ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE TECNOLOGIA FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA ÉDIPO AUGUSTO CARDOSO DA PAZ/ 05021004301 WELTON JAQUES COUTO DE SOUZA/ 05021001901 ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA

FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA

ÉDIPO AUGUSTO CARDOSO DA PAZ/ 05021004301

WELTON JAQUES COUTO DE SOUZA/ 05021001901

ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO

PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS

PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

BELÉM

2013

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ÉDIPO AUGUSTO CARDOSO DA PAZ / 05021004301

WELTON JAQUES COUTO DE SOUZA / 05021001901

ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO

PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO

DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Faculdade de Engenharia Mecânica - UFPA

para obtenção do grau de Engenheiro

Mecânico.

Orientador: Prof. Carlindo Lins Pereira Filho.

BELÉM

2013

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ÉDIPO AUGUSTO CARDOSO DA PAZ / 05021004301

WELTON JAQUES COUTO DE SOUZA / 05021001901

ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO

PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS

PROCESSOS DA MANUTENÇÃO.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

para obtenção do grau de Engenheiro Mecânico pela

Universidade Federal do Pará .

Submetido à banca examinadora constituída por:

__________________________________________

Prof. Especialista. Eng. Carlindo Lins Pereira Filho

UFPA – Orientador, Presidente

__________________________________________

Prof. Dr. Eng. ProfºJerson Rogério Pinheiro Vaz

UFPA – Interno

__________________________________________

Prof. Msc. Eng. Ednelson Da Silva Costa

UFPA – Interno

Julgado em 11 de Setembro de 2013

Conceito: BOM

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Agradecimento,

Agradeço primeiramente à Deus, que é o

Senhor de todas as coisas, aos meus pais, Luiz e Dália que

são os principais incentivadores de todos os meus sonhos,

aos meus irmãos Luizy e Wevertonpor fazerem parte da

minha vida eà todos os meus amigos, em especial ao

Amin, ao casal Adriana e Bruno, Aline, André,Isabela,

Fábio, Rodrigo, Édipo, Carnevali, Priscila, Andressa e

Cláudia. Agradeço também aos professores Mota,

Quaresma e ao professor Carlindo Lins, que com muita

paciência e empenho nos orientou para a concretização

desse trabalho.

Welton Jaques Couto de Souza

Agradecimento,

Agradeço à Deus em primeiro lugar por dar-

me saúde e força, aos meus pais Wilson e Sônia por me

educarem com muito carinho e confiança, além de darem

todo o suporte necessário em tudo o que fiz e faço, à todos

os meus amigos que foram parte de meu crescimento e

desnvolvimento, a minha esposa Danyelle que me deu

forças, amor e incentivo nos momentos mais difíceis.

Agradeço grandemente também ao nosso orientador,

Professor Carlindo Lins, pois com muita dedicação e

paciência nos apoiou e dirigiu de maneira honrosa e muito

profissional para a concretização deste trabalho.

Edipo Augusto Cardoso da Paz

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A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará

ao seu tamanho original.

Albert Einstein

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RESUMO

O presente trabalho tem como principal finalidade o estudo, desenvolvimento e

implementação de um plano de manutenção preventiva – PMP e a modelagem dos processos

da manutenção, a ser aplicado aos caminhões Guindautos na Empresa Locatec – Locação e

Serviços técnicos, no município de Marituba, na Grande de Belém. O projeto obrigou a um

conhecimento exaustivo do funcionamento dos equipamentos de Guindauto de modo a tornar

fácil a identificação das possíveis melhorias a serem desenvolvidas. Para tal, no trabalho de

campo foi fundamental o acompanhamento mais próximo e a troca de experiências vividas

com as pessoas responsáveis da área. Com a implantação do PMP, pretende-se um plano de

manutenção perfeitamente capaz de potenciar a vida útil, confiabilidade e disponibilidade dos

equipamentos abrangidos por este plano, orientando paralelamente a produção para níveis de

eficiência exigidos.

Palavras Chave: Guindauto. Manutenção. Operação.

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ABSTRACT

This work has as main purpose the study, development and implementation of a preventive

maintenance plan - PMP and maintenance of process modeling, to be applied to trucks in

guindautos Locatec Company - Lease and technical services in the city of Marituba, in the

region metropolitan Belém. The project required an exhaustive knowledge of the operation of

crane equipment in order to make easier the identification of possible improvements to be

developed. To this end, the field work was fundamental to closer monitoring and exchange of

experiences with people in charge of the area. With the implementation of the PMP, it is

intended a maintenance plan perfectly capable of enhancing the life, reliability and

availability of the equipment covered by this plan, guiding the parallel production efficiency

levels required.

Keywords: Guindauto.Maintenance.Operation.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Downtime vs Repair Time..........................................................................................29

Figura 2 Gráfico custo vs Nivel de manuteção.........................................................................34

Figura 3 Gráfico Lucro vs Ponto ótimo de disponibilidade......................................................34

Figura 4 Diagrama de Tempos - NBR 5462.............................................................................48

Figura 5 Organograma do departamento de manutenção.........................................................53

Figura 6 Formulário de Cadastro de equipamento/veículo –Fonte:Welton/Édipo...................69

Figura 7 Modelo de codificação...............................................................................................70

Figura 8 Ordem de serviço de manutenção...............................................................................73

Figura 9 Modelo de Controle de Ferramentaria........................................................................74

Figura 10 Manual de procedimento padrão de atividade..........................................................77

Figura 11Rotina de Trabalho....................................................................................................78

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LISTA DE FOTOGRAFIAS

Fotografia 1 Torno mecânico ND 325......................................................................................54

Fotografia 2 Furadeira de bancada............................................................................................54

Fotografia 3 Quadro de Ferramentas........................................................................................55

Fotografia 4 Carregador de bateria...........................................................................................55

Fotografia 5 Armário de Gaxetas..............................................................................................56

Fotografia 6 Prateleira de Filtros..............................................................................................56

Fotografia 7 Tomadas de Força e Bombas Hidráulicas............................................................57

Fotografia 8 Material de pintura e Lonas de Freio...................................................................57

Fotografia 9 Óleo hidráulico 68................................................................................................58

Fotografia 10 Óleo lubrificante 15w40.....................................................................................58

Fotografia 11 Pneus Sobressalentes..........................................................................................59

Fotografia 12 Visão Geral do pátio de manutenção..................................................................59

Fotografia 13 Intervenção para instalação de guindauto..........................................................60

Fotografia 14 Máquina de solda...............................................................................................60

Fotografia 15 Reforço estrutural do chassis – sobre-chassi......................................................61

Fotografia 16 Compressor de ar................................................................................................61

Fotografia 17 Visão geral do pátio de lavagem........................................................................62

Fotografia 18 Visão Lateral do pátio de lavagem.....................................................................63

Fotografia 19 Visão Frontal......................................................................................................63

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Custo Total de manutenção/Faturamento bruto........................................................31

Quadro 2 Custo de Manutenção por setor.................................................................................32

Quadro 3 Codificação de veículo/equipamento........................................................................69

Quadro 4 Codificação de fabricante do veículo........................................................................70

Quadro 5 Codificação de fabricante de equipamento...............................................................70

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LISTA DE EQUAÇÕES

Equação 1 Tempo médio entre falhas.......................................................................................32

Equação 2 Disponibilidade.......................................................................................................33

Equação 3 Indisponibilidade.....................................................................................................34

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Disponibilidade x contratos por ano.........................................................................67

Gráfico 2 Disponibilidade x número caminhões......................................................................68

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 14

1.1 Considerações Iniciais......................................................................................................141.2 Justificativa........................................................................................................................161.3 Objetivos............................................................................................................................17

1.3.1Objetivos Gerais................................................................................................................171.3.2Objetivos específicos........................................................................................................17

1.4Metodologia de Trabalho..................................................................................................171.5Limitações do Trabalho.....................................................................................................181.6Estruturação do Trabalho.................................................................................................18

2REFERÊNCIAL TEÓRICO 19

2.1 Considerações Iniciais......................................................................................................192.2 Definição de manutenção.................................................................................................192.3 Evolução da manutenção..................................................................................................202.4 Métodos de manutenção...................................................................................................21

2.4.1 Manutenção Corretiva......................................................................................................222.4.2 Manutenção Preventiva....................................................................................................222.4.3 Manutenção de Rotina.....................................................................................................232.4.4 Manutenção Preditiva......................................................................................................23

2.5 Metodologia de mapeamento das atividades e definição de processos.........................242.5.1 Método Business Process management - BPM...............................................................24

2.5.2 Método Instituto Nacional de desenvolvimento gerencial - INDG.................................26

2.6. Engenharia de manutenção.............................................................................................27

2.6.1 Aplicação da Engenharia de Manutenção........................................................................272.6.2 Medidas dos índices – MTBS, MTTR, Disponibilidade física e mecânica.....................29

2.6.2.1. Tempo médio entre falhas (MTBF) 29

2.6.2.3 Tempo médio de reparo (MTTR) 29

2.6.2.3 Disponibilidade e Indisponibilidade 30

2.6.2.3 Gestão de custos de manutenção e equipamentos.........................................................30

2.7Recursos humanos na manutenção..................................................................................362.8Confiabilidade na manutenção.........................................................................................372.9Qualidade na manutenção.................................................................................................382.10Práticas da manutenção moderna..................................................................................39

2.10.1Programa 5S....................................................................................................................392.10.2Total Productive Maintenance - TPM.............................................................................402.10.3Polivalência ou multiespecialização...............................................................................412.10.4Auditoria na manutenção................................................................................................42

2.11Sistema de controle de manutenção...............................................................................432.12 Terceirização de serviços de manutenção.....................................................................442.13Terminologia de manutenção..........................................................................................45

3 ORDEM PRÁTICA 52

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3.1Cenário atual......................................................................................................................53

3.1.1 Organização do setor........................................................................................................53

3.2Dados coletados..................................................................................................................63

3.2.1 Entrevista com o responsável do setor.............................................................................643.2.2 Principais problemas encontrados....................................................................................66

3.3Proposta de melhorias no sistema de gerenciamento de manutenção:.........................68

3.3.1 Inventário.........................................................................................................................683.3.2 Classificação dos veículos...............................................................................................693.3.3 Codificação do veículo....................................................................................................693.3.4 Elaboração de ordem de serviço de manutenção - OSM.................................................703.3.5 Controle de ferramentaria................................................................................................733.3.6 Geração do manual de procedimento padrão...................................................................75

3.3.6.1 Manual de Atividades. 75

3.3.6.2 Rotina de Trabalho 77

4 ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA 78

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 83

REFERÊNCIAS 84

APÊNDICE A – Relação de Ferramentas............................................................................84

APÊNDICE B – Manuais de Procedimento Padrão. 89

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Considerações Iniciais

A manutenção,embora despercebida, sempre existiu, mesmo nasépocas mais remotas.

Começoua ser conhecida com o nome de manutençãopor volta do século XVI na Europa

central, juntamente com o surgimento dorelógiomecânico, quando surgiram os primeiros

técnicos em montagem eassistência. Tomou corpo ao longo da Revolução.

Com a implantação da produção em série, instituída por Ford, as fábricas passaram a

estabelecer programas mínimos de produção e, em consequência, sentiram necessidade de

criar equipes que pudessem efetuar reparos em máquinas operatrizes no menor tempo

possível. Assim surgiu um órgão subordinado à operação, cujo objetivo básico era de

execução da Manutenção Corretiva.

Após a Segunda Guerra Mundial aumentou significativamente a necessidade por uma

produção mais ágil e ao mesmo tempo confiável; as intervenções corretivas, aquela que

ocorre após a falha ou quebra do ativo, não eram mais suficientes. A manutenção preventiva

surgia não só para corrigir as falhas, mas também para evitá-las, a Manutenção tornou-se tão

importante quanto a Operação.

A manutenção preventiva teve sua origem nos Estados Unidos e foi introduzida no

Japão em 1950. Até então, a indústria japonesa trabalhava apenas com o conceito de

manutenção corretiva, após a falha da máquina ou equipamento. Isso representava um custo e

um obstáculo para a melhoria de qualidade.

Dentro deste contexto às máquinas foram sendo adequadas a planejamentos e

intervenções programadas para que se tornassem mais confiáveis e eficientes. Assim surge no

Brasil o guindauto com a finalidade de suprir a força braçal humana e dar maior mobilidade e

capacidade de carga às operações diversas de trabalho. Sua característica básica atual é de um

equipamento com sistema hidráulico para movimentação, içamento, remoção de

equipamentos e máquinas industriais e de construção civil.

Até entãoos caminhões apenas transportavam suas mercadorias. Outros equipamentos

eram necessários para colocar as mercadorias sobre os caminhões. Alguém teve a ideia de

colocar um guindaste entre a cabine e a carroceria de um caminhão para que ele mesmo

colocasse a carga sobre si. Segundo um manual da empresa MUNCK EQUIPAMENTOS

HIDRÁULICOS, esta ideia foi dela.

Ela deu a este equipamento o nome de Guindauto. Os guindautos eram pintados na cor

laranja, e neles sobressaía o logo MUNCK escrito em uma placa de fundo azul escuro. O

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nome MUNCK vem do nome do proprietário da empresa - Tore Albert Munck, que trouxe os

projetos de seu país natal, a Noruega. Foi um produto pioneiro e a palavra MUNCK passou a

designar guindaste sobre caminhão, de forma que, hoje, existem "Muncks" de outras marcas,

assim como existem copiadoras que não são da marca XEROX.

Os profissionais da construção civil e de transportes pesados conhecem bem este

nome, que define os guindautos, equipamentos com sistema hidráulico para movimentação,

içamento, remoção de equipamentos e máquinas sobre Caminhões. Mas para os moradores da

Cidade Cotia, Munck remete para as empresas Munck, que por mais de 30 anos empregou

milhares de trabalhadores até fechar as portas no inicio dos anos 90.

Tanto o guindaste como a empresa com sede em Cotia, foram criados pelo engenheiro

norueguês Tore Albert Munck, que chegou à cidade em 1959 e aqui construiu seu império,

constituiu família, se naturalizou brasileiro e gerou empregos.

São equipamentos móveis (veiculares) montados em caminhões não projetados

exclusivamente para o serviço de guindastes, porém montados em chassis comerciais que

foram reforçados para o trabalho de levantamento e ou movimentação de cargas. Um

guindauto é basicamente constituído de braço e lança,articulados,sapatas estabilizadoras e

sistema hidráulico.

Contém, ainda, bomba hidráulica, tomada multiplicadora de força e acessórios

opcionais, dentro das necessidades de cada operação (tais como lança suplementar metálica,

saca-poste e garra pantográfica para movimentação de postes). De forma esquemática é

constituído por vários sistemas interligados entre si.

E como na maioria dos seguimentos de transporte a manutenção da frota é visto como

um custo elevado para operacionalização do seguimento da empresa, seja qual for, logística,

transporte de passageiros, transporte de cargas, entrega de mercadorias diversas e etc. Um dos

parâmetros que definem o nível de competitividade de uma organização é a agilidade,

eficiência e qualidade da integração dos processos que organizam as suas principais funções.

Nesse contexto, a manutenção tem um papel muito importante, pois, para cumprir a

sua obrigação e poder atender aos seus clientes, ela necessita atuar como integradora de ações

das áreas de suprimentos, engenharia, produção e financeira. Definido claramente este papel e

fornecidas as condições apropriadas para desempenhá-lo, o produto da manutenção

certamente garantirá equipamentos com alta disponibilidade, confiabilidade e custos

operacionais reduzidos.

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1.2 Justificativa

No cenário produtivo atual, a manutenção e sua gestão assumem valor crescente

devido, essencialmente, ao aumento da complexidade dos sistemas físicos e das suas

analogias com o ambiente que o cerca. Cabe desta forma, aos gestores procurarem novas e

modernas táticas de manutenção para garantir o aumento da competitividade em nível

nacional e internacional. O plano de manutenção atual foi elaborado através de observações e

apreciações dos acontecimentos com os equipamentos no decorrer do dia a dia, sendo que os

planos de manutenção de cada fabricante auxiliaram na montagem das atuais ordens de

serviço de cada plano de manutenção.

A maioria das empresas do ramo de guindautos utiliza apenas a manutenção corretiva,

entretanto a razão dominante para esta gerência ineficaz é a falta de dados fatuais que

quantifiquem a real necessidade de reparo ou manutenção do equipamento e sistemas do

guindauto. O cronograma de manutenção tem sido e em muitos casos é previsto em dados de

tendência estatística ou na falha real dos equipamentos, o que causa excesso de paradas para

intervenções e consequente perda na produtividade.

Em quase todos os casos, os equipamentos recebem tarefas preventivas básicas, como

lubrificação e ajustes da máquina, mesmo em um ambiente de manutenção corretiva.

Entretanto, neste tipo de gerência, as máquinas e outros equipamentos não são revisados e não

são feitos grandes reparos até que o equipamento falhe em sua operação, justamente pela falta

do levantamento de dados e acompanhamento das intervenções realizadas anteriormente.

Os maiores custos associados com este tipo de gerência de manutenção (corretiva) são:

altos custos de estoques de peças sobressalentes, altos custos de trabalho extra, elevado tempo

de paralisação da máquina, baixa disponibilidade de produção e custos de máquina parada.

Com a elaboração e implantação de um plano de manutenção preventiva, será possível

realizar paradas mínimas em equipamentos e também evitar que o mesmo sofra um tempo

muito grande de reparo, caso tenha que realizar uma manutenção corretiva, havendo assim, a

diminuição de custos e maior produtividade do equipamento.

No ramo de locação de caminhões guindauto, onde a concorrência é grande e tende a

aumentar as condições de trabalho dos equipamentos são imprescindíveis para a empresa

obter reconhecimento no mercado com qualidade e eficácia de seus conjuntos de

equipamentos.

Este projeto também tem o objetivo de mapear e documentar os processos da

manutenção preventiva da empresa de guindautos, visando à formalização dos processos e

rotinas da manutenção, proporcionando melhor qualidade na execução, no controle e

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consequente desempenho dos colaboradores, ocasionando maior produtividade e satisfação do

cliente interno e externo.

Serão levantadas todas as atividades executadas na empresa visando retificar pontos

que apresentem oportunidades de melhorias, ratificarem as melhores práticas e criar padrões

de comportamento dos colaboradores, com isso, alcançar o sucesso da implantação do manual

de processos e melhores resultados para a empresa de guindautos.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivos Gerais

Através da elaboração do plano de manutenção preventiva objetiva-se após a

implantação do plano de manutenção preventiva e manuais de controles e procedimento

padrão, a redução do tempo de parada das intervenções em equipamentos, aumentandoa

disponibilidade dos caminhões guindautos para operação,criando assim um serviço de

qualidade para os clientes, destacando a empresa através da qualidade de seus equipamentos.

Juntamente com isso, através do mapeamento e documentação, trazer uma rotina de

manutenção simples e confiável, de modo a atender de forma correta as necessidades do

equipamento, para que o mesmo posso ser utilizado plenamente nas suas operações.

Alcançando estes objetivos a empresa poderá ampliar o seu leque de clientes e

fidelizar os já conquistados com equipamentos de alta qualidade e confiabilidade, além de

uma gerência equilibrada de seus equipamentos com uma metodologia local e de total

domínio na manutenção preventiva.

1.3.2 Objetivos específicos

Maior vida útil do equipamento;

Maior disponibilidade dos caminhões guindautos para operação;

Maior qualidade do produto final;

Processos de manutenção bem definidos e formalizados;

1.4 Metodologia de Trabalho

A metodologia empregada na realização deste trabalho consiste, inicialmente, de uma

revisão bibliográfica sobre o tema Manutenção Preventiva, tratando os aspectos associados às

definições de Manutenção e descrevendo um pouco da evolução do Gerenciamento da

Manutenção e seus diversos métodos de aplicação. Logo após, são abordados os aspectos

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mais especificamente associados ao processo da elaboração do Plano de Manutenção

Preventiva, em que é apresentada a sistemática para aplicação da PMP numa empresa de

guindauto.

A aplicação da metodologia PMP seguirá as seguintes etapas: (i) pesquisa sobre

histórico e funcionamento do setor de manutenção; (ii) entrevistas com os responsáveis pelo

setor; (iv) levantamento de dados quanto paradas e consumo de óleos e combustíveis; (v)

pesquisa sobre manuais e recomendações de veículos e equipamentos; (vi) elaboração dos

manuais de procedimento padrão; e (v) seleção das tarefas de manutenção e elaboração do

plano de manutenção;

1.5 Limitações do Trabalho

Este trabalho visa propor um plano de manutenção preventiva (pmp) para a empresa

Locatec, assim como propor ferramentas de controles gerenciais para os processos dentro da

manutenção. Não é escopo desse trabalho a implantação do PMP e das ferramentas gerenciais.

1.6 Estruturação do Trabalho

O restante deste trabalho está dividido em cinco seções. A secção 02 apresenta uma

revisão bibliográfica sobre: definição da manutenção, tipos de manutenções, metodologia e

mapeamento de atividades e principais conceitos da gestão da manutenção.

A secção 03 mostra a ordem prática do trabalho, inicialmente é feita uma descrição do

cenário atual da empresa, com o levantamento de dados através de manuais de equipamentos

e entrevistas com os responsáveis da manutenção na empresa. A seguir é apresentada a

proposta de controles de ferramentaria e ordem de serviço de manutenção, além da elaboração

dos manuais e rotinas de trabalhos na manutenção.

Na secção 04 é apresentada a proposta de plano de manutenção preventiva (PMP) dos

caminhões guindautos da empresa, caminhão e equipamento hidráulico, demonstrando todas

as atividades por sistema de funcionamento do conjunto.

A secção 05 apresenta as considerações finais, em que são resumidos os resultados

obtidos de acordo com o objetivo proposto.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Considerações Iniciais

Neste tópico iremos abordar a evolução da manutenção e os seus principais conceitos.

Fornecidas as condições adequadas para desempenhá-la, o produto da manutenção certamente

garantirá equipamentos com alta disponibilidade, confiabilidade e custos operacionais

reduzidos.

Além de indispensável, a manutenção pode ser considerada como a base de toda

atividade industrial, pois os custos de manutenção correspondem à fundamental parte dos

gastos operacionais totais de todas as plantas industriais de manufatura e de produção.

Dependendo da indústria específica, os custos de manutenção podem ser responsáveis por

15% a 30% do custo dos bens produzidos.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), na norma NBR 5462, define

o termo manutenção “como a combinação de todas as ações técnicas e

administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um

item em um estado no qual posa desempenhar uma função requerida. Sendo que

item é qualquer parte, componente, dispositivo, subsistema, unidade funcional,

equipamento ou sistema que possa ser considerado individualmente (NBR 5462,

1994, p. 2).

2.2 Definição de manutenção

A manutenção é o ramo da Engenharia que visa manter, por longos períodos, os ativos

fixos da empresa em condições de atender plenamente a suas finalidades funcionais, ou seja,

volta-se para a preservação de máquinas, equipamentos, instalações gerais e edificações,

procurando obter de cada um o maior tempo de vida útil possível e eliminar paralisações

quando estiverem sendo chamados a operar.

Pinto e Xavier(2001, p. 22) expandiram a importância de manutenção, abrangendo o

aspecto da necessidade de estimular a preservação ambiental, determinando que manutenção

signifique “garantir a disponibilidade da função dos equipamentos de modo a atender um

processo de produção e preservação do meio ambiente, com confiabilidade, segurança e

custos adequados”.

Sendo assim todos estes conceitos nos levam a um modelo novo e mais abrangente de

manutenção, onde gestão e execução são intimamente ligadas e levam a um nível maior de

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disponibilidade e confiabilidade nos ativos físicos da empresa, respeitando sempre níveis

mínimos de segurança, confiabilidade e preservação do meio ambiente.

2.3 Evolução da manutenção

A manutenção até 1914 foi caracterizada como uma atividade secundária, pois era

realizada pelas mesmas pessoas que operavam as máquinas.A primeira geração da

manutenção compreende o período anterior à segunda guerra mundial, quando os

equipamentos eram simples, comumente superdimensionado em uma indústria pouco

mecanizada.

Os primitivos conceitos de manutenção foram idealizados junto ao processo de

mecanização da indústria, no final século XIX, poisos primeiros relatos sobre falhas e quebras

foram registrados neste período. Com o incremento do sistema de produção em série, as

indústrias tiveram a necessidade de designar equipes, ainda submissas à operação, que

estivessem responsáveis pelo conserto das máquinas no momento de quebra e com menor

tempo possível.

Isso persistiu até os anos 30, até que,peranteo acontecimento da Segunda Guerra

Mundial e da obrigação de uma maior produtividade, foi conjecturada uma nova expectativa

para a manutenção, cujos conceitos somavam às atividades de correção das falhas e quebras

dos equipamentos, as atividades de prevenção dosdanos. Este novodesenho da manutenção a

nivelou em grau de importância à produção e assim estabeleceu como uma atividade crucial

dentro das empresas, iniciando uma segunda geração da manutenção.

Apesar disso esse tipo de manutenção fundamentava suas atuações na condição dos

equipamentos em relação ao tempo ou ao nível de uso, ou seja, as máquinas eram destinadas

para uma revisão geral, após um determinado tempo de funcionamento, para a realização de

uma limpeza, reparos e ajustes indispensáveis. Comumente esse tipo demanutenção era

realizado a partir de instruções de manutenção, preparadas por mantenedores mais experientes

e/ou por sugestõessobrevindas dos fabricantes.

A terceira geração da manutenção começa no inicio da década de 70, quando se inicia

a aceleração nos processos de mudanças na indústria. As paradas de produção causavam

custos e afetava a qualidade dos produtos, estes fatores se agravaram pela tendência mundial

de utilização de sistemas just-in-time onde pequenas pausas na produção poderiam ocasionara

paralisação da fábrica.

A disponibilidade e a confiabilidade tornaram-se pontos chaves devido ao aumento da

automação e da mecanização. Aampliação da automação significa que falha cada vez mais

Page 22: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

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frequente compromete a capacidade de se manter moldes de qualidade. Os aspectos segurança

e meio ambiente começam a ser exigida cada vez mais e com maiores padrões, a manutenção

preventiva se tornaria uminstrumento defasado para atender a essas condições.

A partir deste momento as organizações vêm passando por modificações rápidas e

profundas, estimuladas pelo aumento da concorrência e pelo desenvolvimento tecnológico,

induzindo as empresas a uma verdadeira revolução nos seus sistemas produtivos.

As introduções das novas estratégias de organização começaram a ser empregada nos

anos recentes. A Total ProductiveMaintenance (TPM), ReliabilityCenteredMaintenance

(RCM) e mais recentemente a ReliabilityBasedMaintenance(RBM), passaram a ser utilizada

com grandes perspectiva de retorno para as empresas.

2.4 Métodos de manutenção

Os processos de manutenção ou as políticas de manutenção, como são conhecidas na

literatura técnica, podem ser apreciadas como as formas que se perpetram as intervenções nos

equipamentos.Inúmeras são as terminologias propostas à caracterização dos distintos tipos de

manutenção. A maior parte tem ascendência na forma temporal de atuação, diante da previsão

ou da ocorrência da falha funcional do equipamento.Mas basicamente, a manutenção se

subdivide em corretiva e preventiva.

A maneira mais usual de se classificar os métodos de manutenção é a identificando

como planejada ou não planejada, onde as manutenções não planejadas consistem

basicamente na correção da falha após a sua ocorrência e são estritamente corretivas. Do

ponto de vista do custo de manutenção, é mais barato utilizar a manutenção corretiva do que

prevenir falhas nos equipamentos, porém a utilização desse método pode causar grandes

perdas por interrupção da produção, segundoXenos (1998, p.23).

É comum a adoção da manutenção corretiva para determinadas partes menos críticas

dos equipamentos, entretanto é preciso dispor dos recursos indispensáveis, peças de

reposição, mão-de-obra e ferramental para atuar rapidamente, ou seja, a manutenção corretiva

pode ser utilizada para equipamentos que não afetem o sistema produtivo (qualitativo ou

quantitativo) ou a integridade física do funcionário;

Já a manutenção planejada pode ser definida como as ações que podem ser feitas para

reduzir ou eliminar as perdas de produção e minimizar o tempo de reparo juntamente com os

custos de manutenção.

A deliberação da adoção da política de manutenção corretiva planejada pode dar-se de

vários fatores, como: negociação de paradas de produção, aspectos ligados à segurança dos

Page 23: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

22

funcionários, melhores idealizações dos serviços, garantia de ferramentais e peças

sobressalentes, procura de recursos humanos com tecnologia externa.

A manutenção corretiva planejada permite o planejamento dos recursos necessários

para a intervenção, já que a falha é esperada. Os custos de planejamento e prevenção dos

reparos são maiores que os de corretiva. Em equipamentos periféricos simples e com falhas

bem definidas também se justifica a adoção da política da manutenção corretiva programada.

Segundo Patton (1995) a manutenção planejada é um pouco mais abrangentee pode ser

dividida em manutenções corretivas, manutenções preventivas e manutenções por melhorias,

onde na manutenção preventiva podemos ter a subdivisão em mais três métodos:manutenção

de rotina, preditiva e periódica.

2.4.1 Manutenção Corretiva

A manutenção corretiva é uma atividade de manutenção reativa para conservar a

condição de ajustamento operacional e a viabilidade do sistema após oacontecimento da falha,

segundo Fitch (1992). Contudo, a utilização deste método de manutençãoconsidera aspectos

negativos como falhas aleatórias em períodosimpróprios e a possibilidade dessas falhas

causarem perigo para os demais componentes e resultarem em gastos adicionais.

A manutenção corretiva deveria ser o modelo de manutenção menos empregado dentro

das empresas em função de uma série de vantagens e desvantagens mencionadas por

Wyrebsky (1997, p. 39):

Vantagem:

Não estabelece acompanhamentos e verificações nas máquinas.

Desvantagens:

As máquinas podem quebrar-se durante os horários de produção;

As empresas empregam máquinas de reserva;

Há necessidade de se trabalhar com sobressalentes.

Nota-se devido a essa série de desvantagens, a necessidade de se tornarem ínfimas as

condições onde seja necessária a utilização da manutenção corretiva.

2.4.2 Manutenção Preventiva

Segundo Xenos (1998), a manutenção preventiva são as atuações tomadas para

conservar um item físico em condições operantes por meio de verificações, detecção,

Page 24: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

23

prevenção de falhas e substituição de peças. A mesma foi definida pela NBR 5462 (1994)

como a manutenção realizada em intervalos predefinidos, ou de acordo com critérios

prescritos, designada a diminuir a probabilidade de falha ou a deterioração do funcionamento

de componentes.

Pode-se dizer que a manutenção planejada é superior a manutenção corretiva, por

causa da forma como é desenvolvida, pois nos possibilita realizar previsões de falhas

potenciais, encontrarmos a existência de falhas ocultas antes da necessidade de operação e a

manutenção dos itens físicos para que não ocorram falhas ou degradações.

Segundo definição de Pinto e Xavier (2001, p.39), “Manutenção preventiva é a

atuação realizada de forma a reduzir ou evitar a falha ou queda no desempenho, obedecendo a

um plano previamente elaborado em intervalosdefinidos de tempo”.

As desvantagens deste método de manutenção, segundo Wyrebsky (1997), são as

requisições de: programa bem estruturado, uma equipe de mantenedores eficazes e treinados,

um plano de manutenção e a aceitação da condição de troca de peças antes do limite de vida

útil.

As principais vantagens, também segundo Wyrebsky (1997), são de se assegurar a

continuidade do funcionamento das máquinas, cessando suas atividades para ajustes ou

intervenções apenas em períodospreviamente programados, além de obter maior facilidade

para à empresa desempenhar seus planejamentos de produção.

2.4.3 Manutenção de Rotina

A manutenção de rotina é o procedimento de manutenção que faz umenfoque nos

equipamentos a partir de inspeções e verificações técnicas dos itens físicos, onde o encargo

pela consumação da manutenção de rotina não é específica da manutenção, ela pode e

necessita ser feita pelos operadores dos equipamentos diariamente.

A manutenção de rotina é tratada como manutenção autônoma por Lima (2000) e

Xenos (1998). Diversos autores deliberam como manutenção autônoma aquela em que o

operador tem o comando sobre o equipamento, podendo assim tanto prever “os sinais de

defeitos” e “sinais de falha” comoadotar as providências indispensáveis para impedir que

esses fatores iniciais se ampliem e se transformem em problemas graves.

2.4.4 Manutenção Preditiva

Segundo Pinto e Xavier (2001, p.41): “Manutenção Preditiva é a atuação realizada

com base em modificação de parâmetro de condição ou desempenho, cujo acompanhamento

Page 25: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

24

obedece a uma sistemática”. É também conhecida como manutenção baseada na condição,

com a utilização de técnicas de inspeção é possível monitorar a evolução do estado do

equipamento e atuar no momento mais adequado.

A sua aplicação é possível no momento em que o componente apresenta um indício

que pode sintomatizar o seu processo de quebra. Os fundamentais quesitos quegeram a falha

dos componentes são: alteração do nível de vibração, calor, alteração de espessura, trinca e

desgaste.

Nos últimos tempos várias tecnologias foram desenvolvidas para a avaliação da

situação dos equipamentos. As principais são: Análise de Vibração, Análise do Óleo,

Termografia, Ensaios Não Destrutivos, Medidas de Fluxo, Detecção de Vazamento,

Monitoramento da Corrosão, Análise Visual e de Ruído.

Apesar disso a manutenção preditiva necessita ser formada com extremo cuidado, uma

vez quenecessita de informação sobre o funcionamento do equipamento, as condições

ambientais em que o equipamento trabalha e o processo de envelhecimento de cada elemento

(NEPOMUCENO, 1989). A falta dessas informações pode vir a comprometer as decisões,

tanto quanto em acerto quanto em qualidade.

A aplicação correta de um programa de Manutenção Preditiva pode trazer os seguintes

melhoramentos: disponibilidade máxima das máquinas, planejamento efetivo da mão de obra,

reposição de peças do estoque, segurança operacional, qualidade da manutenção e

gerenciamento global dos recursos.

2.5 Metodologia de mapeamento das atividades e definição de processos

2.5.1 Método Business Process management - BPM

O Business Process Management na sua forma mais correta de entendimento

possibilita padronizar processos corporativos e ganhar pontos (indicadores) de produtividade

e eficiência. As soluções de BPM servem ainda para medir, analisar e aperfeiçoar a gestão da

manutençãoe dos processos de uma empresa. Além de viabilizar o processo de padronização

através do mapeamento de forma a conseguir aglutinar toda a operação estrutural.

Sob a ótica conceitual o BPM surgiu no início da década de 2000 nos Estados Unidos,

mas somente em 2003 começou a ser utilizado em grande escala por organizações

interessadas em novas ferramentas para a implementação e controle de suas estratégias. BPM

(Business Process Management, ou Gestão da Performance Corporativa) é uma categoria de

Page 26: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

25

sistemas focada em acompanhamento de performance e se confunde como ferramenta do BSC

– Balance Score Card.

O surgimento do BPM aconteceu a partir da onda de implementação dos sistemas

integrados de gestão (ERPs) nas grandes empresas privadas, no final da década passada (estão

nessa categoria produtos como SAP, Peoplesoft e seus similares nacionais Microsiga, Datasul

etc.). Os ERPs contêm uma infinidade de regras, cuja alteração é custosa e demorada,

requerendo pessoal especializado, de TI. Já os BPMs extraem dos ERPs a administração

dessas regras e possibilitam aos analistas de processo fazer alterações sem alterar a

programação. A normatização com base nas operações.

O objetivo aqui neste trabalho através do uso do BPM é demonstrar sua contribuição

no mapeamento através de uma metodologia eficaz e de carácter sistemático para a

manutenção preventiva alémda sua forma mais adequada em prevenção. Como os recursos

(físicos, financeiros, humanos, tecnológicos etc) de uma organização são alocados e

convertidos em ações operacionais na busca das metas organizacionais, a partir da definição

de prioridades a metodologia aqui disposta é uma soma ao processo de padronizar e

normatizar, com o intuito final de ser criado o processo e seus agentes reguladores dentro de

um manual de procedimento padrão.

Em se tratando do tema da dissertação aqui discorrida os benefícios para a conclusão

do estudo são de que o BPM permite a análise, definição, execução, monitoramento e

administração de processos, incluindo o suporte para a interação entre pessoas e aplicações

informatizadas diversas linchando TI, Equipamentos e indivíduos que compõe a cadeia de

processos. Acima de tudo, ele possibilita que as regras de negócio da organização, travestidas

na forma de processos, sejam criadas e informatizadas pelas próprias áreas de gestão, sem

interferência das áreas técnicas.

Com a adoção desta prática, surgem uma enormidade de caminhos e possíveis

soluções que podem fornecer infraestrutura para analisar e implementar os processos de

negócios, objetivando reduzir o Total CostOfownership (TCO) e reorganizar a companhia,

para otimizar desempenho. Para usar o BPM efetivamente, as organizações devem deixar de

focar exclusivamente nos dados e no gerenciamento de informações.

Levando em consideração uma estrutura seja ela qual for (até mesmo virtual) O ponto

certeiro que o BPM ataca é justamente a automação de processos por toda a empresa, mas

com total aderência às modificações de negócio que um mercado de forte concorrência exige.

Não existe uma combinação única e exata dos processos, metodologias e indicadores, e em

muitos casos esses existem isoladamente.

Page 27: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

26

Para elucidar melhor aqui o BPM procurou dar suporte às atividades básicas da gestão,

que podem ser resumidas em:

Definir uma estratégia para conduzir a performance;

Traduzir a estratégia em objetivos, indicadores e metas;

Monitorar o progresso em relação às metas;

Analisar os motivos em caso de metas não atingidas e

Selecionar e implementar ações corretivas.

A contribuição direta para este tema aqui descrito foi de auxílio ferramental

emautomatizar fluxos de forma rápida e simples, sem precisar mexer no legado empresarial

ou na cadeia de decisões do gestor. Devido ao caráter operacional, as soluções fazem uma

ponte direta com o usuário de equipamentos e sua manutenção corretiva, comportando-se

como uma ferramenta de trabalho direta e não um backoffice para a área de TI ou mecânica.

No particípio de pessoas as ferramentas de BPM utilizam a linguagem dos executivos de

negócios e as peças fundamentais de sua engrenagem são as pessoas, por isso, a missão aqui

foi de tornar mais acessível e claro entre os stakeholders e atores que compõe a grade de

atividades operacionais e estratégicas, fundamentalmente o auxílio neste caso em específico

tangenciouequipes na adequação ao novo perfil de gestão de prevenção. Uma das

possibilidades é adotar um processo orientado de aproximação que não faz diferença entre o

trabalho feito por um funcionário e as atividades realizadas pelo computador.

2.5.2 Método Instituto Nacional de Desenvolvimento Gerencial - INDG

Sob uma ótima mais próxima de conceito e aplicação direta foi usado o método do

INDG – Instituto Nacional de Desenvolvimento Gerencial, em específico o referencial teórico

e prático do livro Gerenciamento da Rotina de Trabalho que inclui o modelo de PDCA, gestão

da qualidade.

O INDG é uma consultoria brasileira especializada em gestão e fundada pelo Professor

Vicente Falconi. Reconhecido pela capacidade de ajudar grandes organizações a construírem

resultados tangíveis através do aperfeiçoamento de seu sistema de gestão.

Atuando em todos os segmentos de mercado, na esfera pública e privada, no Brasil e

no exterior. Neste a contribuição está ligado ao fato de o mapeamento ser sugerido

primeiramente enquanto a função do indivíduo e seu grau de relação com as atividades,

segregando atividade, função e rotina. Assim nascendo a possibilidade de se mapear as

atividades e alocar os procedimentos corretos distribuindo entre os cargos e seus respectivos

Page 28: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

27

ocupantes atribuindo-lhes rotinas de execução e parâmetros de checagem além das formas não

convencionais de passagem de “bastão” responsabilidade.

Na forma de controle isso possibilita a doação de padrões extremos na checagem de

anomalias e políticas de prevenção estruturadas até mesmo no ato da correção e conserto

podendo ser aplicado o manual de procedimento padrão de ponta a ponta sem que haja

comprometimento da qualidade e desvio de eficiência.

A adoção do mapeamento por cargo, função, atividade, obrigações e rotinas é o

preparo do terreno para uma gestão de prevenção eficaz em sua totalidade maneira próxima

de um modelo ideal a ser elucidado aqui como propõe as literaturas adjacentes e os próprios

estudos de caso que são citados como o controle de qualidade da Vale e do Grupo Queiroz

Galvão.

2.6. Engenharia de manutenção

2.6.1 Aplicação da Engenharia de Manutenção

A engenharia de manutenção tem como objetivo principal a constante busca pela

identificação da causa do problema, podendo determinar assim uma interrupção e solucionar

problemas que interferem de forma negativa nos indicadores que medem o desempenho das

áreas de processo. Para auxiliar na identificação dos problemas, a engenharia utiliza métodos

eficientes de análise de falha, podendo assim antecipar e otimizar a prevenção das falhas

indesejáveis.

Para Slacket al. (2002), falhas ocorrem por razões muito diferentes, e podem ser

agrupadas como: falhas de fornecedores, falhas por ações dos clientes e falhas no processo de

manufatura do produto. O processo de análise de falha é vital na vida diária na manutenção,

pois através dela é possível conhecer as causas raízes das falhas e defeitos, visando à condição

de trabalho de quebra zero e possibilitar maior disponibilidade e confiabilidade dos

equipamentos.

De acordo com Xenos (1998):

A classificação de avarias por deterioração equivale ao conceito de falha

potencial ou anomalia, no qual se considera que muitas dasfalhas não

acontecem abruptamente. Pelo contrário elas sedesenvolvem ao longo do

tempo e apresentam dois períodos distintos: o período entre a condição

normal até o primeiro sinal dafalha e um segundo período que vai do

surgimento do primeiro sinalaté a perda total ou parcial da função do

equipamento. Um exemplodesse conceito é o surgimento de uma trinca em

um equipamentoqualquer que inicialmente não afete seu funcionamento,

Page 29: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

28

mas que iráse propagar com o uso, levando a perda total ou parcial da

função do referido equipamento. (XENOS, 1998, p.77).

Pelos conceitos da Engenharia de Confiabilidade, as frequências de ocorrência das

falhas em um equipamento podem ser classificadas em decrescente, constante ou aleatória e

crescente, e estão em geral associadas ao estágio do ciclo de vida do equipamento (XENOS,

1998, p.70-72).

A ação de antecipar, dentro da engenharia da manutenção, tem como objetivo

atuar antes que a falha interrompa o processo produtivo com uma parada emergencial. Para se

identificar uma futura falha, usamos como dispositivos várias análises da falha, como

vibração excessiva, temperatura anormal ou desgaste, podendo ser monitorados com

equipamentos e técnicas apropriados.

Dentre as principais funções, que geralmente são atribuídas a Engenharia de

Manutenção, podemos citar as seguintes:

Análise das falhas repetitivas de equipamento;

Estimativa dos custos de manutenção e avaliação de alternativas;

Previsão de necessidades de peças sobresselentes;

Recomendar os itens críticos que devem ser mantidos em estoque;

Estudar e determinar contratação de serviços de terceiros, verificando a

viabilidade;

Aplicação de princípios de agendamento e de gestão de projetos aos programas de

renovação de equipamentos;

Avaliação das necessidades em termos de materiais e de mão de obra para uma

manutenção eficaz;

Avaliação das necessidades em termos de qualificação técnica e profissional do

pessoal de manutenção;

Identificação e reporte dos riscos em termos de segurança associados à

manutenção.

Indicar os métodos de manutenção a ser aplicado.

2.6.2 Medidas dos índices – MTBS, MTTR, Disponibilidade física e mecânica.

Page 30: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

29

2.6.2.1. Tempo médio entre falhas (MTBF)

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), na norma NBR 5462

(1994), define Tempo Médio entre Falhas como o valor esperado do tempo entre falhas de um

item. A sigla adotada originária do inglês Mean Time Between Failures - Tempo médio entre

falhas (MTBF) e sua expressão matemática é dada pela equação 1.

MTBF=1λ

(1)

Em que λdesigna a taxa de falhas do item.

O MTBF ou Tempo Médio entre Falhas éuma medida básica da confiabilidade de

um sistema, ondegeralmente é medido em unidades de horas. Quanto mais alto o valor de

MTBF, mais confiável será o sistema.

2.6.2.2 Tempo médio de reparo (MTTR)

O tempo médio de reparo, do inglês Mean Time to Repair (MTTR), significa, o

tempo médio em que o ativo ficará fora de serviço devido cada falha, desde o momento da

falha até o início da operação. Dentro deste tempo, pode ser incluído o tempo que é levado

para a falha ser diagnosticada, o tempo de demora da assistência técnica, o tempo para obter

os sobressalentes, e finalmente o tempo de reparo do sistema, como é demonstrado na figura

1. Assim como o MTBF, o MTTR é medido usualmente medido em unidades de horas.

Figura1- Downtime vs Repair Time.

Fonte: Moubrayjohn(2001, p.76)

3.6.2.2 Disponibilidade e Indisponibilidade

Page 31: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

30

A disponibilidade pode ser considerada como a probabilidade de o componente ou

sistema estar em condições de desempenhar a função exigida em certas circunstâncias e em

um determinado momento.Ela depende do grau de confiabilidade de um sistema e do tempo

de recuperação após a ocorrência de uma falha. Quando os sistemas funcionam por longos

períodos ininterruptamente, as falhas são inevitáveis. Muitas vezes a disponibilidade vem a

ser um fator de preocupação quando ocorre uma falha e a variável crítica passa a ser a rapidez

de recuperação do sistema.

Segundo NEPOMUCENO(1989), a disponibilidade pode ser definido como a medida

que indica a proporcionalidade entre o tempo total e o tempo disponível do equipamento. A

expressão matemática para a disponibilidade, considerando a taxa de falha e a taxa de reparo

constante, sua expressão matemática pode ser definida de acordo com a equação 2 como:

Disponib ilidade= MTBFMTBF+MTTR

(2)

em que MTBF designa o tempo médio entre falhas e MTTR o tempo médio para

reparo do item físico.

A indisponibilidade pode ser considerada como o percentual do tempo em que o

equipamento não cumpre com as funções para as quais foi destinado, Ebeling (1997). A

expressão matemática para a indisponibilidade está expressa na equação 3:

Indisponibilidade=1−Disponibilidade (3)

4.6.2.2 Gestão de custos de manutenção e equipamentos

A busca incessante do lucro pelas empresas, com uma visão simplista nas análises de

custo, visando a de redução de custos e aumento de produção, pode ao médio e longo prazo

ser determinante na sobrevivência da empresa no mercado.

O diferencial para obtenção de novos mercados está na qualidade e na produtividade.

A busca por essa qualidade e produtividade é traçada por diversas questões, como as políticas

de gestão da qualidade, a análise do melhor sistema de produção, o treinamento, a

manutenção da produção e outros fatores estratégicos. O papel da manutenção mostra-se

essencial na garantia tanto da qualidade quanto da produtividade empresarial.

Segundo Pinto e Xavier (2001) O fator custo da manutenção, quando analisado de

forma isolada, inibe os gestoresdas empresas a considerar como função estratégia essa

manutenção, deixando-aem uma posição secundária ou, mesmo, podendo ser vista como um

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31

mal necessário. A manutenção deve ser visualizada como suporte ao gerenciamento e às

soluções de problemas apresentados no setor produtivo, posicionando assim como função

estratégica para a obtenção dos resultados da organização, posicionando a empresa em

patamares mais competitivos em qualidade e produtividade.

Com a redução do desempenho do equipamento, também ocorre à diminuição da

qualidade e da produtividade além da redução da capacidade do processo, acarreta paradas

efetivas do equipamento, isso pode ser evitado com políticas adequadas de manutenção que

garantam a eficiência do equipamento. A disponibilidade dos equipamentos depende da

confiabilidade e da mantenabilidade por eles apresentadas (XENOS, 1998, p.80-82).

Xenos (2004) diz que as empresas devem ser cada vez mais produtivas, buscando

reduzir seus custos e aumentar o faturamento, dado que uma alta produtividade permitirá

atingir os objetivos de obtenção do lucro, sobrevivência e crescimento. Também é importante

distinguir claramente os custos de manutenção dos investimentos com a compra de

equipamentos novos ou com a expansão de instalações existentes.

Quadro 1 - Custo Total de manutenção/Faturamento bruto.

Fonte: (ABRAMAN 2009)

Quadro 2 - Custo de Manutenção por setor.

Page 33: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

32

Fonte: (ABRAMAN 2009).

Os custos de manutenção dos equipamentos representam uma parcela dos custos de

produção da organização. Para manter os equipamentos é preciso utilizar de peças de

reposição, materiais de consumo, energia, mão de obra de gerenciamento e execução, serviços

subcontratados ou terceirizados, dentre outrosrecursosBrancoFilho (2010) define custo como:

O que deve ser despendido para se obter, fabricar, se ter a posse de, ou para usar algo.

Os gastos efetuados com um item ou bem para ser na produção de outro item ou bem,

entendendo-se por “item” não apenas algo material, mas também algo não material

como treinamento ou qualquer prestação de serviços.

Segundo Xenos (2004) Quando se fala em reduzir custo, o departamento de manutenção é

um setor que sofre as maiores aplicações de medidas de redução de custos e algumas vezes, a

redução exagerada acaba comprometendo a capacidade produtiva da empresa.

Pinto eXavier(2001) define que para fins de controle, pode-se classificar os custos de

manutenção em três grande famílias:

Custos Diretos: São os custos necessários para a mantenabilidade dos equipamentos,

onde estão incluídos também a manutenção preventiva, manutenção de rotina,

manutenção preditiva e manutenção corretiva de um modo geral.

Custos de Perda de Produção: São os custos ocasionados por falta de equipamentos de

reserva, quando os equipamentos principais estão inoperantes.Pela falha do

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33

equipamento, cuja causa determinante tenha sido falta ou ação imprópria da

manutenção.Epela oportunidade de produção, dado o aparecimento de uma demanda

enquanto oequipamento, e seu substituto quando existe, está parado por causa de uma

falha, ou parado por motivos de manutenção.

Custos Indiretos:São aqueles relacionados indiretamente à manutenção, mas que

servem de apoio como a estrutura gerencial e apoio administrativo, custos com

análises e estudos de melhoria, engenharia de manutenção e supervisão, dentre outros.

Também éalocada nesse custo a aquisição de equipamentos, ferramentas e

instrumentos da manutenção. Os custos deamortização, depreciação, iluminação,

energia elétrica e outras utilidades também são alocados nesse tipo de custo.

Segundo PintoeXavier(2001) os componentes do custo direto de manutenção são os

seguintes:

Custos de mão – de-obra direta: Número de horas alocadas ao serviçoxsalário médio

mensal, incluindo encargos sociais;

Custo de matérias: Podendo ser custo desobressalentes, custo da peça de substituição,

e o custo de matérias de consumo tais como: óleos, graxas, produtos químicos, lixas e

similares que são utilizados na execução do serviço de manutenção;

Custo de serviços de terceiros–são aqueles relativos a serviçosexecutados por terceiros

dentro ou fora das instalações da empresa, sendo comprovado através de notas fiscais.

Segundo Mirshawae Olmedo (1993), os custos gerados pela função manutenção são

apenas a ponta de um iceberg. Essa ponta visível corresponde aos custos com mão-de-obra,

ferramentas e instrumentos, material aplicado nos reparos, custo com subcontratação e outros

referentes à instalação ocupada pela equipe de manutenção. Abaixo dessa parte visível do

iceberg, estão os maiores custos, invisíveis, que são os decorrentes da indisponibilidade do

equipamento.

O custo da indisponibilidade são aqueles decorrentes da perda de produção, da não-

qualidadedos produtos, da recomposição da produção e das penalidades comerciais, com

possíveis consequências sobre a imagem da empresa (MIRSHAWA E OLMEDO, 1993).

O gráfico custo x nível de manutenção mostra de forma sintética que investimentos

crescentes em manutenção preventiva reduzem os custos decorrentes das falhas – e, em

consequência, diminuem o custo total da manutenção, em que se somam os custos de

manutenção preventiva com os custos de falha. Entretanto, o segundo gráfico mostra que, a

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34

partir do ponto ótimo se torna dispendioso maiores investimentos na prevenção, pois a pouco

ganho na prevenção de falhas e elevado custo, impactando cada vez mais no custo total. Essa

questão foi um estudo feito porMurty e Naikan(1995), que trabalham os limites da

disponibilidade e presentam um modelo matemático para o cálculo do ponto ótimo de

disponibilidade, como mostrado no gráficoCustosvsNível de manutenção.

Figura 2 - Gráfico custo vs Nivel de manuteção.

Fonte: (MIRSHAWA E OLMEDO, 1993)

Figura 3 - Gráfico Lucro vs Ponto ótimo de disponibilidade.

Fonte: (MURTY E NAIKAN, 1995).

O gráfico lucro x disponibilidade mostra que a busca por falha zero (100% de

disponibilidade) requer gastos cada vez maiores com manutenção, ocasionando redução

drástica nos lucros. Encontrar o ponto ótimo de disponibilidade, em que o custo da

manutenção proporciona um nível de disponibilidade capaz de gerar máximo lucro à

operação, é o grande desafio na gestão da manutenção. A manutenção deve garantir a

produtividade e o lucro dos negócios da empresa com o menor custo possível, de acordo com

Cabrita (2012).

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35

Pinto e Xavier(2001) afirma que o acompanhamento de custos, um dos itens de

controle da manutenção, deve ser colocado na forma de gráfico para fácil visualização,

mostrando pelo menos:

Previsão de custos mês a mês;

Custo efetivo em cada mês;

Custo relativo ao período do ano anterior;

Fazer benchmark com outras empresas do setor.

Para ocorrer de forma efetiva essa redução dos custos de manutenção, segundo Xenos

(2004) e Branco Filho (2010), poderão ser adotadas as seguintes estratégias:

Melhorar continuamenteos equipamentos e a manutenção: a aplicação de melhoria

contínua do setor, nos projetos do equipamento e nas atividades de manutenção, deve

fazer parte do dia – a - dia dos departamentos de manutenção e da empresa;

Verificação de condições de operação dos equipamentos: O uso indevido do

equipamento é uns dos grandes contribuintesno alto custo de manutenção, por isso é

importanteo treinamento contínuo dos operadores para utilizar de forma eficiente o

equipamento, além de diminuiros danos ea degradação, mantendo assim sua vida útil;

Avaliar a substituição de equipamentos antigos por outros mais novos: A manutenção

de equipamentos antigos é na maioria das vezes mais cara, pois a obtenção de peças de

reposição se torna cada vez mais rara, aumentando os custo das mesmas, além da

retirada de fabricação, ocasionando assim a fabricação sob medida ou tendo custo com

a usinagem de outras peças para adaptação. Além disso, a deterioração é maior em

equipamentos antigos, diminuindo cada vez mais sua confiabilidade;

Padronização de equipamentos, componentes e peças: uma grande variedade de

modelos e tipos de equipamentos diferentes cria a dificuldade na obtenção de peças de

reposição e treinamento do pessoal, além deaumentar o número de diferentes,

ferramentas, instalações, padrões e procedimentos;

Terceirização dos serviços de manutenção: muitas vezes a terceirização da

manutenção pode se tornar a opção mais barata;

Melhorar a qualidade das compras de peças e materiais:Peças e material de boa

qualidade diminuem as quantidades de intervenções e evita o retrabalho;

Melhorar a compra de equipamentos: A compra de equipamentos ruins, com alta taxa

de falha, ocasiona inúmeras paradas por falha ou manutenção constante, aumentando

Page 37: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

36

assim os custos com a manutenção daquele equipamento. Somente com aplicação de

melhorias, irá aumentar a confiabilidade do equipamento, mesmo assim, gerando mais

custo ao departamento;

Evitar estoques excessivos de peças e materiais: os estoques de peças podem ocasionar

elevados custos ao orçamento do setor de manutenção, além de diminuir o poder de

investimento no próprio departamento;

Trabalhar para reduzir as falhas nos equipamentos:com a diminuição das falhas,

diminuirá também a ocorrência dos serviços de manutenção;

Programar e controlar o orçamento da manutenção: Em grandes empresas os

orçamentos são feitos semestralmente ou anualmente, o mau dimensionamento das

necessidades do setor, tanto o excedente quanto a falta, pode ocasionar danos ao

orçamento geral da empresa ou em casos extremo, gerar deficiência no setor;

Treinamento contínuo de boas práticas na manutenção: A manutenção para funcionar

de forma eficiente, seus colaboradores também deve ser eficiente, para isso é essencial

o treinamento contínuo nas ações de manutenção e atividades elementares de

manutenção;

2.7 Recursos humanos na manutenção

Na busca de encontrar profissionais que se identificam com o cargo e a empresa, fala-

se com intensidade em perfil profissional, ou seja, as pessoas devem possuir certas qualidades

que atendam a determinadas funções especificamente. Quando se trata do setor de

manutenção não poderia ser diferente.

A capacitação e o treinamento do pessoal de manutenção é um quesito fundamental

para o bom funcionamento do departamento de manutenção, pois eleva o nível de qualidade,

eficiência e confiabilidade do setor. Segundo Pinto e Xavier (2001, p. 108) “o profissional

despreparado gasta no mínimo, um tempo muito maior para executar o serviço, contudo é

capaz de introduzir defeitos ou provocar sérios problemas pela falta de qualificação”.

A metodologia de preparação para trabalhar focado em confiabilidade inicia-se com a

introdução e desenvolvimento, em que são identificadas as habilidades imprescindíveis para

cumprimento da atividade e a homogeneização dainformação técnica da equipe, assim

afirmam (OLIVEIRA e LIMA, 2002).

Em outras palavras o RH entra como ferramenta, através de suas metodologias, para

otimizar e qualificar o setor, ampliando o grau de conhecimento, e consequentemente, a

Page 38: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

37

eficácia da equipe, sem necessariamente aumentar ou reduzir contratações ou tempo de

serviço.

2.8 Confiabilidade na manutenção

Segundo a norma brasileira NBR-5462/1994 (Confiabilidade e Mantenabilidade),

confiabilidade é a capacidade de um item desempenhar uma função específica, sob condições

e intervalos de tempo predeterminados.

O objetivo natural da manutenção, ao qual não se deve desvincular, é obter a máxima

disponibilidade dos equipamentos e instalações de maneira a atender as solicitações da

produção. Esse roteiro só poderá ser seguido caso o serviço tenha confiabilidade, segurança,

preservação do meio ambiente e custo adequado. Estas obrigações do setor se seguidas terão

influências nos demais níveis da empresa, tornando-a mais competitiva e operacional,

podendo aumentar sua produção e alcançar novos mercados e impetrando um crescimento

com solidez estrutural.

De acordo com Pinto e Xavier (2001, p.96) confiabilidade é a probabilidade que um

componente possa desempenhar sua função requerida, por um intervalo de tempo

estabelecido, sob condiçõesdeterminadas de uso. Portanto, confiabilidade é a capacidade

expressa pela probabilidade de funcionar corretamente, ou seja, desempenhar sua missão por

um determinado período de tempo preestabelecido e em modelos operacionais e ambientais

especificados.

Analisando-se essas definições, em particular os pontos de convergência, percebe-se a

necessidade de se quantificar ou mensurar a confiabilidade, uma vez que ela precisa ser

expressa em termos de probabilidade. Ainda se percebe o foco no papel de sua função

(eficácia), pois mesmo em funcionamento o dispositivo deve finalizar corretamente a serviço,

para se considerar confiável.

Mais um tema de convergência, o fator tempo, tem sua importância no fato de que não

se espera que um elemento apresente as mesmas características e eficiência, de modo

indefinido. Podemos resumir como a funcionalidade ao longo de um período de tempo.

Portanto o prazo pelo qual se espera o funcionamento apropriado de um componente deve ser

calculado com boa margem de exatidão e acrescentado a um fator de segurança.

Por fim, o fator que se refere às condições de operação, serve como delimitador do

ambiente sob o qual o sistema será submetido. Essas condições precisarão ser perfeitamente

conhecidas e analisadas pelos operadores do sistema principalmente em atividades de alto

risco potencial.

Page 39: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

38

Para se manter em atividade um dispositivo que não obteve falha ou restaurar as

características de um elemento que já houve falha é necessário atuar com a manutenção,

agindo de forma peculiar, com revisão, reparo, remoção, substituição, modificação, inspeção,

calibração, verificação dentre outras ações.

2.9 Qualidade na manutenção

A qualidade é a forma pelo qual os produtos e serviços são julgados pelos seus

usuários. Ela está intimamente relacionada ao atendimento às necessidades dos clientes

(sejam eles internos ou externos), ou mais ainda, as suas expectativas, buscando ultrapassá-

las, de acordo com Xenos (1998, p.40).

Quando pensamos em competitividade, temos de ter em mente o que nós somos, onde

estamos e onde queremos chegar.Porém, todos buscam a melhoria de seus processos, redução

dos tempos de produção e de custos, assim como o aumento do lucro. Nesse aspecto, a

qualidade na manutenção pode sim se tornar um diferencial competitivo, apesar de ainda

existir negligência no sentido de se efetivar uma manutenção com qualidade, provocada

principalmente pela pressão dos serviços de urgência que surgem no dia a dia das empresas.

A manutenção cada vez mais complexa em função do aumento do número e

diversidade dos elementos físicos queprecisam serconservados (instalações, equipamentos e

edificações), projetos complexos, novas técnicas e novos enfoques sobre o seuarranjo e suas

responsabilidades.Torna-se cada vez mais evidente para as organizações que a qualidade dos

serviços de manutenção é um fator estratégico de sucesso etambém cada vez mais claro que,

para a população, a qualidade da manutenção das empresas é item de segurança e de

confiança nos serviços oferecidos por elas.

O contentamento dos clientes é o objetivo de todo profissional, portanto o alcance da

Qualidade Total é importante para o individuo chegar aos seguintes objetivos: satisfação do

trabalho, respeito, gosto pelas tarefas, anseio pela realização de um bom trabalho, orgulho de

trabalhar para a empresa. Os profissionais de manutenção têm como obrigação atender

adequadamente seus clientes, ou seja, os equipamentos, obras ou instalações sob suas

responsabilidades, e qualquer tarefa que desempenhem, terão impacto direto ou indireto nos

produtos ou nos serviços que a empresa oferece aos clientes.

Não existe qualidade sem a participação de toda a empresa, ou seja, todos os setores

têm que estar direcionados para os objetivos fins. Várias ferramentas gerenciais são colocadas

à disposição do homem de manutenção, tais como: CCQ (Circulo de Controle de Qualidade),

TPM (Manutenção Produtiva Total), GQT (Gestão de Qualidade Total), PDCA (Método de

Page 40: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

39

Controle de Processos), MASP (Método de Analise e Solução de Problemas), FMEA (Análise

de Modo de Falha), RCFA (Análise de Causa Raiz de Falha), MCC (Manutenção Centrada

em Confiabilidade), Análise de Pareto, CEP (Controle Estatístico do Processo), Programa

“5S”, 5W1H, Método dos Porquês, sendo importante ter ciência que são simplesmente

ferramentas e sua simples utilização não é sinônimo de resultados. Por outro lado, o uso

adequado destas ferramentas pode levar a excelentes resultados, que podem contribuir para a

qualidade na manutenção.

O gerenciamento da manutenção deve deixar de ser essencialmentetécnico, dando

maior relevância à motivação de seus cooperadores. As pessoas costumam declarar não ter

tempo para mudar, para melhorar a qualidade, porém sempre têm tempo para fazer consertos

e retrabalhos dos erros cometidos.

O maior indicador de qualidade é o resultado operacional, em que produção e

manutenção são os grandes responsáveis, garantindo o sucesso na busca da satisfação e

eficiência do serviço prestado.

2.10 Práticas da manutenção moderna

Atualmente existem três práticas que devem ser consideradas básicas na manutenção

moderna tais como: Programa “5S”, Manutenção produtiva total (TPM) e poli-Valência ou

multiespecialização, conforme relatam Pinto e Xavier (2001, p.173).

2.10.1 Programa 5S

O programa 5S é o nome de uma filosofia de qualidade originária no Japão alguns

anos após a Segunda Guerra Mundial, com a necessidade de combater a sujeira das fábricas e

desorganização estrutural sofrida naquela época. O 5S não se limita à arrumação da área, mas

envolve também a redução do tempo de procura de objetos, padronização de locais de

armazenagem, redução de desperdícios, motivação dos colaboradores e trabalho em equipe. O

5S é um passo fundamental para elevar a organização a um nível superior de qualidade.

O programa 5S é constituído de práticas originárias do Japão, que derivam de cinco

palavras que se iniciam com a letra S em japonês, palavras estas que têm os seguintes

significados:

Seiri: Organização (utilização, seleção): separar coisas necessárias das que são

desnecessárias, dando um destino para aquelas que deixaram de ser úteis para

aquele ambiente;

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40

Seiton: Ordenamento (sistematização, arrumação): guardar as coisas necessárias,

de acordo com a facilidade de acessá-las, levando-se em conta a frequência de

utilização, o tipo e o peso do objeto, segundo uma sequencia lógica já praticada,

ou de fácil assimilação. Quando se ordenam as coisas o ambiente fica mais

arrumado, mais agradável para o trabalho e, consequentemente, mais produtivo;

Seiso: Limpeza (inspeção, zelo): eliminar a sujeira, inspecionando para descobrir

e atacar as fontes de problemas. A limpeza deve ser encarada como uma

oportunidade de inspeção e reconhecimento. Para tanto, é de fundamental

importância que ela seja feita pelo próprio pessoal usuário do ambiente, ou pelo

operador da máquina ou equipamento;

Seiketsu: Asseio (padronização, saúde, aperfeiçoamento): conservar a higiene,

tendo cuidado para que os estágios de organização, de ordem e limpeza já

alcançadas, não retrocedam. Isto é executado através da padronização de hábitos,

normas e procedimentos;

Shitsuke: Disciplina (autocontrole, educação): cumprir rigorosamente as normas e

tudo o que for estabelecido pelo grupo. A disciplina é um sinal de respeito ao

próximo.

O mesmo deve ser implantado com a participação e envolvimento de todos os níveis

hierárquicos. A experiência indica que por maiores que sejam os esforços dos escalões

inferiores, quando o programa não é abraçado pela alta administração, suas chances de

sucesso e perenidade são menores, Segundo Pinto e Xavier (2001, p.177).

2.10.2 Total ProductiveMaintenance - TPM

Junto com o 5S e a polivalência, o TPM pode ser considerado como prática básica na

manutenção moderna. Muito utilizado em empresas de manufatura, o TPM deve ser adotado

por outras indústrias.

Pelo TPM a afirmação "Da minha máquina cuido eu" é adotada pelos operadores que

passam a dispensar ao(s) equipamento(s) uma atenção particular, coisa totalmente diferente

do descaso que se verifica em muitas indústrias hoje em dia. Nessa atitude em relação às

máquinas estão a observação do desempenho, a limpeza, organização e atividades de

manutenção. À medida que os operadores executam tarefas elementares de manutenção, os

mantenedores podem se dedicar a tarefas mais complexas e atividades de análise e melhoria

da planta.

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41

O TPM se baseia em 05 (cinco) princípios:

Maximização do rendimento operacional global dos equipamentos;

Enfoque sistêmico global, em que se considera o ciclo de vida do equipamento;

Participação e integração de todos os departamentos envolvidos;

Envolvimento e participação de todos os níveis hierárquicos;

Movimento motivacional para o trabalho em grupo na condução de atividades

voluntárias.

O TPM, neste sentido, busca a maior eficácia de toda estrutura da empresa,

através de melhorias incorporadas às pessoas e aos equipamentos, o que significa tornar os

colaboradores e a organização aptos a conduzir as fábricas do futuro, dotadas de automação.

Estas mudanças promovem melhorias na estrutura orgânica das empresas, o que pode ser

apontado como o principal objetivo do TPM (MIRSHAWKA E OLMEDO, 1993).

O programa busca suprimir as 06 (seis) grandes perdas que enfraqueçam a eficiência

do sistema produtivo:

Perda por quebra;

Perda por mudança de linha (ajuste nas preparações);

Perdas por operação em vazio / pequenas paradas;

Perda por diminuição da velocidade;

Perda decorrente de falha no processo;

Perda na partida (inicio da operação).

2.10.3 Polivalência ou multiespecialização

A crescente complexidade das plantas industriais aliada à necessidade de melhores

índices vem exigindo uma reformulação nos conceitos antigos de especialização e habilidades

da mão de obra. Atividades que eram feitas por uma especialidade passaram a ser executadas,

também, por outras especialidades, com a mesma qualidade e, sempre em nome da qualidade

e rapidez do serviço. Exemplo típico na área de soldagem é o soldador que faz o passe de raiz,

faz o líquido penetrante e os demais passes até completar a solda.

As empresas buscam:

Equipes enxutas

Domínio tecnológico - qualificação

Multi-especialização

Menor número de especialidades envolvidas

Page 43: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

42

A melhor prática nesse campo é aquela obtida quando as funções são enriquecidas

com tarefas complementares, tanto no sentido de tarefas mais complexas quanto de tarefas

menos nobres, mas ambas importantes para melhorar a execução do serviço. Nesse aspecto

um mecânico além de suas tarefas de desmontagem, medição, e montagem também executaria

a limpeza e lavagem de peças, retirada e colocação de instrumentos do equipamento,

drenagem e colocação de óleo e usaria maçarico para esquentar uma peça com interferência

no eixo que deva ser desmontada. Por conseguinte o trabalhador deve estar sempre buscando

mudar seus hábitos e buscar um conjunto de novas habilidades, mas para que isso seja obtido

é preciso TREINAR.

Por conseguinte, o gerenciamento da manutenção contemporânea deve estar sempre

direcionado aos princípios e objetivos da empresa, buscando focar novos métodos e

ferramentas que podem auxiliar no gerenciamento. O homem da manutenção deve estar

sempre buscando o aperfeiçoamento continuo focados na política da empresa.A condução

moderna da manutenção como negócio, requer uma mudança profunda de mentalidade e de

postura e a gerência deve estar sustentada por uma visão de futuro e regida por modernos

processos de gestão para satisfação plena de seus clientes.

2.10.4 Auditoria na manutenção

A implantação de sistemática de Auditorias de Manutenção tem como principal

objetivo permitir a empresa acompanhamento da evolução das práticas de manutenção

recomendadas em suas políticas globais e objetivos e metas de produção.Para certificar-se de

que estes procedimentos estão sendo seguidos corretamente eles devem ser auditados a fim de

verificar a não conformidade.

Auditar é o ato de efetuar ou cumprir uma auditoria. Ato de verificar um processo com

uma análise das evidências e com fatos encontrados. A auditoria é um processo bem

organizado, disciplinarmente seguido e bem documentado para obter provas ou evidências de

que o processo está sendo efetuado dentro dos padrões.

As auditorias podem ser executadas da seguinte forma:

Internamente por pessoas da própria empresa;

Organizações externas com interesse na empresa como fornecedor ou cliente;

Organizações externas sem interesse na empresa, apenas com o objetivo de constatar o

estado da empresa.

Page 44: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

43

Vale ressaltar que o planejamento da manutenção é uma ferramenta estratégica tão

importante que além de auxiliar no gerenciamento da manutenção também é de grande

utilidade para atuar no planejamento das auditorias. O auditor para auditar o setor de

manutenção, deve ter conhecimento do processo e das normas da empresa.

Os auditores têm como dever conhecer o objetivo da auditoria, conhecer os controles

processos, diretrizes, organização, sistemas, métodos, instruções, orçamentos e relatórios,

conhecer os padrões de qualidade, conhecer a população alvo, conhecer as causas,

consequências e saber se comunicar com todos os profissionais envolvidos.

2.11 Sistema de controle de manutenção

Desde a invenção do primeiro computador, os equipamentos e os programas, estão em

constante evolução tornando-se mais poderosos, baratos e acessíveis. À medida que a

tecnologia se tornou mais acessível, as empresas foram se automatizando, utilizando

geralmente uma equipe interna de informática, procurando atender a uma demanda que muitas

vezes era superior à capacidade dessa equipe.

Notamos que hoje existem vários softwares para controle da manutenção, e estes são

ferramentas que possibilitam uma maior agilidade e uma redução no tempo dos processos

administrativos de manutenção.

Com a implantação de um sistema de tecnologia da informação integrado e abrangente

é indispensável para a organização da manutenção como unidade de negócio, trazendo os

seguintes benefícios:

Padronização de procedimentos;

Aumento da eficiência na capacidade de execução dos serviços;

Possibilita análises sistêmicas;

Maior agilidade na identificação das peças de reposição necessárias;

Planejamento das atividades de manutenção;

Transparência de necessidade de capacidade por área; e,

Transparência de custos de manutenção.

Conforme Pinto e Xavier (2001, p.70), os softwares disponíveis no mercado seguem as

seguintes etapas para controle e planejamento da manutenção que são:

Processamento das solicitações de serviços;

Planejamento dos serviços;

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44

Programação dos serviços;

Gerenciamento da execução dos serviços;

Registro dos serviços e recursos;

Gerenciamento do equipamento;

Administração da carteira de serviço;

Gerenciamento dos padrões de serviço;

Gerenciamento dos recursos;

Administração dos estoques.

2.12 Terceirização de serviços de manutenção

A terceirização tem sido uma das táticas empresariais para a ampliação da

concorrência. Verifica-se uma forte convergência à terceirização desde que as empresas

perceberam que devem focar seus esforços na atividade fim, ou seja, no seu negócio. Uma

série de atividades, que não são atividades fins da empresa pode ser terceirizada.

Exemplos clássicos são as áreas de alimentação, vigilância, usinagem, limpeza dentre

outras. Existem empresas no mercado cuja atividade fim ou de vocação é fazer alimentação,

vigilância etc., e normalmente o fazem bem melhor.

Nesse processo é preciso ter muito cuidado para não se fazer uma empreiterização que

caracteriza uma contratação mal feita, com firmas inidôneas ou sem a habilitação para

execução dos serviços.

A terceirização pressupõe:

Parceria

Confiança

Ganhos Estratégicos

Enfoque na Qualidade

Cooperação e Objetivos comuns

Quando isso é considerado, ambos, contratante e contratada tem os mesmos objetivos e

convivem numa relação de ganho conjunto. No caso da manutenção o objetivo de ambos será

elevar a disponibilidade da planta, e ambos ganharão se isso for obtido, não interessando se a

quantidade de serviços executados diminuiu afinal maior disponibilidade vai implicar em

menor intervenção na planta.

2.13 Terminologia de manutenção

Page 46: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

45

O uso de terminologia adequadas na manutenção é de primordial importância no que

se refere à comunicação entre os envolvidos na manutenção. Para que essa comunicação seja

feita de forma satisfatória, sem que haja conflitos de termo em uma determinada ação, a

terminologia da manutenção é usada para realizar a padronização na identificação dos

diversos meios envolvidos na manutenção.

Como referência, relacionamos terminologia recomendada pela Associação Brasileira

de Normas Técnicas – ABNT, norma NBR 5462.

Manutenção:É a combinação de todas as ações necessárias para que um item

permaneça em seu estado inicial, ou seja, recolocado para desempenhar sua função

requerida.

Nível de intervenção: É a subdivisãode um item ou equipamento sobre a qual são

realizadas as açõesde manutenção.

Nível de manutenção: É o conjunto de ações de manutenção a serem efetuadas em

umnível de intervenção especificado.

Manutenção preventiva: Manutenção efetuada em intervalos preestabelecidos, ou

deacordo com critérios prescritos pelo fabricante ou levantamento de dados de

manutenção,com a finalidade de reduzir a probabilidadede falha ou o desgasteou

indisponibilidade funcionamento de umitem.

Manutenção corretiva: Manutenção efetuada após a ocorrência de uma pane ou

quebra, com a finalidade de recolocar um item em condições de executar uma

funçãorequerida.

Corretiva Programada: É uma intervenção de manutenção num equipamento

previamente identificada pelo diagnostico de falhas no equipamento. Essa intervenção

é feita antes da quebra, sem que aja interrupção da função no processo produtivo. Uma

das características desse tipo de intervenção é que ela é feita de forma programada,

podendo coincidir ou não com a parada do plano de manutenção preventivo ou

corretiva, sendo assim, há um preparativo quanto ao uso de equipamentos, material e

recursos humanos.

Exemplo:

A inspeção visual diária identificou trincas e deformações na estrutura da base do

guindauto.

A inspeção visual diária identificou vazamento de óleo lubrificante no motor, foi

negociada uma parada para o outro dia.

Page 47: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

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Corretiva imprevista: è uma intervenção de manutenção onde não é feita nenhum tipo

de programação, geralmente ocasionada por quebra de equipamento, ocasionando

assim a parada do processo produtivo.

Preventiva condicional: Essa manutenção é conhecida também de como “Manutenção

indireta”. Nessa modalidade há apenas a coleta de dados do equipamento e

componentes, não havendo nenhuma interrupção no processo produtivo.

Esse tipo de Intervenção está subdivida em 02 tipos:

Preventiva condicional instrumentada: è realizada com o auxílio de instrumentos e

sensores, coletando dados de forma precisa e padronizada. Esse tipo de intervenção

também é conhecido como “Objetiva”.

Preventiva condicional sensitiva: Também chamada de “Subjetiva” é realizada através

de sentidos humanos (olfato, toque, visão, etc.)e auxiliado também por estetoscópios,

lentes. Esse tipo de intervenção de manutenção fornece dados que variam de acordo

com a percepção de cada pessoa.

Preventiva sistemática: É uma intervenção de manutenção que requer uma intervenção

no equipamento e é usa materiais, geralmente troca de componentes sem levar em

consideração o estado de utilização e desgaste, em um período pré-determinado.

Equipamentos com manutenção otimizada: É o investimento em equipamentos novos,

que apresentem a melhor relação de “custo no ciclo de vida” (LCC), desenhados de

forma robusta, constituídos de componentes dimensionados para que se tenham vida

útil longa e de fácil e mínima manutenção. Esse resultado só é possível quando os

engenheiros de fábrica e engenheiros de manutenção trabalham unidos nas fases de

especificação e aquisição, agregando esse conceito aos novos projetos.

Atividade elementar de manutenção: Cada uma das unidades de trabalho nas quais

pode ser divididauma atividade de manutenção em um dado nível de intervenção.

Ação de manutenção: Sequencia de atividades elementares de manutenção

efetuadascom uma dada finalidade.

Reparo: Parte da manutenção corretiva na qual são efetuadas as açõesde manutenção

efetiva sobre o item, excluindo-se os atrasostécnicos.

Detecção da pane: Constatação de que um item está em pane.

Localização da pane: Ações tomadas para identificar o subitem ou subitens em pane,ao

nível de intervenção apropriada.

Diagnóstico da pane: Ações tomadas para detectar a pane, sua localização e

aidentificação da causa.

Page 48: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

47

Correção da pane: Ações tomadas depois da localização da pane, para restabelecera

capacidade do item desempenhar uma função requerida.

Verificação funcional: Ações efetuadas depois da correção da pane para verificar seo

item recuperou sua capacidade de desempenhar a funçãorequerida.

Tempo de manutenção: Intervalo de tempo durante o qual é executada uma ação

demanutenção em um item, manual ou automaticamente, incluindoos atrasos técnicos

e logísticos.

Tempo de manutenção em homens-hora: Soma das durações dos tempos de

manutenção que cadaindivíduo da equipe utilizou, expressa em homens-hora,

paracerto tipo de ação de manutenção ou durante um dadointervalo de tempo.

Tempo de manutenção efetiva: Parte do tempo de manutenção durante a qual uma

ação demanutenção é efetuada em um item, tanto automática comomanualmente,

excluindo atrasos logísticos.

Tempo de manutenção preventiva: Parte do tempo de manutenção durante a qual é

efetuada amanutenção preventiva em um item, incluindo os atrasostécnicos e

logísticos a ela inerentes.

Tempo de manutenção corretiva: Parte do tempo de manutenção durante a qual é

efetuada amanutenção corretiva em um item, incluindo os atrasostécnicos e logísticos

a ela inerentes.

Tempo de reparo: Parte do tempo de manutenção corretiva durante a qual

sãoexecutadas as ações de reparo em um item.

A relação entre esses tempos pode ser vista em forma de diagrama, conforme a

figura 4.

Figura 4 - Diagrama de Tempos.

Page 49: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

48

Fonte: (NBR 5462, 1994)

Atraso logístico: Tempo acumulado durante o qual uma ação de manutençãonão pode

ser executada devida à necessidade de se obteremos recursos necessários, excluindo-se

qualquer atrasoadministrativo.

Defeito, ocorrência no equipamento que não impede seu funcionamento, todavia pode

a curto ou longo prazo, acarretar sua indisponibilidade.

Falha: São ocorrências nos equipamentos que impedem seu funcionamento.

Prioridade:É o intervalo de tempo que deve decorrer entre a constatação da

necessidade de manutenção e o início dessa atividade. É um assunto polêmico, sendo

seu conceito genérico “qualidade do que está em primeiro lugar ou do que aparece

primeiro”.

Existem propostas de subdivisão de diversos órgãos, como:

Órgão de Manutenção

Prioridade 1 – Emergência: manutenção que deve ser feita imediatamente depois de

detectada sua necessidade.

Prioridade 2 – Urgência: manutenção que deve ser feita o mais breve possível, de

preferência sem ultrapassar 24 horas, depois de detectada sua necessidade.

Prioridade 3 – Necessária: manutenção que pode ser adiada por alguns dias, porém sua

execução não deve ultrapassar uma semana.

Page 50: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

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Prioridade 4 – Desejável: manutenção que pode ser adiada por algumas semanas,

porém não deve ser omitida.

Prioridade 5 – Prorrogável: manutenção que pode deixar de ser executada.

Órgão de Operação

Prioridade 1 - Equipamento prioritário fora de serviço com perda de produção.

Prioridade 2 - Equipamento prioritário em condição deficiente de operação.

Prioridade 3 - Equipamento prioritário fora de serviço, sem perda de produção por

período limitado.

Prioridade 4 - Equipamento não prioritário.

Órgão de Segurança Industrial

Prioridade 1 - Risco de vida comum.

Prioridade 2 - Risco de vida restrita.

Prioridade 3 - Risco de acidente não fatal.

Prioridade 4 - Sem risco de acidente.

Depois de estabelecido os níveis de prioridade de cada órgão, deve-se estabelecer a

Tabela de Prioridades Finais, em função da combinação das prioridades definidas por cada

um.

No Sistema de Controle Manual, a tabela fica com o órgão coordenador de

manutenção que, em função do serviço a ser executado, consulta os órgãos envolvidos para

que definam os níveis de prioridade.

No Sistema de Controle Informatizado, a tabela faz parte da programação e, em

consequência, a Ordem de Serviço pode ser emitida com o nível de prioridade final.

A utilização do critério de combinação de prioridades só deve ser aplicada quando

existem segurança e rapidez na comunicação dos órgãos envolvidos com o Órgão de Controle

ou com o Computador, pois pode acarretar sérios prejuízos à produção, caso de não

atendimento dos primeiro e segundo níveis (Emergência e Urgência).

A caracterização dos níveis de prioridade é feita tomando por base o grau de

importância do Equipamento no processo produtivo da instalação. Existem divergências na

própria definição de Equipamento e sua posição relativa entre os conceitos de Sistema

Operacional e Componente.

Componente - Engenho essencial ao funcionamento de uma atividade mecânica,

elétrica ou de outra natureza física que, conjugado a outro(s) cria(m) o potencial de

realizar um trabalho.

Page 51: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

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Equipamento - Conjunto de componentes interligados que se realiza materialmente

uma atividade de uma instalação.

Sistema Operacional - Conjunto de equipamentos necessários a realizar uma função de

uma instalação.

Além das atividades de manutenção com suas prioridades, existem outras, que ocupam

o pessoal de execução da manutenção e que devem ser definidas para permitir uma boa

gerência de mão-de-obra.

Serviços de Apoio - Serviços feitos pelo pessoal de manutenção, visando à melhoria

das condições de segurança e de trabalho; atendimento a outros setores não ligados à

produção como: manutenção da rede de iluminação externa, confecção de placas de

sinalização de estrada, etc.

Novas Instalações - Instalação de novos equipamentos para ampliação da produção;

modificação em equipamentos para melhorar seu desempenho ou facilitar a

manutenção; substituição de equipamentos antigos por outros mais modernos. Os

testes de aceitação de novos equipamentos (comissionamento, pré-operação,

recebimento, homologação), podem ser enquadrados nesta definição, bem como as

alterações da disposição física para atender a mudança de projeto.

Treinamento Interno - Treinamento visando trocar experiência entre o pessoal de

manutenção, ou utilizando instrutores externos que venham ao local de trabalho desse

pessoal. São excluídos desta definição, os treinamentos em que os participantes são

afastados de suas áreas de atividade, em virtude de não se contar seu tempo como

disponível para a instalação.

Trânsito de Pessoal - Deslocamento de pessoal por via aérea, terrestre, marítima ou

fluvial de instalações distantes uma das outras. É necessário definir esta atividade, a

fim de desonerar o custo de manutenção e verificar a conveniência, ou não, de manter

turmas fixas nos locais mais distantes.

Grandes Reparos ou Revisão Geral - Os equipamentos de grande porte que podem

interromper a produção são classificados como Manutenção Preventiva com

prioridade variável de necessária até urgência, em função dos ajustes internos e

externos envolvidos. Estes equipamentos devem ser destacados dos demais, para

serem estudados separadamente, atribuindo-lhe tratamento especial, visando

minimizar o tempo de interrupção do processo produtivo. É comum a aplicação da

técnica de PERT/CPM e a análise de custos específicos, o que justifica uma

nomenclatura própria para facilitar a seleção de seus registros.

Page 52: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

51

Inspeção ou Manutenção de Rotina - Serviços de Manutenção Preventiva, com

prioridade Necessária, caracterizados pela alta freqüência (baixa periodicidade) e curta

duração, normalmente efetuados utilizando os sentidos humanos e sem acarretar

indisponibilidade do equipamento, com objetivo de acompanhar o desempenho de

seus componentes. Podem ser desenvolvidos pela operação, a partir de programação

da manutenção, ou por inspetores da manutenção com essa função específica. Deve

receber controle simplificado.

Lubrificação - Serviço de Manutenção Preventiva, com prioridade Necessária, onde

são feitas adições, trocas, complementações, exames e análise dos lubrificantes. Pode

ser executada pelo operador do equipamento ou por um “lubrificador”. Pode receber

controle simplificado, indicando pontos a lubrificar, tipo de lubrificante, dosagem e

frequência de lubrificação. É importante o acompanhamento do processo para evitar

que sua omissão ou má execução, acarrete danos aos equipamentos.

Revisão de Garantia - Exame dos componentes dos equipamentos antes do término de

suas garantias, visando verificar suas condições em relação às exigências contratuais.

Depende do equipamento seu enquadramento, se como Manutenção Preventiva ou

Grande Reparo, com prioridade Necessária ou Urgência, função do prazo de término

da garantia.

Vida útil: Sob dadas condições, é o intervalo de tempo desde o instanteem que um

item é colocado pela primeira vez em estado dedisponibilidade, até o instante em que a

intensidade de falhatorna-se inaceitável ou até que o item seja considerado

irrecuperáveldepois de uma pane.

Extensão da vida útil: É o processo de implantação de melhorias através de estudos

dos pontos ou componentes frágeis, que exigem manutenção frequente, melhorando

assim a confiabilidade do equipamento e vida útil.

Page 53: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

52

3 ORDEM PRÁTICA

3.1 Cenário atual

A LOCATEC é uma empresa de locaçãoe serviços de mecânica em geral de

caminhões guindautos , criado no ano de 2009. Inicialmente o setor de manutenção foi criado

para serviços externos e internos, sendo utilizadaapenas a manutenção corretiva.

Atualmente o setor de manutenção possui 06 funcionários trabalhando diretamente na

manutenção em regime de 8h diárias, sendo responsável pela manutenção e reparo de onze

caminhões guindautos da empresa LOCATEC, numa área física de 4.000 m².

O setor de manutenção tem muita importância para a operação da empresa, pois os

caminhões guindautos trabalham em ambientes danosos, terrenos desnivelados, lameados e

pela sua função principal, operam sempre com muito esforço nos seus elementos mecânicos.

As intervenções realizadas não foram registradas ao longo dos anos sendo assim não

há histórico de manutenção dos equipamentos, entretanto como a rotatividade de funcionários

é baixa será possível realizar o levantamento através de entrevistas.

3.1.1 Organização do setor

De acordo com o Organograma representado na figura 5, o Departamento de

Manutenção está subdividido em duas áreas principais: Administração eSetor de Manutenção,

estando a primeira gerenciando os custos de disponibilidade, e a segunda gerenciando a

manutenção e a qualidade do serviço.

Figura 5 - Organograma do departamento de manutenção.

Fonte: Autoria nossa

Page 54: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

53

O Setor de manutenção é composto por três Seções, sendo Pátio de manutenção, de

Ferramentaria e de Suprimentos. Cada uma destas Seções é chefiada pelo Supervisor de

manutenção. A organização da Administração está subdividida em Protocolo e Arquivo.

Tanto o Setor de manutenção, quanto a Administração estão administrativamente

subordinadas ao Sr Wilson Bentes, proprietário da empresa.

3.1.2 Estrutura Física

A estrutura física do Setor de Manutenção consiste em um galpão medindo 600 m²

dentro do qual estão inseridas as seguintes Seções:

Usinagem : Consiste em uma sala semiabertacom o torno mecânico,furadeira de

bancada, esmeril rotativo fixo, ferramental padrão de usinagem, bancada de

manutenção e morça de fixação, outras ferramentas necessárias são requisitadas na

ferramentaria. O setor é responsável pelo processo de fabricação e reparo de peças e

equipamentos diversos, assim como criação de ferramental específico com aplicação

direta, de acordo com a necessidade da intervenção.

Fotografia 1 - Torno mecânico ND 325

Fonte: Autoria nossa

Page 55: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

54

Fotografia 2 - Furadeira de bancada

Fonte: Autoria nossa

Ferramentaria : Este setor é de fundamental importância na manutenção, pois é nela

que estão contidas todas as ferramentas que serão utilizadas nas manutenções e

usinagens da empresa. A ferramentaria tem como finalidade armazenar e controlar a

logística das ferramentas de acordo com as OS geradas na manutenção. A

ferramentaria tem como responsável o supervisor de manutenção, que recebe os

pedidos e entrega as ferramentas registrando sempre nos controles da empresa. O

Anexo A se refere às ferramentas e quantidades de cada ferramenta alocada.

Fotografia 3 - Quadro de Ferramentas.

Fonte: Autoria nossa

Fotografia 4 - Carregador de bateria.

Page 56: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

55

Fonte: Autoria nossa

Suprimentos: Este subsetor é responsável pelo armazenamento e suprimento de

diversos setores da empresa, nele está contido matérias e peças sobressalentes,

material de produção e manutenção. Atéo momento não há o registro de entrada e

saída de material, assim como o controle de estoque. A criação deste controle é um

subproduto deste trabalho de conclusão de curso.

Fotografia 5 - Armário de Gaxetas.

Fonte: Autoria nossa

Fotografia 6 - Prateleira de Filtros.

Page 57: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

56

Fonte: Autoria nossa

Fotografia 7 - Tomadas de Força e Bombas Hidráulicas.

Fonte: Autoria nossa

Fotografia 8 - Material de pintura e Lonas de Freio.

Page 58: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

57

Fonte: Autoria nossa

Fotografia 9 - Óleo hidráulico 68.

Fonte: Autoria nossa.

Fotografia 10 - Óleo lubrificante 15w40.

Page 59: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

58

Fonte: Autoria nossa

Fotografia 11 - Pneus Sobressalentes.

Fonte: Autoria nossa

Pátio de Manutenção: Esta área consiste no local onde são realizadas as intervenções,

manutenções de equipamentos eveículos. Também é realizado o serviço de instalação

de guindautos, confecção de carrocerias metálicas, montagem/confecção de sobre-

chassis, recuperação, desempeno e reforço de chassis. No pátio estão localizados o

compressor de ar de 250 bar, máquinas de soldas de 400 A, maçarico de corte,

carregador de bateria, torno bancada, além de outros equipamentos utilizados para os

serviços implementados.

Fotografia 12 - Visão Geral do pátio de manutenção.

Page 60: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

59

Fonte: Autoria nossa

Fotografia 13 - Intervenção para instalação de guindauto.

Fonte: Autoria nossa

Fotografia 14 - Máquina de solda.

Page 61: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

60

Fonte: Autoria nossa

Fotografia 15 - Reforço estrutural do chassis – sobre-chassi.

Fonte: Autoria nossa

Fotografia 16 - Compressor de ar.

Page 62: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

61

Fonte: Autoria nossa

Pátio de Lavagem: Esta área consiste no local onde são realizadas as lavagens de

veículos e equipamentos antes das intervenções e ao término das mesmas. A água

utilizada para lavagem é a da chuva, com captação realizada através de calhas na

cobertura dos galpões que são direcionadas para os reservatórios com capacidade de

45.000 l. Utiliza-se uma bomba de pistão com mangueira de alta pressão de 200 bar

com comprimento de 20 m para realização da lavagem.

Fotografia 17 - Visão geral do pátio de lavagem.

Fonte: Autoria nossa

Fotografia 18 - Visão Lateral do pátio de lavagem.

Page 63: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

62

Fonte: Autoria nossa

Fotografia 19 - Visão Frontal.

Fonte: Autoria nossa

Page 64: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

63

3.2 Dados coletados

3.2.1 Entrevista com o responsável do setor

Com o objetivo de coletar dados das intervenções realizadas nos veículos guindautos,

assim como conhecer a equipe técnica de manutenção, foi realizada uma entrevista através de

questionário elaboradocom os assuntos de intervenção, controle de materiais, mão de obra e

qualificação para o responsável do setor.

Questionamento01:

Quais os parâmetros de verificação são utilizados pelo setor de manutenção para fazer troca e

rodízio de pneus nos veículos da empresa?

Resposta: A troca ou rodízio de pneus é efetuado a partir de inspeção visual, quando se

detecta sua necessidade.

Questionamento02:

As condições de trabalho dos veículos e trajetos ao local de serviço são levados em

consideração na escolha de novos pneus, lonas e discos de freios?

Resposta: Sim. Pois influencia na periodicidade de manutenção e troca.

Questionamento03:

Quais os parâmetros de verificação são utilizados para realizar a troca de óleo lubrificante dos

motores dos veículos?

Resposta:A quilometragem de 5.000 km ou 500h são utilizados como parâmetro.

Questionamento04:

Quais os parâmetros de verificação são utilizados para realizar a inspeção e troca de fluido da

caixa de câmbio e diferencial nos veículos?

Resposta: A quilometragem de 30.000 km é utilizado como parâmetro.

Questionamento05:

Quais os parâmetros de verificação utilizados para realização da inspeção e troca de filtro de

óleo lubrificante e de filtro de combustível nos veículos?

Resposta: A quilometragem de 5000 km ou 500h são utilizadas como parâmetro.

Questionamento06:

Quais os parâmetros de verificação são utilizados para fazer a inspeção e reparo da estrutura

da carroceria dos veículos?

Resposta: Visual. Verificação de trincas, deformações, desgastes e oxidação excessiva.

Questionamento07:

É realizado o controle de carga nos veículos?

Page 65: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

64

Resposta: Sim. È realizado de acordo com o tipo de material/equipamento a ser transportado.

Questionamento08:

Como é feito e com qual frequência é realizada a inspeção para verificação de vazamentos de

óleo e água do motor?

Resposta: Diariamente, sempre antes de qualquer operação feita pelo motorista/operador.

Questionamento09:

Quais os parâmetros de verificação da estrutura física do Guindauto?

Resposta: Visual. São realizadas reaperto de conexões, sistemas de fixação, visualização de

trincas ou falhas em materiais e juntas soldadas, além de oxidação nos componentes.

Questionamento 10:

Quais os parâmetros de verificação para a inspeção da tomada de força do guindauto?

Resposta: Visual ou auditivo. São verificados vazamentos de fluidos (óleo e ar), ruídos

excessivos e vibrações excessivas, além da detecção de mau funcionamento.

Questionamento 11:

Quais os parâmetros de verificação para a inspeção e troca do óleo hidráulico do guindauto?

Resposta: A troca de óleo é feita a cada 12 meses ou quando necessário, caso haja

vazamentos.

Questionamento 12:

Como é feito e com qual frequência é realizada a inspeção para verificação de vazamentos de

óleo do guindauto?

Resposta: A cada 15 dias.

Questionamento 13:

Como é feito e qual a frequência da inspeção de capacidade de carga do guindauto?

Resposta: A cada 15 dias com verificação da linha de pressão através de manômetro.

Em relação à gerencia de manutenção

Questionamento 14:

Como é realizado o controle da ordem de serviço de manutenção, nos itens de material,

hora/trabalhada e recursos humanos?

Resposta: Atualmente não está sendo realizada, por não existir histórico anterior nem

acompanhamento atual com documentação.

Questionamento 15:

O controle de fluxo de materiais e sobressalente no Suprimento é feito manualmente,

sistematizado ou não é realizado?

Page 66: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

65

Resultado: Não é realizado, o material é retirado quando solicitado, entretanto não há

vinculação com serviços de manutenção, não podendo assim ter controle para qual serviço o

material está sendo retirado.

Questionamento 16:

Os caminhões possuem horímetros?

Resposta: Sim. Os sete veículos do fabricante IVECO possuem o horímetro.

Questionamento 17:

A atual mão de obra da manutenção é qualificada, atende a necessidades da empresa?

Resposta: Razoavelmente. Atende a necessidade, porém necessita de maior capacitação e

treinamento.

Questionamento 18:

É realizado treinamento das boas praticas na manutenção, assim como cursos de

aperfeiçoamentos?

Resposta: Não. A empresa não disponibiliza treinamentos contínuos ao setor de manutenção.

Questionamento 19:

A manutenção possui ferramentas próprias para as demandas requisitadas?

Resposta: Razoavelmente sim. As intervenções mais rotineiras possuem ferramental

satisfatório, porém necessita-se de uma modernização e substituição de ferramental com

desgastes, além de ferramental para intervenções específicas.

3.2.2 Principais problemas encontrados

De modo geral os principais problemas encontrados são:

Falta de controle e registro de intervenções.

Falta de controle e registro de entrada e saída de materiais e peças

sobressalentes.

Falta de controle e registro de ferramental.

Ausência de padronização e metodologia na manutenção.

Falta de planejamento e execução da manutenção.

3.2.3 Análise de dados

De acordo com as informações da diretoria da empresa Locatec, houve uma queda do

número de contratos em relação a redução da disponibilidade dos equipamentos, o que

influência diretamente no lucro.

Page 67: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

66

Estas tendências são mostradas nos gráficos abaixo de acordo com estimativas

fornecidas pela empresa.

No ano de 2009 a empresa disponibilizava 05 caminhões com 10 contratos de locação.

Em 2010 o número de caminhões disponíveis não se alterou, entretanto houve a perda de 01

contrato de locação. Em 2011 houve o aumento de 01 caminhão e a perda de 03 contratos de

locação. No ano de 2012 a empresa possuía uma disponibilidade de 07 caminhões e apenas 04

contratos de locação para os seus caminhões guindautos.

Gráfico 1 Disponibilidade x contratos por ano

2009 2010 2011 20120

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

ContratosDisponibilidade

Fonte: Autoria nossa

Gráfico 2 Disponibilidade x número caminhões

2009 2010 2011 20120

2

4

6

8

10

12

DisponibilidadeCaminhões

Fonte: Autoria nossa

Page 68: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

67

3.3 Proposta de melhorias no sistema de gerenciamento de manutenção:

Neste capítulo serão propostas melhorias de acordo com os problemas encontrados no

capitulo anterior que servirão de base para um maior controle de suprimentos e gerenciamento

da manutenção dos veículos; Com a implantação desses novos controles será possível

dimensionar a carga de trabalho dos recursos humanos, além da possibilidade de se realizar

um planejamento de compras para o suprimento, de forma mais precisa.

3.3.1 Inventário

A proposta desse item é a criação de um formulário que possa identificar de forma

precisa o conjunto guindauto/veiculo. Esse inventário será sincronizado com o sistema de

ordem de serviços da Locatec,otimizando assim o armazenamento de dados e controle de

informação.

Figura 6 - Formulário de Cadastro de equipamento/veículo

Fonte: Autoria nossa

3.3.2 Classificação dos veículos

A etapa seguinte deve consistir na classificação ou agrupamento de todo conjunto

veículo/guindauto por características análogas, essa classificação poderá ser feito por

fabricante do veiculo, característica técnica do veiculo, fabricante e capacidade de carga do

guindauto. Essa classificação facilita o gerenciamento do veiculo e suas rotinas de

manutenção de acordo com o Plano de Manutenção Preventiva.

Page 69: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

68

3.3.3 Codificação do veículo

Obedecendo as características de operação da empresa, foi desenvolvido um

modelo de codificação que abrange os tipos de equipamentos específicos da empresa. Nesse

código foi levado em consideração o tipo de equipamento ou conjunto, a fabricante, o modelo

do veiculo, ano de fabricação e o numero sequencial, compondo assim um total de nove (09)

dígitos, que serão especificados a seguir:

1- Os dois (02) primeiros dígitos correspondem ao tipo de equipamento ou conjunto

de acordo com o quadro a seguir.

Quadro 3 - Codificação de veículo/equipamento

Fonte: Autoria nossa

2- O terceiro dígito corresponde ao fabricante do veículo de acordo com o quadro a

seguir.

Quadro 4 - Codificação de fabricante do veículo

Fonte: Autoria nossa

3- O quarto e quinto dígito correspondem ao modelo do equipamento de acordo com

o quadro 05.

Quadro 5 - Codificação de fabricante de equipamento.

Fonte: Autoria nossa

Page 70: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

69

4- O sexto e sétimo dígito correspondem aos dois (02) últimos dígitos do ano de

fabricação do veiculo.

5- O oitavo e nono dígito corresponde ao numero sequencial.

Figura 7 - Modelo de codificação.

Fonte: Autoria nossa

3.3.4 Elaboração de ordem de serviço de manutenção - OSM

Esta Ordem de Serviço é dividida em sete (07) blocos de informação que são

preenchidos pelo responsável de execução da manutenção e pelo supervisor de manutenção.

Os principais itens constituintes desta O.S. serão explicados em detalhes a seguir:

a) Número da ordem de serviço de manutenção: Neste item é informado um número

sequencial de cinco (05) dígitos, sendo os três (03) primeiros o número de

intervenções realizadas mais um (01) /os dois (02) últimos dígitos do ano

correspondente (Ex: 011/13, onde o número onze (11) corresponde ao total de

intervenções realizadas (Dez) mais um (01) e o treze (13) corresponde ao ano de

2013).

b) Data e Hora: Neste item éinformada a data e a hora em que foi solicitada a intervenção

no equipamento ou conjunto.

c) Fabricante/modelo (Veículo): Neste item é informado o fabricante e o modelo do

veículo em manutenção.

d) Placa: Neste item éinformada a placa do veículo em manutenção.

e) Código: Neste item é informado o código do veículo em manutenção.

f) Fabricante/modelo(Equipamento): Neste item é informado o fabricante e o modelo do

equipamento em manutenção.

g) Capacidade: Neste item é informada a capacidade do equipamento em manutenção.

h) Tipo: Neste item é informado o tipo de manutenção que será realizado.

i) Data da ultima manutenção: Neste item éinformada a data da ultima intervenção

realizada no equipamento ou conjunto.

j) OSM: Neste item é informado o numero da ultima ordem de serviço de manutenção do

equipamento ou conjunto.

Page 71: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

70

k) Prioridade: Neste item é informado o grau de prioridade da intervenção no

equipamento ou conjunto.

l) Descrição do serviço: Neste item, o serviço é identificado e analisado as melhores

intervenções. Este item é de responsabilidade do executor com a supervisão de seu

superior.

m) Recursos materiais: Neste item, é solicitado ao suprimento todo o material que será

utilizado na intervenção. O preenchimento deste item é de responsabilidade do

supervisor de manutenção.

n) Funcionário/Cargo: Neste item éinformada toda a mão de obra que será necessária na

execução da manutenção. O responsável por alocar este recurso é o supervisor de

manutenção.

o) Ações Geradoras do Sinistro: Neste item são informadas as principais causas

geradoras para a determinada intervenção. Essa informação servirá para alimentar uma

base de dados de sinistros repetidos por manutenção inadequada ou mal uso de

equipamentos, podendo assim realizar treinamentos de aperfeiçoamento para os

colaboradores e usuários dos equipamentos, assim como os funcionários de

manutenção. O Responsável pelo preenchimento deste item é o supervisor de

manutenção, sendo analisado posteriormente pelo engenheiro responsável.

p) Data do Serviço: Neste item é informada a data de realização do serviço.

q) Hora: Neste item é informada a hora de realização do serviço

r) Hora Total de Parada: Neste item éinformado o total de horas que o equipamento ou

conjunto esteve no pátio de manutenção. Este item é de responsabilidade do supervisor

de manutenção. As informações deste item servirão de base para futuras analises e

alterações no plano de manutenção.

s) H/H: Neste item é informado o homem/hora utilizado para a execução do serviço. Este

item é de responsabilidade do engenheiro responsável.

t) Custo H/H: Neste item é informado o custo homem/hora utilizado para a execução do

serviço. Este item é de responsabilidade do administrativo da empresa.

u) Custo de Material: Neste item é informado o custo do material utilizado para a

execução do serviço. Este item é de responsabilidade do administrativo da empresa.

v) Responsável Serviço: Neste item é colocada a assinatura do responsável pelo serviço.

w) Responsável Setor: Neste item é colocada a assinatura do responsável pelo setor.

Page 72: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

71

Figura 8 - Ordem de serviço de manutenção.

Fonte: Autoria nossa

3.3.5 Controle de ferramentaria.

Esse controle é também um subproduto deste trabalho de conclusão de curso, teve sua

origem a partir da necessidade de controle de entrada e saída de ferramental para aplicação

nas manutenções. O mesmo servirá também para controle do estado físico das ferramentas e

identificação de possíveis má usos. O responsável pela solicitação é o executante da OSM,

sendo fiscalizado pelo responsável pelo controle do setor de suprimentos. Este controle é

Page 73: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

72

dividido em duas (02) partes, dados da retirada e dados da devolução. Abaixo segue descrição

dos itens:

- Dados da Retirada:

a) Numero do pedido: Neste item será informado o número sequencial de solicitações de

ferramental.

b) Data/Hora: Neste item será informada a data/hora da retirada do ferramental.

c) Numero da OSM: Neste item será informado o número da OSM.

d) Código: Neste item será informado o código do ferramental.

e) Ferramenta/Equipamento: Neste item será informada a nomenclatura da ferramenta.

f) Quantidade: Neste item será informada a quantidade de ferramental solicitada.

g) Estado: Neste item será informado o estado físico que se encontra a ferramenta,

podendo ser classificado em ruim, bom e excelente.

h) Assinatura do solicitante: Neste item será informada a assinatura do solicitante do

ferramental.

i) Assinatura do conferente: Neste item será informada a assinatura do conferente do

ferramental.

- Dados da Devolução:

a) Código: Neste item será informado o código do ferramental.

b) Ferramenta/Equipamento: Neste item será informada a nomenclatura da ferramenta.

c) Quantidade: Neste item será informada a quantidade de ferramental solicitada.

d) Estado: Neste item será informado o estado físico que se encontra a ferramenta,

podendo ser classificado em ruim, bom e excelente.

e) Assinatura do solicitante: Neste item será informada a assinatura do solicitante do

ferramental.

f) Assinatura do conferente: Neste item será informada a assinatura do conferente do

ferramental.

Page 74: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

73

Figura 9 - Modelo de Controle de Ferramentaria.

Fonte: Autoria nossa.

3.3.6 Geração do manual de procedimento padrão

3.3.6.1 Manual de Atividades.

A criação do manual de procedimento padrão é um subproduto deste trabalho de

conclusão de curso e um passo importante para a padronização dos serviços realizados na

manutenção, podendo assim aumentar o controle sobre as ações de intervenção, além de

dimensionar melhor os recursos humanos e materiais, otimizando recursos e diminuindo os

Page 75: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

74

custos da manutenção. Este manual foi o resultado das entrevistas realizadas com os

supervisores e executores dessas atividades.

Para a criação desse manual foram usadas metodologia de mapeamento de processos

usada nas grandes empresas e principais indústrias.

O manual está dividido em cinco (05) etapas, sendo estas, identificação do manual,

dados de controle do manual atividade, material necessário, resultados esperados e ações

corretivas. Os itens desse manual de atividade serão descritos a seguir:

a) Versão: Neste item será informada a versão do manual de atividade. Essa informação é

importante para não serem usados manuais que já foram atualizados.

b) Cód/Setor: Neste item será informado o setor para o qual a atividade será executada.

c) Data: Este item informa a data de implantação do manual de atividade.

d) Grupo de Atividade: Este item informa o grupo de atividades que esta atividade será

alocada. Esta informação deverá seguir um padrão, sempre levando em consideração a

fácil identificação do mesmo.

e) HH: Este item informa o valor de homem/hora e é de fundamental importância para a

elaboração e acompanhamento do plano de manutenção preventiva, podendo ser

utilizado também nas manutenções corretivas, além de melhorar o dimensionamento

de recursos humanos.

f) TMA: Este item informa o tempo médio da atividade e está correlacionada ao HH.

g) Recurso Humano: Este itemserá informado o número de mão de obra necessária para a

realização dessa atividade.

h) Frequência: Este item deverá ser informadoa frequência e periodicidade da atividade.

i) Objetivo: Neste item é informado o objetivo da execução da atividade.

j) Responsável: Neste item é informado o responsável pela atividade.

k) Executor: Neste item é informado o executor pela atividade.

l) Chefia: Neste item é informado o responsável pelo setor da atividade.

m) Ferramentas: Neste item serãoinformadas as ferramentas necessárias para a execução

da atividade.

n) Resultados esperados:Neste item serão informados os resultados esperados com a

execução da atividade.

o) Ações corretivas: Neste item serão informadas as ações corretivas da não realização da

atividade parcialmente ou em sua totalidade.

Page 76: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

75

Figura 10 - Manual de procedimento padrão de atividade.

Fonte: Autoria nossa.

3.3.6.2 Rotina de Trabalho

A criação da rotina de trabalho (Checklist) é um subproduto deste trabalho de

conclusão de curso e parte integrante do plano de manutenção preventiva. Este documento é

importante para dimensionar a carga de trabalho de acordo com a mão de obra específica,

criando assim as rotinas de execução dentro da manutenção para todos os cargos no setor de

Page 77: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

76

manutenção. O mesmo está vinculado ao manual de procedimento padrão de atividades. A

seguir serão descritos os itens:

a) Data: Neste item será informada a data que a rotina será implantada.

b) Nome da rotina: Neste item será informado o nome da rotina.

c) Total de atividades: Neste item será feito o somatório das atividades que farão parte da

rotina.

d) Total de HH: Neste item será feito o somatório das HH’s das atividades.

e) Frequência: Neste item será informada a frequência que a rotina ocorrerá.

f) Lista das atividades: Neste item serãoinformadas as atividades que farão parte da rotina,

assim como atividade,executor,total de recursos humanos e HH por atividade. Essas

informações estarão presentes no manual de procedimento padrão de atividade.

Figura 11 - Rotina de Trabalho.

Fonte: Autoria nossa.

4 ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA

Visando assegurar a disponibilidade operacional dos equipamentos após a sua

implantação, elaboramos o plano de manutenção preventiva operacional, ao qual deve ser

adotado como padrão básico de procedimentos de manutenção. Esse plano foi desenvolvido

de acordo com a necessidade existente dentro das atividades de manutenção da empresa, onde

Page 78: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

77

foi realizado o agrupamento de forma usual dos manuais padrões de atividades e

procedimentos técnicos apropriados as intervenções de cada equipamento.

A importância do uso do plano de manutenção preventiva é evitar que pontos críticos

do equipamento trabalhem sobe risco de falha iminente.

As atividades de manutenção do plano foram agrupadas de acordo com os sistemas e

implementos do veículo e equipamento, assim como a frequência de realização da

manutenção foi agrupada de acordo com o intervalo de tempo e quilometragem. O plano de

manutenção preventiva será descrito a seguir:

Page 79: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA, MAPEAMENTO E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DA MANUTENÇÃO

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho de conclusão de curso possibilitará após a implantação do Plano de Manutenção

Preventiva o desenvolvimento de maiores controles dentro do setor de manutenção e seus

subsetores, além da possibilidade de padronização e formalização das atividades, podendo

assim, após o período de implantação e periodicidade do plano, verificar, analisar e propor

melhorias para buscar cada vez mais uma manutenção efetiva.

Também se espera com a implantação do PMP, melhor qualidade e confiabilidade do

produto final, possibilitando em um futuro próximo o aumento da vida útil dos equipamentos,

além do aumento da disponibilidade dos mesmos.

Além disso, com a implantação deste trabalho, a Locatec poderá buscar novos

contratos de locação de guindautos os quais solicitam PMP como pré-requisito.

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REFERÊNCIAS

ABNT. NBR 5462. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Normas Técnicas, 1994.

ABRAMAN.Custos de manutenção no Brasil.São Paulo: Associação Brasileira de Manutenção,2009.

BRANCO FILHO, G. Custos em Manutenção. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2010.

CABRITA, G. A manutenção na indústria automotiva. São Paulo: Revista Manutenção, mar./mai./2012.

EBELING, C. An Introduction to Reliability and Maintainability Engineering. New York: The McGraw – Hill

Companies, 1997.

FITCH, E. C. Proactive Maintenance for Mechanical Systems.New York: FES, 1992.

MISHAWAKA, V., OLMEDO, N. L. Manutenção – combate aos custos na não-eficácia – a vez do Brasil.São

Paulo: McGraw-Hill, 1993.

MURTY, A. S., NAIKAN. V.N.A. Availability and maintenance cost optimization of a production

plant.Cambridge: International Journal of Quality & Reliability Management, 1995

NEPOMUCENO, L. X. Técnicas de Manutenção Preditiva – Volume 1. São Paulo: Edgard Blücher, 1989.

OLIVEIRA, M. A. ISO 9000 Guia de implantação. São Paulo: Editora Atlas, 1995.

OLIVEIRA, M. R., LIMA, C. R. Integração da Manutenção na Produção: Uma.Curitiba: UFPR, 2002.

PATTON, J. D. Preventive Maintenance. New York: Instrument Society of America, 1995.

PEREIRA, M. J. Engenharia de Manutenção: teoria e prática. Rio de Janeiro: Ciência moderna, 2009.

PINTO, A. K., XAVIER, J. N. (2001). Manutenção: Função estratégica. Rio de Janeiro: QUALITYMARK.

SLACK,et. al. Administração da Produção. (2ª ed.). (Atlas, Ed.) São Paulo, 2002.

WYREBSKI, J. Manutenção produtiva total – um modelo adaptado Dissertação de Mestrado. Florianópolis :

UFSC, 1997.

XENOS, H. G. Gerenciando a Manutenção Produtiva. Belo Horizonte: Desenvolvimento Gerencial, 1998.

XENOS, H. G..Gerenciando a Manutenção Produtiva. Nova Lima: INDG, 2004 .

APÊNDICE A – Relação de Ferramentas

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INVENTÁRIO FERRAMENTARIA

FERRAMENTA QTD

CABO DE FORÇA T 1/2" 3

CALIBRADOR DE FOLGA 0,05 A 1" 3

CHAVE BIELA 17MM 3

CHAVE BIELA 19MM 3

CHAVE SOQUETE 19L 16MM 3

CHAVE SOQUETE 19L 17MM 3

EXTENSÃO CURTA(CHAVE DE ENCAIXE) 1/2" 3

ALICATE PARA ANEIS EXTERNO 3

ALICATE PARA ANEIS INTERNO 3

ALICATE UNIVERSAL GEDORE 3

CHAVE ALLEN 42 8MM,3MM A 14MM 3

CHAVE COMBINADA 14B 12MM 3

CHAVE COMBINADA 14B 16MM 3

CHAVE COMBINADA 1B 17MM 3

CHAVE DE FENDA GEDORE 150 - 1 3

CHAVE DE FENDA GEDORE 150 - 3 3

CHAVE DE FEBDA GEDORE 150 - 5 3

BROCA H.S.S 9/16" 3

PONTA MONTADA A-03 2

PONTA MONTADA A -24 2

CHAVE COMBINADA 11MM 2

CHAVE COMBINADA 17MM 2

CHAVE ESTRIA 10/11MM 1

CHAVE COMBINADA 12MM 1

CHAVE COMBINADA 20MM 1

CHAVE COMBINADA 19MM 1

CHAVE ESTRIA 21/23MM 2

CHAVE ESTRIA 18/19" 3

CHAVE ESTRIA 13/16"MM 3

CHAVE COMBINADA 22MM 2

CHAVE COMBINADA 7/8" 3

CHAVE COMBINADA 1" 3

CHAVE COMBINADA 24MM 3

CHAVE COMBINADA 28MM 3

CHAVE ESTRIA 7/8" - 13/16" 3

CHAVE ESTRIA 15/16" - 1" 3

CHAVE COMBINADA 30MM 3

CHAVE COMBINADA 1" - 1/8" 2

CHAVE ESTRIA 11/16" - 1 1/8" 2

CHAVE ESTRIA 42/38MM 3

CHAVE COMBINADA 32MM 3

CHAVE COMBINADA 36MM 3

CHAVE BOCA 3/4" - 5/8" 3

CHAVE BOCA 18/16MM 3

CHAVE BOCA 13/8 - 1 1/2" 3

CHAVE CORRENTE(FILTRO) 2

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APÊNDICE B – Manuais de Procedimento Padrão.

Exemplo de manual referente à verificação de tomada de força do acoplamento

hidráulico- mecânico do guindauto.

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Exemplo de manual referente à lubrificação lança das patolas e placas de nylon das lanças

da base do guindauto.

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Exemplo de manual referente à verificação de vazamento em geral da caixa de marcha no

veículo.

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Exemplo de manual referente à verificação de rolamento do eixo traseiro do veículo.

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Exemplo de manual referente à verificação do estado geral da mola do sistema de

suspensão dianteiro do veículo.

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