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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO NÚCLEO DE PESQUISAS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Efeitos do treinamento em natação sobre parâmetros celulares, estruturais e mecânicos do ventrículo esquerdo de ratos hipertensos Jamille Locatelli Ouro Preto – MG 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

NÚCLEO DE PESQUISAS EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Efeitos do treinamento em natação sobre

parâmetros celulares, estruturais e mecânicos do

ventrículo esquerdo de ratos hipertensos

Jamille Locatelli

Ouro Preto – MG

2016

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II

Jamille Locatelli

Efeitos do treinamento em natação sobre

parâmetros celulares, estruturais e mecânicos do

ventrículo esquerdo de ratos hipertensos

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação de

Ciências Biológicas do Núcleo de Pesquisas em Ciências

Biológicas da Universidade Federal de Ouro Preto, como

parte integrante dos requisitos para obtenção do Título de

Doutor em Ciências Biológicas, área de concentração

Bioquímica Metabólica e Fisiológica.

Orientador : Prof. Dr. Mauro César Isoldi

Coorientador: Prof. Dr. Antônio José Natali

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III

Trabalho desenvolvido no Laboratório de

Hipertensão da Universidade Federal de Ouro Preto, em

parceria com o Laboratório de Biologia do Exercício da

Universidade Federal de Viçosa, com auxílio financeiro

do CNPQ, PROPP-UFOP.

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IV

Dedico este trabalho a Deus e aos meus familiares.

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V

AGRADECIMENTOS

A Deus e a Maria, pelas bênçãos e força de todos os dias.

Aos meus pais, Pedro e Zilda, que são exemplo de luta. Sem vocês nada disso seria

possível. Muitos dias foram difíceis e sempre encontrei apoio em vocês para continuar na

batalha. Vamos comemorar mais essa vitória!

Aos meus amados avós, em especial ao meu avô Bianor, a quem dedico essa vitória.

Onde ele estiver certamente estará feliz.

Ao Rodolpho, pela compreensão, incentivo e companheirismo.

Ao meu orientador, prof. Dr. Mauro César Isoldi, pelos ensinamentos e oportunidade e,

em especial, ao meu coorientador, prof. Dr. Antônio José Natali, por todas as

oportunidades, pela confiança, respeito e pelo exemplo de pesquisador. Meu sincero

OBRIGADA!

Às profas. Dra. Cláudia Martins Carneiro e Dra. Andréia Grabe-Guimarães, pela

colaboração, orientação e ajuda nos trabalhos de eletrocardiograma.

À profa. Dra. Paula Melo de Abreu Vieira, pela orientação nas análises de colágeno.

À Sara, ao Giovanni e à Fernanda pela colaboração nos experimentos. Vocês foram

pessoas fundamentais nesse processo.

À Lidiane, pela amizade em todos os momentos.

À Quênia, por me apresentar e me orientar no eletrocardiograma.

À Nívia Carolina, pelos ensinamentos, pela amizade e pela ajuda nos experimentos.

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VI

À equipe do Laboratório de Biologia do Exercício (UFV), em especial à Cláudia, ao

Miguel, ao Victor e ao Luís Henrique pelo apoio e prontidão.

Aos colegas do Laboratório de Hipertensão.

Aos funcionários do Centro de Ciência Animal da UFOP, pela amizade e pelo cuidado

com os animais.

Aos secretários do NUPEB, pela dedicação e prontidão.

Aos animais, que inocentemente sacrificaram suas vidas pela ciência.

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VII

“Nós não somos o que gostaríamos de ser; nós não

somos o que ainda iremos ser; mas, graças a Deus, não somos mais quem nós éramos.” (Martin Luther King)

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VIII

RESUMO

Introdução: a hipertensão arterial é considerada um grave problema de saúde pública,

pois, na maioria das vezes, está associada a outras doenças crônico-degenerativas que

afetam negativamente a qualidade de vida do indivíduo. Objetivo: avaliar os efeitos do

treinamento aeróbico em natação sobre parâmetros celulares, estruturais e mecânicos do

ventrículo esquerdo (VE) de ratos com hipertensão espontânea (SHR). Materiais e

métodos: ratos Wistar e SHR (4 meses de idade) foram distribuídos nos grupos

experimentais Sed (sedentário) e Ex (exercitado), sendo que os grupos Wistar foram

considerados como controles normotensos (Sed e Ex). Os animais dos grupos Ex foram

submetidos a um protocolo de natação (1h/dia, 5x/semana, durante 6 semanas). Após esse

período foram avaliados os seguintes parâmetros: in vivo, a pressão arterial média basal

(PAM) e a frequência cardíaca (FC) (em repouso e acordados); o índice QTc em ratos

anestesiados; post mortem, o diâmetro das fibras cardíacas, o número de células

inflamatórias e a área de colágeno no VE; in vitro, o comprimento, a largura e o volume

dos cardiomiócitos isolados do VE; tempo para o pico de contração, porcentagem de

amplitude do pico de contração e tempo para 50% do relaxamento de cardiomiócitos

isolados estimulados a 1 e 3 Hz. Resultados: O treinamento atenuou a PAM em ratos

acordados e a FC de ratos acordados no grupo SHR Ex, em relação a SHR Sed (164 ± 2

vs. 189 ± 4 mmHg e 384 ± 3 vs. 448 ± 10 bpm, respectivamente). O índice QTc também

diminuiu em SHR Ex (92,89 ± 3,12 vs. 110,9 ± 3,61 ms). Os grupos SHR apresentaram

redução na massa corporal e aumento na massa do coração e nas massas total e relativa

do VE, em relação aos grupos normotensos. O treinamento aumentou o comprimento de

cardiomiócitos Wistar, diminuiu o diâmetro das fibras cardíacas (19,88 ± 0,22 vs. 22,3 ±

0,41 µm) e também o número de células inflamatórias em SHR (107 ± 6 vs. 136 ± 2

µm2). O treinamento impediu a substituição do colágeno do tipo III pelo tipo I,

protegendo o VE da deposição de colágeno. Em relação à função ventricular, o

treinamento aeróbico provocou redução no tempo para o pico de contração em

cardiomiócitos de SHR Ex em ambas as frequências de estimulação, em relação a SHR

Sed (F1: 372 ± 9 vs. 446 ± 13 ms; F3: 296 ± 5 vs. 320 ± 5 ms). Em relação ao tempo para

50% do relaxamento, o exercício provocou redução em SHR apenas na frequência de 3

Hz (185 ± 8 vs. 218 ± 7 ms). Em ambas as frequências o exercício diminuiu a amplitude

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para o pico de contração, comparada a SHR Sed (F1: 2,22 ± 0,17 vs. 4,2 ± 0,35%; F3:

2,96 ± 0,24 vs. 4,14 ± 0,32%). Conclusões: o treinamento em natação pode ter provocado

a diminuição do tônus simpático e da atividade do sistema renina-angiotensina-

aldosterona e melhorias da função elétrica ventricular, além de ter protegido o ventrículo

esquerdo do remodelamento cardíaco patológico em SHR; o treinamento induziu

hipertrofia fisiológica em animais normotensos e pode ter provocado adaptações

benéficas nas funções sistólica e diastólica de ratos espontaneamente hipertensos.

Palavras-chave: natação; hipertensão; função ventricular; remodelamento cardíaco; ratos

espontaneamente hipertensos.

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X

ABSTRACT

Introduction: Hypertension is considered a serious public health issue because it is

associated to other chronic and degenerative diseases that affect negatively individual

quality of life. Objective: To evaluate the effects of aerobic swimming training on left

ventricle (LV) histologic parameters and on cardiomyocytes mechanic properties of non-

hypertensive rat (Wistar) and spontaneously hypertensive rat (SHR). Methods and

materials: Wistar rat and SHR (age 4 months) were distributed into experimental groups

Sed (sedentary) and Ex (trained), in which Wistar groups were considered as control

groups (Sed and Ex). The rats were submitted to an initial swimming protocol (1 hour a

day, 5 times a week, for 6 weeks) after which the following parameters were assessed: in

vivo, medium base blood pressure (MBP) and heart rate (HR) were measured (during

awake resting), using direct register; QTc index in sedated rats were obtained after an

electrocardiogram; post mortem, diameter of cardiac fibers, the number of inflammatory

cells and the LV content of collagen by histologic analysis; in vitro, length, width and

volume of LV cardiomyocytes, using isolation and morphologic measure techniques;

time-to-peak contractions, contraction peak amplitude percentage and half-relaxation

time by stimulating cardiomyocyte with 1 and 3 hertz through cell contractility assay

technique. Results: Exercise decreased MBP and HR in awake SHR Ex compared to

SHR Sed (164± 2 vs. 189 ± 4 mmHg and 384 ± 3 vs. 448 ± 10 bpm, respectively). QTc

index also decreased in SHR Ex (92,89 ± 3,12 vs. 110,9 ± 3,61 ms). SHR groups had a

reduction in body mass and increased heart mass, LV total mass and relative mass,

compared to Wistar groups at the end of training protocol. Training increased

cardiomyocyte length in Wistar and decreased the number of inflammatory cells (107 ± 6

vs. 136 ± 2 µm2) and the diameter in SHR (19,88 ± 0,22 vs. 22,3 ± 0,41 µm). The

exercise training prevented the replacement of type III colagen into type I collagen,

protecting LV from collagen deposition. Aerobic training caused reduction on time-to-

peak contractions in SHR Ex in relation to ventricle function in both frequency stimuli

(F1: 372 ± 9 vs. 446 ± 13 ms; F3: 296 ± 5 vs. 320 ± 5 ms). Exercise caused reduction in

half-relaxation time in SHR only in 3Hz frequency (185 ± 8 vs. 218 ± 7 ms). In both

frequencies exercise diminished contraction peak amplitude percentage comparaed to

SHR Sed (F1: 2,22 ± 0,17 vs. 4,2 ± 0,35%; F3: 2,96 ± 0,24 vs. 4,14 ± 0,32%).

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XI

Conclusions: Swimming training may have triggered a decrease in sympathetic tonus

and activity of the renin-angiotensin-aldosterone system and improvements in left

ventricular eletric function and protected the left ventricle from pathologic cardiac

remodeling in SHR; exercise training induced physiologic hypertrophy in normotensive

rats and may have triggered beneficial adaptations in systolic and diastolic function of

spontaneously hypertensive rats.

Keywords: swimming; hypertension; ventricle function; cardiac remodeling;

spontaneously hypertensive rats.

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XII

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Representação do programa utilizado na aquisição das imagens e dos registros

das contrações das células cardíacas (Ionoptix, EUA) ................................................... 176

Figura 2: Representação de uma contração celular e os parâmetros avaliados .............. 177

Figura 3: Valores do índice QTc de ratos Wistar e SHR anestesiados .......................... 198

Figura 4: (A) Frequência cardíaca de repouso de ratos acordados; (B) Frequência

cardíaca de repouso de ratos anestesiados e (C) Pressão arterial média de ratos acordados

........................................................................................................................................... 19

Figura 5: (A) Número de células inflamatórias no ventrículo esquerdo; (B) Diâmetro de

cardiomiócitos do VE de ratos Wistar e SHR .................................................................. 211

Figura 6: Fotomicrografias de cortes histológicos do ventrículo esquerdo de ratos

normotensos e hipertensos ............................................................................................... 222

Figura 7: (A) Conteúdo de colágeno do tipo I e (B) Conteúdo de colágeno do tipo III no

ventrículo esquerdo de ratos Wistar e SHR ..................................................................... 233

Figura 8: Fotomicrografias de cortes histológicos do ventrículo esquerdo de ratos

normotensos e hipertensos ............................................................................................... 244

Figura 9: (A) Comprimento e (B) Relação comprimento/largura de cardiomiócitos do

ventrículo esquerdo de ratos Wistar e SHR ..................................................................... 277

Figura 10: Função contrátil de cardiomiócitos de ratos Wistar e SHR estimulados a 1 Hz.

(A) tempo para o pico de contração e (B) amplitude de contração ................................... 28

Figura 11: Amplitude de contração de cardiomiócitos de ratos Wistar e SHR estimulados

a 3 Hz. (A) tempo para o pico de contração; (B) Tempo para %0% de relaxamento e (C)

amplitude de contração. ..................................................................................................... 29

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XIII

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Massa corporal, massa do coração, massa dos ventrículos esquerdo e direito e

massas relativas dos grupos experimentais ...................................................................... 266

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XIV

LISTA DE ABREVIATURAS

°C Graus Celsius

µl Microlitro

µm Micrômetro

µm/seg Micrômetro por segundo

Ang (1-7) Angiotensina (1-7)

Ang II Angiotensina II

ANOVA Análise de variância

bpm Batimento por minuto

Ca2+ Cálcio

CaCl2 Cloreto de cálcio

cm Centímetro

DMSO Dimetilsulfóxido

ECG Eletrocardiograma

EGTA Ácido tetracético etilenoglicol

EPM Erro padrão da média

ET-1 Endotelina 1

Ex Exercitado

FC Frequência cardíaca

Fig Figura

FLB Fosfolamban

g Grama

g/l Grama por litro

HE Hematoxilina/eosina

HEPES Ácido etanosulfônicohidroxietil piperazina

Hz Hertz

IGF-1 Fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1

KCl Cloreto de potássio

Kg Quilograma

M Molar

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MCI Massa corporal inicial

MCF Massa corporal final

MC Massa do coração

MEC Matriz extracelular

mg Miligramas

MgCl2 Cloreto de magnésio

min Minuto

ml Mililitro

mm Milímetro

mM Milimolar

mmHg Milímetro de mercúrio

ms Milisegundos

MV Massa do ventrículo

MVD Massa do ventrículo direito

MVE Massa do ventrículo esquerdo

NaCl Cloreto de sódio

NaH2PO4 Fosfato monossódico

NCX Trocador de sódio/cálcio

NE Noraepinefrina

NF-ƘB Fator nuclear kappa B

O2 Oxigênio

PA Pressão arterial

PAD Pressão arterial diastólica

PAM Pressão arterial média

PAP Pressão arterial pulsátil

PAS Pressão arterial sistólica

PE Polietileno

pH Potencial hidrogeniônico

pL Picolitro

RNAm Ácido ribonucléico mensageiro

RS Retículo sarcoplasmático

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XVI

RyR Receptor de rianodina

Sed Sedentário

Ser Serina

SERCA Ca2+ ATPase do retículo sarcoplasmático

SHR Rato espontaneamente hipertenso

SNS Sistema nervoso simpático

SRAA Sistema renina-angiotensina-aldosterona

TGF-β Fator de crescimento tumoral beta

Thr Treonina

TNF-α Fator de necrose tumoral alfa

V Volts

VD Ventrículo direito

VE Ventrículo esquerdo

VEGF Fator de crescimento vascular endotelial

VO2máx Volume máximo de oxigênio

vs Versus

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XVII

SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................ VIII

ABSTRACT ............................................................................................................................. X

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................... XII

LISTA DE TABELAS ....................................................................................................... XIII

LISTA DE ABREVIATURAS .......................................................................................... XIV

1.0. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1

2.0. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 9

2.1 Geral: ................................................................................................................................... 9

2.2 Específicos: .......................................................................................................................... 9

3.0. METODOLOGIA .......................................................................................................... 10

3.1 Animais .............................................................................................................................. 10

3.2 Protocolo de exercício físico .............................................................................................. 10

3.3 Confecção de cânulas vasculares para registro de sinais cardiovasculares ....................... 11

3.4 Obtenção dos sinais cardiovasculares em ratos anestesiados ............................................ 12

3.5 Registro direto da frequência cardíaca e pressão arterial média em ratos acordados ........ 11

3.6 Retirada do coração ........................................................................................................... 12

3.7 Análise histológica ............................................................................................................. 12

3.8 Massa do coração e dos ventrículos ................................................................................... 13

3.9 Isolamento dos cardiomiócitos .......................................................................................... 14

3.9.1 Soluções de isolamento ............................................................................... 15

3.9.2 Solução de perfusão tampão HEPES ........................................................... 15

3.10 Contratilidade celular ....................................................................................................... 15

3.11 Análise estatística ............................................................................................................ 17

4.0. RESULTADOS ............................................................................................................... 18

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XVIII

4.1 Valores do índice QTc em ratos anestesiados ................................................................... 18

4.2 Níveis basais de FC e PAM em ratos acordados e anestesiados ................................... 1918

4.3 Avaliação morfológica do tecido cardíaco ........................................................................ 20

4.4 Massa corporal, massa do coração e massa dos ventrículos .............................................. 25

4.5 Dimensões dos cardiomiócitos .......................................................................................... 26

4.6 Contratilidade de cardiomiócitos ....................................................................................... 27

5.0. DISCUSSÃO .................................................................................................................... 30

6.0. CONCLUSÕES ............................................................................................................... 40

7.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 41

ANEXO I – Protocolo de aprovação do Comitê de Ética em Uso Animal........................ 64

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1.0. INTRODUÇÃO

A hipertensão arterial é uma doença crônica determinada por níveis de pressão

arterial sistólica de repouso ≥ 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica ≥ 90 mmHg

(International Society of Hypertension Writing Group, 2003). É considerada um grave

problema de saúde pública, por estar associada ao aparecimento de outras doenças

crônico-degenerativas que afetam negativamente a qualidade de vida de indivíduos

(SBC, 2010). Nessa desordem, o remodelamento patológico leva à disfunção cardíaca,

causada, parcialmente, pela alteração na expressão gênica e no fenótipo molecular no

coração (Beisvag et al., 2009).

A mortalidade por doenças cardiovasculares aumenta progressivamente com a

elevação da pressão arterial (PA) a partir de 115/75 mmHg, de forma linear, contínua e

independente (Lewington et al., 2002). Estudos clínicos demonstraram que a detecção, o

tratamento e o controle da hipertensão arterial sistêmica são fundamentais para a

redução de eventos cardiovasculares (SBC, 2006; Rosário et al., 2009).

Uma meta-análise de 354 estudos clínicos revelou que a redução da morbidade e

mortalidade é proporcional à queda da PA, tanto sistólica, quanto diastólica, podendo

reduzir em até 46% a ocorrência de infartos do miocárdio, e em 63% o número de

acidentes vasculares encefálicos (Law et al., 2003).

A hipertrofia do ventrículo esquerdo (VE) e a disfunção diastólica são as

primeiras manifestações de danos cardíacos em pacientes com hipertensão arterial (Fu

et al., 2014). O coração do indivíduo com hipertensão sofre um processo de

remodelamento estrutural e funcional. Além da hipertrofia dos cardiomiócitos, esse

processo consiste também no aumento na deposição de colágenos intersticial e

perivascular, além do remodelamento de arteríolas intramurais (Schwartzkopff et al.,

1995; Sano et al., 1998) e outros componentes.

A fase de hipertrofia ventricular é associada ao acúmulo progressivo de fibras

colágenas no VE. Esse fenômeno de fibrose progressiva inicia-se mesmo na ausência de

morte celular, sendo uma resposta adaptativa que preserva a capacidade de geração de

força contrátil. Mais tarde, persistindo o estímulo pressórico, surge a fibrose reparativa,

em resposta à morte celular. Todavia, com ou sem perda celular, a fibrose leva ao

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enrijecimento tecidual, com diminuição na complacência e alteração na geometria do

ventrículo (Weber, 1989; Chancey et al., 2002).

No coração de mamíferos, a função cardíaca é regulada por interações dinâmicas

entre dois tipos celulares predominantes: cardiomiócitos e fibroblastos cardíacos, que

juntos, totalizam 90% do total de células do miocárdio (Porter e Turner, 2009). Os

cardiomiócitos, ainda que em menor número, ocupam o maior volume no miocárdio. Já

os fibroblastos correspondem a aproximadamente 70% do total de células do coração

humano e são os principais componentes do tecido conjuntivo, que é formado também

por colágenos dos tipos I e III (secretados pelos fibroblastos), elastina, fibrilina,

proteínas adesivas e proteoglicanos (Wilson e Spinalle, 2001). A eficiência mecânica do

músculo cardíaco depende das propriedades contráteis dos cardiomiócitos, associados

ao tecido conjuntivo (Wilson e Spinalle, 2001). Os fibroblastos produzem colágenos do

tipo I e III, além de fibronectina, proteoglicanos, metaloproteinases e seus inibidores; já

os cardiomiócitos e células endoteliais são responsáveis por sintetizar colágeno dos

tipos IV e VI (Janicki et al., 2006).

O colágeno é responsável pela integridade funcional do miocárdio, que permite

a interdigitação e a transmissão da força entre cardiomiócitos na contração (Mukherjee e

Sen, 1993). Já se sabe que a produção de colágeno sofre influência do aumento da

sobrecarga de pressão (Weber e Brilla, 1991). O aumento no conteúdo de colágeno leva

a prejuízos na capacidade do coração de bombear o sangue para o corpo.

Apesar de diversos tipos de colágenos serem expressos transitoriamente durante

o desenvolvimento embrionário e participarem diretamente na migração, diferenciação e

organização das estruturas cardíacas, o colágeno dos tipos I e III são os principais

colágenos do tipo fibrilar presentes em coração de adultos (Medugorac, 1982);

entretanto, durante a instalação do processo de fibrose cardíaca ocorre a predominância

de colágeno fibrilar do tipo I, que altera as propriedades elásticas do coração (Shahbaz

et al., 2010).

A linhagem de ratos espontaneamente hipertensos (SHR) vem sendo utilizada

como modelo experimental de hipertensão arterial, pois as alterações fisiopatológicas

encontradas nesses animais se assemelham às observadas na hipertensão humana

essencial. Outra vantagem desse modelo é a possibilidade de se estudar a progressão da

hipertensão, conforme em humanos, sendo caracterizadas 3 fases: pré-hipertensão,

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desenvolvimento e sustentação dos níveis pressóricos (Risler et al., 2005). Os animais

SHR são pré-hipertensos entre 5 e 8 semanas de vida, com a PA sistólica em torno de

100 a 120 mmHg (Adams et al., 1989 apud Fazan Jr et al., 2001), apresentando um

nível pressórico que pode ser considerado como hipertensão arterial espontânea entre a

7a e a 15a semanas. Fazan Jr e colaboradores (2001) consideram ainda que o ápice

pressórico deve ser atingindo entre a 20a e 28a semanas de vida, não havendo influência

sexual nesse desenvolvimento.

Nesse modelo de hipertensão, os animais desenvolvem insuficiência cardíaca e

disfunção renal (Conrad et al., 1991; Frohlich et al., 1994; Linz et al., 2015). Além

disso, apresentam aumento na atividade do sistema nervoso simpático (SNS),

evidenciado pelo aumento da atividade simpática renal (Trippodo e Frohlich, 1981;

Jiang et al., 2012).

Alguns autores defendem que esse aumento da atividade simpática é uma das

características dos diferentes tipos de hipertensão arterial (Donohue et al., 1988;

Guyenet, 2006; Levick et al., 2010). A efetividade dos β-bloqueadores na redução da

hipertrofia induzida por hipertensão sugere que a hiperatividade simpática tem um papel

fundamental na hipertrofia e nos danos cardíacos na hipertensão arterial (Agarwal et al.,

2009). Além disso, a norepinefrina (NE) induz a produção de citocinas pró-

inflamatórias nos cardiomiócitos (Fu et al., 2004), contribuindo para o aumento do

quadro inflamatório observado no modelo SHR. Agarwal e colaboradores (2009)

mostraram que os níveis circulantes de NE (um marcador indireto da atividade

simpática) foram maiores em SHR, comparados a Wistar Kyoto e que o treinamento em

esteira diminuiu significativamente esses valores.

O aumento da atividade local do sistema renina-angiotensina-aldosterona

(SRAA) no VE pode explicar também o aumento na massa cardíaca encontrada em

modelos de hipertensão arterial. Schunkert e colaboradores (1990) encontraram

aumento na atividade da enzima conversora de angiotensina no VE, mas não no

ventrículo direito (VD) de ratos com hipertrofia cardíaca.

Alguns autores sugerem que SHRs apresentam hipertrofia concêntrica, aumento

no tempo de contração e relaxamento de cardiomiócitos, além de aumento da

concentração de cálcio intracelular (Brooksby et al., 1992; McCrossan et al., 2004).

Nessa linhagem também se observam alterações nos parâmetros do eletrocardiograma

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(ECG), tais como, o prolongamento do potencial de ação e do intervalo QT (Klimas et

al., 2012; Lee et al., 2013). O prolongamento do intervalo QT do ECG é um marcador

não específico de cardiotoxicidade de fármacos, drogas e de patologias cardíacas

associadas ao risco aumentado de doença cardíaca e morte súbita (Crumb e Cavero,

1999). A cardioproteção pode ser demonstrada experimentalmente pela redução do

prolongamento do intervalo QT ou pela capacidade em evitar o seu prolongamento em

condições de hiperatividade cardíaca (Baillard et al., 2000). O prolongamento do

intervalo QT também pode ser utilizado como uma forma de avaliar a repolarização

cardíaca (Klimas et al., 2008; Kmecova e Klimas, 2010). Na hipertensão, o

prolongamento do potencial de ação e a presença de arritmias podem levar a prejuízos

no mecanismos de contração do cardiomiócito.

A fibrose miocárdica é uma alteração patológica multifatorial que envolve o

remodelamento da matriz extracelular (MEC) e de seus componentes celulares (Mindan

e Panizo, 1993; Jellis et al., 2010). Isso resulta no remodelamento do ventrículo

esquerdo, o que causa anormalidade na função cardíaca, em especial, o prejuízo no

relaxamento diastólico (Slama et al., 2002) e hipertrofia acompanhada de insuficiência

cardíaca.

Em nível molecular, o remodelamento da MEC é mediado pela ativação de

sistemas neurohumorais, dentre eles, o SRAA e pelo fator de crescimento tumoral β

(TGF-β) (Rosenkranz, 2004). Alguns estudos já mostraram que a angiotensina II (Ang

II), o principal peptídeo do SRAA pode influenciar na síntese e degradação da MEC no

miocárdio, estimulando a expressão de colágeno miofibrilar, via ativação do receptor

AT1 (Weber et al., 1994). Sun e colaboradores (1998) mostraram também que esse

peptídeo estimula a fibrose em ratos infartados, através da ativação de TGF-β.

Um estudo utilizando tecido cardíaco de humanos com e sem insuficiência

mostrou um aumento nos níveis de TGF-β naqueles com insuficiência. Isso foi

acompanhado de elevação nos níveis de colágeno tipo I e III (Sivakumar et al., 2008).

Em modelo animal, se observa que a inibição do TGF-β melhora os efeitos pró-

fibróticos dessa citocina (Kuwahara et al., 2002).

A sobrecarga mecânica exerte efeitos predominantemente pró-fibróticos em

fibroblastos cardíacos. A expressão de citocinas e fatores de crescimento estimulada

pelos fibroblastos é responsiva ao estiramento; este, por sua vez, leva ao aumento da

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expressão gênica do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) (Yokoyama et al., 1999; Sato

et al., 2003), endotelina 1 (ET-1) (Pikkarainen et al., 2006) e TGF-β (Lindahl et al.,

2002) em ratos.

A Ang II induz a expressão de citocinas pró-inflamatórias (TGF-β, TNFα,

interleucina-6), peptídeos (ET-1 e peptídeos natriuréticos dos tipos A e B) e fatores de

crescimento (por ex., VEGF) em fibroblastos cardíacos (Chintalgattu et al., 2003; Sato

et al., 2003; Rosenkranz, 2004; Makino et al., 2006). Ela também atua nos fibroblastos

cardíacos, estimulando a síntese de colágeno dos tipos I e III e fibronectina, através da

ativação do receptor AT1 em roedores e humanos com insuficiência cardíaca (Agocha

et al., 1997; Hafizi et al., 1998; Staufenberger et al., 2001).

A hipertensão arterial pode provocar diversas alterações morfológicas nos

miócitos cardíacos e disfunções progressivas nas funções do miocárdio, dependentes do

tipo e do tempo da instalação do processo hipertensivo. Dentre as disfunções que

ocorrem no coração, McMullen e Jennings (2007), enumeram as disfunções mecânicas

durante a contração e o relaxamento e a dilatação do ventrículo esquerdo, provocando a

insuficiência cardíaca.

Em relação às propriedades mecânicas, muitos trabalhos mostram aumento do

tempo de relaxamento do coração em modelos de hipertensão (McCrossan et al., 2004;

Kemi et al., 2008; Carneiro-Júnior et al., 2013). Em contrapartida, os resultados sobre

amplitude do pico de contração são controversos. Yelamarty e colaboradores (1992)

mostraram que, em animais com hipertensão renovascular, a amplitude de contração

não foi alterada. Já Brown (2003) mostrou aumento na amplitude do pico em

cardiomiócitos de SHR estimulados a 0,5 Hz, corroborando com os resultados

apresentados por Brooksby et al. (1992) e Kobayashi et al. (1995). O potencial de ação

ventricular de SHR também é prolongado, quando comparado ao de animais Wistar-

Kyoto (Cerbai et al. 1994). Por sua vez, Li e colaboradores (2005), avaliaram SHR com

12 meses de idade e mostraram diminuição na amplitude do pico, após estimularem

cardiomiócitos isolados a 0,5 Hz.

A hipertensão também provoca diminuição nas velocidades de contração e de

relaxamento de miócitos isolados e aumento do tempo para o pico de contração

(Carneiro-Júnior et al., 2013).

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O exercício físico é recomendado como uma terapia não farmacológica

importante no controle da hipertensão e na prevenção e atenuação do remodelamento

cardíaco induzido pela sobrecarga crônica de pressão (Mancia et al., 2013; Yancy et al.,

2013; Locatelli et al., 2014).

Também tem sido reportado que o exercício de baixa intensidade atrasa o início

da insuficiência cardíaca e melhora a sobrevida em SHR com quadro de insuficiência já

instalado (Emter et al., 2005).

O treinamento físico regular também melhora a sensibilidade dos baroreceptores

em animais normotensos e SHR, favorecendo o controle da PA (Brum et al., 2000;

Moraes-Silva et al., 2010). Além disso, observa-se no modelo SHR, redução na

atividade da renina plasmática, após a prática de exercício físico (Hayashi et al., 2000;

Zamo et al., 2004).

Em diferentes modelos de lesão cardíaca o exercício atenua a dilatação do

ventrículo, a hipertrofia dos miócitos, a fibrose do miocárdio, a disfunção mitocondrial,

as alterações na mobilização do cálcio, a simpatoexcitação, a disfunção cardíaca e

melhora o perfil inflamatório do tecido cardíaco (Rossoni et al., 2011; Llewellyn et al.,

2014; Locatelli et al., 2014; Melo et al., 2014).

A hipertrofia induzida pelo treinamento é uma importante adaptação fisiológica,

que envolve a via do fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1 (IGF-1) (Opie,

2004). Em modelos animais, o exercício leva ao aumento das dimensões dos

cardiomiócitos numa média de 17 a 23% (Kemi et al., 2002).

O crescimento do coração em resposta ao exercício necessita de uma estrutura

vascular compatível com o aumento da demanda funcional. O fator de crescimento

vascular endotelial (VEGF) é fundamental no processo de angiogênese (Taimeh et al.,

2013). O exercício, através do aumento do sheer stress e/ou do estímulo bioquímico nos

vasos, contribui para a ativação da cascata de sinalização de VEGF, estimulando a

angiogênese (Brown, 2003).

Em modelos animais e humanos, o treinamento de resistência estimula o

crescimento de artérias coronárias, melhorando a capacidade de transporte e o fluxo

sanguíneo no coração (Kozakova et al., 2007; Duncker e Bache, 2008).

Atualmente acredita-se que o coração mantenha sua capacidade de renovação

pela formação de novos cardiomiócitos advindos de células progenitoras, de células

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tronco cardíacas e proliferação de cardiomiócitos preexistentes (Porrello et al., 2011;

Senyo et al., 2013).

Um grande número de modelos animais para induzir a hipertrofia cardíaca tem

sido desenvolvido e diversos tipos de treinamento também são reconhecidos por induzir

a hipertrofia cardíaca fisiológica em animais, dentre eles, os protocolos envolvendo

treinamento em esteira e natação e a prática da corrida voluntária (Evangelista et al.,

2003; Medeiros et al., 2004; Locatelli et al., 2014). Nesse sentido, o treinamento em

natação parece ser tão efetivo quanto os demais programas para induzir a hipertrofia

cardíaca em ratos (Wang et al., 2010), provocando aumento significativo no volume

diastólico final em ratos (Dorn, 2007).

Já é bem estabelecido que a hipertensão provoca disfunções na mobilização do

cálcio (Ca2+) no coração de animais com hipertensão (Carneiro-Júnior et al., 2014;

Locatelli et al., 2014). Alterações nos níveis de Ca2+-ATPase do retículo

sarcoplasmático (RS) (SERCA) e trocador de sódio-cálcio (NCX) levam à diminuição

no pico de contratilidade, diminuição na remoção do cálcio intracelular e

prolongamento na duração do ciclo cardíaco (Houser et al., 2000). É possível que a

redução na expressão de SERCA e elevação nos de fosfolamban (FLB) e NCX sejam

responsáveis pela alteração na função contrátil em casos de hipertensão arterial.

Collins e colaboradores (2005) mostraram que SHR com idade entre 12 e 16

semanas apresentam diminuição na expressão de FLB e aumento nos níveis de RNAm

de NCX. Em ratos com hipertensão renovascular, Locatelli e cols. (2014) obtiveram os

mesmos resultados, com diminuição também dos níveis protéicos de SERCA2.

Todavia, o treinamento aeróbico tem sido efetivo em alterar o padrão de

expressão dessas proteínas, melhorando a função cardíaca, a sensibilidade ao cálcio e a

contratilidade dos cardiomiócitos (Carneiro-Júnior et al., 2013).

Garciarena e cols. (2009) mostraram que o treinamento em natação (90 min/dia,

5 dias/semana, 60 dias) aumentou a expressão da SERCA2, mas não influenciou a

expressão dos canais NCX em cardiomiócitos de ratos SHR exercitados. MacDonnell e

colaboradores (2005) demonstraram que, em ratas espontaneamente hipertensas

submetidas ao treinamento de baixa intensidade em esteira, houve aumento na

fosforilação nos canais de rianodina do tipo 2 (RyR2) e em 2 sítios de fosfolamban

(Ser16 e Thr17).

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Entretanto, até o momento, pouco se sabe sobre os efeitos do treinamento em

natação com duração de 6 semanas sobre a deposição de colágeno, inflamação, diâmetro

de células do ventrículo esquerdo e propriedades mecânicas de cardiomiócitos de

animais espontaneamente hipertensos estimulados às frequências de 1 e 3 Hz.

Sabendo que o treinamento aeróbico de baixa intensidade é recomendado como

terapia não farmacológica no tratamento da hipertensão arterial sistêmica (Pescatello et

al., 2004) e que sua prática regular pode causar benefícios ao coração (Kolwicz et al.,

2007; Carneiro-Júnior et al., 2013; Locatelli et al., 2014), o objetivo principal desse

estudo foi investigar os efeitos do treinamento em natação de baixa intensidade sobre os

parâmetros morfológicos e sobre as propriedades mecânicas de cardiomiócitos de ratos

normotensos e hipertensos.

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2.0. OBJETIVOS

2.1 Geral:

Investigar os efeitos do treinamento aeróbico em natação sobre parâmetros

celulares, estruturais e mecânicos do ventrículo esquerdo (VE) de ratos com hipertensão

espontânea (SHR).

2.2 Específicos: Avaliar se o treinamento aeróbico em natação afeta os seguintes parâmetros em

ratos com hipertensão espontânea (SHR):

• respostas eletrocardiográficas;

• pressão arterial média e frequência cardíaca;

• a massa do coração e ventrículos;

• células inflamatórias e diâmetro das fibras cardíacas;

• conteúdo de colágeno;

• dimensões, amplitude de contração, tempo para o pico de contração e tempo

para metade do relaxamento de cardiomiócitos isolados do ventrículo esquerdo;

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3.0. METODOLOGIA

3.1 Animais Para a realização dos experimentos foram utilizados ratos das linhagens Wistar e

SHR, machos (Rattus norvegicus), com 4 meses de idade, provenientes do Centro de

Ciência Animal da Universidade Federal de Ouro Preto. Os experimentos se iniciaram

com um total de 80 animais e ocorreram perdas amostrais durante a realização de

algumas técnicas.

Os animais foram mantidos em caixas de polietileno, com no máximo 4 ratos

por caixa, receberam água e ração convencional ad libitum, em ambiente com ciclo

claro/escuro de 12 horas. Todos os protocolos realizados foram devidamente aprovados

pelo Comitê de Ética em Uso Animal (protocolo número 2012/54).

3.2 Protocolo de exercício físico Cada linhagem foi dividida em dois grupos experimentais: ratos sedentários

(Sed) e ratos submetidos ao exercício físico (Ex) (natação sem carga) e todos os animais

foram pesados antes do início do protocolo de treinamento e ao final da última sessão de

treino do protocolo. Os animais foram submetidos ao treinamento de natação sem carga,

por este ser considerado um modelo descrito na literatura de indução de hipertrofia

cardíaca fisiológica em ratos (Locatelli et al., 2014).

No primeiro dia, os animais exercitados foram submetidos à natação por 20

minutos, no segundo dia, por 40 minutos e do terceiro ao trigésimo dia, por 60 minutos,

5 vezes por semana. A natação foi realizada em um tanque adaptado com 12 divisórias

de 38 por 60 cm de largura e 50 cm de profundidade e a temperatura da água era

mantida em 30 ± 2ºC, através do uso do termostato.

Os grupos de animais sedentários foram colocados em baldes (4 ratos por balde)

com água rasa (±15 cm de altura, em temperatura de 30±2ºC), para que os mesmos

fossem semelhantemente manipulados e expostos às condições de estresse dos grupos

exercitados (Locatelli et al., 2014). O protocolo de natação foi realizado no Centro de

Ciência Animal da UFOP.

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3.3 Confecção de cânulas vasculares para registro de sinais cardiovasculares Cânulas foram confeccionadas a partir de 4 cm de tubos de polietileno (PE) 10,

polimerizados por aquecimento e 16 cm de PE 50. O interior das cânulas foi preenchido

com uma solução salina (NaCl, 0,9%) e a extremidade livre de PE 50 foi fechada com

um oclusor metálico antes das canulações.

3.4 Obtenção dos sinais cardiovasculares em ratos anestesiados A 1ª etapa dos experimentos foi realizada na Universidade Federal de Ouro

Preto.

Os animais dos grupos Wistar e SHR foram anestesiados com uma mistura de

ketamina e xilazina (50 mg/kg e 10 mg/kg, ip, respectivamente), por via intraperitoneal.

Após a anestesia foram realizadas a tricotomia e assepsia da região inguinal esquerda;

uma pequena incisão para exposição do feixe femoral foi realizada. Para obtenção do

sinal da pressão arterial foi inserido um catéter de PE na artéria femoral. Após a

cateterização, a extremidade mais fina (PE10) se localizava na aorta abdominal, abaixo

das artérias renais. A extremidade PE50 do catéter inserido na artéria femoral foi, então,

acoplada a um transdutor de pressão TruWave® (Edwards Lifescience, Canadá) para

aquisição do sinal de PA. Para possibilitar a medição da diferença de potencial relativa à

derivação DII do eletrocardiograma (ECG), agulhas hipodérmicas de aço inoxidável

foram inseridas no tecido subcutâneo dos animais. A derivação DӀӀ mediu a diferença

de potencial entre duas agulhas hipodérmicas posicionadas no membro inferior

esquerdo e superior direito do animal. Os registros tiveram duração de 2 minutos. Os

sensores de ECG e o transdutor de PA foram acoplados a um sistema condicionador,

que fornece sinais em tempo real, a uma frequência de 1200 Hz, processados por uma

placa conversora analógico-digital (DaqBoard/2001, EUA).

Os registros digitais dos experimentos foram convertidos pelo software Matlab

7.0 (MathWorks, EUA) e os sinais foram analisados por inspeção visual do registro com

o auxílio do software WinDaq/EX Playback and Analysis (DATAQ Instruments, USA).

Foram selecionados 3 segmentos de 2 segundos, que foram gravados para posterior

obtenção dos parâmetros cardiovasculares (Maciel, et al., 2010). Foram extraídos os

seguintes parâmetros cardiovasculares: PA sistólica (PAS) e diastólica (PAD),

frequência cardíaca (FC) obtida a partir do intervalo RR do ECG, o intervalo QT do

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ECG e ainda o QTc (intervalo QT corrigido pelo índice de Fridericia, (1920): QTc =

QT/(RR)1/3), recomendado para intervalos RR menores que 500 ms. A PAM foi

calculada pela seguinte equação: PAM = PAD + 1/3 (PAS – PAD) (Guyton e Hall,

2006).

3.5 Registro direto da frequência cardíaca e pressão arterial média em ratos

acordados

A avaliação dos diferentes parâmetros cardiovasculares (PAM e FC) foi

realizada 24 horas após a realização do ECG. As cânulas arteriais foram acopladas ao

sistema computadorizado de aquisição de dados (Powerlab). Heparina foi injetada nas

cânulas antes da conexão junto ao transdutor.

A PA foi monitorada por um transdutor de pressão modelo Gould, conectado a

um amplificador (PM-1000, CWE). O sinal de pressão arterial pulsátil foi derivado para

um cardiotacômetro (PM-1000,CWE) para se obter a FC. A PAP e a FC foram

continuamente amostradas por um sistema de conversão analógico/digital de 12 bits

(Powerlab 4/20), a uma frequência de 800 Hz e armazenados em disco rígido.

Posteriormente, o sinal foi processado por um software (Powerlab 4/20) para se obter a

PAM, as características temporais e as alterações máximas dos parâmetros desejados.

Simultaneamente, a PAM e a FC foram calculadas a partir de pulsos de PA. Essas

variáveis foram apresentadas simultaneamente em canais distintos no monitor e

armazenadas em disco rígido do computador.

3.6 Retirada do coração Ao término dos experimentos in vivo, os animais foram submetidos à eutanásia

por decapitação, submetidos a uma laparotomia mediana para ressecção do coração.

3.7 Análise histológica Para as análises histológicas do ventrículo esquerdo, fragmentos não excedentes

a 1 cm de espessura dos tecidos foram fixados em Metanol 80% + Dimetilsulfóxido

(DMSO) 20% (Gava et al., 2012) e mantidos em geladeira -4°C até serem processados.

Nesse processo foram desidratados, diafanizados, embebidos e emblocados em

parafina. Secções parafinadas de aproximadamente 4µm de espessura foram obtidas

através de técnicas de microtomia, fixadas em lâminas de vidro. As lâminas obtidas

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foram coradas pelas técnicas de Hematoxilina e Eosina (HE) ou Picrosirius Red para

avaliações das principais alterações estruturais.

Foram realizadas avaliações quantitativas por técnicas de morfometria digital.

Para isso, foram obtidas 10 imagens aleatórias do tecido cardíaco (Cabanelas et al.,

2012) com ocular de 10X e objetiva de 40X no microscópio Leica DM5000 acoplado a

câmera digital (Leica DFC 300 FX), com auxílio do software de captura de imagens

Leica Application Suite. As imagens foram analisadas no software Leica Qwin V.3.2.1

(Leica Switzerland). Para a avaliação do quadro inflamatório cardíaco, o número total

de células presentes no campo microscópico foi determinado pela contagem

semiautomática de núcleos celulares (Ferreira Júnior et al., 2015). Além disso, no

coração também foi avaliada a espessura das fibras miocárdicas, através de medidas

interativas, pelo desenho de uma reta ligando os limites celulares superior e inferior na

região do núcleo. Somente fibras com núcleos e limites celulares visíveis foram

incluídas, com total de cem cardiomiócitos analisados para cada animal.

Para a análise quantitativa do colágeno dos tipos I e III foi utilizada a coloração

de Picrosirius Red (Junqueira et al., 1979) e contagem das fibras em microscópio ótico

de luz polarizada, por meio de análise digital de birrefringência. Foram obtidas 20

imagens aleatórias do tecido cardíaco com objetiva de 20X no microscópio Leica

DM5000 acoplado a câmera digital (Leica DFC 300 FX) utilizando o software de

captura de imagens Leica Application Suite. A luz polarizada possibilita distinguir três

cores: a coloração verde, característica das fibras colágenas finas, reticulares do tipo III

e o espectro de cor amarela até a cor vemelha, que indica fibras colágenas densas do

tipo I. As imagens foram analisadas com o auxílio do software Leica Qwin V.3.2.1

(Leica Switzerland).

Todas as análises histológicas foram realizadas no setor de microscopia do

Laboratório Multiusuários do Núcleo de Pesquisas em Ciências Biológicas da UFOP.

3.8 Massa do coração e dos ventrículos Na segunda etapa dos experimentos, que foi realizada na Universidade Federal

de Viçosa, foram avaliadas a massa do coração e dos ventrículos. Setenta e duas horas

após a última sessão do treinamento, os animais foram pesados, e em seguida, foi

realizada a eutanásia por decapitação em dois animais por dia, alternando os grupos

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(sedentário e treinado). O coração foi removido através da toracotomia, lavado em

solução contendo 750 mM de CaCl2, para retirar o excesso de sangue, e, imediatamente

pesado em balança de precisão (Gehaka – Brasil, modelo AG 200).

Após a perfusão com as soluções de isolamento, os ventrículos direito e

esquerdo foram separados dos átrios e pesados. O índice de hipertrofia cardíaca foi

calculado pela razão entre a massa do coração (mg) e a massa corporal (g). Em

contrapartida, o índice de hipertrofia ventricular foi calculado pela razão entre a massa

do ventrículo (mg) e a massa corporal (g).

3.9 Isolamento dos cardiomiócitos Após a eutanásia, o coração foi removido e lavado para retirar o excesso de

sangue, antes da perfusão das soluções de isolamento. Em seguida, a artéria aorta

ascendente foi canulada e o coração isolado foi colocado em um sistema de perfusão. A

solução de isolamento contendo 750 mM de CaCl2 (solução 1), foi perfundida, em fluxo

constante, até que os vasos coronarianos estivessem limpos. Logo após, foi trocada a

perfusão para a solução livre de cálcio, contendo 0,1 mM de ácido tetracético

etilenoglicol (EGTA) (solução 2), durante 4 a 6 minutos, para destruição dos discos

intercalares e quelação do Ca2+. Em seguida, o coração foi perfundido com uma solução

contendo 1mg.ml-1 de colagenase tipo 2 (Worthington, EUA) e 0,1mg.ml-1 de protease

(solução 3), durante 10 a 15 minutos, para destruição da matriz extracelular e fibras de

colágeno. Durante o isolamento, todas as soluções foram oxigenadas (O2 100% - White

Martins, Brasil) e mantidas em temperatura de 37º C.

Após a perfusão, os ventrículos (direito e esquerdo) foram separados dos átrios.

O ventrículo esquerdo foi aberto na região do septo interventricular. Os músculos

papilares e o tecido conjuntivo foram removidos manualmente de sua superfície.

Fragmentos finos (< 1mm) foram obtidos dos ventrículos esquerdo e direito. As

amostras foram identificadas e colocadas em solução contendo 5 ml de solução

enzimática (colagenase) e protease. Os frascos foram agitados durante 5 minutos, em

banho-maria, à temperatura de 37º C, com oxigenação dos tecidos (O2 100% - White

Martins, Brasil). A seguir, o conteúdo dos frascos foi filtrado e centrifugado (3000 rpm)

por 30 segundos. O sobrenadante foi removido e os cardiomiócitos suspendidos na

solução 750 mM de CaCl2. Os processos de agitação e filtração foram repetidos. Os

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cardiomiócitos foram armazenados em placas de Petri em refrigerador (5ºC), até serem

utilizados.

3.9.1 Soluções de isolamento

As soluções utilizadas para o isolamento dos cardiomiócitos foram feitas

utilizando-se uma solução básica com água deionizada ultrapura (Milli-Q) e a seguinte

composição (em mM): NaCl – 7,6 g/l; MgCl2 – 0,28 g/l; KCl – 0,4 g/l; ácido

etanosulfônicohidroxietil piperazina (HEPES) – 1,2 g/l; glicose – 1,8 g/l; taurina – 2,5

g/l; creatina – 1,3 g/l; pH = 7,3; temperatura ambiente.

Solução 1:

Para se fazer a solução de isolamento contendo Ca2+, foram adicionados 375 µl

de CaCl2 (1M) em 500 ml da solução básica.

Solução 2:

Para a solução de isolamento livre de Ca2+, foram adicionados 200 µl de EGTA

(100 mM) em 250 ml da solução básica.

Solução 3:

Para a solução enzimática de isolamento, foram adicionados 30 mg de

colagenase e 3 mg de protease em 30 ml da solução básica.

3.9.2 Solução de perfusão tampão HEPES

Durante as análises da contratilidade celular, os cardiomiócitos isolados do

ventrículo esquerdo foram banhados com uma solução fisiológica contendo (em mM):

solução estoque: NaCl– 80 g/l; HEPES– 23,8 g/l; NaH2PO4– 0,51 g/l; MgCl2 – 5 g/l;

KCl – 4,25 g/. Para fazer um litro da solução de perfusão tampão HEPES, foram

adicionados 100 ml da solução estoque, 1 g de glicose e 1,8 ml de CaCl2 em 800 ml de

água deionizada ultrapura (Milli-Q). Esta solução foi equilibrada para um pH = 7,4 e

mantida em temperatura ambiente.

3.10 Contratilidade celular As contrações dos cardiomiócitos isolados do ventrículo esquerdo foram

medidas através da técnica de alteração do comprimento das células, utilizando-se o

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sistema de detecção de bordas (Ionoptix, EUA) montado num microscópio invertido

(Nikon Eclipse – TS100, EUA), equipado com uma lente objetiva de imersão em óleo (S

Fluor, 40x, Nikon, EUA). Para as análises das contrações foram utilizados somente as

células que estavam em boas condições, com as bordas e estriações sarcoméricas bem

definidas, relaxadas, sem apresentarem contrações involuntárias. Os cardiomiócitos

isolados foram acomodados em uma câmara experimental giratória com a base de vidro

montada no microscópio, e banhados pela solução de perfusão tampão HEPES (item

6.3.2) em temperatura ambiente (~ 25ºC). As células foram visualizadas em um monitor

através de uma câmera (Myocam, Ionoptix, EUA), acoplada ao microscópio invertido,

utilizando-se um programa de detecção de imagens (Ionwizard, Ionoptix, EUA) com

uma frequência de 240 Hz.

Os cardiomiócitos foram estimulados externamente à frequência de 1 e 3 Hz (20

V, duração de 5 ms) utilizando-se um par de eletrodos de aço, acoplado nos dois lados

internos da câmara, através de um estimulador elétrico (Myopacer, Field Stimulator,

Ionoptix, EUA). As bordas dos cardiomiócitos foram identificadas com duas janelas

(direita e esquerda) e definidas através do ajuste do contraste (preto e branco) gerado

pela qualidade da imagem projetada dos cardiomiócitos. As contrações dos

cardiomiócitos após a estimulação elétrica foram capturadas pelo sistema de detecção

de bordas (Ionwizard, Ionoptix, EUA) (Figura 1) e armazenadas para análise posterior.

Figura 1: Representação do programa utilizado na aquisição das imagens e dos registros das contrações das células cardíacas (Ionoptix, EUA). As projeções dos picos verde e vermelho representam as definições das bordas direita e esquerda de um cardiomiócito, respectivamente.

A partir dos registros obtidos, foram analisadas a amplitude de contração

(variação do comprimento celular de repouso, %), o tempo para o pico de contração e o

tempo para metade (50%) do relaxamento. Esses parâmetros foram determinados

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utilizando um software desenvolvido em plataforma MatLab. Os principais parâmetros

avaliados são demonstrados na Figura 2.

Figura 2: Representação de uma contração celular e os parâmetros avaliados (adaptado de Carneiro-Júnior, 2013).

3.11 Análise estatística Para análise dos dados utilizamos o teste estatístico ANOVA two-way (Wistar X

SHR - fator hipertensão; Sedentários X Exercitados - fator exercício), seguido do pós-

teste de Bonferroni para os fatores que apresentaram interação. Para as comparações

entre as médias de massa corporal inicial e final foi utilizado o teste t de Student

pareado. Todas as análises foram realizadas pelo software GraphPad Prism 5. Foram

consideradas diferenças significativas para p < 0,05.

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18

4.0. RESULTADOS

4.1 Valores do índice QTc em ratos anestesiados É importante esclarecer que, ao iniciar os experimentos da 1ª etapa, o número de

animais em cada grupo era de 15. A nossa perda amostral ocorreu devido ao fato de

que alguns animais morreram após a canulação e, na segunda etapa dos experimentos,

muitas vezes a decapitação não foi realizada de maneira correta para a retirada do

coração com um prolongamento adequado da aorta para a canulação e o animal não era

utilizado.

Os dados foram analisados através da ANOVA two way e para os valores de QT

não houve interação entre os fatores. Contudo, houve efeito principal do fator exercício

(F(1,31)=30,73), mas não houve distinção de grupos onde esse efeito foi significativo. O

fator hipertensão também foi significativo (F(1,31)=5,28), sem identificação dos grupos

onde houve efeito principal.

Na figura 3 estão apresentados os valores do intervalo QT corrigido (QTc) dos

animais Wistar (n=9 para cada grupo) e SHR (n=11 para o grupo SHR Sed e n=8 para o

grupo SHR Ex) anestesiados. A ANOVA two way mostrou que houve interação entre

os fatores (F(1,30)=4,93) e efeito principal do fator exercício (F(1,30)=41,3). Após a análise

do pós-teste de Bonferroni, observou-se que os grupos treinados (Wistar Ex e SHR Ex)

apresentaram valores significativamente menores para o índice QTc, em relação aos

seus controles, mostrando que o treinamento provocou melhoria da atividade elétrica

ventricular. O valor apresentado pelo grupo SHR Sed foi menor, em relação ao grupo

Wistar Sed (110,9 ± 3,61 vs. 125,2 ± 5,39 ms).

Figura 3: Índice QTc de ratos Wistar e SHR anestesiados. Dados expressos como média ± EPM. * diferente em relação a Wistar Sed. + diferente em relação a SHR Sed.

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4.2 Níveis basais de frequência cardíaca e pressão arterial média em ratos

acordados e anestesiados

Os resultados da FC de ratos acordados e anestesiados e a PAM de ratos

acordados, obtidos após o protocolo de treinamento em natação, estão apresentados na

figura 4.

Figura 4: (A) Frequência cardíaca de repouso de ratos acordados; (B) Frequência cardíaca de repouso de ratos anestesiados e (C) Pressão Arterial Média de ratos acordados. Dados expressos como média ± EPM.* diferente em relação a Wistar Sed. # diferente em relação a Wistar Ex. + diferente em relação a SHR Sed; n=6.

A análise através da ANOVA two way mostrou interação entre os fatores para os

dados de FC em animais acordados (F(1,20)=10,95) e efeitos principais do exercício

(F(1,20)=59,15) e da hipertensão (F(1,20)=80,78). Após a análise do pós-teste, observamos

que no grupo Wistar Ex houve redução nos valores de FC em animais acordados, em

relação ao grupo Wistar Sed. Da mesma forma, o grupo SHR Ex também apresentou

valores significativamente menores de FC, quando comparados aos valores do grupo

SHR Sed (384 ± 3 vs. 448 ± 10 bpm). Em contrapartida, mesmo após o exercício, o

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grupo SHR Ex manteve elevados os valores de FC, em relação aos grupos Wistar Ex

(384 ± 2 vs. 323 ± 3 bpm) (figura 4A).

Houve interação entre os fatores na análise dos dados de FC de repouso de ratos

anestesiados (F(1,33)=27,94) e efeitos principais do exercício (F(1,33)=17,61) e da

hipertensão (F(1,33)=87,72). Os resultados do pós-teste mostraram que o grupo Wistar Ex

apresentou redução nos valores após o treinamento, em relação a Wistar Sed. Os grupos

SHR apresentaram valores significativamente menores de FC, em relação aos seus

respectivos controles (SHR Sed: 220 ± 3 vs. Wistar Sed: 189 ± 4 bpm; SHR Ex: 228 ± 6

bpm vs. Wistar Ex: 261 ± 10 bpm). Contudo, não houve diferença significativa entre os

grupos hipertensos (figura 4B).

Em relação aos valores de PAM de ratos acordados, observamos que houve

interação (F(1,20)=4,51) e efeitos principais do exercício (F(1,20)=30,8) e da hipertensão

(F(1,20)=233,4). O pós-teste mostrou que os animais SHR Sed apresentaram maiores

valores de PAM, em relação a Wistar Sed (189 ± 4 vs. 124 ± 1 mmHg). Ao final de 6

semanas de natação, o grupo SHR Ex apresentou valores significativamente menores de

PAM, em relação ao SHR Sed (164 ± 2 vs. 189 ± 4 mmHg) (figura 4C).

Ao analisarmos os valores de PAM em animais anestesiados, observamos que

não houve interação entre os fatores (F(1,33)=4,02). Contudo, houve efeito principal do

fator hipertensão (F(1,33)=83,7), mas não houve distinção de grupos onde esse efeito foi

significativo. O fator exercício também foi significativo (F(1,33)=6,33), sem identificação

dos grupos onde houve efeito principal.

4.3 Avaliação morfológica do tecido cardíaco Em relação à avaliação histológica, as análises mostraram interação entre os

fatores, tanto no número de células inflamatórias (F(1,20)=14,93), quanto no diâmetro das

fibras cardíacas (F(1,20)=117,1).

Na análise do número de células inflamatórias observamos que houve efeito do

fator hipertensão (F(1,20)=5,73), mas não do fator exercício. O pós-teste mostrou que o

treinamento aumentou o número de células inflamatórias no grupo Wistar Ex, em

comparação a Wistar Sed (118 ± 13 vs. 89 ± 4 células/77.040µm2). A hipertensão

arterial provocou aumento da inflamação no grupo Sed, comparado a Wistar Sed (136 ±

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2 vs. 89 ± 4 células/77.040µm2). Em contrapartida, após 6 semanas de natação o grupo

SHR Ex apresentou melhora no perfil inflamatório tecidual (107 ± 6 vs. 136 ± 2

células/77.040µm2) (figura 5A).

A figura 5B representa os valores do diâmetro das fibras cardíacas. Tanto o fator

exercício como o fato hipertensão tiveram efeitos principais (F(1,20)=188,1 e

F(1,20)=36,91, respectivamente). Após o exercício, o grupo Wistar Ex apresentou maior

diâmetro das fibras, em relação a Wistar Sed (18,4 ± 0,32 vs. 9,8 ± 0,84 µm). O grupo

de animais hipertensos sedentários também apresentou maiores valores no diâmetro da

fibra cardíaca, em relação ao grupo normotenso sedentário (22,3 ± 0,41 vs. 9,8 ± 0,84

µm). Em contrapartida, o protocolo de natação provocou redução nesses valores no

grupo SHR Ex, em relação ao grupo SHR Sed (19,8 ± 0,22 vs. 22,3 ± 0,41 µm).

Na figura 6 estão representados cortes histológicos do ventrículo esquerdo de

ratos Wistar e SHR, corados com hematoxilina/eosina. Em (a) se observa aspecto

histológico compatível com a normalidade, demonstrando ausência de processo

inflamatório; em (b) há processo inflamatório discreto de caráter difuso e hipertrofia de

grau leve; já em (c) um processo inflamatório moderado se apresenta, com caráter

multifocal e hipertrofia de grau moderado e na figura (d) há representação de um

processo inflamatório discreto de caráter multifocal e hipertrofia de grau leve.

Figura 3: (A) Número de células inflamatórias no ventrículo esquerdo; (B) Diâmetro de cardiomiócitos do VE de ratos Wistar e SHR. Dados expressos como média ± EPM. * diferente em relação a Wistar Sed.+ diferente em relação a SHR Sed.

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Figura 4: Fotomicrografias de cortes histológicos do ventrículo esquerdo de ratos normotensos e hipertensos. (a) Aspecto histológico compatível com a normalidade demonstrando ausência de processo inflamatório e cardiomiócitos com diâmetros variando entre 7 e 11 µm em animais Wistar Sed; (b) processo inflamatório discreto de caráter difuso e hipertrofia de grau leve em animais Wistar Ex; (c) processo inflamatório moderado de caráter multifocal e hipertrofia de grau moderado em SHR Sed; (d) processo inflamatório discreto de caráter multifocal e hipertrofia de grau leve em SHR Ex. Hematoxilina-Eosina. Barra = 50µm.

Wistar

Sedentário Exercício

SHR

Sedentário Exercício

a b c d

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A análise de colágenos dos tipos I e III mostrou interação entre os fatores

(F(1,19)=29,48 e F(1,20)=21,07, respectivamente). Também houve efeito principal dos

fatores exercício e hipertensão (tipo I: F(1,19)=65,25 e F(1,19)=42,16; tipo III F(1,20)=99,73

e F(1,20)=10,81).

Animais hipertensos sedentários (SHR Sed) apresentaram aumento significativo

nas áreas de deposição de colágeno do tipo I (Figura 7A) e do tipo III (Figura 7B), em

relação aos animais Wistar Sed (tipo I: 8,28 ± 915 vs. 2,04 ± 356 µ2; tipo III: 8,89 ± 519

vs. 5,32 ± 386 µ2). Adicionalmente, foi possível observar que o treinamento físico

diminuiu a deposição de colágeno, reduzindo as áreas tanto de colágeno do tipo I (1.192

± 187 vs. 8.283 ± 915 µ2) quanto de colágeno do tipo III (2.293 ± 574 vs. 8.898 ± 519

µ2) em animais hipertensos (Figuras 7A e 7B).

As fotomicrografias representadas na figura 8 mostram a ocorrência de colágeno

dos tipos I e III em ventrículo esquerdo de ratos normotensos e hipertensos. Em (“a” e

“e”) há presença de fibras reticulares (colágeno tipo III, cabeça de seta); em (“b” e “f”)

há aspecto histológico compatível com a normalidade, demonstrando ausência de

processo de deposição de colágeno; as figuras (“c” e “g”) mostram deposição de

colágeno, com aumento expressivo de fibras reticulares (colágeno tipo III, cabeça de

seta) e de fibras colágenas tipo I (seta) e em (“d” e “h”) há aspecto histológico

compatível com a normalidade, demonstrando ausência de deposição de colágeno.

Figura 5: (A) Conteúdo de colágeno do tipo I e (B) Conteúdo de colágeno do tipo III no ventrículo esquerdo de ratos Wistar e SHR. Dados expressos como média ± EPM. * diferente em relação a Wistar Sed. + diferente em relação a SHR Sed.

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a b c d

e f g h

Wistar

Sedentário Exercício

SHR

Sedentário Exercício

Figura 6: Fotomicrografias de cortes histológicos do ventrículo esquerdo de ratos normotensos e hipertensos; (a, e) Presença de fibras reticulares (Colágeno tipo III, cabeça de seta) em animais Wistar Sed; (b, f) Aspecto histológico compatível com a normalidade demonstrando ausência de processo de deposição de colágeno em animais Wistar Ex; (c, g) Deposição de colágeno com aumento expressivo de fibras reticulares (colágeno tipo III, cabeça de seta) e de fibras colágenas tipo I (seta) em SHR Sed; (d, h) Aspecto histológico compatível com a normalidade demonstrando ausência de processo de deposição de colágeno em SHR Ex. Picrosirius Red. Barra = 50µm.

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4.4 Massa corporal, massa do coração e massa dos ventrículos Na Tabela 1 estão apresentados os resultados referentes à massa corporal inicial

e final, massa do coração, massa dos ventrículos, massa relativa dos ventrículos, massa

do ventrículo esquerdo, massa relativa do ventrículo esquerdo, massa do ventrículo

direito e massa relativa do ventrículo direito dos ratos Wistar e SHR.

Conforme esperado, todos os animais aumentaram a massa corporal até o fim do

protocolo de treinamento. Os animais SHR apresentaram menor massa corporal ao final

de 6 semanas, quando comparado ao grupo Wistar. A massa dos ventrículos se

apresentou maior nos grupos hipertensos, em relação aos animais normotensos

sedentários. Os animais hipertensos submetidos ao treinamento demonstraram valores

ainda maiores, quando comparados ao grupo Wistar Ex. Da mesma maneira, os grupos

SHR apresentaram aumento na massa relativa do ventrículo esquerdo, em relação aos

grupos Wistar. Isso mostra que a hipertensão arterial promoveu a hipertrofia dos

ventrículos. Já em relação à massa total dos ventrículos e à massa total e relativa do

ventrículo direito, não foram observadas alterações significativas provocadas nem pela

hipertensão, nem pelo treinamento aeróbico.

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Wistar Sed Wistar Ex SHR Sed SHR Ex

MCI (g) 330,5 ± 7 336,1 ± 8 286,3 ± 5*# 284,1 ± 3*#

MCF (g) 382,7 ± 6+ 363,5 ± 8+ 314,2 ± 4*#+ 303,4 ± 3*#+

MC (g) 1,17 ± 0,03 1,18 ± 0,02 1,32 ± 0,04*# 1,39 ± 0,03*#

MC/MCF

(mg/g)

3,17 ± 0,13 3,38 ± 0,06 4,34 ± 0,12*# 4,58 ± 0,13*#

MV (g) 1,47 ± 0,12 1,64 ± 0,04 1,66 ± 0,04 1,72 ± 0,08

MV/MCF

(mg/g)

3,95 ± 0,23 4,71 ± 0,12* 5,48 ± 0,15* 5,66 ± 0,3*#

MVE (g) 0,78 ± 0,02 0,81 ± 0,02 0,97 ± 0,04*# 0,95 ± 0,04*#

MVE/MCF

(mg/g)

2,11 ± 0,03 2,32 ± 0,09 3,2 ± 0,15*# 3,13 ± 0,14*#

MVD (g) 0,27 ± 0,03 0,32 ± 0,02 0,25 ± 0,02 0,31 ± 0,03

MVD/MCF

(mg/g)

0,72 ± 0,06 0,94 ± 0,07 0,84 ± 0,07 1,02 ± 0,11

Tabela 1: Massa corporal, massa do coração, massa dos ventrículos esquerdo e direito e massas relativas dos grupos experimentais

Dados expressos como média ± EPM. MCI, Massa Corporal Inicial. MCF, Massa Corporal Final. MC, Massa do Coração. MV, Massa do Ventrículo. MVE, Massa do Ventrículo Esquerdo. MVD, Massa do Ventrículo Direito. * diferente em relação a Wistar Sed, comparando a mesma variável. # diferente em relação a Wistar Ex, comparando a mesma variável. + diferente em relação ao valor inicial dentro do mesmo grupo; n=5.

4.5 Dimensões dos cardiomiócitos isolados do ventrículo esquerdo Na figura 9 estão representados graficamente os valores do comprimento e da

relação comprimento/largura de cardiomiócitos isolados do ventrículo esquerdo de ratos

Wistar e SHR.

A análise da ANOVA two way mostrou interação entre os fatores, tanto no

comprimento (F(1,175)=0,71), quanto na relação comprimento/largura (F(1,175)=4,35).

O pós-teste mostrou que o treinamento em natação induziu aumento no

comprimento celular (figura 9A) de cardiomiócitos de Wistar Ex, em relação a Wistar

Sed (122 ± 2,75 vs. 111,2 ± 3,22 µm), o que também ocorreu na relação

comprimento/largura (4,43 ± 016 vs. 3,55 ± 0,18 µm) (figura 9B).

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Em relação à largura dos cardiomiócitos, só houve efeito principal do exercício

(F(1,176)=4,25), sem interação entre os fatores.

Após a análise dos dados de volume dos cardiomiócitos não houve interação e

nem efeito principal do exercício, tampouco da hipertensão.

Figura 7: (A) Comprimento e (B) Relação comprimento/largura de cardiomiócitos isolados do ventrículo esquerdo de ratos Wistar e SHR. Dados expressos como média ± EPM. * diferente em relação a Wistar Sed. n=50 células.

4.6 Contratilidade de cardiomiócitos isolados do ventrículo esquerdo Os parâmetros para avaliação da contratilidade dos cardiomiócitos foram

analisados após a estimulação das células nas frequências de 1(F1) e 3 (F3) Hz (Figuras

10 e 11, respectivamente).

A análise de variância mostrou que houve interação entre os fatores para os

dados da variável tempo para o pico de contração (F(1,149)=10,41) em F1. Os fatores

exercício e hipertensão também tiveram efeitos principais (F(1,149)=10,41 e

F(1,149)=32,34, respectivamente). No pós-teste, verificamos que o tempo para o pico em

SHR Sed foi maior do que em Wistar Sed (446 ± 13 vs. 344 ± 11 ms). O treinamento

aeróbico provocou a redução desses valores em SHR Ex (372 ± 9 vs. 446 ± 13 ms)

(figura 10A).

A variável tempo para 50% do relaxamento mostrou efeito principal apenas para

o fator hipertensão (F(1,149)=36,38). Como não houve interação entre os fatores, não

pudemos identificar em quais grupos esse efeito foi maior.

Em relação à amplitude do pico, observamos que houve interação entre os

fatores (F(1,149)=16,54) e que o fator exercício apresentou efeito principal (F(1,149)=8,18).

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Em SHR Sed os valores foram maiores, quando comparados a Wistar Sed (4,2 ± 0,35

vs. 2,6 ± 0,21 %). No grupo SHR Ex, observamos que houve redução nesses valores,

quando comparados aquele de SHR Sed (2,22 ± 0,17 vs. 4,2 ± 0,35%) (Figura 11B).

Figura 8: Função contrátil de cardiomiócitos isolados do ventrículo esquerdo de ratos Wistar e SHR estimulados a 1 Hz. (A) Tempo para o pico de contração e (B) Amplitude de contração. Dados expressos como média ± EPM. * diferente em relação a Wistar Sed. + diferente em relação a SHR Sed; n=50 células.

As mesmas variáveis foram estudadas na frequência de 3 Hz. A ANOVA two

way mostrou que houve interação entre os fatores (F(1,140)=1,13). Também houve efeito

principal dos fatores exercício (F(1,140)=7,37) e hipertensão (F(1,140)=20,98). O tempo

para o pico foi maior em SHR Sed, em relação a Wistar Sed (320 ± 5 vs. 284 ± 7 ms).

Em contrapartida, o treinamento diminuiu esses valores no grupo hipertenso (296 ± 5

vs. 320 ± 5 ms) (figura 11A).

Ao analisarmos a variável tempo para 50% do relaxamento também verificamos

interação entre os fatores (F(1,140)=0,53). Houve efeito principal dos fatores exercício

(F(1,140)=12,55) e hipertensão (F(1,140)=25,13). O pós-teste mostrou que o grupo SHR Sed

apresentou maiores valores de tempo do que Wistar Sed (218 ± 7 vs. 173 ± 8 ms).

Todavia, o treinamento provocou redução nesses valores no grupo com hipertensão

(185 ± 8 vs. 218 ± 7 ms) (figura 11B).

A ANOVA two way mostrou que também houve interação entre os fatores na

variável amplitude de contração (F(1,140)=5,19). Entretanto, os fatores exercício e

hipertensão não mostraram efeitos principais isolados. O pós-teste mostrou que os

animais com hipertensão exercitados apresentaram amplitude do pico de contração

menor do que SHR Sed (2,96 ± 0,24 vs. 4,14 ± 0,32) na F3 (figura 11C).

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Figura 9: Função contrátil de cardiomiócitos isolados do ventrículo esquerdo de ratos Wistar e SHR estimulados a 3 Hz. (A) Tempo para o pico de contração; (B) Tempo para 50% do relaxamento e (C) Amplitude de contração. Dados expressos como média ± EPM. * diferente em relação a Wistar Sed. # diferente em relação a Wistar Ex. + diferente em relação a SHR Sed; n=50 células.

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5.0. DISCUSSÃO

Os resultados obtidos no presente estudo, em síntese, mostraram que o

treinamento em natação com duração de 6 semanas melhorou os parâmetros

morfológicos do tecido cardíaco, além de promover a redução da PAM e FC de ratos

espontaneamente hipertensos. Em se tratando da função ventricular, o exercício

provocou melhora nas funções sistólica e diastólica, representadas, respectivamente,

pela diminuição do tempo para o pico de contração e diminuição do tempo para metade

do relaxamento.

Os resultados desse estudo mostraram que o treinamento em natação reduziu os

níveis de PAM em animais hipertensos acordados. Acreditamos que essa redução esteja

relacionada à diminuição do tônus simpático e da atividade do sistema renina-

angiotensina-aldosterona no coração, sem desconsiderar a atuação de mecanismos

periféricos, tais como a atenuação da resistência periférica total (provocada pela

diminuição da ativação simpática) e o aumento da produção de óxido nítrico, potente

vasodilatador.

Uma metanálise mostrou que indivíduos com hipertensão arterial que realizaram

exercício aeróbico regular tiveram reduções médias de 6,9/4,9 mmHg na PAM

(Cornelissen e Fagard, 2005). Dentre as principais recomendações que contribuem para

essa redução, podemos citar a prática de exercícios que envolvam grandes grupos

musculares, com intensidade entre 40 e 60% do VO2pico e volumes de treinamento

maiores (com maior frequência semanal e/ou maior duração das sessões) (Alves e

Forjaz, 2007).

Diversos fatores podem estar associados à diminuição da PA basal após o

treinamento físico, tais como a diminuição do tônus vasomotor simpático, da

reatividade vascular, da atividade do sistema renina-angiotensina-aldosterona e do

estresse oxidativo, além da diminuição da resistência periférica (Kadowaki, 2000;

Amaral e Michelini, 2011).

A normalização do tônus simpático, que se encontra aumentado na hipertensão,

pode estar associada à bradicardia de repouso observada em animais treinados em

registros sem efeito de anestesia, já demonstrada em outros estudos com animais

espontaneamente hipertensos treinados (Gava et al., 1995; Véras-Silva et al., 1997). A

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resposta bradicárdica ocorre tanto em humanos (Sandercock et al., 2005) quanto em

animais (Medeiros et al., 2004; Evangelista et al., 2005; Locatelli et al., 2014). Essa

redução pode estar associada ao aumento da atividade parassimpática (Robergs e

Roberts, 1997; Medeiros et al., 2004) e/ou redução no tônus simpático.

Quando anestesiados, os valores de FC foram menores nos grupos SHR,

comparados aos grupos Wistar. Isso pode ser explicado pelo uso da associação de

ketamina e xilazina, que, segundo Bencze e colaboradores (2013), provoca redução na

atividade simpática em SHR.

Alguns autores também sugerem que a redução nos níveis de PAM esteja

relacionada à diminuição do débito cardíaco (Seals e Reiling, 1991; Véras-Silva et al.,

1997), que pode ser atribuída tanto à redução do volume sistólico, quanto da FC.

O SRAA modula a progressão da hipertensão em SHR (Zamo et al., 2010). Ao

utilizar inibidores da enzima conversora de angiotensina e bloqueadores dos receptores

de Ang II, observa-se que há redução nos níveis de PA, o que sugere que esse modelo é

dependente desse sistema para manter elevados os níveis de PA (Lundie et al. 1997;

Paull e Widdop, 2001). O treinamento aeróbico também provoca redução nos níveis de

PA nesse modelo experimental (Hayashi et al., 2000). Zamo e colaboradores (2011)

mostraram que o treinamento em natação com duração de 8 semanas reduziu os valores

de PA em SHR, com uma diminuição na atividade do SRAA no coração.

Nos resultados do presente estudo houve diminuição do índice QTc após o

treinamento em natação, mostrando que o exercício pode ter contribuído para reduzir as

possíveis alterações na repolarização cardíaca verificadas no modelo de hipertensão

estudado (Klimas et al., 2012) e melhorar a atividade elétrica ventricular desses animais.

Os mecanismos compensatórios que ocorrem no coração com sobrecarga de

pressão inicialmente trazem benefícios ao órgão, mas, com o passar do tempo, o

aumento da massa do ventrículo e o estado crônico de sobrecarga aumentam o colágeno

no interstício e reduzem a densidade capilar, além de provocar apoptose no tecido

cardíaco (Pontes e Leães, 2004; Matsubara et al., 2006).

Ao analisar os resultados do presente estudo, observamos que a massa do VE em

modelo SHR foi maior, quando comparada aos valores dos grupos Wistar. A hipótese é

de que o SRAA esteja envolvido no desenvolvimento da hipertrofia no modelo de

hipertensão utilizado nesse estudo. O aumento do diâmetro das fibras cardíacas

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associado ao aumento no número de células inflamatórias e conteúdo de colágeno apoia

a hipótese de que o padrão de hipertrofia descrito se aproxima, em suas características,

de um perfil patológico, que, por sua vez, pode levar à disfunção ventricular.

A Ang II por si só estimula a hipertrofia dos cardiomiócitos e a proliferação de

células do músculo liso vascular (Crowley et al., 2006; Castoldi et al., 2007). O

aumento da expressão gênica de componentes do SRAA no coração e na aorta de SHR

mostra que a ativação local pode contribuir para a hipertrofia cardíaca e para

remodelamento arterial (Li et al., 2008). Na fase inicial da hipertensão em SHR, um

aumento na densidade de receptores α1-adrenérgicos parece estar envolvido no

desenvolvimento da hipertrofia cardíaca (Imai et al., 1995).

Já está bem estabelecido que o SNS também participa do desenvolvimento da

hipertrofia nesse modelo de hipertensão (Folkow, 1972; Adams et al., 1989). Lee e

colaboradores (1987), por sua vez, mostraram que o bloqueio da via simpática previne

completamente o aparecimento de hipertensão e, consequentemente, a hipertrofia

cardíaca.

Estudos já mostraram que os cardiomiócitos de SHR são maiores, quando

comparados à linhagem Wistar (Brooksby et al., 1992; 1993; Tsutsui et al., 1999) e

apresentam um padrão de hipertrofia concêntrica (McCrossan et al., 2004). Isso

caracteriza uma resposta compensatória para normalizar o aumento do estresse na

parede ventricular, provocado pela elevação da PA (Anversa et al., 1983). Além disso,

Sun e colaboradores (2006) mostraram a evolução do processo inflamatório no coração

de animais dessa linhagem, através do aumento da expressão de citocinas pró-

inflamatórias e marcadores de inflamação, confirmando a ideia de desenvolvimento de

hipertrofia patológica nessa linhagem.

A Ang II estimula diversas vias de sinalização que ativam a via do fator nuclear

kappa B (NF-ƘB), que tem um papel importante na regulação transcricional de diversos

genes pró-inflamatórios (Kranzhofer et al., 1999; Brasier et al., 2000; Savoia et al.,

2006). Alguns autores têm mostrado que essa via participa de processos inflamatórios

em diversos tecidos, dentre eles o vascular, o renal e o cardíaco, em diferentes modelos

de hipertensão arterial (Gonzalez et al., 2000; Muller et al., 2000).

Por sua vez, a Angiotensina (1-7) (Ang 1-7) é considerada um importante

peptídeo do SRAA, pois a maioria de suas ações apresenta efeitos cardioprotetores em

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relação aos provocados pela Ang II. Dentre seus efeitos benéficos, pode-se citar a

diminuição do crescimento de cardiomiócitos (Talland et al., 2005) e a inibição da

síntese de colágeno (Iwata et al., 2005; Grobe et al., 2006). Filho e colaboradores (2008)

mostraram que o treinamento em natação com 5% de carga aumentou a concentração de

Ang (1-7), acompanhada do aumento da expressão de seu principal receptor (Mas) no

VE de SHR. Além disso, os autores reportaram diminuição na concentração de Ang II

plasmática em ratos treinados. Isso mostra que o treinamento aeróbico é capaz de

modular o SRAA após instalação do processo de hipertensão arterial e que a Ang (1-7)

apresenta efeitos cardioprotetores nesse modelo. Adicionalmente, no sistema vascular, a

Ang (1-7) também regula a ativação da via NF-ƙβ, com consequente atuação também na

inibição da produção de citocinas pró-inflamatórias (Bihl et al., 2015).

No presente estudo, o grupo SHR Sed mostrou número de células inflamatórias e

área de colágeno maiores, em relação a Wistar Sed. Esses resultados estão de acordo

com os encontrados na literatura e anteriormente citados, comprovando que os animais

com 22 semanas já apresentam padrão de hipertrofia patológica definido. Em

contrapartida, o treinamento aeróbico em animais hipertensos diminuiu a proporção de

células inflamatórias, em relação ao grupo SHR Sed. Baseados na literatura apresentada

acredita-se que o treinamento em natação modulou a produção e atividade da Ang 1-7,

provocando melhoria dos parâmetros morfológicos encontrados em nosso estudo.

Além disso, observou-se também maior deposição de colágeno dos tipos I e III

no grupo SHR Sed. Por sua vez, o exercício diminuiu a deposição de colágeno III e

preveniu a transformação do colágeno tipo III em tipo I, tanto em ratos Wistar quanto

em SHR.

Nosso estudo é pioneiro em avaliar o efeito de um protocolo de treinamento em

natação sem carga com duração de 6 semanas sobre a deposição de colágeno, diâmetro

das fibras e número de células inflamatórias do VE de SHR.

Da Costa Rebelo e colaboradores (2012) também mostraram que a expressão de

marcadores pró-fibróticos, como por exemplo, TGF-β1 e colágeno III, foi atenuada após

protocolo de corrida voluntária em SHR. Os presentes resultados mostram que o

exercício aeróbico contribuiu para o remodelamento cardíaco fisiológico encontrado nos

animais hipertensos treinados.

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Estudando o modelo SHR, Sano e colaboradores (1998) mostraram que a Ang II,

além de estimular a hipertrofia, também causa fibrose no tecido cardíaco. Em

fibroblastos cardíacos de SHR a síntese basal de colágeno é cerca de 1,6 vezes maior do

que em Wistar-Kyoto, com idade de 10 semanas. Os níveis de Ang II, de RNAm de

renina e de angiotensinogênio em fibroblastos também foi maior no grupo hipertenso

(Sano et al., 1998).

Os padrões de remodelamento cardíaco são determinados pelas sobrecargas de

pressão ou de volume, podendo ser classificados como concêntricos ou excêntricos. De

maneira geral, o treinamento aeróbico promove hipertrofia excêntrica, caracterizada

pelo crescimento do cardiomiócito, com a inserção de sarcômeros em série e poucas

alterações da matriz intersticial (Mill e Vassallo, 2001). A hipertrofia cardíaca

promovida pelo treinamento em natação ocorre em resposta a diversos estímulos, tais

como o aumento no volume sistólico e no débito cardíaco (Raquel et al., 2013).

No presente estudo, a massa total dos ventrículos relativa à massa corporal foi

maior em ratos Wistar Ex, em relação a Wistar Sed, apesar de não ser observado

aumento na massa do VE no mesmo grupo. Também houve aumento no comprimento

dos cardiomiócitos do VE em Wistar, após treinamento. Em contrapartida, as análises

histológicas mostraram aumento no diâmetro das fibras do VE em ratos Wistar Ex,

justificado como uma adaptação fisiológica ao treinamento aeróbico. Um estudo do

nosso laboratório mostrou que o protocolo de natação utilizado nesse trabalho foi capaz

de estimular o desenvolvimento da hipertrofia cardíaca excêntrica em ratos com

hipertensão renovascular (Locatelli et al., 2014), levando a crer que os resultados

morfológicos do presente estudo se aproximam do perfil fisiológico de hipertrofia.

A relação comprimento/largura também foi maior em animais treinados na

linhagem Wistar, mostrando que o treinamento aeróbico melhora parâmetros

morfológicos dos cardiomiócitos. Moore e colaboradores (1993) mostraram que o

aumento da dimensão interna das câmaras ventriculares que ocorre em processos de

hipertrofia fisiológica está associado ao aumento do comprimento dos cardiomiócitos.

Essas afirmações apoiam que o protocolo de treinamento utilizado nesse estudo foi

eficiente em estimular a hipertrofia fisiólogica do VE.

A hipertrofia cardíaca representa uma resposta compensatória importante do

miocárdio ao aumento de sobrecarga de longa duração. Ela está associada com algumas

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alterações na contratilidade de cardiomiócitos, atribuídas às disfunções na mobilização

do cálcio no retículo sarcoplasmático (RS). Sabe-se que o cálcio intracelular tem um

papel fundamental na regulação das funções sistólica e diastólica do coração. Alguns

autores já mostraram que ocorrem alterações na expressão de SERCA2, na FLB e nos

canais de RyR2 em SHR (Shorofsky et al., 1999; Carneiro-Júnior et al., 2014).

Ainda são controversos os resultados dos estudos que investigaram a função

ventricular esquerda no modelo SHR. Com 10 meses de idade, a função sistólica em

fêmeas com hipertensão espontânea mostra sinais de deterioração, conforme observado

por Renna e colaboradores (2007). Em contrapartida, nessa mesma fase, Cingolani e

colaboradores (2003) observaram melhora da função sistólica, com comprometimento

da função diastólica. Na idade entre 2 e 3 meses se observou piora, tanto da função

sistólica, quanto da diastólica, avaliadas através de ecocardiograma (Kokubo et al.,

2005). Sabe-se que a fibrose miocárdica é a principal responsável pelo aumento da

rigidez do coração, que pode alterar as propriedades diastólicas do VE (Diez et al.,

2002).

No presente estudo observou-se aumento do tempo para o pico de contração em

cardiomiócitos de animais hipertensos sedentários, que se apresentou menor em animais

treinados nas análises da frequência de 1 e 3 Hz. Estes resultados corroboram com

aqueles apresentados por Carneiro-Júnior e colaboradores (2013), num estudo onde

ratos espontaneamente hipertensos com 4 meses de idade foram submetidos ao

treinamento em esteira com duração de 8 semanas. Os autores mostraram que, após

estimulação a 1 Hz, os animais treinados apresentaram diminuição no tempo para o pico

de contração, quando comparados ao grupo SHR Sed.

Já são bem estabelecidos os benefícios do exercício físico para o sistema

cardiovascular e melhora nas funções sistólica e diastólica, em modelos animais

normotensos (Moore et al., 1999). Em animais hipertensos, Carneiro-Júnior e

colaboradores (2010) mostraram que o treinamento aeróbico em esteira é eficaz em

aumentar as velocidades de contração e relaxamento de cardiomiócitos de SHR.

Contudo, não há registros na literatura que avaliem o efeito do protocolo de treinamento

em meio aquático com duração de 6 semanas sobre a função ventricular de SHR.

Sabe-se que a hipertensão provoca disfunções nos mecanismos de contração e

relaxamento das células cardíacas, causadas pela alteração na expressão de proteínas

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envolvidas na mobilização do cálcio no coração. Os canais de liberação de Ca2+ do RS

(RyR2) são componentes fundamentais no mecanismo de excitação-contração do

músculo cardíaco. Eles são ativados pelo influxo de Ca2+ através dos canais de Ca2+ do

tipo L. A liberação do Ca2+ advindo do RS através dos canais de RyR2 inicia o processo

de contração do coração. Na hipertensão arterial ocorre aumento desordenado na

liberação de Ca2+ do RS, causando desarranjo na contração das células, que pode ser

devido ao aumento da expressão e da atividade dos canais de RyR2 (Chen-Izu et al.,

2007).

Tais disfunções encontradas em animais hipertensos também foram

demonstradas por Carneiro-Júnior e cols. (2014), que encontraram níveis elevados de

RNAm de proteínas envolvidas na liberação de cálcio do RS em SHR. Os autores

mostraram também que o treinamento em esteira restaurou os níveis de expressão de

canais de RyR2 e da proteína FKPB12.6, que se liga aos canais para regular sua função.

No presente estudo acredita-se que o treinamento aeróbico em natação tenha provocado

a diminuição dos níveis dessas proteínas, em relação aos animais hipertensos

sedentários, otimizando a dinâmica de liberação de cálcio e, consequentemente,

diminuindo o tempo para o pico de contração em ratos hipertensos. Esses resultados

contribuem para a melhora da função sistólica em animais espontaneamente

hipertensos.

Para analisar a função diastólica, utilizou-se como parâmetro o tempo para 50%

do relaxamento das células cardíacas. Os resultados do presente estudo mostraram que

SHR apresentaram maiores valores de tempo para o relaxamento celular. Essa disfunção

diastólica também pode ser associada a alterações na expressão gênica de proteínas

envolvidas na mobilização do cálcio no RS. Em particular, uma diminuição nos níveis

de SERCA2a pode contribuir para a disfunção diastólica apresentada nesse modelo,

aumentando a sobrecarga de cálcio intracelular. Outros estudos têm mostrado que em

SHR ocorrem alterações moleculares na SERCA2a no ventrículo esquerdo em

diferentes fases da hipertensão arterial (Arata et al., 1999; Yao et al., 2009; Velez Rueda

et al., 2012). Contudo, nesse estudo não foi avaliada a expressão dessa Ca2+-ATPase do

RS.

Um estudo do nosso laboratório avaliou os efeitos do mesmo protocolo de

treinamento sobre a expressão de proteínas reguladoras de Ca2+ no ventrículo direito de

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ratos com hipertensão renovascular (Locatelli et al., 2014). Demonstramos que a

hipertensão diminuiu os níveis proteicos de SERCA e FLB e que o treinamento

provocou reestabelecimento desses parâmetros em animais hipertensos. Em

contrapartida, ao analisarmos a expressão gênica de NCX1 (isoforma predominante no

coração), observamos que houve aumento na expressão no grupo hipertenso sedentário.

Ao final de 6 semanas de treinamento, mostramos que houve normalização nesses

índices.

A diminuição na expressão de SERCA e de canais de RyR2, associada ao

aumento na expressão de NCX1 têm sido relacionadas a disfunções na função contrátil

do coração (Arai et al., 1993; Dash et al., 2001). Em SHR, estudos mostram redução nos

níveis de SERCA2a e fosfolamban fosforilada (Yao et al., 2009; Dupont et al., 2012),

enquanto a expressão de RNAm e da proteína NCX1 parecem aumentar nesse modelo

(Li et al., 2005).

Considerando que o treinamento aeróbico restaura os níveis de proteínas

reguladoras de cálcio no coração, os resultados desse estudo podem ser justificados pela

adaptação provocada pelo exercício nesses parâmetros, que, em conjunto com os

benefícios morfológicos apresentados, contribuem para a melhoria da função diastólica

em animais treinados.

O presente estudo mostrou também que a hipertensão arterial aumentou a

amplitude de contração em cardiomiócitos de SHR estimulados a 1Hz. Brooksby e

colaboradores (1992) demonstraram que a amplitude de contração de células de SHR

estimuladas a 0,3, 1, 2 e 3 Hz foi maior, quando comparada a de Wistar. O mesmo

resultado foi encontrado por McCrossan e colaboradores (2004), utilizando a frequência

de estimulação de 1Hz.

Diversas investigações que utilizaram modelos de camundongos e ratos

mostraram que o treinamento aeróbico aumenta a amplitude de contração dos

cardiomiócitos, fornecendo evidências dos efeitos benéficos do exercício físico sobre o

músculo cardíaco (Kemi et al., 2004; Kemi et al., 2007). Todavia, nesse estudo, o

treinamento aeróbico provocou redução nesses valores, quando comparados a SHR Sed,

após a estimulação de 1 e de 3 Hz.

Os resultados aqui apresentados corroboram com os encontrados por Zhang e

colaboradores (2002), que também observaram a diminuição na amplitude de contração

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de cardiomiócitos de ratos normotensos estimulados a 1 Hz. Os animais foram

submetidos a um treinamento intervalado de alta intensidade em esteira e, após a

estimulação elétrica, os autores obervaram também a diminuição nas velocidades de

contração e de relaxamento, que pode estar relacionada à redução da atividade e da

expressão de NCX, verificadas no mesmo estudo. Isso aumentaria o tempo de

permanência de Ca2+ intracelular. Em contrapartida, os resultados mostraram que não

houve alteração nos níveis de SERCA2 nos miócitos dos animais treinados.

Todavia, outros trabalhos que também utilizaram treinamento intervalado de alta

intensidade mostraram aumento na amplitude de contração em ratos normotensos

(Wisloff et al., 2001; Kemi et al., 2007). Já Carneiro-Júnior e colaboradores (2010)

mostraram que, SHR treinados durante 8 semanas em esteira não apresentaram

alterações na amplitude do pico de contração. De maneira geral, os resultados

encontrados na literatura são controversos, em relação à resposta da amplitude do pico

de contração ao treinamento aeróbico.

É possível que a duração do protocolo de treinamento do presente estudo tenha

sido ineficiente em promover alterações na amplitude de contração, mostradas por

autores supracitados. Outro fator a se considerar é diminuição da sensibilidade dos

miofilamentos ao Ca2+ provocada pela hipertensão (Sumida et al., 1998). Em

contrapartida, o treinamento aeróbico de alta intensidade parece aumentar essa

sensibilidade (Kemi et al., 2004), melhorando a capacidade de encurtamento da célula

cardíaca. Dessa maneira, a intensidade do protocolo de treinamento utilizado em nesse

estudo pode não ter sido eficaz em melhorar a sensibilidade dos miofilamentos

contráteis ao Ca2+, tanto em animais normotensos, quanto hipertensos.

O conjunto dos resultados do presente estudo sugere a importância do

treinamento aeróbico de baixa intensidade no tratamento da hipertensão arterial. Além

disso, o exercício traz diversos benefícios ao tecido cardíaco, como a diminuição da

fibrose e do número de células inflamatórias, promovendo o remodelamento cardíaco. O

treinamento aeróbico pode interferir em diversas vias celulares envolvidas nessas

respostas, de diferentes maneiras; porém, acredita-se que haja uma forte correlação

entre o sistema renina-angiotensina-aldosterona e esses mecanismos. Ademais, o

treinamento em natação provocou melhorias na função ventricular, representadas pela

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diminuição do tempo para metade do relaxamento e do tempo para o pico de contração

de cardiomiócitos isolados do ventrículo esquerdo de SHR.

O presente estudo apresentou algumas limitações metodológicas: a função

ventricular in vivo não foi avaliada pela técnica de ecocardiograma; os componentes do

sistema renina-angiotensina-aldosterona e a atividade do sistema nervoso simpático

também não foram avaliados para indicar a possível influência sobre as respostas

encontradas. Além disso, nenhuma investigação foi feita acerca da expressão de

proteínas mobilizadoras de cálcio, que podem provocar alterações na função ventricular.

Nesse sentido, mais investigações devem ser realizadas, a fim de elucidar as vias

envolvidas e possíveis respostas da pressão arterial e da função ventricular ao

treinamento aeróbico em animais com hipertensão espontânea.

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6.0. CONCLUSÕES

Em síntese, os resultados do presente estudo permitem concluir que o treinamento

aeróbico em natação com duração de seis semanas:

• pode ter provocado a diminuição do tônus vasomotor simpático e da atividade

do sistema renina-angiotensina-aldosterona em ratos com hipertensão

espontânea;

• pode ter contribuído para a melhora na atividade elétrica ventricular, diminuindo

o risco de arritmias em ratos hipertensos;

• provocou remodelamento cardíaco em SHR e hipertrofia fisiológica em animais

Wistar;

• pode ter contribuído para a melhora da função ventricular de ratos hipertensos.

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7.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXO I

Protocolo de aprovação do Comitê de Ética em Uso Animal