Encontro edição61 aefh

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130 Anos da Escola Francisco de Holanda p.16 Encontro de Mãos Dadas p.11 Pobreza: erradica- ção e reflexos p.6 Eleições do Conselho Geral e da Associação de Estudantes p.3 Prémio Selo Europeu p.4 Projeto Internacional Clima@EduMedia p.5 Como é que vamos de leitura... p.25 Nº 61 Dezembro de 2014 AE Francisco de Holanda 50 cênmos

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Page 1: Encontro edição61 aefh

130 Anos da Escola Francisco de Holanda p.16

Encontro de Mãos Dadas p.11

Pobreza: erradica-ção e reflexos p.6

Eleições do Conselho Geral e da Associação de Estudantes p.3

Prémio Selo Europeu p.4

Projeto Internacional Clima@EduMedia p.5

Como é que vamos de leitura... p.25

Nº 61 Dezembro de 2014 AE Francisco de Holanda50 cêntimos

Page 2: Encontro edição61 aefh

EDITORIALEscola

Francisco

de Holanda –

130 anos a educar em cidadania

A Escola Secundária Fran-cisco de Holanda e, com ela, as demais escola do Agrupamento celebram 130 anos a educar em ci-dadania.

As escolas JI/EB1 de San-ta Luzia, EB1 da Pegada e EB2/3 Egas Moniz devem ser, também, chamadas para a celebração, pois nos seus anos de exis-tência educaram, tam-bém, para o exercício da cidadania. Além do mais, não podemos ignorar que, na segunda metade do século dezanove, os vimaranenses, quando reclamavam pela criação da escola industrial, rei-vindicavam pela instrução pública em geral. Por ou-

tro lado, não podemos es-quecer que o correspon-dente ao 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico que, hoje, temos na Escola Egas Mo-niz, chegou a ser dado na Escola Comercial e Indus-trial de Guimarães.

Note-se que na Escola Industrial e Comercial de Guimarães - a trigési-ma terceira concluída do 1.º Plano de Fomento do governo de António Oli-veira Salazar- permane-cendo nas antigas instala-ções da Quinta Proposto, adaptadas e ampliadas em 1959, passaram a ser ministrados os cursos do Ciclo Preparatório, de Te-celão- Mecânico, de Fian-deiro, de Comércio, de Serralheiro, de Costura e Bordados para uma po-pulação escolar de 1.000 alunos. Só mais tarde, com o alargamento da escolaridade obrigatória para seis anos e a expansão do 2º ciclo do ensino básico (Reforma Veiga Simão) é que

se sentiu a urgência de construir novas escolas, estritamente vocacionadas para o Ensino Preparatório. Por isso, faz todo o sentido que todas as escolas do Agrupamento Francisco de Holanda se associem à festa da celebração dos 130 anos a educar em ci-dadania.

Devem ser todas convoca-das para uma apurada re-flexão sobre o educar em (para) a cidadania, pois se a educação começa no berço, a educação para os valores (respeito pelo ou-tro, pela diferença, a res-ponsabilidade, o espírito de iniciativa, a partilha, a solidariedade,…), em contexto escolar, começa no jardim de infância. Por outras palavras, a escola deve preocupar-se cada vez mais em ensinar e de-senvolver competências sociais - como, por exem-plo, ser responsável, com-preendendo e atuando de acordo com obrigações

éticas e legais; preocupar--se com os outros; mos-trar empatia; respeitar os outros, tratando-os com simpatia e compaixão; es-tabelecer relações saluta-res com os indivíduos e o grupo; procurar soluções para os conflitos que sa-tisfaçam os interesses de todos os envolvidos; igno-rar, e não produzir, pro-vocações; pedir e aceitar ajuda - de forma a tornar os seus alunos mais ca-pazes na autorregulação emocional e social.

Assim, estará a formar cidadãos capazes de se integrarem na socieda-de, de fazerem um bom trabalho nas empresas e constituir famílias sadias, sem violência doméstica, sem crimes.

Assim, abre caminhos para a construção de uma sociedade mais culta e mais sábia. Parabéns Es-cola. Viva a Escola.

Os Coordenadores do Encontro

Ficha Técnica:

Coordenadores: António Oliveira, Agostinho Ferreira, Helena Ferreira Paula Marinho

Redação: Agostinho Ferreira, António Oliveira, Helena Ferreira, Paula Marinho,

Ana Lage (11LH3)Ana Silva (12LH1)Anabela Mendes (12LH4) André Marques (10AV2)Ângela Moura (11LH3)Carina Baptista (11CT2)Cláudia Coelho (11CT2)Inês Fernandes (11CT2)João Xavier (12 LH3)João Pinto (11CT2)

Margarida Machado (11CT7)

Maria Inês Faria (11CT2)

Sofia Macedo (10 CT2)Petra Carneiro (12CT6)

Teresa Silva (11CSE1)Verónica Gomes (12 CSE1)

Revisão Ortográfica: Professores António Oliveira e Agostinho Ferreira

Maquetagem – Professora Helena Fer-reira

Cartoons: Professores Viana Paredes e José Falcão

Fotografia: Sr. Cunha

Propriedade: AE Fran-cisco de Holanda

Impressão: Gráfica Diário do Minho

Tiragem : 500 exem-plares

Depósito Legal: 49073/91

2 Dezembro de 2014

Page 3: Encontro edição61 aefh

No dia 5 de novembro decorreram as eleições dos representantes do pessoal docente e do pes-soal não docente para o Conselho Geral do Agru-pamento de Escolas Fran-cisco de Holanda. Houve, apenas uma lista candi-data para os representan-tes do pessoal docente, liderada pelo professor Rui Vítor Costa, que, num universo de 144 votantes, obteve 128 votos a favor, fazendo eleger os profes-sores Rui Vítor Poeiras Lobo da Costa, António Oliveira Alves de Sousa, António Augusto Almeida Amaro das Neves, Maria da Conceição Mendes Pa-checo Lima, Isabel Maria Silva Almeida Carvalho, Ricardo Manuel Farias Garrido, Filomena de Je-sus Sales Silva e José Abí-lio Vieira Alves Ferreira.

De igual modo, para os re-presentantes do pessoal não docente, apenas, se apresentou uma lista a sufrágio, liderada pela assistente técnica Anabe-la Martins dos serviços administrativos da Escola sede, que obteve 44 vo-tos a favor, num total de 54 votantes. Na qualida-de de representantes do Pessoal não Docente fo-ram eleitos Josefina Ana-bela Nogueira Martins e Graciete de Jesus Fernan-des Carvalho.

Os representantes dos alunos dos alunos são Diogo Gonçalves e Rute

Ferreira. Os represen-tantes dos pais/encarre-gados de educação indi-cados pelas respetivas associações e eleitos em assembleia de pais/en-carregados de educação são Francisco José Alves Ferreira e José Teixeira Ribeiro (Escola Secundá-ria Francisco de Holanda), Daniela Arminda Pereira Carneiro (EB2/3 de Egas Moniz) e Alfredo Meireles Pereira (EB1/JI de Santa Luzia e Escola EB1 da Pe-gada).

Os representantes da au-tarquia, indicados pela Câmara Municipal de Gui-marães, são Adelina Paula (vereadora do pelouro da Educação) e Helena Pinto.

No dia 24 de novembro, foi feita a primeira reu-nião, onde os eleitos e os indicados pelos órgãos competentes tomaram posse e deliberaram, por unanimidade, cooptar as seguintes instituições, representantes dos inte-resses económicos e cul-turais da cidade: Socie-dade Martins Sarmento, Associação Comercial e Industrial de Guimarães e Universidade do Minho.

Este Conselho Geral exer-cerá funções durante os próximos quatro anos. No exercício das suas compe-tências terá a responsabi-lidade de aprovar os pla-nos e relatórios de gestão e administração escolar, assim como os documen-tos mais importantes de regulação da vida escolar.

Anabela (12LH4) Ana Lage (11LH3)

Nos dias 6, 7 e 8 de outu-bro realizou-se na nossa escola a campanha para as eleições dos corpos gerentes da Associação de Estudantes para o ano letivo de 2014-2015.

As eleições foram dispu-tadas entre as listas M e W, tendo como presiden-tes Diogo Gonçalves e Henrique Pinto de Mes-quita, respetivamente. Durante os três dias de campanha, as listas opo-sitoras proporcionaram momentos de diversão e confraternização aos alu-nos, incutindo um espírito de entreajuda e fair play entre os mesmos. Após o dia da reflexão foram rea-lizadas as eleições. Num total de 1651 eleitores, votaram 748 alunos, ten-do vencido a lista M com 402 votos.

Assim, a Direção da As-sociação de Estudantes ficou ao cargo da lista M, sendo Diogo Gonçalves o presidente e Rute Ferreira a vice-presidente.

Diogo Gonçalves é o novo Presidente da Direção da Associação de Estudan-tes. Com ele, marcamos Encontro, de que resul-

tou um testemunho e quiçá uma perspetiva.

Encontro: Diogo, o que é que te levou a te candi-datares à Associação de Estudantes?

Diogo: O que me levou a candidatar foi uma neces-sidade de melhorar aquilo que a Associação de Estu-dantes desenvolvia na es-cola e melhorar todas as atividades por ela propos-tas, a todos os níveis.

Encontro: Qual é a tua opinião sobre a Vice Pre-sidente e a restante equi-pa da AE?

Diogo: A nossa equipa é maravilhosa, todas as pessoas estão bastante empenhadas em todas as atividades. A “minha” vice é qualquer coisa de outro mundo, é das pes-soas que mais trabalha e sem ela nada era possível.

Encontro: Que projetos e objetivos tem a nova di-reção da Associação de Estudantes?

Diogo: Nós temos vários projetos e temos isso num Plano de Ativida-des. Já desenvolvemos algumas atividades, mas ainda vamos desenvolver muitas mais.

Encontro: Como é que ca-racterizas o ambiente da campanha?

Diogo: Foi incrível, nunca houve nada assim, nun-ca houve tanta amizade entre as listas. Nenhuma campanha foi tão amigá-vel e com tanto fair-play como esta. Com os alu-nos da minha lista foi um ambiente espetacular, e não há nada como estar presente numa lista para saber o que é que se pas-sa lá e penso que também na outra lista foi o mes-

mo.

Encontro: O que é que pensas acerca do sistema educativo? E o que é que mudarias?

Diogo: O facto do sistema educativo ser obrigatório é o maior ponto fraco. As pessoas deviam ser ensi-nadas a ser ensinadas e não a serem obrigadas a estudar.

Encontro: Estavas à espe-ra deste resultado?

Diogo: Sim, eu estava muito confiante.

Encontro: Achas que os estudantes se fazem ou-vir tanto na escola como a nível nacional?

Diogo: A nível regional, acho que aqui em Gui-marães temos uma voz um pouco fraca, quando nos comparamos a outros distritos. Mas penso que também é trabalho da direção da AE mudar ou tentar mudar isso.

Encontro: Comparativa-mente com os anos ante-riores, achas que a nova direção da Associação de Estudantes já se está a fa-zer ouvir?

Diogo: Penso que sim. É essa a nossa ideia, nós queremo-nos fazer ouvir e propor atividades para os alunos para melhorar em todos os sentidos a qualidade de estudo de-les.

Perguntas sobre as pre-ferências do novo presi-dente.

DJ preferido: Alesso

Filme preferido: Qual-quer um a saga do Super--Homem.

Frase que o inspira: “Se as portas da perceção estivessem limpas, tudo pareceria ao homem tal como é: infinito.»

Super herói que seria: Batman

Personagem televisiva com quem trocaria de vida: Barney Stinson

Google images

Rute Ferreira e Diogo Gonçalves

Lista M

Lista W

3Dezembro de 2014

ELEIÇÕES DO CONSELHO GERAL

ELEIÇÕES DA ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES

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PROJETO DO AEFH VENCE SELO EUROPEU PARA AS LÍNGUAS

4 Dezembro de 2014

O Projeto “Comenius” com a colaboração do jornal Encontro venceu o prémio Selo Europeu para as Línguas 2014. Para saber todos os de-talhes sobre o concurso o Encontro contactou a professora Coordena-dora Cristina Pereira.

Encontro: O que é o Selo Europeu para as Iniciati-vas Inovadoras na Área do Ensino/Aprendizagem das Línguas?

Professora Cristina Pe-reira: “Encorajar mais pessoas a aprender mais línguas tem uma impor-

tância óbvia para a União Europeia, não apenas por razões de ordem co-mercial e industrial do mercado único, mas tam-bém para que se promo-va uma compreensão mútua e se ajude a criar uma cidadania europeia. É, pois, importante dar visibilidade a projetos inovadores e bem-sucedidos no campo do ensino/aprendizagem das línguas, e encorajar uma adoção mais alargada dessas abordagens. Esta é a meta da Comissão Europeia ao propor a criação de um Selo Europeu. Pretende-se que este selo de qualidade funcione como um reco-nhecimento do progresso conseguido por qualquer iniciativa europeia na área da aprendizagem das

línguas, por modesta que seja, tendo-se em conta as circunstâncias de parti-da.” (Preâmbulo do Regu-lamento do Concurso)

Encontro: Como proce-deu à candidatura a este projeto?

Professora Cristina Pe-reira: O selo é atribuído anualmente a um núme-ro limitado de projetos em cada país participan-te, selecionados por jú-ris nacionais. Qualquer iniciativa, no contexto do ensino/aprendizagem de línguas da União Eu-ropeia, ao longo da vida, é elegível. No âmbito do projecto «Selo Europeu

para as Iniciativas Ino-vadoras na Área do En-sino/Aprendizagem das Línguas», puderam ser apresentadas candidatu-ras para o ano de 2014, através do preenchimen-to de formulário próprio, disponível na Internet em http://www.proalv.pt/erasmusmais.

Encontro: Quais as princi-pais caraterísticas do pro-jeto escolar “Comenius--“21st Century Hazards”?

Professora Cristina Pe-reira: Este projeto mul-tilateral, “The 21st Cen-tury Hazards”, assentou, fundamentalmente, na pesquisa, no estudo e na construção de suportes didáticos e metodológicos que visavam enriquecer a consciência crítica sobre

as ameaças naturais do século XXI. Envolveram--se alunos, jovens (10- 19 anos) e professores (Geo-grafia, Biologia, Química, Psicologia, Português, Inglês e Educação Física), correspondendo a um rácio de participação de alunos nas mobilidades (14) em relação ao núme-ro de professores envol-vidos (10) num trabalho de colaboração transdis-ciplinar, confluindo para o desenvolvimento de dife-rentes atividades, produ-tos e resultados. O curso “21st Century Hazards”, em formato de papel e digital, corresponde ao produto final do projeto, havendo outros: um guia

com atividades práticas sobre o estudo dos im-pactos das ameaças, um guia de primeiros socor-ros em formato impresso e digital, uma webpage do projeto (www.cast-co-menius.ro), a qual remete para os estudos, as análi-ses, o curso e os conteú-dos. A construção destes produtos e todo o traba-lho subjacente revelou-se profícua ao nível da pro-ficiência linguística, real-çando-se, acima de tudo, a manutenção da con-fiança dos alunos ao per-mitir tarefas de oralidade em grupo. Neste projeto, foram consideradas as prioridades europeias re-lacionadas com: a contex-tualização da realidade da União Europeia; a promo-ção da aprendizagem e da diversidade linguística; a

partilha, o conhecimento e a combinação de dife-rentes culturas; o desen-volvimento da cidadania europeia.

O valor acrescentado ob-tido pela escola com a sua participação nesta parceria permitiu a pro-fessores e a alunos ope-racionalizarem um con-junto de dimensões que enriqueceram as suas competências. A mais de-senvolvida e trabalhada foi a oralidade, envolven-do os alunos ativamente numa comunicação com sentido e em diferentes contextos demonstrando assim, progressivamente, as competências comuni-

cativas desenvolvidas. As apresentações específicas dos vários temas levaram muitos alunos a trabalhar a sua eficiência comunica-cional, a valorizar a orali-dade e a estarem muito mais recetivos e partici-pativos, reconhecendo a mais-valia das línguas estrangeiras no terreno. Os alunos adquiriram du-rante este processo uma base sólida para o con-texto da produção oral de língua estrangeira, o que exemplifica esta iniciativa global de dar resposta às necessidades dos alunos. As metodologias e abor-dagens pedagógicas forja-ram-se por via de uma co-laboração orientada para a construção de um saber transdisciplinar e partilha-do (os alunos descobrem e aprendem por si), de uma pedagogia compar-

tilhada, inspirá-los com afecto para o ambiente, encorajando os alunos no estudo das línguas estrangeiras, encarando--as como indispensáveis meios do desenvolvimen-to sociocultural.

O domínio pedagógico transcurricular contri-buiu para uma atuação educativa que deu voz à criatividade, ajudando a desenvolver o próprio empreendedorismo dos alunos, tendo estes, a nível interno, criado um DVD sobre a semana de trabalho em Portugal, fil-mando e apresentando a sua cidade e a sua escola. Os alunos recorreram a

um género musical para expressar as preocupa-ções das ameaças natu-rais do século 21, o Rap ”21st Century Hazards”, validando, mais uma vez, as suas competências co-municativas nas línguas estrangeiras. O DVD tes-temunha, também, o al-cance de todo o trabalho realizado ao nível da pro-sódia na língua estrangei-ra, nomeadamente visível nas apresentações orais formais.

Encontro: Ficou sur-preendida com a atribui-ção do prémio?

Professora Cristina Perei-ra: Tinha consciência de que tínhamos um proje-to muito forte, acima de tudo pelo facto de haver, a nível interno, uma for-tíssima colaboração entre

o projeto “21st Century Hazards” e o jornal esco-lar Encontro, principal-mente no que diz respei-to à edição especial, que participou no concurso de jornais escolares em 2012/2013, “A Europa no Futuro”, promovido pelo Projeto Público na Escola e pela Rede de Bibliote-cas Escolares, em Parceria com o Gabinete de Infor-mação do Parlamento Eu-ropeu em Portugal.

Encontro: Onde e como será a entrega do pré-mio?

Professora Cristina Pe-reira: O prémio será en-tregue em Lisboa, sendo

a cerimónia integrada na conferência internacional “Multiculturalismo, com-petitividade e mercados de trabalho”, nos dias 4 e 5 de dezembro.

Encontro: Qual a impor-tância do jornal “Encon-tro” na divulgação do projeto?

Professora Cristina Pe-reira: A sua importância revestiu-se de um caráter inestimável. Constituiu a ponte de contacto com a comunidade educativa, não só a nível local como nacional, indo, inclusive, além fronteiras. É muito importante dar a conhe-cer à comunidade educa-tiva o que está a ser feito, pois o que faz sentido, o que cria riqueza é um in-vestimento em termos de perpetuação de um tra-

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...em Projeto Internacional

Clima@EduMedia

...uma História de Prémios

Jornal Encontro...5Dezembro de 2014

Clima@EduMedia ensi-na alterações climáticas às escolas portugue-sas através dos média

O Encontro aceitou o convite para colaborar com a Faculadade de Letras da Universidade do Porto na candidatu-ra a um projeto interna-cional. Clima@EduMe-dia. Essa candidadtura foi aprovada ficando em primeiro lugar na seriação .

O projeto “Clima@Edu-Media”, desenvolvido ao abrigo do Programa “AdaPT” pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), pretende educar os estudantes de 30 escolas do país para o tema das mudanças do clima, através do uso dos média.

José Azevedo, docente da FLUP, investigador do CE-TAC.MEDIA e coordena-dor do projeto, refere que “a generalização do aces-so às tecnologias digitais abriu um vasto leque de possibilidades de inova-ção no que toca a relação dos média com a aprendi-zagem.”

O desafio do “Clima@EduMedia” “não é ape-nas produzir conteúdos mediáticos estimulantes sobre as alterações climá-ticas, mas também pos-sibilitar estratégias onde os alunos possam apren-der através do próprio

processo de produção. A investigação mostra que proporcionar aos estu-dantes um espaço onde possam adicionar a sua voz à discussão pública sobre as alterações cli-máticas tem um impacto positivo no envolvimento dos mesmos com o co-nhecimento científico so-bre o tema, e ajuda a criar uma consciência crítica sobre essas alterações fora do contexto de sala de aula”, refere.

O projeto “Clima@Edu-Media” é multidiscipli-nar, nele colaborando as Faculdades de Letras e de Ciências da U.Porto, bem como a sua Unidade de Novas Tecnologias na Educação. De ressaltar a participação de 30 esco-las portuguesas de todo o país e ainda uma parceria com a Universidade da Is-lândia.

O Programa “AdaPT” foi criado com o objetivo de apoiar financeiramen-te a atuação em matéria de “Adaptação às Altera-ções Climáticas” em Por-tugal, e o seu desenvol-vimento foi guiado pelos termos estabelecidos no “Memorando de Enten-dimento” assinado entre Portugal, Noruega, Islân-dia e Liechtenstein, no âmbito do Mecanismo Financeiro do Espaço Eco-nómico Europeu (MFEEE/EEA-Grants).

Na “história” dos 130 anos da Escola Secun-dária Francisco de Ho-landa, está inserido o percurso do jornal Encontro, destacando--se a atribuição dos se-guintes prémios:

2001/2002 – 1º lugar, no escalão das Escolas Se-cundárias, no Concurso Nacional de Jornais Esco-lares (Público na Escola);

2002/2003 – 2º lugar (ex--aequo) no escalão das Escolas Secundárias, no Concurso Nacional de Jor-nais Escolares (Público na Escola);

2003/2004 – , recebeu o prémio de melhor Jornal de entre todos os premia-dos, no Concurso Nacio-nal de Jornais Escolares (Público na Escola);

2006-2007 - Menção Honrosa no Concurso Nacional de Jornais Esco-lares (Público na Escola) e o 2º lugar no Concurso Regional de Jornais Es-colares, promovido pelo Gabinete de Imprensa de Guimarães.

2008-2009 - 3º lugar, ex-aequo, (2º escalão: prémio para jornais de escolas secundárias e pro-fissionais) no Concurso Nacional de Jornais Esco-lares (Público na Escola).

2010 – 2011 – Prémio de melhor Grafismo e Car-

toon no Concurso Nacio-nal de Jornais Escolares (Público na Escola);

2012-2013 – 1º lugar no Concurso Nacional de Jor-nais Escolares em suporte digital (Público na Escola)

O jornal Encontro, no primeiro ano em que concorreu ao Concurso Nacional de Jornais Es-colares, promovido pelo projeto Público na Escola, no ano de 2002, ganhou o 1º prémio, no escalão das Escolas Secundárias. O prémio foi de 3.700 €.

No ano de 2003, o Encon-tro recebeu o 2º prémio (ex-aequo), com o valor de 1.250€.

No ano de 2004, recebeu o prémio de melhor Jor-nal de entre todos os pre-miados no ano anterior. O valor do prémio foi de 1.250€.

No ano de 2013 o prémio foi a participação numa sessão Euroscola no Par-lamento Europeu em Es-trasburgo.

balho iniciado por alunos, por professores e que esse mesmo trabalho seja herdado e moldado aos novos tempos pelas gera-ções seguintes.

Encontro: Conside-ra que estas inicia-tivas fomentam a motivação na apren-dizagem das línguas?

Professora Cristina Perei-ra: Evidentemente. Equa-cionar uma educação/formação sem adquirir-mos uma determinada proficiência em algumas línguas é aceitarmos gratuitamente uma des-vantagem em termos de competitividade. Os alu-nos necessitam de traba-lhar a sua eficiência co-municacional, de valorizar a oralidade e de estarem muito mais recetivos e participativos, reconhe-cendo a mais-valia das línguas estrangeiras no terreno. Estas iniciativas criam esse quadro real, contextos reais de neces-sidade e imposição comu-nicacional.

Encontro: Qual a sua opi-nião sobre a participação em projetos europeus?

Professora Cristina Perei-ra: É um enriquecimento incalculável. Durante o projeto testemunhei mudanças nos próprios alunos. Cresceram como pessoas e como alunos. Muitos aprenderam a valorizar as competências que tinham, mas que nunca evidenciaram, principalmente em termos comunicacionais. Outros descobriram capacidades que desconheciam. Mas o mais enriquecedor foi assistir e fazer parte de toda uma comunicação e vivência interculturais que nos torna necessariamente

mais ouvintes, mais fle-xíveis, mais tolerantes ,mais “nós” do que “eu”, pois, afinal, acabamos por descobrir que temos to-dos as mesmas preocupa-ções, os mesmos sonhos, as mesmas aspirações. Participar em projetos eu-ropeus é indubitavelmen-te uma mais- valia para a construção, em primeiro lugar, do “eu” e, em se-gundo, de uma “identida-de” europeia.

Encontro: Como avalia o envolvimento dos alu-nos, professores e Agru-pamento no projeto pre-miado?

Professora Cristina Pe-reira: Foi um privilégio fazer parte desta equipa (professores e alunos). A equipa foi sempre alvo de elogios rasgados, pelo seu empenho, pelo seu pro-fissionalismo, pela sua ri-queza comunicativa e pela sua proficiência linguísti-ca. Os alunos do projeto souberam sempre repre-sentar a sua escola, a sua cidade e o seu país. Ques-tionavam-nos acerca dos métodos utilizados para se ter uma relação de tra-balho tão positiva entre professores e alunos…e a resposta assentava e as-senta, necessariamente, no projeto educativo do Agrupamento. Quando se respeita e se confia quer na classe discente, quer na classe docente, quan-do se verifica uma forte colaboração entre vários projetos (projeto, jornal da escola), validada pelos preciosos contributos da comunidade educativa, então, estão reunidos to-dos os ingredientes para o que todos procuramos: crescer individual e cole-tivamente e fazer render a longo prazo esse cres-cimento, deixando uma incomensurável herança.

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João Xavier,12LH3

Os alunos da Escola Se-cundária Francisco de Holanda, por iniciativa da Equipa da Biblioteca, par-ticiparam, mais uma vez, nas atividades que assina-laram o Dia Internacional para a Erradicação da Po-breza, que se comemora a

17 de outubro. Este ano, entre as 11.30 e 12.30 ho-ras, deram as mãos aos seus colegas, estudantes da Escola Secundária Mar-tins Sarmento e da Escola Profissional Profitecla (polo de Guimarães), para formar um cordão huma-no na zona envolvente do Estádio D. Afonso Henri-ques, com a solicitação do cumprimento de um minuto de silêncio. A ini-ciativa, promovida pela EAPN – Rede Europeia Anti-Pobreza que, desde 2010, tem vindo a mobili-zar a sociedade para com-bater a pobreza e exclu-são social, teve, também, a adesão do Município de Guimarães. Com o objeti-vo de suscitar a reflexão, procedeu-se à leitura do “Manifesto contra a Po-breza”. É necessário erra-dicar a pobreza, mas, se-gundo a União Europeia, “Portugal é o país onde há mais desigualdade entre ricos e pobres.” No mes-mo sentido, as estatísticas indicam que um em cada cinco portugueses vive no limiar da pobreza.

Com o intuito de saber-mos mais sobre o sentido

do Dia Internacional para a Erradicação da Pobre-za, o jornal “Encontro” entrevistou a professora Manuela Paredes, coor-denadora da Biblioteca da Escola Francisco de Ho-landa.

Encontro - De onde sur-giu a ideia para esta ati-vidade da erradicação da pobreza?

Professora Manuela Pa-redes - Em 2009 a Oikos, representante da “Glo-bal Call To Action Against Poverty (GCAP)”, lançou o desafio às escolas para

se juntarem ao movimen-to "The World We Want", através da campanha denominada “Pobreza Zero”. Assim iniciou esta manifestação pelo “Mun-do que Queremos”. A nos-sa atividade denominou--se: “Levanta-te contra a Pobreza-2009” e, como já referi, integrou-se numa proposta nacional (ela mesma fazendo parte da proposta dos grandes lí-

deres mundiais), com o objetivo de pressionar esses líderes para cumprir a promessa feita de erra-dicar a pobreza (Objetivos para o Desenvolvimento do Milénio).

A atividade teve lugar no Pavilhão Francisco de Ho-landa, no dia 16 de Ou-tubro de 2009. A adesão da escola refletiu-se na

presença de 920 pessoas, contribuindo para alertar quer os presentes, pois muitos deles desconhe-ciam a iniciativa e a sua importância, quer os ou-

tros países, aos quais o nosso se juntou.Nos anos seguintes, continuamos a unirmo-nos a esta causa, pois somos cidadãos do mundo e, às vezes, é pre-ciso lembrar os “adorme-cidos” que é preciso agir, tomar posição e mostrar que não esquecemos as promessas feitas pelos grandes líderes mundiais. A escola tem esse dever: formar cidadãos e esta é uma das formas de o fa-

DIA INTERNACIONAL PARA A ERRADICAÇÃO DA POBREZAzermos.

Encontro- Qual o princi-pal objetivo da iniciativa?

Professora Manuela - O objetivo principal é mos-trarmos que os jovens não estão insensíveis ao que se passa no mundo. Por outro lado, apesar de se tratar de uma iniciati-va simbólica, a verdade é que, quando milhões de pessoas, em todo o mundo, se juntam, de-monstram o poder de or-ganizações da sociedade civil, em torno de um ob-jetivo comum. Este gesto mostra a força da união, na luta contra a pobreza e a desigualdade. E nós queremos que os nossos jovens façam parte desta sociedade ativa e inter-ventiva.

Encontro - Acha que os alunos da nossa escola fi-caram sensibilizados?

Professora Manue-la - Quando aderimos à iniciativa em 2009, os jovens mostraram-se sen-sibilizados. O facto de nos encontrarmos em 2014 e continuarmos com a

iniciativa prova que se verifica uma mudança de atitude dos nossos jo-vens. Como referiu a Drª Adelina Paula, presente, este ano, no evento, esta iniciativa não é um conví-vio ou uma forma de não ter aula. É uma iniciativa séria, por uma causa que nos diz respeito a todos. A atitude dos jovens, ao longo dos anos, tem reve-lado esse respeito, depois cabe aos professores, aos

pais, refletir sobre o que foi dito. Se nos deixar-mos pelo momento e não refletirmos sobre o que ouvimos, então de pouco terá valido. No entanto, eu acredito que essa re-flexão se faz e que se dá

lugar ao debate.

Encontro - Existiu alguma dificuldade na realização desta atividade?

Professora Manuela - Um evento deste género nunca é muito fácil, mas este ano, nós fomos con-vidados a participar na iniciativa organizada pela

Escola Profissional Profi-tecla – polo de Guimarães (como fizéramos anos an-tes). A responsável pela organização do evento foi a professora Sara Garcia, com quem trabalhei co-laborativamente. Coube--me convidar os profes-sores, que são sensíveis a estas causas, acompa-nhando os seus alunos para que todos pudessem

estar presentes e unidos por esta causa humani-tária. Reitero que todos foram recetivos e, como sempre, contamos com o apoio da Diretora da nos-sa escola, Drª Rosalina Pi-nheiro.

Encontro - Acha que atualmente se estão a perder ou a aumentar os princípios de solidarieda-de neste tipo de causas?

Professora Manuela - Penso que numa socieda-de em que cada um vive para si mesmo, esque-cendo os valores que a norteiam, é reconfortante

ver que os jovens, quan-do chamados a agir neste tipo de causas, se revelam solidários e sensíveis. São estas atitudes que me fa-zem acreditar que a mi-nha profissão vale a pena e que se cada um fizer um pequeno gesto para aju-dar o outro, se conseguirá continuar a acreditar no ser humano.

Guimarães Digital

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Guimarães Digital

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6 Dezembro de 2014

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Reflexos da pobreza no Agrupamento Escolas Francisco de Holanda

Verónica Gomes, 12CSE1

“23 de outubro de 2014

Esta quinta-feira é dia de greve dos alunos do ensi-no secundário.

Em Guimarães dezenas de alunos da Escola Se-cundária Francisco de Ho-landa aderiram à greve. Os alunos justificam o dia de luta com a necessidade de defender a escola pú-blica de qualidade. Uma situação que entendem que se agravará com o anunciado corte de 700 milhões de euros no or-çamento do Ministério da Educação do próximo ano.

Refira-se que em Guima-rães, apenas alunos da Secundária Francisco de Holanda aderiam à gre-ve.” in Guimarães Digital

Num país em crise, os cortes afetam quase tudo e todos, incluindo o setor da educação. O corte de 700M€ previsto no próxi-mo orçamento de Estado foi motivo de greve, pro-testo e indignação por parte dos nossos alunos. Mas esta é apenas uma gota no oceano da aus-teridade que tem vindo a ser aplicada em Portu-gal. Diariamente, somos bombardeados com no-

tícias alusivas ao estado de crise em que o país se encontra, estatísticas que o comprovam, e como re-visão de prova, vemos na realidade do dia-a-dia o reflexo da recessão.

A palavra “pobreza” tem

vindo a tornar-se mais familiar. Neste artigo, iremos abordá-la numa perspetiva mais particu-lar, circunscrita aos jovens no meio escolar. Não é algo fácil de detetar no meio de salas com 30 alu-nos – na maioria com ida-des compreendidas entre os 15 e os 18 anos – em que a imagem é uma par-te muito importante a ter em conta. As roupas e o

calçado de marca enco-brem, muitas vezes a rea-lidade difícil que é vivida em casa.

O número de famílias em que os dois membros do casal estão desemprega-dos continua a aumen-tar. Não é nada fácil para

os pais nestas condições sustentar a lista infindável de despesas, que abarca os muitos gastos com os filhos. Só ao nível da es-cola há que ter em conta o material escolar, despe-sas de transporte, expli-cações, refeições, etc. São

gastos que têm um peso considerável no orçamen-to familiar.

A pobreza atinge um em cada três jovens portu-gueses. Segundo Esta-tísticas do Eurostat, “o risco de pobreza entre os jovens portugueses dis-parou de 22% para 30% numa década”. Já os da-dos do INE indicam tam-bém que o risco de pobre-

za entre os menores de 18 anos está a aumentar, atingindo agora os 24,4% – mais 2,6 pontos percen-tuais que em 2011.

O Agrupamento de Esco-las Francisco de Holanda tem cerca de 1700 alunos (pré-escolar, 1º ciclo, 2º

ciclo, 3º ciclo e secundá-rio). Destes 1700 alunos, mais de metade (54%) têm direito a escalão (A ou B).

Dos 1298 alunos que frequentam a ESFH, 585 beneficiam da ASE (Ação

Social Escolar). É um nú-mero preocupante, tendo a conta a evolução do nú-mero de alunos com esca-lão, a qual é apresentada na tabela.

E será que a escola deve ter um papel nesta situa-ção? Será que deve assu-mir alguma responsabi-lidade? Claro que sim. O Governo concede apoios às escolas públicas, dire-

cionados especificamente para os alunos com mais dificuldades financeiras. Além disso, os próprios estabelecimentos de en-sino podem e devem de-senvolver mecanismos internos que complemen-tem a ajuda do Estado.

Para sabermos mais sobre estes recursos disponíveis e a forma como atuam, o jornal “Encontro” en-trevistou a Dr.ª Rosalina, Diretora do Agrupamento de Escolas Francisco de Holanda.

JE – Acha que o número de alunos carenciados tem vindo a aumentar na ESFH?

Dr.ª Rosalina – Claro que sim, é evidente e bastante notório. Quando comecei a trabalhar na direção (há 14 anos), a escola tinha 100 alunos com escalão, dos 2200 alunos no total. Atualmente, existem me-nos alunos na totalidade,

mas o número de alunos carenciados aumentou significativamente, com-parativamente ao de há 14 anos.

JE – Quais são os meios ao dispor da escola para ajudar os alunos mais ca-renciados?

Dr.ª Rosalina – No geral, a escola segue o sistema da Ação Social Escolar (ASE). Neste sistema, atribui-se aos alunos mais carencia-dos um escalão A ou B, que correspondem ao es-calão 1 e 2 da Segurança Social, respetivamente.

JE – Esses mesmos apoios têm sofrido alterações (porventura devido à cri-se no país)?

Dr.ª Rosalina - Sim, o Go-verno tem vindo a restrin-gir as normas de acesso à ASE. Tais restrições são

relativas ao IRS – os ren-dimentos dos pais têm de ser muito baixos para que o aluno possa beneficiar da ASE. No entanto, verifi-ca-se que, mesmo nestas condições, são cada vez mais os alunos que neces-sitam deste tipo de apoio.

JE – A escola dispõe de medidas próprias (que não sejam uma diretiva do Governo) para ajudar estes alunos?

Dr.ª Rosalina – A diretora deve obediência às linhas orientadoras do Conselho Geral, na prática da ação social. Mas podem-se definir algumas medidas concretas dentro da pró-pria escola. Por exemplo, em situações em que o rendimento da família de um aluno diminui brus-camente, durante um período de tempo (ima-ginemos que o pai de um aluno não recebe o seu salário, durante alguns meses), o Encarregado de Educação pode fazer um requerimento à esco-la, acedendo a um docu-mento que se encontra na página online. Além disso, o dinheiro que advém do lucro do buffet e da pape-laria é usado no apoio aos alunos mais carenciados, nomeadamente no finan-ciamento de visitas de es-tudo.

JE – Como se poderia tor-nar o sistema de apoio a estes alunos mais eficaz?

Dr.ª Rosalina – O Governo não fiscaliza consciências. Eu considero, ao contrá-rio do que muita gente diz, que os Governos dos últimos anos, apesar das dificuldades, têm vindo a promover os apoios à ASE. No entanto, como estes subsídios são atri-buídos com base no IRS, há alunos que estão a receber estes apoios in-devidamente, enquanto outros que realmente ne-cessitam não beneficiam deles.

7Dezembro de 2014

Page 8: Encontro edição61 aefh

Verónica Gomes, 12CSE1

Para se ter uma ideia do que acontece na EB 2,3 Egas Moniz, Encontro teve a oportunidade de contar com o contributo da professora Dominique Silva, Coordenadora de Estabelecimento da Esco-la EB 2,3 Egas Moniz.

JE- Acha que o número de alunos carenciados tem vindo a aumentar na Escola Egas Moniz?

Professora Dominique - Essencialmente, o que se nota é que, nos últi-mos anos, aumentaram as situações em que há desempregados no agre-gado familiar (pai ou mãe e em alguns casos até os dois).

JE - Quais são os meios de que a escola dispõe para

ajudar os alunos mais ca-renciados?

Professora Dominique - Para além da atribuição do apoio “Escalão A”/ “Es-calão B”, é também pos-sível atribuir um reforço alimentar que consiste no acesso a lanche a meio da manhã e a meio da tarde.

JE- Esses mesmos apoios têm sofrido alguma alte-ração (porventura devido à crise no país)?

Professora Dominique - Por exemplo, nos últimos anos procurou-se promo-ver a reutilização dos ma-nuais escolares, tendo-se inclusivamente instau-rado a obrigatoriedade de devolução dos livros, em final de ciclo, nos ca-sos em que estes foram fornecidos aos alunos no

Reflexos da pobreza no Agrupamento de Escolas Francisco de Holanda

Escola Egas Moniz

âmbito da Ação Social Es-colar.

JE - A escola dispõe de medidas próprias (que não sejam uma diretiva do Governo) para ajudar estes alunos?

Professora Dominique - Graças aos professores (em particular dos direto-res de turma, no âmbito

do seu campo de atua-ção privilegiado junto dos alunos e encarregados de educação) e ao trabalho atento dos assistentes operacionais, é possível detetar situações de ca-rência que não chegam ao conhecimento da es-cola por uma via formal de pedido de apoio. A co-munidade educativa está sensibilizada para as difi-

culdades que muitas fa-mílias atravessam: a título de exemplo, está prevista uma recolha de donativos alimentares, no âmbito da palestra “Promoção de estilos de Vida/Alimenta-ção Saudáveis”, promo-vida pela Associação de Pais e Encarregados de Educação da E.B. 2, 3 Egas Moniz, a realizar no próxi-mo dia 5 de dezembro.

JE- Como se poderia tor-nar o sistema de apoio a estes alunos mais eficaz?

Professora Dominique - Devemos continuar a estar atentos e procurar proporcionar um encami-nhamento que produza uma resposta eficaz para cada situação.

A POBREZA: UM FLAGELO PARA COMBATER

A pobreza e a desigualda-de social atingem níveis cada vez mais elevados. Este cenário é quase dia-riamente retratado pela comunicação social, ape-lando para a interajuda entre todos e apresen-tando possíveis soluções para solucionar o proble-ma. Na verdade, não é ne-cessário uma reportagem televisiva para nos alertar de uma realidade que nos é tão próxima uma vez que, basta andar pe-las ruas que se vê a cada esquina crianças a pedir esmola, adultos e idosos sem terem o que comer e um teto que os abrigue.

Tão grave quanto a exis-tência dos problemas é ig-norá-los. A resolução des-tes está, na maioria das vezes, nas mãos daqueles que insistem em fingir que, ao refugiarem-se nas suas futilidades, eles dei-

xam de existir. Isto porque são as classes mais altas que têm capacidades fi-nanceiras para ajudar os mais necessitados, con-tudo, talvez por como-dismo, não o fazem. So-mente em raras ocasiões como o Natal ou a Páscoa,

é que o espirito de cari-dade aumenta, mas não devem ajudar, somente, nestas alturas, pois não é só nestas alturas que os mais carenciados necessi-tam de comida ou de rou-pa mais quente e confor-tável. De acordo com as Nações Unidas, aproxima-damente 25.000 pessoas morrem de fome todos

O VOLUNTARIADO

Ajuda e sorri!

Demorou algum tempo a ganhar coragem! O pre-conceito era grande, mas a vontade de ser proacti-va era muito maior. Após ultrapassar as formações

protocolares, o barulho ensurdecedor das grades e algum receio, conheci uma nova realidade. Foi no estabelecimento pri-sional que tive a minha primeira experiência de voluntariado. Tornou-se muito importante para o meu crescimento pessoal este contacto duro com um modo de vida que desconhecia. Entendi que

as falhas, por vezes, têm graves consequências e que, na maior parte das vezes, são obstáculos evo-lutivos.

A vontade de fazer vo-luntariado é na minha perspetiva, movido pelo meu egoísmo. Acredito

que em última instância faço este tipo de ativida-des para procurar o meu bem-estar interior. Pre-tendo estar tranquila e sentir que cumpro com a minha comunidade, por consequência tem um im-pacto positivo.

Na minha opinião ser voluntário não neces-sita de haver apenas

trabalho por parte de uma entidade oficial.

Todos os dias, temos oportunidade de criar la-ços de empatia com quem nos rodeia e ajudar o pró-ximo. Esta capacidade de colocar-nos no lugar do outro e não, apenas, sim-patizar com as situações é o que faz de nós melhores seres humanos.

Dessa forma, sugiro que procures dar um pouco de ti a uma causa com a qual te identifiques. Exis-tem inúmeras opções na tua localidade: Cruz Ver-melha Portuguesa, Asso-ciação de apoio à criança, Coração na Rua, abrigo de animais… Na nossa esco-la já existiram iniciativas, neste âmbito. Contudo nada te impede de se-res tu o impulsionador de uma. No meio de to-das estas sugestões, não te esqueças de começar pelo mais simples: olha para o lado e sorri!

Margarida Machado, 11 CT7

os dias. Infelizmente, são as crianças que falecem com mais frequência. Te-mos que para com o “cli-chê” de que “o que os olhos não vêm, o coração não sente”, porque hoje são eles a precisarem do nosso auxílio, mas quem

sabe um dia poderemos ser nós.

Portanto, é necessário acabar com as desigual-dades e estabelecer um mínimo de sobrevivência, que vá além da teoria e que se estabeleça defini-tivamente na sociedade.

Petra Carneiro, 12CT6

OPINIÕES SOBRE...

8 Dezembro de 2014

Page 9: Encontro edição61 aefh

9Dezembro de 2014

Olá, o meu nome é Antó-nio e estou aqui para vos falar da minha interessan-te rotina escolar e para vos mostrar o quão diver-tido é ir para as aulas...ou talvez não, mas isso vere-mos!

Acordo às 07:00h, ainda cheio de sono e sem von-tade nenhuma de sair da cama. Saber que me es-pera um dia longo e cheio de fichas e trabalhos, que obviamente não posso re-cusar, pois não é um bom sentimento.

Saio de casa às 08:00 para apanhar o autocarro, sempre ocupado, o que impossibilita a hipótese de fazer a viagem senta-do.

Chego à escola por volta das 8:15 e, finalmente, encontro pessoas que partilham a minha dispo-sição e com quem posso conversar sobre as novi-dades ocorridas na noite anterior. E ficamos sem-pre na esperança de que algum funcionário venha com a grande notícia, de que o professor tenha fal-tado. Mas tal não acon-tece. Chega o professor na hora de começar mais uma rotina. Fico fechado dentro de uma sala com 30 alunos, durante 90 mi-nutos que, cá para nós, parece uma eternidade.

TPC: fazer resumo das pá-ginas 34 e 35 do manual e fazer os exercícios respe-tivos para a próxima aula

Intervalo... até que em fim. Está na hora de nos reunirmos todos e de fa-larmos do quão chata fora a aula, ou simplesmente reunidos a comer os nos-sos lanches comprados na cantina ou trazidos de casa.

10:10h, de volta à sala, desta vez com francês ... uma desgraça nunca vem só. Hoje a aula foi tããão aborrecida!

TPC: ler página 67 e fazer os exercícios das páginas 100 e 101.

11:40, mais uma pausa, é

o último intervalo da ma-nhã, o que significa que daqui a uma hora e meia já estou fora das (j)aulas.

TPC: fazer um trabalho sobre o mercantilismo Francês

Finalmente, toca às 13:20, que para mim é como a badalada da meia-noite, ou seja, hora de almoço.

13:50, chego a casa para um bom almoço. Se con-seguir, até faço uma pe-quena sesta antes de vol-tar para o autocarro.

15:20, com muito esforço lá me preparo uma vez mais para ir para a para-gem, desta vez o autocar-ro não vai tão cheio o que é muito reconfortante.

Sinceramente não vale a pena continuar com esta lenga lenga, pois tudo se repete... aulas, intervalo, aulas, intervalo e mais au-las.

18:30, saio da escola, DE VEZ, e chego a casa com carradas de TPC’s e tra-balhos para fazer (como este) e se tiver sorte ma-térias para estudar.

Talvez esteja a ver as coisas pelo lado errado, mas... Numa franca opi-nião, imaginem-se na situação de, por vezes, não ter os fins de semana livres pela simples razão de ter de estudar para dois ou três testes nes-sa semana. Mas, vendo pelo lado mais positivo, por vezes, nem sabemos a sorte que temos, a sor-te de podermos aprender coisas novas, a sorte de termos pessoas a acre-ditar nas nossas capaci-dades, a sorte de ter um futuro melhor, a sorte de ter amizades que durarão para o resto das nossas vidas, a sorte de ter expe-riências que contaremos um dia aos nossos filhos e netos.

A escola proporciona-nos tudo isso. Mas mais uma vez, para isso, é necessá-rio acordar as 07:00, ain-da cheio de sono...

Anónimo, 11LH3

VIDA DE ESTUDANTE

UMA REALIDADE CADA VEZ MAIS ASSUSTADORA

Até este ano não tinha o hábito de assistir ao no-ticiário. Todo aquele pa-lavreado técnico sobre economia, política, ges-tão e sei lá mais o quê (e não o sei, porque, como já disse, não assistia ao telejornal, ou, então, “assistia” ao telejornal) teciam o maior e o mais caótico dos emaranhados de palavras e números na minha cabeça. Para isso, já tenho a Matemática e companhia, não é? No en-tanto, este ano decidi que estava na altura de “dar o salto” e de começar a es-tar mais atenta àquilo que se passa no mundo (e vim a descobrir que, de facto, há mesmo muita coisa e muita gente a “passar--se”).

Bastou-me ver, algumas vezes, o telejornal para perceber logo o esquema da coisa. Por isso, é que, confesso, quando liguei a TV naquele dia, já não estava à espera de boas notícias, tinha só a espe-rança (somente porque essa é sempre a última a morrer) de notícias neu-tras, mas aquilo, aquilo para mim, foi demais. Era já o quarto dia consecu-tivo em que as luzes do televisor acendiam ape-nas para me informar que mais uma mulher portu-guesa, nos seus quarenta e tal anos, tinha morrido. A causa? Violência do-méstica, claro e a causa por detrás dessa causa? Bem...já lá chegaremos.

Não é ficção, é facto! E mais! É facto comprovado por estudos estatísticos, se bem que não eram pre-cisos estudos para perce-ber que, de ano em ano, morrem cada vez mais mulheres e crianças, devi-do a maus-tratos, em Por-tugal. Eu consegui aperce-ber-me disso só de ligar a caixa mágica e aposto que não fui a única. De facto, não tenho memória de um ano assim: “caiu das escadas” para ali, “mor-ta a tiro” para acolá, “es-pancada até à morte” não sei onde. Eu é que queria espancar a televisão por me estar a dar a conhecer uma realidade tão cruel que chega a ser irreal! Só este ano morreram 42 mulheres, vítimas de

violência doméstica.

E que tenha a decência de reconhecer que está pro-fundamente errado quem pensa que “só os da terri-nha” é que estão ligados a estas situações, porque o leque de vítimas abran-ge dentistas, advogadas, médicas, enfermeiras, secretárias, entre muitas outras.

Remetendo, agora, como tinha prometido, para as causas da violência do-méstica, digo, admitindo a minha impotência e ig-norância, não sei quais são. Chego mesmo a re-conhecer que não sei. Po-rém, tenho uma suspeita: aquilo a que o povo tem por hábito chamar “o berço”. A educação meus caros! Infelizmente, o que muitos não veem é que a educação que é incu-tida, não só nas escolas, mas também (e principal-mente) em casa, é fun-damental na edificação do indivíduo. Claro que, se ensinarem às crian-ças, desde tenra idade (que é nessa altura que se aprende), o valor do respeito, do entendimen-to mútuo, da paciência, da compreensão, etc., as probabilidades de es-tas virem a crescer para se tornar pessoas com “p” maiúsculo são muito maiores do que se lhes levantarem o tom de voz ou até, passe a expressão, “lhes aquecerem as bo-chechas” quando erram.

Porém, o problema não está só aí, a peste (que não tem mesmo outro nome) está enraizada em coisas tão aparente-mente inofensivas como, por exemplo, os video-jogos. Passo a expor um

exemplo concreto. Aqui há tempos, os meus pri-mos de cinco anos vie-ram visitar-me e qual foi o meu espanto quando, ao tentar comunicar com eles, tive de fazer um es-forço “do outro mundo” para conseguir ver os seus olhos (só de relance), sempre colados na con-sola. “Olha lá, a que é que estás a jogar?», pergun-tei eu indignada. “Estou a matar as pessoas desta cidade e a destruir-lhes os tanques”, respondeu ele com a maior das tranqui-lidades. Se fosse anatomi-camente possível, eu juro, caía-me o queixo de ta-manha admiração, se não mesmo, escândalo! Como é que esperam que crian-ças que gostam de matar pessoas no mundo virtual não possam vir também a apreciar o sentimento de magoar os outros na di-mensão real? Já parece o caso do rapaz que caiu da varanda de sua casa, por-que pensava que podia ser como o Spiderman.

É com tristeza que afirmo que muitos não dão a devida importância a isto. Se as mulheres que são vítimas de maus tratos não vos comovem, peço--vos, então, que façam o seguinte exercício mental: pensem na perspetiva dos filhos destes casais.

Conseguem imaginar? Eu acho que sou capaz de o fazer, talvez seja algo do género: chegar a casa sem vontade de chegar a casa, hesitar à entrada, com um esforço imenso, rodar a chave que há tan-tos anos treme só de pen-sar em abrir aquela porta, pousar a mochila a medo, só com o ruído do titilar

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

dos dentes, ouvir um cho-ramingar que quem nos dera ser mais distante, ir de encontro a ele, estacar perante um braço pisado, uma figura altiva e um olhar que é comprome-tedor, mas que não é de cumplicidade e saber o que te espera...

Para finalizar, quero só cri-ticar os media pela forma como andam a divulgar os casos de morte por vio-lência doméstica. É que, fazem-no como se fosse só mais um acontecimen-to, como se fosse normal. Desculpem, mas, na mi-nha opinião, não deveria haver nada de usual a envolver estas situações. Para além disso, penso, também, que o acesso a armas de fogo deveria ser mais limitado. Sei bem que quem quer ferir aca-ba sempre por arranjar meio para o fazer e, além do mais, este tipo de ins-trumento nem sequer é o primeiro na lista dos mais usados para fins de vio-lência doméstica. Porém, não consigo deixar de ter algum receio de que nos tornemos numa América, onde até miúdos de cinco anos têm pistolas e, pior, sabem como usá-las!

Faço um último apelo, desta vez não a vocês, mas a essa entidade do Pólo-Norte que nunca a nos desilude: o Natal está próximo e isso significa que a passagem de ano também já está mesmo aí ao virar da esquina. Cos-tuma-se dizer: “Ano Novo, vida nova”, mas no nosso caso é mais: “Ano novo, país novo”. Por favor!

Inês Fernandes, 11CT2

Page 10: Encontro edição61 aefh

10 Dezembro de 2014

Com o objetivo de criar hábitos em situações de defesa das pessoas e de implementar as Medidas de Autoproteção (MAP), no passado dia 25 de no-vembro, pelas 10 horas e trinta minutos, efetuou--se na Escola Secundária Francisco de Holanda, um simulacro de evacuação. A ação foi programada pela Direção e teve a co-laboração dos Bombeiros Voluntários de Guimarães e da Polícia de Segurança Pública.

Houve seriedade e rigor na execução de todo o exercício.

Ao toque contínuo da sirene, cada professor, em situação de aula, deu instruções no sentido de os alunos se colocarem em pé e em duas filas paralelas, no interior da sala, colocando-se o de delegado/representante da turma à frente (che-fe de fila). De seguida, o professor abriu a porta e aguardou instruções do Coordenador de setor. Recebidas as instruções, de imediato deu ordem de saída, fazendo respei-

tar a ordem das duas fi-las paralelas. O professor de cada turma, depois de verificar que não fi-cou ninguém no interior da sala, fechou a porta e, cerrando a fila, conduziu os alunos até ao Ponto de Encontro – Plataforma das Artes, estando já o trânsito cortado, pela Po-lícia de Segurança Pública que, também, colaborou na orientação da evacua-ção. No Ponto de Encon-tro, respeitando as instru-

ções dos coordenadores desse setor, os alunos de cada turma, de forma or-deira, mantiveram-se em duas filas paralelas, com o professor à frente e o delegado/representante na retaguarda. Aí ficaram até receberem instruções no sentido de poderem voltar à Escola. Todos os utentes da escola que não estavam nas salas de au-las seguiram as instruções dos Coordenadores de se-tor e dirigiram-se para o

Ponto de Encontro.

Para que tudo corresse com calma e sem pâni-co, aos alunos, foram explicitadas as regras de comportamento em caso de emergên-cia. Foi explícito que, ao ouvir o sinal de alar-me para evacuação (si-

rene contínuo), se deve seguir as indicações do coordenador de setor/professor e cumprir os seguintes princípios bá-sicos:

• Evitar o pânico e manter a calma;

• Iniciar imediatamen-te a evacuação, seguin-do pelos corredores in-dicados nas Plantas de Emergência;

• A evacuação deve ser de forma rápida e or-deira;

• Movimentar-se em passo rápido, mas sem correr, evitando em-purrar outras pessoas e em silêncio;

SIMULACRO DE EVACUAÇÃO DA ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO DE HOLANDA

• Em situação de aula, o aluno responsável deve abrir totalmente a porta da sala de aula e, de acordo com as instruções, conduzir os restantes alunos para o Ponto de Encontro (situado na Plataforma das Artes);

• O Professor deve ser o último a sair da sala, fe-chando a porta e seguindo imediatamente a turma; deve verificar se todos os alunos estão presentes no Ponto de Encontro; man-ter a ordem no ponto de encontro;

• Não se preocupar com documentos, livros, pa-péis, vestuário, veículos, etc.;

• Quem se encontrar fora das salas de aula deve seguir as sinalizações de saída e dirigir-se para o Ponto de Encontro;

• Descer as escadas en-costado à parede;

• Nunca utilizar o eleva-

dor;

• Caso exista fumo, em quantidade suficiente para dificultar a respira-ção e a visibilidade, prote-ger a boca e nariz com um pano e movimentar-se ga-tinhando;

• Depois de sair do edifí-cio, nunca voltar ao seu interior por qualquer mo-tivo;

• Não perturbar a ação dos bombeiros e dos agentes da autoridade;

• Todos devem permane-cer no Ponto de Encontro a aguardar instruções.

Foi ainda recomendada uma observação atenta da escola, de forma a proceder a uma eficaz perceção dos sinais de emergência, dos ca-minhos a seguir em si-tuação de emergência, a partir da sala de aula e ao conhecimento da localização do Ponto

de Encontro. No senti-do de evitar acidentes, a organização foi im-perativa na solicitação ao cumprimento dos avisos e na exigência de respeito pelos sinais de segurança, meios de alerta e de combate a incêndio.

Encontro acompanhou todo o exercício de eva-cuação que envolveu uma população escolar de 1322 pessoas, constatan-do que o comportamento dos alunos foi exemplar.

Google Images

http://guimaraes2012.blogs.sapo.pt/7256.html

Page 11: Encontro edição61 aefh

11Dezembro de 2014

NOTÍCIAS DA PEGADA

São muitas as atividades e projetos em que a Escola Básica da Pegada está en-volvida.

Continuamos preocupa-dos com o ambiente. Por isso, estamos a separar plástico, que é recolhido na escola pela empre-sa Vitrus, para ajudar na aquisição de camas ar-ticuladas e cadeiras de roda, e papel e cartão, no âmbito da campanha “Resíduos a Pedo”, da Re-sinorte.

Somos solidários com as causas justas e, por isso, no dia 30 de outubro, jun-tamo-nos aos que quise-

ram lembrar a importân-cia da deteção precoce do cancro da mama. Uma doença que pode afetar qualquer um. Entre ou-tras coisas, construímos um laço humano, mos-trando que estamos aler-ta para esta doença.

Em parceria connosco tem trabalhado a Asso-ciação de Pais da Pega-da. Para encerrar o pri-meiro período letivo, a Associação promoverá uma festa-convívio com alunos, professores e en-carregados de educação. Será uma pequena festa de Natal, que pretende juntar a nossa escola e o Jardim de Infância de Azu-rém, a acontecer no dia 16 de dezembro, no Sa-

Alimentação

No diA da alimentação

na escoLa comi uma sande saudável

com fIambre, ovo, alface e

toMate

nEste dia devemos comer alimentos bons

Não devemos comer

chocolaTes senão a

Obesidade toma conta de

nóS

lão Paroquial de Azurém, a partir das 18h30. Todos estão convidados.

No dia 18 de dezembro, com o apoio da Junta de Freguesia, a Associação levará as nossas crian-ças ao mundo mágico da “Vila Natal”, em Santa Maria da Feira. Uma ati-vidade que proporcionará um dia inesquecível!

No início do mês de janei-ro, mantendo a tradição, os alunos do terceiro ano cantarão os Reis aos pais e encarregados de edu-cação. Queremos manter estreitas as ligações entre a escola e a comunidade, aproveitando para dese-jar um bom ano a todos.

1º ano EB1 da Pegada

2º ano EB1 da Pegada

Suplemento das Escolas EB1

Page 12: Encontro edição61 aefh

12 Dezembro de 2014

Escola, uma porta para o mundo

De volta à escola

Abrem-se as portas

Ao conhecimento

E ao mundo

Voa o pensamento

Leva-nos a viajar

Sem sair do lugar

Dançam as letras

Formam palavras

Os números saltam

Fazem-se contas

As ciências não faltam

Riscos e representações

Jogos e canções

Entramos "pobres"

Saímos mais "ricos"

De tanto conhecer

E muito ler

Estamos a crescer

Aprendemos a viver

A escola é saber.

Escrita criativaDia da alimentação

Adivinha

Sou um meio de transporte feito de legumes.

As minhas rodas são feitas com casca de pimento.

Tenho um brócolo a fazer de suspensão.

O meu acento é uma beringela.

O meu guiador é feito com um pimento dividido em 3

partes.

A minha distensão é feita de curgetes.

Quem sou eu?

Este foi o resultado

Depois de estudarmos o corpo Humano, resolvemos

fazer acrósticos na área de Português.

Corpo

O corpo humano é

Resistente e

Protetor

Os órgãos internos do corpo

Humano trabalham muito

Uns são autênticas

Máquinas

A trabalhar dia e noite,

No nosso corpo ao mesmo tempo

O que nos permite uma vida saudável

Este esqueleto

Suporta o nosso corpo

Que tem ossos

Unidos uns aos outros

E têm diferentes formas

Longos e curtos

Estreitos e grossos

Todos com funções diferentes

Ossos incríveis, nós temos!

3º ano EB1 da Pegada 4º A EB1 da Pegada

Suplemento das Escolas EB1

Page 13: Encontro edição61 aefh

13Dezembro de 2014

Lindo! … Lindo!...

Inicio este artigo, como

representante do grupo

Nascer do Sol, do Jardim

de Infância de Santa Lu-

zia, com a questão da

Margarida de Jesus, pe-

rante o olhar silencioso e

expectante dos amigos.

“ Nós somos mesmo mui-

to importantes?”

Quantas questões simples

e complexas, … nesta

interpelação singela e

cheia de alegria de uma

criança, que deu voz a

todas as que esperavam a

resposta, pois a pergunta

também as intrigavam.

Lindo!... Lindo!...

Na realidade é um grupo

de meninos e meninas,

como tantas outras crian-

ças, que gostam de brin-

car, de cantar, de dançar,

de aprender, de explorar o

novo, de repetir o mesmo

jogo a todo o momento,

JI Sala “Nascer do Sol”- EB1/JI Santa Luzia

A MAGIA DOS AFETOS NO

HALLOWEEN

No passado dia 31 de ou-

tubro, as crianças da sala

Arco-Íris receberam a

visita de duas mães que

prepararam uma agradá-

vel surpresa alusiva ao

Halloween e ao tema do

nosso projeto de sala “O

Mundo dos Afetos – Emo-

ções e Sentimentos”.

Através das personagens

da Feiticeira Melissa e da

Doceira Miramar, com as

suas assistentes DracBea

e BruxiVi, as crianças vi-

veram momentos de pura

magia! Depois de várias

experiências levadas a

cabo pela Feiticeira Me-

lissa para encontrar o Pó

Mágico da Felicidade (o

“Pó de Risos”), as crian-

ças ajudaram a Doceira

Miramar a preparar as

bolachas do Halloween,

em forma de pequenas

abóboras, colocando por

fim, o Pó Mágico.

As crianças deliciaram-se

a comer estas bolachinhas

com poderes mágicos e,

em pouco tempo, um eco

de pequenas vozes eufó-

ricas se fez sentir na sala

Arco-Íris, irradiando risos

de Alegria e Felicidade!

JI Sala “Arco-Íris”- EB1/JI Santa Luzia

Gostamos da escola porque...…queremos aprender.

…aprendemos a ler e a escrever.

…conhecemos muitos amigos.

…gostamos de estudar.

…fazemos atividades divertidas.

…o professores são amigos.

…faz-nos pensar.

…descobrimos novas coisas. …

...festejámos o S. Martinho.

…temos uma biblioteca.

EB1/JI Santa Luzia 1ºB

mas se bem observado,

há sempre algo de muito

novo, na comunicação,

na expressão, na integra-

ção de um novo conheci-

mento, na inclusão de um

amigo, na…,são os raios

do Sol, que faz da sua úni-

ca cor, a multiplicidade de

muitas outras.

As cores dos afetos, das

criações artísticas, das

descobertas científicas,

dos laços que prendem

com docilidade e respeito

o coração de todos que

com eles convivem, do

abraço espontâneo, da

escolha fundamentada e

argumentada, …

SIM são Muito, Muito IM-

PORTANTES, porquê?

Porque aprendem a sen-

tir, a gostar das pessoas

lindas que SÃO, nas suas

diferenças e na partilha

de conquistas pessoais e

do grupo, assim crescem

em cidadania e com ale-

gria.

Suplemento das Escolas EB1

Page 14: Encontro edição61 aefh

14 Dezembro de 2014

Texto Coletivo

Depois de saber que Me-

linda tinha sido raptada

pelo gigante Bártolo, Ro-

meu perguntou às suas

amigas Estrelas, qual

seria o melhor caminho

para chegar ao castelo do

gigante.

As Estrelas responderam-

-lhe que deveria seguir

o caminho que passava

junto da Fonte das Águas

Límpidas, onde encontra-

ria um espelho mágico

para hipnotizar os sete

leões esfomeados que

estavam de guarda. Disse-

ram-lhe também para ter

muito cuidado, pois a flo-

resta estava cheia de bru-

xas, morcegos e corujas.

Romeu seguiu viagem

com os seus amigos: a

Lua, o Vento, as Nuvens

e as Estrelas. As Estrelas

e a Lua iluminaram o ca-

minho; as Nuvens junta-

ram-se e tornaram-se tão

negras, tão negras que

formaram uma forte tem-

pestade que obrigou as

Bruxas a esconderem-se;

o Vento empurrou-o pela

torre do castelo que era

mais alta do que a mais

alta montanha do mundo

e onde se encontrava pri-

sioneira Melinda .

Quando a encontrou, su-

biram a uma Nuvem que

os transportou a casa,

onde o tio de Melinda os

esperava, dando-lhes um

carinhoso abraço.

Conclusão da História

«Romeu e Melinda», His-

tórias fantásticas, de Al-

berto Melis

2º B EB1/JISanta Luzia

Projeto “Uma história, uma aventura”

O 2º- ano, turma C da

EB1/JI de Santa Luzia vai

desenvolver, ao longo do

ano letivo de 2014/2015,

o projeto de leitura “Uma

história, uma aventura”

onde envolve os pais, en-

carregados de educação e

famílias.

Na primeira semana de

cada mês, em dia e hora

2º C EB1/JISanta Luzia

O girassol

Girassol amarelo

Castanho no centro

Tão belo que é

Parece um coentro.

Girassol amarelo

Tem uma bela cor

Toda a gente o trata

Com muito amor.

Girassol amarelo

É muito perfeito

Para florir ao sol

Tem muito jeito.

Girassol amarelo

Sempre a florir

Está no jardim

Feliz a sorrir.

Alegre menina

Rosa encarnada

Cabeça amarela

Alegre menina

Doce e muito bela.

Rosa encarnada

Pezinho espinhoso

Alegre menina

Coração corajoso.

Rosa encarnada

No jardim nascida

Alegre menina

No inverno despida.

3º A EB1/JISanta Luzia

já agendada, cada alu-

no, com o apoio de um

elemento já inscrito no

projeto, vai ler, explorar

e fazer uma atividade so-

bre uma obra da lista de

obras para a iniciação à

Educação Literária e dos

livros recomendados pelo

PNL, selecionada no dia

da receção aos alunos,

através do desafio Mural

da Leitura.

Suplemento das Escolas EB1

Page 15: Encontro edição61 aefh

15Dezembro de 2014

3º B EB1/JISanta Luzia

Magusto faz-se no S.Martinho

Acende-se uma fogueira

Gostamos de enfarruscar a cara

Uma festa de castanhas

Saborosas e bem quentinhas

Tempo frio à espera do verão de S.Martinho

O porco se mata e o vinho se prova

As nossas quadras do outono

No outono há muita chuva,

temos que nos abrigar.

Quando parar de chover,

Já podemos ir brincar.

Sou o vento do outono,

que venho para encantar.

Às vezes deito areia para os olhos,

que vos faço chorar.

O outono é tão frio,

que me escondo debaixo do cobertor.

Com um chá quente nas mãos,

a ouvir um cantor.

3º C EB1/JISanta Luzia 4º A EB1/JISanta Luzia

Dia da alimentação

No dia dezasseis de outu-

bro, Dia da Alimentação,

o 4º A fez espetadas na

sala. Enquanto se prepa-

ravam os ingredientes,

toda a turma fazia a re-

portagem sobre o que

se ia passando. Cada um

escolheu a estação que

transmitia a reportagem.

Depois de lermos as re-

portagens, escolhemos a

do Rúben para mostrar-

mos o trabalho da turma

nesta atividade.

“Caros ouvintes, estamos

em direto da Megahits

para transmitir uma aula

de culinária da Chef Cân-

dida. Vai-nos ensinar a

fazer espetadas, muito

saudáveis! Para isso vai

contar com a colaboração

dos mini Chefs da turma.

Começamos com a Chef

Marta que descasca uma

cenoura, depois de bem

lavada, tirando as partes

que não se comem. A

nossa Chef Joana vai fa-

zer o segundo passo que

é cortar a cenoura às ro-

delas. O Chef Zé dá uma

ajuda.

Um belo queijo é fatiado

pela Chef Cândida!

O Dinis, segundo Chef

preferido de toda a gen-

te, corta a banana em ro-

delas idênticas e a Chef

Sofia ajuda no projeto. A

nossa outra Chef Sofia,

corta as côdeas do pão

integral que podemos

aproveitar para fazer pão

ralado. A Chef Isabel dá

continuidade à tarefa mas

desperdiça muito pão!

A Chef Cássia como não

estava atenta repete o

desperdício. A professora

corta o pão em quadradi-

nhos. Repete-se a opera-

ção com outro pão a ser

cortado pelo Chef Antó-

nio com a ajuda das Chefs

Matilde e Maria João e…

voilá! Tudo pronto! Cada

Chef vai agora montar a

sua espetada com pão

integral, fiambre de peru,

banana, cenoura, tomate

e queijo.

Tudo isto com mãos bem

lavadas! Que delícia!

Assim me despeço, caros

ouvintes. Não se esque-

çam de experimentar!

Até ao próximo Cozinha

com Rúben na sua rádio

preferida, MMMegahits!”

4º B EB1/JISanta Luzia

16 de outubro - Dia Mundial da Alimentação

Dia 16 de outubro

Importa sempre relembrar

Alertar e informar!

Diferentes atividades fizemos

A roda dos alimentos conhecemos

Água, um alimento essencial

Legumes,cereais, fruta, ...

Imprescindíveis todos os alimentos são

Muitos nutrientes nos dão

E equilibrada será, a nossa alimentação!

Nutricionista devemos consultar

Também nos pode ajudar

Assim a nossa saúde poderá melhorar!

AÇúcar e sal

NÃo devemos comer

O nosso corpo vai agradecer.

4º C EB1/JISanta Luzia

S. Martinho

Num dia frio de outono,

Um soldado bem vestido

Ajudou um pobre mendigo

Que estava cheio de frio.

Uma capa ao meio cortou

E o pobre mendigo

Com ela se agasalhou.

E por magia

Nesse dia

O sol brilhou.

Suplemento das Escolas EB1

Page 16: Encontro edição61 aefh

16 Dezembro de 2014

ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO DE HOLANDA CELEBRA 130 ANOS

Hoje, dia 3 de dezembro, com todo o sentido e pro-priedade, a Direção do Agrupamento de Escolas Francisco de Holanda, apresentará, em sessão solene, pelas 17 horas, o plano de atividades ine-rentes à celebração do 130º aniversário da cria-ção da Escola Francisco de Holanda, a realizar ao lon-go do ano letivo de 2014-15. De facto, faz 130 anos, no próximo dia 3 dezem-bro, que foi publicado o decreto, no Diário do Go-verno, que lhe deu o esta-tuto de Escola Industrial de Guimarães. Dois dias depois, dia 5 de dezem-bro de 1884, foi publica-do, também no Diário do Governo, o decreto que atribuiu à Escola Indus-trial de Guimarães a de-nominação de Francisco de Holanda.

Curiosamente, “O Comér-cio de Guimarães”, funda-do no ano de 1884, nas suas páginas, faz notícia dos principais eventos associados à Escola, não deixando de sublinhar, em tom jocoso, que a pro-metida escola para a cida-de de Guimarães nunca mais começava a funcio-nar. Era de facto uma pro-messa antiga, uma vez que o decreto régio de 20 de dezembro de 1864 de-terminava a criação da Es-cola Industrial que só veio a ser confirmada a 3 de dezembro de 1884. E só começou a funcionar, no dia 14 de janeiro de 1885, com aulas de desenho industrial, sob a regência e direção de António Au-gusto Cardoso, num salão da Sociedade Martins Sar-mento, ao tempo instala-da, no Largo do Carmo.

Para a sua implantação teve um papel relevante a 1ª Exposição Industrial de Guimarães, realizada em 1884, uma vez que per-mitiu identificar necessi-dades a satisfazer, ineren-tes à industrialização da região, nomeadamente a formação do pessoal ope-

rário. Ora, foi nesta área que, ao longo dos anos, esta escola ganhou cré-ditos, norteando, até aos anos setenta do século XX, a sua missão educa-tiva para a formação de operários qualificados e quadros médios, dando, assim, respostas às neces-sidades do mercado de trabalho.

Para assinalar a efemé-ride, foram colocados hoje outdoors nos dife-rentes edifícios em que funcionou a Escola: Casa de Martins Sarmento (no Largo do Carmo), Banco Millenium (Rua Paio Gal-vão), Casa dos Laranjais (Rua das Trinas), casa pertencente ao Barão de Pombeiro (confluência da Rua de Santa Maria com o Largo Cónego José Ma-ria Gomes), Convento de Santa Clara (atual edifício da Câmara Municipal) e pavilhões, construídos na Quinta do Proposto, que evoluíram para o atual edifício da Escola (Rua Alfredo Pimenta), graças às obras de 1959 (Estado Novo) e à intervenção de requalificação e amplia-ção, efetuada de 2009 a 2011, pela empresa de-nominada Parque Escolar.

De 1864 a 2014: alguns registos sobre a Escola

A história da Escola Fran-cisco de Holanda tem sus-citado o interesse da co-munidade educativa em geral e dos professores de História em particu-lar. Há alguns anos, sob a orientação da professora da disciplina de História, Túlia Machado, já apo-sentada, foi feita uma exposição em que foram assinalados os principais eventos associados à es-cola, desde a sua funda-ção até aos nossos dias. Destacamos alguns:

1864 - Criação, pelo Mi-nistro João Crisóstomo de Abreu e Sousa, através de decreto régio de 20 de dezembro, da Escola Industrial de Guimarães, conjuntamente com a da Covilhã e Portalegre, as três primeiras escolas in-dustriais do país.

1881 - É criada a Socieda-de Martins Sarmento.

1884 – A Sociedade Mar-tins Sarmento começa a publicar a Revista de Gui-marães e toma a iniciati-va, com Alberto Sampaio à frente, da Exposição Industrial do Concelho destinada a mostrar as

Page 17: Encontro edição61 aefh

17Dezembro de 2014

ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO DE HOLANDA CELEBRA 130 ANOS

notáveis potencialidades da indústria vimaranense e as suas tremendas ca-rências em termos de tec-nologia e equipamentos. Tornava-se premente dar corpo ao esquecido de-creto de 20 de dezembro de 1864, que visava a cria-ção da Escola Industrial de Guimarães. Para tal, a So-ciedade Martins Sarmen-to, a Câmara Municipal de Guimarães, a Associação Artística Vimaranense e a imprensa local, incluindo o “Comércio de Guima-rães” conjugaram esfor-ços nesse sentido.

• Chega o comboio, pela primeira vez, pela Trofa, até à estação de Vila Flor, em Guimarães (6 de mar-ço).

•Soares Veloso pôs à dis-posição da Comissão da Exposição Vimaranense o palácio de Vila Flor (26 de março). Um escol de ho-mens de cultura e de espí-rito empreendedor estava a mudar Guimarães.

• Surge o Comércio de Guimarães (14 de junho).

• É criada a Escola de De-

senho Industrial de Gui-marães por diploma de 6 de maio, publicado no Diário do Governo de 7 de maio, referendado por António Augusto Aguiar.

• Sai o decreto que lhe dá o estatuto de Esco-la Industrial, que com-preenderá as disciplinas de Aritmética, Geometria Elementar, Contabilidade Industrial, Desenho e Quí-mica (3 de dezembro).

• Decreto que atribui à Escola Industrial de Gui-marães a denominação de Francisco de Holanda (5 de dezembro). Come-morava-se então o tricen-tenário do Renascentista Francisco de Holanda.

1885 - Começa a funcio-nar, sob a regência e di-reção de António Augusto Cardoso, num salão da Sociedade Martins Sar-mento ao tempo insta-lada no Largo do Carmo (14 de janeiro). Tem 153 alunos matriculados, sen-do 14 do sexo feminino, e alguns em lista de espera.

1885 (13 de abril) - Mu-dou para uma casa alu-

gada na Rua Paio Galvão, onde hoje funciona o Banco Millenium.

1886 (1 de janeiro) - En-trou em funcionamento na Casa dos Laranjais, alu-gada pela Câmara Munici-pal de Guimarães, na Rua D. Luís I, hoje Rua das Tri-nas (1 de fevereiro), com três professores para três cadeiras essencialmente práticas:

• Dr. Joaquim José de Mei-ra (médico) professor das disciplinas de Aritmética, Geometria Elementar e Contabilidade Industrial;

• António Emílio de Qua-dro Flores (oficial do exér-cito) substituído um ano depois pelo Dr. Augusto de Matos Chaves (médi-co) para lecionar Química Industrial;

• António Augusto Car-doso, professor Desenho Industrial.

1887 - Visita do rei D. Luís a Guimarães e lança-mento da primeira pedra da escola definitiva num terreno adquirido para o efeito e pertencente à Quinta do Proposto.

1888 - Criação, atra-vés do decreto de 30 de dezembro de 1886, de mais três cadeiras (Língua Francesa, Princípios de Física e Mecânica, Dese-nho de Máquinas) e, con-sequente, nomeação de novos professores: Adol-fo Salazar (pai do célebre professor Abel Salazar) e o Dr. Avelino Germano da Costa Freitas (médico).

1889 – Nomeação do austríaco Afred Schwartz como professor de dese-nho de máquinas.

1889 - Nomeação de Al-bert Edouard Braun, mes-tre de fiação de tecela-gem, o que demonstra a importância que Escola estava a adquirir no con-texto sociocultural da re-gião.

Page 18: Encontro edição61 aefh

18 Dezembro de 2014

ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO DE HOLANDA CELEBRA 130 ANOS

• Entretanto, levantados e abertos quatro dos oito pavilhões, na Quinta do Proposto, ali se armaze-naram os pesados caixo-tes que traziam os teares mecânicos, máquinas de fiação, caldeira a vapor... Ainda, neste ano, chega-ram onze caixotes de ma-terial de laboratório quí-mico e três caixotes com máquinas de costura.

1891- Aquisição coleções de modelos de desenho em gesso, aparelhos de fotografia, coleções de estampas de excelente qualidade com motivos de História da Arquitetura e outros.

1901 – A Escola Francisco de Holanda está instalada nos edifícios na Quinta do Proposto sem condições mínimas para poder fun-cionar.

1911 - O Regimento da Infantaria toma conta dos barracões do Proposto à exceção de um destinado à guarda de material ofi-cinal.

1914 (outubro) – Instala-ção da Escola Industrial numa casa que era pro-priedade do Barão de Pombeiro - confluência da Rua de Santa Maria com o

Ata da instalação da Escola Industrial

Francisco de Holanda em GuimarãesNo dia primeiro do mês de Fevereiro do ano de 1886 às onze e meia horas da manhã em uma das salas da casa sita na rua D. Luís I desta cidade de Guimarães, oferecida pela câmara municipal da mesma cidade para nela se estabelecer a Escola Industrial denominada “Francisco de Hollanda”, estando reunidos o inspetor das Escolas Indus-triais e de desenho industrial da Circunscrição do norte José Guilherme de Parada e Silva Leitão, professor do Instituto Industrial do Porto, e o corpo docente da mesma Escola Industrial António Augusto da Silva Cardoso professor temporário da cadeira de desenho industrial, Joaquim José de Meira, professor definitivo da cadeira de arit-mética, geometria elementar e contabilidade industrial e António Emílio de Quadros Flores, professor temporário da cadeira de química industrial, o inspetor tomando a presidência declarou aberta a sessão. Em seguida, fazendo uma sucinta exposi-ção da história deste estabelecimento, disse que tendo sido primitivamente criada esta escola como simples escola de desenho industrial, em virtude do Decreto de 3 de Janeiro de 1884 referendado pelo Exmo. Ministro das Obras Públicas Comércio e Indústria António Augusto d’Aguiar e incluída no orçamento do ano económico de 1884 a1885 a verba para a sua dotação por proposta feita pelo deputado da Nação Mariano Cyrillo de Carvalho em sessão de 22 de Março do mesmo ano de 1884, fora mais tarde transformada em escola industrial por Decreto de 3 de Dezembro do dito ano passando a cadeira de desenho industrial onde na conformidade do artigo 13

Largo Cónego José Maria Gomes - (24 de novem-bro).

1914 - Instalação da Esco-la Industrial no Convento de Santa Clara (edifício atual da Câmara Munici-pal), juntamente com o Liceu e o Internato Muni-cipal.

1923 – Saída dos militares das instalações do Pro-posto.

• Realização de obras na Escola (Quinta do Propos-to) já com o nome de Es-cola Industrial e Comercial de Francisco de Holanda, graças à intervenção de Mariano FeIgueiras.

• Realização nas novas instalações Escola Indus-trial (Quinta do Proposto) da 2ª Exposição Industrial e Agrícola do Concelho de Guimarães.

1948 – O Ministro da Edu-cação - Eng° Leite Pinto - promulga a reforma e é retirado à escola o nome do seu patrono, Francisco de Holanda.

1959 - A Escola Industrial e Comercial de Guimarães termina as suas obras que são as do edifício da fa-chada principal, corres-

pondente ao atual Bloco A.

1974 - É devolvido o nome de Francisco de Holanda (25 de Abril.)

1979 - Confirmação em portaria do nome de Es-cola Secundária de Fran-cisco de Holanda (22 de novembro pela Portaria 608/79)

De julho de 2009 a abril de 2011 - obras de requa-lificação e de ampliação de que resultaram o atual edifício da Escola Secun-dária Francisco de Holan-da.

2012 - Através do Despa-cho nº 5634-F/2012 de 26 de abril, a extinta Direção Regional de Educação do Norte propôs a agrega-ção da Escola Secundá-ria Francisco de Holanda com o Agrupamento de Escolas Egas Moniz. A nova unidade orgânica passou a ter a designação de Agrupamento de Esco-las Francisco de Holanda, constituída pelas escolas EB1 da Pegada, EB1/JI de Santa Luzia, Escola EB2/3 de Egas Moniz e Escola Secundária Francisco de Holanda.

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19Dezembro de 2014

ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO DE HOLANDA CELEBRA 130 ANOS

do regulamento geral das Escolas industriais e de desenho industrial de 6 de Maio de 1884 se professava o curso elementar de desenho e o 1º e 3º ramos dos cursos industriais, a fazer parte da mesma escola. Que na conformidade do citado decreto tinha esta escola uma organização idêntica à da Escola Industrial da Covilhã, com-preendendo as seguintes disciplinas professadas em três cadeiras: Aritmética, geo-metria elementar e contabilidade industrial; desenho industrial e química industrial especialmente aplicada à tinturaria, havendo além destas cadeiras dois lugares de guardas e um de servente. Que por Portaria de 5 de Dezembro de 1884 fora dada à escola a denominação de Escola Industrial “Francisco de Hollanda”. Que esta escola assim organizada, não poderá ser instalada logo depois da sua criação porque as verbas necessárias para a sua dotação só foram incluídas no orçamento geral do Estado no ano económico de 1885 a 1886, e portanto só havia funcionado até hoje a cadeira de desenho industrial primitivamente criada e para a regência da qual tinha sido nomeado provisoriamente o professor António Augusto da Silva Cardoso por Portaria de 12 de Dezembro de 1884, sendo nomeado guarda da mesma por Portaria de 8 de Janeiro de 1885 António de Sousa Roriz cujo nome foi retificado por Portaria de 7 de Fevereiro seguinte por ter vindo errado na primeira. Que a 24 de Dezembro de 1884 fora aberta a matrícula, inaugurando-se a cadeira a 14 de Janeiro seguinte na casa da Sociedade Martins Sarmento no Largo do Carmo com 104 alunos, sendo 14 de sexo feminino; apesar de ainda não haver a mobília necessária nem o material de ensino indispensável porque a ilustrada direção daquela benemérita Sociedade com o fim de facilitar a realização de tão importante melhoramento para a cidade de Guimarães cedeu provisoriamente do melhor grado uma das suas salas com toda a mobília e material de ensino de que podia dispor continuando aí a funcionar a cadei-ra de desenho até que, adquirido o material de ensino mais indispensável e obtida a mobília necessária, foi a Escola mudada para uma casa de aluguer sita na rua de Paio Galvão. Que nesta casa continuou a escola a funcionar até Outubro de 1885 sendo regularmente frequentada não só pelos alunos que compareceram no ato da inaugu-ração, mas ainda por outros, que depois se matricularam e que perfaziam ao todo o número de 153, dos quais 43 eram do sexo feminino. Que no decorrer do ano de 1885 se foi completando o pessoal de Escola Industrial sendo por Portaria de 27 de Abril nomeado o segundo guarda José Alves Correia e por ofício de 19 de Agosto de 1885 lhe fora participada a nomeação do servente António José Capela. Que em Maio fora aberto concurso no Instituto Industrial do Porto para o provimento de duas cadeiras vagas = Aritmética, geometria elementar e contabilidade industrial e química indus-trial. Que para a primeira destas duas cadeiras concorreram dois candidatos ficando deserto o concurso da cadeira de química. Que terminadas as provas públicas dos candidatos admitidos ao concurso para o provimento da cadeira de aritmética em 30 de Outubro de 1885 foi pelo júri que presidiu a este acto proposto o candi-dato o Snr. Joaquim José de Meira único que satisfaz a todas as provas sendo o mesmo por despacho de 23 de Dezembro de 1885 nomeado definitivamente professor daquela cadeira, e para a cadeira de química como não houvesse concorrentes fora pelo Governo nomeado provisoriamente por despacho de

Page 20: Encontro edição61 aefh

20 Dezembro de 2014

Fig.3

23 de Dezembro de 1885 o Snr. António Emílio de Quadros Flores.

Que logo que tivera conhecimento do despacho do Snr. Meira ele inspetor tratara de abrir a matrícula na cadeira de aritmética, que hoje deveria inaugu-rar-se e na qual se achavam matriculados 33 alunos. Que não poderá abrir a matrícula na cadeira de química pelo facto de não ter ainda a mobília neces-sária nem o material de ensino indispensável para se montar um laboratório químico, mas que já tinha feito as necessárias requisições.

Que com relação à cadeira de desenho industrial a matrícula para o corrente ano letivo tinha sido aberta em Setembro de 1885 achando esta cadeira a funcionar com 145 alunos dos quais 51 são do sexo feminino.

Terminada esta exposição acrescentou o Inspetor que, achando-se completo o pessoal da Escola e devendo ficar a funcionar desde já duas das suas ca-deiras, era necessário proceder-se à instalação definitiva da Escola Industrial Francisco d’ Hollanda e para isso tinha convocado todos os seus professores ali presentes a fim de que na conformidade do disposto no artigo 25 do re-gulamento geral das Escolas Industriais e de desenho industrial de 6 de Maio de 1884 se constituísse o Conselho escolar elegendo dentre si o diretor e o secretário.

O Snr Professor de desenho António Augusto da Silva Cardoso pedindo a palavra propôs que o cargo de diretor fosse desempenhado pelo Snr. Joaquim José de Mei-ra, Professor definitivo da cadeira de Aritmética e o de secretário pelo Snr. António Emílio de Quadros Flores, professor provisório da cadeira de Química. Posta à vota-ção esta proposta e sendo aprovada o Inspetor declarou instalada a Escola Industrial “Francisco d’Hollanda” tendo por Diretor o Professor o Snr. Joaquim José de Meira, por secretário o Professor o Snr. António Emílio de Quadros Flores e por vogal o professor o Snr. António Augusto da Silva Cardoso e levantou a sessão da qual em seguida lavrei a presente ata que vai ser assinada por ele Inspetor e por todos os pro-fessores da Escola depois de lhes ser lida por mim António Emílio de Quadros Flores secretário que a escrevi.

José Guilherme de Parada e Silva Leitão

Inspetor

Joaquim José de Meira

António Augusto da Silva Cardoso

António Emílio de Quadro Flores

ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO DE HOLANDA CELEBRA 130 ANOS

Page 21: Encontro edição61 aefh

21Dezembro de 2014

O BERÇO DA ESCOLA FRANCISCO DE HOLANDA

Corria o ano de 1881, quando um grupo de vimaranenses decidiu que já era tempo da cidade prestar homenagem ao mais ilustre dos seus cidadãos, Francisco

Martins Sarmento, o arqueólogo que desenterrou a Citânia de Briteiros e que, no último quartel do século XIX, atraíra para Guimarães as atenções dos estudiosos das raízes da cultura europeia. À partida, sabia-se que a missão não seria fácil, atendendo à personalidade reservada de Sarmento. O arqueólogo jamais aceitaria, como não aceitou, que lhe fizessem uma festa ruidosa ou lhe erguessem um monumento recordativo. Mas acabaria por aceitar que o seu nome fosse dado a uma associação que tivesse como finalidades a promoção e o desenvolvimento da instrução primária, secundária ou profissional no concelho. Assim nasceu a Sociedade Martins Sarmento, promotora da instrução popular no concelho de Guimarães.

Os trabalhos dos dias iniciais da Sociedade Martins Sarmento centraram-se na criação

de uma biblioteca pública e na procura de respostas para os problemas da instrução básica e secundária em Guimarães. A principal prioridade seria a criação

de uma escola industrial, concretizando o projeto enunciado com força de lei na reforma do ensino industrial de 1864, mas nunca concretizado. Não tardaria muito para que a Sociedade Martins Sarmento se substituísse ao Estado, criando ela própria um instituto de ensino destinado a industriais (operários da indústria), que funcionaria na sua própria sede (à altura, na casa contígua ao palacete de Martins Sarmento, então pertencente aos viscondes de Pindela). As aulas iniciaram-se no dia 9 de janeiro de 1883, com os cursos de Desenho Profissional, concebido e ministrado pelo pintor e fotógrafo António Augusto da Silva Cardoso, e de Francês, que teria João Pinto de Queirós como professor.

A Exposição Industrial de Guimarães, que a Sociedade Martins Sarmento viria a promover em 1884, serviria para acrescentar argumentos à defesa da

urgência da criação de uma escola industrial. Em março daquele ano, o deputado Mariano de Carvalho apresentou uma proposta para a criação de uma escola de desenho industrial em Guimarães, que seria aprovada. A direção da Sociedade Martins Sarmento, ao agradecer ao deputado a iniciativa, não deixou de notar que “no estado atual das indústrias locais, a escola de desenho, só de per si, não satisfaz, como era para desejar, às necessidades delas, reconhecidas desde 1864 no Decreto que nesta data já indicava esta cidade como sede de uma escola industrial”.

Uma escola de desenho não seria suficiente. Conjugando os seus esforços com outras instituições da cidade, não abandonaria o projeto da criação da escola industrial. A repercussão nacional da Exposição Industrial tornou evidente aos responsáveis políticos a justeza e a necessidade de tal ambição. A 3 de dezembro de 1884, o rei assinou um decreto que criava uma escola industrial em Guimarães. Dois dias depois, novo decreto batizava-a como Escola Industrial Francisco de Holanda. A aula inaugural aconteceria no dia 14 de janeiro de 1885, na mesma sala do rés-do-chão da casa da Sociedade Martins Sarmento e com o mesmo diretor e professor do curso da SMS, o pintor António Cardoso.

A Escola Francisco de Holanda nasceu na Sociedade Martins Sarmento.

António Augusto Amaro das Neves, Presidente da Direção da Sociedade Martins Sarmento de 2004 a 2013 e professor de História da ESFH.

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22 Dezembro de 2014

A imprensa é, também, um espaço de memórias“O Comércio de Guima-rães”, fundado no ano de 1884, como “Periódico liberal, comercial, indus-trial e agrícola”, fazendo eco dos anseios dos vima-ranenses, sempre clamou pela criação da Escola In-dustrial Francisco de Ho-landa. Consultando as pá-ginas das suas edições de 1884, ano da fundação da escola, temos exemplos de textos de protesto, de reivindicação e regozijo face à prometida escola. Assim, podemos ler no nº 14 (22 de julho) de “O Comércio de Guimarães” a notícia de que estaria iminente a publicação em “Diário de Governo” do decreto da criação da Es-cola Industrial de Guima-rães (Fig. 1). Na página 2 do nº 20 (11 de agosto), sai a queixa de que o “de-cantado” decreto nunca mais vem (Fig. 2).

Posteriormente, O Co-mércio de Guimarães

publica a notícia, com o título de “Justiça” (Fig. 3), revelando que o governo incumbira o “excellen-tissimo snr. José Parada da Silva Leitão escolher a casa onde deve funcionar a escola de desenho in-dustrial”.

Na página 1 do nº 40 (23 de outubro), O Comér-cio de Guimarães vinca a sua indignação face à de-mora da vinda da Escola Industrial de Guimarães. Sob o título “Indifferen-tismo dos Governos para com Guimarães”, publi-ca “Guimarães, a patria de aguerridos e denoda-

dos guerreiros, de vultos venerandos, de heroes preclaros que, em tem-pos saudosos e gloriosos do passado, exaltaram e exalçaram o nome portu-guez nas assignaladas e bem feridas pugnas dos campos da batalha, nos

certames das sciencias e das artes, no tirocínio das industrias. – Guima-rães, este padrão de glo-rias portuguezas, esta joia preciosa da corôa de Portugal, está votada ao

Fig.1

abandono, ao ostracismo, ao indifferentismo.

Todos os governos fitam seus olhares complacen-tes e gratos sobre Gui-marães quando teem de mendigar-lhe uma obse-quidade, um sacrifício ou um deputado de feição governamental para com o seu voto applaudir e approvar os vexames go-vernativos e as imposi-ções tributarias; quando porém Guimarães precisa do mais pequeno melho-ramento, quando pede a mais insignificante cousa que imaginar-se possa, esses governos olham com desdem, com indiffe-rença, e com a mais negra ingratidão voltam-lhe as costas. (…)

Prometteram-nos uma Escola Industrial; e nada! (…)”

Na página 1 do nº 54 (15 de dezembro), O Comér-cio de Guimarães publica o seu regozijo. Finalmente o “decantado” decreto da criação da Escola Indus-trial tinha sido publicado no Diário do Governo. Com o título de “A ESCO-LA INDUSTRIAL” publica o seguinte artigo:

‘«O Commercio de Gui-marães, conservando-se alheio a qualquer filiação partidaria, que não sejam das conveniências locaes e das grandes medidas de

interesse commum louva-rá em uns e outros o que em cada um houver de louvavel, em pregando to-dos os seus esforços, para que uma parcella do po-der central vele pela pros-peridade da terra que lhe é berço, e por tudo que directa e indirectamente, possa influir no aumento d’essa prosperidade.

Art. prog. do Commercio de Guimarães

Estão satisfeitas as aspira-ções de Guimarães.

A escola industrial que tantas vezes nos trouxe ao campo da discussão, foi enfim decretada pelo governo.

Desde que desfraldamos a nossa bandeira jornalís-tica, jamais deixamos de pugnar pela prosperidade

da nossa terra, ora pe-dindo o primeiro pão do espirito profissional para os operarios, como muito bem disse um nosso colle-ga, ora lembrando melho-ramentos de reconhecida utilidade publica.

Vilipendiada, engeitada e despresada a cidade de Guimarães pelos pode-res publicos, pertencia a nós, filhos queridos d’este solo glorioso e historico, visto que nos achavamos na imprensa, levantar a luva, e combater a todo o transe o maldito sello da roda!

Na lucta, seriamos algu-mas vezes violentos, mas a causa santa que advo-gamos, o amor de devota-mos á nossa terra, absol-ve-nos d’esse sacrilegio, que comettemos.

Em observação d’essa par-te do nosso programma, que encima este artigo, não podemos deixar de inscrever n’este momento os nomes dos cavalheiros, a quem devemos a nossa escola industrial, Francis-co de Hollanda. São elles: os exm.ºs srs. Conde de Margaride, Francisco Ri-beiro Martins da Costa e João Ferreira Franco Pinto Castello Branco.

Também não devemos es-quecer o nome do exmoº sr. Marianno de Carvalho, a quem devemos a escola de desenho.

O nosso preito a estes ca-valheiros.

Em seguida apresenta-mos o decreto pelo qual foi creada a escola indus-trial n’esta cidade.”

Fig.3

Fig.2

Page 23: Encontro edição61 aefh

23Dezembro de 2014

Como será a Escola Se-cundária Francisco de Ho-landa daqui a 130 anos?

Que clima se viverá na Secundária Francisco de Holanda no final de 2144? Porquê esta data, pergun-tarão vocês? Mas, que grandes distraídos! Por-que se passaram mais 130 anos de atividade escolar.

A nível físico, penso que tudo continuará na mes-ma, pois, ainda recente-mente, quase ao fim de 130 anos e integrada no programa “Parque Esco-lar” a escola teve uma grande, e que grande, re-qualificação, modificando o seu visual. Mas, porque a Francisco de Holanda é uma escola de memórias, pois foi das primeiras es-colas industrias a serem criadas por decreto go-vernamental a par da Es-cola Campos Melo situa-da na Covilhã e da Escola Secundária S. Lourenço, em Portalegre, o bloco principal foi preservado na sua identidade formal, sofrendo, apenas, uma remodelação a nível das antigas salas de aula, o que fez com que houves-se espaço suficiente para relembrar aos que pas-saram e revelar aos pre-sentes as boas memórias de um trabalho contínuo e dignificante, guardadas num significativo e profí-cuo Museu Escolar. A par

desta reedificação física houve, também, uma readaptação e atualização da tecnologia informática que não é utilizada, penso eu, em todas as suas ver-tentes e potencialidades, mas que servirá de tram-polim para uma escola de futuro, assente na era di-gital, mais prática e mais motivadora para todos os que a frequentam, de modo a desenvolverem a sua imaginação e criativi-dade. Esta metodologia digital já está bem desen-volvida em alguns países que não o nosso, Portugal, devido à situação de crise que atravessamos, não só económica mas também e sobretudo desumana e desatenta à grande rea-lidade que é a educação, o super e sempre atual valor da Escola Francisco de Holanda que a defen-deu, defende e defenderá “com unhas e dentes”. Os primeiros 130 anos por que passou a Francisco de Holanda também não fo-ram fáceis, devido à con-textualização histórica, social e política em que foram vividos, suscitando emoções fortes e sempre realistas. Pioneira na ino-vação e no conhecimen-to, a Francisco de Holan-da sempre soube crescer, vencendo os desafios que se lhe deparavam, utili-zando, para tal, as suas armas mais potentes: es-forço, dedicação e muito

trabalho. E assim, a meni-na que começou por ape-nas saber desenhar, ama-dureceu e transformou-se numa mulher inteira, de corpo e alma, e com uma personalidade, por todos, admirada, personalidade esta que alcançará, no futuro, novas fronteiras, pois não conseguirá vi-ver sem objetivos, sem empenho, sem inovação, sem novas metodolo-gias… num clima calmo e tranquilizador tal como foi, é e será seu apanágio.

Eu não sou futurologista, mas, considerando o pou-co que vi e ouvi (sou alu-no do 10º), sei que a Fran-cisco de Holanda seguirá sempre em frente, refor-mando-se e reformando os seus atores, a ponto de fazer da educação o palco da vida.

Se for preciso mudar o já cansado ambiente da sala de aula, para fugir à massificação da escola tradicional, onde tudo se passa no mesmo lugar e ao mesmo tempo, muda-se, de modo a permitir a livre circulação dos estudantes e dos professores, sem se acotovelarem, mas uni-dos pelo mesmo desejo de um ensino mais liber-to de convenções, mais atraente, mais estimulan-te, mais motivador, com menos aulas expositivas e mais tempo para ativi-

A ESCOLA NO FUTUROdades práticas e debates abertos, onde cada um aprenderá à sua maneira e esporeará a forma como aprendeu, aprofundando--se, assim, as aprendiza-gens e compreendendo as razões por detrás das coisas, lendo, falando e encontrando soluções por si próprio, para que não se saia da escola com uma utilidade meramente económica.

Atualmente, a escola está a ser transformada numa escola mínima, e tudo o que está relacionado com as expressões artísticas, como o desenho, o teatro, a pintura e a música, ten-dem a desaparecer, mas na Francisco de Holanda isto não acontecerá, por-que esta escola não é in-grata e não esquecerá a menina que a viu nascer. Assim, estas disciplinas ar-tísticas serão revigorados, promovendo a interação com pessoas experientes nas diferentes áreas profissionais e ocupando os tempos mais livres com workshops de foto-grafia, artes..., para que nenhum possa dizer, com certa nostalgia, que até desenhava razoavelmen-te, mas que, agora, não consegue, porque não praticou. Quanto ao ensi-no das chamadas discipli-nas teóricas e sempre que possível, acredito que a escola incentivará outros

A escola

Sendo lugar de ensino

Não é lugar de eleição

Mas como tenho objetivos

De vez em quando lá atino.

“Vais conseguir “ é meu lema

Nem sempre posso focar

Por vezes dá confusão

Querer pôr tudo no ar.

Quando toca é grande alívio,

Sensação de liberdade

Mistura de sensações

E ares de felicidade.

Sei que agora é desalento

Um dia terei saudades

A inocência no vento

Surgirão as realidades.

Anónimo, 11LH3

métodos para além do "decorar, decorar, deco-rar" tal como proporcio-nar o conto de histórias, quer por estudiosos, his-toriadores ou pessoas que tenham vivido um determinado aconteci-mento, quer através de filmes que não fantasiam, mas que apresentam a realidade de uma forma esclarecedora, porque vi-vida.

O futuro da escola é a mu-dança da organização do ensino, da relação peda-gógica entre professores e alunos, da organização do tempo, do espaço, do currículo… A responsabili-dade está, cada vez mais, do lado dos alunos, que têm de querer aprender,

para não se transforma-rem em ervas daninhas e, por isso, excluídas duma vivência que se quer sa-lutar e atual. O professor deve incentivar o aluno, mas não pode ser passi-vo, porque a passividade pode contagiar-se e virar epidemia, o que nunca acontecerá no futuro da Escola Francisco de Ho-landa, porque as suas raí-zes são sólidas, o seu tron-co direito e os seus ramos ambiciosos por cobrirem uma realidade construti-va que servirá, tal como aconteceu até hoje, uma sociedade conhecedora e exigente que apostou e apostará no seu valor e mérito.

André Marques, 10AV1

Numa manhã fria,

Lá fui eu para a escola.

Não porque me apetecia,

Mas lá vesti a camisola.

É lá que aprendemos

A ser alguém.

Se não fores à escola,

Garanto, não serás ninguém.

E aos professores devemos muito

Para com eles estamos em dívida

Pois são eles que nos formam

Para a escola e para a vida

Anónimo, 11LH3

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24 Dezembro de 2014

É claro que nem todos os adolescentes têm exactamente a mesma rotina ou os mesmos hábitos, mas uma coisa é certa, em quase todas as ações do nosso dia a dia, sejam elas de longa ou curta duração, existe algo que está sempre presente: a tecnologia.

Analisando a nossa rotina ao pormenor, apercebe-mo-nos de que até nas pequenas atividades que realizamos, estão presen-tes diversos aparelhos tecnológicos, desde a presença do microondas, para aquecer o leite, até às máquinas do ginásio. Desde a torradeira que usamos para torrar o pão, ao mais avançado smart phone. Desde o nosso portátil ao carro no qual viajamos diariamente. Desde a pequena esco-va elétrica à televisão da nossa sala.

É certo que, a partir de determinado ponto, deixamos de nos preocupar e até nos apercebemos da quan-tidade de tempo que

jetor, mostrando à turma os vários conteúdos atra-vés de power points, ví-deos e outros recursos.

Quando o tempo de au-las termina, regressamos a casa. Chegados ao nos-so destino, aproveitamos o tempo livre que nos é dado. Alguns limitam--se a deitar-se relaxados no sofá, vendo televisão, apenas com o telemóvel ao lado, não vá acontecer algum “escândalo social”. Outros seguem direta-mente para o computa-dor ou tablet, no qual se ligam imediatamente ao facebook, twitter, tum-blr, instagram, snapchat e uma infinidade de ou-tras redes sociais, de for-ma a ficarem atualizados sobre as mais recentes novidades. Existem, tam-bém, aqueles que deci-dem utilizar o tempo livre para fazer exercício físico, dirigindo-se assim ao gi-násio mais perto de casa e equipado com as mais diversificadas máquinas. Por fim, chega a hora de jantar e a inevitável hora de dormir, terminando as-sim o dia.

Quando acordamos, to-dos fazemos a nossa ro-tina. Levantamo-nos ao som do despertador, que nos acorda com o belo som da nossa estação de rádio preferida, apesar de, pela manhã, esse som não ser assim tão aprecia-do. Vestimo-nos e toma-mos um bom pequeno-al-moço, composto por uma chávena de leite aquecida no microondas e umas deliciosas torradas, feitas, obviamente, na torradei-ra. De seguida, escova-mos os dentes com a es-cova eléctrica que a nossa mãe nos ofereceu e segui-mos para a escola, alguns de carro, alguns de auto-carro e outros a pé ou de bicicleta. Chegados à es-cola, enviamos uma men-sagem a um dos nossos amigos, com a típica per-gunta “Onde estás?” ou limitamo-nos a seguir em direção à sala, esperando encontrar algum dos nossos colegas. Depois segue-se um dia longo de aulas, com os professores a apresentar a matéria, utilizando não só o tão usual quadro de sala de aula, mas também o pro-

DIA A DIA TECNOLÓGICO

Tenho a certeza de que todos nós, ou pelo me-nos a maioria, já se sentiu a desesperar em algum momento do seu trajeto escolar por causa da enor-me quantidade de traba-lho escolar que tinha para fazer: livros para ler, mon-tanhas de trabalhos de casa para concluir, apre-sentações para preparar, matéria acumulada para estudar, trabalhos de gru-po para realizar, etc.. Nes-ses momentos de aflição,

COMO ORGANIZAR MELHOR O

TEMPO

perguntaram, decerto, como foi possível deixar chegar as coisas a tal pon-to e como puderam ser tão desleixados, pois, na nossa mente, estava tudo muito bem organizado para termos, pelo menos, uma boa tarde de estu-do: chegávamos a casa, comíamos, descansáva-mos uns minutos e depois estudávamos um pouco para cada disciplina (al-gum para matemática, um pouco para português e assim por diante).Sim, parece ser um bom plano, o problema é quando, por exemplo, estamos a fazer um tra-balho no computador e nos lembramos de ir ao facebook ou ao youtube para fazermos ou vermos algo rápido e, quando damos por nós, estamos a ler coisas estúpidas na internet e a ver vídeos ab-surdos no youtube (gatos a tocar piano, momentos engraçados do Cristiano Ronaldo, as quedas mais engraçadas, etc.) e quan-do nos apercebemos do que estamos a fazer e que devíamos estar a estudar, notamos que desperdi-çamos uma tarde inteira a fazer coisas que podía-mos ter feito noutra altu-ra ou que nem era neces-sário fazer.Torna-se, por isso, urgen-te arranjar uma maneira eficaz que nos permita or-ganizar o tempo de modo a conseguirmos fazer tudo o que precisamos e ainda ter tempo para nos divertirmos. Se formos à internet encontramos inúmeros e bons métodos de aproveitar o tempo, apenas temos de saber qual o que se adequa me-lhor a nós.Pessoalmente, acho que um método simples e efi-caz é fazer um horário, onde dedicamos tempo a estudar, a divertirmo-nos (o que também é muito importante), e a fazer ou-tras coisas que achemos oportunas. Porém, vale a pena dizer que não há horário ou outro método de estudo que nos valha se não tivermos força de vontade para o cumprir.Espero ter ajudado. Bons estudos.

Teresa Silva 11CSE1

passamos em frente dos ecrãs, sejam eles do com-putador ou da televisão, e da importância exagerada que damos aos nossos telemóveis. No entanto, perdendo apenas uns minutos do nosso tempo para ver verdadeiramen-te como passamos os dias, perguntamo-nos a nós mesmo: “Mas afinal, como seria a nossa vida sem qualquer tecnolo-gia?”. A verdade é que não sei responder e, pro-vavelmente, nunca sabe-rei.

Sem nenhum de nós se dar conta, o tempo foi passando, a mentalidade evoluindo, os hábitos mu-dando e as gerações pas-sando, até que, chegados a 2014, nos encontramos num mundo onde tudo é informatizado e a tec-nologia ocupa um papel central nas nossas vidas. Não existe qualquer dú-vida acerca das vantagens desta, mas será que nos damos conta das verda-deiras desvantagens?

Enquanto estamos ocupa-dos a ler todos os estados postados no facebook na última hora, podería-mos estar a ler um livro, contribuindo para o en-riquecimento da nossa cultura geral, apesar de atualmente ser raro ler um livro em suporte de papel, e não recorrendo a qualquer outra tecno-logia. Ao invés de passar-mos horas em chamada ou a trocar mensagens com alguém, poderíamos utilizar esse tempo para estar efetivamente com essa pessoa. Devido ao desenvolvimento tecno-lógico, esquecemo-nos do que é passar tempo em família, ou simplesmen-te estar com os nossos amigos, sem o constante toque do telemóvel a in-terromper. Devido ao de-senvolvimento tecnológi-co ficamos desesperados por um simples corte da internet em nossa casa, afirmando que sem ela “não há nada para fazer”.

Para além disso, existem as tão óbvias diferenças económicas entre países que, para surpresa de muitos, a tecnologia não consegue resolver. Será que em vez de gastar mi-

lhões a desenvolver um novo Iphone, este dinhei-ro não deveria ser utiliza-do para combater a fome nos diversos países do mundo? Será que ao invés de se investirem quanti-dades enormíssimas de dinheiro em empresas com vista ao desenvolvi-mento tecnológico, este dinheiro não seria melhor investido em programas de ajuda aos mais neces-sitados?

Se hoje em dia o mundo se encontra neste estado, como estará em 2050? Talvez os robots venham a substituir os humanos, quem sabe? Ou os carros e outros meios de trans-porte sejam substituídos por teletransportes.

Com o progresso da tec-nologia, chegam também as inevitáveis consequên-cias, como a substituição de trabalhadores por má-quinas ou até a utilização dos novos recursos para fins indesejáveis. Nada mais tendo a acrescentar, coloco uma pergunta. A capacidade para o desen-volvimento é, se dúvida, uma das melhores quali-dades que o ser humano possui, mas será que uma evolução tecnológica em excesso ao invés de fazer progredir o mundo e o tornar um lugar melhor, não o fará regredir e tor-ná-lo num lugar bem pior do que o que conhece-mos hoje?

Cláudia Coelho, 11CT2

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25Dezembro de 2014

COMO É QUE VAMOS DE LEITURACarina Baptista e Maria Inês Faria 11CT2

Como é que vamos de leitura? As crianças e os jovens do século XXI leem mais ou menos do que as das gerações anteriores? A leitura será importante para o desenvolvimen-to cognitivo dos alunos? Contribuirá para melho-rar os níveis de literacia dos cidadãos? São ques-tões complexas, cujas res-postas não são fáceis. Se-ria necessário uma longa e criteriosa investigação para termos uma análise minimamente objetiva. Contudo, para ficarmos com uma ideia sobre a leitura no contexto esco-lar, Encontro quis ouvir a Coordenadora das Biblio-tecas do Agrupamento de Escolas Secundária Fran-cisco de Holanda, profes-sora Manuela Paredes.

Encontro - Em primeiro lugar queríamos saber se é, apenas, Coordenadora da Biblioteca da Escola Secundária Francisco de Holanda ou de todas as bibliotecas das escolas do agrupamento de es-colas.

Manuela Paredes - Sou professora bibliotecá-ria na Escola Secundária Francisco de Holanda e coordenadora das biblio-tecas escolares do Agru-pamento de Escolas Fran-cisco de Holanda.

Encontro - Há quantos anos desempenha esta função? Tornou-se Coor-denadora das Bibliotecas por vocação ou por aci-dente de percurso profis-sional?

Manuela Paredes - Esti-ve, durante oito anos, li-gada à biblioteca escolar, enquanto elemento da equipa da mesma. Estou há seis anos como profes-sora bibliotecária (coor-denadora nestes dois úl-timos anos, consequência do agrupamento de esco-las). Quanto à “vocação” ou “acidente de percurso

profissional” diria que foi uma opção, que teve lu-gar há seis anos atrás, que se prendeu com o facto de me identificar com a missão da biblioteca esco-lar, não tendo prescindido da lecionação, no ano em que me foi possível fazê--lo, o que significa que sou, antes de mais, pro-fessora de Português e de Francês, a exercer, neste momento, as funções de professora bibliotecária.

Encontro - Para desempe-nhar estas funções teve, naturalmente, formação específica e, de certeza, continua a apostar na formação inerente ao cargo que desempenha. Quer fazer uma síntese do seu percurso formati-vo, nesta área?

Manuela Paredes - A for-mação é essencial e era uma condição para que pudesse exercer esta fun-ção. Significa isso que já a fazia enquanto elemento da equipa e continuo a fa-zê-la enquanto professora bibliotecária. Frequento o máximo possível de for-mações ligadas às biblio-tecas escolares, à leitura, à escrita criativa, ao digi-tal…enfim, a todas aque-las que considero que irão enriquecer as minhas práticas na biblioteca e na sala de aula. Posso referir

que estive no I Congresso Internacional das Artes na Educação, que decorreu em Amarante, apenas por considerar que me abri-ria caminho para outras áreas que eu gostava de ver desenvolvidas na es-cola como o cinema e o teatro.

Encontro - Para potenciar a leitura, servir melhor os cidadãos leitores, foram acionados vários proje-

tos. Quer explicar-nos em que consiste a Rede de Bibliotecas Escolares e o Plano Nacional de Leitu-ra? Foram ou estão a ser bem sucedidos.

Manuela Paredes - “O Programa Rede de Biblio-tecas Escolares (PRBE) foi lançado em 1996, pe-los Ministérios da Edu-cação e da Cultura, com o objetivo de instalar e desenvolver bibliotecas em escolas públicas de todos os níveis de ensi-no, disponibilizando aos utilizadores os recursos necessários à leitura, ao acesso, uso e produção da informação em supor-te analógico, eletrónico e digital.” (http://www.rbe.min-edu.pt/np4/progra-ma.html). Parece-me que esta definição, que en-contram na RBE é escla-recedora quanto ao que significa e quais são os

objetivos das bibliotecas escolares. A BE passou a ser vista como um espaço que deve estar “implicado na mudança das práticas educativas, no suporte às aprendizagens, no apoio ao currículo, no desen-volvimento da literacia digital, da informação e dos média, na formação de leitores críticos e na construção da cidadania.” Belíssima missão, que atrai os educadores, que

me atrai particularmente, mas que sem a mudança de práticas em sala de aula, sem a abertura da sala de aula à biblioteca num trabalho colaborati-vo, com o objetivo de (in)formar cidadãos, não pas-sará de um espaço onde os alunos vão trabalhar, usando os recursos que estão ao seu dispor.O Plano Nacional de Lei-tura (PNL) é uma iniciati-va do Governo que tem como objetivo central elevar os níveis de litera-cia dos portugueses e co-locar o país a par dos nos-sos parceiros europeus. O PNL lança vários pro-gramas de promoção da leitura. Vocês conhecerão um dos concursos, o CNL (Concurso Nacional de Leitura) que se tem rea-lizado a nível do ensino básico (no caso do nosso agrupamento) e que se

estende ao ensino secun-dário, embora nós não nos tenhamos inscrito.

Encontro - A biblioteca, que dirige, tem feito, nos últimos anos, atividades no sentido de promover e motivar a(a) leitura(a). Quer destacar algumas, as mais marcantes? No mesmo sentido, deve ter já um plano de ativida-des para o ano letivo de 2014-2015, quer referir

as principais atividades que vai promover.

Manuela Paredes - Na promoção e motivação para a leitura posso sa-lientar os escritores que por cá têm passado nos últimos anos como: Maria do Céu Nogueira, Adélia Pires, Cláudio Lima, Rena-ta Falcão, Richard Towers, Carlos Poças Falcão, Pe-dro Guilherme-Moreira, Rui Sousa Basto, Julie Hodgson; Jacinto Lucas Pires, João Almeida; Do-mingos Amaral (que es-teve na nossa escola o mês passado). Salientaria, ainda, a palestra sobre a obra " O Morgado de Fafe em Lisboa" de Camilo Castelo Branco, orientada pelo Professor Cândido Martins, assim como a conferência - Leituras do Desejo em Camilo Castelo Branco.Este ano letivo, como re-

feri, já tivemos a presen-ça de Domingos Amaral, e teremos, pela tercei-ra vez, o escritor Pedro Guilherme-Moreira, que é já “amigo da BE” e faz um trabalho de interação fantástico com os alunos, já que lê e comenta os textos escritos sobre os seus livros. Das atividades constantes no nosso pla-no de atividades salien-taria algo que considero importante: a criação do clube de cinema e uma outra que é prioritária ( a formação web 2.0. e como fazer uma pesquisa -L.INFO). A atividade que envolverá mais saberes prende-se com o projeto: “Ler+Mar”, que nos levará numa viagem pelos des-cobrimentos. O blogue da biblioteca (http://biblio-tecaesfh.blogspot.pt/) contará, este ano, com a colaboração dos aman-tes da leitura que publi-carão, nesse espaço, os seus textos e opiniões. A dimensão e importância de cada atividade propos-ta pela BE depende, como sabem, de vocês, alunos, e dos vossos professores, com quem sempre conto.

Encontro - Acha que todo esse investimento feito, nos últimos anos, atraiu mais leitores para a bi-blioteca. Contribuiu para formar melhores leito-res?

Manuela Paredes - Sim, sem dúvida. Há um gran-de número de alunos que se tornou leitor (apesar de considerarmos que po-deria haver sempre mais) e para isso contribuiu o departamento de Línguas Clássicas e Novilatinas, com a insistência e persis-tência dada à importância da leitura.

Encontro - Acredita mes-mo na ideia de que a lei-tura é muito importante para desenvolvimento cognitivo dos alunos?

Manuela Paredes - Acre-dito, tenho a certeza dis-so, mas recomendo uma leitura mais científica, a

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26 Dezembro de 2014

da investigadora Teresa Silveira, cujos estudos so-bre cérebro e leitura, o im-pacto do ambiente digital no desenvolvimento das estruturas cerebrais da leitura ou as estratégias para promover leitura e compatibilidade cerebral, nos mostra a importância da leitura para desenvol-vimento cognitivo do ser humano. Recomendo-vos o livro “Cérebro e leitura” para que possam refletir sobre essa temática.

Encontro – Já disse que é professora de Português e, por isso, tem conheci-mento do contrato de lei-tura, celebrado entre os alunos e o professor de Português. Em que con-siste, quais os objetivos desse projeto, a nível de turma?

Manuela Paredes – Em primeiro lugar, o contra-to de leitura foi pensa-do para motivar o aluno para a leitura, o que é importante não só para aumentar o seu vocabu-lário como também para enriquecer a sua cultura geral, preparando-o para outras áreas do saber, para além da disciplina de português. O objetivo prioritário é, na verdade, tentar que se leia melhor, daí que “O plano ler melhor” tenha como objetivo tentar le-var os alunos a uma lei-tura mais seletiva. Anti-gamente incentivava-se o “ler mais”, porém, hoje, acreditamos que o ler me-lhor é mais importante. A leitura contratual é es-tabelecida pelos profes-sores de acordo com o ano escolar. Assim, todos os anos, procuramos ir ao encontro daquilo que propomos no plano de leitura, adquirindo alguns desses livros propostos, no entanto nem sempre é possível concretizar este objetivo.Um aspeto que causa al-gum transtorno é o facto de alguns alunos demo-rarem muito tempo a ler, ultrapassando mesmo a data estabelecida, pelo

que, por vezes, alguns livros não estão disponí-veis. Claro que se procura sempre estabelecer a me-lhor organização possível, contando, para isso, com uma maior responsabili-dade por parte dos alu-nos.

Encontro – De que for-ma este plano contribuiu para incentivar a leitura?

Manuela Paredes - Como os alunos demonstram cada vez mais dificulda-de na compreensão das leituras recomendadas pelos professores de por-tuguês, bem como inca-pacidade de interpretar e questionar o que leram, é, portanto, imperiosa a necessidade de “ler me-lhor”. Efetivamente, é preciso que alarguem o seu vocabulário, enrique-çam a sua cultura geral, e, sobretudo, que apren-dam a ler e discutir aquilo que leram, o que, no fun-do, é o significado de “ler melhor” contrariamente ao que acontecia com o “ler mais”.Por estas razões, os jor-nais e as revistas deixa-ram de estar no” ler me-lhor”. São um exemplo de “ler mais”, porém não se adequam à categoria de “ler melhor”. O “ler mais” não deve deixar de existir, no entanto, na escola, é

importante que se incen-tive o “ler melhor”.No geral, ler faz bem, mas é cada vez mais importan-te “ler melhor”. Gostaria, no entanto, de voltar a referir que o in-cumprimento das datas de entrega de livros na biblioteca leva a que o incentivo, por mais efi-caz que seja, perca o seu efeito, pois é importante oque os livros estejam disponíveis.

Encontro – Que evolução se verificou após a con-cretização do contrato de leitura?

Manuela Paredes - Embo-ra os alunos prefiram, na maior parte dos casos, o “ler mais” ao “ler melhor” não só deu continuidade à leitura que já era efe-tuada pelos alunos, mas permitiu, essencialmente, enriquecê-los de várias formas, como referi ante-riormente. Encontro quis ouvir, tam-bém, a Dona Dores, assis-tente que presta serviço na biblioteca da escola, há muitos anos.

Encontro – Quando os alunos vão à biblioteca, procuram apenas livros ou consultam, também, revistas ou jornais?

Dona Dores - Com o apa-recimento dos computa-dores, a consulta de livros diminuiu. Porém, ultima-mente, tem existido uma uniformidade de consul-ta. Com efeito, os alu-nos, para além das fontes informáticas, procuram, igualmente, consultar li-vros.

Encontro – Qual o horá-rio em que os alunos fre-quentam mais a bibliote-ca?

Dona Dores - Posso afir-mar que é durante todo o período de aulas.

Encontro – Que cursos frequentam os alunos que recorrem mais à bi-blioteca?

Dona Dores - Penso que talvez sejam os alunos dos cursos de CT (Ciências e Tecnologias) devido à maior exigência do curso e ao caráter empenhado dos alunos deste curso. Quanto aos anos de esco-laridade, saliento o 11º e o 12º anos. O 10º ano é ainda um ano de adapta-ção.

Encontro – Que género de livros são mais requi-sitados?

Dona Dores - Não consi-go apontar um género,

pois os pedidos são muito diversificados. Claro que todos os livros que estão no contrato de leitura são muito procurados. Sendo assim, o leque de leituras é muito variado.

Sobre o Contrato de Lei-tura, Encontro ouviu, também, o testemunho de duas professoras de Português da Escola.

Encontro – O Contrato de leitura forma mais e melhores leitores? Ou es-tará simplesmente o for-çar a leitura?

Professora Rosário Fer-reira - O contrato de lei-tura tem que formar mais e melhores leitores. Se o não faz é porque nós, pro-fessores e orientadores de leitura, não estamos a cumprir com as nossas obrigações – ou deveres, como a vossa sensibilida-de mais apreciar. Forçar a leitura? Mas quantas coi-sas na vida não começam por ser forçadas e, fre-quentemente, se trans-formam em prazeres?Aqui será, a meu ver, pertinente abordar uma outra questão: que livros se devem ler no contrato de leitura? Será que nós (mais do que professo-res, educadores) orien-tamos os alunos para leituras producentes, gra-

tificantes, amplificadoras de horizontes, encaradas como mais-valias para a vida, motivadoras de re-flexão do nosso quotidia-no ou do nosso interior? Ou será que vamos pela moda “prequiana” de “o aluno é quem mais orde-na” e, portanto, deverá ler o que quer, mesmo que seja “lixo”? Mas isso são, a meu ver, contas de um outro longo e nem sempre pacífico “rosário”.

Professora Leocádia Ro-drigues - Como é natu-ral, um dos objetivos da disciplina de português é formar leitores reflexivos e autónomos que leiam na Escola, fora da Escola e em todo o seu percurso de vida. Por tal motivo, ao promover o conhecimen-to de obras/autores re-presentativos da tradição literária nacional e estran-geira, procura-se educar para a cidadania, para a cultura e para o multicul-turalismo. O contrato de leitura pode, de facto, ser um meio para desenvol-ver o gosto pela leitura que, infelizmente, é tão pouco valorizada pelos portugueses. Da troca de opiniões sobre as leituras realizadas pelos alunos fi-cam sugestões, opiniões, experiências que podem, a curto prazo, assim o de-sejo, criar a necessidade de ler, o prazer de ler… Espero, sinceramente, que os alunos assumam este projeto não como uma obrigação e sejam capazes de fazer desco-bertas interessantes para as suas vidas. A minha ex-periência tem-me trazido surpresas muito positivas. É claro que, e sendo rea-lista, reconheço que para um número considerável de alunos “ler é maçada” e, por tal motivo, não aco-lhem esta atividade com o espírito que lhe deve es-tar inerente.

Encontro No contrato de leitura, pede-se aos alu-nos que falem ou escre-vam sobre os livros que leem. Mas são poucos os professores que fa-

COMO É QUE VAMOS DE LEITURA

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lam aos alunos dos livros que leram. Fale-nos do livro que mais prazer de leitura lhe leu ou dum li-vro que aconselharia aos seus alunos.

Professora Rosário Fer-reira - Esta é difícil. São tantos os que me deram prazer por motivos tão distintos! Desculpem, mas esta resposta tem que ser por tópicos (vou responder por ordem cro-nológica):Os livros de Enid Blyton – fizeram-me descobrir a importância de valores como a lealdade e a ver-dade enquanto me aguça-vam o engenho na procu-ra de pistas e me faziam rir “a bandeiras despre-gadas” (esta expressão, lembro-me claramente, aprendi-a nos livros das Gémeas);A Morgadinha dos Cana-viais – apresentou-me o espaço rural do Minho por um olhar que não co-nhecia – menina da cida-de, obriguei-me a olhar para a calma do campo e a apaixonar-me por um Henrique tão estranha-mente citadino-campes-tre. (Claro que, de segui-da, corri a ler a Família Inglesa!)Os Clássicos russos – Anna Karenina, O Jogador, … que me deram a conhe-cer o calor das intrigas no meio do gelo.Os livros de Eça de Quei-rós – não me perguntem qual: ainda hoje, ao entrar numa igreja, vejo Amélia a sentir o incenso e a des-lumbrar-se com as talhas

douradas, e quando vou a Leiria, não consigo deixar de pensar no cónego a arrotar enquanto abotoa a batina na beira da cama da Joaneira. Ou o primo Basílio, que me fez odiar, ainda hoje, as botinas. E claro, Os Maias, Os Maias, Os Maias; por tudo, mas por causa daquele avô que não tive e que adotei como sendo o meu, e do Ega que me faz rir de cada vez que o encontro. E A Capital, e A Relíquia, ….Lolita – que fui incapaz de reler quando a minha fi-lha tinha treze anos.Margarita e o Mestre – que me fez pensar na lou-cura do homem quando a liberdade de pensamento parece digna de um mani-cómio.As intermitências da mor-te – abriu-me os olhos para os perigos da imor-talidade.Os Anagramas de Varsó-via - que me apresentou uma visão humana, longe do dantismo fanático que às vezes encontramos, mas angustiante da vida dos guetos da Segunda Guerra.Posso continuar? Acho que já chega. Não, não, esqueci-me de uma saga importante: a coleção das Aventuras de Asterix que tanto me ensinou sobre a cultura clássica e sobre o que é fazer humor in-teligente (muito antes de haver Gatos Fedorentos).O que eu aconselharia? Depende do aluno. Não somos todos iguais. Sei o que não deixaria que les-se, mas isso seria politica-

mente incorreto referir.Professora Leocádia Ro-drigues - É difícil reduzir uma vida já longa de lei-turas a um livro. De facto, idades diferentes gosta-ram de obras e autores distintos. No entanto, houve autores que mar-caram a minha adolescên-cia como León Tolstói com “Guerra e Paz” e “Ana Ka-renina” ou, de uma forma muito peculiar, os roman-ces de Eça de Queirós, Ca-milo castelo Branco, Júlio Dinis e a sua “Morgadi-nha dos Canaviais”, en-tre outros. Mais tarde fui descobrindo outros gran-des autores como Faulk-ner, Hemingway… Difícil é enumerá-los por serem tantos. Atualmente, para além dos escritores por-tugueses mais conheci-dos, os meus interesses vão muito para os novos escritores de expressão portuguesa como João Tordo, José Luís Peixoto, Valter Hugo Mãe…Este último aconselho a sua leitura não só pela capaci-dade de imaginar mas, ao mesmo tempo, de mos-trar e construir situações e personagens que tradu-zem alguns dos dramas dos seres humanos.

A opinião dos alunos so-bre o Contrato de Leitura

Encontro – O contrato de leitura é “seca” ou é mesmo motivador para a leitura?

Tânia Alves 12CT1 - O contrato de leitura é mo-tivador, se os requisitos

que exigem forem livres, ou seja, se nos derem a liberdade de escolher um livro de que gostamos e não um livro que esteja na lista, pois restringe as escolhas.

Tiago Sousa 12CT – Na minha opinião o contrato de leitura é importante. Eu, pessoalmente, só leio, sendo obrigado. Cada vez que leio um livro para a disciplina, percebo o quão importante a leitura é para o meu vocabulário e para melhorar a própria leitura.

Encontro – Quantos li-vros lês por ano? Fala do último que leste.

Tânia Alves - Leio com re-gularidade, 4 ou 5 ou até mais por ano. Não costu-mam ser muito grandes, apenas um ou outro. O último que li falava de fic-ção científica, romance. Era um dos muitos temas atuais nesse campo, que fala acerca de um anjo caído que se apaixona por uma humana. Foi uma boa obra!

Tiago Sousa - Eu leio três livros por ano, para o contrato de leitura. O último que li foi mesmo Os Maias. Achei um li-vro interessante, não só por ser um livro sobre um “romance”, mas tam-bém porque as críticas que nele estão presentes são muito interessantes e muito pertinentes nos dias de hoje.

COMO É QUE VAMOS DE LEITURA COMO NASCE O GOSTO PELA LEITURA?

Por vezes, pensamos que a leitura é aborrecida e até achamos que é uma perda de tempo, pois po-deríamos fazer algo mais interessante durante es-ses momentos. Mas, afi-nal de contas, por que é que ler é divertido?

Em primeiro lugar, na minha opinião, devemos escolher um livro relacio-nado com uma área de que nós gostemos. Assim, será meio caminho anda-do para nos debruçarmos mais na leitura. Se gos-tamos de uma área mais realista, devemos esco-lher um livro desse âm-bito, se gostamos de uma área de ficção, devemos escolher um livro relacio-nado com esse tema.

A partir daqui, é só co-meçar a ler, a ler, a ler, … Quando dermos conta, já andamos pela rua, na escola, em casa, senta-dos num banco de jardim ou até na igreja (quando não nos apetece ouvir o padre) a ler; viciados na leitura, pois queremos sempre saber o que virá na página seguinte.

E qual é a vantagem dos livros? A leitura de um li-vro oferece-nos a oportu-nidade de imaginarmos, à nossa maneira, com base no que está escrito, muitas coisas: as perso-nagens, os espaços envol-ventes, etc., ao contrário de muitos outros meios, como, por exemplo, os filmes, em que estamos formatados ao que obser-vamos, não dando mar-gem à nossa imaginação.

Para além disso, enquan-to lemos, podemos viajar, encontrar novos mundos, conhecer novas formas de pensar, tornando o momento em que esta-mos a ler especial. Assim, por instantes, esquece-mos as nossas preocupa-ções e entramos noutro mundo, do qual, muitas vezes, nem nos dá vonta-de de sair.

Também, os hábitos de leitura apresentam um grande peso na nossa for-mação, dado que, através deles, temos acesso a in-formações que abrangem várias áreas e várias ma-térias, ao mesmo tempo que enriquecem o nosso vocabulário, por termos contacto com novas pala-vras, novas expressões.

Deste modo, do meu pon-to de vista, é tudo isto que leva a que uma pes-soa acabe por se apaixo-nar pela leitura, de forma a querer ler mais, e mais, e mais.

Para isso, é necessário apenas descobrir esse nosso gosto que está es-condido em cada um de nós. Até poderá parecer estranho como é que al-guém poderá ficar tão atraída pelo ato de ler, assim, repentinamente, mas é pura verdade!

Experimentem esta recei-ta. Vão ver que não se irão arrepender!

João Pedro Nunes Alves Pinto,11CT2

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SUGESTÕES DE LEITURA

Título do livro: A Rapariga Que Roubava Livros

Autor: Markus Zusak

A Rapariga que Roubava Livros retrata a história da vida de uma menina que cresceu na Alemanha, du-rante a Segunda Guerra Mundial. A infância e a adolescência de Liesel são contadas pela perspetiva da Morte, demonstrando o estilo de vida da época e transmitindo todas as emoções e dificuldades de viver em plena Muni-que durante um período tão complicado da histó-ria alemã e mundial, de um modo muito realista. Tendo conquistado boas críticas de alguns dos maiores especialistas a nível mundial, a obra de Markus Zusak é um óti-mo livro, escrito de forma excecional, que conta já com adaptação ao cine-ma.

Título do Livro: A Cabana do Pai Tomás

Autor: Harriet Beecher Stome

Um dos clássicos mais conhecidos de sempre, A Cabana do Pai Tomás é muito mais do que um livro sobre escravatura. Ao longo da história, so-mos confrontados com a dura realidade de se viver como propriedade de alguém e de não se ter voz ou opinião própria. A história de Pai Tomás, que tem já 200 anos, fala sobre a vida vista do lado dos escravos, a sua falta de direitos e liberdade, e todos os aspetos de se ser considerado um objeto. Mas, apesar de tudo, fá-lo na perspetiva positiva de Tomás, que encara a vida de uma forma muito di-ferente dos outros escra-vos, e que é inspiração e conselheiro dos que o ro-deavam. Uma obra muito bem escrita, que nos re-mete para uma das épo-cas mais embaraçosas da Humanidade, e que con-quistou leitores por todo o mundo.

Sofia Macedo – 10CT2 GLOBALIZAÇÃO NÃO GLOBALGlobalização? Que ter-mo tão interessante. Mas será assim tão maravilho-so como dizem ou con-siste apenas num termo ilusório?

A globalização define-se num conjunto de trans-formações políticas e económicas que visam a integração dos mercados numa “aldeia-global”, explorada pelas grandes corporações internacio-nais, consideradas os grandes donos do mundo. Mas serão estas multina-cionais apenas donos do mundo? Pois bem, estas grandes empresas não só são donos do mundo como, para além de tudo isso, são donos de todos nós. É triste. É triste e la-mentável deixarmo-nos “governar” e influenciar por um capitalismo sel-vagem que tem em vista apenas a obtenção de lu-cros e que mesmo assim continuamos a apoiar e a achar que é uma coisa muito boa, quer para nós, quer para o nosso país.

De certa forma, a globa-lização é uma coisa boa sim, no entanto, no meio de tantas vantagens, tam-bém se encontram inú-meras desvantagens mas que parece cegar toda a gente pois ninguém pare-ce tê-las em conta.

É certo que a globalização promove um desenvolvimento tecnológico, aumentando o crescimento económico, o desenvolvimento humano e a interligação de diferentes povos e culturas. No entan-to, é urgente serem adotadas medidas para criar um processo de globalização justo, que vise os valores universais e procure a importância dos direitos humanos tanto ou mais como visa a importância da conquista de grandes capitais. A globalização é um pro-cesso fascinante, que abre novas esperanças

de progresso para a hu-manidade mas que usada e abusada desta forma, fecha qualquer tipo de esperança ao desenvol-vimento mundial e hu-mano. Se por um lado a globalização diminui as distâncias espaciais, por outro lado aumenta mui-to mais as distâncias afe-tivas, contribuindo para o agravar das desigualda-des sociais e assimetrias económicas. Se o concei-to de globalização procu-rava a unificação, nos dias de hoje encontra-se mui-to longe disso.

No meu ponto de vista, a promessa de que a globa-lização traz paz, igualda-de, liberdade e bem-estar para todos, não passa de “ilusões”, mas como vi-vemos num mundo ven-cido pelo consumismo, violência, discordância e desequilíbrio, todos acre-ditam nisso. Submisso é o adjetivo ideal para carac-terizar o povo português. Se nos baixam os salários ou aumenta o desem-prego, pouco ou nada dizemos e se nos tiram direitos, agimos como se nunca os tivéssemos tido. E quanto aos países de terceiro mundo? Meu deus, que falta de hu-mildade têm para com estes povos. É desuma-no como se exploram e tratam pessoas como se nada valessem, pois se os países menos desen-volvidos buscam apoio naqueles mais desen-volvidos, estes por sua vez veem isso como uma oportunidade para os ex-plorar economicamente. É a isto que chamam glo-balização?! Os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres?! Que miséria de pensa-mento e escassez de co-nhecimento temos nós. Não, não me alio a este processo que muito pou-co ou nada muda a inte-gridade humana, pois um ser íntegro não se vende por situações momen-tâneas nem deixa que a sua moral tenha preço. Não posso dizer que seja totalmente contra pois

se vivemos num mundo repleto de comunicação, tecnologia e desenvolvi-mento, devemo-lo muito à globalização. Ainda as-sim, precisamos de um mundo mais transparen-te, que não se deixe atrair e levar pelo doce sabor do dinheiro.

A “cegueira” deste povo fez com que a sua pobre-za e ilusão de um mundo melhor, servisse apenas para o enriquecimento das grandes empresas. Mas é certo que tudo isto não passa de um mundo utópico, pois por este an-dar, não sairemos disso mesmo. Contudo, como uma nação que somos, devemos unir-nos e pro-curar naqueles que nada nos dão, respostas para o porquê de tudo aquilo que nos tiram.

Margarida Machado, 12ºLH2

GLOBALIZAÇÃO VS

PROSPERIDADEA globalização, nestes úl-timos anos, tem vindo a ser um fenómeno cada vez mais comum. Mas o que é a globalização? Não tendo uma definição con-creta, caracteriza-se es-sencialmente pelo rápido acesso à informação por toda a parte doa difusão de culturas, hábitos, etc. É mais fácil agora partilhar opiniões e gostos, e difundi-los. Um exemplo disso é a moda.

A globalização faz-se em três domínios: económi-co, político e cultural, com vantagens em todos eles. Começando pelo econó-mico, a vantagem é clara: a fácil transação de ca-pital, sem muitos ou ne-nhuns impedimentos; no domínio político, é possí-vel agora realizar congres-sos e reuniões entre os principais intendentes de modo a apaziguar as de-sigualdades sociais e eco-nómicas. Culturalmente falando, damos um pou-co da nossa cultura e re-

cebemos outro tanto de outras. Mas serão só van-tagens neste mundo glo-balizado?

Apesar de todas estas vantagens, as desvanta-gens sobrepõem-se, tan-to em número como em impacto no mundo. Com este grande processo crescente, num mundo em que vigora o capita-lismo, que tem por base o dinheiro, as pessoas conduzem todos os seus interesses e ações com a finalidade de obter lucro, só se preocupando com o seu próprio bem-estar. Para a obtenção de lu-cro, fundam empresas, que vão crescendo expo-nencialmente através das privatizações: tornam pri-vado tudo o que podem, “invadindo” completa-mente um país, como o sucedido já neste século, na Argentina. É difícil de acreditar que se tenha ta-manha sede de lucro, que se comece, consciente-mente, a contribuir para a ruina de um país; estas situações levam ao au-mento das desigualdades, em que os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres.

A nível cultural, a situação não apresenta melho-rias. Cada vez mais, com a difusão das culturas e hábitos, as pessoas estão padronizadas: os hábitos são propagados de e para todo o mundo, o que faz com que se vá perdendo um pouco os seus pró-prios hábitos, e conse-quentemente a sua cultu-ra. A maior desvantagem desta globalização socio-cultural é o que se chama de domínio intelectual. A maior parte das nossas fontes de informação, tal como o rádio e a televi-são, são controlados por grandes empresas, que têm sob controlo o que vemos e ouvimos; quase como que escolhem ao que podemos ou não ter acesso.

A globalização económica também não fica atrás em desvantagens. Com a fácil

GLOBALIZAÇÃO

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VIVER NUM MUN-DO GLOBALIZADO

Nesta “era global’ con-temporânea em que a interação e integração entre as pessoas, empresas e governos de diferentes nações, bem como o rápido acesso a produtos, informações e pessoas, é vista como uma mais-valia, a globa-lização é suscetível a vá-rios e muito contrastados pontos de vista, quer se-jam orientações políticas, crenças religiosas ou con-siderações económicas. A verdade é que sem a ex-portação global de um sis-tema capitalista, a globali-zação não seria assim tão

pronunciada no nosso dia a dia, pois é este capitalis-mo exacerbado que nos oferece a variedade e fácil acesso aos produtos que compramos para viver ou, em muitos casos, vivemos para comprar; que nos inunda com informação preciosa e nos afoga no vácuo quando nos fazem chegar aos ouvidos os últimos desconsolos amo-rosos das Kardashians. É este cânone de civiliza-ção, envolvido num podre sistema monetário que tomamos como único, o motor comum das três distintas vertentes da glo-balização, bem como do globo propriamente dito, pois é inevitavelmente o dinheiro e o seu fluxo, concentrado numa mi-noria corporativa, que

A POPULAÇÃO E OS RECURSOS MARÍTI-MOSHoje em dia, temos assis-tido ao desaparecimento de recursos naturais e a alterações preocupantes do meio ambiente.

A pesca em Portugal tem vindo a diminuir, devido à sobre-exploração de recursos como a ativida-de piscatória excessiva,

dita o destino de nações inteiras. Com marionetas em fatiotas que, entre discursos de esperança e prosperidade, nos jogam na miséria; com organi-zações internacionais que nos estendem a mão em situações difíceis, somen-te para esbofetear a face subnutrida e desconten-te do povo; seja quando nos deixam às escuras, cada vez que ligamos a luz intermitente do tele-visor para ver o noticiá-rio, seja com futebol em horário nobre, ou quando nos enganam com títulos sonantes em tablóides e, de certa forma, nos ‘ven-dem’ um propósito, à nossa vida, com anúncios

inesgotáveis. São eles que mexem as peças do mo-nopólio implacavelmen-te, derrubando qualquer opositor, não olhando a meios, contornando re-gras e abalroando valores morais, num jogo em que só uma parte sai vence-dora. Todos os outros, falidos, assemelhando-se ao panorama geral em que vivemos, em que as desigualdades sociais e económicas são cada vez mais pronunciadas, quer sejam as ruas ou a linha equatorial a decalcar a si-nuosa folga entre a misé-ria e o luxo, em que bair-ros de lata coexistem com condomínios privados, num mundo tão dito civi-lizado, mas onde imobiliá-rios são liquidados aos mi-lhões enquanto milhões

dormem nas ruas. Entre empréstimos irrepará-veis, desvalorizações mo-netárias e consequentes privatizações, vejo cala-do, como todos os outros, nações serem mergulha-das em dívidas abismais, a venderem as suas mais valiosas riquezas natu-rais a preço de restolho em troca de algum folgo, curto, instante e em nada recompensador. Vejo compatriotas serem em-purrados além fronteiras ou explorados a troco de algum peso no bolso, que sustente um teto e umas quantas bocas, enquanto magnatas aposentados ti-ram proveito dessas almi-nhas desenraizadas, que nada fizeram, numa cha-mada democracia, para se alistarem nesta carni-ficina económica. Vejo potências económicas serem enaltecidas até ao mais peculiar pormenor da sua cultura, mesmo deste lado do atlântico, a que fazem chegar através desta corrente do Golfo do século XXI (meios de comunicação) a Guima-rães ou até Cabul, estas novas brisas americanas, quer sejam elas ‘hot’ ou ‘cool’ ou nada ‘nice’; brisas em que elites me-diáticas criam multidões conformadas, invocando hinos de futilidade na rá-dio, empregando no cor-po os últimos gritos da moda, criando legiões de figurinos, num palco glo-bal, envolvido num enre-do muito mais doentio e sujo do que Hollywood nos faz parecer na grande tela. Submetem gerações inteiras a um culto de se-guidores, que respiram o sonho americano, em solo português, substituindo costumes e tradições cen-tenárias por rituais ma-cabros de consumo, mais aprazíveis à vista, mas mais banais na prática. O fado, os jogos populares, os ditados, a gastrono-mia típica perpetuam-se maioritariamente nas al-mas de quem já cá não estará daqui a quinze, vinte anos, deixando-se de dizer os dizeres e de se partilhar a tão ignora-da sabedoria dos nossos avós que leva mais anos que a própria globaliza-ção. Vai-se, enfim, con-sentindo a artificialidade e esta vai abrindo brechas nos mais variados círcu-los culturais em todo o

mundo, levantando uma poeira homogénea sob a nossa identidade cultural. Mas como o diabo não é tão feio quanto eu o pin-to, a globalização tem, também, os seus aspetos positivos, sendo a inter-net o mais destacável nos dias que correm, interli-gando milhões de pessoas numa rede mundial de di-fusão e partilha de ideolo-gias, projetos e de fichei-ros que nos permitem aceder em qualquer pon-to do mundo à mais ten-ra informação em tempo real, ou ainda adormecer as nossas fendas sinápti-cas com autopropaganda de personagens irrelevan-tes nas redes sociais, com citações triviais, obsceni-dades, ou qualquer outra coisa periférica ao que realmente é importante. A globalização fomentou também o alargamento de horizontes culturais e sociais das populações, tornando-as mais escla-recidas desta complexa e miscelânea esfera, quan-to a etnias e culturas que com elas coabitam, das relações que de entre elas resultam, esmore-cendo racismos e xenofo-bias, promovendo valores de igualdade que entoam nos ouvidos de milhões, mas que caem por terra a cada dia que passa. Em suma, a globalização é um fenómeno que tem o potencial de unir os mais variados polos do mundo num só organismo, num holismo em que todos cooperam em prol do bem de todos, numa relação de progresso e prosperi-dade mundial, fenómeno esse que é condicionado pelo meio capitalista em que vivemos, pela ganân-cia destrutiva conduzida por somíticos irracionais, cuja brutalidade humana por eles causada, nada lhes incomoda, ao verem guerras que não lhes per-tencem serem despoleta-das e inocentes mortos, diretamente do conforto de poltronas imaculadas e LCD’s exagerados, em busca de dígitos ou res-mas de papel, que não alimentam famintos, não deslocam refugiados e muito menos contribuem, como cidadão, para a mi-nha qualidade de vida.

Rui da Silva,12LH4

transferência e circulação de dinheiro, as pessoas passam a ter oportuni-dade de depositar o seu dinheiro em “paraísos fiscais”, onde são capa-zes de fugir aos impostos. Como é óbvio, isto só traz vantagens para a própria pessoa, uma vez que os impostos que não estão a ser pagos serviriam para o desenvolvimento do país e melhoria das condições de vida da população. É por casos como estes que não é possível pôr em prática uma das melhores ideias para controlar e di-minuir as desigualdades a nível mundial - a taxa To-bin, que consiste em cada país retribuir com parte dos seus impostos para a ajuda de outros paí-ses, com garantia de que voltariam para o país, se alguma vez fosse neces-sário.

É notório que as vanta-gens da globalização, em cada uma das três ver-tentes, são muitas: des-de o avanço tecnológico, à facilidade de expansão de economias e ao cresci-mento e desenvolvimen-to dos países. Mas ne-nhuma delas se sobrepõe ao aumento de um con-sumismo exagerado, em que nos dias que correm, pouco do que compramos é algo que realmente pre-cisamos. Ou ainda até a perda da cultura e hábitos pessoais, de algo que é nosso, e que ninguém nos pode tirar. Ou ninguém podia, antes de todo este processo se iniciar e do planeta se tornar no que conhecemos hoje.

Ana Gonçalves,12LH1

GLOBALIZAÇÃOultrapassando as quotas impostas pela União Eu-ropeia, à captura ilegal de espécies e à destruição de habitats. A popula-ção portuguesa não tem contribuído para a me-lhor gestão dos recursos marítimos, pois esta tem vindo a poluir as águas do mar e dos rios, atra-vés do lançamento de efluentes nos vários tipos de setores como agrícola, industrial e doméstico. Tem provocado destrui-ção da fauna e da flora, consequência da pressão urbanística.

Para solucionar tais pro-blemas, necessitamos de controlar eficazmente

a nossa Zona Económi-ca Exclusiva, cumprindo as normas estabelecidas pela Política Comum das Pescas e reforçando o patrulhamento da Z.E.E. Ainda para combater a pressão dos recursos ma-rinhos, devemos regulari-zar a atividade piscatória, fiscalizando a pesca (ma-lhagem das redes…), mo-dificar algumas técnicas de pesca entre outras.

Para concluir, devemos apelar à população portu-guesa para ajudar a renta-bilizar o litoral e os recur-sos marítimos através das soluções apresentadas anteriormente.

Tomás, João Piazzon, Rui Pedro, 11LH2

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O CONCEITO DE MOVIMENTO DE ARISTÓTELES A NEWTON

30 Dezembro de 2014

A ILUSÃO DE QUEDA

Imaginemos a seguin-te situação: duas esfe-ras possuem dimensões semelhantes, contudo uma delas é feita de titâ-nio, enquanto a outra é feita de chumbo. Ao se-rem largadas ao mesmo tempo da mesma altura, qual delas atingirá o solo primeiro? Se respondeu que a esfera de chumbo atingiria o solo primeiro, é como a maioria das pes-soas e a sua resposta está errada. Na verdade, as esferas atingem o solo ao mesmo tempo, mas como será isto possível?

Ao responder que a bola de chumbo levaria menos tempo a chegar ao solo, seguiu a crença popular, segundo a qual objetos com maior massa caem mais depressa. Esta era também a teoria de Aris-tóteles, grande filósofo clássico, que acreditava que a velocidade de que-da de um corpo era pro-porcional à sua massa.

No entanto, como já foi indicado, esta teoria está incorreta, tal como Gali-leu, o introdutor do mé-todo experimental na Fí-sica, defendeu. Segundo Galileu, corpos de mas-

sas diferentes atingem o solo ao mesmo tempo, desde que a resistência do ar se possa desprezar. Este movimento de que-da com resistência do ar desprezável é chamado de “queda livre”.

A sua conclusão foi obti-da experimentalmente, ao observar o movimen-to de diferentes esferas em planos com diferentes inclinações, verificando que uma esfera percorria uma distância quatro ve-zes maior em dois segun-dos do que num segundo, provando assim que a dis-tância percorrida a partir do repouso variava com o quadrado do tempo, e que a velocidade da bola ao fim de dois segundos era o dobro da velocida-de ao fim de um segundo, isto é, que a velocidade variava proporcionalmen-te com o tempo. Noutras palavras, a aceleração (variação da velocidade ao londo do tempo) da bola era constante.

Contudo, as teorias de Galileu não foram aceites pela comunidade cíenti-fica da época que se re-cusava a dar validade às suas provas experimen-tais. Apenas no século XVII, Newton conseguiu provar matematicamente a validade do raciocínio de Galileu, e partindo dele criou a três leis que se tornaram um dos ali-cerces da Física Moderna.

Aplicando, então, a 2ª lei de Newton conclui--se que na queda livre, o corpo sofre apenas a ação da força da gravidade, ou seja, a intensidade da re-sultante das forças a atuar no corpo é igual à inten-sidade da força da gravi-dade, deste modo a ace-leração experimentada pelo corpo é a aceleração gravítica, que possui um valor constante de, apro-ximadamente, 9,8 m/s2, à superfície terrestre.

Assim sendo, dado que os corpos partem com a mesma velocidade ini-cial e percorrem a mes-ma distância, conclui-se que atingirão o solo com a mesma velocidade e, portanto, no mesmo ins-tante.

Tiago Rodrigues, 11CT1

SERÁ QUE CORPOS COM MAIOR MASSA CHEGAM

MAIS DEPRESSA AO CHÃO?

Desde sempre até aos dias de hoje, o Homem tenta descobrir como é consti-tuído o mundo, tenta per-ceber como funcionam as coisas e procura estabele-cer regras e as teorias que regem o Universo, desde as estrelas brilhantes até aos movimentos na Terra. Dos fenómenos ocorridos na superfície terrestre, a queda livre dos corpos foi motivo de estudo por parte de vários cientistas e estes formularam várias teorias a seu respeito. O movimento de queda livre é uma particularização do movimento retilíneo uniformemente acelera-do em que a resistência do ar é desprezável. As principais personalidades que se dedicaram ao es-tudo deste movimento foram Aristóteles, Galileu e Newton.

Aristóteles, um gran-de filósofo grego, viveu entre o ano de 384a.C. e 322a.C. Do seu estu-do sobre a queda de um corpo à superfície terres-tre, chegou à conclusão de que a velocidade de queda de um corpo de-pendia da sua massa. Isto é, quanto maior fosse a massa de um corpo maior seria a velocidade atin-gida por ele. Esta teoria foi aceite durante muitos séculos, tanto por Aris-tóteles, como pelos seus seguidores e ainda mui-tas pessoas na atualidade pensam desta forma.

No entanto, cerca de 1900 anos depois, Galileu Galilei, um famoso físi-co e astrónomo italiano, testou a teoria de Aristó-teles. E para isso, conta a lenda, subiu à Torre Pisa e

deixou cair do topo duas balas de canhão de mas-sas diferentes. As balas caíram praticamente ao mesmo tempo. Ou seja, Galileu defendia que a velocidade de queda não dependia da massa do corpo. Para além disso, Galileu revolucionou o método científico e criou um novo método de es-tudo, o método empírico/experimental muito utili-zado ainda hoje.

Para resolver as diver-gências entre as ideias de Aristóteles e Galileu so-bre a queda dos corpos, surge a figura de Isaac Newton. Newton foi um físico e matemático inglês conhecido pelas suas leis da física. A segunda lei de Newton ou a lei fun-damental da dinâmica, publicada em 1687, veio comprovar a teoria de Galileu. Esta lei diz que a resultante das forças apli-cadas num corpo produz nele uma aceleração com a mesma direção e o mes-mo sentido da força resul-tante, e que a resultante das forças é diretamente proporcional à acelera-ção e à massa do corpo. Quer isto dizer que, na queda livre de um corpo (desprezável a resistência do ar), a força resultan-te é o peso do corpo e, por isso, quanto maior a massa do corpo maior é a força resultante. A razão entre estas duas grande-zas mantém-se constan-te, logo a aceleração da gravidade na Terra é igual para todos os corpos. Mas porque é que uma pena demora mais tempo a cair do que uma pedra? Isto acontece porque a resis-tência do ar não pode desprezar-se neste caso, pois tem maior efeito na pena do que na pedra.

Concluindo, o simples mo-vimento de queda de um corpo, como por exemplo a queda de uma moeda ao chão, foi alvo de mui-tos estudos e demorou muitos anos até se chegar a uma resposta plausível. Se ainda continua com dúvidas faça você mesmo a experiência: pegue num berlinde e numa pedra de massas diferentes e deixe cair os corpos à mesma al-tura e no mesmo instante, observe o que acontece.

José Fonseca, 11CT2

A disciplina de Física e Química, no ensino secundário, pretende contribuir para a estru-turação do pensamento científico, indispensá-vel ao conhecimento e compreensão dos fenó-menos físicos/químicos que nos rodeiam. Mas, não menos importante, é compreender como esse conhecimento foi conseguido. Assim, no ensino da Física de décimo primeiro ano, é aliciante recorrer à História da Física, com-parando o conceito de movimento segundo Aristóteles, Galileu e Newton, e constatar que muitos ainda pen-sam como Aristóteles…

Isabel Duarte, professora de Física e Química

MOVIMENTOS DE QUE-DA NA SUPERFÍCIE DA-

TERRA

Pensamento de Aristóte-les, Galileu e Newton

Ao longo dos vários sé-culos, a Física foi sendo enriquecida com novos conhecimentos, devido à formulação de novas teo-rias e à retificação de ou-tras, contribuindo para a criação e evolução desta área científica tão impor-tante na nossa vida, como a conhecemos hoje. Para isso, foi necessário o con-tributo de personalidades tão conhecidas da His-tória, como Aristóteles, Galileu e Newton, cuja paixão pela Física revolu-cionou o mundo através da descoberta do que era desconhecido em relação à Terra e, até mesmo, ao Universo.

A Física, tal como muitos outros ramos do conhe-cimento, começou a ser particularmente estuda-da na Grécia Antiga – ra-zão pela qual a palavra “Física” deriva da palavra grega “physis” que desig-nava “filosofia da natu-reza”. Sendo assim, um dos primeiros e principais pensadores dessa época foi o grego Aristóteles de Estagira (384 a.C. – 322 a.C.), cujo pensamento foi seguido por muitos, durante grande parte da História. Relativamente aos movimentos de que-da na superfície terres-tre, Aristóteles acreditava que se abandonássemos dois corpos de massas di-ferentes de uma mesma altura, o corpo de maior massa chegaria primeiro ao solo, ideia errada que prevalece até aos nossos dias, na mente de grande parte das pessoas, pela intuição.

No entanto, só passados, aproximadamente, vinte séculos, o astrónomo e físico italiano Galileu Ga-lilei (1564 – 1642) refutou

a afirmação de Aristóte-les em relação à queda de dois corpos de massas diferentes. Galileu – co-nhecido por ter sido o in-trodutor do método expe-rimental na ciência, uma vez que nos séculos an-teriores, esta se baseava, principalmente, na obser-vação – após ter subido à famosa Torre Inclinada de Pisa, tal como conta a lenda, e ter largado esfe-ras de massas diferentes à mesma altura, verificou que estas atingiam o solo simultaneamente. Deste modo, esta personalidade deu um grande impulso nesta área, sendo, atual-mente, considerado um dos grandes físicos de toda a História.

Assim, a constatação de Galileu teve uma impor-tância bastante significa-tiva no pensamento de outros físicos de gerações seguintes, nomeadamen-te no de Isaac Newton (1642 – 1727). O inglês, com todas as suas expe-riências, provou que a teoria de Galileu estava correta, mas apenas em situações em que não existe resistência do ar (força contrária ao mo-vimento de um corpo em queda) ou esta é tão reduzida que pode ser desprezada. Para além disso, as leis definidas por Newton, comprovaram, também, que qualquer corpo em queda livre sofre um aumento uni-forme do módulo da sua velocidade até chegar ao solo, devido à atuação da força gravítica exercida pela terra no corpo, ex-perimentando este uma aceleração constante, a qual é igual para todos os corpos nesta condição, à superfície da Terra.

Graças ao trabalho e dedi-cação de todos os físicos referidos anteriormente e ainda de outros, temos acesso a todos os conhe-cimentos com os quais nos deparamos hoje, ten-do a Física e toda a socie-dade ficado a ganhar.

João Pedro Pinto,11 CT2

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Page 31: Encontro edição61 aefh

31Dezembro de 2014

NATAL EM TEM-POS REMOTOS

Qual o Natal com que sempre sonhou? Luzes, cor, emoção, muita festa, e… algum dinheiro para gastar em presentes e ca-bazes? O espírito natalício

ressalta nos nossos cora-ções como uma pipoca a nascer do grão de milho… É natal! Abram a vos-sa caixinha de sonhos e memórias, pois vamos lá guardar mais uma. A festa vai começar!

DESTAQUESVAI ACONTECER NO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS FRANCISCO DE HOLANDA

Muita gente o diz: o natal é a partilha, família reuni-da, amor… e isso suplanta qualquer outro tipo de va-lores que se imponham; na verdade, esta máxima sempre ficou magnífica, espreguiçada no papel, seja no livrinho de histó-rias do neto ou no alma-naque da vovó. Mas será que as pessoas realmente pensarão dessa forma, ou é tudo uma utopia? Será que o dinheiro é o princi-pal promotor da felicida-de e a partir daí tudo ga-nha forma e dá sentido ao natal? Como se a máxima natalícia de tanto espre-guiçar caísse num sono profundo?

Não há dúvida nenhuma. Os media já estão fartos de o referir: estamos em tempo de crise, mas o na-tal avizinha-se… Na verda-de, o Pai Natal vai ter de arranjar outro emprego visto que o mercado dos presentes está negro. É certo que se afiguram maus tempos para o se-nhor das barbas brancas que, não tarda nada, está mendigo. Ou então terá

de emagrecer um pouco para apertar o cinto, as-sim como fez a nossa Po-pota que, visivelmente, está mais magra em re-lação aos primeiros anos de estrelato. Meu amigo! Isto para ser estrela exige sacrifícios! Pobre da nos-sa diva natalícia!

Contudo, muito sincera-mente, acho que esta ima-gem é o retrato mais fiel da sociedade materialista em que vivemos. Onde se viu os ideais natalícios se-rem fama, luxúria e mate-rialidade? Infelizmente é o que vende, em termos de marketing. Porém pen-so que um dos principais objetivos dessa mensa-gem comercial deveria ser a mensagem social que transmite. Ora, esta mensagem é muito pobre e, para além do mais, só deseduca os portugueses. E a Leopoldina? Pouco ou nada se ouve falar dela atualmente. Será que a Popota… Ai meu Deus! Nem quero pensar nessa dura realidade. Porém, eu sei, o instinto animal é algo indomável. E eu

que tinha toda a consi-deração pela senhora. Esse sim, esse é o natal em que eu quero acredi-tar: o espírito que desde há muito tempo se viveu e que em algumas casas mais tradicionais ainda se vive, graças a Deus (que no contexto não poderia ficar melhor...).

Afinal levo-me a chegar à triste conclusão de que a crise que atravessamos não é principalmente uma crise financeira (ain-da que essa seja gravíssi-ma!), mas também uma crise de valores - e que fi-que bem claro para quem possa pensar que estarei a cair em repetição, de certa forma, estes valo-res de que falo, não são valores materiais, mas sim valores imateriais como o da solidariedade e da fraternidade. E se es-ses não existirem, então nem nos adianta sequer celebrar o natal.

Para que nos serve re-ceber uma nota de cem euros (na maioria dos casos, até será uma de

OBSERVAÇÃO/PEDIDO: Apenas se fez destaque de algumas atividades, pela sua proximidade temporal ou pela sua abrangência. Contudo, fazendo uma leitura do Plano Anual de Atividades do Agrupamento para o ano letivo de 2014-2015, cons-tatamos que há um elevado número de atividades e de visitas de estudo progra-madas para o 2º Período. Nós, o ”Encontro”, não podemos estar em todas. Por isso, pedimos aos seus promotores, sobretudo, os das visitas de estudo que nos façam chegar o seu relato com fotografias. Poderão, até, encarregar um aluno para fazer a notícia/reportagem do acontecimento. É uma boa forma de promover uma ati-vidade pedagógica, pois visita de estudo é diversão – é, sobretudo, aprendizagem.

Dia do Diploma e

prémios de mérito

No dia 20 de dezembro, a Direção do Agrupamento de Escolas Francisco de Ho-landa, promove, mais uma vez, a ativida-de “Dia do Diploma e prémios de mérito”. A atividade tem como objetivo proceder à entrega dos diplomas aos alunos que concluíram os diferentes ciclos de ensino (1º ciclo, 2º ciclo, 3º ciclo e Secundário).

Serão, também, entregues os prémios de mérito. A cerimónia será aberta a toda a comunidade educativa.

Carro das Maçãzinhas

No dia 6 de dezembro, para o público em geral, com a coordenação do Departa-mento de Artes do Agrupamento de Es-colas Francisco de Holanda, sairá o Carro das Maçãzinhas, no âmbito das Festas Nicolinas.

14 de Janeiro:

- Recriação histórica da sala de aula no século XIX

- Encontro de gerações: aulas com ex-alunos – histórias de vida, com a coordenação dos Depar-tamentos de História, de Geografia, Economia e Sociedade.

– oO dia da Escola Francisco de Holanda - a Di-reção do Agrupamento de Escolas Francisco de Holanda promove, mais uma, vez em sessão so-lene, a entrega dos Prémios de Mérito Escolar.

De 16 a 20 de março:

SEMANA ABERTA

De janeiro a março

Leitura domiciliária: Requisição de livros /Empréstimo interno em contexto de sala de aula e outras atividades /Leitura presencial, sob a orientação da professora biblio-tecária e professores do 2º e 3º ano do CEB.

janeiro e fevereiro de 2015:

- Campeonato Nacional de Jogos Matemáticos, com a coordenação dos professores Ana Guimarães, Célia Lobo, Helena Ferreira e Má-rio Roque. A final nacional será no dia 6 de abril, em Vila Real.

13 de fevereiro:

Carnaval, peça de teatro dos musiké, sob a coor-denação dos professores titulares do 1º ciclo para os alunos do1º CEB.

Até 10 de fevereiro de 2015:

Concurso “Um conto que contas”, promovido pelas professoras Célia Lobo e Helena Ferreira, aberto à comunidade escolar.

28 de janeiro, sob a orien-tação da coordenadora da Equipa de Educação para a Saúde haverá:

- Comemoração do Dia Mundial da Saúde – caminhada pela cida-de.

- Comemoração do Dia Mundial da Luta contra o Cancro – teste-munhos (palestra).

Dezembro:

- “Cheirinho a Natal” (Decoração/ recriação de motivos de Natal - Ex-posição dos trabalhos apresenta-dos; Decoração da Biblioteca) com a coordenação de professores e equipa da Biblioteca, tendo como público alvo os pais e as crianças JI/1º ciclo /EB1/JI de Santa Luzia e EB1 da Pegada.

- Exposição de livros alusivos ao Natal / Atividades de leitura inter-turmas, uma iniciativa do Museu Alberto Sampaio e ESFH.

15 e 16 de Dezembro (in-tervalos da manhã):

- “Xico Xmas” (música natalícia, venda de doces típicos da época, flasmob NED, recolha de alimen-tos, brinquedos e roupa), sob a coordenação da Associação de Es-tudantes.

De 9 a 13 de dezembro:

Visita aos lares da terceira idade, pelos 1º e 4º do 1ºCEB, sob a orientação dos professores titulares do 1ºe 4º.

10 de dezembro (Dia da Declara-ção dos Direitos Humanos)

Direitos Humanos: um dever a cumprir, com atividades promovidas pela equipa da Biblioteca e Departamento de Econo-mia e Contabilidade.

cinco) como presente (se é que assim lhe poderei chamar), se as notas são todas iguais e dizem to-das o mesmo: “não tive paciência para te comprar nada de jeito, toma lá isto e compra o que quiseres.” Não exprimem nenhuma emoção idealmente na-talícia, do género: “vi isto e lembrei-me logo de ti, sabia perfeitamente que irias gostar, é a tua cara, amo-te…”. É destas puras emoções de que sobre-vive o natal na sua ver-dadeira aceção. Não da indiferença e do desprezo muitas vezes vivido até no seio familiar.

Em jeito de conclusão, gostaria de deixar a to-dos os leitores o seguin-te pensamento: Vamos deixar ver o mundo a ser destruído pela maldade e pela soberba? Ou vamos começar por contribuir um pouco para um novo amanhecer, fazendo do nosso dia a dia um natal constante? Por que não, tu, ou eu, ou nós?

André Marques, 10AV1Calendário Jovem/Editorial Missões - Cucujães

Page 32: Encontro edição61 aefh

UM PEDIDO...

UM APELO

Vamos recor-dar e (re)pen-sar a escola

A Escola Secun-dária Francisco de Holanda, ao longo dos seus 130 anos de existência que celebra, este ano le-tivo, foi um espaço de aprendizagem, de sabedoria e de afetos. Foi e é, tam-bém, um espaço de memória(s). O jor-nal Encontro e, atra-vés dele, a Escola pretende organizar e dar forma a esse espaço de memória. Por isso, apelamos a todos os antigos alunos, professores, assistentes técnicos e assistentes opera-cionais que nos con-tem a sua história de vida escolar. Basta escrever um texto em que exponham a sua experiência de vida na Escola Se-cundária Francisco de Holanda / Escola Comercial e Indus-trial de Guimarães: as suas alegrias, os seus êxitos, episó-dios engraçados que nunca mais esque-ceram, malandri-ces, os namoricos, quiçá proibidos, frustrações, expec-

tativas, o curso que frequentou, a im-portância que esco-la teve para a sua vida pessoal e pro-fissional. Conte-nos como foi. Escreva a sua história. Envie o seu texto para o endereço do jornal do Agrupamento de Escolas Francis-co de Holanda [email protected], até ao dia 28 de fevereiro de 2015. Se não tem acesso à internet, deixe o seu texto na secretaria da Escola.

Vamos fazer uma exposição de memórias

A escola pretende, também, fazer uma exposição com ma-terial escolar que se usava nos anos cinquenta, sessenta e por aí adiante e, também, com traba-lhos escolares feitos nessas décadas do século XX. Vá ao sótão, ao baú. Reco-lha esses materiais e empreste-nos essas suas relíquias que guardou. Ajude-nos a reconstruir o espa-ço escolar do tempo em que foi aluno. Faça chegar as suas recolhas à Direção da Escola Secun-dária Francisco de Holanda, até ao dia 28 de fevereiro de 2015.