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ÍNDICE

LISTA DE FIGURAS............................................................................ 2

I - META 7: AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DO ARRASTO SOBRE

COMUNIDADES BENTÔNICAS ............................................................. 3

I-1. ATIVIDADES............................................................................ 3

I-1.1 - CARACTERIZAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DA COMUNIDADE

BENTÔNICA ................................................................................ 3

I-1.2 - AVALIAÇÃO DO IMPACTO DOS ARRASTOS SOBRE A

COMUNIDADE BENTÔNICA............................................................ 3

I-2. ATIVIDADES ORIGINALMENTE PREVISTAS E RESPECTIVO

CRONOGRAMA ............................................................................... 3

I-3. METODOLOGIA EMPREGADA...................................................... 5

I-4. RECURSOS ENVOLVIDOS .......................................................... 6

II - RESULTADOS ALCANÇADOS E PRODUTOS ...................................... 7

III – CONCLUSÕES............................................................................ 9

IV – RECOMENDAÇÕES .................................................................... 10

V - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................. 12

ANEXOS......................................................................................... 14

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. (A) Covo testado para captura de camarão na Baía de Tijucas;

(B) Matapi.......................................................................................11

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I - META 7: AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DO ARRASTO

SOBRE COMUNIDADES BENTÔNICAS

A presente meta objetivou determinar a estrutura e composição

espaço-temporal da comunidade bentônica, avaliar seu estado em relação

às características ambientais e os impactos do arrasto sobre a estrutura e

composição da comunidade bentônica.

Supervisão técnica: Tito César M. de Almeida (CTTMar/UNIVALI)

I-1. ATIVIDADES:

I-1.1 - CARACTERIZAÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DA COMUNIDADE

BENTÔNICA

I-1.2 - AVALIAÇÃO DO IMPACTO DOS ARRASTOS SOBRE A

COMUNIDADE BENTÔNICA

I-2. ATIVIDADES ORIGINALMENTE PREVISTAS E RESPECTIVO

CRONOGRAMA

Para a caracterização da comunidade bentônica seriam realizadas

campanhas bimestrais durante 12 meses para coleta de amostras de

sedimento para análise da estrutura e composição da comunidade

bentônica e das características ambientais. Estas campanhas seriam

realizadas uma a cada estação do ano, em locais a serem estabelecidas

após a realização de uma campanha piloto.

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As amostragens seriam efetuadas com auxílio de uma embarcação

utilizada na pesca de arrasto e com a utilização de um busca-fundo do tipo

van-veen para coleta de sedimento. Em cada estação seriam coletadas

pelo menos 5 amostras para análise da fauna e uma amostra adicional

para análise das características granulométrica do sedimento e

concentração de matéria orgânica.

Após as coletas, o sedimento coletado para analisar a fauna seria

lavado em peneira com 0,5 mm de abertura de malha para separação da

macrofauna. O material retido nas peneiras seria fixado com solução de

formol a 4%. A amostra adicional coletada em cada estação para

caracterização do sedimento seria mantida congelada até o momento da

análise no laboratório. A separação da fauna do sedimento retido na

peneira de 0,5 mm seria efetuada em laboratório com auxílio de material

óptico adequado (lupa e microscópio). Posteriormente os animais seriam

identificados ao menor nível taxonômico e contados.

A comunidade macrobentônica seria analisada segundo dois aspectos

ecológicos, a estrutura da comunidade e a composição faunística. A

estrutura da comunidade se traduz na abundância, na diversidade e

dominância, e para isso seriam empregados índices ecológicos. A

composição taxonômica permitiria a identificação de associações

faunísticas na Baía de Tijucas, o que seria efetuado por meio da aplicação

de medidas de semelhanças entre as estações amostradas. A estrutura e

composição da comunidade seriam comparadas por meio de testes

estatísticos tal como análise de variância e técnicas multivariadas de

análise dos dados.

Para avaliação do impacto dos arrastos sobre a comunidade

bentônica, serão realizados experimentos amostrais que consistirão da

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realização de amostragens antes e depois dos arrastos nos mesmos locais.

Serão aplicados testes estatísticos para determinar variações na

composição da fauna bentônica em função da passagem da rede de

arrasto.

Cronograma original: Bimestres

Atividade Unidade de

Medida Quantidade 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º

Caracterização espacial e temporal da comunidade

bentônica

Caracterização ecológica

1 X X X X X X

Avaliação do impacto dos arrastos sobre a

comunidade bentônica

Avaliação dos Impactos 1 X X X X X X

I-3. METODOLOGIA EMPREGADA

A partir de uma campanha piloto, efetuada nos dias 9 e 10 de

dezembro de 2004, foi realizado um ajuste no cronograma inicial de

coletas e de experimentos de campo, considerando a avaliação in loco das

características ecológicas e geográficas da área de estudo.

As amostragens foram realizadas no inverno e verão do ano de

2005. A amostragem para caracterização da macrofauna bentônica e

sedimentar consistiu em coletas sedimentológicas e bentofaunais

distribuídas por toda a baía. No total foram realizadas coletas em 15

pontos amostrais no inverno e 15 no verão. Para análise sedimentológica

foi coletada uma amostra de fundo de cada ponto e para análise da fauna

bentônica cinco amostras por ponto amostral (ver distribuição dos pontos

amostrais no relatório técnico). Para verificação do impacto do arrasto

sobre a macrofauna bentônica, foram realizados dois arrastos em pontos

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distintos da Baía de Tijucas por estação do ano (verão e inverno)

utilizando a metodologia Beyond BACI (Before vs. After / Control vs.

Impact). O princípio da metodologia é verificar os parâmetros da estrutura

da comunidade (abundância, diversidade e riqueza de espécies) antes e

depois do arrasto e comparar com os parâmetros da estrutura da

comunidade de locais controles (sem o impacto do arrasto e com

características ecológicas iguais).

Para o experimento de impacto foi realizado o seguinte desenho

amostral: demarcação de corredores, com bóias e auxilio de GPS, com

aproximadamente 100 metros de comprimento, para a realização dos

arrastos dentro desta área. Após foram realizadas coletas dentro dos

corredores através de mergulho autônomo, antes e depois da realização

do arrasto, sendo também coletadas amostras em áreas adjacentes, as

quais funcionaram como controle.

Os dados foram analisados no sentido de caracterizar a estrutura e

composição da comunidade e as possíveis alterações decorrentes do

emprego de redes de arrasto. Para tal foram aplicadas às análises de

variância, sobre as características da estrutura da comunidade

(abundância e diversidade) e das similaridades, aplicada sobre a

composição faunística.

I-4. RECURSOS ENVOLVIDOS

As atividades de campo e as análises laboratoriais preliminares

foram realizados por estagiários vinculados ao Laboratório de Ecologia de

Comunidades do CTTMar/UNIVALI sob a supervisão do professor Dr Tito

Marques. As demais campanhas de coletas e experimentos de campo, bem

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como as respectivas análises, contaram com serviço técnico especializado

contratado com recursos do Projeto.

Os trabalhos envolveram a utilização do veículo do Projeto (Fiat

Dobló MEH-7532), embarcações de pescadores e a lancha Romélia da

Universidade. A marcação dos locais das amostragens arrastos foi

realizada com auxílio do receptor GPS do Projeto, enquanto que os

instrumentos de coleta foram disponibilizados pelo Laboratório

mencionado acima.

O combustível para o veículo e para as embarcações dos pescadores,

bem como as despesas com alimentação nas saídas de campo foram

custeadas com recursos do Projeto.

II - RESULTADOS ALCANÇADOS E PRODUTOS

De acordo com a análise do relatório técnico elaborado pelo

Laboratório de Ecologia de Comunidades, existem três assembléias

distintas de organismos bentônicos na Baía de Tijucas. Estas são

determinadas pela fauna observada, pelas características sedimentares e

pela hidrodinâmica local. As assembléias se distinguem espacialmente

pelas regiões da Enseada de Zimbros, desembocadura do Rio Tijucas e

região central da Baía de Tijucas juntamente com a Enseada de Ganchos.

A assembléia de organismos bentônicos na Enseada de Zimbros se

distinguiu pela fauna observada e por apresentar como característica

sedimentar uma predominância de sedimentos areno-lamosos.

Na desembocadura do Rio Tijucas, a assembléia é caracterizada pela

fauna observada, influenciada diretamente pela interação da hidrodinâmica

estuarina do rio com o oceano, que afeta a deposição sedimentar no local

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e conseqüentemente a disponibilidade de nicho para a macrofauna

bentônica.

Na região central da Baía de Tijucas e Enseada de Ganchos, a

assembléia bentônica foi caracterizada pela fauna observada e por

apresentar predominantemente sedimentos silto-argilosos e de maior

influência marinha.

A macrofauna bentônica na Baía de Tijucas é composta

principalmente por poliquetas infaunais, r-estrategistas (oportunistas), de

pequeno porte e com ciclo de vida curto. O que pode estar indicando que o

ambiente em questão está sob constantes perturbações físicas, seja por

fatores antrópicos ou naturais.

Dentre os organismos dominantes da macrofauna bentônica na Baía

de Tijucas, estão presentes Notomastus lobatus e Mediomastus

californiensis, da família dos poliquetas que apresentam estreita relação

com índices elevados de matéria orgânica, devido à predominância de

sedimentos finos na granulometria da baía. O poliqueta da espécie N.

lobatus pode estar indicando uma possível contribuição de matéria

orgânica de origem antrópica, principalmente no ponto amostral da

estação de verão localizado na parte oeste da Praia de Zimbros.

A metodologia Beyond BACI aplicada na avaliação do impacto do

arrasto de fundo sobre a macrofauna bêntica não apresentou resultados

satisfatórios, uma vez que foi muito difícil estabelecer uma situação

controle, o que pode estar relacionado ao grau de comprometimento da

Baía de Tijucas. Mesmo assim foi possível verificar que o arrasto exerce

efeitos sobre algumas características de estrutura de comunidade, tal

como a diversidade (variedade de táxons em uma comunidade que

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considera a abundância relativa de cada uma) e riqueza (número de

espécies).

Apesar de não haver registros pretéritos sobre a composição e

estrutura da macrofauna bentônica da Baía de Tijucas, provavelmente

suas características se modificaram gradativamente em decorrência de

décadas de exploração do camarão com arrasto de fundo,

descaracterizando a estrutura original do fundo e disponibilizando novos

nichos na comunidade bentônica. Essas modificações graduais

possivelmente acarretaram em drásticas mudanças para toda a estrutura e

funcionamento da comunidade macrobêntica, uma vez que a estabilidade

e a dinâmica das comunidades foram modificadas, e a oferta de novos

nichos aumentada, gerando um favorecimento ao estabelecimento de

espécies mais oportunistas.

III – CONCLUSÕES

O relatório técnico elaborado identifica que o arrasto impacta

algumas características estruturais da comunidade bentônica, e que a

macrofauna bentônica encontrada na baía é composta principalmente por

poliquetas infaunais r-estrategistas (oportunistas), de pequeno porte, de

ciclo de vida curto e que possuem alta capacidade de recuperação às

perturbações físicas. Isso indica que o impacto causado pelo arrasto de

fundo é rapidamente recuperado. Porém, uma hipótese citada no relatório

técnico que foi embasada bibliograficamente (Anexo 6.1), é que a

macrofauna bentônica da área pode ter sido substituída gradativamente

em decorrência de décadas da prática de arrasto de fundo na baía.

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IV – RECOMENDAÇÕES

Abaixo seguem recomendações para o Plano de Ação do Projeto

Pesca Responsável na Baía de Tijucas direcionadas pelo Código de Conduta

para uma Pesca Responsável da FAO – Food and Agriculture Organization

of the United Nations (1995), na qual o Brasil é signatário, e que tem

como um dos objetivos estabelecer princípios para que a pesca e as

atividades ligadas a ela sejam conduzidas de forma responsável, levando

em conta os aspectos biológicos, tecnológicos, econômicos, sociais,

ambientais e comerciais.

Primeiramente sugere-se a realização de um estudo a fim constatar

a possível sucessão da macrofauna bentônica decorrente de décadas de

realização da atividade de arrasto de fundo na área. Este estudo pode ser

realizado através do monitoramento ininterrupto de áreas fechadas para o

arrasto, possibilitando a verificação de alterações na composição da

macrofauna bêntica. Sabendo que já são existentes áreas fechadas na

baía, recomenda-se um estudo de viabilidade de que estas sejam as áreas

a serem monitoradas. Se da necessidade de fechamento de outras áreas,

tentar faze-la de forma participativa com a comunidade dependente da

pesca artesanal.

Concomitantemente com o monitoramento de áreas fechadas,

realizar testes com artefatos de pesca menos impactantes e mais seletivos

destinados à captura de camarão. Neste caso os covos surgem como uma

opção, pois este artefato apresenta vantagens ecológicas e econômicas

sobre o arrasto de fundo. É um aparelho seletivo, as capturas apresentam

alta qualidade, tem um efeito negativo mínimo sobre o fundo, é pequeno e

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transportável, tem baixo custo de operação, reduzindo muito o consumo

de combustível, e pode ser utilizado por vários tipos de embarcações sem

maiores modificações no arranjo de convés (IWAI, 1991; ALCÁZAR et al.,

1992; GAMBA, 1994; VIJAYAN et al., 2000; FAO, 2001, 2005).

Um experimento com covos já foi realizado na Baía de Tijucas,

porém o petrecho testado não apresentou viabilidade de uso comercial em

decorrência do modelo utilizado (INGLETTO, 2005). Entretanto,

recomenda-se realizar testes com outros modelos de covos buscando uma

eficiência de captura igual ou superior ao arrasto de fundo (Figura 1A).

Uma opção de covos pode ser o matapi, utilizado para captura de

camarão de água doce em Gurupá, no Pará. Artefato confexionado de

fibras vegetais, em formato cilíndrico, com funis internos, que permitem a

entrada, mas não a saída dos camarões (Revista MUNDODEZ, 2006). Este

artefato apresenta bons rendimentos na captura de camarão para a

comunidade de pescadores local (Figura 1B).

Figura 1. (A) Covo testado para captura de camarão na Baía de Tijucas; (B) Matapi.

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V - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALCÁZAR, J. L., GONZÁLES, P., FERNÁNDEZ, C. L., GÁRCIA, L.,

RUCABADO, J., LLORIS, D., CASTELLÓN, A. 1992. Prospecciones

pesqueras em águas profundas. (Setor VIIc – ICES). Recursos Pesqueros

de Astúrias, n.6: 1-128.

FAO. 1995. Code of conduct for responsible fisheries. Rome, Italy.

FAO. 2001. Fishing with traps and pots. Training Series 26.

FAO. 2005. Guía del administrador pesquero. Medidas de ordenacin y su

aplicación. Documento técnico de pesca 424 p.

GAMBA, M., R. 1994. Guia Prático de Tecnologia de Pesca. 1° edição.

CEPSUL – Itajaí.

INGLETTO, T. D. 2005. Prospecção Pesqueira com Armadilhas na Baía de

Tijucas – SC. Itajaí. Trabalho de Conclusão de Curso em Oceanografia.

Universidade do Vale do Itajaí.

IWAI, M. 1991. Pesca Alternativa de camarão na região sul – sudeste de

Brasil. II Simpósio sobre Oceanografia – IOUSP.

REVISTA MUNDODEZ. 2006. Manejo sustentável de camarão transforma

comunidade em Gurupá (PA). Disponível em <http://

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www.mundodez.com.br/Conteudo/Especial.asp?ID_Materia=1564> Acesso

em 30 outubro de 2006.

VIJAYAN, V., EDWIN, L., RAVINDRAN, K. 2000. Conservation and

Management of Marine Fishery Resources of Kerala State, India. Naga, The

ICLARM Quartely (Vol. 23, n°3). July-September.

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ANEXOS

ANEXO 6.1. RELATÓRIO FINAL MACROFAUNA BÊNTICA

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PESCA RESPONSÁVEL NA BAÍA DE TIJUCAS

META 7

ABRIL 2006

MACROFAUNA BÊNTICA

RELATÓRIO FINAL

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II

PESCA RESPONSÁVEL NA BAÍA DE TIJUCAS RELATORIO FINAL – META 7 MACROFAUNA BÊNTICA ABRIL 2006

Este relatório refere-se aos resultados obtidos referentes a Meta 7 do

Projeto Pesca Responsável na Baia de Tijucas.

Responsáveis Técnicos

Dr. Tito César Marques de Almeida <[email protected]>

Oc. Thiago Emilio Rohr <[email protected]>

Oc. Cleiton Luiz Foster Jardeweski <[email protected]>

UNIVALI – CTTMAR

Laboratório de Ecologia de Comunidades

Bloco 20, sala 144

Rua Uruguai, 458

Centro - Itajaí - SC - Brasil

CEP 88302-202

Fone: (47) 3341- 7977 / Fax: (47) 3341-7715

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III

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS................................... ...................................................... IV

LISTA DE TABELAS ................................... ..................................................... IV

APRESENTAÇÃO ....................................... ...................................................... 5

INTRODUÇÃO ................................................................................................... 5

MATERIAIS E MÉTODOS ................................ ................................................. 9

ÁREA DE ESTUDO..................................... ........................................................................... 9

AMOSTRAGENS........................................ .......................................................................... 10 CARACTERIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO DA MACROFAUNA ........................................ 10 AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA PESCA DE ARRASTO SOBRE A MACROFAUNA BÊNTICA. ....................................................................................................................... 12 ANÁLISE DAS AMOSTRAS........................................................................................... 15 ANÁLISE DE DADOS .................................................................................................... 15

RESULTADOS......................................... ........................................................ 16

SEDIMENTOLOGIA ..................................... ........................................................................ 16

CARACTERIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO DA MACROFAUNA.......... ................................... 18

AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA PESCA DE ARRASTO SOBRE A MA CROFAUNA BÊNTICA. ........................................... .................................................................................. 33

DISCUSSÃO.................................................................................................... 37

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................... .............................................. 40

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................... ....................................... 41

ANEXO: LISTA TAXONÔMICA............................ ........................................... 48

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IV

LISTA DE FIGURAS Figura 1: Desenho Amostral da distribuição das estações de coleta na Baia de Tijucas. ......... 11 Figura 2 Disposição das bóias, destacadas pelos círculos vermelhos, em forma de corredor para demarcação da área de arrasto. ......................................................................................... 13 Figura 3: Mergulhadores posicionados junto às bóias de marcação dos corredores para a coleta da macrofauna............................................................................................................................. 14 Figura 4 Coleta da macrofauna através de mergulho autônomo, o mergulhador transfere o sedimento coletado com o cilindro de PVC para o saco de tela................................................. 14 Figura 5: Mergulhador com duas amostras em sacos de tela de 0.5 mm.................................. 15 Figura 6: Gráfico com as percentagens sedimentares estimadas de cada estação amostral no período de verão. ........................................................................................................................ 16 Figura 7: Gráfico com as percentagens sedimentares de cada estação amostral no período de inverno......................................................................................................................................... 17 Figura 8: Gráfico com as porcentagens de Carbonato de Calcio e Materia Orgânica das estações amostrais no período de Verão. .................................................................................. 17 Figura 9: Gráfico com as porcentagens de Carbonato de Calcio e Materia Orgânica das estações amostrais no período de Inverno. ................................................................................ 18 Figura: 10 Abundâncias Relativas dos principais taxa coletados. .............................................. 19 Figura 11: Gráfico das abundâncias percentuais dos principais grupos taxonômicos, entre as estações amostradas na Baia de Tijucas. .................................................................................. 20 Figura 12: Mapa de densidade total no verão............................................................................. 21 Figura 13: Mapa de densidade total no inverno.......................................................................... 22 Figura 14: Gráfico das densidades totais, no verão e no inverno, entre as estações de coleta. 23 Figura 15: Número de espécies no verão. .................................................................................. 24 Figura 16: Número de espécies no inverno. ............................................................................... 25 Figura 17: Gráfico do número de espécies, no verão e no inverno, entre as estações de coleta...................................................................................................................................................... 26 Figura 18: Diversidade no verão. ................................................................................................ 27 Figura 19: Diversidade no inverno. ............................................................................................. 28 Figura 20: Gráfico da Diversidade (Shannon-Weaver), no verão e no inverno, entre as estações amostrais. .................................................................................................................................... 29 Figura 21: Gráfico da Análise de Correspondência Eixos 1 (24,55%) e 2 (17,80%), com as estações plotadas. ...................................................................................................................... 30 Figura 22: Gráfico da Análise de Correspondência Eixos 1 (24,55%) e 2 (17,80%), com as espécies plotadas........................................................................................................................ 30 Figura 23: Gráfico da Análise de Correspondência Eixos 1 (24,55%) e 3 (9,58%), com as espécies plotadas........................................................................................................................ 31 Figura 24: Gráfico da Análise de Correspondência Eixos 1 (24,55%) e 3 (9,58%), com as estações plotadas. ...................................................................................................................... 31 Figura 25: Gráficos dos índices de estrutura da comunidade dos experimentos de verão: os gráficos a esquerda pertencem ao primeiro arrasto, os da direita ao segundo.......................... 35 Figura 26: Gráficos dos índices de estrutura da comunidade dos experimentos de inverno: os gráficos a esquerda pertencem ao primeiro arrasto, os da direita ao segundo.......................... 36 LISTA DE TABELAS Tabela I: Coordenadas geográficas das estações amostrais. .................................................... 11 Tabela II: Valores das Abundancias totais e relativas dos principais grupos bentônicos........... 19 Tabela III: Associações (Assembléias) identificadas dentro da Baia de Tijucas. ....................... 32 Tabela IV: Valores de F e p das análises de variância entre os experimentos de verão e inverno......................................................................................................................................... 33 Tabela V: Valores de KW e p das análises de variância não-paramétrica de Kruskal-Wallis. ... 34

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APRESENTAÇÃO

Este relatório refere-se às atividades realizadas e apresenta os

resultados obtidos, concernentes à Meta 7 do Projeto Pesca Responsável na

Baia de Tijucas, sobre o item referente a Caracterização e Composição da

Macrofauna Bêntica e a Avaliação do Impacto da Pesca de Arrasto sobre a

Macrofauna Bêntica, apresentando os resultados finais das campanhas

realizadas.

INTRODUÇÃO

Os macroinvertebrados bentônicos estão presentes em todos os

ambientes marinhos, encontrados desde as fossas abissais até entre as

árvores de manguezais, sua presença é notada até mesmo em ambientes

poluídos ou extremamente alterados (Brusca & Brusca 1990, Lalli & Parsons

1999), denotando a importância deste grupo como indicadores da diversidade e

importância ecológica (Boyd et al., 2003; Carvalho et al., 2001; Maia et al.,

2001; Newell et al., 2004).

Os organismos bentônicos constituem um importante componente do

ecossistema marinho, fazendo parte da cadeia alimentar e provendo alimento

para uma grande variedade de espécies, muitas destas com relevante

interesse econômico. As comunidades bentônicas participam de diversos

processos ecológicos, como a aeração do sedimento, decomposição de

matéria orgânica, ciclagem de nutrientes e produção de biomassa (Pereira &

Soares-Gomes, 2002).

A distribuição, ocorrência e abundância dos organismos da macrofauna

bentônica dependem muito das características ambientais predominantes,

principalmente quanto às características do substrato, disponibilidade de

alimento e estabilidade do ambiente (Gray, 1974). A caracterização das

comunidades bentônicas é uma importante etapa no processo de avaliação e

monitoramento dos ambientes naturais. Os organismos que habitam

sedimentos inconsolidados, sejam lamosos ou arenosos, desempenham papel

fundamental na estrutura de seus habitats e também participam de diversos

processos nas comunidades e no ecossistema (Thrush & Dayton, 2002).

A macrofauna bêntica é composta por diversos organismos pertencentes

aos mais diferentes grupos zoológicos, atualmente o debate sobre a

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diversidade biológica vem assumindo características de um verdadeiro recurso

global, graças aos avanços da biologia molecular e da engenharia genética.

Apesar disso, ainda não existem reais estimativas da biodiversidade nem

mesmo como grandeza taxonômica (Lana, 2003).

Os principais grupos de invertebrados que normalmente dominam os

fundos inconsolidados são os moluscos, os crustáceos e os anelídeos

poliquetos. Dentre os numericamente dominantes, os poliquetas são os que

apresentam menos informações quanto à taxonomia e distribuição no Estado

de Santa Catarina, embora as regiões Sudeste-Sul brasileiras apresentem um

elevado grau de conhecimento taxonômico da fauna bêntica. O estado de

Santa Catarina ainda se apresenta como uma lacuna para esta região, com

muitos poucos trabalhos e estudos realizados, tanto nos aspectos taxonômicos

como ecológicos. Os poucos trabalhos publicados referem-se apenas a região

inter-mareal ou a plataforma continental externa (Lana, 1996; Amaral & Rossi-

Wongtschowski, 2004).

Evolutivamente, a Baia de Tijucas, propiciou o desenvolvimento de

diversas populações bentônicas de importância econômica, como por exemplo,

os camarões da família dos penaídeos. Este grupo de crustáceos foi e é

largamente utilizado como um dos principais recursos pesqueiros na região,

sendo uma importante área de berçário para o camarão, explorada quase que

exclusivamente pelos pescadores artesanais (Andrade 1998, Perez et al.

2001a, 2001b; Pezzuto 2001, Valentini et al. 2001). Esta atividade possui

muitas características tradicionais e centenárias nesta região do estado, tendo

um papel fundamental na vida e cultura da população local.

Porém na maioria das vezes o desenvolvimento destas atividades e o

aumento da pressão de exploração dos recursos sobre os ecossistemas

costeiros ocasionam alterações na dinâmica destes, afetando a qualidade do

ambiente e a manutenção da pesca (Coen 1995, McConnaughey et al. 2000), e

conseqüentemente, comprometendo a qualidade de vida da própria população

que utiliza estes recursos.

O aumento da preocupação da sociedade quanto aos impactos das

atividades exploratória sobre o meio ambiente reflete um novo panorama a ser

avaliado. A crescente preocupação com a manutenção dos recursos

pesqueiros e novas abordagens na proteção de recursos naturais e

ecossistemas incitam novos debates e pesquisas a serem explorados.

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Os efeitos gerados pela pesca no ambiente podem ser muitos, tais

como: alterações nas conformidades físicas naturais do ambiente,

ressuspensão de sedimentos, mudanças na biogeoquímica, mudanças na

comunidade bentônica e mudanças nos ecossistemas (Lokkeborg 2005,

Thrush et al. 1998, Kenchington et al. 2001). Todos estes efeitos possuem uma

vasta literatura científica que aborda os impactos específicos de cada efeito

(Jones 1992, Gilkinson et al. 1998, Collie et al. 2000, Pranovi et al. 2000, Kaiser

et al. 2001, Enticknap 2002, Paramor et al. 2001, Sheridan et al. 2001, Duplisea

et al.2002, Schratzberger et al. 2002).

As alterações físicas dos artefatos pesqueiros incluem a raspagem, a

formação de fendas, sulcos e a remoção de feições naturais, como por

exemplo rochas, estruturas carbonáticas e destruição de vegetação aquática

(Fonseca et al, 1984; Messieh et al, 1991; Black & Parry, 1994; Gordon et al,

1998; Kaiser et al, 1998, Lindeboom & de Groot, 1998; Schwinghamer et al,

1998; Auster & Langton, 1999; Kaiser et al, 1999 e Ardizzone et al. 2000; apud

Johnson, 2002; Lokkeborg op cit e Jones, 1992). Como os artefatos são

arrastados no assoalho marinho, algumas partes dos petrechos podem

penetrar de 5 a 30 cm no sedimento, e até mais em algumas situações (Drew &

Larson, 1994; apud Johnson, 2002).

A ressuspensão de sedimentos ocorre quando o petrecho de pesca é

arrastado ao longo do assoalho marinho, os efeitos da ressuspensão podem

incluir redução da luz disponível para organismos fotossintéticos, soterramento

da biota bentônica, sufocamento de áreas de procriação, e efeitos negativos na

alimentação e taxas metabólicas em organismos (Jones, 1992).

A fauna bentônica é afetada pelos petrechos de pesca através do dano

causado ao bentos no caminho do artefato e ao distúrbio do assoalho a uma

profundidade de até 30 cm. Muitos tipos de animais epibentônicos são

quebrados e enterrados, enquanto a infauna é escavada e exposta ao assoalho

marinho. Os impactos específicos da pesca dependem da historia de vida,

ecologia e características físicas da biota presente (Bergman & Van Santbrick

2000, apud Johnson, 2002). Espécies vágeis que exibem alta fecundidade e

rápido tempo de regeneração irão se recompor mais rapidamente que a fauna

séssil e ciclo de vida mais longo (Johnson op cit).

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Lindeboom & de Groot (1998) advertiram que enquanto a intensidade de

arrastos permanecer alta, a comunidade biológica afetada pelo arrasto talvez

nunca recupere sua condição original.

Estes efeitos mudam e, em muitos casos, comprometem a qualidade do

ambiente podendo acarretar, em uma certa escala de tempo, mudanças

drásticas em todo o ecossistema marinho (Thrush & Dayton, 2002, Pranovi et

al 1998). Poucos exemplos e estudos conclusivos podem ser encontrados que

relacionem a pesca de arrasto a alterações observadas no ambiente, uma vez

que o isolamento da causa é uma tarefa árdua (Thrush & Dayton op cit;

Lindegarth et al 2000b). O experimento proposto pelo presente estudo é uma

tentativa de avaliar os possíveis impactos deste tipo de atividade sobre a

comunidade macrobêntica na baia em questão.

Esta proposta se apresenta como um novo desafio, visto que a extensão

e a intensidade dos distúrbios antropogênicos aos ecossistemas oceânicos é

uma significativa ameaça tanto para a estrutura como para a função da

biodiversidade, e em muitos casos estes distúrbios virtualmente eliminaram

sistemas naturais que serviriam como suporte para avaliar este impacto

(Thrush & Dayton, 2002).

Muitas iniciativas de manejo pesqueiro, conservação de ecossistemas e

redução do impacto dos arrastos (Hall 1999, Humborstad et al 2004; Revil &

Jennings 2005), vem sendo elaboradas ao redor do globo. Concomitante a

estas tendências e problemas, e o atual estado dos estoques pesqueiros no

litoral nacional, urge novas iniciativas cientificas que visam integrar estas

buscas por respostas, que auxiliem tomadores de decisão, políticos, gestores,

e a própria sociedade a decidirem novos rumos e prioridades a manutenção de

nossos ecossistemas e estoques pesqueiros.

Os objetivos do presente trabalho são: (a) descrever a composição e a

estrutura da comunidade macrobentônica da Baia de Tijucas, nas situações de

verão e inverno; e (b) avaliar os possíveis impactos causados pela pesca de

arrasto sobre a macrofauna bentônica.

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MATERIAIS E MÉTODOS

ÁREA DE ESTUDO

A Baia de Tijucas possui características singulares, situa-se no litoral sul

brasileiro, e é um complexo formado por uma planície costeira com baixios

lamosos e formações de cheniers, contida entre os maciços graníticos das

penínsulas de Porto Belo e Ganchos (Caruso Jr & Araújo, 1997).

Localiza-se no litoral central de Santa Catarina, aproximadamente nas

coordenadas 27°15’ S e 48° 33’ W, possui localizaçã o estratégica, entre as

penínsulas da região de Porto Belo, ao norte, e a de Ganchos, ao sul, a

Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, a leste, a Ilha de Florianópolis, a

sudeste, e a bacia hidrográfica do Rio Tijucas a oeste.

A baia recebe aporte fluvial do rio Tijucas, que possui uma descarga

fluvial média de 58 m3.s-1 (Schettini & Carvalho, 1998), este rio nasce na serra

da Boa Vista e deságua no Oceano Atlântico, formando uma bacia hidrográfica

que abrange uma área com cerca de 2.420 km2, passando por treze

municípios. Schettini & Carvalho (op cit) caracterizaram a hidrodinâmica do

estuário do rio Tijucas e caracterizaram o regime de maré, a velocidade e a

direção de corrente, a salinidade e a turbidez.

A barra do estuário do rio Tijucas esta localizada em uma planície

costeira no interior da Baía de Tijucas, estando abrigada do ataque de ondas

pela península de Porto Belo ao norte, e pela Ilha de Santa Catarina e a

península de Ganchos ao Sul. Isto permite o acúmulo de sedimentos finos

exportados pelo estuário gerando extensos planos lamosos de maré, sendo a

única planície de maré do estado de Santa Catarina.

De acordo com a Resolução 003, de 23 de junho de 1997, do Conselho

Estadual de Recursos Hídricos foi criado o Comitê de Gerenciamento do rio

Tijucas. A bacia hidrográfica possui muitos problemas ambientais tais como,

carência nas áreas de saneamento e resíduos sólidos, má utilização de

agrotóxicos e insumos agrícolas, desmatamento desordenado da vegetação

nativa e da mata ciliar, e a exploração mineral desordenada das argilas das

margens e areia do leito do rio.

A geomorfologia da baia é fortemente influenciada pela hidrodinâmica

local, tais como correntes marinhas, entrada de frentes, ondas, marés, e pelo

gradiente salino do estuário do Rio Tijucas (Schettini & Klein, 1997). A pesca

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na baia é uma atividade centenária e é determinante nas características sócio-

ambientais da região, sendo o camarão o principal recurso explorado.

Segundo a avaliação do BDT (Banco de Dados Tropicais), para a

conservação da biodiversidade da zona costeira e marinha brasileira, a Foz do

Rio Tijucas esta entre as 57 áreas prioritárias para a conservação da

biodiversidade de estuários, manguezais e lagoas costeiras do Brasil1.

AMOSTRAGENS

CARACTERIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO DA MACROFAUNA

Para a caracterização da macrofauna bêntica foram realizadas duas

campanhas de amostragem, uma no verão (15 de março) e outra no inverno (2

de agosto) de 2005. Em cada uma foram amostradas 15 estações distribuídas

ao longo de toda a baía de Tijucas (Tabela I) (Figura 1). Foi utilizada uma

embarcação com 8,8 metros de comprimento. Em cada estação foram

coletadas 5 amostras com o auxilio de um busca-fundo do tipo Van Veen com

0,025 m2 de área amostral, o sedimento coletado foi acondicionado em sacos

de tela de 0.5 mm de abertura de malha para retenção da macrofauna, em

seguida colocados no gelo para o anestesiamento dos organismos e,

posteriormente, fixados em solução salina de formol 4%. Em cada coleta, verão

e inverno, foram coletadas 75 amostras, totalizando 150 amostras para a

caracterização da macrofauna bentônica.

1 http://www.bdt.fat.org.br/workshop/costa/areas_estuarios

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Figura 1: Desenho Amostral da distribuição das esta ções de coleta na Baia de Tijucas.

Tabela I: Coordenadas geográficas das estações amos trais.

Estação Latitude Longitude

1 27° 12' 88" 48° 32' 40"

2 27° 14' 87" 48° 32' 04"

3 27° 14' 84" 48° 33' 73"

4 27° 14' 98" 48° 35' 30"

5 27° 13' 86" 48° 35' 00"

6 27° 13' 14" 48° 33' 42"

7 27° 11' 97" 48° 32' 53"

8 27° 11' 07" 48° 31' 89"

9 27° 17' 17" 48° 32' 85"

10 27° 17' 28" 48° 33' 76"

11 27° 18' 20" 48° 33' 35"

12 27° 18' 45" 48° 34' 41"

13 27° 17' 22" 48° 35' 15"

14 27° 12' 50" 48° 31' 34"

15 27° 11' 95" 48° 30' 55"

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AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA PESCA DE ARRASTO SOBRE A

MACROFAUNA BÊNTICA.

A detecção de impactos de origem antrópica sobre populações e

comunidades naturais envolve inúmeros problemas e detalhes de ordem

metodológica. Dentre os principais, destacam-se as variabilidades naturais

relacionadas ao tempo e ao espaço das populações e a sua interação com o

meio. Ignorar a variabilidade natural das populações em estudos de impacto

ambiental implica, quase sempre em fazer inferências erradas quanto à

existência ou não dos referidos impactos. Nesta linha de raciocínio, estas

variações naturais podem mascarar a detecção dos impactos.

O princípio experimental proposto consiste de uma análise do impacto

ambiental gerado, utilizando observações dos parâmetros da estrutura da

comunidade macrobentônica (abundância, diversidade e riqueza de espécies),

antes e depois do impacto (arrasto dos petrechos de pesca) e a comparação

destes tratamentos com locais controles (sem impacto e com características

ecológicas iguais).

Este procedimento, proposto por Underwood (1991, 1992, 1993 e 1994)

é referenciado como Beyond BACI (Before vs. After / Control vs. Impact)2 e

possui comprovada eficiência na avaliação de impactos sobre populações e

comunidades biológicas. Contudo o estabelecimento adequado de um controle

é fundamental, não sendo possível em muitas situações.

Foram realizados experimentos de arrasto no verão (17 de março) e

inverno (26 de julho) de 2005. Em cada situação sazonal foram realizados dois

experimentos de arrastos em duas áreas distintas da baía.

Para a realização do experimento de arrasto, primeiramente foram

estabelecidos corredores na baia, através de (6) bóias que demarcavam a área

a ser utilizada no experimento (Figura 2). Três bóias foram dispostas

linearmente formando um dos lados do corredor, e outras três bóias dispostas

paralelamente finalizando o corredor. As distâncias entre as bóias foram

determinadas com auxilio de GPS, formando um corredor de aproximadamente

100 metros de comprimento e 10 metros de largura.

As saídas foram realizadas abordo de uma embarcação de pesca

artesanal, de 8,8 metros de comprimento e motor BTD22 Yamaha, com

2 Antes versus Depois / Controle versus Impacto.

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velocidade para os arrastos de aproximadamente 2 nós. A embarcação

possuía redes presas a tangones, com malha de 15 mm e 4 metros de largura

entre suas portas, atingindo uma área total de arrasto de aproximadamente 400

m2.

As coletas foram realizadas através de mergulho autônomo, o sedimento

foi coletado com cilindros de PVC com 15 cm de diâmetro e enterrado a 10 cm

de profundidade no sedimento. O mergulhador enterrava o cilindro no

sedimento para a coleta do material, retirava-o, e transferia a amostra para

sacos de tela de 0.5 mm ainda no fundo (Figuras 3, 4 e 5), em seguida, no

barco, as amostras foram fixadas em solução salina de formol 4%.

Antes da realização do arrasto os mergulhadores coletavam as amostras

dentro do corredor. Terminada a coleta o barco de pesca iniciava o arrasto e

passava com as redes dentro do corredor. Após a realização do arrasto, eram

coletadas amostras novamente no corredor. Uma área adjacente, com

características de profundidade e granulometria semelhantes, foi selecionada

para funcionar como controle, e nesta foram realizadas amostragens uma única

vez. Em cada situação (antes e depois do arrasto e no controle) foram

coletadas pelo menos 5 amostras.

Figura 2 Disposição das bóias, destacadas pelos cír culos vermelhos, em forma de corredor para demarcação da área de arrasto.

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Figura 3: Mergulhadores posicionados junto às bóias de marcação dos corredores para a coleta da macrofauna

Figura 4 Coleta da macrofauna através de mergulho a utônomo, o mergulhador transfere o sedimento coletado com o cilindro de PVC para o s aco de tela.

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Figura 5: Mergulhador com duas amostras em sacos de tela de 0.5 mm.

ANÁLISE DAS AMOSTRAS

Em laboratório as amostras foram lavadas e triadas, sendo então

transferido para solução de álcool a 70%. Posteriormente a fauna foi contada e

identificada ao menor nível taxonômico possível com auxílio de Amaral et al

(1996), Bolívar (1990), Bolívar & Lana (1987), Day (1967), Fauchald (1977),

Lana (1986) e Lana (1984) para os poliquetas e para os moluscos Rios (1994).

ANÁLISE DE DADOS

Para a análise dos dados faunísticos, foram utilizados os seguintes

parâmetros relativos a estrutura da comunidade: abundâncias totais

(ind/0,025m2), diversidade de Shannon-Weaver (Loge) e número de espécies

apenas para os poliquetos e moluscos.

Comparações univariadas foram efetuadas por meio de análise de

variância (ANOVA), sendo a homogeneidade das variâncias verificada através

do teste de Bartlett e a variável transformada para logaritmo ou raiz quadrada

de forma a se obter homogeneidade das variâncias. Quando problemas na

normalidade com determinadas variáveis foram detectados estas foram então

comparadas por meio da prova não-paramétrica de Kruskal-Wallis nas

comparações relativas ao experimento de arrasto (Zar, 1994).

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Sobre a composição das abundâncias específicas foi aplicada análise de

correspondência de forma a se identificar associações de espécies e estações

de amostragem (Legendre & Legendre, 1998).

RESULTADOS

SEDIMENTOLOGIA

A presença predominante de sedimentos finos (silte e argila) pode ser

verificada em ambas as épocas (Figura 6 e 7). As estações que apresentaram

porcentagens de areia e cascalho, foram àquelas posicionadas próximas a

linha de costa (2, 8,11 e 15), influenciadas diretamente pela deriva sedimentar,

ou a região influenciada pela deposição do rio Tijucas (3, 4 e 5).

0%

20%

40%

60%

80%

100%

#1 #2 #3 #4 #5 #6 #7 #8 #9 #10 #11 #12 #13 #14 #15

Cascalho Areia Silte Argila

Figura 6: Gráfico com as percentagens sedimentares estimadas de cada estação amostral no período de verão.

Através destes resultados podemos inferir que há uma tendência de

deposição de sedimentos arenosos na linha da desembocadura do rio Tijucas,

principalmente no inverno, esta deposição é influenciada principalmente pela

vazão do rio Tijucas e pelas características oceanográficas da baia.

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0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

#1 #2 #3 #4 #5 #6 #7 #8 #9 #10 #11 #12 #13 #14 #15

Pontos Amostrais

Cascalho Areia Silte Argila

Figura 7: Gráfico com as percentagens sedimentares de cada estação amostral no período de inverno.

As percentagens de matéria orgânica e carbonato de cálcio do

sedimento, para o verão e o inverno (Figuras 8 e 9), demonstraram a estreita

relação da granulometria com os valores de matéria orgânica e carbonato de

cálcio, uma vez que as estações que apresentaram granulometria mais

grosseira; 2, 3, 4, 5 no inverno e 15 em ambas as épocas do ano; tiveram as

menores porcentagens de matéria orgânica no sedimento, e os valores

elevados de carbonato de cálcio no inverno para a estação 15 (15,44%), que

apresentou exclusivamente sedimentos grosseiros, compostos de areia,

cascalho e restos de conchas.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

#1 #2 #3 #4 #5 #6 #7 #8 #9 #10 #11 #12 #13 #14 #15

Carbonato Mat. Orgânica

Figura 8: Gráfico com as porcentagens de Carbonato de Calcio e Materia Orgânica das estações amostrais no período de Verão.

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#1 #2 #3 #4 #5 #6 #7 #8 #9 #10 #11 #12 #13 #14 #15

Carbonato Mat. Orgânica

Figura 9: Gráfico com as porcentagens de Carbonato de Calcio e Materia Orgânica das estações amostrais no período de Inverno.

CARACTERIZAÇÃO E COMPOSIÇÃO DA MACROFAUNA

Foi coletado e identificado um total de 4.806 organismos distribuídos em

86 taxa, com 2661 indivíduos coletados no verão e 2145 indivíduos no inverno,

separados em 9 Filos, 9 Classes, 5 Ordens (Infra), 40 famílias, 47 gêneros e 37

espécies (Anexo 1 – Lista Taxonômica).

Através da análise da composição faunística pode ser verificado que o

taxon mais abundante foi o dos poliquetos, com 2.532 indivíduos,

representando 52,68% do total, seguido dos crustáceos com 1.384 indivíduos e

moluscos com 763, representando respectivamente 28,80% e 15,88% do total

coletado (Tabela II e Figura 10).

Estes três grandes grupos representaram 97,36% de toda a fauna

amostrada, os outros grupos também coletados, tais como anthozoários,

nemertinos, echiurídeos, sipunculídeos, echinodermos e braquiostomos,

apresentaram pouca representatividade numérica em todas as amostras

(2,66%), embora alguns tal como Sipuncula, foi freqüente nas amostras

coletadas.

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Tabela II: Valores das Abundancias totais e relativ as dos principais grupos bentônicos. Táxon Abundancia Total Abundancia Relativa

Polichaeta 2532 52,68 %

Crustacea 1384 28,80%

Mollusca 763 15,36 %

Miscelânea* 128 2,66%

* Anthozoarios, Nemertinos, Echiurideos, Sipunculideos, Echinodermos e Cephalocordados.

Analisando as abundâncias percentuais dos grandes grupos

taxonômicos entre as estações coletadas nas duas épocas (verão e inverno)

(Figura 11), podemos perceber a tendência de dominância do grupo dos

poliquetos na maioria das estações de amostragem. As espécies: Notomastus

lobatus, Aricidea sp1, Mediomastus californiensis, Kinbergonuphis orensanzi e

Paraprionospio pinnata, foram as mais representativas, correspondendo a

74,13% de toda a poliquetofauna.

Os crustáceos foram os que dominaram nas estações 1, 2 e 14,

representados principalmente pelos organismos da ordem dos tanaidáceos,

que corresponderam a cerca de 54,6% de toda a carcinofauna coletada. Entre

os moluscos, os bivalves do gênero Mactra foram os mais abundantes com

57,1% de toda a malacofauna, atingindo elevadas abundâncias nas estações 4,

5 e 13.

52,68%28,80%

15,36% 2,66%

Polichaeta

Crustacea

Mollusca

Miscelânea*

Figura: 10 Abundâncias Relativas dos principais tax a coletados. * Anthozoarios, Nemertinos, Echiurideos, Sipunculideos, Echinodermos e Cephalocordados.

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20

O grupo taxonômico denominado como miscelânea representa os táxons

dos Equinodermos, Cnidários, Nemertinos, Sipunculideos, Cephalocordados e

Echiurideos, e foram designados desta maneira, devido a sua baixa

representatividade numérica, com cerca de 2,66% do total de organismos

coletados.

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

#1 #2 #3 #4 #5 #6 #7 #8 #9 #10 #11 #12 #13 #14 #15

Poliquetos Moluscos Crustaceos Miscelanea

Figura 11: Gráfico das abundâncias percentuais dos principais grupos taxonômicos, entre as estações amostradas na Baia de Tijucas.

A densidade total da macrofauna apresentou diferenças significativas

entre as duas épocas amostradas (F=5,164; p=0,02), entre as estações de

coleta (F=16,124; p<0,001) e na interação destes fatores (F=5,263; p<0,001).

Pode ser verificado que as estações 1, 14 e 15 apresentaram as mais altas

densidades tanto no verão como no inverno (9,64 ± 0,58 a 5,71 ± 0,61 3,4), e as

estações 6, 7, 9 e 11, mantiveram as mais baixas densidades para ambas as

coletas (4,7 ± 1,14 a 2,10 ± 0,41) (Figuras 12 e 13).

3 Média + Erro Padrão

4 Raiz do número de indivíduos / 0,025 m2

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21

Figura 12: Mapa de densidade total no verão.

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22

Figura 13: Mapa de densidade total no inverno.

As estações 4, 5, 8, 10 e 13 apresentaram diferenças significativas entre

as coletas de verão e inverno, com os pontos 4 e 5 apresentando maiores

densidades no verão (7,10 ± 0,58 e 7,97 ± 0,74) e os pontos 8, 10 e 13 no

inverno (7,46 ± 0,62 a 4,22 ± 0,82). Já as estações 2, 3 e 12 não apresentaram

diferenças significativas entre verão e inverno (5,32 ± 0,77 a 4,13 ± 0,58)

(Figura 14).

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23

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Estações

Rai

z Q

uadr

ada

(Ind

/0,0

25m

2)

Verão

Inverno

Figura 14: Gráfico das densidades totais, no verão e no inverno, entre as estações de coleta.

A riqueza de espécies apresentou diferenças significativas entre as

estações (F=3,855564; p<<0,001) e a interação desta com a época do ano

(F=1,9459359; p=0,027888), este fator não apresentou diferenças

significativas. Pode ser verificado maiores valores nas estações 3, 4, 5, 6, 10,

12 e 15, tanto no verão como no inverno (8,80 ± 0,37 a 5,40 ± 01,83)5. A

estação 8 foi a que apresentou a menor riqueza em ambas as épocas (2,80 ±

0,97 no verão e 3,60 ± 0,93 no inverno) (Figuras 15 e 16).

5 Número de Espécies

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24

Figura 15: Número de espécies no verão.

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25

Figura 16: Número de espécies no inverno.

Nas estações 1, 2, 7, 11 e 13 foram encontradas variações entre as

coletas de verão e inverno, com os pontos 1, 2, 7 e 11 apresentando maiores

riquezas no verão (8,00 ± 0,55 a 5,60 ± 1,50), e o ponto 13 somente no inverno

(6,60 ± 1,03). Nas estações 9 e 14 não foram verificadas variações na riqueza

de espécies entre verão e inverno (5,80 ± 0,37 a 4,20 ± 0,73) (Figura 17).

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26

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Núm

ero

de E

spéc

ies

Verão Inverno

Figura 17: Gráfico do número de espécies, no verão e no inverno, entre as estações de coleta.

A diversidade de espécies não permitiu uma comparação estatística

devido a não homogeneidade das variâncias, no entanto pode ser verificado

maiores valores nas estações 3, 4, 6, 7, 10, 12 e 13, tanto no verão como no

inverno (0,89 ± 0,06 a 0,61 ± 0,10) (Figuras 18 e 19). Enquanto as estações 1,

2, 5, 9, 14 e 15 apresentaram mudanças entre verão e inverno, com os pontos

1, 2 e 14 apresentando um decréscimo da diversidade (0,94 ± 0,04 a 0,54 ±

0,05); e os pontos 5, 9 e 15 um aumento desta (0,56 ± 0,02 a 0,87 ± 0,04) do

verão para o inverno. As estações 8 e 11 não apresentaram grandes variações

nos índices de diversidade entre as épocas do ano (0,65 ± 0,16 a 0,46 ± 0,28).

Destaca-se que estas comparações se basearam nos valores médios e

respectivos erros padrões (Figura 20).

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27

Figura 18: Diversidade no verão.

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28

Figura 19: Diversidade no inverno.

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29

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

Div

ersi

dade

(S

hann

on-W

eave

r)

Verão Inverno

Figura 20: Gráfico da Diversidade (Shannon-Weaver), no verão e no inverno, entre as estações amostrais.

Através da análise de correspondência três eixos fatoriais puderam ser

interpretados, os quais corresponderam a 51,94% de toda a variação entre as

abundâncias específicas nas amostras analisadas (Tabela III).

O primeiro eixo, que explicou 24,55% da variação, demonstrou duas

associações espaciais distintas, a primeira ficou caracterizada pelas espécies

Prionospio steenstrupi e Exogone sp que mais contribuíram para a formação

deste eixo, relacionadas às estações 1, 8, 14 e 15. A segunda associação

caracterizou-se pelas espécies Magelona variolamellata, Owenia fusiformis,

Cylichna discus, Scoloplos (Leodamas) sp, Cossura sp e Natica sp nas demais

estações (Figura 21 e 22).

O segundo eixo (17,80%) evidenciou a sazonalidade, principalmente nos

pontos 1, 8, 14 e 15, caracterizada pelas associações das espécies Prionospio

steenstrupi, Exogone sp e Brachiostoma sp no período de inverno; enquanto

Corbula caribea, Paraonis sp e Polinoidae sp caracterizaram o período de

verão (Figura 21 e 22).

O terceiro eixo (9,58%) esteve relacionado aquelas estações que

apresentaram coordenadas negativas no eixo 1, evidenciando uma outra

associação de espécies, relacionada às estações amostradas próxima a

desembocadura do rio Tijucas (estações 4, 5 e 13). Esta ficou representada

pelas seguintes espécies: Prionospio dayi, Owenia fusiformis, Cylichna discus,

Scoloplos (Leodamas) sp, Cossura sp e Mactra spp (Figura 23 e 24).

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30

CA case scores

Axis

2

Axis 1

Cirratulidae sp1

Polinoidae sp1

Laonice cirrata

Paraonis sp1

Syllidae sp3

Syllidae sp4

Gyptis sp1

Brachiostoma sp1

Armandia spp

Exogone sp1

Corbula cf caribaea

Sigambra grubii

Prionospio cf steenstrupi

Mediomastus californiensis

Notomastus lobatus

-0.9

-1.8

-2.7

0.9

1.8

2.7

3.6

4.5

-0.9-1.8 0.9 1.8 2.7 3.6 4.5

Scoloplos (Leodamas ) sp1

Acteocina bullata

Prionospio dayi Sthenelais sp1

Goniada maculata

Owenia fusiformis

Natica sp

Cossura sp

Abra lioica

Neanthes bruaca

Magelona papillicornis

Magelona variolamellata

Tellina sp

Parandalia tricuspis

Ninoe brasiliensis

Paraprionospio pinnata

Kinbergonuphis orensanzi

Mactra spp

Aricidea sp1

Scoloplos (Leodamas ) sp1

Cylichna discus

Acteocina bullata

Prionospio dayi Sthenelais sp1

Goniada maculata

Owenia fusiformis

Natica sp

Cossura sp

Abra lioica

Neanthes bruaca

Magelona papillicornis

Magelona variolamellata

Tellina sp

Magelona posterelongata

Parandalia tricuspis

Ninoe brasiliensis

Paraprionospio pinnata

Kinbergonuphis orensanzi

Mactra spp

Aricidea sp1

CA case scores

Axis

2

Axis 1

Cirratulidae sp1

Polinoidae sp1

Laonice cirrata

Paraonis sp1

Syllidae sp3

Syllidae sp4

Gyptis sp1

Brachiostoma sp1

Armandia spp

Exogone sp1

Corbula cf caribaea

Sigambra grubii

Prionospio cf steenstrupi

Mediomastus californiensis

Notomastus lobatus

-0.9

-1.8

-2.7

0.9

1.8

2.7

3.6

4.5

-0.9-1.8 0.9 1.8 2.7 3.6 4.5

Scoloplos (Leodamas ) sp1

Acteocina bullata

Prionospio dayi Sthenelais sp1

Goniada maculata

Owenia fusiformis

Natica sp

Cossura sp

Abra lioica

Neanthes bruaca

Magelona papillicornis

Magelona variolamellata

Tellina sp

Parandalia tricuspis

Ninoe brasiliensis

Paraprionospio pinnata

Kinbergonuphis orensanzi

Mactra spp

Aricidea sp1

Scoloplos (Leodamas ) sp1

Cylichna discus

Acteocina bullata

Prionospio dayi Sthenelais sp1

Goniada maculata

Owenia fusiformis

Natica sp

Cossura sp

Abra lioica

Neanthes bruaca

Magelona papillicornis

Magelona variolamellata

Tellina sp

Magelona posterelongata

Parandalia tricuspis

Ninoe brasiliensis

Paraprionospio pinnata

Kinbergonuphis orensanzi

Mactra spp

Aricidea sp1

CA case scores

Axis

2

Axis 1

Cirratulidae sp1

Polinoidae sp1

Laonice cirrata

Paraonis sp1

Syllidae sp3

Syllidae sp4

Gyptis sp1

Brachiostoma sp1

Armandia spp

Exogone sp1

Corbula cf caribaea

Sigambra grubii

Prionospio cf steenstrupi

Mediomastus californiensis

Notomastus lobatus

-0.9

-1.8

-2.7

0.9

1.8

2.7

3.6

4.5

-0.9-1.8 0.9 1.8 2.7 3.6 4.5

Scoloplos (Leodamas ) sp1

Acteocina bullata

Prionospio dayi Sthenelais sp1

Goniada maculata

Owenia fusiformis

Natica sp

Cossura sp

Abra lioica

Neanthes bruaca

Magelona papillicornis

Magelona variolamellata

Tellina sp

Parandalia tricuspis

Ninoe brasiliensis

Paraprionospio pinnata

Kinbergonuphis orensanzi

Mactra spp

Aricidea sp1

Scoloplos (Leodamas ) sp1

Cylichna discus

Acteocina bullata

Prionospio dayi Sthenelais sp1

Goniada maculata

Owenia fusiformis

Natica sp

Cossura sp

Abra lioica

Neanthes bruaca

Magelona papillicornis

Magelona variolamellata

Tellina sp

Magelona posterelongata

Parandalia tricuspis

Ninoe brasiliensis

Paraprionospio pinnata

Kinbergonuphis orensanzi

Mactra spp

Aricidea sp1

CA case scores

Axis

2

Axis 1

Cirratulidae sp1

Polinoidae sp1

Laonice cirrata

Paraonis sp1

Syllidae sp3

Syllidae sp4

Gyptis sp1

Brachiostoma sp1

Armandia spp

Exogone sp1

Corbula cf caribaea

Sigambra grubii

Prionospio cf steenstrupi

Mediomastus californiensis

Notomastus lobatus

-0.9

-1.8

-2.7

0.9

1.8

2.7

3.6

4.5

-0.9-1.8 0.9 1.8 2.7 3.6 4.5

Scoloplos (Leodamas ) sp1

Acteocina bullata

Prionospio dayi Sthenelais sp1

Goniada maculata

Owenia fusiformis

Natica sp

Cossura sp

Abra lioica

Neanthes bruaca

Magelona papillicornis

Magelona variolamellata

Tellina sp

Parandalia tricuspis

Ninoe brasiliensis

Paraprionospio pinnata

Kinbergonuphis orensanzi

Mactra spp

Aricidea sp1

Scoloplos (Leodamas ) sp1

Cylichna discus

Acteocina bullata

Prionospio dayi Sthenelais sp1

Goniada maculata

Owenia fusiformis

Natica sp

Cossura sp

Abra lioica

Neanthes bruaca

Magelona papillicornis

Magelona variolamellata

Tellina sp

Magelona posterelongata

Parandalia tricuspis

Ninoe brasiliensis

Paraprionospio pinnata

Kinbergonuphis orensanzi

Mactra spp

Aricidea sp1

Figura 21: Gráfico da Análise de Correspondência Ei xos 1 (24,55%) e 2 (17,80%), com as

estações plotadas.

CA variable scores

Axis

2

Axis 1

V1

V2

V3

V4

V5 V6

V7

V8

V9

V10

V11

V12V13

V14

V15

I1

I2

I3

I4

I5I6

I7

I8

I9

I10

I11I12

I13

I14

I15

-0.5

-1.0

-1.4

0.5

1.0

1.4

1.9

2.4

-0.5-1.0-1.4 0.5 1.0 1.4 1.9 2.4

CA variable scores

Axis

2

Axis 1

V1

V2

V3

V4

V5 V6

V7

V8

V9

V10

V11

V12V13

V14

V15

I1

I2

I3

I4

I5I6

I7

I8

I9

I10

I11I12

I13

I14

I15

-0.5

-1.0

-1.4

0.5

1.0

1.4

1.9

2.4

-0.5-1.0-1.4 0.5 1.0 1.4 1.9 2.4

Figura 22: Gráfico da Análise de Correspondência Ei xos 1 (24,55%) e 2 (17,80%), com as

espécies plotadas.

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31

CA case scores

Axis

3

Axis 1

Scoloplos (Leodamas) sp1

Cylichna discus

Cirratulidae sp1

Polinoidae sp1

Laonice cirrata

Acteocina bullata

Paraonis sp1

Syllidae sp3

Prionospio dayi

Syllidae sp4

Sthenelais sp1 Gyptis sp1

Goniada maculata Brachiostoma sp1

Armandia spp

Owenia fusiformis

Natica sp

Cossura sp

Abra lioica Exogone sp1

Neanthes bruaca Magelona papillicornis

Corbula cf caribaea

Magelona variolamellata

Tellina sp

Magelona posterelongata

Parandalia tricuspis

Sigambra grubii

Prionospio cf steenstrupi

Ninoe brasiliensis

Paraprionospio pinnata

Kinbergonuphis orensanzi

Mediomastus californiensis

Mactra spp

Aricidea sp1

Notomastus lobatus -0.7

-1.4

-2.2

0.7

1.4

2.2

2.9

3.6

-0.9-1.8 0.9 1.8 2.7 3.6 4.5

CA case scores

Axis

3

Axis 1

Scoloplos (Leodamas) sp1

Cylichna discus

Cirratulidae sp1

Polinoidae sp1

Laonice cirrata

Acteocina bullata

Paraonis sp1

Syllidae sp3

Prionospio dayi

Syllidae sp4

Sthenelais sp1 Gyptis sp1

Goniada maculata Brachiostoma sp1

Armandia spp

Owenia fusiformis

Natica sp

Cossura sp

Abra lioica Exogone sp1

Neanthes bruaca Magelona papillicornis

Corbula cf caribaea

Magelona variolamellata

Tellina sp

Magelona posterelongata

Parandalia tricuspis

Sigambra grubii

Prionospio cf steenstrupi

Ninoe brasiliensis

Paraprionospio pinnata

Kinbergonuphis orensanzi

Mediomastus californiensis

Mactra spp

Aricidea sp1

Notomastus lobatus -0.7

-1.4

-2.2

0.7

1.4

2.2

2.9

3.6

-0.9-1.8 0.9 1.8 2.7 3.6 4.5

CA case scores

Axis

3

Axis 1

Scoloplos (Leodamas) sp1

Cylichna discus

Cirratulidae sp1

Polinoidae sp1

Laonice cirrata

Acteocina bullata

Paraonis sp1

Syllidae sp3

Prionospio dayi

Syllidae sp4

Sthenelais sp1 Gyptis sp1

Goniada maculata Brachiostoma sp1

Armandia spp

Owenia fusiformis

Natica sp

Cossura sp

Abra lioica Exogone sp1

Neanthes bruaca Magelona papillicornis

Corbula cf caribaea

Magelona variolamellata

Tellina sp

Magelona posterelongata

Parandalia tricuspis

Sigambra grubii

Prionospio cf steenstrupi

Ninoe brasiliensis

Paraprionospio pinnata

Kinbergonuphis orensanzi

Mediomastus californiensis

Mactra spp

Aricidea sp1

Notomastus lobatus -0.7

-1.4

-2.2

0.7

1.4

2.2

2.9

3.6

-0.9-1.8 0.9 1.8 2.7 3.6 4.5

Figura 23: Gráfico da Análise de Correspondência Ei xos 1 (24,55%) e 3 (9,58%), com as

espécies plotadas

CA variable scores

Axis

3

Axis 1

V1

V2

V3

V4 V5

V6V7

V8

V9V10

V11

V12

V13

V14

V15

I1

I2

I3

I4 I5

I6

I7

I8

I9

I10

I11

I12

I13

I14I15

-0.5

-1.0

0.5

1.0

1.4

1.9

2.4

-1.0 0.5 1.0 1.4 1.9 2.4

CA variable scores

Axis

3

Axis 1

V1

V2

V3

V4 V5

V6V7

V8

V9V10

V11

V12

V13

V14

V15

I1

I2

I3

I4 I5

I6

I7

I8

I9

I10

I11

I12

I13

I14I15

-0.5

-1.0

0.5

1.0

1.4

1.9

2.4

-1.0 0.5 1.0 1.4 1.9 2.4

CA variable scores

Axis

3

Axis 1

V1

V2

V3

V4 V5

V6V7

V8

V9V10

V11

V12

V13

V14

V15

I1

I2

I3

I4 I5

I6

I7

I8

I9

I10

I11

I12

I13

I14I15

-0.5

-1.0

0.5

1.0

1.4

1.9

2.4

-1.0 0.5 1.0 1.4 1.9 2.4

Figura 24: Gráfico da Análise de Correspondência Ei xos 1 (24,55%) e 3 (9,58%), com as

estações plotadas.

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32

Tabela III: Associações (Assembléias) identificadas dentro da Baia de Tijucas. Associação 1 Associação 2

Estações 2, 3, 4, 5, 6

7, 9, 10, 11, 12, 13

Magelona papilicornis

Sthenelais sp1

Telina spp

Natica sp1

Magelona variolamelata

Kinbergonuphis orensanzi

Owenia fusiformis

Paraprionospio pinnata

Ninoe brasiliensis

Parandalia tricuspis

Goniada maculata

Acteocina bullata

Neanthes bruaca

Magelona posterelongata

Scoloplos (Leodamas) sp1

Cossura sp

Cylichna discus

Estações 1, 8, 14, 15

(Baia de Zimbros)

no período de Inverno

Prionospio steenstrupi

Exogone sp1

Syllidae sp3

Armandia sp1

Brachiostoma sp1

Cirratulidae sp1

Mediomastus californiensis

Sigambra grubii

Associação 3 Associação 4

Estações 1, 8, 14, 15

(Baia de Zimbros)

no período de Verão

Laonice cirrata

Gyptis sp1

Paraonis sp1

Notomastus lobatus

Corbula caribaea

Polynoidae sp1

Syllidae sp4

Estações 4, 5, 13

(Foz do Rio Tijucas)

Scoloplos (Leodamas) sp1

Mactra spp

Prionospio dayi

Cylichna discus

Cossura sp1

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33

AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA PESCA DE ARRASTO SOBRE A

MACROFAUNA BÊNTICA.

A análise de variância entre os tratamentos: Antes do Arrasto, Depois do

Arrasto e Área Controle (CNT), demonstrou que não houve diferenças

significativas (p>0,05) entre os índices relativos a estrutura de comunidade

(Tabela IV), tanto no verão como (Figura 26) no inverno (Figura 27).

Tabela IV: Valores de F e p das análises de variância entre os experimentos de verão e inverno.

Época Experimento DT DT polichaeta Diversidade Riqueza F P F P F p F p

Verão Arrasto 1 1,66977 0,21128 2,30056 0,12381 0,83094 0,44886 1,12553 0,34246 Arrasto 2 0,43178 0,65376 0,70007 0,50534 0,21170 0,81054 0,16703 0,84704

Inverno Arrasto 1 0,56708 0,57356 0,47576 0,62634 0,42656 0,65692 0,63074 0,53959 Arrasto 2 0,35414 0,70488 0,14685 0,86409 0,37103 0,69337 0,44206 0,64712

A análise de variância não-paramétrica demonstrou haver diferenças

significativas somente para os seguintes parâmetros:

- a densidade total no segundo arrasto de verão;

- as diversidades dos arrastos de inverno;

- a riqueza do primeiro arrasto de inverno.

A diferença na densidade total do segundo arrasto de verão, pode ser

devido a alta heterogeneidade espacial, pois os valores do controle foram

menores que os tratamentos antes e depois do arrasto. O aumento da

diversidade nos arrastos de inverno no tratamento depois, pode estar

relacionado a homogeneização da comunidade após aos arrastos, com uma

possível equalização das abundâncias específicas. O aumento da riqueza no

primeiro arrasto de inverno para o tratamento depois, pode ser devido a um

possível deslocamento de outras espécies pela rede de arrasto para a área do

experimento após a passagem destas (Tabela V).

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Tabela V: Valores de KW e p das análises de variância não-paramétrica de Krusk al-Wallis.

Época Experimento DT DT polichaeta Diversidade Riqueza KW P KW p KW p KW p

Verão Arrasto 1 2,3397 0,3104 1,9674 0,3739 0,1217 0,9410 0,6802 0,9666 Arrasto 2 7,1832 0,0275* 2,8961 0,2350 1,8112 0,4043 2,7761 0,2496

Inverno Arrasto 1 3,0457 0,2181 2,5994 0,2726 6,1035 0,0473* 6,3431 0,0419* Arrasto 2 3,2665 0,1953 1,7208 0,4230 7,5746 0,0227* 5,3601 0,0686

* diferença significativa.

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Figura 25: Gráficos dos índices de estrutura da com unidade dos experimentos de verão: os gráficos a esquerda pertencem ao primeiro arrast o, os da direita ao segundo.

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

Antes Depois CNT

ind.

poli.

/0,0

18 m

2

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18 m

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3,43,53,63,73,83,94,04,14,24,3

Antes Depois CNT

Núm

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spéc

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0,0

5,0

10,0

15,0

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18m

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Antes Depois CNT

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Figura 26: Gráficos dos índices de estrutura da com unidade dos experimentos de inverno: os gráficos a esquerda pertencem ao primei ro arrasto, os da direita ao segundo.

0,0

2,0

4,0

6,0

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Antes Depois CNT

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écie

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DISCUSSÃO

A caracterização da macrofauna demonstrou que a baia possui três

assembléias distintas, determinadas pela fauna encontrada, pelas

características sedimentares e pela hidrodinâmica local. As três associações

caracterizam-se espacialmente pela região da Baia de Zimbros, pela região da

desembocadura do Rio Tijucas e pela região central da Baia de Tijucas

juntamente com a Enseada de Ganchos.

A região da Baia de Zimbros pode ser representada principalmente pelas

espécies Prionospio steenstrupi, Exogone sp1, Syllidae sp3, Armandia sp1,

Brachiostoma sp1, Cirratulidae sp1, Mediomastus californiensis, Sigambra

grubii, Laonice cirrata, Gyptis sp1, Paraonis sp1, Notomastus lobatus, Corbula

caribaea, Polynoidae sp1 e Syllidae sp4; e por apresentar uma predominância

de sedimentos areno-lamosos.

A região da Foz do Rio Tijucas ficou caracterizada pelos taxa Scoloplos

(Leodamas) sp1, Mactra spp, Prionospio dayi, Cylichna discus e Cossura sp1;

influenciados diretamente pela interação da hidrodinâmica estuarina do rio com

o oceano, que afeta a deposição sedimentar no local e conseqüentemente a

disponibilidade de nichos para a macrofauna.

A região central da Baia de Tijucas juntamente com a enseada de

Ganchos ficou representada pelas espécies Magelona papilicornis, Sthenelais

sp1, Telina spp, Natica sp1, Magelona variolamelata, Kinbergonuphis

orensanzi, Owenia fusiformis, Paraprionospio pinnata, Ninoe brasiliensis,

Parandalia tricuspis, Goniada maculata, Acteocina bullata, Neanthes bruaca e

Magelona posterelongata; com sedimentos predominantemente silto-argilosos

e de maior influência marinha.

A macrofauna estudada foi composta basicamente por organismos

infaunais, ou seja, aqueles organismos que vivem enterrados nos sedimentos

inconsolidados. Outra característica importante foi a composição da fauna,

composta principalmente por organismos de pequeno porte, geralmente

oportunistas (“R” estrategistas) e de ciclo de vida curto. Representados

exclusivamente por poliquetos e tanaidáceos, que em sua maioria são

adaptados a vida em habitats perturbados. Esta composição da fauna denotou

que o ambiente sofre freqüentes perturbações físicas, seja por fatores naturais

ou antropogênicos.

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Outra característica da fauna é a de que os organismos dominantes, tais

como Notomastus lobatus, Aricidea sp1, Mediomastus californiensis e os

Tanaidáceos, tem estreita relação com índices elevados de matéria orgânica,

isto devido a uma predominância de sedimentos finos na granulometria da

baia, e em especial ao poliqueto Notomastus lobatus que pode estar indicando

uma possível contribuição de matéria orgânica de origem antrópica

principalmente na estação 8 no verão.

Embora os resultados do experimento proposto não tenham apresentado

fortes evidências que os arrastos modificam a estrutura da comunidade

macrobêntica, as diferenças encontradas para a diversidade e riqueza de

espécies, principalmente no inverno, indicaram estar ocorrendo alguma

alteração na comunidade em questão. De Biasi (2004) e Lindegarth et al

(2000a) identificaram diminuição na heterogeneidade, na complexidade do

substrato e também mudanças na distribuição espacial dos organismos,

ocasionado pela homogeneização no arranjo espacial das populações.

Muitos estudos indicaram como os distúrbios gerados por petrechos de

pesca, resultaram na substituição gradativa de organismos de crescimento

lento e de ciclo de vida longo por organismos de ciclo de vida curtos na

comunidade bentônica (Lokkeborg 2005, Kaiser et al. 2000 e Rijnsdorp & Van

Leeuwen 1996).

Johnson (2002) realizou uma revisão sobre a literatura norte americana

e mundial sobre os efeitos da pesca nos habitats bênticos, encontrando muitos

trabalhos com situações e resultados similares aos encontrados no presente

estudo, tanto quanto ao tipo de petrecho como aos tipos de alteração e impacto

observados.

Em Mission Bay, California, poliquetos com reduzidas fases larvais, e

movimentos e habilidades de dispersão reduzidos apresentaram rápida

recolonização e manutenção de altas densidades infaunais (Levin, 1984).

Rijnsdorp & Van Leeuwen (1996) levantaram a hipótese de que o arrasto

causou uma mudança na comunidade bentônica, que passou de pouco

produtiva e com espécies de vida longa, para altamente produtiva e com

espécies de vida curta, estas foram beneficiadas pelo aumento da

disponibilidade de nutrientes causados pela atividade antropogênica.

Kaiser et al. (2000) detectou que a pesca crônica ao redor da Ilha de

Mann, Reino Unido, removeu os maiores organismos da fauna bentônica,

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estando agora dominada por organismos menores e menos suscetíveis aos

distúrbios físicos.

O aumento da pressão de pesca também pode levar a mudanças na

distribuição de espécies, tanto através do movimento dos animais fora das

áreas pescadas, como para dentro destas (Kaiser & Spencer, 1993, 1996;

Ramsay et al. 1996; Kaiser & Ramsay, 1997; Ramsay et al. 1998; Bradshaw et

al. 2000 e Demestre et al. 2000; apud Johnson, 2002).

Estas informações levantaram novas hipóteses sobre as características

da fauna macrobentônica da baia de tijucas, ou seja, de que através das

décadas de exploração da pesca do camarão, a fauna bêntica foi

gradativamente modificada pelas alterações decorrentes desta exploração,

descaracterizando a estrutura original do fundo e disponibilizando novos nichos

na comunidade bentônica.

As conseqüências destas modificações graduais possivelmente

acarretaram em drásticas mudanças para toda a estrutura e funcionamento da

comunidade macrobêntica, uma vez que a estabilidade e a dinâmica das

comunidades foram modificadas, e a oferta de novos nichos aumentada,

gerando um favorecimento ao estabelecimento de espécies mais oportunistas.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

• A Baia de Tijucas pode ser caracterizada por três assembléias distintas,

determinadas pela fauna encontrada, pelas características sedimentares e

pela hidrodinâmica local.

• As três associações caracterizam-se espacialmente pelas regiões

o Baia de Zimbros;

o Desembocadura do Rio Tijucas;

o Região central da Baia de Tijucas e Enseada de Ganchos.

• A macrofauna estudada foi composta principalmente por poliquetas

infaunais, “R” estrategistas (oportunistas) e de ciclo de vida curto, o que

pode estar indicando que o ambiente em questão esta sob constantes

perturbações.

• Dentre os organismos dominantes Notomastus lobatus e Mediomastus

californiensis, fazem parte de uma família de poliqueta (Capitellidae) que

apresenta estreita relação com índices elevados de matéria orgânica,

devido a uma predominância de sedimentos finos na baia.

• A Metodologia Beyond BACI aplicada na avaliação do efeito do arrasto de

camarão sobre a macrofauna bêntica não apresentou resultados

satisfatórios, uma vez que foi muito difícil estabelecer uma situação

controle, o que pode estar relacionado ao grau de comprometimento do

local em questão.

• Mesmo assim foi possível verificar que os arrastos exerceram efeitos sobre

algumas características de estrutura de comunidade tal como a diversidade

e o número de espécies.

• Apesar de não haver registros pretéritos, provavelmente as características

da fauna macrobentônica da baia de Tijucas, através das décadas de

exploração da pesca do camarão, se apresenta atualmente modificada.

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ANEXO: Lista taxonômica

Filo Classe Ordem (Infra) Familia Gênero / Espécie Abund Abs* Abund Rel (%)**

Freq Abs***

Freq Rel (%)****

Cnidaria Anthozoa 7 0,15% 3 2,00% Nemertea 4 0,08% 4 2,67% Sipuncula 82 1,71% 53 35,33% Echiura 1 0,02% 1 0,67% Mollusca Gastropoda Opisthobranchia 135 2,81% 46 30,67% Prosobranchia Columbellidae Anachis obesa (C. B. Adams, 1845) 1 0,02% 1 0,67% Cylichnidae Acteocina bullata (Kiener, 1834) 10 0,21% 8 5,33% Cylichna discus Watson, 1883 6 0,12% 5 3,33% Eulimidae Eulima sp 1 0,02% 1 0,67% Naticidae Natica sp 16 0,33% 14 9,33% Olividae Olivella sp 1 0,02% 1 0,67% Retusidae Volvulella persimilis (Morch, 1875) 2 0,04% 2 1,33% Pelecypoda Cardiidae Trachycardium muricatum (Linnaeus, 1758) 1 0,02% 1 0,67% Corbulidae Corbula cf caribaea Orbigny, 1842 33 0,69% 17 11,33% Mactridae Mactra spp 239 4,97% 24 16,00% Mactra fragilis Gmelin, 1791 6 0,12% 4 2,67% Mactra iheringi Dall, 1897 197 4,10% 9 6,00% Mactra marplatensis Doello-Jurado, 1918 7 0,15% 6 4,00% Nuculidae Nucula puelcha Orbigny, 1846 4 0,08% 4 2,67% Nucula semiornata Orbigny, 1846 1 0,02% 1 0,67% Semelidae Abra lioica (Dall, 1881) 20 0,42% 15 10,00% Ungulinidae Diplodonta sp 1 0,02% 1 0,67% Felaniella vilardeboana (Orbigny, 1842) 1 0,02% 1 0,67% Veneridae Chione subrostrata (Lamarck, 1818) 1 0,02% 1 0,67% Pitar sp 2 0,04% 1 0,67% Pitar fulminatus (Menke, 1828) 1 0,02% 1 0,67% Transenella sp 1 0,02% 1 0,67% Transenella stimpsoni Dall, 1902 1 0,02% 1 0,67% Tellinidae Tellina spp 42 0,87% 29 19,33% Annelida Polychaeta Amphinomidae Linopherus ambigua (Monro, 1933) 2 0,04% 2 1,33% Capitellidae Mediomastus californiensis Hartman, 1944 380 7,91% 75 50,00% Notomastus lobatus Hartman, 1947 561 11,67% 30 20,00% Cirratulidae Cirratulidae sp1 7 0,15% 7 4,67% Cossuridae Cossura sp 19 0,40% 11 7,33% Dorvilleidae Schistomeringos cf rudolphi (Delle Chiaje, 1828) 4 0,08% 4 2,67% Flabelligeridae Piromis sp 2 0,04% 2 1,33% Goniadidae Goniada maculata Oersted, 1843 13 0,27% 12 8,00%

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Filo Classe Ordem (Infra) Familia Gênero / Espécie Abund Abs Abund Rel (%) Freq Abs Freq Rel (%)

Hesionidae Gyptis sp1 12 0,25% 11 7,33% Hesionidae sp2 1 0,02% 1 0,67% Lumbrineridae Lumbrineris sp1 2 0,04% 2 1,33% Ninoe brasiliensis Kinberg, 1865 109 2,27% 63 42,00% Magelonidae Magelona posterelongata Bolivar & Lana, 1986 46 0,96% 25 16,67% Magelona crenulata Bolivar & Lana, 1986 1 0,02% 1 0,67% Magelona variolamellata Bolivar & Lana, 1986 36 0,75% 25 16,67% Magelona papillicornis Müller, 1858 27 0,56% 23 15,33% Maldanidae Maldanidae sp1 2 0,04% 2 1,33% Nereididae Neanthes bruaca Lana & Sovierzoski, 1987 25 0,52% 24 16,00% Onuphidae Kinbergonuphis orensanzi (Fauchald, 1982) 223 4,64% 53 35,33% Ophellidae Armandia spp 15 0,31% 10 6,67% Orbinidae Protoaricia sp1 1 0,02% 1 0,67% Scoloplos (Leodamas) sp1 5 0,10% 4 2,67% Oweniidae Owenia fusiformis delleChiaje, 1844 15 0,31% 10 6,67% Paraonidae Aricidea sp1 495 10,30% 94 62,67% Aricidea sp2 1 0,02% 1 0,67% Aricidea sp3 1 0,02% 1 0,67% Cirrophorus cf branchiatus Ehlers, 1908 3 0,06% 2 1,33% Paradoneis sp1 1 0,02% 1 0,67% Paraonis sp1 10 0,21% 7 4,67% Pilargidae Parandalia tricuspis (Müller, 1858) 53 1,10% 38 25,33% Sigambra grubii Müller, 1858 58 1,21% 41 27,33% Poecilochaetidae Poecilochaetus australis Nonato, 1963 2 0,04% 2 1,33% Polinoidae Polinoidae sp1 7 0,15% 5 3,33% Sabellidae Sabellidae sp1 2 0,04% 1 0,67% Sigalionidae Sthenelais sp1 12 0,25% 10 6,67% Spionidae Laonice cirrata (Sars, 1850) 9 0,19% 8 5,33% Paraprionospio pinnata (Ehlers, 1901) 218 4,54% 81 54,00% Prionospio dayi (Foster, 1969) 11 0,23% 10 6,67% Prionospio cf steenstrupi Malmgren, 1867 92 1,91% 6 4,00% Syllidae Exogone sp1 25 0,52% 7 4,67% Syllidae sp2 1 0,02% 1 0,67% Syllidae sp3 10 0,21% 7 4,67% Syllidae sp4 11 0,23% 5 3,33% Syllidae sp6 1 0,02% 1 0,67% Trichobranchidae Terebellidessp 1 0,02% 1 0,67%

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Filo Classe Ordem (Infra) Familia Gênero / Espécie Abund Abs Abund Rel (%) Freq Abs Freq Rel (%)

Artropoda Crustacea Decapoda 102 2,12% 63 42,00% Brachyura 67 1,39% 21 14,00% Amphipoda 180 3,75% 29 19,33% Cumacea 263 5,47% 42 28,00% Tanaidacea 755 15,71% 39 26,00% Zoea 17 0,35% 16 10,67% Echinodermata Asteroidea 1 0,02% 1 0,67% Ophiuroidea 1 0,02% 6 4,00% Echinoidea 9 0,19% 1 0,67% Holothuroidea 7 0,15% 5 3,33% Chordata Cephalochordata Brachiostoma sp1 14 0,29% 12 8,00% Actinopteriigy Scianidae 2 0,04% 2 1,33%

* Abundância Absoluta; ** Abundância Relativa; *** Frequência Absoluta; **** Frequência Relativa.