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PEDAGOGIA

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Eliane Nogueira dos Reis Silva

A Literatura Infantil como Ferramenta de Aprendizagem

Braslia2015

Eliane Nogueira dos Reis Silva

A Literatura Infantil como Ferramenta de Aprendizagem

Trabalho de concluso de curso apresentado Coordenao de Licenciatura em Plena em Pedagogia da Faculdade Albert Einstein como requisito parcial para obteno do ttulo de Licenciado em Pedagogia

Orientador: Jos Roberto Nunes

Orientador(a): Jos Roberto Nunes

Brasilia 2015

RESUMO

A Literatura Infantil quando trabalhada constantemente e de forma adequada se torna um importante instrumento ldico na construo do aluno. Quando o hbito de ler transpassa o limite da obrigao escolar e se torna uma atividade prazerosa, este se torna uma ferramenta para um bom rendimento e aprendizado escolar. O aluno quando se mostra entusiasmado pela literatura j nas series da Educao Infantil se interessar tambm em aprender o cdigo da escrita o qual passar a possuir significado para ela desenvolvendo suas potencialidades para criar e expor suas ideias. A leitura tambm da condio de acesso cultura e contribui para a formao crtica do indivduo que necessita ter voz e vez na sociedade, pois a partir da ele poder interpretar e mudar alguma experincia de vida. Este trabalho tem como objetivo discorrer sobre a Literatura Infantil, sua origem e sua contribuio para a formao do pequeno leitor. Assim pretende-se contribuir para o acervo de pesquisa referente a esse tema, visto que apesar de vivermos em uma sociedade digital, os livros ainda so fundamentais para que se consiga um processo de ensino aprendizagem satisfatrio, alm de abrir portas muito importantes para a vida do indivduo. A metodologia utilizada neste trabalho ser atravs da pesquisa bibliogrfica em acervos que contenham trabalhos relacionados com o tema proposto. A Literatura Infantil tem um papel de inquestionvel importncia neste processo, pois, ela pode ser usada com instrumento para a aquisio da leitura, aproveitando da farta imaginao da criana para mostrar-lhes um mundo repleto de aventuras, magia, cenrios fantsticos com seres encantados. Esta pesquisa mostrou que o processo da leitura envolve no s quem vai ler, mas tambm quem ensina e incentiva a leitura.

Palavras-chave: Literatura Infantil, leitura, aprendizagem.

ABSTRACT

The Children's Literature when worked constantly and appropriately becomes an important tool in building the playful student. When the habit of reading pierces the limit of school obligation and becomes a pleasurable activity, it becomes a tool for a good yield and school learning. The student when it is excited by the literature already in series of early childhood education also will interest in learning the written code which will have meaning for her developing their potential to create and present their ideas. Reading also the condition of access to culture and contributes to the critical formation of the individual who needs to have voice and time in society, because from there it can interpret and change some life experience. This paper aims to discuss the Children's Literature, its origin and its contribution to the formation of small player. So we intend to contribute to the search acquis concerning this issue, since even though we live in a digital society, books are still essential in order to gain a satisfactory teaching and learning process, and open doors very important for life the individual. The methodology used in this paper is through literature in collections containing works related to the theme. The Children's Literature has a role of unquestionable importance in this process, because it can be used to instrument for the acquisition of reading, taking advantage of the abundant imagination of the child to show them a world full of adventure, magic, fantastic scenery with enchanted beings. This research showed that the reading process involves not only those who will read, but also who teaches and encourages reading.

Keywords: Children's Literature, reading, learning.

SUMRIO

1. INTRODUO ............................................................................................. 06

2. METODOLOGIA .......................................................................................... 08

3. CAPTULO I O MUNDO EMCANTADO DA LITERATURA INFANTIL ..... 093.1 A Origem da Literatura Infantil ................................................................... 093.2 A Importncia dos Livros Infantis no Desenvolvimento da Criana ...... 103.3 Modalidades de Textos Infantis ................................................................. 113.3.1 Fbulas ........................................................................................................ 113.3.2 Os Contos de Fadas ..................................................................................... 123.3.3 Lendas ......................................................................................................... 133.3.4 Poesias ........................................................................................................ 153.3.5 Os Contos Populares ................................................................................... 154. CAPTULO II ESTRATGIAS PEDAGGICAS PARA A FORMAO DO PEQUENO LEITOR ................................................................................................ 184.1 Literatura Infantil na escola ............................................................................ 184.2 O livro e a Escola ............................................................................................. 194.3. Processo de Aquisio da Leitura ................................................................ 204.4 A Importncia da Literatura Infantil na Formao de uma Sociedade de Leitores ............................................................................................................. 23

5. CONCLUSO ............................................................................................. 26

6. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................ 28

1 INTRODUO

A Literatura Infantil quando trabalhada constantemente e de forma adequada se torna um importante instrumento ldico na construo do aluno. Quando o hbito de ler transpassa o limite da obrigao escolar e se torna uma atividade prazerosa, este se torna uma ferramenta para um bom rendimento e aprendizado escolar.Quando a criana tem contato com os livros desde as series iniciais, esta adquire mais facilidade em aprender, na organizao do pensamento, na estimulao do imaginrio e na fantasia e a conviver melhor no ambiente escolar. O aluno quando se mostra entusiasmado pela literatura j nas series da Educao Infantil se interessar tambm em aprender o cdigo da escrita o qual passar a possuir significado para ela desenvolvendo suas potencialidades para criar e expor suas ideias.A leitura tambm da condio de acesso cultura e contribui para a formao crtica do indivduo que necessita ter voz e vez na sociedade, pois a partir da ele poder interpretar e mudar alguma experincia de vida.As histrias infantis tm um papel de muita importncia na formao e desenvolvimento da criana pois elas oferecem sugestes em forma simblica sobre como ela pode lidar com estas questes da vida e crescer. Quando em um conto de fadas existe o bem e o mal, oportuniza a criana criar relaes com esses sentimentos, vivenciar as vitrias e derrotas e por fim criar para si uma convico moral.O livro infantil, sendo adequadamente escolhido, favorecer a aprendizagem, a organizao do pensamento e estimular o imaginrio e a fantasia que fazem parte do universo da criana, assim como de qualquer ser humano.Infelizmente o ato de ler, da forma como vem sendo trabalhado nas escolas, no tem contribudo para despertar no educando o gosto pela leitura. A grande maioria l para cumprir uma exigncia do professor, para a realizao de uma avaliao. preciso resgatar o gosto pela leitura, atravs do imenso repertrio que a literatura infantil nos oferece. A interao com essas obras contribuir aos alunos o desenvolvimento da leitura, da linguagem oral e da escrita. Portanto, quanto mais cedo essa tcnica for empregada, mais cedo as crianas se envolvero e aprendero a gostar da leitura.Este trabalho tem como objetivo discorrer sobre a Literatura Infantil, sua origem e sua contribuio para a formao do pequeno leitor. Assim pretende-se contribuir para o acervo de pesquisa referente a esse tema, visto que apesar de vivermos em uma sociedade digital, os livros ainda so fundamentais para que se consiga um processo de ensino aprendizagem satisfatrio, alm de abrir portas muito importantes para a vida do indivduo.

2. METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho ser atravs da pesquisa bibliogrfica em acervos que contenham trabalhos relacionados com o tema proposto.Assim esta monografia estruturada em dois captulos no qual o primeiro contar sobra as origens da Literatura Infantil desde a Europa at sua chegada ao Brasil. Em seguida ser mostrado qual a importncia dela em relao ao desenvolvimento da criana. Tambm neste captulo ser mostrado as principais modalidades de textos infantis que esto disponveis.No segundo captulo ser mostrado a estratgias pedaggicas para a formao do pequeno leitor alm da relao da literatura infantil e dos livros com a escola e o processo de aquisio da leitura.Para finalizar ser mostrado a importncia da Literatura Infantil na construo de uma sociedade de leitores,

3.CAPTULO I O MUNDO EMCANTADO DA LITERATURA INFANTIL

3.1 A Origem da Literatura Infantil

Segundo estudos a Literatura Infantil teve sua origem no sculo XVII com Feneln (1651 1715) com a funo de educar moralmente as crianas destacando nas histrias o bem a ser aprendido e o mal que deveria ser desprezado. Antes dessa poca as crianas eram vistas como pequenos adultos, assim no havia livros nem histrias dirigidas especificadamente a elas. A mortalidade infantil era alta devido a falta de higiene, inmeras doenas, pela fome e at por causa de intempries. O altssimo ndice de morte na infncia era tratado de forma banal como algo corriqueiro de se acontecer.Quando conseguia sobreviver aos riscos dos primeiros anos de vida o pequeno indivduo j era encaminhado a aprender alguma profisso. O conhecimento vinha da prtica e do convvio social. As escolas eram precrias e desorganizadas alm de no possuir currculos nem matrizes escolares. Na poca tambm existiam as escolas eclesisticas para formao de religiosos.Poucas crianas tinham oportunidade de frequentar uma instituio de ensino e muitas das que iam a escola no permaneciam nela por muito tempo.No perodo medieval no haviam assuntos que a criana no pudesse conhecer, por participar sempre da vida comunitria, dos costumes e hbitos sociais de temas de vida adulta como a luta pela sobrevivncia, a morte, o sexo, as comemoraes e as crenas populares.Em se tratando da crena popular da poca importante observar que o esprito popular medieval era marcado pela crena no fantstico. As pessoas acreditavam em poderes sobre-humanos, em fadas, bruxas, anes, duendes, ogros, castelos encantados, poes mgicas, tesouros, fonte da juventude, gigantes e era comum durante as festas ou depois do trabalho ver crianas e adultos nas praas pblicas escutando contadores de histrias.A partir de uma reorganizao no ensino que livros de literatura infantis comearam a serem publicados como instrumento de ensino e em 1967 Charles Perrault publica histrias folclricas contadas pelos camponeses retirando passagens obscenas de contedo incestuoso e canibalismo. As primeiras histrias publicadas foram: A Bela Adormecida no bosque, O Gato de Botas, Chapeuzinho Vermelho, As Fadas, A Gata Borralheira, Henrique do Topete e O Pequeno Polegar.O primeiro livro didtico a ser publicado na poca foi criado no intuito de ensinar latim para crianas atravs de ilustraes e foi criado por Orbis Sensualium Pictus.No final do sculo XVIII inicia-se a valorizao da famlia e suas relaes afetivas, quando se retira o homem das praas e das ruas trazendo-o a um maior convvio familiar, separando assim a infncia da idade adulta.A educao tambm sofre um processo de valorizao da aprendizagem surgindo aos poucos, cartilhas contendo instrues de higiene para a famlia, brinquedos e literaturas especficas para a criana.Nessa poca tambm surge a preocupao de levar todas as crianas para dentro das escolas independente de sua classe social surgindo transformaes pedaggicas no sentido de tornar obrigatrio a educao para todos.No Brasil s se ouviu falar em Literatura Infantil no sculo XIX que, porm, a circulao de livros infantis acontece de maneira devagar e precria e ainda com publicaes portuguesas. A Literatura Brasileira teve influencias europeias quando os primeiros colonizadores trouxeram suas histrias e estas eram narradas pelos avs para entreter as crianas, tambm teve influncias africanas nas histrias de escravas negras, e tambm a influncia indgena em lendas como a Iara, o Minhoco e o Matitaper.No Brasil surgiram grandes nomes que se dedicaram exclusivamente a literatura infantil. Um dos mais referenciados Monteiro Lobato e suas histrias fantsticas do Stio do Pica-pau Amarelo que aps anos de publicao ainda lido por milhes de crianas no pas. Outras figuras tambm contribuem para o acervo da cultura literria como rico Verssimo, Ceclia Meireles, Clarice Linspector, Ruth Rocha e Ana Maria Machado.

3.2 A Importncia dos Livros Infantis no Desenvolvimento da Criana

Em um mundo digital com internet, televiso, rdio e cinema, o livro se tornou algo dispensvel. Muitas pessoas no gostam de ler ou no possuem o hbito da leitura em seu cotidiano e isso se deve na maioria dos casos de que quando crianas, estas no tiveram convivncia com a literatura infantil (PORTAL EDUCAO, 2013).A literatura extremamente importante para o aprendizado do indivduo pois contribui na formao da criana em relao a si mesma e ao mundo a sua volta tornando tambm a compreenso dos valores bsicos da conduta humana e convvio social mais fceis.Quando usada de forma adequada e separada por faixa etria, a literatura pode ser uma ferramenta bastante verstil do processo de desenvolvimento da criana. Assim na primeira fase da vida at os 3 anos de idade, quando a criana ainda no conhece os smbolos grficos os movimentos e a voz devem ser explorados atravs de fantoches e histrias rpidas e curtas. A fase seguinte vai at os 6 anos de idade onde as crianas gostam de ouvir vrias vezes a mesma histria, os contos de fadas em que os animais so os personagens principais so os mais recomendados. Dos 6 aos 8 anos, quando a criana j consegue ler as histrias podem conter tramas mais complexas com mais personagens e textos maiores (PORTAL EDUCAO, 2013).A partir dos 11 anos quando a criana j um leitor fluente, sua capacidade de concentrao maior e ele capaz de compreender o mundo expresso no livro. As histrias que atraem esse leitor apresentam valores polticos e ticos representados por heris e heronas que lutam por seus ideais. Aos 13 anos o leitor se torna mais crtico e h o total domnio da leitura e da escrita. Sua capacidade de reflexo aumenta permitindo-lhe a intertextualizao (CASTRO, 2015).

3.3 Modalidades de Textos Infantis

Existem vrias modalidades de textos direcionados a crianas os quais sero tratados detalhadamente a seguir.

3.3.1 Fbulas

As fbulas surgiram no Oriente e particularmente desenvolvidas por um escravo chamado Esopo no sculo 6 a. C. antes da Grcia antiga. Os personagens das fbulas de geralmente eram animais. Estes falavam e se expressavam como os seres humanos e no decorrer das histrias e das situaes que os envolviam, ele procurava transmitir sabedoria de carcter moral ao homem. Cada bicho simboliza algum aspecto ou qualidade do homem como, por exemplo, o leo representa a fora; a raposa, a astcia; a formiga, o trabalho etc. uma narrativa inverossmil, com fundo didtico. Quando os personagens so seres inanimados, objetos, a fbula recebe o nome de aplogo.Vrios valores so tratados neste tipo de texto como a vitria da fraqueza sobre a fora, da bondade sobre a astcia e a derrota de preguiosos.Os textos mais famosos de Esopo so: A Raposa e as Uvas, A Tartaruga e a Lebre, O Vento Norte e o Sol, O Menino que criava Lobo, O Lobo e o Cordeiro.Outro grande autor de fbulas foi La Fontaine conferindo ao gnero grande refinamento. Suas principais obras so O Lobo e o Cordeiro, A Raposa e o Esquilo, Animais Enfermos da Peste, A Corte do Leo, O Leo e o Rato, O Pastor e o Rei, O Leo, o Lobo e a Raposa, A Cigarra e a Formiga, O Leo Doente e a Raposa. No Brasil Monteiro Lobato, S de Miranda, Diogo Bernardes, Manoel de Melo, Bocage, foram os recriadores das fbulas.Tecnicamente a fbula se divide em duas partes:1 parte a histria (o que aconteceu)2 parte a moral (o significado da histria)

3.3.2 Os Contos de Fadas

Os contos de fadas sempre foram considerados histrias para adultos e para crianas. Inicialmente escritos como poemas, os contos de fadas tem origem celta e as primeiras publicaes foram no sculo XVII na Frana durante o reinado de Lus XIV (COELHO, 2003).Charles Perrault foi um grande precursor das publicaes dos contos de fadas publicando em 1967 seu livro Contos da me Gansa com os contos: A Bela Adormecida no Bosque, Chapeuzinho Vermelho, O Barba Azul, O Gato de Botas, As Fadas, A Gata Borralheira, Henrique do Topete e O Pequeno Polegar. Inicialmente os contos no eram destinados aos adultos, mas, no sculo XVIII foi recolhido ao mundo infantil. Mais tarde no sculo XIX surge os irmos Jacob e Wilheelm Grimm que publicaram contos de fadas para adultos e crianas.Um fato interessante sobre os contos de fadas que alguns tiveram que sofrer alguns retoques referentes a violncia e a sexualidade como no caso da histria de Chapeuzinho Vermelho pois na verso verdadeira o fim no tem caador, sem resgate da vov que acaba ficando na barriga da vov sem final feliz (COELHO, 2000).Um dos responsveis por essas reformulaes foi Perrault. Quando reformuladas as histrias passaram a ser aceitas pela populao nobre e atingiram tambm o pblico infantil por apresentarem uma narrativa simples e acessvel e por serem cheias de magia e atos fantsticos.O objetivo de Perrault no era apenas divertir a populao, mas tambm de atravs das histrias moralizar e instruir ensinamentos ao indivduo adulto e criana.Aps a publicao de Perrault surge os irmos Grimm que traziam em suas histrias um mundo maravilhoso de fantasias para todos. Os jovens irmos alemes coletavam histrias folclricas para as produes de seus contos. Eles viajavam pelo interior da Alemanha coletando dados lingusticos nas fontes, tendo como objetivos, levantar elementos lingusticos para fundamentar o estudo da lngua alem, procurando registrar as palavras pronunciadas, no contexto lingustico dos contos relatados (ALBERTI, 2014).Jacob e Wilhelm registravam os contos que ouviam e posteriormente publicaram o livro Contos da Criana e do Lar com histrias como Os Msicos de Bremem, Cinderela, Joo e Maria, Rapunzel e Branca de Neve e os Sete Anes. Seus contos passaram a ter como alvo principal as crianas.Formados em Direito os irmos atravs de suas pesquisas procuravam resguardar e reafirmar as origens da realidade histrica do povo alemo deixando um acervo riqussimo de histrias, lendas e fbulas.

3.3.3 Lendas

A palavra lenda vem do latim e significa o que deve ser lido e inicialmente constituam uma compilao da vida dos santos e dos mrtires e lidos nos refeitrios dos conventos. Com o tempo as lendas foram evoluindo baseando-se em fatos histricos se tornando o produto inconsciente da imaginao popular.Muitos estudiosos tentaram saber e entender a origem das lendas e h quatro teorias para isso: Teoria bblica: essa teoria defende que todas as lendas tem fundamentao nas Escrituras, embora os fatos tenham sido distorcidos e alterados e cada povo criou a sua lenda. Assim, Deucalio No, Hrcules Sanso, riom Judas. Assim h muitas coincidncias curiosas mas a teoria no pode explicar a maior parte das lendas, sem cair no contra-senso. Teoria histrica: essa teoria prega que todos os personagens das histrias foram pessoas reais as quais foram atribudas atravs da historia acrscimos e embelezamento. A histria de olo deus do vento, seria originada do fato de ele ser governante da ilha do Mar de Tirreno onde reinou com justia e piedade ensinando ao seu povo o uso da navegao vela e como prever as mudanas de tempo e do vento. Cadmo, que segundo a lenda, semeou a terra com dentes de drago, dos quais nasceu uma safra de homens armados, foi na realidade um emigrante vindo da Fencia, que levou Grcia o conhecimento das letras do alfabeto, ensinando-o aos naturais daquele pas. Teoria Alegrica: todos os mitos da antiguidade eram alegricos e simblicos contendo uma verdade moral, filosfica, ou algum fato histrico, sob forma de alegoria passaram a ser entendidos literalmente. Assim Saturno que devora os prprios filhos, a mesma Divindade que os gregos chamavam de Cronos, que pode-se dizer, na verdade destri tudo que ele prprio cria. Teoria Fsica: Para esta teoria, os elementos ar, fogo e gua, originalmente objeto de adorao religiosa, sendo as principais divindades personificadas nas foras da natureza. Foi fcil a transio da personificao dos elementos para a idia de seres sobrenaturais, dirigindo e governando os diferentes objetos da natureza. Os gregos acreditavam que toda a natureza era povoada por seres invisveis, e que todos os objetos, desde o Sol e o Mar at a menor fonte ou riacho, estavam entregues aos cuidados de alguma divindade e atributos particulares.Essas quatro teorias possuem fundamentos, e elas no se excluem, na verdade se completam, pois, onde uma no pode explicar a outra pode. Na teoria bblica se v a ideia de lendas e personagens que viajam de uma mitologia para outra. Enquanto que na teoria histrica tem-se a adorao aos antepassados visto como heris e por sua vez divinizados. Na teoria Alegrica percebemos a psique humana que mostra o coletivo dos sonhos e medos transformados em mitos. E por fim a teoria fsica nada mais do que a divinizao da natureza, muito comum em sociedades animistas e primitivas.

3.3.4 Poesias

A origem da poesia se confunde com a origem da prpria linguagem. Antes da inveno do alfabeto, os antigos gregos acreditavam que as Musas davam aos poetas o dom de desencantar as palavras: eram os Aedos. Eles compunham canes ao som da lira e conseguiam transmitir os segredos das palavras atravs da poesia. Os poemas eram compostos e cantados pelos Aedos e quando as canes passaram a ser escritas, os Aedos desapareceram.A palavra grega mousa significa cano ou poema. As musas habitavam no templo Museion, termo que deu origem palavra museu definido como o local de preservao das artes e cincias.O poeta cantava perante uma assembleia de aristocratas reunidos num banquete, desfilando uma vasta coleo de temas conhecidos, por exemplo, a guerra de Tria. Ele prprio escolhia um episdio, mas muitas vezes era o pblico que pediaum tema favorito. E assim o poeta fazia um curto canto de preldio epopeia principal. Os Hinos homricos constituem uma coleo desses poemas.Os Aedos cantavam um repertrio composto de lendas e tradies populares ao som de liras ou ctaras. Assim como um artista escultor que d forma a um bloco de pedra, o escritor d forma s palavras transformando-as em sonetos, poemas, msica e poesia.

3.3.5 Os Contos Populares

H varias classificaes para os contos populares. Segundo Lus da Cmara Cascudo em seu Dicionrio do Folclore Brasileiro os contos so divididos em: Contos de encantamento - Tambm conhecido como conto maravilhoso ou conto de fadas. um tipo de conto ambientado no sobrenatural e maravilhoso, onde prncipes, princesas enfrentam monstros e bruxas e conseguem superar as adversidades graas interveno de ajudantes mgicos. A histria quase sempre tem um final feliz. Entre os contos de encantamentos h muitos que esto espalhados por todo o Brasil, mas que receberam um colorido especial de cada regio, como Bicho de Palha (Gata Borralheira); sendo o conto que apresenta o maior nmero de verses (143) e o registro de trs variantes (a mais tradicional a que o ajudante mgico uma vaca com a varinha de condo). Outros exemplos: A Princesa Jia, O Marido da Me d'gua, O Filho da Burra, O Peixinho Encantado, Os Sete Sapatos da Princesa, A Filha do Diabo, Contos da Carochinha, Joozinho e Maria, Branca de Neve, A Bela Adormecida, entre outros. Contos de Animais - So contos em que os animais so dotados de qualidades, defeitos e sentimentos humanos. A esperteza e a astcia so as nicas armas de que um animal, sempre de porte pequeno, dispe para enfrentar seu inimigo mais forte. Estruturalmente assemelham-se fbula, pois h na histria uma inteno moralizante. Os tipos mais representativos integram os ciclos do macaco e a ona, do coelho e o sapo ou o cgado, da raposa e a ona. So exemplos: O gavio e o urubu, A raposa e as uvas, O pulo do gato, etc. Contos de exemplo - so aqueles estruturados pelo antagonismo Bem versus Mal, em que um delito contra uma norma de carter social conduz o desfecho da intriga para uma lio de moral. Recorrendo sagacidade para inverter a situao de desvantagem, o ru, transforma-se em heri. So exemplos: O Vaqueiro que no Mentia, O Compadre Rico e o Pobre, Os Dois Corcundas, A Menina dos Brincos de Ouro, entre outros. Contos religiosos - Caracterizam-se pela presena ou interferncia divina. Mostram ao mesmo tempo a f, a crendice, a superstio e o sentimento mstico de nossa gente, numa singela aliana como se pode observar em Jesus e os lavradores, A Moa e a Vela, Os Rins da Ovelha, Como a Aranha Salvou o Menino Jesus, A Me de So Pedro etc. Causos - So histrias cobertas de fantasia, nas quais se misturam elementos mticos e lendrios, contadas, sobretudo por pescadores, tropeiros, vaqueiros, pees de fazenda e caadores (extraordinrios contadores de causos). Geralmente, o contador o personagem principal outras vezes, porm, apenas assistiu o fato. Contos de Anedotas/Faccias - So narrativas curtas em tom de chacota leve e alegre. A trama conduzida sob o foco de um heri malandro que troa de ricos e poderosos. Dentre os contos facciosos os do ciclo de Pedro Malasartes, de So Pedro e Jesus e de Bocage so os mais divulgados. Outros contos: A Mulher do Piolho, A Gulosa Disfarada, O Menino Sabido e o Padre, A Sopa de Pedra, O Homem Que Ps Um Ovo. Conto Acumulativo - Tambm denominados "lengalenga", so contos nos quais as sequncias narrativas se repetem e se encadeiam com acrscimos e recorrncias de alguns elementos, sempre na mesma ordem, at o fim. Por isso so conhecidos como "contos de nunca mais acabar". Eles tm caracterstica de uma longa parlenda, contada e recontada para divertir as crianas. Alm disso, desenvolve, nas crianas, a oralidade e as aproxima da leitura. Contos Etiolgicos - So contos inventados para explicar ou dar razo a origem de um aspecto, forma, hbito, disposio, propriedade, carter de qualquer pessoa ou coisa. So exemplos: Porque o Negro Preto, A Causa da Seca no Cear, A Maarapeba ficou com a boca torta por ter zombado de Nossa Senhora; A festa no cu, que explica porque o casco do cgado todo em pedaos, para s citar esses. Demnio Logrado - a reunio de contos ou disputas em versos em que Demnio intervm; perdendo este uma aposta e sendo derrotado: Toca por Pauta, O Afilhado do Diabo, As Perguntas de Dom Lobo, Audincia do Capeta etc.

4 CAPTULO II - ESTRATGIAS PEDAGGICAS PARA A FORMAO DO PEQUENO LEITOR

4.1 Literatura Infantil na escola

de extrema importncia que as crianas tenham contato com os livros e as histrias e a relao entre a escola e a Literatura Infantil sempre existiu. E na escola que a criana ter uma maior intimidade com este universo literrio mesmo que seja de maneira obrigatria como pretexto pedaggico.

literatura, como linguagem e como instituio, que se confiam os diferentes imaginrios, as diferentes sensibilidades, valores e comportamentos atravs dos quais uma sociedade expressa e discute, simbolicamente, seus impasses, seus desejos, suas utopias. Por isso a literatura importante no currculo escolar: o cidado, para exercer, plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literria, alfabetizar-se nela, tornar-se seu usurio competente, mesmo que nunca v escrever um livro: mas porque precisa ler muitos. (LAJOLO, 2008)

A Literatura Infantil pode ser considerada como uma arte onde a criana, que cheia de curiosidade e se maravilha cm o encantado, pode encontrar o alimento para sua psique infantil, ela tambm cheia de ludismo e fantasia fazendo com que o pequeno leitor encontre as respostas para as inmeras indagaes do mundo infantil (MEIRELES, 1984; FRANTZ, 2001).O que se deve levar em considerao que os livros infantis so escritos por adultos e que estes tentam transmitir valores e ideais atravs de seus pontos de vistas que este considera uteis a formao moral e social da criana.Assim, pode-se notar que alguns escritores apresentam uma linguagem simplista ao extremo subjugando a capacidade intelectual das crianas em compreender textos mais complexos as vezes causando o desprezo da criana pela obra.Quando a criana ingressa na escola ela j possui uma certa bagagem de conhecimento trazidos de seu convvio familiar conquistados por meio da explorao visual, auditiva, jogos, brincadeiras, conversas, passeios, contatos, brinquedos, histrias que influenciam no processo de aprendizagem. No novo universo da escola ela vai se deparar com novos conceitos que a atrairo como letras, palavras, frases, textos, histrias. O desejo pela leitura admite-se a gosto por alguma coisa a partir da experimentao, do contato e da relao, assim com a leitura, com o livro e aprender a gostar a ler, ou seja, a criana necessita deste encontro para realmente sentir-se despertada primeiramente a ouvir para enfim ler. O adulto o primeiro mediador desse encontro.

4.2 O livro e a Escola

Durante muito tempo o livro foi considerado como um smbolo mgico que guardava grandes segredos a serem desvendados. Na Idade Mdia somente os religiosos e membros do clero tinha, acesso leitura e a informao, fazendo deles membros respeitados e detentor de grande conhecimento.Com a Revoluo Industrial, onde houve um grande xodo rural, o livro passa a ser um produto disponvel a toda sociedade capitalista e chegando as crianas que at hoje se encantam pelas histrias fantsticas que neles so contados.A criana criativa e precisa de matria-prima sadia, e com beleza, para organizar seu mundo mgico, seu universo possvel, onde ela dona absoluta: constri e destri. Constri e cria, realizando tudo o que ela deseja. A imaginao bem motivada uma fonte de libertao, com riqueza. uma forma de conquista de liberdade, que produzir bons frutos, como a terra agreste, que se aduba e enriquece, produz frutos sazonados. (CARVALHO, 1989)

Isso explica a fascinao que os contos de fadas, escritos h tanto tempo, ainda prendem a ateno das crianas alcanando o mais profundo de seu imaginrio.Por meio da projeo da criana nos contos infantis, ela vive intensamente seus conflitos, medos e dvidas. Referimos projeo da criana nos contos infantis e ilustraes, considerando o pensamento de Benjamin, quando nos diz que no so as coisas que saltam das pginas em direo criana que as vai imaginando - a prpria criana penetra nas coisas durante o contemplar, como nuvem que se impregna do esplendor colorido desse mundo pictrico. (Benjamin, 2002)

Um ponto a ser observado e levado em considerao sobre a linguagem adotada nos livros infantis. Elas devem ser simples, mas no banais, uma linguagem clara, envolvente, agradvel e bem cuidada para que a criana se sinta atrada pela leitura e no a despreze como o que acontece com livros que apresentam uma linguagem medocre.Os textos tambm devem se aproximar culturalmente das crianas, para que este no fique estranho aos seus olhos. Assim o leitor e o livro devem estar conectados pela mesma esfera cultural.Na escola, o professor visto como uma figura superior e transmissor do saber, e este molda o aluno conforme sua viso. O livro deve ser usado pelo professor como um instrumento que o ajuda na transmisso de conhecimento, de normas, de obedincia e de bom comportamento.Nas series iniciais, um dos textos mais utilizados para se trabalhar com as crianas so as fbulas, pois como neste mtodo h sempre um ensinamento em seu desfecho, dispensa o aluno de qualquer questionamento ou reflexo. Assim o aluno deve se identificar com a moral imposta pela histria.Porm o que realmente fica registrado no consciente da criana no a moral ou o ensinamento trazido pela fbula, mas sim todo o drama e os acontecimentos da histria, este drama que contribuir para a reflexo e o desenvolvimento, fazendo com que este seja aplicado no cotidiano da criana.Enfim, leitura infantil extremamente prodigiosa em suscitar a imaginao ao mundo das aventuras. Durante o perodo de desenvolvimento, a criana deve ser estimulada a sentir-se motivada em busca do interesse no contedo do livro e pelo treino da linguagem. O estmulo precoce muito eficaz, tendo em vista que levam as crianas a foliar os livros, despertar o desejo de ler a praticar com maior assiduidade narrativa de histrias e a leitura oral. O prazer proporcionado pelas novas habilidades deve combinar-se com o interesse e necessidades das crianas. A criana atravs da literatura desafiada como ser humano a expressar seus pensamentos e opinies, atravs da linguagem.

4.3 Processo de Aquisio da Leitura

H muitos pontos de vistas que envolve o processo de aquisio de leitura, e consequentemente a isso surgem vrias teorias e concepes e quase impossvel dizer qual est totalmente certa para formar uma definio global sobre esse tema.Segundo Kato (2005) o processo de aquisio de leitura primeiramente segue um padro de desenvolvimento biolgico. J Chomsky (1996) afirma que os hbitos so adquiridos por situaes de estmulo/resposta. E a leitura adquirida atravs da formao de hbitos da soma linear das palavras numa frase, porm essa teoria se mostrou inadequada para explicar o processo de aquisio da leitura.A teoria construda por Frith (1985) divide o processo em trs fases: logogrfica, alfabtica e ortogrfica.A fase logogrfica a criana reconhece as palavras que pertencem a seu vocabulrio de viso. Ela reconhece as caractersticas grficas dependendo assim do contexto, das cores e formas do texto. Um exemplo que a criana poder ler o rtulo McDonalds por reconhecer o logotipo e se as letras forem trocadas de lugar mantendo o mesmo layout el continuar lendo da mesma forma.A fase alfabtica a criana j comea a ser alfabetizada conhecendo cada letra que compe o alfabeto. ai que comea o processo de associao fonema-grafema onde ela comea a escrever e decodificar as palavras pequenas. Assim a criana consegue ler a palavra gato sem sacola sem alterar a sonorizao dos fonemas, porm ela pode alterar o som do z na palavra rosa por causa do s se corrigindo depois quando esta fizer a contextualizao.A fase ortogrfica quando a criana consegue analisar as palavras em unidades ortogrficas de forma automtica, pois estas j esto armazenadas no lxico.Estas trs fases podem ocorrer de maneira concomitante ou sequencial, isso vai depender da forma como a alfabetizao est sendo trabalhada e estimulada e da velocidade em que a criana absorve este aprendizado.Para Godman (1991) a leitura se define como um processo um processo lingustico atravs do qual o leitor, reconstri uma mensagem codificada por um escritor com uma determinada disposio grfica . A leitura se caracteriza assim como um processo cclico envolvendo operaes de amostragem, previso, teste e confirmao, a partir da construo de uma hiptese inicial sobre a mensagem do texto. Para Ellis (1995) a leitura usa a rota lexical ao reconhecer palavras familiares que ficaram armazenadas na memria ortogrfica em decorrncia de nossas experincias repetidas de leitura.A partir do momento em que estamos diante de uma palavra a ser lida e esta reconhecida pela rota lexical, outro sistema entra em ao o semntico com o intuito de permitir a compreenso do significado da palavra. Com isto, sua pronncia efetivada (sistema de produo fonolgica de palavras), finalizando a leitura em voz alta. Se esta rota atende a leitura das palavras conhecidas, a rota fonolgica se destina leitura de palavras desconhecidas ou pouco frequentes. Diante desse tipo de palavra, fazemos uma anlise de sua sequncia grafmica, segmentando-a em unidades menores (grafemas e morfemas) e associando aos seus respectivos sons (fonemas). H uma juno dos segmentos fonolgicos para que, ento, seja efetuada a pronncia da palavra. Em seguida, o acesso ao sistema semntico obtido pelo feedback acstico da pronncia realizada em voz alta ou encobertamente (ELLIS, 1995).

Para explicar sua teoria Ellis props o seguinte esquema:

Fonte: Ellis, 1995

Um outro pensamento sobre a leitura diz que o leitor fluente faz uma previso do contedo do texto baseada em um pr-conhecimento sobre o assunto e confirmando suas expectativas a medida que avana na leitura.Contudo o que se pode perceber que a leitura um processo ativo onde o leitor sempre constri uma expectativa preliminar sobre o texto em que vai ler. A leitura se constitui em um processo que envolve duas questes: o compreender e a compreenso.Em suma o caminho para aquisio da leitura deve ter relao entre o conhecimento lingustico e o conhecimento de mundo do indivduo. Sendo assim os textos escolhidos para se trabalhar em sala de aula devem ser coerentes com o conhecimento de mundo do leitor, ou ento o professor ter que preencher os vazios existentes antes da tarefa ter incio.Assim em uma aula de leitura o professor deve: Treinar os alunos a determinar com antecedncia quais os objetivos e quais as suas expectativas para uma determinada atividade de leitura. Ensinar os alunos a usar estratgias apropriadas s tarefas. Encorajar os alunos a assumirem riscos, a tentar adivinhar, a ignorar os impulsos para quererem acertar sempre nas suas previses. Dar aos alunos prtica e encorajamento para utilizar um nmero mnimo de chaves sinttico/semnticas para obter o mximo de informao quando leem. Para maiores resultados o professor poder utilizar-se de algumas estratgias como:

um breve sumrio da histria; uma contextualizao breve do onde, quando e quem; uma reflexo de palavras chave para dar contornos do texto em contextos diretamente relacionados com os contedos desse texto; fornecer uma breve introduo fundamental sobre o tpico do texto utilizado.

4.4 A Importncia da Literatura Infantil na Formao de uma Sociedade de Leitores

A infncia a fase mais adequada para o desenvolvimento da leitura, e atravs do adulto leitor que deve instigar o interesse deste pequeno pelos livros lendo para eles.Segundo Abramovich (1997):

[...] o escutar pode ser o incio da aprendizagem para se tornar leitor. Ouvir muitas e muitas histrias importante para se integrar num universo de descobertas e de compreenso do mundo. Ouvindo histrias pode-se tambm sentir emoes importantes, como a raiva, a tristeza, a irritao, o bem-estar, o medo, a alegria, o pavor, a insegurana, a tranquilidade. Enfim, ouvir narrativas uma provocao para mergulhar profundamente em sentimentos, memrias e imaginaes. As histrias podem fazer a criana ver o que antes no via, sentir o que no sentia e criar o que antes no criava. O mundo pode se tornar outro, como mais significados e mais compreenses.

O adulto leitor tem a responsabilidade de indicar o caminho da leitura a criana, mostrando a ela como podem ser utilizadas a fim de que a mesma compreenda seus sentidos.Muitas so as dificuldades que dificultam o processo de leitura das crianas que comea pela falta de investimento de fundos para educao e valorizao dos educadores, e tambm falta de incentivo familiar e a escola ainda tem que enfrentar outros problemas como a falta de materiais (livros), ou profissionais engajados nessa causa.Deve-se tambm observar se a escola tem incentivado o hbito de leitura de seus alunos de forma prazerosa ou s a tem usado como forma de punio para comportamentos inadequados.As escolas precisam trabalhar para a formao de pessoas ativas aplicando uma pedagogia que valorize a formao humana propondo s crianas situaes de aprendizagem nas quais elas possam se envolver de forma dinmica e prazerosa. O educador deve procurar estratgias para promover uma aprendizagem que se encontre intimamente tomada de conscincia da situao atual real vivida pelo educando, proporcionando-lhes momentos de sistematizao e associao, fazendo com que os recursos utilizados pelos alunos sejam prprios de suas vivncias, dessa forma, a leitura e a escrita, que anteriormente, no lhes faziam sentido, passam a ter significado. importante que a escola dinamize e explore a literatura infantil. Quando o professor demonstra prazer em determinadas atividades, desperta tambm esse sentimento em seus alunos que o observam o tempo todo. O movimentar-se do professor to importante e valoroso no sentido de exemplo quanto s palavras que dirige aos ouvidos do grupo de crianas que se inclinam para ouvi-lo. A promoo da leitura nas escolas de responsabilidade de todo corpo docente e no apenas de alguns professores especficos que receberam a responsabilidade de incentivar a leitura. O escritor enfatiza que no se supera uma dificuldade com aes isoladas.O querer construir uma sociedade de leitores, vai alm do sentimento do desejo, vai atitude. Essa atitude deve ser planejada nas aes das atividades pedaggicas da escola, juntamente com todo com o corpo docente, desde atividades simples, como uma conotao de histrias tarefas que exijam planejamentos mais elaborados. A forma que cada profissional da educao se engajar validar o sucesso dos objetivos propostos na formao de leitores.

5 CONCLUSO

Esta pesquisa mostrou que o processo da leitura envolve no s quem vai ler, mas tambm quem ensina e incentiva a leitura.A Literatura Infantil tem um papel de inquestionvel importncia neste processo, pois, ela pode ser usada com instrumento para a aquisio da leitura, aproveitando da farta imaginao da criana para mostrar-lhes um mundo repleto de aventuras, magia, cenrios fantsticos com seres encantados.J comprovado que o uso da Literatura Infantil nas escolas que visam somente habilidade de leitura ou como veculo para instruo moral ou cvica, torna-se inadequada para a formao de leitor literrio. E que estas constataes problemticas exigem a ampliao da compreenso da natureza especfica da literatura na escola por parte dos educadores.A leitura deve ser adquirida de maneira prazerosa fazendo com que a criana se torne um leitor frequente. A criana que l aprende mais facilmente e convive melhor no seu ambiente escolar. importante lembrar que a misso de incentivar a leitura no se restringe apenas a escola. A famlia tambm tem seu papel continuando em casa o que foi comeado na sala de aula pelo professor.A Literatura Infantil traz a rotina escolar uma atividade insubstituvel repleta de expresso, fantasia e anseios, ajudando a criana a lidar com determinadas questes mentais inquietantes a seu ponto de vista.Em outro aspecto, no contexto escolar as histrias so fonte de aprendizagem e desenvolvimento. evidente que a literatura infantil serve para reforar os laos de desenvolvimento e descobertas da criana. Elas aprendem desde cedo, que a linguagem dos livros tem as suas prprias convenes, e que as palavras podem criar mundos imaginrios para alm do aqui e agora.A literatura infantil um amplo campo de estudos que exige do professor bastante conhecimento para saber adequar os contos de fadas s crianas, gerando um momento propcio de encanto e estimulao para a sua imaginao. Assim sendo na percepo das situaes discursivas que o aluno poder se constituir como cidado e exercer seus direitos como usurio da lngua. importante ressaltar que, enquanto a criana no est familiarizada com os cdigos da escrita, ela pode ser treinada a se tornar um leitor atuante. Desta forma, aps o conhecimento da escrita, direcionar para leitura individualizada de livros, dando continuidade ao processo da leitura, expandindo o universo de saberes que o cerca.

6 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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