Efeitos da ingestão de cafeína na água corporal total ... · grupo 1 correspondem os 13...

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1 Efeitos da ingestão de cafeína na água corporal total, distribuição de fluidos intra e extracelulares e no dispêndio energético Coordenadores Científicos: Analiza Mónica Silva Luís Bettencourt Sardinha Paulo Armada da Silva Colaboradores: Pedro Barracha Júdice João Magalhães Diana Aguiar Santos Catarina Nunes Matias 2012

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Efeitos da ingestão de cafeína na água corporal total, distribuição de

fluidos intra e extracelulares e no dispêndio energético

Coordenadores Científicos:

Analiza Mónica Silva Luís Bettencourt Sardinha Paulo Armada da Silva

Colaboradores:

Pedro Barracha Júdice João Magalhães Diana Aguiar Santos Catarina Nunes Matias

2012

  

2  

Índice

1.Enquadramento teórico.................................................................................................. 6

2. Objectivos..................................................................................................................... 7

3. Metodologia.................................................................................................................. 8

3.1. Amostra.................................................................................................................. 8

3.2. Protocolo Experimental ......................................................................................... 8

3.2.1. Avaliação da Composição Corporal................................................................ 9

Água corporal total e seus compartimentos............................................................ 10

3.2.2. Estado de hidratação ..................................................................................... 11

3.2.3. Dispêndio energético..................................................................................... 11

3.2.4. Atividade física habitual................................................................................ 13

3.4. Análise Estatística................................................................................................ 14

4. Resultados................................................................................................................... 15

5. Conclusões.................................................................................................................. 25

6. Referências Bibliográficas.......................................................................................... 26

ANEXOS........................................................................................................................ 28

  

3  

Índice de Tabelas

Tabela 1. Características da amostra (N=30) ................................................................. 16

Tabela 2. Água Corporal Total e seus compartimentos.................................................. 16

Tabela 3. Dispêndio energético ...................................................................................... 20

Tabela 4. Dose de Atividade Física Habitual Acelerómetro (N = 29)............................ 23 

Índice de Figuras

Figura 1. Desenho experimental....................................................................................... 1

Figura 2. Água corporal total (ACT) no início (Baseline) e no final de cada condição,

para os dois grupos. Ao grupo 1 correspondem os 15 indivíduos que iniciaram a toma

com placebo e só depois cafeína. O grupo 2 fez a toma de forma inversa..................... 17

Figura 3. Água extracelular corporal (AEC) no início (Baseline) e no final de cada

condição, para os dois grupos. Ao grupo 1 correspondem os 15 indivíduos que iniciaram

a toma com placebo e só depois cafeína. O grupo 2 fez a toma de forma inversa. ........ 18

Figura 4. Água intracelular corporal (AIC) no início (Baseline) e no final de cada

condição, para os dois grupos. Ao grupo 1 correspondem os 15 indivíduos que iniciaram

a toma com placebo e só depois cafeína. O grupo 2 fez a toma de forma inversa. ........ 18

Figura 5. Gravidade específica da urina (GEU) no início (Baseline) e no final de cada

condição, para os dois grupos. Ao grupo 1 correspondem os 15 indivíduos que iniciaram

a toma com placebo e só depois cafeína. O grupo 2 fez a toma de forma inversa. ........ 19

  

4  

Figura 6. Dispêndio energético em repouso (DER) no início (Baseline) e no final de

cada condição, para os dois grupos. Ao grupo 1 correspondem os 15 indivíduos que

iniciaram a toma com placebo e só depois cafeína. O grupo 2 realizou a toma de forma

inversa sendo constituído por 15 sujeitos. ...................................................................... 21

Figura 7. Dispêndio energético total (DET) nas duas condições, para os dois grupos. Ao

grupo 1 correspondem os 13 indivíduos que iniciaram a toma com placebo e só depois

cafeína. O grupo 2 realizou a toma de forma inversa sendo constituído por 14 sujeitos.

........................................................................................................................................ 21

Figura 8. Dispêndio energético em atividade física (DEAF) nas duas condições, para os

dois grupos. Ao grupo 1 correspondem os 13 indivíduos que iniciaram a toma com

placebo e só depois cafeína. O grupo 2 realizou a toma de forma inversa sendo

constituído por 14 sujeitos.............................................................................................. 22

Figura 9. Minutos em atividade física (AF) sedentária nas duas condições e para os dois

grupos. Ao grupo 1 correspondem os 15 indivíduos que iniciaram a toma com placebo e

só depois cafeína. O grupo 2 realizou a toma de forma inversa sendo constituído por 14

sujeitos. ........................................................................................................................... 23

Figura 10. Minutos em atividade (AF) ligeira nas duas condições e para os dois grupos.

Ao grupo 1 correspondem os 15 indivíduos que iniciaram a toma com placebo e só

depois cafeína. O grupo 2 realizou a toma de forma inversa sendo constituído por 14

sujeitos. ........................................................................................................................... 24

Figura 11. Minutos em atividade física (AF) moderada nas duas condições e para os

dois grupos. Ao grupo 1 correspondem os 15 indivíduos que iniciaram a toma com

placebo e só depois cafeína. O grupo 2 realizou a toma de forma inversa sendo

constituído por 14 sujeitos.............................................................................................. 24

  

5  

Figura 12. Minutos em atividade física (AF) vigorosa nas duas condições e para os dois

grupos. Ao grupo 1 correspondem os 15 indivíduos que iniciaram a toma com placebo e

só depois cafeína. O grupo 2 realizou a toma de forma inversa sendo constituído por 14

sujeitos. ........................................................................................................................... 25 

Índice de Anexos

 

ANEXO A – Instruções do acelerómetro ....................................................................... 29

ANEXO B – Folha de Registo do acelerómetro............................................................. 31

 

  

6  

1.Enquadramento teórico

Embora o efeito da cafeína na hidratação tenha sido alvo de inúmeras investigações

(Armstrong et al., 2005; Maughan & Griffin, 2003) nenhum estudo revelou o seu efeito

na água corporal total e seus compartimentos através da utilização de métodos de

diluição. Acresce a esta lacuna na literatura o fato de a grande maioria de estudos

conduzidos apresentarem limitações no controlo de variáveis importantes,

nomeadamente: o dispêndio energético, composição corporal, estado de hidratação

inicial, nível de habituação à cafeína e dose administrada (Maughan & Griffin, 2003).

Para além das limitações apontadas, também é de realçar um desenho experimental

inadequado (tamanho da amostra, inexistência de grupo de controlo ou de aleatoriedade,

duração da experiência). Desta forma, é importante conhecer o efeito da ingestão de

uma dose moderada de cafeína na água corporal total e seus compartimentos intra e

extra celulares em consumidores não habituais, numa utilização a curto prazo (4 dias).

Adicionalmente, o consumo de cafeína pode estimular uma maior taxa de

actividade física espontânea, o que pode potenciar a perda de peso e de água corporal

(Greenberg, Axen, Schnoll, & Boozer, 2005). O efeito agudo da cafeína na termogénese

tem sido estudado, verificando-se um aumento do dispêndio energético após a sua

administração (Acheson et al., 2004; Rudelle et al., 2007). No entanto, a utilização de

técnicas como a calorimetria indirecta na determinação do dispêndio energético limitam

a aplicabilidade destes estudos em contextos habituais da vida diária. Acresce ainda que

até ao momento não existe qualquer investigação que tenha avaliado o efeito da

ingestão de cafeína no dispêndio energético num período superior a 24 h através da

utilização combinada de várias metodologias de avaliação do dispêndio energético,

como a água duplamente marcada, calorimetria indirecta e instrumentos de avaliação

  

7  

objectiva da atividade física realizada na vida diária (intensidade, tipo e duração),

designadamente o acelerómetro. Numa altura em que o conhecimento de estratégias que

permitam controlar o peso é fundamental (Hill, Wyatt, Reed, & Peters, 2003), este

estudo permite determinar o impacto da ingestão de cafeína no dispêndio energético,

através da utilização de uma metodologia de reconhecida validade na determinação do

dispêndio energético. Os métodos estado da arte incluídos nesta investigação,

nomeadamente os métodos de diluição e a técnica da água duplamente marcada para

determinação da água corporal total, seus compartimentos e dispêndio energético,

acrescentam características únicas a este estudo e que contribuem para clarificar o efeito

da ingestão de cafeína na hidratação e no dispêndio energético.

2. Objectivos

1. Caracterizar e comparar o efeito da ingestão de uma dose moderada de cafeína

nas alterações hídricas, designadamente, na água corporal total, nos compartimentos

intra e extracelulares e no estado de hidratação, em função das condições experimentais.

2. Caracterizar e comparar o efeito da ingestão de uma dose moderada de cafeína

no dispêndio energético total, em actividade física e em repouso, em função das

condições experimentais.

3. Caracterizar e comparar o efeito da ingestão de uma dose moderada de cafeína

nas alterações ocorridas no dispêndio energético em atividade física da vida diária,

nomeadamente em relação ao tempo e intensidade dessa actividade, em função das

condições experimentais.

  

8  

3. Metodologia

3.1. Amostra

Voluntariaram-se para o estudo 30 adultos jovens saudáveis do sexo masculino com

idades compreendidas entre os 20 e os 39 anos. Foram incluídos nesta amostra sujeitos

com IMC entre os 18,5 e 29,9 kg/m2, consumidores não habituais de cafeína (<100

mg/dia) (Winston, Hardwick & Jaberi, 2005), não fumadores e que não estivessem sob

o efeito de medicamentos que afectassem o metabolismo energético. Todos os

participantes foram informados dos possíveis riscos inerentes à investigação antes de

assinarem o consentimento informado de forma a participarem no estudo. Todos os

procedimentos foram aprovados pela comissão de ética da Faculdade de Motricidade

Humana da Universidade Técnica de Lisboa e conduzidos de acordo com a declaração

de Helsínquia para os estudos em humanos (World Medical Association, 1990).

3.2. Protocolo Experimental

Este estudo decorreu no Laboratório de Exercício e Saúde da Faculdade de

Motricidade Humana. Os participantes foram seguidos num desenho experimental

cross-over com duas condições em sequência aleatória: ingestão de cafeína (5 mg de

cafeína por kg de massa corporal/dia) e ingestão de placebo, ambos administrados sob a

forma de cápsula. A ingestão foi distribuída em 2 tomas: meio da manhã e meio da

tarde. Cada condição teve a duração de 4 dias, separadas por um período de washout

(duração de três dias), tendo sido mantido o mesmo padrão alimentar (sem inclusão de

outras fontes de cafeína) e nível de atividade física durante todo o estudo. As avaliações

foram realizadas em três momentos: Momento inicial (Visita 1: Baseline),

  

9  

correspondendo à primeira manhã em que os indivíduos se dirigiam ao laboratório. O

segundo momento (Visita 2) foi realizado no quarto dia correspondendo ao último dia

da primeira condição (placebo ou cafeína). Finalmente, o terceiro momento (Visita 3),

que correspondeu ao último dia da segunda condição e que coincidiu com o último dia

do estudo, como ilustrado na Figura 1.

Todas as avaliações decorreram de manhã (7:00 às 13:00), após um jejum de pelo

menos 8 horas, sendo realizadas as seguintes avaliações: composição corporal,

dispêndio energético e ingestão alimentar.

No dia da avaliação, os participantes apresentaram-se no laboratório por volta

das 7h00m da manhã cumprindo todos os pré-requisitos: não realizar exercício vigoroso

no dia anterior; não beber álcool nas 24 horas que antecedem a avaliação; apresentar-se

em jejum no dia da avaliação; e ter pelo menos 8 horas de sono.

Visita 3: Condição 2

4 dias 4 dias 3 dias

SujeitosN = 30

Grupo 1N = 15

Placebo Washout Cafeína

Grupo 2N = 15

Cafeína Washout Placebo

Visita 2: Condição 1

Visita 1: Avaliação Inicial (Baseline) 

Visita 3: Condição 2

4 dias 3 dias 4 dias 4 dias 3 dias

 

3.2.1. Avaliação da Composição Corporal

Peso, Estatura e Índice de massa corporal (IMC)

Os participantes foram pesados descalços e com roupa interior, numa balança

acoplada ao pletismógrafo (BOD POD©, Life Measurement Instruments, Concord, CA,

Figura 1. Desenho experimental

  

10  

USA), com aproximação ao valor 0,01kg. A altura foi medida com um estadiómetro

(SECA, Hamburg, Germany) com aproximação aos 0,01cm. O IMC foi calculado pela

seguinte fórmula: Peso (kg) / Altura2 (m2).

Massa gorda (MG) e massa isenta de gordura (MIG)

A determinação da MG e MIG foi realizada através de um exame de corpo inteiro

realizado por densitometria radiológica de dupla energia (DXA) (Hologic Explorer W,

software QDR for windows versão 12.4, Waltham, USA) pela medição da atenuação

dos raios-X emitidos com frequências entre 70 e 140kV sincronizados com a frequência

de linha para cada pixel da imagem recolhida pelo scan. Antes do teste, o equipamento

foi calibrado de acordo com as recomendações do fabricante. O mesmo técnico de

laboratório posicionou o participante e analisou os resultados, de acordo com o

protocolo standard de análise para o exame de corpo inteiro. Baseado no teste-reteste

efectuado em 10 indivíduos, o coeficiente de variação (CV) no laboratório é de 2,9%

para a MG e de 1,7% para a MIG (Silva, Fields, Heymsfield, & Sardinha, 2011).

Água corporal total e seus compartimentos

A água corporal total (ACT) foi estimada pela técnica de diluição do deutério,

através da utilização do espectrómetro de massa de razões isotópicas estáveis (PDZ

Europa Scientific,UK). Foi recolhida a primeira urina da manhã e posteriormente

administrada uma dose de 0.1g de deutério/kg de peso. Após quatro horas foi recolhida

uma segunda urina, sendo estimada a ACT de acordo com os procedimentos descritos

(Schoeller, 2005). Baseado no teste-reteste efectuado em 10 indivíduos, o CV na

determinação da ACT no laboratório é de 0.4% (Silva, Fields, Heymsfield, & Sardinha,

2011).

  

11  

A água extracelular (AEC) foi estimada através de cromatografia por troca iónica

(355, Dionex,Califórnia, USA), recorrendo ao método de diluição de brometo de sódio

(NaBr). Foi recolhida a primeira amostra de plasma da manhã e administrada uma dose

de 0.03 g de NaBr/kg de peso. Após 3 horas foi recolhida uma segunda amostra de

sangue sendo estimada a AEC de acordo com os procedimentos descritos (Schoeller,

2005). Baseado no teste-reteste efectuado em 7 indivíduos, o CV na determinação da

AEC no laboratório é de 0.5% (Silva, Fields, Heymsfield, & Sardinha, 2011).

A água intracelular (AIC) foi calculada como a diferença entre a ACT e AEC,

descritas anteriormente.

3.2.2. Estado de hidratação

Para determinar o estado de hidratação foi utilizada a técnica da gravidade

específica da urina (GEU) através de refractometria (Urisys 1100, Roche Sistemas de

Diagnóstico Ltd, Portugal). Esta técnica tem por base a reacção específica da urina com

os diferentes reagentes presentes em cada fita. Desta reacção resulta uma alteração de

cor que por comparação directa a uma escala ou determinada automaticamente pelo

refractómetro é interpretada e classificada para as diferentes variáveis. Para evitar

interpretações erróneas, o analisador é calibrado com uma fita de calibração (Chemstrip

MD 10) a cada 7 dias. Baseado no teste-reteste efectuado em 10 indivíduos, o CV na

determinação da GEU no laboratório é de 0.1%.

3.2.3. Dispêndio energético

Dispêndio energético total (DET) 

O DET em cada uma das condições foi estimado através da técnica água

duplamente marcada. Esta técnica consiste na administração de dois isótopos estáveis

  

12  

2H (deutério) e 18O (oxigénio 18) com uma dose de 0.1 g/kg de peso e 1.8 g/kg de água

corporal, respectivamente. Os procedimentos de análise do DET estão descritos

(Schoeller, et al., 2005). Durante os dias passados em cada uma das condições foram

recolhidas amostras matinais de urina no primeiro e no último dia de cada condição para

calcular a produção de dióxido de carbono (rCO2) através da técnica two-point. O

quociente alimentar individual foi calculado a partir da composição de macronutrientes

da dieta alimentar sendo utilizado o seu valor para converter o rCO2 em dispêndio

energético total pela equação de Weir (Weir, 1949). Para estimar a composição da dieta

alimentar durante o estudo utilizou-se um registo diário de 24 horas, realizado durante

os 4 dias em que decorre cada condição e nos três dias relativos ao período de washout.

Os registos foram recolhidos e analisados por um nutricionista do laboratório. Os dados

foram analisados através do software de apoio (Food Processor SQL), sendo que

obtivemos os valores do quociente alimentar especificamente para os três períodos do

estudo, ou seja para o período de washout e nas duas condições (placebo e cafeína).

Baseado no teste-reteste efectuado em 10 indivíduos, o CV na determinação do DET no

laboratório é de 4.3%.

Dispêndio energético em repouso (DER)

O (DER) foi estimado por calorimetria indirecta através de um analisador de gases

fixo, em circuito aberto com máscara facial (MedGraphics utilizing BREEZEEX

Software). O DER foi calculado através do consumo de oxigénio e produção de dióxido

de carbono pela fórmula de Weir (Weir, 1949). Baseado no teste-reteste efectuado em 8

indivíduos, o CV na determinação do DET no laboratório é de 4.0%.

Dispêndio energético em atividade física (DEAF)

  

13  

O DEAF foi calculado pela diferença entre DET e o somatório entre o DER e o

efeito termogénico dos alimentos (assumido como sendo 10 % do DET).

3.2.4. Atividade física habitual

Foi utilizado como método objetivo para avaliar a AF do quotidiano, o

acelerómetro. Para o efeito foi utilizado um acelerómetro uni-axial que mede a

aceleração vertical (ActiGraph, GT1M model, Fort Walton Beach, Florida, U.S.A.). De

uma forma genérica, este equipamento converte o valor da aceleração vertical através de

modelação em frequência de impulsos elétricos, que são somados no final do período de

registo definido. A aceleração é codificada pelo acelerómetro e convertida em impulsos

que aumentam linearmente com o aumento da frequência das acelerações. Os impulsos

são armazenados na memória do acelerómetro e somados no final de um intervalo de

tempo (intervalos de registo) definido pelo utilizador – que pode variar entre 1 segundo

(s) e um 1 minuto (min). Estes dados podem ser tratados a posteriori de forma a

servirem como indicadores do volume e intensidade da atividade realizada, (Freedson,

Melanson, & Sirard, 1998).

O tempo de uso do acelerómetro foi determinado usando os critérios especificados

por Troiano e col. (Troiano et al., 2008). Segundo estes autores o tempo no qual o

acelerómetro não está a ser utilizado é definido por um mínimo de 60 minutos

consecutivos de zero impulsos/min. Para o conjunto de dados ser considerado válido o

acelerómetro deve ser utilizado pelo menos 600 min. Adicionalmente, de entre os dias

de registo pelo menos 2 teriam de ser dias de semana e 1 de fim de semana. No nosso

caso, foi necessário garantir registos válidos nas duas condições experimentais. O

software utilizado para inicializar e descarregar os dados do acelerómetro foi o ActiLife

Lifestyle® (versão 3.2), e foi também usado o programa MAHUffe (versão 1.9.0.3)

para averiguar o tempo de utilização deste instrumento.

  

14  

Solicitou-se a todos os participantes a utilização de um acelerómetro sobre a anca

direita, junto à crista ilíaca, durante 11 dias consecutivos.

A quantidade de atividade física avaliada por acelerometria foi expressa através das

seguintes variáveis:

1) Tempo médio (min/dia) de atividade sedentária

2) Tempo médio (min/dia) de atividade física de ligeira intensidade

3) Tempo médio (min/dia) de atividade física de moderada intensidade

4) Tempo médio (min/dia) de atividade física de vigorosa intensidade

Os valores de corte utilizados para definir a intensidade da atividade física

(Troiano, et al., 2008), e consequentemente para quantificar o tempo médio em cada

uma das atividades (sedentária, ligeira, moderada e vigorosa) foram os seguintes:

• Atividade sedentária: <100 impulsos/min

• Intensidade leve: 100-2019 impulsos/min

• Intensidade moderada: 2020-5998 impulsos/min (equivalente a 3-5,9 MET)

• Intensidade vigorosa: ≥ 5999 impulsos/min (equivalente a 6 ou mais MET)

Os sujeitos usaram o acelerómetro permanentemente ao longo dos 11 dias de

estudo, retirando apenas durante atividades aquáticas, para tomar banho e durante o

período de sono.

3.4. Análise Estatística

A análise estatística foi realizada através do software IBM SPSS Statistics versão

18.0, 2010 (SPSS Inc., an IBM Company, Chicago, Illinois, U.S.A.). A análise

descritiva incluiu a média e desvio padrão para todas as variáveis medidas.

  

15  

Para comparar os efeitos da cafeína nos valores médios das variáveis dependentes

utilizou-se a análise de variância para medidas repetidas (ANOVA). Foi avaliada ainda

a interação do fator Ordem da toma com o Tratamento como sugerido por Hills e

Armitage (Hills & Armitage, 1979; Senn, 1993).

O teste de esfericidade de Mauchly foi realizado para examinar a forma da matriz

de covariância comum, ou seja, se p> 0,05 a matriz esférica apresenta variância igual e

covariância igual a zero. Os dados da ANOVA foram apenas considerados quando a

matriz de covariância comum era esférica, caso contrário os testes F e os valores p

associados seriam inválidos.

Com exceção do teste de esfericidade de Mauchly, a significância estatística foi

estabelecida a p <0,05.

 

4. Resultados

As características da amostra no início do estudo estão apresentadas na Tabela 1. A

amostra foi constituída por 30 homens saudáveis dos 20 aos 39 anos, com uma média de

idades de 25 anos. O seu peso variou entre 51,8 e 90,2 kg, com uma média de 72,7 kg.

O índice de massa corporal (IMC) variou entre 19,6 e 29,9 kg/m2, com uma média de

23,6 kg/m2. A percentagem de massa gorda variou entre 10% e 26% com um valor

médio relativo de 16%, que equivale a aproximadamente 12 kg de massa gorda.

  

16  

Abreviações: DP, desvio padrão; N, número de sujeitos; IMC, índice de massa corporal; MG, massa gorda; MIG, massa isenta de gordura.

Na Tabela 2 estão apresentados os valores médios e desvios padrão para a água

corporal total, seus compartimentos e estado de hidratação pelo teste da gravidade

específica da urina no início do estudo e nas duas condições (cafeína e placebo).

Tabela 2. Água Corporal Total e seus compartimentos

Baseline Cafeína Placebo (N=30)

Média ± DP Média ± DP Média ± DP

ACT 45.3 ± 4.9 45.5 ± 5.1 45.7 ± 5.4

AEC 17.9 ± 1.6 17.6 ± 1.5 17.8 ± 1.5

AIC 27.5 ± 4.9 28.0 ± 4.9 27.8 ± 5.3

GEU 1.0215 ± 0.0041 1.0205 ± 0.0038 1.0213 ± 0.0047

Tabela 1. Características da amostra (N=30)

Média ± DP Amplitude

Idade (anos) 24.5 ± 4.8 20 - 39

Altura (m) 1.77 ± 0.07 1.64 - 1.93

Peso (kg) 72.7 ± 8.8 51.8 - 90.2

IMC (kg/m2) 23.6 ± 2.5 19.6 - 29.9

MG (Kg) 11.9 ± 4.3 5.1 - 23.3

MG (%) 16.3 ± 4.4 10.0 - 26.4

MIG (kg) 59.9 ± 6.2 46.2 - 70.3

  

17  

Abreviações: DP, desvio padrão; N, número de sujeitos; ACT, água corporal total; AEC, água extracelular; AIC, água intracelular; GEU, gravidade específica da urina.

Os resultados da análise de variância para medidas repetidas não evidenciaram

diferenças significativas entre as condições iniciais, cafeína e placebo, (p> 0,05).

Os valores médios apresentados na Tabela 2 para as diferentes variáveis

consideram os 30 indivíduos. De forma a observar se a ordem da toma influenciou a

resposta destas variáveis ao longo da intervenção, são apresentados sob a forma gráfica,

Figuras 2-5, os valores médios e desvios padrão para os dois grupos, no início e no

final de cada condição. Para o efeito o grupo 1 representa os indivíduos que iniciaram a

intervenção com a toma de placebo seguido pela ingestão de cafeína, sendo que o grupo

2 realizou a toma de forma inversa.

 

Figura 2. Água corporal total (ACT) no início (Baseline) e no final de cada condição, para os dois grupos. Ao grupo 1 correspondem os 15 indivíduos que iniciaram a toma com placebo e só depois cafeína. O grupo 2 fez a toma de forma inversa.

  

18  

 

Figura 3. Água extracelular corporal (AEC) no início (Baseline) e no final de cada condição, para os dois grupos. Ao grupo 1 correspondem os 15 indivíduos que iniciaram a toma com placebo e só depois cafeína. O grupo 2 fez a toma de forma inversa.

 

Figura 4. Água intracelular corporal (AIC) no início (Baseline) e no final de cada condição, para os dois grupos. Ao grupo 1 correspondem os 15 indivíduos que iniciaram a toma com placebo e só depois cafeína. O grupo 2 fez a toma de forma inversa.

  

19  

 

Figura 5. Gravidade específica da urina (GEU) no início (Baseline) e no final de cada condição, para os dois grupos. Ao grupo 1 correspondem os 15 indivíduos que iniciaram a toma com placebo e só depois cafeína. O grupo 2 fez a toma de forma inversa.

A análise das Figuras 2 a 5 não só reforça a ausência de efeito da ingestão de

cafeína comparativamente com a ingestão de placebo e com os valores iniciais

observados como indica que a sequência pela qual foi administrada a toma não

influenciou os dados da ACT, seus compartimentos e estado de hidratação ao longo da

intervenção.

Relativamente ao dispêndio energético, é possível observar na Tabela 3 os valores

médios e desvios-padrão para o dispêndio energético total (DET), o dispêndio

energético em repouso (DER) e o dispêndio energético em atividade física (DEAF).

  

20  

Tabela 3. Dispêndio energético total, em repouso e em actividade física

Placebo Cafeína

Média ± DP Média ± DP

DET (Kcal) N=27  

3179 ± 682 3168 ± 643

DER (Kcal) N=30 1438 ± 223 1450 ± 236

DEAF (Kcal) N=27 1424 ± 617 1398 ± 579

Abreviações: N, número de sujeitos; DP, desvio padrão; DET, dispêndio energético total; DER, dispêndio energético em repouso; DEAF, dispêndio energético em atividade física (calculado como DET – 0.1*DET – DER).

São ilustrados graficamente, nas Figuras 6 a 8, os valores médios e desvios padrão

destas variáveis para as duas condições (placebo e cafeína) e em função da ordem da

toma. À exceção dos dados relativos ao DER, para as variáveis relacionadas com o

dispêndio energético total, em AF e para a atividade física habitual não foi considerado

o momento inicial. Por razões inerentes às metodologias de avaliação do dispêndio

energético e atividade física, o momento de avaliação inicial (Baseline) foi utilizado

para a administração de isótopos e inicialização do acelerómetro.

  

21  

 

Figura 6. Dispêndio energético em repouso (DER) no início (Baseline) e no final de cada condição, para os dois grupos. Ao grupo 1 correspondem os 15 indivíduos que iniciaram a toma com placebo e só depois cafeína. O grupo 2 realizou a toma de forma inversa sendo constituído por 15 sujeitos.

 

Figura 7. Dispêndio energético total (DET) nas duas condições, para os dois grupos. Ao grupo 1 correspondem os 13 indivíduos que iniciaram a toma com placebo e só depois cafeína. O grupo 2 realizou a toma de forma inversa sendo constituído por 14 sujeitos.

  

22  

 

Figura 8. Dispêndio energético em atividade física (DEAF) nas duas condições, para os dois grupos. Ao grupo 1 correspondem os 13 indivíduos que iniciaram a toma com placebo e só depois cafeína. O grupo 2 realizou a toma de forma inversa sendo constituído por 14 sujeitos.

Para o dispêndio energético em repouso (DER), e independentemente da ordem

determinada para a administração da cafeína, os resultados apontam para a inexistência

de diferenças significativas entre momentos, isto é, a ingestão de cafeína não alterou

significativamente o DER relativamente aos dados obtidos no momento inicial e quando

comparado com os valores observados pela ingestão de placebo.

Apesar destas diferenças não serem significativas, existe uma tendência para os

valores médios de DER relativos ao período em que os sujeitos tomaram cafeína serem

superiores ao placebo.

Relativamente aos dados do Acelerómetro, dos 30 sujeitos que iniciaram o estudo

apenas 29 foram utilizados para a análise, sendo que um indivíduo não obteve registo

devido ao mau funcionamento do aparelho. Desta forma na Tabela 4 estão apresentados

os dados relativos aos minutos despendidos em atividades sedentárias e de intensidades

ligeira, moderada e vigorosa, para as duas condições.

  

23  

Tabela 4.4 Dose de Atividade Física Habitual Acelerómetro (N = 29)

Placebo Cafeína

Média ± DP Média ± DP

Sedentário (min) 1235 ± 61 1234 ± 56

Ligeiro (min) 149 ± 41 153 ± 39

Moderado (min) 49 ± 26 46 ± 21

Vigoroso (min) 3 ± 4 4 ± 4

Abreviações: DP, desvio padrão; N, número de sujeitos; DET, dispêndio energético total; min, minutos.

Os valores médios e desvios padrão nas duas condições, em função da ordem de

toma estão ilustrados graficamente (Figuras 9 a 12).

 

Figura 9. Minutos em atividade física sedentária nas duas condições e para os dois grupos. Ao grupo 1 correspondem os 15 indivíduos que iniciaram a toma com placebo e só depois cafeína. O grupo 2 realizou a toma de forma inversa sendo constituído por 14 sujeitos.

  

24  

 

Figura 10. Minutos em atividade física (AF) ligeira nas duas condições e para os dois grupos. Ao grupo 1 correspondem os 15 indivíduos que iniciaram a toma com placebo e só depois cafeína. O grupo 2 realizou a toma de forma inversa sendo constituído por 14 sujeitos.

 

 

Figura 11. Minutos em atividade física (AF) moderada nas duas condições e para os dois grupos. Ao grupo 1 correspondem os 15 indivíduos que iniciaram a toma com placebo e só depois cafeína. O grupo 2 realizou a toma de forma inversa sendo constituído por 14 sujeitos.

  

25  

 

Figura 12. Minutos em atividade física (AF) vigorosa nas duas condições e para os dois grupos. Ao grupo 1 correspondem os 15 indivíduos que iniciaram a toma com placebo e só depois cafeína. O grupo 2 realizou a toma de forma inversa sendo constituído por 14 sujeitos.

 

Pela análise estatística não foi evidenciado efeito da cafeína na atividade física

habitual, independentemente da sequência aleatoriamente determinada para a sua toma,

nomeadamente no tempo médio despendido em atividades sedentárias e de intensidades

ligeira, moderada e vigorosa.

5. Conclusões

As principais conclusões deste estudo experimental apontam para a inexistência de

efeito da ingestão de uma dose moderada de cafeína nos valores de água corporal total e

na distribuição de fluidos nos compartimentos intracelular e extracelular, em homens

jovens saudáveis não consumidores habituais de cafeína. Adicionalmente não se

verificaram diferenças no estado de hidratação sob o efeito da cafeína.

No que concerne ao efeito da cafeína no dispêndio energético não se verificou

qualquer impacto da sua ingestão no dispêndio energético em repouso, assim como no

dispêndio energético total e em actividade física.

  

26  

Por último, a ingestão de uma dose moderada de cafeína não influenciou a atividade

física habitual designadamente, o tempo médio despendido em atividades sedentárias e

de intensidades ligeira, moderada e vigorosa em homens jovens saudáveis, não

consumidores habituais de cafeína.

 

6. Referências Bibliográficas

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27  

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Health Organ. 1990;24:606-69.

 

  

28  

ANEXOS

ANEXO A – Instruções do acelerómetro

  

29  

Como Utilizar o Acelerómetro

O acelerómetro quantifica a atividade física habitual através do registo dos movimentos

corporais ocorridos durante os dias definidos para a recolha desta informação.

Instruções:

1. O acelerómetro deve ser colocado na cintura, por cima da crista ilíaca do lado

direito.

2. O acelerómetro deve ser colocado junto ao corpo, por baixo ou por cima da roupa,

de forma a permanecer justo mas não demasiado apertado.

3. O acelerómetro não deve, em ocasião alguma, ser colocado no bolso.

4. É necessário assinalar na folha de registo a hora a que o acelerómetro for

colocado e retirado (colocar de manhã ao acordar e retirar à noite para dormir).

5. O acelerómetro deve ser retirado apenas para dormir, nadar ou tomar banho e

deve voltar a ser colocado após a ocorrência destas atividades. Certifique-se que

volta a colocar o acelerómetro quando acorda e quando sai da água.

6. Não deve, nunca, tentar abrir o acelerómetro para não o avariar ou desactivar. O

acelerómetro não pode molhar-se. Como qualquer instrumento electrónico o

acelerómetro deve ser manuseado com cuidado para não cair no chão.

Avaliação:

• A recolha dos dados é efectuada durante os dias assinalados. Através de uma análise

posterior dos dados, é possível verificar o número de dias de utilização do acelerómetro.

É por isso fundamental, para o sucesso da avaliação, que o acelerómetro seja colocado

durante os dias destinados para o efeito, para que não haja necessidade de repetição da

avaliação. Em caso de imprevisto, comunicar esse fato no momento da devolução do

acelerómetro para que seja agendada nova avaliação.

ANEXO A – Instruções do acelerómetro

  

30  

Lembre-se de utilizar o acelerómetro todos os dias!

Em caso de dúvida, por favor telefone para João Magalhães – 963333333

 

ANEXO B – Folha de Registo do acelerómetro

 

31  

Hora Colocou diz respeito à hora em que os aparelhos (Acelerómetro e Actiheart) são colocados (após acordar ou após o duche da manhã, se este tiver lugar)

Hora Retirou refere-se à hora em que os aparelhos (Acelerómetro e Actiheart) são removidos, por qualquer motivo.

Dia Aparelho Hora

Retirou

Hora

Colocou

Motivo Atividade Física Realizada (Tipo, Hora de inicio e Fim)

17/01/10 - - - - Ginásio Treino com Pesos Livres das 9h às 10h, Correr das 19h30 20h