ENCEFALOPATIAS ESPONGIFORMES TRANSMISSÍVEIS. 1. Conceito Enfermidades degenerativas do SNC de...
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ENCEFALOPATIAS ESPONGIFORMES TRANSMISSÍVEIS
ENCEFALOPATIAS ESPONGIFORMES TRANSMISSÍVEISENCEFALOPATIAS ESPONGIFORMES TRANSMISSÍVEIS
1. Conceito1. Conceito
“Enfermidades degenerativas do SNC de humanos e animais, transmissíveis, caracterizadas por lesões
degenerativas de
vacuolização parenquimatosa.”
2. CARACTERÍSTICAS GERAIS2. CARACTERÍSTICAS GERAIS
• Longo período de incubação;
• Ausência de processo inflamatório;
• Doença progressiva e crônica;
• Espongiose, perda neuronal;
• Perda progressiva das funções cerebrais
•Demência, alterações do comportamento
•Alteração de postura e locomoção, ataxia.
• Evolução lenta e sempre fatal;
• Associada aos PRIONS
4. ENCEFALOPATIAS ESPONGIFORMES TRANSMISSÍVEIS4. ENCEFALOPATIAS ESPONGIFORMES TRANSMISSÍVEIS
• Animais: Scrapie (ovinos)
BSE (bovinos)
FSE (felinos)
• Humanos: CJD / vCJD (Doença de Creutzfeldt - Jakob)
Kuru
IFF (Insônia Familiar Fatal)
SGSS (Gertsmann-Sträussler-Scheinker)
3. HISTÓRICO:3. HISTÓRICO:
• 1920 - Creutzfeldt descreve o 1º caso de CJD;
• 1936 - Primeiros estudos sobre patogenia do Scrapie,
Descrição SGSS (Gertsmann-Sträussler-Scheinker);
• 1938 - Demonstrado a transmissão do Scrapie;
• 1957 - Carleton Gajdusek - Kuru
• 1963 - Modelo experimental;
• 1966 - Transmissão de encefalopatias humanas p/ animais;
• 1970 - Paradigma da biologia molecular;
• 1976 - C. Gajdusek - Prêmio Nobel
• 1982 - Stanley Prusiner - natureza protéica do agente
Prion (Proteinaceus infectious particle);
• 1985 - Clonagem e seqüenciamento do gene;
PrP / PrPc, IFF;
• 1986 - 1º caso iatrogênico de CJD na França, BSE;
• 1990 - FSE;
• 1994 - vCJD;
• 1997 - Stanley Prusiner - Prêmio Nobel
5. BOVINE SPONGIFORM ENCEPHALOPATHY (BSE)5. BOVINE SPONGIFORM ENCEPHALOPATHY (BSE)
• Primeiro relato: 1986 - Inglaterra
• Aumento brusco do número de casos -
• Pico: 1992 - 37.000 casos
• Gado de leite: 53% dos rebanhos
• Gado de corte: 15%
• Total de animais abatidos: > 4 milhôes
• Origem : Scrapie (>20 cepas)
PRION - O AGENTEPRION - O AGENTE
“ Proteinaceous infectious particle”
Proteína anormal - mutante (PrPSc)
O AGENTEO AGENTE
• Altamente resistente ao calorAltamente resistente ao calor
• Retido em filtros de 30nmRetido em filtros de 30nm
• Pensava-se ser um vírusPensava-se ser um vírus
No entantoNo entanto
- Não visualizado na ME- Não visualizado na ME
- Não induz resposta imunológica- Não induz resposta imunológica
- Resistente à radiação ionizante- Resistente à radiação ionizante
- Resistente à formalina- Resistente à formalina
PROTEÍNA CELULAR (PrPc)
• Presente em todos os mamíferos
•Função normal desconhecida;
•Proteína de membrana
•Encontrada em algumas vísceras;
•Predominância cerebral;
• Sensível a proteases
PROTEÍNA ANORMAL (PrPSc)
• Derivada da proteína normal (mutação/alteração
conformacional) – 27-30 KDa
• Modificação pós-traducional
• Conformação diferente
•Forma agregados- fibrilas
• Resistente a proteases
• Resistente ao calor
•insolúvel
• Nas hereditárias, o gene está mutado
• origem: mutações e PrP alterada pela PrPsc
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS
• Resistente à:Resistente à:
– Dessecação, calor úmido e secoDessecação, calor úmido e seco
– Solventes orgânicos e álcooisSolventes orgânicos e álcoois
– DetergentesDetergentes
– Clorofórmio, formol, glutaraldeidoClorofórmio, formol, glutaraldeido
– Nucleases, proteasesNucleases, proteases
–UV, raios gammaUV, raios gamma
PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS
• Sensível à:Sensível à:
– Hipoclorito a 0.5%Hipoclorito a 0.5%
– SodaSoda
– Uréia 5.8MUréia 5.8M
– FenolFenol
– Oxidantes, periodato de sódioOxidantes, periodato de sódio
TRANSMISSÃOTRANSMISSÃO
• Natural: Oral (1g de SNC é infeccioso p/ bovinos)
• carne ou osso infectado
•Infectividade no SNC, leucócitos (?), tc linforreticular
•Experimental: IC>EV>IP>SC
•Transplacentária?
• Perinatal - possível
• Horizontal: improvável
•Fonte: SNC, olho, ileo, tecido linforreticular
PrPc / PrPresPrPc / PrPres
a. PrPca. PrPc
b. PrPresb. PrPres
PATOGENIA
-Via Natural de infecção: ORAL
- Agente replica no TC linforreticular ID
- Até 3 meses após a infecção- ID (íleo, jejuno)
- Transporte via nervo até o SNC
- Tbém presença em leucócitos
- No SNC:
- PrPsc associa-se à PrPc
- PrPc convertida em anormal (PrPc)
- PrPsc acumula-se - amilóide, fibrilas
- Doença: perda da função ou acúmulo da PrPsc
REPLICAÇÃOREPLICAÇÃO
Scrapie/BSE/CJDScrapie/BSE/CJD
Prions afetam Prions afetam diferentes regiões do diferentes regiões do SNCSNC
DOENÇA CLÍNICADOENÇA CLÍNICA
- - Período de incubação: 5 anos (bovinos)
até 40 anos (humanos)
- Semanas a 14 meses
- Sinais clínicos:
- Apreensão, nervosismo
- Hiperestesia ao som e toque
- Incoordenação, postura
- Ataxia, tremores
- Alterações no comportamento
- Agressividade
DIAGNÓSTICODIAGNÓSTICO
1. 1. Clínico: PRESUNTIVO
2. Não há diagnóstico laboratorial no animal vivo
3. Scrapie: biópsia de tonsila e detecção da PrPsc
4. Histopatológico: lesões são patognomônicas
5. Carcaças: Western blot – ELISA p/ detecção da PrPsc
CONTROLECONTROLE
1. 1. Sacrifício/incineração de suspeitos
2. Sacrifíco dos rebanhos com BSE (> 4 milhôes)
3. Proibição do uso de restos para alimentação animal
4. Proibição comércio vísceras p/consumo humano
5. Vigilância: notificação obrigatória.
FATORES DE RISCOFATORES DE RISCO
1. 1. PRESENÇA DE OVINOS
2. SCRAPIE
3. ALIMENTAÇÃO C/ RESTOS DE OVINOS
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA BSE
IMPLICAÇÕES DE SAÚDE PÚBLICA DA BSE
BSE É INCONTESTAVELMENTE A BSE É INCONTESTAVELMENTE A CAUSA DA nvCJDCAUSA DA nvCJD
Pela associação têmporo-espacial
Pelas características distintas da CJD
CARNE MECANICAMENTE PREPARADA(MRM)(salsicha, lingüiça, tortas de carne e embutidos)
Músculos e Leite não poderiam ser a causa pois são tecidos não infecciosos
CONTROLE DA BSE NOS DIFERENTES
PAÍSES
MEDIDAS PARA PROTEGER A SAÚDE ANIMAL (GRÃ-BRETANHA, UNIÃO EUROPÉIA, EUA)
Exames histológicos de encéfalos
Proibição do uso de proteína mamífera na ração de ruminantes (de todos os animais na Grã-Bretanha)
Sacrifício de bovinos acima de 30 meses (Grã-Bretanha).
EXAME DAS CARCAÇAS (WB, ELISA)
MEDIDAS DE COMBATEMEDIDAS DE COMBATE
- - Comércio de cosméticos com produtos bovinos (1998)
- Regras para doadores de sangue (US, 1999)
- Remoção total de leucócitos para transfusão (US, 1999)
- Dúvidas sobre vacinas com produtos bovinos da UK (US)
- Técnicas de abate que podem contaminar a carcaça
- Exame do SNC de bovinos >30 meses p/PrPsc
- Só libera carcaças testadas negativas (2001)
BSE e o Brasil
O Brasil é livre de BSE
Que tipo de vigilância para BSE o Brasil vem realizando?
A alimentação dos ruminantes no Brasil é basicamente de natureza vegetal
Proibição da importação de animais desde 1990
Notificação, atendimento e investigação de episódios de doenças exóticas
Que tipo de vigilância para BSE o Brasil vem realizando?
Vigilância em frigoríficos e matadouros Vigilância em frigoríficos e matadouros
Análises da rações para verificar a presença de Análises da rações para verificar a presença de proteína animalproteína animal
Diagnóstico Laboratorial (3 unidades)Diagnóstico Laboratorial (3 unidades)
Laboratórios credenciados para a realização do diagnóstico de BSE
UFSM (Santa Maria – RS)
UFMS ( Campo Grande – MS)
UFRGS ( Porto Alegre – RS)
Testes realizados
• Histopatologia
• Imunoistoquímica
Que animais são testados?
PERSPECTIVASPERSPECTIVAS
- BSE - sob RELATIVO controle- BSE - sob RELATIVO controle
- novos casos continuarão a ocorrer- novos casos continuarão a ocorrer
- tendência de redução progressiva- tendência de redução progressiva
- eventualmente total controle- eventualmente total controle
-vCJD - incidência crescente-vCJD - incidência crescente
- até milhares (ou dezenas de) casos esperados- até milhares (ou dezenas de) casos esperados
- pico em 5, 10 anos - pico em 5, 10 anos