Encontro Espírita sobre “a Vida e a Obra de Eurípedes Barsanulfo”

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CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS TEMA: “A Pedagogia de Eurípedes Barsanulfo” Patrono: Eurípedes Barsanulfo 24 o Encontro Espírita sobre “a Vida e a Obra de Eurípedes Barsanulfo”

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Encontro Espírita sobre“a Vida e a Obra de Eurípedes Barsanulfo”

Transcript of Encontro Espírita sobre “a Vida e a Obra de Eurípedes Barsanulfo”

  • CENTRO ESPRITA LON DENIS

    TEMA: A Pedagogia de Eurpedes Barsanulfo

    Patrono: Eurpedes Barsanulfo

    24o Encontro Esprita sobre a Vida e a Obra de Eurpedes Barsanulfo

  • Coordenao Geral: Luzia Ribamar de Carvalho Coordenao Imediata: Selma Vieira dos Santos e colegiado Organizao de Contedo: Equipe de Estudo do Encontro Arte da Capa: Jos Fidlis Diagramao e Finalizao: Depto. Editorial do CELD

    A Terra uma escola de singulares recursos. Compete s criaturas buscar os elementos necessrios sua condio de aprendizes da Lei, que desconhece tergiversaes e fraquezas.

    Eurpedes Barsanulfo

    (Eurpedes o Esprito e o Compromisso Editora Nova Era - 2 Edio.)

  • Casas Espritas que participaro do Encontro:

    Data

    CENTROS Local

    25/maio

    CENTRO ESPRITA LON DENIS Bento Ribeiro Centro Esprita Antonio de Aquino: Magalhes Bastos

    Centro Esprita Irmo Clarncio: Vila da Penha

    Ncleo Esprita Antonio de Aquino: Bangu

    31/maio Centro Esprita Maria de Nazar Nilpolis

    1/jun

    Centro Esprita Abigail: Santa Cruz

    Centro Esprita Casa do Caminho Taquara

    Centro Esprita Ismael: Magalhes Bastos

    Centro Esprita Israel Barcelos Bento Ribeiro

    Centro Esprita Abigail de Lima Madureira

    Ncleo Esprita Rabi da Galileia: Santa Cruz

    8/jun Centro Esprita Eurpedes Barsanulfo Cardoso Moreira

    Centro Esprita Lon Denis Cabo Frio

    22/jun Fraternidade Oficina do Amor: Nova Iguau Centro Esprita Bezerra de Menezes: Duque de Caxias

    29/jun Centro Esprita Chico Xavier Bzios Obra Social Balthazar Casa da Esperana: Nova Sepetiba

  • Temas estudados at a presente data

    1991 Eurpedes Barsanulfo, o homem de bem. 1992 Eurpedes Barsanulfo, o trabalhador na cura (do corpo e do esprito) e na

    educao. 1993 As experincias vivenciadas por Eurpedes Barsanulfo enquanto mdium

    curador, ao longo de sua vida. 1994 Eurpedes Barsanulfo, trabalhador esprita. Um homem de bem. 1995 As presses como elemento criador de Eurpedes Barsanulfo. 1996 Eurpedes Barsanulfo e o amor cristo. 1997 Eurpedes Barsanulfo e a conscincia ntima do ser. 1998 Eurpedes Barsanulfo, o homem total: aspecto do homem do mundo e do

    homem do Cristo. 1999 Eurpedes Barsanulfo e os provveis motivos que o levaram a reencarnar. 2000 Eurpedes Barsanulfo, o homem diante dos fenmenos psquicos. 2001 Eurpedes Barsanulfo, o homem no mundo espiritual. 2002 Eurpedes Barsanulfo e a personalidade dos espritos que o

    acompanharam na sua reencarnao. 2003 Eurpedes Barsanulfo e o Mundo Espiritual. 2004 Eurpedes Barsanulfo e o livre-arbtrio. 2005 Eurpedes Barsanulfo e a reencarnao. 2006 Eurpedes Barsanulfo e a alegria de reencarnar. 2007 Eurpedes Barsanulfo, a reencarnao e as influncias. 2008 Eurpedes Barsanulfo, a reencarnao e a convivncia com os diferentes. 2009 Aprendendo, com Eurpedes, a conviver com os diferentes. 2010 Aprendendo, com Eurpedes Barsanulfo, a amar ao prximo... 2011 Eurpedes, um grande lder. 2012 Eurpedes Barsanulfo, o divulgador da Doutrina Esprita. 2013 - Eurpedes Barsanulfo: O comportamento do Esprita perante as obras

    Crists Sociais e Espritas e o compromisso com as Leis Divinas.

    2014 A PEDAGOGIA DE EURPEDES BARSANULFO

  • Nobre educador

    Ao pensarmos em Eurpedes, O nosso Amigo querido, Sublimes vibraes Invadem o mundo ntimo.

    ***

    Esprito de Escol! Em longos sculos Forjado; Desde cedo demonstrava O Cristianismo aplicado.

    ***

    Na antiga Palestina Ele foi martirizado Por espargir a boa nova, Com seu verbo inflamado.

    ***

    Veio Terra mais uma vez, Em uma tarefa de amor, Evangelizar as ovelhas De Jesus nosso Senhor.

    ***

    Educador emrito! Vida intensa no labor. Esse foi o exemplo Desse nobre professor.

    ***

    Eu fico a imaginar Nosso amigo ministrando, Suas aulas do Evangelho Aos queridos educandos.

    ***

    Olhar fixo no mestre, Mente aberta ao aprendizado, Lgrimas at vertem, Pois esto emocionados.

    ***

    Todo aquele que ama, E que deseja ensinar, As palavras viram flores, Para a vida perfumar.

    Estamos todos na Terra, Em mpar oportunidade, Refazendo os caminhos, Cultivando a bondade.

    ***

    A oportunidade a que me refiro, D especial ateno, Pois justia de Deus, E se chama reencarnao.

    ***

    Este planeta abenoado, uma escola de luz Que tem como governador, Nosso Mestre Jesus.

    ***

    Educao um processo, Que desenvolve a capacidade: Intelectual e moral; Da nossa humanidade.

    ***

    Ao pensar em educao, Vislumbro intensa luz, Iluminando o caminho, Que ao infinito conduz.

    ***

    Educar semear, No campo frtil da mente, Um punhado de Estrelas, Que se torna reluzente. ***

    Mestres de grandes virtudes, Estiveram na Terra em misso. Compe voc essa pliade, Meu caro e nobre irmo. ***

    Rogue benfeitor querido, Ao Divino educador, Que nos fortalea a jornada Ao Supremo Criador.

    ***

    Nosso amigo Eurpedes, um sbio de valor, Pois rene inteligncia, Conhecimento e muito amor.

    ***

    Deixou-nos um legado De devotamento e abnegao, Que est esculpido Em nossa mente e corao.

    Jos Fidlis, setembro de 2013.

  • Objetivo Geral Reconhecer Eurpedes Barsanulfo como educador de espritos.

    Objetivos Especficos

    Refletir as propostas de Eurpedes Barsanulfo no contexto histrico;

    Comparar a pedagogia usada por Eurpedes com a aplicada em sua poca e a atual;

    Identificar nas prticas pedaggicas de Eurpedes a influncia da filosofia esprita, de Rousseau e Pestalozzi;

    Mostrar Eurpedes como educador na vida pblica;

    Estudar como as ideias de Eurpedes se desenvolveram na prtica, no Colgio Allan Kardec e como os alunos as vivenciaram;

    Estimular os encontristas e trabalhadores, para que sejam capa-zes de, na medida de suas possibilidades e a seu modo, tambm trabalharem para produzir o melhor.

  • Tema 1 Introduo

    Conceitos

    Tema 2 A pedagogia de Jesus

    As parbolas

    Tema 3 Eurpedes como iniciador de uma corrente nova de educao

    Como era o ensino na poca As Escolas de Sacramento:

    A Escola primria do Sr. Joaquim Vaz de Melo O Colgio Miranda A Escola da Professora Ana Borges Liceu Sacramentano

    A Formao de Eurpedes A primeira experincia pedaggica esprita no Brasil

    Colgio Allan Kardec Tema 4 A ao pedaggica de Eurpedes

    com os desencarnados

    na mediunidade

    com os incrdulos

    na poltica na famlia

    Concluso Estudo transformao

    E voc, qual a ao pedaggica de Eurpedes em sua vida?

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    Tema 1 Introduo

    O que educao? A educao a arte de formar os homens, isto , a arte de fazer

    surgir os germens das virtudes e reprimir os do vcio; de desenvolver sua inteligncia e dar-lhes a instruo adequada s suas necessidades, enfim, de formar o corpo e de lhe dar a fora e a sade. Em uma palavra, o objetivo da educao consiste no desenvolvimento simultneo das faculdades morais, fsicas e intelectuais. (Plano Proposto para a Melhoria da Educao Pblica Hippolyte Lon Denizard Rivail RJ. CELD, 1. ed., pg. 11.)

    atravs da educao que as geraes se transformam e se aperfeioam. Para se ter uma sociedade nova preciso homens novos. Por isso, a educao desde a infncia de uma importncia capital. (Depois da Morte Lon Denis Cap. LIV. RJ. CELD, 1. ed., pg. 463.)

    (...) H um elemento que quase no se faz pesar na balana e sem o qual a cincia econmica no passa de uma teoria: a educao; no, a educao intelectual, mas a educao moral; tampouco a educao moral, atravs dos livros, mas a que consiste na arte de formar os caracteres, a que incute hbitos, pois a educao o conjunto dos hbitos adquiridos... Quando esta arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem ter, no mundo, hbitos de ordem e de previdncia, para si mesmo e para os seus, de respeito pelo que respeitvel, hbitos que lhe permitiro atravessar menos penosamente os inevitveis maus dias. A desordem e a imprevidncia so duas chagas que s uma educao bem compreendida pode curar; a est o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, a garantia da segurana de todos. (O Livro dos Espritos Allan Kardec Pergunta 685, Nota de Kardec.)

    (...) A educao, se for bem compreendida, a chave do progresso moral; quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se conhece a de manejar as inteligncias, poder-se- corrigi-los, como se orienta o crescimento de plantas novas; esta arte, porm, requer muito tato, muita experincia e uma profunda observao; um grave erro acreditar que baste ter conhecimento, para exerc-la com proveito. (O Livro dos Espritos. Pergunta 917.)

    O que Pedagogia?

    Pedagogia, (s.f.) Teoria da Educao; conjunto de doutrinas e princpios que visam a um programa de ao; estudo dos ideais da Educao, segundo uma determinada concepo de vida, e dos meios

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    (processos e tcnicas) mais eficientes para realiz-los. (Dicionrio da Lngua Portuguesa Aurlio Buarque de Holanda)

    A Pedagogia uma teoria prtica, ou seja, uma teoria que tem por objeto refletir sobre os sistemas e os processos da educao, visando apreciar a sua validade e por esse meio esclarecer e dirigir a ao dos educadores. (Pedagogia Esprita J. Herculano Pires Campinas, SP. 11. ed. Editora Paidia, 2008 pg. 155)

    O que podemos entender por Pedagogia Esprita?

    (...) Se Deus, nos seus desgnios, vos fez nascer em um meio onde pudestes desenvolver vossa inteligncia, porque quis que fizsseis uso dela para o bem de todos; uma misso que Ele vos d, colocando em vossas mos o instrumento com a ajuda do qual podeis desenvolver as inteligncias retardatrias, ao vosso redor, e conduzi-las a Deus. A natureza do instrumento no torna patente o uso que dele se deve fazer? (Ferdinando, esprito protetor. O Evangelho Segundo o Espiritismo Allan Kardec Cap. VII, item 13.)

    O objeto da cincia esprita o Esprito (que pode estar encarnado, constituindo-se uma pessoa humana com o corpo e alma) ou desen-carnado, que j perdeu o corpo fsico e precisa para manifestar-se a ns encarnados. (Pedagogia Esprita Dora Incontri Editora Comenius. 1. ed., 2004. pg. 29.)

    O Livro dos Espritos no apenas um repositrio de informaes a servio da Didtica Esprita. tambm um manual de aperfeioamento humano que culmina na sua ltima parte, dedicada s leis morais. Nesse sentido a estrutura da obra clara: parte da questo da existncia de Deus,

    Todos que falam sobre Doutrina Esprita, sabem que o foco o de ensinar, o de educar o esprito. A tarefa de vocs s existe porque muitos se dispem a educar-se como espritos imortais e se assim compor-tarem-se faro sempre um trabalho que ultrapassar os limites espe-rados, pois estaro servindo e incutindo no outro a vontade de aprender como homens e como espritos imortais.

    (Victor Mensagem psicografada pelo mdium Mrio Coelho, em 11/12/2013.)

    O Espiritismo possui a chave para o problema, educando o homem, moral e espiritualmente, auxiliando-o a sair da faixa dos instintos para os sentimentos e destes para a razo.

    Eurpedes Barsanulfo (Pginas Elucidativas Organizao de Washington Luiz Nogueira Fernandes 1. ed. Minas Editora Lio 2.)

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    examina o problema da Criao, situa o homem no contexto universal, demonstra a sua natureza espiritual e no sujeita destruio da morte, investiga o mundo de aps morte, revela a lei de reencarnao progressiva e teolgica, estuda as relaes dos espritos com os homens, descobre a lei de adorao e explica o seu desenvolvimento, trata das penas e recom-pensas futuras e aponta Jesus como modelo da perfeio humana, dando Humanidade a educao integral de que ela necessita.

    O Livro dos Espritos , pois, um manual de Educao Integral oferecido Humanidade para a sua formao moral e espiritual na Escola da Terra. (Pedagogia Esprita J. Herculano Pires pg. 135 a 137.)

    Os novos horizontes que o Espiritismo abre, fazem ver as coisas de maneira diferente; sendo seu objetivo o progresso moral da Humanidade, forosamente dever levar a luz sobre a sria questo da educao moral, fonte primeira da moralizao das massas. Um dia compreender-se- que esse ramo da educao tem seus princpios, suas regras, como a educao intelectual, em uma palavra, que uma verdadeira cincia; um dia, talvez, se impor a toda me de famlia a obrigao de possuir esses conhecimentos, como se impe

    ao advogado a de conhecer o Direito. (Revista Esprita fevereiro 1864 Allan Kardec.)

    Cabe educao combater essas ms tendncias; ela o far, eficazmente, quando estiver baseada no estudo aprofundado da natureza moral do homem. Pelo conhecimento das leis que regem esta natureza moral, chegar-se- a modific-la, como se modifica a inteligncia, pela instruo, e o temperamento, pela higiene.

    (O Livro dos Espritos Pergunta 872.)

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    Tema 2 A pedagogia de Jesus

    Nas parbolas, Jesus utilizava a linguagem que o povo conhecia, situaes vivenciadas pelos judeus; representavam suas aspiraes imediatas, nas quais Jesus acrescentava o ensino moral.

    Seus ensinos tm um toque de autoridade (Eu sou o caminho, a verdade e a vida, todo o poder me foi concedido). Mas exerce com

    suavidade a sua autoridade. Res-ponde com bondade aos contradi-tores de boa-f e com energia aos que querem combat-lo. (Pedagogia Esprita J. Herculano Pires pg. 115.)

    Jesus possui todas as quali-dades do educador perfeito. Os recur-sos pedaggicos de que se serve conduzem o educando, com feliz e profunda alegria, verdade essencial dos seus ensinos. Por isso, pde

    sacudir e despertar a conscincia adormecida do seu prprio povo, asfixiado sob o peso excessivo da lei mosaica e da poltica imperialista da poca.

    Qual o tipo mais perfeito que Deus tenha oferecido ao homem, para lhe servir de guia e de modelo?

    Vede Jesus. Jesus para o homem o tipo da perfeio moral a que a

    Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou a mais pura expresso de sua Lei, porque ele era animado pelo Esprito Divino e o ser mais puro de todos os que apareceram na Terra. (O Livro dos Espritos, pergunta 625.)

    Eu lhes falo por parbolas, porque eles no esto em condies de compreender certas coisas; eles veem, olham, ouvem, mas no entendem. Dizer-lhes tudo, portanto, seria intil no momento; mas, para vs, eu o digo, porque vos foi dado compreender esses mistrios. Ele procedia com o povo como se faz com as crianas, cujas ideias ainda no esto desenvolvidas. Dessa maneira ele indica o verdadeiro sentido das palavras: No se coloca a candeia debaixo do alqueire, mas sobre o candeeiro, a fim de que todos aqueles que entrem possam ver a sua luz. Essa sentena no significa que se deve revelar inconsideradamente todas as coisas; todo ensinamento deve ser proporcional inteligncia daquele a quem ele se dirige, visto que h pessoas a quem uma luz muito viva deslumbraria, sem as esclarecer. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXIV, item 4.)

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    Os ensinos de Jesus so sempre adaptados aos ouvintes. Ele pronuncia as suas palavras de forma compreensvel para todos, sempre nas ocasies mais oportunas. Recorre frequentemente s imagens e parbolas, dando maior plasticidade s suas ideias.

    Algumas interpretaes dos ensinamentos que Jesus nos trouxe atravs das Parbolas:

    Os talentos Mostra aos homens que pelo esforo prprio e pelas lutas conseguiro subir e elevar-se na escala evolutiva.

    O bom samaritano Ressalta o sentimento fraterno e a prtica do Bem, como padro da verdadeira f, isenta de todo laivo sectarista.

    O filho prdigo; A ovelha desgarrada e A dracma perdida Ensinam a unidade do destino que o Pai Celestial, em seu amor, concebeu e reserva a todos os seus filhos dentro da lei do arrependimento, da confisso de culpa e do propsito de emendar-se.

    Os trabalhadores da vinha Confirma que a evoluo do Esprito depende mais de operosidade e diligncia do que propriamente do tempo, e que o valor das obras resulta de sua perfeio e no do seu volume.

    Mordomo infiel Demonstra que os bens terrenos so temporais; no se constituindo propriedade dos homens, sero apenas usufrudos por eles, no decurso de cada uma de suas existn-cias, sob partilhamento social.

    A Pedagogia do Mestre tambm gradual. No cai jamais em precipitaes que possam fazer malograr o aprendizado. Semeia e espera que as sementes germinem e frutifiquem (Pedagogia Esprita J. Herculano Pires pg.115.)

    O nico adjetivo que Jesus no descartava, era o de Mestre, sabia ser esta sua misso, pois mestre aquele que ensina. Bom Mestre, que bem devo fazer para adquirir a vida eterna? Jesus lhe respondeu: Por que me chamas de bom? Apenas Deus bom. (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVI, item 2.)

    Mestre, esta mulher foi surpreendida em adultrio, ora, Moiss nos ordenou, na Lei, apedrejar as adlteras. Qual , pois, a vossa opinio sobre isso? (O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. X, item 12.)

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    Tema 3 Eurpedes como iniciador de uma corrente nova de educao

    Como era o ensino na poca? Considerava o contedo dos livros como o produto da aprendizagem

    que deveria ser dominado. Estudavam-se (de memria) lies ou pores reduzidas desse contedo, para repeti-las, depois, diante do mestre. Essa acumulao de informaes no esprito o que Mc Murray ridicularizou com o nome de: educao de geladeira o aluno aprende pela experincia, mas no aprende a experincia.

    Numa fase em que a palmatria era voz mais que ativa, no ambiente escolar, dominando as mais difceis situaes, mas, afastando mais e mais o aluno do professor.

    As escolas no recebiam alunos dos dois sexos. Ou era somente para o sexo masculino ou para o sexo feminino.

    Os castigos eram de humilhao e constrangimentos para os alunos; nem todos tinham condies de frequentar uma escola.

    As Escolas que Sacramento oferecia:

    Escola primria do Sr. Joaquim Vaz de Melo (Sr. Tatinho), onde Eurpedes aprendeu a ler e a contar rapidamente.

    O Colgio Miranda O Caraa chega a Sacramento Em 1889, inaugura-se em Sacramento uma fase para a populao

    estudantil, o Colgio Miranda. Verdadeira elite de inteligncia, atravs do eminente Prof. Miranda e de seu coadjutor Prof. Incio Gomes de Melo, ambos com brilhante estgio no Caraa e em outros colgios da poca. (O Homem e a Misso Corina Novelino Araras, SP: IDE, 18. ed., 2007. pg.31.)

    Com duas modalidades, regime interno e externo, o objetivo da Instituio era a formao de jovens do sexo masculino.

    Tal como no rigoroso educandrio de Mariana, o Miranda adotava castigos fsicos como a palmatria em sua conduta disciplinar.

    Eurpedes ingressa no Colgio Miranda em 1889, aos 9 anos, e l permanece at 1901, aproximadamente, quando o prprio Professor Miranda recomenda ao Sr. Mogico, que encaminhe seu filho a um curso superior, pois eles no tm mais nada a ensinar a Eurpedes.

    Durante os anos que l passou, foi sempre destacada a sua aplicao e sua participao nos eventos culturais e cvicos. Logo tornou-se assistente dos professores, assumindo monitorias e dando incio sua vida de educador.

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    Escola da Professora Ana Borges Em 1895, a Cmara Municipal de Sacramento, promulgava a 20 de

    setembro uma lei (no 29) que incentivava a criao de um educandrio, em regime de internato e externato, para a difuso da instruo do sexo feminino. (Eurpedes Barsanulfo. Um Educador de vanguarda na primeira repblica Alessandro Csar Bigheto Editora Comenius 1. ed pg. 199.)

    No seu artigo 1o, era anunciada a concesso de um auxlio mensal de duzentos mil ris ou dois contos e quatrocentos mil ris anuais a uma senhora idnea que ministrasse, (...) alm do curso primrio, Portugus, Francs, Geografia, Aritmtica, Canto, Msica, Piano e Trabalhos Manuais, isto , de agulha, de bastidor, bordados, flores... A contrapartida seria o aceite gratuito de at quinze alunos externos pobres encaminhados pelo Agente Executivo (espcie de prefeito da poca).

    Liceu Sacramentano Em 31 de janeiro de 1902 fundava-se o Liceu Sacramentano, sob o

    calor do entusiasmo e das esperanas do povo. Eurpedes Barsanulfo, aps ter abandonado o sonho de fazer

    Medicina, coloca em prtica um outro ideal que foi fundar com outros professores o Liceu Sacramentano, supe-se, numa espcie de coope-rativa. A iniciativa de abrir o colgio foi de Eurpedes Barsanulfo.

    Eurpedes fora o abalizado construtor da iniciativa. Teve ele o cuidado de cercar-se de competente equipe de coadjutores, convidando o que havia de mais capacitado, na poca, na cidade, para compor o quadro de scios da nova entidade educacional.

    O Liceu Sacramentano crescia no conceito geral e no tardou para que a fama do trabalho honesto e consciencioso, que ali se desenvolvia, a favor da Educao, transpusesse as fronteiras de inmeras cidades do Brasil Central, que enviaram seus filhos para estudar em Sacramento. (O Homem e a Misso Corina Novelino pg. 59.)

    O jovem professor do Liceu Sacramentano, mesmo antes de conhecer as luzes do Espiritismo, j se agasalhava na fonte sublime do sentimento guiando-se por elevada compreenso inata dos problemas do Esprito, que o haveria de inspirar na jornada norteadora, sempre leal ao ministrio de Amor, que Jesus lhe confiou. (Idem, pg. 59.)

    Na primeira dcada do sculo, j caracterizava seus processos de aprendizagem, estimulando, guiando, dirigindo, orientando o ensino, tal como preceituam os atuais pedagogos. (Idem, pg. 60.)

    Mestre abnegado era profundamente estimado pelos discpulos e pelos familiares dos mesmos.

    Transmitia o elevado gosto pela Arte sria. Pois via na expresso dramtica um dos fatores sugestivos da moralizao do meio, atravs dos processos psicolgicos da imitao, que sempre levam o espectador identificao com os personagens.

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    Com motivaes de Eurpedes, os alunos, criaram um servio de assistncia Sociedade dos Amiguinhos dos Pobres, que se destinava a promover leiles semanais com prendas doadas, cuja renda aplicava-se aos socorros mais urgentes a necessitados assistncia com gneros alimentcios de primeira necessidade, agasalhos, enterros de indigentes.

    A Formao de Eurpedes

    Eurpedes Barsanulfo nunca deixou os livros, mesmo pequeno, mesmo quando seu Mogico, seu pai, foi transferido para Cip (uma pequena cidade prxima a Sacra-mento), e no tinha escola e, ele prosseguiu seus estudos com o pai, que, nas horas vagas, transmitia-lhe lies de Aritmtica e Lngua Portu-guesa.

    Eurpedes Barsanulfo no possua curso superior. Era autodidata. Lia avidamente sobre os mais diversos assuntos. As leituras acordavam em seu ntimo o Esprito culto e nobre que era possuidor. Anos antes lera com grande interesse os livros sobre assuntos mdicos do Dr. Onofre Ribeiro que passara uma temporada como hspede da famlia Mogico. Seu objetivo era a cura de sua me.

    Foi um dos fundadores do Grmio Dramtico de Sacramento (com 12 ou 13 anos) Foi tambm cofundador da Gazeta de Sacramento, o primeiro jornal da cidade.

    Estudou Homeopatia nos livros de Sr. Ormnio, no incio, procurando a cura para sua me.

    "Graas sua inteligncia privilegiada e ao seu prprio esforo, chegou a possuir tal cultura, que os seus bigrafos a consideram verdadeiramente assombrosa. Tinha profundos e largos conhecimentos de Medicina e Direito. Dissertava sobre astronomia, filosofia, matemtica, cincias fsicas e naturais, literatura, com a mais extraordinria segurana, sem possuir nenhum diploma de escola superior." (Grandes Espritas do Brasil Zus Wantuil FEB.)

    Fora um proslito, talvez sem que desse por tal, de Plato, de Kant, de Spencer ou de Pestalozzi.

    E Eurpedes, detentor de grande sabedoria, compreendeu desde cedo o porqu da importncia do mestre; do que educa, do que ensina: que o outro.

    (Victor Mensagem psicografada pelo mdium Mrio Coelho, em 11/12/2013.)

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    Com Plato o fundador da Pedagogia buscava o preparo fsico dos educandos como um dos princpios ativos de sade corporal, indispensvel ao equilbrio da mente.

    Dava aos discpulos o exemplo de uma vida pura e de uma atividade incansvel, em busca da Perfeio, em todos os ngulos do cotidiano, personificando os fundamentos de Kant, segundo os quais, a Obra da educao apontada como o desenvolvimento do indivduo em toda perfeio de que suscetvel. De Spencer, Eurpedes tomara a aplicao consciente desta frmula conceitual: O fim da Educao o preparo para a vida completa. (O Homem e a Misso Corina Novelino pg. 58 e 59.)

    Na obra Tormentos da Obsesso, de Manoel Philomeno de Miranda, pela psicografia de Divaldo Pereira Franco, temos a informao de que Eurpedes, em anterior encarnao nasceu em Zurique, no ano de 1741, com o nome de Johann Kaspar Lavater, tendo sido amigo pessoal de Pestalozzi quando frequentaram a Sociedade Helvtica. Lavater foi filsofo, poeta e telogo suo, entusiasta do magnetismo animal.

    A Converso de Eurpedes Barsanulfo ao Espiritismo Em 1904, quando ele se converte ao Espiritismo,

    todos os pais de alunos retiram seus filhos da escola e passam a hostilizar Eurpedes.

    A maioria ameaou Eurpedes de retirar os filhos do Liceu, caso mantivesse, o Professor, a deciso de lecionar Espiritismo.

    Um dia, porm, ele se entristecera profundamente. Achava-se abandonado quase, no vazio da sala de aula. Pusera-se a chorar, no silncio de ardorosa prece. (...) Eis que uma fora superior toma-lhe o brao e, mecanicamente, transmite pequena mensagem, mais ou menos nestes termos:

    No feche as portas da escola. Apague da tabuleta a denominao Liceu Sacramentano que um resqucio do orgulho humano. Em substituio coloque o nome Colgio Allan Kardec.

    Ensine o Evangelho de meu filho, s quartas-feiras, e institua um curso de Astronomia.

    Acobertarei o Colgio Allan Kardec sob o manto do meu Amor.

    Maria, Serva do Senhor

    Que retirem os filhos, mas a finalidade salvadora do aprendizado esprita ser mantida.

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    A primeira experincia pedaggica esprita no Brasil Rousseau produziu uma revoluo coprnica na educao. Mas a seiva

    de toda a Pedagogia de Rousseau foi bebida na Pedagogia de Jesus. (...) Os homens, para Rousseau, nascem bons e puros, pois Deus bondade e pureza. Mas ao entrarem nas relaes sociais do mundo, sofrem a queda na maldade e na impureza... Para Jesus a criana pura e boa, mas o contato com os homens vai deform-la e os homens precisam voltar a ser crianas para entrar no Cu.

    A Pedagogia de Jesus e sua didtica renascem com Pestalozzi, que as transmite a Kardec. Uma tocha passa de mo em mo, como diria Moreil, em nossos dias. Mas a caridade no uma graa sobrenatural, antes a virtude humana da fraternidade, sob a paternidade natural de Deus. Vemos todos os elementos da categoria crist do natural restabelecidos nesse episdio histrico e pedaggico para assinalar os tempos novos como a era do Consolador. Por isso a didtica de Kardec seguir a mesma linha naturalista da didtica de Jesus, empregando a linguagem da simplicidade e os mtodos naturais da razo e da intuio. (Pedagogia Esprita J. Herculano Pires.)

    O Colgio Allan Kardec

    A primeira experincia peda-ggica esprita no Brasil foi, sem dvida, a de Eurpedes Barsanulfo. Esta experincia, embora mal do-cumentada, permanece at hoje no superada pela sua originalidade e pela pujana com que se manifes-tam os elementos mais significati-vos da Pedagogia Esprita, por isso podemos dizer que ela inicia de fato essa corrente pedaggica no mun-do. Isso se deve personalidade

    extraordinria de seu fundador. (Pedagogia Esprita Dora Incontri pg. 174.)

    Eurpedes Barsanulfo, no Colgio Allan Kardec, usa de metodologia bem prxima daquela em que Hypollite Lon Denizard Rivail (Allan Kardec) foi educado o Mtodo de Pestalozzi em que se busca valorizar a potencialidade do outro. (Victor Mensagem psicografada pelo mdium Mrio Coelho, em 11/12/2013.)

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    A escola iniciou suas atividades em 31 de janeiro de 1907, com umas 80 crianas, de ambos os sexos, e pretendia contribuir na valorizao da infncia, despertar o sentimento do bem e a vontade de conhecer. Desde o incio, Eurpedes compreendia que o problema educacional ia alm do mero aprender a ler, contar e escrever.

    O aluno passou a ser respeitado nos valores naturais de que era portador em potencial, pois o mestre conhecia-lhe as faculdades racionais, as percepes, ideias, hbitos e reaes condicionadas. Isto vinha estreitar o relacionamento entre o Professor e seus discpulos, criando entre eles os laos de mtua confiana. (O Homem e a Misso Corina Novelino pg. 116.)

    A observao ao vivo das plantas era um dos pontos altos do processo didtico de Eurpedes. Os alunos estudavam com entusiasmo os elementos constitutivos do vegetal e do seu respectivo funcionamento orgnico.

    Relatam discpulos de Eurpedes que recebiam dele, com grande frequncia, inesquecveis lies de moral, na extenso das aulas de Botnica. (Idem, pg. 120.)

    Vejam, assinala Eurpedes, a rosa bela e aromtica, todavia vive entre espinhos. Do mesmo modo conclui o mestre, em tom de advertncia so algumas rosas humanas, que se cobrem de cetins e rendas e expandem graa e beleza, mas, ai de quem deseja colh-las... sai sempre ferido. (Idem, pg. 121.)

    Para as crianas tinha sempre um sorriso, um gesto bom de carinho ou uma palavra de alegria contagiante.

    Para os jovens era o conselheiro comedido de todas as horas s vezes alegre, outras tantas vezes grave e srio mas sempre com aquele toque de jovialidade, que marca o fiel da balana do equilbrio, na orientao da juventude.

    Ele representa o prprio modelo da elevada Pedagogia, que criou. Os alunos compreendiam o valor da Educao Fsica fora de

    ouvir, diuturnamente, as excelncias dessa prtica, quando Eurpedes frisava tambm pontos de higiene, indispensvel sade do corpo.

    Eurpedes era sumamente analtico e exigia, nos seus contatos com os alunos, sempre o porqu de tudo. Nunca, porm, deixava uma dvida no crebro dos educandos. Toda situao-problema era esmiu-ada, examinada nos mnimos detalhes. (Idem, pg. 129.)

    As quartas-feiras eram consagradas inteiramente ao estudo de O Evangelho Segundo o Espiritismo e O Livro dos Espritos, de Allan Kardec. Assistiam s aulas os alunos do Colgio e numerosos visitantes.

    No final da aula, era o instante da prece de encerramento, quando, s vezes, a voz de Eurpedes mudava de timbre. Celina vem trazer palavras de estmulo da prpria Me de Jesus. De outras vezes comparecem Jeanne dArc, Paulo de Tarso, Pedro, Felipe e outros discpulos do Cristo. Incluiu

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    tambm no currculo o estudo da Astronomia, conforme o pedido de Maria, baseando-se no livro Astronomia Popular, de Camille Flammarion.

    Eurpedes adotava outros procedimentos, distanciava-se das ideias coercitivas que vigoravam na educao e procurou substituir prticas pedaggicas tradicionais por um ensino cooperativo, adotando mtodos que incentivavam a ao, a liberdade, a investigao; a ordem e a disciplina no eram condies essenciais no cotidiano do colgio.

    As relaes entre Eurpedes, os professores e os alunos no eram to rgidas e hierarquizadas. Eurpedes queria construir uma escola com mais liberdade, autonomia, dilogo e afeto.

    A experincia do Colgio Allan Kardec tinha a inteno de negar a escola livresca, autoritria e distante da realidade. Ao contrrio, pretendia criar uma nova forma de lidar com os alunos considerando seus interesses, necessidades, vivncias, promovendo a educao intelectual, fsica e moral.

    No havia horrios rgidos para as atividades do colgio, o tempo de durao de aula variava de acordo com o contedo estudado e as atividades realizadas.

    Os ex-alunos contam que se sentiam em casa dentro do colgio; ajudavam em diversas tarefas, colaboravam mutuamente, viviam como numa grande famlia.

    Uma das principais lembranas dos ex-alunos era que no colgio meninos e meninas conviviam juntos, no recreio, no ptio, na sala de aula. No havia como em muitos colgios republicanos separao de meninos e meninas no espao do colgio.

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    Tema 4 A ao pedaggica de Eurpedes

    Eurpedes Barsanulfo trabalha nas pessoas um mbito de estimulao e elas saem com a deciso de agir. Quem se aproxima dele sai modificado, pois deixa marcas por onde passa.

    Tive muitos mestres em minha vida, mas nunca como aquele professor. (Thoms Novelino) procurando a causa primeira dos instintos e dos pendores inatos que se descobriro os meios mais eficazes de combater os maus e de desenvolver os bons. Quando essa causa for conhecida, a educao possuir a mais possante alavanca moralizadora que jamais teve. (Revista Esprita junho de 1866 Allan Kardec.)

    Eurpedes Barsanulfo entendeu to profundamente a consequn-cia inevitvel do falso conceito de aprendizagem, vigente na poca, que criou, junto s atividades intelectuais, o cultivo de outras aprendizagens, sobretudo apreciativa ou emocional, formadora de atitudes afetivas e da motriz ou ativa, referente s atitudes e hbitos de ao.

    Ao pedaggica de Eurpedes com os desencarnados

    Ao

    Pedaggica

    de

    Eurpedes

    Barsanulfo

    A

    Educao

    do esprito

    ia alm da

    sala de

    aula

    Contedo

    Ao e Afeto

    Atitudes

    Hbitos

    Eurpedes era aquele que, em desdobramento ou no veculo fsico, levava consigo o amor, o trabalho e a fora de Deus... O encarnado que educava os desencarnados. (Eurpedes Barsanulfo, o Servidor de Jesus Donatista Psicografado por Emmanuel Alves da Silva Edio Conquista Esprita, 1. ed., 2008 Pg. 111.)

    Tratem ento, caros filhos, de mais uma vez imitarem Eurpedes Barsanulfo na sua arte de ensinar e estaro todos os que estudam e os que ensinam na faixa de elevao deste amoroso Esprito.

    (Victor Mensagem psicografada pelo mdium Mrio Coelho, em 11/12/2013.)

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    Enquanto os espritos imperfeitos lhe tentavam aplicar o desnimo e a dor, ele abraava, ainda com mais afinco, o Evangelho, deixando-os sem poder algum de influenciao.

    Dois a trs anos duraram aquelas polmicas memorveis, entre Eurpedes e o Donatista, onde temas filosficos entravam em foco. De um lado, o Esprito com sua lgica atesta. De outro, Eurpedes, sob o escudo de serena humildade, redarguia com argumentaes racionais que o Amor pontilhava de reverberaes luminescentes. (O Homem e a Misso Corina Novelino pg. 101.)

    Eurpedes Barsanulfo, o servidor de Jesus uma das provas vivas de que o homem se faz capaz, e demonstra que aceitar os outros, ouvir os outros, ensinar os outros tarefa de conquista para todos ns, na condio em que Deus nos coloca para servir. Mariano da Cunha. (Eurpedes Barsanulfo, o Servidor de Jesus Donatista pg.17.)

    Donatista, ouvindo a voz suave do exemplo de Eurpedes Barsanulfo, converteu-se pelo amor do apstolo da caridade. E, a partir do sentimento de gratido e amizade, renovou suas atitudes, modificando igualmente tantos outros irmos.

    Converter no educar. Quando nos referimos ao fato de que converter no educar, isto parece algo meio estranho, sem sentido, mas no . (...)

    Educar bem diferente de converter, de simplesmente repreender. preciso esclarecer. Quem educado na Doutrina se esclarece, tornando-se cada vez mais apto prtica do amor.

    Aquele que convertido superficialmente, por imposio ou simples curiosidade doutrinria, sem, contudo, encontrar-se com a essncia dos ensinamentos espritas cristos, praticando a reforma ntima e o bem aos semelhantes, pouco xito alcana.

    Nosso irmo Donatista, agora transformado intimamente, passa a fazer parte da obra edificada por Eurpedes, auxiliando no socorro s criaturas, ajudando a distribuir esperana e ensinamento para muitas almas encarnadas e desencarnadas, que passaram a encontrar, naquele trabalho, consolo e esclarecimento das verdades imortais, frente ao progresso espiritual. (Idem pg. 104.)

    Ao pedaggica de Eurpedes na Mediunidade

    Quando Eurpedes saa a ver seus amados enfermos, no labor santo da assistncia diria, fazia-se acompanhar de alunos de ambos os sexos, que o auxiliavam na grande tarefa.

    O mdium passista, por exemplo, somente entrava em atividades transmissoras de elementos curativos, aps um estgio de meses na assistncia a enfermos, quando devia demonstrar inequvoca

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    capacidade de devotamento e interesse pela dor do prximo, a cuja cabeceira velava, em noites de inquietadoras aflies.

    Assim, Eurpedes buscava despertar a sensibilidade do nefito para as grandiosidades do Amor, sem o que tarefa alguma se enquadrar na faixa luminescente, em que se situam Mensageiros de Jesus, encarregados de distribuir as bnos das oportunidades, nos caminhos dos resgates e da renovao espiritual das criaturas. (O Homem e a Misso Corina Novelino pg. 96.)

    Muitos enfermos recebiam orientao medicamentosa para o corpo e para o esprito. Junto com os remdios, a indicao da leitura de O Evangelho Segundo o Espiritismo.

    Ao pedaggica de Eurpedes com os incrdulos

    Carlos Teodoro da Cunha, proprietrio da Fazenda do Rio das Velhas, viera a Sacramento com o intuito de ridicularizar Eurpedes Barsanulfo.

    Foi, pois, farmcia Esperana e Caridade e, ocultando um sorriso, pediu ao mdium que, depressa, desse um remdio para Cristina, sua esposa, que estava passando muito mal...

    Eurpedes Barsanulfo preparou o remdio; mas, antes de o pr nas mos do esperto fazendeiro, recomendou:

    Note bem. Se no der este remdio ela morrer. Toque o cavalo, depressa, porque dona Cristina, sua esposa, est morte!

    Carlos Teodoro da Cunha guardou o remdio no bolso e saiu da farmcia, pensando: Mas, que farsante! Deixei Cristina em perfeita sade. Ora, ora... Mas, e se o que ele disse for verdade? Melhor averiguar...

    E tocou rpido o cavalo rumo fazenda. Quando apeou, vieram logo contar-lhe que sua esposa estava acamada, extremamente plida, a respirao quase imperceptvel...

    Meu Deus! Ento, verdade! exclamou o fazendeiro. E imediatamente, comeou a dar esposa o remdio preparado por

    Eurpedes Barsanulfo. Cristina, nessa mesma noite, comeou a recuperar a sade. E

    Carlos Teodoro da Cunha, quase um beato, converteu-se ao Espiritismo. (Eurpedes Barsanulfo o Apstolo da Caridade Jorge Rizzini Editora Esprita Correio Fraterno, 2004.)

    Ao pedaggica de Eurpedes na poltica

    Eurpedes soube muito bem desempenhar com desenvoltura e devotamento, segurana e nobreza extrema o seu mandato de verea-dor.

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    Foi muito importante sua participao no campo da instruo pblica, em favor do desenvolvimento das escolas, ento existentes. Propiciou cidade pequena e esquecida, completamente falha de mnimos recursos de conforto, higiene e cultura, os provimentos indispensveis construo de uma nova fase de progresso, cab-veis numa comunidade.

    Com seu esprito altamente democrtico, renunciou prorro-gao do mandato, justificando seu afastamento com base na falta de credenciamento pela representao popular.

    Ao pedaggica de Eurpedes na famlia

    Eurpedes foi um filho muito querido de seus pais. Dcil, obediente, afvel.

    Honrou pai e me. Fez mais do que isso. Se os pais lhe deram a vida, ele lhes ensinou a fazer uso dela, resolvendo de modo prtico e positivo o problema da felicidade no lar. Rodeado de treze irmos era para eles um misto de ternura e severidade. Resolvia-lhes as dificuldades da vida, atacando-lhes o mal nas suas razes profundas, fazendo obra preventiva. (O Homem e a Misso Corina Novelino pg. 196.)

    Concluso

    Estudo transformao

    Que Jesus Cristo nos ajude e abenoe agora e sempre.

    Na aproximao do Encontro sobre a vida e a obra de Eurpedes, convidamos todos aqueles amigos que desejam estudar, conviver e partici-par de uma tarefa essencialmente luminosa para os nossos coraes.

    Criaturas existem que perguntam: Por que tantos Encontros? Por que tantas horas dedi-cadas ao aprendizado? No ser mais til traba-lharmos em vez de estudarmos tanto?

    A essas pessoas responderei que no s a teoria importante para o exerccio, a prtica de um assunto, como tambm a prpria necessi-

    dade de cultivarmos o terreno dos nossos coraes, nos obriga a fazermos mais e mais estudos para compreender a extenso das tarefas de homens ou de situaes que podem nos transformar.

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    A vida aparentemente simples de Eurpedes era o resultado de um despojamento de seu esprito, no que lhe faltasse condies de perceber as coisas, no. Era o prprio esprito dele que despojado de todas as coisas que no so necessrias trabalhava coerentemente com vistas ao prprio progresso espiritual.

    Por outro lado, isto no um ensino? No isso um modo de compreendermos melhor a vida espiritual?

    Assim, meus irmos, o nosso convite feito aos sentimentos de vocs, est feito: Venham estudar! Venham aprender! Venham trabalhar as prprias ideias!

    E aqueles que aqui esto buscando to somente o passe, cuja mente e sentimento ainda no foram despertados para o valor da amizade, do amor que Eurpedes teve por ns, para esses, teremos que lhes dizer que o prprio curso de boa vontade que foi a vida de Eurpedes Barsanulfo brilhar em todos, sustentar a todos, e far com que todos sintam-se mais fortalecidos.

    Que a bondade de Deus assim nos ajude, nos oriente e nos conduza hoje e sempre.

    O abrao amigo do Hermann para todos os coraes presentes. Muita paz!

    (Mensagem psicofnica recebida pelo mdium Altivo C. Pamphiro CELD em 21/5/2003.)

    E voc, qual a ao pedaggica de Eurpedes em sua vida? ____________________________________________________________

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    Eurpedes, espelho cristalino do servo fiel, no desempenho da misso que o Pai lhe atribura como mensageiro da sua vontade, tambm avanara no tempo, multiplicando as horas de devotamento, no incessante anseio de devolver ao Senhor os talentos havidos nos diversos campos de ao, com que enriqueceu a vinha divina de frutos soberbos, capital de luz e amor que realizou dentro de permanente linha de conduta, tendo a humildade como facho sublime.

    (O Homem e a Misso Corina Novelino pg. 167.)

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    ANEXOS Os cachorros e as lebres

    Licurgo, clebre orador ateniense, certa ocasio, convidado para falar sobre a Educao, aceitou o convite, sob a condio de lhe concederem trs meses de prazo. Findo esse tempo, apresentou-se perante numerosa e seleta assembleia que aguardava, vida de curiosidade, a palavra do consagrado tribuno.

    Licurgo apareceu, ento, trazendo consigo dois ces e duas lebres. Soltou o primeiro mastim e uma das lebres. A cena foi chocante e brbara. O co avana furioso sobre a lebre e a despedaa. Soltou, em seguida, o segundo cachorro e a outra lebre. Aquele ps-se a brincar com esta amistosamente. Ambos os animais corriam de um para outro lado, encontrando-se aqui e acol para se afagarem mutuamente.

    Ergue-se, ento, Licurgo na tribuna e conclui, dirigindo-se ao seleto auditrio:

    Eis a o que a educao. O primeiro co da mesma raa e idade que o segundo. Foi tratado e alimentado em idnticas condies. A diferena entre eles, que um foi educado, e o outro no. (O Mestre na Educao Pedro de Camargo, pelo Esprito Vincius lio 33 FEB 5. ed.)

    importante refletirmos sobre a responsabilidade dos pais biolgicos, dos evangelizadores e de todos os que se comprometem com o processo educativo dos Espritos, em todas as fases existenciais. (O que Evangelizao de Espritos Eurpedes Barsanulfo Psicografado por Alzira Amui. Sacramento, MG: Editora Esperana e Caridade, 2011. pg. 73.)

    Se o Espiritismo deve, assim como foi anunciado, conduzir transformao da Humanidade, isto s poder se dar pelo melhoramento das massas, que apenas, gradualmente, e pouco a pouco, se verificar pelo aperfeioamento dos indivduos. De que adianta crer na existncia dos Espritos, se esta crena no o torna melhor, mais benevolente e mais indulgente para com seus semelhantes, mais humilde, mais paciente na adversidade? De que serve ao avarento ser esprita, se permanece sempre avarento; ao orgulhoso, se se mantm sempre cheio de si; ao invejoso, se continua invejoso? Todos os homens poderiam, portanto, acreditar nas manifestaes e a Humanidade permanecer estacionria; mas estes no so os desgnios de Deus. para o objetivo providencial que devem tender todas as sociedades espritas srias, agrupando em torno de si todos aqueles que possuem os mesmos sentimentos; ento, haver, entre elas, unio, simpatia, fraternidade, e, no, um vo e pueril antagonismo do amor-prprio, mais de palavras do que de fatos; ento, elas sero fortes e poderosas, porque apoiar-se-o numa base inquebrantvel: o bem de todos; ento, sero respeitadas e imporo silncio tola zombaria, porquanto falaro em nome da moral evanglica, por todos respeitada.

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    Essa a estrada pela qual temos nos esforado para fazer com que o Espiritismo enverede. A bandeira que hasteamos, bem alto, a do Espiritismo cristo e humanitrio, em torno da qual estamos felizes de j ver tantos homens se unirem, em todos os pontos do globo, porque compreen-dem que, a est a ncora de salvao, a salvaguarda da ordem pblica, o sinal de uma nova era para a Humanidade. Convidamos todas as sociedades espritas a cooperar nesta grande obra; que de um extremo ao outro do mundo elas se estendam, fraternalmente, as mos e prendero o mal em malhas inextricveis. (O Livro dos Mdiuns. Cap. XXIX, item 350.)

    Caso 1 O aluno e o sabi furtado Quando menino, um dos passatempos prediletos de Cristiano era

    caar passarinhos. Ora, uma dia descobriu em uma das ameixeiras do colgio um ninho de sabi. A tentao de pegar o pssaro foi grande, mas Cristiano a reprimiu porque Eurpedes Barsanulfo, todas as manhs, ia ao p da rvore para ouvir-lhe o mavioso trinado... Dias depois, porm, percebeu Cristiano que o sabi tinha um filhote e, sorrindo, resolveu tir-lo do ninho e lev-lo para sua casa. E, rpido, regressou ao colgio. Quando Eurpedes Barsanulfo chegou e foi, como de costume, ameixeira, viu a sabi nervosa, piando e pulando de galho em galho... Cristiano, de longe, observava a cena, pensando: Ser que o professor percebeu alguma coisa? E misturou-se com a garotada. Mas, na sala de aula, assim que os alunos sentaram Eurpedes Barsanulfo chamou Cristiano e disse:

    O senhor no sabe, seu Cristiano por que a sabi do quintal parou de cantar?

    No sei, seu Eurpedes... Um dos meus alunos subiu na ameixeira e tirou o filho da sabi...

    Coitadinho... Deve estar com fome! E a me est muito aflita... O senhor sabe quem fez isso?

    No sei, seu Eurpedes... No sei... Seu Cristiano, o senhor deve saber... Olhe, eu creio que o meu

    discpulo que fez isso deve ter um pouquinho de bondade e colocar o filhote da sabi no ninho para que os pais o criem.

    , sim, seu Eurpedes... Gostaria, seu Cristiano, que tirassem o senhor dos seus pais e o

    levassem para outra cidade?

    (...) os Espritos s entram na vida corporal para se aperfeioar, para se melhorar; a fraqueza da pouca idade os torna flexveis, acessveis aos conselhos da experincia e dos que devem faz-los progredir; , ento, que se pode reformar-lhes o carter e reprimir seus maus pendores; esse o dever que Deus confiou aos seus pais, misso sagrada pela qual tero que responder. (O Livro dos Espritos, pergunta 385, Nota de Kardec.)

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    Eu, no, seu Eurpedes... Ento, traga de volta o filhote do sabi, concluiu com amor

    Eurpedes Barsanulfo.

    Desde pequenina, a criana manifesta seus instintos bons ou maus que traz de existncias anteriores, preciso que os pais se dediquem a estud-los. Todos os males tm seu princpio no egosmo e no orgulho. Observai, pois, os menores sinais que possam revelar o germe desses vcios, e tratai de combat-los logo, no deixando que criem razes pro-fundas. Fazei como o bom jardineiro, que arranca os maus rebentos medida que eles vo surgindo na rvore. Se deixardes que o egosmo e o orgulho se desenvolvam, no vos espanteis por, mais tarde, serdes pagos com a ingratido. (O Evangelho Segundo o Espiritismo Cap.XIV, item 9.)

    Caso 2 Slvio Slvio era um menino problemtico, que j havia passado por diversas

    escolas da rede pblica, sempre com um histrico de violncia, desrespeito e desinteresse pelos estudos e pela escola. Foi encaminhado, pela terceira vez, para uma nova escola. Tudo corria com relativa tranquilidade, apesar do seu profundo desinteresse por qualquer coisa que dissesse respeito escola. Estava cursando o 9o ano do ensino fundamental, mas, logo no incio do ano letivo, desentendeu-se seriamente com o professor de matemtica da sua turma, que levou o caso direo da escola, pois ouvindo mais um desaforo do aluno, perdeu a cabea e, esquecendo-se da sua condio de educador, o chamou para um acerto de contas fora dali. Slvio no se intimidou e fez ameaas vida do professor. Diante da situao de impasse, a diretora resolveu mudar Slvio de turma e turno, dando a ele mais uma oportunidade de continuar estudando naquela escola que seria a ltima, caso no se portasse como deveria, teria de procurar uma outra escola para estudar.

    Qual , para o Esprito, a utilidade de passar pelo estado de infncia?

    O Esprito, encarnando para se aperfeioar, mais sensvel, durante esse tempo, s impresses que recebe e que podem ajudar no seu aperfeioamento, para o qual devem contribuir aqueles que esto encarregados de sua educao. (O Livro dos Espritos, q. 383.)

    No existe autoridade legtima aos olhos de Deus, seno aquela que se apoia sobre o exemplo que ela d do bem...

    (O Evangelho Segundo o Espiritismo Cap. X, item 13.)

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    Ele comeou a frequentar as aulas na nova turma, porm faltava muito, chegava atrasado e mostrava-se muito sonolento. No causava problemas, porm o total desinteresse permanecia. Descobriu-se que Slvio era usurio de drogas e tinha um pssimo relacionamento com a famlia.

    Um dia, atrasado para a primeira aula, Slvio entrou no segundo tempo da aula de Portugus e sentou-se na primeira carteira da sala, ao lado da mesa da professora. Abaixou a cabea e dormiu. A professora, incomodada com aquela atitude, pensou em repreend-lo com severidade, pois achava uma ofensa um aluno dormir durante sua aula. Porm, pensou na Casa Esprita que frequentava, nos estudos que l fazia, pedindo auxlio para a atitude que deveria tomar. Foi envolvida por um sentimento de carinho por aquele menino que mal conhecia. Tocou de leve o seu brao, ao que ele reagiu levantando a cabea. Olhando no fundo dos olhos do aluno sonolento, a professora perguntou-lhe, suavemente, tomada pela vibrao a que solicitou do benfeitor espiritual do estudo do qual faz parte, Eurpedes Barsanulfo:

    Voc no deve ter dormido bem noite, no meu filho? No gostaria de lavar o rosto para melhorar da sonolncia e assim participar da aula?

    Slvio sorriu para ela pela primeira vez, disse que realmente estava com muito sono, pois no havia dormido bem noite. A professora devolveu-lhe o sorriso, envolvendo-o em vibraes de carinho, num misto de compaixo, compreenso e simpatia. Slvio continuou de cabea baixa, porm no faltou a mais nenhuma das aulas daquela professora.

    Caso 3 O Donatista Os Donatistas eram rigorosos, e sustentavam que a Igreja no devia

    perdoar e admitir pecadores, e que os sacramentos, como o batismo, administrados pelos traditores (cristos que negaram sua f durante a perseguio de Diocleciano em 303-305 e posteriormente foram perdoados e readmitidos na Igreja) eram invlidos.

    E o prprio Donatista que nos conta: Em certo momento nossa ateno foi atrada para um jovem que chegava a cavalo. Era Eurpedes Barsanulfo. Fui ento escalado para que ficasse perto daquele jovem e fizesse de tudo para que no acreditasse em nada daquilo que estava vendo e ouvindo... Pude perceber ali, pela primeira vez, o baluarte de amor e bondade do qual me havia aproximado.

    Ficvamos ali com o intuito de atrapalh-lo, mas sua fora moral era maior...

    (...) ali ao lado daquele jovem, tentvamos provocar desordem. Porm, ele nos enchia o esprito de luz e esclarecimento com lindas e profundas palavras, embasadas em seu prprio exemplo no caminho sincero do Pai e do Mestre dos mestres. (Eurpedes Barsanulfo, o Servidor de Jesus Donatista, pg. 38.)

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    Mensagem de Eurpedes aos Evangelizadores

    A paz seja com todos aqui reunidos, nesta hora to propcia, em que temos o ensejo de dirigir, de maneira direta, a nossa palavra aos nossos queridos amigos.

    Oh! Que alegria, que prazer, que contentamento imenso experimentamos por esta situao feliz!

    Amigos queridos, familiares, companheiros em crena, aqui estamos presen-tes para vos dar as boas-vindas, para vos aconchegar ao nosso corao, num gesto de carinho, de amizade e de amor.

    Sim, amigos, fomos testemunhas do conclave que hoje realizastes; sabei que est chegando a hora do preparo para a recepo dos prepostos da Espiritualidade, que vm descer ao plano terreno, no desempenho de tarefas nas lides do Esprito de Verdade.

    Estejai a postos, amigos; desenvolvei por toda parte, luz da Doutrina, essas instrues s crianas, aos moos, aos homens, a fim de que as hostes do Senhor desam ao plano terreno num ambiente onde possam receber instrues, luzes e conhecimento para o preparo de sua tarefa, da sua responsabilidade e at da sua misso na Terra!

    Eis, pois, amigos! Nada de desnimo, nada de receios; aqui estamos todos presentes. Sabei que a falange do Bem est ativa no mundo espiritual, neste anseio de que mui prximo possa dar-se esta descida de espritos prepostos, sob a gide do Cristo na direo deste trabalho de reestruturao, de transformao e de renovao das inteligncias.

    Alistai-vos, amigos de bom corao! Alistai-vos na Doutrina; vivei em fraternidade; abri os vossos coraes dor, necessidade do seu semelhante. Orai ao Pai com fervor, quotidianamente, formando ambiente de serenidade, de unio e de fraternidade. E, com o pensamento preso figura sacrossanta do Cristo, sejais habilitados nesta tarefa que vs mesmos vos propondes, de desenvolver os trabalhos de esclarecimento da verdade espiritual do Evangelho do Cristo em todos os coraes.

    Agradecido. Mil vezes agradecido pelos pensamentos fervorosos dirigidos nossa direo.

    Que a paz do Mestre amado seja em todos os coraes!

    Eurpedes Barsanulfo

    (Mensagem recebida pelo Dr. Thoms Novelino, em 28 de janeiro de 1990.)

    As reunies espritas oferecem grandssimas vantagens, por permitirem que os que nelas tomam parte se esclaream, mediante a permuta das ideias, pelas questes e observaes que se faam, das quais todos aproveitam. (Revista Esprita de 1865 Allan Kardec.)

  • 24o Encontro Esprita sobre a Vida e a Obra de Eurpedes Barsanulfo

    A Pedagogia de Eurpedes Barsanulfo

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    Jesus no Lar

    O culto do Evangelho no Lar aperfeioa o homem. O homem aperfeioado ilumina a famlia. A famlia iluminada melhora a comunidade. A comunidade melhorada eleva a nao. O homem evangelizado adquire compreenso e amor. A famlia iluminada conquista entendimento e harmonia. A comunidade melhorada produz trabalho e fraternidade. A nao elevada orienta-se no direito, na justia e no bem. Espiritismo sem Evangelho fenmeno ou raciocnio. O fenmeno deslumbra. O raciocnio indaga. Descobrir novos campos de luta e pensar em torno deles no expressa tudo. Imprescindvel conhecer o prprio destino. No basta, pois, a certeza de que a vida continua infinita, alm da morte. necessrio clarear o caminho. Do Evangelho no Lar, depende o aprimoramento do homem. Do homem edificado em Jesus Cristo depende a melhoria e a redeno do mundo. (Nosso Livro Esprito Emmanuel Psicografado por Francisco Cndido Xavier. Editora LAKE.)