Empreendedor 133

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www.empreendedor.com.br ISSN 1414-0152 PERFIL MIGUEL ABUHAB, DA DATASUL BOLSA DE VALORES A VEZ DOS PEQUENOS CADERNO DE TI OS DESTAQUES DA FUTURECOM Ano 11 • Nº 133 Novembro 2005 • R$ 8,90 Ano 11 • Nº 133 Novembro 2005 • R$ 8,90

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Edição n. 133 da revista Empreendedor, de novembro de 2005

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2005

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1414

-015

2

PERFIL

MIGUEL ABUHAB, DA DATASUL

BOLSA DE VALORES

A VEZ DOS PEQUENOS

CADERNO DE TI

OS DESTAQUES DA FUTURECOM

Ano 11 • Nº 133Novembro 2005 • R$ 8,90Ano 11 • Nº 133Novembro 2005 • R$ 8,90

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4 – Empreendedor – Novembro 2005

Bolsa de ValoresBovespa Mais, uma espécie de pre-

gão voltado para pequenas e mé-

dias empresas. As estrelas desse

novo segmento criado pela Boves-

pa têm em média um faturamen-

to de até R$ 300 milhões, proje-

ção de expansão de até 20 vezes

maior que o PIB nacional e pre-

tensões no mercado internacional.

Nesta Edição

Redação

Editor-Executivo: Nei Duclós[[email protected]]Repórteres: Alexsandro Vanin, Carol Herling,Fábio Mayer, Sara Caprario e Wendel MartinsEdição de Arte: Gustavo Cabral VazFotografia: Arquivo Empreendedor, Carlos Pereirae Grupo KeystoneFoto da Capa: Grupo KeystoneProdução e Arquivo: Carol HerlingRevisão: Alexsandro de Souza

Sedes

São Paulo

Diretor de Marketing

e Comercialização: José LamônicaExecutivos de Contas: Cláudio Miranda Rolime Vanderleia Eloy de OliveiraRua Sabará, 566 - 9º andar - conjunto 92 - Higienópolis01239-010 - São Paulo - SPFone: (11) 3214-5938[[email protected]]

Florianópolis

Executivo de Contas: Waldyr de Souza Junior[[email protected]]Executivo de Atendimento: Cleiton Correa Weiss[[email protected]]Av. Osmar Cunha, 183 - Ed. Ceisa Center - bloco C -9º andar - 88015-900 - Centro - Florianópolis - SCFone: (48) 3224-4441

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HM Consultoria em Varejo Ltda.Hamilton Marcondes [[email protected]]Rua Ribeiro de Brito, 1111 - conjunto 605 - Boa Viagem51021-310 - Recife - PEFone: (81) 3327-3384Minas Gerais

SBF RepresentaçõesSérgio Bernardes de Faria [[email protected]]Av. Getúlio Vargas, 1300 - 17º andar - conjunto 170430112-021 - Belo Horizonte - MGFone: (31) 2125-2900

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Diretora: Luzia Correa WeissFone: 0800-48-0004[[email protected]]

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Impressão e Acabamento: Prol Editora Gráfica Ltda.Distribuição: Distribuidora Magazine Express dePublicações Ltda.

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Diretor-EditorAcari Amorim [[email protected]]

ANER

Diretor de Marketing e ComercializaçãoJosé Lamônica [[email protected]]

A revista Empreendedor éuma publicação da Editora

Empreendedor

PÁG. 18

Gestão em quatro tempos

PÁG. 30

Gestão do conhecimento: o saber compartilhado provoca um

processo de mudanças que beneficia empresas, colaboradores e

clientes

Gestão ambiental: a interação de elementos que levam à ex-

ploração sustentável do meio ambiente implica urgência compe-

titiva sem uma mentalidade imediatista

Gestão itinerante: o Management by Walking Around (MBWA)

permite estreitar relações e fazer uma sintonia fina entre envol-

vimento e desempenho das diferentes etapas da produção

Gestão de idéias: a investigação apreciativa permite reciclar da

lata do lixo as idéias inovadoras e reúne aspectos de gestão, es-

tratégia e motivação dos funcionários.

Brasil verde olivaMercado interno atraente e ven-

das crescentes no exterior esti-

mulam a produção de azeite de

oliva no Brasil. Nos estados do

Sul, que apresentam microclimas

favoráveis ao cultivo da oliveira,

começam a surgir as primeiras

plantações experimentais.

PÁG. 34

DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

Page 5: Empreendedor 133

Novembro 2005 – Empreendedor – 5

Gustavo Iochpe, de 28 anos,

ganhador do Prêmio Jabuti

2005 na categoria Educação,

Psicologia e Psicanálise, com

o livro “A ignorância custa

um mundo – o valor da edu-

cação no desenvolvimento do país” (Editora Fran-

cis), defende a mobilização de empresários e em-

preendedores para mudar a péssima situação da

educação e permitir ao Brasil aumentar sua pro-

dutividade e competitividade.

Entrevista:Gustavo Iochpe

O custoda ignorância

PÁG. 10

LEIA TAMBÉM

Cartas ................................................. 7

Empreendedores ................................. 8

Não Durma no Ponto ........................ 14

Pequenas Notáveis ........................... 42

Empreendedor na Internet .............. 82

Perfil: Miguel Abuhab

GUIA DO EMPREENDEDOR 67

Produtos e Serviços ............................... 68

Do Lado da Lei ........................................ 70

Leitura...................................................... 72

Análise Econômica.................................. 76

Indicadores .............................................. 77

Agenda ..................................................... 78

PÁG. 38

O sonho dentro efora da empresaNa sua vida e no universo de

suas empresas, a Datasul, a

Neogrid, a DataMedical e a

Goldratt Consulting, Miguel

Abuhab já alcançou o suces-

so. Mas ele quer mais, por

isso se dedica a “derrubar

barreiras e quebrar ortodoxias”, como ele mesmo

define, em favor da comunidade.

Novembro/2005

Caderno de TI

PÁG. 45

Convergência ....................................... 45

Integração veloz na banda larga

Novos Negócios .................................. 48

Veículos aéreos não-tripulados

Tendências ........................................... 50

O insumo da fidelidade

Produtos ............................................... 52

Modem multifunções e outras novidades

DIVULGAÇÃO

LAURO MAEDA

CA

RLO

S P

ER

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A

Page 6: Empreendedor 133

6 – Empreendedor – Novembro 2005

de Empreendedorpara Empreendedor

Assinaturas

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Jovem Empreendedor, Revista do Varejo,

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Minas Gerais: Av. Getúlio Vargas, 1300 -

17º andar - conjunto 1704 - 30112-021 -

Belo Horizonte - MG

Os artigos deverão conter nome completo,

assinatura, telefone e RG do autor e estarão

sujeitos, de acordo com o espaço, aos ajustes

que os editores julgarem necessários.

Editorial

que interessa para um veículo

voltado ao empreendedorismo é

que a Tecnologia de Informação (TI)

quebra paradigmas e ajuda a intensi-

ficar a concorrência. Isso gera novos

negócios, fruto de mais pesquisa e ino-

vação, e também novos processos de

gestão a partir dos valores que são adi-

cionados a serviços e

produtos. O diferencial

com conteúdo é que é

significativo e não ape-

nas a novidade. Esta é

a abordagem escolhida

para inaugurarmos,

nesta edição, nosso Ca-

derno de TI, que come-

ça divulgando os des-

taques da Futurecom,

evento realizado em Florianópolis no

final de outubro.

Mas a TI não está confinada a esse

espaço especializado, já que ela, hoje,

toma conta da vida das pessoas e das

empresas, servindo de ferramenta fun-

damental para que as mudanças ocor-

ram num universo cada vez mais com-

petitivo. As quatro faces da Gestão, que

reportamos como tema de capa, só po-

dem ser desenvolvidas se houver o su-

porte de uma tecnologia up-to-date.

Por meio da TI é possível descentrali-

zar uma empresa, torná-la compatível

O com o meio ambiente, disseminar o co-

nhecimento na cultura interna e esti-

mular a circulação das idéias.

Há, entretanto, alguns entraves

aos sonhos que poderiam ser viabili-

zados: a falta de uma base educaci-

onal sólida do país, fonte de mão-

de-obra capacitada e de pessoas ca-

pazes de montarem seus

negócios nesta época

que depende tanto da

informação. Na entre-

vista com o jovem espe-

cialista Gustavo Iochpe,

divulgamos a crítica so-

bre essa situação e al-

gumas soluções para

contorná-la. No Perfil

com Miguel Abuhab, da

Datasul, além de seguirmos sua tra-

jetória, demos ênfase ao seu projeto,

compartilhado com seus pares, de re-

forma tributária para o país se tor-

nar mais eficaz e mais justo.

São matérias que se apóiam mutu-

amente e definem o rosto desta edi-

ção: o de que as biografias, as ações

e os eventos interajam em favor de

possibilidades concretas, que possam

melhorar a vida dos brasileiros e aju-

dem a viabilizar o crescimento susten-

tável no país.Nei Duclós

CedocO Centro de Documentação (Cedoc) da Editora Empreendedor disponibiliza aos

interessados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para mais

informações, favor entrar em contato pelo telefone (48) 224-4441 ou pelo e-mail

[email protected].

Cartas para a redaçãoCorrespondências por e-mail devem ser enviadas para

[email protected]. Solicitamos aos leitores que utilizam cor-

reio eletrônico colocarem em suas mensagens se autorizam ou não a publi-

cação de seus respectivos e-mails. Também pedimos que sejam acrescenta-

dos o nome da cidade e o do estado de onde está escrevendo.

Page 7: Empreendedor 133

Novembro 2005 – Empreendedor – 7

Cartas

ÉticaNesta época em que vemos um desfilar incessante de eventos e

fatos vergonhosos, abrir uma edição dedicada à ética nos negócios éum privilégio que nos enche de esperança por um mundo melhor. Sea maior parte do dia for gasta em ações éticas, estaremos salvos,pois o universo profissional é determinante para definir uma imagempositiva da nação, não só nos negócios, mas tanto no comportamen-to quanto na política.

Tales Villaboim Antunes

Rio de Janeiro - RJ

Babbo GiovanniEscrevo para dizer que a matéria com a Babbo Giovanni, na edição

132 da Empreendedor, ficou excelente, e a repórter Sara Caprario mos-trou toda a filosofia e planos da rede de maneira muito profissional, comum texto muito bem escrito. A direção da Babbo Giovanni adorou areportagem que já está gerando frutos à rede de franquias. Parabéns!

Renata Noschesi

São Paulo

ReciclagemO desperdício sempre me impressionou. Um país tão carente e com

tanta coisa jogada fora. Por isso achei uma boa notícia a reportagemsobre tecnologias que mudam a reciclagem, onde novos processos es-tão gerando mais negócios com o material que precisa ser reutilizado. Oplaneta não suporta mais a expansão do consumo e o crescimento ex-ponencial do descarte. Ou se faz algo agora ou estaremos entrando numadecadência sem retorno.

Rodrigo Barbieri Silva

Curitiba - PR

AlimentosGostaria de lembrar aos srs. responsáveis pela produção de alimen-

tos que nós, consumidores, precisamos menos de marketing e mais dequalidade. Embalar um produto pode ser muito lucrativo, mas não ofe-recer saúde e equilíbrio no que vai para as prateleiras dos supermerca-dos é um atentado à população. Quanto mais empreendedores tiveremnoção dessa realidade, mais sairemos lucrando.

Margarida Silene Kander

Porto Alegre - RS

TendênciasTenho acompanhado a Empreendedor e vejo que ela consegue, mes-

mo sendo mensal, antecipar tendências com muito mais agilidade doque alguns jornais importantes. A equipe está de parabéns pelo excelentetrabalho, muito valioso para quem trabalha com um mercado mutante echeio de inovações, como acontece atualmente.

Amanda Cynara Petrovski

Florianópolis - SC

Page 8: Empreendedor 133

Empreendedores

8 – Empreendedor – Novembro 2005

João Adibe

Distribuição inteligenteO empresário João Adibe, da indústria farmacêutica

Cimed, reformulou o sistema de distribuição de sua em-presa e, em menos de dez anos, se firmou entre oscinco maiores vendedores de medicamentos do Brasil.Ele chega a comercializar 8 milhões de unidades pormês. A estratégia de Adibe se baseou na instalação decentros de distribuição próprios nas re-giões mais importantes do Brasil, dispen-sando intermediários nas negociações efazendo com que os produtos chegas-sem mais rápido às prateleiras das far-mácias e drogarias. A expectativa deAdibe é fechar o ano de 2005 com umcrescimento de 48%, já que também re-alizou investimentos de R$ 10 milhõespara entrar no mercado de medicamen-tos genéricos. www.cimed.ind.br

Mauricio Deciomo

Sorriso “cãogate”O protético Mauricio Deciomo, proprietário do laborató-

rio que leva o seu nome na cidade de São Paulo, se tornoufamoso no circuito nacional de odontologia veterinária graçasà fabricação de próteses dentárias para animais de estimação.Segundo Deciomo, que já atendeu centenas de cães e gatos,as próteses apresentam características únicas para cada raçae podem ser utilizadas para fins estéticos ou de reparação. Anovidade foi a sensação do último Congresso Paulista de Téc-nicos em Prótese Dentária (considerado o maior evento dosetor na América Latina) que aconteceuem outubro e que reuniu profissio-nais de todo o continente.(11) 5585-3779

Marcelo Zegna

Celular é mídiaCom passagens pela BCP e BSE, Marcelo Zen-

ga deixa a Claro, onde atuava como gerente demarketing nas áreas de produto, relacionamento e

comunicação e assume adiretoria executiva daM2Agency (Mobile Mar-keting Agency). A empre-sa, que nasce com propos-ta pioneira de utilizar oscerca de 79 milhões decelulares do Brasil comomídia, desenvolve desdeações isoladas até gran-des campanhas de mar-keting em conjunto comas agências tradicionais.A M2Agency (MobileMarketing Agency) éum dos braços da Tell-vox, empresa detentorado Ligaki, que desenvol-ve produtos e serviçosde relacionamento, en-tretenimento e interativi-dade para telefonia mó-vel e fixa. www.mdoisa.com.br

Page 9: Empreendedor 133

Novembro 2005 – Empreendedor – 9

Por Carol Herling [email protected]

Gerry Pitman e David Crane

Canadá na rota estudantilOs empresários canadenses Gerry Pitman e David

Crane, que dirigem o Nova Scotia International StudentProgram, estiveram no Brasil para selecionar estudan-tes interessados em participar de programas de HighSchool, no Canadá. O país, devido à diversidade cultu-ral, clima frio e proximidade com os Estados Unidos, éum dos que mais recebem estudantes brasileiros emintercâmbio. Felipe Jendiroba, dono da InterculturalCursos no Exterior e parceiro dos empresários cana-denses no Brasil, afirma que estudar no Canadá podesair 30% mais barato que nos EUA e que este ano opaís emitiu quase o dobro de vistos em relação a 2004.http://nsisp.ednet.ns.ca/

Daniel Mignone

Artistas na internetA integração via internet entre empresas, par-

ceiros e fornecedores é a base do relacionamentovirtual que o empresário Daniel Mignone desen-volve para atender seus clientes. Criador da D&DSoluções Web, Daniel é especialista em comér-cio colaborativo e possui vasta experiênciaem implementação de projetos de inter-face web. Entre os sites já desenvolvi-dos pela D&D, estão o portal da Apex(Agência de Promoção de Exportações),que apresenta um catálogo de produtosbrasileiros voltados para exportação, oportal Achei.com.br (especializado embuscas virtuais) e também o sistema de bus-ca de artistas do site da gravadora BMG,braço da Sony Music no Brasil. www.solucoesweb.com.br

André Renovato

Ninjitsu com fôlego jovemFormado em Fisioterapia e com especialização em

Gestão e Finanças Empresariais, o empresário cario-ca André Renovato vem se destacando como um dos

principais nomes do Ninjitsu no Brasil. Em suaatuação como presidente da Koga

Kai, a Associação Brasileira deNinjitsu, Renovato realizou nes-te ano ações de marketing paradifundir a prática entre o pú-

blico jovem, além deinvestir na forma-ção de novos ins-

trutores. O segredopara manter o interes-

se de seus alunos pela mi-lenar arte japonesa está no

tratamento individual. “O aluno,ao praticar, tem de se sentir em

casa e confiante naquilo queestá aprendendo, de forma

a se sentir cada vez me-lhor consigo mesmo e

até mesmo com seuscompanhei ros” , d izRenovato. www.kogakai.org

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ULG

ÃO

Page 10: Empreendedor 133

10 – Empreendedor – Novembro 2005

Educação: motor

da economiaEspecialista defende mobilização deempresários pela qualidade da cidadania

Entrevista Gustavo Iochpe

por Alexsandro Vanin

Investir na qualidade da educaçãopara gerar crescimento econômico éconsenso? “Não, ou pelo menos não éa prática”, diz Gustavo Iochpe, de 28anos, ganhador do Prêmio Jabuti 2005na categoria educação, psicologia epsicanálise com o livro A IgnorânciaCusta um Mundo – O Valor da Educa-ção no Desenvolvimento do País (Edi-tora Francis). Ele defende a mobiliza-ção de empresários e empreendedores,pessoas com voz ativa e os maioresprejudicados pela má-qualificação damão-de-obra, para mudar esse quadroe permitir ao Brasil aumentar sua pro-dutividade e competitividade.

O jovem, formado em Ciência Políti-ca e Administração Estratégica pela Whar-ton School e mestre em Economia Inter-nacional e Desenvolvimento Econômicopela Universidade Yale, defende a cobrançade mensalidades nas universidades pú-blicas como forma de direcionar maisrecursos para os níveis fundamental emédio. “É uma questão de justiça social,quem pode deve pagar, pois o retorno doensino universitário é incontestável”, diz.Segundo ele, a universidade pública bra-sileira também é ineficiente em sua ges-tão de recursos, e a cobrança de mensa-lidade sanaria esse problema.

Empreendedor – Qual é o valor da

educação no empreendedorismo?

Gustavo Iochpe – A educação qua-

lifica toda a experiência econômica deum país. Há informações muito claras– e comprovadas empiricamente ao lon-go dos anos, em muitos países – deque a educação gera, diretamente, umaumento de produtividade da força damão-de-obra e crescimento econômi-co, possibilitando aos países concor-rer com bens de maior valor agregado.Então, quanto mais capacitada e ins-truída for a população, teoricamentemais evoluído e desenvolvido será opaís, melhor será o ambiente econômi-co, melhor será a força de trabalho emelhores serão as condições de traba-lho do empreendedor, especialmente seele competir no mercado internacional.

Empreendedor – Que estratégia

educacional pode ser adotada para

termos uma quantia maior de em-

preendedores e com qualidade su-

perior à atual?

Iochpe – Acho que não existe ne-nhum sistema educacional que seja di-retamente voltado para a criação deempreendedores, isso vem de caracte-rísticas e preferências pessoais, a mai-or parte inata. A estratégia é mais abran-gente. A preocupação deve ser a de criarum sistema educacional que gere umaforça de trabalho mais capacitada, o quepor tabela vai facilitar e propiciar a cri-ação e o sucesso de empreendedores.A função da educação é subsidiar es-sas pessoas para que sejam melhoresempreendedores, melhores intelectuais,

melhores líderes políticos, melhores tra-balhadores de chão de fábrica. Ou seja,qualificar todo o espectro econômico.

Empreendedor – O que mais preci-

sa ser alterado na estrutura de en-

sino brasileira para colocar o país no

rumo do crescimento sustentável?

Iochpe – Acho que o principal paraa educação brasileira neste momentoé a melhora de qualidade no ensino fun-damental. Uma estatística transmitemuito bem a deficiência do ensino bra-sileiro: nós temos 32% de alunos re-petentes na primeira série do ensinofundamental, enquanto a média dospaíses desenvolvidos fica entre 2% e3%. Basicamente um terço das crian-ças que entram nas escolas brasileirasjá estão condenadas ao atraso, à repe-tição e a uma qualidade de ensino tãoruim que não consegue transmitir aessas crianças em seu primeiro ano omínimo necessário: ensiná-las a ler eescrever. Essa deve ser a preocupa-ção número um. Isso já é consensopara a maioria das pessoas que estu-dam a educação brasileira, mas infeliz-mente não é consenso – ou pelo menosnão é prática – entre nossos governan-tes, muitos indivíduos do meio empre-sarial e toda a sociedade.

Para os estudiosos da educação bra-sileira, já é uma questão consensual querealmente o grande problema, o grandexis da questão, é a melhoria da qualida-de, especialmente dos primeiros anos,do ensino fundamental, e o que a genteespera é que, à medida que essa quali-dade for melhorada, seja bastante dimi-nuída a repetência e a defasagem de ida-

Page 11: Empreendedor 133

Novembro 2005 – Empreendedor – 11

de em relação à série cursada. Hojetemos muitos alunos de 14 e 15 anosna terceira, quarta ou quinta série.

Isso transformaria a educaçãoem um processo mais agradável paraesses alunos e mais rentável para oEstado. Ao manter os alunos na es-cola durante mais tempo, à medidaque a qualidade vai aumentando, ob-tém-se uma diminuição da taxa derepetência e de evasão. Quando setem mais alunos no nível fundamen-tal, a tendência é haver um aumentodo número de alunos no ensino mé-dio e, com isso, aumenta a deman-da universitária, que é a ponta doprocesso educacional.

Com a melhora de qualidade emtodos os níveis, espera-se um aumen-to de matrículas no ensino universi-tário, que é hoje o grande diferencialde competitividade dos países em ní-vel internacional. É justamente dessamassificação do ensino universitário queo Brasil ainda está muito distante e é esseo objetivo que ele precisa perseguir comserenidade para se tornar competitivo.

Empreendedor – O aumento do

número de estudantes universitá-

rios é esperado e anunciado desde

o governo FHC como conseqüên-

cia do aumento de alunos nas fa-

ses anteriores, o que não está ocor-

rendo. Por quê?

Iochpe – Porque tanto o governoquanto a sociedade brasileira não sepreocupam com a qualidade, especial-mente do ensino na escola pública. Agente tem uma situação no Brasil que émuito complicada, porque as pessoasque estão na escola pública são de po-der aquisitivo mais baixo, cujos pais nãotiveram acesso à educação, ou tiveramacesso a dois, três, quatro anos de edu-cação. Essas pessoas não têm condi-ções para avaliar se a educação que elasestão recebendo, que os filhos delas es-tão recebendo, é boa ou ruim. São pes-soas muito humildes e que, na maioriadas vezes, ficam mais do que conten-tes de que seus filhos estejam receben-

Um sistemaeducacional devegerar uma forçade trabalho maiscapacitada, o que

por tabela vaifacilitar a criação

e o sucesso deempreendedores

começo. Depois que você coloca ofilho na escola, precisa dar uma edu-cação de qualidade.

As pessoas que sabem que a es-cola pública está ruim colocam seusfilhos na escola privada porque sãode poder aquisitivo mais alto. Elasnão estão preocupadas com a edu-cação pública, são relativamente ego-ístas, pois se preocupam apenascom a educação de seus filhos, dasua classe. As pessoas de classemais baixa, além da dificuldade emidentificar uma educação de má-qua-lidade, não têm voz política para re-clamar. Então o governo e a socie-dade continuam num processo queprivilegia os índices quantitativos,como construção de escolas, au-mento de recursos, aumento de sa-lário de professor, concessão de me-renda, uniforme, isso, aquilo e aqui-

lo outro, sem partirem para essa dis-cussão sobre qualidade. Enquanto issonão acontecer a qualidade não vai me-lhorar. E enquanto a qualidade não me-lhorar a quantidade de estudantes nosníveis superiores também não vai me-lhorar, porque, se a educação é ruim, acriança sai da escola.

Empreendedor – Além da qualida-

de, quais as outras providências

para uma possível reforma do sis-

tema educacional brasileiro?

Iochpe – Nós temos carênciasmuito básicas em um grande númerode escolas brasileiras, escola sem en-canamento, sem energia elétrica, sembanheiro, sem biblioteca, sem compu-tador. Há um grande problema de utili-zação do livro didático, hoje nós temosum programa nacional do livro didáti-co muito bem feito, que avalia e classi-fica todos os livros didáticos do Brasildizendo se ele é recomendado com res-salva, se é recomendado ou se é reco-mendado com distinção. Só que issonão chega até a ponta, até as escolas, amaioria delas escolhem livros de quali-dade muito baixa, não utilizam esse re-curso do governo.

DIVULGAÇÃO

do uma oportunidade que elas não re-ceberam. Para elas é uma etapa venci-da, esse problema foi solucionado.

Na verdade não foi. A chegada naescola não é o fim do processo, é o

Page 12: Empreendedor 133

12 – Empreendedor – Novembro 2005

Linha Direta

Gustavo Iochpe(11) 2145-7355

Um trabalhadoramericano,

segundo dadosrecentes da OIT,produz a mesmacoisa que quatro

trabalhadoresbrasileiros

Empreendedor – Na sua obra, o se-

nhor comenta que a falta de edu-

cação tem um custo. Quais são es-

ses prejuízos, principalmente na

área econômica?

Iochpe – O prejuízo é a criação deuma população semiletrada, com um ní-vel de instrução muito baixo. Segundouma pesquisa recente, feita pelo Insti-tuto Paulo Montenegro, apenas 25% dapopulação brasileira têm nível de alfa-betização suficiente para ler uma noti-nha de jornal. Três quartos de nossapopulação é mal-alfabetizada. Não dápara dizer analfabeta, porque são pes-soas que conseguem escrever o pró-prio nome, ou conseguem ler uma pla-ca de trânsito, alguma coisa assim, masque efetivamente não conseguem ler eescrever, transmitir uma idéia num pa-pel. Isso tem um custo tremendo parao desenvolvimento do país. Grande par-te da estagnação do Brasil nos últimos20 anos, basicamente desde 1982,quando se interrompeu o ciclo de cres-cimento brasileiro, deve-se a isso.

Um problema não está sendo devi-damente analisado: o Brasil passa porum momento de abertura para o exte-rior e tem uma mão-de-obra que nãoconsegue competir. Os níveis de pro-dutividade do trabalhador brasileiro,segundo dados recentes da Organiza-ção Internacional do Trabalho, mos-tram que um trabalhador americanoproduz a mesma coisa que quatro tra-balhadores brasileiros. Isso é em gran-de parte resultado dessas carênciaseducacionais. Então o custo para o paísé tremendo. Alguns estudos economé-tricos internacionais sugerem que umaumento de um ano de escolaridade dapopulação gera um crescimento econô-mico de 8% a 10% ao ano. Esse é maisou menos o custo que nós estamos per-dendo quando não conseguimos colo-car as nossas crianças na escola.

Empreendedor – O senhor defen-

de a cobrança de mensalidade dos

alunos de maior poder aquisitivo

nas faculdades públicas. O que sus-

mais no ensino de base e relativamentemenos no ensino universitário.

Em segundo lugar, há uma questãoque eu acho muito importante: a univer-sidade pública brasileira virou uma gran-de máquina de desperdício de recursos,ela gasta muitíssimo mais do que deve-ria. Nos países mais desenvolvidos ocusto por universitário equivale a 40%do PIB per capita, enquanto no Brasil éde 160% do PIB per capita, ou seja,mais de uma vez e meia. O universitáriopúblico brasileiro custa quatro vezesmais do que o universitário dos países

mais desenvolvidos, onde há universi-dades de melhor qualidade, que fazem amelhor pesquisa e gastam montanhas dedinheiro com os equipamentos maisavançados. Isso é fruto do desperdício,da ineficiência na gestão dos gastos. Éesse desperdício que suga recursos daeducação brasileira, que deviam estarindo para a educação básica, a educa-ção fundamental e média, e acabam indopara a educação universitária.

Empreendedor – O senhor comen-

tou que os problemas educacionais

brasileiros decorrem também da fal-

ta de interesse da sociedade brasi-

leira, especialmente dos formadores

de opinião. Como a sociedade pode

ajudar o governo nessa cruzada?

Iochpe – A educação é absolutamentefundamental para o desenvolvimento doBrasil. Acho importante uma revistacomo a Empreendedor, que chega aosempreendedores e empresários, porquena minha visão os empresários devemser a grande força para a recuperaçãodo papel da educação no Brasil. Todoempresário nota a baixa qualidade da suamão-de-obra, ele é o maior prejudica-do, principalmente aquele que competeno mercado internacional. E eles têmvoz para exigir essa mudança.

É fundamental que o empresariadobrasileiro se conscientize dessas defi-ciências da educação brasileira, que olhecom mais atenção o quadro da educa-ção pública, que enxergue o quão de-fasado o Brasil está em relação a ou-tros países do mundo. Essa talvez sejauma das poucas causas do Brasil emque pode haver um conserto suprapar-tidário, não-governamental, a criação deum projeto de educação de longo pra-zo para o país e que não seja modifica-do a cada troca de governo. A mobili-zação de empresários e empreendedo-res é realmente fundamental.

tenta essa sua opção?

Iochpe – Em primeiro lugar, é umaquestão de justiça social e bom senso.Eu não entendo qual é a justificativa paraque o Estado pague a educação de umaluno de família rica, que pode pagar peloseu próprio estudo. É um tremendo be-nefício financeiro, pois o valor do ensinouniversitário no Brasil é altíssimo. Umestudo do Banco Mundial aponta parauma diferença salarial de 814% entre umapessoa que tem um diploma universitárioe aquela que não tem educação nenhu-ma. O retorno privado da educação uni-versitária é altíssimo, está na casa dos20%. Na maioria dos países se investe

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Não Durma no Ponto

14 – Empreendedor – Novembro 2005

O caminho da roçaSe você tem um pé lá no sertão,

sabe que o caminho da roça é aqueleque torna mais fácil o trajeto de umlugar a outro. Até mesmo os habi-tantes das cidades que nunca forampara o interior têm sua própria ver-são dele – as ruas que todo mundoescolhe para ir e vir, por isso mes-mo sempre congestionadas. Trilharo caminho da roça traz a garantia dealcançar o destino desejado no tem-po certo. Não traz novidades, é cer-to, nem permite grandes descober-tas. Apenas está lá, disponível paratodos, e a maioria prefere segui-loao invés de qualquer outro.

O mercado também é assim: re-pleto de “caminhos da roça”. São osvários trajetos percorridos todos osdias pelas mesmas empresas, do mes-mo jeito, e que produzem sempre osmesmos resultados. Diante de umamata imensa, com muitos espaços vir-gens, intocados, o caminho da roçaparece ser o percurso óbvio. E quan-do alguém se arrisca a embrenhar-sepelo desconhecido em torno em bus-ca de alternativas, logo os demais tra-tam de lembrar à pessoa incauta aexistência do caminho da roça. Afi-nal, ele lá está para simplificar a vidae descomplicar os movimentos, evi-tar os perigos, pasteurizar as criatu-ras. É seguro e confortável. Mas nãocombina nem um pouco com o fami-gerado discurso em prol da criativi-dade e da inovação.

Verdadeiramente, o caminho daroça facilita a vida, mas, se não nosaventurarmos por outros trajetos,passa a ser a única possibilidade.O caminho da roça é um facilita-dor e, ao mesmo tempo, um limi-tador de idéias e iniciativas. Todavez que tentamos um trajeto novo,os registros mentais insistem emnos levar de volta para o caminhoda roça.

Enganar a menteO que fazer diante disso? Continu-

ar trilhando o confortável caminho daroça traz visibilidade (afinal, dá paraseguir com os olhos fechados, tão pre-visíveis são todos os passos) e a ilusãoda segurança, mas impede a constru-ção de uma nova história e a criação deum negócio único. Então, é necessá-rio, vital mesmo!, ousar em busca de

opções. Mas, para isso, é preciso “en-ganar” os nossos registros mentais.Existem algumas técnicas que funcio-nam como estímulos para enxergaroutros e diferentes caminhos. Permi-tem criar um novo contexto e uma novaperspectiva e sair, nem que seja porbreves períodos, do tradicional cami-nho da roça. Nessas escapadas pode-mos ter idéias que nos levarão a fazernovas conexões com outros caminhos.

Reformular o problemaUm dos exercícios para essa difí-

cil virada é descrever o problema deuma maneira diferente e preparar amente para abordá-lo de um modoinovador. Exemplo: um edifício de es-critórios sofria com um elevador cro-nicamente lento e a administração cha-mou os especialistas para avaliar a es-trutura. Eles chegaram à conclusãode que trocar o elevador por um novomodelo, mais rápido, exigiria a demo-lição e reconstrução de uma grandeparte da estrutura construída, umaopção financeiramente inviável.

Reformularam, então, a perspec-tiva do problema: os inquilinos estãoaborrecidos porque têm de esperarmuito tempo na entrada. Essa sutilmudança alterou o foco, levando auma alternativa que se mostrou es-pecialmente adequada e com um cus-to baixíssimo. A solução foi contra-tar marceneiros para instalar um gran-de espelho no saguão do elevador. Emvez de se concentrar no visor e naexpectativa de pronta chegada do ele-vador, as pessoas passaram a ocuparo tempo disponível na tarefa de ob-servar sua própria imagem. Passarama fazer – sem nenhum estresse – li-geiras correções, como ajeitar o ca-belo e um detalhe ou outro da roupa,melhorando sua aparência. Resulta-do: o volume de queixas baixou con-sideravelmente. E tudo graças à re-definição do problema: em vez de “oelevador é muito lento”, passou a ser“as pessoas estão chateadas”. Trata-va-se, portanto, de procurar o quefazer para acabar com a situação des-confortável ou reduzi-la.

Outras idéias: deixar a escadariaatraente e dar início a uma campanhade vida saudável para estimular os in-quilinos a subir pela escada, colocarpoltronas e bancos pelo saguão paraque as pessoas esperem com mais pa-ciência e alternar os horários de en-trada e saída dos escritórios para ali-

Toda vez quetentamos um

trajeto novo, osregistros mentaisinsistem em nos

levar de voltapara o mesmo

caminho

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viar o engarrafamento.Quando o foco no produto e nos

seus atributos é substituído pelo focono cliente e suas necessidades, a ima-ginação corre solta. Experimente!

Fazer analogiasTrata-se de buscar um mundo cor-

relato e aproveitar as experiências deoutras pessoas ou outros ramos de ati-vidade. Voltar-se para outras áreas,buscando nelas inspirações e respos-tas, é um jeito legítimo de romper blo-queios e alcançar o pensamento diver-gente. Foi assim que inventaram o de-sodorante roll-on: alguém olhou para acaneta esferográfica e fez a conexão.

Tudo o que precisa ser feito éperguntar: “onde, no mundo, o meudesafio (ou algo parecido) já foi en-frentado?”. Se você quer resolverum problema de velocidade, talvezo McDonald’s e a Fórmula 1 sejaminspiradores.

Mudar o ânguloO objetivo é desafiar as regras, a

forma tradicional de pensar. Existeuma pergunta que provoca o statusquo e remete ao pensamento diver-gente: “e se...?”.

Exemplos: e se não fizermos nada?E se fizéssemos isso pela metade docusto? E se os consumidores com-prassem duas vezes mais? E se mu-dássemos o processo? E se exage-rássemos?

Usar o “e se...” é uma forma dedesafiar as regras e suposições quefixam os caminhos da roça. Mudaro ângulo permite enxergar caminhosvirtuais estimulados por provocaçõesdo tipo: o que poderia ser substituí-do? O que poderia ser combinado?O que poderia ser ampliado ou redu-zido? O que mais o seu produto ouserviço poderia ser? O que poderiaser eliminado?

por Roberto Adami TranjanEducador da Cempre – Conhecimento & Educação Empresarial

(11) 3873-1953 – www.cempre.net – [email protected]

Buscar conexões inusitadasO que tem a ver uma fábrica de

carros com um frigorífico de abatede boi? A princípio, nada. Mas HenryFord, observando o processo de abatede bois, criou, no sentido contrário,o sistema de produção em série e demontagem de veículos.

O que tem a ver carrapichos comfechos de vestuários? A princípio,

nada. Mas George de Mestral, obser-vando as centenas de ganchinhos doscarrapichos, inspirou-se para criar osfechos de velcro.

Óculos emprestadosOs estímulos em si não criam as

idéias, mas ajudam a instigar a imagi-nação. Melhor ainda quando o exercí-cio é feito em equipe. Se você combi-nar as suas idéias com as dos outros,terá idéias que nunca teve antes.

A troca é necessária! Todos nóstemos os nossos pontos cegos, aqui-

É comum colocara idéia no banco

dos réus: oobjetivo dos

jurados édescobrir onde

está o furo, ondefalta lógica

lo que não conseguimos enxergar. Ésalutar pedir os “óculos” dos outrosemprestados. Há, nesse movimento,um sentido de compartilhamento ecriação conjunta que pode ser, alémde efetivo, muito gratificante. Todosnós temos um conjunto de inteligên-cias que se somam às inteligências deoutras pessoas. Se você não tem todoo conhecimento e a experiência quenecessita, junte-se a alguém que te-nha. A maior de todas as inteligênciasé pedir e aceitar ajuda.

Dois cavalos puxando juntos amesma carroça podem mover mais doque o peso que cada um é capaz demover individualmente. Esse fenôme-no recebe o nome de sinergia. É issoque acontece quando as pessoas pen-sam juntas.

Para praticar a sinergia, no entan-to, há que acreditar na cooperação:valorizar as pessoas, as suas idéias(rejeitar uma idéia é rejeitar a pessoaque a teve) e o trabalho em equipe.E, sobretudo, acreditar que todospodem contribuir para a evolução donegócio, não apenas os empreende-dores e o pessoal de primeiro esca-lão. Para tanto, o respeito ao ser hu-mano é o ponto de partida. E, tam-bém, a confiança.

Por fim, é necessário dar tempoàs idéias. É comum colocar a idéiano banco dos réus: o objetivo dos ju-rados é descobrir onde está o furo,onde falta lógica. Suspenda o julga-mento! As idéias precisam ganharforça e tamanho. Precisam ser culti-vadas. Somente assim seremos ca-pazes de nos desviar do caminho daroça e criar situações favoráveis anovas descobertas, novos caminhos,novas histórias e novos resultados.

Imaginar pode ser a chave, mila-grosa, para o êxito. Além de tornar avida muito, mas muito mais interes-sante e divertida!

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Gestão

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O conhecimento é um ativo para sergerenciado com equilíbrio, desentocandoinformações e desarmando atitudes

por Wendel Martins

O efeitodo sabercoletivo

Gestão

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Processar a informação para se to-mar uma decisão torna a empresa maiságil e as equipes colaborativas. Umacompanhia pode ter essa atitude semorganização, até de maneira inconsci-ente, mas somente o uso de modernasferramentas permite estruturar o co-nhecimento, administrando as informa-ções que viabilizam os negócios e ela-borando um cardápio de competênciaspara construir um foco estratégico eorientar as ações da empresa. A meta énão apenas ser um fornecedor de pro-dutos ou serviços, mas também decompetências. Para atingir esse pata-mar, é preciso compartilhar e difundiro conhecimento ao público interno.Peter Drucker, o guru máximo da Ad-ministração, acredita que o conheci-mento se transformou num bem valio-so, mais até do que o sistema de pro-dução contemporâneo. Mas para oempreendedor fica a dúvida: como ge-rir esse ativo?

“A gestão do conhecimento é con-seguir desenvolver a atitude de não sa-ber. O mundo se apaixonou pela inte-ligência artificial e agora descobriu ainteligência coletiva”, explica RobertoFrancisco de Souza, diretor Geral doGrupo Plansis, consultoria que pesqui-sa projetos ligados à teoria informa-ção corporativa há 18 anos. “Na épo-ca havia uma grande busca para pro-cessar de informação, mas não se fa-lava em gestão do conhecimento.Era o tempo da máquina de escre-ver...”, diz ele que vê uma séria dis-torção na transposição da teoriapara a prática. Um dos erros maisrecorrentes é focar excessivamen-te na tecnologia, perdendo a dimen-são do humano e por extensão, nãodesenvolver uma mudança culturalna organização. Existem também asempresas que investem demais emrecursos humanos e não conse-guem manipular os volumes de in-formação sem auxílio informatiza-do. “É preciso ter um equilíbrio en-tre os dois vetores. Não gosto demorar nos extremos, é caminho

certo para o fracasso”.O primeiro passo para o empreen-

dedor aplicar a gestão do conhecimen-to é dedicar uma atenção aos valores eàs crenças empresariais. Essa gestãodo invisível pode ser feita por meio depequenas mudanças e grandes desafi-os. Francisco de Souza relata que, namaior parte das empresas, 60% docu-mentação é lixo. “Se você sugerir tirartodas gavetas e armários para um em-presário ele vai dizer que é impossível.Em nossa consultoria ninguém temgaveta ou armário, só não é digitaliza-do o que essencialmente tem que ficarem papel. Isso demonstra que o pro-blema não é o papel, e sim a gaveta”.Sem essa reestruturação fica quase im-possível transformar informação, ou atémesmo experiência e vivências em co-nhecimento.

Foi por isso que João Fender – co-ordenador de planejamento estratégicoda Cteep, concessionária do setor elé-trico – promoveu palestras em duas uni-dades da empresa: manutenção e ope-ração, onde reuniu todos os líderes daempresa, especialmente na área geren-cial. São eles que apontam os especia-listas que tem um conhecimento vital,por vezes único dentro da empresa.Também apontam soluções para cer-tos tipos de conteúdos que a compa-nhia tem que buscar no mercado. “Oconhecimento está nas pessoas e isso

hoje é levado a sério pelo aspecto em-presarial: trata-se de um diferencial es-tratégico para qualquer corporação”.

O ponto de partida foi um estudoque já havia mapeado todos os pro-cessos da distribuidora de energia. Osegundo passo foi ir a campo: Fen-der rodou o estado de São Paulo, umaverdadeira caça atrás de novos Agos-tinhos, um colaborador que virouexemplo dentro da empresa: era o úni-co que sabia fazer a manutenção daslinhas subterrâneas. “Nas palestras,sempre pergunto se não tem umAgostinho na unidade e a respostanormalmente é afirmativa. Imaginoque existam uns dez exemplos seme-lhantes em toda a corporação, o queé um número bom: se não existissenenhum seria um dado preocupante.Se fossem muitos também”.

Mas a consciência do valor do co-nhecimento só é possível quando aempresa percebe que tem valor para asua estratégia, não é um modismo. Porisso, é necessário que a direção não sóchancele, mas patrocine a implemen-tação desse tipo de estratégia. Na Poli-teno, empresa do setor químico, foicriado um banco de idéias, para suges-tões tanto do menu da cozinha quantode novos produtos e aplicações para osinsumos produzidos pela empresa. Aopção por um portal corporativo veiosubstituir a intranet, adicionando van-

tagens que permitem a aquisi-ção e compartilhamento dasinformações para gerar co-nhecimento. “Incentivamos odiálogo, nos debruçamos so-bre um tema e buscamos me-lhores formas de operação”,diz Marcello Cavalcanti, enge-nheiro de desenvolvimento deprodutos. Após esse brains-torm, um comitê analisa a vi-abilidade técnica e econômicadas sugestões.

Cavalcanti também sugereque um olhar atento identificauma série de iniciativas já im-plantadas, que na sua essência

Fender: caça aocolaborador queestoca informações

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Cavalcanti: incentivoao diálogo no portalcorporativo

FOTOS DIVULGAÇÃO

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Gestão

20 – Empreendedor – Novembro 2005

Visão do futuroÉ preciso eliminar barreiras para que o conhecimento seimponha em corporações que só sobrevivem com inovação

Estar aberto a novas idéias é vistocomo um risco para empresas que nãoaceitam a inovação, preferem a cópiaao reinvento. No seu ambiente de tra-balho, qual é a reação a uma idéia nova?Não são poucas as empresas que asrecebem com franzidos de testa e ca-ras amarradas. Os gerentes usam al-gumas máximas: “isso nunca vai fun-cionar”, “já tentamos isto uma vez” ou“não está previsto no orçamento”.Como também é bem comum encon-trar chefes com vocação para assassi-nos de idéias. Mas ganha destaque umatécnica de gestão que permite reciclarda lata do lixo as idéias inovadoras,chama-se de investigação apreciativa,e reúne aspectos de gestão, estratégiae motivação dos funcionários.

A premissa lembra um jogo de xa-drez: nem sempre atacar de frente o pro-blema seja a melhor opção. Ou seja, ela-borar uma lista dos problemas e a partirdaí, procurar as causas não promove umgerenciamento de mudanças para alcan-çar um estado mais eficaz e capaz, em

termos econômicos, sociais, ecológicose humanos. “Temos que ressaltar e valo-rizar o que existe de melhor nas pessoas enas organizações, ressaltando no passadoos momentos de sucesso ou de vitória.Criar uma imagem de futuro que faça osfuncionários sonharem melhor”, diz IlmaBarros, coordenadora de desenvolvimen-to organizacional do sistema Federaçãodas Indústrias do Estado do Paraná (FIEP)e uma das maiores especialistas da meto-dologia no país. “O foco não é ter umproblema, porque este é uma oportunida-de. Só temos que descobrir como melho-rar, criar uma visão de futuro”, diz BrunaPachelli Marconato, coordenadora de re-cursos humanos da Nutrimental, empre-sa do setor alimentício pioneira mundial-mente ao adotar essa metodologia.

A FIEP criou um programa de certi-ficação em Investigação Apreciativa, quepermite uma fundamentação teórica eapresentação de cases, atividades em gru-po. A formação de mão-de-obra especi-alizada é um dos principais desafios paraa massificação do conceito no país. Ain-da são poucos os que podem fazer inter-venções de mudança organizacional, pla-nejamento estratégico, desenvolvimentode liderança, trabalho em equipe, mudan-ça de cultura organizacional. Até porqueo conteúdo da metodologia pode ser apli-cado em qualquer tipo de empreendimen-to. Mesmo assim, o Brasil é um dos pa-íses mais avançados na utilização da me-todologia, como demonstra a história daNutrimental. “O criador da teoria, DavidCooperrider afirma que somos a empre-sa mais avançada no processo”, diz Pa-chelli Marconato.

A empresa atravessava momentos di-fíceis em 1997, quando enfrentou umatransição: uma empresa focada em me-renda escolar se viu forçada a vender parao atacado e varejo. “Tínhamos muitos in-vestimentos a fazer tanto na área finan-

são práticas de gestão do conheci-mento, mas sem essa nomenclatu-ra. No caso da Politeno, empresaque implementou o programa decontrole de qualidade desde 1998 etambém adotou a metodologia SeisSigma, foi necessário apenas agre-gar melhorias – como o portal e umprocesso de aculturação – ao queestava dando certo. “Não é neces-sário reinventar a roda todos os dias.Já é até possível se mensurar quan-to uma empresa perde quanto nãorepensa seus processos de gestão”.

A empresa instituiu um procedi-mento de remuneração variável, mi-lhas que são trocadas por almoços,entre outras vantagens, como ferra-menta de motivação para os funcio-nários aderirem à metodologia. “Éuma forma de sensibilizar aquelesque não gostam de dividir o conhe-cimento acreditando que vão per-der poder”, diz Cavalcanti. Ocorreo oposto, investir em conhecimen-to é o que rende os melhores juros,já dizia Benjamin Franklin. Umasoma de competências que impul-siona a criação habilidades e conhe-cimentos em tempos de concorrên-cia acirrada, “um fator crítico queleva ao sucesso, que contagia todaa empresa”, diz Fender.

Politeno: empresa ganha quando repensa seus processos de gestão

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ceira, como em tecnologia. Como nãotínhamos dinheiro, resolvemos incenti-var as pessoas”, diz Pachelli Marcona-to. A reestruturação do RH começou comum programa de integração para novoscolaboradores, que foi o cerne da re-formulação dos processos de contrata-ção, seleção, integração e dispensa defuncionários. “Sempre se dizia, não podesentar na grama, usar brinco, mas o fun-cionário mal chegou na empresa, sequerproduziu. Era uma força cerceadora derecepção. Ao invés de sentenciar paraque não saia de uniforme preferimos ori-entar a trocá-lo antes de ir para a casapor motivos de higiene”.

Estimular a liberdade de expressãopara o publico interno é um dos ali-cerces dessa teoria. A Nutrimental pro-moveu um evento para explicar a to-dos os funcionários o que era Investi-gação Apreciativa. Foi feito um sor-teio para os colaboradores não senta-rem perto de quem conhece. Cada fun-cionário entrevistava o seu própriocolega com um protocolo de entrevis-tas especificamente criado para a em-presa. Depois, foram feitas reuniõesem grupos de até oito colaboradoresque apresentaram sugestões e propos-tas de melhoria. “Perguntamos aosfuncionários o que a Nutrimental nãotem e deveria ter, o resultado é ummonte de idéias. A Investigação Apre-ciativa nos deu uma grande agilidadede decisão, somos muito rápidos paraelaborar um novo plano para a empre-sa”, diz Pachelli Marconato.

As mudanças não se resumiram alimitou a criar uma nova cultura naempresa – menos competitiva e maiscolaborativa – o espaço físico tambémfoi alterado por sugestões dos funcio-nários é todo aberto, sem salas fecha-das. “Pena que são poucas as empre-sas que se preocupam se o publico in-terno está feliz no trabalho todos osdias”, diz Ilma Barros. A pesquisadoraconcluiu que quanto mais reconheci-mento, responsabilidade e desafios aempresa repassa aos funcionários, maisincluídos os colaboradores vão se sen-tir no processo e certamente terão ummelhor desempenho individual. “Émanter uma porta aberta para novasidéias, ou mesmo identificar mais com-petências compatíveis com as mudan-ças que a empresa precisa. Incentivara criatividade e ensinar a tomar deci-sões pensando no melhor resultado”.Mas Barros ressalta que o método pre-cisa da adesão dos líderes, tanto a di-reção da empresa, como dos informais,que são também formadores de opinião.

A Nutrimental, que é dirigida pelopresidente da FIEP, Rodrigo da RochaLoures, também convida todos os pú-blicos envolvidos para um evento anualonde é definido a estratégia e feito o pla-nejamento do futuro da empresa. Cercade mil pessoas – funcionários de todosos escalões, clientes, ex-colaboradores,até o corpo de bombeiros de São Josédos Pinhais se reúnem e durante o en-contro, todos opinam sobre o assuntoem pauta. As sugestões são discutidas

Linha Direta

Bruna Pachelli Marconato(41) 3299-1123

Ilma Barros(41) 3352-2211

João Fender(11) 3138-7036

Marcello Cavalcanti(71) 3632-4280

Roberto Franscisco de Souza(31) 286-3190

e, se possível, colocadas em prática.“Temos que compartilhar a nossa es-tratégia com o publico externo, comu-nidades onde está localizada, fornece-dores, parceiros porque eles também sãoafetados pelas nossas decisões”, dizPachelli Marconato.

Os números respaldam essa reali-dade. O faturamento da Nutrimentalaumentou em 400% desde que a meto-dologia foi implementada. Isso signifi-ca dizer que a Investigação Apreciativaé uma forma de tornar a organizaçãomelhor com base no que ela já tem debom. “Nos esforçamos para descobriros momentos de sucesso de cada um.A melhor maneira de fazer isso são asproposições provocativas, aqueles quequestionam o status quo dentro da em-presa”, diz ela, que acredita que a vi-são apreciativa é um caminho para atroca de informações e o compartilha-mento dos sonhos e objetivos comuns.Um estímulo para continuar os proje-tos de um futuro melhor.

Rodrigo da Rocha Loures, IlmaBarros e David Cooperrider:investigação apreciativaaplicada pela primeira vez nomundo na Nutrimental (acima)

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Gestão

22 – Empreendedor – Novembro 2005

Vertedouro na represaItaipu dá preferência a aposentadoria para quem repassar o conhecimento

Alinhar a gestão do conhecimentocom a estratégia da empresa foi o me-nor dos desafios da Itaipu nacional.Para uma empresa criada na décadade 70, era racional enfrentar um pro-cesso de aposentadoria em massa dosseus quadros mais especializados:essa é a situação de cerca de 320 téc-nicos que levariam com eles um co-nhecimento fundamental para o fun-cionamento da empresa, informaçõesque estão mais associadas com asmemórias e experiência do que commanuais e livros.

A estatal brasileira e paraguaia co-locou então em prática um plano deemergência em 2003 para aprisionaresse conhecimento e iniciou um pro-cesso de transição através de umacordo entre os funcionários: eles sósairiam da casa depois de ensinar oque faziam na empresa. A rede inter-na foi escolhida como a melhor for-ma de armazenar as informações e foicriado um gigantesco banco de da-dos, que já conta com cerca de 40mil plantas, 1,5 milhão de desenhostécnicos, gravações de áudio e vídeo,

manuais e os currículos dos funcio-nários. O próximo passo é “turbinar”o sistema de buscas para tornar oacesso a esses documentos mais fá-cil e intuitivo.

A empresa contou com o auxílioda PUC-PR e da Universidad Nacio-nal del Este (UNE) para definir qualmodelo de gestão do conhecimentoera o mais efetivo e levaria a um mai-or aproveitamento do que havia demelhor na empresa. O primeiro pas-so foi ouvir a organização através deentrevistas feitas por meio de umquestionário on-line com gerentes ediretores, em que foram realizados di-agnósticos empresariais e pesquisasde campo para identificar fontes deinformação e monitorar tecnologias,mercados e meios de produtividadepara o setor público. “Nossas diretri-zes em relação ao conhecimento sãoa criação, sistematização, dissemina-ção e geração de competências. Acre-ditamos que são etapas de um ciclo”,diz Miguel Augusto Sória, diretor deplanejamento empresarial. “Tentamosincorporar a gestão do conhecimen-

to no coração das pessoas.”Além da mudança na cultura da

corporação, outro ponto essencial éo aperfeiçoamento dos colaboradorespor meio de um programa de educa-ção continuada. “Temos que valori-zar a prata da casa”, diz Silvio Mela-med, assessor de planejamento em-presarial, acreditando que propiciar eestimular a busca contínua de novosconhecimentos cria valor para a Itai-pu e o interesse público. Mesmo as-sim ele acredita que o público internoainda não se disciplinou para usar ocomputador e as informações que aempresa disponibiliza no dia-a-dia.Um dado que estimula: o portal cor-porativo do conhecimento já está en-tre os mais acessados na companhia.É um sinal de que velhos hábitos po-dem ser abandonados.

Sória: usina incorporaa gestão no coraçãodas pessoas

Linha Direta

Miguel Sória(41) 3321-4437

Silvio Melamed(41) 321-4456

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Novembro 2005 – Empreendedor – 23

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Gestão

24 – Empreendedor – Novembro 2005

por Adriana Chaves

A luta por mercado, clientes e estabi-lidade pressiona os gestores a favor deuma visão não-imediatista, tentação a quecostumam sucumbir alguns empresári-os. Nesta batalha travada todos os diasnas mesas de negociações, nos balcõesde serviços e nas operações, alguns fato-res têm ganho cada vez mais importân-cia, com destaque para a diferenciaçãocom qualidade, a redução de custos e osurgimento de uma nova consciência: ade que a empresa não é uma ilha e preci-sa se relacionar com o ambiente e a co-munidade de forma responsável.

Esses fatores conquistam espaços nomeio empresarial brasileiro não apenasnas grandes empresas, mas também naspequenas e médias, que têm procuradoconsolidar sua marca e se estabilizar nomercado. Para alcançar tantos objetivose se destacar diante dos concorrentes,uma das medidas que vem sendo adota-da por empresários é a implantação deum sistema de gestão ambiental.

O SGA é basicamente uma intera-ção de elementos que levam à explora-ção sustentável do meio ambiente. Aoracionalizar o uso dos recursos natu-rais, a empresa vê sua logística otimi-zada e alguns dos seus gastos com in-

sumos reduzidos, ainda que isso nãoseja seu objetivo maior. É comum tam-bém que a implantação de um sistemaambiental promova a chegada de no-vos clientes – aquele seletivo grupo degrandes empresas que paga bem paratrabalhar apenas com terceirizadas queassumam responsabilidades ambientais.

A interferência do SGA na produ-ção e na redução de gastos é conseqü-ência de uma mudança na visão, napolítica e no comportamento da orga-nização e de seus empregados em rela-ção ao meio ambiente. Vai jogar dinhei-ro fora quem decidir implantar um sis-tema de gestão ambiental apenas paraaliviar o próprio bolso. Para ter suces-so, o SGA exige que o modo de pensarda empresa evolua além do fator eco-nômico e alcance o social.

O consultor para implantação de sis-tema ambiental Saulo De Lara Rezen-de, do Centro de Tecnologia de Edifi-cações (CET), em São Paulo, alerta queo SGA é diferente das normas de qua-

Ambiente sem ilusõesPara dar certo, um Sistema de Gestão Ambiental(SGA) precisa de forte treinamento dos envolvidose prudência quanto à expectativa de resultados

Ouro Verde: sem a participaçãodo motorista, a empresa não

conseguiria fiscalizar a emissãode fumaça preta nos caminhões

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lidade – que modificam rotinas da em-presa –, pois exige uma conscientiza-ção dos indivíduos. “O resultado vemdas pessoas”, afirma.

Conseguir mudar a visão e a políti-ca da empresa e de seus empregadosquanto à importância da preservaçãoambiental, além de um objetivo, doSGA, é também um de seus maioresdesafios. Isso porque mudar a visão ea política não é apenas formatar um belotexto para ser apresentado ao públicointeressado. Antes de qualquer coisasignifica mudar cabeças, pessoas, cul-tura e atitudes. Tome-se, por exemplo,a coleta seletiva, que teoricamente po-deria ser a mais fácil e mais simples detodas as medidas aplicáveis em umaempresa que tenta implantar um siste-ma ambiental. Fácil sim, mais na teoriado que na prática.

É ingenuidade imaginar ser possívelmudar com rapidez e sem maiores es-forços o hábito de uma pessoa que pas-sou a vida inteira jogando lixo em um úni-co recipiente e de repente se vê diante deoutros vasilhames destinados a recebertipos definidos de resíduos. O problemavai muito além de simplesmente explicaras razões do novo procedimento, tem aver com insistência, com a pessoa sehabituar de tal maneira com a nova atitu-de e assimilá-la que a realize naturalmen-te e sem constrangimento. E não adiantaser simplista e baixar uma ordem. A em-presa não terá como fiscalizar se a deter-minação está sendo cumprida e quem nãoa está cumprindo. É preciso treinamentopara o SGA dar certo.

A Ouro Verde Transporte e Loca-ção, em Curitiba (PR), por exemplo,vê a capacitação de seus colaborado-res como o ponto de maior dificuldadeenfrentado pela transportadora quando,em 1999, ela optou por implantar umsistema de gestão ambiental. “Treinare trabalhar as pessoas representam 80%de todo o processo”, diz o coordena-dor de gestão da qualidade e ambienteda empresa, Wilson Tkatch. Segundoele, a questão está em enfrentar as re-sistências a mudanças e quebrar para-digmas dos empregados. Um exemplo

disso foi quanto ao cumprimento dalegislação que trata da emissão de fu-maça preta pelos caminhões da trans-portadora. Foi preciso fazer mais doque simplesmente determinar que aemissão não ultrapassasse este ou aque-le percentual. A Ouro Verde precisouensinar a lei e treinar todos os funcio-nários envolvidos no processo, semexceções. A empresa teria muito maisdificuldade de saber, sem a participa-ção do motorista, se a emissão de fu-maça preta está excessiva ou não.

Da mesma forma a Buturi Trans-portes Rodoviários, de Ponta Grossa(PR), precisou investir a maior partede seu tempo na qualificação de pesso-al para implantar um sistema de gestãoambiental. Segundo Jaqueline RodriguesPiecykolan, coordenadora de qualida-de e meio ambiente da empresa, foipreciso muito trabalho de conscienti-zação com reuniões freqüentes para quecada medida pudesse ser exaustivamen-te ensinada. “Tínhamos que mostrarsempre como o plástico recolhido noscoletores poderia ser reciclado, comomenos papel usado significava menosárvores cortadas”, diz.

Como consultor, Rezende apresen-ta outro problema a ser enfrentado queconsidera de máxima dificuldade: a pre-venção de resultados. Segundo Rezen-de, o empresário tem uma expectativaque nem sempre é correspondida nofinal: “Ele acredita que vai chegar a umresultado, mas isso não pode ser pre-viamente comprovado, pois depende dograu de conscientização da empresa ede seus empregados.”

VantagensA Ouro Verde é um típico exemplo

de empresa que só viu vantagens emimplantar um sistema de gestão ambi-ental. Criada em 1973, a transportado-ra tinha seu escopo voltado apenas paralocação de veículo, mas em 1992 deci-diu dar uma guinada e ampliou seusserviços para o mercado de cargas in-dustriais. Essa decisão foi seguida deuma seqüência de qualificações de pes-soal e de implantação de sistemas de

Quatro passosfundamentais

Saulo De Lara Rezende divide aimplantação de um sistema degestão ambiental em quatro etapas

1º Passo Saber reconhecer os impactosque a empresa provoca no meioambiente e nos diversos públicos.

É imprescindível para o sucesso daimplantação. A empresa terá queconhecer de que forma seusprocessos atingem os elementosnaturais (água, ar, solo, energia), osclientes, a vizinhanças e a sociedadeem geral. Quanto mais ela esmiuçaesses impactos, mais saberá oquanto afeta o meio ambiente, portabela terá uma maior ação emelhores resultados.

2º PassoFazer um levantamento dasexpectativas das partesinteressadas (vizinhos, ONGs,órgãos de controle ambiental,clientes, etc.).

Neste passo a empresa precisará demuita pesquisa e comunicação. Amelhor maneira de buscar essasexpectativas é na legislação e emdocumentos que possam mostrar oque querem esses públicos. Vale,inclusive, pesquisas de organizaçõesambientais e atas de reuniões deassociações de moradores.

3º PassoDefinir e sistematizar situaçõesde emergência.

Toda atividade tem rotinas esituações que fogem ao controle.Para resolver isso, prepara-se umplano de emergência que estabeleceas regras e o roteiro do que tem queser feito e uma simulação comexercícios de situações deemergência.

4º PassoDesenvolver procedimentossistêmicos e capacitação defuncionários.

São os treinamentos e as medidasdo SGA em prática.

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Gestão

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Quanto se gasta para implantar umsistema de gestão ambiental? Depen-de de alguns fatores, como o mercadoem que a empresa atua, o tempo quevai destinar para a implantação dosistema e o grau de tecnologia queela possui. Se uma empresa temequipamentos muito antigos queconsomem muita energia e manu-tenção, ela vai precisar trocá-los.Dependendo do setor em que elaestá, esses novos equipamentospodem ser muito caros. E se ela de-cidir dar pouca prioridade para aimplantação do sistema e o proces-so demorar muito os valores au-mentarão.

Se uma empresa de médio porteimplantar o sistema em seis meses,poderá gastar R$ 30 mil com con-sultoria, R$ 10 mil com o certifica-do ISO 14001 – caso decida tê-lo,pois não é uma obrigação – e R$ 40mil em treinamento.

A consultoria é importante, mas nãoimprescindível. Não contratá-la oucontratar uma “mais em conta” é umrisco que o empresário tem que deci-

dir se vai correr, pois pode ser que quei-ra fazer gastos com a troca de um equi-pamento por outro e no final não obser-ve resultados. Isso seria um erro de auto-

avaliação da empresa. É preciso muitamaturidade para que a própria direçãoveja onde pode ser melhorado. SauloRezende já se deparou com empresári-os que afirmavam com orgulho que suaempresa não produz resíduos. Isso é

impossível. Toda empresa produz lixo,sem exceção. O que é a água usada naprodução de uma vidraria? E os pa-péis que lotam as lixeiras? E o copo

plástico do cafezinho? Uma saídaseria a empresa investir no treina-mento de um ou dois empregadospara que eles auxiliem na introdu-ção do sistema.

Existem empresas que implan-tam o sistema e, só depois de mui-tos anos, buscam o certificado ISO14001. Isso depende das própriasvantagens que o mercado oferece.A certificação é um atestado. Se aempresa não é conhecida, ter a ISOfaz a diferença. Se quer exportar,precisa ter um documento que sejaaceito internacionalmente comoprova de que não está destruindoo ambiente.

O SGA se apresenta como um estí-mulo para uma nova visão que a empre-sa precisa ter do mundo que a cerca.Mais ainda, resulta em uma nova visãoque o mundo passa a ter sobre a empre-sa. É uma troca de melhores impres-sões na qual todos saem ganhando.

Os custos dos processos

qualidade e ambiental.Entre as vantagens relacionadas à

implantação da gestão ambiental está,segundo Tkatch, o aumento do poder denegociação que a empresa conquistoujunto com os clientes, novos e antigos.

É inevitável que haja gastos novos.Um destino final para os resíduos po-derá implicar em algum investimento amais. No entanto, o SGA não apresen-ta em nenhuma de suas diretrizes invia-bilidade econômica. Ou seja, todas asmedidas que o sistema promove emnenhum momento deve acarretar umpeso para as finanças da empresa. Seuma medida é boa para o meio ambien-te, mas não é boa para a economia daorganização, ela não será implantada.Isso é um fator crucial para a sobrevi-vência da própria empresa. Portanto,se há mais gastos para dar um destinofinal aos resíduos, há mais economia

em outros setores, como no uso deenergia e de água, por exemplo.

A Buturi passou a ter gastos men-sais para dar destino correto aos seusresíduos, mas viu sua conta telefônicareduzir significativamente, devido aoutras medidas tomadas.

Linha Direta

Buturi(42) 400-99014

Ouroverde(41) 323-97057

Saulo De Lara [email protected]

Destino final aos resíduos gera economia no uso da água e da energia

Soluções ambientais corretasdependem da diretoria

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Gestão

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Decisões para viagemA gestão itinerante liga envolvimento com desempenhoe impede que haja engessamento na estratégia

por Fábio Mayer

A proximidade com funcionários,clientes e fornecedores tem impactodireto no resultado da empresa, poisajuda a detectar e atender in loco asnecessidades de cada um deles. OManagement by Walking Around(MBWA), também conhecido comoGestão Itinerante, é uma das ferra-mentas que permite estreitar relaçõese fazer uma sintonia fina entre envol-vimento e desempenho das diferen-tes etapas da produção. Nesse mode-lo o empreendedor mantém contatodireto com consumidores e faz visi-tas freqüentes a departamentos eunidades fabris para alinhar objetivose auxiliar na resolução de possíveis pro-blemas. “O empreendedor não podeficar trancado em uma sala, porque vaiperder contato com a realidade e tersérias dificuldades”, diz DirkSchwenkow, professor dos cursos deEmpreendedorismo e Estratégia do Ib-mec-SP. “Ele tem que estar perto dosacontecimentos para não ficar para trásem um mundo que está se modi-ficando cada vez mais rápido.”

A técnica permite orientar asestratégias de forma que elas se-jam compatíveis com a políticacorporativa da empresa. ParaEric Kim, vice-presidente e di-retor do grupo de vendas e ma-rketing da Intel Corporation, oobjetivo das ações nessa área éalcançar uma posição global, mascom particularidades locais e as-pectos únicos. “Para atingir isso,temos estabelecido uma forteequipe, focada na essência glo-bal da marca, e também umaforte equipe local focada nas ati-vidades locais. Viajamos bastan-

te, visitando tanto as equipes globaiscomo as locais para garantir que es-tamos bem sincronizados”, diz.

Por meio da gestão itinerante, oempreendedor pode agilizar as deci-sões empresariais e melhorar a efici-ência delas. O MBWA permite acom-panhar de perto as etapas do proces-so de fabricação de um produto oude atendimento de um serviço e me-dir indicadores-chave de performan-ce, como qualidade e motivação. Con-forme o professor do Ibmec, umexemplo é o de uma empresa corea-na que tinha problemas em uma uni-dade localizada na Polônia. Para resol-ver entraves produtivos, o presidentemundial da organização mudou seuescritório para esse país, resolvendoa situação. Schwenkow também citao caso de uma companhia americanana qual o CEO não tinha um escritóriofixo, ele fazia um rodízio em cada de-partamento da companhia para sabero que estava acontecendo e assim de-finir melhor as estratégias.

O MBWA é estar perto de clien-

tes, fornecedores e de todos os par-ceiros e interessados na empresa, emgeral chamados de stakeholders .Muitas vezes as grandes oportunida-des de negócio são fechadas ao níveldos altos cargos executivos, porexemplo, de presidente para presiden-te. Nos anos 80, quando a Volkswa-gen do Brasil vendeu 170 mil Passatspara o Iraque, quem comandou a ne-gociação foi Wolfgang Sauer, presi-dente da empresa na época. Antes deassinar o contrato, com validade decinco anos, no valor de US$ 1,7 bi-lhão, o executivo manteve contatocom os compradores para discutirexaustivamente todas as cláusulas datransação. A iniciativa de Sauer, ao as-sumir a frente das negociações, podeser uma ação cotidiana comum a mui-tos empreendedores brasileiros. Masa maioria deles delega essa função aoutros executivos com a certeza deque estão habituados, aptos e commais tempo para realizar esse tipo detarefa. “O trabalho de um presidenteou do executivo é descobrir na em-presa os fatores-chave de sucesso epara isso é preciso estar junto comos consultores e clientes, descobrir edesenvolver oportunidades de negó-cios”, diz Schwenkow.

No Brasil, esse modelo de gestãoé normalmente adotado por executi-vos como forma de liderança, capa-

citação e orientação da equipe.Como o empreendedor vai es-tar presente, conseguirá infor-mações mais precisas sobre otrabalho da equipe e estaráacessível, dando oportunidadepara que os funcionários pos-sam expor suas opiniões e idéi-as. As instruções passadas des-sa maneira, em comparaçãocom as que são feitas na for-ma escrita, ajudam a diminuira resistência à assimilação decomo as tarefas devem ser exe-cutadas e melhorar o desem-penho e envolvimento pessoalde cada membro da equipe. “Épreciso dar oportunidade às

Eric Kim: “ Viajamosbastante, paragarantir que estamosbem sincronizados”

Dirk Schwenkow:“O empreendedornão pode ficartrancado numa sala”

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pessoas de expor as idéias. Elas sesentem muito mais motivadas e issofacilita a implementação da estraté-gia. Escutar mais e falar menos.”

Essa é uma boa hora para comuni-car a estratégia da empresa, tirar asdúvidas, caso existam, e verificar setodos a compreenderam corretamen-te e estão alinhados com ela. O pro-fessor do Ibmec explica que é comum,ao se fazer um levantamento, desco-brir que 80% a 90% da equipe não sa-bem qual é a estratégia. Uma das fun-ções do executivo é falar para todos,incluindo a diretoria, que direção a em-presa vai tomar. “O empreendedor pre-cisa estar mais tempo perto das pesso-as. A parte técnica antigamente era re-ferencial, hoje é pré-requisito e o dife-rencial do seu trabalho é a liderança,que na verdade é criar condições paraoutras pessoas terem sucesso.”

Isso é válido tanto para uma gran-de companhia quanto para uma pe-quena, na qual o empreendedor tam-bém tem fornecedores, atividades ter-ceirizadas que precisam trabalhar namesma direção. Nas micro e peque-nas empresas, os empreendedoresusam a gestão itinerante de maneira

intuitiva, até sem se dar conta do con-ceito. Eles próprios têm que fazer umacompra, precisam estar atrás do bal-cão atendendo e, ao mesmo tempo,gerenciando e pensando nas estraté-gias do negócio. “Os pequenos fazempor falta de estrutura e daí advém umadas grandes dificuldades das empre-sas quando elas começam a ser tor-nar maiores: o dono já não conseguemais fazer isso, a empresa está cres-cendo e ele já não consegue manter omesmo nível de atenção ao cliente”,explica Schwenkow.

O ideal é o contato pessoal, mas àmedida que a empresa cresce isso setorna mais difícil, mas não impossí-vel. Existem casos de executivos degrandes corporações, mesmo commuitos funcionários, que fazem umacarta a cada trimestre para cada umdeles falando do que é importante paraa companhia, parabenizando pelosbons resultados ou até alertando asdificuldades que vem por diante.

Essa ferramenta de gestão tambémtem algumas variações. Um exemploé a iniciativa denominada de ReuniãoItinerante, adotada pelo Centro dasIndústrias de Feira de Santana

(CIFS), instituição que tem comoprincípio representar a classe indus-trial da região para fortalecer e apoi-ar todos os setores produtivos. Cria-da pela diretoria anterior da entidadee mantida pela atual, a técnica é usa-da para difundir o conhecimento emelhorar as relações entre os diver-sos parceiros, transferindo os encon-tros mensais da sede para empresasde associados e até de interessados.“Na pauta inclui-se um tempo para queo anfitrião fale um pouco da sua em-presa e de assuntos relevantes sobreo negócio. O envolvimento e a trocade informações obtidas durante as reu-niões têm fortalecido os laços de ami-zade e companheirismo dos associa-dos e fomentando ações como o as-sociativismo participativo”, diz Luiz daCosta Neto, presidente do CIFS.

Linha Direta

Dirk Thomaz Schwenkow(11) 4504-2300

Eric [email protected]

Luiz da Costa Neto(75) 3625-0578

Luiz da Costa Neto,presidente do CIFS :envolvimentofomentaassociativismoparticipativo

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Mercado de Capitais

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Bovespa Mais é a alternativa de capitalização para pequenas e médias empresas

por Wendel Martins

O empresário brasileiro que desejacapitalizar sua empresa tem poucas op-ções e grandes riscos, como buscarsócios através da venda de parte dacompanhia, iniciar um processo de fu-são ou mesmo arriscar um emprésti-mo no país com as taxas de juros maisaltas do mundo. Nenhuma delas estáno topo da lista de preferências de qual-quer empreendedor. A Bolsa de Valoresde São Paulo tenta quebrar esse para-digma e marcar o início de uma novafase para o mercado de capitais com oBovespa Mais, uma espécie de pregãovoltado para pequenas e médias empre-sas. As estrelas desse novo segmentocriado pela Bovespa têm em média umfaturamento de até R$ 300 milhões, pro-jeção de expansão até 20 vezes maiorque o PIB nacional e pretensões no mer-cado internacional. Necessitam tambémde grande investimento em pesquisa edesenvolvimento, além de serem com-

panhias com estratégia de acesso gra-dual no mercado de capitais para con-correr em mercados tão competitivoscomo o de alta tecnologia.

Mas a bolsa exige uma série de re-quisitos, como a adoção das melhorespráticas de governança corporativa.Wang Horn, gerente de desenvolvimen-to de empresas da Bovespa, afirma quenão basta criar um ambiente recepti-vo para as empresas, que o utilizarãocomo ferramenta para financiar seucrescimento, mas oferecer uma con-trapartida para os investidores em for-ma de transparência e segurança. “Asnovatas no Bovespa Mais terão obri-gações similares às que já negociamno mercado de capitais”, diz Horn. Ascompanhias interessadas poderão emi-tir apenas ações com direito a voto, oque em alguns casos leva a uma mu-dança de estatuto, e terão de contratarum executivo para o relacionamentocom os investidores. Todos os acio-nistas vão contar com a proteção do

tag along, ou seja, podem vender asações nas mesmas condições obtidasna compra. Outra exigência é a ade-são à câmara de arbitragem do mer-cado para a solução de conflitos socie-tários. E principalmente dispor de umconselho de administração independen-te com mandato de dois anos e forne-cer informações contábeis, como flu-xo de caixa trimestral.

Horn destaca que uma das maioresmudanças é cultural. Muitas empresas,especialmente as familiares, são bas-tante sensíveis à questão da partilha dedecisões com outros sócios. É difícilse acostumar a dividir uma história desucesso com outros protagonistas.Nestor Perini, sócio-diretor da Lupa-tech, empresa de Caxias do Sul espe-cializada em peças industriais de altacomplexidade, diz que a empresa “játem uma experiência com investidorese quer ampliar esse leque de sócios einvestidores para possibilitar um cres-cimento mais acelerado do que o que

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tem como companhia fechada”. A com-panhia, que há cerca de 20 anos man-tém uma auditoria externa independen-te, registrou um crescimento de 48%nos três primeiros meses do ano e es-pera fechar 2005 com um faturamentode R$ 203,5 milhões. Outro programaarrojado que a empresa promove é aparticipação nos resultados, que tempor objetivo proporcionar aos colabo-radores da Lupatech a retribuição pe-los resultados adicionais, gerados pelalucratividade e as melhorias internas.

A Teikon também é outra candidataao Bovespa Mais que já convive cominvestidores desde a sua criação e, porisso, preza por uma política de transpa-rência com os acionistas. Adil Albrecht,sócio-diretor da empresa especializadana industrialização de componentes esoluções eletrônicas, destaca a existên-cia de um conselho de administração quenão faz parte da gerência, a adoção dospadrões brasileiro e americano de con-tabilidade, além da auditoria internacio-nal há mais de cinco anos. A empresapretende duplicar a sua capacidade deprodução em Porto Alegre com a inau-guração de uma nova planta fabril esteano – gastou cerca de R$ 500 mil nainfra-estrutura e planeja produzir cercade 30 mil componentes por mês. Osestudos para ingressar no Bovespa Maissão levados a sério, pois é uma forma

de reduzir o custo de captação de di-nheiro, que, para médias empresas,como a Teikon, é muito alto no Brasil,onde, ao contrário dos Estados Unidos,o mercado de crédito ainda não se tor-nou uma alternativa viável. As possibi-lidades que o Bovespa Mais descortinapodem mudar essa realidade a longoprazo, tornando o mercado de capitaisa principal fonte de captação de recur-sos para empreendedores.

A entrada na bolsa não vai compro-meter a estratégia da Teikon, mas cer-tamente alguns ajustes finos serão fei-tos nos próximos anos. Aproveitandoum cenário de globalização, a compa-nhia pretende se inserir no comérciomundial e lutar pelo seu espaço. “Já ofe-recemos uma plataforma mundial deprodução para seus clientes através deuma rede mundial de empresas de ma-nufatura localizadas na China, Itália, Ín-dia, Suécia, Estados Unidos e Brasil”,diz Adil Albrecht. A companhia não ex-porta a sua produção, mas pretendemanter uma visão global de competiti-vidade e se posicionar entre as 100 mai-ores empresas do mundo em seu setoraté 2006. Os planos incluem a criaçãode duas filiais, uma nos Estados Unidose outra na Ásia. No ano passado, o fa-turamento da Teikon foi de R$ 33 mi-lhões; este ano, deve fechar em 70 mi-lhões, um crescimento de 66%.

PesquisaMuitas vezes, a maior dificuldade

de uma empresa não é crescer, e simaproveitar as oportunidades. A Waytecfez uma aposta arriscada, abandonoucompletamente o mercado de monito-res de tubo para fabricar a mais com-pleta linha de monitores de cristal lí-quido (LCD) no Brasil. A guinada deucerto e a companhia registrou um cres-cimento de 182% no primeiro trimes-tre em comparação ao mesmo períodode 2004. Mesmo assim, para financiaressa revolução, a companhia se inte-ressou em abrir o capital para compe-tir com as grandes corporações asiáti-cas e americanas, sinônimos de baixopreço e alta tecnologia embarcada. Aestratégia da empresa é se tornar umplayer mundial no setor de touch scre-en, uma tecnologia que permite ao usu-ário interagir com o computador atra-vés do toque dos dedos.

Para atingir essa meta, a Wayteccriou a Touch Easy, empresa situadano Vale do Silício, coração tecnológicodos Estados Unidos, que recebeu umainjeção de capital avaliada em US$ 3milhões de um grupo de investidoresnorte-americanos. “Inventamos umatecnologia que não existe, temos o me-lhor monitor touch screen do mundo.Mas para que isso se transforme emvendas, precisamos nos preparar para

Lupatech: colaboradores participam dos resultados dos investimentos, segundo Nestor Perini

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Mercado de Capitais

32 – Empreendedor – Novembro 2005

ter volume”, diz Moisés Aleixo Nunes,sócio-diretor da empresa, afirmandoque as exportações devem responderpor 20% do faturamento da companhiaem 2005. Há um ano a empresa inves-tiu R$ 4,5 milhões em uma nova fábri-ca projetada para produzir 1.200 telassensíveis ao toque e aumentar a capa-cidade produtiva de monitores LCDpara 400 unidades por dia. A expectati-va da fabricante é faturar US$ 35 mi-lhões neste ano só com monitores sen-síveis ao toque e as exportações de-vem gerar 20% da receita total do ano.“Temos muitos diferenciais, podemoscustomizar totalmente nossos produ-tos para atender uma demanda especí-fica. Fabricamos monitores mais com-pactos e temos uma garantia maior.Mas, para tanto, temos queinvestir muito em design ena criação de uma rede deassistência técnica”, diz Alei-xo Nunes, assegurando quea empresa reserva cerca de5% do faturamento parapesquisa e desenvolvimen-to. “Nós temos a mentalida-de de uma grande compa-nhia apesar de sermos umaempresa média.”

A empresa investiu nabusca de selos de qualida-de, como o ISO 9000 e oISO 14000. “Precisamoscriar um nome, uma marca

tiba”, diz Marcel Malczweski, diretor-presidente. “Isso porque a tecnologia éum nicho dinâmico, atualizado com fre-qüência vertiginosa. Quem não investeperde o bonde.”

Além dos grandes gastos em P$D,o Bovespa Mais também é uma opor-tunidade de sustentar a sua taxa de cres-cimento, que neste ano deve ficar pró-xima dos 30%. A Bematech faturou cer-ca de R$ 103 milhões em 2004. “Alémdo mais, os juros no Brasil, mesmo osdo BNDES, são mais altos do que naArgentina”, diz Malczweski. Ele estu-da a abertura de capital até o final doano e não vê grandes conflitos com asexigências de boa gestão corporativa.“Estamos sempre nos criticando e aplau-dindo. Nosso estatuto já prevê a abertu-ra de capital.” Mas a idéia de Malczweskiera ingressar no Novo Mercado, seg-mento top da Bovespa – o que implica-ria em ter um faturamento de aproxi-madamente R$ 300 milhões. Com a cri-ação do Bovespa Mais, ele tem a opor-tunidade de crescer, mas em bases sóli-das. “Quando o BNDES entrou comosócio na empresa, tínhamos a obriga-ção de abrir o capital para que o bancopudesse realizar ganhos”, explica.

As bases sólidas estão na redefini-ção da estratégia. No mercado interno,os olhos estão abertos para a oferta desoluções completas para equipar os pon-tos-de-venda e serviços, uma vez quea empresa desistiu de fabricar equipa-

reconhecida, que é um plus aqui e láfora. O grande fator limitante é ter ca-pital para girar e manter uma empresaforte, sólida e com bons produtos.” Porisso, a empresa quer entrar no mercadode capitais por meio de um parceiro fi-nanceiro, mas esses planos são para omédio prazo. “Para botar o pé no mer-cado internacional tem que investir. Bus-camos nosso espaço sem depender dereforma tributária. Seja com parceiro pri-vado ou com capital aberto, vamos es-perar uma posição mais sólida, esperarmaturar mais a empresa”, afirma.

CrescimentoOutra companhia que também quer

ganhar espaço no mercado internacio-nal é a Bematech, maior fornecedora

nacional de soluções deautomação comercial,que pretende atrelar umquinto do faturamento aomercado externo até2010. Para isso, dedicacerca de 8% da receitaem pesquisa e desenvol-vimento, tendo até desen-volvido a produção decomponentes de compu-tador em conjunto comfornecedores estrangei-ros. “Integramos umaequipe de pesquisa emTaipe, capital de Taiwan,com outra aqui em Curi-

Teikon: R$ 500 mil na infra-estrutura e previsão de 30 mil componentes/mês, de acordo com Adil Albrecht

Aleixo: “O melhormonitor touch

screen do mundo”

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mentos para terceiros colocarem umamarca em cima. Ela também aumen-tou os seus esforços de exportação, emque a grande oportunidade são as im-pressoras de quiosques para consultapública. A Bematech está montando ca-nais de distribuição em países da Amé-rica Latina, como Argentina, Venezue-la, Chile e México.

Já a Koblitz, empresa que há trintaanos planeja, integra e executa projetos

de geração e co-geração de energia em-pregando fontes alternativas e renová-veis, deve abrir o seu capital no Boves-pa Mais em cerca de um ano. A compa-nhia, que faturou cerca de R$ 51 mi-lhões em 2004 e projeta um crescimen-to de 65% para este ano, quer entrarcom força no setor de geração de ener-gia. Para que isso seja possível, passapor um processo de reestruturação ad-ministrativa, que inclui uma diretoria commais responsabilidades e deveres. Tam-bém incorporou uma auditoria interna-cional desde 1999. “Desejamos manteruma conduta ética e proporcionar se-gurança para quem negocia com a em-presa”, diz Emilio Carvalho, diretor-ad-ministrativo e financeiro.

A reforma também atingiu o espa-ço físico, que ficou maior para com-portar as pretensões audaciosas da Ko-blitz: um aumento de participação demercado de cerca de 30% nos próxi-mos cinco anos. A empresa vai inves-tir cerca de R$ 2,5 milhões para am-pliar em 40% sua capacidade instala-da para a produção de painéis elétri-cos e adotar novas técnicas de produ-ção, mais eficientes, que possibilitemum fluxo contínuo em linha, diminu-indo o trajeto de movimentação daspeças. Um dos benefícios dessas mu-danças é a redução de custos comhoras extras, que, somado à aquisiçãode novas máquinas, hardwares e soft-wares, vai permitir um aumento da

produtividade estimado em 40%.“O Protocolo de Kyoto prevê uma

redução de 5% no nível de poluentespelos países desenvolvidos. Ou seja, ouso de energia renovável vai ser ala-vancado. E através da abertura do ca-pital da empresa no mercado de açõesnós ganhamos um impulso para dispu-tar o negócio que virá da biomassa. AEuropa é um mercado atrativo porquesomos competitivos em termos técni-cos e ecológicos”, explica Manoel Vi-eira, diretor-superintendente da empre-sa, que vê o Bovespa Mais como umtrampolim que possibilita um novo pa-tamar de atuação para pequenas e mé-dias empresas no Brasil. Um esforçoque se reflete em eficiência, um caldei-rão de idéias que impulsiona a econo-mia. Uma ousadia que promete.

Linha Direta

Adil Albrecht(51) 3026-1800

Emilio Carvalho e Manoel Vieira(81) 2122-2300

Marcel Malczweski0800-644-2362

Moisés Aleixo Nunes(73) 2101-9000

Nestor Perini(11) 3845-7372

Wang Horn(11) 3233-2000

Koblitz: abertura do capital impulsiona os negócios que virão da biomassa, afirma Manoel Vieira

Marcel Malczweski: “Quemnão investe perde o bonde”

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Agronegócio

34 – Empreendedor – Novembro 2005

por Alexsandro Vanin

Os brasileiros estão entre os maio-res consumidores de azeite de oliva doplaneta. No entanto, nada é produzidono país, tudo é importado – o Brasil é osétimo maior importador, conformedados de 2001 da Empresa de Pesqui-sa Agropecuária de Minas Gerais (Epa-mig). De acordo a Secretaria de Co-mércio Exterior (Secex) do Ministériodo Desenvolvimento, Indústria e Co-mércio Exterior, em 2004 foram im-portados 50 mil toneladas de azeite e35 mil toneladas de azeitonas, no valortotal de US$ 120 milhões. No mesmoperíodo foram registrados US$ 100 milem exportações dos dois itens, o quena verdade significa apenas o repassede empresas que importam de paísesvizinhos e revendem no exterior. É porisso que, nas prateleiras dos supermer-cados, são encontradas somente mar-cas estrangeiras ou que utilizam maté-ria-prima importada, em composições

Mercado interno atraentee vendas crescentes noexterior estimulam aprodução de azeitede oliva no Brasil

que chegam a ter apenas 15% de pure-za (85% de óleo de soja). Estima-seque, ao todo, esse mercado movimen-te cerca de US$ 600 milhões.

Nos Estados do Sul do Brasil, queapresentam microclimas favoráveis aocultivo da oliveira, começam a surgiras primeiras plantações experimentais.A Empresa de Pesquisa Agropecuária eExtensão Rural de Santa Catarina (Epa-gri) iniciou em setembro o plantio demudas em oito cidades do Estado: La-ges e São Joaquim, no Planalto Serra-no; Campos Novos, Caçador e Canoi-nhas, no meio-oeste; Chapecó, no oes-te; Urussanga, no sul; e Ituporanga, noAlto Vale do Itajaí. “Queremos avaliara viabilidade econômica dessa ativida-de e descobrir que variedades se adap-tam melhor à região, quais são melho-res para conserva e quais para azeite equais são os melhores pontos para cul-tivo”, diz Dorli Da Croce, engenheiroflorestal responsável pelo projeto daEpagri. Segundo ele, as respostas se-

rão conhecidas daqui a cinco anos.Característica de clima temperado

quente, a oliveira se desenvolve em re-giões com temperatura média anualentre 17ºC e 22ºC, mas necessita debaixas temperaturas no período queantecede a floração para que se obte-nham resultados satisfatórios na pro-dução. Temperatura de inverno commédia entre 8ºC e 10ºC, altitude quevaria entre 200 e 1,3 mil metros e regi-me de chuvas superior a 800 mm sãosuficientes para produções econômi-cas. O pH do solo, que deve ser supe-rior a 5,5, também interfere na quali-dade da produção, principalmente doazeite. “Temos condições de solo e cli-ma favoráveis à olivicultura. Nossaexpectativa é que esse cultivo seja maisuma opção para a agricultura familiarcatarinense”, diz Athos de Almeida Lo-pes, presidente da Epagri.

A participação de agricultores e em-preendedores interessados em implan-tar indústrias para beneficiamento das

Brasil de oliveira

Oliveira� Planta rústica

� Resistente a pragas e doenças

� Necessita adubação

� Desenvolvimento inicial lento

� Chega a 8 m

� Produz, em média, de 80 kg a 100 kgde azeitonas por árvore

� Típica de clima frio

� Temperatura ideal: entre 8ºC e 10ºC

� Altitude ideal: entre 200 m e 1.300 m

� Chuvas: superior a 800 mm

� pH do solo: superior a 5,5

� Principais pragas e doenças:tuberculose da oliveira, antracnoseda oliveira, fumagina, cochonilhas,mosca da oliveira e diversasespécies de formigas

Fonte: Epamig

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Novembro 2005 – Empreendedor – 35

azeitonas vai ocorrer apenas na segun-da etapa do projeto, quando as varieda-des produtoras já estiverem definidas.Nessa primeira fase, em que estão sen-do investidos R$ 100 mil em recursosdo governo catarinense, estão em testemudas da Argentina, do Chile, de MinasGerais (parte oriunda da fazenda expe-rimental da Epamig) e do Rio Grandedo Sul. Desses dois Estados foram co-lhidos, em ruas e propriedades, exem-plares plantados por imigrantes ibéricos.“Estamos formando um banco de espé-cies existentes no Brasil, muitas delasainda não-catalogadas”, diz Da Croce.

Versão tupiniquimNormalmente, mudas de oliveiras

trazidas da Europa demoram de 10 a 12anos para chegar à idade adulta e pro-duzir frutos. Ao longo de aproximada-mente 50 anos de pesquisas, a Epamigconseguiu reduzir esse tempo, fazen-do com que as árvores produzissemmais e em menor período. Segundo Nil-ton Caetano de Oliveira, as mudas ob-tidas por um processo de enxertia de-senvolvido na instituição mineira come-çam a produzir a partir do quarto anode plantio. Cada oliveira, se bem cui-dada, é capaz de produzir de 80 a 100quilos de fruto por safra. E, para seproduzir um litro de azeite, são neces-sários entre 4 e 5 quilos de azeitona.

As mudas podem ser plantadas emqualquer época do ano, mas de preferên-cia no período chuvoso – o plantio reali-

zado no período seco necessita de irriga-ção até que a muda vingue, o que au-menta os custos da produção. As folhaspermanecem por três anos nas árvores;e as flores, que surgem um ano após oplantio, são pequenas e brancas. Já a co-lheita é realizada em janeiro e fevereiro,após o completo desenvolvimento dosfrutos, que podem ser verdes, pretos oucastanhos. Uma oliveira vive centenas deanos, podendo atingir milhares de anos,e cresce até 10 metros de altura.

Na Europa, a cultura pode começara produzir comercialmente a partir doterceiro ano, embora seja a partir doquinto que se torna mais lucrativa. Nospaíses mediterrâneos, um cultivo tra-dicional permite colher 10 toneladas deazeitonas por hectare, mas é possívelchegar a mais de 12 toneladas por hec-tare usando maior densidade. Tambémpode ser feita a instalação de cerca de350 plantas por hectare e, nos espaçosvagos entre as árvores, ser criado gadoou efetuado outros cultivos.

As azeitonas podem ter dois desti-nos, de acordo com as característicasde cada variedade: o consumo à mesaou a extração do azeite de oliva. Para afabricação de azeite, a colheita deve serrealizada após a completa maturação dofruto, quando o percentual de óleo émaior. Já as azeitonas destinadas aoconsumo em conserva devem ser co-lhidas manualmente, evitando machu-caduras. Em Maria da Fé (MG), quepossui condições semelhantes ao Suldo país, duas variedades têm se desta-cado nas pesquisas da Epamig: a Gra-pollo, destinada à extração de óleo, e aAscolana, para produção de azeitonasde mesa. Essas variedades, entre as 50trabalhadas, são as que apresentammaior produtividade e melhor adapta-ção ao clima da região. Segundo Oli-veira, foram introduzidas recentemen-te cerca de 10 variedades da Espanha,que ainda estão em fase inicial de ava-liação, e a variedade arbequina está sesobressaindo quanto ao desenvolvimen-to vegetativo e início de produção.

No Rio Grande do Sul, um grupoformado pela Embrapa Clima Tempera-do, Associação Riograndense de Empre-

Tipos de azeite

Azeite extra virgem: con-siderado o mais nobre detodos, e por isso o mais caro.Tem um grau de pureza mai-or e menor acidez, pois vemda primeira prensagem daazeitona, sem sofrer influên-cia de calor, aditivo ou sol-vente. Depois do processomecânico, é apenas lavadoe filtrado.

Azeite virgem: é extraídoda segunda ou terceira pren-sagem do fruto, por isso per-de um pouco no sabor e cos-tuma ser levemente adoci-cado.

Azeite refinado: passa porum processo de neutraliza-ção, descoloração e deso-dorização, após ser extraí-do das outras prensas daazeitona.

Azeite puro: é a misturado refinado com o virgem.Ambos têm o preço maisbaixo e sabor menos con-centrado.

Fonte: Conselho Internacionalde Azeite de Oliva (Ciao)

Dorli Da Croce:respostas em cinco anos

FOTOS DIVULGAÇÃO

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Agronegócio

36 – Empreendedor – Novembro 2005

endimentos de Assistência Técnica e Ex-tensão Rural (Emater/RS), Universida-de Federal de Pelotas (UFPEL), a em-presa espanhola Agromillora S.A. e aCâmara de Comércio Portuguesa, entreoutras entidades, retomou neste anopesquisas iniciadas no começo dessadécada com variedades oriundas da Epa-mig e cultivares espanholas. Nesta eta-pa estão sendo realizados o zoneamentoe o acompanhamento dessas plantaçõesjá existentes, que no ano que vem en-tram em fase produtiva. Estão sendo ca-dastrados agricultores interessados nocultivo de oliveiras, uma atividade pro-missora para eles, que receberiam hoje,se já estivessem produzindo, R$ 25 porquilo de azeitona colhida, informa Enil-ton Fick Coutinho, pesquisador da Em-brapa. “Aumentando a produção e a ofer-ta no mercado nacional, esperamos di-minuir o preço de derivados ao consu-midor”, diz Coutinho.

A Agromillora apóia o trabalho com aimportação de uma coleção de cultivaresde oliveira recomendadas para explora-ção em regiões de clima subtropical e tem-perado. Segundo informações da empre-sa, uma plantação de 50 hectares já for-nece matéria-prima suficiente para umapequena indústria de produção de azeite.A Câmara Portuguesa auxiliará na logís-tica do projeto e intermediará intercâm-bios técnicos com instituições lusas deensino e pesquisa. As primeiras visitas téc-nicas a essas instituições e também daEspanha estão previstas para janeiro doano que vem, após visitas a plantaçõesna Argentina, no Chile e no Uruguai. Asexpectativas são boas e em breve o con-sumidor poderá ter em sua mesa azeitede oliva “made in Brazil”, o que devepopularizar o seu consumo.

As oliveiras são umas das plantascultivadas pelo homem há mais tempo,os primeiros indícios de uso de seu

Linha Direta

Dorli Da Croce(49) 3361-0600

Enilton Coutinho(53) 3275-8146

Nilton Caetano de Oliveira(35) 3662-1227

azeite remontam há 6 mil anos. No Bra-sil, a espécie, trazida por imigrantes por-tugueses e espanhóis, está presente hámais de 200 anos, mas somente nestemilênio a cultura passou a ser vistacomo uma possibilidade de negócio.Minas Gerais largou na frente, ainda nomeado do século passado, adaptando aárvore às condições brasileiras, e nosúltimos anos Rio Grande do Sul, Valedo São Francisco e Santa Catarina ini-ciaram testes de plantio com diferen-tes variedades, devido às excelentesperspectivas de negócio relacionadas aoazeite de oliva, tanto no mercado nacio-nal quanto internacional.

O consumo só tende a crescer nomundo todo – a índices que nos últi-mos anos têm beirado os 15% –, semque o preço deixe de ser atrativo para oprodutor. Cada vez mais são compro-vadas propriedades medicinais e nutri-tivas do azeite de oliva, como poderantioxidante, prevenção de arterioscle-rose, melhoria do funcionamento doestômago e do pâncreas, diminuição docolesterol, facilitação da absorção decálcio, proteção e tonificação da pele,entre outras, o que leva os consumido-res a pagarem por volta de US$ 10 porlitro de um produto de boa qualidade.Portugal, Espanha, Grécia e outros pa-íses europeus do Mediterrâneo, onde aplanta tem origem e é cultivada comer-cialmente há séculos, já estão no limitede suas capacidades produtivas e, paramanter a hegemonia no mercado, bus-cam novas terras, além-mar, como aAustrália e a América do Sul, princi-palmente Argentina e Chile, e agora oBrasil. A Argentina, procedência de70% das importações brasileiras deazeite, já possui 60 mil hectares culti-vados; o Chile, 10 mil hectares; e aAustrália, 20 mil hectares.

RANKINGBRASIL

7º maior importador de azeitona e azeite de oliva (2001)

Introdução da espécie: 1800

Regiões de plantio: Sul e Sudeste

Maior área plantada em 2001: 6 hectares (RS)

Produção em 2001: 2 mil kg

Total de importações em 2004: US$ 120 milhões (50mil toneladas de azeite e 35 mil toneladas de azeitonas)

Movimentação anual do produto no mercadobrasileiro: US$ 600 milhões (importação,beneficiamento e distribuição)

MUNDO

Área plantada: 8,3 milhões de hectares

Produção mundial em 2002: 15,8 milhões de toneladas

Maiores produtores de azeitona: Espanha (43%), Itália (18%) e Grécia (14%)

Produção mundial de azeite de oliva em 2002: 2,4 milhões de toneladas(3,7 trilhões de litros)

Maiores produtores de azeite de oliva: Espanha (39%), Itália (19%) eGrécia (17%)

Comércio internacional: Azeitona e azeite de oliva movimentam US$ 205bilhões/ano. O azeite representa 98% desse valor

Maiores exportadores de azeite de oliva: Espanha, Itália e Grécia (80% dasexportações)

Fonte: Epamig

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Novembro 2005 – Empreendedor – 37

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38 – Empreendedor – Novembro 2005

Perfil Miguel Abuhab

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Novembro 2005 – Empreendedor – 39

O visionáriodo ganha-ganhaTer sucesso na vida e nas empresas é importante, mas não étudo. O sonho do chairman da Datasul é contribuir decisivamentepara que o Brasil também atinja a auto-superação

Miguel Abuhab é um visionário.Tem a capacidade de identificar jane-las de oportunidades e também solu-ções para problemas que impedem arealização de sonhos, como a de umBrasil melhor, com economia compe-titiva em nível mundial e justiça soci-al. Na sua vida e no universo de suasempresas, a Datasul, a Neogrid, aDataMedical e a Goldratt Consulting,ele já alcançou esses objetivos. “Osucesso está ligado à perseverança, àmotivação, a muito trabalho e abdica-ção de muita coisa. E o segredo estána satisfação do cliente e na motiva-ção da equipe. Toda relação comercialtem que ser ganha-ganha”, diz o filhode pai israelense e mãe turca, nascidoem São Paulo (SP) em 1944 e radica-do em Joinville (SC) desde 1968.

Como engenheiro mecânico forma-do pelo Instituto de Tecnologia Aero-náutica (ITA), em 1968, Abuhab apren-deu a resolver problemas. Foi o que elefez desde que entrou na Cônsul, na-quele mesmo ano, principalmente aoimplantar nessa empresa um sistema deplanejamento da produção por compu-tador, em 1972, quando essa máquinacomeçou a se tornar conhecida pelasempresas do Brasil. Durante essa épo-ca Abuhab já vislumbrava um novo ni-cho, do qual toda organização, especi-almente as empresariais, dependeria nofuturo. Quando a Cônsul foi comprada

pelo grupo Whirpool, em 1978, ele lan-çou o primeiro software nacional degestão corporativa, dando origem àDatasul, hoje a maior companhia bra-sileira do ramo.

Mas foi em meados da década de80 que Abuhab tomou conhecimentode uma doutrina que mudaria a sua vida:a Teoria das Restrições (TOC, sigla paraTheory of Constrains). A TOC é umahabilidade de pensamento, uma formade raciocínio, exposta no best sellermundial A Meta, publicado em 1985 porseu idealizador, o físico israelenseEliyahu Goldratt – do qual ele viria a setornar amigo na década seguinte e só-cio há dois anos.

MetodologiaSegundo a TOC, a tendência huma-

na é dividir os problemas em óbicesmenores para então resolvê-los, o quepode resultar apenas num ótimo local,gerando outros empecilhos fora desseambiente. “É necessário visão de con-junto, uma visão holística, global, parase atingir um ótimo global”, diz Abuhab.“Todo sistema complexo tem uma sim-plicidade inerente. Não é preciso resol-ver tudo para melhorar o todo.” Umavez identificado e resolvido o proble-ma restritivo, os demais são resolvidospor decorrência.

Da TOC derivam diversos concei-tos de gestão empresarial, mais pode-

rosos do que qualquer outro. Grandeparte desses conceitos passou a serincorporada aos produtos e serviçosda Datasul, como seus sistemas deERP, que hoje contam com mais de80 mil usuários ativos no Brasil, naArgentina, nos Estados Unidos e noMéxico. Ao longo de 17 anos após olivro ser lançado, seguidores da dou-trina disseminaram a teoria e aplica-ram os conceitos em vários países, ob-tendo resultados espetaculares.

Há três anos, no entanto, o próprioEliyahu Goldratt resolveu aplicar oconceito na prática, e no ano seguintesurgia a Goldratt Consulting, em SãoPaulo (SP), em parceria com Abuhab.Em junho de 2004 foi iniciado um pro-jeto mundial, o Visão Viável, que tementre seus objetivos a transformaçãodo faturamento atual em lucro no pra-zo de quatro anos. A aplicação é inicia-da com um seminário, em que Gol-dratt faz uma explicação aos empre-sários presentes. Daqueles que aderemao projeto, é feita uma coleta de da-dos que são depois analisados pelopróprio Goldratt. As propostas suge-ridas por ele são então apresentadasao CEO da empresa e, se aceitas, érealizada uma reunião com todos osexecutivos para que as medidas a se-rem implementadas sejam um consen-so entre todos. O projeto vem rece-bendo a adesão média de uma empre-

por Alexsandro Vanin

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40 – Empreendedor – Novembro 2005

Perfil Miguel Abuhab

sa por semana desde que foi lançado eas primeiras a aderirem já estão en-trando na fase de operacionalização.O perfil adequado é o de média em-presa, com faturamento anual acimade R$ 20 milhões.

Múltiplas aplicaçõesA TOC é válida também para a ad-

ministração pública, principalmentepara a descoberta de conflitos e o apon-tamento de soluções. “O Projeto BrasilForte foi criado com base na metodo-logia TOC e nele foram apontadas trêssoluções para o país atingir o desen-volvimento econômico com justiça so-cial”, diz Abuhab, idealizador do proje-to. A Fiesp criou um grupo exclusiva-mente para avaliar as propostas feitasem setembro de 2004, que visam amelhora e o aumento do sistema de ar-recadação, proporcionando mais for-malidade à economia e estimulando oemprego: o número da conta bancáriatorna-se o do CNPJ ou CPF; o recolhi-mento dos tributos passa a ser feito nadata de cobrança pela compulsória mo-vimentação financeira através da rede

Pela Teoria das Restrições, defen-dida por Miguel Abuhab e o ProjetoBrasil Forte, resolver o problema tri-butário ajudaria a criar soluções em ou-tras áreas. A proposta é não cobrar im-postos pela circulação de mercadoriasnem declaratórios: eles podem ser co-brados no pagamento do bem ou servi-ço através do sistema bancário e serarrecadados por meio da retenção nafonte pela transação mercantil; agênciasbancárias não devem operar como ban-cos independentes, pois são centraliza-das em uma única base de dados; e nãodevem ser cobrados impostos pelo tra-balho, pois o custo dos desemprega-dos do país é maior que os tributos so-bre o trabalho arrecadados.

Segundo Abuhab, as regras e práti-cas não acompanharam a evolução tec-nológica por causa da ortodoxia – tudoo que fazemos, mas não sabemos por quee continuamos fazendo mesmo assim.

Por uma nova tributaçãoAntes certas regras eram necessárias por-que existiam barreiras, mas hoje grandeparte delas poderia ser descartada porcausa das tecnologias que surgiram e eli-minaram essas barreiras.

Isso acabaria com os efeitos indese-jáveis da economia, com exceção à altacarga tributária. Neste caso, é preciso de-terminar um valor máximo de arrecada-ção em relação ao PIB, que uma vez atin-gido dispararia a diminuição de alíquo-tas. “O imposto hoje é pesado para quempaga, mas, quando todos pagam, é possí-vel pagar menos.” Como estratégia com-plementar, é necessário estudar uma for-ma de anistia para aquelas empresas queprecisem formalizar recursos não-decla-rados, como uma taxa pré-definida, e umaregra de transição por causa da modifi-cação no fluxo de pagamentos de tribu-tos – que passariam a ser pela cobrança–, possivelmente um escalonamento.www.projetobrasilforte.com.br

bancária, extinguindo os impostos de-claratórios; e os tributos sobre o traba-lho são eliminados e compensados peloImposto sobre Valor Agregado (IVA),que deve ter a mesma alíquota para pro-dutos e serviços.

A TOC não serve apenas para em-presas e governos, ela é eficaz na vidade qualquer pessoa. Por isso Abuhabiniciou em 2005 um projeto-piloto deeducação em Joinville, em que são re-passados os ensinamentos da TOCpara crianças do ensino fundamental.“O objetivo é ensinar as crianças apensar e resolver seus conflitos deforma global, sejam eles com seusamiguinhos ou com seus familiares.”O programa pode ser implementadopor qualquer município que tiver inte-resse, como Maringá, que deve inici-ar em breve os trabalhos. Basicamen-te, o programa é dividido em quatrotópicos básicos: como fazer que to-dos ganhem e ninguém perca; comotransformar sonhos em realidade;como é possível mudar o futuro pes-soal; e por que uma pergunta é melhordo que uma resposta.

Instalações da Datasul:empresa é reconhecida comoum dos melhores ambientesde trabalho do Brasil

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A responsabilidade social, aliás, é umaconstante na sua vida. Abuhab dedica-se a “derrubar barreiras e quebrar orto-doxias”, como ele mesmo define, emfavor da comunidade. Ser funcionáriode uma de suas empresas é ter certezade estar num dos melhores ambientesde trabalho do Brasil, conforme reco-nhecimento prestado à Datasul nos últi-mos três anos pelo Guia Exame, da Edi-tora Abril. Ele apóia projetos sociais de-dicados à educação ambiental e prepa-ração para o mercado de trabalho, comoo Instituto Harmonia na Terra, o ProjetoResgate, o Lar de Meninos João de Pau-la, o Projeto EducAção, o grupo De-pende de Nós e a Gincana Datasul So-lidária. Buscar a satisfação de seus par-ceiros, sejam eles funcionários, clien-tes ou simplesmente compatriotas, étalvez a grande marca, entre tantas,de Miguel Abuhab.

Linha Direta

Miguel Abuhab(47) 2101-7000www.miguelabuhab.com.br

Miguel Abuhab nasce em São Paulo, filho de pai israelense emãe turca.

Forma-se em engenharia mecânica pelo ITA. Consegue seuprimeiro emprego: na Swissconsult, especializada emorganização, reorganização e planejamento industrial.

Passa a atender a conta da Cônsul como gerente de projeto.Torna-se assessor da diretoria para desenvolvimentoorganizacional e implanta um sistema de planejamento daprodução por computador.

Funda a Datasul, em Joinville, e lança oprimeiro software nacional de gestãocorporativa.

Lança o primeiro sistema gerencial noBrasil em linguagem de quarta geraçãoe banco de dados relacional.

Recebe o Prêmio Destaque Empresarialda Associação Nacional dos Executivosem Finanças, Administração eContabilidade (Anefac).

A Datasul se associa aos fundos deinvestimentos South America Private Equity Growth Fund,representado pelo Baring Latin America Partners, e SouthAmerica Private Equity Growth Fund Coinvestors,representado pelo BPE Investimentos.

Adota o sistema de franquias com conceito de colaboraçãoentre empresas. Funda a Neogrid, em Joinville.

Deixa o comando da diretoria executiva e assume apresidência do Conselho de Administração. Funda a GoldrattConsulting, em São Paulo, em parceria com o físico israelenseEliyahu Goldratt, autor da Teoria das Restrições. Funda aDataMedical, em Joinville, para desenvolvimento de softwaresna área da saúde.

É escolhido oEmpreendedor do Ano,na categoria tecnologia,premiação realizada pelaErnst & Young. Termina aparceria com os fundosde investimentos com arecompra da parteacionária referente aoaporte de capital.Recebe a Medalha doConhecimento,premiação oferecidapelo MDIC, junto com a CNI e o Sebrae.

O sistema da Neogrid passa a ser recomendado pelo Dr. Goldratta seus clientes no projeto Visão Viável em todo o mundo.

Linha do tempo

15/05/1944

1968

1968-1972

1978

1988

1997

1998

1999

2003

2003-2004

2005

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42 – Empreendedor – Novembro 2005

Pequenas NotáveisEdição: Alexandre Gonçalves [email protected]

PALAVRA DE MINISTRO

Palocci vênovo Brasilcom aprovaçãoda Lei Geraldas MPEs

A garantia é do homem-forte doGoverno Lula, o ministro da Fazen-da, Antônio Palocci: a partir de ja-neiro de 2006, o Brasil viverá outromomento em matéria de tributospara as micro e pequenas empresas,numa referência à possível aprova-ção, ainda este ano, do anteprojetoda Lei Geral das Micro e PequenasEmpresas. “Neste momento, o go-verno, o Sebrae e outras instituiçõesestão discutindo a Lei Geral das Mi-cro e Pequenas Empresas. Pensoque nós vamos conseguir construirentre aquilo que o Congresso apro-vou (MP 255) e aquilo que está emestudo pelas entidades e pelo gover-no: uma solução consolidada parauma tributação melhor para todas as

microempresas do Brasil”, afirmouPalocci. O anteprojeto se encontraem fase de análise pelo CongressoNacional e Governo Federal.

A afirmação de Palocci aconte-ceu no dia 31 de outubro, durante asolenidade de abertura do FórumNacional Sistemas de Garantias deCrédito, em São Paulo, iniciativa doBanco Central, Federação Brasilei-ra de Bancos (Febraban) e Sebrae.O ministro falou para uma platéiacom cerca de 150 convidados ealém da certeza de um novo Brasilcom a aprovação da Lei Geral dasMPEs, ele também defendeu o apro-veitamento da estabilização macro-econômica como estratégia capaz deviabilizar a adoção de políticas mi-

croeconômicas ativas de estímuloao aumento da produtividade, à di-fusão de novas tecnologias, ao de-senvolvimento do mercado de cré-dito, à melhoria do ambiente de ne-gócios e aos incentivos ao empre-endedorismo no Brasil. Segundo ele,no Brasil, o mercado de crédito nãoexerce de forma adequada a sua fun-ção de finalizar os fluxos de pou-pança para o financiamento dos in-vestimentos produtivos. Assim, omercado de crédito apresenta núme-ros reduzidos nas suas operações,na proporção em torno de 25% donosso produto, o que é baixo emrelação a outros países em desen-volvimento, como o Chile, que jáatingiu 54%.

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Novembro 2005 – Empreendedor – 43

TOME NOTAEmpreendedoras – Estão aber-tas até o dia 27 de janeiro de 2006as inscrições para a segunda edi-ção do Prêmio Mulher Empreende-dora, uma iniciativa conjunta doSebrae, Secretaria Especial de Po-líticas para as Mulheres e Federa-ção das Associações de Mulheresde Negócios e Profissionais do Bra-sil (BPW). O objetivo do prêmio édivulgar ações empreendedorasgerenciadas por mulheres ou gru-pos de mulheres. No ano passado,mais de 700 projetos de todo oBrasil se inscreveram ao prêmio.Neste ano, o prêmio está divididonas categorias Proprietárias de mi-

cro e pequenas empresas e Coopera-

tivas e associações formadas por

mulheres. As vencedoras, uma decada região em cada categoria, vãoparticipar de um evento de empre-endedorismo de grande porte, alémde receber como prêmio uma via-gem nacional. Maiores informaçõesnas unidades estaduais do Sebrae.

Em sua palestra no Fórum NacionalSistemas de Garantias de Crédito, oministro Antônio Palocci avaliou que obaixo desenvolvimento do mercado decrédito brasileiro é decorrente da açãode fatores, como incertezas geradas porpolíticas macroeconômicas, problemasinstitucionais e insegurança do BID nasoperações, elevado índice de inadim-plência, principalmente na aplicação detítulos de recursos públicos que ofere-cem alta liquidez, baixo risco e elevadarentabilidade. Segundo o ministro, to-dos esses fatores são responsáveis porum maior grau de exigências das ga-rantias reais de financiamento, o queaumenta as taxas de juros, ao mesmotempo em que reduz ainda mais o aces-so ao crédito. “A dificuldade de acessoaos empréstimos bancários tradicionaisé uma característica comum aos peque-nos empreendimentos. Entre as empre-

Ministro avalia acesso à crédito

Sobre sistemas de garantias de crédito, leia no site Empreendedor a re-portagem “Garantia forte pode derrubar juros para pequenas e micro-empresas”. Digite: www.emprendedor.com.br/garantiasdecredito.php

sas recém-abertas, algumas poucasconseguem obter empréstimos ban-cários”, afirmou o ministro.

Diante desse quadro, Palocciressaltou que o Governo tem ado-tado uma série de medidas nos úl-timos anos para permitir maioracesso ao crédito, principalmenteà população de baixa renda. Mas,essas iniciativas, quando direcio-nadas para as microempresas es-barram em dificuldades por causadas garantias reais. Nesse sentido,o ministro acredita que o Sistemade Garantias de Crédito é uma al-ternativa que pode viabilizar a ex-pansão das carteiras de emprésti-mo, já que reduz as incertezas deinformações e padroniza o relaci-onamento entre intermediários fi-nanceiros e os empreendedores depequeno porte.

MP DO BEM

Avaliação é positiva, mas Lei Geral ainda é necessária

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AEO diretor-técnico do Sebrae, Luiz

Carlos Barboza (foto), considera ex-tramente positiva a aprovação da novaMP do Bem, a MP 255, especialmenteno que se refere à atualização dos va-lores do Simples, que dobra o teto dareceita bruta anual das microempre-sas de R$ 120 mil para R$ 240 mil, eo das pequenas de R$ 1,2 milhão paraR$ 2,4 milhões. Mas ele destaca que épreciso “tomar cuidado” em relação àpassagem das empresas para o lucropresumido. “Quando a empresa come-çar a crescer e chegar aos limites má-ximos do Simples, é preciso que essamudança de patamar para o lucro pre-sumido seja feita de maneira suave e

natural e não um obstáculo ao cresci-mento das empresas”.

Segundo Barboza, a MP 255 tra-tou exclusivamente do limite de fatu-ramento. Por isso, é preciso conti-nuar o esforço para a aprovação doanteprojeto da Lei Geral das Micro e

Pequenas Empresas. “O anteprojetocontempla o escalonamento das alí-quotas, além de vários outros pontosimportantes para o desenvolvimentodos pequenos negócios”.

Sobre os benefícios da MP 255,o gerente de Políticas Públicas doSebrae, Bruno Quick, diz que “a MPtraz um novo patamar para a con-ceituação de micro e pequena em-presa, dobrando o limite para efeitostributários”. Quick também cita quea desoneração das exportações, pre-vista na medida, tem reflexos meno-res sobre os pequenos negócios.“Mesmo assim, estimula o segmen-to a buscar o mercado externo”.

O espaço da micro e pequena empresa

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Novembro 2005 – Empreendedor – 45

Nº1

Caderno de

Convergência virou palavra damoda nas rodinhas de executivos deTI, na Futurecom, realizada em Flori-anópolis, de 23 a 27 de outubro: sig-nifica integração entre várias platafor-mas e tecnologias e também a dis-puta entre gigantes da área de tele-

fonia, televisão e internet pelo mes-mo mercado. A cada dia é anuncia-do um novo serviço, sempre acom-panhado da promessa de qualidadee redução de custo. Mas, enquantoprometem um futuro de sonhos, osfornecedores de tecnologia falam umidioma esquisito onde especificaçõestécnicas criam várias interrogações nacabeça dos consumidores. Certo

mesmo é que características comoformato digital, banda larga, redes IPe conexões sem fio são mais do quetendências, mas uma realidade.

Mas será que vai ser possível con-versar no celular a custo zero, comomilhões de pessoas já fazem pelo

compu tado r?Ou ter acesso àinternet de altavelocidade den-

tro de um carro, no metrô ou mesmonum piquenique no parque, atravésdas ondas de rádio? Essa é apenasuma das possibilidades da wimax,uma freqüência de rádio que permitea transmissão de dados em alta velo-cidade. Apesar de não ter entrado ematividade comercial no mundo intei-ro, ela vem para ficar. Se as redes decelulares atuais vão ser abandonadas

ou se o wimax vai complementá-lasé a grande dúvida. A má notícia é queninguém ainda sabe a resposta. Aboa, é que o Brasil está entre os pio-neiros na adoção da tecnologia.

A TVA, companhia de tv a cabo,vai investir cerca de US$ 10 milhõesna tecnologia wimax para conectarquatro cidades, São Paulo, Rio deJaneiro, Curitiba e Porto Alegre. “Comcerca de 14 células é possível fazer acobertura total de uma cidade comoSão Paulo”, diz Amilton de Lucca,diretor de novos negócios da TVA. OGrupo Abril – controlador da TVA –também vai aproveitar essa via digi-tal e fornecer informações de suaspublicações e a previsão é atingir umraio de até 50 quilômetros, oferecen-do uma velocidade de conexões deaté 50 Mbps.

Futurecom destaca convergência entre ocelular e redes sem fio de alta velocidade

ConexõesilimitadasilimitadasConexões

Empresas de telefonia móvelgastaram mais de US$ 100 bilhões

só em licenças de concessões daterceira geração dos celulares

(conhecida como 3G)

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TI

A companhia também fechou umaparceria com a Intel, para aproveitaro know-how da empresa americanae facilitar a venda de novos compu-tadores que suportem a tecnologia,sem precisar comprar um modem es-pecial para conectar na rede. A TVAvai migrar os cerca de 10 mil usuári-os de sua operação sem fio para anova tecnologia até o final do anoque vem.

Quem também está testando atecnologia é a Companhia de Pro-

cessamento de Dados do Municípiode São Paulo (Prodam), que assinouum acordo com a Intel para integrarórgãos municipais com dificuldadepara receber acesso tradicional. Nãoé o primeiro caso, a tecnologia wi-max está em teste em vários proje-tos de cidades “iluminadas”. A mi-neira Ouro Preto, por exemplo, temtotal cobertura via rádio em funçãode sua localização em área monta-nhosa. A Intel também doou os equi-pamentos para conectar Mangarati-

A Philips acredita que a melhor for-ma de convergência entre a telefoniafixa e móvel é a UMA, sigla em inglêspara acesso móvel não licenciado, quecombina as tradicionais redes GSM eCDMA com as facilidades do padrãosem fio de alta velocidade (wi-fi), tor-nando o aparelho celular e o telefonesem fio a mesma coisa. “Acreditamosque essas tecnologias não são con-flitantes, mas sim complementares.Não deve haver canibalismo entreos dois padrões, até porque ainda émuito caro trocar a rede de um paísinteiro”, diz Carlos Paschoal, geren-te geral de marketing e produtos daPhilips Semicondutores. A estraté-gia da Philips Semiconductors é es-tar alinhada com todas as vertentes

O 1.0 dos celularesMissão crítica é o jargão técnico para

um componente, como um computador,que não pode parar de funcionar. Quan-do um servidor trava, milhões de reaispodem se perder, seja em faturamentode serviços ou em má exposição damarca. São os mainframes, supercom-putadores que garantem a disponibili-dade de serviços e processos 24 horaspor dia, sete dias por semana, 365 diaspor ano. Um dos maiores fornecedoresdesse mercado no Brasil é a Fujitsu, quelançou na Futurecom o Primequest, oprimeiro resultado da aliança firmadaentre a Fujitsu e Intel para desenvolvi-mento de novos supercomputadores.

A companhia japonesa – que tem nopaís clientes como Brasil Telecom, Vivoe Telemar – espera vender cerca de 30

Mainframes japonesesmáquinas até o final de 2006. O pre-ço dessa maravilha varia entre US$800 mil e US$ 3 milhões. Este lança-mento faz parte da estratégia da Fu-jitsu de ampliar suas ofertas para di-ferentes implementações de siste-mas operacionais, como Sun-Solaris,Microsoft Windows, RedHat e SuseLinux, atendendo à demanda de cli-entes por soluções para ambientesde missão crítica. “O Unix ainda reinanesse mercado”, diz Rodrigo Ferrei-ra, engenheiro de pré-vendas. Entreas vantagens do equipamento – quepode contar com até 32 processado-res – é poder trocar componentes semdesligar a máquina. “Nossa assistên-cia técnica pode ficar no local onde amáquina está operando”.

ba, localizada no litoral do Rio deJaneiro. “Estamos recebendo um as-sédio muito grande de prefeitos parafazer pilotos conceituais ou criar re-des em diversas cidades. Mas sem-pre os alerto que não é ideal umaprefeitura investir em uma coberturade rádio e depois abandonar a ma-nutenção. É necessária a parceriaentre o poder público e as empre-sas locais”, diz Roberto Miranda, di-retor de marketing e vendas para aAmérica Latina.

Otávio Mello e André Vargas: velocidade é o diferencial Amilton de Lucca: US$ 10 milhões na tecnologia wimax

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convergência

tecnológicas do mercado, com telefo-nes sem fio analógicos de baixo custoou digitais que visam a agregação deserviços e tecnologia.

Outra solução é o Nexperia System,que em função da miniaturização e di-minuição dos números de componen-tes, consegue ter o competitivo preçode US$ 30, integrando além de voz, sis-temas de mensagens e rádio FM. A em-presa vai vender a solução através desistemas OEM, ou seja, manter a par-ceria com outros integradores. A expec-tativa é vender até 8 milhões de unida-des em países como Brasil, China, Rús-sia e Índia. “É uma espécie de carro 1.0dos celulares”, diz Peterson RobertoSantos, engenheiro de aplicações daPhilips Semicondutores.

A próxima versão do Centrino,chip da Intel, vai prestar suporte à wi-max, mas a empresa não está sozi-nha, ela integra um consórcio de 350empresas. Quando a Intel entrou nofórum, apenas 15 empresas participa-vam da discussões. “É bom contarcom padrões abertos: se aproveita aexpertise de vários players do merca-do, não se paga royalties e pode serreplicado a custos adequados paragerar volume”, diz Miranda.

A Motorola segue na tendência in-versa e traz a premissa de que a me-lhor forma de fazer a migração é utili-zar um protocolo proprietário que acompanhia desenvolveu, o Canopy.“A grande pergunta que se deve fazeré se seu cliente pode esperar para owimax entrar em operação”, diz Joe-val Oliveira Martins, Gerente de Ca-nais, América Latina e Caribe. A Mo-torola garante uma migração facilita-da se o cliente quiser utilizar o wimax.Entre outras vantagens, a empresa ga-rante que a sua solução não sofre coma interferência e permite uma maiorsegurança de rede. Tanto que a com-panhia já vendeu cerca de 15 mil rá-dios no Brasil e um dos cases maisimportantes é o da Unimed, que inte-grou cerca de 500 cooperados em

uma única rede. “Antes eles passavammetade do tempo resolvendo proble-mas, hoje uma pessoa cuida de cer-ca de 400 pontos de rede”, diz Oli-veira Martins, que não acredita numaconvergência entre os padrões detelefonia e os sem fio. “Depende daexperiência que o usuário queira. Sequiser trabalhar com dados, a melhorforma ainda é o laptop”.

Outra empresa que também con-tribuiu muito para o desenvolvimen-to da tecnologia foi a Samsung,que vê no wimax uma oportunida-de para vender soluções em todasas pontas – desde redes para omercado corporativo, governos etelecom até terminais celulares,smartphones e PDAs. Luiz Ruffino,gerente comercial de redes, contaque a empresa participou de um en-gajamento do governo coreanopara popularizar a banda larga semfio no país, o WiBro. “Ela tem me-nos camadas do que outras tecno-logias, como a de celulares, o quepropicia um baixo custo para cons-truir uma rede. Além de trazer ter-minais mais completos, com umacompleta infra-estrutura de serviçosé o caminho da 4ª geração dos ce-lulares”, diz Ruffino, que espera ter

100 mil usuários na Coréia em 2006.Ele enfatiza que as contribuições

da Samsung ao wimax permitem to-tal mobilidade, a ponto de se man-ter conectado num carro a 90 quilô-metros por hora. “Quanto maior é aintensidade de uso, a mobilidade eintensidade acaba atraindo maisgente”, diz Otávio Mello, executivoda empresa. “A característica de seter uma velocidade maior é um dife-rencial muito grande”, diz André Var-gas, gerente de produtos da empre-sa. Os produtos da empresa vãocontar com as mais diversas plata-formas: Windows, Palm e Linux. AAmérica Latina tem lugar de desta-que nas expectativas da Samsung,depois da Coréia e os Estados Uni-dos. Isso porque, na Europa, as em-presas de telefonia móvel gastarammais de US$ 100 bilhões só em li-cenças de concessões da terceirageração dos celulares (conhecidacomo 3G) e ainda não tiveram umretorno financeiro. “Não me surpre-enderia se a América Latina, corren-do por fora, adotasse essa tecnolo-gia antes dos europeus. E tambémnão me surpreenderia se o Brasil fos-se o pioneiro entre os latino ameri-canos”. (Wendel Martins)

Carlos Paschoal e Peterson Santos: tecnologias complementares

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O vôo da vigilânciaDiminuir custos e riscos de vida é

a finalidade do veículo aéreo não tri-pulado (Vant). A tecnologia, recém che-gada ao Brasil, pode ter diversas apli-cações, como telecomunicações, le-vantamento topográfico, agricultura deprecisão, inspeção de reservas ambi-entais e vigilância em bordas de re-

presas. A estimativa é que a novidadereduza 50% dos gastos comparadosaos serviços feitos com helicópteros,que podem chegar a R$ 1 milhão. Aperspectiva do mercado mundial deVant é atingir a cifra de U$ 8 bilhõesaté 2008. “Foram realizadas várias ava-liações no mercado brasileiro e cons-tatada uma demanda em potencial deuma série de serviços nos quais a tec-nologia pode ser utilizada”, diz Ader-bal Alves Borges, diretor de desen-volvimento de negócios da FITec Ino-vações Tecnológicas, centro brasilei-ro de pesquisa e desenvolvimento deprodutos e soluções nas áreas de te-lecomunicações, TI, energia, automa-

ção e administração pública.A tecnologia vem sendo desenvol-

vida pela empresa há dois anos e ofoco da sua primeira aplicação é vol-tado para as concessionárias de ener-gia elétrica com a meta de capturarimagens que retratem o estado dastorres e linhas de transmissão. Criada

na Alemanha, durantea Segunda GuerraMundial, a inovaçãoera usada apenas parafins militares, comolançar bombas. Em

1982, durante a Guerra do Líbano, foiutilizada por Israel para reconhecer oslocais onde se encontravam as bate-rias antiaéreas da Síria. Mas, muitosespecialistas consideram que o veí-culo teve, de fato, sua primeira mis-são, somente vinte anos mais tarde,quando os EUA lançaram o Predator– veículo menor e com tecnologiamais eficiente – e o empregaram nacampanha contra o terror no Afega-nistão. Com o passar do tempo, atecnologia foi sendo aperfeiçoada eganhando novas formas de uso, sen-do incluídas finalidades civis.

Até o momento, foram investidoscerca de R$ 2 milhões no desenvolvi-mento dos Vants com recursos pró-prios da FITec e já estão sendo reali-zados testes para outras aplicações.Conforme Borges, atualmente está emdiscussão parcerias com o Instituto dePesquisa da Marinha e com o InstitutoTecnológico de Aeronáutica (Ita) paraviabilizar novas formas de utilizar o ve-ículo. Também há o planejamento deque, até final de janeiro de 2006, al-guns acordos sejam fechados comempresas privadas que têm interesseem pôr no mercado produtos associ-ados com a tecnologia ou que quei-ram vender o serviço no mercado.“Nossa intenção não é prestar direta-mente o serviço, mas ser fornecedorda tecnologia”, diz o diretor.

Os Vants voam programados eorientados por Global PositioningSystem (GPS), sistema de posicio-

TI

Segurança e monitoramento estãoentre as soluções proporcionadas peloVeículo Aéreo Não Tripulado (Vant)

Principaisaplicaçõesdo VantFINS CIVISLevantamento topográficoCartografia e GeoprocessamentoInspeção de reservas ambientaisAgricultura de precisãoInspeção de redes de transmissãode energiaTelecomunicaçõesVigilância de represas e barragensLocação e inspeção de obras eestradasDemarcação de terrasControle e planejamento urbanoMonitoramento de tráfegoVigilância e policiamentoEscolta de veículosPesquisas climáticasCobertura de eventosMineraçãoAerolevantamento geofísico

FINS MILITARESReconhecimento e localizaçãode alvosAlvo aéreo autônomoEscolta de comboiosGuerra eletrônicaVigilânciaTelecomunicações

Borges: serviços 50% mais baratosem relação aos helicópteros

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namento por satélite com a funçãode determinar sua localização exa-ta e auxiliar a navegação. Pela es-tação de controle em terra é pos-sível ajustar qualquer desvio derota. Nas situações em que há aperda do controle de vôo do equi-pamento, no caso de ventos for-tes ou tempestades, um pára-que-das pode ser acionado para evitara ocorrência de qualquer tipo deacidente ou avaria.

O veículo também levanta vôo,pousa sozinho e tem, em média,2,80 metros de envergadura. Pesa8 quilos e pode transportar umacarga máxima de 3 a 5 quilos, su-portando carregar, por exemplo,uma câmera. O peso varia de acor-do com a função do seu uso e aprecisão dos equipamentos. Paradecolar e aterrissar, o modelo ne-cessita de um terreno plano deaproximadamente 200 metros. Apista pode ser desde asfalto atéde grama.

Há mais de 10 anos no merca-do, a FITec conta com 300 pesqui-sadores distribuídos em três uni-dades nas cidades de Campinas,Belo Horizonte e Recife. Para 2005,a estimativa é alcançar um fatura-mento de R$ 7 milhões e um cres-cimento de 20%. (Fábio Mayer)

novos negócios

A Huawei, provedora chinesa deprodutos e serviços para infra-estrutu-ra de rede de telecomunicações, apre-sentou, durante a Futurecom 2005,uma solução end-to-end (com todasas etapas de cadeia de telecom – des-de handset à infra-estrutura) por meiode uma mini-operadora móvel. As apli-

cações foram expostas em três cami-nhões, integrantes do Truck RoadShow, que já percorreu diversos paí-ses, como França, Espanha, Inglater-ra, Alemanha, México e Venezuela. Ospróximos serão Argentina, Chile e Co-lômbia. Essa foi a primeira demons-tração desse tipo no Brasil.

A empresa costuma investir 10%de sua receita global, estimada emUS$ 5,58 bilhões, em pesquisa e de-senvolvimento. Uma das tecnologiasfoi demonstrada em um caminhão de-dicado a um tipo determinado de apli-cação, a wireless 3G. Ela possibilitaque os equipamentos funcionem semfio e permite download em alta velo-cidade de vídeos, imagens, músicas,videoconferências e multiconferênci-as. A Huawei tem cerca de 140 mi-lhões de usuários distribuídos em maisde 70 países. “Continuamos adotan-

Estação sem fio

Huawei apresenta infra-estruturamóvel para rede de telecomunicações

do os princípios de foco e atendimen-to rápido às exigências de nossos cli-entes, fortalecimento de nossas ca-pacidades de P&D para garantir apri-moramento contínuo e desenvolvi-mento de nossas redes móveis”, dizShunmao Zhang, presidente da Linhade Produtos Wireless da empresa.

Neste ano, até omomento, as ven-das desta linha deprodutos, que estãono mercado brasilei-

ro há sete anos, já contribuíram com50% da receita total, o que corres-ponde a US$ 105 milhões. Como re-sultado do desempenho na área decomunicações móveis, a empresa re-cebeu o prêmio Melhor Fornecedorade Equipamentos Wireless, fornecidopela no Frost and Sullivan Ásia Paci-fic Technology Awards 2005. (FM)

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Huawei: mini-operadora móvel exposta em caminhões do Truck Road Show

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TIO valor da fidelidade

Uma das tendências debatidas naFuturecom foi a fidelidade, impor-tante para qualquer empresa. O cus-to para reter um bom cliente é mui-to menor do que para conquistá-lo.Na área de telefonia móvel no Bra-sil, por exemplo, essa relação é deR$ 300 para R$ 0,50, segundo Cel-so Chapinotte, diretor regional da

SAS. A cada ano, um terço da basede clientes migra entre operadoras.Em proporção menor, outros seg-mentos de Tecnologia da Informa-ção (TI), afetados por este proble-ma, são os de provedores de ban-da larga e TV por assinatura.

Uma das estratégias mais utiliza-das pelas empresas para evitar esseproblema é a inserção de novas tec-nologias e o oferecimento de maisqualidade e quantidade de serviçosdecorrentes. A TVA, por exemplo,adota esta postura. Na Grande SãoPaulo, e no ano que vem no Rio deJaneiro, seus clientes já terão à dis-posição a TV Digital. “Tivemos quenos antecipar à regulamentação,pois o mercado exigia”, diz Amiltonde Lucca, diretor de novos negóci-

os. O padrão escolhido foi o euro-peu, que permitirá em breve a gra-vação e escolha dos conteúdos. “Ocliente vai passar a realmente esco-lher o que quer ver”. Para 2007, pla-neja-se o lançamento da IPTV.

Segundo Tarcísio Ribeiro, diretorde marketing da Tellabs, em relaçãoa serviços residenciais, o Triple-Play

é o caminho. “É precisodisponibilizar cada vezmais soluções competi-tivas para os usuárioscomuns. Eles querem aconvergência”, diz Paul

Kievit, vice-presidente sênior da Phi-lips. Uma pesquisa global da IBM eda unidade de inteligência da revis-ta The Economist indica que 80%dos executivos de telecomunica-ções acreditam ser essencial ado-tar a convergência dentro dos pró-ximos três anos como fonte de cres-cimento da renda em longo prazo.

Procurando oferecer pacotescom melhor relação custo X benefí-cio, a TVA disponibiliza em São Pau-lo o serviço de telefonia (TVA Voz).Até outubro, mil linhas já haviam sidoinstaladas e se espera chegar ao fimdo ano com 3 mil linhas, procuradecorrente das tarifas mais baixasdo que as praticadas pelas opera-doras comuns: R$ 0,09 por minutonas ligações locais, R$ 0,19 por mi-

nuto nas ligações nacionais e R$0,16 por minuto nas ligações inter-nacionais (valores sem impostos).“Os serviços decorrentes de novastecnologias são oportunidades paracontinuarmos a competir no merca-do e o posicionamento atual é bus-car a fidelização dos clientes”, dizDe Lucca.

A Vivo também aposta em tec-nologias inovadoras e qualidade dosserviços, tanto que se aliou à Nokiapara desenvolver novos aparelhos.“Garantimos assim as funcionalida-des que nossos clientes desejam emseus telefones”, diz Roberto Lima,presidente da Vivo. São aparelhose serviços da terceira geração da te-lefonia celular disponíveis em SãoPaulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Flo-rianópolis. Baseados na tecnologiaCDMA 3G EV-DO, esses dispositivos

Migração de clientes assusta asempresas que esquecem devalorizar quem já fez sua escolha

Boehling: priorizar interesses e zelar pela segurança Esther: atenção na relação entre preço e qualidade

Lima: clientes desejam funcionalidade

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tendências

permitem acesso a conteúdos mul-timídia, como vídeos, músicas, ima-gens, TV e até jogos em três dimen-sões, por meio de downloads oustreaming com velocidade de trans-missão de até 2,4 Mbps.

A Claro busca a fidelização deseus clientes por meio de estratégi-as de marketing e relacionamento,como o Claro Clube, programa depontos e vantagens que proporcio-na descontos em novos aparelhos,milhas em vôos e estabelecimentosconveniados. Mas não deixa de ladoa parte tecnológica e nem a de su-porte das operações, como a co-bertura. “O cliente deve ter mobili-dade, ir aonde quiser sem ter medodo celular não funcionar”, diz Fran-cisco Oliveira, diretor regional. En-tre as facilidades, destacam-se a Por-tabilidade Agenda (mesmo númeroentre aparelhos Claro), a segurançaanti-clonagem, o roaming mais ba-rato e o Claro Idéias (pacotes deserviços), além de ferramentas parao mercado corporativo, como Ges-tor Online, Claro Direto (comunica-ção via rádio) e o Claro Corp (aces-so remoto a documentos e e-mails).“Procuramos ganhar e reter clientescom uma receita de serviços de qua-lidade, cobertura abrangente, segu-rança e bom atendimento”, diz Ro-berto Guenzburguer, diretor de mar-keting.

As dificuldades das operadoras emmanter clientes tendem a aumentarcom a adoção da portabilidade, pre-

vista para 2007. A novidade vai per-mitir que uma pessoa troque de ope-radora e permaneça com o mesmonúmero, o que deve intensificar ochurn (migração da base de clientesentre operadoras) em até 2,5% (indi-cador que no Brasil, atualmente, estáem 30% ao ano), segundo EstherGarces, sócia-diretora da DMR Con-sulting. A tendência é que os preçoscaiam com o acirramento da compe-tição e o número de serviços ofereci-dos aumente, com maior qualidadeem longo prazo, apesar do provávelaumento de reclamações no períodode implantação. “Para obter vanta-gem, as operadoras precisam lançarprogramas de captação e fidelizaçãoe prestar atenção na relação preço equalidade”, diz Esther.

Segundo Celso Chapinotte, exe-cutivo da SAS, é preciso ampliar acapacidade analítica das empresasde telecomunicação e melhorar seusprocessos de comunicação internae a troca de informações entre osdiferentes setores. No Brasil, ondeem média uma operadora precisamanter um cliente por dois anospara começar a ter lucro, um dosprincipais objetivos é reduzir o churne aumentar a receita por usuário(ARPO, hoje entre R$ 15 e R$ 20), oque exige conhecimento do ciclo devida do cliente, quem são os clien-tes rentáveis e quais são aquelespropensos a deixar a operadora, porquais motivos, entre outras ques-tões. “As operadoras precisam pa-

rar de usar uma metralhadora gira-tória e começar a usar um rifle deprecisão para conquistar e manteraqueles que dão retorno”, diz Cha-pinotte. O alvo é definido com so-luções poderosas de gerenciamen-to de informações, como as ofere-cidas pela SAS e pela Computer As-sociates (CA).

No caso específico da telefoniamóvel, Michael Marks, vice-presi-dente da CA, cita três fatores quefomentam o churn: “design e funci-onalidade dos aparelhos, preçosmais baratos e qualidade dos servi-ços”. As soluções de gerenciamen-to, utilizadas em conjunto pelos de-partamentos de TI, marketing e no-vos negócios, permitem a reduçãode custos operacionais e de capi-tal, a melhora do nível de satisfaçãodo cliente, a redução do número dereclamações e a geração de servi-ços lucrativos. Já para a área debanda larga, a elaboração de estra-tégias é facilitada pela possibilida-de de monitoramento do compor-tamento do usuário final, segundoMarks. “É essencial saber quem é ocliente e o que ele realmente quer”,diz Rainer Boehling, executivo daSandvine. Esse conhecimento per-mite direcionar serviços e aplicati-vos que o cliente procura e pelosquais ele realmente paga, destinan-do banda suficiente e, conseqüen-temente, qualidade ao priorizar seusinteresses e zelar pela segurança narede. (Alexsandro Vanin)

Kievit: soluções competitivas para usuários comuns Guenzburguer e Oliveira: cobertura abrangente

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TI produtos

Preço x vantagensA Telsinc, uma das principais

parceiras da Cisco Systems noBrasil e líder mundial em solu-ções para o mercado SMB, par-ticipou pela primeira vez da Fu-turecom e fez simulações emtempo real de suas soluções IP.Cláudio Akira, diretor de TI daTelsinc, participou da palestra,que teve como tema a opção doconsumidor de operadoras detelefonia IP. As estatísticas leva-das pelo executivo ao eventomostraram o perfil do consumi-dor nacional, que prioriza a me-nor tarifa em detrimento das van-tagens do sistema.www.telsinc.com.br

O Digi Connect Wan é outra al-ternativa ao sistema tradicional de re-des e ideal para lo-cais que não permi-tem a utilização detecnologia wired (li-nha dedicada/framerelay, CSU/DSU e T1Fracionada) ou ondealternativas de cone-xão sejam necessá-rias. O diferencialdeste produto, queno Brasil é distribuí-

Celular para as empresasApós lançar com

exclusividade, emjaneiro deste ano,o BlackBerry 7320,a TIM apresentouna Futurecom doisnovos modelos – o BlackBerry 7290 eo BlackBerry 7100g – que tambémproporcionam o acesso a e-mails cor-porativos. Os dois aparelhos são, aomesmo tempo, gerência das redes deinformações pessoais e celularesquadri-band (que operam em qual-quer rede GSM/GPRS nas freqüên-cias 850, 900, 1800 e 1900 mhz).Com tecnologia Bluetooth para uti-lização exclusiva em fones de ouvi-do sem fio, os novos modelos daTIM têm memória interna de 32mB,possibilidade do uso de mais apli-

cações (como operaçãoem plataforma Java) eainda teclas númericascom cores diferenciadaspara facilitar a identificação.Com o BlackBerry, o empreende-dor pode ler e responder e-mails,inclusive anexos em Excel, Word ePowerPoint. www.tim.com.br

Modem multifunçõesA Siemens, que completou seu

centenário em plena Futurecom,levou ao evento produtos comprevisão de lançamento para2006. Um deles, que está em fasede homologação no Brasil, é um“modem híbrido”, que agregaacesso ADSL, tecnologias Wi-Fie VoIP e base para telefone Dict(sem-fio). A novidade, que estarádisponível nas operadoras de te-lefonia e Internet até julho do pró-ximo ano, tem como propostaagregar serviços e diminuir cus-tos do empreendedor. Com de-sign futurista, o modelo ocupapouco espaço físico no escritó-rio. www.siemens.com.br

Alternativas de conexão

Muitos dados em pouco espaço

do pela Integral Sistemas, é a utili-zação do Cartão SIM (o “chip” dos

celulares) e para acessoà Internet pelo sistemaGSM, proporcionandoao usuário a comunica-ção de dados TCP/IP wi-reless em alta perfor-mance. Basta ao usuá-rio introduzir o chip eplugar um cabo de redeao Digi Connect Wanpara fazer a conexão.www.integral.com.br

Definido pelo fabricante comoum “motor de base de dados his-tóricos muito grandes”, o Terama-nager armazena e indexa qualquerquantidade de registros históricosem uma fração de espaço reque-rida por um banco de dados di-nâmico, sem perda considerávelde performance. Entre as vanta-gens apresentadas pela empresaargentina Tesacom, que levou anovidade ao evento, estão a ve-

locidade nos acessos, a otimiza-ção do espaço (em média 15%menos do que o espaço neces-sário para um banco OLTP) e aexistência de ferramentas própri-as para a análise de índices. Ou-tro benefício é a redução de cus-tos com sistemas de informática,uma vez que a solução é adaptá-vel à plataforma existente – sejaWindows, Linux ou Unix.www.tesacom.com.br

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APor Carol Herling ([email protected])

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Franquia Total Suplemento Especial da Revista Empreendedor – Ano V – Nº 50

Uma rede de salão de

beleza vende, além de

cosméticos, a formação

profissional na área de

imagem pessoal

A demanda por formação profissio-nal é crescente no país e em todo omundo, pois as relações de empregomudaram, as empresas valorizamquem pode agregar resultados e maispessoas sonham em ter seu próprionegócio. Aliada a esta necessidadede mercado, a rede de franquias Ins-tituto Embelleze nasceu dentro doramo em que já atuava como indús-tria, o de cosméticos. Ou seja, pas-sou a ensinar como devem ser usa-dos os produtos que fabrica e aper-feiçoar sua aplicação.

O resultado é uma rede de es-colas de beleza que já soma 106unidades e quer chegar a 500 nospróximos cinco anos. O InstitutoEmbelleze é fruto de uma socieda-de entre a Embelleze, indústria com36 anos de atuação no segmentode beleza, com a Microlins, redede 650 escolas de ensino profissio-nalizante no país.

Com o objetivo de educar naárea da beleza, da imagem pesso-al, da arte, da moda e do bem-estardas pessoas, o Instituto Embellezefoi fundado em 1998 em NovaIguaçu, no Rio de Janeiro, e desdeentão vem atuando na formação deprofissionais de beleza. Foram maisde 15 mil cabeleireiros e auxiliares,

Beleza e educação:união que deu certo

Perfil do franqueado: A principal característica exigida dos candidatos é serempreendedor, ter vontade de vencer, gostar da área de beleza e ter capitalpara investimento.

Treinamento: Todos os franqueados passam por um treinamento de oito diasna unidade-piloto da rede, localizada no Rio de Janeiro. Os novos empresáriosrealizam cursos e aprendem técnicas de gestão de negócios e processos peda-gógicos, métodos de captação de alunos, etc. O Instituto também oferece duran-te cinco dias, para os orientadores técnicos das franquias e os gestores comer-ciais, treinamento que trata das peculiaridades dos cursos de beleza.

SERVIÇO

Investimento inicial: De R$ 99 mil a R$ 189 mil, dependendo do porte dacidade (inclui taxa de franquia, aquisição de mobiliário, equipamentos e acessó-

rios e previsão de obras).

Taxa de franquia: A partir de R$ 25 mil(inclui aprovação do ponto comercial, layoutda unidade, programa de treinamento, par-ceria educacional e tecnológica permanente,propaganda cooperada, campanhas de mar-keting e assessoria de imprensa).

Faturamento médio: AproximadamenteR$ 60 mil (a partir de seis meses).

Capital de giro: R$ 20 mil a R$ 30 mil (de-pendendo do porte da franquia).

Royalties: 8% sobre o faturamento bruto.

Taxa de publicidade: 2% sobre o fatura-mento bruto.

Retorno do investimento: 18 meses.

Tamanho: De 230 m² a 315 m², iniciandocom duas salas de aula, um salão de beleza erevenda de produtos de beleza.

Colaboradores: 14 (sendo 6 no atendimen-to comercial, 4 na administração, 1 na orien-tação técnica, 4 no salão de beleza e númerode instrutores variável com o número de tur-mas), considerando o negócio em seu iníciode operação.

Para fazer parte da rede

FOTOS DIVULGAÇÃO

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Franquia Total

56 – Empreendedor – Novembro 2005

manicures e pedicures, maquiadorese esteticistas formados em cinco anosde atuação.

Em 2002 foi realizada a formata-ção para iniciar no sistema de fran-chising e em 2003 começaram as pri-meiras operações das unidades fran-queadas. Hoje são 65 franquias emoperação, 41 contratos fechados e 15master franqueados, que coordenamas franquias de sua região e recebemtodo o conhecimento desenvolvido eaperfeiçoado ao longo dos anos e umsuporte permanente na administraçãoe expansão do negócio.

Jomar Beltrame, membro do Con-selho de Administração das Franquiasdo Instituto Embelleze e vice-presi-dente da Embelleze, destaca que o seg-mento de atuação da franquia é prati-camente inexplorado no mercado defranchising, ele tem índice de cresci-mento de 20% no mercado de belezano país e é o sexto entre os consumi-dores de produtos de beleza. “Se so-marmos os setores de educação e cos-méticos, o faturamento ultrapassa acasa dos R$ 100 bilhões em um ano”,afirma Beltrame.

Ele acredita que o principal mer-cado do Instituto Embelleze é forma-do pelos jovens entre 18 e 25 anosque ainda não descobriram suas re-ais aptidões, mas querem trabalhar,colocar a “mão na massa” e praticaralgum conhecimento.Além da inovação nosegmento, a franquiaapresenta um diferen-cial competitivo: omodelo três em um.Juntamente com oscursos de formação deprofissionais da áreada beleza, os mais dedez cursos de aperfei-çoamento para cabelei-reiros e os cursos demanicure e maquia-gem, as unidades ofe-recem serviços de sa-lão de beleza e comer-

Venda direta e franquia

cializam produtos das diversas linhasda Embelleze.

“Cerca de 75% do faturamento dasfranquias vêm dos cursos profissiona-lizantes; e os outros 25%, da venda deprodutos e serviços de salão”, afirmaJosé Carlos Semenzato, membro doConselho de Administração das Fran-

quias do Instituto Embel-leze e presidente da Mi-crolins Franchising.

“Nosso objetivo épromover a especializa-ção no segmento de be-leza, com a formação deprofissionais por meiode cursos rápidos quepermitam atuar no mer-cado de trabalho em umcurto espaço de tempo”,declara Beltrame.

O Instituto Embelle-ze tem atuação em todoo Brasil. A rede possuifranquias em operação

Apesar de ser uma atividade antiga, avenda direta ganhou amplo espaço naeconomia brasileira há pouco tempo,com números que justificam o crescen-te interesse de profissionais com voca-ção pelo negócio. No primeiro semes-tre deste ano, as chamadas vendas deporta em porta movimentaram R$ 5,5bilhões, de acordo com a AssociaçãoBrasileira de Vendas Diretas (Abevd).O resultado representa um crescimen-to de 22% em relação ao mesmo perío-do do ano passado.

A grande maioria deste tipo de ne-gócio envolve produtos cosméticos. Amarca Akakia Brasil iniciou sua produ-ção em meados do ano com o objetivode ser um sistema de franquias, mastambém conta com vendedoras portaa porta para incrementar as vendas dexampu, condicionador, leave-on, bodysplash, sabonete líquido, desodoran-te e perfume em linhas femininas, mas-culinas e infantis. De acordo com o di-retor da Akakia, Guilherme Jacob, aprocura por esse tipo de serviço au-mentou nos últimos anos devido ao re-forço financeiro que as famílias buscam

em virtude das perdas provocadas peloaumento do custo de vida.

Para Jacob, o que elevou esse tipode venda foram os treinamentos da-dos às candidatas a vendedoras, qua-se igual ao sistema de franchising.“Houve uma evolução nesse tipo devenda de cosméticos, que deixou deser algo amador e simplório para setornar uma atividade que exige quali-ficação”, disse. “Atualmente as con-sultoras demonstram conhecimentosobre os produtos e estão prepara-das para convencer o cliente, o queresulta em mais vendas.” Em 2004cerca de 200 mil brasileiros ingres-saram no ramo. A renda média des-ses profissionais nos primeiros seismeses de 2005 foi de R$ 436, valorconsiderável em um país em que osalário mínimo é de R$ 300.

Trabalhar com venda direta signifi-ca adquirir produtos de uma empresacom desconto e os revender ao públi-co final. O investimento normalmenteé baixo, as marcas já estão estabeleci-das no mercado e a perspectiva derendimento é bastante positiva.

nos Estados da Bahia, Mato Grosso,Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande doSul e São Paulo. Em Pernambuco, quejá tem uma franquia operando, a metaé chegar a 10 franquias em operaçãoaté o final do ano.

Estão sendo investidos cerca deR$ 5 milhões no processo de expan-são da rede. Com as novas unidadesfranqueadas este ano, serão gerados,no mínimo, 1,2 mil novos empregosdiretos para profissionais no segmen-to de beleza, com vagas distribuídasentre cabeleireiros, manicures, pedi-cures, atendentes, vendedores e ope-radores de telemarketing. Desde suainauguração, a rede já gerou 1,5 milpostos de trabalho.

Beltrame: setor cresce20% ao ano e é poucoexplorado pelas franquias

Linha Direta

Akakia

(48) 3283-6000

Instituto Embelleze

(21) 2493-7722

Page 57: Empreendedor 133

Novembro 2005 – Empreendedor – 57

Page 58: Empreendedor 133

Franquia Total

58 – Empreendedor – Novembro 2005

Mundo da Empadae R$ 5 mil de divulgação inicial, semcontabilizar o ponto comercial.

Para o franqueador Marcos VianaRego, o diferencial do Mundo da Em-pada são as receitas de qualidade ali-adas a um local aconchegante masde baixo custo. Junto com o cardá-pio de 37 sabores de empadas, do-ces, salgadas, com massa integral eassadas a cada 50 minutos, as unida-des podem agregar valor com pastéisde forno, bolinho de bacalhau, pão debatata, pão de queijo, croquete de car-ne e tortas salgadas, além das bebi-das, como café, chocolate, sucos erefrigerantes. (48) 3224-9644 ouwww.mundodaempada.com.br

NO

VAS

R

ED

ES

Música na redeum ex-aluno da escola que apren-deu a tocar bateria. Heitor e aEM&T escolheram Vitória paraabrir a unidade por diversos mo-tivos, entre eles por se tratar deuma capital localizada no Sudes-te do Brasil com 1 milhão de ha-bitantes na região metropolitanae com uma cena musical localforte. A EM&T tem planos de seexpandir para outras capitais bra-sileiras e grandes cidades do inte-rior. (27) 3227-2788

Artesanato na franquiaA rede African Artesanato já possuía

15 lojas próprias espalhadas pelo país eeste ano aderiu ao sistema de franquia.No mês de outubro foram inauguradasas primeiras lojas franqueadas, uma emManaus (AM) e outra em Guarulhos(SP). O negócio começou em 1999 comuma única loja e hoje oferece mais de 7mil produtos para artesanato, além deensino, em cursos práticos, de 12 dife-rentes técnicas para realizar trabalhosmanuais. A empresa investiu, entre 2004e 2005, mais de R$ 100 mil na moderni-zação visual da marca e das principaislojas da rede. Os sócios são três irmãos:Merav, Dotan e Davi Mayo.

Com um faturamento anual acimade R$ 5 milhões, a empresa foi forma-tada para o sistema de franchising pelaconsultoria Francap. O segmento de ar-tesanato, que abrange 8,5 milhões detrabalhadores em todo o país, segundoo Ministério do Desenvolvimento In-dústria e Comércio Exterior, permite quea empresa tenha planos agressivos.“Com o mercado promissor, acredita-mos que nossa meta de abertura, deaté 100 pontos-de-venda, poderá seratingida em oito anos”, diz Merav. Oinvestimento inicial é de R$ 80 mil aR$ 120 mil. (11) 3875-4900

Uma pequena loja de 60 m2 podese transformar num grande negó-cio. Esta é a concepção do Mundoda Empada, uma empresa que nas-ceu em Florianópolis (SC) já com avisão de repassar o know-how parafuturos franqueados e assim criar arede que privilegia a qualidade doproduto vendido. As empadas po-derão ser produzidas em cada uni-dade franqueada, num processo quejá está todo manualizado e formata-do, incluindo treinamento e trans-ferência de informações. O investi-mento inicial inclui taxa de franquiano valor de R$ 20 mil mais a mon-tagem da loja em torno de R$ 40 mil

A EM&T Escola de Música estáexpandindo a sua marca para Vitória(ES), onde inaugura a sua primeiraunidade no formato de franquia. A uni-dade EM&T teve um investimento emtorno de R$ 700 mil e tem estaçõesde trabalho para aprendizado de di-versos instrumentos, auditório com150 lugares, loja de instrumentos eequipamentos musicais, loja de mé-todos em CD e DVD, cyberspace,cantina e áreas de convivência. O pri-meiro franqueado é Heitor Nogueira,

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Page 59: Empreendedor 133

Novembro 2005 – Empreendedor – 59

Por Sara Caprario [email protected]

A opção do agrônomo

Dados no banco escolar

Das finançaspara o carro

Edvaldo Ghirardelli atuou dezanos como gerente de uma institui-ção financeira pertencente a umagrande montadora de automóveis efoi transferido para Ribeirão Preto(SP), onde instalou também sua re-sidência juntamente com sua famí-lia. Depois de dois anos na cidade,recebeu nova proposta de transfe-rência, mas, desta vez, não aceitouporque tanto ele quanto sua esposae sua filha apaixonaram-se por Ri-beirão Preto. Edvaldo partiu, então,para a realização da compra de seupróprio negócio. “Queria algo liga-do a automóveis, pela identificaçãoque eu tinha com o segmento. Foiaí que fiquei sabendo que a Unidasestava à procura de um franqueadona região. Fiz meu cadastro pelo site,cheguei a ser um dos finalistas doprocesso de seleção e, finalmente,recebi a notícia de que era o escolhi-do para inaugurar a primeira fran-quia no novo modelo de negócio daempresa”, conta Edvaldo. Depois depassar por um treinamento que du-rou 40 dias, Edvaldo assumiu seuposto como proprietário da nova lojaUnidas, que possui 120 m2 – numterreno de 1.000 m2 –, seis funcio-nários e novo projeto arquitetônico,que inclui o novo conceito e a logo-marca da empresa. (16) 3917-5700ou www.unidas.com.br

Henrique Toledo, engenheiro agrô-nomo que comercializava insumos agrí-colas para fazendas do interior do MatoGrosso, queria mudar de ramo de ne-gócio e, depois de analisar várias fran-quias, optou pela Multicoisas por ser,segundo ele, organizada e ter experiên-cia no ramo de utensílios e reparos. “AMulticoisas me cativou por vários as-pectos: sinceridade dos gestores; trans-parência nas atitudes; satisfação dosdemais franqueados; missão da empre-

sa, que está de acordo comos meus princípios básicosde vida; proximidade entreos franqueados e os ideali-zadores do negócio; e, logi-camente, viabilidade econô-mica”, diz Toledo. Com baseem uma pesquisa realizadapela Multicoisas, o local escolhido paraa instalação da loja, em São José dosCampos (SP), é promissor, porque otipo de serviço oferecido pela franquia

atende perfeitamente as neces-sidades da grande maioria dapopulação do Vale do Paraíba.Segundo Toledo, este concei-to do negócio “faça você mes-mo” com produtos específi-cos para organizar a casa e oescritório é novo na região e

deve ter grande procura por clientes quebuscam soluções para problemas do-mésticos de maneira simples e ágil.(12) 3941-5676

PERFIS EXEMPLARES

A rede de escolas de idiomas WiseUp apostou R$ 1 milhão em um pro-jeto de tecnologia. Desenvolvido pelaMicrosiga, o conhecido software En-terprise Resource Planning (ERP) vaiser o grande banco de dados da redeno Brasil e no exterior, com informa-ções de todas as 108 escolas. A in-tenção é que o ERP dinamize o negó-cio, já que através deste banco de da-dos on-line será possível acompanhara evolução financeira das unidades, aperformance de professores, a efici-ência das escolas, entre outras infor-mações. “O ERP vai mostrar o cami-

nho do business inteligence, vamosextrair dados de forma inteligente,mapeando o que está acontecendo. Avelocidade de reação da alta direçãoda Wise Up vai crescer muito”, diz odiretor-financeiro da rede, GeorgeBrandão. De acordo com o gerentede tecnologia, Marcos Teixeira, “apósa implantação em quatro unidadescom acompanhamento durante 30dias, o ERP será implantado em to-das as unidades próprias do grupo atédezembro. Em 2006, será a vez dasfranquias”.0800-602-8002

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Franquia Total

60 – Empreendedor – Novembro 2005

Revistas e jornais

Bit Company no exterior

Curso de Linux

Pratos de coleçãoA quarta etapa do Projeto Cultu-

ral Spoleto está em exposição nasunidades da rede. A campanha de fi-delização consiste em presentear osclientes com pratos de porcelana pin-tados por artistas plásticos reconhe-cidos nacionalmente. Desta vez éDudu Garcia, que escolheu o temaTesouro Perdido e se inspirou nacultura pré-colombiana para pintaros pratos. A cada dez refeições, ouoito quando pagas com o sistemaVisa, o cliente ganha um prato paracolecionar. Além de difundir o tra-balho de artistas brasileiros, a redeSpoleto acredita que ajuda a estimu-lar a prática do colecionismo. Os maisde 100 restaurantes da rede estãoparticipando da promoção e no Riode Janeiro há uma exposição de se-rigrafias do artista Dudu Garcia. “Astrês campanhas anteriores distribuí-ram 75 mil pratos e nesta serão mais35 mil exemplares”, conta HenriquePamplona, gerente de marketing darede. (21) 2187-8600

A Space Box, módulo decomercialização de jornais erevistas, amplia a rede com ra-pidez. Com o objetivo de pre-encher uma forte carência nomercado brasileiro de comer-cialização de jornais, revistas eoutros produtos em locais fe-chados de grande circulação, aSpace Box é a única franquiano segmento. Os módulos pos-suem design futurístico e arrojado e,além de vender jornais, revistas, DVDs,brinquedos e balões, oferecem servi-ços diferenciados, como a opção de pa-

Os próximos meses serão deci-sivos para o processo de internacio-nalização da Bit Company, especia-lizada em cursos técnicos e de in-formática, qualificação e educaçãoprofissional continuada. A rede con-tratou uma consultoria norte-ame-ricana, com filiais em diversos pa-íses, e está adaptando sua estrutu-ra. “As informações de consulto-res que conhecem o mercado denosso interesse é fundamental.Além de passar informações sobrea legislação de cada país-alvo, aconsultoria também dá dicas sobrea cultura e os costumes locais”,

afirma o gerente de processos einfra-estrutura técnica da BIT Com-pany, Fernando Cofiel.

A rede, que tem 179 unidadesno Brasil, negocia com interessa-dos do México, Portugal e outrospaíses de língua portuguesa. A metaé alcançar 80 unidades no Méxicoem cinco anos. A rede está integra-da ao projeto desenvolvido pelaAgência de Promoção de Exporta-ções e Investimentos (Apex) e pelaAssociação Brasileira de Franchi-sing (ABF) para a divulgação e ex-pansão de redes brasileiras no ex-terior. (11) 5908-4321

A Microlins Franchising passou aoferecer o curso de Info-Linux, siste-ma operacional cuja utilização pelasempresas vem crescendo significati-vamente nos últimos anos devido à suadistribuição gratuita e por ser reconhe-cido como um dos sistemas operaci-onais mais seguros e confiáveis domundo. Segundo pesquisa divulgadapelo Ministério da Ciência e Tecnolo-gia (MCT), o Brasil movimenta hojecerca de R$ 77 milhões por ano nochamado software livre, como tam-

bém é conhecido o sistema Linux.Além disso, a utilização do Linux contacom o incentivo do governo e ele écada vez mais usado em grandes, pe-quenas e médias empresas e por di-versos órgãos públicos.

Ao fazer o novo curso, o alunoMicrolins estuda também, gratuita esimultaneamente, dois dos programasmais usados pelo mercado: o StarOffice e o Open Office, equivalentesao Office da Microsoft.(17) 3216-8700

DIVULGAÇÃO

gamento de contas de consumo, ven-das de cartões telefônicos, recarga paracelulares e até revelação de fotos digi-tais. (18) 2104-5594

Page 61: Empreendedor 133

Novembro 2005 – Empreendedor – 61

Page 62: Empreendedor 133

Franquia ABFABF

62 – Empreendedor – Novembro 2005

Convenção anual do franchisingreúne empresários do setor na Bahia

A 5ª Convenção ABF do Franchising, que aconte-ceu de 5 a 9 de outubro, no Club Med Itaparica, Bahia,contou com a participação de instituições públicas eprivadas que queriam conhecer mais sobre o sistemae customizar produtos e serviços, especialmente paraas redes de franquia. O evento contou com represen-tantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria eComércio Exterior, INPI, Sebrae, Banco do Brasil,Visanet, empresas de tecnologia, agências de comu-nicação e marketing, empresas de embalagens, arqui-tetura, entre outros setores. “Essa tendência aponta aimportância econômica que o setor atingiu no últimoano e o aumento da representatividade da ABF no ce-nário nacional e no exterior”, afirma Artur Grynbaum,presidente da associação.

Cerca de 400 pessoas participaram

do evento promovido pela ABF

Aneli Dacás Franzmann, repre-

sentante do Ministério do Desen-

volvimento, Indústria e Comércio

Exterior, explica porque a Fran-

quia Pública é uma excelente al-

ternativa para a prestação de ser-

viços ao cidadão.

ABF – Quais os principais benefíciosda Franquia Pública?

Aneli – A Franquia Pública pode am-pliar e tornar o atendimento ao cidadãomais eficiente, sem a necessidade de in-vestimentos. Mesmo com a participaçãoda iniciativa privada, o estado mantém ocontrole da operação, bem como a mar-ca de suas estatais.

ABF – Existe legislação específica para a Franquia Pública?Aneli – O novo projeto da Lei de Franquia, que se encontra na

Casa Cívil, contempla o setor público e regulamentará as empre-sas que já operam no modelo, sem o amparo da lei.

ABF – Qual o impacto da Franquia Pública para o franchising?Aneli – Além de aumentar o faturamento e o número de redes,

a Franquia Pública tem o poder de disseminar ainda mais o fran-chising na sociedade. Outro benefício é a oferta de novas oportu-nidades de investimento para o capital privado.

ABF Expo Service 2005 Franquia PúblicaReunir clientes e prospects em um único local é o prin-

cipal atrativo da ABF Expo Service, feira de fornecedoresque acontece em paralelo à convenção. A Antilhas apos-tou no evento para estreitar o relacionamento com seusatuais clientes, mas, nas três edições que participou, vol-tou para casa com novos negócios na bagagem. A AFRAS,associação recém-criada que estréia na expo service co-memorou mais de 20 novas adesões durante o evento. OPortal do Franchising e a Revista Franquia ABF tambémgostaram do retorno obtido. Foram cerca de 20 novasassinaturas e mais de 15 novos anunciantes do portal.Além dessas empresas, também participaram da exposi-ção a ABF Franchising Expo 2006, Brander Design &Comunicação de Marcas, Dwisebizz, Emplarel, Sebrae,Selo de Excelência em Franchising 2005, Sob Controle,TMS Call Center e Vestes.

Grupo decongressistas

Aneli aposta nafranquia públicapara promover osistema no país

ABF Expo Service 2005: Produtos e serviçosespecíficos para o setor de franchising

Page 63: Empreendedor 133

Novembro 2005 – Empreendedor – 63

FRANQUIAS EM EXPANSÃO

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treina-mento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

WorktekNegócio: Educação & Treinamento

Telefone: (19) [email protected]

www.worktek.com.br

A Worktek Formação Profis-

sional faz parte do ProAcade-

mix, maior grupo educacional

do Brasil detentor das marcas

Wizard, Alps e Proativo. Trata-

se de uma nova modalidade de

franquias com o objetivo de

preparar o jovem para o pri-

meiro emprego ou adultos que

buscam uma recolocação no mercado de trabalho.

São mais de 30 cursos, entre eles, Office XP, Web Designer,

Digitação, Curso Técnico Administrativo (C.T.A.), Montagem e

Manutenção de Computadores, Secretariado, Operador de Te-

lemarketing, Turismo e Hotelaria, Recepcionista e Telefonista,

Marketing e Atendimento ao

Cliente.

Entre os diferenciais da

Worktek está a qualidade do

material e do método de en-

sino, além do comprometi-

mento com a recolocação que

vai além das salas de aula atra-

vés do POP, Programa de

Orientação Profissional.

Conquiste sua independência financeira!

Nº de unidades próprias e franqueadas:70Áreas de interesse:: BrasilApoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF,FI, EI, PN, AJ, FB, FL, CP, FMTaxas de Franquia: entre R$10 mile R$ 25 milInstalação da empresa: a partir deR$ 30 milCapital de giro: R$ 15 milPrazo de retorno: 36 meses

ZetsNegócio: telefonia celular e aparelhos eletrônicos

Tel: (011) 3871-8550/Fax: (011) [email protected]

www.zets.com.br

Tenha uma loja em sua mãoA Ezconet S.A. detentora da

marca Zets é uma empresa de tec-nologia e distribuição de telefoniacelular e aparelhos eletrônicos que,através de um sistema revolucioná-rio denominado “BBC” (business tobusiness to consummer) agrega novosserviços e valores a cadeia de distri-buição. Realiza a integração entre ocomércio tradicional e o comércio virtual, fornecendo soluções com-pletas de e-commerce e logística para seus parceiros.

Franquia Zets: Foi criada com a finalidade de disponibilizarpara pessoas empreendedoras a oportunidade de ter um negóciopróprio com pequeno investimento, sem custos de estoque, semriscos de crédito, sem custos e preocupação com logística. ComoFunciona: O Franqueado tem a sua disposição uma loja virtualZets/Seu Nome, para divulgação na internet, vendas direta, cata-logo, montar uma equipe de vendas, eventos, grêmio. QuaisProdutos são comercializados: Celulares e acessórios para

celulares, calculadoras, telefo-nes fixos, centrais telefônicas,acessórios para informática, ba-terias para filmadoras, bateriaspara note-book e câmeras digi-tais, pilhas, lanternas, filmespara maquina fotográfica, car-tuchos para impressoras, etc.A franquia estuda a inclusão denovos produtos.

Nº de unidades próp. e franq.: 20Áreas de interesse: BrasilApoio: PP, TR, OM, FI, MPTaxa de Franquia: R$ 5 milInstalação da empresa: R$ 1.500,00Capital de giro: R$ 5 milPrazo de retorno: 6 a 12 mesesContato: Shlomo Revi

Page 64: Empreendedor 133

FRANQUIAS EM EXPANSÃO

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treina-mento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

AlpsNegócio: Educação & Treinamento

Telefone: (19) [email protected]

www.alpschool.com.br

Oportunidade de sucessoRede em ampla expansão

Lançada em maio de 2001, a Alps faz

parte do grupo ProAcademix, também

detentor das marcas Wizard e

Worktek. Atualmente, ela é a rede de

franquias de idiomas que mais cresce

no Brasil, com 101 unidades espalha-

das por todo o país.

O sistema Alps de ensino conta com metodologia desenvolvi-

da nos Estados Unidos que utiliza avançadas técnicas de neurolin-

güística, em que o aluno é estimulado a desenvolver as quatro

habilidades fundamentais para se comunicar na língua inglesa:

conversação, compreensão auditiva, leitura e escrita. Assim, o

aprendizado é feito de forma natural, rápida e permanente.

A Alps conta com know-how administrativo e comercial,

através de um siste-

ma exclusivo de en-

sino, e dá assessoria

na seleção do ponto

comercial, na adequa-

ção do imóvel e na

implantação e opera-

ção da escola.

Nº de unidades próp. e franq.: 101Áreas de interesse: América Latina, EstadosUnidos, Japão, EuropaApoio: PA, PP, PO, OM, TR, FI, PNTaxas: R$ 10 mil (franquia) e R$ 12,00 porkit (publicidade)Instalação da empresa: R$ 20 mil a R$ 40 milCapital de giro: R$ 5 milPrazo de retorno: 12 a 18 mesesContato: Ivan Cardoso

Babbo Giovanni FranchisingNegócio: Pizzaria

Telefone: 11-9985-4438 [email protected]

www.babbogiovanni.com.br

Apetite por bons negócios?Rede de pizzaria no mercado des-

de 1917. Participe de um grupo de88 anos de atuação. Receba nossaexperiência na busca e escolha doponto, treinamento ao franqueado,seleção e treinamento de funcioná-rios, marketing cooperado e cen-tral de compras.

Comer pizza para nós é um ritualde prazer. Todas as nossas unidadesfuncionam à noite, servindo as mais deliciosas pizzas, feitas demaneira artesanal, recheadas com os melhores ingredientes eassadas exclusivamente em forno à lenha. Tudo na frente dos clien-tes, nossa razão de ser. Todos os alimentos são preparados naprópria cozinha do restaurante e o franqueado não depende de umabastecimento central. Os ingredientes são fornecidos por em-

presas de ponta, sempre aprova-das por nossa chefe-nutricionista.

O franqueado BABBO GIO-VANNI tem a missão de dirigirseu próprio estabelecimento,sempre preocupado com o óti-mo atendimento a seus muitosclientes. Também é responsávelpor compras, administração emarketing.

Nº de unidades: 9Área de interesse: todo o BrasilApoio: AJ, EI, FI, MP, OM, PA, PF,PM, PN, PO, PP, TR, SPTaxas: franquia R$ 30mil; royalties4%; propaganda 2%.Investimento total: R$ 300 milCapital de giro: R$ 50 milPrazo de retorno: 36 mesesContato: Pedro Paulo Couto

Page 65: Empreendedor 133

A Wizard Idiomas é a

maior rede de franquias no

segmento de ensino de idiomas* do país.

Atualmente, são 1.221 unidades no Brasil e no exterior que

geram mais de 15 mil empregos e atendem cerca de meio mi-

lhão de alunos por ano.

A Wizard dispõe de moderno currículo, material altamente

didático com proposta pedagógica para atender alunos da educa-

ção infantil, ensino fundamental, médio, superior e terceira ida-

de. Além de inglês, ensina espanhol, italiano, alemão, francês e

português para estran-

geiros. A Wizard é

também pioneira no

ensino de inglês em

Braille.

* Fonte: Associação

Brasileira de Franchi-

sing e Instituto Fran-

chising.

WizardNegócio: Educação & Treinamento

Telefone: (19) [email protected]

www.wizard.com.br

Sucessoeducacional eempresarial

Nº de unidades: 1.221 franqueadasÁreas de interesse: América Latina, EUA eEuropaApoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, EI,PN, AJ, FB, FL, CP, FMTaxas de Franquia: entre R$10 mil e R$ 32 milInstalação da empresa: a partir de R$ 50 milCapital de giro: R$ 15 milPrazo de retorno: 24 a 36 meses

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treina-mento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

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66 – Empreendedor – Novembro 2005

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Novembro 2005 – Empreendedor – 67

Guia do EmpreendedorPor Carol Herling [email protected]

Nos últimos cinco anos, a preocu-pação com os índices de qualidade devida dentro das empresas deixou deser estratégia de marketing e se tor-nou um caminho para garantir ao em-preendedor a manutenção da produti-vidade e a satisfação dos funcionárioscom as políticas internas de trabalho.Em contrapartida, o número de estres-sados no país aumentou. Atualmente,cerca de 70% dos brasileiros que es-tão trabalhando sofrem de stress, deacordo com um estudo feito pela Isma-BR (International Stress ManagementAssociation). Segundo a pesquisa, omaior desafio dos departamentos deRH no Brasil é detectar com precisãoos aspectos que dificultam o estabele-cimento de uma vida saudável e usaresses dados em ações que gerem be-nefícios não só ao funcionário, mastambém à empresa.

Para o médico e pesquisador Rena-to Romani, o problema de mapeamen-

O mapa do stressInédito no país, o Programa Viva Ativo

faz o levantamento dos índices de

qualidade de vida dentro das empresas

to e acompanhamento das informaçõespode ser resolvido através do Progra-ma Viva Ativo, solução que lançou noúltimo Congresso Brasileiro de Quali-dade de Vida (realizado em setembrodeste ano, em São Paulo). Desenvolvi-da em conjunto com seus três sócios,a idéia combina medicina, psicologia,nutrição e educação física e ainda pro-põe soluções fiéis à realidade da em-presa e personalizadas à cada funcio-nário. “O diferencial do programa é queele dá subsídios ao empreendedor paraorientar quem quer viver melhor semque o funcionário se sinta prejudicadocom o uso das informações”, diz Ro-mani. Para o médico, o segredo é, lite-ralmente, a alma do negócio. “Quandoo programa é implantado, o departa-mento de RH recebe relatórios mensaiscom porcentagens, ou seja, aempresa fica sabendo, porexemplo, quantos fumantesou hipertensos integram a

equipe, mas não quem são essas pes-soas”, diz. Os funcionários inscritos noViva Ativo recebem, periodicamente,avisos de interesse – como programasde exercícios, mensagens de incentivopara a prática de esportes e sugestõesde dietas balanceadas. “Usamos as ta-belas nutricionais do portal Cyber Cook,que é pioneiro no Brasil no fornecimen-to de receitas balanceadas pela inter-net, para determinar os grupos de ali-mentos mais adequados a cada perfil”,diz o médico.

Para medir a qualidade de vida, aequipe do Viva Ativo utiliza o índice derisco cardíaco – que inclui taxas de co-lesterol, glicemia, pressão alta, fumo,peso e histórico familiar. “O participan-te responde mensalmente em nosso siteoito questões, que somam pontos emseu cadastro, e, com base nas pontua-ções, orientamos cada caso”, afirmaRomani. A implantação do Viva Ativopode ser aliada com outras iniciativasque a empresa tenha adotado previa-mente e acessível em tempo real para agestão dos resultados. O tempo míni-mo de duração recomendado é de seismeses e os custos variam de acordo

com o número de participantes.www.vivaativo.com.br

Romani: relatórios

fornecidos para o RH não

prejudicam funcionáriosD

IVU

LGA

ÇÃ

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Guia do Empreendedor

68 – Empreendedor – Novembro 2005

A Companhia de Navegação Norsul,que detém uma das maiores frotas pri-vadas de navegação do país, desenvol-veu um sistema de transporte inéditopara atender as necessidades da side-rúrgica Vega do Sul, que planeja aumen-tar sua capacidade de produção. Ao todo,a Norsul investiu US$ 45 milhões naencomenda de quatro navios-barcaçasoceânicas e dois empurradores, que se-rão construídos com mão-de-obra 100%

Novas idéias na navegaçãonacional. Além da agilidade na entregada carga (os navios-barcaças têm héli-ces laterais que facilitam as manobrasnos portos), o sistema também apresentabaixo custo se comparado aos naviosmercantes convencionais. A projeção daNorsul, com o novo sistema, é trans-portar um milhão de toneladas anuais notrajeto entre os portos de Praia Mole(ES) e de São Francisco do Sul (SC).www.norsul.com

Decoração on-lineA Eucatex acrescentou ao seu site

o link Decorador de Ambientes, umserviço destinado a profissionais daárea de arquitetura e decoração etambém a consumidores que preci-sem simular a combinação de pisos,paredes e complementos na hora deconstruir ou reformar. O usuáriopode, por exemplo, calcular a quan-tidade de tinta necessária para pintarparedes, portas, janelas, tetos e es-quadrias e definir qual piso da mar-ca deseja usar. O Decorador deAmbientes possibilita ao internautasimular combinações em áreas resi-denciais ou comerciais, externas ouinternas. A análise feita através dosite pode ser armazenada no siste-ma e acessada em outro momentoatravés de um código exclusivo.www.eucatex.com.br

Respostas técnicasCriado em novembro de 2004

para esclarecer dúvidas tecnológicasde pequenos empresários, o ServiçoBrasileiro de Respostas Técnicas(SBRT) já ultrapassou a marca demil atendimentos gratuitos para em-preendedores de todo o Brasil. Até omomento, foram elaboradas 1.198respostas técnicas (RTs) para em-presários de diversas áreas e ramosde atividade, como indústria, agro-pecuária, tecnologia e serviços. Paraparticipar do programa, é precisoacessar o site da SBRT e enviar umapergunta, que será respondida em umprazo mínimo de oito dias úteis. Oserviço é uma iniciativa do Ministé-rio da Ciência e Tecnologia e contacom apoio do Sebrae e do InstitutoBrasileiro de Informação em Tecno-logia (Ibict).www.sbrt.ibict.br

Lâmpadas para gráficasA Sylvania Iluminação ampliou o

seu catálogo de lâmpadas especiaiscom o lançamento do modelo Acti-va. Disponível na potência 36 W etemperatura de cor 6.500 K, a Acti-va proporciona iluminação seme-lhante à luz natural de um dia claro.O produto, que foi desenvolvido es-pecialmente para o setor gráfico, éfabricado com pó trifósforo espe-cial – um componente que produz

luz com tonalidade branco-azuladae alto grau de fidelidade na reprodu-ção das cores dos objetos ilumina-dos. “Sabemos o quanto é impor-tante a definição correta da cor paraeste setor e, por isso, destacamos aActiva para uma melhor iluminaçãoem gráficas, editoras e papelarias”,afirma Eduardo Leonelo, gerente deprodutos da Sylvania Iluminação.www.sylvania.com.br

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Produtos & Serviços

Novembro 2005 – Empreendedor – 69

Por Carol Herling [email protected]

Desktop sem fioA Microsoft lançou no mercado na-

cional o seu primeiro desktop sem fio,composto por teclado e mouse óptico.O produto, desenvolvido para otimizaras atividades no ambiente de trabalho, édefinido pelo fabricante como uma com-binação de funcionalidades sem fio comteclas de atalho programáveis. O Wire-less Optical Desktop 1000 oferece aousuário central de mídias – que contro-

O crescimento dos índices de rou-bos de tampões de ferro de caixas sub-terrâneas e bueiros levou a Redex Tele-com a desenvolver a trava Parcs (para-fuso especial para caixa subterrânea). Oproduto, que tem como públicos-alvo asempresas de telefonia, iluminação públi-ca e saneamento, é fabricado com umaliga de aço de carbono especial e subme-tido a um tratamento térmico que garan-te um grau de dureza superficial elevado.O parafuso principal, que conta com umacamada anticorrosiva, possui um códigoespecial e necessita de uma chave pró-pria para instalação e remoção, o que aju-da a prevenir assaltos e acidentes de trân-sito e de pedestres. A instalação da trava,que é adaptável a todos os modelos detampas de ferro fundido, leva cerca de30 minutos e é feita no próprio local.www.redextelecom.com

Bueiros com proteção codificada

la atividades como tocar, pausar, au-mentar ou diminuir o volume –, aber-tura automática de Media Player, te-clado que permite realizar ações comum simples toque e teclas de acesso rá-pido ao e-mail e à internet. Já o mouseóptico conta com roda de rolagem ágilpara facilitar a navegação e pode ser uti-lizado tanto com a mão esquerda comocom a direita. Segundo a Nagem, que

distribui a novidade no Brasil, o produtoocupa pouco espaço, é confortável e temdesign resistente a derramamentos de lí-quidos. Para informações sobre com-patibilidade, acessewww.nagem.com.br.

Para as empresas de call center quequerem aproveitar o pagamento do 13ºsalário para reaver o crédito e conquis-tar novos clientes neste fim de ano, aVox Age desenvolveu a solução VOSDialer, um sistema de telecobrança quecombina os recursos Unidade de Res-posta Audível (URA) com um disca-dor automatizado. O produto possibi-lita controle total dos processos (de for-ma local ou remota) através de telas erelatórios on-line via web, que permi-tem ao call center o acompanhamento

VoIP mais acessívelA Mude, uma das maiores dis-

tribuidoras dos equipamentosLinksys no Brasil, traz para omercado nacional o adaptadorPAP2, que permite ao internautausar o telefone analógico paracomunicações com voz via inter-net. O equipamento, que é co-nectado ao plug da extensão te-lefônica e à saída do computa-dor, possui duas portas-padrãode telefonia convencional (quepossibilitam o uso de até duas li-nhas ou dois números telefôni-cos independentes sobre uma co-nexão de internet banda-larga) etratamento da qualidade de voz,que gera chamadas sem ruídosou interferências. O PAP2 tam-bém possui identificador de cha-madas, chamada em espera, cai-xa de mensagens (voicemail),rediscagem e toque diferenciado.www.mude.com.br

Cobranças na era digitaldas operações. O VOS Dialer tambémé aplicável à ações automatizadas dedivulgação, fidelização e vendas, compossibilidade de integração com osserviços das centrais de atendimentoexistentes. Segundo o fabricante, ascentrais de call center bem estrutu-radas em termos de tecnologia con-seguem, com o VOS Dialer, realizarligações com menos tempo, maiorcontrole de duração de chamadas eredução considerável de custos.www.voxage.com.br

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Do Lado da LeiGuia do Empreendedor

70 – Empreendedor – Novembro 2005

Marcos Sant’Anna Bitelli

Advogado(11) 3871- 0269

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ULG

ÃO

O Brasil é surreal. Analisamos naEmpreendedor de julho último aMedida Provisória 252, a MP doBem. Absurdamente, em meados deoutubro, a MP 252 “caducou”. Asolução, após muita negociação, foia criação do projeto de lei de con-versão 28/05, que trouxe de volta,como “carona”, a MP 255. Ela cui-dava da prorrogação do prazo deopção do regime de imposto de ren-da e dos benefícios dos planos deprevidência privada, pontos que fo-ram propostos e previstos na origi-nal MP do Bem. Destes, destaca-sea elevação dos limites para enqua-dramento das micro e pequenas em-presas no Simples (Sistema Integra-do de Pagamento de Impostos eContribuições das Microempresas eEmpresas de Pequeno Porte).

Desta forma, a boa notícia paraos empreendedores é que o Simplesfoi alterado e as microempresas,que têm receita bruta anual de atéR$ 120 mil e pequenas empresas,aquelas com até R$ 1,2 milhão, pas-sarão a ter novos limites, agora do-brados, respectivamente, para R$240 mil e R$ 2,4 milhões. A inclu-são de grande número de empresasneste sistema novo é um fator queautoriza a se considerar um possí-vel incentivo à expansão econômi-ca e o aumento de empregos.

O Simples, como se sabe, é umsistema especial de tributação queunificou seis, dos principais tri-

Nova MP do BemA inclusão de um grande número

de empresas no Simples pode beneficiar

a economia e estimular o emprego

butos federais, com alíquotas queoscilam entre 3% e 6%, de acor-do com o porte da empresa e oramo de atividade. O Projeto foivotado no último dia útil do pra-zo de vigência da MP 255 e foienviado à sanção do Presidente daRepública, que poderia opor al-guns vetos. A conversão da novaMP do Bem traz formas de deso-neração tributária para vários se-tores, em especial, incentivandoa exportação, compra e venda deimóveis para moradia, computa-dores, aquisição de veículos depassageiros por taxistas, presta-dores de serviços intelectuais,bem como, reduções de IR e PIS/Cofins para empresas em áreascarentes, entre outros.

A renegociação das dívidas deprefeituras com a Previdência So-cial também foi prevista e, segun-do a proposta, poderão ser parce-ladas em até 240 meses, o que qua-druplica o prazo de repactuaçãoatual e livrará muitas prefeiturasdo impedimento de receber repas-ses do Fundo de Participação dosMunicípios (FPM).

A aprovação do PLV 28/05 so-mente foi possível após uma com-plexa engenharia política na Câma-ra e no Senado, sendo que o Go-verno Federal demonstrou preocu-pação com o aumento das “bon-dades” concedidas, em desfavordos cofres do tesouro nacional.

Segundo lideranças do partidogovernista, estas novas medidaspodem caracterizar grande perdafiscal, o que comprometeria o fu-turo do projeto da lei geral das Mi-cro e Pequenas Empresas, ainda emanálise na Câmara dos Deputados.

Interessante notar que o projetodo computador popular, o PC Po-pular, deve deslanchar, pois agorajá pode ser editado o decreto quecriará o serviço de telecomunica-ção especial de acesso à internet.Pelo projeto, já praticamente acei-to pelas operadoras de telefoniafixa comutada, poderá ser autori-zada uma cobrança diferenciadadeste provimento de acesso a pre-ços populares, por volta de sete ouoito reais. O BNDEs disponibiliza-rá para varejistas linha especial decrédito para financiamento dosequipamentos, e tudo isso signifi-cará um grande movimento de in-clusão social na era digital, mor-mente porque estes recursos advi-rão também do FAT – Fundo deAmparo aos Trabalhadores. Os cli-entes da Caixa Econômica Federale do Banco do Brasil já têm créditopré-aprovado para a aquisição do“computador popular”.

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Novembro 2005 – Empreendedor – 71

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Guia do Empreendedor

72 – Empreendedor – Novembro 2005

Na literatura sobre exportação,existem três tipos de autores: os im-portantes, que sabem, mas estão vol-tados para grandes empresas e mer-cados tradicionais; os dispensáveis,que não sabem, e acabam transmitin-do informações erradas; e os impres-cindíveis, que sabem e trabalham pelainclusão de novos exportadores emercados inexplorados. José CarlosMayer e Moacyr Bighetti fazem partedo terceiro grupo. No livro ExportarÉ Fácil – Um Roteiro Seguro paraPequenas e Médias Empresas, elesapresentam, baseados na experiência,na pesquisa e no conhecimento, umavaliosa lição em dez capítulos, acom-panhada de um glossário de quasecem páginas, fundamental para quemquiser vender fora das fronteiras.

Profissionais experientes em co-mércio exterior, os autores partici-pam há muitos anos do contato di-reto e profundo com as empresasbrasileiras. Eles sabem, portanto,com quem estão falando. MoacyrBighetti é diretor da Brasil-Export,consultoria que fundou há 14 anos.José Mayer trabalhou por 28 anosno Departamento de Comércio Ex-terior da Fiesp, onde o conheci pes-soalmente. Lá também conheci o res-ponsável pelo Decex, Benedicto Fon-seca Moreira, autor do prefácio dolivro e atualmente presidente da As-sociação de Comércio Exterior doBrasil (AEB). Com eles obtive, parameu trabalho de comunicação, asmais valiosas informações sobre umaárea que estava despontando commais força nos anos 90.

Descobri também que dentro das

entidades empresariais existem qua-dros especialistas que não fazem par-te das gangorras de interesses e po-líticas que costumam atrapalhar ostrabalhos. Cinco minutos com o dr.Benedicto ou uma boa conversa comMayer (sempre acompanhado do seuinseparável cachimbo) valiam porcem edições de qualquer seção eco-nômica dos jornais. E jamais se res-tringiam aos aspectos meramentetécnicos. Discorriam sobre estraté-gias, perspectivas e acordos com asegurança e a clareza dos que real-mente entendem.

Quais os passos propostos pelosautores? Primeiro, eles demonstrama necessidade imperiosa de interna-cionalização, fundamental para a so-brevivência empresarial. Segundo,mostram como se deve adequar oproduto ao mercado, algo muito maisimportante do que apostar no produ-to sem saber para quem se dirige, es-pecialmente quando se tem em vistaconsumidores de outras culturas, quepensam e compram de maneira dife-rente. Para buscar o cliente, além daadequação do produto, deve-se fazera análise da exportabilidade, realizara pesquisa de mercado e definir o pre-ço de exportação. São esmiuçadas astécnicas de negociação, logística in-ternacional, formas de pagamento,iniciativas e alianças.

É um livro para servir de apoio,estímulo e referência no mundo dosnegócios globalizados. A obra é es-crita por pessoas sérias e competen-tes, que expressam a tranqüilidade dosespíritos que se dedicam com gostoao que fazem.

Mercado externo para quem precisaTodos os passos necessários para pequenas e médias

empresas exportarem, acompanhados de conceitos,

idéias, exemplos, endereços e um minucioso glossário

Exportar É Fácil – Um RoteiroSeguro para Pequenas eMédias EmpresasJosé Carlos Mayer e MoacyrBighetti – Artemeios246 páginas – R$ 39,00

Destaques

Livro de grande valor para os em-

presários e de inestimável mérito

na “cruzada” para o reconheci-

mento da importância estratégica

da exportação como projeto he-

gemônico permanente.

Do prefácio de Benedicto Fonseca

Moreira, presidente da Associação de

Comércio Exterior do Brasil (AEB)

Nós, brasileiros, somos muito

melhores do que imaginamos. Te-

mos competência para produzir,

criatividade para lançar produ-

tos novos e diversidade de ma-

térias-primas.

Página 62

Há países africanos crescendo na

casa dos dois dígitos e eles são pou-

co industrializados, comprando

todo tipo de produtos, incluindo

materiais de construção, alimen-

tos, equipamentos agrícolas, au-

topeças e vestuário.

Página 116

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Leitura

Novembro 2005 – Empreendedor – 73

Por Nei Duclós [email protected]

O exemplo dos mestres50 Grandes Estrategistas de AdministraçãoMorgen WitzelEditora Contexto – 331 páginas – R$ 49,00

Com exceção dos grandes teóricos,como Philip Kotler, os livros de mar-keting costumam cair nos vícios da piorpublicidade e da mais desastrada ges-tão estratégica: capa enganosa, conteú-do sem originalidade, tom didático e ar-rogante para cima do leitor, esse eter-no desavisado. Madia de Souza faz ocontrário e apresenta uma obra, pre-miada pelo Jabuti deste ano, em que oscases servem de insumo para os man-damentos. Ou seja, ele não tira de umlimbo irreconhecível as lições que de-vem ser seguidas pelos empreendedo-

res. Ele vai na es-sência, explicandoo sucesso de inú-meras empresas que apostaram certoe conseguiram dar a volta por cima.Por meio de textos saborosos e infor-mativos, o autor ainda tira um pedaçodos incautos que caíram no conto daqualidade total sem estarem prepara-dos para isso nem entenderem direitodo que se tratava. Esta é uma aula paraquem precisa sobreviver sem ter quegastar fortunas em idéias mirabolan-tes ou com gênios de ocasião.

O apelo da editora é o seguinte: deque forma as idéias de Peter Drucker,Charles Handy e Henry Mintzberg con-tribuíram para a mudança no modo comose entende e se pratica a administração?Como Bill Gates revolucionou a estrutu-ra e a organização das formas de marke-ting e mercado com inovação e tecnolo-gia? Buscando responder a essas e ou-tras questões, este livro traz um panora-

ma abrangente deestrategistas quemudaram a nossapercepção de ad-ministração e ajudaram de alguma ma-neira a aprimorar a prática administrativaem todo o mundo. Entre os estrategistasestão Jack Welch, Tom Peters, GarethMorgan, Marshall McLuhan, Maquiavel,Lao Tse e Philip Kotler.

O enigma das finançasMercado FinanceiroGilson Oliveira e Marcelo PachecoEditora Fundamento – 323 páginas – R$ 49,30

A editora informa que os autores,profissionais com longa experiência demercado, conciliam a teoria financeirae econômica com uma abordagem de-talhada dos mais diferentes produtos fi-nanceiros. Com isso, atendem tanto aoleitor familiarizado com as nuances domercado como aquele que se inicia nomundo das finanças. O livro traz exer-

cícios para seremtestados pelo leitore serve para quemvai prestar o examede certificação Anbid e outros concursospúblicos. Além de conceitos básicos,como sistema financeiro e inflação, há tex-tos sobre macroeconomia, ativos finan-ceiros e alternativas de investimento.

O que dá certo no marketingOs 50 Mandamentos do MarketingFrancisco Alberto Madia de SouzaM. Books – 431 páginas – R$ 63,20 (no Submarino)

Nova ordemdo trabalhoO Futuro dos EmpregosThomas W. MaloneM. Books/ Harvard Business SchoolPress – 216 páginas – R$49,00

Thomas E. Malone é titular da ca-deira Patrick J. McGovern de admi-nistração na MIT Sloan School ofManagement e fundador e diretor doMIT Center forCordination Scien-ce. Neste livro, eleaborda a reformu-lação dos concei-tos de empregosnas empresas, de-vido à queda dospreços e às facili-dades das novastecnologias e telecomunicações, ecomo empresas e empregados devemadaptar-se a esta nova realidade.

A literaturados conselhosA Arte da EstratégiaPense Grande, ComecePequeno e Cresça Rápido!Carlos Alberto Júlio – NegócioEditora – 154 páginas – R$ 26,00

Perigo: o autor, “jovem comuni-cador carismático”, segundo a edi-tora, elaborou dez regras de ouro.Entre os conselhos, está o de traçarum caminho diferente dos demais edescobrir que posição a sua empre-sa ocupa no mercado. Só assim épossível estipularum destino para osseus projetos? O li-vro dirá. A obra fazparte da série PiqueProfissional, plane-jada por Júlio, quetambém é professore executivo.

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Serasa conquista pela 3ª vez o mais importante

reconhecimento em gestão empresarial do Brasil

Informação e Crédito

Prêmio Nacionalde Qualidade 2005

Serasa foi a vencedora doPrêmio Nacional de Qua-lidade 2005, em sua 14ªedição, conferido pela

Fundação Nacional de Qualidade(FNQ) e se torna a primeira empre-sa brasileira a ter conquistado, pelaterceira vez, o maior prêmio em ex-celência em gestão no Brasil, alémde ser a única no mundo com trêsreconhecimentos desta categoria noseu modelo de gestão. Com essa con-quista, a Serasa reafirma sua condi-ção, há mais de uma década, deEmpresa Classe Mundial.

A conquista da Serasa foi anuncia-da no dia 28 de outubro, pelo presi-dente do conselho curador da Fun-dação Nacional da Qualidade, PedroLuiz Passos. Ele coroou a atuaçãodiária de 2100 Ser Serasa – como sãochamados os profissionais da empresaem todo o país – comprometidos nabusca da excelência em gestão comoobjetivo permanente da empresa. “Aalegria e satisfação desse time de2100 tricampeões da qualidade comesse terceiro PNQ é somente com-parável ao tamanho do rigor e da se-riedade da Fundação ao conferir oprêmio”, afirma o presidente da Se-rasa, Elcio Anibal de Lucca.

“Ganhar o PNQ pela terceira vezrepresenta um fato inédito no mun-do e traduz uma conquista não sóda Serasa, mas também do Brasil,

A dado que o exemplo de excelênciaem gestão da Serasa deverá sermultiplicado para as outras empre-sas do país. A Serasa é genuina-mente brasileira e confirma o pa-pel que uma empresa deve repre-sentar no mercado. Isto é, atenderaos requisitos dos acionistas, daspessoas que trabalham na empre-sa, dos fornecedores, dos clientes,da legislação e os interesses da eco-nomia, se preocupando com asquestões sociais. Isto leva, natural-mente, à excelência em competiti-vidade no mundo moderno globali-zado”, afirma o presidente.

Criada em 1968, a Serasa é a maiorempresa do Brasil e uma das maioresdo mundo no segmento de pesquisas,informações e análises econômico-fi-nanceiras para apoiar decisões de cré-dito e negócios. Constantemente orien-tada para soluções inovadoras em in-formações para negócios, a Serasavem, há mais de uma década, contri-buindo para a transformação da cultu-ra de crédito no Brasil com a incorpo-ração contínua dos mais avançados re-cursos de inteligência e tecnologia.Hoje, apóia mais de 3,5 milhões de ne-gócios por dia para mais de 300 milclientes diretos ou indiretos.

A excelência em gestão

A gestão empresarial da Serasaestá fundamentada em três pilares,

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o Planejamento Estratégico, a Es-trutura Foco-Matricial-Bipolar® e oProcesso da Qualidade. O Planeja-mento Estratégico da Serasa permi-te que todos os Ser Serasa partici-pem, por meio de fóruns específi-cos, do direcionamento estratégicoda empresa. A Estrutura Foco-Ma-tricial-Bipolar é um sistema de ges-tão inovador. Cada foco de atuaçãoda empresa conta com dois direto-res. Enquanto um profissional cui-da da produção diária, o outro é res-ponsável pela dinâmica de projetara companhia no futuro. O terceiropilar, o do Processo da QualidadeSerasa, é fruto de uma vivência pro-funda de todos os integrantes da

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empresa na implantação e na buscacrescente de níveis de melhoria em-presarial. Ele representa uma meto-dologia original desenvolvida poruma empresa nacional.

O modelo de gestão integra o sis-tema de liderança, o planejamentoestratégico, os processos e produ-tos, assim como a gestão de pesso-as, a preocupação com o atendimen-to das necessidades do cliente e dasociedade, os requisitos da lei e asua inserção na comunidade, prati-cando com consciência seu papelsocial, sempre com constante su-peração de resultados.

Desde o início da década de 90,os resultados obtidos pela atuação ali-

O Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) é umreconhecimento à excelência na gestão das orga-nizações brasileiras e tem como objetivos princi-pais, promover métodos e sistemas de gestão desucesso e estimular as empresas na troca de infor-mações sobre esses modelos. É um dos prêmiosmais importantes do mundo nessa categoria, se-melhante aos prêmios Baldrige, dos Estados Uni-dos, o Deming, do Japão e o europeu EuropeanQuality Award.

O PNQ está fundamentado em oito critérios deexcelência estabelecidos pela Fundação Nacionalda Qualidade (FNQ): liderança, estratégias e pla-nos, clientes, sociedade, informações e conheci-mento, pessoas, processos e resultados.

A premiação nasceu em 1992 e desde então jáconsagrou mais de 20 organizações. Por meio daFundação Nacional da Qualidade, entidade pri-vada e sem fins lucrativos, criada em 1991 porempresas públicas e privadas para administrar oPNQ, o prêmio cumpre a finalidade essencial dainstituição, a mobilização dos diversos segmen-tos de nossa economia para a melhoria da quali-dade e produtividade, elevando o nível de com-petitividade dos produtos e serviços brasileiros eestimulando as práticas bem sucedidas da exce-lência em gestão e da qualidade.

Um destaque denível internacional

nhada a esse modelo de gestão têmsido superados ano a ano. Em 2004,o faturamento da empresa superouR$ 450 milhões e em 2005 já ultra-passou os R$ 500 milhões.

A excelência das práticas de ges-tão da Serasa vem sendo amplamen-te reconhecida pelo mercado. Em1995, foi a primeira organização deorigem genuinamente brasileira aganhar o Prêmio Nacional da Quali-dade (PNQ). Em 2000, foi a primei-ra empresa a recebê-lo pela segun-da vez. O PNQ, assim como os prê-mios Baldrige, dos Estados Unidos,o Deming, do Japão, o EuropeanQuality Award e o Prêmio Ibero-americano da Qualidade, pela abran-

gência de seus critérios, eleva as or-ganizações ganhadoras à condiçãode “Empresa Classe Mundial”.

A Serasa foi também a primeiraa trazer para o Brasil o reconheci-mento internacional do Prêmio Ibe-ro-americano da Qualidade 2002. Aempresa está no ranking da revistaExame, pelo 7º ano consecutivo,como uma das melhores para se tra-balhar e, pelo 3º ano seguido, comouma das melhores para as mulherestrabalharem no Brasil. A Serasa fi-gura ainda na lista das melhores em-presas para se trabalhar na AméricaLatina e conta também com reco-nhecimentos em todas as suas áreade atuação.

Os profissionais da Serasa comemoram a conquista

do PNQ 2005, na sede da Serasa, em São Paulo

ROSANA MOMI

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Guia do Empreendedor

76 – Empreendedor – Novembro 2005

André HahnDiretor-presidente da Leme Investimentos

A enxurradadas informações

Devido, principalmente, aograu de desenvolvimento da tec-nologia da comunicação, nos úl-timos anos as fontes de informa-ção vêm se expandindo em um rit-mo estratosférico e nos mais va-riados perfis. Antigamente, mol-dávamos nossas idéias e julgamen-tos pelo que líamos nos jornais erevistas. Hoje, temos os canais detv de todo o mundo na ponta dodedo e principalmente a internet,que nos abre possibilidades ilimi-tadas de contato e informação.Esse acesso irrestrito e em tem-po real levanta uma dúvida: oquanto a informação ajuda versuso quanto ela nos atrapalha.

No mercado financeiro, porexemplo, tivemos o tempo em quea grande referência era a leitura daGazeta Mercantil. Sem ela ficáva-mos perdidos. Não existiam siste-mas de informação on-line para omercado, o computador engatinha-va e o telex era o meio mais ágilde transmitir informações.

Com a nova era, estes meiosdeverão virar peças de museu e ohomem fica um tanto perturbadocom o volume de informação quechega a todo o momento. Comoexistem idéias e entendimentos di-ferentes sobre um mesmo assun-

Devemos limitar nossas fontes,

senão corremos o risco de não

ter tempo para agir ou decidirDIVULGAÇÃO

to, a convicção acaba sendo tes-tada ao limite.

Se focarmos na internet, va-mos ver que infinitos sites pres-tam serviços de informação so-bre os mais diversos temas e que,se tivermos a concepção de vero máximo de informação para co-nhecer mais a fundo determina-do assunto, correremos certa-mente o risco da “neurose da in-formação”. É o que aconteciacom aquelas máquinas de flipe-rama quando apertávamos demaisos botões: dava “tilt”, travava.

Em um futuro próximo, tere-mos ampliadas a capacidade e avelocidade dos veículos de comu-nicação. A banda larga ficará ul-trapassada e imagens em três di-mensões, computador que repro-duz odores, óculos com a opçãode imagem de tv acoplada e co-nectado a um satélite devem virarrealidade. É uma questão de tem-po. Devemos estar preparadospara saber o que fazer nesse mun-do novo. A tecnologia deve vir anosso favor, e não contra.

Quantos de nós já se sentiramculpados por não terem visto umpouco mais de informação antes dealgum passo importante, de umadecisão? O sentimento de culpa é

derivado desse fluxo inesgotável dedados, idéias, opiniões e análises.

O que queremos colocar coma leitura acima é que devemos noscercar de um determinado núme-ro de veículos de informação, li-mitando, isso mesmo, limitandonossas fontes. Isso não significarigidez absoluta, pois devemosestar abertos à novas idéias, massignifica, basicamente, que nonosso dia-a-dia temos que traba-lhar focados em determinadasfontes. De outra maneira pode nãonos sobrar tempo para agir oudecidir e nos faltar o mínimo deconvicção.

Aquela afirmação que diz quea informação é tudo pode ser ver-dadeira, mas não devemos enten-der que o maior volume possívelde informação nos levará a otimi-zar nossas ações. O resultadopode ser justamente o contrário.

Aí vale aquele velho ditado: “nemtanto ao céu nem tanto à terra”, oque significa menos stress, mais ob-jetividade e resultado positivo.

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Análise Econômica

Novembro 2005 – Empreendedor – 77

NOME/TIPO PARTICIPAÇÃO VARIAÇÃO % ANO AÇÃO I B OV E S PA (ATÉ 27/10/2005)

Acesita PN 0,939 -18,9Ambev PN 1,349 31,55Aracruz PNB 0,969 -12,11Bco Itau Hold Finan PN 2,492 28,82Bradesco PN 3,441 73,05Bradespar PN 1,033 33,75Brasil ON 1,083 28,31Brasil T Par ON 0,472 3,85Brasil T Par PN 1,077 1,73Brasil Telecom PN 2,5 -16,96Braskem PNA 1,912 -43,74Caemi PN 4,662 60,21Celesc PNB 0,992 28,55Cemig ON 0,195 15,21Cemig PN 2,368 23,59Cesp PN 0,568 -3,24Comgas PNA 0,456 6,39Contax ON 0,055 -Contax PN 0,293 -Copel PNB 1,606 44,6CRT Celular PNA 0,426 -0,42Eletrobras ON 1,713 1,44Eletrobras PNB 3,808 7,33Eletropaulo Metropo PN 0,613 25,54Embraer ON 0,469 -1,15Embraer PN 1,049 -3,32Embratel Part PN 2,755 11,13Gerdau Met PN 1,116 -9,92Gerdau PN 3,836 -2,6Ibovespa 100 11,21Ipiranga Pet PN 0,555 -9,41Itausa PN 1,488 40,51Klabin PN 0,454 -21,52Light ON 0,135 -44,03Net PN 1,737 107,61Petrobras ON 1,884 34,62Petrobras PN 7,398 32,46Sabesp ON 0,94 -5,24Sadia SA PN 0,933 -10,96Sid Nacional ON 3,756 -3,8Sid Tubarao PN 1,314 -10,23Souza Cruz ON 0,539 -20,09Tele Centroeste Cel PN 0,649 -24,45Tele Leste Celular PN 0,195 -57,95Telemar Norte Leste PNA 1,323 -4,52Telemar-Tele NL Par ON 1,254 22,39Telemar-Tele NL Par PN 9,459 -2,15Telemig Celul Part PN 0,697 -0,71Telesp Cel Part PN 1,381 -56,06Telesp Operac PN 0,57 -3,1Tim Participacoes ON 0,31 26,61Tim Participacoes PN 1,2 10,32Transmissao Paulist PN 0,524 63,25Unibanco UnN1 1,283 35,47Usiminas PNA 5,121 -12,38Vale Rio Doce ON 1,998 22,47Vale Rio Doce PNA 7,539 27,94Votorantim C P PN 1,121 -35,57

Juros/Aplicação (%)

Outubro AnoCDI 1,26 15,53Selic 1,27 15,56Poupança 0,73 6,92CDB pré 30 1,13 13,98Ouro BM&F 2,96 -7,33

Indicadores imobiliários (%)

Setembro AnoCUB SP 0,14 4,41TR 0,26 2,19

Juros/Crédito

Setembro Setembro

27/outubro 26/outubro

Desconto 2,80 2,60Factoring 4,66 4,66Hot Money 3,40 3,40Giro Pré (*) 3,45 3,15

Câmbio

CotaçãoDólar Comercial Ptax R$ 2,2905Euro US$ 1,2142Iene US$ 115,41

Mercados futuros(em 27/10/2005)

Novembro Dezembro Janeiro/06

Dólar R$ 2,293 R$ 2,318 R$ 2,345

Juros DI 18,91% 18,83% 18,56%

Inflação (%)

Índice Setembro AnoIGP-M (outubro) 0,60 0,81IGP-DI -0,13 0,19IPCA 0,35 3,95IPC - Fipe 0,44 3,27

Carteira teórica Ibovespa

Dezembro Fevereiro/06

IbovespaFuturo 29.390 30.270

(em 27/10/2005)

(em 27/10/2005)

(em % mês)

* até dia 23/09

* taxa mês

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Guia do Empreendedor Agenda

78 – Empreendedor – Novembro 2005

Para mais informações sobre

feiras e outros eventos

comerciais, acesse a seção

Agenda do site Empreendedor

(www.empreendedor.com.br)

Em destaque

22/11 a 24/11/2005

SaeBrasil 200514ª Exposição Internacional

de Tecnologia da Mobilidade

Transamérica Expo Center

São Paulo/SP

Telefone: (11) 3287.2033

Site: www.saebrasil.org.br

Segundo maior evento de tec-

nologia de mobilidade no

mundo, o congresso SaeBra-

sil 2005 reunirá dez mil pro-

fissionais dos setores auto-

motivo, aeroespacial, manu-

fatura, veículos comerciais e

máquinas agrícolas e de cons-

trução. São esperadas mais

de 260 apresentações técni-

cas de autores nacionais e

internacionais, além de várias

conferências temáticas, painéis e fóruns com expoentes de indústrias e univer-

sidades. O evento contará com uma exposição de montadoras e fornecedores

dos diversos setores da mobilidade, que irão expor seus mais recentes produ-

tos, serviços e tecnologias.

14/11 a 16/11/2005

Agripeixe’2005Praça Ribeiro Junior

Manacapuru/AM

Telefone: (92) 2121.4940

Site: www.am.sebrae.com.br

21/11 a 24/11/2005

Sabores 2005Pavilhão de Carapina

Vitória/ES

Telefone: (27) 3337.6855

Site: www.milanezmilaneze.com.br

24/11 a 26/11/2005

1ª Feira SecoviCondomíniosCentro de Exposições Imigrantes

São Paulo/SP

Teleone: (11) 5585.4355

Site: www.cipanet.com.br/feiras/

secovi

24/11 a 26/11/2005

AmericAvestruz 2005Pestana Bahia Hotel

Salvador/BA

Telefone: (11) 3101.1096

Site: www.acab.org.br

28/11/2005

Seminário Internacionalde Liderança e MarketingCentroSul

Florianópolis/SC

Telefone: (48) 3224-5258

Site: www.advbsc.com.br

4/11 a 6/11/2005

Expande 2005Centro de Exposições Imigrantes

São Paulo/SP

Telefone: (11) 5073-7799

Site: www.centroimigrantes.com.br

7/11 a 10/11/2005

Feisucro 2005Anhembi

São Paulo/SP

Tel: (11) 3291-9111

Site: www.feisucro.com.br

8/11 a 10/11/2005

Exposystems 2005Centro de Exposição Imigrantes

São Paulo/SP

Telefone: (11) 3361-6899

Site: www.exposystems.com.br

8/11 a 11/11/2005

Fispal Recife 2005Centro de Convenções de

Pernambuco

Recife/PE

Tel: (11) 3758-0996

Site: www.fispal.com

9/11 a 11/11/2005

Compomóvel 2005Expo Center Norte

São Paulo/SP

Telefone: (11) 3151-6444

Site: www.exponor.com.br/

compomovel

9/11 a 12/11/2005

Ferramental 2005Centro de Exposições de Curitiba

Curitiba/PR

Telefone: (41) 3335-3377

Site: www.diretriz.com.br

13/11 a 15/11/2005

3ª Feira Nacional da BelezaCentro de Convenções da Bahia

Salvador/BA

Telefone: (71) 341-3020

Site: www.feiradabeleza.com

DIVULGAÇÃO

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80 – Empreendedor – Novembro 2005

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Novembro 2005 – Empreendedor – 81

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82 – Empreendedor – Novembro 2005

Empreendedor na Internetwww.empreendedor.com.br

Enquete

A enquete do mês de outubro en-tra para a história do site Empreen-dedor como a que teve o resultadomais equilibrado. No total, foramcomputados 453 votos. E para a per-gunta que quis saber porque a res-ponsabilidade social é praticada nasempresas, venceu a alternativa: “por-que demonstra uma preocupação real

Maioria acredita queresponsabilidade socialé preocupação real

com questões sociais que envolvema comunidade na qual está inserida”,com um percentual de 50,3%. A ou-tra alternativa, que dizia que a res-ponsabilidade social “é apenas maisuma ação de marketing que ajuda amelhorar e incrementar a imagem daempresa junto aos consumidores”ficou com 49,7% dos votos.

A primeira conversa via MSN Mes-senger, realizada no dia 14 de outu-bro, reuniu cerca de 30 pessoas e atin-giu o objetivo da inicitiva, promover ainteratividade e a troca de experiênciaentre internautas e jornalistas do sitee da revista Empreendedor.

A próxima conversa on-line aconte-ce no dia 14 de novembro, a partir das15h, com duração de cerca de 1h30min.Para participar, é preciso utilizar o pro-grama MSN Messenger de conversa-ção instantânea, adicionar o [email protected]à sua lista de contatos e estar on-lineno dia e na hora marcada. Todos es-tão convidados.

Página Inicial

O melhor da Futurecomno site Empreendedor

De 24 a 27 de outubro,a equipe do site Empreen-dedor acompanhou deperto a sétima edição daFuturecom, evento quereúne as principais inova-ções e tendências nos se-tores de Telecomunica-ções e Tecnologia da In-formação. O evento, rea-lizado em Florianópolis,no Centro de ConvençõesCentro Sul, é considera-do o maior do Brasil e um dos maisimportantes da América Latina emseu segmento. Para quem não tevea oportunidade de visitar a Future-

Encontro marcado

Espaço para a sua opinião

Se você escreve artigos,

crônicas e comentários

relacionados aos temas tratados

no site, envie o seu texto para

[email protected].

Todos os textos serão avaliados e

os que estiverem dentro da linha

editorial, publicados. Ao enviar o

e-mail, coloque na área “Assunto”

a palavra “opinião”.

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e-Empreendedor com as

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Acesse o site Empreendedor

(www.empreendedor.com.br) e na

página inicial, clique em “Cadastra-

se”, no alto da coluna à esquerda. Em

seguida, preencha o cadastro e

assinale a opção “Quero receber a

newsletter e-Empreendedor”.

Newsletter

Próxima conversaacontece dia 14deste mês

NOVA ENQUETE

Em novembro, a enquete do site Empreendedor pergunta:

O empreendedor precisa ter mais habilidade no relacionamento

com funcionário, fornecedores, clientes ou concorrentes?

Entre no site e vote.

com, pode conferir as principaisnovidades apresentadas na feira naárea Especial, dedicada exclusiva-mente à cobertura do evento.

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