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“EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DE SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA PARA DIFERENTES PRESSÕES...
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XII Simposio Iberoamericano sobre planificacin de sistemas de abastecimiento y drenaje
EFICINCIA ENERGTICA DE SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE
GUA PARA DIFERENTES PRESSES DISPONVEIS NAS ENTRADAS
DAS EDIFICAES
Heber Pimentel Gomes (1), Juan Marcos Roig (2), Pedro L. Iglesias Rey (3), Nicolle de Belmont
Sabino Rocha (4), Moiss Menezes Salvino (5)
(1) (4) (5) Laboratrio de Eficincia Energtica e Hidrulica em Saneamento (LENHS), Universidade
Federal da Paraba (UFPB), Centro de Tecnologia (CT), Cidade Universitria, Joo Pessoa PB,
Brasil. Telefone: +55 (83) 3216 7037. E-mail: [email protected], [email protected],
(2) (3) Grupo Multidisciplinar de Modelacin de Fluidos, Universidad Politcnica de Valencia (UPV),
Camino de Vera, Valencia, Espaa. Tel: 34 96 3879890 Fax: 34 96 3877981. E-mail:
[email protected], [email protected].
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo o estudo comparativo da eficincia energtica de sistemas de abastecimento
de gua para diferentes presses disponveis nos pontos de entrada das edificaes. Basicamente, o estudo
compara as concepes dos sistemas empregados no Brasil, com presses mnimas nos pontos de consumo
de 10 mca, e aquelas utilizadas na Espanha, onde as presses mnimas requeridas so de 25 mca. Alm da
comparao das diferentes concepes, tambm apresenta-se a simulao de um sistema misto, com
caractersticas de ambos os pases, com a finalidade de se obter um sistema mais eficiente energeticamente,
comparado aos existentes.
Palavras chaves: Eficincia Energtica, Abastecimento de gua, Epanet.
ABSTRACT
This paper aims a comparative study of the energetic efficiency of water supply systems for different
pressures available at the entry points of the buildings. Basically, the study compares the conceptions of the
systems used in Brazil, with a minimum pressure at the point of consumption at 10 mWC, and those used in
Spain, where the minimum pressure required is 25 mWC. This paper also presents the simulation of a mixed
system that features characteristics from both countries, in order to obtain a more energy efficient system,
compared to existing ones.
Key words: Energy Efficiency, Water Supply, Epanet.
SOBRE O AUTOR PRINCIPAL
Heber Pimentel Gomes: Engenheiro Civil e Mestre na rea de Recursos Hdricos pela Universidade Federal
da Paraba (UFPB). Especialista em Gesto de Recursos Hdricos pela Escola de Engenharia de So Carlos
(EESC/USP) e em Engenharia de Irrigao pelo Centro de Estudos Hidrogrficos do Ministrio de Obras
Pblicas da Espanha. Concluiu o seu Doutorado na Universidade Politcnica de Madrid, no ano de 1992. ,
atualmente, professor do Departamento de Engenharia Civil e Ambiental do Centro de Tecnologia da UFPB,
em Joo Pessoa, Coordenador do Laboratrio de Eficincia Energtica e Hidrulica em Saneamento
(LENHS) da mesma universidade.
-
INTRODUO
O Brasil est sofrendo as consequncias da ocupao
desordenada que vem ocorrendo nas ltimas
dcadas. Vrios problemas surgiram por falta do
planejamento de crescimento urbano, como o
aumento de favelas, o trnsito catico, entre outros.
O setor do saneamento tambm sofreu muito com
esse crescimento. Num levantamento realizado em
todo pas, coordenado pela Agncia Nacional de
guas (ANA), verificou-se que 55% dos municpios
brasileiros, que respondem por 73% da demanda por
gua, precisam de investimentos prioritrios de
aproximadamente 22 bilhes de reais. Esse dinheiro
deve ser direcionado para evitar o dficit no
fornecimento de gua nesses municpios, que, em
2025, iro concentrar 72% da populao. A falta de
planejamento no uso de insumos, como gua e
energia, poder comprometer a populao brasileira
num futuro no muito distante. Levando em conta
essa problemtica, de extrema importncia a
otimizao dos sistemas de abastecimento de gua,
considerando melhorias nas etapas de implantao e
operao.
No Brasil, o sistema mais comum ocorre por
armazenamento da gua, captada da rede de
distribuio, em reservatrios domiciliares
enterrados; posteriormente, essa gua bombeada,
atravs de um sistema de impulso prprio, para um
reservatrio elevado, chegando ao consumidor final
por gravidade. Algo diferente pode ser verificado na
Europa; na Espanha, por exemplo, utilizado um
sistema de bombeamento direto da rede para as
edificaes, sem passar por reservatrios
domiciliares.
Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo
realizar um estudo comparativo da eficincia
energtica de sistemas de abastecimento de gua
para diferentes presses disponveis nos pontos de
entrada das edificaes, tentando, assim, encontrar o
sistema de abastecimento mais eficiente possvel.
Basicamente, o estudo compara as concepes dos
sistemas empregados no Brasil, com presses
mnimas nos pontos de consumo de 10 mca, e
aqueles utilizados na Espanha, onde as presses
mnimas requeridas so de 25 mca. Alm da
diferena de presses mnimas fornecidas no ponto
de consumo, tambm consideram-se as diferenas
nos sistemas de bombeamento das redes dos dois
sistemas estudados. Quando a presso da rede
insuficiente para atender a grandes edificaes,
boosters so instalados para que todos sejam
atendidos.
BASE CIENTFICA TERICA
Fundamentao Terica
O problema de dimensionamento hidrulico de redes
pressurizadas de distribuio de gua consiste em
solucionar a Equao da Continuidade e a Equao
da Perda de Carga.
Equao da Continuidade
A equao da continuidade se baseia no princpio de
conservao de massa, onde as vazes que entram
no n devem ser iguais s vazes que saem do
mesmo n, como apresentado na Equao 1.
(1)
Onde,
Qentra: vazo do trecho que entra no n; Qsai: vazo do trecho que sai do n; Dn: demanda concentrada no n.
A vazo (Equao 2) representada pelo produto da
rea da seo transversal (Equao 3) pela
velocidade mdia nessa seo.
(2)
(3)
Equao da perda de carga
A equao da perda de carga se baseia no princpio
de conservao de energia nos anis da rede, onde a
soma das perdas de carga dos trechos de cada anel
deve ser nula, como apresentado na Equao 4.
(4)
Onde,
hf: perda de carga no trecho;
Ep: energia de impulso aplicada no anel.
Essas perdas de carga (hf) so parte da energia
dissipada pelos fluidos e podem ser ocasionadas pela
sua viscosidade, pelo atrito entre suas partculas,
pelo atrito com as paredes internas da tubulao e
pelo tipo de escoamento.
Foram desenvolvidas diversas equaes empricas
para representar as perdas de carga, devendo ser
escolhida aquela que mais se assemelha com as
condies hidrulicas do dimensionamento em
questo. Segundo Gomes (2009), as duas frmulas
-
mais utilizadas pelos projetistas so as de Darcy-
Weisbach (Equao 5) e a de Hazen-Williams
(Equao 6).
Pode-se considerar que a frmula de Darcy-
Weisbach a mais aconselhvel para a determinao
de perdas ao longo dos condutos, j que pode ser
empregada para qualquer tipo de lquido, materiais e
estado das tubulaes, desde que seja determinado
corretamente o valor do fator de atrito (GOMES,
2009).
(5) Onde:
f: fator de atrito;
L: comprimento da tubulao;
V: velocidade;
D: dimetro interno da tubulao;
G: acelerao da gravidade, igual a 9,8 m/s2.
(6)
Onde:
L: comprimento da tubulao;
D: dimetro interno da tubulao;
Q: vazo;
C:coeficiente de rugosidade que depende da
natureza das paredes do tubo.
Para a determinao da equao da continuidade e
da equao de perda de carga, existem mais
incgnitas do que equaes, admitindo, assim,
inmeras solues. Para solucionar esse problema,
alguns mtodos utilizam valores tabelados de
velocidade para trechos da rede. Porm, essa no a
soluo mais adequada, pois os valores de
velocidade devem ser em funo da soluo que
minimiza o custo total de investimento e operao
do sistema, sendo necessrio, portanto, mtodos de
otimizao (GOUVEIA, 2012).
Sabe-se que os custos de implantao e de operao
so inversamente proporcionais. Para se garantir um
bom dimensionamento, deve-se determinar a cota
piezomtrica de alimentao tima.
Estado da Arte
Apesar do aumento de consumo de gua encanada
em todo mundo, muitas cidades em desenvolvimento
possuem sistemas de abastecimento antigos e com
manutenes precrias (YAZDNI, 2011). Segundo o
Sistema Nacional de Informaes sobre Saneamento
(SNIS) (2011), as perdas de gua no sistema de
abastecimento brasileiro chegam at 41, 6%, e de
acordo com o Programa Nacional de Conservao de
Energia Eltrica para o Saneamento (PROCEL
SANEAR), o setor de saneamento no Brasil
consome entre 2 e 3% do consumo total de energia
eltrica do Brasil.
Segundo Castro (2004), a utilizao de ferramentas
computacionais na engenharia economiza tempo
com a automatizao de tarefas rotineiras,
possibilitando anlises mais detalhadas do problema,
encontrando, assim, solues mais apropriadas ao
estudo.
Os simuladores hidrulicos so ferramentas
computacionais utilizadas para resolver as equaes
hidrulicas que definem o fenmeno do escoamento
do fluxo dgua (GOUVEIA, 2012). Entre algumas
tarefas que os simuladores hidrulicos de sistemas
de abastecimento de gua executam esto: anlises
hidrulicas para identificao de problemas de
presses insuficientes ou excedentes na rede,
identificao de perdas nos sistemas, anlises
hidrulicas para identificao de problemas da
qualidade da gua, estudos dos sistemas de
bombeamento com finalidade de otimizao
energtica e o diagnstico dos efeitos da operao de
vlvulas para intervenes de rotina (GOUVEIA,
2012 apud COSTA, 2010).
O software EPANET um simulador hidrulico,
desenvolvido pela agncia de proteo ambiental
dos Estados Unidos (U.S. Environmental Protection
Agency EPA), que permite executar simulaes
estticas e dinmicas do comportamento hidrulico e
de qualidade de gua em redes de distribuio
pressurizada. Uma rede constituda por ns,
tubulaes, bombas, vlvulas, reservatrios de nvel
fixo e/ou reservatrios de nvel varivel. O EPANET
permite obter os valores da vazo em cada
tubulao, da presso em cada n, da altura de gua
em cada reservatrio de nvel varivel e da
concentrao de espcies qumicas atravs da rede,
durante o perodo de simulao, subdividido em
mltiplos intervalos de clculo. Adicionalmente,
alm de espcies qumicas, o modelo simula o
clculo da idade da gua e o rastreio da origem de
gua em qualquer ponto da rede (ROSSMAN,
2000). Segundo Silva (2008), trata-se de um dos
mais confiveis softwares para simulao de redes
de abastecimento de gua, pois permite um melhor
planeamento e funcionamento das redes, j que
capaz de apresentar resultados para variadas
situaes.
Os mtodos de otimizao podem ser divididos em
dois grupos: mtodos determinsticos, como a
programao linear (PL), a programao no linear
(PNL) e a programao dinmica (PD); mtodos
-
heursticos, como algoritmos genticos e a lgica
Fuzzy. A diferena principal entre esses dois
mtodos que o heurstico tem mais chance de
encontrar uma soluo tima global, porm, ela
utiliza mais avaliaes da funo objetivo do que a
determinstica para chegar soluo tima
(GOUVEIA, 2012).
O mtodo Lenhsnet, desenvolvido por Bezerra
(2005), Carvalho (2007), Salvino (2009) e Gomes
(2009), um exemplo do mtodo determinstico. No
mtodo LenhsNet, o processo de otimizao inicia-
se pela condio de contorno, que a soluo inicial
e cujos trechos possuem o dimetro comercial
mnimo, sendo, assim, a soluo que possui um
custo mnimo de implantao. Porm, na maioria das
vezes no a soluo para o sistema, pois
proporciona perdas de carga excessivas nos trechos,
ocasionando nveis insuficientes de presso
disponveis no n da rede. A partir dessa soluo de
dimetros mnimos, o processo de clculo se
desenvolve, iterativamente, de maneira que cada
soluo subsequente depender da soluo anterior.
Em cada iterao, sero calculados n gradientes de
presso, correspondentes s mudanas de dimetros
dos n trechos da rede.
O gradiente de presso timo ser o menor entre os
gradientes calculados. O trecho correspondente ao
gradiente de presso timo chamado de trecho
timo, ou seja, o trecho que, de fato, ser
substitudo pelo seu dimetro subsequente. Definido
o gradiente de presso timo, a rede assumir uma
nova configurao, onde o trecho timo passar a ser
ocupado pelo dimetro imediatamente superior. Esta
ltima configurao ser a configurao de partida
para a iterao seguinte. Esse processo termina
quando so encontrados os dimetros que atendem
s restries hidrulicas do projeto, com o menor
custo possvel.
METODOLOGIA
O mtodo a ser utilizado para comparao do
dimensionamento dos modelos de abastecimento
ser o mtodo Lenhsnet, um algoritmo iterativo de
dimensionamento otimizado para sistemas de
distribuio de gua, que est associado ao modelo
de simulao hidrulica EPANET. Esse mtodo
opera redes por gravidade ou redes pressurizadas e,
tambm, permite o dimensionamento da energia
otimizada do sistema de bombeamento para
pressurizao da rede de abastecimento.
Para contabilizar o custo energtico de ambos os
sistemas estudados, deve-se considerar o sistema de
abastecimento como um todo, assim como o custo
dos sistemas individuais (edificaes), ou seja, ser
contabilizado o custo energtico para que a gua seja
fornecida com a presso devida, a todos os
consumidores.
Para realizar este estudo, ser utilizada uma rede
hipottica, com edificaes de 2, 5 e 20 andares,
distribudos na rede de forma aleatria, com uma
distribuio final especfica:
52 das edificaes tem 2 andares; 38 das edificaes tem 5 andares; 42 das edificaes tem 20 andares.
O consumo per capta admitido ser de 200
L/hab.dia, 5 apartamentos por andar e 5 habitantes
por apartamento. A ilustrao da rede hipottica e
seu modelo hidrulico no Epanet podem ser
observados na Figura 1. Para fins de
dimensionamento, sero considerados os
coeficientes de maior consumo dirio no ano (k1 =
1,2) e o maior consumo horrio no dia (k2 = 1,5);
-
Figura 1. Ilustrao da rede hipottica e sua modelagem hidrulica no Epanet
As edificaes sero modeladas para que seus
consumos energticos, que so representativos,
possam integrar ao consumo total de energia de cada
sistema em anlise.
Para fins comparativos, ser realizada uma primeira
simulao com bombeamento direto na rede de
distribuio com edificaes de 2, 5 e 20 andares,
sendo que a de 20 andares possui sistema de
impulso e, portanto, essa parcela energtica ser
contabilizada.
No segundo sistema a ser simulado, a rede de
distribuio, com as edificaes de 2, 5 e 20 andares,
alimentada por gravidade de um reservatrio que
recebe a gua atravs de bombeamento.
A presso mnima requerida na rede de 10 mca e
as edificaes de 5 e 20 andares possuem um
reservatrio enterrado para armazenar a gua para
posteriormente ser bombeada para outro reservatrio
elevado. Deste ltimo, a agua conduzida por
gravidade a cada um dos consumidores. A
modelagem hidrulica desse tipo de edificao pode
ser observada na Figura 2. Para que a bomba possa
trabalhar de forma constante com bombeamento
para a parte superior do reservatrio elevado, foi
necessria, para fins de modelagem, a instalao de
uma vlvula sustentadora de presso (V1), conforme
apresentado na Figura 2. Todo esse arranjo de
bombeamento adaptado, realizado aps o
dimensionamento das tubulaes prediais utilizando
o Lenhsnet.
No caso do sistema que tem como presso mnima
admissvel de 25 mca, as edificaes de 2 e 5
andares so alimentadas diretamente da rede de
distribuio, sem a necessidade de acoplar qualquer
sistema de impulso.
Entretanto, nas edificaes de 20 andares, boosters
so instalados na tubulao de recalque, para que a
gua possa chegar at o ltimo andar com presso
suficiente, conforme pode ser observado na Figura 3.
-
Figura 2. Modelo da Edificao com 5
andares para sistema de 10 mca
Figura 3. Modelo da Edificao com 20
andares para sistema de 25 mca
Em sntese, a anlise energtica levar em
considerao, para fins quantitativos, uma tarifa de
energia de 0,31782 R$/kWh e uma variao horria
de consumo conforme padro ilustrado na Figura 4.
Figura 4. Padro de Consumo
Para realizar o dimensionamento de cota varivel
atravs do Lenhsnet, para ambos os sistemas em
estudo, foram adotados os seguintes parmetros:
Vazo de projeto de 115,86 L/s. Rendimento do conjunto motor bomba de
75%.
Tempo de projeto de 20 anos Tarifa de energia de 0,31782 R$/kWh Taxa de juros anual de 12% Taxa de juros de energia de 6%.
O que diferencia os sistemas ser o nmero de horas
de bombeamento, onde, no sistema de bombeamento
direto, deve ser de 24 horas por dia e, no sistema
alimentado por reservatrio, ser de 21 horas. Isso
porque o sistema de bombeamento ser desligado no
perodo de horrio de ponta.
RESULTADOS
Com base nas simulaes obtidas com o Epanet e
com o dimensionamento utilizando o Lenhsnet, para
a condio de cota varivel, com os valores
especificados na metodologia, a rede de distribuio
do sistema com presses mnimas de 25 mca
resultou nos seguintes valores:
Presso Mnima de 25 mca Presso Mxima de 26,28 mca Velocidade Mxima de 0,95 m/s Altura Manomtrica do Bombeamento de
29,52 m
Custo de Implantao: R$ 1.383.147,60 Custo Energtico: R$ 1.386.219,52
-
Custo Total de R$ 2.769.367,12
J para a rede em que o sistema tem por base a
presso mnima de 10 mca e onde a gua fornecida
por gravidade, com desligamento do sistema de
bombeamento no horrio de ponta, foram obtidos os
resultados:
Presso Mnima de 10 mca Presso Mxima de 11,28 mca Velocidade Mxima de 1,09 m/s Altura Manomtrica do Bombeamento de
17,09 m
Custo de Implantao: R$ 1.099.753,50 Custo Energtico: R$ 702.302,62 Custo Total de R$ 1.802.056,12
Na anlise da composio energtica das
edificaes, foram simuladas as edificaes de 5 e
20 andares para o sistema de abastecimento que
admite a presso de servio de 10 mca e a edificao
de 20 andares para o sistema que admite presso
mnima de 25 mca.
A simulao da edificao de 5 andares, com parada
de bombeamento no horrio de pico e atendendo a
curva de demanda, resultou na curva ilustrada na
Figura 5. Pode-se observar que foi produzida uma
vazo mdia de 0,35 L/s ao longo de 21 horas, o que
resulta em um volume bombeado dirio de 26,46 m.
Tambm foi encontrado o consumo mdio de 0,11
kWh/m, o que traduz em um custo de 0,757 R$/dia,
ou seja, um custo de 276,25 R$/ano de energia por
edificao de 5 andares. Utilizando as mesmas taxas
de juros e energia aplicadas rede de distribuio, o
fator de atualizao para os prximos 20 anos de
11,13. Finalmente, o custo energtico atualizado de
todas as edificaes de 5 andares do modelo de R$
116.837,18.
A edificao de 20 andares, com parada de
bombeamento no horrio de pico e atendendo a
curva de demanda, resultou no balano de vazo
ilustrado na Figura 6. Pode-se observar que foi
produzida uma vazo mdia de 1,6 L/s ao longo de
21 horas, o que resulta em um volume bombeado
dirio de 120,96 m. Tambm foi encontrado o
consumo de 0,31 kWh/m, o que traduz um custo de
11,6243 R$/dia, ou seja, um custo de 4.242,85
R$/ano de energia por edificao de 20 andares.
Utilizando as mesmas taxas de juros e energia
aplicadas rede de distribuio, o fator de
atualizao encontrado foi de 11,13. Finalmente, o
custo energtico atualizado de todas as edificaes
de 20 andares do modelo de R$ 1.983.362,66.
A edificao de 20 andares, com bombeamento
direto e atendendo a curva de demanda, resultou na
produo de vazo ilustrada na Figura 7. Foi
produzida uma vazo mdia de 0,75 L/s ao longo de
24 horas, o que resulta em um volume bombeado
dirio de 64,8 m. Tambm foi encontrado o
consumo de 0,18 kWh/m, o que traduz em um custo
dirio de 3,707 R$/dia, ou seja, um custo de
1.353,07 R$/ano de energia por edificao de 20
andares. Utilizando as mesmas taxas de juros e
energia aplicadas rede de distribuio, obtm-se o
custo energtico atualizado de todas as edificaes
de 20 andares do modelo de R$ 632.508,04.
Figura 5. Balano de Vazo da Edificao
com 5 andares.
Figura 6. Balano de Vazo da Edificao
com 20 andares.
Figura 7.Vazo da Edificao com 20
andares atravs do bombeamento direto.
A soma das parcelas energticas referente ao sistema
que requer 10 mca e alimentada por reservatrios,
-
sistema semelhante ao adotado no Brasil, totalizou
em um custo energtico de R$ 2.802.502,46,
enquanto que o outro sistema, que adota a presso de
servio de 25 mca com bombeamento direto,,
semelhante ao espanhol, teve um custo energtico de
R$ 2.018.727,56. Portanto, podemos concluir que o
sistema espanhol mais econmico,
energeticamente, que o brasileiro.
Para fins comparativos, se utilizarmos o sistema com
presses de 10 mca e reservao para a rede de
distribuio e bombeamento direto para as
edificaes, a parcela energtica, com a mesma
metodologia de clculo, referente s edificaes de 5
andares, ser de 21.612,23, e as de 20 andares ser
de 2.545.693,00, totalizando em um custo energtico
de R$ 2.567.305,23
Caso seja optado utilizar o sistema de bombeamento
direto com presses de servio de 25 mca e as
edificaes com reservao, ento, a parcela
energtica total ser de R$ 3.369.582,18.
A diferena entre o custo de implantao do sistema
espanhol e do sistema brasileiro foi de R$
283.394,10 sendo o sistema espanhol o mais caro,
tendo em vista a presso de servio de 25 mca e
consequente aumento dos dimetros em fase de
dimensionamento para diminuir as perdas de carga.
CONCLUSES
Para a rede hipottica mostrada neste trabalho, o
modelo de abastecimento espanhol obteve o menor
custo energtico.
Qualquer outra combinao dos sistemas
apresentados resultou em custos superiores ao
sistema espanhol, mesmo se descontado o custo de
implantao.
perceptvel que o sistema espanhol aproveita a
presso fornecida pela rede, diferente do sistema
brasileiro, que armazena em reservatrios enterrados
para, posteriormente, bombe-los ao reservatrio
superior.
Vale ressaltar que cada um dos sistemas possuem
vantagens e desvantagens, as principais so: o
sistema brasileiro, principalmente nos edifcios,
pode comprometer a qualidade da gua se armazen-
la por muito tempo. J o espanhol, por trabalhar com
presses superiores a 25 mca, aumenta
significativamente as perdas reais.
Com este estudo, foi possvel perceber que, se todas
as edificaes fossem de 2 andares, o sistema
brasileiro seria melhor e, portanto, dependendo da
rede em estudo, o melhor sistema, energeticamente,
pode mudar. Sendo assim, recomenda-se, para
trabalhos futuros, uma variao tanto da topografia
da rede como, tambm, do nmero de edificaes,
ou, ainda, aplicar essa anlise em redes reais.
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