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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DA UFBA Extensão em Fundamentos Teóricos de Administração Política Carga horária: 36 horas. Organização: Dr. Reginaldo Souza Santos; Rômulo C. Cristaldo; Fabrício Moreira. Tutores: Rômulo C. Cristaldo; Fabrício Moreira. 1. Ementa O curso de extensão em fundamentos teóricos de administração política objetiva apresentar os pressupostos e as estruturas conceituais que norteiam a pesquisa em administração política, bem como as distintas visões internas, dúvidas persistentes e questões a serem respondidas. Abordar-se-á: (1) o método de pesquisa materialista histórico dialético aplicado à administração; (2) os fundamentos da leitura de Marx acerca da sociedade, da economia e da política – e sua contribuição para a pesquisa em administração política; (3) o desenvolvimento histórico do modo de produção capitalista a partir do conceito braudeliano de sistema-mundo capitalista, e suas contribuições para a pesquisa em administração política; (4) as contradições capitalistas que se refletem no mundo do trabalho, na luta de classes e nas relações entre o trabalhador e a classe dirigente, bem como a relação entre estes fenômenos e o conceito de administração política. 2. Objeto A administração política como processo social concreto e sua a pesquisa em administração. 3. Objetivos Pretende-se oferecer ao participante uma visão geral da administração política enquanto processo social, e da administração enquanto ciência ocupada principalmente da gestão enquanto objeto principal de estudo. Tentar-se-á ainda apresentar ao estudante uma abordagem dos fundamentos teóricos da administração política, de como estas bases levaram às conclusões até então elaboradas e das principais questões ainda em aberto.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO DA UFBA

Extensão em Fundamentos Teóricos de Administração Política

Carga horária: 36 horas.

Organização: Dr. Reginaldo Souza Santos; Rômulo C. Cristaldo; Fabrício Moreira.

Tutores: Rômulo C. Cristaldo; Fabrício Moreira.

1. Ementa

O curso de extensão em fundamentos teóricos de administração política objetiva apresentar os pressupostos e as estruturas conceituais que norteiam a pesquisa em administração política, bem como as distintas visões internas, dúvidas persistentes e questões a serem respondidas.

Abordar-se-á: (1) o método de pesquisa materialista histórico dialético aplicado à administração; (2) os fundamentos da leitura de Marx acerca da sociedade, da economia e da política – e sua contribuição para a pesquisa em administração política; (3) o desenvolvimento histórico do modo de produção capitalista a partir do conceito braudeliano de sistema-mundo capitalista, e suas contribuições para a pesquisa em administração política; (4) as contradições capitalistas que se refletem no mundo do trabalho, na luta de classes e nas relações entre o trabalhador e a classe dirigente, bem como a relação entre estes fenômenos e o conceito de administração política.

2. Objeto

A administração política como processo social concreto e sua a pesquisa em administração.

3. Objetivos

Pretende-se oferecer ao participante uma visão geral da administração política enquanto processo social, e da administração enquanto ciência ocupada principalmente da gestão enquanto objeto principal de estudo. Tentar-se-á ainda apresentar ao estudante uma abordagem dos fundamentos teóricos da administração política, de como estas bases levaram às conclusões até então elaboradas e das principais questões ainda em aberto.

Ao final do curso, o estudante deve ser capaz de: (1) conceituar “administração política” e “administração profissional”; (2) identificar os principais fundamentos teórico-metodológicos da administração enquanto ciência, bem como as bases do conceito de administração política; (3) reproduzir as linhas gerais do pensamento que surge na linha de pesquisa em administração política da Eaufba.

4. Avaliação

Ao final do curso será gerada uma nota para avaliação do aproveitamento dos participantes no formato de uma prova individual objetivo/discursiva. A obtenção do certificado estará vinculada à presença de no mínimo 75% das aulas, bem como obtenção de média 7 neste exame. Também será realizada avaliação do curso por parte dos participantes, em formato de questionário padrão. Data da prova: 23 de outubro de 2009, às 14 horas.

5. Metodologia

Aulas expositivas e discussão de textos propostos em sala.

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6. Cronograma do curso

Data Data/horário Tema Referência

Intro. 04/09

14 horas

Introdução à temática da administração política. Principais questões e contexto de surgimento da pesquisa.

Discussão da ementa. Apresentação do cronograma do curso.

Seção 1a

11/09

14 horas

Fundamentos metodológicos aplicados à pesquisa. Método materialista histórico dialético. Classes sociais. Propriedade. Valor. Mercadoria. O capital e o capitalismo.

KOSÍC, 2002, Cap. 1; MARX, 1988b, Vol 1, Tomo 1, Cap. 1, 2 e 4; MARX, 1988a.

Seção 1b

11/09

16 horas

Divisão social do trabalho. A firma segundo Marx. A firma e o Estado. Superestrutura e Infra-estrutura. O trabalho. O trabalhador coletivo. A subsunção do trabalhador no capitalismo. Exército industrial de reserva.

MARX, 1988b, Vol 1, Tomo 1, Cap. 5, 6, 7, 10, 11 e 12.

Seção 2a

18/09

14 horas

Historicizando a emergência do controle capitalista no processo de trabalho, a Gerência na Firma: O controle do processo de trabalho. Taylor e Ford contra as lutas operárias nos E.U.A. A democracia industrial.

BRAVERMAN, 1977; BOLOGNA, 1982; GORZ, 1996.

Seção 2b

18/09

16 horas

Sistema-mundo capitalista. Interação empresa/Estado. Hegemonia. Ciclo sistêmico de acumulação. Crise sinalizadora.

BRAUDEL, 1987, Cap. 2; ARRIGHI, 1996, Introdução.

Seção 3a

25/09

14 horas

O controle sobre os trabalhadores para além da firma: o Estado capitalista em Lenin. Burocracia em Weber e Tragtemberg. A disciplinarização em Focault.

FOUCAULT, 1977; LÊNIN, 1988; TRAGTEMBERG, 1997; WEBER, 1972.

Seção 3b

25/09

16 horas

Os quatro ciclos do sistema-mundo capitalista: Gênova; Holanda; Inglaterra; EUA. Escola francesa da regulação.

ARRIGHI, 1996, Cap. 1 e 4; BOYER, 1990. Cap. 3, 4 e 5.

Seção 4a

02/09

14 horas

O controle capitalista sobre os trabalhadores a partir dos seus próprios processos de luta: a burocracia em Castoriadis. Os gestores em João Bernardo. A inteligência em Makhayski.

BERNARDO, 1987; TRAGTEMBERG, 1981.

Seção 4b

02/09

16 horas

Neocorporatismo, neoliberalismo e transformações do capital nas décadas de 80 e 90.

OLIVEIRA, 2004. Intro. e cap. 1.

Seção 5a

09/10

14 horas

Possibilidade dos administradores políticos enquanto fração da classe: o atual estágio da pesquisa e os diversos debates em curso.

MOREIRA, 2008.

Seção 5b

09/10

16 horas

Administração política e administração profissional. O papel social do administrador.

CRISTALDO & PEREIRA, 2008. CRISTALDO, 2009.

Seção 6 15/10

8 às 18hs.

3º Seminário de Nacional de Administração Política.

(auditório da Eaufba).

Seção 7 23/10

14 horas

Prova.

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7. Referências

ARRIGHI, Giovanni (1996). O longo século XX: dinheiro, poder e as origens de nosso tempo. Tradução Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Contraponto. São Paulo: Editora Unesp.

BERNARDO, João (1987). Capital, sindicatos, gestores. São Paulo: Vértice.

BOLOGNA, Sergio (1982). Processo de trabalho e estratégias de classe. Rio de Janeiro, Zahar.

BRAVERMAN, Harry (1977). Trabalho e capital monopolista: a degradação do trabalho no século XX. Tradução Nathanael C. Caixeiro. Rio de Janeiro: Zahar Editores. (Coleção Biblioteca de Ciências Sociais).

BRAUDEL, Fernand (1987). A dinâmica do capitalismo. Tradução Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Rocco.

CRISTALDO, Rômulo Carvalho (2009). Sobre o papel social do administrador. Revista Brasileira de Administração Política, v. 2, n. 1, abril, p. 45-62.

CRISTALDO, Rômulo Carvalho; PEREIRA, Clara Marinho (2008). A administração política e a gestão do modo de produção: processos gestoriais, da organização produtiva do trabalho até a economia-mundo capitalista. Revista Brasileira de Administração Política, v. 1, n. 1, outubro, p. 71-93.

FOUCAULT, Michel (1977). Vigiar e punir. Petrópolis: Vozes.

GORZ, André (Org.) (1996). Crítica da divisão do trabalho. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

KOSÍC, Karel (2002). Dialética do concreto. Tradução Célia Neves e Alderico Toríbio. 7. ed. Rio de Janeiro: Paz & Terra.

LÊNIN, V. I. (1988). O Estado e a revolução. In: ______. Obras escolhidas. 3. ed. São Paulo: Editora Alfa-Ômega, 1988. 2. v. p. 219-305.

MARX, Karl (1988a). Classes sociais e bonapartismo. In: IANNI, Octávio (org.). Marx: sociologia. São Paulo: Ática. p. 110-124. (Coleção Grandes Cientistas Sociais).

______ (1988b). O capital: crítica da economia política. Tradução Regis Barbosa e Flavio R. Kothe. 3. ed. São Paulo: Nova Cultural. 5 v.

MOREIRA, Fabrício Santos (2008). Administradores políticos enquanto classe: um projeto de pesquisa. Revista Brasileira de Administração Política, v. 1, n. 1, outubro, p. 49-70.

OLIVEIRA, Nelson de (2004). Neocorporativismo e política pública: um estudo das novas configurações assumidas pelo Estado. São Paulo: Edições Loyola.

SANTOS, Reginaldo Souza (2003) (Org.). Administração política como campo do conhecimento. São Paulo: Mandacaru.

TRAGTENBERG, Maurício (1997). Burocracia e ideologia. São Paulo: Àtica.

______ (1981). Marxismo heterodoxo. São Paulo: Braziliense, 1981.

WEBER, Max (1972). A política como vocação. In: ______. Ciência e política, duas vocações. São Paulo: Cultrix. p. 55-124.