de DTM muscular são geralmente percebidas como
dor não pulsátil e maçante nos músculos mastigatórios (CONTI et al., 2003). Essas dores
podem variar de um leve desconforto até um nível álgico mais intenso tanto em repouso
quanto na mímica facial e, principalmente, durante movimentos mandibulares (OKESON,
2008). Sabe-se que mecanismos reguladores hormonais podem influenciar a transmissão
percepção da dor. Em estudos pré-clínicos, tem-se verificado que neurônios do trigêmio
expressam receptores de estrôgeno e que, na exposição ao estradiol, ocorrem mudanças na
expressão gênica ou nas taxas de disparo do trigêmio (AMANDUSSON; BLOMQVIST,
2010; GIBBS; DIOGENES; HARGREAVES, 2007).
19
Além disso, tem sido reportado que fatores genéticos relacionados às alterações nos
haplótipos de genes Catecol-O-transaminase (COMT) têm papel no desenvolvimento da dor
muscular mastigatória (IASP, 2009). Em estudo de revisão sistemática, Hargreaves (2011)
observou que os genes COMT podem influenciar a redução de resposta à nocicepção
experimental, a redução de risco de dor crônica e a DTM.
Frequentemente, à palpação dos músculos mastigatórios são identificadas tensões e
pontos miálgicos denominados pontos gatilhos, também conhecidos como trigger points
(TRP) (SIMONS; TRAVELL; SIMONS, 2005). Os pontos gatilhos são áreas de
hiperirritabilidade que quando palpados podem irradiar as queixas dolorosas para áreas não
musculares como dentes, periodonto, articulação temporomandibular (ATM) e ouvido
(OKESON, 2008). Mas também podem produzir dor espontânea, à função e/ou ao
movimento, além de contribuírem para redução da força muscular (LUCAS; RICH; POLUS,
2010). A hipersensibilidade dos trigger points provavelmente está relacionada à excitação dos
nociceptores devido ao aumento na concentração de potássio local e ao acúmulo de
substâncias algiogênicas (SIMONS; TRAVELL; SIMONS, 2005). Estudos realizados por
Shah e Gilliams (2008) revelaram que a presença de TRP indica sensibilização de
nociceptores musculares e aumento nos níveis de mediadores neuroativos.
O ponto gatilho pode ser classificado como ativo ou latente. Na forma ativa, a dor é
contínua, com redução da elasticidade muscular, fraqueza muscular e dor referida em resposta
à pressão direta (SCHMITTER et al., 2007). A intensidade e extensão da dor dependem
principalmente do grau de irritabilidade do TRP. O ponto gatilho latente apresenta as mesmas
características clínicas do ativo, mas na forma latente, a dor é induzida em vez de constante e
pode não ser a causa da dor relatada pelo paciente (SVENSSON et al., 2008).
Diferenças clínicas entre trigger point ativo e latente tem sido justificada por maior
quantidade de mediadores neuroativos em TRP ativo (maiores níveis de bradicinina,
substância P e sorotonina) quando comparado ao TRP latente (SHAH; GILLIAMS, 2008).
Relevância clínica e neurofisiológica do trigger point latente tem sido observada. Lucas, Rich
e Polos (2010) demonstraram que o ponto gatilho latente altera o padrão de recrutamento
muscular e a eficiência do movimento.
Nos últimos anos, tem crescido o interesse em investigar o papel do TRP na DTM
(SVENSSON et al., 2008). O mecanismo fisiopatológico do trigger point identificado em
indivíduos com DTM pode estar relacionado à sensibilização do complexo trigeminal a nível
do subnúcleo caudal (FERNANDES-DE-LAS-PEÑAS et al., 2007; SVENSSON et al., 2008).
Para De-La-Llave-Rincon, Alonso-Blanco e Crujera (2012), a sensibilização trigeminal é
20
particularmente relacionada à hiperartividade do músculo masseter e pode estar relacionada
também a queixas cervicais.
La Touche et al. (2009) observaram que condutas de terapia manual para coluna
cervical de pacientes com DTM muscular reduziram intensidade das dores e aumentaram o
limiar de dor à pressão (LDP) em TRP de músculos mastigatórios. O aumento do LDP dos
masseteres e temporais observado por esses autores sugere efeitos hipoálgicos induzidos pelo
tratamento da coluna cervical que envolvem ativação de padrões de inibição descendente.
2.2 DOR OROFACIAL E ELETROANALGESIA
Segundo a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP, 2009), a dor se
caracteriza como experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano real ou
potencial dos tecidos, ou descrita em termos de tal dano.
A dor nas estruturas da cabeça e face (intraoral e extraoral) são transmitidas para o
sistema nervoso central (SNC) pelo sistema trigeminal (IASP, 2009). Embora tenha
intensidade similar à dor espinhal, cogita-se que fatores anatômicos, bioquímicos e
psicossociais demonstram especificidades que tornam a percepção dolorosa facial diferente
daquela de origem espinhal (HARGREAVES, 2011).
O complexo sensorial do trigêmio pode ser dividido em núcleo principal sensorial
trigeminal e tracto nuclear do trigêmio espinhal, também conhecido como núcleo do tracto
descendente do V nervo craniano. A sensação dolorosa segue pelo tracto trigeminal talámico
que funciona como uma estação de “relé” primário entre o tronco cerebral e diferentes partes
do córtex somatosensorial. As reações do SNC têm natureza reflexa com envolvimento do
tálamo, que funciona como centro integrador. No tálamo, a informação sensorial pode ser
retransmitida para núcleos distintos do próprio tálamo e interage com áreas limbicas do
hipotálamo e região cortical. Quando as infomrações dolorosoas chegam ao córtex
somatosensorial, ocorrem elementos de conscientização e de vigilância (CONTI et al., 2003).
O sistema nervoso do ser humano tem uma capacidade inerente para variar a
intensidade de sinais nociceptivos e reduzir a experiência da dor. Este processo é chamado de
modulação. A região cinzenta periqueductal do mesencéfalo emite sinais para o corno dorsal
da medula, onde ocorre interação neuronal para redução da transmissão de dor do nociceptor
periférico primário para o neurônio de primeira ordem. Essa modulação também ocorre dentro
21
do núcleo trigeminal espinhal. Após modulação dos sinais nociceptivos ocorre percepção da
dor no córtex parietal posterior (HARGREAVES, 2011).
A TENS foi criada no início da década de 70 e tornou-se, ao longo dos anos, uma
conduta amplamente utilizada, em todo o mundo, para o controle da dor por ser de baixo
custo, sem efeitos colaterais e passível de ser auto administrada (BENNETT; HUGHES;
JOHNSON, 2011; OOSTERHO, 2011). Contudo, apesar de, experimentalmente e
clinicamente, ser utilizada há anos, estudos de revisão sistemática e meta análise têm
mostrado resultados inconsistentes em certos aspectos (JOHNSON; MARTINSON, 2007;
KHADILKAR et al., 2008; NNOAHAM; KUMBANG, 2008). Por exemplo, alguns trabalhos
mostraram resultados conflitantes quanto aos efeitos da TENS a curto e longo prazo (KATO
et al., 2006; OOSTERHOF et al., 2008). Os efeitos imediatos desse tipo de eletroanalgesia
permanecem inconclusivos enquanto que, a longo prazo, parecem ser mais positivos.
Registra-se o fato de que pacientes com dor crônica têm referido declínio da eficácia da TENS
ao longo da utilização continuada (DESANTANA; WALSH; VANCE, 2008; NNOAHAM;
KUMBANG, 2008).
A teoria para redução da dor em detrimento do uso da eletroanalgesia fundamenta-se
em mecanismos centrais e periféricos. Sabe-se que a nível central, a TENS ativa regiões da
medula espinhal e tronco cerebral que utilizam opióides, serotonina e receptores
muscarínicos. A nível periférico, no local de aplicação da TENS, os receptores opióides e
noradrenérgicos (α2) estão envolvidos na hipoalgesia induzida pela eletroanalgesia.
(DESANTANA; SANTANA-FILHO; SLUKA, 2008; SLUKA; WALSH, 2003). A
estimulação de fibras aferentes (AB) que ativa circuitos inibitórios locais no corno dorsal da
medula impede que os impulsos nociceptivos sejam transportados das fibras de pequeno
diâmetro (C e AD) para os centros superiores do SNC (KATO et al., 2006).
É importante observar que o panorama sobre os efeitos da TENS pode ser interpretado
por avanços nos experimentos com modelos animais. Contudo, pesquisas com humanos ainda
encontram-se enviesadas por conclusões contidas em estudos de qualidade metodológica
fraca, que por vezes falham em demonstrar a efetividade da TENS ou tendem a superestimar
os seus efeitos. (BENNETT; HUGHES; JOHNSON, 2011). Nesses estudos, randomização
ausente ou inapropriada, alocação e ocultamentos inadequados e o reduzido tamanho da
amostra são fontes frequentes de confusão que interferem no esclarecimento dos reais
benefícios dessa terapia (KHADILKAR et al., 2008; NNOAHAM; KUMBANG, 2008).
Sobre esse prisma, para Johnson e Martinson (2007), existe um paradoxo na evidência dos
22
efeitos da TENS que não está relacionada à ausência de efeito, mas, sim ao fato de que a
pobre qualidade metodológica de muitos estudos impede interpretações consistentes.
Tem sido amplamente aceito que os sintomas da DTM são flutuantes e autolimitantes,
isso significa que muitos pacientes apresentam uma melhora natural e esperada, mesmo que a
TENS ou outra terapia não seja oferecida (KATO et al., 2006). Apesar dessa evidência,
muitos estudos têm demonstrado redução significativa da dor em detrimento do uso da
eletroanalgesia em pacientes com DTM e destacado a sua importância para aliviar os sintomas
dos pacientes durante as crises dolorosas (KATO et al., 2006; KAMYSZEK et al., 2001;
RODRIGUES; SIRIANI; BÉRZIN, 2004).
Apesar de serem bem descritos os mecanismos de analgesia induzidos pela TENS,
ainda não há consenso sobre os melhores parâmetros da corrente para indução da máxima
hipoalgesia (MORAN et al., 2011). Rodrigues, Siriani e Bérzin (2004) demonstraram que
uma única aplicação de TENS convencional durante 45 minutos foi eficaz para o alívio da dor
na DTM. Não obstante, não há consenso sobre as respostas eletromiográficas após aplicação
da TENS (COOPER; KLEINBERG, 2008; MÔNACO et al., 2012; RODRIGUES; SIRIANI;
BÉRZIN 2004).
Outra observação importante sobre as evidências dos benefícios da TENS é a
necessidade de grupo placebo. O efeito placebo foi descrito pela primeira vez em 1959,
quando Beecher realizou injeção de solução salina e obteve resultados similares àqueles
observados por pacientes que foram injetados com morfina. A resposta placebo obtida por
esse cientista foi de 35%, mas sabe-se que o percentual de efeito placebo pode apresentar
grandes variações em detrimento do tipo de placebo oferecido (OOSTERHOF et al., 2008;
WALACH et al., 2005)
Sabe-se que, assim como a forma ativa da eletroanalgesia, o modo placebo também é
capaz de modular os mecanismos neurais com características similares à terapia ativa
(OOSTERHOF et al., 2008; RAKEL et al., 2010). Porém não há conhecimento sobre o
percentual de ocorrência da resposta placebo da TENS (SCOTT et al., 2008; WAGER;
SCOTT; ZUBIETA, 2007; ZUBIETA et al., 2005).
Bassanta, Sprosseri e Paiva (1997) realizaram terapia com TENS em indivíduos com
Disfunção temporomandibular muscular e demonstraram redução da dor, melhora nos
movimentos mandibulares e redução da atividade eletromiográfica. Em divergência, muitos
autores apontam resultados evasivos e heterogêneos em relação à atividade eletromiográfica
após a TENS (COOPER; KLEINBERG, 2008; RODRIGUES; SIRIANI; BÉRZIN, 2004).
Para Manfredini et al. (2011b), apenas a atividade eletromiográfica durante contração
23
voluntária máxima pode ser considerada como critério válido para pacientes com DTM
muscular.
2.3 VARIÁVEIS DE IMPORTÂNCIA CLÍNICA
A dor crônica relacionada à DTM muscular é associada às manifestações
desfavoráveis em relação a comportamentos, cognição, emoções e contexto social (GLAROS,
2000).
Sabe-se que indivíduos com dores de origem muscular apresentam outras
manifestações que envolvem, por exemplo, distúrbios psicológicos, em particular, naqueles
cuja experiência dolorosa encontra-se cronificada (GLAROS, 2000; VÁZQUEZ-DELGADO;
CASCOS ROMERO; ESCODA, 2009). Existem evidências de que pacientes com dor
muscular crônica apresentam maiores níveis de ansiedade e depressão e que há um consumo
maior de psicotrópicos por esses indivíduos (GLAROS, 2000).
Sugere-se que os fatores psicológicos, principalmente, ansiedade e depressão, podem
influenciar mecanismos de sensibilização dolorosa. Contudo, estudo realizado por De-la-
Llave-Rincon, Alonso-Blanco e Gil-Crujera (2012) não demonstraram relação positiva entre
presença de TRP latente em músculos mastigatórios, níveis de depressão e estado de
ansiedade. Em oposição, Vázquez-Delgado, Cascos Romero e Escoda (2009) defenderam
que a dor crônica pode aumentar o grau de ansiedade e que a ansiedade elevada potencializa a
dor crônica gerando um ciclo vicioso. Além disso, a condição psicológica desfavorável pode
manifestar-se por tensão muscular que leva à sobrecarga e à fadiga nos músculos da
mastigação, contribuindo dessa forma, para o desenvolvimento dos TRP (KUCH, 2001). Os
estudos de Liao et al. (2011) demonstraram que a depressão é uma manifestação
fequentemente encontrada em indivíduos com DTM. Nos achados de Slade et al. (2007), a
depressão foi considerada fator preditivo de risco para aparecimento da DTM em mulheres
saudáveis.
Em estudo de coorte com seguimento de 5 anos, Kindler et al. (2012) concluiram que
a depressão constituiu maior fator de risco para DTM articular, enquanto ansiedade
determinou maior fator de risco para DTM muscular. Embora esses autores não tenham
encontrado explicação para essas especificidades, hipotetiza-se que esses achados decorrem
do fato de que depressão e ansiedade alteram, de forma diferenciada, os sistemas de estresse e
alarme do corpo como resultado da regulação do eixo hipotálamo-hipofisário-adrenal. Além
24
disso, esse comportamento pode estar relacionado a polimorfismos do gene COMT que
influencia a divergência nos efeitos sobre a dor muscular e articular.
Além da ansiedade, a catastrofização pode influenciar a dor referida do TRP de
indivíduos com DTM. A catastrofização está associada com maior severidade de sintomas de
DTM e falha na reposta ao tratamento conservador (SVENSSON et al., 2008). Nos estudos
de Turner et al. (2005), indivíduos com catastrofização elevada apresentaram sintomas de
DTM mais expressivos e essa relação foi mais estreita naqueles com DTM moderada a severa.
Sugere-se que a catastrofização prediz falha no tratamento conservador de indivíduos
com DTM. Nesses casos, tornam-se imprescindíveis as estratégias terapêuticas cognitivas e
comportamentais na tentativa de reduzir fenômenos particularmente aflorados como estado de
hipervigilância, percepção dolorosa e atenção à dor como ameaça (VAN DAMME;
CROMBEZ; ECCLESTON, 2004).
Aproximadamente 50% dos pacientes com má qualidade do sono diagnosticados por
polissonografia apresentam maior severidade de dor e sofrimento psíquico (RILEY et al.,
2002; YATANI; STUDTS; CORDOVA, 2002). Pacientes com insônia primária exibem
redução no limiar de dor à pressão em locais relacionados à DTM (masseter) e também
regiões não relacionadas (braço). Esse fato sugere que a insônia primária pode ser mediada
por sensibilização central e pode apresentar um papel etiológico na disfunção dolorosa
idiopática, enquanto que a insônia secundária não apresenta relação com a DTM (SMITH;
WICKWIRE; GRACE, 2009).
A relação de causalidade entre má qualidade do sono e disfunção temporomandibular
torna-se mais complexa em indivíduos com DTM crônica porque há um mecanismo
etiológico multifatorial que torna difícil inferir relação de causa e efeito entre esses eventos
(CAMPARIS; SIQUEIRA, 2006). Em uma amostra de 54 indivíduos com DTM , observou-se
que aqueles com melhor qualidade do sono apresentaram maior controle sobre o mecanismo
da modulação endógena. Assim, foi possível verificar que os indivíduos com DTM e
ineficiente sono têm menos controle inibitório da dor (EDWARDS; FILLINGIM, 2007).
Para Castro e Daltro (2009), há uma associação entre dor crônica e padrões anormais
de sono, com presença de um ciclo em que as alterações do sono agravam os sintomas de dor
e a presença de sintomas afetivos como depressão e ansiedade potencializam os padrões
anormais do sono. Além disso, redução da atividade física durante o dia e a utilização de
vários analgésicos também interferem nos padrões de sono. É razoável supor que a dor
experimentada pelos pacientes pode ser acentuada pela interrupção ou ausência de sono
(TEIXEIRA; LIN, 2000).
25
3 OBJETIVOS
3.1 GERAL
- Avaliar as repostas imediatas da TENS na dor e na função muscular de sujeitos com DTM
muscular sintomática.
3.2 ESPECÍFICOS
Avaliar e comparar, imediatamente e 48h, o efeito da TENS ativa e placebo na (o):
- Intensidade da dor;
- Limiar de dor à pressão na ATM, músculos mastigatórios e cervicais;
- Atividade eletromiográfica de músculos mastigatórios;
- Tempo necessário para ocorrência de fadiga e amplitude do sinal eletromiográfico
relacionado à fadiga muscular.
Verificar a correlação de:
- Grau de catastrofização com a variação da intensidade da dor, bem como do limiar de dor à
pressão de músculos mastigatórios.
- Qualidade do sono com a variação da intensidade da dor, bem como com do limiar de dor à
pressão de músculos mastigatórios.
26
4 CASUÍSTICA E MÉTODOS
4.1 CÁLCULO DA AMOSTRA E TIPO DE ESTUDO
Para realização dessa pesquisa, inicialmente foi realizado um estudo sobre incidência
de DTM, bruxismo e distúrbios do sono realizado em 2011. Esse estudo envolveu 603
estudantes da Universidade Federal de Sergipe, de ambos os gêneros, e faixa etária de 18 a 35
anos. Essa pesquisa foi aprovada sob parecer Comitê de ética CAAE n° 0023.0.107.000-1
(APÊNDICE A).
A seleção da amostra do presente trabalho utilizou o banco de dados para seleção do
estudo realizado em 2011 e o tamanho da amostra de no mínimo 20 sujeitos por grupo foi
determinado baseado em uma diferença esperada do LDP de 1,02 kgf/cm2, desvio padrão de
1,12 kgf/cm2, com nível de significância de 5% (α) e poder de amostra de 80% (β). (VANCE
et al., 2012; TONG; LO; CHEING, 2007). Apesar do Limiar de dor à pressão ser um método
mais objetivo de avaliar a dor do que, por exemplo, a escala visual analógica de dor, o
elevado valor de desvio padrão do LDP ocorre devido a subjetividade da reação dolorosa
referida pelos pacientes durante o exame.
Dos 603 voluntários considerados elegíveis, foram excluídos 528, por motivos
apresentados na Figura 1. Permaneceram no estudo 75 indivíduos que foram distribuídos
aleatoriamente em 2 grupos de tratamento: (1) TENS placebo (n=35) e (2) TENS ativo
(n=40). Alguns voluntários de cada grupo fizeram uso de medicamento ou de placa oclusal
estabilizadora ou não fizeram exame de EMG, por isso foram excluídos das etapas finais da
pesquisa. Portanto, ao final do estudo, foi possível compor 2 grupos com 20 indivíduos em
cada um deles.
27
Figura 1- Fluxo dos universitários durante a pesquisa. Fonte: do próprio autor.
O estudo é do tipo ensaio clínico aleatório e com grupo placebo. A alocação dos
grupos de tratamento (TENS ativo e placebo) foi realizada utilizando-se análise combinatória
por arranjo de repetição (APÊNDICE B).
4.2 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS
Os voluntários foram convidados a fazerem parte do estudo e após serem esclarecidos
sobre o propósito da pesquisa, estando de acordo, assinaram o Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido (APÊNDICE C). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade
Federal de Sergipe, conforme Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, que trata o
Código de Ética para pesquisa em seres humanos, parecer CAAE 118.222 (APÊNDICE D).
4.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO
Ter feito parte do screening sobre prevalência de DTM, bruxismo e distúrbios do sono
em universitários da UFS realizado em 2011.
Estar regularmente matriculado em um dos cursos do Campus I da UFS no semestre
2012.1 e/ou 2012.2;
28
Concordar em fazer parte do estudo e assinar termo de consentimento livre e
esclarecido.
Para os indivíduos com DTM, foram incluídos aqueles com dor crônica (sensação
dolorosa com, no mínimo, 6 meses de persistência) consequente a existência de
diagnóstico Ia (dor miofascial sem abertura bucal limitada) ou Ib (dor miofascial com
abertura bucal limitada segundo critérios associados ou não a presença de
deslocamentos discais conforme protocolo de avaliação do Research Diagnostic
Criteria (RDC), desenvolvido por Dworkin e Leresche (1992), traduzido e validado,
no Brasil, por Pereira Júnior (2004). Ressalta-se que foi utilizada a versão revisada do
RDC/TMD (SHIFFMAN et al., 2010).
4.4 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO
Voluntários com história de traumas de face, patologias reumáticas e ortopédicas,
procedimentos cirúrgicos realizados na região crânio-cervical e doenças neurológicas.
Indivíduos que estivessem fazendo uso de qualquer tipo de medicamento e ou aparelho
ortodôntico/ortopédico funcional no momento da coleta de dados.
Acadêmicos que se encontravam no período compreendido entre 5 dias antes, durante
e 2 dias após realização de provas acadêmicas.
Para o gênero feminino, também foram excluídas aquelas que estivessem fazendo uso
de contraceptivos orais no momento da realização da pesquisa. Segundo Vignolo et al.
(2008), a ingesta de contraceptivos orais poderá mascarar a percepção da dor durante
exame de algometria.
4.5 VARIÁVEIS
O tratamento realizado para DTM foi considerado como variável independente e as
variáveis dependentes foram: controle da dor, ocorrência de catastrofização, qualidade do
sono, atividade eletromiográfica e fadiga muscular mensurada através de: intensidade da dor,
limiar de dor à pressão, escala de pensamentos catastróficos sobre a dor (EPCD), questionário
de autorrelato da qualidade do sono, atividade eletromiográfica (durante repouso, contração
voluntária máxima e mastigação habitual) e verificação do momento de ocorrência da fadiga
muscular e amplitude do sinal eletromiográfico.
29
4.6 MÉTODOS
4.6.1 Primeira Etapa - Avaliações
Os voluntários foram avaliados de acordo com os exames abaixo descritos:
4.6.1.1 Disfunção Temporomandibular
O diagnóstico de disfunção temporomandibular foi realizado de acordo com os critérios
do Research Diagnostic Criteria (RDC), desenvolvido por Dworkin e Leresche (1992),
traduzido e validado, no Brasil, por Pereira Júnior (2004).
Em síntese, o RDC/DTM é dividido em 2 eixos, sendo que o eixo I fornece critérios
padronizados para o diagnóstico de DTM, que facilitam sua realização e reprodutibilidade intra
e interexaminador (ANEXO A) e o eixo II dimensiona a avaliação psicológica e a
incapacidade relacionada à dor (ANEXO B). Ressalta-se que aqui foi utilizada a versão
revisada do RDC/TMD, conforme descrito por Shiffman et al. (2010), constante no Anexo C.
A abordagem do eixo II possibilita que o diagnóstico físico seja coordenado com a
avaliação do estresse psicológico e da disfunção psicossocial associada com a DTM. Cabe
salientar que, em detrimento do número de dados a serem coletados, só foram investigados 9
questões do eixo II, necessários para caracterizar: grau da dor crônica, depressão, sintomas
físicos não específicos e sintomas físicos não específicos excluindo o item dor.
Na presente investigação, todos os exames clínicos do RDC/DTM foram realizados
por um examinador previamente treinado.
Durante a avaliação, os seguintes exames foram realizados:
Localização da dor: lado (nenhum, direito, esquerdo ou ambos) e área (nenhum, ATM,
músculos ou ambos). O examinador deve conferir se a área que o paciente indica é
indefinida ou se se trata da ATM ou dos músculos;
Avaliação dos movimentos mandibulares (em milímetros): 1. Abertura não-assistida
sem dor; 2. Abertura máxima não-assistida; 3. Abertura máxima assistida; 4. Excursões
laterais e 5. Protrusão;
Sons articulares: 1. Cliques ou crepitação durante abertura; 2. Cliques ou crepitação
durante fechamento; 3. Sons articulares durante excursão lateral (lado contralateral); 4.
30
Sons articulares durante excursão lateral (lado ipsilateral); 5. Sons articulares durante
protrusão;
Sensibilidade à palpação dos músculos mastigatórios e da ATM: 1. Temporal posterior;
2. Temporal médio 3. Temporal anterior; 4. Origem do Masseter; 5. Corpo do masseter;
6. Inserção do Masseter; 7. Região lateral da ATM; 8. Região posterior da ATM. Os
músculos deveriam estar relaxados, os dentes levemente afastados e os lábios
ligeiramente encostados. Foram utilizados os escores: “0” (zero) para ausência de dor;
“1” para relato de dor leve; “2” para dor moderada e “3” para dor intensa.
4.6.1.2 Avaliação da Gravidade da DTM
Os resultados obtidos a partir do RDC/DTM foram utilizados para obter o
Temporomandibular Índex (TMI) proposto por Pehling et al. (2002) para obter-se a gravidade
da DTM (ANEXO D). O TMI é composto de três sub-índices: Índice Funcional (IF), Índice
Muscular (IM), e Índice Articular (IA). O IF inclui 12 itens relacionados à amplitude dos
movimentos mandibulares, que caracterizam dor ou limitação e desvio da mandíbula durante
o movimento de abertura. O IM mensura a dor associada com a palpação digital bilateral dos
músculos mastigatórios intra e extra-orais num total de 20 pontos e o IA inclui 8 itens
relacionados à dor, provocados pela palpação digital de dois pontos para cada articulação
temporomandibular (ATM) e a ocorrência de ruído em cada uma delas. O IF, IM e IA foram
calculados pela divisão da soma dos achados positivos pelo número de sinais totais avaliados
(ex: IF possui um total de 12 itens; se houver 6 achados positivos é só dividir 6/12,
determinando índice funcional), enquanto o escore ITM será uma média dos escores obtidos
pelos três sub- índices citados anteriormente. Cada escore do ITM e dos três sub-índices (IF,
IM, e IA) varia entre 0 e 1, sendo 1 o escore mais alto possível.
O TMI foi utilizado nesse estudo para caracterizar a gravidade da DTM no tempo
basal do estudo, contribuindo como critério de homogeneização dos grupos.
Após a inclusão nos grupos, os voluntários foram avaliados quanto à qualidade do
sono, grau de catastrofização da dor, intensidade da dor, limiar de dor à pressão e atividade
eletromiográfica de masseteres e temporais anteriores.
31
4.6.1.3 Avaliação da Qualidade do Sono
Para avaliar a qualidade do sono foi utilizado o Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI)
padronizado por Buysse, Reynolds e Monk (1989), como critério para avaliar a qualidade do
sono no último mês, fornecendo o índice de gravidade e a natureza do distúrbio. O
questionário de Qualidade do Sono de Pittsburg foi validado para língua portuguesa por
Bertolazi (2008) tendo sido demonstrado como uma importante ferramenta para fazer
correlações com outras variáveis em estudo como dor e DTM (ANEXO E).
4.6.1.4 Avaliação da Catastrofização da dor
Foi utilizada a Escala de Pensamentos Catastróficos sobre a Dor (EPCD). Trata-se de
uma escala de autoafirmações relacionadas à dor (PRSS) a partir dos conceitos de esquema
cognitivo e pensamentos automáticos (FLOR; BEHLE; BIRBAUMER, 1993). Essa escala foi
validada para uso no Brasil por Sardá Junior (2008). Os itens são amostras de cognições
apresentadas por pessoas quando estas têm dores severas. O desenvolvimento destas escalas
foi baseado no pressuposto de que outros instrumentos (ex: Questionário de Estratégias de
Enfrentamento) não acessavam adequadamente este construto; principalmente no que diz
respeito a pensamentos catastróficos.
A EPCD possui 9 itens escalonados em resposta psicométrica de Likert que variam de
0 a 5 pontos associados às palavras “quase nunca” e “quase sempre” nas extremidades
(ANEXO F).
O escore total é a soma dos itens dividida pelo número de itens respondidos, sendo que
o escore mínimo é 0 (zero) e o máximo 5 (cinco). A Escala de Pensamentos Catastróficos
sobre a Dor tem validade de construto e discriminante adequada, coeficiente de consistência
interna (Cronbach alpha = 0,92) e coeficiente de correlação no teste-re-teste (0,87) que
sugerem adequada fidedignidade.
4.6.1.5 Avaliação da Intensidade da dor
Para avaliação da intensidade da dor em portadores de DTM, foi utilizada a Escala
Visual Analógica (EVA), conforme descrito por Jensen, Karoly e Brauer (1986). A EVA
quantifica a experiência dolorosa em uma única dimensão utilizando-se uma linha reta, de 100
mm, com margem esquerda ancorada pela expressão sem dor e direita pela expressão pior
32
dor imaginável (FIGURA 2). Foi solicitado ao voluntário que marcasse com uma linha
vertical o ponto que representa a intensidade da dor sentida na escala analógica delimitada por
essas duas palavras. Posteriormente, um avaliador cego realizou a medição, em milímetros, da
distância entre a extremidade ancorada pela expressão sem dor e a marca feita pelo
voluntário, que corresponderia à intensidade de sua dor.
Figura 2 - Escala Visual Analógica
Fonte: Jensen, Karoly e Brauer (1986).
4.6.1.6 Avaliação do Limiar de dor à pressão (LDP)
O limiar de dor à pressão foi obtido por meio do teste de algometria que foi
desenvolvido e aprimorado com a finalidade de quantificar a sensibilidade muscular
(AMERICAN SLEEP DISORDERS ASSOCIATION, 1997) em indivíduos saudáveis e
pacientes portadores de desordens musculoesqueléticas (GOULET et al., 1998).
1º passo: Localização da área a ser examinada
Foram selecionadas as seguintes referências:
o Origem do masseter: Ponto equidistante 1 cm a frente da articulação
temporomandibular e borda lateral da extremidade inferior do arco zigomático;
o Corpo do Masseter: Ponto equidistante da borda lateral da extremidade inferior
do arco zigomático e o ângulo goníaco;
o Inserção do masseter: 1 cm acima do ângulo goníaco;
o Temporal (anterior): Fossa infratemporal imediatamente acima do arco
zigomático
o Pólo lateral da mandíbula: 1 cm a frente do trágus;
o Trapézio superior: Ponto equidistante entre o bordo dorsal do 1/3 lateral da
clavícula e a protuberância occiptal externa;
o Esternocleidomastóideo (ECOM): Ponto equidistante entre a superfície lateral
da mastóide e manúbrio do esterno.
33
2º passo: Realização da Algometria
O voluntário foi posicionado em sedestação com a coluna ereta e a cabeça levemente
recostada contra a parede. Quadris, joelhos e tornozelos à 90°. Foi utilizado um algômetro
eletrônico previamente calibrado (KRATOS®) contendo haste com superfície circular e plana
de 1 cm2 revestido com borracha macia (FIGURA 3).
Figura 3 - Algômetro Digital Kratos®
Fonte: Registro realizado durante a pesquisa.
Antes da realização do procedimento, o voluntário foi familiarizado sobre o exame a
ser realizado, sendo esclarecido sobre a percepção da pressão exercida através de um teste
realizado na superfície volar do seu antebraço esquerdo, para que o mesmo fosse capaz de
distinguir a diferença entre pressão isolada sem dor e pressão desencadeadora de dor. O
voluntário foi orientado de maneira clara que: 1) não deveria tentar suportar a dor, mas sim
comunicar imediatamente qualquer sensação de dor local; 2) deveria levantar a mão esquerda,
com o punho cerrado, no momento exato em que a pressão inicial sentida fosse convertida em
dor; 3) caso sentisse, durante o procedimento, alguma dor fora do local palpado, deveria
avisar elevando a mão esquerda (SILVA et al., 2010).
Para a realização deste exame, a ponta do algômetro foi posicionada
perpendicularmente à pele que recobria o local a sofrer a compressão (FIGURA 4). O
avaliador posicionou a extremidade da superfície circular do algômetro com pressão contínua
e crescente de 0,5 kg/cm2/segundos. Quando o voluntário elevava o braço acusando a sua dor,
imediatamente o avaliador cessava a pressão e registrava o valor obtido. O examinador
34
questionava o voluntário se a dor percebida era familiar àquela experimentada durante os
episódios de dores faciais relatadas na anamnese e repetia o exame, considerando, para análise
estatística, a média aritmética entre as duas medidas.
Figura 4 - Procedimento de algometria para o músculo masseter
Fonte: Registro realizado durante a pesquisa.
A sequência do exame obedeceu a uma ordem aleatória dos músculos a serem
avaliados para que o voluntário não pudesse interferir nos resultados. Foram realizados 2
minutos de intervalo entre as medidas no mesmo músculo e 5 seg. entre os músculos
investigados (MICHELOTTI et al., 2000).
4.6.1.7 Avaliação Eletromiográfica
Para o registro eletromiográfico foi utilizada a eletromiografia de superfície com o
aparelho da marca Miotec® modelo Miotool 400 de 4 canais, precisão na aquisição dos sinas
de EMG (14 Bits), isolamento elétrico de 3.000 volts, alta representatividade do sinal de
EMG em todos os canais (2000 amostras/segundo por canal); rejeição a modo comum de
110db, baixo nível de ruído < 2 LSB (Low Significative Bit) com conexão com o
microcomputador via porta USB (conector padrão tipo B) e bateria recarregável com duração
de 40 horas de uso contínuo (FIGURA 5).
35
Figura 5 - Equipamento de Eletromiografia.
Fonte: Manual Miotec (2008)
Para análise dos sinais, foi utilizado o software Miograph do próprio Eletromiógrafo,
que possibilitou a realização do tratamento de interferências no sinal como artefatos
mecânicos e ruídos externos através da atuação de filtros, da análise quantitativa do
recrutamento muscular e da análise de fadiga da musculatura através dos domínios
matemáticos da frequência mediana. Foram utilizados eletrodos da marca Meditrace®,
descartáveis, circulares, modelo double, confeccionado em espuma de polietileno com
adesivo medicinal hipoalérgico (importado), gel sólido aderente (Hidrogel importado),
contato bipolar de Ag/AgCl (prata/cloreto de prata), com distância entre os pólos de 20 mm.
Durante o experimento, o voluntário permaneceu sentado confortavelmente em uma
cadeira, com as costas completamente apoiadas no encosto e foi solicitado ao mesmo que
permanecesse com a coluna ereta e a cabeça orientada de acordo com o plano de Frankfurt,
olhos abertos, pés apoiados no solo, com quadris e joelhos a 90º, braços apoiados sobre os
membros inferiores e sem visualizar a tela do computador, evitando assim interferências
referentes ao feedback visual.
Para a correta fixação dos eletrodos nos músculos, foi realizada a prévia limpeza da pele
e dos eletrodos, inclusive o eletrodo-terra, com álcool etílico a 70%. Os eletrodos foram
fixados à pele por meio de uma fita adesiva, A padronização dos eletrodos seguiu a seguinte
36
ordem: canal 1 – temporal esquerdo; canal 2 – masseter esquerdo; canal 3 – masseter direito e
canal 4 – temporal direito. O eletrodo terra foi posicionado no epicôndilo lateral do cotovelo
esquerdo de todos os voluntários.
Antes da colocação dos eletrodos, foi realizado teste de função muscular para
identificação do ventre dos músculos a serem analisados. Para o músculo masseter, as
referências utilizadas para a colocação dos eletrodos foram: ângulo da mandíbula e tragus,
enquanto que para o feixe anterior do músculo temporal, as referências foram comissura
palpebral externa e arco zigomático na altura que coincide com o ponto médio ocular
(FIGURA 6). Os eletrodos foram colocados paralelamente às fibras musculares desses
músculos, equidistante à origem e inserção muscular, evitando-se sobreposição dos mesmos
sobre os Pontos Gatilhos (PG). Para melhor fixação e redução de interferências no sinal do
EMG de superfície, foram utilizados esparadrapos e faixa elástica.
Figura 6 - Posicionamento dos eletrodos
Fonte: Registro realizado durante a pesquisa.
O sinal eletromiográfico foi captado em três situações:
(1) em posição de repouso mandibular: ao início de cada coleta, os voluntários foram
orientados a manterem a mandíbula em posição de repouso. A aquisição do sinal
eletromiográfico era iniciada quando o sinal permanecia estável no monitor do
computador, sendo utilizado um comando verbal para o voluntário relaxar a
musculatura por cinco segundos e assim iniciar a coleta;
(2) durante contração voluntária máxima (CVM) através do apertamento bilateral
voluntário máximo incentivado pelo experimentador: foi realizada CVM com a
máxima intercuspidação, colocando-se um parafilme entre os molares
bilateralmente, a fim de evitar atrito entre as unidades dentárias. O comando verbal
37
adequado foi dado para manter a máxima intercuspidação com o máximo de força
possível, durante 10 segundos.
(3) durante mastigação habitual: na mastigação habitual foi utilizada uma pastilha do
tipo Trident® , durante 20 ciclos mastigatórios.
A aquisição dos sinais eletromiográficos foi realizada através de Software específico para
coleta de dados, fornecido junto com o equipamento de eletromiografia (Miotec®) utilizando-
se frequência de amostragem de 2000 HZ, filtro passa banda 20-500 Hz com interferências
eliminadas a partir do Filtro Notch. Para análise dos resultados, foi considerada a amplitude
do potencial elétrico em microvolts (µV) expressa pela raiz quadrada da média (RMS – root
mean square). Antes do exame propriamente dito, foi solicitada a contração voluntária
máxima (CVM), sustentada por isometria de cinco segundos para os músculos masseteres e
temporais, a fim de realizar a normalização dos dados que posteriormente foram interpretados
com o auxílio do programa MATLAB (BURDEN; BARLETT, 1999).
4.6.1.8 Avaliação da fadiga muscular
A fadiga muscular foi observada pelo método indireto através do Software
MIOTOOL, da MIOTEC, utilizando-se, como domínio, a frequência mediana, com a
plotagem feita a partir do algoritmo matemático da transdução de sinais conhecida como
Transformada Rápida de Fournier ou Fast Fourier Transform (FFT). Através do FFT, foi
identificado o tempo (em microssegundos) em que ocorreu a menor magnitude do sinal de
EMG interpretada como ponto de fadiga (ALMEIDA; SOUZA; PINO, 2008; MIOTEC,
2008). Conhecendo-se o valor em microssegundos da ocorrência de fadiga muscular, foi
analisada, no registro Root Mean Square (RMS), a amplitude (em microvolts) correspondente.
Esses valores foram identificados a partir da realização de uma contração voluntária máxima
(CVM) mantida por dez segundos (LOSS et al., 1998; MIOTEC, 2008).
4.6.2 Segunda Etapa – Divisão dos grupos
Após o diagnóstico inicial e apreciação dos critérios de inclusão e exclusão, a amostra
foi dividida em dois grupos: Grupo TENS ativo e Grupo TENS placebo. Cada grupo foi
composto por 20 universitários com diagnóstico de DTM muscular sintomática (diagnóstico
Grupos Ia e Ib).
38
4.6.3 Terceira Etapa – Procedimentos
4.6.3.1 Protocolo para o Grupo TENS ativo
O voluntário foi posicionado em decúbito dorsal com os joelhos apoiados sobre um
travesseiro triangular e outro sob a região compreendida entre o tórax e cabeça do voluntário.
Antes do procedimento, foi realizada a limpeza da pele com álcool etílico à 70% e os
eletrodos foram posicionados em ambos os masseteres e feixes anteriores dos músculos
temporais, considerando-se as mesmas referências que foram utilizadas para posicionamento
dos eletrodos durante exame eletromiográfico de superfície.
Antes da estimulação, todos os voluntários foram esclarecidos sobre os diferentes tipos
de intervenções testadas na pesquisa e sobre a sensação parestésica percebida abaixo dos
eletrodos que poderia variar de imperceptível, pouco ou muito perceptível. Foi utilizado um
aparelho de TENS, modelo Neurodyn Compact Sapphire Line, da marca IBRAMED®, com 2
canais, previamente calibrado, e eletrodos circulares autoadesivos da marca Valutrode® com
3 cm de diâmetro. Os parâmetros utilizados nesse estudo foram: duração de pulso para
ativação apenas sensorial (<100 us), e amplitude alta, porém, confortável e sem a ocorrência
de contração muscular durante o tempo de 50 minutos. Com objetivo de produzir estímulos
analgésicos por diferentes mecanismos e melhorar a tolerância à corrente, foram utilizadas
variações entre baixa e alta frequência (VF) com varredura de 4 HZ (primeiros 25 minutos) e
100 Hz (últimos 25 minutos). A fim de ocultar o paciente para que o mesmo não pudesse
discernir entre procedimento teste ou placebo, o aparelho de TENS foi conectado a um
equipamento placebo que, sem o conhecimento do voluntário, estava com a chave seletora
desativada (FIGURA 7).
Figura 7 - Aplicação da TENS
Fonte: Registro realizado durante a pesquisa.
39
4.6.3.2 Protocolo para o Grupo TENS Placebo
O aparelho placebo foi desenvolvido no Laboratório de Engenharia Elétrica
pelo Grupo de Pesquisa de Robótica da Universidade Federal de Sergipe (GPRUFS). A
finalidade da utilização desse dispositivo foi proporcionar ao usuário a sensação de que uma
corrente elétrica estivesse sendo aplicada ao seu corpo, criando o efeito placebo de que o
mesmo encontrava-se recebendo tratamento por eletroestimulação durante toda a terapia. Para
tanto, este equipamento foi idealizado para deixar passar a corrente para o voluntário apenas
por um breve período de tempo (40 segundos), sendo reduzida a corrente aos poucos, a fim de
que o usuário não fosse capaz de perceber interrupção do estímulo. O aparelho placebo
possuía uma resistência interna com valor próximo à resistência do corpo humano, que era
ativada pelo operador através de uma chave seletora e sendo elevada a intensidade da corrente
imediatamente após ativação dessa chave. Ao ser acionada a chave seletora, havia o desvio da
corrente para a resistência do aparelho placebo. Esse sistema não permitiu que o aparelho de
eletroestimulação reconhecesse que a corrente não estava passando pelo indivíduo, evitando
acusações falsas de eletrodos sem contato.
O procedimento placebo foi realizado com o voluntário posicionado da mesma forma
e com iguais parâmetros de corrente utilizados para o grupo teste.
4.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA
As variáveis foram testadas quanto à normalidade dos dados por meio do teste de
Kolmogorov-Smirnov e nenhum impedimento para o uso de testes paramétricos foi
encontrado para qualquer um dos parâmetros avaliados. Os valores com distribuição normal
foram apresentados em média (X) e desvio-padrão (DP).
A comparação das variáveis biopsicossociais entre os grupos foi realizada através do
teste t não pareado e teste de associação de qui quadrado quando apropriado. Para comparar o
efeito da TENS sobre as variáveis EVA, LDP, EMG e fadiga muscular, intra e intergrupos ao
longo do tempo (antes, imediatamente e 48 horas após aplicação da TENS) foi utilizado
ANOVA de duas vias para medidas repetidas, seguida do pós teste de Tukey.
O teste de Correlação Linear de Pearson foi utilizado para avaliar a correlação entre
qualidade do sono e grau de catastrofização com a variação da intensidade de dor e limiar de
dor à pressão dos músculos mastigatórios, imediatamente (variação imediatamente – basal) e
40
48h (variação 48h – basal) após a aplicação da TENS. Os valores de referência considerados
foram: (r) 1 à – 1 sendo r > 0,8 para nível de correlação excelente; entre 0,6 e 0,8 para
correlação moderada; de 0,3 a 0,5 para correlação fraca; e r < 0,3 para correlação inexistente.
Valores negativos reproduzem correlação inversamente proporcional, enquanto os valores
positivos reproduzem correlação diretamente proporcional (DANCEY; REIDY, 2006). O
nível de significância para todos os testes foi de 5%.
41
5 RESULTADOS
Na Tabela 1 está apresentado um sumário das características biopsicossociais dos
grupos estudados. Pode ser verificado que não existe diferença significativa entre os grupos
para as variáveis sexo, idade, índice de massa corporal, grau de dor crônica, depressão,
severidade da DTM (mensurado por meio do TMI), nível de catastrofização relacionada à dor
e qualidade do sono, mostrando que a amostra apresenta homogeneidade de distribuição entre
os grupos.
Tabela 1 - Sumário das variáveis biopsicossociais entre os grupos
TENS placebo
(n=20)
TENS ativo
(n=20)
Valor de p
Sexo (n) 1,00
Feminino 15 (75%) 15 (75%)
Masculino 5 (25%) 5 (25%)
Idade (anos) 24,15±3,01 25,10±3,87 0,39
Índice de massa corporal (kg/m2) 23,29±2,28 24,45±5,80 0,41
Eixo I do RDC (n)
IA 12(60%) 11 (55%)
IA/IIA 7(35%) 8 (40%)
IB 1 (5%) 0 (0%)
IB/IIB 0 (0%) 1 (5%)
Eixo II do RDC (escore 0 a 4)
Grau de dor crônica 1,75±0,78 1,90±0,96 0,59
Depressão 1,03±0,72 0,85±0,21 0,50
Sintomas físicos não específicos 1,03±0,85 0,83±0,61 0,40
Sintomas físicos excluindo-se dor 0,97±0,65 0,85±0,63 0,65
TMI (escore 0 a 1) 0,61±0,16 0,59±0,21 0,70
Catastrofização (escore 0 a 5) 1,58±1,12 1,78±1,33 0,67
Qualidade do sono (escore 0 a 14) 8,35±4,20 10,20±5,53 0,24
RDC=Research Diagnostic Criteria; IA=Dor miofascial; IIA=Deslocamento de disco com redução; IB= Dor
miofascial com limitação de abertura da boca; IIB=Deslocamento de disco sem redução e com limitação de
abertura da boca; TMI= Temporomandibular Índex. Teste t não pareado; Teste de Qui Quadrado.
O efeito da TENS na intensidade da dor da DTM muscular crônica, mensurada através
da EVA, está apresentada na Figura 8. Foi verificado que não houve diferença nos valores da
EVA entre os grupos em nenhum dos períodos avaliados. No entanto, apenas no grupo TENS
ativo, houve diminuição nos valores da EVA imediatamente e 48 horas após a aplicação da
TENS em relação ao período basal.
42
Figura 8 - Valores (cm) de intensidade da dor (escala visual analógica) da
DTM muscular crônica nos diferentes períodos de avaliação entre os grupos.
ANOVA para medidas repetidas seguido por pós-teste de Tukey* p<0,05.
O limiar de dor à pressão dos músculos mastigatórios, cervicais e da ATM de ambos
os grupos está apresentado na Tabela 2; para o grupo TENS ativo houve melhora significativa
no limiar de dor à pressão imediatamente após a aplicação da TENS que se manteve ou
aumentou após 48 horas para a ATM e músculos mastigatórios e cervicais, o que sugere um
efeito duradouro e contínuo da TENS. Entre os grupos, a diferença foi significativa na
avaliação imediata para os músculos temporal anterior e ECOM e para a ATM e na avaliação
após 48 h para os músculos masseter e ECOM. Para o grupo TENS placebo, não ocorreu
melhora do LDP em nenhum dos tempos avaliados.
*
*
43
Tabela 2 - Média (Desvio-Padrão) dos valores de limiar de dor à pressão (Kgf/cm2) da musculatura
mastigatória, ATM e músculos cervicais nos diferentes períodos de avaliação entre os grupos
Basal Imediato 48 horas
TENS placebo (n=20)
Masseter 1,69 (0,74)aA 1,62 (0,62)aA 1,71 (0,67)aA
Temporal Anterior 1,83 (0,80)aA 2,02 (0,88)aA 2,09 (0,92)aA
Polo Lateral da ATM 1,84 (0,31)aA 2,01 (0,47)aA 1,96 (0,41)aA
ECOM 1,32 (0,45)aA 1,46 (0,58)aA 1,49 (0,64)aA
Trapézio 2,61 (0,85)aA 2,77 (0,94)aA 2,69 (1,09)aA
TENS ativo (n=20)
Masseter 1,76 (0,59)aA 2,10 (0,59)bA 2,37 (0,58)cB
Temporal Anterior 2,01 (0,69)aA 2,79 (0,38)bB 2,47 (0,41)cA
Polo Lateral da ATM 1,97 (0,63)aA 2,56 (0,42)bB 2,30 (0,62)bA
ECOM 1,57 (0,57)aA 2,23 (0,28)bB 2,18 (0,30)bB
Trapézio 2,93 (1,21)aA 3,43 (0,95)bA 2,70 (0,75)bA
Letras minúsculas diferentes na mesma linha representam diferença significante intra grupo e letras maiúsculas
diferentes na mesma coluna representam diferença intergrupo. ANOVA de duas vias seguido pelo pós-teste de
Tukey (p<0,05).
A atividade eletromiográfica dos músculos mastigatórios obtidos em diferentes
momentos (repouso mandibular, contração voluntária máxima e mastigação habitual) em
ambos os grupos estão apresentadas na Tabela 3. Para as comparações entre os grupos foram
observados: (1) durante a avaliação basal, a atividade eletromiográfica dos músculos masseter
e temporal anterior foi significativamente menor no grupo TENS ativo em relação ao grupo
TENS placebo apenas no momento de repouso mandibular; (2) durante a avaliação
imediatamente após à aplicação da TENS, foi observada uma redução significativa da
atividade eletromiográfica dos músculos masseter e temporal anterior no grupo TENS ativo
em relação ao grupo TENS placebo apenas no momento de repouso mandibular. Além disso,
foi verificado um aumento significativo da atividade eletromiográfica do músculo temporal
anterior no grupo TENS ativo, no momento de contração voluntária máxima, bem como um
aumento significativo da atividade eletromiográfica dos músculos masseter e temporal
anterior, também no grupo TENS ativo, no momento de mastigação habitual; (3) durante a
avaliação 48h após a aplicação da TENS, foram observados os mesmos resultados obtidos
durante a avaliação realizada imediatamente após a aplicação da TENS nos momentos de
repouso mandibular e contração voluntária máxima, entretanto o mesmo não foi observado
durante a mastigação habitual, visto que não houve diferença significativa da atividade
eletromiográfica dos músculos mastigatórios entre os grupos.
Com relação aos resultados intragrupo, pode ser observado que, para o grupo TENS
placebo, houve aumento significativo da atividade eletromiográfica do masseter 48h após a
44
aplicação da TENS placebo no momento de repouso mandibular. Durante a contração
voluntária máxima, ocorreu aumento imediatamente após para o músculo masseter. Além
disso, houve redução imediata da atividade eletromiográfica do músculo temporal anterior, a
qual permaneceu reduzida após 48h.
Para o grupo TENS ativo, no momento de repouso mandibular, foi observada uma
redução significativa da EMG dos músculos masseter e temporal anterior imediatamente após
a aplicação da TENS, que se manteve após 48h; durante a contração voluntária máxima,
ocorreu um aumento imediato da EMG dos músculos mastigatórios após a aplicação da TENS
que se manteve 48h após apenas para o músculo masseter. No momento de mastigação
habitual, foi observado um aumento imediato da atividade mioelétrica dos músculos
mastigatórios que sofreu uma redução após 48h que, no entanto, continuou com valores
significativamente maiores em relação aos obtidos durante a avaliação basal.
Tabela 3 - Média (Desvio-Padrão) dos valores de eletromiografia em µV (expressos em Root Mean
Square) para os músculos masseter e temporal anterior nos diferentes períodos de avaliação entre os
grupos. Avaliação. ANOVA Two-way
Basal Imediato 48 horas
TENS placebo (n=20)
Repouso mandibular
Masseter 7,70 (1,52)aA 8,02 (1,44)aA 8,42 (1,11)bA
Temporal Anterior 8,51 (1,59)aA 8,82 (2,02)aA 8,65 (2,29)aA
Contração voluntária
máxima
Masseter 160,66 (49,97)aA 217,20 (50,70)bA 190,65 (47,77)aA
Temporal Anterior 152,19 (52,70)aA 80,42 (26,60)bA 116,30 (39,64)bA
Mastigação habitual
Masseter 19,94 (3,33)aA 23,14 (3,56)aA 23,99 (3,35)aA
Temporal Anterior 19,45 (2,58)aA 24,08 (6,00)aA 23,22 (5,28)aA
TENS ativo (n=20)
Repouso mandibular
Masseter 4,84 (0,40)aB 2,92 (0,37)bB 3,22 (0,38)bB
Temporal Anterior 5,78 (1,04)aB 2,89 (0,30)bB 3,53 (0,37)bB
Contração voluntária
máxima
Masseter 134,64 (21,96)aA 205,82 (43,84)bA 179,13 (52,77)bA
Temporal Anterior 140,32 (19,44)aA 203,23 (59,49)bB 164,27 (45,83)aB
Mastigação habitual
Masseter 22,86 (2,41)aA 45,14 (9,82)bB 28,35 (7,78)cA
Temporal Anterior 20,36 (3,05)aA 44,10 (9,63)bB 27,16 (6,50)cA
Letras minúsculas diferentes na mesma linha representam diferença significante intra grupo e letras maiúsculas
diferentes na mesma coluna representam diferença intergrupo ANOVA de duas vias seguido por pós teste de
Tukey (p<0,05).
A fadiga muscular foi avaliada por dois critérios: tempo (s) e amplitude do sinal
eletromiográfico (uV), os quais não foram diferentes entre os grupos na avaliação basal. Para
o grupo TENS placebo, imediatamente e 48h após a aplicação da TENS placebo, nenhuma
45
alteração significativa foi verificada no tempo (s) e amplitude do sinal eletromiográfico (uV)
da fadiga muscular. Ao contrário, no grupo TENS ativo, houve aumento significativo do
tempo necessário para atingir a fadiga e da amplitude do sinal eletromiográfico relacionado à
fadiga muscular para os músculos masseter e temporal anterior imediatamente após a
aplicação da TENS; embora tenha havido uma redução do tempo necessário para atingir a
fadiga 48h após a aplicação da TENS em relação ao período imediatamente após, esses
valores permaneceram significativamente maiores que aqueles avaliados no período basal
apenas para o músculo masseter. Os resultados relacionados à amplitude do sinal
eletromiográfico relacionado à fadiga muscular não se mantiveram 48 h após a aplicação da
TENS (TABELA 4).
Ainda na tabela 4 pode ser observado que, imediatamente após a aplicação da TENS,
houve um aumento significativo do tempo de fadiga muscular dos músculos masseter e
temporal anterior do grupo TENS ativo em relação ao grupo TENS placebo; na avaliação 48h
após a TENS, apenas o músculo masseter do grupo TENS ativo se manteve com um aumento
significativo no tempo e na amplitude do sinal eletromiográfico em relação ao grupo TENS
placebo.
Tabela 4 - Média (Desvio-Padrão) do tempo de fadiga (segundos) e valores de amplitude do sinal
eletromiográfico (µV)(expressos em Root Mean Square) para os músculos masseter e temporal
anterior nos diferentes períodos de avaliação entre os grupos. Avaliação. ANOVA Two-way
Basal Imediato 48 horas
TENS placebo (n=20)
Tempo de Fadiga
Masseter 4,42 (0,53)aA 4,42 (0,58)aA 4,47 (0,49)aA
Temporal Anterior 6,56 (0,70)aA 6,78 (0,62)aA 6,57 (0,69)aA
Amplitude do sinal
eletromiográfico
Masseter 216,27 (44,46)aA 219,95 (37,59)aA 215,98 (38,26)aA
Temporal Anterior 152,19 (52,70)aA 176,80 (48,62)aA 166,50 (51,95)aA
TENS ativo (n=20)
Tempo de Fadiga
Masseter 4,41 (0,36)aA 8,27 (0,41)bB 5,50 (0,38)cB
Temporal Anterior 6,74 (0,58)aA 8,89 (0,28)bB 6,85 (0,53)aA
Amplitude do sinal
eletromiográfico
Masseter 185,50 (21,26)aA 224,66 (43,24)bA 174,18 (34,25)aB
Temporal Anterior 140,32 (19,44)aA 206,05 (57,49)bA 158,60 (31,25)aA Letras minúsculas diferentes na mesma linha representam diferença significante intra grupo e letras maiúsculas
diferentes na mesma coluna representam diferença intergrupo. ANOVA de duas vias seguido por pós teste de
Tukey (p<0,05).
Não foi encontrada correlação do grau da catastrofização com a variação da
intensidade da dor e do limiar de dor à pressão no grupo TENS placebo. Somente no grupo
46
TENS ativo houve correlação negativa do grau da catastrofização e da variação do limiar de
dor à pressão do músculo temporal anterior imediatamente após aplicação da TENS.
(TABELA 5).
Tabela 5 - Correlação do grau da catastrofização relacionada a dor com as variações da intensidade da
dor (EVA) e do limiar de dor à pressão (Kgf/cm2) para os músculos masseter e temporal anterior nos
diferentes períodos de avaliação entre os grupos. Avaliação. ANOVA Two-way
Imediato - Basal 48 horas - Basal
TENS placebo (n=20) r (IC)
p
r (IC)
p
Catastrofização x Variação da EVA 0,27(-0,19 a 0,64) 0,21(-0,60 a 0,25)
0,23 0,36
Catastrofização x Variação do LDP
Masseter
-0,16 (-0,72 a 0,23)
0,24
-0,15 (0,68 a 0,30)
0,26
Temporal Anterior
-0,27 (0,71 a 0,23)
0,28
-0,31 (0,73 a 0,26)
0,26
TENS ativo (n=20)
Catastrofização x Variação da EVA 0,24 (-0,38 a 0,25) 0,26 (-0,19 a 0,58)
0,21 0,24
Catastrofização x Variação do LDP
Masseter -0,37 (-0,65 a 0,22)
0,32
-0,32 (-,66 a 0,07)
0,35
Temporal Anterior -0,55 (-0,76 a 0,29)
0,04*
-0,29 (-0,44 a 0,23)
0,36
EVA= escala visual analógica da dor; LDP= limiar de dor à pressão. Correlação de Pearson * p≤0,05.
Conforme demonstrado na Tabela 6, para o grupo TENS ativo, foi encontrada uma
correlação positiva da qualidade do sono com a variação da intensidade da dor imediatamente
após aplicação da TENS; foi também verificada, para o grupo TENS ativo, uma correlação
negativa entre qualidade do sono e a variação do limiar de dor à pressão dos músculos
mastigatórios imediatamente e 48h após a aplicação da TENS. Nenhuma correlação foi
encontrada entre qualidade do sono e intensidade da dor e limiar de dor à pressão para o grupo
TENS placebo.
47
Tabela 6 - Correlação da qualidade do sono com as variações da intensidade da dor (EVA) e
variações do limiar de dor à pressão (Kgf/cm2) para os músculos masseter e temporal anterior nos
diferentes períodos de avaliação entre os grupos. avaliação. ANOVA Two-way
Imediato - Basal 48 horas - Basal
TENS placebo (n=20) r (IC)
p
r (IC)
p
Qualidade do sono x Variação da EVA 0,35 (-0,10 a 0,69) 0,26 (-0,20 a 0,62)
0,12 0,24
Qualidade do sono x LDP
Masseter
-0,18 (-0,68 a 0,29)
0,28
-0, 12 (-0,69 a 0,21)
0,31
Temporal Anterior
-0,22 (-0,73 a 0,28)
0,26
-0,26 (-0,56 a 0,19)
0,31
TENS ativo (n=20)
Qualidade do sono x EVA 0,70 (-0, 76 a 0,09) 0,24 (-0,23 a 0,57)
0,03* 0,25
Qualidade do sono x Variação do LDP
Masseter -0,67 (-0,83 a 0,09)
0,03*
-0,50(-0,74 a 0,08)
0,03*
Temporal Anterior -0,55(-0,73 a 0,07)
0,02*
-0,47(-0,82 a 0,07)
0,04*
EVA= escala visual analógica da dor; LDP= limiar de dor à pressão. Correlação de Pearson * p≤0,05.
48
6 DISCUSSÃO
Os principais achados desse estudo foram: (1) redução na intensidade da dor e
aumento do limiar de dor à pressão imediatamente e após 48 horas de eletronalgesia
transcutânea; (2) redução da EMG durante o repouso mandibular e aumento durante contração
voluntária máxima e mastigação habitual imediatamente após a aplicação da TENS; (3)
retardo no tempo necessário para ocorrência de fadiga e aumento da amplitude do sinal
eletromiográfico imediatamente após realização da TENS.
O estudo demonstrou, portanto, que somente TENS ativo promoveu efeitos
hipoalgésicos e de melhora da função muscular dos sujeitos com DTM muscular, embora
aspectos relacionados a períodos de flutuação e remissão da dor na DTM muscular tenham
sido considerados antes de qualquer julgamento (KATO et al., 2006). No entanto, a utilização
de vários critérios para análise da eficácia da TENS (escala visual analógica, limiar de dor à
pressão e análise eletromiográfica em repouso e em atividade) em uma amostra com
características biopsicossociais homogêneas, foi uma estratégia para evitar interpretações
equivocadas.
Os efeitos imediatos de vários procedimentos terapêuticos têm sido investigados.
Vernon e Humphreys (2008), em estudo de revisão sistemática, concluiram que terapias
isoladas realizadas em uma única sessão podem ocasionar nível aceitável do resultado
pretendido com evidência científica de moderada a alta. Nesse estudo, um dos principais
desfechos observados foi a redução da magnitude da dor em curto prazo. Como terapia
imediata e adjuvante, além de amenizar o sofrimento físico, esse achado contribui para a
satisfação pessoal, melhora do humor e pode ser primordial para o aumento da aderência e
colaboração dos pacientes em terapias de longo prazo, como no caso dos sujeitos deste
estudo, por apresentarem dor muscular crônica. Como observado por Gemmell e Hilland
(2011), o resultado de uma única intervenção pode ter tamanha eficiência de resposta que se
torna suficiente para demonstrar respostas favoráveis na redução da intensidade da dor a curto
prazo.
No presente estudo, a utilização de alta e baixa frequência de corrente elétrica (100 Hz
e 4 Hz) foi realizada com a finalidade de promover analgesia por diferentes mecanismos na
tentativa de potencializar o efeito analgésico. Embora não haja relato na literatura sobre a
utilização de frequências alternadas em indivíduos com DTM, tem sido observado que a
TENS de alta frequência ativa mecanismos de redução da entrada nociceptiva no corno
49
dorsal, estimula interneurônios na lâmina II, normaliza secreção de acetilcolina na placa
terminal e diminui a concentração de substâncias algiogênicas encontradas em pontos gatilhos
(BROWN, 2005; OOSTERHOF et al., 2008; TONG; LO; CHEING, 2007). Enquanto que a
TENS de baixa frequência aumenta a liberação de encefalinas e β endorfinas. A β endorfina
estimula a substância cinzenta periaquedutal e ativa vias descendentes inibitórias (KAVCIC;
LEHMAN; MCGILL, 2005; SHAH; GILLIAMS, 2008). Embora esse estudo tenha
investigado os efeitos da TENS na dor crônica através de uma única sessão, existe a
possibilidade de que a alternância de frequências possa contribuir para o retardo da tolerância
em futuras intervenções fisioterapêuticas para os sujeitos em estudo. Em adição, a alternância
na administração de alta e baixa frequência em uma mesma sessão foi apontada por
DeSantana, Santana-Filho e Sluka (2008) como uma estratégia que atrasa significativamente o
desenvolvimento da tolerância a TENS.
Tem sido verificado que altas intensidades da TENS produzem redução da dor de
maneira mais significante do que baixas intensidades (DESANTANA; WALSH; VANCE,
2008; MORAN et al., 2011; PANTALEÃO; LAURINO; GALLEGO, 2011; RAKEL;
FRANTZ, 2003; RAKEL et al., 2010). Pode-se hipotetizar que as intensidades mais altas
suportadas pelo grupo TENS ativo possam ter influenciado a significante resposta
hipoalgésica apresentada por esse grupo. A analgesia mais expressiva observada quando
usado alta intensidade de corrente pode estar relacionada ao fato de que maiores amplitudes
de impulso ativam uma extensão maior de tecido e um maior número de aferências teciduais
profundas (PANTALEÃO; LAURINO; GALLEGO 2011).
Os resultados ora apresentados foram obtidos com intensidades altas, porém com
limite estabelecido para impedir esboço de contração muscular e permitir o máximo conforto
durante a terapia. Resultados similares também foram descritos por Lazarou et al. (2009). Em
estudos experimentais, foi observado que a indução de hipoalgesia por meio da TENS é
dependente da intensidade dos estímulos às fibras aferentes de grande diâmetro localizadas
em tecidos mais profundos. Quanto maior a intensidade do estímulo, maior será a ativação de
interneurônios do corno dorsal da medula e essa ativação se mantém também por maior
período de tempo, gerando uma hipoalgesia mais eficaz (PANTALEÃO; LAURINO;
GALLEGO, 2011).
Estudos sobre os efeitos imediatos da TENS em indivíduos com DTM muscular, são
escassos, particularmente os com uso de grupo placebo. A inclusão de um grupo placebo
nesse estudo justifica-se pelo fato de ser reconhecido que a intervenção placebo pode
ocasionar ativação de mecanismos opióides endógenos e consequente redução da dor
50
(OOSTERHOF et al., 2008; RAKEL et al., 2010). Assim, a terapia com TENS pode ser
interpretada como eficaz, desde que a resposta hipoalgésica seja superior àquela observada na
forma placebo da TENS. Em estudo sobre o efeito imediato da TENS sobre a dor decorrente
de trigger point latente do trapézio, Gemmell e Hilland (2011) encontraram resultados
significantes em relação à intensidade da dor referida pelos pacientes submetidos ao TENS
ativo. Contudo, quando analisado o limiar de dor à pressão, não foram verificadas diferenças
entre os grupos TENS ativo e TENS placebo (GEMMELL; HILLAND, 2011).
Kato et al. (2006) compararam resultados da TENS a curto e longo prazo e
identificaram redução na intensidade da dor foi significante apenas a longo prazo (efeito
cumulativo). Quando os autores analisaram a palpação de masseteres e temporais anteriores
não encontraram diferença significante a curto e longo prazo. Contudo, o método de palpação
muscular utilizado por esse autor é um procedimento subjetivo que pode ocasionar equívocos
na interpretação do avaliador quanto à percepção álgica do paciente. Em adição, não foi
utilizado grupo placebo e esse fato pode ter comprometido as evidências constatadas pelo
estudo. Deve-se também ressaltar que os métodos avaliativos para a dor refletem o perfil
psicossomático do paciente, a tolerância a dor e o histórico de dor experimentada ao longo da
vida. Em estudo de revisão sistemática, Vernon e Humphreys (2008) demonstraram evidência
moderada de que a TENS produz resultados imediatos favoráveis à melhora do limiar de dor à
pressão em pontos gatilhos latentes.
Sabe-se que a dor crônica sofre influência de fenômenos relacionados à sensibilização
central, ocasionando dor que se auto sustenta (mantém) e persiste, mesmo após cicatrização
tecidual (OOSTERHOF et al., 2008: WOOLF, 2010). Nesses casos, a dor referida pelo
paciente sofre influência de excitabilidade de circuitos nociceptivos centrais, que contribuem
para hipersensibilidade dolorosa, distorção, amplificação e propagação da percepção álgica
(WOOLF, 2010). Maior sensibilidade mecânica refletida pelo limiar de dor à pressão em
pacientes com DTM muscular foi apontada foram apontadas por Fernandez-de-las-Peñas et al.
(2009) como manifestação associada à presença de sensibilização central. Embora essa
associação não tenha sido objetivo do estudo, não se pode descartar que alguns voluntários
possam ter sofrido a influência desse fenômeno biológico.
Não foi o objetivo desse estudo identificar os mecanismos pelos quais a TENS
aumentou a LDP. No entanto, tal efeito pode ser justificado: principalmente por 2 fatores: (1)
aumento nas taxas de disparo no corno dorsal da medula, promovendo elevação na atividade
de interneurônios inibitórios na lâmina II e (2) aumento do fluxo sanguíneo com remoção de
51
mediadores químicos em áreas de dor e tensão muscular (RODRIGUEZ-FERNÁNDEZ, et
al., 2011).
Os estudos sobre eletroanalgesia exploram dois tipos de placebo: (1) inativo, quando
nenhuma corrente é liberada e (2) transiente, quando a corrente é liberada nos primeiros
segundos de terapia (RAKEL et al., 2010). Oosterhof et al. (2012) estudaram o efeito da
TENS inativo em pacientes com dor crônica e concluíram que esse procedimento foi capaz de
mascarar a dor em 70% dos pacientes. Enquanto que Rakel et al. (2010) utilizaram a TENS
transiente (liberação de corrente nos primeiros 45”) e obtiveram 100% de mascaramento dos
pacientes. Nesse estudo, para os indivíduos submetidos ao procedimento placebo, o curto
intervalo de tempo foi suficiente para que o voluntário não sentisse os efeitos do chaveamento
do aparelho, tendo a sensação de uma aplicação contínua e de menor valor.
A EMG tem sido frequentemente utilizada na avaliação de pacientes com DTM, mas
ainda não pode ser considerada como método confiável para diagnóstico e monitoramento
desse tipo de disfunção (CASTROFLORIO; BRACCO; FARINA, 2008; KLASSER;
OKESON, 2006; SUVINEN; KEMPPAINEN, 2007). Sugere-se cautela na utilização da
EMG visto que, apesar de esforços louváveis para testar a confiabilidade e repetitividade, sua
eficácia em discriminar indivíduos com DTM de controles é questionada (MANFREDINI et
al., 2011b). Contudo, se for criteriosamente utilizada, a EMG pode ser uma ferramenta útil
para identificar mudanças nos padrões de recrutamento muscular (COOPER; KLEINBERG,
2008; MONACO et al., 2012). Pode-se dizer que avanços tecnológicos na detecção de sinais,
uniformização de processamento e método de análise da EMG têm melhorado a qualidade das
informações extraídas desse exame (CASTROFLORIO; BRACCO; FARINA, 2008).
Estudo realizado por Mônaco et al. (2012) identificaram que a TENS reduziu a
atividade eletromiográfica de repouso em indivíduos com DTM. Porém, esses achados podem
ser questionados pelo fato de sua amostra ter sido constituída apenas por indivíduos com
remissão de sintomas de DTM, fato que pode ter mascarado os resultados eletromigráficos.
Cooper e Kleinberg (2008) também tiveram resultados similares, mas como os pacientes
foram tratados concomitantemente com aparelhos ortodônticos, tornou-se impossível saber
qual terapia foi a mais efetiva para influenciar a resposta eletromiográfica.
Nesse estudo, foi observada resposta homogênea reproduzida pela redução da EMG
durante o repouso e aumento da atividade durante a contração voluntária máxima e
mastigação habitual, quando avaliados os masseteres e temporais anteriores imediatamente
após aplicação da TENS. Esses achados conferem à TENS importante contribuição para o
menor gasto energético na manutenção do repouso mandibular e melhor eficiência de força
52
durante as funções da mandíbula. Em oposição, Rodrigues, Siriani e Bérzin (2004)
demonstraram que a TENS não influencia de forma homogênea a atividade eletromiográfica
de masseter e temporal anterior de indivíduos com DTM. As alterações na amplitude da EMG
durante a contração voluntária máxima têm sido apontadas como consequência da dor
muscular crônica. Hipotetiza-se que este evento ocorra como resposta à redução da contração
do músculo agonista e aumento da atividade do músculo antagonista, a fim de proteger o
agonista de novas lesões (MANFREDINI et al., 2011b; MONACO et al., 2013; MONACO et
al., 2008).
Em seu estudo, Manfedrini et al. (2011) concluiram que as únicas medidas de
resultados com parâmetros aceitáveis de especificidade e reprodutibilidade para pacientes
com DTM muscular ocorrem apenas quando o sinal é captado durante contração voluntária
máxima isométrica dos músculos mastigatórios (apertamento dentário). Os autores
observaram que, durante CVM isométrica, a redução da força era mais expressiva entre
indivíduos com DTM muscular do que em indivíduos controles. Para esses autores, a EMG
durante o repouso não é um parâmetro confiável para discriminar pacientes com DTM de
indivíduos controles. De fato, foi perceptível, nesse trabalho, que o relato de queixa mais
frequentemente referido pelos voluntários estava presente durante a função mandibular, daí a
importância da análise eletromiográfica dinâmica realizada nesse estudo.
Comportamento heterogêneo quanto à atividade eletromiográfica do grupo TENS
placebo foi observado no presente estudo. Outro achado relevante foi que as principais
diferenças obtidas na EMG foram demonstradas durante os períodos imediatamente e após 48
horas de realização da TENS, portanto a atividade eletromiográfica basal foi, realmente, uma
referência padrão válida para reduzir erros na interpretação dos resultados. Além disso, houve
o cuidado de realizar normalização do sinal EMG para inviabilizar falsas interpretações.
Lobbezo, Van Selmes e Naeije (2006) sugeriram que mudanças no padrão de recrutamento
muscular mediante a dor crônica poderia ser um mecanismo compensatório para alívio dos
sintomas. Sabe-se, também, que o comportamento mioelétrico sofre influência da natureza
multidimensional da dor e do sistema sensório motor que recorre a estratégias para proteger o
músculo e permitir a função da mandíbula de indivíduos com dores crônicas (GLAROS,
2008). Sugere-se que, em tais situações, a TENS possa reestabelecer o tônus muscular
(COOPER; KLEINBERG, 2008). Monaco et al. (2012) demonstraram efeito placebo positivo,
mas de magnitude inferior à terapia com TENS ativo em relação à atividade eletromiográfica.
Sabe-se que a mastigação em de pacientes com DTM é menos eficiente porque os
músculos sofrem redução no potencial elétrico e tornam-se facilmente fatigados (PINHO et
53
al., 2000; SATO; OHTA; GOTO, 1998; SUVINEN et al., 2003). Não foram encontrados
estudos sobre a EMG durante a mastigação em de pacientes com DTM submetidos à terapia
com TENS. A análise da fadiga durante a contração voluntária máxima pode contribuir para
análise da força durante mastigação porque, embora se utilize para esse fim uma contração
isométrica e a mastigação seja realizada em condições dinâmicas, o que minimiza essa
diferença é o fato de que a principal parcela de força usada no ciclo mastigatório ocorre na
fase final de fechamento da boca, quando ocorre contração “quase” isométrica para triturar o
alimento (LOSS et al., 1998). Foi relevante, nesse estudo, observar que os pacientes referiram
maior dor e/ou desconforto familiar às crises, quando foram avaliados de forma dinâmica.
Considerando-se que a força desenvolvida por um músculo em contração depende da
excitação neural que lhe é aplicada, o EMG, ao medir o nível de excitação, pode ser utilizado
como indicador de força (LOSS et al. 1998). Para o nosso conhecimento, esse é o primeiro
estudo a investigar o efeito da TENS na fadiga dos músculos mastigatórios em indivíduos
com DTM muscular. O grupo TENS ativo possibilitou maior resistência à fadiga, sendo
observado retardo no tempo de declínio da força e maior pico de intensidade do sinal elétrico
imediatamente após a terapia com TENS. Cabe salientar que esse grupo também obteve
resultados superiores quanto a EMG de mastigação. Não foram encontrados na literatura,
estudos que utilizassem a FFT para avaliação da fadiga de músculos mastigatórios em
indivíduos com DTM. Dessa forma, os resultados observados não são potencialmente
suficientes para consolidar as respostas obtidas, mas poderão contribuir para o
aperfeiçoamento de novas investigações sobre essa temática. Utilizando parâmetros de EMG
semelhantes a esse estudo, Castroflorio et al. (2012) demonstraram que a EMG pode ser útil
para a avaliação da fadiga dos músculos elevadores da mandíbula e contribuir para avaliação
clínica da DTM.
Como achados secundários, o presente estudo encontrou: (1) correlação negativa do
grau da catastrofização e a variação do limiar de dor à pressão do músculo temporal anterior
imediatamente após aplicação da TENS, (2) correlação positiva da qualidade do sono com a
variação da intensidade da dor imediatamente após aplicação da TENS e (3) correlação
negativa entre qualidade do sono e a variação do limiar de dor à pressão dos músculos
mastigatórios imediatamente e 48h após a aplicação da TENS.
A influência de fatores emocionais desfavoráveis sobre a percepção da dor crônica e
sobre a reposta ao tratamento da dor tem sido amplamente discutida pela comunidade
científica (OOSTERHOF et al., 2008; SVENSSON et al., 2008; VAN DAMME; CROMBEZ;
ECCLESTON, 2004; VELLY et al., 2011). Segundo Samwel et al. (2000), fatores
54
psicológicos desfavoráveis podem influenciar o processamento crônico da dor bem como o
resultado do tratamento. A relação entre grau de catastrofização e resposta hipoalgésica não
foi verificada no presente estudo para a maioria das variáveis estudadas, exceção feita para
correlação negativa encontrada entre grau de catastrofização e a variação do LDP do músculo
temporal anterior imediatamente após a aplicação da TENS. Esses achados, em geral,
demonstraram que o fator emocional do tipo catastrofização não foi potencialmente forte para
interferir negativamente sobre a resposta terapêutica da TENS, corroborando com Oosterhof
et al. (2008). Assim como observado por esses autores, provavelmente esse fato justifica-se
pelo baixo nível de sintomas psíquicos desfavoráveis. O presente estudo excluiu indivíduos
com queixas emocionais compatíveis com necessidade de intervenção psicológicas e/ou
psiquiátricas.
Manfedrini et al. (2011c) estudaram a associação dos fatores psicossociais e resposta
ao tratamento de pacientes com DTM. Esses autores concluíram que fatores emocionais
desagradáveis poderiam interferir negativamente na resposta à terapia. Contrariando esse fato,
a amplificação dos sintomas físicos (catastrofização) dos voluntários desse estudo não foi
potencialmente deletéria na redução da dor e aumento do LDP de músculos mastigatórios
imediatamente após terapia de TENS. Provavelmente esse achado possa justificar-se pelo
critério de inclusão dos voluntários. Ao contrário de Manfredini et al. (2011c), que estudaram
pacientes pertencentes a dois grandes centros de referência no tratamento da DTM, a nossa
amostra foi recrutada por busca ativa entre jovens que manifestavam sintomas de disfunção
temporomandibular muscular, mas, que se encontravam, em sua maioria, em situação
subclínica. O fato desses indivíduos não terem buscado tratamento pode ter influenciado os
resultados obtidos.
Vários estudos têm demonstrado relação positiva entre má qualidade do sono e DTM,
sendo que metade ou até mais indivíduos têm má qualidade do sono e aumento na intensidade
da dor (RILEY et al., 2002; SMITH; WICKWIRE; GRACE, 2009; YATANI; STUDTS;
CORDOVA, 2002).
Para Camparis e Siqueira (2006), a relação entre má qualidade do sono e DTM crônica
não apresenta uma simples relação de causa e efeito, aparentando ser consequência de fatores
independentes ou inter-relacionados que predispõem esses eventos. A má qualidade do sono
observada nesse estudo esteve associada à maior resistência dos voluntários em responder
favoravelmente à redução da dor, quando analisados a intensidade e o limiar de dor à pressão.
Evento este que confirma a observação frequentemente ocorrida na prática clínica, na qual a
redução ou ausência de efeito positivo da TENS possa ser, de fato, influenciada pelo sono de
55
má qualidade. Para Fernandez-de-las-Peñas et al. (2009), má qualidade do sono observada em
pacientes com dor crônica pode refletir manifestações da sensibilização central. Para Edwards
e Fillingim (2007) indivíduos com DTM e má qualidade do sono têm menor controle
inibitório da dor. Estudos realizados com diagnóstico de inibição da dor difusa ou diffuse
noxious inhibitory controls (DNIC) demonstraram que interrupções e/ou fragmentações do
sono promovem efeitos negativos sobre o sistema de modulação central da dor (SMITH;
WICKWIRE; GRACE, 2009).
Foram consideradas como limitações desse estudo: (1) amostra não foi constituída
por população típica, ou seja, aquela que se direciona ao ambulatório para tratamento da dor
decorrente da DTM e (2) avaliação foi realizada até 48 h após única aplicação da TENS, não
sendo possível saber o comportamento a longo prazo das variáveis investigadas. Embora não
tenha sido objetivamente avaliada, um dos pontos fortes observados nesse estudo foi a
satisfação dos voluntários mediante os efeitos hipoalgésicos, bem como a melhora das
atividades funcionais que envolvem a mandíbula. Achados que garantem relevância clínica a
esse estudo e gera informações úteis para compreensão dos efeitos da TENS a curto prazo em
pacientes com DTM muscular crônica. Além disso, reforça a relação negativa entre má
qualidade do sono e o limiar de dor à pressão que se supõem estar associada a mecanismos de
sensibilização central e a manifestações de comportamento refratário apresentadas por muitos
pacientes durante a prática clínica.
56
7 CONCLUSÃO
TENS ativo foi superior à TENS placebo na redução da dor e na melhora da função
muscular mastigatória, visto que houve redução da atividade mioelétrica durante o repouso
mandibular e aumento da mesma durante os períodos de contração voluntária máxima e
mastigação habitual dos músculos mastigatórios. Além disso, a TENS ativo contribuiu para
que os músculos mastigatórios alcançassem amplitudes de corrente significativamente
maiores e perdurassem por mais tempo em contração antes da ocorrência de fadiga muscular.
Houve correlação da má qualidade do sono com o aumento da intensidade da dor e redução
do limiar de dor à pressão no grupo TENS ativo.
57
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manual therapy: a systematic review of change scores in randomised controlled trials of a
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VIGNOLO, V.; VEDOLIN, .G.; DE ARAUJO, C.R. et al. Influence of the menstrual cycle on
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67
pain. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod. v.105, n.3, p.308-315, Mar.
2008.
WAGER, T. D.; SCOTT, D. J.; ZUBIETA, J. K. Placebo effects on human mu-opioid activity
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WALACH, H.; SADAGHIANI, C.; DEHM, C. et al. The therapeutic effect of clinical trials:
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YATANI, H.; STUDTS, J.; CORDOVA, M. Comparison of sleep quality and clinical and
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ZUBIETA, J. K.; BUELLER, J. A.; JACKSON, L. R. et al. Placebo effects mediated by
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2005.
68
APÊNDICE A - PARECER COMITÊ DE ÉTICA CAEE N° 0023.0.107.000-1
69
APÊNDICE B - DISTRIBUIÇÃO DA AMOSTRA
ANÁLISE COMBINATÓRIA POR ARRANJO DE REPETIÇÃO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
B A A A B B A A B A
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
B A B A A A B A B A
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
A B A B A B B A B B
31 32 33 34 35 36 37 38 39 40
B B B A B A B A B A
A= Grupo TENS placebo
B= Grupo TENS ativo
70
APÊNDICE C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
Vimos convidar por meio desse termo __________________________________, portador(a) do RG nº
_________________, a participar do projeto: Efeito imediato da eletroanalgesia transcutânea na dor,
atividade eletromiográfica e fadiga muscular de sujeitos com Disfunção Temporomandibular
realizado na Universidade Federal de Sergipe (UFS). O objetivo do referido projeto é analisar as
respostas imediatas da eletroanalgesia transcutânea sobre a intensidade da dor, limiar de dor a
pressão, atividade eletromiográfica de sujeitos com DTM. Foi a mim esclarecido que os
procedimentos que serei submetido não configuram riscos potenciais para minha saúde. Contudo, se
durante qualquer momento da pesquisa eu sentir qualquer tipo de mal estar ou agravo a minha
saúde, os responsáveis por essa pesquisa me auxiliarão e eu serei monitorizado por eles até que
ocorra o reestabelecimento das minhas condições de saúde. Caso seja necessário, eu serei
encaminhado para um serviço de atendimento hospitalar, sendo acompanhado pelos pesquisadores
até que retorne as minhas condições normais de saúde. Fui informado (a) que os procedimentos
terapêuticos serão realizados por um Fisioterapeuta experiente que terá por finalidade de reduzir as
dores e desconforto dos músculos da minha face e das articulações próximas aos ouvidos
(articulações temporomandibulares). Durante a aplicação da eletroanalgesia deverei sentir uma
sensação de formigamento. Estou sendo devidamente informado(a) sobre o projeto, o qual é
constituído por avaliação física e condutas de tratamento que foram explicadas. A mim é
resguardada a liberdade de me recusar a participar ou de retirar meu consentimento em qualquer
fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem qualquer prejuízo. A mim também será resguardado
o livre arbítrio e liberdade de desistir de participar da pesquisa a qualquer momento. Autorizo a
utilização destes dados como fonte para elaboração de um projeto de pesquisa de doutorado e sua
posterior publicação através de apresentação em eventos científicos e acadêmicos, fonte para
elaboração de livro e/ou artigo. Ressalto que os meus dados pessoais e demais informações são
confidenciais e serão unicamente de uso dos autores do projeto em questão para os fins
supracitados.
Assinatura do Voluntário (a)_________________
Aracaju,____/____/_____.
Nome dos Pesquisadores:
Leonardo RigoldiBonjardim
Endereço: Av: Sizino Martins Fontes, 2222, Apto-
501Bairro: Farolândia, Aracaju - SE CEP: 49032-510 Telefone: (79) 8107-9719
Ana Paula de Lima Ferreira
Endereço: Rua Alferes José Pedro de Brito, nº100,
Cond. Jouberto Uchôa, Edf. Marilda, apto.501,
Farolândia, Aracaju – SE CEP 49032-010
Telefone: (79) 9161-7041
71
APÊNDICE D - PARECER COMITÊ DE ÉTICA CAEE N° 06770912.4.0000.0058
72
73
74
ANEXO A - DIAGNÓSTICO CLÍNICO DE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
RDC - ResearchDiagnosticCriteria – EIXO I
Fonte: DWORKIN SF; LERESCHE L. Research diagnostic criteria for temporomandibular disorders: review,
criteria, examinations and specifications, critique.JCraniomandibDisord. 1992 Fall;6(4):301-55.
1. Você tem dor no lado direito da sua face, lado esquerdo ou ambos os lados?
Nenhum 0
Direito 1
Esquerdo 2
Ambos 3
2. Você poderia apontar as áreas onde você sente dor?
Direito Esquerdo
Nenhuma 0 Nenhuma 0
Articulação 1 Articulação 1
Músculos 2 Músculos 2
Ambos 3 Ambos 3
* Examinador palpa a área apontada pelo paciente, caso não esteja claro se a dor é muscular
ou articular.
3. Padrão de abertura
Reto 0
Desvio lateral direito não corrigido 1
Desvio lateral direito corrigido (“S”) 2
Desvio lateral esquerdo não corrigido 3
Desvio lateral esquerdo corrigido (“S”) 4
Outro 5
Tipo (especificar):______________________
4. Extensão do movimento vertical: incisivos maxilares de referência: 11 e 21.
a. Abertura sem auxilio e sem dor ___ ___
b. Abertura máxima sem auxilio ___ ___
c. Abertura máxima com auxílio ___ ___
d. Overbite ___ ___
Tabela para os itens b e c somente:
Dor muscular Dor articular
Nenhuma Direito Esquerdo Ambos Nenhuma Direito Esquerdo Ambos
0 1 2 3 0 1 2 3
0 1 2 3 0 1 2 3
5. Ruídos articulares (palpação)
a. Abertura
Direito Esquerdo
Nenhum 0 0
Estalido 1 1
Crepitação grosseira 2 2
Crepitação fina 3 3
75
Medida do estalido na abertura ___ ___ mm ___ ___mm
b. Fechamento
Direito Esquerdo
Nenhum 0 0
Estalido 1 1
Crepitação grosseira 2 2
Crepitação fina 3 3
Medida do estalido na abertura ___ ___ mm ___ ___mm
Estalido recíproco eliminado durante a abertura protrusiva
Direito Esquerdo
SIM 0 0
NÃO 1 1
NA 8 8
6. Excursões
a. Excursão lateral direita ___ ___ mm
b. Excursão lateral esquerda ___ ___ mm
c. Protrusão ___ ___ mm
Tabela para os itens a, b e c somente:
Dor muscular Dor articular
Nenhuma Direito Esquerdo Ambos Nenhuma Direito Esquerdo Ambos
0 1 2 3 0 1 2 3
0 1 2 3 0 1 2 3
0 1 2 3 0 1 2 3
d. Desvio da linha média ___ ___
Direito Esquerdo NA
1 2 8
7. Ruídos articulares nas excursões
Ruídos do lado direito
Movimentos Nenhum Estalido Crepitação grosseira Crepitação leve
Excursão direita 0 1 2 3
Excursão esquerda 0 1 2 3
Protrusão 0 1 2 3
Ruídos do lado esquerdo
Movimentos Nenhum Estalido Crepitação grosseira Crepitação leve
Excursão direita 0 1 2 3
Excursão esquerda 0 1 2 3
Protrusão 0 1 2 3
76
INSTRUÇÕES – ITENS 8-10
O examinador irá palpar (tocando) diferentes áreas de sua face, cabeça e pescoço. Nós
gostaríamos que você indicasse se você não sente dor, apenas sente uma pressão (0); dor
(1-3). Por favor, classifique o quanto de dor você sente para cada uma das palpações de
acordo com a escala abaixo. Circule o nome que corresponde a quantidade de dor que
você sente. Nós gostaríamos que você fizesse uma classificação separada para as
palpações direita e esquerda.
0= sem dor, somente pressão
1=dor leve
2=dor moderada
3=dor severa
8. Dor muscular extra-oral com palpação
DIREITO ESQUERDO
a. Temporal (posterior) 0 1 2 3 0 1 2 3
b. Temporal (médio) 0 1 2 3 0 1 2 3
c. Temporal (anterior) 0 1 2 3 0 1 2 3
d. Masseter (superior) 0 1 2 3 0 1 2 3
e. Masseter (médio) 0 1 2 3 0 1 2 3
f. Masseter (inferior) 0 1 2 3 0 1 2 3
g. Região mandibular posterior 0 1 2 3 0 1 2 3
h. Região submandibular 0 1 2 3 0 1 2 3
9. Dor articular com palpação
DIREITO ESQUERDO
a. Polo lateral 0 1 2 3 0 1 2 3
b. Ligamento posterior 0 1 2 3 0 1 2 3
10. Dor muscular intra-oral com palpação
DIREITO ESQUERDO
a. Área do pterigoideo lateral 0 1 2 3 0 1 2 3
b. Tendão do temporal 0 1 2 3 0 1 2 3
11. Dor muscular cervical à palpação
DIREITO ESQUERDO
a. Área do ECOM 0 1 2 3 0 1 2 3
b. Ponto gatilho do trapézio superior 0 1 2 3 0 1 2 3
c. Área de suboccipitais 0 1 2 3 0 1 2 3
77
ANEXO B – Eixo II do Research Diagnostic Criteria
Complementação RDC – Eixo II Nome:_____________________________________________________________ 3. Você sentiu dor na face, em locais como na região das bochechas (maxilares), nos lados da cabeça, na frente do ouvido ou no ouvido, nas últimas 4 semanas? Não Sim
78
79
80
81
82
ANEXO C – ALGORITMO PARA INTERPRETAÇÃO DO EIXO I DO RDC
RESEARCH DIAGNOSTIC CRITERIA (RDC) EIXO I
VERSÃO REVISADA
ALGORITMOS PROPOSTOS POR SHIFFMAN ET AL. (2010)
Diagnóstico I – Desordens musculares – História da dor com confirmação a
localização da dor:
a) Dor Miofascial (Ia)
1. Queixa de dor na dor na face, em locais como na região das bochechas
(maxilares), nos lados da cabeça, na frente do ouvido ou no ouvido, nas últimas 4
semanas;
2. Abertura bucal máxima sem auxílio sem dor ≥ 40 mm;
MAIS
3. Relato de dor familiar no exame de palpação nos músculos temporal (anterior,
médio ou posterior) ou masseter (origem, corpo ou inserção) – pressão de palpação
(entre 1 e 1,5 kg)
OU
4. Queixa de dor familiar durante abertura bucal em qualquer local dos músculos
masseter e/ou temporal.
b) Dor Miofascial com limitação de abertura (Ib)
1. Queixa de dor na dor na face, em locais como na região das bochechas
(maxilares), nos lados da cabeça, na frente do ouvido ou no ouvido, nas últimas 4
semanas;
2. Abertura máxima sem auxílio sem dor ≤ 40 mm;
MAIS
3. Relato de dor familiar no exame de palpação nos músculos temporal (anterior,
médio ou posterior) ou masseter (origem, corpo ou inserção) – pressão de
palpação (entre 1 e 1,5 kg)
OU
4. Queixa de dor familiar durante abertura bucal em qualquer local dos músculos
masseter e/ou temporal.
83
Diagnóstico II – Deslocamento de disco – O esquema para os diferentes
diagnósticos referentes ao grupo II estão representados na figura 01:
Figura 01 – Fluxograma representativo dos subgrupos de diagnóstico referentes ao grupo II
(Deslocamento de Disco).
Presença de estalido:
Estalido em abertura E fechamento (recíproco) durante pelo menos uma das três repetições de abertura e fechamento mandibular
OU
Estalido em abertura ou fechamento durante pelo menos uma das três repetições E um estalido em pelo menos um dos movimentos excursivos:
•Três movimentos de lateralidade para esquerda
•Três movimentos de lateralidade para direita
•Três movimentos protusivos
Sim
IIa Deslocamento de disco com redução
Não
Verificar questões 14 a e b: Alguma vez sua mandíbula (boca) já ficou travada de forma que você não conseguiu abrir totalmente a boca E este travamento da mandíbula (boca) foi grave a ponto de interferir com sua capacidade de mastigar?
Sim Não
Nenhum diagnóstico
Abertura máxima com auxílio ≥ 40 mm
(abertura interincisal mais trespasse incisal vertical) do grupo II
Sim Não
IIb Deslocamento de IIc Deslocamento de
disco sem redução disco sem redução
com limitação na sem limitação na
abertura abertura
84
Diagnóstico III – Outra condição articular – O esquema para os diferentes
diagnósticos referentes ao grupo III estão representados na figura 02:
Figura 02 – Fluxograma representativo dos subgrupos de diagnóstico referentes ao
grupo III (Outra condição Articular).
Relato de dor familiar no exame: (1) Palpação da articulação temporomandibular (ATM) resulta em dor familiar:
a. Palpação do polo lateral com 500 gramas de pressão; b. Palpação ao redor do polo lateral com um mínimo de 1 kg de pressão (entre 1 e 1,5 kg)
OU
(2) Movimento mandibular resulte em relato de dor familiar na ATM durante: a. Abertura máxima sem auxílio; ou b. Abertura máxima com auxílio (alongamento passivo); ou c. Movimentos laterais excursivos
História de dor positiva e relato de dor familiar no exame
(1) Crepitação grosseira detectável por palpação e audível a 15 cm da ATM em qualquer movimento da mandíbula OU
(2) Participante relata crepitação na ATM em qualquer movimento da mandíbula
Não Sim
IIIa Artralgia IIIb Osteoartrite
História de dor negativa e/ou relato de dor familiar negativo no exame
(1) Crepitação grosseira detectável por palpação e audível a 15 cm da ATM em qualquer movimento da mandíbula OU
(2) Participante relata crepitação na ATM em qualquer movimento da mandíbula
Sim Não
IIIc Osteoartrite
Nenhum
diagnóstico do
grupo III
85
ANEXO D - TEMPOROMANDIBULAR ÍNDEX (TMI)
Índice Temporomandibular – TMI PEHLING, J.; SCHIFFMAN, E.; LOOK, J.; SHAEFER, J.; LENTON, P.; FRICTON, J.
Interexaminer reliability and clinical validity of the temporomandibular index: a new
outcome measure for temporomandibular disorders. Journal of Orofacial Pain,
Carol Stream, v.16, n.4, p.296–304, Jul./Aug. 2002.
Marque 0 se o item examinado for negativo e 1 se o item for positivo.
I. Índice Funcional – Parâmetros de amplitude de movimento mandibular:
Para os itens de amplitude de movimento, as medidas entre parênteses indicam os
valores normais oui de referência. Todo movimento vertical inclui a medida entre as incisivas
superiores e inferiores mais o overbite dos incisivos. Se uma mordida aberta anterior está
presente, a distância entre os incisais superiores e inferiores é subtraída da medida da
abertura.
Amplitude de movimento
Abertura máxima ativa sem dor (≥40
mm)
mm 0 1 Dor ao movimento
Abertura ativa máxima (≥40 mm) mm 0 1 0 1
Abertura passiva máxima (≥40 mm) mm 0 1 0 1
Lateralidade direita (≥ 7 mm) mm 0 1 0 1
Lateralidade esquerda (≥ 7 mm) mm 0 1 0 1
Protusão (≥ 7 mm) mm 0 1 0 1
Overbite (+ ou -) mm 0 1 0 1
Padrão de abertura
Reto 0
Desvio corrigido 1
Desvio não corrigido 1
Outro (movimento irregular, em arrancos,
etc.)
1
II. Índice muscular – Palpação dos músculos mastigatórios:
Direita Esquerda
Temporal anterior 0 1 Temporal anterior 0 1
Temporal médio 0 1 Temporal médio 0 1
Temporal posterior 0 1 Temporal posterior 0 1
Origem do masseter 0 1 Origem do masseter 0 1
Corpo do masseter 0 1 Corpo do masseter 0 1
Inserção do masseter 0 1 Inserção do masseter 0 1
Região mandibular posterior 0 1 Temporal posterior 0 1
Região submandibular 0 1 Origem do masseter 0 1
Área do pterigóideo lateral 0 1 Corpo do masseter 0 1
Tendão temporal 0 1 Inserção do masseter 0 1
Índice funcional: Número total de respostas positivas _______ /12 = ________.
86
III. Índice Articular – Palpação da ATMs e ruídos articulares
Palpação das ATMs
Lado Direito Dor
Pólo lateral 0 1
Ligamento posterior 0 1
Lado Esquerdo Dor
Pólo lateral 0 1
Ligamento posterior 0 1
Ruído articular: Para graduar o ruído articular, marque somente um item por lado para as seções A e
B.
Direita Presença de clique Dor
A
Clique de abertura reprodutível 0 1
Clique de fechamento reprodutível 0 1
Clique recíproco reprodutível 0 1
Clique em lateralidade
reprodutível
0 1
Clique em protusiva reprodutível 0 1
Clique não reprodutível* 0 1
Esquerda Presença de clique Dor
A
Clique de abertura reprodutível 0 1
Clique de fechamento reprodutível 0 1
Clique recíproco reprodutível 0 1
Clique em lateralidade
reprodutível
0 1
Clique em protusiva reprodutível 0 1
Clique não reprodutível* 0 1
Direita Presença de creptos Dor
B
Crepitação grosseira 0 1
Crepitação fina 0 1
Esquerda Presença de creptos Dor
B
Crepitação grosseira 0 1
Crepitação fina 0 1 *Clique não reprodutível ocorrendo em qualquer lugar além dos mencionados nos itens acima.
CONCLUSÃO: TMI: Índice funcional + Índice muscular + Índice articular / 3. ______________ + ______________+ _____________ / 3 = ________.
Índice muscular: Número total de respostas positivas _______ /20 = ________.
Índice articular: Número total de respostas positivas _______ /8 = _________.
87
ANEXO E - PITTSBURGH SLEEP QUALITY INDEX (PSQI)
Instruções: As perguntas abaixo são relativas aos seus hábitos usuais de sono durante o
último mês somente. Suas respostas devem indicar a lembrança mais exata da maioria dos
dias e noites do último mês. Por favor, responda a todas as perguntas.
1. Durante o ultimo mês, a que horas você foi para cama à noite? Hora que usualmente você vai se
deitar?_________________
2. Durante o ultimo mês, quanto tempo (em minutos) você geralmente levou para dormer à noite? Número de
minutos ______
3. Durante o ultimo mês, que horas geralmente você levantou de manhã? Hora que usualmente se
levantou?__________.
4. Durante o ultimo mês, quantas horas de sono você teve por noite? (Este pode ser diferente do número de horas
que você ficou na cama). Horas de sono por noite?___________.
Para cada uma das questões restantes, marque a melhor (uma) resposta. Por favor responda a todas as questões.
5. Durante o último mês, com que freqüência você teve dificuldade para dormir porque você...
(a) Não conseguiu adormecer em 30 minutos
Nenhuma no último mês _____ Menos de 1x/semana_____ 1 ou 2x/semana______ 3 ou mais x/semana______
(b) Acordou no meio da noite ou de manhã cedo
Nenhuma no último mês _____ Menos de 1x/semana_____ 1 ou 2x/semana______ 3 ou mais x/semana______
(c) Precisou levantar para ir ao banheiro
Nenhuma no último mês _____ Menos de 1x/semana_____ 1 ou 2x/semana______ 3 ou mais x/semana______
(d) Tossiu ou roncou forte
Nenhuma no último mês _____ Menos de 1x/semana_____ 1 ou 2x/semana______ 3 ou mais x/semana______
(e) sentiu muito frio
Nenhuma no último mês _____ Menos de 1x/semana_____ 1 ou 2x/semana______ 3 ou mais x/semana______
(f) Sentiu muito calor
Nenhuma no último mês _____ Menos de 1x/semana_____ 1 ou 2x/semana______ 3 ou mais x/semana______
(g) Teve sonhos ruins
Nenhuma no último mês _____ Menos de 1x/semana_____ 1 ou 2x/semana______ 3 ou mais x/semana______
(h) Teve dor
Nenhuma no último mês _____ Menos de 1x/semana_____ 1 ou 2x/semana______ 3 ou mais x/semana______
(i)Outra(s) razão (ões), por favor descreva:
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
________________________________
Com que freqüência, durante o último mês, você teve dificuldade para dormir devido a essa razão?
Nenhuma no último mês _____ Menos de 1x/semana_____ 1 ou 2x/semana______ 3 ou mais x/semana______
6. Durante o último mês, como você classificaria a qualidade do seu sono de uma maneira geral?
Muito boa_____ Boa_____ Ruim______ Muito ruim_____
7. Durante o último mês, com que freqüência você tomou medicamento (prescrito ou por conta própria) para lhe
ajudar a dormir
Nenhuma no último mês _____ Menos de 1x/semana_____ 1 ou 2x/semana______ 3 ou mais x/semana______
8. No último mês, com que freqüência você teve dificuldade de ficar acordado enquanto dirigia, comia ou
participava de uma atividade social (festa, reunião de amigos, trabalho, estudo)?
Nenhuma no último mês _____ Menos de 1x/semana_____ 1 ou 2x/semana______ 3 ou mais x/semana______
9. Durante o último mês, quão problemático foi para você manter o entusiasmo (ânimo) para fazer as coisas
(suas atividades habituais)?
88
Nenhuma dificuldade_____ Um problema muito leve_____ Um problema razoável______ Um problema muito
grande______
10. Você tem um parceiro (a), esposo (a) ou colega de quarto?
Não____ Parceiro ou colega, mas em outro quarto_____ Parceiro no mesmo quarto, mas não na mesma
cama_______ Parceiro na mesma cama______
Se você tem um parceiro ou colega de quarto, pergunte a ele/ela com que freqüência no último mês você teve...
(a) Ronco forte Nenhuma no último mês _____ Menos de 1x/semana_____ 1 ou 2x/semana______
3 ou mais x/semana______
(b) Longas paradas na respiração enquanto dormia Nenhuma no último mês _____ Menos de 1x/semana_____ 1
ou 2x/semana______ 3 ou mais x/semana______
(c) Contrações ou puxões nas pernas, enquanto você dormia
Nenhuma no último mês _____ Menos de 1x/semana_____ 1 ou 2x/semana______ 3 ou mais x/semana______
(d) Episódios de desorientação ou confusão durante o sono
Nenhuma no último mês _____ Menos de 1x/semana_____ 1 ou 2x/semana______ 3 ou mais x/semana______
(e) Outras alterações (inquietações) enquanto você dorme?; por favor descreva:
__________________________________________________________________________________________
________________________________________________________.
Nenhuma no último mês _____ Menos de 1x/semana_____ 1 ou 2x/semana______ 3 ou mais x/semana______
ÍNDICE DE QUALIDADE DE SONO DE PITTSBURG
<INSTRUÇÕES PARA PONTUAÇÃO>
Componente 1: Qualidade subjetiva do sono:
Examine a questão 6 e atribua a pontuação da seguinte maneira:
Resposta Pontuação
Muito boa 0
Boa 1
Ruim 2
Muito ruim 3
Pontuação do componente 1 ..................
Componente 2: Latência do sono:
1. Examine a questão 2 e atribua a pontuação de a seguinte maneira:
Resposta Pontuação
<ou = 15 minutos 0
16-30 minutos 1
31-60 minutos 2
> 60 minutos 3
2. Examine a questão 5 a e atribua a pontuação da seguinte maneira:
Resposta Pontuação
Nenhuma vez 0
Menos de 1 vez/semana 1
1 a 2 vezes/semana 2
3 vezes ou mais/semana 3
3. Some a pontuação da questão 2 e 5 a
4. Atribua a pontuação do componente 2 da seguinte maneira:
Soma Pontuação
0 0
89
1-2 1
3-4 2
5.6 3
Pontuação do componente 2 ..................
Componente 3:Duração do sono:
1. Examine questão 4 e atribua a pontuação da seguinte maneira:
Resposta Pontuação
>7 horas 0
6-7horas 1
5-6 horas 2
<5 horas 3
Pontuação do componente 3 ..................
Componente 4: Eficiência habitual do sono:
1. Examine a questão 2 e atribua a pontuação da seguinte maneira:
Escreva o número de horas dormidas (questão 4)
Calcule o número de horas no leito:
{horário de levantar (questão 3) – horário de deitar (questão 1)}
Calcule a eficiência do sono:
{nº de horas dormidas/nº de horas no leito} x 100 = eficiência do sono(%)
Atribua a pontuação do componente 4 da seguinte maneira:
Eficiência do sono (%) Pontuação
>85% 0
75-84% 1
65-74% 2
<65% 3
Pontuação do componente 4 ..................
Componente 5: Distúrbios do sono:
1. Examine as questões de 5b a 5j e atribua a pontuação para cada questão da seguinte
maneira:
Resposta Pontuação
Nenhuma vez 0
Menos de 1 vez/sem 1
1 a 2 vezes/semana 2
3 vezes/sem ou mais 3
2. Some a pontuação de 5b a 5j
3. Atribua a pontuação do componente 5 da seguinte forma
Soma de 5b a 5j Pontuação
0 0
1-9 1
10-18 2
19.27 3
Pontuação do componente 5 ..................
Componente 6: Uso de medicação para dormir:
90
1. Examine a questão 7 e atribua a pontuação da seguinte maneira:
Resposta Pontuação
Nenhuma vez 0
Menos de 1 vez/sem 1
1 a 2 vezes/semana 2
3 vezes/sem ou mais 3
Pontuação do componente 6 ..................
Componente 7:Disfunção durante o dia:
1. Examine a questão 8 e atribua a pontuação da seguinte maneira:
Resposta Pontuação
Nenhuma vez 0
Menos de 1 vez/sem 1
1 a 2 vezes/semana 2
3 vezes/sem ou mais 3
2. Examine a questão 9 e atribua a pontuação da seguinte maneira:
Resposta Pontuação
Nenhuma 0
Pequena 1
Moderada 2
Muita 3
3. Some a pontuação das questões 8 e 9
4. Atribua a pontuação do componente 7 da seguinte maneira:
Soma Pontuação
1 0
1-2 1
3-4 2
5.7 3
Pontuação do componente 7
Interpretação Final
≤ 5 ÓTIMO
≥ 6 POBRE
91
ANEXO F - ESCALA DE PENSAMENTOS CATASTRÓFICOS SOBRE A DOR
(EPCD) (FLOR; BEHLE; BIRBAUMER, 1993). Validada para uso no Brasil por Sardá
Junior (2008)