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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ELDA GADELHA MACIEL FERREIRA PERCEPÇÃO DOS DISCENTES DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA UECE SOBRE O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE ANATOMIA HUMANA FORTALEZA-CEARÁ 2015

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

ELDA GADELHA MACIEL FERREIRA

PERCEPÇÃO DOS DISCENTES DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA

UECE SOBRE O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE ANATOMIA

HUMANA

FORTALEZA-CEARÁ

2015

1

ELDA GADELHA MACIEL FERREIRA

PERCEPÇÃO DOS DISCENTES DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA

UECE SOBRE O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE ANATOMIA

HUMANA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de licenciado em Ciências Biológicas. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria da Penha Baião Passamai

FORTALEZA-CEARÁ

2015

2

ELDA GADELHA MACIEL FERREIRA

PERCEPÇÃO DOS DISCENTES DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DA

UECE SOBRE O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DE ANATOMIA

HUMANA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau de licenciado em Ciências Biológicas

Aprovado em: 08 de setembro de 2015.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Maria da Penha Baião Passamai (Orientadora)

Universidade Estadual do Ceará - UECE

_____________________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Alana de Freitas Pires

Universidade Estadual do Ceará - UECE

_____________________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Maria Elane de Carvalho

Universidade Estadual do Ceará - UECE

_____________________________________________________________

Prof.ª Dr.ª Carminda Sandra Brito Salmito Vanderley

Universidade Estadual do Ceará - UECE

3

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus pois sei que tudo que conquisto em minha vida é por bênção

e permissão Dele.

À minha família, em especial ao meu esposo e minha mãe, pois sempre me

apoiaram nos momentos difíceis e sempre tiveram palavras de conforto e

positividade a oferecer.

Às equipes do LAFFIN (Laboratório de Fisiofarmacologia da Inflamação) e LABENT

(Laboratório de Entomologia) pois o período em que trabalhei com eles aprendi a ter

rigor cientifico, o qual foi e continuará sendo muito útil em minha vida acadêmica.

À minha orientadora por sua habitual serenidade ter me proporcionado um percurso

tranquilo durante a execução deste.

À todos os colegas do curso que sempre mostraram espirito de companheirismo

nos momentos que precisei de ajuda

4

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho Unigênito, para

que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

(João, 3:16).

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RESUMO

O estudo da Anatomia Humana é de grande interesse cientifico e social, sendo uma

disciplina básica e de extrema relevância na matriz curricular de todo os cursos

superiores na área da saúde, incluindo as Ciências Biológicas. Estudos têm

apontado que a metodologia descritiva utilizada em Anatomia Humana não tem sido

bem vista aos olhos dos alunos, o que pode ter influencias negativas no processo de

aprendizagem. O presente estudo teve por objetivo analisar a percepção dos

discentes do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Ceara sobre

o processo de ensino e aprendizagem na disciplina de Anatomia Humana. A

presente pesquisa é do tipo exploratória com abordagem quali-quantitativa

configurada como um Estudo de Caso. Foram investigados alunos do Curso de

Ciências Biológicas (n=51) que no semestre 2015.1 já tinham concluído a disciplina.

Os dados foram coletados por meio de um questionário que contemplou as

seguintes áreas: identificação, autoavaliação, métodos de ensino e recursos das

aulas teóricas, métodos de ensino e recursos das aulas práticas, métodos de

avaliação e avaliação geral da disciplina. Os dados quantitativos foram organizados

através de frequências simples e percentuais e analisados sob a ótica da estatística

descritiva, utilizando os programas Microsoft Excel® 2007. Os dados qualitativos

foram apresentados e analisados por meio de fragmentos representativos dos

discursos dos entrevistados. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em

Pesquisa da UECE. Entre o grupo estudado há predomínio do sexo feminino, com

média de idade de 25 anos sendo 75% da amostra oriundos de escolas

privadas.16% afirmaram ter uma alta afinidade com a disciplina, 51% tiveram uma

afinidade regular e 33% uma baixa afinidade. Apenas 31% classificou seu

rendimento como satisfatório/bom. 53% obtiveram nota igual ou superior a 8 e 12%

estudaram durante todo o decorrer da disciplina. 65% afirmou ter tido algum tipo de

dificuldade durante a disciplina. A maioria dos alunos considera a disciplina

importante para a formação. As metodologias de ensino utilizadas eram: aulas

teóricas do tipo expositiva com uso de projetor multimídia e práticas com

manipulação de material biológico no Laboratório de Anatomia. 62% e 47%

consideraram o método eficaz apenas em parte para as teóricas e práticas,

respectivamente. 28% afirmaram que o material/recursos disponíveis para as aulas

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práticas não foram suficientes. Provas teóricas com questões objetivas e subjetivas

eram utilizadas como método avaliativo, mais da metade dos discentes não

consideraram que essa avaliação proporcionou uma nota compatível ao seu nível de

aprendizado. Constatei que os alunos têm enfrentado diversas dificuldades na

disciplina, com elevado índice de insatisfação quanto a metodologia de ensino

adotada e quanto à estrutura do laboratório de Anatomia Humana, há uma grande

necessidade de refletir sobre como essa disciplina vem sendo trabalhada e uma

possível reestruturação da mesma, de forma a possibilitar uma maior participação do

discente no processo de ensino.

Palavras – Chave: Anatomia Humana. Licenciatura. Percepção. Aprendizagem.

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ABSTRACT

The study of Human Anatomy is of lot scientific and social interest, being a basic

discipline and of extreme relevance in the curriculum of all university courses in the

health field, including the Biological Sciences. Studies have indicated that the

descriptive methodology used in Human Anatomy has not been well seen to the eyes

of students, which can have negative influences in the learning process. This study

aimed to analyze the perception of the students of the course of Biological Sciences,

the State University of Ceara about the process of teaching and learning in the

discipline of Human Anatomy. This research is the exploratory type with qualitative

and quantitative approach configured as a Case Study. Students were investigated of

Biological Sciences (n = 51) in the half 2015.1 they had already completed the

discipline. The data were collected through a questionnaire that contemplated the

following areas: identification, self-assessment, teaching methods and resources of

theoretical lessons, teaching methods and resources of practical lessons, methods of

assessment and general assessment of discipline. The quantitative data were

organized through simple frequencies and percentages and analyzed from the

perspective of descriptive statistics using programs of Microsoft Excel® 2007. The

qualitative data were presented and analyzed through representative fragments of

the interviews. This study was approved by the Ethics Committee of the UECE. In the

group studied for a predominance of women, with a mean age of 25 years being 75%

of the sample coming from school private. 16% said have a high affinity for discipline,

51% had a regular affinity and 33% a low affinity. Only 31% rated their performance

as satisfactory / good. 53% gave more than 8 and 12% studied throughout the rest of

the course. 65% claimed to have had some kind of difficulty during the discipline.

Most students consider the important discipline for training. The teaching

methodologies used were: lessons of expository type with use of multimedia

projector and practices with handling of biological material in the Anatomy

Laboratory. 62% and 47% considered only partially effective method for the

theoretical and practical, respectively. 28% said that the material / resources

available for the practical classes were not enough. Theoretical tests with objectives

and subjective questions were used as evaluative method, more than half of the

students did not consider that that assessment offered a note compatible with their

8

level of learning. I found that students have faced many difficulties in the discipline,

with high rate of dissatisfaction with the teaching methodology adopted and as to the

structure of the human anatomy lab, there is a need to reflect on how this discipline is

being crafted and a possible restructuring of same, in order to enable a greater

participation of students in the teaching process.

Key - Words: Human Anatomy. Graduation. Perception. Learning.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Breve histórico sobre o estudo de Anatomia Humana ............................. 12

2.2 O ensino de Anatomia Humana

2.2.1 O que é e Anatomia Humana e por quê estudá-la ...................................... 16

2.2.2 Metodologias no ensino de Anatomia Humana ........................................... 17

2.2.3 Aulas práticas de Anatomia Humana: cadáveres como material de estudo. 20

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral .............................................................................................. 23

3.2 Objetivos específicos................................................................................... 23

4 METODOLOGIA

4.1 Natureza e tipo da pesquisa ....................................................................... 24

4.2 Local do Estudo ........................................................................................... 24

4.3 População e Amostra ................................................................................... 24

4.4 Critérios de Inclusão e exclusão ................................................................. 25

4.5 Coleta, tabulação e análise dos dados ....................................................... 25

4.6 Aspectos éticos ............................................................................................ 26

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 27

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 40

7 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 41

ANEXO ................................................................................................................ 43

APÊNDICES

APÊNDICE A ....................................................................................................... 48

APÊNDICE B ....................................................................................................... 51

10

1 INTRODUÇÃO

Anatomia Humana pode ser definida como a ciência que estuda a

morfologia tanto macro quanto micro do corpo humano, como disciplina é

primordialmente associada ao curso de Medicina, tanto que o histórico das Ciências

Anatômicas mescla-se e tende a confundir-se com a história da própria Medicina.

Atualmente, porém, ela é considerada uma disciplina básica e de extrema relevância

na grade curricular de todo os cursos superiores na área da saúde, dentre estes se

ressalta neste trabalho o de Licenciatura em Ciências Biológicas. Na Universidade

Estadual do Ceará (UECE) esta disciplina consta na grade curricular da Licenciatura

em Ciências Biológicas no penúltimo semestre (6ª) da graduação, mas ao indicar

como pré-requisito apenas a disciplina de Histologia e Embriologia Animal

Comparada do 2º semestre, alguns alunos cursam a mesma em semestres mais

iniciais.

Na atualidade fala-se muito sobre novas abordagens metodológicas que

propiciem e facilitem o processo de ensino e aprendizagem, apesar disso nas

universidades ainda vigora quase de forma majoritária a abordagem tradicional em

que o professor é o “detentor” do conhecimento e o regurgita para seus alunos. Para

que o processo de ensino e aprendizagem ocorra de forma satisfatória é necessário

que discentes e docentes atingem uma harmonia acerca dos significados em

discussão. Isso requer que o professor se auto avalie e verifique se os significados

que os alunos estão captando são aqueles planejados para serem aprendidos e os

alunos precisam avaliar se estão captando os significados propostos pelo professor

para a partir daí, elaborar sua crítica (MONTES; SOUZA, 2005).

Alguns conceitos básicos de anatomia são abordados ainda na educação

básica o que propicia um contato prévio com o assunto e facilitaria um contato

posterior com o assunto, porém, na academia o assunto é bem mais aprofundado

sendo o programa da disciplina muito extenso. Além disso, no Curso de Ciências

Biológicas da UECE são apenas quatro créditos (68 h/a) dedicados à referida

disciplina. Logo, há uma infinidade de novos termos e conceitos que devem ser

aprendidos em um curto espaço de tempo. A abordagem metodológica descritiva

11

utilizada no processo de ensino e aprendizagem de Anatomia Humana exige

excesso de memorização, não requerendo nem instigando outras habilidades

cognitivas dos alunos. Esta disciplina é normalmente vivenciada em dois momentos

distintos: aulas teóricas e aulas práticas em laboratório. Estas últimas utilizam

prioritariamente cadáveres humanos como recurso didático, o que pode causar certo

desconforto aos alunos pelos mais diversos motivos (questões éticas, religiosas,

sensibilidade ao formol, etc.). Tudo isso leva ao questionamento acerca da

abordagem didático-pedagógica utilizada nas aulas teóricas e práticas na disciplina

de Anatomia Humana, se elas poderiam causar dificuldades na aprendizagem dos

conteúdos disciplinares por parte dos graduandos de Ciências Biológicas da UECE.

Os alunos de Licenciatura ao longo da graduação cursam várias

disciplinas pedagógicas como também vivenciam a prática docente em seus

estágios supervisionados. Dessa forma, é possível que os discentes tenham

proveitosas sugestões de como propiciar um processo de ensino-aprendizagem

satisfatório. Conhecer a percepção e levantar as dificuldades apontadas pelos

discentes pode ser uma forma de melhoria continua do curso, pois conhecendo os

problemas pode-se trabalhar em soluções para os mesmos como também

identificando os aspectos positivos existentes podem ser tomadas medidas em

busca de maximizá-los. Por essa razão, a questão norteadora do presente estudo

foi: Qual é a percepção e as dificuldades dos alunos do Curso de Licenciatura em

Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Ceará na disciplina Anatomia

Humana, oferecida na matriz curricular do referido curso?

12

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Breve histórico sobre o estudo de Anatomia Humana

A busca pelo conhecimento anatômico data de períodos pré-históricos

onde a necessidade do homem de métodos mais eficazes para caça, abate e

descarne de animais propiciaram os primeiros conhecimentos anatômicos

comparados, como também a utilidade de saber quais os pontos mais frágeis e

vulneráveis em seus próprios corpos que deveriam ser melhormente protegidos

(TAVANO; OLIVEIRA, 2008).

A dissecação cientifica propriamente dita é apontada como tendo

começado com Alcméon de Crotona (510 a.C.), ele foi um filosofo pré-socrático que

ficou conhecido como um grande médico e anatomista, porém, seus trabalhos eram

com dissecações em animais que foram ricamente detalhadas em sua obra “On

Nature”. Extrapolar as suas descobertas na anatomia de outros animais para a do

ser humano por vezes resultou em algumas inexatidões (MALOMO; IDOWU;

OSUAGWO, 2006).

Na Grécia antiga despontaram ainda outros grandes nomes para o

estudo anatômico. Hipocrates II (460- 377 a.C.) conhecido como “pai da Medicina”

foi o primeiro a escrever sobre Anatomia Humana e a dissociar as doenças de

causas místicas. Aristóteles (384- 322 a.C.), um dos maiores e mais influentes

naturalistas é considerado fundador da anatomia comparada, pois em seus estudos

ele comparava suas descobertas em cuidadosas disecções de animais com as

características humanas. Foi ele que nomeou uma das principais artérias do corpo

humano, a aorta (TAVANO; OLIVEIRA, 2008).

Somente com a escola Alexandrina o estudo da Anatomia Humana (AH)

começou de fato a progredir mais rapidamente, pois nesse período foi liberado o uso

de cadáveres humanos para estudos. Nesse dourado período Alexandrino destaca-

se o nome de Herófilo (325 a.C.), que ficou conhecido como o “pai da Anatomia”

13

porque foi o primeiro a empregar a dissecação do corpo humano para a base de

suas conclusões, Herófilo foi ainda responsável por refutar diversas conclusões

errôneas de pesquisadores anteriores, dentre suas contribuições mais relevantes

pode-se citar a distinção entre artérias e veias (MALOMO; IDOWU; OSUAGWO,

2006).

Cláudio Galeno (131-192 d.C.), foi quem teve seu nome marcado de

forma mais profunda e duradoura na história da Anatomia, em vida chegou a

escrever mais de 130 tratados médicos, realizou diversas descobertas notáveis,

todavia, mais uma vez devido sua dependência de disecações animais muitas vezes

chegou a conclusões erradas. Devido o grande nome do anatomista muitas de suas

idéias errôneas foram perpetuadas e nenhum importante progresso foi feito no

campo da anatomia até o século XVI. Os conceitos galênicos, corretos ou não,

ficaram canonizados como a base teórica da medicina por 15 séculos. Era um crime

diferir de Galeno (MALOMO; IDOWU; OSUAGWO, 2006).

Quando o Egito caiu nas mãos do Império Romano, a Biblioteca

Alexandrina, que abrigava a maior parte do conhecimento acumulado até aquele

período, entrou em decadência e findou sendo totalmente destruída. Durante o

período de domínio romano a dissecação foi proibida ou não incentivada, o que

dificultou o avanço do estudo da anatomia humana. A queda do Império Romano foi

seguida da ascensão do poder religioso. Devido o excesso da doutrina, filosofia e

prática da era autoritária que teve início com a Idade das Trevas houve um mínimo

progresso no desenvolvimento da AH. Na primeira metade do século XVI, a igreja

começou a questionar a importância da atividade de dissecação para o aprendizado

e passou a se posicionar exageradamente contra, sendo os anatomistas da época

acusados de práticas desumanas e até mesmo foram perseguidos, logo, nesse

período foi proibido novamente a prática de dissecação e nenhum estudo relevante

foi realizado (CONTREIRAS, 2013).

O início do período renascentista propiciou uma alavanca no estudo da

AH, foi a partir daí que este estudo passou a ser majoritariamente prático, com

dissecações humanas e animais. Com a expansão das universidades italianas

(início do século XIV) as lições anatômicas, que eram inicialmente ministradas na

casa dos professores, foram para dentro das universidades. As primeiras

14

universidades foram fundadas em Bologna, em 1113, Pádua, em 1222 e Messina,

em 1224, antes disso, já havia faculdades de Medicina isoladas (como em Salerno),

mas não universidades. O ensino era baseado na cátedra, com leitura de textos, ou

em guildas, com aprendizado por tutela, ambos com dissecações anuais. Na época

do absolutismo e das expansões ultramarinas os hospitais passaram a ser palco de

aprendizado anatômico, devido à facilidade em se encontrar cadáveres. O italiano

Mondino (1270-1326 d.C.) é considerado fundador da Anatomia Humana como

disciplina, pois, foi responsável por introduzir a dissecção de corpos humanos no

curso de Medicina na Universidade de Bologna (CONTREIRAS, 2013).

A publicação do livro De Humani Corporis Fabrica, em 1543 por Andreas

Vesalius (1514-1564 d.C.) foi um grande marco, este livro porfolio é o fundamento

da anatomia humana topográfica moderna. Com sua obra foram refutados vários

dogmas galênicos, por isso não foi muito bem aceito por alguns estudiosos da

época. Esse anatomista reinventou a forma de estudar/ensinar anatomia,

introduzindo o conceito moderno de aprendizagem baseado em observações

usando ilustrações combinadas com um espírito crítico. A invenção da imprensa

nessa mesma época facilitou a difusão das ideias de Vesalius e o conhecimento

anatômico pôde espalhar-se (MALOMO; IDOWU; OSUAGWO, 2006). A sua forma

de demonstração de saberes associando texto e ilustrações do que se quer

demonstrar perdura até a atualidade.

Nos séculos XVII e XVIII a visão da sociedade acerca dos anatomistas

muda drasticamente, passando estes de escória a estrelas, nesse período os

anatomistas realizaram dissecações abertas ao público, sendo convidados membros

da elite local, e os estudantes de Medicina eram obrigados a ir. Essas

apresentações eram marcadas sempre no tempo frio, pois ainda não se conheciam

técnicas de conservação adequadas dos corpos e não se queria expor o publico ao

odor da putrefação. No século XIX descobre-se o formol (solução aquosa de

formaldeído ou aldeído fórmico), mistura antisséptica amplamente usada até a

atualidade, pelo baixo custo e a rápida penetração tecidual, porém, é também

altamente volátil e produz forte odor irritando as mucosas nasais. Apesar dos

malefícios já comprovados o formol continua sendo uma substância característica

em quase todos os laboratórios de Anatomia Humana (PIAZZA; CHASSOT, 2011).

15

No Brasil, a Anatomia se iniciou apenas em 1808, com a chegada da

família real portuguesa e a posterior fundação da Primeira Escola de Medicina do

Brasil, em Salvador, Bahia. Em 18 de fevereiro de 1808, o príncipe regente D. João

VI criou a primeira Escola de Cirurgia no Hospital Real de Salvador, no Terreiro de

Jesus. O ensino médico da Escola de Cirurgia da Bahia foi precário no início; os

professores não possuindo material adequado, tinham que pedir “ferros velhos”

emprestados para utilizarem como instrumentos cirúrgicos nas aulas de anatomia.

Com influências portuguesas e francesas, a disciplina consegue se estabelecer,

embora com alguns traços antiquados, porém de forma essencial aos cursos

médicos e, posteriormente, a outros cursos na área de saúde (CONTREIRAS, 2013).

Os séculos XX e XXI não trouxeram descobertas significativas no campo

da Anatomia Humana, mas diversos avanços no aprimoramento das técnicas de

conservação de cadáveres. Dentre as mais eficazes estão a glicerinização (técnica

que utiliza glicerina líquida na conservação de cadáveres) e a plastinação (técnica

que utiliza polímeros inodoros na conservação de cadáveres) do médico alemão

Gunther Von Hagens, seus cadáveres utilizando esta técnica estão em exposições

em grade parte do planeta, mas esta ultima técnica é patenteada não podendo ser

livremente reproduzida nos laboratórios de AH, por isso tem sua relevância cientifica

discutida (PIAZZA; CHASSOT, 2011).

Pelo contexto histórico percebemos como o estudo anatômico

desenvolveu-se atrelado aos estudos médicos, chegando-se a confundir a história

de ambos, porém atualmente ele é atribuído e ensinado a vários outros cursos na

área da saúde, como as Ciências Biológicas.

2.2 O ensino de Anatomia Humana

2.2.1 O que é e Anatomia Humana e por quê estudá-la

16

A Anatomia Humana é a ciência que estuda a morfologia do corpo

humano, estando encarregada de nomear e descrever suas estruturas no nível

macroscópico e microscópico (DANGELO, 2007). È uma área de conhecimento

bastante antigo que remonta ao período pré-histórico (FORNAZIERO; GIL, 2003)

sendo de extrema relevância não somente para a comunidade cientifica, mas para a

sociedade de forma geral, vale ressaltar ainda que o estudo da AH é a base para a

compreensão de diversas outras ciências como, por exemplo, a Fisiologia Humana.

A trajetória desta área de conhecimento, desde a pré-história até os

tempos atuais, fortalece ainda mais a importância de tais conhecimentos, garantindo

o consenso de que esta é uma das disciplinas básicas para a formação de todo

profissional da área da saúde (TAVANO; OLIVEIRA, 2008). Dentre esses

profissionais encontra-se o Biólogo, que tem geralmente uma grade curricular

multidisciplinar, embora alguns alunos não tenham interesse por aprofundar-se

nesta disciplina em questão, a presença da mesma é importante para que ele venha

a ser um profissional competente sendo necessário que em sua formação

acadêmica este possa apreender um mínimo de conhecimento sobre tal ciência,

independente da área que o graduando deseje se especializar posteriormente.

Tendo em vista que o curso de Ciências Biológicas tem por objetivo

estudar a vida em suas mais variadas formas e a AH estudo um dos seres vivos

mais complexos, a presença dessa disciplina na grade curricular deste curso é

essencial (WILLERS et al, 2013).

Mesmo na modalidade de Licenciatura, sendo um curso de caráter mais

pedagógico, pois tem como função principal formar educadores para fundamental II

e o ensino médio, AH é uma das áreas especificas da biologia que mais desperta

interesse nos alunos de ensino médio (WILLERS et al, 2013), logo para ministrar

boas aulas desse assunto é necessário que ele tenha um sólido conhecimento

sobre, conhecimento este que pode e deve ser adquirido durante sua graduação.

2.2.2 Metodologias no ensino de Anatomia Humana

17

O estudo da Anatomia Humana conta tradicionalmente, por séculos, com

parte teórica e parte prática. A parte teórica composta das explicações necessárias

para que se possam localizar na parte prática as estruturas anatômicas (TAVANO;

OLIVEIRA, 2008). Esta organização metodológica é a mais comumente encontrada

até os dias atuais na maioria dos cursos acadêmicos da área da saúde.

O intento das aulas expositivas é o de fornecer ao aluno conceitos

pedagogicamente organizados sobre o determinado tema ou sistema anatômico a

ser abordado na aula, o que em geral se efetiva através de apresentação de figuras

em slides e de vídeos, além do direcionamento de estudos, lançando mão de livros

atlas e textos. Por outro lado, as aulas práticas com peças cadavéricas, favorecem a

visualização tridimensional da forma e a percepção de sua organização e textura.

Além disso, através do cadáver íntegro, é possível determinar a localização precisa

dos órgãos bem como suas relações com as demais estruturas e superfície corporal

(ARAÚJO et al, 2014).

Uma visão geral sobre os métodos de ensino da Anatomia Humana

aponta para três mais utilizados nas universidades:

1. Anatomia sistêmica (sistemática ou descritiva): estudam os sistemas do corpo

humano, cada sistema é um conjunto de órgãos que contribuem para uma função

específica.

2. Anatomia topográfica ou regional: estuda as particularidades anatômicas e as

relações entre os diferentes órgãos em cada região do corpo.

3. Anatomia radiológica: é o estudo anatômico dos vários órgãos do corpo

através dos raios X.

Esses três métodos de ensino da disciplina de Anatomia Humana variam

conforme o estilo do professor e a necessidade das diferentes áreas da saúde que

seus alunos estejam cursando (SOUZA (1982) apud PIAZZA; CHASSOT, 2011). No

caso das Ciências Biológicas, por exemplo, esta última (radiológica) provavelmente

não seria necessária.

Na pedagogia tradicional o ensino é mais centrado no professor onde este

dita as estratégias de ensino, mas na nova tendência pedagógica, surge a

18

pedagogia crítica, na qual o professor assume o papel de apenas um mediador, com

a função de conduzir os alunos a observar sua realidade para dela extrair a

apreensão do conteúdo. Dessa forma tornando o ensino um processo educativo que

visa à transformação social, econômica e política, além da superação das

desigualdades sociais (PEREIRA (2013) apud LOPES; COSTA; DAL-FARRA;

ALMEIDA, 2013). O aluno não deve aprender de forma mecanizada e sim ter a

capacidade de posicionar-se criticamente diante do processo educacional. Além dos

métodos clássicos, estudos têm apontado que é necessário ampliar as opções,

proporcionando alternativas a fim de incrementar o ensino com novas metodologias

que tornem o ensino mais dinâmico.

Em pesquisa feita com alunos de Fisioterapia (ARRUDA; SOUSA, 2013)

foi demonstrado que em média 57% dos alunos são insatisfeitos com relação á

metodologia utilizada. Na mesma pesquisa foi demonstrado também 77,23% de

insatisfação para a avaliação que prioriza a memorização ao invés de raciocínio e

63,07% de insatisfação no quesito qualidade da avaliação. Esses altos valores

servem de alerta para os docentes na urgência por buscar meios mais satisfatórios

de transmissão e avaliação da aprendizagem do conteúdo.

ARAÚJO et al (2014) a fim de sanar a carência de material didático do

laboratório desenvolveu, junto com seu grupo, um projeto no qual os próprios alunos

da disciplina de AH deveriam construir e apresentar modelos anatômicos como

forma de otimizar e ampliar os seus conhecimentos. Foi observado que a os alunos

tiveram oportunidade de participar ativamente do processo de aprendizagem e

tornaram-se mais motivados, como também tornou a aula mais dinâmica e incitou a

participação de maneira ativa no processo de aprendizagem, despertando a

criatividade e habilidade dos alunos. Assim, a construção do conhecimento não

ocorreu apenas de forma passiva, como ocorre nas aulas teóricas, mas houve uma

interação mútua entre o indivíduo e o objeto estudado. Dessa forma podemos

perceber que o uso de modelos didáticos pode ser implementado como metodologia

de ensino de forma satisfatória nas aulas de AH, como também mudar o foco central

das aulas do docente para o discente pode ser uma forma de melhora a qualidade

da aprendizagem.

19

Devido às dificuldades com relação às aulas com material cadavérico

(escassez, preparo inadequado, cheiro forte do laboratório, etc.) alguns trabalhos

têm demonstrado que o uso da atual tecnologia, como aplicativos e programas

computacionais, pode ser utilizado como aliada no processo de ensino-

aprendizagem. Pois estes métodos podem vir a facilitar a compreensão dos

conteúdos (principalmente os mais complexos) e também motivar os alunos ao

estudo, além disso, o uso de programas multimídias que permitem, por exemplo,

combinar textos a imagens de alta resolução, vídeos, perguntas de auto avaliação,

tem alto potencial para tornar mais ativo e prazeroso o aprendizado nessa disciplina.

Porém, essas novas metodologias não devem substituir o método tradicional com o

uso de peças anatômicas cadavéricas, porque o estudo e a observação direta das

estruturas tridimensionais são de grande relevância para uma efetiva aprendizagem

de AH, mas podem sim servir como aliada do mesmo, tornando a aprendizagem

mais satisfatória (SILVA; BRITO, 2013).

A monitoria acadêmica costuma ser usada para estimular a aprendizagem

ativa dos estudantes, incitando a construção do saber pelo próprio aluno, além de

ser um excelente auxilio para a realização de atividades praticas, pois nestas fica

mais difícil um único professor dar assistência a todos os alunos da turma. O monitor

acaba por servir ainda como um modelo a ser seguido, pois se o fato de um outro

aluno ter passado pela disciplina dá mais segurança aos outros de que eles também

conseguirão sem maiores dificuldades. Apesar disso nessa disciplina é rara a

implementação de monitores (CONTREIRAS, 2013).

MONTES e SOUZA (2010) utilizaram uma disciplina optativa com

laboratório para coletar informações acerca do que os alunos gostariam que fosse

implementado na disciplina a fim de melhorar e facilitar o aprendizado. As sugestões

dadas pelos alunos remetiam a metodologias simples e de fácil aplicação: confecção

de um CD com material didático, apresentação de seminários e elaboração pelos

próprios discentes de questões para as provas.

Por vezes o estudo de AH é uma tarefa árdua para os alunos, pois

aprender Anatomia de forma significativa requer, dentre outros aspectos,

conhecimento de nomenclatura específica que muitas vezes está distante do

cotidiano do aluno fato que irá dificultar a memorização desta, porém, mais

20

importante do que esse conhecimento, de caráter altamente memorístico, requer

também compreensão da relação entre nome-posição-forma-função das estruturas

estudadas. A fim de impedir que a passagem por esta disciplina proporcione aos

discentes uma aprendizagem mecanizada, deve-se trabalhar atentamente a relação

triádica, ou seja, entre o professor, os alunos e os materiais educativos (MONTES;

SOUZA, 2005).

2.2.3 Aulas práticas de Anatomia Humana: cadáveres como material de estudo

No estudo de Anatomia o corpo humano ganha dimensões de material

didático (CONTREIRAS, 2013). O uso de tecnologias e técnicas alternativas em

laboratório surgem não para substituir o cadáver, mas para somar-se a ele e assim o

complementando, torná-lo mais claro, mais lúdico e mais interessante. Apesar da

multiplicidade de novos métodos que podem ser incrementados a fim de facilitar e

promover o ensino-aprendizagem, o contato direto com corpos reais ainda é de

grande importância, ver e tocar as estruturas anatômicas in natura propícia uma

melhor compreensão dos conceitos teóricos aprendidos. QUEIROZ (2005, pg. 4)

define bem as inter-relações entre uso de cadáveres para fins de estudos ao longo

do tempo:

A história do cadáver como material de estudo confunde-se com a própria

história da Anatomia e, em relação à arte, pode-se igualmente dizer que a

busca do conhecimento da morfologia e anatomia de superfície encontrou

também no cadáver a beleza e respostas que procurava. Seu estudo tem

uma longa e interessante história, desde os primórdios da civilização

humana.

No ensino para a Medicina algumas instituições utilizam a técnica da

dissecação, porém no que condiz a área das Ciências Biológicas o que se utiliza são

peças anatômicas preparadas por “prossecção”, técnica que traz o estudo através

de peças cadavéricas previamente dissecadas e conservadas, na verdade esta

palavra não existe no dicionário da Língua Portuguesa, mas é utilizada entre

profissionais da anatomia de forma informal para se referir às peças cadavéricas

previamente dissecadas (FAZAN, 2011).

21

A intensa manipulação das peças anatômicas por muitos alunos de vários

cursos ao longo de alguns poucos semestres faz com que o material venha a

desgastar-se sendo necessário à preparação de novas peças, mas isso tem sido

difícil, pois poucos corpos são disponibilizados para o estudo acadêmico.

No Brasil até há pouco tempo atrás não existia uma legislação específica

que regulamentasse o uso de cadáveres humanos para a pesquisa e ensino.

Tradicionalmente apenas os corpos não identificados (indigentes) ou não

reclamados pela família eram encaminhados às instituições de ensino da área de

saúde. Com o passar do tempo e aumento das tecnologias e porventura também

das burocracias surgiram dificuldades desse encaminhamento ser efetuado, pois os

estabelecimentos hospitalares com receio de estarem involuntariamente infringindo

a lei ou a ética passaram a negar a entrega dos corpos ás Faculdades de Medicina e

Institutos de Ciências Biológicas (QUEIROZ, 2005).

Em virtude dessas dificuldades e levando em consideração que é

indispensável o uso de cadáveres para o ensino de AH, em 30 de novembro de

1992, o Poder Executivo decretou e sancionou a Lei n. 8.501, que “dispõe sobre a

utilização do cadáver não reclamado, para fins de estudos e pesquisas científicas”,

vale ressaltar que até se chegar à versão final dessa lei atual foi um longo e tortuoso

percurso por vários decretos e portarias iniciais. Resumidamente essa lei diz que os

cadáveres em que a morte tiver resultado de causas naturais, que não for reclamado

junto às autoridades públicas no prazo de 30 dias sendo ele identificado ou não

poderá ser destinado para fins de ensino e de pesquisa de caráter científico

(BRASIL, 1992). Percebemos que essa lei ainda deixou em aberto a questão sobre

doação voluntária de corpos que pode ser feita pela própria pessoa em vida por

meio de uma declaração registrada em cartório ou pela autorização da família deste

após sua morte.

Apesar da Legislação vigente, a utilização de cadáveres no ensino e na

pesquisa ainda passa por muitas dificuldades, pois nos últimos anos tem ocorrido

uma crescente redução do número de cadáveres humanos cedidos ao ensino e à

pesquisa. Tudo isso faz com que os alunos, futuros profissionais da saúde, tenham

suas aulas práticas em modelos didáticos artificiais ou com estruturas anatômicas já

bem desgastadas pelo excessivo manuseio e pela ação do formol dificultando a

22

visualização de diversas estruturas mais delicadas, dessa forma prejudicando o

aprendizado.

.

23

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo geral

Analisar a percepção dos discentes do curso de Ciências Biológicas da

UECE sobre o processo de ensino e aprendizagem na disciplina de Anatomia

Humana, em interlocução com as sugestões apontadas pelos pesquisados sobre as

dificuldades existentes na referida disciplina.

3.2 Objetivos específicos

o Identificar a abordagem didático-pedagógica utilizada pelo docente

responsável pela disciplina de Anatomia Humana do Curso de Ciências

Biológicas da UECE.

o Conhecer as dificuldades apontadas pelos alunos do Curso Ciências

Biológicas da UECE na disciplina de Anatomia Humana.

o Correlacionar a prática docente às percepções dos educandos pesquisados.

24

4 METODOLOGIA

4.1 Natureza e tipo da pesquisa

Para atingir os objetivos propostos este trabalho consistiu em uma

pesquisa do tipo exploratória com abordagem quali-quantitativa configurada como

um Estudo de Caso, visto que neste estudo a atenção estava voltada para uma

situação em particular – o processo de ensino e aprendizagem em uma disciplina do

curso de graduação em Ciências Biológicas – examinada a partir da ótica de um

determinado grupo de indivíduos, os alunos.

A abordagem mista (que mescla tipos de métodos de pesquisa distintos)

conhecida também como “terceiro movimento” é definida por Johnson et al (2007,

p.123 apud TRÈZ, 2012) como:

O tipo de pesquisa na qual o pesquisador ou um grupo de pesquisadores

combinam elementos de abordagens de pesquisa qualitativa e quantitativa

(ex., uso de perspectivas, coleta de dados, análise e técnicas de inferência

qualitativas e quantitativas) com propósito de ampliar e aprofundar o

conhecimento e sua corroboração

4.2 Local do Estudo

A pesquisa foi realizada no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas

da Universidade Estadual do Ceará – UECE, Campus do Itaperi, Fortaleza-CE,

durante o semestre de 2015.1, após a autorização para execução do projeto pelo

Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da UECE.

4.3 População e Amostra

25

Foram incluídos na pesquisa os discentes do CCB das turmas da tarde e

noite que já haviam concluído a disciplina de Anatomia Humana. A amostra foi

composta por 51 alunos.

4.4 Critérios de Inclusão e Exclusão

Foram incluídos no estudo os alunos do CCB das turmas da tarde e noite

que já haviam concluído a disciplina de Anatomia Humana e que concordarem em

participar da pesquisa. O não atendimento a quaisquer desses critérios configurou

critério de exclusão, a saber: Não ser aluno do CCB-UECE; não ter cursado a

disciplina de Anatomia Humana; não concordar em participar do estudo.

4.5 Coleta, tabulação e análise dos dados

Os dados foram coletados por meio de um questionário (Apêndice A) com

perguntas objetivas (metodologia quantitativa), questões subjetivas (metodologia

qualitativa) e mistas, de modo a possibilitar que os discentes expusessem livremente

suas opiniões. O questionário contemplou as seguintes áreas: identificação (5

perguntas), autoavaliação (6 questões), métodos de ensino e recursos das aulas

teóricas (5 questões), métodos de ensino e recursos das aulas práticas (5 questões),

métodos de avaliação (3 questões) e avaliação geral da disciplina (5 questões).

Os dados quantitativos foram organizados através de frequências simples

e percentuais e analisados sob a ótica da estatística descritiva, utilizando os

programas Microsoft Excel® 2007. Os dados qualitativos foram apresentados e

analisados por meio de fragmentos representativos dos discursos dos entrevistados.

26

4.6 Aspectos éticos

Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UECE

sob o número de protocolo 1.142.004. Antes de se iniciar a coleta de dados com os

participantes, foi oferecido esclarecimento sobre os objetivos do estudo como

também os detalhes do Termo de Consentimento de Livre e Esclarecido (Apêndice

B) fornecendo-lhes todas as informações necessárias para que pudessem vir a

assinar (ou não) o documento e dessa forma participar da pesquisa, cumprindo o

que está regulamentado nas diretrizes da Resolução 466/2012 do Conselho

Nacional de Saúde sobre a participação de seres humanos em pesquisas.

Dentre os benefícios resultantes da presente investigação, encontra-se a

possibilidade do alunado do CCB contribuir com sua visão e percepção acerca da

disciplina Anatomia Humana, tornando-se coparticipe de novas propostas

metodológicas que foram elaboradas com os resultados do estudo. Os resultados da

pesquisa também poderão servir de base para a reflexão-ação do docente

responsável pela disciplina Anatomia Humana, redundando em aperfeiçoamento e

melhora nos aspectos filosóficos, didáticos e pedagógicos da referida disciplina.

A tipologia da pesquisa não possui aspectos que pudessem trazer

prejuízo à saúde física e mental dos alunos entrevistados. Foi assegurado o sigilo

sobre a identidade dos respondentes. Os riscos previstos foram de ordem das

relações humanas, algum constrangimento em virtude da não compreensão

relacionada aos enunciados do questionário ou outra situação não prevista pela

pesquisadora, mas que foram contornados com diálogo, buscando uma solução de

acordo com a ética e respeitando as individualidades e peculiaridades dos

participantes.

27

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados aqui mencionados foram obtidos por meio da aplicação em

51 discentes de um questionário junto que comtemplou 6 tópicos: identificação, auto

avaliação do discente, avaliação da aula teórica, avaliação da aula pratica, avaliação

da avaliação e avaliação geral da disciplina, sendo as questões em sua maioria

objetiva necessitando de respostas cursivas apena em caso de negativas, porém,

nem todos justificaram suas respostas, possibilitando dados mais quantitativos que

qualitativos. Na parte de identificação do discente foi perceptível um predomínio do

sexo feminino (65%), sendo a grande maioria (86%) com idade entre 21 e 27 anos,

com média de 25 anos. Embora a pesquisa tenha sido desenvolvida numa

universidade pública a maior parte (75%) da população amostral era oriunda de

escolas privadas, sendo apenas 16% de escolas públicas regulares e 10% de

escolas públicas profissionalizantes.

No segundo tópico do questionário, referente a uma auto avaliação do

discente foi perguntado aos alunos sobre sua afinidade com a disciplina em questão,

observamos que apenas 16% tinham uma alta afinidade com a disciplina, enquanto

que 51% tiveram uma afinidade regular e 33% uma baixa afinidade, percebe-se uma

certa relação entre a afinidade do aluno à disciplina com o nível de rendimento dele

na mesma, pois da mesma forma houve um maior nível de satisfação mediana em

relação ao próprio rendimento sendo que foram estabelecidas 3 categorias de

acordo com o tipo de resposta dada: rendimento satisfatório/bom com 31%,

rendimento regular/mediano 41% e rendimento baixo/insatisfatório com 27%, esses

valores podem ser comparativamente observados no Gráfico 1. Apesar dos valores

relativamente baixos referentes ao rendimento observamos que na amostra apenas

8% dos alunos foram submetidos a avaliação final e nenhum foi reprovado na

disciplina, o nível das notas eram altos com 53% tendo obtido nota igual ou superior

a 8 e somente 2% sendo aprovado com nota inferior à média da universidade (7).

Alguns autores sugerem que existe uma associação entre o tempo dedicado ao

estudo e os resultados escolares do aluno, ou seja quem dedica um maior tempo

para estudar tem tendência a ter melhores resultados (CARVALHO, 2013 apud

LOPES; COSTA; DAL-FARRA; ALMEIDA, 2013), todavia não foi observado relação

entre as boas notas e o nível de estudo na amostra pois apesar das notas serem

28

altas apenas 12% afirmou ter estudado durante todo o decorrer da disciplina,

enquanto 75% estudava apenas próximo as avaliações e 14% disseram que não

estudaram para esta disciplina.

Gráfico 1- Indice de Afinidade com a diciplina e Rendimento.

Fonte: Elaborado pela autora

Nesse tópico os discentes foram também questionados se haviam

enfrentado dificuldades quando cursaram a disciplina, ao que levantamos que uma

grande parte (65%) afirmou ter tido algum tipo de dificuldade.

O processo de aprendizagem é algo extremamente complexo, visto que

cada pessoa tem uma forma diferente de perceber o mundo como também de

aprender. O docente deve sempre estar sempre disposto a repensar sua prática,

pois tudo o que se faz em sala tem um reflexo direto ou indireto na formação do

discente. A organização da aula, a forma e o tom de voz ao falar, o incentivo dado,

os materiais utilizados, cada detalhe leva consigo determinadas experiências

educativas, que nem sempre vão de encontro ao modelo de educação que se tem

atualmente, onde o aluno deve ser participante ativo do processo. No momento em

que é dada a liberdade do aluno participar de forma direta na construção da aula,

além de propiciar uma maior disposição em aprender pode-se também atribuir a eles

um maior nível de responsabilização na eficácia do processo de ensino e

aprendizagem (MONTES; SOUZA, 2010). Dentre as respostas vimos que houveram

29

dificuldades tanto de cunho teórico quanto prático, segue abaixo as respostas

dadas, sendo que muitas delas foram repetidas por vários alunos:

o Didática adotada (sendo definida por alguns como: exaustiva; enfadonha;

tediante)

o Associação dos nomes as estruturas correspondentes.

o Compreensão e memorização dos termos técnicos.

o Compreensão/ assimilação/fixação do conteúdo.

o Matéria muito decorativa e descritiva.

o Muito conteúdo.

o Disciplina interrompida por conta da greve.

o Não compreensão do que o professor falava.

o Falta de acompanhamento durante as aulas práticas.

o Má qualidade e falta de disponibilidade do material usado nas práticas.

o Dificuldade nas provas práticas.

o Reduzido número de aulas práticas.

o Impossibilidade de participar das aulas práticas por motivo de saúde.

Os alunos foram quase unânimes (92%) com relação a importância

dessa disciplina para a formação, sendo essa importância associada a pelo menos

três motivos principais: “é importante pois como a biologia estuda a vida como um

todo logo é necessário conhecermos bem nosso próprio corpo”, “é importante pois

dá embasamento pra outras disciplinas” e “é importante pois sendo um curso de

licenciatura esse conhecimento será necessário (ou já é) no trabalho” (sabemos que

AH é assunto abordado também da educação básica, porém de forma mais

superficial).

Nos tópicos de Aulas Teóricas e Aulas Práticas conseguimos levantar

quais as metodologias vêm sendo utilizadas nas aulas desde o semestre 2011.1 até

o 2014.2. Nas aulas teóricas foi utilizado majoritariamente aulas do tipo expositivas

com anotações na lousa e uso de projetor multimídia para visualização de imagens,

sendo apontado por 52% dos alunos que foi utilizado exclusivamente esta técnica

durante sua experiência como também 42% dos participantes citaram não a

metodologia, mas os materiais utilizados: lousa, pincel e projetor multimídia,

materiais geralmente associados a esta metodologia. Entretanto, vimos que algumas

outras técnicas foram utilizadas em consonância, visto que foi citado por pelo menos

30

um discente do semestre correspondente. No semestre 2012.2 foi utilizado livro

didático, no 2013.1 foi utilizado esqueleto artificial, no 2013.2 Estudos Dirigidos, no

2014.1 houve utilização de livro e/ou apostila, com exercícios deste último e

utilização de “objetos geométricos de tamanhos distintos” e no 2014.2 a utilização do

esqueleto artificial, de livro e/ou apostila, com exercícios deste último. Esse achado

diverge com o que é exaustivamente repassado aos alunos de Licenciatura durante

sua graduação, somos incitados a sempre buscar lançar mão de metodologias

alternativas, sair do habitual, a fim de proporcionar um processo de ensino

aprendizagem mais significativo e prazeroso aos nossos futuros alunos, apesar

disso comprovamos que uma disciplina obrigatória na grade curricular e tida como

importantíssima para a formação do aluno é trabalhada de forma a lançar mão da

técnica de ensino mais antiga, que embora nunca vá ficar ultrapassada, poderia

estar sendo apoiada por outras técnicas e métodos de ensino mais inovadores.

Os discentes foram questionados se a metodologia adotada propiciou

uma boa aprendizagem para si mesmo e para toda a turma como um todo, vimos

que há um maior nível de insatisfação quando se trata da turma toda, o que mostra

certo grau de empatia por parte deles. Para si mesmo, 62% consideraram o método

eficaz apenas em parte, 26% totalmente eficaz e 12% o consideraram ineficaz,

enquanto que para a turma toda os valores foram: 51% em parte, 22% totalmente e

27% ineficaz. Vale ressaltar primeiramente as seguintes respostas positivas dadas

por dois participantes: “apesar da utilização de uma abordagem expositiva o

professor Cxxxxx foi capaz de repassar o conteúdo de forma atrativa” e “as aulas

práticas complementavam as teóricas”. Seguem as justificativas dadas para a

negação da questão “Esses métodos propiciaram uma boa aprendizagem para

você?”:

o Relacionadas ao professor- muitas perguntas não foram respondidas;

professor falava baixo; professor se prendia aos slides; letra do professor;

explicações do professor dificultavam o assunto; sem didática.

o Relacionadas ao método- método pouco educativo; a utilização desse

método é importante para a visualização das partes anatômicas, porém, não

estimula a participação dos alunos tornando a aula pouco dinâmica; não houve

rotatividade de metodologias; prefiro outros métodos em conjunto.

31

o Diversos- no nosso curso (Ciências biológicas) essa disciplina não tem

uma exploração de conteúdo como deveria; não abrange todo o conteúdo; faltou

maquetes disponíveis na universidade; não consegui entender as aulas.

Estratégias de ensino mais ativas são uma boa forma de tentar ampliar o

processo de aprendizagem. O professor deve tentar definir melhor seu papel saindo

um pouco da postura tradicional e criando situações para transformar o ensino em

um processo agradável e frutífero através de outros métodos educativos mais

adequados e viáveis para a geração vigente. (SILVA; BRITO, 2013). Lembrando que

cada pessoa possui uma forma particular de aprender é adequado utilizar-se de

técnicas diferenciadas para esta finalidade. É formidável que o professor utilize

múltiplas estratégias de ensino na apresentação dos conteúdos trabalhados,

possibilitando que os estudantes encontrem meios mais adequados para atingir o

aprendizado diante de suas peculiaridades pessoais (LOPES; COSTA; DAL-FARRA;

ALMEIDA, 2013).

Como deduzido, a vivencia docente propicia uma visão mais crítica aos

alunos do processo de construção do ensino. Foram dadas por eles várias

sugestões de metodologias alternativas a fim de propiciar uma aprendizagem mais

satisfatória para a turma:

o Tentar tornar a aula mais dinâmica

o Usar material didático semelhantes a anatomia humana

o Utilização de modelos didáticos (podendo ser criados pelos próprios

estudantes)

o Utilização de vídeos e animações

o Utilização de mais imagens reais das estruturas

o Apresentação de mais seminários

o Uso de cartilhas

o Sugeriria não a mudança do método de ensino, mas na abordagem de

conteúdo

o Utilização de diferentes tipos de métodos concomitantemente

o Inversão da ordem das aulas: primeiro as práticas depois as teóricas

o As explicações poderiam ocorrer durante a visualização nas aulas práticas, e

não antes como ocorre normalmente.

32

o Utilização de maquetes em tamanho real

o Aula mais ilustrativa

o Slides mais organizados

Algumas das sugestões apontadas já foram alvo de trabalho de alguns

autores, como por exemplo, foi apontado ”uso de modelo didático” e “uso de material

semelhante a anatomia humana” como uma metodologia que poderia ser adotada,

no trabalho de ARAÚJO et al (2014) as aulas foram incrementadas com o projeto

“Desafio Anatômico” onde os próprios alunos deveriam criar modelos didáticos de

AH para uso nas aulas, com essa iniciativa foi observado que mesmo que algumas

peças não tenham cumprido seu objetivo (de representação da estrutura) tão bem, o

objetivo geral foi alcançado pois para que os modelos fossem confeccionados, os

acadêmicos precisaram realizar estudos anatômicos aprofundados, como também

compreender o funcionamento de cada um dos temas propostos.

Com relação as aulas práticas, foi levantado que a metodologia era

expositiva, primeiro em sala de aula era feito uma breve explicação sobre o que

seria visto e posteriormente os alunos eram encaminhados ao Laboratório de

Anatomia Humana da UECE onde eles podiam ter acesso ao material biológico ali

disponível (peças anatômicas e cadáveres) podendo manuseá-los para então aí

então tentar identifica-lo com o auxílio do atlas.

Quando questionados se a metodologia adotada propiciou uma boa

aprendizagem para si mesmo e para toda a turma como um todo, vimos que 24%

consideraram eficaz, 29% não consideraram e 47% consideraram eficaz em parte,

como justificativa para isso tivemos as seguintes respostas sendo as duas primeiras

as mais apontadas:

o Falta de acompanhamento do professor

o Má condição do material biológico utilizado (alguns citaram que não houve

algumas aulas por conta disso)

o Dificuldade em identificar as estruturas (extremamente relacionado as

justificativas anteriores)

o Dificuldades e falta de entendimento durante as teóricas refletia nas práticas

o Poucas aulas

33

Com relação a consideração sobre a eficácia do método para a turma tivemos

resultados similares aos da aula teórica,18% consideraram eficaz, 30% não

consideraram e 52% em parte. Abaixo as sugestões apontadas pelos alunos com

vista a melhoria das aulas práticas:

o Acompanhamento adequado dos alunos nas práticas

o Apresentação do material pelo professor

o Roteiro para as aulas práticas

o Uso de um software

o Uso de Modelo didático

o Maior tempo para manipulação das peças

o Aulas mais interativas

o Aula prática ocorrendo toda no laboratório

o Melhorias na estrutura do laboratório (melhorar a exaustão, tamanho, e

disponibilidade de assentos)

o Uso de material sintético similar ao corpo humano que pudesse ser

manuseado em segurança ou material biológico fresco

o Utilizar de forma mais aprofundada o material biológico disponível

o Monitoria

o Mais práticas

Diante das dificuldades relatadas pelo corpo discente para a fixação do

conteúdo abordado nas aulas práticas de AH, MONTES e SOUZA (2005)

elaboraram uma estratégia a fim de possibilitar uma aprendizagem mais significativa,

resumidamente se utilizaram de três estratégias, ressaltando aqui que a aula prática

era dada logo em seguida a teórica: registro no quadro do laboratório dos objetivos

da aula e as estruturas descritas na aula teórica (como um roteiro), explanação pelo

corpo docente das estruturas (em cadáveres ou peças isoladas) e marcação das

mesmas estruturas em outros cadáveres ou órgãos isolados das estruturas

demonstradas pelo corpo docente (estruturas marcadas e legendadas). O uso dessa

estratégica foi capaz de estimular o interesse pela disciplina reduzindo a taxa de

abandono da disciplina e aumentando o êxito nas avaliações. Com esse exemplo

vemos que uma pequena alteração nas estratégias de ensino, que não careceu de

uso de materiais sofisticados sendo necessário apenas uma pequena mudança na

abordagem, foi capaz de surti efeitos extremamente satisfatórios. LOPES; COSTA;

34

DAL-FARRA; ALMEIDA (2013) em pesquisa com alunos da área da saúde

constataram que ao estudar para a disciplina 52% dos alunos mencionaram a

internet como fonte de consulta e estudo, esse achado nos mostra que os docentes

devem estar sempre atentos as atualizações e deveriam indicar e porventura

também vir a utilizar páginas eletrônicas para consulta para si mesmo e seus alunos.

Com relação ao material/recursos disponíveis perguntamos se estes eram

suficientes para todos os alunos, para as aulas teóricas tivemos que 69% disseram

que sim, mas para as aulas práticas foi esse nível foi reduzido sendo que apenas

53% afirmaram que havia, foi citado por alguns discentes dos semestres que era

necessário o aluno levar seu próprio E.P.I. (máscara e luva) para as aulas pois os

mesmos não eram disponibilizados pela universidade. Acreditamos que nessa

questão houve uma certa confusão entre os tipos de aula (teórica e pratica) pois

como visto anteriormente, as aulas teóricas eram do tipo expositiva não

necessitando então de materiais para uso individual dos alunos.

Foi perguntado também se as condições físicas existentes favoreciam o

processo de ensino e aprendizagem. Em relação as aulas teóricas que ocorrem em

sala, foi respondido por 69% dos alunos que sim, em parte 22% e apenas 9%

disseram que não, sendo justificado: que poderiam melhorar e que as carteiras e o

projetor multimídia deveriam ser de melhor qualidade. Já quanto as aulas práticas

que aconteciam no laboratório somente 36% responderam que sim, enquanto 36%

responderam que em parte e 28% que não. Dentre as justificativas temos três fatos

sendo os dois primeiros foram apontados por um maior número de discentes:

o Ambiente possuía um forte odor do vapor de formol capturado, pois não há

exaustor

o As peças estão deterioradas, dificultando a visualização das estruturas

o Pequeno espaço no laboratório, impossibilitando que todos visualizassem as

estruturas

Vemos que o laboratório necessita de algumas melhorias para que as

substancias ali utilizadas não venham a causar danos aos alunos como também

para comportar um grande número de alunos simultaneamente de forma

relativamente confortável. Contatou-se que o uso do formol como material

conservante tem gerado repercussão negativa nos discentes podendo ter influência

35

direta no processo de aprendizagem. Diversas pesquisas têm apontado essa

substancia como tóxica, alergênica e cancerígena, mesmo durante um rápido

contato com ela nós podemos sentir fisiologicamente alguns efeitos: lacrimejamento,

ardência nos olhos, nariz e garganta, tosse e dispneia, somando-se a isso é também

uma substancia que exige o máximo de cuidado no descarte, necessitando de um

sistema de tratamento especifico pois é agressivo ao meio ambiente. Apesar disso o

uso do formol para a preservação de material biológico é ainda usual em

laboratórios de AH por todo o mundo, mas aos poucos algumas universidades têm

abolido o seu uso e o substituído por outras substancia menos agressiva como a

glicerina, por exemplo (CONTREIRAS, 2013).

Outro ponto é o estado de deterioração das peças e corpos utilizados,

embora se utilize material conservante é natural que as peças se desgastem ao

longo do tempo, visto que o laboratório de Anatomia é de uso conjunto de todos os

cursos do Centro de Ciências da Saúde-CCS, logo há uma excessiva manipulação

desse material semestre após semestre. Embora a legislação vigente dê medidas

para que as universidades possam ter acesso a corpos o processo para a aquisição

(e posterior utilização com fins educativos) é extremamente burocrático propiciando

que universidades de grande renome como a UECE permaneçam por anos a fio

disponibilizando a seus alunos materiais que não estão em boas condições de uso,

dessa forma comprometendo sua aprendizagem.

Os resultados quantitativos referentes as Avaliações das aulas práticas e

teóricas podem ser comparados no Quadro 1.

No tópico sobre as avaliações observamos que foram utilizados como

método avaliativo provas teóricas com questões objetivas e subjetivas (sendo em

alguns semestres permitido o uso de material de apoio), seminários e trabalho

cientifico. Apenas no semestre 2013.2 foi aplicada Prova prática. Entre os

participantes 39% não consideram esse método eficaz, sugerindo:

o Prova prática (22%)

o Métodos mais participativos

o Avaliação menos decorativa

o Confecção de material pelos próprios alunos

o Participação em sala

36

Quadro 1- Compilação dos resultados dos tópicos: Avaliação das aulas Teóricas e

Avaliação das aulas Práticas.

Fonte: Elaborado pela autora

Foram poucas as sugestões para outras formas avaliativas, mas

percebeu-se uma grande concordância entre eles da necessidade de se

implementar provas práticas a essa disciplina. Os dados obtidos no grupo amostral

aqui trabalhado não corroboraram, mas complementaram os encontrados por

MONTES e SOUZA (2010) que em pesquisa com acadêmicos de medicina propôs

que estes opinassem sobre como deveria se desenvolver a disciplina, inclusive o

método avaliativo que deveria ser adotado, ao que estes sugeriram: seminários

teóricos, seminários práticos e prova constituída por questões formuladas pelos

próprios alunos.

Quando questionados se a nota recebida era equivalente vimos que mais

da metade dos discentes não consideraram que essa avaliação proporcionou uma

nota compatível ao seu nível de aprendizado, 29% disseram que não e 25% que

apenas em parte, dentre as justificativas, foi alegado por alguns alunos sobre a

prova “quando a prova é pesquisada o aluno não se interessa” , “prova pesquisada

Os métodos utilizados propiciaram uma boa aprendizagem para você?

A.T A.P

Sim 26% 24%

Não 12% 29%

Em parte 62% 47%

Você considera que os métodos utilizados foram suficientes para proporcionar uma boa aprendizagem para toda a turma?

A.T A.P

Sim 22% 18%

Não 27% 30%

Em parte 51% 52%

Os materiais/ recursos disponíveis para as aulas foram suficientes para todos os alunos?

A.T A.P

Sim 69% 53%

Não 31% 47%

As condições físicas existentes favoreceram o processo de ensino e aprendizagem?

A.T A.P

Sim 69% 36%

Não 9% 28%

Em parte 22% 36%

37

não estimula o estudo”, “ela proporciona correção subjetiva,” e “pouco se aprende

pois o aluno se prende ao livro”, dentre outras justificativas temos também: “apesar

da nota razoável, não aprendi muita coisa”, “apesar da notas não serem boas tive

um bom rendimento”, “aprendi menos que a nota exibia” e “aprendi mais do que a

nota mostra”. Percebemos uma certa discordância entre o alto índice de aceitação

(61%) do método avaliativo proposto e a capacidade deste método de quantificar o

índice de aprendizado deles visto que as respostas apontam para um outro extremo,

vê-se uma grande divergência de opiniões quanto a esse quesito.

No tópico Avaliação Geral da Disciplina, foram feitas as perguntas que

seguem com seus respectivos resultados nos gráficos abaixo (do dois ao seis). Os

resultados deste tópico foram assim representados porque houveram poucas

respostas cursivas.

No Gráfico 2 vemos que muitos alunos passam pela disciplina sem saber

o objetivo geral da mesma, ou seja, sem saber exatamente por que a está cursando,

talvez esse objetivo não tenha ficado muito claro ao decorrer da disciplina.

No Gráfico 3 constatamos que a organização atual do conteúdo (por

sistemas) tem sido eficiente recebendo grande aceitação por parte deles e

contribuído para a aprendizagem dos alunos.

No Gráfico 4 demostra-se que os alunos têm plena consciência de que

AH é uma disciplina base para compreensão de outros assuntos, nessa questão

eles puderam associar a disciplina com outras da grade, 35% citaram Fisiologia

Humana sendo também indicado: Citologia, Hematologia, Fisiologia Animal,

Farmacologia, Parasitologia e Imunologia.

O Gráfico 5 aponta que a disciplina tem associado a teoria à prática,

porém nas respostas cursivas dos alunos ficou perceptível que esta associação não

estava na forma em que eram ministradas as aulas e sim de uma forma literal

associando as aulas teóricas as aulas práticas visto que dos que responderam de

forma afirmativa essa questão 19% complementaram com respostas: “o assunto da

aula teórica é o mesmo da prática”, “a cada teórica havia uma prática” e outras

similares a estas. O assunto deve ser abordado de forma contextualizada sempre

buscando traze-lo para a realidade do aluno, de modo a facilitar a compreensão.

38

No Gráfico 6 vemos que sempre houve uma boa relação entre os alunos

e seu professor nessa disciplina, todavia isso não tem sido suficiente para

proporcionar melhores resultados nos pontos vistos anteriormente, mas é um

aspecto positivo a ser considerado pois é um ponto a menos a ser trabalhado.

Gráfico 2- Sobre os objetivos Gráfico 3- Sobre a organização

Fonte: Elaborado pela autora

Fonte: Elaborado pela autora

Gráfico 4- Sobre a Interdisciplinaridade Gráfico 5- Sobre a contextualização

Fonte: Elaborado pela autora

Fonte: Elaborado pela autora

39

Gráfico 6- Sobre as relações pessoais

Fonte: Elaborado pela autora

40

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Percebi ao longo da pesquisa como o processo de ensino e

aprendizagem envolve uma série de fatores preponderantes, a tríade aluno-

professor-material possui diversas nuances que devem ser consideradas e podem

ter influência direta no resultado desse processo de construção do saber.

Os dados aqui apresentados mostraram como na visão dos próprios

alunos esta disciplina é importante para o curso e o fato das metodologias que estão

sendo adotadas não serem bem aceitas por eles tem causado uma certa frustação

nos mesmos, visto que apesar do alto índice de aprovação e notas altas os mesmos

não consideraram seu rendimento de todo satisfatório.

O levantamento feito aqui da realidade vivenciada pelos alunos sobre a

disciplina de anatomia Humana durante o período pesquisado (2011.1 a 2014.2)

evidenciou que ela há tempos não vem se apresentando de forma totalmente

satisfatória para seus discentes, o que nos leva a refletir sobre o formato desta

disciplina, se já não está em tempo de a mesma passar por uma

atualização/reformatação. O professor deve ter um cuidado especial ao escolher as

estratégias de ensino para que essas venham de encontro ao que as expectativas

dos alunos e ele assim consiga proporcionar ao máximo de alunos, se possível a

todos, uma maior apreensão do conteúdo trabalhado.

Considero que o aluno deveria ter um papel mais participativo na escolha

da forma que a disciplina é conduzida, de maneira que ele como sujeito ativo tenha

responsabilidade direta nessa construção. Acreditamos que se algumas das

sugestões por eles apresentadas aqui viessem a ser incorporadas ela poderia vir a

evoluir bastante e provavelmente poderia proporcionar as turmas de semestres

vindouros uma passagem pela disciplina mais proveitosa, prazerosa e significativa.

41

7 REFERÊNCIAS

ARRUDA R. M.; SOUSA C. R. A. Aproveitamento Teórico-Prático da Disciplina Anatomia Humana do Curso de Fisioterapia. Revista Brasileira de Educação Médica. V. 38, n. 1, p. 65 – 71, 2014. ARAÚJO J. J. P.; GALVÃO G. A. S.; MAREGA P.; BAPTISTA J. S.; BEBER E. H.; SEYFERT C. E. Desafio anatômico: uma metodologia capaz de auxiliar no aprendizado de anatomia humana. Revista da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. v, 47, n. 1, p. 62-68, 2014.. BRASIL. Lei Federal nº 8.501 de 30 de novembro de 1992. Dispõe sobre a utilização de cadáver não reclamado, para fins de estudo ou pesquisas cientificas e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 01 dez. 1992. CONTREIRAS, N. C. O ensino e o aprendizado práticos da anatomia humana: uma revisão de literatura. Salvador-BA, 2013. 59f. Monografia (Graduação em Medicina), Universidade Federal de Bahia. Salvador - BA, 2013. DANGELO, J.G.; FATTINI, C.A. Anatomia Humana Sistêmica e segmentar. 3ª Ed. São Paulo. Atheneu. 2007. FAZAN V.P.S. Métodos de ensino em anatomia: dissecação versus prossecção. O Anatomista. v. 2, n. 1, p. 7-11, jan. 2011. FONTANELLA, B. J. B.; RICAS, J.; TURATO, E. R. Amostragem por saturação em pesquisas qualitativas em saúde: contribuições teóricas. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 1, jan. 2008. FORNAZIERO C.C, GIL C.R.R. Novas tecnologias aplicadas ao ensino da anatomia humana. Revista Brasileira de Educação Médica. V. 27, n. 2, p.141-146, maio 2003. FORNAZIERO C.C.; GORDAN P.A.; CARVALHO M.A.V.; ARAUJO J.C.; AQUINO J.C.B. O ensino da anatomia: integração do corpo humano e meio ambiente. Revista Brasileira de Educação Médica, v. 34, n. 2, p. 290–297, nov. 2010. LOPES P. T. C.; COSTA R. D A.; DAL-FARRA R. A. Avaliando estratégias de ensino e aprendizagem em Anatomia Humana em cursos superiores da área da saúde. In: IX ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS (ENPEC). Atas do IX Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências. Águas de Lindóia: Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (ABRAPEC), nov. 2013, ref.167-1. MALOMO A.O.; IDOWU O.E.; OSUAGWO F.C. Lessons from history: human anatomy, from the origin to the Renaissance. International Journal of Morphology, v. 24, n. 1, p. 99-104, 2006. MONTES, M. A. A.; SOUZA, C. T. V. Inovações no processo ensino aprendizagem no laboratório de Anatomia Humana: Estratégias facilitadoras para a aprendizagem

42

significativa. In: V ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS. Anais do V Encontro Nacional de Pesquisa em Educação e Ciências, Bauru, 2005. MONTES, M. A. A.; SOUZA, C. T. V. Estratégia de ensino-aprendizagem de anatomia humana para acadêmicos de medicina. Ciências & Cognição, v. 15, n. 3, p. 02-12, 2010. PIAZZA, B. L.; CHASSOT, A. I. Anatomia Humana, uma disciplina que causa evasão e exclusão: quando a hipótese principal não se confirma. Ciência em Movimento, ano XIV, n. 28, p. 45- 59, 2011. QUEIROZ, C.A.F. O uso de cadáveres humanos como instrumento na construção de conhecimento a partir de uma visão bioética. Goiânia - GO, 2005.129f. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais e Saúde). Programa de Pós-Graduação (Mestrado) em Ciências Ambientais e Saúde, Universidade Católica de Goiás. Goiânia - GO, 2005. SILVA D. M. S.; BRITO V. C. Metodologias de ensino para anatomia humana: diminuindo as dificuldades e ampliando o processo de aprendizagem. In: XIII Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão (JEPEX). Anais XIII Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão. Recife, Garanhuns e Serra Talhada: Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), dez. 2013, ref. 291-1. TAVANO, P.T.; OLIVEIRA, M.C. Surgimento e desenvolvimento na ciência anatômica. Anuário de Produção Acadêmica Docente. v. 2. n. 3, p. 73-84, 2008. TRÉZ, T. A. Caracterizando o método misto de pesquisa na educação: um continuum entre a abordagem qualitativa e quantitativa. Atos de Pesquisa em Educação - PPGE/ME, v. 7, n. 4, p. 1132-1157, dez. 2012.

43

ANEXO

44

ANEXO A – Parecer Consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisas com Seres

Humanos da Universidade Estadual do Ceará

45

46

PG COM A ASSINATURA AINDA VOU

RECEBER

47

APÊNDICES

48

APÊNDICE A - Questionário sobre a disciplina Anatomia Humana

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

QUESTIONÁRIO SOBRE A DISCIPLINA ANATOMIA HUMANA

Identificação

1) Sexo: M ( ) F( )

2) Idade: ___________3) Semestre atual: ___________

4) Cursou a disciplina no semestre: ___________

5) Oriundo de escola: Pública regular ( ) Profissionalizante ( ) Privada ( )

Auto Avaliação

1) Teve afinidade com a disciplina? Muito ( ) Pouco ( ) Regular ( )

2) Concluiu a disciplina sendo: Aprovado direto ( ) Reprovado ( ) Aprovado após AF ( )

*sua média foi:___________

3) Dedicava tempo para estudo dos conteúdos em casa? ( ) Não ( ) Sim, mas apenas próximo as avaliações ( ) Sim, durante todo o decorrer da disciplina

4) Teve alguma dificuldade durante a disciplina? (Se sim, descreva-as sucintamente) Sim ( ) Não ( )

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

5) Considera a disciplina em questão relevante para a sua formação? Explique.

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

6) Como você considera seu rendimento nessa disciplina?

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Quanto às aulas teóricas

1) Quais métodos didáticos foram utilizados nas aulas ao longo da disciplina?

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

49

2) Esses métodos propiciaram uma boa aprendizagem para você? (Caso não marque sim explique): Sim ( ) Não ( ) Em parte ( )

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

3) Você considera que os métodos utilizados foram suficientes para proporcionar uma boa aprendizagem para toda a turma? Sim ( ) Não ( ) Em parte ( ). Se não, sugira outros métodos que poderiam ser utilizados com esse fim.

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

4) Os materiais/ recursos disponíveis para as aulas foram suficientes para todos os alunos?

Sim ( ) Não ( )

5) As condições físicas existentes favoreceram o processo de ensino e aprendizagem? (Caso

não marque sim explique) Sim ( ) Não ( ) Em parte ( )

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

Quanto às aulas práticas

1) Quais métodos didáticos foram utilizados nas aulas ao longo da disciplina? ____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

2) Esses métodos propiciaram uma boa aprendizagem para você? (Caso não marque sim

explique) Sim ( ) Não ( ) Em parte ( )

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

3) Você considera que os métodos utilizados foram suficientes para proporcionar uma boa aprendizagem para toda a turma? Sim ( ) Não ( ) Em parte ( ). Se não sugira outros métodos que poderiam ser utilizados com esse fim.

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

4) Os materiais/ recursos disponíveis para as aulas foram suficientes para todos os alunos?

Sim ( ) Não ( )

5) As condições físicas existentes favoreceram o processo de ensino e aprendizagem? (Caso

não marque sim explique) Sim ( ) Não ( ) Em parte ( )

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

50

Métodos de Avaliação

1) Cite o tipo de método(s) avaliativo(s) empregado(s) quando cursou a disciplina:

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

2) Considera eficiente esse(s) método(s) para avaliação? Se não, sugira outros. Sim ( ) Não ( )

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

3) Considera suas notas compatíveis ao seu nível de aprendizado? (Caso não marque sim explique) Sim ( ) Não ( ) Em parte ( )

________________________________________________________________________

________________________________________________________________________

Avaliação geral da disciplina

1) Quais os objetivos da disciplina, eles estão sendo alcançados?

2) A organização dos conteúdos facilita a compreensão?

3) Há interação da disciplina com as demais do curso?

4) Os tópicos são trabalhados de forma a associá-los a prática?

5) Houve uma boa relação aluno-professor?

51

APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado a participar da pesquisa “Análise da percepção dos

discentes do Curso de Ciências Biológicas da UECE sobre o processo de ensino e

aprendizagem de Anatomia Humana”, com os alunos do Curso de Ciências Biológicas

(CCB) da Universidade Estadual do Ceará (UECE), que já tenham concluído a disciplina de

Anatomia Humana. Os objetivos deste estudo consistem em: i) Objetivo Geral: Analisar a

percepção dos discentes do curso de Ciências Biológicas da UECE sobre o processo de

ensino e aprendizagem na disciplina de Anatomia Humana, em interlocução com as

sugestões apontadas pelos pesquisados sobre as dificuldades existentes na referida

disciplina; ii) Objetivos Específicos: 1) Identificar a abordagem didático-pedagógica utilizada

pelo docente responsável pela disciplina de Anatomia Humana do Curso de Ciências

Biológicas da UECE; 2) Conhecer as dificuldades apontadas pelos alunos do Curso

Ciências Biológicas da UECE na disciplina de Anatomia Humana; 3) Correlacionar a prática

docente às percepções dos educandos pesquisados.

Caso você autorize, você irá responder a um questionário com perguntas objetivas,

questões subjetivas e mistas, de modo a possibilitar que você exponha livremente suas

opiniões. O questionário contempla as seguintes áreas: identificação (5 perguntas),

autoavaliação (6 questões), métodos de ensino e recursos das aulas teóricas (5 questões),

métodos de ensino e recursos das aulas práticas (5 questões), métodos de avaliação (3

questões) e avaliação geral da disciplina (5 questões).

A sua participação não é obrigatória e, a qualquer momento, poderá desistir da

participação. Tal recusa não trará prejuízos em sua relação com o pesquisador ou com a

instituição em que estuda. Há riscos quanto a sua participação, sendo esses da ordem das

relações humanas, algum constrangimento em virtude da não compreensão relacionada aos

enunciados do questionário ou outra situação não prevista pela pesquisadora, mas que

serão contornados com diálogo, buscando uma solução de acordo com a ética e

respeitando sua individualidade e peculiaridade. Tudo foi planejado para minimizar os riscos

da sua participação, porém se sentir desconforto emocional, dificuldade ou desinteresse

poderá interromper a participação e, se houver interesse, conversar com o pesquisador.

52

Você não receberá remuneração pela participação. Sua participação pode contribuir

para novas propostas metodológicas que poderão ser elaboradas com os resultados do

estudo, que, por sua vez, poderão alavancar a reflexão-ação do docente responsável pela

disciplina Anatomia Humana, redundando em aperfeiçoamento e melhora nos aspectos

filosóficos, didáticos e pedagógicos da referida disciplina. As suas respostas não serão

divulgadas de forma a possibilitar a identificação. Além disso, você está recebendo uma

cópia deste termo onde consta o telefone do pesquisador principal, podendo tirar dúvidas

agora ou a qualquer momento.

___________________________________ TELEFONE (85)3101902/31019890

MARIA DA PENHA BAIÃO PASSAMAI

Docente do Curso de Ciências Biológicas- CCB

Universidade Estadual do Ceará- UECE

Eu,_______________________________________________________

declaro que entendi os objetivos, riscos e benefícios da minha participação

Sendo que:

( ) aceito participar___.

( ) não aceito participar

Fortaleza, ....... de ...................... de ............

_________________________________________

Assinatura

O pesquisador me informou que o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da UECE que funciona na Av. Paranjana, 1700, Campus do Itaperi, Fortaleza-CE, telefone (85)3101-9890, email [email protected]. Se necessário, você poderá entrar em contato com esse Comitê o qual tem como objetivo assegurar a ética na realização das pesquisas com seres humanos.