Empreender para Vencer · 27-29 de outubro 6ª Conferência Ibérica de Empreendedorismo 6ª...

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27-29 de o 6ª Confer 6ª Confe Actas da co Empre Edita: outubro em Coruña - Es rência Ibérica de Empreendedorismo erencia Ibérica de Emprendimiento onferência: Jornada Cient eender para Vencer Editores Caro Eduardo Gu Manuel Ma Maria do R Mário Pedro Fig spaña o tífica r s: olina Rodrigues uillén Solórzano artínez Carballo Rosário Almeida Carrilho Negas gueroa Dorrego

Transcript of Empreender para Vencer · 27-29 de outubro 6ª Conferência Ibérica de Empreendedorismo 6ª...

  • 27-29 de outubro

    6 Conferncia Ibrica de Empreendedorismo

    6 Conferencia Ibrica de Emprendimiento

    Actas da conferncia: Jornada Cientfica

    Empreender para

    Edita:

    outubro em Corua - Espa

    Conferncia Ibrica de Empreendedorismo

    Conferencia Ibrica de Emprendimiento

    Actas da conferncia: Jornada Cientfica

    Empreender para Vencer

    Editores:Carolina Rodrigues

    Eduardo Guilln SolrzanoManuel Martnez CarballoMaria do Rosrio Almeida

    Mrio Carrilho NegasPedro Figueroa Dorrego

    Espaa

    Conferncia Ibrica de Empreendedorismo

    Actas da conferncia: Jornada Cientfica

    Vencer

    Editores: Carolina Rodrigues

    Eduardo Guilln Solrzano Manuel Martnez Carballo Maria do Rosrio Almeida

    Mrio Carrilho Negas Pedro Figueroa Dorrego

  • Actas da 6 Conferncia Ibrica de Emprendedorismo

    Editores: Carolina Rodrigues Eduardo Guilln SolrzanoManuel Martnez CarballoMaria do Rosrio AlmeidaMrio Carrilho Negas Pedro Figueroa Dorrego

    Edita:

    Actas da 6 Conferncia Ibrica de Emprendedorismo

    Corua, Espaa

    27 a 29 de outubro

    Eduardo Guilln Solrzano Manuel Martnez Carballo Maria do Rosrio Almeida

    Actas da 6 Conferncia Ibrica de Emprendedorismo

    Corua, Espaa

    utubro de 2016

  • TTULO

    6 Conferncia Ibrica de Empreendedorismo

    SUBTTULO

    Actas da 6 Conferncia Ibrica de Emprendedorismo

    Corua, Espaa

    27 a 29 de outubro de 2016

    EDITORES

    Carolina Rodrigues - Universidad da ExtremaduraEduardo Guilln Solrzano - Universidad da CoruaManuel Martnez Carballo - Universidad da CoruaMaria do Rosrio Almeida, Empreend e IncubcenterMrio Carrilho Negas - Universidade AbertaPedro Figueroa Dorrego - Universidad de Vigo

    EDICIN, IMPRESIN Y ACABADOS

    Empreend y Universidad da Coru

    ISBN

    978-989-97513-5-4

    WEB

    www.empreend.pt/conferencia201

    www.ciem2016.com 2016 EMPREEND / Universidad da Corua Reservados todos os direitos. Toda a reproduo, ou transmisso, por qualquer forma, seja esta mecnica, electrnica, fotocpia, gravao ou qualquer outra, sem prvia autorizao escrita do autor e editor ilcita e passvel de procedimento judicial do infrator.

    FICHA TCNICA

    Empreendedorismo

    Actas da 6 Conferncia Ibrica de Emprendedorismo

    Universidad da Extremadura Universidad da Corua

    Universidad da Corua Maria do Rosrio Almeida, Empreend e Incubcenter

    Universidade Aberta Universidad de Vigo

    EDICIN, IMPRESIN Y ACABADOS

    a Corua

    www.empreend.pt/conferencia2016

    Universidad da Corua

    Reservados todos os direitos. Toda a reproduo, ou transmisso, por qualquer forma, seja esta mecnica, electrnica, fotocpia, gravao ou qualquer outra, sem prvia autorizao escrita do autor e editor ilcita e passvel de procedimento judicial do infrator.

    Reservados todos os direitos. Toda a reproduo, ou transmisso, por qualquer forma, seja esta mecnica, electrnica, fotocpia, gravao ou qualquer outra, sem prvia autorizao escrita do autor e editor

    Ciem2016 6 Conferncia Ibrica de Empreendedorismo - 1

  • C

    Comisso Coordenadora / Comisin de Committee lvaro Manuel Reis da Rocha, AISTI e Universidade de CoimbraCarlos Maria Jardn, Universidade de VigoEduardo Guilln Solrzano, Universidad de CoruaHelena Maria da Silva Santos Rodrigues, Instituto Politcnico de VManuel Martnez Carballo, Universidad de CoruaMaria do Rosrio Alves de Almeida, Empreend e IncubcenterMrio Carrilho Negas, Universidade AbertaPedro FigueroaDorrego, Universidade de Vigo

    Comisso Organizadora / Comisin de OrCommittee Bruno Machado, EmpreendBruno Miguel Rodrigues da Costa, IncubcenterEdgar Possani, ITAM- Instituto Tecnolgico Autnomo de MxicoEduardo Guilln Solrzano, Universidad de CoruaJoo Paulo Martins Ribeiro, EmpreendJoo Pereira, Universidade AbertaLusa Cagica Carvalho, Universidade AbertaManuel Martnez Carballo, Universidad de CoruaMaria Carolina Martins Rodrigues, Maria de Ftima Morais V. da S. Lobo, Maria do Rosrio Alves de Almeida, Empreend e IncubcenterMaria Jos Francisco, IncubcenterMrio Carrilho Negas, Universidade Aberta Pedro Figueroa Dorrego, Universidade de VigoRicardo Godinho, Empreend

    Comisso Cientfica / ComiAlicia Blanco Gonzalez, Universidad Rey Juan CarlosAmlcar Manuel do Rosrio Oliveira, Universidade AbertaAna Maria Sotomayor, ISCALAna Paula Cordeiro, Universidade AbertaAntnia Mercedes Garcia Cabrera,

    COMISINES/COMISSES

    Comisso Coordenadora / Comisin de Coordinacin / Coordinating

    lvaro Manuel Reis da Rocha, AISTI e Universidade de Coimbra Carlos Maria Jardn, Universidade de Vigo Eduardo Guilln Solrzano, Universidad de Corua Helena Maria da Silva Santos Rodrigues, Instituto Politcnico de Viana do CasteloManuel Martnez Carballo, Universidad de Corua Maria do Rosrio Alves de Almeida, Empreend e Incubcenter Mrio Carrilho Negas, Universidade Aberta, Empreend Pedro FigueroaDorrego, Universidade de Vigo

    Comisso Organizadora / Comisin de Organizacin / Organizing

    Bruno Machado, Empreend Bruno Miguel Rodrigues da Costa, Incubcenter

    Instituto Tecnolgico Autnomo de Mxico Eduardo Guilln Solrzano, Universidad de Corua Joo Paulo Martins Ribeiro, Empreend

    Pereira, Universidade Aberta Lusa Cagica Carvalho, Universidade Aberta Manuel Martnez Carballo, Universidad de Corua Maria Carolina Martins Rodrigues, Universidade da Extremadura, CIEOMaria de Ftima Morais V. da S. Lobo, Universidade Aberta e EmpreendMaria do Rosrio Alves de Almeida, Empreend e Incubcenter Maria Jos Francisco, Incubcenter

    Universidade Aberta e Empreend Dorrego, Universidade de Vigo

    Ricardo Godinho, Empreend

    Comisso Cientfica / Comisin Cientfica / Scientific CommitteeAlicia Blanco Gonzalez, Universidad Rey Juan Carlos Amlcar Manuel do Rosrio Oliveira, Universidade Aberta Ana Maria Sotomayor, ISCAL Ana Paula Cordeiro, Universidade Aberta Antnia Mercedes Garcia Cabrera, Universidad de las Palmas de Gran Canaria

    Coordinacin / Coordinating

    iana do Castelo

    ganizacin / Organizing

    CIEO e Empreend Empreend

    sin Cientfica / Scientific Committee

    Universidad de las Palmas de Gran Canaria

    Ciem2016 6 Conferncia Ibrica de Empreendedorismo - 2

  • Antnio Eduardo Martins, Universidade AbertaAntnio Manuel Quintas Mendes, Universidade AbertaAntnio Moreira Teixeira, Universidade AbertaCarla Curado, ISEG-SchoolofCarlos Costa, ISCTE, Instituto Universitrio de LisboaCarlos Cupeto, Universidade de voraCarlos dos Santos Pinho, Universidade AbertaCarlos Maria Jardn, Universidade de VigoCarlos Merino Moreno, Universidade Autnoma de MaCarlos Rafael Branco, Universidade AbertaClandia Maffini Gomes, PPGA Clide Rodrguez-Vzquez, Universidad da CoruaDaniela Maria Ribeiro Pacheco Moura, ISCTEDaniela Melar Vieira Barros, Professora da UniversidEdgar Possani Espinosa, Instituto Tecnolgico Autnomo de MxicoEduardo Guilln Solrzano, Universidad de CoruaEmilia Garcia Arthus, Universidad da CoruaEmlia Vzquez Rozas, Universidade de Santiago de CompostelaEstefana Mourelle Espasandn, Universidade da CoruaFlvia Luciane Scherer, PPGA Gerardo Domnguez, Universidad da CoruaHelena Maria da Silva Santos Rodrigues, Instituto Politcnico de Viana do CasteloIsabel Neira Gmez, UniversidadIvo Alexandre Rodrigues Dias de Sousa, Universidade Abertajesus lopez-rodriguez, Universidad da CoruaJess Mirs, Universidad da CoruaJoo Paulo Coelho Marques, ISCACJoo Pereira, Universidade AbertJoo Simo, Universidade AbertaJordana Marques Kneipp, PPGA Jose Alvarez Garca, Universidad de ExtremaduraJose Andres Faia Medin, Universidad da CoruaJos Antnio Porfrio, Universidade AbertaJos Duarte Moleiro Martins, IJos Fontes, Academia MilitarJos Lpez-Rodrguez, Universidad da CoruaJos Maral, Universidade AtlntidaJos Ramn Cardona, Universitat de les Illes Balears

    Antnio Eduardo Martins, Universidade Aberta Antnio Manuel Quintas Mendes, Universidade Aberta Antnio Moreira Teixeira, Universidade Aberta

    Schoolof E. Management, TechnicalUniversityofLisbonCarlos Costa, ISCTE, Instituto Universitrio de Lisboa Carlos Cupeto, Universidade de vora Carlos dos Santos Pinho, Universidade Aberta Carlos Maria Jardn, Universidade de Vigo Carlos Merino Moreno, Universidade Autnoma de Madrid Carlos Rafael Branco, Universidade Aberta Clandia Maffini Gomes, PPGA Universidade Federal de Santa Maria

    Vzquez, Universidad da Corua Daniela Maria Ribeiro Pacheco Moura, ISCTE Daniela Melar Vieira Barros, Professora da Universidade Aberta Edgar Possani Espinosa, Instituto Tecnolgico Autnomo de Mxico Eduardo Guilln Solrzano, Universidad de Corua Emilia Garcia Arthus, Universidad da Corua

    Rozas, Universidade de Santiago de Compostela Espasandn, Universidade da Corua

    Flvia Luciane Scherer, PPGA Universidade Federal de Santa Maria Gerardo Domnguez, Universidad da Corua Helena Maria da Silva Santos Rodrigues, Instituto Politcnico de Viana do CasteloIsabel Neira Gmez, Universidade de Santiago de Compostela Ivo Alexandre Rodrigues Dias de Sousa, Universidade Aberta

    rodriguez, Universidad da Corua Jess Mirs, Universidad da Corua Joo Paulo Coelho Marques, ISCAC-Coimbra Business School Joo Pereira, Universidade Aberta Joo Simo, Universidade Aberta Jordana Marques Kneipp, PPGA Universidade Federal de Santa MariaJose Alvarez Garca, Universidad de Extremadura Jose Andres Faia Medin, Universidad da Corua Jos Antnio Porfrio, Universidade Aberta

    Moleiro Martins, I. Superior Contabilidade e Administrao LisboaAcademia Militar

    Rodrguez, Universidad da Corua Jos Maral, Universidade Atlntida Jos Ramn Cardona, Universitat de les Illes Balears

    TechnicalUniversityofLisbon

    Helena Maria da Silva Santos Rodrigues, Instituto Politcnico de Viana do Castelo

    Universidade Federal de Santa Maria

    Superior Contabilidade e Administrao Lisboa

    Ciem2016 6 Conferncia Ibrica de Empreendedorismo - 3

  • Jose Alvarez Garca, Universidad de ExtremaduraLeonel Morgado, Universidade Aberta e INESC TECLcia Rejane da R. Gama Madruga, PPGA Lus Mansos, Universidade do Algarve CIEOLusa Cagica Carvalho, Universidade AbertaM Angeles Revilla Camacho, Universidad de SevillaManuel Martnez Carballo, Universidade da CoruaManuel Mouta Lopes, Universidade AbertaManuela Vega Vzquez, Universidad de SevillaMarc Marie Luc Philippe Jacquinet, Universidade AbertaMaria da Conceio Ramos, UniversidaMaria do Pilar Mansos, Universidade de Lisboa Instituto de EducaoMaria do Rosrio de Abreu de Matos Bernardo, Universidade AbertaMara Dolores Snchez-Fernndez, Universidad da CoruaMaria Fernanda Pargana Ilhu, Instituto Superior de EconMara Isabel Snchez-Hernndez, Universidad de ExtremaduraMara Jess Rodrguez Gulas, Universidad da CoruaMaria Jos Sousa, CIEO, Centro de Investigao sobre o Espao e OrganizaesMaria Manuela Ferreira Malheiro, CEMRIMara Susana Martos Actis, Universidade de Vigo/ Misiones (Argentina)Mara-ngeles Revilla-Camacho, Universidad da CoruaMrio Carrilho Negas, Universidade AbertaMrio Macedo, Universidade AtlntidaMiguel Gonzlez Loureiro, UniversidaMiguel Jorge Rodrigues de Magalhes, Universidade PortucalenseNuno Alexandre Abranja, Instituto Superior de Cincias EducativasNuria Calvo, Universidad da CoruaOrlando Manuel Martins Marques de Lima Rua, Instituto Politcnico do PortoPaulino Montes-Solla, Universidad da CoruaPedro Isaas, Universidade AbertaPedro Mazissa Gomes, Universidade Agostinho NetoRicardo Costa, U. I. Cincias Empresariais e Sustentabilidade I.Ricardo Hernndez Mogolln, Universidad deRoberto Schoproni Bichueti, PPGA Rosa Maria Mariz Perez, Universidad da CoruaRubn Lado-Sestayo, Universidad da CoruaSusana Barbeito-Roibal, Universidad da CoruaTeresa Paula Costa Azinheira Oliveira, UniversidadeVnia de Ftima Barros Estivalet, PPGA

    Universidad de Extremadura Leonel Morgado, Universidade Aberta e INESC TEC Lcia Rejane da R. Gama Madruga, PPGA Universidade Federal de Santa MariaLus Mansos, Universidade do Algarve CIEO Lusa Cagica Carvalho, Universidade Aberta

    amacho, Universidad de Sevilla Manuel Martnez Carballo, Universidade da Corua Manuel Mouta Lopes, Universidade Aberta Manuela Vega Vzquez, Universidad de Sevilla Marc Marie Luc Philippe Jacquinet, Universidade Aberta Maria da Conceio Ramos, Universidade do Porto Maria do Pilar Mansos, Universidade de Lisboa Instituto de Educao Maria do Rosrio de Abreu de Matos Bernardo, Universidade Aberta

    Fernndez, Universidad da Corua Maria Fernanda Pargana Ilhu, Instituto Superior de Economia e Gesto

    Hernndez, Universidad de Extremadura Mara Jess Rodrguez Gulas, Universidad da Corua Maria Jos Sousa, CIEO, Centro de Investigao sobre o Espao e Organizaes

    anuela Ferreira Malheiro, CEMRI, Universidade Aberta Mara Susana Martos Actis, Universidade de Vigo/ Misiones (Argentina)

    Camacho, Universidad da Corua Mrio Carrilho Negas, Universidade Aberta e Empreend Mrio Macedo, Universidade Atlntida Miguel Gonzlez Loureiro, Universidade de Vigo Miguel Jorge Rodrigues de Magalhes, Universidade Portucalense Nuno Alexandre Abranja, Instituto Superior de Cincias Educativas Nuria Calvo, Universidad da Corua Orlando Manuel Martins Marques de Lima Rua, Instituto Politcnico do Porto

    Solla, Universidad da Corua Pedro Isaas, Universidade Aberta Pedro Mazissa Gomes, Universidade Agostinho Neto

    Cincias Empresariais e Sustentabilidade I. Superior Ricardo Hernndez Mogolln, Universidad de Extremadura Roberto Schoproni Bichueti, PPGA Universidade Federal de Santa MariaRosa Maria Mariz Perez, Universidad da Corua

    Sestayo, Universidad da Corua Roibal, Universidad da Corua

    Teresa Paula Costa Azinheira Oliveira, Universidade Aberta Vnia de Ftima Barros Estivalet, PPGA Universidade Federal de Santa Maria

    Universidade Federal de Santa Maria

    omia e Gesto

    Maria Jos Sousa, CIEO, Centro de Investigao sobre o Espao e Organizaes

    Mara Susana Martos Actis, Universidade de Vigo/ Misiones (Argentina)

    Orlando Manuel Martins Marques de Lima Rua, Instituto Politcnico do Porto

    Superior Maia

    Universidade Federal de Santa Maria

    Universidade Federal de Santa Maria

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  • Organizacin

    APOIOS

    APOIOS A LA DIV

    VULGACIN

    Ciem2016 6 Conferncia Ibrica de Empreendedorismo - 5

  • PREFCIO

    Este documento inclui os artigos dos autores oradores participantes na Ibrica de Empreendedorismo, Ciem201organizada pela EMPREEND Universidde da Corunhaempreendedorismo.

    A Conferncia Ibrica de Empreendedorismo (Ciem), otimizar sinergias entre o universoconhecimento, capacidades e experincias contribuindo para merelaes entre os pares que investigam na rea do empreendedorismo e aqueles que atuam no mercado global atravs da inovao, da criatividade e de trabalho tentam ultrapassar a crise apostando na dinamizao da economia reforatriple hlice da transferncia de conhecimento entre e

    Para alm disso, a Ciem201de experincias, conjugao de esforos e a criao de parcerias entre universidades, empresas e outras organizaes, empreendedorismo transfronteirio en

    Este ano realizou-se a CISI2016 Inovao, em agosto, na Universidade Federal de Santa Maria Brasil. A CISI um evento tcnicoSustentabilidade e Inovao como fator chave de crescimento econmico;investigao no domnio da Sustentabilidade e Inovao a nvel internacional;uma referncia internacional no mbito do estudo de novas perspectivas daSustentabilidade e Inovao, promovendo a ligao entre a academia e o mundo empresarial e, Promover a aproximao, a troca de experincias e, estabelecer alianas estratgicas entre a academia e o tecido empresarial internacional.

    Por fim os nossos agradecimentos para todos os que indirectamentecolaboraram com a Ciem201parceiros, etc., que de mltiplas formas ajudaram e contriburam para o xito do evento.

    Este documento inclui os artigos dos autores oradores participantes na Ibrica de Empreendedorismo, Ciem2016 em Corunha, de 27 a 29 de outubro

    EMPREEND - Associao Portuguesa para o EmpreendedorismoUniversidde da Corunha, transformando esta cidade no centro

    A Conferncia Ibrica de Empreendedorismo (Ciem), tem como objetivo uma universo cientfico e o empresarial com o desgnio de partilhar

    conhecimento, capacidades e experincias contribuindo para melhorar e alavancar as relaes entre os pares que investigam na rea do empreendedorismo e aqueles que

    no mercado global atravs da inovao, da criatividade e de trabalho tentam ultrapassar a crise apostando na dinamizao da economia refora

    da transferncia de conhecimento entre empresas, governos e u

    Para alm disso, a Ciem2016, pretende igualmente ser um espao de convvio, partilha de experincias, conjugao de esforos e a criao de parcerias entre universidades,

    e outras organizaes, com o obtetivo de fortalecer empreendedorismo transfronteirio entre Portugal e Espanha.

    CISI2016 1 Conferncia Internacional de Sustentabilidade e agosto, na Universidade Federal de Santa Maria Santa Maria

    CISI um evento tcnico-cientfico anual, que visaSustentabilidade e Inovao como fator chave de crescimento econmico;investigao no domnio da Sustentabilidade e Inovao a nvel internacional;uma referncia internacional no mbito do estudo de novas perspectivas daSustentabilidade e Inovao, promovendo a ligao entre a academia e o mundo

    Promover a aproximao, a troca de experincias e, estabelecer alianas estratgicas entre a academia e o tecido empresarial internacional.

    Por fim os nossos agradecimentos para todos os que colaboraram com a Ciem2016: autores, comisses, patrocinadores,

    parceiros, etc., que de mltiplas formas ajudaram e contriburam para o xito do evento.

    Corua, octubrCarolina Rodrigues

    Eduardo Guilln Solrzano Manuel Martnez CarballoMaria do Rosrio Almeida

    Mrio Carrilho Negas Pedro Figueroa Dorrego

    Este documento inclui os artigos dos autores oradores participantes na 6 Conferncia de outubro de 2016,

    para o Empreendedorismo e pela , transformando esta cidade no centro Ibrico de

    tem como objetivo uma vez mais, empresarial com o desgnio de partilhar

    lhorar e alavancar as relaes entre os pares que investigam na rea do empreendedorismo e aqueles que

    no mercado global atravs da inovao, da criatividade e de trabalho dirio tentam ultrapassar a crise apostando na dinamizao da economia reforando assim a

    governos e universidade.

    , pretende igualmente ser um espao de convvio, partilha de experincias, conjugao de esforos e a criao de parcerias entre universidades,

    e impulsionaro

    1 Conferncia Internacional de Sustentabilidade e Santa Maria RS -

    cientfico anual, que visa Abordar a Sustentabilidade e Inovao como fator chave de crescimento econmico; Impulsionar a investigao no domnio da Sustentabilidade e Inovao a nvel internacional; Constituir uma referncia internacional no mbito do estudo de novas perspectivas da Sustentabilidade e Inovao, promovendo a ligao entre a academia e o mundo

    Promover a aproximao, a troca de experincias e, estabelecer alianas

    Por fim os nossos agradecimentos para todos os que directa ou , comisses, patrocinadores,

    parceiros, etc., que de mltiplas formas ajudaram e contriburam para o xito do evento.

    Boa leitura! Corua, octubre de 2016

    Carolina Rodrigues Eduardo Guilln Solrzano Manuel Martnez Carballo Maria do Rosrio Almeida

    Mrio Carrilho Negas Pedro Figueroa Dorrego

    Ciem2016 6 Conferncia Ibrica de Empreendedorismo - 6

  • NDICE

    Artigos da Conferncia

    1- EMPREENDEDORISMO SOCIAL

    Empreendedorismo social e valores pessoais: percepes dos gestores de uma Associao Brasileira. Leticia Lengler, Jefferson Oliveira, Vania de Ftima Barros Estivalete, Jordana Marques Kneipp e Paula Barros MarcuzzoA comunicao externa como veculo de legitimidade estudo de caso longitudinal a sete organizaes com perfil socialmente empreendedorCristina Parente, Gonalo Marques Barbosa e Mafalda GomesEspacios alternativos de aprendizaje: el marathon de emprendimiento BarceloThinking Challenge Eva Perea, Carmen Ruiz, Vanesa Berlanga e Joan RipollEmprendimiento Cooperativo en Galicia con perspectiva de gnero: una forma de afrontar la crisis econmica (2008 Ana Olveira Blanco Las entidades no lucrativas: estudio emprico sobre el sector de las fundaciones en Espaa. Javier Jorge e M Peana ChiviteEmpreendedorismo e Inovao: um estudo bibliomtrico da produo cientfica na Web of Science. Ana Paula Perlin, Gabriela Rossato, Clandia Maffini Gomes, Luana Ins Damke. O Foco da utilizao das Redes sociais online nas EmpresasAncia Trindade Empreendedorismo Cooperativo no Brasil: As Cooperativas AgropecuriasMarcia Helena dos Santos Bento e Lcia Rejane da Rosa GamaCan social entrepreneurship transform the tourism monoculture in the Algarve?Fatima Lampreia Carvalho

    2 - Empreendedorismo Empresarial/ Emprendedurismo Empresarial

    Incentivos al emprendimiento: Beneficios fiscales dirigidos a empresas decreacin y a las pymes en el IAE y el ISSergio Luis Nez Alonso e Vicente Enciso de YzaguirreBarreiras ao Desenvolvimento do Ecossistema Empreendedor PortugusFrancisco Banha, Helena Almeida, Efignio Rebelo eEl compliance confident penal: Una oportunidad de negocio en el asesoramiento.Alvaro Mendo Estrella The simplification of tax procedures in telematics business creationIsabel Gil Inovao da Gesto como Mecanismo das Prticas do Gestor de Topo das Mdias Empresas: um ensaio para o Modelo Open InnovationFrancisco Musiello

    Artigos da Conferncia

    OCIAL/ EMPRENDEDURISMO SOCIAL

    social e valores pessoais: percepes dos gestores de uma

    Leticia Lengler, Jefferson Oliveira, Vania de Ftima Barros Estivalete, Jordana Marques Paula Barros Marcuzzo

    unicao externa como veculo de legitimidade organizacional no terceiro setor: estudo de caso longitudinal a sete organizaes com perfil socialmente empreendedorCristina Parente, Gonalo Marques Barbosa e Mafalda Gomes Espacios alternativos de aprendizaje: el marathon de emprendimiento Barcelo

    Eva Perea, Carmen Ruiz, Vanesa Berlanga e Joan Ripoll. Emprendimiento Cooperativo en Galicia con perspectiva de gnero: una forma de afrontar la crisis econmica (2008 2014).

    estudio emprico sobre el sector de las fundaciones en

    Javier Jorge e M Peana Chivite Empreendedorismo e Inovao: um estudo bibliomtrico da produo cientfica na

    Ana Paula Perlin, Gabriela Rossato, Clandia Maffini Gomes, Jordana Marques Kneipp e

    O Foco da utilizao das Redes sociais online nas Empresas.

    Empreendedorismo Cooperativo no Brasil: As Cooperativas Agropecurias. Marcia Helena dos Santos Bento e Lcia Rejane da Rosa Gama Madruga Can social entrepreneurship transform the tourism monoculture in the Algarve?

    Empreendedorismo Empresarial/ Emprendedurismo Empresarial

    Incentivos al emprendimiento: Beneficios fiscales dirigidos a empresas de nueva creacin y a las pymes en el IAE y el IS.

    Vicente Enciso de Yzaguirre Barreiras ao Desenvolvimento do Ecossistema Empreendedor Portugus.

    Helena Almeida, Efignio Rebelo e Alejandro Ramos compliance confident penal: Una oportunidad de negocio en el asesoramiento.

    The simplification of tax procedures in telematics business creation.

    Inovao da Gesto como Mecanismo das Prticas do Gestor de Topo das Pequenas e Mdias Empresas: um ensaio para o Modelo Open Innovation.

    social e valores pessoais: percepes dos gestores de uma

    Leticia Lengler, Jefferson Oliveira, Vania de Ftima Barros Estivalete, Jordana Marques

    11

    organizacional no terceiro setor: estudo de caso longitudinal a sete organizaes com perfil socialmente empreendedor.

    20

    Espacios alternativos de aprendizaje: el marathon de emprendimiento Barcelona 28

    Emprendimiento Cooperativo en Galicia con perspectiva de gnero: una forma de 35

    estudio emprico sobre el sector de las fundaciones en 42

    Empreendedorismo e Inovao: um estudo bibliomtrico da produo cientfica na

    Jordana Marques Kneipp e

    50

    57

    63

    67

    nueva 78

    84

    92

    97

    Pequenas e 104

    Ciem2016 6 Conferncia Ibrica de Empreendedorismo - 7

  • Afectan en el corto plazo las dimensiones de la gobernanza a la creacin de nuevas empresas. Vtor Manuel de Sousa Gabriel, Mara Jess Rodrguez Gulas e David Contexto empresarial y actitud ante la creacin de empresasMaria Jesus Fernandez Arias e Carlos M. JardonBem-estar subjetivo nas empresas:um estudo sobre redes, confiana e personalidadeLiliana Alves, Helena Santos Rodrigues e IsabelAs UEN e o Intraempreendedorismo EmpresarialMiguel Jorge Rodrigues de Magalhes e Paulo Joo Figueiredo Cabral TelesImpactos dos processos de marketing inovadores no empreendedorismo no setor das farmcias comunitrias PortuguesasPaulo Silva Mujer y emprendimiento: un estudio en el sector turstico espaolRubn Lado-Sestayo e Milagros VivelDeterminantes del emprendimiento tursticoRubn Lado-Sestayo e Milagros VivelAnlise de resilincia de empreendedores do Processo de internacionalizao de empresasVanessa Almeida da Silva, Flavia Luciane Scherer, Daiane Campos e Andrei MikhailovDel Emprendimiento a la Innovacin: Un reto del sistema de emprendimiento para articularse al sistema de innovacinEscobar Soto Jhon Fredy e Bedoya Botero Indy BibianaRed Empresarial de Barrio. Protagonismo del sector empresarial en los proyectos de promocin de empleo. Vicente Manuel Zapata Hernndez e Vctor Rodrguez CoelloDa Inteno Ao EmpreendoraAntnio Oliveira e Orlando Lima RuaUn proyecto europeo para el desenvolvimiento agrario en Galicia: cultivo sostenible del atlntico 2020. Francisco Jess Ferreiro Seoane e Natalia Martnez SerraLos agentes del Empleo y Desarrollo Local: apoyo a los emprendedoresFrancisco Jess Ferreiro Seoane, Marta Camino Santos e Begoa Lema PoseInnovacin y emprendedurismo: Ordenando el rompecabezas de la Nueva Gestin Empresarial de la Innovacion J. Andrs Faa Medn, Chema Losada

    3 -EMPREENDEDORISMO CULTURAL/ EMPRENDEDURISMO CULTURAL

    Telhados e paredes verdes - um contributo para eco cidades como fator de valorizao turstica. Vanessa Schnitzer e Carlos Cupeto

    4 - EMPREENDEDORISMO E EDUCAO/ EMPRENDEDURISMO Y EDUCACIN

    Cooperar Atravs do Ensino do EmpreendedorismoFernanda Bizarro Policarpo e Ricardo MogllonDevelopment of Entrepreneurship Education Programmes for HEI Students: The Lean Start-up Approach. Arminda do Pao, Joo Ferreira, Mrio Raposo e Joana Vaz

    Afectan en el corto plazo las dimensiones de la gobernanza a la creacin de nuevas

    Vtor Manuel de Sousa Gabriel, Mara Jess Rodrguez Gulas e David Rodeiro PazosContexto empresarial y actitud ante la creacin de empresas. Maria Jesus Fernandez Arias e Carlos M. Jardon

    estar subjetivo nas empresas:um estudo sobre redes, confiana e personalidadeLiliana Alves, Helena Santos Rodrigues e Isabel Neira As UEN e o Intraempreendedorismo Empresarial. Miguel Jorge Rodrigues de Magalhes e Paulo Joo Figueiredo Cabral Teles Impactos dos processos de marketing inovadores no empreendedorismo no setor das farmcias comunitrias Portuguesas.

    Mujer y emprendimiento: un estudio en el sector turstico espaol. Sestayo e Milagros Vivel-Ba

    Determinantes del emprendimiento turstico Sestayo e Milagros Vivel-Ba.

    Anlise de resilincia de empreendedores do estado do Rio Grande do Sul, no Brasil: Processo de internacionalizao de empresas. Vanessa Almeida da Silva, Flavia Luciane Scherer, Daiane Campos e Andrei MikhailovDel Emprendimiento a la Innovacin: Un reto del sistema de emprendimiento para

    cularse al sistema de innovacin. Escobar Soto Jhon Fredy e Bedoya Botero Indy Bibiana Red Empresarial de Barrio. Protagonismo del sector empresarial en los proyectos de

    Vicente Manuel Zapata Hernndez e Vctor Rodrguez Coello Da Inteno Ao Empreendora. Antnio Oliveira e Orlando Lima Rua Un proyecto europeo para el desenvolvimiento agrario en Galicia: cultivo sostenible

    Francisco Jess Ferreiro Seoane e Natalia Martnez Serra del Empleo y Desarrollo Local: apoyo a los emprendedores.

    Francisco Jess Ferreiro Seoane, Marta Camino Santos e Begoa Lema Pose Innovacin y emprendedurismo: Ordenando el rompecabezas de la Nueva Gestin

    Medn, Chema Losada-Lopez e Paulino Montes-Solla

    EMPREENDEDORISMO CULTURAL/ EMPRENDEDURISMO CULTURAL

    um contributo para eco cidades como fator de valorizao

    Vanessa Schnitzer e Carlos Cupeto

    EMPREENDEDORISMO E EDUCAO/ EMPRENDEDURISMO Y EDUCACIN

    Cooperar Atravs do Ensino do Empreendedorismo Fernanda Bizarro Policarpo e Ricardo Mogllon Development of Entrepreneurship Education Programmes for HEI Students: The

    Arminda do Pao, Joo Ferreira, Mrio Raposo e Joana Vaz

    Afectan en el corto plazo las dimensiones de la gobernanza a la creacin de nuevas

    Rodeiro Pazos

    113

    119

    estar subjetivo nas empresas:um estudo sobre redes, confiana e personalidade. 125

    133

    Impactos dos processos de marketing inovadores no empreendedorismo no setor das 141

    147

    153

    estado do Rio Grande do Sul, no Brasil:

    Vanessa Almeida da Silva, Flavia Luciane Scherer, Daiane Campos e Andrei Mikhailov

    158

    Del Emprendimiento a la Innovacin: Un reto del sistema de emprendimiento para 166

    Red Empresarial de Barrio. Protagonismo del sector empresarial en los proyectos de 172

    180

    Un proyecto europeo para el desenvolvimiento agrario en Galicia: cultivo sostenible 185

    191

    Innovacin y emprendedurismo: Ordenando el rompecabezas de la Nueva Gestin 195

    EMPREENDEDORISMO CULTURAL/ EMPRENDEDURISMO CULTURAL

    um contributo para eco cidades como fator de valorizao 205

    EMPREENDEDORISMO E EDUCAO/ EMPRENDEDURISMO Y EDUCACIN

    209

    Development of Entrepreneurship Education Programmes for HEI Students: The 213

    Ciem2016 6 Conferncia Ibrica de Empreendedorismo - 8

  • Agenda Ambiental na Administrao PblicaMaria / RS. Luciana Aparecida Barbieri Rosa, Jordana Marques Kneipp, Clandia Maffini Gomes, Francies Diego Motke, Ana Paula Perlin e Kamila FrizzoContribuies para a Educao Empreendedora em uma instituio de Ensino Superior Brasileira Italo Fernando Minello, Vnia de Ftima Barros Estivalete, Rafaela Escobar Brger eTatiane de Andrade Neves HrbeComo contribuir para a criao deItalo Fernando Minello, Vnia de Ftima Barros Estivalete, Rafaela Escobar Brger e Cristiane Krger Programa DNA Cascais Escolas Empreendedoras a educao para o empreendedorismoRodrigo Castro, Miguel Damsio e Lus Matos MartinsEmpreendedorismo Acadmico em tempos de tecnologia mvel e aplicativos educacionais. Cintia Ines Boll, Marcela Lorea Gomes e Carla QueirozA Cultura Empreendedora no Lus Mansos

    5 - INTRAEMPREENDEDORISMO / INTRA

    The ten commandments of intrapreneurship and resilience in an adverse contextLuis Rivas, Irene Martn, Mercedes Ramos, Mara Teresa Gmez e Javier MeanaTowards the design of a new organizational philosophy: capitalize on the commitment, ability, ingenuity and creativity of its human talent. capital. Irene Martn Martn, Mercedes Ramos Gutirrez e Luis Alberto Rivas

    6 - EMPREENDEDORISMO ESTUDOS DE CASO/ EMPRENDEDURISMO ESTDIOS DE CASO

    Estratgias de Internacionalizao do Setor Cervejeiro: um estudo de casoLusa Bento e Orlando Lima RuaGesto estratgica da inovao sustentvel em empresas Jordana Marques Kneipp, Clandia Maffini Gomes, Carlos Maria Fernndez Jardn,Luciana Aparecida Barbieri da Rosa e Ana Paula PerlinDNA Cascais 10 anos a promover e desenvolver o empreendedorismo em CascaisMiguel Damasio, Rodrigo Castro eKnowledge Transfer in Entrepreneurial ecosystemsAdao Flores, Elsa Pereira e Henrique GraaOs desafios da dinamizao das incubadoras de empresas Business Factory. Lus Matos Martins e Teresa PretaGovernana e Desenvolvimento Regional Sustentvel: O caso de Santa Maria Tecnoparque. Mrio Carrilho Negas, Anderson Cougo Da Cruz, Maria Carolina Martins Rodrigues, Maria de Ftima Morais Vieira Lobo Innovacin y emprendedurismo: Ordenando el rompecabezas de la Nueva Gestin Empresarial de la Innovacion. J. Andres Faa, C. Losada-Lpez, P. Montes

    Agenda Ambiental na Administrao Pblica-A3P: Universidade Federal de Santa

    Luciana Aparecida Barbieri Rosa, Jordana Marques Kneipp, Clandia Maffini Gomes, Ana Paula Perlin e Kamila Frizzo

    Contribuies para a Educao Empreendedora em uma instituio de Ensino

    Italo Fernando Minello, Vnia de Ftima Barros Estivalete, Rafaela Escobar Brger eTatiane de Andrade Neves Hrbe

    contribuir para a criao de uma universidade empreendedora? Italo Fernando Minello, Vnia de Ftima Barros Estivalete, Rafaela Escobar Brger e

    Programa DNA Cascais Escolas Empreendedoras - 10 anos a promover e desenvolver para o empreendedorismo.

    Rodrigo Castro, Miguel Damsio e Lus Matos Martins Empreendedorismo Acadmico em tempos de tecnologia mvel e aplicativos

    Cintia Ines Boll, Marcela Lorea Gomes e Carla Queiroz A Cultura Empreendedora no Ensino Superior Portugus.

    INTRAEMPREENDEDORISMO / INTRA-EMPRENDEDURISMO

    The ten commandments of intrapreneurship and resilience in an adverse context.Luis Rivas, Irene Martn, Mercedes Ramos, Mara Teresa Gmez e Javier Meana Towards the design of a new organizational philosophy: capitalize on the commitment, ability, ingenuity and creativity of its human talent. The legal protection of intellectual

    Irene Martn Martn, Mercedes Ramos Gutirrez e Luis Alberto Rivas Herrero

    EMPREENDEDORISMO ESTUDOS DE CASO/ EMPRENDEDURISMO

    Estratgias de Internacionalizao do Setor Cervejeiro: um estudo de caso. Orlando Lima Rua

    Gesto estratgica da inovao sustentvel em empresas industriais galegas. Jordana Marques Kneipp, Clandia Maffini Gomes, Carlos Maria Fernndez Jardn,Luciana Aparecida Barbieri da Rosa e Ana Paula Perlin DNA Cascais 10 anos a promover e desenvolver o empreendedorismo em Cascais.

    Castro e Jean Baronet Knowledge Transfer in Entrepreneurial ecosystems.

    Henrique Graa Os desafios da dinamizao das incubadoras de empresas - Estudo de caso: Ericeira

    Teresa Preta Governana e Desenvolvimento Regional Sustentvel: O caso de Santa Maria

    Mrio Carrilho Negas, Anderson Cougo Da Cruz, Maria Carolina Martins Rodrigues, Maria de Ftima Morais Vieira Lobo e Marcelo Trevisan Innovacin y emprendedurismo: Ordenando el rompecabezas de la Nueva Gestin

    Lpez, P. Montes-Solla

    A3P: Universidade Federal de Santa

    Luciana Aparecida Barbieri Rosa, Jordana Marques Kneipp, Clandia Maffini Gomes,

    221

    Contribuies para a Educao Empreendedora em uma instituio de Ensino

    Italo Fernando Minello, Vnia de Ftima Barros Estivalete, Rafaela Escobar Brger

    229

    Italo Fernando Minello, Vnia de Ftima Barros Estivalete, Rafaela Escobar Brger e 236

    10 anos a promover e desenvolver 245

    Empreendedorismo Acadmico em tempos de tecnologia mvel e aplicativos 252

    256

    . 263

    Towards the design of a new organizational philosophy: capitalize on the commitment, The legal protection of intellectual

    268

    EMPREENDEDORISMO ESTUDOS DE CASO/ EMPRENDEDURISMO

    275

    Jordana Marques Kneipp, Clandia Maffini Gomes, Carlos Maria Fernndez 280

    . 289

    297

    Estudo de caso: Ericeira 304

    Governana e Desenvolvimento Regional Sustentvel: O caso de Santa Maria

    Mrio Carrilho Negas, Anderson Cougo Da Cruz, Maria Carolina Martins Rodrigues,

    311

    Innovacin y emprendedurismo: Ordenando el rompecabezas de la Nueva Gestin 318

    Ciem2016 6 Conferncia Ibrica de Empreendedorismo - 9

  • Artculos de la Conferencia

    Artculos de la Conferencia

    Artculos de la Conferencia

    Ciem2016 6 Conferncia Ibrica de Empreendedorismo - 10

  • EMPREENDEDORISMO SOCIAL E VALORES PESSOAIS: PERCEPES DOS GESTORES DE

    UMA ASSOCIAO BRASILEIRA Leticia Lengler

    Professora da UDESSM- UFSM Universidade Federal de Santa Maria/Santa Maria, Brasil

    Jefferson Menezes de Oliveira

    Programa de Ps Graduao em Administrao- PPGA Universidade Federal de Santa Maria/Santa Maria, Brasil

    Vania de Ftima Barros Estivalete Professora Departamento de Cincias Administrativas

    Universidade Federal de Santa Maria/Santa Maria, Brasil

    Jordana Marques Kneipp Professora da UDESSM- UFSM

    Universidade Federal de Santa Maria/Santa Maria, Brasil

    Paula Barros Marcuzzo Acadmica Curso Psicologia

    Universidade Federal de Santa Maria/Santa Maria, Brasil

    ResumoNa tentativa de relacionar os valores pessoais com as caractersticas dos empreendedores sociais, este estudo tem como objetivo investigar os valores mais importantes e as percepes de empreendedorismo social que so praticados em uma associao de desportos nuticos no sul do Brasil. Portanto, uma entrevista realizada com os diretores de Asena (presidente e vice) revelou que a organizao orientada por valores como a cooperao, bem-estar, preservao da natureza e respeito. Estes valores esto ligados percepo de empreendedorismo social dos gerentes da associao, que estabeleceu suas atividades em prol da comunidade local.

    AbstractIn an attempt to relate personal values with the characteristics of social entrepreneurs, this study aims to investigate the salient values and the social entrepreneurship perceptions that are practiced in a nautical sports association in south of Brazil. Therefore, an interview conducted with ASENAs directors (president and vice president)revealed the organization is guided by values such as cooperation, well-being, nature preservation and respect. These values are linked to the social entrepreneurship perception of the association managers, who established its activities in behalf of the local community.

    Key words: Social entrepreneurship; personal values ; social transformation of a local community.

    I. INTRODUO

    O contexto das transformaes sociais, econmicas e ambientais tem impulsionado inmeras mudanas no ambiente organizacional, influenciando as interaes sociais que ocorrem neste cenrio. Nesse sentido, o empreendedorismo social desponta como uma oportunidade nica de desafiar, questionar, repensar determinados conceitose teorias tradicionais amplamente discutidas em relao ao empreendedorismo empresarial. Ademais, o nmero de empreendedores sociais tem aumentado significativamente nos ltimos anos e as suas atividades e organizaes no so vistas como menos importantes do que as atividades dos empreendedores comerciais [1].Para exemplificar essa

    importncia, os autores destacam que mais de 2% da populao adulta ativa nos Estados Unidos, Reino Unido ou Finlndia est envolvida em um negcio social.

    Alm das discusses tericas sobre a caracterizao do empreendedor social, a importncia da motivao individual do empreendedor social tem sido estudada por diversos pesquisadores. Os indivduos iniciam no empreendedorismo social motivados por uma srie de razes, tais como: educao (advindos de experincia prvia com aes sociais durante o perodo escolar), religio, experincia profissional em empresa que atua com responsabilidade social, exemplos de amigos e pessoas da comunidade local que so engajados, etc.[2]. Outros autores identificaram em seu estudo que as motivaes para se empreender socialmente esto relacionadas a um conjunto de sete motivos: motivao intrnseca, desejo de mudar algo no mundo, necessidade de mudana contnua, desenvolvimento profissional, independncia financeira, paixo do indivduo por promover mudanas sociais, e o papel social de impactar positivamente na comunidade local[3].Enquanto a motivao intrnseca est relacionada com a motivao interna, ou seja, aquela que advm dos valores pessoais, h a motivao externa que se relaciona com a capacidade do empreendedor social em reconhecer um problema social,de um determinado contexto no qual uma comunidade est inserida, podendo esta ser influenciada pelo meio[4].

    Para compreender as motivaes do empreendedor social, acredita-se que seja necessrio entender o comportamento dos indivduos, de grupos de referncia ou de organizaes, a partir da investigao dos valores pessoais[5]. Dessa forma, define-se que os valores pessoais, ou humanos, so como princpios oucrenas, sobre comportamentos ou estados de existncia, quetranscendem situaes especficas. [6].Para esses autores, os valores guiam a seleo ou aavaliao de comportamentos ou eventos e so ordenados por sua importncia. Portanto, o interesse em estudar valores tem se

    Ciem2016 6 Conferncia Ibrica de Empreendedorismo - 11

  • fundamentado na ideia de que eles so preditores do comportamento.

    Assim, identifica-se como objeto deste estudo a Associao de Esportes Nuticos de Santa Maria(ASENA), localizada no municpio de Santa Maria no interior da Regio Sul do Brasil, tendo em vista que uma das suas principais atividades o Projeto Remar, que busca promover a incluso social de crianas e adolescentes por meio de aulas tericas e prticas de canoagem, alm de disseminar prticas de educao ambiental e cidadania, com vistas a fomentar a preparao de futuros atletas da canoagem. A ASENA a nica organizao do municpio com insero no cenrio nacional e internacional da canoagem, e atualmente ela conta com o destaque de seus atletas em diversos campeonatos, como no Sul Americano, Pan Americano, Copa do Mundo e Jogos Olmpicos.

    Considerando-se a complexidade da temtica, esta pesquisa justifica-se pela inteno de ampliar a compreenso sobre as caractersticas do empreendedor social e os valores pessoais podem estar caracterizando as atividades realizadas pelos gestores da ASENA. Para tanto, o objetivo desta pesquisa investigar a percepo sobre empreendedorismo social manifestados nas atividades da ASENA e os valores pessoais proeminentes, a partir da perspectiva de seus gestores.

    A seguir apresenta-se o aporte terico deste estudo, que aborda inicialmente o conceito e as caractersticas que movem o empreendedor social e os valores pessoais. Nas sees posteriores, caracteriza-se este estudo com as discusses metodolgicas e dos resultados, e por fim as consideraes finais, com as limitaes do estudo esugestes para futuras pesquisas.

    II. REFERENCIAL TERICO

    A. Empreendedor social Embora a linguagem do empreendedorismo social possa ser

    relativamente recente, o fenmeno em si possui j uma longa tradio que data dos sculos XVIII e XIX [7]. Desde aquela poca os filantrpicos e detentores de negcios, como Robert Owen, demonstravam alguma preocupao com o bem-estar dos seus empregados ao iniciarem movimentos buscando melhorarem as suas vidas ao nvel do trabalho, educao e cultura [8]. O empreendedorismo social combina os benefcios do empreendedorismo com a resoluo de objetivos sociais e ambientais e tem potencial para auxiliar os indivduos economicamente e socialmente em todas as comunidades no mundo [9]. No entanto o empreendedorismo social muito mais que filantropia ou caridadena medida em que promove uma soluo duradoura, atraente e sustentvel para os problemas sociais [10]. Como um dos exemplos mais conhecidos de empreendedores sociais tem-se Muhammad Yunus, que em 1976 criou o Grammen Bank para erradicar a pobreza e trazer empowerments mulheres no Bangladesh [11].

    O empreendedorismo social tem maior probabilidade de ocorrer em contextos nos quais existam problemas socioeconmicos, ambientais e culturais significativos, podendo ocorrer em diversos contextos, envolvendo tanto empreendedores individuais, como de organizaes coletivas, pblicas ou privadas [12]. Ao pesquisar sobre o

    empreendedorismo social, encontram-se muitas fontes de artigos e trabalhos produzidos por outros pases [13]. Ao analisar as organizaes e suas propostas, o autor destaca que algumas delas tm influenciado a disseminao do conceito e da prtica do Empreendedorismo Social: School Social Entrepreneurship - SSE, - Reino Unido, Canadian Center Social Entrepreneurship - CCSE, Canad; FoudSchwab, Sua; e The Institute Social Entrepreneurs - ISE, Estados Unidos. No quadro 1, sintetiza-se os principais entendimentos sobre o tema.

    QUADRO 1 - CONCEITOS SOBRE EMPREENDEDORISMO SOCIAL - VISO INTERNACIONAL

    ORGANIZAO ENTENDIMENTO

    School Social

    Entrepreneurship - SSE,

    Reino Unido

    " algum que trabalha de uma maneira empresarial, mas para um pblico ou um benefcio social, em lugar de ganhar dinheiro. Empreendedores sociais podem trabalhar em negcios ticos, rgos governamentais, pblicos, voluntrios e comunitrios ".

    Canadian Center Social

    Entrepreneurship -

    CCSE, Canad

    "Um empreendedor social vem de qualquer setor, com as caractersticas de empresrios tradicionais de viso, criatividade e determinao, e empregam e focalizam na inovao social".

    FoudSchwab, Sua "So agentes de intercambiao da sociedade por meio de: proposta de criao de ideias teis para resolver problemas sociais, combinando prticas e conhecimentos de inovao, criando assim novos procedimentos e servios; criao de parcerias e formas/meios de auto sustentabilidade dos projetos; transformao das comunidades graas s associaes estratgicas; utilizao de enfoques baseados no mercado para resolver os problemas sociais".

    The Institute Social

    Entrepreneurs - ISE,

    EUA

    "Empreendedores sociais so executivos do setor sem fins lucrativos que prestam maior ateno s foras do mercado sem perder de vista sua misso (social) e so orientados por um duplo propsito: empreender programas que funcionem e estejam disponveis s pessoas (o empreendedorismo social base nas competncias de uma organizao), tornando-as menos dependentes do governo e da caridade".

    Ashoka, Estados Unidos "Os empreendedores sociais so indivduos visionrios que possuem capacidade empreendedora e criatividade para promover mudanas sociais de longo alcance em seus campos de atividade".

    Erwing Marion,

    Kauffman Foundation

    "Empreendimentos sem fins lucrativos so o reconhecimento de oportunidade de cumprimento de uma misso para criar e sustentar um valor social, sem se ater exclusivamente aos recursos".

    FONTE: Oliveira [13]. Ainda assim,parece que a discusso conceitual sobre os empreendedores sociais no est clara, uma vez que os empreendedores sociais possuem uma tarefa mais complexa que os empreendedores tradicionais, ou categorizados como empreendedores de negcio. Para tanto o quadro 2 aponta algumas das diferenas entre esses dois tipos de empreendedores:

    QUADRO 2 COMPARATIVO ENTRE OS EMPREENDEDORES DE NEGCIO E SOCIAIS

    EMPREENDEDORES DE NEGCIO

    EMPREENDEDORES SOCIAIS

    Fora a experincia pessoal Fora a experincia coletiva

    Ciem2016 6 Conferncia Ibrica de Empreendedorismo - 12

  • baseada no conhecimento baseada nos fins da organizao Foco em ganhos financeiros Foco na construo da capacitao

    organizacional O lucro embolsado ou distribudo

    aos acionistas O lucro retorna organizao para servir um nmero maior de pessoas

    Fonte: Adaptado de Talhuber [14].

    Percebe-se que enquanto o empreendedor empresarial (de negcio) possui o foco no mercado visando ampliar as potencialidades do negcio (lucratividade), o empreendedor social possui o foco orientado para a busca de solues para os problemas sociais e necessidades da sua comunidade [14].

    Outros autores tambm corroboram apontando que a principal medida de desempenho para o empreendedor empresarial o lucro, enquanto a principal medida de desempenho dos empreendedores sociais o impacto e a transformao social que ocorre na sua comunidade local [15]. O que diferencia os empreendedores sociais dos empresariais, portanto, no so as habilidades especficas como persistncia e confiana, mas a determinao deles em alcanar, em longo prazo, os objetivos sociais que eles acreditam [16].

    Os empreendedores sociais sempre existiram, mas eram reconhecidos com diferentes nomes [17; 16]. Eles so indivduos visionrios [2], com habilidade para ver o mundo de uma forma diferente; eles so pessoas apaixonadas e pr-ativas [1; 18;12], que querem mudar e lutar por aquilo que eles realmente acreditam; tm um forte senso de justia e tica [11; 4]; so persistentes [17; 1]; inovadores [1; 2]e com forte capacidade de liderana [11], pois eles recrutam e motivam outros indivduos para a sua causa e constroem redes de pessoas essenciais para alcanar seus objetivos [16].

    Ao tambm observar a relevncia dos valores dos indivduos, outros autores realizaram uma anlise integrada mais ampla considerando alm da dimenso do indivduo, a dimenso grupal e ambiental para compor o Modelo Tridimensional que pode influenciar os empreendedores sociais [19].No Modelo Tridimensional os autores propem que alm dos fatores da dimenso individual (onde se encontram os valores, necessidades e competncias inerentes ao indivduo), h fatores da dimenso grupal (onde destacam-se os fatores culturais e de liderana) e fatores da dimenso ambiental (onde esto presente os fatores mais externos ao indivduo, tais como as exigncias econmicas e circunstncias polticas do momento) que podem ser considerados como propulsores ao desenvolvimento do empreendedorismo social.

    B. Valores Pessoais

    Os indivduos possuem caractersticas distintas e intrigantes, principalmente referindo-se anlise dos comportamentos e diversidade de personalidades, aspiraes e desejos entre estes. De fato, os valores pessoais tm sido motivo de diversos estudos nos vrios ramos da cincia, tais como a Psicologia, Sociologia, Filosofia, Administrao e Antropologia, objetivando a compreenso dos relacionamentos entre os indivduos e diversos ambientes onde atuam[20].

    A previsibilidade do comportamento humano em funo dos valores, consiste em uma perspectiva importanteno que

    tange esta temtica. Neste sentido, destaca-se que: o conhecimento dos valores de uma pessoa nos deveria permitir predizer como ela se comportar em situaes experimentais e em situaes da vida real[21].As pesquisas realizadas por Schwartz, que sucederam Rokeach[21], servem como referncia para os pesquisadoresno campo de valores. Portanto, valores sometas desejveis e transituacionais, que variam em importncia, servem como princpios na vida de uma pessoa ou de uma entidade social. Schwartz [22] desenvolve uma teoria de valores pessoais, que pode ser reconhecida em todos os indivduos independente da cultura. Essa teoria traduz dez tipos de valores denominados como tipos motivacionais, os quais apresentam relaes de compatibilidade e conflito entre si. Esta nomenclatura foi atribuda em funo da resposta humana traduzida pelas necessidades bsicas, a saber: biolgicas, interao social coordenada e de sobrevivncia e funcionamento de grupos [23].

    A validao da teoria deSchwartz [23] tem um histrico de testes empricos em vrias pesquisas transculturais realizadas desde 1998 em mais de 60 pases [24].O Inventrio de Valores de Schwartz (Schwartz ValueSurvey SVS) [23], composto por 57 itens, compreendendo cada um dos tipos motivacionais constantes da teoria de valores proposta pelo autor. Tais itens encontram-se agrupados em duasescalas. Uma primeira, composta por 30 itens, relaciona os objetivos e valores potencialmente desejveis, em forma de substantivos; a outra contm 27 itens direcionados mensurao, na forma de adjetivos, de formas potencialmente desejveis de ao[25].

    A composio delineada na Fig.1 evidencia os dez tipos motivacionais postulados na Teoria de Schwartz[24], quais sejam:

    Autodeterminao: caracterizado por pensamento e ao independente, criatividade, liberdade e escolha de objetivos prprios;

    Estimulao: metas consistem em novidade e desafio na vida;

    Hedonismo: representado pela procura do prazer ou gratificao sensual;

    Realizao: sucesso pessoal mediante a demonstrao de competncia;

    Poder: status social e prestgio, controle ou domnio sobre pessoas e recursos;

    Segurana: harmonia e estabilidade da sociedade, dos relacionamentos e de si mesmo;

    Conformidade: obedincia, restrio de aes, inclinaes e impulsos que tendem a contrariar os outros e as normas sociais;

    Tradio: respeito, compromisso e aceitao dos costumes da sociedade;

    Benevolncia: conservar e fortalecer o bem-estar de pessoas prximas;

    Universalismo: compreenso, agradecimento, tolerncia e proteo do bem-estar de todas as pessoas, bem como da natureza. Os estudos de Schwartz [23] revelaram, ainda, que

    cinco tipos de valores motivacionais servem a interesses

    Ciem2016 6 Conferncia Ibrica de Empreendedorismo - 13

  • individuais e no tm preocupao com o bem-estar do outro e com a natureza (hedonismo, autodeterminao, poder, estimulao e realizao) opondo-se a outros trs tipos de valores motivacionais (benevolncia, tradio e conformidade) que servem a interesses coletivos. Os tipos de valores motivacionais no limite entre esses, tais como universalismo e segurana, compe elementos que servem tanto a interesses individuais quanto coletivos. Tambm, importante colocar que o tipo de valor motivacional hedonismo est presente na abertura a mudana e na autopromoo, tomando parte em um dos plos de cada dimenso [22].

    Figura 1 - Estrutura terica da relao entre valores.

    Fonte: Adaptado de Schwartz [22].

    A estrutura das relaes entre os tipos de valores motivacionais postulados pela teoria de Schwartz indica que quanto mais afastados os valores estiverem em qualquer uma das direes ao redor do crculo mais desfavorveis so suas motivaes subjacentes, podendo gerar grande conflito se situadas em posio oposta. E quanto mais contguo os valores estiverem mais similares so suas motivaes subjacentes [23].

    Alguns autores dividem os tipos motivacionais em duas dimenses [26]: a) abertura mudana versus conservao: ope valores que ressaltam pensamento e atuao interdependente (autodeterminao, estimulao e hedonismo) e valores que enfatizam a auto prescrio, a constncia, a manuteno de prticas tradicionais (segurana, conformidade e tradio) sendo os primeiros favorveis a mudanas; b) autopromoo versus autocondescendncia:contrasta valores relativos aos tipos de valores motivacionais, sendo que no primeiro plo encontram-se (poder, realizao e hedonismo) valores que tem relao com a busca de realizao pessoal e domnio e, no plo da autocondescendncia encontram-se (universalismo e benevolncia) valores que ressaltam o bem-estar dos outros.

    H ainda uma distino entre as dimenses individuais e culturais dos valores. As preferncias axiolgicas da pessoa constituem produto da cultura partilhada e da vivncia pessoal nica [27]. Neste sentido, a estrutura axiolgica de uma organizao pode ser apresentada como um princpio relativamente durvel de valores, ou seja, ela traduz o tipo de motivao e a natureza das crenas e dos princpios que norteiam esta organizao.

    A partir destes pressupostos, a organizao no deve negligenciar os aspectos da percepo dos indivduos, uma vez

    que inevitvel que estes possam captar as informaes de formas variadas, criando ideias diferentes da proposta organizacional. Compreende-se, assim, que a configurao dos valores pessoais pode predizer o comportamento dos indivduos.

    III. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS

    Para alcanar os objetivos desta pesquisa, inicialmente foi feito um estudo exploratrio, que consiste no aprofundamento de conceitos preliminares sobre determinada temtica no contemplada de modo satisfatrio anteriormente [28]. Ao realizar o estudo exploratrio sobre a temtica do empreendedorismo social e valores pessoais, foi necessrio revisar algumas discusses pertinentes aos conceitos pesquisados e divulgados em livros, artigos, revistas e outras fontes, o que caracteriza a pesquisa como bibliogrfica [28]. Para concluir a fase exploratria foi utilizado um prvio levantamento sobre a associao, objeto de estudo, mediante consulta ao seu site (https://canoagemsantamaria.wordpress.com) e conversas informais com os seus integrantes para confirmar as informaes levantadas.

    Considera-se esta pesquisa tambm como descritiva, pois descreve as atividades da organizao e o entendimento dos gestores da ASENA a fim de identificar em que medida os mesmos atuam enquanto empreendedores sociais.

    Quanto a abordagem o estudo caracteriza-se como qualitativo. Richardson [29] argumenta que os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interao de certas variveis, compreender e classificar processos dinmicos vividos.

    Os dados foram coletados por meio de uma entrevista semiestruturada, a qual Richardson [29] explica que conduzida com o uso de um roteiro, mas com a liberdade de serem acrescentadas novas questes pelo pesquisador. A entrevista foi realizada com a presidente e com o vice-presidente da ASENA de forma individual, na qual eles explicaram sobre o seu funcionamento, identificando os valores pessoais disseminados no grupo e seus respectivos entendimentos sobre o empreendedorismo social.As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas, por meio da anlise categorial que conforme Bardin [30] consiste no desmembramento do texto em categoriais agrupadas analogicamente. A opo pela anlise categorial se respalda no fato de que amelhor alternativa quando se quer estudar valores, opinies, atitudes e crenas, atravs dedados qualitativos. Portanto, a interpretao dos dados se deu pelo mtodo anlise decontedo, respaldada pelas conversas informais e observaes in loco, tendo em vista que uma das pesquisadoras pratica regularmente um dos esportes nuticos (Stand Up Paddle) oferecidos pela ASENA desde 2014, e com isso acompanha algumas das atividades, reunies e competies realizadas pela associao.

    Ciem2016 6 Conferncia Ibrica de Empreendedorismo - 14

  • IV. APRESENTAO E ANLISE DOS RESULTADOS

    A ASENA foi fundada em 2010 por dois atletas da Seleo Brasileira de Canoagem (Gilvan e Givago Ribeiro, sendo este ltimo o atual vice-presidente da associao), porm a histria dos atletas com a canoagem antecede a criao da associao e est bastante atrelada s experincias de vida da famlia com a canoagem. A presidente da ASENA, Cristina Ribeiro e tambm me de Gilvan e Givago relata que em 2001, os filhos tiveram a oportunidade de participar do extinto Projeto Canoagem na Escola com sede no Clube Nutico de Santa Maria, localizado prximo a barragem municipal, do lado oposto ao local onde hoje est constituda a sede da ASENA.Ela lembra que naquela poca, os filhos adolescentes precisavam contornar a barragem a p para chegar at o Clube Nuticoonde ocorriam os treinos e apesar das dificuldades da famlia, os irmos Ribeiro foram reconhecidos como revelao da canoagem. No ano de 2004, os irmosingressaram na Seleo Gacha de Canoagem (da regio Sul do Brasil) e no ano seguinte na Seleo Nacional, sendo que nesta ltima, recentemente,Gilvan Ribeiro conquistou vaga olmpica para representar o Brasil nas competies de canoagem dos Jogos Olmpicos Rio 2016.Destaca-se que segundo o Jornal Dirio de Santa Maria [31],a estrutura do Clube Nutico foi a leilo em 2009 por dvidas de mais de R$ 200 mil com o INSS e chegou a ser arrematada por um empresrio, mas o negcio foi desfeito em funo do decreto de 29 de abril de 2009 que tornou a rea de utilidade pblica pela prefeitura, j que essa rea seria integrada ao Projeto do Parque da Barragem, apesardo parque municipal nunca ter sado do papel.

    Aps ter a oportunidade de participar de inmeros campeonatos nacionais e internacionais de canoagem, Givago relata que sentiu a necessidadede retribuir o que o esporte havia lhe proporcionado ao conhecer um mundo alm das fronteiras do seu bairro. Com o apoio de sua me Cristina, a famlia Ribeiro buscou concretizar seus ideais dentro da ASENA, ao desenvolver um projeto socialpor meio da insero da prtica da canoagem, para atender um pblico alvo formado por crianas e jovens matriculadas na rede de ensino pblico do bairro Campestre. Em ambas as entrevistas os gestores manifestam um desejo mtuo para o desenvolvimento da ASENA, alm de promover oportunidades para a prtica da canoagem: auxiliar no desenvolvimentodo aprendizado e promover a integrao de crianas e jovens em vulnerabilidade social.

    Assim, em 2012 teve inicio oProjeto Remar da ASENA, que inicialmente contava com 5 alunos e chegou a atender 18 crianas ainda no mesmo ano. A presidente revela que no incio do Projeto, por no existirem muitos equipamentos disponveispara a prtica da canoagem, eles precisavam ser revezados entre os alunos. Atualmente o Projeto Remar tem estrutura e capacidade para atender 60 alunos, porm o total de jovens que participam semanalmente so15. Na percepo dos gestores alguns dos motivos do Projeto atuar com menos de 30% da sua capacidade de vagas preenchidas, deve-se resistncia cultural da comunidade (em funo do esporte no ser um dos mais populares no pas que possui o Futebol como paixo nacional) em estimular os jovens participarem da

    canoagem e inexistncia de apoio do poder pblico no incentivo aos esportes conforme ressalta o vice-presidente da ASENA:

    (...) o bairro do Campestre onde est localizada a barragem e a ASENA uma rea pobre de Santa Maria e o poder pblico se faz ausente nas demandas de esporte, lazer e sade para a comunidade (...). Assim, percebe-se que o Projeto Remar foi idealizado com

    o papel de impactar positivamente na comunidade local do Bairro Campestre, como identificado nos depoimentos dos gestores no quadro 3.

    QUADRO 3 Percepo dos Gestores da ASENA

    GESTORES DA ASENA

    PERCEPO DO IMPACTO DAS ATIVIDADES DA ASENA

    Presidente

    (...) vejo que a ASENA, por meio do Projeto Remar uma porta de sada para essas crianas, pois a partir das suas vivncias em grupo dentro do projeto, acreditamos que elas podero alcanar uma melhor formao de seus valores tambm enquanto cidados. O nosso sonho sempre foi o de trazer um pouco do nosso conhecimento de canoagem e dos valores importantes para a formao dos atletas para a vida de um nmero maior de pessoas, e tambm dar oportunidade aos jovens de uma situao menos favorecidos do nosso bairro a interagirem uns com os outros buscando firmar um espao na sociedade (...).

    Vice-presidente

    (...) Creio que uma das coisas mais importantes para ns que a gente consiga formar cidados que acreditem e propagem a cultura da prtica da atividade fsica, bem como os cuidados com a sade, desenvolvimento cognitivo e scio cultural. A gente consegue perceber que os jovens que participam do Remar conseguem se integrar na sociedade de uma forma diferenciada, com valores mais slidos desenvolvidos tambm pela educao que estimulada junto aos alunos do projeto.Tambm tenho um sonho, de que o Remar possa ser um projeto de desenvolvimento social e humano, um modelo para todo mundo (...).

    Fonte: dados da entrevista.

    Observa-se que o empreendedorismo social est presente na viso dos gestores da ASENA, uma vez que eles percebem que a finalidade da associao no apenas preparar os jovens atletas da canoagem com foco no alto rendimento, mas como destacado no quadro 3, h o desejo de que o Projeto Remar possa provocar mudanas na vida desses jovens, e trazer uma contribuio para uma sociedade que seja capaz de contribuir para um mundo melhor.

    Ao serem questionados se eles se consideram empreendedores sociais, o depoimento da presidente demonstra que apesar de ela no fazer uma distino clara entre empreendedor tradicional e social, ela no se reconhece como algum preocupada com a lucratividade, mas sim com o bem da sociedade:

    (...) No me vejo como empreendedora porque no estou frente da ASENA buscando lucrar com a canoagem, mas sim buscar uma oportunidade de oferecer s crianas a possibilidade de aprenderem princpios bsicos para viver em uma sociedade mais justa. Mas tambm me vejo como uma pessoa preocupada para contribuir para um mundo melhor para as nossas crianas e adolescentes mostrando pelo meu exemplo enquanto lder da ASENA, que possvel lutar, sonhar alto e realizar seus objetivos com f

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  • e sem desistir jamais. E por mais que as crianas do Remar no sigam a carreira de atleta, o projeto tem como princpio bsico formar um cidado do bem. (...). J com relao ao vice-presidente, ele se considera

    empreender social, e relata ainda: (...) dentro do contexto da palavra empreendedor social, sou isso sim. Porm nunca me detive a pensar nisso, pois o trabalho social que me proponho a realizar muito mais por saber o quanto isso pode ser determinante na vida dos jovens e o quanto isso positivo para a construo de uma sociedade melhor para todos (...). Dentre as caractersticas de empreendedor social

    abordados na reviso da literatura, possvel identificar que os gestores da ASENA possuem capacidade de liderana [11], principalmente por estarem frente da associao e coordenar o Projeto Remar (presidente) e o Ribeiro Team (vice-presidente). Tambm se salienta que ambos possuem persistncia [17], por estarem batalhando pelo crescimento do esporte da canoagem junto aos diferentes atores da sociedade local mesmo sem receber apoio de outros rgos, como se observa na fig. 2. Alm disso, o forte senso de justia e tica [11, 4], que so disseminados junto aos alunos do Remar em busca de um mundo mais justo e igualitrio e a capacidade visionria [2] de transformao social que poder ocorrer na sua comunidade [5] so indcios de que ambos possuem caractersticas de empreendedores sociais.

    Retoma-se o depoimento da presidente da ASENA para salientar que o seu discurso reflete uma dificuldade de distino conceitual em relao ao significado do que empreendedor social, e isso ocorre tanto nas discusses tericas como abordadas no referencial deste trabalho, como tambm na prtica gerencial, onde muitas vezes o empreendedorismo social est sendo exercido sem que os seus atores tenham uma compreenso mais clara sobre este fenmeno.

    Com relao aos valores pessoais, quando indagados sobre quais valores so estimulados entre os integrantes da ASENA/Projeto Remar, os gestores entram em consenso sobre o respeito, a disciplina, a cooperao, o bem estar do indivduo a preservao ao meio ambiente e o estmulo sade. Com relao ao respeito e a cooperao, os gestores explicam que para ser um atleta necessrio que haja um ambiente harmonioso, sem discrdia onde todos devem se colocar na posio do colega, e nunca fazer o que no gostariam que fizessem para si prprios, seguindo as regras do coletivo. A partir desses valores, identifica-se que a Segurana, a Conformidade e a Tradio apontados por Schwartz [23], atendem a necessidade de fomentar um ambiente onde o foco o desenvolvimento coletivo, sendo esta a cultura partilhada pela ASENA. Assim, compreende-se o tipo de motivao e a natureza das crenas e dos princpios que norteiam esta organizao, estando esta voltada para a construo do coletivo.

    O quadro 4 identifica alguns dos atributos sociais que esto no cerne das atividades do Projeto Remar da ASENA:

    QUADRO 4 Atividades do Projeto Remar da ASENA

    ATRIBUTOS SOCIAIS

    AES PRATICADAS

    Educao ambiental

    Preservao do meio ambiente com aes de limpeza do leito da barragem, seleo e coleta de materiais reciclados, plantio de arvores e plantas, boas prticas com relao ao uso dos recursos naturais evitando o desperdcio, etc. Uma das aes futuras ainda no realizadas, contempla a visitao dos alunos Estao de Tratamento de gua daCompanhia Riograndense de Saneamento (CORSAN);

    Educao cultural

    Incentivo leitura com diversas obras literrias disponveis pela insero do projeto Geladeiroteca( geladeira que tinha como destino o lixo e foi transformada em uma mini-biblioteca customizada, para serem retirados e trocados de forma gratuita onde h livros de diversos temas) instalado em um dos Containners junto barragem; divulgao dos eventos culturais do municpio como Feira do Livro, Feira da Indstria e Comrcio (FEISMA), etc. Dentre as atividades culturais, a coordenadora do projeto ressalta o desejo de proporcionar uma visitao futura dos alunos do projeto ao Planetrio e ao Jardim Botnico da Universidade Federal de Santa Maria, uma vez que muitos desconhecem o Campus e ainda no tiveram a oportunidade de ter um contato maior com a principal universidade do municpio.

    Fonte: Observaesin loco. Apesar da Confederao Brasileira de Canoagem - CBCa

    identificaroutras iniciativas sociais em seu site (www.canoagem.org.br)voltadas tambm para a prtica da canoagemcom crianas (como por exemplo: Projeto Remando para o Futuro, da Associao de Canoagem de Florianpolis, no Estado de Santa Catarina;Projeto Remando no Lago da Federao Tocaninense de Canoagem FETOCAN no municpio de Palmas, no Estado de Tocantins; Projeto Remadas Solidrias, do municpio de Cachoeira do Sul, no Estado do Rio Grande do Sul), destaca-se que somente algumas contamcom recursos captados por meio da Lei de Incentivo ao Esporte (Lei no. 11438, de 29 de Dezembro de 2006),como no caso do Projeto Remadas Solidrias, que recebe auxlio de empresas como Banrisul, Random, Marcopolo e Moinhos Tondo.No caso do Projeto Remar da ASENA, no h incentivos governamentais no que tange a recursos financeiros e ela se mantm por meio de aes entre amigos, risoto beneficente e outras atividades realizadas para angariar fundos e auxiliar nas viagens em que os alunos participam de competies infantis de canoagem. Embora o Remar no possua custos para os participantes, as exigncias para os alunos participarem e permanecerem no projeto contempla as notas satisfatrias e o bom comportamento em sala de aula.

    O vice-presidente ressalta ainda que aqueles jovens que mais se destacam na escolinha so convidados a participar dos treinos preparatrios mais intensos para as competies, como ocorre com os 5 atletas integrantes que treinam junto com a equipe Ribeiro Teamda ASENA. Na Ribeiro Team os atletas esto sob orientao do vice-presidente da ASENA que atua mais especificamente comopreparador tcnico da equipe, uma vez que ele atleta e educador fsico, estando registrado no Conselho Regional de Educao Fsica da 2. Regio (CREF2/RS) sob o nmero 023762-G/RS. O CREF2/RS uma autarquia federal que possui poderes delegados pela Unio para normatizar, orientar, disciplinar o exerccio das

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  • atividades prprias dos Profissionais de Educao Fsica no Estado do Rio Grande do Sul.

    relevante retomar que na ASENA so desenvolvidas tanto as atividades do Projeto Remar (cuja coordenao est sob responsabilidade da presidente da ASENA) como as do Ribeiro Team (que possui como responsvel o vice-presidente da ASENA, como j mencionado). A associao possui uma diretoria constituda com inscrio no Cadastro Nacional de Pessoas Jurdicas (CNPJ). Atualmente, em funo da estrutura fsica da ASENA no estar totalmente desenvolvida, so considerados associados da ASENA aqueles atletas cadastrados na Confederao Brasileira de Canoagem -CBCa.

    Alm de o Projeto Remar ser uma das importantes atividades da ASENA, o vice-presidente ressalta que a associao uma organizao sem fins lucrativos sendo as atividades dos integrantes da diretoria no remuneradas. Ele salienta que os principais custos fixos que da associao so: energia eltrica, manuteno dos barcos, corte de grama, lanches e suplementao dos integrantes do Projeto Remar. Portanto para a ASENA se manter, os gestores percebem que fundamental uma slida articulao com empresrios, instituies e atores do municpio e regio em prol do estabelecimento de parcerias.A Fig. 2, identifica alguns dos principais parceiros da ASENAque foram articulados com o empenho dos gestores.

    ENTIDADES PARCEIRAS

    AUXLIO

    - Bolsistas do Curso de Educao Fsica para atuarem no Projeto Remar da ASENA; - Alocao de alunos da faculdade de educao fsica para auxiliar na realizao e promoo de eventos da ASENA;

    - Doaes financeirasdos Padrinhos do Remar(composto por 16 esportistas praticantes de Stand Up Paddle do Ribeiro TEAM que contribuem voluntariamente com R$ 30,00 mensalmente); - Arrecadao de produtos e mercadorias para lanches e eventos especiais (Pscoa, Dia da Criana, Natal);

    - Promover almoos e aes beneficentesno bairro Campestre em prol dos alunos do Projeto Remar da ASENA; - Repasse do aluguel de equipamentos (caiaques e pranchas de Stand UP Paddle) para a prtica de esportes revertido para a ASENA;

    - Suplementao nos treinos dos atletas e integrantes do projeto Remar; - Patrocnio; organizao e logstica em eventos com brindes e sorteios de produtos;

    - Patrocnio e organizao de eventos; - Realizao de aulas com aluguel de equipamentos para turmas reservadas aos fins de semana; - Realizao de campanhas de doao de leite para os alunos da escolinha;

    Empresas diversas (EX.: Zumaia, Vivienda Im. etc.)

    - Patrocnio de brindes, degustao de produtos, camisetas, etc.

    Figura 2 Principais atores parceiros da ASENA/Projeto Remar. Fonte: Dados da pesquisa. Assim, percebe-se que os valores pessoais esto voltados ao

    coletivo da ASENA e esto em consonncia com as caractersticas do empreendedorismo social manifestadas

    pelos seus gestores, que possuem o foco de sua orientao para a busca de solues para os problemas sociais e necessidades da sua comunidade.

    Tanto os valores voltados para o coletivo, como as caractersticas do empreendedorismo social manifestados pelos gestores da ASENA parecem ser os propulsores para a existncia e desenvolvimento da associao. Apesar da presidente no se considerar uma empreendedora social, verifica-se que tanto ela quanto seu vice possuem atributos responsveis para auxiliar a recrutar e motivar outros indivduos para contriburem com a sua causa, pois eles parecem demonstrar que a partir das articulaes com outros atores (empresas e instituies do municpio) eles vm conseguindo construir uma rede de pessoas e entidades que acreditam e so essenciais para alcanar seus objetivos e manter as atividades da ASENA.

    V. CONSIDERAES FINAIS

    O presente estudo buscou investigar o modo como os o empreendedorismo social e os valores pessoais esto manifestados nas atividades da ASENA, uma organizao sem fins lucrativos que possui como objetivo desenvolver a prtica dos esportes nuticos em sua regio de atuao.

    Para tanto, o estudo obteve xito ao apresentar as principais caractersticas da associao e, principalmente, por entrevistar seus gestores identificando a sua percepo com relao ao empreendedorismo social e valores pessoais manifestados na associao.

    No que tange ao empreendedorismo social, identificou-se que a associao se orienta pela busca de solues para problemas sociais em torno de sua realidade, pautada na capacidade de liderana, na persistncia, no senso de justia e tica, na capacidade visionria e poder de transformao social. De tal forma, seus gestores atuam como empreendedores sociais, ainda que no tenham uma clara definio do termo.

    Quanto aos valores pessoais proeminentes nas atividades da ASENA, identificou-se que a mesma guiada pelo respeito, a disciplina, a cooperao, o bem-estar do indivduo, a preservao ao meio ambiente e o estmulo sade, os quais apresentam concernncia com os valores de Segurana, Conformidade e Tradio trazidos por Schwartz [23].Compreende-se, portanto, que os valores pessoais proeminentes nas atividades da ASENA atentam para o coletivo, apresentando concernncias com as aspiraes de empreendedorismo social expressas por sua gesto, principalmente no que tange articulao com os atores locais (empresas e instituies).

    Cabe retomar que como h uma confuso recorrente com relao ao significado do empreendedorismo social, tanto no campo terico como prtico, acredita-se que o presente estudo pode contribuir de forma significativa, para que os empreendedores sociais consigam se reconhecer e continuem a empreender socialmente com mais fora. Alm disso, espera-se que este estudo traga contribuies para a prtica acadmica ao nvel do saber-fazer para docentes e alunos nas reas de valores pessoais e empreendedorismo social, uma vez que

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  • existem ainda poucas obras relevantes que abordem essasduas temticas de forma conjunta.

    VI - LIMITAES DA PESQUISA E FUTURAS LINHAS DE

    INVESTIGAO A dimenso da pesquisa baseada no depoimento de apenas

    duas pessoas (presidente e vice-presidente) por si uma limitao, na medida em que compreende somente a realidade de uma associao com projetos sociais de um nico municpio, na regio sul do Brasil. Razo pela qual as concluses do presente estudo no podem ser generalizadas ou transpostas para outros contextos. Apresentamos ainda como limitaes do estudo o fato deste considerar somente a percepo de dois gestores de uma associao sem levar em conta como os demais associados percebem as aes e idias de seus respectivos presidente e vice-presidente.

    Como futuras linhas de investigao propem-se o estudo de uma forma mais ampla da atividade voltada para o empreendedorismo social considerando um nmero maior de associaes com projetos sociais, no somente voltadas para a atividade da canoagem, mas principalmente que possuam idealizadores de seus projetos frente da associao, aumentando assim a possibilidade de generalizaes acerca da temtica. Por fim, espera-se que pesquisas que divulguem as motivaes dos empreendedores sociaise seus valores pessoais possam contribuir significativamente para o preenchimento da lacuna terica existente, proporcionando uma maior clareza sobre o tema e uma maior possibilidade dos empresrios se articularem agindo de forma empreendedora em prol de promoverem mudanas sociais na sua comunidade.

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  • A comunicao externa como veculo de legitimidade organizacional no terceiro setor:

    estudo de caso longitudinal a seteorganizaes com perfil socialmente empreendedor

    Cristina Parente Departamento de Sociologia/Instituto de Sociologia

    FLUP Porto, Portugal

    [email protected]

    Gonalo Marques Barbosa FLUP

    Porto, Portugal [email protected]

    Mafalda Gomes Associao A3S Porto, Portugal

    [email protected]

    AbstractO presente artigo d conta de uma atualizao darecolha de dados sobreas prticas de comunicao externa de 7 organizaes do Terceiro Setorportuguesas com perfil socialmente empreendedor. Aanlise longitudinal, baseada numa metodologia mista, realizada em dois momentos 2013 e 2016 pretendeu perceber o recurso aos websitescomomecanismo de legitimidade organizacional.Atravs do uso de uma grelha de indicadores para anlise de contedo constatmos que, na sua globalidade, h uma melhoria residual no investimento nas dinmicas de comunicao em rede, continuando a prevalecer um insuficiente aproveitamento das potencialidades deste tipo de plataforma online.

    Palavras-chave: comunicao externa, empreendedorismo social, legitimidade organizacional, organizaes do terceiro setor

    I. INTRODUO

    O presente artigo analisa as modalidades de comunicao externa das organizaes do Terceiro Setor (OTS) luz da problemtica da legitimao organizacional e contextualizado no paradigma tcnico e econmico denominado de sociedade em rede[1], o qual suportado, em grande medida, pelo desenvolvimento acelerado do uso e importncia das tecnologias da informao e da comunicao (TIC), nas sociedades ocidentais contemporneas. O objetivo passa por compreender de que forma as OTS nacionais utilizam a comunicao externa,numaperspectiva longitudinal, como fonte de legitimidade organizacional, para responder aos desafios societrios que lhes so colocados na contemporaneidade.

    II. COMUNICAO EXTERNA NA SOCIEDADE EM REDE: FONTE DE LEGITIMIDADE ORGANIZACIONAL

    Numa sociedade em ritmo acelerado de mudana, naquilo que Castellset al. [2] denominam de sociedade em rede, as OTS so confrontadascom desafios que exigem um maior esforo da sua capacidade gestionria, financeira e de comunicao.

    A sociedade em rede, ao diminuir as distncias temporais e espaciais e ao despoletar um fluxo de estratgias de comunicao virtual, abre caminho para a emergncia de novas estratgias de construo da imagem organizacional.

    A presena em sites, blogues e redes sociais permite que diferentes pessoas e organizaes estejam ligadas e que ajustem comportamentos e representaes sociais [1]. Trata-se de um fenmeno que reconfigura as prticas de comunicao e exige, em simultneo, uma capacidade destas organizaes em delinearem uma estratgia capaz de beneficiar das potencialidades que estas plataformas oferecem, nomeadamente no que concerne comunicao externa com stakeholders.

    Atravs destas ferramentas online, os novos processos de autocomunicao, expresso entendida como prticas de intensa troca de informao [1], representam uma possibilidade de introduzir mudanas estratgicas e operacionais no mbito das atividades das OTS. Apresentam-se tambm com benefcios significativos em termos de custos inexistentes e de uma interao que feita de forma instantnea[3]. Configuram aindanovas oportunidades de aproximao entre a misso das OTS e os seus stakeholders, isto , permitem potenciar a sua

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  • notoriedade e recolher novos parceiros, clientes, ou patrocinadores, ou seja, incrementar o seu capital social [3].

    Confrontadas com novosdesafios societais que emanam da crise do Estado Providncia e com as oportunidades que as TIC prefiguram na comunicao com os diferentes stakeholders, procurmos perceber as estratgias de resposta delineadas pelas OTS para fazer face s atuais necessidades atravs das modalidades de comunicao externa que, no contexto da apelidada sociedade em rede [1], tendem a funcionar como um meio de legitimao organizacional.

    Ancorados na perpectiva veiculada por Suchman[4], constatmos que as organizaes constroem a sua reputao e prestgio baseados na imagem que osstakeholders (membros internos, destinatrios/clientes/utilizadores, diversos parceiros, incluindo o Estado, osatores da comunidade e a sociedade em geral)lhe atribuem, o que, correlativamente, influencia o modo como estas relaes so estabelecidas. Do mesmo modo, os atributos especficos destas organizaes so interpretados atravs da comparabilidade com os seus pares a partir das quais se estabelecem relaes positivas ou negativas [5].

    A legitimidade organizacional foi concetualizada primeiramente por Suchman[4] e seguida por Dart[6] e Nicholls[7] como um modelo assente em trs dimenses analticas: i) a legitimidade pragmtica; ii) a legitimidade cognitiva; e iii) a legitimidade moral. Tais componentes apresentam uma relao direta com os novos desafios societrios.

    A legitimidade pragmtica corresponde s estratgias promovidas pelas organizaes com vista a conquistar e preservar financiadores, e assenta, portanto, no retorno financeiro das relaes estabelecidas [4]. Baseia-se nas relaes de interesse einfuncia, de poder e dependncia que se estabelecem entre entidades, refletindonesta lgica a participao em redes e parcerias.

    Por sua vez, a legitimidade cognitiva tem que ver com as representaes e expetativas sociais atribudas s organizaes, nomeadamente no que se refere aos valores, princpios e papis que desempenham[4]. Alguns indicadores deste tipo de legitimidade dizem respeito explicitao da suas estratgias, disponibilizao de