Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares...

83
Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica

Transcript of Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares...

Page 1: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares

Fabiano MacedoResidente do segundo ano de clínica médica

Page 2: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 3: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Considerações gerais

Conceito: processo inflamatório de etiologia infecciosa que acomete o endocárdio, particularmente valvar.

Incidência: Muito variável, dependente de etiologia. 10000-15000 por ano nos EUA

Fatores de risco Doença cardíaca reumática, cardiopatia congênita,

cardiopatia degenerativa, prolapso de valva mitral, drogas ilícitas IV, relacionados a cuidados de saúde (cirurgia, cateteres).

Agentes causadores Estreptococos, estafilococos, enterococos, BGN, outros.

Endocardite infecciosa

Page 4: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 5: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Patogênese

Lesão endotelial + hipercoagulabilidade > deposição de plaquetas e fibrina > endocardite trombótica não bacteriana > aderência bacteriana

Bacteremia > aderência ao endotélio > proliferação local > disseminação hematogênica

Endocardite infecciosa

Page 6: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Quadro clínico

Endocardite infecciosa

TABLE 63-5   -- Clinical Features of Infective Endocarditis

Symptoms Percent of Patients Signs Percent of Patients

Fever 80-85 Fever 80-90

Chills 42-75 Murmur 80-85

Sweats 25 Changing/new murmur 10-40

Anorexia 25-55 Neurological abnormalities[†] 30-40

Weight loss 25-35 Embolic event 20-40

Malaise 25-40 Splenomegaly 15-50

Dyspnea 20-40 Clubbing 10-20

Cough 25 Peripheral manifestations  

Stroke 13-20 Osler nodes 7-10

Headache 15-40 Splinter hemorrhage (subungueal) 5-15

Nausea/vomiting 15-20 Petechiae 10-40

Myalgia/arthralgia 15-30 Janeway lesion 6-10

Chest pain[*] 8-35 Retinal lesion/Roth spots 4-10

Abdominal pain 5-15    

Back pain 7-10    

Confusion 10-20    

Page 7: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 8: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Diagnóstico

Endocardite infecciosa

Page 9: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 10: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

*Janela torácica ruim para ETT: DPOC, cirurgia torácica prévia, grande obeso.

Page 11: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 12: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Estreptococos do grupo viridans

S sanguis, S oralis (mitis), S salivarius, S mutans, S morbillorum (Gemella)

Grupo S anginosus: S intermedius, anginosus, constellatus.

Tendência a formar abscessos e causar infecções disseminadas (artrite, osteomielite).

Terapia mais longa (?) Abiotrophia defectiva, Granulicatella e Gemella

Crescimento lento Tratamento semelhante a Enterococcus

S bovis Pesquisar lesão de mucosa colônica

Endocardite infecciosa

Page 13: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 14: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 15: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 16: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 17: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 18: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

*estreptococos do grupo viridans resistente a penicilina deve ser tratado com esquema semelhante a Enterococo.

Endocardite infecciosa

Page 19: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Considerações sobre outros Streptococcus

Consulta com infectologista Tratar com penicilina por 4 a 6 semanas Intervenção cirúrgica precoce (?)

Endocardite infecciosa

Page 20: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Staphylococcus aureus

Principal agente em paises desenvolvidos (maior contato com serviços de saúde)

Mortalidade: 25%-40% Usuários de drogas IV: válvula tricúspide

Endocardite infecciosa

Page 21: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Estafilococo coagulase-negativo

Material protético, prolapso mitral Indolente, boa resposta ao tratamento S. lugdunensis

Difícil identificação Doença perivalvar, infecção a distância

Endocardite infecciosa

Page 22: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

*associação com gentamicina diminui tempo de bacteremia sem diminuir mortalidade.

*usar em doses divididas para tratar estafilococos.*tratar por 4 semanas, se endocardite não complicada.

Endocardite infecciosa

Page 23: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 24: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 25: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Disfunção valvar, lesões perivalvares Necessidade de intervenção cirúrgica Estafilococo coagulase negativo

Oxa-resistente até que se prove o contrário Gentamicina > outros aminoglicosídeos >

fluorquinolona Staphylococcus aureus

Condutas baseadas no tratamento para estafilococos coagulase-negativo

Endocardite infecciosa

Endocardite em prótese valvar

Page 26: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 27: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 28: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Enterococos

E faecalis e E faecium. Penicilina ou vancomicina + aminoglicosídio

(gentamicina ou estreptomicina). Intervenção cirúrgica (controle de foco).

Endocardite infecciosa

Page 29: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 30: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 31: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 32: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

*nível sérico de estreptomicina: 20-35μg/ml, 1hora pós-infusão; <10μg/ml, no vale.

Endocardite infecciosa

Page 33: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 34: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 35: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 36: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

*dose da ceftriaxona: 4g/24h, divididas em duas doses.

Endocardite infecciosa

Page 37: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Bacilos gram-negativos

Grupo HACEK Bacilos gram-negativos Crescimento lento (2 semanas) Haemophilus, Actinobacillus,

Cardiobacterium, Eikenella, Kingella. 5-10% das endocardites comunitárias de

válvula nativa em não usuários de drogas IV. Ampicilina-sulbactam ou cefalosporina de 3a

ou 4a geração

Endocardite infecciosa

Page 38: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 39: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Outros BGN Usuários de drogas IV, prótese valvar, cirróticos. IC é comum. Mortalidade: 60-80% Enterobactérias

Salmonella (maioria), Serratia, E coli. Perfuração valvar, trombo atrial, miocardite. Alta mortalidade ATB + cirurgia Penicilina ou ampicilina ou cefalosporina 3ª geração +

aminoglicosídio (gentamicina 5mg/Kg/dia) por tempo prolongado. Pseudomonas

Drogas IV, fenômenos embólicos, IC, alta mortalidade (válvulas esquerdas, evolução aguda), intervenção cirúrgica

Tobramicina 8mg/Kg + penicilina anti-pseudomonas (piperacilina, ticarcilina, ceftazidima, cefepime) por 6 semanas.

Quinolona ? Carbapenêmico ?

Endocardite infecciosa

Page 40: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite com hemoculturas negativas Técnica de coleta e semeio, microorganismo de

crescimento lento ou não bacteriano, uso prévio de antibiótico.

Tratar microorganismos prováveis X toxicidade de ATB

Consultar especialista

Endocardite infecciosa

Page 41: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

HMC negativa com uso prévio de ATB – valvula nativa Aguda: estafilococo Subaguda: estafilococo, estreptococo e

enterococo. HMC negativa com uso prévio de ATB – prótese

valvar Menos de 1 ano: vancomicina

Associar cefepime se menos de 2 meses. Mais de 1 ano: semelhante a valva nativa

adicionado de rifampicina

Endocardite infecciosa

Endocardite com hemoculturas negativas

Page 42: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

HMC negativa sem uso prévio de ATB Bartonella sp, Chlamydia sp, Coxiella burnetti,

Brucella sp, Legionella sp, Tropheryma whippleii, e fungos (Aspergillus).

Vegetações não-infecciosas: SAF, mixoma atrial, endocardite marântica, trombo, secundárias a doenças do colágeno, outras.

Endocardite infecciosa

Endocardite com hemoculturas negativas

Page 43: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 44: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 45: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 46: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 47: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite infecciosa

Page 48: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite fúngica

Candida e Aspergillus Prótese valvar e cateteres intravasculares Alta mortalidade TTT: fungicida + cirurgia Antifúngico oral após tratamento inicial

Endocardite infecciosa

Page 49: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite recorrente de valva nativa (tricúspide)

Infecção por HIV Estafilococo, Pseudomonas, fungos,

polimicrobina.

Endocardite infecciosa

Endocardite em usuários de drogas injetavéis

Page 50: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Tratamento cirúrgico

IC e endocardite Corrigir disfunção valvar TTT cirúrgico X TTT clínico 2-3% das valvas trocadas em vigência de EI infectam

IC + EI > mortalidade de até 50% EI fúngica, microorganismos resistentes a antimicrobiano,

gram-negativos em “coração esquerdo”, fenômenos embólicos nas primeiras 2 semanas de TTT.

Lesão valvar grave: perfuração, deiscência, abscesso, outros.

Relacionados a vegetação maior que 10mm no folheto anterior da mitral (I,B); vegetação persistente após evento embólico (IIa,B); aumento de vegetação durante tratamento (IIb,C).

Endocardite infecciosa

Page 51: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Endocardite e IC

Maior preditor de mortalidade Incidência: aórtica > mitral > tricúspide IC aguda: perfuração, ruptura de cordoalha,

deiscência, obstrução.

Endocardite infecciosa

Page 52: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Embolização

Incidência: 22-50% Primeiras 2 semanas de tratamento. Válvulas mitral (25%) e aórtica (10%). SNC (65%), pulmão, baço, extremidades,

intestinos, coronárias. Estafilococos, Candida, HACEK, Abiotrophia.

Endocardite infecciosa

Page 53: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Doença perivalvar

Incidência 10-40% em valvas nativas; 56-100% em próteses valvares

aórtica > mitral > tricúspide Comunicação entre câmaras, lesão muscular e

nervosa Quadro clínico: persistência de febre ou bacteremia,

agravamento de IC, bloqueio AV (aórtica), piora de sopro cardíaco, embolia recorrente.

*novo BAV: vpp de 88% para abscesso perivalvar, sens:45%.

ETE: sens:76-100%, espec:95% Avaliação cirúrgica em todos os casos.

Controle hemodinâmico e infeccioso.

Endocardite infecciosa

Page 54: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Abscesso esplênico

Complicação rara. Infarto esplênico: 40% das EI “esquerdas” > 5%

geram abscessos. Estreptococos e estafilococos. Dor em HCE, flanco E ou dorso. Febre

persistente. TC e RMN. Tratamento

Esplenectomia Drenagem pode ser utilizada

Endocardite infecciosa

Page 55: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Aneurisma micótico

Complicação embólica Bifurcação de vasos Estreptococos (50%) e estafilococos (10%) Intracraniano

Mortalidade: 60% ACM Cefaléia, deficit neurológico, irritação meníngea. Angiorressonancia e angiotomografia; angiografia (<5mm). TTT: cirúrgico X clínico (80% diminuem ou somem com ATB).

Extracraniano TTT: excisão e revascularização, enxerto (autólogo,

sintético) ATB por longo período

Endocardite infecciosa

Page 56: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Seguimento

Endocardite infecciosa

Page 57: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Page 58: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Considerações gerais

Conceito: infecção de corrente sanguínea possivelmente atribuível a cateter intravascular, sem evidência de outro foco infeccioso.

Cateter intravascular: mais de 150 milhões usados por ano, nos EUA.

Incidência de ICSRCI: 80 a 250 mil por ano, nos EUA; 80000 em UTI; 28000 mortes.

Medidas de prevenção Lavar as mãos, precaução de barreira durante

inserção de cateteres, limpeza de pele com clorexidine, evitar sítio femoral para inserção e retirar cateteres desnecessários.

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Page 59: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Quadro clínico

Totalmente inespecífico Febre, presença de secreção purulenta em sítio

de inserção de cateter, instabilidade hemodinâmica, alteração de leucograma.

S aureus, estafilococo coagulase-negativo, BGN, Candida.

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Page 60: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Diagnóstico

Mesmo agente identificado em amostras de corrente sanguínea e de cateter

Corrente sanguínea + ponta de cateter, ou Corrente sanguínea + lúmen do cateter, associado a critério

quantitativo ou diferencial de tempo de crescimento critério quantitativo: cultura quantitativa cateter/sangue

periférico (UFC/ml) maior que 3, OU Diferencial de tempo de crescimento: amostra do cateter com

crescimento pelo menos 2 horas antes da amostra de sangue periférico, detectado por sistema automático.

* Amostras devem ter sido colhida ao mesmo tempo e conter a mesma quantidade de sangue.

Relação quantitativa entre amostras de diferentes lumens do cateter (maior que 3X): possível ICSRCI.

Em casos de impossibilidade de coleta de amostra venosa perférica.

PCR para patógenos principais(?)

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Page 61: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Hemocultura

Coletar antes de iniciar antimicrobiano Equipe especializada para coleta Cuidados com a pele e lúmen do cateter VPP e especificidade são altos em amostras de

veia periférica VPN é alto em amostras de veia periférica ou de

cateter

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Page 62: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Manejo – terapia empírica inicial

Usar vancomicina em esquema inicial (A-II) Cobertura para gram-negativo baseada na

susceptibilidade dos microorganismos locais (A-II)

Cefalosporina de 4ª geração, carbapenêmico, betalactâmico/inibidor de betalactamase associado ou não a aminoglicosídio.

Cobertura para BGN multi-resistente (A-II) Neutropênico, paciente muito grave, sabidamente

colonizado. Cateter femoral (A-II)

BGN e Candida

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Page 63: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Cobertura para candidemia Nutrição parenteral total, uso prolongado de

antibiótico de amplo espectro, neoplasia hematológica, transplantado de medula óssea ou órgão sólido, cateter femoral, colonização por Candida em múltiplos sítios (B-II).

Equinocandina Fluconazol

Em pacientes sem uso de azólicos nos últimos 3 meses e em lugares onde a incidência de C glabrata e C krusei seja muito baixa.

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Manejo – terapia empírica inicial

Page 64: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Antibioticoterapia estendida 4-6 semanas:

pacientes com bacteremia/fungemia persistente por mais de 72 horas após retirada do cateter e terapia adequada.

Endocardite, tromboflebite supurativa. 6-8 semanas:

osteomielite

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Manejo – terapia empírica inicial

Page 65: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Page 66: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Page 67: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Page 68: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Cateter central de longa permanência deve ser removido se:

Sepse grave, tromboflebite supurativa, endocardite, osteomielite.

Persistência de infecção de corrente sanguínea após 72h de ATB adequada.

Infecção comprovada por S. aureus, P. aeruginosa, fungo ou micobactéria.

Infecção de túnel ou “porta” do cateter sem ICSRCI Remoção do cateter + drenagem se necessário + ATB. ATB tópico em casos leves: mupirocina, cetoconazol.

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Manejo – cateter

Page 69: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Page 70: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.
Page 71: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Cateter central de curta permanência deve ser removido se:

S. aureus, BGN, enteococo, fungo e micobactéria. Eritema e purulência em local de inserção Na tentativa de salvar o cateter, as culturas

permanecem positivas após 72 horas de ATB. ICSRCI por germes de difícil tratamento

Bacillus, Micrococcus, Propionibacterium. Afastada a hipótese de contaminação (várias culturas

positivas) Cateter venoso periférico

Raramente relacionados a ICSRCI Removidos se sinais de flebite Imunocomprometido: gram e cultura (bactéria

aeróbias, fungo, micobactéria)

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Manejo – cateter

Page 72: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Cateter trocado por fio guia Cateter retirado é possivelmente infectado. Paciente com risco aumentado de complicação

mecânica durante passagem de novo cateter. Cultura de ponta de cateter retirado positiva: retirar

cateter implantado por fio guia e inserir novo cateter em outro local.

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Manejo – cateter

Page 73: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Se apenas uma cultura do cateter é disponível e há suspeita clínica de ICSRCI, deve-se estabelecer tratamento para o microorganismo identificado.

ATB empírico Vancomicina + cobertura para BGN Cefazolina se S. aureus OXA-S Enterococo vanco-R: daptomicina ou linezolida

Remover cateter se: S. aureus, Pseudomonas sp, Candida sp. Trocar por fio guia (?)

Se a ICSRCI foi adequadamente tratada sem retirada do cateter, este:

deve ser trocado, mesmo que por fio guia, ou; deve receber terapia local por 10-14 dias.

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Manejo – cateter para HD

Page 74: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Manejo – cateter para HD

Page 75: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Objetivo ICSRCI em cateteres de longa permanência sem sinais de

infecção do túnel ou do sítio de saída. Sempre associada a terapia sistêmica (7-14d) Trocar solução no máximo a cada 48 horas (24h, se

cateter femoral). S. aureus (50%), Candida: não respondedores. Cultura do cateter positiva + cultura periférica negativa.

Pode ser oferecida apenas terapia local (10-14d). Vancomicina

Solução com concentração pelo menos 1000 vezes maior que o MIC.

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Manejo – antibioticoterapia local em cateter

Page 76: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Manejo – antibioticoterapia local em cateter

Page 77: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Antimicrobiano Minociclina, rifampicina.

Antissépticos Clorexidina, sulfadiazina de prata.

Favorável Diminui colonização, bacteremia, infecções

relacionadas a cateter (?). Desfavorável

Reações alérgicas, resistência bacteriana.

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Manejo – uso de cateter impregnado

Page 78: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Particularidades dos patógenos

S. lugdunensis deve ser tratado com S. aureus. Coagulase-negativo; endocardite.

S. aureus Tratar por 4-6 semanas Terapia por curto período para cateter de longa

permanência: Não diabético, não imunossuprimido, cateter retirado, sem

dispositivos intravasculares protéticos, sem evidência de infecção a distância (30%), ETE sem endocardite, melhora nas 72h iniciais (importante preditor de complicações).

ETE após 5-7 dias de inicio da bacteremia. Se manter cateter: TTT local e sistêmico por 4 semanas. Se trocar por guia, usar cateter impregnado. Se apenas a cultura da ponta de cateter for positiva: tratar

por 5-7 dias.

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Page 79: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Enterococo ETE se: sinais de endocardite, bacteremia ou febre

prolongada, sinais de embolia pulmonar séptica, prótese valvar ou outro dispositivo intravascular.

Infecção de corrente sanguínea relacionada a cateter intravascular

Particularidades dos patógenos

Page 80: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Enterococo ETE se: sinais de endocardite, bacteremia ou febre

prolongada, sinais de embolia pulmonar séptica, prótese valvar ou outro dispositivo intravascular.

Particularidades dos patógenos

Page 81: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Enterococo ETE se: sinais de endocardite, bacteremia ou febre

prolongada, sinais de embolia pulmonar séptica, prótese valvar ou outro dispositivo intravascular.

Particularidades dos patógenos

Page 82: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Enterococo ETE se: sinais de endocardite, bacteremia ou febre

prolongada, sinais de embolia pulmonar séptica, prótese valvar ou outro dispositivo intravascular.

Particularidades dos patógenos

Page 83: Endocardite infecciosa e infecção de corrente sanguínea relacionada a cateteres intravasculares Fabiano Macedo Residente do segundo ano de clínica médica.

Enterococo ETE se: sinais de endocardite, bacteremia ou febre

prolongada, sinais de embolia pulmonar séptica, prótese valvar ou outro dispositivo intravascular.

Particularidades dos patógenos