ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE...

195
i JULIANA BÜRGER RODRIGUES ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE CHIA LIVRE OU MICROENCAPSULADO E ADOÇADO COM DIFERENTES EDULCORANTES Campinas 2015

Transcript of ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE...

Page 1: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

i

JULIANA BÜRGER RODRIGUES

ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE CHIA

LIVRE OU MICROENCAPSULADO E ADOÇADO COM DIFERENTES EDULCORANTES

Campinas

2015

Page 2: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

ii

Page 3: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida
Page 4: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

iv

Page 5: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida
Page 6: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

vi

RESUMO GERAL

A formulação e desenvolvimento de produtos funcionais estão aumentando, pois a

população tem buscado produtos que além de serem agradáveis sensorialmente tragam algum

benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida láctea achocolatada funcional através da adição do

óleo de chia, rico em ômega-3, associado à utilização de diferentes edulcorantes, busca-se

atender às exigências do mercado consumidor. Ao microencapsular o óleo de chia através da

técnica de coacervação complexa, para ser adicionado à bebida láctea achocolatada,

garantiram-se cápsulas que se mantiveram íntegras após o processo UHT, além de uma maior

proteção dos ácidos graxos insaturados em relação à oxidação lipídica. A partir da

determinação da doçura ideal com 120 provadores para o produto, assim como a equivalência

de doçura, com provadores selecionados, para os edulcorantes: neotame, estévia, sucralose,

blend sucralose/acessulfame K/ neotame (5:3:0,1) e aspartame, foi possível que se obtivesse a

doçura considerada ideal para a bebida láctea achocolatada, sendo esta estabelecida em 9%. A

menor quantidade de edulcorante necessária para promover um dulçor equivalente a 9% de

sacarose ocorreu quando o neotame foi utilizado, sendo 5.351 vezes mais doce que a sacarose

para bebida láctea achocolatada. No entanto, isso não pode ser observado para a estévia,

sendo necessária, para este edulcorante, uma maior concentração e, consequentemente, foi o

que apresentou o menor poder de dulçor dentre todos os edulcorantes utilizados. Além disso,

determinou-se o perfil sensorial das amostras assim como a suas respectivas aceitações.

Notou-se que não houve diferença significativa em relação ao perfil sensorial, de modo geral,

entre as amostras contendo o óleo de chia livre ou microencapsulado. As principais diferenças

entre as amostras foram relacionadas, principalmente, com o edulcorante utilizado,

demonstrando, assim, que a incorporação das micropartículas não foi perceptível pelos

assessores, nem pelos consumidores.

Palavras-chave: Análise sensorial, microencapsulação, óleo de chia, edulcorantes e

leite achocolatado.

Page 7: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

vii

Page 8: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

viii

ABSTRACT

The formulation and development of functional products is increasing since more people are

looking for products that besides being sensory pleasant, bring some benefit to health. In

preparing a functional chocolate milk by adding chia oil, rich in omega-3 associated with the

use of different sweeteners, we seek to meet the demands of the consumer market. When

microencapsulate the chia oil by complex coacervation technique, to be added to chocolate

milk, it was guaranteed microcapsules that remained intact after the UHT process and a

greater protection of unsaturated fatty acids from oxidation. From the determination of the

ideal sweetness with 120 consumers for the product as well as the equivalence of sweetness,

with selected assessors, for sweeteners: neotame, stevia, sucralose, blend Sucralose /

Acesulfame K / Neotame (5: 3: 0.1) and apartame, it was possible to obtain the sweetness

considered ideal for chocolate milk, which is set at 9%. The lowest amount of sweetener

required to promote a sweetness equivalent to 9% sucrose occurred when neotame was used,

with 5351 times sweeter than sucrose to chocolate milk. However, this can not be observed

for stevia, requiring, for this sweetener, a higher concentration and consequently showed the

lowest power of sweetness among all sweeteners used. Moreover, the sensory profile of the

samples was determined as well as their respective acceptances. Note that there was no

significant difference in sensory profile, generally between samples containing free or

microencapsulated oil. The main differences between the samples are mainly related with the

sweetener used, thus demonstrating that the incorporation of the microparticles was not

noticeable by assessors or consumers.

Keywords: Sensory analysis, microencapsulation, chia oil, sweeteners and chocolate milk.

Page 9: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

ix

Page 10: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

x

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................1

1.1 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................2

2 OBJETIVOS .................................................................................................................4

2.1 Objetivos gerais ......................................................................................................4

2.2 Objetivos específicos .............................................................................................4

ARTIGO 1 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ..................................................................8

1 ÓLEO DE CHIA ..........................................................................................................8

2 MICROENCAPSULAÇÃO .......................................................................................12

1 LEITE ACHOCOLATADO .......................................................................................16

4 EDULCORANTES ....................................................................................................18

4.1 Sucralose ..............................................................................................................21

4.2 Aspartame ............................................................................................................23

4.3 Neotame ...............................................................................................................25

4.4 Estévia ..................................................................................................................27

5 ANÁLISE SENSORIAL ............................................................................................28

5.1 Equivalência de doçura e escala do ideal .............................................................29

5.2 Análise descritiva quantitativa .............................................................................31

Page 11: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

xi

5.3 Análise tempo-intensidade ...................................................................................32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................34

ARTIGO 2 - ENCAPSULAÇÃO DO ÓLEO DE CHIA ATRAVÉS DA TÉCNICA DE

COACERVAÇÃO COMPLEXA VISANDO À PROTEÇÃO DURANTE O

PROCESSAMENTO UHT E À OXIDAÇÃO LIPÍDICA............................................47

1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................47

2 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................49

2.1 Material ................................................................................................................49

2.2 Produção das micropartículas ..............................................................................50

2.3 Caracterização das partículas ...............................................................................51

2.3.1 Composição centesimal .................................................................................51

2.3.2 Eficiência de encapsulação ............................................................................52

2.3.3 Morfologia .....................................................................................................52

2.3.4 Estabilidade oxidativa ....................................................................................52

2.4 Produção do leite achocolatado ............................................................................53

2.4.1 Liofilização ....................................................................................................54

2.4.2 Microestrutura ................................................................................................55

2.4.3 Distribuição de tamanho ................................................................................55

2.5 Análise estatística .................................................................................................56

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...............................................................................56

3.1 Morfologia ............................................................................................................58

Page 12: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

xii

3.2 Estabilidade oxidativa ..........................................................................................60

3.3 Análise do produto formulado .............................................................................62

4 CONCLUSÃO ............................................................................................................65

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................65

ARTIGO 3 – DETERMINAÇÃO DA DOÇURA IDEAL E EQUIVALÊNCIA DE DOÇURA

DE EDULCORANTES EM BEBIDA LÁCTEA ACHOCOLATADA E SUA AVALIAÇÃO

ATRAVÉS DA ANÁLISE TEMPO-INTENSIDADE .................................................71

1 Introdução ...................................................................................................................71

2 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................73

2.1 Material ................................................................................................................73

2.2 Métodos ................................................................................................................73

2.2.1 Formulação da bebida láctea achocolatada ...................................................73

2.2.2 Teste de doçura ideal .....................................................................................75

2.2.3 Equivalência de doçura ..................................................................................76

2.2.5 Análise tempo-intensidade .............................................................................79

2.2.6 Análise estatística ..........................................................................................80

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...............................................................................80

3.1 Determinação da concentração ideal de sacarose ................................................80

3.2 Seleção dos provadores ........................................................................................85

3.3 Equivalência de doçura ........................................................................................86

Page 13: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

xiii

3.4 Tempo-intensidade ...............................................................................................90

4 CONCLUSÃO ............................................................................................................92

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................92

ARTIGO 4 – PERFIL SENSORIAL DESCRITIVO E ACEITAÇÃO DE BEBIDA LÁCTEA

ACHOCOLATADA ADICIONADA DE ÓLEO DE CHIA LIVRE E

MICROENCAPSULADO .............................................................................................97

1 INTRODUÇÃO ..........................................................................................................97

2 MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................99

2.1 Amostras utilizadas de bebida láctea achocolatada .............................................99

2.2 Análise descritiva quantitativa .......................................................................... 100

2.3 Teste de aceitação com consumidores .............................................................. 101

2.4 Regressão por Mínimos Quadrados Parciais – Partial Least Squares (PLS) ... 102

2.5 Análises físico-químicas ................................................................................... 102

2.5.1 Análise de cor ............................................................................................. 102

2.5.2 Análise da viscosidade ................................................................................ 103

2.5.3 pH ................................................................................................................ 103

2.5.4 Teor de sólidos solúveis .............................................................................. 103

2.6 Análise dos resultados ....................................................................................... 104

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 105

3.1 Definição dos termos descritores da Análise Descritiva Quantitativa (ADQ) . 105

Page 14: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

xiv

3.2 Seleção dos provadores para a ADQ ................................................................. 111

3.3 Análise sensorial descritiva da bebida láctea achocolatada .............................. 114

3.4 Teste de aceitação com consumidores .............................................................. 123

3.4.1 Intenção de compra ..................................................................................... 126

3.5 Regressão por mínimos quadrados parciais ...................................................... 129

3.6 Análises físico-químicas ................................................................................... 132

4 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 134

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 134

ARTIGO 5 - OMEGA-3 ENRICHED CHOCOLATE MILK: A FUNCTIONAL DRINK TO

IMPROVE HEALTH DURING EXHAUSTIVE EXERCISE .................................. 139

1. INTRODUCTION .................................................................................................. 141

2. MATERIAL AND METHODS ............................................................................. 143

2.1 Animals ............................................................................................................. 143

2.2 Exhaustion Protocol .......................................................................................... 144

2.3 Chocolate milk processing ................................................................................ 144

2.4 Antioxidant capacity ......................................................................................... 146

2.4.1 FRAP .......................................................................................................... 146

2.4.2 ORAC ......................................................................................................... 147

2.5 Lipid Peroxidation ............................................................................................. 147

2.6 Free radical scavenging capacity in the plasma ................................................ 148

2.7 Trolox equivalent antioxidant capacity assay (TEAC) ..................................... 149

Page 15: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

xv

2.8 Fatty Acids Composition .................................................................................. 149

2.9 Proximate composition ..................................................................................... 150

3. RESULTS ............................................................................................................... 150

5. CONCLUSION ...................................................................................................... 163

Page 16: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

xvi

AGRADECIMENTOS

A realização deste trabalho só foi possível graças à colaboração direta ou indireta de

muitas pessoas. Manifesto minha gratidão a todas elas e de forma particular:

– a Deus, por sempre iluminar minha vida e colocar nela pessoas maravilhosas;

– a minha orientadora, Helena Maria André Bolini, pela oportunidade, confiança e pelo

conselho em 2009, que foi decisivo na minha vinda para UNICAMP. Além disso agradeço

por você ter entrado em minha vida, por ser um anjo na forma de pessoa e ter se tornado

minha amiga. Obrigada pela compreensão e apoio incondicional para que eu pudesse cuidar

do Carlo com uma dedicação única;

– à banca examinadora, Profa. Dra. Carmen Silvia Fávaro Trindade, Profa. Dra. Ana

Silvia Prata Soares, Profa. Dra. Glaucia Rocha Selmi, Profa. Dra. Alessandra Bugatte Palazzo,

Profa. Dra. Caroline Dario Capitani, Prof. Dr. Carlos Raimundo Ferreira Grosso e Prof. Dr.

Adriano Gomes da Cruz, por terem despendido seus tempos para fazerem a leitura do meu

trabalho e terem apresesentado sugestões para que este fosse melhorado. Gostaria de

agradecer, especialmente, às Prof. Dra. Ana Silvia Prata Soares, pois, além das contribuições

científicas ao trabalho, disponibilizou do seu tempo e atenção na ajuda da escrita do artigo e à

Prof. Dra. Caroline Dario Capitani pela oportunidade e confiança dos PEDs em Limeira;

– aos meus avôs, José Ernesto Bürger e Afonso do Amaral Rodrigues, por serem meus

anjos e terem iluminado esta minha trajetória, e às minhas avós, Dalva e Ana Edithe, por

sempre me acolherem a cada ida a Santa Maria;

– aos meus pais, Nilton e Maristela, por terem acreditado em mim e ao mesmo tempo

terem me dado asas para voar. Obrigada pela dedicação e amor incondicionais que sempre me

ajudam a manter o eixo e ter vontade de seguir em frente. Agradeço, especialmente, à minha

mãe, por todo cuidado comigo e com o Carlo, por ser essa avó babona que mesmo brigando

eu amo. Agora sendo mãe eu entendo muito melhor as tuas atitudes. Amo muito vocês;

Page 17: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

xvii

– ao meu irmão Matheus e minha cunhada Cíntia, por mesmo fisicamente distantes se

fazerem tão presentes. Obrigada por seremos padrinhos/afilhados e compadres. Saiba que é

devido ao amor e confiança que tenho em vocês que lhes confio os cuidados da coisa mais

preciosa que tenho na vida;

– ao meu marido e companheiro de vida Fernando Costa Santana por ter me

encontrado. Obrigada por ter aparecido em minha vida e desde então tornado-a o mais intensa

possível. Amo dormir e acordar ao teu lado sabendo que compartilhamos dos mesmos sonhos,

que temos a mesma intensidade e acreditamos nas mesmas coisas. Obrigada por ser meu porto

seguro. Serei eternamente grata a ti por ter me dado o maior de todos os presentes que é o

nosso peteco Carlo;

– ao meu filho Carlo por mesmo sem saber, me mostrou o verdadeiro significado da

vida. Me ensinou a forma mais linda e intensa de amar. Obrigada por me fazer querer ser um

ser humano melhor a cada dia que passa. A mamãe te ama com toda a capacidade que tenho

de amar. Saiba que estarei sempre ao teu lado para um beijo, um puxão de orelha, um colo e

um vamos em frente;

– às minhas amigas de Santa Maria, por manterem esta amizade verdadeira que

trazemos desde o colégio ou faculdade, que me acolhem com todo carinho cada vez que volto

à Santa Maria;

– à Fernanda e a Flávia pela amizade incondicional. Obrigada por me compreenderem,

por estarem ao meu lado nos momentos mais difíceis, pelo café, bolo e etc mesmo que nos

meus momentos de silêncio. À Fernanda eu gostaria de agradecer por ter se tornando a minha

irmã de coração, minha cúmplice, meu desabafo, por mesmo tão pequena ter a capacidade de

ocupar grande parte da minha admiração e amor. À Flávia por se dedicar tanto que, mesmo

não tendo mais a convivência diária do labaratório, parece que estamos sempre juntas.

Obrigada pela confiança e pelas oportunidades. As duas agradeço demais por terem entrado

em minha vida e assim espero que permaneçam;

Page 18: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

xviii

– aos colegas de laboratório por todos momentos compartilhados, especialmente à

Juliana Alves Paixão pelo trabalho juntas, pela companheirismo de sempre e por ser uma

amiga maravilhosa;

– aos meus queridos provadores das análises sensoriais pela imensa dedicação e

esforço. Foram vocês que tornaram possível a realização desse trabalho. Obrigada de coração

pela disponibilidade;

– ao pessoal do LBN por terem me acolhido como se eu realmente fosse do laboratório.

Obrigada pelos desabafos, risadas e inúmeros cafés juntas. Agradeço também a Prof. Dra

Flavia Netto por ter me permitido ocupar um espaço quase igual ao das suas orientadas;

– ao pessoal do DEPAN, por ter me ajudado das mais diversas maneiras. Agradeço,

especialmente, à Alessandra, pela amizade e companheirismo;

– ao departamento de Óleos e Gorduras da UNICAMP, principalmente à Marcella e ao

Renato, pela constante ajuda;

– às empresas R&S Blumos, Tetra Pak, FMC e Funcional Mikron pelo apoio prestado.

Sem a ajuda de vocês a realização deste trabalho não seria possível;

– à FAPESP, pelo financiamento da bolsa de doutorado.

Page 19: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

xix

Page 20: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

xx

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Composição de ácidos graxos do óleo de chia (Salvia hispanica L.) cultivados em

diferentes regiões. Fonte: Marineli & Rodrigues (2015, p. 21-23). .................................. 10

Figura 2 - Estrutura química sucralose. Fonte: Mitchell (2007, p. 130). ................................ 21

Figura 3 - Estrutura química aspartame. Fonte: Mitchell (2007). ........................................... 23

Figura 4 - Estrutura química neotame. Fonte: Mitchell (2007)............................................... 26

Figura 5 - Estrutura química da estévia. Fonte: Mitchell (2007) ............................................ 28

Figura 6 - Microscopia ótica das partículas úmidas (A e B) e reidratadas (C e D) de

coacervação complexa contendo óleo de chia ................................................................... 58

Figura 7 - Microestrutura das partículas secas em estufa (PAR) – A e B; e das amostras

liofilizadas: leite achocolatado (CHO) – C e D; leite achocolatado adicionado das

partículas (CHOC) – E e F; leite achocolatado adicionado das partículas e submetido ao

processo UHT (CHOU) – G e H. ....................................................................................... 63

Figura 8 - Teste para determinação da concentração ideal de sacarose a ser adicionada à

bebida láctea achocolatada obtida no teste com Escala do Ideal. ...................................... 81

Figura 9 - Histograma de distribuição das respostas obtidas no teste com escala do ideal para

a bebida láctea achocolatada adoçada com 5% de sacarose. ............................................. 82

Figura 10 - Histograma de distribuição das respostas obtidas no teste com escala do ideal

para a bebida láctea achocolatada adoçada com 7% de sacarose. ..................................... 83

Figura 11 - Histograma de distribuição das respostas obtidas no teste com escala do ideal

para a bebida láctea achocolatada adoçada com 9% de sacarose. ..................................... 83

Figura 12 - Histograma de distribuição das respostas obtidas no teste com escala do ideal

para a bebida láctea achocolatada adoçada com 11% de sacarose. ................................... 84

Figura 13 - Histograma de distribuição das respostas obtidas no teste com escala do ideal

para a bebida láctea achocolatada adoçada com 13% de sacarose. ................................... 84

Figura 14 - Gráfico utilizado para a seleção dos provadores a partir dos testes triangulares. 86

Figura 15 - Relação entre intensidade de doçura e concentração dos edulcorantes em bebida

láctea achocolatada adoçada com 9% de sacarose ............................................................ 87

Page 21: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

xxi

Figura 16 - Perfil Sensorial Descritivo em gráfico radar das 12 amostras de bebida láctea

achocolatada ..................................................................................................................... 119

Figura 17 - Figura bidimensional da Análise de Componentes Principais dos termos

descritores das amostras de Bebida Láctea achocolatada contendo óleo de chia livre ... 121

Figura 18 - Figura Bidimensional da Análise de Componentes Principais dos termos

descritores das amostras de Bebida Láctea achocolatada contendo óleo de chia

encapsulado ...................................................................................................................... 122

Figura 19 - Faixa etária dos provadores do teste de aceitação de bebida láctea achocolatada

......................................................................................................................................... 124

Figura 20 - Distribuição da frequência de notas (%) correspondentes à escala utilizada para

avaliação de intenção de compra dos consumidores quanto às amostras de bebida láctea

achocolatada. .................................................................................................................... 128

Figura 21 - Resultado dos Variable Importance for Projection (VIPS) para o modelo Partial

Least Squares (PLS) para bebida láctea achocolatada .................................................... 130

Figura 22 - Direcionadores de preferência por análise de regressão por quadrados mínimos

parciais para bebida láctea achocolatada. Colunas verdes: atributos positivos para as

amostras de bebida láctea achocolatada; Colunas vermelhas: atributos negativos para as

amostras de bebida láctea achocolatada; Colunas azuis: não foi possível afirmar com 95%

de confiabilidade se a presença do atributo é positiva ou negativa ................................. 131

Figura 23 - Mapa de preferência externa, determinado por análise de regressão múltipla por

quadrados mínimos parciais entre as médias de impressão global e termos descritores

determinados na análise descritiva quantitativa (ADQ). ................................................. 132

Page 22: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

xxii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição do leite achocolatado formulado .................................................. 54

Tabela 2 - Composição centesimal (%) em base seca das micropartículas secas contendo óleo

de chia ........................................................................................................................... 57

Tabela 3 - Diâmetro médio das amostras de leite achocolatado (CHO), de leite achocolatado

adicionado das partículas secas (CHOC) e de leite achocolatado adicionado das partículas

secas submetidos ao tratamento térmico (CHOU). ...................................................... 64

Tabela 4 - Ingredientes e suas respectivas porcentagens utilizadas na formulação da bebida

láctea achocolatada ....................................................................................................... 74

Tabela 5 - Concentrações dos edulcorantes aspartame, sucralose, estévia, blend edulcorante

Sucralose/Acessulfame K/ Neotame (100:50:1) e neotame, e da sacarose para

determinação da doçura equivalente a 9% de sacarose para bebida láctea achocolatada78

Tabela 6 - Valores de Coeficiente Angular, Intercepto na Ordenada, Coeficiente de

Correlação Linear e Função de Potência (Power Function) obtidos nos testes, utilizando-

se escala de magnitude para determinar as equivalências de doçura da sucralose,

aspartame, estévia, neotame e mistura de sucralose/acessulfame K/ Neotame em relação à

concentração de 9% de sacarose em bebida láctea achocolatada ................................. 88

Tabela 7 - Concentrações e potências de dulçor dos edulcorantes sucralose, aspartame,

estévia, neotame e sucralose/acessulfame k/neotame equivalente a uma doçura de 9% de

sacarose em bebida láctea achocolatada ....................................................................... 90

Tabela 8 - Médias dos parâmetros da curva tempo-intensidade para o gosto doce dos

edulcorantes .................................................................................................................. 91

Tabela 9 - Lista dos termos descritores, definição e as referências utilizadas na análise

descritiva quantitativa de bebida láctea achocolatada ................................................ 106

Tabela 10 - Níveis de significância (p) para provadores em função da discriminação das

amostras (Famostra) .................................................................................................... 111

Tabela 11 - Níveis de significância (p) para provadores em função da discriminação das

amostras (Frepetição) .................................................................................................. 113

Page 23: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

xxiii

Tabela 12 - Valores para as médias dos atributos sensoriais de aparência e aroma para as

amostras de bebida láctea achocolatada ..................................................................... 115

Tabela 13 - Valores para as médias dos atributos sensoriais de sabor e textura para as

amostras de bebida láctea achocolatada ..................................................................... 116

Tabela 14 - Médias das bebidas lácteas achocolatadas em relação aos atributos sensoriais

atribuídas pelos consumidores .................................................................................... 125

Tabela 15 - Médias dos valores das análises físico-químicas de de pH, ºBrix, Viscosidade e

Cor (L*, a* e b*) para as amostras de bebida láctea achocolatada ............................ 134

Table 16 - Ingredients and proximate composition of chocolate milk (CM) and omega-3

enriched chocolate milk (O3ECM). ............................................................................ 145

Table 17 - Composition of fatty acids of the chia oil used to produce the beverage omega-3

enriched chocolate milk (O3ECM). ............................................................................ 150

Table 18 - Muscle damage and antioxidant parameters in serum. ................................... 152

Table 19 - Biochemical blood parameters ........................................................................ 154

Table 20 - Molecular and immune system parameters. .................................................... 156

Table 21 - Nutrient intake and anthropometrics parameters ............................................ 163

Page 24: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

1

1 INTRODUÇÃO

A mudança de hábitos alimentares e estilo de vida da população, relacionada ao

aumento da expectativa de vida, pode estar associada a maior incidência de doenças crônicas,

como obesidade, dislipidemias e diabetes, crescendo a preocupação por parte da população

em relação à promoção de práticas alimentares saudáveis. Dentre as doenças crônicas, a

obesidade apresenta rápido aumento nas últimas décadas, sendo caracterizada como uma

verdadeira epidemia mundial (STYNE, 2001).

Concomitantemente a isso, nota-se crescimento significativo na comercialização, pela

indústria alimentícia, de alimentos ricos em gorduras e açúcares de alta densidade energética,

como mistura para bolo, leites achocolatados, sobremesa pronta gelificada, suco de fruta

concentrado ou pronto para consumo, que contribuem para reforçar as possibilidades para o

aumento da densidade energética da dieta, levando muitos indivíduos ao sobrepeso e, até

mesmo, à obesidade (CYRILLO; SALES; BRAGA, 1997). Dessa forma, a substituição da

sacarose por edulcorantes em alimentos surge como uma alternativa relevante para redução do

valor energético da dieta. O consumo de alimentos de baixa caloria apresenta-se como uma

possibilidade na manutenção e no controle de peso, assim como em outras condições clínicas,

como diabetes mellitus, que exigem a restrição definitiva ou prolongada da ingestão de

sacarose (TORLONI et al., 2007).

Devido a isso, a proposta do desenvolvimento de bebidas de baixas calorias torna-se

um estudo de grande interesse para a área de pesquisa em alimentos, e uma das alternativas

Page 25: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

2

para sua elaboração é a substituição da sacarose por edulcorantes (DE MELO; BOLINI;

EFRAIM, 2009). São substâncias altamente aplicáveis em alimentos, devido a sua

propriedade de intensa doçura, mesmo em pequenas concentrações.

Dentre as bebidas lácteas altamente comercializadas com uma grande quantidade de

sacarose em sua composição encontram-se os leites achocolatados. Portanto, a formulação de

uma bebida láctea achocolatada com a utilização de diferentes edulcorantes podem minimizar

esses problemas decorrentes do consumo excessivo de leite achocolatado adoçado com

sacarose. No entanto, para garantia de sucesso de sua formulação, necessita-se que haja um

profundo estudo das suas características sensoriais, a fim de que os produtos desenvolvidos

com edulcorantes apresentem atributos de aparência, aroma, sabor e textura semelhantes aos

com sacarose.

1.1 JUSTIFICATIVA

A possibilidade de se desenvolver um produto com tecnologia que envolva a

microencapsulação de um óleo vegetal rico em ômega-3 para a obtenção de um produto

alimentício funcional, associado a uma formulação com edulcorante para redução do valor

calórico, é bastante interessante no promissor setor de alimentos funcionais. Entretanto, em

um estágio preliminar do seu desenvolvimento, torna-se necessário avaliar suas características

sensoriais bem como sua aceitação pelos consumidores. Sendo assim, o presente trabalho

propõe a caracterização do perfil sensorial e da aceitação de leite achocolatado enriquecido

Page 26: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

3

com óleo de chia livre e encapsulado, adoçado com edulcorantes, determinando, por análise

estatística multivariada, os direcionadores de preferência para esses produtos.

Page 27: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

4

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivos gerais

Determinar as características sensoriais e físico-químicas de leite achocolatado

enriquecido com óleo de chia microencapsulado e livre, adoçado com diferentes edulcorantes

(sucralose, ciclamato, aspartame, neotame e estévia) e sacarose e correlacionar, por estatística

multivariada, todos os resultados obtidos para determinação de direcionadores de preferências

do produto.

2.2 Objetivos específicos

O leite achocolatado enriquecido com óleo de chia microencapsulado e livre foi

adoçado com sacarose e cinco diferentes edulcorantes, sendo, desta forma, estudados

separadamente. Os objetivos específicos deste trabalho foram:

Encapsular o óleo de chia através da técnica de coacervação complexa;

Produzir as micropartículas de coacervação complexa em escala industrial;

Caracterizar as micropartículas em relação a sua morfologia, microestrutura e tamanho;

Determinar a concentração ideal de sacarose, a ser adicionada ao leite achocolatado;

Determinar a equivalência de doçura em relação à sacarose e a potência de cada

edulcorante estudado, para o leite achocolatado;

Page 28: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

5

Realizar determinações físico-químicas de cor, pH, viscosidade e Brix no leite

achocolatado;

Determinar o perfil sensorial descritivo dos produtos por Análise Descritiva

Quantitativa;

Realizar análise tempo-intensidade dos atributos mais importantes que foram

determinados pela Análise Descritiva Quantitativa, para o leite achocolatado;

Avaliar a aceitação do leite achocolatado em função dos edulcorantes utilizados;

Determinar a correlação múltipla entre resultados do perfil sensorial descritivo,

análises físico-químicas e aceitação para determinação dos direcionadores de

preferência, obtendo informações sobre quais as características sensoriais e físico-

químicas que contribuem positiva ou negativamente para a aceitação do consumidor;

Verificar os efeitos do leite achocolatado enriquecido com o ômega-3 proveniente do

óleo de chia em alguns parâmetros bioquímicos e dano muscular em ratos sedentários

submetidos a exercício físico intenso e exaustivo.

Page 29: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

6

ESTRUTURA DA TESE

Esta tese foi dividida em artigos em conformidade com a descrição a seguir:

– Artigo 1: “Revisão Bibliográfica” – apresenta os fundamentos teóricos sobre leite

achocolatado, microencapsulação, óleo de chia, edulcorantes e análise sensorial;

– Artigo 2: “Encapsulação do óleo de chia através da técnica de coacervação

complexa visando à proteção contra o processamento UHT e à oxidação lipídica” –

apresenta os ensaios realizados para o desenvolvimento de uma partícula com capacidade de

suportar as altas temperaturas e pressão do processamento UHT que foram, posteriormente,

incorporadas ao leite achocolatado;

– Artigo 3: “Determinação da doçura ideal e equivalência de doçura de

edulcorantes em bebida láctea achocolatada e sua avaliação através da análise tempo-

intensidade” – apresenta como foi realizada a determinação da concentração ideal de

sacarose para a bebida láctea achocolatada e as concentrações ideais de cada edulcorante

estudado que corresponde à mesma potência de dulçor da sacarose;

– Artigo 4: “Perfil sensorial descritivo e aceitação de bebida láctea achocolatada

adicionada de óleo de chia livre e microencapsulado” – mostra o perfil sensorial da bebida

desenvolvida, assim como sua aceitação por consumidores;

– Artigo 5: “Omega-3 enriched chocolate milk: a functional drink to improve

health during exhaustive exercise”, apresenta a funcionalidade do leite achocolatado

desenvolvido em teste com ratos Wistar frente ao exercício exaustivo.

Page 30: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

7

ARTIGO 1

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Page 31: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

8

ARTIGO 1 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1 ÓLEO DE CHIA

Os principais óleos vegetais comercializados e utilizados pela indústria por diversos

propósitos são, principalmente, os de palma, soja, girassol e canola. Nos últimos anos, o

interesse por outros óleos vegetais vem crescendo, principalmente por fontes de ácido graxo

insaturado, tais como soja, girassol e canola, uma vez que estes óleos possuem benefícios

nutricionais, industriais e medicinais (IXTAINA et al., 2011). Dentre os ácidos graxos

insaturados, a família dos ácidos graxos ômega-3 destaca-se, uma vez que possui um papel

essencial durante o crescimento fetal, previne doenças cardiovasculares, por ser

antitrombótico e anti-inflamatório (GALLI; MARANGONI, 2006).

Os tecidos do corpo humano necessitam de ômega-3 para o seu funcionamento, assim

como necessitam dos ácidos graxos da família ômega-6, havendo necessidade de um

equilíbrio entre esses dois ácidos graxos. No entanto, como há uma alta disponibilidade de

óleos vegetais de baixo custo ricos em ômega-6, há um desbalanço na proporção desses

ácidos graxos na dieta, havendo um maior consumo de ômega-6 e uma baixa ingesta de

ômega-3 (NETTLETON, 1995). Devido a isso, a indústria de alimentos vem buscando fontes

de óleo vegetal que contenham uma elevada quantidade de ômega-3, assim como uma boa

proporção entre ômega-3 e ômega-6 (DUBOIS et al., 2007).

Page 32: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

9

A semente de chia (Salvia hispanica L.) faz parte da alimentação básica da população

da América Central há muitos anos (AYERZA; COATES, 2005). A semente de chia contém,

aproximadamente, 30% de óleo, e este é composto principalmente por ácidos graxos

insaturados. As sementes de chia contêm a maior porcentagem (60-68%) de ácido graxo α-

linolênico em relação às demais sementes já estudadas, como, por exemplo, a semente de

linhaça, que possui, em média, 57% (SPENCE et al., 2003; AYERZA; COATES, 2011;

IXTAINA et al., 2011).

Nos últimos anos, o uso da semente de chia vem sendo difundido, e seu consumo está

aumentando devido aos benefícios à saúde associados a este elevado teor de ácido graxo α-

linolênico (AYERZA; COATES, 2011). Atualmente, o óleo da semente de chia é obtido por

prensagem a frio, e é comercializado como óleo cru, sob nomes comerciais e marcas

específicas em vários países da América Latina e do Norte (IXTAINA et al., 2011).

Além da elevada quantidade de ômega-3, o óleo de chia é interessante devido ao

equilíbrio entre os ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 (DUBOIS et al., 2007). O perfil de

ácidos graxos da semente pode variar conforme a região de plantação (Figura 1), porém não

costuma variar significativamente durante a sua comercialização, o que garante um ótimo

aproveitamento nutricional da semente (AYERZA; COATES, 2011).

Page 33: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

10

Figura 1 - Composição de ácidos graxos do óleo de chia (Salvia hispanica L.) cultivados em

diferentes regiões. Fonte: Marineli e Rodrigues (2015, p. 21-23).

Origem C16:0 C18:0 C18:1 C18:2 C18:3 ∑SAT ∑PUFA n-6/n-3 Referências

West Lafayette, Estados Unidos 27,40 12,30 21,20 12,80 15,40 39,70 28,20 0,83 Bushway (1985)

Salta, Argentina* 7,90 2,90 6,00 17,80 65,20 10,80 83,00 0,27

Coates e Ayerza (1996)

Salta, Argentina* 6,70 2,40 6,00 17,00 67,80 9,10 84,80 0,25

Salta, Argentina* 6,90 3,00 6,00 17,60 66,50 9,90 84,10 0,26

Jujuy, Argentina 6,40 2,90 6,10 19,50 65,00 9,30 84,50 0,30

Salta, Argentina* 6,70 3,20 6,60 20,10 63,20 9,90 83,30 0,32

Jujuy, Argentina* 7,40 3,00 6,65 18,80 63,45 10,40 82,25 0,30

Coates e Ayerza (1998)

Jujuy, Argentina* 7,20 3,00 6,65 19,80 62,75 10,20 82,55 0,32

Salta, Argentina* 7,20 2,80 6,65 19,00 63,75 10,00 82,75 0,30

Salta, Argentina* 6,90 3,00 6,50 20,00 62,85 9,90 82,85 0,32

Salta, Argentina* 7,20 3,00 6,80 20,20 62,40 10,20 82,60 0,32

Salta, Argentina* 6,90 3,00 6,85 19,20 63,10 9,90 82,30 0,30

Salta, Argentina* 7,20 3,00 7,05 20,40 61,55 10,20 81,95 0,33

Valle Interandino, Colômbia* 7,25 3,40 3,40 18,00 63,20 10,65 81,20 0,28

Ayerza e Coates (2004)

Valle Interandino, Colômbia* 7,65 3,50 3,50 19,25 57,50 11,15 76,75 0,33

Valle Interandino, Colômbia* 7,60 3,55 10,30 19,10 58,55 11,15 77,65 0,33

Semi-arid Chaco, Argentina 6,55 2,95 7,15 20,30 62,00 9,50 82,30 0,33

The Yungas, Argentina 7,40 2,75 6,75 20,10 62,20 10,15 82,30 0,32

Arid Chaco, Argentina 6,95 2,75 6,85 21,05 61,65 9,70 82,70 0,34

Deserto do Atacama, Peru 7,15 3,00 6,90 18,35 64,20 10,15 82,55 0,29

Sinaloa, México 6,30 3,10 7,50 19,90 61,90 10,39 81,80 0,32 Álvarez-Chávez et al. (2008)

Jalisco, México 6,20 3,00 8,20 19,80 63,40 10,20 83,20 0,31

Buenos Aires, Argentina 6,60 2,80 6,80 18,60 64,60 9,40 83,20 0,29 Chicco et al. (2009)

Albano, Itália 7,10 3,30 6,00 18,80 64,10 10,40 82,90 0,29 Peiretti e Gai (2009)

Santa Elena, Equador 7,94 3,51 8,19 19,70 60,05 11,45 79,75 0,33

Ayerza (2010)

Salinas, Equador 6,30 3,40 5,78 15,60 67,33 9,70 82,93 0,23

San Pablo, Equador 6,00 3,50 9,40 19,30 60,85 9,50 80,15 0,32

Patate, Equador 6,48 3,86 7,92 17,30 63,33 10,34 80,63 0,27

Guayllabamba, Equador 6,38 3,36 6,73 18,00 63,47 9,74 81,47 0,28

Jalisco, México* 10,10 2,80 10,30 28,00 48,80 12,90 76,80 0,57 Ixtaina et al. (2010)

Jalisco, México* 8,70 3,40 4,90 19,60 63,40 12,10 83,00 0,31

Semi-arid Chaco, Argentina 6,89 2,36 6,73 22,50 60,35 9,25 82,85 0,37

Ayerza e Coates (2011)

Sub-Umid Chaco, Bolívia 7,72 3,59 9,12 21,93 56,93 11,31 78,86 0,39

Inter-Andean Valley, Equador 6,39 3,74 6,59 16,99 64,75 10,13 81,74 0,26

Argentina 6,60 3,10 5,40 20,30 64,50 9,70 84,80 0,31 Ixtaina et al. (2011)

Salta, Argentina 7,30 2,80 7,40 22,00 60,50 10,10 82,50 0,36 Martinez et al. (2012)

Argentina 7,20 3,80 5,20 19,10 64,70 11,00 83,80 0,30 Ixtaina et al. (2012)

Chile 7,07 3,36 7,04 18,23 62,80 11,12 81,59 0,29 Marineli et al. (2014)

Page 34: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

11

Estudos recentes mostram que é possível utilizar o óleo de chia ou seus derivados para

a alimentação de animais, com o objetivo de obtenção de produtos enriquecidos em ácidos

graxos poli-insaturados (PUFA) e consequente melhoria do valor nutricional (AYERZA;

COATES, 2002; AYERZA; COATES; LAURIA, 2002; COATES, AYERZA, 2009). A

adição de chia em dietas de aves, para produção de ovos (AYERZA; COATES, 1999, 2000,

2001, 2002) e de carne (AYERZA; COATES; LAURIA, 2002); na dieta de vacas, para a

produção de leite (AYERZA; COATES, 2006); e nas dietas de coelhos (PEIRETTI;

MEINERI, 2008) e porcos, para produção de carnes (COATES; AYERZA, 2009), trazem

consequentes benefícios aos consumidores quanto à qualidade nutricional desses produtos,

caracterizando-a como uma das fontes mais eficientes de PUFA n-3 para o enriquecimento de

alimentos.

Além disso, pesquisas em modelos animais (AYERZA; COATES, 2005, 2007;

ESPADA et al., 2007; CHICCO et al., 2009; POUDYAL et al., 2012) e em humanos

(VUKSAN et al., 2007, 2010) têm mostrado os efeitos fisiológicos benéficos a partir da

suplementação com as sementes ou com o óleo de chia, principalmente relacionadas à ação

desse composto na melhoria de marcadores relacionados à dislipidemia, inflamação, doenças

cardiovasculares, homeostase da glicose, resistência à insulina, esteatose hepática e

composição corporal, sem efeitos adversos.

Dessa forma, as propriedades físico-químicas e funcionais da fração lipídica das

sementes de chia, assim como de seus subprodutos, fornecem informações que motivam o uso

dessas como uma importante fonte de alimento, considerando a atual tendência para um

Page 35: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

12

aumento do consumo de alimentos funcionais e seu alto potencial nutricional e tecnológico. A

chia também pode ser utilizada para a produção de ingredientes funcionais com aplicações

comerciais em alimentos (REYES-CAUDILLO; TECANTE; VALDIVIA-LÓPEZ, 2008;

SEGURA-CAMPOS et al., 2013). Porém o fato de o óleo de chia possuir uma alta

concentração de ácidos graxos PUFA pode favorecer a sua oxidação, sendo, assim,

interessante o uso de alguma tecnologia que vise proteger esse óleo para sua melhor

incorporação em matrizes alimentícias.

Apesar disso, o óleo de chia ainda não é extensamente utilizado pela indústria, havendo

a necessidade de estudos com a divulgação dos respectivos resultados, para maior difusão das

informações sobre os benefícios de sua aplicação e contribuição de seu consumo para a dieta

humana (IXTAINA et al., 2011).

2 MICROENCAPSULAÇÃO

A adição de ingredientes aos alimentos com o fim de se obter melhora dos valores

nutricionais pode comprometer o sabor, a textura, a cor e o aroma e também fazer com que o

alimento perca a sua viabilidade por provocar reações de oxidação. Uma das maneiras de se

amenizar ou evitar essas características indesejáveis é o uso da técnica de microencapsulação

(DUBEY; SHAMI; BASHKER RAO, 2009).

A microencapsulação é uma técnica capaz de proteger sólidos, líquidos ou substâncias

gasosas em escala de tamanho micro. A técnica pode permitir que as cápsulas liberem

Page 36: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

13

gradualmente seu conteúdo de recheio, com taxas controladas, sob influência de condições

específicas, incluindo quebra por calor, hidratação excessiva, difusão e pressão (PEPPAS;

BRANNON-PEPPAS, 1996; ANAL; STEVENS, 2005; KAILASAPATHY; MASONDOLE,

2005).

Atualmente, essa tecnologia é utilizada em diferentes áreas, como, por exemplo, na

indústria farmacêutica, tintas e indústria de alimentos. Dentro da área de alimentos, ela é

utilizada na proteção contra adversidades do meio (temperatura, umidade), na melhoria da

estabilidade de flavorizantes, enzimas, micro-organismos, vitaminas, ácidos graxos, minerais

e peptídeos. Além disso, também pode atuar na transformação do estado físico do material

encapsulado (líquido para sólido), diminuir características indesejáveis que o produto possa

apresentar (pH, cor, aroma, sabor) e preservar a qualidade nutricional do produto final

(SHAHIDI; HAN, 1993; RÉ, 1998). Na área farmacêutica, é utilizada para melhorar o sabor e

a estabilidade de medicamentos e como barreira contra mau odor e sabor (DZIEZAK, 1988;

LISERRE; RÉ; FRANCO, 2007).

A composição das cápsulas varia conforme a aplicação a que se destinam, podendo

variar entre comestíveis (carboidratos, proteínas) a polímeros biodegradáveis ou sintéticos.

Diversos polímeros de grau alimentício, como alginato, quitosana, carboximetilcelulose,

carragena, gelatina e pectina, são utilizados na indústria de alimentos para a formação de

microcápsulas por meio de técnicas distintas (ANAL; SINGH, 2007). As propriedades de

liberação do material de parede também devem ser levadas em consideração e influenciam a

estabilidade dos compostos contra a oxidação (ARSHADY, 1993; SINKO; KOHN, 1993).

Page 37: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

14

A escolha do método para encapsulação depende do tamanho da partícula desejada, das

propriedades físicas e químicas da parede e do recheio e da aplicação do produto final

(AZEREDO, 2005). Além dessas características, as partículas produzidas pelos diferentes

métodos de encapsulação possuem características diversas, como retenção do recheio, e

também podem apresentar comportamento de liberação diferenciado (ALVIM, 2005).

A combinação de proteínas e polissacarídeos é muito utilizada na indústria de

alimentos, e esta mistura pode apresentar diferentes propriedades, tais como, ser

completamente miscível, ser incompatível ou formar complexos (TURGEON;

LANEUVILLE, 2009). O processo de coacervação complexa envolve pelo menos dois

polímeros de cargas distintas em condições específicas. Na maioria dos casos, os

biopolímeros incluem uma proteína e um polissacarídeo (JUN-XIA; HAI-YAN; JIAN, 2011).

A coacervação é uma separação espontânea de fases, onde há a formação de um complexo

insolúvel, sendo necessário que os biopolímeros utilizados apresentem cargas opostas em

condições estequiométricas (YEO et al., 2005).

Essas interações atrativas entre os biopolímeros podem ser de natureza fraca, como

ligações iônicas, de hidrogênio ou hidrofóbicas, como também podem ser ligações

específicas, nas quais há uma grande intensidade e costumam ser permanentes, como as

ligações covalentes (ZUCKERKANDL, 1975). Há evidências de que as principais forças

envolvidas nas interações são de natureza eletrostática, nas quais há ligações entre íons de

cargas opostas (IMESON; LEDWARD; MITCHELL, 1977).

Page 38: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

15

A microencapsulação por coacervação é uma das mais importantes aplicações

industriais das propriedades interfaciais de interação entre proteínas e polissacarídeos e vem

sendo utilizada por diversos segmentos, tais como farmacêutico, alimentício, químico,

cosmético, entre outros, para veiculação de diversos tipos de recheio (aromas, enzimas,

fármacos, tintas) com aplicações variadas (SCHMITT et al., 1998; DE KRUIF;

WEINBRECK; DE VRIES, 2004; STRAUSS; GIBSON, 2004). Em geral, compostos

líquidos ou particulados de caráter hidrofóbico são facilmente encapsuladas por esse processo

(SCHIMITT et al., 1998).

Óleos das mais diversas naturezas estão entre esses compostos hidrofóbicos

comumente encapsulados através da técnica de coacervação complexa, uma vez que em uma

das primeiras etapas do processo de microencapsulação há a elaboraçãoo de uma emulsão de

óleo em água, o que facilita a encapsulação do ativo (COMUNIAN et al., 2013). A

encapsulação de óleos geralmente ocorre para mascarar características indesejáveis que este

óleo possa apresentar, como, por exemplo, o aroma e sabor característico dos óleos de peixe, e

também para proteger os ácidos graxos de cadeia longa contra a oxidação (KLAYPRADIT;

HUANG, 2008).

O óleo de chia apresenta características sensoriais positivas para incorporação em

alimentos, uma vez que não possui aroma e sabor marcantes que possam influenciar no perfil

sensorial. Porém possui em sua composição ácidos graxos altamente insaturados, o que o

torna instável na presença de oxigênio, luz, água e calor, e ao protegê-lo através da

microencapsulação estes problemas podem ser atenuados (ÁLVAREZ-CHÁVEZ et al.,

Page 39: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

16

2008). A microencapsulação deste óleo pela técnica de spray-drying já se mostrou eficiente,

porém torna-se necessária a ampliação para outras técnicas que permitam a incorporação em

diferentes matrizes alimentícias (RODEA-GONZÁLEZ et al., 2012).

3 LEITE ACHOCOLATADO

O cacau é um dos alimentos mais apreciados pela população, possuindo diversas

aplicações em diferentes produtos, acompanhado por uma popularidade crescente, sendo

apreciado por públicos das mais diversas idades e classes sociais. Devido a isso, tem crescido

o desenvolvimento de bebidas adicionadas de cacau, principalmente as que objetivam

diminuir o conteúdo de sacarose, constituinte presente para minimizar o gosto amargo do

cacau ( A - A et al., 2010).

O leite achocolatado é um dos exemplos de bebidas adicionadas de cacau. Ele pode ser

uma bebida láctea sabor chocolate, pois é um produto obtido a partir de leite e/ou derivados

de leite, fermentados ou não, adicionado de ingredientes, sendo a base láctea correspondente

a, no mínimo, 51% da massa do produto (BRASIL, 2000). Geralmente é adicionado de soro

de leite, um subproduto de alto valor agregado em sua composição (ALMEIDA; BONASSI;

ROÇA, 2001), o que se constitui, do ponto de vista regulatório, uma bebida láctea (BRASIL,

2005).

O soro do leite resultante da produção de queijo ou de caseína industrial contém cerca

de 93% de água. Durante o processo para a obtenção do soro, há a remoção das caseínas e

Page 40: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

17

gorduras lácteas, remanescendo os componentes hidrossolúveis, tais como as proteínas

lácteas, lactose, minerais e vitaminas hidrossolúveis. Além desses nutrientes, o soro do leite

possui todos os aminoácidos essenciais, retendo 55% dos nutrientes do leite, o que o torna

rico em nutrientes, despertando interesse para o seu uso (JELEN, 2009).

Estudo desenvolvido por Bayoumi et al. (2011) relatou que o consumo de bebida láctea

saborizada pode ajudar as crianças a atingirem os níveis recomendados de ingestão diária de

cálcio, assim como de outros nutrientes também encontrados no leite, tais como vitamina D,

vitamina A, proteína, magnésio e fósforo. Nota-se que a opção pelo consumo desse tipo de

bebida diminui a ingestão de alimentos nulos de nutrientes, como, por exemplo, os

refrigerantes (JOHNSON; FRARY; WANG, 2002). Além disso, Moore et al. (2003)

analisaram a relação de leite e alimentos lácteos com o peso corporal e indicaram que a

ingestão de bebidas lácteas pode desempenhar um papel importante na promoção de um peso

equilibrado ou, ainda, prevenir ganho de peso entre crianças e adolescentes.

O leite achocolatado possui a melhor combinação de proteínas, eletrólitos e

carboidratos para recuperação pós-treino quando comparados a bebidas contendo somente

carboidratos, pois a associação de proteínas aos carboidratos promove uma melhor síntese de

glicogênio, melhorando o desempenho (SAUNDERS; KANE; TODD, 2004; VALENTINE et

al., 2006), podendo, assim, ser um ótimo repositor energético para atletas de exercícios

vigorosos (KARP et al., 2006).

O leite achocolatado apresenta uma maior quantidade de calorias quando comparado

com o leite integral. Dessa forma, observa-se a necessidade do desenvolvimento de uma

Page 41: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

18

formulação com calorias reduzidas (BOOR, 2001) pois o alto consumo de bebidas adoçadas

está associado ao ganho de peso e ao risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2

(DEHKORDI et al., 1995; LUDWIG; PETERSON; GORTMAKER, 2001; BRAY;

NIELSEN; POPKIN, 2004; SCHULZE et al., 2004).

Devido a isso, a proposta do desenvolvimento de bebidas de baixas calorias torna-se

um estudo de grande interesse para a área de pesquisa em alimentos. Uma das alternativas

para a elaboração de bebidas de baixa caloria associadas à diminuição dos níveis de sacarose é

a substituição desta por edulcorantes (DE MELO; BOLINI; EFRAIM, 2009), tais como a

sucralose, o aspartame, a estévia e o neotame.

Os alimentos funcionais vêm ganhando destaque no mercado, havendo um contínuo

desenvolvimento de produtos (MENRAD, 2003). A formulação de uma bebida láctea

achocolatada funcional por meio da adição de uma gordura de origem vegetal rica em ácido

graxo ômega-3 e a utilização de diferentes edulcorantes podem minimizar esses problemas

decorrentes do consumo excessivo de leite achocolatado adoçado com sacarose. Portanto, a

associação do leite achocolatado com a técnica de microencapsulação pode ser uma

alternativa para o desenvolvimento de um produto com propriedade funcional.

4 EDULCORANTES

A epidemia da obesidade faz com que a população aumente o interesse por produtos

alimentícios com baixa caloria que forneça gosto doce, tornando os edulcorantes alimentícios

Page 42: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

19

interessantes para essa aplicação (NABORS, 2002; HORN, 2009). Os produtos com

edulcorantes foram, inicialmente, desenvolvidos para diabéticos e possuíam um alto custo,

porém a sua popularização e maior consumo levaram à diminuição dos preços de

comercialização e ao aumento do desenvolvimento de novas formulações (ALTSCHUL,

1993).

A substituição da sacarose por edulcorantes pode influenciar de maneira positiva

diretamente na saúde por diversos motivos, entre eles citam-se: redução do risco de cáries

dentárias; redução no valor calórico, que pode contribuir para um menor risco de consumo

excessivo; diminuição do peso corpóreo e melhora da sobrevida; formação de osmolitos

eficazes para o efeito laxante e menor risco de constipação ou acúmulo de metabólitos

tóxicos, substrato para organismos sacarolíticos e acidogênicos no cólon que contribuem para

prebiose e 'saúde digestiva', podendo proporcionar uma melhora da função imunológica

(LIVESEY, 2006).

Os edulcorantes são comumente utilizados para o desenvolvimento de alimentos e

bebidas de baixo teor calórico, pois são compostos que possuem a capacidade de interagir

com os receptores gustativos e fornecer a sensação do gosto doce, sendo utilizada uma

pequena quantidade de produto, não influenciando significativamente o aporte calórico

(RENWICK, 1996; MONTIJANO; TOMÁS-BARBERÁN; BORREGO, 1998). Também

possuem a capacidade de, em pequena quantidade, interagir com receptores gustativos,

proporcionando a percepção do gosto doce sem a presença de calorias (RENWICK, 1994;

MONTIJANO; TOMÁS-BARBERÁN; BORREGO, 1998; CASTRO; FRANCO, 2002).

Page 43: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

20

Os edulcorantes possuem características particulares em diferentes tipos de alimentos e

bebidas, podendo promover efeitos indesejáveis (CARDOSO; BOLINI, 2007). Um dos

problemas que os edulcorantes podem apresentar em relação à sacarose é a diferença no

gosto; no entanto, aqueles com características sensoriais mais próximas às da sacarose

possuem, geralmente, uma maior facilidade de serem utilizados em alimentos, uma vez que o

perfil sensorial desejado é aquele similar ao proporcionado pela sacarose (PORTMANN;

KILCAST, 1998; PARPINELLO et al., 2001; MALIK; JEYARANI; RAGHAVAN, 2002;

ZHAO; TEPPER, 2007).

Dentre as principais mudanças notadas e relatadas pelos consumidores quando o

produto é formulado com edulcorantes, estão a intensidade e persistência do gosto doce e a

presença ou não de gosto doce residual (HIGGINBOTHAM, 1983; BOLINI; CARDELLO;

DAMASIO, 1997; ZHAO; TEPPER, 2007). Esses fatores influenciam diretamente na

aceitação do produto pelos consumidores. Dentre os edulcorantes comumente utilizados,

podem-se citar a sucralose, o aspartame, o neotame e a estévia.

A utilização dos edulcorantes devem seguir algumas regras, sendo necessária a

aprovação e a autorização por órgãos de saúde, tais como a Food and Agriculture

Organization of the United Nations (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), que

determinam as quantidades máximas de edulcorantes que podem ser empregadas em

alimentos sem ocasionar danos à saúde da população. No Brasil, o órgão que regula este uso é

a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), e esta determina que, segundo a RDC

Page 44: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

21

n. 18, de 24 de março de 2008, os limites de uso em g/100g: 0,0075 g de aspartame; 0,04 g de

sucralose; 0,06 g de estévia e 0,0065 g de neotame (BRASIL, 2008).

4.1 Sucralose

A sucralose (Figura 2) é obtida através do processo da cloração da molécula de

sacarose e é um dos mais recentes edulcorantes com alto poder adoçante disponíveis para a

indústria de alimentos. Essa modificação química na molécula de sacarose resulta em um

edulcorante com elevado poder adoçante (em torno de 600 vezes superior à sacarose), que

mantém um gosto doce similar ao da sacarose, com excelente estabilidade, sendo isenta de

calorias ou de sabor residual desagradável (KHAN, 1993; NABORS, 2002).

Figura 2 - Estrutura química da sucralose. Fonte: Mitchell (2007, p. 130).

A sucralose pura é usualmente apresentada na forma de um pó branco fino,

praticamente sem nenhum odor e facilmente solúvel em água. É um pó não higroscópico em

Page 45: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

22

umidades abaixo de 80% e não requisita condições de armazenagem especiais (MITCHELL,

2007). Por ser um carboidrato modificado, a sucralose retém a característica de alta

solubilidade dessa classe de alimentos, sendo facilmente utilizada em sistemas alimentícios.

Isto foi comprovado experimentalmente ao dissolver a molécula em água à temperatura

ambiente, água aquecida a 60°C e em metanol, etanol e proprileno glicol. Em todos os

solventes ela apresentou alta solubilidade, sendo mais solúvel em água aquecida

(MITCHELL, 2007).

A permissão do uso da sucralose no Brasil ocorreu em 1995 e, desde então, vem sendo

largamente utilizada, uma vez que é segura para o consumo humano e estável durante o

processamento de alimentos (BRASIL, 1995). A sua característica estável torna a sucralose

apta para ser utilizada em produtos com diferentes pHs (de ácido a neutro) e em alimentos que

sofrem aquecimento durante seu preparo como, por exemplo, os pães (MITCHELL, 2007).

O uso da sucralose vem sendo observado em diversas matrizes alimentícias, tais como

os de panificação, gelatinas, cafés, chás, pudins e leites aromatizados, uma vez que possui

excelente estabilidade química, podendo ser utilizada tanto em soluções aquosas, quanto em

formulações em pó e em alimentos com pH extremo, além de poder ser processada

termicamente sem afetar as características do produto (NABORS; GELARDI, 1991). A

associação da sucralose a outros edulorantes torna-se interessante, uma vez que possui

propriedades sinérgicas, melhorando o perfil do gosto doce do produto (PSZCZOLA, 2003).

Page 46: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

23

4.2 Aspartame

O aspartame é um edulcorante com alto poder adoçante produzido através da

combinação dos aminoácidos L-fenilalanina e ácido L-aspártico através de uma ligação metil

éster (Figura 3). O aspartame é comumente comercializado na forma de pó branco, possuindo

boa solubilidade em compostos hidrofílicos e maior dificuldade de solubilização em

compostos hidrofóbicos (NABORS, 2002).

Figura 3 - Estrutura química aspartame. Fonte: Mitchell (2007).

O aspartame possui poder adoçante de 180-200 vezes superior ao da sacarose, sendo

esta quantidade um ponto de partida para as diversas formulações. Porém, para cada matriz

alimentícia, este valor pode modificar-se, possuindo um perfil adoçante similar à mesma, com

baixa doçura residual. Isto foi percebido e confirmado ao traçar o perfil sensorial descritivo de

uma solução contendo 8% de sacarose e de uma solução com 560 ppm de aspartame. Através

dessa análise percebeu-se que atributos como doçura, amargor, gosto metálico, doçura

residual, amargor residual entre outros eram praticamente iguais entre as amostras

Page 47: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

24

(MITCHELL, 2007).

Recomenda-se a sua utilização em produtos com faixa de pH entre 3,0 e 5,0, uma vez

que esta é a faixa ótima de estabilidade do aspartame (WELLS, 1989). Condições extremas de

pH e temperatura podem favorecer a hidrólise do aspartame, porém a utilização de

tratamentos assépticos como, por exemplo, o Ultra High Temperature (UHT), parece não

causar a hidrólise, uma vez que o emprego de altas temperaturas neste processo ocorre de

maneira muito rápida, não promovendo a sua hidrólise.

O uso do aspartame pela indústria de alimentos é extenso, representando até 7% do

mercado de adoçantes mundial. Seu maior uso é em refrigerantes e como adoçante de mesa,

mas também observa-se o seu uso em confeitaria, produtos lácteos e barras de cereais. Na área

de panificação, o seu uso é mínimo, devido ao fato de os produtos passarem por altas

temperaturas por um tempo muito prolongado, o que prejudica a estabilidade do aspartame

(NABORS, 2002).

A fenilalanina está presente numa quantidade de aproximadamente 50% na molécula

do aspartame, o que implica na declaração, no rótulo, de produtos formulados com aspartame

da expressão “contém fenilalanina”, como determinado pela Anvisa (BRASIL, 1998), uma

vez que a quantidade de fenilalanina ingerida pelas pessoas portadoras de fenilcetonúria deve

ser controlada. Apesar dessa limitação, a utilização do aspartame pelo mercado é expressiva,

uma vez que ele possui boa capacidade adoçante, não alterando significativamente o perfil

sensorial dos produtos em que ele é adicionado comparativamente à sacarose (NEWSOME,

1993).

Page 48: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

25

Por ser um edulcorante nutritivo, a sua molécula é quebrada durante o processo

digestivo em duas partes: aminoácidos e metanol. Os aminoácidos seguem a mesma rota de

digestão e utilização pelo nosso corpo de outras matrizes alimentícias, ou seja, sofre

transaminação, é absorvido no lúmen intestinal e possui um papel importante no metabolismo

energético e de nitrogênio na mitocôndria. O metanol constitui apenas 10% da molécula de

aspartame e, apesar de ser um metabólito ruim para nosso organismo, ele é transformado em

formaldeído e depois em ácido fórmico

e é eliminado do nosso corpo (NEWSOME, 1993).

4.3 Neotame

Nas décadas de 1980-1990, o aspartame ganhou enorme destaque na indústria de

alimentos, porém, nesse mesmo período, grupos de pesquisadores passaram a procurar um

novo edulcorante que possuísse alto poder adoçante, melhoras na estabilidade, bom perfil

sensorial de dulçor e que não possuísse alto custo. Com isto, desenvolveu-se o neotame, que

possui elevada capacidade de doçura e é considerado um sucessor potencial do aspartame

(PRAKASH et al., 2010), uma vez que possui qualidades intrínsecas do aspartame, com gosto

semelhante ao da sacarose (NOFRE; TINTI, 2000).

O neotame é um edulcorante composto por dois elementos de proteína, os aminoácidos

ácido l-aspártico e l-fenilalanina, combinados com dois grupos orgânicos funcionais, um metil

Page 49: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

26

éster e um grupo neoxil (Figura 4). Essa composição química do neotame o torna estável,

sendo possível a aplicação em produtos que são submetidos a altas temperaturas (IFIC, 2009).

Figura 4 - Estrutura química neotame. Fonte: Mitchell (2007).

O neotame é, aproximadamente, 8.000 vezes mais doce que a sacarose, e a sua

capacidade de doçura em chocolates pode ser de até 8.600 vezes mais que a sacarose

(PALAZZO et al., 2011). Ao comparar sua doçura residual com o aspartame e a sacarose,

percebe-se que se necessita de um maior tempo para que a doçura do neotame deixe de ser

percebida. Devido à esta característica, muitas vezes associa-se o uso do neotame com outros

edulcorantes, formando blends que visam minimizar esse atributo indesejável (NEWSOME,

1993). Além do seu uso para adoçar diversos produtos, outro potencial uso do neotame é

como realçador de sabor. Assim como outros edulcorantes de alta intensidade, quando usado

em níveis muito baixos, ele pode modificar o sabor de comidas e bebidas (IFIC, 2009).

O neotame é levemente mais solúvel em água que o aspartame e significativamente

mais solúvel em alguns solventes, como, por exemplo, o etanol, quando comparado ao

Page 50: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

27

aspartame. Seu melhor pH de estabilidade é ao redor de 4,5 e a temperatura ambiente

(NEWSOME, 1993).

Apesar de ser um derivado do aspartame, a molécula do neotame não resulta em

fenilalanina quando sofre hidrólise, podendo, assim, ser consumido por pessoas portadoras da

fenilcetonúria.

4.4 Estévia

A estévia, planta nativa da América do Sul, é considerada um edulcorante natural, uma

vez que é extraída da folha da Stevia rebaudiana (Bert.) (PARPINELLO et al., 2001). O

extrato das folhas de estévia possui, em sua composição (Figura 5), glicosídeos terpênicos

(PARPINELLO et al., 2001), e este extrato pode ser encontrado na forma de um pó branco,

composto pelo esteviosídeo e seus anômeros, sendo os rebaudiosídeos os responsáveis por

proporcionar o gosto doce (HIGGINBOTHAM, 1983).

Os rebaudiosídeos possuem sabor residual e amargor acentuados, o que pode tornar a

utilização de grandes concentrações um fator limitante (ALTSCHUL, 1993; PARPINELLO et

al., 2001). Uma das alternativas utilizadas com o fim de diminuir essas características

indesejáveis é o aumento na concentração dos reubaudiosídeos A, os quais fornecem o gosto

doce sem o amargor e residual comumente encontrado na estévia (HOUGH, 1996).

Page 51: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

28

Figura 5 - Estrutura química da estévia. Fonte: Mitchell (2007).

5 ANÁLISE SENSORIAL

A análise sensorial é uma disciplina científica utilizada para evocar, mensurar, analisar

e interpretar reações provocadas por alimentos quando são percebidos pelos sentidos da visão,

do aroma, do paladar, do tato e da audição (STONE; BLEIBAUM; THOMAS, 2012).

Os edulcorantes que visam à substituição da sacarose raramente possuem

características de doçura, gosto e textura semelhantes ao da sacarose. As principais diferenças

percebidas no uso dessas substâncias são na intensidade e na qualidade de doçura, tempo de

detecção, sabores residuais, metálicos e amargor (HOUGH, 1996). A aplicação dos

edulcorantes na substituição da sacarose deve garantir segurança absoluta e características

sensoriais agradáveis.

Sendo assim, é imprescindível a utilização da análise sensorial no estudo de

edulcorantes, pois esta permite determinar a intensidade de doçura em relação à sacarose, o

comportamento dos edulcorantes em diversos alimentos, a aceitação do produto, a intensidade

Page 52: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

29

do estímulo em função de tempo, as características da substância em relação ao gosto doce e à

presença de gostos residuais.

Ressalta-se também que é de extrema importância a avaliação sensorial de produtos

onde haja a incorporação de micropartículas, uma vez que estas podem alterar ou não as

características sensoriais do produto, tais como, aroma, textura e sabor, especialmente.

5.1 Equivalência de doçura e escala do ideal

A substituição da sacarose por um adoçante implica na realização de estudos que

permitam o conhecimento prévio das concentrações e doçuras equivalentes dos edulcorantes.

Existem diversas metodologias propostas para a determinação desse parâmetro. Entre elas

pode-se encontrar a metodologia do limiar absoluto (FABIAN; BLUM, 1943); comparação

pareada (YAMAGUCHI et al., 1970); variações do método do estímulo constante (DE

GRAAF; FRIJTERS, 1986) e o método muito aplicado de estimação da magnitude e

representação gráfica dos resultados normalizados, através da Lei de Stevens ou Power

Function (STONE; OLIVER, 1969; MOSKOWITZ, 1983). Dentre as metodologias

utilizadas, destaca-se a de estimação de magnitude, que possibilita a medida direta da

intensidade de doçura subjetiva (STONE; OLIVER, 1969).

A execução desse método determina que provadores selecionados e treinados recebam

uma amostra referência com intensidade designada por um valor arbitrário, por exemplo, 10,

seguida de várias amostras codificadas e em delineamento experimental balanceado

Page 53: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

30

(MACFIE et al., 1989), com intensidades maiores ou menores que a referência. Os provadores

são instruídos a quantificar a intensidade de doçura das amostras codificadas em relação à

amostra referência. Por exemplo, se a amostra codificada apresentar o dobro da doçura da

referência, deverá receber valor 20; se apresentar a metade, valor 5, e assim sucessivamente.

Apenas não poderá atribuir valor 0 a nenhuma amostra (STONE; OLIVER, 1969).

Os valores obtidos dos resultados dos provadores e os valores das concentrações

avaliadas devem ser normalizados, devendo-se calcular os logaritmos desses resultados, os

quais são colocados em um gráfico em coordenadas logarítmicas. Para cada composto, é

obtida uma reta, a qual obedece à Lei de Stevens, ou Power Function: S = a . Cn, onde S é o

estímulo percebido, C é a concentração do estímulo, a é antilog do valor de y no intercepto, e

n é o coeficiente angular da reta. Regiões das retas dos adoçantes que estão em mesmo nível,

paralelo ao eixo da abscissa, possuem doçuras equivalentes (MOSKOWITZ, 1974).

A escala-do-ideal é o método afetivo mais aplicado para medir a quantidade ideal de

um determinado componente a ser adicionado para provocar a melhor aceitação e preferência

de um grupo de julgadores, tanto devido à confiabilidade e validade de seus resultados como à

simplicidade em ser utilizada pela equipe (MEILGAARD; CIVILLE; CARR, 2004). Nessa

análise, a equipe de provadores avalia as amostras e registra suas respostas em escala

específica, mostrando o quão ideal essas amostras se encontram em relação ao atributo que se

deseja avaliar, como, por exemplo, doçura e textura (VICKERS, 1988). Os dados obtidos são,

então, submetidos à análise estatística através de histograma de distribuição das respostas

sensoriais (em porcentagem) em função da concentração do componente que está variando e

Page 54: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

31

também por regressão linear simples entre os valores hedônicos e a concentração do

componente que está variando. A escala do ideal tem sido utilizada em diversos estudos

(CARDOSO; BATTOCHIO; CARDELLO, 2004; MORAES; BOLINI, 2010; DE SOUZA et

al., 2011; PALAZZO et al., 2011).

5.2 Análise descritiva quantitativa

A análise descritiva é o mais sofisticado dentre os métodos sensoriais disponíveis. O

teste descritivo fornece palavras descritoras do produto, sendo uma base para comparar as

diferenças e similaridades entre os produtos além de uma base para a determinação dos

atributos sensoriais do produto que impactam na preferência do consumidor (STONE;

BLEIBAUM; THOMAS, 2012).

A metodologia da Análise Descritiva Quantitativa (ADQ) proporciona a obtenção de

uma descrição completa de todas as propriedades sensoriais de um produto, sendo, assim, um

dos métodos mais completos e sofisticados para a caracterização de atributos importantes que

o produto possa apresentar (STONE; SIDEL, 1993). Além disso, a ADQ permite a

identificação do perfil sensorial dos produtos avaliados e, quando associada ao estudo de

consumidor, permite chegar a importantes conclusões, como, por exemplo, saber quais são as

características sensoriais, em que intensidades estão presentes nos produtos mais ou menos

aceitos pelos consumidores e, ainda, verificar quais produtos concorrentes diferem

sensorialmente entre si (MEILGAARD; CIVILLE; CARR, 2004). Com isto, torna-se possível

Page 55: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

32

chegar ao perfil sensorial ideal do produto, uma vez que se sabe exatamente quais os

destritores sensoriais que devem ser atenuados ou intensificados para uma melhora sensorial

do produto analisado.

Esse tipo de análise permite discriminar e descrever aspectos qualitativos e

quantitativos dos produtos (PORTMANN; KILCAST, 1998). O componente qualitativo

abrange os termos descritivos, denominados atributos, que definem o perfil sensorial das

amostras. O componente quantitativo mede o grau ou intensidade de cada uma das

características presentes no produto (PORTMANN; KILCAST, 1998; MEILGAARD;

CIVILLE; CARR, 2004). O uso da ADQ para o desenvolvimento de alimentos com

propriedades funcionais tem sido intensamente utilizado (PADILHA et al., 2010;

R SZYŃS A et al., 2011; WRÓBLEWSKA et al., 2011) nos últimos anos.

5.3 Análise tempo-intensidade

A metodologia tempo-intensidade é uma extensão da análise sensorial clássica através

de escalas, provida de informações temporais sobre a sensação percebida (CLIFF;

HEYMANN, 1993). Essa metodologia tem sido usada como ferramenta importante em

estudos relacionados à doçura e ao amargor (BOLINI-CARDELLO, 1996; SILVA et al.,

2004; UJIKAWA; BOLINI, 2004; CAVALINNI; BOLINI, 2005; SCHIFFMAN; SATTELY-

MILLER; BISHAY, 2007; ZHAO; TEPPER, 2007; DE MARCHI; MCDANIEL; BOLINI,

2009; PALAZZO; BOLINI, 2009; CADENA; BOLINI, 2011; PALAZZO et al., 2011). A

Page 56: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

33

análise tempo-intensidade permite mensurar a intensidade do estímulo sensorial no decorrer

de um período pré-determinado, ou seja, a velocidade, duração e intensidade percebidas em

um estímulo único em função do tempo.

A percepção do aroma, do sabor, da textura e das sensações térmicas e picantes, em

alimentos e bebidas, é um processo dinâmico que apresenta mudanças perceptíveis em

intensidade durante todo o tempo de contato com os devidos receptores (LEE; PANGBORN,

1986). Determinadas substâncias, julgadas como idênticas na intensidade total do estímulo

proporcionado, podem diferir drasticamente em suas curvas tempo-intensidade (LARSON-

POWERS; PANGBORN, 1978).

Até a década de 1980, poucos trabalhos utilizavam a técnica tempo-intensidade, porém,

com o avanço da informática, houve a possibilidade de desenvolvimento de programas

específicos para serem aplicados a esse tipo de análise, em que, por meio de um mouse

conectado ao microcomputador, o provador selecionado e treinado registra os estímulos

percebidos em uma escala mostrada no monitor. A informação é captada em intervalos

regulares de tempo. Tais programas já fazem a análise das curvas obtidas (DUIZER;

GULLETT; FINDLAY, 1993; CAVALINNI; BOLINI, 2005).

Um exemplo é o programa Sistema para Coleta de Dados Tempo-Intensidade (SCDTI)

desenvolvido no Laboratório de Análise Sensorial da Faculdade de Engenharia de Alimentos

da Universidade Estadual de Campinas (BOLINI-CARDELLO; DA SILVA; DAMÁSIO,

2003), também denominado recentemente Time-Intensity Analysis of Flavors and Tastes

(TIAFT), com registro INPI 0000271108761802. Essa metodologia permite a obtenção de

Page 57: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

34

informações sobre a substância de interesse, mediante a associação do insubstituível

instrumento de percepção que é o ser humano, aliado à precisão da informática (UMBELINO,

2005).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, K. E. D.; BONASSI, I. A.; ROÇA, R. D. O. Características físicas e químicas de

bebidas lácteas fermentadas e preparadas com soro de queijo minas frescal. Ciência e

Tecnologia de Alimentos, v.21, p.187-192, 2001.

ALVIM, I. D. Produção e caracterização de micropartículas obtidas por spray drying e

coacervação complexa e seu uso para alimentação de larvas de peixes. 2005. 277 f. Tese

(Doutorado em Alimentos e Nutrição)–Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005.

ALTSCHUL, A. M. Low-calorie foods handbook. London: CRC, 1993. 608p.

ÁLVAREZ-CHÁVEZ, L. M.; VALDIVIA-LÓPEZ, M. A.; ABURTO-JUÁREZ, M. L.;

TECANTE, A. Chemical characterization of the lipid fraction of mexican chia seed (Salvia

hispanica L.). International Journal of Food Properties, v.11, p. 687-697, 2008.

ANAL, A. K.; SINGH, H. Recent advances in microencapsulation of probiotics for industrial

applications and targeted delivery. Trends in Food Science & Technology, v.18, p.240-251,

2007.

ANAL, A. K.; STEVENS, W. F. Chitosan-alginate multilayer beads for controlled release of

ampicillin. International Journal of Pharmaceutics, v.290, n.1-2, p.45-54, 2005.

ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria n. 29, de 13 de janeiro de

1998: aprova o Regulamento Técnico Referente a Alimentos para Fins Especiais. Disponível

em: <http://www.anvisa.gov.br >. Acesso em: 10 mar. 2014.

ARSHADY, R. Microspheres for biomedical applications: preparation of reactive and

labelled microspheres. Biomaterials, v.14, n.1, p.5-15, 1993.

AYERZA, R. Effects of Seed Color and Growing Locations on Fatty Acid Content and

Composition of Two Chia (Salvia hispanica L.) Genotypes. Journal of the American Oil

Chemists’ Society, v.87, p.11611165, 2010.

Page 58: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

35

AYERZA, R.; COATES, W. Dietary levels of chia: Influence on yolk cholesterol, lipid

content and fatty acid composition, for two strains of hens. Poultry Science, v.79, p.724-739,

2000.

AYERZA, R.; COATES, W. The omega-3 enriched eggs: the influence of dietary alpha-

linolenic fatty acid source combination on egg production and composition. Canadian

Journal of Animal Science, v.81, p.355-362, 2001.

AYERZA, R.; COATES, W. Dietary levels of Chia: Influence on hen weight, egg production

and sensory quality, for two strains of hens. British Poultry Science, v.43, p.283-290, 2002.

AYERZA, R.; COATES, W. Protein and oil content, peroxide index and fatty acid

composition of chia (Salvia hispanica L.) grown in six tropical and sub-tropical ecosystems of

South America. Tropical Science, v.44, p.131135, 2004.

AYERZA, R.; COATES, W. Chia: rediscovering a forgotten crop of the aztecs. The Tucson,

AZ, USA: University of Arizona Press, 2005.

AYERZA, R.; COATES, W. Influence of chia on total fat, cholesterol, and fatty acid profile

of Holstein cow’s milk. Revista Cientifica de la UCES, v.10, p.39-49, 2006.

AYERZA, R.; COATES, W. Effect of dietary alpha-linolenic fatty acid derived from chia

when fed as ground seed, whole seed and oil on lipid content and fatty acid composition of rat

plasma. Annals of Nutrition & Metabolism, v.51, p.27-34, 2007.

AYERZA, R.; COATES, W. Protein content, oil content and fatty acid profiles as potential

criteria to determine the origin of commercially grown chia (Salvia hispanica L.). Industrial

Crops and Products, v.34, n.2, p.1366-1371, 2011.

AYERZA, R.; COATES, W.; LAURIA, M. Chia seed (Salvia hispanica L.) as an w-3 fatty

acid source for broilers: Influence on fatty acid composition, cholesterol and fat content of

white and dark meats, growth performance, and sensory characteristics. Poultry Science,

v.81, p.826-837, 2002.

AZEREDO, H. M. C. Encapsulação: aplicação à tecnologia de alimentos. Alimentos e

Nutrição, v.16, n.1, p.89-97, 2005.

BAYOUMI, H. M.; MOHAMED, A. G.; EL-SHEIKH, M. M.; FARRAG, A. F.; HESHAM,

A. E. Effect of ultrafiltration permeate on the quality of chocolate milk. Journal of American

Science, v.7, p. 609-615, 2011.

A - A , A. , . S, . . A A , . H R ,

. , . A A , M. Physical properties and bioactive constituents of

Page 59: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

36

powdered mixtures and drinks prepared with cocoa and various sweeteners. Journal of

Agricultural and Food Chemistry, v.58, n.12, p.7187-7195, 2010.

BOLINI-CARDELLO, H. M. A. Caracterização sensorial de aspartame, ciclamato/sacarina

2:1 e extrato de folhas de estévia (Stevia rebaudiana Bertoni): equivalências em doçura,

análise descritiva quantitativa e análise tempo-intensidade. 1996. 236 f. Tese (Doutorado em

Alimentos e Nutrição)–Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1996.

BOLINI-CARDELLO, H. M. A.; DA SILVA, M. A. A. P.; DAMÁSIO, M. H. Programa

"Sistema de Coleta de Dados Tempo-intensidade – SCDTI". Boletim da SBCTA, v.37, n.5,

p.54-60, 2003.

BOOR, K. J. Fluid dairy product quality and safety: looking to the future. Journal of Dairy

Science, v.84, p.1-11, 2001.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria n. 318, de 24 de

novembro de 1995: aprova o uso de sucralose com a função de edulcorante em alimentos e

bebidas dietéticas. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, n. 227,

p.194061, 1995.

BRASIL. Resolução n. 13, 27 de novembro de 2000. Padrões de identidade e qualidade (PIQ)

de leites fermentados. D. a. E. D. R. A. Ministério da Agricultura. Brasília: Diário Oficial da

União, 2000.

RAS . Resolu ão R n. 26 . regulamento técnico sobre a ingestão diária

recomendada idr) de proteína, vitaminas e minerais . A SA - Ag ncia acional de

igil ncia Sanitária, 2005.

BRASIL. RDC n°18, de 24 de março de 2008. Regulamento Técnico que autoriza o uso de

aditivos edulcorantes em alimentos, com seus respectivos limites máximos. Diário Oficial da

União, Brasília, 2008.

BRAY, G. A.; NIELSEN, S. J.; POPKIN, B. M. Consumption of high-fructose corn syrup in

beverages may play a role in the epidemic of obesity. The American Journal of Clinical

Nutrition, v.79, n.4, p.537-543, Apr. 2004.

BUSHWAY, A.A.; WILSON, A.M.; HOUSTON, L.; BUSHWAY, R.J. Selected properties of

the lipid and protein fractions from chia seed. Journal of Food Science, v.49, p.555-7, 1985.

CADENA, R. S.; BOLINI, H. M. A. Time-intensity analysis and acceptance test for

traditional and light vanilla ice cream. Food Research International, v.44, n.3, p.677-683,

2011.

Page 60: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

37

CARDOSO, J. M. P.; BOLINI, H. M. A. Different sweeteners in peach nectar: ideal and

equivalent sweetness. Food Research International, v.40, n.10, p.1249-1253, 2007.

CARDOSO, J. M. P.; BATTOCHIO, J. R.; CARDELLO, H. M. A. B. Equivalência de dulçor

e poder edulcorante de edulcorantes em função da temperatura de consumo em bebidas

preparadas com chá-mate em pó solúvel. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.24, p.448-

452, 2004.

CASTRO, A. G. P. D.; FRANCO, L. J. Caracterização do consumo de adoçantes alternativos

e produtos dietéticos por indivíduos diabéticos. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia &

Metabologia, v.46, p.280-287, 2002.

CAVALINNI, D. C. U.; BOLINI, H. M. A. Comparação da percepção temporal de doçura,

amargor e sabor de fruta em suco de manga reconstituído e adoçado com sacarose, mistura

ciclamato/sacarina 2:1, aspartame, sucralose e estévia. Boletim do Centro de Pesquisa de

Processamento de Alimentos, v.25, n.2, p.361-382, 2005.

CHICCO, A. G. et al. Dietary chia seed (Salvia hispanica L.) rich in alpha-linolenic acid

improves adiposity and normalises hypertriacylglycerolaemia and insulin resistance in

dyslipaemic rats. The British Journal of Nutrition, v.101, p.41-50, 2009.

CLIFF, M.; HEYMANN, H. Development and use of time-intensity methodology for sensory

evaluation: a review. Food Research International, v.26, n.5, p.375-385, 1993.

COATES, W.; AYERZA, R., Production potential of Chia in northwestern Argentina.

Industrial Crops and Products, v.5, p.229233, 1996.

COATES, W.; AYERZA, R. Commercial Production of Chia in Northwestern Argentina. ,

v.75, p.14171420, 1998.

COATES, W.; AYERZA, R. Chia (Salvia hispanica L.) seed as an {omega}-3 fatty acid

source for finishing pigs: effects on fatty acid composition and fat stability of the meat and

internal fat, growth performance, and meat sensory characteristics. Journal of Animal

Science, v.87, p.3798-3804, 2009.

COMUNIAN, T. A.; THOMAZINI, M.; ALVES, A. J. G.; MATOS Jr., F. E.; BALIEIRO, J.

C. C.; FAVARO-TRINDADE, C. S. Microencapsulation of ascorbic acid by complex

coacervation: protection and controlled release. Food Research International, v.52, p.373-

379, 2013.

CYRILLO, D. C.; SAES, M. S. M.; BRAGA, M. B. Tendências do consumo de alimentos e o

plano Real: uma avaliação para a Grande São Paulo. Planejamento e Políticas Públicas,

v.16, p.163-195, 1997.

Page 61: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

38

DEHKORDI, N.; RAO, D. R.; WARREN, A. P.; CHAWAN, C. B. Lactose malabsorption as

influenced by chocolate milk, skim milk, sucrose, whole milk, and lactic cultures. Journal of

the American Dietetic Association, v.95, n.4, p.484-486, 1995.

DE KRUIF, C. G.; WEINBRECK, F.; DE VRIES, R. Complex coacervation of proteins and

anionic polysaccharides. Current Opinion in Colloid &amp; Interface Science, v.9, n.5,

p.340-349, 2004.

DE GRAAF, C.; FRIJTERS, J. E. R. A psychophysical investigation of Beidler's mixture

equation. Chemical Senses, v.11, n.3, p.295-314, Aug. 1986.

DE MARCHI, R.; MCDANIEL, M. R.; BOLINI, H. M. A. Formulating a new passion fruit

juice beverage with different sweetener systems. Journal of Sensory Studies, v.24, n.5,

p.698-711, Oct. 2009.

DE MELO, L. L. M. M.; BOLINI, H. M. A.; EFRAIM, P. Sensory profile, acceptability, and

their relationship for diabetic/reduced calorie chocolates. Food Quality and Preference,

v.20, n.2, p.138-143, 2009.

DE SOUZA, V. R.; PINHEIRO, A. C. M.; CARNEIRO, J. D. E. D. S.; PINTO, S. M.;

ABREU, L. R.; MENEZES, C. C. Analysis of various sweeteners in petit suisse cheese:

determination of the ideal and equivalent sweetness. Journal of Sensory Studies, v.26, n.5,

p.339-345, 2011.

DUBEY, R.; SHAMI, T. C.; BASHKER RAO, K. U. Microencapsulation technology and

applications. Defence Science Journal, v.59, n.1, p.82-95, 2009.

DUBOIS, V.; BRETON, S.; LINDER, M.; FANNI, J.; PARMENTIER, M. Fatty acid profiles

of 80 vegetable oils with regard to their nutritional potential. European Journal of Lipid

Science and Technology, v.109, n.7, p.710-732, 2007.

DUIZER, L. M.; GULLETT, E. A.; FINDLAY, C. J. Time-intensity methodology for beef

tenderness perception. Journal of Food Science, v.58, n.5, p.943-947, 1993.

DZIEZAK, J. D. Microencapsulation and encapsulated ingredients. Food Technology, v.4,

p.136-151, 1988.

ESPADA, C. E. et al. Effect of chia oil (Salvia hispanica) rich in w-3 fatty acids on the

eicosanoid release, apoptosis and T-lymphocyte tumor infiltration in a murine mammary

gland adenocarcinoma. Prostaglandins, Leukotrienes and Essential Fatty Acids, v.77,

p.21-28, 2007.

Page 62: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

39

FABIAN, F. W.; BLUM, H. B. Relative taste potency of some basic food constituents and

their competitive and compensatory action. Journal of Food Science, v.8, n.3, p.179-193,

1943.

GALLI, C.; MARANGONI, F. N-3 fatty acids in the Mediterranean diet. Prostaglandins,

Leukotrienes and Essential Fatty Acids, v.75, n.3, p.129-133, 2006.

HIGGINBOTHAM, J. D. Recent developments in non-nutritive sweeteners. In: GREMBY, T.

H.; PARKER, K. J.; LINDLEY, M. G. Developments in sweeteners-2. London: Applied

Science. Publ., 1983. p.119-155.

HORN, G. Harmonizing sweetness & taste. Food Technology, v.63, n.12, p.20-+, Dec. 2009.

HOUGH, L. High-intensity, low-calorie sweeteners. In: KHAN, R. Low-calorie foods and

food ingredients. Glasgow: Blackie Academic & Professional, 1996. p.138-162.

IMESON, A. P.; LEDWARD, D. A.; MITCHELL, J. R. On the nature of the interaction

between some anionic polysaccharides and proteins. Journal of the Science of Food and

Agriculture, v.28, n.8, p.661-668, 1977.

IXTAINA, V. Y.; MARTÍNEZ, M. L.; SPOTORNO, V.; MATEO, C. M.; MAESTRI, D. M.;

DIEHL, B. W. K.; NOLASCO, S. M.; TOMÁS, M. C. Characterization of chia seed oils

obtained by pressing and solvent extraction. Journal of Food Composition and Analysis,

v.24, n.2, p.166-174, 2011.

IFIC. International Food Information Council Foundation. Low-Calorie Sweeteners and

Health. 2009. 12 p

JELEN, P. Whey-based functional beverages. In: PAQUIN, P. Functional and speciality

beverage technology. New York: CRC, 2009. 569 p.

JOHNSON, R. K.; FRARY, C.; WANG, M. Q. The nutritional consequences of flavored milk

consumption by school-aged children and adolescents in the United States. Journal of the

American Dietetic Association, v.102, p. 853-856, 2002.

JUN-XIA, X.; HAI-YAN, Y.; JIAN, Y. Microencapsulation of sweet orange oil by complex

coacervation with soybean protein isolate/gum Arabic. Food Chemistry, v.125, n.4, p.1267-

1272, 2011.

KAILASAPATHY, K.; MASONDOLE, L. Survival of free and microencapsulated

Lactobacillus acidophilus and Bifidobacterium lactis and their effect on texture of feta cheese.

Australian Journal of Dairy Technology, v.60, n.3, p.48-54, 2005.

Page 63: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

40

KARP, J. R.; JOHNSTON, J. D.; TECHLENBURG, S.; MICKLEBOROUGH, T. D.; FLY,

A. D.; STAGER, J. M. Chocolate milk as a post exercise recovery aid. International Journal

of Sport Nutrition and Exercise Metabolism, v.16, p.78-91, 2006.

KHAN, R. Low-calorie foods and food ingredients. Glasgow: Blackie Academic &

MORAES, P.; BOLINI, H. M. A. different sweeteners in beverages prepared with instant and

roasted ground coffee: ideal and equivalent sweetness. Journal of Sensory Studies, v.25,

p.215-225, July 2010. Professional, 1993.

KLAYPRADIT, W.; HUANG, Y. W. Fish oil encapsulation with chitosan using ultrasonic

atomizer. LWT - Food Science and Technology, v.41, p.1133-1139, 2008.

LARSON-POWERS, N.; PANGBORN, R. M. Paired comparison and time-intensity

measurements of the sensory properties of beverages and gelatins containing sucrose or

synthetic sweeteners. Journal of Food Science, v.43, n.1, p.41-46, 1978.

LEE, W. E.; PANGBORN, R. M. Time-intensity: the temporal aspects of sensory perception.

Food Technology, v.40, n.11, p.71-82, 1986.

LISERRE, A. M.; RÉ, M. I.; FRANCO, B. D. G. M. Microencapsulation of Bifidobacterium

animalis subsp. lactis in modified alginate-chitosan beads and evaluation of survival in

simulated gastrointestinal conditions. Food Biotechnology, v.21, n.1, p.1-16, 2007.

LIVESEY, G. Glycaemic responses and toleration. In: MITCHELL, H. Sweeteners and

sugar alternatives in food technology. Blackwell Publishing, 2006. 413p.

LUDWIG, D. S.; PETERSON, K. E.; GORTMAKER, S. L. Relation between consumption of

sugar-sweetened drinks and childhood obesity: a prospective, observational analysis. The

Lancet, v.357, n.9255, p.505-508, 2001.

MACFIE, H. J.; BRATCHELL, N.; GREENHOFF, K.; VALLIS, L. V. Designs to balance

the effect of order of presentation and first-order carry-over effects in hall tests. Journal of

Sensory Studies, v.4, n.2, p.129-148, 1989.

MALIK, A.; JEYARANI, T.; RAGHAVAN, B. A comparison of artificial sweeteners'

stability in a lime-lemon flavored carbonated beverage. Journal of Food Quality, v.25, n.1,

p.75-82, 2002.

MEILGAARD, M.; CIVILLE, G.V.; CARR, B.T. Sensory Evaluation Techniques. Florida:

CRC, 2004. 218p.

MENRAD, K. Market and marketing of functional food in Europe. Journal of Food

Engineering, v.56, n.2-3, p.181-188, 2003.

Page 64: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

41

MITCHELL, H. Sweeteners and sugar alternatives in food technology. Blackwell Publishing,

2007.

MONTIJANO, H.; TOMÁS-BARBERÁN, F. A.; BORREGO, F. Propriedades tecnológicas y

regulación de los edulcorantes de alta intensidad en la Unión Europea. Food Science and

Technology International, v. 4, p. 5-16, 1998.

MOORE, L. L.; SINGER, M. R.; BRADLEE, M. L.; GAO, D. I.; HOOD, M.; ELLISON, R.

C. Low intakes of dairy products in early childhood may increase body fat acquisition.

Obesity Research, 11(S): Abstract n.130, 2003.

MOSKOWITZ, H. R. Product testing and sensory evaluation of foods: marketing and

R&D aproaches. Westport: Food and Nutrition, 1983. 459 p.

MOSKOWITZ, H. R. Sensation and measurement: papers in honor of S. S. Stevens.

Dordrecht: Reidel Press, 1974.

NABORS, L. B.; GELARDI, R. C. Alternative sweeteners. 2nd

ed. New York: Marcel

Dekker, 1991. 461p.

NABORS, L. O.; LEMIEUX, R. History of the Commercial Development of Low-Calorie

Foods. In: ALTSCHUL, A. M. Low Calorie Foods Handbook. New York: Marcel Dekker

Inc., 2002. p. 91-107.

NETTLETON, J. A. Omega-3 fatty acids and health. New York: Thomson Publishing, 1995,

p.5.

NEWSOME, R. Sugar substitutes. In: ALTSCHUL, A. M. Low calorie foods handbook. New

York: Marcel Dekker, 1993. p. 139-170.

NOFRE, C.; TINTI, J.-M. Neotame: discovery, properties, utility. Food Chemistry, v.69, n.3,

p.245-257, 2000.

PADILHA, V. M.; ROLIM, P. M.; SALGADO, S. M.; LIVERA, A. S.; ANDRADE, S. A.

C.; GUERRA, N. B. Perfil sensorial de bolos de chocolate formulados com farinha de yacon

(Smallanthus sonchifolius). Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.30, p.735-740, 2010.

PALAZZO, A. B.; BOLINI, H. M. A. Multiple time-intensity analysis and acceptance of

raspberry-flavored gelatin. Journal of Sensory Studies, v.24, n.5, p.648-663, Oct. 2009.

PALAZZO, A. B.; CARVALHO, M. A. R.; EFRAIM, P.; BOLINI, H. M. A. The

determination of isosweetness concentrations of sucralose, rebaudioside and neotame as

sucrose substitutes in new diet chocolate formulations using the time-intensity analysis.

Journal of Sensory Studies, v.26, n.4, p.291-297, 2011.

Page 65: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

42

PARPINELLO, G. P.; VERSARI, A.; CASTELLARI, M.; GALASSI, S. Stevioside as a

replacement of sucrose in peach juice: sensory evaluation. Journal of Sensory Studies, v.16,

n.5, p.471-484, 2001.

PEIRETTI, P.G.; GAI, F. Fatty acid and nutritive quality of chia (Salvia hispanics L.) seeds

and plant during growth. Animal Feed Science and Technology, v.148, p. 267-275, 2009.

PEIRETTI, P.G.; MEINERI, G. Effects on growth performance, carcass characteristics, and

the fat and meat fatty acid profile of rabbits fed diets with chia (Salvia hispanica L.) seed

supplements. Meat Science, v.80, p.1116-1121, 2008.

PEPPAS, N. A.; BRANNON-PEPPAS, L. Controlled release of fragrances from polymers I.

Thermodynamic analysis. Journal of Controlled Release, v.40, n.3, p.245-250, 1996.

PORTMANN, M.-O.; KILCAST, D. Descriptive profiles of synergistic mixtures of bulk and

intense sweeteners. Food Quality and Preference, v.9, n.4, p.221-229, 1998.

P YA , H. et al. ipid redistribution by α-linolenic acid-rich chia seed inhibits stearoyl-

CoA desaturase-1 and induces cardiac and hepatic protection in diet-induced obese rats.

Journal of Nutritional Biochemistry, v.23, p.153-162, 2012.

PRAKASH, S.; HUPPERTZ, T.; KARVCHUK, O.; DEETH, H. Ultra-high-temperature

processing of chocolate flavoured milk. Journal of Food Engineering, v.96, n.2, p.179-184,

2010.

PSZCZOLA, D. E. Products & Technologies. Food Technology, p.48-61, Nov. 2003.

RÉ, M. I. Microencapsulation by spray drying. Drying Technology, v.16, n.6, p.1195-1236,

1998.

RENWICK, A. G. Intense sweeteners, food intake, and the weight of a body of evidence.

Physiology &amp; Behavior, v.55, n.1, p.139-143, 1994.

RENWICK, A. G. Intense sweeteners and calorie control: the weight of a body of evidence.

In: GRENBY, T. H. Advances in sweeteners. Glasgow: Blackie Academic & Professional,

1996. p. 1-25.

REYES-CAUDILLO, E.; TECANTE, A.; VALDIVIA-LÓPEZ, M. A. Dietary fibre content

and antioxidant activity of phenolic compounds present in Mexican chia (Salvia hispanica L.)

seeds. Food Chemistry, v.107, p.656-663, 2008.

RODEA-GONZÁLEZ, D. A.; CRUZ-OLIVARES, J.; ROMÁN-GUERRERO, A.;

RODRÍGUEZ-HUEZO, M. E.; VERNON-CARTER, E. J.; PÉREZ-ALONSO, C. Journal of

Food Engineering, v. 111, p.102-109, 2012.

Page 66: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

43

SAUNDERS, M. J.; KANE, M. D.; TODD, M. K. Effects of a carbohydrate-protein beverage

on cycling endurance and muscle damage. Medicine & Science in Sports & Exercise, v.36,

p.1233-1238, 2004.

SCHIFFMAN, S. S.; SATTELY-MILLER, E. A.; BISHAY, I. E. Time to maximum

sweetness intensity of binary and ternary blends of sweeteners. Food Quality and

Preference, v.18, n.2, p.405-415, 2007.

SCHMITT, C.; SANCHEZ, C.; DESOBRY-BANON, S.; HARDY, J. Structure and

technofunctional properties of protein-polysaccharide complexes: a review. Critical Reviews

in Food Science and Nutrition, v.38, n.8, p.689-753, 1998.

SCHULZE, M. B.; MANSON, J. E.; LUDWIG, D. S.; COLDITZ, G. A.; STAMPFER, M. J.;

WILLETT, W. C.; HU, F. B. Sugar-sweetened beverages, weight gain, and incidence of type

2 diabetes in young and middle-aged women. JAMA: The Journal of the American

Medical Association, v.292, n.8, p.927-934, Aug. 2004.

SEGURA-CAMPOS, M. R.; SALAZAR-VEGA, I. M.; CHEL-GUERRERO, L. A.;

BETANCUR-ANCONA, D. A. Biological potential of chia (Salvia hispanica L.) protein

hydrolysates and their incorporation into functional foods. LWT – Food Science and

Technology, v. 50, p.723-731, 2013.

SHAHIDI, F.; HAN, X. Q. Encapsulation of food ingredients. Critical Reviews in Food

Science and Nutrition, v.33, n.6, p.501-547, 1993.

SILVA, A. F. D.; MINIM, V. P. R.; CHAVES, J. B. P.; STRINGHETA, P. C.; RIBEIRO, M.

M. Avaliação do gosto amargo da bebida de café (Coffea arabica L.) orgânico por meio da

análise tempo-intensidade. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.24, p.468-472, 2004.

SINKO, P.; KOHN, J. Polymeric drug delivery systems. In: ___. (Ed.). Polymeric delivery

systems: American Chemical Society, v.520, 1993. Polymeric Drug Delivery Systems, p.18-

41. (ACS Symposium Series).

SPENCE, J. D.; THORNTON, T.; MUIR, A. D.; WESTCOTT, N. D. The effect of flax seed

cultivars with differing content of α-linolenic acid and lignans on responses to mental stress.

Journal of the American College of Nutrition, v.22, n.6, p.494-501, 2003.

STONE, H.; BLEIBAUM, R. N.; THOMAS, H. A. Sensory evaluation practices. 4th

ed.

London: Elsevier, 2012.

STONE, H.; OLIVER, S. M. Measurement of the relative sweetness of selected sweeteners

and sweetener mixtures. Journal of Food Science, v.34, n.2, p.215-222, 1969.

STONE, H.; SIDEL, J. L. Sensory evaluation practices. New York: Academic Press, 1993.

Page 67: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

44

STRAUSS, G.; GIBSON, S. M. Plant phenolics as cross-linkers of gelatin gels and gelatin-

based coacervates for use as food ingredients. Food Hydrocolloids, v.18, n.1, p.81-89, 2004.

TORLONI, M. R.; NAKAMURA, M. U.; MEGALE, A.; SANCHEZ, V. H. S.; MANO, C.;

FUSARO, A. S.; MATTAR, R. O uso de adoçantes na gravidez: uma análise dos produtos

disponíveis no Brasil. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, v.29, p.267-275,

2007.

R SZYŃS A, A. S R A, . A PARS , G. H R Á Z, . A AR W Z,

R.; PEGG, R. B. Relationship between the sensory quality of lentil (Lens culinaris) sprouts

and their phenolic constituents. Food Research International, v.44, n.10, p.3195-3201,

2011.

TURGEON, S. L.; LANEUVILLE, S. I. Chapter 11 - Protein + Polysaccharide coacervates

and complexes: from scientific background to their application as functional ingredients in

food products. In: STEFAN, K. et al. (Ed.). Modern biopolymer science. San Diego:

Academic Press, 2009. p.327-363.

UJIKAWA, M. I.; BOLINI, H. M. A. Descriptive profile, time-intensity sweetness profile and

affective test of traditional and low-calorie peach (Prunus persica sp.) nectar. Alimentaria:

Revista de Tecnología e Higiene de los Alimentos, v.357, p.85-96, 2004.

UMBELINO, D. C. Caracterização por análise descritiva quantitativa e análise tempo-

intensidade de suco e de polpa de manga (Mangifera indica L.) adoçados com diferentes

edulcorantes. 2005. 190 f. (Doutorado em Alimentos e Nutrição)–Universidade Estadual de

Campinas, Campinas, 2005.

VALENTINE, R. J.; LAURENT, T. J.; SAUNDERS, M. J. M.; TODD, M. K.; FLOHR, J. A.

Comparison of responses to exercise when consuming carbohydrate and carbohydrate/protein

beverages. Medicine & Science in Sports & Exercise, v.38, p.S341, 2006.

VICKERS, Z. Sensory specific satiety in lemonade using a just right scale for sweetness.

Journal of Sensory Studies, v.3, n.1, p.1-8, 1988.

VUKSAN, V. et al. Supplementation of conventional therapy with the novel grain Salba

(Salvia hispanica L.) improves major and emerging cardiovascular risk factors in type 2

diabetes: results of a randomized controlled trial. Diabetes Care, v.30, p.2804-2810, 2007.

VUKSAN, V. et al. Reduction in postprandial glucose excursion and prolongation of satiety:

possible explanation of the long-term effects of whole grain Salba (Salvia hispanica L.).

European Journal of Clinical Nutrition, v.64, p.436-438, 2010.

WELLS, A. G. The use of intense sweeteners in soft drinks. ln: GREMBY, T. H. Progress in

sweeteners. New York: Elsevier Applied Science, 1989. p. 169-214.

Page 68: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

45

WRÓ WS A, . A SZ WS A, A. ŁA WS , P. PAW WS A, .

R SZYŃS A, A. mpact of transglutaminase reaction on the immunoreactive and sensory

quality of yoghurt starter. World Journal of Microbiology and Biotechnology, v.27, n.2,

p.215-227, 2011.

YAMAGUCHI, S.; YOSHIKAWA, T.; IKEDA, S.; NINOMIYA, T. Studies on the taste of

some sweet substances. Part I. Measurement of the relative sweetness. Agricultural and

Biological Chemistry, v.34, p.181-186, 1970.

YEO. Y ; BELLAS, E. ; FIRESTONA, W. ; LANGUER, R. ; KOHANE, D. S. Complex

Coacervates for Thermally Sensitive Controlled Release of Flavour Compounds. Journal of

Agricultural and Food Chemistry, v.53, p.7518-7525, 2005.

ZHAO, L.; TEPPER, B. J. Perception and acceptance of selected high-intensity sweeteners

and blends in model soft drinks by propylthiouracil (PROP) non-tasters and super-tasters.

Food Quality and Preference, v.18, n.3, p.531-540, 2007.

ZUCKERKANDL, E. The appearance of new structures and functions in proteins during

evolution. Journal of Molecular Evolution, v.7, n.1, p.1-57, 1975.

Page 69: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

46

ARTIGO 2

ENCAPSULAÇÃO DO ÓLEO DE CHIA ATRAVÉS DA TÉCNICA DE

COACERVAÇÃO COMPLEXA VISANDO À PROTEÇÃO DURANTE O

PROCESSAMENTO UHT E À OXIDAÇÃO LIPÍDICA

Page 70: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

47

ARTIGO 2 - ENCAPSULAÇÃO DO ÓLEO DE CHIA ATRAVÉS DA TÉCNICA DE

COACERVAÇÃO COMPLEXA VISANDO À PROTEÇÃO DURANTE O

PROCESSAMENTO UHT E À OXIDAÇÃO LIPÍDICA

1 INTRODUÇÃO

A mudança de hábitos alimentares e estilo de vida da população, associada ao aumento

da expectativa de vida, pode estar relacionada a maior incidência de doenças crônicas, como

obesidade, dislipidemia e diabetes, aumentando a preocupação em relação à promoção de

práticas alimentares saudáveis. Devido a isso, a comunidade científica tem se empenhado em

demonstrar a influência de certos ingredientes na redução do risco de doenças crônicas

(STYNE, 2001; GORTMAKER et al., 2011; SWINBURN et al., 2011).

Com os avanços na pesquisa de novos ingredientes, a indústria alimentícia desenvolveu

uma classe de produtos conhecidos como produtos funcionais (TRIGUEROS et al., 2012),

sendo que muitos deles estão disponíveis comercialmente na forma de barras de cereais,

sorvetes à base de soja, suco de laranja fortificado com cálcio e alimentos com reduzido teor

de lipídios (PARVEZ et al., 2006; CHENG et al., 2008), entre outros.

Além desses produtos, existem aqueles que podem ajudar a reduzir o nível de

colesterol no organismo, tais como os alimentos ricos em ômega-3. O óleo de chia tem-se

destacado por ter um alto rendimento de extração (cerca de 30%) (IXTAINA et al., 2011),

sendo que dos ácidos graxos presentes no óleo, 60-68% são ácido α-linolênico, muito maior

do que a quantidade encontrada em outros óleos estudados como, por exemplo, óleo de

Page 71: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

48

linhaça, que possui, em média, 57% (SPENCE et al., 2003; AYERZA; COATES, 2011;

IXTAINA et al., 2011).

Em estudo recente, Marineli et al. (2014) avaliaram a estabilidade oxidativa e atividade

antioxidante do óleo e sementes de chia por diferentes métodos in vitro. As amostras de chia

apresentaram boa estabilidade oxidativa devido aos baixos níveis de peróxido e de produtos

de peroxidação lipídica e altas atividades antioxidantes hidrofílicas (517,30 umol TE/g) e

lipofílicas (6,48 umol TE/g).

As operações unitárias normalmente encontradas na indústria de alimentos envolvem a

transferência de calor, como, por exemplo, a pasteurização, refrigeração, evaporação e

secagem. Assim, apesar das características intrínsecas positivas do óleo de chia em relação à

oxidação lipídica, o ácido graxo α-linolênico pode ser degradado a temperaturas mais

elevadas (85-105ºC) (ULKOWSKI; MUSIALIK; LITWINIENKO, 2005). Dessa forma, a

microencapsulação permite a incorporação desse óleo em produtos alimentares que são

sujeitos a uma elevada temperatura durante o processamento.

Entre os objetivos da microencapsulação está o de proteger diferentes materiais de

condições ambientais adversas e melhorar aspectos sensoriais indesejáveis que uma

substância pode apresentar (ANAL; STEVENS, 2005; CHANASATTRU et al., 2009). A

escolha do material da parede das partículas varia de acordo com a aplicação pretendida

(ARSHADY, 1993; SINKO; KOHN, 1993). Em produtos alimentícios, tais como produtos

lácteos, os principais constituintes da formulação são proteínas, polissacáridos e lípidos. Com

isso, o desenvolvimento de partículas que contêm estes componentes (proteínas,

Page 72: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

49

polissacarídeos e lipídeos) não sofre problemas com as autoridades reguladoras e,

provavelmente, tem pouca influência sobre as características sensoriais do produto.

Nesse contexto, a coacervação complexa, utilizando dois biopolímeros diferentes, tais

como proteínas e polissacarídeos, adaptado como técnica de microencapsulação, cumpre esses

requisitos, (JUN-XIA; HAI-YAN; JIAN, 2011). Além disso, a técnica tem sido muito

utilizada nas indústrias de alimentos, porque não é necessário o uso de solventes orgânicos e,

quando a proporção de polímeros é bem estabelecida, possui uma elevada eficiência de

encapsulação e de processo.

O objetivo deste estudo foi desenvolver, em escala industrial, um produto que contém

micropartículas com óleo de chia, caracterizá-las e verificar a influência da partícula na

proteção do óleo contra o tratamento UHT e oxidação.

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Material

Goma arábica (IRX49345, Colloids Naturels, SP, Brazil) e gelatina tipo B (244 bloom,

Gelita South America, SP, Brazil) foram utilizadas como materiais de parede da partícula.

Óleo de chia comercial de grau alimentício (Benexia, Santiago, Chile) foi utilizado como

material de recheio. Todos os solventes e os outros reagentes foram de grau analíticos, e água

deionizada foi utilizada em todos experimentos.

Page 73: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

50

Para a produção do leite achocolatado, os seguintes ingredientes foram utilizados: leite

pasteurizado, soro de leite doce parcialmente desmineralizado (Cargill, São José do Rio

Pardo, Brazil), cacau em pó alcalino (Cargill, Porto Ferreira, Brazil), celulose microcristalina

– estabilizante e espessante (FMC, Campinas, Brazil), aroma de baunilha e melaço

(Firminich, Geneve, Swiss) e sacarose (União, Sertãozinho, Brazil).

2.2 Produção das micropartículas

Micropartículas contendo o óleo de chia foram produzidas através da técnica de

coacervação complexa em escala industrial. Soluções de goma arábica e gelatina tipo B foram

preparadas dispersando os polímeros (4% p/p) em água deionizada. Ambas as dispersões

foram gentilmente agitadas por 12 horas e armazenadas overnight a 4°C para garantir a

completa hidratação dos biopolímeros.

A dispersão de gelatina (15 L) foi adicionada em um reator de inox com capacidade

para 75 L, aquecido com água quente (45ºC). O sistema foi mantido sob agitação a 5.000 rpm

com uma pá de agitação. Uma quantidade apropriada de óleo de chia, a fim de garantir 60%

de óleo em relação à quantidade de polímeros em solução, foi adicionada à solução de

gelatina. A homogeneização para formar emulsão foi realizada em um homogeneizador

Ultraturrax (T-18 de base, IKA, Saufen, Alemanha) a 14.000 rpm durante 20 minutos. Em

seguida, 15 L de dispersão de goma arábica foram adicionadas à mistura. A complexação foi

Page 74: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

51

promovida, definindo o valor de pH da mistura a 4,0 com 0,01 N de uma solução de ácido

acético. A agitação foi mantida e resfriada a 2°C.

Depois disso, para torná-las mais rígidas, as partículas foram submetidas a banhos

sequenciais com etanol, seguindo um aumento gradual na concentração de etanol (95%).

Assim, as partículas foram mantidas durante 20 minutos em cada banho, com 25, 50, 75 e

100% de etanol em água. As microcápsulas foram recolhidas em peneira e, finalmente, foram

secas em estufa a 48°C durante 48 horas, depois de terem sido lavadas com água destilada por

duas vezes. Estas partículas foram acondicionadas em sacos plásticos e, em seguida, em

embalagens metálicas. Esses pacotes foram mantidos congelados até utilização posterior.

2.3 Caracterização das partículas

2.3.1 Composição centesimal

As micropartículas foram caracterizadas através da quantificação do conteúdo de

umidade, cinzas e proteínas como determinado pela Association of Official Analytical

Chemists (AOAC, 2006). Todas as análises foram realizadas em triplicata. O conteúdo de

umidade foi determinado através da secagem em estufa a 105°C por 12 horas. Para a

quantificação proteica, a metodologia de Kjeldahl foi utilizada, com um fator de conversão de

6.25. Os lipídios foram determinados segundo Bligh e Dyer (1959). A porcentagem de

carboidratos foi determinada por diferença.

Page 75: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

52

2.3.2 Eficiência de encapsulação

A eficiência de encapsulação foi determinada em função da diferença entre a

quantidade de óleo utilizada no processo de encapsulação e a quantidade de óleo final nas

micropartículas, conforme a seguinte equação:

Eficiência de encapsulação = (óleo inicial – óleo final) x 100

óleo inicial

2.3.3 Morfologia

A morfologia das micropartículas úmidas foi determinada através da observação por

microscopia ótica (Jenaval, Carl Zeiss, Toronto, Canadá), com captação de imagens por

câmara digital, usando objetiva 12,5 e optvar 1,25x e o programa EDN-2 – Microscopy Image

Porcessing System.

2.3.4 Estabilidade oxidativa

O índice de estabilidade oxidativa (OSI) é uma estimativa da resistência à oxidação de

uma gordura ou óleo e pode ser obtido pelo método do Rancimat®, originalmente proposto

por Hadorn e Zurcher (1974). Ácidos orgânicos voláteis, produzidos nos estágios finais da

oxidação acelerada do óleo, causam uma modificação na condutividade eléctrica da água.

Page 76: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

53

Este método utiliza o tempo necessário para produzir um aumento súbito na condutividade da

água para calcular OSI. Um modelo Metrohm Rancimat 843 (Metrohm Instruments, Herisau,

Suíça) foi empregado para calcular o OSI.

Para esta determinação, um fluxo de ar quente e seco (110°C) foi borbulhado a 10L/h

em 3 g do óleo contido num recipiente de reação. A condutividade da água foi continuamente

monitorada, e o OSI foi determinado automaticamente pelo aparelho.

2.4 Produção do leite achocolatado

A Tabela 1 apresenta os ingredientes utilizados na formulação do leite achocolatado. O

chocolate em pó foi misturado com a água e o leite sob agitação intensa. Após, o estabilizante

foi disperso sob agitação constante por 10 minutos e, então, o soro de leite e aromas foram

adicionados e homogeneizados. Para a formulação CHOU, as micropartículas de óleo de chia

também foram adicionadas nesta última etapa. Esses ingredientes foram homogeneizados e

submetidos ao tratamento UHT.

Page 77: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

54

Tabela 1 - Composição do leite achocolatado formulado

Ingredientes CHO CHOC/CHOU*

Celulose microcristalina 0,46% 0,46%

Aroma de baunilha 0,20% 0,20%

Aroma de melaço 0,01% 0,01%

Fosfato 0,02% 0,02%

Óleo de chia encapsulado 0,00% 1,00%

Cacau em pó 1,00% 1,00%

Soro de leite 2,32% 2,32%

Leite 58,80% 58,80%

Água 37,69% 36,69%

*CHOC e CHOU possuem composição idêntica.

O processamento Ultra High Temperature (UHT) foi realizado em uma planta piloto

da Tetra Pack – Tetra Sterilab PTD 100 (ITAL, Campinas, SP) com 142°C/4s, com

capacidade mínima de processamento de 125 L. Foram feitas três formulações: CHO – Leite

achocolatado UHT; CHOC – Leite achocolatado UHT, com micropartículas adicionadas

depois do processamento UHT; e CHOU – Leite achocolatado UHT, com micropartículas

adicionadas antes do processamento UHT. O leite achocolatado foi acondicionado em

embalagens tetra pack de 125 mL e, após, guardadas em local fresco e na sombra.

2.4.1 Liofilização

As formulações de leite achocolatado (CHO, CHOU e CHOC) foram liofilizadas

(Edwards Pirani 501). A temperatura foi reduzida a -40°C, sob uma pressão de 0,1 mmHg. O

Page 78: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

55

ponto final foi estabelecido na temperatura final de secagem de 25°C. O material seco foi

armazenado em potes com tampa e mantidos sob refrigeração (5°C).

2.4.2 Microestrutura

Foi observada a microestrutura das partículas secas (PAR) no leite achocolatado

(CHO), no leite achocolatado adicionado das partículas secas (CHOC) e no leite achocolatado

adicionado das partículas secas submetido ao processo UHT (CHOU). Todas as amostras

foram observadas em microscópio eletrônico de varredura (SEM) Jeol (T300, Japão),

utilizando-se 15 kV. As amostras foram previamente fixadas em stubs, com fita metálica

dupla face, e recobertas com uma fina camada de ouro (40mA/150s) por um evaporador

Baltzer SCD50 (Baltec, Liechtensten).

2.4.3 Distribuição de tamanho

Amostras contendo micropartículas foram caracterizadas através da distribuição de

tamanho. O tamanho médio das micropartículas foi determinado nas amostras CHO, CHOC e

CHOU. Como controle, o tamanho das partículas secas em estufa reidratadas em água (com o

mesmo pH do leite achocolatado) foi determinado. A determinação foi realizada utilizando o

equipamento Mastersizer 2000 (Malvern, Worcestershire, UK).

Page 79: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

56

2.5 Análise estatística

Os resultados das análises realizadas em triplicata foram avaliados através de Análise

de Variância (ANOVA) com posterior uso do Teste de Tukey, considerando p=0.05. Todas as

análises foram realizadas utilizando-se o programa SAS 9.2.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A Tabela 2 apresenta os resultados da composição centesimal das micropartículas de

coacervação complexa contendo óleo de chia. Essa técnica é amplamente utilizada para

conferir altas eficiências de encapsulação (>80%), independentemente do óleo e da matriz

polimérica (LIU; LOW; NICKERSON, 2010; WANG; ADHIKARI; BARROW, 2014). Neste

trabalho, mesmo as partículas sendo produzidas em escala industrial, dos 60% do óleo de chia

adicionados ao processo de produção das micropartículas de coacervação complexa, 50,8%

foram encapsulados, apresentando uma eficiência de encapsulação de 84,66%, o que indica

que a técnica foi altamente escalonável.

A caracterização das partículas mostrou que elas possuem teor de proteína

considerável, e isto se deve principalmente à gelatina utilizada no processo de

microencapsulação. A partícula é composta, em base seca, de cerca de 20% de proteína e,

considerando que as gelatinas possuem aproximadamente 90% de proteína em base seca

(BUENO et al., 2011), o valor de 15,92% da Tabela 2 encontra-se dentro do esperado.

Page 80: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

57

A análise do teor de lipídeos nas partículas é de extrema importância para que se possa

formular produtos funcionais. Os principais ácidos graxos presente no óleo de chia são, em

ordem de abundância: ácido α-linolênico (64,5-69,3%), ácido linoleico (16,6-20,3%), ácido

palmítico (5,5-6,6%), ácido oleico (5,3-5,8%) e ácido esteárico (2,7-4,4%) (IXTAINA et al.,

2011).

Tabela 2 - Composição centesimal (%) em base seca das micropartículas secas contendo óleo

de chia

Componentes Concentração (g/100g)

Proteína 15,92 ± 1,03

Lipídeo 50,8 ± 1,61

Cinzas 9,83 ± 0,19

Umidade 0,46 ± 0,19

Carboidrato* 22,99

*Obtido por diferença.

A inclusão de 1% de micropartículas na formulação do leite achocolatado (200mL)

implicará no incremento de aproximadamente 0,32g de proteínas, o que corresponde a quase

1% das recomendações diárias de ingestão de proteínas (BRASIL, 2005). Além disso, a

adição desta quantidade de partículas ao leite achocolatado contribui com 600 mg de α-

linolênico por porção (200mL). Segundo a Resolução RDC 54 (BRASIL, 2012), esta

quantidade classifica o produto adicionado das partículas como um produto de “alto

conteúdo” em ômega-3, fornecendo propriedades funcionais ao produto formulado. A

Page 81: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

58

incorporação do óleo de chia em produtos alimentícios irá promover o aumento do consumo

de ômega-3 e, consequentemente, uma provável melhora em diversos parâmetros de saúde

(BOWEN; CLANDIN, 2005).

3.1 Morfologia

A morfologia das microcápsulas de óleo de chia originais e reidratadas em água (pH

6,5) após o processo de secagem em estufa, pode ser visto na Figura 6.

Figura 6 - Microscopia ótica das partículas úmidas (A e B) e reidratadas (C e D) de

coacervação complexa contendo óleo de chia.

As micropartículas apresentaram, em sua maioria, forma esférica e multinucleadas

(Figura 6A). O conteúdo lipídico ficou distribuído uniformemente na matriz de gelatina e

A B

C D

Page 82: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

59

goma arábica, observando-se distribuição de gotas lipídicas de diferentes tamanhos por toda a

extensão da micropartícula (Figura 6B).

A secagem das partículas reduz o risco de deterioração microbiológica, custos com

transporte e aumenta a vida de prateleira. Porém, é necessário que a partícula não perca a sua

funcionalidade nem estrutura. Pela análise de microscopia óptica, verificou-se que as

partículas úmidas (6A e 6B) e as hidratadas após a secagem (6C e 6D) apresentaram formas

semelhantes, o que indica que a estrutura do coacervado foi mantida após o processo de

secagem. Na literatura, partículas coacervadas submetidas a outras técnicas de secagem,

como, por exemplo, a liofilização, também apresentaram comportamento de reidratação

similar (ALVIM, 2005).

Além disso, elas apresentaram, após a reidratação, diâmetro médio de 27,932 µm,

muito próximo ao seu tamanho original (31,367±1,435 µm), com paredes contínuas e sem

rachaduras. Essa faixa de tamanho é ideal para incorporação em uma matriz alimentícia, uma

vez que partículas de géis incorporadas a iogurtes são perceptíveis sensorialmente com

tamanhos de aproximadamente 200 µm, podendo fazer com que o consumidor rejeite o

produto (CAYOT et al., 2008).

Coacervados complexos são reversíveis a condições de pH, temperatura e força iônica,

portanto, para a garantia de sua aplicação, torna-se necessária a reticulação das mesmas.

Diversos agentes de reticulação são estudados para essa finalidade, porém alguns são tóxicos

para aplicação em alimentos, tais como o glutaraldeído, tendo como alternativa a

transglutaminase e a genipina (PRATA et al., 2008; PENG et al., 2014).

Page 83: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

60

Outra alternativa, testada neste trabalho, foi o enrijecimento da parede das partículas

através do contato das mesmas em concentrações crescentes de etanol. Pela análise

morfológica (Figura 6), percebe-se que as partículas não se romperam após a secagem e ao

processamento UHT, isto pode estar relacionado ao uso do etanol, que promoveu a resistência

das partículas ao processo de secagem em estufa. Esse fator é muito importante, pois há uma

vantagem comercial em utilizar esta combinação de processos, reduzindo, assim, os custos de

elaboração das partículas.

3.2 Estabilidade oxidativa

É sabido que ácidos graxos de insaturados são degradados durante o processamento

UHT (MARTÍNEZ-MONTEAGUDO et al., 2015), dessa forma, a microencapsulação pode

reduzir os efeitos da exposição térmica na oxidação do óleo. O ácido graxo α-linolênico se

degrada em temperaturas entre 85-105°C (ULKOWSKI; MUSIALIK; LITWINIENKO, 2005)

e, assim, a oxidação lipídica, verificada através do método Rancimat (110°C), pode

representar a degradação do óleo de chia após as condições do processo UHT.

O índice de estabilidade oxidativa (OSI) do óleo de chia foi de 5,1 horas, valor superior

ao encontrado por Matthäus (1996) para colza (3,5 horas) e girassol (2,4 horas) utilizando o

método Rancimat. Era esperado um comportamento contrário, uma vez que o conteúdo de

ômega-3 no óleo de chia é superior aos dos óleos de colza e girassol, o que o tornaria mais

Page 84: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

61

suscetível à oxidação. Isto ocorreu, possivelmente, devido à presença de substâncias

antioxidantes, que garantem uma melhor estabilidade deste óleo (MARINELI et al., 2014).

Como esperado, o OSI das partículas (11,9 horas) foi superior ao do óleo sem

tratamento (5,1 horas). A microencapsulação aumentou o tempo de indução em até duas

vezes, demonstrando que a técnica utilizada para microencapsular o óleo foi efetiva na

retardação da oxidação lipídica, assim como já reportado em outros trabalhos (CALVO et al.,

2010; WANG; ADHIKARI; BARROW, 2014).

Esses resultados são motivadores para a incorporação do óleo de chia em

micropartículas coacervadas. Muitos trabalhos encontrados na literatura encapsulando fontes

de ácidos graxos ômega-3 utilizam o spray drying como técnica de microencapsulação

(ANWAR; KUNZ, 2011; IXTAINA et al., 2015; MARTÍNEZ et al., 2015). No entanto,

devido às altas temperaturas que existem na entrada do spray dryer, normalmente acima de

130°C, mesmo que por alguns segundos, reações oxidativas podem ser induzidas, resultando

em valores aumentados de produtos de oxidação durante a estocagem do produto

(BELINGHERI et al., 2015; IXTAINA et al., 2015). Outra limitação das partículas

produzidas em spray dryer é a sua solubilidade em água, o que limita sua aplicação na

formulação de bebidas.

Este trabalho, demonstrou que a coacervação complexa conseguiu diminuir as

limitações apresentadas pelo spray dryer, por usar temperaturas mais brandas no

processamento e garantir a produção de partículas insolúveis para aplicação em bebidas

lácteas. Além disso, a técnica é amplamente flexível, pois permite estratégias de

Page 85: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

62

processamento para melhorar o shelf-life das partículas através da secagem, é escalonável e

permite a coencapsulação de outras substâncias (ERATTE et al., 2015) para formar partículas

multifuncionais.

3.3 Análise do produto formulado

Leite achocolatado é uma bebida láctea rica em carboidratos, proteínas e gorduras e

pode ser substancialmente melhorado com a incorporação de ácidos graxos poliinsaturados

P A’s, reduzindo o défice nutricional que existe entre a recomendação e o consumo de

ácidos graxos ômega-3 (BARROW et al., 2007). Esse produto passa, necessariamente, por um

processo de esterilização, normalmente o UHT. Desta forma, é imprescindível determinar os

efeitos desse tratamento térmico nas características protetivas da partícula em relação ao óleo

encapsulado.

Assim, as amostras liofilizadas foram observadas em microscópio eletrônico para

visualizar a integridade das partículas. As Figuras 7A e 7B mostram que as partículas secas

mantiveram-se íntegras após o processo de secagem, apresentando formato esférico.

A partícula, após o processamento térmico UHT, também se manteve esférica,

indicando que são capazes de suportar as altas temperaturas e pressão as quais foram

submetidas durante o processamento (Figura 7). Isto é de grande valia, uma vez que ao se

manterem íntegras elas possuem a capacidade de proteger o material de recheio ao qual estão

recobrindo, podendo exercer a sua função de proteção do ativo.

Page 86: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

63

Figura 7 - Microestrutura das partículas secas em estufa (PAR) – A e B; e das amostras

liofilizadas: leite achocolatado (CHO) – C e D; leite achocolatado adicionado das partículas

(CHOC) – E e F; leite achocolatado adicionado das partículas e submetido ao processo UHT

(CHOU) – G e H.

A B

C D

E F

G H

Page 87: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

64

A determinação do diâmetro médio dos produtos formulados está apresentado na

Tabela 3. Esses resultados indicaram que houve um aumento no tamanho da amostras CHOC

e CHOU em relação à amostra CHO, devido à presença das partículas. Isso se torna mais

evidente quando se percebe que não há diferença estatística entre o tamanho das partículas

coacervadas reidratadas (27,932 µm) e o tamanho das partículas obtido para CHOC e CHOU.

Além disso, a semelhança de tamanhos entre as amostras CHOC e CHOU pode ser

mais um indicativo de que as partículas resistiram ao processamento ao qual foram

submetidas, corroborando com o resultado da microestrutura. Também pode ser observado,

através da manutenção da distribuição de tamanhos, que as partículas não se agregaram.

Tabela 3 - Diâmetro médio das amostras de leite achocolatado (CHO), de leite achocolatado

adicionado das partículas secas (CHOC) e de leite achocolatado adicionado das partículas

secas submetidos ao tratamento térmico (CHOU)

Tamanho das microcápsulas (µm)

Tratamento d 0.5 Span

CHO 15,763 ± 0,022b 3,014 ± 0,145

a

CHOC 28,000 ± 0,006a 2,956 ± 0,017

a

CHOU 28,659 ± 0,011a 2,987 ± 0,033

a

A microencapsulação pode melhorar a característica do leite achocolatado por

aumentar sua biodisponibilidade dos ácidos graxos. Barrow et al. (2009) realizaram um

estudo em humanos e constataram que partículas de coacervação complexa fornecem

biodisponibilidade equivalente a macrocápsulas de gelatina comerciais. Esta informação é

Page 88: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

65

extremamente relevante para a incorporação de partículas em produtos alimentícios, uma vez

que a coacervação complexa, como demonstrado neste trabalho, melhora a estabilidade da

fonte de ômega-3 e pode ser uma partícula termo-resistente, possibilitando a sua inclusão em

produtos que são submetidos ao calor durante o seu processamento.

4 CONCLUSÃO

Com base na análise dos resultados obtidos no presente estudo, conclui-se que a

encapsulação do óleo de chia pelo método de coacervação complexa utilizando gelatina e

goma arábica atingiu o seu objetivo, uma vez que as partículas produzidas em escala

industrial e enrijecidas com etanol resistiram ao processo de secagem por estufa, mantiveram-

se íntegras após o processamento UHT e garantiram uma melhor estabilidade oxidativa ao

óleo quando encapsulado, comparando-se ao óleo na forma livre.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVIM, I. Produção e caracterização de micropartículas obtidas por spray drying e

coacervação complexa e seu uso para alimentação de larvas de peixes. 2005. 277 f. Tese

(Doutorado em Alimentos e Nutrição)–Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005.

ANAL, A. K.; STEVENS, W. F. Chitosan-alginate multilayer beads for controlled release of

ampicillin. International Journal of Pharmaceutics, v. 290, p. 45-54, 2005.

ANWAR, S. H.; KUNZ, B. The influence of drying methods on the stabilization of fish oil

microcapsules: Comparison of spray granulation, spray drying, and freeze drying. Journal of

Food Engineering, v. 105, p. 367-378, 2011.

Page 89: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

66

AOAC. Association of Official Analytical Chemists. Gaithersburg, Maryland, USA 2006.

ARSHADY, R. Microspheres for biomedical applications: preparation of reactive and

labelled microspheres. Biomaterials, v. 14, p. 5-15, 1993.

AYERZA, R.; COATES, W. Ground chia seed and chia oil effects on plasma lipids and fatty

acids in the rat. Nutrition Research, v. 25, p. 995-1003, 2005.

AYERZA, R.; COATES, W. Protein content, oil content and fatty acid profiles as potential

criteria to determine the origin of commercially grown chia (Salvia hispanica L.). Industrial

Crops and Products, v. 34, p. 1366-1371, 2011.

BARROW, C. J.; NOLAN, C.; HOLUB, B. J. Bioequivalence of encapsulated and

microencapsulated fish-oil supplementation. Journal of Functional Foods, v. 1, p. 38-43,

2009.

BARROW, C. J.; NOLAN, C.; JIN, Y. Stabilization of highly unsaturated fatty acids and

delivery into foods. Lipid Technology, v. 19, p. 108-111, 2007.

BELINGHERI, C.; GIUSSANI, B.; RODRIGUEZ-ESTRADA, M. T.; FERRILLO, A.;

VITTADINI, E. Oxidative stability of high-oleic sunflower oil in a porous starch carrier.

Food Chemistry, v. 166, p. 346-351, 2015.

BLIGH, E. G.; DYER, W. J. A Rapid Method of Total Lipid Extraction and Purification.

Canadian Journal of Biochemistry and Physiology, v. 37, p. 911-917, 1959.

BOWEN, R. A. R.; CLANDIN, M. T. Maternal dietary 22: 6n-3 is more effective than 18: 3n-

3 in increasing the 22: 6n-3 content in phospholipids of glial cells from neonatal rat brain.

British Journal of Nutrition, v. 93, p. 601-611, 2005.

BRASIL. A SA. Ag ncia acional de igil ncia Sanitária. Resolu ão R n. 269. O

"Regulamento écnico sobre a ngestão iária Recomendada dr) de Proteína, Vitaminas e

Minerais", 2005.

BRASIL. A SA. Ag ncia acional de igil ncia Sanitária. RDC n. 54, de 12 de

novembro de 2012. isp e sobre o Regulamento écnico sobre nforma ão utricional

Complementar, 2012.

BUENO, C. M.; ALVIM, I. Z.; KOBERSTEIN, T. C. R. D.; PORTELLA, M. C.; GROSSO,

C. Produção de gelatina de pele de tilápia e sua utilização para obtenção de micropartículas

contendo óleo de salmão. Brazilian Journal of Food Technology, v. 14, p. 65-73, 2011.

CALVO, P.; HERNÁNDEZ, T.; LOZANO, M.; GONZÁLEZ-GÓMEZ, D.

Microencapsulation of extra-virgin olive oil by spray-drying: Influence of wall material and

Page 90: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

67

olive quality. European Journal of Lipid Science and Technology, v. 112, p. 852-858,

2010.

CAYOT, P.; SCHENKER, F.; HOUZÉ, G.; SULMONT-ROSSÉ, C.; COLAS, B. Creaminess

in relation to consistency and particle size in stirred fat-free yogurt. International Dairy

Journal, v. 18, p. 303-311, 2008.

CHANASATTRU, W.; JONES, O. G.; DECKER, E. A.; McCLEMENTS, D. J. Impact of

cosolvents on formation and properties of biopolymer nanoparticles formed by heat treatment

of β-lactoglobulin–Pectin complexes. Food Hydrocolloids, v. 23, p. 2450-2457, 2009.

CHENG, L. H.; LIM, B. L.; CHOW, K. H.; CHONG, S. M.; CHANG, Y. C. Using fish

gelatin and pectin to make a low-fat spread. Food Hydrocolloids, v. 22, p. 1637-1640, 2008.

DRUSCH, S.; MANNINO, S. Patent-based review on industrial approaches for the

microencapsulation of oils rich in polyunsaturated fatty acids. Trends in Food Science &

Technology, v. 20, p. 237-244, 2009.

ERATTE, D.; MCKNIGHT, S.; GENGENBACH, T. R.; DOWLING, K.; BARROW, C. J.;

ADHIKARI, B. P. Co-encapsulation and characterisation of omega-3 fatty acids and probiotic

bacteria in whey protein isolate–gum Arabic complex coacervates. Journal of Functional

Foods, in press, 2015.

GORTMAKER, S. L.; SWINBURN, B. A.; LEVY, D.; CARTER, R.; MABRY, P. L.;

FINEGOOD, D. T.; MOODIE, M. L. Changing the future of obesity: science, policy, and

action. The Lancet, v. 378, p. 838-847, 2011.

HADORN, H.; ZUCHER, K. Zur bestimmung der oxydations-stabilitat von olen und fette.

Deutsche Lebensmitten Rundscherch, v. 70, p. 57-65, 1974.

IXTAINA, V. Y.; JULIO, L. M.; WAGNER, J. R.; NOLASCO, S. M.; TOMÁS, M. C.

Physicochemical characterization and stability of chia oil microencapsulated with sodium

caseinate and lactose by spray-drying. Powder Technology, v. 271, p. 26-34, 2015.

IXTAINA, V. Y.; MARTÍNEZ, M. L.; SPOTORNO, V.; MATEO, C. M.; MAESTRI, D. M.;

DIEHL, B. W. K.; NOLASCO, S. M.; TOMÁS, M. C. Characterization of chia seed oils

obtained by pressing and solvent extraction. Journal of Food Composition and Analysis, v.

24, p. 166-174, 2011.

JUN-XIA, X.; HAI-YAN, Y.; JIAN, Y. Microencapsulation of sweet orange oil by complex

coacervation with soybean protein isolate/gum Arabic. Food Chemistry,v. 125, p.1267-1272,

2011.

Page 91: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

68

KAUSHIK, P.; DOWLING, K.; BARROW, C. J.; ADHIKARI, B. Microencapsulation of

omega-3 fatty acids: A review of microencapsulation and characterization methods. Journal

of Functional Foods, in press 2014.

LIU, S.; LOW, N. H.; NICKERSON, M. Entrapment of Flaxseed Oil Within Gelatin-Gum

Arabic Capsules. Journal of the American Oil Chemists' Society, v. 87, p. 809-815, 2010.

MARINELI, R. D. S.; MORAES, É. A.; LENQUISTE, S. A.; GODOY, A. T.; EBERLIN, M.

N.; MARÓSTICA JR, M. R. Chemical characterization and antioxidant potential of Chilean

chia seeds and oil (Salvia hispanica L.). LWT - Food Science and Technology, v. 59, p.

1304-1310, 2014.

MARTÍNEZ, M. L.; CURTI, M. I.; ROCCIA, P.; LLABOT, J. M.; PENCI, M. C.;

BODOIRA, R. M.; RIBOTTA, P. D. Oxidative stability of walnut (Juglans regia L.) and chia

(Salvia hispanica L.) oils microencapsulated by spray drying. Powder Technology, v. 270, p.

271-277, 2015.

MARTÍNEZ-MONTEAGUDO, S. I.; LEAL-DÁVILA, M.; CURTIS, J. M.; SALDAÑA, M.

D. A. Oxidative stability of ultra high temperature milk enriched in conjugated linoleic acid

and trans-vaccenic acid. International Dairy Journal, v. 43, p. 70-77, 2015.

MATTHÄUS, B. W. Determination of the oxidative stability of vegetable oils by Rancimat

and conductivity and chemiluminescence measurements. Journal of the American Oil

Chemists' Society, v. 73, p. 1039-1043, 1996.

MORATO, P. N.; RODRIGUES, J. B.; MOURA, C. S.; E SILVA, F. G. D.; ESMERINO, E.

A.; CRUZ, A. G.; BOLINI, H.M.A.; AMAYA-FARFAN, J.; LOLLO, P. C. B. Omega-3

enriched chocolate milk: A functional drink to improve health during exhaustive exercise.

Journal of Functional Foods, v. 14, p. 676-683, 2015.

PARVEZ, S.; MALIK, K. A.; AH KANG, S.; KIM, H. Y. Probiotics and their fermented food

products are beneficial for health. Journal of Applied Microbiology, v. 100, p. 1171-1185,

2006.

PENG, C.; ZHAO, S. Q.; ZHANG, J.; HUANG, G. Y.; CHEN, L. Y.; ZHAO, F. Y. Chemical

composition, antimicrobial property and microencapsulation of Mustard (Sinapis alba) seed

essential oil by complex coacervation. Food Chemistry, v. 165, p. 560-568, 2014.

PRATA, A. S.; ZANIN, M. H. A.; RÉ, M. I.; GROSSO, C. R. F. Release properties of

chemical and enzymatic crosslinked gelatin-gum Arabic microparticles containing a

fluorescent probe plus vetiver essential oil. Colloids and Surfaces B: Biointerfaces, v. 67, p.

171-178, 2008.

Page 92: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

69

SINKO, P.; KOHN, J. Polymeric Drug Delivery Systems. In: SOCIETY, A. C. (Ed.).

Polymeric Delivery Systems: ACS Symposium Series, v. 520, 1993. p. 18-41.

SPENCE, J. D.; THORNTON, T.; MUIR, A. D.; WESTCOTT, N. D. The effect of flax seed

cultivars with differing content of α-linolenic acid and lignans on responses to mental stress.

Journal of the American College of Nutrition, v. 22, p. 494-501, 2003.

STYNE, D. M. Childhood and adolescent obesity. Pediatric Clinics, v. 48, p. 823-854, 2001.

SWINBURN, B. A.; SACKS, G.; HALL, K. D.; MCPHERSON, K.; FINEGOOD, D. T.;

MOODIE, M. L.; GORTMAKER, S. L. The global obesity pandemic: shaped by global

drivers and local environments. The Lancet, v. 378, p. 804-814, 2011.

TRIGUEROS, L.; PEÑA, S.; UGIDOS, A. V.; SAYAS-BARBERÁ, E.; PÉREZ-ÁLVAREZ,

J. A.; SENDRA, E. Food ingredients as anti-obesity agents: a review. Critical Reviews in

Food Science and Nutrition, v. 53, p. 929-942, 2012.

ULKOWSKI, M.; MUSIALIK, M.; LITWINIENKO, G. Use of differential scanning

calorimetry to study lipid oxidation. 1. oxidative stability of lecithin and linolenic acid.

Journal of Agricultural and Food Chemistry, v.53, p.9073-9077, 2005.

WANG, B.; ADHIKARI, B.; BARROW, C. J. Optimisation of the microencapsulation of tuna

oil in gelatin-sodium hexametaphosphate using complex coacervation. Food Chemistry,

v.158, p.358-365, 2014.

Page 93: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

70

ARTIGO 3

DETERMINAÇÃO DA DOÇURA IDEAL E EQUIVALÊNCIA DE DOÇURA DE

EDULCORANTES EM BEBIDA LÁCTEA ACHOCOLATADA E SUA AVALIAÇÃO

ATRAVÉS DA ANÁLISE TEMPO-INTENSIDADE

Page 94: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

71

ARTIGO 3 – DETERMINAÇÃO DA DOÇURA IDEAL E EQUIVALÊNCIA DE

DOÇURA DE EDULCORANTES EM BEBIDA LÁCTEA ACHOCOLATADA E SUA

AVALIAÇÃO ATRAVÉS DA ANÁLISE TEMPO-INTENSIDADE

1 Introdução

A utilização de edulcorantes pela indústria de alimentos vem crescendo

exponencialmente, uma vez que a demanda por produtos sensorialmente atrativos com um

baixo conteúdo calórico associados a um alto valor nutricional também tem aumentado

(NABORS; LEMIEUX, 1993). Este fenômeno está ocorrendo porque o número de pessoas

obesas vem crescendo, e um dos fatores relacionados a isso é o consumo excessivo de

sacarose. A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos e para Fins Especiais

(ABIAD, 2011) mostrou um crescimento de 800% dos produtos light e diet na última década.

No entanto, para substituir a sacarose pelos edulcorantes, é necessário que se faça um

estudo sensorial complexo que avalie corretamente a quantidade do edulcorante a ser utilizada

para a matriz alimentícia desejada. Uma das maneiras de se realizar esta medida é através da

mensuração da quantidade ideal de sacarose a ser adicionada, a fim de se obter uma melhor

aceitação e preferência por um grupo de provadores. Para isto, utiliza-se a escala-do-ideal,

que permite a obtenção de resultados com confiabilidade, além de ser de simples aplicação

(LAWLESS; HEYMAN, 1998; MEILGAARD; CIVILLE; CARR, 2004).

Possuindo a quantidade ideal de sacarose do produto, pode-se encontrar a equivalência

Page 95: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

72

de doçura de cada edulcorante relativa à quantidade de sacarose utilizada. Para isto, utiliza-se

o método de estimação de magnitude, que proporciona uma representação gráfica dos

resultados normalizados pela lei de potência de Stevens (STONE; OLIVER, 1969). A

estimação de magnitude é um dos métodos comumente utilizados para obtenção da

equivalência de doçura, sendo utilizado para este fim em diversos produtos (DE SOUZA et

al., 2013; CADENA; BOLINI, 2012; PALAZZO et al., 2011).

A análise tempo-intensidade permite mensurar a intensidade do estímulo sensorial no

decorrer de um período pré-determinado, ou seja, a velocidade, duração e intensidade

percebidas em um estímulo único em função do tempo. Com ela, é possível avaliar se as

amostras analizadas possuem a mesma intensidade máxima do estímulo sensorial, no caso a

doçura, assim como a sua duração (CLIFF; HEYMANN, 1993). Esta metodologia tem sido

usada como ferramenta importante em estudos relacionados à doçura e ao amargor (BOLINI-

CARDELLO, 1996; SILVA et al., 2004; UJIKAWA; BOLINI, 2004; CAVALINNI; BOLINI,

2005; SCHIFFMAN; SATTELY-MILLER; BISHAY, 2007; ZHAO; TEPPER, 2007; DE

MARCHI; MCDANIEL; BOLINI, 2009; PALAZZO; BOLINI, 2009; CADENA; BOLINI,

2012; PALAZZO et al., 2011).

Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi determinar a doçura ideal de sacarose para o

leite achocolatado, a intensidade de doçura de cada edulcorante em relação à sacarose e a

intensidade do estímulo doce em função de tempo.

Page 96: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

73

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Material

A produção do leite achocolatado foi realizada utilizando-se, como matéria-prima, leite

pasteurizado tipo A comercial, soro doce de leite em pó parcialmente desmineralizado

(Cargill, São José do Rio Pardo, Brasil), cacau em pó alcalinizado (Cargill, Porto Ferreira,

Brasil), estabilizante e espessante (FMC, Campinas, Brasil), aroma de melaço e de baunilha

(Firmenich, Genebra, Suíça), açúcar comercial (União, Sertãozinho, Brasil), aspartame

(Nutrasweet, Augusta, U.S.A), neotame (SweetMix, Sorocaba, Brasil), sucralose (SweetMix,

Sorocaba, Brasil), estévia com 95% de rebaudiosídeo (SweetMix, Sorocaba, Brasil), blend

Sucralose/Acessulfame K/Neotame (5:3:0,1) (SweetMix, Sorocaba, Brasil) e óleo de chia

(Benexia, Santiago, Chile).

2.2 Métodos

2.2.1 Formulação da bebida láctea achocolatada

A Tabela 4 apresenta os ingredientes utilizados na formulação da bebida láctea

achocolatada, assim como as suas respectivas quantidades. Esta base da bebida láctea não

possuiu adição de sacarose nem de nenhum dos edulcorantes, pois estas concentrações foram

Page 97: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

74

determinadas após a obtenção da concentração ideal de sacarose (item 3.4) e do método de

estimação de magnitude dos edulcorantes (item 3.6). Após essas determinações, os

ingredientes foram mantidos em suas proporções originais.

Tabela 4 - Ingredientes e suas respectivas porcentagens utilizadas na formulação da bebida

láctea achocolatada

Formulação da bebida láctea achocolatada

Estabilizante 0,460%

Aroma de baunilha 0,200%

Aroma de melaço 0,008%

Fosfato 0,020%

Óleo de chia 0,500%

Cacau em pó 1,000%

Soro de leite em pó 2,323%

Leite integral 58,800%

Água 37,189%

Para a elaboração da bebida láctea achocolatada, misturou-se, primeiramente, a água e

o leite sob agitação intensa e, nestes, foi disperso o fosfato. A seguir, dispersou-se o

estabilizante, mantendo-se sob agitação intensa por 10 minutos. Em seguida, foi adicionado o

soro em pó, o cacau e os aromas. Para a adição do óleo de chia, separou-se 500 g da base de

leite, adicionou-se água (500 mL) a aproximadamente 50ºC e a essa mistura acrescentou-se o

óleo de chia homogeneizado a 6.000 rpm/3 minutos em um homogeneizador Silverson. Os

ingredientes pré-misturados e homogeneizados foram submetidos a uma homogeneização

asséptica em processo UHT VTIS em uma planta piloto Microthermics, com uma temperatura

Page 98: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

75

de esterilização de 145ºC por 5 minutos. Após o processo, a bebida láctea achocolatada foi

acondicionada em garrafas plásticas assépticas de 500 mL.

2.2.2 Teste de doçura ideal

Inicialmente, foi realizado um estudo para se obter a doçura considerada como ideal

para a formulação de bebida láctea achocolatada, utilizando-se escala-do-ideal

(MEILGAARD; CIVILLE; CARR, 2004). Para isso, a bebida láctea achocolatada foi adoçada

com sacarose em diferentes concentrações (5%, 7%, 9%, 11% e 13%).

As amostras foram servidas aos provadores em cabines individuais no Laboratório de

Análise Sensorial do DEPAN/UNICAMP. A apresentação das amostras foi realizada de

forma monádica, em copos plásticos brancos descartáveis, codificados com algarismos de três

dígitos. A análise foi realizada por 120 provadores, que utilizaram uma escala não estruturada

de cm, ancorada em seu extremo esquerdo por “extremamente menos doce que o ideal”, e

no extremo direito por “extremamente mais doce que o ideal”, além de o centro da escala ser

demarcado como “ideal”.

Os resultados da avaliação sensorial foram analisados por meio de análise de

histogramas de distribuição das respostas sensoriais em porcentagem em função da

concentração de sacarose adicionada ao leite achocolatado e também por análise de regressão

linear simples entre os valores hedônicos e concentração de sacarose, conforme sugerido por

Vickers (1988).

Page 99: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

76

2.2.3 Equivalência de doçura

Realizou-se uma pré-seleção de 32 candidatos para a aplicação de testes de

determinação da equivalência de doçura, que assinaram o termo de consentimento livre e

esclarecido, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNICAMP (número de parecer

183.049), em atendimento à portaria DFCM nº 20/97, de 21/05/1997. A pré-seleção ocorreu

por meio da análise sequencial de WALD (AMERINE; PANGBORN; ROESSLER, 1965),

utilizando testes triangulares de diferença, com o intuito de selecionar candidatos com boa

capacidade para diferenciar as amostras. Cada candidato realizou até três testes triangulares

por dia, para preservar sua habilidade sensorial. Foram utilizadas duas amostras de bebida

láctea achocolatada comercial, adoçadas com diferença significativa ao nível de 0,1% em

relação à doçura. Foram recrutados 25 candidatos que não possuíam restrições em consumir

bebida láctea achocolatada além de possuírem interesse em participar do teste de equivalência

de doçura.

A medida da doçura relativa dos edulcorantes e mistura de edulcorantes foi realizada

de acordo com o Método de Estimação de Magnitude (STONE; OLIVER, 1969). Foram

utilizados vinte e cinco provadores selecionados em função do poder discriminativo, através

de análise sequencial de WALD (AMERINE; PANGBORN; ROESSLER, 1965), que foram

treinados para utilizarem escalas de magnitude com padrões de intensidades de doçura

diferentes.

Page 100: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

77

O treinamento foi realizado de maneira objetiva, quando houve uma explicação da

metodologia, da escala, e de que haviam amostras com diferentes intensidades de doçura,

podendo ser maiores ou menores que a intensidade da amostra referência. As cinco amostras

com concentrações diferentes foram apresentadas aos provadores, acompanhadas da

referência de bebida láctea achocolatada adoçada com sacarose na concentração (9%),

determinada no teste de ideal de doçura codificada com a letra R.

As concentrações dos edulcorantes e da sacarose utilizados no teste de estimação de

magnitude estão apresentadas na Tabela 5. Na determinação da equivalência de doçura, as

concentrações centrais utilizadas no teste foram baseadas em dados da literatura

(MARCELLINI; CHAINHO; BOLINI, 2005; CARDOSO; BOLINI, 2007; PALAZZO et al.,

2011), e utilizou-se o fator de multiplicação de 1,6 para o cálculo das demais concentrações

(CARDOSO; BATTOCHIO; CARDELLO, 2004; MARCELLINI; CHAINHO; BOLINI,

2005).

Page 101: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

78

Tabela 5 - Concentrações dos edulcorantes aspartame, sucralose, estévia, blend

Sucralose/Acessulfame k/ Neotame (100:50:1), neotame e da sacarose para determinação da

doçura equivalente a 9% de sacarose para bebida láctea achocolatada

Edulcorantes Concentração (%)

Sacarose 3,51 5,62 9,00 14,40 23,04

Aspartame 0,0200 0,0340 0,0550 0,0880 0,1408

Sucralose 0,0063 0,0100 0,0160 0,0256 0,0410

Estévia 0,0391 0,0625 0,1000 0,1600 0,2560

Sucralose/Acessulfa

me k/ Neotame

(100:50:1)

0,0103 0,0165 0,0264 0,0422 0,0675

Neotame 0,0007 0,001 0,0017 0,0027 0,0041

Para a determinação da magnitude dos edulcorantes, os provadores foram orientados

quanto à amostra referência (com 9% de sacarose, determinada a partir do teste de doçura

ideal), que possui uma intensidade de dulçor de 100. Foi solicitado aos provadores que

designassem as intensidades de dulçor das demais amostras, com base na referência. Por

exemplo, se a amostra apresentasse metade da intensidade de doçura da amostra referência,

ela deveria receber o valor 50; se apresentasse o dobro, receberia 200, e assim

sucessivamente. A única ressalva foi a de que não poderiam ser atribuídas notas 0 para as

amostras.

Os valores obtidos no teste de magnitude foram convertidos para valores logarítmicos e

expressos utilizando-se média geométrica. A função de potência (power function) calculada

Page 102: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

79

foi baseada nas seguintes características: S = a . Cn, onde S é a sensação percebida, C é a

concentra ão do estímulo, “a” é o antilog do valor de y no intercepto e “n” é o coeficiente

angular da reta obtida (MOSKOWITZ, 1974).

2.2.5 Análise tempo-intensidade

A análise tempo intensidade dos leites achocolatados foi realizada seguindo a Norma

Oficial Internacional da Padronização da Análise Tempo-Intensidade (ASTM International,

2011), sendo que, para a sua realização, selecionaram-se 25 provadores que consomem leite

achocolatado conforme descrito no item 2.2.3 através de testes triangulares com amostras de

leite achocolatado com diferentes dulçores por meio da análise sequencial de Wald

(AMERINE; PANGBORN; ROESSLER, 1965). O atributo sensorial avaliado através da

metodologia tempo-intensidade foi a doçura, sendo que para esta utilizou-se uma referência

para o máximo de doçura (leite achocolatado com 12% de sacarose – avaliada e determinada

em consenso com a equipe de assessores) e seis amostras de leite achocolatado.

Previamente à realização do teste, os provadores foram treinados, sendo que para a

realização do treinamento foram dispostas as seis amostras do leite achocolatado, adoçado

com os diferentes edulcorantes nas concentrações determinadas, conforme descrito na Tabela

5. Os parâmetros utilizados para a análise foram os seguintes: espera inicial de 10 segundos;

tempo de residência na boca de 10 segundos; tempo após a ingestão de 1 minuto e 30

segundos; escala de intensidade de 10.

Page 103: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

80

A coleta dos dados de cada amostra para a análise tempo-intensidade foi realizada em

quatro repetições, em computador, em sala climatizada (22°C), através do software Time-

Intensity Analysis of Food and Tastes (TIAFT – Universidade Estadual de Campinas –

UNICAMP, 2012), desenvolvido no Laboratório de Análise Sensorial da Faculdade de

Engenharia de Alimentos (FEA/UNICAMP). Após a análise, obtiveram-se os seguintes

parâmetros para serem analisados: intensidade máxima (Imax), tempo de maior intensidade

(Tmax), tempo total do estímulo (Ttot) e área da curva de tempo em relação à intensidade

(Área) (PALAZZO; BOLINI, 2009).

2.2.6 Análise estatística

Os resultados das análises realizadas em triplicata foram avaliados através de Análise

de Variância (ANOVA) com posterior uso do Teste de Tukey, considerando p=0.05. Todas as

análises foram realizadas utilizando-se o programa SAS 9.2.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Determinação da concentração ideal de sacarose

Por meio do cálculo de médias das notas atribuídas pelos provadores para cada

concentração de sacarose adicionada ao produto, intercepção e inclinação, obteve-se uma reta,

Page 104: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

81

conforme demonstra a Figura 8. O R2 foi igual a 98,82%, que, segundo Callegari-Jacques

(2003), indica uma ótima correlação linear. Através da equação da reta, determinou-se a

concentração de sacarose (9%) considerada ideal em relação à doçura para a bebida láctea

achocolatada.

Figura 8 - Teste para determinação da concentração ideal de sacarose a ser adicionada à

bebida láctea achocolatada obtida no teste com Escala do Ideal.

Histogramas de distribuição em barras das respostas sensoriais em função da

concentração de sacarose de cada amostra avaliada podem ser observados nas Figuras 9, 10,

11, 12 e 13. Pela análise das figuras, percebe-se que modifica a distribuição dos consumidores

com a mudança na concentração de sacarose. É possível verificar que, nas menores

concentrações de sacarose (Figuras 9 e 10), há maior concentração de consumidores na área

negativa (-4 a -1), ou seja, valores menores que o ideal de sacarose. A Figura 11 representa o

y = 41,344x - 3,7301 R² = 0,9882

-4,0

-3,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0% 7,0% 9,0% 11,0% 13,0%

No

tas

na

Esca

la d

o Id

eal

Concentração de sacarose

Page 105: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

82

ideal de sacarose e percebe-se que 62% dos consumidores avaliaram como sendo a doçura

ideal, no ponto do meio da escala (0=ideal de doçura).

Figura 9 - Histograma de distribuição das respostas obtidas no teste com escala do ideal para

a bebida láctea achocolatada adoçada com 5% de sacarose.

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Po

rce

nta

gen

s d

e r

esp

ost

as (

%)

Notas na Escala do Ideal

Page 106: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

83

Figura 10 - Histograma de distribuição das respostas obtidas no teste com escala do ideal

para a bebida láctea achocolatada adoçada com 7% de sacarose.

Figura 11 - Histograma de distribuição das respostas obtidas no teste com escala do ideal

para a bebida láctea achocolatada adoçada com 9% de sacarose.

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Po

rce

nta

gem

de

re

spo

stas

(%

)

Notas na Escala do Ideal

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Po

rce

nta

gem

de

re

spo

stas

(%

)

Notas na Escala do Ideal

Page 107: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

84

Figura 12 - Histograma de distribuição das respostas obtidas no teste com escala do ideal

para a bebida láctea achocolatada adoçada com 11% de sacarose.

Figura 13 - Histograma de distribuição das respostas obtidas no teste com escala do

ideal para a bebida láctea achocolatada adoçada com 13% de sacarose.

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

35%

40%

45%

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Po

rce

nta

gem

de

re

spo

stas

(%

)

Notas na Escala do Ideal

0%

5%

10%

15%

20%

25%

30%

-4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

Po

rce

nta

gem

de

re

spo

stas

(%

)

Notas na Escala do Ideal

Page 108: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

85

3.2 Seleção dos provadores

Para a seleção de provadores com capacidade discriminativa, utilizou-se a análise

sequencial de Wald. Esta técnica permite tomar decisões sobre os candidatos participantes da

equipe de avaliação sensorial, podendo aceitar o candidato como provador, rejeitá-lo ou

continuar aplicando testes e coletando dados sobre o candidato. A aplicação de nove testes

triangulares proporcionou a seleção de 25 provadores que se encontram na região de aceitação

(Figura 14) para a equivalência de doçura de bebida láctea achocolatada.

Page 109: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

86

Figura 14 - Gráfico utilizado para a seleção dos provadores a partir dos testes

triangulares.

3.3 Equivalência de doçura

Para a correta substituição da sacarose por edulcorantes, é necessário

conhecer as concentrações adequadas a serem utilizadas para fornecer uma

doçura equivalente a da sacarose no produto em questão. A metodologia mais

utilizada para a obtenção dessa informação é a Estimação de Magnitude,

utilizando-se a Lei de Steven ou Power Function (STONE; OLIVER, 1969;

MOSKOWITZ, 1974; CARDOSO; BOLINI, 2007).

Diversos estudos utilizam a Estimação de Magnitude para determinar a

equivalência de doçura de diferentes edulcorantes sobre as diversas matrizes

alimentícias, como, por exemplo, néctar de manga (CADENA; BOLINI, 2012),

-4

-2

0

2

4

6

8

10

12

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Re

spo

stas

co

rre

tas

acu

mu

lad

as

Testes realizados

Região de aceitação do

provador

Região de continuidade

dos testes

Região de rejeição do provador

Page 110: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

87

iogurte sabor morango (REIS et al., 2011), néctar de pêssego (CARDOSO;

BOLINI, 2007), suco de abacaxi (MARCELLINI; CHAINHO; BOLINI, 2005)

e chá mate (CARDOSO; BATTOCHIO; CARDELLO, 2004).

A relação entre intensidade de doçura e a concentração dos edulcorantes

estão representadas em escala logarítmica na Figura 15. Esses resultados

permitem determinar a concentração de cada edulcorante que equivale à doçura

ideal da sacarose (9%) em bebida láctea achocolatada. A posição das curvas

indica a intensidade de cada edulcorante.

Figura 15 - Relação entre intensidade de doçura e concentração dos

edulcorantes em bebida láctea achocolatada adoçada com 9% de sacarose.

Com base nos dados obtidos mediante a estimação de magnitude,

obtiveram-se as funções de potência para cada edulcorante e,

consequentemente, seus parâmetros (Tabela 6). A análise da Tabela 6 permite

verificar que foram obtidos ótimos valores de correlação na regressão linear,

0,1

1

10

0,00 0,00 0,01 0,10 1,00 10,00 100,00

Inte

nsi

dad

e d

e d

oçu

ra (

log)

Concentração dos edulcorantes (log)

Sacarose

Sucralose

Aspartame

Estévia

Neotame

Page 111: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

88

acima de 0,9 para todos os edulcorantes analisados. Os edulcorantes estévia e

neotame foram os que apresentaram os valores mais baixos, o que pode estar

relacionado à presença de amargor citada pelos provadores, que está

relacionada com a estévia, assim como a presença de residual doce do neotame,

também citada pelos provadores.

Tabela 6 - Valores de Coeficiente Angular, Intercepto na Ordenada,

Coeficiente de Correlação Linear e Função de Potência (Power Function)

obtidos nos testes, utilizando-se escala de magnitude para determinar as

equivalências de doçura da sucralose, aspartame, estévia, neotame e mistura de

sucralose/acessulfame K/ Neotame em relação à concentração de 9% de

sacarose em bebida láctea achocolatada

Edulcorante Coeficiente

angular (b)

Intercepto na

ordenada (a) R

2 Função de potência

Sacarose 1,2004 -1,1437 0,9931 P = 0,071829 . C1,2004

Sucralose 0,8809 1,5814 0,9858 P = 38,1417. C0,8810

Aspartame 0,9725 1,2320 0,9904 P = 17,0608 . C0,9725

Estévia 95% Reb 0,6525 0,6524 0,9636 P = 4,4919 . C0,6525

Neotame 0,8963 2,4882 0,9783 P = 307,7514 . C0,8963

Sucralose/Acessulfame

K/ Neotame (100:50:1) 0,8945 1,4120 0,9907 P = 25,8226 . C0,8944

r = Coeficiente de Correlação Linear de Pearson; S = Estímulos percebidos como sensações; C =

Concentração utilizada.

Não existem, na literatura, valores da determinação do ideal de sacarose

para bebida láctea achocolatada, assim como para os substitutos da sacarose,

porém é possível compararem-se os dados com outras matrizes alimentícias,

apesar de ser sabido que a percepção da doçura é diferente em alimentos

diferentes.

Page 112: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

89

A Tabela 7 apresenta a concentração de cada edulcorante que deve ser

adicionada à bebida láctea achocolatada para promover a mesma sensação de

dulçor da sacarose.

De acordo com a Tabela 7, a menor quantidade de edulcorante

necessária para promover um dulçor equivalente a 9% de sacarose ocorreu

quando o neotame foi utilizado, sendo 5.351 vezes mais doce que a sacarose

para bebida láctea achocolatada. Este alto poder de dulçor do neotame também

foi observado em néctar de manga (6.026 vezes mais doce que a sacarose) por

Cadena e Bolini (2012). No entanto, isso não pôde ser observado para a

estévia, sendo necessária, para este edulcorante, uma maior concentração e,

consequentemente, foi o que apresentou o menor poder de dulçor. A estévia,

quando comparada com outros edulcorantes, geralmente apresenta menor

potência equivalente para néctar de pêssego (CARDOSO; BOLINI, 2007), em

café instantâneo (MORAES; BOLINI, 2010), assim como para néctar de

manga (CADENA; BOLINI, 2012).

Page 113: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

90

Tabela 7 - Concentrações e potências de dulçor dos edulcorantes sucralose,

aspartame, estévia, neotame e sucralose/acessulfame k/neotame equivalente a

uma doçura de 9% de sacarose em bebida láctea achocolatada

Edulcorante

Concentração

equivalente a 9%

de sacarose (%)

Potência

equivalente a 9%

de sacarose

Sucralose 0,0160 563

Aspartame 0,0543 166

Estévia 95% Reb 0,1000 90

Neotame 0,0017 5351

Sucralose/Acessulfame K/

Neotame (100:50:1) 0,0265 340

3.4 Tempo-intensidade

A Tabela 8 mostra as medias dos valores para a doçura do leite

achoclatado de acordo com a metodologia de tempo-intensidade. Não foi

observada diferença significativa (p > 0,05) em relação ao Imax, o que variou

de 5,77 (amostras adoçadas com sacarose) a 5,96 (neotame), sugerindo que

todas as amostras são similiares em relação a percepção da doçura. Em relação

ao tempo total de estímulo (Ttot), os maiores valores observados foram para a

amostra com neotame, enquanto a amostra contend aspartame foi a que

apresentou o menor valor (36,1 and 29,91, respectivamente, p > 0,05),

indicando que há uma longa percepção da doçura na amostra de leite

achocoaltado contend neotame.

Page 114: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

91

Tabela 8 - Médias dos parâmetros da curva tempo-intensidade para o gosto

doce dos edulcorantes

Amostra Tmax Imax Ttot Área

Estévia 14,76ab

5,82a 30,87

bc 100,67

c

Sacarose 13,84b 5,77

a 29,96

c 103,99

c

Sucralose/Acessulfame

K/ Neotame

(100:50:1) 14,64ab

5,93a 31,91

bc 119,30

b

Aspartame 14,73ab

5,78a 29,91

c 102,02

c

Sucralose 14,65ab

5,88a 33,01

b 117,79

b

Neotame 15,56a 5,96

a 36,1

a 156,26

a

Tmax: tempo onde foi atingida a intensidade máxima do estímulo; Imax:

intensidade máxima do estímulo; Ttot: tempo total do estímulo; Área: aréa total

sob a curva.

Com esta análise, percebe-se que, apesar da quantidade dos edulcorantes

ter sido determinada segundo o método de estimação de magnitude, as

amostras não apresentaram diferença significativa entre si somente para o

atributo Imax, o que garante que todas as amostras possuem a mesma

intensidade de doçura. No entanto, há diferenças entre as amostras nos demais

parâmetros avaliados, mostrando, assim, que, apesar de os edulcorantes

estarem na mesma intensidade de dulçor, eles podem diferenciar-se pela

duração do tempo em que o estímulo é percebido pelos consumidores.

O teor de açúcar tem se mostrado como um fator relevante para a

compra de leite com chocolate (KIM et al., 2013), e algumas alternativas

tecnológicas, tais como a hidrólise da lactose, foram estudados (LI, et al.,

2015). Os resultados deste estudo permitirão a indústria alimentícia usar o

melhor e mais conveniente adoçante para desenvolver um leite achocolatado

Page 115: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

92

com óleo de chia. Assim, é importante mencionar que um estudo recente

realizado por LI et al. (2014) mostrou que o tipo de adoçante foi o principal

condutor de escolha para a compra de leite achocolatado em um estudo com

crianças americanas. Além disso, dependendo do perfil sensorial do produto, a

indústria pode também seleccionar um edulcorante que apresente uma doçura

residual mais ou menos pronunciada sem comprometer a intensidade máxima

desta propriedade sensorial.

4 CONCLUSÃO

O uso da determinação da quantidade ideal de sacarose quantificou que

a concentração ideal de sacarose para bebida láctea achocolatada é de 9%. Com

base na estimação de magnitude dos edulcorantes, verificou-se que, para

bebida láctea achocolatada, dentre os edulcorantes avaliados, a estévia foi a que

possuiu a menor potência de dulçor, enquanto o neotame foi o que apresentou a

maior. Com a utilização da análise tempo-intensidade para avaliar os

edulcorantes utilizados, verificou-se que não houve diferença na intensidade

máxima do gosto doce percebido pelos assessores para os diferentes

edulcorantes avaliados em bebida láctea achocolatada, demonstrando que a

análise de estimação de magnitude foi eficiente.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABIAD (Associação Brasileira de Alimentos para Fins Especiais e Con-

Page 116: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

93

gêneres). 2011. Accessado em 04 de junho de 2015. Disponível em:

<http://www.abiad.org.br/ index.php/noticias/83-abiad-lanca-cartilha-que

esclarece-duvidas- sobre-adocantes>.

AMERINE, M. A.; PANGBORN, R. M.; ROESSLER, E. B. Principles of

sensory evaluation of food. New York: Academic Press, 1965.

BOLINI-CARDELLO, H. M. A. Caracterização Sensorial de Aspartame,

Ciclamato/Sacarina 2:1 e Extrato de Folhas de Estévia (Stevia rebaudiana

Bertoni): Equivalências em Doçura, Análise Descritiva Quantitativa e Análise

Tempo-Intensidade. Doutorado em Alimentos e Nutrição, Universidade

Estadual de Campinas, Campinas, 1996. 237 p.

CADENA, R. S.; BOLINI, H. M. A. Time–intensity analysis and acceptance

test for traditional and light vanilla ice cream. Food Research International,

v.44, n.3, p.677-683, 2011.

CADENA, R. S.; BOLINI, H. M. A. Ideal and relative sweetness of high

intensity sweeteners in mango nectar. International Journal of Food Science

& Technology, v. 47, p. 991-996, 2012.

CALLEGARI-JACQUES, S. M. Bioestatística: princípios e aplicações. São

Paulo: Artmed, 2003. 225p.

CARDOSO, J. M. P.; BATTOCHIO, J. R.; CARDELLO, H. M. A. B.

Equivalência de dulçor e poder edulcorante de edulcorantes em função da

temperatura de consumo em bebidas preparadas com chá-mate em pó solúvel.

Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.24, p.448-452, 2004.

CARDOSO, J. M. P.; BOLINI, H. M. A. Different sweeteners in peach nectar:

Ideal and equivalent sweetness. Food Research International, v. 40 , p. 1249-

1253, 2007.

CAVALINNI, D. C. U.; BOLINI, H. M. A. Comparação da percepção

temporal de doçura, amargor e sabor de fruta em suco de manga reconstituído e

adoçado com sacarose, mistura ciclamato/sacarina 2:1, aspartame, sucralose e

estévia Boletim do Centro de Pesquisa de Processamento de Alimentos,

v.25, n.2, 2005.

CLIFF, M.;HEYMANN, H. Development and use of time-intensity

methodology for sensory evaluation: A review. Food Research International,

v.26, n.5, p.375-385, 1993.

DE MARCHI, R.; MCDANIEL, M. R.; BOLINI, H. M. A. Formulating a new

passion fruit juice beverage with different sweetener systems. Journal of

Sensory Studies, v.24, n.5, p.698-711, 2009.

Page 117: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

94

DE SOUZA, V. R.; PINHEIRO, A. C. M.; CARNEIRO, J. D. E. D. S.; PINTO,

S. M.; ABREU, L. R.; MENEZES, C. C. Analysis of various sweeteners in

petit suisse cheese: determination of the ideal and equivalent sweetness.

Journal of Sensory Studies, v. 26, p. 339-345, 2011.

KIM, M. K.; LOPETCHARAT, K.; DRAKE, M. A. Influence of packaging

information on consumer liking of chocolate milk. Journal of Dairy Science,

v. 96, p. 4843-4856, 2013.

LAWLESS, H. T.; HEYMANN, H. Physiological and Psychological

Foundations of Sensory Function. Sensory Evaluation of Food, p. 19-56,

Springer New York, 2010.

LI, X. E.; LOPETCHARAT, K.; DRAKE, M. Extrinsic Attributes That

nfluence Parents’ Purchase of hocolate Milk for Their Children. Journal of

Food Science, v. 79, p. S1407-S1415, 2014.

LI, X. E.; LOPETCHARAT, K.; DRAKE, M. Sugar reduction of skim

chocolate milk and viability of alternative sweetening through lactose

hydrolysis. Journal of Dairy Science, v. 98, p. 1455-1466, 2015.

MARCELLINI, P. S.; CHAINHO, T. F.; BOLINI, H. M. A. Doçura ideal e

análise de aceitação de suco de abacaxi concentrado reconstituído adoçado com

diferentes edulcorantes e sacarose. Alimentos e Nutrição, v. 16, p. 177-182,

2005.

MEILGAARD, M.;CIVILLE, G. V.;CARR, B. T. Sensory evaluation

techniques: Taylor & Francis. 2007.

MOSKOWITZ, H. R. Sensation and measurement: papers in honor of S. S.

Stevens. Dordrecht: Reidel Press, 1974.

NABORS, L. O.; LEMIEUX, R. History of the Commercial Development of

Low-Calorie Foods. In: ALTSCHUL, A. M. Low Calorie Foods Handbook.

New York: Marcel Dekker Inc., 1993. p. 91-107.

PALAZZO, A. B.; BOLINI, H. M. A. Multiple time-intensity analysis and

acceptance of raspberry-flavored gelatin. Journal of Sensory Studies, v.24,

n.5, p.648-663, 2009.

PALAZZO, A. B.; CARVALHO, M. A. R.; EFRAIM, P.; BOLINI, H. M. A.

The determination of isosweetness concentrations of sucralose, rebaudioside

and neotame as sucrose substitutes in new diet chocolate formulations using the

time-intensity analysis. Journal of Sensory Studies, v.26, n.4, p.291-297,

2011.

Page 118: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

95

REIS, R.C.; MINIM, V.P.R.; BOLINI, H.M.A.; DIAS, B.R.P.; MINIM, L.A.;

CERESINO, E.B. Sweetness equivalence of different sweeteners in strawberry-

flavored yogurt. Journal of Food Quality, v. 34, n. 3, p. 163-170, 2011.

SCHIFFMAN, S. S.; SATTELY-MILLER, E. A.; BISHAY, I. E. Time to

maximum sweetness intensity of binary and ternary blends of sweeteners. Food

Quality and Preference, v.18, n.2, p.405-415, 2007.

SILVA, A. F. D.; MINIM, V. P. R.; CHAVES, J. B. P.; STRINGHETA, P. C.;

RIBEIRO, M. M. Avaliação do gosto amargo da bebida de café (Coffea arabica

L.) orgânico por meio da análise tempo-intensidade. Ciência e Tecnologia de

Alimentos, v.24, p.468-472, 2004.

STONE, H.; OLIVER, S. M. Measurement of the Relative Sweetness of

Selected Sweeteners and Sweetener Mixtures. Journal of Food Science, v. 34,

p. 215-222, 1969.

MORAES, P. C. B. T; BOLINI, H. M. A. Different sweeteners in beverages

prepared with instant and roasted ground coffee: ideal and equivalent

sweetness. Journal of Sensory Studies, v. 25, p. 215-225, 2010.

UJIKAWA, M. I.; BOLINI, H. M. A. Descriptive profile, time-intensity

sweetness profile and affective test of traditional and low-calorie peach (Prunus

persica sp.) nectar. Alimentaria: Revista de tecnología e higiene de los

alimentos, v.357, p.85-96, 2004.

VICKERS, Z. Sensory specific satiety in lemonade using a just right scale for

sweetness. Journal of Sensory Studies, v. 3, p. 1-8, 1988.

ZHAO, L.; TEPPER, B. J. Perception and acceptance of selected high-intensity

sweeteners and blends in model soft drinks by propylthiouracil (PROP) non-

tasters and super-tasters. Food Quality and Preference, v.18, n.3, p.531-540,

2007.

Page 119: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

96

ARTIGO 4

PERFIL SENSORIAL DESCRITIVO E ANÁLISE DE ACEITAÇÃO DE

BEBIDA LÁCTEA ACHOCOLATADA ADICIONADA DE ÓLEO DE

CHIA LIVRE E MICROENCAPSULADO

Page 120: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

97

ARTIGO 4 – PERFIL SENSORIAL DESCRITIVO E ACEITAÇÃO DE

BEBIDA LÁCTEA ACHOCOLATADA ADICIONADA DE ÓLEO DE

CHIA LIVRE E MICROENCAPSULADO

1 INTRODUÇÃO

O emprego das metodologias de análise sensorial é utilizado pela

indústria de alimentos tanto para o lançamento de novos produtos no mercado,

como para o controle de qualidade e rastreamento de mudanças sensoriais ao

longo do período de estocagem. Para isto, podem ser utilizados testes de

aceitação do produto associados às metodologias descritivas de análise

sensorial (ALBERT et al., 2011). A Análise Descritiva Quantitativa (ADQ) é a

principal técnica descritiva utilizada.

Diversos autores relatam algumas restrições ao uso da ADQ, uma vez

que é uma técnica que demanda muito tempo com treinamento de assessores

(DAIROU; SIEFFERMANN, 2002; DELARUE; SIEFFERMANN, 2004;

ZAMORA; GUIRAO, 2004; RICHTER et al., 2010; VARELA; ARES, 2012).

Contudo, apesar de a ADQ ter esta limitação, é uma das únicas técnicas que

permitem, a partir dos seus resultados, completa descrição das propriedades

sensoriais de um produto, sendo, assim, um dos métodos mais completos e

sofisticados para a caracterização sensorial de alimentos (MEILGAARD;

CIVILLE; CARR, 2004), possibilitando a correlação com análises

Page 121: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

98

instrumentais e físico-químicas (STONE; BLEIMBAU, THOMAS, 2012).

A ADQ pode ser empregada para caracterizar produtos de diversas

naturezas, variando desde cosméticos até alimentos. Dentre os alimentos, o

emprego da ADQ já foi relatado para analisar produtos como: geleias

(DAIROU; SIEFFERMANN, 2002), vinhos (PERRIN et al., 2008) e matrizes

de origem animal, como carnes (CANTO et al., 2014; GOMES et al., 2014).

Quando se visa à elaboração de um produto para inseri-lo no mercado, a

sua aceitação em relação aos atributos sensoriais deve ser cautelosa e realizada

com extremo rigor. Para obter uma melhor resposta, é interessante realizar um

estudo aprofundado em relação aos atributos sensoriais que influenciam nas

escolhas e aceitação do consumidor (KRISHNAMURTHY et al., 2007;

BAYARRI et al., 2011). Isto pode ser realizado através dos direcionadores de

preferência, ou drivers of liking, em que há a correlação entre os resultados da

aceitação do produto com os atributos levantados pela análise sensorial

descritiva detalhada (CARBONELL et al., 2009).

Este artigo buscou utilizar esta técnica com o intuito de estabelecer o

perfil descritivo sensorial das diferentes amostras de bebida láctea

achocolatada; monitorar a percepção dos consumidores com aplicação de testes

de aceitação; e, através da correlação dos dados obtidos, estabelecer os

direcionadores de preferência de bebida láctea achocolatada.

Page 122: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

99

2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Amostras utilizadas de bebida láctea achocolatada

Foram utilizadas 12 amostras de bebida láctea achocolatada, sendo seis

amostras com óleo de chia livre, dentre elas: amostra ACHO 1 (amostra com

óleo de chia e sacarose na concentração de 9%), ACHO 2 (amostra com óleo

de chia e edulcorante estévia a 0,1%), ACHO 3 (amostra com óleo de chia e

edulcorante neotame a 0,0017%), ACHO 4 (amostra com óleo de chia e

edulcorante sucralose a 0,016%), ACHO 5 (amostra com óleo de chia e blend

edulcorante Sucralose/Acessulfame K/ Neotame (100:50:1) a 0,0265%) e

ACHO 6 (amostra com óleo de chia e edulcorante aspartame a 0,0543%). Além

dessas, ainda foram testadas mais seis amostras contendo o óleo de chia

encapsulado, sendo elas: ACHO 7 (amostra com óleo de chia encapsulado e

edulcorante sacarose na concentração de 9%), ACHO 8 (amostra com óleo de

chia encapsulado e edulcorante estévia a 0,1%), ACHO 9 (amostra com óleo de

chia encapsulado e edulcorante neotame a 0,0017%), ACHO 10 (amostra com

óleo de chia encapsulado e edulcorante sucralose a 0,016%), ACHO 11

(amostra com óleo de chia encapsulado e blend edulcorante

Sucralose/Acessulfame K/ Neotame (100:50:1) a 0,0265%) e ACHO 12

(amostra com óleo de chia encapsulado e edulcorante aspartame a 0,0543%).

Page 123: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

100

2.2 Análise descritiva quantitativa

Através da pré-seleção dos provadores foi possível a seleção de 25

assessores que realizaram o método de rede para o levantamento dos termos

descritores sensoriais das 12 amostras de bebida láctea achocolatada

(MOSKOWITZ, 1983). Para a realização do método, apresentaram-se as

amostras aos pares, em cabines individuais, em copos plásticos descartáveis,

codificados com três dígitos aleatórios (LEE et al., 2008). Foi solicitado aos

provadores que listassem as similaridades e diferenças encontradas nas

amostras, em relação à aparência, ao aroma, ao sabor e à textura (LEE et al.,

2008). Após o levantamento dos termos descritores, realizou-se uma reunião

com todos os assessores, a fim de estabelecer quais os termos levantados, que

fossem representativos em cada amostra, deveriam permanecer (LEE et al.,

2008). Após os assessores entrarem em consenso, definiram-se 25 termos

descritores, constituintes das fichas de avaliação, compostas de escalas não

estruturadas de 9 cm (MUKISA et al., 2010).

Após quatro sessões de treinamento, com duração de cerca de 1h30min

cada, foram selecionados os candidatos com base no poder de discriminação

entre amostras, repetibilidade e concordância entre os provadores (DAMASIO;

COSTELL, 1991). Esses parâmetros foram verificados através da análise de

variância de dois fatores (amostra e repetição) para cada provador em relação a

cada atributo (STONE et al., 1974).

Page 124: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

101

2.3 Teste de aceitação com consumidores

A análise foi divulgada por meio de cartazes distribuídos pelo campus

da Universidade Estadual de Campinas, com o intuito de recrutar provadores.

Todos os provadores que participaram voluntariamente da análise assinaram o

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme aprovado no Comitê

de Ética em Pesquisa da UNICAMP (número de parecer 183.049), em

atendimento à portaria DFCM nº 20/97, de 21/05/1997.

As 12 amostras foram avaliadas em relação à aparência, aroma, sabor,

impressão global e doçura ideal por 121 provadores. As 12 amostras foram

servidas aos provadores de forma monádica em copos plásticos de 50 mL,

codificados com algarismos de três dígitos. Utilizou-se escala hedônica não

estruturada de 9 cm (BAYARRI et al., 2011), tendo como limites os termos

“ esgostei xtremamente” à esquerda e “Gostei xtremamente” à direita, para

os atributos aparência, aroma, sabor, textura e impressão global (STONE;

SIDEL, 1993).

O teste de aceitação foi realizado no Laboratório de Análise Sensorial da

Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas

(UNICAMP) em cabines individuais. Além da aceitação, foi avaliado

juntamente a atitude dos consumidores com relação à compra dos produtos e,

para isto, foi utilizada a escala de intenção de compra de cinco pontos, que

variou de 1 = “certamente não compraria” a 5 = “certamente compraria o

produto” MEILGAARD; CIVILLE; CARR, 2004).

Page 125: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

102

2.4 Regressão por Mínimos Quadrados Parciais – Partial Least Squares

(PLS)

Através da regressão por PLS, é possível realizar decomposição

simultânea das variáveis respostas e preditivas, com a restrição de que estes

componentes expliquem ao máximo a covariância entre as variáveis respostas e

preditivas (ALVES, 2008).

Para a análise de PLS, os dados foram centrados na média e criou-se

uma matriz, na qual as linhas eram compostas pelas 12 amostras de bebida

láctea achocolatada; e as colunas, pelas médias gerais de todos os atributos, 25

no total, e impressão global, para cada uma das amostras, submetida ao

algoritmo PLS (TENENHAUS et al., 2005).

2.5 Análises físico-químicas

2.5.1 Análise de cor

A análise de cor tem como parâmetros L*, a* e b*, onde o L* está

associado à luminosidade da amostra. A coordenada cromática a* está

associada à dimensão verde-vermelha, onde os valores positivos de a* indicam

amostra na região do verde. A coordenada cromática b* está associada à

dimensão azul-amarelo, onde valores positivos b* indicam amostra na região

amarela. A determinação da cor foi realizada através do colorímetro Hunter

Page 126: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

103

Lab, modelo Color Quest II, parâmetros L*, a*, b* (AOAC, 2006). A análise

de todos os parâmetros foi realizada em triplicata.

2.5.2 Análise da viscosidade

A viscosidade da amostra em temperatura ambiente foi obtida através do

viscosímetro da marca Brookfield, segundo as instruções do fabricante, modelo

DV-II LVDVII, versão 5.0, com cilindro small sample adapter e spindle 18.

Nele foram coletados os valores de viscosidade, erro, torque, temperatura e

velocidade, os quais foram realizados em triplicata, para a confirmação dos

resultados obtidos.

2.5.3 pH

O pH da amostra em temperatura ambiente foi determinado através de

leitura direta em potenciômetro de marca Metter Toledo, modelo SG2 –

SevenGo™, calibrado a cada utiliza ão com solu es-tampão de pH 4,0 e 7,0

conforme AOAC (2006). A análise foi realizada em triplicata.

2.5.4 Teor de sólidos solúveis

Os sólidos solúveis da amostra em temperatura ambiente foram

determinados por refratometria através da medida dos °Brix em refratômetro

Page 127: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

104

digital da marca Reichert, modelo AR200, conforme Instituto Adolfo Lutz

(2005), com correção da temperatura para 6°C (temperatura da amostra). A

análise foi realizada em triplicata.

2.6 Análise dos resultados

A validação do treinamento da equipe de assessores da Análise

Descritiva Quantitativa (ADQ) foi realizada para cada termo descritor do leite

achocolatado sendo utilizados os critérios de discriminação de amostras pelos

provadores (p de Famostra ≤ 0,50) e repetibilidade p de repetição ≥ 0,05),

além de consenso entre os provadores.

Os resultados obtidos na análise descritiva quantitativa e análises físico-

químicas foram avaliados por ANOVA além de teste de médias de Tukey para

avaliar o nível de diferença entre as amostras através do software SAS 9.0. Os

dados da ADQ e do teste de aceitação foram correlacionados através da análise

de regressão por Partial least square (PLS).

Page 128: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

105

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 Definição dos termos descritores da Análise Descritiva Quantitativa

(ADQ)

A partir da reunião com os 25 provadores, foram definidos 25 termos

descritores para caracterizar as amostras de bebida láctea achocolatada (Tabela

9). Além disso, determinaram-se a descrição para cada termo descritor e as

suas referências para os extremos de mínimo e máximo.

Page 129: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

106

Tabela 9 - Lista dos termos descritores, definição e as referências utilizadas na análise descritiva quantitativa de bebida láctea achocolatada

APARÊNCIA

TERMOS DESCRITORES DEFINIÇÃO REFERÊNCIAS

Cor marrom Cor marrom característica de produto lácteo

achocolatado

Mín.: Bebida láctea achocolatada Shefa®

diluída em leite (1:4)

Máx.: Nescau pronto + 10% cacau Cargill®

Viscosidade aparente Tempo de escoamento da amostra na parede

da taça

Mín.: Leite UHT integral diluído em água

(1:9)

Máx.: Bebida láctea fermentada Nestlé®

sabor morango

Brilho Capacidade da reflexão de luz na superfície do

produto

Mín.: Bolo pronto de chocolate Casa Suíça®

Máx.: Danette Danone®

Homogeneidade Característica de produto onde não há

separação de fases

Mín.: Bebida láctea achocolatada Shefa®

diluída em leite (1:4) + 3% cacau Cargill®

Máx.: Danette Danone®

Leitoso Aparência leitosa proveniente de bebidas

lácteas

Máx.: Achocolatado Shefa® + 40% de leite

UHT integral Shefa®

Mín.: Nescau pronto para beber + 10% de

cacau Cargill®

Page 130: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

107

AROMA

TERMOS DESCRITORES DEFINIÇÃO REFERÊNCIAS

Aroma doce Aroma característico de produtos com

sacarose

Mín.: Bebida láctea achocolatada Shefa®

diluída em água (1:4)

Máx.: Chocolate branco Nestlé®

Aroma de chocolate Aroma proveniente de produtos com chocolate Mín.: Bebida láctea achocolatada Shefa®

diluída em água (1:4)

Máx.: Nescau® pronto para beber + 5% de

cacau Cargill®

Aroma de cappuccino Aroma característico de cappuccino Mín.: Bebida láctea achocolatada Shefa®

diluída em água (1:4)

Máx.: Cappuccino em pó chocolate Três

Corações®

Aroma de licor de chocolate Aroma proveniente de bebida alcoólica sabor

chocolate

Mín.: Bebida láctea achocolatada Shefa®

diluída em água (1:4)

Máx.: Bebida láctea achocolatada Shefa® +

10% de Amarula®

Aroma de leite Aroma proveniente de leite em pó integral Mín.: 1 g leite em pó integral Ninho® diluído

em 100 mL água

Máx.: 3 g de leite em pó integral Ninho®

diluído em 100 mL de água

Aroma de caramelo Característico de aroma de caramelo

comercial

Mín.: Bebida Láctea achocolatada Shefa®

diluída em água (1:4)

Máx.: Nescau pronto para beber 100 mL + 2

gotas de aroma Firmenich®

Aroma de baunilha Característico de aroma de baunilha comercial Mín.: Bebida Láctea achocolatada Shefa®

diluída em água (1:4)

Máx.: Nescau pronto para beber + 3 gotas de

essência de baunilha

Page 131: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

108

SABOR

TERMOS DESCRITORES DEFINIÇÃO REFERÊNCIAS

Doce Sensação de gosto básico provocado pela

sacarose

Mín.: Bebida láctea achocolatada Shefa®

diluída em leite (1:2)

Máx.: Nescau® pronto para beber + 10%

sacarose

Residual doce Gosto residual doce de edulcorante que

permanece após a ingestão do produto

Mín.: Bebida Láctea achocolatada Shefa®

diluída em água (1:4)

Máx.: Nescau® pronto para beber(150 mL) +

0,0166g de neotame

Cappuccino Sabor característico de bebidas com

cappuccino

Mín.: Bebida láctea achocolatada Shefa®

diluída em água (1:4)

Máx.: 50% bebida láctea achocolatada Shefa®

50% de cappuccino pronto para beber 3

corações®

Chocolate Sabor associado a produtos de chocolate Mín.: Bebida láctea achocolatada Shefa®

diluída em água (1:4)

Máx.: Nescau pronto para beber 200 mL + 1g

de Cacau Cargill®

Amêndoa Sabor característico de produtos com amêndoa Mín.: Bebida láctea achocolatada Shefa®

diluída em água (1:4)

Máx.: Nescau® pronto para beber + 3 gotas de

essência de amêndoa

Page 132: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

109

Licor de chocolate

Sabor característico de bebida alcoólica sabor

chocolate

Mín.: Bebida láctea achocolatada Shefa®

diluída em água (1:4)

Máx.: Nescau® pronto para beber + 5% de

Amarula®

Amargo Sensação de gosto básico provocado pelo

cacau

Mín.: Bebida láctea achocolatada Shefa®

diluída em água (1:4)

Máx.: Nescau® pronto para beber + 10% de

Cacau Cargill®

Residual amargo Gosto residual amargo que permanece após a

ingestão do produto

Mín.: Bebida láctea achocolatada Shefa®

diluída em água (1:4)

Máx.: Nescau® pronto para beber com adição

de 0,15% de estévia Sweet Mix

Caramelo Sabor característico de produtos com caramelo Mín.: Bebida láctea achocolatada Shefa®

diluída em água (1:4)

Máx.: Nescau® pronto para beber 200 mL + 2

gotas de aroma Firmenich®

Leite Sabor associado ao leite UHT integral Mín.: Leite UHT integral diluído em água 15

mL em 200 mL de água (1:20)

Máx.: Leite UHT integral

Baunilha Sabor associado com produtos que contêm

baunilha

Mín.: Bebida láctea achocolatada Shefa®

diluída em água (1:4)

Máx.: Nescau® pronto para beber + 3 gotas de

essência de baunilha

Page 133: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

110

TEXTURA

TERMOS DESCRITORES DEFINIÇÃO REFERÊNCIAS

Viscosidade Velocidade de escoamento da amostra na boca Mín.: Bebida láctea achocolatada Shefa®

diluída em água (1:4)

Máx.: Iogurte Activia® de frutas vermelhas

Corpo Sensação de preenchimento bucal Mín.: Bebida láctea achocolatada Shefa®

diluída em água (1:4)

Máx.: Bebida pronta Suflair Nestlé®

Page 134: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

111

3.2 Seleção dos provadores para a ADQ

Na Tabela 10, estão descritos os resultados dos níveis de significância (p) de “F amostra” para cada provador, em relação à

cada atributo. oram selecionados os provadores que apresentavam valores de p de amostra significativo p ≤ 0,50).

Tabela 10 - Níveis de significância (p) para provadores em função da discriminação das amostras (Famostra)

Provador COMA VIAP BRIL HOMO ALEI ADOC ACHO ACAP ALIC ALEIT ACAR ABAU SDOC RDOC SCAP SCHO SAME SLIC GAMA RAMA SCAR SLEI SBAU VISC CORP

1 0,589 0,859 0,652 0,323 0,399 0,202 0,286 0,479 0,174 0,313 1,000 0,142 0,581 0,054 0,818 0,709 0,305 0,078 0,936 0,444 0,505 1,000 0,865 0,498 0,315

2 0,476 0,532 0,411 0,398 0,350 0,592 0,186 0,226 0,751 0,215 0,826 0,378 0,071 0,001 0,172 0,618 0,447 0,324 0,001 0,033 0,350 0,040 0,951 0,815 0,640

3 0,161 0,117 0,156 0,274 0,184 0,434 0,509 0,218 0,322 0,903 0,165 0,299 0,206 0,038 0,909 0,102 0,419 0,239 0,002 0,001 0,027 0,303 0,180 0,198 0,084

4 0,818 0,150 0,517 0,292 0,401 0,075 0,797 0,436 0,921 0,447 0,452 0,711 0,001 0,061 0,973 0,644 0,705 0,126 0,001 0,004 0,828 0,306 0,464 0,265 0,337

5 0,140 0,283 0,599 0,385 0,559 0,845 0,723 0,651 0,051 0,708 0,974 0,613 0,096 0,035 0,636 0,552 0,979 0,343 0,001 0,001 0,126 0,070 0,384 0,122 0,021

6 0,045 0,555 0,331 0,249 0,438 0,653 0,992 0,444 0,551 0,213 0,692 0,694 0,113 0,001 0,323 0,648 0,444 0,715 0,068 0,038 0,347 0,023 0,253 0,381 0,110

7 0,227 0,613 0,523 0,212 0,132 0,046 0,357 0,540 0,603 0,392 0,664 0,962 0,064 0,271 0,297 0,231 0,044 0,069 0,412 0,633 0,486 0,215 0,446 0,353 0,843

8 0,017 0,726 0,757 0,753 0,466 0,021 0,093 0,138 0,193 0,132 0,266 0,749 0,116 0,122 0,499 0,682 0,350 0,588 0,147 0,231 0,709 0,292 0,372 0,456 0,304

9 0,310 0,784 0,587 0,256 0,758 0,309 0,438 0,481 0,014 0,559 0,295 0,165 0,027 0,466 0,511 0,213 0,829 0,982 0,003 0,815 0,262 0,197 0,161 0,186 0,563

10 0,208 0,365 0,244 0,479 0,088 0,156 0,151 0,456 0,341 0,043 0,428 0,367 0,104 0,063 0,499 0,114 0,370 0,709 0,601 0,319 0,002 0,519 0,159 0,542 0,854

11 0,933 0,542 0,214 0,307 0,844 0,038 0,327 0,376 0,078 0,195 0,384 0,519 0,346 0,319 0,431 0,648 0,891 0,618 0,007 0,008 0,027 0,108 0,155 0,659 0,515

12 0,441 0,994 0,075 0,421 0,455 0,577 0,036 0,955 0,957 0,543 0,321 0,668 0,009 0,022 0,018 0,193 0,585 0,483 0,001 0,251 0,292 0,465 0,204 0,142 0,400

13 0,396 0,659 0,910 0,256 0,165 0,660 0,068 0,932 0,845 0,223 0,413 0,437 0,075 0,136 0,484 0,195 0,082 0,725 0,220 0,137 0,033 0,361 0,423 0,160 0,637

14 0,544 0,397 0,846 0,645 0,049 0,901 0,917 0,463 0,508 0,302 0,862 0,793 0,474 0,001 0,553 0,705 0,881 0,325 0,653 0,444 0,504 0,322 0,650 0,968 0,084

15 0,330 0,534 0,023 0,714 0,834 0,856 0,865 0,659 0,145 0,850 0,113 0,430 0,080 0,023 0,043 0,133 0,697 0,840 0,402 1,000 0,622 0,344 0,820 0,730 0,290

16 0,250 0,830 0,677 0,106 0,422 0,374 0,519 0,393 0,464 0,730 1,000 0,340 0,516 0,001 0,096 0,578 0,329 0,554 0,040 0,018 0,013 0,859 0,466 0,486 0,606

17 0,619 0,450 0,383 0,874 0,292 0,267 0,834 0,420 0,093 0,261 0,139 0,162 0,613 0,003 0,006 0,166 0,166 0,154 0,175 0,099 0,118 0,129 0,216 0,075 0,072

18 0,463 0,172 0,002 0,131 0,931 0,997 0,193 0,214 0,942 0,584 0,258 0,177 0,006 0,002 0,146 0,026 0,071 0,848 0,001 0,001 0,104 0,032 0,094 0,373 0,850

19 0,801 0,637 0,504 0,817 0,610 0,059 0,953 0,089 0,538 0,344 0,592 0,144 0,483 0,633 0,199 0,839 0,065 0,783 0,094 0,123 0,257 0,440 0,269 0,063 0,415

20 0,453 0,057 0,723 0,259 0,468 0,019 0,407 0,520 0,187 0,187 0,502 0,191 0,169 0,097 0,166 0,282 0,535 0,678 0,050 0,119 0,610 0,760 0,421 1,000 0,640

21 0,444 0,488 0,605 0,830 0,525 0,098 0,292 0,443 0,453 0,605 0,154 0,781 0,013 0,001 0,420 0,512 0,840 0,109 0,001 0,002 0,167 0,750 0,769 0,603 0,916

Page 135: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

112

22 0,703 0,781 0,165 0,112 0,931 0,896 0,658 0,403 0,950 0,700 0,827 0,100 0,187 0,311 0,678 0,193 0,024 0,105 0,256 0,309 0,356 0,374 0,154 0,805 0,595

23 0,350 0,032 0,002 0,699 0,552 0,038 0,121 0,082 0,051 0,065 0,156 0,268 0,085 0,128 0,003 0,013 0,264 0,273 0,992 0,001 0,016 0,057 0,451 0,169 0,488

24 0,982 0,952 0,958 0,335 0,854 0,892 0,611 0,311 0,983 0,308 0,575 0,377 0,125 0,131 0,002 0,008 0,149 0,612 0,001 0,001 0,115 0,182 0,756 0,139 0,154

25 0,590 0,859 0,652 0,323 0,399 0,202 0,286 0,479 0,174 0,313 0,999 0,142 0,581 0,054 0,818 0,709 0,305 0,078 0,936 0,444 0,505 1,003 0,865 0,499 0,315

COMA: cor marrom; VIAP: viscosidade aparente; BRIL: brilho; HOMO: homegeneidade; ALEI: aparência leitosa; ADOC: aroma doce; ACAP: aroma de cappuccino;

ALIC: aroma licor de chocolate; ACAR: aroma de caramelo; ABAU: aroma de baunilha; GODC: gosto doce; RDOC: gosto residual doce; SCAP: sabor de cappuccino;

SCHO: sabor de chocolate; SAME: sabor de amêndoa; SLIC: sabor de licor de chocolate; GAMA: gosto amargo; RAMA: gosto residual amargo; SCAR: sabor de caramelo;

SLEI: sabor de leite; SBAU: sabor de baunilha; VISC: viscosidade; CORP: corpo.

Na Tabela 11, estão expressos os resultados dos níveis de significância (p) de Frepetição para cada provador em relação à cada

atributo. Os provadores com valores de Frepetição não significativo (p>0,05) foram selecionados.

Page 136: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

113

Tabela 11 - Níveis de significância (p) para provadores em função da discriminação das amostras (Frepetição)

Provador COMA VIAP BRIL HOMO ALEI ADOC ACHO ACAP ALIC ALEIT ACAR ABAU SDOC RDOC SCAP SCHO SAME SLIC GAMA RAMA SCAR SLEI SBAU VISC CORP

1 0,638 0,142 0,652 0,388 0,129 0,460 0,515 0,016 0,166 0,170 0,232 0,061 0,951 0,357 0,032 0,536 0,335 0,108 0,467 0,444 0,918 0,189 0,542 0,210 0,333

2 0,549 0,945 0,630 0,136 0,451 0,119 0,932 0,032 0,485 0,348 0,125 0,851 0,508 0,503 0,070 0,272 0,158 0,365 0,120 0,815 0,515 0,806 0,951 0,694 0,484

3 0,447 0,324 0,565 0,088 0,592 0,524 0,633 0,199 0,854 0,224 0,362 0,570 0,722 0,035 0,701 0,418 0,714 0,766 0,936 0,594 0,934 0,667 0,185 0,133 0,094

4 0,597 0,253 0,230 0,593 0,814 0,587 0,508 0,284 0,275 0,722 0,633 0,382 0,548 0,542 0,486 0,320 0,626 0,375 0,322 0,279 0,039 0,383 0,038 0,115 0,066

5 0,670 0,133 0,587 0,228 0,114 0,841 0,468 0,177 0,005 0,119 0,598 0,731 0,484 0,732 0,995 0,142 0,423 0,394 0,444 0,467 0,366 0,022 0,226 0,011 0,001

6 0,060 0,748 0,118 0,693 0,512 0,280 0,259 0,444 0,970 0,234 0,692 0,532 0,448 0,266 0,247 0,783 0,444 0,715 0,655 0,490 0,444 0,159 0,464 0,246 0,109

7 0,921 0,948 0,757 0,126 0,152 0,374 0,785 0,945 0,497 0,749 0,580 0,170 0,330 0,235 0,395 0,394 0,650 0,163 0,008 0,080 0,258 0,906 0,887 0,726 0,234

8 0,627 0,153 0,518 0,040 0,269 0,239 0,375 0,296 0,632 0,668 0,711 0,790 0,486 0,335 0,317 0,390 0,085 0,607 0,117 0,135 0,453 0,836 0,641 0,360 0,148

9 0,710 0,751 0,927 0,142 0,087 0,484 0,545 0,296 0,005 0,890 0,128 0,327 0,374 0,987 0,644 0,069 0,784 0,404 0,251 0,887 0,715 0,330 0,279 0,766 0,406

10 0,292 0,310 0,748 0,039 0,268 0,019 0,414 0,721 0,771 0,013 0,698 0,296 0,217 0,047 0,620 0,274 0,527 0,854 0,779 0,753 0,002 0,577 0,314 0,665 0,464

11 0,495 0,049 0,715 0,829 0,178 0,109 0,410 0,677 0,058 0,586 0,972 0,619 0,048 0,632 0,069 0,519 0,025 0,668 0,176 0,310 0,407 0,256 0,166 0,312 0,245

12 0,930 0,504 0,277 0,290 0,037 0,643 0,017 0,424 0,125 0,830 0,169 0,583 0,973 0,567 0,011 0,691 0,171 0,804 0,359 0,993 0,282 0,459 0,251 0,166 0,333

13 0,001 0,225 0,965 0,564 0,738 0,631 0,126 0,565 0,584 0,567 0,154 0,168 0,451 0,380 0,129 0,419 0,726 0,333 0,107 0,446 0,011 0,072 0,367 0,444 0,441

14 0,190 0,873 0,854 0,025 0,005 0,034 0,064 0,316 0,003 0,120 0,265 0,915 0,517 0,219 0,632 0,454 0,576 0,005 0,958 0,444 0,095 0,008 0,330 0,860 0,388

15 0,038 0,015 0,064 0,663 0,001 0,659 0,035 0,284 0,284 0,186 0,254 0,190 0,019 0,303 0,309 0,581 0,385 0,374 0,588 0,444 0,179 0,059 0,032 0,200 0,090

16 0,481 0,364 0,806 0,549 0,741 0,280 0,619 0,276 0,965 0,397 0,174 0,077 0,676 0,422 0,577 0,504 0,286 0,960 0,250 0,206 0,444 0,692 0,426 0,548 0,164

17 0,845 0,425 0,786 0,774 0,221 0,938 0,427 0,913 0,104 0,482 0,969 0,927 0,784 0,803 0,367 0,383 0,309 0,487 0,959 0,431 0,692 0,298 0,487 0,744 0,932

18 0,709 0,140 0,020 0,426 0,351 0,312 0,458 0,065 0,752 0,647 0,807 0,576 0,515 0,116 0,317 0,061 0,110 0,302 0,031 0,465 0,955 0,049 0,913 0,626 0,670

19 0,325 0,292 0,971 0,662 0,749 0,628 0,510 0,028 0,252 0,428 0,548 0,133 0,236 0,736 0,449 0,153 0,000 0,104 0,723 0,883 0,162 0,468 0,157 0,132 0,736

20 0,118 0,047 0,587 0,204 0,526 0,015 0,609 0,618 0,479 0,293 0,074 0,221 0,474 0,361 0,323 0,113 0,334 0,477 0,355 0,312 0,462 0,123 0,625 0,309 0,640

21 0,790 0,386 0,246 0,035 0,617 0,385 0,497 0,437 0,170 0,509 0,320 0,797 0,165 0,114 0,532 0,633 0,578 0,164 0,038 0,444 0,330 0,107 0,845 0,882 0,357

22 0,651 0,372 0,079 0,239 0,574 0,920 0,113 0,875 0,959 0,398 0,699 0,117 0,670 0,529 0,745 0,866 0,909 0,872 0,354 0,829 0,160 0,179 0,691 0,345 0,416

23 0,311 0,009 0,023 0,462 0,713 0,910 0,408 0,164 0,156 0,699 0,273 0,509 0,332 0,296 0,116 0,150 0,156 0,169 0,934 0,269 0,177 0,602 0,806 0,256 0,685

24 0,801 0,280 0,077 0,112 0,295 0,733 0,312 0,114 0,385 0,016 0,265 0,300 0,515 0,831 0,154 0,092 0,363 0,377 0,177 0,263 0,031 0,282 0,095 0,034 0,043

25 0,638 0,142 0,652 0,323 0,399 0,202 0,286 0,479 0,174 0,313 0,232 0,142 0,581 0,054 0,818 0,709 0,305 0,078 0,936 0,444 0,505 1,003 0,542 0,499 0,315

COMA: cor marrom; VIAP: viscosidade aparente; BRIL: brilho; HOMO: homegeneidade; ALEI: aparência leitosa; ADOC: aroma doce; ACAP: aroma de cappuccino;

ALIC: aroma licor de chocolate; ACAR: aroma de caramelo; ABAU: aroma de baunilha; GODC: gosto doce; RDOC: gosto residual doce; SCAP: sabor de cappuccino;

SCHO: sabor de chocolate; SAME: sabor de amêndoa; SLIC: sabor de licor de chocolate; GAMA: gosto amargo; RAMA: gosto residual amargo; SCAR: sabor de caramelo;

SLEI: sabor de leite; SBAU: sabor de baunilha; VISC: viscosidade; CORP: corpo.

Page 137: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

114

Após a análise dos resultados apresentados, dos 25 provadores pré-

selecionados para a Análise Quantitativa Descritiva (ADQ), todos os

provadores foram selecionados e seguiram para a etapa de análise sensorial das

12 amostras de bebida láctea achocolatada.

3.3 Análise sensorial descritiva da bebida láctea achocolatada

Os resultados da ADQ das amostras de bebida láctea achocolatada para

os atributos de aparência e aroma, assim como os de sabor e textura, podem ser

observados na Tabela 12.

Page 138: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

115

Tabela 12 - Valores para as médias dos atributos sensoriais de aparência e aroma para as amostras de bebida láctea achocolatada

ACHO COMA VIAP BRIL HOMO ALEI ADOC ACHO ACAP ALIC ALEIT ACAR ABAU

1 6,51a 3,52

d 6,57

a 6,16

e 3,38

b 5,48

abc 5,42

a 1,78

ab 1,51

a 2,69

a 2,54

a 2,71

a

2 4,54c 4,46

c 6,53

a 6,24

e 3,46

b 5,40

abc 5,62

a 1,88

ab 1,68

a 2,71

a 2,36

a 2,56

a

3 6,46a 5,49

a 6,62

a 6,37

cde 3,39

b 5,18

c 5,60

a 1,66

b 1,51

a 2,85

a 2,35

a 2,55

a

4 5,44b 5,48

a 6,57

a 6,37

cde 3,43

b 5,23

bc 5,59

a 1,77

ab 1,54

a 2,73

a 2,36

a 2,67

a

5 6,38a 5,50

a 6,33

a 6,35

de 3,48

b 5,32

abc 5,64

a 1,67

ab 1,49

a 2,78

a 2,36

a 2,59

a

6 6,44a 5,48

a 6,50

a 6,40

bcde 3,49

b 5,22

bc 5,56

a 1,81

ab 1,48

a 2,82

a 2,34

a 2,62

a

7 6,35a 4,71

bc 5,79

b 6,68

abcd 4,63

a 5,59

abc 5,56

a 1,85

ab 1,59

a 2,69

a 2,45

a 1,86

b

8 6,44a 4,62

bc 5,85

b 6,83

a 4,69

a 5,73

a 5,65

a 1,99

a 1,59

a 2,76

a 2,40

a 1,89

b

9 6,34a 4,56

bc 5,92

b 6,73

ab 4,71

a 5,71

a 5,47

a 1,81

ab 1,62

a 2,77

a 2,55

a 1,88

b

10 6,40a 4,64

bc 5,84

b 6,71

abc 4,67

a 5,67

a 5,65

a 1,85

ab 1,54

a 2,81

a 2,50

a 1,88

b

11 6,30a 4,76

b 5,91

b 6,87

a 4,65

a 5,64

ab 5,58

a 1,77

ab 1,6

a 2,75

a 2,53

a 1,81

b

12 6,38a 4,61

bc 5,84

b 6,75

ab 4,78

a 5,61

ab 5,42

a 1,85

ab 1,62

a 2,83

a 2,56

a 1,94

b

ACHO 1: amostra com óleo de chia e sacarose; ACHO 2: amostra com óleo de chia e edulcorante estévia; ACHO 3: amostra com óleo de chia e edulcorante neotame; ACHO

4: amostra com óleo de chia e edulcorante sucralose; ACHO 5: amostra com óleo de chia e blend edulcorante Sucralose/Acessulfame K/ Neotame (100:50:1); ACHO 6:

amostra com óleo de chia e edulcorante aspartame; ACHO 7: amostra com óleo de chia encapsulado e sacarose; ACHO 8: amostra com óleo de chia encapsulado e

edulcorante estévia; ACHO 9: amostra com óleo de chia encapsulado e edulcorante neotame; ACHO 10: amostra com óleo de chia encapsulado e edulcorante sucralose;

ACHO 11: amostra com óleo de chia encapsulado e blend edulcorante Sucralose/Acessulfame K/ Neotame (100:50:1); ACHO 12: amostra com óleo de chia encapsulado e

edulcorante aspartame; COMA: cor marrom; VIAP: viscosidade aparente; BRIL: brilho; HOMO: homegeneidade; ALEI: aparência leitosa; ADOC: aroma doce; ACAP:

aroma de cappuccino; ALIC: aroma licor de chocolate; ACAR: aroma de caramelo; ABAU: aroma de baunilha. Médias com letras em comum na mesma coluna indicam que

não há diferença significativa entre as amostras p≤0,05) pelo teste de média de ukey.

Page 139: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

116

Tabela 13 - Valores para as médias dos atributos sensoriais de sabor e textura para as amostras de bebida láctea achocolatada

ACHO GDOC RDOC SCAP SCHO SAME SLIC GAMA RAMA SCAR SLEI SBAU VISC CORP

1 5,47abc

2,28d 2,52

a 4,82

bcde 2,64

a 1,97

a 1,21

d 0,66

c 3,32

a 3,32

ab 2,54

ab 4,18

a 4,22

a

2 4,62e 3,35

c 2,27

a 4,20

f 2,37

a 1,61

bc 4,56

a 5,37

a 2,49

d 2,66

d 2,21

b 4,24

a 4,28

a

3 5,26bc

2,53d 2,45

a 4,71

cde 2,53

a 1,86

ab 1,52

bcd 1,15

c 3,03

abc 3,42

ab 2,62

a 4,29

a 4,35

a

4 5,12de

2,43d 2,56

a 4,60

def 2,53

a 1,95

ab 1,36

d 0,89

c 2,87

bc 3,53

ab 2,66

a 4,30

a 4,30

a

5 5,78a 4,51

b 2,26

a 4,53

def 2,65

a 1,95

ab 1,99

bc 2,02

b 2,84

bcd 3,11

bc 2,50

ab 4,24

a 4,40

a

6 4,67de

2,03d 2,37

a 4,44

ef 2,63

a 1,73

ab 2,02

b 1,88

b 2,84

bcd 3,32

ab 2,48

ab 4,05

a 4,12

a

7 5,53ab

1,36e 1,84

b 5,24

a 1,58

b 1,29

cd 1,20

d 0,76

c 3,17

ab 3,23

ab 2,59

ab 4,37

a 4,42

a

8 5,04cde

4,61b 1,66

b 4,92

abcd 1,44

b 1,26

d 4,65

a 5,15

a 2,74

cd 2,77

cd 2,35

ab 4,25

a 4,35

a

9 5,35abc

0,86e 1,80

b 5,18

ab 1,47

b 1,22

d 1,22

d 0,84

c 3,01

abc 3,44

ab 2,55

ab 4,23

a 4,27

a

10 5,40abc

1,33e 1,72

b 5,08

abc 1,56

b 1,29

cd 1,06

d 0,86

c 3,18

ab 3,58

a 2,67

a 4,22

a 4,36

a

11 5,59ab

6,10a 1,78

b 5,12

abc 1,52

b 1,30

cd 2,00

b 2,06

b 2,94

abc 3,22

ab 2,53

ab 4,20

a 4,32

a

12 5,21bc

0,81e 1,80

b 5,04

abc 1,52

b 1,32

cd 1,38

cd 0,96

c 2,98

abc 3,45

ab 2,54

ab 4,20

a 4,23

a

ACHO 1: amostra com óleo de chia e sacarose; ACHO 2: amostra com óleo de chia e edulcorante estévia; ACHO 3: amostra com óleo de chia e edulcorante neotame; ACHO

4: amostra com óleo de chia e edulcorante sucralose; ACHO 5: amostra com óleo de chia e blend edulcorante Sucralose/Acessulfame K/ Neotame (100:50:1); ACHO 6:

amostra com óleo de chia e edulcorante aspartame; ACHO 7: amostra com óleo de chia encapsulado e sacarose; ACHO 8: amostra com óleo de chia encapsulado e

edulcorante estévia; ACHO 9: amostra com óleo de chia encapsulado e edulcorante neotame; ACHO 10: amostra com óleo de chia encapsulado e edulcorante sucralose;

ACHO 11: amostra com óleo de chia encapsulado e blend edulcorante Sucralose/Acessulfame K/ Neotame (100:50:1); ACHO 12: amostra com óleo de chia encapsulado e

edulcorante aspartame; GODC: gosto doce; RDOC: gosto residual doce; SCAP: sabor de cappuccino; SCHO: sabor de chocolate; SAME: sabor de amêndoa; SLIC: sabor de

licor de chocolate; GAMA: gosto amargo; RAMA: gosto residual amargo; SCAR: sabor de caramelo; SLEI: sabor de leite; SBAU: sabor de baunilha; VISC: viscosidade;

CORP: corpo. Médias com letras em comum na mesma coluna indicam que não há diferença significativa entre as amostras p≤0,05) pelo teste de média de ukey.

Page 140: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

117

Na Tabelas 12 e 13, estão apresentados os resultados das médias

obtidas entre os descritores sensoriais que caracterizam as diferentes bebidas

lácteas achocolatadas. A análise de variância dos resultados demonstrou que

houve diferença significativa (p<0,05) entre as amostras em relação a quase

todos os atributos, com exceção dos atributos: aroma licor de chocolate

(ALIC), aroma de leite (ALEIT), aroma de caramelo (ACAR), viscosidade

(VISC) e corpo (CORP).

Este resultado demonstra que não houve influência do edulcorante

utilizado ou da maneira com a qual o óleo de chia foi adicionado (livre ou

encapsulado), na intensidade desses atributos sensoriais para as diferentes

bebidas lácteas achocolatadas. Já em relação aos atributos de textura

(viscosidade e corpo), comprovou-se que a utilização das micropartículas de

coacervação complexa, com um tamanho inferior a 50 µm não são capazes de

exercer influência sensorial para estes atributos.

De maneira geral, pode-se dizer que as amostras (7 a 12) contendo o

óleo de chia encapsulado apresentaram maiores médias dos atributos sensoriais

avaliados em relação às amostras com o óleo de chia livre (1 a 6), com exceção

dos atributos brilho, aroma de baunilha, sabor de cappuccino e sabor de

amêndoa. Este fenômeno pode ter ocorrido devido ao fato de que, ao utilizar o

óleo de chia encapsulado, seu sabor e aroma ficaram “disfar ados”, ressaltando

e tornando mais intensos os demais atributos sensoriais característicos do

produto.

Page 141: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

118

Para os atributos de brilho e sabor de amêndoa, o fato de as amostras

contendo o óleo de chia livre apresentarem as maiores médias justifica-se, já

que o óleo de chia é um óleo brilhoso, enquanto as cápsulas são opacas, o que

permite esta influência. Em relação ao sabor de amêndoa, este pode estar

relacionado ao sabor oleoso que as amêndoas possuem, sendo mais percebido

quando o óleo foi adicionado na sua maneira livre.

Em relação à influência dos edulcorantes na bebida láctea

achocolatada, as amostras contendo a estévia (ACHO 2 e ACHO 8) foram as

que apresentaram as menores médias (4,62 e 5,04, respectivamente) para o

gosto doce, porém as maiores médias para o gosto amargo (4,56 e 4,65) e gosto

residual amargo (5,37 e 5,15). Resultado similar foi encontrado por Barbosa

(2009), em seu estudo com iogurte natural desnatado batido, que encontrou,

para as amostras contendo estévia, as menores médias para o gosto doce. As

amostras que apresentaram as maiores médias para o gosto doce, assim como

para residual doce foram as amostras ACHO 5 e ACHO 11, ambas as amostras

contendo neotame.

Ao se analisar a Figura 16, é perceptível a diferença das amostras

contendo estévia em relação aos atributos gosto amargo e gosto residual

amargo em relação às demais. Assim como das amostras contendo o neotame

para os atributos de gosto doce e gosto residual doce. Além disto, observa-se

que, em relação aos demais atributos, as amostras apresentam uma

uniformidade de intensidade para os diferentes edulcorantes.

Page 142: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

119

Figura 16 - Perfil Sensorial Descritivo em gráfico radar das 12 amostras de bebida láctea achocolatada. COMA: cor marrom; VIAP: viscosidade

aparente; BRIL: brilho; HOMO: homegeneidade; ALEI: aparência leitosa; ADOC: aroma doce; ACAP: aroma de cappuccino; ALIC: aroma

licor de chocolate; ACAR: aroma de caramelo; ABAU: aroma de baunilha; GODC: gosto doce; RDOC: gosto residual doce; SCAP: sabor de

cappuccino; SCHO: sabor de chocolate; SAME: sabor de amêndoa; SLIC: sabor de licor de chocolate; GAMA: gosto amargo; RAMA: gosto

residual amargo; SCAR: sabor de caramelo; SLEI: sabor de leite; SBAU: sabor de baunilha; VISC: viscosidade; CORP: corpo.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Coma viap

bril

homo

alei

adoc

acho

acap

alic

aleit

acar

abau sdoc rdoc

scap

scho

same

slic

gama

rama

scar

slei

sbau

visc

corp

Bebida láctea achocolatada com óleo de chia livre e sacarose

Bebida láctea achocolatada com óleo de chia livre e estévia

Bebida láctea achocolatada com óleo de chia livre e Sucralose/Acessulfame K/ Neotame

Bebida láctea achocolatada com óleo de chia livre e sucralose

Bebida láctea achocolatada com óleo de chia livre e neotame

Bebida láctea achocolatada com óleo de chia livre e aspartame

Bebida láctea achocolatada com óleo de chia encapsulado e sacarose

Bebida láctea achocolatada com óleo de chia encapsulado e estévia

Bebida láctea achocolatada com óleo de chia encapsulado e Sucralose/Acessulfame K/ Neotame

Bebida láctea achocolatada com óleo de chia encapsulado e sucralose

Bebida láctea achocolatada com óleo de chia encapsulado e neotame

Bebida láctea achocolatada com óleo de chia encapsulado e aspartame

Page 143: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

120

Além da avaliação das médias dos atributos descritivos para bebida

láctea achocolatada, foi realizada também a Análise de Componentes

Principais (ACP). Esta análise permite observar a localização espacial de cada

amostra, assim como a comparação da proximidade entre os termos que foram

usados pelos diferentes assessores para descrever os produtos (MOUSSAOUI;

VARELA, 2010).

A ACP dos resultados obtidos na ADQ encontram-se nas Figuras 17 e

18, nas quais as configurações dos atributos sensoriais das bebidas lácteas

achocolatadas e a distribuição bidimensional dos mesmos foram representados,

sendo que cada eixo explica uma porcentagem da variação total que existe

entre as amostras.

A Figura 17 apresenta os resultados da Análise de Componentes

Principais das seis amostras de bebida láctea achocolatada contendo o óleo de

chia na forma livre. Verificou-se que 29,05% da variação ocorrida entre as

amostras foram explicadas pelo primeiro eixo (CP1), e 16,76% pelo segundo

eixo (CP2), explicando juntas 45,81% das variações entre as amostras de

bebida láctea achocolatada com óleo de chia livre.

Ao se analisar a Figura 18 observa-se que 27,26% da variação ocorrida

entre as amostras foram explicadas pela Componente Principal 1, sendo que os

Componentes Principais 1 e 2 juntos explicam 42,42% da variação ocorrida

entre as amostras.

Page 144: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

121

Figura 17 - Figura bidimensional da Análise de Componentes Principais dos

termos descritores das amostras de Bebida láctea achocolatada contendo óleo

de chia livre.

-2,5

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

2

2,5

-2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5

Co

mp

on

en

te P

rin

cip

al 2

(1

6,7

6%

)

Componente Principal 1 (29,05%)

Coma

viap

bril

homo

alei

adoc

acho

acap

alic

aleit

acar

abau

sdoc

rdoc

scap

scho

same

slic

gama

rama

scar

slei

sbau

visc

corp

Sacarose

estévia

neotame

sucralose

Sucralose/Acessulfame K/

Neotame (100:50:1) aspartame

Page 145: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

122

Figura 18 - Figura Bidimensional da Análise de Componentes Principais dos

termos descritores das amostras de Bebida láctea achocolatada contendo óleo

de chia encapsulado.

Essa baixa explicação em ambas as figuras (17 e 18) pode ser justificada

devido à base láctea das amostras serem as mesmas, tendo sido modificados

apenas o edulcorante e a maneira de incorporação do óleo de chia. Além disso,

como foi comentado anteriormente, a adição dos diferentes edulcorantes assim

como a maneira de incorporação do óleo de chia não exerceu influência

significativa na maioria dos atributos descritivos das amostras de bebida láctea

achocolatada, sendo um aspecto positivo no desenvolvimento do produto.

-2,5

-2

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

1,5

2

2,5

-2,5 -2 -1,5 -1 -0,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5

Co

mp

on

en

te P

rin

cip

al

2 (

15

,16

%)

Componente Principal 1 (27,26%)

Coma

viap

bril

homo

alei

adoc

acho

acap

alic

aleit

acar

abau

sdoc

rdoc

scap

scho

same

slic

gama

rama

scar

slei

sbau

visc

corp

sacarose

estévia

neotame

sucralose

Sucralose/Acessulfame K/

Neotame (100:50:1) aspartame

Page 146: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

123

Na ACP, as amostras ficam espacialmente distribuídas próximas aos

vetores (atributos descritivos) que as caracterizam. Novamente nota-se que as

amostras de estévia, com óleo livre (Figura 17) e com o óleo encapsulado

(Figura 18), são caracterizadas pelos atributos de gosto amargo e de gosto

residual amargo. Além disso, com base na visualização espacial das amostras,

percebe-se que as amostras de estévia encontram-se em quadrantes opostos às

demais amostras, mostrando, assim, que são amostras sensorialmente diferentes

das demais, as quais são caracterizadas principalmente pelos atributos sabor de

leite, sabor de baunilha e sabor de chocolate.

3.4 Teste de aceitação com consumidores

Antes de os provadores realizarem a análise sensorial das amostras de

leite achocolatado, eles responderam a um questionário, a fim de se traçar o

perfil dos provadores. Na Figura 19, vê-se a distribuição dos provadores em

relação às diferentes faixas etárias. Verificou-se que 93,39% dos provadores

encontram-se na faixa etária entre 18 e 30 anos de idade, sendo a faixa etária de

31 a 40 anos a segunda com maior expressão (4,13%).

Já em relação ao gênero dos provadores, observou-se que a maioria era

do sexo feminino, com uma porcentagem de 58,06% e, por consequência,

41,94% eram do sexo masculino. Além disso, verificou-se que apenas 2,41%

dos provadores possuíam alguma restrição alimentar em relação ao consumo de

sacarose e 27,42% consumiam algum tipo de edulcorante.

Page 147: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

124

Figura 19 - Faixa etária dos provadores do teste de aceitação de bebida láctea

achocolatada.

Na Tabela 14, encontram-se as médias dos atributos sensoriais avaliados

pelos consumidores. Em relação à aparência, apenas a amostra ACHO8,

contendo óleo de chia encapsulado e neotame, diferiu das amostras que

continham o óleo de chia na forma livre (ACHO 1 a 6). Analisando-se o

atributo aroma, percebe-se o mesmo comportamento observado para a

aparência, porém não diferiu das amostras ACHO2, ACHO3 e ACHO 5.

18 a 30 anos

31 a 40 anos

41 a 50 anos

mais de 51 anos

Page 148: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

125

Tabela 14 - Médias das bebidas lácteas achocolatadas em relação aos atributos

sensoriais atribuídas pelos consumidores

Amostra Aparência Aroma Sabor Textura Impressão Global

ACHO1 6,82a 6,61

a 6,17

a 6,58

a 6,39

a

ACHO2 6,79a 6,14

ab 3,76

c 6,04

abc 4,41

d

ACHO3 6,80a 6,13

ab 4,95

b 6,02

abc 5,39

c

ACHO4 6,94a 6,50

a 6,04

a 6,55

a 6,31

a

ACHO5 6,97a 6,47

ab 6,07

a 6,60

a 6,45

a

ACHO6 6,88a 6,53

a 6,01

a 6,24

ab 6,22

ab

ACHO7 6,43ab

6,01ab

5,66ab

5,98abc

5,87abc

ACHO8 6,16b 5,79

b 3,10

c 5,10

d 3,79

d

ACHO9 6,50ab

6,08ab

3,66c 5,31

cd 4,22

d

ACHO10 6,51ab

6,12ab

5,11b 5,76

bcd 5,52

bc

ACHO11 6,43ab

6,18ab

5,42ab

5,87abc

5,71abc

ACHO12 6,51ab

6,20ab

5,37ab

5,75bcd

5,70abc

ACHO 1: amostra com óleo de chia e sacarose; ACHO 2: amostra com óleo de chia e edulcorante

estévia; ACHO 3: amostra com óleo de chia e edulcorante neotame; ACHO 4: amostra com óleo de

chia e edulcorante sucralose; ACHO 5: amostra com óleo de chia e blend edulcorante

Sucralose/Acessulfame K/ Neotame (100:50:1); ACHO 6: amostra com óleo de chia e edulcorante

aspartame; ACHO 7: amostra com óleo de chia encapsulado e sacarose; ACHO 8: amostra com óleo de

chia encapsulado e edulcorante estévia; ACHO 9: amostra com óleo de chia encapsulado e edulcorante

neotame; ACHO 10: amostra com óleo de chia encapsulado e edulcorante sucralose; ACHO 11:

amostra com óleo de chia encapsulado e blend edulcorante Sucralose/Acessulfame K/ Neotame

(100:50:1); ACHO 12: amostra com óleo de chia encapsulado e edulcorante aspartame. Médias com

letras em comum na mesma coluna indicam que não há diferença significativa entre as amostras

p≤0,05) pelo teste de média de ukey.

Ao avaliar o atributo sabor, percebe-se que não houve influência do fato

de o óleo de chia estar na forma livre ou encapsulado, a diferença que pode ser

notada dá-se em relação à adição dos edulcorantes, demonstrando, assim, que a

utilização da microencapsulação do óleo de chia para a bebida láctea

achocolatada é positiva. Em ambos os tratamentos (óleo livre ou encapsulado),

nas amostras em que se utilizou o neotame e a estévia foram as que

apresentaram as menores médias para o atributo sabor, refletindo diretamente

Page 149: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

126

na impressão global, na qual o mesmo comportamento foi observado.

Na impressão global, o consumidor leva em consideração todos os

atributos sensoriais das amostras, e ao não haver diferença em relação aos

demais atributos, observa-se que, provavelmente, o sabor foi o atributo que os

provadores mais levaram em consideração ao atribuírem a média de impressão

global. Para as amostras contendo neotame e estévia, as médias foram muito

baixas, caracterizando a rejeição do produto. Essas menores médias podem ser

explicadas pela alta intensidade de gosto doce, doçura residual ou gosto

amargo relatado ao emprego desses edulcorantes em alimentos (CARDOSO;

BATTOCHIO; CARDELLO, 2004; UMBELINO, 2005; ESMERINO et al.,

2013). Já as amostras mais aceitas foram as com sacarose, blend edulcorante

Sucralose/Acessulfame K/ Neotame (100:50:1) e sucralose.

3.4.1 Intenção de compra

Após a realização do teste de aceitação em relação aos atributos de

aparência, aroma, sabor, textura e impressão global das amostras de bebida

láctea achocolatada, foi solicitado aos 121 consumidores que indicassem a

intenção de compra em relação às amostras testadas. Na Figura 20, encontra-se

um histograma de barras, representando a porcentagem de distribuição dos

consumidores em relação à intenção de compras para cada produto.

Ao comparar as formulações que possuíam o óleo de chia na forma livre

em relação ao óleo de chia na forma encapsulada, observa-se que há uma maior

Page 150: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

127

intenção de compra quando o óleo foi adicionado na forma livre. Ao avaliar a

influência dos edulcorantes, percebe-se que novamente as amostras contendo

estévia e neotame, independentemente da maneira de incorporação do óleo de

chia, foram as que apresentaram a maior rejeição em relação à intenção de

compra.

As amostras de estévia (ACHO2 e ACHO7) apresentaram 39,67 e

19,83% para certamente não compraria, e 23,97 e 24,79% para provavelmente

não compraria, respectivamente. Já as amostras de neotame apresentaram 20,66

e 21,49% para certamente não compraria, e 28,10 e 23,97% para

provavelmente não compraria, respectivamente.

Dentre todas as amostras, a que apresentou a maior porcentagem de

intenção de compra positiva foi a amostra ACHO1, sendo 19,83% de

certamente compraria e 41,32% de provavelmente compraria, seguida das

amostras ACHO5 e 6, com 15,70% para ambas para certamente compraria e

38,84 e 37,19% para provavelmente compraria, respectivamente.

Page 151: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

128

Figura 20 - Distribuição da frequência de notas (%) correspondentes à escala utilizada para avaliação de intenção de compra dos consumidores

quanto às amostras de bebida láctea achocolatada. ACHO 1: amostra com óleo de chia e sacarose; ACHO 2: amostra com óleo de chia e

edulcorante estévia; ACHO 3: amostra com óleo de chia e edulcorante neotame; ACHO 4: amostra com óleo de chia e edulcorante sucralose;

ACHO 5: amostra com óleo de chia e blend edulcorante Sucralose/Acessulfame K/ Neotame (100:50:1); ACHO 6: amostra com óleo de chia e

edulcorante aspartame; ACHO 7: amostra com óleo de chia encapsulado e sacarose; ACHO 8: amostra com óleo de chia encapsulado e

edulcorante estévia; ACHO 9: amostra com óleo de chia encapsulado e edulcorante neotame; ACHO 10: amostra com óleo de chia encapsulado

e edulcorante sucralose; ACHO 11: amostra com óleo de chia encapsulado e blend edulcorante Sucralose/Acessulfame K/ Neotame (100:50:1);

ACHO 12: amostra com óleo de chia encapsulado e edulcorante aspartame.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45 P

orc

en

tag

em

(%

)

Certamente compraria

Provavelmente compraria

Tenho dúvidas se compraria

Provavelmente não compraria

Certamente não compraria

Page 152: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

129

3.5 Regressão por mínimos quadrados parciais

A análise de regressão por PLS realizada entre os atributos, oriundos da

Análise Descritiva Quantitativa e a impressão global dos 121 consumidores,

coletada através do teste aceitação que realizaram o teste afetivo, permite a

visualização dos direcionadores de preferência para o produto, ou seja, aqueles

atributos que podem contribuir positiva ou negativamente de forma

significativa para a aceitação das amostras de bebida láctea achocolatada.

Na Figura 21, encontram-se os direcionadores de preferência que

contribuem significativamente para a projeção do modelo. Os atributos que

possuem um valor de VIP (Variable Importance for Projection), ou seja,

valores de Importância da Variável para Projeção, superiores a 1,0 são os que

possuem importância significativa para o modelo (WOLD, 1995).

Page 153: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

130

Figura 21 - Resultado dos Variable Importance for Projection (VIPS) para o

modelo Partial Least Squares (PLS) para bebida láctea achocolatada

Ao se analisar a Figura 21, observa-se que apenas os atributos residual

amargo, gosto amargo, residual doce, aroma de leite, sabor de amêndoa e

viscosidade influenciam significativamente para a projeção do modelo, uma

vez que todas apresentam um valor de VIP superior a 1,0. Os demais atributos

não influenciaram significativamente para a projeção do modelo, assim como

para a caracterização positiva ou negativa das amostras.

Na Figura 22, encontra-se a análise de regressão por PLS. As colunas

dos termos descritores dispostos na região positiva do eixo Y são consideradas

importantes positivamente para a aceitação das amostras de bebida láctea

achocolatada, enquanto as colunas dos atributos que estão na faixa negativa do

eixo Y representam atributos que sua presença e intensidade caracterizaram a

amostra negativamente (MARTENS; BREDIE; MARTENS, 2000). Além

-2

-1

0

1

2

3

4

5

ram

a

gam

a

rdo

c

alei

sam

e

visc

abau

slic

scap

bri

l

sch

o

viap

Co

ma

slei

ho

mo

ado

c

sdo

c

scar

sbau

acap

alic

acar

ach

o

corp

alei

t

VIP

Variável

VIPs (2 Comp / Int. de conf. 95%)

Page 154: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

131

disso, o tamanho das colunas também é relevante, uma vez que quanto maior a

coluna maior será a sua influência positiva ou negativa.

Figura 22 - Direcionadores de preferência por análise de regressão por

quadrados mínimos parciais para bebida láctea achocolatada. Colunas verdes:

atributos positivos para as amostras de bebida láctea achocolatada; Colunas

vermelhas: atributos negativos para as amostras de bebida láctea achocolatada;

Colunas azuis: não foi possível afirmar com 95% de confiabilidade se a

presença do atributo é positiva ou negativa.

Dentre os atributos que influenciam significativamente para a projeção

do modelo (Figura 22), os atributos de residual amargo, gosto amargo e aroma

de leite influenciam negativamente para a aceitação do produto; e os atributos

residual doce, sabor de amêndoa e viscosidade influenciam positivamente.

O mapa de preferência externo pode ser observado na Figura 23, na qual

se percebe a disposição das amostras no plano e que, novamente, as amostras

ACHO 2 e ACHO 8 encontram-se distantes das demais, em outro quadrante, e

Co

ma viap

bri

l

ho

mo

alei

ado

c

ach

o

acap

alic

alei

t

acar

abau

sdo

c

rdo

c

scap

sch

o

sam

e

slic

gam

a

ram

a

scar

slei

sbau

visc

corp

-0,5

-0,4

-0,3

-0,2

-0,1

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

Co

efi

cie

nte

s p

adro

niz

ado

s

Variável

Imglob / Coeficientes padronizados (Int. de conf. 95%)

Page 155: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

132

próximas ao termo descritor de gosto amargo. Além disso, nota-se que as

demais amostras contendo o óleo de chia na forma livre encontram-se todas no

mesmo quadrante, assim como as demais amostras contendo o óleo de chia

encapsulado também se encontram todas no mesmo quadrante, com exceção do

blend edulcorante Sucralose/Acessulfame K/ Neotame (100:50:1).

Figura 23 - Mapa de preferência externa, determinado por análise de regressão

múltipla por quadrados mínimos parciais entre as médias de impressão global e

termos descritores determinados na análise descritiva quantitativa (ADQ).

3.6 Análises físico-químicas

A Tabela 15 apresenta os valores das análises físico-químicas realizadas

para as amostras de bebida láctea achocolatada. Como pode ser observado na

Tabela 15, o pH das amostras de bebida láctea achocolatada variou de 6,4 a

Coma

viap

bril

homo

alei

adoc

acho

acap

alic

aleit

acar

abau

sdoc

rdoc scap

scho

same slic

gama rama

scar slei

sbau visc corp

Imglob

ACHO1

ACHO2

ACHO3 ACHO4

ACHO5

ACHO6

ACHO7

ACHO8

ACHO9

ACHO10

ACHO11

ACHO12

-1

-0,75

-0,5

-0,25

0

0,25

0,5

0,75

1

-1 -0,75 -0,5 -0,25 0 0,25 0,5 0,75 1

t2

t1

Page 156: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

133

6,8, não havendo diferença entre as amostras. Este pH encontra-se dentro da

faixa esperada, uma vez que o grau de alcalinização do pó de cacau apresenta-

se em torno de 7,1 e o pH do soro do leite em pó pode variar de 6,5 a 6,7 para

achocolatados e bebidas achocolatadas industrializadas (EDUARDO;

LANNES, 2004).

Em relação aos valores de sólidos solúveis, percebe-se que as amostras

com sacarose diferiram das demais. Isto já era esperado, uma vez que a

concentração da sacarose é superior (9%) aos demais edulcorantes (<1%) para

a bebida láctea achocolatada, o que pode ter influenciado diretamente no

resultado desta análise.

A viscosidade do produto estudado (Tabela 15) foi, possivelmente,

influenciada pela incorporação das micropartículas à bebida láctea

achocolatada, uma vez que as amostras que continham as microcápsulas de

óleo de chia apresentaram as maiores médias. As amostras contendo as

micropartículas de óleo de chia apresentaram, de maneira geral, uma maior

intensidade do parâmetro L* em relação às demais, indicando que há uma

maior luminosidade nessas amostras. A coordenada cromática a* apresentou

valores positivos, os quais indicam amostra na região do verde. A coordenada

cromática b* também apresentou resultados positivos, que indicam amostra na

região amarela (McGUIRE, 1992).

Page 157: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

134

Tabela 15 - Médias dos valores das análises físico-químicas de de pH, ºBrix,

Viscosidade e Cor (L*, a* e b*) para as amostras de bebida láctea achocolatada

Amostras ACHO1 ACHO2 ACHO3 ACHO4 ACHO5 ACHO6 ACHO7 ACHO8 ACHO9 ACHO10 ACHO11 ACHO12

pH 6,5a 6,7a 6,5a 6,6a 6,8a 6,4a 6,6a 6,7a 6,5a 6,4a 6,8a 6,5a

ºBrix 16,80a 9,83b 9,97b 9,27b 9,33b 9,43b 17,10a 9,40b 9,27b 9,07b 9,17b 9,10b

Viscosidade 10,6c 10,8c 10,9c 10,8c 11,0c 10,9c 13,6a 13,6a 13ab 13,5a 12,6b 13,6a

L* 50,26b 52,79ab 52,60ab 52,81ab 52,37ab 52,60ab 53,68a 53,66a 53,27a 50,94b 53,48a 53,65a

a* 8,35a 8,22a 8,18a 8,16a 8,30a 8,15a 8,18a 8,15a 8,11a 8,29a 8,02a 8,16a

b* 12,51a 12,58a 12,53a 12,50a 12,61a 12,31a 12,40a 12,34a 12,23a 12,30a 12,12a 12,34a

4 CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos, conclui-se que a utilização do óleo de

chia encapsulado não alterou as características sensoriais do produto de

maneira geral, quando comparado ao mesmo produto adicionado de óleo de

chia na forma livre. Além disto, percebeu-se, por diversas análises, que, dentre

as 12 amostras de bebida láctea achocolatada, aquelas que tinham em sua

formulação a estévia e o neotame foram as que se diferenciaram das demais em

relação às características sensoriais, sendo as menos preferidas pelos

consumidores.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBERT, A.; VARELA, P.; SALVADOR, A.; HOUGH, G.; FISZMAN, S.

Overcoming the issues in the sensory description of hot served food with a

complex texture. application of QDA, flash profiling and projective mapping

Page 158: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

135

using panels with different degrees of training. Food Quality and Preference,

v. 22, p. 463-473, 2011.

ALLGEYER, L. C; MILLER, M. J; LEE, S.Y. Drivers of liking for yogurt

drinks with prebiotics and probiotics. Journal of Food Science, v.75, p. S212-

S219, 2010.

ALVES, L. R. Direcionadores de preferência para néctares de uva comerciais

tradicionais e “lights” utilizando regressão por mínimos quadrados parciais

(PLSR). Dissertação (Mestrado em Alimentos e Nutrição)–Faculdade de

Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, Campinas,

2008.

AOAC. Association of Official Analytical Chemists. Gaithersburg, Maryland,

USA. 2006 (Official methods of analysis).

BARBOSA, P. B. F. Efeito do edulcorante no perfil sensorial e na aceitação de

iogurte natural desnatado batido (diet). 2009. 125 f. Dissertação (Mestrado em

Alimentos e Nutrição)–Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade

Estadual de Campinas, Campinas, 2009.

BAYARRI, S.; CARBONELL, I.; BARRIOS, E. X.; COSTELL, E. Impact of

sensory differences on consumer acceptability of yoghurt and yoghurt-like

products. International Dairy Journal, v. 21, p. 111-118, 2011.

CANTO, A. C. V. C. S.; COSTA LIMA, B. R. C.; SUAN, S. P.; LAZARO, C.

A.; MONTEIRO, M. L. G.; CONTE-JUNIOR, C. A.; FREITAS, M. Q.;

CRUZ, A. G.; SANTOS, E. B.; SILVA, T. J. P. Physico-chemical and sensory

attributes of low-sodium restructured caiman steaks containing microbial

transglutaminase and salt replacers. Meat Science, v. 96, p. 623-632, 2014.

CARBONELL, L.; BAYARRI, S.; NAVARRO, J. L.; CARBONELL, I.;

IZQUIERDO, L. Sensory profile and acceptability of juices from mandarin

varieties and hybrids. Food Science and Technology International, v. 15, p.

375-385, 2009.

CARDOSO, J. M. P.; BATTOCHIO, J. R.; CARDELLO, H. M. A. B.

Equivalência de dulçor e poder edulcorante de edulcorantes em função da

temperatura de consumo em bebidas preparadas com chá-mate em pó solúvel.

Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.24, p.448-452, 2004.

DAMASIO, M. H.; COSTELL, E. Análisis sensorial descriptivo: generación

de descriptores y selección de catadores. Revista Agroquimica de

Technologia de Alimentos, v. 31, n. 2, p.165-178, 1991.

DAIROU, V.; SIEFFERMANN, J. M. A comparison of 14 jams characterized

by conventional profile and a quick original method, the flash profile. Journal

Page 159: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

136

of Food Science, v. 67, p. 826-834, 2002.

DELARUE, J.; SIEFFERMANN, J. M. Sensory mapping using flash profile

comparison with a conventional descriptive method for the evaluation of the

flavour of fruit dairy products. Food Quality and Preference, v. 15, n. 4, p.

383-392, 2004.

EDUARDO, M. F., LANNES, S. C. S. Achocolatados: análise química.

Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, São Paulo, v. 40, n. 3, 2004.

ESMERINO, E. A.; CRUZ, A. G.; PEREIRA, E. P. R.; RODRIGUES, J. B.,

FARIA, J. A. F.; BOLINI, H. M. A. The influence of sweeteners in probiotic

Petit Suisse cheese in concentrations equivalent to that of sucrose. Journal of

Dairy Science, v. 96, p. 5512-5521, 2013.

GOMES, C. L.; PFLANZER, S. B.; CRUZ, A. G.; FELÍCIO, BOLINI, H. M.

A. Sensory descriptive profiling and consumer preferences of beef strip loin

steaks. Food Research International, v. 59, p. 76-84, 2014.

KRISHNAMURTHY, R.; SRIVASTAVA, A. K.; PATON, J. E.; BELL, G. A.;

LEVY, D. C. Prediction of consumer liking from trained sensory panel

information: evaluation of neural networks. Food Quality and Preference, v. 18,

n. 2, p. 275-285, 2007.

LEE, S. M.; CHUNG, S. J.; LEE, O. H.; LEE, H. S.; KIM, Y.K,; KIM, K.O.

Development of sample preparation, presentation procedure and sensory

descriptive analysis of green tea. Journal of Sensory Studies, v. 23, p. 450-

467, 2008.

MARTENS, M.; BREDIE, W. L. P.; MARTENS, H. Sensory profiling data

studied by partial least squares regression. Food Quality and Preference, v.

11, p. 147-149, 2000.

McGUIRE, R. G. Reporting of objective color measurements. Horticultural

Science, v. 27, p. 1254-1555, 1992.

MEILGAARD, M.; CIVILLE, G.V.; CARR, B.T. Sensory Evaluation

Techniques. Florida: CRC, p. 218, 2004.

MOSKOWITZ, H. R. Product testing and sensory evaluation of foods:

marketing and R&D aproaches. Westport: Food and Nutrition, 1983. 459 p.

MOUSSAOUI, K.; VARELA., P. Exploring consumer product profiling

techniques and their linkage to a Quantitative Descriptive Analysis. Food

Quality and Preference, v. 21, n. 8, p. 1088-1099, 2010.

Page 160: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

137

MUKISA, I. M.; NSIIMIRE, D. G; BYARUHANGA, Y. B.; MUYANJA, C.

M. B. K; LANGSRUD, T.; NARVHUS, J. A. Obushera: descriptive sensory

profiling and consumer acceptability. Journal of Sensory Studies, v. 25, p.

190-214, 2010.

PERRIN, L.; SYMONEAUX, R.; MAITRE, I.; ASSELIN, C.; JOURJON, F.;

PAGÉS, J. Comparison of three sensory methods for use with the Napping

procedure: Case of ten wines from Loire valley. Food Quality and

Preference, v. 19, p. 1-11, 2008.

RICHTER, V. B.; ALMEIDA, T. C. A.; PRUDENCIO, S. H.; BENASSI, M.

T. Proposing a ranking descriptive sensory method. Food Quality and

Preference, v. 21, p. 611-620, 2010.

STONE, H.; BLEIBAUM, R. N.; THOMAS, H. A. Sensory evaluation

practices. 4th

ed. London: Elsevier, 2012.

STONE, H.; SIDEL, J.; OLIVER, S.; WOOLSEY, A.; SINGLETON, R. C.

Sensory evaluation by quantitative descriptive analysis. Food Technology, v.

28, n. 11, p.24-34, 1974.

STONE, H.; SIDEL, J. L. Sensory evaluation practices. New York:

Academic Press, 1993.

TENENHAUS, M.; PAGES, J.; AMBROISINE, L.; GUINOT, C. PLS

methodology to study relationships between hedonic judgements and product

characteristics. Food Quality and Preference, v. 16, p. 315-325, 2005.

UMBELINO, D. C. Caracterização por análise descritiva quantitativa e análise

tempo-intensidade de suco e de polpa de manga (Mangifera indica L.)

adoçados com diferentes edulcorantes. 2005. 190 f. Tese (Doutorado em

Alimentos e Nutrição)–Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2005.

VARELA, P.; ARES, G. Sensory profiling, the blurred line between sensory

and consumer science. A review of novel methods for product characterization.

Food Research International, v. 48, p. 893-908, 2012.

WOLD, S. PLS for multivariate linear modeling. In: VAN DE

WATERBEEND, H. (Ed.). QSAR: chemometric methods in molecular design.

v. 2. Wiley-VCH, Weinheim, Germany, 1995. p. 195-218.

ZAMORA, M. C; GUIRAO, M. Performance comparison between trained

assessors and wine experts using specific sensory attributes. Journal of

Sensory Studies, v. 19, n. 6, p. 530-545, 2004.

Page 161: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

138

ARTIGO 5

OMEGA-3 ENRICHED CHOCOLATE MILK: A FUNCTIONAL

DRINK TO IMPROVE HEALTH DURING EXHAUSTIVE EXERCISE

Artigo publicado no periódico Journal of Functional Foods, v.14, p.676-683,

2015.

Page 162: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

139

ARTIGO 5 - OMEGA-3 ENRICHED CHOCOLATE MILK: A

FUNCTIONAL DRINK TO IMPROVE HEALTH DURING

EXHAUSTIVE EXERCISE

Running Title: Chocolate milk improves health during exercise

Priscila Neder Morato1

Juliana Burger Rodrigues1

Carolina Soares Moura1

Fernanda Guimarães Drummond e Silva1

Erick Almeida Esmerino1

Adriano Gomes Cruz2

Helena Maria Andre Bolini1

Jaime Amaya-Farfan1

Pablo Christiano Barboza Lollo1

1 – University of Campinas (UNICAMP), Faculty of Food Engineering (FEA),

13083-862, Campinas, São Paulo, Brazil. Tel: +55 19 3521 4075 / Fax +55 19

3521 4060

2 – Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), 20270-

921, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

Abstract

Page 163: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

140

Omega-3 enriched chocolate milk (O3ECM) has a suitable combination of

proteins, electrolytes and carbohydrates for post-workout recovery. Herein, the

effects of an O3ECM on biochemical parameters and muscle damage in

sedentary rats submitted to a session of intense and acute exhaustive exercise

was evaluated. Forty-eight male Wistar rats were divided into the following test

groups: a) sedentary rats fed a chocolate milk; b) sedentary rats fed an O3ECM;

c) exercised rats fed a chocolate milk; and d) exercised rats fed an O3ECM. After

15 days, the analysis of muscle damage and heath parameters was performed.

The results showed that the O3ECM consumption decreased the muscle damage

(creatine kinase -20% and lactate dehydrogenase -18.7%), as well as increased

the activity of endogenous enzymes (catalase +41%, superoxide dismutase

+26.7% and glutathione peroxidase +35.7%) and decreased the total cholesterol

(-7.8%) and triacylglycerols (-16.2%). Overall, O3ECM can minimize the

deleterious effects of exhaustive exercise.

Keywords: omega-3, chocolate milk, oxidative stress, exercise.

Page 164: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

141

1. INTRODUCTION

Functional foods have gained prominence in the market, with a large

number of products being developed (Menrad, 2003; Augustin et al., in press;

Kralovec et al., 2009). Foods with wide acceptance and consumption have been

added with ingredients that potentially improve the consumer’s health. Such

foods are also developed by the food industry to meet demands for specific

audiences, such as the athletes. In this context, the formulation of a functional

chocolate milk added with omega-3-rich chia oil is interesting due to the broad

consumer acceptance of chocolate milk allied to the widely known functionality

of omega-3.

The major vegetable oils traded and used by industry are palm, soybean,

sunflower and canola oils. However, in recent years, interest in other plant

sources of unsaturated fatty acids has increased since these products have

nutritional, industrial and medicinal benefits (Bruneel et al., 2013). Among the

unsaturated fatty acids, omega-3 fatty acids stand out by having a key role in

foetal growth and prevention of cardiovascular diseases, being a potent

antithrombotic and anti-inflammatory agent (Galli & Marangoni, 2006). Because

of its functionality, the food industry has sought sources of vegetable oils that

contain a high amount of omega-3, as well as a good ratio between omega-3 and

omega-6 (Dubois et al., 2007).

Chia seeds contain about 30% oil and the oil fraction is primarily

composed of unsaturated fatty acids. These seeds contain the highest percentage

(60–68%) of α-linolenic acid when compared to other seeds, e.g. flaxseed (57%)

Page 165: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

142

(Ayerza & Coates, 2011). In recent years, the use of the chia seeds has been

widespread and their consumption has increased considerably due to the health

benefits associated with the high content of α-linolenic acid (Ayerza & Coates,

2011). Foods rich in omega-3, such as chia oil, can be considered potential

functional products once omega-3 fatty acids are essential in the human diet,

even though there is a mechanism in humans for producing these fats from other

substances. Omega-3 fatty acids act as precursors of hormones that are important

to the maintenance of metabolic functions (Calder, 2006) and bone homeostasis

(Al-Nouri et al., 2012).

Chocolate milk has a good combination of proteins, electrolytes and

carbohydrates for post-workout recovery. The ingestion of protein and

carbohydrates can promote more pronouncedly the glycogen synthesis and

improve the performance when compared to other beverages containing only

carbohydrates (Saunders, Kane & Todd, 2004; Valentine et al., 2006), and thus

chocolate milk can be a valuable source for replenishing energy to athletes that

perform vigorous exercise (Karp et al., 2006). It should also be noted that omega-

3 fatty acids may have anti-inflammatory and antioxidant properties in athletes

that perform intense and exhaustive exercise, which is recognized to be a potent

generator of inflammation, free radicals and cell damage. The environmental

damage induced by exercise can cause delayed-onset muscle soreness, which is

characterized by a painful condition experienced after frequent exhaustive and

intense exercises (Lembke et al., 2014). The objective of this study was to assess

the effects of an omega-3 enriched chocolate milk on some biochemical

Page 166: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

143

parameters and muscle damage in sedentary rats submitted to intense and acute

exhaustive exercise. Chia oil was used as the source of omega-3 due to its

suitable balance between omega-3 and -6 fatty acids.

2. MATERIAL AND METHODS

2.1 Animals

Forty-eight male Wistar rats (specific-pathogen free) from the

Multidisciplinary Center for Biological Research (University of Campinas, SP,

Brazil) were maintained under controlled conditions (temperature: 22°C,

humidity 55%, reverse 12-hour light/dark cycle) in individual cages with free

access to a commercial chow (Labina, Purina, Brazil) and water, until they

reached 150 g of body mass. The Ethics Committee on Animal Experimentation

of the University of Campinas approved all (n. 0654013) experimental

procedures. The animals were randomLy assigned to one of 4 experimental

groups and received the following treatments for 15 days: a) sedentary rats fed a

chocolate milk; b) sedentary rats fed an omega-3 enriched chocolate milk; c)

exercised rats fed a conventional chocolate milk; d) exercised rats fed an omega-

3 enriched chocolate milk. Wistar rats received the beverages (v = 4 mL/day) by

gavage. This study adhered to the animal care standards of the American College

of Sports Medicine.

Page 167: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

144

2.2 Exhaustion Protocol

The rats were familiarized with the treadmill by running for 10 min at 10

m/min on the day before being brought to a state of exhaustion. The exhaustion

test was applied following a time–speed procedure: the exhaustion session was:

1–90 min at 15 m/min; 91–100 min at 20 m/min; 150 min to exhaustion at 22

m/min (Lollo et al., 2012). All groups performed the same protocol.

2.3 Chocolate milk processing

For the production of the conventional chocolate milk, the following

ingredients were used: pasteurized milk, partially demineralized sweet whey

powder (Cargill, São José do Rio Pardo, Brazil), alkalized cocoa powder (Cargill,

Porto Ferreira, Brazil), stabilizer Avicell (FMC, Campinas, Brasil), vanilla and

molasses flavour (Firminich, Genebra, Suíça), saccharose (União, Sertãozinho,

Brazil) aspartame (Chicago, IL, USA), neotame (SweetMix, Sorocaba, Brazil),

sucralose (SweetMix, Sorocaba, Brasil), stevia 95% rebaudioside (SweetMix,

Sorocaba, Brazil), Blend made of sucralose/acessulfame K/neotame (5:3:0.1,

w/w/w) (SweetMix, Sorocaba, Brazil) and chia oil (Benexia, Santiago, Chile).

Two chocolate milks were formulated. Table 16 shows the ingredients

used in the formulation of the beverages. The chocolate powder was mixed with

water and milk under intense agitation. Then the stabilizers were dispersed under

intense agitation for 10 min and whey powder, cocoa and vanilla and molasses

flavours were added. The formulation containing chia oil was added at

approximately 50°C and homogenized (6,000 rpm/3 min in a L5M-A

Page 168: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

145

homogenizer, Silverson, East Longmeadow, MA, USA). These ingredients were

homogenized and subjected to UHT sterilization for 5 min. The chocolate milks

were packaged in aseptic plastic bottles of 0.5 L.

Table 16 - Ingredients and proximate composition of chocolate milk (CM) and

omega-3 enriched chocolate milk (O3ECM).

Ingredients CM O3ECM

Avicell stabilizing

0.46% 0.46%

Vanilla flavour

0.20% 0.20%

Molasses flavour

0.01% 0.01%

Phosphate

0.02% 0.02%

Chia oil

0.00% 1.00%

Cocoa powder

1.00% 1.00%

Whey powder

2.32% 2.32%

Milk

58.80% 58.80%

Water

37.69% 36.69%

Proximate composition

Protein

3.35 ± 0.13 3.33 ± 0.18

Lipids

2.60 ± 0.05 3.43 ± 0.03

Carbohydrate

3.28 2.72

Ash

0.93 ± 0.02 0.81 ± 0.06

Moisture

89.84 ± 0.02 89.71 ± 0.02

Antioxidant Analysis

FRAP

71.4 ± 5.8 88.2 ± 2.5

ORAC

164.9 ± 48.1 208.3 ± 14.1

Mean and standard deviation (SD) of chocolate milk and omega-3 enriched

chocolate milk features.

Page 169: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

146

2.4 Antioxidant capacity

Following the recommendation of Powers et al. (2010), ferric reducing

antioxidant power (FRAP) and oxygen radical absorbance capacity (ORAC)

assays were performed in aqueous and ethanolic extracts. Firstly chocolate milk

samples were freeze-dried and ground to a fine powder. To obtain the aqueous

and ethanolic extracts, powdered samples were suspended in deionized water or

80% ethanol solution (1% w/v), respectively. The extracts were shaken for 30

min, centrifuged at 35,735 x g for 30 min at 10°C, filtered through Whatman n° 1

qualitative filter (Grade 1: 11 µm) and stored at -20°C for 2 days.

2.4.1 FRAP

The FRAP assay was carried out according to Benzie and Strain (1996)

with modifications. In the dark, 30 µL of sample extract, standard or blank were

mixed with 90 μL of water and 900 µL of the FRAP reagent (450 µL of 0.3 M

acetate buffer, pH 3.6; 225 µL of 10 mmol TPTZ in 40 mmol HCl and 225 µL of

20 mmol FeCl3). The mixture was incubated at 30 °C for 30 min. The absorbance

was read at 595 nm in a Synergy™ H ulti-Mode microplate reader (Biotek ®,

Winooski, VT, USA). Trolox was used as standard and results were expressed as

μmol of rolox equivalents ) per gram sample. The assays were carried out in

triplicate.

Page 170: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

147

2.4.2 ORAC

The hydrophilic ORAC assay was performed according to Davalos et al.

(2004). Briefly, 20 µL of extract and 120 µL of sodium fluorescein were added to

a potassium phosphate buffer solution (pH 7.4) at a final concentration of 0.378

µg/mL and 60 µL of an aqueous solution of AAPH (2,2'-azo-bis (2-

methylpropionamidine) dihydrochloride) at 108 mg/mL. Potassium phosphate

buffer was used as a blank. Trolox (25 - 500 mM) was used as standard.

Fluorescence was measured every minute, for 80 min using a Synergy ™ H

multi-mode microplate reader at excitation = 485 nm and emission = 520 nm. The

antioxidant capacity was expressed as μmol of rolox equivalent ) per gram

and the ORAC value was based on the area under the curve (AUC) for the

decline in fluorescence time.

2.5 Lipid Peroxidation

Lipid peroxidation was measured with thiobarbituric acid reactive

substances assay (TBARS) in liver homogenates. Lipid peroxidation is

determined by the reaction of thiobarbituric acid (TBA) with the

malondialdehyde (MDA) which is the end product of the lipid peroxidation

process. The amount of MDA present in the samples were assessed using

commercial colorimetric kit (MAK085, Sigma-Aldrich, St. Louis, MO, USA).

The assays were carry out following the manufacturer`s instructions : liver

samples 10 mg) were homogenized on ice in 300 μ of the A ysis uffer.

The samples were Centrifuged at 21,036 x g for 10 minutes to remove insoluble

Page 171: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

148

material. n 200 μ of the supernatant were added 600 μ of the A solution, to

form the MDA-TBA adduct, and incubated at 95 °C for 60 min. The reaction was

measured at 532 nm and results were expressed as nmole/ul from the MDA

standard curve.

2.6 Free radical scavenging capacity in the plasma

Plasma Extraction: Plasma extraction was performed according to Prior

et al. (2003). In a microcentrifuge tube, 100 µL of plasma were mixed with 200

µL of ethanol, 100 µL of deionized water and 400 µL of hexane, followed by

mixing. The mixture was incubated at room temperature for 2 min and then

samples were centrifuged at 21,036g rpm for 5 min. The hexane layer was

removed and added to a separate amber microcentrifuge tube, obtaining the first

extract. An additional 400 µL of hexane were added to the original tube and the

extraction process was repeated. The new hexane layer was removed and mixed

to the first extract. The hexane extracts were dried down under nitrogen flow so

the lipophilic ORAC assay could be performed. In an original microcentrifuge

tube, 400 µL of a 0.5 M perchloric acid solution was added to precipitate the

protein fraction followed by centrifugation for 5 min at 14,000 rpm. An aliquot

(160 µL) of the supernatant was mixed with 840 µL of phosphate buffer solution,

obtaining the hydrophilic extract.

Page 172: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

149

2.7 Trolox equivalent antioxidant capacity assay (TEAC)

The TEAC method were carried out according to Nenadis et al. (2004)

with some changes. The ABTS (3-ethyl-benzothiazoline-6-sulphonic acid)

solution was prepared by mixing 5 mL of 7.0 mmol ABTS and 88 μ of a

145 mmol potassium persulphate solution. This solution was stored for 16 h at

room temperature in dark, and ethanol was added to the solution until absorbance

reached 0.700 ± 0.05 at 734 nm. In the dark, 30 µL of sample or standard

solutions were mixed to 3.0 mL of ABTS solution. After 6 min at room

temperature, the absorbance was read at 734 nm in a Synergy™ H ulti-Mode

microplate reader (Biotek ®, Winooski, VT USA). Results were expressed in

μmol rolox equivalent ) m − 1

.

2.8 Fatty Acids Composition

The fatty acids composition of the chia oil used to produce the chocolate

milk was characterized (Table 17). The analyses were performed by means of a

gas chromatograph (Varian 3600, Walnut Creek, CA, USA) after esterification

by the method of Hartman and Lago (1973). Esters of fatty acids were separated

in a capillary column Agilent DB-23 (50% methylpolysiloxane — cyanopropyl);

size 60 m, 0.25 mm int ф, and 0.25 m thickness. he oven temperature was set

to 110 °C/5 min, 110–215 °C (5 °C/min), 215 °C, 24 min, detector temperature:

280 °C/injector temperature 250 °C, carrier gas: helium; split ratio 1:50; injected

volume 1.0 μ .

Page 173: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

150

Table 17 - Composition of fatty acids of the chia oil used to produce the

beverage omega-3 enriched chocolate milk (O3ECM).

C16:0 C18:0 C18:1 C18:2 C18:3

7,04 3,38 6,62 18,22 62,47

The qualitative composition was determined by comparing the retention

times of peaks with standards of fatty acid esters (C6:0, C7:0, C8:0, C9:0, C10:0,

C11:0, C12:0, C13:0, C14:0, C15:0, C16:0, C18:0, C19:0, C20:0, C21:0, C22:0,

C23:0, C24:0 — Sigma Supelco; Bellefonte, PA, USA) and a mixture of fatty

acids PUFA No. 3 (from menhanden oil — Cat. No. 47085-U) with: C14:0,

C16:0 C16:1, C16:2n4, C16:3n4, C18:0, C17:1, C18:1n-7, C18:1n-9, C18:2n-6,

C18:3n-3, C18:3n-4, C18:4n-3, C20:1n-9, C20:4n-6, C20:4n-3, C20:5n-3,

C22:5n-3, and C22:6n-3. The standards were diluted with petroleum ether and

injected 1.0 μ ) in the G system.

2.9 Proximate composition

The chocolate milks were characterized in triplicate in relation to the total

protein, lipid, ash and moisture content, in accordance with the methods

described by the Association of Official Analytical Chemists (AOAC, 2006).

3. RESULTS

Table 18 shows that the exercise protocol was able to increase the

activities of these enzymes (CPK, LDH, AST and ALT) in the exercised groups,

Page 174: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

151

indicating that the exercise generated muscle damage. After 15 days of treatment,

the group that consumed omega-3 enriched chocolate milk had lower mean

concentrations of CPK (-18.7%), LDH (-23.2%), AST (-15.8%) and ALT (-

29.5%), showing that the consumption of the beverage was effective in reducing

post-exercise muscle damage.

Page 175: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

152

Table 18 - Muscle damage and antioxidant parameters in serum.

CK

a LDH

b AST

c ALT

d SOD

e GPX

f CATALASE

g ABTS

h MDA

i

Sedentary

CM 590a 452

a 115

a 25 1.0

a 1.0

a 1.0

a 62

a 16.1

SD 35 27 8 2 0.1 0.1 0.1 7 4.0

O3ECM 612a 471

a 109

a 23 0.9

a 1.2

a 1.2

b 54

b 15.2

SD 31 33 8 1 0.1 0.1 0.1 7 2.9

Exercised

CM 1760b 1453

b 152

b 33 1.5

b 1.4

b 1.7

c 63

a 15.4

SD 123 87 9 3 0.1 0.1 0.1 5 3.2

O3ECM 1406c 1182

c 140

c 28 1.9

c 1.9

c 2.4

d 51

b 13.8

SD 98 71 10 2 0.1 0.1 0.1 3 2.6

Mean and standard deviation (SD) for the blood parameters. Treatments: chocolate milk (CM); omega-3 enriched chocolate milk

(O3ECM), the different treatments were consumed for 2 weeks. Different letters above the values represent significant differences

(p<0.05) – ANOVA post-hoc Tukey. a CK, creatine kinase (U L);

b LDH, lactate dehydrogenase (U L);

c AST, aspartate

aminotransferase (U L); d ALT, alanine aminotransferase (U L);

e SOD, superoxide dismutase (arbitrary units);

f GPX, glutathione

peroxidase (arbitrary units); g arbitrary units;

h ABTS, 3-ethyl-benzothiazoline-6-sulfonic acid (assay used to estimate antioxidant

capacities); I MDA, malondialdehyde in

nmol/mg.

Page 176: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

153

These lower levels of muscle damage in the group that consumed

omega-3 enriched chocolate milk may be due to an improvement in the

antioxidant system and also because of the incorporation of these fatty acids on

cell membranes. Superoxide dismutase (SOD), catalase and glutathione

peroxidase (GPX) activities (Table 18) were increased in the group that

consumed omega-3 enriched chocolate milk. FRAP and ORAC data showed a

significant antioxidant capacity of omega-3 enriched chocolate milk, and the

ABTS pointed that this beverage increased the levels of serum antioxidant

status (Table 18).

Table 19 shows that the blood lipid profile of the group that received

omega-3 enriched chocolate milk was more balanced (reduction of

triacylglycerols) than the control group which received the chocolate milk (no

omega-3 added). The anthropometric data of the animals (Table 20) also

confirmed the absence of side effects of omega-3 consumption once no

significant changes were observed in the growth or weight of vital organs

(lung, heart, gastrocnemius, soleus, kidney, liver and spleen).

Page 177: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

154

Table 19 - Biochemical blood parameters

TG

a TCOL

a LDL

a HDL

a Glucose

a Creatinine

a UA

a UREA

a Albumin

b TP

c

Sedentary

CM 75a 77

a 64

a 13

a 98 0.6 0.5 17 4.0 5.0

SD 3 2 2 1 4 0.1 0.1 1 0.1 0.2

O3ECM 66b 69

b 55

b 13

a 96 0.7 0.6 18 3.9 5.1

SD 4 3 3 1 3 0.1 0.1 1 0.1 0.1

Exercised

CM 74a 77

a 61

a 16

b 106 0.6 0.5 17 4.0 5.2

SD 3 3 4 1 5 0.1 0.1 1 0.1 0.2

O3ECM 62b 71

b 55

ab 16

b 100 0.6 0.5 17 4.1 4.7

SD 2 4 3 1 4 0.1 0.1 1 0.1 0.2

Mean and standard deviation (SD) for the biochemical blood parameters. Treatments: chocolate milk (CM); omega-3 enriched

chocolate milk (O3ECM), the different treatments were consumed for 2 weeks. Different letters above the values represent significant

differences (p<0.05) – ANOVA post-hoc Tukey. amg/dL;

bg/dL;

c TP, total protein (g/dL).

Page 178: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

155

Table 20 shows the groups that received intense exercise had greater

expression of HSP 70, 90 and 25, but there were no significant differences

between the exercised rats that consumed chocolate milk and omega-3 enriched

chocolate milk. Similarly, Table 5 shows that the groups submitted to physical

exercise presented an increased PGC1-alpha level although not statistically

differences were observed among groups.

Page 179: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

156

Table 20 - Molecular and immune system parameters.

Molecular parameters

Immune system parameters

HSP70 HSP60 HSP90

PGC1-

A mTOR VEGF

Linfocytesa Leucocytes

b Monocytes S.N.

c

Sedentary

CM 1.0a 1.0

a 1.0

a 1.0

a 1.0 1.0

7.2

a 8.1

a 60

a 1.2

a

SD 0.1 0.1 0.1 0.1 0.2 0.1

0.5 0.6 6 0.2

O3ECM 0.9a 1.1

a 0.9

a 1.1

a 1.1 0.9

7.4

a 8.2

a 65

a 1.3

ab

SD 0.1 0.1 0.1 0.1 0.2 0.2

0.4 0.5 6 0.2

Exercised

CM 2.5b 2.4

b 3.5

b 1.6

b 0.9 1.2

4

b 7.2

b 72

b 1.4

b

SD 0.3 0.3 0.3 0.2 0.1 0.2

0.4 0.5 6 0.1

O3ECM 2.9b 2.5

b 3.2

b 1.5

b 1.0 1.1

4.8

c 7.4

b 68

a 1.4

b

SD 0.2 0.2 0.2 0.2 0.2 0.3 0.6 0.4 6 0.2

Mean and standard deviation (SD) for the molecular and blood immune system parameters. Treatments: chocolate milk (CM);

omega-3 enriched chocolate milk (O3ECM). Different letters above the values represent significant differences (p<0.05) – ANOVA

post-hoc Tukey. a

(µL.103); b

(µL); c

S.N.=segmented neutrophils (µL.103). In molecular parameters all values were compared and

related to sedentary CM (arbitrary unit =1.00).

Page 180: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

157

4. Discussion

The results indicate that omega-3 enriched chocolate milk was able to

improve the endogenous antioxidant system and to attenuate muscle damage

induced by exercise of high intensity and long duration. Intense and exhaustive

(long-term) exercise, when performed by a sedentary individual can cause

various deleterious physiological changes, one of which is compromised

cellular membranes of cells that are exercised to exhaustion. This impairment

of the membrane can be caused by excessive tension/stress, high free-radical

generation and temperature, and low pH during exercise. The damage to the

cell membrane alters its permeability, allowing it to spread some enzymes from

muscle cells into the blood. Thus, creatine phosphokinase (CPK), lactate

dehydrogenase (LDH), aspartate aminotransferase (AST) and alanine

aminotransferase (ALT), when measured in blood, are indicators of the extent

of muscle damage (Table 18). The peak of such damage and muscle aches

happens between 24 and 72 h after the exercise. The measurement of the

activity of these enzymes can indicate tissue damage in skeletal muscles and it

is a widely used method to assess the skeletal muscle status (Brancaccio et al.,

2006). These data suggest that omega-3 enriched chocolate milk may be a

feasible, safe and healthy alternative to decrease post-exercise muscle soreness.

Some omega-3 supplementation can improve the antioxidant system

(Wasim Khan et al., 2013) and the higher levels of the antioxidant system

components may have more efficiently neutralized endogenous free-radicals

generated in the exhaustive exercise, once the intense exercise is a potent free-

Page 181: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

158

radical generator (Sachdev, & Davies, 2008). Here we demonstrated that a

functional sport drink with milk (casein and whey protein) plus omega-3 can be

efficient for recovery the muscle damage. Thus, cells and cell membranes may

have suffered a minor attack from ROS. We can see that these occur wit chia

oil because the results (Table 18) are consistent with those presented by

Poprzecki et al. (2009), who showed a significant activation of superoxide

dismutase and catalase pathways in athletes supplemented with omega-3 fatty

acids. It is noteworthy that these authors measured the enzymatic activity 1 h

after exercise. The authors concluded that the beneficial effect of antioxidant

protection could better explain the physical performance of the group that

consumed omega-3 as compared to the placebo. The elevation of SOD and

catalase in the groups that did not consume omega-3 enriched chocolate milk

but did exercise was expected, as the exercise itself is able not only to increase

the SOD activity in the brain, heart and skeletal muscle (Qiao et al., 2006), but

also in the plasma of rats (Erdogan et al., 2004). An accelerated metabolism

during high-intensity exercise can increase mitochondrial production of

reactive oxygen species through the electron transport chain (Poprzecki et al.,

2009).

Some mechanisms have been proposed to explain how omega-3 fatty

acids exert the increasing effect of the body's antioxidant defences, such as the

incorporation and modification of cell membranes by omega-3, resulting in

modulation of membrane ion channels, prevention of accumulation of

intracellular calcium, production of antithrombotic eicosanoids, and an

Page 182: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

159

influence on cell signalling mediated through phosphoinositides (Messori et al.,

20013).

One can explain the lower levels of muscle damage (Table 18) by the

increased integrity of the cell and plasma membrane due to an increased

concentration of omega-3 fatty acids in muscle and cell walls, thus triggering

higher elasticity, flexibility and lower risk of physical damage to muscle tissue

during exercise. The study of Lembke et al. (2014) demonstrated that omega-3

supplementation resulted in an increased omega-3 fatty acid tissue level in

humans. The change in fatty acid profile of the cells usually occurs in response

to progressive and gradual training. An increased amount of polyunsaturated

fatty acids has been found in the phospholipid membranes of red blood cells

(cells that carry oxygen) in trained versus untrained skeletal muscle, which

increases the flexibility of the membranes and facilitates the transit of

erythrocytes in narrow capillaries by increasing the oxygen supply to tissues

(Andersson, Sjodin, Hedman, Olsson, & Vessby, 2000). This is the first study

that tested the effects of a food enriched with omega-3 from chia oil on muscle

damage. However, Jouris et al. (2011) recently demonstrated that the 7-day

supplementation period with omega-3 reduced exercise-induced muscle

soreness.

The better blood lipids profile (Table 19) observed in groups that

consumed omega-3 enriched chocolate milk is consistent with the findings of

Poprzecki et al. (2009) and Rambjor et al. (1996), who supplemented subjects

with omega-3 fatty acids containing different doses of eicosapentaenoic and

Page 183: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

160

docosahexaenoic acids and observed a clear reduction in triacylglycerol levels.

The effects of omega-3 fish oils on plasma lipids are well known. Omega-3

fish oil supplementation consistently decreases plasma triacylglycerol levels,

low-density lipoprotein (LDL) cholesterol, and has variable effects on high-

density lipoprotein (HDL) cholesterol (Khandelwal et al., 2013). Chia oil

seems to have a similar effect. Similar to our results, Rossi et al. (2013),

Guevara-Cruz et al. (2012) and Chicco (2009) observed a decrease in

triacylglycerol levels due to the consumption of chia oil. In Table 19, it is

possible to observe that other biochemical markers (glucose, creatinine, uric

acid, urea, albumin, total protein) were not altered, highlighting that the

consumption of omega-3 fortified chocolate milk does not present any apparent

toxicity.

Heat shock proteins (HSPs) are a complex physiological defence

mechanism (Santoro, 2000) that confer higher tolerance and cell resistance

against a variety of aggressor agents, showing strong cytoprotective effect

(Lanneau, 2008), supporting the maintenance of cell integrity and structure,

and promoting cell integrity during periods of stress. Intense and prolonged

exercise can be characterized as a stressor (Lollo et al., 2013). Table 5 shows

that the exercise protocol adopted in the current study increased HSP70, but no

differences between groups were observed. The same pattern was observed in

PGC1-alpha, which is a protein linked to mitochondrial biogenesis by up-

regulating lipid oxidative enzymes and down-regulating lipogenic gene

expression (Jump, Clarke, Thelen, & Liimatta, 1994). This is partly due to the

Page 184: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

161

ability of omega-3 to bind and activate various isoforms of the PPAR (Lin,

Ruuska, Shaw, Dong, & Noy, 1999).

Mammalian target of rapamycin (mTOR), a key protein of cell protein

synthesis, also showed no significant differences between groups in this study.

However, Smith et al., (2011) suggested that omega-3 fatty acids may enhance

the mTOR/p70s6k signalling pathway, which is thought to be involved in the

proteolysis effect by down-regulating the ubiquitin-proteasome pathway

(Warner, Ullrich, Albrink, & Yeater, 1989). The VEGF protein, which is

responsible for increased vascularisation, was not altered (Table 20). Together,

the variability of the results indicates an incomplete elucidation of the

mechanisms responsible for the muscle protection promoted by short-term

omega-3 consumption.

The increase in oxidative stress after a bout of strenuous exercise is

accompanied by a decrease in immunity and resistance to infection (Sen,

1995). Regarding the immune system parameters (Table 21), a slight

improvement in exercise-induced immunosuppression in the group that

ingested omega-3 fortified chocolate milk as compared to the group that

ingested the conventional chocolate milk was observed. Intense exercise

training leads to muscle fatigue, soreness, dehydration, muscle structural

damage, free-radical damage, lactic-acid build-up, neutrophilia, muscle

swelling, tissue fatigue and catabolism (Armstrong, Warren, & Warren, 1991).

Consistent findings regarding elevated oxidative-stress responses have been

observed in subjects who engage in long-duration and exhaustive exercise,

Page 185: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

162

which has been demonstrated to promote impaired immune function (Gleeson,

2007). It has been shown that the supplementation with EPA and DHA for 3

weeks attenuates post-exercise immunosuppression (Benquet et al., 1994).

Finally, the nutrient intake and anthropometrics parameters (Table 21) were not

significantly different among groups (p<0.05), pointing out that the above-

mentioned results are not due to quantitative differences in the diet, but

qualitative differences, i.e. the presence of omega-3 in one of the groups.

Page 186: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

163

Table 21 - Nutrient intake and anthropometrics parameters

Sedentary Exercised

CM

O3CM

CM

O3CM

Mean SD

Mean SD

Mean SD

Mean SD

Lipid intakea 24 0.3

24 0.3

24 0.2

24 0.3

Protein intakea 13 0.2

13 0.1

13 0.1

13 0.2

Carbohydrate

intakea

63 0.5

63 0.7

63 0.5

63 0.6

Weight start 150 4

149 5

151 4

152 4

Body mass gain 75 8

74 5

78 7

77 6

Heartb 0.33 0.03

0.35 0.02

0.34 0.02

0.35 0.02

Lungb 0.50 0.04

0.52 0.04

0.51 0.03

0.54 0.02

Spleenb 0.27 0.01

0.30 0.01

0.31 0.01

0.31 0.01

Kidneyb 0.35 0.03

0.33 0.01

0.33 0.01

0.35 0.01

Gastrocnemiusb 0.54 0.03

0.54 0.02

0.55 0.04

0.54 0.05

Soleusb 0.03 0.002 0.03 0.001 0.03 0.003 0.03 0.001

Mean and standard deviation (SD) for the nutrients intake and anthropometrics

parameters. Treatments: chocolate milk (CM); omega-3 enriched chocolate

milk (O3ECM), the different treatments were consumed for 2 weeks. No

significant differences between groups were detected. a percentage of energy

intake; b tissue weight related to body weight (100 g).

5. CONCLUSION

Omega-3 enriched chocolate milk may be a feasible, safe and healthy

alternative to decrease post-exercise muscle soreness as it was able to reduce

markers of muscle damage and improved the blood lipid profile. The ingestion

Page 187: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

164

of omega-3 enriched chocolate milk increased the enzymatic activity of

endogenous antioxidant defences (catalase and SOD). Biochemical markers

demonstrate that there were no side effects by the ingestion of omega-3

enriched chocolate milk. On the other hand, triacylglycerol levels were

significantly improved, as well as the markers of immune function. The

macronutrient balance associated with the positive physiological/biochemical

effects makes the omega-3 enriched chocolate milk a potentially functional

beverage for athletes and physically active individuals.

ACKNOWLEDGEMENTS

The study was designed by PCBL; data were collected and analyzed by JBR,

CSM, AGC; data interpretation and manuscript preparation were undertaken by

HMAB, JAF and PCBL. All authors approved the final version of the paper.

The authors thank the financial support provided by FAPESP (2012/07560-9).

REFERENCES

Al-Nouri, D. M., Al-Khalifa, A. S., & Shahidi, F. (2012). Long-term

supplementation of dietary omega-6/omega-3 ratios alters bone marrow

fatty acid and biomarkers of bone metabolism in growing rabbits.

Journal of Functional Foods, 4, 584-593.

Andersson, A., Sjodin, A., Hedman, A., Olsson, R., & Vessby, B. (2000). Fatty

acid profile of skeletal muscle phospholipids in trained and untrained

young men. American journal of physiology. Endocrinology and

metabolism, 279(4), E744-751.

Page 188: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

165

Armstrong, R. B., Warren, G. L., & Warren, J. A. (1991). Mechanisms of

exercise-induced muscle fibre injury. Sports medicine, 12(3), 184-207.

Augustin, M. A., Bhail, S., Cheng, L. J., Shen, Z., Øiseth, S., & Sanguansri, L.

Use of whole buttermilk for microencapsulation of omega-3 oils.

Journal of Functional Foods in press. doi:10.1016/j.jff.2014.02.014

Ayerza, R. and W. Coates. 2011. Protein content, oil content and fatty acid

profiles as potential criteria to determine the origin of commercially

grown chia (Salvia hispanica L.). Industrial Crops and Products,

34(2):1366-1371. Published online 6 January 2011 DOI

http://dx.doi.org/10.1016/j.indcrop.2010.12.007

Benquet, C., Krzystyniak, K., Savard, R., Guertin, F., Oth, D., & Fournier, M.

(1994). Modulation of exercise-induced immunosuppression by dietary

polyunsaturated fatty acids in mice. J Toxicol Environ Health, 43(2),

225-237. doi: 10.1080/15287399409531917

Benzie, I. F., & Strain, J. J. (1996). The ferric reducing ability of plasma

(FRAP) as a measure of "antioxidant power": the FRAP assay. Analytical

biochemistry, 239(1), 70-76.

Brancaccio, P., Limongelli, F. M., & Maffulli, N. (2006). Monitoring of serum

enzymes in sport. British journal of sports medicine, 40(2), 96-97.

Bruneel, C., Lemahieu, C., Fraeye, I., Ryckebosch, E., Muylaert, K., Buyse, J.,

& Foubert, I. (2013). Impact of microalgal feed supplementation on

omega-3 fatty acid enrichment of hen eggs. Journal of Functional

Foods, 5, 897-904.

Calder, P. C. (2006). n-3 polyunsaturated fatty acids, inflammation, and

inflammatory diseases. The American journal of clinical nutrition, 83(6

Suppl), 1505S-1519S.

Chicco, A. G., D'Alessandro, M. E., Hein, G. J., Oliva, M. E., & Lombardo, Y.

B. (2009). Dietary chia seed (Salvia hispanica L.) rich in alpha-linolenic

acid improves adiposity and normalises hypertriacylglycerolaemia and

Page 189: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

166

insulin resistance in dyslipaemic rats. The British journal of nutrition,

101(1), 41-50.

Davalos, A., Gomez-Cordoves, C., & Bartolome, B. (2004). Extending

applicability of the oxygen radical absorbance capacity (ORAC-

fluorescein) assay. Journal of agricultural and food chemistry, 52(1), 48-

54.

Dubois, V., Breton, S., Linder, M., Fanni, J., Parmentier, M. (2007). Fatty acid

profiles of 80 vegetable oils with regard to their nutritional potential.

European Journal of Lipid Science and Technology, 109(7),710-732.

Erdogan, H., Fadillioglu, E., Ozgocmen, S., Sogut, S., Ozyurt, B., Akyol, O., &

Ardicoglu, O. (2004). Effect of fish oil supplementation on plasma

oxidant/antioxidant status in rats. Prostaglandins, leukotrienes, and

essential fatty acids, 71(3), 149-152. doi: 10.1016/j.plefa.2004.02.001

S0952327804000432 [pii]

Galli, C., & Marangoni, F. (2006). N-3 fatty acids in the Mediterranean diet.

Prostaglandins, leukotrienes, and essential fatty acids, 75(3), 129-133.

Gingras, A. A., White, P. J., Chouinard, P. Y., Julien, P., Davis, T. A.,

Dombrowski, L., Couture, Y., Dubreuil, P., Myre, A., Bergeron, K.,

Marette, A., & Thivierge, M. C. (2007). Long-chain omega-3 fatty acids

regulate bovine whole-body protein metabolism by promoting muscle

insulin signalling to the Akt-mTOR-S6K1 pathway and insulin

sensitivity. The Journal of physiology, 579(Pt 1), 269-284.

Gleeson, M. (2007). Immune function in sport and exercise. Journal of applied

physiology, 103(2), 693-699.

Guevara-Cruz, M., Tovar, A. R., Aguilar-Salinas, C. A., Medina-Vera, I., Gil-

Zenteno, L., Hernandez-Viveros, I., Lopez-Romero, P., Ordaz-Nava, G.,

Canizales-Quinteros, S., Guillen Pineda, L. E., & Torres, N. (2012). A

dietary pattern including nopal, chia seed, soy protein, and oat reduces

serum triglycerides and glucose intolerance in patients with metabolic

syndrome. The Journal of nutrition, 142(1), 64-69.

Page 190: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

167

Hartman, L.; Lago, R. C. A. . Rapid preparation of fatty acids methyl

esters. Laboratory Practice, v.22, p.475–476, 1973.

Jouris, K. B., McDaniel, J. L., & Weiss, E. P. (2011). The Effect of Omega-3

Fatty Acid Supplementation on the Inflammatory Response to eccentric

strength exercise. J Sports Sci Med, 10(3), 432-438.

Jump, D. B., Clarke, S. D., Thelen, A., & Liimatta, M. (1994). Coordinate

regulation of glycolytic and lipogenic gene expression by

polyunsaturated fatty acids. Journal of lipid research, 35(6), 1076-1084.

Karp, J. R., Johnston, J. D., Tecklenburg, S., Mickleborough, T. D., Fly, A. D.,

& Stager, J. M. (2006). Chocolate milk as a post-exercise recovery aid.

International journal of sport nutrition and exercise metabolism, 16(1),

78-91.

Khandelwal, S., Shidhaye, R., Demonty, I., Lakshmy, R., Gupta, R.,

Prabhakaran, D., & Reddy, S. (2013). Impact of omega-3 fatty acids

and/or plant sterol supplementation on non-HDL cholesterol levels of

dyslipidemic Indian adults. Journal of Functional Foods, 5, 36-43.

Kralovec, J. A., Ewart, H. S., Wright, J. H. D., Watson, L. V., Dennis, D., &

Barrow, C. J. (2009). Production and bioavailability of calcium and

magnesium salts of omega-3 fatty acids. Journal of Functional Foods, 1,

217-221.

Lanneau, D., Brunet, M., Frisan, E., Solary, E., Fontenay, M., & Garrido, C.

(2008). Heat shock proteins: essential proteins for apoptosis regulation.

Journal of cellular and molecular medicine, 12(3), 743-761.

Lembke, P., Capodice, J., Hebert, K., & Swenson, T. (2014). Influence of

omega-3 (n3) index on performance and wellbeing in young adults after

heavy eccentric exercise. J Sports Sci Med, 13(1), 151-156.

Lin, Q., Ruuska, S. E., Shaw, N. S., Dong, D., & Noy, N. (1999). Ligand

selectivity of the peroxisome proliferator-activated receptor alpha.

Biochemistry, 38(1), 185-190. doi: 10.1021/bi9816094bi9816094 [pii]

Page 191: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

168

Lollo, P. C., Moura, C. S., Morato, P. N., & Amaya-Farfan, J. (2013).

Differential response of heat shock proteins to uphill and downhill

exercise in heart, skeletal muscle, lung and kidney tissues. J Sports Sci

Med, 12(3), 461-466.

Lollo, P. C., Cruz, A. G., Morato, P. N., Moura, C. S., Carvalho-Silva, L. B.,

Oliveira, C. A., Faria, J. A., & Amaya-Farfan, J. (2012). Probiotic

cheese attenuates exercise-induced immune suppression in Wistar rats.

Journal of dairy science, 95(7), 3549-3558.

Menrad, K. (2003). Market and marketing of functional food in Europe.

Journal of Food Engineering, 56 (2-3), 181-188.

Messori, A., Fadda, V., Maratea, D., & Trippoli, S. (2013). Omega-3

polyunsaturated fatty acids for patients at risk of sudden cardiac death

and ventricular arrhythmias: trial sequential analysis. Heart & lung : the

journal of critical care, 42(5), 391-392.

Nenadis, N., Wang, L. F., Tsimidou, M., & Zhang, H. Y. (2004). Estimation of

scavenging activity of phenolic compounds using the ABTS(*+) assay.

Journal of agricultural and food chemistry, 52(15), 4669-4674.

Powers, S. K., Smuder, A. J., Kavazis, A. N., & Hudson, M. B. (2010).

Experimental guidelines for studies designed to investigate the impact of

antioxidant supplementation on exercise performance. International

journal of sport nutrition and exercise metabolism, 20(1), 2-14.

Poprzecki, S., Zajac, A., Chalimoniuk, M., Waskiewicz, Z., & Langfort, J.

(2009). Modification of blood antioxidant status and lipid profile in

response to high-intensity endurance exercise after low doses of omega-

3 polyunsaturated fatty acids supplementation in healthy volunteers.

International journal of food sciences and nutrition, 60 Suppl 2, 67-79.

doi: 10.1080/09637480802406161911691435 [pii]

Prior, R. L., Hoang, H., Gu, L., Wu, X., Bacchiocca, M., Howard, L.,

Hampsch-Woodill, M., Huang, D., Ou, B., & Jacob, R. (2003). Assays for

hydrophilic and lipophilic antioxidant capacity (oxygen radical

Page 192: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

169

absorbance capacity (ORAC(FL))) of plasma and other biological and

food samples. Journal of agricultural and food chemistry, 51(11), 3273-

3279.

Qiao, D., Hou, L., & Liu, X. (2006). Influence of intermittent anaerobic

exercise on mouse physical endurance and antioxidant components.

British journal of sports medicine, 40(3), 214-218. doi: 40/3/214 [pii]

10.1136/bjsm.2005.020099

Rambjor, G. S., Walen, A. I., Windsor, S. L., & Harris, W. S. (1996).

Eicosapentaenoic acid is primarily responsible for hypotriglyceridemic

effect of fish oil in humans. Lipids, 31 Suppl, S45-49.

Rossi, A. S., Oliva, M. E., Ferreira, M. R., Chicco, A., & Lombardo, Y. B.

(2013). Dietary chia seed induced changes in hepatic transcription factors

and their target lipogenic and oxidative enzyme activities in

dyslipidaemic insulin-resistant rats. The British journal of nutrition,

109(9), 1617-1627.

Sachdev, S., & Davies, K. J. (2008). Production, detection, and adaptive

responses to free radicals in exercise. Free radical biology & medicine,

44(2), 215-223.

Santoro, M. G. (2000). Heat shock factors and the control of the stress

response. Biochemical pharmacology, 59(1), 55-63.

Sen, C. K. (1995). Oxidants and antioxidants in exercise. J Appl Physiol

(1985), 79(3), 675-686.

Smith, G. I., Atherton, P., Reeds, D. N., Mohammed, B. S., Rankin, D.,

Rennie, M. J., & Mittendorfer, B. (2011). Dietary omega-3 fatty acid

supplementation increases the rate of muscle protein synthesis in older

adults: a randomized controlled trial. The American journal of clinical

nutrition, 93(2), 402-412. doi:

10.3945/ajcn.110.005611ajcn.110.005611 [pii]

Valentine, R. J., Laurent, T. J., Saunders, M. J. M., Todd, M. K., Flohr, J. A.

(2006). Comparison of responses to exercise when consuming

Page 193: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

170

carbohydrate and carbohydrate/protein beverages. Medicine & Science in

Sports & Exercise, 38, S341.

Warner, J. G., Jr., Ullrich, I. H., Albrink, M. J., & Yeater, R. A. (1989).

Combined effects of aerobic exercise and omega-3 fatty acids in

hyperlipidemic persons. Medicine and science in sports and exercise,

21(5), 498-505.

Wasim Khan, M., Arivarasu, N. A., Priyamvada, S., Khan, S. A., Khan, S., &

Yusufi, A. N. K. (2013). Protective effect of ω-3 polyunsaturated fatty

acids (PUFA) on sodium nitrite induced nephrotoxicity and oxidative

damage in rat kidney. Journal of Functional Foods, 5, 956-967.

Page 194: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

171

CONCLUSÕES GERAIS

A encapsulação do óleo de chia pelo método de coacervação complexa

atingiu o seu objetivo, uma vez que as partículas resistiram ao processo de

secagem por estufa, mantiveram-se íntegras após o processamento UHT e

garantiram uma melhor estabilidade oxidativa ao óleo quando encapsulado,

comparando-se ao óleo na forma livre.

A partir da análise da determinação da quantidade ideal de sacarose

estabeleceu-se que a concentração ideal de sacarose para bebida láctea

achocolatada é de 9%. Com base na estimação de magnitude dos edulcorantes,

verificou-se que, para bebida láctea achocolatada, dentre os edulcorantes

avaliados, a estévia foi a que possuiu a menor potência de dulçor, enquanto o

neotame foi o que apresentou a maior.

Através da utilização da análise tempo-intensidade para avaliar os

edulcorantes utilizados, verificou-se que não houve diferença na intensidade

máxima do gosto doce percebido pelos assessores para os diferentes

edulcorantes avaliados em bebida láctea achocolatada, demonstrando que a

análise de estimação de magnitude foi eficiente.

Com base nos resultados obtidos, conclui-se que a utilização do óleo de

chia encapsulado não alterou as características sensoriais do produto de uma

maneira geral, quando comparado ao mesmo produto adicionado de óleo de

chia na forma livre. Além disto, percebeu-se, por diversas análises, que, dentre

as 12 amostras de bebida láctea achocolatada, aquelas que tinham em sua

Page 195: ELABORAÇÃO DE LEITE ACHOCOLATADO ENRIQUECIDO COM ÓLEO DE ...repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/254249/1/Rodrigues_Juliana... · benefício à saúde. Ao elaborar uma bebida

172

formulação a estévia e o neotame foram as que se diferenciaram das demais em

relação às características sensoriais, sendo as menos preferidas pelos

consumidores.