EM TEMPO - 7 de dezembro de 2014

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VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 2,00 O JORNAL QUE VOCÊ LÊ ANO XXVII – N.º 8.560 – DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICAS, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA E ELENCO. MÁX.: 32 MÍN.: 23 TEMPO EM MANAUS AMBIENTES QUE, EM PRINCÍPIO, OFERECEM CONFORTO E SEGURANÇA, OS SHOPPING CENTERS TÊM SIDO PALCO DE TUMUL- TOS, INCÊNDIOS, ACIDENTES, ASSALTOS E ATÉ BRIGAS DE GANGUES. MESMO COM SEGURANÇA REFORÇADA, MUITAS VEZES O QUE SE VÊ É UM DESPREPARO PARA CONTER CERTOS INCIDENTES. POLÍTICA A7, DIA A DIA C1 E ECONOMIA B5 IONE MORENO RICARDO OLIVEIRA A escritora Carmen Novoa lança, na quinta-feira, o livro “1980 – João de Deus em Manaus”, que reúne relatos da visita do papa João Paulo 2º à cidade. Plateia D1 O dia em que o papa veio a Manaus MEMÓRIA Dez jogos realizados entre clubes, na Arena da Amazônia, renderam mais de R$ 13 milhões. Cerca de R$ 1,3 milhão foi para os cofres públicos. Pódio E3 Arena fatura R$ 13 mi em 10 partidas FUTEBOL O sabor da Amazônia na cultura do guaraná Novas técnicas de cultivo impulsionam a produção do guaraná em Maués, onde o fruto é mais rico em guaranina do que o colhido na Bahia, considerado o maior produtor nacional. Economia B1 SHOPPING? VOCÊ ESTÁ SEGURO NO Até janeiro de 2015, devem ser colhidas pelos ribeirinhos mais de 300 toneladas de guaraná ATÉ QUE PONTO VOCÊ ESTÁ SEGURO? Incidentes com crianças foram algumas das ocorrên- cias registradas, nos últimos meses, nos shopping centers da cidade SHOPPING DOMINGO Na hora de arrumar as malas, a dica é saber escolher os itens que vão compor seu visual e levar pe- ças que possam ser combinadas entre si. Elenco 4 e 5 A coleta seletiva de resíduos é uma medida sustentável que pode gerar benefícios, tanto para o meio ambiente quanto para a so- ciedade. Salão Imobiliário 1 Beber regularmente até duas taças de vinho durante as refeições ajuda a dar consistência e elasti- cidade à pele, na terceira idade. Saúde & Bem-estar F2 A reviravolta no capita- lismo para frear o aquecimento global e o surgimento de uma nova época geológica: o antropo- ceno. Ilustríssima G4 e G5

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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VENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTEVENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTE

PREÇO DESTA EDIÇÃO

R$

2,00O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

ANO XXVII – N.º 8.560 – DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICAS, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA E ELENCO. MÁX.: 32 MÍN.: 23

TEMPO EM MANAUS

AMBIENTES QUE, EM PRINCÍPIO, OFERECEM CONFORTO E SEGURANÇA, OS SHOPPING CENTERS TÊM SIDO PALCO DE TUMUL-TOS, INCÊNDIOS, ACIDENTES, ASSALTOS E ATÉ BRIGAS DE GANGUES. MESMO COM SEGURANÇA REFORÇADA, MUITAS VEZES O QUE SE VÊ É UM DESPREPARO PARA CONTER CERTOS INCIDENTES. POLÍTICA A7, DIA A DIA C1 E ECONOMIA B5

ION

E M

ORE

NO

RICARDO OLIVEIRA

A escritora Carmen Novoa lança, na quinta-feira, o livro “1980 – João de Deus em Manaus”, que reúne relatos da visita do papa João Paulo 2º à cidade. Plateia D1

O dia em que o papa veio a Manaus

MEMÓRIA

Dez jogos realizados entre clubes, na Arena da Amazônia, renderam mais de R$ 13 milhões. Cerca de R$ 1,3 milhão foi para os cofres públicos. Pódio E3

Arena fatura R$ 13 mi em 10 partidas

FUTEBOL

O sabor da Amazônia na cultura do guaraná

Novas técnicas de cultivo impulsionam a produção do guaraná em Maués, onde o fruto é mais rico em guaranina do que o colhido na Bahia, considerado o maior produtor nacional. Economia B1

SHOPPING?

VOCÊ ESTÁSEGURO NO

Até janeiro de 2015, devem ser colhidas pelos ribeirinhos mais de 300 toneladas de guaraná

ATÉ QUE PONTO VOCÊ ESTÁ SEGURO?

Incidentes com crianças foram

algumas das ocorrên-cias registradas, nos

últimos meses, nos shopping centers

da cidade

SHOPPING

D O M I N G O

Na hora de arrumar as malas, a dica é saber escolher os itens que vão compor seu visual e levar pe-ças que possam ser combinadas entre si. Elenco 4 e 5

A coleta seletiva de resíduos é uma medida sustentável que pode gerar benefícios, tanto para o meio ambiente quanto para a so-ciedade. Salão Imobiliário 1

Beber regularmente até duas taças de vinho durante as refeições ajuda a dar consistência e elasti-cidade à pele, na terceira idade. Saúde & Bem-estar F2

A reviravolta no capita-lismo para frear o aquecimento global e o surgimento de uma nova época geológica: o antropo-ceno. Ilustríssima G4 e G5

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A2 Última Hora MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

Fotógrafo e chefe da Al-Qaeda morrem em açõesManhã de sábado registra mortes de refém norte-americano no Iêmen e de líder de operações terroristas, no Waziristão

SÃO PAULO, SP - O fotojornalista norte-americano Luke So-mers, 33, que havia

sido sequestrado pela Al-Qae-da, em setembro de 2013, foi morto ontem, numa tentativa de resgate - a operação, or-ganizada pelo governo dos Estados Unidos e o exército iemenita, foi realizada em Shabua, no sul do Iêmen.

Informações concedidas pelo Ministério de Defesa do Iêmen afirmavam que reféns norte-americanos haviam sido libertados numa opera-ção que matou dez membros da Al Qaeda, grupo terroris-ta islâmico - o ataque foi realizado por drones norte-americanos. Mais tarde, o governo dos Estados Unidos foi informado que Somers havia sido morto.

Na última quinta-feira (4), a Al Qaeda divulgou um vídeo em que ameaçava Somers de morte. Nele, o dirigente da Al Qaeda na Península Arábica, Nasser bin Ali al Ansi, leu um comunicado que afirma-va que os Estados Unidos conheciam perfeitamente suas exigências e deu um prazo de três dias para que fossem cumpridas.

O presidente dos Estados

Unidos, Barack Obama, con-denou o “bárbaro assassinato” de Somers. O Ministério da Defesa do Iêmen ainda não se pronunciou sobre o caso.

O resgate do refém já havia sido tentado, sem sucesso, em novembro pelas autoridades americanas. Na ocasião, que libertou oito prisioneiros, o Ministério da Defesa iemenita

detalhou que Somers, o sul-africano Pierre Korbie e um britânico tinham sido troca-dos de lugar dois dias antes.

A Al Qaeda opera nas pro-víncias do Sul e do Leste do Iêmen - em Shabua, o grupo terrorista conta com a prote-ção das tribos locais.

Sequestros de estrangeiros são frequentes no Iêmen. Nos últimos 3 anos, a Al Qaeda

lucrou dezenas de milhões de dólares com o pagamento de resgates em troca da liberta-ção dos prisioneiros.

Chefe de operaçõesAdnan El Shukrijumah, che-

fe de operações exteriores da Al-Qaeda, foi morto pelo exér-cito paquistanês ontem. O di-rigente do grupo terrorista era procurado pelo governo dos Estados Unidos, acusado pela tentativa de atentado no metrô de Nova York em 2009.

Ele foi morto em um ataque aéreo contra a província de Waziristão do Sul, na região de Shinwarsak, na fronteira com o Afeganistão, para onde tinha fugido após ofensiva do exército paquistanês no Waziristão do Norte, segundo um comunicado das Forças Armadas - a ostensiva contra a Al-Qaeda na região teve início em junho e já matou 1100 insurgentes e 100 membros das Forças Armadas.

Na operação, outros cinco insurgentes foram captura-dos, um soldado morreu e outro ficou ferido.

Segundo os dados divul-gados pelo FBI, Adnan El Shukrijumah tinha 39 anos de idade e era natural da Arábia Saudita. Norte-americano Luke Somers havia sido sequestrado pela Al-Qaeda em setembro de 2013

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ULG

AÇÃO

Órgãos intensificam ação contra casos de chikungunya

Após a confirmação do ter-ceiro caso de chikungunya no Amazonas e a suspeita de mais seis que estão sob in-vestigação, foi intensificada ontem a campanha contra o mosquito Aedes aegypti - transmissor da dengue e da chikungunya. A mobiliza-ção do “dia D” de prevenção ocorreu na capital, em 31 municípios do Amazonas e no restante do país.

Em Manaus, a concentra-ção foi na sede do Distrito de Saúde Leste, no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste. Mais de 2,5 mil agentes es-tão envolvidos com a cam-panha para orientar sobre a prevenção das doenças, em 400 Unidades Básicas de Saúde (UBS) espalhadas pela capital.

Para evitar as doenças é preciso extinguir os criadou-ros do mosquito. Por isso, a intensificação da campanha

“10 minutos contra a den-gue”, baseada na checagem rápida das residências. “Esta campanha é necessária para intensificar o combate. A profilaxia não funciona só com ação da autoridade sanitária. Só funciona com a participação do cidadão”, explica o secretário muni-cipal de saúde, Homero de Miranda Leão.

A previsão da secretaria é que, em Manaus, 68% da população seja atingida pela chikungunya, se não houver prevenção. “Por enquanto, só registramos casos ‘importados’. Temos que alertar para implemen-tar medidas de controle, principalmente por estar-mos no período chuvoso. Em 2014, tivemos 5 mil casos de dengue e em 2013 foram 15 mil, uma dimi-nuição significativa”, diz o presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), Ber-nardino Albuquerque.

Decisão da Justiça libera prefeito de Boca do Acre

O prefeito do município de Boca do Acre (distante 950 quilômetros de Manaus) e presidente da Associação Amazonense dos Municí-pios (AAM), Iran de Souza Lima (PSD), foi solto e deve retomar suas atividades políticas normalmente já nos próximos dias. A infor-mação é do delegado do município, Fábio Aly Freitas, que recebeu o alvará de soltura na noite de sex-ta-feira (5). Iran Lima foi preso, suspeito de desviar recursos do Fundo de De-senvolvimento da Educação Básica (Fundeb), para pagar a uma servidora pública de Boca do Acre, em troca de serviços domésticos.

A prisão em flagrante aconteceu na última ter-ça-feira (2) e foi realizada por agentes da Polícia Fe-deral de Rio Branco (AC), durante a operação Rancho. As denúncias que partiram do Ministério Público do Amazonas (MP/AM) estão relacionadas aos crimes de peculato e improbidade administrativa. Durante a ação da PF, também fo-ram investigadas possíveis doações de cestas básicas, durante o período eleitoral de 2012, quando conquis-tou o cargo.

A operação Rancho ainda cumpriu 11 mandados de busca e apreensão, todos no município. Durante as buscas, foram vistoriadas as residências do prefeito, de dois secretários muni-cipais e de uma vereadora,

assim como os gabinetes destes três últimos.

A liberação de Iran Lima veio depois de pedido de liberdade provisória, impe-trado por sua defesa, junto ao Tribunal Regional Fede-ral da 1ª Região em Brasília, na última quarta-feira (3). Nas alegações apresenta-das à Justiça, a advogada Carla Luz Abreu afirmou que a relação da servido-ra com sua família é de

amizade e que assim como qualquer outro funcionário público da cidade, ela, é merendeira em uma escola próxima a casa do prefeito, cumpre com os horários de seu expediente.

Mas, de acordo com o promotor de Justiça Ar-mando Gurgel Maia, a servidora foi encontrada na casa de Iran Lima, em horário de trabalho.

Durante o período em que o gestor municipal esteve preso, o responsável por administrar a cidade foi o vice-prefeito Alysson Perei-ra (DEM). Iran Lima, que já está no seu terceiro manda-to, foi aclamado presidente da AAM em 2013.

Ferreira Gullar toma posse como novo imortal na ABL

RIO DE JANEIRO, RJ - Numa cerimônia concorrida, o poeta e colunista da “Folha de S.Paulo” Ferreira Gullar, 84, assumiu na sexta (5) a cadeira 37 da ABL (Academia Brasileira de Letras), suce-dendo ao poeta e tradutor Ivan Junqueira (1934-2014).

Em seu discurso, de lin-guagem simples e pontuado por anedotas, Gullar falou sobre o caminho que o levou à Academia e homenageou seus antecessores.

Entre os convidados estavam a atriz Fer-nanda Montenegro e o cartunista Ziraldo.

O evento aconteceu no sa-lão nobre do Petit Trianon, a sede da Academia, no Centro do Rio.

Gullar abriu seu discurso agradecendo aos amigos acadêmicos que tanto insis-tiram para que ele se candi-datasse a uma vaga na casa, como José Sarney, Eduardo

Portella, Ana Maria Machado, Cicero Sandroni e Antonio Carlos Secchin.

Desde sua candidatura, Gullar vem sendo alvo de críticas por inconsistência. Ele, que é conhecido por sua postura transgressora, esta-ria traindo seu passado ao participar de uma instituição que representa a tradição.

Gullar referiu-se à gui-nada como coerente com suas escolhas na vida, sempre surpreendentes.

“Como minha vida tem se caracterizado não pelo previ-sível, mas pelo inesperado, ao decidir-me pela candidatura à que nunca aspirei, agi como sempre agi, ou seja, optar pelo imprevisível”.

Seguindo a tradição, ho-menageou os ocupantes da cadeira 37: Alcântara Ma-chado, Getúlio Vargas, Assis Chateaubriand, João Cabral de Melo Neto e seu anteces-sor, Ivan Junqueira.

LETRAS

Mosquito Aedes aegypti é o causador da doença

Ferreira Gullar é poeta e colunista da “Folha de S.Paulo”

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AÇÃO

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AÇÃO

ALVARÁCAMPANHA

RESUMOO fotojornalista Luke Somers foi morto pelo grupo terrorista Al-Qa-eda durante operação americana de resgate, enquanto Adnan El Shukrijumah foi alvo de ataque aéreo do exército paquistanês

DESVIOIran Lima foi preso, suspeito de desviar recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), para pagar a uma servidora pública, em troca de serviços domésticos

JOELMA MUNIZEquipe EM TEMPO

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014 A3Opinião

Por estar absolutamente certa do seu absolutismo ou atordoada pelas reações contrárias aos seus desígnios até na base aliada, a presidente Dilma Rousseff tornou a negociata e o assédio moral do seu (des)governo com os partidos que lhe garantiriam a governabilidade em mais um mandato, em lei.

Para liberar o dinheiro das emendas dos parlamentares ao orçamento da nação, Dilma quer “um por fora”, um cheque em branco para que o mau discernimento do governo dela conserte como quiser o valor do estrago no superávit primário das contas públicas do país, aquela conta que os petistas se acostumaram a jogar nas costas dos brasileiros. Nada mais acintoso, o cinismo institucionalizado.

Da bancada amazonense, pelo menos um protesto: “Dilma fez estelionato”, gritou da tribuna o de-putado federal do Amazonas Pauderney Avelino (DEM). “O país só perde em transparência nas suas contas públicas, perdendo posições no mercado internacional, o que com certeza baixará nossa nota nos rankings. Isso signifi ca que os títulos da dívida pública fi carão mais caros”. Pauderney insiste em que um dos grandes problemas é o fato da presidente não ter largado ainda o cargo de ministro da Fazenda: “Com o ex-ministro Guido Mantega, ela era quem comandava. E agora com o novo [Joaquim Levy], até o momento ela dá mostras de que continua à frente das decisões do ministério”.

O palhaço deputado de mais de um milhão de votos, Tiririca (PR-SP), não achou graça nenhuma e se insurgiu contra bancada do seu partido (o mesmo do senador amazonense Alfredo Nascimento) e votou contra a pretensão da presidente. O absurdo, no entanto, está se transformando em lei. A presidente Dilma Rousseff está, literalmente, comprando votos no Congresso. Quem disse que a penitenciária da Papuda encerrou o mensalão?

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para a iniciativa do governo do Estado em criar o Memorial do Futebol Amazo-nense Flaviano Limongi, que funcionará na Arena da Amazônia Vivaldo Lima. Mais do que justo para o homem que deixou um legado importante na história do futebol amazonense.

Memorial do Limongi

APLAUSOS VAIAS

Inconstitucional

Segundo o tucano, a ideia é que os governa-dores pressionem suas bases no Senado para que a matéria seja en-caminhada para a Co-missão de Constituição e Justiça.

— A medida é total-mente inconstitucional, pois a Constituição bra-sileira só permite ao Senado definir teto para alíquota estadual (ICMS) em caso de lití-gio. Sem litígio, olha o precedente que vai se abrir –, afirmou.

Sabe de nada, ino-

cente! O governador de São

Paulo disse que já tele-fonou para dez gover-nadores.

— E ninguém tinha a menor ideia do que estava acontecendo e nem informação a res-peito da matéria! – sur-preendeu-se o governa-dor paulista.

Só no papel Segundo Alckmin, o

Brasil é uma República Federativa, mas é muito mais “no papel”, porque os Estados e municípios

são “extremamente frá-geis”.

— Aqui, a gente liga a televisão e o dia in-teiro é Brasília, Brasí-lia e Brasília. Somos extremamente centra-lizados!

Natal em casa O brasileiro Breno, ex-

zagueiro do São Paulo e do Bayern de Munique, deixará a prisão no pró-ximo dia 20 e poderá retornar ao Brasil antes do Natal.

Barbara Stockinger, porta-voz do Tribunal de Justiça da Baviera (Alemanha), informou nesta sexta-feira que o atleta de 25 anos será solto após cumprir dois terços da pena de 3 anos e nove meses.

Natal em casa 2 Assim, Breno poderá

voltar a atuar profis-sionalmente e há boa chance de ser integrado ao elenco do São Paulo, clube com o qual tem contrato até outubro de 2015.

Em julho de 2012, ele foi condenado por in-cendiar a própria casa, na Alemanha.

Bonzinho, pero no mucho!

Um membro do Judi-

ciário do Amapá, em conversa com um jorna-lista de Manaus, disse que o senador Randolfe Rodrigues (AP) é “muito bom, sim”, mas, para a mídia e para as grandes pelejas nacionais.

— Mas, para o Amapá, ele é péssimo. Não nos ajudou em nada e nunca conseguiu nada para o Estado.

Saudades de Sar-

ney O membro do Judiciá-

rio tem na ponta da lín-gua o nome do político que foi “bom demais” para o Amapá.

— Ele mesmo. Bom era o “Zé” Sarney. Este, sim, tem nome, história e moral para abrir as portas para o Amapá. Pena que vai sair!

Cabra bom José Sarney, depois

de cansar o eleitorado de seu Estado, o Ma-ranhão, se candidatou pelo Amapá.

E foi senador por mais 24 anos.

Para a marca Bonare e para a fábrica Goiás Verde Alimentos Ltda., responsá-veis pela produção do Extrato de Tomate, que tinha pelo de rato acima do limite de tolerância da Anvisa, de 1 em 100g.

Bonare

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), está fazendo uma verdadeira “cruzada” para que os governadores e senadores de seu Estado se unam em uma ação política no Congresso Nacional para impedir a votação, na próxima terça-feira (9), de um projeto de resolução que reduz o teto de cobrança do ICMS para internet banda larga para 10%.

Alckmin revelou a estratégia durante jantar oferecido aos presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, que participam em São Paulo do 101º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça.

A ‘cruzada’ de Alckmin

DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO

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Agora é lei: ou dá ou desce

Foi na noite da quarta feira, 26/11/2014, que a ação criminosa e pervertida foi perpetrada contra cerca de duzentas pequenas aves, cujo pe-cado parece ter sido apenas saudar o pôr e o nascer do sol com seus gritos, verdade que estridentes, mas sobre-tudo alegres. Na essência, gritos de expressão da própria Natureza.

Aliás, esta pertinência à Natureza foi o que defl agrou a sentença de morte dos pobres periquitos, pois vivemos numa cidade que, embo-ra amazônica, inserida no âmago da fl oresta, manifesta claramente seu verdadeiro ódio precisamente àquilo que deveria ter como uma bênção recebida.

O sonho dos amazonenses é, e cada vez é mais, o sonho de des-matar, de devastar o rico ambiente fl orestal que lhe foi dado. Se for erigir um bairro ou um condomínio residen-cial, antes derruba todas as árvores e produz um pequeno deserto, nem sempre tão pequeno. Se for construir um aeroporto, arrasa tudo à sua volta e planta um estacionamento apenas de cimento, sem um arbusto que produza sombra.

Hoje, sua maior aspiração é ver concluída essa famigerada BR-319, que será a cunha a abrir o caminho para todos os projetos de devasta-ção e que jamais poderá substituir as vias naturais do transporte fl uvial. Por estas e outras, saúdo os para-enses, que protegem suas seculares mangueiras, mesmo que seus frutos caiam sobre os carros.

Mas, o assunto deste é o assas-sinato dos periquitos, curiosamente acontecido justo entre dois luxuosos condomínios, reservas privativas da mais requintada elite da cidade, o Ephigênio Salles e o Mundi. Como há dias o assunto está em pauta, aqui venho para somar a minha indignação e juntar a minha voz ao grito do “periquitaço” popular, ao mesmo tempo em que, modes-

tamente, quem sabe possa trazer alguma contribuição à identifi cação dos malfeitores.

Tenho diariamente escutado, em importante emissora da cidade, as abalizadas vozes e as competentes opiniões de dois respeitados investi-gadores, R. Holmes e M. Watson, tão seguros da elucidação que até colo-caram seu patrimônio numa aposta contra a hipótese do envenena-mento das aves. Lamentavelmente, parece que em alguns dos periquitos foi identifi cada a ocorrência de he-morragia interna, o que fala a favor do uso de veneno.

Seja como for, até agora o único sucesso a comemorar foi a retirada das ridículas, perniciosas e deformadoras redes postas sobre as copas das pal-meiras. Este, aliás, é detalhe curioso: plantar palmeiras imperiais, símbolos reais, é um sintoma inequívoco da presunção e da arrogância daquelas comunidades. Ora, cobri-las é aleijá-las, portanto uma contradição total.

Com todo o respeito a Holmes e a Watson, só vejo um caminho a seguir: se somente ali ocorreu a matança e como em qualquer investigação começa-se por perguntar a quem interessaria o crime, é evidente que, por princípio, são suspeitos e devem ser investigados e interrogados to-dos os habitantes e funcionários dos condomínios que, supostamente, se sentiam incomodados pela algazar-ra dos barulhentos periquitos.

Como a gritaria só ocorre na hora do recolhimento, ao fi m da tarde, e na hora da partida, ao amanhecer, e como ali não deve haver ninguém que durma à hora das galinhas, é claro que os incomodados eram pessoas que não têm o hábito de acordar muito cedo. A ocorrência foi grave, pois a ninguém é dado o direito de dispor da Vida. Precisa, pois, ser elucidada. Resta saber quem terá a necessária coragem para penetrar naqueles feudos.

João Bosco Araú[email protected]

João Bosco Araújoopiniao

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas

EM TEMPO

A misteriosa morte dos periquitos

[email protected]

Com todo o respeito a Holmes e a Watson, só vejo um caminho: se somente ali ocorreu a ma-tança e como em qualquer investigação começa-se por pergun-tar a quem interessaria o crime, é evidente que são suspeitos e devem ser investigados e interrogados os habitantes e funcionários dos condomí-nios”

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A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

FrasePainelVERA MAGALHÃES

Um grupo de trabalho a ser criado nesta semana vai regular eventuais acordos de leniência com empresas investigadas na operação Lava Jato. Integrarão a iniciativa AGU (Advocacia-Geral da União), CGU (Controladoria-Geral da União), Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e Ministério Público Federal. O grupo vai defi nir regras de “compliance” e ressarcimento de valores desviados e requisitos para as empresas continuarem a contratar com o setor público.

Uniforme Até agora são nove as empresas investiga-das por suposto pagamento de propina e superfaturamen-to em obras da Petrobras. A intenção é fi rmar um conjunto de condições que sejam váli-das para todas que se propu-serem a fechar acordos.

Separado Os eventuais arranjos administrativos não interferirão na investi-gação criminal dos desvios na Petrobras pela Polícia Federal, Ministério Público e Justiça.

Global A advogada Bea-triz Catta Preta, que coor-denou o acordo de delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, registrou uma em-presa na Florida (EUA) no fi m de outubro, a Catta Preta Consulting.

No papel Procurada pela coluna, a criminalista afi r-mou que a fi rma não come-çou a funcionar e foi aberta apenas como um “plano fu-turo”, pois tem muitos clien-tes brasileiros em Miami.

Concorrência Entre as apreensões da Lava Jato, há um e-mail de Leo Pinheiro, presidente da OAS, para o dono da empreiteira, Cesar

Mata Pires, em fevereiro de 2012, cujo assunto é “Mar-celo Odebrecht”, presidente da empresa que leva o so-brenome.

Concorrência 2 “Estive ontem em Juazeiro do Nor-te. Como o nosso Marce-lo é do tamanho do nosso Grampinho, ninguém o viu”, escreve Pinheiro, comparan-do a estatura do herdeiro da Odebrecht à do prefei-to de Salvador, ACM Neto (DEM) – usando um antigo apelido.

Veneno Mata Pires, ex-genro de Antonio Carlos Magalhães, com quem era rompido, replica, com ironia: “Pertencem a uma terceira geração de grandes e pode-rosos líderes. Ambos caris-máticos e obstinados”.

Castelo... A difi culdade em aprovar a alteração da meta fi scal mostrou ao Pla-nalto que, com o crescimento da oposição e o aumento de dissidentes, será difícil obter quórum e votos para aprovar as promessas de campanha de Dilma Rousseff .

... de cartas Entre os pe-tistas, uma preocupação é que o partido fi que cada vez mais refém de Renan

Calheiros e do PMDB. Nas votações da última sema-na, não foi fácil chegar a 41 senadores, o mínimo necessário para impedir a derrubada da sessão.

Sem raio-x Técnicos do TSE (Tribunal Superior Eleito-ral) que analisam as contas de campanha de Dilma relatam que o prazo que receberam é curto demais para verifi car a regularidade de todas as notas. Só será possível encon-trar “fraturas expostas”.

Bedel Chamou a atenção do palácio a ausência de mais de 15 deputados do PT na votação da meta fi s-cal. Os nomes dos faltosos foram para a lista negra do Planalto.

Abestado Tiririca (PR-SP) tomou uma bronca do secretário-geral do partido, Antônio Carlos Rodrigues, por ter votado contra o governo. “Vocês pediram para eu fi car no plenário, não para votar a favor”, retrucou o deputado.

Macacão Além de ter agendado mesa de dis-cussão com sindicalistas no início do próximo man-dato, Dilma marcou reu-nião com as cinco maiores centrais amanhã.

Seara administrativa

Contraponto

Ao fi nal de mais uma sessão extraordinária sem quorum na Câmara nesta última semana, o deputado Emanuel Fernandes (PSDB-SP) brincou com Dr. Ubiali (PSB-SP), que ocupava a presidência da Mesa.– Por que Vossa Excelência, quando encerrava a sessão, disse “nada mais havendo a tratar”, se não tratamos de nada aqui hoje?Ouvindo o papo, Chico Alencar (PSOL-RJ) ironizou:– Colegas, tratamos dos mais variados assuntos, desde o meio-dia! No Parlamento muito se parla, embora, ultimamente, no Legislativo pouco se legisle...

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Falso cognato

Tiroteio

DE ARTHUR NETO (PSDB), prefeito de Manaus (AM), sobre procuradores terem feito um paralelo entre o esquema que havia na Petrobras e o PCC.

Não foi só o Aécio a comparar o governo do PT a uma organização crimi-nosa. Agora o Ministério Público Federal endossa a tese.

Em dezembro, às vésperas do Natal, a Igreja celebra solene-mente a Imaculada Conceição de Maria, mãe de Jesus e do povo da Nova Aliança, Corpo de Cristo na História. Diante do mistério da encarnação do Verbo, ela declara que Deus preparou a vinda do fi lho preservando de todo pecado aquela que o geraria e o carregaria em seu seio. Esta certeza se expressa na repetição constante da oração que retoma a saudação do Anjo no momento da Anunciação, quando a jovem de Nazaré é declarada cheia de graça.

A graça de Deus, vida divina que cria e conserva, e que é Ele mesmo na sua terceira pessoa, o Espírito Santo, escolhe Maria e a torna em primeiro lugar emi-nentemente humana, capaz de responder livremente à proposta divina. Tudo é graça, dirão os grandes místicos. Tudo é reco-nhecido como graça quando nos agradecimentos rituais as pes-soas começam seus discursos reconhecendo a intervenção di-vina nas suas vidas. Esta entrada de Deus na história é o núcleo central da fé cristã. Todos os dog-mas marianos, toda a devoção e todo o carinho que o povo de Deus dedica a Maria vêm desta convicção fundamental, ela é a cheia de graça. Cheia de graça, ela se apresenta como modelo de humanidade redimida e elevada a sua condição original. O Senhor fez em mim maravilhas, será o seu cântico de louvor.

Contemplar a Imaculada é lem-brar-se da dignidade humana tantas vezes perdida. Contem-plar a sua imagem é encher o coração de esperança, na cer-teza de que a graça transforma, age no mundo e nas pessoas e é capaz de restaurar a vida.

Católicos nascem, crescem e envelhecem ouvindo e rezando as palavras do Anjo, repetidas à exaustão nas Ave Marias que vão acompanhando a vida nas mais diversas situações, porque a cheia de graça é mãe.

No dia 8 de dezembro, saímos em procissão acompanhando pelas ruas centrais da cidade mãe, a metrópole, a imagem da Imaculada Conceição. Logo na chegada do cristianismo a estas terras ela foi declarada padro-eira. Será depois venerada com outros títulos, dentre eles o mais famoso, o de Nazaré. Queremos também venerá-la como Nossa Senhora da Amazônia e em Ma-naus aos poucos vai surgindo um santuário que integra a devoção mariana, a consciência ecológica e o desafi o de anunciar e viver o Evangelho numa grande ci-dade amazônica. Mas é sempre a Imaculada que é invocada e celebrada. Ela que nos foi dada como mãe no evento decisivo da Cruz, quando a graça se encontra com o pecado e o destrói, tor-nando possível a vida nova dos redimidos. Esta mesma graça preservou Maria, esta mesma graça age na nossa vida.

Somos todos cheios de graça e desafi ados a permitir que a graça atue em nós. Pedimos a Maria que rogue por nós nos dois momentos decisivos de nossa vida, agora e na hora de nossa morte. A graça que atua no tempo, transforman-do-o em eternidade faz da nossa existência uma manifestação do divino. O Verbo se encarna em cada pessoa que está disposta a ser verdadeiramente humana. Celebrando o modelo de huma-nidade que é Maria, sejamos mais imagens de Deus, que nos quer participantes da sua vida, cheios de graça.

Dom Sérgio Eduardo [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Dom Sérgio Edu-ardo Castriani

Arcebispo Metropolitano de

Manaus

Queremos também venerá-la como Nossa Senhora da Amazônia e em Manaus aos poucos vai surgindo um santuário que integra a devoção mariana, a consciência ecológica e o desafi o de anunciar e viver o Evangelho numa grande cidade ama-zônica”

Cheia de graça

Olho da [email protected]

Criança pintada com espuma de sabão se diverte nas águas ainda limpas do rio Negro, enquanto a “moça do tempo” na televisão tenta adivinhar o que acontecerá com o clima que está trocando a data das estações. Quando se espera o inverno das chuvas, chega o verão das águas baixas e banzeiros mansos – e vice-versa. É melhor não mexer nessa paisagem

RICARDO OLIVEIRA

Não se preocupem, obrigado por tudo. Sei que todo mundo estava preocupado com minha saúde, mas estou bem. Convido a todos, mais uma vez, para vir ao Brasil para os Jogos Olímpicos. Vamos partici-

par juntos, isso vai ajudar a melhorar minha saúde. Obrigado a Deus e a todos que oraram por mim

Pelé, o Rei do Futebol, publicou um vídeo, na tarde de sexta-feira 5, no seu perfi l do Facebook, em que aparece tocando violão ao

lado da família, e agradecendo aos fãs em português e em inglês.

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Page 5: EM TEMPO - 7 de dezembro de 2014

MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014 A5Com a palavra

O que ocorre é que muita gente em Manaus não se deu conta de que vive envolto pela floresta mais rica do mun-do e tenta fazer do seu ambiente algo diferen-te, copiando modelos de fora”

A sete meses da reali-zação do Congresso Neotropical de Ornito-logia e do Avistar Brasil

2015, em Manaus, a capital amazonense, há pouco menos de duas semanas, foi palco de um episódio lastimável: a morte de 200 aves da espécie Broto-geris versicolurus, conhecida na região como periquito-de-asa-branca. O episódio indignou boa parte da população, que cobra explicações para o que ocorreu com o bando de aves que dia-riamente sobrevoa a avenida Ephigênio Salles e o seu entorno, no bairro Aleixo, Zona Centro-Sul de Manaus, onde também utilizam as árvores como abrigo e dormitório. Há dois anos, os periquitos estiveram em uma outra polêmica.

Na ocasião, a administração do Condomínio Ephigênio Salles utilizou telas de proteção para cobrir as copas das 20 palmeiras imperiais, situadas no jardim de entrada do residencial. A ale-gação à época era a de que as aves estariam prejudicando as palmeiras, ao pousar nas copas das mesmas. Para o biólogo e técnico responsável pela cole-ção de aves do Instituto Nacio-nal de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Marco Aurélio da Silva, 37, a polêmica em torno do tema é necessária, por colocar em debate a preservação da fauna local.

EM TEMPO - Há alguma relação entre os periquitos e uma possível doença nas palmeiras que eles utiliza-vam para pouso?

MARCO AURÉLIO DA SIL-VA - Se você mexer na área em que o animal habita, sempre vai ter um reflexo. Aparentemente, os animais estavam muito bem ali, até a instalação daquelas redes nas palmeiras, há mais ou menos uns dois anos. Temos que considerar também que aquelas palmeiras imperiais são uma espécie exótica, uti-lizada para paisagismo, para adorno. Não é uma espécie brasileira, é proveniente do Ca-ribe. O periquito é uma ave da

Marco AURÉLIO da Silva

‘Cada vez que você agride um ser QUE NÃO CONSEGUE SE DEFENDER, você dá um passo atrás na sua civilidade’

O que Manaus está mostrando neste momento, com este episódio das aves, é que ela está indigna-da e quer dar um passo à frente. Isso é a única coisa boa que po-demos tirar deste episódio”

SÍNTIA MACIELEquipe EM TEMPO

FOTOS: RAIMUNDO VALENTIM

fauna amazônica. A legislação ambiental diz que a fauna local tem prioridade sobre qualquer outra coisa, você não pode pro-teger um enfeite, um adorno, em detrimento da fauna local, da fauna selvagem brasileira. O que houve ali foi que, com a pretenção de proteger as palmeiras, foram instaladas aquelas redes. Eu afirmo que as palmeiras não sofrem nada por conta dos periquitos. Elas parecem palmeiras doentes, mas por conta de problemas de fungos e ácaros, que podem estar atacando aquelas pal-meiras. Elas estão em um clima diferente, em um solo diferente, provavelmente sendo atacadas por parasitas e patógenos. Não há nenhum laudo dizendo que os periquitos são um problema para aquelas plantas.

EM TEMPO - O Inpa tem algum mapeamento das aves da cidade, ou algo parecido?

MAS - Não. Conhecemos a avifauna da região de Manaus, sabemos qual é essa fauna. Eventualmente há acréscimos de uma espécie migratória ou invasora, da fauna brasileira mesmo, mas que está entran-do na Amazônia por conta de desmatamentos que ocorrem, como, por exemplo, da região central do país.

EM TEMPO - É normal a ocorrência de revoadas de aves naquela área?

MAS - A revoada deles é nor-mal. Ali é uma área de pernoite, de dormida. O animal ali não está buscando alimento, nada disso. É uma área onde eles estão para dormir. É normal de espécies que vivem em bando terem uma área específica para dormitório. Geralmente, é uma área segura, livre de predado-res. Aquele trecho em que está situado o condomínio tem duas características importantes: a altura das palmeiras e a ilumi-nação. As palmeiras são muito elevadas, o que dá uma possi-bilidade de visão muito boa e é uma área muito iluminada, por conta da iluminação do condomínio. O bando consegue enxergar um predador de longe,

caso ele apareça.EM TEMPO - Afora a re-

gião Centro-Sul, quais ou-tras áreas podem encontrar este tipo de ave? Elas cor-rem risco de extinção?

MAS - Pela cidade intei-ra há espaços que servem de dormitórios. As aves também se deslocam à procura de ali-mentos e área de reprodução também. Elas não correm risco de extinção por ser uma espé-cie comum na Amazônia. Essa espécie se beneficiou também com a instalação do homem na cidade, por ser de área de várzea, que geralmente é um ambiente mais aberto. Quando abrimos o ambiente para a ins-talação da cidade, essa ave nos acompanha. Se dermos abrigo (palmeiras altas) e alimento (fruteiras), ela se instala na cidade sem problemas.

EM TEMPO - Enquanto não sai o laudo oficial sobre o que aconteceu com as 200 aves mortas, há apenas especulação. Porém, surgiu uma nova hipótese de que o bando teria sido atacado, para a venda ilegal. É co-mum essa procura?

MAS - Essa espécie, pelo que eu saiba, não faz parte de um mercado ativo de aves. Pelo que eu sei, existem outras espécies que são mais procuradas, por serem mais raras. Quanto mais rara é a espécie, mas alvo ela se torna do tráfico de animais. Essa é mais uma versão no meio de tantas outras, mas as duas possibilidades que não se descartam são a de distúrbio e envenenamento. É prudente aguardar o resultado do laudo e saber o que há de concreto. O importante mesmo é a discussão que está haven-do. Cada vez que você agride um ser que não consegue se defender, você dá um passo atrás na sua civilidade. Essa mobilização das pessoas em Manaus é muito legal, pois a cidade está indignada e quer dar um passo à frente, e isso é muito interessante.

EM TEMPO - Em julho de 2015, haverá dois eventos sobre aves, em Manaus. A

morte desses pássaros não cria uma imagem negativa para a cidade?

MAS - Com certeza. Manaus é procurada por observadores de aves de todo o mundo. É um tipo de turismo diferenciado, porque é um público muito exigente, restrito e com alto poder aquisitivo. Se ele quer ver um determinado passarinho, ele paga o que for para ver essa ave. Obviamente, ele vai querer ir para um lugar onde as aves que ele tanto gosta sejam respeitadas, que possam viver livremente. Há cidades no Bra-sil com iniciativas públicas de formação de parques e trilhas específicas para observadores de aves, sabendo que este é um filão importante. Curitiba e São Paulo são exemplos, com guias impressos, fotos de aves e tudo para esse público. Manaus per-de muito. Nos Estados Unidos, por exemplo, em um ano, este tipo de turismo movimenta em torno de U$S 100 milhões e 30 mil empregos diretos relacio-nados à prática.

EM TEMPO - O que pode ser feito para preservar os bandos de periquitos que circulam pela cidade?

MAS - Deixá-los em paz. Deixar os animais viver em seu ambiente, não mexer em área de pouso ou de ali-mentação. Se for necessário, que seja com planejamento e inspeção técnica, com as devidas autorizações dos ór-gãos ambientais, pois eles farão uma avaliação se é realmente necessário ou não. O que ocorre muitas vezes é que muita gente em Manaus não se deu conta de que vive envolto pela maior floresta tropical do mundo, a floresta mais rica do mundo, e tenta fazer da sua paisagem em volta algo diferente daquilo que deve ser.

Os nossos modelos paisa-gísticos, as nossas habitações, todos são modelos importados. Queremos áreas com gramados belíssimos e palmeiras exóticas, sendo que nós temos palmeiras belíssimas na região, e que ser-viriam para adorno, e melhor adaptadas ao clima e à fauna.

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A6 Política MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

Câmara vai gastar R$ 666 milhões em gabine-tes

A Câmara deve construir dois prédios para deputados federais terem “mais confor-to”. Somados, os novos anexos vão custar mais de R$ 666 milhões. A obra deve ser to-cada durante a provável pre-sidência de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Serão construídos o bloco B do Anexo 4, com 86 gabinetes para os que hoje ocupam gabinetes mais modestos, no Anexo 3, e o Anexo 5, com auditórios, salas e vagas na garagem.

Custos sideraisSó os projetos do bloco B

do anexo 4 já custaram mais de R$ 3 milhões aos contri-buintes. A obra é estimada em R$ 425 milhões.

O STF não sabeO Anexo 5 está previsto

para ser construído em um estacionamento usado pelo Supremo Tribunal Federal. O STF não sabia dos planos.

‘Necessidade’Segundo a assessoria da

Câmara, as obras atendem à “necessidade de ampliação da estrutura”, além de dar confor-to às suas excelências.

Novo senadorO ex-senador e empresário

Raimundo Lira (PMDB-PB) já se prepara para assumir no Senado assim que Vital do Rêgo tomar posse no TCU.

Deputados vetam indica-ção de Alves a ministério

Além do desprezo de Dilma e Lula, reiterado na campa-nha eleitoral, o presidente da Câmara, Henrique Alves, enfrenta outro obstáculo para se tornar ministro: resistên-cia na bancada do PMDB, da qual foi líder por anos. Duas dezenas de deputados, leais

ao Planalto, comunicaram ao vice Michel Temer que a indi-cação de Henrique é da “cota pessoal” do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), e “não representa a bancada”.

Qualquer umOs deputados do PMDB

também pediram a Ricardo Berzoini que sejam nomeados ministros de Dilma deputados federais com mandato.

Pior que está, fi caHenrique Alves soube da

reunião dos correligionários com Temer e tentou enqua-drá-los, o que os irritou ainda mais.

Ser oposição é...Ex-aluno de Armínio Fraga,

o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deve se preparar para as críticas dos tucanos. Vão partir para o ataque.

Mare NostrumA estatal francesa Direction

des Constructions Navales, que constrói com a Odebrecht o submarino nuclear brasi-leiro de R$ 2,7 bilhões, levou mais R$ 5 milhões da Mari-nha para “assessorar a mo-dernização” do porta-aviões São Paulo, o velho ex-Foch francês. E sem licitação.

O Esporte é nossoA bancada do PCdoB de-

fende a permanência de Aldo Rebelo (SP) no Ministério dos Esportes. Ele não disputou a reeleição para atender Dilma, em razão da Copa. Mas o par-tido saiu das urnas menor.

Livro-caixa 2Após “dinheiro não contabi-

lizado” do mensalão de Lula, o governo Dilma inventou a “contabilidade criativa” e até propina com recibo, no petrolão. E sem ao menos pagar o imposto sobre ser-viços (ISS).

Desfecho vergonhosoRelator da CPMI da Pe-

trobras, Marco Maia (PT-RS) pediu a membros da comis-são para não marcar novos depoimentos. Ele não quer mais ter trabalho até o fi nal vergonhoso das “investiga-ções”, no dia 18.

Sinos de NatalO 13º atrasado dos Correios

não tirou o espírito natalino de Wagner Pinheiro, seu pre-sidente: planeja “visita ofi cial” ao Rio Grande do Sul, com jogo de futebol companheiro, e esticada com a família a Gramado.

E agora, José?O PSDB estuda requerimen-

to à CPMI para pedir explica-ções ao ex-presidente da Pe-trobras José Sérgio Gabrielli, em razão da revelação do ex-diretor Paulo Roberto Costa de que o consultou antes de enviar aviso à então ministra Dilma sobre os “problemas” na estatal.

Feira modernaNinguém aperta o cinto

no Planalto: entre biscoitos, achocolatados e geleias nos R$ 265,6 mil reservados para 2015, chama a atenção o leite em pó desnatado 300g a R$ 11,75. Custa R$ 9,20 nos supermercados.

Se a moda pega...O governo da Bolívia pediu

à população que compre ao menos 400 mil produtos da Nacional de Textiles, para aju-dar a estatal a pagar dívida de US$ 15 milhões junto a uma extinta empresa privada.

Pensando bem......após incentivar imigran-

tes a se habilitarem ao Bolsa Família, o próximo passo do governo do PT será conceder-lhes título de eleitor.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Serão eles despachantes do PT no Supremo?”

DEPUTADO ANTÔNIO IMBASSAHY (PSDB-BA), sobre a defesa que Adams e Cardozo, candidatos ao STF, fazem de Lula no caso do petrolão

PODER SEM PUDOR

Como recuperar o juízoO deputado Paulo Pereira da Silva

(PDT-SP), o Paulinho da Força, tentava forçar o então presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a suspender o aumento salarial dos deputados:

- Se você colocar isso em votação, não poderei convidá-lo à festa de 1º de Maio da Força. Você ia ser mais vaiado que o Severino Cavalcanti…

Chinaglia é truculento, mas não é louco: as festas de 1º de Maio da Força atraem até dois milhões de pessoas, interessados em sorteios de carros e até de apartamentos. E a discussão do reajuste foi suspensa.

Jogamos em casa, diz Dilma em Quito Ao discursar na Cúpula Extra-

ordinária da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), em Quito, no Equador, a presiden-ta Dilma Rousseff destacou a palavra “integração” para convidar os presidentes dos 12 países que compõem o bloco a se unirem pelo enfrentamento da crise internacional, para a criação de projetos de infra-estrutura e a preservação da estabilidade democrática da região. Repetindo a palavra “integração” por oito vezes, Dilma aproveitou sua fala para

elogiar a construção da nova sede da Unasul na capital equatoriana. “Temos a maior clareza da importância da in-tegração no nosso continente. Portanto, consideramos fun-damental buscar formas tan-to de integração econômica e de infraestrutura logística quanto energética”, disse a presidente, antes de participar da cerimônia de inauguração da nova sede.

Dilma fez referência à me-táfora futebolística do secre-tário-geral da Unasul, Ernesto

Samper, que, quando esteve no Brasil, disse que se sente “jugando de local” (jogando em casa, em português) quan-do visita o país. “E, quando via-jamos pelo continente, como é o caso de hoje, sempre ‘jugamos de local’”, disse.

Em uma retrospectiva dos desafi os e avanços da Una-sul nos últimos meses, a presidente defendeu ações conjuntas que, na sua opi-nião, vão contribuir para a consolidação da agenda ex-terna do grupo.

CONFERÊNCIA

DIVULGAÇÃO

Protagonistas de vários escândalos, Sarney e Roseana se despedem da vida política no país

Para especialistas, a “decadência da família Sarney” se deu pela baixa chance de os dois saírem vitoriosos nas eleições

Roseana decreta decadência da família Sarney na política

Em menos de 60 dias, dois nomes que há muitos anos sempre se destacaram na política

nacional sairão de cena: José e Roseana Sarney. Pai e fi lha se aposentam da vida pública após o fi m de seus mandatos como senador e governadora, respectivamente. Na análise de especialistas, a “decadência da família Sarney” se deu pela baixa chance de os dois saírem vitorio-sos nas eleições deste ano.

Na política desde 1990, Rose-ana Sarney (PMDB) decidiu, aos 61 anos, seguir os caminhos do pai e não ocupar mais cargos públicos. O mandato dela no go-verno do Maranhão termina no dia 31 de dezembro. O cientista político David Fleischer avalia que difi cilmente ela tentará alguma eleição no futuro.

“Ela foi minha aluna na Uni-versidade de Brasília (UnB) nos anos 70. Foi uma aluna muito inteligente, fazia análises ex-celentes, tirava notas muito boas. Mas ela tem alguns pro-blemas de saúde que podem ser um fator para ela não voltar à política ativa. Além disso, ela tem alguns netos para cuidar também. Cuidar de neto é uma grande atividade”, diz Fleisher.

Para o cientista político Ro-gério Schmitt, a saída anteci-pada do cargo representaria um gesto de derrota, já que o candidato apoiado pela família nas eleições deste ano, Lobão Filho (PMDB), perdeu para Flá-vio Dino (PCdoB), da oposição. “Se a renúncia acontecer, é um sinal de que ela não tem um bom relacionamento com o seu

sucessor. Não quer, digamos, sair na foto ‘passando a faixa’ para ele”.

Outros temposA família Sarney foi a princi-

pal força política no Maranhão durante décadas. A segunda geração (Roseana) sai sem dei-xar herdeiros. Um dos sinais de enfraquecimento dessa “di-

nastia”, segundo Schmitt, foi a derrota dela nas urnas em 2006, quando Jackson Lago foi eleito governador. Por uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2009, os mandatos de Lago e do vice foram cassados por abuso de poder econômico durante a campanha. Segunda colocada, Roseana assumiu.

Trajetória de escândalosO pai, José Sarney (PMDB-

AP), 84, já foi presidente da República, prefeito de São Luís, governador do Maranhão e está no Senado há 40 anos. Além da idade avançada, outro fator pesou no anúncio da aposenta-doria dele, segundo Fleischer.

Pai e fi lha já protagoniza-ram escândalos. Como, por exemplo, em 2002, quando Roseana e o marido não con-seguiram explicar a origem de cerca de R$ 1,3 milhão da empresa que eram sócios, a Lunus, que não haviam sido declarados. José Sarney tam-bém foi personagem de desta-que no caso dos Atos Secretos no Senado. Descobriu-se que parentes eram funcionários da casa, além de outras irregu-laridades envolvendo verbas e contratações.

IMPOPULARESSenador José Sarney e a fi lha, Roseana, se aposentam da vida pública após o fi m de seus mandatos. Baixa popularidade acele-rou a saída dos dois da vida pública, após décadas no poder

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MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014 A7Política

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Presente em um tumulto dentro de um shopping, no Adrianópolis, Marcelo Ramos chama a atenção para a falta de segurança dos estabelecimentos de Manaus em situações de emergências

‘É estarrecedora a fragilidade dos shoppings’, diz

deputado

Opções, comodidade, confor-to e lazer fazem parte dos itens obrigatórios na lista de tarefas dos grupos que

pretendem, ou já investiram alto, na construção de centros comerciais de grande porte, especialmente os sho-pping centers. Porém, tido por espe-cialistas e clientes como fundamental, o nível de segurança oferecido por esses locais tem a cada dia se torna-do ponto de reflexão, já que em um curto espaço de tempo, foram postos à prova em Manaus.

Testemunha recente de uma situa-ção de tumulto em um shopping da cidade, o deputado Marcelo Ramos (PSB) ressaltou, em conversa com a reportagem, que boa parte dos empre-endimentos comerciais de grande porte em Manaus carecem de instrumentos básicos de organização e orientação. O parlamentar lembra que os espaços, por serem fundamentalmente privados, precisam de consciência e organização por parte dos funcionários e prestado-res de serviços para que, em casos de emergência, a situação seja contornada a fim de evitar pânico e tumultos entre os frequentadores.

“O que vivi junto com minha filha foi um exemplo claro de despreparo e desa-tenção a um quesito tão importante, em vista da enorme quantidade de pessoas que transitam em um shopping. Para mim, foi estarrecedor observar quão é frágil a segurança de um shopping em Manaus. Em uma situação de crise, ao invés de primar pela evacuação adequada do local, o estabelecimento teve as cancelas dos estacionamentos fechadas e os guichês de pagamento isolados”, destacou.

Ramos, que se despede do parlamento estadual e que, por conta disso, diz não

haver tempo para protocolizar Projeto de Lei (PL) voltado para a problemáti-ca, frisou que são necessárias regras que obriguem os responsáveis pelos shoppings a posicionarem um sistema de som que ajude a propagar palavras de ordem e, ainda, a liberação imediata das cancelas dos espaços reservados para os veículos. “É visível que a maior preocupação está na cobrança do es-tacionamento. Eles não se importam se as pessoas estão passando mal, ou mesmo se o shopping está ruindo, eles querem que paguemos o estacionamen-to. Absurdo e revoltante”, frisou.

MedidasDe olho nas polêmicas envolvendo

os espaços de compra, o presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador Álvaro Câmpelo (PP), já estuda com sua equipe jurídica como a casa e a comissão podem se posicionar quanto ao tema. Segundo ele, durante a sema-na, um relatório deve ser expedido, e, a partir dele, serão iniciadas medidas junto aos empreendimentos. “Tenho acompanhado as últimas notícias que envolvem o assunto e junto com a equipe que trabalha comigo já iniciei um trabalho para saber o que existe na legislação e o que pode ser proposto. A ideia é forçar os donos desses lugares a oferecer segurança digna para quem frequenta os shoppings”, detalhou.

Autor do Projeto de Lei (PL) que regulamentou a co-brança nos estacionamentos e Manaus, incluindo os dos shoppings, o vereador Wilker Barreto (PHS) sustentou que é preciso que os empresários comecem a adotar medidas de prevenção, a exemplo das usadas em países como o Ja-pão. “As situações de crise, que colocam as pessoas em risco, são iguais em qualquer parte do mundo. No Japão, eles se preparam para os terremotos e tsunamis. Aqui temos que nos precaver também, nos ade-quando às situações vividas por nossa gente. Sou a favor de programas educativos, em que as pessoas são treinadas para passar ilesas nesses ca-sos”, justificou.

Com uma média alta de

denúncias referentes aos sho-ppings, a Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Amazonas indi-ca que qualquer consumidor que se sinta lesado, ou que tenha prejuízos financeiros, principalmente os ligados aos veículos estacionados nos pátios dos espaços, re-corra aos Boletins de Ocor-rência (BOs) e os utilize ao acionar o Programa Estadual de Proteção e Orientação ao Consumidor (Procon/AM).

Derrota nos tribunaisEm uma derrota no Tribu-

nal de Justiça do Amazonas (TJAM), a Câmara Municipal de Manaus (CMM), por meio do vereador Júnior Ribeiro (PTN), teve que ver seu Projeto de Lei (PL) que obrigava os shoppings

da cidade a manter segurança à disposição do cliente até o encerramento da última ativi-dade, derrubada por uma Ação Direta de Inconstitucionalida-de (ADI), impetrada pela Asso-ciação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

O projeto já estava san-cionado e foi considerado inconstitucional pela corte do Estado. Entre os argumen-tos utilizados pela Abrasce, estava a transferência ao particular de uma obrigação que cabe ao Estado.

Na ocasião, a Procuradoria Geral da CMM foi acionada para recorrer da decisão. A reportagem tentou contato com o propositor da matéria, para descobrir novas informa-ções sobre o impasse, mas não obteve sucesso.

Vereador quer ações preventivas

O deputado Marcelo Ramos estava com

a família na hora de um incidente dentro

de um shopping

JOELMA MUNIZ Equipe EM TEMPO

SHOPPING?

VOCÊ ESTÁSEGURO NO

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Page 8: EM TEMPO - 7 de dezembro de 2014

A8 Política MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

Faltando poucos dias para realização da escolha do novo presidente, vereadores acirram a disputa pela cadeira da casa

Cadeira da presidência da CMM vira alvo de disputaA eleição para o novo

presidente da Câma-ra Municipal de Ma-naus (CMM), que deve

ocorrer no dia 17, conforme anúncio do atual presidente da casa, vereador Bosco Saraiva (PSDB), será disputa por pelo menos oito vereadores, que já declararam interesse em assumir o cargo.

Um dos que despontam a compor a cadeira principal da Mesa Diretora da CMM é o re-presentante do prefeito no le-gislativo municipal, vereador Wilker Barreto (PHS). Formado em economia, com título de mestre em sustentabilidade e meio ambiente, o parlamentar iniciou sua carreira política como assessor na Assembleia Legislativa do Amazonas (Ale-am). Barreto teve o primeiro cargo eletivo como vereador em 2008, com 7.176 votos, e foi reeleito em 2012.

Questionado sobre suas propostas para administrar a presidência, Barreto disse defender uma maior proximi-dade da Câmara com a socie-dade e que um instrumento importante que pretende de-senvolver é a TV aberta, que, segundo ele, é um projeto indicado por Bosco Saraiva.

“Eu defendo valorização de servidores, fortalecimento e cumprimento de leis muni-cipais, melhorar estrutura das comissões, entre outras propostas. O presidente é o grande magistrado no ple-nário, gestor da casa e é fundamental o equilíbrio e conhecimento do funciona-mento do poder”, concluiu.

O vereador Mário Frota (PSDB), que é graduado em direito e atua na política ama-zonense há mais de 15 anos, também está entre os nomes concorrentes à presidência da CMM. O parlamentar já teve dois mandados como deputa-do estadual (1999 a 2002 e 2003 a 2004), foi eleito vice-prefeito em 2005 e já está em seu terceiro mandato como vereador. “Eu tenho mais de 15 anos como político e tenho uma longa experiência. Isso conta. Não quero fazer uma administração egocêntrica. Penso em desenvolver uma administração compartilhada com os companheiros e demo-cratas”, disse.

O parlamentar criticou a administração de Saraiva, e a classificou como “centrali-zada”. “Quero fazer uma ad-ministração diferente”. Bosco Saraiva foi eleito deputado estadual e deverá deixar a Câmara no fim deste mês

TIAGO CORREA/DIRCOM

Formando o grupo que faz oposição à bancada do prefeito na casa, o vereador Pro-fessor Bibiano (PT), que também vai concorrer ao cargo, apresentou 18 propostas, caso seja eleito à frente do exe-cutivo municipal.

Apesar do verea-dor Sildomar Abtibol (Pros) também ter sido cotado pela base que apoia o prefeito, re-velou que ainda está estudando se irá con-correr ou não à presi-dência da casa.

Os vereadores Plínio Valério e Ednailson Ro-zenha, do PSDB, Ro-sivaldo Cordovil (PTN) e Júnior Ribeiro (PTN) também declararam que pretendem concor-rer à presidência.

Candidatos apresentam propostas

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Page 9: EM TEMPO - 7 de dezembro de 2014

EconomiaCa

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[email protected], DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014 (92) 3090-1045Economia B5

Cecomiz resiste ao manter as portas abertas

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Maués - O pequeno agricultor foi o pro-tagonista da 35ª Festa do Guaraná

de Maués, realizada no último fi m de semana, na Praia da Maresia, que celebrou a expec-tativa para a safra do biênio 2014/15. Segundo dados da Secretaria de Produção Rural do município, até janeiro do próximo ano, devem ser co-lhidas mais de 300 toneladas do produto benefi ciado, um aumento aproximado de 80% ante a última colheita.

A II Feira do Agronegócio, atividade que reuniu os seto-res da agricultura familiar da região, destacou o papel do guaranacultor na retomada da produção no Amazonas. No início da década de 1990, com a baixa produtividade e a queda dos preços, Maués perdeu para a Bahia o status de maior fornecedor nacional. A partir de 2004, graças a parcerias entre o poder pú-blico e centros de pesquisa

como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), deu-se início a um programa de revitalização da cultura do guaraná. O foco, desde então, passou a ser os pequenos agricultores.

O ponto de partida é o fornecimento de mudas pro-duzidas a partir de técnicas especiais de cultivo, como a clonagem. Enquanto mudas nativas levam até cinco anos para frutifi car, as sementes dos lotes produzidos pela Embrapa podem ser colhidas num período de dois anos.

“É um pacote tecnológico que garante a produtividade do pequeno agricultor, desde que obedecidas as normas”, assinala o secretário de Pro-dução Rural de Maués, Oran Alencar. “Com isso, o nosso faturamento para o período da safra varia de R$ 6 a R$ 8 milhões”, afi rma.

Aproximadamente 95% do extrato de guaraná obtido na fazenda Santa Helena, ad-ministrada pela AmBev, tem origem nos guaranazeiros cul-tivados por pequenos produ-

tores. “Uma das difi culdades que encontramos é a ausência de associações e cooperativas na região. A compra direta exige certa burocracia”, ob-serva o engenheiro agrônomo Roswell Hada Leal.

TécnicasMaués possui cerca de 2,5

mil agricultores familiares que utilizam o sistema de cultura diversifi cada, incluindo plan-tio para consumo próprio. Além do guaraná, produtos como a farinha de mandioca, o abacaxi e a melancia têm importante papel na geração de renda do município.

De acordo com o micro-empresário Silvio de Proença Filho, a boa qualidade do gua-raná de Maués é fruto da asso-ciação entre o conhecimento tradicional e as pesquisas de melhoramento genético.

“O nível de guaranina (alca-lóide idêntico à cafeína) das sementes pode chegar a 5% a cada 100 gramas de grão torrado. O índice mínimo exigi-do para exportação é de 4%”, explica o microempresário.

Apesar dos avanços, as novas tecnologias causam desconfi ança. Muitas vezes são consideradas ameaça aos modelos seculares de plantio. “Um exemplo é a má compreensão da técnica da clonagem, que muitos con-fundem com a questão dos transgênicos. Na verdade, trata-se de inserir uma par-te da planta adulta em uma planta menor. Este recurso proporciona um período de colheita mais curto e maior

resistência às pragas”, exem-plifi ca a engenheira agrô-noma Melanie Congretel, doutoranda em Sociologia do Meio Ambiente pela Agro-ParisTech, em convênio com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

Este recurso é o principal alvo das críticas de seu Luís Ferreira das Neves, 84, consi-derado o produtor mais anti-go do município. Morador da comunidade Vera Cruz, ele faz questão de manter os

antigos métodos de cultivo.“A clonagem garante o

crescimento mais rápido, porém, as árvores não re-sistem por mais de três anos. Tenho guaranazeiros com dezenove anos”, diz. “Houve uma época em que colhía-mos até 12 sacas por dia, a limpeza era mais cuidadosa. Hoje, eles usam roçadeiras para retirar impurezas e pre-ferem secar as sementes em vez de torrá-las. Isso altera o gosto do produto”, explica.

Cultivar com métodos antigos

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Luís Ferreira, produtor da comunidade de Vera Cruz, mantém a forma antiga de cultivar o guaraná

Maués perdeu em produtividade para a Bahia e agora investe no pequeno produtor

Novas técnicas de cultivo impulsionam produção do guaraná do pequeno pro-dutor de Maués, onde o fruto é mais rico em guaranina do que o colhido na Bahia, maior produtor nacional

DANIEL AMORIMEspecial EM TEMPO

O guaraná é nosso

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Page 10: EM TEMPO - 7 de dezembro de 2014

B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

Proposta para eliminar a burocracia favorece o PIMMercosul discute fim do entendimento de que produtos vindos da ZFM têm origem em terceiro país e não no Brasil

O Fórum Multilateral de Negócios do Mercosul de-fende também a integração dos países da América do Sul, uma vez que há inúmeras vantagens comparadas aos outros continentes.

“Temos forte capacidade de geração energética, re-

servas de petróleo e gás, geração hidrelétrica, eólica, reservas de água potável, área agriculturável, pecuária ativa, além de forte popula-ção consumidora. Isso nos permite ver que esse con-tinente tem perspectiva de forte crescimento”, afirma o

presidente da Fecam-Venez, José Francisco Marcondes.

De acordo com estudos e trabalhos realizados pelo grupo, o crescimento só será alcançado desde que o continente esteja unido em busca do mesmo objetivo, ou seja, fazer o comércio e

a integração entre o conti-nente e associar empresas em busca de investimentos conjuntos para atender ter-ceiros mercados.

“Esse é o verdadeiro pro-cesso de integração que bus-camos na América do Sul”, ressaltou Marcondes.

Empresários defendem união sul-americana

A eliminação por parte dos países do Mer-cado Comum do Sul (Mercosul) de uma im-

posição burocrática sobre os produtos fabricados no Polo Industrial de Manaus (PIM) pode favorecer a economia do Amazonas. O bloco eco-nômico estuda suprimir um entendimento que considera itens produzidos na Zona Fran-ca de Manaus (ZFM) como provenientes de um terceiro país nas transações com os membros do Mercosul.

Caso aprovada, a proposta que hoje está em discussão permitirá que produtos do PIM sejam negociados com classificação de procedência brasileira e não como de um terceiro país. A afirmação foi dada pelo presidente da Fe-deração de Câmaras de Co-mércio e Indústria Venezue-la-Brasil (Fecam-Venez), José Francisco Marcondes.

Debate O assunto foi amplamente

discutido durante o Fórum Multilateral de Negócios do Mercosul, realizado na sema-na passada, em Manaus. Se-

gundo Marcondes, a intenção de eliminar essas cláusulas burocráticas é integrar regi-ões brasileiras - em especial a Norte e a Nordeste -, em negociações com os países membros do Mercosul. “As-sim, os Estados brasileiros e

o país terão mais vantagens competitivas”, destaca.

O presidente da Fecam-Ve-nez explica que a burocracia existe por conta de protoco-los firmados entre o bloco econômico que consideram a Zona Franca, no Amazonas, e em outras localidades como um terceiro país por causa da quantidade de valores na-cionais agregados na produ-ção dos produtos que não é mensurável de acordo com os critérios do Mercosul.

INTEGRAÇÃOO Fórum do Mercosul tem como propósito a promoção de negó-cios e debates com empresários de várias regiões, incluindo de países vizinhos, para incentivar parcerias e os investimentos

SILANE SOUZAEquipe EM TEMPO

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Reunião entre os representantes de países membros do Mercosul e de Estados do Norte e Nordeste foi realizada em Manaus

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Page 11: EM TEMPO - 7 de dezembro de 2014

B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

de turistas no AmazonasRecorde histórico foi registrado em novembro passado pelo Estado, que deve fechar o ano com 15% de crescimento em relação a 2013

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EM TEMPO – Por que o fl uxo de turistas que o Ama-zonas recebe, anualmente, hoje, está aquém do poten-cial do Estado?

Oreni Braga - Primeiro, o Amazonas fi cou sem uma logística aérea adequada. Não tínhamos, por exemplo, voos que nos ligassem à Europa de forma direta, tínhamos difi cul-dades para ter voos para os Estados Unidos, que é o maior emissor de turistas do mundo, não tínhamos uma política de turismo planejada com metas pré-estabelecidas, não tínha-mos material de promoção profi ssional como temos hoje, com material de divulgação em dez idiomas. Ou seja, não tínhamos nem o básico para estimular o turismo local.

EM TEMPO – O que foi feito de concreto para mu-dar esta realidade?

OB – Adotamos uma polí-tica de turismo com progra-mas e metas estabelecidas, por exemplo, para capacitar pessoas. Somente no ano passado, capacitamos 14 mil pessoas. Investimos na infraestrutura das cidades com potencial turístico com equipamentos como Centros de Atendimento ao Turista (CATs), terminais fl uviais tu-

rísticos e sinalização. Além desses investimentos, em Manaus, estamos aparelhan-do o Centro de Convenções para que a capital amazo-nense entre efetivamente no calendário, internacional e nacional, de grandes even-tos. Também criamos uma in-terlocução institucional com o governo federal.

EM TEMPO - O orçamento de R$ 14 milhões é pouco para o turismo. O que tem sido feito para “driblar” a falta de verbas?

OB – A gente amplia es-ses recursos com verbas federais “batendo na porta” dos ministérios. Só neste ano, temos em caixa R$ 47 milhões só de captação de recursos federais.

EM TEMPO - Quais são os principais desafi os do próximo governo para for-talecer o turismo local?

OB – O principal desafi o é ter o turismo na pauta eco-nômica do Estado. É preci-so também fazer um pacto federativo entre o governo do Estado e a União e os municípios no sentido de de-fi nir na política nacional os projetos que são prioridades para o Amazonas.

EM TEMPO – Quais são essas prioridades? Pode citar algumas?

OB – Precisamos que o Porto de Manaus seja revitalizado e transformado, efetivamen-te, em um porto turístico e não mais alfandegário. Outra prioridade: dos 18 aeroportos regionais, só seis são estraté-gicos para turismo o Estado (Barcelos, Parintins, Maués Tabatinga e Tefé, além do próprio aeroporto de Manaus). É preciso cuidar melhor dessa situação. Outro desafi o é o comprometimento dos pre-feitos das cidades turísticas para que possam adotar uma política municipal e comungar com o Estado essas ações voltadas para o turismo. Não adianta o governo do Estado investir se as prefeituras não conseguem cuidar do turismo em seus próprios municípios. Precisamos também criar uma política de incentivos para o setor turístico assim como é dada para o Polo Industrial de Manaus (PIM).

EM TEMPO - O que o go-verno fez para fortalecer o turismo nos municípios no entorno de Manaus como em Iranduba e em Presi-dente Figueiredo?

OB – Já fi zemos todos os

diagnósticos nos municípios no entorno de Manaus. Temos todos os projetos prontos. O que faltam, mesmo, são re-cursos para que os projetos sejam implantados.

EM TEMPO - Quais são os principais projetos?

OB – Por exemplo, temos o projeto de construção de dois parques, em Presidente Figueiredo: o parque Galo da Serra e o parque Vitória Ré-gia. Temos o projeto de fazer cinco torres de observação de pássaros. Queremos fazer também no município de Rio Preto da Eva o centro gastro-nômico regional. Tem o proje-to de fortalecer o artesanato cerâmico de Iranduba.

EM TEMPO – Quanto o Estado precisa para trans-formar esses projetos em realidade?

OB- Em torno de R$ 100 milhões, sendo R$ 20 milhões para pequenos projetos e o resto para projetos maiores como, por exemplo, o Bio-parque está previsto para ser construído em Manaus e que terá um mega aquário com peixes regionais.

EM TEMPO – Quais são os principais gargalos tu-

rísticos em Manaus? OB- Falta melhoria na infra-

estrutura básica, paisagismo e investimentos em mobili-dade urbana, uma vez que o governo do Estado tem inves-tido na segurança da capital. Para ser uma cidade turística, é preciso ter infraestrutura básica. Manaus sofreu com a falta de uma política de turismo. Porém, os governos do Estado, ao longo dos anos, se preocuparam em ajudar Manaus. Por exemplo, não é atribuição do governo do Es-tado sinalizar Manaus. Mas, sinalizamos Manaus. Não é atribuição do governo do Es-tado construir um centro de convenções na capital, pois quem tinha que construir era a prefeitura. Porém, mesmo assim, construímos um cen-tro de convenções. O Estado tem sido pró-ativo. A Copa do Mundo foi o Estado quem realizou tanto a parte de pro-moção como a de organização toda. O prefeito Arthur (Neto) já entrou no fi nal tentando ajudar de alguma maneira. Logicamente que a prefeitura não fez o seu papel. Mas fi ze-mos o dever de casa.

EM TEMPO – O que a senhora acha da pesquisa realizada pela Fecomércio

divulgada recentemente, cujos dados mostram que 51% dos turistas não que-rem voltar a Manaus?

OB- Nós não temos aces-so a essa pesquisa. Quando ela sai é pela imprensa que fi camos sabendo. Não temos problema se alguém quer ter acesso às nossas pesquisas. A gente mostra como são feitas. Geralmente, a coleta de dados é feita na saída dos turistas da cidade. Porém, essa pesquisa da Fecomércio não temos ne-nhum conhecimento de como ela é feita. Não sabemos onde eles pesquisam, com quem, qual é o público, enfi m. Nossas pesquisas mostram que 80% dos turistas querem voltar a Manaus.

EM TEMPO – A senhora vai continuar no cargo? Já foi sondada pelo governa-dor eleito?

OB- É o governador quem decidirá. Gosto de fazer tu-rismo. Essa é a minha área, onde atuo há quase 25 anos. Porém, como é um cargo de confi ança do governador, ele tem toda liberdade de esco-lher quem ele quer para o cargo. Continuaremos traba-lhando até o último dia da mesma forma que trabalhei desde o primeiro dia.

Oreni BRAGA

‘Não tínhamos nem o básico PARA ESTIMULAR O turismo do Amazonas’

Pela primeira vez na história, mais de um milhão de turistas visitaram o Amazonas em um mesmo ano. Esse volume de pes-

soas que passou pela região é inédito para o setor turístico local.

Estimulados, principalmente, pela Copa do Mundo e pela própria marca do ecotu-rismo, até novembro de 2014, em torno de 1,1 milhão de turistas passaram pelo solo amazonense, fl uxo de pessoas recor-de para a região, de acordo com dados da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur). O movimento de turistas registrado neste ano é 15% maior do que o total de pessoas que visitou o Estado durante todo o ano de 2013, quando 957 mil visitantes desem-barcaram na região para desfrutarem as belezas do Amazonas. “Há mais de uma década, fazemos um trabalho no turismo em cima de macros programas e de me-tas estabelecidas que foram perseguidas para que a ‘marca Amazonas’ passe a ser mais conhecida no mercado inter-nacional e, também, no nacional. Nossa meta no Plano Estadual de Turismo era a de atingir um milhão de turistas em 2014”, afi rma a diretora-presidente da Amazonastur, Oreni Braga.

De acordo com Oreni, em 2003, quando assumiu a missão de comandar a pasta do turismo no Estado, o número de turistas que visitaram o Amazonas naquele ano foi de aproximadamente 185 mil pessoas, quase seis vezes menos do que o fl uxo verifi cado em 2014. “Fecharemos o ano com 15% de crescimento em relação a 2013”, salienta.

Mesmo com o bom resultado neste ano, Oreni destaca que o desempenho do Estado ainda está aquém do verda-deiro potencial existente no Amazonas. “Deveríamos receber até 3 milhões de turistas pelos atrativos que a região possui”, frisa.

Na avaliação do economista Ailson Rezende, a forte di-vulgação no exterior, onde os “mistérios” da Amazô-nia per-meiam o ima-ginário das pes-soas, foi o principal fator para o alcance da marca recorde no turismo amazonense. “Os estrangeiros querem visitar o Amazonas, pois querem desvendar esse mistério que é a região amazônica”, declara.

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

Um milhão

Rezende, a forte di-vulgação no exterior, onde os “mistérios” da Amazô-nia per-meiam

ginário das pes-soas, foi o principal fator para o alcance da marca

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Page 12: EM TEMPO - 7 de dezembro de 2014

B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014 B5

Movimento de clientes no Cecomiz tem estado em decadência desde a época que incêndio atingiu parte do shopping, em 2009

Baterias de laptos podem iluminar casasSão Paulo - Não é pequena

a quantidade de baterias de laptops descartadas anual-mente: são cerca de 50 mi-lhões de unidades, que não têm um destino muito claro depois que deixam as casas de seus usuários.

Mas os pesquisadores IBM têm uma proposta interes-sante: usá-las para iluminar residências em países sub-desenvolvidos.

De acordo com o resultado do estudo, realizado na Índia, pelo menos 70% das bate-rias descartadas ainda tem capacidade suficiente para alimentar uma lâmpada de LED durante quatro horas por dia durante um ano inteiro.

A ideia empolga bastante os pesquisadores, já que os custos seriam bem inferiores ao uso de paineis solares com baterias recarregáveis.

“O componente mais caro para estes sistemas nor-malmente é a bateria. Nes-te caso, a parte mais cara está vindo do lixo”, enfatiza o cientista no Smarter Energy Group, Vikas Chandan, que liderou o projeto.

PesquisasO trabalho foi feito com a

RadioStudio, uma empresa de pesquisas em hardware. Eles removeram e testaram individualmente as células in-ternas das baterias descar-

tadas para selecionar as que ainda poderiam ser utilizadas pelas pessoas.

Elas foram recombinadas, ajustadas e entregues para testes para cinco pessoas que viviam em favelas de Bangalore. Três meses de-pois, as respostas foram positivas, mas a solicitação mais comum foram cabos re-sistentes a ratos e lâmpadas mais brilhantes. O plano já está sendo revisado.

A IBM diz não ter planos de transformar a proposta de usar baterias de laptops para iluminar casas em um negó-cio, e que a tecnologia deve ser oferecida gratuitamente para os países pobres.Segundo estudo, 70% das baterias descartadas possuem capacidade para acender lâmpada

Algumas empresas locais chegam a cobrar R$ 5 mil por criança para promover uma simples festa para os ‘Doutores do ABC’

ARQUIVO PESSOAL

O mercado de eventos descobriu mais um filão para explorar: a formatura dos dou-

tores do ABC. Antes restrita a uma simples festa na escola da criança, com a entrega do diploma e do anel de ABC, pelos pais, o evento, guarda-das as devidas proporções, ganhou ares de formatura universitária.

No último final de novembro, a servidora pública estadual Louise Haddad, 28, celebrou a formatura de doutora do ABC da filha Raíza Haddad, 5. Ela conta ter gasto R$ 1,7 mil com a festa, fora os custos com vestido, anel, foto, entre outros detalhes.

“É um momento único, além de ser uma conquista impor-tante para a criança, que está iniciando no universo da leitu-ra e da escrita. Como tenho apenas uma filha, foi possível fazer uma programação nas finanças, para investir na fes-ta”, ressalta Louise.

Segundo ela, a preparação do evento deste porte deve contar sempre com uma co-missão organizadora respon-sável e comprometida, pois a mesma ajudará muitas vezes a diminuir gastos desneces-sários, além de pôr em ordem alguns detalhes que fazem a

diferença, como buffet, deco-ração, animação e atividades para que as crianças não fi-quem enfadadas ou estressa-das - durante a solenidade da formatura -, convites, música, entre outros.

CerimonialNeste final de semana, a

engenheira civil Elaine Sal-les Peixoto, 32, celebra festa semelhante para o casal de

gêmeos, Vinicius, 6, e Beatriz Peixoto, 6. No ano passado, Elaine acompanhou os pre-parativos da festa de uma sobrinha. Ela conta que apesar dos esforços da organização da festa, a falta de um ceri-monial fez a diferença, de-vido o improviso em vários momentos da solenidade de formatura. Tal observação foi o primeiro item cobrado por ela à comissão que organizou a festa dos filhos.

REGISTROO gasto médio com um pacote incluindo fotos impressas, álbum, porta-retrato com foto, e um diploma, varia de R$ 750 a R$ 1,2 mil. O ser-viço é uma opção para quem não quer perder um detalhe da festa

Com experiência de orga-nizar as festas da família, a empresária Ana Paula No-gueira Vieira, 43, também ajudou na comissão que cuidou dos preparativos para a formatura da filha Giovanna Nogueira Vieira, 5, e dos demais 19 colegas de turma do ABC, no último final de semana.

Segundo ela, o planeja-mento antecipado do even-to, bem como a definição do tipo de festa que será re-alizada e uma pesquisa de preços são essenciais para o sucesso da mesma.

“Tivemos oitos meses para preparar a festa. Foi um tempo suficiente para verificar preços, o tipo de festa que queríamos fazer, bem como um levantamen-to de preço de material de decoração, lembranças,

pacotes de fotografia, con-vites, entre outras coisas”, explica Paula Vieria.

Com esses dados em mãos, segundo Paula, fica mais fácil de ter uma ideia de como será o evento e também de mostrar aos ou-tros pais o que está sendo proposto para a festa e se os mesmos estão de acordo e poderão participar.

Ela lembra que após o planejamento, a cota de participação na festa, or-çada para cada criança, foi de R$ 1.505, cujo valor foi parcelado. O segundo passo foi o pacote incluindo fotografia e convite dos formandos.

“Um planejamento com antecedência faz toda a diferença, pois se for fazer algo em cima da hora fica complicado”, observa.

Planejamento é essencial

De acordo com o proprietá-rio da Papelaria Pina, Antônio Batista, quando havia o outro bloco o shopping Cecomiz era mais movimentado. Mas após o incêndio, conforme ele, o movimento caiu e os lojistas desde estão tentam se reerguer.

“Enfrentamos várias difi-culdades e não temos ajuda de nenhuma autoridade. Os custos para manter o shop-ping aberto são altos”, revela o empresário.

Para a proprietária da loja Formato: a forma da beleza, Hellen Bandeira, apesar de o movimento ter caído bas-tante nos últimos anos, as pessoas que eram clientes do shopping não deixaram de fazer compras no local.

“Não há atrativos, então as pessoas não vêm para passear como ocorre em outros shoppings, elas vem realmente para comprar. Te-mos clientes fiéis e estacio-namento grátis”, comenta.

O proprietário da agência de viagens Caribe Turismo, Eduardo Rodrigues, destaca a importância que o Cecomiz representa para a Zona Sul da cidade que é carente de shopping. Segundo ele, no local há produtos de qua-lidades e preço acessível. “É um dos únicos espaços comerciais que atende o pú-blico do Distrito Industrial. Pensávamos que não iría-mos durar esses dois últimos anos, mas a situação foi revertida”, afirma. Considerado como precursor dos grandes centros comerciais da cidade, Shopping Cecomiz chegou a empregar 1 mil pessoas

Formaturas de crianças viraram uma verdadeira ‘mina de ouro’ do mercado

O novo filão na área de eventos

Mesmo com problemas, shopping maisantigo de Manaus permanece aberto

Cecomiz resiste às adversidades

A movimentação de clientes no Shopping Cecomiz, no Distrito Industrial, na Zona

Sul, está longe de ser igual ao grande fluxo que existia no local antes do incêndio que destruiu totalmente o bloco Rio Negro, em outu-bro de 2009. Mesmo assim,

o shopping mais antigo da cidade sobrevive à pressão do mercado e à expansão dos grandes empreendimentos com a fidelidade de alguns consumidores que não dei-xaram de frequentar o local após o sinistro.

De acordo com os lojistas, os prejuízos que tiveram com o incêndio do outro galpão fo-ram incalculáveis, sendo que depois de cinco anos do aci-dente conseguiram recuperar

apenas 50% do movimento da época. Para piorar a si-tuação, há um impasse junto à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), detentora do terreno, que im-pede os mesmos de realizarem investimentos e ampliação no estabelecimento.

‘No escuro’A Associação dos Lojistas

do Cecomiz (Alomiz) destaca que os empresários investem “no escuro” e sem ter certeza se terão retorno, visto que a qualquer momento a Suframa pode embargar o prédio. Se-gundo a entidade, o processo corre na Justiça Federal, em Brasília. “A Suframa adquiriu o terreno do galpão que pegou fogo e até agora não fez nada e o local está cheio de mato”, conta a presidente da Alomiz, Suerle Marinho.

O shopping que chegou a empregar quase 1 mil funcio-nários, atualmente, emprega em torno de 200. Antes do in-cêndio tinha aproximadamen-te 110 lojas e , hoje, conta com apenas 33 e 10 quiosques.

Os lojistas pleiteiam apoio do poder público ou privado para conseguir reerguer o cen-tro de compras para enfrentar a concorrência. “Precisamos de ajuda porque são 33 lojistas que sobreviveram ao incêndio e conseguiram manter a clien-tela”, desabafa Suerle.

Segundo a secretaria da Alomiz, Juci Andrade, o Ce-comiz conta hoje com lojas de salão de beleza, importa-doras, sapatarias, de espor-tes, perfumaria, papelaria, agencias de viagem, entre outras. Conforme ela, o que os lojistas e os funcioná-rios querem é melhorias na estrutura do shopping. “Temos um mix de lojas, mas o local precisa ser re-vitalizado e ampliado para mostrar à população que estamos aqui”, frisa.

Ela explica que, em média, os gastos com as despesas de manutenção do shop-ping, como, por exemplo, limpeza, segurança, entre outros serviços, gira em torno de 45 mil por mês. “Quem mantém o Cecomiz aberto são os lojistas, que pagam todos os meses uma

taxa de condômino confor-me o tamanho de sua loja à Alomiz, responsável pela administração do estabe-lecimento”, conta.

InvestimentosA presidente da Alomiz,

Suerle Marinho, revela que os lojistas vão injetar R$ 60 mil até janeiro de 2015. O aporte será investido na construção de uma estação de tratamento de esgoto. “É o único investimento alto que faremos. Rate-amos 30% do valor e o restante conseguimos aos poucos porque nem todos os lojistas têm condições de pagar”, comenta. A Sufra-ma afirma, por meio da as-sessoria de imprensa, que a autarquia aguarda decisão da Justiça para falar sobre o Cecomiz.

Local precisa ser revitalizado

ESPERANÇAOs lojistas do Cecomiz estão otimistas com o Natal e o Ano Novo por serem datas de maior movimentação no local. Empresários estavam definindo como será a promoção natalina no centro comercial

SÍNTIA MACIELEquipe EM TEMPO

Vendas afetadas por incêndio

SILANE SOUZAEquipe EM TEMPO

FOTOS: DIEGO JANATÃ

PROJETO DA IBMDIVULGAÇÃO

SHOPPING?

VOCÊ ESTÁSEGURO NO

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014 B5

Movimento de clientes no Cecomiz tem estado em decadência desde a época que incêndio atingiu parte do shopping, em 2009

Baterias de laptos podem iluminar casasSão Paulo - Não é pequena

a quantidade de baterias de laptops descartadas anual-mente: são cerca de 50 mi-lhões de unidades, que não têm um destino muito claro depois que deixam as casas de seus usuários.

Mas os pesquisadores IBM têm uma proposta interes-sante: usá-las para iluminar residências em países sub-desenvolvidos.

De acordo com o resultado do estudo, realizado na Índia, pelo menos 70% das bate-rias descartadas ainda tem capacidade suficiente para alimentar uma lâmpada de LED durante quatro horas por dia durante um ano inteiro.

A ideia empolga bastante os pesquisadores, já que os custos seriam bem inferiores ao uso de paineis solares com baterias recarregáveis.

“O componente mais caro para estes sistemas nor-malmente é a bateria. Nes-te caso, a parte mais cara está vindo do lixo”, enfatiza o cientista no Smarter Energy Group, Vikas Chandan, que liderou o projeto.

PesquisasO trabalho foi feito com a

RadioStudio, uma empresa de pesquisas em hardware. Eles removeram e testaram individualmente as células in-ternas das baterias descar-

tadas para selecionar as que ainda poderiam ser utilizadas pelas pessoas.

Elas foram recombinadas, ajustadas e entregues para testes para cinco pessoas que viviam em favelas de Bangalore. Três meses de-pois, as respostas foram positivas, mas a solicitação mais comum foram cabos re-sistentes a ratos e lâmpadas mais brilhantes. O plano já está sendo revisado.

A IBM diz não ter planos de transformar a proposta de usar baterias de laptops para iluminar casas em um negó-cio, e que a tecnologia deve ser oferecida gratuitamente para os países pobres.Segundo estudo, 70% das baterias descartadas possuem capacidade para acender lâmpada

Algumas empresas locais chegam a cobrar R$ 5 mil por criança para promover uma simples festa para os ‘Doutores do ABC’

ARQUIVO PESSOAL

O mercado de eventos descobriu mais um filão para explorar: a formatura dos dou-

tores do ABC. Antes restrita a uma simples festa na escola da criança, com a entrega do diploma e do anel de ABC, pelos pais, o evento, guarda-das as devidas proporções, ganhou ares de formatura universitária.

No último final de novembro, a servidora pública estadual Louise Haddad, 28, celebrou a formatura de doutora do ABC da filha Raíza Haddad, 5. Ela conta ter gasto R$ 1,7 mil com a festa, fora os custos com vestido, anel, foto, entre outros detalhes.

“É um momento único, além de ser uma conquista impor-tante para a criança, que está iniciando no universo da leitu-ra e da escrita. Como tenho apenas uma filha, foi possível fazer uma programação nas finanças, para investir na fes-ta”, ressalta Louise.

Segundo ela, a preparação do evento deste porte deve contar sempre com uma co-missão organizadora respon-sável e comprometida, pois a mesma ajudará muitas vezes a diminuir gastos desneces-sários, além de pôr em ordem alguns detalhes que fazem a

diferença, como buffet, deco-ração, animação e atividades para que as crianças não fi-quem enfadadas ou estressa-das - durante a solenidade da formatura -, convites, música, entre outros.

CerimonialNeste final de semana, a

engenheira civil Elaine Sal-les Peixoto, 32, celebra festa semelhante para o casal de

gêmeos, Vinicius, 6, e Beatriz Peixoto, 6. No ano passado, Elaine acompanhou os pre-parativos da festa de uma sobrinha. Ela conta que apesar dos esforços da organização da festa, a falta de um ceri-monial fez a diferença, de-vido o improviso em vários momentos da solenidade de formatura. Tal observação foi o primeiro item cobrado por ela à comissão que organizou a festa dos filhos.

REGISTROO gasto médio com um pacote incluindo fotos impressas, álbum, porta-retrato com foto, e um diploma, varia de R$ 750 a R$ 1,2 mil. O ser-viço é uma opção para quem não quer perder um detalhe da festa

Com experiência de orga-nizar as festas da família, a empresária Ana Paula No-gueira Vieira, 43, também ajudou na comissão que cuidou dos preparativos para a formatura da filha Giovanna Nogueira Vieira, 5, e dos demais 19 colegas de turma do ABC, no último final de semana.

Segundo ela, o planeja-mento antecipado do even-to, bem como a definição do tipo de festa que será re-alizada e uma pesquisa de preços são essenciais para o sucesso da mesma.

“Tivemos oitos meses para preparar a festa. Foi um tempo suficiente para verificar preços, o tipo de festa que queríamos fazer, bem como um levantamen-to de preço de material de decoração, lembranças,

pacotes de fotografia, con-vites, entre outras coisas”, explica Paula Vieria.

Com esses dados em mãos, segundo Paula, fica mais fácil de ter uma ideia de como será o evento e também de mostrar aos ou-tros pais o que está sendo proposto para a festa e se os mesmos estão de acordo e poderão participar.

Ela lembra que após o planejamento, a cota de participação na festa, or-çada para cada criança, foi de R$ 1.505, cujo valor foi parcelado. O segundo passo foi o pacote incluindo fotografia e convite dos formandos.

“Um planejamento com antecedência faz toda a diferença, pois se for fazer algo em cima da hora fica complicado”, observa.

Planejamento é essencial

De acordo com o proprietá-rio da Papelaria Pina, Antônio Batista, quando havia o outro bloco o shopping Cecomiz era mais movimentado. Mas após o incêndio, conforme ele, o movimento caiu e os lojistas desde estão tentam se reerguer.

“Enfrentamos várias difi-culdades e não temos ajuda de nenhuma autoridade. Os custos para manter o shop-ping aberto são altos”, revela o empresário.

Para a proprietária da loja Formato: a forma da beleza, Hellen Bandeira, apesar de o movimento ter caído bas-tante nos últimos anos, as pessoas que eram clientes do shopping não deixaram de fazer compras no local.

“Não há atrativos, então as pessoas não vêm para passear como ocorre em outros shoppings, elas vem realmente para comprar. Te-mos clientes fiéis e estacio-namento grátis”, comenta.

O proprietário da agência de viagens Caribe Turismo, Eduardo Rodrigues, destaca a importância que o Cecomiz representa para a Zona Sul da cidade que é carente de shopping. Segundo ele, no local há produtos de qua-lidades e preço acessível. “É um dos únicos espaços comerciais que atende o pú-blico do Distrito Industrial. Pensávamos que não iría-mos durar esses dois últimos anos, mas a situação foi revertida”, afirma. Considerado como precursor dos grandes centros comerciais da cidade, Shopping Cecomiz chegou a empregar 1 mil pessoas

Formaturas de crianças viraram uma verdadeira ‘mina de ouro’ do mercado

O novo filão na área de eventos

Mesmo com problemas, shopping maisantigo de Manaus permanece aberto

Cecomiz resiste às adversidades

A movimentação de clientes no Shopping Cecomiz, no Distrito Industrial, na Zona

Sul, está longe de ser igual ao grande fluxo que existia no local antes do incêndio que destruiu totalmente o bloco Rio Negro, em outu-bro de 2009. Mesmo assim,

o shopping mais antigo da cidade sobrevive à pressão do mercado e à expansão dos grandes empreendimentos com a fidelidade de alguns consumidores que não dei-xaram de frequentar o local após o sinistro.

De acordo com os lojistas, os prejuízos que tiveram com o incêndio do outro galpão fo-ram incalculáveis, sendo que depois de cinco anos do aci-dente conseguiram recuperar

apenas 50% do movimento da época. Para piorar a si-tuação, há um impasse junto à Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), detentora do terreno, que im-pede os mesmos de realizarem investimentos e ampliação no estabelecimento.

‘No escuro’A Associação dos Lojistas

do Cecomiz (Alomiz) destaca que os empresários investem “no escuro” e sem ter certeza se terão retorno, visto que a qualquer momento a Suframa pode embargar o prédio. Se-gundo a entidade, o processo corre na Justiça Federal, em Brasília. “A Suframa adquiriu o terreno do galpão que pegou fogo e até agora não fez nada e o local está cheio de mato”, conta a presidente da Alomiz, Suerle Marinho.

O shopping que chegou a empregar quase 1 mil funcio-nários, atualmente, emprega em torno de 200. Antes do in-cêndio tinha aproximadamen-te 110 lojas e , hoje, conta com apenas 33 e 10 quiosques.

Os lojistas pleiteiam apoio do poder público ou privado para conseguir reerguer o cen-tro de compras para enfrentar a concorrência. “Precisamos de ajuda porque são 33 lojistas que sobreviveram ao incêndio e conseguiram manter a clien-tela”, desabafa Suerle.

Segundo a secretaria da Alomiz, Juci Andrade, o Ce-comiz conta hoje com lojas de salão de beleza, importa-doras, sapatarias, de espor-tes, perfumaria, papelaria, agencias de viagem, entre outras. Conforme ela, o que os lojistas e os funcioná-rios querem é melhorias na estrutura do shopping. “Temos um mix de lojas, mas o local precisa ser re-vitalizado e ampliado para mostrar à população que estamos aqui”, frisa.

Ela explica que, em média, os gastos com as despesas de manutenção do shop-ping, como, por exemplo, limpeza, segurança, entre outros serviços, gira em torno de 45 mil por mês. “Quem mantém o Cecomiz aberto são os lojistas, que pagam todos os meses uma

taxa de condômino confor-me o tamanho de sua loja à Alomiz, responsável pela administração do estabe-lecimento”, conta.

InvestimentosA presidente da Alomiz,

Suerle Marinho, revela que os lojistas vão injetar R$ 60 mil até janeiro de 2015. O aporte será investido na construção de uma estação de tratamento de esgoto. “É o único investimento alto que faremos. Rate-amos 30% do valor e o restante conseguimos aos poucos porque nem todos os lojistas têm condições de pagar”, comenta. A Sufra-ma afirma, por meio da as-sessoria de imprensa, que a autarquia aguarda decisão da Justiça para falar sobre o Cecomiz.

Local precisa ser revitalizado

ESPERANÇAOs lojistas do Cecomiz estão otimistas com o Natal e o Ano Novo por serem datas de maior movimentação no local. Empresários estavam definindo como será a promoção natalina no centro comercial

SÍNTIA MACIELEquipe EM TEMPO

Vendas afetadas por incêndio

SILANE SOUZAEquipe EM TEMPO

FOTOS: DIEGO JANATÃ

PROJETO DA IBMDIVULGAÇÃO

SHOPPING?

VOCÊ ESTÁSEGURO NO

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Page 14: EM TEMPO - 7 de dezembro de 2014

B6 País MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

DESARMAMENTO

Câmara se prepara para votaçãoA comissão especial que

discute o Projeto de Lei (PL nº 3722/12) que revoga o Es-tatuto do Desarmamento (lei nº 10.826/03) pode votar o parecer do relator, deputado Cláudio Cajado (DEM-BA), na próxima quarta-feira (10).

Na última terça-feira (2), em video chat promovido pela Câ-mara dos Deputados, Cajado explicou alguns pontos de pa-recer que, entre outras coisas, vai propor 25 anos de idade para compra de arma de fogo e 30 para porte.

Cajado ressalta que o ob-jetivo de seu relatório não é revogar o Estatuto do De-sarmamento, mas achar um meio-termo entre o que a lei determina hoje e o que a população deseja em termos de direito à defesa de sua segurança.

Ele lembra que o referendo realizado em 2005 mostrou que em torno de 65% da popu-lação rejeitava a linha mestra do estatuto, que é a proibição da comercialização.

RenovaçãoO deputado mantém, em

seu substitutivo, a necessida-de de renovação do registro das armas, com a repetição dos procedimentos exigidos para a compra, como exames psicológicos e cursos para uso.

Na avaliação do parlamentar, não é admissível que alguém adquira uma arma e depois não dê mais satisfação.

Cajado, no entanto, aumenta o prazo atual de renovação de três para cinco anos, no caso dos cidadãos comuns. Já

integrantes das Forças Arma-das e policiais terão que reno-var o registro de três em três anos, segundo o relator, para que passem por testes com mais frequência.

Participação popularO projeto é tema de uma

enquete promovida pela Câ-mara. Mais de 203 mil pessoas já deixaram sua opinião sobre o assunto (86% favoráveis ao texto e 12% contrários).

A comissão se reúne no ple-nário 8, às 14h30.

ContratempoNa última terça-feira, por

falta de quórum, a reunião da comissão especial que discu-te o projeto foi cancelada. A reunião tinha sido marcada para votar o requerimento do deputado Alessandro Molon (PT/RJ), para ouvir represen-tantes da sociedade civil, de movimentos ligados aos direi-tos humanos e especialistas em violência sobre o rearmamento da população.

Relator pretende achar um meio-termo entre o que a lei determina e o que a população deseja

POLÍCIA FEDERAL/PR

ALTERAÇÕESO projeto modifica o Estatuto do De-sarmamento (lei nº 10.826/2003) ao per-mitir a posse de armas em casa e no local de trabalho se o portador for dono do negócio, ou em propriedades rurais

Projeto de biografias não autorizadas está pronto Propositura altera o Código Civil, para garantir a publicação de biografias não autorizadas de pessoas públicas

Está na pauta da Comis-são de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, e

pode ser votado na próxima quarta-feira (10), o projeto da Câmara que altera o Código Civil para garantir a publica-ção de biografias não auto-rizadas de pessoas públicas ou aquelas cujos atos são de interesse da coletividade.

O relator, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), é favo-rável à proposta por consi-derar que o Código Civil dá tratamento desproporcional a dois direitos fundamentais envolvidos na questão, a liber-dade de expressão e o direito à privacidade, privilegiando esse último.

O código proíbe, “salvo se autorizadas, ou se neces-sárias à administração da Justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa”.

Para Ferraço, a história de pessoas cuja trajetória ganha dimensão pública se confunde “com a história de sua época, sendo fundamen-tal para a preservação da memória coletiva”. Por isso,

ele argumenta que vincular a biografia de personagens públicos à prévia autorização “compromete a construção e a preservação da cultura e da história do país”.

Ao manifestar apoio ao projeto (PLC 42/2014), ele observa ainda que aqueles que fazem uma opção pela vida pública possuem bônus,

mas devem também arcar com o ônus da escolha, “o estreitamento de sua intimi-dade” resultante da exposi-ção à coletividade.

GarantiaDe autoria do deputado

Newton Lima (PT-SP), o pro-jeto acrescenta um segundo parágrafo ao artigo 20 do Có-digo Civil para determinar que

“a ausência de autorização não impede a divulgação de imagens, escritos e informa-ções com finalidade biográfi-ca de pessoa cuja trajetória pessoal, artística ou profis-sional tenha dimensão pública ou que esteja inserida em acontecimentos de interesse da coletividade”.

O texto aprovado na Câmara e enviado ao Senado inclui um terceiro parágrafo, determi-nando que a pessoa que se sentir atingida em sua honra, boa fama ou respeitabilidade poderá requerer a juizados especiais, pedindo a exclusão do trecho ofensivo em edição futura da obra.

No relatório, Ricardo Fer-raço aponta como inconsti-tucional a solução aprovada pelos deputados, apesar de, como observou, ter como propósito tornar mais cé-leres processos movidos por biografados que se sentirem lesados.

Como alternativa, o re-lator sugere que “as ações judiciais da pessoa que se sentir prejudicada em sua honra, boa fama ou respei-tabilidade serão processadas pelo rito sumário previsto no artigo 275 do Código de Processo Civil”.

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Para Ferraço, a autorização prévia de biografados compromete a preservação da cultura do país

POLÊMICAO texto pode pôr fim a uma polêmica que tem levado à Justiça personalidades públicas que buscam impedir a divulgação de suas biografias e escritores que pedem liberdade de expressão

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Page 15: EM TEMPO - 7 de dezembro de 2014

B7MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014 País

Câmara aprova projeto de regularização de imóveisDonos de imóveis urbanos que não possuem escritura podem passar a ter a permissão para fazer o registro dos mesmos

A Comissão de Desen-volvimento Urbano da Câmara dos De-putados aprovou o

Projeto de Lei (PL 3769/12), do deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), que cria o Programa Nacional de Regularização de Imóveis Urbanos (Pronarim). Pela proposta, donos de imó-veis urbanos que não possuem escritura podem passar a ter a permissão para fazer o regis-tro de casas, apartamentos, lojas e escritórios e, com isso, ter o imóvel regularizado.

Título de LegitimaçãoO projeto muda a Lei

de Registros Públicos (Lei 6.015/73), permitindo que o município torne legítimos os imóveis urbanos que não possuem escritura pública. De acordo com o texto, o governo municipal poderá conceder o chamado “Título de Legitimação”, que deverá ser registrado no cartório de imóveis da comarca. Esse título vai servir para trans-ferir o domínio do imóvel do município para a pessoa ou empresa.

A proposta também muda a lei que trata da organização da Seguridade Social (Lei 8.212/91). O texto determina

que os imóveis irregulares estejam livres da incidência de juros e multa de mora sobre as contribuições previdenciá-rias das construções, quando houver a legitimação - mesmo que estejam em atraso.

O relator, deputado Rober-to Britto (PP-BA), recomenda a aprovação do projeto. “A es-sência desse projeto é regu-

larizar todos os imóveis que não estejam, ainda, regulari-zados - com suas escrituras - para que eles possam ser vendidos, alienados, possam ter utilidade normal.”

Contribuições O projeto também reduz

as alíquotas das contribui-ções previdenciárias por metro quadrado construído

- pagas pelos proprietá-rios dos imóveis que foram regularizados.

Para o coordenador-geral do Instituto Pólis e especia-lista em direito urbanístico, Nelson Saule Júnior, a futura lei ajudará a unificar as di-versas legislações existentes. “Tem essa lacuna na legisla-ção. Alguns municípios têm a sua legislação e estão fazen-do a regularização por essas leis. Outros municípios não têm uma lei que possa ser-vir de parâmetro para essa regularização.”

Pela proposta, será aplica-da uma política de coparti-cipação com os municípios quanto à arrecadação dos tributos. A receita prove-niente das contribuições previdenciárias das constru-ções recolhidas será parti-lhada, a partir da anuência do município ao convênio, com o Instituto Nacional do Serviço Social (INSS).

Segundo a proposta, as regras que vierem a ser esta-belecidas sobre o Programa Nacional de Regularização de Imóveis serão aplicadas conjuntamente com a Lei 11.977/09, que criou o Pro-grama Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.

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Pelo projeto, o município pode tornar legítimos imóveis urbanos que não possuem escritura pública

TRAMITAÇÃOO projeto ainda será analisado, em cará-ter conclusivo, pelas comissões de Finan-ças e Tributação; e de Constituição, Justiça e Cidadania, da Câmara dos Deputados, até ser sancionado

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

ONU denuncia padrão de impunidade contra negrosTensão racial aumentou nos Estados Unidos, após mais uma morte e a não condenação de um policial branco

Um grupo de seis analistas indepen-dentes das Nações Unidas denun-

ciaram nesta sexta-feira publicamente que existe “uma preocupação legítima” com a possibilidade de que exista nos Estados Unidos um padrão de impunidade em relação à brutalidade exercida contra cidadãos afro-americanos.

“A decisão (dos dois júris) deixou muitos com a legítima preocupação sobre um pa-drão de impunidade quando as vítimas do uso excessi-vo da força são de origem afro-americana ou de outras comunidades minoritárias”, afirma, citada em comunica-do, a relatora especial sobre minorias, Rita Izsak.

Os protestos aumentaram na última semana nas ruas de muitas cidades dos EUA após a decisão de um Grande Jurado em Staten Island (Nova York) de não processar um policial branco que matou um cidadão afro-americano desarmado, Eric Garner, após aplicar-lhe um golpe proibido.

Este fato aconteceu uma se-mana depois que o Grande Ju-rado de Saint Louis (Missouri) decidiu também que não fosse

acusado outro policial branco que atirou várias vezes contra um jovem negro desarmado, Michael Brown, e que também provocaram enorme indigna-ção e violentos protestos em todo o país.

Assassinatos ilegaisOs relatores lembram que

estes dois casos “renovaram uma onda de manifestações nos Estados Unidos contra o que é considerado por muitos na comunidade afro-america-na como assassinatos ilegais e novos exemplos de como a força letal é desproporcional-mente usada contra homens jovens afro-americanos”.

O relator especial sobre for-mas contemporâneas de ra-cismo, Mutuma Ruteere, lem-bra as contínuas evidências de práticas discriminatórias, que incluem ter como alvo da polícia os afro-americanos.

“Os afro-americanos têm dez vezes mais possibilida-des de serem parados por agentes antitráfico que uma pessoa branca. Além disso, há várias queixas que os afro-americanos são des-proporcionalmente afetados pelo uso letal da força. Estas práticas devem ser erradica-das”, assevera Ruteere.

AFP

Manifestantes foram às ruas para lembrar a morte do jovem Michael Brown por um policial branco, em Ferguson, no Missouri

“Os casos de Michael Brown e Eric Garner se acrescenta-ram a nossa preocupação pre-cedente sobre a prevalência de uma antiga discriminação contra os afro-americanos, especialmente em relação ao acesso à Justiça e frente

a práticas policiais discrimina-tórias”, afirma Mireille Fanon Mendes France, presidente do Grupo de Especialistas em Pessoas de Descendên-cia Africana.

Maina Kiai, relator sobre o direito de se manifestar,

pede aos que protestam que o façam sem violência. “Enten-demos que há muitas pessoas que se sentirão zangadas e frustradas a respeito de uma decisão injusta. No entanto, é essencial que ajam dentro da lei e que não permitam que

seu aborrecimento gere mais violência”, diz Kiai.

O relator especial sobre exe-cuções extrajudiciais, Christof Heyns, destaca que a lei inter-nacional só permite o uso letal da força quando for absoluta-mente necessária.

Ativistas pedem que não ocorram excessos

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Page 17: EM TEMPO - 7 de dezembro de 2014

Dia a diaCade

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[email protected], DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014 (92) 3090-1041

Reabilitados valorizam os estudos

Dia a dia C5

DIVULGAÇÃO

A última confusão, na se-mana passada, em um dos shopping centers mais movimentados

da Zona Centro-Sul, mostrou que um estabelecimento desse porte parece não ter preparo adequado, para lidar com situa-ções semelhantes. Alia-se a isso o fato de não haver avaliação de riscos por parte de órgãos pú-blicos, tanto nos antigos quanto nos novos estabelecimentos.

O Conselho Regional de En-genharia e Agronomia (Crea-AM) e o Instituto Municipal de Ordem Social e Planejamento Urbano (Implurb) afi rmam se-rem órgãos responsáveis pela fi scalização da infraestrutura, mas esperam que a respon-sabilidade esteja nas mãos da Defesa Civil, tanto estadual como municipal, e o Corpo de Bombeiros do Amazonas.

No fato acontecido na se-mana passada, uma situação de pânico se estabeleceu no shopping a partir de uma briga entre clientes de um restau-rante. A correria e o desespe-ro dos frequentadores foram divulgados em redes sociais, onde o confl ito ganhou con-tornos de arrastão, assalto e tiroteio, por causa de boatos gerados pela falta de informa-ção precisa e pela atitude dos responsáveis pela segurança do estabelecimento: pessoas fi caram trancadas dentro de lojas. Algo assim já aconteceu em situação mais caótica e que terminou de forma trágica na boate Kiss, em Santa Maria (RS), em janeiro de 2013.

Outras situações acontece-ram ao longo dos anos nesses estabelecimentos tão procura-dos pela população justamente pelo conforto e segurança. Re-centemente, em um dos mais novos empreendimentos da cidade, na Zona Oeste, uma criança caiu da escada rolante. Ano passado, um princípio de incêndio na cozinha do res-taurante de um shopping da Zona Centro-Sul causou outro pandemônio. Há alguns anos, a praça de alimentação de um dos shoppings da mesma zona virou ponto de encontro para brigas de gangues juvenis. Até assaltos foram registrados.

O Manauara Shopping infor-mou que possui um efetivo de seguranças atuante 24 horas em toda a sua extensão e investe constantemente em estrutura e treinamento dos profi ssionais, além de possuir câmeras loca-lizadas em pontos estratégicos monitorados por um sistema de circuito fechado. “Quando temos maior número de visi-tantes, o Manauara aumenta o seu efetivo de segurança a fi m de garantir a rotina normal do empreendimento”, informou a assessoria do shopping.

Segurança em shoppings preocupa frequentadoresConfusões, acidentes e até assaltos são problemas eventuais nos estabelecimentos, que aumentam com festas de fi m de ano

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A segurança do Ma-naus Plaza é feita por pessoas capacitadas e preparadas por meio de cursos de vigilância pessoal e patrimonial, e, no caso de brigas em locais fechados, os clientes são ins-truídos a direcionar-se para áreas onde possam se proteger e sair com segurança. Para colaborar com a equipe de seguranças, há o monitoramento, por meio de câmera, de todos os andares do shopping com uma média de quatro câ-meras por andar, além do monitoramento dos estacionamentos que possui 1,9 mil vagas.

As escadas físicas, localizadas em locais estratégicos para a maior comodidade e segurança dos clien-tes, também permite a evacuação rápida em caso de problemas.

Em média, segundo a assessoria, 20 mil pes-soas circulam pelo sho-pping diariamente.

Preparação para muitas situações

Inaugurado há pou-co mais de um ano, o Shopping Ponta Negra realiza constantes trei-namentos para funcio-nários, como palestras e treinamento em casos de crise. O local dispõe de um sistema de saída de emergência (rotas de fuga primárias e secun-dárias) nos três pisos e dois estacionamentos.

A assessoria infor-ma ainda que “todas as rotas de fuga estão sinalizadas e aprovadas pelo Corpo de Bombei-ros. O monitoramento é feito por uma central de Circuito Fechado de TV (CFTV) digitalizado”.

Já o trabalho realizado pelo Corpo de Bombei-ros destina-se exclusiva-mente a crises ocasiona-das por incêndios. “Nesse caso, os clientes devem sair do local, seguin-do as orientações dos brigadistas. O setor de segurança deve agir de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) quanto à segurança”.

Rotas de fuga sinalizadas

A equipe de segurança é treinada periodicamente para lidar com diferentes si-tuações de emergência. Além disso, semestralmente, são realizadas simulações de grandes emergências, com toda a equipe de segurança, operações, funcionários, lo-jistas e também visitantes, que incluem evacuação total do shopping.

O Millennium Shopping dis-se que trabalha sempre de forma preventiva e pró-ativa. Além do sistema inteligente de monitoramento por câme-ras, tradicionalmente é feito um reforço nas equipes de segurança e atendimento em datas de maior fl uxo, como

o Natal, naturalmente devi-do ao aumento do fl uxo de pessoas. A permanência de orientadores e sinalizadores no estacionamento também e um serviço que auxilia muito os clientes, dando qualidade ao atendimento e ampliando, desta forma, a segurança en-quanto as pessoas estiverem no shopping.

O Amazonas Shopping informou que não mede esforços nos investimentos destinados à segurança. Em datas de maior movimento, o centro de compras investe em um número maior de seguranças, além de ter par-ceria com a Polícia Militar. Nesse caso, viaturas fi cam

alocadas próximas ao centro de compras.

De acordo com a asses-soria do Corpo de Bombei-ros Militar do Amazonas, as ações de controle de situa-ções de emergência, como a ocorrida no último domingo, são estabelecidas pela pró-pria empresa.

CapacitaçãoO Manaus Plaza Shopping,

por exemplo, possui uma equipe capacitada por meio de cursos de vigilância pes-soal e patrimonial.

O shopping informa que, dependendo da ocorrência, é realizada a abordagem ou fi nalização da ação para que

os clientes tenham total se-gurança. Em relação a ocor-rências de assaltos a mão armada ou brigas corporais, a segurança reage em defesa do público e busca fi nalizar a ação levando o caso à autori-dade policial competente.

O Manaus Plaza Shop-ping, inaugurado em 1º de maio de 2009, possui mais de 80 opções nos setores de comércio, alimentação, lazer e serviços. O Plaza tem equipe de segurança própria, nove andares de es-tacionamento e um centro de convenções com opção de montagem de salas mo-dulares, para atender de 50 a 3 mil pessoas sentadas.

Treinos frequentes são os maiores trunfos

Ainda que haja reforço e monitoramento constante, episódios eventuais ainda põem em xeque a segurança dos shoppings

SHOPPING?

VOCÊ ESTÁSEGURO NO

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Page 18: EM TEMPO - 7 de dezembro de 2014

C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

Indígenas estão focadosno mercado de trabalhoAulas de português, cursos técnicos e educação superior estão entre as prioridades de índios, que buscam emprego

Prestar vestibular para o curso de serviço so-cial está entre as prio-ridades para 2015 da

indígena da etnia tikuna Me me ena, ou Andreia Araújo Peres, 20. Mas até lá, o tempo da jovem é dedicado aos estudos pois, muito mais que turbinar o currículo e se destacar no mer-cado de trabalho, Me me ena busca a superação driblando o preconceito étnico latente ainda hoje no Amazonas, por mais irônico que pareça.

Assim como a jovem, mui-tos outros indígenas veem no investimento da qualificação uma maneira de se estabe-lecer no mercado e se auto-afirmar rompendo a corrente da discriminação velada de parte da sociedade.

“O preconceito ainda existe, por isso que a maioria dos indígenas se nega a se re-conhecer como indígena. Já ouvi casos de pessoas que não conseguem vaga de emprego por conta da discriminação e, quando conseguem, o teu próprio colega de trabalho não te respeita. Algumas pes-soas pensam que não temos conhecimento ou capacidade para desempenhar alguma função no trabalho”, denun-ciou a jovem.

Me me ena apontou que a dificuldade de pronúncia da língua portuguesa entre indí-genas e descendentes é, em al-guns casos, o que os afasta das oportunidades de emprego e os aproxima de se tornarem vítimas de preconceito.

“Nós indígenas não temos a língua portuguesa como nos-sa primeira língua. A minha, por exemplo, é o tikuna. En-tão, às vezes, o português é um pouco difícil. Assim como eu, muitos também têm difi-culdade ou não conhecem a pronúncia de algumas pala-vras e isso prejudica quando vamos atrás de um emprego”,

salientou a indígena.InvestimentoPara transpor essa barreira,

a menina estuda com afinco o idioma e investe seu tem-po nos cursos de qualificação profissional que tem oportu-nidade de fazer. Em 2013, ela participou dos cursos de informática básica e avan-çada oferecida pelo Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam) e, no último 30 de novembro, formou-se ao lado de 19 amigos no cur-so de auxiliar administrativo. “Aproveitamos a oportunidade oferecida aqui na comunida-de. É bom porque são mais conhecimentos que a gente acumula, acompanhamos o avanço tecnológico e os cur-sos são também uma oportu-nidade de disputar uma vaga de emprego. Nos preparamos para o futuro e o Cetam ajudou muito”, disse.

Especificamente quanto ao último curso, ela desta-cou que parte do conteúdo abordava a necessidade do respeito mútuo, que para ela deve transcender as paredes das empresas. “Aprendi como devemos atender uma pes-soa, a respeitar o próximo, a importância da ética no trabalho e a necessidade de falar um português claro e correto”, apontou.

Mas, o interesse de Me me ena não para por ai: ela já se planeja para partici-par do curso de telemarke-ting. E, claro, sem esque-cer de focar na faculdade de serviço social.

“Me apaixonei por essa área depois que fiz um es-tágio, de pouco tempo, pela Seas (Secretaria de Estado da Assistência Social e Ci-dadania) com cadastramento indígena. Daí vi que gostava da área, porque é uma ma-neira de ajudar os indígenas, muitos têm dificuldades em falar português, por exemplo, e ir atrás dos seus direitos”, finalizou a estudante.

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Com determinação e esforço, indígenas de vários municípios ultrapassam a barreira do preconceito e do idioma e conseguem formação profissional e um lugar no mercado de trabalho no Estado

Mais de 2,3 mil indígenas, em vários municípios do Estado, concluíram cursos de qualificação rofissional

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

Mais de 2,3 mil indíge-nas, em vários municípios do Estado, concluíram cursos de qualificação profissional, informáti-ca, além do curso téc-nico em enfermagem e técnico em saúde bucal, oferecidos desde 2009 pelo Cetam.

A formação oferecida pelo centro conta com parceiros como a Secre-taria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), Secretaria de Estado da Assistência Social e Cida-dania (Seas), prefeituras municipais e instituições do terceiro setor.

Dentre a formação profissional estão os cursos de mecânica de motor de popa, ges-tão administrativa e financeira, melhoria da qualidade e revitalização das práticas tradicionais do artesanato indígena, planejamento turísti-co, preparatório para o exame teórico da ar-rais amador na marinha, auxiliar administrativo, entre outros. Ao todo, 461 indígenas estão em formação ou já concluí-ram os cursos nos anos de 2012 e 2013.

Em todo Estado, 1.185 indígenas, sendo 720 que moram no interior e 465 que moram na capital, participaram do curso de informática oferecido há 3 anos pelo centro.

A evasão nos cursos é, em média, de 25%, de acordo com dados do Cetam - AM.

Mais de 2 milíndios comcertificado

Foi um curso de auxiliar administrativo realizado em 2003 que motivou o, hoje, administrador da etnia ti-kuna, Agnilson Araújo Peres, 28, o Poramecü, a investir na vida acadêmica.

“Fiz um curso de qualifi-cação do Senac de auxiliar administrativo em 2003 e isso me levou a acompa-nhar e me inserir mais na sociedade, deu-me gran-de vontade de me preparar para o mercado de trabalho. Me levou a conhecer outros cursos”, afirmou.

Depois do curso profis-sionalizante, Poramecü for-mou-se em administração pela Universidade do Es-tado do Amazonas (UEA) e

cursou informática básica e avançada e manutenção de computadores pelo Cetam. “Hoje dou aula para entida-des como Cetam”, disse.

Ele considera a formação uma arma não somente a favor da inserção do indí-gena no mercado, como uma forma de incentivar uma nova visão e o respeito da sociedade frente aos povos tradicionais.

“A formação nos dá possi-bilidade de minimizar o olhar preconceituoso da socieda-de em relação aos indígenas que são vistos como invaso-res ou preguiçosos. Hoje, os indígenas não podem mais viver só no campo e sim correr atrás de qualificação

para conhecer e ir atrás dos próprios direitos”, disse.

Além de maior compro-metimento dos indígenas com a qualificação, Po-ramecü defende que deve haver um controle maior para que a renda destinada ao povo indígena chegue às mãos certas.

“No sentido amplo, os cur-sos são de grande apoio aos indígenas. Antes, o go-verno não olhava para nós dessa forma e agora já es-tão abrindo as portas. Mas acredito que o governo deve liberar mais incentivos para os indígenas e eles devem chegar ao povo e não ficar preso nos órgãos com os brancos”, afirmou.

Educação contra o preconceito

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

UNIASELVI

Programa Educações abre seleção para 6 mil bolsas Estudantes de graduação e pós, que a renda familiar per capita não ultrapasse três salários mínimos, poderão concorrer

O programa Educa-ções está com ins-crições abertas para o processo seletivo

de 6 mil bolsas de estudo nas modalidades de graduação e pós-graduação. Os benefí-cios são de até 50% do valor das mensalidades.

De acordo com o presidente do programa, professor Rony Siqueira, nesse processo es-tão credenciados 67 cursos de graduação, distribuídos em ciências sociais, exatas, humanas e biológicas, entre licenciaturas, bacharelados e cursos tecnológicos. “Po-derão concorrer, prioritaria-mente, candidatos que ainda vão iniciar o primeiro período em 2015, ou seja, que ain-da não estão matriculados”, disse o professor.

Na modalidade de pós-graduação, ele ressalta que serão ofertados 25 cursos com carga horária entre 360 e 480 horas, com destaque para as áreas de educação, contabilidade, administra-ção, serviço social, saúde e teologia.

Até o momento, já cre-denciaram vagas as insti-tuições Universidade Nilton Lins, Faculdade Salesiana Dom Bosco, Fucapi, Esbam, Materdei, Instituto Amazo-nense de Aprimoramento e Ensino em Saúde (Iapes) e Centro de Estudos Teológi-cos Brasileiro - Ceteo.

CandidaturasOs candidatos poderão se

inscrever por meio do por-tal www.educacoes.com.br entre os dias 5 e 26 de de-zembro, visando a primeira lista de contemplados.

Sob a orientação da Asso-

ciação dos Deficientes Físi-cos do Amazonas (Adefa), o Educações estabeleceu re-serva de 10% das vagas às pessoas com deficiência.

Poderão participar da se-leção estudantes, que a ren-da familiar per capita (soma de todos os ganhos dividi-da pelo número de mem-bros) não ultrapasse três

salários mínimos. O candidato será convoca-

do a comparecer à sede do Educações, por meio de li-gações, mensagens de texto ou lista publicada no portal do programa.

LocalizaçãoA sede do Educações está

localizada na rua Ramos Fer-reira, nº 664-A – Centro (ao lado da praça da Saudade), com atendimento de segun-da a sexta, de 8h às 18h e aos sábados, de 8h às 12h.

Mais informações podem ser obtidas por meio dos telefones (92) 3347-1865, 98153-5904, 99310-7959 ou por meio de menasa-gem do aplicativo de culu-lar WhatsApp, no número 99409-9292.

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ULG

AÇÃO

Iniciado em 2013, o projeto Educações já concedeu mais de 12 mil benefícios com coordernação do professsor Rony Siqueira

Universitários cursando a partir do segundo perí-odo, que venham de uma faculdade não credenciada no programa ou que possu-am matrícula trancada em uma instituição parceira do Educações, poderão retor-nar aos estudos, de acordo com as bolsas ofertadas

para 2015. Também serão atendi-

dos portadores de diploma para a ocupação de vagas remanescentes.

Segundo o presidente do programa Educações, pro-fessor Rony Siqueira, nessa seleção a oferta será amplia-da para candidatos que mo-

ram no interior do Estado. “Nosso processo seletivo

mudou, pois buscaremos parcerias com prefeituras e instituições do terceiro se-tor, para que os candidatos que vêm do interior reúnam condições de cursar sua fa-culdade”, disse.

Iniciado em 2013, o Edu-

cações já concedeu mais de 12 mil benefícios, por meio de parceira com 16 insti-tuições de ensino privado, com o apoio da Federação Nacional das Escolas Parti-culares (Fenep) e o Sindicato dos Estabelecimentos de En-sino Privado do Amazonas (Sinepe-AM).

Programa atenderá estudantes do interior

Poderão concor-rer candidatos que ainda vão iniciar o

primeiro período em 2015, ou seja, que

ainda não estão matriculados

Rony Siqueira, presidente do Educações

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

Transmissão vertical da Aids é alta no AmazonasMinistério da Saúde aponta o Estado como o sexto com maior ocorrência da transmissão da mãe grávida para o filho

Já se passaram 29 anos da primeira notificação de transmissão vertical de Aids (da mãe grávi-

da para o bebê), a temida doença causada pelo vírus HIV (Vírus da Imunodefici-ência Humana). Entretanto, o número de casos não tem diminuído como esperado. O Amazonas é o sexto Estado com a maior taxa de detec-ção em crianças menores de cinco anos, conforme o último Boletim Epidemioló-gico do Ministério da Saúde. A cada 100 mil habitantes, são registrados 5,8 casos, estatística superior aos 3,4 da média nacional.

Segundo o infectologista e assessor médico do Labora-tório Sabin, Alexandre Cunha, o recém-nascido portador do vírus tem mais facilidade de adquirir doenças como pneu-monia, diarreia, infecção de ouvido, infecção de pele, além de ter dificuldade de ganhar peso e crescer. Se não tratado, infecções opor-tunistas podem levar à mor-te. Dessa forma, os cuida-dos com a criança precisam ser reforçados.

“Para diagnosticar a infec-ção pelo HIV, tanto em recém-nascido quanto em adultos, é necessário realizar os exa-mes de sangue de triagem e de confirmação, sorologias e testes de biologia molecular, que seguem fluxo específi-co para cada faixa etária”, explica o especialista. O Laboratório Sabin disponi-biliza todos os exames em suas unidades.

Desde o primeiro caso de Aids no Brasil, em 1980, o país contabiliza aproximada-mente 718 mil pessoas com

a doença, segundo o levan-tamento do governo federal. Para reforçar a solidarieda-de, tolerância e compreensão com as pessoas infectadas pelo vírus, a Assembleia Mun-dial de Saúde, com apoio da organização das Nações Unidas (ONU), instituiu o 1º de dezembro como o Dia Mundial de Luta Contra a Aids, adotado pelo país desde 1988.

Preocupado com o bem es-tar da comunidade, o Labo-ratório Sabin apoia a única instituição que dá assistên-

cia aos menores que sofrem com a doença no Amazonas, a Associação de Apoio à Crian-ça com HIV (Casa Vhida). Em 2011, as casas de atendimen-to a adultos com HIV/Aids passaram a contar com in-centivo financeiro do governo federal destinado ao custeio das ações desenvolvidas com crianças e adolescentes.

Segundo a coordenado-ra técnica da organização não governamental (ONG), Hérica Amorim, atualmen-te, 236 pacientes soropo-sitivos são atendidos pela Casa Vhida, dos quais 12 estão sob regime de acolhimento institucional.

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Transmissão do HIV da mãe contaminada para o bebê ainda no útero tem altos índices no Estado

RANKINGO Amazonas é o sexto Estado com a maior taxa de detecção em crianças menores de cinco anos, conforme o último Boletim Epide-miológico do Ministério da Saúde: 5,8 casos para 100 mil habitantes

As crianças são refe-renciadas pela Fundação de Medicina Tropical (FMT). Quando há sus-peita de que a criança possa vir ao mundo com o vírus HIV, automatica-mente os pais recebem a orientação de procurar a Casa Vhida. No local, um cadastro é feito, justa-mente para marcar to-dos os procedimentos. “As crianças são acom-panhadas e passam por três exames. Durante este processo todas são classificadas como ‘bebê exposto ao HIV’”, desta-cou Hérica.

No local, as crianças re-cebem reforço educacio-nal, por conta da equipe de professores em par-ceria com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), além de assis-tência médica e social.

É preciso estar sempre de olho na alimentação destas crianças. A nu-tróloga Silvana Ben-zecry, que atende pa-cientes da Casa Vhida, comenta que a primeira recomendação para um bebê com HIV é não re-ceber o leite materno, pois existe grande chan-ce de transmissão atra-vés do aleitamento de mãe infectada.

Cuidados frequentes com crianças

Além disso, por conta dos medicamentos adequados para o tratamento, que po-dem causar efeitos colate-rais, como gastrite, uma dieta especial precisa ser elaborada. De acordo com Silvana, alimentação é a base do crescimento, por isso o acompanhamento precisa ser rigoroso.

RevelaçãoPoderia ser uma novela,

onde a trama demora a de-senrolar, mas, no caso da Aids, a revelação é funda-mental para o sucesso do tratamento das crianças contaminadas. Isto porque o HIV ataca as células de defesa do corpo, deixando

o organismo vulnerável a diversas doenças.

Segundo indicações do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (DST-AIDS), “não basta contar o diagnóstico. É preciso explicar todas as

mudanças que a doença traz”. Caso a criança não tenha conhecimento do seu diagnóstico, pode ter o atendimento prejudicado, comprometendo principal-mente o autocuidado.

Vale lembrar que, embora a doença ainda não tenha cura, os avanços medicinais garan-tem mais qualidade de vida aos soropositivos. Há 16 anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) garante acesso univer-sal a todos os medicamentos necessários para o combate ao vírus HIV. Além disso, ofe-rece tratamento antirretro-viral a 97% dos brasileiros diagnosticados com Aids. O Ministério da Saúde disponi-biliza 20 antirretrovirais.

Acompanhamento deve ser PRECAUÇÕESPoderia ser uma novela, onde a trama demora a desenrolar, mas, no caso da Aids, a revelação é funda-mental para o suces-so do tratamento das crianças contamina-das pelo HIV

Apesar de não haver cura, qualidade de vida de soropositivos melhorou com últimos avanços

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AÇÃO

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MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014 C5Dia a dia

Estudos viram objetivo de internos em reabilitaçãoNo Centro de Reabilitação Ismael Abdel Aziz, residentes buscam a conclusão dos estudos na luta para superar vícios

Muitos residen-tes conseguiram mudar a vida por meio dos estudos

após sua entrada no Centro de Reabilitação em Depen-dência Química Ismael Abdel Aziz. Pelo menos cem deles iniciaram a conclusão de seus estudos por meio do “Provão” da Secretaria de Educação e Qualidade de En-sino (Seduc), que acontece a cada mês dentro da unidade de tratamento, localizada no quilômetro 53 da rodovia AM-010 (Manaus-Itacoatia-ra), no município de Rio Preto da Eva, a 60 quilômetros da capital amazonense.

A iniciativa é resultado de uma parceria entre o Centro de Reabilitação o setor de Educação de Jovens e Adul-tos da Seduc com a unidade de tratamento, que tem ge-renciamento compartilhado entre o Instituto Novos Ca-minhos e a Secretaria de Estado de Saúde (Susam).

A formação educacional contempla alunos que não concluíram os ensinos fun-damental e médio e que estão no Centro de Reabili-tação em tratamento contra o uso abusivo de álcool e outras drogas.

AprovaçãoNo fim desta semana, es-

tudantes do ensino funda-mental mostraram que estão determinados a mudar de vida por meio dos estudos. Eles fizeram a prova e obti-veram mais de 90% de apro-vação. Os alunos do ensino médio conseguiram 80% de aprovação do “Provão” da Seduc.

Os residentes que pas-sam nas provas específicas de cada nível escolar ga-nha seu diploma, validado pela Seduc e Ministério da Educação (MEC).

Munidos do documento de formação, o residente pode dar continuidade de seus estudos e fazer até uma faculdade, quando rece-ber alta médica da unidade de tratamento.

“Preparamos o residente para retornar ao convívio so-cial e o estudo é um dos me-canismos que facilita essa reintegração, além de ga-rantir que ele possa procurar uma formação profissional ou até mesmo uma facul-dade quando deixar o Cen-tro de Reabilitação”, disse o diretor da unidade de trata-mento, o médico psiquiatra Pablo Gnutzmann.

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Eliando Marques da Silva é um dos internos em reabilitação que quer realizar o sonho de entrar no curso superior de enfermagem

As provas são realizadas na sala de informática do Centro de Reabilitação via internet. A avaliação tem duração de 45 minutos por matéria executa-da e tem acompanhamento e fiscalização de profissionais da Seduc. “Se o aluno não conseguir atingir os pontos necessários para aprovação, ele terá nova chance no fu-turo”, explica o professor da Gerência de Educação de Jovens e Adultos da Seduc, Luciano Caetano Lucas.

Estavam aptos a fazer a prova, residentes com idade superior a 16 anos e que não concluíram o ensino médio por algum motivo. O resul-tado da avalição sairá em no máximo 24 horas, após o termino da avaliação.

Há pelo menos oito anos tentando retornar aos es-tudos, o residente Eliandro Marques da Silva, 33, afirma que depois de sua chegada ao Centro de Reabilitação sua mudou. Ele foi o primei-

ro residente da unidade de tratamento a concluir seus estudos por meio do “Provão” da Seduc.

Empolgado por voltar aos seus estudos o residente, Eliandro, já traça suas me-

tas para o próximo ano. Ele pretende fazer o curso supe-rior na área de enfermagem para em um futuro próximo poder ajudar pessoas que tem a mesma doença, que o acomete há pelo menos 15 anos. “Minha entrada no

centro de reabilitação pos-sibilitou muitas coisas boas, uma delas foi voltar a estudar. Agora vou fazer minha facul-dade e contribuir com pes-soas que estão precisando de ajuda”, ressaltou.

CursosUma das preocupações do

Instituto Novos Caminhos, Or-ganização Social que geren-cia o Centro de Reabilitação, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (Susam), é com o futuro dos residen-tes. Por conta disso fechou parcerias com secretarias do Estado e oferece cursos profissionalizantes aos resi-dentes para que depois de concluir o tratamento, possa garantir uma nova vida ele e seus familiares.

Dentre os cursos ofere-cidos estão informática básica, panificação e con-feitaria, horticultura, pisci-cultura, avicultura, artesanato e biojoias.

Provas realizadas no próprio local

OBJETIVOSUma das preocupa-ções do Instituto No-vos Caminhos é com o futuro dos residen-tes. Por conta disso fechou parcerias com secretarias do Esta-do e oferece cursos profissionalizantes

As avaliações para os estudantes no Centro de Reabilitação duram 45 minutos no local

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

Projetos escolares são premiados pelo EstadoAções de escolas, que incentivam a conservação e a boa utilização do livro didático deram destaque a várias escolas

Para evidenciar e pres-tar reconhecimento às escolas da rede pública estadual do Amazonas

que mais se destacaram na “Campanha de Conservação do Livro Didático”, a Secretaria de Estado de Educação (Se-duc) promoveu um evento de premiação, que aconteceu na manhã da última sexta-feira (5), no auditório do Centro de For-mação Padre José de Anchieta (Cepan), no bairro Japiim 2, ao lado da sede da Seduc.

A ação teve como objetivo incentivar, divulgar e valorizar as boas práticas desenvolvi-das nas escolas com relação ao bom manuseio, conserva-ção e devolução dos livros do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).

Na cerimônia, receberam destaque especial as escolas que desenvolveram as ações mais criativas e bem-suce-didas durante a campanha, assim como a escola que pri-meiro efetuou sua escolha no PNLD (2013). As unidades de ensino de referência por esse trabalho receberam o certifi-cado “Amigo do Livro”.

Uma das unidades de ensino que se destacou nesse trabalho foi a escola estadual de tem-po integral Helena Araújo, que

a professora Ivanilde Pinheiro foi premiada pelo melhor tra-balho desenvolvido em âmbito estadual. “Em parceria com a professora Tatiana Matias, buscamos inserir na vida dos nossos alunos a alegria que é o mundo da leitura. Em sala de aula, nós trabalhamos com a conservação e encadernação dos livros, orientando sobre a melhor forma de utilizar o livro, já que ele é um patrimônio cul-tural, que servirá para o uso de outros alunos”, comentou.

Aluna da escola estadual Helena Araújo, a estudante Ana Beatriz da Silva, 9, falou da satisfação em participar das atividades em sua escola. “Gostei muito dessa ativi-dade, pois com ela aprendi que a leitura me proporciona conhecimentos que me ajuda-rão por toda a vida”, afirmou a aluna, uma das premiadas na categoria Aluno.

Outro destaque foi o Cen-tro de Educação de Tempo Integral Garcitylzo do Lago e Silvo, por ser a primeira unida-de de ensino da rede estadual a escolher o livro didático no Programa Nacional do Livro Didático (PNLD).

O gestor da escola, profes-sor Estélio Gabino, destacou a grande satisfação em ver sua

escola ser reconhecida publi-camente por essa ação. “Nesta campanha, buscamos envolver toda a comunidade escolar para incentivar os alunos a se conscientizarem da importân-cia de conservar o livro didático. Procuramos motivar alunos e professores a se empenharem na realização das atividades. A partir do momento que as pessoas são motivadas, elas permanecem naquele propósi-to”, enfatizou o gestor.

Escolas premiadasO evento premiou 23 unida-

des públicas de ensino, sendo elas as escolas estaduais: Al-mirante Baptista, Ayrton Sena, Bernadete Trindade, Bom Pas-tor, Brigadeiro João Camarão, Dom Jackson Damasceno, José Milton Bandeira, Hilda Tribuzzy, Homero de Miranda Leão, Luiz Vaz de Camões, Maria de Lour-des Arruda, Maria Rodrigues Tapajós, Nathália Uchôa, Paula Ângela Frassinetti, Ribeiro da Cunha, Roberto dos Santos Vieira, Senador Flávio Brito, Thomé de Medeiros Raposo, Waldocke Fricke Lira, Helena Araújo, Marquês de Santa Cruz, além dos Centros de Educa-ção Tempo Integral (Cetis) Elisa Bessa Freire, Garcitylzo Lago e Silva.

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Estudantes da rede estadual realizaram campanhas para o aproveitamento certo do livro didático

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C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

Desde 2006, Rios-Villamizar desenvolve pesquisas ligadas à química de águas e áreas úmidas na região amazônica

Recursos hídricos locais são discutidos em Taiwan

De acordo com o bolsista, a bacia do rio Purus está classificada no grupo de ba-cias ainda em bom estado de conservação na Amazô-

nia brasileira e, portanto, se apresenta como uma área estratégica para ser estuda-da visando a gestão adequa-da dos recursos hídricos.

Bom estado de conservação“Caracterização das águas da bacia do rio Purus e suas re-

lações com desmatamento, clima e saneamento básico”. Esse é o trabalho com o qual o bolsista pós-doutorado Edu-ardo Antonio Rios-Villami-zar representará o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), no 7º Congresso Internacional de Jovens Profissionais dos Recursos Hídricos e da Água, que acontecerá de 7 a 11 de dezembro, em Taipei, capital da ilha de Taiwan, situada a 130 quilômetros do litoral continental da China.

O congresso é uma orga-nização da Associação In-ternacional da Água (IWA) e da Universidade Nacional de Taiwan (NTU). Reunirá pes-quisadores de várias partes do mundo para apresenta-ção e discussão de questões que afetam os recursos hí-dricos, também servirá para incentivar as discussões transdisciplinares sobre as-suntos relacionados com a natureza da água e sua utili-zação e exploração racional pela sociedade.

Além disso, o congresso internacional abordará, den-tre outros temas, a gestão e tratamento da água; tra-tamento e manejo de águas residuais; reuso da água e dessalinização; energia e água; remoção e recupera-ção de nutrientes; saúde; nanotecnologias; manejo de lodos; áreas úmidas e mudanças climáticas; edu-cação ambiental aplica-da aos recursos hídricos e ambientes aquáticos.

Palestras Após o evento em Taipei, no

período de 15 a 19 de dezem-bro, Rios-Villamizar também ministrará duas palestras sobre o tema da sua tese de doutorado, na Universi-dade Nacional de Taiwan e na Universidade Central Nacional, no programa de Mestrado Internacional em Desenvolvimento Sustentá-vel Ambiental (Iesd), am-bas instituições localizadas em Taiwan.

Desde 2006, Rios-Villa-mizar vem desenvolvendo pesquisas relacionadas com química de águas e áreas úmidas na região amazôni-ca, juntamente com o grupo de Pesquisa Monitoramento de Áreas Úmidas Amazôni-cas (Maua/Inpa), que tem como líder a pesquisadora do Inpa Maria Teresa Fernandez Piedade, também orientado-ra do projeto.

ApoioA pesquisa de Rios-Villami-

zar recebe o apoio da Funda-ção de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fape-am), por meio do programa de apoio à Fixação de Doutores no Amazonas (Fixam/AM) e do Programa de Apoio à Partici-pação em Eventos Científicos e Tecnológicos (Pape).

De acordo com o bolsis-ta, que é engenheiro quími-co pela Universidade de Los Andes (Colômbia), mestre em ciências do ambiente e sus-tentabilidade na Amazônia, pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam), e doutor em clima e ambiente pelo Inpa, o principal objetivo da pesquisa é gerar dados que permitam o conhecimento das águas e das áreas úmi-das amazônicas.

A bacia do rio Purus será o tema exposto pelo bolsista do Inpa no congresso internacional

JOEL ROSA/ARQUIVO EM TEMPO

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

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Page 25: EM TEMPO - 7 de dezembro de 2014

MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1010

3 Falam tanto de uma nova eraAntropoceno, a escaldante Idade do Homem. Págs. 4 e 5

2 A derrota dos economistas heterodoxosO que não dizem os oponentes do ajuste. Pág. 3

1 A poesia elástica de Zuca SardanE outras 8 indicações culturais. Pág. 2

6

Do arquivo de Alaíde Costa

4 Um alentejano jamais canta sozinhoDiário de Lisboa. Pág. 6

O teatro do diretor sueco, por Amir Labaki. Pág. 8Depois dos ensaios de Bergman

5 Rio de Janeiro, 1961. Pág. 7

Capafotografi a deThiago Rocha Pitta

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G2 MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

Ilustríssima SemanaO MELHOR DA CULTURA EM 9 INDICAÇÕES

Ilustríssimos desta edição

Folha.com

JAC LEIRNERImagens do livro que a artista lança nesta semana

FOLHA.COM/ILUSTRISSIMAAtualização diária da página da “Ilustríssima” no site da Folha

DANÇAAssista a trecho da coreo-grafi a da companhia À Fleur de Peau

>>folha.com/ilustrissima

ALAÍDE COSTA, 78, cantora e compositora carioca. Com 60 anos de carreira, lançou neste ano seu primeiro álbum autoral, ‘Canções de Alaíde’ (Nova Estação) e faz shows no Sesc Ribeirão Preto (28/1) e Sesc Santo André (31/1).

ISABEL COUTINHO, 48, é repórter do jornal português ‘Público’.

JOSÉ BALTAZAR PEREIRA JUNIOR, 42, é tradutor.

MARCELO LEITE, 57, é repórter especial e colunista da Folha.

THIAGO ROCHA PITTA, 34, artista plástico mineiro. As obras aqui reproduzidas fazem parte de uma série inédita de fotos e vídeos realizada em novembro na Argentina.

VINICIUS TORRES FREIRE, 48, é colunista da Folha.

AMIR LABAKI, 51, cineasta, crítico de cinema e fundador do festival É Tudo Verdade, é autor da peça “Lenya”, que estreou em São Paulo em 2008. É colunista do “Valor Econômico”.

BRASILEIRO

ESTRANGEIRO

ERU

DIT

O POP

ARQUIVO PESSOAL

1DANIEL ACOSTA/DIVULGAÇÃO

EXPOSIÇÃO | DANIEL ACOSTANa individual “Tektoniks + Animais Len-

tos”, o artista gaúcho apresenta trabalhos de duas frentes comuns em sua trajetória: a arquitetônica, com peças que encerram o espectador, e a escultórica, em pequeno formato. A madeira, que aparece fre-quentemente em sua obra, é o material escolhido, como na imagem acima.

Casa Triângulo | tel. (11) 3167-5621 | de ter. asáb., das 11h às 19h | grátis | até 20/12

EXPOSIÇÃO | AMILCAR DE CASTROA mostra reúne 25 trabalhos do artista mi-

neiro (1920-2002), sob curadoria de Rodrigo de Castro, fi lho de Amilcar. São esculturas em aço, pinturas em acrílica sobre tela e sobre papel e pinturas sobre Eucatex das décadas de 1970 e 80.

galeria Marília Razuk | tel. (11) 3079-0853 | seg. a sex., das 10h30 às 19h; sáb., das 12h às 17h | grátis até 30/1

EXPOSIÇÃO | AMILCAR DE CASTROA mostra reúne 25 trabalhos do artista mi-

neiro (1920-2002), sob curadoria de Rodrigo de Castro, fi lho de Amilcar. São esculturas em aço, pinturas em acrílica sobre tela e sobre papel e pinturas sobre Eucatex das décadas de 1970 e 80.

galeria Marília Razuk | tel. (11) 3079-0853 | seg. a sex., das 10h30 às 19h; sáb., das 12h às 17h | grátis até 30/1

LANÇAMENTO | TADEU JUNGLEO livro “Tadeu Jungle: videofotopoesia” reúne a

trajetória do multiartista paulistano nos últimos 30 anos. A obra é um painel do trabalho de um dos expoentes da videoarte e traz registros de performance, arte postal, grafi te, fotografi a, po-esia visual e cinema, além de textos críticos.

Livraria da Vila - Lorena | tel. (11) 3062-1063 | nesta seg. (8), às 18h30 | Livraria da Travessa - Ipanema tel. (21) 3205-9002 sex. (12), às 19h

F10 Editora/Oi Futuro | R$ 60 | 388 págs.

POESIA | ZUCA SARDANO carioca Carlos Felipe Saldanha

(1933), o ZucaSardan, arquiteto de formação, diplomata por profi ssão, escritor e ilustrador radicado na Ale-manha é o patrono ainda ativo dos poetas dos anos 1970-80, antecipa-dor que é da geração mimeógrafo – desde os anos 1950 usou o meio para publicar seus poemas ilustrados, os quais parecem destinados à leitura em voz alta (como ele faz notoria-mente bem). A Editora Unicamp, que há coisa de 20 anos lançou “Osso do Coração” (1993) e “Ás de Colete” (1994), coloca à venda novas edições desses títulos, que, mesmo em forma-to de livro convencional, guardam a não convencionalidade do autor. Seja destilando ironia nos poemas políticos de “Ás de Colete” (R$ 30, 136 págs.) – publicado originalmente em 1979 como folheto –, seja inventando os personagens delirantes de “Osso do Coração” (R$ 40, 216 págs.), Zuca en-sina sempre a liberdade implicada no termo “poesia” – o que explica por que ele continua a ser uma referência para tantos que hoje chegam a praticá-la. (FRANCESCA ANGIOLILLO)

EXPOSIÇÃO | CARLOS HUFFMANA primeira individual do artista argentino no

Brasil mostra, em Curitiba, pinturas, desenhos e intervenções em fotografi as. A série “The Only Book I EverRead” traz uma dezena de óleos que retratam livros, sem seus leitores, deixados sobre sofás, mesas com café e entre lençóis.

SIM Galeria - Curitiba | tel. (41) 3322-1818|seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 10h às 18h grátis | até 20/12

CINEMA | K-ACTION 2014A Mostra de Cinema e Fotografi a Interativa

Coreana, realizada pelo Centro Cultural Coreano, em parceria com a Cinemateca Brasileira, exibe dez fi lmes inspirados no universo da k-pop, música popular e jovem da Coreia do Sul. Além de longas como o sucesso de suspense “Esconde-Esconde”, estarão expostos painéis em 3D de artistas mu-sicais e de clássicos do cinema local.

Cinemateca Brasileira | tel. (11) 3512-6111 |de qui. (11) a 21 | grátis

LANÇAMENTO | JAC LEIRNERNo livro “Atletas 1988-2014”, a artista paulis-

tana traz o resultado do trabalhofeito em cima de imagens de atletas e suas legendas que ela reuniu ao longo de 26 anos. A cada página virada há uma frase, recortada de jornais do mundo todo, acompanhada por uma mancha.

Galeria Fortes Vilaça | tel. (11) 3032 7066 | qua. (10), às 19h

Ikrek Edições | R$ 50 | 128 págs.

DVD | WILLIAM KENTRIDGEOs dois discos trazem a série de seis palestras

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G3MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

2Derrotas reais e imaginárias da esquerda

Economia

Uma outra esquerda não é possível, a julgar pela reação da esquerda de fato ao anúncio da carta de intenções da políti-ca econômica para o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff . A nomeação de Jo-aquim Levy para o ministério da Fazenda e a divulgação do novo programa mínimo para a economia provocaram revolta ou resignação tática entre petis-tas e adeptos do governismo; à esquerda da esquerda no poder, causaram escárnio. A presiden-te teria ao menos em parte re-negado o sentido da campanha vitoriosa da reeleição.

A guinada de Dilma 2 seria um erro essencial que vai prejudicar o crescimento: esta a objeção básica da esquerda ou de econo-mistas, ditos heterodoxos, que apoiaram, com mais ou menos críticas, a política desenvolvi-mentista de Dilma 1. Além dos economistas, a crítica centra-se na ideia de que esse programa mínimo, que por ora trata qua-se apenas das contas públicas, representa uma derrota dos interesses de trabalhadores e

VINICIUS TORRES FREIRE

Brevíssimo almanaque de problemas públicos

RESUMOA objeção dos econo-mistas ditos hetero-doxos ao controle de gastos do governo e ao emprego de parce-la maior da arreca-dação de impostos para o pagamento da conta de juros da dívida pública sus-cita questões. Como fi nanciar o défi cit e como evitar o aumen-to da dívida pública, com seus custos, as taxas de juros?

mais pobres em geral.Dilma 2 teria capitulado, se

rendido ao interesse dos deten-tores do capital, em particular do “capital fi nanceiro”. Tratar-se-ia menos de uma decisão sujeita aos limites da política econômica, mas essencialmen-te de política e de interesses de classe, pois várias escolhas econômicas seriam possíveis, talvez igualmente possíveis.

Cabe então perguntar qual a coerência do argumento dito heterodoxo: como lidar com a escassez de recursos e quais as consequências da linha geral de suas propostas? Um debate dessa alternativa pode ilustrar um almanaque brevíssimo de problemas rudimentares do se-tor público, que é o que segue.

CríticaNo manifesto “Economistas

pelo desenvolvimento e pela in-clusão social”, divulgado depois da eleição pelos ditos heterodo-xos, antecipava-se a crítica bá-sica ao que viria ser o programa mínimo de Dilma 2.

Nesse documento, diz-se que a presidente foi reelei-ta com base em programa e apoios de grupos “favoráveis ao desenvolvimento econômi-co com redistribuição de renda e inclusão social”, que estaria ameaçado pela adesão do go-verno “[...]à austeridade fi scal e monetária, exigindo juros mais altos e maior destinação de impostos para o pagamento da dívida pública, ao invés de devolvê-los na forma de trans-ferências sociais, serviços e investimentos públicos”.

A objeção ao controle de gas-tos do governo e, além do mais, ao emprego de parcela maior da arrecadação de impostos para o pagamento da conta de juros da dívida pública (mais “superávit primário”) suscita as questões:

1) Como fi nanciar o défi cit ?;2) Como evitar o aumento

da dívida pública e os custos do seu fi nanciamento (taxas de juros)?

Neste ano, o governo deve

gastar o equivalente a 5% do PIB além do que arrecadou (é conta do setor público intei-ro, governos das três esferas, mas basicamente a cargo do governo federal). Esse défi ci-tcorresponde a R$ 256 bilhões, dez vezes a despesa anual com o Bolsa Família. Na média dos últimos cinco anos, o défi cit do governo foi algo menor, cerca de 3,2% do PIB.

Note-se de passagem que o governo não “vai ao mercado” apenas para tomar emprestado o bastante para cobrir o défi -citanual. Tem de refi nanciar a parte da dívida que vence no ano, outros 12% do PIB (cerca de R$ 614 bilhões). Ou seja, no ano, o governo tomará emprestados R$ 870 bilhões.

Considere-se, pois, o caso de aumentos de impostos, que jamais são neutros, embora seus efeitos sejam muito me-nos óbvios do que prevê a teoria padrão.

Não são neutros porque po-dem criar inefi ciências econômi-cas, ainda mais em um sistema tributário confuso e caro como o brasileiro. Não são neutros por-que redistribuem renda (para o bem e para o mal), alteram incentivos a produzir mais ou modifi cam a taxa de poupança de uma economia (poupança menor limita o investimento e, assim, o crescimento).

Mais relevante, para o debate em questão: aumentos suces-sivos de impostos têm limites óbvios. A partir de certo pa-tamar, emperram a atividade produtiva, minam a efi ciência e suscitam descrédito (juros maiores) na capacidade futura do governo de controlar suas contas ou tomar emprestado para fi nanciar sua dívida (pois matou a galinha dos ovos de ouro). É disseminada a impres-são de que o Brasil está per-to desse limite, consideradas comparações internacionais e o efeito da tributação sobre a economia nos últimos 20 anos. Mas há controvérsia.

É intrigante, ainda assim, que os governos do PT não

tenham proposto um programa de aumento de impostos, e que tal plano não seja explicitado pelos críticos de Dilma 2. Um programa comedido e incre-mental, ainda que controverso, teria limitado o aumento da dívida e, portanto, da conta de juros, o que leva a mais aumento do défi cite menos crescimento, tudo o mais constante, num círculo vicioso.

Financiar os défi citpor meio de empréstimos implica aumen-to da dívida pública, entre outros vários problemas. Aumentos sucessivos da dívida pública encarecem o seu custo, uma vez que os credores tendem a exigir juros maiores a fi m de fi -nanciar e refi nanciar os débitos do governo. O governo, o setor público brasileiro, ora deve o equivalente a 59% do PIB.

Taxas de juros“Baixar as taxas de juros” é

um mantra entre adeptos leigos do desenvolvimentismo. Mas o governo não determina direta-mente o nível das taxas de juros. Tal impressão parece derivar do fato de que, periodicamente, o Banco Central defi ne uma meta para a taxa de juros de curto prazo, com o objetivo declarado de controlar a infl ação.

Ainda que as taxas de juros no Brasil sejam uma aberração mundial de tão altas, seu nível

caiu entre 2003 e 2012, e hoje parece haver muito mais dúvi-da a respeito de quão menores elas poderiam ser, dado o nível da infl ação.

De qualquer modo, o nível da infl ação limita a redução das taxas de juros – é possível ter juros de curto prazo mais baixos e infl ação crescente. Ainda assim, os juros de longo prazo subiriam.

Pressuponha-se que a infl a-ção não possa crescer mais, ainda que uma corrente hetero-doxa não veja tanto problema nisso. Em vez de recorrer a uma combinação de altas de juros e limites de gasto público a fi m de conter a infl ação, não se pode controlar os preços, de algum modo tabelá-los? Em parte, o governo Dilma 1 tentou fazê-lo, com resultados proble-máticos, como sói acontecer com tabelamentos.

Além de não explicitar o imperativo de elevar impos-tos, segundo a lógica de suas ideias, os desenvolvimentistas dilmianos não esclarecem sua política alternativa de controle de infl ação. Na Argentina e, mais ainda, na Venezuela, a alternativa tentada foi o con-trole cada vez mais intenso e extenso de preços e rendas em geral da economia.

Quanto aos juros, o BC in-fl uencia apenas as taxas de

curto prazo, que decerto infl uen-ciam as taxas cobradas para empréstimos mais longos. O histórico de crédito do gover-no (se um dia deu calotes), o tamanho da dívida e do ritmo de seu crescimento, o tamanho da poupança nacional, o crédito e os juros internacionais, tudo isso afeta a taxa de juros que os credores exigirão. Recente-mente, o governo tem evitado tomar empréstimos, dado o custo alto, devido ao aumento de seu descrédito.

Os detentores de riqueza fi -nanceira são, claro, os credores do governo. Pela ordem, são os fundos de investimento, fundos de pensão, bancos, estrangei-ros, seguradoras. Nos fundos de investimento e de pensão está a poupança de famílias ricas ou remediadas. Fundos de investimento, nos quais estão aplicados cerca de R$ 2,4 tri-lhões, são os “fundos de banco”, onde também a classe média aplica seus recursos.

“Baixar os juros” à força impli-caria algum tipo de confi sco ou calote, o que provocaria catás-trofe econômica. Ademais, não resolveria o problema do fi nan-ciamento do excesso de gastos, ao contrário: sem crédito, o governo dependeria apenas da receita de impostos, ainda mais reduzida. O “ajuste” seria então de fato violentíssimo.

ED ARNO | new yorker

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Page 28: EM TEMPO - 7 de dezembro de 2014

G4 MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014 MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014 G5

RESUMOResumo Impacto da atividade humana so-bre o planeta gera de-bate acerca do adven-to de uma nova época geológica, o Antro-poceno. Em livro, a jornalista Naomi Klein prega reviravolta no capitalismo para frear o aquecimento global – tema de conferência em Lima, nesta se-mana, e de encontro decisivo no ano que vem, em Paris.

Clima

3 O quente e o fervendoA Terra na época do Antropoceno

Prepare-se para o advento do Antropoceno. Em 2016 ele poderá estar entre nós. “An-tropoceno” é o nome proposto no ano 2000 pelo Nobel de Química Paul Crutzen para uma nova época geológica, a “Idade do Homem”. Ela viria suceder o Holoceno, no qual vivemos há quase 12 mil anos, desde o fi m da última era glacial.

Nesse intervalo, curto para a o tempo geológico (a Terra tem mais de 4 bilhões de anos), a espécie humana tirou proveito do clima estável e ameno. De-senvolveu a agricultura, multi-plicou-se e se espalhou ainda mais pelo globo. A questão agora é saber se ela modifi cou o planeta e aqueceu a atmosfe-ra o bastante para deixar uma marca inconfundível no regis-tro estratigráfi co. Os geólogos do futuro distante conseguirão distinguir uma camada de ter-reno que não existiria sem que 7 ou 10 bilhões de pessoas vivessem e produzissem na sua superfície?

A Comissão Internacional de Estratigrafi a (ICS, em inglês), a quem compete decidir sobre as divisões ofi ciais da história da Terra, pode bater o martelo geológico em meados de 2016, quando se realizará o Congresso Internacional de Geologia. Foi esse o prazo que se autoimpôs o Grupo de Trabalho do Antropo-ceno (GTA) reunido por ela, que tem 37 especialistas e a tarefa de instruir o processo.

Um deles é o próprio Paul Crutzen. Outro, o jornalista nor-te-americano Andrew Revkin, convidado por ter introduzido, num livro de 1992, “Global War-ming” (Aquecimento global), a ideia de um pós-Holoceno produzido pelo homem. Hoje ele lamenta sua “escolha im-perfeita de palavra”: “Propus ‘Antroceno’... Idiota”.

Também integra o grupo o climatologista brasileiro Carlos Nobre, secretário de Pesquisa e Desenvolvimento do Minis-tério da Ciência, Tecnologia e Inovação. “Acho que será apro-vado o estabelecimento de uma nova época, em função do peso de evidências”, avalia. “Mas o marco temporal ainda suscita discussões acaloradas”.

Não há muita dúvida de que cidades como São Paulo, Nova York ou Mumbai deixarão abun-dantes vestígios fósseis e ar-queológicos para os milênios que virão. Os puristas, contudo, exigem que um novo período geológico esteja demarcado, literalmente, nas rochas.

Uma proposta é fi xar o li-miar do Antropoceno em 1945, quando começaram as detona-ções atômicas. Elas aspergiram por todos os continentes uma camada sutil, mas detectável, de plutônio, césio e estrôncio, subprodutos da explosiva rea-ção nuclear.

Outra possibilidade, de-fendida por Crutzen, seria o fi nal do século 19, no mar-co da Revolução Industrial. O argumento privilegia os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs), poluen-tes produzidos na queima de combustíveis fósseis (carvão e derivados de petróleo, prin-cipalmente) que se depositam em todos os ambientes.

O consumo avantajado de combustíveis fósseis susten-ta ainda outra hipótese para a delimitação. Nesse caso, sobressaem os efeitos pro-duzidos com o agravamento do efeito estufa decorrente de bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) lançadas no ar.

Assim como a atmosfe-ra, os oceanos também se aquecem no processo. Além disso, tornam-se mais ácidos ao absorver parte do CO2, o que, em algumas profundi-dades, interrompe o ciclo de deposição de carbonatos que dá origem a rochas claras, como o calcário. O resultado seria uma banda escura no registro estratigráfi co.

“O tópico todo é preocupan-te”, resume Naomi Oreskes,

historiadora da ciência da Universidade Harvard que integra o GTA.

Oreskes é autora do livro “MerchantsofDoubt” (Merca-dores da dúvida, de 2011), que demonstra os propósi-tos ideológicos dos “céticos” militantes em organizações conservadoras como o Ame-rican Enterprise Institute e a Heritage Foundation, para os quais é uma farsa a noção de mudança do clima causada pelo homem.

Esse pessoal não quer nem ouvir falar em Antropoceno.

LegiãoEm contrapartida, a dupla

Antropoceno e aquecimento global faz sucesso com outra turma. Uma legião estimada em 400 mil pessoas tomou as ruas e avenidas de Nova York em 21 de setembro último, na Marcha do Povo pelo Clima. Apesar do nome, lá estavam Ban Ki-Moon, secretário-ge-ral da ONU, que convocara uma Cúpula do Clima para dois dias depois, a ex-pre-sidente da Irlanda Mary Ro-binson e o ex-vice-presidente dos EUA Al Gore.

Não faltaram, além deles,

vegetarianos, ex-hippies se-xagenários e indígenas na passeata convocada pela 350.org. A ONG luta pelo re-torno à concentração de 350 partes por milhão (ppm) de CO2 na atmosfera terrestre; no fi m de novembro, ela esta-va em 398 ppm, muito acima dos 280 ppm dos tempos pré-industriais.

O CO2 é o principal gás do efeito estufa, por sua capacidade de aprisionar e reter junto à superfície da Terra parte da radiação solar que incide sobre ela, como os vidros de um abrigo para plantas.

Na fracassada Conferência de Copenhague, em 2009, só houve acordo quanto à necessidade de limitar as emissões de CO2 para que o aquecimento global não exceda 2°C. Acima disso, a mudança do clima poderia conduzir a uma série devas-tadora de eventos extremos como secas, furacões, ondas de calor e enchentes.

No restante, impera o de-sacordo entre países mais desenvolvidos e menos de-senvolvidos. Pela 20ª vez, duas centenas deles estão

reunidos em Lima, até a pró-xima sexta-feira (12), para tentar traçar as linhas de base de um tratado capaz de reduzir as emissões na proporção e no ritmo neces-sários. O prazo se extingue dentro de um ano, quando se realizará a Conferência de Paris – a COP 21.

Os pesquisadores do cli-ma estimam que, para não ultrapassar a marca dos 2°C, a humanidade conta com um orçamento total, desde o início da espécie, de 1 trilhão de toneladas de CO2 para gastar. Do século 19 para cá, 600 bilhões já viraram fumaça.

Para sobreviver com a pífi a dotação de 400 bilhões, seria desejável que as emissões já estivessem em queda, como pressupunha o malfadado Protocolo de Kyoto (1997). Mas continuam a subir. Só recuam em anos de crise, como 2009. Em 2013, o au-mento foi de 2,3%.

Se a tendência presente se mantiver, restam apenas 25 anos de carbono para torrar. Isso exigiria cortar para zero as emissões, de um ano para o outro, em 2040. Como não

vai acontecer, as reduções te-riam de começar já, na toada de pelo menos 8% ao ano.

Os manifestantes da mar-cha de Nova York descon-fi am de que os governos reunidos em Lima e Paris, sem pressão, não cumpri-rão a meta de temperatura acordada em Copenhague. Daí a mobilização.

AnticapitalismoMais radical é a jornalista

Naomi Klein, polêmica auto-ra de “Sem Logo”. Em seu mais novo livro, “ThisChan-gesEverything “” Capitalism vs. theClimate” [Simon & Schuster, R$ 53,30, 576 págs.; R$ 66,71, e-book] (Isso muda tudo “” capita-lismo contra o clima), ela defende que não é possível enfrentar o desafi o da mu-dança do clima sem virar de pernas para o ar o capitalis-mo contemporâneo, marca-do por desregulamentação, cortes de gastos sociais, privatização e liberalização do comércio mundial.

Nas mais de 500 páginas de texto, não faltam dados e exemplos convincentes de que a economia mundial se

MARCELO LEITE

FOTOGRAFIATHIAGO ROCHA PITTA

tornou dependente do car-bono, vale dizer, dos com-bustíveis fósseis. Como um viciado, aceita pagar cada vez mais para explorar re-servas não convencionais, como o gás de folhelho (ou xisto) nos EUA, as areias betuminosas no Canadá e o pré-sal no Brasil.

Klein confronta o leitor com uma conta acabrunhan-te: as reservas já escritura-das de carvão, petróleo e gás natural correspondem ao quíntuplo do orçamento de carbono que resta para gastar. Ou seja, 4/5 delas seriam “inqueimáveis”, do ponto de vista do aqueci-mento global.

A não ser, é claro, que surjam tecnologias efi cien-tes e baratas para limpar da atmosfera o carbono liberado em décadas após

fi car retido nas entranhas da Terra por milhões de anos. O problema é que a indús-tria fóssil não investe muito nisso, mas sim em aumentar reservas e produção. Para Klein, essa indústria teria de ser obrigada pelos governos a comprometer seus lucros na limpeza do planeta.

Acredite quem quiser. Mas o livro também tem seções para lá de otimistas com os avanços já alcançados em fontes renováveis de energia, como a fotovoltaica (solar) e a eólica (ventos).

Klein se derrama na nar-rativa sobre comunidades e cidades que retomaram o controle local da geração, contornando a resistência das grandes distribuidoras quanto às fontes alterna-tivas. Ela vê nessa descen-tralização o germe de um

movimento de contestação do capitalismo como o co-nhecemos e uma oportuni-dade nunca vista antes pelos movimentos sociais.

Klein não se demora muito na China, cujo capitalismo de Estado produziu a maior máquina poluidora do pla-neta, tendo já ultrapassado os EUA – embora o país asiático já se torne tam-bém o que mais investe em energias alternativas, como solar e eólica.

Uma das passagens mais sublinhadas do livro, como pode constatar quem o lê em versão eletrônica, citada também por Elizabeth Kol-bert em resenha na revista “The New York Reviewof Books”, resume a conversão térmica da autora:

“Comecei a perceber todas as maneiras pelas quais a

mudança climática pode se tornar um catalisador para a mudança positiva – como ela pode ser o melhor argumento que os progressistas jamais tiveram para exigir a recons-trução e a revitalização das economias locais; para recu-perar nossas democracias da corrosiva infl uência corpo-rativa; para barrar danosos acordos de livre-comércio e reescrever os anteriores; para investir na depaupera-da infraestrutura pública de transporte coletivo e habi-tação social; para retomar a propriedade de serviços essenciais como água e energia; para reconstruir o sistema agrícola doente de modo muito mais saudável; para abrir as fronteiras a mi-grantes cujo deslocamento está ligado aos impactos do clima; para enfi m respeitar

os direitos de indígenas à terra – tudo isso ajudaria a acabar com os grotescos níveis de de-sigualdade em nossas nações e entre elas”.

ReformaComo assinala a resenhista

Kolbert, é um programa am-bicioso – se não irreal, caberia acrescentar. Klein não chega a provar que a solução para o clima exija uma reviravolta an-ticapitalista. Baseia sua fé nos movimentos sociais redentores só em si própria – ou seja, em pensamento positivo.

Com essa viseira, não conse-gue enxergar que o capitalismo não é um monólito, mas um sistema fl exível e cambiante. Entre outras coisas, capaz de criar nichos de mercado para energias limpas (como a eólica, recentemente, no Brasil) mes-mo em meio às ideias fi xas na hidreletricidade e petróleo.

Até os mais céticos quanto ao processo internacional de negociações sobre clima, como o cientista político Eduardo Vio-la, da UnB, se distanciam dessa perspectiva: “O capital tende a estar cada vez mais dividido entre forças inerciais, conser-vadoras, e forças que apontam para a descarbonização”.

“Mesmo dentro de cada em-presa há essa divisão”, afi rma Viola. “[O impasse] na política internacional é derivado dis-so.” Como Klein, o professor da UnB vê num imposto sobre o carbono o meio mais efi ciente para promover a transformação necessária – mas numa moldura capitalista: “As forças reformis-tas estão procurando regras para precifi car o carbono”.

Naomi Oreskes tampouco acompanha Klein. “Reconhecer a mudança do clima como uma falha de mercado não obriga ninguém a concluir que a falha não possa ser corrigida”, diz a historiadora de Harvard. Na sua avaliação, a xará acaba por con-fi rmar o preconceito dos céticos de que a defesa do clima não passa de ataque sub-reptício contra a liberdade do capital.

“Klein pode estar certa, mas espero que não esteja, porque reformar o capitalismo pare-ce uma tarefa mais difícil que reformar nossos sistemas de energia e infraestrutura. Ambas as coisas parecem quase im-possíveis, mas a segunda eu ao menos consigo imaginar”.

Andrew Revkin segue na linha de Viola e Oreskes. “Podemos evitar a perigosa mudança climática de origem humana (e os impactos do clima) sem desfazer o capitalismo”, afi rma o jornalista.

“Existem modelos pós-extra-tivistas para construir negócios bem-sucedidos. No fi m das con-tas, é um misto de pesquisa básica com operação do setor privado (capitalista) que está reduzindo os cursos da energia alternativa e levando a ganhos de efi ciência”.

RegeneraçãoA receita reformista favori-

ta aposta na combinação de energia fotovoltaica e eólica,

talvez algumas usinas térmi-cas nucleares, para substituir carvão, óleo e gás natural na geração de eletricidade, que seria distribuída por redes in-teligentes (“smart grids”) com desperdício reduzido.

Só a radiação solar tem poten-cial para fornecer pelo menos seis vezes mais energia que os 15 trilhões de watts hoje obtidos de combustíveis fósseis. Boa parte dessa energia pode-ria ser usada para massifi car a dessalinização de água do mar e, quem sabe, para recapturar carbono da atmosfera.

Em vez da sentimental “rege-neração” do planeta defendida por Klein no fi m do livro, essa perspectiva implicaria redobrar a aposta prometeica no Antro-poceno. Se não há volta nos ponteiros do relógio geológi-co, resta continuar mudando o mundo – para melhor.

Seria a única saída para evitar uma ração impalatável de 2.000 watts por pessoa que a matriz fóssil atual exigiria para baixar as emissões de carbono ao ní-vel necessário. Um americano consome hoje 12.000 watts e jamais se contentaria com menos; o restante do mundo vê como um direito a chance de chegar a esse patamar.

Nem por isso se pode dar Klein por nocauteada. A janela para conter a mudança do clima está se fechando, e a trajetória que governos, ONGs, ONU, empre-sas verdes e líderes idem – Al Gore à frente como sacerdote-mor do termoevangelismo – até aqui fracassou.

Fracassou, entre outras razões, como aponta “This-ChangesEverything”, porque a mudança do clima se tornou um meio de vida para muita gente. O livro é impiedoso ao desvendar a teia de relações e doações que une as ONGs ambientais mais famosas a em-presas e empresários converti-dos à causa ambiental que, no frigir dos ovos da rentabilidade, seguem investindo no bom e velho carbono.

PorvirPara uns, como Ricardo Abra-

movay, professor de economia da USP, esse estado de coisas deixa margem para algum oti-mismo, ainda que tisnado pela dúvida: “Algum dia essa conta terá de ser paga; resta saber se será com catástrofe ou não”.

Para outros, como a profes-sora de fi losofi a DéborahDano-wski (PUC-Rio) e o antropólo-go Eduardo Viveiros de Castro (Museu Nacional), autores do livro “Há Mundo Por Vir? Ensaio sobre os Medos e os Fins” [Ins-tituto Socioambiental, R$ 35, 175 págs.], há sérias razões para inquietar-se.

“Nosso presente é o Antro-poceno; este é o nosso tempo”, escrevem. “Mas este tempo presente vai se revelando um presente sem porvir, um pre-sente passivo, portador de um carma geofísico que está intei-ramente fora de nosso alcance anular – o que torna tanto mais urgente e imperativa a tarefa de sua mitigação”.

Esta imageme a da capa do caderno integram a série inédita ‘Ma-pas Temporais de Uma Terra Não Sedimentada’ (2014), de Thiago Rocha Pitta, feita com o fotó-grafo Ronaldo Franco

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G4 MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014 MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014 G5

RESUMOResumo Impacto da atividade humana so-bre o planeta gera de-bate acerca do adven-to de uma nova época geológica, o Antro-poceno. Em livro, a jornalista Naomi Klein prega reviravolta no capitalismo para frear o aquecimento global – tema de conferência em Lima, nesta se-mana, e de encontro decisivo no ano que vem, em Paris.

Clima

3 O quente e o fervendoA Terra na época do Antropoceno

Prepare-se para o advento do Antropoceno. Em 2016 ele poderá estar entre nós. “An-tropoceno” é o nome proposto no ano 2000 pelo Nobel de Química Paul Crutzen para uma nova época geológica, a “Idade do Homem”. Ela viria suceder o Holoceno, no qual vivemos há quase 12 mil anos, desde o fi m da última era glacial.

Nesse intervalo, curto para a o tempo geológico (a Terra tem mais de 4 bilhões de anos), a espécie humana tirou proveito do clima estável e ameno. De-senvolveu a agricultura, multi-plicou-se e se espalhou ainda mais pelo globo. A questão agora é saber se ela modifi cou o planeta e aqueceu a atmosfe-ra o bastante para deixar uma marca inconfundível no regis-tro estratigráfi co. Os geólogos do futuro distante conseguirão distinguir uma camada de ter-reno que não existiria sem que 7 ou 10 bilhões de pessoas vivessem e produzissem na sua superfície?

A Comissão Internacional de Estratigrafi a (ICS, em inglês), a quem compete decidir sobre as divisões ofi ciais da história da Terra, pode bater o martelo geológico em meados de 2016, quando se realizará o Congresso Internacional de Geologia. Foi esse o prazo que se autoimpôs o Grupo de Trabalho do Antropo-ceno (GTA) reunido por ela, que tem 37 especialistas e a tarefa de instruir o processo.

Um deles é o próprio Paul Crutzen. Outro, o jornalista nor-te-americano Andrew Revkin, convidado por ter introduzido, num livro de 1992, “Global War-ming” (Aquecimento global), a ideia de um pós-Holoceno produzido pelo homem. Hoje ele lamenta sua “escolha im-perfeita de palavra”: “Propus ‘Antroceno’... Idiota”.

Também integra o grupo o climatologista brasileiro Carlos Nobre, secretário de Pesquisa e Desenvolvimento do Minis-tério da Ciência, Tecnologia e Inovação. “Acho que será apro-vado o estabelecimento de uma nova época, em função do peso de evidências”, avalia. “Mas o marco temporal ainda suscita discussões acaloradas”.

Não há muita dúvida de que cidades como São Paulo, Nova York ou Mumbai deixarão abun-dantes vestígios fósseis e ar-queológicos para os milênios que virão. Os puristas, contudo, exigem que um novo período geológico esteja demarcado, literalmente, nas rochas.

Uma proposta é fi xar o li-miar do Antropoceno em 1945, quando começaram as detona-ções atômicas. Elas aspergiram por todos os continentes uma camada sutil, mas detectável, de plutônio, césio e estrôncio, subprodutos da explosiva rea-ção nuclear.

Outra possibilidade, de-fendida por Crutzen, seria o fi nal do século 19, no mar-co da Revolução Industrial. O argumento privilegia os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs), poluen-tes produzidos na queima de combustíveis fósseis (carvão e derivados de petróleo, prin-cipalmente) que se depositam em todos os ambientes.

O consumo avantajado de combustíveis fósseis susten-ta ainda outra hipótese para a delimitação. Nesse caso, sobressaem os efeitos pro-duzidos com o agravamento do efeito estufa decorrente de bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) lançadas no ar.

Assim como a atmosfe-ra, os oceanos também se aquecem no processo. Além disso, tornam-se mais ácidos ao absorver parte do CO2, o que, em algumas profundi-dades, interrompe o ciclo de deposição de carbonatos que dá origem a rochas claras, como o calcário. O resultado seria uma banda escura no registro estratigráfi co.

“O tópico todo é preocupan-te”, resume Naomi Oreskes,

historiadora da ciência da Universidade Harvard que integra o GTA.

Oreskes é autora do livro “MerchantsofDoubt” (Merca-dores da dúvida, de 2011), que demonstra os propósi-tos ideológicos dos “céticos” militantes em organizações conservadoras como o Ame-rican Enterprise Institute e a Heritage Foundation, para os quais é uma farsa a noção de mudança do clima causada pelo homem.

Esse pessoal não quer nem ouvir falar em Antropoceno.

LegiãoEm contrapartida, a dupla

Antropoceno e aquecimento global faz sucesso com outra turma. Uma legião estimada em 400 mil pessoas tomou as ruas e avenidas de Nova York em 21 de setembro último, na Marcha do Povo pelo Clima. Apesar do nome, lá estavam Ban Ki-Moon, secretário-ge-ral da ONU, que convocara uma Cúpula do Clima para dois dias depois, a ex-pre-sidente da Irlanda Mary Ro-binson e o ex-vice-presidente dos EUA Al Gore.

Não faltaram, além deles,

vegetarianos, ex-hippies se-xagenários e indígenas na passeata convocada pela 350.org. A ONG luta pelo re-torno à concentração de 350 partes por milhão (ppm) de CO2 na atmosfera terrestre; no fi m de novembro, ela esta-va em 398 ppm, muito acima dos 280 ppm dos tempos pré-industriais.

O CO2 é o principal gás do efeito estufa, por sua capacidade de aprisionar e reter junto à superfície da Terra parte da radiação solar que incide sobre ela, como os vidros de um abrigo para plantas.

Na fracassada Conferência de Copenhague, em 2009, só houve acordo quanto à necessidade de limitar as emissões de CO2 para que o aquecimento global não exceda 2°C. Acima disso, a mudança do clima poderia conduzir a uma série devas-tadora de eventos extremos como secas, furacões, ondas de calor e enchentes.

No restante, impera o de-sacordo entre países mais desenvolvidos e menos de-senvolvidos. Pela 20ª vez, duas centenas deles estão

reunidos em Lima, até a pró-xima sexta-feira (12), para tentar traçar as linhas de base de um tratado capaz de reduzir as emissões na proporção e no ritmo neces-sários. O prazo se extingue dentro de um ano, quando se realizará a Conferência de Paris – a COP 21.

Os pesquisadores do cli-ma estimam que, para não ultrapassar a marca dos 2°C, a humanidade conta com um orçamento total, desde o início da espécie, de 1 trilhão de toneladas de CO2 para gastar. Do século 19 para cá, 600 bilhões já viraram fumaça.

Para sobreviver com a pífi a dotação de 400 bilhões, seria desejável que as emissões já estivessem em queda, como pressupunha o malfadado Protocolo de Kyoto (1997). Mas continuam a subir. Só recuam em anos de crise, como 2009. Em 2013, o au-mento foi de 2,3%.

Se a tendência presente se mantiver, restam apenas 25 anos de carbono para torrar. Isso exigiria cortar para zero as emissões, de um ano para o outro, em 2040. Como não

vai acontecer, as reduções te-riam de começar já, na toada de pelo menos 8% ao ano.

Os manifestantes da mar-cha de Nova York descon-fi am de que os governos reunidos em Lima e Paris, sem pressão, não cumpri-rão a meta de temperatura acordada em Copenhague. Daí a mobilização.

AnticapitalismoMais radical é a jornalista

Naomi Klein, polêmica auto-ra de “Sem Logo”. Em seu mais novo livro, “ThisChan-gesEverything “” Capitalism vs. theClimate” [Simon & Schuster, R$ 53,30, 576 págs.; R$ 66,71, e-book] (Isso muda tudo “” capita-lismo contra o clima), ela defende que não é possível enfrentar o desafi o da mu-dança do clima sem virar de pernas para o ar o capitalis-mo contemporâneo, marca-do por desregulamentação, cortes de gastos sociais, privatização e liberalização do comércio mundial.

Nas mais de 500 páginas de texto, não faltam dados e exemplos convincentes de que a economia mundial se

MARCELO LEITE

FOTOGRAFIATHIAGO ROCHA PITTA

tornou dependente do car-bono, vale dizer, dos com-bustíveis fósseis. Como um viciado, aceita pagar cada vez mais para explorar re-servas não convencionais, como o gás de folhelho (ou xisto) nos EUA, as areias betuminosas no Canadá e o pré-sal no Brasil.

Klein confronta o leitor com uma conta acabrunhan-te: as reservas já escritura-das de carvão, petróleo e gás natural correspondem ao quíntuplo do orçamento de carbono que resta para gastar. Ou seja, 4/5 delas seriam “inqueimáveis”, do ponto de vista do aqueci-mento global.

A não ser, é claro, que surjam tecnologias efi cien-tes e baratas para limpar da atmosfera o carbono liberado em décadas após

fi car retido nas entranhas da Terra por milhões de anos. O problema é que a indús-tria fóssil não investe muito nisso, mas sim em aumentar reservas e produção. Para Klein, essa indústria teria de ser obrigada pelos governos a comprometer seus lucros na limpeza do planeta.

Acredite quem quiser. Mas o livro também tem seções para lá de otimistas com os avanços já alcançados em fontes renováveis de energia, como a fotovoltaica (solar) e a eólica (ventos).

Klein se derrama na nar-rativa sobre comunidades e cidades que retomaram o controle local da geração, contornando a resistência das grandes distribuidoras quanto às fontes alterna-tivas. Ela vê nessa descen-tralização o germe de um

movimento de contestação do capitalismo como o co-nhecemos e uma oportuni-dade nunca vista antes pelos movimentos sociais.

Klein não se demora muito na China, cujo capitalismo de Estado produziu a maior máquina poluidora do pla-neta, tendo já ultrapassado os EUA – embora o país asiático já se torne tam-bém o que mais investe em energias alternativas, como solar e eólica.

Uma das passagens mais sublinhadas do livro, como pode constatar quem o lê em versão eletrônica, citada também por Elizabeth Kol-bert em resenha na revista “The New York Reviewof Books”, resume a conversão térmica da autora:

“Comecei a perceber todas as maneiras pelas quais a

mudança climática pode se tornar um catalisador para a mudança positiva – como ela pode ser o melhor argumento que os progressistas jamais tiveram para exigir a recons-trução e a revitalização das economias locais; para recu-perar nossas democracias da corrosiva infl uência corpo-rativa; para barrar danosos acordos de livre-comércio e reescrever os anteriores; para investir na depaupera-da infraestrutura pública de transporte coletivo e habi-tação social; para retomar a propriedade de serviços essenciais como água e energia; para reconstruir o sistema agrícola doente de modo muito mais saudável; para abrir as fronteiras a mi-grantes cujo deslocamento está ligado aos impactos do clima; para enfi m respeitar

os direitos de indígenas à terra – tudo isso ajudaria a acabar com os grotescos níveis de de-sigualdade em nossas nações e entre elas”.

ReformaComo assinala a resenhista

Kolbert, é um programa am-bicioso – se não irreal, caberia acrescentar. Klein não chega a provar que a solução para o clima exija uma reviravolta an-ticapitalista. Baseia sua fé nos movimentos sociais redentores só em si própria – ou seja, em pensamento positivo.

Com essa viseira, não conse-gue enxergar que o capitalismo não é um monólito, mas um sistema fl exível e cambiante. Entre outras coisas, capaz de criar nichos de mercado para energias limpas (como a eólica, recentemente, no Brasil) mes-mo em meio às ideias fi xas na hidreletricidade e petróleo.

Até os mais céticos quanto ao processo internacional de negociações sobre clima, como o cientista político Eduardo Vio-la, da UnB, se distanciam dessa perspectiva: “O capital tende a estar cada vez mais dividido entre forças inerciais, conser-vadoras, e forças que apontam para a descarbonização”.

“Mesmo dentro de cada em-presa há essa divisão”, afi rma Viola. “[O impasse] na política internacional é derivado dis-so.” Como Klein, o professor da UnB vê num imposto sobre o carbono o meio mais efi ciente para promover a transformação necessária – mas numa moldura capitalista: “As forças reformis-tas estão procurando regras para precifi car o carbono”.

Naomi Oreskes tampouco acompanha Klein. “Reconhecer a mudança do clima como uma falha de mercado não obriga ninguém a concluir que a falha não possa ser corrigida”, diz a historiadora de Harvard. Na sua avaliação, a xará acaba por con-fi rmar o preconceito dos céticos de que a defesa do clima não passa de ataque sub-reptício contra a liberdade do capital.

“Klein pode estar certa, mas espero que não esteja, porque reformar o capitalismo pare-ce uma tarefa mais difícil que reformar nossos sistemas de energia e infraestrutura. Ambas as coisas parecem quase im-possíveis, mas a segunda eu ao menos consigo imaginar”.

Andrew Revkin segue na linha de Viola e Oreskes. “Podemos evitar a perigosa mudança climática de origem humana (e os impactos do clima) sem desfazer o capitalismo”, afi rma o jornalista.

“Existem modelos pós-extra-tivistas para construir negócios bem-sucedidos. No fi m das con-tas, é um misto de pesquisa básica com operação do setor privado (capitalista) que está reduzindo os cursos da energia alternativa e levando a ganhos de efi ciência”.

RegeneraçãoA receita reformista favori-

ta aposta na combinação de energia fotovoltaica e eólica,

talvez algumas usinas térmi-cas nucleares, para substituir carvão, óleo e gás natural na geração de eletricidade, que seria distribuída por redes in-teligentes (“smart grids”) com desperdício reduzido.

Só a radiação solar tem poten-cial para fornecer pelo menos seis vezes mais energia que os 15 trilhões de watts hoje obtidos de combustíveis fósseis. Boa parte dessa energia pode-ria ser usada para massifi car a dessalinização de água do mar e, quem sabe, para recapturar carbono da atmosfera.

Em vez da sentimental “rege-neração” do planeta defendida por Klein no fi m do livro, essa perspectiva implicaria redobrar a aposta prometeica no Antro-poceno. Se não há volta nos ponteiros do relógio geológi-co, resta continuar mudando o mundo – para melhor.

Seria a única saída para evitar uma ração impalatável de 2.000 watts por pessoa que a matriz fóssil atual exigiria para baixar as emissões de carbono ao ní-vel necessário. Um americano consome hoje 12.000 watts e jamais se contentaria com menos; o restante do mundo vê como um direito a chance de chegar a esse patamar.

Nem por isso se pode dar Klein por nocauteada. A janela para conter a mudança do clima está se fechando, e a trajetória que governos, ONGs, ONU, empre-sas verdes e líderes idem – Al Gore à frente como sacerdote-mor do termoevangelismo – até aqui fracassou.

Fracassou, entre outras razões, como aponta “This-ChangesEverything”, porque a mudança do clima se tornou um meio de vida para muita gente. O livro é impiedoso ao desvendar a teia de relações e doações que une as ONGs ambientais mais famosas a em-presas e empresários converti-dos à causa ambiental que, no frigir dos ovos da rentabilidade, seguem investindo no bom e velho carbono.

PorvirPara uns, como Ricardo Abra-

movay, professor de economia da USP, esse estado de coisas deixa margem para algum oti-mismo, ainda que tisnado pela dúvida: “Algum dia essa conta terá de ser paga; resta saber se será com catástrofe ou não”.

Para outros, como a profes-sora de fi losofi a DéborahDano-wski (PUC-Rio) e o antropólo-go Eduardo Viveiros de Castro (Museu Nacional), autores do livro “Há Mundo Por Vir? Ensaio sobre os Medos e os Fins” [Ins-tituto Socioambiental, R$ 35, 175 págs.], há sérias razões para inquietar-se.

“Nosso presente é o Antro-poceno; este é o nosso tempo”, escrevem. “Mas este tempo presente vai se revelando um presente sem porvir, um pre-sente passivo, portador de um carma geofísico que está intei-ramente fora de nosso alcance anular – o que torna tanto mais urgente e imperativa a tarefa de sua mitigação”.

Esta imageme a da capa do caderno integram a série inédita ‘Ma-pas Temporais de Uma Terra Não Sedimentada’ (2014), de Thiago Rocha Pitta, feita com o fotó-grafo Ronaldo Franco

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G6 MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

Diário de LisboaO MAPA DA CULTURA

4 Povo que cais descalçoOs portugueses à conquista da América

Numa semana em que mui-to se discutiu se a imagem de Portugal ficou afetada internacionalmente por cau-sa dos sucessivos casos de corrupção que foram parar à Justiça, culminando na pri-são preventiva do ex-primei-

ro ministro José Sócrates, outros portugueses estão a dar o que falar lá fora.

Os Dead Combo souberam que duas das suas músicas – “Lisboa Mulata”, que tem vídeo oficial realizado por Mário Melo Costa (goo.gl/Qf3SdJ), e “Rumbero” – fo-ram escolhidas para fazer

ISABEL COUTINHO parte da banda sonora do filme “Focus”, de Glenn Fi-carra e John Requa, com Will Smith no papel principal mas também com participação de Rodrigo Santoro, com estreia em 2015 (no Brasil, como “Golpe Duplo”).

A banda, um duo instru-mental formado por TóTrips e Pedro Gonçalves, que mis-tura jazz, fado e “western spaghetti”, lançou o seu quin-to álbum em março, “A Bun-chof Meninos” que tem can-ções com títulos sugestivos como “Miúdas e Motas” (goo.gl/CnJ6hG) ou “Povo que Cais Descalço” (goo.gl/7xpht7).

Quando o chef norte-ame-ricano Anthony Bourdain es-teve a fazer em Lisboa um dos episódios do seu “No Re-servations”, em 2012, teve-os por convidados. Foram ao Sol e Pesca, restaurante onde se comem as típicas conservas portuguesas. De-pois da emissão do progra-ma nos EUA, três dos seus álbuns entraram para o top dez dos discos de músicas do mundo mais vendidos no iTunes norte-americano.

Os lobos de VhilsTambém o artista Alexan-

dre Farto anda nas bocas do mundo. É um dos 11 artistas urbanos escolhidos para o projeto “U2: FilmsofInnocen-ce” que será lançado no dia 9 de dezembro e servirá como “contraponto visual para o álbum ‘SongsofInnocence’”, que a banda irlandesa lançou gratuitamente em setembro

no iTunes. O fi lme é uma “uma coleção de curtas artísticos inspirados” no álbum e já está em pré-venda no iTunes, onde se explica que “tendo os murais políticos da Irlanda do Norte como referência, o U2 criou este projeto para celebrar o poder único e de-mocrático da arte urbana”.

Já está disponível um trai-ler (goo.gl/AuhZdR) e o por-tuguês, também conhecido como Vhils, fez o filme da canção “RaisedbyWolves” (que rodou num antigo es-taleiro em Cacilhas, Alma-da, uma paisagem industrial abandonada). Vhils tem atu-almente uma exposição no museu da Caixa Cultural em Recife com a reinstalação da peça “Incisão”, resultado de uma residência artística e da colaboração com a tribo guarani da aldeia Araçaí.

Do Alentejo para o mundoPara provar que um alen-

tejano nunca canta sozinho, uma comitiva de 21 homens do Grupo Coral e Etnográfi co da Casa do Povo de Serpa via-jou de autocarro do Alentejo até Paris, com dois leitões assados, presuntos, queijos e pão alentejano na bagagei-ra. Tudo para cantarem por alguns minutos na sala da Unesco e ouvirem o anúncio de que o cante coral alente-jano tinha sido considerado patrimônio cultural imaterial da humanidade, um dia de-pois da roda de capoeira.

Agora, em Portugal, já há quem sonhe com a criação

de casas de cante, tal como existem casas de fado, e os jovens estão orgulhosos da tradição que associavam aos mais velhos e ao traba-lho nos campos. Esse canto – que se pensa ter nascido da música gregoriana, dos cantos polifônicos sacros medievais e da música dei-xada pelos árabes –, vive no documentário “Alentejo, Alentejo”, de Sérgio Tréfaut (goo.gl/empZ29), cineasta português nascido em São Paulo, filho de um alentejano e de uma francesa.

Inédito de AmáliaTambém passaram agora

três anos desde que o fado é patrimônio imaterial da hu-manidade, o que levou a que, além de se formarem novas gerações de fadistas – o Mu-seu do Fado tem uma escola de guitarra portuguesa, orien-tada por António Parreira, au-las de canto e de letras para fado –, se tenham recuperado algumas gravações.

Uma delas é de Amália Rodrigues, que fez em 1951 num estúdio improvisado na rua Nova do Almada, no Chiado, em Lisboa, para a Valentim de Carvalho antes de ter ido em 1952 para Londres gravar nos estúdios da EMI de Abbey Road.

As canções podem ser ou-vidas no CD duplo “Amália no Chiado”, coordenado por Frederico Santiago. Traz um inédito “Fado Lamen-tos” com letra e música da própria Amália.

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5 Um presente de Vinicius

Arquivo AbertoMEMÓRIAS QUE VIRAM HISTÓRIAS

Rio de Janeiro, 1961

Em 1961, quando eu ain-da morava no Rio, surgiu a oportunidade de fazer aulas de piano com o Moacir San-tos. As aulas eram dedicadas, predominantemente, ao estu-do de harmonia. Estudei por mais ou menos seis meses, mas deu para aprender muita coisa, tive uma base muito boa, fundamental para as minhas composições. Fazia as aulas na casa do Moacir e, como era perto da casa do Vinicius de Moraes, um gran-de amigo, sempre dava uma passadinha para praticar no piano do Vinicius.

Acontece que o Moacir, com o sucesso da bossa nova nos Estados Unidos, decidiu deixar o Brasil, e eu fi quei sem pro-fessor. Como já tinha avan-çado nos estudos e não podia parar, o Moacir sugeriu que eu comprasse um dos pianos dele – eram dois: um para o professor, um para os alunos. Isso seria impossível, eu não tinha dinheiro.

Tinha começado a minha car-reira profi ssional havia pou-cos anos, como “crooner” do Dancing Avenida e do Dancing Brasil. Já tinha até lançado o meu primeiro disco, em 1957, um 78 rotações: de um lado “Tarde Demais” – de Hélio Costa e Anita Andrade, dois jovens compositores que me viram cantando no Dancing e me ofereceram essa canção – e do outro lado “C’estlaVie” – na versão de Aloysio de Oliveira. Mas o dinheiro ainda era pouco.

O Moacir pensou numa so-lução: “Por que você não fala com o Vinicius? Ele compra o piano, que eu preciso vender antes de ir para os Estados Unidos, e depois você vai pa-gando a dívida aos poucos”. Vinicius era muito amigo meu, mas eu morria de vergonha de pedir esse favor. Seria abusar

da amizade. Como eu não to-mei essa atitude, o Moacir resolveu falar com o Vinicius diretamente.

Vinicius, como era de se es-perar – um coração enorme e algum dinheiro no bolso –, comprou o piano e, de quebra, tomei uma bronca daquelas: “Como você não falou comigo? Que absurdo! O Moacir teve que falar comigo, precisava disso? Não somos amigos?”. Enfi m, piano comprado, só fal-tava pagar ao Vinicius.

Toda vez que eu me encontra-va com ele fi cava constrangida, não por ele, que continuava o mesmo. É que eu queria pagar logo a dívida, mas o dinheiro que entrava era insufi ciente. Passaram-se alguns meses, e eu não tinha conseguido quitar nenhuma parcela. Aí eu fi cava sem graça, a ponto de nem que-rer vê-lo. “Ai, Vinicius, você me desculpe, ainda não consegui juntar o dinheiro”.

Eu sempre me preocupava em lhe dar alguma satisfa-ção. “Ai, Vinicius, assim que eu conseguir eu lhe pago, pode ter certeza”. Quase um ano depois, tudo do mesmo jeito. Eu e as minhas justifi cativas, absolutamente verdadeiras – os shows mal davam para meus gastos.

Até que um dia, depois de mais um pedido de desculpas, Vinicius me disse de supetão: “Não quero mais ouvir falar no diabo desse piano! O piano é seu!”. Demorei a aceitar, mas não tinha nada que o fi zesse mudar de ideia.

É nesse piano que, até hoje, toco e crio as minhas canções, que, depois de décadas, foram reunidas no meu mais recente disco, “Canções de Alaíde”, com parceiros ilustres: Tom Jobim, Johnny Alf, Hermínio Bello de Carvalho, Geraldo Vandré. E, claro, Vinicius de Moraes, com quem fi z “Amigo Amado”. Ami-go amado a quem sou eterna-mente grata.

ALAÍDE COSTA

JOÃO CORREIA FILHO

A cantora e compositora carioca Alaíde Costa com seu piano em sua casa, na cidade de São Paulo, em 2009

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6RESUMOCrítico analisa peça de Ingmar Bergman (1918-2007) dentro do quadro de seus escritos autobio-gráfi cos. “Depois do Ensaio”, cujo prota-gonista é um homem de teatro, não só põe em cena a admiração do cineasta sueco por August Strind-berg (1849-1912) como recria aspectos da trajetória do dire-tor de “Persona”.

Teatro

Caminhos cruzados

No universo cinematográfi co de Ingmar Bergman (1918-2007), com frequência artistas ocupam o lugar de persona-gens principais. Muitos são os que protagonizam dramas sobre o tumulto da existên-cia, os confl itos das relações amorosas, o medo da morte, a membrana permeável que se-para vida e sonho, as batalhas

Bergman e autofi cção em ‘Depois do Ensaio’

AMIR LABAKI

do mundo interior. O recurso povoa toda a obra de Bergman, desde os instrumentistas de um de seus primeiros fi lmes, “Música na Noite” (1948), pas-sando pelo pintor de “A Hora do Lobo” (1968), pelo trio de atores de “O Rito” (1969) ou por cineastas como em “O Último Suspiro” (1995).

Alguns deles até portam o mesmo sobrenome, Vogler, como o mago hipnotizador de “O Rosto” (1958), a atriz em crise em “Persona” (1966) e o diretor de teatro de “Depois do Ensaio” (1984) – neste último, de prenome Henrik, há contudo uma dimensão inédita.

É interessante examinar “De-pois do Ensaio” dentro dos ciclos autobiográfi cos a que Bergman se dedicou a partir dos anos 1980. O primeiro teve início com “Fanny e Alexander” (1982), prosseguindo com o documen-tário de curta-metragem “O Rosto de Karin” (1983) e conclui em “Depois do Ensaio”. Oito anos mais tarde, começaria a vir a público o segundo ciclo, apenas escrito por Bergman, mas dirigido por cineastas pró-ximos a ele. São essencialmente as versões fílmicas da história de seus pais, na trilogia forma-da por “As Melhores Intenções” (Bille August, 1991), “Crianças de Domingo” (Daniel Bergman,

1992) e “Confi ssões Privadas” (Liv Ullmann, 1996).

O casal central, sob o dis-farce Henrik/Anna no primeiro e terceiro fi lmes, e sob seus nomes reais Erik/Karin no se-gundo, claramente espelha os pais verdadeiros de Bergman. “As Melhores Intenções” trata da turbulenta corte que formou o par. “Crianças de Domingo” mergulha na relação tumultu-ada entre o severo pai pastor e seu inquieto fi lho.

Por fi m, “Confi ssões Privadas” especula sobre a vida torturada da mãe de Bergman, comple-mentando em fi cção seu “de-saparecimento [...] nas imagens coletivas da família”, que o pró-prio cineasta sueco já revelara em “O Rosto de Karin”, realizado unicamente a partir do álbum fotográfi co doméstico.

Não surpreende que, entre os dois ciclos, Bergman tenha ca-nalizado energia para seus dois principais volumes autobiográ-fi cos: “Lanterna Mágica” [trad. Marion Xavier, Cosac Naify, 320 págs., R$ 87,50], escrito por ele mesmo em 1987, e “Ima-gens” [trad. Alexandre Pastor, Martins, 448 págs., R$ 72,24], de 1992, editado a partir de entrevistas com ele feitas pelo crítico Lasse Bergström entre 1988 e 1990.

O episódio catalisador desse

momento é evidente: o trau-ma advindo de seu autoexílio na Alemanha (1976-84), após uma agressiva interpelação pelas autoridades suecas, em pleno Dramaten, o Teatro Real sueco, a respeito de pretensas pendências fi scais.

Bergman disparou o processo autoanalítico naquele período em que, plenamente inocen-tado das acusações, se dividia entre Alemanha e Suécia. O primeiro resultado é seu épico sobre o maravilhamento na in-fância, entre lanternas mágicas e teatro de marionetes: “Fanny e Alexander”. Ele recordou em “Imagens” como o concebeu, no outono de 1978, quando, diz, tudo em sua vida era “miséria e trevas”. O roteiro do fi lme seria escrito na primavera seguinte, em seu primeiro retorno a casa na ilha de Fårö.

Ecos de Ibsen (11 monta-gens), Shakespeare (10) e so-bretudo Strindberg (30), seus dramaturgos de cabeceira, não poderiam faltar. A obra que classifi cou como seu “testa-mento cinematográfi co” encer-ra-se com a avó lendo para o garoto Alexander/Ingmar um trecho de “O Sonho” (1902) de Strindberg: “Tudo pode aconte-cer, tudo é possível e provável. O tempo e o espaço não exis-tem. Sobre um ligeiro fundo de

realidade, a imaginação tece sua teia e cria novos desenhos, novos destinos”.

Fast forwardParece natural, assim, que

Bergman tenha se proposto um “fast forward” em sua própria trajetória escrevendo, naquele mesmo impulso, um texto sobre sua “vida no teatro” – para os palcos, TV ou cinema, pouco lhe importava. É compreensível também que esse texto, “De-pois do Ensaio”, parta de onde “Fanny e Alexander” parou: “O Sonho”, de August Strindberg (1849-1912). A peça do dra-maturgo sueco fascina tanto Bergman quanto seu “alter ego” Henrik Vogler. O personagem tem a mesma idade que tinha Bergman enquanto o concebia, em 1980, 62 anos, e levou “O Sonho” aos palcos cinco vezes – o próprio Bergman o fez em quatro ocasiões (o único outro texto que pôs em cena com igual frequência foi “A Sonata Fantasma”, também de autoria de Strindberg, de 1907).

“Meu primeiro contato com Strindberg foi quando tinha 12 anos”, recordou ele em março de 1990, em entrevista ao ci-neasta francês Olivier Assayas e ao crítico e diretor sueco Stig Björkman, recolhida em “Conversation avec Bergman”

(Cahiers du Cinéma, 2004).“Foi uma enorme experiência

(...) Eu não quero fazer com-parações, mas Strindberg era meu Deus, e sua vitalidade, sua raiva, eu as sentia dentro de mim.” Sua dissertação de for-matura, vale lembrar, também girava em torno do universo do autor e, em Estocolmo, viveu num apartamento no mesmo prédio habitado anteriormente pelo dramaturgo. A primeira montagem bergmaniana de “O Sonho”, em 1963, teve a forma de teleteatro. A segunda, de 1970, era mais experimental, com o texto tendo sido reduzido para um espetáculo ininterrupto de hora e meia. Nela, a prota-gonista, Agnes, fi lha do deus hindu Indra, era interpretada por duas atrizes. Em 1977, a terceira montagem represen-tou a estreia teatral alemã de Bergman durante o autoexílio em Munique. Por fi m, de volta ao Dramaten de Estocolmo, ele realizou em 1986 sua última versão, de duas horas e meia, recebida com reservas.

É curioso ressaltar como uma das intervenções principais pro-postas por Bergman em suas duas últimas montagens de “O Sonho” repete-se na versão para a TV de “Depois do Ensaio”: a introdução da peça como uma possível experiência onírica.

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PlateiaCa

dern

o D

[email protected], DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014 (92) 3090-1042 Plateia 8

‘Glorioso’ entra em novo ritmo de ensaios

‘João de Deus’ registra a estada de um ‘santo’Artigos, relatos, poemas e reportagens contam sobre a visita do papa João Paulo 2º no novo livro de Carmen Novoa Silva

No dia 10 de julho de 1980, Manaus pre-senciava um dos even-tos mais importantes

da história religiosa da cidade. Um papa botava os pés pela primeira vez na capital e em apenas um dia mobilizou toda uma população, que acom-panhou as missas realizadas na Igreja da Matriz, na Bola

da Suframa e na procissão fl uvial de São Pedro que conta-bilizou cerca de 3 mil embarca-ções inscritas na Capitania dos Portos, marcando a despedida do Sumo Pontífi ce.

O contexto por trás dessa visita histórica começa com a criação de uma comitiva organi-zada pelo governador do Estado na época, José Lindoso, e pela arquidiocese de Manaus. Com uma carta em nome de todos os órgãos e instituições da ci-dade, o arcebispo dom Milton

foi a Roma para pedir que Karol Józef Wojtyła, o

papa João Paulo 2º, visitasse a capi-

tal amazonen-se, que havia sido cortada na visita que o pontífi ce faria

ao Brasil. Na oca-sião, o papa veio ao país para a beatifi cação do

jesuíta espanhol José de Anchie-

ta, fundador

da cidade de São Paulo. “Dizia a previsão de Nostrada-

mus que um papa seria morto em uma terra onde dois rios se cruzavam. Acreditávamos que era por isso que Manaus tinha sido cortada da visita, porque aqui temos o cruzamento do Rio Negro e Solimões. Quando ele recebeu o pedido das mãos de dom Milton, ele decidiu vir no ato, nada aconteceu com sua saúde e foi inesquecível para os habitantes da cidade”, conta a escritora Carmen Novoa, que agora lança o livro “1980 – João de Deus em Manaus” sobre a estada do Santo no meio da Floresta Amazônica.

A ideia da obra veio do marido da autora, José Ricardo Silva, que reconhecia o grande acervo que Carmen havia reunido em 1980. Na época, a acadêmica fez parte da comitiva organiza-dora que acompanhou o papa na cidade e teve a chance de con-viver com pesso-as próximas

ao pontífi ce, reunindo relatos e histórias curiosas do evento. “Começamos o processo do livro a partir da canonização de João Paulo 2º, que aconteceu dia 27 de abril deste ano. Meu marido me encorajou a reunir esses relatos e reportagens marcan-tes, pela importância histórica dessa visita para preenchermos uma lacuna desse que foi o maior evento religioso da ci-dade”, diz Carmen.

O livro reúne 20 artigos de Carmen sobre a visita do papa, publicados no Jornal Amazonas EM TEMPO, que revelam inúme-ros detalhes, como a previsão de Nostradamus, as homilias celebradas pelo papa, os livros que foram levados para a Biblio-teca do Vaticano e outros. “O primeiro lugar que o João Paulo 2º visitou foi a Matriz. Ele a viu antes da reforma, quando ainda existia o afresco da coroação de Nossa Senhora da Conceição no teto. Ele também se sentou na cadeira pertencente ao primei-ro bispo da Arquidiocese, dom Lourenço Aguiar, que está en-

terrado na própria Matriz”, revela a autora.

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Segundo a própria escritora, a ideia para conceber a obra

histórica partiu de seu marido, José Ricardo Silva

Além dos escritos de Carmen, o livro traz arti-gos de políticos e intelec-tuais eminentes da época, sonetos criados pelo pró-prio João Paulo 2º e de-poimentos de pessoas que puderam fazer parte da rotina do papa na cidade. “A edição também traz fo-tos históricas, como a da missa na Bola da Suframa, onde foram computadas 300 mil pessoas. Manaus na época tinha 600 mil pessoas, então a metade da população estava pre-sente”, ressalta.

O prefácio do livro, que será lançado no dia 11 de dezembro, traz uma carta de agradecimento do arcebispo dom Milton e um testemunho de um milagre que Carmen atri-bui à fé no Santo João Paulo 2º. “Eu tinha uma infecção na coluna que nem os médicos daqui ou de São Paulo deram so-lução. Pedi a João Paulo 2º e em uma ressonância

magnética nada foi en-contrado. Meu diagnósti-co foi enviado a Roma, a fim de constar na causa dos santos e juntar-se a outras graças de autoria dele”, declara.

LançamentoO lançamento acon-

tecerá na Casa Adriano Jorge, localizado na rua Ramos Ferreira, 1.009, às 20h, na próxima quinta-feira (11). A apresenta-ção será do acadêmico e arcebispo emérito dom Luiz Soares Vieira. A edi-ção do livro será vendida aos convidados no local por um preço simbólico de R$ 50, e que será doado à Casa da Criança. “Este livro é de grande impor-tância histórica. A vinda de João Paulo 2º para Ma-naus, apesar de rápida, foi como o homem pisando pela primeira vez na Lua. O segundo não vai marcar tanto quanto o primeiro”, afirma Carmen.

Uma carta de agradecimento

na Igreja da Matriz, na Bola

os órgãos e instituições da ci-dade, o arcebispo dom Milton

foi a Roma para pedir que Karol Józef Wojtyła, o

papa João Paulo 2º, visitasse a capi-

tal amazonen-se, que havia sido cortada na visita que o pontífi ce faria

ao Brasil. Na oca-sião, o papa veio ao país para a beatifi cação do

jesuíta espanhol José de Anchie-

ta, fundador

os habitantes da cidade”, conta a escritora Carmen Novoa, que agora lança o livro “1980 – João de Deus em Manaus” sobre a estada do Santo no meio da Floresta Amazônica.

A ideia da obra veio do marido da autora, José Ricardo Silva, que reconhecia o grande acervo que Carmen havia reunido em 1980. Na época, a acadêmica fez parte da comitiva organiza-dora que acompanhou o papa na cidade e teve a chance de con-viver com pesso-as próximas

O livro reúne 20 artigos de Carmen sobre a visita do papa, publicados no Jornal Amazonas EM TEMPO, que revelam inúme-ros detalhes, como a previsão de Nostradamus, as homilias celebradas pelo papa, os livros que foram levados para a Biblio-teca do Vaticano e outros. “O primeiro lugar que o João Paulo 2º visitou foi a Matriz. Ele a viu antes da reforma, quando ainda existia o afresco da coroação de Nossa Senhora da Conceição no teto. Ele também se sentou na cadeira pertencente ao primei-ro bispo da Arquidiocese, dom Lourenço Aguiar, que está en-

terrado na própria Matriz”, revela a autora.

“A edição também traz fo-tos históricas, como a da missa na Bola da Suframa, onde foram computadas 300 mil pessoas. Manaus na época tinha 600 mil pessoas, então a metade da população estava pre-sente”, ressalta.

O prefácio do livro, que será lançado no dia 11 de dezembro, traz uma carta de agradecimento do arcebispo dom Milton e um testemunho de um milagre que Carmen atri-bui à fé no Santo João Paulo 2º. “Eu tinha uma infecção na coluna que nem os médicos daqui ou de São Paulo deram so-lução. Pedi a João Paulo 2º e em uma ressonância

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

. Com o Bandeirão dando aque-le show na ambientação, a festa anual de fi m de ano promovida pelo editor deste espaço foi um grande sucesso! O Diamond – um dos espaços mais sensacionais do Brasil para realizar eventos de qualidade – exalava um perfume árabe, na noite temática que a região do Oriente Médio servia de inspiração para a festa que funciona como um start para a

temporada de fi m de ano do society de Manaus, todos os anos.

. O Banderião transformou os salões do Diamond num oásis chic,

transportando os presentes para uma festa das mil e uma noites... O som do DJ Alexandre Prata fez todo mundo entrar no clima, especialmente nos momentos em que as dançarinas da Casa de Ísis realizavam suas perfor-mances entre as mesas! Charme total! Capítulo à parte para o serviço cinco

estrelas do Diamond, isto compreende, além do cardápio maravilhoso aplau-dido de pé por todos, a equipe de maitres e garçons super bem treinados. Noitada das boas!

. Na noite, ebolição na hora dos sorteios, entre eles, uma joia da Joalheria Jaqueline Chagas e uma passa-gem para o Marrocos, que foi levada para casa pela exuberan-te Charufe Nasser, de sangue árabe, que irá curtir as maravilhas de Marrakesh! Mais uma das festas inesquecíveis reu-nindo o melhor do grand monde local!

>> Festa das arábias.... Com o Bandeirão dando aque-

le show na ambientação, a festa anual de fi m de ano promovida pelo editor deste espaço foi um grande sucesso! O Diamond – um dos espaços mais sensacionais do Brasil para realizar eventos de qualidade – exalava um perfume árabe, na noite temática que a região do Oriente Médio servia de inspiração para a festa que funciona como um start para a

temporada de fi m de ano do society de Manaus, todos os anos.

. O Banderião transformou os salões do Diamond num oásis chic,

transportando os presentes para uma festa das mil e uma noites... O som do DJ Alexandre Prata fez todo mundo entrar no clima, especialmente nos momentos em que as dançarinas da Casa de Ísis realizavam suas perfor-momentos em que as dançarinas da Casa de Ísis realizavam suas perfor-momentos em que as dançarinas da

mances entre as mesas! Charme total! Capítulo à parte para o serviço cinco

>> Festa das arábias...

D2 Plateia

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

. Com o Bandeirão dando aque-le show na ambientação, a festa anual de fi m de ano promovida pelo editor deste espaço foi um grande sucesso! O Diamond – um dos espaços mais sensacionais do Brasil para realizar eventos de qualidade – exalava um perfume árabe, na noite temática que a região do Oriente Médio servia de inspiração para a festa que funciona como um start para a

temporada de fi m de ano do society

. O Banderião transformou os salões do Diamond num oásis chic,

transportando os presentes para uma festa das mil e uma noites... O som do DJ Alexandre Prata fez todo mundo entrar no clima, especialmente nos momentos em que as dançarinas da Casa de Ísis realizavam suas perfor-momentos em que as dançarinas da Casa de Ísis realizavam suas perfor-momentos em que as dançarinas da

mances entre as mesas! Charme total! Capítulo à parte para o serviço cinco

estrelas do Diamond, isto compreende, além do cardápio maravilhoso aplau-dido de pé por todos, a equipe de maitres e garçons super bem treinados. Noitada das boas!

. Na noite, ebolição na hora dos sorteios, entre eles, uma joia da Joalheria Jaqueline Chagas e uma passa-gem para o Marrocos, que foi levada para casa pela exuberan-te Charufe Nasser, de sangue árabe, que irá curtir as maravilhas de Marrakesh! Mais uma das festas inesquecíveis reu-nindo o melhor do grand monde local!

Festa das arábias...

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

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ncont

ro

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e a presi-dente do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, de-sembargadora Gra-ça Figueiredo, no evento de abertura do 101º Encontro do Colégio Permanente de Presidentes de Tribunais de Justiça do Brasil, na capital paulista.

As dançarinas da Casa de Ísis

Osmeth e Alaíde Duk

Milcia e Nilio Portela

Gracielza e Diego e Ingrid Afonso Julio Ventilari

Sandro e Larissa Martins Eymar e Hebe Pereira

Adriana Mendonça e Simonetti Filho

Waltinho Oliva Pinto e Waisser Botelho

Elza e Bosco Araújo

Ana Paula Perrone

Lúcia Viana, Alberto Martins, Cha-rufe Nasser e Márcia Martins

Alex Deneriaz e Alberto Chã Filho

Fran-cisco e Grazie-la No-gueira

Mário e Carol FrotaJuliana e Charles

Garcia

O deputado Ad-junto Afonso

Mazé Mourão e Fabrício Cohen

Rosiane Lima

O casal Hiroya Takano

Izabel Prata e Adriane Gonçalves

Zenilde Pacífi co e Antonita Boscá

Júlio Verne e Helena do Carmo Ribeiro

Zenilda Castelo Branco

Paulo e Mônica Ferreira

Leandro e Ester Nunes

Lúcia Viana e Menga Junqueira

Ricardo e Carmem Novoa Silva com Zeca Nasci-mento, na festa com perfume árabe que movimen-

tou a quinta-feira no Diamond

Alberto e Márcia Martins, Selma Reis e Alexandre Prata

Miriam Saboia e Simea Ássem

Marilena Perales

Larissa Praciano

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D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

Roteiro cultural em clima natalino neste domingoEntre as opções para hoje estão a “Cantata de Natal”, no Teatro Amazonas, e atividades no Millennium Shopping

A programação cultural da cidade já entrou em clima natalino e, hoje, o Teatro Amazo-

nas será palco para a “Cantata de Natal”. A partir das 19h, 350 músicos de 11 corais apresentarão um repertório exclusivo com músicas na-talinas. O evento é gratuito e faz parte da programa-ção “Um Sonho de Natal”, do Governo do Estado, que será realizada até a primeira semana de janeiro.

De acordo com o diretor mu-sical da cantata, maestro Hilo Carriel, serão apresentados temas natalinos em diversas idiomas, com destaque para as versões brasileiras destas canções. Ele afirma ainda que todos os corais envolvidos es-tão ensaiando desde junho.

“A cantata é um momento de confraternização da música estadual. É a oportunidade que o público tem de conhe-cer o trabalho que vem sendo desenvolvido pelos corais da Secretaria de Estado da Cul-tura”, explica o maestro.

“A cantata é um dos pon-tos altos da programação. É um evento para a famí-lia”, afirma o governador do Amazonas, José Melo.

Também hoje acontece a inauguração da Árvore de

Natal, na Praça Antônio Bit-tencourt (Praça do Congres-so, no Centro), e a abertura da Casa do Papai Noel, no Centro Cultural Largo de São Sebastião. Todos os eventos iniciam às 19h e são abertos ao público. A Casa do Papai Noel funciona até o dia 6 de janeiro, das 17h às 21h, de segunda-feira a domingo. E na Praça Heliodoro Balbi estreia uma programação artística formada por shows circenses e musicais. Essa programação será promovida diariamente, com início sempre às 17h.

ComemoraçãoO clima de Natal também já

chegou ao Millennium Shop-ping. As atrações de hoje são o saxofonista Dom Carioca, a mini-orquestra Dez do Millen-nium e a Cia. de Teatro Me-tamorfose, cujos atores vão se caracterizar como fadas, duendes e elfos para interagir com o público infantil.

A programação faz parte das comemorações do ani-versário de 10 anos do sho-pping. Ainda hoje, clientes tem desconto de até 60% nas compras e um concurso cultural premiará com brindes 25 internautas que postarem fotos no Facebook com a hashtag #aquitudoédez. Personagens infantis fazem parte da ambientação do Millennium e Hilo Carriel (detalhe) dirige cantata no Teatro Amazonas

DIVULGAÇ

ÃO

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D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

RESENHA

PERFIL

Bruno Mazierijornalista e editor do caderno

Salão Imobiliário

Considero-me fã da canto-ra Whitney Houston. Não desses que possuem to-dos os CDs, LPs e DVDs

lançados por ela, mas sim, daque-les admiram seu trabalho e sua belíssima qualidade vocal. Desde a sua morte – em 2012 – tinha muita expectativa do que seria lançado postumamente. Eis que na última semana, chegou em Manaus o “Whitney Houston Live: Her Greatest Performances”, CD e DVD com as melhores apresenta-ções da artista, gravadas ao vivo e selecionadas pelo mestre e diretor criativo da Sony, Clive Davis.

Sinceramente, não pude conter tanta animação. No combo, é pos-sível viajar pelas diversas fases da carreira da cantora de forma simples, sem muitos recursos tecnológicos, apenas prestando atenção nas suas performances. O trabalho inicia em 1983, quando ela faz sua estreia na TV cantando o clássico “Home”. Tímida, mas com o talento que lhe era peculiar, a artista interpreta com maestria a música que fi cou famosa na voz de Diana Ross.

A partir daí, o espectador vai poder conferir inúmeras canções de sucesso como “How Will I Know”, “One Moment in Time”, “I Wanna Dance with Somebody” e “A Song For You”. Inclusive,

o produto conta, ainda, com “The Star Spangled Banner”, hino dos Estados Unidos que foi interpretado por Whitney no Super Bowl de 1991.

Porém, não poderiam fi car de fora “I’m Every Woman” e “I Will Always Love You”, ambas grava-das em uma apresentação histó-rica na África do Sul, em 1994. Considero um dos momentos mais emocionantes do trabalho a interpretação de “All the Man Tha I Need”, em 1991. A música (que ganhou versão brasileira com letra gospel) demonstra todo o potencial vocal e de interpretação de Whitney. É impossível assistir ou ouvir apenas uma vez. A cada novo play, conseguimos notar algo de diferente, seja uma nota ou apenas um movimento.

E é claro que as apresentações não fi cam presas somente nos anos 80 ou no início dos anos 90. Em 1998, por exemplo, ela esteve no “Late Show With David Letterman” e cantou “My Love Is Your Love”, que conta com uma pequena participação de sua fi lha nos vocais. No ano seguinte, ela dividiu o palco do Oscar com Ma-riah Carey e, juntas, interpretaram “When You Believe”, que fez parte da trilha sonora da animação “O Príncipe do Egito”, da Disney.

O uso frequente de drogas e

as diversas brigas envolvendo o então marido Bobby Brown, fi ze-ram com que Whitney sumisse dos palcos do mundo inteiro. Entre uma aparição e outra, ela cantou, em 2004, no Annual World Music Awards, a música “I Believe In You And Me”. Neste momento, é possível perceber que sua voz já não é mais a mesma. Envelhecida, ela tentava mostrar que estava viva e em forma, mas a verdade era outra.

Separada de Bobby Brown desde 2007, Whitney retoma as rédeas de sua carreira. Em 2009, após uma entrevista com Oprah Winfrey, na qual conta detalhes de sua conturbada relação com o ex-marido, ela se apresenta

com “I Didn’t Know My Own Strength”, levando o público ao delírio. Talvez ali, naquele mo-mento, ela estava tentando sobre-viver, pela última vez, as diversas crises pelas quais passou.

Infelizmente, em 2012, o mun-do foi obrigado a “aceitar” sua partida. Entre erros e acertos, Whitney foi uma espécie de furacão, que deixou sua marca registrada na história da mú-sica mundial. Suas interpreta-ções jamais serão esquecidas e, agora, estão perpetuadas nesse incrível combo póstumo. Um sal-ve para Clive Davis, seu eterno mentor, que teve a brilhante ideia de mostrar a cantora como ela sempre foi e sempre será: uma diva. E um salve eterno para Whitney!

Entre erros e acertos, Whitney foi uma espécie de furacão, que deixou sua marca registrada na história da música mundial. Suas inter-pretações jamais serão esquecidas”

Whitney Houston: a única

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D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV TudoVai começar A Globo marcou para

começo de janeiro o iní-cio de gravações do novo “Zorra Total”. O elenco foi avisado há poucos dias, durante reunião que con-tou com a participação de Maurício Farias.

Por conta disso, os humoristas que preten-diam esticar um pouco mais as férias, terão que rever os planos.

Cadê a Dani? Após a primeira reunião

de elenco do “Zorra”, alguns dos seus novos integrantes começaram a se perguntar: e a Dani? Faltou? Não era para estar aqui? Estamos falando, evidentemente, da Calabresa, que, segundo se informa, estaria de mudan-ça para a Globo. Até mesmo na equipe do “CQC” há quem garanta que o humorístico será o seu provável des-tino a partir de janeiro, algo que Marcius Melhem nega categoricamente. Nada impede também que possa ser outro programa na mesma emissora.

Sem surpresas As TVs Globo e Bandei-

rantes irão transmitir no sistema aberto a Eurocopa de 2016. Será a 15ª edi-ção do campeonato euro-

peu de seleções masculinas de futebol organizado pela UEFA, entre 10 de junho e 10 de julho, na França.

Como de costume, a Band fará a maioria dos jogos, e a Globo, apenas os mais importantes.

O amor está no ar Quem vive o dia a dia

de “Alto Astral” no Projac, garante, o elenco jovem está se divertindo bastan-te. Alguns até juram que triângulos amorosos da fi cção estão saltando para a realidade.

É um que está apaixonado pela outra, mas que quer o outro... Haja pegação!

Eu estou aquiA conquista da Liga dos

Campeões pelo Esporte Interativo- Grupo Turner, com direitos exclusivos na televisão paga no período 2015/2018, também pode

ser visto como um recado às gigantes do país – como o Grupo Globo. É de se esperar uma drástica mudança no rela-cionamento dessas empresas. O clima amistoso certamente chegou ao fi m.

Segue o jogoNada mudou para Fernanda

Lima na Globo, após o anúncio das alterações na área de en-tretenimento da emissora.

A apresentadora vai continu-ar dividida entre dois diretores de núcleo, Ricardo Waddington e Boninho.

Como próxima parada dela, a segunda temporada do reality “SuperStar”.

Segue o jogo 2A Fernanda seguirá à frente

desse programa musical, di-vidindo as atenções com An-dré Marques e Fernanda Paes Leme. O júri também não deve apresentar novidades, com Ivete, Dinho e Fábio Jr.

Acabando Estão chegando ao fi m as grava-

ções desta temporada do progra-ma “Amor & Sexo” na Globo. Tudo caminha para que já neste fi m de semana a equipe coloque uma pedra em cima do assunto.

No ar, vai até o próximo dia 18, mas com todo jeitão que haverá a nona edição no ano que vem.

Bate-rebate* De volta à Globo,

Juan Alba fechou contra-to por obra para estar em “Alto Astral”.

* Ele vai aparecer como marido de Suzana (Adria-na Prado), em cenas de fl ashback.

* Gilberto Barros grava no próximo dia 11 a últi-ma edição deste ano do programa “Sábado Total” na Rede TV!. Depois, férias da companhia.

* A comitiva de Bruno Gagliasso viaja dia 21 para Fernando de Noronha.

* O ator, familiares e amigos vão passar Natal e réveillon por lá.

* Na volta, Gagliasso vai tirar alguns fi lmes da frente e também se preparar para a novela “Babilônia”.

* Rosane Svartman, au-tora de “Malhação”, conse-guiu tranquilizar a direção da Globo.

‘Tapas & Beijos’ nos fi nalmentes

Após encerrar “A Grande Família”, chegou a vez de “Tapas & Beijos”, entrar em contagem regressiva na Globo. O programa tem sua despe-dida marcada para 2015.

Em janeiro, os roteiristas se re-únem para definir todo o plano de ação e as gravações serão retoma-das entre fevereiro e março.

DIVULGAÇÃO

O último “CQC” ao vivo desta temporada será exibido pela Bandeirantes no dia 22.

É quando Marcelo Tas irá se despedir da “baga-ça”, juntamente com Oscar Filho, Ronald Rios, Guga Noblat, Felipe Andreoli e Dani Calabresa.

Ficamos assim. Mas amanhã tem mais. Tchau!

C’est fi ni

MÁRIO ADOLFO

ELVIS

REGI

GILMAL

A truculência política pre-sente nos últimos aconte-cimentos no Brasil parece ter origem em algum tipo de inconsciente coletivo capaz de, em um espaço de poucos dias, nos apre-sentar um inventário da violação de todos os tipos de direito, dos civis aos di-reitos políticos e deste para os direitos humanos. Já ti-vemospoliciais militares subjugando os estudantes da capital pernambucana com gás lacrimogêneo e bombas de “efeito moral”, fomos surpreendidos há cerca de dois anos em Pi-nheirinho (SP), invadida de forma brutal por policiais a base decacetetes, revól-veres, sprays de pimenta e muita boçalidade agre-dindo mulheres, crianças e ferindo nossa dignida-de. A constante invasão na Cracolândia revelada ainda mais uma vez por uma ex-modelo viciada que agora vem à tona sua história, também se utilizou deste mesmo ato truculento de extrema direita provando a todos os brasileiros que nossos políticos são des-providos de inteligência, sem qualquer lampejo in-telectual, adotando medi-das paliativas que apenas empurram a sujeira para debaixo do tapete.

Declarações de políticos caçoando de nosso regime democrático alterando a lei de diretrizes orçamentá-rias, jornalistas ameaçados por autoridades públicas e os ditos policiais recha-çando protestos pacífi cos, nos deixam a advertência

de que está na hora de tomarmos algumas provi-dências.Fernando Henrique Cardoso já nos disse em uma entrevista que“todos sabem que quando você organiza um governo você tem que partilhar poder com os partidos. Mas você não está partilhando po-der, você está partilhando oportunidades de ter bons contratos”, e isto certamen-te quer dizer que contra-tos não se limitam apenas a transações econômicas entre políticos/partidos, empresas e licitações do governo. Contratos de na-tureza simbólica queasse-guremum futuro promissor-pro fi lho de um, contratos que assegurem a perma-nência no poder de outros, prebendas relacionadas a favores sexuais na forma de agenciamentos, enfi m, são algumas das estratégias que marcam a identidade política nacional.

Portanto, em primeiro lu-gar, temos que comparti-lharinformações. As redes sociais são as principais ferramentas de acesso e que tem cumprido papel decisivo nesta questão. Um segundo ponto é mantermos um dis-curso afi ado, competente e racional que faça valer um plano de metas que se julgue efi ciente e que desestabilize a política reacionária das altas esferas. Em terceiro, nada nos impede que con-tinuemos protestando das mais diferentes formas seja através de passeatas, caras pintadas, artigos e utilizando alguns recursos da boa mídia - ou o que sobrou dela.

Márcio Braz E-mail: [email protected]

CMárcio Braz ator, diretor,

cientista social e membro do Con-

selho Municipal de Política Cultural.

Declarações de políticos caçoando de nos-so regime democrático, alterando a lei de dire-trizes orça-mentárias, jornalistas ameaçados por auto-ridades (...) nos adver-tem de que está na hora de tomar providên-cias”

A reacionária política brasileira

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Page 38: EM TEMPO - 7 de dezembro de 2014

D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

GLOBO

Programação de TV SBT

4h Santo Culto Em Seu Lar

4h30 Desenhos Bíblicos

7h30 Record Kids - Pica Pau

9h Domingo Show

13h30 Hora Do Faro

17h30 Domingo Espetacular

21h15 A Fazenda

22h15 Tela Máxima

23h15 Programação Iurd

BAND4h Tartarugas Ninja5h30 Santa Missa No Seu Lar6h30 Sabadão Do Baiano7h Power Rangers + Jimmy Neutron8h30 Minúsculos8h45 Informercial – Polishop9h45 Verdade E Vida10h Irmão Caminhoneiro – Boletim10h05 Pé Na Estrada10h30 Só Risos

3h45 Jornal Da Semana Sbt

5h Brasil Caminhoneiro

5h30 Planeta Turismo

6h30 Vrum

7h Mundo Pet

7h45 Chaves

9h Domingo Legal

13h Eliana

17h Roda A Roda Jequiti

17h45 Sorteio Da Telesena

18h Programa Silvio Santos

22h De Frente Com Gabi

23h Serieh Nikita

0h15 Rizzola & Isles

1h Pessoa De Interesse

2h Big Bang

3h15 Jogo Da Gente

4h Igreja Universal

RECORD

DIVULGAÇÃO

4h27 Santa Missa 5h28 Amazônia Rural 5h56 Pequenas Empresas, Grandes Negócios 6h30 Globo Rural7h25 Auto Esporte

CruzadinhasCinema

De Volta Ao Jogo: EUA-CHI-CAN. 18 anos. Cinépolis Millennium 3 – 22h30 (leg/diariamen-te); Cinépolis Ponta Negra 2 – 21h50 (leg/ex-ceto quarta-feira), Cinépolis Ponta Negra 6 – 18h45, 21h15 (leg/diariamente); Kinoplex 2 – 13h40 (dub/diariamente), Kinoplex 4 – 20h50 (dub/diariamente).

Boa Sorte: BRA. 16 anos. Cinemark 2 – 11h40, 14h (exceto domingo), 18h45 (exceto quarta-feira); Cinépolis Ponta Negra 3 – 14h05, 17h05 (diariamente), Cinépolis Ponta Negra 6 – 13h40, 16h15 (diariamente).

Jogos Vorazes – A Esperança (Parte 1): EUA. 14 anos. Cinemark 1 – 22h10 (dub/diaria-mente), Cinemark 3 – 13h, 15h50, 18h40 (dub/diariamente), 21h30 (dub/exceto quarta-feira), Cinemark 7 – 12h, 14h50, 17h40 (dub/diaria-mente), 20h30 (dub/exceto quarta-feira), 23h20 (dub/somente sábado); Cinépolis Millennium 1 – 13h10, 16h, 18h50 (dub/diariamente), 21h40 (dub/exceto quarta-feira), Cinépolis Millennium 2

– 17h, 22h10 (leg/diariamente); Cinépolis Millen-nium 6 – 15h (dub/diariamente), 17h40, 20h30 (leg/diariamente); Cinépolis Plaza 1 – 13h50, 16h40, 19h30, 22h15 (dub/diariamente), Ciné-polis Plaza 4 – 13h15, 15h55, 18h55, 21h45 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 1 – 15h, 18h05, 21h10 (leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 4 – 14h30, 17h30, 21h30 (leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 5 – 13h30, 19h30 (dub/diariamente), 16h30 (leg/diariamente), 22h20 (leg/exceto quarta-feira), Cinépolis Ponta Negra 10 – 22h (dub/exceto quarta-feira); Kinoplex 1 – 13h30, 18h45 (dub/diariamente), Kinoplex 3 – 15h40, 18h20, 21h (dub/diariamente), 13h (dub/somente sábado); Playarte 1 – 18h (leg/somente quarta-feira), 20h30 (leg/exceto quarta-feira), 23h (leg/somente sexta-feira e sábado), 13h, 15h30 (dub/diariamente); Playarte 6 – 13h20, 15h50, 18h20, 20h50 (dub/diariamente), 23h20 (dub/so-mente sexta-feira e sábado), Playarte 7 – 13h40, 16h10, 18h40, 21h10 (dub/diariamente), 23h40

(dub/somente sexta-feira e sábado), Playarte 10 – 14h, 16h30, 19h, 21h30 (leg/diariamente).

Debi e Lóide: EUA. 12 anos. Cinemark 2 – 16h10 (dub/diariamente), 21h (dub/exceto quar-ta-feira), Cinemark 5 – 11h50 (dub/exceto sábado), 14h30 (dub/exceto sábado e quarta-feira), 17h05 (dub/exceto quarta-feira), 22h (dub/diariamente); Cinépolis Millennium 2 – 14h30, 19h40 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 8 – 14h15 (dub/somente de quinta-feira a domingo), 17h (leg/somente de quinta-feira a domingo); Kino-plex 2 – 16h, 18h40, 21h10 (dub/diariamente); Playarte 3 – 14h10, 16h30, 18h50, 21h15 (dub/diariamente), 23h35 (dub/somente sexta-feira e sábado), Playarte 4 – 13h10, 15h30, 17h50, 20h10 (dub/diariamente), 22h30 (dub/somente sexta-feira e sábado).

Irmã Dulce: BRA. 10 anos. Cinépolis Ponta Negra 2 – 13h20, 16h10 (exceto quinta-feira, sexta-feira, sábado e domingo), Cinépolis Ponta Negra 7 – 13h, 15h30 (somente de segunda-

feira à quarta-feira).Made In China: BRA. 12 anos. Cinépolis

Millennium 7 – 13h55, 16h20, 19h, 22h (diaria-mente); Cinépolis Plaza 7 – 14h50, 17h, 19h10, 21h25 (diariamente); Cinépolis Ponta Negra 8 – 14h15, 17h (somente de segunda-feira à quarta-feira).

Interestelar: EUA. 12 anos. Playarte 8 – 17h, 20h15 (dub/diariamente).

Tim Maia: BRA. 16 anos. Cinépolis Plaza 7 – 14h40, 17h45, 20h45 (diariamente).

Drácula – A História Nunca Contada: EUA. 14 anos. Playarte 2 – 13h20, 15h20, 17h20, 19h20, 21h20 (dub/diariamente), 23h20 (dub/somente sexta-feira e sábado).

November Man – Um Espião Nunca Morre: EUA. 14 anos. Playarte 8 – 23h30 (dub/somente sexta-feira e sábado).

O Apocalipse: EUA. 12 anos. Playarte 9 – 13h20, 15h40, 18h, 20h20 (dub/diariamente), 22h40 (dub/somente sexta-feira e sábado).

PRÉ-ESTREIA

CONTINUAÇÕES

O Hobbit – A Batalha dos Cinco Exércitos: EUA. 10 anos. O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos é a épica conclusão das aventuras de Bilbo Bolseiro, Thorin Escudo-de-Carvalho e a Companhia de Anões. Tendo recuperado sua terra natal do dragão Smaug, a Companhia involuntariamente despertou uma força mortal para o mundo. Enfurecido, Smaug espalha sua ira sobre homens, mulheres e crianças indefesas da Cidade do Lago. Cinemark 4 – 21h (3D/dub/somente quarta-feira), Cinemark 5 – 14h10, 17h40 (3D/dub/somente quarta-feira), Cinemark 7 – 21h (3D/dub/somente quarta-feira); Cinépolis Millennium 1 – 21h30 (3D/leg/somente quarta-feira); Cinépolis Plaza 2 – 21h (3D/dub/somente quarta-feira); Cinépolis Ponta Negra 2 – 21h50 (leg/somente quarta-feira), Cinépolis Ponta Negra 5 – 22h20 (3D/leg/so-mente quarta-feira), Cinépolis Ponta Negra 10 – 22h (dub/somente quarta-feira); Kinoplex 3 – 21h (3D/leg/diariamente), Kinoplex 5 – 20h40 (3D/dub/diariamente); Playarte 1 – 21h (3D/somente quarta-feira).

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Você se envolve com as pessoas de maneira emotiva. Nas atividades de rotina, você pre-fere aquelas em que se sente mais seguro e confortável.

TOURO - 20/4 a 20/5 É tempo de colocar no trabalho as ideias que veio cultivando nas últimas semanas. A preocupação com dinheiro e com segurança material pode lhe afl igir.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Você sai de um período de recolhimento e seus sentimentos tendem a se inflamar, a ser mais vívidos e também flutuantes. É tempo de se dedicar a estudos e ao conhecimento.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Você tende a se isolar um pouco, prefe-rindo estar consigo mesmo. Os aspectos emocionais da relação com as pessoas lhe perturbam e permanecem não resol-vidos.

LEÃO - 23/7 a 22/8 Sua disposição começa a se voltar mais para o convívio humano e às questões da vida a dois. O convívio social hoje está favorecido, mas você quer se garantir sobre as pessoas.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 Um dia para cuidar da carreira profi ssional, pensando nela e revendo se está mesmo indo na direção que lhe é correta. Os sentimentos amorosos continuam bastante fortes.

LIBRA - 23/9 a 22/10 A instabilidade no ambiente familiar con-tinua lhe preocupando. É preciso encontrar uma direção minimamente viável para so-lucionar as coisas que lhe afl igem.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 Você se envolve mais a fundo com as pes-soas, e isso traz emoções fortes, mas um tanto instáveis. Não basta pensar belos pensamentos, é preciso também saber co-municá-los.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 As questões do casamento e das parcerias chamam sua atenção. Um dia para se dedicar com carinho e devotamento a seus principais relacionamentos.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 É preciso ver como irá colocar em prá-tica as ideias que está tendo. Entre a teoria e a prática, há uma distância a ser vencida. O trabalho de rotina exige mais sua dedicação.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Os sentimentos afetivos estão mais fortes e claros. A necessidade hoje é comunicá-los, e não apenas senti-los você mesmo. Procure mostrar o que se passa com sua pessoa.

PEIXES - 19/2 a 20/3 Você procura um ambiente no qual se sinta mais bem acolhido e protegido. Os pensamentos tendem a se tornar mais confusos, em especial com relação ao trabalho.

Sucesso de bilheteria nos cinemas, sequência da franquia 007, “Cassino Royale”, na TV Globo

ESTREIA

Quero Matar Meu Chefe 2: EUA. 12 anos. Cansados de dar satisfações aos seus chefes, Nick (Bateman), Dale (Day) e Kurt (Sudeikis) decidem virar seus próprios chefes abrindo seu próprio negócio em “Quero Matar Meu Chefe 2”. Mas um investidor trapaceiro puxa o tapete deles. Passados para trás, desesperados e sem recursos legais, os três aspirantes a empreendedores traçam um arriscado plano para sequestrar o fi lho adulto do investidor e usá-lo como moeda de troca para recuperar o controle de sua empresa. Cinemark 3 – 21h30 (dub/somente quarta-feira), Cinemark 4 – 13h10, 15h30, 18h (dub/diariamente), 20h45 (dub/ex-ceto quarta-feira), 23h20 (dub/somente sábado); Cinépolis Millennium 4 – 13h30, 15h55, 18h20, 20h50 (leg/diariamente); Cinépolis Plaza 5 – 15h05, 17h35, 20h05, 22h30 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 3 – 20h05, 22h15 (leg/diaria-mente), Cinépolis Ponta Negra 9 – 14h, 19h20 (dub/diariamente), 16h45, 21h55 (leg/diariamente); Kinoplex 1 – 16h10 (dub/diariamente), 21h20 (leg/diariamente); Playarte 5 – 13h30, 15h45, 18h, 20h15 (dub/diariamente), 22h30 (dub/somente sexta-feira e sábado).

DIVULGAÇÃO

As Aventuras de Paddington: ING - FRA. Livre. O ursinho crescido na fl oresta peruana chega à famosa estação Paddington do metrô londrino com um elegante chapéu, espírito aventureiro e uma pequena faixa no pescoço com a frase – `Por favor, cuidem desse urso. Obrigado´. A generosa família Brown decide oferecer abrigo temporário a Paddington, e o ursinho logo descobre que a vida na cidade não é bem como ele imaginava. Cinemark 1 – 12h40, 15h10, 17h30, 19h520 (dub/diariamente); Cinépolis Millennium 3 – 13h, 15h30, 18h, 20h (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 2 – 14h05, 16h20, 18h35 (dub/diariamente), 21h (dub/exceto quarta-feira); Cinépolis Ponta Negra 10 – 12h30 (dub/somente sábado e domingo), 14h45, 17h20, 19h45 (dub/diariamente); Kinoplex 4 – 14h05, 16h20, 18h35 (dub/diariamente).

Caçada Mortal: EUA. 14 anos. Estrelado por Liam Neeson como Matt Scudder, um ex-policial de Nova York que trabalha como detetive sem licença e atua à margem da lei. Quando Scudder relutantemente concorda em ajudar um trafi cante de heroína (Dan Stevens) a encontrar os homens que raptaram e depois assassinaram brutalmente sua esposa, ele fi ca sabendo que não é a primeira vez que esses homens haviam cometido este tipo de crime hediondo… e nem será a última. Misturando o certo com o errado, Scudder parte para localizar os marginais nas ruas da cidade de Nova York antes que eles matem de novo. Cinemark 8 – 11h15, 13h50, 16h30, 19h10, 21h45 (dub/diariamente); Cinépolis Millennium 5 – 14h10, 16h40, 19h20, 21h50 (leg/diariamente); Cinépolis Plaza 6 – 14h25, 16h55, 19h20, 22h (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 2 – 13h20, 16h10 (leg/somente quinta-feira, sexta-feira e sábado), Cinépolis Ponta Negra 7 – 13h, 15h30 (dub/somente de segunda-feira à quarta-feira), 20h55 (leg/diariamente); Kinoplex 5 – 13h25, 15h50, 18h15, 20h40 (dub/diariamente).

8h Esporte Espetacular(Volta Internacional Da Pampulha / Compacto)11h Esquenta12h35 Temperatura Máxima - Stardust - O Mistério Da Estrela15h Futebol 2014h Cruzeiro X Fluminense17h Domingão Do Faustão19h Fantástico21h21 Domingo Maior - 007 - Cassino Royale23h17 Sessão De Gala - O Profeta 1h28 Corujão - Totalmente Sem Rumo – Defensores Da Natureza 3h Touch - Visões Do Futuro3h45 Série

11h Fórmula Truck – Gp De Goiânia/go12h30 Band Esporte Clube13h50 Gol - O Grande Momento Do Futebol14h25 Futebol 2014 – Ao Vivo16h50 3º Tempo19h Só Risos20h Policia 24h21h Pânico Na Band0h Canal Livre1h Alex Deneriaz1h35 Show Business – Reapresentação2h25 Igreja Universal

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Page 39: EM TEMPO - 7 de dezembro de 2014

D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Dentro do conceito chique, moderno e clean, o visionário Amin Abdel Aziz inaugurará um indispensável centro de compras, no coração do Parque 10. O Mall chegará lotado de lojas as mais variadas possíveis e uma praça de alimentação com as mais badaladas grifes do mundo gastronômico. A coluna está falando do Parque 10 Mall.

Alavancando a economia

Família linda: Lincoln Filho e Alef Frota, com a mãe-empresá-ria Rosana e Ronaldo Leite, mais a princesa Hannah, na con-corrida inauguração da loja Rich Fashion Store, no Eldorado

MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

O pecuarista Sebastião Gar-dingo, um dos homenageados da noite com a medalha Agro-pecuário Dr. Eu-rípides Martins, mais o deputado Adjuto Afonso

Uma noite sem retoques. Assim foi o jantar em celebração à medalha Mérito Agropecuário 2014, entregue aos agricultores

que trabalham em prol do setor agropecuário no Amazonas, e o lançamento do livro “60 anos Faea”. Orquestrado pelo competente Muni Silva Jr., presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Amazonas, no Dulcila da Ponta Negra, o encontro transpirou

puro-poder, animação com os bois de Parintins e uma decoração regionalíssima de deixar qualquer mortal en-cantado. O empresário Muni sabe das coisas.

Viva, a Faea!

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Miguel Mourão

Depu-tado

Orlando Cidade

Os anfi triões da noi-te estrelada: Tininha e Muni Silva Jr.

Daniel Carrara, se-cretário executivo do Senar Nacional

Joaquim Noguei-ra com a Eleonora e Gabriela

Álvaro Almeida e Vera, ele o presi-dente da Federa-ção de Alagoas

Presidente da Fieam, Antonio Silva, e sua elegante Norma

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Vania Atala, Elizete Benfi ca e Henrique Medeiros estão trocando de idade hoje. Amanhã é a vez de Jorge Ayub. Os cumpri-mentos da coluna.

A primeira versão “Black and White” da label Pump promete. Agendado para o próximo dia 12, no píer do Tropical Hotel, a partir das 19h, a última edição do ano, trará oito atrações para comandar as picapes. Entre os nomes escalados e confi rmados, está o DJ britânico Chad Tyson.

Hoje é o último dia da sessão liquidação na loja da Cachoeirinha. Trata-se da Black Weekend Sale, da Rymo Ideias e Presentes, das 9h às 19h. Os preços são irresistíveis.

Sala de Espera

D7Plateia

Vera e Ro-berto Bulbol

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Page 40: EM TEMPO - 7 de dezembro de 2014

D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 7 DE DEZEMBRO DE 2014

Começa segunda etapa de ensaios do ‘Glorioso 2014’O espetáculo será apresentado no dia 25 e a expectativa é reunir 110 mil pessoas no entorno do Teatro Amazonas

Asegunda etapa dos ensaios para o even-to “Glorioso 2014 – uma clássica his-

tória de Natal” começa hoje e segue até o dia 23, com a participação de 4 mil artis-tas. Os prepatativos serão divididos por grupos de ar-tistas e acontecerão diaria-mente, inclusive nos finais de semana, no largo São Sebas-tião, Teatro Amazonas, Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro, Ideal Clube e no ginásio da Escola Estadual Humberto de Campos, no bairro Alvorada. O espetá-culo é uma promoção do governo do Estado.

O “Glorioso” será encena-do no dia 25 de dezembro, às 19h, no entorno do Te-atro Amazonas. A estima-tiva de público é de, pelo menos, 110 mil pessoas.

Em sua terceira edição, o espetáculo vai homenagear Américo Alvarez, ícone da cultura amazonense na déca-da de 1960. Conhecido como “Vovô Branco”, o dramaturgo atuou como professor, di-retor e ator, sendo um dos principais incentivadores do teatro naquela época. No es-petáculo, “Vovô Branco” será um produtor teatral que es-

colheu Manaus como cenário de seu espetáculo de Natal. Ele terá a função de sensi-bilizar Lucas, um menino que ainda não foi tocado pelos festejos natalinos.

A produção é inédita e tem direção de Robbie Mackey, reconhecido diretor musical norte-americano.

“Esse é um espetáculo iné-dito e sua narrativa é comple-tamente adaptada à história regional. Toda a produção e corpo artístico estão empe-nhados em realizar um dos espetáculos mais lindos já apresentados no Amazonas. É um evento que retrata o verdadeiro espírito natalino, voltado para as famílias, e que vai ficar na memória de quem assistir”, comenta

o secretário de Estado de Cultura, Robério Braga.

Ele afirma ainda que ne-nhum detalhe do espetáculo está sendo deixado de lado. “O cenário e todos os figu-rinos já estão sendo con-feccionados. Mais uma vez o Amazonas vai marcar his-tória na produção artística nacional”, assegura.

NovidadesEste ano, o “Glorioso” con-

tará com diversas novidades, como uma interação maior entre os atores, músicos e orquestras. Ao contrário das outras edições, os músicos estarão dispostos em três palcos montados na aveni-da Eduardo Ribeiro, rua José Clemente e em frente ao Teatro Amazonas, no largo São Sebastião.

No local do espetáculo ha-verá áreas reservadas para deficientes físicos, idosos e pessoas com necessidades especiais. Todo o evento terá tradução para a lin-guagem brasileira de sinais (libras). Além disso, será oferecida uma infraestrutu-ra de segurança, banheiros químicos, cadeiras e pesso-as responsáveis por passar informações ao público. O norte-americano Robbie Mackey será o responsável, mais uma vez, pela direção do “Glorioso”

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PALCOSA produção contará com três palcos mon-tados na avenida Edu-ardo Ribeiro, rua José Clemente e em frente ao Teatro Amazonas. Atores, músicos e orquestras terão mais interatividade

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