ELTON SILVEIRA DESIGN E COOPERATIVISMO: UM ESTUDO … · intitulações de " design " e " designer...
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ELTON SILVEIRA
DESIGN E COOPERATIVISMO: UM ESTUDO SOBRE A ATRATIVIDADE D OS
PROFISSIONAIS DE DESIGN NO RIO GRANDE DO SUL PELO MODELO
EMPRESARIAL COOPERATIVISTA E OS POSSÍVEIS BENEFÍCIO S DESTE
MODELO PARA TAIS PROFISSIONAIS.
CANOAS/RS, 2012
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ELTON SILVEIRA
DESIGN E COOPERATIVISMO: UM ESTUDO SOBRE A ATRATIVIDADE D OS
PROFISSIONAIS DE DESIGN NO RIO GRANDE DO SUL PELO MODELO
EMPRESARIAL COOPERATIVISTA E OS POSSÍVEIS BENEFÍCIO S DESTE
MODELO PARA TAIS PROFISSIONAIS.
Monografia apresentado ao Curso de MBA em Gestão Estratégica e Inovação do Centro Universitário La Salle – UNILASSALLE, como exigência parcial para a obtenção de especialista em Gestão Estratégica e Inovação.
Orientação: Profº. Me. Vinícius Gehring Capellari
CANOAS, 2012
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ELTON SILVEIRA
DESIGN E COOPERATIVISMO: UM ESTUDO SOBRE A ATRATIVIDADE D OS
PROFISSIONAIS DE DESIGN NO RIO GRANDE DO SUL PELO MODELO
EMPRESARIAL COOPERATIVISTA E OS POSSÍVEIS BENEFÍCIO S DESTE
MODELO PARA TAIS PROFISSIONAIS.
Monografia aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de especialista em Gestão Estratégica e Inovação do Centro Universitário La Salle – UNILASSALLE.
Aprovado pelos avaliadores em 04 de outubro de 2012.
AVALIADORES:
________________________________________
Profº. Me. Vinícius Gehring Capellari
UNILASALLE
________________________________________
Profª. Drª. Liciane Rossetto
UNILASALLE
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“O design pode fazer muito para melhorar o mundo, se os designers se permitirem pensar grande.”
(CARDOSO, 2008, p. 253)
5
RESUMO
Este trabalho apresenta um estudo que tem como objetivo investigar se o cooperativismo pode
se apresentar como um modelo empresarial atrativo para os profissionais de Design no Rio
Grande do Sul e quais os possíveis benefícios de tal modelo para estes profissionais. O
trabalho se divide basicamente em duas partes: pesquisa teórica e pesquisa prática. A pesquisa
teórica traz definições conceituais, um breve histórico e as principais características do Design
e do cooperativismo. A pesquisa prática, feita por meio de questionários que foram
respondidos por estudantes de Design e profissionais recém-formados, todos residentes no
Rio Grande do Sul, tem o intuito de apresentar um perfil destes profissionais e analisar o seu
conhecimento sobre cooperativismo e seu interesse pelo mesmo. Também são apresentados
panoramas da atual realidade tanto do cooperativismo como do Design (mais especificamente
em relação ao ensino da disciplina) no país e principalmente no estado. Por meio do
cruzamento entre os levantamentos teóricos e os dados coletados na pesquisa prática são feitas
as análises e conclusões.
PALAVRAS-CHAVE: Design. Designer. Cooperativismo. Cooperativa. Rio Grande do Sul
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ABSTRACT
This paper presents a study that aims to investigate if the cooperativism can present itself as
an attractive enterprise model for professionals of Design in Rio Grande do Sul and what the
possible benefits of such a model for these professionals. The work is divided basically into
two parts: theoretical research and practical research. Theoretical research brings conceptual
definitions, a brief history and the main characteristics of Design and of cooperativism. The
practical research, made through questionnaires that were answered by students and
professionals of Design recently graduates, all residents in Rio Grande do Sul, is intended to
provide a profile of these professionals and analyze their knowledge about cooperativism and
their interest by the same. Are also presented panoramas of the current reality of the
cooperativism and of design (specifically in relation to the teaching of the theme) in the
country and especially in the state. Through the interlacement between the theoretical research
and data collected in the practical research are made analyzes and conclusions.
KEY-WORDS: Design. Designer. Cooperativism. Co-operative. Rio Grande do Sul.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 9
1.1 Definição do problema ..................................................................................................... 10
1.2 Objetivos ............................................................................................................................ 13
1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................................. 13
1.2.2 Objetivos Específicos ....................................................................................................... 13
1.3 Justificativa ....................................................................................................................... 14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 15
2.1 Entendendo o Design ........................................................................................................ 15
2.1.1 Histórico do Design ......................................................................................................... 16
2.1.1.1. Histórico do Design no Brasil ..................................................................................... 20
2.1.1.2. Histórico do Design no Rio Grande do Sul ................................................................. 23
2.1.2. O perfil do designer ........................................................................................................ 24
2.1.3. Dificuldades no exercício da profissão designer ........................................................... 29
2.2 Entendendo o Cooperativismo ........................................................................................ 33
2.2.1 Histórico do Cooperativismo .......................................................................................... 34
2.2.1.1 Histórico do cooperativismo no Brasil e no Rio Grande do Sul .................................. 35
2.2.2 Conceitos, fundamentos e principais características do cooperativismo ....................... 37
2.2.3 Cooperativismo em números ........................................................................................... 39
2.3 Design e Cooperativismo .................................................................................................. 40
2.3.1 Possíveis vantagens do Cooperativismo para profissionais de Design .......................... 43
2.3.2 Possíveis desvantagens do Cooperativismo para profissionais de Design ..................... 45
3 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS .................................................................................. 46
3.1 Delineamento da pesquisa ................................................................................................ 46
3.2 Definição da área/pop.-alvo/amostra/unid. análise ....................................................... 47
3.3 Técnicas de coleta de dados ............................................................................................. 48
3.4 Técnicas de análise de dados ........................................................................................... 48
3.5 Limitações do método e estudo ........................................................................................ 48
4 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 50
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 54
ANEXO A - O LIVRO SORTEADO .................................................................................... 58
APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO APLICADO NA PESQUISA .... ................................ 59
8
APÊNDICE B - INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR QUE OFERTAM CURSOS
DE DESIGN NO RIO GRANDE DO SUL ........................................................................... 62
APÊNDICE C - O E-MAIL ENVIADO AOS COORDENADORES DE CURSOS DE
DESIGN ................................................................................................................................... 64
APÊNDICE D - IMAGEM ILUSTRATIVA UTILIZADA NA DIVULG AÇÃO DO
QUESTIONÁRIO ................................................................................................................... 65
APÊNDICE E - INSTITUIÇÕES DE ENSINO PARA AS QUAIS O QUESTIONÁRIO
FOI ENVIADO ....................................................................................................................... 66
APÊNDICE F - MENSAGEM VEICULADA NO FACEBOOK PARA DIVULGAÇÃO
DA PESQUISA ....................................................................................................................... 68
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1 INTRODUÇÃO
A dificuldade de inserção no mercado de trabalho tem sido uma realidade constante
em diversas áreas profissionais. Uma delas é o Design. Neste caso específico, esta dificuldade
pode ser explicada, entre outros fatores, pela emergência do tema, que “está na moda” hoje
em dia. A visibilidade da área, por um lado valoriza os profissionais; porém, por outro, atrai
cada vez mais pessoas, levando à abertura de muitos cursos superiores no país. Com isso, há
uma "enxurrada" de novos profissionais no mercado. A qualidade dos cursos, muitas vezes
não é satisfatória, e forma profissionais, muitas vezes, pouco qualificados e com uma visão
limitada do Design. Os "[...] cursos surgem desvinculados do contexto social e econômico, em
localidades que reúnem com dificuldades as condições de congregar os profissionais
necessários à constituição de corpos docente e técnico qualificado." (CAETANO, 2004, p.
91). Este modismo em torno do Design também faz com que profissionais de outras áreas se
auto intitulem designers e/ou agreguem "Design" ao nome de suas profissões, levando a um
fenômeno intitulado pelo mesmo autor de "Designers Novos". Soma-se a esses argumentos, o
fato de o Design no país ainda ser uma área incipiente, com pouco mais de 50 anos (em
relação ao ensino), sendo uma profissão ainda não regularizada.
Esses são alguns dos fatores que dificultam a inserção no mercado de trabalho e torna
difícil uma "boa prática" do Design por profissionais realmente comprometidos com a
profissão. No intuito de refletir sobre uma alternativa que beneficie os profissionais desta
área, é necessário pensar em modelos empresariais que possam ser utilizados para este fim.
Um dos modelos que se diferencia das características organizacionais das empresas
convencionais é o cooperativismo. Apesar de ser um modelo empresarial bastante antigo,
ainda não é explorado por muitas empresas no país, apesar de alguns exemplos bem
sucedidos. O cooperativismo valoriza o trabalho em conjunto, partilhando conhecimentos,
responsabilidades e os resultados financeiros. Assim como o Design, o cooperativismo
também está em destaque, tanto que a Organização das Nações Unidas (ONU) decretou 2012,
como o “Ano Internacional das Cooperativas”.
Tendo o problema da inserção no mercado de trabalho por profissionais do Design e o
cooperativismo como uma possível alternativa de solução ou amenização, este trabalho tem a
intenção de investigar se o cooperativismo é um modelo empresarial atrativo para
profissionais de Design no Rio Grande do Sul e quais os possíveis benefícios deste modelo
para estes profissionais. Também busca saber se os profissionais de Design no Rio Grande do
Sul têm conhecimento e interesse pelo cooperativismo, uma vez que se o modelo se
10
apresentar como uma boa alternativa, mas não for de conhecimento e interesse destes
profissionais, não será uma alternativa passível de ser posta em prática. Para que se possa
fazer uma investigação qualificada, é necessário: (1) estudar o Design, por meio de definições
conceituais e um breve histórico; e apresentação de fatores que dificultam o exercício da
profissão; (2) compreender o modelo empresarial cooperativista, partindo de definições
conceituais; estudando seu histórico, seus conceitos, fundamentos e características; (3)
analisar os possíveis benefícios e entraves do cooperativismo aos designers; e (4) avaliar, com
base nos resultados da pesquisa prática, os níveis de conhecimento e atratividade ao modelo
cooperativista dos designers no Rio Grande do Sul.
O trabalho é relevante, pois corrobora com a construção de um pensamento crítico
sobre a profissão designer, ainda em fase de estruturação e consolidação no Brasil. Também é
relevante por investigar o uso de um modelo empresarial antigo de forma inovadora e
contribuir como exemplo para novas pesquisas, tanto na área do Design quanto na área do
cooperativismo.
O estudo é de caráter descritivo explicativo, de método qualitativo, com pesquisa
qualitativa e quantitativa, e tem uma parte teórica; com pesquisas em bibliografias e em sítios
na internet; e uma parte prática, com aplicação de questionários aos profissionais e estudantes
da área do Design. O trabalho se divide em três capítulos: o primeiro aborda o Design, o
cooperativismo e uma análise da junção dos dois temas como proposta de trabalho, e tem o
intuito de tornar mais claro o entendimento destas áreas; o segundo trata do questionário e do
método utilizado na pesquisa, com os norteadores de sua elaboração, e a quem se destina. Por
fim, o terceiro capítulo traz as conclusões do trabalho. Ao longo dos capítulos são
apresentados os principais resultados e cruzamentos entre as informações oriundas do
levantamento teórico e as oriundas do levantamento prático da pesquisa aplicada.
1.1 Definição do problema
Antes de iniciar a definição do problema de pesquisa, cabe citar que neste trabalho,
“designer” é entendido como aquele profissional que tem formação em alguma instituição de
ensino superior. Embora haja discussões a respeito da obrigatoriedade de uma formação
superior para o exercício da profissão, adotou-se este critério para ter um escopo mais bem
estruturado. Outro ponto que justifica tal decisão é de caráter pessoal do pesquisador, que
acredita que para o bom exercício da prática profissional é necessária uma formação
acadêmica que dê fundamentação teórica e reflexão crítica sobre o tema. Por o Design no país
11
ainda estar em fase de estruturação como profissão, como classe, como entidade, é importante
que os profissionais que a compõem tenham qualificação adequada, e pensa-se que para isto é
necessária a formação acadêmica; com exceção dos casos de profissionais que não a têm, mas
que em decorrência da experiência obtida ao longo de anos trabalhando na área, acabaram por
adquiri-la.
O Design “está na moda”. Este é um fato facilmente visível. Nunca se ouviu falar
tanto em Design como nos dias de hoje. Esse modismo têm características positivas e
negativas. A visibilidade da profissão tem sido positiva, no sentido de dar maior valorização
aos profissionais desta área e levado gestores de empresas a verem o Design como um
componente de sucesso. Por “estar na moda”, mais pessoas são atraídas por esta área. Desta
forma, se vê um boom de instituições de ensino superior que abrem cursos de Design, nas
mais variadas formas de especializações. Este fator traz como consequência negativa uma
"enxurrada" de profissionais no mercado de trabalho; sendo estes, muitas vezes, mal
preparados, com formação pouco qualificada e sem um entendimento adequado e correto da
verdadeira função do Design. Outro fenômeno que se pode perceber atualmente são as auto
intitulações de "design" e "designer" por parte de profissionais de áreas distintas, nos
deparando com hair designers, designers de sobrancelhas, cook designers, cake designers,
etc.
Esta mistura e confusão com o termo “design” , somadas ao fato de o Design no Brasil
ainda ser uma área nova, incipiente e ainda não regularizada oficialmente faz com que haja
por parte da sociedade, um mau entendimento da profissão, e também, talvez de forma mais
indireta, uma desvalorização dos profissionais de Design. Estes fatores impactam a vida do
designer fazendo com que este, tenha dificuldades de inserção no mercado de trabalho.
Esta dificuldade de se inserir no mercado de trabalho traz à tona uma reflexão de
possíveis formas de estes profissionais trabalharem dentro de suas áreas de atuação.
Temos visto nos últimos anos o reconhecimento, valorização e fortalecimento dos
trabalhos em grupo. Os profissionais que trabalham nesta formatação de empresa formam um
perfil profissional que é moderno, que é inovador. A interação de diferentes pessoas, com
diferentes conhecimentos e domínios de diferentes técnicas, forma um padrão profissional
novo, onde cada um, com seu potencial individual aumenta o poder de trabalho do grupo
como um todo. Trabalhando juntos, também há maior partilha de responsabilidades, poder de
decisão e de atuação no negócio. Porém, o trabalho em conjunto para fortalecimento dos
grupos não é novidade, é uma das principais características do cooperativismo, modelo
empresarial bastante antigo.
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Ao fazermos estas relações entre antigo/moderno na busca de um modelo empresarial
que possa se apresentar como uma alternativa para profissionais do Design, admitindo a ideia
de que o trabalho em conjunto traz benefícios, é possível pensar que o cooperativismo possa
se apresentar como uma opção que possivelmente seja a mais adequada. O cooperativismo
tem características que valorizam e recompensam o trabalho em conjunto, fazendo com que a
união traga benefícios a todos os envolvidos no processo. Apesar de o cooperativismo
moderno ser um modelo empresarial bastante antigo o Brasil ainda não pode ser considerado
um país com bastante prática deste modelo. Porém, há cooperativas como Cooper, Sicredi e
Santa Clara que são consolidadas e antigas e mostram como este modelo pode ser bem
sucedido. Um exemplo de cooperativa de sucesso voltada a profissionais com dificuldades de
atuação no mercado é a Cooperativa de Música de São Paulo, criada em 2003, e que tem hoje
mais de 1700 cooperados. Tanto o Design quanto o cooperativismo surgiram juntamente a
Primeira Revolução Industrial, e ambos passam por momento de ascensão e reconhecimento
na sociedade brasileira, Tanto que a ONU decretou 2012, como o “Ano Internacional das
Cooperativas”.
Sabendo das dificuldades dos designers em se inserirem no mercado de trabalho;
reconhecendo a importância de se pensar em um modelo empresarial que possa ser benéfico a
estes profissionais; tendo o cooperativismo como uma possível alternativa; e reconhecendo a
importância de saber se os profissionais de Design têm conhecimento e interesse pelo
cooperativismo, chega-se ao questionamento: O COOPERATIVISMO É UM MODELO
EMPRESARIAL ATRATIVO PARA PROFISSIONAIS DE DESIGN NO RIO GRANDE
DO SUL? QUAIS OS POSSÍVEIS BENEFÍCIOS DESTE MODELO PARA ESTES
PROFFISONAIS?
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1.2 Objetivos
1.2.1 Objetivo Geral
Investigar se o cooperativismo é um modelo empresarial atrativo para profissionais de
Design no Rio Grande do Sul, e quais os possíveis benefícios deste modelo para estes
profissionais.
1.2.2 Objetivos Específicos
• Estudar o Design, por meio de definições conceituais e um breve histórico; e
apresentação de fatores que dificultam o exercício da profissão.
• Compreender o modelo empresarial cooperativista, partindo de definições
conceituais; estudando seu histórico, seus conceitos, fundamentos e
características.
• Analisar os possíveis benefícios e entraves do cooperativismo pra os designers.
• Avaliar, com base nos resultados da pesquisa prática, os níveis de conhecimento e
atratividade ao modelo cooperativista dos designers do Rio Grande do Sul.
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1.3 Justificativa
O Design é um tema cada vez mais em destaque no país e há variadas dificuldades
para os profissionais desta área se inserirem no mercado de trabalho. O cooperativismo é um
modelo empresarial que está ascendendo e se apresenta como uma tendência para o
crescimento e sucesso das empresas. Partindo destes pressupostos, este trabalho tem o intuito
de investigar se o cooperativismo pode de fato ser uma alternativa para profissionais do
Design no estado. Foi escolhido este tema, pois é necessário refletir sobre soluções para a
inserção no mercado de trabalho dos verdadeiros profissionais de Design, valorizando e
fortalecendo cada vez mais a profissão, e por acreditar que o cooperativismo é uma possível, e
inovadora alternativa para este setor e apresenta características que podem propiciar uma
melhor prática do Design no Rio Grande do Sul. O trabalho é relevante, pois corrobora com a
construção de um pensamento crítico sobre a profissão designer, ainda incipiente e em fase de
estruturação e consolidação no Brasil. Também é relevante por investigar o uso de um modelo
empresarial antigo de forma inovadora e contribuir como exemplo para novas pesquisas, tanto
na área do Design quanto na área do cooperativismo.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Entendendo o Design
Falar sobre Design é um tanto complexo e polêmico. Isso porque não há unanimidade
sobre o assunto em diversos pontos. Não há uma definição conceitual absoluta estabelecida;
não há especificações completamente claras sobre o papel do designer na sociedade; há
discussões entre o real sentido do termo “design”, suas origens e significados; há discussões
sobre os limites entre Design, artesanato e arte, entre outros agravantes. Neste trabalho serão
abordados alguns tópicos que se julgam fundamentais para uma melhor compreensão do tema.
É possível que ao longo das explanações possam ter sido deixados de fora conceitos e fatos
históricos que para algumas pessoas sejam importantes e até fundamentais; porém, tudo que é
apresentado tem a resguarda de algum teórico e busca-se a maior imparcialidade possível.
Em relação ao termo “design”, Schneider (2010) diz que ele tem sua origem no termo
italiano “disegno”, tendo surgido no Renascimento, onde disegno interno era utilizado para
definir o esboço de uma obra de arte a ser executada, o projeto; e disegno esterno designava a
obra executada. Para Cardoso (2008) o termo tem uma origem imediata na língua inglesa,
onde se relaciona com a ideia de plano, arranjo, intenção, estrutura. Em inglês, é possível
inclusive utilizar o termo para atividades não humanas, como por exemplo, falar do design do
universo, ou de uma molécula. O autor também lembra que a palavra em latim “designare” é
a origem mais remota do termo e que abrange o sentido de designar e de desenhar.
Em relação às funções, Schneider (2010) aponta que o Design tem três tipos de
funções: (a) prático-técnicas (aspecto funcional, referente à manuseabilidade, durabilidade,
qualidade técnica, segurança, etc.), podem ser avaliadas de forma racional; (b) estética (forma,
cor, material, superfície; são os “signos” que dão indicações visuais ao usuário e tornam o
produto agradável ou não), são emocionais e subjetivas e dependem do gosto de cada um; e
(c) simbólicas (são transmitidas pelo proprietário às pessoas de seu convívio; podem refletir,
por exemplo, estilos de vida, identidade cultural, filosofia religiosa, etc.) são específicas para
cada condição individual.
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2.1.1 Histórico do Design
Para iniciar o histórico aqui descrito é importante ter em mente que “[...] a existência
de atividades ligadas ao design antecede a aparição da figura do designer.” (CARDOSO,
2008, p. 19). Ou seja, antes de os profissionais se intitularem e reconhecerem como designers,
eles já desenvolviam trabalhos que hoje, são vistos como “atividades em/de Design”. Tais
atividades são registradas já no período de pré-industrialização na Europa. Este período é
marcado pelo enfraquecimento das guildas1 e dos artesãos especializados, fato que exige a
insurgência de um novo perfil profissional para atender às demandas dos novos mercados em
potencial, dar conta do aumento do número de consumidores decorrentes do crescimento da
classe média, bem como para poder fazer frente à concorrência acirrada (HESKETT, 2008). É
no início do século 19, juntamente com a primeira Revolução Industrial que surge o termo
“designer” (CARDOSO, 2008). Neste período ocorre uma intensa divisão dos processos de
trabalho e as atividades de planejamento/projeto e execução/manufatura passam a ser de
responsabilidade e execução de diferentes pessoas (BÜRDEK, 2010; SCHNEIDER, 2010). É
aí que a figura do designer passa a ter papel de extrema importância, pois ele é o responsável
pelo projeto, pelo desenho das peças a serem produzidas. Neste período artistas foram
contratados pelas fábricas, pois eles eram os únicos que dispunham de uma formação que
garantia habilidades em desenho. O trabalho destes profissionais era muito bem remunerado e
este alto custo se compensava pelos baixos salários pagos aos operários da manufatura, uma
vez que um bom projeto garantiria que os operários não necessitassem de muito
conhecimento, pois só precisariam operar as máquinas. Assim sendo, “[...] a produção em
série a partir de um projeto representava para o fabricante uma economia não somente de
tempo, mas também, de dinheiro.” (CARDOSO, 2008, p.34).
Com a expansão da industrialização passaram a surgir movimentos contrários a ela.
Entre os opositores que mais se destacaram estão os ingleses John Ruskin e William Morris,
que entre suas críticas alegavam que a industrialização levou à perda do bom gosto e da
criatividade e à degradação artística (HESKETT, 2008). As ideias destes críticos
influenciaram o surgimento, no final do século 19, do movimento Arts and Crafts (ARTES E
OFÍCIOS). Este movimento se propunha a ser um “[...] reformador social e de renovação de
1 As guildas, também conhecidas como “corporações de ofícios”, surgiram na Idade Média. Eram grupos de
artesãos especializados em alguma técnica e/ou função, que se uniam com o objetivo de aumentar a produção e ter mais efetividade em suas negociações. Os trabalhos eram divididos e respeitavam uma hierarquia entre mestres, oficiais e aprendizes. As guildas eram responsáveis pela produção de artefatos de qualidade, e algumas tinham grande tradição, respeito e reconhecimento.
17
estilo.” (BÜRDEK, 2010, p. 23), e pregava a recuperação dos valores produtivos tradicionais,
maior integração entre projeto e execução, e padrões elevados de qualidade (CARDOSO,
2008). Apesar das críticas, as necessidades produtivas decorrentes da Primeira Guerra
Mundial reafirmaram o poder desenfreado da industrialização, mas a ideia de sobrepor a arte
sobre a indústria persistia, e foi essa ideia que levou a um dos acontecimentos mais marcantes
na história do Design: o surgimento da Bauhaus.
A Bauhaus, ao longo de sua história passa por diferentes fases, cidades (Weimar,
Dessau e Berlim) e administrações (Walter Gropius, Hannes Meyer, Mies van der Rohe);
porém aqui são apresentados, de forma unificada, os fatores mais relevantes. Em 1919 o
arquiteto Walter Gropius unifica e reorganiza a escola de belas-artes e a escola de artes e
ofícios da cidade alemã Weimar, e funda a Staatliches-Bauhaus (podendo ser traduzida por
Casa Estatal de Construção), mais conhecida apenas pelo nome Bauhaus. A escola era
composta por artistas que “[...] entendiam-se como uma ‘comunidade criativa de trabalho.’”
(SCHNEIDER, 2010, p. 64). A instituição sempre foi dominada por um ideal socialista,
manteve-se aberta para praticamente qualquer novidade e atraiu para seu corpo docente
grandes nomes da arte deste período (CARDOSO, 2008). Em termos pedagógicos, a escola
pretendia atingir equilíbrio entre as habilidades artísticas e artesanais. O ensino era dividido
em um curso básico e a formação profissional. O curso básico era obrigatório a todos os
alunos, e permitia a eles procurar, provar e experimentar, com estímulo à atividade cognitiva
(BÜRDEK, 2010), por meio de experimentações com formas, cores e materiais. A formação
profissional, que acontecia em “[...] oficinas dedicadas a uma única atividade ou a um único
material” (CARDOSO, 2008, p. 133), eram ministradas por um “mestre da forma” (artista) e
um “mestre do ofício” (artesão) (SCHNEIDER, 2010). Durante um período, a Bauhaus se
distanciou da orientação artística, e se apropriou de um caráter mais tecnicista, com a
introdução de disciplinas como Psicologia, Economia e Sociologia (SCHNEIDER, 2010) e
estabeleceu-se a ideia de que o Design deveria criar produtos acessíveis às camadas mais
amplas da população (BÜRDEK, 2010). Na Bauhaus o Design era tido como ação
construtiva, pensado de forma unificada e global (CARDOSO, 2008). A Bauhaus trouxe
importantes avanços para o design gráfico, especialmente com os experimentos em cartazes,
tipografia e fotografia (SCHNEIDER, 2010). A instituição aproximou o Design da indústria,
criando parcerias; criou protótipos industriais e projetos passíveis de serem industrializados; e
instituiu uma empresa própria (Bauhaus GmbH) para comercializar o que produzia. Sua
última administração foi desvinculada de doutrinas políticas e a escola teve seu fechamento
18
em 1933 por ordem do partido nazista. Os seus integrantes se espalharam pelo mundo; uns
criando novas instituições de ensino, outros indo lecionar em escolas já existentes.
No período da Bauhaus a Europa passa por um aprofundamento da teoria do Design
salientando o poder da arte. Porém, nos Estados Unidos, a partir da década de 1920 acontece
um fenômeno diferente que acaba se refletindo em todo o mundo. Os altos investimentos na
produção em massa e o fato de os produtos sofrerem mudanças constantes e serem
acompanhados de campanhas publicitárias que estimulam o consumo alteram a vida e a
cultura no país, e consequentemente alteram também as práticas de Design.
Em 1953, sob a inspiração da Bauhaus, tem surgimento outra escola que também se
caracteriza como um dos momentos mais importantes e expressivos do Design no mundo: a
Escola Superior de Design, também chamada de Escola Superior da Forma (em alemão
Hochschule für Gestaltung – HfG), criada na cidade alemã Ulm pela Fundação Irmãos Scholl
(Geschwister-Scholl-Stiftung). As diferentes fases da escola, e também as suas administrações
(Max Bill e Tomás Maldonado), assim como no descritivo sobre a Bauhaus, são apresentadas
conjuntamente sem muita distinção definida entre elas. A escola, como lembra Schneider
(2010, p. 116): “desde o começo possuía uma concepção antifascista, internacional e
democrática.” Sob a direção de Max Bill, ex-aluno da Bauhaus, buscou-se uma continuidade
da antiga escola, porém de forma original (CARDOSO, 2008). Assim como na Bauhaus,
existia na HfG, um curso básico; mas, diferentemente daquela escola, o currículo era
desprovido de disciplinas de caráter artístico. O abandono das concepções artísticas aconteceu
com grande ênfase sob a direção de Tomás Maldonado. Nesta administração a escola passou a
ter um caráter muito mais tecnicista e de racionalização, com peso especial para o
desenvolvimento de uma metodologia do Design (BÜRDEK, 2010) e para fundamentos
científicos e tecnológicos, com a incorporação de disciplinas como Ergonomia, Semiótica,
Análise Matemática de Operações, entre outras. A escola, assim como a Bauhaus, mantinha a
ideia de que o Design exercia influência para renovar a sociedade; porém, via o Design como
uma área interdisciplinar, e por conta disso, se abria para visitas e palestras das mais diversas
áreas do conhecimento (CARDOSO, 2008). No design de produtos, a HfG tinha foco em
produtos industriais de massa (BÜRDEK, 2010) com formas simples, ângulos retos, cores
neutras e com a concepção modular, onde a pessoa pudesse compor os módulos de acordo
com sua necessidade (SCHNEIDER, 2010). Em 1968 a escola é fechada. A HfG se torna
referência como formação em Design, “[...] se estabelece como protagonista na exportação de
seu modelo para países periféricos” (MORAES, 2006, p. 37) e o seu estilo de design de
produtos é considerado um referencial moderno. Assim como aconteceu com a Bauhaus, os
19
integrantes da HfG de Ulm, se espalharam pelo mundo levando o seu legado para as
instituições de ensino e para a prática profissional do Design.
Na década de 1960 surge uma forte crítica à sociedade de consumo, o papel do
designer é questionado e este é considerado um “cúmplice do capitalismo” (SCHNEIDER,
2010). Neste período surgem, assim como anteriormente, grupos de contestação à forma de
“fazer Design”. Estes grupos persistem durante a década de 1970 e se caracterizam por uma
produção mais conceitual, artística, provocativa e com novos materiais, no que tange o design
de produtos (SCHNEIDER, 2010), mas não conseguem se firmar e acabam se dissipando.
Porém, eles têm uma importância fundamental, pois forneceram as “sementes” para grupos
mais expressivos na década seguinte. O mais importante destes, criado na Itália em 1981, é o
grupo Memphis. Seus integrantes estavam mais “de acordo” com a época e, segundo
Schneider (2010), aceitavam a indústria, o consumo e a propaganda; rejeitavam a abordagem
artesanal e projetavam produtos em série. São características desse movimento as cores
berrantes e organizações caóticas.
Na década de 1980 o Design vive um momento de grande popularidade entre o
público e a mídia e é nesse período que o termo “design” passa a ter larga propagação na
sociedade. O “Novo Design”, como é chamado neste período, conforme aponta Schneider
(2010), rejeita o funcionalismo que vinha predominando até então; tem influência de
subculturas; é dotado de caráter irônico, humorístico e provocativo; faz uso de materiais não
usuais; e produz peças únicas em pequenas séries. Neste período, muitos artigos de Design
são vistos como obras de arte e são comprados por pessoas de maior poder aquisitivo que os
enxergam como bens culturais. Porém, na passagem para a década de 1990 o “Novo Design”
já não causa muito impacto e muitos de seus projetos viram artigos de museus.
A década de 1990 é marcada por um retorno à simplicidade (SCHNEIDER, 2010),
com uso de formas simples e materiais puristas. Também figuram as reedições fiéis de peças
clássicas das décadas de 1920 e 1960, e o retro look, caracterizado por uma “[...]
reinterpretação atual de características históricas de design.” (SCHNEIDER, 2010, p. 178).
A internet, a “revolução digital” e a “era da informação”, iniciadas nas décadas de
1980, estendidas durante a década de 1990 e aperfeiçoadas enormemente durante a década de
2000, trouxeram avanços tecnológicos sem precedentes para a sociedade como um todo. No
Design, os softwares possibilitaram o design assistido por computadores e a fabricação
apoiada por computadores. Estes avanços tecnológicos proporcionaram enormes
aperfeiçoamentos para o design gráfico, melhorias nas tecnologias de produção de protótipos,
criação de projetos de produto em 3D, testes virtuais das capacidades técnicas dos produtos,
20
entre outros. Com a internet, houve maior partilha de informações e conhecimento,
desenvolvimento de web sites, o boom da propaganda e do marketing na rede. Neste período
mudaram radicalmente a sociedade, as formas de convívio, os questionamentos, as formas de
fazer negócio e há um sem fim de fatos que poderiam ser citados. Atualmente vivemos num
cenário onde,
[...] novas tecnologias, novos mercados, novas formas de organização comercial estão mudando fundamentalmente o mundo em que vivemos, e, sem dúvida, novas teorias e práticas do design terão de surgir a fim de se adaptar às novas circunstâncias (HESKETT, 2008, p. 31).
Ao longo de toda sua história o Design precisou se adequar às novas demandas e
características da sociedade, e sempre existiram grupos que questionaram o papel profissional
e as conceituações teóricas que envolvem o tema. Essas readequações persistem nos dias de
hoje, os questionamentos se mantêm abertos e não há muita unanimidade em relação aos
conceitos, objetivos e fundamentos do Design na sociedade. As mudanças tecnológicas cada
vez mais constantes e rápidas levam o Design a novos patamares e paradigmas, e sem dúvida,
as adequações, os questionamentos e os grupos de pensamentos e produções “alternativos”
continuarão a existir no futuro.
Na América Latina, segundo Schneider (2010) experiências expressivas e mais
significantes em/com Design puderam ser observadas na Argentina em 1951, com os
trabalhos de Tomás Maldonado e seu escritório de design gráfico; no Chile a partir de 1970,
após a eleição de Salvador Allende, com a criação dos denominados comitês de diseño, que
contavam a consultoria de design de Gui Bonsiepe; na Colômbia nas décadas de 1980 e 1990
com os trabalhos de design gráfico, em especial os de Trujillo Magnenat, que buscavam um
retorno aos estilos tradicionais do país; e também no Brasil, a partir da década de 1960, que é
descrita no tópico seguinte.
2.1.1.1. Histórico do Design no Brasil
Muitos dos designers brasileiros se familiarizaram com o tema “botando a mão na
massa”; tendo os designers de produto surgido como ajudantes nas indústrias e os designers
gráficos, nas agências de propaganda e oficinas gráficas (BOZZETTI, 2004). Apesar de haver
registros de iniciativas em Design no Brasil em períodos anteriores, é no ano de 1963 que se
tem o marco inicial do Design no país, com a instituição da Escola Superior de Desenho
21
Industrial – ESDI (MORAES, 2006) no Rio de Janeiro. A escola adotou o modelo utilizado
em Ulm, contando com intercâmbio de docentes e ex-alunos que se envolveram na criação e
condução da escola (CARDOSO, 2008). Assim sendo, os primeiros designers do país tiveram
forte influência europeia. Muitos trabalhavam apenas com autoproduções em pequena escala,
visto que a atividade não tinha apelo industrial.
Nos anos 1970 o país passou por um período tido como “milagre econômico
brasileiro”. Foi neste período que o país se industrializou. As empresas multinacionais foram
as grandes responsáveis pela industrialização no país e as empresas nacionais produziam
apenas para abastecer o mercado interno. Com isso, as empresas brasileiras “[...] não se
deparavam com os desafios do confronto e da competição no âmbito do design internacional.”
(MORAES, 2006, p. 102). Na área da educação as ciências tecnológicas tiveram maior
valorização que as ciências sociais (CAETANO, 2004), fato que levou ao surgimento de
novos cursos na área do Design e também à transformação de cursos de artes em cursos de
Desenho Industrial. Neste período houve forte influência dos Estados Unidos na cultura da
sociedade brasileira. A mídia passava para a população o american way of life2 (estilo
americano de viver), e entre os designers passou a existir uma tendência em substituir os
traços da cultura europeia por traços da cultura norte-americana (BOZZETTI, 2004).
A década de 1980 não foi economicamente boa para o país e é visível “[...] um
momento de baixa estima do design local, que se encontrava entre o desprezo das
multinacionais e a miopia das empresas locais, que não percebiam a importância de sua
aplicação para diferenciação dos artefatos industriais.” (MORAES, 2006, p. 174). Neste
período, acompanhando uma tendência de ressurgimento na Europa, alguns designers
brasileiros retomam a autoprodução, que havia sido interrompida nos anos sessenta.
Poucos designers conseguiram produzir trabalhos com qualidade e linguagem
comparável aos padrões internacionais, tendo a maioria se limitado a copiar e adaptar o que
era feito nos outros países. Como lembra Cardoso (2008), alguns designers em casos isolados
conseguiram fazer design no país em nível igualado com países mais avançados. Cabe citar os
trabalhos de José Carlos Bornancini a partir da década de 1970, que depois fez parceria com
Nelson Ivan Petzold, e os trabalhos de Karl Heinz Bergmiller nas décadas de 1960 e 1970.
2 American way of life (estilo americano de viver) é uma expressão utilizada para representar um suposto estilo
vivido pelos norte-americanos. Durante a Guerra Fria a expressão foi utilizada na mídia para “vender” a ideia das melhores condições de vida dos capitalistas em relação aos socialistas. Este estilo molda a forma de pensar, de agir política e socialmente e influencia também os hábitos de consumo. São manifestações do estilo (de forma mais prática) os filmes, as músicas, as roupas, os produtos industrializados, etc., que são disseminados por todo o mundo e tentam passar uma imagem de que este estilo é bom e deve ser seguido.
22
Os anos 1990 marcam o início da globalização no país e neste período ele se lança
como um dos mais promissores do mundo. Na segunda metade dos anos 1990 desponta no
design brasileiro de forma madura, um modelo que faz uso do pluralismo étnico e estético
local e que se apresenta como uma possível estrada para a produção no país (Moraes, 2006).
Bom exemplo desta tendência são os irmãos Fernando e Humberto Campana, com trabalhos
reconhecidos internacionalmente. “Dentro deste cenário, o design brasileiro começa a se
distanciar da prática de mimese e das referências provenientes do exterior e a apontar [...] em
direção a uma referência própria como modelo possível.” (MORAES, 2006, p. 192). Também
neste período houve aumento da produção em Design no país, passando “[...] de uma
atividade restrita tradicionalmente à meia dúzia de praticantes bem-sucedidos, para um
patamar inédito de produção sobre um leque amplo de frentes de trabalho.” (CARDOSO,
2008, p. 251).
Bornancini (2004) lembra que existe no Brasil um “complexo de inferioridade” em
relação ao Design que leva a uma tendência dominante de copiar. As alegações que
justificariam a cópia são: dificuldades da inovação, que tornam mais barato e mais fácil
copiar; deficiências da tecnologia, que dificultam o "design" próprio; pressões de empresas
multinacionais; e exigência de se adequar aos padrões estrangeiros para poder exportar.
O contexto atual para o Design brasileiro é de um vasto campo de atuação, que tem
como clientes em potencial, além das empresas estatais e multinacionais “[...] um mosaico de
pequenas e microempresas, associações e sociedades comunitárias, organizações não
governamentais, fundações e outras entidades que nunca estiveram tão ativas no cenário
econômico nacional.” (CARDOSO, 2008, p. 252).
Cabe ainda, citar como outros momentos importantes para o Design no país, o
surgimento de entidades representativas de classe e de entidades e eventos apoiadores e
incentivadores da prática e ensino no país. Conforme lembra Cardoso (2008), são importantes
momentos: a criação da Associação Brasileira de Desenho Industrial (ABDI), em 1963; a
criação da Associação Profissional de Desenhistas de Nível Superior (APDINS), em 1978,
que desencadeou o surgimento de várias outras representações de classe; a criação da
Associação de Designers Gráficos (ADG), em 1989; o Encontro Nacional de Estudantes de
Design (N Design), em 1991, que se mantém ainda em atividade; e a criação do Programa
Brasileiro de Design (PBD), filiado ao Ministério da Indústria, Comércio e Turismo, e seus
programas congêneres nos estados, que são iniciativas dos governos para promover o
desenvolvimento do Design no Brasil.
23
Também cabe salientar que em 1980 foi criado o Projeto de Lei (PL) nº 2.946/1980
que pretendia regulamentar a profissão designer. O PL foi arquivado três anos mais tarde e
depois dele outros cinco foram encaminhados e também arquivados (a saber: PL nº
3.515/1989, PL nº 4.241/1993, PL nº 1.965/1996, PL nº 6.647/2002, PL nº 2.621/2003). O
sétimo projeto com esta finalidade (PL nº 1391/2011), de autoria do deputado José Luiz
Penna (PV/SP) foi encaminhado em maio de 2011 e atualmente está em fase de aprovação
pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados.
2.1.1.2. Histórico do Design no Rio Grande do Sul
O Design no Rio Grande do Sul, segundo Bozzetti (2004), pode ser dividido em quatro
momentos.
Primeiro momento: “Primitivo”. Nativos e imigrantes, ainda que sujeitos às
influências europeias, foram implantando um jeito gaúcho de criar objetos manufaturados
para atender suas necessidades diversas. Frutos deste período: no design de produto:
ferramentas, mobiliários e acessórios diversos; no design gráfico: marcas para gado,
grafismos para mídia impressa, bandeiras e escudos, embalagens e símbolos de empresas e
produtos.
Segundo momento: Período entre as Guerras Mundiais (1919-1939). A indústria é
incipiente no estado e demanda soluções de design. Tais demandas eram atendidas por
profissionais denominados “práticos”, que muitas vezes também participavam da vida
artística do estado, ainda influenciada pela estética europeia. Grande influência francesa, pois
as elites culturais seguiam o que era ditado por Paris. Influências na arquitetura, nas formas
dos produtos, nos desenho de letras e nos grafismos.
Terceiro momento: A consolidação da indústria gaúcha nas décadas de 1920 a 1950
fazia com que as empresas buscassem soluções técnicas. As Guerras Mundiais trouxeram
grandes empecilhos. As máquinas tinham de ser fabricadas aqui mesmo, uma vez que não era
possível importar. Com isso, os produtos não atingiam os mesmos padrões dos antes
importados. Todas estas limitações demandaram forte criatividade local para que com a
tecnologia disponível fosse possível viabilizar a criação de produtos. Nessa época se formou
um grande polo de Design nas escolas técnicas e de Engenharia.
Quarto momento: Independência da Arquitetura. O ensino da Arquitetura era ligado às
Belas Artes e a Engenharia. Nos anos de 1950, a disciplina se torna independente na
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e se apresenta como um núcleo onde
24
pessoas que não eram nem artistas nem engenheiros podiam estudar a criação de produtos. No
início dos anos de 1960, a Faculdade de Arquitetura da UFRGS já estava consolidada como o
principal centro gaúcho de estudos integrados entre “forma-função” e “arte-técnica”, e fazia
com que os iniciantes designers se aproximassem cada vez mais do conhecimento que
buscavam.
Atualmente o estado conta com aproximadamente 28 instituições de ensino superior
que oferecem cursos de Design.
Em 1987 é criada a Associação dos Profissionais em Desenho Industrial (APDI), que
dura somente dois anos e serve como pilar para em 1995 surgir a Associação dos
Profissionais em Design no Rio Grande do Sul (APDESIGN) que, conforme descrito em seu
sítio na internet, é voltada para o desenvolvimento e promoção das atividades de Design, e
reúne e representa os profissionais e estudantes do estado.
2.1.2. O perfil do designer
O perfil aqui descrito tem como base os dados obtidos na pesquisa que foi aplicada
com estudantes de Design e profissionais já formados. Para melhor compreensão das análises,
ver o “Capítulo 3” e os “Apêndices” deste trabalho. É importante saber que alguns resultados
expressos em porcentagem, se somados, podem não atingir 100%. Isso se deve ao fato de que
as somas são aproximadas e com valores arredondados e porque pessoas que se esqueceram
de responder as questões também foram contabilizadas.
Os nomes de cursos mais citados foram:
“Design de Produto” (33%); “Design Gráfico” (28%); “Design de Interiores” (18%); e
“Design Digital” (16%). Os cursos com denominações “Design”, “ Design de Moda”, e
“Design - Comunicação Visual”, juntos somaram os 5% restantes, já que não houve nenhuma
resposta com outras denominações. A pouca variedade de nomes se explica pelo pequeno
número de instituições que participaram da pesquisa (28% das 25 contatadas por e-mail). Os
cursos de bacharelado somaram 59% e os tecnológicos 41%; todos na modalidade presencial.
Estes números demonstram que mesmo com a presença e forte crescimento do ensino à
distância (EAD), a procura pelo ensino presencial prevalece. Também é perceptível que
mesmo que os cursos tecnológicos tenham menor duração e garantam uma inserção no
mercado de trabalho mais rapidamente, os cursos de bacharelado ainda têm maior procura.
Em relação ao ano de ingresso no curso os resultados foram estes: 2007: 2%; 2008:
14%; 2009: 20%; 2010: 22%; 2011: 22%; e 2012: 18%. Não houve nenhuma marcação para o
25
ano de 2006. Estes números mostram que a maior parte dos alunos ingressou nos cursos nos
últimos quatro anos (incluindo o ano atual, 2012), confirmando a popularidade dos cursos de
Design neste período. Em relação ao ano que terminaram ou pretendem/imaginam terminar o
curso, o resultado foi o seguinte: 2011: 2%; 2012: 5%; 2013: 12%; 2014: 31%; 2015: 25%;
2016: 13%; 2017: 9%; e depois de 2017: 4%. Ao comparar os números entre o ano de entrada
e o ano de saída (ainda que seja uma previsão), é possível observar que a maior parte das
pessoas terminou (ou pretende terminar) os cursos no prazo normal, ou com no máximo dois
anos a mais, seja nos cursos de tecnologia, seja nos de bacharelado. É sabido que muitas
vezes, principalmente em decorrência dos altos custos, esta meta não pode ser atingida, mas
pode-se perceber que os estudantes não pretendem se alongar demais no período universitário.
Dos respondentes, 67% são mulheres e 33% homens. Estudantes somaram 86% e
formados, 13%. Em relação à faixa etária, os resultados foram estes: 17 a 19 anos: 18%; 20 a
22 anos: 42%; 23 a 25 anos: 19%; 26 a 28 anos: 9%; 29 a 31 anos: 1%; e mais de 31 anos:
7%. Duas pessoas têm mais de 35 anos, uma tem mais de 40, e uma, mais de 50. É possível
perceber que a maior parte dos respondentes é composta de pessoas jovens ou no início da
idade adulta. Se pensarmos na faixa etária de 17 a 25 anos, são 79% dos pesquisados.
Também é interessante perceber, ainda que em pequena quantidade, que há pessoas de faixas
etárias maiores, o que mostra que o Design também se apresenta como uma opção para este
público, que comumente já está afastado dos estudos.
Em relação à situação de trabalho: 78% estão empregados, e 22% desempregados,
conforme gráfico abaixo.
Figura 1 - Situação de trabalho dos pesquisados.
Fonte: Autoria própria, 2012.
Entre os estudantes, 77% estão empregados, e 23% desempregados. Constatou-se que
entre os estudantes que trabalham, 55% deles já o fazem em alguma área do Design. Destes,
10% a menos de 2 meses; 13% de 2 a 6 meses; 16% de 6 meses a 1 ano; 35% de 1 a 3 anos; e
26
26% a mais de 3 anos. Estes números revelam que os estudantes conseguem trabalhar na área,
e a maioria por um período grande de tempo. Destes estudantes, 42% trabalham com tipo de
contratação CLT; 39% em estágios; 10% em contratação por projetos; e 10% como free lance.
Percebe-se aqui, que a maior parte dos estudantes consegue trabalhar em regimes de
contratação mais seguras, com mais estabilidade e menos riscos e que há um bom número na
oferta de estágios.
Entre os já formados, 82% estão empregados, e 18% desempregados. Entre os
formados que trabalham, 67% o fazem em alguma área do Design. Destes, 17% de 2 a 6
meses; 50% de 1 a 3 anos; e 33% a mais de 3 anos. Percebe-se que os formados também já
trabalham na área em períodos grandes de tempo. É possível que o façam desde antes da
colação de grau, como estagiários; e que após o término do curso tenham mantido seus
empregos como contratados. Destes profissionais já formados, 17% ainda não venceram o
prazo de término do contrato de estágio, 33% trabalham por contratação por projetos, e 50%
por CLT. A mesma segurança do tipo de contratação dos estudantes é percebida entre os
profissionais já formados.
Entre os estudantes que estão desempregados, o período de tempo nesta situação é:
menos de 2 meses: 6%; de 2 a 6 meses: 6%; de 6 meses a 1 ano: 24%; de 1 a 3 anos: 24%;
mais de 3 anos: 35%. Entre os formados desempregados esta relação é: menos de 2 meses:
20%; e de 2 a 6 meses: 50%.
Aos desempregados e empregados que não trabalham com Design foi perguntado o
porquê desta opção. Entre os que responderam, 43% disseram ter muita dificuldade em
encontrar ofertas de trabalho na área; 32% disseram que é por opção, pois acharam mais
interessante e/ou atrativo trabalhar em outro segmento ou não trabalhar; 15% disseram
encontrar vagas na área, mas que estas eram pouco atrativas/interessantes; e 2% responderam
“não é pra mim!”, pois viram que o Design não é uma área que realmente se enquadra com
suas características/gostos/perspectivas, conforme demonstrado no gráfico que segue.
27
Figura 2 - Motivos que levam os pesquisados a não trabalharem nas áreas do Design.
Fonte: Autoria própria, 2012.
Legenda: “N.R.” = Não responderam.
Entre os formados desempregados, 50% responderam não trabalhar com Design por
opção, possivelmente por já terem um bom emprego fora da área. Também por opção, não
trabalham com Design 47% dos estudantes desempregados.
Para este mesmo público (desempregados e empregados que não trabalham com
Design) foi perguntado se chegaram a buscar ofertas de trabalho em Design, sendo que entre
os que responderam, 28% disseram que não, e 70% disseram que sim. Destes, 30% o fizeram
por menos de 2 meses; 30% de 2 a 6 meses; 27% continuam buscando; 9% de 6 meses a 1
ano; e 3% de 1 a 3 anos. Observa-se que os estudantes (desempregados e empregados que não
trabalham com Design) e formados que não trabalham com Design têm interesse em trabalhar
na área, pois juntos, somam 88% dos que responderam continuar buscando ofertas. Os
estudantes (como já visto) são em maioria pessoas jovens, e possivelmente, por esta condição,
ainda morem com pais e não tenham muitos gastos. Por estes motivos, é possível que possam
optar por não trabalhar, uma vez que é grande o número de estudantes desempregados entre 1
ano e mais de 3 anos (59%); ou passar pouco tempo procurando por ofertas na área (67%
procuraram entre menos de 2 meses e 6 meses).
Sobre as vagas na área do Design, todos os respondentes foram questionados sobre a
quantidade delas, e entre os que responderam, 48% consideram que há quantidade razoável;
42% consideram que há poucas; 7% que há pouquíssimas; e 2% que há muitas. Também
foram questionados sobre a qualidade destas vagas, e entre os que responderam, 55%
28
consideram razoáveis; 19% consideram ruins; 18% consideram boas; 6% consideram ótimas;
e nenhuma pessoa considera péssimas. Pode-se observar que o maior número de pessoas
considera que há quantidade razoável de vagas e de qualidade razoável. Porém, o número de
pessoas que considera que há poucas vagas e de qualidade ruim também é bastante
expressivo. O número de pessoas que acham que há muitas vagas e de ótima qualidade é
pequeno. Isso demonstra que as vagas, tanto em quantidade como em qualidade estão em
patamares medianos e que um número expressivo de pessoas demonstra insatisfação com as
vagas ofertadas. Sobre esta insatisfação, perguntou-se quais fatores os respondentes acham
que “deixam a desejar” nas ofertas de trabalho. Entre as queixas, 34% são referentes à
remuneração; 15% em relação à oportunidade de crescimento nas empresas; 15% referentes
aos requisitos exigidos (exemplos: conhecimento em softwares, portfólio, domínio de outro
idioma, etc.); 14% em relação às atividades (exemplo: as atividades a serem executadas não
combinam/estão em desacordo com o cargo); 13% em relação aos benefícios (exemplos: VT,
VR, bônus, etc.); e 8% em relação à localização (exemplo: empresa muito distante, dificulta
locomoção), conforme se pode observar no gráfico abaixo.
Figura 3 - Insatisfações com as ofertas de trabalho nas áreas do Design.
Fonte: Autoria própria, 2012.
Fica claro que o maior descontentamento diz respeito aos salários oferecidos. Em
relação às atividades foi dito que muitas vezes os profissionais são contratados para realizar
tarefas muito subalternas e que não valorizam seus conhecimentos. Em relação aos requisitos
exigidos também foi comentado que muitas empresas exigem demais e não estão dispostas a
dar uma “primeira chance” para que o profissional possa aprender e se aperfeiçoar,
principalmente no que diz respeito aos softwares.
29
De maneira geral, a pesquisa prática mostrou dois perfis de designer: um ainda
estudando e outro já formado. Entre os estudantes que não trabalham, a maioria o faz por
opção. Entre os formados que não trabalham com Design, a maioria também o faz por opção.
Características mais relevantes que são comuns em ambos os casos: há predominância de
faixa etária jovem ou no início da fase adulta; procura por vagas na área; concordância que há
quantidade razoável de vagas no mercado de trabalho e descontentamento com elas, pois
sentem que tais não o valorizam profissionalmente.
2.1.3. Dificuldades no exercício da profissão designer
São várias as dificuldades encontradas para o exercício da profissão. Aqui são citadas
algumas consideradas mais relevantes. A ordem em que são apresentadas não significa que
uma tenha maior significado e importância que outra.
É fácil perceber que não há muita clareza da sociedade em geral de o que é um
designer e o que ele faz. Tanto isto é verdade que a profissão designer é registrada na
Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)
juntamente com as classes de “artista” e “conservador/restaurador de bens culturais”, o que
demonstra uma falta de clareza das distinções específicas entre estas profissões. Se há esta
confusão nos órgãos governamentais, entre as pessoas leigas sobre o tema (parcela grande da
sociedade) ela é ainda maior. Algumas pessoas têm certo entendimento, mas destorcido. Não
é incomum pessoas acharem e manifestarem que designers “mexem com marketing e
publicidade”, ou que designers “entendem de computador”, ou ainda, que designers “fazem
logomarca”, e outras coisas do gênero. É necessário esclarecer que o designer tem "[...] um
tipo de atividade profissional diferente da de artistas, arquitetos, engenheiros, e publicitários,
ainda que próxima a esses [...]” (BOZZETTI, 2004, p. 34).
Às vezes, nem os próprios profissionais que atuam na área têm conhecimento
adequado sobre seu papel na sociedade e do desempenho correto de suas atividades no
mercado de trabalho. Esta compreensão falha pode ser decorrente principalmente de dois
fatores: profissionais sem formação acadêmica na área que atuam com “atividades
características de Design” e que se intitulam designers, ou profissionais com formação
acadêmica deficitária.
O primeiro fator se caracteriza por pessoas que têm algum conhecimento e algumas
habilidades, como por exemplo, pessoas que desenham bem e/ou têm domínio de softwares
de manipulação de imagens, de criação gráfica, de programação, etc., e que fazem alguns
30
trabalhos como criação de cartões de visita, criação de web sites, entre outros, e por isso se
julgam e intitulam designers gráficos e web designers, respectivamente. Não se quer aqui, de
forma alguma desmerecer o conhecimento adquirido nem o talento dessas pessoas; mas
dominar uma técnica não torna uma pessoa especialista em algo que requer domínio de mais
técnicas e a presença de conhecimentos mais abrangentes, como é o caso de um designer, que
estuda (ao menos é o que se espera) disciplinas diversas para ter um conhecimento amplo e
contextualizado.
O outro fator se caracteriza por pessoas que têm formação acadêmica deficitária. Uma
vez que nos últimos anos o Design sofreu um boom de popularidade, muitas instituições de
ensino superior (IES) do país passaram a ofertar cursos de Design, de diversas nomenclaturas
e modalidades. Caetano (2004) lembra que a proliferação de cursos de Design se justifica por
alguns fatores: a não exigência de um currículo mínimo para o curso, permitindo uma grande
ramificação de habilitações e ênfases; a emergência do tema, que coloca tanto a profissão
quanto a palavra em moda; e o reconhecimento de gestores, que passam a ver que o Design é
componente de sucesso para as empresas. O autor ressalta também que muitas vezes, a
abertura de tais cursos é guiada por uma percepção mercadológica, onde a necessidade de
ampliar e diversificar o portfólio de cursos pode se sobrepor à falta de competência na área. A
vasta quantidade de IES oferecendo cursos de Design no país leva a uma “enxurrada” de
profissionais entrando no mercado de trabalho a cada ano. Para se ter noção de quão grande é
a oferta e a possível falta de qualidade dos cursos, Bornancini (2004) e Weimer (2004)
lembram que já na década de 1970, enquanto na Alemanha (altamente industrializada e com
tradição em Design), com menos de uma dezena de cursos na área, se formavam cerca de
cinquenta designers; no Brasil (que não tinha ainda definido um “currículo mínimo” para
cursos de Desenho Industrial), existiam já vinte cursos de graduação, e só em Curitiba se
formavam cento e cinquenta designers.
O Ministério da Educação (MEC) não disponibiliza dados de quantos alunos se
formam por ano em Design no país. Para este trabalho foi feito um levantamento no intuito de
saber quantas IES no país ofertam cursos de Design. Não é possível com esta pesquisa ter
noção exata da quantidade de alunos, mas dá pra ter ao menos uma breve ideia. São ao todo,
273 IES; sendo que destas, 270 oferecem cursos apenas na modalidade presencial, 3 em
modalidade EAD, e dessas, apenas 1 oferta cursos somente em EAD. Dos cursos ofertados,
142 são de bacharelado, 126 são tecnológicos, 1 é sequencial, e 1 é de licenciatura. Entre os
títulos dos cursos se encontram mais de 24 variações, o que demonstra uma falta de padrão
das IES e também do MEC em fazer as classificações e cadastros, a fim de evitar
31
nomenclaturas desnecessárias e repetitivas. A maior parte destes cursos está no estado de São
Paulo (22%); que é seguido de Santa Catarina (9%), Rio Grande do Sul (9%), Paraná (8%),
Minas Gerais (7%), Rio de Janeiro (6%), e os demais estados com valores inferiores a 4%,
conforme se pode verificar no gráfico abaixo.
Figura 4 - IES que ofertam cursos de Design no Brasil.
Fonte: Autoria própria, 2012.
Nota: As IES que ofertam cursos somente em EAD foram contabilizadas de acordo com os estados onde há oferta do serviço. Os valores são aproximados e arredondados.
O fato de que “hoje, a palavra ‘design’ entrou em moda e seu emprego passa por uma
fase francamente inflacionária” (SCHNEIDER, 2010, p. 195), leva a outro fator que dificulta
o trabalho dos designers no Brasil: a presença, no mercado de trabalho de profissionais que
não têm ligação com nenhuma área do Design, mas agregam os termos “design” ou
“designer” às suas profissões/ofícios e às suas atividades. Tais profissionais formam o que por
Caetano (2004) é chamado de "Designers Novos". Não se sabe ao certo o porquê disto (talvez
seja pelo fato de o Design estar em evidência; e em uma sociedade que não sabe bem o que
faz um profissional com formação nesta área, ter estes termos no nome de sua profissão/ofício
ou atividades colocam estes profissionais também em evidência), mas tem sido cada vez mais
crescente o encontro de “hair designers”, “ cook designers”, “ cake designers”, “ designers de
sobrancelha”, e outros nomes.
A falta de regularização da profissão é outro (e talvez o principal) fator que torna
difícil o exercício profissional dos designers. Atualmente está em trâmite o PL. 1.391/2011,
de autoria do deputado José Luiz Penna (PV-SP), que visa regulamentar a profissão. Este
32
projeto de lei é o sétimo que tenta tal feito (o primeiro é de 1980) e é de fundamental
importância para os profissionais da área. A falta de regularização faz com que os
profissionais tenham menor credibilidade no mercado de trabalho, não tenham valores
tabelados de serviço, e os deixa vulneráveis e limitados. A falta de credibilidade se dá, em
parte porque não há um órgão regulador e representativo da classe profissional. Outras
profissões têm estes órgãos (médicos têm os Conselhos Regionais de Medicina, advogados
têm a Ordem dos Advogados do Brasil, arquitetos têm os Conselhos Regionais de
Arquitetura, etc.) e eles regulamentam, controlam e fiscalizam o exercício dessas profissões; o
que de certa forma, garante à sociedade a qualidade dos serviços que por eles são prestados.
Como não há regularização, também não há parâmetros oficiais dos honorários mínimos a
serem cobrados por estes profissionais. Com a regularização, conforme aponta o deputado
autor do atual PL em tramitação (em entrevista cedida ao portal DesignBrasil, em 25 de maio
de 2011), haveria orientação e balizamento dos preços dos serviços prestados. A
vulnerabilidade ocorre porque que não há limitações claras para quem pode exercer a
profissão. Assim sendo, profissionais sem conhecimento técnico adequado competem com
outros que estudaram e se qualificaram. A limitação ocorre porque profissionais formados em
Design não podem fazer certos tipos de atividades, como por exemplo, assinar projetos que
envolvam riscos aos usuários/consumidores. Mesmo que o designer tenha elaborado todo o
projeto, quem o assina e assume a responsabilidade é outra pessoa, que tenha registro em um
órgão regulador e representativo da classe profissional. É importante ressaltar que a
regularização, como lembra Camp (2011), interessa a todos. Interessa ao setor público, pois
sem regularização não pode comprar produtos/serviços de Design por meio de licitação; ao
usuário final, que quer a certeza de estar consumindo algo feito por um profissional
qualificado, e caso seja lesado de alguma maneira, possa recorrer de seus direitos diretamente
àquele que foi responsável pelo projeto; aos empresários, que ao contratarem a atividade de
alto risco que é o Design, precisam da certeza de qualidade do serviço contratado e no caso da
sua não existência, também possam recorrer; e aos designers, que adquirindo e comprovando
a qualificação necessária, podem exercer sua profissão com legitimidade, tendo planos de
carreira e de salários estabelecidos, e ao final de sua vida profissional possam se aposentar
dentro dessa classificação, em vez de ter de se realocar em uma classificação indefinida.
33
2.2 Entendendo o Cooperativismo
Para um bom esclarecimento sobre o sistema cooperativista é preciso enxergá-lo sem
falsas ilusões e/ou fantasias. É importante lembrar que no cooperativismo “[...] existe uma
dupla diferenciação que faz um par: uma na realidade econômica, outra na realidade
ideológica e política.” (RIOS, 1984, p.11). Nem sempre no campo econômico, nas práticas de
mercado, é possível manter com extrema fidelidade os princípios ideológicos do movimento.
As transformações das empresas com o decorrer dos tempos e os regimes políticos de cada
país dificultam a adaptação dos princípios cooperativos às realidades, exigindo assim, que
haja flexibilidade (OLIVEIRA, 1984). O cooperativismo, embora pautado por princípios de
equidade, se envolve com diversas esferas (política, econômica, social, trabalhista, etc.) e
“[...] não está pois ‘imune’ à divisão da sociedade em classes” (RIOS, 1989, p. 64). Assim
sendo, existem cooperativas de diversos tipos e níveis, com diferentes formas de tratamento às
pessoas, com diferentes retornos (sejam financeiros, sociais, culturais, etc.) e com diferentes
maneiras de se portar perante a sociedade. O cooperativismo está muito em voga nos dias
atuais e as campanhas feitas pelos órgãos desse setor o “vendem”, muitas vezes, de forma
muito bonita, dando uma impressão de perfeição. É preciso um olhar mais atento e crítico
sobre a questão. Não se pode negar que o cooperativismo vem se apresentando como um
modelo de negócios bem sucedido, seja em resultados financeiros, seja em resultados de
melhorias sociais e qualidade de vida. Tanto é que obteve o reconhecimento da ONU, que
estabeleceu o ano de 2012, como “Ano Internacional das Cooperativas”. Com o slogan
“Empresas Cooperativas Constroem um Mundo Melhor”, a iniciativa tem como principais
objetivos, conforme divulgado no sítio da organização na internet: destacar os pontos fortes
do cooperativismo como modelo alternativo de fazer negócios; destacar suas contribuições
para o desenvolvimento sócio econômico; e estimular o crescimento e criação de
cooperativas. Ao longo do ano, e até o final dele, foram e serão realizadas pelos órgãos
representativos do cooperativismo diversas ações no mundo inteiro com o intuito de cumprir
os objetivos estabelecidos pela ONU.
Sendo o cooperativismo o movimento representativo das cooperativas, uma definição
de o que é uma cooperativa se torna fundamental para o entendimento. Segundo Gawlak
(2010, p.31): “cooperativa é uma organização de pessoas unidas pela cooperação e ajuda
mútua, gerida de forma democrática e participativa, com objetivos econômicos e sociais
comuns a todos, cujos aspectos legais e doutrinários são distintos de outras sociedades.”
34
Para se entender melhor o surgimento do cooperativismo é preciso analisar o contexto
da época. O movimento surge juntamente com o início do capitalismo industrial. A
mecanização da indústria gerou desemprego em massa, miséria coletiva e desajustamento
social (Oliveira, 1984). Segundo Santos e Rodríguez (2005), camponeses e pequenos
produtores da Inglaterra se encontravam em estado de pauperização quando passaram a ser
trabalhadores das fábricas. O cooperativismo surge como “expressão de um movimento
operário, reagindo às condições de extrema exploração então existentes” (RIOS, 1989, p. 19),
em um cenário onde não existe nenhum tipo de sistema previdenciário; onde se associar para
trabalhar é estritamente proibido; onde crianças de mais de nove anos trabalham até doze
horas e adultos catorze, sem nenhuma segurança (RIOS, 1989).
2.2.1 Histórico do Cooperativismo
Segundo a Inetrnational Co-operative Alliance (ICA)3 a primeira cooperativa de que
se tem registro é a Fenwick Weavers' Society, associação de tecelões fundada em 14 de março
de 1761 na cidade de Fenwick, na Escócia. É sabido que existiam associações organizadas na
Escócia, Inglaterra e França entre 1816 a 1840 (OLIVEIRA, 1984; RIOS, 1989; SANTOS;
RODRÍGUEZ, 2005), que eram influenciadas por teorias pioneiras sobre associativismo
contemporâneo de diversos pensadores da época. Porém, é unânime entre os teóricos o
reconhecimento de que foram os “Pioneiros de Rochdale” que instauraram o que veio a ser o
modelo do cooperativismo moderno. Em 1844, vinte e oito tecelões da cidade de Rochdale, na
Inglaterra, fundaram a Rochdale Society of Equitable Pioneers, cooperativa de consumo que
visava trazer benefício monetário e melhores condições sociais e domésticas. Os tecelões de
Rochdale criaram uma lista de princípios que deveriam ser seguidos na cooperativa. Esses
princípios (que são apresentados posteriormente neste trabalho) formam, por assim dizer, a
espinha dorsal do que é chamado de “cooperativismo puro”. O modelo adotado em Rochdale
passou a ser difundido, e novas cooperativas (de produção, de crédito, de educação, de
serviços, e outros ramos) foram surgindo e se espalhando pelo mundo, sempre se adaptando
aos novos problemas que iam surgindo conforme o movimento ia crescendo.
3 ICA - Inetrnational Co-operative Alliance (em português, Aliança Cooperativa Internacional) é a organização
mundial representativa das cooperativas. Segundo sua própria descrição em seu sítio na internet, é uma organização independente e não governamental que une, representa e presta serviços às cooperativas de todo o mundo, fornecendo uma efetiva e eficiente voz global, um fórum de conhecimentos e experiências e de ações coordenadas para e sobre as cooperativas.
35
Como todo movimento que se torna grande e se difunde pelo mundo, o cooperativismo
teve de se organizar e criar órgãos que norteassem e regulamentassem suas condutas, e
auxiliassem as suas práticas. Assim sendo, é criada em Londres em 1895, a Aliança
Cooperativa Internacional (ACI) - em inglês, Inetrnational Co-operative Alliance (ICA),
citada anteriormente na p. 32 - que é o órgão de cúpula do cooperativismo no mundo, e tem
por objetivo fortalecer o movimento, estimular a integração do Sistema Cooperativo, atualizar
os seus princípios, zelar pela preservação dos seus valores, e incentivar a propagação do
movimento (GAWLAK, 2010). A ACI foi responsável por examinar os princípios dos
rochdaleanos e definir os “princípios do cooperativismo”. As alterações feitas até hoje foram
mínimas e não alteraram os princípios básicos estabelecidos pelos Pioneiros de Rochdale
(OLIVEIRA, 1984). Em 1990 é criada a ACI Américas, com sede em San Jose, na Costa Rica
(GAWLAK, 2010), representando as cooperativas do continente. A ACI Américas tem como
objetivos, conforme é citado em seu sítio na internet: promover o reposicionamento do
modelo cooperativo no novo entorno econômico, político, social e comercial apoiando as
organizações membros [...] na difusão e defesa da identidade cooperativa, na promoção dos
negócios e no desenvolvimento dos recursos humanos. Também existem representações da
ACI na África, na Europa, e na Ásia.
2.2.1.1 Histórico do cooperativismo no Brasil e no Rio Grande do Sul
Os históricos do cooperativismo no Brasil e no Rio Grande do Sul serão descritos
juntamente, uma vez que o estado tem forte ligação com o movimento.
Há algumas controvérsias em relação ao surgimento do cooperativismo no Brasil. Na
visão de Rios (1989), o movimento cooperativista surgiu como uma adequação do modelo
europeu por parte das elites de uma economia agrícola, e não como um movimento social de
reação dos proletários como na Europa. Já Gawlak (2010) afirma que o movimento surgiu na
área urbana, “estimulado por funcionários públicos, militares, profissionais liberais e
operários, para atender às suas necessidades.” (GAWLAK, 2010, p. 79). Este autor afirma que
a primeira cooperativa do país foi criada em 1889, em Minas Gerais, sob o nome de
Sociedade Cooperativa Econômica dos Funcionários Públicos de Ouro Preto, e que a partir de
então o cooperativismo se expandiu para o estado mineiro, Pernambuco, Rio de Janeiro, São
Paulo e Rio Grande do Sul. Para Oliveira (1984), depois de tentativas frustradas de
implantação do cooperativismo no Paraná e Pernambuco, foi no Rio Grande do Sul, no ano de
1902 que surgiu a primeira cooperativa do país. O padre jesuíta Theódor Amstadt, numa
36
reunião com o Sindicato de Agricultores do Rio Grande do Sul, na localidade onde hoje se
situa o município de Nova Petrópolis, organizou a Caixa de Crédito Rural (atualmente
chamada de Cooperativa de Crédito Rural Nova Petrópolis Ltda. – COOPERURAL), e com
isso fez do estado “o berço do Cooperativismo Brasileiro” (OLIVEIRA, 1984, p. 37). Ainda
que o estado possa não ser o berço do cooperativismo, é fato que ele prosperou muito nessa
região. Tal prosperidade está ligada à familiaridade dos imigrantes alemães ao sistema, e às
iniciativas do governo para sua expansão (OLIVEIRA, 1984). Entre estas iniciativas, cabe
citar a vinda do Dr. Giuseppe di Stéfano Paternó, um profundo conhecedor do
cooperativismo, vindo da Itália a convite do Ministério da Agricultura e Comércio. O Dr.
Giuseppe, a partir de 1911 disseminou o modelo cooperativista pelas colônias de imigração
italiana, criando inúmeras cooperativas agrícolas, uma cooperativa de crédito e também as
primeiras cooperativas de produtos suínos, madeireiros e laticínios, e levou o modelo
cooperativista até o centro do estado, na cidade de Santa Maria. Em 1913 (OLIVEIRA, 1984),
as cooperativas da zona colonial iniciam um processo de declínio, mas salvam a produção
agrária da região Nordeste do estado e firmam bases do que anos depois viria a se tornar uma
potência na agroindústria da região.
O mesmo autor lembra também que este setor passou a crescer novamente quando os
produtores agroindustriais voltaram a se unir em 1929, depois da crise mundial causada pela
quebra da bolsa de valores de Nova York. Em 1932 o Decreto nº 22.239, que determina o
cumprimento dos fundamentos do cooperativismo, juntamente com o ressurgimento do
movimento no meio rural, citado anteriormente, são responsáveis pela expansão e
significativo crescimento do movimento, que se espalha no estado em ramos como serviços,
consumo, e pecuária, entre outros.
Em 1969 surge a Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) na cidade de Belo
Horizonte, durante o IV Congresso Brasileiro de Cooperativismo. Substituindo a Associação
Brasileira de Cooperativas (ABCOOP) e a União Nacional de Cooperativas (UNASCO), as
duas entidades que até então representavam as cooperativas no país, a OCB passa a ser o
órgão representativo de todos os ramos de cooperativas (GAWLAK, 2010). Em 1971, a Lei nº
5.764 oficializa essa representação como órgão consultivo do governo e incumbe a OCB de
congregar as organizações estaduais (GAWLAK, 2010), e de além de representar, dar
assistência e promover as cooperativas do país (OLIVEIRA, 1984). Também em 1971,
segundo Oliveira (1984), é criada a Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande
do Sul (OCERGS), representatividade estadual da OCB no estado. A OCERGS substituía a
Associação das Cooperativas Sul-rio-grandenses (ASCOOPER). Em 1998 a Medida
37
Provisória n° 1.715 cria o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo
(SESCOOP), que tem seu regimento aprovado em 1999 com o Decreto nº 3.017. O
SESCOOP, segundo Gawlak (2010) tem como principais funções: operacionalizar o
monitoramento e controle da gestão das cooperativas; investir continuamente na capacitação
dos associados e trabalhadores das cooperativas; e assessorar o Governo Federal na formação
profissional e gestão cooperativista e contribuir na formulação de políticas na criação de
trabalho e renda por meio do cooperativismo.
2.2.2 Conceitos, fundamentos e principais características do cooperativismo
O cooperativismo está fundamentado em princípios de propriedade, gestão e
repartição cooperativas (RIOS, 1989); em valores éticos, de honestidade, transparência e
responsabilidade social (OLIVEIRA, 1984); na defesa de uma economia de mercado que se
baseia em princípios não capitalistas de cooperação e mutualidade, defendendo a autonomia, a
democracia participativa, a igualdade, a equidade e a solidariedade (SANTOS; RODRÍGUEZ,
2005). Os princípios do cooperativismo criados pelos pioneiros de Rochdale, e que foram
depois adaptados (já citados nas p. 32 e 33), são os seguintes (GAWLAK, 2010; OLIVEIRA,
1989; SANTOS; RODRÍGUEZ, 2005): (1) adesão livre e voluntária - cooperativas são livres
para que qualquer pessoa apta a utilizar os serviços e assumir responsabilidades possa se
associar; (2) gestão democrática pelos membros - as decisões fundamentais são tomadas pelos
associados seguindo-se o princípio “uma pessoa = um voto”; portanto, independentemente de
quanto capital o sócio tenha investido no negócio, ele só tem direito a um voto; (3)
participação econômica dos membros - os membros contribuem equitativamente para o
capital e o controlam democraticamente; em casos de sobras ou resultado negativo, eles são
divididos entre todos os membros; (4) autonomia e independência - são controladas pelos seus
membros, independentes do Estado e outras organizações; (5) educação, formação e
informação - visam uma efetiva participação do associado e o desenvolvimento cultural e
profissional, seu e de sua família; (6) intercooperação - interação entre as cooperativas em
nível local, regional, nacional e mundial para fortalecimento do sistema; (7) interesse pela
comunidade - contribuir para a comunidade na qual a cooperativa está inserida, gerando
empregos, produtos e serviços. É importante ressaltar que “[...] ainda que as cooperativas
estejam baseadas em valores e princípios não capitalistas, [...] sempre foram concebidas, e
operaram como unidades produtivas capazes de competir no mercado”. (SANTOS;
RORDRÍGUEZ, 2005, p.35). Os mesmos autores ressaltam também que
38
[...] as empresas aptas para competir num mercado altamente segmentado e em mudança, como o atual, são aquelas capazes de se ajustar com flexibilidade às alterações de demanda, motivar a participação ativa e inovadora dos trabalhadores no processo produtivo e de se inserir em uma rede de cooperação econômica formada, além do mais, por outras empresas pequenas e flexíveis e por instituições culturais, educativas e políticas de apoio [...] (SANTOS; RODRÍGUEZ, 2005, p.35).
No entendimento desses autores, as cooperativas se tornam competitivas justamente
porque conseguem fazer estes ajustes necessários, e tendem a ser mais produtivas que as
empresas capitalistas, pois os colaboradores têm mais incentivo moral e econômico para se
dedicar ao trabalho, e seu benefício está diretamente ligado à prosperidade da cooperativa, o
que leva a um maior comprometimento com o trabalho e à redução de custos com supervisão,
que em empresas capitalistas, pode ter um custo bastante alto.
O cooperativismo tem muitas características específicas; porém, são apresentadas
somente aquelas que se julgam mais pertinentes para o objetivo deste trabalho. As
explanações a seguir têm como base as informações de Gawlak (2010) e Oliveira (1984).
Para se formar uma cooperativa, além do enquadramento na legislação específica é
necessário um número mínimo de vinte associados. Uma cooperativa tem de ter,
obrigatoriamente: um Estatuto Social - documento elaborado com a participação dos sócios, e
que configura o conjunto de normas da cooperativa; um Conselho de Administração -
responsável pela gestão; um Conselho Fiscal - responsável pela fiscalização das ações,
operações e serviços; e uma Assembleia Geral - órgão supremo da cooperativa, é a reunião de
todos os associados para a tomada de decisões. O Capital da Cooperativa é dividido em
quotas-partes. As quotas-partes, estabelecidas no estatuto social, são como as ações de uma
empresa capitalista. A diferença é que a quantidade de quotas-partes não interfere no poder de
decisão, na quantidade de votos desse associado. Para se associar é necessário cumprir os
requisitos do estatuto. Caso a associação seja autorizada, o novo membro tem de pagar seu
capital social, que é um valor monetário utilizado para investir na cooperativa e pode ser
parcelado. Esse capital não pode ser transferido a terceiros, e dá ao associado uma quantidade
de quotas-partes na cooperativa. Parte desse valor é destinada ao Fundo de Reserva, que serve
para dar mais segurança financeira. No final do exercício, podem existir sobras. As sobras são
o resultado do montante que entrou, menos o montante usado para cobrir os custos. Se há
resultado positivo, essas sobras retornam ao associado proporcionalmente às suas operações
com a cooperativa, depois de descontadas suas contribuições com os fundos existentes (Fundo
de Reserva, Fundo de Assistência Técnica Educacional e Social, e outros). Havendo saldo
39
negativo, se o Fundo de Reserva não conseguir cobrir as perdas, elas também serão rateadas
entre os associados.
2.2.3 Cooperativismo em números
Segundo dados da ICA de agosto de 2012, a organização conta com 274 membros, de
98 países, representando indiretamente mais de 1 bilhão de pessoas no mundo todo. No
Brasil, as informações são divulgadas pela OCB, e segundo documento publicado em 2012, o
país conta com 7.062 cooperativas. Estas empresas congregam 10.152.408 associados e
300.013 empregados. Os dados referentes ao Rio Grande do Sul são computados pela
OCERGS e pelo SESCOOP/RS, e segundo documento de 2012, o estado reúne o maior
número de cooperativas registradas no país: 1.026 (527 com cadastro ativo e 499 com
cadastro inativo), representando 14,5% do total. No estado são 2.143.339 associados e 52.482
empregados, o que o coloca em segundo lugar no número de associados (21,4%) e também de
empregados (17,1%) no quadro geral do país. Outro dado interessante diz respeito à
remuneração. No Rio Grande do Sul no ano de 2011, o salário médio dos empregados no
setor privado foi de R$1.363,98, enquanto que em uma cooperativa foi de R$1.728,76 (26,7%
maior). Em termos de faturamento, o cooperativismo gaúcho teve um crescimento de 25,2%
no comparativo entre 2010 e 2011, somando R$27.002.468.209,00. Em 2010, os valores
representavam 10,81% do PIB no estado, e em 2011 passaram a representar 11,81%. O
cooperativismo gerou R$1,3 bilhão de tributos para o estado. Os ramos mais representativos
são o agropecuário, o de saúde e o de crédito, porém todos os outros (a saber: infraestrutura,
produção, transporte, trabalho, consumo, educacional, habitacional, turismo e lazer,
mineração, especial e social) tiveram crescimento no comparativo entre 2010 e 2011.
Estes números mostram a abrangência do cooperativismo nos níveis mundial, nacional
e estadual. Mais especificamente no Rio Grande do Sul, os números demonstram a
importância que o cooperativismo tem como gerador de trabalho, renda e contribuição
financeira para o estado. Os números são representações quantitativas e por meio deles não é
possível saber quais são as contribuições qualitativas que o cooperativismo trouxe (e traz)
para o estado; porém, ao menos para uma análise de mercado e negócios, o setor se mostra de
significativa representatividade e como possibilidade de crescimento empresarial.
40
2.3 Design e Cooperativismo
Este tópico tem o objetivo de avaliar se cooperativismo pode ser um modelo
empresarial que traga benefícios para os profissionais da área do Design. Como foi visto, o
cooperativismo e a figura do designer tem seu surgimento em épocas aproximadas,
juntamente com a primeira Revolução Industrial, e utilizar este modelo empresarial tão antigo
e em constante ascensão no Brasil como alternativa para designers de forma bem sucedida
seria sem dúvida um bom exemplo de inovação em termos de negócio.
Uma das coisas mais importantes a se saber nesta relação entre Design e
cooperativismo é se esses profissionais têm conhecimento e interesse pelo modelo. Esta
questão foi estudada na pesquisa que foi aplicada com estudantes de Design e profissionais já
formados. Para melhor compreensão das análises, ver o “Capítulo 3”, e os “Apêndices” deste
trabalho. Alguns resultados expressos em porcentagem, se somados, podem não atingir 100%.
Isso se deve ao fato de que as somas são aproximadas e com valores arredondados, e porque
pessoas que se esqueceram de responder as questões também foram contabilizadas.
Todos os pesquisados responderam se tinham algum conhecimento sobre
cooperativismo. Foram alertados que deveriam marcar a opção “NÃO” somente no caso de
não ter absolutamente nenhum conhecimento. Assim sendo, entre os que responderam, 62%
disseram ter conhecimento e 36% disseram não ter, conforme mostra o gráfico abaixo.
Figura 5 - Pesquisados que têm (SIM) /não têm (NÃO)algum conhecimento sobre cooperativismo.
Fonte: Autoria própria, 2012.
Esses números revelam que os profissionais de Design pesquisados, na sua maioria,
dizem ter conhecimento sobre o cooperativismo, ainda que mínimo.
Os que disseram conhecer o cooperativismo responderam outras questões, para que
fosse possível fazer mais análises em relação a este conhecimento. Uma das questões visava
41
saber, o nível de conhecimento do respondente sobre o tema. Entre os resultados, 15% foram
para “muito baixo”; 47% para “baixo”; 34% para “médio”; 4% para “alto”; e nenhuma
resposta para “muito alto”. Aqui se percebe que a maior parte dos pesquisados tem pouco
conhecimento sobre cooperativismo. A pesquisa também procurou saber por quais meios
estas pessoas adquiriram este conhecimento. As respostas foram as seguintes: 22% disseram
que foi por meio de internet/mídias digitais/redes sociais; 18% por
familiares/amigos/conhecidos; 15% por meio de mídias impressas/jornais/revistas; 10% em
aula (na escola/ensino fundamental/ensino médio); 10% em aula (na faculdade, durante a
graduação); 9% por TV/rádio; 8% em eventos/seminários/congressos/feiras; e 8% no trabalho.
É possível perceber que a internet foi o meio mais utilizado para se aprender sobre o
cooperativismo, e que os outros tipos de mídias têm sido pouco utilizados para este fim.
Também se percebe que o número de eventos sobre o tema não é muito expressivo, bem como
a abordagem deste em sala de aula. Perguntados se gostariam de aprender mais sobre o
cooperativismo, a maior parte das pessoas disse que sim (91%), e apenas uma minoria
bastante inexpressiva disse que não (1%). Estes dados são importantes, pois demonstram que
os profissionais de Design pesquisados têm interesse em conhecer mais do modelo
cooperativista. Sabendo que os profissionais têm interesse em conhecer/aprender mais sobre o
tema também é importante saber por quais meios gostariam que isso acontecesse. Assim
sendo, 27% disseram que por meio de internet/mídias digitais/redes sociais; 23% em aula (na
faculdade, durante a graduação); 23% em eventos/seminários/congressos/feiras; 13% por
meio das mídias impressas/jornais/revistas; 7% por TV/rádio; e 7% no trabalho. Percebe-se
que a internet é o meio preferido para receber informações. Uma vez que a maior parte do
público pesquisado é composta por jovens e pessoas no início da idade adulta, e que este
público tem presença massiva na internet, é natural que quisessem obter informações por
meio deste canal. Também se percebe com estes números que uma parte considerável do
público gostaria de receber conhecimento sobre o cooperativismo durante a graduação e
também em eventos. Eis aí uma carência que as IES e as entidades responsáveis por divulgar
o cooperativismo não estão sabendo tratar de forma adequada. Esta afirmação se sustenta
pelas análises da questão seguinte, que diz respeito à consideração dos pesquisados em
relação à divulgação de informações sobre o cooperativismo. Os resultados foram: 66%
consideraram ineficiente, pois veem divulgação, mas em pequena escala ou de pouca
atratividade; 19% consideraram regular, pois veem divulgação em escala regular e
atratividade considerável; 11% consideraram inexistente, uma vez que nunca veem nada sobre
42
cooperativismo nos meios de comunicação; e apenas 4% consideraram eficiente, e disseram
ver divulgação em grande escala e com bastante atratividade.
As questões que se seguiam visavam averiguar se os respondentes achavam que o
cooperativismo poderia de alguma maneira ser benéfica aos profissionais de Design. Estas
questões foram respondidas somente pelos respondentes que disseram ter algum
conhecimento sobre o modelo cooperativista. Perguntados se achavam que o cooperativismo é
um modelo empresarial adequado às necessidades e características dos profissionais de
Design, entre os que responderam, 92% disseram que sim, e 2% que não. Entre os que
responderam se achavam que o cooperativismo facilitaria a entrada de profissionais recém-
formados em Design no mercado de trabalho, 91% disseram que sim, e 6% que não. Também
foi maioria entre os que responderam (96%) os que disseram que o cooperativismo pode
fortalecer as profissões da área do Design, contra apenas 2% que disseram pensar que não.
Perguntados se consideravam que foi/é importante para sua formação ter adquirido
conhecimentos sobre o cooperativismo, entre os que responderam, 89% disseram que sim, e
9% que não. A última pergunta deveria ser respondida por todos os pesquisados, tanto os que
disseram ter conhecimento sobre cooperativismo, quanto os que disseram não ter. A questão
perguntava se o respondente, no caso hipotético de existir uma “cooperativa de Design”,
gostaria de participar, de ser um cooperado. Entre os que responderam a questão, 90%
disseram que sim, e 5% disseram que não, conforme se observa no gráfico a seguir.
Figura 6 - Pesquisados que fariam(SIM)/não fariam(NÃO) parte de uma “cooperativa
de Design”.
Fonte: Autoria própria, 2012.
Legenda: “N.R.” = Não responderam.
As pessoas que disseram não ter absolutamente nenhum conhecimento sobre
cooperativismo responderam por quais meios gostariam de aprender sobre o tema. Entre os
43
que responderam, 32% disseram que por meio da internet/mídias digitais/redes sociais; 22%
disseram que em aula (na faculdade, durante a graduação); 19% disseram que em
eventos/seminários/congressos/feiras; 13% por meio de mídias impressas/jornais/revistas; 6%
por TV/rádio; e 6% no trabalho. Mais uma vez, a internet se apresenta como o meio de
divulgação preferido. Também fica claro que um número considerável gostaria de aprender na
faculdade e em eventos.
As análises, de forma geral demonstram que os profissionais do Design acham que o
cooperativismo é um modelo empresarial que pode valorizar a profissão, se adequando às
características específicas destes e que facilitaria a entrada no mercado de trabalho. Fica
evidente que a maioria destes profissionais tem algum conhecimento sobre o tema, mas que
em pequeno nível. Também é bastante claro que tanto os que têm conhecimento sobre o
cooperativismo, quanto os que não têm, gostariam de aprender sobre o tema, principalmente
por meio da internet, em aula e em eventos.
As vantagens e desvantagens citadas a seguir são hipotéticas, e dependem de uma série
de fatores. Elas são descritas com base no que já foi visto anteriormente neste trabalho.
2.3.1 Possíveis vantagens do Cooperativismo para profissionais de Design
Uma das possíveis vantagens é o reconhecimento da sociedade. É sabido que a
sociedade, de maneira geral, desconhece o trabalho dos profissionais do Design, ou conhece
pouco e de maneira não muito clara, e por vezes bastante destorcida. Ao formarem uma
cooperativa, ou seja, uma empresa, o trabalho ganha, por assim dizer, mais visibilidade e
credibilidade. Quando o trabalho é oferecido por uma empresa, as pessoas que o contratam
têm mais segurança e confiabilidade. Esses dois aspectos fazem com que a sociedade passe a
conhecer mais e melhor o trabalho desses profissionais e também a valorizá-lo mais. Outra
possível vantagem que o cooperativismo pode trazer a este segmento é a maior qualidade dos
trabalhos. É comum entre profissionais do Design, encontrar pessoas bastante especializadas
em uma área específica, com conhecimentos técnicos focados apenas nesta área. Por exemplo,
web designers que entendem muito de programação e montagem de web sites, mas sem
conhecimentos em design de produtos. Assim sendo, estes profissionais trabalham somente
em projetos dos quais têm domínio, ou se arriscam a trabalhar em projetos nos quais não tem
conhecimento necessário. Este conhecimento muito focado limita a atuação dos profissionais,
que não podem trabalhar com projetos maiores, que exijam conhecimentos em diferentes
áreas do Design. Trabalhando em conjunto, em uma empresa, reúnem-se diversos
44
profissionais, aumentando o know how, e as possibilidades de atuação. Sendo uma empresa, é
possível assumir projetos maiores (que podem ser mais rentáveis), onde cada profissional
trabalhe naquilo em que é especializado. Porém, uma vez que há mais pessoas trabalhando em
conjunto, há mais conhecimento, mais informações circulando, e um profissional pode opinar
no trabalho como um todo, aumentando sua qualidade.
Outra possível vantagem é a de ter uma pessoa jurídica. Profissionais trabalhando
sozinhos, também têm a limitação de não poder aceitar alguns trabalhos por conta da
exigência de emissão de nota fiscal. Trabalhando em uma cooperativa, os profissionais
passam a ter uma pessoa jurídica, que emite nota fiscal; e assim, as possibilidades de trabalho
são ampliadas, podendo ser contratados, por exemplo, projetos para grandes empresas,
inclusive do setor público. Ao ter uma pessoa jurídica, os profissionais também podem
contratar serviços, principalmente as especialidades das quais não dominam, como por
exemplo, administração, contabilidade, RH, etc.
O cooperativismo também pode ser vantajoso em relação aos ganhos monetários.
Como já visto, os salários pagos em uma cooperativa podem ser maiores do que no setor
privado. Portanto, trabalhando em uma cooperativa, o profissional pode ter uma renda maior.
Também foi visto que quando há sobras, elas são rateadas entre os cooperados, e isso aumenta
os ganhos do profissional.
Autonomia e valorização são outras possíveis vantagens observadas. Por serem donos
e poderem tomar decisões sobre o rumo das atividades da empresa, os profissionais têm mais
liberdade para decidir com o que/com quem vão trabalhar, podendo recusar trabalhos de
pessoas e empresas com as quais não simpatizem, ou que tenham condutas com as quais não
concordem. Uma vez que na cooperativa, cada pessoa é dona do negócio e isso faz com que
haja maior comprometimento com o trabalho, é possível que o designer se sinta mais
valorizado e reconhecido por seu trabalho e se esforce mais para o desenvolvimento do
negócio do que se estivesse trabalhando apenas como um contratado no setor privado.
A Cooperativa de Música de São Paulo4 é um bom exemplo de uma empresa formada
por profissionais que têm dificuldade em ser reconhecidos no mercado de trabalho. Foi criada
em 2003 com a finalidade de reunir músicos e em conjunto conseguir mais autonomia e
possibilidades de negócios. Foi possível com o trabalho da cooperativa, contratar funcionários
especializados para organizar setores onde os músicos não detinham conhecimento, como por
4 As informações sobre a Cooperativa de Música de São Paulo são oriundas de palestra do sócio-fundador e
então presidente Luís Felipe Gama, no Seminário Internacional Cultura e Desenvolvimento Local, realizado pelo Observatório da Cultura (Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre) em parceria com o Departamento de Difusão Cultural da UFRGS, entre os dias 25 e 27 out. 2011.
45
exemplo, as finanças. Também foi possível, tendo um CNPJ, ter maior reconhecimento e
confiabilidade dos compradores de seus serviços e pôde-se oferecê-los a órgãos públicos e
empresas de grande porte. A cooperativa conta hoje com mais de 1700 cooperados.
2.3.2 Possíveis desvantagens do Cooperativismo para profissionais de Design
O cooperativismo não é perfeito e também pode ser desvantajoso, em alguns aspectos.
Uma das possíveis desvantagens diz respeito à formatação empresarial. Montar uma
cooperativa exige uma série de adequações legais e o atendimento de alguns requisitos
específicos. Um destes requisitos diz respeito ao número mínimo de vinte cooperados. Esta
exigência faz com que haja constantemente um controle do número de pessoas no quadro
social da cooperativa e pode ser um entrave. Para se enquadrar nessa formatação é preciso
contar com pessoas que tenham entendimento aprofundado sobre o cooperativismo e sobre
legislações.
Outra possível desvantagem está relacionada à responsabilidade. Sendo dono do
negócio, em uma cooperativa o profissional passa a ter mais responsabilidade. No setor
privado o profissional tem um nível de responsabilidade sobre o negócio mais limitado, pois
ele faz seu trabalho, mas não se envolve nas decisões estratégicas e de gerência. De certa
forma, o profissional tem mais segurança, pois não corre muitos riscos. O envolvimento com
a empresa tem de ser maior em uma cooperativa.
Outra desvantagem é em relação à liberdade. É presente entre profissionais do Design,
formas de trabalho, digamos assim, “mais alternativas”. É comum que estes profissionais
trabalhem na modalidade home office, com cargas horárias ajustadas às necessidades de cada
projeto. Também são comuns os trabalhos free lance. Trabalhando em uma empresa, é
possível que estes profissionais tenham que se adequar a uma realidade diferente e algumas
dessas “liberdades” deixem de existir. Claro que a empresa pode se ajustar e não precise
cortar essas “liberdades”, mas isso depende de diversos fatores, e por isso essa possível
desvantagem é citada.
46
3 MÉTODOS E PROCEDIMENTOS
O trabalho é de método qualitativo, pois procura encontrar características comuns a
um grupo, mas dentro deste, analisar as peculiaridades dos indivíduos pesquisados. É de
caráter descritivo explicativo, com coleta de dados em bibliografia e sítios na internet, e
também por meio de questionário.
3.1 Delineamento da pesquisa
A pesquisa é qualitativa e quantitativa. As pesquisas bibliográficas têm dois focos
principais: Cooperativismo e Design, e foram realizadas concomitantemente com os sítios na
internet, junto às entidades de classe, órgãos reguladores das atividades e outros sítios, que
contêm informações bem embasadas nos dois temas principais.
O questionário (ver APÊNDICE A) foi desenvolvido usando a ferramenta Google
Docs. Tal ferramenta permite a elaboração de questões e gera um link, que abriga o
documento online. O documento é composto de trinta e três questões numeradas, sendo
algumas, perguntas encadeadas. As questões de números 01 a 15.2 estão relacionadas ao
perfil do respondente e sua relação com o Design. As perguntas de números 16 a 21 estão
relacionadas ao conhecimento do respondente sobre cooperativismo e seu interesse pelo tema.
Para estimular os participantes a participar da pesquisa e dedicarem um pouco de seu
tempo ao preenchimento do questionário foi comprado um livro para ser sorteado entre os
respondentes (ver figura no APÊNDICE B). O livro em questão foi comprado pelo autor na
loja virtual da empresa Companhia dos Livros. Partindo de uma listagem do MEC das
instituições de ensino superior que oferecem cursos de Design no Rio Grande do Sul (ver
quadro no APÊNDICE C), foi feita uma pesquisa nas páginas destas instituições na internet
para verificar o contato dos coordenadores destes cursos. Durante esta pesquisa, três das
instituições de ensino constantes na listagem do MEC foram excluídas (a saber: CEUCLAR,
UNIASSELVI e UNISUL), pois com base nas informações disponibilizadas percebeu-se que
os cursos eram oferecidos em outros estados, e não no Rio Grande do Sul. Mais tarde foi
averiguado que tais instituições ofertam cursos no estado somente na modalidade à distância;
porém, neste momento o prazo para responder o questionário já tinha se esgotado, portanto,
estas três instituições não tiveram como participar da pesquisa.
O link com o questionário foi enviado por e-mail (ver figura no APÊNDICE D) para
os professores, juntamente com dois anexos: uma imagem ilustrativa criada para chamar a
47
atenção na divulgação (ver figura no APÊNDICE E) e também uma imagem da capa do livro
citado anteriormente, e pediu-se para que eles o enviassem para seus alunos participarem da
pesquisa. Em alguns casos, os sítios não disponibilizavam o contato direto dos coordenadores,
mas outras formas de contato, como “Ouvidoria” e “Fale conosco”. Nestes casos, a mesma
mensagem que foi enviada por e-mail foi também enviada por estes canais. Em um destes
canais a mensagem não foi enviada, pois o sítio apresentou falha. Dos professores, apenas
quatro responderam o e-mail; três dando retorno positivo, e um, retorno negativo (ver quadro
no APÊNDICE F). O link foi enviado também para pessoas conhecidas do pesquisador,
individualmente, ou por meio de grupos no Facebook. Neste caso, juntamente ao link
constava uma mensagem explicativa com informações sobre a pesquisa (ver figura no
APÊNDICE G) e também a já citada imagem ilustrativa. Nas instruções para preenchimento
do questionário, bem como na mensagem veiculada no Facebook e no e-mail enviado aos
coordenadores de cursos, foi explicitado sobre o sorteio do livro.
Com base nas análises dos resultados das respostas foi possível fazer um cruzamento
com as informações levantadas durante a pesquisa teórica. Os questionários tiveram, pode-se
dizer, um papel de "voz do público-alvo", e deram um caráter de maior envolvimento com os
profissionais que trabalham na área, ou que estão estudando para isso.
3.2 Definição da área/pop.-alvo/amostra/unid. análise
A pesquisa teve como princípio norteador o foco em pessoas que estudam ou já
estudaram Design em nível superior. O trabalho visou apresentar uma possível solução para
profissionais que entraram no mercado de trabalho recentemente ou que entrarão nos
próximos anos. É sabido que profissionais sem formação superior em Design podem se
enquadrar neste grupo de “entrantes no mercado de trabalho”; porém, sem este foco
específico em estudantes ou profissionais já formados, ficaria inviável a aplicação da
pesquisa, uma vez que a população-alvo ficaria muito pulverizada.
Assim sendo, os questionários foram enviados para pessoas que se enquadravam nos
seguintes perfis:
a) Estudantes de Design de alguma instituição de ensino superior no Rio Grande do
Sul;
b) Profissionais formados há no máximo TRÊS anos, em instituição de ensino
superior no Rio Grande do Sul;
48
c) Profissionais formados há no máximo TRÊS anos, em instituição de ensino
superior de outros estados e que residam no Rio Grande do Sul.
O questionário foi respondido por 85 pessoas.
3.3 Técnicas de coleta de dados
Os dados foram coletados em livros e sítios na internet e por questionários. Neste
último caso, no período de 24 de julho de 2012 a 24 de agosto de 2012.
3.4 Técnicas de análise de dados
A análise dos dados foi feita por análise dos conteúdos da pesquisa teórica e também
do conteúdo gerado pelos questionários. Os dados dos questionários foram tabulados e deram
os parâmetros e porcentagens necessários para as análises.
3.5 Limitações do método e estudo
Não existem dados oficiais sobre o tamanho do universo das classes pesquisadas. Não
há dados sobre a quantidade de pessoas que hoje trabalham com Design no Rio Grande do
Sul, nem sobre o número de profissionais com formação superior atuando na área. Também
não há disponibilidade de dados acerca de quantos alunos graduam-se em Design no estado.
Essa deficiência de informações faz com que não se saiba a quantidade de pessoas que se
enquadram nos perfis pesquisados para se poder fazer um comparativo com o número de
respondentes do questionário aplicado. Não é possível, portanto, estabelecer uma relação
entre a quantidade de pesquisados e o universo possível de pessoas que se enquadram nos
perfis que se pretendia atingir durante a pesquisa.
Uma das formas de divulgação do questionário foi pelo envio de e-mail para
coordenadores de cursos de Design, que deveriam repassá-los aos alunos. Portanto, dependeu-
se do interesse e da disponibilidade de tempo destes professores para ajudar na propagação da
pesquisa. A outra forma de divulgação foi o uso do Facebook. Em ambos os casos, a forma
com que as pessoas chegavam ao questionário era a internet. Justamente por isso dependia-se
que os respondentes reservassem um tempo para se dedicar à atividade. É sabido que na
internet, atrair a atenção das pessoas e fazê-las se manterem ocupadas com algo não é muito
fácil. Uma vez que a maior parte dos pesquisados foram estudantes, e que estes, na maioria
49
são jovens, a tarefa se torna ainda mais complicada. Portanto, o sucesso no preenchimento dos
questionários dependia muito da boa vontade das pessoas em respondê-lo e divulgá-lo para
outras pessoas.
Como todo questionário, a elaboração das perguntas pode não conseguir sintetizar da
forma mais adequada os conceitos e ideias que se pretendem que sejam respondidos. Assim, é
possível que os resultados obtidos com as respostas não retratem de fato, um panorama
confiável do cenário.
50
4 CONCLUSÕES
Ao longo deste trabalho procurou-se analisar se o modelo empresarial cooperativista
poderia ser uma alternativa que traria benefícios para os profissionais de Design e se estes
teriam interesse por tal modelo. Primeiramente, se fez necessário tornar mais claro o que é
Design e o que é cooperativismo. Portanto, o trabalho apresentou de maneira breve,
definições conceituais, histórico e principais características destes dois tópicos principais. O
trabalho procurou tornar claras quais as dificuldades que permeiam o universo da prática
profissional do Design e também as possíveis vantagens e desvantagens que o cooperativismo
poderia trazer a estes profissionais. Juntamente às pesquisas teóricas era de fundamental
importância ouvir os profissionais de Design, que foram o objeto central desta pesquisa. Era
preciso fazer um cruzamento daquilo que a pesquisa teórica levantou com aquilo que pensam
os profissionais que foram pesquisados. Para tanto foi realizada uma pesquisa com estudantes
e profissionais recém-formados, por meio de questionários. Com os questionários foi possível
também compreender melhor quem são estes profissionais, formando assim um perfil destes.
Pretendia-se saber se os profissionais do Design têm conhecimento sobre o
cooperativismo, e qual o nível deste conhecimento. Ademais, uma das coisas mais
importantes era analisar se eles acham que tal modelo é interessante para suas profissões.
Precisava-se saber se os profissionais de Design pensam que o modelo empresarial
cooperativista pode de alguma maneira trazer fortalecimento à profissão, adequando-se às
suas necessidades específicas, ajudando-os a entrar no mercado de trabalho, fortalecendo a
profissão, e se num caso hipotético de existir uma cooperativa, eles teriam interesse em fazer
parte dela, como cooperados.
As pesquisas teóricas mostraram que o Design ainda é uma área em aberto, passando
por uma série de dilemas que vão desde definições conceituais, até reflexões sobre o papel
deste profissional na sociedade. Mostraram também que o Design, ao longo de toda a história,
com profissionais e teóricos de diferentes linhas de pensamento e conduta, soube se adaptar às
mudanças; sendo muitas vezes ele próprio um desencadeador dessas mudanças, promovendo
alterações significativas na sociedade. No caso específico do Brasil, mostraram os fatores que
dificultam o exercício da profissão, como o pouco conhecimento da sociedade sobre o tema e
sobre a profissão; uma inflação descontrolada do uso do termo “design”, que muitas vezes é
utilizado desvinculado do seu contexto e por profissionais que se apropriam dele para intitular
suas profissões, atividades e ofícios; a quantidade de profissionais com má formação
decorrente do grande número de instituições de ensino que oferecem cursos na área e
51
entregam ao mercado, profissionais com pouca qualidade; e a falta de regulamentação da
profissão. Apesar de todas as dificuldades foi possível perceber, que no país o cenário para o
Design é promissor, que há vasto campo de atuação e que os designers terão, assim como
sempre tiveram ao longo de sua jornada, que se adaptar às mudanças para conseguir o bom
exercício da profissão e superar os desafios.
No caso do cooperativismo, viu-se que o seu surgimento na Europa teve um caráter
social, como luta por melhores condições de trabalho e de valorização da dignidade das
pessoas. Foi possível ver que desde a fundação da primeira cooperativa no início da primeira
Revolução Industrial, o modelo empresarial era pautado por valores éticos, de equidade e de
partilha do trabalho, das responsabilidades e do poder decisório sobre ele, bem como dos
frutos que ele produzia. No caso específico do Brasil, mostrou-se que não há unanimidade
entre os autores sobre o surgimento do cooperativismo, no que diz respeito a seu marco
histórico e motivações. Porém, pôde-se ver que o cooperativismo se apresenta como modelo
empresarial promissor, em ascendência e que traz melhorias financeiras.
Pôde-se observar que o cooperativismo pode trazer benefícios aos profissionais de
Design. Ao formarem uma cooperativa estes profissionais poderiam ter maior reconhecimento
e credibilidade perante a sociedade, que passaria a ver seus trabalhos sob a ótica de uma
empresa e não mais sob a ótica de autônomos pouco conhecidos. A cooperativa também
poderia trazer valorização dos profissionais, que ao trabalharem em conjunto poderiam unir
diferentes conhecimentos e especialidades, e com isso aumentar a gama de trabalhos a serem
oferecidos. Ao fazerem parte de uma cooperativa e formarem uma pessoa jurídica, os
profissionais também aumentariam o leque de possíveis compradores de seus produtos e
serviços, e com isso, seus ganhos financeiros. Apesar de ao formarem uma empresa
cooperativa também existirem possíveis desvantagens, como o aumento de responsabilidade
com a empresa e uma possível readaptação a modelos mais rígidos de trabalho e horários,
pôde-se concluir que os profissionais de Design, ao trabalharem com o modelo empresarial
cooperativista teriam mais vantagens que desvantagens. Com a formação de uma cooperativa
os profissionais recém-formados seriam os donos do próprio negócio e teriam um emprego
garantido.
Ao analisar os questionários viu-se que maior parte dos respondentes ainda está
estudando e forma um público de jovens ou no início da idade adulta. Entre os estudantes a
maior parte está trabalhando, e mais da metade com Design. Entre os formados, a maioria
também trabalha na área. Foi possível observar também que todos os respondentes
procuraram empregos em áreas do Design e que apesar de a maioria considerar que há
52
quantidade razoável de vagas na área, um número significativo de pessoas está descontente
com tais vagas, principalmente no que se refere à remuneração, às exigências e às
oportunidades de crescimento na empresa. Observou-se que as empresas exigem muitos
requisitos dos profissionais, oferecem salários considerados ruins e que há um sentimento de
desvalorização dos profissionais de Design em relação às vagas que são oferecidas no
mercado de trabalho.
Em relação ao cooperativismo, mais da metade dos respondentes disse ter
conhecimento sobre o tema, porém, a maior parte destes considerou o seu conhecimento como
baixo. Viu-se que a internet, as mídias digitais e as redes sociais são os canais mais citados
como fonte receptora das informações sobre o modelo cooperativista. Também se observou
que a maioria dos respondentes disse querer obter mais conhecimento sobre o tema, e pelos
mesmos canais por onde já obtiveram um pouco de informações. Mais da metade dos
respondentes considera a divulgação de informações sobre o cooperativismo ineficiente, em
pequena escala e de baixa atratividade. Em relação às perguntas que diziam respeito ao fato
de o cooperativismo contribuir com o Design só respondiam as pessoas que disseram ter
algum conhecimento sobre o tema. Entre elas, todas as respostas estiveram perto da totalidade
positiva. Os profissionais do Design com algum entendimento sobre cooperativismo em quase
sua totalidade acham que este modelo empresarial é adequado às características da profissão,
que ele facilitaria a entrada destes profissionais no mercado de trabalho, e ajudaria a fortalecer
a profissão. Entre todos os respondentes do questionário, conhecendo ou não o
cooperativismo, entre os que responderam a questão, quase todos disseram que seriam
cooperados, caso existisse uma cooperativa de profissionais do Design.
Fica claro que há descontentamento dos profissionais do Design com as vagas de
trabalho na área e que quase todos veem no cooperativismo uma forma de melhorar esta
situação. Porém, também se percebe que estes profissionais têm pouco conhecimento sobre o
cooperativismo, e que é necessário melhorar e fortalecer as campanhas de aprendizado sobre
o tema, principalmente por meio da internet, para que eles possam aprofundar o seu
entendimento sobre o assunto e dominá-lo com competência.
Conclui-se que o cooperativismo é um modelo empresarial atraente para os
profissionais do Design e que pode trazer uma série de benefícios a estes profissionais.
As hipóteses aqui levantadas não são definitivas e outras pesquisas sobre o tema
podem e devem ser feitas para analisar com maior detalhamento os benefícios aqui citados.
Porém, fica claro, que se os profissionais de Design, trabalhando em uma cooperativa,
conseguissem se adaptar às dificuldades do mercado, que são muitas, estariam executando
53
suas atividades profissionais de forma mais autônoma, tornando maior o reconhecimento
desta classe profissional, e conseguindo benefícios pessoais e coletivos. Ao trabalharem de
forma unida e fortalecida em uma cooperativa, os designers possivelmente conseguiriam
cumprir com maior êxito um de seus papéis fundamentais que é trazer melhorias significativas
para a sociedade.
54
REFERÊNCIAS
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SANTOS, Boaventura de Sousa; RODRÍGUEZ, César. Introdução: para ampliar o cânone da produção. In: SANTOS, Boaventura de Sousa (Org.) Produzir para viver : os caminhos da produção não capitalista. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. p. 33-41. SCHNEIDER, Beat. Design – Uma introdução: o design no contexto social, cultural e econômico. São Paulo: Blucher, 2010. SESCOOP/RS (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do Estado do Rio Grande do Sul). Expressão do Cooperativismo Gaúcho. Disponível em: <http://intranet.sescooprs.coop.br/arquivos/arqs/20120719102955.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2012. SICREDI (Sistema de Crédito Cooperativo). Histórico da instituição e sua ligação com a história do cooperativismo no Brasil e no Rio Grande do Sul. Disponível em: <http://www.sicredi.com.br/>. Acesso em: 22 maio 2012. SISTEMA OCB. 2012: Ano Internacional das Cooperativas. Disponível em: <http://www.ano2012.coop.br/default.php?p=texto.php&c=ano2012_oquee>. Acesso em 01 mai. 2012. UNIETD NATIONS. International Year of COOPERATIVES 2012. Disponível em: <http://social.un.org/coopsyear/index.html>. Acesso em: 01 mai. 2012. WEIMER, Günter. Um depoimento. In: MAGALHÃES, Eliane. et al. (Org.). Pensando Design, Porto Alegre: Ed. UniRitter, 2004. p. 71-83.
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ANEXO A - O LIVRO SORTEADO
Figura 7 - Capa do livro “Design”, de John Heskett.
Fonte: Cia. Dos Livros.
Disponível em: <http://www.ciadoslivros.com.br/design-col.-essencial-2008-edicao-1-p147976/>. Acesso em: 25 jul. 2012.
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APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO APLICADO NA PESQUISA
Pesquisa Design e Cooperativismo no Rio Grande do Sul.
Este questionário é parte integrante da pesquisa intitulada "DESIGN E COOPERATIVISMO: UM ESTUDO SOBRE A ATRATIVIDADE DOS PROFISSIONAIS DE DESIGN NO RIO GRANDE DO SUL PELO MODELO EMPRESARIAL COOPERATIVISTA E OS POSSÍVEIS BENEFÍCIOS DESTE MODELO PARA TAIS PROFISSIONAIS."; trabalho de conclusão de curso do aluno Elton Silveira no MBA em Gestão Estratégica e Inovação do Centro Universitário La Salle (Canoas/RS). Podem preencher este questionário: - Estudantes de Design de alguma instituição de ensino superior no RS; - Profissionais das áreas do Design formados há no máximo 3 anos, em instituição de ensino superior no RS; - Profissionais das áreas do Design formados há no máximo 3 anos, em instituição de ensino superior de outros estados e que residam no RS. OBSERVAÇÕES: Leia com atenção os "textos explicativos" em algumas questões. Nenhuma delas está marcada como "obrigatória", pois conforme o perfil de cada respondente, algumas serão "puladas", e é de fundamental importância que seja seguida a ordem adequada para o correto preenchimento. Mantenha o "CAPS LOCK" sempre ATIVADO. Cuide para não apertar ENTER, pois se fizer isso o questionário será enviado, mesmo que não tenhas terminado de responder. IMPORTANTE: RESPONDER ATÉ O DIA 24/08/12! CONCORRA A UM PRÊMIO! Quem preencher este questionário estará concorrendo ao livro "Design", do autor John Heskett. IMPORTANTE: Só participarão do sorteio pessoas que preencherem os campos "Nome completo" e "endereço de e-mail". Obrigado! Se o questionário apresentar falhas ou acontecer algum problema técnico durante o preenchimento, contate comigo via Facebook: https://www.facebook.com/aveelton, ou pelo e-mail: [email protected] Obrigado. Teu nome completo / Teu endereço de e-mail 1. Tu és... Homem / Mulher 2. Idade: 17 a 22 / 23 a 25 / 26 a 28 / 29 a 31 / Outro: ______ OBSERVAÇÃO: Cuide para marcar apenas UMA opção. 3. Situação: Estudante / Formado 4. Instituição de ensino: ESPM / Faculdade América Latina / Faculdade IDEAU / FAE/FACULDADE ANGLICANA DE ERECHIM / FAI/FACULDADE INOVAÇÃO / FEEVALE / FSG / FTEC / FTSG / IFSul / IPA / SENAC / SETREM / UCPEL / UCS / UFPEL / UFRGS / ULBRA / UNIFRA / UNIJUÍ / UNILASALLE / UNIRRITER / UNISINOS / UNIVATES / UPF / OBSERVAÇÃO: Cuide para marcar apenas UMA opção. 5. Município/Estado da Instituição de ensino: Bento Gonçalves/RS / Canoas/RS / Caxias do Sul/RS / Erechim/RS / Getúlio VargasRS / Ijuí/RS / Lajeado/RS / Novo Hamburgo/RS / Passo Fundo/RS / Pelotas/RS / Porto Alegre/RS / Santa Rosa/RS / Outro:_____ OBSERVAÇÃO: Cuide para marcar apenas UMA opção. Se preencher a opção "Outro", favor manter o padrão "Cidade/UF". 6. Título do curso: Design / Design de Interiores / Design de Moda/ Design de Produto / Design Digital / Design Gráfico / Design - Comunicação visual / Design - Projeto do Produto / Design Visual / Produção Multimídia OBSERVAÇÃO: Cuide para marcar apenas UMA opção.
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7. Grau do curso: Bacharelado / Tecnológico 8. Modalidade: À distância / Presencial 9. Ano de ingresso no curso: 2006 / 2007 / 2008 / 2009 / 2010 / 2011 /2012 10. Ano de término do curso: 2008 / 2009 / 2010 / 2011 / 2012 / 2013 / 2014 / 2015 / 2016 / 2017 / depois de 2017 OBSERVAÇÃO: Para quem ainda está cursando, marcar o ano em que pretende/imagina terminar. 11. Atualmente tu estás? Desempregado / Empregado OBSERVAÇÃO: Se marcares "Desempregado", responda a questão seguinte "11.1"; se marcares "Empregado", passe para a QUESTÃO "12". 11.1. Há quanto tempo estás desempregado? menos de 2 meses / de 2 a 6 meses / de 6 meses a 1 ano / de 1 a 3 anos / mais de 3 anos APÓS ESTA QUESTÃO, PASSE PARA A QUESTÃO "13". 12. Trabalhas na área do Design? SIM / NÃO OBSERVAÇÃO: Se marcares "SIM", responda as questões seguintes "12.1" e "12.2"; se marcares "NÃO", passe para a QUESTÃO "13". 12.1. Há quanto tempo trabalhas na área do Design? menos de 2 meses / de 2 a 6 meses / de 6 meses a 1 ano / de 1 a 3 anos / mais de 3 anos 12.2. Qual o tipo de contrato? CLT / Contrato por projetos / Estágio / Free lance APÓS ESTA QUESTÃO, PASSE PARA A QUESTÃO "14". 13. Não trabalhas na área do Design, por... / porque... encontrou ofertas de trabalho na área, mas elas eram pouco atrativas/interessantes. “não é pra mim!”- viu que o Design não é uma área que realmente se enquadra com tuas características/gostos/perspectivas. opção - achou mais interessante e/ou atrativo trabalhar em outro segmento (ou não trabalhar, caso esteja DESEMPREGADO). teve muita dificuldade em encontrar ofertas de trabalho na área. 13.1. Chegaste a buscar ofertas de trabalho na área do Design? SIM / NÃO OBSERVAÇÃO: Se marcares "SIM", responda a questão seguinte "14"; se marcares "NÃO", passe para a QUESTÃO "15". 14. Por quanto tempo buscaste ofertas de trabalho na área do Design? menos de 2 meses / de 2 a 6 meses / de 6 meses a 1 ano / de 1 a 3 anos / mais de 3 anos / Continuo buscando 15. Em relação às oportunidades de trabalho oferecidas para cargos da área do Design, tu achas que são: péssimas / ruins / razoáveis / boas / ótimas Observação: Se tiver alguma queixa em relação às ofertas de trabalho, responda a questão seguinte "15.1"; se não tiver, passe para a QUESTÃO "15.2" 15.1 Em relação à tua insatisfação com as ofertas de trabalho nas áreas do Design, quais destas características tu consideras que "deixam a desejar": a) Atividades (Ex: as atividades a serem executadas não combinam/estão em desacordo com o cargo) / b) Benefícios (Ex: VT, VR, bônus, etc.) / c) Localização (Ex: empresa muito distante, dificulta locomoção) / d) Oportunidades de crescimento na empresa / e) Remuneração / f) Requisitos exigidos (Ex: conhecimento em softwares, portifólio, domínio de outro idioma, etc.) / Outro:_____ OBSERVAÇÃO: Podem ser marcadas mais de uma opção. 15.2. Em relação à quantidade de vagas oferecidas na área do Design, consideras que há: Pouquíssimas / Poucas / Quantidade razoável / Muitas 16. Tens algum conhecimento/entendimento sobre COOPERATIVISMO? SIM / NÃO OBSERVAÇÃO: Se marcares "SIM" prossiga respondendo; se marcares "NÃO", passe para a QUESTÃO "20". Marque"Não" apenas se não tiveres ABSOLUTAMENTE NENHUM conhecimento/entendimento. 16.1. Consideras teu nível de conhecimento/entendimento sobre cooperativismo Muito baixo / Baixo / Médio / Alto / Muito alto 16.2. Onde conheceste/aprendeste sobre cooperativismo? a) Em aula - Na escola/Ensino fundamental/Ensino médio / b) Em aula - Na faculdade, durante a graduação / c) Eventos/Seminários/Congressos/Feiras / d) Familiares/Amigos/Conhecidos / e) Internet/Mídias digitais/Redes sociais / f) Mídias impressas/Jornais/Revistas / g) No trabalho h) TV/Rádio OBSERVAÇÃO: Podem ser marcadas mais de uma opção.
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17. Gostarias de conhecer/aprender mais sobre cooperativismo? SIM / NÃO OBSERVAÇÃO: Se marcares "SIM", responda a questão seguinte "17.1"; se marcares "NÃO", passe para a QUESTÃO "18". 17.1. Por quais meios gostarias de conhecer/aprender mais sobre cooperativismo? a) Em aula - Na faculdade, durante a graduação / b) Eventos/Seminários/Congressos/Feiras / c) Familiares/Amigos/Conhecidos / d) Internet/Mídias digitais/Redes sociais / e) Mídias impressas/Jornais/Revistas / f) No trabalho / g) TV/Rádio OBSERVAÇÃO: Podem ser marcadas mais de uma opção. 18. Consideras que a divulgação de informações sobre o modelo empresarial cooperativista é... inexistente – nunca vê nada sobre cooperativismo nos meios de comunicação. / ineficiente – vê divulgação, mas em pequena escala ou de pouca atratividade. / regular – vê divulgação em escala regular e atratividade considerável. / eficiente – vê divulgação em grande escala e com bastante atratividade. 19. Achas que o cooperativismo é um modelo empresarial que se adequa às necessidades e características dos profissionais de Design? SIM / NÃO 19.1. Achas que o cooperativismo facilitaria a entrada de profissionais de Design recém formados no mercado de trabalho? SIM / NÃO 19.2. Achas que o cooperativismo pode fortalecer as profissões da área do Design? SIM / NÃO 19.3. Consideras que foi/é importante/interessante para sua formação de designer adquirir conhecimentos sobre cooperativismo? SIM / NÃO 20. Se existisse uma Cooperativa de Design tu terias interesse em fazer parte, em ser um cooperado? SIM / NÃO 21. Por quais meios gostarias de conhecer/aprender sobre cooperativismo? SIM / NÃO OBSERVAÇÃO: Esta questão é EXCLUSIVA para quem marcou "NÃO" na QUESTÃO "16". Texto final, após preenchimento Muito obrigado pela colaboração. Se puder, envie o link do questionário para teus conhecidos/amigos. Quanto mais pessoas responderem, mais rica será a pesquisa! Se aconteceu alguma falha técnica durante o preenchimento, contate comigo via Facebook: https://www.facebook.com/aveelton, ou pelo e-mail: [email protected] Obrigado. Elton Silveira.
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APÊNDICE B - INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR QUE OFERTAM CURSOS
DE DESIGN NO RIO GRANDE DO SUL
Quadro 1 - Lista de instituições de ensino superior que ofertam cursos de Design no Rio
Grande do Sul.
Instituição (IES) Nome do Curso Grau Modalidade Situação
ESPM - POA (59130) DESIGN Bacharelado Presencial Em Atividade
ESPM - POA (59131) DESIGN - COMUNICAÇÃO VISUAL Bacharelado Presencial Em Atividade
FACULDADE AMÉRICA LATINA (87254) DESIGN Bacharelado Presencial Em Atividade
FACULDADE IDEAU (113012) DESIGN DE MODA Tecnológico Presencial Em Atividade
FAE (101255) DESIGN Bacharelado Presencial Em Atividade
FAE (101256) DESIGN - PROJETO DO PRODUTO Bacharelado Presencial Em Atividade
FAI (84954) DESIGN Bacharelado Presencial Em Atividade
FAI (84956) DESIGN DE INTERIORES Bacharelado Presencial Em Atividade
FEEVALE (39663) DESIGN Bacharelado Presencial Em Atividade
FEEVALE (39664) DESIGN Bacharelado Presencial Em Atividade
FEEVALE (1160863) DESIGN DE INTERIORES Tecnológico Presencial Em Atividade
FSG (95914) DESIGN Bacharelado Presencial Em Atividade
Ftec Bento Gonçalves (1049441) DESIGN DE PRODUTO Tecnológico Presencial Em Atividade
Ftec Caxias do Sul (1048077) DESIGN DE MODA Tecnológico Presencial Em Atividade
Ftec Caxias do Sul (122384) DESIGN DE PRODUTO Tecnológico Presencial Em Atividade
FTSG (1009971) DESIGN DE INTERIORES Tecnológico Presencial Em Atividade
FTSG (1034265) DESIGN DE INTERIORES Tecnológico Presencial Em Atividade
IFSul (1152810) DESIGN Bacharelado Presencial Em Atividade
IPA (115698) DESIGN DE INTERIORES Tecnológico Presencial Em Atividade
IPA (96751) DESIGN DE MODA Bacharelado Presencial Em Atividade
SENAC/RS (1043970) DESIGN DE MODA Tecnológico Presencial Em Atividade
SETREM (1077618) DESIGN DE MODA Tecnológico Presencial Em Atividade
UCPEL (103186) DESIGN DE MODA Tecnológico Presencial Em Atividade
UCS (1107981) DESIGN Bacharelado Presencial Em Atividade
UCS (121110) DESIGN DE MODA Tecnológico Presencial Em Atividade
UCS (1105331) DESIGN Bacharelado Presencial Em Atividade
UFPEL (113627) DESIGN DIGITAL Bacharelado Presencial Em Atividade
UFPEL (31368) DESIGN GRÁFICO Bacharelado Presencial Em Atividade
UFRGS (96429) DESIGN Bacharelado Presencial Em Atividade
UFRGS (96428) DESIGN DE PRODUTO Bacharelado Presencial Em Atividade
ULBRA (72840) DESIGN Bacharelado Presencial Em Atividade
ULBRA (84015) DESIGN Bacharelado Presencial Em Atividade
ULBRA (69206) DESIGN DE INTERIORES Tecnológico Presencial Em Atividade
ULBRA (112316) DESIGN DE MODA Tecnológico Presencial Em Atividade
ULBRA (115768) DESIGN DE MODA Tecnológico Presencial Em Atividade
ULBRA (100068) DESIGN GRÁFICO Tecnológico Presencial Em Atividade
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UNIASSELVI (99982) DESIGN GRÁFICO Tecnológico A Distância Em Atividade
UNIFRA (30488) DESIGN Bacharelado Presencial Em Atividade
UNIJUI (64124) DESIGN Bacharelado Presencial Em Atividade
UNIJUI (64186) DESIGN Bacharelado Presencial Em Atividade
UNILASALLE (107090) DESIGN DE PRODUTO Tecnológico Presencial Em Atividade
UNILASALLE (1165140) DESIGN GRÁFICO Tecnológico Presencial Em Atividade
UNIRITTER (50866) DESIGN Bacharelado Presencial Em Atividade
UNIRITTER (103554) DESIGN DE MODA Bacharelado Presencial Em Atividade
UNIRITTER (50868) DESIGN DE PRODUTO Bacharelado Presencial Em Atividade
UNIRITTER (50867) DESIGN GRÁFICO Bacharelado Presencial Em Atividade
UNISINOS (98398) DESIGN Bacharelado Presencial Em Atividade
UNISINOS (1121529) DESIGN DE PRODUTO Tecnológico Presencial Em Atividade
UNISUL (94385) WEB DESIGN E PROGRAMAÇÃO Tecnológico A Distância Em Atividade
UNIVATES (112502) DESIGN Bacharelado Presencial Em Atividade
UNIVATES (1138323) DESIGN DE MODA Tecnológico Presencial Em Atividade
UPF (115484) DESIGN DE MODA Tecnológico Presencial Em Atividade
UPF (115478) DESIGN DE PRODUTO Tecnológico Presencial Em Atividade
UPF (111744) DESIGN GRÁFICO Tecnológico Presencial Em Atividade
Fonte: Autoria própria, 2012.
Nota: A tabela foi adaptada da listagem disponível no portal do MEC, pesquisada em 25 mai. 2012.
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APÊNDICE C - O E-MAIL ENVIADO AOS COORDENADORES DE CURSOS DE
DESIGN
Figura 8 - Print screen da tela mostrando o e-mail enviado aos coordenadores de curso de Design para divulgação da pesquisa.
Fonte: Autoria própria, 2012.
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APÊNDICE D - IMAGEM ILUSTRATIVA UTILIZADA NA DIVULG AÇÃO DO
QUESTIONÁRIO
Figura 9 - Imagem ilustrativa utilizada na divulgação do questionário por e-mail e Facebook.
Fonte: Autoria própria, 2012.
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APÊNDICE E - INSTITUIÇÕES DE ENSINO PARA AS QUAIS O QUESTIONÁRIO
FOI ENVIADO
Quadro 2 - Lista das instituições de ensino para as quais o questionário foi enviado e os
retornos obtidos, bem como legenda explicativa.
Instituição Cidade Curso Retorno
ESPM Porto Alegre D N.R.
Faculdade América Latina Caxias do Sul D N.R.
Faculdade IDEAU Getúlio Vargas CST DM N.R.
FAE/FACULDADE ANGLICANA DE ERECHIM Erechim D N.R.
FAI/FACULDADE INOVAÇÃO Caxias do Sul DI N.R.
FEEVALE Novo Hamburgo D N.R.
DI N.R.
FSG/FACULDADE DA SERRA GAÚCHA Caxias do Sul D N.R.
FTEC Caxias do Sul
CST DM N.R.
CST DP N.R.
Bento Gonçalves N.R.
FTSG/FACULDADE DE TECNOLOGIA DA SERRA GAÚCHA Caxias do Sul CST DI N.R.
Bento Gonçalves CST DI N.R.
IFSul Pelotas D N.R.
IPA Porto Alegre DM N.R.
CST DI N.R.
SENAC Porto Alegre CST PM N.R.
CST DM N.R.
SETREM Santa Rosa CST DM N.R.
UCPEL Pelotas CST DM N.R.
UCS Caxias do Sul
D N.R.
DG N.R.
DP POSITIVO
CST DM POSITIVO
UFPEL Pelotas DG N.R.
DD N.R.
UFRGS Porto Alegre DP N.R.
DV N.R.
ULBRA Canoas
D N.R.
DG N.R.
CST DP N.R.
CST DM N.R.
CST DI N.R.
UNIFRA/CENTRO UNIVERSITÁRIO FRANCISCANO Porto Alegre D Erro no sistema
Unijuí Ijuí DG
N.R. DP
UNILASALLE Canoas CST DP
POSITIVO CST DG
UNIRRITER Porto Alegre
DP
N.R. DG
DM
UNISINOS Porto Alegre D
NEGATIVO D
UNIVATES Lajeado DP N.R.
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DG
CST DM N.R.
UPF Passo Fundo
CST DG
N.R. CST DM
CST DP
Legenda
D = Design
DD = Design Digital
DG = Design Gráfico
DI = Design de Interiores
DM = Design de Moda
DP = Design de Produto
DV = Design Visual
CST DG = Curso Superior de Tecnologia em Design Gráfico
CST DI = Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores
CST DM = Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda
CST DP = Curso Superior de Tecnologia em Design de Produto
CST PM = Curso Superior de Tecnologia em Produção Multimídia
N.R. = Não responderam
POSITIVO = Responderam ao e-mail comunicando que repassariam o questionário aos alunos
NEGATIVO = Responderam ao e-mail comunicando que não repassariam o questionário aos alunos
Fonte: Autoria própria, 2012.
Nota: Algumas instituições oferecem mais de uma modalidade de curso e há diferentes coordenadores para cada uma delas.
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APÊNDICE F - MENSAGEM VEICULADA NO FACEBOOK PARA DIVULGAÇÃO
DA PESQUISA
Figura 10 - Print screen da tela mostrando a mensagem veiculada no Facebook para
divulgação da pesquisa.
Fonte: Autoria própria, 2012.
Nota: A mensagem foi veiculada juntamente com a imagem ilustrativa (APÊNDICE E).