EMBAIXADA DA PALESTINA PE. GERAL … · • Embaixada da Palestina junto à Santa S ... pirituais:...
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JESUTAS BRASIL
Em EDIO 31ANO 4JAN/FEV 2017INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL
EMBAIXADA DA PALESTINANA SANTA S
pg. 11
PE. GERAL REENCONTRA JESUTAS DE ROMA
pg. 19
PE. JARAMILLO, NOVO PRESIDENTE DA CPAL
pg. 21
FORADOS A UM RECOMEONo mundo com milhes de migrantes, a Companhia de Jesus se faz
presente na caminhada junto s populaes mais vulnerveis
especial pg. 12
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4 5Em Em
SUMRIO EDIO 31 | ANO 4 | JANEIRO/FEVEREIRO 2017
EDITORIAL Ajudar a ajudar
Ir. Davidson Braga
CALENDRIO LITRGICO
ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO Escuta e respeito s instncias
Pe. Claudio Paul
O MINISTRIO DE UNIDADENA IGREJA SANTA S Papa pede respostas ao grito da terra e
dos pobres
Embaixada da Palestina junto Santa S Vaticano condena atentado em Quebec
ESPECIAL O desafio das fronteiras
MUNDO CRIA Padre Geral reencontra os jesutas de Roma 90 anos da presena jesuta em Hong Kong Estados Unidos: nova provncia Nomeao
AMRICA LATINA CPAL O Caribe em busca de uma difcil unidade Pe. Roberto Jaramillo ser o novo presidente da CPAL Projeto de sistematizao de experincias
SERVIO DA F Especializao pastoral numa Igreja em Sada
DILOGO CULTURAL E RELIGIOSO Obra completa de Pe. Antnio Vieira Economia e bem comum: temas do livro de Pe. lio
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Segundo a ONU, h mais de 253 milhes de migrantes no mundo, dos quais 65,3 milhes so refugiados
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JUVENTUDE E VOCAES Experincias MAGIS pelo Brasil Incio das aulas da 9 turma da Especializao em Juventude Novios professam os primeiros votos Novios professam os primeiros votos
EDUCAO Colgio So Lus prepara-se para seus 150 anos Programa de Incluso Educacional e Acadmica
JUBILEUS / AGENDA
EmJESUTAS BRASIL
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INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL
EXPEDIENTE
EM COMPANHIA uma publicao mensal dos
Jesutas do Brasil, produzida pelo Ncleo de
Comunicao BRA So Paulo.
COMUNICAO [email protected]
www.jesuitasbrasil.com
DIRETOR EDITORIALPe. Anselmo Dias
EDITORA E JORNALISTA RESPONSVELSilvia Lenzi (MTB: 16.021)
REDAOJuliana Dias
DIAGRAMAO E EDIO DE IMAGENSHanderson Silva
rica Silva
ANNCIOHanderson Silva
COLABORADORES DA 31 EDIOBruno Alface, Dayane Silva, Rafael dos Anjos, Pe.
Valrio Sartor e Ana Ziccardi (reviso). Um agra-
decimento especial a todos que colaboraram
com a matria especial dessa edio.
FOTOSBanco de imagens / Divulgao
Capa: UNICEF/Iraq 2013/Marshall Tuck
TRADUO DAS NOTCIAS MUNDO + CRIA GERALPe. Jos Luis Fuentes Rodriguez
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6 7Em Em
EDITORIAL
AJUDAR A AJUDAR
Ir. Davidson Braga, SJCoordenador do SJM-Brasil (Servio Jesuta a Migrantes e Refugiados)
Um novo ano comea e, com ele, renovam-se as espe-ranas. Para ns, Jesutas do Brasil, a virada de ano marcada,
principalmente, pelos Exerccios Es-
pirituais: tempo de rever a caminhada
com Jesus e discernir quais passos dar
no ano que se inicia.
O discernimento exigncia para
a misso e, no trabalho dos jesutas
com migrantes e refugiados mundo
afora, no diferente. Vamos apro-
fundando a experincia de acompa-
nhar, servir e defender quem vive em
situao de vulnerabilidade, olhando
a realidade, vendo as pessoas e o que
fazem, escutando o que dizem e re-
fletindo em ns sobre tudo isso para
tirar maior proveito na misso.
Os quatro ltimos anos foram
marcados pelo drama dos refugiados
e deslocados em todo o mundo e ns,
brasileiros, tivemos a oportunidade
de no ficar alheios. A acolhida de
srios, haitianos, congoleses, gane-
ses e senegaleses (para citar algumas
nacionalidades) permitiu a alguns de
ns acompanhar mais de perto essa
dura realidade: convivendo com as
pessoas, escutando suas histrias,
vendo o que fazem para fugir da guer-
ra ou da misria que assolam muitas
regies do mundo.
A escuta atenta levou-nos a am-
pliar nossa misso com essa popula-
o ao longo dos ltimos anos, nos
quais tivemos atuao emergencial e
significativa em Manaus (AM), com
o Projeto Pr-Haiti, por iniciativa do
irmo Paulo Welter; com a dedicao
de anos de experincia e trabalho da
Sra. Karin Wapechowski, no Programa
de Reassentamento de Refugiados da
Companhia de Jesus, por meio da ASAV
(Associao Antnio Vieira), uma de
suas mantenedoras, que continuou a
prestar solidariedade a dezenas de fa-
mlias; em 2013, com a solidariedade
entre jesutas, irms Filhas de Jesus
e voluntrios, que levou fundao
do Centro Zanmi, em Belo Horizonte
(MG), dando incio organizao do
Servio Jesuta a Migrantes e Refugia-
dos no Brasil.
Passo a passo, vamos fortalecen-
do nossa amizade e companhia aos
migrantes e refugiados, nossa vin-
culao e apoio s redes de proteo
no Brasil e em toda a Amrica Latina,
nossa luta por justia e pelo direito
vida digna.
Recomeamos mais um ano com
a esperana de que o Senado Federal
aprecie e vote, sem demora, o projeto
que prope nova lei de migrao no
Brasil (uma das causas que me trouxe
a Braslia (DF) em 2016). Com a Rede Solidria para Migrantes e Refugia-
dos (RedeMiR), alcanaremos mais
essa conquista.
Convido todos a acompanhar-nos
nesta caminhada. Nesta edio do Em
Companhia, vocs podero conhecer um
pouco mais daquilo que vamos fazendo
mundo afora e, principalmente, no Bra-
sil. Desejo boa leitura dos textos que se-
guem e peo que atentemos ao apelo do
Papa Francisco em sua mensagem para o
103 Dia Mundial do Migrante e do Refu-giado, em 15 janeiro de 2017, a vs que
caminhais ao lado de crianas e adoles-
centes pelas vias da emigrao: eles pre-
cisam da vossa ajuda preciosa; e tambm
a Igreja tem necessidade de vs e apoia-
-vos no servio generoso que prestais.
O drama das crianas migrantes e refu-
giadas habita entre a invisibilidade e o
escndalo. Por isso, no as esqueamos.
Meu desejo profundo que nos ajude a
ajudar: com a escuta, oraes, informa-
o, ideias, com recursos humanos e fi-
nanceiros, com tudo aquilo, enfim, que
estiver ao seu alcance.
Boa leitura!
O DRAMA DAS CRIANAS MIGRANTES E REFUGIADAS HABITA ENTRE A INVISIBILIDADE E O ESCNDALO. POR ISSO, NO AS ESQUEAMOS.
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6 7Em Em
Estevo Pongratz, Melchor Grodziecki,
presbteros, e Marcos Krizevcanin,
cnego de Esztergom.
^ Beatos Tiago Sals, presbtero e
Guilherme Saultemouche, irmo.
calendrio litrgicoPrprio da Companhia de Jesus
JANEIROFEVEREIRO
JANEIRO
Beatos Carlos Spnola, Sebastio Kimura,
presbteros, e companheiros mrtires.
(Mrtires no Japo)
So Cludio De La Colombire,
presbtero.
DIA 3
DIA 4
DIA 6 DIA 15
DIA 19
Beatos Rodolfo Acquaviva, presbtero, e
companheiros mrtires.(Mrtires na ndia)
FEVEREIRO
Santssimo nome de Jesus - Titular da Companhia de Jesus.
So Joo Ogilvie, presbtero.
Santos Paulo Miki, estudante, e
companheiros.
(Mrtires no Japo)
DIA 2
Apresentao do Senhor. So Joo de Brito, presbtero.
^
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8 9Em Em
ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO
Pe. Claudio Paul, SJ
Em outubro passado, durante a 36
Congregao Geral, o Superior Geral da
Companhia de Jesus, padre Arturo Sosa,
nomeou o padre Claudio Paul como assistente
regional da Amrica Latina Meridional, que
rene as provncias do Peru, Bolvia, Chile,
Paraguai, Argentina-Uruguai e Brasil. Nos
ltimos anos, o jesuta atuava como diretor
do Centro de Espiritualidade Pedro Arrupe
(CEPA), coordenador Nacional das Escolas de
Perdo e Reconciliao (ESPERE) e superior da
seco de Cuba da Provncia das Antilhas.
Em sua nova misso, o jesuta atuar como
ponte entre o Padre Geral e as Provncias.
Dever assegurar tambm que o Superior
Geral esteja bem informado sobre os fatos
importantes das Provncias e assessor-lo
nas decises a respeito delas. Diante desses
desafios, o padre Claudio Paul acredita que,
como assistente regional, ser essencial ter
uma grande capacidade de escuta e muito
respeito s distintas instncias de deciso.
ver com um horizonte mais amplo do que o da minha vida
(bastante boa) de professor de alemo. Em 1986, finalmen-te, tive que decidir se iria para a Alemanha, com uma bolsa
de estudos, para continuar a minha formao profissional,
ou se mudava radicalmente o rumo da minha vida. E essa
foi a minha deciso. Claro que, no processo, conversei com
pessoas de confiana - meus pais, meu padrinho de Crisma,
que padre jesuta, e algumas pessoas amigas. A opo pela
Companhia de Jesus foi natural, eu queria ser padre como
Conte-nos um pouco da sua histria.
Nasci em Porto Alegre (RS), em 1962. Te-nho um irmo mais velho e duas irms de-
pois de mim, que me deram dois sobrinhos
e quatro sobrinhas. Todos eles e minha me
vivem em Porto Alegre. Meu pai j faleceu.
Fiz o que, ento, se chamava primeiro e se-
gundo graus no Colgio Anchieta. Nessa
poca, participei por muitos anos do Grupo
Escoteiro Manoel da Nbrega. Terminado o
Ensino Mdio, cursei a Licenciatura em Le-
tras na UFRGS (Universidade Federal do Rio
Grande do Sul), ao final da qual me mudei
para So Paulo (SP), em 1983, para continuar estudando. L fiz uma especializao para
professores de alemo. Trabalhei por trs
anos em um colgio perto de Campinas (SP).
Em 1986, decidi mudar de vida e, em 1987, entrei no noviciado da antiga Provncia do
Brasil Meridional, em Cascavel (PR).
Como foi o processo vocacional? E a
opo pela Companhia de Jesus?
O processo teve seus passos. Talvez, o
primeiro foi convencer-me de que, de fato,
queria continuar sendo cristo e catlico.
Isso foi nos anos de estudos universit-
rios. Depois, foi nascendo no corao o
desejo de algo mais, de colocar minha vida
a servio das demais pessoas. Queria vi-
ESCUTA E RESPEITO S INSTNCIAS
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8 9Em Em
aqueles padres que tinha conhecido no colgio e no grupo
escoteiro: gente simples, prxima, normal, com senso de
humor, mas que levavam a vida a srio.
Como jesuta, quais experincias o marcaram mais?
Cada etapa da formao deixou suas marcas. No Novi-
ciado, ir morar na periferia de Cascavel, numa casa pobre,
convivendo com a gente pobre de um bairro marginal, foi
uma mudana importante. Depois, a mudana para Joo
Pessoa (PB), pois, para ns do Sul, era como entrar no s
em outro Brasil, mas tambm quase em outro mundo. No
perodo dos estudos de Filosofia, em Belo Horizonte (MG),
o desafio da pastoral foi grande, mas a acolhida que rece-
bi dos mineiros deixou amizades que continuam at hoje,
graas a Deus. O Magistrio em Curitiba (PR) foi, novamen-
te, um tempo forte de convivncia com a gente to boa e
cheia de f da Irmandade do Servo Sofredor da Vila Pinto,
bairro pobre e violento ao lado do Colgio Medianeira. J o
perodo da Teologia foi um tempo de muita amizade com
os demais jesutas da pequena comunidade da qual eu fa-
zia parte, em um bairro de Belo Horizonte. Alm de que
gostava muito de estudar Teologia.
Depois da ordenao, em 1998, a ida a Roma (Itlia) para estudar no Instituto Bblico foi uma experincia exigente.
Nesse tempo, colaborei pastoralmente no presdio de Rebib-
bia, onde havia um bom nmero de latino-americanos cum-
prindo pena. Outra vez, foi entrar em um mundo totalmente
diferente do que eu conhecia. A Terceira Provao, no Chile,
em 2002, foi uma bno, pois a tive a oportunidade de re-
tomar todo o caminho feito at ento e encontrar ainda mais
razes para dar graas a Deus, que me confirmava na minha
vocao. Vieram depois os anos de trabalho intenso na FAJE
(Faculdade Jesuta de Filosofia e Teologia), em Belo Horizon-
te, dando aulas de bblia e lnguas bblicas, em uma experi-
ncia muito bonita de comunidade e de trabalho em equipe.
Mais recentemente, a experincia de quatro anos em Cuba:
outra vez senti-me em outro planeta, mas encontrando mui-
ta gente boa, com profunda experincia espiritual e identida-
de crist comprovada na adversidade.
Por que trabalhar em Cuba? Como foi essa experincia?
Depois de 10 anos trabalhando na FAJE, eu brincava di-zendo que j era hora de buscar novos problemas. Na ver-
dade, minha primeira ideia era oferecer-me para trabalhar
com os brasileiros imigrados no Japo. Contudo, depois de
ouvir o testemunho de alguns jesutas que tinham estado
em Cuba, decidi oferecer-me para colaborar l, j que Cuba
uma prioridade da Companhia de Jesus na Amrica Latina.
Chegar a Cuba uma experincia mui-
to forte. Se, por um lado, h muitas coisas
parecidas com o Brasil (o tipo fsico das
pessoas, a comida, o ritmo e a msica, a
influncia africana na cultura, entre ou-
tras), por outro lado, h coisas que fazem
com que a gente se sinta em outro mundo,
especialmente a ausncia de expresses
religiosas, o isolamento miditico, a pres-
so ideolgica, o controle do regime sobre
tudo, o medo que se sente no ar.
Graas a Deus, a restrio no mbito
religioso j diminuiu bastante. As pessoas
j no tm mais medo de ir s igrejas e
pedir os sacramentos, como acontecia h
uns quinze anos. H muitos exemplos de
pessoas que fazem um bonito e sincero
caminho de converso. A Igreja, contudo,
ainda no tem liberdade para trabalhar
na educao e abrir escolas. H apenas
dois anos, foi finalmente possvel abrir
a primeira livraria catlica do pas em
Havana. Tanto o regime cubano quanto a
Igreja ainda se olham com desconfiana e
h vrias questes que ainda precisam ser
trabalhadas.
Agora, quais seus primeiros desafios
como assistente regional dos Jesutas da
Amrica Latina Meridional da Compa-
nhia de Jesus?
O meu primeiro desafio est sendo
aprender como ser assistente, j que to-
talmente novo para mim. Graas a Deus,
meu predecessor e os demais assistentes
esto dando-me muito apoio e orienta-
o. Boa parte do trabalho consiste em
acompanhar a correspondncia entre os
governos provinciais e o governo geral,
fazendo o meio de campo o que sig-
nifica ler muitas cartas, detectar os temas
mais importantes, apresentar sugestes
ao Padre Geral sobre como trat-los. Mas,
alm do que corresponde regio da qual
sou assistente, h tambm outros temas
que tm a ver com toda a Companhia de
Jesus e que so discutidos e trabalhados
no Conselho Geral.
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10 11Em Em
O MINISTRIO DE UNIDADE NA IGREJA SANTA S
PAPA PEDE RESPOSTAS AO GRITO DA TERRA E DOS POBRES
O Papa Francisco lanou um ape-lo angustiado a fim de que as Igrejas locais respondam com determinao ao grito da terra e dos
pobres, no final da audincia geral de
quarta-feira, 1 de fevereiro. Ao saudar os grupos lingusticos presentes na
Sala Paulo VI, o Pontfice dirigiu-se, em
particular, delegao do Movimen-
to Catlico Mundial pelo Clima Global
(Catholic Climate Movement-GCCM),
agradecendo o compromisso em cui-
dar da casa comum nestes tempos de
grave crise socioambiental. E acrescen-
tou: Encorajo o Movimento a continu-
ar a tecer redes a fim de que as Igrejas
locais respondam com determinao ao
grito da terra e ao grito dos pobres.
O GCCM uma coalizo interna-
cional de organizaes e indivduos
catlicos que, em unio e colaborao
com o Papa e os bispos, quer reforar
a voz catlica nas discusses sobre as
mudanas climticas globais. Entre
os objetivos do Movimento, esto:
Despertar conscincia no inte-
rior da Igreja quanto urgncia de
providncias em favor do clima, luz
dos ensinamentos sociais e ambien-
tais catlicos.
Advogar em favor de nossos ir-
mos e irms na pobreza, que so os
mais suscetveis aos impactos da mu-
dana do clima.
Promover a relao estabeleci-
da pelo catolicismo entre f e razo,
especialmente no que concerne to-
mada de decises polticas em face da
mudana global do clima.
Incentivar lderes polticos, em-
presariais e sociais a assumir com-
promissos ambiciosos para solucio-
nar a crise climtica.
Fontes: Rdio Vaticana / News.VA
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10 11Em Em
EMBAIXADA DA PALESTINA JUNTO SANTA S
VATICANO CONDENA ATENTADO EM QUEBEC
Em 14 de janeiro, o presidente da Autoridade Nacional Pa-lestina, Mahmud Abbas, inau-gurou oficialmente a Embaixada da
Palestina junto Santa S. A nova re-
presentao diplomtica fica em um
prdio em frente ao Vaticano, onde
esto tambm as embaixadas do Peru
e Burkina Faso.
Antes da inaugurao, o Papa
recebeu o presidente palestino em
audincia privada no Vaticano. De-
pois do encontro, Abbas louvou o
reconhecimento da independncia
nacional palestina pelo Vaticano:
Espero que outros Estados tomem o
exemplo da Santa S. E, mais tarde,
TV palestina, declarou ter conversa-
do com Francisco sobre o processo de
paz no Oriente Mdio, a iniciativa de
paz da Frana e o combate ao terro-
rismo. Abbas referiu-se a um sinal de
que o Papa ama o povo palestino
e a paz.
Vale lembrar que, desde janei-
ro de 2016, est em vigor um acor-
Em 30 de janeiro, um atentado contra uma mesquita em Quebec (Canad) deixou seis mortos e oito feridos. A notcia foi recebida com
tristeza e indignao pelo Papa Fran-
cisco e pelo Pontifcio Conselho para o
Dilogo Inter-religioso, que se pronun-
ciaram a respeito.
O Pontfice enviou um telegrama
Arquidiocese de Quebec manifestan-
do seu pesar. Sua Santidade confia
misericrdia de Deus as pessoas que
perderam a vida e se associa orao e
dor de seus entes queridos. Expressa
sua profunda solidariedade aos feridos
e seus familiares, assim como a todas
as pessoas que contriburam nas opera-
es de socorro, pedindo ao Senhor que
lhes conforte e console neste momen-
to de provao. O Santo Padre condena
firmemente a violncia que gera tanto
sofrimento e implora de Deus o dom
do respeito mtuo e da paz, invocando
sobre as famlias e todas as pessoas to-
cadas por este drama, assim como para
todos os cidados da cidade, as bnos
do Senhor, diz o texto. Alm disso, Fran-
cisco ressaltou a importncia de, neste
momento, permanecerem todos unidos
na orao, cristos e muulmanos.
O Pontifcio Conselho para o Dilogo
Inter-religioso tambm emitiu uma nota
em que ressalta: Com este gesto insen-
sato, foram violados a sacralidade da vida
humana e o respeito devido a uma comu-
nidade em orao e ao lugar de culto que
a acolhia. O Pontifcio Conselho para o
Dilogo Inter-religioso condena firme-
mente este ato de excepcional violncia
e deseja que chegue aos muulmanos do
Canad a sua plena solidariedade, asse-
gurando sua fervorosa orao pelas vti-
mas e suas famlias.
Fonte: News.VA
do diplomtico bilateral entre a Santa
S e o Estado da Palestina.
Fontes: News.VA / G1 / UOL
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12 13Em Em
ESPECIAL
os se levantou, tomou consigo
o menino e sua me, de noite, e
retirou-se em direo ao Egito
(Mt 2,14). No Evangelho de Mateus, a pas-sagem bblica nos recorda que, h mais
de dois mil anos, uma famlia atravessou
as fronteiras para poder sobreviver. Jos,
Maria e Jesus fugiam da ira de Herodes,
rei da Judia, que os estava perseguindo.
Hoje, milhes de pessoas, assim como a
Sagrada Famlia, vivenciam esse mesmo
drama. Porm, agora, o Herodes que os
persegue tem outro nome, outro rosto.
Ele no est personificado em uma pes-
soa, mas sim nas violaes dos direitos
humanos, na intolerncia poltica e reli-
giosa, na misria e nos diversos conflitos
armados, que so alimentados pela ga-
nncia humana.
Atualmente, segundo a ONU (Orga-
nizao das Naes Unidas)*, h mais de
253 milhes de migrantes no mundo, dos quais 65,3 milhes so refugiados. Para dimensionar a questo, basta considerar
que esse nmero ultrapassa a populao
da Frana, que de mais de 64 milhes de habitantes (IBGE 2016). So milhes de Joss, Marias e Jesus que atravessam as
fronteiras em busca de sobrevivncia e de
uma vida mais digna. O Ir. Davidson Braga
Santos, coordenador do SJM-Brasil (Servi-
o Jesuta a Migrantes e Refugiados), ex-
plica que migrante um termo genrico
para designar as pessoas que deixam o
seu lugar de origem para estabelecer re-
sidncia em outra regio, cidade ou pas.
Dentro do conceito de migrantes, vamos
encontrar: imigrantes, emigrantes, mi-
grantes econmicos, migrantes climti-
cos etc. Seguindo essa lgica, possvel
considerar o refugiado como uma subca-
tegoria de migrante, pois esse substanti-
vo faz referncia pessoa que forada a
deixar seu lugar de origem por motivos de
guerra ou perseguio.
Segundo o ACNUR (Alto Comissaria-
do das Naes Unidas para Refugiados),
conhecido tambm como a Agncia da
ONU para Refugiados, estima-se que
existam 24 novos refugiados por minuto no mundo. E, de acordo com o Relatrio
O DESAFIODAS FRONTEIRASNA LUTA PELA SOBREVIVNCIA E COM A ESPERANA DE REENCONTRAR A
PAZ, MILHES DE PESSOAS ATRAVESSAM AS MAIS DIVERSAS FRONTEIRAS
FOTO
: ACN
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/ A. M
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12 13Em Em
da Situao Mundial da Infncia de 2016, elaborado pela Unicef (Fundo das Naes
Unidas para a Infncia), dados do ACNUR
mostram que, at 2015, metade do nme-ro de refugiados eram crianas, ou seja,
mais de 30 milhes. Os nmeros impres-
sionam e, pelos jornais, acompanhamos
atnitos essa triste realidade de pessoas
que arriscam suas vidas para ir para outro
pas em busca de paz e dignidade.
Nessa travessia, cercada por inme-
ros perigos, muitos no chegam ao desti-
no desejado. Dados da Organizao Inter-
nacional para Migraes (OIM) apontam
que mais de 4,6 mil pessoas morreram tentando atravessar o mar Mediterrneo
em 2016. Essa a principal rota dos mi-grantes que deixam o Oriente Mdio em
direo Europa, tentando chegar Gr-
cia e Itlia sem cruzar nenhum outro
pas. Porm, essa travessia tem se mostra-
do letal, pois realizada em situao pre-
cria, por meio de embarcaes sem es-
trutura alguma. Alm de todo esse drama,
h ainda pessoas que tiram proveito des-
sa situao ao oferecerem preos acess-
veis pela travessia, mas que, na prtica,
lotam as embarcaes de famlias, que
depois so abandonadas prpria sorte
no meio do mar. Quem no se lembra do
caso do menino srio Aylan Kurdi, de trs
anos, que foi encontrado sem vida na cos-
ta de uma praia turca, aps a embarcao
em que estava com sua famlia afundar?
Assim como Aylan, mais de 420 crianas e adolescentes morreram tentando atra-
vessar o mar Mediterrneo. Outra situa-
o comum atuao de traficantes, que
se aproveitam da vulnerabilidade dos
migrantes, fazendo-os refns durante a
viagem para comercializ-los como mo
de obra escrava.
Os fluxos migratrios sempre exis-
tiram, fazem parte da histria da huma-
nidade e foram importantes para a cons-
truo do mundo como o conhecemos.
Contudo, quando falamos dessa situao
no mundo atual, a questo torna-se mais
complexa, pois estamos tratando de mi-
lhes de pessoas que esto abandonan-
do sua terra natal para fugir de conflitos
armados. Em vrios pases localizados
entre o norte da frica e Oriente Mdio,
a falta de controles institucionais alia-
da a interesses geopolticos, com forte
participao de atores externos, cria um
ambiente frtil para a ecloso de lutas ar-
madas pelo controle dos poderes locais,
explica Alessandro Augusto Pereira, pro-
fessor de Histria, Sociologia e Filosofia,
em entrevista revista Histria em Foco
(Ed. 1/2017). Essa a situao da Sria, que, desde 2011, vive a realidade da guer-ra civil. O conflito causou a destruio do
pas, a morte de mais de 400 mil pessoas e a fuga de 5 milhes de civis.
Nesse contexto, h tratados inter-
nacionais que protegem os direitos do
migrantes e refugiados. O principal de-
les a Conveno das Naes Unidas de
1951 e seu Protocolo de 1967, reconheci-dos como instrumentos fundamentais
de direitos humanos. Os documentos
estabelecem padres bsicos para o tra-
tamento de refugiados pelas naes. No
entanto, no impem aos Estados qual
o padro mnimo de auxlio para essas
pessoas. Para o Ir. Davidson, esses do-
cumentos so marcos legais de grande
importncia na proteo internacional
de direitos humanos, principalmente de
refugiados. Observem que a Conveno
se d exatamente no ps-guerra que, at
2014, vinha sendo considerado o perodo em que houve maior deslocamento de
pessoas no mundo. Digo at aquele ano,
pois os dados divulgados a partir de en-
to vm indicando que o perodo atual
deve superar consideravelmente aquele
momento. Por isso, muito importante
que mais e mais pases no sejam ape-
nas signatrios da Conveno de 1951 e do Protocolo de 1967, mas estabeleam tambm polticas pblicas para a acolhi-
da e insero dos refugiados e tambm
de migrantes, afirma.
Ignorando esses tratados, no ltimo
27 de janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um de-
creto proibindo cidados de sete pases
de maioria muulmana (Imen, Iraque,
Ir, Lbia, Sria, Somlia e Sudo) de entrar
no territrio norte-americano. Alm dis-
so, suspendeu por 120 dias o recebimen-
to de qualquer refugiado. Caso seja srio,
a situao ainda pior, pois o refugiado
est banido por tempo indeterminado.
Essa deciso est causando polmica na
Justia dos Estados Unidos.
Aps os decretos do presidente es-
tadunidense, que tambm anunciou re-
centemente a construo de um muro na
fronteira com o Mxico, o Vaticano expres-
sou sua preocupao. Em declarao ao
canal catlico Tv2000, o arcebispo Angelo
Becciu afirmou que a Igreja contra essas
determinaes, pois mensageira de uma
cultura de abertura. Somos construtores
de pontes e todos os cristos devem rea-
firmar fortemente esta mensagem, decla-
rou. A fala de Becciu reflete a mensagem
de acolhimento que o Papa Francisco vem
reforando h algum tempo.
O APELO DE FRANCISCO
Quantas vezes, na Bblia, o Senhor
nos pede para acolher os migrantes e os
estrangeiros, recordando-nos que ns
tambm somos estrangeiros, ressaltou
o Papa Francisco, em mensagem pelo
103 Dia Mundial do Migrante e do Re-fugiado, celebrado em 15 de janeiro pela Igreja. Com o tema Migrantes de menor
idade, vulnerveis e sem voz, o Pontfice
pediu a adoo de todas as medidas
possveis para garantir proteo, defesa
e integrao para as crianas migrantes.
O Papa frisou que as migraes dei-
xaram de ser um fenmeno limitado a
alguns pases e que, hoje, atinge todos
os continentes, assumindo cada vez
mais as dimenses de um problema
mundial. No se trata apenas de pes-
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14 15Em Em
ESPECIAL
soas procura de trabalho digno ou de
melhores condies de vida, mas tam-
bm de homens e mulheres, idosos e
crianas, que so forados a abandonar
as suas casas com a esperana de se sal-
var e encontrar paz e segurana em ou-
tro lugar, disse. O Santo Padre ressaltou
que a Igreja nos encoraja a reconhecer
o desgnio de Deus tambm nesse fen-
meno, com a certeza de que ningum
estrangeiro na comunidade crist.
Cada um precioso as pessoas so
mais importantes do que as coisas e o
valor de cada instituio mede-se pelo
modo como trata a vida e a dignidade do
ser humano, sobretudo em condies
de vulnerabilidade, como no caso dos
migrantes de menor idade, afirmou.
Em visita apostlica Ilha de Les-
bos (Grcia), realizada em 16 de abril de 2016, o Papa Francisco assinou uma declarao conjunta com o patriarca
de Constantinopla e lder espiritual da
igreja ortodoxa mundial, Bartolomeu, e
o arcebispo de Atenas e da Igreja Orto-
doxa grega, Ieronymos. Na mensagem,
os lderes pediram s comunidades reli-
giosas que aumentem os seus esforos
para receber, assistir e proteger os refu-
giados de todas as crenas, e que os ser-
vios religiosos e civis de assistncia se
empenhem por coordenar os seus esfor-
os. Enquanto perdurar a necessidade,
pedimos a todos os pases que alarguem
o asilo temporrio, ofeream o estatuto
de refugiado a quantos se apresentarem
idneos, ampliem os seus esforos de
socorro e colaborem com todos os ho-
mens e mulheres de boa vontade para
um rpido fim dos conflitos em curso.
Nessa mesma viagem, em ato sim-
blico de acolhida, Francisco levou para
o Vaticano trs famlias de refugiados
srios. Para Ir. Davidson Braga Santos, co-
ordenador do Servio Jesuta a Migrantes
e Refugiados, com esses gestos, o Papa
torna-se um exemplo de pastor. Ele tem
dado sua ateno s ovelhas perdidas
e mais frgeis. Todos ns temos visto o
quanto ele se preocupa com o tema dos
No mundo, existem mais de
Estima-se que existam
Metade do nmero de refugiados
so crianas, ou seja, mais de
A guerra na Sria causou a
morte de mais de
pessoas e a fuga de
de civis.
de migrantes, dos quais
por minuto no mundo.
so refugiados.
253 milhes
24 novos refugiados
30 milhes
400 mil
5 milhes
65,3 milhes
mais que a populao
da Frana.
refugiados. Mas essa no exclusivida-
de de sua atuao pastoral, apenas mais
um exemplo do cuidado com o rebanho.
Assim, migrantes e refugiados podem
sentir-se acolhidos como outras ovelhas
tambm. Entre suas atitudes de acolhida
e ateno, destacam-se os gestos simples
e de grande simbolismo como visitar
campos de refugiados, convid-los para o
caf da manh e para a celebrao de lava-
-ps, diz o jesuta. Esses gestos simples
so acompanhados de atos de grande en-
vergadura como o Dicastrio para o Ser-
vio do Desenvolvimento Humano Inte-
gral, dentro do qual h um setor exclusivo
para os refugiados, a cargo do prprio
Pontfice, explica Ir. Davidson.
Francisco instituiu, em agosto do
ano passado, o Dicastrio citado, que
tem como competncia atuar nas reas
relacionadas com as migraes, com os
necessitados, os enfermos e excludos,
os marginalizados e as vtimas dos con-
flitos armados e desastres naturais, os
encarcerados, os desempregados e as
vtimas de qualquer forma de escravi-
do e de tortura. Nesse Dicastrio, o Papa
ocupa diretamente o departamento de-
dicado aos migrantes e refugiados. Com
essas atitudes, ele nos d exemplos de
como devemos agir em favor de migran-
tes e refugiados: desde a simplicidade e
o convvio com eles at a criao de es-
truturas mais durveis a favor de seus
direitos, ressalta Ir. Davidson.
EM COMPANHIA COM OS MIGRANTES
Os jesutas vm atuando com os mi-
grantes desde 1980, quando o ento Supe-rior Geral da Companhia de Jesus, padre
Pedro Arrupe, criou o Servio Jesuta aos
Refugiados JRS (sigla em ingls). A partir
do pontificado de Francisco, a Companhia
de Jesus empreende esforos mais consis-
tentes nos cinco continentes, atendendo
aos apelos do Papa em favor dos migrantes.
Alm do JRS, hoje presente em mais
de 50 pases, mais recentemente, nasceu o Servio Jesuta a Migrantes e Refugia-
-
14 15Em Em
dos SJM, que tem como foco de atua-
o a Amrica Latina e o Caribe. Com
os processos de ver a realidade, refletir
sobre ela, atuar e avaliar, muito prprios
de nosso discernimento, fizemos adap-
taes nas provncias do nosso conti-
nente que deram origem ao SJM. Em
nossa regio, apenas a Colmbia vinha
provocando situaes de refgio, mas
a migrao cresce continuamente com
situaes dramticas como a fronteira
entre Mxico e Estados Unidos e a di-
spora haitiana. Avaliando o perfil das
pessoas que passam por nossos centros
de ateno, decidimos oferecer o servio
a migrantes em situao de vulnerabi-
lidade, pois, muitas vezes, tais pessoas
encontravam-se to expostas, ou mais,
que os refugiados, alm de representar
maior contingente. Assim, aos poucos,
foram surgindo os escritrios do SJM em
vrios pases, esclarece Ir. Davidson.
Segundo ele, o SJM atua no acompa-
nhamento, no servio e na defesa de pes-
soas vtimas da injustia. Acompanhar,
servir e defender tm sido o lema do SJR e,
por extenso, do SJM. Para isso, atuamos
diretamente nos campos de refugiados,
nas fronteiras, nos grandes centros ur-
banos, enfim, nos lugares onde h maior
concentrao e possibilidades de acom-
panhar as pessoas em mobilidade. Mas
nossa atuao tambm ocorre junto aos
governantes, s lideranas e sociedade
em geral, desenvolvendo polticas migra-
trias e culturas de maior acolhimento ao
estrangeiro. Olhamos sempre os efeitos
e as causas dos fenmenos migratrios,
tentando encontrar solues de vida e
prosperidade para as pessoas e a socieda-
de em geral, ressalta o jesuta.
Alm do Servio Jesuta aos Refugiados
(SJR) e o Servio Jesuta a Migrantes e Refu-
giados (SJM), a Companhia de Jesus conta
tambm com a Rede Jesuta com Migrantes
na Amrica Latina e Caribe (RJM-LAC), que
integra os servios citados anteriormente,
tornando-se uma nica rede na Amrica
Latina e no Caribe.
O padre Mauricio Garca Durn, co-
ordenador da RJM-LAC, explica que, nos
ltimos anos, as crises no Oriente Mdio
e na frica evidenciaram ainda mais a pro-
blemtica dos migrantes nesses lugares.
Contudo, ele ressalta que esse fenmeno
tambm muito presente na Amrica
Latina e no Caribe. Os anos de conflito na
Colmbia, por exemplo, obrigaram milha-
res de pessoas a deixar o pas. Conforme
indicam os recentes dados do ACNUR e da
OIM e como temos observado e documen-
tado, em nosso continente, os migrantes
so o resultado de situaes de violncia
que aqui se vive, das polticas de segurana
restritiva e das difceis situaes econmi-
cas e de sustentabilidade que enfrentam
em seus pases de origem. Os fluxos mi-
gratrios tm-se modificado e, com eles,
tem aumentado o nmero de migrantes e
refugiados na regio, garante.
A RJM-LAC utiliza como estratgia de
ao e ponto de partida o acompanha-
mento scio pastoral direto aos imigran-
tes, os deslocados, os refugiados e suas
famlias. Com base nesse contato, so
identificados os temas e as problemticas
prioritrias de interesse que requerem
estudo. Assim, leva-se a cabo a pesquisa
e/ou a sistematizao dos
temas selecionados, de
preferncia median-
te uma investigao
aplicada. Os resul-
tados obtidos ser-
vem como funda-
mento para incidncia poltica, incluindo
a defesa dos direitos humanos de pessoas
vulnerveis que se ancoram diretamente
na estratgia da Campanha pela Hospita-
lidade, reunindo todas as sub-regies do
continente, afirma padre Mauricio.
Nessa atuao com migrantes e refu-
giados, muitos so os desafios enfrenta-
dos. Segundo o coordenador da RJM-LAC,
os principais deles esto nas constantes
mudanas nos fluxos migratrios, que so
muito dinmicos. As rotas de circulao
no se mantm por muito tempo e o acom-
panhamento s pessoas torna-se muito
difcil, porque as rotas de hoje no so as
mesmas de amanh, que podem nem exis-
tir mais. E as equipes com que contamos
para atender a essa problemtica no tm
a mesma flexibilidade e facilidade de des-
locamento, conta padre Mauricio. Alm
disso, ele ressalta que costuma ser muito
difcil acompanhar, servir e defender essas
pessoas quando as denncias e as propos-
tas no fazem eco nos governos nacionais
ou, em muitos casos, o tema no est nem
dentro de suas prioridades de governana.
O descaso ou a falta de interesse de
muitos governos com relao s questes
dos migrantes e refugiados apenas uma
das barreiras enfrentadas por essas pes-
soas. J de conhecimento que um dos
primeiros desafios a viagem ao pas
de destino, que, geralmente, inclui a
ilegalidade e o risco iminente de
perda da prpria vida. Depois, na
chegada ao novo pas, o migrante
enfrenta as barreiras impostas
pelas polticas pblicas,
-
16 17Em Em
ESPECIAL
que costumam violentar a sua condio de
ser humano e a sua dignidade. Logo mais,
sabe-se que, no aspecto econmico, o mi-
grante est em desvantagem e v-se obriga-
do a empregar-se em condies inferiores
s das pessoas cidads, sem nenhum tipo
de segurana ou benefcio, e ganhando
salrios significativamente inferiores, sa-
lienta padre Mauricio.
O Ir. Davidson ressalta que, apesar dos
importantes avanos conquistados em al-
guns pases, ainda h muito trabalho pela
frente. Nos seminrios e congressos na-
cionais e internacionais dos quais eu te-
nho participado, o abuso de autoridade e a
violao de direitos so temas recorrentes.
Agentes de proteo em regies frontei-
rias, pesquisadores e, quase sempre, os
prprios migrantes e refugiados fazem de-
nncias graves nesses espaos e em outros
veculos. H muitas pessoas empenhadas
na proteo e garantia de direitos, mas ain-
da no o suficiente, afirma. O jesuta des-
taca que a questo do respeito aos direitos
no exclusividade de migrantes e refu-
giados, mas que esse tema provoca muito
mal-estar em grupos sociais xenfobos.
comum as pessoas reagirem dizendo:
nem os nossos direitos so garantidos e
voc fica lutando pelo direito dos estran-
geiros?. H fundamento nos argumentos
dessas pessoas. Mas no d para hierarqui-
zar entre cidados nacionais ou no, quan-
do estamos diante da misria, da violncia,
da priso injusta, do racismo e de outras
violaes de direitos. Muitas vezes, eu pen-
so que o cerceamento de meus prprios
direitos que me torna ainda mais sensvel
causa do outro, diz.
Alm dessas barreiras, existem as que
esto presentes no dia a dia dessas pessoas,
como o idioma e a cultura local, determi-
nantes na integrao em sociedade. Final-
mente, e no menos importante, um dos
problemas enfrentados pelos migrantes
faz referncia ao crescente sentimento de
rechao por parte dos habitantes dos pases
receptores, dado o imaginrio discrimina-
trio e excludente construdo em torno da
figura do migrante, avalia padre Mauricio.
Nesse cenrio, os jesutas so chama-
dos a ir s fronteiras, ao encontro dessas
populaes. O Superior Geral da Com-
panhia de Jesus, padre Arturo Sosa, em
sua mensagem pelo Dia Mundial do Mi-
grante e do Refugiado, ressaltou o papel
da Ordem religiosa nesse contexto. Este
momento um importante sinal de com-
promisso que a Companhia de Jesus to-
mou para acompanhar, com os modestos
recursos de que dispe, as ansiedades e as
esperanas dos refugiados, que vivem na
Itlia e em todo o mundo, afirmou.
ATUAO NO BRASIL
No Brasil, a Companhia de Jesus
atua com migrantes e refugiados, prin-
cipalmente por meio de duas inicia-
tivas: o Centro Zanmi, em Belo Hori-
zonte (MG), e o Programa Brasileiro de
Reassentamento Solidrio de Refugia-
dos, em Porto Alegre (RS). Alm dessas
duas frentes, a Companhia est pre-
sente em Assis Brasil (AC), ponto de
passagem dos haitianos que chegam ao
territrio brasileiro (saiba mais na 11 Edio Em Companhia/Janeiro 2015).
No Sul do pas, essa atuao exclu-
siva para refugiados e suas famlias que j
tiveram esse status reconhecido em outro
pas. O programa responsvel pela aco-
lhida dessas pessoas, o que envolve desde
moradia at estudos e trabalho. O reas-
sentamento representa um papel impor-
tante e um complemento ao sistema de
proteo internacional ao refugiado, pois
possibilita tanto a proteo legal e fsica,
como a soluo duradoura, oferecendo
as condies necessrias locais para que
eles possam reiniciar sua vida, explica
Karin Kaid Wapechowski, coordenadora
do Programa Brasileiro de Reassentamen-
to Solidrio de Refugiados.
Segundo ela, essas condies dizem
respeito a uma gama de possibilidades
e intervenes que a Companhia de Je-
sus busca construir a fim de aumentar
as chances de incluso e participao
dos refugiados nas suas comunidades
de acolhida. Isso acontece por meio
de parcerias com a iniciativa privada,
com rgos e servios pblicos, com
as universidades e com a sociedade em
geral. O objetivo maior garantir que os
refugiados e suas famlias desfrutem do
acesso aos meios de subsistncia em
igualdade de condies que os brasilei-
ros, gerando renda e autossuficincia
enquanto ainda esto no perodo de
assistncia regular pelo programa, que
dura cerca de doze meses a partir da
chegada ao Brasil, conta Wapechowski.
O Programa executado em trs par-
tes: pelo Estado Brasileiro - por meio do
Ministrio da Justia/CONARE (Comi-
Aline Magalhes, colaboradora do Centro Zanmi (camiseta preta), e imigrantes na Entrega dos Certificados do Curso de Capacitao para o Trabalho
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CEN
TRO
ZAN
MI
-
16 17Em Em
t Nacional para os Refugiados)-, pelo
ACNUR (Alto Comissariado das Naes
Unidas para Refugiados) e pelas Organi-
zaes da Sociedade Civil, neste caso, a
Companhia de Jesus. O financiamento
tambm rateado nessas organizaes,
que tm suas competncias bem defini-
das e que se complementam.
Por ser um programa solidrio, a es-
trutura tripartite responsvel pela im-
plementao no se delimita por aten-
der a determinados perfis de pessoas
ou famlias refugiadas, segundo explica
a coordenadora da iniciativa. Quando
acontece a misso de entrevista dos ca-
sos identificados pelo ACNUR no pri-
meiro pas asilo, a Companhia de Jesus,
que tambm participa desse primeiro
contato com os candidatos ao Programa,
avalia as condies de trabalho, prefe-
rncia por clima, grau de instruo e,
principalmente, a capacidade local das
cidades prospectadas para a absoro
das famlias. Ou seja, procuramos expor
as condies locais de integrao para
que os refugiados possam se enxergar
no novo ambiente da cidade solidria e,
finalmente, aderirem voluntariamente
ao programa, ressalta Wapechowski.
O Centro Zanmi, concebido inicial-
mente para dar assistncia a haitianos que
chegavam Regio Metropolitana de Belo
Horizonte, tornou-se a sede do Servio Je-
suta a Migrantes e Refugiados no Brasil.
Hoje, oferece servios em cinco reas de
ateno direta ao migrante e refugiado:
social; documental; jurdica; lnguas e
cultura; e trabalho. Alm disso, h quatros
reas de gesto e atuao indireta, sobre-
tudo com a populao brasileira: Projetos;
Comunicao; Incidncia e Voluntariado.
A rotina no Centro Zanmi agitada
e complexa, pois muitos atendimentos
tm a ver com a vida corriqueira de cada
um. As pessoas que a equipe atende vm
para aliviar e solucionar as suas dores
e feridas, os seus problemas, em vrios
mbitos da sua vida, desde elaborar um
currculo, na busca por um emprego, at
resolver litgios, seja no trabalho ou na
famlia, explica Pascal Peuz**, coorde-
nador do Centro Zanmi. Segundo ele, al-
gumas situaes os levam alm do corri-
queiro. O atendimento abrange a pessoa
como um todo. Do nascimento, quando
se trata de acompanhar at a sala do parto
uma me com possveis complicaes,
at a morte, quando se trata de acompa-
nhar a famlia no luto, ou mesmo organi-
zar o sepultamento de um falecido sem
famlia no Brasil, complementa.
Atualmente, acontecem 250 atendi-mentos, em mdia, por ms. Porm, Peu-
z ressalta que, alm dos atendimentos
registrados e contabilizados, h tambm
os feitos por telefone e pessoalmente, que
acontecem informalmente, seja por meio
da soluo de dvidas, seja pela trans-
misso de informaes. O atendimento
acontece de tera a sbado, no perodo da
tarde. Toda e qualquer pessoa que se apre-
sentar recebida. Iniciamos com uma
fala geral de acolhimento, pontuando al-
gumas informaes importantes para os
imigrantes. Ressaltamos tambm princ-
pios nossos, como a luta contra o ass-
dio, em todos os mbitos. Depois, h um
processo de triagem que avalia a situao
da pessoa. Aps essa etapa, ela encami-
nhada para o as reas social, documental,
jurdica, etc., explica.
Alm do atendimento no escrit-
rio, h atividades realizadas em outros
locais, como as aulas de portugus, que
acontecem no Centro de Belo Horizonte
e em bairros perifricos, e os encontros
do projeto Mulheres, que atua em prol da
conscientizao das imigrantes em ques-
tes de gnero. Nossa atuao estende-
-se tambm a situaes delicadas e/ou
graves, que exigem uma ao imediata, in
loco, conta Peuz.
Em relao acolhida dos migran-
tes e refugiados, a atuao nacional
avaliada positivamente sob o aspecto da
garantia de direitos. Para refugiados, h
a Lei Federal 9.474/97, que garante a pro-teo legal e fsica da pessoa. Ao lado da
Constituio Federal de 1988, essa lei o principal ordenamento jurdico nacional
na proteo de direitos dos refugiados.
Ela resultado de uma srie de aes de
abertura que o Brasil adotou ao longo dos
anos, ultrapassando os limites e defini-
es dos documentos da ONU (Conven-
o de 1951 e o Protocolo de 1967). Com isso, podemos ser considerados um dos
pases com maior amparo legal para refu-
giado, afirma Ir. Davidson.
O jesuta destaca tambm o Decreto
Presidencial publicado no Dirio Oficial
da Unio (DOU), em 19 de agosto de 2015, por meio do qual se conclui a ratificao
da Conveno das Naes Unidas para a
Reduo dos Casos de Apatridia (1961).
Embora seja tema raramente divulgado,
a apatridia est associada aos temas a que
fazemos referncia aqui. A falta de nacio-
nalidade leva muitas pessoas a migrar de
um lado a outro, solicitando refgio ou
qualquer outra possibilidade de existn-
cia civil. Com esse Decreto, a nacionalida-
de brasileira pode se dar por territrio ou
consanguinidade e o pas deixa de gerar
aptridas, explica.
No final de 2016, precisamente no dia 6 de dezembro, foi dado mais um impor-
tante passo rumo substituio do anti-
go Estatuto do Estrangeiro, promulgado
na poca da Ditadura Militar. Na ocasio,
o Projeto de Lei 2516/2015 foi aprovado pelo plenrio da Cmara dos Deputados
e agora aguarda avaliao e votao no
Senado. Esse projeto fruto de muito
trabalho de diferentes atores do Legislati-
vo, Executivo, Judicirio, sociedade civil,
pesquisadores, coletivos de migrantes,
etc., e promete ser um marco importante
na proteo dos direitos de migrantes no
-
18 19Em Em
ESPECIAL
Brasil, pois prope a mudana de paradig-
ma da seguridade nacional para a garan-
tia de direitos, acredita Ir. Davidson.
O Brasil conta tambm com impor-
tantes rgos que atuam na questo de
refgio e imigrao. O Comit Nacional
para Refugiados (CONARE), que est alo-
cado dentro do Ministrio da Justia, o
responsvel por julgar as solicitaes de
refgio e gerir a poltica de acolhimento
e integrao dos refugiados. um r-
go tripartite em que governo, ACNUR e
sociedade civil colaboram para dirimir a
problemtica do refgio no pas, esclare-
ce o jesuta. J os migrantes contam com
o Conselho Nacional de Imigrao (CNIg),
que est dentro do Ministrio do Trabalho
e, por sua vez, tambm tem uma compo-
sio tripartite: Governo, Empregadores e
Empregados. Desse rgo, saem as polti-
cas e resolues para a migrao em geral,
sobretudo no mundo do trabalho e da aca-
demia, alm de julgar as solicitaes de al-
terao de visto e casos omissos, explica.
Ir. Davidson ressalta que existem
ainda dois outros rgos importantes
para a migrao dentro do Ministrio
da Justia: o Departamento de Polcia de
Imigrao (Polcia Federal), responsvel
pelo controle migratrio; e o Departa-
mento de Migraes (Secretaria Nacio-
nal de Justia), que desenvolve, alm de
outras funes importantes, estratgias
e solues para as migraes.
O jesuta destaca a ao conjunta dos
Ministrios da Justia e do Trabalho, que
concederam o visto humanitrio a hai-
tianos e srios nos ltimos anos, criando
situaes de acolhida documental, que
muito valiosa para essas pessoas. Claro
que a acolhida de fato, que inclui estu-
dos, trabalho, cultura, etc., ainda um
longo caminho, mas os estrangeiros e o
governo brasileiro tm contado com a
intensa atuao de instituies da socie-
dade civil, principalmente da Igreja Cat-
lica, para dar acolhida e proteo a essas
pessoas, afirma Ir. Davidson.
A conscientizao da populao so-
bre como funciona esse complexo siste-
ma de acolhida essencial para acabar
com os preconceitos. A sociedade, como
um todo, precisa ser, permanentemente,
esclarecida e informada sobre os direitos
de migrantes e refugiados por meio de
atividades de formao, palestras, cam-
panhas de mdia e de educao para os
Direitos Humanos em todas as instn-
cias, defende Wapechowski. Segundo
ela, a xenofobia e a discriminao so
produtos, em grande parte, da ignorn-
cia sobre o tema e pelo temor ao diferen-
te. Uma coisa leva a outra. Se no sabe,
tambm no se preocupa ou se preocupa
mal. Alm disso, a insuficincia ou a total
ausncia de polticas pblicas de direitos
especficos pode causar o afastamento
dessas populaes aos direitos humanos
essenciais, que, na sua maioria, dever
do Estado. Os prprios operadores dos
servios no reconhecem migrantes e re-
fugiados como sujeitos de direitos e, por
isso, so barrados em escolas, em postos
de sade e nos Centros de Referncia da
Assistncia Social, alerta.
Os apelos do Papa Francisco, a atu-
ao da Companhia de Jesus e de tantas
outras instituies so um convite para
que cada um de ns possa refletir sobre
como estamos acolhendo os migrantes
e os refugiados. Como ser que lidamos
com o outro? Ir. Davidson nos faz uma
interessante provocao: O brasileiro
costuma dizer de si mesmo ser um povo
acolhedor. E, de fato, o muitas vezes.
Contudo, muitos migrantes e refugiados
tm experimentado rejeio, racismo,
xenofobia. Os servios pblicos esto
totalmente despreparados para acolher
a pessoa migrante. Porm, a migrao de
intelectuais, brancos, mo de obra espe-
cializada sempre bem-vinda, ao passo
que a de pobres, negros, mo de obra ba-
rata tida como produto indesejado. No
Brasil, por exemplo, no vemos pessoas
demonstrando xenofobia a estaduniden-
ses, canadenses, franceses, e sim a haitia-
nos e africanos em geral, finaliza.
Despir-se de preconceitos, abrir o co-
rao e acolher um primeiro passo na
busca por uma sociedade mais humana
e justa, pois, antes de sermos brasileiros,
haitianos, srios, somos todos humanos
e merecemos sempre uma nova chan-
ce para recomear. Uma das minhas
maiores alegrias ouvir as histrias bem-
-sucedidas de integrao na sociedade
brasileira. Existe melhor sinal de integra-
o do que ouvir as crianas chegadas h
poucos meses falar num perfeito minei-
rs: esperum tiquim?, diverte-se Peuz,
do Centro Zanmi.
*Informaes acessadas em https://refugeesmigrants.un.org/infographics.
** As informaes fornecidas por Pascal Peuz foram elaboradas em conjunto com toda a equipe do Centro Zanmi.
Imigrantes haitianos recomeam a vida no Brasil
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18 19Em Em
A COMPANHIA DE JESUS NO MUNDO CRIA GERAL
PADRE GERAL REENCONTRA JESUTAS DE ROMA
90 ANOS DA PRESENA JESUTA EM HONG KONG
NOMEAO
ESTADOS UNIDOS: NOVA PROVNCIA
Mais de 200 jesutas das comunidades de Roma (Itlia) e arredores enfrentaram o frio do dia 7 de janeiro para se encontrarem com o Padre Geral, Arturo Sosa, na Cria Geral. No comeo de cada ano, o Superior Geral da Compa-
nhia de Jesus acolhe os jesutas residentes na capital italiana para
lhes desejar um feliz ano novo. Este ano foi ainda especial, por-
Em 3 de dezembro de 2016, a comunidade Matteo Ric-ci, da provncia jesuta da China, celebrou o 90 ani-versrio da chegada dos jesutas a Hong Kong. Mais de 800 pessoas assistiram Eucaristia na Capela de Santo
Incio, no Colgio Wah Yan (em Kowloon), que foi presidida
pelo Cardeal John Tong Hon, bispo de Hong Kong.
Vindos de Dublin (Irlanda), os padres George Byrne e John
O Padre Geral, Arturo Sosa, nomeou o padre Arun de Souza (BOM) como Provincial de Bombaim (ndia). Nascido em 1962, o Pe. de Souza entrou na Companhia de Jesus em 1984, sendo ordenado sacerdote em 1955. Foi pro-
Neary foram os primeiros jesutas que, convidados pelo Bispo
Henry Valtorta (vigrio Apostlico de Hong Kong), chegaram
regio, em 2 de dezembro de 1926. No dia seguinte, festa de So Francisco Xavier, celebraram sua primeira missa na ilha. Passa-
do um ano, juntaram-se a eles outros trs jesutas irlandeses,
os padres Richard Gallagher, Patrick Joy e Daniel MacDonald, e
o jesuta australiano padre Daniel Finn.
fessor de Sociologia e Antropologia no Colgio S. Francisco Xa-
vier, de Bombaim. O jesuta sucede no cargo ao padre Vernon
DCunha, que foi destinado para Roma, como Assistente ad pro-
videntiam e Assistente Regional da sia Meridional.
que, para alguns jesutas, tratava-se do primeiro encontro pessoal
com o padre Sosa. Com seu modo habitual, o Padre Geral passou
alguns momentos com cada um dos convidados.
Atualmente, so mais de 400 jesutas residentes em Roma,
distribudos nas Casas romanas internacionais e nas comunida-
des da Provncia da Itlia.
A partir de 5 de junho de 2017, a Provncia USA Mi-dwest (UMI) passar a existir, unificando as atuais provncias de Chicago-Detroit e Wisconsin (Esta-dos Unidos), que, ento, sero suprimidas. A mudana foi
autorizada pelo Padre Geral, Arturo Sosa, em decreto assi-
nado em 13 de dezembro de 2016.O atual provincial de Chicado-Detroit, padre Brian
Paulson (CDT), ser o provincial da Provncia (UMI). O pa-
dre Arturo Sosa nomeou tambm, para a funo de scio
provincial, o padre Glen Chun (CDT).
Fonte: Boletim da Cria dos Jesutas (N 1, janeiro 2017)
-
20 21Em Em
A COMPANHIA DE JESUS NA AMRICA LATINA CPAL
O CARIBE EM BUSCA DE UMA DIFCIL UNIDADE
Pe. Jorge Cela, SJPresidente da CPAL
O Caribe conhecido como um destino turstico. As praias e suas culturas so sua atra-o. A palavra Caribe nos faz imagi-
nar uma praia paradisaca e o fundo
musical do calipso ou do reggae. Mas,
tambm, a diversidade uma nota
caracterstica sua. O mar do Caribe
banha as costas de cerca de 40 na-
es distintas, includa a Frana, pois
Martinica e Guadalupe so territrios
franceses. Nelas fala-se espanhol,
ingls, francs, holands e vrias ln-
guas caribenhas, como o papiamento
e o crioulo. No existe acordo sobre
quais as naes que compem a co-
munidade do Caribe. Para alguns, so
apenas as ilhas, excluindo os terri-
trios continentais. Para outros, so
todos os territrios banhados pelas
guas do Caribe, excluindo assim
as Bahamas, Turcos e Caicos, e as
Guianas; para outros, so apenas os
de lngua inglesa. Mas, em qualquer
hiptese, representam uma grande
diversidade de histrias, lnguas, cul-
turas, sistemas polticos e religies.
Economicamente, no Caribe, esto
presentes o primeiro mundo (Estados
Unidos e Frana). Do sistema socialis-
ta (Cuba) e a nao mais pobre do ter-
ceiro mundo latino-americano: Haiti.
Existem naes em franca deteriorao
econmica, como Cuba, Haiti, Jamaica
e Porto Rico. E outras em momento de
crescimento, como Repblica Domini-
cana, Guiana ou Barbados.
Essa grande diversidade, devido
sua histria, criou fortes identidades
marcadas pela instabilidade, como re-
fletem os versos dominicanos:
Mas, no caso das ilhas, essa diversi-
dade se d em territrios to pequenos,
que para muitos resultam inviveis.
O Caribe tem, ento, diante de si,
o ineludvel desafio de uma unidade
to necessria quanto difcil. E de en-
contrar a frmula para uma unidade
na diversidade que, respeitando as
diferenas histricas e culturais, per-
mitir-lhes negociar sua sobrevivncia
com dignidade.
Nesse Caribe, est inserida a Com-
panhia de Jesus, em uma diversidade
de pases e obras que refletem a dis-
perso do Caribe: em algum momen-
to, os jesutas do Caribe pertence-
ram a quatro Assistncias diferentes
(duas da Europa e duas da Amrica).
Hoje, ainda pertencem a oito provn-
cias distintas.
Essa disperso geopoltica e cultu-
ral se d tambm no nvel eclesial. Os
bispos do Caribe ingls conformam
uma s Conferncia Episcopal. Mas os
demais tm pouca relao. A presena
de congregaes religiosas est geral-
ONTEM EU NASCI ESPANHOL, TARDE FUI FRANCS, NOITE ETOPE FUI,HOJE DIZEM QUE SOU INGLS.NO SEI O QUE SER DE MIM!
mente ligada a uma grande diversi-
dade de origens: Amrica do Norte,
Amrica Latina, Europa, ndia e, ulti-
mamente, vai crescendo a presena de
religiosos da frica.
No meio dessa diversidade, como
podemos pensar nossa misso no Ca-
ribe como uma contribuio difcil
unidade na diversidade da sociedade e
na Igreja? Como converter a riqueza da
diversidade em um elemento de unifi-
cao e fortaleza?
Como faz-lo desde nossa decres-
cente presena no Caribe? No sculo
passado, Jamaica chegou a ter mais de
100 jesutas. Hoje, so apenas sete. H pouco mais de meio sculo, Antilhas
tinha quase o dobro de jesutas, mais
territrio e menos obras.
Desde 2008, sete unidades da Com-panhia esto estudando as possibili-
dades de colaborao e dando passos
para torn-la efetiva. A diversidade
obriga a caminhar por sendeiros di-
versos e a ritmos distintos. Para al-
guns, passa pela unificao em novas
unidades. J Antilhas e Cuba junta-
ram-se, configurando a Provncia das
Antilhas; Porto Rico decidiu unir-se
Provncia do Sul dos Estados Unidos
(USC). Agora, Guiana e Jamaica esto
-
20 21Em Em
PE. ROBERTO JARAMILLO SER O NOVO PRESIDENTE DA CPAL
PROJETO DE SISTEMATIZAO DE EXPERINCIAS
O padre Roberto Jaramillo, da Provncia da Colmbia, tomar posse como novo presidente da CPAL, em 20 de maro. A nomeao foi
feita pelo Superior Geral da Companhia
de Jesus, padre Arturo Sosa. Antes da
MISEREOR, instituio catlica alem, aprovou um projeto para o ano de 2017, solicitado pelo PAM SJ (Projeto Pan-amaznico da CPAL).
O objetivo da iniciativa sistematizar
algumas experincias socioeconmicas
Fonte: Pan-Amaznia SJ Carta Mensal (n 33 Dezembro 2016) - Acesse o link (http://bit.ly/2ki26uJ) do Portal Jesutas Brasil e leia a ntegra desta edio.
comeando o caminho de unificao
no qual sero a seco inglesa de uma
nova Provncia do Caribe com Anti-
lhas. Mas esse no o nico caminho.
Sete territrios (Cuba, Guiana, Hai-
ti, Jamaica, Miami (EUA), Porto Rico,
Repblica Dominicana, Venezuela)
esto criando laos de colaborao
e uma nova conscincia sobre a re-
alidade e os desafios do Caribe e as
possveis formas de responder desde
o apostolado da Companhia de Jesus.
Para isso, continuaro reunindo-se
e planejando formas de colaborao
ocasional ou permanente, novas estru-
turas e redes de cooperao, e a cons-
truo do imaginrio do Caribe como
desafio pastoral e projeto comum.
Como um passo nesse caminhar,
houve em Santo Domingo, na Repbli-
ca Dominicana, um seminrio sobre o
Caribe, com participao de jesutas dos
sete territrios e, ao terminar, uma reu-
nio dos superiores com membros do
Projeto Caribe, com a participao do
assistente Gabriel Ignacio Rodriguez, SJ,
do presidente da CPAL (Conferncia dos
Provinciais Jesutas da Amrica Latina),
Jorge Cela, SJ, e do coordenador do Proje-
to Caribe, Mario Serrano, SJ.
Dois dos pases implicados (Haiti e
Cuba) so territrios prioritrios da CPAL
(prioridade 4). Esto implicadas duas das
12 provncias da CPAL. O processo nos relaciona com a Conferncia de Canad
e Estados Unidos e com a Conferncia
da sia Meridional e, tambm, com a
Provncia do Reino Unido. Supe uma
aventura em novas formas de governo e
colaborao na linha da audcia pelo im-
provvel da qual falamos na 36 Congre-
gao Geral. Isso trar novos desafios para
todos. A entrada da Jamaica e da Guiana
representa o ingls como terceira lngua
da CPAL, alm do espanhol e do portu-
gus. , portanto, um desafio de primeira
importncia para todos ns que acolhe-
mos com alegria e com entusiasmo.
nova misso, padre Jaramillo foi superior
da Regio da Amaznia brasileira e, nos
ltimos anos, exercia a funo de delega-
do do Setor Social da CPAL.
Fonte: www.cpalsj.org
produtivas alternativas e com maior sig-
nificncia, que foram desenvolvidas na
trplice fronteira Peru-Brasil-Colmbia.
Busca-se, com essas experincias, obter
aprendizagem tanto com os projetos exi-
tosos como com os que no deram certo
e que desenvolveram-se na regio. Por
outro lado, pretende-se tambm estabe-
lecer algumas estratgias de articulao
com os diferentes atores pblicos e pri-
vados que atuam na rea, explica padre
Valrio Sartor.
-
22 23Em Em
COMPANHIA DE JESUS SERVIO DA F
Em 10 de janeiro, a Faculdade Jesuta de Filosofia e Teologia (FAJE) iniciou a primeira turma da Especializao Pastoral numa Igre-
ja em Sada. O curso uma parceria
com o Centro Loyola de Belo Horizon-
te (MG) e ser realizado no campus da
FAJE, localizado na capital mineira.
Alm de propor novos horizontes
para ao evangelizadora da Igreja, a
Especializao proporcionar acesso
a reflexes e contedos fundamentais
para a pastoral no mundo contempo-
ESPECIALIZAO PASTORAL NUMA IGREJA EM SADA
rneo. Destacar ainda experincias
pastorais significativas que j apontam
novos caminhos para a Igreja hoje. O
curso vem em resposta a uma deman-
da, cada vez mais crescente, de agentes
que assumem cargos de coordenao
nos mais diversos mbitos da pasto-
ral de nossas comunidades, ressalta o
padre Manoel Godoy, coordenador da
Especializao, acrescentando: Perce-
be-se que a misso de coordenador de
pastoral diocesano tem sido um grande
desafio nos dias atuais. Procuramos co-
locar nossos agentes em sintonia com
a proposta do Papa Francisco de voltar
a Jesus e ao frescor do Evangelho, para
colocar bases slidas a uma Igreja em
sada. Sada, sobretudo, para todas as
periferias, geogrficas e existenciais,
onde esto os preferidos de Jesus, se-
dentos pela Boa-nova do Reino.
O curso est organizado em trs
mdulos, sendo: o primeiro e o se-
gundo realizados, respectivamente,
em janeiro e julho de 2017; o terceiro, em janeiro de 2018.
Av. Dr. Cristiano Guimares, 2127Planalto - Belo Horizonte - MG | CEP31720 300
Tel (31) 3115 7000 - Fax (31) 3115 7015
\FaculdadeJesuitaBH
\FajeJesuita
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22 23Em Em
COMPANHIA DE JESUS DILOGO CULTURAL E RELIGIOSO
O padre lio Estanislau Gasda, professor no Departamento de Teologia da FAJE (Faculdade Jesuta de Filosofia e Teologia), lanou
recentemente o livro Economia e bem
comum. O cristianismo e uma tica da
empresa no capitalismo, pela editora
Paulus. A obra aponta o contedo ti-
co inerente atividade empresarial e
reflete sobre seu significado luz do
OBRA COMPLETA DE PE. ANTNIO VIEIRA
ECONOMIA E BEM COMUM: TEMAS DO LIVRO DE PE. LIO
Edies Loyola lanou a Obra Completa Padre Antnio Vieira, em 9 de fevereiro, na Acade-mia Paulista de Letras, em So Paulo
(SP). Com 30 volumes e 15 mil pginas, a coleo, comentada e atualizada, traz
cartas, sermes e escritos profticos,
poltico-sociais, sobre judeus e ndios,
alm de poesia e teatro, textos inditos,
entre outras novidades.
Sonhada h mais de 150 anos por dife-
PesquisaminuciosaObra Completa Padre Antnio Viei-
ra resultado de investigaes em
arquivos de Portugal, do Brasil, da Es-
panha, da Frana, da Itlia, do Mxico
e da Inglaterra. Alm disso, o trabalho
da equipe de investigadores luso-bra-
sileiros contou com a participao de
especialistas em Literatura, Filologia
Clssica, Lingustica, Histria, Paleo-
grafia, Filosofia, Teologia e Direito.
rentes geraes de estudiosos da lngua
e da cultura portuguesas, a obra contou
com a direo de Jos Eduardo Franco e
Pedro Calafate, com a colaborao dos
mais renomados especialistas de Por-
tugal e do Brasil, demandando uma d-
cada de intensa investigao cientfica. A coleo, coroada ainda por rigoroso
trabalho editorial e apresentao grfica
primorosa, oferece contedo acessvel
ao grande pblico no especializado.
Padre Antnio Vieira nasceu em Lisboa
(Portugal), em 1608. Mudou-se com a fam-lia para Salvador (Bahia) em 1616. Estudou em colgio jesuta e entrou na Companhia
de Jesus, em 1623. Ao longo da vida, exer-ceu vrios papis, como o de diplomata,
reformador social, apstolo e protetor dos
ndios, pregador e literato, entre outros. Foi
tambm um rduo defensor da liberdade
dos ndios e dos cristos novos.
O jesuta foi uma das maiores figuras
do pensamento luso-brasileiro do scu-
lo XVII. Pregava com a mesma facilidade,
compreenso, elevao e beleza formal a
escravos de um engenho de acar e n-
dios de catequese nas ribeiras do Ama-
zonas, assim como se sentia vontade
nos plpitos da Bahia, da capela real de
Lisboa e da corte pontifcia de Roma.
cristianismo. O objetivo discutir
como integrar a espiritualidade
com o exerccio do papel de lder
dentro do mundo corporativo.
O livro do padre jesuta j foi ci-
tado como um dos destaques da co-
luna Cifras & Letras, publicado pela
Folha de S. Paulo, que semanalmente
seleciona os melhores lanamentos
na rea de Negcios e Economia.
-
24 25Em Em
COMPANHIA DE JESUS JUVENTUDE E VOCAES
EXPERINCIAS MAGIS PELO BRASIL
uma experincia que eu vou levar para toda a minha vida, ir para onde outros no vo e estar sempre disponvel para o que acontecer [...], saio com meu corao muito grato e feliz por essa oportunidade [...], esses
so alguns dos relatos dos mais de 400 jovens que estiveram
envolvidos com as Experincias MAGIS, pelo Brasil.
Promovidas pelo Programa MAGIS Brasil e realizadas en-
tre dezembro de 2016 e janeiro de 2017, no total, aconteceram 11 experincias que contemplaram desde aes de voluntaria-
do at peregrinao. Cada uma delas contou com momentos
de orao (pessoal e comunitria) e de formao, que tiveram
como objetivo aprofundar temas importantes aos jovens, que
os ajudassem a se prepararem melhor.
Confira quais e onde aconteceram as experincias:
SOA BahiaOs participantes da SOA foram introduzidos espiritualidade inaciana utilizando os mtodos de orao de meditao e/ou contemplao que os Exerccio Espirituais propem.
Misso Vocacional Esprito SantoFoi uma semana de intensa atividade com crianas, adolescentes, jovens, adultos e idosos e celebraes em diversas comunidades.
Parahyba: contemplativos na ao Paraba A experincia props aos jovens inserir-se no contexto perifrico da cidade de Joo Pessoa e a vivenciarem e partilharem, junto a uma entidade social, um olhar mais sensvel e de servio aos mais necessitados.
Caminhada Missioneira Rio Grande do SulA Caminhada Missioneira tem uma proposta cultural, espiritual e de aventura, pois os peregrinos percorrem as Misses Jesuticas do Rio Grande do Sul.
Um fogo nas periferias Minas Gerais A Parquia Santssima Trindade est localizada em uma regio urbana na cidade de Santa Luzia (MG) e rene, em sua rea territorial, aproximadamente 70 mil pessoas. A experincia foi um convite aos jovens para saborear e vivenciar o encontro em ambientes marcados pelo vazio do dilogo, da presena e do cuidado.
SerTO Bahia A experincia MAGIS de Capim Grosso foi dividida em duas etapas, so elas: Amar e Servir e Misso SerTo.
Voluntariado Jovem Piau Com o tema O Magis abraando geraes, o Voluntariado Jovem foi dividido em dois momentos: aes de voluntariado em si e os Exerccios Espirituais para jovens, em etapas.
Mochilao Esprito SantoExperincia que nasceu do itinerrio espiritual de Santo Incio (Exerccios Espirituais). No caminho, o peregrino sentiu-se convidado a fazer uma jornada pessoal de converso.
Jornada Inaciana CearProfunda vivncia dos passos de Santo Incio de Loyola e do seu processo de converso. A experincia possibilitou aos jovens momentos de integrao, formao e autoconhecimento: peregrinao; misso; insero sociocultural e Exerccios Espirituais.
Voluntariado Jovem So Paulo Experincia de insero sociocultural na cidade de So Paulo, que estimulou o desao convivncia de modo simples, comunitrio e despojado, por meio da realizao de trabalhos nas fronteiras da cidade (populao de rua, imigrantes, refugiados etc.).
Voluntariado Jovem ParanTempo de convivncia e de trabalho junto s entidades que so sinais de esperana e transformao, na cidade de Cascavel (PR).
Um fogo nas periferias, realizada na cidade de Santa Luzia (MG), foi uma das Experincias MAGIS
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24 25Em Em
NOVIOS PROFESSAM OS PRIMEIROS VOTOS
INCIO DAS AULAS DA 9 TURMA DA ESPECIALIZAO EM JUVENTUDE
Em janeiro, a ps-graduao Juventude no Mundo Con-temporneo deu incio s aulas de sua 9 turma. O cur-so, promovido pela FAJE (Faculdade Jesuta de Filosofia e Teologia) e pela Rede Brasileira de Centros e Institutos de
Juventude, dividido em trs mdulos: o primeiro, ocorrer
em janeiro de 2017; o segundo, em julho de 2017; e o terceiro, em janeiro de 2018.
A especializao tem como objetivo construir referen-
ciais que ajudem na compreenso sobre o fenmeno juve-
nil no mundo contemporneo, capacitando profissionais
e militantes que atuam com os jovens nas mais diferentes
organizaes. Em 15 anos de existncia, o curso j formou centenas de especialistas que contribuem para as reflexes
sobre a juventude.
Em 28 de janeiro, os jovens Fran-cisco Alan Martins, Klebson Dantas, Mrcio Danilo Santos e Thiago Coelho professaram os votos
de Pobreza, Castidade e Obedincia
na Companhia de Jesus. Inspirados
pela Palavra de Deus, esses novos je-
sutas desejam doar suas vidas ao ser-
vio do Reino, afirmou padre Jonas
Caprini, secretrio para Juventude e
Vocaes da Provncia dos Jesutas do
Brasil BRA.
Ingresso
No dia 4 de fevereiro, oito jovens in-
gressaram no Noviciado da Companhia
de Jesus. So eles: Aldemn Neto, de
Barreiros (PE), Dimas Oliveira, de Santa
Rita do Sapuca (MG), Fabrcio Vassoler,
de Iconha (ES), Gabriel Vilardi, de So
Jos do Rio Preto (SP), Judson Oliveira,
de Jardim do Serid (RN), Ozires Vieira
de Sousa, de Xambio (TO), Paulo Sr-
gio de Souza, de Salto (SP), e Paulo Ve-
rssimo Filho, de Parelhas (RN).
Da esq. p/ dir., os novios Danilo, Thiago, Klebson e Alan
-
26 27Em Em
COMPANHIA DE JESUS EDUCAO
PROGRAMA DE INCLUSO EDUCACIONAL E ACADMICA
Entre os dias 4 e 6 de janeiro, a Companhia de Jesus reuniu co-ordenadores e representantes de mantenedoras e de unidades de
educao vinculadas Rede Jesuta
de Educao PIEA (Programa de In-
cluso Educacional e Acadmica), em
Porto Alegre (RS), para avaliar as ativi-
dades realizadas em 2016 e planejar as
aes previstas para 2017.
O encontro contou tambm com
a presena do diretor de Assistncia
Social da ASAV (Associao Antnio
Vieira) e secretrio para a Justia Socio-
ambiental da Provncia dos Jesutas do
Brasil (BRA), padre Jos Ivo Follmann, e
da coordenadora do Programa de Prti-
cas Sociojurdicas (PRASJUR) da Unisi-
nos, Maria Alice Rodrigues.
A integrao entre pessoas, pro-
cessos e prticas foi um dos elementos
mais destacados pelos participantes
do evento. As reunies so extrema-
mente importantes para alinhamento
e unidade dos processos tcnicos a
partir da troca de experincias, afir-
mou a analista de Ao Social da ANI
(Associao Nacional de Instruo),
Cristiana Pires.
Nesses encontros, percebemos a
relevncia da permanente construo
da unidade tcnica, por meio do dilogo
em rede, ressaltou a coordenadora de
Assistncia Social da ANEAS (Associa-
o Nbrega de Educao e Assistncia
Social), Tatiane Almeida S. de SantAna.
Para Carlos Magno Nunes, assis-
tente social do Colgio Catarinense
(Florianpolis/SC), o encontro foi
uma excelente oportunidade de parti-
lha entre o grupo. As reunies da rede
se caracterizam por serem um impor-
tante momento de reflexo, aprofun-
damento das prticas e aprendizado,
salientou Nunes.
Em 2017, o Colgio So Lus completa 150 anos de histria. Fundado por jesutas, ele nasceu na cidade de Itu, interior de So Paulo, em 1867. Meio sculo depois, em 1918, foi transferido para a capital paulista, passando a ocupar
um quarteiro da Avenida Paulista, onde
est at hoje.
Com mais de 2.500 alunos atualmente, o Colgio So Lus reconhecido como
um dos mais tradicionais e respeitados do
pas. A instituio integra a Rede Jesuta
de Educao, composta por mais de 2 mil instituies de ensino no mundo e, des-
de 1943, oferece Ensino Mdio Noturno a quase 500 jovens vindos de escolas pbli-
cas, por meio de bolsas de estudo.
So muitas as histrias constru-
das ao longo desses 150 anos. Algumas delas esto registradas no livro Experi-
mentar para aprender Cincias no Co-
lgio So Lus, que rene relatos sobre o
estudo de cincias no So Lus desde a
COLGIO SO LUS PREPARA-SE PARA SEUS 150 ANOS
sua fundao, em 1867, at 2016. A obra faz parte da coletnea de publicaes da
escola, que busca resgatar a memria e
registrar as realizaes do Colgio nas
diversas reas do conhecimento. A edi-
o anterior foi o livro Pontap Inicial
para o futebol no Brasil, que abordou os
esportes no So Lus de 1880 a 2014.Ao longo de 2017 e incio de 2018,
acontecero vrias aes pelos 150 anos do Colgio. O calendrio de eventos co-
memorativos est disponvel no link:
www.saoluis.org/150-anos-do-colegi0 -sao-luis
-
26 27Em Em
AGENDA
AnchietanumLocal | So Paulo (SP)Site | www.anchietanum.com.br
Centro Loyola de F e Cultura PUC-RioLocal | Rio de Janeiro (RJ)Professora | Silvana VenncioSite | www.centroloyola.puc-rio.br
Casa MAGIS Rio de JaneiroLocal | Rio de Janeiro (RJ)Contato | www.facebook.com/redeinacianadejovensrio
Casa MAGIS ManresaLocal | Cascavel (PR)Site | casamanresa.wixsite.com/site
MARO
Casa de Retiros Vila Kostka Itaici Tema | Experimentemos o Deus misericordioso revelado por Jesus!Local | Indaiatuba (SP)Orientador | Pe. Raniri de Arajo Gonalves, SJSite | www.itaici.org.br
Casa de Retiro Santo Afonso RodriguezLocal | Teresina (PI)Contato | [email protected] ou Tel.: (86) 3234-4423
3 A 5
11 E 12
RETIRO TEMTICO
EXERCCIOS ESPIRITUAIS COM EQUIPES DE LITURGIA
11
13, 20 E 27
24 A 26
26
CATEQUESE NARRATIVA
CURSO MITO E VERDADE NA BBLIA
EXERCCIOS ESPIRITUAIS PARA JOVENS
TARDE MAGIS
JUBILEUS80 ANOS DE COMPANHIA Em 10 de fevereiroPe. Hber Salvador C. de Lima
75 ANOS DE COMPANHIAEm 28 de fevereiroPe. Francisco de P. A. Xavier Barbieri
Pe. Lino Stahl
70 ANOS DE COMPANHIAEm 1 de fevereiroPe. Pedro Alberto Campos
Pe. Pedro Cansio Melchert
Em 28 de fevereiroPe. Pedro Norberto Link
60 ANOS DE COMPANHIAEm 23 de fevereiroPe. Paulo de Arruda DElboux
Em 28 de fevereiroPe. Francisco de Assis Costa Taborda
Pe. Hilrio Henrique Dick
Pe. Joo Sebaldo Schuck
25 ANOS DE COMPANHIA Em 28 de janeiroPe. Adilson de Almeida Santos
Pe. Carmo Henrique Mocellin
Ir. Luis Edilberto de Castro Feitosa
Em 1 de fevereiroPe. Plutarco de Souza Almeida
Em 10 de fevereiroPe. Chang Son Yu
Em 13 de fevereiroPe. Cledinei Clvis de Melo Cavalheiro
Pe. Srgio Eduardo Mariucci
50 ANOS DE COMPANHIAEm 1 de fevereiroPe. Arcides De Bastiani
Pe. Cludio Werner Pires
Pe. Nelson Lopes da Silva
Pe. Roberto A. Santos Albuquerque
Em 12 de fevereiroPe. Bahige Schahim
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28 ATEm Em