Encargos, Subsídios e Tributação CCC
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Política Tarifária, Subsídios e Eficiência Regulatória - o caso brasileiro
XII Encontro ARIAE
Abril de 2008 SLP - México
Camila F. B. Lopes
Sumário
1. Introdução2. Setor Elétrico Brasileiro3. Política Tarifária4. Regime Regulatório5. Subsídios, Encargos e Tributos6. Conclusões
Setor Elétrico Brasileiro
O suprimento de energia elétrica é indispensável ao bem-estar social e ao crescimento econômico do Brasil.
Contudo, é ainda muito deficitário em várias regiões, seja pela falta de acesso ou pela precariedade do atendimento.
A grande extensão do território nacional, a distribuição geográfica dos recursos e as peculiaridades regionais são importantes desafios ao planejamento da oferta e gerenciamento da demanda.
Setor Elétrico Brasileiro A ANEEL tem papel primordial no processo de desenvolvimento do setor
elétrico brasileiro, na medida em que deve garantir o equilíbrio entre os interesses dos diversos agentes.
ANEEL•Remuneração adequada•Cumprimento dos contratos •Regras claras e estáveis
Consumidores/Sociedade
GovernoPrestadores de
serviço
• Modicidade Tarifária • Qualidade do serviço• Garantia de direitos
• Interesses Estratégicos• Modelo de
Desenvolvimento• Universalização
Setor Elétrico Brasileiro
• Geração: Capacidade instalada de 91.170 MW
79,09% Hidrelétricas
18,51% Termelétricas
2,37% Termonucleares
0,03% outras
• Transmissão: Mais de 9.000 Km de linhas
Sistema Interligado = operação centralizada
Sistemas Isolados = região norte
Setor Elétrico Brasileiro São 64 Distribuidoras de Energia Elétrica com características diferentes
•Exemplo:
ELETROPAULON° de consumidores: 5.468.534Mercado de energia: 31.677.081 MWhReceita Faturada: R$ 8.279.803.425
JOÃO CESAN° de consumidores: 2.286Mercado de energia: 11.101 MWhReceita Faturada: R$ 2.890.117
Setor Elétrico BrasileiroIDH municipal Taxa de iluminação domiciliar
Setor Elétrico Brasileiro
Política Tarifária
Até 1993:
- Empresas Públicas;
- Tarifa pelo custo = remuneração garantida;
- Antes da Lei 8.631/93 as tarifas de energia eram equalizadas em nível nacional, com mecanismos de compensação intrasetorial;
- Indústria verticalizada.
Política Tarifária A partir de 1995:
- Privatizações das empresas de distribuição;;
- Introdução dos conceitos de tarifa pelo preço e equilíbrio econômico-financeiro:
“a tarifa do serviço público concedido será fixada pelo preço da proposta vencedora da licitação e preservada pelas regras de revisão previstas nesta Lei, no edital e no contrato”
“os contratos poderão prever mecanismos de revisão das tarifas, a fim de manter-se o equilíbrio econômico-financeiro. (Lei n.º 8.987/95).
- Criação da ANEEL em 1996: Modelo institucional de Agências Reguladoras adotado também nos setores de telecomunicações, transportes, saúde e meio-ambiente.
Política Tarifária Desequalização Tarifária: “as tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuários.” (Lei 8.987/1995)
Política Tarifária
Configuração Atual do Setor Elétrico Brasileiro:- Lei 10.848/2004: introdução da competição nos segmentos de geração e comercialização de energia e criação do pool de comercialização, onde todas as distribuidoras são obrigadas a contratar energia para atendimento do mercado;
- Existência de consumidores cativos e livres (ambiente de contratação regulado e livre);
- Operação otimizada/centralizada do sistema interligado nacional;
- Mercado de curto prazo para a comercialização de sobras e déficits contratuais, sendo o preço de curto definido pelo custo marginal de operação;
-Leilões Públicos de linhas de Transmissão e de Usinas de Geração, do tipo menor preço.
- Regime do Price-cap na distribuição e Revenue-Cap na Transmissão.
Eficiência Regulatória
Como é formada a tarifa de energia elétrica paga pelo consumidor final?
Eficiência Regulatória
DISTRIBUIÇÃO
GERAÇÃO
TRANSMISSÃO
A tarifa de fornecimento deve cobrir os custos envolvidos em toda a cadeia produtiva, englobando a produção, a transmissão, a distribuição e a comercialização de energia.
PARCELA A
Custos não gerenciáveis, repassados diretamente às tarifas.
PARCELA B
Custos gerenciáveis, revistos observando-se as diretrizes legais, contratuais e o regime regulatório.
RECEITA REQUERIDA
COMPRA DE ENERGIA
TRANSPORTE
ENCARGOS SETORIAIS
DISTRIBUIÇÃO
Eficiência Regulatória
A receita da distribuidora é dividida em duas parcelas:
Eficiência Regulatória
O&M
DEP
RC
T
A Parcela B é composta pelos seguintes itens:
Tributos sobre a Renda. (IRPJ e CSLL, 34%)
Remuneração dos investimentos prudentes requeridos para que a concessionária possa prestar o serviço de distribuição com qualidade. (taxa de remuneração 9,95% a.a., real e líquido de impostos)
Depreciação, representa a forma de recomposição dos investimentos realizados para prestação do serviço ao longo da vida útil desses bens
Custos Operacionais eficientes associados aos processos e atividades da distribuição de energia elétrica, por meio da metodologia da Empresa de Referência.
RECEITA TOTAL
COMPRA DE ENERGIA
TRANSPORTE
ENCARGOS SETORIAIS
DISTRIBUIÇÃO
TARIFASTARIFAS
BT
A4
A3a
A3
A2
A1
BT
A4
A3a
A3
A2
A1
CMgSubsídiosEficiência Regulatória
Eficiência Regulatória
Regulação por Incentivo: Price-cap
Encargos, Subsídios e Tributos
Todos encargos, subsídios e tributos são criados por Lei.
A ANEEL tem a obrigação de fazer cumprir as determinações legais.
Entretanto, cabe à ANEEL dar transparências ao processo tarifário, indicando as distorções existentes e contribuindo para os aperfeiçoamentos da política tarifária.
Encargos, Subsídios e Tributação
CCCConta de Consumo
de Combustível
CDEConta de
Desenvolvimento Energético
RGRReserva Global de
Reversão
ONSOperador Nacional do
Sistema
P&DPesquisa e
Desenvolvimento e Eficiência Energética
PROINFAPrograma de Incentivo às Fontes Alternativas
de E.E.
TFSEETaxa de Fiscalização
dos Serviços de Energia Elétrica
Subsidia a geração térmica no siatema isolado,
localizado na região norte do país
Promove a universalização do serviço e subsidia os
consumidores baixa renda.
Promove recursos para o funcionamento da ANEEL
Promove pesquisas relacionadas à eletricidade e ao uso sustentável dos
recursos naturais
Indeniza ativos vinculados à concessão e fomenta a
expansão do setor
Promove recursos para o funcionamento do ONS
Subsidia as fontes alternativas de energia. Meta: até 2022, 10% do
consumo anual de fontes alternativas.
ESSEncargo de Serviços
do Sistema
Cobertura de custos associados a
confiabilidade e segurança do sistema
Encargos Setoriais
Encargos, Subsídios e Tributação
Pequenas Distribuidoras
Consumidores Residenciais Baixa Renda
Iluminação Pública
Fontes Alternativas de
Energia
Consumidores Rurais
Subsídios Cruzados
Atividade de , irrigação e aqüicultura
Cooperativas de Eletrificação
Rural
Serviço Público de Água, Esgoto, Saneamento
Encargos, Subsídios e Tributação
Consumidores Residenciais Baixa Renda: desconto de até 65% na tarifa de fornecimento. Depende do nível de consumo e da condição social (participação em programas de assistência social do governo, como Bolsa Família e Auxílio Gás). Grande parte financiada com recursos da CDE.
Encargos, Subsídios e Tributação
Consumidores Rurais, Atividade de Irrigação e Aqüicultura e Cooperativas de Eletrificação Rural: descontos de até 90% na tarifa de fornecimento.
Encargos, Subsídios e Tributação Produção e Consumo de Energia de Fontes Alternativas: desconto de 50% ou 100% na tarifa de uso dos sistema de distribuição (Eólica, Solar, Biomassa e PCH).
Encargos, Subsídios e Tributação
Serviços Públicos de Água, Esgoto e Saneamento e Iluminação Pública: desconto de 15% na tarifa de fornecimento.
Encargos, Subsídios e TributaçãoDistribuidoras com mercado próprio inferior a 500 GWh/ano que usam a rede de outra distribuidora: desconto de 100% na tarifa de uso do sistema de distribuição (Parcela B), em função da pequena escala do negócio.O objetivo de evitar um custo em cascata.
Encargos, Subsídios e Tributação
11,21%15,63%
7,62%7,76%
9,02%
Impacto dos subsídios é diferenciado em cada região
Encargos, Subsídios e Tributação
RENDIMENTOS MAIS POBRES E TARIFA B1
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
Série1 69,87 94,12 108,5 143,8 149,3 154,8 157,1 160,2 165,4 189,7 207,1 208 220,1 223,3 239,7 248,9 249,8 252,7 272,7 276,7 278,7 278,9 282,5 303 333,8 339 347,8
Série2 353,9 364,4 368,1 351,8 350,2 335,6 323,2 273,2 375 403,1 337,9 308,1 406,7 266,9 330,4 312,2 419,2 355,8 260,8 273,8 329,1 294 305 378,7 376,4 249,5 316,9
PI MA CE PB BA PE AL RN SE TO AC PA MG RR ES GO MS RO PR AM RS AP MT RJ SP DF SC
Encargos, Subsídios e Tributação
Encargos, Subsídios e Tributos
Carga Tributária - Países
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
50,00%
China
Russia Chil
e
México
Argen
tina
EUA
Coréia
do Sul
Turquia
Brasil
Aleman
haItá
lia
Norue
ga
França
Carga Tributária: comparação com outros países
Encargos, Subsídios e TributosEvolução da Carga Tributária
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
% P
IB
Carga Tributária Brasileira
Encargos, Subsídios e Tributos Evolução da carga tributária, dos encargos setoriais e das tarifas de energia
Encargos, Subsídios e TributosEvolução da Participação na Tarifa
Encargos, Subsídios e TributosCONTA DE US$ 100,00
Geração
Consumidor
Transmissão
US$ 24,00
US$ 100,00
Distribuição
US$ 20,00
US$ 5,00
Encargos
US$ 12,00US$ 5,00
Subsídios
US$ 34,00
Tributos
Conclusões
Desafios do Setor Elétrico Brasileiro:
- Eficiência alocativa dos subsídios e encargos setoriais, reduzindo as disparidades tarifárias entre as regiões;
- Redução da carga tributária;
- Expansão da oferta de energia e diversificação da matriz energética;
- Interligação completa do sistema elétrico brasileiro;
- Universalização do acesso à energia elétrica;
Conclusões
Desafios do Setor Elétrico Brasileiro:
- Incentivo ao mercado competitivo, visando o aumento da eficiência e a redução tarifária;
- Aperfeiçoamentos das metodologias de revisão tarifária das distribuidoras e transmissoras de energia, com a aplicação de metodologias de benchmarking (DEA, Fronteira Estocática, OLS);
- Incentivo à redução de perdas de energia, principalmente as não-técnicas, ou comerciais, devido a fraudes e furtos;
- Aumento da qualidade do serviço prestado
Referências
SALGADO, L. H.; MOTTA, R. S. (2005) Marcos Regulatórios no Brasil, IPEA.
LOPES, A. P. M.; FERREIRA, T. G. L. (2007) O impacto dos tributos, encargos setoriais e subsídios nas tarifas de energia elétrica, SEPEF.
MARTINS, R. (2007) Tarifa da Subclasse Residencial Baixa – Reflexões e Propostas, Ciclo de Palestras SRE.
ANEEL. (2006). Nota Técnica nº 262/2006-SRE/SFF/SRD/SFE/SRC.
ANEEL. (2005) Atlas de Energia Elétrica do Brasil, 2ª Ed.
Site da ANEEL: www.aneel.gov.br
MUITO OBRIGADA!