Elizabeth Bruni Psicoterapia Sistemica de Bert Hellinger d6

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    CLASI -CENTRO LATINO AMERICANO DE SADE INTEGRAL

    EM PARCERIA COM A FACULDADE VICENTINA - CURITIBA

    PS GRADUAO EM PSICOLOGIA TRANSPESSOAL

    TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO DE PS-GRADUAO LATO SENSU

    EM PSICOLOGIA TRANSPESSOAL

    TURMA 2014ELIZABETH ARAJO VIEIRA BRUNI

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    PSICOTERAPIA SISTMICA DE BERT HELLINGER

    Campinas, SP

    2014

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    ELIZABETH ARAJO VIEIRA BRUNI

    PSICOTERAPIA SISTMICA DE BERT HELLINGER

    Trabalho de Concluso de Curso submetido aoCentro Latino Americano de Sade Integral -CLASI como requisito parcial para a Conclusodo Curso de Ps Graduao (Lato Sensu) emPsicologia Transpessoal.

    ___________________________Orientador: Prof MANI ALVAREZCLASI-Centro Latino Americano de Sade Integral

    Data de aprovao: ___/___/____

    Local: Campinas - SP, Centro Latino Americano de Sade Integral - CLASI.

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    DEDICATRIA

    Eu dedico meu trabalho a todas as pessoas inspiradasque plantam a sabedoria da busca em seu caminho.Aos mestres e colegas que me ajudaram a ampliar esteconhecimento do trabalho teraputico em todos osmomentos compartilhados em nossas experincias nabusca de relaes humanas mais equilibradas.As irms do Centro Marianista que nos proporcionaram

    bem estar durante esta jornada.A minha famlia que me apoiou durante esse perododedicado a busca e compreenso das relaesinterpessoais atravs da viso transpessoal.Em especial, a professora Mani pela oportunidade,orientao, incentivo e apoio em todos os momentosdessa jornada, atravs de seu jeito calmo e sereno aliadoao seu conhecimento que facilitou o meu caminho, aminha trajetria.

    Campinas, SP

    2014

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    AGRADECIMENTOS

    Aos meus pais (em memria) Joo Vieira de Frana eRaimunda Quezado de Arajo pela oportunidade de vidaque me deram, pela famlia que fao parte e pela garra

    que me ensinaram ter perante a vida.Foram eles que me transmitiram os valores que norteiama minha trajetria como o respeito e a gratido por todosos seres do universo e a possibilidade de refletir sobreoutros pontos de vista e atravs deles ser capaz dereavaliar minha postura visando assim relaes maisequilibradas.

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    EPGRAFE

    "O que tentamos agarrar, desaparece. O quedeixamos, se livra da perda e acolhido em

    algo que o preserva. "

    (Bert Hellinger)

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    SUMRIO

    1. INTRODUO............................................................................................................................ 92. REFERENCIAL TERICO ....................................................................................................... 13

    2.1 A Questo da Constelao Familiar na Atualidade ................................................................... 13

    2.2 Espao e Linguagem como Dimenso e Meio para Criar Diferenas ....................................... 15

    2.3 Settings Onde as Constelaes Familiares so Realizadas ................................................... 16

    2.4 Posturas Bsicas e Orientaes para o Trabalho de Colocaes Familiares ........................... 17

    2.5 Os Efeitos de Emaranhamentos Familiares .............................................................................. 19

    2.6 Liderana e Colocaes Familiares ........................................................................................... 19

    2.7 Construo Disfuncional de Estruturas Familiares e Colocaes ............................................. 20

    3. DISCUSSO DE RESULTADOS ............................................................................................. 214. CONSIDERAES FINAIS ..................................................................................................... 23

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................................................................................... 277

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    1. INTRODUO

    A abordagem sistmica construtivista e a abordagem sistmicafenomenolgica so igualmente eficazes na consultoria familiar e em seminrios de

    constelaes familiares e demonstraram ser complementares que se potencializam

    (HELLINGER, 2002).

    A abordagem sistmica construtivista nos oferece leis e modelos tericos

    aplicveis aos princpios dos sistemas vivos.

    Estes modelos nos ensinam como entender e manejar estruturas mutuamenteconectadas, e os mtodos que foram desenvolvidos na terapia e consultoria

    sistmica, provaram ser mtodos aplicveis para estimular mudanas nas famlias

    (HOBSBAWN, 1995).

    O chamado questionamento circular, por exemplo, possibilita a ns, em

    processos de dilogo, darmos ento o prximo passo para incentivar mudanas

    de acordo com a reao verbal e no- verbal do cliente (CARVALHO, 1995).

    A abordagem fenomenolgica por outro lado agua a nossa presena,

    percepo e sensibilidade no relacionamento e traz luz de formas variadas, algo

    at ento desconhecido, no visto ou pelo menos no visto desta maneira e

    levando-nos desta forma para boas solues.

    Nesse sentido, cabe-nos conhecer Anton "Suitbert" Hellinger, nascido em

    Leimen, a 18 de Dezembro de 1925, chamado simplesmente de Bert Hellinger, que

    um telogo, filsofo e psicoterapeuta alemo, criador dessa nova abordagem depsicoterapia sistmica (HELLINGER, 2002).

    De acordo com as referncias que se tem, os desenvolvimentos de seu

    trabalho vm agregando amplas implicaes ao mbito da psicoterapia,

    aconselhamento de casais, pedagogia, dramaturgia, poltica, consultorias

    empresariais e solues de conflitos sociais.

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    Hellinger pde descobrir, ao longo do processo de seu trabalho, que a

    conscincia no se configura como o juiz do certo e do errado, mas sim se interliga a

    determinadas ordens pr-definidas.

    A tal processo, Bert Hellinger veio a batizar posteriormente de "ordens do

    amor" ou "ordens de origem".

    O desenvolvimento posterior de seus trabalhos o levou at descobertas

    acerca da natureza do vnculo e da ordem inseridas nos grupos humanos e de como

    o amor cego e as demandas de vnculo, ordem e compensao tm a possibilidade

    de estar subjacentes s tragdias familiares, notoriamente ao suicdio, acidentes e

    demais doenas graves.

    Entende-se que Bert Hellinger veio a descobrir que, alm dos sentimentos

    primrios e secundrios humanos, h os chamados "sentimentos adotados", que se

    assumem de outras pessoas e se dirigem, portanto, a terceiros (HOBSBAWN, 1995).

    Outra descoberta do terico diz respeito ao "movimento interrompido", que se

    refere interrupo do desejo de um indivduo de buscar ou ir em direo aos pais.

    A partir desse conceito, compreende-se que Bertt Hellinger pde criar uma

    dinmica psicoteraputica chamada de constelaes familiares, que, posteriormente,

    ampliou sua abrangncia, nos chamados "movimentos da alma" (CARVALHO,

    1995).

    Sua abordagem buscou a clareza acerca dos laos de amor os quais unem a

    famlia, de modo a descortinar solues inusitadas e simples para problemas de

    ordem psquica dos pacientes.

    Recentemente, descreveu, ainda, padres importantes no que se refere

    efetividade da relao de ajuda, denominados "ordens da ajuda", bem como a

    respeito da postura bsica fundamental do profissional que promove auxlio no

    contexto de seu trabalho.

    No ano de 1999, Bert Hellinger, em sua palestra denominada Einsicht durch

    Verzicht (Insights atravs da renncia) denominou com clareza e de forma

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    sinttica a diferena entre os caminhos de reconhecimento cientfico e

    fenomenolgico.

    O terico vem nos afirmar, ento, que o segundo movimento surge quando,durante um vido esforo, paramos e no mais concentramos a nossa

    percepo para algo palpvel e definido, mas sim para o todo (HELLINGER,

    2002).

    O olhar, desse modo, est preparado para perceber simultaneamente tudo

    diante dele.

    Se nos envolvemos nesse movimento, por exemplo, perante uma paisagem,uma tarefa ou um problema, percebemos que o nosso olhar ao mesmo tempo se

    enche e fica vazio.

    Isso porque expor-se plenitude e sustent-la s possvel quando de incio

    no considerarmos os detalhes.

    Desta forma, compreende-se que no movimento ampliado paramos e nos

    recolhemos um pouco,at alcanarmos o vazio que pode suportar a plenitude e adiversidade.

    Estes insigths vm de fora, so vivenciados como presente e via de regra

    so limitados. (HELLINGER, 2002).

    Hellinger considera o caminho do reconhecimento cientfico e o do

    fenomenolgico, como duas possibilidades distintas que se complementam para ter

    acesso a verdade.

    Este movimento que a princpio est voltado ao ater-se e em seguida

    recolher-se denominado fenomenolgico.

    Ele nos leva a outros insights diferentes do movimento ampliado,

    entretanto os dois se complementam, pois tambm no movimento de

    reconhecimento pleno cientfico por vezes temos que parar e orientar o nossa

    percepo do restrito para o amplo e do perto para o distante.

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    O que parece ser a nica diferena fundamental, que Bert Hellinger parte do

    princpio que existe um acesso ao Ser atrs do Visvel e que existem regras e

    ordens, que para ele so naturais.

    Tratam-se de normas que devem ser achadas e no inventadas, assim sendo

    devem ser aceitas e seguidas segundo o reconhecimento (HELLINGER, 2003).

    O que ele rejeita a teoria do reconhecimento construtivista, onde ele

    refuta principalmente a ideia fundamental do construtivismo radical, segundo a

    qual ns construmos a nossa realidade atravs da linguagem (HELLINGER, 2002).

    Hellinger no considera que ao acessarmos a realidade desta maneira, noestamos fazendo construes aleatrias da realidade, mas sim verificando os

    significados, se eles so adequados e a viabilidade das aes decorrentes deles,

    se os mesmos esto de acordo com a vida.

    Entende-se que para Bert Hellinger os representantes do construtivismo,

    pelo contrrio, declaram que no podemos fazer um reconhecimento objetivo do

    Ser e que as regras e os modelos que se criam no ambiente interpessoal em larga

    escala so acordos em consenso e so mantidos mutuamente (CARVALHO, 1995).

    Contudo, cabe ressaltar que isto no quer dizer, que para a sobrevivncia e o

    desenvolvimento dos relacionamentos e das famlias, tambm no existam modelos

    e regras teis, metaforicamente falando, lugares melhores ou piores na constelao

    (HOBSBAWN, 1995).

    O prprio Bert Hellinger, ao longo de toda a sua trajetria at hoje, v as

    ordens que ele descreve em um fluxo.

    Para ele, estas ordens no esto esculpidas em pedra e no so certezas

    generalizadas e vlidas para a eternidade, mas sim princpios de vida que se

    desenvolvem e ao mesmo tempo colocam limites e do espao para outros

    movimentos acontecerem.

    justamente acerca desse tema que ser tratado o presente trabalho,

    conforme visto a seguir.

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    2. REFERENCIAL TERICO

    2.1 A Questo Da Constelao Familiar Na Atualidade

    Os conceitos referentes ao funcionamento da instituio familiar tiveram seu

    surgimento na burguesia, em um modelo que atuava como norma e no como

    construto histrico. Desse modo, ou a configurao se dava de tal forma (pai, me,

    filhos) ou a famlia era considerada como desestruturada.

    A partir desse momento, passou-se a construir um universo familiar prprio,

    ainda que apenas sob um nico modelo. H diversidades visveis de conceito, entrea chamada famlia pensada e a famlia vivida.

    A famlia pensada recebe como herana o exemplo idealizado advindo da

    burguesia: em certos momentos, uma instituio em que os indivduos realizavam

    malabarismos para encenar algo impossvel de ser vivido na prtica (HELLINGER,

    2002).

    A famlia acabava por ter suas expectativas inatingveis, j que seu modeloera referncia e deixava de valorizar os sujeitos em si. Acima de tudo, com o tempo

    o indivduo comea tambm a ser levado em considerao. (CARVALHO, 1995).

    Contudo, na famlia pensada, ainda que de modo desconfortvel, por vezes

    mais cmodo vivenciar um modelo j pr-estabelecido (HOBSBAWN, 1995).

    Porm, segundo Roudinesco (2003), quando se decide optar por um caminho

    de vida que diverso quele proposto por modelos iniciais, cria-se certa condio dedesordem e choque com a instituio familiar, uma vez que entra em voga algo que

    construdo a partir da vida individual do sujeito, de suas conquistas, sofrimentos e

    mudanas.

    A famlia vivida faz referncia ao modus operandi dos membros de uma

    instituio familiar. a que surge na rotina concreta do cotidiano e que pode ou no

    condizer com a famlia pensada.

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    A realidade vivida, aos poucos, se afasta da idealizao e, por vezes, leva a

    famlia a um clima e ambiente indesejado, gerando insatisfaes e conflitos

    (ROUDINESCO, 2003).

    A partir da Constituio de 1988, o Estado reconheceu como entidade familiar

    as comunidades formadas por quaisquer um dos pais e seus descendentes, alm de

    tornar vlidas as unies estveis entre o homem e a mulher e mais recentemente

    admitindo diversas formas de formao familiar.

    Quando se fala em desordem familiar, segundo Roudinesco (2003), cabe

    lembrar que o gnero se constitui como uma categoria que traz a permisso para

    pensar as relaes sexuadas (CARVALHO, 1995).

    De acordo com Carvalho (1995), quando se acentuam as diferenas,

    mascaram-se as desigualdades, implicando em desordem e nas relaes de poder e

    conflitos delas derivados.

    Para os autores estudados, a questo em voga no a negociao de

    igualdades. Homens e mulheres so pessoas diferentes e isso indiscutvel. Porm,

    cabe um olhar atento sobre como lidar com tais posicionamentos (HOBSBAWN,

    1995).

    Portanto, pode-se dizer que, segundo as vises ps-modernas, a grande

    meta construir noes de gnero que permitam as mais diversas possibilidades na

    instituio familiar, tendo em mente que (CARVALHO, 1995):

    - o masculino e o feminino so totalidades complexas, que se dimensionam

    culturalmente;

    - o feminino no tem seu esgotamento na mulher, assim como o masculinono se esgota no homem;

    - a essncia do ncleo familiar no est somente no fato de ela se constituircomo o arranjo domstico dominante de acordo com as estatsticas, massim atua como resultado dos significados simblicos, mantendo-a emmodelo de hegemonia;

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    Mas se restringirmos estas possibilidades de aplicao somente a settings

    de grupos, estaramos limitando o seu uso.

    Os seminrios de constelaes tambm podem ter um porm: quem seinscreveu para um seminrio desses, espera que possa fazer uma colocao; mas

    sempre devemos verificar se uma colocao o procedimento indicado para a

    questo trazida (HELLINGER, 2002).

    2.4 Posturas Bsicas E Orientaes Para O Trabalho De Colocaes Familiares

    As descries sobre a postura e a atitude, com as quais os consultores e

    colocadores se relacionam com as pessoas que vm a eles, se parece de maneira

    espantosa e no por acaso, nas conceituaes construtivista sistmica e

    fenomenolgica sistmica.

    Estas orientaes bsicas s podem ser apresentadas aqui de forma

    resumida (HOBSBAWN, 1995).

    1. Reconhecimento do existente

    Partimos do princpio que as solues encontradas at agora, no sistema

    do cliente foram as melhores possveis, nas condies existentes, e que todos os

    participantes merecem reconhecimento por seu empenho e pelo que criaram.

    O reconhecimento do existente promove a motivao e o desempenho, cria

    uma atmosfera de dilogo positiva, apoiando a boa vontade para dedicar-se a

    melhorias e possibilidades de mudanas (CARVALHO, 1995).

    2. Respeito e considerao

    Todos os membros do sistema do cliente so tratados igualmente, no

    importa se presentes ou no e tambm so vistos com o mesmo valor e a

    mesma considerao.

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    3.Orientao dos recursos

    Partimos do princpio que todas as competncias necessrias para solues

    que faam sentido, j existem no sistema.

    No so focados os dficits, as deficincias e os erros, mas sim as

    competncias e possibilidades de desenvolvimento existentes, que no esto

    sendo usadas, e principalmente trata-se de inflamar o senso de possibilidades e

    a orientao para o futuro (HOBSBAWN, 1995).

    4.Orientao para soluo

    A ateno dos consultores est totalmente orientada para solues. Em

    concordncia com os clientes, eles se unem com os prximos possveis passos.

    Por isto no so permitidas longas descries de problemas dos clientes. Isto

    podemos entender como um convite aos consultores, de compartilhar esta postura e

    convico orientada no deficitrio (que at agora ainda no levou ao resultado

    desejado), e frequentemente provocam falta de energia, falta de criatividade e

    tenso em todos envolvidos (HOBSBAWN, 1995).

    Quando os clientes conhecem um consultor atencioso, orientado para os

    recursos e solues, eles logo se sentem em boas mos, e mais facilmente do

    um voto de confiana e so mais tolerantes no caso dele fazer um desvio,

    ou por algum tempo perder a neutralidade, ou ainda no saber como prosseguir.

    5. No intencionalidade e discrio

    A percepo fenomenolgica s possvel com uma postura de renncia ao

    costumeiro e avaliador, com uma postura de despropsito (ausncia de expectativa)

    e discrio.

    S, quando os participantes se expuserem ao todo haver a possibilidade do

    acesso a novos conhecimentos e o recebimento de informaes atravs de novos

    e surpreendentes contextos (CARVALHO, 1995).

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    Somente assim, um sistema colocado pode revelar em si mesmo, possveis

    direcionamentos de soluo. Mas tambm por um outro motivo, faz sentido, apoiar

    intenes com despropsito (sem expectativas) (CARVALHO, 1995).

    Os participantes ficam surpresos nestes seminrios, com que incrvel

    facilidade, eles conseguem em curto tempo, aceitar todos os outros como eles so e

    valoriz-los, com suas peculiaridades, da forma como se mostram.

    Compreende-se que a base da forma de relacionamento no trabalho com

    colocaes familiares respeito, reconhecimento e renncia ao querer saber

    melhor.

    2.5 Os Efeitos De Emaranhamentos Familiares

    Palavras chaves do boas pistas na descrio da questo ou da situao

    considerada problemtica, quando dinmicas familiares migram para o contexto

    profissional. (HELLINGER, 2002).

    A entonao e a forma de se expressar podem dar indcios adicionais de

    experincias no trabalhadas do passado que influenciam o presente.

    2.6 Liderana e Colocaes Familiares

    Baseando-se em colocaes de famlias e famlias, torna-se evidente a

    importncia da qualidade e a conduta da liderana para a funcionalidade dasmesmas.

    Aparentemente, deficincias nesta rea so as causas mais freqentes de

    dificuldades em sistemas de trabalho (CARVALHO, 1995).

    Segundo experincias nas colocaes familiares, vale a pena dar uma

    ateno especial ao posicionamento da liderana e aos comentrios feitos pelo

    representante nesta posio (HELLINGER, 2002).

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    O lder tendo uma posio adequada de liderana, d uma contribuio

    importante para que haja um sentimento de segurana e ordem no sistema de

    trabalho.

    Numa colocao de soluo, um lder que emergiu dos colaboradores e agora

    os lidera, fica posicionado tambm direita, mais prximo deles (HELLINGER,

    2002).

    2.7 Construo Disfuncional de Estruturas Familiares e Colocaes

    De acordo com as teorias trazidas por Hellinger (2002), quando existem

    dificuldades em famlias, sempre devemos considerar que ela pode ter sido

    desenvolvida de forma disfuncional.

    As colocaes familiares nos ajudam neste momento e podem nos trazer

    indcios importantes de contradies ou de estruturas que no esto bem integradas

    (CARVALHO, 1995).

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    3. DISCUSSO DE RESULTADOS

    As diversas modificaes que acontecem na sociedade, principalmente narea de conflitos e valores inerentes ao universo relacional, so vistos como

    discusses essenciais para a reflexo no mundo atual.

    Alm disso, tais processos trazem consigo a possibilidade de

    desenvolvimento de um mecanismo de formao de psiclogos que atuam na

    terapia com famlias.

    Em termos contemporneos, as famlias tm se tornado cada vez maismltiplas e complexas, chegando a ser denominadas, por vezes, como famlias

    plurais.

    Nesse contexto, surgem situaes reais que requerem ponderaes, estudos,

    mtodos e pesquisas por parte dos profissionais que se ligam a tal campo de

    atuao.

    Em tal sentido, um dos questionamentos que merecem nosso olharcorresponde ao modo de solucionar os problemas que ocorrem no mbito familiar.

    A terapia de famlias, que se utiliza de tcnicas e mtodos da Psicologia,

    especialmente daquelas voltadas a constelaes familiares, torna mais ampla e

    compreensvel a relevncia de escutar o outro.

    Nesse contexto, inclui-se interpretar o que est atrs dos discursos, de

    entender a lngua corporal, entre outros fatores.

    Justamente, compreende-se que as diversas variveis psicolgicas dos

    conflitos familiares que tornam esse tipo de terapia mais complexo, pois ele

    envolve, alm da objetividade, aspectos emocionais e inconscientes do indivduo.

    Isso traz exigncias de mtodos tecnolgicos apropriados para a implantao

    de mtodos inovadores para solucionar conflitos.

    A terapia voltada a constelaes familiares se configura, portanto, como um

    desses mtodos evidenciados no presente trabalho. Ela segue em sentido oposto ao

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    conflito judicial, que, por sua vez, tem como consequncia um ganhador e um

    perdedor.

    Esse mtodo pode ser entendido como uma soluo de problemas, em cujocontexto os envolvidos passam pela interveno de um terceiro, no caso, o

    mediador.

    Ele contribui, reabrindo dilogos e chegando s possibilidades para solucionar

    a disputa, satisfazendo minimamente a todos.

    O grande xito da constelao familiar ser justamente, quando todas as

    partes entendem que tm algo a ganhar caso o problema seja solucionado de modoleal e respeitoso.

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    4. CONSIDERAES FINAIS

    Este tipo de trabalho com colocaes para a rea familiar, deixando de ladoas colocaes estruturais, tem menos de vinte anos. Para este espao de tempo,

    os procedimentos hoje j so surpreendentemente diferenciados e o feedback

    muito animador sobre os efeitos recebidos aps as constelaes.

    Essa abordagem complementa os mtodos de consultoria familiar

    convencionais.

    Foram analisados nessa pesquisa bibliogrfica diversos conceitos a respeitoda psicoterapia sistmica contempornea e do mtodo de Bert Hellinger, na busca

    de evidenciar com mais preciso de qual maneira ocorre e o que sustenta os

    processos inconscientes da mente humana.

    Por meio de conceitos j conhecidos para os terapeutas e psiclogos

    sistmicos, houve a possibilidade de estabelecer vnculos com o conceito de

    inconsciente, embasando uma fundamentao terica que se consolida cada vez

    mais com o passar do tempo em meio aos estudos de psicoterapia sistmica

    Quando se fala da importncia de Bert Hellinger para a terapia sistmica,

    sabe-se que ele afirma que toda a psicoterapia se deteve at agora com

    preconceitos e receios morais. Para o terico, as bases psicolgicas no haviam

    ousado aventurar-se at as profundezas.

    A fora dos preconceitos morais penetrou profundamente no mundo mais

    intelectual, aparentemente mais frio, mais livre de pressupostos - e, como evidente, teve os efeitos mais perniciosos porque o entravou, cegou e desnaturou.

    Uma Psicologia verdadeira, principalmente para lidar com temas familiares,

    precisa lutar contra as resistncias inconscientes do investigador. O importante

    entender que h contra ela uma doutrina do condicionamento recproco dos bons e

    dos maus instintos.

    Na viso de Hellinger, as abordagens psicolgicas se tornaram a via queconduz resoluo dos problemas fundamentais da humanidade. Nesse contexto,

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    entende-se que o presente artigo traz um amplo e eficaz entendimento sobre a

    atuao do profissional na tcnica da constelao familiar.

    A constelao familiar um modo teraputico de impulsionar uma ao deordem no cl, pois mostra qual o lugar de cada um. No ditame, coero nem

    regras fixas, mas sempre ser com amor profundo. Cada um junto com seu cl.

    Exerce uma profunda mudana no padro oculto do cliente e que o faz sofrer. O

    mtodo recoloca o amor de cada membro da famlia no seu lugar e por isso tira um

    peso da alma de quem carrega funes que no lhe competem na hierarquia. Os

    ancestrais na Constelao, reconquistam o seu lugar e liberam os familiares

    posteriores para viver o mundo.

    O mtodo fenomenolgico da Constelao pode ser considerado como uma

    cirurgia espiritual e devem ser aplicados em situaes-limites, momento crticos e

    difceis. Seu mtodo de representantes de membros da famlia do cliente inicia um

    movimento no campo anmico. Um sistema e o cl um sistema, s se modifica

    atravs de uma ao externa. A Constelao propicia o incio dessa ao. Ela tem

    como base o amor e a percepo de algo significativo. Uma constelao familiar

    revela os vnculos do destino e atravs dela possvel os relacionamentos entre osmembros da famlia, onde/quando surgem os emaranhamentos.

    Emaranhamento significa que algum na famlia retoma e revive

    inconscientemente o destino de um familiar que viveu antes dele. Se, por exemplo,

    em uma famlia, uma criana foi entregue para adoo, mesmo em uma gerao

    anterior, ento um membro posterior dessa famlia se comporta como se ele mesmo

    tivesse sido entregue. Sem conhecer esse emaranhamento no poder se livrar

    dele.

    A soluo segue o caminho contrrio: a pessoa que foi entregue para adoo

    entra novamente em jogo colocada na constelao familiar. De repente, a pessoa

    que foi excluda da famlia passa a ser uma proteo para aquela que estava

    identificada com ela. Quando essa pessoa volta a fazer parte do sistema familiar e

    honrada, ela olha afetuosamente para os descendentes.

    Obviamente existe uma conscincia de grupo que influencia todos os

    membros do sistema familiar. A este pertence os filhos, os pais, os avs, os irmos

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    dos pais e aqueles que foram substitudos por outras pessoas que se tornaram

    membros da famlia, por exemplo, parceiros anteriores (marido/mulher) ou noivos

    (as) dos pais. Se qualquer um desses membros do grupo foi tratado injustamente,

    existir neste grupo uma necessidade irresistvel de compensao. Isto significa que

    a injustia que foi cometida em geraes anteriores ser representada e sofrida

    posteriormente por algum da famlia para que a ordem seja restaurada no grupo.

    uma espcie de compulso sistmica de repetio. Mas esta forma de

    representao nunca coloca nada em ordem. Aqueles que devem assumir o destino

    de um membro excludo da famlia so escolhidos e tratados injustamente pela

    conscincia do grupo so na verdade, completamente inocentes. Contudo, pode ser

    que aqueles que se tornaram realmente culpados porque abandonaram ouexcluram um membro da famlia, sintam-se bem.

    A conscincia no conhece justia para os descendentes, mas somente para

    os ascendentes. Obviamente, isto tem a ver com a ordem bsica dos sistemas

    familiares. Ela atende lei de que aquele que pertenceu uma vez ao sistema tem o

    mesmo direito de pertinncia de todos os outros. Mas, quando algum condenado

    ou expulso, isto significa: voc tem menos direito de pertencer ao sistema do que

    eu. Essa a injustia espiada atravs dos emaranhamentos, sem que as pessoas

    afetadas saibam disso.

    O trabalho da Constelao Familiar tem como objetivo a Sintonia.

    A ausncia de inteno e de medo permite a sintonia com a realidade como

    ela , inclusive com o seu lado atemorizante, avassalador e terrvel. Desta maneira,

    o terapeuta fica em sintonia com a felicidade e a infelicidade, a inocncia e a culpa,

    a sade e a doena, a vida e a morte. Justamente por meio desta sintonia, ele

    adquire a compreenso e a fora para encarar a desordem e as vezes em sintonia

    com essa realidade para revert-la.

    O trabalho realiza-se em uma nica sesso e seu resultado aparece

    imediatamente na conscincia do cliente determinando uma mudana imediata da

    percepo do tema do conflito. Pode ser realizada em grupo ou no consultrio-

    individual.

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    A soluo de problemas psquicos associa-se descoberta das ligaes da

    alma em conexo com as ocorrncias e os destinos familiares em com os grupos e

    os contextos maiores que os abrangem (Jacob Robert Schneider)

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