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Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178 Anais do III Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420 24 e 25 de setembro de 2013 EM BUSCA DO IMAGINÁRIO SOBRE A FIGURA MATERNA A PARTIR DE NOVELAS BRASILEIRAS Daniella Camargo Pinto de Oliveira Faculdade de Psicologia Centro de Ciências da Vida [email protected] Tania Mara Marques Granato Atenção Psicológica Clínica em Instituições: pre- venção e intervenção Centro de Ciências da Vida [email protected] Resumo: Estudos recentes que abordam o tema do imaginário coletivo apontam para construções ideali- zadas acerca da experiência materna e as deman- das sociais que lhe são decorrentes. Com o objetivo de ampliar o conhecimento na área da experiência materna em sua articulação com o campo da cultura como veículo de imaginários coletivos propusemo- nos investigar duas telenovelas de maior audiência, a Avenida Brasil, cujo enredo se organiza em torno do tema da maternidade e a Salve Jorge, na qual a maternidade, também se faz presente, embora este não seja o tema central. Tais escolhas se justificam pelo fato do cotidiano brasileiro ser profundamente marcado por esse gênero de narrativa televisiva, ao se converter em espaço de formulação e reformula- ção de anseios e expectativas sociais. Campos de sentido afetivo-emocional foram identificados, tendo como referência a perspectiva winnicottiana sobre cuidado materno e a premissa de que a maternidade é construção social. Embora seja característico des- se gênero de narrativa que ao final do enredo as personagens femininas convirjam para um destino que recompensa sua conduta por meio do casamen- to, gravidez e parto, nas duas telenovelas estudadas, diante de atitudes maternas que poderiam ser vistas como negligentes ou até mesmo criminosas, a figura materna é perdoada. Tal desfecho aponta para a integração de aspectos contraditórios na figura ma- terna, fato inédito nas telenovelas, cujo resultado é o reconhecimento das próprias falhas e o perdão mú- tuo, o que sugere avanços no imaginário brasileiro em direção a uma concepção de maternidade menos idealizada. Palavras-chave: maternidade, novela, psicanálise. Área do Conhecimento: Grande Área: Ciências Humanas – Área: Psicologia. 1. INTRODUÇÃO Se o narrar é “a forma original pela qual as pessoas compartilhavam suas experiências, apren- diam com os antepassados e orientavam novas ge- rações segundo linhas de conduta moral e ética” [1], o psicanalista é aquele que recupera a narrativa pes- soal como um importante recurso a ser utilizado na compreensão da experiência humana em seu aspec- to afetivo-emocional. Para Politzer [2] o método psi- canalítico reveste esta nova disciplina – a psicanálise – da qualidade científica que faltava à psicologia da época, justamente por se ater à dramática da vida. Já Benjamin [3] aborda a narrativa e seu po- tencial de elaboração, como sendo uma forma arte- sanal de comunicação, pois tanto o narrador imprime sua marca na narrativa que conta, apontando que aquele que escuta uma história nunca está sozinho, está acompanhado daquele que a narra; inclusive o leitor de uma narrativa compartilha dessa compa- nhia, aproximando-se de quem a escreveu por meio do livro. Entretanto, Benjamin faz uma ressalva quanto ao leitor de um romance, a quem só resta devorar solitariamente aquela história pronta, finali- zada e abandonada por seu autor, sem as possibili- dades dialógicas oferecidas por uma verdadeira nar- rativa. Alerta ainda Benjamin que o leitor de roman- ces está ávido pelas paixões que de algum modo faltam em sua vida concreta, tomando-as de emprés- timo ao seu autor. Nesse ponto podemos estabelecer relações com as telenovelas, considerando-as como roman- ces contemporâneos a exercer uma tal atração sobre seus telespectadores que termina por devorá-los em uma identificação com os personagens e com a tra- ma ali representada, pouco restando para a criativi- dade do espectador. Em contrapartida, tomada como narrativa contemporânea, a telenovela pode se con- verter em conselheira sobre a vida, ou tornar-se pal- co para discussões sobre os conflitos emocionais que seus personagens expressam ou, quem sabe, transformar-se em companhia viva para aqueles que dela carecem, por viver na solidão que caracteriza as sociedades individualistas contemporâneas. A telenovela desempenha um papel impor- tante na vida do brasileiro, produzindo um retrato da sociedade brasileira. O enredo de uma telenovela se constrói sobre os dramas familiares, a divisão em classes sociais, seus personagens bons e maus e

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24 e 25 de setembro de 2013

EM BUSCA DO IMAGINÁRIO SOBRE A FIGURA MATERNA A PARTIR DE NOVELAS BRASILEIRAS

Daniella Camargo Pinto de Oliveira Faculdade de Psicologia

Centro de Ciências da Vida [email protected]

Tania Mara Marques Granato Atenção Psicológica Clínica em Instituições: pre-

venção e intervenção Centro de Ciências da Vida

[email protected]

Resumo: Estudos recentes que abordam o tema do imaginário coletivo apontam para construções ideali-zadas acerca da experiência materna e as deman-das sociais que lhe são decorrentes. Com o objetivo de ampliar o conhecimento na área da experiência materna em sua articulação com o campo da cultura como veículo de imaginários coletivos propusemo-nos investigar duas telenovelas de maior audiência, a Avenida Brasil, cujo enredo se organiza em torno do tema da maternidade e a Salve Jorge, na qual a maternidade, também se faz presente, embora este não seja o tema central. Tais escolhas se justificam pelo fato do cotidiano brasileiro ser profundamente marcado por esse gênero de narrativa televisiva, ao se converter em espaço de formulação e reformula-ção de anseios e expectativas sociais. Campos de sentido afetivo-emocional foram identificados, tendo como referência a perspectiva winnicottiana sobre cuidado materno e a premissa de que a maternidade é construção social. Embora seja característico des-se gênero de narrativa que ao final do enredo as personagens femininas convirjam para um destino que recompensa sua conduta por meio do casamen-to, gravidez e parto, nas duas telenovelas estudadas, diante de atitudes maternas que poderiam ser vistas como negligentes ou até mesmo criminosas, a figura materna é perdoada. Tal desfecho aponta para a integração de aspectos contraditórios na figura ma-terna, fato inédito nas telenovelas, cujo resultado é o reconhecimento das próprias falhas e o perdão mú-tuo, o que sugere avanços no imaginário brasileiro em direção a uma concepção de maternidade menos idealizada. Palavras-chave: maternidade, novela, psicanálise.

Área do Conhecimento: Grande Área: Ciências Humanas – Área: Psicologia.

1. INTRODUÇÃO Se o narrar é “a forma original pela qual as

pessoas compartilhavam suas experiências, apren-diam com os antepassados e orientavam novas ge-rações segundo linhas de conduta moral e ética” [1],

o psicanalista é aquele que recupera a narrativa pes-soal como um importante recurso a ser utilizado na compreensão da experiência humana em seu aspec-to afetivo-emocional. Para Politzer [2] o método psi-canalítico reveste esta nova disciplina – a psicanálise – da qualidade científica que faltava à psicologia da época, justamente por se ater à dramática da vida.

Já Benjamin [3] aborda a narrativa e seu po-tencial de elaboração, como sendo uma forma arte-sanal de comunicação, pois tanto o narrador imprime sua marca na narrativa que conta, apontando que aquele que escuta uma história nunca está sozinho, está acompanhado daquele que a narra; inclusive o leitor de uma narrativa compartilha dessa compa-nhia, aproximando-se de quem a escreveu por meio do livro. Entretanto, Benjamin faz uma ressalva quanto ao leitor de um romance, a quem só resta devorar solitariamente aquela história pronta, finali-zada e abandonada por seu autor, sem as possibili-dades dialógicas oferecidas por uma verdadeira nar-rativa. Alerta ainda Benjamin que o leitor de roman-ces está ávido pelas paixões que de algum modo faltam em sua vida concreta, tomando-as de emprés-timo ao seu autor.

Nesse ponto podemos estabelecer relações com as telenovelas, considerando-as como roman-ces contemporâneos a exercer uma tal atração sobre seus telespectadores que termina por devorá-los em uma identificação com os personagens e com a tra-ma ali representada, pouco restando para a criativi-dade do espectador. Em contrapartida, tomada como narrativa contemporânea, a telenovela pode se con-verter em conselheira sobre a vida, ou tornar-se pal-co para discussões sobre os conflitos emocionais que seus personagens expressam ou, quem sabe, transformar-se em companhia viva para aqueles que dela carecem, por viver na solidão que caracteriza as sociedades individualistas contemporâneas. A telenovela desempenha um papel impor-tante na vida do brasileiro, produzindo um retrato da sociedade brasileira. O enredo de uma telenovela se constrói sobre os dramas familiares, a divisão em classes sociais, seus personagens bons e maus e

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problemas do cotidiano brasileiro, traduzindo-se co-mo narrativa popular, carregada de marcas de reco-nhecimento, mais do que de identificação, pois os telespectadores se reconhecem na narrativa e seus personagens [4].

Outra característica da telenovela é constitu-ir-se como narrativa da família, onde ela representa o núcleo central, a unidade de investigação, onde tudo acontece e o meio onde a história se desenvolve. Quando dilemas/dramas são retratados pela novela o telespectador vê a realidade de sua própria família sendo apresentada pelos personagens, tal é a seme-lhança entre as experiências vividas e as represen-tadas na tela, possibilitando ao sujeito fazer seu pró-prio recorte da narrativa, identificando-se com o con-teúdo que mais se assemelha à sua própria história [4]. As ideias de Donald Winnicott [5] acerca da maternidade, expressas na figura da “mãe suficien-temente boa”, não aludem a um modelo inatingível, utópico, mas sim àquela mãe que atende às neces-sidades do bebê, sem perder de vista que irá frustrá-lo à medida que o desenvolvimento infantil progride. Entretanto, durante a fase de dependência absoluta, isto é, nos estágios iniciais de vida do bebê, a mãe ainda é vista como a principal pela promoção do am-biente emocional necessário para o desenvolvimento emocional do bebê. Granato, Tachibana e Aiello-Vaisberg [6] trazem o relato de uma enfermeira obstétrica que ao completar uma narrativa interativa sobre gravidez indesejada, comenta sobre o desfecho escolhido para sua história: “Eu gosto é de final feliz!” (sic). Tomadas como síntese do imaginário coletivo desse grupo de profissionais sobre a tarefa materna, tais palavras ressoam o final feliz usualmente retratado nas telenovelas brasileiras: a mulher feliz é aquela que casa, engravida e tem filhos.

2. OBJETIVOS Realizar um estudo exploratório de produ-

ções imaginativas sobre a maternidade presentes em novelas brasileiras, aqui compreendidas como narra-tivas culturais, a fim de identificar expectativas soci-ais em relação à figura materna e ao cuidado infantil.

3. MÉTODO 3.1 Procedimento

Primeiramente foi realizado um levantamento das novelas brasileiras que estavam sendo transmi-tidas durante os seis meses propostos para a coleta de narrativa televisiva, levando em conta a presença de questões ligadas à figura materna, à relação mãe-

bebê ou ao cuidado infantil, segundo avaliação crite-riosa junto ao grupo de pesquisa.

A partir dos critérios citados acima, foi sele-cionada a telenovela “Avenida Brasil”, transmitida pela Rede Globo. Como a novela se interrompeu em meio a coleta, foi selecionada uma nova novela para darmos seguimento ao plano de pesquisa: a novela “Salve Jorge”, transmitida pelo mesmo canal.

O registro dos capítulos se deu a partir de um diário realizado por uma das pesquisadoras, on-de foram anotadas as impressões da pesquisadora, bem como sua consulta às sinopses dos capítulos divulgados no próprio site da emissora.

3.2 Análise das narrativas Foram identificados campos de sentido afeti-

vo-emocional, na interlocução com o grupo de pes-quisa, tendo como referência teórica as ideias win-nicottianas a respeito da maternidade e as pesquisas recentes sobre imaginário coletivo acerca da mater-nidade, a fim de colocar em discussão a produção social da maternidade em nossa cultura. Mais que a identificação de elementos psíquicos, o levantamento de campos de sentidos afetivo-emocionais envolve a organização de ideias, fantasias, crenças e expecta-tivas em torno de um eixo lógico-emocional, sendo este o recorte pretendido por este estudo.

Embora cada um dos capítulos das telenove-las consultadas tenham sido considerados em sua singularidade foram tomados como elementos de um todo – a novela propriamente dita – a fim de investi-garmos a presença de ideários coletivos sobre a ma-ternidade, compartilhados pelas novelas seleciona-das.

4. RESULTADOS O enredo da telenovela “Avenida Brasil” se

divide em duas fases, onde a primeira se passa em 1999 e relata o passado dos personagens e a se-gunda se refere ao presente, na época o ano de 2012. Na primeira fase Genésio (Tony Ramos) é um viúvo que cuida de sua filha Rita (Débora Falabella, na fase adulta). Certo dia ele se casa com Carminha (Adriana Esteves) que aparenta ser uma pessoa ho-nesta, quando na realidade Carminha tem um aman-te, Max (Marcelo Novaes), com quem trama um gol-pe contra Genésio. Ao descobrir os planos da mulher este se desespera, sai pelas ruas desorientado, e acaba sendo atropelado acidentalmente por Tufão (Murilo Benício).

Carminha abandona a enteada Rita em um lixão, onde ela passa a ser criada por Mãe Lucinda (Vera Holtz). Fazendo-se de vítima e representando o papel de viúva desolada, Carminha acaba conquis-

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tando Tufão, que se sente culpado por ter atropelado Genésio. Após mais uma armadilha de Carminha, Monalisa (Heloísa Perissé), noiva de Tufão, rompe o noivado, deixando o caminho aberto para que Car-minha conquiste Tufão.

No lixão, Rita conhece Batata (Cauã Reymound, na fase adulta) e as duas crianças se apaixonam e juram se casar quando crescerem. Ba-tata acaba sendo adotado por Carminha e Tufão e batizado de Jorginho. Aqui a trama guarda um se-gredo, que é revelado depois: Jorginho é filho de Carminha com Max, mas como esta estava prestes a dar o “golpe do baú” em Tufão, abandona o menino no lixão para que ele não atrapalhe seus planos. Po-rém, volta para resgatá-lo, fazendo crer que seu inte-resse está em adotar o menino, enganando a todos. Rita é adotada e vai morar na Argentina com sua nova família, onde passa a se chamar Nina. Ela cresce por lá e se torna chef de cozinha, mas quan-do seus pais adotivos morrem, ela decide voltar ao Brasil para se vingar de Carminha, iniciando-se as-sim a segunda fase da novela, que se passa durante o ano de 2012.

Por meio da Internet, Nina conhece Ivana (Letícia Isnard), que é irmã de Tufão, e acaba sendo contratada para trabalhar como cozinheira na casa de Tufão e por em ação seu plano de vingança con-tra Carminha. Agora Carminha é a esposa exemplar de Tufão, Jorginho já é adulto e tem uma irmã Ágata, a nova filha do casal. No entanto, ela também não é filha de Tufão e sim de Max com quem Carminha ainda mantém um relacionamento amoroso. De outro lado, Max se casou com Ivana, irmã de Tufão, e ago-ra moram todos juntos na mansão de Tufão.

Em um dado momento, Nina descobre que Jorginho é seu antigo amor de infância e após um tempo Jorginho também acaba descobrindo, mas sem saber dos planos de vingança de Nina. Max planeja juntamente com Carminha um sequestro dela própria, para que eles consigam obter uma grande soma de dinheiro de Tufão; o plano dá certo, mas Nina descobre a farsa. Após certo tempo Nina revela para Jorginho seus planos de vingança e ele se sen-te enganado, mas não revela a verdade e intimida Nina. Ela lhe confessa que Carminha é sua mãe bio-lógica. Nina conta sua história para Tufão que não acredita e vai confirmar com mãe Lucinda, a qual confirma toda a história. Como justificativa para tal, Carminha inventa que morava no lixão, onde foi vio-lentada e acabou engravidando; e a partir desse momento a trama se organiza em torno do desejo de vingança das duas protagonistas, sendo que Nina

consegue dilacerar a vida de Carminha, fazendo com que todos pensem que ela está louca.

Jorginho descobre que Max é seu pai e tam-bém que o sequestro que Carminha sofreu não pas-sou de uma farsa para obter dinheiro de Tufão. Por sua vez, Nina obriga Carminha a se separar de Tu-fão, a qual obedece e sai da mansão. Carminha con-ta a Tufão que Nina e Rita são a mesma pessoa, e este fica enfurecido. Carminha arma para Nina, que acaba sendo presa no aeroporto com uma mala de dinheiro correspondente ao sequestro, plantada por Carminha. Tufão descobre que Jorginho é filho de Max, e arma uma cilada para Carminha, que acaba se revelando. Tufão agride Carminha e a expulsa de casa. Max é assassinado no lixão e todos os perso-nagens principais da trama são considerados suspei-tos por estarem no local no momento do crime. Nesses momentos finais Santiago, pai de Carminha, revela-se o grande vilão da história. Ele sequestra Tufão, com o intuito de ganhar dinheiro com o resgate a fim de fugir. Nina descobre o cativei-ro aonde Tufão estava e chegando lá, tenta soltá-lo, mas os comparsas de Santiago intervêm, fazendo-a refém. Levam-na para um aeroporto onde Santiago aguarda para fugir com Carminha. Santiago ameaça atirar em Tufão e Nina.

Surpreendentemente, Carminha salva os dois e pede perdão a Tufão, dizendo que queria ser uma esposa perfeita. A megera entrega a arma do pai a Nina e lhe pede para atirar, satisfazendo seu antigo desejo de vingança, mas Nina se surpreende com a atitude da madrasta e sugere que ela fuja. Em um raro momento de lucidez, Carminha diz que para ela não há mais fuga e espera a polícia para se en-tregar. Após ser presa Carminha é interrogada e con-fessa que matou o seu ex-amante Max para salvar Nina que estava desacordada sob o seu poder.

Passado três anos, Carminha sai da prisão e passa a viver no lixão com Lucinda, trabalhando de forma honesta como catadora de lixo. Jorginho e Nina têm um filho e no último capítulo da novela os dois levam o filho, Jorge Tufão Neto, para conhecer a avó. Carminha fica visivelmente emocionada, chora e pega o neto no colo. Durante o almoço pergunta de quem foi a ideia da visita, e se surpreende ao saber que a iniciativa partiu de Nina. Carminha pergunta se ela a perdoou depois de todo o mal que lhe causou, enquanto Nina lhe faz a mesma pergunta, isto é, se Carminha a perdoa por ter arruinado a sua vida. Carminha responde que graças a ela está vivendo uma vida de verdade. Lucinda pede que as duas se abracem, o que fazem chorando.

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Contrastando com a telenovela “Avenida Brasil” que tem como temática central a maternidade, o enredo de “Salve Jorge” é estabelecido em torno do tráfico internacional de mulheres, mas a temática da maternidade também se faz presente, pois parale-lamente ao tema central, “Salve Jorge” aborda a questão da adoção. A personagem Aisha (Dani Mo-reno) é filha adotiva de Berna (Zezé Polessa) e Mus-tafá (Antonio Calloni) e sempre quis conhecer sua família biológica, mas a única informação de que possuía é que foi adotada no Rio de Janeiro, pas-sando a buscar na internet indícios de sua adoção. Com o intuito de ajudar, Mustafá revela à Aisha que esta chegou à Turquia com uma pulseira de ouro que parecia ter sido colocada ainda na maternidade. Com esse dado, Aisha encontra na internet uma família do Rio de Janeiro que procura por uma irmã desapare-cida, portadora de uma pulseira similar a de Aisha.

A mãe da suposta família biológica de Aisha é Delzuite (Solange Badim), uma moradora do Com-plexo do Alemão que pensava ter perdido sua filha ainda na maternidade. Após muito tempo, Delzuite decide vender o túmulo do bebê para financiar uma reforma em sua casa, mas quando retira o caixão do túmulo se surpreende ao encontrá-lo vazio. Com is-so, Lurdinha (Bruna Marquezine), filha de Delzuite coloca a foto da pulseira da irmã em um site, na ten-tativa de localizar a irmã desaparecida. Enquanto isso, a delegada Helô (Giovanna Antonnelli), amiga de Berna e Mustafá inicia investigações sobre a ado-ção de Aisha, descobrindo irregularidades. A família vem para o Brasil para o exame de DNA e Helô marca uma acareação entre Berna e Wanda, onde toda a dramática da adoção de Aisha é revelada. Berna que sempre sonhou ser mãe, mas não podia engravidar, resolve adotar uma criança. Ela vem para o Brasil acreditando ser o caminho mais fácil e conhece Adalgisa, um pseudônimo de Wanda (Totia Meirelles), que se apresenta como a assistente social que facilitará a adoção de uma cri-ança mediante pagamento. Adalgisa/Wanda conta que a adoção não será mais possível, mas promete-lhe um bebê que acabou de nascer, caso Berna acei-te pagar mais. Esta lhe diz que paga o quanto for para ter sua filha; Adalgisa/Wanda suborna uma en-fermeira para que esta lhe entregue o bebê e informe à mãe biológica da morte de seu filho e embora sai-ba da ilegalidade do procedimento, Berna aceita o bebê que Adalgisa lhe trás e volta para a Turquia. Aisha descobre sua história verdadeira ou-vindo uma discussão entre os pais e decepcionada, reconhece seu interesse em conhecer a mãe biológi-ca, mas afirma que considerava Berna sua verdadei-

ra mãe. Aisha decide conhecer a sua família de ori-gem no Morro do Alemão; aonde é recebida com muito afeto, o que lhe causa estranheza, por não ser este o costume na Turquia. Diante dessas diferenças culturais, Aisha aceita a sua família brasileira, pas-sando uma temporada com eles, porém sentindo que seu lugar é na Turquia, ao lado de seus pais adoti-vos, volta para a Turquia. Após uma despedida cheia de lágrimas, Aisha regressa à Turquia, reencontran-do seus pais, Berna e Mustafá, em cena emocionan-te, durante a qual perdoa a mãe pela adoção clan-destina.

5. DISCUSSÃO Após a assistência das telenovelas Avenida

Brasil e Salve Jorge foram selecionadas as cenas que nos permitiam interpretar produções imaginati-vas sobre a maternidade presentes nas duas narrati-vas televisivas, em termos de como foram propostas as figuras maternas e o cuidado dispensado por elas. A trama de “Avenida Brasil” é construída a partir da sede de vingança de Rita/Nina contra sua madrasta Carminha, onde o mote principal desta te-lenovela tem sua origem em um conhecido imaginá-rio coletivo acerca da maternidade: a relação entre madrastas e enteados. O imaginário sobre a madras-ta má é recorrente na literatura infantil, como no con-to de fadas “Cinderela”, onde uma pobre garota sofre maus tratos após a morte de seu pai, sob tutela da madrasta que então lhe destina o lugar de serviçal da casa. Tal conto guarda muitas semelhanças com a história de Rita/Nina, pois após a morte de seu pai, sua madrasta Carminha a abandona no lixão. Como desfecho, tanto Cinderela quanto Rita/Nina se casam e vivem felizes. Interessante notar, após a consulta a fóruns de discussão e reportagens sobre o impacto da novela sobre o público, como a estratégia vingati-va de Rita/ Nina foi facilmente integrada ao rol das condutas aceitáveis, e por que não dizer esperadas, uma vez que à menina maltratada parece estar re-servado o direito de vingança. Tanto o telespectador quanto a criança que escuta a história de Cinderela vibram com a possibilidade de que a lei de Talião seja aplicada, mesmo em tempos de discursos politi-camente corretos como o nosso. A despeito dos va-lores morais e éticos que orientam nossas condutas, quando humilhados torcemos para que nossos per-sonagens preferidos sejam vingados, tendo sua hu-manidade restabelecida a partir da punição de nos-sos ofensores.

No capítulo final, quando Carminha perde tu-do e está prestes a se entregar à polícia, ela se diri-ge a Tufão em tom de desabafo e diz que sempre o amou, que gostava de ser sua esposa e que o filho

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Jorginho foi a única coisa boa que fez em sua vida. A cena final trata da redenção de Carminha, na medida em que pede perdão pelos seus pecados, o que aos olhos do público se justifica pelos sofrimentos pelos quais a personagem teria se tornado “má”, bem co-mo pelo imaginário de felicidade que persegue e compartilha com o grande público. Carminha reco-nhece no casamento a via que conduz à felicidade, enquanto a maternidade parece ter sido sua única oportunidade de realizar algo “bom”. Sua busca de-senfreada pela felicidade culmina no clímax das ce-nas finais, quando abre mão do prazer e opta pela verdade, entregando-se ao castigo. Obtém assim o perdão e o reconhecimento dos demais personagens e do telespectador que em casa torce pela dupla mãe-filha, já profundamente identificado com o dile-ma que se instaura entre Carminha e Nina.

Em uma reportagem publicada no site do jornal O Globo [7], diversos especialistas em teleno-velas discutem as razões pelas quais Avenida Brasil teria se tornado um fenômeno de audiência no Brasil. Quanto à personagem Carminha, a matéria refere que se tratava de uma vilã peculiar, pois diferente-mente de outras era premida pela ambivalência. Se de um lado, mata, rouba e engana seu lado humano se revela no amor incondicional que nutre pelo filho Jorginho. Dando sequência à reportagem, Nilson Xavier, autor do “Almanaque da Telenovela Brasilei-ra” identifica a personagem Rita/Nina não com aque-la mocinha sofredora, vítima da vilã, mas como uma heroína de caráter dúbio e vingativo, fugindo do pa-drão a que o público de telenovelas está acostuma-do.

Esse é um ponto fundamental na constitui-ção do imaginário que circula em “Avenida Brasil”, pois opera a integração entre os aspectos positivos e negativos por meio dessas duas personagens femi-ninas, aproximando-as da realidade. Em contraposi-ção aos contos infantis, mimetizados pelas telenove-las, em que o vilão jamais se confunde com o herói, uma vez que estes se apresentam como diametral-mente opostos, “Avenida Brasil” rompe este para-digma e apresenta o dilema entre amor e ódio vivido por mãe e filha, ampliando as possibilidades de que o telespectador se reconheça nos personagens da trama.

Outra temática parental apresentada por “Avenida Brasil” é a questão da adoção, pois até cer-to ponto da narrativa o telespectador é levado a crer que Jorginho é filho adotivo de Carminha e Tufão. Após muitas reviravoltas é revelado que Jorginho é filho biológico de Carminha e de seu amante Max – acrescentando mais um aspecto negativo à figura

materna, aqui representada por Carminha, quando abandona o filho no lixão, visando a satisfação de seus próprios desejos, em detrimento das necessi-dades do filho. No entanto, Carminha também se deixa entrever como objeto bom para seu filho, ao resgatá-lo posteriormente do lixão. Nesse sentido a personagem Carminha torna-se veículo da realidade da maternidade, enquanto experiência não idealiza-da, comunicando aspectos socialmente elaborados como positivos e negativos, no que se refere à tarefa materna de proteção da prole. Dada a grande audi-ência que o drama da dupla mãe-filha suscitou po-demos afirmar que o imaginário brasileiro sobre a maternidade está admitindo a integração de aspec-tos hostis à figura materna boa, situando-a entre a fada e a bruxa.

O tema da adoção também é tratado em “Salve Jorge” por meio da história de Aisha e seus pais adotivos, cujo drama se desenvolve a partir da busca pelos pais biológicos. A figura de Berna, mãe de Aisha é construída como aquela que não mede esforços para ter um filho, tornando-se cúmplice de um sequestro quando decide pagar à Adalgisa pelo direito de ser mãe, chegando a ignorar seus próprios valores éticos e morais. O desejo de ser mãe parece ainda ser visto como algo inato na mulher, instintivo, justificando inclusive condutas inescrupulosas como as apresentadas nesta novela. Levinzon [8] parte da leitura freudiana, segundo a qual vemos em nossos filhos a possibilidade de continuarmos a existir e rea-lizar nossos sonhos, para afirmar que as expectati-vas dos pais em relação aos seus filhos são árdua e longamente trabalhadas durante o processo de ado-ção; situação que nos permite supor que as expecta-tivas que pais adotivos nutrem em relação ao filho e à felicidade que este lhes proporcionará devam ser particularmente intensas. Lipp, Mello e Ribeiro [9] alertam para o conflito que toda criança adotada vive entre o seu saber inconsciente e o saber consciente sobre as suas origens, o que é explorado em “Salve Jorge” pelo sofrimento desencadeado pela busca de Aisha pela família biológica. Vassalo de Lopez, Borelli e Resende [10] exploram de que maneira se dá a interlocução entre o telespectador e a telenovela por meio das múltiplas mediações que a cultura oferece. Para além da as-sistência da novela, o espaço de discussão que se instaura na família, na vizinhança, no trabalho e com outros veículos de comunicação participa da formu-lação e compartilhamento de sentidos que darão forma ao imaginário de um grupo ou de uma socie-dade sobre as figuras e temas que lhe são relevan-tes.

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24 e 25 de setembro de 2013

Os telespectadores atribuem sentidos àquilo que assistem de acordo com um repertório previa-mente estabelecido, deixando-se tocar por persona-gens e situações que remetam a experiências vividas no passado, no presente ou imaginadas em seu futu-ro em vias de algo vivido ou que esteja experimen-tando no presente. Como narrativa que se constrói e reconstrói durante os meses em que é exibida, a te-lenovela parece se oferecer ao seu espectador como a narrativa de Benjamin [3] abrindo sua trama para múltiplas projeções e identificações que lhe permiti-rão reelaborar suas próprias concepções a respeito da vida e seus dilemas.

A sintonia alcançada pela vinculação entre personagem e espectador garante que as persona-gens Carminha e Berna, ao serem perdoadas pelos filhos Jorginho e Aisha respectivamente, também o sejam pelo público que nelas reconhece seus pró-prios anseios. O reconhecimento e aceitação de as-pectos negativos dentro de si revela um amadureci-mento emocional tanto da personagem quanto do telespectador, se considerarmos um como o com-plemento do outro, ou pelo menos o desejo de inte-grar realidades dissonantes, porém autênticas.

No entanto, vale ressaltar que o que resta às duas protagonistas de “Avenida Brasil”, assim como para Aisha de “Salve Jorge”, é a reconciliação entre mãe e filha, cuja ênfase recai sobre o laço psicológi-co que é tecido no dia a dia da maternagem, como diria Winnicott [11]. Ainda que de forma mais inte-grada a experiência materna ainda parece ser vista como o clímax da vida feminina, como o bálsamo que cura todas as feridas, como a experiência que edifica o ser humano, confirmando os estudos sobre imaginário coletivo a respeito da maternidade, ante-riormente citados.

Retomando o recorte pretendido por este es-tudo podemos conjeturar sobre os muitos brasileiros que se reconheceram no filho abandonado, no pai traído, na filha adotada, na mãe egocêntrica, mas também na mãe dedicada, na filha vingada, no pai negligente e outros tantos tipos psicológicos que ha-bitam o imaginário do brasileiro e que encontraram expressão e, mais do que isso, aceitação em uma narrativa popular como é o caso da telenovela.

O que é a maternidade? Como é a boa mãe? Qual o ambiente emocional necessário para que o ser humano se desenvolva? Como equilibrar provi-são e frustração? São algumas das questões com que mães, pais, filhos e profissionais se debatem em seu diálogo com a realidade, e que podem ser en-contradas nas produções da própria cultura, com é o caso da telenovela que, para além de fornecer mode-

los de identificação, abre um espaço de discussão desses mesmos modelos, construindo e descontru-indo as imagens que servirão de base para nossa conduta.

Nesse sentido, o que a trama de Avenida Brasil tem a nos ensinar a respeito das expectativas que nutrimos em relação à mãe? Em sintonia com o conceito de mãe suficientemente boa de Winnicott (1956/2000), Carminha aponta o longo percurso que separa uma vida voltada para si mesma para uma situação que inclui a necessidade do outro como par-te de um viver ético. Entre a negligência e a super-proteção, o lugar da mãe suficientemente boa se situa no equilíbrio entre as necessidades de ambos – mãe e filho – no sentido de que quanto mais este se desenvolve mais livre fica a mãe para cuidar de si e de seus ideais. Carminha nos mostra como o aban-dono do individualismo passa pela renúncia à ideali-zação, sendo este um caminho tortuoso, penoso e repleto de ambiguidades. Nem fada, nem bruxa – parece ter sido este o desafio que Carminha nos propõe.

REFERÊNCIAS [1] Granato, T. M. M.; Corbett, E.; Aiello-Vaisberg, T.

M. J. (2011), Narrativa Interativa e Psicanálise. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 16, n. 1, p. 157-163.

[2] Politzer, G. (1928/1975), Crítica dos Fundamen-tos da Psicologia. Lisboa: Editorial Presença.

[3] Benjamin, W. O Narrador: considerações sobre a obra de Nikolai Leskov. In: BENJAMIN, W. (1936/1987), Magia e técnica, arte e política: en-saios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 3ªed, p. 197-221.

[4] Vassallo de Lopes, M. I. Telenovela, a narrativa brasileira: depoimento. (Jan. 2009). São Paulo: Pesquisa FAPESP, Ed 155. Entrevista concedida a Mariluce Moura.

[5] Winnicott, D.W. (1951/1975), Objetos Transicio-nais e Fenômenos Transicionais. In O Brincar e a Realidade. Rio de Janeiro: Imago, pp. 13-44.

[6] Granato, T. M. M.; Tachibana, M.; Aiello-Vaisberg, T. M. J. (2011), Narrativas interativas na investigação do imaginário coletivo de enfer-meiras obstétricas sobre o cuidado materno. Psi-cologia & Sociedade, v. 23, n. spe., p. 81-89.

[7] Infoglobo Comunicação e Participações S.A (2012) Especialistas explicam o fenômeno ‘Ave-nida Brasil’. Disponível em: http://oglobo.globo.com/revista-da-tv/especialistas-explicam-fenomeno-avenida-brasil-6448625

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Anais do XVIII Encontro de Iniciação Científica – ISSN 1982-0178

Anais do III Encontro de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – ISSN 2237-0420

24 e 25 de setembro de 2013

[8] Levinzon, G. K. (2004), Adoção. São Paulo: Ca-sa do Psicólogo.

[9] Lipp, L. K.; Mello, A. B. G. ; Ribeiro, M. M. S. M. (2011), O patinho feio no imaginário paren-tal. Ágora, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2.

[10] Vassallo de Lopes, M. I.; Borelli, S. H. S. ; Re-sende, V. R. (2002), Vivendo com a Telenovela:

mediações, recepção, teleficcionalidade. São Paulo: Summus.

[11] Winnicott, D. W. (1956/2000), A Preocupação Materna Primária In. Da Pediatria à Psicanálise. Rio de Janeiro: Imago Editora, p. 399- 405.