EMPREENDE DORISMO - revistamaissocial.files.wordpress.com · aterrarmos em Valter Hugo Mãe, Filipa...

22
14º Edição - Outubro EMPREENDE DORISMO: Saber transformar obstáculos em oportunidades ESPECIAL 4º ANIVERSÁRIO

Transcript of EMPREENDE DORISMO - revistamaissocial.files.wordpress.com · aterrarmos em Valter Hugo Mãe, Filipa...

14º Ediç

ão -

Outubr

o

EMPREENDEDORISMO:Saber transformarobstáculos em oportunidadesESPECIAL 4º ANIVERSÁRIO

2

» p4

» p11

» p10

» p18 » p16

» p9

» p13

» p6

» p19

Maio / 2019

04 abrir a pOEsia

06 mEmórias da cOndiçãO humana

09 O acEssO à artE

10 mini GOLF summit 2018

11 isabEL nEvEs

13 EutanÁsia

16 dEsaFiOs da EcOnOmia pOrtuGuEsa

18 vitaE

19 O mOvimEntO bEnGaLa vErdE

20 Ficha tÉcnica

ÍndicESocial nas Artes, por Cristiana Lima

Em Foco, por Sónia Sebastião

Espaço Inclusão, por Fundação LIGA

Social no Desporto, por José Piteira

1º Pessoa, por Pedro Escórcio

Social na Política, por Ricardo Nunes

Opinião, por António Rebelo de Sousa

Envolve-te, por Pedro Lima

+Projectos, por Sofia Rodrigues

A Mais Social está em festa. Comemoramos o nosso 4º aniversário e lançamos com ele a nossa 14ª edição

e uma imagem renovada. É esta a nossa resposta aos desafios que se apresentam no futuro, procurando com esta renovação uma maior aproximação ao leitor através de várias plataformas digitais e físicas, de forma a conse-guir chegar a todos aqueles que têm interesse em ler e difundir os nossos conteúdos. Daqui para a frente, para acompanhar “a sociedade ao pormenor”, tem de seguir a Mais Social. Contamos neste número com a participação da Pro-fessora Doutora Sónia Sebastião, que contribui com um texto reflexivo acerca do ser humano e de como os mass media e outros fatores contribuem para o seu condicio-namento. Temos em 1ª Pessoa uma entrevista à advogada e em-preendedora Isabel Neves, onde partilha connosco como começou a trabalhar ainda adolescente e aquilo que a moveu para se tornar uma empreendedora deixando no final uma mensagem para quem quer seguir em frente com uma ideia de negócio.Pode ler nesta edição, em primeira mão, um artigo de opinião por parte do Professor Doutor António Rebelo de Sousa, que aborda os desafios com os quais se confronta a economia portuguesa. Regressam as rubricas às quais o nosso caro leitor está habituado como o “Espaço Inclusão” e o “Envolve-te”.Agradecemos os apoios, parcerias, associações e aos nossos leitores, por conseguimos tornar acessíveis as descobertas e conhecimentos do meio académico. Quer-emos continuar a nossa aproximação das associações e organizações no terreno, de forma a aliar a teoria à prática. Para finalizar, a nossa informação é caracterizada pelo rigor e credibilidade e por isso queremos continuar a ser leais à nossa Missão, Visão e Valores. Vamos con-tinuar a disponibilizar conteúdo jornalístico relevante que contribua para o pensamento crítico, que fomente o debate informado e que consiga partilhar com o leitor histórias de vida, projetos promissores e acontecimentos pertinentes. Não menos importante, queremos deixar uma nota de mérito à equipa que nos acompanha e que torna o trabalho de coordenação mais fácil. Obrigado pela preferência e que venham mais aniversários!

A coordenação,Jorge Vide e José Piteira

EDITORIAL MAIS SOCIAL

OUTUBRO 2018

4

abrir a pOEsia SOCIAL NAS ARTES

A poesia é uma arte de todos os tem-

pos, desde Homero e a sua poesia épica, passando pelo incon-tornável Pessoa e os seus heterónimos, até aterrarmos em Valter Hugo Mãe, Filipa Leal e noutros nossos con-temporâneos.

É-nos, desde cedo, incutido o estudo da poética através de cálculos: as sílabas métricas, a contagem de versos, as rimas ri-cas e pobres e por aí adiante. Ou seja, transformam-nos a discipli-na de Português em matemática disfarçada com palavras.

Esquecem-se de nos dizer que a poesia é muito mais do que um olhar quadrado e fechado. Que é algo que nos pode tocar, muito mais rapidamente, ao coração do que à razão. Quase somos obrigados a nos desligar dos sentimentos. Assim como

Ricardo Reis o fez, numa filoso-fia quase estoica, numa ataraxia constante. A poesia serve, exat-amente, para o contrário: para nos inquietar, fazer-nos fervil-har com as palavras e com os seus diversos sentidos.

Luís Filipe Parrado escreve num dos seus poemas:

“Estar vivoé abrir uma gavetana cozinha,tirar uma faca de cabo pre-to,descascar uma laranja.Viver é outra coisa:deixas a gaveta fechadae arrancas tudocom unhas e dentes,o sabor amargo da casca,de tão doce,não o esqueces.”

Com a poesia, com a litera-tura, passa-se a mesma coisa. Temos de a viver com “unhas e dentes” e se, realmente, a expe-rienciarmos com todo o nosso corpo e nos empenharmos, não em compreendê-la à primeira, mas em experienciá-la com as nossas sensações, acabamos por perceber que nunca mais esqueceremos esta experiên-cia – a de nos deixarmos afogar numa metáfora da vida. Porque é mesmo isso a literatura poéti-ca: uma metáfora para os te-mas mais fatais da vida, desde o amor até à morte.

Podemos ser consumidos pelas palavras de um poeta, se nos pusermos disponíveis para a sua receção. E, por vezes, com os imensos estímulos (tecnoló-gi-cos, visuais e sonoros), a que

CRisTiana LiMa

5

OUTUBRO 2018

somos sujeitos e nos sujeitamos diariamente, um livro pode pare-cer, realmente, antiquado, pois, com os livros, temos de ser nós a ir ter com eles.

E acreditem: ao fim da pri-meira página, o livro também se disponibiliza para nós. Dá-nos tudo o que tem para oferecer e, por isso, é um objeto tão no-bre. Abrir um livro de poesia é como abrir o coração de alguém e isso torna-se uma ação mútua, porque o livro e as suas poesias também vão querer vir mexer com o nosso coração e, assim, estão quase como que partil-hando segredos um ao outro. Por isto tudo, vejo tanta im-portância na palavra, no verso e na frase, porque eu sei que Fernando Pessoa, Eugénio d’Andrade, Filipa Leal, Alexan-dre O’Neill conhecem os meus maiores medos e as minhas maiores paixões como ninguém, porque, afinal de contas, escre-veram sobre eles.

» 5

6

MEMóRIAS DA CONDIçãO huMANA EM FOCO

A condição humana pode ser descrita como a parte inal-terável da humanidade, inata e inerente ao ser humano, in-dependente de factores como a origem, o género, a raça ou a classe. A condição humana inclui preocupações e reflexões sobre o significado da vida, a busca da satisfação, o sentido da curiosi-dade, a inevitabilidade do isola-mento e as inquietações sobre a morte e a transcendência.

Título do ensaio filosófico de Hannah Arendt (1958/2001), a condição humana é algo que tem inquietado cientistas das humanidades e das ciências so-ciais. Arendt começa por apre-sentar a Terra como a prisão da humanidade; tal como o corpo

é a prisão da alma e do espírito. Contudo, o homem usa a ciência e a tecnologia para fugir a esta condição condenada, e, portan-to, quando o progresso científi-co permite ao homem chegar à lua, explorar o espaço, retirando os sonhos da literatura de ficção científica e dos filmes de Hol-lywood, uma “nova” condição humana emerge. A sociedade transparente (Vattimo, 1989), promovida pe-los media, é uma sociedade de comunicação generalizada, em que o homem tem a sensação de conhecer todo o mundo graças às imagens transmitidas pelos media. Este contacto aparente, ilude num “conforto” de coci-mento generalizado, quase sem

a percepção de aceitação como real de uma construção medi-atizada, repleta de “buracos negros” e que apresenta, por exemplo, regiões do mundo que só existem quando assola-das por desastres naturais, por episódios de violência e de de-gradação dos direitos humanos (e.g. Sudão, Ruanda, Filipinas), enquanto outras são tão famil-iares que somos presenteados com conferências de imprensa sobre a infidelidade de um Pres-idente (França), sobre um aci-dente pessoal de ski (Alemanha) ou sobre o nascimento de um bebé (Inglaterra).

Os media conduzem ao relativ-ismo e ao caos fornecendo a in-formação e os enquadramentos que consideram fundamentais para a emancipação do homem condicionado. Não obstante, os mass media são, também, condicionados por ideologias, interesses… perpetuando um condicionamento generalizado da humanidade. Os indivíduos estão ligados por uma I-We Iden-tity, isto é, pela sociedade, numa relação cheia de contradições, tensões e explosões. A vida co-

SÓNIA SEBASTIÃOSónia Pedro Sebastião é Professora Associada no ISCSP-ULisboa, coor-denadora da Unidade de Coordenação de Ciên-cias da Comunicação e Comunicação Social e Investigadora Integrada no CAAP na linha de in-vestigação: Sociedade, Comunicação e Cultura

7

OUTUBRO 2018

Ontem como hoje

continuamos a ver

injustiças e a calar.

Questionamos se

não vivemos um ho-

locausto de valores

mum não é harmoniosa. Ide-ias, convicções, afectos, neces-sidades e traços de carácter surgem no intelecto individual pelo contacto com os outros; o que torna o self e a forma como este se expressa derivados das relações onde emergem e onde ocorrem em alternância con-tínua entre o dar e receber. É a violência e a destruição da guerra que inquietam Elias (1991) num ensaio reflexivo so-bre a evolução da humanidade e os efeitos da guerra enquanto expressão brutal e último re-duto das relações entre os po-vos marcadas pela imposição da força. Na sua opinião, os conflitos violentos fazem parte das circunstâncias de vida do homem, da sua condição hu-mana, face às pressões das in-stituições sociais. A natureza é insensível e neutra. Nela a vida desen-volve-se, evolui com uma força inalcançável e independente do homem, que não a consegue “domesticar”. “Neste mundo nu e indiferente, é somente dos homens que os homens po-dem esperar dedicação, calor de sentimentos e ajuda nas difi-culdades de vida” (Elias, 1991, p. 18), mas os homens constituem igualmente a maior ameaça uns para os outros. Enquanto procuram compreender e usar a natureza a seu favor, desvalori-zam o entendimento da sua vida colectiva, das potencialidades da entreajuda na melhoria das suas condições de vida, da sua existência. Antes alimentam sentimen-tos de hostilidade, baseados em representações mítico-simbó-

8

licas e em medos; no desen-volvimento de meios técnicos e instrumentos de destruição massiva que fazem perigar a humanidade e a condenam à aniquilação, ou pelo menos, ao medo constante da mesma (Elias, 1991). O sofrimento humano das guerras e do efeito da intolerân-cia denunciado por Elias (e out-ros autores) é recordado com assombro numa visita ao Museu Memorial Auschwitz-Birkenau que dissipa quaisquer dúvidas sobre a maldade humana. Da or-ganização ao aperfeiçoamento da iniquidade, da disposição do espaço aos lugares de recepção, tortura, execução… tudo carre-ga trevas, morte, inumanidade, lembrando dolorosamente as palavras de S. Paulo “estão re-pletos de toda a espécie de in-justiça, perversidade, ambição, maldade; cheios de inveja, homicídios, discórdia, falsidade, malícia; são difamadores, maldi-zentes, inimigos de Deus, inso-lentes, orgulhosos, arrogantes, engenhosos para o mal, rebel-des para com os pais, estúpidos, desleais, inclementes, impiedo-sos” (Rm I, 29-31). É vergonhoso constatar como o “homem” pode perder a consciência e maquinar tais esquemas, praticar tais actos e conseguir viver. Para Bauman (sociólogo sobrevivente do Holo-causto), o direito do mais forte, mais astuto, engenhoso ou ar-diloso de se impor e sobreviver ao mais fraco e desafortunado é uma das lições mais horrip-ilantes do Holocausto; assum-indo-se como um “inventário de dores” que se inflige ao mais

fraco para se afirmar a própria força. Também a visita ao Museu do Holocausto em Jerusalém (Yad Vashem) ilustra as palavras de Bauman (2004). O passeio dos justos e a exposição artística per-mitem evitar temporariamente a entrada na faca que entrecorta o monte, escondendo no seu interior os bens pessoais dos “mártires judeus”. Aqueles que por irracionalidade, crueldade e medo perderam a vida como animais que se abatem devido a uma doença contagiosa. É em sufoco que se ouve o grito da menina que batia na face do irmão, pedindo-lhe que acor-dasse, suplicando-lhe que não a deixasse sozinha. As provas presentes nos bens pessoais, nos documentos de identifi-cação, nos filmes e testemun-hos, sacodem até o homem mais insensível ou distraído. É impos-sível ser alheio, compreender ou sequer tentar. Vários exemplos avivam a memória de atrocidades cometi-das pelo homem no seu “condi-cionamento” de aceitação do outro e da necessária convivên-cia com o que cisma ser uma ameaça: a diferença. Ontem como hoje continuamos a ver in-justiças e a calar. Questionamos se não vivemos um holocausto de valores. Um holocausto que acontece todos os dias: quando um filho levanta a mão ao pai, ou coloca a mãe num corredor de um hospital abandonando-a a uma doença chamada solidão e egoísmo; quando a autoridade de um ancião, de um professor ou de um agente policial é pos ta em causa pela insolência;

quando se invertem os valores e o que é aplaudido é o roubo, o não cumprimento dos deveres; quando a aprendizagem é re-duzida a estatísticas e se castra qualquer possibilidade de con-hecimento; quando qualquer um de nós procura impor a sua verdade, esquecendo os princípios e os valores que er-gueram a humanidade e a fun-damentaram ao longo da sua história. A conditio humanae tem tam-bém inquietado artistas (e.g. Malraux, Levi), de forma mais ou menos crítica e pessimista. O questionamento torna-se mais atroz quando o ser humano é despojado do que lhe é intrínse-co. As obras de arte são exemplo materializado onde cada símbo-lo é uma lição a recordar, pois quem se esquece de onde vem está condenado a nunca encon-trar o caminho para onde vai. Questionamo-nos com Primo Levi (1958/2002): o que resta de um homem quando todas as condições de existência humana lhe são subtraídas?

ReferênciasArendt, H. (1958/2001). A Condição Hu-

mana. Lisboa: Relógio D'Água.

Bauman, Z. (2004). Amor Líquido. Sobre

a fragilidade dos laços humanos. Rio

de Janeiro: Jorge Zahar Ed.

Elias, N. (1991). Condição Humana.

Lisboa: Difel.

Levi, P. (1958/2002). Se isto é um

homem. Porto: PÚBLICO.

Malraux, A. (1933/1996 ). La Condition

Humaine. Paris: Éditions Gallimard.

Vattimo, G. (1989). A Sociedade Trans-

parente. Lisboa: Relógio D'Água.

9

OUTUBRO 2018

O acEssO à artE ESPAÇO INCLUSÃO

“Dançar é Liberdade …”, “ O prazer de pintar …”, são duas fra-ses retiradas de uma conversa com dois dos artistas da Casa das Artes da Fundação LIGA. Poderiam ser ditas por qualquer pessoa que se realiza através da arte, mas neste caso, foram referidas por pessoas com alter-ações na funcionalidade. A arte é entendida na Or-ganização como um espaço de libertação, facilitador da comu-nicação e do reconhecimento social da pessoa na sua diver-sidade e por isso desde 1956, tem assumido uma importân-cia crescente na intervenção da Fundação LIGA. Inicialmente utilizada como metodologia terapêutica, esta abordagem,

ganha no final dos anos 80 um maior enfoque no desenvolvi-mento artístico, com a criação de um Programa específico, com o objetivo de potenciar a inter-venção neste domínio. Desta forma, se evoluiu para a constituição da Casa das Ar-tes, para promover oportuni-dades culturais e artísticas de desenvolvimento e estímulo, ao potencial criativo de cada Pes-soa. Este setor de intervenção da Fundação LIGA é frequenta-do por mais de 100 pessoas e desenvolve a sua atividade nos campos da formação, da pro-dução e divulgação artística. Na formação inicial, existem três ateliers regulares, desenvolvi-dos nas áreas da Dança Contem-porânea, Cerâmica e Expressão Plástica. Ao nível da formação especializada destaca-se ainda dois projetos pioneiros em Por-tugal, a Plural Companhia de Dança e o LIGARTE, na área das artes Plásticas. A Plural existe desde 1995 e tem como principal objetivo a pesquisa, formação e criação artística no domínio da dança contemporânea, promov-endo a integração e interação

EsPaÇO DE PROMOÇÃO DE PROJECTOs E/OU ORGaniZaÇÕEs Da ÁREa Da DEFiCiÊnCiaCRisTina PassOs - FUnDaÇÃO LiGa

de intérpretes com e sem alter-ações na funcionalidade, numa abordagem multicultural e plu-ridisciplinar do movimento e numa reinterpretação constante da Diversidade Humana. Neste contexto, esta companhia tem desenvolvido e explorado um percurso significativo e singular nesta área, tendo estabelecido parcerias regulares de âmbito nacional e internacional com diversas estruturas de criação e formação, entre as quais se destaca a Escola Superior de Dança. Paralelamente à sua ativ-idade de criação coreográfica, a Companhia tem vindo a desen-volver diversos projetos de sen-sibilização e formação em dança inclusiva direcionados ao públi-co escolar, estudantes do ensino superior artístico e profissionais das áreas da dança, educação, saúde e intervenção social.

Na área das artes visuais, des-de 1994 que existe o LIGARTE, que utilizando metodologias e estratégias específicas de ade-quação às funcionalidades in-dividuais de cada cliente, pro-move a criação e divulgação

10

Realizou-se no passado mês de maio, na Costa Nova, em Aveiro, como parte do Min-igolf Summit 2018, o primeiro Torneio Internacional de Min-igolfe para Cegos. Uma prova que nasceu graças a um projeto de alunos dos cursos profission-ais de Desporto, de Gestão e Programação de Sistemas In-formáticos, de Design Industri-al, de Fotografia e de Serviços Jurídicos do Agrupamento de Escolas José Estêvão.

Foi apresentado em 2017, na final do prémio Ciência na Escola da Fundação Ilídio Pin-ho, e premiado com menção honrosa pela mão do Presidente

da República Marcelo Rebelo de Sousa. Competiu com out-ros 900 projetos para alcançar esta distinção, que foi obtida pela promoção do diálogo da importância da inclusão social. Os formandos dos cursos profis-sionais estiveram presentes em todas as fases de desenvolvi-mento do projecto. Coube aos de Design industrial o desen-volvimento dos tacos, das bolas e pistas adaptadas aos cegos, aos de Serviços Jurídicos o reg-istro das patentes no Instituto Nacional de Propriedade Indus-trial (INPI), os de Fotografia tra-taram do material publicitário, enquanto que os de Gestão e Programação de Sistemas In-formáticos desenvolveram uma

base de dados e um software de voz para comunicar com os participantes. As regras da modalidade foram validadas e aprovadas por diversas feder-ações internacionais de golfe. base de dados e um software de voz para comunicar com os participantes. As regras da modalidade foram validadas e aprovadas por diversas feder-ações internacionais de golfe.Os tacos, as bolas e as pistas, desenvolvidas pelos alunos, per-mitem que os cegos leiam as pistas e os seus obstáculos de forma sensorial, tátil e audível. A resposta dos pais e dos organizadores tem estado a ser positiva. Monique Pereira, mãe de um dos praticantes, em declarações ao DN, sublinhou a importân-cia do projecto para as crianças invisuais, “porque há poucas atividades que estas possam praticar”. Enquanto que Victor Condeço, presidente da Fed-eração Europeia de Minigolfe, preferiu destacar a reação de

10

MINI GOLF SuMMIT 2018

de projetos desenvolvidos no domínio das artes plásticas. A Fundação LIGA dispõe ainda da Galeria O Corredor, um espaço de exposição temporária aberta ao público, onde regularmente os artistas do LIGARTE expõem e vendem as suas obras através de exposições de pintura indi-viduais ou coletivas. Em termos avaliativos, nestes vinte e quatro anos de atividade, o fortalecimento da autoestima

SOCIAL NO DESPORTO

Fica-nos a certeza de que na diversidade das suas in-tervenções, a Casa das Artes, constitui-se como um espaço de acolhimento permanen-te das manifestações de cada pessoa na expressão da sua singularidade, como oportuni-dade emancipadora, através do imaginário que cada artista cria e assume, como conquista individual de afirmação e au-tonomia, na construção do seu projeto de vida.

o fortalecimento da autoesti-ma e confiança e a descoberta pessoal de novas competências, são alguns dos resultados mais importantes do nosso trabalho. Em termos gerais e particu-larmente no caso das pessoas com deficiência, são aspetos de-cisivos para superar as dificul-dades e potenciar os recursos internos de modo a alcançar uma maior satisfação com a vida.

JOsé PiTEiRa

11

OUTUBRO 2018

10

isabEL nEvEs 1º PESSOA

“extrema alegria daqueles que experimentam a pista”. O projeto contou com o apoiodo Programa Operacional de Capital Humano (POCH) e, se-

-gundo a organização, é um evento inédito a nível mundi-al e onde se esperavam nesta primeira edição cerca de 60 par-ticipantes.

Ser empreendedor é algo que nasce connosco e que se vai demonstrando ao longo do nosso percurso de vida, sem-pre que surge oportunidade e motivação para fazer diferente. Porque não nos sujeitamos a padrões, porque temos ideias diferentes, porque não encon-tramos aquilo que idealizamos, porque queremos mais…

O que levou uma mulher, que trabalha desde os 12 anos e que criou a sua primeira em-presa aos 14, a enveredar pela advocacia?

Eu não criei a minha primei-ra empresa aos 14 anos… Eu comecei a trabalhar com essa idade, ajudando nas tarefas necessárias na empresa dos meus pais. Aos 16 anos, com-ecei a dar explicações e, mais tarde, a fazer traduções para ganhar dinheiro, pelo gosto que me dava ser independente e não precisar de depender da me-

sada dos meus pais para fazer o que quisesse. Aos 18 anos, comecei a trabalhar numa das empresas do meu pai, ao mes-mo tempo que iniciei o curso de Direito. r Quando acabei o curso de Di-reito, fiquei muito entusiasma-da... Estávamos em 1985, Por-tugal tinha acabado de entrar para a CEE. Havia toda uma mu-dança no ar e eu quis mostrar a mim mesma que conseguiria enveredar por uma profissão, que estava a ser uma descober-ta de um novo mundo para mim, por mim mesma e sem qualquer apoio da família. x Não esqueçamos que, há 30 anos atrás, não havia tantos advogados como hoje e mui-to menos tantas mulheres em profissões jurídicas.

Sendo hoje uma empreend-edora de sucesso, sente que influencia e motiva outros a

PEDRO EsCÓRCiO

Isabel Neves já nadou num “lago de tubarões”, conviven-

do com os maiores investidores de Portugal na antena da SIC no programa Shark Tank. Divide o seu tempo entre a advocacia e o Business Angels Club de Lis-boa, do qual é presidente e, nesta edição da Mais Social, ex-plica-nos como trabalhou des-de cedo e o que é importante para se ser um empreendedor.

O que a motivou a ser em-preendedora?

12

seguirem o caminho do em-preendedorismo ?

Tento motivar os outros, que têm um projeto de vida, a se-guir o seu sonho e a fazer o seu caminho! É preciso coragem, de-terminação e muita resiliência. O mundo mudou e os paradig-mas também! Sinto que consi-go tocar algumas pessoas e fico muito feliz com isso!

Qual foi o maior contributo para a sua vida quotidiana que o empreendedorismo lhe deu?

A capacidade de transformar obstáculos em oportunidades. As lições que aprendemos no empreendedorismo sobre er-ros e falhanços. Transformar obstáculos em novas oportuni-dades ajuda-nos a todos na nos

sa vida quotidiana a não baix-ar os braços perante desafios e a saber tirar partido dos erros cometidos.

Considera que o espírito em-preendedor é capaz de mudar não só as vidas, como também as perspectivas de cada um de nós?

Absolutamente! O espírito em-preendedor ajuda-nos a tornar os desafios em oportunidades e temos de saber as nossas vi-das de todos os ângulos, até de pernas para o ar…

Define-se como alguém que busca o sucesso de uma for-ma incessante ou como alguém que se contenta com o que já alcançou até hoje?

Nunca me contento com o que consegui. Quero sempre fazer melhor e, sobretudo, ser uma pessoa melhor, quer seja a nível pessoal quer a nível profissional, pois nunca crescemos a nível profissional sem termos certos valores fundamentais connosco!

Para si, qual é o segredo do sucesso?

Não há segredos… O sucesso é subjetivo… Para uns mede-se pela conta bancária, para out-ros pela felicidade. Para mim e com a maturidade que os anos me dão, o segredo do sucesso é ser feliz com aquilo que sou, com as minhas realizações pes-soais e fazer as coisas que me apaixonam!

13

OUTUBRO 2018

EutanÁsia SOCIAL NA POLÍTICA

RiCaRDO nUnEs

Falar de eutanásia não é fácil, na medida em que é um tema

que interfere com convicções pessoais profundas. Apesar disso, ele deve ser estudado e debatido. Importa começar por explicar o que é a Eutanásia.

A Euthanasia Society of Amer-ica, uma associação fundada em 1938, define a eutanásia como o ato de pôr termo à vida humana por meios indolores com a finalidade de pôr fim a um grande sofrimento físico. É importante distinguir eutanásia de suicídio assistido. Apesar das suas semelhanças são situações diferentes. O suicídio assistido sucede quando uma pessoa que não consegue morrer sozinha e pede ajuda a outra. No caso do suicídio é o próprio paciente que

provoca a sua morte, embora com ajuda, no caso da eutaná-sia, ela é pedida pelo paciente, mas é um terceiro que a efe-tiva. No EUA, um médico, Jack Kerkovian, ficou popular por ter ajudado cerca de 130 pacien-tes a suicidarem-se. Kerkovian, inventou um mecanismo onde inseria cloreto de potássio que através de tubos ligava a uma veia do doente, sendo o próprio paciente a ativar a máquina quando se sentisse preparado. Este médico foi condenado.

No que diz respeito à eutaná-sia são vários os países onde não é penalizada. É o caso da Holanda: a 1 de Abril de 2002, entrou em vigor, neste país, a lei sobre a Cessação da Vida a Pedido e o Suicídio Assistido. Um mês depois, foi a Bélgica a

aprovar um decreto semelhan-te. Os holandeses foram os pri-meiros, na Europa, a reconhecer o direito à eutanásia e a alterar o seu código penal. A Lei sobre a Cessação da Vida a Pedido e o Suicídio Assisti-do, no seu artigo 293º refere: "a ação de pôr fim à vida de outrem não é passível de pena na medi-da em que for realizada por um médico que satisfaça os critérios de minúcia mencionados no ar-tigo 2º, (...) e que comunique ao médico legista do município". Os critérios de minúcia referidos e que o médico tem de aceitar são, entre outros, os seguintes: ter a certeza de que o pedido do doente é voluntário e bem avaliado; ter a comuni-cação de que o sofrimento não tem perspetiva de melhora, sen-do insuportável; em conjunto

14

com o paciente devem chegar à conclusão comum de que não há outra solução alternati-va razoável para a situação do paciente. Ter a certeza que o doente consultou, pelo menos, um out-ro médico independente, que o examinou e deu o seu parecer por escrito acerca dos requisitos de cuidados adequados. Além disto, é exigido um for-mulário completo com mais de cinquenta questões, tendo, de-pois, de ser enviado ao chefe da polícia do município, que o co-munica a uma comissão region-al. Esta comissão examina se os critérios de minúcia foram bem observados. Isto é apenas uma parte do processo que, como podemos verificar, é aparente-mente bastante cuidadoso. O Luxemburgo tornou-se, a 18 de dezembro de 2008, no ter-ceiro país a legalizar a eutanásia. Na Suíça a eutanásia é ilegal, mas o suicídio assistido não o é. Num momento que se discute em Portugal a despenalização da eutanásia importa antes de começar o debate procurar in-formar-nos para não se tornar num debate permeável a um grande número de demagogia, como tem acontecido em Por-tugal...

14

15

OUTUBRO 2018

14

16

DESAFIOS DA ECONOMIA PORTuGuESA

António Rebelo de SousaAntónio Rebelo de Sousar é profes-sor associado com agregação no ISCSP-ULisboa e investigador do Centro de Administração e Políticas

Públicas (CAAP)

- OPINIãO -

A economia portuguesa está confrontada com diversos de-safios.O principal consiste em concili-ar a necessidade de se adoptar uma política responsável de gestão das Finanças Públicas com a implementação de um modelo de desenvolvimento ou-sado que permita maximizar as nossas vantagens competitivas dinâmicas. É verdade que não existe uma alternativa realista à nossa participação no projecto euro-peu, o que implica o respeito pelos acordos existentes e, por conseguinte, pelos objectivos de convergência nominal, procu-rando-se reduzir o défice orça-mental e melhorar o rácio Dívida Pública / PIB. Mas, é, também, verdade que precisamos de apostar num modelo de desenvolvimento que assente numa estratégia de especialização industrial e de diversificação de serviços que possibilite incrementar a nossa competitividade externa, ating-indo-se ritmos de expansão da actividade económica que nos conduzam no sentido da con-vergência com os países mais desenvolvidos da U.E. Precisamos de um Novo Plano

de Ordenamento do Território, de Planos de Desenvolvimen-to Regionais e de um Plano de Desenvolvimento Nacional Pluri-anual, criando-se condições para a selecção de sectores estratégi-cos e para a ulterior definição de medidas de incentivo, procuran-do-se articular as mesmas com uma planificação integrada dos investimentos infraestruturais e estruturais a efectivar no futuro.Importa apostar em sectores como os do turismo (incluindo o Turismo de Saúde), do vestuário e do calçado, dos equipamentos industriais, do papel e da pasta de papel, da indústria agro-ali-mentar, do “software” e do “near shore”, sem nos esquecermos dos vinhos de qualidade, da cortiça, do sistema financeiro (devidamente reestruturado) e do que alguns autores designam de “hyper-cluster do mar” (que faz mais sentido designar de “conjunto de clusters interliga-dos do mar”). Subsiste, todavia, uma questão de fundo que os sucessivos governos não têm querido ou sabido resolver: as acções es-truturais a empreender no longo prazo. Problemas como o da evolução demográfica em Portugal, em

DESAFIOS DA ECONOMIA PORTuGuESA

17

que, em média, cada casal tem um rácio de 1,3 nascimentos (com implicações graves em termos de envelhecimento da população e de sustentabili-dade da segurança social), ou do aproveitamento das poten-cialidades da nossa plataforma continental, em que só a longo prazo se sentirão os efeitos de acções a concretizar, não con-vidam os diversos governos a dedicar boa parte do seu tempo à sua resolução, uma vez que o cidadão comum não sente os efeitos de uma nova política a prazo de um ou dois anos.É mais importante aumentar os vencimentos da função públi-ca em 1% do que implementar essas políticas estruturais, do ponto de vista de quem quer ganhar eleições. Daí que um segundo grande desafio – que, aliás, se articula com o primeiro – está em escol-hermos políticos que estejam na disposição de plantar árvores que permitam aos nossos filhos dispor de uma boa sombra e que, por isso mesmo, não se limitem a ter uma visão conjun-turalista da política nacional.Nem mais, nem menos…

18

Constituída em dezembro de 1995, a VITAE- Associação de Sol-idariedade e Desenvolvimento Internacional é uma instituição sem fins lucrativos que tem como principal objetivo mel-horar a qualidade de vida em Portugal, bem como os níveis de desenvolvimento das socie-dades de cultura lusófona.

A VITAE protagoniza ações de solidariedade social, de com-bate à pobreza, de difusão dos valores humanos e dos direit-os dos cidadãos, bem como, o combate à toxicodependência, preconizando a promoção da reinserção socioprofissional dos seus utentes.

A Associação conta com várias respostas ou projetos sociais, como o Centro de Acolhimento de Alcântara, a Residência Social São João de Deus e o Centro de Acolhimento do Beato, sendo este último o mais relevante, pois funciona 24 horas por dia e sete dias por semana, visando o alojamento temporário de pes-soas em situação de sem-abrigo e possibilitando, ainda, o acol-himento imediato em situações de emergência.

O Centro de Acolhimento do

Beato foi fundado em dezem-bro 1999, através de um acor-do celebrado entre a Câmara Municipal de Lisboa, o Centro Regional da Segurança Social e a própria instituição. Com capacidade para acolher 271 utentes este centro garante um conjunto de serviços e ativ-idades, como o alojamento tem-porário, acesso a alimentação, tratamento de roupas, serviço de barbearia, acompanhamento social, apoio psicológico, tera-pias ocupacionais, cuidados de enfermagem e encaminhamen-to para serviços médicos, apoio jurídico, formação profissional, atividades de grupo (ateliers, grupos de autoajuda, treino de competências) e atividades in-dividuais (técnicas de procura de emprego).

A VITAE conta com várias equi-pas multidisciplinares, nas suas diversas respostas sociais, que são constituídas por um con-junto de técnicos de referên-cia ou gestores de caso que trabalham, diariamente, com o intuito de auxiliar e apoiar os utentes nos seus processos de reintegração social e profission-al, orientando-os na definição e implementação de um proje-to de vida, tendo em conta as suas próprias metas e objeti-vos, levando-os a adquirir as competências necessárias de forma a fazer à vulnerabilidade e exclusão social.

vitaE ENVOLVE-TE

PEDRO LiMa(GEsTOR DE CasO nO CEnTRO DE aCOLhiMEnTO DO BEaTO)

Caso queiras colaborar con-nosco, quer seja através do voluntariado, na realização de um estágio, ou com um mero donativo, contacta-nos:

Website: www.assoc-vitae.orgE-mail.: [email protected]

19

O Movimento Bengala Verde foi criado na Argentina, em 1996, pela Professora de Edu-cação Especial Perla Mayo. Sen-sibilizada pelo sofrimento de uma das suas alunas que tinha baixa visão e era discriminada quando utilizava a sua bengala branca por a sua cegueira “não ser real”, Perla pintou a benga-la da aluna de verde (que para ela simbolizava a esperança) para a distinguir das pessoas totalmente cegas e, ao mes-mo tempo, mover a população para esta problemática e para a importância de reconhecer as pessoas com baixa visão e evi-tar situações constrangedoras (como nos transportes, quando as pessoas desconfiam dos pas-sageiros com baixa visão por es-tarem de bengala branca e a ler um livro ou pegar no telemóvel quando sentados num banco prioritário). Em 2002, a bengala verde pas-sou a ser um instrumento de orientação e mobilidade oficial contemplado na lei argentina para pessoas com baixa visão

e, em 2011, chegou ao Uruguai e também já está bastante di-fundida no Brasil Este movimento chegou recen-temente a Portugal, sendo a sua promoção levada a cabo pela Associação Retinopatia Portugal. A Baixa Visão pode ser causada tanto por acidentes como por

várias doenças (a retinopatia aguda e o glaucoma são al-gumas dessas doenças) e ref-ere-se também a pessoas cuja acuidade visual, mesmo com óculos ou outras correções óp-ticas artificiais, é menor ou igual a três décimos e o seu campo

visual inferior a 20 graus. Esta característica pode levar a dificuldades com enorme impac-to no dia-a-dia da pessoa. Difi-culdade em ler documentos em papel, em escrever “à mão”; ler placas de sinalização; caminhar sozinho na via pública; apanhar autocarros e reconhecer pes-soas pelo seu rosto. Em Portugal, são cerca de 300 mil as pessoas com Baixa Visão. Apesar de ser um número bas-tante significativo, a realidade específica destas pessoas ainda é bastante desconhecida.Portugal foi o primeiro país da Europa a adotar o Movimen-to Bengala Verde, que retira o “peso psicológico” da Bengala Branca e a substitui pela bengala verde como símbolo de esper-ança e de inclusão social para quem tem baixa visão. O slogan deste movimento é “Mova-se Pela Esperança!” que também nos remete para a cor verde e para o conceito de “ver-de-no-vo”, ou seja, a crença de que com a simples introdução da benga-la verde no dia-a-dia das pes-soas com Baixa Visão podemos consciencializar a sociedade de forma mais aprofundada em relação a estas temáticas.

mOvimEntO bEnGaLa vErdEsOFia RODRiGUEs

+ PROJECTOS

20

FIChA TÉCNICA MAIS SOCIAL

Coordenação: Jorge Vide ([email protected]) e José Piteira ([email protected]);

Paginação | Comunicação e Marketing: Patrícia Nogueira;

Editores: Nuno Teixeira, Sofia Rodrigues e Sérgio Aleluia;

Redacção: Ana Rita Leal, Cristiana Lima, Filipe Leite, Marta Vitorino, Pedro Escórcio, Pedro Lima e Ricardo Nunes;

Colaboradores de Texto: Professor Doutor António Rebelo de Sousa, Dr.ª Cristina Passos (Fundação LIGA) e Professora Doutora Sónia Pedro Sebastião;

Conselho Científico: Professora Doutora Célia Belim, Professora Doutora Dália Costa, Professor Doutor Fernando Serra, Professora Doutora Maria Irene Carvalho, Professora Doutora Maria José Núncio e Professora Doutora Paula Campos Pinto;

Fotografia: unsplash.com e SIC – Sociedade Independente de Comunicação, SA;

Impressão: Centro Informático de Apoio a Universitários, Lda, Rua Diogo Cão, n 40 A, 1300-181, Lisboa;

Impressão (Braille): Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (FLUL), Núcleo de Apoio ao Aluno, Alameda da Universidade, 1600-214, Lisboa;

Sede e Redação: Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, Gabinete 85 (piso -1), Rua Almerindo Lessa, 1300-663, Lisboa;

Telefone: +351 213 619 430 (ext:453484);

E-mail: [email protected];

Continue a vistar-nos em:maissocial.iscsp.ulisboa.pt Facebook @maissocial.revista

21

OUTUBRO 2018

A sociedade

COM O APOIO DE:

ao pormenor