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Emerson Marcos FurtadoMestre em Mtodos Numricos pela Univer-
sidade Federal do Paran (UFPR). Graduado em Matemtica pela UFPR. Professor do Ensino Mdio nos estados do Paran e Santa Catari-na desde 1992. Professor do Curso Positivo de Curitiba desde 1996. Professor da Universidade Positivo de 2000 a 2005. Autor de livros didticos destinados a concursos pblicos nas reas de ma-temtica, matemtica financeira, raciocnio lgico e estatstica. Scio-diretor do Instituto de Pes-quisas e Projetos Educacionais Praxis de 2003 a 2007. Professor scio do Colgio Positivo de Join-ville desde 2006. Scio-diretor da Empresa Teore-ma Produo de Materiais Didticos Ltda. desde 2005. Autor de material didtico para sistemas de ensino do Grupo Positivo de 2005 a 2009. Pro-fessor do Concursos e Editora de Curitiba (CEC) desde 1992, lecionando as disciplinas de racioc-nio lgico, estatstica, matemtica e matemtica financeira. Consultor da Empresa Result Con-sultoria em Avaliao de Curitiba de 1998 a 2000.Consultor em Estatstica Aplicada com projetos de pesquisa desenvolvidos nas reas socioeconmi-ca, qualidade, educacional, industrial e eleies desde 1999. Membro do Instituto de Promoo de Capacitao e Desenvolvimento (Iprocade) desde 2008. Autor de questes para concursos pblicos no estado do Paran desde 2003.
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Geometria espacial
Nesta aula vamos estudar um dos assuntos mais importantes da Matem-tica: a geometria espacial, mais especificamente, a geometria dos slidos.
Um slido geomtrico uma figura tridimensional, ou seja, uma figura que no espao pode ser observada em trs dimenses. Para nos familia-rizarmos com os slidos geomtricos, vamos iniciar nosso estudo com os prismas.
Prismas Mas, o que um prisma?
Para que possamos compreender exatamente o que vem a ser um prisma, vamos considerar dois planos paralelos distintos ( e ), e uma reta r que in-tersecta os planos e um polgono qualquer contido em um dos planos:
r
Denomina-se prisma o conjunto de todos os segmentos de reta paralelos reta r, com uma extremidade na regio poligonal e a outra no outro plano paralelo.
r
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Geometria espacial
Essa definio de prisma indica que os prismas esto presentes no nosso cotidiano de forma intensa. As caixas nas quais so vendidos os calados, por exemplo, tm a forma prismtica.
Os elementos mais importantes de um prisma podem ser observados na ilustrao:
r
h
D
D
Base
Face lateral
Diagonal
Aresta da base
Aresta lateral
Bases: so as regies D e D, contidas nos planos e , respectivamente. Elas so caracterizadas por polgonos congruentes.
Arestas das bases: so os lados das regies D e D.
Altura (h): a distncia entre os planos e .
Arestas laterais: so os segmentos paralelos reta r que unem vrtices correspondentes das regies D e D.
Faces laterais: so paralelogramos determinados por dois vrtices con-secutivos da regio D e os respectivos vrtices correspondentes da regio D.
Diagonais: todo segmento de reta que une dois vrtices no perten-centes a uma mesma face.
Os prismas podem ser classificados em retos ou oblquos.
No prisma reto as arestas laterais so perpendiculares s bases. Conse-quentemente, as faces laterais so retangulares, observe:
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Geometria espacial
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Prisma reto.
No prisma oblquo as arestas laterais no so perpendiculares s bases.
Prisma oblquo.
Neste captulo estudaremos apenas os prismas retos, devido sua ex-tensa utilizao nas mais diversas formas geomtricas encontradas no dia a dia.
De acordo com a quantidade de lados das bases, existem formas dife-rentes de se denominar um prisma. Por exemplo, se as bases de um prisma so tringulos, ele chamado de prisma triangular; se so quadrilteros, o prisma quadrangular, e assim sucessivamente.
Um prisma chamado regular quando satisfizer duas condies: for reto e apresentar bases formadas por polgonos regulares. Observe alguns exemplos:
Prisma triangular regular.
Prisma hexagonal regular.
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Geometria espacial
Existem duas medidas principais que precisamos saber calcular quando estamos observando um prisma: a medida de sua rea e a medida de seu volume.
Para entendermos como podemos obter a medida da rea de um prisma, considere como exemplo uma caixa de bombons na forma de um prisma quadrangular, cujas dimenses so apresentadas na ilustrao:
8cm
10cm
20cm
Se a base um retngulo de dimenses 20cm e 10cm, e a altura mede 8cm, qual a quantidade de material utilizada para a construo dessa caixa?
Vamos desmont-la e planific-la para visualizar quais faces compem o prisma.
10cm
10cm10cm 20cm
20cm
20cm
8cm
Para calcular a medida da superfcie da caixa, basta adicionar as medidas das reas dos dois retngulos das bases com a rea de um retngulo forma-do pela juno das faces laterais.
Assim, lembrando que a rea de um retngulo igual ao produto da medida da base pela altura, e sendo St a medida da superfcie total do prisma reto que representa a caixa de bombons, temos:
St = (10 . 20) . 2 + (20 + 10 + 10 + 20) . 8
St = 400 + 480
St = 880cm2
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Geometria espacial
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Portanto, so necessrios 880cm2 de material para confeccionar essa caixa.
Observe que a superfcie lateral de um prisma reto sempre um retn-gulo no qual uma das dimenses a altura do prisma e a outra a soma dos comprimentos dos lados da base, ou seja, o permetro dessa base.
Quanto ao volume, podemos dizer que volume de um corpo o espao ocupado por ele. Da mesma maneira que para medir o comprimento da sua sala podemos usar o metro como unidade de medida, o volume tambm precisa de uma unidade de medida.
Vamos convencionar a unidade de medida de volume como sendo o cubo de aresta unitria, ou seja, o cubo cuja medida da aresta seja igual a 1 unidade de comprimento.
1 u
1 u
1 u
Portanto, se for conveniente utilizarmos o centmetro como unidade de medida de comprimento, o volume ser medido em cm3 (centmetros cbi-cos), se for o metro a unidade de medida de comprimento, o volume ser medido em m3 (metros cbicos), e assim sucessivamente.
Pode-se provar que o volume de um prisma qualquer, cuja altura mede h e cuja superfcie da base tem rea SB , dado por:
V = SB . h
Exemplo:
Um prisma reto tem por base um tringulo retngulo cujos catetos medem 3cm e 4cm. Se a altura desse prisma tem a mesma medida da hipo-tenusa do tringulo da base, qual a medida do seu volume em cm3?
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Geometria espacial
A medida da hipotenusa do tringulo retngulo pode ser encontrada por meio do teorema de Pitgoras:
h2 = 32 + 42
h = 9 + 16
h2 = 25
h = 5cm
Assim, o volume do prisma V dado por:
V = S . h
V = 6 . 5
V = 30cm
B
3
V =
3 42
5.
.
Agora que j conhecemos mais os conceitos geomtricos, podemos ex-plorar outros slidos geomtricos que se destacam.
Um slido geomtrico de grande importncia o cilindro.
Cilindro Voc consegue imaginar algum slido geomtrico
de contato quase que dirio possuindo a forma de um cilindro?
A caneca de caf que voc v, por exemplo, tem a forma de um cilindro.
Shut
ters
tock
.
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Geometria espacial
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Para fundamentar melhor o que vem a ser um cilindro, vamos considerar dois planos e e uma reta que intersecta esses dois planos determinando entre os planos um segmento AB , em que A um ponto de e B um de .
A
B
O
Dado um crculo C contido em , definimos como cilindro circular o con-junto de todos os segmentos de reta paralelos e congruentes ao segmento AB com origem no crculo C e extremidade no plano .
A
B
O
Eixo
Geratriz h
Os principais elementos do cilindro so:
Bases: so os crculos contidos nos planos e .
Altura (h): a distncia entre os planos e .
Geratrizes (g): so os segmentos paralelos ao segmento AB que tm ex-tremidades nos pontos das circunferncias que limitam as bases.
Eixo (e): a reta determinada pelos centros das bases.
Se o eixo for perpendicular aos planos das bases, o cilindro dito reto. Caso o eixo no seja perpendicular ao plano das bases, o cilindro oblquo.
Devido sua importncia, estudaremos apenas os cilindros retos.
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Geometria espacial
rea superficial de um cilindro reto
Para entendermos como se pode obter a medida da rea de um cilindro reto, considere um cilindro reto e oco, feito com cartolina, cuja altura mede 10cm e cujo raio da base mede 5cm:
R = 5cm
h = 10cm
Se voc recortasse as bases e desenrolasse a superfcie lateral, iria obter trs figuras planas:
10cm
(2 5)cm
5cm
5cm
As bases so circulares. Logo, a rea de cada uma das bases pode ser obtida por meio de:
SB = R2
SB = . 52
SB = 25cm2
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Geometria espacial
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A rea lateral um retngulo cuja altura a do cilindro e cuja base o permetro da base do cilindro. Assim, o retngulo que constitui a rea lateral tem rea igual a:
SL = 2R . h
SL = 2 . 5 . 10
SL = 100cm2
Assim, a medida da superfcie total de um cilindro reto igual soma das medidas das reas de dois crculos com a medida da rea de um retngulo, cujas dimenses so a altura do cilindro e o comprimento da circunferncia que limita a base, ou seja:
ST = 2 . R2 + 2R . h
ST = 2 . SB + SL
ST = 150cm2
Em termos de volume, o cilindro pode ser interpretado como um prisma de base circular. Assim, o volume de um prisma igual ao produto das medi-das da rea da base pela altura:
V = R2 . h
Pirmides A palavra pirmide normalmente nos evoca o formato das famosas cons-
trues egpcias, monumentos fantsticos que documentam historicamente a extraordinria capacidade arquitetnica daquela civilizao e que vm en-cantando a humanidade h milhares de anos.
No entanto, nosso estudo parte de um conceito mais amplo para pirmide.
Seja D uma superfcie poligonal contida em um plano e V um ponto no pertencente a esse plano.
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Geometria espacial
D
v
O conjunto de todos os segmentos de reta com uma extremidade em V e a outra em D denominado pirmide.
D
v
Os principais elementos da pirmide so:
D
vVrtice
Aresta lateral
Face lateral
h
Aresta da base
Base
Vrtice: o ponto V no pertencente ao plano .
Base: a regio D contida no plano .
Arestas da base: so os lados da regio D.
Arestas laterais: so os segmentos que unem os vrtices da regio D e o ponto V.
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Geometria espacial
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Faces laterais: so tringulos determinados pelo ponto V e dois vrtices consecutivos da regio D.
Altura(h): a distncia entre o ponto V e o plano .
De acordo com o nmero de lados da base de uma pirmide, esta recebe um nome especial. Se a base for um tringulo, chama-se pirmide triangular, se for um quadriltero, a pirmide quadrangular, e assim sucessivamente.
Para que uma pirmide seja denominada regular, necessrio que satis-faa duas condies: a base seja um polgono regular e a projeo ortogonal do ponto V seja um ponto V tal que V esteja no centro da base.
Aptema da pirmide
v'
v
Em uma pirmide regular, as arestas laterais so congruentes e, em con-sequncia disso, as faces laterais so tringulos issceles congruentes. Nesse caso, costuma-se chamar aptema da pirmide a altura de cada face lateral.
Para aprendermos como podemos obter a medida da rea de uma pir-mide, considere, como exemplo, uma pirmide quadrangular regular, cuja altura e aptema medem 8cm e 10cm, respectivamente.
Qual a medida da rea total dessa pirmide?
Observe que possvel visualizar um tringulo retngulo cuja hipotenu-sa o aptema da pirmide, um dos catetos a altura e o outro cateto a metade da aresta da base:
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Geometria espacial
10cm
8cm
v
2l
l
2
10cm8cm
Utilizando o Teorema de Pitgoras, temos:
10 82
2 22
= +
l
Resolvendo, obtemos:
l =12cm
A base um quadrado de lado medindo 12cm. Logo, a medida da rea da base igual a:
SB = 122 = 144cm2
Observe que a superfcie lateral da pirmide formada por quatro trin-gulos issceles e congruentes. Assim, a medida da superfcie lateral da pir-mide igual a:
412 10
2240 2
= cm
Assim, a medida da superfcie total da pirmide igual soma das medi-das da rea da base com a rea lateral:
144 + 240 = 384cm2
Para calcular a expresso do volume de uma pirmide, vamos inicialmen-te decompor um prisma triangular reto em trs pirmides, observe:
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Geometria espacial
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A B
C
D
I B
E
FF
D
II B
C
D
III
F
As pirmides I e II tm bases congruentes (ABC e DEF) e alturas congruen-tes ( AD e BE ). Logo, seus volumes so iguais.
Por outro lado, as pirmides I e III tm bases congruentes (ACD e FDC) e alturas congruentes (distncia entre o vrtice B e o plano que contm a face ACDF). Portanto, seus volumes tambm so iguais.
Assim, sendo V1, V2 e V3 os volumes das pirmides I, II e III, temos:
V1 = V2 = V3
Mas, se o volume do prisma igual ao produto das medidas da rea da base pela altura e as trs pirmides possuem o mesmo volume, ento, ne-cessariamente, o volume de cada pirmide igual a um tero do volume do prisma que possui a mesma base e a mesma altura:
V S hB=13
. .
Cones Outro slido geomtrico de destaque o cone. Um cone pode ser inter-
pretado como sendo uma pirmide de base circular. Evidentemente, algu-mas adaptaes nos formulrios sero importantes.
Observe a ilustrao na qual podemos identificar os principais elementos formadores de um cone:
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Geometria espacial
v
g
e
h
Vrtice: o ponto V.
Base: a regio circular contida no plano .
Altura (h): a distncia entre o ponto V e o plano .
Geratrizes (g): so os segmentos com extremidades no ponto V e em um ponto da circunferncia que limita a base.
Eixo (e): a reta determinada pelo ponto V e pelo centro da base.
Se o eixo for perpendicular ao plano da base, o cone dito reto. Caso o eixo no seja perpendicular ao plano da base, o cilindro oblquo. Estudare-mos aqui apenas os cones retos.
Para calcular a medida da superfcie total de um cone reto, podemos rea-lizar um procedimento anlogo quele realizado para um cilindro reto.
Considere um cone reto e oco, cuja altura mede 8cm e cujo raio da base mede 6cm:
8cm
6cm
Utilizando o Teorema de Pitgoras, podemos obter a medida da geratriz do cone:
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Geometria espacial
369
g2 = 82 + 62
g2 = 64 + 36
g2 = 100
g = 10cm
Se planificssemos esse slido, separando a base da rea lateral e abrin-do essa rea lateral, teramos as seguintes figuras planas:
6cm
10cm
(2. 6)cm
10cm
Se a base um crculo de 6cm de raio, a medida da rea da base dada por:
SB = R2
SB = . 62
SB = 36cm2
A planificao da rea lateral determina um setor circular cujo arco tem comprimento igual ao permetro da base do cone. Assim, a rea lateral de um cone dada por:
A r gl = p
Resolvendo, obtemos:
A
A cm
l
l
=
=
p
p
6 10
60 2
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Geometria espacial
A concluso a de que a medida da superfcie total de um cone igual soma da medida da rea de um setor circular, cujo raio igual geratriz do cone e cujo comprimento do arco igual ao permetro da base do cone, com a medida da rea do crculo da base.
Da mesma forma que relacionamos prismas e cilindros, podemos relacio-nar pirmides com cones. O volume de um cone pode ser obtido conside-rando-o como sendo uma pirmide regular em que a base um crculo e o aptema da pirmide a geratriz do cone.
O volume de um cone qualquer, cuja altura mede h e cujo raio da base mede R, dado por:
V R h=13
2p. .
Esferas O formato esfrico est presente nas bolas da maioria dos esportes, em
algumas frutas e em diversas situaes. At mesmo nosso planeta aproxi-madamente esfrico.
Para compreendermos o conceito de esfera, vamos considerar um ponto P do espao e um segmento de medida R.
Chama-se esfera com centro no ponto P e raio de medida R o conjunto dos pontos do espao cuja distncia ao ponto P menor do que ou igual a R.
R O Esfera de centro O e raio R
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Geometria espacial
371
Pode-se provar que a medida da rea de uma esfera de raio R e a medida do volume de uma esfera so dadas, respectivamente, por:
S = 4 R2p
pV R=43
3.
Inscrio e circunscrio de slidos geomtricos O objetivo desse contedo desenvolver as relaes espaciais entre dois
slidos geomtricos em que um deles est inscrito em outro.
Esfera e cubo
Considere uma esfera cujo raio mede R inscrita em um cubo cujas arestas tm medida a.
a
R
Existe uma relao entre as medidas das arestas do cubo e do raio da esfera. Como a superfcie esfrica intersecta o cubo em seis pontos, loca-lizados nos centros das faces, temos trs pares de pontos diametralmente opostos. Assim, a medida de cada aresta do cubo igual ao dobro da medida do raio da esfera.
a = 2R
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Geometria espacial
Em uma outra situao, considere um cubo cujas arestas medem A, inscri-to em uma esfera cujo raio tem medida R
R A
Observe que os vrtices do cubo pertencem superfcie esfrica. Assim, a medida da diagonal do cubo igual ao dobro da medida do raio da esfera.
D = 2R ou cubo a R3 2=
Esfera e cilindro
Considere uma esfera, cujo raio mede R, inscrita em um cilindro circular reto.
R
Como a superfcie esfrica intersecta as bases do cilindro nos seus centros e o crculo mximo da esfera congruente s bases do cilindro, ento as me-didas do raio e da altura do cilindro so iguais, respectivamente, a R e 2R, ou seja, o cilindro equiltero.
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Geometria espacial
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Vamos analisar agora outra situao. Observe a figura a seguir:
R
Rr
h
Nesse caso, como podemos estabelecer uma relao entre as medidas do raio da esfera, do raio do cilindro e da altura do cilindro?
A partir do tringulo retngulo, de catetos medindo h e 2r, onde h e r so as medidas da altura e do raio do cilindro, e de hipotenusa medindo 2R, podemos escrever:
2 2
4 4
2 2 2
2 2 2
R r h
R r h
( ) =( ) += +
Esfera e cone reto
Da mesma forma como o cubo e o cilindro, em um cone tambm pos-svel inscrever ou circunscrever uma esfera. Vamos, inicialmente, considerar uma esfera de raio r inscrita em um cone de raio R e altura h.
R
r
r
g
h - r
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Geometria espacial
Sendo g a medida da geratriz do cone, podemos, por meio de uma seme-lhana de tringulos, estabelecer a seguinte proporo:
rR
h rg
=-
Se o cone for equiltero, no h necessidade de utilizar a proporo ante-
rior. Basta lembrar que a medida do raio da esfera igual a 13
da medida da
altura do cone, ou seja, h = 3r. A figura a seguir ilustra essa situao:
R
r
2r 2R
Assim, por meio do teorema de Pitgoras, temos:
2 3 4 9
3 9 3
2 2 2 2 2 2
2 2
R R r R R r
R r R r
( ) = +( ) = +
= =
Em uma nova situao, considere agora uma esfera de raio R, circunscre-vendo um cone de raio r e altura h.
R
R
r
h - R
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Geometria espacial
375
No tringulo retngulo em destaque, podemos escrever:
R2 = r2 + (h R)2
Existem outras relaes entre as medidas do raio da esfera, do raio da base do cone, da altura e da geratriz do cone. Porm, no existe necessidade de conhec-las, pois, por meio da relao anterior, podemos obter quaisquer outras medidas.
Se o cone equiltero, a medida do raio da esfera igual a 23
da medida
da altura do cone, ou seja, hR
=32
.
r
2r23R
Logo, por meio do teorema de Pitgoras, temos:
232
49
4
39
4
2 22
2 22
22
2
r rR
r rR
rR
r
( ) = +
= +
=
== =3
43
2
2Rr
R
Cilindro e cone retos
Considere um cilindro de altura h e raio da base R. Inscrevendo-se nele um cone reto, temos a seguinte figura:
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Geometria espacial
R
h
Note que o vrtice do cone coincide com o centro de uma das bases do cilindro e a base do cone coincide com a outra base do cilindro. Sendo assim, os raios das bases do cone e do cilindro so, evidentemente, congruentes, da mesma forma que as medidas das alturas.
Observe um cilindro reto, com raio da base r e altura h, inscrito em um cone reto de raio da base R e altura H:
H
hh
H - h
G - g
R - rr
R
g
Gr
Pela semelhana existente entre trs tringulos da figura, podemos escre-ver as seguintes propores:
rR
H hH
gG
rR r
H hh
gG g
R rR
hH
G gG
=-
=
-=
-=
-
-= =
-
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Geometria espacial
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Resoluo de questes 1. (Esaf ) Em uma superfcie plana horizontal, uma esfera de 5cm de raio est
encostada em um cone circular reto em p com raio da base de 5cm e 5cm de altura. De quantos centmetros a distncia entre o centro da base do cone e o ponto onde a esfera toca na superfcie?
a) 5.
b) 7,5.
c) 5 5 22
+ .
d) 5 2 .
e) 10.
2. (UFU) Sabendo-se que a interseco entre um plano e uma esfera S de raio 10cm uma circunferncia de raio 6cm, ento, a distncia do centro da esfera S at o plano igual a:
a) 4cm.
b) 5cm.
c) 7cm.
d) 8cm.
3. (UFC) Um vaso em forma de cilindro circular reto tem medida de raio da base 5cm, altura 20cm e contm gua at a altura de 19cm (despreze a espessura das paredes do vaso). Assinale a alternativa na qual consta o maior nmero de esferas de ao, de 1cm de raio cada, que podemos colo-car no vaso a fim de que a gua no transborde.
a) 14.
b) 15.
c) 16.
d) 17.
e) 18.
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Geometria espacial
4. (UFSM) A rea da superfcie de uma esfera e a rea total de um cone cir-cular reto so iguais. Se o raio da base do cone mede 4cm e o volume do cone 16cm3, o raio da esfera dado por:
a) 3cm.
b) 2cm.
c) 3cm.
d) 4cm.
e) 4 + 2 cm.
5. (UFPE) Derretendo uma pea macia de ouro de forma esfrica, quantas peas da mesma forma se pode confeccionar com esse ouro, se o raio das novas peas um tero do raio da anterior? Admita que no houve perda de ouro durante o derretimento.
a) 3.
b) 9.
c) 18.
d) 21.
e) 27.
6. (UECE) Um cone circular reto, cuja medida da altura h, seccionado, por um plano paralelo base, em duas partes: um cone cuja medida da altura
h5
e um tronco de cone, conforme a figura.
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Geometria espacial
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A razo entre as medidas dos volumes do cone maior e do cone menor :
a) 15.
b) 45.
c) 90.
d) 125.
7. (UECE) Como mostra a figura, o cilindro reto est inscrito na esfera de raio 4cm.
4cm
Sabe-se que o dimetro da base e a altura do cilindro possuem a mesma medida. O volume do cilindro :
a) 18p 2cm3.
b) 24p 2cm3.
c) 32p 2cm3.
d) 36p 2cm3.
8. (Fatec) A interseco de um plano com uma esfera de raio R a base comum de dois cones circulares retos, como mostra a regio sombreada da figura a seguir.
G
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Geometria espacial
Se o volume de um dos cones o dobro do volume do outro, a distncia do plano ao centro O igual a:
a) R5
.
b) R4
.
c) R3
.
d) 25R.
e) 23R.
9. (MACK) A rea da superfcie lateral de um cone equiltero inscrito numa esfera de raio R :
a) pR2 32
.
b) pR2 33
.
c) 34
2pR .
d) 32
2pR .
e) 3 2pR .
10. (PUC-Campinas) Considerando-se a Terra como uma esfera cujo dimetro equatorial 12 800km, e a Lua tambm uma esfera cujo dimetro equato-rial 27% do da Terra, a razo entre as superfcies terrestre e lunar, nessa ordem, um nmero:
a) maior que 13,9.
b) compreendido entre 13,8 e 14,1.
c) compreendido entre 13,5 e 13,6.
d) compreendido entre 13,6 e 13,8.
e) inferior a 13,5.
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Geometria espacial
381
Dica de estudo A maioria dos problemas relacionados com a Geometria, quer seja no
plano, quer seja no espao, requer sempre do estudante a resoluo de uma boa dose de exerccios para que a viso espacial e a habilidade em observar as relaes geomtricas sejam desenvolvidas. Para iniciar, procure dominar a geometria plana, sobretudo as figuras geomtricas elementares (tringulo retngulo, tringulo equiltero, quadrado, hexgono regular e cr-culo). Procure entender a origem das frmulas e pratique resolvendo muitos exerccios. Em seguida, estude a geometria espacial, principalmente as figu-ras desta aula. No raro ocorrer de a soluo de uma questo de geometria espacial estar baseada na geometria plana.
Referncias BOYER, Carl B. Histria da Matemtica. 12. ed. So Paulo: Edgard Blcher Ltda., 1996.
GAERTNER, Rosinete (Org.). Tpicos de Matemtica para o Ensino Mdio. Blu-menau: FURB. (Coleo Aritthmos 2.)
LIMA, Elon Lages. Meu Professor de Matemtica e outras Histrias. Rio de Janei-ro: Sociedade Brasileira de Matemtica. (Coleo do Professor de Matemtica.)
LIMA, Elon Lages et al. A Matemtica do Ensino Mdio. Rio de Janeiro: Socieda-de Brasileira de Matemtica, 2001. v. 1.
LINTZ, Rubens G. Histria da Matemtica. Blumenau: FURB, 1999. v. 1.
TAHAN, Malba. O Homem que Calculava. 40. ed. Rio de Janeiro: Record, 1995.
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382
Geometria espacial
Gabarito 1. Observe a ilustrao:
A B
C D
T
O tringulo CDT retngulo, pois a tangente circunferncia forma ngulo reto com o raio ( CT ) no ponto de tangncia T. O tringulo CDT issceles, pois os ngulos TCD e TDC tm a mesma medida. Como CT = 5, ento DT = 5. Logo, CD pode ser obtido por meio do teorema de Pitgoras no tringulo CTD:
(CD) = (CT) + (DT) (CD) = 5 + 5
(CD) = 25 + 25 (CD)
2 2 2 2 2 2
2
22 = 50
= =
=
CD CD
CD
50 5 2
5 2
2 .
Como BD = AC, necessariamente, AB = CD. Assim, a distncia entre o cen-tro da base do cone e o ponto em que a esfera toca a superfcie plana igual a 5 2 cm.
Resposta: D
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Geometria espacial
383
2.
C
BA r = 6
r = 10
Sendo d a distncia do centro da esfera ao plano , temos:
102 = 62 + h2
d2 = 64
h = 8cm
Resposta: D
3. O volume no ocupado pela gua no interior do cilindro igual a p p. .5 1 252 3= cm
O volume de cada esfera igual a 43
143
3 3. .pp
= cm
Assim, a maior quantidade de esferas que podem ser colocadas no vaso
sem que a gua transborde igual a 2543
253
4754
18 75pp
pp
= = =. ,
Resposta: E
4. Sendo h a medida da altura do cone, temos que:
1613
4 32p p= =. . . h h cm
Sendo g a medida da geratriz do cone, temos que g2 = 32 + 42 g = 5cm
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384
Geometria espacial
Sendo R a medida do raio da esfera, temos que:
4 4 4 5
4 5 3
2 2
2
. . . . .p p pR
R R cm
= +
= + =
Resposta: C
5. O volume de uma esfera cujo raio mede R igual a 43
3. .p R
O volume de uma esfera cujo raio mede R3
igual a
43 3
43 27
3 3
. . . .p pR R
=
Assim, podem ser feitas 27 peas com o ouro derretido.
Resposta: E
6. Toda seco em um cone reto, efetuada por meio de um plano paralelo base, determina um cone reto menor, semelhante ao primeiro. Utilizando o conceito de semelhana entre figuras geomtricas, observadas no cone maior e no menor, possvel provar que a razo entre os volumes dos cones maior e menor igual ao cubo da razo entre as medidas corres-pondentes das alturas dos cones. Dessa forma, sendo V e v os volumes dos cones maior e menor, respectivamente, temos:
Vv
hh
Vv
=
=
5
125
3
Resposta: D
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Geometria espacial
385
7. Observe a figura a seguir:
2R
2R8cm
Por meio do teorema de Pitgoras, temos:
82 = (2R)2 + (2R)2
64 = 8R2
R2 = 8
R = 2 2
Assim, o volume do cilindro igual a p p. ( ) .2 2 4 2 32 22 3= cm .
Resposta: C
8. O volume do cone maior igual ao dobro do volume do cone menor. Sendo d a distncia do plano ao centro da esfera e r a medida do raio da base comum dos dois cones, temos:
13
213
2 2 33
2 2. . . ( ) . . . . ( )p pr R d r R d
R d R d d R dR
+ = -
+ = - = =
Resposta: C
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386
Geometria espacial
9. Sendo h a medida da altura do cone equiltero, g a medida da geratriz do cone e r a medida do raio da sua base, temos:
(2r) = r + 3r r = r =2 2 2 232
94
34
32
2 2 2R R R R
Assim, a rea lateral do cone igual a
p p pp
. . . . . .r g r rR R R
= = =23
22 3
23
2
2
Resposta: D
10. A medida do raio da Terra aproximadamente igual a 6 400km e a me-dida do raio da lua aproximadamente igual a 0,27 . 6 400 = 1 728 km. Assim, a razo entre as reas das superfcies terrestre e lunar igual a
4 6 400
4 1 7283 7 13 69
2
2
2. .
. ., ,
p
p
( )( )
@( ) =
Resposta: D
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