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EKCIJRsifJ iJ PRIIIII: PIISS1/fJ fJlJIIlJllI? Alvaro E. Migotto Centro de Biologia Marinha- USP Sao Sebastiao, Sao Paulo Comumente uma excursao a praia com alunos e encarada como uma atividade extra, dispensavel, sem conotac;;ao educacional mais profunda. Essa ideia nao e muito disparatada pois quem ja teve a oportunidade de acompanhar um desses grupos em excursao deve ter notado a folia, a frequente desordem. Muitos professores nem se arriscam pois, nao sabendo bem 0 que fazer na praia, temem 0 caos. Tendo essa preocupac;;ao em mente, gostaria- mos de apresentar uma proposic;;ao de como essa atividade pode ser abordada, de modo a trazer grande satisfac;;ao para todo 0 grupo. De um modo geral, uma excursao a praia e um importante recurso didatico para varias disciplinas, da pre-escola a faculdade. Nossa proposta esta mais ligada a um curso de ciencias ou a programas de educac;;ao ambiental, e se adequa a varios niveis de escolaridade. A ideia foi desenvolvida, basica- mente, durante cursos de "Introduc;;ao a Biologia Marinha", por n6s ministrados no Centro de Biolo- gia Marinha da USP, para professores de pre- escola do municfpio de Sao Sebastiao, SP. Ela decorreu da necessidade destes professores de encontrar maneiras que traduzissem aos seus alu- nos, de modo acessivel, as noc;;oes aprendidas. Essa excursao ja foi realizada, com exito, por al- guns desses professores, e por um de n6s (P.R.B.), com classes de Ciencias de 5", 6", e 7" series. Como somos bi610gos, a essencia desta excur- sac a praia acaba sendo reflexo da nossa visao de um curso de ciencias (biol6gicas ou ambientais): um espac;;oem que possam ser desenvolvidos, prin- cipalmente, a) vinculos afetivos com 0 ambiente e os seres vivos, b) a capacidade de observac;;ao como um ponto de partida para 0 interesse pelo estudo, e c) conceitos basicos das inter-relac;;oes entre os organismos e seu ambiente. Assim, a ex- cursao deixa de ser uma mera ilustrac;;ao de fatos da teoria exposta durante as aulas. ' A excursao que propomos ainda e caracteriza- da por uma postura filos6fica especffica perante 0 processo de ensino-aprendizagem. Procuramos si- tua-Ia no contexto da Abordagem Centrada na Pes- soa (para maiores informac;;oes sobre esta aborda- gem e uma emocionante leitura, procure "Liberda- de para Aprender em Nossa Decada", de Carl R. Rogers, editora Artes Medicas, Porto Alegre, 1983). Em linhas gerais, acreditamos que 0 professor de- va confiar na observac;;ao e na criatividade de seus alunos. (Lembre-se de que, as vezes, os alunos necessitam de um certo tempo para se acostumar ao novo ambiente, para relaxar e "gastar" a ener- gia acumulada durante aviagem.) Se ele assim 0 fizer, podera realizar qualquer excursao sem re- ceio, pois sempre serao levantados assuntos inte- ressantes e importantes para discussao; esses, por sua vez, geram resultados riquissimos do ponto de vista educacional. Assim, ao nosso ver, nao ha modelos de como uma excursao deve ser progra- mada e executada: cada caso e um caso; uma excursao nunca sera igual a outra. Portanto, 0 clima da excursao e, sempre que possivel, de grande liberdade. 0 estudo na praia sera naturalmente desenvolvido a partir da vivencia de cada participante, a medida em que este vai experimentando 0 ambiente, acompanhado pelo professor. Assim, a explorac;;ao do ambiente devera resultar em uma riqueza de dados que 0 professor podera organizar com seus alunos, num momento

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EKCIJRsifJiJ PRIIIII:PIISS1/fJ fJlJIIlJllI?

Alvaro E. MigottoCentro de Biologia Marinha- USPSao Sebastiao, Sao Paulo

Comumente uma excursao a praia com alunose encarada como uma atividade extra, dispensavel,sem conotac;;ao educacional mais profunda.

Essa ideia nao e muito disparatada pois quemja teve a oportunidade de acompanhar um dessesgrupos em excursao deve ter notado a folia, afrequente desordem. Muitos professores nem searriscam pois, nao sabendo bem 0 que fazer napraia, temem 0 caos.

Tendo essa preocupac;;ao em mente, gostaria-mos de apresentar uma proposic;;ao de como essaatividade pode ser abordada, de modo a trazergrande satisfac;;ao para todo 0 grupo.

De um modo geral, uma excursao a praia e umimportante recurso didatico para varias disciplinas,da pre-escola a faculdade. Nossa proposta estamais ligada a um curso de ciencias ou a programasde educac;;aoambiental, e se adequa a varios niveisde escolaridade. A ideia foi desenvolvida, basica-mente, durante cursos de "Introduc;;ao a BiologiaMarinha", por n6s ministrados no Centro de Biolo-gia Marinha da USP, para professores de pre-escola do municfpio de Sao Sebastiao, SP. Eladecorreu da necessidade destes professores deencontrar maneiras que traduzissem aos seus alu-nos, de modo acessivel, as noc;;oes aprendidas.Essa excursao ja foi realizada, com exito, por al-guns desses professores, e por um de n6s (P.R.B.),com classes de Ciencias de 5", 6", e 7" series.

Como somos bi610gos, a essencia desta excur-sac a praia acaba sendo reflexo da nossa visao deum curso de ciencias (biol6gicas ou ambientais):um espac;;oem que possam ser desenvolvidos, prin-cipalmente, a) vinculos afetivos com 0 ambiente e

os seres vivos, b) a capacidade de observac;;aocomo um ponto de partida para 0 interesse peloestudo, e c) conceitos basicos das inter-relac;;oesentre os organismos e seu ambiente. Assim, a ex-cursao deixa de ser uma mera ilustrac;;ao de fatosda teoria exposta durante as aulas. '

A excursao que propomos ainda e caracteriza-da por uma postura filos6fica especffica perante 0processo de ensino-aprendizagem. Procuramos si-tua-Ia no contexto da Abordagem Centrada na Pes-soa (para maiores informac;;oes sobre esta aborda-gem e uma emocionante leitura, procure "Liberda-de para Aprender em Nossa Decada", de Carl R.Rogers, editora Artes Medicas, Porto Alegre, 1983).Em linhas gerais, acreditamos que 0 professor de-va confiar na observac;;ao e na criatividade de seusalunos. (Lembre-se de que, as vezes, os alunosnecessitam de um certo tempo para se acostumarao novo ambiente, para relaxar e "gastar" a ener-gia acumulada durante a viagem.) Se ele assim 0fizer, podera realizar qualquer excursao sem re-ceio, pois sempre serao levantados assuntos inte-ressantes e importantes para discussao; esses, porsua vez, geram resultados riquissimos do ponto devista educacional. Assim, ao nosso ver, nao hamodelos de como uma excursao deve ser progra-mada e executada: cada caso e um caso; umaexcursao nunca sera igual a outra.

Portanto, 0 clima da excursao e, sempre quepossivel, de grande liberdade. 0 estudo na praiasera naturalmente desenvolvido a partir da vivenciade cada participante, a medida em que este vaiexperimentando 0 ambiente, acompanhado peloprofessor. Assim, a explorac;;ao do ambiente deveraresultar em uma riqueza de dados que 0 professorpodera organizar com seus alunos, num momento

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posterior. em temas a serem desenvolvidos em salade aula.

Eis alguns temas que podem ser organizados apartir das observac;:oes feitas na praia: a importan-cia do mar (como fonte de alimento, regulador doclima, recreac;:ao, transporte etc.), erosao, mares.planetas. organismos, indfcios de organismos, ati-vidades humanas (pesca. lixo, esgoto,etc), vegeta-c;:aoe acidentes geograficos.

Por ultimo, encaramos essa excursao com umespfrito fortemente preservacionista. Numa epocade tamanha degradac;:ao ambiental, achamos que 0respeito aos elementos de nosso meio deve serainda mais cultivado. Nesse sentido, a coleta deorganismos vivos deve ser evitada. Mesmo parafins educativos, a necessidade de se sacrificar ani-mais e plantas e questionavel. Alem disso, acha-mos que observar um ser vivo inteiro, onde ele vive,e mais rico do que estuda-Io num vidro com formal.

Como exemplo (e nao como roteiro!), citamosalgumas questoes de alunos de Ci€mcias de Sa a 7aseries, levantadas durante excursoes a uma praiaem Sao Sebastiao.

1) De onde vem a areia grossa e a fina?2) Como a estrela-do-mar enxerga se nao tem

olho?3) Como a esponja, que nao se mexe, apareceu

na pedra?4) Como se forma a concha de um marisco?

Todas tem "bicho" dentro?5) 0 que e piche?6) Por que as vezes tem agua mais quente em

cima e fria em baixo? E 0 contrario?7) Por que a agua do mar fica mais quente

quando chove?8) Uma praia protegida tem mais seres vivos?9) 0 que e isso? E aquilo? 0 que come? Faz

mal? ..Como podemos observar, as questoes feitas

pelos alunos sac infinitas e bastante diversas. Algu-mas podem parecer extremamente simples; nempor isso devem ser desprezadas pois, no mfnimo,constituem motivo de interesse do aluno. Nemsempre 0 professor consegue responde-Ias no mo-mento em que surgem. Nao ha 0 que temer, afinalninguem e especialista em tudo. 0 importante eestar investigando junto com os alunos, estar aten-to as questoes ou comentarios e servir-se deles,tambem, para ir construindo seu proprio conheci-mento.

Mas como concretizar essa ideia? A tftulo desugesta~, apontaremos um procedimento que jul-gamos adequado.

De volta a sala de aula, retome com os alunos 0que viram durante a excursao. Organize com eles,

a partir dos dados apontados e das questoes poreles colocadas, temas a serem desenvolvidos du-rante as aulas. Tente encontrar as respostas asperguntas feitas, consultando a bibliografia indica-da no final deste artigo e/ou material a que tiveracesso. Convide seus alunos a ajudar nessa busca.coletando informac;:oes em livros, revistas ou compessoas da comunidade. Caso nao consiga encon-trar algumas das respostas, deixe claro para osalunos que voce nao sabe, que tentou encontrar asrespostas, mas nao conseguiu. Afinal, convivercom a duvida tambem e um aprendizado.

Para uma excursao com este enfoque, acha-mos que nao e fundamental que 0 professor conhe-c;:anomes especfficos de organismos, nem entendaa fundo processos ffsicos e qufmicos que ocorremneste ambiente. A mera memorizac;:ao de termoscientfficos tem sido tao supervalorizada que muitaspessoas reconhecem uma alga ou um coral, porexemplo, sem saber que se tratam de SERESVIVOS!

A excursaoVisite previamente a praia. 1550 ajudara a de-

tectar lugares perigosos, por exemplo, que devemser evitados por grupos grandes. Conhecer previa-mente 0 local tambem pode ajuda-Io a detectarcoisas interessantes, para as quais voce poderachamar a atenc;:ao dos seus alunos, durante a ex-cursao. 1550 nao implica em restringir os alvos deobservac;:ao dos alunos. mas sim em amplia-Ios.Quantas coisas interessantes nos passam desaper-cebidas? As vezes basta que alguem nos convide aobserva-Ias para que despertem nossa curiosida-de! Conhecer 0 local tambem permitira avaliar 0tempo necessario para a excursao (viagem, cami-nhada, lanche, volta, etc.) e verificar a existencia deestrutura de apoio nas prbximidades. como sanita-rios, assistencia medica, telefone etc.

E importante que voce planeje a excursao paraum dia e horario em que a mare esteja bem baixa.Nesta ocasiao mais organismos poderao ser vistos,sem a necessidade de se entrar na agua ou mergu-Ihar.

Prepare a turma para uma experiencia de in-vestigac;:ao e descoberta, enfatizando a importan-cia de estar com os olhos (e outros sentidos) aten-tos. Numa excursao com alunos que moram prati-camente a beira-mar em Sao Sebastiao, encontra-mos, numa pequena extensao da praia, pelo me-nos vinte seres vivos que eles nao conheciam. Osalunos aindaficaramfascinados ao descobrirque ospequenos organismos crescem, respiram, se repro-duzem, enfim, tem um estilo particular de vida.1550, e mais as questoes levantadas no dia, deuassunto para um bimestre de aulas.

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anemona(Celenterado)

ouri<;:o-do-mar(Equinodermo)

esponja(Porifero)

caramujo(Molusco)

craca(Artropode, crustaceo)

barati nha-da-praia(Artropode, crustaceo)

pepino-do-mar(Equinodermo)

estrela-do-mar(Equinodermo)

caranguejo(Artrdpode, crustaceo)

poliqueto(Anelideo)

ofiur6ide(Equinodermo)

Iirio-do-mar( Equinodermo)

caranguejo-ermitao(Artropode, crustaceo)

marisco(Molusco)

bolacha-da-praia(Equinodermo)

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Para observar mais organismos, procureuma regiao com substrato duro: um costao rocho-so, as pilastras de um atracadouro, as pedras deum mol he, um recife. Na areia da praia os organis-mos estao geralmente enterrados, 0 que dificultasua observac;:ao. Para ve-Ios seria necessario inter-ferir mais no ambiente, cavando, desfazendo tubose galerias. Achamos que isso deve ser evitado.Observem, porem, rastros, buracos, restos e outrosindicios de vida deixados na areia. Por outro lado,os organismos dos costoes rochosos sac geral-mente mais visiveis durante as mares baixas. Osque sac fixes as rochas (esponjas, cracas, ostras,mexilhoes, muitos celenterados, como anemonas,etc.), tem ainda que suportar a luz direta do sol, osventos, e, por vezes, a chuva. Os que se locomovem(caranguejos, baratinhas-da-praia, caramujos, es-trelas-do-mar, pepino-do-mar, ouric;:os-do-mar,etc.) muitas vezes procuram abrigo sob pedras, emfendas na rocha, em meio as algas, ou ainda mi-gram para locais com agua. Animais como peque-nos peixes e camaroes tambem podem ser vistosem poc;:asd'agua que as vezes se formam entre aspedras. Observar tudo isso, entretanto, nem sem-pre e facil. E necessaria uma boa dose de pacienciae olhos "afiados": muitos animais e algas sac pe-quenos, estao escondidos, ou tem cor semelhantea do substrato onde se encontram.

A grande maio ria dos seres que vivem nasregioes entre-mares nso oferece perigo. Procurenao demonstrar nojo ou medo se seus alunos qui-serem pegar um desses organismos. Voce nao pre-cisa faze-Io. E importante que eles sejam manusea-dos com cuidado e recolocados no local exatoonde foram coletados. Animais e algas presos nasrochas nao devem ser arrancados, pois acabaraomorrendo por nao conseguirem se fixar novamen-te. Se 0 grupo achar conveniente, as caracteristi-cas dos seres encontrados podem ser observadasatentamente, anotadas, e desenhadas para poste-rior estudo e identificac;:ao atraves de textos oufotografias, substituindo, assim, a coleta dos mes-mos. Da mais trabalho, mas 0 desafio e maior.

Uma maneira de se observar melhor muitosdos organismos que vivem nos costoes rochosos ecoloca-Ios numa bacia com agua do mar do local,constituindo 0 que chamamos de um "aquario tem-porario". A imersao na agua revelara muitas dasestruturas dos animais e plantas. Uma anemona,um Ifrio-do-mar, ou uma alga, por exemplo, ficammurchos, sem grac;:a,quando fora d'agua. Utilizan-do este aquario, voce podera, com maior conforto,visualizar melhor detalhes do comportamento, 10-comoc;:ao, forma e cor dos organismos. Ele perm i-te, ainda, um contato mais intenso com os organ is-mos marinhos, 0 que ajuda a perder 0 medo, incen-tivando cuidado e respeito.

Querendo usar tal recurso, coloque a baciacom agua num local a sombra, e escolha animais

"Aquario-temporario" para observac;ao das plantas eanimais coletados.

m6veis (caramujos, estrelas, ouric;:os-do-mar, ermi-toes, pepinos-do-mar, ou caranguejos, etc.), plan-tas soltas, ou pequenas pedras com plantas ouanimais fixos. Coloque poucos organismos de ca-da vez, e troque a agua de vez em quando. Ao fimda atividade, recoloque tudo exatamente onde foicoletado.

Para que a experiencia na praia seja bem apro-veitada e livre de certas preocupac;:oes, colocamos,ainda, as seguintes recomendac;:oes:

1) Dependendo do numero de alunos, leve aju-dantes (pais, professores, irmaos mais velhos, etc).

2) Conforme a excursao, instrua seus alunosquanta a roupas, lanche, prec;:osde passagem, etc.

3) Tome cuidado para nao pisar em ouric;:os-do-mar, ostras, mexilhoes, e cracas e evite cami-nhar sobre rochas cortantes, molhadas, ou reco-bertas por "limo" (camada fina e escorregadia dealgas que recobre as pedras mais umidas). Umtenis velho e uma etima protec;:ao para os pes.

4) Informe seus alunos para nao pegar caran-guejos ou siris grandes, e aguas-vivas (emboranem todas causem queimaduras, nao as toque, porprecauc;:ao).

5) Leve sacos plasticos e outros recipientespara guardar conchas vazias, ossos, sementes, al-gas secas, ou outros restos de animais e plantasque achar interessantes. Esse material tem grandeutilidade em atividades apes a volta a escola (usa-

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do para relembrar a excursao,' contar est6rias, fa-zer colagens, pesquisar em livros).

6) Se posslvel leve (ou pe9a aos alunos) cader-no, lapis, regua, term6metro, bacia, lente de au-mento etc. Nunca se sabe 0 que a turma vai resol-ver fazer. E bom estar preparado!

7) E nao se esque9a dos sacos de lixo. Procuredeixar 0 local como 0 encontrou: pronto para ospr6ximos observadores.

Estamos a disposiyao dos professores que qui-serem informayoes dentro de nossa area deatuacao.

Alvaro E. Migotto/Patrfcia R. Blauth

Centro de Biologia Marinha da USPCaixa Postal 8311.600 - Sao Sebastiao - SPFone (0124) 52-1655

TABUAS DE MARES SETEMBROEm toda a nossa costa, 0 nfvel da agua do mar sobe HORA HORA HORA HORA

e desce geralmente duas vezes por dia, resultando qua- DIA ALT DIA ALT DIA ALT DIA ALTtro eventos extremos: duas mares altas e duas mares HM M HM M H M M HM Mbaixas, alternadamente. as horarios em que estas ocor- 01 0131 0.6 0701460.9 160250 0.5 220154 1.2rem variam con forme 0 dia e 0 local; estao previstos num 1044 1.0 0835 -0.2 1225 0.9 0818 0.0pequeno livro chamado Tabuas das Mares, editado 1430 0.7 1535 1.0 2145 0.7 1407 1.3anualmente pela Diretoria de Hidrografia e Navega9ao 1815 0.9 2100 0.2 2346 0.7 2045 0.3(DHN) da Marinha do Brasil. Estas tabelas, con tendo 2151 0.7dados para cerca de 40 portos, podem ser encontradasnas Delegacias da Capitania dos Portos, em certas bi-

020242 0.5 080156 1.0 170422 0.4 230226 1.3bliotecas de universidades, etc. 1142 1.1 0918-0.2 1238 0.9 0855 0.0Observe abaixo 0 trecho de uma pagina das Tabuas 1603 0.7 16101.0 1859 0.6 1434 1.3

das Mares referente ao porto de Sao Sebastiao, SP, para 1939 0.8 2136 0.2 2354 0.8 2113 0.4

o mes de setembro de 1987. No dia 7 de setembro, por L 2206 0.7exemplo, estavam previstas: uma mare alta (0,9 metros)as 01 :46 da manha, uma baixa (-0,2m) as 08:35, nova- 030428 0.4 090221 1.1 180536 0.3 240255 1.4mente uma alta (1,Om) as 15:35, e finalmente, outra baixa 1230 1.1 0958 0.0 1236 1.0 0930 0.2(0,2m) as 21 :00. As alturas em parenteses saD valores 1800 0.5 1456 0.9 1905 0.5 1455 1.3relativos. Quanto menor 0 valor, mais baixa sera a mare. 2124 0.7 2209 0.2 2140 0.4

De um modo geral, um valor de 0,2 metros permite umaboa observa9ao de organismos costeiros. Lembre-se,

100250 1.2 25 0310 1.4porem, de que estes valores saD apenas previsoes, e que 040035 0.8 190014 0.9

0603 0.2 1035 0.0 0623 0.2 1005 0.3podem nao se concretizar por mudan9as no tempo, 1316 1.1 1506 1.0 1243 1.1 1511 1.3como chuvas, ventos fortes,etc. 1854 0.4 2240 0.2 1925 0.5 2206 0.4

Repare que ha, em media, um intervalo de poucomais de 6 horas entre uma mare baixa e uma alta. Comoessa mudan9a de nfvel e gradual, muitos organismos

1050107 0.8 11 0322 1.2 200045 1.0 260337' 1.4litoraneos ficam expostos durante longos perfodos. Uma 0659 0.0 1107 0.2 0703 0.1 1042 0.4excursao bem planejada quanta ao horario de chegada a I 1403 1.1 1526 1.0 1308 1.1 1526 1.3praia possibilitara varias horas de observa9ao. No exem- 1939 0.3 2311 0.3 1950 0.4 2234 0.5plo do dia 7 de setembro, se voce chegasse a praia por :volta das 6:30 da manha, quando a mare estivesse bai-xando, teria cerca de 4 horas para observar esses orga- 060134 0.9 120356 1.2 21 0119 1.1 27 0357 1.4nismos. 0748 -0.1 1136 0.4' 0741 0.0 1124 0.5

As mares mais baixas de cada mes ocorrem nos 1450 1.1 1549 1.0 1338 1.2 1545 1.2perfodos de lua cheia e de lua nova, que tambem estao 2021 0.2 2349 0.4 2017 0.4 2310 0.5indicados pelos sfmbo/os nas Tabuas.

Leituras reeomendadas

Animals de nossas pralas, Carlos Nobre Rosa, Edi-tora da Universidade de Sao Paulo, Instituto Brasi-leiro de Educayao Ciencia e Cultura (IBECC), 1963,(esgotado).

Exploratyao Submarlna, Hen Haining, Coleyao Pris-ma, Editora da Universidade de Sao Paulo, EditoraMelhoramentos.

Ene/e/opedla do Mar, Editora Abril, 1975, (esgo-tado).o Mar, Biblioteca da Natureza Life, Livraria JoseOlympio Editora, Rio de Janeiro, (esgotado).Zoologla, Sergio de Almeida Rodrigues, EditoraCultrix, Sao Paulo.Zoologla Geral, Storer, Usinger, Stebbins e Ny'a~k-ken, Companhia Editora Nacional, sexta edlyao,1988.