PÁGINASPÁGINASabertas ENCARTE - MAIO AAGOSTO DE 2011

ISABELLA ROCHA E NAYARA PEREZ

Atração principal no Gira Praça e no evento da Escola Estadual Princesa Isabel, Iury Zanoni, o Mc Yuri BH, falou com a gente sobre sua intimidade. Estudante da Escola Muni-cipal Professor Tabajara Pedroso, o garoto de apenas 12 anos faz sucesso com suas letras conscientes. O maior divulgador e incentivador da carreira é seu pai, Alex, que acompanhou toda a entrevista de perto e está presente na vida pessoal e profissional do garoto.

O gosto pela música nasceu aos cinco anos, quando Yuri começou a cantar músicas de outros cantores. Aos dez, can-tava letras compostas por seu pai, Mc JR e Mc Jefinho. Sua inspiração veio do rap cantado por Mano Brown, do Racionais Mc’s, que ele ouve e canta desde pequeno. A principal música de trabalho do cantor, ‘O crime não presta’, tem participação especial de Mc Dodô, seu ídolo. A gravação do clipe também foi feita com o funkeiro e foi mera coincidência. Quando Yuri viajou para gravar o vídeo, ele se encontrou com o Mc, que gostou da letra e quis participar. Sortudo o garoto, não?

Para quem pensa que a vida de um artista mirim é fácil, Yuri prova que não. Ele tentou entrar em várias escolas da região, mas não foi aceito. Hoje, tem uma vida normal na escola e é considerado um aluno como outro qualquer depois da conversa do diretor com os outros estudantes. Ele garante que "não foi tratado diferente pelos amigos por conta do sucesso". Toda semana, o cantor faz aulas de dança e canto para melhorar o desempenho nos shows.

Com a infância ocupada por shows e gravações, o Mc conta que ainda sobra tempo para o estudo. “Perdi um pouco de liber-dade para brincar, pois não tenho mais tanto tempo como antes, mas gosto muito de estudar”, fala. Ele considera fazer shows uma diversão e confessa não se sentir pressionado nessa rotina de cantor. O assédio dos fãs não o incomoda, mas ele relembra um episódio em que tentou entrar em um pula-pula para brin-car, mas houve muito tumulto.

A agenda de shows do Mc Yuri inclui shows na cidade de Belo Horizonte e também no Espírito Santo. Atualmente, ainda tem uma palestra agendada em Porto Alegre, em um presídio para menores e até em Portugal. Essa correria não faz com que ele aproveite menos o seu hobby preferido: jogar videogame. O garoto faz planos para o futuro, mas para a ale-gria dos fãs, pretende seguir a carreira de cantor. Yuri pensa em fazer o ensino superior em uma área relacionada a mate-mática ou português, suas matérias preferidas na escola.

A revelação do funk de BH tinha uma relação muito amorosa com sua avó, dona Marlene, que faleceu há pouco mais de um mês. Alex, seu pai, escreveu a música ‘ Minha vó ‘, em homenagem a ela, que é um dos seus grandes sucessos. Enquanto ela estava viva, acompanhava a car-reira do neto de perto e era sempre homenageada em seus shows. O assunto comove e arranca lágrimas do ídolo e de seu pai. Eles lembraram momentos especiais ao lado dela e ficaram muito emocionados.

um ídolo do funk nacional

MCYuri,PERFILNome completo: Iury Zanoni Faria de Andrade.Nascimento: 06/05/1999 – 12 anos.

Signo: Touro

Naturalidade: Belo Horizonte.

Ídolo: Mano Brown, Racionais Mc’s.Gosto musical: Rap, pagode, sertanejo, Restart e Justin Bieber.

Hobby: Jogar videogame, futebol e dançar.Maior sonho: Acabar com a violência e as drogas.

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futuro melhorISABELLA ROCHA E NAYARA PEREZ

Há quase dois anos, a Polícia Militar teve a iniciativa de fundar o projeto ‘Jovens Construindo a Cidadania’, o JCC. O 24º Batalhão procurou por jovens voluntários na Escola Estadual Princesa Isabel para atuarem em conjunto com a comunidade, visando a melhorias na área social. Antes da concretização do projeto, em agosto de 2009, a PM fez um mês de preparação com os alunos interessados. Eles fizeram cursos de primeiros socorros e palestras relacionadas a crimes na internet e leis para menores infratores.

O JCC é composto exclusivamente por membros da escola. A dire-toria executiva é formada pelo presidente Diogo Henrique de Almeida, de 16 anos; o vice-presidente Reginaldo Araújo da Consolação, 16; e o diretor de comunicação, Marcos Vinícius Andrade, 16. Dentro do grupo existem duas secretarias: Alessandra Barbosa, de 15 anos, res-ponsável por Esporte e Lazer; e Ana Helena Sousa, 15, por Cultura.

A atuação da Polícia é fundamental na realização dos eventos do JCC. Ela coordena as atividades por meio da Sargento Célia Apare-cida Ferraz, que orienta, tira dúvidas e está sempre presente na diretoria executiva. Pela influência do nome da Polícia Militar, os jovens conseguem patrocinadores para a realização dos eventos, que até agora, já foram oito: Desfile da Independência, Formatura, Carnaval na Escola, arrecadação de chocolate na Páscoa e de brin-quedos no Dia das Crianças e Natal para a creche. Sem falar na entrega de flores na Avenida Carlos Luz, no Dia Internacional da Mulher e a ida do Mc Yuri à escola.

No início da formação do JCC, tudo ainda era muito novo para os estudantes e os voluntários do projeto foram alvo de muita zom-baria no estabelecimento. Depois, o grupo se tornou referência na escola, em questões disciplinares. “A direção nos procura para con-versar com os alunos, pois sabem que eles nos ouvem melhor, por sermos jovens e falarmos a mesma linguagem”, argumenta o presi-dente Diogo de Almeida. Agora, os planos do JCC são de atingir toda a comunidade. Eles possuem projetos para abrir a escola aos sába-dos com cursos de informática, aulas de violão e prática de esportes. O que mais motiva o grupo é perceber a melhora dos estudantes e a vontade de participar e ajudar nos projetos.

O principal desafio destes jovens é conseguir um espaço físico e uma condição financeira maior, para desenvolver melhor o traba-lho. Com este espaço, oferecerão professores para dar aulas de informática, cursos profissionalizantes e atendimento dentário. “Já possuímos 150 computadores doados pelo nosso professor que é presidente de uma ONG, mas não temos onde colocar. A maior difi-culdade é o problema financeiro, não recebemos nada, não temos como investir”, diz o presidente. De vez em quando, os voluntários do JCC têm que tirar dinheiro do próprio bolso para ajudar nos gas-tos, pois a escola não tem como auxiliar financeiramente.

Na sexta-feira, dia 6 de maio, a Escola Estadual Princesa Isabel foi palco de muita animação, em um evento organizado pelo JCC (Jovens Construindo Cidadania) e a Polícia Militar. Mc Yuri foi a atração da festa, realizada na parte da manhã, apenas para os estudantes da escola.

Em cima de muita expectativa e ao coro dos alunos gritando seu nome, Yuri entrou cantando seu hit ‘O crime não presta’, enlouquecendo os fãs. A data do evento coincidiu com seu aniversário e todos cantaram o tradicional “Parabéns pra você”. Detalhe: Yuri completou 12 anos e recebeu cartas, presentes e muito carinho do público.

Yuri é conhecido por suas letras cons-cientes e influenciadoras, e os alunos dizem entender mais o que ele diz, por ser jovem. “Ele fala na nossa linguagem a realidade dos jovens e incentiva contra a violência”, conta Ataílson Pinto da Silva, de 15 anos, que está na 7ª série. O diretor da escola, Ronaldo Alves Rocha, acha importante a parceria com a comuni-dade. “Estamos em uma área de risco e buscamos atividades diferentes para os alunos, com o objetivo de sair da escola tradicional”, afirma.

O evento contou com o policiamento feito pelo Cabo da PM Carlos Vinícius Oliveira Santos, do 34º Batalhão. “Faze-mos parceria com a escola há 12 anos, e como ela é localizada em uma comuni-dade carente, procuramos tirar os alunos da violência”, informou. Depois do show, os estudantes, Yuri e sua equipe jogaram uma descontraída partida de futebol.

Por iniciativa da polícia militar, o JCC transforma a

vida dos jovens...

... através de aulas de informática, curso profi ssionalizante e

atendimento dentário

ÍDOLOEVENTO COMUNITÁRIO LEVA

JCC – jovens investindo em um

O JCC proporciona aos jovens

estudantes o contato pacífico e colaborativo com

os policiais militares

À ESCOLA

Fotos Divulgação ICOB