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    Eleies e comportamento poltico de adolescentes escolares: um estudo das

    representaes sociais

    Elections and political behavior of adolescent students: a study of social

    representations

    Giovanna Barroca de Moura1

    Lidiane Silva de Arajo2

    Anny Edze Maia Clementino3

    Phabrcia de Carvalho Teotnio4

    Jaqueline Gomes Cavalcanti5

    RESUMO: Socialmente relevante, o comportamento poltico assunto de interesse da Psicologia

    Social, mas ainda pouco estudado no contexto de adolescentes e suas experincias subjetivas.

    Este artigo aborda as representaes sociais elaboradas por adolescentes escolares acerca daseleies e os aspectos polticos que a envolvem. Participaram do estudo 129 adolescentes com

    idades entre 16 e 18 anos incompletos, os quais responderam associao livre de palavras

    (poltica, poltico, eleies, voto), cuja anlise fatorial de correspondncia foi realizada pelo Tri-

    Deux-Mots. O saber compartilhado pelos adolescentes foi organizado em funo do tipo de

    escola, nvel de interesse poltico, sexo e opinio dos estudantes quanto ao voto facultativo. As

    evocaes evidenciaram consensos e dissensos sobre o objeto social, destacando ambiguidades

    que revelam a dinmica poltica da realidade social.

    Palavras-chave:representaes sociais; eleies; poltica; voto; adolescentes.

    ABSTRACT: Socially relevant, the political behavior is a subject of interest of Social Psychology,

    but has been little studied in the context of teenagers and their subjective experiences. This

    article approaches the social representations elaborated by teenagers students about the

    elections and related subjects. Study participants were 129 teenagers with ages between 16 and

    18 years old, who completed the free word association (political, politician, elections, vote)

    whose factorial analysis was performed by Tri-Deux-Mots. The knowledge shared by the teens

    were organized according to the type of school, level of political interest, sex and the students

    opinion about the optional voting. Evocations showed consensus and dissent on the social object,

    highlighting ambiguities that reveal political dynamics and social reality.

    Keywords: social representations; elections; policy; vote; adolescents.

    O comportamento poltico assunto de interesse de diversas reas de conhecimento.

    No entanto, ainda so recentes os estudos no mbito da Psicologia que se direcionam a essatemtica (Zullian, 2013). Pouco se tm investigado acerca das peculiaridades de

    determinados grupos sociais de eleitores, sobretudo quanto socializao e os direitos

    polticos na adolescncia (Arajo, 2007; Razo Godnez, 2008).

    Neste contexto, comum a mobilizao de polmicas em torno da participao dos

    jovens na poltica. Para alguns, h uma alienao e desinteresse por parte desse grupo, e

    1Mestre em Cooperao ao Desenvolvimento pela Universidade de Valncia, Espanha; Professora da Universidade Estadual

    da Paraba e da Universidade Vale do AcaraJoo Pessoa e Sobral, Brasil. E-mail:[email protected].

    2Doutoranda em Psicologia Social pela Universidade Federal da ParabaJoo Pessoa, Brasil.

    3

    Estudante do curso de Pedagogia da Universidade Estadual da ParabaJoo Pessoa, Brasil.4Estudante do curso de Pedagogia da Universidade Estadual da ParabaJoo Pessoa, Brasil.

    5Formada em Psicologia pela Universidade Federal da ParabaJoo Pessoa, Brasil.

    mailto:[email protected]:[email protected]
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    outros, ao contrrio, desmistificam essa apatia, evidenciando envolvimento poltico juvenil.

    De acordo com a pesquisa realizada pela Agenda Juventude Brasil em 2013 com 3.300

    participantes, distribudos por 187 municpios, 54% dos entrevistados consideraram a

    poltica muito importante, e 29% consideraram mais ou menos importante (Secretaria

    Nacional da Juventude, 2013).

    Tendo em vista as mudanas ocorridas no perfil da nossa histria poltica, a literatura

    aponta para algumas transformaes no envolvimento entre juventude e poltica. Dentre

    elas, a participao poltica dos jovens se distanciando das formas convencionais, apontando

    para o surgimento de novas estratgias de envolvimento e de novas pautas (Arajo, 2007).

    Alm disso, o jovem se encontra imerso em uma sociedade de constantes avanos

    tecnolgicos e de fcil influncia da cultura vigente (Silva, 2009; Ribeiro, 2014). Essas

    modificaes afetam a forma como os jovens representam o sistema poltico, o que inclui o

    processo de deciso, o voto e o uso da mdia na disseminao do pensamento poltico etc.

    A teoria das representaes sociais se revela como pertinente para a compreenso

    dessa dinmica social, uma vez que na relao com o outro que as representaes soconstrudas (S, 1998). A este respeito, Flix e Santos (2011) asseguram que "as

    representaes sociais so criadas pela necessidade de saber como se ajustar, se comportar

    no mundo, dominando este fsica ou intelectualmente, assim como identificar e resolver os

    problemas que se apresentam" (p. 365). Assim, "representar uma coisa, um estado, no s

    desdobr-lo, repeti-lo ou reproduzi-lo, reconstitu-lo, retoc-lo, modificar-lhe o texto"

    (Moscovici, 2012, p. 54).

    Diante disso, destaca-se a importncia de compreender como os adolescentes, nos

    dias atuais, representam os elementos do processo poltico, visto que alm das

    peculiaridades deste grupo de pertena, os atores sociais esto inseridos num contexto

    mutvel que demanda novas e recorrentes significaes sobre a realidade social,

    justificando-se assim a relevncia deste estudo. Deste modo, a fim de propiciar um

    alargamento nesse campo de interesse, este artigo objetivou verificar as representaes

    sociais elaboradas por adolescentes escolares acerca das eleies e os aspectos polticos que

    a circunscrevem.

    Mtodo

    Participantes

    Do tipo no probabilstica, a amostra foi composta por 129 adolescentes com idades

    de 16 a 17 anos (M = 16,65, DP = 0,47), maioria do sexo masculino (51,2%), solteiro (93%),

    do terceiro ano (92,2%), de escola pblica (50,4%), que possuem ttulo eleitoral (84,4%),

    concordam com o voto a partir dos 16 anos (80,2%) e acreditam que os seus votos podem

    fazer a diferena (43,7%).

    Instrumentos

    Utilizaram-se como instrumentos um questionrio sociodemogrfico e a tcnica de

    associao livre de palavras, que objetivou identificar as dimenses latentes dasrepresentaes verificadas por meio dos elementos constituintes das redes associativas dos

    contedos evocados pelos participantes em reao a cada estmulo indutor (neste estudo:

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    poltica, poltico, eleio e voto, palavras consonantes ao objeto representacional de

    interesse).

    Procedimento

    Realizou-se contato prvio com a direo das instituies escolares com o intento deconferir a autorizao dos responsveis pelos alunos para o procedimento da coleta de

    dados. Posteriormente, e com a disponibilidade dos estudantes para a participao

    voluntria nesta pesquisa (assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido), foram

    explicitados os objetivos atinentes ao estudo, alm da garantia do anonimato e

    confidencialidade das respostas enunciadas pelos participantes, as quais foram tratadas em

    conjunto. A aplicao se deu de forma coletiva, nas prprias dependncias das escolas

    pesquisadas.

    Anlise dos dados

    As respostas face ao questionrio sociodemogrfico e tcnica de associao livre de

    palavras foram processadas pelo software SPSS e Tri-Deux-Mots(Cibois, 1995) e analisadas

    por meio de estatsticas descritivas e a anlise fatorial de correspondncia (AFC).

    Resultados e Discusso

    A anlise fatorial de correspondncia desempenhada pelo programa Tri-Deux-Mots

    possibilitou a organizao espacial (Figura 1) das evocaes dos adolescentes escolares face

    aos estmulos indutores com as maiores cargas fatoriais associadas s variveis

    sociodemogrficas (se possui ttulo eleitoral, se concorda com o voto facultativo, nvel deinteresse pela poltica, sexo e rede de ensino) dos participantes.

    Figura 1 - Plano fatorial de correspondncia.

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    Registraram-se 1717 palavras emitidas como respostas aos estmulos, das quais 677

    foram palavras diferentes. A Figura 1 ilustra o plano fatorial de correspondncia das

    representaes sociais dos adolescentes sobre eleies e comportamento poltico (objetos

    sociais contemplados pelos estmulos indutores utilizados neste estudo), revelando, deste

    modo, as aproximaes e os distanciamentos das modalidades de construo dos eixos ou

    fatores (F1 e F2). A conjuno dos fatores compreendeu 50,9% da varincia total dasrespostas e apontou, notadamente, a anlise das variveis ou modalidades que tiveram

    contribuio superior a duas vezes a mdia das cargas fatoriais apresentadas pelo programa.

    Na linha horizontal, em negrito, no primeiro eixo (Fator 1), no lado esquerdo,

    sobressaram, as evocaes dos adolescentes de escola pblicaque se declararam indecisos

    quanto ao voto facultativo e destacaram possuir nenhum interesse poltico. Estes

    participantes, face ao estmulo indutor poltica, objetivaram a necessidade de mudanado

    cenrio poltico brasileiro, o qual certamente marcado por aspectos de desqualificao do

    seu exerccio, sendo caracterizada na tica deste grupo por elementos como roubo,fraudee

    corrupo.

    Em relao figura do poltico, os alunos associaram-na apromessase mentirasque

    retroalimentam o cenrio de corrupo que marca a poltica, demonstrando uma

    indissociabilidade entre tais estmulos. Quanto ao terceiro estmulo indutor (eleio), no

    foi observada no plano qualquer evocao proferida pelos participantes. Por outro lado,

    quanto ao voto, este foi objetivado sendo de carter obrigatrio; possivelmente, esta

    condio de obrigao ulterior fase da adolescncia leva muitos atores sociais a

    expressarem sua nulidadenas urnas.

    No mesmo eixo (F1), direita, verificaram-se as objetivaes dos adolescentes de

    escola particular. Para este grupo, a poltica constitui uma expresso dos direitos de uma

    sociedade, a qual tem depositado nela o seu futuro. Entretanto, ainda que tais objetivaes

    revelem algumas garantias e perspectivas sociais, os adolescentes destacaram possveis

    contradies que revestem este conceito, tais como a mentira e a politicagem. Face ao

    estmulo poltico, novamente, os atores sociais realaram o carter multifacetado deste

    construto, demonstrando que, embora haja desvios (de verbas e servios) na atuao dos

    polticos, eles nada mais so do que representantesda populao e, por tal razo, devem ter

    responsabilidadeno manejo de seus recursos. Neste contexto, o grupo de pertena aludido

    objetivou a "eleio" como sinnimo de disputa, que pode embasar o cenrio de mudana

    da realidade social, desde que empreendida de maneira consciente; apesar disto, foi

    objetivado o elemento compra (de voto) como possvel fator desestabilizador dessa

    prospeco. Em relao ao "voto", os adolescentes de escola particular resgataram a sua

    pertinncia como expresso de cidadania, o qual deve ser executado de modo responsvel.

    No segundo eixo (F2), em itlico, situado na linha pontilhada e vertical do plano,

    emergiram dois campos de modalidades de respostas evocadas pelos participantes em

    funo do sexo, engajamento poltico e opinio acerca do voto facultativo. Na parte

    superior, foram cunhadas as associaes dos adolescentes do sexo masculino, discordantes

    do voto facultativo e que apresentam extremo interesse poltico. Para eles, a poltica se

    constri com responsabilidade e por meio do voto, demonstrando a fora de participao

    que a sociedade tem na configurao deste cenrio. Quanto ao poltico, os participantes

    objetivaram a palavra falso como caracterstica que o constitui, embora ele deva ser uma

    figura capaz de assumir opodercom honestidade.Ainda em relao ao grupo citado, quanto "eleio", os participantes ressaltaram a

    relevncia da eleio parapresidentee a fora que a campanhapode assumir na inteno de

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    votosda populao. Entretanto, alm do aspecto ideolgico que sustenta a escolha de um

    candidato em funo deste poder representar determinados grupos, associado ao estmulo

    eleio, foi possvel observar a objetivao compra(de votos) como fato que tambm pode

    delinear este processo. Assim, o "voto" foi considerado como sinnimo de influncia,

    influncia esta que pode exercer foras em diferentes direes, quer de carter mais

    autnomo (escolha crtica de um representante) ou submissa/corrompida (compra do voto).

    Na parte inferior do eixo, foram identificadas as associaes das adolescentes do sexo

    feminino que declararam muito interesse poltico. Para elas, a "poltica" requer investimento

    e est associada ao alcance e exerccio da cidadania. Quanto ao estmulo "poltico", no foi

    verificada produo discursiva com carga fatorial significativa para ser representada no

    plano fatorial. Em relao ao estmulo "eleio", as adolescentes objetivaram os elementos

    direito, democracia e melhorias. Nesta tela, o "voto" parece ter se constitudo como a

    ocasio que marca um passo importante na construo dofuturodo pas.

    Verificou-se a importncia da teoria das representaes sociais (Moscovici, 2012; S,

    1998) para aprofundar no entendimento da poltica e termos relacionados, considerando anecessidade de estudos sobre o comportamento poltico de adolescentes (Arajo, 2007;

    Razo Godnez, 2008; Zullian, 2013), avalia-se que o presente estudo oferece uma

    contribuio especfica, do mbito da psicologia social.

    A presente pesquisa pde compreender as evocaes dos adolescentes a partir das

    suas pertenas sociais e do seu engajamento poltico. Tais representaes esto

    relacionadas aos traos culturais da histria poltica do pas, constatando que os

    adolescentes brasileiros no esto plenamente satisfeitos em relao poltica atual,

    conclamando mudanas. Observou-se tambm que essa "descrena", ao mesmo tempo em

    que forja o afastamento de alguns adolescentes, faz com que outros adolescentes se sintam

    responsveis e interessados pela poltica, fazendo-os confiar que seus votos podem fazer a

    diferena neste cenrio. O que corrobora a importncia que estes atribuem poltica

    (Secretaria Nacional da Juventude, 2013).

    Consideraes finais

    A presente pesquisa buscou apreender as representaes sociais de adolescentes

    escolares acerca das eleies e tpicos correlatos (poltica, poltico e voto). Considerando os

    resultados apresentados, estima-se que este objetivo tenha sido alcanado.

    A despeito disso, como peculiar a qualquer investigao cientfica, so evidenciadasalgumas limitaes neste estudo. Assim, reconhece-se a necessidade de considerar amostras

    maiores e representativas da populao de interesse, bem como se utilizar de outras

    estratgias metodolgicas como o uso de grupos focais. Alm disso, ficou notria a

    necessidade de discutir o tema nas escolas de modo crtico e contextualizado, despertando o

    interesse e a autonomia dos adolescentes na escolha de seus representantes.

    Referncias

    Arajo, A. L. (2007).Juventude e Participao Poltica: O Jovem Eleitor de Londrina. Dissertao de mestrado,

    Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paran, Brasil.

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    Passo Fundo, 8(3), 363-374. Recuperado em 29 out., 2014 de:

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    Recuperado em 29 out., 2014 de:http://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0187-01732008000200011&lng=es&tlng=es.

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    Secretaria Nacional da Juventude (2013). Agenda Juventude Brasil. Pesquisa Nacional sobre o Perfil e Opinio

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    Ribeiro, R. S. B. (2014). O papel da internet e das mdias sociais no cenrio poltico . Trabalho de Concluso de

    Curso, Universidade Estadual da Paraba, Joo Pessoa, Paraba, Brasil.

    Silva, L. M. M. (2009). O Jovem e a Poltica: Comparao entre o jovem brasileiro e o portugus. Dissertao de

    mestrado, Universidade de Fernando Pessoa, Porto, Portugal.

    Zullian, T. (2013). O eleitor desiludido: o imaginrio coletivo de eleitores brasileiros sobre os candidatos

    polticos. Revista Sul Americana de Psicologia, 1(2), 169-184. Recuperado em 29 out., 2014:

    http://www.revista.unisal.br/am/index.php/psico/article/view/21/30.

    Apresentao: 07/11/2014

    Aprovao: 10/12/2014

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