Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil
-
Upload
companhia-de-jesus -
Category
Documents
-
view
220 -
download
2
description
Transcript of Em Companhia - Informativo da Companhia de Jesus no Brasil
-
JESUTAS BRASIL
Em EDIO 21ANO 3JAN-FEV 2016INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL
MULHERES PODEROPARTICIPAR DO LAVA-PS
pg. 10
PE. GERAL VISITA CENTRO DO JRS NA ITLIA
pg. 18
CPAL ARTICULA UNIVERSIDADES
pg. 21
PAPA FRANCISCO:UM HOMEM DE DILOGO
O PRIMEIRO PONTFICE JESUTA DA HISTRIA NOS MOSTRA QUE POSSVEL CULTIVAR A TOLERNCIA E O RESPEITO ENTRE POVOS E NAES
especial pg. 12
-
4 5Em Em
SUMRIO EDIO 21 | ANO 3 | JANEIRO - FEVEREIRO 2016
EDITORIAL O dilogo como compromisso pessoal
e comunitrio
CALENDRIO LITRGICO
ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO Comunicao, dimenso fundamental
na vida
O MINISTRIO DE UNIDADENA IGREJA SANTA S Rito do Lava-ps: mulheres podero
participar
O nome de Deus misericrdia, o novo livro com o Papa
ESPECIAL Dilogo inter-religioso
MUNDO CRIA GERAL Padre Geral visita centro do Servio Jesuta aos
Refugiados na Itlia
Exerccios Espirituais por meio da dana Nomeaes
AMRICA LATINA CPAL Chamados Assembleia da Plataforma Apostlica Amaznia CPAL articula universidades na Pan-Amaznia
EDUCAO Rede Jesuta de Educao participa de evento
do CIEC
Alunos do Colgio dos Jesutas realizam doao de cadeiras de rodas
6
7
8
10
12
18
20
21
FOTO
: IS
MA
EL
FRA
NC
ISC
O/
CU
BA
DE
BAT
E
O papa Francisco e o patriarca Kirill, da Igreja Russa Ortodoxa, em encontro his-trico no dia 12 de fevereiro, em Cuba
-
4 5Em Em
EmJESUTAS BRASIL
JUVENTUDES E VOCAES Novios professam os primeiros votos Estudantes jesutas participam de curso de Histria
sobre a Companhia de Jesus
Mochilao no Esprito Santo 3 Encontro Nacional do MEJ
NA PAZ DO SENHOR
JUBILEUS E AGENDA
24
26
27
INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL
EXPEDIENTE
EM COMPANHIA uma publicao mensal dos
Jesutas do Brasil, produzida pelo Ncleo de
Comunicao Integrada (NCI)
CONTATO [email protected]
www.jesuitasbrasil.com
DIRETOR EDITORIALPe. Anselmo Dias
EDITORA E JORNALISTA RESPONSVELSilvia Lenzi (MTB: 16.021)
REDAOJuliana Dias
DIAGRAMAO E EDIO DE IMAGENSHanderson Silva
ANNCIOHanderson Silva
COLABORADORES DA 2I EDIOCarla Galdeano, Pe. Claudio Pires, Everson
Lima, Gerson Vieira Brando, Pe. Valrio Sartor
e Ana Ziccardi (reviso). Um agradecimento es-
pecial a todos que colaboraram com a matria
especial dessa edio.
FOTOSBanco de imagens / Divulgao
TRADUO DAS NOTCIAS DA CRIA E DA CARTA DA CPALPe. Jos Luis Fuentes Rodriguez
-
6 7Em Em
Estamos iniciando mais um ano de publicaes de nosso informativo Em Companhia. Tivemos muita conquistas e progressos ao longo de 2015: conso-lidao de nossa marca, expanso de divulgao das notcias, a edio especial de julho... Motivos de alegria e gratido a tantos que nos ajudaram neste percurso.
Nesta edio, daremos destaque ao dilogo como fonte e sinal de nossa comu-
nho com as pessoas e com a misso que assumimos. Juntos, jesutas e colabora-
dores, somos convidados a adentrar cada vez mais nesse exerccio que a grandeza
do dilogo pode provocar em nossas vidas. Santo Incio de Loyola, tendo vivido
h 500 anos antes de ns, teve um cuidado especial em apresentar duas facetas do
dilogo: a espiritual e a comunitria/apostlica. Para ele, a liberdade espiritual se-
ria a caracterstica essencial para que o jesuta estivesse em condies de exercer
o dilogo em vista da misso e da vida comum. A profunda e sempre vital impor-
tncia que Incio dava s correspondncias tambm poderia servir como exemplo
de como as relaes deveriam ser alimentadas em vista de maior profundidade
nos relacionamentos entre companheiros, colaboradores e com o prprio Deus.
Portanto, nossa motivao espiritual deveria ser a fonte para melhor aprofundar-
mos a vivncia da obedincia religiosa que vivemos.
Nos dias atuais, a Companhia de Jesus tambm abriu uma nova faceta do dilogo
para melhor adaptar nossa misso: o inter-religioso. Vivemos em um contexto em
que a intolerncia de todos os gneros e formas tomou a proporo de no respeitar
mais a vida em sua plenitude. Todas as vezes em que no h dilogo em uma situao,
apenas um lado ganha... Essa a pobreza de nossa fragilidade humana: diante de
pessoas e suas estruturas sociais, religiosas e polticas, no somos capazes de sempre
manter o olhar misericordioso de nosso Deus que nos alenta. A ausncia do dilogo
gera outro conflito: o desrespeito pela pessoa e sua histria!
Na colaborao com outros, em dilogo respeitoso e numa reflexo partilha-
da, no trabalho lado a lado com aqueles que se sentem igualmente comprometi-
dos, mas com uma vocao diferente, chegamos a um conhecimento mais pro-
fundo do nosso prprio caminho e a viv-lo com um zelo renovado e uma nova
compreenso. (CG 35, d. 6, n. 15). Que o tempo quaresmal que se inicia possa ser
um tempo de reviso de vida e mudana de mentalidade para melhor e mais agir-
mos em favor da vida e do Reino de Deus!
Aproveito tambm este espao para apresentar o padre Anselmo Geraldo do
Nascimento Dias, jesuta, jornalista, que, a partir deste ms de fevereiro, integrar
a Equipe de Comunicao da Provncia BRA como seu coordenador, assumindo
tambm como o novo diretor editorial do informativo Em Companhia. Seja bem-
-vindo, companheiro! Sabemos que sua presena e experincia muito colaboraro
com essa misso comunicadora de nossa Provncia!
Meu abrao fraterno e boa leitura!
EDITORIAL
O DILOGO COMO COMPROMISSO PESSOAL E COMUNITRIO
Ir. Eudson Ramos, SJScio Provincial
NOS DIAS ATUAIS, A COMPANHIA DE JESUS TAMBM ABRIU UMA NOVA FACETA DO DILOGO PARA MELHOR ADAPTAR NOSSA MISSO: O INTER-RELIGIOSO.
-
6 7Em Em
CALENDRIO LITRGICO
Santssimo nome de Jesus
So Joo de Brito, presbtero, beatos Rodol-
fo Acquaviva, presbtero, e companheiros
mrtires. (Mrtires na ndia)
Santos | Joo Ogilvie, Estvo Pongrcz, Melchior Grodecz,
Tiago Sals, presbteros, Guilherme Saultemouche, religio-
so, e Marcos Krievcanin, Cnego de Esztergom.
So Cludio det la Colombire, presbtero.
Santos | Paulo Miki e companheiros reli-
giosos, beatos Carlos Spinola, Se-bastio
Kimura, presbteros, e companheiros mr-
tires. (Mrtires no Japo)
calendrio litrgicoPrprio da Companhia de Jesus
JANEIROFEVEREIRO
JANEIRO
FEVEREIRO
DIA 3
DIA 4
DIA 15
DIA 6
DIA 19
-
8 9Em Em
ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO
COMUNICAO, DIMENSO FUNDAMENTAL NA VIDA
Pe. Anselmo Geraldo do Nascimento Dias, SJ frente da diretoria do ECOAR (Escritrio de
Comunicao e Arrecadao de Recursos)
e do VOJAM (Voluntariado Jesuta na
Amaznia), em Manaus (AM), desde 2012, Pe.
Anselmo Geraldo do Nascimento Dias ser
o coordenador da Equipe de Comunicao
da Provncia dos Jesutas do Brasil (BRA). Em
entrevista ao Em Companhia, ele contou sobre
sua vasta experincia na rea.
O que o motivou a estudar comunicao?
Quando eu estava no Juniorado, em Joo Pessoa (PB), par-
ticipei de vrias atividades que envolviam o trabalho de infor-
mao e comunicao. Mas foi durante a Filosofia que tive um
grande empurro para dedicar-me comunicao. Padre Mar-
celo Aquino, reitor do Filosofado, incentivou para que eu des-
cobrisse o caminho. Pude dedicar-me, exclusivamente, Pas-
toral da Comunicao. Um privilgio na poca, pois a maioria
dos formadores tinham desconfianas, pois no viam como um
campo pastoral. A partir dessas experincias, percebi que Deus
estava me chamando para algo novo.
Onde e quando o senhor formou-se em Comunicao?
Durante o Magistrio, em Belm (PA), prestei vestibular
e cursei os quatro anos de Comunicao Social, com n-
fase em Jornalismo, na Universidade Federal do Par. De-
pois de ordenado, continuei a estudar, porm as urgncias
levaram-me a parar os estudos para assumir outras tarefas.
Somente no perodo de 2005 a 2007, pude concluir o mes-
O que levou o senhor a seguir a vida
religiosa? E como conheceu os jesutas?
Na juventude, havia, por parte da so-
ciedade e especialmente entre os jovens,
uma sede por liberdade e por democracia,
por uma sociedade mais justa e fraterna.
Vivamos a ditadura militar (anos 1980).
Eu participava de um grupo de jovens em
que pude crescer como pessoa e, tambm, na
f. Estava inquieto, trabalhava e estudava e,
nos finais de semana, me dedicava Igreja.
Sentia que podia fazer algo mais e participava
nas pastorais e nos movimentos sociais.
Mas foi durante um Encontro Vocacio-
nal, promovido pela Arquidiocese de Ma-
naus, que senti um apelo muito forte para
abandonar tudo e me dedicar ao servio de
Jesus Cristo. Comecei, ento, a frequentar um
grupo vocacional. Fui percebendo que a vida
comunitria, a simplicidade e a vida missio-
nria me chamavam mais a ateno.
Procurei conhecer as vrias congrega-
es que atuavam, naquela poca, em Ma-
naus. Por fim, entrei em contato com os
jesutas, que trabalhavam com formao
das lideranas eclesiais, animavam os gru-
pos de Crculos Bblicos, acompanhavam a
Pastoral da Juventude, a Pastoral Operria e
assumiram uma parquia com um jeito di-
ferente de evangelizar.
-
8 9Em Em
trado em Cincia da Comunicao, na Universidade Sale-
siana de Roma (Itlia).
Como o senhor v a importncia da Comunicao
para a misso da Companhia de Jesus?
Normalmente, ns vemos a Comunicao como algo fora,
extra, mais uma... Na verdade, ela uma dimenso fundamen-
tal na vida de qualquer ser humano e de qualquer instituio.
A Congregao Geral 34, no Decreto 15, Comunicao: uma
nova cultura, N 3, diz: Setor ou dimenso? Na Companhia co-
mumente se consideram as comunicaes como um setor da
atividade apostlica, um campo para alguns especialistas que,
com frequncia, se sentiram isolados ou margem do corpo
apostlico. Agora a Companhia deve reconhecer que a comuni-
cao no um domnio restrito para uns poucos profissionais
jesutas, mas uma importante dimenso apostlica de todos os
nossos apostolados. [...]
A Comunicao no ajuda, ela o prprio ser do trabalho da
Companhia. Jesus foi o grande comunicador do Pai. Os Apsto-
los continuaram a comunicao da Boa Nova levando as Palavras
e Atos de Jesus a outros povos e naes. Ns, como seus disc-
pulos missionrios, somos, agora, os que devem comunicar o
Amor Misericordioso de Deus, como pede o papa Francisco.
Para tanto, preciso usar, o melhor possvel, todos os
recursos disponveis para atingir os pblicos para os quais
ns servimos.
At 2015, o senhor estava frente da diretoria do ECOAR
e do VOJAM. Como foi conciliar essas duas misses?
Em 2012, o padre Adelson Arajo dos Santos me pediu para
montar o ECOAR. O desafio era comear do zero, com pouco co-
nhecimento e recursos financeiros, algo organizado e necess-
rio para que o trabalho na Regio Amaznica no parasse. E, ao
mesmo tempo, receber os pedidos, selecionar e acompanhar
os voluntrios que se ofereciam para trabalhar com os jesutas.
de se ressaltar que somente tivemos xito porque recebe-
mos o apoio fundamental e necessrio da Cria Geral, por meio
do padre Jorge Serrano, assistente do Ecnomo para La Captao
de Recursos.
O desafio foi mostrar e comprovar que era necessrio ter um
planejamento, construir projetos, avaliar e fazer uma boa presta-
o de contas. Conseguimos construir uma base de dados com
cerca de 100 benfeitores. Para tanto, a comunicao foi impor-
tantssima. E a no nos limitamos a fazer um puro marketing
de nossas obras e trabalhos pastorais. Foi necessrio o corpo a
corpo, com visitas, celebraes, eventos, etc. Nesse sentido, nos
fazermos presentes na vida dessas pessoas foi fundamental para
construirmos relaes e criarmos vnculos.
Outro desafio foi o de comear a sistema-
tizar uma cultura do voluntariado j estabele-
cida na Regio.
Em sua misso na Amaznia, a comu-
nicao j fazia parte do seu cotidiano.
Quais os principais aprendizados que o
senhor tirou dessa experincia?
Desde que retornei, em 2007, para Ma-
naus (AM), me dediquei ao trabalho com
comunicao. Trabalhei nas obras da Com-
panhia de Jesus, mas sempre tirava um
tempo para o trabalho com a comunicao
eclesial. Aprendi muito com a Pastoral da
Comunicao, pois a comunicao na Igre-
ja muito complexa e mal compreendida.
Normalmente, a hierarquia e os leigos en-
tendem a comunicao como instrumento,
como um fim em si mesmo.
Como dimenso, a comunicao nos
ajuda a criar um clima de companheirismo,
amizade, colaborao, animao, fraternida-
de, solidariedade, compromisso e responsa-
bilidade na vida da Igreja.
Quais as principais responsabilidades
que o senhor ter?
Na carta de destinao, o padre provin-
cial, Joo Renato Eidt, me pediu para coor-
denar a Equipe de Comunicao da Provn-
cia dos Jesutas do Brasil. Nesse trabalho,
devo estar sempre em dilogo com o scio
do provincial, Ir. Eudson Ramos, respons-
vel ltimo pela Comunicao na Provncia.
Alm de outras iniciativas e necessi-
dades que podem surgir ao longo da ca-
minhada, padre Joo Renato foi bem claro
ao afirmar que um dos objetivos da Co-
municao dar a conhecer as mltiplas
presenas apostlicas que realizamos na
Provncia a todos os jesutas e colabora-
dores. Isso quer dizer que deveremos re-
alizar, em grande medida, esforos para
uma eficaz comunicao externa para dar
visibilidade ao trabalho da Companhia de
Jesus no Brasil.
-
10 11Em Em
O MINISTRIO DE UNIDADE NA IGREJA SANTA S
RITO DO LAVA-PS: MULHERES PODERO PARTICIPAR
O papa Francisco fez uma mu-dana nas rubricas do Missal Romano relativas ao rito do La-va-ps, que acontece na Missa de Santa
Ceia, na Quinta-feira Santa. A partir de
agora, as mulheres podero ser esco-
lhidas para participar desse momento,
antes reservado aos homens.
A deciso foi comunicada, em 21
de janeiro, em uma carta enviada pelo
papa ao prefeito da Congregao para o
Culto Divino e a Disciplina dos Sacra-
mentos, cardeal Robert Sarah. Expres-
sar plenamente o significado do gesto
realizado por Jesus no Cenculo, o seu
doar-se completamente, para a salva-
o do mundo, a sua caridade sem limi-
tes, disse Francisco ao explicar sua de-
ciso de modificar a rubrica do Missal
Romano. O pontfice recomendou ain-
da que seja dada aos escolhidos uma
adequada explicao do significado do
prprio rito.
LAVA-PS, O GESTO DE JESUS
O Lava-ps um rito litrgico que
repete o gesto de Jesus ao lavar os ps
dos discpulos, demonstrando seu amor
FOTO
: AN
SA
Em 2015, o papa realizou o tradicional rito do Lava-ps no Crcere de Rebibbia, em Roma
importante lembrar que o papa
Francisco j realizou o rito de Lava-
-ps com a participao de algumas
mulheres, na Quinta-feira Santa do
ano passado, quando celebrou a mis-
sa da Ceia do Senhor no Crcere de
Rebibbia, em Roma (Itlia).
por cada um e mostrando a todos que a
humildade e o servio so o centro de
sua mensagem: Eu vim para servir.
Fontes: sites Rdio Vaticano e Cano Nova
-
10 11Em Em
O NOME DE DEUS MISERICRDIA, O NOVO LIVRO COM O PAPA
O nome de Deus misericrdia o ttulo do livro-entrevista do Papa Francisco ao vaticanista Andrea Tornielli, do jornal italiano La Stampa.
Editada pela Piemme e lanada em 12 de
janeiro, em 86 pases, a obra tem nove ca-
ptulos e 40 perguntas, alm de capa auto-
grafada pelo pontfice. A primeira cpia do
volume, em italiano, foi entregue a Fran-
cisco, no dia 11, na Casa Santa Marta.
Na entrevista para o livro, concedida
em julho de 2015, Bergoglio confidencia a
Andrea Tornelli: O papa um homem que
tem necessidade da misericrdia de Deus.
Durante o encontro com o jornalista, o
pontfice reitera ainda a sua relao espe-
cial com os prisioneiros. Cada vez que pas-
so pela porta de uma priso para uma cele-
brao ou para uma visita, sempre me vem
este pensamento: por que eles e no eu?,
comenta Francisco, completando: a queda
deles poderia ter sido a minha, no me sinto
melhor de quem tenho diante de mim.
Como Pedro, tambm seus Suces-
sores so pecadores.
Isto pode escandalizar, admite o
papa, mas encontro consolo em Pedro:
renegou Jesus e no obstante isto foi
escolhido. Francisco recorda que ficou
muito tocado ao ler alguns textos de Pau-
lo VI e Joo Paulo I. Albino Luciani defi-
nia a si mesmo como o p no sentido
das prprias limitaes, das prprias
incapacidades que so supridas pela mi-
sericrdia de Deus. So Pedro traiu Jesus.
E se os Evangelhos nos descrevem o seu
pecado, a sua negao e, se no obstan-
te tudo isto, Jesus lhe disse: Apascenta
as minhas ovelhas, no acredito que se
deva maravilhar se tambm os seus Su-
cessores descrevem a si mesmos como
pecadores, explica Bergoglio.
Em outra passagem do volume, o pon-
tfice afirma que pode ler a sua vida atra-
vs do captulo 16 de Livro do Profeta Eze-
quiel, no qual o Profeta fala da vergonha.
A vergonha graa que nos faz
sentir a misericrdia de Deus.
A vergonha, sublinha o papa, uma
graa. Quando algum experimenta a
misericrdia de Deus, sente uma grande
vergonha de si mesmo, do prprio peca-
do. E ressalta: a vergonha uma das gra-
as que Santo Incio pede na confisso
dos pecados diante do Cristo crucifica-
do. Como revela o papa, o texto de Eze-
quiel ensina a envergonhar-se, mas, com
toda a tua histria de misria e de pecado,
Deus permanece fiel e te levanta.
Francisco recorda o padre Carlos
Duarte Ibarra, o confessor que encon-
trou na sua parquia em 21 de setembro
de 1953, dia em que a Igreja celebra So
Mateus: Me senti acolhido pela mise-
ricrdia de Deus confessando-me com
ele. Uma experincia to forte que,
anos mais tarde, a vocao de So Ma-
teus, descrita nas homilias de So Beda,
o Venervel, acabaria tornando-se seu
lema episcopal: miserando atque elegen-
do (latim), que significa olhou-o com
misericrdia e escolheu-o.
Igreja existe para permitir o en-
contro com a misericrdia de Deus.
No livro, Francisco aprofunda a mis-
so da Igreja no mundo. Antes de tudo,
evidencia que a Igreja condena o pecado
porque deve dizer a verdade. Ao mesmo
tempo, porm, abraa o pecador que se
reconhece como tal, aproxima-se dele,
fala a ele da misericrdia infinita de Deus.
O papa salienta ainda que Jesus perdoou
at mesmo aqueles que o crucificaram e o
desprezaram. E adverte que a Igreja no
est no mundo para condenar, mas para
permitir o encontro com aquele amor vis-
ceral que a misericrdia de Deus.
Pecadores sim, mas no aceitar o
estado de corrupo.
Ao longo do livro, o papa Francisco
faz novamente distino entre pecado e
corrupo. Ele observa que essa ltima
o pecado que, ao invs de ser reconhe-
cido como tal e de tornar-nos humildes,
elevado sistema, torna-se um hbito
mental, um modo de vida. O pecador
arrependido, que depois cai e recai no
pecado devido sua fraqueza, encontra
novamente perdo caso reconhea-se
necessitado de misericrdia. O corrupto,
pelo contrrio, aquele que peca e no
se arrepende, aquele que peca e finge ser
cristo e, com a sua vida dupla, provoca
escndalo, diz o pontfice.
Fontes: sites Rdio Vaticano e Cano Nova
-
12 13Em Em
ESPECIAL
DILOGO E COMPREENSO
Em janeiro de 2016, o dilogo inter-religioso foi o tema do primeiro pedido de orao do papa Francisco s pessoas de boa
vontade e ao Apostolado da Orao. A
mensagem foi divulgada no primeiro
vdeo dedicado a compartilhar as in-
tenes mensais de orao de Fran-
cisco sobre os desafios da humanida-
de. Nele, representantes de diversas
religies falam sobre suas crenas e,
ao final da mensagem, o papa afirma:
Muitos pensam de modo diferente,
sentem de modo diferente, procuram
Deus ou encontram Deus de muitos
modos. Nesta multido, nesta varie-
dade de religies, s h uma certeza
que temos para todos: somos todos
filhos de Deus.
A mensagem de Francisco nos faz
refletir sobre a importncia do dilogo
no mundo contemporneo, marcado
por tanta intolerncia religiosa, pol-
tica e cultural. O sculo XXI apresen-
ta-nos um cenrio de muitos desafios,
pois estamos rodeados de divises e
conflitos. A consequente diversifica-
o do saber acabou por gerar uma so-
ciedade pluralista, isto , uma socie-
dade dividida em setores que gozam
de racionalidade e normatividade
prprias de difcil acesso para os que
no vivem em seu interior, explica
padre Mrio de Frana Miranda, pro-
fessor do Departamento de Teologia
da PUC-Rio (Pontifcia Universidade
Catlica do Rio de Janeiro).
Francisco, por meio de sua sim-
plicidade e carisma, consegue tocar o
corao de pessoas de diferentes pa-
ses, culturas e religies. Os discursos,
os gestos e as mensagens ressaltam as
habilidades de dilogo do pontfice.
O jeito dialogante de Francisco uma
atitude pastoral. O seu temperamen-
to latino-americano e a sua formao
inaciana so fatores que favorecem
este seu desejo de escutar a todos. Um
bom exemplo foi a sua atitude duran-
te o Snodo dos Bispos: exortou todos
a falar com liberdade e ele s falou no
comeo e no fim do Snodo, conta
padre Lus Gonzlez-Quevedo, conhe-
cido como Quevedinho, colaborador
da Equipe Casa de Retiros Vila Kostka,
em Indaiatuba (SP).
Atualmente, o dilogo um tema
muito discutido em teoria, mas pouco
aplicado em nosso cotidiano. Francis-
co consegue aproximar a teoria da pr-
tica, por meio de aes concretas. Em
outras palavras, ele dialoga pela atitu-
de e no s pelas palavras. Em suas via-
gens internacionais, o pontfice costu-
ma encontrar lderes de outras crenas
religiosas, mostrando que o dilogo in-
ter-religioso possvel. Desde o papa
Joo XXIII e do Conclio Vaticano II,
todos os papas tm conscincia da im-
portncia do dilogo ecumnico e in-
ter-religioso, mas Francisco destaca-se
nesse sentido. J como arcebispo de
Buenos Aires, ele tinha sincera amiza-
de com pastores protestantes, rabinos
judeus e sheiks muulmanos, destaca
padre Quevedinho.
Padre Mrio de Frana afirma que
12 Em
PAPA FRANCISCO NOS ENSINA A IMPORTNCIA DA ESCUTA AO OUTRO
Assista ao vdeo no link
www.ovideodopapa.org
-
12 13Em Em
A MENSAGEM DE FRANCISCO NOS FAZ REFLETIR SOBRE A IMPORTNCIA DO DILOGO NO MUNDO CONTEMPORNEO
13Em
-
14 15Em Em
Francisco entendeu bem o esprito do
Vaticano II, enriquecido na Amrica
Latina pelas Assembleias Episcopais
do CELAM (Conselho Episcopal Lati-
no-Americano). O papa Joo XXIII,
bom conhecedor da histria da Igreja,
percebendo que a Igreja Catlica e a
sociedade estavam de costas uma para
o outra, convocou o Conclio Vaticano
II, que se caracterizou pelo dilogo e
pela atualizao. Ao acolher o que de
bom havia na sociedade moderna,
como suas conquistas de liberdade e
de participao, de respeito a outras
culturas e religies, de anseios por
justia e paz, a Igreja se capacitou para
melhor realizar sua misso evangeli-
zadora, explica o jesuta.
Nos discursos de Francisco, per-
cebe-se sua abertura aos outros e seu
desejo de aproximao com todos. O
pontfice defende que o cristo no
deve ficar fechado em si mesmo, pelo
contrrio, ele precisa estar aberto
para evangelizar e dialogar com as
pessoas. A Igreja Catlica est en-
frentando, hoje, dois desafios con-
trapostos: por um lado, a necessidade
de compreender e encarar a crescente
secularizao da cultura ocidental;
por outro lado, a Igreja enfrenta, den-
tro e fora, o fenmeno do fundamen-
talismo religioso. Nesse contexto,
as palavras e os gestos de Francisco,
aberto ao dilogo com todos, no po-
deriam ser mais oportunos, acredita
padre Quevedinho.
O papa Francisco consegue escutar
o outro e fazer-se ouvir. Essa atitude
vai ao encontro dos pensamentos do
filsofo Martin Buber (1878-1945), que
defendia que o dilogo era o nico ca-
minho para a paz. Seu livro Eu e Tu
(1923), considerado um dos maiores
livros do sculo XX pela revista ame-
ricana Time, definiu o dilogo como
um encontro face a face, que nasce da
experincia humana. Esse encontro
com cada ser humano, que faz parte
da caracterstica inaciana, a base
para a construo de pontes de com-
preenso, e o papa vem conseguindo
importantes conquistas nesse campo.
O DILOGO NA COMPANHIADE JESUS
O dilogo uma das caractersticas do
carisma inaciano. Por isso, a Companhia
de Jesus conhecida por relacionar-se
com o mundo moderno, as culturas e as
religies. Segundo padre Quevedinho, os
primeiros jesutas, no sculo XVI, tiveram
que dialogar em diferentes realidades.
So Pedro Fabro considerado um pre-
cursor do dilogo ecumnico. So Jos de
Anchieta aprendeu a lngua tupi-guarani
e, com ela, evangelizou os ndios do Bra-
sil. J Matteo Ricci e Roberto de Nobili
adaptaram a mensagem crist s catego-
rias culturais da China e da ndia, respec-
tivamente. Na primeira metade do sculo
XX, Teilhard de Chardin notabilizou-se
por unir a teoria cientfica da evoluo
com o pensamento filosfico e teolgico
do Cristianismo, afirma o jesuta.
O dilogo perpassa todo o carisma
inaciano do servio da f e da promoo
da justia. Dessa forma, todas as obras
apostlicas e os ministrios jesutas de-
vem cultiv-lo. Nosso carisma muito
amplo, no se limita a uma s rea, como
a Educao. Cada obra da Companhia de
Jesus e cada jesuta deve construir pontes
no seu campo apostlico especfico, mas
sempre visando ao maior servio divino
e o bem comum. Santo Incio dizia que:
o bem tanto mais divino quanto mais
universal (Constituies 622-623) , expli-
ca padre Quevedinho.
Padre Mrio de Frana destaca
tambm o papel dos jesutas no for-
14 Em
POR MEIO DO DILOGO, PODEMOS EXERCER UMA PASTORAL INCLUSIVA Padre Mrio de Frana Miranda
-
14 15Em Em 15Em
talecimento do dilogo. Segundo ele,
quanto maior e mais profundo o ho-
rizonte compreensivo de um jesuta,
mais facilmente ele poder reconhe-
cer o que de verdade encontra-se em
realidades diferentes e o que de cris-
to esconde-se nas pessoas. Por meio
do dilogo,podemos exercer uma pas-
toral inclusiva que, salvaguardando a
verdade crist, fruto da revelao de
Deus, e no sacrificando sua identi-
dade jesutica, dom do prprio Deus,
poder dialogar com outras tradies
religiosas e com outras interpretaes
no religiosas presentes em nosso
mundo, sejam elas de cunho filosfi-
co ou cientfico, diz o jesuta.
A Companhia de Jesus caracteriza-
-se pela sua mobilidade, tanto fsica
como intelectual e espiritual. Padre
Quevedinho ressalta que a vocao
jesuta para percorrer o mundo afora,
a servio da Igreja, sob o Romano Pon-
tfice. A extenso geogrfica e a dispo-
nibilidade espiritual exigem que culti-
vemos e pratiquemos uma cultura do
dilogo. A 35 CG (Congregao Geral)
reiterou o compromisso dos jesutas
de construir pontes de compreenso e
de dilogo. Durante a Congregao
Geral, o ento papa Bento XVI nos en-
corajou a continuar desempenhando
a misso prpria da Companhia de
Jesus. Da vem a frase pontes de com-
preenso e de dilogo. Hoje, o papa
Francisco diz que devemos construir
pontes, no lugar de muros. Essa ideia
bem prpria de nossa Ordem religio-
sa, acrescenta o jesuta.
O papa conhecido por telefonar e
enviar cartas para os fiis. Essa atitude
demonstra que o pontfice est aberto
a ouvir cada pessoa, cada palavra. A
escuta atenta uma das caractersti-
cas inacianas. Santo Incio de Loyola
reuniu a firmeza na f da comunidade
crist, prpria da Idade Mdia, com
a descoberta da individualidade e o
respeito liberdade de conscincia,
caractersticos do Humanismo moder-
no. Francisco no um homem que se
Decreto 1, n.6
rgo supremo da Companhia
de Jesus, a Congregao Geral
convocada para discutir assuntos
de importncia especial para a Or-
dem religiosa ou para eleger um
novo Superior Geral. A 35 CG foi
realizada entre os meses de janeiro
a maro de 2008.
-
16 17Em Em
dirige s massas, Francisco dirige-se a
cada pessoa em particular. No um
orador distante, ele quer compreender
e fazer-se prximo de cada ouvinte,
afirma Quevedinho.
A abertura para escutar o outro um
exerccio que deve ser praticado cons-
tantemente por todos ns. Padre Que-
vedinho explica a importncia da escuta
no artigo Saber escutar, para saber esco-
lher: orao e discernimento, publicado
na 100 edio da Revista de Espiritua-
lidade Inaciana. No texto, o jesuta res-
salta a importncia de compreender as
pessoas, escutar mais do que ouvir.
Ouve-se com os ouvidos; escuta-se com
a mente, com o corao, com todo o nos-
so ser, finaliza.
A IMPORTNCIA DO DILOGO
A necessidade de dilogo um
tema muito abordado em nossa so-
ciedade, mas, muitas vezes, esque-
cido dentro de nossa mente e enxer-
gado como aspecto distante de nossa
realidade. Pedimos paz e dilogo para
o Oriente Mdio, para o conflito Isra-
el e Palestina, Rssia e Ucrnia, mas
e no nosso dia a dia? Ser que conse-
guimos promover a cultura do dilo-
go? Em nossa casa, na famlia, com os
amigos e colegas de trabalho, estamos
abertos a realmente escutar o outro?
O dilogo no est distante de ns,
um aspecto que precisamos cultivar
e que deve estar presente em nossas
atitudes. O papa Francisco tem con-
seguido romper algumas barreiras
ao mostrar para o mundo que a Igreja
16 Em
quer estar com as pessoas. O pontfi-
ce prope a todos - naes, religies e
culturas - um verdadeiro dilogo.
O padre Mrio de Frana afirma
que saber escutar o outro significa en-
trar um pouco em seu mundo, sonhos,
sentimentos, sofrimentos, limitaes
e condicionamentos, ou seja, aceit-
-lo como . importante, neste mo-
mento, ressaltar que essa foi sempre
a atitude de Jesus Cristo, que soube
acolher cada pessoa, respeitando sua
histria concreta e incentivando-a a
avanar, sem juzos e condenaes
prvias. O papa demonstra isso ao
oferecer a todos, sem desqualifica-
es prvias, a mensagem crist de es-
perana, de otimismo, de sentido, de
paz, de justia, que ajuda a construir
uma sociedade mais humana e frater-
na, conta o jesuta.
Um dos maiores problemas da
falta de dilogo o crescimento do
totalitarismo, da intolerncia com o
outro. Pessoas que se isolam do mun-
do criam suas prprias interpretaes
da realidade e perdem a oportunidade
de compartilhar, de conhecer o outro.
Ns temos uma dificuldade enorme
de lidar com a diferena. E uma faci-
lidade enorme de excluir, estabele-
cer preconceito, estabelecer muros e
guetos, diz Leandro Karnal, doutor
em Histria Social pela USP (Univer-
sidade de So Paulo) e professor da
Unicamp (Universidade Estadual de
Campinas), em entrevista Revista
Cultura (Ed. 101/Dez. 2015).
Para ter dilogo, preciso compre-
ender o outro e estar aberto para novas
opinies e pensamentos. O dilogo
autntico exige que o dialogante saia
de seu pequeno mundo, liberte-se de
OUVE-SE COM OS OUVIDOS; ESCUTA-SE COM A MENTE, COM O CORAO, COM TODO O NOSSO SER
Padre Lus Gonzlez-Quevedo, conhecido como Quevedinho
-
16 17Em Em 17Em
seu olhar prisioneiro de si prprio,
acolha o diferente como vlida fon-
te de sentidos e de valores. S assim
conseguir abrir seu corao ao outro
que o interpela, sem julg-lo previa-
mente. uma verdadeira ascese, uma
renncia profundamente crist, uma
modalidade de amor ao prximo, res-
salta padre Mrio de Frana.
Atualmente, os problemas fun-
damentais da humanidade no so
apenas locais, mas globais, atingindo
todo o planeta. Hoje, com a internet e
os meios de comunicao, sabemos
de fatos que aconteceram do outro
lado do mundo. Temos a iluso de que
estamos informados, mas nosso co-
nhecimento superficial. Padre M-
rio de Frana acredita que nenhum de
ns tem uma viso completa e ltima
da realidade por ela ser inalcanvel e
em contnua transformao. Sobre-
vivemos com interpretaes fragmen-
trias, sob o bombardeio contnuo de
novos dados que nos despejam infor-
maes superficiais e fragmentrias.
Cada um colher, ento, dessa oferta
imensa de discursos e de sentidos, o
que lhe parecer mais condizente com
seus desafios pessoais e com suas n-
sias de felicidade, afirma.
Nesse contexto, o dilogo apre-
senta-se como forma de unidade para
o desenvolvimento da sociedade. O
historiador Leandro Karnal diz que os
indivduos fechados em suas convic-
es so uma minoria e que existe uma
grande massa que no violenta nas
suas convices e esta, sim, pode ser
trabalhada pelo dilogo. Essas pessoas
podem ser trabalhadas pelo debate, po-
dem ser trabalhadas por estmulos ao
contraditrio para poder conviver com
a diferena de uma tolerncia ativa. O
que significa que eu rejeito a intolern-
cia, mas rejeito tambm a tolerncia
passiva, aquela que diz: no tenho nada
contra X e Y, desde que no sentem ao
meu lado. Isso tolerncia passiva. A
tolerncia ativa, que o meu desejo e
que minha utopia, o dia em que eu
entender que a diferena no me enfra-
quece, mas me fortalece. E eu no ser o
padro do mundo, alm de ser uma ale-
gria para o mundo e uma felicidade, faz
com que eu possa ver as questes sob
pontos de vista distintos, acredita.
A interao por meio do discurso e
da palavra acontece porque desperta-
-se o pensamento, o estudo, a reflexo,
criando-se assim significados. Por isso,
quando o papa Francisco discursa e le-
vanta questes pertinentes para todas
as naes e culturas, ele est dialogan-
do. As mudanas de atitude acontecem
quando h espao para a troca de co-
nhecimento e opinies. Dialogar um
processo de troca e construo de signi-
ficados, um ato que altera pensamentos
e comportamentos, por menor que eles
sejam. E Francisco j conseguiu cons-
truir esse caminho. A sintonia deste
papa com cada ser humano o leva a se
empenhar com mais ousadia pela justi-
a, pela paz, pelos refugiados da guerra,
pelos pobres e pelos marginalizados,
por todos ns, conclui padre Mrio
de Frana.
-
18 19Em Em
PADRE GERAL VISITA CENTRO DO SERVIO JESUTA AOS REFUGIADOS NA ITLIA
Em celebrao ao Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, comemorado em 17 de janei-ro, o superior geral da Companhia de
Jesus, padre Adolfo Nicols, visitou o
Centro Astalli, do Servio Jesuta aos
Refugiados (JRS-Itlia), no dia 14 de
janeiro. O padre geral foi acompanha-
do pelos padres Ken Gavin, vice-diretor
do JRS internacional, e Joaquin Barrero,
superior da comunidade da Cria Geral.
O padre Camillo Ripamonti, dire-
tor do JRS-Itlia, acompanhou os je-
sutas na visita ao projeto do JRS no
Centro Astalli. Padre Adolfo Nicols
conheceu a assistncia sanitria, a co-
zinha e o departamento de assistncia
legal. Ao final da visita, o superior ge-
ral partilhou um ch com refugiados e
imigrantes. Na Igreja do Ges, o padre
geral encontrou-se com mais de 500
pessoas, entre migrantes, diretores e
colaboradores do Centro Astalli, alm
de jornalistas.
NECESSIDADE DE AO COMUM
O Servio Jesuta aos Refugia-
dos (JRS) manifesta a sua preocu-
pao perante as recentes notcias
de que a Sucia reimplantou os
controles de identificao na fron-
teira com a Dinamarca. O pas tem
longa tradio na proteo aos re-
fugiados e na defesa dos direitos
humanos. Em 2015, a Sucia rece-
beu o maior nmero de refugiados
per capita dentro da Unio Euro-
peia, cerca de 160 mil pedidos de
asilo foram solicitados.
A sociedade civil e as ONGs, bem
como o JRS-Sucia, tm trabalhado
para acolher os recm-chegados.
Embora muitos pases na Europa
estejam recebendo milhares de re-
fugiados, uma deciso unilateral de
controle fronteirio s conseguir
acentuar os problemas de emigra-
o e asilo e estagnar o desenvol-
vimento e a promoo de solues
internacionais.
COMPANHIA DE JESUS CRIA GERAL
Saiba mais em centroastalli.it FO
TO: H
TTP
://EN
.JR
S.N
ET
18 Em
-
18 19Em Em
Ao longo do tempo, os Exerccios
Espirituais de Santo Incio de Loyola
tm sido adaptados e atualizados. Ago-
ra, o padre Robert VerEecke deu aos EE
novo significado por meio da dana. No
espetculo maior glria de Deus, o je-
suta interpreta Incio em uma combi-
nao de teatro e dana.
Criado originalmente pelo padre
VerEecke em 1990, por motivo dos 450
anos da fundao da Companhia de
Jesus e do quinto centenrio do nas-
cimento de Santo Incio, o trabalho
entrelaa msica, dana e escritura no
dilogo com o texto dos Exerccios Es-
pirituais. Em 25 anos, o espetculo j
foi apresentado em teatros e igrejas re-
lacionados com parquias, colgios e
universidades da Companhia de Jesus
nos Estados Unidos, Canad e Jamaica.
Assista apresentao no
link bit.ly/1SILpXg
19Em
OS EXERCCIOS ESPIRITUAISPOR MEIO DA DANA
O Pe. Geral nomeou:
O padre Herminio Rico (POR), novo vice-assistente eclesi-stico da CVX (Comunidade
NOMEAES
de Vida Crist). O jesuta nasceu em
1961, ingressou na Companhia de Je-
sus em 1981 e foi ordenado em 1994.
Ele substitui o padre Luke Rodregues
(BOM), que exerceu a funo durante
seis anos.
-
20 21Em Em
A COMPANHIA DE JESUS NA AMRICA LATINA CPAL
Iniciamos o ano de 2016 sob a perspectiva da 36 Congregao Geral. Ela foi convocada para eleger um novo Superior Geral. E
apresenta-se como ocasio prop-
cia muitos postulados assim o in-
dicam para repensar as estruturas
de governo da Companhia de Jesus. O
contexto da nossa misso de servio
da f e promoo da justia em um
mundo intercultural e inter-religioso
exige revisar as estruturas de gover-
no para a misso. E esse um dos te-
mas escolhidos para serem tratados
na Congregao.
Outro tema origina-se do chama-
do que ns, jesutas, sentimos para
uma renovao espiritual e comu-
nitria para a misso. Essa consci-
ncia de sermos chamados, embora
pecadores necessitados de converso
constante, torna-se maior perante os
desafios da misso.
Sentimo-nos chamados, convi-
dados, convocados pelo Senhor para
segui-lo na misso de anunciar e ini-
ciar o Reino. Chamados a partilhar
a misso de Jesus, a colaborar com
Ele. Esse chamado no individual.
Fomos chamados pessoalmente, mas
chamados junto com outros, para
formar comunidades para a misso.
Ser jesuta ser parte de um corpo
maior, a Igreja. A imagem do corpo,
CHAMADOS
Pe. Jorge Cela, SJPresidente da CPAL
usada por So Paulo na sua carta aos Corntios, ajuda-nos
a descobrir a riqueza que isso traz. Lembra-nos que esse
corpo a Igreja o Cristo ressuscitado. No encontro
com os outros, encontramo-nos com Ele. Ajuda-nos a des-
cobrir com humildade que no somos o centro, que so-
mos, apenas, parte de algo maior,que no homogneo,
mas tem toda a riqueza e complexidade da diversidade de
um corpo. Ajuda-nos, tambm, a aceitar essa diversidade
como dom.
Quando nos descobrimos no Corpo de Cristo que a
Igreja, encontramo-nos como colaboradores na misso de
Cristo:pecadores, porm chamados, no individualmen-
te, mas como corpo, para formarmos o corpo para a mis-
so, comunidades que so misso.
Diante dos desafios de um mundo em rpida mudan-
a, nossa misso chama-nos converso contnua, a uma
atitude de abertura na comunidade. Como Igreja, passa-
mos, nos ltimos tempos, pela vergonha de termos que
reconhecer publicamente nosso pecado. Um novo chama-
do humildade e converso, no desde as glrias que
proclamamos, mas desde a fraqueza. Essa deve-nos tornar
mais abertos misericrdia e ao perdo.
A 36 Congregao Geral um bom motivo para que,
neste ano, nossas comunidades coloquem-se em discer-
nimento do apelo de Deus a cada um de ns e como comu-
nidade, como corpo para a misso. Dever ser um ano de
peregrinao para o encontro com o Cristo ressuscitado,
que nos convida a assumir a sua misso. Um ano de reno-
vao pessoal e comunitria para a misso.
SENTIMO-NOS CHAMADOS, CONVIDADOS, CONVOCADOS PELO SENHOR PARA SEGUI-LO NA MISSO DE ANUNCIAR E INICIAR O REINO
-
20 21Em Em
Entre os dias 16 e 18 de dezem-bro, foi realizada a Assem-bleia da Plataforma Apostlica Amaznia. O encontro contou com a
participao de 46 jesutas, dentre os
quais o provincial, padre Joo Rena-
to Eidt, e parte do staff de governo da
Provncia dos Jesutas do Brasil (BRA).
A dinmica usada na Assembleia foi
o mtodo VER, JULGAR e AGIR, quando se
contextualizou a realidade atual em que se
encontra a presena jesutica na regio da
Amaznia. luz da misso da Companhia
de Jesus, foi possvel vislumbrar aes
que possam responder prioridade da
Ordem religiosa, que a Amaznia. Tam-
bm foi possvel perceber o contexto e o
momento em que se encontram o Projeto
Na busca de maior articulao en-
tre o Projeto Pan-amaznico da CPAL
(Conferncia dos Provinciais Jesutas
da Amrica Latina) e as universidade
da Companhia de Jesus, oito professo-
res da Universidade Javeriana de Bo-
got (Colmbia) de diversos cursos, da
vice-reitoria acadmica e do setor de
responsabilidade social da instituio
foram recebidos em Letcia.
O encontro contou tambm com
a participao de outros professores
e pesquisadores que atuam na regio
de fronteira. Alm dos momentos de
dilogo, os visitantes percorreram o
rio Amazonas, o que proporcionou o
conhecimento da realidade do terri-
trio da regio colombiana. A visita
CPAL ARTICULA UNIVERSIDADES NA PAN-AMAZNIA
ASSEMBLEIA DA PLATAFORMA APOSTLICA AMAZNIA
significa mais um passo importante
na busca de formas concretas de cola-
borao na qualificao da regio, seja
no campo do ensino, da investigao
ou da pesquisa.
Fonte: Pan-Amaznia SJ Carta Mensal n 22 Dezembro 2015
Pan-amaznico da CPAL (Conferncia dos
Provinciais Jesutas da Amrica Latina) e a
Rede Eclesial Pan-amaznica (REPAM), e
como esses atores articulam-se para forta-
lecer a misso com os povos indgena e o
cuidado com o meio ambiente.
Acesse o link (bit.ly/1SjqOIv) do Portal Jesutas Brasil e faa o
download das edies completas
da Pan-Amaznia SJ Carta Mensal.
-
22 23Em Em
COMPANHIA DE JESUS EDUCAO
REDE JESUTA DE EDUCAOPARTICIPA DE EVENTO DO CIEC
A Confederao Interamericana de Educao Catlica (CIEC) realizou em So Paulo, de 13 a 15 de janeiro de 2016, o 24 Congresso
Interamericano de Educao Catlica.
O evento teve por objetivo repensar
e relanar o papel da Escola Catlica
para o sculo XXI na Amrica, luz
das anlises das propostas educativas
eclesiais, em dilogo com os desafios e
com as realidades de nosso continen-
te. Presente ao encontro, o ministro da
Educao, Alosio Mercadante, agrade-
ceu o apoio da Igreja Catlica Educa-
o desde os primrdios da histria do
Brasil. Segundo ele, a escola catlica
tem um papel fundamental nesse mo-
mento de construo da Base Nacional
Curricular Comum, nos diversos f-
runs de participao e reflexo.
O delegado para a Educao Bsica
da Provncia do Brasil da Companhia de
Jesus, padre Mrio Sndermann, afir-
ma que esse tipo de evento fortalece o
Apostolado Educativo da Igreja Catlica
como um todo. O encontro com pro-
fissionais da Educao de outras con-
gregaes e centros educativos permite
mergulhar em diferentes espaos e for-
mas de aprendizagem, alm de visuali-
zar sadas criativas para os desafios que
permeiam a Educao hoje e propiciar
a troca de experincias, ressalta padre
Mrio. O congresso aproximou educa-
dores de toda Amrica Latina, provoca-
-nos a fazer parcerias a fim de garantir a
formao integral e inclusiva a que nos
propomos.
A Rede Jesuta de Educao foi re-
presentada pelo Colgio Anchieta, de
Porto Alegre (RS), que participou da
mesa-redonda Famlia-Escola. O dire-
O CONGRESSO APROXIMOU EDUCADORES DE TODA AMRICA LATINA, PROVOCA-NOS A FAZER PARCERIAS A FIM DE GARANTIR A FORMAO INTEGRAL E INCLUSIVA A QUE NOS PROPOMOS
Padre Mrio Sndermann, delegado para a Educao Bsica da Provncia do Brasil
O ministro da Educao, Alosio Mercadante, agradeceu o apoio da Igreja Catlica Educao
-
22 23Em Em
tor acadmico do Colgio, professor
Drio Schneider, falou sobre os projetos
do Anchieta que sistematizam a parti-
cipao dos pais, como a Jornada Pais
& Filhos: encontros e desencontros;
o Projeto Apadrinhamento e o Nosso
Jeito de Aprender, todos dentro de um
programa maior, o Valorizao da Vida.
Em 2015, os alunos do 5 ano do Ensino Fundamental do Col-gio dos Jesutas, motivados pelo professor de Ensino Religioso, Gerry
Adriano da Silva, contriburam com a
campanha Cofrinho Solidrio. O valor
Segundo Schneider, a ideia era
apresentar, na prtica, o que a insti-
tuio de ensino catlica cultiva em
suas aes e mostrar de que forma o
tema Escola e Famlia desenvolvido
no sentido de buscar espaos de escu-
ta e partilha, de inovao e conexo
em um trabalho de parceria. O con-
gresso foi uma grande oportunida-
de de mostrar a identidade da Rede
Jesuta de Educao, as experincias
pedaggicas significativas e, tambm,
em ampliar os horizontes com novas
aes na perspectiva de projetos co-
muns para toda Rede, afirma o dire-
tor do Colgio Anchieta.
ALUNOS DO COLGIO DOS JESUTAS REALIZAM DOAO DE CADEIRAS DE RODAS
arrecado pelos estudantes possibilitou
a compra de cadeiras de rodas que, no
dia 4 de dezembro, foram entregues no
Abrigo Santa Helena, em Juiz de Fora
(MG), por oito alunos.
O Abrigo Santa Helena, instituio
civil e filantrpica fundada h 98 anos,
abriga pessoas idosas carentes. Na vi-
sita, os alunos foram acompanhados
pelo professor de Ensino Religioso da
srie e pela professora Leila Maria Bal-
bino Paiva.
-
24 25Em Em
COMPANHIA DE JESUS JUVENTUDES E VOCAES
No dia 30 de janeiro, os novi-os da Companhia de Jesus, Clevisson Rabelo, Edmo Flores, Francisco Jnior, Jobson Ra-
mos, Lucas Maurcio e Paulo Henri-
que professaram os votos de pobreza,
castidade e obedincia perptuos. A
cerimnia foi realizada na Comuni-
dade Santo Incio, em Feira de Santa-
na (BA), e reuniu familiares, amigos
e jesutas, entre eles o padre Joo Re-
nato Eidt, provincial do Brasil
Entre os dias 4 e 8 de janeiro, o Pateo do Collegio recebeu um grupo de 18 estudantes jesutas da Amrica Latina, para o curso sobre a
Histria da Companhia de Jesus.
Durante essa semana, as historia-
doras do Pateo do Collegio apresen-
taram um panorama da Ordem reli-
giosa ao longo dos quase 500 anos de
histria. Alm disso, os estudantes
puderam conhecer um pouco mais
sobre a atuao dos jesutas no Pateo
do Collegio e sua presena na cidade
de So Paulo.
Considerando a importncia da
preservao e difuso da memria his-
trica da Companhia de Jesus, o Pateo
do Collegio coloca-se disposio de
todos os interessados no curso.
NOVIOS PROFESSAM OS PRIMEIROS VOTOS
Lucas Mauricio, Edmo Flores, Paulo Henrique Laurencio, Francis Junior, Clevisson Rabelo e Jobson Ramos
ESTUDANTES JESUTAS PARTICIPAM DE CURSO DE HISTRIA SOBRE A COMPANHIA DE JESUS
Saiba mais E-mails: [email protected] | [email protected] | Telefone: (11) 3105-6899
FOTO
: CO
MU
NID
AD
E SA
GR
AD
O C
OR
A
O
DE
JESU
S
-
24 25Em Em
O MEJ (Movimento Eucarstico Jovem) promover seu 3 En-contro Nacional, entre os dias 15 e 17 de julho. O evento ser realizado
na FAJE (Faculdade Jesuta de Filosofia e
Teologia), em Belo Horizonte (MG). Com
o tema Jovens para um mundo novo, a
O Espao Magis Capixaba promo-veu a 2 edio da peregrinao Mochilao, entre os dias 21 e 24 de janeiro. Os cerca de 40 jovens que
participaram da experincia percorreram
35 km entre a comunidade de Alto Pongal
at o Santurio Nacional de So Jos de
Anchieta, na cidade de Anchieta (ES).
A experincia foi dividida em trs
etapas, duas de 10km e uma de 15km.
Durante os trs dias, os jovens participa-
ram de missas e viglias nas comunida-
des Dois Irmos, Simpatia, Emboacica e
So Mateus. Entramos na dinmica do
discernimento, buscando a liberdade
que nasce do corao. Nas viglias, os
peregrinos reconheceram o cansao, os
medos e as necessidade de confiar na
infinita misericrdia de Deus, afirma o
jovem Gerson Brando, que colabora no
Espao Magis Capixaba.
Na etapa final da experincia, os
jovens caminharam rumo ao Santurio
Nacional So Jos de Anchieta. Nesse
ltimo trecho, recebemos a visita de
uma jovem cadeirante e de sua irm,
que muito nos alegraram. Superando
todas as dificuldades e desafios, as duas
seguiram conosco, enchendo-nos de
alegria e fervor, diz Gerson.
Para Simone Aparecida Monti Sil-
va, a experincia ficar guardada para
sempre em sua memria. O Mochila-
MOCHILAO NO ESPRITO SANTO
3 ENCONTRO NACIONAL DO MEJestimativa que cerca de 300 pessoas
ligadas ao MEJ, em diversas regies do
pas, participem.
O encontro contar ainda com a pre-
sena dos padres jesutas Eliomar Ribei-
ro, diretor Nacional do Apostolado da
Orao-Movimento Eucarstico Jovem
(AO-MEJ) no Brasil, e Frdric Fornos,
diretor Mundial do AO-MEJ. Alm dos
momentos de partilha e confraterniza-
o entre os jovens, a pauta do evento
trar os seguintes assuntos: os desafios
da evangelizao da juventude, novas
metas e objetivos do Movimento.
o foi muito alm do que eu esperava.
Nesses dias de peregrinao, encon-
trei respostas que h muito tempo
procurava. Deus se fez presente em
todas as coisas, principalmente nas
mais simples, em cada passo, em cada
parada, em cada desafio, encontrava
sempre as pessoas certas e as palavras
certas. E, no silncio de cada momen-
to de orao, Deus me falava: Pacin-
cia, tudo tem seu tempo, e eu estou
contigo! . Todas as minhas inseguran-
as e angstias tiveram um fim. Hoje,
eu vejo as dificuldades que tenho de
outra forma. Agradeo muito a Deus
por ter participado dessa experincia,
no foi um privilgio, foi uma oportu-
nidade para mim, ressalta a jovem.
-
26 27Em Em
NA PAZ DO SENHORIR. JOS LYBINO SCHTZPor Pe. Incio Spohr
Ir. Jos Lybino Schtz, conhecido como irmo Schtz, nas-
ceu no distrito de Jlio de Castilhos, em Alto Feliz (na poca, per-
tencia ao municpio de So Sebastio do Ca, Rio Grande do Sul),
no dia 25 de dezembro de 1922. Filho de Miguel Schtz e Josefina
Freiberger, fez o curso primrio na Escola Paroquial de Alto Feliz.
Na dcada de 1940, prestou o servio militar, conhecido
como tiro-de-guerra. Lybino foi empregado no Colgio Santo
Incio, na Estao So Salvador. No dia 31 de janeiro de 1941,
chegou a Pareci Novo (RS) para ser irmo jesuta. Meio ano
depois, ingressou na Companhia de Jesus, tambm em Pareci
Novo, no dia 1 de agosto de 1941, tendo como Mestre de No-
vios o Pe. Lo Kohler.
Ao trmino do Noviciado, emitiu os primeiros votos, em 15
de agosto de 1943. Dez anos mais tarde, em 15 de agosto de 1953,
na festa da Assuno de Nossa Senhora, foi incorporado defini-
tivamente Companhia de Jesus por meio dos ltimos votos.
Naquele perodo de nossa histria, os Irmos Coadjutores no
faziam a Terceira Provao; somente os padres.
Alguns meses aps o Noviciado, em 11 de fevereiro de 1944,
Ir. Schtz foi destinado ao Colgio Cristo Rei, em So Leopoldo
(RS), onde exerceu os encargos de porteiro e alfaiate por diversos
anos. O Cristo Rei tinha iniciado suas atividades dois anos antes
de sua chegada e a casa estava cheia de gente. Assim, servios
no faltavam para atender a tantos hspedes: alfaiataria, roupa-
ria, lavao da roupa; batinas, alfaias das capelas etc.
De abril de 1957 a agosto de 1960, encontramos o Ir. Schtz
no Colgio Catarinense, em Florianpolis (SC), tambm como
porteiro e alfaiate. Na dcada de 1960, fez o curso de Madureza,
conhecido Artigo 99, em Canoas (RS). Muitos dos nossos irmos
jesutas aproveitaram essa ocasio para aperfeioar seus conhe-
cimentos, uma vez que, em pocas anteriores, eles no podiam
estudar depois de ingressar na Companhia de Jesus.
Dia 29 de agosto de 1960, o Ir. Schtz voltou novamente ao
Colgio Cristo Rei para continuar seu trabalho de alfaiate e rou-
peiro, funes que assumiu fiel e generosamente por dezenas de
anos. Alm disso, dedicou-se ao cuidado dos jesutas enfermos e
idosos. Em muitas ocasies, esteve ao lado deles como anjo da
guarda para atend-los em suas necessidades. Nos momentos
de vida comunitria, foi um fiel preparador do cafezinho para os
companheiros aps as refeies.
Em janeiro de 2014, j com as foras debilitadas, foi transfe-
rido, definitivamente, para o Instituto So Jos, em So Leopol-
do. Mesmo estando na Casa de Sade, no deixou de se ocupar
com o ofcio que sempre exerceu: a costura de roupas. Em abril
de 2015, sofreu uma queda no quarto, o que lhe afetou muito os
movimentos e, a partir da, necessitou de cadeira de rodas.
Em sntese, a vida do Ir. Lybino Schtz foi a de um ex-
celente companheiro, sempre fiel nos encargos de porteiro,
roupeiro, alfaiate, enfermeiro, cuidador dos hspedes e, prin-
cipalmente, cuidador de seus irmos enfermos, enquanto as
foras lhe permitiam. o irmo jesuta que residiu mais tem-
po na mesma casa: 69 anos no Cristo Rei. Alm dos trabalhos,
foi sempre uma presena discreta na comunidade, homem
simples, disposto, caridoso. Um benemrito da Provncia e
homem de Deus. Quantos momentos de orao silenciosa
diante do sacrrio, de vida eucarstica e devoo mariana!
O Ir. Lybino amou a Companhia de Jesus como me, sendo
exemplo para muitos jovens jesutas e para outras pessoas.
Sem dvida, uma testemunha de jesuta. Deus o acolha na
paz eterna!
ALM DOS TRABALHOS, FOI SEMPRE UMA PRESENA DISCRETA NA COMUNIDADE, HOMEM SIMPLES, DISPOSTO, CARIDOSO. UM BENEMRITO DA PROVNCIA E HOMEM DE DEUS.
-
26 27Em Em
AGENDA |JUBILEUS
CECREI (Centro de Espiritualidade Cristo Rei)Local | So Leopoldo (RS)Orientador | Pe. Miguel Schroeder, SJSite | www.cecrei.org.br
SIES Salvador (Servio Inaciano de Espiritualidade)Tema | Trduo PascalHorrio | 8h s 12hLocal | Salvador (BA)Coordenao | Equipe do SIES
Casa de Retiros Itaici /Vila Kostka Local | Indaiatuba (SP) Orientador | Pe. Raniri de Arajo Gonalves, SJSite | www.itaici.org.br
MARO
Mdulo ISIES Salvador (Servio Inaciano de Espiritualidade)Local | Salvador (BA)Orientador | Pe. Jos Antnio Netto, SJContato | [email protected]
4 A 6CURSO DE CAPACITAO PARA ACOMPANHANTES E ORIENTADORES DE EXERCCIOS ESPIRITUAIS (EE-CAP)
8 A 16
13
18 A 20
RETIRO DE ACOMPANHAMENTO DIRIO (8 DIAS)
MANH DE ORAO PREPARAO PARA A PSCOA
JESUS NOS REVELA A MISERICRDIA DO PAI
75 ANOS DE COMPANHIAEm 1 de fevereiro
Pe. Jos de Souza Mendes
70 ANOS DE COMPANHIAEm 1 de fevereiro
Pe. Mrio Hisatugo
Pe. Ary de Freitas
Em 28 de fevereiro
Pe. Egdio Francisco Schmitz
Pe. Leopoldo Adami
60 ANOS DE COMPANHIAEm 7 de janeiro
Pe. Casimiro Abdn Irala Arguello
Em 28 de fevereiro
Pe. Albano Krbes
Pe. Hugo Ignacio Bersh
Pe. Kuno Paulo Rhoden
Pe. Lus Incio Stadelmann
Pe. Miron Alexius Stoffels
50 ANOS DE COMPANHIA Em 1 de fevereiro
Pe. Geraldo M. Labarrre Nascimento
Pe. Jos Ivo Follmann
Em 2 de fevereiro
Pe. Spencer Custdio Filho
25 ANOS DE COMPANHIA Em 1 de fevereiro
Ir. Jorge Luiz de Paula
Ir. Paulo Srgio Costalonga
Em 6 de fevereiro
Ir. Carlos Alberto Ribeiro Diniz
Pe. Itamar Carlos Gremon
Pe. Jos Abel de Sousa
Em 12 de fevereiro
Ir. Vendelino Kroetz
25 ANOS DE SACERDCIOEm 19 de janeiro
Pe. Clvis C. Carmo Cabral