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ARQUIVOS BRASILEIROS DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA (BRAZILIAN ARCHIVES OF ENDOCRINOLOGY AND METABOLISM) Órgão oficial de divulgação científica das seguintes sociedades médicas: SBEM – Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Departamento da Associação Médica Brasileira), SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes, ABESO – Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica e SOBEMOM – Sociedade Brasileira de Estudos do Metabolismo Ósseo e Mineral ENDOCRINOLOGIA & METABOLOGIA FUNDADOR e EDITOR 1951-1955 Waldemar Berardinelli (RJ) EDITORES e CHEFES DE REDAÇÃO* 1951-1955 Thales Martins (RJ) 1957-1972 Clementino Fraga Filho (RJ) *1964-1966 Luiz Carlos Lobo (RJ) *1966-1968 Pedro Collett-Solberg (RJ) *1969-1972 João Gabriel H. Cordeiro (RJ) 1978-1982 Armando de Aguiar Pupo (SP) 1983-1990 Antônio Roberto Chacra (SP) 1991-1994 Rui M. de Barros Maciel (SP) 1995-2006 Claudio Elias Kater (SP) EDITOR CHEFE 2007-2010 Edna T. Kimura (SP) CO-EDITORES 2007-2010 Sandra R. G. Ferreira (SP) Evandro S. Portes (SP) Magnus R. Dias da Silva (SP) EDITORES ASSOCIADOS (2007-2008) Presidentes dos Departamentos da SBEM Adrenal e Hipertensão Milena F. Caldato (PA) Diabetes Melito Marcos A. Tambascia (SP) Dislipidemia e Aterosclerose Maria Teresa Zanella (SP) Endocrinologia Básica Célia Regina Nogueira (SP) Endo Feminina e Andrologia Amanda Athayde (RJ) Endocrinologia Pediátrica Marília Martins Guimarães (RJ) Metabolismo Ósseo e Mineral Marise Lazaretti Castro (SP) Neuroendocrinologia Nina R. C. Musolino (SP) Obesidade Henrique de L. Suplicy (PR) Tireóide Léa M. Zanini Maciel (SP) Representantes das Sociedades Colaboradoras SBD Walter J. Minicucci (SP) ABESO Rosana Radominski (PR) SOBEMOM José Gilberto H. Vieira (SP) Editor Associado Internacional Antonio C. Bianco (EUA) COMISSÃO EDITORIAL NACIONAL (2007-2008) Adriana Costa e Forti (CE) Alexander Augusto S. Jorge (SP) Alfredo Halpern (SP) Amélio F. Godoy Matos (RJ) Ana Claudia Latronico (SP) Ana Luiza Maia (RS) Ana Maria J. Lengyel (SP) Antônio Roberto Chacra (SP) Ayrton Custódio Moreira (SP) Berenice B. Mendonça (SP) Bruno Geloneze Neto (SP) Carlos Alberto Longui (SP) Carmen Pazos de Moura (RJ) César L. Boguszewski (PR) Claudio E. Kater (SP) Denise Pires de Carvalho (RJ) Durval Damiani (SP) Eduardo K. Tomimori (SP) Eduardo Pimentel Dias (MG) Francisco Bandeira (PE) Gil Guerra Jr. (SP) Gisah M. do Amaral (PR) Giuseppe Repetto (RS) Gustavo Caldas (PE) Hans Graf (PR) Helena Schmid (RS) leda T. N. Verreschi (SP) Jorge Luiz Gross (RS) José Antônio M. Marcondes (SP) Júlio Abucham (SP) Laura S. Ward (SP) Lício Augusto Velloso (SP) Luciana Naves (DF) Lucio Vilar (PE) Luís Eduardo P. Calliari (SP) Luiz Armando De Marco (MG) Luiz Henrique Canani (RS) Malebranche B. C. Cunha Neto (SP) Manuel H. Aguiar-Oliveira (SE) Marcello Delano Bronstein (SP) Márcio C. Mancini (SP) Margaret Boguszewski (PR) Margaret de Castro (SP) Maria Alice N. Bordallo (RJ) Maria Lúcia F. de Farias (RJ) Maria Tereza Nunes (SP) Marília de Brito Gomes (RJ) Mário José A. Saad (SP) Mário Vaisman (RJ) Mauro A. Czepielewski (RS) Monica Roberto Gadelha (RJ) Omar M. Hauache (SP) Osmar Monte (SP) Pedro Henrique S. Corrêa (SP) Pedro Weslley S. do Rosário (MG) Poli Mara Spritzer (RS) Regina Célia S. Moisés (SP) Ricardo M. R. Meirelles (RJ) Rosa Paula M. Biscolla (SP) Rui M. de Barros Maciel (SP) Ruth Clapauch (RJ) Sérgio Atala Dib (SP) Sonir Roberto R. Antonini (SP) Suemi Marui (SP) Tânia A. S. Bachega (SP) Thomas R. Porto da Cruz (BA) Ubiratan Fabres Machado (SP) Vivian C. M. Ellinger (RJ) COMISSÃO EDITORIAL INTERNACIONAL (2007-2008) Allen M. Spiegel (EUA) Ana Amélia O. Hoff (EUA) Andre Lacroix (Canadá) Ashley Grossman (Inglaterra) C. Ronald Kahn (EUA) Cecília Camacho-Hübner (Inglaterra) Cedric H. Shackleton (EUA) Deborah L. Segaloff (EUA) Décio Eizirik (Bélgica) Enio Martino (Itália) Fernando Cassorla (Chile) Franco Mantero (Itália) Georges Chrousos (Grécia) Gilberto Velho (França) Helena W. Rodbard (EUA) John P. Bilezikian (EUA) Júlio Licínio (EUA) Martin Rencke (Alemanha) Patrícia L. Dahia (EUA) Paul M. Stewart (Inglaterra) Stephen Marx (EUA)

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ARQUIVOS BRASILEIROS DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA(BRAZILIAN ARCHIVES OF ENDOCRINOLOGY AND METABOLISM)

Órgão ofi cial de divulgação científi ca das seguintes sociedades médicas:SBEM – Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Departamento da Associação Médica Brasileira), SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes, ABESO – Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome

Metabólica e SOBEMOM – Sociedade Brasileira de Estudos do Metabolismo Ósseo e Mineral

ENDOCRINOLOGIA& METABOLOGIA

FUNDADOR e EDITOR1951-1955 Waldemar Berardinelli (RJ)

EDITORES e CHEFES DE REDAÇÃO*1951-1955 Thales Martins (RJ)1957-1972 Clementino Fraga Filho (RJ)

*1964-1966 Luiz Carlos Lobo (RJ)*1966-1968 Pedro Collett-Solberg (RJ)*1969-1972 João Gabriel H. Cordeiro (RJ)

1978-1982 Armando de Aguiar Pupo (SP)1983-1990 Antônio Roberto Chacra (SP)1991-1994 Rui M. de Barros Maciel (SP)1995-2006 Claudio Elias Kater (SP)

EDITOR CHEFE2007-2010 Edna T. Kimura (SP)

CO-EDITORES2007-2010 Sandra R. G. Ferreira (SP) Evandro S. Portes (SP) Magnus R. Dias da Silva (SP)

EDITORES ASSOCIADOS (2007-2008)

Presidentes dos Departamentos da SBEMAdrenal e Hipertensão Milena F. Caldato (PA)Diabetes Melito Marcos A. Tambascia (SP)Dislipidemia e Aterosclerose Maria Teresa Zanella (SP)Endocrinologia Básica Célia Regina Nogueira (SP)Endo Feminina e Andrologia Amanda Athayde (RJ)Endocrinologia Pediátrica Marília Martins Guimarães (RJ)Metabolismo Ósseo e Mineral Marise Lazaretti Castro (SP)Neuroendocrinologia Nina R. C. Musolino (SP)Obesidade Henrique de L. Suplicy (PR)Tireóide Léa M. Zanini Maciel (SP)

Representantes das Sociedades ColaboradorasSBD Walter J. Minicucci (SP)ABESO Rosana Radominski (PR)SOBEMOM José Gilberto H. Vieira (SP)

Editor Associado Internacional Antonio C. Bianco (EUA)

COMISSÃO EDITORIAL NACIONAL (2007-2008)

Adriana Costa e Forti (CE)Alexander Augusto S. Jorge (SP)Alfredo Halpern (SP)Amélio F. Godoy Matos (RJ)Ana Claudia Latronico (SP)Ana Luiza Maia (RS)Ana Maria J. Lengyel (SP)Antônio Roberto Chacra (SP)Ayrton Custódio Moreira (SP)Berenice B. Mendonça (SP)Bruno Geloneze Neto (SP)Carlos Alberto Longui (SP)Carmen Pazos de Moura (RJ)César L. Boguszewski (PR)Claudio E. Kater (SP)Denise Pires de Carvalho (RJ)Durval Damiani (SP)Eduardo K. Tomimori (SP)Eduardo Pimentel Dias (MG)Francisco Bandeira (PE)Gil Guerra Jr. (SP)Gisah M. do Amaral (PR)Giuseppe Repetto (RS)

Gustavo Caldas (PE)Hans Graf (PR)Helena Schmid (RS)leda T. N. Verreschi (SP)Jorge Luiz Gross (RS)José Antônio M. Marcondes (SP)Júlio Abucham (SP)Laura S. Ward (SP)Lício Augusto Velloso (SP)Luciana Naves (DF)Lucio Vilar (PE)Luís Eduardo P. Calliari (SP)Luiz Armando De Marco (MG)Luiz Henrique Canani (RS)Malebranche B. C. Cunha Neto (SP)Manuel H. Aguiar-Oliveira (SE)Marcello Delano Bronstein (SP)Márcio C. Mancini (SP)Margaret Boguszewski (PR)Margaret de Castro (SP)Maria Alice N. Bordallo (RJ)Maria Lúcia F. de Farias (RJ)

Maria Tereza Nunes (SP)Marília de Brito Gomes (RJ)Mário José A. Saad (SP)Mário Vaisman (RJ)Mauro A. Czepielewski (RS)Monica Roberto Gadelha (RJ)Omar M. Hauache (SP)Osmar Monte (SP)Pedro Henrique S. Corrêa (SP)Pedro Weslley S. do Rosário (MG)Poli Mara Spritzer (RS)Regina Célia S. Moisés (SP)Ricardo M. R. Meirelles (RJ)Rosa Paula M. Biscolla (SP)Rui M. de Barros Maciel (SP)Ruth Clapauch (RJ)Sérgio Atala Dib (SP)Sonir Roberto R. Antonini (SP)Suemi Marui (SP)Tânia A. S. Bachega (SP)Thomas R. Porto da Cruz (BA)Ubiratan Fabres Machado (SP)Vivian C. M. Ellinger (RJ)

COMISSÃO EDITORIAL INTERNACIONAL (2007-2008)

Allen M. Spiegel (EUA)Ana Amélia O. Hoff (EUA)Andre Lacroix (Canadá)Ashley Grossman (Inglaterra)C. Ronald Kahn (EUA)Cecília Camacho-Hübner (Inglaterra)Cedric H. Shackleton (EUA)

Deborah L. Segaloff (EUA)Décio Eizirik (Bélgica)Enio Martino (Itália)Fernando Cassorla (Chile)Franco Mantero (Itália)Georges Chrousos (Grécia)Gilberto Velho (França)

Helena W. Rodbard (EUA)John P. Bilezikian (EUA)Júlio Licínio (EUA)Martin Rencke (Alemanha)Patrícia L. Dahia (EUA)Paul M. Stewart (Inglaterra)Stephen Marx (EUA)

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Endocrinologia & Metabologia

expediente

Rua Botucatu, 572 – conjunto 83 – 04023-062 – São Paulo, SPTel/Fax: (11) 5575-0311 / 5082-4788

Submissão on-line / Divulgação eletrônicaWebsite: www.sbem.org. br / www.scielo.br/abem

ARQUIVOS BRASILEIROS DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA.Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. – São Paulo, SP: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, v. 5,1955-Nove edições/anoContinuação de: Arquivos brasileiros de endocrinologia (v. 1-4), 1951-1955)Título em inglês: Brazilian Archives of Endocrinology and MetabolismISSN 0004-2730 (versões impressas)ISSN 1677-9487 (versões on-line)

1. Endocrinologia – Periódicos 2. Metabolismo-Periódicos I. Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia II. Associação Médica Brasileira.

CDU 612.43 Endocrinologia

CDU 612.015.3 Metabolismo

Assessoria Comercial Reginaldo RamosRua Alvorada, 631 – Vila Olímpia – 04550-003 – São Paulo – SP – Tel.: (11) 3849-0099/3044-1339 E-mail: atendimento@growup_eventos.com.br – Website: growup-eventos.com.br

Avenida Vereador José Diniz, 3300, 15o andar, Campo Belo – 04604-007 – São Paulo, SP. Fone/fax: 11 3093-3300. www.segmentofarma.com.br – [email protected] geralDiretor geral Idelcio D. Patricio Diretor executivoDiretor executivo Jorge Rangel Diretor administrativo-fi nanceiroDiretor administrativo-fi nanceiro Antonio Carlos Alves Dias Editor de arteEditor de arte Maurício Domingues Coordenação geralCoordenação geral Alexandre Costa Coordenação editorialCoordenação editorial Angela Helena Viel Assistente comercial Assistente comercial Karina Cardoso Produção gráfi caProdução gráfi ca Fabio Rangel e Tiago Manga DiagramaçãoDiagramação Andrea Del Arco Espósito Gerentes de negóciosGerentes de negócios Eli Proença, Marcela Crespi, Marcelo Valente, Rodrigo Mourão, Rosana Moreira Cód. Cód. da publicaçãoda publicação 7241.05.08

SOCIEDADE BRASILEIRA DEENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA

Apoio:

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Sociedades e Associações Brasileiras naÁrea de Endocrinologia e Metabologia

SBEM – Sociedade Brasileira de Endocrinologia e MetabologiaRua Humaitá, 85 cj. 501 Diretoria Nacional da SBEM (2007-2009)22261-000 Rio de Janeiro, RJ Presidente: Ruy LyraTel/Fax: (21) 2579-0312 Vice-Presidente: Francisco BandeiraE-mail: [email protected] Secretário Executivo: Luiz Grizwebsite: www.sbem.org.br / endocrinologia.org.br Secretário Adjunto: Amaro Gusmãosecretária executiva: Julia Maria C.L. Gonçalves Tesoureiro Geral: Gustavo Caldas Tesoureiro Adjunto: Lucio VilarAv. Agamenon Magalhães, 4775 Sala 30250160-070 Ilha do Leite, Recife, PETel.: (081) 2125-7473secretária executiva: Paola Cavalcanti

SBD – Sociedade Brasileira de DiabetesRua Afonso Brás, 579 cj. 72/74 Diretoria Nacional da SBD (2008/2009)04511-011 São Paulo, SP Presidente: Marilia de Brito GomesTel/Fax: (11) 3842-4931 Vice-Presidentes: Balduino TschiedelE-mail: [email protected] Mario José Abdalla Saad, Nelson Rassi, website: www.diabetes.org.br Reine Marie Chaves Fonseca, secretária executiva: Kariane Krinas Davison Saulo Cavalcanti da Silvagerente administrativa: Anna Maria Ferreira Secretário Geral: Sérgio Atala Dib 2º Secretário: Rosane Kupfer Tesoureiro: Antonio Carlos Lerario 2º Tesoureiro: Domingos Augusto Malerbi

ABESO – Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome MetabólicaRua Tabapuã, 888 cj. 81/83 Itaim Bibi Diretoria Nacional da ABESO (2008-2009)04533-033 São Paulo, SP Presidente: Marcio Correa ManciniTel: (11) 3079-2298 Vice-Presidente: Bruno Geloneze NetoFax: (11) 3079-1732 1º Secretário Geral: João Eduardo N. SallesE-mail: [email protected] 2º Secretário Geral: Josivan Gomes de Limawebsite: www.abeso.org.br Tesoureiro: Mario Kehdi Carrasecretária operacional: Élide Ferraz

SOBEMOM – Sociedade Brasileira de Estudos do Metabolismo Ósseo e MineralAv. Angélica, 1757 cj. 103 Diretoria Nacional da SOBEMOM (2007-2008)01227-200 São Paulo, SP Presidente: Marise Lazaretti CastroTel: (11) 3822-1965 Vice-Presidente: Pérola G. PlaplerFax: (11) 3826-4677 Secretário Adjunto: Pedro Henrique S. CorrêaE-mail: [email protected] Secretária Geral: Cynthia M. Brandãowebsite: www.sobemom.com.br 2º Secretário: Sérgio S. Maedasecretária operacional: Damaris R. Villela Tesoureiro Geral: Eduardo Meirelles 2º Tesoureiro: Hamilton C. Menezes Filho

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Departamentos Científi cos da SBEM – 2007/2008Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Adrenal e HipertensãoPresidente: Milena F. CaldatoVice-Presidente: Tânia MazzucoRua dos Tamoios, 1474, apto 101 – Batista Campos66025-125 Belém, PATel: (91) 3223-5359Fax: (91) 3223-8560E-mail: [email protected]

Diretores: Ana Claudia Latronico Claudio E. Kater Lucila K. Elias Margaret de Castro Sonir R. Antonini

Dislipidemia e AterosclerosePresidente: Maria Teresa ZanellaVice-Presidente: Thomaz R. Porto da CruzCentro Integrado de Hipertensão e MetabologiaCardiovascularUniversidade Federal de São PauloRua Leandro Dupret, 365 – Vila Clementino04025-011 São Paulo, SPTel/Fax: (11) 5904-0405E-mail: [email protected]

Diretores: Bruno Geloneze Neto Amélio F. Godoy Matos Antonio R. Chacra Sandra R.G. Ferreira Leão Zagury

Endocrinologia Feminina e AndrologiaPresidente: Amanda AthaydeVice-Presidente: Ricardo M.R. MeirellesAv. N.S. de Copacabana, 1183 cj. 50422270-010 Rio de Janeiro, RJTel/Fax: (21) 2521-8285 / 2522-2002E-mail: [email protected]: www.feminina.org.br www.andrologia.org.br

Diretores: Ruth Clapauch Alexandre Hohl Carmen R.L. Assumpção Dolores Pardini Poli Mara Spritzer

Diabetes MellitusPresidente: Marcos A. TambasciaVice-Presidente: Saulo Cavalcanti da SilvaRua Afonso Brás, 579 cj. 72/7404511-011 São Paulo, SPTel/Fax: (11) 3842-4931E-mail: [email protected]: www.diabetes.org.br

Diretores: Antonio Carlos Lerário Adriana Costa e Forti Adolpho Milech Balduino Tschiedel José Egídio P. de Oliveira

Endocrinologia BásicaPresidente: Célia Regina NogueiraVice-Presidente: Francisco de Assis NevesDepartamento de Clínica MédicaFaculdade de Medicina de Botucatu – UNESPRubião Júnior s/n18618-970 Botucatu-SPTel: (14) 3811-6213/ Fax: (14) 3815-2715E-mail: [email protected]

Diretores: Ubiratan Fabres Machado Maria Tereza Nunes Doris Rosenthal Vânia Maria C. da Costa Celso Rodrigues Franci

Endocrinologia PediátricaPresidente: Marília Martins GuimarãesVice-Presidente: Maria Alice Neves BordalloRua Humaitá, 85 – 5º andar22261-000 Rio de Janeiro, RJTel/Fax: (21) 2562-2748 / 2770-0588E-mail: [email protected]

Diretores: Ângela Maria Spinola e Castro Carlos Alberto Longui Maria Tereza Mathias Baptista Paulo César Alves da Silva Renato Junger de Oliveira

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Metabolismo Ósseo e MineralPresidente: Marise Lazaretti CastroVice-Presidente: Luiz Henrique M. GrizAv. Angélica, 1757 cj. 10301227-200 São Paulo, SPTel: (11) 3822-1965Fax: (11) 3826-4677E-mail: [email protected]: www.sobemom.com.br

Diretores: Carolina A.M. Kulak Dalisbor M.W. Silva João Modesto Filho José Gilberto H. Vieira Luiz Augusto T. Russo

ObesidadePresidente: Henrique de L. SuplicyVice-Presidente: Rosana RadominskiAssociação Brasileira para o Estudo da ObesidadeRua Tabapuã, 888 – cj. 81/83 – Itaim Bibi04533-003 São Paulo, SPTel: (11) 3079-2298Fax: (11) 3079-1732E-mail: [email protected] [email protected]

Diretores: Bruno Geloneze Neto Lucia M. Carraro Costa Claudia Cozer Fátima C.S. Afonso Josivan Gomes de Lima Zuleika Salles Cozzi Halpern

NeuroendocrinologiaPresidente: Nina R.C. MusolinoVice-Presidente: Mônica R. GadelhaRua Cantagalo, 74 cj. 1506 – Tatuapé03319-000 São Paulo, SPTel/Fax: (11) 6225-1666E-mail: [email protected]

Diretores: Luciana A. Naves Mauro A. Czepielewski Marcello D. Bronstein Antonio R. Oliveira Junior Renan M. Montenegro

TireóidePresidente: Léa M. Zanini MacielVice-Presidente: Edna T. KimuraDepartamento de Clínica MédicaHospital das Clínicas, FMRP-USPAv. Bandeirantes, 390014049-900 Ribeirão Preto, SPTel: (16) 3602-2665Fax: (16) 3602-2666E-mail: [email protected]

Diretores: Laura Sterian Ward Rui M. de Barros Maciel Ana Luiza S. Maia Gisah A. de Carvalho Meyer Knobel

Departamentos Científi cos da SBEM – 2007/2008Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

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Comissões Permanentes da SBEM – 2007/2008Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Comissão de Comunicação SocialPresidente: Ricardo Meirelles ([email protected])

Membros: Balduino Tschiedel Edna T. Kimura Lucio Vilar Marisa Helena Cesar Coral Ruy Lyra

Comissão de Estatutos, Regimentose Normas

Presidente: Marisa Helena Cesar Coral, ([email protected])

Membros: Luiz Carlos Espíndola Osmar Monte Luiz Cesar Povoa Ricardo Meirelles João Modesto

Comissão de Acompanhamento do Planejamento Estratégico

Presidente: Luiz César Povoa ([email protected])

Membros: Marcello D. Bronstein Berenice B. Mendonça Rosalvo Reis Antônio R. Ferreira

Comissão do Projeto DiretrizesCoordenador: Claudio E. Kater ([email protected])

Membros: Milena F. Caldato Maria Teresa Zanella Marcos Antonio Tambascia Celia Regina Nogueira Amanda V. Luna de Athayde Marilia Martins Guimarães Marise Lazaretti Castro Nina Rosa de C. Musolino Henrique Suplicy Léa Maria Zanini Maciel

Comissão Científi caPresidente: Francisco Bandeira ([email protected] / fbandeira@ gmail.com.br)

Membros: Presidentes Regionais Presidentes de Departamentos Científi cos Ana Cláudia Latrônico Laura S. Ward Mauro A. Czepielewski Adriana Costa e Forti Luiz Griz

Comissão do Título de Especialista em Endocrinologia e Metabologia

Presidente: Francisco Bandeira, ([email protected] / [email protected])Vice-Presidente: Hans Graf

Membros: Adelaide Rodrigues Rui M. de Barros Maciel Lucio Vilar Walter Bloise Carlos Alberto Longui

Comissão de Educação Médica Continuada

Presidente: Ruth Clapauch ([email protected])

Membros: Luiz Susin Laura S. Ward João Modesto Dalisbor Marcelo W. Silva

Comissão de Ética e Defesa Profi ssionalCorregedora: Maite T. Chimeno([email protected])Vice-Corregedor: Ney Cavalcanti

Vogais: Amaro Gusmão Victor Gervásio e Silva Ivana Maria Netto Victória Itairan de Silva Terres Teiichi Oikawa Fabio Rogério Trujilho Joaquim José de Melo Auxiliadora Brito de Lima Josivan Silva Paulo Roberto Prata Mendonça

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Comitê de Campanhas em Endocrinologia

Presidente: Gustavo Caldas ([email protected])

Membros: Luiz Antônio Araújo Vivian Ellinger

Comissão de História daEndocrinologia

Presidente: Luiz César Povoa ([email protected])

Membros: Rui M. de Barros Maciel Thomaz Cruz

Comissão Paritária – CAAEP

Membros: Marília Martins Guimarães Paulo Cesar Alves da Silva Marilza Leal Nascimento Carlos Alberto Longui Rômolo Sandrini Marilza Leal Nascimento Luis Eduardo Procopio Calliari

Comissão EleitoralPresidente: Airton Golbert ([email protected])

Membros: Pedro Weslley S. do Rosário Victor Gervásio e Silva Milena F. Caldato

Conselho Consultivo da IndústriaPresidente: Lúcia Cordeiro ([email protected])

Membros: Luiz Susin Representantes da Indústria Farmacêutica

Comissão de Valorização de Novas Lideranças

Presidente: Mônica de Oliveira([email protected])Vice-Presidente: Daniel Costa Lins

Membros: Daniela Rego Andréa Glezer Alexandre Hohl

Comitê InternacionalPresidente: Amélio F. Godoy Matos([email protected])

Membros: Claudio E. Kater César L. Boguszewski Valéria Guimarães Thomaz Cruz João Lindolfo C. Borges Marcello D. Bronstein

Comissões Permanentes da SBEM – 2007/2008Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

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S17

Sumário

Carta de Boas-Vindas .............................................. S233

Organização ............................................................. S235

Prêmios ..................................................................... S237

Prêmio EBT de Pesquisa e Liderança ......................S238

Prêmio Jovem Investigador .....................................S240

Formento de Projetos de Pesquisa ..........................S242

Programação Científi ca ........................................... S243

Simpósios-Satélite ....................................................S244

Cursos Pré-congresso ...............................................S245

Workshop ...................................................................S247

Sessão Aberta ao Público .........................................S248

Programa Científi co ...................................................S249

Casos Clínicos .......................................................... S259

Sumário de Temas Livres e Pôsteres ..................... S265

Resumos de Temas Livres e Pôsteres .................... S279

Índice Remissivo de Autores .................................. S363

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S233

Carta de Boas-Vindas

Caros Amigos,

É com imensa satisfação que recebemos todos vocês em Campinas para esta 13ª edição dos nossos encontros na-cionais sobre tireóide. O sucesso deste evento, que se faz antecipar pelo número recorde de inscritos, se deve indu-bitavelmente ao formato e à qualidade notória do progra-ma, características que vêm distinguindo o EBT. As comissões, Científi ca e Organizadora, organizaram um programa excelente e ao mesmo tempo prazeroso, que será desenvolvido em um resort, com toda a infraestrutu-

ra para proporcionar momentos de desconcentração aliados à qualidade logística e operacional que são fundamentais para o sucesso de um congresso.

A integração de diversas áreas e especialidades se refl ete no programa científi co e, obedecendo ao que vem sendo a tônica dos EBT, estamos valorizando a pesquisa brasileira e discutindo os problemas nacionais. Assim, além das clássicas discussões de casos, que este ano contarão com maior participação graças ao uso de um siste-ma interativo para o público, teremos uma discussão de conduta baseada nos pro-tocolos e consensos recentemente publicados em nódulo e câncer da tieróide.

A Comissão Científi ca também inovou, este ano, criando uma nova categoria de trabalhos selecionados para concorrer a Prêmio, a categoria dos trabalhos “trans-lacionais”, ou seja, trabalhos clínicos realizados com metodologia básica.

Nem é preciso mencionar os já tradicionais Cursos Pré-Congresso de Ultra-sono-grafi a e de Biologia Molecular para o Clínico, que são sempre um sucesso. Este ano teremos mais uma novidade, um evento direcionado aos pesquisadores: o Workshop de Pesquisa em Tireóide, que já conta com expressivo número de pré-inscritos.

Pensando em nossa responsabilidade social, teremos também uma sessão aberta ao público leigo, destinada a orientar e responder questões práticas, ouvir comentá-rios e críticas da população.

Mais uma vez teremos a oportunidade de homenagear os indivíduos que mais vêm se destacando na tireoidologia brasileira. A exemplo do ocorrido, o EBT de Curi-tiba, quando homenageamos uma das decanas da especialidade em nosso país, grande mentora de inúmeros pesquisadores de destaque e fundadora do EBT, a Profa. Doris Rosenthal, este ano homenagearemos o Prof. Rui Maciel. Uma rese-nha da vida de ambos está nas próximas páginas, que também incluem os Progra-mas Científi co e Social, que seguramente agradarão a todos.

Nossas sessões de discussão de Pôsteres, chamadas Happy Poster, contarão com discussões de cada trabalho por selecionados experts da área correspondente, em um clima de desconcentração que permitirá profícuas discussões, o surgimento de novas idéias e de novas colaborações. Este é o espírito do EBT!

Sejam todos muito bem-vindos!

Laura Sterian Ward

Presidente da Comissão Organizadora

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Organização

Comissões Presidente de Honra do Congresso João Hamiltom Romaldini

Presidente da Comissão Organizadora Laura S. Ward

Presidente da Comissão Científi ca Edna T. Kimura

Comissão Organizadora Alfi o José Tincani, Campinas

Elizabeth Pavin, Campinas

Fátima Chaves, Campinas

Gil Guerra-Júnior, Campinas

Ligia Vera Montali de Assumpção, Campinas

Luiza Matsumura, São Paulo

Maria Tereza Baptista, Campinas

Meyer Knobel, São Paulo

Nilton M. Hanaoka, Campinas

Osmar Monte, São Paulo

Comissão Científi ca Edna T. Kimura, São Paulo

Ana Luiza Maia, Porto Alegre

Carmen Cabanelas Pazos de Moura, Rio de Janeiro

Célia Regina Nogueira, Botucatu

Claudio C. Albino, Maringá

Cleo Mesa Junior, Curitiba

Denise Pires de Carvalho, Rio de Janeiro

Gisah Amaral de Carvalho, Curitiba

Laura Ward, Campinas

Magnus Dias da Silva, São Paulo

Mario Vaisman, Rio de Janeiro

Patricia Magalhaes, Ribeirão Preto

Rui M. B. Maciel, São Paulo

Suemi Marui, São Paulo

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Organização

Realização

Departamento de Tireóide da SBEM (2007-2008)

Presidente .............................................................................. Lea Maria Z. Maciel

Vice-Presidente ..................................................................... Edna T. Kimura

Secretária ............................................................................... Laura S Ward

Diretores ................................................................................ Ana Luiza Silva Maia

Gisah Amaral de Carvalho

Meyer Knobel

Rui M. B. Maciel

Suplentes ............................................................................... Carmen Cabanelas Pazos de Moura

Denise Pires de Carvalho

Apoio ABESO

SBD

Patrocinadores

Applied Biosystems Medley

Dimen Merck Sharp & Dohme

GE Healthcare Richards do Brasil Prod.Cirúrgicos

Genzyme do Brasil Siemens Brasil

JN Comercial WEM Equipamentos Eletrônicos

Secretaria

Eventus Planejamento e Organização

www.eventus.com.br

[email protected],br

Fone: (11) 3361-3056

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Prêmios

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Prêmio EBT de Pesquisa e Liderança

O Prêmio EBT foi instituído pelo Departamento de Tireóide, em 2006. O prêmio visa reconhecer a contribuição científi ca e a liderança de uma personalidade na tireoidologia brasileira que tenha exercido a sua atividade profi s-sional preponderantemente em nosso país.

A personalidade agraciada deverá, além da destacada atividade científi ca pessoal, ser responsável pelas con-tribuições científi cas geradas por aqueles que receberam treinamento profi ssional pela sua atuação como educador e pesquisador, e ainda ter demonstrado importante participação na divulgação da tireoidologia nacional.

Prêmio EBT 2006 Prof Doris Rosenthal (UFRJ, Rio de Janeiro)

Prêmio EBT 2008Prof. Rui M. B Maciel (EPM-Unifesp, São Paulo)

Doris Rosenthal

Graduada em Medicina pela Universidade do Distrito Federal, atual Universi-dade do Estado do Rio de Janeiro (1957), tem doutorado em Ciências pelo Ins-tituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1975), e pós-doutorado no Inserm, França (1978). Foi vice-presidente e presidente da Latin American Thyroid Society e está vinculada aos departamen-tos de Endocrinologia Básica e de Tireóide da Sociedade Brasileira de Endocrino-logia e Metabologia, da qual foi co-fundadora.

Doris Rosenthal iniciou suas atividades de pesquisa no então Laboratório de Medicina Nuclear do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro, um dos núcleos responsáveis pela implantação das novas metodologias de avaliação da função tireoidiana com radioiodo naquela época. A equipe foi também pioneira no emprego do radioiodo para o trata-

mento de hiperfunções e carcinomas tireóideos. A partir de 1973, sob a chefi a de Doris Rosenthal, a equipe do Laboratório de Medicina Nuclear manteve o interesse no estudo da fi siopatologia tireóidiana humana, usando tra-çadores radioativos, ao mesmo tempo em que ampliava o espectro dos exames funcionais com radionuclídeos na Unidade de Clínica mantida por convênio entre o Instituto de Biofísica e o Instituto Estadual de Diabetes e Endo-crinologia Luiz Capriglione, no Hospital Moncorvo Filho. Em paralelo, foram desenvolvidas outras linhas de pes-quisa, direcionadas a aspectos fi siológicos e fi siopatológicos da função e da regulação tireoidianas, que motivaram a mudança de nome do LMN para Laboratório de Fisiologia Endócrina em 1976.

Uma das principais características da Profa. Doris Rosenthal tem sido a atuação na formação de pessoal qualifi -cado e de novos grupos de pesquisa em fi siologia endócrina no Brasil. Sob sua orientação, diversos mestres e dou-tores foram formados, originando grupos em diversos Estados do Brasil, assim como na própria UFRJ e em outras universidades do Rio de Janeiro. Sua trajetória acadêmica se caracteriza pela excelência nas atividades de ensino e pesquisa na área de tireóide. Até o presente orientou 12 teses de doutorado e 27 dissertações de mestrado. É au-tora ou co-autora de mais de 60 artigos científi cos originais, 17 deles nos últimos cinco anos. Aposentada por idade em 2002 continua atuando como professora-pesquisadora da UFRJ, no laboratório que chefi ou e hoje tem o seu nome: Laboratório de Fisiologia Endócrina Doris Rosenthal, uma homenagem prestada por seus discípulos.

S238

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Rui Monteiro de Barros Maciel

Rui Monteiro de Barros Maciel, natural de São Paulo, SP, é Professor Titular da Disciplina de Endocrinologia do Departamento de Medicina da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp) e Coordena-dor do Laboratório de Endocrinologia Molecular; além disso, é membro da Co-ordenadoria de Saúde da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Diretor Médico do Fleury-Medicina e Saúde.

Graduou-se em Medicina na Unifesp (1965-70), onde foi residente em Clíni-ca Médica e Endocrinologia (1971-74) e fez o mestrado em Imunologia, com Nelson Mendes (1975-76), o doutorado em Endocrinologia, com Antonio Cha-cra (1979-82) e a Livre-Docência em Endocrinologia, em 1989. É docente da Unifesp desde 1975, iniciando como Auxiliar de Ensino e progredindo a Profes-sor-Assistente (1980), Professor-Adjunto (1983), Professor-Associado (1989) e

Titular (1992). Nos Estados Unidos, foi research-fellow, na University of California Los Angeles, com Inder Chop-ra (1976-78) e Visiting-Professor, na Harvard Medical School/Beth Israel-Deaconess Hospital, em Boston, com Sidney Ingbar (1986-87).

Depois do retorno de Los Angeles, na Unifesp, liderou o Grupo de Tiróide (1979-1998), em associação com Reinaldo Furlanetto; cooperou, também, com Gilberto Vieira e Ewaldo Russo, no Laboratório de Hormônios (1975-1994); mais recentemente criou, com Janete Cerutti, o Laboratório de Endocrinologia Molecular (1999-). Essas atividades, fi nanciadas pela Fapesp, Capes e CNPq, nas áreas do metabolismo dos hormônios tireoidianos, métodos de dosagens hormonais e biologia celular e molecular das doenças da tireóide, produziram, até agora, 152 artigos completos em revistas indexadas, 82 capítulos de livros, edição de 2 livros, 480 conferências no Brasil e no ex-terior e 42 orientações de Mestrado e Doutorado, entre os quais destacam-se diversos líderes atuais da tireoidologia brasileira, além da formação de discípulos oriundos de quase todos os estados brasileiros. Entre as contribuições origi-nais à pesquisa destacam-se: a) a demonstração de que a conversão periférica do T4 em T3 acontece na membrana celular; b) a demonstração da produção autócrina de IGF (insulin-like growth factor) pela tiróide; c) a descrição de causas moleculares da paralisia periódica tirotóxica em canais de potássio.

Além de sua atuação em pesquisa na Endocrinologia, tem participado ativamente de atividades na Unifesp, onde foi Chefe dos Médicos-Residentes (1973-74), Membro da Comissão de Residência Médica (1973-74, 1989-93), Presidente da Comissão de Residência Médica (1991-93), Vice-Chefe do Departamento de Medicina (1992-93), Chefe da Disciplina de Endocrinologia (1994-98), Membro da Comissão de Livre-Docência (1996-2000), Coordenador de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (1998-99, 2001-) e Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa (1999-2000).

Recebeu, entre outros, os Prêmios: a) “Alípio Corrêa Neto”, destinado ao melhor trabalho dos alunos do 6o ano do curso de Medicina da Unifesp, em 1970; b) “Múcio de Athayde de Combate ao Câncer” da Academia Nacional de Medicina, em 1985; c) “LATS-Prize”, da Sociedade Latino-Americana de Tieróide, destinado ao investigador que tivesse contribuído signifi cativamente para a pesquisa tireoidiana na América Latina, em 1991; d) “SBEM-SP”, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, concedido a quem tivesse realizado, em sua carreira, con-tribuições signifi cativas para a pesquisa e a docência em Endocrinologia, em São Paulo, em 2001; e) Membro da Ordem Nacional do Mérito Científi co (Comendador), por contribuições à pesquisa, em 2002.

Tem participado ativamente da direção de sociedades científi cas: na Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia foi Diretor da Regional São Paulo (1973-80, 1990-98) e Vice-Presidente da Diretoria Nacional (1998-2000); e na Sociedade Latino-Americana de Tireóide foi Diretor (1985-90), Secretário (1991-95), Vice-Presidente (1997-99) e Presidente (1999-2001). Criador, com João Romaldini e Doris Rosenthal, dos Encontros Brasileiros de Tireóide, em 1983; criador, com Claudio Kater, do Congresso Paulista de Endocrinologia e Metab-ologia-Copem (1994). Foi Editor-Chefe dos Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, no período entre 1991 a 1994.

S239

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Prêmio Jovem Investigador

Desde a sua criação, o Encontro Brasileiro de Tireóide, teve a preocupação de incluir a participação sistemática dos alunos graduandos, pós-graduandos e recém-doutores na apresentação oral (tema-livre) de trabalhos científi cos em posição de destaque dentro da programação científi ca o que estimulava sobremaneira a atividade científi ca dos jo-vens pesquisadores.

A partir de 2000, no 10o Encontro Brasileiro de Tireóide, em Gramado, RS, foi instituído formalmente o Prê-mio Jovem Investigador, nas categorias clínico e básico, em reconhecimento ao mérito científi co de trabalhos sub-metidos no EBT, pelo julgamento dos temas-livres fi nalistas. Como regra geral, podem concorrer ao Prêmio os autores principais (em geral, primeiro autor) de trabalho ainda não publicado e desenvolvido inteiramente no Brasil. O autor deverá ter idade inferior a 41 anos até a data do evento e que não tenham sido premiado anteriormente.

Nos anos de 2002 e 2004, foi concedido um Prêmio adicional, o Prêmio Pesquisador Senior, no qual se recon-hecia o trabalho do investigador principal (autor senior) do tema-livre apresentado.

Desde o seu estabelecimento, o Prêmio Jovem Investigador, têm sido designados nas categorias clínica e de pesquisa básica, utilizando-se crítérios de “clínico” e “básico” estabelecidos no fi nal da década de 1980. Segundo esse critério, a utlização de qualquer material biológico de pacientes deveria ser considerado um estudo clínico. Nesse contexto, muitas vezes o trabalho “essencialmente” clínico perdia o seu espaço e, em outro extremo, inves-tigações experimentais (por exemplo, molecular) realizadas com material de pacientes, eram categorizadas como básicas.

Mais recentemente, surgiu o conceito de pesquisa translacional ou medicina translacional (do inglês: transla-tional) designando os trabalhos que se encontram na fronteira entre a pesquisa básica e a clínica. Nessa categoria, incluem-se as investigaçãoes bidirecionais utilizando material de pacientes em pesquisa experimental que possam contribuir no futuro para a elucidação etiopatogênica e/ou indicar novos direcionamento diagnóstico, prognóstico e terapêutico das patologias humanas utilizando métodos ainda não estabelecidos na prática clínica.

Incorporando esse novo conceito, a partir deste EBT, estabelecemos, além das categorias de Prêmio Jovem Investigador Clínico e Básico, a categoria de Prêmio Jovem Investigador de trabalho translacional.

PRÊMIO JOVEM INVESTIGADOR

2000

IX Encontro Brasileiro de Tireóide, Gramado, RS

Clínico: Marcia Khaled Punales (UFRGS, Porto Alegre)

Básico: Sílvia Emiko Matsuo (ICB-USP, São Paulo)

2002

X Encontro Brasileiro de Tireóide, Ribeirão Preto, SP

Clínico: Adriana Madeira Álvares da Silva (Unifesp, São Paulo)

Básico: Andrea Claudia Freitas Ferreira (UFRJ, Rio de Janeiro)

Sênior: João Roberto M. Martins e Rui M. B. Maciel (Unifesp, São Paulo)

S240

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2004

XI Encontro Brasileiro de Tireóide, Vitória, ES

Clínico: Rosana Tamanaha (Unifesp, São Paulo)

Básico: Ana Paula de Souza Arruda (UFRJ, Rio de Janeiro)

Senior: Sabrina M Coelho e Mario Vaisman (UFRJ, Rio de Janeiro)

2006

XII Encontro Brasileiro de Tireóide, Curitiba, PR

Clínico: Marcia Khaled Punales (UFRGS, São Paulo)

Básico: Fanny Nascimento Moura Viana (UnB, Brasília)

Júlio Cézar Ricarte-Filho (ICB-USP, São Paulo)

2008

FINALISTAS AO PRÊMIO JOVEM INVESTIGADOR

Básico

Ana Paula Zen Petisco Fiore (ICB-USP, São Paulo)

Caroline Serrano do Nascimento (ICB-USP, São Paulo)

Cesar Seigi Fuziwara (ICB-USP, São Paulo)

Eloiza de Rezende (ICB-USP, São Paulo)

Norma Aparecida S. Almeida (UFRJ, Rio de Janeiro)

Renata de Azevedo Melo Luvizotto (Unesp, Botucatu)

Clínico

Carolina Ferraz da Silva (Santa Casa, São Paulo)

Claudia Cristina Doimo Nakabashi (Unifesp, São Paulo)

Felipe Vanderlei (Unifesp, São Paulo)

Janaina Luisa Leite (Unicamp, Campinas)

Patricia Teixeira (UFRJ, Rio de Janeiro)

Walter Escouto Machado (UFRGS, Porto Alegre)

Translacional

Aline Castaldi Sampaio (Unicamp, Campinas)

Ana Paula Aguiar Vidal (UFRJ, Rio de Janeiro)

Gisele Oler (Unifesp, São Paulo)

Marley Januário da Silva (ICB-USP, São Paulo)

Natassia Elena Bufalo (Unicamp, Campinas)

Rita de Cassia Ferreira (Unicamp, Campinas)

Prêmio Jovem Investigador

S241

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PROGRAMA PARA FOMENTO DE PROJETOS DE PESQUISA DO DEPARTAMENTO DE TIRÓIDE

O Programa para Fomento de Projetos de Pesquisa com enfoque nos hormônios tireoidianos / glândula tireóide foi criado pelo Departamento de Tireóide, em 2004, como parte de uma política pioneira entre as sociedades médi-cas brasileiras.

O programa tem como principal objetivo incentivar os Jovens Pesquisadores, por meio de auxílios a projetos científi cos altamente qualifi cados na área clínica e/ou básica da tireodologia, a serem desenvolvidos integralmente no Brasil. O Edital é lançado a cada dois anos, durante o Encontro Brasileiro de Tireóide.

Como pré-requisitos básicos, o pesquisador proponente deve ser sócio do Departamento de Tireóide/SBEM e ter menos de 41 anos de idade.

PESQUISADORES CONTEMPLADOS

2004

Clínico: João Roberto Maciel Martins (Unifesp, São Paulo)

Básico: Flávia Carvalho Alcantara Gomes (UFRJ, Rio de Janeiro)

2006

Clínico: Rosa Paula Biscolla (Unifesp, São Paulo)

Básico: Patrícia Lisboa (UERJ, Rio de Janeiro)

2008

Lançamento do Edital no 13 EBT

Fomento de Projetos de Pesquisa

S242

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Simpósios-Satélite Cursos Pré-Congresso Programa Científi co

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S244

SÁBADO, 23 DE MAIO DE 2008

12h00 – 13h00

SALA PAÇO DOS NOBRES B

SIMPÓSIO-SATÉLITE MERCK SERONO – ATUALIDADES NO ENFOQUE DO HIPOTIREOIDISMO

Moderadores: Hans Graf (UFPR); Mario Vaisman (UFRJ)

HIPOTIREOIDISMO CENTRAL

Evandro Portes (São Paulo)

HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO

Rosana Marques Pereira (Curitiba)

DIFICULDADES NO TRATAMENTO DO HIPOTIREOIDISMO

João Hamilton Romaldini (Campinas)

SÁBADO, 24 DE MAIO DE 2008

12h00 – 13h00

SALA PAÇO DOS NOBRES B

SIMPÓSIO-SATÉLITE ABBOTT – HIPOTIREOIDISMO EM IDOSOS E CRIANÇAS: HÁ ESPECIFICIDADES DE

DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO NESTAS FAIXAS ETÁRIAS?

Moderador: Mario Vaisman (Rio de Janeiro)

12h00 – 12h10INTRODUÇÃO

Mario Vaisman (Rio de Janeiro)

12h10 – 12h30HIPOTIREOIDISMO EM CRIANÇAS

Hans Graf (Curitiba)

12h30 – 12h50HIPOTIREOIDISMO EM IDOSOS

João Hamilton Romaldini (São Paulo/Campinas)

12h50 – 13h00 Discussão

12h00- 13h30

SALA IMPERIAL A

SIMPÓSIO-SATÉLITE – GENZYME – THYROID CANCER MANAGEMENT WHAT IS THE CURRENT STATE

OF THE ART?

Moderadora: Laura S. Ward (Campinas)

12h00 - 12h10INTRODUÇÃO

Laura S. Ward (Campinas)

12h10 – 12h40IMPACTO DO HIPOTIREOIDISMO EM PACIENTES COM CÂNCER DE TIREÓIDE

Pedro Weslley S. do Rosario (Belo Horizonte)

12h40 – 13h10USE OF RHTSH IN THE MANAGEMENT OF THYROID CANCER PATIENTS

Rosella Elisei (Pisa, Italia)

13h10 – 13h30 Discussão

Simpósios-Satélite

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S245

QUINTA-FEIRA, 22 DE MAIO DE 2008

08h20 – 18h00

SALA IMPERIAL A

ULTRA-SONOGRAFIA DA TIREÓIDE

Coordenadores convidados: Eduardo Tomimori (SP); Rosalinda Yossie Asato de Camargo (SP) e Ligia Assumpção (Campinas)

08h20 Abertura

08h30 – 12h30 ASPECTOS TEÓRICOS

08h30Princípios físicos da ultra-sonografi a da tireóide / Doppler colorido Interpretação ultra-sonográfi ca das imagens incluindo a terminologia básica — Bernardo Fonseca (MG)

08h50 Guia anatômico do pescoço. Volume da tireóide da criança e do adulto — Gláucia Duarte (SP)

09h10 Aspectos ultra-sonográfi cos da tireóide no hipotireoidismo e no hipertireodismo — Eduardo Lorena (SP)

09h30 Avaliação do hipo e hipertireoidismos com Doppler colorido — Bernardo Fonseca (MG)

09h50 Avaliação ultra-sonográfi ca dos nódulos tireóideos. Doppler colorido — Eduardo Tomimori (SP)

10h10 Sessão tira-dúvidas

10h30 – 11h00 Coffee break

11h00 Punção aspirativa por agulha fi na guiada pela ultra-sonografi a — Rosalinda Camargo (SP)

11h20Avaliação ultra-sonográfi ca cervical no planejamento cirúrgico do paciente com carcinoma bemdiferenciado da tireóide — Nilton Herter (RS)

11h40 Seguimento do paciente com carcinoma da tireóide — Rosalinda Camargo (SP)

12h00Injeção percutânea de etanol guiada pela ultra-sonografi a no tratamento dos nódulos tireóideos — Elizabeth Xavier Bianchini (SP)

12h20 O uso da ultra-sonografi a no consultório/ambulatório de tireóide — Maria Inez França (ES)

12h40 Sessão tira-dúvidas

13h00 – 14h30 Almoço

14h30

CASOS CLÍNICOS

Apresentação de casos clínicos com a presença dos pacientes. Os exames ultra-sonográfi cos serão realizados ao vivo com projeção das imagens — Ligia Assumpção (Campinas), Bernardo Fonseca (MG), Rosalinda Camargo (SP), Eduardo Tomimori (SP)

16h30

PRÁTICA

Os participantes serão divididos em grupos e todos terão a oportunidade de realizar a ultra-sonografi a da tireóide dos colegas presentes — Bernardo Fonseca (MG), Rosalinda Camargo (SP), Maria Inez França (ES), Eduardo Tomimori (SP)

18h00 Encerramento

Cursos Pré-congresso

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S246

Cursos Pré-congresso

08h00 – 16h30 BIOLOGIA MOLECULAR PARA CLÍNICOS

SALA DOM JOÃO Coordenadores convidados: Célia Regina Nogueira (Botucatu), Maria Tereza Nunes (SP) eSuemi Marui (SP)

8h00 – 10h30ABORDAGEM MOLECULAR NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS

APLICAÇÃO: ENTENDER PALESTRAS E LEITURA DE TRABALHOS CIENTÍFICOS

8h00Avaliar a expressão de genes? Maria Tereza Nunes (SP); Célia Regina Nogueira (Botucatu)

9h30Como avaliar a expressão de proteínas? Ubiratan Fabres Machado (SP)

10h30 – 11h00 Cofee Break

11h00 – 13h00

PRÁTICA

PCR em tempo Real Monitores: Caroline Serrano do Nascimento (SP); Érika Lia Brunetto Ract (SP); Renata Luvizotto

(Botucatu); Sandro José Conde (Botucatu)

13h00 – 15h00 Almoço

15h00 – 16h30

APLICAÇÃO: COMO O DIAGNÓSTICO MOLECULAR AUXILIA NA PRÁTICA CLÍNICA

- Carcinoma papilífero - Carcinoma medular - Neoplasia Endócrina Múltipla - Hipotireoidismo Congênito Célia Regina Nogueira (Botucatu), Suemi Marui (SP)

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S247

Workshop

13h00 – 16h30SALA PAÇO DOS

NOBRES B

WORKSHOP DE PESQUISA EM TIREÓIDE

Coordenadores convidados: Ana Luiza Maia (Porto Alegre) e Magnus Dias da Silva (SP)

13h00 Abertura

13h15Elaboração e submissão de um projeto científi co: como obter recursos para fi nanciar a pesquisa Mario J Saad (Campinas)

13h45Perguntas e discussão Moderadores: Rui Maciel (SP); Egberto Moura –(RJ)

14h00

Ofi cina de redação científi ca Marcia Triunfol (Petrópolis) 1. Escrevendo um artigo científi co: formato, estilo e lógica. 2. Elaboração de esboço de um artigo científi co: atividade prática 3. Utilizando ferramentas disponíveis na Internet no preparo do artigo científi co.

15h30Perguntas e Discussão com café Moderadores: Doris Rosenthal (RJ); Léa Maciel (Ribeirão Preto)

15h45Ética em Pesquisa Ieda Verreschi (SP)

16h15Perguntas e discussão Moderadores: Gisah Carvalho (Curitiba); Edna Kimura (SP)

16h30 Encerramento

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S248

15h00 – 17h00SALA DOM PEDRO

DÚVIDAS SOBRE TIREÓIDE

Cirurgião de cabeça e pescoço Alfi o Tincani (Unicamp)Especialista em câncer da tireóide e nódulo Ligia Vera Montali de Assumpção (Unicamp)Especialista em endocrinologia infantil Maria Tereza Batista (Unicamp)Especialista em imagens Nilton Hanaoka (Dimen)Especialista em hiper e hipotireoidismo Roberto B. Santos (Puccamp)Especialista em distúrbios sexuais na infância Gil Guerra (Unicamp)

17h00 – 19h00SALA PAÇO DOS

NOBRES BCONSELHO DELIBERATIVO DO DEPARTAMENTO TIREÓIDE

19h30 – 20h00SALA IMPERIAL A

CERIMÔNIA DE ABERTURA

João Hamilton Romaldini (São Paulo/Campinas); Laura S Ward (Campinas); Edna T. Kimura (SP); Lea M. Z. Maciel (Ribeirão Preto) Lançamento: Site do Departamento de Tireóide

20h00 COQUETEL DE ABERTURA

Sessão Aberta ao Público

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S249

SEXTA-FEIRA, 23 DE MAIO DE 2008

8h00 – 8h45SALA

IMPERIAL A

CONFERÊNCIA – PRÊMIO EBT 2008

Evolução e avanços da tiroglobulina no follow up de pacientes com câncer diferenciado de tiróide Rui M. B. Maciel (São Paulo) Presidente de mesa: Edna T. Kimura (SP)

8h45 – 10h15SALA

IMPERIAL A

SESSÃO DE TEMAS LIVRES I, CONCORRENTES AO PRÊMIO JOVEM INVESTIGADOR

Coordenadores: Egberto Moura (RJ); José Augusto Sgarbi (Marília)

TL.01 CLÍNICO

Paratormônio como preditor de sintomas de hipocalcemia em pós-operatório imediato de tireoidectomia total Felipe A. B. Vanderlei1; Abrahão M1; Vieira JGH2,3; Hojaij F1; Cervantes O12; Kunii I2; Santos RO1; Ohe M2

1Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp); 2Disciplina de Endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); 3Fleury

TL.02 TRANSLACIONAL

Infl uência do tabagismo na morfometria nuclear do carcinoma diferenciado da tireóide (CDT) Rita de Cassia Ferreira1; Morari EC1; Silva JR1; Guilhen CAT1; Adam RL2; Leite NJ3; Matos PS2; Metze K2; Ward LS1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp); 2Anatomia Patológica Unicamp; 3Instituto de Computação Unicamp

TL.03 BÁSICO

O iodo reduz a expressão e o comprimento da cauda poli-a do mRNA de NIS em células PCCl3 Caroline Serrano do Nascimento1; Nunes MT1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

TL.04 CLÍNICO

A infecção pelos herpesvírus humano tipo 6 (HHV6) E 7 (HHV7) pode infl uir na suscetibilidade e na possibilidade de cura da doença de Graves Janaina Luisa Leite1; Bufalo NE2; Santos RB3; Parolla DC2; Assunçao ACL2; Ward, LS2

1Farmacologia, Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp); 2Departamento de Clínica Médica da FCM-Unicamp; 3Endocrinologia Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Puccamp)

TL.05 BÁSICO

Arkadia, proteína E3 de ubiquitinização, altera a expressão gênica de membros da via de sinalização de TFGb em carcinoma anaplásico de tireóide Eloiza de Resende1; Ricarte-Filho JCM1; Kimura ET1

1Departamento de Biologia Celular e do Desenvolvimento do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

TL.06 TRANSLACIONAL

Mutação V600E + K601del no exon 15 do gene BRAF e seu papel na progressão tumoral do carcinoma papilífero da tireóide Gisele Oler1; Latini FRM1; Nascimento AS2; Polikarpov I2; Cerutti JM1

1Laboratório Base Genética dos Tumores da Tiróide da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp); 2Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP)

Programa Científi co 13 EBT

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S250

Programa Científi co 13 EBT

10h15 – 10h30 Coffee break e visita aos estandes

10h30 – 12h00SALA

IMPERIAL A

SIMPÓSIO 01 - CÂNCER DE TIREÓIDE

Coordenadoras: Ligia Assumpção (Campinas); Gisah de Carvalho (Curitiba)Biological markers of thyroid tumors: from the bench to the clinic Rosella Elisei (Pisa, Itália)Conduta baseada no estadiamento de risco Laura S. Ward (Campinas)Microcarcinoma: Incidência e evolução pós-cirúrgica Celso Friguglietti (São Paulo)

12h00 – 13h00 VISITA AOS PÔSTERES/ESTANDE

12h00 – 13h00SALA PAÇO DOS

NOBRES B

SIMPÓSIO SATÉLITE MERCK DO BRASIL

13h00 – 14 h00 ENCONTROS COM ESPECIALISTAS

SALA PAÇO DOS

NOBRES

01 – Tratamento de hipertireoidismo Ana Luiza Maia (Porto Alegre)

SALA DOM

AFONSO 3

02 – Oftalmopatia em doença tireoidiana Reinaldo Furlanetto (São Paulo)

SALA DOM

PEDRO

03 – Seguimento do câncer de tireóide: PET/FDG Carlos Alberto Buchpiguel (São Paulo)

SALA DOM

JOÃO 1

04 – Radioiodoterapia na infância Osmar Monte (São Paulo)

SALA DOM

AFONSO 1

05 – Resistência ao HT: clínica e diagnóstico Lea M. Z. Maciel (Ribeirão Preto)

SALA DOM

AFONSO 2

06 – Small RNA: RNA interferência e microRNA Edna T Kimura (São Paulo)

14h00 – 15h30SALA

IMPERIAL A

SIMPÓSIO 02 – DISFUNÇÃO TIREOIDIANA

Coordenadores: Marcos Tambascia (Campinas); Suemi Marui (São Paulo)Hipertireoidismo subclínico José Augusto Sgarbi (Marília)Hipotireoidismo subclínico Mario Vaisman (Rio de Janeiro)Iodo em disfunção tireoidiana Geraldo Medeiros (São Paulo)

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S251

14h00 – 15h30PAÇO DOS

NOBRES

SIMPÓSIO 03 – NÓDULO TIREOIDIANO

Coordenadores: Meyer Knobel (SP); Cleo O. Mesa Jr (Curitiba)Padrão folicular: um dilema clínico Inês Vieira de Castro (Campinas)Ultra-som de tireóide: inovações diagnósticas Maria Cristina Chammas (São Paulo)Tratamento do nódulo benigno Claudio C. Albino (Maringá)

15h30 – 16h00 Coffee break e visita aos estandes

16h00 - 16h45SALA IMPERIAL

CONFERÊNCIA 02

Regulation of the thyroid axis by important pathways in body weight control Anthony Hollenberg (Boston, EUA)Presidente da Mesa: Carmen Pazos-Moura (RJ)

16h45 – 18h15SALA IMPERIAL A

SESSÃO INTERATIVA DE DISCUSSÃO DE CASOS CLÍNICOS I

Coordenadores: Hans Graf (Curitiba); Claudio Cordeiro Albino (Maringá); Cléo Octaviano Mesa Jr (Curitiba)

Caso clínico 1Apresentador: Gustavo Caldas (Recife)Debatedora: Rosa Paula M Biscolla (São Paulo)Moderador: Hans Graf (Curitiba)Caso clínico 2Apresentadora: Anke Boeving (Curitiba)Debatedor: Leandro Diehl (Londrina)Moderador: Cláudio Albino (Maringá)

16h45 – 18h15SALA PAÇO DOS

NOBRES B

MODULO TEMÁTICO 01 – BIOLOGIA CELULAR DA TIREÓIDE

Coordenadoras: Janete Cerutti (SP); Maria Tereza Nunes (SP)NIS e DUOX: implicação na fi siologia e patologia tireoidiana Denise Pires de Carvalho (Rio de Janeiro)Alteração genética na síntese hormonal Ileana Rubio (São Paulo)Sinalização MAP-kinase: alvo terapêutico no câncer de tireóide Cléo Octaviano Mesa Jr (Curitiba)

TL.19

Re-expressão de ABI3BP em linhagens celulares derivadas de carcinoma da tireóide induz inibição de crescimento e invasividade (in vivo e in vitro) e aumenta a senescência Flávia R. M. Latini1; Hemerly JP2; Oler G1; Riggins G3; Cerutti JM1

1Laboratório Base Genética dos Tumores da Tiróide da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp); 2Departamento de Biofísica da Unifesp;3Johns Hopkins University Medical School - Neurosurgery

Programa Científi co 13 EBT

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S252

18h15 – 19h30

HAPPY PÔSTER COM COQUETEL (VER LISTA PÁGINA 265)

Coordenadoras: Suemi Marui (SP), Carmen Pazos-Moura (RJ)Moderadores: PT001-005 – Maria Tereza Nunes (SP), Wagner Silva (RJ) PT011-014 – Chico Neves (Brasília), Patricia Lisboa (RJ) PT020-025 – Cleber Pinto Camacho (SP), Egberto Moura (RJ) PT031-035 – Cleo Otaviano Mesa-Jr (Curitiba), Ileana Rubio (SP) PT041-046 – Alfi o José Tincani (Campinas), José Augusto Sgarbi (Marília) PT052-056 – Rosalinda Camargo (SP), Maria Tereza Baptista (Campinas) PT063-067 – Maria Inez França (Vitória), Pedro Wesley (Belo Horizonte) PT073-077 – Elizabeth Xavier Bianchini (SP), Paulo Tannus (Uberlândia) PT084-090 – Jairo Hidal (SP), Joyce Rosario da Silva (Campinas) PT097-101 – Tomoco Watanabe (SP), Nilton Nakaoka (Campinas) PT102-108 – Meyer Knobel (São Paulo), Maria Teresa Verrone Quilici (Sorocaba) PT114-119 – Chady Farah (SP), Joao Roberto Maciel (SP) PT125-129 – Osmar Monte (SP), Marcia Punales (Porto Alegre) PT136-141 – Ana Luiza Maia (Porto Alegre), Maria de Fátima Borges (Uberaba)

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S253

SÁBADO, 24 DE MAIO DE 2008

8h00 – 8h45SALA IMPERIAL A

CONFERÊNCIA 03

Medullary thyroid cancer: from genetic to therapy Rosella Elisei (Pisa, Itália) Presidente de Mesa: Laura Ward (Campinas)

8h45 – 10h15SALA IMPERIAL A

SESSÃO DE TEMAS-LIVRES II, CONCORRENTES AO PRÊMIO JOVEM INVESTIGADOR

Coordenadores: Hans Graf (Curitiba); Francisco Neves (Brasília)

TL.07 TRANSLACIONAL

Análise da expressão dos receptores do acido retinóico em tecido tireoideano normal, tumoral emetastático Ana Paula Aguiar Vidal1; Coelho SM2; Breitenbach MD3; Buescu A4; Carvalho DP2; Vaisman M6

1Anatomia Patológica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); 2Laboratório de Fisiologia Endócrina do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBCCF) da UFRJ; 3Instituto de Biologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj); 4Faculdade de Medicina da UFRJ; 5Endocrinologia HC UFRJ

TL.08 CLÍNICO

Avaliação dos níveis séricos de colesterol não-HDL em diferentes graus de hipotireoidismo e do efeito da reposição de levotiroxina no hipotireoidismo subclínico Patrícia F. S. Teixeira1; Vaisman M2; Cabral MD3; Soares4; Henriques J4; Silva NAO4; Moraes FFC4; Buescu A4; Ferreira MM4; Reuters VS5

1Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); 2Endocrinologia HC UFRJ; 3; 4Endocrinologia Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj); 5Endocrinologia UFRJ

TL.09 BÁSICO

Efeito do cluster MIR-17-92 na proliferação de linhagem derivada de carcinoma anaplásico de tireóide in vitro e in vivo Cesar Seigi Fuziwara1; Ricarte-Filho JCM1; da Silva MJ1; Kimura ET1

1Departamento de Biologia Celular e do Desenvolvimento do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

TL.10 BÁSICO

Administração de dose fi siológica de triiodotironina modula a expressão de leptina em animais obesos submetidos à restrição alimentar Renata de Azevedo Melo Luvizotto1; Conde SJ1; Sibio MT1; Nascimento AF1; Lima-Leopoldo AP1; Leopoldo AS1; Campos DHS1; Nogueira CR1

1Disciplina de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FMB-Unesp)

TL.11 TRANSLACIONAL

INFLUÊNCIA DE FATORES AMBIENTAIS SOBRE A PREDISPOSIÇÃO AO CANCER DA TIREÓIDE EM COMPARAÇÃO COM OUTROS TIPOS DE TUMOR Aline Castaldi Sampaio1; Morari EC1; Bufalo NE1; Leite JL1; Guilhen CT1; Lima CSP1; Ward LS1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp)

TL.12 CLÍNICO

A IMPORTÂNCIA DA DOSAGEM SÉRICA DE TIROGLOBULINA COM IMUNOENSAIO MAIS SENSÍVEL NO SEGUIMENTO DE PACIENTES COM CARCINOMA DIFERENCIADO DE TIREÓIDE Claudia Cristina Doimo Nakabashi1; Crispim F1; Ikejiri ES1; Camacho CP1; Yamazaki CA1; Kasamatsu T1; Andreoni DM1; Boldarini VT1; Mamone MCOC2; Hidal JT2,3; Osawa A4; Aldhighieri F5; Alonso G5; Matsumura L1; Furlanetto RP1; Vieira JGH2; Biscolla RPM1; Maciel RMB2

1Endocrinologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp); 2EPM/Unifesp; 3Centro de Doenças Tireoidianas Hospital Israelita Albert Einstein; 4Medicina Nuclear Irmandade de Misericórdia da Santa Casa de São Paulo; 5Medicina Diagnóstica - Medicina Nuclear Fleury; 6Medicina Diagnóstica - Endocrinologia Fleury

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S254

10h15 – 10h30 Coffee break

10h30 – 12h00SALA IMPERIAL A

SESSÃO INTERATIVA DE DISCUSSÃO DE CASOS CLÍNICOS II

Coordenadores; Hans Graf (Curitiba); Cláudio C. Albino (Maringá); Cléo O. Mesa Jr (Curitiba)Caso clínico 3 Apresentador: Hans Graf (Curitiba) Debatedora: Maria Conceição Inês V. Castro (Campinas); Pedro Wesley Rosario (BH) Moderador: Cléo O. Mesa Jr (Curitiba)

Caso clínico 4 Apresentador: Helton Estrela Ramos (Curitiba) Debatedor: Alexandre Bouscu (RJ) Moderador: Claudio C. Albino (Maringá)

10h30 – 12h00SALA PAÇO DOS

NOBRES

MÓDULO TEMÁTICO 2 – AÇÃO DO HORMÔNIO TIREOIDIANO

Coordenadores: Carmem Pazos Moura (RJ); Magnus Dias da Silva (SP)Ação não-genômica do hormônio tireoidiano Maria Teresa Nunes (São Paulo)Papel dos receptores de HT na visão e audição Tania Ortiga Carvalho (RJ)Hormônio tireoidiano no osso Cecilia Helena de Azevedo Gouveia (São Paulo)

TL.20

A administração aguda de hormônio tireoidiano (HT) provoca alterações na atividade de proteínas da via de sinalização da insulina e aumento da translocação de GLUT4 no músculo solear de ratos Silvania S. Teixeira1; Castro-Barbosa T1; Machado UF1; Nunes MT1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

12h00-13h30 VISITA AOS PÔSTERES E AOS ESTANDES

12h00-13h00SALA PAÇO DOS

NOBRES B

SIMPÓSIO-SATÉLITE ABBOTT

12h00-13h30SALA IMPERIAL A

SIMPÓSIO-SATÉLITE GENZYME

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S255

13h30 - 14h30 ENCONTROS COM ESPECIALISTAS

SALA PAÇO DOS NOBRES B

07 – Armadilhas laboratoriais em doença tireoidiana Rui M. B. Maciel (São Paulo)

SALA DOM AFONSO 3 (MEZANINO)

08 – Análogos do HT na terapêutica Francisco Neves (Brasília)

SALA DOM PEDRO09 – Hipotireoidismo congênito do screening ao diagnóstico molecular Célia Regina Nogueira (Botucatu); Helton Estrela Ramos (Curitiba)

SALA DOM JOÃO10 – Marcadores moleculares em carcinoma folicular Janete Cerutti (São Paulo)

SALA DOM AFONSO 1 (MEZANINO)

11 – Genética e imunologia da doença de Graves João Hamilton Romaldini (São Paulo/Campinas)

SALA DOM AFONSO 2 (MEZANINO)

12 – Hormônio tireoidiano e canais iônicos Magnus Dias da Silva (São Paulo)

14h30 – 16h00SALA IMPERIAL A

SESSÃO DE TEMAS-LIVRES III, CONCORRENTES AO PRÊMIO JOVEM INVESTIGADOR

Coordenadores: Doris Rosenthal (RJ); Osmar Monte (SP)

TL.13 CLÍNICO

Comparação entre diferentes doses de 131I no hipertireoidismo de graves: um ensaio clínico com controle histórico Walter Escouto Machado1; Dora JM1; Andrade VA1; Gross JL1; Maia AL1

1Setor de Tireóide do Serviço de Endocrinologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

TL.14 BÁSICO

Expressão atrial do mRNA da conexina40 e alterações de condução elétrica em camundongos com variações sistêmicas de hormônio tireoideano Norma Aparecida S. Almeida1; Cordeiro A1; Campos de Carvalho AC1; Pazos-Moura CC1

1Centro de Ciências da Saúde do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBCCF-UFRJ)

TL.15 TRANSLACIONAL

Detecção da mutação BRAFV600E em carcinoma papilífero de tireóide em material emblocado em parafi na Marley Januário da Silva1; Fuziwara CS1; Gasque KCS1; Geraldo MV1; Blanco G1; Raimundo SG1; Kulcsar MAV2; Friguglietti CUM2; Waitzberg AFL3; Kimura ET1

1Departamento de Biologia Celular e do Desenvolvimento do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP); 2Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro; 3Departamento de Anatomia Patológica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

TL.16 TRANSLACIONAL

Interações genético-ambientais e suscetibilidade à doença de Graves No Brasil Natassia Elena Búfalo1; Athie MCP1; Santos RB2; Leite JL1; Romaldini JH2; Ward LS1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp); 2Endocrinologia Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Puccamp)

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S256

TL.17 BÁSICO

Smurfs E3 ligases são altamente expressas em carcinoma papilífero de tireóide Ana Paula Zen Petisco Fiore1; Ricarte-Filho JCM1; Kimura ET1

1Departamento de Biologia Celular e do Desenvolvimento do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

TL.18 CLÍNICO

Impacto dos valores de tireoglobulina avaliados no pós-operatório e anterior à ablação com iodo 131 em pacientes com câncer diferenciado de tireóide Carolina Ferraz da Silva1; Calmon AC1; Padovani RP1; Ochiai CM1; Santos MC1; Melo MR1; Neto

GCC1; Scalissi NM1; Marone MMS1

1Setor de Medicina Nuclear (Nuclimagem) da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

16h00 – 16h30 Coffee Break

16h30 – 18h00SALA IMPERIAL A

SIMPÓSIO 04 – FUNÇÃO TIREOIDIANA NA GRAVIDEZ

Coordenadores: Lea M. Z. Maciel (Ribeirão Preto) e João Hamilton Romaldini (SP/Campinas)Avaliação de função tireoidiana na gravidez José Gilberto Henriques Vieira (São Paulo)HT materno-fetal Egberto Gaspar de Moura (Rio de Janeiro)Conduta na disfunção tireoidiana na gravidez Luiza Matsumura (São Paulo)

18h00 – 19h30

HAPPY PÔSTER (VER LISTA PÁGINA 265)

Coordenadores: Denise P Carvalho (RJ); Patrícia K Magalhães (Ribeirão Preto)Moderadores: PT006-010 Suzana Leoni (SP); Celia Regina Nogueira (Botucatu) PT015-019 Helton E Ramos (Curitiba); Tania Ortiga Carvalho (RJ) PT026-030 Janete Cerutti (SP); Marisa Breitenbach (RJ) PT036-040 Gisah de Carvalho (Curitiba); Patricia S Matos (Campinas) PT047-051 Ligia Assumpção (Campinas); Leandro Diehl (Londrina) PT057-062 Elza S Ikejiri (SP); Alexandru Buescu (RJ) PT068-072 Celso Friguglietti (SP); Suemi Marui (SP) PT078-083 Eduardo Pimentel Dias (Belo Horizonte); Glaucia Mazeto (Botucatu) PT091-096 Eduardo Tomimori (SP); Erika L S Meyer (Porto Alegre) PT102-104 Maria L. D’Arbo Alves (Ribeirão Preto); Roberto Esteves (Maringá) PT109-113 Magnus Dias da Silva (SP); Ana Beatriz P Pedro (SP) PT120-124 Roberto Santos (Campinas); Suemi Marui (SP) PT130-135 Luiza Matsumura (SP); Rosana Marques (Curitiba) PT142-146 Evandro Portes (SP); Mario Vaisman (RJ)

21h00CASA DE CAMPO

(ROYAL PALM PLAZA)

JANTAR DE CONFRATERNIZAÇÃO

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S257

DOMINGO, 25 DE MAIO DE 2008

8h30 – 10h00SALA IMPERIAL A

SIMPÓSIO 05 – HORMÔNIO TIREOIDIANO NO METABOLISMO E NA OBESIDADE

Coordenadores: Licio Velloso (Campinas); Célia Nogueira (Botucatu) HT e termogênese Wagner Seixas da Silva (RJ)New insights into thyroid hormone signaling in the liver Anthony Hollenberg (Boston, EUA)Alteração tireoidiana na obesidade Alfredo Halpern (SP)

10h00 – 10h45

SALA IMPERIAL A

SIMPÓSIO 06 – PROGRAMA FOMENTO DE PROJETOS DE PESQUISA

DO DEPARTAMENTO DE TIREÓIDE

Coordenação: Ana Luiza Maia (Porto Alegre); Denise Pires de Carvalho (RJ)Projeto Área Básica 2006 – Impacto da exposição neonatal à nicotina sobre a função tireoidiana Patrícia Lisboa (RJ)Projeto Área Clínica 2006 – Novo ensaio de tiroglobulina para seguimento dos pacientes com carcinoma diferenciado de tireóide Rosa Paula Mello Biscolla (SP)

10h45 – 11h00 Coffee Break

11h00 – 12h00

SALA IMPERIAL A

DISCUSSÃO INTERATIVA – CASO CLÍNICO ESPECIAL

Aplicação prática do Consenso Brasileiro de Nódulos e Câncer de TireóideCoordenadores: Pedro Weslley Souza do Rosario (Belo Horizonte);

Gisah Amaral de Carvalho (Curitiba)

12h00 – 12h30

SALA IMPERIAL A

ENTREGA PRÊMIO JOVEM INVESTIGADOR

CERIMÔNIA DE ENCERRAMENTO

Programa Científi co 13 EBT

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Casos Clínicos

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Casos Clínicos

S260

CASO CLÍNICO 1

Paciente do sexo feminino, 42 anos, em julho de 2003, observou um nódulo em região cervical. A US mostrou um nódulo de 1,7 x 2,4 x 2,4 cm em LE da tireóide, hipoecóico, com bordos regulares, sem microcalcifi cações. Ausência de linfonodos. TSH: 1,16 mU/L, ATPO negativo. PAAF: citologia suspeita de carcinoma medular da tiróide. Calcitonina 1,0 pg/ml. Sem história familiar de câncer de tireóide ou outras neoplasias. Negava litíase renal, HA ou galactorréia. Gesta: 0. Refere histerecto-mia parcial aos 30 anos de idade por mioma uterino e presença de “2 úteros”. Os ovários foram preservados. Em outubro de 2003 foi realizado uma tireoidectomia total, cujo diagnóstico foi de Carcinoma papilífero de tireóide (CPT) variante cribiforme. Em novembro de 2003, a paciente re-cebeu 150 mCi de 131I cuja PCI pós-DT mostrou apenas restos tireoidianos. Em janeiro de 2004, a paciente apresentava TG: 0,1 ng/ml e AATG negativos. Em novembro de 2004, com TSH de 80 mU/L, a paciente realizou uma PCI com 5mCi de 131I sem áreas de captações anormais. Em Abril de 2005 a paciente notou um nódulo superfi cial ao lado da cicatriz cirúrgica. A TG foi de 6,0 ng/ml. A US mostrou um linfonodo de aspecto suspeito no nível III à esquerda e outro nódulo em topografi a do leito tireoidiano. Um procedimento foi realizado.

CLINICAL CASE 1

In July, 2003, a 42 years old female patient observed a cervical node. At US a 1.7 x 2.4 x 2.4 cm thyroid nodule was observed at the left lobe, hypoechoic, with regular margins and without microcalcifi cations. Absence of cervical lymphonodes. TSH: 1.16 mU/L, negative TPOA. FNA: citologic smears suspect od medullary thyroid carcinoma (MTC). Calcitonin 1.0 pg/ml. Absence of familiar history of thyroid can-cer or other neoplasms. She denies nephrolithiasis, arterial hypertension or galactorrhea. Gesta: 0. She refers partial hysterectomy at 30 years of age due to uterine myomas and a “double uterus”; ovaries were preserved. In Ocober 2003, a total thyroidectomy was performed, with the diagnosis of Papillary Thy-roid Cancer, cribiform variant. In November 2003 she received 150 mCi 131I and a post-dose WBS showed just thyroid remnants. In January 2004, her blood tests showed TG: 0,1 ng/ml and negatice ATGA. In November 2004, with a TSH of 80 mU/L, she did a WBS with 5mCi 131I, without abnormal uptake. In April 2005 the patient noted a superfi cial node next to the surgical scar. TG was 6.0 ng/ml. An US showed a suspect left lymphonode at level III and another nodule at thyroid topography. A pro-cedure was performed.

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Casos Clínicos

S261

CASO CLÍNICO 2

Paciente do sexo masculino, 78 anos, portador de diabetes do tipo 2 em tratamento com Insulina NPH 15 unidades e metformina (850 mg, 2 x ao dia). Procurou o serviço de pronto atendimento por ter apre-sentado quadro de síncope, sendo diagnosticadas extra-sístoles ventriculares. Foi iniciado uso de amioda-rona, na dose de 400 mg/dia, havendo resposta adequada. Após três meses de terapia, paciente passou a apresentar emagrecimento, tonturas e nictúria. O exame físico constatou a presença de ritmo cardíaco irregular e presença de bócio, com cerca de 60 g, à palpação. A avaliação laboratorial mostrou TSH = 0,05 mU/ml, T4L = 1,6 mcg/dl e T3 98 mcg/dl. O ECG confi rmou a presença de fi brilação atrial (FA). A cintilografi a com iodo 131 apresentou uma concentração bastante heterogênea do 131I e captação re-duzida às 24 h (3,5%). O estudo ultra-sonográfi co (USG) demonstrou a presença de um bócio multino-dular, textura heyterogênea, com volume de 123 ml. A avaliação de fl uxo pelo Doppler mostrou discreto aumento. Iniciado metimazol na dose de 20 mg/dia. Após 60 dias de tratamento houve melhora do quadro clínico, porém mantinha o ritmo de FA. TSH 0,13 mU/dl, T4L 1,2 mcg/dl e T3 78 mg/dl. Após quatro meses de tratamento, o paciente apresentou quadro de hematêmese e dor epigástrica impor-tante. Foi realizada endoscopia digestiva alta (EDA) e confi rmada a presença de úlcera péptica e esofagi-te. Foi suspenso o metimazol e a metformina e iniciado omeprazole, na dose de 20 mg/dia. Após 20 dias de tratamento, houve boa resposta em relação ao quadro gastroenterológico, mas com recidiva da tireo-toxicose (TSH 0,01mU/dl, T4 L 1,7 mcg/dl e T3 104 mcg/dl). Qual a sua impressão do caso e qual seria a sua próxima etapa de investigação e tratamento?

CLINICAL CASE 2

A 78 years old male DM type 2 patient, in treatment with metformin and 15 units insulin was referred for evaluation of episodes of syncope and weakness. Frequent ventricular extra-systoles were diagnosed and amiodarone (400 mg/day) was begun, with improvement of the clinical picture. After 3 months he presented loss weight, worsening of the diabetes control and palpitations. On physical examination irregular hearth beats and a 60g goiter. TFT: TSH: 0.05 mUI/L, fT4: 1.6 ng/dl. Glucose: 289.0 mg/dl. EKG confi rmed atrial fi brilation (AF). Thyroid 24h RAIU: 3.5%, with heterogeneous 131-I distri-bution. Doppler-US: multinodular goiter, 123 ml, slight fl ow reduction, heterogeneous texture. MTZ (20 mg/day) was begun, with improvement of the clinical picture after 2 months, but with AF main-tenance; fT4: 1.2 ng/dl; TSH: 0.13 mU/L. Four months later the patient presented strong epigastric pain, nausea, vomits and hematemesis. Upper endoscopy revealed peptic ulcer and esophagitis, MTZ and metphormine were suspended and omeprazole 20 mg/day was begun. One month later there was improvement of the GI picture, but thyrotoxicosis resumed (TSH: 0.01mU/L, fT4: 1,7 mcg/dl) with worsening of diabetes control. What is your impression of the case and what would be the next inves-tigation and treatment step?

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Casos Clínicos

S262

CASO CLÍNICO 3

Paciente do sexo feminino, 48a, com diagnóstico de hipotireoidismo pós-parto há 22 anos, em uso de 100 mcg de l-T4. Menopausada há 1a, nega estar fazendo terapia de reposição hormonal (TRH) e refere ganho de peso nos últimos meses, sua queixa principal. Ao exame físico apresenta tireóide discretamente aumentada, de consistência fi rme, com palpação de um nódulo em polo inferior de LD, de cerca de 2,0 cm de diâmetro. Exames complementares: TSH: 1,2 mU/L, T4 livre: 1,3 ng/dl, FSH: 102,3 mUI/ml, Estradiol: 24,3 pg/ml glicemia-88 mg/dl, col-243,0 mg/dl, ldl-col: 154 mg/dl, creat-1,0 mg/dl. Ca: 9,7 mg/dl, Ecografi a de Tireóide: LD: Contornos mal defi nidos e bocelados, em 1/3 inferior nódulo sólido, hipoecóico, medindo 27 x 14 mm, com cápsula nítida e mínima quantidade de parênquima pre-servado. Ausência de microcalcifi cações, com importante vascularização da tireóide; LE: parênquima heterogêneo, sem nódulos. Linfonodos reacionais. PAAF: células epiteliais em lâminas ou grupos tridi-mensionais, as vezes esboçando microfolículos. São poligonais, de citoplasma escasso e basofílico. Núcle-os redondos com cromatina granular homogeneamente distribuída. Diagnóstico: quadro citológico condizente com lesão folicular.

CLINICAL CASE 3

A forty eight years old female patient refers weight gain during the last months. She developed post-partum hypothyroidism 22 years ago and is taking daily 100 ug of l-T4. Her menses stopped one year ago and she is not in use of hormonal reposition. At physical examination she presents a slightly aug-mented, fi rm thyroid gland, and a 2,0 centimeters large nodule is palpable at the inferior left lobe. Blood tests: TSH:1,2 mU/L, free T4: 1.3 ng/dl, FSH- 102,3 mUI/ml. Estradiol: 24,3 pg/ml, glucose: 88 mg/dl, chol-243,0 mg/dl, ldl-chol: 154 mg/dl, creat-1,0 mg/dl, Ca: 9,7 mg/dl. Thyroid US: Right lobe: thyroid with irregular margins, with a hypoechoic solid nodule at the inferior left lobe, 27 x 14 mm, presenting a defi ned capsule, absence of microcalcifi cations and minimal preserved parenchima. Intense thyroid vascularization. Left lobe: heterogeneous parenchima, without nodules. Reactional lymphon-odes. FNA: epithelial cells in smears or in tridimensional arranges, sometimes mimicking microfollicles. They are poligonal cells, with reduced basophilic cytoplasm. Round nuclei with granular chromatine distributed homogeneously. FNA diagnosis: citologic picture compatible with follicular lesion.

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Casos Clínicos

S263

CASO CLÍNICO 4

Paciente do sexo masculino, 48 anos, tabagista, refere em outubro de 2002, taquicardia, agitação, insô-nia, hiperemia de conjuntiva, fotofobia, lacrimejamento e diplopia intermitente. Dx de doença de Graves, tratada com PTU (300 mg/d) e atenolol (100 mg/d). Queixas oculares tratadas como conjuntivite, usando colírios sem melhora. PA: 120 x 80 mmHg, FC: 64 bpm. Tireóide fi rme, 40 g. OD: edema e hiperemia palpebral intensos, hiperemia conjuntival e quemose intensas, hiperemia e edema de carúncu-la e plica, lagoftalmo e limitação do olhar para cima. Exoftalmometria – 23 mm. OE: Edema palpebral leve, hiperemia conjuntival leve, quemose moderada. Ausência de eritema palpebral e acometimento de carúncula e plica. Exoftalmometria – 19 mm. TSH: 21 mU/L; T4 livre: 0.49 ng/dL. Qual sua conduta? 5(b): Paciente do sexo masculino, 47 anos, Dx de D. Graves em 2005, quando apresentava insônia, pal-pitação e inchaço nos olhos. Usou tapazol (TPZ), 10mg/d por 7 meses, com melhora e suspensão do DTPZ. Nov.07: borramento e perda da acuidade visual bilateral. Percebe apenas cores menos brilhantes. Tireóide sem alteração. Discreto edema palpebral inferior, ausência de restrição da movimentação ocular, exoftalmometria de 19 mm bilateralmente. Acuidade visual 0.33 e 0.25 (Escala de Snellen) e papiledema bilateral. TFT normais. Qual sua conduta?

CLINICAL CASE 4

A forty eight years old male patient, smoker, refers in October 2002 tachycardia, hyperactivity, insomnia, conjunctive hyperemia, photophobia and watery eyes. Diagnosed as Grave’s disease and treated with Propilthyouracil (300 mg/d) and atenolol (100 mg/d). Ocular symptoms treated as conjunctivitis with collyrium, without benefi t. AP: 120/80 mmHg, HF: 64 bpm. Enlarged (40g) and fi rm thyroid. Ex-ophtalmometry: 23mm RE: intense eyelid hyperemia and edema, conjunctivae hyperemia and intense chemosis, caruncle hyperemia and edema and plica. LE: slight eyelid edema, conjunctivae hyperemia and chemosis. Exophtalmometry: 19 mm. TSH: 21 mU/L, free T4: 0,49 ng/dl. What is your therapeutic approach? 6(b) A forty seven years old patient, with Grave’s disease diagnosed in 2005 when he pre-sented insomnia, tachycardia and eye edema. He used tapazol (TPZ), 10 mg/d for 7 months, with im-provement. TPZ was discontinued. Nov.07: bilateral vision loss, with eye embarrassment. He perceives just less brilliant colors. Normal thyroid. Slight bilateral inferior eyelid edema, absence of ocular move-ment restriction, exophtalmometry: 19 mm bilaterally. Visual acuity 0.33 and 0.25 (Snelles scale). Bilat-eral papylledema. Normal TFT. What is your therapeutic approach?

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Sumário Temas Livres e Pôsteres

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Temas Livres

S266

TL.01 Paratormônio como preditor de sintomas de hipocalcemia em pós-operatório imediato de tireoidectomia total .............................................................................................................................................280Vanderlei FAB; Abrahão M; Vieira JGH,; Hojaij F; Cervantes O1; Kunii I; Santos RO; Ohe M

TL.02 Infl uência do tabagismo na morfometria nuclear do carcinoma diferenciado da tireóide (CDT) .....................280Ferreira RC; Morari EC; Silva JR; Guilhen CAT; Adam RL; Leite NJ; Matos PS; Metze K; Ward LS

TL.03 O iodo reduz a expressão e o comprimento da cauda poli-a do mRNA de NIS em células PCCl3 ...................281Serrano-Nascimento C; Nunes MT

TL.04 A infecção pelos herpes vírus humano tipo 6 (HHV6) E 7 (HHV7) pode infl uir na suscetibilidade e na possibilidade de cura da doença de Graves ..........................................................................................................281Leite JL; Bufalo NE; Santos RB; Parolla DC; Assunçao ACL; Ward, LS

TL.05 Arkadia, proteína E3 de ubiquitinização, altera a expressão gênica de membros da via de sinalização de TFGb em carcinoma anaplásico de tireóide ..................................................................................282Rezende E; Ricarte-Filho JCM; Kimura ET

TL.06 Mutação V600E + K601del no exon 15 do gene BRAF e seu papel na progressão tumoral do carcinoma papilífero da tireóide ................................................................................................................................................282Oler G; Latini FRM; Nascimento AS; Polikarpov I; Cerutti JM

TL.07 Análise da expressão dos receptores do acido retinóico em tecido tireoideano normal, tumoral e metastático ..............................................................................................................................................283Vidal APA; Coelho SM; Breitenbach MD; Buescu A; Carvalho DP; Vaisman M

TL.08 Avaliação dos níveis séricos de colesterol não-HDL em diferentes graus de hipotireoidismo e do efeito da reposição de levotiroxina no hipotireoidismo subclínico .............................................................283Teixeira PFS; Vaisman M; Cabral MD; Soares; Henriques J; Silva NAO; Moraes FFC; Buescu A; Ferreira MM; Reuters VS

TL.09 Efeito do cluster miR-17-92 na proliferação de linhagem derivada de carcinoma anaplásico de tireóide in vitro e in vivo ..........................................................................................................................................284Fuziwara CS; Ricarte-Filho JCM; da Silva MJ; Kimura ET

TL.10 Administração de dose fi siológica de triiodotironina modula a expressão de leptina em animais obesos submetidos à restrição alimentar ................................................................................................284Luvizotto RAM; Conde SJ; Sibio MT; Nascimento AF; Lima-Leopoldo AP; Leopoldo AS; Campos DHS; Nogueira CR

TL.11 Infl uência de fatores ambientais sobre a predisposição ao cancer da tireóide em comparação com outros tipos de tumor ......................................................................................................................................285Sampaio AC; Morari EC; Bufalo NE; Leite JL; Guilhen CT; Lima CSP; Ward LS

TL.12 A importância da dosagem sérica de tiroglobulina com imunoensaio mais sensível no seguimento de pacientes com carcinoma diferenciado de tireóide ...............................................................................................285Nakabashi C; Crispim F; Ikejiri ES; Camacho CP; Yamazaki CA; Kasamatsu T; Andreoni DM; Boldarini VT; Mamone MCOC; Hidal JT,; Osawa A; Aldhighieri F; Alonso G; Matsumura L; Furlanetto RP; Vieira JGH; Biscolla RPM; Maciel RMB

TL.13 Comparação entre diferentes doses de I no hipertireoidismo de Graves: um ensaio clínico com controle histórico .............................................................................................................................................286Machado WE; Dora JM; Andrade VA; Gross JL; Maia AL

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Temas Livres

S267

TL.14 Expressão atrial do mRNA da conexina40 e alterações de condução elétrica em camundongos com variações sistêmicas de hormônio tireoidiano ..............................................................................................286Almeida NAS; Cordeiro A; Campos de Carvalho AC; Pazos-Moura CC

TL.15 Detecção da mutação BRAFV00E em carcinoma papilífero de tireóide em material emblocado em parafi na ...........................................................................................................................................287da Silva MJ; Fuziwara CS; Gasque KCS; Geraldo MV; Blanco G; Raimundo SG; Kulcsar MAV; Friguglietti CUM; Waitzberg AFL; Kimura ET

TL.16 Interações genético-ambientais e suscetibilidade à doença de Graves No Brasil ..............................................287Bufalo NE; Athie MCP; Santos RB; Leite JL; Romaldini JH; Ward LS

TL.17 Smurfs E3 ligases são altamente expressas em carcinoma papilífero de tireóide ............................................288Fiore APZP; Ricarte-Filho JCM; Kimura ET

TL.18 Impacto dos valores de tireoglobulina avaliados no pós-operatório e anterior à ablação com iodo 131 em pacientes com câncer diferenciado de tireóide ...............................................................................288Ferraz CS; Calmon AC; Padovani RP; Ochiai CM; Santos MC; Melo MR; Neto GCC; Scalissi NM; Marone MMS

TL.19 Re-expressão de ABI3BP em linhagens celulares derivadas de carcinoma da tireóide induz inibição de crescimento e invasividade (in vivo e in vitro) e aumenta a senescência .......................................289Latini FRM; Hemerly JP; Oler G; Riggins G; Cerutti JM

TL.20 A administração aguda de hormônio tireoidiano (HT) provoca alterações na atividade de proteínas da via de sinalização da insulina e aumento da translocação de GLUT4 no músculo solear de ratos ...........................................................................................................................................289Teixeira SS; Castro-Barbosa T; Machado UF; Nunes MT

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Pôsteres

S268

PT. 001 EXPOSIÇÃO NEONATAL À NICOTINA PROGRAMA PARA DISFUNÇÃO TIREOIDEANA, MAIOR ADIPOSIDADE E HIPERLEPTINEMIA EM RATOS ADULTOS ....................................................................290Oliveira E; Moura EG; Passos MCF; Santos-Silva AP; Fagundes ATS; Lisboa PC

PT. 002 O TIREOMIMÉTICO SELETIVO PELO TRβ, GC-1, AUMENTA A RESISTÊNCIA, RIGIDEZ E RESILIÊNCIA ÓSSEAS DA TÍBIA DE CAMUNDONGOS IN VIVO .......................................................290Costa CC; Wang CC; Nonaka KO; Gouveia CHA

PT. 003 EFEITO DA TIREOIDECTOMIA E DA REPOSIÇÃO HORMONAL SOBRE A EXPRESSÃO GÊNICA DA NEUROGLOBINA NO CÓRTEX E NO HIPOCAMPO DE RATOS ............................................................................291Piedade GC; Ferreira GF; Nunes MT; Giannocco G

PT. 004 PARTICIPAÇÃO DOS HORMÔNIOS TIREOIDEANOS NA MODULAÇÃO DA EXPRESSÃO PROTÉICA DA CONEXINA 43 (Cx43) NO ÁTRIO E NO VENTRÍCULO .....................................................................................291Cordeiro A; Almeida NAS; Ortiga-Carvalho TM; Campos de Carvalho AC; Pazos-Moura CC

PT. 005 IDENTIFICAÇÃO DE NOVOS GENES REGULADOS POR T3 ENVOLVIDOS NA TERMOGÊNESE METABÓLICA: AMPLIANDO O GASTO DE ENERGIA ............................................................................................292Dorsa KK; Santos MV; Monteiro AC; Dias da Silva MR

PT. 006 AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DA GLUTATIONA-S-TRANSFERASE HEPÁTICA EM MODELO ANIMAL DE RESISTÊNCIA A HORMÔNIOS TIREÓIDEOS ....................................................................................292Faustino LC; Pires RM; Moraes DC; Ortiga-Carvalho TM

PT. 007 REGULAÇÃO DO CONTEÚDO DA CINASE ATIVADA POR ADENOSINA MONOFOSFATO (AMPK) NO TECIDO ADIPOSO RETROPERITONEAL EM RATOS HIPO E HIPERTIREÓIDEOS ...........................293Andrade BM; Araujo RL; Carvalho DP

PT. 008 MODULAÇÃO DA EXPRESSÃO DOS RECEPTORES DE ÁCIDO RETINÓICO (RAR E RXR) PELA TIREOTROFINA E PELO ÁCIDO RETINÓICO EM CÉLULAS TIREÓIDEAS NORMAIS PCCl3 ....................293Souza ECL; Coelho SM; Alves LM; Takiya CM; Nasciutti LE; Carvalho DP

PT. 009 EFEITO DA ADMINISTRAÇÃO DE BAIXA DOSE DE LEPTINA SOBRE A FUNÇÃO TIREÓIDEA DE RATOS WISTAR MACHOS SUBMETIDOS À RESTRIÇÃO ENERGÉTICA ..........................................................................294Araujo RL; Andrade BM; Leandro MS; Ferreira ACF; Carvalho DP

PT. 010 A EXPOSIÇÃO MATERNA À NICOTINA NA LACTAÇÃO ALTERA A VIA DE SINALIZAÇÃO DA LEPTINA NA TIREÓIDE DA PROLE AOS 15 DIAS DE VIDA .............................................................................294Santos-Silva AP; Oliveira E; Fagundes ATS; Rios AS; Passos MCF; Moura EG; Lisboa PC

PT. 011 REGULAÇÃO DA FUNÇÃO TIREÓIDEA EM RATOS TRATADOS COM ÁCIDO RETINÓICO ................................295Muhlbauer M; Silva ACM; Marassi MP; Ferreira ACF; Carvalho DP

PT. 012 INFLUÊNCIA DO ÓLEO DE PEIXE SOBRE O METABOLISMO LIPÍDICO: POSSÍVEL ENVOLVIMENTO DA AÇÃO DOS HORMÔNIOS TIREOIDEANOS ........................................................................295Souza LL; Nunes MO; Oliveira KJ; Penha-Pinto V; Neto JFN; Tavares do Carmo MG; Pazos-Moura CC

PT. 013 PERFIL LIPÍDICO E GLICÊMICO DE RATOS OBESOS COM RESTRIÇÃO CALÓRICA E ADMINISTRAÇÃO DE T3 ......................................................................................................................................296Sibio MT; Luvizotto RAM; Conde SJ; Olimpio RMC; Nascimento AF; Lima-Leopoldo AP; Leopoldo AS; Nogueira CR

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Pôsteres

S269

PT. 014 DISGENESIA TIREOIDEANA: EXPRESSÃO DE microRNAS EM TIREÓIDE ECTÓPICA ......................................296Rubio IGS; Leone V; Fusco A; Perone D; Nogueira CR; Tincani AJ; Costa MC; Knobel M; Medeiros G

PT. 015 A BUSCA DE FATORES ETIOLÓGICOS PARA DISGENESIAS TIREOIDEAS: RASTREAMENTO DE MUTAÇÕES SOMÁTICAS NO GENE FOXE1 ....................................................................................................297Mezalira PR; Perone D; Nogueira CR; Costa MC; Knobel M; Medeiros-Neto G; Rubio IGS

PT. 016 REGULAÇÃO DA REGIÃO PROMOTORA DO GENE DA DUOX 2 HUMANA POR HORMÔNIOS E FATORES DE TRANSCRIÇÃO. ..............................................................................................................................297Cardoso LC; Costa MEWF; Carvalho DP; Santisteban P

PT. 017 REGULAÇÃO DA ATIVIDADE OXIDASE DUAL NA TIREÓIDE E NAS VIAS AÉREAS EM DIFERENTES ESTADOS TIREÓIDEOS. .............................................................................................................298Cardoso LC; Almeida MK; Ginabreda MGP; Freitas ML; Carvalho DP; Ferreira ACF

PT. 018 A EXPRESSÃO PROTÉICA DA OXIDASE DUAL (DUOX) TIREÓIDEA NÃO SE CORRELACIONA À ATIVIDADE GERADORA DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO EM LESÕES TIREÓIDEAS HIPOFUNCIONANTES: ESTUDO PRELIMINAR .............................................................................................................................................298Ginabreda MGP; Freitas ML; Ferreira ACF; Cardoso LC; Vaisman M; Carvalho DP

PT. 019 EFEITO DO TRATAMENTO COM FLAVONÓIDES SOBRE A ATIVIDADE DA TIREOPEROXIDASE EM MURINOS ...........................................................................................................................................................299Gonçalves CFL; Ginabreda MGP; Carvalho DP; Ferreira ACF

PT. 020 ESTUDO DO POLIMORFISMO -318C > T DO GENE CTLA-4 EM PACIENTES COM HEPATITE C CRÔNICA E DOENÇA DE GRAVES ..........................................................................................................................299Lima EU; Cardia MS; Mendes-Correa; Knobel M; Zambrini H; Marui S

PT. 021 POLIMORFISMO DO GENE CTLA-4 EM ADULTOS E CRIANÇAS COM DOENÇA DE GRAVES ..........................300Namo Cury A; Longui C; Calmon AC; Scalissi NM; Salles JEN; Kochi C; Rocha MN; Melo MR; Monte O

PT. 022 IMMUNOEXPRESSÃO DE MUC1, MMP-2 AND MMP-9 EM PACIENTE JOVEM COM CARCINOMA BEM DIFERENCIADO DE TIREÓIDE .........................................................................................................................300Filho JG; Kowalski LP; Silva SD; Cunha IW; Buim M

PT. 023 CARACTERIZAÇÃO DO POLIMORFISMO DO GENE CTLA-4 NA POPULAÇÃO DO SUDESTE BRASILEIRO ...301Namo Cury A; Longui C; Ferraz CS; Scalissi NM; Salles JEN; Rocha MN; Melo MR; Monte O

PT. 024 DEFICIÊNCIA DE SECREÇÃO E RETENÇÃO DA TIREOGLOBULINA MUTADA (A2215D) ASSOCIADAS A BÓCIO E HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO ................................................................................301Pardo V; Rubio IGS; Knobel M; Toniolo JV; Kopp P; Medeiros-Neto G

PT. 025 ASSOCIAÇÃO DA DOENÇA DE GRAVES COM POLIMORFISMO NA REGIÃO PROMOTORA, POSIÇÃO -318 DO GENE CTLA-4 NA POPULAÇÃO BRASILEIRA ........................................................................302Santos RB; Bufalo NE; Assunçao ACL; Machado ACB; Chaves FR; Romaldini JH; Ward LS

PT. 026 CONSTRUÇÃO E AVALIAÇÃO DA AÇÃO DE PLASMÍDIO CONTENDO GENE SUICIDA TIMIDINA QUINASE E GENE IMUNOMODULADOR DA INTERLEUCINA 12 OTIMIZADA, UMA PROMISSORA TERAPIA GÊNICA PARA CARCINOMA MEDULAR DE TIREÓIDE METASTÁTICO ...............................................302Seidenberger K; Rubio IGS; Menezes GF; Barbuto JAM; DeGroot LJ; Tomimori EK; Medeiros-Neto G; Camargo RYA de

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Pôsteres

S270

PT. 027 EXPRESSÃO DO FATOR DE CRESCIMENTO VASCULAR A (VEGF-A), DE SEU RECEPTOR (VEGFR2) NO CARCINOMA MEDULAR DE TIREÓIDE ...................................................................................................................303Capp C; Siqueira DR; Assis Brasil B; Meurer L; Maia AL

PT. 028 ASSOCIAÇÃO ENTRE A EXPRESSÃO DIMINUÍDA DA PROTEÍNA WWOX E DESENVOLVIMENTO DE CARCINOMA PAPILAR DE TIREÓIDE ......................................................................................................................303Dias EP; Sarquis MS; Pimenta F; Filho MAD; Dias MA; Aldaz MC; Marco LAC de

PT. 029 ESTUDO DA EXPRESSÃO IMUNO-HISTOQUÍMICA DE NDRG1 EM LESÕES DA TIREÓIDE .............................304Gerhard R; Nonogaki S; Soares FA; Nagai MA

PT. 030 POLIMORFISMO DO CÓDON 72 NO GENE P53 EM PACIENTES COM CARCINOMAS TIREOIDEANOS, NO HOSPITAL ARAÚJO JORGE EM GOIÂNIA-GO ...................................................................304Reis AAS; Monteiro CD; Silva DM; Saddi VA; da Cruz AD

PT. 031 A IMPORTÂNCIA DA EXPRESSÃO DO GENE BRAF ASSOCIADA A FATORES CLÍNICOS NA EVOLUÇÃO E PROGNÓSTICO DO CARCINOMA PAPILÍFERO DA TIRÓIDE ..................................................305Araujo PPC; Tincani AJ; Guilhen CAT; Morari EC; Ward LS

PT. 032 PESQUISA DA MUTAÇÃO T1796A DO GENE BRAF EM SANGUE PERIFÉRICO DE PACIENTES PORTADORES DE CARCINOMA PAPILÍFERO DA TIRÓIDE ...............................................................305Marcello MA; Araujo PPC; Morari EC; Guilhen ACT; Bufalo NE; Assumpçao LVM; Ward LS

PT. 033 FREQÜÊNCIA DA MUTAÇÃO V600E NO EXON 15 DO GENE BRAF NA POPULAÇÃO BRASILEIRA E CORRELAÇÃO COM FATORES CLÍNICO-PATOLÓGICOS ......................................................................................306Oler G; Cerutti JM

PT. 034 AVALIAÇÃO DE POLIMORFISMOS NO ONCOGENE RET EM UMA FAMÍLIA COM MUTAÇÃO G533C NO EXON 8 DO GENE RET: IDENTIFICAÇÃO DE VARIANTES QUE PODEM MODULAR A IDADE DE INÍCIO E APRESENTAÇÃO CLÍNICA .................................................................................................306Tamanaha R; Camacho CP; Pereira AC; da Silva AMA; Maciel RMB; Cerutti JM

PT. 035 MUTAÇÃO cys611tyr DO PROTO-ONCOGENE RET NUMA FAMÍLIA COM CARCINOMA MEDULAR DE TIREÓIDE .........................................................................................................................................307Camargo BP; Perone D; Conde SJ; Claro S; Mazeto GMFS; Nogueira CR

PT. 036 CARCINOMA PAPILÍFERO FAMILIAR DE TIREÓIDE: AVALIAÇÃO DE PREVALÊNCIA E ANORMALIDADES AUTO-IMUNES E MORFOLÓGICAS DA TIREÓIDE ................................................................................................307Gomes EMS; Almeida CA; Teixeira PFS; Buescu A; Vaisman M

PT. 037 CARCINOMA PAPILÍFERO EM CISTO DE DUCTO TIREOGLOSSO: RELATO DE CASO ......................................308Angelucci AP; Pugliese-Pires PN; Chammas MC; Gerhard R; Montenegro FLM; Knobel M; Marui S

PT. 038 DOENÇA DE GRAVES E CÂNCER DE TIREÓIDE: A EXPERIÊNCIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE BOTUCATU ........................................................................................................................................308Oliveira AC; Hirosawa RM; Oliveira DCL; Galan FC; Tagliarini JV; Marques MEA; Kiy Y; Mazeto GMFS

PT. 039 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E HISTOPATOLÓGICO DOS CASOS DE CÂNCER DE TIREÓIDE DIAGOSTICADOS NA GRANDE FLORIANÓPOLIS NOS ANOS DE 2000 E 2005 ...............................309Vieira MIC; Canalli MHBS; Coral MHC

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Pôsteres

S271

PT. 040 CARCINOMA EM CISTO DE TIREOGLOSSO: RELATO DE UM CASO. .................................................................309Gonçalves Torres NN; Junior RF; Felicio JS; Maues MR; Marciao ITS; Oliveira DA

PT. 041 CARCINOMA DE CELULAS ESCAMOSAS PRIMÁRIO DE TIREÓIDE – RELATO DE CASO .................................310Izzo C; Toyama G; Diehl LA; Stelle EANA; Onuma SM; Radaeli RF; Tristão JR

PT. 042 CARCINOMA ANAPLÁSICO DA TIRÓIDE: ANÁLISE DE 40 CASOS CONSECUTIVOS TRATADOS EM UMA ÚNICA INSTITUIÇÃO ...........................................................................................................310Farias TP; Dias FL; Toscano UB; Lago ALC; Fitipaldi R; Duque G; Corbo R; Lima RA

PT. 043 CARCINOMA DIFERENCIADO DA TIREÓIDE: SEGUIMENTO DE 360 CASOS EM UMA INSTITUIÇÃO POR ATÉ 26 ANOS ..................................................................................................................311Assumpção LVM; Melo T; Alves AC; Pallone ATL; Lee SS

PT. 044 CARCINOMA DE PARATIRÓIDE INTRATIROIDIANO ..............................................................................................311Lima Ma; Dalalio, Vanessa Delfi no; Marinho, Ma

PT. 045 CARCINOMA POUCO DIFERENCIADO DE TIREÓIDE: RELATO DE CASO ...........................................................312Pinto MLBV; Siqueira RL; Araújo NBC; Corrêa ND; Stanisck CMA; Saldanha FC; Reis FAA; LaNuez MJBF

PT. 046 DESENVOLVIMENTO DE CARCINOMA PAPILÍFERO DE TIREÓIDE EM REMANESCENTES CIRÚRGICOS .......312Schiavoni Scandelai K; Costa OS; Silva Junior VL; Santos CE; Teixeira MAM

PT. 047 PERFIL DOS PACIENTES ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE CARCINOMA DE TIREÓIDE DO CCMB/PUC-SP ...................................................................................................................................313Quilici MTV; Girao LS; Reis MA; Lima ML; Santos GHP; Rebeschini AE; Zampieri M; Viera AEF

PT. 048 CARBONATO DE LÍTIO (CL) COMO ADJUVANTE NA ABLAÇÃO DE REMANESCENTES TIROIDIANOS EM PÓS-OPERATÓRIO DE CARCINOMA DE BAIXO RISCO .........................................................313Yamazaki CA; Boldarine VT; Ikejiri ES; Castiglioni MLV; Marchetti R; Biscolla RPM; Nakabashi C; Camacho CP; Kasamatsu T; Matsumura L; Hidal JT; Maciel RMB; Furlanetto RP

PT. 049 METÁSTASES DE CARCINOMA PAPILÍFERO PARA A PELE: RELATO DE CASO CLÍNICO E REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................................................................314Rezende CAC; Ward LS

PT. 050 VARIANTES AGRESSIVAS DA TIREÓIDE – AVALIAÇÃO DAS IMPLICAÇÕES CLÍNICAS, PROGNÓSTICO E COMPORTAMENTO BIOLÓGICO ..............................................................................................314Dias FL; Toscano UB; Lima RA; Costa RM; Peryassú BC; Corbo R; Santos IC; Botelho FG

PT. 051 LINFOMA PRIMÁRIO DE TIREÓIDE: RELATO DE DOIS CASOS ...........................................................................315Derrico EN; Arruda MM; Frascaroli AQ; Marques EL; Mamone MCOC

PT. 052 AUMENTO NA INCIDÊNCIA DO CÂNCER DE TIREÓIDE NA GRANDE FLORIANÓPOLIS – ESTUDO COMPARATIVO DOS CASOS DIAGNOSTICADOS NOS ANOS DE 2000 E 2005 .................................................315Vieira MIC; Canalli MHBS; Coral MHC

PT. 053 SÍNDROME DE COWDEN E NEOPLASIA TIREOIDEANA: UMA ASSOCIAÇÃO QUE DEVE SER SEMPRE LEMBRADA ....................................................................................................................316Lorencetti RRG; Di Giacomo THB; Nico MMS; Brandão LG; Cernea CR; Ferraz AR; Lourencço SV

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Pôsteres

S272

PT. 054 TUMORES DE CÉLULAS DE HÜRTHLE: TRATAMIENTO .......................................................................................316Novelli JL; Moloeznik L; Nebel E; Quiroga S; Chiganer G; Olguin M

PT. 055 EVOLUÇÃO AGRESSIVA DE TUMOR TRABECULAR HIALINIZANTE CONSIDERADA UMA VARIANTE DE CARCINOMA PAPILÍFERO .....................................................................................................317Matos PS; Ferreira RC; Assumpçao LVM; Melo T; Ward LS

PT. 056 ESTUDO DA EVOLUÇÃO DO CARCINOMA FOLICULAR DA TIREÓIDE: ANÁLISE COMPARATIVA COM CARCINOMA PAPILÍFERO....................................................................................................317Nobrega HMM; Buescu A; Coelho SM; Vaisman M; Corbo R; Varandas V

PT. 057 MESTÁSTASES TIROIDEANAS DE CARCINOMA DE CÉLULAS CLARAS: SEIS ANOS DE FOLLOW UP ..........318Hohl A; Michels J; Moritz APGC; Damas TB; Kowalsky ME; Coral MHC

PT. 058 ESTUDO COMPARATIVO DE VARIÁVEIS CLÍNICO-PATOLÓGICAS E MOLECULARES NA DEFINIÇÃO DE PROGNÓSTICO DO CARCINOMA PAPILÍFERO DA TIREÓIDE ..............................................................................318Silva JR; Morari EC; Guilhen CAT; Araujo PPC; Tincani AJ; Assumpçao LVM; Vassallo J; Soares FA; Ward LS

PT. 059 AVALIAÇÃO DA QUANTIFICAÇÃO DO mRNA DE TG COMO MÉTODO DIAGNÓSTICO NO ACOMPANHAMENTO A LONGO PRAZO DE PACIENTES COM CARCINOMA DIFERENCIADO DE TIREÓIDE ..................................................................................................................................319Possato RF; Rubio IGS; Knobel M; Tomimori EK; Camargo RYA de; Medeiros-Neto G

PT. 060 DOSAGEM DA TIROGLOBULINA NO LAVADO DA AGULHA DA PAAF-T E O DIAGNÓSTICO DE LINFOMA PRIMÁRIO DE TIRÓIDE .....................................................................................................................319Marques EL; Derrico EN; Arruda MM; Frascaroli AQ; Mamone MCOC

PT. 061 CARACTERÍSTICAS PRÉ-OPERATÓRIAS DE TUMORES MALIGNOS DA TIREÓIDE...........................................320Tomarchio MP; Cambrea MFV; Stella LC; Bellini CPT; Di Ninno FB; Santomauro AT; Fraige Filho F

PT. 062 ACURÁCIA DA DOSAGEM DE TIREOGLOBULINA EM LINFONODOS CERVICAIS NA DETECÇÃO DE METÁSTASES DO CÂNCER DIFERENCIADO DE TIREÓIDE ..................................................................................320Zanella AB; Erika; Joíza; Antônio; Alceu; José; Maia AL

PT. 063 PODE A ANÁLISE INTEGRADA DOS EXAMES DE ANÁLISES CLÍNICAS E ULTRA-SONOGORAFIADE TIREÓIDE CONTRIBUIR NA SELEÇÃO DE PACIENTES PARA O ESTUDO CITOLÓGICO ATRAVÉS DE PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA (PAAF)? .............................................................................................321Schrank Y; Marques BH; Fontes R,; Fontes R,; Marchisotti F

PT. 064 CISTOADENOMA MUCINOSO DE OVÁRIO: RELATO DE UM CASO DE RESULTADO FALSO-POSITIVO NA PESQUISA DE CORPO INTEIRO PÓS-DOSE TERAPÊUTICA DE I ....................................321Andreoni DM; Rio ALS; Cunha ML; Camacho CP; Nakabashi CCD; Ikejiri ES; Mamone MCOC; Hidal JT; Wagner J; Maciel RMB; Biscolla RPM

PT. 065 ASPECTOS ULTRA-SONOGRÁFICOS PREDITIVOS DE MALIGNIDADE PARA NÓDULOS TIREOIDIANOS .....322Cambrea MFV; Tomarchio MP; Bellini CPT; Stella LC; Di Ninno FB; Fraige Filho F

PT. 066 CORRELAÇÃO ENTRE A CLASSIFICAÇÃO ULTRA-SONOGRÁFICA DOS NÓDULOS TIREOIDIANOS SEGUNDO TOMIMORI E COLS. E O ACHADO CITOLÓGICO – EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO PARTICULAR .......................................................................................................322Schrank Y; Marques BH; Fontes R,; Marchisotti F; Vencio S; Scharf M

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Pôsteres

S273

PT. 067 NÓDULOS DE CITOLOGIAS INDETERMINADA E SUSPEITA: CORRELAÇÃO ENTRE ASPECTOS ULTRA-SONOGRÁFICOS E EXAME HISTOPATOLÓGICO ..................................................................................................323Seoane LA; Tomimori EK; Bisi H; Knobel M; Medeiros G; Camargo RYA

PT. 068 PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS MICROCARCINOMAS PAPILÍFEROS DE TIREÓIDE DIAGNOSTICADOS NO HOSPITAL ARAÚJO JORGE, EM GOIANIA-GO, NO PERIODO DE 1997 A 2003. ........323Reis AAS; Monteiro CD; Paula EC; Saddi VA; da Cruz AD

PT. 069 FATORES PROGNÓSTICOS E SUA IMPLICAÇÃO NO TRATAMENTO DO MICROCARCINOMA PAPILÍFERO DE TIREÓIDE ........................................................................................................................................324Araujo PPC; Tincani AJ; Ward LS

PT. 070 MICROCARCINOMA PAPILÍFERO: UM TUMOR NÃO ESTADIÁVEL QUANTO AO RISCO .................................324Valente FOF; Ward LS; Melo T; Araujo PPC; Tincani AJ; Assumpçao LVM

PT. 071 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E EVOLUÇÃO DOS MICROCARCINOMAS DE TIREÓIDE ...................................325Odawara AF; Andrade J; Santos RB; Chueire VB; Villagelin D; Chaves FR; Romaldini JH

PT. 072 CARACTERÍSTICAS HISTOLÓGICAS COMO A AUSÊNCIA DE ESCLEROSE E DE INFILTRADO INFLAMATÓRIO EM TORNO DO MICROCARCINOMA PAPILÍFERO DATIREÓIDE PODEM INDICAR A SUA EVOLUÇÃO CLÍNICA ....................................................................................325Ramos AMO; Sales AO; Mello LEB; Andrade MC; Paiva FP; Ramos CCO; Formiga MCC; Ramos CCF; Matos PS; Ward LS

PT. 073 CARCINOMA PAPILÍFERO DA TIREÓIDE EM CRIANÇAS: TRATAMENTO E MECANISMOS DE FALHA TERAPÊUTICA ........................................................................................................................................326Toscano UB; Dias FL; Lima RA; BISPO DJS; Bordallo MAN; Maia Filho PC; Freitas EF; Soares JRN

PT. 074 CARCINOMA PAPILÍFERO EM CRIANÇA COM DOENÇA DE GRAVES COM NÓDULO TIREOIDIANO HIPERCAPTANTE ..............................................................................................................................326Toyama G; Izzo C; Radaeli RF; Tristão JR; Oliveira ML; Liboni RDB; Diehl LA

PT. 075 QUIMIOEMBOLIZAÇÃO SEGUIDA DE RESSECÇÃO CIRÚRGICA DE METÁSTASE ÓSSEA DE CARCINOMAPAPILÍFERO DE TIREÓIDE ..................................................................................................................327Perez CLS; Wesley SAG; Bortolini LGC; Mesa Jr CO; Carvalho GA de; Graf H

PT. 076 IMPACTO PROGNÓSTICO DA METÁSTASE CERVICAL NO CARCINOMA BEM DIFERENCIADO DA TIREÓIDE – ANÁLISE DA EXTENSÃO DO ESVAZIAMENTO CERVICAL COMO FATOR PARA RECIDIVA ...........................327Lima RA; Dias FL; Toscano UB; Sepulcri RA; Maliska CM; Rangel LG; Medeiros PLO; Câmara MVM; Barbosa MB

PT. 077 HIPERCALCEMIA E HIPOCALCEMIA PÓS-RADIOIODOTERAPIA EM PACIENTE PORTADOR DE CA FOLICULAR DE TIREÓIDE E HIPOPARATIREOIDISMO PÓS-CIRÚRGICO: RELATO DE CASO ................328Girao LS; Reis MA; Lima ML; Rebeschini AE; Santos GHP; Viera AEF; Quilici MTV

PT. 078 TRATAMIENTO QUIRÚRGICO DEL CARCINOMA PAPILAR DE TIREOIDES .........................................................328Novelli JL; Moloeznik L; Nebel E; Quiroga S; Olguin M; Chiganer G

PT. 079 PROTOCOLO DE CÂNCER DIFERENCIADO DE TIREÓIDE DO HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO – AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS DA APLICAÇÃO E DOSES DE IODO 131 NECESSÁRIAS PARA PACIENTES FICAREM LIVRES DA DOENÇA ......................................................................329Franz RF; Dellamea BS; Costenaro F; Carpena MP; Campos MAA; Molinari AS; Gonçalves I

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Pôsteres

S274

PT. 080 PORCENTAGEM DE CAPTAÇÃO EM PRIMEIRA PESQUISA DE CORPO INTEIRO APÓS TIREOIDECTOMIA TOTAL POR CÂNCER BEM DIFERENCIADO: ANÁLISE CRÍTICA EM 148 DOENTES. ..........................................329Okada LLS; Luz HLM; Santos SRCL; Lorencetti RRG; Santos ABO; Stabenow E; Tavares MR; Brandão LG

PT. 081 TSH: UM MARCADOR INFLUENCIADO E INFLUENCIÁVEL PELAS ALTERAÇÕES METABÓLICASEM PACIENTES DIABÉTICOS TIPO 2 .............................................................................................................................330Tomarchio MP; Cambrea MFV; Schiavon Teles D; Di Ninno FB; Stella LC; Santomauro AT; Fraige Filho F

PT. 082 HEMANGIOMA CAVERNOSO DE TIREÓIDE GIGANTE: RELATO DE CASO ........................................................330Gomes PM; Freitas LCC; Magalhaes PKR; de Mello Filho FV; Maciel L

PT. 083 DISFUNÇÃO TIREOIDIANA DE ORIGEM AUTO-IMUNE EM UMA POPULAÇÃO DE DIABÉTICOS TIPO 1 .......331Ferrari MTM; Amorim EG; Zantut-Wittmann DE; Parisi MCR; Pavin EJ

PT. 084 ESCRIÇÃO DOS PERFIS TIREOIDIANOS EM AMOSTRA DE 511 PACIENTES .....................................................331Marques BH; Schrank Y; Fontes R; Marchisotti F; Scharf M; Vencio S

PT. 085 EVIDÊNCIAS DO EFEITO DA SANGRIA TERAPÊUTICA EM PACIENTES COM ACÚMULO DE FERRO NA TIREÓIDE ..........................................................................................................................................332Tolloto GHV; Halpern A

PT. 086 AVALIAÇÃO TIREOIDIANA EM UMA POPULAÇÃO INFECTADA PELO VÍRUS DA HEPATITE C ........................332Marui S; Chammas MC; Danilovic DLS; Zambrini H; Knobel M; Mendes-Correa

PT. 087 URTICÁRIA CRÔNICA IDIOPÁTICA E DOENÇAS DA GLÂNDULA TIREÓIDEA: EXISTE RELAÇÃO ENTRE AMBAS? ........................................................................................................................333Henrique Costa Penatti; Ruy Felippe Brito Gonçalves Missaka; Maria Regina Cavariani Silvares; Nogueira, C. R.; Mazeto, G. M. F. S.

PT. 088 TIREOIDITE DE RIEDEL: RELATO DE CASO ............................................................................................................333Jorge BH; Botelho IMB; Ribeiro PF; Ferreira BP; Borges MF

PT. 089 PREVALÊNCIA DE DISFUNÇÕES TIREOIDIANAS EM OBESOS DE UM AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO ......334Diehl LA; Stelle EANA; Onuma SM; Izzo C; Toyama G; Tristão JR; Radaeli RF

PT. 090 ATPO, FAN E PROLACTINA ELEVADA. ALGUMA RELAÇÃO? ..............................................................................334Fontes R; Cruz R; Oliveira LM; Calixto C; Schrank Y; Almeida V; Marques BH

PT. 091 TUBERCULOSE TIREOIDIANA: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE MASSA CERVICAL ANTERIOR. RELATO DE CASO ....................................................................................................................................................335Silva BP; Amorim EG; Ferrari MTM; Pavin EJ; Matos PS; Zantut-Wittmann DE

PT. 092 NÓDULO EXOFÍTICO DA TIREÓIDE. .......................................................................................................................335Augusto GA; Danilovic DLS; Machado AL; Martins LRF; Prando D; Marui S

PT. 093 PAPEL DO TSH RECOMBINANTE HUMANO, EM DIFERENTES DOSES, PRÉVIO À RADIOIODOTERAPIA COMO TRATAMENTO DOS BÓCIOS MULTINODULARES .............................336Albino CC; Graf H; Buchpiguel CA

PT. 094 O PAPEL DO ESTÍMULO COM TSH ENDÓGENO NO TRATAMENTO DO BMN COM RADIOIODO ...................336Sampaio AP; Vigario A; Albino CC

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Pôsteres

S275

PT. 095 O USO DA ERVA MA HUANG PROVOCANDO ALTERAÇÕES LABORATORIAIS REVERSÍVEIS EM PACIENTE PORTADORA DE NÓDULOS DE TIREÓIDE. ..................................................................................337Tavares Eduardo F; Garcia GSG; Lima TM; Tavares EF.

PT. 096 AVALIAÇÃO DOS NÓDULOS TIREOIDIANOS ATENDIDOS EM UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA ......................337Rio ALS; Nakabashi CCD; Andreoni DM; Ikejiri ES; Camacho CP; Mamone MCOC; Abrahão M; Hidal JT; Biscolla RPM; Furlanetto RP

PT. 097 NÓDULOS TIREOIDIANOS “QUENTES” NÃO-HIPERFUNCIONANTES AO PERTECNETATO-99mTc: ESTUDO PRELIMINAR ......................................................................................................338Zantut-Wittmann DE; Ramos CD; Novais PM; Pavin EJ; Amorim BJ; Lima MCL; Etchebehere E; Santos AO; Camargo EE

PT. 098 ANÁLISE DE NÓDULOS E CISTOS ENCONTRADOS NA ULTRA-SONOGRAFIA DE TIREÓIDE DE 634 PACIENTES ............................................................................................................................338Marchisotti F; Scharf M; Schrank Y; Marques B; Vencio S; Fontes R

PT. 099 AVALIAÇÃO ULTRA-SONOGRÁFICA DA TIREÓIDE DE ESCOLARES DE RIBEIRÃO PRETO ..............................339Alves MLD; Duarte GC; Tomimori EK

PT. 100 NÓDULO TIREOIDIANO PARASÍTICO EM REGIÃO SUPRACLAVICULAR ESQUERDA: RELATO DE CASO ....................................................................................................................................................339Sarquis MS; Alves AS; Filho JSA; Mundim GP; Dias EP

PT. 101 TRATAMENTO DO BÓCIO NODULAR COM DOSE FIXA DE 30 mCi DE IODO 131 .............................................340Arruda MM; Derrico EN; Frascaroli AQ; Marques EL; Mamone MCOC

PT. 102 EXCESSO DE IODO NUTRICIONAL ELEVA A PREVALÊNCIA DE DOENÇAS TIREOIDIANAS EM POPULAÇÃO DE SÃO PAULO, BRASIL .................................................................................340Galrao AL; Camargo RYA de; Tomimori EK; Neves S; Rubio IGS; Knobel M; Medeiros-Neto G

PT. 103 ANÁLISE DA IODAÇÃO DO SAL E DÁ ÁGUA EM ESCOLARES DO MUNICÍPIO DE CABACEIRAS, PARAÍBA ...........................................................................................................................................341Pontes AAN; Leite D; Rocha A; Lessa A; Adan L

PT. 104 O EFEITO PARODOXAL DO IODO NA ALIMENTAÇÃO DOS PACIENTES COM HIPOTIREOIDISMO E TIREOIDITE AUTO-IMUNE .........................................................................................341Tolloto GHV; Sousa RF

PT. 105 INTERAÇÃO ENTRE FUNÇÃO TIREOIDIANA E FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR CLÁSSICOS E EMERGENTES. THE JAPANESE-BRAZILIAN THYROID STUDY ...........................................................................342Sgarbi JA; Matsumura L; Ferreira SRG; Maciel RMB

PT. 106 DISFUNÇÃO TIREOIDIANA SUBCLÍNICA E O RISCO DE DOENÇA MACROVASCULAR E DE MORTALIDADE. THE JAPANESE-BRAZILIAN THYROID STUDY ....................................................................342Sgarbi JA; Matsumura L; Siqueira AFA; Gimeno SG; Maciel RMB

PT. 107 CINÉTICA DA CURVA DA RESPOSTA VENTILATÓRIA AO EXERCÍCIO FÍSICO DE PACIENTES COM HIPOTIREOIDISMO SUBCLÍNICO SUBMETIDOS À REPOSIÇÃO DE LEVOTIROXINA ..............................343Coelho EF; Maineti MRM; Perrout J; Oliveira FP; Vaisman M

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Pôsteres

S276

PT. 108 RESPOSTA VENTILATÓRIA PÓS-EXERCÍCIO FÍSICO DE PACIENTES COM HIPOTIREOIDISMO SUBCLINICO SUBMETIDOS À REPOSIÇÃO DE LEVOTIROXINA .........................................................................343Coelho EF; Maineti MRM; Perrout J; Oliveira FP; Vaisman M

PT. 109 QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM DIFERENTES GRAUS DE HIPOTIREOIDISMO ..............................344Vigario PS; Teixeira PFS; Reuters VS; Maia MDL; Cunha M; Vaisman M

PT. 110 A AVALIAÇÃO NEUROPSICOMÉTRICA PODE AUXILIAR O DIAGNÓSTICO DE HIPERTIREOIDISMO CLÍNICO OU SUBCLÍNICO EM PACIENTES IDOSOS COM TIROTOXICOSE APÁTICA ......................................344Mrtinelli; Cecato JF; Damasceno B; Guilhen CAT; Ward LS

PT. 111 PARALISIA PERIÓDICA HIPOCALÊMICA TIROTÓXICA – RELATO DE CASO .......................................................345Hohl A; Damas TB; Michels J; Moritz APGC; Kowalsky ME; Canalli MHBS; Coral MHC

PT. 112 PARALISIA PERIÓDICA HIPOCALÊMICA TIREOTÓXICA EM PACIENTE NO PERÍODO PUERPERAL ................345Souza MR; Magalhães RA; Castelo MHCG; Porto LB; Costa AG; Fontenele EGP; Magalhães JF; Montenegro RM; Quidute ARP

PT. 113 CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DE PACIENTES COM HIPERTIREOIDISMO SUBCLÍNICO ENDÓGENO ............346Figueira EJG; Oliveira MS; Simionato MC; Kubo I; Kerbauy MN

PT. 114 MANEJO DA ORBITOPATIA DE GRAVES NA AMÉRICA LATINA: RESULTADOS DE UM INQUÉRITO INTERNACIONAL E COMPARAÇÃO COM A EUROPA ..........................................................................................346Ramos HE; Diehl LA; Graf H; Camacho, CP; Petros P

PT. 115 FATORES PREDITIVOS DA RECIDIVA DA DOENÇA DE GRAVES APÓS O TRATAMENTO COM DROGAS ANTITIREOIDIANAS .......................................................................................................................347Okano OJ; Aquino FS; Magalhaes PKR; Maciel L

PT. 116 EFICÁCIA E SEGURANÇA DO USO CONTÍNUO DE METIMAZOL PARA O TRATAMENTO DA DOENÇA DE GRAVES COMPARADO COM O RADIOIODO .............................................................................347Villagelin D; Santos RB; Machado ACB; Malouf EZ; Chaves FR; Romaldini JH

PT. 117 TRATAMENTO DA DOENÇA DE GRAVES COM METIMAZOL: PODE A IMUNOGLOBULINA E (IgE) SÉRICA INTERFERIR NA TAXA DE RECIDIVA E REMISSÃO DA DOENÇA? ............................................348Carvalho IAF; Knobel M; Lima Neto N

PT. 118 OFTALMOPATIA DE GRAVES NA AUSÊNCIA DE TIREOTOXICOSE ....................................................................348Siqueira RL; Pinto MLBV; Araújo NBC; Saldanha FC; Corrêa ND; Stanisck CMA; Reis FAA; LaNuez MJBF

PT. 119 GRAVES’ OPHTHALMOPATHY WITHOUT AUTO-IMMUNE THYROID DISEASE ASSOCIATED WITH PAPILLARY THYROID CANCER .............................................................................................349Moura JP; Monteiro MLR; Mimura LY; Siqueira SAC; Nicolau W; Knobel M; Bloise W

PT. 120 CAPTAÇÃO TIREOIDIANA DOIS MESES APÓS DOSE TERAPÊUTICA COM I COMO POSSÍVEL PREDITOR DE CURA DO HIPERTIREOIDISMO ....................................................................................349Bravo MT; Wolff M; Correa MMG; Barone B

PT. 121 HEPATOTOXICIDADE POR PROPILTIOURACIL (PTU). RELATO DE CASO ...........................................................350Yang JH; Fonseca LG; Silva GM; Pinto JEM; Zakir JCO; Mattos LO; Sampaio RATG; Gonçalves TD; Jacob RS; Bresgunov Kalinin L; Nogueira KC; Liberman B

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Pôsteres

S277

PT. 122 HEPATITE FULMINANTE NA VIGÊNCIA DO TRATAMENTO COM PROPILTIOURACIL NA DOENÇA DE GRAVES: RELATO DE CASO ..............................................................................................................350Amorim EG; Alves AC; Tambascia MA; Pavin EJ; Silva BP; Ferrari MTM; Pallone ATL; Zantut-Wittmann DE

PT. 123 SÍNDROME DO ANTICORPO ANTIFOSFOLIPÍDIO DESENCADEADA PELO USO DE PROPILTIOURACIL .........351Silva Junior VL; Santos CE; Costa OS; Teixeira MAM

PT. 124 HIPERTIREOIDISMO: TRATAMIENTO QUIRÚRGICO .............................................................................................351Novelli JL; Echecury M; Moloeznik L; Nebel E; Quiroga S; Olguin M; Chiganer G

PT. 125 TRATAMENTO DA DOENÇA DE GRAVES EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES ...................................................352Cunha MPR; Barella JLS; Santos RB; Amatto EML; Chaves FR; Romaldini JH

PT. 126 MORBIDADE DA CIRURGIA DA TIREÓIDE NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA ....................................................352Filho JG; Kowalski LP

PT. 127 ALTERAÇÕES TRANSITÓRIAS DA TIREÓIDE EM CRIANÇA DE 1 ANO FILHA DE PACIENTE COM DOENÇA DE GRAVES EM TRATAMENTO .....................................................................................................353Murussi M

PT. 128 HIPERTIREOIDISMO NÃO AUTO-IMUNE NEONATAL – RELATO DE CASO ........................................................353Grazia, Y. R.; Bulow, A.R.; Bebber, F. E.; Machado, M. D.; Repetto, G. - Hospital São Lucas da PUCRS - Serviço de Endocrinologia

PT. 129 HIPERTIREOIDISMO EM ADOLESCENTE POR ADENOMA TÓXICO. ...................................................................354Alvarenga FLM; Barella JLS; Cunha MPR; Andrade J; Caetano MSS; Chaves FRPontifícia Universidade Católica de Campinas - Endocrinologia

PT. 130 RASTREAMENTO NEONATAL DO HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO EM UBERABA-MG (1994-2007) E AVALIAÇÃO ETIOLÓGICA DOS AFETADOS ........................................................................................................354Palhares HC; Jorge BH; Ferreira BP; Silva LC; Sato LM; Borges MF

PT. 131 IMPACTO DA DIMINUIÇÃO DO VALOR DE CORTE DO TSH NEONATAL NO DIAGNÓSTICO DE HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO EM UM SERVIÇO DE TRIAGEM NEONATAL APAE-SÃO CAETANO – BRASIL ..........................................................................................................355Beltrão CB; Gomes CR; Gonçalves C; Marui S

PT. 132 HIPOTIREOIDISMO NEONATAL CAUSADO PELA EXPOSIÇÃO MATERNA A NICOTINA É NORMALIZADO, APÓS A RETIRADA DA NICOTINA, PELA ALTERAÇÃO DO METABOLISMO DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS E MAIOR TRANSFERÊNCIA DE T3 PELO LEITE ..................................................355Oliveira E; Moura E G; Passos MCF; Santos-Silva AP; Abreu-Villaça Y; Lisboa PC

PT. 133 TRIAGEM NEONATAL: NECESSIDADE DE UM NOVO VALOR DE CORTE DE TSH? ...........................................356Magalhaes PKR; Maciel L

PT. 134 OTIMIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO DE HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO COMBINANDO DOSAGEM DE TIREOGLOBULINA SÉRICA E ULTRA-SONOGRAFIA COM DOPPLER DA TIREÓIDE ................356Beltrão CB; Juliano AG; Chammas MC; Sapienza MT; Knobel M; Marui S

PT. 135 TESTE DO PERCLORATO DE SÓDIO INTRAVENOSO NO DIAGNÓSTICO DE HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO POR DISHORMONOGÊNESE ............................................................................................................357Beltrão CB; Sapienza MT; Watanabe T; Juliano AG; Chammas MC; Knobel M; Marui S

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Pôsteres

S278

PT. 136 PREVALÊNCIA DE HIPOTIREOIDISMO SUBCLÍNICO EM PACIENTES PORTADORAS DE SÍNDROME DE TURNER EM TRATAMENTO NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JOÃO DE BARROS BARRETO, BELÉM-PA .......357Gonçalves Torres NN; Oliveira BA; Oliveira DA

PT. 137 ASSOCIAÇÃO DE DOENÇA CELÍACA E INTOLERÂNCIA À LACTOSE ASSINTOMÁTICAS COMO CAUSAS DE MÁ ABSORÇÃO DE LEVOTIROXINA EM PACIENTE COM HIPOTIREOIDISMO CIRÚRGICO........358Alves AC; Melo T; Pallone ATL; Lee SS; Assumpçao LVM

PT. 138 AVALIAÇÃO DE FORMA ALTERNATIVA DE ADMINISTRAÇÃO DE LEVOTIROXINA E SUAS REPERCUSSÕES CLÍNICAS E LABORATORIAIS NO TRATAMENTO DO HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO ........358Bornschein A; Perez CLS; Graf H; Carvalho GA de

PT. 139 IMATINIBE NÃO ESTÁ ASSOCIADO À DISFUNÇÃO TIREOIDIANA EM PACIENTES NÃO-TIREOIDECTOMIZADOS ...........................................................................................................................................359Dora JM; Leie MA; Netto B; Fogliatto L; Silla L; Torres F; Maia AL

PT. 140 TIREOIDITE DESTRUTIVA APÓS USO DE INTERFERON-ALFA PARA HEPATITE C CRÔNICA ............................359Augusto GA; Mendes-Correa; Chammas MC; Danilovic DLS; Knobel M; Marui S

PT. 141 TRATAMENTO DA HEPATITE C CRÔNICA COM INTERFERON E DISFUNÇÃO TIREOIDIANA ...........................360Pavan MHP; Pavin EJ; Gonçales Junior FL; Zantut-Wittmann DE

PT. 142 AÇÕES DA TERAPIA COM LASER DE BAIXA INTENSIDADE NA TIREOIDITE CRÔNICA AUTO-IMUNE - EXPERIÊNCIA INICIAL ...................................................................................................................360Hofl ing DB; Chavantes MC; Juliano AG; Cerri GG; Stolf NAG; Romão R; Chammas MC

PT. 143 DOENÇA AUTO-IMUNE DE TIREÓIDE (DAT) EM PORTADORES DE HEPATITE C TRATADOS COM INTERFERON-ALFA (RESULTADOS PARCIAIS) ......................................................................................................361Santos SRX; Ferreira MS; Borges AS; Fernandes MLPM; Jorge PT

PT. 144 ANÁLISE DO POSSÍVEL ALTERAÇÃO TRANSITÓRIA DO VOLUME DO BÓCIO E LUZ TRAQUEAL, COMPARANDO UMA DOSE FIXA DE I 131 E DIFERENTES DOSES DE ESTÍMULO COM TSH HUMANO RECOMBINANTE E O PLACEBO ..............................................................................................................................361Albino CC; Buchpiguel CA; Graf H

PT. 145 TUMORES HIPOFISÁRIOS SECRETORES DE TSH (TIREOTROFINOMAS): RESPOSTA VARIÁVEL AO TRATAMENTO COM ANÁLOGOS DA SOMATOSTATINA ............................................................362Duarte FHG; Bronstein MD

PT. 146 RESISTÊNCIA HIPOFISÁRIA AOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS COM HIPERTIREOIDISMO DE DIFÍCIL CONTROLE ..........................................................................................................362Pinto MLBV; Siqueira RL; Araújo NBC; Corrêa ND; Afradique MMC; Stanisck CMA; Saldanha FC; Reis FAA; LaNuez MJBF

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Resumos de Temas Livres e Pôsteres

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Temas Livres

S280

TL.01PARATORMÔNIO COMO PREDITOR DE SINTOMAS DE HIPOCALCEMIA EM PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO

DE TIREOIDECTOMIA TOTAL

Vanderlei FAB1; Abrahão M1; Vieira JGH2,3; Hojaij F1; Cervantes O12; Kunii I2; Santos RO1; Ohe M2

1Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp); 2Disciplina de Endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); 3Fleury

Introdução/objetivos: A hipocalcemia é a complicação mais freqüente da tireoidectomia total porem seus sintomas aparecem mais comu-mente após o primeiro dia de pós-operatório. O objetivo desse estudo é avaliar se a medida peri-operatória do hormônio da paratireóide (PTH) pode identifi car os pacientes com maior risco de desenvolver sintomas de hipocalcemia no pós-operatório de tireoidectomia total. Método: Foram estudados, prospectivamente, 40 pacientes consecutivos submetidos à tireoidectomia total. Cálcio ionizado e PTH séricos foram medidos na indução anestésica (Cai0/PTH0), uma hora após o término da cirurgia (Cai1/PTH1) e no primeiro dia de pós-operatório (Cai24/PTH24). Os pacientes foram avaliados quanto aos sintomas de hipocalcemia e aqueles que apresentaram sintomas foram tratados com suplementação de cálcio e vitamina D. Resultados: Quarenta por cento dos pacientes apresentaram sintomas de hipocalcemia (16/40). Os pacientes sintomáticos apresentaram PTH1 mais baixo do que os pacientes assintomáticos (9,5 ± 6,5 ng/L versus 27,7 ± 14,5 ng/L, p < 0,001). O decaimento do PTH (PTH0-PTH1) foi maior nos pacientes sintomáticos (82 ± 8,8 % versus 47,4 ± 26,4%, p < 0,001). Se adotar-mos o valor 12,1 ng/L como cut-off do PTH1 temos um teste com sensibilidade de 93,7 e especifi cidade de 91,6% para diferenciar os pa-cientes que desenvolverão ou não sintomas de hipocalcemia. Se utilizarmos a queda no PTH de 73,5% como cut-off, esse teste tem sensibilidade de 87,5% e especifi cidade de 91,6% para distinguir pacientes com e sem sintomas de hipocalcemia. Conclusão: O PTH1 e o decaimanto do PTH podem predizer com alto índice de confi abilidade quais pacientes apresentam maior risco de desenvolver sintomas de hipocalcemia no pós-operatório imediato de tireoidectomia total.

TL.02INFLUÊNCIA DO TABAGISMO NA MORFOMETRIA NUCLEAR DO CARCINOMA DIFERENCIADO DA TIREÓIDE (CDT)

Ferreira RC1; Morari EC1; Silva JR1; Guilhen CAT1; Adam RL2; Leite NJ3; Matos PS2; Metze K2; Ward LS1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp); 2Anatomia Patológica Unicamp; 3Instituto de Computação Unicamp

A análise de imagem nuclear é aplicada para descrição morfométrica e de padrão de distribuição de cromatina. Como as alterações do metabo-lismo celular infl uem diretamente na distribuição da cromatina, o estudo da textura nuclear tornou-se cada vez mais importante para a histopa-tologia e citologia. Em estudos anteriores demonstramos que o grau de granularidade da imagem nuclear (r2Mink) distingue lesões benignas e malignas da tireóide e pode auxiliar na distinção da agressividade tumoral e no prognóstico dos casos. Também já demonstramos que o tabagis-mo pode infl uir na susceptibilidade ao CDT. Objetivo: Correlacionar características nucleares, descritas por análise de imagem nuclear, com fatores clínicos e anatomopatológicos de valor diagnóstico e prognóstico para o CDT. Material e Métodos: Foram utilizadas 55 lâminas coradas com hematoxilina-eosina de 44 carcinomas papilíferos (CP) e 11 carcinomas foliculares (CF) tratados e acompanhados (64 ± 29 meses) segun-do um mesmo protocolo em nossa instituição. Dados sobre a dieta, história ocupacional, fumo, uso de álcool e drogas, antecedentes pessoais e familiares foram coletados através de entrevistas com os pacientes. Dados sobre a histopatologia do tumor, achados cirúrgicos, laboratoriais e de imagem foram coletados através de revisão dos prontuários. Em cada caso, foram digitalizados e segmentados 100 núcleos aleatoriamente esco-lhidos que foram examinados com o auxílio do fotomicroscpópio axiophot para campo claro, contraste e epifl uorescência (Carl Zeiss), acoplado ao sistema de câmara axiophot e ao software para aquisição de imagens KS300. Foram analisadas a dimensão fractal de Minkowisk-Bouligand (FDMink) que avalia a granularidade da cromatina, o Form Factor (FF) que a valia a regularidade dos contornos nucleares e o grau de cinza mínimo (GLMin) que avalia a densidade da cromatina. Análise Estatística: Kruskall Wallis, T-Test, Spearman rank (WinStat software), com nível de signifi cância p < 0,05. Resultados: O FDMink dos núcleos de CP distinguiu lesões sem invasão capsular daquelas com invasão ou extensão extratireoidiana mostrando que quanto maior a agressividade menor a granularidade da cromatina (p = 0,008). O FF também foi maior em CP com invasão linfática e vascular (p = 0,037), enquanto que, GLMin foi menor em CP e CF que apresentavam metástase linfonodal (p = 0,029). Os pacientes fumantes apresentavam células com cromatina nuclear mais irregular. Encontramos correlação direta entre tabagismo e invasão capsular ou extratireoideana (p = 0,006), com FDMink menor em pacientes não fumantes (p = 0,03). Não houve correlação dos parâmetros morfométricos com a evolução em longo prazo. Conclusões: Nossos dados confi rmam o valor da morfometria no diagnóstico diferencial do CDT e demonstra sua utilidade na avaliação da agressividade tumoral visto que os parâmetros morfométricos da estrutura nuclear se correlacio-naram com invasão capsular, acometimento linfonodal e extensão extratireoidiana. Demonstramos ainda que o tabagismo associa-se com maio-res alterações da textura nuclear e com agressividade dos tumores observados em pacientes tabagistas. Sugerimos que o tabagismo pode alterar a textura nuclear nos casos de CDT embora não pareça alterar a evolução dos pacientes.

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S281

TL.03O IODO REDUZ A EXPRESSÃO E O COMPRIMENTO DA CAUDA POLI-A DO MRNA DE NIS EM CÉLULAS PCCL3

Serrano-Nascimento C1; Nunes MT1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

Introdução: O iodo é um elemento fundamental para a regulação da atividade tireoidiana. É obtido a partir da dieta e reduzido a iodeto no trato gastrintestinal, sendo então captado pela tireóide através do co-transportador sódio-iodeto (NIS). Sabe-se que o excesso de iodo é capaz de promover um bloqueio na função tireoidiana (efeito Wolff-Chaikoff). Apesar de extensivamente estudado, este efeito de bloqueio não está completamente elucidado. Em nosso trabalho apresentado no XII EBT demonstramos que o iodo fora capaz de diminuir, em experimentos in vivo, em curto espaço de tempo (30’–24h), a expressão do co-transportador sódio-iodeto. Além disso, através de resultados da migração eletro-forética do mRNA de NIS, propusemos que o iodo poderia estar envolvido na alteração do peso molecular deste mRNA, possivelmente por resultado de uma alteração no tamanho de sua cauda poli-A, aumentando sua instabilidade, e conseqüentemente provocando um aumento da sua taxa de degradação. De maneira geral, sabe-se que quanto maior o grau de poliadenilação de um mRNA, maior é a sua estabilidade (aumen-to da meia-vida), pois à cauda poli-A se associam proteínas que a protegem da clivagem promovida pelas RNases. Objetivo: Buscou-se analisar como o iodo, administrado em excesso e em curto espaço de tempo, seria capaz de interferir pós-transcricionalmente com a expressão de NIS em células foliculares tireoidianas. Material e Métodos: Utilizou-se a linhagem de célula folicular tireodiana de rato (PCCl3). O cultivo celular foi feito em meio HAM-F12 ao qual se adicionou TSH, insulina, apo-transferrina e hidrocortisona. Ao atingir 70% de confl uência as células foram divididas em dois grupos: tratadas ou não com NaI (10-3M). Após 30’, 1h, 2h, 12h e 24h da adição de NaI ao meio de cultura, fez-se a extração do RNA das células. O RNA extraído foi então utilizado em duas técnicas: real time PCR (para avaliação de expressão gênica) e PAT RACE (para avaliação de tamanho de cauda poli-A). Resultados: Observou-se que, assim como em nossos estudos in vivo, nos estudos in vitro, o iodo foi capaz de promover diminuição da expressão de NIS em células de tireóide (PCCl3), expostas à mesma concentração de TSH, em todos os tempos estudados (30’-24h), sendo esta diminuição signifi cativa (p < 0,01) a partir de 1h de exposição à altas doses de iodo. Além disso, a partir da técnica de PAT RACE observou-se que os mRNAs de todos os grupos tratados com iodo apresentaram diminuição signifi cati-va (p < 0,05) da cauda poli-A em relação aos seus respectivos grupos controle. Conclusão: A administração aguda de iodo promoveu diminuição da expressão gênica de NIS de células PCCl3 em curto espaço de tempo, corroborando nossos dados in vivo. Muito provavelmente esta dimi-nuição de expressão se deva à redução do comprimento da cauda poli-A do mRNA de NIS detectada. Sendo assim, pelo aumento da instabili-dade gerada a partir desta redução da cauda, um aumento da taxa de degradação do mRNA de NIS, bem como uma diminuição da tradução do mesmo, pode ter ocorrido. Desta maneira, conclui-se que o iodo exerce uma ação pós-transcricional na regulação da expressão de NIS, demons-trando sua fundamental participação nos processos biológicos e moleculares que norteiam o efeito Wolff-Chaikoff, assim como a relevância do papel de oligoelementos na regulação da expressão de proteínas relacionadas com seu transporte. Apoio fi nanceiro: Fapesp.

TL.04A INFECÇÃO PELOS HERPESVÍRUS HUMANO TIPO 6 (HHV6) E 7 (HHV7) PODE INFLUIR NA SUSCETIBILIDADE E NA

POSSIBILIDADE DE CURA DA DOENÇA DE GRAVES

Leite JL1; Bufalo NE2; Santos RB3; Parolla DC2; Assunçao ACL2; Ward, LS2

1Farmacologia, Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp); 2Departamento de Clínica Médica da FCM-Unicamp; 3Endocrinologia Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Puccamp)

Introdução: A doença de Graves (DG) pode ser desencadeada por fatores ambientais associados a uma predisposição hereditária. Herpes-vírus humanos linfotrópicos, como o HHV6 e HHV7 são responsáveis por uma variedade de doenças humanas, entre elas as doenças auto-imunes. Estes vírus podem permanecer latentes no organismo do indivíduo, sendo posteriormente reativados, talvez devido à diminuição da capacidade apoptótica do gene TP53 que, ao controlar o ciclo celular e reparar danos causados por infecções virais tem papel fundamental nestas infecções. Nosso grupo e outros demonstraram que a presença de polimorfi smos que diminuem a capacidade apoptótica de TP53 aumenta o risco de in-fecção por estes vírus. Objetivo: estudar a relação entre a infecção pelos herpes-vírus HHV6 e HHV7, a presença de polimorfi smos do códon 72 de TP53 e a suscetibilidade à DG. Material e Métodos: comparamos 60 indivíduos portadores de DG com 60 indivíduos controles, parea-dos para sexo, idade e etnia. Os pacientes com DG foram acompanhados e tratados de acordo com um mesmo protocolo. Foram considerados curados os indivíduos que 1 ano após a terapia com radioiodo estavam clínica e laboratorialmente eutireoidianos ou hipotireoidianos na ausência de drogas antitireoidianas. Utilizamos dois pares de nested-primers para identifi cação de genes de proteínas de cada tipo de herpes-vírus, HHV6 e HHV7, caracterizando indivíduos com infecção ativa ou latente. Os polimorfi smos do códon 72 de TP53 foram identifi cados pela reação de PCR-RFLP para os alelos prolina e arginina. Resultados: não houve diferença entre pacientes e controles em relação à idade (39,18 ± 9,43 anos versus 36,17±9,37), sexo (20 homens e 40 mulheres versus 15 homens e 45 mulheres) e etnia (39 brancos e 21 não-brancos versus 33 brancos e 27 não-brancos). Encontramos uma maior freqüência da infecção por HHV6 e por HHV7 em pacientes com DG (13,33% e 51,11%, respec-tivamente), do que na população controle (4,44% e 11,11%, respectivamente). Para os pacientes infectados pelo HHV7 o risco de desenvolver DG foi aumentado em mais de 8 vezes (OR = 8,364; 95% CI = 2,788-25,086; p < 0,0001). Verifi camos também que pacientes com DG infec-tados com HHV7 tiveram um risco de não-cura aumentado em mais de 6 vezes (OR = 6,563; 95% CI = 1,095-39,342; p = 0,0491) se compa-rados com aqueles que evoluíram para cura. Para o polimorfi smo do códon 72 de TP53 encontramos um aumento de risco para a infecção por HHV6 e HHV7 em mais de 3 vezes (OR = 3,450; 95% CI = 0,331-35,878) em indivíduos que possuem prolina em seu genótipo. O poder de cálculo para estes estudos foi considerado excelente (99%). Conclusão: concluímos que a presença de infecção pelos vírus HHV6 e principal-mente pelo HHV7 confere maior suscetibilidade ao desenvolvimento de DG. O HHV7 ainda aumenta o risco de não cura dos pacientes com DG. Apoio Financeiro: Fapesp e CNPq.

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S282

TL.05ARKADIA, PROTEÍNA E3 DE UBIQUITINIZAÇÃO, ALTERA A EXPRESSÃO GÊNICA DE MEMBROS DA VIA DE SINALIZAÇÃO DE

TFGB EM CARCINOMA ANAPLÁSICO DE TIREÓIDE

Rezende E1; Ricarte-Filho JCM1; Kimura ET1

1Departamento de Biologia Celular e do Desenvolvimento do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

As células foliculares da tireóide expressam um importante fator de crescimento conhecido como TGF-β, que apresenta um efeito inibitório a proliferação celular. Participam da cascata de sinalização do receptor de TGF-β proteínas ativadoras conhecidas como Smads 2/3 e Smad4 que transmitem o sinal até o núcleo, modulando a transcrição de genes específi cos. Por outro lado esta via pode ser modulada inibitoriamente por Smad7, que impede a fosforilação dos Smads ativadores. O carcinoma anaplásico de tireóide representa uma das neoplasias humanas mais agres-sivas. Estudos prévios realizados em nosso laboratório mostram que no carcinomas anaplásicos de tireóide o Smad7 encontra-se super expresso, podendo inibir desta forma, a sinalização da via de TGF-β. Mais recentemente observou-se que a presença de arkadia, proteína de ubiquitinação que degrada o Smad7 e pode atuar como promotora da amplifi cação da sinalização intracelular de TGF-β. Assim, o objetivo deste estudo é in-vestigar a infl uência da superexpressão de Arkadia em linhagens de carcinoma anaplásico de tireóide analisando a expressão de genes associados à via de sinalização de TGFβ. Material e Métodos: Linhagem celular de carcinoma anaplásico de tireóide (ARO) cultivada em meio RPMI e transfectada com cDNA de arkadia inserido no vetor de expressão pcDNA3 (ARO-ARK) utilizando lipofectamine 2000®. A linhagem controle consiste da transfecção de pcDNA3 vazio (ARO-CTR). As células foram submetidas à tratamento com neomicina, por diversas passagens, para a obtenção de clones estáveis. O RNA total de ARO-ARK e ARO-CTR foram extraídos utilizando reagente Trizol® e o cDNA foi gerado por reação de transcriptase reversa. A expressão gênica foi avaliada por PCR quantitativo com primers específi cos de Smad2, Smad3 e Smad4, genes responsivos a ação de TGFβ, e RPL19 como controle interno. A proliferação celular foi analisada in vitro por contagem de células em câmara de Neubauer e ensaio colorimétrico MTT e in vivo por xenotransplante em camundongos Nude. Todos os experimentos foram realizados em triplicata e submetidos à análise estatística. Resultados: Geramos linhagens estáveis de ARO-ARK e de ARO-CTR, onde ARO-ARK apresentou uma aumento de 40,72% na expressão gênica de Arkadia em relação as células controle (ARO-CTR: 1,94 ± 0,47, ARO-ARK: 2,73 ± 0,32; p < 0,075). A análise da expressão gênica em linhagem ARO-ARK mostra redução da expressão de Smad2 em 17,8% (ARO-CTR: 1,01 ± 0,15; ARO-CTR: 0,83 ± 0,13;p > 0,02),de Smad3 em 29,73% (ARO-CTR: 1,11 ± 0,38,ARO-ARK:0,78 ± 0,07;p > 0,02),de Smad4 em 44,0% (ARO-CTR: 1,00 ± 0,05, ARO-ARK: 0,56 ± 0,09; p < 0,02). A análise da proliferação celular não apresenta aumento signifi cativo da prolifera-ção in vitro, quando analisamos o comportamento dessas células in vivo notamos um aumento mais acentuado da proliferação. Conclusão: Os resultados obtidos com ARO-ARK se mostram contrários aos dados esperados, uma vez que arkadia reduz a expressão gênica de membros cascata de sinalização de TGF-β e leva a um aumento a proliferação celular em carcinoma anaplásico de tireóide, fazendo de arkadia um impor-tante alvo de estudo da tumorigenese tireoidiana. Apoio fi nanceiro: Fapesp, Capes e CNPq.

TL.06MUTAÇÃO V600E + K601DEL NO EXON 15 DO GENE BRAF E SEU PAPEL NA PROGRESSÃO TUMORAL DO CARCINOMA

PAPILÍFERO DA TIREÓIDE

Oler G1; Latini FRM1; Nascimento AS2; Polikarpov I2; Cerutti JM1

1Laboratório Base Genética dos Tumores da Tiróide da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp); 2Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP)

O carcinoma papilífero da tireóide (PTC) é a neoplasia endócrina mais comum. Mutações ou translocações cromossômicas em genes efetores ao longo da via MAPK possuem um papel fundamental na sua patogênese. A mutação (V600E) no exon 15 do gene BRAF é a alteração genética mais freqüente (22,9% a 69%) encontrada na variante clássica do PTC. Recentemente, nosso grupo descreveu uma nova mutação no gene BRAF em metástases para linfonodo de PTC que é resultante da deleção de três nucleotídeos (TGA). Esta alteração mantém a substituição V600E e leva a deleção de K601 (V600E+K601del), mantendo o quadro de leitura. Neste trabalho, investigamos se a mutação BRAF V600E + K601del pode interferir no estado funcional da proteína BRAF em comparação com BRAF (Wild type) Wt e BRAF V600E. Assim como verifi camos se está envolvida na progressão tumoral do carcinoma papilífero da tireóide. Para isso, as células PCCL3 foram transformadas independentemente com os vetores contendo o cDNA do gene BRAF Wt, da mutação V600E e da mutação V600E+K601del. Pelo menos dois clones de cada trans-formação foram isolados e utilizados para a análise funcional. Nesta etapa comparamos BRAF Wt com as mutações V600E e V600E+K601del quanto a: (1) capacidade de ativação da via MAPK na presença ou ausência de TSH (Western blot); (2) capacidade de crescimento (metodologia de MTT); (3) efeitos na viabilidade celular, (4) apoptose e (5) ciclo celular (nos itens 3, 4 e 5 foram utilizados kits específi cos para análise em minicitômetro de fl uxo Guava Technologies); (6) capacidade de crescimento independente de ancoragem (Soft Agar); (7) capacidade de invasi-vidade (BioCoatTM MatrigelTM Invasion Chamber; Becton Dickinson); (8) instabilidade genética (análise de micronúcleos). Adicionalmente, através das técnicas de modelagem molecular de proteínas e técnicas computacionais de simulação (análise da qualidade de modelos estruturais de proteínas e análise de correlação estrutura-função das moléculas modeladas), analisamos o efeito desta nova mutação na conformação da proteína BRAF e se essa nova mutação pode interferir na capacidade de associação com a droga BAY43-9006, amplamente testada na mutação V600E. Observamos que a expressão da nova mutação BRAF V600E+K601del foi capaz de aumentar a ativação da via MAPK, conferiu um aumento na capacidade de crescimento celular, diminuição de apoptose, aumento na porcentagem das células mitóticas, aumento de crescimen-to em meio semi-sólido e na migração em matrigel. Nossos dados demonstram que a mutação BRAF V600E+K601del mantém o potencial oncogênico, da já descrita mutação BRAF V600E, entretanto, nos experimentos de invasividade e instabilidade cromossômica este potencial foi ainda maior quando comparado à mutação BRAF V600E, o que sugere que a nova mutação está associada à progressão tumoral. Apoio fi nan-ceiro: Fapesp e CNPq.

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S283

TL.07ANÁLISE DA EXPRESSÃO DOS RECEPTORES DO ACIDO RETINÓICO EM TECIDO TIREOIDEANO NORMAL, TUMORAL E

METASTÁTICO

Vidal APA1; Coelho SM2; Breitenbach MD3; Buescu A4; Carvalho DP2; Vaisman M6

1Anatomia Patológica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); 2Laboratório de Fisiologia Endócrina do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Uni-versidade Federal do Rio de Janeiro (IBCCF) da UFRJ; 3Instituto de Biologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj); 4Faculdade de Medicina da UFRJ; 5Endocrinologia HC UFRJ

O ácido retinóico (AR) tem sido utilizado como terapia adjuvante do carcinoma tireóideo não-responsivo à radioiodoterapia. Como o percen-tual de resposta satisfatória a este tratamento é baixo, o estudo da expressão de seus receptores é fundamental para melhor seleção dos pacientes que poderiam se benefi ciar do tratamento. Em geral, a expressão dos receptores é analisada apenas no tumor primário, mas o perfi l de receptores expressos em amostras metastáticas não foi ainda analisado apesar de o tratamento ser indicado em pacientes com doença avançada. Este estudo tem como objetivo avaliar a expressão imunoistoquímica dos seis subtipos de receptores para AR (RAR a, b, g e RXR a, b, g) em tecido tireóideo normal, tumoral e metastático. Ao todo foram analisadas 61 amostras: 15 de tecido normal, 27 de carcinoma papilífero, 12 de carcinoma foli-cular e 7 de carcinoma pouco diferenciado. Devido à quantidade insufi ciente de material, algumas amostras de tecido não foram estudadas quanto à presença de todos os subtipos de receptores. Em 8 casos realizou-se comparação de expressão entre tumor e tecido paranodular e em 4 casos entre tumor primário e metastático. Observou-se que 58,4% (7/12), 87,5% (7/8), 0% (0/3), 100% (11/11), 92,3% (12/13) e 90% (4/5) das amostras de tecido normal expressaram RAR a, b, g e RXR a, b, g, respectivamente. Dentre as amostras de tumor primário observou-se expressão de RAR a, b, g e RXR a, b, g em 52,9% (18/34), 90% (27/30), 50% (8/16), 89,2% (33/37), 84,2% (32/38) e 64,2% (9/14), respectivamente. A expressão do RAR a foi de 47,6% (10/21), 55,5% (5/9) e 75% (3/4) no carcinoma papilífero, folicular e pouco diferenciado, respectivamente; RAR b foi de 100% (16/16), 88,9% (8/9) e 60% (3/5); RAR g foi de 41,6% (5/12) e 100% (3/3) no carcinoma papilífero e folicular. Já expressão do RXR a foi de 95,2% (20/21), 81,8% (9/11) e 80% (4/5) no carcinoma papilífero, folicular e pouco diferenciado, respectivamente; RXR b foi de 90,4% (19/21), 72,4% (8/11) e 83,3% (5/6); RAR g foi de 60% (6/10) e 75% (3/4) no carcinoma papilífero e folicular. O estudo comparativo entre tumor e tecido paranodular mostrou concordância em 64% e entre tumor primário e metastático em 81,8% das análises. Não houve diferença de expressão dos diversos receptores no tecido normal e tumoral com exceção do RAR g. Não houve diferen-ça de expressão também entre os diferentes tipos histológicos analisados. O padrão semelhante de expressão entre os tumores primários e me-tastáticos, sugere que a avaliação da expressão dos receptores de AR no tumor primário possa ser útil como critério de seleção para tratamento com AR, entretanto, ainda é necessário aumentar o número de amostras analisadas.

TL.08AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS SÉRICOS DE COLESTEROL NÃO-HDL EM DIFERENTES GRAUS DE HIPOTIREOIDISMO E DO EFEITO

DA REPOSIÇÃO DE LEVOTIROXINA NO HIPOTIREOIDISMO SUBCLÍNICO

Teixeira PFS1; Vaisman M2; Cabral MD3; Soares4; Henriques J4; Silva NAO4; Moraes FFC4; Buescu A4; Ferreira MM4; Reuters VS5

1Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); 2Endocrinologia HC UFRJ; 3 ; 4Endocrinologia Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj); 5Endocrinologia UFRJ

Introdução: Níveis séricos de colesterol não-HDL (não-HDL-c), associam-se com risco cardiovascular de forma igual ou superior aos níveis de LDL-c. Apesar da confi rmada infl uência do hipotireoidismo manifesto (HM) no metabolismo lipídico não existe consenso no hipotireoidismo subclínico (HS). Objetivos: avaliar níveis de não-HDL-c em indivíduos com diferentes graus de hipotireoidismo e o efeito da reposição de le-votiroxina (LT4) em um subgrupo de pacientes com HS. Pacientes e Métodos: Foram incluídos 226 indivíduos (HS =133, HM = 23 e 70 eutireoidianos) em um estudo seccional e posteriormente 60 pacientes com HS foram randomizados para receber LT4 ou placebo (P) em ensaio duplo-cego, com doses ajustadas de LT4 para manter níveis de TSH na faixa da normalidade por 6 meses. HS foi defi nido pela elevação dos níveis de TSH (>4,0 mUI/mL) com níveis séricos de T4 L na faixa da normalidade ( 0,9-1,8 ng/dl) em duas dosagens e HM quando havia níveis baixos de T4L. O grupo eutireoidiano deveria ter além de níveis normais de TSH (0,4-4,0 mUI/mL) e T4L, pesquisa negativa de Anti-tireoperoxidase e ausência de doença tireoidiana ( passado ou presente). Foram excluídos indivíduos com doenças ou em uso de drogas que interferissem com perfi l lipídico ou níveis hormonais em qualquer momento da pesquisa. As médias das variáveis contínuas foram comparadas entre os 3 grupos através do teste de Kruskall-Wallis, com análises por subgrupos através do Mann-Whitney. A análise do efeito da intervenção foi feita através da comparação das médias das variações obtidas nos 2 grupos de seguimento por intenção de tratar, pelo Mann-Whitney. Resul-tados: Os 3 grupos de estudos eram comparáveis quanto à idade, IMC, sedentarismo, positividade de anticorpos e menopausa. Os níveis médios de não-HDL-c foram maiores no HM (186,8 ± 76,5 mg/dL) em relação ao HS (153,0 ± 48,4 mg/dL) e nesses em relação aos sem disfunção tireoidiana (147,4 ± 40,8 mg/dL), com signifi cância estatística limítrofe (p=0,091) alcançada pelos maiores níveis no HM. Níveis de não-HDL-c correlacionaram-se fortemente com níveis de LDL-c (rs = 0,962; p < 0,001) e menos intensamente com níveis de TSH (rs = 0,146; p = 0,003) e T4 livre (rs = -0,128; p = 0,054). Após seis meses de seguimento, 38 pacientes concluiram o estudo e eram comparáveis quanto aos valores basais médios de idade, TSH, T4L e variáveis lipídicas, bem como freqüência de sedentarismo e positividade de antitireoperoxidase, nos 2 grupos de seguimento (LT4 = 18 e p = 20). A variação média nos níveis de não-HDL-c foi de + 12.9 ± 36.3 mg/dl no grupo P e – 19.7 ± 36.3 mg/dL no grupo LT4 (p=0.020). Conclusões: O HS apresentou níveis intermediários de não-HDL-c entre o HM e o eutireoidismo, associando-se com níveis de TSH e T4L. O tratamento do HS gerou redução nos níveis séricos de não-HDL-c em ensaio clínico randomizado com placebo, o que sugere um benéfi co impacto no risco cardiovascular desses pacientes. Apoio fi nanceiro: Sanoffi -Aventis e Abbott laboratórios do Brasil

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S284

TL.09EFEITO DO CLUSTER MIR-17-92 NA PROLIFERAÇÃO DE LINHAGEM DERIVADA DE CARCINOMA ANAPLÁSICO

DE TIREÓIDE IN VITRO E IN VIVO

Fuziwara CS1; Ricarte-Filho JCM1; da Silva MJ1; Kimura ET1

1Departamento de Biologia Celular e do Desenvolvimento do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

MicroRNAs (miRNAs) constituem uma classe recém descoberta de reguladores pós-transcricionais da expressão gênica formada por pequenos RNAs endógenos não codifi cantes (~22 nt). Os miRNAs inibem a tradução por pareamento imperfeito e múltiplo na região 3´ não traduzida dos mRNAs alvos. Até o momento, cerca de 500 genes de miRNAs foram identifi cados no homem, sendo que alguns destes localizam-se em agrupamentos (cluster) no genoma como miR-17-92, composto por 7 miRNAs diferentes. Estudos recentes indicam participação dos miRNAs no câncer, regulando funções celulares como proliferação e apoptose. Neste estudo, avaliamos o efeito do cluster de microRNAs miR-17-92 na proliferação celular do câncer de tireóide utilizando como modelo a linhagem ARO, derivada de carcinoma anaplásico de tireóide. Para tanto, células ARO foram cultivadas em meio RPMI 1640 com 10% SBF a 37 °C e CO2 5%. O plasmídeo pcDNA3 contendo o cluster miR-17-92 foi transfectado nessas células (ARO-miR-17-92) utilizando lipofectamine. Como controle o plasmídeo vazio foi transfectado (ARO-CTR). Linha-gens estáveis foram obtidas por seleção com neomicina (30mg/mL). Estudamos o efeito de miR-17-92 por: I) avaliação da proliferação celular in vitro: i) número de células - 7x104 células/well foram semeadas em placas de 6-well em triplicata. A contagem em câmara de Neubauer mo-difi cada foi realizada após 24, 48 e 72 horas; ii) ensaio de viabilidade celular (teste MTT)- 5x103 células/well foram cultivadas em placa de 96-well até semiconfl uência, quando o MTT foi adicionado (0,125mg/mL).Três horas após, o meio foi removido e as células foram solubiliza-das com HCl 0,04M em isopropanol. A absorbância do produto da reação foi medida por espectrofotometria (A595). II) xenotransplante em camundongos nude: 2x106 células ARO-miR-17-92 em PBS foram injetadas no fl anco direito de camundongos nude (n = 7) e no fl anco esquer-do foram injetadas células ARO-CTR. O crescimento dos tumores (volume) foi acompanhado a cada 3 dias e os animais foram mortos 21 dias após o xenotransplante. Nos ensaios in vitro, as células ARO-miR-17-92 mostram aumento de proliferação celular. Após 72 horas de cultivo, a contagem mostra um número 36% maior de células ARO-miR-17-92 em comparação ao controle (ARO-miR17-92: 46,00 x 104 ± 1,88x104 células; ARO-CTR: 33,80 x 104 ± 2,31 x 104 células – p < 0,01), refl etindo o aumento de 28% na viabilidade celular observado no MTT (ARO-miR17-92: 0,267; ARO-CTR: 0,206 – p < 0,05). Por outro lado, no xenotransplante em camundongos nude, o crescimento das células ARO-miR-17-92 é 57% menor do que o controle. (ARO-miR-17-92: 138,37±46,78; ARO-CTR: 301,91±60,26 mm3 – p < 0,01). Os resultados in vitro de indução da proliferação das células ARO-miR-17-92 estão de acordo com a literatura, que mostra o aumento da expressão de miR-17-92 em diversos tipos de câncer incluindo as formas mais agressivas do câncer de pulmão e linfoma. No entanto, o menor crescimento das células ARO-miR-17-92 observado no xenotransplante indica a participação de outros fatores no controle da proliferação celular como a interação com o microambiente tumoral. Assim, estudos futuros de validação de função e alvos dos componentes do cluster miR-17-92 poderão contribuir para o entendimento dos efeitos distintos que observamos nos experimentos in vitro e in vivo. Apoio fi nanceiro: CNPq, Fapesp e Capes

TL.10ADMINISTRAÇÃO DE DOSE FISIOLÓGICA DE TRIIODOTIRONINA MODULA A EXPRESSÃO DE LEPTINA EM ANIMAIS OBESOS

SUBMETIDOS À RESTRIÇÃO ALIMENTAR

Luvizotto RAM1; Conde SJ1; Sibio MT1; Nascimento AF1; Lima-Leopoldo AP1; Leopoldo AS1; Campos DHS1; Nogueira CR1

1Disciplina de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FMB-Unesp)

Introdução: A obesidade é uma doença multifatorial sendo uma combinação entre genética, meio ambiente e fatores psicossociais, que deter-minam o balanço entre a ingestão e o gasto energético. A restrição calórica é a estratégia mais utilizada para tratar a obesidade e está associada com redução de fatores de risco para doenças cardiovasculares, diminuição da taxa de incidência de diabetes melito tipo 2 e aumento da quali-dade de vida. O peso corporal é regulado por uma interação complexa relação entre hormônios e neuropeptídeos. Leptina e os hormônios ti-reoidianos (HT) estão envolvidos na regulação do balanço energético. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi analisar os efeitos do HT sobre a expressão gênica de leptina na obesidade e na perda de peso. Material e Métodos: Foram utilizados ratos Wistar machos, com 30 dias de idade, randomizados em grupo-controle (C) e grupo-obeso (OB). O grupo C recebeu dieta padrão e o OB ciclos de dietas hipercalóricas por 15 semanas. Após o período de indução de obesidade, o grupo OB foi randomizado em outros três grupos: OB, que continuaram recebendo dietas hipercalóricas; animais com restrição alimentar (RIA); e animais com restrição alimentar e administração de dose fi siológica de HT (RHT) na dose de 0,5 µg/100g de peso do animal. RIA e RHT receberam 75% do consumo do grupo C, de dieta comercial, ou seja, foram submetidos à restrição de 25% por 4 semanas. Após este período, RIA continuou com a mesma restrição e o RHT além da restrição alimentar recebeu dose fi siológica de HT, por 4 semanas. Cinco animais de cada grupo foram eutanasiados para a realização de dosagens hormonais e verifi cação da expressão de leptina e TRβ, no tecido adiposo, por técnicas de RT-PCR semi-quantitativo. Para análise estatística dos resultados foi utilizada a técnica de análise de variância complementada com o teste de Bonferroni. O nível de signifi cância adotado foi de 5%. Resultados: Os animais OB apresentaram aumento de peso e nos níveis de leptina. RIA e RHT mostraram diminuição de peso e normalizaram os níveis de leptina, sendo similares ao grupo C. A expressão de leptina aumentou estatisticamente no grupo OB e foi signifi cativamente diminuída no grupo RIA. RHT apresentou diminuição signifi cativa quando comparado aos animais C e aumento signifi cativo quando comparado ao grupo RIA. A expres-são de TRβ nos grupos OB e RHT foi similar a do grupo C, enquanto o grupo RIA apresentou aumento signifi cativo para esta variável. Con-clusão: A obesidade induzida por dieta leva a aumento da expressão de leptina, enquanto a restrição alimentar diminui a expressão de leptina e aumenta a de TRβ. Animais RHT mostraram aumento da expressão de leptina e diminuição da expressão de TRβ quando comparados ao grupo RIA, sugerindo que o HT pode modular a expressão de leptina nestes animais. Apoio fi nanceiro: Fapesp - processo nº 06/58177-0.

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S285

TL.11INFLUÊNCIA DE FATORES AMBIENTAIS SOBRE A PREDISPOSIÇÃO AO CANCER DA TIREÓIDE EM COMPARAÇÃO COM

OUTROS TIPOS DE TUMOR

Sampaio AC1; Morari EC1; Bufalo NE1; Leite JL1; Guilhen CT1; Lima CSP1; Ward LS1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp)

Idade, sexo, tabagismo, sedentarismo, perfi l alimentar e de genes relacionados à interação com agressores ambientais são reconhecidos fatores de predisposição ao câncer. Em trabalhos anteriores, demonstramos que o perfi l herdado para genes envolvidos na detoxifi cação de carcinógenos am-bientais, como os genes da família das glutathiona S-transferases (GST), se relacionavam com o câncer diferenciado da tireóide (CDT)1. Estes genes constituem um dos mais primitivos mecanismos de defesa de todos os seres vivos, mas pouco se sabe acerca de sua interação com outros fatores de risco, em particular com a alimentação. Tirando proveito da elevada miscigenação da população brasileira que diminui o viés da etnicidade na dis-tribuição de polimorfi smos populacionais, o objetivo deste estudo foi correlacionar os polimorfi smos dos genes GSTM1, GSTT1 e GSTP1, em pacientes com câncer de tireóide com os hábitos alimentares da população de Campinas, comparando-os com outros tipos de tumores na nossa região. Foram genotipados por PCR-RFPL 1.658 indivíduos sendo 785 indivíduos com diagnóstico confi rmado de câncer e 873 sem câncer. Entre os pacientes com câncer, 253 (217 mulheres e 20 homens, idade de 8 a 87 anos, 46,4 ± 17,0 anos) tinham CDT, incluindo 31 carcinomas folicu-lares e 170 papilíferos. Outros 112 pacientes (52 mulheres e 60 homens, idade de 29 a 86 anos, 56,7 ± 11,4 anos) tinham diagnóstico de melano-ma maligno; 68 mulheres tumores ovarianos (idade de 16 a 89 anos, 48,7 ± 14,5 anos); 129 homens câncer de próstata (idade 52 a 92 anos, 69,9 ± 8,3 anos); 102 pacientes adenocarcinomas colorretais (47 mulheres e 55 homens, idade 24 a 83 anos, 58,9 ± 13,5 anos); e 121 pacientes leucemia mielóide crônica (50 mulheres e 71 homens, idade 4 a 85 anos, 40,3 ± 16,6 anos). Indivíduos controle e pacientes foram submetidos a um ques-tionário de avaliação de seus hábitos alimentares, exercício físico e fumo. A avaliação do perfi l alimentar mostrou que ambos, pacientes e controles, possuíam alimentação rica em gorduras e açúcares, com conteúdo insufi ciente de fi bras, frutas e vegetais. Ambos os grupos apresentavam insufi cien-te atividade física, mas não houve diferença entre pacientes e controles em relação ao perfi l alimentar ou ao exercício físico. O hábito de fumar au-mentou o risco de câncer em geral em indivíduos acima de 45 anos (OR = 1.825;95% CI = 1.241-2.682) mas não o de câncer de tireóide. Estes dados sugerem que o perfi l alimentar e o tabagismo alteram o risco para câncer em geral nos indivíduos da região de Campinas com mais de 45 anos de idade, mas, comprovando nossos dados anteriores, mostram que isso não ocorre

TL.12A IMPORTÂNCIA DA DOSAGEM SÉRICA DE TIROGLOBULINA COM IMUNOENSAIO MAIS SENSÍVEL NO SEGUIMENTO DE

PACIENTES COM CARCINOMA DIFERENCIADO DE TIREÓIDE

Nakabashi C1; Crispim F1; Ikejiri ES1; Camacho CP1; Yamazaki CA1; Kasamatsu T1; Andreoni DM1; Boldarini VT1; Mamone MCOC2; Hidal JT2,3; Osawa A4; Al-dhighieri F5; Alonso G5; Matsumura L1; Furlanetto RP1; Vieira JGH2; Biscolla RPM1; Maciel RMB2

1Endocrinologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp); 2EPM/Unifesp; 3Centro de Doenças Tireoidianas Hospital Israelita Albert Einstein; 4Medicina Nuclear Irmandade de Misericórdia da Santa Casa de São Paulo; 5Medicina Diagnóstica - Medicina Nuclear Fleury; 6Medicina Diagnóstica - Endocrinologia Fleury

Introdução: As recidivas do carcinoma diferenciado de tireóide (CDT), presentes em aproximadamente 20% dos pacientes, podem aparecer após vários anos do diagnóstico, o que justifi ca o contínuo seguimento destes pacientes. A dosagem de tiroglobulina (Tg) estimulada por TSH endógeno ou TSH recombinante é o método que apresenta melhor sensibilidade na detecção de recidivas da doença. Recentemente, alguns estudos demonstraram que a dosagem da Tg através de ensaios com melhor sensibilidade funcional, colhida em vigência de levotiroxina (Tg-T4), apresenta boa correlação com a dosagem da Tg estimulada nos pacientes de baixo risco. Objetivo: Comparar a dosagem de Tg-T4 através de dois ensaios imunométricos, com sensibilidades funcionais diferentes, com a dosagem da tiroglobulina estimulada por hipotireoidismo. Pacien-tes e Métodos: Foram avaliados 70 pacientes em seguimento por CDT, que se apresentavam aparentemente livres de doença: Tg1-T4 indetec-tável (sensibilidade funcional de 1,0 ng/mL), anticorpos anti-Tg e ultra-som cervical (US) negativos, por pelo menos 1 ano após o tratamento inicial. Estes pacientes foram reavaliados com dosagens de Tg, realização de Pesquisa de Corpo Inteiro (PCI) e US. As dosagens de Tg foram realizadas através de ensaios imunométricos em 2 momentos: 1) em uso de levotiroxina, utilizando 2 ensaios diferentes: Tg1-T4 com sensibili-dade de 1 ng/mL e Tg0,2-T4 com sensibilidade funcional de 0,2 ng/mL e 2) após 4 semanas sem levotiroxina (Tg-hipo). Resultados: Dos 70 pacientes com Tg1-T4 indetectável, 52/70 (74%) apresentavam também dosagem de Tg 0,2-T4 indetectável. Destes, 48/52 (92%) apresenta-ram Tg-hipo < 2 ng/mL, PCI sem captação anômala e US sem alterações. Todos se apresentam até o momento sem evidência de recorrências. 4/52 pacientes com Tg1-T4 e Tg 0,2-T4 indetectáveis, apresentaram Tg-hipo > 2 ng/mL, porém PCI diagnóstica sem captação anômala e US negativo. Apenas um quarto paciente foi tratado com dose alta de radiodo com detecção de metástase, à PCI pós-dose, em linfonodo cervical. Dos 70 pacientes com Tg1-T4 indetectável, 18/70 (26%) apresentaram Tg 0,2-T4 entre 0,2 e 0,9 ng/mL. Nestes pacientes, a Tg-hipo foi > 2 ng/mL em 13/18 (72%), sendo que metástases foram confi rmadas pela PCI pós dose ou pelo US em 9/18 (50%). Conclusões: Em vigência de dosagem de Tg0,2-T4 indetectável, a dosagem de Tg-hipo foi < 2,0 ng/mL em 92% dos pacientes; entretanto, em 4 pacientes (8%) a Tg-hipo foi > 2 ng/mL. Nos pacientes que apresentaram Tg 0,2-T4 detectável (18 pacientes), 50% apresentaram metástases. A dosagem de Tg utilizando um ensaio de sensibilidade funcional melhor, em uso de levo-tiroxina, Tg 0,2-T4, pode representar uma ferramenta diagnóstica útil no seguimento dos pacientes com CDT. Apoio fi nanceiro: Instituto Fleury, CNPq, Fapesp.

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S286

TL.13COMPARAÇÃO ENTRE DIFERENTES DOSES DE 131I NO HIPERTIREOIDISMO DE GRAVES: UM ENSAIO CLÍNICO COM

CONTROLE HISTÓRICO

Machado WE1; Dora JM1; Andrade VA1; Gross JL1; Maia AL1

1Setor de Tireóide do Serviço de Endocrinologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Introdução: A doença de Graves (DG) é a mais freqüente causa de hipertireoidismo, afetando principalmente as mulheres entre 40-60 anos. Devido a sua segurança, baixo custo e fácil administração, o iodo radioativo (131I) tornou-se tratamento de primeira opção. Entretanto, falha ao tratamento com 131I ocorre em cerca de 15% a 20% dos casos. Tais pacientes geralmente apresentam hipertireoidismo grave, caracterizado por bócio volumoso e nível de T3 sérico muito elevados. De fato, em ensaio clínico realizado previamente em nosso serviço, bócio volumoso (≥50 ml) constitui um importante preditor de falha ao tratamento com 131I. Nos pacientes com esta característica, a falha terapêutica foi de 41%, en-quanto nos pacientes com bócios menores foi de apenas 8% (p = 0,01; dados não publicados). É amplamente aceito que doses maiores de 131I aumentam as taxas de cura na DG. Recentemente uma meta-análise mostrou correlação direta entre dose de 131I e taxa de cura em pacientes com DG. Objetivos: Avaliar se doses maiores de 131I podem aumentar a taxa de cura em pacientes com DG grave. Métodos: Pacientes do ambula-tório do Serviço de Endocrinologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, com DG e bócio ≥ 50 ml são convidados a participar do estudo. Oftalmopatia moderada a grave, doença cardíaca, ou outras co-morbidades limitantes são critérios de exclusão. O protocolo do estudo foi apro-vado pelo comitê de ética do hospital. Na coorte contemporânea de intervenção os pacientes são tratados com dose de 250 µCi de 131I/g de tecido tireoidiano, estimado por ultra-sonografi a, corrigida pela captação de iodo em 24 horas (RAIU-24h) (grupo 1). Um subgrupo de pacien-tes com DG e bócio ≥ 50 ml tratados com 200 µCi de 131I/g/RAIU-24h, extraídos do estudo previamente citado, serve como controle histó-rico (grupo 2; n = 12). O desfecho primário avaliado é cura, defi nida como eutireoidismo ou hipotireoidismo no primeiro ano após a dose de 131I. Resultados: Até o momento, 9 pacientes (7 mulheres) foram alocados para receber 250 µCi de 131I/g/RAIU-24h. Não houve diferença signifi cativa entre os dois grupos para idade, gênero, tabagismo, terapia prévia com metimazol, volume tireoidiano, RAIU-24h, TRAb e níveis séricos basais dos hormônios tireoidianos. Apesar do aumento de 25% na dose calculada de 131I, a taxa de cura cumulativa nos pacientes do grupo 1, seis meses após a administração do 131I (dados disponíveis para 7 pacientes) foi de 42%, similar àquela observada nos pacientes do gru-po 2 (41%, p = 0,96). Conclusão: Estes resultados sugerem que a administração de doses maiores de 131I não é sufi ciente para aumentar as taxas de cura na DG com hipertireoidismo grave.

TL.14EXPRESSÃO ATRIAL DO MRNA DA CONEXINA40 E ALTERAÇÕES DE CONDUÇÃO ELÉTRICA EM CAMUNDONGOS COM

VARIAÇÕES SISTÊMICAS DE HORMÔNIO TIREOIDIANO

Almeida NAS1; Cordeiro A1; Campos de Carvalho AC1; Pazos-Moura CC1

1Centro de Ciências da Saúde do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBCCF-UFRJ)

O hormônio tireoideano (HT) regula vários genes cardíacos via seus receptores (TR). Camundongos que super-expressam um mutante com efeito dominante negativo TRbD337T exclusivamente no coração, denominados KS, são utilizados como modelo de hipotireoidismo cardíaco seletivo. Recentemente demonstramos que estes animais apresentam diminuição na velocidade de condução atrial e átrio-ventricular e uma drástica redução na expressão atrial do mRNA da conexina 40 (Cx40), principal proteína formadora de junção comunicante expressa no átrio de camundongos . Os estudos eletrocardiográfi cos (ECG) demonstraram aumento de 80% na duração da onda P e de 23% na duração do intervalo PR. A análise da expressão atrial do mRNA da Cx40 demonstrou que esta representa apenas 20% da expressão dos animais selvagens. O objetivo deste trabalho é analisar a expressão atrial do mRNA da Cx40 em animais selvagens hipo e hipertireóidicos e correlacioná-las com os estudos eletrocardiográfi cos. O hipotireoidismo foi obtido pela ingestão de ração contendo PTU 0,15% (Sigma), durante 28 dias e o hipertireoidismo foi induzido por injeções subcutânea diárias de T3 (Sigma) na dose de 50 mg/100g de peso corporal durante 15 dias. Foram realizados ECG em camundongos machos conscientes com 3 meses de idade. Os animais hipotireóidicos (n = 5) não apresentaram variação na freqüência cardí-aca, no entanto foi observado aumento signifi cativo em todos os parâmetros avaliados, exceto duração do complexo QRS: 30% na duração da onda P, 45% na onda T, e 25 e 33% nos intervalos PR e QT, respectivamente em relação aos Wt (n = 8). Os animais hipertireóidicos (n = 7) apresentaram variações opostas: aumento de 28% na freqüência cardíaca e diminuição na duração dos parâmetros analisados, exceto a duração do QRS, onda P 30%, intervalo PR 22%, intervalo QT 19% e onda T 9% [freqüência cardíaca: Wt 623 ± 53 Wt-Hipo 618 ± 38 Wt-Hiper 796 ± 51 bpm, onda P: Wt 12 ± 1 Wt-Hipo 16 ± 1 Wt-Hiper 8 ± 1, intervalo PR: Wt 32 ± 3 Wt-Hipo 40 ± 3 Wt-Hiper 25 ± 2, complexo QRS: Wt 10 ± 1 Wt-Hipo 11 ± 0,5 Wt-Hiper 10 ± 1, intervalo QT: Wt 27 ± 2 Wt-Hipo 35 ± 2 Wt-Hiper 24 ± 2 e onda T: Wt 17 ± 2 Wt-Hipo 24 ± 2 Wt-Hiper 14 ± 2 (ms, média ± desvio-padrão)]. A expressão atrial da Cx40 foi analisada por RT-PCR semi-quantitativo e foi observado dimi-nuição de 25% na expressão do mRNA da Cx40 nos Wt-Hipo e aumento de 30% nos animais Wt-Hiper. Esses resultados demonstram que as alterações na condução elétrica entre os cardiomiócitos atriais observada nos animais Wt-Hipo e Wt-Hiper podem ser atribuídas, pelo menos em parte, as mudanças da expressão atrial da mRNA Cx40, que compromete o acoplamento entre os cardiomiócitos. Além disso, as mudanças da expressão atrial da Cx40 demonstra que há uma regulação positiva do HT sobre a expressão do mRNA da Cx40, experimentos de transfecção transiente estão sendo realizados para uma possível identifi cação de elementos responsivos ao HT na região promotora do gene da Cx40. Apoio fi nanceiro: CNPq, Capes

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S287

TL.15DETECÇÃO DA MUTAÇÃO BRAFV600E EM CARCINOMA PAPILÍFERO DE TIREÓIDE EM MATERIAL EMBLOCADO EM PARAFINA

da Silva MJ1; Fuziwara CS1; Gasque KCS1; Geraldo MV1; Blanco G1; Raimundo SG1; Kulcsar MAV2; Friguglietti CUM2; Waitzberg AFL3; Kimura ET1

1Departamento de Biologia Celular e do Desenvolvimento do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP); 2Centro de Ciências Bioló-gicas e da Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro; 3Departamento de Anatomia Patológica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

A mutação de BRAF é a alteração genética mais freqüente do carcinoma de tireóide e observada quase que exclusivamente no carcinoma papi-lífero (CP). A mutação oncogênica de BRAF está localizada na posição 1799, no éxon 15, envolvendo a troca de uma base timina por uma adenina (T1799A), que produz uma proteína com a substituição da valina por ácido glutâmico no aminoácido 600 da proteína BRAF (BRA-FV600E), promovendo uma ativação sustentada da via de sinalização MAPK. A presença de mutação BRAF tem sido associada aos carcinomas papilíferos de comportamento mais agressivo e de pior prognóstico clínico (1,2). Desde que foi descrita há cerca de 5 anos (1), a incidência de mutação no carcinoma papilífero vem sendo avaliada em várias regiões do mundo (1,2). Este estudo visa analisar a mutação BRAFT1799A em te-cido tumoral conservado em parafi na, observando a freqüência da mutação em CPT de pacientes brasileiros, assim como oferecer uma informa-ção adicional que possa ser útil no segmento clínico do paciente. Material e Método: Neste estudo incluímos o material anatomopatológico de 147 pacientes com diagnóstico de carcinoma papilífero de tireóide, submetidos à cirurgia na cidade de São Paulo, no período entre 2003 e 2007. Cortes histológicos de cerca de 10 µm foram desparafi nizados e o DNA extraído utilizando solução de lise celular contendo NaCl (5M) e pro-teinase K (20 mg/ml). A amplifi cação do segmento do DNA da região do nucleotídeo 1.599 do gene BRAF foi realizada por PCR utilizando primers específi cos e a presença de banda única no produto gerado (231pb) foi conferido em gel de agarose 1%; 5 µL do amplifi cado foi desna-turado com NaOH 10 mM a 95° C e aplicado em gel de poliacrilamida MDE 0,6% e a migração das bandas (single strand conformation poly-morphisms, SSCP) analisada após a coloração com nitrato de prata, baseadas em amostras controle normal (linhagem PTC) e de mutação (linhagem NPA e ARO). Resultado: As amostras de DNA com mutação BRAF apresentam um padrão de eletroforese que mostra uma banda adicional na migração no gel. Este padrão de migração foi pareado à análise de seqüenciamento das amostras controles e de parte dos tecidos deste estudo. Dos 147 pacientes analisados, detectamos mutação BRAF T1799A em 60 (40,8%). Conclusão: Neste estudo observamos que 40% dos carcinomas papilíferos de tireóide da população brasileira apresenta BRAFV600E, incidência semelhante à de outros países. A análise da muta-ção BRAF a partir de material emblocado em parafi na pelo método de SSCP é efi ciente para detectar BRAFT1799A e pode ser útil no seguimento clínico do paciente, pois esta mutação é um importante indicador molecular de agressividade e até mesmo progressão para padrões histológicos indiferenciados de carcinoma de tireóide. Apoio fi nanceiro: Capes, Fapesp e CNPq.

TL.16INTERAÇÕES GENÉTICO-AMBIENTAIS E SUSCETIBILIDADE À DOENÇA DE GRAVES NO BRASIL

Bufalo NE1; Athie MCP1; Santos RB2; Leite JL1; Romaldini JH2; Ward LS1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp); 2Endocrinologia Pontifícia Universi-dade Católica de Campinas (Puccamp)

A exemplo de doenças complexas, a doença de Graves (DG) decorre da união de fatores de predisposição genéticos e ambientais. Nosso grupo vem investigando a infl uência da herança de genes de detoxifi cação de fases I e II e de genes relacionados à apoptose, como o TP53, além da relação entre com o gene CTLA4 e os HHV na suscetibilidade à DG. Polimorfi smos do gene CYP1B1 têm sido relacionados a um aumento na ativação de produtos genotóxicos derivados do 17β-estradiol, que é metabolizado em 4hidroxiestradiol, formando radicais livres altamente rea-tivos e danosos ao DNA, e de substâncias provenientes da fumaça do cigarro. Tanto o sexo feminino como o fumo têm relação com a DG. Para analisar o papel dos polimorfi smos do 432 e 119 de CYP1B1 no desenvolvimento da DG e sua relação com os genes GSTs T1, M1,P1, CYP1A1, TP53, CTLA4, HHV6 e HHV7, genotipamos CYP1B1 432/119 por PCR-RFLP em 122 pacientes com DG (26 homens-96 mulheres, 77 brancos-45 não brancos, 36 ± 12 anos) e em 151 pacientes (33 homens-118 mulheres, 104 brancos-47 não brancos, 39±11 anos), respectiva-mente. Ambos foram pareados para sexo, idade, etnia, tabagismo, uso de medicamentos e exposição ambiental, respectivamente com 220 e 151 indivíduos saudáveis sem histórico familiar de tireoidopatias ou de doenças auto-imunes. Os pacientes foram diagnosticados através de critérios clínicos e laboratoriais incluindo T3, T4L, TSH, TRAb+ e captação tireoidiana. Consideramos pacientes curados aqueles que apresentaram através de exames clinicolaboratoriais hipotireoidismo ou eutireoidismo após um ano sem o uso de drogas antitireoidianas ou radioiodoterapia. Não houve diferença entre os controles e pacientes em relação à idade, sexo, etnia e tabagismo para os genes CYP1B1432/119. Não encontra-mos relação das variantes do gene CYP1B1119 e a suscetibilidade para a DG. No entanto, as variantes de CYP1B1432 foram mais freqüentes em pacientes com DG (78%) do que nos controles (64%) (p = 0,0102) indicando um aumento na suscetibilidade a DG de quase 2 vezes (OR = 1.971;IC95% = 1.185-3.278). A variante heterozigota de CYP1B1432 foi mais freqüente nos pacientes com DG (61%) do que nos controles (40%) (p = 0,0008) aumentando o risco para DG em mais de duas vezes (OR = 2.494; 95% CI = 1.461-4.257). Os polimorfi smos de CYP1B1432 tenderam a ser mais freqüentes no sexo feminino (58%) do que no masculino (19%) (p = 0,0610). Não encontramos relação entre a presença de oftalmopatia de Graves, a evolução para cura ou não e as variantes de CYP1B1, além da relação entre CYP1B1432/119 e as variantes dos genes GSTs T1, M1, P1, CYP1A1, TP53, CTLA4, HHV6 e 7. Demonstramos que as variantes de CYP1B1432 aumentam o risco para DG, sugerindo que um aumento do número de casos possa identifi car sua relação com o sexo feminino. Sugerimos que a herança para enzimas de fase I e II, TP53, CTLA4, HHV6 e 7 são fatores de risco independentes para a DG.

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S288

TL.17SMURFS E3 LIGASES SÃO ALTAMENTE EXPRESSAS EM CARCINOMA PAPILÍFERO DE TIREÓIDE

Fiore APZP1; Ricarte-Filho JCM1; Kimura ET1

1Departamento de Biologia Celular e do Desenvolvimento do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

Introdução: A habilidade de escape ao efeito antimitogênico de TGFb vem sendo relatada em diferentes tipos de cânceres. A via de sinalização de TGFb é ativada através da ligação de TGFb ao seu receptor do tipo II, que convoca e ativa o receptor de tipo I, essa ativação gera a ativação da Smad2, que se liga a Smad3. O complexo Smad2/3 se liga a Smad4, é translocado para o núcleo onde interage com promotores. A via TGFb é negativamente controlada por Smad7 e Smurfs, proteínas E3 ligases relacionadas ao processo de degradação através da ubiquitinação em pro-teossoma. Smurf1 e Smurf2 induzem a degradação do receptor tipo I de TGFb por Smad7 e inibem a formação do complexo Smad2/3−Smad4. Em estudos anteriores, observamos que a expressão aumentada de Smad7 pode estar relacionada a falta de responsividade aos estímulos inibitó-rios de TGFb em carcinoma anaplasico de tireóide. Objetivo: Analisar a expressão de TGFb, Smad7, Smurf1 e Smurf2 em células tireoidianas com indução do oncogene RET/PTC3, linhagem de cânceres de tireóide e em carcinoma papilífero de tireóide. Método: Células PTC3-5 fo-ram cultivadas por 24, 48, 72 e 120 horas, nos determinados tempos o RNA total dessas células foi extraído. Células das linhagens de tumor de tireóide TPC1, NPA, ARO e WRO foram cultivadas e ao atingirem 70% de confl uência, RNA e proteína total foram extraídos. O cDNA foi gerado a partir do RNA total, a expressão de Smurf1, Smurf2, Smad7 e TGFb foram avaliadas por RT-PCR quantitativo. Avaliamos também a expressão proteica de Smurf1 e Smurf2 das linhagens celulares para isso foi feito um westernblotting utilizando 40mg de proteína total extraida das linhagens celulares, utilizamos anticorpos especifi cos para Smurf1 e Smurf2. Resultados: A indução do oncogene RET/PTC3 resultou no aumento na expressão de mRNA de Smurf1 (24h: +64%; 48h: +76%; 72h: +85%; 120: +66%), Smurf2 (24h: +75%; 48h: +42%; 72h: +87%; 120h: +74%), Smad7 (24h:+53%; 48h:+52%; 72h:+73%; 120h:+58%) e TGFb (24h:+53%; 48h:+68%; 72h:+77%; 120h:+0.6%) . As células NPA e TPC1 apresentaram uma alta expressão de mRNA e proteína de Smurf1 e Smurf2 em relação aos outros tipos celulares. Por outro lado, as células ARO apresentaram aumento de expressão de mRNA, e redução na expressão protéica. Enquanto que as células WRO tiveram uma ex-pressão reduzida, tanto de mRNA quanto de proteína de Smurf1 e Smurf2. Conclusão: A observação de uma alta expressão de mRNA e a re-dução da expressão protéica em células ARO indica uma regulação pós transcricional de Smurf1 e Smurf2 neste tipo celular. As linhagens celulares e tecido de PTC apresentaram uma alta expressão de Smurf1 e Smurf2, a constatação do aumento da expressão de Smurf1 e Smurf2 em células com indução do oncogene RET/PTC3 indicam que essas proteínas podem contribuir diretamente para a oncogênese e desenvolvi-mento de carcinoma papilífero de tireóide. Apoio fi nanceiro: Fapesp, Capes, CNPq.

TL.18IMPACTO DOS VALORES DE TIREOGLOBULINA AVALIADOS NO PÓS-OPERATÓRIO E ANTERIOR À ABLAÇÃO COM IODO 131

EM PACIENTES COM CÂNCER DIFERENCIADO DE TIREÓIDE

Ferraz CS1; Calmon AC1; Padovani RP1; Ochiai CM1; Santos MC1; Melo MR1; Neto GCC1; Scalissi NM1; Marone MMS1

1Setor de Medicina Nuclear (Nuclimagem) da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

Introdução: A cirurgia seguida de dose ablativa de iodo 131 é o tratamento inicial mais freqüentemente usado em pacientes com câncer dife-renciado de tireóide. O valor da tireoglobulina (Tg) mensurado no período pós-operatório e anterior à dose ablativa tem sido considerado questionável já que remanescentes tireoideanos podem contribuir para produção de Tg. É consenso que tireoidectomia total associada à ablação é necessário para que os valores de Tg possam ser realmente considerados marcadores tumorais. Entretanto, poucos estudos têm reportado que altos valores de Tg pós-operatória possam estar relacionados ao maior ou menor risco de recorrência/recidiva. Nos últimos consensos: Europe-an Thyroid Association (ETA), American Thyroid Association (ATA) e da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) os valores de Tg não são considerados para classifi cação de risco. Objetivo: Correlacionar os valores de tireoglobulina pós-cirúrgicos e pré-dose ablativa de iodo 131 com os grupos de risco estabelecidos nos consensos da ATA, ETA e SBEM, e avaliar se os valores de Tg acompanham a estratifi cação do risco. Material e Método: Foram avaliados retrospectivamente 450 pacientes com acompanhamento no setor de medicina nuclear da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, no período de 1997 a 2007. Desta amostra, foram excluídos os pacientes que após tireoi-dectomia total apresentavam valores de anticorpo antitireoglobulina positivo, TSH menor que 30 mIU/l, captação cervical > 4%, o que compôs uma amostra fi nal de 265 pacientes. Inicialmente, os pacientes foram divididos quanto aos fatores de risco de recidiva/recorrência segundo ATA (risco alto, intermediário e baixo) e ETA/SBEM (risco muito baixo, baixo e alto). Posteriormente, cada grupo foi correlacionado com valores de tireoglobulina pré-dose de iodo 131. Os valores de Tg utilizados foram: Tg 5 a 10 ng/ml, Tg 10 a 30 ng/ml e Tg > 30 ng/ml. Os dados foram analisados estatisticamente pelo método da curva ROC (receiver operator characteristics). Resultados: Dos 265 pacientes analisados, 213 eram do sexo feminino e 52 do sexo masculino, com idade média de 43 ± 13 anos, sem diferença de idade em relação ao sexo. Ao analisar os pacientes segundo critérios da SBEM/ETA, a curva ROC mostrou que as concentrações de Tg não apresentaram valor discriminatório nos pa-cientes com muito baixo risco, com área sob a curva (AUC) de 51,9% (IC95%: 41,7% – 61,2%, p = 0,705), e que os valores de Tg também não são úteis para discriminar os pacientes com alto risco (AUC = 50%, IC95% = 42,8% - 57,1%, p = 0,996). Quando avaliamos os pacientes de acordo com os critérios da ATA, os valores de Tg também não se mostraram capazes de identifi car os indivíduos de alto risco (AUC = 45,2%, IC95% = 38,3% - 52,1%, p = 0,177) ou baixo risco (AUC = 48,7%, IC95% = 41,1% - 56,4%, p = 0,764). Correlacionando a sensibilidade e es-pecifi cidade dos valores de cut-off Tg com os critérios da SBEM/ETA e ATA, encontramos na tabela. Conclusão: Neste estudo, concluímos que os valores de Tg após tireoidectomia total e antes da dose ablativa de I ¹³¹ não se relacionaram com os fatores de risco considerados pela ATA, ETA e SBEM. Portanto, independente das classifi cações, todos os pacientes, principalmente os de baixo ou muito baixo risco, merecem avaliação da Tg pré-dose ablativa, já que, de acordo com evidências da literatura, valores de Tg superiores a 10 ng/ml podem ser considerados como marcador de metástases.

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Temas Livres

S289

TL.19RE-EXPRESSÃO DE ABI3BP EM LINHAGENS CELULARES DERIVADAS DE CARCINOMA DA TIREÓIDE INDUZ INIBIÇÃO DE

CRESCIMENTO E INVASIVIDADE (IN VIVO E IN VITRO) E AUMENTA A SENESCÊNCIA

Latini FRM1; Hemerly JP2; Oler G1; Riggins G3; Cerutti JM1

1Laboratório Base Genética dos Tumores da Tiróide da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp); 2Departamento de Biofí-sica da Unifesp; 3Johns Hopkins University Medical School - Neurosurgery

Dados prévios do nosso grupo sugerem que a perda da expressão do gene ABI3BP (do inglês, ABI gene family member 3 binding protein) em carcinomas da tireóide pode estar associada à patogênese do câncer. Embora tenhamos descrito esta possível associação, pouco se sabe sobre o papel de ABI3BP na célula folicular tireoidiana e, principalmente, o mecanismo pelo qual a perda da expressão desse gene possa contribuir para o estabelecimento do processo neoplásico. Recentemente, a perda de expressão de ABI3BP foi correlacionada com diversos cânceres, inclusive com tireóide, e com o processo de senescência. Neste trabalho, criamos um modelo celular que nos permite responder algumas destas questões. Para isso, as linhagens de câncer de tireóide ARO (carcinoma indiferenciado) e WRO (carcinoma folicular) foram permanentemente transfecta-das com o cDNA completo de ABI3BP. Dois clones para cada uma das linhagens onde re-expressamos ABI3BP e dois clones controle (trans-fectados com o vetor vazio) foram selecionados por RT-PCR para a realização dos demais experimentos da análise funcional. Os clones foram testados quanto: (1) capacidade de transformação (ensaio de formação de foci); (2) crescimento celular (ensaio de MTT); (3) viabilidade celular, (4) apoptose e (5) ciclo celular (kits específi cos para análise no citômetro de fl uxo; Guava Technologies); (6) senescência (ensaio de β-galactosidase); (7) migração (ensaio dos esferóides); (8) invasividade (ensaio do matrigel) e (9) crescimento de tumor in vivo (tumorigenicidade em camundon-gos nude). Para compreendermos a via de sinalização na qual ABI3BP provavelmente atua, investigamos a expressão de genes associados ao crescimento celular e senescência, como, Ki67 e p21, por PCR quantitativo. Adicionalmente, avaliamos por western blotting a fosforilação de ERK e AKT. Além disso, a expressão de Ki67 e p21 também foi investigada nos tumores formados nos camundongos nude. Observamos uma redução no potencial de transformação, na proliferação e na viabilidade celular in vitro quando comparamos as células que expressam ABI3BP com as mesmas células transfectadas com o vetor vazio (controle). Observamos também um aumento na apoptose, embora o efeito foi mais evidente no aumento da porcentagem de células senescentes quando ABI3BP estava re-expresso. A re-expressão de ABI3BP também afetou a migração e a invasividade e diminuiu a formação de tumores in vivo. Assim, sugerimos que este é um candidato a gene supressor de tumor em células de câncer de tireóide. A análise da expressão dos genes associados ao crescimento e à senescência nos permite sugerir uma provável via de atuação de ABI3BP. Apoio fi nanceiro: Fapesp e CNPq.

TL.20A ADMINISTRAÇÃO AGUDA DE HORMÔNIO TIREOIDIANO (HT) PROVOCA ALTERAÇÕES NA ATIVIDADE DE PROTEÍNAS DA

VIA DE SINALIZAÇÃO DA INSULINA E AUMENTO DA TRANSLOCAÇÃO DE GLUT4 NO MÚSCULO SOLEAR DE RATOS

Teixeira SS1; Castro-Barbosa T1; Machado UF1; Nunes MT1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP)

Introdução: O hormônio tireoidiano (HT) participa do controle de funções essenciais do organismo, que resultam, em sua maioria, de suas ações na regulação da transcrição gênica. No entanto, é crescente na literatura o número de evidências de que o HT também promove efeitos que ocorrem em curto espaço de tempo, e na presença de bloqueadores da transcrição gênica, os quais são conhecidos como não-genômicos. O músculo esquelético é um importante alvo da ação do HT. Neste tecido o HT induz a expressão de genes envolvidos com o controle do meta-bolismo, dentre eles podemos citar o gene do GLUT4. O GLUT4 é o principal transportador de glicose presente nos músculos esquelético (ME) e cardíaco (MC), e tecido adiposo (TA), cujo processo de translocação e incorporação à membrana plasmática resultam, primariamente, da ativação de vias de sinalização acionadas a partir da interação da insulina com seu receptor de membrana. Estudos prévios do nosso laborató-rio demonstraram que o T3, agudamente administrado, provoca aumento de GLUT4 na membrana plasmática de ME, MC e TA. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo reavaliar esse efeito do T3 no músculo esquelético, bem como investigar se ele decorre da ativação de pro-teínas da via de sinalização da insulina. Material e Métodos: Para tal, ratos Wistar adultos foram submetidos à tireoidectomia (TX), recebendo MMI (0,03%) e CaCl2 (4,5 mM) na água de beber por 21 dias, ou à cirurgia fi ctícia (C). O HT (1,5 µg/100 g PC, iv) foi, então, administrado e, após 30 minutos, o músculo solear foi removido para avaliação da expressão de GLUT4 no microssoma (M) e na membrana plasmática (MP), assim como da sua taxa de translocação, por western blotting. Para avaliação do envolvimento das proteínas da via de sinalização da insulina neste processo, o músculo solear de animais submetidos à tireoidectomia foi removido antes e após 15 minutos da administração da mesma dose de HT, para determinação do grau de fosforilação, em tirosina, do receptor de insulina (IR) e, em serina, da AKT, por western blotting. Resul-tados: Observou-se, no grupo de animais submetidos à tireoidectomia, uma redução do conteúdo de GLUT4 na MP, e seu rápido aumento (translocação) após a administração de HT, situação em que o IR teve sua atividade (fosforilação em tirosina) aumentada, dados que sugerem que essas ações do HT sejam desencadeadas por mecanismos não genômicos. Sabe-se que a fosforilação do IR ativa uma cascata de sinalização, que culmina com a ativação da Akt e translocação do GLUT4. No entanto, neste modelo experimental, embora tenha ocorrido aumento da atividade do IR pelo HT, não houve estimulação da Akt. Conclusão: Assim, a não ativação da Akt, sugere que a translocação de GLUT4 pro-movida pelo HT envolva outra via. É intrigante o fato de o HT promover fosforilação do IR, dado ainda inconclusivo e que merece ser investi-gado. Apoio fi nanceiro: Fapesp (06/52830-3).

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Pôsteres

S290

PT. 001EXPOSIÇÃO NEONATAL À NICOTINA PROGRAMA PARA DISFUNÇÃO TIREOIDEANA, MAIOR ADIPOSIDADE E

HIPERLEPTINEMIA EM RATOS ADULTOS

Oliveira E1; Moura EG1; Passos MCF2; Santos-Silva AP3; Fagundes ATS1; Lisboa PC3

1Departamento de Ciências Fisiológicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (DCF-Uerj); 2DFE-Uerj; 3Departamento de Anatomia do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes (Ibrag) da Uerj

Introdução: A “programação” é um fenômeno que se caracteriza por agravos durante períodos críticos da vida (gestação e lactação), que acarretam conseqüências fi siológicas e fi siopatológicas em longo prazo. O tabagismo na gestação relaciona-se ao baixo peso ao nascer e estudos epidemioló-gicos demonstraram existir maior risco de obesidade em fi lhos adolescentes de mães que fumaram na gestação. A nicotina, principal componente causador de dependência do cigarro, é transferida à prole através do leite materno. O fumo tem sido relacionado a distúrbios da tireóide, contudo pouco se conhece sobre o efeito de seus componentes isolados sobre esta glândula, havendo associação do tiocianato, porém não da nicotina, com hipotireoidismo experimental. Recentemente, evidenciamos que a exposição materna exclusiva à nicotina, e somente no período da lactação, causa um hipotireoidismo primário na prole já aos 15 dias de vida. Objetivos: Neste trabalho analisamos o impacto da exposição materna a nicotina du-rante o período da lactação sobre a função tireoideana da prole na idade adulta. Materiais e Métodos: Após 48 horas do parto, separamos ratas Wistar lactantes em 2 grupos experimentais: NIC – liberando nicotina (6 mg/kg/dia, SC) por 14 dias, através de minibomba osmótica; C – mini-bombas osmótica liberando salina nas mesmas condições do grupo NIC. Após o desmame, monitoramos peso corporal e ingestão alimentar. Sacri-fi camos as proles NIC e C aos 90 e 180 dias de vida. Pesamos a massa de gordura visceral (MGV) para estimar a adiposidade central. Determinamos o conteúdo corporal de gordura total pelo método da carcaça. Quantifi camos TSH, hormônios tireoideanos (HTs) e leptina no soro por radioimu-noensaio. Avaliamos a atividade desiodase tipo 1 (D1) no fígado e tipo 2 (D2) no tecido adiposo marrom (TAM) através da liberação de 125I a partir de rT3. Determinamos a atividade a-glicerofosfato-desidrogenase mitocondrial (GPDm) hepática por técnica colorimétrica, através do uso de metasulfato de fenacina e cloreto de violeta-iodonitrotetrazólio. Resultados: A prole NIC não mostrou alteração na ingestão de ração ao longo do período estudado, porém verifi camos maior PC (+10%, p < 0,05) a partir dos 150 dias de idade, maior MGV aos 180 dias (+32%, p < 0,05), maior gordura total aos 90 e 180 dias (+11%, +36%; p < 0,05 - respectivamente), assim como hiperleptinemia aos 180 dias (+103%, p < 0,05). Aos 90 dias de idade, estes animais apresentaram menor TSH (-39%, p < 0,05), nenhuma alteração signifi cativa da concentração sérica de HTs e menor ativida-de GPDm no fígado (-38%, p < 0,05). Já aos 180 dias de vida, a prole NIC apresentou menores concentrações séricas de TSH (-36%, p < 0,05), T4 (-11%, p < 0,05) e T3 (-25%, p < 0,05), além de menor atividade hepática da D1(-56%, p < 0,05) e GPDm (-41%, p < 0,05), sem modifi car a atividade D2 no TAM em nenhum dos períodos. Conclusões: A exposição materna a nicotina na lactação programa um hipotireoidismo secundá-rio na vida adulta, caracterizado por redução de TSH, T4, T3 e de enzimas dependentes de HTs, D1 e GPDm. Esta disfunção já se inicia aos 90 dias de vida. Este hipotireoidismo pode estar envolvido na gênese do acúmulo de adiposidade, e esta por sua vez pode ser a responsável pela hiper-leptinemia detectada aos 180 dias de vida. Apoio Financeiro: CNPq, CAPES, FAPERJ, SBEM (Dep de Tireóide).

PT. 002O TIREOMIMÉTICO SELETIVO PELO TRβ, GC-1, AUMENTA A RESISTÊNCIA, RIGIDEZ E RESILIÊNCIA ÓSSEAS DA TÍBIA DE

CAMUNDONGOS IN VIVO

Costa CC1; Wang CC2; Nonaka KO2; Gouveia CHA1

1Departamento de Anatomia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP); 2 Departamento de Ciências Fisiológicas da Universida-de Federal de São Carlos

Sabe-se que o hipertireoidismo é um fator de risco da osteoporose e que, consequentemente, aumenta o risco de fraturas ósseas, entretanto, o papel das quatro isoformas clássicas de receptores do hormônio tireoideano (TRα1, TRα2, TRβ1 e TRβ2) em mediar os efeitos da triiodotiro-nina (T3) no esqueleto apenas começa a ser entendido. No presente estudo, comparamos os efeitos do T3 e do GC-1, um análogo do T3 sele-tivo pelo TRβ em relação ao TRα, em parâmetros biomecânicos do tecido ósseo. Camundongos fêmeas C57BL/6J de 130 dias idade foram divididas nos seguintes grupos (n = 6 a 7 animais por grupo): (i) eutiróideo (EUT); (ii) hipotiróideo (HIPO), animais tratados com 0,1% de metimazol e 1% de perclorato de sódio (MM+PS) adicionados à água de beber (para inativação da função tiroideana); (iii) 10xT3; (iv) 20xT3; (v) 40xT3; (vi) 10xGC-1; (vii) 20xGC-1 e (viii) 40xGC-1. Os animais dos grupos iii a viii foram mantidos em MM+PS durante todo o período experimental e tratados com doses crescentes de T3 (10x, 20x ou 40x a dose fi siológica = 0,3 ug/100 g peso corporal) ou doses equimolares de GC-1, administradas intra-peritonealmente, por 60 dias. Ao fi nal do tratamento, os animais foram sacrifi cados por exposição a CO2 e as tíbias esquerdas e os corações foram dissecados. As tíbias foram armazenadas em salina e posteriormente foram submetidas ao teste de fl exão de três pontos, em equipamento Instron (Model 4444, Instron Corporation, MA, EUA), para determinação da resistência óssea (determinada pela carga máxima - Newtons - aplicada ao osso), rigidez óssea (módulo elástico - Newtons/mm) e resiliência óssea (quantidade de energia – Joules - absorvida pelo osso durante a sua deformação elástica). Como esperado, o tratamento com 10xT3, 20xT3 e 40xT3 promoveu aumento do peso seco do coração (mg/ g de peso corporal) em relação a animais eutiróideos (EUT), o que caracteriza a hipertrofi a cardíaca, enquanto o tratamento com doses equimolares de GC-1 não teve efeito e o hipotiroidismo (HIPO) causou redução. Também como esperado, o tratamen-to com T3 causou uma diminuição signifi cativa e dose-dependente na resistência óssea em relação aos animais EUT. Por outro lado, e surpre-endentemente, o tratamento com GC-1 promoveu um aumento signifi cativo nesse parâmetro em relação ao grupo EUT e HIPO. A rigidez e resiliência ósseas também foram reduzidas pelo tratamento com T3, enquanto foram signifi cativamente aumentadas pelo tratamento com GC-1. Esses achados mostram que, in vivo, o tecido ósseo de camundongos é responsivo ao GC-1 e que a administração desse análogo melhora a qualidade óssea. Considerando-se a seletividade do GC-1 pelo TRb e os efeitos positivos desse análogo sobre os parâmetros biomecânicos da tíbia, os nossos achados sugerem que o TRb medeia predominantemente ações anabólicas do T3 no tecido ósseo.

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Pôsteres

S291

PT. 003EFEITO DA TIREOIDECTOMIA E DA REPOSIÇÃO HORMONAL SOBRE A EXPRESSÃO GÊNICA DA NEUROGLOBINA NO CÓRTEX

E NO HIPOCAMPO DE RATOS

Piedade GC1; Ferreira GF1; Nunes MT1; Giannocco G1

1Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (IBC-USP)

Introdução: Enquanto a ação dos hormônios tireoideanos (HT) para o desenvolvimento embrionário e pós-natal do cérebro de ratos foi bem documentada, as funções fi siológicas e bioquímicas no cérebro maduro ainda são pouco estudadas. Sabendo-se que ele eleva a expressão de enzimas mitocondriais da fosforilação oxidativa no cérebro de ratos neonatos e adultos, proteínas cuja expressão/função encontram-se compro-metidas no hipotireoidismo, seria bastante interessante avaliar o papel do T3 na expressão do gene da neuroglobina (NGB), uma proteína que, devido à sua semelhante função da mioglobina muscular, poderia proteger o cérebro contra danos do estresse oxidativo. Objetivamos com esse estudo avaliar o efeito (a) do hipotireoidismo, (b) da reposição hormonal, (c) da administração de doses crescentes de HT sobre o conteúdo de mRNA da neuroglobina.no córtex cerebral e no hipocampo de ratos. Material e Métodos: Ratos tireoidectomizados (Tx) e tratados com me-timazol (0,03%) foram divididos nos seguintes grupos: (a) Hipotireoideos tratados com salina; (b) Reposição hormonal (1X): que receberam 300 ng/100 g de T3, ip e (c) Hipertireoideos: tratados com doses suprafi siológicas de T3 (5, 10, 50 e 100 X a dose de reposição hormonal). Animais controles, submetidos à cirurgia fi ctícia e tratados com salina foram adicionados ao estudo. Após cinco dias de tratamento, os animais foram decapitados, sendo o córtex e o hipocampo removidos para avaliação do conteúdo de RNA mensageiro (RNAm) da NGB por Real time PCR utilizando-se o SYBERâ Green PCR master mix medindo-se a fl uorescência emitida com o programa ABI Prism 5700 detector (Applied Biosystems). As amostras foram normalizadas pelos seus controles correspondentes. Os dados obtidos foram analisados por análise de variância (ANOVA), com pós-teste em Student-Newman-Keuls. Resultados: Observamos no hipotireoidismo um aumento da expressão gênica da NGB em relação ao grupo controle e aos tratados com 1X T3 (reposição hormonal) tanto no hipocampo quanto no córtex cerebral. Os animais tra-tados com a dose de 5X T3 apresentaram aumento da expressão gênica da NGB tanto no hipocampo quanto no córtex cerebral em relação ao grupo controle, esse aumento persistiu na dose de 10 X no hipocampo e não ocorreu no córtex. As doses suprafi siológicas de 50 e 100 X T3 não alteraram a expressão da NGB quando comparados ao controle no hipocampo, enquanto que na dose de 100 X T3 houve uma diminuição do conteúdo do RNAm da NGB no córtex cerebral em relação o grupo controle. Conclusão: Os radicais livres ou espécies reativas de oxigênio, que podem ser gerados tanto no hipo quanto no hipertireoidismo pelo tecido cerebral, têm sido associados a danos do DNA, proteínas e lipí-deos, os quais podem estar relacionados ao câncer, doença de Alzheimer e outras doenças. Os nossos resultados indicam que o hipotireoidismo e a administração de doses suprafi siológicas de T3 (5 X) no hipocampo e (5 e 10 X) no córtex podem causar danos ao tecido cerebral o que levaria ao aumento da expressão da NGB. Já as doses de 50 e 100 X podem ser tão deletérias que afetaria a maquinaria transcricional/traducio-nal e causaria diminuição da expressão da NGB e consequentemente maiores danos ao tecido neural. Apoio fi nanceiro: Fapesp, CNPq.

PT. 004PARTICIPAÇÃO DOS HORMÔNIOS TIREOIDEANOS NA MODULAÇÃO DA EXPRESSÃO PROTÉICA DA CONEXINA 43 (CX43) NO

ÁTRIO E NO VENTRÍCULO

Cordeiro A1; Almeida NAS1; Ortiga-Carvalho TM1; Campos de Carvalho AC1; Pazos-Moura CC1

1Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBCCF-UFRJ)

O hormônio tireoideano (HT), via receptores nucleares (TR), modula a expressão de genes importantes no sistema cardiovascular. O hipo- e o hipertireoidismo estão associados a alterações eletrocardiográfi cas na propagação do impulso elétrico, dependente da passagem de corrente entre as gap junctions que acoplam as células miocárdicas. A Conexina 43 (Cx43) é a proteína juncional mais abundante no coração. Neste trabalho, visamos avaliar a expressão protéica da Cx43 nos átrios e ventrículos de animais hipo- e hipertireoideos, e correlacioná-las com alterações eletrocardiográfi cas induzidas pela concentração sérica de HT. Foram utilizados animais com 3 meses de idade. O hipotireoidismo foi induzido pela adição de PTU 0,15% na ração durante 4 semanas e, o hipertireoidismo, através de injeções subcutâneas diárias de T3 (50mg/100g de peso corporal) durante 2 semanas. Antes e depois do tratamento, foram realizados registros eletrocardiográfi cos (ECG) sem uso de anestesia, através da implantação subcu-tânea de um eletrodo nas regiões dorsal e ventral a altura do tórax dos camundongos. A expressão protéica da Cx43 nesses tecidos foi avaliada pela técnica western blotting. Os animais hipertireoideos apresentaram aumento de 15% na massa ventricular corrigida pelo peso corpóreo comparado aos eutireoideos, enquanto os hipotireoideos não apresentaram mudança de peso do tecido. Já a massa dos átrios não se alterou. Observou-se au-mento signifi cativo da freqüência cardíaca nos animais hipertireoideos (cerca de 28%) em relação ao grupo controle. No entanto, não observamos diminuição da freqüência cardíaca (bradicardia) nos animais hipotireoideos, como descrita na literatura, provavelmente devido a não utilização de anestesia durante o procedimento de aquisição do ECG. Todos os parâmetros do ECG dos animais hipo e hipertireóideos, com exceção do com-plexo QRS, mostraram-se alterados signifi cativamente em relação aos seus respectivos controles. Foram observados aumentos de 30% na duração da onda P e cerca de 20% na duração do intervalo PR nos animais hipotireoideos em comparação com o grupo controle, e, diminuição na mesma proporção da duração destes parâmetros entre os hipertireoideos e seu controle. Os animais hipotireoideos apresentaram aumento de aproximada-mente 21% da expressão ventricular da Cx43 em relação ao grupo controle e, de forma contrária, os animais hipertireoideos apresentam diminuição média de 17% quando comparados aos eutireoideos. Da mesma forma, no átrio, verifi cou-se diminuição média de 14% da expressão da Cx43 dos animais hipertireoideos, no entanto, não houve alteração da expressão no hipotireoidismo. Mudanças no padrão de expressão atrial e ventricular da Cx43 sugerem que o HT participe da modulação desta expressão. Alterações eletrocardiográfi cas observadas nos parâmetros de condução nos átrios de animais hipo e hipertireóideos sugerem que o HT infl uencie a velocidade de propagação do impulso elétrico de forma positiva, no entanto, não correlacionada à expressão da proteína Cx43. Esta falta de correlação e a ausência de alterações no parâmetro ventricular do ECG indicam que a atividade da proteína pode estar modifi cada, por exemplo, por proteínas kinases e/ou fosfatases. Além disso, a expressão e a atividade da Cx43 ainda podem estar relacionadas à hipertrofi a do tecido. Apoio fi nanceiro: CNPQ e Capes.

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Pôsteres

S292

PT. 005IDENTIFICAÇÃO DE NOVOS GENES REGULADOS POR T3 ENVOLVIDOS NA TERMOGÊNESE METABÓLICA: AMPLIANDO O

GASTO DE ENERGIA

Dorsa KK1; Santos MV1; Monteiro AC1; Dias da Silva MR1

1Departamento de Bioquímica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

Introdução: Calor é um subproduto da transformação da energia química liberada lentamente durante a oxidação dos alimentos, sendo arma-zenada temporariamente na forma de ATP. Essa aparente inefi ciência termodinâmica mantem o indivíduo aquecido, otimizando o funcionamen-to das células, tecidos e sistemas. A termogênese obrigatória deriva da taxa de metabolismo basal (TMB) e a facultativa deriva do calor produzido além da TMB. Esta última pode ser induzida por adaptação à exposição ao frio, dieta hipercalórica e exercício físico. É largamente conhecido que os hormônios tiroidianos (HT) são mediadores essenciais da termogênese obrigatória e também do desencadeamento e da ma-nutenção da termogênese facultativa, em especial através do controle transcricional das proteínas desacopladoras (UCPs). Estas proteínas otimi-zam a inefi ciência termodinâmica mitocondrial, ou seja, desvia o gradiente de prótons da geração de ATP para geração de calor. Objetivos: Apesar do reconhecido papel dos HT sobre a via clássica de produção de calor (UCP), muito pouco se conhece acerca do papel do T3 sobre outras proteínas (sobretudo as enzimas) das vias metabólicas de oxidação de nutrientes uma vez que participam da geração de ATP ao nível de substrato. Nesse sentido, objetivamos identifi car enzimas envolvidas nas vias da glicólise, glicogenólise, lipólise, ciclo de Krebs, cadeia respirató-ria e fosforilação oxidativa possivelmente reguladas por T3. Material e Métodos: utilizamos a análise in silico dos promotores de 57 genes metabólicos para identifi car elementos cis (TREs, thyroid response elements) de regulação gênica responsivos ao T3, utilizando como referência de signifi cância estatística o promotor do gene TSHB e SERCA2. Foram selecionados somente as regiões promotoras dos genes em teste com estudo de validação funcional prévio in vitro. Resultados: Dentre as enzimas analisadas, 21/57 apresentavam sítios de ligação ao T3R. Em or-dem decrescente, as enzimas que alcançaram score acima de 0,80 (melhor valor preditivo: 1) foram: citrato sintase, fosfoglicose isomerase, ade-nina nucleotídeo translocase, succinato desidrogenase, UCP3, UCP2, fosfoglicerato mutase, gliceraldeído 3 fosfato desidrogenase, UCP4, glicoquinase, malato desidrogenase, citocromo b e lactato desidrogenase. Além disso, cerca de 20% dessas enzimas ainda não foram descritas na literatura como reguladas por T3. Conclusão: Nossos resultados apontam para novos genes regulados por T3, e, por conseguinte, possivelmen-te adjuvantes ao processo de termogênese metabólica. Apoio fi nanceiro: CNPq

PT. 006AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DA GLUTATIONA-S-TRANSFERASE HEPÁTICA EM MODELO ANIMAL DE RESISTÊNCIA A

HORMÔNIOS TIREÓIDEOS

Faustino LC1; Pires RM1; Moraes DC1; Ortiga-Carvalho TM1

1Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBCCF-UFRJ)

Introdução: Os hormônios tireóideos (HTs) regulam vários processos envolvidos no crescimento, desenvolvimento e manutenção da taxa me-tabólica basal. Sua ação é mediada por receptores nucleares, os TRs alfa e TRs beta. Esses receptores são fatores transcricionais regulados por ligante (T3) inibindo ou estimulando a expressão gênica e apresentam distribuição tecidual específi ca. Os mecanismos da regulação negativa por HTs ainda são pouco caracterizados, ao contrário da regulação positiva, e são poucos os genes conhecidos regulados diretamente pelo T3. Re-centemente, demonstrou-se que a enzima glutationa-S-tranferase hepática, envolvida em diversas reações de biotransformação, é inibida por HTs, estando bastante aumentada no hipotireoidismo e diminuída no hipertireoidismo. Objetivos: Estudar a expressão da glutationa-S-trans-ferase (Gst) e da desiodase tipo I (DI) no eu, hipo e hipertireoidismos no fígado de animais knock in para a mutação delta337T no TRbeta, que impede a ligação do T3. Materiais e Métodos: Animais normais (wt), heterozigotos (het) e homozigotos (ho), com idades entre 6 e 8 semanas, de ambos os sexos, foram tornados hipotireóideos pelo tratamento com propiltiouracil (PTU) 0,15% na ração e metimazol (MMI) 0,05% na água de beber durante 5 semanas. Para o hipertireoidismo, após tratamento com PTU e MMI, injetou-se doses crescentes de T3 por 21 dias (0,2 ug, 0,5 ug e 1 ug de T3 por 100 g PC). Animais com 9 dias pós-natal e adultos,sem nenhum tratamento, foram sacrifi cados para coleta do fígado. Avaliamos a expressão da Gst, gene inibido pelo HT e da DI estimulada, por RT-PCR em tempo real utilizando o método do syber green. O RNA total foi extraído utilizando trizol. Cerca de 60 ng de cDNA foram utilizados para quantifi car a expressão gênica e a expressão do RNA ribossomal 18S foi usada como controle interno e para a normalização dos resultados. Resultados e Conclusão: Como esperado, encon-tramos diminuição signifi cativa na expressão da desiodase tipo I nos animais ho tanto aos 9 dias (wt: 1 ± 0,03 hm:0,02 ± 0,01, p < 0,001) quanto adultos (wt: 1 ± 0,17, ho:0,21 ± 0,23, p < 0,05). Após a indução do hipo e do hipertireoidismo, observamos que o T3 foi capaz de es-timular a expressão da DI nos animais wt (hipo:1 ± 0,2, hiper:13,68 ± 0,17, p < 0,05), enquanto que os ho se mostraram resistentes ao trata-mento com T3 (hipo:0,26 ± 0,04 hiper:0,08 ± 0,04, p > 0,05).Nos animais sem tratamento, tanto aos 9 dias de idade (wt: 1 ± 0,03, ho: 0,02 ± 0,01, p < 0,001), quanto na vida adulta (wt: 1 ± 0,17, ho: 0,21 ± 0,23, p < 0,05), a DI se encontrava diminuída nos animais ho quando com-parados aos wt, apesar dos altos níveis de HTs nos ho, confi rmando a resistência periférica desses animais aos HT. Quando avaliamos a expressão da Gst nos animais adultos, sem tratamento, observamos perfi l semelhante à regulação do TSH hipofi sário, também regulado negativamente por HT. A expressão da Gst se encontra muito aumentada em relação aos wt (wt: 1 ± 0,24, ho: 3,84 ± 1,7, p < 0,05). Entretanto, aos nove dias de idade, e após a indução do hipo- e do hipertireoidismo, os resultados foram inesperados. Os ho, tanto aos nove dias (-90% p < 0,001), quanto após o tratamento com somente PTU e MMI (wt: 1 ± 0,02, ho: 0,42 ± 0,1), apresentaram níveis de expressão da Gst signifi cativamente dimi-nuídos em relação aos animais wt. Mais estudos serão realizados para traçar o perfi l de expressão da Gst e DI em outros tecidos, como os rins, e confi rmar os dados preliminares obtidos quanto a expressão da Gst no hipo e hipertireoidismo. Apoio fi nanceiro: CNPq, Faperj

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S293

PT. 007REGULAÇÃO DO CONTEÚDO DA CINASE ATIVADA POR ADENOSINA MONOFOSFATO (AMPK) NO TECIDO ADIPOSO

RETROPERITONEAL EM RATOS HIPO E HIPERTIREÓIDEOS

Andrade BM1; Araujo RL2; Carvalho DP3

1Fisiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); 2Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF)da UFRJ

Introdução: Os efeitos dos hormônios tireóideos (HT) sobre o gasto energético são bem descritos na literatura. Diversos trabalhos realizados na década de 70 avaliaram os efeitos dos HT sobre o metabolismo de glicose e ácidos graxos, entretanto, os mecanismos celulares envolvidos nesses efeitos ainda não foram esclarecidos. É consenso que o hipertireoidismo induz diminuição da gordura corporal, enquanto há controvérsias com relação às alterações na composição corporal provocadas pelo hipotireoidismo. Porém, tanto no hiper- quanto no hipotireoidismo, as vias de sinalização celular que levam a mudanças na composição corporal e na sensibilidade à insulina ainda não foram estabelecidas. Além disso, as doses de T4 utilizadas na maioria desses estudos variam entre 50-250 µg/100g p.c., o que leva à tireotoxicose, difi cultando ainda mais a análise dos resultados em termos fi siopatológicos. Recentemente, foi demonstrado que a cinase ativada por AMP (AMPK) é uma enzima relacionada à regulação do balanço energético, modulando a captação de glicose e ácidos graxos, bem como o armazenamento e utilização desses substratos em diversos tecidos. No entanto, apesar dos hormônios tireóideos exercerem papel importante na regulação do metabolismo lipídico e glicídico, a modulação da AMPK por esses hormônios ainda não foi estudada.Objetivo: Nossos objetivos foram avaliar os efeitos do hipo- e hipertireoi-dismo sobre a modulação da enzima AMPK no tecido adiposo branco retroperitoneal de ratos adultos. Metodologia: Foram utilizados ratos Wistar machos de 3 meses de idade tratados, diariamente, por 21 dias com tiroxina (T4 - 10µg/100g p.c., SC) ou metimazol (MMI 0,03%) na água de beber. O peso corporal e a ingestão alimentar foram avaliados duas vezes por semana; o consumo de oxigênio, a atividade motora es-pontânea e o teste de tolerância à glicose (TTG) foram realizados antes e após o tratamento. O conteúdo de AMPK total no tecido adiposo retroperitoneal foi avaliado através da técnica de immunobotting ao fi nal do tratamento. Resultados: Ambos os tratamentos (T4 e MMI) levaram à redução no ganho de peso corporal quando comparados ao grupo controle (p < 0,01). Os animais hipertireóideos apresentaram redução nos compartimentos de gordura retroperitoneal (p < 0,05) e epididimal (p < 0,001) e aumento na ingestão alimentar (p < 0,01). O grupo hipotire-óideo não apresentou diferença nesses parâmetros. Os resultados do grupo hipertireódeo estão de acordo com o aumento signifi cativo do consumo de oxigênio encontrado (p < 0,05); por outro lado, houve diminuição no consumo de oxigênio dos animais hipotireóideos (p < 0,01), conforme previamente descrito na literatura. A tolerância à glicose diminuiu no hipotireoidismo e aumentou no hipertireoidismo, ambos signi-fi cativamente. No hipotireoidismo houve aumento da expressão de AMPK (p < 0,05) no tecido adiposo, sem alterações signifi cativas no hiper-tireoidismo. Conclusão: Esses achados corroboram estudos anteriores sobre os efeitos dos HT na regulação do balanço energético e demonstram que há regulação da AMPK pelos hormônios da tireóide no tecido adiposo branco retroperitoneal, o que pode estar relacionado às alterações no metabolismo deste tecido. Apoio fi nanceiro: CNPq, Faperj

PT. 008MODULAÇÃO DA EXPRESSÃO DOS RECEPTORES DE ÁCIDO RETINÓICO (RAR E RXR) PELA TIREOTROFINA E PELO ÁCIDO

RETINÓICO EM CÉLULAS TIREÓIDEAS NORMAIS PCCL3

Souza ECL1; Coelho SM1; Alves LM2; Takiya CM2; Nasciutti LE2; Carvalho DP1

1Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBCCF-UFRJ); 2Instituto de Ciências Biomédicas (IBC) da UFRJ

O ácido retinóico (AR) tem sido usado para o tratamento rediferenciador do carcinoma diferenciado avançado da tireóide. Pouco se sabe sobre a regulação dos receptores de AR na tireóide. Na tentativa de determinar o mecanismo usado pelo AR, tivemos como objetivo avaliar os efeitos do ácido retinóico sobre a função do co-transportador sódio/iodeto (NIS) e a regulação da expressão dos receptores de ácido retinóico RAR (alfa, beta e gama) e RXR (alfa, beta e gama) na linhagem de células tireóideas PCCL3. As células PCCl3 foram tratadas por 72 horas com 1uM de all-trans-AR, 1uM de 13-cis-AR ou veículo (0,1% etanol), na presença ou ausência de TSH. O AR não alterou a viabilidade celular medida pelo MTT. Também não encontramos alterações provocadas pelo AR na morfologia celular, quando analisada por microscopia de contraste de fase. O AR diminuiu signifi cativamente a captação de iodeto pelas células, assim como a expressão do mRNA do NIS avaliada por RT-PCR. Apesar desta diminuição, a proteína NIS continuou presente devido a sua longa meia-vida, porém o tratamento com AR diminuiu a sua trans-locação para a membrana plasmática. A avaliação da expressão e localização celular dos receptores foi feita por imunocitoquímica. Observamos que os receptores RARalfa, RXRalfa e RXRbeta estão expressos e localizados no núcleo das células. O RARbeta e o RXRgama localizou-se no citoplasma celular. O receptor RARgama não está expresso nestas células. O tratamento com AR regulou negativamente a expressão de dois receptores de AR, o RARalfa e o RARbeta. Na ausência de TSH por 48h observamos diminuição da captação de iodeto e diminuição signifi ca-tiva na expressão desses receptores. Ao repormos o TSH por 48h, observamos que há retorno da captação de iodeto sem o retorno da expressão dos receptores RARalfa e RARbeta. Nesse momento, as células que não expressam os RARs foram tratadas com AR e TSH. Observamos a mesma redução da captação de iodeto observada quando o tratamento foi feito na presença dos receptores. Concluímos que o AR diminui a captação de iodeto das células PCCL3 devido à reduzida expressão de mRNA do NIS e por este não conseguir translocar-se efi cientemente para a membrana. A célula PCCL3 expressa quase todas as isoformas dos receptores de AR, exceto o RARgama, pelo menos quando na presença de TSH. O TSH e o AR modulam positiva ou negativamente os receptores RAR, respectivamente. A reposição do TSH restabelece a captação de iodeto sem que seja necessária a re-expressão dos receptores RAR. O tratamento com AR diminuiu a captação de iodeto mesmo quando feito na ausência dos RARs, sugerindo que o AR possa atuar diminuindo a captação de iodeto via os RXRs ou por efeitos não genômicos. Apoio fi -nanceiro: Capes, Faperj, CNPq.

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S294

PT. 009EFEITO DA ADMINISTRAÇÃO DE BAIXA DOSE DE LEPTINA SOBRE A FUNÇÃO TIREÓIDEA DE RATOS WISTAR MACHOS

SUBMETIDOS À RESTRIÇÃO ENERGÉTICA

Araujo RL1; Andrade BM2; Leandro MS1; Ferreira ACF1; Carvalho DP1

1Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBCCF-UFRJ); 2Fisiologia-UFRJ

Introdução: Durante períodos de privação energética, as concentrações séricas de leptina, T3, T4 e TSH, assim como, a atividade da enzima desiodase do tipo I (D1) estão diminuídas. Postula-se que a redução sérica de leptina determine inibição da liberação de TRH que, por sua vez, leva à diminuição de TSH, conduzindo assim à redução da função tireóidea. A normalização dos níveis circulantes de leptina durante o jejum causa retorno da função tireóidea ao normal, devido à normalização do TSH circulante. A presença de receptor para leptina na tireóide e sua ação direta sobre tireócitos vem sendo demonstrada, no entanto, o papel regulador desse hormônio sobre a glândula durante a restrição ener-gética prolongada, ainda é desconhecido. Objetivo: Avaliar os efeitos da administração de baixa dose de leptina sobre a função tireóidea de ratos submetidos ou não a restrição alimentar por 25 dias. Material e Métodos: Ratos Wistar machos de 3 meses de idade foram submetidos ou não à restrição alimentar (40%) por 25 dias e tratados ou não com leptina (10 mg/100 g p.c., SC, 2 vezes ao dia), durante os últimos 10 dias de restrição. A função tireóidea foi avaliada através da medida da função do co-transportador de sódio e iodeto (NIS), pela captação de radioiode-to 15 minutos após sua administração, e da atividade da tireoperoxidade (TPO). Além da função tireóidea, avaliamos a interação entre a privação energética e a administração de baixa dose de leptina, através das medidas de peso corporal e gorduras retroperitoneal e epididimal. Resultados: Nossos resultados demonstram que a função do NIS não foi alterada durante a restrição alimentar, permitindo, assim, aporte adequado de io-deto à tireóide, porém a atividade da enzima TPO foi signifi cativamente reduzida (p < 0,05), sugerindo um comprometimento na organifi cação do iodo, que pode ter sido causado pela redução do TSH sérico. Surpreendentemente, a administração de baixa dose de leptina determinou redução (p < 0,05) na atividade do NIS, tanto nos animais submetidos à privação energética de 40% como nos animais que tiveram livre acesso à ração, enquanto a TPO não foi modifi cada. O grupo em restrição alimentar apresentou redução do peso corporal e dos conteúdos de gordura retroperitoneal e epididimal. No grupo com livre acesso à ração, o tratamento com baixa dose de leptina resultou em redução de peso corporal (p < 0.05) e no conteúdo de gordura retroperitoneal (p < 0,01); no entanto, o tratamento com leptina não acentuou as modifi cações já resul-tantes da restrição alimentar, corroborando achados prévios de outros autores. Conclusão: Durante a restrição alimentar ocorreu diminuição signifi cativa da TPO, mas não da captação de iodeto, apesar do TSH sérico diminuído. Assim, demonstramos que a regulação do NIS nessas circunstâncias relaciona-se mais ao conteúdo intraglandular de iodo organifi cado. Além disso, a leptina exerceu ação inibitória sobre a função do co-transportador sódio/iodeto, tanto nos animais alimentados ad libitum quanto naqueles em restrição energética, comprovando ação direta da leptina sobre a função tireóidea. Apoio fi nanceiro: CNPq e Faperj.

PT. 010A EXPOSIÇÃO MATERNA À NICOTINA NA LACTAÇÃO ALTERA A VIA DE SINALIZAÇÃO DA LEPTINA NA TIREÓIDE DA PROLE

AOS 15 DIAS DE VIDA

Santos-Silva AP1; Oliveira E2; Fagundes ATS2; Rios AS1; Passos MCF3; Moura EG2; Lisboa PC1

1Departamento de Anatomia do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Ibrag-Uerj); 2Departamento de Ciências Fisiológicas (DCF) da Uerj; 3DFE da Uerj

Introdução: Sabemos que o tabagismo na gestação causa baixo peso ao nascer1. Estudos epidemiológicos associam o fumo à disfunção tireoi-deana2, embora não seja claro quais componentes do tabaco afetam a tireóide. Anteriormente demonstramos que a prole de ratas lactantes ex-postas à nicotina apresenta um hipotireoidismo primário aos 15 dias de vida. A leptina, hormônio principalmente secretado pelos adipócitos, controla a saciedade e o gasto energético, além de regular o eixo hipotálamo-hipófi se-tireóide e o metabolismo desiodativo. O seu receptor (OB-R) já foi identifi cado em células tireoideanas, sendo possível que a leptina regule diretamente a função da glândula3. Objetivo: Neste tra-balho avaliamos os efeitos da exposição materna exclusiva à nicotina durante a lactação sobre a expressão das proteínas da via de sinalização da leptina na tireóide da prole aos 15 dias de vida. Materiais e Métodos: Após 48h do parto, ratas Wistar lactantes foram aleatoriamente separadas em dois grupos experimentais: nicotina (NIC) – receberam implante via SC de minibombas osmóticas liberando nicotina (6 mg/kg/dia por 14 dias) e controle (C) – receberam minibombas osmóticas liberando salina pelo mesmo período. As proles NIC e C foram sacrifi cadas aos 15 dias de vida. Monitoramos o peso corporal (PC). Pesamos a massa de gordura visceral (MGV) para estimar a adiposidade central. Determinamos o conteúdo corporal de gordura total pelo método da carcaça. Dosamos a concentração sérica de leptina por radioimunoensaio específi co. Quan-tifi camos a atividade desiodase tipo 1 (D1) no fígado através da liberação de 125I de 125I-rT3, para confi rmar o hipotireoidismo. As proteínas da via de sinalização da leptina (OB-R, JAK-2) na tireóide foram avaliadas por Western Blotting. Resultados: Embora sem exibir alteração de PC ou de leptinemia, a prole NIC aos 15 dias de vida apresentou maior MGV (+63%, p < 0,05) e gordura total (+36%, p < 0,05). A atividade D1 hepática foi menor na prole NIC (-26%, p < 0,05), corroborando o seu estado hipotireoideo. Estes animais apresentaram menor conteúdo das proteínas OB-R e JAK-2 na tireóide (-57%, -50%, p < 0,05 respectivamente) em comparação ao grupo C. Conclusões: A redução da D1 hepá-tica e o acúmulo de adiposidade podem se dever a hipofunção tireoideana exibida pela prole lactente ao fi nal da exposição materna à nicotina. O hipotireoidismo primário nos ratos neonatos expostos à nicotina, em parte, pode ser decorrente da redução da via de sinalização da leptina na tireóide, uma vez esta estimula a liberação de T4 e T3. Além disso, é possível que o hipotireoidismo possa estar regulando a via de sinalização da leptina. Apoio fi nanceiro: Capes, CNPq, Faperj e SBEM (Dep de Tireóide).

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S295

PT. 011REGULAÇÃO DA FUNÇÃO TIREÓIDEA EM RATOS TRATADOS COM ÁCIDO RETINÓICO

Muhlbauer M1; Silva ACM1; Marassi MP1; Ferreira ACF1; Carvalho DP1

1Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBCCF-UFRJ)

Introdução: O ácido retinóico (AR) tem sido utilizado para aumentar a captação de radioiodo em pacientes com câncer de tireóide não-respon-sivo ao tratamento com radioiodoterapia. O objetivo do tratamento é promover aumento da capacidade de concentrar o radioiodo pela massa tumoral, visando viabilizar a radioiodoterapia. Como este medicamento está sendo usado para aumentar a captação de radioiodo por outros tipos de tumores, como o carcinoma de mama, é importante conhecermos a ação do AR sobre a glândula tireóide normal. Objetivos: Avaliar os efeitos da administração dos isômeros do ácido retinóico, ácido all-trans-retinóico (Trans) e ácido 13-cis retinóico (Cis), sobre a função tireóidea normal. Material e Métodos: Ratos Wistar machos adultos foram divididos nos seguintes grupos: controle (C), animais tratados com Trans e Cis, na dose de 100 mg/100 g PC por dia, via subcutânea, durante 14 ou 28 dias. Ao término do tratamento, os animais foram sacrifi cados por decapitação. Em metade dos animais de cada grupo experimental foi injetado 125I, 15 minutos e 2 horas antes do sacrifício. As tireóides foram excisadas, pesadas e radioatividade medida em contador gama. Em seguida, as amostras foram armazenadas a -20 ºC para dosagem da atividade da tireoperoxidase. Parte das tireóides, fígados, rins e hipófi ses foram armazenados a -80 ºC para posterior análise da atividade da D1. O sangue foi coletado no momento do sacrifício e o soro separado para a realização de dosagens hormonais por radioimunoensaio (RIE). Resultados: Não foram observadas diferenças signifi cativas entre os grupos com relação aos níveis séricos de hormônios tireóideos, ganho de peso corporal, peso da tireóide, atividade da enzima tireoperoxidase ou em relação à atividade da enzima desiodase tipo I (D1) no fígado, rim e tireóide tanto nos tratamentos por 14 e 28 dias. Na hipófi se, a D1 diminuiu signifi cativamente após o tratamento por 14 dias com o uso dos dois isômeros (C = 3,47 ± 0,532 n = 16; Trans = 1,92 ± 0,185 n = 19 p < 0,01; Cis = 2,17 ± 0,264 pmoles rT3/min.mg proteína n = 17 p < 0,05). O peso da hipófi se também sofreu diminuição signifi cativa com o uso do isômero Cis por 14 dias de tratamento (C = 2,25 ± 0,125 n = 16; Cis = 1,77 ± 0,128 mg/100mgPC n = 18 p < 0,05). O tratamento com Cis por 28 dias aumentou signifi cativamente a captação de radioiodo através do NIS – captação de 15 minutos (C = 0,028 ± 0,0018 n = 10; Cis = 0,035 ± 0,0019%125I/mg tireóide n = 11; p < 0,05) e o tratamento com Trans por 14 dias diminuiu signifi cativamente a captação de radioiodo por 2 horas (C = 1,91 ± 0,208 n = 11; Trans = 1,50 ± 0,154%125I/mg tireóide n = 13 p < 0,01). Conclusão: Concluímos que os dois isômeros regulam a atividade de D1 na hipófi se e o isômero Cis afeta o peso da glândula. Mas não houve alteração dos níveis dos hormônios tireóideos. O isômero Cis do ácido retinóico age sobre a tireóide, aumentando a captação de radioiodo pelas células normais. A captação de 2 horas, que corresponde à capacidade de organifi cação do iodo, está diminuída nos animais tratados com o isômero Trans por 14 dias. Os efeitos do AR parecem, portanto, ser tempo-dependentes, sugerindo que a resposta possa mudar devido a mudanças no repertório de receptores ao longo do tratamento. Apoio fi nanceiro: Finep, Faperj, CEPG/UFRJ, CNPq.

PT. 012INFLUÊNCIA DO ÓLEO DE PEIXE SOBRE O METABOLISMO LIPÍDICO: POSSÍVEL ENVOLVIMENTO DA AÇÃO DOS HORMÔNIOS

TIREOIDEANOS

Souza LL1; Nunes MO1; Oliveira KJ1; Penha-Pinto V2; Neto JFN2; Tavares do Carmo MG3; Pazos-Moura CC1

1Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBCCF-UFRJ); 2Laboratório de Lípides do Hospital Universitário Pedro Ernesto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Lablip-Hupe-Uerj); 3Instituto de Nutrição Josué de Castro (INJC) da UFRJ

Introdução: Fatores dietéticos têm demonstrado infl uência sobre a função tireoideana cuja capacidade de modular a transcrição gênica, via seu re-ceptor nuclear, determina seus efeitos sobre o metabolismo lipídico. O óleo de peixe, fonte de ácidos graxos poliinsaturados da série n-3 (AGPI n-3), também tem forte infl uência sobre o metabolismo lipídico através da modulação de receptores nucleares, gerando aumento da beta-oxidação via ativação de peroxisome proliferator-activated receptors (PPAR) e redução na lipogênese através da inibição do liver versus receptor (LXR) e sterol-regu-latory element biding protein (SREBP). Estes são mecanismos propostos para o menor peso corporal, de tecido adiposo e concentração de triglicerí-deos induzidos pela ração hiperlipídica contendo óleo de peixe em relação a outros óleos vegetais. Investigamos a hipótese que a modulação da produção e/ou ação dos hormônios tireoideanos seja mais um dos mecanismos dos AGPI n-3 para determinar seus efeitos sobre o metabolismo li-pídico. Objetivo: Avaliar a infl uência da ração com óleo de peixe sobre tireotrofi na (TSH), hormônios tireoideanos (HT) séricos e expressão do seu receptor hepático. Metodologia: Ratas receberam ração normocalórica e normolipídica contendo óleo de soja (OS - obtido comercialmente) ou óleo de peixe (OP – ROPUFA ´75´ n-3 EE Oil - DSM Nutritional Products) como fonte lipídica, durante a lactação. A prole, após o desmame, perma-neceu com a mesma ração até o sacrifício com 11 semanas de idade. As dietas foram elaboradas no nosso laboratório de acordo com as recomendações do American Institute of Nutrition. Peso corporal e consumo alimentar foram verifi cados semanalmente. Foi utilizado Western blotting para avaliação da expressão do receptor de hormônio tireoideano beta1 (TRb1) no fígado e radioimunoensaio para dosagem dos hormônios tireoideanos e de TSH. Triglicerídeos, colesterol total e frações foram quantifi cados por kits específi cos. Resultados: O grupo OP apresentou menor peso corporal a partir da 5ª semana de idade, permanecendo com esta diferença até o sacrifício (OS = 313,6 ± 11,1 e OP = 234,1 ± 11,5g, p < 0,001), apesar do consumo alimentar não diferir ao longo do tratamento. Este apresentou maior massa por grama de peso corporal de tecido cardíaco (OS = 3,0 ± 0,1 e OP = 3,7 ± 0,2mg/g, p < 0,05) e hepático(OS = 36 ± 0,6 e OP = 38,9 ± 1,2mg/g, p < 0,05), e menor massa de tecido adiposo retroperitoneal (OS = 11,2 ± 1,6 e OP = 6,4 ± 0,7mg/g, p < 0,05). Triglicerídeo e colesterol total sofreram uma redução de 60,3 e 28,6%, respectivamente, em relação ao OS. Não houve diferença no T3 (OS = 83,5 ± 3,8 e OP = 80,5 ± 4,8 ng/dL), T4 (OS = 4,5 ± 0,4 e OP = 4,1 ± 0,4 ug/dL) ou TSH (OS = 1,46 ± 0,7 e OP = 2,03 ± 0,2 ng/ml) desses animais, no entanto, a expressão hepática do TRb1 aumentou em torno de 28% (p < 0,001) no grupo OP. Con-clusão: Estes dados sugerem que os AGPI presentes no OP, apesar de não infl uenciarem as concentrações de HT, parecem facilitar sua ação no teci-do hepático, através do aumento do número de receptores disponíveis para sinalização celular. Este mecanismo pode estar envolvido nas alterações no metabolismo lipídico observadas nas dietas ricas em ácidos graxos poliinsaturados. Apoio fi nanceiro: Capes, Faperj, CNPq.

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S296

PT. 013PERFIL LIPÍDICO E GLICÊMICO DE RATOS OBESOS COM RESTRIÇÃO CALÓRICA E ADMINISTRAÇÃO DE T3

Sibio MT1; Luvizotto RAM1; Conde SJ1; Olimpio RMC1; Nascimento AF1; Lima-Leopoldo AP1; Leopoldo AS1; Nogueira CR1

1Disciplina de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FMB-Unesp)

Introdução: Obesidade é uma alteração do estado nutricional, caracterizada por hipertrofi a e hiperplasia de células, levando ao aumento do risco de desenvolver outras doenças. Para a perda de peso as estratégias mais utilizadas são a redução da ingestão calórica e o aumento da atividade física. Dietas hipocalóricas são usadas para tratar a obesidade por apresentar papel central na redução de gordura em obesos. Os hormônios tireoidianos (HT) estão envolvidos na regulação do gasto energético e na termogênese, e sua disfunção é associada com mudanças no apetite e peso corporal. Administração de HT resulta em aumento da perda de peso, e a sua suplementação, durante dieta de muito baixo valor calórico, é preferencialmen-te a prevenção da hipoglicemia ou melhoria da hiperlipidemia. Objetivo: Verifi car a infl uência do HT sobre o perfi l lipídico e glicêmico de ratos obesos submetidos à restrição alimentar. Material e Métodos: Foram utilizados ratos Wistar machos, com 30 dias de idade, separados em dois grupos, controle (C) e obeso (OB). Os animais C receberam ração comercial e os OB ciclos de dietas hipercalóricas, por 15 semanas. Após o perí-odo de indução de obesidade, os animais OB foram separados em 2 grupos: OB (continuaram recebendo dietas hipercalóricas) e RIA (restrição alimentar – passaram a ser alimentados com dieta comercial e receberam 75% do total ingerido pelo grupo C), por 30 dias. Após este período, o grupo RIA foi separado em outros dois grupos, RIA e Restrição Alimentar com administração de HT (RHT) na dose de 0,5 mg/100g de peso, por 30 dias. Ao fi nal do trabalho foi realizado o perfi l lipídico e glicêmico dos aniamis. Para análise estatística dos resultados foi utilizada a técnica de análise de variância complementada com o teste de Bonferroni. O nível de signifi cância adotado foi de 5%. Resultados: Não houve diferença estatística de perda de peso entre os animais RIA e RHT (15,1% e 18,3%, respectivamente), contudo houve redução signifi cativa em relação aos OB. As dietas hipercalóricas aumentaram de maneira signifi cativa a quantidade de gordura da carcaça do grupo OB em relação aos demais grupos. O grupo RHT, por sua vez, foi semelhante aos grupos RIA e C. O perfi l lipídico dos animais OB apresentou aumento em todas as variáveis, enquan-to o grupo restrito níveis de colesterol maior, triglicérides menor e HDL semelhante ao grupo C. O grupo RHT apresentou níveis de triglicérides e colesterol semelhante ao grupo RIA e HDL semelhante ao grupo OB. As dietas hipercalóricas não causaram elevação da glicose de jejum, mas causaram aumento signifi cativo da glicose nos momentos 180 e 240 minutos. Os grupos RIA e RHT apresentaram o mesmo comportamento do grupo C, evidenciando uma melhora à tolerância à glicose, provavelmente, devido a perda de peso desses animais. Conclusão: A dieta hipercalóri-ca induziu acentuado ganho de peso e levou à hipercolesterolemia, hipertrigliceridemia e hiperglicemia nos momentos fi nais do GTT, sugerindo resistência à insulina. Os animais restritos apresentaram níveis de TG diminuídos, enquanto os RHT além da diminuição de TG houve aumento de HDL, ambos melhoraram a sensibilidade à insulina. Apoio fi nanceiro: Capes.

PT. 014DISGENESIA TIREOIDEANA: EXPRESSÃO DE MICRORNAS EM TIREÓIDE ECTÓPICA

Rubio IGS1; Leone V2; Fusco A3; Perone D4; Nogueira CR4; Tincani AJ1; Costa MC1; Knobel M1; Medeiros G1

1Laboratório de Investigação Médica de Endocrinologia Celular e Molecular (LIM/25) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); 2CEINGE, Biotecnologie Avanzate, Napoles, Italia. NOGEC, Naples Oncogenomic Center; 3CEINGE, Biotecnologie Avanzate, Napoles, Italia. NOGEC, Naples Oncogenomic Center; 4Disciplina de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FMB-Unesp)

A organogênese da glândula tireóide tem início a partir do espessamento endodérmico mediano, no assoalho da faringe primitiva. O divertículo desloca caudalmente e no fi nal da sétima semana de gestação posiciona-se na região cervical. As disgenesias tireoideanas (DT) ou falhas no desen-volvimento da glândula (ectopia, hipoplasia e agenesia) são as causas mais comuns de hipotireoidismo congênito. Os mecanismos moleculares res-ponsáveis pelas DTs ainda são pouco conhecidos. O padrão de expressão e função do programa transcricional específi co da célula tireoideana, que inclui os genes FOXE1, NKX2.5, TTF1, PAX8, HEX e TSHR, é amplamente conservado na maioria dos vertebrados. Os microRNAs são molécu-las não codifcantes que reprimem a expressão gênica de outros genes. O estudo do genoma humano permitiu identifi car centenas de genes cujos transcritos contém seqüências potencialmente alvo de um ou mais microRNA. A repressão gênica através dos microRNAs parece ser um dos meca-nismos que garante a regulação e expressão coordenada de genes durante a diferenciação celular. O objetivo deste estudo foi analisar o padrão de expressão dos microRNAs em tecido de tireóide ectópica humana comparando-os com a expressão em tecido de tireóide normal. Para identifi car microRNAs diferencialmente expressos foram utilizados microarranjos contendo 400 oligonucleotideos de microRNAs. Três amostras de RNA foram extraídas de tecido tireoideano ectópico colhido durante cirurgia, outras 3 amostras de RNA foram extraídas de tecido ectópico presente em bloco de parafi na. Também foi empregada amostra de RNA de tecido de tireóide normal. Vários microRNAs foram identifi cados como diferencial-mente expressos após a hibridição dos microarranjos. Para validar os resultados, foi quantifi cada a expressão dos microRNAs mir-1 e o mir-147 por PCR em tempo real utilizando a quantifi cação do mir-U6 como controle interno. Nas 6 amostras de tecido ectópico o mir-1 apresentou menor expressão que no tecido normal. Expressão diminuída também foi observada para o mir-146 em 5 amostras de RNA ectópico. Entre os genes alvos do mir-1 encontram-se genes associados ao desenvolvimento tireoideano. O fator embrionário tireotrófi co (TEF) é um desses genes cuja expressão restringe-se ao desenvolvimento da glândula pituitária anterior, coincidentemente com a aparição do hormônio estimulante da tireóide beta (TSHb). Outro gene-alvo interessante é o receptor do fator de crescimento de fi broblastos substrato 2 FRS2, que participa da resposta celular induzida via o FGF que inclui a ativação das MAPK e PI-3 quinases, migração e proliferação celular e serve como ancora do receptor FGFR. Já foi demonstrado, em modelo de “zebra fi sh”, que a via de sinalização do FGF é necessária para o desenvolvimento da tireóide. Estudos de RNA de interferência estão sendo realizados para podermos verifi car o real envolvimento da ação do mir-1 no desenvolvimento da célula tireoideana. Este é o primeiro estudo que avalia micro-RNAs em tireóide humana e abre uma nova perspectiva no entendimento do desenvolvimento da glândula tireoideana embrioná-ria. Apoio fi nanceiro: Fapesp e Instituto da Tireóide

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S297

PT. 015A BUSCA DE FATORES ETIOLÓGICOS PARA DISGENESIAS TIREOIDEAS: RASTREAMENTO DE MUTAÇÕES SOMÁTICAS NO

GENE FOXE1

Mezalira PR1; Perone D2; Nogueira CR3; Costa MC4; Knobel M5; Medeiros-Neto G4; Rubio IGS5

1Laboratório de Investigação Médica de Endocrinologia Celular e Molecular (LIM/25) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); 2Endocrinologia/Metabologia HC da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp); 3Disciplina de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB) da Unesp; 4Disciplina de Endocrinologia e Metabologia Departamento de Clínica Médica da FMUSP; 5Unidade de Tireóide da Dis-ciplina de Endocrinologia e Metabologia Departamento de Clínica Médica da FMUSP

Falhas no desenvolvimento da tireóide ou disgenesia tireoideana são defeitos genéticos mais freqüentes na etiologia do Hipotireoidismo Con-gênito. As disgenesias tireoideanas incluem: agenesia glandular ou atireose que é defi nida como ausência de tecido tireóideo detectável; ectopia onde o tecido tireóideo é encontrado fora da posição cervical normal; ou hipoplasia onde a glândula possui tamanho reduzido. As falhas na migração ou ectopia podem deixar parte ou todo o tecido tireóideo na base da língua ou ao longo do trajeto do canal tireoglosso. Há relatos de tireóides ectópicas localizadas na orofaringe, na região infrahiodea, na laringe, na traquéia, no mediastino, no esôfago, no coração, em linfonodos cervicais e na base da língua. Casos familiares de disgenesias tireoideanas são mais freqüentes que casos esporádicos, o que sugere a presença de um componente genético nas doenças. Contudo mutações em genes envolvidos no desenvolvimento tireoideano (FOXE1, PAX8, TSHR, TTF1 e NKX2.5) foram identifi cadas em poucos casos. Além disso, a existência de discordância para o hipotireoidismo congênito em gêmeos mono-zigóticos sugere que a etiologia das disgenesias tireoideanas sejam eventos genéticos pós zigóticos com herança não mendeliana e/ou mutações somáticas. É sabido que o gene FOXE1 é essencial para o controle da migração da e proliferação dos precursores das células tireoideanas. Este estudo teve como objetivo rastrear mutações somáticas no gene FOXE1 em pacientes com ectopia tireoideana. Foram estudadas três amostras de tecido de tireóide ectópica obtidos após cirurgia. A seqüência completa do gene FOXE1 foi analisada por sequenciamento. Nos três tecidos foi identifi cada a substituição em heterozigose T > C 1048, que não muda a seqüência protéica. Também foi localizada a deleção de seis pares de bases (CCGCCG) em homozigose em duas amostras. Esta deleção leva à perda de duas alaninas de uma seqüência de 16 alaninas da proteína, fi cando com 14 alaninas. Em nove indivíduos brasileiros sem doença tireoideana a alteração T > C 1048 foi identifi cada em todos em heterozi-gose. A deleção CCGCCG foi identifi cada em homozigose em cinco indivíduos controles. Em estudo recente na população francesa sugeriu a existência de efeito protetor da seqüência de 16 alaninas contra a ocorrência da disgenesia tireoideana. Contudo, esse efeito protetor não foi observado na população italiana. Como conclusão, não foram identifi cadas mutações somáticas nas três amostras de tecido tireoideano ectópico. As duas alterações de seqüência nos tecidos dos pacientes com ectopia podem ser consideradas polimorfi smos por presença em alta freqüência na população brasileira. Este estudo corrobora que as mutações de FOXE1, tanto somáticas quanto germinativas são raras, confi rmando o con-senso de que a disgenesia tireoideana é de origem multifatorial. Apoio fi nanceiro: Fapesp e Instituto da Tiróide

PT. 016REGULAÇÃO DA REGIÃO PROMOTORA DO GENE DA DUOX 2 HUMANA POR HORMÔNIOS E FATORES DE TRANSCRIÇÃO.

Cardoso LC1; Costa MEWF1; Carvalho DP1; Santisteban P3

1Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBCCF-UFRJ); 2Instituto de Investigación Alberto Sols de la Universidad Autô-noma de Madrid

Introdução: Recentemente, dois cDNAs de duas fl avoproteínas (DUOX 1 e 2) foram clonados e foram encontradas mutações em DUOX 2 levan-do a formação de uma proteína truncada, causando hipotireoidismo por defi ciência parcial e total de H2O2 na tireóide. Estudos acerca da regulação da expressão de DUOX 2 são escassos, porém importantes para o entendimento das causas do hipotireoidismo congênito associado à defi ciência de H2O2. Objetivo: Estudar a regulação da transcrição de DUOX 2 através da interação de FT e hormônios com a região promotora deste gene. Material e métodos: células tireóideas murinas (PCCl3) foram cultivadas em meio Coon’s F-12, contendo soro fetal bovino (SFB) 5% e fatores de crescimento (1 nM TSH, 10 µg/ml insulina, 10ng/ml somatostatina, 5 µg/ml transferrina, 10nM hidrocortisona, e 10ng/ml glycyl-L-histidyl-L-lysina acetato). Células HELA foram cultivadas em meio DMEM com 10% soro fetal bovino. O fragmento de DNA de 0,6 kpb (ptx 41), contendo a região promotora de DUOX 2 e os cDNAs dos FT, foram clonados no vetor PCDNA3. Células PCCl3 (6 x 105) e células HELA (4 x 105) foram cultivadas e transfectadas pela co-precipitação em fosfato de cálcio. O efeito dos hormônios e fatores de crescimento, foram estudados nas células PCCL3, cultivadas em meio Coon’s F-12, contendo 0,02% de SFB (starvation medium) por 72 h. Após esse tempo, TSH (1 nM ou 2 nM), insu-lina (10 ng/ml), IGF-1 (100 ng/ml) e forskolina (10 µM) foram adicionados ao meio de cultura por 24 horas. Posteriormente, as células foram coletadas para medida da atividade da luciferase e renilla, utilizada para monitorar a efi ciência da transfecção. Resultados: TSH e forscolina induzi-ram a atividade do promotor de DUOX 2, bem como insulina e IGF-1, em células PCCL3. Quanto à regulação da transcrição de DUOX 2 por FT, observamos que PAX 8 e TTF-1 (NKX2.1), isoladamente ou combinados, estimularam a atividade do promotor de DUOX 2 e Tg, usado como controle. A atividade do promotor de DUOX 2 foi modulada positivamente por CREB (Byinding element responsive to cAMP) e negativamente por DREAM, enquanto que NKX 2.5 inibiu a atividade do promotor de DUOX 2. Conclusão: A atividade do promotor de DUOX 2 parece ser modulada positivamente por AMPc, insulina e IGF-1 TTF-1 e PAX 8 estão envolvidos no controle da transcrição dos principais genes tireóideos associados à diferenciação tireóidea e também estimularam a atividade do promotor de DUOX 2 e Tg. Em células tireóideas de rato (FRTL 5), DREAM impede a ativação do promotor de Tg, impedindo a interação de TTF-1. Nossos resultados demonstram que DREAM não alterou a ati-vidade do promotor de Duox 2, no entando, quando co-transfectado com CREB, a atividade promotor de Duox 2 estava aumentada. NKX 2.5 é expresso em células progenitoras cardíacas e tireóideas e mutações no seu homeodomínio levam á defeitos cardíacos associados á disgenesia tireói-dea. A interação de NKX 2.5 inibiu a atividade do promotor de DUOX 2 em células PCCL3, sugerindo que esse fator possa interagir com outros FT tireóideos. Experimentos futuros de co-trasnfecção do promotor humano de DUOX com NKX 2.5 em células HELA, elucidarão o papel desse fator sobre o promotor humano Duox. Apoio fi nanceiro: CAPES

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S298

PT. 017REGULAÇÃO DA ATIVIDADE OXIDASE DUAL NA TIREÓIDE E NAS VIAS AÉREAS EM DIFERENTES ESTADOS TIREÓIDEOS.

Cardoso LC1; Almeida MK1; Ginabreda MGP1; Freitas ML1; Carvalho DP1; Ferreira ACF1

1Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBCCF-UFRJ)

Introdução: A síntese de H2O2 na tireóide é realizada por fl avoproteínas com atividades NADPH–oxidases-cálcio dependentes, detectadas na região apical da célula folicular. Recentemente, foram clonados os cDNAs de duas oxidases duais tireoideas (DUOX 1 e 2) e foi demonstrado que mutações na DUOX 2 humana causam hipotireoidismo devido à perda parcial ou total de atividade geradora de H2O2. Em tireócitos de suínos e caninos, a geração de H2O2 foi induzida pelo hormônio tireotrófi co (TSH). Além de fornecer H2O2 para biossíntese hormonal tireóidea, DUOX 1 e 2 são responsáveis pela produção de H2O2 no trato respiratório e sistema digestivo, respectivamente. No entanto, pouco se sabe acerca da regulação da atividade DUOX na tireóide murina, in vitro, e no trato respiratório de animais hipo e hipertireóideos. Objetivo: Estudar a regulação da atividade geradora de H2O2 em tireóides e no trato respiratório de murinos hipo e hipertireóideos. Material e Métodos: Ratos Wistar machos foram divididos em animais controle (n = 6), hipotireóideos, tratados com 0,03% de metimazole (MMI) na água de beber (n = 6), hipertireóideos, tratados com T4 (10 µg/ 100 g PC, via sc) (n = 7). Ambos os tratamentos foram realizados por 10 dias. Os animais foram sacrifi cados por decapitação e as amostras de tecidos de tireóide, traquéia e brônquios foram obtidas. O H2O2 gerado pelas frações de membra-na foi medido pelo método da escopoletina e a leitura foi feita em Fluorímetro Hitachi. Resultados: A geração de H2O2 na tireóide dos animais tratados com MMI foi cerca de 57% menor do que a dos animais controle, enquanto que a dos animais tratados com T4 foi 1,37 vezes maior. Ao contrário do observado na tireóide, a geração de peróxido de hidrogênio na traquéia estava diminuída tanto nos animias hipertireoideos (91%), quanto nos animais tratados com MMI (51% menor). A geração de H2O2 nos brônquios dos animais tratados com T4 parece estar 7,7 vezes maior que na dos animais controle, enquanto não detectamos atividade nos animais tratados com MMI. Conclusão: A regulação da ativi-dade DUOX na tireóide pelo TSH parece ser distinta da regulação da atividade e expressão dos outros marcadores de diferenciação tireóideo, como TPO e NIS, já que o tratamento com MMI, apesar de aumentar o TSH sérico, não foi capaz de estimular a geração de H2O2, enquanto que nos animais hipertireóideos que apresentam TSH diminuído, a geração de H2O2 estava aumentada. A atividade DUOX na traquéia dos animais hipertireóideos estava diminuída, demonstrando que neste tecido, o T4, parece inibir para geração de H2O2 local. Por outro lado, a geração de H2O2 aumentou nos brônquios dos animais controles hipertireóideos. Portanto, o estudo da regulação da atividade geradora de H2O2 na tireóide murina e no trato respiratório são importantes para o melhor entendimento do papel das oxidases duais tireóideas e para a defesa do sistema respiratório. Apoio Financeiro: Capes/CNPq/Faperj.

PT. 018A EXPRESSÃO PROTÉICA DA OXIDASE DUAL (DUOX) TIREÓIDEA NÃO SE CORRELACIONA À ATIVIDADE GERADORA DE

PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO EM LESÕES TIREÓIDEAS HIPOFUNCIONANTES: ESTUDO PRELIMINAR

Ginabreda MGP1; Freitas ML1; Ferreira ACF1; Cardoso LC1; Vaisman M2; Carvalho DP1

1Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBCCF-UFRJ); 2Endocrinologia HC-UFRJ

Introdução: A NADPH-oxidase tireóidea (oxidase dual-DuOx) é responsável pela geração de H2O2, cofator essencial à atividade da tireopero-xidase e etapa fundamental da biossíntese hormonal. Embora os cDNAs que codifi cam duas fl avoproteínas homólogas (DuOx1 e 2) tenham sido clonados em 2000, ainda não foi avaliada de forma sistemática a regulação da expressão e atividade das mesmas. Dados da literatura sugerem que, em diversas lesões hipofuncionantes da tireóide, tanto a expressão gênica quanto a protéica das DuOx 1 e 2 mantiveram-se normais, ou ligeiramente aumentadas. Em achados recentes do nosso laboratório, descrevemos atividades Duox em amostras de carcinoma papilífero e nos adenomas foliculares indetectáveis. Em outras lesões hipofuncionantes, as atividades foram semelhantes às encontradas nos tecidos paranodula-res. Sabe-se que a geração adequada de peróxido de hidrogênio depende não somente da expressão da DuOx, mas também, da maturação adequada da molécula e sua distribuição subcelular nos tireócitos. Para a melhor compreensão dos mecanismos de regulação dessa enzima torna-se necessário estudar a relação entre a sua expressão e a atividade enzimática nas mesmas amostras das diferentes lesões tireóideas. Objetivo: Verifi car a correlação entre a expressão protéica e a atividade geradora de peróxido de hidrogênio da DuOx em diversas lesões tireóideas. Mate-rial e métodos: Amostras de tireóide provenientes de pacientes com bócio difuso tóxico-BDT (n = 1), carcinoma folicular-CF (n = 2) e tecido paranodular-PN (n = 3) foram homogeneizadas em tampão fosfato de sódio 50 mM, pH 7,2 contendo 250 mM sacarose, 1 mM EGTA, 200 µM DTT. A seguir, centrifugou-se a 3.000xg, 15 min, 4 oC. O precipitado foi ressuspenso no mesmo tampão contendo 2 mM MgCl2. A meto-dologia de dosagem de H2O2 é baseada na oxidação da escopoletina na presença de concentrações crescentes de H2O2. A dosagem protéica de cada amostra foi feita pelo método de Bradford (1976) e a expressão protéica foi avaliada por western blot, utilizando anticorpo policlonal que abrange a região conservada L410-T423 da Duox humana. Resultados: A atividade dos tecidos PN variou entre 62 e 120 nmol.h-1.mg-1, a dos CF foram de 67 e 474 nmol.h-1.mg-1 e a do BDT foi de 345 nmol.h-1.mg-1. Quanto à expressão protéica, a banda de 165 kDa correspondente à DuOx madura foi encontrada em todas as amostras, embora em diferentes quantidades. Não detectamos correlação entre a atividade enzimática e a expressão protéica. Conclusão: A ausência de correlação entre a quantidade de DuOx expressa e a atividade geradora de H2O2 encontrada nestas amostras reforça a hipótese de que a expressão da DuOx não refl ete necessariamente a sua atividade enzimática, sendo, portanto, provável que a geração de peróxido de hidrogênio tireóidea seja fi namente regulada por fatores ainda não conhecidos. Apoio Financeiro: CNPq, Faperj

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S299

PT. 019EFEITO DO TRATAMENTO COM FLAVONÓIDES SOBRE A ATIVIDADE DA TIREOPEROXIDASE EM MURINOS

Gonçalves CFL1; Ginabreda MGP2; Carvalho DP1; Ferreira ACF1

1Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBCCF-UFRJ); 2Laboratório de Fisiologia Endócrina do IBCCF-UFRJ

Introdução: Flavonóide é o nome dado a um grande grupo de fi toquímicos ou fi tonutrientes, que compõem uma classe de substâncias aromá-ticas de origem natural, amplamente distribuída em vegetais da dieta humana. Muitos estudos prospectivos e de caso-controle evidenciam que o alto consumo de vegetais confere numerosos benefícios à saúde. Outros estudos, porém, têm indicado efeitos adversos destes compostos sobre a saúde humana, tais como genotóxicos e/ou cancerígenos ou ainda de interação com a biossíntese de hormônios tireóideos. Efeitos colaterais devido ao consumo de plantas ricas em fl avonóides podem gerar o bócio, decorrente da inibição da organifi cação do iodo, diminuição da pro-porção de radioiodo incorporado a T3 e T4 na tireóide, além da diminuição das concentrações séricas destes hormônios. Dados da literatura mostram que alguns fl avonóides causam a inibição da atividade 5’-desiodase, competição com os hormônios tireóideos pela ligação a proteínas plasmáticas e ao seu receptor nuclear, infl uência sobre o co-transportador NIS, e inibição da atividade tireoperoxidase in vitro, o que reforça a importância de se conhecer os efeitos de fl avonóides da dieta sobre a função tireóidea in vivo. Objetivo: O presente estudo pretende avaliar a possível infl uência do tratamento com fl avonóides in vivo sobre a atividade tireoperoxidase de oxidação do iodeto (TPO) in vitro em tireóides murinas. Material e Métodos: Ratos Wistar machos foram tratados com os fl avonóides: baicaleína, biochanina-A, quercetina, naringenina, na-ringina, morina, fi setina, rutina, ou catequina, por via subcutânea na dose de 10 mg/kg PC por cinco dias. Avaliamos os fl avonóides: rutina, catequina, quercetina e baicaleína na dose de 20 mg/kg PC pelo mesmo período, afi m de se obter um possível efeito dose-dependente. O gru-po controle recebeu veículo, por igual período. Ao fi nal do tratamento os animais foram sacrifi cados e tiveram suas tireóides removidas e pro-cessadas para extração da tireoperoxidase. A atividade enzimática da TPO foi determinada através do método de oxidação do iodeto. Resultados: O tratamento com a maioria dos fl avonóides, nas doses administradas não foi capaz de modular a atividade desta enzima, além de não apresentar efeito dose-dependente. Porém, o fl avonóide biochanina-A administrado na dose de 10 mg/kg PC, demonstrou capacidade de aumentar a atividade da TPO in vitro 1,82 vez mais do que o grupo controle. Conclusão: Diante desses resultados, entende-se que o tratamento com a maior parte dos fl avonóides na dose de 10 mg/kg PC não modula a atividade da TPO. Contudo, o tratamento com o fl avonóide biochanina-A é capaz de estimular esta enzima. Dados recentes sugerem ação fi toestrógena deste fl avonóide. Assim, é possível que tenha ocorrido um estímu-lo direto, por ação fi toestrógena da biochanina-A, sobre a expressão da TPO, conseqüentemente aumentando a atividade dessa enzima chave. Portanto, podemos concluir que o tratamento com o fl avonóide de ocorrência natural bichanina-A é capaz de modular a função tireóidea in vivo. Apoio fi nanceiro: CNPq, Faperj.

PT. 020ESTUDO DO POLIMORFISMO -318C > T DO GENE CTLA-4 EM PACIENTES COM HEPATITE C CRÔNICA E DOENÇA DE GRAVES

Lima EU1; Cardia MS1; Mendes-Correa2; Knobel M1; Zambrini H2; Marui S1

1Laboratório de Investigação Médica de Endocrinologia Celular e Molecular (LIM/25) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP); 2Divisão de Moléstias Infecciosas do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias do HC-FMUSP

Introdução: A hepatite causada pelo vírus C (HCV) relaciona-se com doenças tireoidianas não só por causa do tratamento com interferon-~, mas também pela associação freqüente com auto-imunidade tireoidiana. A incidência aumentada de anticorpos anti-tireoperoxidase em pacientes com HCV levanta a suspeita de uma suscetibilidade genética para doença auto-imune. O gene CTLA-4 está envolvido na manutenção da tole-rância imune e seus polimorfi smos sabidamente estão associados a doenças auto-imunes da tireóide, especialmente a doença de Graves. Consi-derando que uma resposta efi caz da célula T é vital para a resolução da infecção por HCV, modifi cações do CTLA-4 também podem infl uenciar o curso da doença. Objetivo: Estudar o polimorfi smo -318C > T do gene CTLA-4 em pacientes com doença de Graves e pacientes portadores de hepatite C crônica. Material e Métodos: Foram selecionados pacientes do Serviço de Endocrinologia do Hospital das Clínicas com diagnós-tico doença de Graves, caracterizado por hipertireoidismo associado a positividade do anticorpo anti-receptor de TSH, com ou sem oftalmopa-tia. Os pacientes portadores de HCV foram selecionados a partir da Casa da AIDS e do ambulatório de Moléstias Infecciosas do HC-FMUSP. O anticorpo anti-tireoperoxidase (anti-TPO) foi dosado por método imunofl uorimétrico. O DNA foi extraído a partir de sangue periférico e a região do promotor foi amplifi cada através de PCR. O estudo do polimorfi smo foi feito através de RFLP, usando a enzima Mse I e visualizado em gel de agarose a 3%. A presença do alelo C originou um produto não digerido de 247 pb. A presença do alelo T originou um produto dige-rido de 128 bp. Realizamos o seqüenciamento automático de 8 amostras para confi rmação da presença do alelo C e do alelo T para certifi carmos da digestão enzimática, servindo como controles da digestão. Resultados: Avaliamos 33 pacientes com diagnóstico de doença de Graves, com idade média de 41,9 ± 13,5 anos, sendo 30 do sexo feminino. O alelo C foi encontrado em 93,75% deste grupo. No grupo de HCV, avaliamos 44 pacientes com idade média de 47 ± 12 anos, sendo 26 do sexo feminino. O alelo C foi encontrado em 95,45% deste grupo. O genótipo CT foi identifi cado em 12,5 e 9% no grupo com doença de Graves e HCV, respectivamente. O genótipo CT não se correlacionou com a presença de anti-TPO em pacientes com HCV. Não encontramos diferença estatística entre os dois grupos em relação à idade e à presença do alelo T. Discussão: Dados da literatura sugerem que a presença do alelo T confere maior suscetibilidade a doença de Graves. Já nos pacientes com HCV, pode indicar não só maior suscetibilidade a doença auto-imune da tireóide, mas também uma pior evolução da infecção. Conclusão: Não en-contramos associação entre auto-imunidade tireoidiana, HCV e presença do alelo T. Porém o estudo de polimorfi smos do gene CTLA-4 deve ser ampliado para alertar o clínico sobre o aparecimento de doenças auto-imunes da tireóide em infectados pelo HCV e aqueles que apresentarão melhor evolução com tratamento com interferon. Apoio fi nanceiro: Fapesp 2006/06080-2.

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S300

PT. 021POLIMORFISMO DO GENE CTLA-4 EM ADULTOS E CRIANÇAS COM DOENÇA DE GRAVES

Namo Cury A1; Longui C2; Calmon AC3; Scalissi NM1; Salles JEN4; Kochi C2; Rocha MN5; Melo MR2; Monte O1

1Disciplina de Endocrinologia e Metabologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP); 2Endocrinologia Pediátrica da FCMSCSP; 3Clínica Médica da FCMSCSP; 4Medicina Endocrinologia da FCMSCSP; 5Laboratório de Medicina Molecular de Ciências Fisiológicas da FCMSCSP

Introdução: A doença de Graves (DG) é uma das principais doenças auto-imunes órgão específi cas mediadas por células T e corresponde a principal causa de hipertireoidismo na população mundial. A susceptibilidade para as doenças tireoideanas auto-imunes envolve complexa inte-ração entre fatores ambientais e genéticos. Dentre os fatores genéticos, já foi demonstrada a associação da DG e genes do sistema MHC classe II, como HLA-DR3 e DQA1*0501, no cromossoma 6p21. O gene CTLA-4 (cytotoxic T lymphocyte antigen-4), na região cromossômica 2q33, foi amplamente pesquisado em diversas populações, e hoje fi gura como um dos principais genes, não HLA, associados à DG. O CTLA-4 é uma importante molécula de superfície das células T que participa da interação entre linfócitos T e as células apresentadoras de antígenos; os linfócitos T são inicialmente ativados após a interação dos seus receptores a peptídeos antigênicos, no contexto do HLA classe II, concomitante a um sinal co-estimulatório, proveniente da ligação de uma proteína homóloga ao CTLA-4, o CD28, a receptores B7-1 e B7-2 (expressos nas APC) desencadeando a resposta imune com produção citoquinas e proliferação celular. As células T ativadas produzem o CTLA-4 (CD152), porém com função distinta e oposta (ao CD28) de inibir a resposta imune e suprimir a ativação das células T. Logo a interação CTLA-4/B7 participa diretamente da manutenção da homeostase imune. Seu efeito de supressão na ativação das células T despertou interesse que SNP’s no gene CTLA-4 pudessem interferir na a expressão e função da proteína CTLA4 e no desenvolvimento das doenças auto-imunes. Objetivo: Bus-camos elucidar a associação do polimorfi smo +49A > G do gene CTLA4 em crianças e adultos com DG; além de correlacionar com marcadores clínicos e laboratoriais da DG. Métodos: Investigamos em 44 crianças e 72 adultos com DG a frequência do alelo G na posição 49 do exon1 do CTLA4 comparando-os ao grupo controle, além de analisar a sua correlação com T4livre, T3, T3/T4, anticorpos anti-tireoideanos e a oftalmo-patia de Graves. Os alelos do CTLA4 foram determinados através da técnica de PCR-RFLP. Resultados: Tabela 1. Polimorfi smo do gene CTLA-4 +49A > G em adultos e crianças com doença de Graves. Não foram observadas diferenças signifi cativas do polimorfi smo +49A > G do CTLA4 entre crianças e adultos com DG quando comparado ao grupo controle ou entre si. Não houve correlação relevante entre a frequência do alelo G e a presença da oftalmopatia de Graves, sexo, idade e marcadores bioquímicos da gravidade da doença. Conclusões: O polimorfi smo +49A > G do CTLA4 parece não contribuir isoladamente para DG na população brasileira, sua frequência é similar em adultos e crianças e não se associa aos marcadores de gravidade na doença de Graves.

Genótipo Alelo

Pacientes n A/A A/G G/G p G A p

DG

Crianças 44 17 22 5 0.48 32 56 0.34

Adultos 72 26 36 10 0.20 56 88 0.11

Total 116 43 58 15 0.19 88 144 0.10

Controles 78 39 32 7 46 110

PT. 022IMMUNOEXPRESSÃO DE MUC1, MMP-2 AND MMP-9 EM PACIENTE JOVEM COM CARCINOMA BEM DIFERENCIADO DE

TIREÓIDE

Filho JG1; Kowalski LP1; Silva SD1; Cunha IW2; Buim M2

1Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia Hospital do AC Camargo da Fundação Antonio Prudente; 2Departmento do Hospital do Câncer AC Camargo da Fundação Antonio Prudente

Introdução: O carcinoma da glândula tireóide é a forma mais comum de câncer do sistema endócrino. No entanto, o carcinoma de tireóide em pacientes jovens é extremamente raro e apresenta um bom prognóstico mesmo na presença de doença metastática. Objetivo: O objetivo deste estudo é analisar a imunoexpressão de MUC1, MMP-2 e MMP-9 em pacientes jovens portadores de carcinoma bem diferenciado de tireóide. Material e Método: A determinação da imunorreatividade de MUC1, MMP-2 e MMP-9 foi realizada em 35 fragmentos de tumor de pacientes portadores de carcinoma bem diferenciado com idade até 18 anos submetidos a tratamento cirúrgico. Havia 14 pacientes do sexo masculino e 21 do sexo feminino, com idade variando de 4 a 18 anos. O tipo histológico foi: carcinoma papilífero em 31 pacientes e carcinoma folicular em 4 pacientes. O diagnóstico histopatológico de todos os casos foi revisado e analisado por um único patologista. A intensidade da imunorreativi-dade foi defi nida como 0 (negativa), 1 (fraco), 2 (moderado) e 3 (forte) de acordo com intensidade de coloração e o número de células coradas. Resultados: O MUC1 foi imunoexpresso em 28 pacientes (80%), com fraca imunorreatividade em 7 (20%) e forte em 21 (60%). A imunorre-atividade da MMP-2 foi detectada 31 pacientes (89%), sendo fraca em 10 (29%) e forte em 21 (60%). A MMP-9 foi superexpressa em 33 pa-cientes (94%), sendo fraca em 7 pacientes (20%) e forte em 26 (74%). A imunoexpressão do MUC1 não apresentou correlação com o sexo (p = 0,061), faixa etária (p = 0,092), tipo histológico (p = 0,359) e sobrevida (p = 0,475). No entanto, a imunoexpressão do MUC1 foi signifi cati-vamente relacionado com o tamanho do tumor(p = 0,006). Nenhuma diferença signifi cativa foi encontrada entre a imunoexpressão das metalo-proteinas (MMP-2 e 9) com o sexo (p = 0,544), faixa etária (p = 0,160), tamanho do tumor (0,631), tipo histológico(p = 0,148) e sobrevida (p = 0,230). Conclusões: Estudo demonstra a elevada imunoexpressão das metaloproteínas (MMP-2 e MMP-9) em carcinoma bem diferenciado de tireóide em pacientes jovens, mas não apresentando não nenhuma correlação com as variáveis clínicas e histológicas estudadas. No entanto, a imunoexpressão do MUC1 foi elevada neste grupo de pacientes e relacionada com o tamanho do tumor.

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S301

PT. 023CARACTERIZAÇÃO DO POLIMORFISMO DO GENE CTLA-4 NA POPULAÇÃO DO SUDESTE BRASILEIRO

Namo Cury A1; Longui C2; Ferraz CS3; Scalissi NM4; Salles JEN5; Rocha MN6; Melo MR2; Monte O7

1Santa Casa de São Paulo - Endocrinologia e Metabologia; 2Irmandade de Misericórdia da Santa Casa de São Paulo - Endocrinologia Pediátrica; 3Irmandade Santa Casa de Misericordia de Sao Paulo - Endocrinologia e Metabologia; 4Irmandade de Misericórdia da Santa Casa de São Paulo - Endocrinologia e Metabologia; 5Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo - Medicina Endocrinologia; 6FCMSCSP - Ciências Fisiológicas - Laboratório de Medicina Molecular; 7Irmandade de Misericórdia da Santa Casa de São Paulo - Endocrinologia

Introdução: As proteínas CD28 e CTLA4 são moléculas co-estimulatórias presentes na superfície das células T que se ligam à família B7 de receptores, expresso nas células apresentadoras de antígenos que controlam a resposta imune com geração de dois sinais, o primeiro sinal prove-niente da interação de peptídeos antigênicos a receptores nas células T, no contexto do MHC, e um segundo sinal (co-estimulatório) que ativa e promove a proliferação das células T e produção de citoquinas; onde o complexo CD28/B7 funciona com regulador positivo das células T e o CTLA4/B7 fornece um sinal inibitório necessário para limitar a proliferação das células T e regular a resposta imune. O polimorfi smo +49A > G do exon 1 do gene CTLA4 foi associado a doenças auto-imunes como a doença de Graves, diabetes tipo 1, tireoidite de Hashimoto, artrite reumatóide em estudos caso-controle. A maioria dos estudos com populações caucasianas, japonesas, chinesas ou coreanas, apresenta resultados por vezes confl itantes. A origem étnica da população brasileira é extremamente heterogênea como produto de mistura de raças de imigrantes da Europa, África, Ásia e população indígena. Objetivo: Nosso estudo buscou elucidar a freqüência do polimorfi smo +49A > G do gene CTLA4 na população de São Paulo especifi camente em indivíduos com idade superior a 60 anos, sem histórico familiar de doença auto-imune, com eutireoidismo comprovado, sem a presença de anticorpos tireoideanos e diagnóstico prévio de qualquer condição auto-imune visando estruturar um grupo controle ideal para estudos genéticos de associação com doenças auto-imunes, além de comparar a frequência deste SNP com dados de outros grupos étnicos já publicados. Métodos: Selecionamos 90 pacientes do ambulatório de geriatria do Hospital D. Pedro II da Santa Casa de São Paulo sem histórico clínico ou familiar de doenças auto-imunes. Considerando os 90 candidatos saudáveis para doenças auto-imunes coletamos TSH e T4 livre, anticorpos anti-TPO, anti-Tg e TRAb. Os pacientes em eutireoidismo comprovado sem presença de anticorpos ti-reoideanos foram analisados através da técnica de PCR-RFLP. Estudamos 78 pacientes quanto ao polimorfi smo +49A > G e comparamos a freqüência do alelo G com diferentes etnias. Resultados: Não observamos diferenças signifi cativas quanto à freqüência do alelo G, que ocorreu em 29,5% dos casos, entre as populações caucasianas e brasileiras, ou entre diferentes estudos brasileiros, porém ao comparar com grupos con-trole asiáticos verifi camos resultados signifi cativos. Conclusões: A associação de SNP’s a doenças auto-imunes, como do gene CTLA-4, depen-de da rigorosa estruturação do grupo controle. A ausência das principais doenças auto-imunes relacionadas ao CTLA-4, comprovação do eutireoidismo e verifi cação dos anticorpos anti-tireoideanos é necessária para análise fi dedigna dos resultados. O alelo G de susceptibilidade para doenças auto-imunes do nosso grupo controle se comporta de maneira distinta em populações asiáticas.

PT. 024DEFICIÊNCIA DE SECREÇÃO E RETENÇÃO DA TIREOGLOBULINA MUTADA (A2215D) ASSOCIADAS A BÓCIO E

HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO

Pardo V1; Rubio IGS1; Knobel M1; Toniolo JV2; Kopp P3; Medeiros-Neto G1

1Unidade de Tireóide do Laboratório de Investigação Médica de Endocrinologia Celular e Molecular (LIM/25) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); 2Faculdade de Medicina de Pouso Alegre - Médico; 3Northwestern University - Feinberg School of Medicine

A tireoglobulina (TG) é a proteína matriz para a síntese dos hormônios tireoideanos. Mutações no gene da TG têm sido associdas ao hipotireoidis-mo congênito (HC) em aproximadamente 7% dos casos. Este projeto visou verifi car o efeito funcional da mutação A2215D, identifi cada no gene da TG, em paciente brasileira com HC. Foram utilizados DNA de sangue periférico e amostra de tecido tireoideano da paciente colhida após tirei-dectomia total. Os métodos empregados foram: amplifi cação e sequenciamento dos 48 exons e das junções exon/intron do gene da TG, transfecção dos plasmídeos pTGWT (com o cDNA humano selvagem da TG) e pTGA2215D (com o cDNA da TG com a mutação 6701C > A) em células de mamífero (HEK293 e TSA201), quantifi cação da TG nos sobrenadantes das células transfectadas por fl uoroimunoensaio indireto, eletroforese e hibridização com anticorpos específi cos, quantifi cação da expressão gênica por RT-PCR em tempo real, imunohistoquímica com anticorpo policlo-nal anti-TG, microscopia por coloração de hematoxilina/eosina (H/E), microscopia eletrônica e microscopia imnuoeletrônica com anticorpo se-cundário conjugado com partículas de ouro coloidal. A mutação 6701 C > A foi identifi cada em homozigose no exon 38 do gene da TG (A2215D). O estudo funcional mostrou que tanto a TG mutada quanto a não mutada foram expressas pelas células de mamífero e secretadas para os sobrena-dantes. Porém, a TG mutada foi mais abundante no extrato da lise celular do que nos sobrenadantes, enquanto que a TG não mutada foi mais abundante no sobrenadante coletado 48h após a transfecção, sugerindo defi ciência de secreção coloidal da TG mutada. Esta hipótese foi confi rma-da pela quantifi cação da TG secretada, onde se verifi cou que as concentrações de TG mutada nos sobrenadantes foram extremamente baixas quan-do comparadas com os valores de TG não mutada. Para a TG mutada os valores são: 24h: indetectável, 48h: 2,1 ng/mL e 3,8 ng/mL. Para a TG não mutada: 24h: 132 ng/mL e 49,9 ng/mL; 48h: 2.450 ng/mL e 576 ng/mL. No tecido tireoideano da paciente foi detectada signifi cativa di-minução da proteína TG (9 vezes menos) e da concentração de RNAm de TG (3,68 vezes menos) quando comparado com os valores presentes em tecido de indivíduo controle. Também foi possível verifi car a diminuição na expressão de outros genes tireoideanos (NIS, TPO, TTF-1, Pax-8, rTSH e PDS). O estudo da localização da TG mutada mostrou sua presença dentro do tireócito, com presença no retículo endoplasmático rugoso (RER) em volume extremamente aumentado. A mutação A2215D localiza-se no domínio de homologia com a acetilcolinesterase, região impor-tante no processo de dimerização, estruturação e maturação da proteína. Mutações nesta região podem alterar a estrutura protéica, favorecendo sua retenção no RER pelo controle de qualidade exercido pelas chaperonas. O presente estudo funcional inédito permitiu concluir que a mutação A2215D provoca a retenção da TG no RER, por provável alteração estrutural, diminuindo sua secreção para o colóide e ocasionando o defeito de síntese hormonal e hipotireoidismo da paciente. Apoio Financeiro: Fapesp e Instituto da Tiróide.

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S302

PT. 025ASSOCIAÇÃO DA DOENÇA DE GRAVES COM POLIMORFISMO NA REGIÃO PROMOTORA, POSIÇÃO -318 DO GENE CTLA-4 NA

POPULAÇÃO BRASILEIRA

Santos RB1; Bufalo NE2; Assunçao ACL3; Machado ACB4; Chaves FR5; Romaldini JH6; Ward LS2

1PUC-Campinas - Endocrinologia; 2Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP - Laboratório de Genética Molecular do Câncer; 3. Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP -. Laboratório de Genética Molecular do Câncer; 4PUC- Campinas - Endocrinologia; 53. PUC- Campinas - 4. Endocrinologia; 63. PUC- Campinas -. 4. Endocrinologia

Introdução: O gene CTLA-4 é um inibidor essencial da ativação da célula T e elemento importante na etiopatogenia da doença de Graves (DG). Vários polimorfi smos deste gene têm sido relacionados com predisposição, quadro clínico e a gravidade das manifestações da DG, incluindo a of-talmopatia autoimune em diferentes populações. O polimorfi smo-318 (C/T-318) que afeta a região promotora do CTLA-4 ainda é pouco estudado, particularmente na população brasileira. Faltam também dados relacionados com a oftalmopatia da DG. Objetivo: Investigar a distribuição do polimorfi smo-318 do gene CTLA-4 em pacientes com DG e controles na população brasileira e avaliar a infl uência do polimorfi smo desse gene no desenvolvimento da oftalmopatia de Graves. Material e Métodos: Estudamos 101 pacientes com DG (25 homens e 76 mulheres, 87 brancos e 14 negros) diagnosticados através de critérios clínicos e laboratoriais incluindo: T3 e T4 livre, TSH, TRAb positivo e captação tiroidiana com pertec-netato ou iodo 131. A avaliação da oftalmopatia incluiu: medidas de proptose, acuidade visual, escore de atividade clínica (CAS), fenda palpebral, pressão intra-ocular e diplopia. Utilizamos a classifi cação de Werner, e consideramos ausência de oftalmopatia quando escore 0 e presença quando maior ou iqual a 1. O grupo controle foi constituído por 98 voluntários saudáveis (31 homens e 67 mulheres, 88 brancos e 10 negros) sem história familiar de tiroidopatias ou de outras doenças auto-imunes, avaliados clinica e laboratorialmente (incluindo anticorpos antitiroidianos negativos). O C/T-318 do CTLA-4 foi evidenciado pela PCR-RFPL, usando a enzima MseI. Resultados: A distribuição dos genótipos CC, CT e TT estava em equilíbrio de Hardy-Weinberg. Observamos um maior número de heterozigotos entre os pacientes com DG do que controles (28,7% versus 5,1%, p < 0,0001). A presença da variante genotípica CT de –318 CTLA-4 aumenta mais de sete vezes o risco de desenvolvimento da DG em nossa po-pulação, confi rmando dados similares em outras populações (OR:7,41; IC = 2,73-20,1). A distribuição dos alelos C e T mostrou maior frequência do alelo T nos pacientes com DG quando comparado com os controles (14,4% versus 3,6%, p < 0,0002), aumentando em mais de quatro vezes o risco da DG (OR: 4,53; IC = 1,93-10,6). Esses dados têm poder de cálculo de 98%. Não encontramos associação com sexo, etnia, idade, tabagismo, volume tiroidiano, T4 livre, T3, TSH, TRAb, presença de anticorpos antitiroperoxidase e antitiroglobulina positivos e captação tiroidiana. Também não houve diferença entre o perfi l genotípico de pacientes com oftalmopatia presente e ausente ou com outros fatores de risco para ela, incluindo tabagismo e sexo. Entretanto, o sexo masculino [p = 0,0004, OR:5,57(IC = 2,05-15,2)] e o TRAb inicial 166 ± 221U/L (p = 0,03) foram fatores de risco para desenvolvimento de oftalmopatia. Conclusão: Nossos resultados sugerem que a variante CT e a presença do alelo T na região promo-tora –318 do gene CTLA-4 estão associados com uma maior susceptibilidade a DG na população brasileira, não ocorrendo o mesmo com a oftal-mopatia. O sexo masculino e o TRAb inicial elevado foram fatores de risco para a oftalmopatia.

PT. 026CONSTRUÇÃO E AVALIAÇÃO DA AÇÃO DE PLASMÍDIO CONTENDO GENE SUICIDA TIMIDINA QUINASE E GENE

IMUNOMODULADOR DA INTERLEUCINA 12 OTIMIZADA, UMA PROMISSORA TERAPIA GÊNICA PARA CARCINOMA MEDULAR

DE TIREÓIDE METASTÁTICO

Seidenberger K1; Rubio IGS1; Menezes GF2; Barbuto JAM2; DeGroot LJ3; Tomimori EK4; Medeiros-Neto G1; Camargo RYA de4

1Laboratório de Investigação Médica de Endocrinologia Celular e Molecular (LIM/25) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); 2Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da (ICB) da USP; 3Division of Endocrinology, University of Chicago/University of Providence USA; 4Unidade de Tireóide da Disciplina de Endocrinologia e Metabologia Departamento de Clínica Médica da FMUSP

Os tratamentos convencionais para o carcinoma medular de tireóide (CMT) metastático são insatisfatórios e tanto a quimioterapia quanto a radiotera-pia são pouco efi cazes. A terapia gênica é uma promissora opção, uma vez que a utilização de vetores plasmidiais ou adenovirais específi cos em cultura de células de carcinoma medular humano de tireóide (TT) e/ou de animais tem demonstrado resultados encorajadores, conseguindo signifi cativa re-dução do tumor. O objetivo deste trabalho foi construir e avaliar a efi cácia do plasmídio pTCPtkevIL-12 contendo o gene da timidina quinase (HSV-tk) e da interleucina 12 otimizada/evolved (evIL-12), ambos sob controle do promotor da calcitonina modifi cado(TCP), visando terapia gênica do CMT. Este sistema associa a ação sinérgica do sistema “suicida” HSV-tk/ganciclovir (GCV) e do imunomodulador evIL12, ambos sob ação do promotor TCP, mais forte e específi co que o promotor de calcitonina natural. Para determinar a atividade biológica das interleucinas evIL-12 e mIL-12(murina), células TT foram transfectadas com o plasmídio pTCPtkevIL-12 (TT/pTCPtkevIL) ou com o pTCPmIL-12 (TT/pTCPmIL-12). A proliferação linfocitária foi quantifi cada por citometria de fl uxo e a diferenciação dos linfócitos T para padrão Th1 foi verifi cada através da dosagem de IFN-g e IL-4 por ELISA. O perfi l fenotípico das células dendríticas (DCs) cultivadas com sobrenadantes contendo evIL-12 ou mIL-12 foi avaliado por citometria de fl uxo utilizando anticorpos para moléculas de membrana CD80, CD83, CD86 e CD40. Apoptose de células TT devido ao sistema suicida HSV-tk/GCV foi quantifi cada por Elisa. Foi verifi cado que ambas as IL-12 promoveram intensa e similar proliferação linfocitária e proporcionaram forte res-posta Th1, fundamental para uma efi ciente resposta anti-tumoral. Porém, a evIL-12 foi superior que mIL-12 na diferenciação de linfócitos T. Obser-vou-se aumento na expressão de CD40 sob estímulo das IL-12, porém discretamente maior com evIL-12. Não foi detectada alteração na expressão das outras proteínas marcadoras de maturação (CD80, CD83, CD86) de DC. O sobrenadante das células TT/pTCPtkevIL-12, após adição de GCV, foi mais efi ciente para induzir expressão de CD40 que o sobrenadante antes da adição da droga, o que poderia explicar o efeito anti-tumoral sinérgico da HSV-tk e IL-12, já descritos. Estes resultados permitiram afi rmar que a evIL-12 é extremamente imunogênica, superior inclusive à IL-12 murina que foi a única utilizada até o momento em terapia gênica de CMT. Os resultados satisfatórios alcançados neste trabalho oferecem perspectivas de aplicação futura do plasmídio terapêutico pTCPtkevIL-12 para uso em terapia gênica em CMT. O plasmídio poderia ser utilizado em aplicação intratumoral e em estimulação de células dendríticas. A vacinoterapia com células dendríticas estimuladas com sobrenadante de células TT/pTCPtkevIL-12 e tratadas com ganciclovir, devido a elevada expressão de CD40, pode ser uma esperança de um tratamento mais efi caz das metástases do CMT.

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S303

PT. 027EXPRESSÃO DO FATOR DE CRESCIMENTO VASCULAR A (VEGF-A), DE SEU RECEPTOR (VEGFR2) NO CARCINOMA MEDULAR

DE TIREÓIDE

Capp C1; Siqueira DR1; Assis Brasil B2; Meurer L2; Maia AL1

1Serviço de Endocrinologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (HCPA/UFRGS); 2Serviço de Patologia do HCPA/UFRGS

O fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) desempenha um papel chave na angiogênese tumoral. A expressão desses fatores está aumen-tada na maioria dos tumores sólidos, onde atua estimulando proliferação, migração e sobrevivência das células endoteliais através da ligação a receptores tirosina quinase específi cos, VEGFR-1/Flt-1 e VEGFR-2/KDR. O carcinoma medular de tireóide (CMT), neoplasia das células “C” ou parafoliculares da tireóide, é responsável por aproximadamente 5 a 8% de todos os tumores malignos da tireóide podendo se apresentar na forma esporádica ou hereditária. A forma esporádica ou não hereditária é a mais comumente encontrada, sendo responsável por aproximadamen-te 80% dos casos. Atualmente, a ressecção cirúrgica do tumor constitui a única possibilidade de cura para o CMT, sendo o diagnóstico precoce fundamental. Os recursos terapêuticos na doença avançada são limitados e a busca de tratamentos alternativos vem sendo intensifi cada na última década com base em novos conhecimentos da biologia molecular. Entre estas alternativas, destaca-se a utilização de pequenas moléculas que atuam como inibidores dos receptores tirosina quinase, que já vem sendo utilizados em alguns tumores. No entanto dados sobre a expressão do VEGF-A e de seus receptores, bem como uma possível correlação com a apresentação clínica e/ou agressividade tumoral neste tipo de carcino-ma são bastante escassos na literatura. No presente estudo avaliamos a expressão do VEGF-A, VEGFR-2/KDR em amostras de pacientes com CMT, correlacionando com a apresentação clínica e estádio tumoral. Foram utilizadas 34 amostras de CMT (27 hereditários, 7 esporádicos) de pacientes provenientes do ambulatório de tireóide do Serviço de Endocrinologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. As amostras estavam embebidas em parafi na e armazenadas no Serviço de Patologia do mesmo hospital. Para avaliação da expressão do VEGF-A e VEGFR-2/KDR foi utilizada a técnica de imunohistoquímica (técnica de estreptavidina-biotina-peroxidase padrão) com anticorpos específi cos (VEGF-A: A-20; sc-152 Santa Cruz Biotechnology, Inc e VEGFR-2: Flk-1 (A-3); sc-6251 Santa Cruz Biotechnology, Inc.) A expressão do VEGF-A foi positiva em 94% (32/34) da amostra. Não houve diferenças na intensidade de expressão quanto a presença de hereditariedade ou não (p = 0,37), idade (p = 0,24), sexo (p = 0,66) ou estadio tumoral (p = 0,72). De modo similar, a expressão do VEGFR-2 foi positiva em 91% (31/34) da amostra e também não observamos diferenças na intensidade de expressão quanto à presença de hereditariedade ou não (p = 0,51), idade (p = 0,07), sexo (p = 0,24) ou estadio tumoral (p = 0,85). Em conclusão, esses resultados demonstram que o VEGF-A e o VEGFR-2 são fortemente ex-pressos no CMT. No entanto esta expressão não está relacionada com a apresentação clínica do tumor. Esses resultados indicam que a inibição do VEGF e seus receptores podem constituir um alvo terapêutico no CMT metastático. Apoio fi nanceiro: CNPq, FIPE.

PT. 028ASSOCIAÇÃO ENTRE A EXPRESSÃO DIMINUÍDA DA PROTEÍNA WWOX E DESENVOLVIMENTO DE CARCINOMA PAPILAR DE

TIREÓIDE

Dias EP1; Sarquis MS2; Pimenta F3; Filho MAD4; Dias MA4; Aldaz MC5; Marco LAC de6

1Serviço de Endocrinologia do Hospital Felício Rocho; 2Clínica Médica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); 3Farmacologia da UFMG; 4Anatomia Pato-lógica da Faculdade de Ciências Médica; 5University of Texas MD Anderson Cancer Center, Department of Carcinogenesis; 6UFMG

Introdução: Sítios frágeis comuns ou constitutivos são regiões cromossômicas observadas em cromossomos metafásicos de todos os indivíduos e que se apresentam como quebras ou falhas desses cromossomos, quando expostos à agentes que retardam a replicação celular como, por exemplo, inibidores da DNA polimerase. Esses sítios estão frequentemente associados ao desenvolvimento de câncer. Os sítios frágeis apresentam uma hierarquia consistente com relação a sua freqüência de expressão, sendo o FRA3B o mais comumente observado seguido pelo FRA16D, no qual reside o gene WWOX. O gene WW domain containing oxireductase (WWOX) é um gene supressor de tumor com atividade pró-apoptótica e identifi cado no cromossomo 16q23.3-24. Redução da expressão do WWOX em 50% dos carcinomas de células escamosas de cavi-dade oral, quando comparada com a mucosa normal sugere sua participação na carcinogênese de cavidade oral. Objetivo: Dado que a tireóide se origina do epitélio do assoalho faríngeo, e que o WWOX estaria uniformemente expresso nas células do epitélio folicular tireoidiano, estuda-mos a expressão da proteína WWOX nas neoplasias bem diferenciadas da tireóide, adenomas foliculares, carcinomas foliculares e carcinomas papilíferos. Material e Métodos: Estudamos amostras cirúrgicas de tumores tireoidianos de pacientes submetidos a tireoidectomia total, após a suspeita diagnóstica de carcinoma papilar de tireóide (CPT) ou neoplasia folicular (adenoma - AF ou carcinoma - CFT), baseada em laudo cito-lógico de biópsia aspirativa de agulha fi na guiada por ultra-sonografi a. No total, foram estudados 46 pacientes e 53 tumores, assim distribuídos: 20 AF, 11 CFT e 22 CPT. Utilizando a técnica de imunohistoquímica com anticorpos anti-WWOX comparamos vários nódulos tumorais com tecido tireoidiano normal. Dois patologistas independentes examinaram múltiplos campos e classifi caram as lesões tendo como base a porcenta-gem de células coradas, bem como a intensidade da coloração. Resultados: O tecido tireoidiano normal, utilizado como controle positivo, sempre expressou o WWOX, mostrando coloração citoplasmática intensa nas células foliculares cuboidais. Nos tecidos tumorais, a imunohisto-química positiva para o WWOX foi observada em 100% dos CFT, em 95% dos AF e em 36% dos CPT. Nos tecidos tumorais, a imunohistoquí-mica positiva para o WWOX foi observada em 100% dos CFT, em 95% dos AF e em 36% dos CPT. A intensidade máxima (3+) foi observada em 82% dos CFT, em 20% dos AF e em nenhum caso de CPT. Por outro lado, a ausência de expressão não ocorreu em CFT e foi detecta em apenas 5% do AF, ocorrendo, entretanto em 64% dos CPT. Conclusões: Nossos achados demonstram que a ausência de expressão do WWOX em ne-oplasias tireoidianas propicia proliferação celular, levando a maior instabilidade genômica, com superposição de outros eventos genéticos ou epigenéticos, o que conferiria uma vantagem clonal à célula folicular, contribuindo para o processo de carcinogênese no CPT. À medida que aumentarmos nossos conhecimentos sobre sítios frágeis e sobre a função dos genes que ali residem e que são, portanto, mais susceptíveis à ins-tabilidade genômica, possivelmente teremos uma visão mais ampla do seu papel no processo de carcinogênese.

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S304

PT. 029ESTUDO DA EXPRESSÃO IMUNO-HISTOQUÍMICA DE NDRG1 EM LESÕES DA TIREÓIDE

Gerhard R1; Nonogaki S2; Soares FA3; Nagai MA1

1Disciplina de Oncologia Faculdade do Departamento de Radiologia do Instituto de Radiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InRAD-FMUSP); 2Laboratório de Imuno-histoquímica da Divisão de Patologia do Instituto Adolfo Lutz; 3Departamento de Anatomia Patológica do Hospital do Câncer AC Camargo da Fundação Antônio Prudente

Introdução: N-myc downstream regulated gene-1 (NDRG1) codifi ca uma proteína intracelular cuja expressão é induzida por uma variedade de estímulos fi siológicos e patológicos tais como diferenciação celular, resposta a determinados hormônios, exposição a metais pesados, hipóxia e dano ao DNA. Expressão aumentada de NDRG1 tem sido detectada em vários tipos de câncer humano, porém o signifi cado da expressão de NDRG1 em lesões da tireóide não foi estudado até o momento. Objetivo: Estudar a expressão imuno-histoquímica de NDRG1 em lesões não neoplásicas e em neoplasias benignas e malignas da tireóide. Material e Métodos: A partir de 239 casos de lesões benignas e malignas da tire-óide foi construído um bloco de parafi na de tissue microarray (TMA) contendo 282 fragmentos de tireóide representados por tireóide normal, bócio, adenoma folicular, carcinoma papilífero (padrão clássico e variante folicular), carcinoma folicular e metástases de carcinoma papilífero e folicular da tireóide. Quatro lâminas em níveis diferentes, não seqüenciais, do bloco de TMA foram submetidas à reação imuno-histoquímica utilizando-se um anticorpo policlonal anti-NDRG1. Para cada uma das lâminas, foi realizada uma avaliação semiquantitativa da expressão de NDRG1, analisando-se a intensidade de coloração e a porcentagem de células positivas para este marcador. Resultados: De um modo geral, a expressão imuno-histoquímica de NDRG1 em tireóide foi maior nas neoplasias em relação à tireóide normal (17%) e bócio (32%). O carcinoma papilífero clássico apresentou uma maior expressão imuno-histoquímica de NDRG1 quando comparado à sua variante folicular (69% e 47%, respectivamente). Dentre as neoplasias, o carcinoma folicular foi aquele que apresentou uma menor expressão imuno-histoquímica de NDRG1 (30%), quando comparado às demais neoplasias malignas e ao adenoma folicular (43%). Dois dos três casos de carcinoma pouco diferenciado da tireóide apresentaram expressão de NDRG1 (67%). Observou-se que 54% das metástases de carcinoma da tireóide apresentaram expressão imuno-histoquímica de NDRG1, porém as duas únicas metástases de carcinoma folicular não apresentaram expressão deste marcador. Conclu-são: Com exceção do carcinoma folicular, as neoplasias da tireóide apresentam um aumento da expressão imuno-histoquímica de NDRG1 quando comparadas com tireóide normal e bócio. Os resultados também sugerem que há uma tendência à diminuição da expressão de NDRG1 nas lesões foliculares da tireóide quando se compara o adenoma folicular, o carcinoma folicular e metástases de carcinoma folicular da tireóide.

PT. 030POLIMORFISMO DO CÓDON 72 NO GENE P53 EM PACIENTES COM CARCINOMAS TIREOIDEANOS, NO HOSPITAL ARAÚJO

JORGE EM GOIÂNIA-GO

Reis AAS1; Monteiro CD2; Silva DM2; Saddi VA3; da Cruz AD2

1Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular da Universidade Federal de Goiás; 2Núcleo de Pesquisas Replicon da Universidade Católica de Goiás; 3Serviço de Anatomia Patológica do Hospital Araujo Jorge

Variantes polimórfi cas do gene p53 estão associadas com maior risco de desenvolvimento de vários cânceres humanos, incluindo o câncer de mama, cérvice uterina e de pulmão. Dentre as variantes descritas, aquela que envolve o códon 72 (72Arg/Arg, 72Arg/Pro e 72Pro/Pro) de p53 é a mais estudada. Porém, até o momento, poucos estudos investigaram a associação desse polimorfi smo com o câncer de tireóide. Dessa forma, o objetivo de nosso estudo foi comparar a freqüência do polimorfi smo de nucleotídeo único (SNP) no códon 72 do gene p53 em 60 pacientes diagnosticados com carcinomas tireoideanos (CT) no Hospital Araújo Jorge, em Goiânia-GO, e em um grupo controle, constituído por 85 indivíduos saudáveis, sem história pregressa de câncer. A análise do polimorfi smo foi feita por meio da reação em cadeia da polimerase (PCR), utilizando amostras de DNA obtidas de sangue periférico. Dentre os casos com carcinomas tiroidianos, 18,3% eram do sexo masculino e 81,7% do sexo feminino e a idade média dos pacientes foi de 41 anos. As freqüências genotípicas dos pacientes com CTs foram distribuídas da seguin-te maneira: 46,6% Arg/Arg, 51,66% Arg/Pro e 1,66% Pro/Pro, sendo detectadas diferenças estatisticamente signifi cativas em relação ao grupo controle (60% Arg/Arg, 12% Arg/Pro e 28% Pro/Pro) (p = 0,004; x2 = 10,97). Tanto no grupo teste, quanto no grupo controle, as freqüências genotípicas esperadas diferem, de acordo com o teste do qui-quadrado, das freqüências genotípicas observadas, logo ambos os grupos não são representativos de amostras retiradas de uma população em equilíbrio de Hardy-Weinberg (x2 = 5,99 e x2 = 5,16; grupos controle e teste, res-pectivamente). As freqüências alélicas nos casos de CTs para a arginina e a prolina foram de, respectivamente, 72,50 e 27,50%. Um estudo rea-lizado previamente demonstrou uma signifi cativa representatividade para o genótipo Pro/Pro em pacientes com CT no Brasil. Diferentemente, nossos achados demonstraram uma baixa proporção do genótipo Pro/Pro (1,6%) nos pacientes com CT, enquanto que o genótipo heterozigo-to, Arg/Pro, foi o mais prevalente, sendo detectado em 52% dos pacientes analisados. Análises posteriores poderão elucidar as possíveis associa-ções entre os aspectos clínico-patológicos e prognósticos desses tumores em relação à variante polimórfi ca do códon 72 do gene p53. Apoio fi nanceiro: CNPq.

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S305

PT. 031A IMPORTÂNCIA DA EXPRESSÃO DO GENE BRAF ASSOCIADA A FATORES CLÍNICOS NA EVOLUÇÃO E PROGNÓSTICO DO

CARCINOMA PAPILÍFERO DA TIRÓIDE

Araujo PPC1; Tincani AJ2; Guilhen CAT3; Morari EC1; Ward LS1

1Laboratório de Genética Molecular do Câncer (Gemoca) da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp); 2Departamen-to de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da FCM-Unicamp; 3Departamento de Clínica Médica da FCM-Unicamp

Embora a mutação hot spot V600E do gene BRAF seja reconhecida como a mais freqüente anormalidade molecular no carcinoma papilífero da tiróide (CP), infl uenciando não apenas seu diagnóstico, mas também auxiliando na caracterização da agressividade tumoral e do prognóstico dos pacientes, ainda faltam estudos sobre a importância da expressão deste gene, importante elemento da principal via de sinalização envolvida na etiopatogenia do CP, a via da MAPK. Nosso objetivo foi comparar a expressão de BRAF quantifi cado por real-time PCR com variáveis clínico-patológicas (sexo; idade; antecedentes pessoais e de exposição ambiental incluindo fumo; tamanho e características ultra-sonográfi cas –US; cito-logia) e laboratoriais (Tg e anticorpos antitiróide-AcTg) coletadas no período pré operatório, com aspectos referentes ao peri-operatório (tipo de cirurgia; achados cirúrgicos; histologia e expressão protéica por imunohistoquímica); achados pós-operatórios (PCI, US e outras imagens, Tg e AcTg) e a evolução e sobrevida de um grupo de pacientes com CP operados e seguidos por uma mesma equipe de acordo com um mesmo protocolo. Foram coletados sangue e tecidos normal e tumoral de 173 pacientes, sendo 63 carcinomas papilíferos (6 homens e 57 mulheres) seguidos por 5 a 56 meses (21,4 ± 12,45 meses). Quarenta e cinco eram papilíferos clássicos, onze variantes foliculares e sete representavam outras variantes; dezoito eram microcarcinomas, nove tinham 1 a 2 cm e apenas um era maior que 4 cm, os restantes tendo 2 a 4 cm. Quarenta e dois pertenciam ao estádio TNM 1, dez ao estádio 2, nove ao estádio 3 e dois ao estádio 4. A quantifi cação de mRNA de BRAF foi classifi ca-da de 1 a 10. Classifi camos os casos com expressão de BRAF em grupos A (1 a 500), grupo B (500 a 1000) e com hiperexpressão (> 1000). A média de idade foi de 47 ± 13,9 anos. Cinco casos de CP mostraram recorrência locorregional (7,9%) e 1 caso metástase à distância (1,5%). Dois pacientes morreram durante o seguimento (3,1%). A sobrevida global foi de 83,3% em 48 meses. Análise de regressão logísitca multivariada identifi cou o tabagismo (p < 0,0001), a presença de linfonodos clinicamente suspeitos ao US diagnóstico(p = 0,035), o tipo de cirurgia realiza-do (p = 0,03) e a ocorrência de complicações pós operatórias (p = 0,02) como fatores que infl uenciaram a sobrevida global. A confi rmação anatomopatológica de linfonodos metastáticos no compartimento central também infl uenciou a sobrevida global (p = 0,0039). A expressão do gene BRAF (p = 0,01), os critérios de agressividade histológicos (p < 0,0001), a presença de linfonodos positivos à patologia (p = 0,045) e a realização de radioiodoterapia (p = 0,029), infl uenciaram o prognóstico. Quando isoladas, as variáveis sexo (p = 0,01), e tabagismo (p < 0,0001) foram relevantes para sobrevida global. Concluímos que, além dos critérios classicamente utilizados na determinação de agressividade tumoral, a quantifi cação da expressão de BRAF foi importante no sentido de se estratifi car indivíduos de risco prognóstico, e observamos impacto na ocorrência de linfonodos histologicamente positivos no compartimento central, sugerindo o importante papel da observação e exploração intra-operatória para otimizar a evolução e prognóstico para este grupo de pacientes.

PT. 032PESQUISA DA MUTAÇÃO T1796A DO GENE BRAF EM SANGUE PERIFÉRICO DE PACIENTES PORTADORES DE CARCINOMA

PAPILÍFERO DA TIRÓIDE

Marcello MA1; Araujo PPC1; Morari EC1; Guilhen ACT1; Bufalo NE1; Assumpçao LVM1; Ward LS1

1Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp)

Mutações somáticas do gene BRAF são relativamente freqüentes em alguns cânceres, incluindo o CP, onde são descritas em até 69% dos casos. A presença da mutação T1796A tem sido correlacionada com maior agressividade tumoral e com pior prognóstico dos pacientes. Tem-se relatado a identifi cação de mutantes T1796A de BRAF em sangue periférico de portadores de melanoma maligno. Esta identifi cação apresenta inúmeras vantagens sobre as técnicas baseadas em tecido, constituindo-se num potencial marcador de evolução e de prognóstico. Uma série de genes especí-fi cos da tiróide também têm sido identifi cados em células tiroidianas circulantes, como o gene de tireoglobulina e, mais recentemente, mRNA de TSH.. Para investigar a possibilidade de detectarmos a presença da mutação T1796A de BRAF em células tiroidianas circulantes de CP, extraímos DNA do sangue periférico de 100 pacientes em diferentes estágios da doença. Vinte destes indivíduos apresentavam metástases a distância no mo-mento da coleta tendo sido obtido tecido tumoral concomitante em 4 pacientes. A mutação foi analisada através da técnica de PCR-RFLP e a amplifi cação foi confi rmada através de seqüenciamento direto de 2 casos. Os 100 pacientes apresentaram resultados de restrição condizentes com o padrão selvagem do gene BRAF (uma banda de 124 pb, uma de 87 pb e outra de 13 pb) no material obtido de sangue periférico. Entre os 4 tu-mores analisados, encontramos um mutante heterozigoto (bandas de 211 pb, 124 pb, 87 pb e 13pb) para T1796A. Estes dados preliminares suge-rem que a detecção da mutação T1796A do gene BRAF em sangue periférico de pacientes portadores de CP é possível, embora ainda não tenhamos encontrado nenhum portador da mutação. Apesar de 12 dos 100 pacientes investigados apresentarem níveis elevados de tireoglobulina circulante no momento da coleta, indicando a presença de células tiroidianas funcionais, estas células poderiam ser não-tumorais ou não detentoras da mutação de BRAF. Novos dados deverão esclarecer estes dados preliminares confi rmando a possível utilidade do método no diagnóstico de casos mais agres-sivos e, talvez, na avaliação da presença de recidiva ou metástase em pacientes em seguimento por CP.

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S306

PT. 033FREQÜÊNCIA DA MUTAÇÃO V600E NO EXON 15 DO GENE BRAF NA POPULAÇÃO BRASILEIRA E CORRELAÇÃO COM

FATORES CLÍNICO-PATOLÓGICOS

Oler G1; Cerutti JM1

1Laboratório Base Genética dos Tumores da Tiróide da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp)

A mutação ativadora no exon 15 do gene BRAF no códon 600 (V600E) vem sendo descrita como o evento genético mais freqüente e específi -co no carcinoma papilífero da tiróide (PTC), não sendo encontrada em neoplasias benignas ou em outros subtipos de carcinoma diferenciado da tiróide. Embora estes dados incontestavelmente demonstrem que mutação em BRAF é um evento genético importante para patogênese do PTC, existem resultados contraditórios sobre seu envolvimento na determinação de um tumor com propriedades biológicas mais agressivas. Exceto pela análise de mutação de BRAF em tumores primários e suas respectivas metástases para linfonodos realizada por nosso grupo em 2005, não existe nenhum trabalho descrevendo a incidência desta mutação na nossa população, assim como também não há nenhum dado correlacionando este com parâmetros clínico-patológicos. O objetivo deste trabalho foi verifi car a freqüência de mutação no gene BRAF na população brasileira, avaliar seu papel como marcador de prognóstico e correlacionar com parâmetros clínicos e perfi l de expressão gênica. Pri-meiramente, por meio de seqüênciamento direto, analisamos o exon 15 do gene BRAF em 118 PTCs (49 metastáticos e 69 não-metastáticos). Posteriormente, investigamos empregando PCR quantitativo, a expressão dos genes marcadores de diferenciação tireoidiana NIS (do inglês, natrium-iodide symporter) e receptor de TSH (RTSH). Finalmente, inquirimos se existe uma correlação entre a presença de BRAF V600E e a expressão de genes cystatin E/M (CST6) e a chemokine (C-X-C motif) ligand 14 (CXCL14) que foram identifi cados pelo nosso grupo como genes candidatos ao processo de metástase. A associação entre BRAF V600E e variantes histológicas, tamanho do tumor, multicentricidade e metástase para linfonodos foi analisada pelo teste de 2 e a correlação da mutação com a expressão dos genes analisados foi realizada por teste t de Student não pareado. Diferenças foram consideradas signifi cantes com p < 0,05. Detectamos a presença da mutação BRAF V600E em uma grande proporção de PTCs e, como descrito, mais freqüentemente associada à variante clássica dos PTCs. Encontramos uma associação entre a mutação BRAF V600E e metástase para linfonodos (p = 0,0030). Além disso, a análise de expressão dos genes tiróide-específi cos demonstrou uma marcante perda de expressão nas amostras positivas para BRAF V600E em comparação com as amostras negativas para a mutação tanto para o gene NIS como para o RTSH (p < 0,0001 e < 0,0019 respectivamente). Para os genes envolvidos com progressão tumoral, CST6 e CXCL14, observamos aumento acentuado de expressão nas amostras positivas para BRAF V600E em comparação com as amostras negativas para a muta-ção (p < 0,0001). Os dados apresentados neste trabalho não somente podem contribuir para determinar a freqüência de mutações do gene BRAF na nossa população, mas também sugere que mutações no gene BRAF podem desempenhar um importante papel na progressão e no tratamento com I131. Além disto, identifi camos genes que possivelmente são regulados, diretamente ou indiretamente, pela via MAPK, uma vez que observamos um grande aumento de expressão em genes relacionados em presença da mutação V600E. Apoio fi nanceiro: Fapesp e CNPq.

PT. 034AVALIAÇÃO DE POLIMORFISMOS NO ONCOGENE RET EM UMA FAMÍLIA COM MUTAÇÃO G533C NO EXON 8 DO GENE RET:

IDENTIFICAÇÃO DE VARIANTES QUE PODEM MODULAR A IDADE DE INÍCIO E APRESENTAÇÃO CLÍNICA

Tamanaha R1; Camacho CP2; Pereira AC3; da Silva AMA1; Maciel RMB4; Cerutti JM5

1Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); 2Endocrinologia da Escola Paulista de Medicina (EPM) da Unifesp; 3Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor-HC-FMUSP); 4Endocrinologia Molecular da EPM-Unifesp; 5Genética da EPM-Unifesp

Recentemente descrevemos uma nova mutação no exon 8 do gene RET associada ao aparecimento do carcinoma medular da tiróide da forma fa-milial. A mutação descrita leva a uma substituição no nucleotídeo G1597T e à troca do aminoácido Glicina pela Cisteína (G533C). Esta mutação foi identifi cada em 77/229 indivíduos de uma família brasileira de ascendência espanhola. Dos 77 portadores da mutação, 43 indivíduos apresen-taram nódulos na tiróide e foram submetidos a tiroidectomia total. Embora a mutação esteja associada ao aparecimento do fenótipo neoplásico, observamos uma grande variabilidade com relação à idade de início, bem como, a presença de metástases ao diagnóstico. Vários estudos demons-traram que polimorfi smos (SNP, single nucleotide polymorphism) no gene RET podem atuar como modifi cadores do fenótipo e explicar a heteroge-neidade observada entre as famílias com a mesma mutação ou dentro das famílias. Outros grupos sugerem que certas variantes estão associadas a uma predisposição ao carcinoma medular da tiróide (MTC) esporádico. Assim, neste trabalho, investigamos os 8 SNPs no oncogene RET, poden-do estar associados à heterogeneidade clínica observada nesta família. Os polimorfi smos A45A, G691S, L769L, S836S, S904S, IVS1-126G > T e IVS2+9G > A e [IVS8+82A > G; 85_86 insC] foram selecionados baseado na prévia associação com carcinoma medular esporádico ou ainda a heterogeneidade clínica observada na síndrome MEN2. Para isso, o DNA genômico dos 229 indivíduos da família e 195 controles foram isolados e analisados. A pesquisa da presença dos polimorfi smos foi realizada utilizando como metodologia a técnica de PCR com primers específi cos, segui-do de seqüênciamento ou ainda digestão com enzima de restrição (PCR-RFLP). Observamos a correlação do IVS1-126G > T SNP com a idade de início. A média da idade nos indivíduos com IVS1-126G > T SNP foi de 39 anos vs. 49 anos dos que não apresentam IVS1-126G > T SNP (Mann-Whitney U test; P = 0.0102). Análise posterior (regressão logística e curva ROC) defi niu como cut-off a idade de 42 anos. A maioria dos pacientes com idade de manifestação da doença inferior a 42 apresentava o polimorfi smo IVS1-126G > T (c2, P = 0.0014). Para os SNPs (A45A, G691S, L769L, S836S, S904S, IVS2+9G > A e [IVS8+82A > G; 85_86 insC]) não encontramos associação com a idade de início da doença e nem asso-ciados a outros SNPs. Posteriormente, ao compararmos as freqüências de SNPs nos indivíduos com manifestação clínica de MTC (tamanho do tumor, sexo, presença de metástase), encontramos uma associação entre a variante [IVS8 +82 A > G; 85_86 insC] e a presença de metástase (P = 0,019). A análise in silico, usando os programas NNSPLICE e ESEfi nder, revelou que em presença da variante [IVS8+82A > G; 85_86 insC] um ESE (exonic Splicing enhancer) para SF2/ASF (IgM-BRCA1) foi criado e um putativo ESE SC35 foi destruído. Além disso, identifi camos um putativo BranchSite, sugerindo que este SNP pode alterar o processo de splicing. Apoio fi nanceiro: Fapesp

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S307

PT. 035MUTAÇÃO CYS611TYR DO PROTO-ONCOGENE RET NUMA FAMÍLIA COM CARCINOMA MEDULAR DE TIREÓIDE

Camargo BP1; Perone D2; Conde SJ2; Claro S4; Mazeto GMFS1; Nogueira CR1

1Departamento de Clínica Médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (HC-FMB-Unesp); 2Departamento de Endocrinologia e Metabologia do HC-FMB-Unesp; 3Laboratório de Biologia Molecular da Unesp

Introdução: O carcinoma medular de tireóide familiar (CMTF) é uma doença autossômica dominante relacionada a mutações do proto-oncogene RET. Apresenta agressividade variável dependendo da mutação e responde por 5% a 15% dos casos de CMT hereditários. Esse gene codifi ca o re-ceptor de membrana RET, da superfamília dos receptores de tirosino-kinase (RTK), importantes na gênese de tumores humanos. A proteína RET é constituída por três domínios: um extracelular, que contém quatro regiões cadherin-like repetidas e uma região rica em cisteína, um domínio transmembrana e uma porção intracelular contendo dois domínios tirosino-kinase. As mutações responsáveis pelo CMT ocorrem principalmente nas regiões cisteínicas. Para caracterizar o CMT como de natureza familiar, esta neoplasia deve estar presente em pelo menos quatro indivíduos de uma mesma família. Objetivo: Este trabalho objetivou o estudo clínico-molecular de uma família portadora de carcinoma medular de tireóide. Esta família consiste de 25 indivíduos (13 homens e duas mulheres) distribuídos em três gerações; destes, seis apresentam a doença ativa: um homem da primeira geração e dois homens e três mulheres da segunda geração. Nenhum membro da 3ª geração desenvolveu a doença até agora. Material e Métodos: A família de interesse está sendo acompanhada desde 2005. Foram revistos seus prontuários para levantamento de dados como sexo, idade, nível de parentesco, história clínica, exames laboratoriais (níveis séricos de calcitonina, de CEA e outros relevantes), exames de imagem e anatomopatológicos. Quando inexistente, foi realizado o teste da calcitonina pós-estímulo por gluconato de cálcio. Também, foram coletadas amostras de sangue periférico de 19 desses indivíduos. Nestas amostras foi realizado rastreamento nos éxons 8 ao16 do proto-oncogene RET pela técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR) e os respectivos seqüenciamentos. Resultados e Discussão: Os indivíduos estudados apresentam, de modo variado, características do CMTF, como níveis séricos elevados de CEA e de calcitonina basal e pós-estímulo, nódulos tireoidianos e, em pelo menos dois casos, metástases ganglionares. Além dos seis casos de CMT, há quatro casos de bócio colóide, dois deles diagnosticados por pun-ção aspirativa de agulha fi na. Foi detectada mutação no códon 10 (cys611tyr) em 5 pacientes, sendo que dois deles ainda não desenvolveram a doença. Esta mutação tem incidência baixa (1% a 3%) nos casos de CMTF, mas implica em alto risco de agressividade do tumor. Em seis indivíduos, incluindo os dois casos de bócio colóide, foi excluída a mutação. Além disso, foram detectados 3 polimorfi smos (G691S, L769L, S904S) nos éxons 11, 13 e 15. Enquanto a mutação cys611tyr está relacionada ao desenvolvimento do CMTF, sua relação com os polimorfi smos encontrados e o papel desta relação com esses tumores não está esclarecida. Conclusão: A realização do rastreamento genético de mutações no RET em familiares de indivíduos com CMT deve ser considerada pela sua praticidade, custo-benefício e sensibilidade e especifi cidade do método. Neste caso, o encon-tro de mutações críticas implicará em indicação de cirurgia ablativa preventiva e aconselhamento genético familiar.

PT. 036CARCINOMA PAPILÍFERO FAMILIAR DE TIREÓIDE: AVALIAÇÃO DE PREVALÊNCIA E ANORMALIDADES AUTO-IMUNES E

MORFOLÓGICAS DA TIREÓIDE

Gomes EMS1; Almeida CA1; Teixeira PFS1; Buescu A2; Vaisman M3

1Serviço de Endocrinologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF-UFRJ); 2Faculdade de Medicina da UFRJ; 3Endocrinologia HC-UFRJ

Introdução: Estudos clínicos e genéticos dos carcinomas diferenciados da tireóide revisaram um antigo conceito de que eles seriam apenas es-porádicos e hoje se admite que cerca de 5% a 10% casos das neoplasias malignas não-medulares da tireóide sejam hereditários. Objetivos: Avaliar a prevalência de carcinoma papilífero de tireóide entre os familiares de primeiro grau de portadores desta patologia e a relação entre esta preva-lência e a presença de auto-imunidade. Estudamos ainda a prevalência de alteração estrutural tireoideana nestes pacientes. Métodos: Realizamos um estudo de corte transversal, avaliando a presença de auto-imunidade e a estrutura da glândula tireóide em 143 familiares de primeiro grau de 52 portadores de carcinoma papilífero de tireóide (casos índices), sendo a média de 2,75 familiares por cada caso índice. Consideramos car-cinoma papilífero familiar a presença de ao menos dois casos entre parentes de primeiro grau. Foram dosados os ATPO e realizadas ultra-sono-grafi as de tireóide destes familiares. Os pacientes que apresentavam ao menos três características de malignidade em nódulos menores que 1 cm e os > 1 cm foram submetidos a PAAF e avaliação citológica. Em caso de diagnóstico de malignidade, os pacientes foram encaminhados para cirurgia. Resultados: Dos pacientes avaliados 66,7% eram do sexo feminino e 32,6% do masculino, com média de idade de 42,4 ± 16,2 anos (variação: 15 a 75). Dos familiares portadores de carcinoma papilífero 81,8% eram do sexo feminino. As mulheres também foram maioria entre os que não apresentavam a patologia, 61,9%. Em relação à média de idade, esta foi maior nos que apresentavam a doença (53 ± 10,3 anos) do que nos demais (41 ± 16,2) anos, com signifi cância estatística (p = 0,011). Dos 143 pacientes, 125 fi zeram ultra-sonografi a sendo que em 57 (46,5%) foram normais e 68 (54,4%) alteradas. As alterações encontradas foram: 6 (4,8%) com superfície irregular, 13 (10,4%) cistos simples, 23 (18,4%) sólidos menores que 1 cm sem, 3 (2,4%) com critérios de malignidade à ultra-sonografi a e 23 (18,4%) sólidos maiores que 1 cm. Nos pacientes com indicação de punção pelos critérios ultra-sonográfi cos, 20 (25%) apresentavam carcinoma papilífero. Entre os com diagnósticos prévios e os submetidos à PAAF, identifi camos 11 (7,7%) casos de carcinoma papilífero. Quando avaliamos por famílias, identifi camos 10 famílias com carcinoma papilífero familiar, uma prevalência de 19,23% (p = 0,003). Foi observado que 12 (8,4%) pacientes apresentavam positividade para ATPO. Entretanto, em 4 pacientes este anticorpo não foi dosado. Entre os portadores de carcinoma papilífero o ATPO foi positivo em 20%, (p = 0,379) dos casos. Conclusão: A prevalência de carcinoma papilífero foi estatisticamente signifi cativa entre familiares de primeiro grau de portadores desta patologia. As alterações morfológicas estiveram presentes na maioria dos casos, sendo que as mais encontradas foram nódulos maiores que 1 cm e menores que 1 cm com menos de três critérios ultra-sonográfi cos de malignidade. Não houve relação estatística entre a presença de auto-imunidade tireoideana e a incidência de carcinoma papilífero familiar.

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S308

PT. 037CARCINOMA PAPILÍFERO EM CISTO DE DUCTO TIREOGLOSSO: RELATO DE CASO

Angelucci AP1; Pugliese-Pires PN1; Chammas MC2; Gerhard R3; Montenegro FLM4; Knobel M1; Marui S1

1Unidade de Tireóide da Disciplina de Endocrinologia e Metabologia Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); 2Departamento de Radiologia do Instituto de Radiologia (InRAD) da FMUSP; 3Disciplina de Anatomia Patológica do Departamento de Anatomia Geral da FMUSP; 4Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da FMUSP

Introdução: As alterações neoplásicas do cisto de ducto tireoglosso (CDTG) são raras (< 1%), sendo o carcinoma papilífero de tireóide a forma mais comum. A melhor abordagem terapêutica ainda é controversa. Relatamos um novo caso de carcinoma papilífero diagnosticado pela punção aspirativa por agulha fi na (PAAF) em um CDTG e nossa estratégia terapêutica. Relato de Caso: Paciente masculino de 29 anos referia uma massa cervical de crescimento progressivo há 2 anos. Ao exame físico, palpou-se uma tumoração endurecida de 5 cm, indolor, móvel à degluti-ção, localizada na linha média da região cervical anterior. Não havia linfonodomegalias ou alterações na glândula tireóide. A ultra-sonografi a (USG) cervical revelou uma massa complexa, bocelada e hipervascularizada, com um grande componente cístico septado central, localizada junto ao osso hióide, medindo 5,4 x 3,4 x 4,4 cm, sem adenomegalia cervical. A glândula tireóide apresentava-se normal, sem nódulos. A PAAF da parte sólida mostrou uma citologia compatível com carcinoma papilífero da tireóide. O paciente foi submetido à cirurgia de Sistrunk associa-da à tireoidectomia total. Não havia linfonodos suspeitos à inspeção cirúrgica. A histologia diagnosticou um carcinoma papilífero de tireóide bem diferenciado em CDTG com 5 cm no maior diâmetro com invasão vascular. As margens cirúrgicas, o osso hióide e a tireóide estavam livres de neoplasia. Após 4 semanas, a tireoglobulina (TG) sérica era de 0,3 ng/mL com TSH suprimido na vigência de LT4. Radioiodoterapia ablativa foi considerada como terapia adjuvante. Discussão: Embora raro, o carcinoma papilífero de tireóide é a neoplasia mais comum do CDTG, re-presentando provavelmente um tumor primário em tecido tireoidiano ectópico. A maioria dos casos é diagnosticada apenas após a cirurgia do cisto. A PAAF muitas vezes não tem utilidade, devido à baixa celularidade pela natureza cística da lesão. Melhores resultados são obtidos com a PAAF guiada para a parte sólida pela USG, como em nosso caso. Existem controvérsias quanto ao melhor tratamento do carcinoma de CDTG, principalmente se há necessidade da tireoidectomia associada ao procedimento de Sistrunk. O prognóstico é excelente, com sobrevida relatada de 96% em 10 anos. A literatura recente recomenda o tratamento baseado em estratifi cação de risco, semelhante ao câncer primário na tireóide. Como nosso caso apresentava alto risco (tamanho e invasão vascular), nós consideramos ablação com radioiodo adjuvante e seguimento a longo prazo. Conclusão: Na nossa opinião, a tireoidectomia concomitante à cirurgia de Sistrunk permite a excisão de carcinomas papilíferos de tire-óide sincrônicos e insuspeitos e assim possibilita melhor seguimento, por aumentar a efi cácia da ablação com iodo e acompanhamento da TG como marcador tumoral. Apoio fi nanceiro: Fapesp 2006/06080-2.

PT. 038DOENÇA DE GRAVES E CÂNCER DE TIREÓIDE: A EXPERIÊNCIA DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE BOTUCATU

Oliveira AC5; Hirosawa RM5; Oliveira DCL5; Galan FC5; Tagliarini JV2; Marques MEA3; Kiy Y4; Mazeto GMFS1

1Disciplina de Clínica Médica da Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FMB-Unesp); 2Disciplina de Oftalmologia e Otorrinolaringologia da FMB-Unesp; 3Disciplina de Patologia da FMB-Unesp; 4Medicina Nuclear da FMB-Unesp

Introdução: A presença de carcinoma (CA) de tireóide em pacientes com doença de Graves (DG) vem sendo relacionada a um pior prognósti-co, embora que de forma controversa. A patogênese do desenvolvimento do CA em glândulas acometidas pela DG ainda permanece obscura, mas especula-se que o anticorpo estimulador do receptor do TSH (TRAb) possa desempenhar um papel promotor da carcinogênese tireoidiana similar àquele hipotetizado para o TSH. Outro fator implicado na gênese e no caráter mais agressivo do CA tireoidiano na DG é a exposição prévia à radiação externa de cabeça e pescoço, sobretudo na infância. Objetivo: Apresentar a experiência de um serviço especializado em pacien-tes com DG que desenvolveram CA de tireóide, com ênfase na evolução clínica. Material e Métodos: Foram avaliados retrospectivamente os prontuários médicos de 10 pacientes com CA de tireóide, que apresentavam, concomitantemente, hipertireoidismo, atendidos no Ambulatório de Neoplasias de Tireóide do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (Unesp). Destes, foram selecionados seis casos com DG. O diagnóstico de DG foi baseado na presença de hipertireoidismo manifesto ou subclínico (dosagens de TSH diminuídas com T4 livre normal ou aumentado, com captação de 131I aumentada) acompanhado de anti-TPO positivo, TRAb positivo e/ou oftalmopatia, com cintilo-grafi a mostrando glândula difusamente hipercaptante (excetuando-se a área do CA). Foram avaliados: a idade de início da DG, o gênero, o tempo entre o diagnóstico da DG e do Ca de tireóide, o estadiamento (pTpNpM) na ocasião da tireoidectomia total, tempo de seguimento pós-operatório, estadiamento clínico no fi nal do estudo (TNM) e o desfecho observado na última avaliação (livre da doença, doença em ativi-dade, óbito secundário a neoplasia, óbito por outras causas e perda de seguimento). Resultados: A idade média dos pacientes foi 48,33 ± 17,77 anos. Houve um predomínio do sexo feminino, na proporção de 5:1 (83,33%). O tipo histológico presente em 83,33% (5 casos) foi CA papilí-fero de tireóide e em 16,67% (1 caso) estava presente CA folicular em associação com CA anaplásico de tireóide. No fi nal do estudo, dois pa-cientes (33%) apresentaram metástases. O tempo médio entre o diagnóstico da DG e o de CA de tireóide foi de 3,25 ± 3,22 anos e o tempo médio de acompanhamento após cirurgia foi de 2,24 ± 1,84 anos. Dos seis pacientes analisados, um foi considerado livre da doença; três têm doença ativa, um evoluiu a óbito devido a neoplasia e um perdeu o seguimento. Conclusão: Os dados aqui apresentados sugerem maior gravi-dade do CA de tireóide em pacientes com DG. Entretanto, vale ressaltar o pequeno número de casos e o fato de um dos pacientes apresentar CA anaplásico, o qual apresenta um pior prognóstico.

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S309

PT. 039PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E HISTOPATOLÓGICO DOS CASOS DE CÂNCER DE TIREÓIDE DIAGOSTICADOS NA GRANDE

FLORIANÓPOLIS NOS ANOS DE 2000 E 2005

Vieira MIC1; Canalli MHBS1; Coral MHC1

1Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Santa Catarina

Introdução: Estudos realizados em diversas regiões do mundo demonstram um aumento nas taxas de incidência do câncer de tireóide. No Brasil, as informações disponíveis provêm do Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP), disponível apenas em algumas capitais. A região da Grande Florianópolis apresenta registro referente apenas ao ano 2000, com informações escassas e imprecisas com relação às características do tumor e dos pacientes diagnosticados, o que difi culta uma análise epidemiológica do câncer de tireóide nessa região. Objetivos: Fornecer dados epidemiológicos acerca dos pacientes com diagnósticos de câncer de tireóide, assim como características histopatológicas dos tumores diagnosticados na região da grande Florianópolis, nos anos de 2000 e 2005. Métodos: A população de estudo incluiu pacientes com diagnósti-co de câncer de tireóide, submetidos a tratamento cirúrgico, nos anos 2000 e 2005, na grande Florianópolis. Para obtenção dos dados foram consultados os laudos anatomopatológicos dos laboratórios da Grande Florianópolis, pesquisados os prontuários nos hospitais e consultórios médicos dos quais os pacientes eram procedentes e realizado contato telefônico com os pacientes. Resultados: A média de idade dos pacientes em 2000 foi de 45,01 anos, enquanto para o ano de 2005 a média foi de 46,92 anos (p = 0,32). Em ambos os anos foi verifi cado uma maior incidência de carcinoma de tireóide no sexo feminino, com taxas de 93,33% para o ano 2000 e 88,27% para 2005 (p = 0,271). Verifi cou-se um predomínio de pacientes declarados de cor branca para os anos de 2000 e 2005, respectivamente 85,29% e 84,90% (p = 0,955). Em ambos os anos, verifi cou-se uma maior incidência de câncer de tireóide em pacientes com escolaridade acima de ensino fundamental completo, o que re-presentou um total de 72,72% e 74,07% pacientes, nos anos de 2000 e 2005, respectivamente. A maior parte dos pacientes foi oriunda do siste-ma privado de saúde. Para os anos 2000 e 2005, apenas 10% e 11,72% dos pacientes, respectivamente, foram provenientes do Sistema Único de Saúde (SUS). O carcinoma papilífero representou o tipo histológico com maior incidência em ambos os anos: 85% no ano 2000 e 85,62% em 2005. No ano 2000, 84,31% dos tumores eram unilaterais, enquanto no ano de 2005, tal valor foi de 68,27%, diferença estatisticamente signi-fi cativa (p = 0,027). Detectou-se uma mudança relevante também no que diz respeito ao acometimento multicêntrico dos tumores, presente em 3,92% dos tumores em 2000 e em 15,86% dos tumores no ano de 2005, também uma diferença estatisticamente signifi cativa (p = 0,027). Du-rante o ano 2000, foi verifi cado algum grau de invasão em 32,65%, enquanto no ano de 2005 esse valor correspondeu a 43,33%, diferença esta estatisticamente não signifi cativa (p = 0,186). Conclusões: Verifi cou-se uma predominância do tipo papilífero de carcinoma de tireóide, sem qualquer invasão tecidual, associados a um incremento estatisticamente signifi cativo dos tumores multicêntricos e bilaterais. O perfi l epidemio-lógico dos pacientes estudados demonstra uma maior incidência de carcinoma de tireóide em mulheres brancas, na quinta década de vida e com escolaridade superior ao ensino fundamental. O maior grau de escolaridade dos pacientes analisados, em comparação com a população geral, e a alta taxa de pacientes provenientes do sistema privado de saúde está possivelmente associado à falta de acesso aos serviços de saúde pela popu-lação de baixa renda e usuários do SUS.

PT. 040CARCINOMA EM CISTO DE TIREOGLOSSO: RELATO DE UM CASO.

Gonçalves Torres NN1; Junior RF2; Felicio JS1; Maues MR3; Marciao ITS4; Oliveira DA5

1Clínica Médica da Universidade Federal do Pará; 2Clínica Médica da Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Vianna; 3Endocrinologia da Universi-dade Federal de São Paulo (Unifesp); 4Residência Médica do Hospital Universitário João de Barros Barreto; 5Residência Médica da Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Vianna

Introdução: O primeiro caso de carcinoma em cisto de tireoglosso descrito na literatura médica foi feito por Ucherman no ano de 1915. Desde então, pouco mais de 200 casos foram relatados no mundo. A incidência de carcinoma em cisto de tireoglosso varia de 0,7% a 1%. A exposição prévia à radiação tem sido descrita como um fator predisponente. A manifestação clínica inicial mais comumente encontrada é a presença de nódulo na região anterior do pescoço. Outro dado importante é que o tipo histológico predominante é o carcinoma papilífero, encontrado em aproximadamente 80% dos casos. Com o tratamento cirúrgico adequado (procedimento de Sistrunk), a taxa de cura é em torno de 95%. É im-portante ressaltar que a tireoidectomia total ou a subtotal vem sendo recomendada em alguns casos, como quando há invasão da parede do cisto pelo carcinoma, ou ainda, quando o foco do tumor se apresenta maior do que 1 cm. Objetivo: Relatar um caso de carcinoma papilífero em cisto de tireoglosso. Material e Métodos: Relato de um caso. Resultados: Relatamos um caso de paciente do sexo masculino, com 17 anos de idade, com história de aparecimento de nódulo na região anterior do pescoço há 3 anos, não apresentando outros sintomas ou sinais clínicos associados. Procurou atendimento médico em serviço de cirurgia em Belém, no estado do Pará, sendo então submetido à ressecção do nódulo sem retirada completa da glândula tireóide. A peça cirúrgica foi analisada posteriormente, cujo laudo anatomopatológico revelou a presença de carcinoma papilífero bem diferenciado, de consistência sólido-cística, em cisto de tireoglosso. Mostrou-se também a infi ltração dos tecidos fi bro-adiposo e muscular estriado pela neoplasia, tocando as margens de ressecção. Optou-se então pela realização adicional de tiroidectomia total, com laudo anatomopatológico não demonstrando presença de neoplasia no material examinado. Foi então iniciado seguimento clínico com a última avaliação realizada em abril de 2006. Nessa ocasião, o exame clínico minucioso não evidenciou anormalidades. Nos exames laboratoriais, os níveis de TSH e T4 livres estavam normais, os valores de tireoglobulina e anticorpo anti-tireoglobulina era menores que 0,20 ng/ml e inde-tectáveis, respectivamente. Na ultra-sonografi a da região cervical, a glândula tireóide não foi visibilizada. Além disso, não se observou a presen-ça de nódulo, massa ou coleção ao exame. Foi mantida a dose de levotiroxina em 200 µg/dia. Conclusão: Nosso relato reforça a necessidade de cuidadoso estudo anatomopatológico em pacientes com cisto de tireoglosso submetidos à cirurgia para ressecção de nódulo, visto que, com o tratamento adequado, pode-se obter a cura em 95% dos casos de carcinoma papilífero com esta localização.

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S310

PT. 041CARCINOMA DE CELULAS ESCAMOSAS PRIMÁRIO DE TIREÓIDE – RELATO DE CASO

Izzo C1; Toyama G1; Diehl LA1; Stelle EANA1; Onuma SM1; Radaeli RF1; Tristão JR1

1Serviço de Endocrinologia do departamento de Clínica Médica da Universidade Estadual de Londrina

Introdução: O carcinoma de células escamosas primário da tireóide é um tumor raro, correspondendo a menos de 1% dos cânceres desta glân-dula. Afeta pacientes mais velhos e se apresenta como uma massa de crescimento rápido, gerando sintomas compressivos. Pode estar associado a outras malignidades da tireóide, em especial o carcinoma papilífero. Objetivo: Descrever um caso de carcinoma escamoso primário de tireóide e a associação com carcinoma papilífero. Descrição do Caso: Paciente do sexo feminino, 57 anos, com história prévia de nódulo tireoidiano em lobo direito, cuja PAAF foi compatível com câncer papilífero em 2004, o qual não foi tratado por motivos diversos. Fez nova consulta ambula-torial em 2007, quando uma nova ultra-sonografi a de tireóide evidenciou nódulo único em lobo esquerdo. Foi realizada tireoidectomia total, que evidenciou carcinoma epidermóide pouco diferenciado invadindo lobo esquerdo, com infi ltração linfática, e carcinoma papilifero em lobo direito, sem infi ltração angiolinfática. A Imunohistoquímica mostrou expressão de p63 e CK5/6, confi rmando a diferenciação das células esca-mosas neoplásicas. A pesquisa de corpo inteiro pós-operatória não evidenciou captação ectópica, e a paciente recebeu dose ablativa (100 mCi) de 131-I. Foi feita ampla pesquisa com exames de imagem (USG abdome, tomografi a de tórax, laringoscopia direta, endoscopia digestiva alta), mas não foi detectado nenhum outro foco primário para a neoplasia escamosa. Após 6 meses, a paciente retornou referindo crescimento rápido de massa cervical à esquerda. Uma PAAF revelou células escamosas atípicas, compatíveis com este tipo raro de câncer de tireóide. Durante a cirurgia para exérese desta massa, observou-se compressão extrínseca da laringe por massa friável, cuja biópsia por congelação veio compatível com neoplasia maligna. O cirurgião optou por realizar laringectomia com esvaziamento cervical modifi cado bilateral. Atualmente, a paciente está complementando o tratamento cirúrgico com radioterapia externa. Discussão: O maior desafi o, diante de um carcinoma escamoso na tireóide, é a diferenciação entre lesão primária ou metastática. A principal ferramenta é a exclusão de outros sítios primários de carcinoma escamoso, embora a imunohistoquímica também possa ser útil. Metástases para tireóide não são incomuns, pois a glândula é comprometida em autópsias por metástases em 1% a 24%. Os principais focos primários são: laringe, base da língua, esôfago e nasofaringe (por contigüidade), sendo ainda mais raro o acometimento tireoidiano por neoplasias oriundas de outros órgãos, por via hematogênica. Na paciente descrita, uma ampla inves-tigação com exames de imagem não demonstrou nenhum outro sítio primário de carcinoma escamoso até o momento. No caso em questão, ainda, o exame anatomopatológico demonstrou um carcinoma papilífero contralateral. A coexistência das duas neoplasias primárias da tireóide já foi relatada por outros autores, e poderia ser explicada por 2 teorias diferentes: a) a metaplasia de um carcinoma papilífero em escamoso; e b) a coalisão de tumores, que defende que um tumor afete o microambiente e crie condições para o crescimento de um segundo tumor.

PT. 042CARCINOMA ANAPLÁSICO DA TIRÓIDE: ANÁLISE DE 40 CASOS CONSECUTIVOS TRATADOS EM UMA ÚNICA INSTITUIÇÃO

Farias TP1; Dias FL1; Toscano UB1; Lago ALC1; Fitipaldi R1; Duque G1; Corbo R2; Lima RA1

1Setor de Cabeça e Pescoço do Instituto Nacional do Câncer (INCA); 2Sertor Endocrinologia e Medicina Nuclear do INCA

Introdução: O carcinoma anaplásico da tiróide (CAT) é uma doença rara e fatal, correspondendo a 1% a 2% das doenças malignas da tiróide. Os pacientes com diagnóstico de carcinoma anaplásico apresentam uma rápida e progressiva disseminação da doença com invasão local e metástases cervicais. O prognóstico destes tumores é muito reservado e a ressecção cirúrgica raramente é viável. Objetivo: Detectar qual intervenção que seria útil no controle local, e fatores preditivos para sobrevida livre de doença (SLD) no tratamento de doentes com carcinoma anaplásico da tiróide. Material e Métodos: Estudo retrospectivo, revisão de prontuários de 1993 a 2002, 1552 pacientes foram tratados por carcinoma da tiróide foram avaliados, foram selecionados 53 pacientes com diagnóstico de carcinoma anaplásico da tireóide. Cinqüenta e três pacientes (3,5%) tinham diagnóstico de CAT e foram tratados inicialmente na nossa instituição. Treze doentes foram excluídos porque não retornaram após a avaliação inicial. Características do paciente (idade e sexo), fatores do tumor (patologia, o tamanho do tumor, multicentricidade), estadiamento e tratamento foram analisados utilizando o método qui-quadrado. Óbito causado por tumores secundários ou metástases distantes também foi incluído na sobrevida-específi ca de doença, signifi cância foi considerada com p < 0,05. A sobrevida global foi estimada pelo método de Kaplan-Meier. A análise estatística foi realizada utilizando o software Epi Info 2002. Resultados: 40 pacientes com carcinoma anaplásico foram analisa-dos, 33% dos doentes tinham uma história prévia de Bócio. Todos os doentes tinham doença localmente avançada na apresentação, 35 pacientes eram T4b e cinco pacientes foram T4a. A média de idade foi de 69,3 anos, 26 pacientes do sexo feminino e 17 pacientes masculinos. Tireoidec-tomia total foi realizada em cinco pacientes; traqueostomia de emergência seguida de biópsia excisional foi realizada em 35 pacientes na primei-ra avaliação devido à compressão traqueal. Radioterapia externa foi utilizada em dezenove pacientes (51,4%). Dez (25%) pacientes desenvolveram metástases à distância, pulmão seis casos, óssea três casos e um para o mediastino. Sobrevida global foi de 44 dias, no grupo de pacientes que foram submetidos à tireoidectomia total a sobrevida média foi de 121 dias (log rank = 3,12 e p = 0,077). A presença de RXT teve impacto na sobrevida quando comparados no grupo de pacientes sem radioterapia (log rank = 3,59 e p = 0,0582), a sobrevida média neste grupo foi de 57 dias. No grupo de doentes que a tireoidectomia total foi associada com o esvaziamento cervical (EC) a sobrevida foi de 110 dias (log rank = 4, 08 p = 0,0435). Conclusões: Nossos dados sugerem que a radioterapia local melhorou sobrevida, pacientes submetidos tireoidectomia total e esvaziamento cervical tiveram uma melhor sobrevida. Este estudo sugere que os doentes que são tratados com tireoidectomia total e EC segui-da de radioterapia tiveram melhor sobrevida, indicando que um tratamento inicial agressivo pode melhorar a sobrevida global desta patologia.

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S311

PT. 043CARCINOMA DIFERENCIADO DA TIREÓIDE: SEGUIMENTO DE 360 CASOS EM UMA INSTITUIÇÃO POR ATÉ 26 ANOS

Assumpção LVM1; Melo T1; Alves AC2; Pallone ATL1; Lee SS1

1Área de Endocrinologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp); 2Departa-mento de Clínica Médica da FCM-Unicamp

Introdução: A incidência do carcinoma diferenciado da tireóide (CDT) tem aumentado nas últimas décadas e, atualmente, 23.500 casos são diag-nosticados anualmente nos Estados Unidos. Oitenta porcento dos CDT são do tipo histológico papilífero (CTP), e o restante, do tipo folicular (CTF). O CDT tem bom prognóstico, com sobrevida entre oitenta e noventa porcento em 10 anos. Objetivo: Fazer uma análise retrospectiva de pacientes com CDT tratados cirurgicamente, com ablação por radioiodoterapia (RIT) e terapia supressiva do TSH num centro universitário terciá-rio de referência. Métodos: Foram analisados os dados dos pacientes admitidos no ambulatório de neoplasia de tireóide da Disciplina de Endocri-nologia e Metabologia do Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas desde 1981, com seguimento de no mínimo um ano até dezembro de 2006. Resultados: Dentre os 360 pacientes, 280 (77%) tiveram diagnóstico de CPT e 80 (23%) de CFT. A proporção entre sexo feminino e masculino foi de 4,8 para o CPT e 5,6 para o CFT e a idade ao diagnóstico variou de 5 a 87 anos dentre todo o grupo. Após a cirurgia, 37,5% dos pacientes com CPT e 6,2% dos pacientes com CFT apresentavam metástases em linfonodos regionais cervicais. Após a primeira pesquisa de corpo inteiro com iodo123 (PCI-I123), 12,8% dos pacientes com CPT e 36,2% dos pacientes com CFT apresentavam metástases à distância. A maioria dos pacientes (79% dos CPT e 61% dos CFT) apresentavam estadiamento I ou II de acordo com o TNM- 1992. No seguimento, 6% dos pacientes com CPT e 13,7% dos pacientes com CFT apresentaram metástases à distância, principalmente para pulmões, mediastino e ossos, que foram prontamente tratadas com RIT, cirurgia ou radioterapia externa, de acordo com recomendações atualizadas da literatura. Até o momento, 2,5% dos pacientes com CPT foram a óbito (devido ou não à neoplasia), assim como 16% dos pacientes com CFT. Consideramos que 61,6% dos casos de CPT e 38,7% dos casos de CFT estão atualmente em remissão completa. O restante continua em seguimento, com metástases em trata-mento, ou não têm tempo de seguimento longo o sufi ciente para considerar que estão em remissão. Consideramos paciente em remissão aquele que apresenta tireoglobulina indetectável (inferior a 0,2 ng/mL), PCI-I 123 negativa ultra-sonografi a cervical normal. Excluindo-se pacientes que foram encaminhados ao nosso serviço após tratamento inadequado e já com metástases à distância de longo tempo de evolução, temos que 63% dos pacientes com carcinoma papilídero e 41% dos pacientes com carcinoma folicular estão em remissão. Conclusão: Estes resultados refl etem o segui-mento de pacientes com carcinoma diferenciado da tireóide em um serviço universitário terciário público e de referência. Por este motivo, muitos casos são encaminhados já depois de prolongado tempo do tratamento inicial inadequado por equipes menos experientes. Assim, a qualidade do resultado fi nal do tratamento pode fi car prejudicada em alguns pacientes.

PT. 044CARCINOMA DE PARATIRÓIDE INTRATIROIDIANO

Lima MA1; Dalalio VD2; Marinho, MA3

1Laboratório Anatomia Patológica e Citopatologia (Patmed) da Universidade Federal do Triângulo Mineiro; 2Serviço de Endocrinologia do Hospital São Domingos e Hospital São Marcos; 3Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Introdução: Os tumores de paratiróides são incomuns e os carcinomas são raros. Menos freqüente é a sua localização intratiroidiana tendo em vista que apenas 6% a 10% dos adenomas estão situados no timo, tiróide, pericárdio ou retroesofágico. Descrevemos caso de carcinoma de para-tiróide intratiroidiano confundido com nódulo de tiróide. Relato de Caso: Mulher, 43 anos, com queixa de disfagia há seis meses e endoscopia digestiva normal. Portadora de fi bromialgia, hipertensão arterial e menopausada, em uso de terapia de reposição hormonal. Tiróide normopal-pável. Ultra-sonografi a cervical: nódulo no pólo inferior do lobo esquerdo de tiróide de contornos irregulares, hipoecóico, heterogêneo medin-do 2,4 x 1,4 x 1,2 cm, com baixa vascularização. TSH: 1,11 mUI/mL e T4 livre 1,39 ng/dL (normais). Punção biópsia aspirativa com agulha fi na de tiróide do nódulo: neoplasia epitelial pouco diferenciada. Foi submetida a tiroidectomia parcial e o estudo anatomopatológico revelou carcinoma de paratiróide inferior esquerda intratiroidiana medindo 1,7 cm, com média de quatro fi guras de mitose/ 10 campos de grande au-mento invadindo cápsula da tiróide e vasos, com focos de necrose, positivo para os anticorpos antiparatormônio e proteína p53 (10%), com ín-dice de proliferação celular de 20% e negativo para tiroglobulina e fator de transcrição de tiróide-1. No pós-operatório imediato, apresentou sinais de hipoparatiroidismo acentuado tratado com cálcio solúvel 3 g/dia durante 3 semanas. Sete dias de pós-operatório, a radiografi a de tórax e mãos não apresentava alterações, cálcio 8,7 mg/dL, fósforo urinário 163 mg/24 horas (diurese de 1260 mL). Densitometria óssea L1-L4 = + 0,26 DP e fêmur –1,26 DP. Atualmente, encontra-se em bom estado geral, em uso de levotiroxina 50 mcg/dia. Discussão: Apesar da rarida-de de tumores de paratiróide intratiroidianos, deveria pesquisar níveis sangüíineos de cálcio e fósforo em todos os pacientes com nódulos tiroi-dianos, principalmente naqueles suspeitos de neoplasia à punção aspirativa, antes de serem submetidos à tiroidectomia.

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S312

PT. 045CARCINOMA POUCO DIFERENCIADO DE TIREÓIDE: RELATO DE CASO

Pinto MLBV1; Siqueira RL1; Araújo NBC1; Corrêa ND1; Stanisck CMA1; Saldanha FC1; Reis FAA1; LaNuez MJBF1

1Endocrinologia do Hospital Geral de Bonsucesso

Introdução: O carcinoma pouco diferenciado de tireóide é uma entidade rara, defi nida como um tumor de origem de células foliculares, com morfologia e biologia intermediária entre tumores diferenciados e anaplásicos. Devido à sua agressividade, na ocasião do diagnóstico podem estar presentes metástases loco-regionais e à distância. A tireoidectomia total com esvaziamento ganglionar cervical e ressecção de metástases, sempre que possível, representam a terapêutica mais adequada. A baixa sensibilidade ao radioiodo (131I) inviabiliza a sua utilização, na maioria das vezes, como tratamento. Radioterapia e quimioterapia têm resultados apenas paliativos. Atualmente, a pesquisa para novas formas de tratamento está baseada na abordagem genética, parecendo oferecer resultados promissores. Objetivo: Relatar um caso de carcinoma pouco diferenciado de tireóide em pa-ciente com bócio de 6 meses de evolução, com quadro clínico inicial de hipertireoidismo. Material e Métodos: Homem de 52 anos, com história de massa cervical fi rme, dolorosa, que após 6 meses de evolução, progrediu rapidamente com sintomas compressivos, emagrecimento, discreta proptose bilateral e taquicardia. A ultra-sonografi a cervical mostrou nódulos sólidos hipoecóicos em lobo direito, o maior de 4,8 cm. Tomografi a computadorizada (TC) de pescoço evidenciou massa heterogênea ocupando o lobo direito, com comprometimento de partes moles adjacentes, motivo pelo qual foi iniciado corticoterapia. Dosagem de TSH foi de 0,032 mUI/L (normal = 0,4 a 4,2) e de tiroxina livre de 1,93 ng/dL (normal = 0,7 a 2). A cintilografi a de tireóide evidenciou massa não-captante em lobo direito e captação de 131I em 24 horas normal. Encaminhado à ci-rurgia, realizada tireoidectomia total e esvaziamento cervical em 2 tempos. Resultados: O estudo histopatológico inicialmente sugeria carcinoma medular de tireóide. Entretanto, avaliação imunohistoquímica mostrou pesquisa de calcitonina, cromogranina e CD45LCA negativos e positivida-de para tireoglobulina, TTF-1 e BCL-2, concluindo o diagnóstico de carcinoma pouco diferenciado. Identifi cada extensão tumoral para tecido muscular e adiposo, microêmbolos linfáticos e venosos com trombose, mas não havia metástases nos gânglios retirados. A dosagem de tireoglobu-lina foi de 7.067 ng/dL (normal = até 55), sem supressão de TSH. Realizada TC de pescoço, tórax e abdome, que evidenciou massa residual cer-vical de 4 cm e trombose de veia jugular interna direita, pequenos nódulos pulmonares bilaterais e 3 nódulos hepáticos. Evolutivamente, o paciente apresentou fratura patológica em terço proximal de úmero esquerdo. A cintilografi a de corpo inteiro com 131 I (PCI) mostrou hiperfi xa-ção cervical e discreta fi xação em ambos os hemitóraces. A metástase óssea não captava o radioiodo, mas foi captante à cintilografi a óssea. Encami-nhado para radioiodoterapia e posterior abordagem cirúrgica da lesão óssea. Conclusão: Apesar de a baixa sensibilidade do carcinoma pouco diferenciado ao 131I, a existência de positividade da PCI em regiões cervical e pulmonar e tireoglobulina bastante elevada nos fi zeram optar inicial-mente por esta terapia. A relativa boa evolução clínica do paciente e a avaliação da PCI imediatamente após a dose terapêutica nos orientarão em relação às próximas condutas, inclusive ressecção cirúrgica da metástase em úmero.

PT. 046DESENVOLVIMENTO DE CARCINOMA PAPILÍFERO DE TIREÓIDE EM REMANESCENTES CIRÚRGICOS

Schiavoni Scandelai K1; Costa OS1; Silva Junior VL2; Santos CE2; Teixeira MAM2

1Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE)

Relatamos o caso de uma paciente que procurou o Serviço de Endocrinologia do IEDE, em setembro de 1985 com queixa de aumento na região cervical. A investigação clínica que se seguiu revelou um bócio nodular atóxico, restrito ao lobo esquerdo. Em julho de 1986 a paciente foi submetida a uma tireoidectomia parcial que excisou o a região tireoideana acometida. O resultado histopatológico foi adenoma folicular com degeneração cística. A paciente se manteve eutireoideana no pós-operatório imediato e permaneceu em acompanhamento ambulatorial periódi-co, fi cando eutireoidiana durante todo o tempo. Numa consulta em outubro de 1992, foi constatado um aumento de lobo direito, com presen-ça de adenomegalia cervical. Foi solicitada uma ecografi a que contatou nódulo no terço inferior do lobo direito de 1,7 x 1,4 x 0,9 cm, hipoecóico, com margens delineadas. Uma PAAF requisitada na mesma veio com resultado de padrão folicular. Uma nova ecografi a foi solicita-da que revelou que o nódulo crescera – 2,5 x 1,4 x 0,9 cm. Foi iniciada terapia supressiva que a paciente seguiu com irregularidade por difi cul-dades econômicas. Foi encaminhada para a cirurgia em 1997, que realizou a totalização da cirurgia – cujo diagnóstico histopatológico foi carcinoma papilífero esclerosante. Foi encaminhada à medicina nuclear que realizou o procedimento de dose ablativa no começo de 1998. A PCI, em 1999, mostrou captação em MID, mas uma biópsia óssea mostrou normalidade. As dosagens de tireoglobulina e anti-tireoglobulina permaneceram negativas. A paciente permaneceu em acompanhamento seriado, com PCI e dosagens de tireoglobulina, que não mostrou anor-malidades, exceto o hipotireoidismo pós-cirúrgico, que foi manejado com levotiroxina na dose média de 100 microgramas diários, com ajustes ocasionais, até hoje. A importância desse caso se deve ao acompanhamento que é obrigatório a todos os pacientes com doenças tireoideanas e também a constatação de que uma primeira condição benigna não afasta uma intercorrência maligna subseqüente, apesar de esse comportamen-to ser raro.

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S313

PT. 047PERFIL DOS PACIENTES ATENDIDOS NO AMBULATÓRIO DE CARCINOMA DE TIREÓIDE DO CCMB/PUC-SP

Quilici MTV1; Girao LS1; Reis MA1; Lima ML1; Santos GHP1; Rebeschini AE1; Zampieri M1; Viera AEF1

1Disciplina de Endocrinologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

Introdução: Os carcinomas diferenciados de tireóide têm se tornado mais prevalentes na prática médica, porém sem aumento da mortalidade. A precocidade do diagnóstico e acurácia do acompanhamento interferem na evolução clínica e prognóstico de forma dramática. Vários consen-sos no Brasil e no mundo vêm sendo propostos para seguimento, indicando o desafi o de adequar o acompanhamento médico à realidade de cada serviço sem comprometimento da boa prática clínica. Dessa forma, os métodos disponíveis para acompanhamento esbarram em interferências laboratoriais e difi culdades técnicas. Casuística e Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo, tipo transversal, dos pacientes atendidos no Ambulatório de Câncer de Tireóide do Serviço de Endocrinologia do CCMB-PUC/SP. Os pacientes provêm de várias cidades da DRS IV (Sorocaba e Região), 16 dos quais iniciaram tratamento fora do nosso ambulatório. Resultados: Foram avaliados 31 pacientes dos quais 28 eram do sexo feminino (90,3%), 3 do sexo masculino (9,7%). A média de idade ao diagnóstico foi 53,1 ± 14,4 anos, mediana = 51,5 anos, a menor idade de 22 anos e a maior idade de 84 anos. Quanto ao tempo de acompanhamento no nosso ambulatório 18 pacientes têm mais do que 5 anos de seguimento. Das punções aspirativas que foram registradas em prontuário (n = 25), 8 eram suspeitas (25,8%), 7 eram malignas (22,5%), 9 eram benignas (29%) e 1 inconclusiva (3,2%). Estão descritos 28 laudos de anatomopatológico (AP) sendo 7 CA folicular (22,5%), 2 CA células de Hürthle (6,4%), 19 CA papilífero (61,2%). Dos 31 pacientes 6 tinham multicentricidade (19,3%) ao AP. O tratamento-padrão realizado foi tireoidectomia total. Desses, 8 (25,8%) foram submetidos a procedimento de totalização após cirurgia parcial. Nove (29%) desenvolveram hipo-paratireoidismo pós-cirúrgico, 5 deles de forma defi nitiva. Apenas 3 pacientes apresentaram anticorpo antitireoglobulina positivo em algum momento do acompanhamento, deixando a avaliação da tireoglobulina (HTG) prejudicada. Atualmente, 16 pacientes apresentam HTG inde-tectável e os outros estão em adequação ao protocolo brasileiro, aguardando procedimentos diagnósticos e terapêuticos. A estratifi cação de risco atual mostra 13 pacientes de alto risco, 3 de baixo risco, 5 de muito baixo risco e 10 aguardam exames para novo estadiamento. Conclusões: Nossos dados mostram a importância da estratifi cação inicial de risco, pois a perda desta informação em vários pacientes prejudicou o planeja-mento terapêutico. A alta freqüência de HTG’s elevadas pode estar relacionada ao longo tempo de história clínica e estadiamento de alto risco na maior parte dos nossos pacientes.

PT. 048CARBONATO DE LÍTIO (CL) COMO ADJUVANTE NA ABLAÇÃO DE REMANESCENTES TIROIDIANOS EM PÓS-OPERATÓRIO DE

CARCINOMA DE BAIXO RISCO

Yamazaki CA1; Boldarine VT2; Ikejiri ES1; Castiglioni MLV3; Marchetti R3; Biscolla RPM1; Nakabashi C1; Camacho CP1; Kasamatsu T1; Matsumura L1; Hidal JT4; Maciel RMB5; Furlanetto RP1

1Endocrinologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp); 2Medicina EPM-Unifesp; 3Medicina Nuclear EPM-Unifesp; 4Medicina do Centro de Doenças Tiroidinas Hospital Israelita Albert Einstein EPM-Unifesp; 5Endocrinologia Molecular EPM-Unifesp

Introdução: O CL é um fármaco amplamente utilizado em pacientes com distúrbios psiquiátricos. Foi observado que alguns desses pacientes desenvolvem bócio e/ou hipotiroidismo por aumentar o tempo de permanência do iodo no tecido tiroidiano por mecanismo ainda desconhe-cido. O objetivo deste estudo é averiguar se o CL pode aumentar a efi cácia da radioiodoterapia para destruição de remanescentes de tecido ti-roidiano com baixa dose de 131I, nos casos de carcinoma diferenciado de tiróide de baixo risco (CA). Pacientes e Métodos: Foram estudados 31 pacientes operados por CA no período de dezembro de 2003 a agosto de 2005. Os pacientes foram orientados a suspender o uso de levotiroxi-na e fazer dieta pobre em iodo por quatro semanas, sendo então dosados TSH, Tg (Tg-1) anticorpos antitiroglobulina (AcTg) e realizada PCI com 123I (PCI-1) em hipotiroidismo. Foram então divididos em dois grupos por sorteio: Grupo A: 16 pacientes; 12 F e 4 M; idade média 46,7 anos; tipo histológico: 2 CA foliculares e 14 CA papilíferos que receberam a dose ablativa de 30 mCi de 131I. Grupo B: 15 pacientes; 13 F e 2 M; idade média: 40,9 anos, tipo histológico: 2 CA foliculares, 9 papilíferos e 4 microcarcinomas papilíferos, que receberam 30 mCi de 131I mais CL via oral na dose de 900 mg/dia iniciando 3 dias antes até 3 dias após a dose de radioiodo. Foi realizada PCI 6 dias após dose de 131I em ambos os grupos. Todos foram reavaliados 01 ano após com dosagens séricas de TSH, Tg (Tg-2), AcTg, e PCI com 123I (PCI-2). Resultados: Os resultados podem ser visualizados na tabela. No grupo A, das 13 PCI-1 positivas, 7 tornaram-se negativas na PCI-2 (53,8%); e de 9 Tg-1 positivas, 8 negativaram na PCI-2 (88,8%). No grupo B, das 10 PCI-1 positivas, 9 negativaram na PCI-2 (90%); e de 6 Tg-1 positivas, todas foram negativas na Tg-2 (100%). Discussão e Conclusão: A dose baixa de 30 mCi de 131I tem se mostrado efi caz com o objetivo de destruir restos tiroidianos em pós-operatórios de carcinomas diferenciados de baixo risco com taxa de sucesso de aproximadamente 80%. O carbonato de lítio é um fármaco de baixo custo que retém o iodo por mais tempo na tiróide. Nossos resultados mostraram porcentagem de negativação de PCI e Tg maiores no grupo B, que usou CL, em relação ao grupo A (PCI: 90% versus 53,8% e Tg: 100% versus 88,8%, respectivamente). Con-cluímos que o CL pode ser uma boa alternativa para melhorar a efi cácia da ablação de restos tiroidianos com 30 mCi de 131I em pacientes ope-rados por carcinoma diferenciado de tiróide de baixo risco.

PCI-1 PCI-2 Tg-1 Tg-2

positiva negativa positiva negativa positiva negativa positiva negativa

GRUPO A (14) 13 1 6 8 9 5 1 13

GRUPO B (15) 10 1 1 10 6 9 0 15

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S314

PT. 049METÁSTASES DE CARCINOMA PAPILÍFERO PARA A PELE: RELATO DE CASO CLÍNICO E REVISÃO DE LITERATURA

Rezende CAC1; Ward LS2

1Serviço de Endocrinologia do Ambulatório do Hospital Escola da Universidade do Vale do Sapucaí (Univás); 2Laboratório de Genética Molecular do Câncer (Gemo-ca) da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp)

Metástases de carcinomas da tiróide para a pele são bastante incomuns. A literatura (PubMed revisado desde 1964 até fevereiro de 2008) registra 43 relatos. Os tipos mais comuns são os carcinomas papiliferos (41%) seguidos dos foliculares (28%), anaplásicos (15%) e medulares (15%). Relata-mos o caso de um homem de 76 anos que se apresentou com massas cervicais direita e esquerda sem outras manifestações clínicas. A biópsia revelou metástase ganglionar de carcinoma papilífero. O paciente foi submetido a tiroidectomia total com esvaziamento ganglionar bilateral mas foi deixado sem supressão de modo que, após sete meses, apresentava TSH de 329 mUI /ml, Tg sérica de 767 ng/ml com anticorpos antiitoidianos negativos e recidiva cervical bilateral do tumor. Foi então realizada nova cirurgia para retirada das massas e administrados 200 mCi de 131I. A PCI pós-dose mostrou captação difusa do iodo em toda região cervical, mas sem evidencia de outras lesões captantes. O paciente foi mantido em supressão do TSH, mas, após 10 meses, apresentou novas massas cervicais bilaterais. Foi submetido à nova cirurgia para retirada dos gânglios acometidos e em seguida a uma segunda dose de 131I de 300 mCi. A PCI pós dose revelou novamente apenas captação cervical difusa tendo o valor sérico da Tg caido para 186 ng/ml com TSH de 0,17 mU/L. Cerca de 6 meses após, notou-se novamente recidiva com massas cervicais que, desta vez, o pa-ciente se recusou a operar. Um ano após, estando o paciente em terapia supressiva (TSH de 0,09 mU/L), sua Tg era de 401 ng/ml. Embora se mantivesse em bom estado geral, as massas cervicais haviam aumentado e os nódulos se tornado confl uentes bilateralmente e na região supraclavi-cular. Uma lesão cutânea purpúrea, nodular, vinha se alastrando progressivamente sobre as cicatrizes cirúrgicas de pescoço e região torácica superior, com piora nos últimos 3 meses. A biópsia das lesões cutâneas revelou tratar-se de carcinoma papilífero de tipo clássico positivo em imunohistoquí-mica para Tg. Na CT do tórax observou-se nódulo em base do pulmão D e em região retrotraqueal do mediastino, mas não em outras regiões, sendo administrados 400 mCI de 131I pós rhTSH. A PCI pós-dose revelou captação difusa em região cervical que não se estendia para as áreas das metástases de pele. A coloração vinhosa das lesões é característica que deve lembrar todo clínico a procurar metástases cutâneas em pacientes com CP já que estas lesões caracteristicamente desenvolvem extensa vasculatura própria. À semelhança dos casos descritos na literatura, o paciente apre-sentou metástases cutâneas na região cervical e superior do tórax, onde a rica rede capilar é capaz de captar êmbolos tumorais liberados pelas lesões metastáticas do CP e prover ambiente propício para a alimentação destes novos focos metastáticos. Embora o paciente se mantenha em bom estado, as lesões cutâneas não mostram regressão e o fato de não serem captantes de131I sugerem perda da diferenciação, com ausência de expressão de NIS e, portanto, mau prognóstico, como relatado nos demais casos descritos em literatura.

PT. 050VARIANTES AGRESSIVAS DA TIREÓIDE – AVALIAÇÃO DAS IMPLICAÇÕES CLÍNICAS, PROGNÓSTICO E COMPORTAMENTO

BIOLÓGICO

Dias FL1; Toscano UB1; Lima RA1; Costa RM1; Peryassú BC1; Corbo R2; Santos IC1; Botelho FG1

1 Setor de Cabeça e Pescoço do Instituto Nacional do Câncer (INCA); 2Setor Endocrinologia e Medicina Nuclear do INCA

Introdução: Carcinoma pouco diferenciado da tiróide (CPDT), apresenta-se como um desafi o para o endocrinologista e cirurgião de cabeça e pescoço dado à falta de consenso sobre o histopatológico e comportamento biológico destas lesões. Há também uma limitada literatura sobre o tratamento cirúrgica e não-cirúrgico dessa neoplasia. As variantes agressivas da tireóide parecem ter um comportamento mais favorável, e por muito tempo foram incluídas em um único grupo junto com o carcinoma pouco diferenciado da tireóide, devido a esta indefi nição anatomopa-tológica, não há grandes séries comparando estes grupos. Objetivos: Avaliar as características clínicas, comportamento biológico de um grupo heterogêneo e raro de tumores da tireóide: carcinomas pouco diferenciados da tireóide (trabecular, sólido e insular) e variantes agressivas do carcinoma papilífero da tireóide (células altas, esclerosante difuso e células colunares). Material e métodos: Da analise retrospectiva de 1.552 pacientes portadores de tumores da tireóide tratados em nosso serviço, foram selecionados 29 (1,86%) pacientes: 16 variantes agressivas e 13 carcinomas pouco diferenciados da tireóide. Características clínicas, estadiamento do tumor, tipo de tratamento, esvaziamento cervical, radioio-doterapia, radioterapia externa, recidiva, correlações entre as características histológicas, agressividade, e fatores prognósticos foram analisados usando o método do X2. Óbito causado por tumores secundários ou metástases distantes também foi incluído na sobrevida-específi ca de doença, signifi cância foi considerada com p < 0,05. A sobrevida global foi estimada pelo método de Kaplan-Meier. A análise estatística foi realizada uti-lizando o software Epi Info 2002. Resultados: Vinte e cinco (86,2%) pacientes do sexo feminino. Tratamento curativo multimodal foi instituí-do em 27 (93,1%) pacientes, dois pacientes apresentaram doença irressecável e pertenciam ao grupo do carcinoma pouco diferenciado. Cinco (17,2%) pacientes foram a óbito por câncer da tireóide. No grupo do carcinoma pouco diferenciado 3 pacientes (23%) e 10 pacientes (77%) pertenciam ao estadiamento I/II e III/IV respectivamente. No grupo das variantes agressivas 11 pacientes (68,7%) e 5 pacientes (31,3%) per-tenciam ao estadiamento I/II e III/IV respectivamente. Metástase cervical ocorreu em 17,2% (5) pacientes Recidivas ocorreram em 8 pacientes (27,6%), metástase a distancia ocorreu em 24,1% (7). Foram fatores preditivos para recidiva na analise univariada estadiamento avançado e me-tástase à distância com p = 0,05 e p = 0,01 respectivamente. O diagnóstico de carcinoma pouco diferenciado é fator preditivo independente para óbito com p = 0,0091 e log rank = 6,79, a sobrevida global é 82,76%. Conclusão: A raridade desses tumores torna difícil o estabelecimento de opção defi nitiva de tratamento, o diagnóstico de carcinoma pouco diferenciado foi fator signifi cativo para óbito neste grupo estudado, os resul-tados apontam para um comportamento biológico semelhante entre o carcinoma bem diferenciado da tireóide e suas variantes agressivas. Apoio fi nanceiro: INCA.

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S315

PT. 051LINFOMA PRIMÁRIO DE TIREÓIDE: RELATO DE DOIS CASOS

Derrico EN1; Arruda MM1; Frascaroli AQ2; Marques EL3; Mamone MCOC4

1Hospital do Servidor Público Estadual - Endocrinologia; 2IAMSPE - Endocrinologia; 3Hospital Servidor Publico Estadual - HSPE - Endocrinologia; 4Médica da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp)

Introdução: O linfoma primário de tireóide (LPT) é uma doença rara, representando menos de 1-2% dos tumores malignos de tireóide e menos de 1% da etiologia de todos os linfomas. O tipo histológico mais encontrado no LPT é o linfoma não Hodgkin, cujos principais subtipos são o linfoma difuso de grandes células B (50%) e o linfoma MALT (6-27%). O linfoma não Hodgkin tem comprometimento extranodal em 25-50% dos casos; desses, menos de 2% têm origem na tireóide e menos de 10% têm a tireóide como sítio extranodal secundário. Ocasionalmente, o LPT está associado à tireoidite de Hashimoto. Acredita-se que a tireoidite de Hashimoto seja um substrato para o surgimento de linfoma MALT devido ao estímulo antigênico crônico e conseqüente formação de agregados linfóides neoplásicos. Objetivo: Apresentar dois casos de LPT acompanhados no nosso serviço. Caso 1: Mulher, 84 anos, portadora de hipotireoidismo por tireoidite de Hashimoto, percebeu aumento de volume cervical de 2 meses de evolução, associado a dispnéia aos médios esforços. Fazia uso de levotiroxina 100 mcg/dia há um ano. Na ultra-sonografi a de tireóide, notavam-se múltiplos linfonodos aumentados níveis cervicais II, III e IV e aumento tireoideano com fl uxo central no lobo direito e fl uxo central e periférico no lobo esquerdo. Realizada PAAF da tireóide que mostrou achados citológicos sugestivos de bócio colóide associado a tireoidite linfocitária. A dosagem de tireoglobulina no lavado da agulha foi de 0,5 ng/ml. A biópsia do linfonodo era compatível com linfoma difuso de grandes células de imunofenótipo B. A paciente está em tratamento quimioterápico (2 ciclos Chop-R) e evolui com melhora signifi cativa do volume do bócio e seus sintomas compressivos. Caso 2: Mulher, 79 anos, portadora de hipotireoidismo por tireoidite de Hashi-moto, apresentou aumento progressivo do volume tireoideano em 4 meses. Fazia uso de levotiroxina 100 mcg/dia há 10 anos. Apresentava disfagia e rouquidão intermitentes. Na ultra-sonografi a de tireóide, observou-se aumento difuso heterogêneo da glândula de 187 cm3 e ausência de linfonodomegalias. Realizada PAAF de tireóide que evidenciou uma população monomórfi ca de linfócitos maduros, não afastando linfoma de tireóide. A dosagem de tireoglobulina no lavado de agulha foi indetectável. Feita biópsia a céu aberto cujo laudo anatomo-patológico revelou linfoma não Hodgkin de zona marginal do tipo MALT. A paciente realizou 20 sessões de radioterapia, totalizando a dose de 36 Gy, evoluindo com importante redução do volume do bócio e regressão dos sintomas. Conclusão: A presença de aumento progressivo de volume tireoideano em pacientes do sexo feminino e idosas com diagnóstico prévio de tireoidite de Hashimoto, com terapia de reposição hormonal, deverá alertar para a possibilidade de linfoma primário de tireóide. O padrão ouro para o diagnóstico é a biópsia a céu aberto. Os baixos níveis de tireoglobu-lina no lavado da agulha utilizada para a PAAF de tireóide podem colaborar com o diagnóstico da lesão.

PT. 052AUMENTO NA INCIDÊNCIA DO CÂNCER DE TIREÓIDE NA GRANDE FLORIANÓPOLIS – ESTUDO COMPARATIVO DOS CASOS

DIAGNOSTICADOS NOS ANOS DE 2000 E 2005

Vieira MIC1; Canalli MHBS1; Coral MHC1

1Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Santa Catarina

Introdução: O aumento da incidência do câncer de tireóide é relatado em diversas regiões do mundo. Fatores relacionados a este aumento, no entanto, não estão bem estabelecidos. A região da Grande Florianópolis apresenta registro referente apenas ao ano 2000, com informações es-cassas e imprecisas com relação às características do tumor e dos pacientes diagnosticados, o que difi culta uma análise epidemiológica do câncer de tireóide nessa região. Objetivos: Esse trabalho visa fornecer informações epidemiológicas acerca do câncer de tireóide na Grande Florianó-polis nos anos de 2000 e 2005 e correlacionar os achados com informações como o tamanho dos tumores e o tipo de tratamento cirúrgico instituído em ambos os anos. Métodos: A população de estudo incluiu pacientes com diagnóstico de câncer de tireóide, submetidos a tratamen-to cirúrgico, nos anos 2000 e 2005, na região da grande Florianópolis. Para obtenção dos dados foram consultados os laudos anatomopatoló-gicos dos laboratórios da grande Florianópolis e pesquisados os prontuários nos hospitais e consultórios médicos dos quais os pacientes eram procedentes. Resultados: As taxas de incidência do câncer de tireóide na grande Florianópolis foram de 8,99 e 20,90 casos por cem mil habi-tantes, respectivamente nos anos de 2000 e 2005, o que correspondeu a um aumento de 132,33% durante o período de estudo. Com relação ao tamanho dos tumores, verifi cou-se um incremento estatisticamente signifi cativo dos tumores menores de um centímetro, que representaram 36,95% e 61,48% dos tumores diagnosticados nos anos de 2000 e 2005, respectivamente (p = 0,004). Houve também um aumento da propor-ção de tumores multicêntricos, que corresponderam a 3,92% dos tumores diagnosticados no ano 2000 e 15,86% dos tumores no ano de 2005, (p = 0,02). Com relação à abordagem cirúrgica, no ano 2000 cerca de 81,13% dos pacientes foram submetidos a tireoidectomia total, enquanto que no ano de 2005, tal cirurgia foi realizada em 94,80% dos pacientes com câncer de tireóide (p = 0,002). A análise do número de exames ci-tológicos de tireóide realizados demonstrou um total de 620 exames no ano 2000 e 1858 exames no ano de 2005, um aumento de 200%. Houve também um incremento no número de exames histopatológicos realizados, que em 2000 representaram 198 exames, enquanto que em 2005 esse valor correspondeu a 542, aumento de cerca de 173%. Conclusões: O aumento da incidência do câncer de tireóide na Grande Flo-rianópolis está possivelmente associado a uma conduta mais intervencionista na abordagem de nódulos tireoidianos. Em virtude da alta preva-lência desses nódulos na população, o estabelecimento de critérios preditivos de maior agressividade para os microcarcinomas papilíferos e de malignidade para lesões foliculares é de fundamental importância para que se possa avaliar de maneira criteriosa os pacientes que necessitam de tratamento cirúrgico.

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S316

PT. 053SÍNDROME DE COWDEN E NEOPLASIA TIREOIDEANA: UMA ASSOCIAÇÃO QUE DEVE SER SEMPRE LEMBRADA

Lorencetti RRG1; Di Giacomo THB2; Nico MMS2; Brandão LG1; Cernea CR1; Ferraz AR1; Lourencço SV3

1Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); 2Departamento de Dermatologia da FMUSP; 3Departamento de Patologia Geral da Faculdade de Odontologia da USP

Introdução: A síndrome de Cowden (SC) é uma doença autossômica caracterizada pela mutação do gene supressor tumoral PTEN no cromos-somo 10q23. Suas manifestações cutâneas são múltiplos triquelemomas, papilomatose mucocutânea, queratose acral e neoplasias benignas nos folículos pilosos. Além das lesões cutâneas, há uma forte associação desta síndrome com lesões em mama (adenocarcinoma ductal ou lobular), sendo 25% a 50% destas neoplasias malignas (cerca de 11% nas mulheres em geral), lesões em tireóide, com risco de neoplasia em torno de 10% (bócio, adenoma e carcinoma) e lesões no trato gastrointestinal (pólipos hamartomatosos). Mais de 90% dos indivíduos afetados manifestam o fenótipo ao redor dos 20 anos. Ao fi nal da terceira década de vida, 99% dos indivíduos afetados desenvolvem ao menos as lesões mucocutaneas. Objetivo: Apresentar a casuística de pacientes com SC acompanhada na Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do HC-FMUSP (DCCP HC-FMUSP) e na Disciplina de Dermatologia do HC-FMUSP no período de 2002 a 2007. Resultados: Na Disciplina de Dermatologia do HC-FMUSP, no período de 2002 a 2007, temos 6 pacientes acompanhados com diagnóstico de SC. Desses, 4 são acompanhados na DCCP-HC-FMUSP e foram submetidos à cirurgia no período de 2002 a 2007. Em todos os casos, nódulos tireoideanos eram evidentes. Os doentes foram submetidos à tireoidectomia, devido à presença ou suspeita de malignidade ao exame de punção aspirativa por agulha fi na. Três casos foram submetidos à tireoidectomia total e um a uma lobectomia esquerda com istmectomia. Os achados anatomopatológicos foram: carcinoma papilífero variante folicular em dois doentes, e carcinoma folicular em um caso e bócio com hiperplasia folicular em outro, caso este submetido à lobectomia com istmectomia. Assim, a incidência de neoplasia em nossa amostra foi de 66,67%. Uma revisão da literatura mostrou a incidência de neoplasia tireoideana na SC ao redor 11%. Em nossa amostra, embora pequena, estes tumores foram bem mais prevalentes (66,67%), prova-velmente devido à natureza da instituição, que é um hospital terciário. Conclusão: A SC é uma doença rara e pouco conhecida. Sua incidência crescente provavelmente se deve a um diagnóstico mais efi caz e a um screening genético. Suas manifestações clínicas cutâneas apresentam alta incidência (99%) ao término da terceira década de vida. A incidência de neoplasia tireoideanas ocultas no momento do diagnóstico clinico deve ser sempre lembrada, e a sua busca ativa deve incluir ultra-sonografi a tireoideana e punção aspirativa por agulha fi na, quando indicada.

PT. 054TUMORES DE CÉLULAS DE HÜRTHLE: TRATAMIENTO

Novelli JL1; Moloeznik L1; Nebel E1; Quiroga S1; Chiganer G1; Olguin M1

1Centro de Tireóides

Introducción: Las células de Hürthle (CH) son células foliculares modifi cadas que originan tumores benignos y malignos. Los carcinomas de CH son generalmente más agresivos, metastatizan con mayor frecuencia y responden menos a la terapéutica con I131. La Organización Mundial de la Salud clasifi có a los carcinomas de CH, como una variante del carcinoma folicular de tiroides; sin embargo, por sus características se los podría considerar como una entidad diferente. Debido a las controversias que se plantean en el tratamiento, sobre todo en los adenomas de CH, este trabajo analiza la experiencia de nuestro centro quirúrgico en este tipo de tumores. Objetivo: Analizar la experiencia en el tratamiento de los tumores de CH. Material y Métodos: Entre Octubre de 1979 y Diciembre de 2007 fueron realizadas 1712 cirugías por patología tiroidea, identifi cando 105 tumores de CH (92 adenomas y 13 carcinomas). Resultados: En esta experiencia, las cirugías por tumores de CH represen-taron el 6.1% de las cirugías tiroideas. Ningún carcinoma de CH pudo ser diagnosticado en el preoperatorio. Los adenomas de CH (n = 92) fueron tratados con 48 hemitiroidectomías, 5 tiroidectomías subtotales, 37 tiroidectomías totales (2 con vaciamiento del compartimiento ante-rior) y 2 cirugías totalizadoras (recurrencia contralateral, cirugía previa en otro servicio). Los carcinomas de CH (n = 13) fueron tratados con 11 tiroidectomías totales (TT) (3 con vaciamiento del compartimiento anterior y 1 con vaciamiento lateral cervical modifi cado) y 2 cirugías totalizadoras. Los adenomas de CH representaron el 7.4% de la patología benigna operada; los carcinomas de CH representaron el 2.8% de todos los carcinomas tiroideos operados. 14/92 adenomas de CH se presentaron acompañando a carcinomas papilares y 1/92 a carcinoma fo-licular; 2/13 carcinomas de CH acompañando a adenomas foliculares, 1/13 a hiperplasias nodulares, 1/13 a quiste coloide y 1/13 a adenoma de CH. Los carcinomas de CH representaron el 12.4% de los tumores de CH. 2/13 metastatizaron en cuello, luego a distancia (pulmón), fal-leciendo a causa de la enfermedad; el resto de los casos están vivos y sin evidencia de enfermedad. Conclusión: Los adenomas de CH pueden ser tratados con hemitiroidectomías si el resto de la glándula está libre de lesión. Los carcinomas de CH son infrecuentes; cuando se diagnosti-can, se debe realizar TT y evaluar los ganglios, dado que estos tumores metastatizan en el cuello con mayor frecuencia que los carcinomas foli-culares. Agradecimientos: Dres. Ariel Sánchez, Mario Echecury, Marcela González García y Oscar Brunás y Bioest. Marta Alarcón.

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S317

PT. 055EVOLUÇÃO AGRESSIVA DE TUMOR TRABECULAR HIALINIZANTE CONSIDERADA UMA VARIANTE DE CARCINOMA

PAPILÍFERO

Matos PS1; Ferreira RC2; Assumpçao LVM3; Melo T3; Ward LS2

1Anatomia Patológica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); 2Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas (FCM)da Unicamp; 3Área de Endocrinologia do Departamento de Clínica Médica da FCM-Unicamp

O tumor trabecular hialinizante (TTH) é uma neoplasia encapsulada originária das células foliculares, bastante incomum e considerada benigna ou de baixíssimo potencial de malignidade. As características nucleares similares às do carcinoma papilífero (CP) fazem com que este tipo de tumor seja freqüentemente diagnosticado como CP à citologia obtida por punção aspirativa. Em alguns casos foram verifi cadas translocações do RET/PTI su-gerindo tratar-se d uma variante do CP. Este tumor é conhecido por ter aspectos morfológicos e arquiteturais similares ao paraganglioma e carcinoma medular. O objetivo deste estudo foi avaliar a evolução clínica de 5 pacientes com diagnóstico histológico de TTH tratados e acompanhados por período de 3 a 10 anos em nosso serviço de acordo com um protocolo padrão, buscando identifi car fatores de prognóstico nestes casos. Dados clíni-cos, anatomopatológicos do tumor, achados cirúrgicos, laboratoriais e de imagem foram obtidos através de revisão dos prontuários. A idade ao diagnóstico dos pacientes com TTH variou de 20 a 62 anos e 4 dos 5 pacientes eram mulheres. O tamanho dos tumores variou de 4,5 a 8,5 cm, restritos à tiróide (pT3). As lesões apresentavam-se como nódulos bem delimitados, alguns lobulados sem cápsula bem evidente e outros com cápsu-la defi nida, porém sem sinais de invasão. O interior do nódulo mostrava padrão ora trabecular, ora insular, alguns com hialinização. As células eram poligonais, por vezes dispostas ao redor de capilares com traves conjuntivo-vasculares. Estas células apresentavam características próprias como irre-gularidade do contorno nuclear, algumas fendas, esparsas inclusões intranucleares e, alguns casos, típico halo perinucleolar. Nenhum dos nossos casos apresentou corpos psamomatosos. O parênquima tireoidiano adjacente apresentou, em alguns casos, tireoidite peritumoral. O perfi l imunoistoquí-mico demonstrou positividade para TG, vimentina, 34~E12, CK7, TTF1 e evidente negatividade para cromogranina e calcitonina, afastando carcino-ma medular e apoiando a origem da neoplasia em células foliculares. Seguindo a recomendação da literatura, todos os pacientes foram submetidos à tiroidectomia parcial e, posteriormente, realizada totalização cirúrgica em 3 pacientes. Dois pacientes evoluíram com metástases ósseas e pulmonares e um deles também em pele. Este último apresentou microcarcinoma papilífero em lobo contralateral. O outro apresentou TG > 6000ng/mL e ACTG de 293 IU/mL com tomografi a revelando múltiplos nódulos pulmonres e linfonodomegalia paratraqueal apesar da cintilografi a com FDG ter sido negativa para lesões tumorais. O terceiro paciente apresentou captação acentuada de radioiodo em região cervical e mediastino, porém sem-pre com TG baixa (< 0,2). Quanto aos outros dois perdemos seguimento. Conclusões: As lesões descritas como adenomas trabeculares hialinizantes por Carney et al., em 1987 como tumores de comportamento benigno, não correspondem ao observado em nossa realidade. Embora a literatura registre casos de comportamento agressivo, o fato da maioria de nossos casos evoluírem desta forma sugere que fatores locais possam infl uir no prog-nóstico. Faz-se, portanto, necessário maior estudo e acompanhamento, no sentido de defi nir o prognóstico dos mesmos.

PT. 056ESTUDO DA EVOLUÇÃO DO CARCINOMA FOLICULAR DA TIREÓIDE: ANÁLISE COMPARATIVA COM CARCINOMA PAPILÍFERO

Nobrega HMM1; Buescu A2; Coelho SM3; Vaisman M4; Corbo R1; Varandas V1

1Endocrinologia Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); 2Faculdade de Medicina da UFRJ; 3Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF) da UFRJ; 4En-docrinologia HC-UFRJ

Introdução: Dentre os carcinomas bem diferenciados da tireóide o carcinoma folicular é tido como mais agressivo que o papilífero. Questiona-se, entretanto se a maior morbi-mortalidade do carcinoma folicular está relacionada diretamente ao estadiamento inicial mais avançado ou a sua própria história natural. Objetivos: Este estudo tem por objetivo: 1) Avaliar o carcinoma folicular quanto a seu estadiamento inicial e sua evo-lução ao longo do tempo comparando com carcinoma papilífero de mesmo estadiamento inicial e 2) Analisar risco de persistência e recorrência da doença em carcinoma folicular através dos seguintes fatores prognósticos: sexo, idade, subtipo histológico, tamanho do tumor, estadiamento inicial, tipo de tratamento inicial, invasividade, presença de metástases para linfonodos e metástases à distância ao diagnóstico. Material e Mé-todos: Foram estudados retrospectivamente 42 pacientes com carcinoma folicular e 68 com carcinoma papilífero. Todos foram analisados quanto aos seguintes fatores prognósticos: 1- Sexo; 2- Idade: Maior ou menor do que 45 anos; 3- Subtipo histológico: Os pacientes foram classifi cados de acordo com os subtipos histológicos encontrados: papilífero clássico e variante folicular nos pacientes com carcinoma papilífero e folicular clássico, insular e células de Hürthle nos pacientes com carcinoma folicular; 4- Tamanho do tumor: Os pacientes foram classifi cados em T1, T2, T3, T4a e T4b segundo os critérios da 6ª edição da UICC (União Internacional Contra o Câncer); 5- Estadiamento inicial: Os pacientes foram classifi cados em estágio I, II, III, IVa, IVb e IVc segundo a 6ª edição da UICC; 6- Tipo de tratamento: Foi considerado trata-mento completo sempre que houve ablação actínica com menos de 1 ano de pós-operatório independente do tipo de cirurgia. Pacientes com microcarcinoma submetidos à tireoidectomia subtotal foram considerados como sendo submetidos a tratamento completo; 7- Invasividade: Os carcinomas foliculares foram divididos em minimamente invasivos e amplamente invasivos. Já os carcinomas papilíferos em invasivos caso hou-vesse invasão de cápsula, vascular ou de tecidos adjacentes e não invasivos caso não houvesse invasividade; 8- Presença de metástase para linfo-nodo ao diagnóstico; 9- Presença de metástase à distância ao diagnóstico. Resultados: Os seguintes fatores foram relacionados à maior risco de persistência e/ou recorrência da doença em carcinoma folicular: idade maior que 45 anos (p: 0,040), tumores amplamente invasivos (p: < 0,001), tumor maior que 4 cm (p: 0,011), estadiamentos iniciais III e IV (p: 0,011). Não puderam ser associados à pior prognóstico de forma estatisticamente signifi cativa: tipo de tratamento inicial, subtipo histológico, presença de metástase para linfonodo ou à distância ao diagnóstico. Carcinoma folicular e papilífero apresentaram taxa de remissão de 71 e 63%, respectivamente. Quando comparados a partir do mesmo estadia-mento inicial, a evolução foi semelhante entre os 2 tipos histológicos. Conclusões: Neste estudo, foram relacionados à pior prognóstico em carcinoma folicular: idade maior que 45 anos, tumores amplamente invasivos, tumor maior que 4 cm e estadiamentos iniciais III e IV. Não houve diferença no comportamento evolutivo de carcinoma folicular e papilífero quando estudados a partir do mesmo estadiamento inicial.

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S318

PT. 057MESTÁSTASES TIROIDEANAS DE CARCINOMA DE CÉLULAS CLARAS: SEIS ANOS DE FOLLOW UP

Hohl A1; Michels J2; Moritz APGC2; Damas TB2; Kowalsky ME3; Coral MHC2

1Endocrinologia do Hospital de Guarnição de Florianópolis; 2 Endocrinologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); 3

Introdução: Nódulo tiroidiano é um achado clínico comum, presente em 4 a 7% da população ao exame físico e 30 a 50% à ultra-sonografi a. Des-tes, somente 5% são malignos, sendo os tipos papilífero e folicular, os mais freqüentes. Lesões metastáticas correspondem a menos de 5% das neo-plasias malignas desta glândula, destacando-se o câncer de mama, pulmão, cabeça e pescoço, carcinoma renal e melanoma. O carcinoma de células renais (principal subtipo – células claras) responde por mais de 80% de todas as neoplasias renais malignas primárias. Cerca de 30% dos pacientes possuem metástases à distância à época de seu diagnóstico. Os sítios mais comuns incluem os pulmões (50%) e os ossos (33%), seguidos pela pele, fígado, supra-renais, cérebro e tireóide. Objetivo: Descrever a evolução clínica de uma paciente com metástases de carcinoma de células claras para a tireóide, acompanhada no Serviço Ambulatorial do Hospital de Guarnição de Florianópolis, no período de 2002 a 2007. Materiais e Métodos: Revisão do prontuário e subseqüente descrição do caso clínico e seguimento, no intervalo de 2002 a 2008. Caso Clínico: M.F.B., 68 anos, femi-nina, procedente de Florianópolis, procurou atendimento ambulatorial em 2002, devido ao aumento de volume cervical assintomático iniciado há oito meses. História familiar positiva para tiroidopatia. Antecedente de nefrectomia esquerda por adenocarcinoma renal, em maio/1995, em acom-panhamento oncológico. Ao exame físico notou-se tiróide assimétrica, com grande aumento de volume, mais acentuado à esquerda, indolor, super-fície irregular. Exames complementares: TSH: 1,68 µUI/mL (VR:0,35-5,5), T4 livre: 1,2 ng/dL (VR:0,89-1,76) e anticorpo anti-tiroperoxidase negativo. Radiografi a de tórax: desvio traqueal para direita. Ultra-sonografi a cervical mostrou bócio multinodular mergulhante volumoso. Realiza-das duas punções aspirativas por agulha fi na. A primeira indicou bócio colóide e a segunda mostrou lesão folicular. A paciente foi submetida à tiroi-dectomia total em agosto de 2002. O exame histopatológico revelou carcinoma de células claras em dois nódulos no lobo esquerdo, o maior de 4 x 4 x 3,5 cm e o menor de 3,5 x 2,5 x 2 cm, além de tiroidite linfocítica na tiróide circunjacente. O estudo imunohistoquímico mostrou carcinoma de células claras com positividade para CD10, tireoglobulina negativa, sendo o sítio primário mais provável o rim. Re-estadiamento à época não demonstrou outras lesões metastáticas. Exames clínico-laboratoriais e radiológicos (radiografi a de tórax, ultra-sonografi a cervical, tomografi a com-putadorizada de tórax, abdome e pelve) semestrais permaneceram sem evidência de doença metastática da neoplasia primária. Atualmente, mantém-se em acompanhamento ambulatorial, em uso de levotiroxina 100 mcg/dia, assintomática, sem sinais de recidiva da lesão. Conclusões: Neoplasia tiroidiana de origem metastática é uma condição rara, porém, deve ser incluída no diagnóstico diferencial dos nódulos desta glândula, principalmen-te diante do relato de um tumor maligno prévio. Os avanços permitidos pela imunohistoquímica facilitaram o diagnóstico, e apesar da etiologia, a paciente descrita apresentou boa evolução após a cirurgia.

PT. 058ESTUDO COMPARATIVO DE VARIÁVEIS CLÍNICO-PATOLÓGICAS E MOLECULARES NA DEFINIÇÃO DE PROGNÓSTICO DO

CARCINOMA PAPILÍFERO DA TIREÓIDE

Silva JR1; Morari EC1; Guilhen CAT1; Araujo PPC1; Tincani AJ2; Assumpçao LVM3; Vassallo J4; Soares FA5; Ward LS1

1Laboratório de Genética Molecular do Câncer (Gemoca) da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp); 2Departamen-to de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da FCM-Unicamp; 3Endocrinologia da Unicamp; 4Anatomia Patológica da Unicamp; 5Departamento de Anatomia Patológica do Hospital do Câncer AC Camargo da Fundação Antonio Prudente

O gene MUC1 tem sido relacionado com diversos tipos tumorais de linhagem epitelial, é responsável pela adesividade intercelular e em tumores malignos está relacionado com casos de pior prognóstico. O gene ATM atua no reconhecimento e reparo de quebras na dupla fi ta do DNA causa-dos por radiação ionizante, estresse oxidativo e agentes mutagênicos endógenos além de recrutar outros genes também responsáveis pelo reparo, entre os quais TP53, importante agente de resposta celular. Em trabalho anterior, mostramos que o transportador de sódio/iodo (NIS) se correla-ciona com a agressividade tumoral e pode indicar prognóstico. Comparamos aspectos clínico–epidemiológicos, patológicos e moleculares de prog-nóstico de 153 portadores de CP: 129 mulheres e 24 homens, com dados laboratoriais e de imagem na determinação de prognóstico. Antecedentes pessoais e de exposição ambiental, fumo, e outros dados clínico-epidemiológicos foram obtidos por entrevistas e confi rmados em prontuário. Os pacientes foram acompanhados por 13 a 248 meses (48,8 ± 32,9 meses). Em 108 indivíduos, este acompanhamento permitiu reco-nhecer dois grupos: 41 pacientes que apresentaram recorrência local ou metástases à distância ou que morreram foram classifi cados como de má evolução, enquanto que 67 pacientes que se mantinham livres de doença foram classifi cados como de boa evolução. Análise imunoistoquímica (ICH) da expressão das proteínas MUC1, ATM, p53 e NIS foram realizadas em tissue-array, classifi cando os tumores como I (1-25% células posi-tivas); II (25-50% células positivas); III (50-75% células positivas) e IV (75-100% células positivas). Em 37 tecidos de CP quantifi camos o mRNA de MUC1 e ATM por PCR em tempo real e encontramos uma baixa expressão (< 1) do gene ATM em 25 (71,4%) casos e ao contrário, uma alta expressão (> 10) para o gene MUC1 em 21 (56,7%) casos. Análise de regressão logística multivariada mostrou que os portadores de tireoidite apresentam uma maior positividade para o p53 (86,6%, p< 0,001), MUC1(86,9%, p = 0,002) e menor expressão de NIS (64,4%, p < 0,001). Cur-va de Kaplan Meier mostrou que a expressão de p53 se associou a boa evolução (32,8% dos casos, p = 0,047), sendo demonstrada em 83,4% dos casos sem invasão capsular. Ao contrário, nos casos com invasão capsular ou vascular a expressão de p53 estava ausente em 56,5% dos casos (p < 0,001). Expressão mais intensa de MUC1 (III) ocorreu nos casos de má evolução (61,1%; p = 0,031). A expressão de ATM se correlacionou com tabagismo com 86,5% dos fumantes expressando esta proteína (p = 0,018). Atribuímos estes resultados aos xenobióticos presentes no cigarro que ao lesar o DNA induzem a ativação de ATM que é responsável pelo reparo da dupla fi ta. Confi rmamos dados anteriores do nosso grupo, sobre a infl uência da auto-imunidade na evolução dos pacientes e resultados da literatura que mostram que a expressão de MUC1 se correlaciona com pior prognóstico. As avaliações ICH de p53 e de MUC1 podem contribuir para o prognóstico do CP.

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S319

PT. 059AVALIAÇÃO DA QUANTIFICAÇÃO DO MRNA DE TG COMO MÉTODO DIAGNÓSTICO NO ACOMPANHAMENTO A LONGO

PRAZO DE PACIENTES COM CARCINOMA DIFERENCIADO DE TIREÓIDE

Possato RF1; Rubio IGS1; Knobel M1; Tomimori EK1; Camargo RYA de1; Medeiros-Neto G1

1Unidade de Tireóide da Disciplina de Endocrinologia e Metabologia Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

Introdução: O carcinoma diferenciado de tireóide (CDT) se origina a partir de células foliculares e incluem os tumores papilíferos (70%) e folicu-lares (15% a 20%), com taxa de sobrevida, em 20 anos, de 95% e 70% a 80%, respectivamente. O tratamento do CDT consiste em tireoidectomia total, dose terapêutica de radioiodo (RAI) e supressão de TSH com L-tiroxina. A recorrência da doença ocorre em cerca de 10% a 20% dos casos. Exames de imagem e dosagens de tireoglobulina sérica (TGs) periódicos são empregados para o acompanhamento destes pacientes. A quantifi cação do mRNA de TG (mRNA-TG) poderia auxiliar na detecção de recidiva da doença, principalmente quando anticorpos anti-Tg (AcTG) estão pre-sentes. Estudos prévios mostraram resultados contraditórios quanto ao potencial benefício da quantifi cação do mRNA-TG no acompanhamento dos pacientes com CDT. Objetivo: Avaliar se os níveis circulantes de mRNA-TG são signifi cantes para o diagnóstico clínico, durante o acompanha-mento a longo prazo dos pacientes com CDT. Pacientes e Métodos: Foram colhidas amostras de sangue de 45 pacientes antes e 24, 48, 72 horas, 7 dias, 1, 3, 6, 9 meses, 4, 5 e 6 anos após actinoterapia. As dosagens de TGs foram analisadas por ensaio imunoradiométrico, AcTG foram dosados por imunoensaio e quantifi cação de mRNA por RT-PCR em tempo real. O gene controle interno escolhido foi HPRT1. Os pacientes foram divi-didos quanto ao estadio clínico, em três grupos: 1-sem metástase (SM) (n = 21); 2-com metástase ganglionar (MG) (n = 17) e 3-com metástase à distância (MD) (n = 7). Resultados: Os valores de mRNA-TG ao longo do tempo não apresentaram diferenças signifi cativas entre os três grupos de pacientes (Tabela 1). Quanto a TGs, o grupo SM apresentou concentrações menores que o Grupo MG e no grupo MD, detectaram-se os valo-res mais elevados (Tabela 1). AcTG foram identifi cadas em amostras de 18 pacientes: 4/21 pacientes (19.1%) do grupo SM, 9/17 (52,9%) do grupo MG e 5/7 pacientes (71,5%) do grupo MD. Em 6 pacientes, os títulos de Ac diminuíram durante o seguimento. Em dois pacientes pôde ser verifi cada interferência de Ac nas dosagens de TGs, contudo os valores de mRNA-TG não acompanharam a clínica dos pacientes. Discussão: no presente estudo constatamos que os valores de mRNA-TG não foram capazes de diferenciar os estádios clínicos da doença, mesmo na presença de anticorpos. Por outro lado os valores de TGs antes e 72h após RIT foram capazes de diferenciá-los. Somente no grupo de pacientes SM ocorreu elevação dos valores de TGs 7 dias após RIT. Nos grupos MG e MD essa elevação não foi observada pela possível desorganização estrutural do tecido neoplásico, que perde a capacidade de armazenar TG. Apoio fi nanceiro: Fapesp e Instituto da Tireóide.

Tabela 1. Valores medianos de TGs e mRNA-TG.

Período/grupos TGs (ng/mL) T = basal mRNA (UA) T = basal TGs (ng/mL) T = médio mRNA (UA) T = médio TGs (ng/mL) T = tardio mRNA (UA) T = tardio

SM 2,0a (0,5-4,3)b 1,0 (0,6-2,1) 23,1 (2,1-67,6 [7d]c 1,9 (0,8-2,8) [48h] 1,0 (1,0-1,0) [6a] 1,4 (0,9-2,2) [5a]

MG 9,8 (0,7-40,7) 0,7 (0,5-1,4) 11,7 (0,5-50,5) [7d] 1,5 (0,7-2,9) [24h] 2,8 (1,0-6,1) [6a] 1,5 (0,5-3,0) [6a]

MD 221,0 (2,5-1194,0) 0,9 (0,3-2,0) 223,9 (54,7-741,1) [7d] 1,2 (0,9-2,7) [48h] 14100,0 (4500,0-16653,7) [3a] 1,5 (0,4-4,0) [3a]

a: mediana; b: quartil; c: tempo pós-RAI

PT. 060DOSAGEM DA TIROGLOBULINA NO LAVADO DA AGULHA DA PAAF-T E O DIAGNÓSTICO DE LINFOMA PRIMÁRIO DE TIRÓIDE

Marques EL1; Derrico EN2; Arruda MM2; Frascaroli AQ3; Mamone MCOC4

1Hospital Servidor Publico Estadual - HSPE - Endocrinologia; 2Hospital do Servidor Público Estadual - Endocrinologia; 3IAMSPE - Endocrinologia; 4Médica da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp)

Introdução: O linfoma primário de tiróide (LT) é uma doença rara, responsável por menos que 1% das doenças malignas que afetam a tiróide. Acomete preferencialmente mulheres idosas e se apresenta com um aumento progressivo do volume cervical anterior em geral associado a sintomas compressivos. A presença de tiroidite de Hashimoto (TH) com ou sem hipotiroidismo, aumenta em mais de 60 vezes a chance de manifestação de LT. Os exames laboratoriais são inespecífi cos e a PAAF-T apresenta uma sensibilidade baixa, sendo necessário na maioria dos casos à realização de biopsia cirúrgica para elucidação diagnóstica. Objetivo: Mostrar que a dosagem de tiroglobulina realizada no lavado da agulha utilizada para a rea-lização da PAAF-T pode colaborar para o diagnóstico de LT. Material e Métodos: Três pacientes do sexo feminino, com idades de 58, 62 e 84 anos que estavam sendo tratadas por hipotiroidismo primário secundário a TH, apresentaram sintomas e sinais clínicos que sugeriam LT. Realizamos a coleta da PAAF de tiróide (PAAF-T) e após a realização dos esfregaços para análise citológica convencional, as agulhas utilizadas para a coleta do material, foram lavadas com 1 ml de soro fi siológico a 0,9% e realizada a dosagem de tiroglobulina (quimioluminescência; sensibilidade < 0,2 ng/ml). As análises citológicas revelaram hiperplasia linfóide reaciona” em uma paciente e de TH nas outras duas. As dosagens de tiroglobulina nos lavados das agulhas foram inferiores a 1,0 ng/ml em todas as pacientes. Discussão: O LT é uma neoplasia de difícil diagnóstico. Os exames labo-ratoriais são inespecífi cos e a PAAF-T com citologia é de pouco valor para o diagnóstico desta doença, por apresentar uma baixa sensibilidade. O advento da citometria de fl uxo e da análise molecular realizada no material obtido por agulha fi na tem melhorado a sensibilidade da PAAF para o diagnostico. Entretanto não esta disponível na maioria dos centros, tornando imperiosa a biópsia a céu aberto para o diagnóstico defi nitivo. Recen-temente, em pacientes portadores de carcinoma diferenciado de tiróide, a detecção da tiroglobulina elevada, obtida do lavado de agulha da PAAF de linfonodos suspeitos, tem otimizado a detecção precoce de linfonodos metastáticos, mesmo onde a citologia não é diagnóstica. Este procedimen-to quando realizado em tecido tiroidiano obtêm-se níveis acentuadamente elevados de Tg. Os níveis baixos ou indetectáveis de tiroglobulina no material obtido de lavado de agulha de PAAF-Tem pacientes com suspeita clínica de LT pode ser levado em consideração para detectar uma neo-plasia substituindo o tecido tiroidiano normal. Entretanto, para validar este achado é necessária a avaliação de um maior número de casos de linfoma primário de tiróide. Conclusão: Na investigação de pacientes com suspeita clínica de linfoma primário de tiróide a dosagem de tiroglobulina em níveis baixos (< 1,0 ng/ml) obtida a partir do lavado de agulha da PAAF-T pode sugerir a presença de LT.

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S320

PT. 061CARACTERÍSTICAS PRÉ-OPERATÓRIAS DE TUMORES MALIGNOS DA TIREÓIDE

Tomarchio MP1; Cambrea MFV1; Stella LC2; Bellini CPT1; Di Ninno FB2; Santomauro AT3; Fraige Filho F3

1Endocrinologia da Benefi cência Portuguesa de São Paulo; 2Endocrinologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp); 3Hospital Benefi cência Portuguesa de São Paulo

Introdução: O câncer da tireóide é infreqüente, representando 1% de todos os cânceres, porém, trata-se da neoplasia endócrina maligna mais comum, com aumento da prevalência devido a melhores técnicas diagnósticas, exposição à radiação e outros agentes ambientais carcinogênicos. Possui incidência de 5 a 9 casos por 100 mil mulheres e 2 a 4 casos em 100 mil homens, porém a prevalência de carcinoma oculto atinge 2% a 36% de peças cirúrgicas retiradas por outras indicações que não suspeita de malignidade. É um dos tumores malignos que apresentam melhores taxas de cura, sendo que 85% a 93% dos pacientes adultos tratados têm expectativa de vida de 10 anos. Objetivo: Analisar retrospectivamente as características dos nódulos de tireóide que se correlacionaram com malignidade. Pacientes e métodos: Foram avaliados retrospectivamente 146 prontuários de pacientes com diagnóstico de doença nodular tiroidiana atendidos entre 2006 e 2007 pelo serviço de endocrinologia do Hospi-tal Benefi cência Portuguesa de São Paulo. Selecionaram-se os casos de malignidade confi rmados por patologia, dos quais foram colhidos dados de idade, sexo, TSH e T4 livre, anticorpos antitireoidianos, dados ultra-sonográfi cos do nódulo (uni ou multinodular, ecogenicidade, presença de halo e calcifi cações, contorno, medida e classifi cação de Yokozawa e Tomimori), resultado da punção aspirativa (PAAF) e anatomopatológico. Classifi cação de Yokozawa e Tomimori: grau I (benigno): formações císticas; grau II (benigno): textura mista ou sólida hiper ou isoecóica, con-tornos bem defi nidos, podendo estar associados a calcifi cações grosseiras ou periféricas; grau III (duvidoso): nódulo cístico com vegetação sóli-da parietal e/ou nódulo de textura sólida hipoecóica; grau IV (suspeito): nódulo sólido hipoecóico com microcalcifi cações e/ou contornos irregulares. Resultados: Dos 9 casos de câncer de tireóide, 7 eram papilíferos, 1 medular e 1 folicular. A mediana da idade foi de 45 anos, sendo 7 mulheres. Excluindo uma paciente que não era eutireoidiana (TSH baixo), a média do TSH foi 2,56 µUI/ml.Todos tinham anticorpos nega-tivos, à exceção de 2 casos de ca papilífero que apresentavam Ac Anti-tireoglobulina positivo. Eram uninodulares 4 nódulos, todos papilíferos. Ao USG, 8 hipoecogênicos e 1 hiperecogênico (papilífero), todos sem halo, 3 com microcalcifi cações e 1 com calcifi cação grosseira (todos pa-pilíferos), 4 com contornos irregulares (todos papilíferos). A média do tamanho nodular foi de 1,88 cm (1,0 – 5,2) sendo o carcinoma medular, o maior deles. Na classifi cação de Yokozawa e Tomimori, 2 eram grau II (1 papilífero e 1 medular), o carcinoma folicular era grau III e os demais grau IV. Sete apresentaram citologia maligna e 2 suspeita (1 papilífero e 1 folicular). Discussão: Nesta amostra confi rmou-se que os carcinomas papilíferos são o tipo histológico mais prevalente dos carcinomas de tiróide.Verifi cou-se que a maioria dos pacientes são eutireoidianos, com anticorpos negativos. Nem todos os nódulos apresentaram score elevado na classifi cação de Yokozawa e Tomimori (7/9), e a avaliação ao USG muitas vezes prescindiu de características malignas. Observa-se que o tamanho dos nódulos foi variável, sendo o maior o medular, mais agressi-vo com 5,2 cm. Conclusão: A avaliação pré-operatória deve ser cuidadosa a fi m de se evitar tireoidectomias desnecessárias, valendo-se das carac-terísticas clínicas e ultra-sonográfi cas dos nódulos mas com confi rmação da citologia por PAAF; uma vez que nem todos os achados suspeitos podem estar presentes. Apoio fi nanceiro: BP.

PT. 062ACURÁCIA DA DOSAGEM DE TIREOGLOBULINA EM LINFONODOS CERVICAIS NA DETECÇÃO DE METÁSTASES DO CÂNCER

DIFERENCIADO DE TIREÓIDE

Zanella AB1; Erika2; Joíza3; Antônio3; Alceu4; José4; Maia AL4

1Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); 2 Serviço de Endocrinologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre da (HCPA) da UFRGS; 3Laboratório de Patologia da UFRGS; 4Cirurgia da UFRGS

O carcinoma diferenciado de tireóide (CDT) é responsável por 85% das neoplasias dessa glândula. Esse tipo de tumor apresenta taxas de recor-rência de 5,4 a 13% e a dosagem da tireoglobulina sérica (sTG) é considerada o método mais sensível para o diagnóstico precoce de metástases desses tumores. No entanto, 20% dos pacientes com metástases em linfonodos (LFNs) cervicais apresentam sTG indetectável em uso de L-tiro-xina. A ultra-sonografi a (US) cervical assumiu importante papel no seguimento desses pacientes, apesar da relativa limitação no diagnóstico di-ferencial entre LFNs benignos e metastáticos. A citologia obtida através da punção com agulha fi na (PAAF) não é diagnóstica em 8% dos linfonodos suspeitos a US. Recentemente, a dosagem da TG no lavado da agulha da PAAF foi proposta na diferenciação dos LFNs reacionais dos metastáticos. Estudos prévios demonstraram ótima sensibilidade e especifi cidade desse método, porém o ponto de corte do valor da TG no lavado apresenta variações de acordo com o método utilizado. O presente estudo objetiva avaliar a acurácia da dosagem de TG em LFNs cervi-cais para a detecção de metástases de CDT utilizando o método como rotina no nosso Hospital. Foram incluídos pacientes com diagnóstico de CDT, seguidos no Ambulatório de Endocrinologia do HCPA, com linfadenomegalia cervical diagnosticada pela palpação e/ou US. Os pacien-tes foram submetidos a PAAF para análise citológica e dosagem da TG no lavado da agulha e encaminhados para linfadenectomia cervical con-forme a suspeita US e/ou citológica do(s) LFNs. Os resultados parciais incluem 11 pacientes, com média de idade de 55,9 ± 14,4 anos, todos com carcinoma papilar. Os valores de TG no lavado variaram de 1,97 a 25.538 ng/ml, com mediana de 3,5 ng/ml. Dentre 11 pacientes com LFNs suspeitos, 2 pacientes apresentaram níveis bastante elevados de TG no lavado, com mediana de 3.419 ng/ml e citologia compatível com metástases. Esses pacientes foram submetidos à linfadenectomia cervical, confi rmando metástase pelo exame histopatológico. Os 9 pacientes restantes apresentaram citologia negativa ou indeterminada com níveis médios de TG no lavado de 3,0 ng/ml (1,97 a 4,2). A análise citológica desses 9 pacientes apresentou uma taxa de 22% de material inadequado e 11% de falso-positivo. Em conclusão, apesar do número limitado de pacientes avaliados até o momento, os resultados sugerem que a dosagem de TG no lavado pode auxiliar no diagnóstico de metástases de CDT e a associação com a US e citologia deve ser considerada a abordagem mais sensível e específi ca para o diagnóstico da metástase linfonodal. Apoio fi nanceiro: FIPE.

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S321

PT. 063PODE A ANÁLISE INTEGRADA DOS EXAMES DE ANÁLISES CLÍNICAS E ULTRA-SONOGORAFIA DE TIREÓIDE CONTRIBUIR NA

SELEÇÃO DE PACIENTES PARA O ESTUDO CITOLÓGICO ATRAVÉS DE PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA (PAAF)?

Schrank Y1; Marques BH1; Fontes R1,2; Fontes R1,2; Marchisotti F3

1Endocrinologia dos Diagnósticos da América SA (DASA); 2Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione (IEDE); 3Disciplina de Endocrinologia e Metabologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

Introdução: A maioria dos consensos atuais recomenda o estudo citológico através da punção aspirativa por agulha fi na (PAAF) de todos os nódulos tireoidianos acima de 1cm e dos nódulos abaixo de 1cm com características ultra-sonográfi cas suspeitas. Na experiência de Tomimori e cols, entretanto, diante de uma alta correlação entre os achados ultra-sonográfi cos e citológicos, em especial, para nódulos benignos (grau I e II segundo classifi cação proposta pelos autores) o estudo citológico poderia, em princípio, ser reservado para pacientes com nódulos graus III e IV. Objetivo: Avaliar uma possível contribuição da análise integrada de exames de análises clínicas e ultra-sonografi a de tireóide (laudo integrado) na seleção de pacientes para estudo citológico através da PAAF. Material e Métodos: Desde novembro 2006 iniciamos um projeto piloto onde resultados de ultra-sonografi a de tireóide e sua avaliação funcional, de auto-imunidade e citológica são transformados em informações contex-tualizadas (laudo integrado). Quarenta pacientes (5 do sexo masculino e 35 do sexo feminino) com idade média de 53 anos (variação de 20 a 79 anos) que tiveram integrados seus exames de ultra-sonografi a e de citologia no período de novembro de 2006 a agosto de 2007 foram inclu-ídos no estudo. Na tentativa de avaliar uma possível infl uência do laudo integrado na decisão médica comparamos os pacientes puncionados na primeira metade e na segunda metade do início do projeto (primeiros 5 versus últimos 5 meses) quanto às características ultra-sonográfi cas e achado ao exame citológico. Resultado: Nas tabelas 1 e 2, listamos, respectivamente, os pacientes avaliados nos primeiros e nos últimos 5 meses do projeto conforme a classifi cação dos nódulos tireoidianos segundo Tomimori e cols e os correlacionamos com os resultados dos exames cito-lógicos. Quando comparamos os primeiros 5 meses com os últimos 5 meses do início do projeto-piloto laudo integrado em tireóide, chama a atenção uma tendência de queda na percentagem de estudos citológicos em nódulos benignos (69% versus 54%) assim como um número menor de punções de nódulos com menos que 1 cm (17,5% versus 10%) nos últimos 5 meses do projeto. Conclusão: A queda do número de punções de nódulos benignos e menores que 1 cm na segunda metade do início do projeto piloto de integração de exames em tireóide pode sugerir que a análise integrada dos exames de análises clínicas e de imagem possa ter contribuído na seleção de pacientes para estudo citológico. O número reduzido de pacientes estudados assim como o pouco tempo decorrido do início do projeto (somente 10 meses) não nos permite, entretanto, conclusões defi nitivas. Apoio fi nanceiro: Diagnósticos da América AS.

PT. 064CISTOADENOMA MUCINOSO DE OVÁRIO: RELATO DE UM CASO DE RESULTADO FALSO-POSITIVO NA PESQUISA DE CORPO

INTEIRO PÓS-DOSE TERAPÊUTICA DE 131I

Andreoni DM1; Rio ALS1; Cunha ML2; Camacho CP1; Nakabashi CCD1; Ikejiri ES1; Mamone MCOC1; Hidal JT1; Wagner J2; Maciel RMB1; Biscolla RPM1

1Endocrinologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp); 2Medicina Nuclear do Hospital Israelita Albert Einstein

Introdução: O tratamento inicial do câncer diferenciado de tireóide consiste em tireoidectomia total ou quase total e dependendo do caso ra-dioiodoterapia em dose ablativa ou terapêutica. A pesquisa de corpo inteiro pós-dose 131I é fundamental para o diagnóstico de tecido tumoral residual e metástases iodocaptante. Porém existem relatadas na literatura diversas patologias em tecidos não tireoidianos que podem levar a um resultado falso-positivo. Relatamos um caso de uma lesão anexial iodocaptante. Relato de Caso: Mulher de 72 anos submetida à tireoidectomia total por carcinoma papilífero de tireóide. Seis meses pós-tratamento cirúrgico paciente foi submetida à dose terapêutica de 131I. A cintilografi a de corpo inteiro realizada pós-dose demonstrou captação do radioiodo na região cervical e grande área de captação na pelve à direita adjacente à bexiga (imagem esta não visualizada na PCI pré-dose). A avaliação foi complementada com a obtenção de estudo tomográfi co (SPECT) e imagens de fusão com cortes de tomografi a computadorizada da pelve, para referencial anatômico. Nelas foi possível observar que se tratava de grande leão anexial direita. Paciente então foi submetida à cirurgia. O resultado anatomopatológico foi de um cistoadenoma mucinoso de ovário, sem sinais nenhum de metástase de carcinoma papilífero de tireóide. Discussão: Cistoadenoma mucinoso é o tumor cístico mais freqüente do ovário, representando 15% a 25% de todos os tumores ovarianos. Em 85% dos casos são benignos. A maioria dos cistoadenomas mucinosos é de origem do epitélio de superfície do ovário (epitélio celômico). Raramente eles podem apresentar associação com teratoma tendo origem nas células germinativas. Sabe-se que cistos ovarianos (cisto dermóide, cisto de endometriose, struma ovarii) são responsáveis por na PCI pós-dose de 131I. Conclusão: Este é o primeiro relato de caso de um resultado falso-positivo por um cistoadenoma mucinoso de ovário. Eventualmente esta rara associação do tumor com teratoma poderia explicar a captação de radioiodo. Neste caso não houve captação na PCI pré-dose com 123I, comprovando sua baixa sensibilidade para detecção de metástase.

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S322

PT. 065ASPECTOS ULTRA-SONOGRÁFICOS PREDITIVOS DE MALIGNIDADE PARA NÓDULOS TIREOIDIANOS

Cambrea MFV1; Tomarchio MP1; Bellini CPT1; Stella LC2; Di Ninno FB3; Santo Mauro AT3; Fraige Filho F3

1Endocrinologia Benefi cência Portuguesa de São Paulo; 2Endocrinologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp); 3Hospital Benefi cência Portuguesa de São Paulo

Introdução: A doença nodular da tireoíde constitui um desafi o para o clínico pela falta de um método diagnóstico gold standard não invasivo para malignidade. A prevalência de nódulo tireoidiano (NT) é de 4% a 7% pelo exame clínico e até 10 vezes maior em autópsias ou ultra-som, entretan-to, menos de 5% deles são malignos. A caracterização do NT através dos aspectos ultra-sonográfi cos e PAAF minimiza o número de cirurgias des-necessárias. Objetivos: Avaliar a aplicabilidade clínica das características ultra-sonográfi cas na predição de malignidade dos NT. Material e Métodos: Foram avaliados retrospectivamente resultados de citologia por punção aspirativa guiada por ultra-som (PAAF) de NT colhidas entre abril/2006 e maio/2007, dividindo-as em grupos conforme o resultado em benigna, maligna e suspeita. Incluiu-se apenas eutireoideos, e em caso de multino-dularidade, considerou-se apenas a PAAF do nódulo suspeito ao ultra-som ou do maior.Cada grupo foi avaliado quanto aos aspectos ultra-sonográ-fi cos prévios à punção (ecogenicidade do nódulo, presença de halo hipoecogênico, defi nição dos contornos, presença e tipo de calcifi cação e tamanho do nódulo) e anatómo-patológico (AP) se operados. Resultados: Eram 146 citologias, sendo 127 mulheres e 19 homens, com idade média de 51,9 e 64,3 anos respectivamente, sendo 46 nódulos únicos e 100 bócios multinodulares. Encontrou-se 118 citologias benignas, 7 ma-lignas e 21 suspeitas. Dentre as citologias benignas, pudemos observar as seguintes características dos nódulos: 83,9% eram hipoecogênicos, 9,3% isoecogênicos e 6,8% hiperecogênicos; 72,9% não apresentavam halo hipoecogênico; 91,5% com contornos regulares; 83,9% não apresentaram calcifi cações e dentre os que tinham calcifi cações, 89,47% eram grosseiras, em “casca de ovo”; o tamanho médio dos nódulos foi de 1,9 cm. Quan-to às citologias malignas, encontramos 6 carcinomas papilíferos e 1 carcinoma medular ao AP e as seguintes características ultra-sonográfi cas: 85,72% eram hipoecogênicos, 14,28% hiperecogênicos e nenhum nódulo isoecogênico; 100% sem halo hipoecogênico; 57,14% com contornos regulares e esta mesma porcentagem de nódulos não apresentavam calcifi cação, mas quando presentes apenas 33,3% eram grosseiras, contra 66,6% de micro-calcifi cações; o tamanho médio foi de 2,1 cm.Dos 21 nódulos suspeitos 2 foram malignos ao AP, sendo 1 carcinoma folicular e 1 papilífero; neste grupo 85,7% dos nódulos eram hipoecogênicos; 9,5% isoecogênico e 4,8% hipercogênico; 71,4% sem halo hipoecogênico; 95% com contornos regulares; 85,7% sem calcifi cações e quando presentes 66,6% eram grosseiras, o tamanho médio dos nódulos foi de 1,82 cm. A isoecogenecidade é um fator preditivo de benignidade, ausente entre nódulos malignos; o halo estava ausente em todos os carcinomas (p = 0,05); quanto ao contorno, 7,62% dos nódulos benignos apresentaram irregularidade, contra 42,85% dos carcinomas (p = 0,008); microcalcifi cação ocorreu em 1,6% dos nó-dulos benignos, 4,76% dos suspeitos e 28,57% dos malignos (p = 0,01). Não houve signifi cância para o tamanho dos nódulos. Conclusão: Conclui-se que a ultra-sonografi a fornece auxílio na determinação da conduta a ser tomada frente a NT. Foram estatisticamente signifi cativos para predizer malignidade a ausência de halo isoecogênico, contornos irregulares e presença de microcalcifi cações.

PT. 066CORRELAÇÃO ENTRE A CLASSIFICAÇÃO ULTRA-SONOGRÁFICA DOS NÓDULOS TIREOIDIANOS SEGUNDO TOMIMORI E

COLS. E O ACHADO CITOLÓGICO – EXPERIÊNCIA DE UM SERVIÇO PARTICULAR

Schrank Y1; Marques BH1; Fontes R1,2; Marchisotti F3; Vencio S1; Scharf M1

1Endocrinologia dos Diagnósticos da América SA (DASA); 2Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luis Capriglione (IEDE); 3Disciplina de Endocrinologia e Metabologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)

Introdução: A ultra-sonografi a de tireóide, por ser um método simples e apresentar boa correlação com os aspectos macroscópicos dos nódulos tireoidianos consiste em primeira escolha na avaliação inicial da lesão nodular da tireóide. Nenhum sinal ultra-sonográfi co é, entretanto patog-nomônico para malignidade, motivo pelo qual Tomimori e cols. propuseram uma classifi cação dos nódulos tireoidianos de acordo com o seu risco de malignidade. Tomimori e cols classifi cam os nódulos de I-IV de acordo com as seguintes características: conteúdo, ecogenicidade, con-torno e presença de microcalcifi cações. Na experiência dos autores a correlação da classifi cação ultra-sonográfi ca proposta com os achados his-tológicos foi considerada muito boa (sensibilidade = 98,6%, especifi ciadade = 42,1%, valor preditivo negativo = 96,6% e valor preditivo positivo = 64,5%), sobretudo em se tratando de nódulos beningos. Objetivo: Estabelecer a correlação entre os achados ultra-sonográfi cos segundo a classifi cação de Tomimori e cols e os achados citológicos obtidos por punção aspirativa por agulha fi na (PAAF) em um serviço particular do Rio de Janeiro. Material e Métodos: Desde novembro 2006 iniciamos um projeto piloto onde resultados de ultra-sonografi a de tireóide e sua avaliação funcional, de auto-imunidade e citológica são transformados em informações contextualizadas (laudo integrado). Quarenta pacientes (5 do sexo masculino e 35 do sexo feminino) com idade média de 53 anos (variação de 20-79 anos) que tiveram integrados seus exames de ultra-sonografi a e de citopatologia no período de novembro de 2006 a agosto de 2007 foram incluídos no estudo. Resultado: Na tabela 1 listamos os nossos pacientes conforme a classifi cação dos nódulos tireoidianos segundo Tomimori e cols. e os correlacionamos com os resultados dos exames citológicos. Quando comparado com os resultados obtidos por Tomimori e cols. observamos uma percentagem mais elevada de estudo citológico em nódulos grau I e II ou benignos (60% versus 42%) o que pode ser uma característica do serviço particular em que o acesso des-complicado aos procedimentos diagnósticos pode ter contribuído para um número maior de punções de lesões, em tese, de baixa suspeição para malignidade. Tal hipótese é, ao menos parcialmente, corroborada pela punção de número signifi cativo de nódulos < 1 cm (27,5%), a grande maioria destes (73%) de características inocentes, ou seja, classifi cados com grau I e II. Chama a atenção ainda, um número grande de resultados não-diagnósticos (33%) bastante acima do encontrado na literatura (15% a 20%). Tal achado pode estar relacionado com punções em lesões pequenas e císticas (Tomimori I) ou com possível punção de lesões com componente sólido-cístico em que não se priorizou a punção guiada por ultra-songrafi a. Conclusão: Acreditamos que a maior difusão da experiência acumulada por profi ssionais formadores de opinião em tireoideolo-gia, tarefa a qual nos propomos através do laudo integrado em tireóide, possamos contribuir na otimização da seleção de pacientes para a PAAF. Apoio fi nanceiro: Diagnósticos da América SA.

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S323

PT. 067NÓDULOS DE CITOLOGIAS INDETERMINADA E SUSPEITA: CORRELAÇÃO ENTRE ASPECTOS ULTRA-SONOGRÁFICOS E

EXAME HISTOPATOLÓGICO

Seoane LA1; Tomimori EK1; Bisi H1; Knobel M2; Medeiros G1; Camargo RYA1

1Disciplina de Endocrinologia e Metabologia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP); 2Unidade de Tireóide da Disciplina de Endocrinologia e Metabologia Departamento de Clínica Médica FMUSP

Introdução: Os nódulos tireoidianos são extremamente comuns. O padrão-ouro para diagnóstico desses nódulos é a punção aspirativa por agulha fi na que, entretanto, apresenta limitações para diferenciar os nódulos adenomatosos das neoplasias foliculares (incluindo a variante foli-cular do carcinoma papilífero); nestes casos, classifi camos a citologia como indeterminada. Quando as células apresentam variação do volume nuclear, núcleos com cromatina irregularmente distribuída ou com aspecto de vidro fosco classifi camos a citologia como suspeita para carcinoma. A ultra-sonografi a da tireóide, por ser um método não invasivo e apresentar boa correlação com os aspectos macroscópicos da glândula, é am-plamente utilizada para avaliação dos nódulos tireoidianos. As características ultra-sonográfi cas que tornam o nódulo suspeito para malignidade são: hipoecogenicidade, presença de microcalcifi cações, contornos irregulares, ausência de halo hipoecóico periférico e diâmetro maior que 3 cm. Objetivo: Selecionar os nódulos com citologia indeterminada ou suspeita submetidos à cirurgia e correlacioná-los com os aspectos ultra-sonográfi cos e histopatológicos. Pacientes e Métodos: De 1997 a 2007, 408 paciente portadores de nódulos tireoidianos foram submetidos a avaliação ultra-sonográfi ca e citológica e encaminhados à cirurgia. Os nódulos foram classifi cados, de acordo com as característica ultra-sonográ-fi cas, em graus de I a IV, sendo graus I e II benignos, grau III duvidoso para neoplasia e grau IV suspeito para malignidade. Os exames citoló-gicos foram classifi cados 4 categorias: benignos, indeterminados, suspeitos ou malignos. Resultados: Dos 408 nódulos puncionados, 56 (14%) apresentaram citologia benigna, 127 (31%) indeterminada, 95 (23%) suspeita e 130 (32%) maligna. Portanto, 222 (54%) pacientes foram sub-metidos à cirurgia com citologias não-diagnósticas (indeterminadas ou suspeitas). Dentre as citologias indeterminadas, 76% tiveram exame anatomopatológico benigno (60 bócios colóides, 30 adenomas e 6 tireoidites) e 24% eram malignos (13 carcinomas papilíferos, 8 foliculares, 7 papilíferos variante folicular, 2 medulares e 1 linfoma). Já, dentre os nódulos com citologia suspeita, 61% apresentaram exame anatomopatoló-gico maligno (28 carcinomas papilíferos, 6 papilíferos variante folicular, 23 foliculares e 1 carcinoma medular) e 39% benignos (18 adenomas, 18 bócios colóides adenomatosos e 1 tireoidite). Dos 127 nódulos com citologia indeterminada, 43 (34%) tinham características ultra-sonográ-fi cas benignas e 84 (66%) características duvidosas ou suspeitas, enquanto que dos 95 nódulos com citologia suspeita, 90 (95%) apresentaram características ultra-sonográfi cas duvidosas ou suspeitas e 5 (5%) apresentaram características benignas. Conclusão: A prevalência de neoplasia maligna foi consideravelmente maior na citologia suspeita (61%) em relação à indeterminada (24%), o que torna importante diferenciar esses dois grupos no diagnóstico citológico. Observamos também que 41 (95%) dos nódulos com citologia indeterminada e características ultra-sonográ-fi cas benignas (graus I e II) tiveram diagnóstico histopatológico benigno. Por outro lado, nódulos indeterminados com características ultra-so-nográfi cas suspeitas (graus III e IV) apresentaram maior risco para malignidade (31%).

PT. 068PERFIL CLÍNICO E EPIDEMIOLÓGICO DOS MICROCARCINOMAS PAPILÍFEROS DE TIREÓIDE DIAGNOSTICADOS NO HOSPITAL

ARAÚJO JORGE, EM GOIANIA-GO, NO PERIODO DE 1997 A 2003.

Reis AAS1; Monteiro CD2; Paula EC3; Saddi VA3; da Cruz AD2

1Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular da Universidade Federal de Goiás; 2Núcleo de Pesquisas Replicon da Universidade Católica de Goiás; 3Serviço de Anatomia Patológica do Hospital Araujo Jorge

A Organização Mundial de Saúde classifi ca como microcarcinomas os carcinomas papilíferos de tireóide com diâmetro ≤ 1 cm. O diagnóstico de um microcarcinoma é geralmente um achado incidental e difi cilmente é concluído antes do procedimento cirúrgico. O sinal clínico mais comum é a linfadenopatia cervical com ou sem palpação de nódulos. A tireoidectomia total e a linfadenectomia cervical bilateral constituem os tratamentos padrões para os microcarcinomas papilíferos da tireóide (MCPs). O objetivo do presente estudo foi analisar os aspectos clínico-epidemiológicos dos pacientes diagnosticados com MCPs no Serviço de Anatomia Patológica (SAP) do Hospital Araújo Jorge em Goiânia-GO, no período de 1997 a 2003. Os casos foram levantados a partir dos livros de registro do SAP e os dados clínico-patológicos obtidos a partir dos respectivos prontuários. Os dados colhidos foram tabulados e analisados por estatística descritiva e o estimador Kaplan-Meier foi utilizado para estimar a sobrevida em 5 anos. Dentre os aspectos analisados, destacam-se a distribuição por sexo, faixa etária, além do comprometimento lin-fonodal, a terapêutica usada e a distribuição anual dos casos, e para o seguimento, foram considerados o tratamento, a presença de metástases e o sexo. Foram diagnosticados 48 casos de MCPs, sendo que 87,5% eram pacientes do sexo feminino e 12,5% do sexo masculino. Em relação à faixa etária, a maior incidência foi observada em pacientes entre os 30 e 50 anos de idade. Foram observados 8 casos metastáticos (16,7%), todos com comprometimento de linfonodos cervicais. O tratamento imediato foi a tireoidectomia total em 64,6% dos casos. A distribuição anual dos casos revelou uma tendência crescente no período analisado. A sobrevida geral dos pacientes demonstra um bom prognóstico. Ao fi nal de cinco anos, todos os pacientes do grupo estavam vivos, exceto uma paciente que faleceu em decorrência de outra causa, sendo esta censurada. Para a sobrevida relativa estimada por sexo, tratamento e presença de metástases, não foram observados diferença estatisticamente signifi cante entre as co-variáveis. A maior prevalência de MCPs em mulheres tem sido descrita na literatura, entretanto, a razão revelada em nossa série é signifi cati-vamente mais alta e deve ser avaliada com bastante atenção. Estudos relatam que o bom prognóstico dos MCPs deve-se ao baixo potencial de metástases à distância e à lenta progressão. A tireoidectomia total demonstra ser o procedimento de escolha adequado. A distribuição anual dos casos revela aumento signifi cativo, concordando com relatos encontrados em outros estudos. O prognóstico dos MCPs demonstrou ser extre-mamente favorável e a literatura evidencia que a sobrevida média dos pacientes em 10 anos é de 98%. A compreensão da etiologia, patogênese e potencial metastático desse tipo particular de tumor ainda requer elucidação, assim como estudos que investiguem as tendências epidemiológicas e evolução da neoplasia. Apoio fi nanceiro: CNPq.

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S324

PT. 069FATORES PROGNÓSTICOS E SUA IMPLICAÇÃO NO TRATAMENTO DO MICROCARCINOMA PAPILÍFERO DE TIREÓIDE

Araujo PPC1; Tincani AJ2; Ward LS1

1Laboratório de Genética Molecular do Câncer (Gemoca) da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp) 2Departamen-to. de Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Faculdade de Ciências Médicas

Introdução: Com a utilização crescente da ultra-sonografi a para orientação das punções aspirativas em nódulos tireoidianos, aumentou também a incidência do carcinoma bem-diferenciado de tireóide, assim como o número de microcarcinomas (nódulos menores que 1 cm de diâmetro). Para este grupo especifi camente, o tratamento cirúrgico ainda é questão de discussão e controvérsia. Para estudar alguns fatores prognósticos que podem orientar o tratamento para este grupo, 126 pacientes foram avaliados (108 mulheres e 18 homens), com média de idade de 48 ± 12,2 anos, diagnosticados como carcinoma papilífero de tireóide e tratados cirurgicamente pela mesma equipe. Métodos: todos os pacientes foram submetidos à tireoidectomia total e trinta e três também a esvaziamento cervical (EC). Sessenta e quatro pacientes apresentavam tumores menores que 1 cm de diâmetro (grupo A) e sessenta tumores maiores que 1 cm (grupo B). Os fatores estudados usando-se análise uni e multi-variadas foram sexo, estádio, tipo de cirurgia (TT com ou sem EC), aspectos histológicos de agressividade (multifocalidade e invasão extracap-sular), além de outro grupo histológico de critérios (perda de diferenciação e variantes não-clássicas, estudadas conjuntamente). A média de seguimento foi de 89,5 ± 9,2 meses. Pacientes com níveis indetectáveis de tireoglobulina estimulada, assim como ausência de evidência clínico-radiológica de doença, foram considerados livres de doença ativa. Resultados: seis casos (6%) de doença locorregional e seis casos (6%) de me-tástases à distância foram observados. Dois pacientes morreram durante o seguimento (1,6%). A sobrevida global em 45 meses foi de 91,9% para os estádios iniciais I/II e 31,4% para os estádios III e IV (p = 0,039). A presença de linfonodos clinicamente positivos ao diagnóstico ou notada no intra-operatório não infl uenciou nem a sobrevida global nem a sobrevida livre de doença para o grupo B, não sendo aplicável ao grupo A. Alguns fatores histológicos de agressividade afetaram a sobrevida global em ambos os grupos; no grupo B observou-se tendência em relação à multifocalidade (p = 0,06), além de signifi cância prognóstica em relação à presença de invasão extracapsular (p < 0,001) e critérios histológicos de agressividade (p = 0,016), enquanto que no grupo dos microcarcinomas apenas a multifocalidade indicou mau prognóstico com signifi cância (p = 0,023). Conclusão: A maioria dos dados encontrados reforça a literatura, porém a importância da multifocalidade na sobrevida para o grupo dos microcarcinomas nos leva a concluir que a tireoidectomia total é possivelmente o mínimo tratamento adequado para este grupo de pacientes. Mais estudos são necessários no sentido de confi rmar estes dados.

PT. 070MICROCARCINOMA PAPILÍFERO: UM TUMOR NÃO ESTADIÁVEL QUANTO AO RISCO

Valente FOF1; Ward LS1; Melo T2; Araujo PPC1; Tincani AJ3; Assumpçao LVM2

1Laboratório de Genética Molecular do Câncer (Gemoca) da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (FCM-Unicamp); 2Endocrino-logia Unicamp; 3Cirurgia de Cabeça e Pescoço Unicamp

Com o aprimoramento dos métodos diagnósticos, houve um aumento na incidência dos microcarcinomas (MC) de tireóide, (tumores ≤ 1 cm), principalmente os diferenciados, considerados de excelente prognóstico. No entanto, há relatos de casos de MC em que ocorrem recorrências e até metástases à distância. Ainda não há um consenso quanto aos critérios mais precisos para distinguir quem são esses pacientes. Objetivos: verifi car os aspectos clínicos, laboratoriais e de evolução em uma população portadora de microcarcinoma diferenciado da tireóide e compará-los às possíveis diferenças dos pacientes com carcinoma diferenciado de tireóide (CDT) > 1 cm, ou seja, os não-microcarcinomas (NMC), divididos em papilíferos (CP) e foliculares (CF) e sua evolução clínica, de acordo com dois critérios de estadiamento diferentes: TNM e Ohio State (OSU). Métodos: foram selecionados e analisados retrospectivamente 308 dos 365 prontuários de pacientes atendidos de 1982 a 2005 no ambulatório de Câncer de Tireóide do Hospital de Clínicas da UNICAMP. Todos os pacientes foram conduzidos de acordo com o mesmo protocolo de conduta: tireoidectomia total seguida de ablação de restos tireoidianos com ¹³¹I. Havia 38 (14,3%) pacientes com diagnóstico de MC (grupo 1), 170 (64,2%) com CP (grupo 2) e 57 (21,5%) com CF (grupo 3).A idade média ao diagnóstico foi semelhante nos pacientes portadores de MC e de CP (39,4 ± 12,6 x 40,3 ± 16,8 anos), porém diferiu dos com CF (50,8 ± 16,9 anos), p < 0,001. Ao contrário, os grupos não diferem entre si em relação ao sexo e cor (p = 0,764 e p = 0,200, respectivamente). Os pacientes com CF apresentaram um número signifi cativamente maior de casos de estádios mais avançados (III-IV) do que os com CP e com MC, tanto pelo TNM (respectivamente 37,5%, 22,7% e 5,3% - p = 0,001) quanto pelo de OSU (60%, 46,9% e 5,3% - p = 0,01). Conseqüentemente, os grupos CF e CP evoluíram de forma mais desfavorável que o grupo MC (p = 0,016), porém sem diferença estatisticamente signifi cativa entre si (p = 0,06). Como seria esperado, os NMC (CP+ CF) estadio I e II tanto pelo TNM quanto por OSU evoluem mais favoravelmente que os estadios III e IV (p = 0,0001). Além disso, quando analisados pelo sistema OSU, os pacientes com estadiamento III e IV apresentam risco maior para evolução desfavorável (89%; OR = 15,5) do que pelo TNM (42% - OR = 9,2). Assim, os pacientes com estadiamento OSU III e IV apresentam chance 10 vezes maior de evolução desfavorável do que os OSU I e II, enquanto que essa chance para o TNM é apenas 3,2 vezes maior. No entanto, para os MC, o estadiamento não foi útil para diferen-ciar a evolução clínica (p = 0,339). Concluímos que é possível tratar os pacientes com MC de forma menos intervencionista devido a sua boa evolução. Entretanto, os sistemas de estadiamento atualmente em uso não defi nem prognóstico nestes pacientes. Será necessário um seguimen-to mais longo, em particular para pacientes com MC que vêm evoluindo desfavoravelmente, e a identifi cação de outros fatores e/ou marcadores de mau prognóstico para caracterizar a sua evolução.

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S325

PT. 071CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E EVOLUÇÃO DOS MICROCARCINOMAS DE TIREÓIDE

Odawara AF1; Andrade J2; Santos RB2; Chueire VB2; Villagelin D3; Chaves FR2; Romaldini JH2

1PUC - Campinas - Endocrinologia; 2PUC-Campinas – Endocrinologia; 3PUC- Campinas - Endocrinologia

Introdução: Os carcinomas diferenciados da tireóide menores ou iguais a 1,0cm são denominados microcarcinomas (MC). Seu diagnóstico tornou-se mais freqüente devido ao uso rotineiro da ultra-sonografi a para avaliação tireoidiana. Existem controvérsias quanto à forma mais adequada de tratamento, lobectomia ou tireoidectomia total, seguidas ou não de radioiodoterapia. Objetivo: Avaliar as características e o com-portamento após tratamento dos MC diferenciados de tireóide acompanhados em nosso serviço. Materiais e Métodos: Avaliamos retrospecti-vamente 55 pacientes sendo 10 homens e 45 mulheres com idade média respectiva de 42,33 e 46,3 anos. Apresentavam MC diferenciados de tireóide menores ou iguais a 1 cm de diâmetro ao exame anatomopatológico. O período de acompanhamento foi de 1995 a 2007. Todos foram submetidos a tireoidectomia total e o seguimento realizado através de ultra-sonografi a cervical, tiroglobulina estimulada e em supressão do TSH, anticorpo antitiroglobulina e pesquisa de corpo inteiro com iodo 131 (PCI) previamente ou após dose de radioiodo quando realizada. Os valo-res de TSH eram mantidos de acordo com o estadiamento do tumor. Resultados: Com relação ao tipo histológico, 60% eram de carcinoma papilífero clássico, 22% variante folicular, 12,5% variante esclerosante e 5% células de Hürtle. Foi descrito apenas um caso de carcinoma folicular minimamente invasivo com 1 cm (0,5%). No exame histológico identifi camos que: 27% dos casos eram multicêntricos e desses 40% eram bilate-rais, 18% apresentaram metástases para linfonodos, 20% invasão capsular, 9% invasão regional e 38% apresentavam infi ltração linfocítica. Recebe-ram radioiodoterapia 95% dos pacientes (após a primeira PCI) com dose inicial média de 117,35 mCi. Entre os MC estudados, 64% eram do tipo não-incidental, diagnosticados através da punção aspirativa. O restante, 36%, foram encontrados de maneira incidental (principalmente após tireoidectomias por bócio). Quando comparamos os subtipos de carcinomas papilíferos, não houve signifi cância estatística quanto a prevalência de metástases à distância e para linfonodos, exceto a multicentricidade encontrada no subtipo variante folicular p = 0,0093, OR:6,0 (IC:1,17-32,7). Comparamos os MC com tamanho menor que 0,8 cm em relação aos maiores ou iguais a 0,8cm quanto a metástases à distância e para linfono-dos, invasão de cápsula e regional, não encontrando diferença estatística. O seguimento variou de 6 a 156 meses (39 meses em média) com 88% dos pacientes livres de doença e uma percentagem de persistência ou recidiva de 12%. As metástases à distância foram observadas em dois pa-cientes. Um paciente apresentou metástase para pulmão de um MC papilífero variante esclerosante, bilateral e multifocal com 0,8 e 0,1 cm. O segundo com diagnóstico de carcinoma papilífero variante clássica de 1,0cm com captação pulmonar e óssea após dose de 250 mCi. Nenhum paciente foi a óbito decorrente da doença. Conclusão: Apesar da boa evolução dos MC na maioria dos casos, encontramos a presença de me-tástases locais, à distância e recorrência de doença. Medidas mais agressivas podem ser necessárias para o tratamento destes pacientes.

PT. 072CARACTERÍSTICAS HISTOLÓGICAS COMO A AUSÊNCIA DE ESCLEROSE E DE INFILTRADO INFLAMATÓRIO EM TORNO DO

MICROCARCINOMA PAPILÍFERO DA TIREÓIDE PODEM INDICAR A SUA EVOLUÇÃO CLÍNICA

Ramos AMO1; Sales AO1; Mello LEB1; Andrade MC1; Paiva FP2; Ramos CCO1; Formiga MCC1; Ramos CCF1; Matos PS3; Ward LS4

1Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN - Departamento de Patologia; 2Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN - Cirurgia; 3Unicamp - Anatomia Patológica; 4Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP - Laboratório de Genética Molecular do Câncer

A popularização do uso do ultra-som e de outros métodos de imagem no Brasil, assim como em todo o mundo, aumentou de maneira conside-rável o número de diagnósticos de nódulos não palpáveis da tireóide, levando à identifi cação de um número crescente de microcarcinomas pa-pilíferos da tireóide (MPT). A maioria destes tumores permanece silente, sendo encontrada apenas como achado de exames. No entanto, alguns evoluem, de forma que o clínico precisa decidir quais lesões exigem maior investigação ou mesmo intervenção cirúrgica já que o carcinoma pa-pilífero da tireóide (CP) é o mais freqüente tumor endócrino. O CP é encontrado em não mais do que 1,2% das mulheres em Campinas (SP), mas atinge 5,8% das mulheres em Natal (RN). Em trabalho anterior mostramos que, embora não fossemos capazes de identifi car fatores clínicos de evolução do MPT encontrado em autópsia e em material cirúrgico, o aspecto não-encapsulado não-esclerosante com ausência de fi brose ou de infi ltrado infl amatório parecia se relacionar com tal progressão clínica. Para confi rmar esta hipótese, estudamos 463 tireóides de autópsias (261 homens, 202 mulheres) de Natal, RN. Encontramos MPT em 7,6% das glândulas, sendo 6,1% dos homens e 9,4% das mulheres, incidên-cia muito similar à que anteriormente relatamos em SP (9,3% dos homens e 8.8% das mulheres). Os MPT eram predominantemente sólidos e não-encapsulados (34,2%), com aspecto folicular (75,6%) e apresentavam-se ao exame microscópico não-encapsulados e não-esclerosantes em 44% dos casos. Em SP, ao contrário, predominavam (46% dos casos) as variantes não-encapsuladas, porém esclerosantes e com infi ltrado infl a-matório e fi brose peritumorais. Estes dados confi rmam nossa observação anterior em que a existência de anticorpos antitireoidianos e o antece-dente de doença auto-imune se correlacionaram com melhor prognóstico de indivíduos com CP sugerindo que a reação imunológica individual é importante fator de contenção para a progressão tumoral. Confi rma ainda a elevada incidência de MPT anteriormente descrita (8% das autópsias em SP), a incidência similar em ambos os sexos, sugerindo que fatores hormonais devam favorecer o desenvolvimento de lesões clínicas em mulheres, e indica que características ambientais devem contribuir para a maior progressão clínica observada no RN em relação a SP. Sugerimos que a ausência de esclerose e infi ltrado infl amatório peritumorais associa-se à progressão clínica contribuindo para a elevada incidên-cia de CP observada no RN. Apoio fi nanceiro: fapesp 06/01651-1 e CNPq 470317/2006-0.

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S326

PT. 073CARCINOMA PAPILÍFERO DA TIREÓIDE EM CRIANÇAS: TRATAMENTO E MECANISMOS DE FALHA TERAPÊUTICA

Toscano UB1; Dias FL1; Lima RA1; Bispo DJS1; Bordallo MAN2; Maia Filho PC1; Freitas EF1; Soares JRN1

1Instituto Nacional do Câncer-INCA - Cabeça e Pescoço; 2Instituto Nacional do Câncer-INCA - Endocrinologia Medicina Nuclear

Introdução: O carcinoma bem diferenciado da tireóide (CBDT) é o tumor maligno endócrino mais comum em crianças, sendo responsável por 1% dos casos de câncer pediátrico, cerca de 2% dos pacientes recém diagnosticados com câncer da tireóide são menores de 20 anos de idade. Um paradoxo existe com relação à evolução clínica das crianças com carcinoma diferenciado da tireóide: o câncer da tireóide nesta faixa etária embo-ra muitas vezes se apresente com doença extensa, raramente é letal. Objetivo: O objetivo deste trabalho é avaliar o papel a infl uência do estadia-mento e tratamento na sobrevida livre de doença (SLD) e na sobrevida global (SG) em pacientes com carcinoma papilífero bem diferenciado da tireóide (CPT), com menos de 18 anos de idade no momento do diagnóstico. Pacientes e Métodos: Estudo retrospectivo pela análise de pron-tuários de pacientes com diagnóstico de carcinoma da tireóide, tratados em um único centro de tratamento de câncer. De 1993 a 2002, 1.552 prontuários de pacientes portadores de carcinoma da tireóide foram revisados. Vinte e nove pacientes (1,9%) tinham menos de 18 anos de idade no momento do diagnóstico, e foram tratados inicialmente na nossa instituição. Características epidemiológicas dos pacientes (idade e sexo), características do tumor (patologia, o tamanho do tumor, multicentricidade), tipo de tratamento, recidivas e metástases distantes foram analisa-dos utilizando o método X2. A sobrevida global foi estimada pelo método de Kaplan-Meier. A análise estatística foi realizada utilizando o sof-tware SPSS. Resultados: O mais freqüente histologia foi carcinoma papilífero da tireóide em 81 casos (95,3%), carcinoma folicular ocorreu em 4 casos (4,7%). A média de idade foi de 12,21 anos (intervalo, 3 a 16 anos), 22 pacientes eram do sexo feminino e 7 eram do sexo masculino. O tempo médio dos sintomas foi de 15 meses (intervalo, 2 a 48 meses). Oito pacientes (27,6%) apresentavam metástase cervical. Tireoidectomia total foi realizado em 21 pacientes (72,4%); tireoidectomia parcial foi realizada em 8 pacientes (27,6%), radioiodoterapia pós-operatória foi ad-ministrado a 21 doentes (72,4%). Seis pacientes (20,6%) desenvolveram recorrência regional e foram resgatados por cirurgia; 4 pacientes (13,8%) desenvolveram metástases à distância e foram tratadas com radioiodoterapia. O tempo médio de seguimento foi de 44 meses (intervalo de 12 a 120 meses), o tempo médio de recidiva foi de 6 meses (intervalo de 2 a 54 meses). Esvaziamento cervical foi realizado apenas em 8 pacientes N (+) (27,6%). No grupo de pacientes submetidos a tireoidectomia total, 5 pacientes (23,8%) desenvolveram recidiva cervical, em comparação com 1 paciente (12,5%) entre os que foram submetidos tireoidectomia parcial (p = 0,67), 23,8% dos pacientes que receberam radioiodoterapia, de-senvolveu recidiva cervical em comparação com 12,5% entre os que não receberam radioiodoterapia (p = 0,65). Nenhum paciente morreu de CBDT. A SLD em 5 anos foi de 37,5% em pacientes com metástase cervical, em comparação com 95,2% em pacientes sem metástases cervicais (log rank = 12,26, p = 0,0005). Conclusão: A presença de metástases linfonodal foi o único preditor de SLD em nosso grupo de pacientes. Os resultados encontrados em nosso estudo sugerem que a extensão do procedimento cirúrgico do CBDT em crianças deve ser adaptada de acordo com a sua apresentação clínica.

PT. 074CARCINOMA PAPILÍFERO EM CRIANÇA COM DOENÇA DE GRAVES COM NÓDULO TIREOIDIANO HIPERCAPTANTE

Toyama G1; Izzo C1; Radaeli RF1; Tristão JR1; Oliveira ML2; Liboni RDB2; Diehl LA3

1Universidade Estadual de Londrina - Endocrinologia; 2Universidade Estadual de Londrina - Docente Endocrinologia; 3Universidade Estadual de Londrina - Docente Clínica Médica/Endocrinologia

Introdução: Nódulos tireoidianos são raros em crianças, com prevalência de 0,2% a 1,8%. Em crianças com nódulos, o carcinoma papilífero é detectado em 20% dos casos. Entretanto, em nódulos “quentes”, a incidência de malignidade é descrita como menor que 1%. Descrição do Caso: Paciente com 12 anos, masculino, apresentava há 5 meses aumento de volume da região cervical anterior associado a sudorese intensa, agitação psicomotora, dispnéia aos esforços, insônia, palpitações e perda de 7 Kg. Não havia história familiar de tireopatia. Ao exame: peso no percentil 25; estatura no percentil 50 a 75; tireóide com aumento do lobo direito e nódulo palpável de 2 cm à direita, doloroso à palpação, sem adenomegalias ou alterações oculares. TSH < 0,01 mUI/ml; T4 livre 5,48 ng/dl; anti-TPO 57 UI/mL (normal < 16 UI/mL); TRAb 23 U/l (normal < 10). Foi feito diagnóstico de doença de Graves e iniciado metimazol, 40 mg/dia. Na investigação, um USG de tireóide evidenciou nódulo sólido, hiperecóico na periferia, com contornos irregulares e mal-defi nidos, em terço médio do lobo direito, medindo 9 x 11 mm. A cintilografi a com pertectanato-99m Tc mostrou distribuição heterogênea do radiofármaco e hipercaptação (48%, normal 0,5% a 3%) às custas do lobo direito, onde havia área sugestiva de nódulo hipercaptante na borda lateral. Durante a evolução, observou-se aumento do nódulo ao exame físico. A PAAF do nódulo foi compatível com carcinoma papilífero. O paciente foi tratado com tireoidectomia total e esvaziamento ganglionar cervical. O exame anatomopatológico confi rmou carcinoma papilífero com várias metástases ganglionares. Recebeu dose ablativa de I-131 no pós-operatório e encontra-se em acompanhamento ambulatorial atualmente, fazendo uso de levotiroxina em dose supressiva. Discussão: Em áreas iodo-sufi cientes, nódulos quentes são incomuns em crianças e adolescentes. Segundo a literatura, a prevalência de carcinoma em nódulos hipercaptantes é menor que 1%. Mesmo em pacientes com doença de Graves, onde se evidencia alta freqüência de nódulos, raramente se encon-tra malignidade. O paciente em questão apresentava doença de Graves, porém à cintilografi a apresentava hipercaptação do radiofármaco no nódulo, mas não havia supressão da captação no restante do lobo direito da tireóide. Este aspecto cintilográfi co é descrito por alguns autores como “nódulo quente com captação não-clássica” (com mínima captação do radiofármaco na área extranodular), e há relatos de que a ocorrên-cia de carcinoma (principalmente papilífero) neste tipo de lesão é extremamente alta (57%). Alguns autores sugerem ainda que o achado de nódulo tireoidiano em crianças deve ser visto com cautela e sua investigação deve ser mais agressiva, pois tais nódulos são mais comumente malignos que em adultos, além de mais agressivos e com maior taxa de recorrência. Portanto, o tratamento cirúrgico seria indicado para todas as crianças e adolescentes com nódulos tireoidianos com hipercaptação “não-clássica”, devido ao alto risco de carcinoma de tireóide.

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S327

PT. 075QUIMIOEMBOLIZAÇÃO SEGUIDA DE RESSECÇÃO CIRÚRGICA DE METÁSTASE ÓSSEA DE CARCINOMA

PAPILÍFERO DE TIREÓIDE

Perez CLS1; Wesley SAG1; Bortolini LGC1; Mesa Jr CO1; Carvalho GA de1; Graf H1

1HC-UFPR - SEMPR

Introdução: O carcinoma papilífero de tireóide (CPT) apresenta bom prognóstico na maioria dos casos, com taxas de cura entre 90 e 95%. Entretanto, quando metástases ósseas estão presentes, o prognóstico é menos favorável. As lesões ósseas geralmente apresentam baixa captação de iodo e assim, efi cácia limitada na terapia com radioiodo, com taxas de remissão entre 7% a 20%. Terapias alternativas, como cirurgia, radiote-rapia externa e quimioterapia são, na maioria dos casos, paliativas. A quimioembolização tumoral vem sendo utilizada como opção de tratamen-to paliativo, reduzindo dor e sintomas neurológicos em 60% dos casos. Objetivo: Relatar caso de paciente com metástase em osso ilíaco, de CPT, tratado com quimioembolização arterial seguida de ressecção cirúrgica da lesão. Material e Métodos: Paciente masculino, 44 anos, diagnóstico em dezembro de 2005 de massa tumoral em osso ilíaco direito, no Hospital Governador Celso Ramos em Florianópolis-SC. A biópsia óssea evidenciou metástase de CPT. A ultra-sonografi a (US) de tireóide mostrou bócio multinodular e a punção aspirativa com agulha fi na (PAAF) foi compatível com CPT. Foi submetido então, em agosto de 2006, à tireoidectomia total com esvaziamento cervical do compartimento VI, segui-da de dose ablativa de 450 mCi de radioiodo. A pesquisa de corpo inteiro mostrou captação moderada de iodo em região cervical (restos tireoi-dianos) e captação leve em fossa ilíaca direita. Foi realizada radioterapia convencional da lesão óssea, seguida de cirurgia para retirada de tumor ósseo em março de 2007, porém devido à invasão local e complexidade da lesão não foi possível ressecção completa. Resultados: Iniciou acom-panhamento no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR) em julho de 2007 com avaliação laboratorial inicial mos-trando TSH maior que 75 mUI/L, T4 livre menor que 0,3 ng/dl, tireoglobulina (TG) de 22,6 ng/ml e anticorpo antitireoglobulina (ATG) indetectável. Foi iniciada terapia com doses supressoras de levotiroxina. US cervical, US de abdome e tomografi a computadorizada (TC) de tórax foram normais. TC de pelve mostrou lesão expansiva no fl anco direito, medindo 12,5 x 7,0 x 8,5 cm, com invasão da musculatura adja-cente, cavidade abdomino-pélvica e tecido celular subcutâneo. Foi submetido a duas sessões de quimioembolização arterial da lesão com álcool-gel, o que ocasionou importante redução do tamanho e vascularização tumoral, possibilitando hemipelvectomia direita com remoção completa da lesão. Análise histológica mostrou infi ltração óssea e muscular por CPT, extensa área de necrose, osteomielite aguda em osso adjacente e margens cirúrgicas livres. O paciente evoluiu com parestesia e plegia no membro inferior direto, devido à extensão da ressecção cirúrgica, apre-sentando recuperação parcial com fi sioterapia. No pós-operatório, TG de 3,1 ng/ml, ATG indetectável, com TSH de 53,9 mUI/L, cintilogra-fi a óssea negativa e tomografi a de pelve de controle sem lesão residual. Conclusão: A quimioembolização precedendo ressecção cirúrgica, mostraram-se neste caso como uma opção segura e efi caz para o tratamento de metástase óssea de CPT.

PT. 076IMPACTO PROGNÓSTICO DA METÁSTASE CERVICAL NO CARCINOMA BEM DIFERENCIADO DA TIREÓIDE – ANÁLISE DA

EXTENSÃO DO ESVAZIAMENTO CERVICAL COMO FATOR PARA RECIDIVA

Lima RA1; Dias FL1; Toscano UB1; Sepulcri RA1; Maliska CM2; Rangel LG1; Medeiros PLO1; Câmara MVM1; Barbosa MB1

1Instituto Nacional do Câncer-INCA - Cabeça e Pescoço; 2Instituto Nacional do Câncer-INCA - Endocrinologia e Medicina Nuclear

Introdução: Metástase cervical desenvolve-se em aproximadamente 30% a 80% dos pacientes com carcinoma bem diferenciado da tireóide (CBDT). A extensão do esvaziamento cervical no CBDT não está defi nida claramente, evidencia clínica de metástase cervical tem sido tratado classicamente com esvaziamento cervical (EC) terapêutico com a ressecção em bloco dos linfáticos cervicais. Objetivo: Avaliar os resultados do esvaziamento cervical no tratamento inicial do carcinoma bem diferenciado da tireóide (CBDT), identifi car fatores preditivos para recidiva local, e qual a extensão ideal do esvaziamento cervical no CBDT. Pacientes e Métodos: Entre 1993 a 2002, 512 pacientes com diagnóstico de CBDT foram avaliados retrospectivamente. Incluídos no presente estudo 85 com CBDT e metástase cervical clinicamente detectável ao diagnóstico. Características clínicas, estadiamento do tumor, tipo de esvaziamento cervical, e a recidiva cervical foram analisados usando o método do X2. Óbito causado por tumores secundários ou metástases distantes também foi incluído na sobrevida-específi ca de doença, signifi cância foi consi-derada com p < 0,05. A sobrevida global foi estimada pelo método de Kaplan-Meier. A análise estatística foi realizada utilizando o software Epi Info 2002. Resultados: Diagnóstico histopatológico de carcinoma papilífero da tireóide foi confi rmado em 81 casos (95,3%). A idade média de 44 anos (intervalo, 11 a 78 anos). Sessenta e nove pacientes (81,2%) eram mulheres, e 16 (18,8%) eram homens. Oitenta pacientes (94,1%) foram submetidos a tireoidectomia total com esvaziamento cervical, um paciente (1,2%) foi submetido a tireoidectomia parcial e quatro pacien-tes (4,7%) a ressecção traqueal. Trinta e oito (44,7%) pacientes foram submetidos a esvaziamento cervical seletivo (ECS) (nível II a IV), 29 pa-cientes (34,11%) ECS (nível II a VI), 14 (16,47%) pacientes submetidos a esvaziamento do compartimento central e foi realizado esvaziamento cervical radical modifi cado tipo III (ECRM) em quatro pacientes. Trinta e cinco pacientes (41,2%) apresentaram metástases linfáticas cervicais nos níveis II a VI. A presença de skip metástases ocorreu em 32 pacientes (39%), apresentando metástases diretas para o compartimento lateral (níveis II a IV), sem acometer o compartimento central (nível VI). Recidiva ocorreu em dezesseis pacientes (18,8%), destes 13 recidivas cervicais e 3 recidivas locais. Dez pacientes apresentaram doença tireoidiana extravasada (p = 0,025) e 13 pacientes com invasão vascular (p = 0,004) apresentaram recidiva cervical. Dentre os pacientes submetidos a ECS (II-IV) e ao esvaziamento do compartimento central, 26,3% e 21,4%, respectivamente, tiveram recidiva cervical (p = 0,02). O seguimento médio foi de 84 meses. A sobrevida global em dez-anos foi 94%. Conclu-sões: Invasão vascular e a doença tireoidiana extravasada infl uenciaram signifi cativamente na ocorrência de recidiva cervical. A extensão do esva-ziamento cervical infl uenciou a incidência de recidiva cervical. A presença de skip metástase de 39% sugere um esvaziamento cervical mais alargado como tratamento padrão.

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S328

PT. 077HIPERCALCEMIA E HIPOCALCEMIA PÓS-RADIOIODOTERAPIA EM PACIENTE PORTADOR DE CA FOLICULAR DE TIREÓIDE E

HIPOPARATIREOIDISMO PÓS-CIRÚRGICO: RELATO DE CASO

Girao LS1; Reis MA2; Lima ML3; Rebeschini AE4; Santos GHP5; Viera AEF6; Quilici MTV7

1PUC - SP Campus Sorocaba - Endocrinologia e Metabologia; 2PUC-Sorocaba - Endocrinologia; 3PUC-SP - Endocrinologia; 4PUC-SP - Disciplina de Endocrinologia; 5Disciplina de Endocrinologia PUCSP - Medicina; 6PUC - SP - Medicina; 7PUC - SP - Faculdade de Medicina

Introdução: O carcinoma folicular de tireóide constitui neoplasia de patogênese molecular monoclonal, sendo relativamente raro e com inci-dência decrescente ao longo dos anos. É bem reconhecida a ação direta dos hormônios tireoidianos no estímulo da reabsorção óssea. Objetivo: Discussão da interação biológica dos hormônios tireoidianos com os níveis de calcemia, e com o metabolismo da vitamina D forma ativa. Ma-terial e Métodos: Relato do caso de paciente em acompanhamento no ambulatório de câncer de tireóide do serviço de Endocrinologia e Me-tabologia da PUC-SP campus Sorocaba. Relato de caso: O paciente acima referido iniciou acompanhamento no ambulatório citado, já tireoidectomizado e com hipoparatireoidismo defi nitivo pós-cirúrgico, com diagnóstico prévio de carcinoma folicular de tireóide e anatomopa-tológico de tumor de diâmetro maior de 2 cm, infi ltrando músculo, vasos e linfonodos. No seguimento, houve necessidade total de 2 doses de iodoterapia, com dose acumulada de 650 mCi, respeitando o prazo mínimo seguro entre elas, indicadas por metástases pulmonares e recorrên-cia locorregional. A dose supressiva ideal de reposição de hormônio tireoidiano foi sempre buscada. No prazo de 10 dias após a segunda dose de iodo radioativo, ainda em ajuste com doses crescentes da levotiroxina, suspensa anteriormente com o objetivo de otimizar a iodoterapia, o paciente foi admitido no nosso serviço por quadro de náuseas e vômitos, associado a cálcio sérico total de 16,8 mg/dL (valor de referência: 8,5 a 10,2 mg/dL), com função renal normal e ainda em hipotireoidismo (função tireoidiana desta data demonstrando TSH = 60,1 µUI/mL, com valor de referência de 0,4 a 5,5, T4 livre = 0,49ng/dL, com valor de referência de 0,7 a 1,8, e T3 = 0,64 ng/mL, com valor de referência de 0,7 a 2,04). Nesta época, o paciente estava em uso oral e diário de levotiroxina-175 mcg, carbonato de cálcio-2 g e calcitriol-1,0 mg. Realizado tratamento clínico da hipercalcemia aguda, tendo o paciente recebido alta assintomático, e com cálcio sérico total de 9,9 mg/dL, tendo suas doses de carbonato de cálcio e calcitriol diárias reduzidas para 1g e 0,5 mg, respectivamente. Após 7 dias deste internamento descrito, o pacien-te procurou o nosso serviço de emergência com sinais de tetania espontânea, com adesão garantida aos medicamentos prescritos, com calcemia total dosada de 7,0 mg/dL. Realizamos reposição endovenosa e oral de cálcio, tendo sido a alta hospitalar liberada com o paciente assintomáti-co e normocalcêmico, com dose diária de reposição de levotiroxina de 200 mcg, carbonato de cálcio de 2 g e calcitriol de 1 mg. O retorno ambulatorial confi rma a adequação das doses com níveis séricos normais de cálcio, fósforo, além de função tireoidiana adequadamente suprimi-da. Conclusão: O caso descrito sugere a infl uência dos níveis circulantes de hormônios tireoidianos na calcemia e, possivelmente, no metabolis-mo da vitamina D, já que, estando o paciente em hipotireoidismo e usando uma dose habitual de reposição de cálcio e calcitriol, houve um quadro de hipercalcemia. Aventamos a possibilidade a intoxicação pela vitamina D ocasionada por aumento da meia-vida da vitamina D secun-dariamente ao hipotireoidismo, não tendo a confi rmação dessa hipótese em dados da literatura.

PT. 078TRATAMIENTO QUIRÚRGICO DEL CARCINOMA PAPILAR DE TIREOIDES

Novelli JL1; Moloeznik L1; Nebel E1; Quiroga S1; Olguin M1; Chiganer G1

1Centro de Tireoides

Introducción: El tratamiento del carcinoma papilar de tireoides (CPT) es quirúrgico. Se realiza tratamiento ablativo con I131 en el postoperato-rio. El tratamiento quirúrgico es la tireoidectomía total (TT). El vaciamiento de los ganglios del compartimiento anterior (nivel VI) se realiza cuando hay ganglios metastásicos o cuando siendo negativos clínicamente, estén presentes factores de riesgo: sexo masculino, edad ³45 años, tumores > 40 mm, extensión extratireoidea, multifocalidad. El vaciamiento de los ganglios cervicales laterales (niveles II, III, IV y V) se realiza únicamente cuando se diagnostican ganglios metastásicos. Las complicaciones postquirúrgicas en la cirugía del CPT son más frecuentes que en cirugías por patología benigna. Objetivo: Analizar la experiencia en el tratamiento quirúrgico del CPT. Material y métodos: En el período Octubre 1979 – Diciembre 2007 se realizaron 1712 cirugías tireoideas, 466 fueron cánceres, de los cuales 403 fueron CPT. Resultados: Los 403 pacientes con CPT fueron tratados con 325 TT (80 de ellos con vaciamiento del compartimiento anterior y otros 53 con vaciamiento late-ral cervical modifi cado), 20 tireoidectomías subtotales, 21 hemitireoidectomías y 29 cirugías totalizadoras -tratamiento de la recurrencia, cirugía previa en otro servicio- (1 con vaciamiento del compartimiento anterior y 19 con vaciamiento lateral cervical modifi cado) y en 8 casos sólo tratamiento paliativo (traqueostomía). Complicaciones: se registraron 20 (5%) casos de lesiones temporarias del nervio recurrente, 1 (0.2%) le-sión defi nitiva y 1 (0.2%) del nervio laríngeo superior, 23 (5.7%) casos de hipoparatireoidismo transitorio y 3 (0.7%) hipoparatireoidismo per-manente. Conclusión: Realizamos TT en el 80% de nuestros pacientes. Las tireoidectomías parciales se debieron a que los CPT fueron microcarcinomas hallados en la biopsia diferida y los pacientes no presentaban factores de riesgo que hubiesen justifi cado completar la TT. Las complicaciones registradas de hipocalcemia y lesión temporaria del nervio recurrente fueron siempre menores al 5%. La TT disminuye la frecuen-cia de recidivas locales y permite el seguimiento del paciente con barridos de cuerpo entero con I131 y con dosajes de tiroglobulina plasmática. La evidencia de complicaciones sugiere focalizar los cuidados en la preservación de las glándulas paratireoideas, y de no dañar los nervios recur-rente y laríngeo superior, dado que pueden provocar secuelas permanentes en el paciente. Agradecimientos: Dres. Mario Echecury, Diego Schwarzstein, Marcela González García y Oscar Brunás y Bioest. Marta Alarcón.

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S329

PT. 079PROTOCOLO DE CÂNCER DIFERENCIADO DE TIREÓIDE DO HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO – AVALIAÇÃO DOS

RESULTADOS DA APLICAÇÃO E DOSES DE IODO 131 NECESSÁRIAS PARA PACIENTES FICAREM LIVRES DA DOENÇA

Franz RF1; Dellamea BS1; Costenaro F1; Carpena MP1; Campos MAA1; Molinari AS1; Gonçalves I1

1Hospital Nossa Senhora da Conceição - Serviço de Endocrinologia

Introdução: O atendimento integrado e multidisciplinar ao paciente com câncer diferenciado de tireóide envolve a tireoidectomia total com exploração do compartimento central, a ablação terapêutica com I131 e o acompanhamento pela tireoglobulina sérica. Com essa fi nalidade, o serviço de Endocrinologia Clínica e Cirúrgica do Hospital Nossa Senhora da Conceição estabeleceu um protocolo para manejo destes pacientes, validado pelo Ministério da Saúde, em aplicação desde 2000. Objetivo: Avaliar os resultados da aplicação do protocolo nos últimos oito anos e determinar o percentual de pacientes livres da doença atendidos até 31 de janeiro de 2008 e o número de doses terapêuticas de I131 necessárias para preencher os critérios de cura. Métodos: Realizado um estudo transversal no Hospital Nossa Senhora da Conceição que avalia 306 pacien-tes em acompanhamento no ambulatório de câncer de tireóide desde janeiro de 2000, inseridos no protocolo de câncer diferenciado de tireóide. Os critérios de inclusão no estudo foram pacientes submetidos a tratamento cirúrgico (tireoidectomia total com exploração do compartimento central) e posterior ablação com dose terapêutica de I131, avaliados posteriormente com dosagem de tireoglobulina sem supressão da tireotrofi na (TSH) e ecografi a cervical e/ou rastreamento corporal. Foram considerados livres de doença os pacientes que apresentaram dosagem sérica da tireoglobulina menor de 2 ng/ml com TSH ≥ 30 ng/ml e exames de imagem negativos 6 a 12 meses após a aplicação da dose de I131. Foram excluídos 93 pacientes cujos dados eram insufi cientes para a análise quanto à presença ou não de doença até o momento avaliado. Resultados: Dos 213 pacientes analisados, 88% eram mulheres, com uma média de idade 44 ± 14 anos. Desses, 148 (69,5%) estavam livres da doença até o momento da análise. Dentre os pacientes livres da doença, 110 (74,3%) estavam livres após a primeira dose de iodo, 27(18,3%) após a segunda dose, 5 (3,37) após a terceira dose e 6 (4%) após 4 doses ou mais. A dose utilizada cumulativa de Iodo 131 variou entre 30-1150 mCi, com mediana igual a 129 mCi. Conclusões: Da série, 69,5% dos pacientes estavam livres da doença, incluindo todos os tipos histológicos, indepen-dentemente do comprometimento linfonodal, extensão, tamanho do tumor ou idade do paciente. Destes 74,3% fi caram livres após tratamento inicial recomendado e 96% após as três primeiras doses. Este estudo mostra que a maior parte dos pacientes fi cam curados após a primeira dose de I131, com índice decrescente de cura conforme necessidade de repetição da dose. Demonstra-se uma tendência que a não resposta à primei-ra dose de iodo poderia ser usada como um fator prognóstico negativo no seguimento do paciente com câncer de tireóide, devendo ser corre-lacionado com demais fatores prognósticos conhecidos para melhor apreciação dos resultados.

PT. 080PORCENTAGEM DE CAPTAÇÃO EM PRIMEIRA PESQUISA DE CORPO INTEIRO APÓS TIREOIDECTOMIA TOTAL POR CÂNCER

BEM DIFERENCIADO: ANÁLISE CRÍTICA EM 148 DOENTES.

Okada LLS1; Luz HLM1; Santos SRCL1; Lorencetti RRG1; Santos ABO1; Stabenow E1; Tavares MR1; Brandão LG1

1Hospital das Clínicas da FMUSP - Cirurgia de Cabeça e Pescoço

Introdução: A incidência do câncer de tireóide tem aumentado nos últimos anos, devido ao aumento do diagnóstico precoce. Considerando a tireoidectomia total como parte do tratamento, o seguimento é realizado com a pesquisa de corpo inteiro (PCI); e essa prática permite um controle de qualidade da totalidade da ressecção. Objetivo: análise crítica dos índices de captação em PCI pacientes submetidos à tireoidectomia total para câncer de tireóide. Pacientes e Método: Foram realizadas 213 cirurgias por carcinoma de tireóide. Foi possível obter os dados refe-rentes de 148 pacientes, que perfazem o grupo a ser estudado. 130 do sexo feminino (88%) e 18 (12%) do sexo masculino. A idade variou de 17 a 78 anos, com média de 47 anos. Estudados retrospectivamente os dados (tipo histológico, tamanho do tumor, captação em PCI, tireoglo-bulina) referentes aos pacientes operados por carcinoma bem diferenciado de tireóide entre março de 2004 e janeiro de 2007. Resultados: Houve 138 (93%) carcinomas papilíferos, e 10 (7%) carcinomas foliculares. Foram realizadas 121 tireoidectomias totais (82%) e 27 associadas a esvaziamento cervical (18%). Entre os papilíferos, 39 (39,3%) foram menores de 1 cm (micropapilíferos). A captação da PCI variou de 0,1% a 13%, com mediana de 1,4% (intervalo interquartis de 0,8 a 2,4%). Os valores de tireoglobulina foram indetectáveis para 22 pacientes, sendo que 7 tinham anticorpo antitireoglobulina. A média dos valores de TSH no momento da PCI foi de 138 µU/mL. Não houve correlação entre os valores de captação de PCI e tireoglobulina (coefi ciente de correlação de Pearson = 0,091; p = 0,36). Não houve diferença da porcentagem de captação entre os microcarcinomas papilíferos e os demais (p = 0,852). Discussão: O carcinoma bem diferenciado de tireóide tem excelente prognóstico para o grupo de baixo risco. A PCI, realizada após tireoidectomia total, permite avaliar a qualidade da cirurgia e individualizar a conduta para cada paciente.

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S330

PT. 081TSH: UM MARCADOR INFLUENCIADO E INFLUENCIÁVEL PELAS ALTERAÇÕES METABÓLICAS

EM PACIENTES DIABÉTICOS TIPO 2

Tomarchio MP1; Cambrea MFV2; Schiavon Teles D3; Di Ninno FB4; Stella LC4; Santomauro AT5; Fraige Filho F6

1BP - Endocrinologia; 2Benefi ciência Portuguesa (São Paulo) - Endocrinologia; 3univás - Clínica Médica; 4UNIFESP - EPM - Endocrinologia; 5Benefi ciencia Portugue-sa - ; 6Hospital Benefi cência Portuguesa -

Introdução: O TSH constitui-se no melhor indicador de alterações discretas da produção de hormônios tireoidianos. Os distúrbios metabólicos observados no DM2 podem interferir nos níveis plasmáticos de TSH, T4 e T3 livres. As disfunções tireoidianas podem infl uenciar o controle glicêmico e a resistência insulínica modifi ca a relação entre os níveis de colesterol e a função tireoidiana. Por sua vez, alterações metabólicas in-fl uenciam a secreção do TSH, assim como a terapêutica empregada. Objetivo: correlacionar os valores de TSH com parâmetros clínicos de pa-cientes diabéticos. Pacientes e Métodos: Este foi um estudo retrospectivo através da análise dos prontuários de pacientes atendidos na Clínica de Endocrinologia do Hospital Benefi cência Portuguesa de São Paulo, entre junho e dezembro de 2006. Foram selecionados 170 prontuários de pacientes portadores de DM2 que dispunham de, pelo menos, uma avaliação da função tireoidiana. Coletaram-se dados de IMC, nível de TSH e T4 livre, glicemia, HbA1c e tipo de tratamento para diabetes. Correlacionaram-se valor absoluto de TSH com glicemia, HbA1c, IMC e tratamento para DM2. Os pacientes eutireoidianos sem reposição de LT4 foram divididos em 2 grupos, conforme o valor do TSH (0,5 a 2,99 µU/mL e 3 a 4,5 µU/mL) e correlacionados com HbA1c. Utilizou-se correlação de Pearson e o teste exato de Fisher. Considerou-se signifi -cância p < 0,05. Resultados: Dos 170 pacientes, a mediana de idade foi 58 anos,dentre estes, 94 mulheres (55,6%). Encontraram-se correlações lineares positivas fracas entre valores absolutos de TSH com glicemia e IMC (p < 0,0001);correlações lineares negativas fracas com HbA1c (p < 0,0001). Ao avaliar tipo de tratamento atual para DM2 e valores absolutos de TSH, houve correlação linear negativa para dieta, antidiabéticos orais isolados ou com insulina e correlação linear positiva para uso de insulina (p < 0,00002). A correlação entre HbA1c e faixas de TSH dos pacientes eutireoidianos encontrou uma correlação negativa bem fraca entre HbA1c e valores de TSH, ou seja, valores menores de HbA1c tendem a estar associados a maiores valores de TSH, sem signifi cância estatística. Discussão: Os valores de TSH correlacionaram-se positivamen-te com IMC e valores absolutos de glicemia, atentando para um incremento no risco cardiovascular. De forma inesperada, valores de TSH correlacionaram-se inversamente com valores de HbA1c. Apesar da literatura referir aumento da freqüência de hipoglicemias no hipotireoidismo justifi cando este achado, ele ocorreu mesmo em pacientes eutireoidianos. Talvez este dado se deva à pequena amostra de pacientes. Indivíduos que utilizavam dieta, antidiabéticos orais ou antidiabéticos orais com insulina tenderam a apresentar menores valores de TSH e pacientes que usavam apenas insulina, maiores valores de TSH. Embora estes valores não tenham sido signifi cantes, estes achados indicam que a ação dos an-tidiabéticos orais e da insulina sobre o eixo hipotálamo-hipófi se-tireóide deve ser mais bem elucidada. Vigersky et al encontrou que o início do tratamento com metformina causa supressão do TSH para níveis subnormais assintomáticos, e Celani e col. encontraram maior prevalência de disfunção tireoidiana em usuários de insulina. Conclusão: As patologias tireoidianas correlacionam-se com os distúrbios metabólicos, o que justifi ca a investigação sistemática de patologia tireoidiana em todo DM2. Apoio Financeiro: BP.

PT. 082HEMANGIOMA CAVERNOSO DE TIREÓIDE GIGANTE: RELATO DE CASO

Gomes PM1; Freitas LCC2; Magalhaes PKR1; de Mello Filho FV2; Maciel L1

1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP - Departamento de Clínica Médica; 2Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP - Departamento de Oftalmo-logia, Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço

Hemangiomas são tumores vasculares benignos encontrados freqüentemente em crianças (85% das vezes) e que podem ocorrer em diferentes órgãos, acometendo a região cervical em 65% dos casos. No entanto, hemangioma primário da tireóide é extremamente raro, com a descrição de apenas 7 casos na literatura. Na maioria das vezes, o hemangioma cavernoso da tireóide representa uma alteração secundária à punção biópsia aspirativa, a trauma ou a outros procedimentos cervicais, ou seja, resulta da proliferação vascular que ocorre durante a organização de um hema-toma tireoidiano. Geralmente são massas cervicais assintomáticas, porém podem causar sintomas compressivos. O diagnóstico diferencial é bastante difícil e se baseia em achados histológicos. A ressecção cirúrgica está indicada quando existem sintomas compressivos. Este é o relato de um caso de uma paciente de 80 anos de idade, com um bócio detectado há 40 anos, de crescimento lento e progressivo atingindo proporções gigantes, sem queixas compressivas. O bócio era pedunculado e se estendia até a metade anterior do tórax e apresentava circunferência de 50 cm. A função tireoidiana era normal (TSH = 1,97 mIU/ml e T4 livre = 1,4 ng/dl) e anticorpo anti-TPO < 10 IU/ml. A radiografi a de tórax eviden-ciava extensa opacidade em topografi a cervical com calcifi cações no seu interior, compatível com bócio gigante. A ultra-sonografi a cervical mostrou massa heterogênea, mista, com calcifi cações e dimensões prejudicadas em topografi a de lobo esquerdo da tireóide; lobo direito com forma, contornos e ecogenicidade normais, medindo 1,7 x 1,3 x 3,8 cm, e com nódulo hipoecogênico, de 0,3 x 0,4 x 0,5 cm (volume = 0,05 cm3) em seu terço médio; istmo com espessura de 0,2 cm e com nódulo hipoecóico de 0,3 x 0,1 x 0,4 cm (volume = 0,01 cm3) em sua linha média; ausência de adenomegalias. A tomografi a computadorizada cervical evidenciou grande formação expansiva com origem no lobo esquer-do da tireóide, com coefi ciente de atenuação heterogêneo e múltiplas calcifi cações periféricas, deslocando as estruturas cervicais à direita poste-riormente e a traquéia para o lado contra-lateral; lobo tireoidiano direito com contornos, dimensões e coefi ciente de atenuação normais. A análise citológica por PAAF evidenciou baixa celularidade, constituída por macrófagos e ocasionais linfócitos, em meio a fundo extensamente hemorrágico, com grande quantidade de colóide, sendo laudada como compatível com bócio colóide. A paciente foi submetida à hemitireoidec-tomia esquerda, o nódulo gigante pesou 2.314g e o exame anatomopatológico revelou tratar-se de um hemangioma cavernoso da tireóide. A paciente evoluiu bem, sem complicações pós-operatórias. Trata-se do maior hemangioma cavernoso da tireóide descrito.

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S331

PT. 083DISFUNÇÃO TIREOIDIANA DE ORIGEM AUTO-IMUNE EM UMA POPULAÇÃO DE DIABÉTICOS TIPO 1

Ferrari MTM1; Amorim EG2; Zantut-Wittmann DE3; Parisi MCR4; Pavin EJ5

1Unicamp FCM - clinica medica; 2FCM-UNICAMP - Endocrinologia e Metabologia; 3Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas - Clínica Médica; 4FCM - UNICAMP - Clínica Médica; 5Faculdade de Ciências Médicas/UNICAMP - Área de Endocrinologia-Metabologia

Introdução: A doença tireoidiana auto-imune (DTA) associa-se freqüentemente ao diabetes melito tipo1 (DM1). O diagnóstico precoce de DTA e a reposição hormonal específi ca, nos casos de disfunção tireoidiana, são fundamentais para manutenção do controle metabólico do DM. Objetivos: Avaliar a função tireoidiana e a prevalência de DTA e outras doenças auto-imunes relacionadas à apresentação clínica em pacientes portadores de DM 1. Material e Métodos: Avaliamos pacientes diabéticos tipo 1 quanto ao gênero, idade atual e de início do DM, tempo de doença, seguidos durante o período de 2000 a 2007 no ambulatório de Endocrinologia do HC-UNICAMP. Estudamos sinais e sintomas de disfunção tireoidiana e presença de bócio ao exame físico. Os pacientes foram considerados eutireoidianos quando T4 livre (nl: 0,74-2,1 ng%) e TSH (nl: 0,41-4.5 mUI/ml) estavam dentro dos valores de referência; hipotireoidismo subclínico, se T4L estava normal e TSH estava ≤ 10 µUI/ml; hipotireoidismo evidente, se os níveis de T4L estavam baixos e os de TSH elevados; e hipertireoidismo quando os níveis de T4L e TSH estavam elevados. A etiologia auto-imune (tireoidite crônica auto-imune – TCAI) foi confi rmada com a detecção sérica de anticorpo antiperoxidase (nl: 76 IU/ml) e/ou anticorpo antitireoglobulina (nl: ≤ 120 IU/ml). O grupo-controle consistiu de 83 indivíduos (25 homens e 58 mulheres), 30.5a ± 10.2 (11-58), procedentes da mesma região dos pacientes, sem bócio à palpação, clínica e laboratorialmente eutireoidianos. Resultados: Avaliamos 63 pacientes, 38 mulheres e 25 homens, idade média 30,26a (± 11,24). A idade de início do DM1 variou de 5-50a (média: 16,7 ± 9,69), tempo médio de doença de 12,8 a ± 7,95 e índice de mas-sa corporal (24,86 ± 4,5). Todos os pacientes apresentaram polis no surgimento do DM, sendo emagrecimento em 87,3% e cetoacidose em 44,4%. A terapia inicial com insulina foi instituída em 81% dos casos. 19 pacientes (30,16%) apresentavam outras doenças auto-imunes: 16 TCAI somente, 02 artrite reumatóide e 01 TCAI e doença celíaca. Dos 17 com TCAI (26,98%), 13 mulheres e 4 homens, idade média de início do DM 16,83a ± 9,68 (mediana 13,5), 4 apresentavam doença de Graves, 10 tireoidite de Hashimoto e 3 anticorpos antitireoidianos positivos isoladamente. Dos 63 pacien-tes, 8 apresentavam bócio, destes 6 com anticorpos antitireoidianos positivos. O tempo médio de acompanhamento da função tireoidiana e anticorpos foram de 3,3a ± 1,86 (mediana 3,0). A prevalência de auto-imunidade tireoidiana no grupo controle foi 1,2%. História familiar de auto-imunidade em familiares de 1º grau foi relatada por 15 pacientes, sendo as mais prevalentes o DM1 e TCAI, respectivamente 10 e 7 familiares portadores. Conclusão: TCAI no DM1 foi mais prevalente que na população geral, com predomínio no sexo feminino. Verifi cou-se hipotireoidismo primário em 70% das disfunções tireoidianas auto-imunes, ocorrendo cerca de 4 vezes mais nesta população de DM1 que na população geral.

PT. 084DESCRIÇÃO DOS PERFIS TIREOIDIANOS EM AMOSTRA DE 511 PACIENTES

Marques BH1; Schrank Y2; Fontes R3; Marchisotti F2; Scharf M2; Vencio S2

1Diagnóstico da América SA - Endocrinologia; 2Diagnósticos da América SA - Endocrinologia; 3Diagnósticos da América SA - Gestão Médica

Objetivo: Descrever as principais alterações tireoidianas em amostra representativa de usuários do serviço laboratorial privado. Introdução: Nosso serviço laboratorial vem desenvolvendo um programa de integração dos resultados de avaliação tireoidiana, incluindo ultra-sonografi a, exames labora-toriais e citopatológico. Dados clínicos básicos, como uso de hormônio tireoidiano, também foram obtidos. A análise em conjunto destes dados per-mitiu a formação de perfi s correspondendo aos principais diagnósticos envolvendo a tireóide. A alocação dos pacientes obrigatoriamente em somente um destes perfi s propiciou obtenção de dados numéricos passíveis de comparação com a literatura. Pacientes e Métodos: Ao longo de 15 meses obti-vemos dados relativos a 511 pacientes (450 do sexo feminino e 61 do sexo masculino, F 7:1 M). A idade média é de 46,5 anos (variação de 7-81 anos). Os pacientes foram alocados em 6 grupos: normal (A), nódulo único ou múltiplo (B), doença tireoidiana auto-imune (DAT) sem nódulo (C), doença tireoidiana auto-imune com nódulo (D), somente heterogeneidade difusa do parênquima tireoidiano à ultra-sonografi a (E) e controle pós-tireoidec-tomia (F). A alocação seguiu critérios defi nidos: presença de auto-anticorpos (antitireoglobulina, antiperoxidase ou anticorpo anti-receptor de TSH) defi niam DAT. Casos estes não tivessem sido mensurados, a conjunção de ultra-sonografi a com padrão heterogêneo difuso e hipotireoidismo ou padrão heterogêneo difuso com eutireoidismo em reposição de tiroxina, desde que não houvesse nódulo dominante (suspeita de supressão de nódulo), tam-bém confi gurava DAT. Auto-anticorpos negativos excluíam DAT. Confi rmada DAT, a presença de nódulo na ultra-sonografi a determinava a alocação no grupo D e a ausência no grupo C. Uma vez excluída DAT, a ultra-sonografi a defi nia a alocação nos grupos restante: normal no grupo A, nódulo ou nódulos no grupo B, heterogeneidade isolada no grupo E e tireoidectomia parcial ou total no grupo F. Resultados: Tabela. Discussão: Os resul-tados indicam predominância de doença nodular da tireóide, mesmo com a exclusão de nódulos em DAT. A hipótese imediata para este achado apon-ta para amostra, pois representa um grupo selecionado por médicos em seus consultórios para avaliação de doença tireoidiana. Mas estudos indicam incidência de nódulo tireoidiano detectado por ultra-sonografi a em amostra aleatoriamente selecionada da população geral, de cerca de 30%, podendo chegar a 50% em áreas iododefi cientes. A descrição desta amostra pode ser inferida ao público que freqüenta consultórios particulares, diferindo signi-fi cativamente da descrição de amostras de serviços universitários de endocrinologia, por exemplo.

Grupo A (Normal) 143 (28%)

Grupo B (Nódulo ou nódulos) 190 (37,2%)

Grupo C (DAT sem nódulo) 96 (18,8%)

Grupo D (DAT com nódulo) 50 (9,8%)

Grupo E (Heterogeneidade) 25 (4,9%)

Grupo F (tireoidectomia) 7 (1,3%)

TOTAL 511

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S332

PT. 085EVIDÊNCIAS DO EFEITO DA SANGRIA TERAPÊUTICA EM PACIENTES COM ACÚMULO DE FERRO NA TIREÓIDE

Tolloto GHV1; Halpern A2

1Faculdade de Medicina USP - ; 2HC - FM - USP - Endocrinologia

Estudos prévios têm demonstrado que os níveis séricos de ferritina e do fator necrose tumoral alfa 1 (TNF-α1) estão elevados no hipertireoidis-mo. Entretanto, estes níveis também estão elevados nos pacientes com hipotireoidismo e hemocromatose hereditária (HH); doença genética com aumento de absorção de ferro gastrintestinal. Uma das condutas no tratamento dos pacientes com H.H. é a sangria terapêutica, que além de diminuir os níveis de ferritina, diminui os níveis do TNF-α. Esses marcadores estão relacionados aos distúrbios infl amatórios e aos distúrbios infi ltrativos de Ferro nos tecidos dos órgãos e glândulas, tais como fígado, pâncreas e tireóide. Objetivo: Avaliar a efi cácia, a segurança e os possíveis efeitos da Sangria Terapêutica nos tecidos da Tireóide, utilizando a ferritina e TNF-α1 como marcador do acúmulo de ferro na tireói-de. E também correlacionar estes marcadores com exames de imagens ao Ultra-Som (US) e Ressonância Magnética Nuclear para acúmulo de ferro tireoidiano. (RMNFe). Métodos e Pacientes: As concentrações séricas de Ferritina, TNFα, TSH, T4L, T3L, anticorpos antitireoglobuli-na e antitireoperoxidase foram determinados em indivíduos normais (n = 18) e em 2 grupos de pacientes com hiperferritinemia (n = 18). Grupo 1: Pacientes com hipertireoidismo e hiperferritinemia (n = 5). Grupo 2: Pacientes com hipotireoidismo, hiperferritinemia e H.H. (n = 13), antes e após sangria terapêutica. Todos os pacientes foram pareados por sexo e idade. US-(n = 13) US-grupo 1 (n = 5) US-grupo 2 (n = 8) RMNFe-grupo 2 (n = 3). Resultados: As concentrações séricas de Ferritina foram maiores no grupo 2,Hipotireoidismo e hiperferritina (458,3 ± 63,9) mg/ml p. < 0,001) e no grupo 1 hipertireoidismo e hiperferritinia (317,9 ± 15,0 mg/ml p. < 0,01) em relação aos indivíduos normais (29,4 ± 15,7 mg/ml). US-grupo 1 e grupo 2 (n = 13) parênquima heterogêneo com aspecto nódulo (n = 11) e nódulo robelo de aspecto benigno grupo 2 (n = 2) RMNFe grupo 2 (n = 3) sinais discretos de acúmulo de ferro em tecido tireoidiano. Após a sangria terapêutica (500 ml) uma vez por semana nos períodos de 3 a 6 meses os níveis de ferritina declinaram signifi cantemente em (87,3 + 67 mg/ml p < 0,01) na mesma pro-porção nos 2 grupos. Níveis de TNF-α no grupo 2 declinou (13,8 ± 0,5 p mol/ml) p < 0,01) e no grupo 1 (3,1 ± 1,2 p mol/ml p < 0,01). Nos exames de imagens tanto no US (n = 13) como na RMN (n = 3) houve sinais indicativos de menor teor de ferro acumulado no tecido tireoidiano,sendo os de RMN (3) mais sensíveis e mais precisos em relação ao teor de ferro acumulado. Conclusões: Houve correlação positiva entre os níveis de ferritina TNFα e os exames de UR e RMN às sangrias terapêuticas. Estes resultados sugerem que o acúmulo de ferro no teci-do tireoidiano tanto no hipertireoidismo como no Hipotireoidismo com hiperferritinemia nos portadores e nos não portadores da HH pode regredir com a sangria terapêutica sendo este um método seguro e efi caz e deve ser considerado como possibilidade no tratamento dos pacientes com acúmulo de ferro tireoidiano.

PT. 086AVALIAÇÃO TIREOIDIANA EM UMA POPULAÇÃO INFECTADA PELO VÍRUS DA HEPATITE C

Marui S1; Chammas MC2; Danilovic DLS1; Zambrini H3; Knobel M4; Mendes-Correa3

1Unidade de Tireóide-LIM 25 - Disciplina de Endocrinologia, HC-FMUSP; 2InRad HCFMUSP - Radiologia; 3Divisao de Moléstias Infecciosas - HC-FMUSP; 4Unidade de Tireóide - Disciplina de Endocrinologia, HC-FMUSP

Introdução: A maioria dos estudos concorda em mostrar uma alta prevalência de alterações tireoidianas em pacientes portadores de hepatite C crônica (HCV) tratados com interferon-a (IFN-α). Entretanto a prevalência de doença auto-imune da tireóide em pacientes portadores de HCV ainda é discutível. Sexo feminino e a presença de anticorpos antitireoidianos são fatores prognósticos para o desenvolvimento de hipotireoidismo durante o tratamento com IFN-α. Porém um avaliação tireoidiana antes da introdução de IFNa é muitas vezes esquecida. Objetivo:Investigar a função tireoidiana, auto-anticorpos tireoidianos e as características ultra-sonográfi cas da tireóide (US) em pacientes adultos portadores de HCV crônica sem tratamento. Material e Métodos:Estudamos 45 pacientes consecutivos, co-infectados ou não com HIV. T3 total, T4 total, T4 livre (T4L), TSH, anticorpos antitiroglobulina (ATg), antitiroperoxidase (ATPO) e anti-receptor de TSH (TRAb) foram medidos por ensaio imunofl uorométrico-IFMA e radioimunoensaio. US com Doppler foi sempre realizado pelo mesmo radiologista (MCC), avaliando heteroge-neidade e ecogenicidade do parênquima, vascularização e tamanho da glândula e presença de nódulos. Para análise estatística utilizamos testes t de Student, Mann-Whitney e Chi-quadrado com p < 0,05. Resultados: Avaliamos 27 mulheres e 18 homens, 16% HIV-positivo, com média de idade de 44,2 anos. Somente uma paciente referia previamente tireoidite de Hashimoto com hipotireoidismo mal controlado e um paciente apresentava uma massa na região cervical anterior em investigação. Os níveis hormonais foram: T4L 1,04 ± 0,74 ng/dL (VN 0,7-1,5) e TSH 2,8 ± 1,95 mU/mL (VN 0,4-4,5). Diagnosticamos 5 pacientes com hipotireoidismo subclínico (TSH > 5 mU/mL), sendo 4 na ausência de anticorpos antitireoidianos e uma paciente com doença de Graves. Sete e meio por cento, 17% e 2,7% dos pacientes apresentavam anticorpos anti-TPO, anti-TG e TRab positivos, respectivamente. Encontramos uma correlação positiva entre TSH elevado e anti-TPO positivo (r = 0,319; p = 0,042) e anti-TG positivo e anti-TPO positivo (r = 0,364; p = 0,019). Não houve diferença signifi cativa entre sexo e função tireoidiana. O volume tireoidiano médio foi de 11,8 mL, variando de 4,5 a 26,6 mL. Não houve diferença do volume da glândula e características ultra-sono-gráfi cas entre os sexos (p = 0,127). O parênquima mostrou-se heterogêneo em 82% dos casos avaliados, sendo 40% hipoecóico e 36,4% apresen-tavam um ou mais nódulos. A vascularização da glândula estava aumentada em 65% dos exames realizados. Discussão: Anormalidades tireoidianas podem ocorrer em qualquer população, mas as características ultra-sonográfi cas encontradas em nossa população de pacientes infec-tados por HCV são marcantes. Diagnosticamos doença subclínica sem envolvimento auto-imune detectável. A função tireoidiana basal e as ca-racterísticas ao US certamente alertam os clínicos para doenças auto-imune e não auto-imune da tireóide antes do tratamento com IFNa em pacientes com HCV. Conclusão: Devido a alta prevalência de HCV, a avaliação tireoidiana completa é mandatória em todos os pacientes, inde-pendentemente do tratamento com IFNa e do sexo. Apoio fi nanceiro: Fapesp 2006/06080-2.

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S333

PT. 087URTICÁRIA CRÔNICA IDIOPÁTICA E DOENÇAS DA GLÂNDULA TIREÓIDEA: EXISTE RELAÇÃO ENTRE AMBAS?

Penatti HC1; Missaka RFB2; Silvares MRC3; Nogueira CR2; Mazeto GMFS2

1Faculdade de Medicina de Botucatu - Clínica Médica; 2Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP - Clínica Médica; 3Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP - Dermatologia

Introdução: A urticária crônica (UC) constitui-se em problema relativamente comum. Algumas vezes, apresenta-se como um quadro de maior gravidade, conhecido como angioedema, o qual acomete mais profundamente derme e mucosas. A associação entre UC e doenças da glândula tireóidea, particularmente as de origem auto-imune, tem sido relatada, embora este ainda seja um tema controverso. Dentre as tireopatias auto-imunes, a tireoidite de Hashimoto (TH) é a mais frequentemente relacionada à UC, devido a relatos da presença de anticorpos antitireoglobu-lina e antiperoxidase tireódea em porcentual expressivo dos pacientes com o quadro dermatológico, particularmente naqueles com a forma chamada idiopática (UCI). Além disso, tem sido relatada uma maior prevalência de disfunção tireóidea nos pacientes com UCI. Objetivos: es-tudar se existe uma relação entre as doenças da tireóide, com ênfase nas de origem auto-imune, e a UCI. Metodologia: por meio de análise retrospectiva, foram avaliados os prontuários médicos de 111 pacientes com UCI, acompanhados no Ambulatório de Alergia Dermatológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB)- Unesp. Tratavam-se de 87 mulheres (78,38%) e 24 homens (21,62%), com idade média (± desvio-padrão), ao diagnóstico de UCI, de 38,24 (± 13,62) anos, que iniciaram seguimento entre os anos de 1995 e 2006. Estes pacientes foram submetidos, rotineiramente, à realização de exame clínico e dosagens plasmáticas de tireotrofi na, tiroxina livre e anticorpos antitireóide. Ocasionalmente, foram ainda submetidos à realização de ultra-sonografi a da tireóide. Por meio da análise destes dados, os casos foram classifi cados como portadores ou não de tireopatia, doença auto-imune tireóidea (DAT; particularmente, TH) e/ou disfunção (hiper ou hipotireoidismo). Foram estudados a prevalência destas alterações e de angioedema, bem como a chance dos pacientes acometidos pelas primei-ras apresentarem o segundo. Resultados: Tireopatias foram diagnosticadas em 41 pacientes (36,94%), os quais apresentaram 52 alterações ti-reoidianas: 26 casos de disfunção (23,42%), 22 de DAT [19,82%, sendo 17 casos de TH (15,32%)] e quatro de doenças nodulares. Angioedema ocorreu em 66 pacientes (59,46%). Os pacientes com disfunção, tireopatia, TH e DAT, apresentaram, respectivamente, cerca de 4,5, 7, 11 e 17 vezes mais chance de experimentarem angioedema do que os sem as alterações tireoidianas. Conclusão: No presente estudo, observou-se a existência de relação entre UCI e doenças da glândula tireóidea, particularmente as de origem auto-imune, uma vez que os pacientes com do-enças tireoidianas apresentaram maior chance do quadro mais grave de UC, ou seja, o angioedema. Agradecimentos: Os autores agradecem ao consultor Hélio Rubens de Carvalho Nunes, do Grupo de Apoio à Pesquisa da FMB – Unesp, pela realização das análises estatísticas.

PT. 088TIREOIDITE DE RIEDEL: RELATO DE CASO

Jorge BH1; Botelho IMB1; Ribeiro PF1; Ferreira BP1; Borges MF1

1Universidade Federal do Triângulo Mineiro - Disciplina de Endocrinologia

Introdução: A tireoidite de Riedel é uma rara doença infl amatória crônica da tireóide, caracterizada por um processo fi brótico invasivo, poden-do comprimir traquéia e esôfago. Há relatos de comprometimento sistêmico com fi brose em retroperitônio, mediastino, trato biliar e órbita. Relato do Caso: SLS, sexo feminino, 35 anos, parda, procurou o serviço de Endocrinologia da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, em maio de 2006, referindo aumento progressivo do volume cervical anterior há dois anos, associado à dispnéia aos médios esforços. Referia ter procurado outro serviço onde foi diagnosticado hipotireoidismo, feito biópsia da tireóide a céu aberto, e prescrito levotiroxina sódica 125 µg/dia. Negava outras comorbidades. Tabagista há 23 anos. Negava tireoidopatia na família. Ao exame físico, apresentava tireóide difusamente au-mentada, com consistência pétrea, indolor, sem adenomegalias. Exames laboratoriais: TSH: 79,8 mUI/mL (VR: 0,38-4,5); T4 livre: 0,55 ng/dL (VR: 0,8-2,3); antitireoperoxidase 882 U/mL (VR: < 10); antitireoglobulina 2.463 U/mL (VR: < 20); cálcio 8,75 mg/dL (VR: 8,4-10,2); fósforo 3,82 mg/dL (VR: 2,7-4,5); velocidade de hemossedimentação: 1a hora: 50 mm/hora. Ultra-sonografi a cervical: tireóide de dimensões aumentadas, contornos lobulados, ecotextura heterogênea. Tomografi a computadorizada cervical: tireóide de dimensões bastante aumentadas, densidade heterogênea, com áreas de realce amorfo pelo meio de contraste. Ausência de linfonodomegalia cervical. Lobo direito: 3,5 x 4,0 x 6,6 cm (vol = 48 mL); lobo esquerdo: 3,7 x 3,7 x 6,6 cm (vol = 46 mL); istmo: 1,0 x 1,8 x 6,6 cm (vol = 6,8 mL); volume total = 100,8 mL. Ultra-sonografi a pélvica e tomografi a computadorizada de abdome: sem alterações. Biópsia a céu aberto: processo infl amatório crônico em tecido fi -broadiposo com fi brose densa e hialina e focos de necrose, sugestivo de tireoidite de Riedel, sem indícios de malignidade. Discussão: A etiologia da tireoidite de Riedel permanece obscura. Mecanismo auto-imune é sugerido pela detecção de auto-anticorpos contra a tireóide, resposta tera-pêutica aos corticosteróides e a presença de infi ltrado mononuclear na lesão. Diagnóstico diferencial é feito com linfoma da tireóide e carcinoma anaplásico da tireóide. Hipotireoidismo acomete 25% a 32% dos pacientes, enquanto a positividade dos anticorpos antitireoidianos varia entre 40% a 70%. Em casos onde há extensa fi brose, observa-se hipoparatireoidismo. O tratamento não segue um consenso devido à raridade desta condição. Na literatura há relatos de casos tratados com doses altas de corticosteróides e regressão do bócio. Outra opção terapêutica é o uso de tamoxifeno, nos casos com contra-indicação à corticoterapia. O tamoxifeno agiria estimulando a produção de TGF-beta, um potente inibidor do crescimento de fi broblastos e de células epiteliais. Tratamento cirúrgico é indicado para casos de compressão traqueal, com a istmectomia. Para doença unilateral, lobectomia parcial é indicada. Tireoidectomia total geralmente apresenta difi culdades em função da extensa fi brose adja-cente. Descrevemos o caso de uma paciente jovem, portadora de tireoidite de Riedel, evoluindo com hipotireoidismo e altos títulos de autoan-ticorpos antitireoidianos, até o momento, sem acometimento extracervical ou hipoparatireoidismo.

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S334

PT. 089PREVALÊNCIA DE DISFUNÇÕES TIREOIDIANAS EM OBESOS DE UM AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO

Diehl LA1; Stelle EANA1; Onuma SM1; Izzo C1; Toyama G1; Tristão JR1; Radaeli RF1

1Universidade Estadual de Londrina - Disciplina de Endocrinologia

Objetivos: Avaliar a freqüência de disfunção tireoidiana em um grupo de pacientes obesos de um ambulatório especializado. Materiais e Mé-todos: Estudo transversal, por revisão de prontuários, incluindo todos os pacientes atendidos no ambulatório especializado em obesidade da UEL no ano de 2006. Coletaram-se os dados clínicos e laboratoriais relativos à primeira consulta, incluindo: sexo, altura, peso, índice de massa corporal (IMC), história prévia de tireopatia, medicações em uso, TSH (Meia Abbott, normal 0,49-4,67 mU/L), T4 livre (Meia Abbott, normal 0,71-1,85 ng/dL), glicemia e perfi l lipídico (Dade Behring). Hipotireoidismo subclínico foi defi nido como TSH > 4,67, mas < 10mU/L, com T4 livre normal. Hipertireoidismo subclínico foi defi nido como TSH abaixo do normal com T4 livre normal. Nos casos com TSH alterado, pesquisou-se antitireoperoxidase (anti-TPO), o diagnóstico clínico realizado no seguimento e medicações prescritas. Os grupos com e sem hi-potireoidismo foram comparados usando t de Student (variáveis contínuas de distribuição paramétrica) ou Kruskal-Wallis (variáveis contínuas não-paramétricas), ou qui-quadrado (proporções), adotando p < 0,05. Resultados: Pesquisaram-se os prontuários de 114 pacientes, sendo 3 excluídos por dados incompletos. Dos 111 pacientes incluídos, 95% eram mulheres. A idade média foi de 40 anos, e o IMC médio, 44 kg/m2 (≥ 40 em 65%). Tireopatia prévia foi relatada por 10% (todos com hipotireoidismo, dos quais 82% usavam levotiroxina). Dos 100 pacientes sem diagnóstico prévio, observamos 10% com hipotireoidismo subclínico, 5% com hipotireoidismo clínico e 3% com hipertireoidismo subclínico. Daqueles com hipotireoidismo subclínico, 20% tinham anti-TPO elevado; no seguimento, 70% mantiveram o quadro e 30% evoluíram eutireói-des. Levotiroxina foi prescrita para 70% dos pacientes com hipotireoidismo subclínico sustentado, principalmente por sintomas depressivos (40%). Dois pacientes (2%) tiveram exames compatíveis com hipotireoidismo central (TSH baixo e T4 livre baixo). No total, 25% dos pacientes apresentaram algum grau de hipotireoidismo (diagnóstico prévio ou alteração nos exames iniciais). Comparando-se os portadores de hipotireoi-dismo com os demais, não houve diferença de sexo, idade, IMC, colesterol ou triglicerídeos, mas os primeiros apresentaram glicemia mais baixa (medianas 93 versus 112 mg/dL, p = 0,02). A freqüência de disfunção tireoidiana não foi diferente entre os pacientes com IMC < 40 ou ≥40 kg/m2. Discussão: Vários relatos da literatura mostram que a prevalência de hipotireoidismo subclínico entre pacientes obesos mórbidos situa-se entre 10% e 25%, acima da descrita para a população geral (1 a 10%) e semelhante aos nossos achados. A maior freqüência de TSH elevado em obesos pode refl etir uma adaptação homeostática à obesidade ou decorrer do maior requerimento de T3 em obesos. Entretanto, na nossa casuística, graus maiores de obesidade não se associaram a maior freqüência de disfunção tireoidiana. Os obesos com hipotireoidismo apresen-taram glicemia menor, possivelmente por maior sensibilidade à insulina e absorção intestinal lentifi cada de glicose.

PT. 090ATPO, FAN E PROLACTINA ELEVADA. ALGUMA RELAÇÃO?

Fontes R1; Cruz R2; Oliveira LM2; Calixto C3; Schrank Y4; Almeida V5; Marques BH4

1Diagnósticos da América SA (DASA) - Gestão Médica; 2DASA - DASA; 3DASA - Desenvolver Serviços Diagnósticos; 4DASA - Endocrinologia; 5DASA - Núcleo Técnico Operacional

Introdução: O desenvolvimento de doenças auto-imunes pode ser infl uenciado por efeitos imunomodulatórios hormonais. Existem evidências de uma atividade estimuladora da prolactina (PRL) sobre o sistema imune, através da demonstração de receptores para PRL nos linfócitos T e B e em macrófagos, da capacidade da PRL em aumentar a resposta infl amatória in vitro e estimular a produção de auto-anticorpos. Por outro lado, além da produção hipofi sária, a PRL é secretada pelos linfócitos T. Embora não tenha sido demonstrado de forma consistente uma corre-lação entre os níveis de PRL e atividade de doenças auto-immunes (DAI), hiperprolactinemia tem sido associada a DAI sistêmicas como lúpus eritematoso sistêmico (LES), artrite reumatóide (AR) e síndrome de Sjogren (SS) bem como a DAI órgão específi cas como tireoidite de Hashi-moto (TH). Objetivos: Avaliar os níveis de PRL em pacientes com anticorpos antitireoperoxidase (ATPO) positivos, em pacientes com auto-anticorpos antinucleares dosados em células Hep2 (FAN) e em uma população controle. Pacientes e Métodos: Avaliamos, prospectivamente, 110 indivíduos do sexo feminino, divididos em Grupo a: trinta pacientes ATPO positivos (amplitude de 357 a 5.100 UI/mL); Grupo b: trinta pacientes com títulos elevados para FAN (mínimo de 1/360, com qualquer tipo de padrão) e Grupo c: 50 pacientes ATPO e FAN negativos. Excluímos pacientes com hiperprolactinemia ou com outra doença auto-imune já conhecida, doenças ou medicações capazes de alterar a PRL e gestantes. Resultados: A PRL estava elevada em 1/30 (3,3%) mulheres no grupo ATPO positivo, 5/30 mulheres (16,7%) no grupo FAN po-sitivo e 2/50 (4,0%) no grupo-controle. Os resultados das dosagens da PRL nos três grupos mostraram (em ng/dL, média ± desvio padrão): grupo ATPO positivo (8,1 ± 6,3), grupo FAN positivo (19,3 ± 16,1) e grupo-controle (10,5 ± 7,37). A PRL estava signifi cativamente elevada nos pacientes do grupo FAN positivo em relação ao grupo ATPO positivo (p < 0,01) e em relação do Grupo controle (p < 0,001). Não houve diferença estatística entre o grupo ATPO positivo e o grupo controle (p > 0,05). Conclusão: Não observamos elevação da prolactina em pacien-tes ATPO positivos. Pacientes com FAN positivo apresentaram níveis estatisticamente mais elevados de prolactina que pacientes ATPO positivos e indivíduos normais, demonstrando uma possível atividade imunomoduladora da prolactina em DAI sistêmicas.

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S335

PT. 091TUBERCULOSE TIREOIDIANA: DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE MASSA CERVICAL ANTERIOR. RELATO DE CASO

Silva BP1; Amorim EG2; Ferrari MTM3; Pavin EJ4; Matos PS5; Zantut-Wittmann DE6

1UNICAMP - ENDOCRINOLOGIA; 2FCM-Unicamp - Endocrinologia; 3Unicamp FCM - clinica medica; 4Faculdade de Ciências Médicas/UNICAMP - Área de Endocri-nologia-Metabologia; 5Unicamp - Anatomia Patológica; 6Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas - Clínica Médica

Introdução: A tuberculose permanece nos dias atuais como a maior causa de morbidade e mortalidade entre as doenças infectocontagiosas do mundo. O acometimento da glândula tireóide pela tuberculose é raro. A primeira descrição foi feita por Lebert em 1862. O bacilo da tubercu-lose alcança a tireóide por via hematogênica, linfogênica ou por linfadenite cervical. O quadro clínico é variável, na maioria dos casos com au-mento subagudo ou crônico da tireóide, podendo manifestar-se como nódulo ou abscesso caseoso. O diagnóstico pode ser realizado por baciloscopia e cultura de material colhido através de punção por agulha fi na ou exame anatomopatológico. A cirurgia e a administração de dro-gas antituberculosas são consideradas o tratamento de escolha para tuberculose na tireóide. Objetivo: Nosso objetivo é, através do relato de caso de uma paciente com a tireóide acometida por tuberculose, infecção comum em nosso meio, ressaltar a importância da doença, apesar da rari-dade da ocorrência. Relato do caso: Mulher, 62 anos de idade, apresentando massa cervical extensa há quatro meses, sem plano de clivagem com lobo esquerdo da tireóide, associado à inapetência, perda de peso, disfonia e disfagia. Videolaringoscopia: orofaringe com mucosa sem al-terações, epiglote livre; hipofaringe com seio piriforme livre e simétrico; paralisia de corda vocal à esquerda. Ao US: lesão expansiva em lobo esquerdo, envolvendo musculatura subjacente. À tomografi a computadorizada: massa heterogênea com centro necrótico de 13 cm na maior extensão. A punção aspirativa com agulha fi na evidenciou material sero-sanguíneo, com alguns macrófagos. Baseado no quadro clínico, com rápido crescimento de massa cervical, foi indicado tireoidectomia com a hipótese de neoplasia cervical. A paciente foi submetida à cirurgia de ressecção da massa cervical, com tireoidectomia total, esvaziamento cervical radical estendido à esquerda e traqueotomia protetora. O exame anatomopatológico mostrou processo infl amatório crônico granulomatoso de etiologia tuberculosa com áreas de necrose caseosa e comprome-timento linfonodal. A baciloscopia foi positiva. A paciente foi tratada com drogas antituberculosas, sem recidiva da doença no seguimento. Conclusão: É fundamental salientar que a tuberculose na tireóide não é freqüente, e deve ser considerada como diagnóstico diferencial de mas-sa cervical anterior de crescimento rápido.

PT. 092NÓDULO EXOFÍTICO DA TIREÓIDE.

Augusto GA1; Danilovic DLS1; Machado AL2; Martins LRF2; Prando D2; Marui S1

1HC-FM-USP - Unidade de Tireóide-Disciplina de Endocrinologia-LIM25; 2Instituto Fleury - Medicina Diagnóstica

Introdução: Durante a embriogênese, a migração da tireóide pode não ser normal, levando a localização ectópica, desde a base da língua até qualquer sítio em região de mediastino. Nódulo exofítico da tireóide é raro e normalmente encontrado em associação com bócio ou como teci-do tireoidiano ectópico. Descrevemos um caso de nódulo exofítico coexistindo com tireóide de tamanho normal. Relato de Caso: Apresenta-mos uma paciente de 52 anos assintomática, que procurou avaliação por sua fi lha ter hipotireoidismo. Ao exame físico, o limite inferior da tireóide era difícil de ser limitado, apesar de não apresentar bócio. Os hormônios tireoidianos eram normais e os anticorpos antitireoidianos negativos. O exame ultra-sonográfi co mostrou parênquima tireoidiano com textura homogênea, com 3 nódulos mistos em lobo esquerdo. Um em pólo superior medindo 0,3 x 0,2, o segundo no terço médio com 1,1 x 0,9 x 0,6 e o terceiro exofítico com cerca de 2,4 x 1,6 x 1,5 em pólo inferior mergulhante. O lobo direito e istmo eram normais. O peso estimado da glândula era de 11 mL. A captação de 131I pela tireóide foi de 17% após 24 horas (normal 3-23%). A cintilografi a revelou heterogeneidade na distribuição do radiofármaco em uma tireóide tópica, com um tecido captante que se projetava abaixo do pólo inferior do lobo esquerdo com aspecto de pêndulo. Realizada ressonância nuclear magnética (RNM) da região cervical e de mediastino superior que identifi cou uma estrutura sólida, fi namente heterogênea em fúrcula, separada da tireóide, medindo 2,5x2,2x1,5 cm. Esta estrutura é bem delimitada do tecido adiposo mediastinal, mas com sinal heterogêneo provavelmente com calci-fi cação e realce heterogêneo após gadolínio. A tireóide apresentou um volume estimado de 12,5 mL. Esses achados mostram a presença de um tecido funcionante abaixo da tireóide, confi rmado pela RNM. Discussão: Em um caso semelhante na literatura, a presença de um nódulo exo-fítico em um bócio multinodular indicou a realização de tireoidectomia subtotal e exérese do nódulo. No caso aqui apresentado, a paciente apresenta-se completamente assintomática e sua glândula de tamanho normal, com nódulos intratireoidianos de aspecto benigno, colocando em dúvida a real indicação de uma abordagem cirúrgica. A difi culdade em delimitar os limites inferiores da tireóide, tanto para puncionar como para realizar seguimento com ultra-sonografi a torna-se um problema no seguimento e no diagnóstico preciso desta paciente. Conclusão: Nódulo exofítico é raro e seu seguimento e tratamento difíceis, principalmente se localizado em região de mediastino superior.

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S336

PT. 093PAPEL DO TSH RECOMBINANTE HUMANO, EM DIFERENTES DOSES, PRÉVIO À RADIOIODOTERAPIA COMO TRATAMENTO

DOS BÓCIOS MULTINODULARES

Albino CC1; Graf H2; Buchpiguel CA3

1instituto de diabetes e endocrinologia de Maringá - endocrinologia; 2UFPR - Clínica Médica; 3FM - USP - Radiologia

Introdução:O bócio multinodular manifesta-se clinicamente, dependendo do seu volume e autonomia funcional. A radioiodoterapia como forma terapêutica utiliza doses elevadas e necessita de internamentos comumente e consequente maior custo. A associação I131 e rhTSH prévio pode ser mais efetivo que o I 131 isolado, permitindo o uso de doses menores. Avaliamos a utilidade e segurança do rhTSH, em diferentes doses, associado a uma dose fi xa de I 131 (30 mCi). Metodologia: portadores de BMN (30) foram subdivididos em 3 grupos de 10. O grupo A recebeu uma dose de 0,1 mg de rhTSH e 30 mCi de I 131. O grupo B submetido a protocolo similar, e rhTSH (0,01 mg) ; O grupo C apenas ao I 131. O volume glandular foi medido pela RM (-7,2, 7,180 e 360 dias). Os hormônios tireoidianos foram medidos sete dias prévios a DT e 3, 10,30,90,180 e 360 dias após. Os anticorpos antitireoidianos (AC) foram medidos 7 dias prévios a DT e 90, 180 e 360 após. Resul-tados: Após 360 dias o grupo A apresentou uma redução no VT de 39,2%, o grupo B 38,85% e o grupo C 23,4%(p = 0,205). O hipertireoidis-mo ocorreu nos três grupos de maneira similar, nos 30 dias iniciais. Ao fi nal do estudo sete pacientes estavam em hipotireoidismo (23%), não houve diferença entre os grupos. As alterações imunológicas foram mais freqüentes no grupo A (50%) que nos outros grupos (20% no grupo B e 30% no C). Conclusão: O I131 foi efetivo em reduzir o VT em todos os grupos. A associação com rhTSH prévio não mostrou-se superior, independente da dose utilizada. A incidência de hipotireoidismo foi similar entre os grupos. As alterações imunológicas foram mais freqüentes no grupo que usou uma maior dose de rhTSH (grupo A) porém sem repercussão clínica no período estudado. Todos os procedimentos tera-pêuticos mostraram-se seguros. Apoio fi nanceiro: Núcleo Diagnóstico Maringá.

PT. 094O PAPEL DO ESTÍMULO COM TSH ENDÓGENO NO TRATAMENTO DO BMN COM RADIOIODO

Sampaio AP1; Vigario A2; Albino CC3

1Núcleo Diagóstico Maringá - Medicina Nuclear; 2UNICAMP - Medicina Nuclear; 3IDEM- Instituto de Diabetes e Endocrinologia de Maringá - Endocrinologia

Introdução: O bócio multinodular (BMN) é uma das desordens tireoidianas mais freqüentes. Sua história natural é arrastada onde o aumento de volume e sintomas compressivos ocorrem tardiamente. A dose administrada de 131I, visando a terapêutica ablativa, tem tido resposta variável, relacionando-se diretamente com o volume glandular e com os valores de captação. Neste protocolo, propomos aumentar os níveis endógenos de TSH mediado pelo Metimazol, incrementando a captação de radiodo e melhorando o resultado desta terapia. Pacientes e Métodos: Foram estudados prospectivamente, 8 pacientes (idade média de 73 anos) portadoras de BMN, candidatas a ablação terapêutica. Todas elas possuíam valores de captação tardia de 131I abaixo de 50%, o que difi cultaria uma boa resposta terapêutica ao radioiodo. Nestas pacientes, se iniciou o uso de metimazol (10 a 30 mg) até que houvesse elevação endógena do TSH. A dose terapêutica administrada foi de 1,11 GBq O TSH foi dosado mensalmente até atingir valores em torno de 8 a 10 uUI/ml, considerados sufi cientes para estimular a captação de iodo. Resultados: A captação do radiodo foi de 22,5% para 77,9%. Notou-se ainda, modifi cação do padrão cintilográfi co, mostrando uma distribuição mais homogênea do radioiodo ao longo do parênquima tireoidiano após o preparo com metimazol. Houve uma redução média de 46% no volume glandular após 6 meses da dose terapêutica (baseado na ultra-sonografi a ou na ressonância). Conclusões: O uso prévio de Metimazol em pacientes portadores de bócio multinodular incrementou a captação do radiodo, permitindo uma terapêutica ablativa efetiva e rápida. A grande vantagem do Metimazol sobre o TSH recombinante, nesta situação específi ca, seria o menor custo, o que possibilitaria a expansão desta terapêutica para um maior nú-mero de pacientes.

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S337

PT. 095O USO DA ERVA MA HUANG PROVOCANDO ALTERAÇÕES LABORATORIAIS REVERSÍVEIS EM PACIENTE PORTADORA DE

NÓDULOS DE TIREÓIDE.

Tavares Eduardo F1; Garcia GSG1; Lima TM1; Tavares EF.1

1Faculdade de Medicina de Barbacena - Clínica Médica

Introdução: Em nosso meio é comum o uso indiscriminado de substâncias que prometem melhorar o desempenho físico e promover a perda de peso. Ma Huang é uma erva, também conhecida como ephedra, que concentra grandes quantidades de efedrina. Seu uso com fi ns medicinais está documentado desde há cinco mil anos na China. No Brasil é facilmente obtida através da internet ou em academias, embora não tenha re-gistro legal. A ingestão de MA huang pode levar a inúmeros efeitos indesejáveis, inclusive ao óbito. Nos EUA, onde foi proibida, há mais de 150 registros de mortes causadas pelo seu consumo. Outros efeitos já relatados são AVC hemorrágico, IAM, psicose, miopatia, síncope, cálculos renais, hiperglicemia, arritmias, hipertensão arterial, cefaléia, insônia, perda do apetite, náuseas e vômitos além de interferência com a função tireoidiana, que pode persistir por vários meses após a interrupção do seu uso. Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 47 anos, branca, iniciou há 3 meses com astenia, mialgia, labilidade emocional, sono não reparador e palpitações esporadicamente. Antecedentes Pessoais: HAS, em uso de valsartana. Negava outras medicações. Hábitos e vícios: praticava atividade física regular em academia, negava etilismo ou tabagismo. Exame Físico: PA 120 x 80 mmHg, P: 88 ppm, peso: 83,8 kg, alt 1,57 m, IMC 34,0 kg/m2, circ cintura 108 cm, ACV, AR, abdome e MMII sem alterações. Tireóide com superfície irregular, móvel à deglutição e indolor à palpação, com 2 nódulos em lobo direito. Exames: US doppler – lobo direito: 2 nódulos medindo 1,9 x 1,0 cm e 1,8 x 1,5 cm – hipoecóicos e com vascularização periférica. TSH 0,02 mUI/ml, T4l 0,70 ng/dl, T3l 0,2 ng/dl, anticorpos anti-TPO 19 IU/ml, antitiroglobulina 4 IU/ml, TRab 1%. Os exames foram repetidos: TSH 0,1 mUI/ml, T4l 0,64 ng/dl, T3l 0,30 ng/dl (TSH baixo, T4l e T3l baixos ou no limite inferior do normal). RM sela túrcica com contraste evidenciou hipófi se e haste hipofi sária normais, ausência de lesão expansiva intra ou supra-selar. Teste de estímulo de TRH para TSH: TSH basal: 1,14 mcUI/ml, 15 min 14,69 mcUI/ml, 30 min 14,24 mcUI/ml, 45 min 11,63 mcUI/ml, 60 min 9,92 mcUI/ml. Cortisol 15,6 mcg/dl, ACTH 3,0 pg/ml, estradiol 189,0 pg/ml, FSH 3,5 U/L, LH 5,5 UI/L, PRL 11,2 ng/ml, HGH 0,4 ng/ml, IGF-1 130,0 ng/ml. Glicemia, hemograma, creati-nina, sódio, potássio, uréia, ácido úrico e provas de função hepática normais. Perfi l lipídico mostrando hipercolesterolemia. Cintilografi a: tireói-de com captação normal - nódulos hipocaptantes. PAAF guiada por ultra-sonografi a: bócio colóide. Após a investigação acima normal, voltamos a questionar a paciente sobre o uso de medicações e a mesma negou, mas informou que nos meses anteriores havia consumido irregularmente suplemento natural de ervas – Ma huang - adquirido na academia. Após 2 meses da interrupção plena do seu uso repetimos TSH 1,13 mUI/ml, T4l 1,24 ng/dl e T3l 0,41 ng/d que estavam normais e a paciente fi cou assintomática. Conclusão: O uso de ma huang pode levar à confu-são diagnóstica na avaliação da função tireoidiana e nem sempre é mencionado pelo paciente porque o mesmo acredita tratar-se de produto natural livre de complicações.

PT. 096AVALIAÇÃO DOS NÓDULOS TIREOIDIANOS ATENDIDOS EM UM SERVIÇO DE REFERÊNCIA

Rio ALS1; Nakabashi CCD1; Andreoni DM1; Ikejiri ES1; Camacho CP1; Mamone MCOC1; Abrahão M2; Hidal JT1; Biscolla RPM1; Furlanetto RP1

1UNIFESP - Endocrinologia; 2UNIFESP - Otorrinolaringologia

Introdução: Nódulos tireoidianos palpáveis ocorrem de forma assintomática em 3 a 8% da população. A taxa de diagnóstico, no entanto, está aumentando em conseqüência do uso de exames ultra-sonográfi cos de alta resolução podendo ser encontrados em 19 a 67% dos casos com ocorrência maior em idosos, indivíduos do sexo feminino e áreas de baixo consumo de iodo. A importância de se avaliar um nódulo tireoidiano reside na necessidade de se excluir câncer de tireóide presente em 5-15% dos casos. Tenta-se estabelecer critérios que reforcem a realização de intervenção cirúrgica em nódulos que apresentam maior risco de câncer de tireóide e minimizar cirurgias desnecessárias. Objetivos: Avaliar o perfi l dos pacientes com nódulos tireoidianos encaminhados a um serviço de referência e observar fatores de risco para presença de câncer de tireóide. Pacientes e métodos: Foram avaliadas as características de 441 nódulos em 248 pacientes atendidos em um serviço de referência em tireóide no período de outubro de 2006 a janeiro de 2008. Todos pacientes realizavam coleta de hormônio tireoestimulante na admissão, ana-mnese detalhada, exame físico com palpação cuidadosa da região cervical, ultra-sonografi a de tireóide e punção aspirativa por agulha fi na dos nódulos maiores de 1 cm ou com características ultra-sonográfi cas suspeitas de malignidade. Nódulos com punção aspirativa com material insu-fi ciente ou sangue eram submetidos à nova punção após período adequado. Os nódulos suspeitos e com citologia sugestiva de câncer eram en-caminhados para cirurgia. Resultados: Do total de pacientes atendidos 89,11% eram do sexo feminino. O nódulo foi diagnosticado pelo paciente em 33,47% dos casos, através de ultra-som em 33,06%, pelo médico em 29,84% e outras formas de diagnóstico em 3,63%. Dos 441 nódulos avaliados, 288 foram submetidos à punção aspirativa sendo que 184 (63,88%) eram benignos, 65 (22,57%) eram suspeitos (60 lesões foliculares e cinco indeterminadas), 18 (6,25%) foram insufi cientes e 21 (7,30%) eram carcinoma diferenciado de tireóide. Das 60 lesões suspei-tas submetidas à cirurgia oito (13,33%) eram carcinomas de tireóide. A prevalência de câncer em mulheres foi de 9,95% e de 25,92% em homens (p < 0,05). Carcinoma de tireóide estava presente em 12 casos (9,91%) de bócio multinodular e em 17 casos (13,38%) de nódulo único (p = 0,4342). O hormônio tireoestimulante (TSH) médio dos pacientes com carcinoma colhidos na admissão foi de 2,02 mcUI/ml e de 1,73 mcUI/ml nos pacientes sem carcinoma (p < 0,05). Conclusão: Nódulos tireoidianos são comuns, principalmente, em pacientes do sexo femi-nino, no entanto, pacientes do sexo masculino com nódulos devem ser cuidadosamente observados pelo maior risco de câncer. Não se deve minimizar o risco de câncer em pacientes com bócio multinodular em comparação com nódulos únicos. O nível de TSH na apresentação clínica pode ser um preditor da presença de malignidade.

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S338

PT. 097NÓDULOS TIREOIDIANOS “QUENTES” NÃO-HIPERFUNCIONANTES AO PERTECNETATO-99MTC: ESTUDO PRELIMINAR

Zantut-Wittmann DE1; Ramos CD2; Novais PM2; Pavin EJ1; Amorim BJ2; Lima MCL2; Etchebehere E.2; Santos AO2; Camargo EE2

1Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas - Disciplina de Endocrinologia do Departamento de Clínica Médica ; 2Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas - Serviço de Medicina Nuclear do Departamento de Radiologia

Introdução: Desde a introdução da cintilografi a com pertecnetato-99mTc discute-se o signifi cado dos nódulos hipercaptantes desse radiofármaco em pacientes com dosagens de TSH normais ou elevadas, ou seja, sem nódulos autônomos hiperfuncionantes. Alguns autores consideram que esses nódulos podem ser malignos, principalmente se forem hipocaptantes de radioiodo. Outros consideram essa possibilidade altamente impro-vável. Objetivos: Correlacionar os nódulos tireoidianos “quentes” ao pertecnetato-99mTc, não-hiperfuncionantes, com as imagens de iodeto-123I, função tireoidiana e citologia. Material e Métodos: Foram estudados prospectivamente 14 pacientes, sendo 12 mulheres e 2 homens com idades entre 29 e 85 anos (57,2 ± 16,5 anos). Todos os pacientes eram portadores de nódulo tireoidiano confi rmado por ultra-sonografi a e apresentavam cintilografi a de tireóide com pertecnetato-99mTc mostrando que o nódulo tireoidiano era hipercaptante. Os pacientes apresenta-vam, ainda, dosagens séricas normais de T4 livre e normais ou discretamente aumentadas de TSH. Todos os pacientes foram submetidos à cin-tilografi a de tireóide com iodeto-123I e punção aspirativa por agulha fi na (PAAF) do nódulo. Resultados: Treze dos 14 pacientes estudados, também apresentaram hipercaptação de iodeto-123I no nódulo hipercaptante de pertecnetato-99mTc. Em um paciente, o nódulo foi hipocaptante nas imagens de iodeto-123I (imagens “discordantes”). Esse paciente apresentava quadro laboratorial de hipotireoidismo. Em todos os 14 casos a PAAF foi negativa para malignidade. Conclusão: Este estudo preliminar verifi cou que pacientes eutireoidianos portadores de nódulos “quentes” ao pertecnetato-99mTc e ao iodeto-123I, não-hiperfuncionantes, apresentaram-se com lesões de caráter benigno. Isso foi verdade inclusive no único paciente hipotireoideo, em que as imagens de pertecnetato-99mTc e iodeto-123I foram “discordantes”. O estudo de uma casuística maior é necessário para defi nir com precisão o risco de malignidade desses nódulos.

PT. 098ANÁLISE DE NÓDULOS E CISTOS ENCONTRADOS NA ULTRA-SONOGRAFIA DE TIREÓIDE DE 634 PACIENTES

Marchisotti F1; Scharf M2; Schrank Y3; Marques B3; Vencio S1; Fontes R4

1Club-DA (SP) - Endocrinologia; 2Frischmann Aisengart-DA (PR) - Endocrinologia; 3Lâmina-DA (RJ) - Endocrinologia; 4Lâmina-DA (RJ) - Endocrinologia/Gestão Médica

Introdução: A abordagem dos nódulos de tireóide ainda é motivo de controvérsia e vários protocolos de conduta são propostos. Objetivo: Avaliar qual seria a conduta frente a nódulos e cistos de tireóide analisados por uma classifi cação ultra-sonográfi ca juntamente com alguns crité-rios adotados para PAAF de 634 pacientes encaminhados à grandes laboratórios de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Material r Métodos: Foram coletados dados, retrospectivamente, de 634 pacientes submetidos, no mesmo dia, à ultra-sonografi a de tireóide e à coleta de sangue para realização de exames laboratoriais de tireóide. Para a realização do ultra-som de tireóide, foram utilizados os aparelhos de ultra-sonografi a GE modelos L5 a L9 com transdutor linear de recurso convexo de 10 a 13 MHz (USA). Os nódulos foram classifi cados em quatro graus (I a IV) correspondentes, progressivamente, à maior probabilidade de malignidade segundo critérios de Tomimori e col. Resultados: Quinhentos e trinta e três (84%) pacientes eram do sexo feminino. A idade dos pacientes era (média ± DP) 42 ± 15. Cento e oitenta e quatro (30%) tinham ultra-som completamente normal. Cento e setenta e cinco (27%) pacientes apresentavam nódulos e 100 pacientes apresentavam cistos (16%) de tireóide Cinqüenta e sete (32%) pacientes apresentavam mais de um nódulo. As outras alterações foram relacionadas ao volume, textura e eco-genicidade do parênquima da glândula. Noventa e nove (56%) pacientes apresentavam nódulos grau I e II (benignos); 125 (71%) nódulos grau III (indeterminados); 8 (4,6%) nódulos grau IV (suspeitos de malignidade). Aos pacientes com nódulos grau I, II e nódulos grau III menores de 8 mm e sem microcalcifi cações (55/31%) foi sugerido acompanhamento ultra-sonográfi co. Aos outros nódulos grau III foi sugerido com-plementação diagnóstica com ultra-som Doppler se estes eram múltiplos - 12 pacientes (7%) ou PAAF guiada por ultra-som, se isolados - 58 pacientes (33%). Aos nódulos grau IV foi sugerido PAAF guiada por ultra-som. Dos pacientes com cistos, 98 apresentavam pequenos cistos simples isolados (48) ou múltiplos (50). Dois pacientes apresentavam cisto com conteúdo sólido parietal. Conclusão: Grande percentual (30%) dos pacientes encaminhados para avaliação ultra-sonográfi ca tireoidiana apresentam exames normais. Adotando-se a classifi cação ultra-sonográ-fi ca e os critérios para PAAF citados, 55%(97) dos pacientes portadores de nódulo tireoidiano seriam acompanhados ultra-sonografi camente e 38%(66) seriam encaminhados à PAAF pela presença de um ou mais nódulos considerados de maior risco. Doze pacientes (7%) seriam encami-nhados ao ultra-som Doppler. Apenas 2% pacientes portadores de cistos tinham indicação de PAAF devido a seu conteúdo sólido parietal.

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S339

PT. 099AVALIAÇÃO ULTRA-SONOGRÁFICA DA TIREÓIDE DE ESCOLARES DE RIBEIRÃO PRETO

Alves MLD1; Duarte GC2; Tomimori EK3

1UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO - CURSO DE MEDICINA; 2FM - USP - Endocrinologia; 3HC - FM - USP - Endocrinologia

A glândula tireóide é a maior glândula do corpo humano e está localizada na porção anterior do pescoço, mantendo íntima relação com a tra-quéia, vasos cervicais e posteriormente com as paratireóides. É facilmente acessível à palpação e a exame ultra-sonográfi co. No entanto, o méto-do palpatório é impreciso e subjetivo. A partir das décadas de 1980 e 1990, a ultra-sonografi a consagrou-se como o método de escolha para o cálculo do volume tireoidiano, tanto em estudos científi cos, quanto na prática clínica. Em indivíduos normais, o volume tireoidiano é infl uen-ciado pelo peso, altura, superfície corporal, idade (até a 3ª década de vida) e o consumo de iodo na dieta. Estudo prévio, realizado em Ribeirão Preto (2003), que avaliou o volume tireoidiano pela palpação entre escolares de 8-10 anos de idade, encontrou aumento da tireóide em cerca de 17,33% das crianças examinadas. Com o intuito de melhor avaliar a freqüência de bócio entre os escolares dessa cidade e após alteração na política de iodação do sal de cozinha utilizado pela população, realizou-se exame ultra-sonográfi co de crianças de ambos os sexos entre 7 a 12 anos de idade, das mesmas 3 escolas previamente analisadas. Utilizou-se equipamento Aloka, SS-500, com transdutor de 7,5MHz. Foram estu-dados 415 escolares [201 (48,44% meninos) e 214 (51,56%) meninas] das mesmas escolas anteriores e representantes de 3 diferentes níveis socioeconômico [A = 133 alunos (32,048%); B = 108 alunos (26,025% e C = 174 alunos (41,927%)]. Os volumes tireoidianos médios foram de 2,35 cc para os meninos de 7 anos; 2,32 cc de 8 anos; 2,50 cc de 9 anos; 2,75 cc de 10 anos; 2,53 cc de 11 anos e 2,70 cc de 12 anos. Entre as meninas de 7 anos: 2,48 cc; de 8 anos: 2,23 cc; de 9 anos: 2,27 cc; de 10 anos: 2,64 cc; de 11 anos: 3,00 cc e 12 anos: 3,86 cc. Observou-se tendência a aumento progressivo nos volumes tireoidianos entre as meninas com o avançar de idade, mas não entre os meninos. Esse fato pode estar relacionado à maturação puberal mais precoce nas meninas que nos meninos. Foram encontrados ainda: tireóide levemente hipoecogênica em 36 crianças (A = 17 casos, B = 14 casos e C = 10 casos); tireóide moderadamente hipoecogênica em 14 crianças (A = 4, B = 6, C = 4); cisto simples de 2-6 mm em 5 crianças (A = 0, B = 1, C = 4), 1 caso de nódulo sólido hipoecóico de 7 mm com calcifi cações em uma menina de es-cola B (em investigação). Um aluno de 9 anos da Escola B apresentou volume tireoidiano de 9,4 cc (volume médio de 3,05 cc nessa escola e de 2,5 cc para essa faixa etária e sexo). O exame ultra-sonográfi co mostrou-se mais efi caz em determinar a presença de bócio entre os escolares avaliados, em comparação ao estudo anterior,ainda que realizado em um outro momento de iodação do sal de cozinha empregado por essa população. As alterações texturiais encontradas deverão ser reavaliadas para prevenção de futura disfunção tireoidiana.

PT. 100NÓDULO TIREOIDIANO PARASÍTICO EM REGIÃO SUPRACLAVICULAR ESQUERDA: RELATO DE CASO

Sarquis MS1; Alves AS2; Filho JSA3; Mundim GP3; Dias EP4

1Universidade Federal de Minas Gerais - Clínica Médica; 2Hospital Felício Rocho - Cirurgia Geral; 3Hospital Felício Rocho - Anatomia Patológica; 4Hospital Felício Rocho - Endocrinologia

Introdução: A patogênese do tecido tireoidiano ectópico é controversa. Alguns autores consideram que o tecido ectópico localizado fora da linha de migração da tireóide, por associar-se frequentemente à transformação neoplásica, poderia ser considerado como extensão extra-tireoi-diana de tumor na tireóide tópica. Entretanto, são numerosos os relatos de tecido tireoidiano ectópico sem evidência de malignidade. Para evitar procedimentos cirúrgicos desnecessários e seqüelas indesejáveis, deve-se sempre considerar a possibilidade de nódulo tireoidiano parasítico, de-fi nido como tecido tireoidiano localizado no mesmo plano fascial da tireóide, não associado a linfonodos e que exibe aspecto histológico seme-lhante à glândula tireoidiana.Objetivo: Descreveremos um caso clínico que se apresentou com queixas de massa supra-clavicular suspeita de metástase de carcinoma folicular cujo anátomo-patológico revelou tratar-se de seqüestro tireoidiano, sem características malignas.Material e Métodos: Paciente sexo feminino, 54 anos, apresentou-se a consulta relatando nódulo na região supraclavicular esquerda, indolor, sem sinais fl ogísticos. Ao exame físico cervical não foram palpados nódulos tireoidianos ou linfonodos cervicais. Estudo de imagem por ultra-som revelou tireóide tópica com aspectos sugestivo de tireoidite de Hashimoto e presença de pequeno nódulo com 0,4 cm de diâmetro. Nódulo supraclavicular sem relação anatômica com a tireóide. Submetida à biópsia aspirativa do nódulo supraclavicular com diagnóstico de neoplasia folicular. Feita hipótese diagnóstica de metástase de carcinoma tireoidiano oculto. Foram realizadas tireoidectomia total e exérese de massa su-praclavicular que encontrava-se encapsulado, situado junto à veia jugular interna e completamente isolado da glândula tireóide. Resultados: Congelação peri-operatória de massa supraclavicular: macroscopia: formação nodular pardo-avermelhada medindo 1 cm no maior diâmetro, de consistência macia. Superfície de corte parda e brilhante. Microscopia: Tecido tireoidiano sem achados de malignidade. Inclusão em parafi na: Os cortes mostram estrutura nodular delimitada parcialmente por cápsula fi brosa, apresentando folículos tireoidianos revestidos por células cúbicas com núcleos sem atipias. Presença de alguns agregados linfóides periféricos. Não se verifi ca nenhuma atipia epiltelial. Estes achados podem re-presentar possível sequestro tireoidiano ou tecido tireoidiano ectópico. Conclusão: Deve-se considerar, na presença de tecido tireoidiano ectó-pico, além de metástases linfonodais, a possibilidade de condições benignas tais como nódulo tireoidiano parasítico, evitando-se assim procedimentos terapêuticos mais agressivos.

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S340

PT. 101TRATAMENTO DO BÓCIO NODULAR COM DOSE FIXA DE 30 MCI DE IODO 131

Arruda MM1; Derrico EN1; Frascaroli AQ2; Marques EL3; Mamone MCOC4

1Hospital do Servidor Público Estadual - Endocrinologia; 2IAMSPE - Endocrinologia; 3Hospital Servidor Publico Estadual - HSPE - Endocrinologia; 4Hospital Servidor Publico Estadual - Endocrinologia

Introdução: O bócio nodular autônomo tóxico ou não tóxico é uma patologia freqüente em nosso meio e, como acomete preferencialmente indiví-duos com idade avançada, necessita de uma terapêutica que seja efi caz no controle da tireotoxicose, visto que os níveis elevados dos hormônios tireoi-dianos nesta faixa etária podem levar a complicações cardíacas, ósseas, metabólicas e neuropsiquiátricas, que não só comprometem a qualidade de vida como também podem abreviar a sobrevida desta população de pacientes. Nos últimos 15 anos, o iodo 131 vem sendo utilizado no tratamento de pa-cientes portadores de bócios nodulares visando não só a redução de volume glandular como também o controle dos sintomas compressivos e a melho-ria da função respiratória. Estes pacientes, em geral, apresentam áreas de autonomia glandular que levam a uma diminuição dos valores do TSH e, como conseqüência, a uma diminuição de captação de iodo pela célula folicular tireoidiana, limitando a utilização desta modalidade de tratamento, tornando-se necessárias doses ablativas de radioiodo para otimizar a resposta terapêutica. Objetivo: Analisar a resposta ao tratamento com 30 mCi de 131 iodo em pacientes portadores de bócios nodulares autônomo tóxico ou não tóxico. Material e Métodos: Analisamos retrospectivamente os prontuários de 43 pacientes que são acompanhados no ambulatório de endocrinologia do IAMSPE, portadores de bócio nodular autônomo tóxico ou não tóxico com componente mergulhante e/ou sintomas compressivos e que receberam 30 mCi de iodo 131 para tratamento entre os anos de 2005 e 2007. Foram excluídos 4 pacientes que apresentavam bócio difuso secundário a doença auto-imune da tireóide. A indicação para o tratamento com radioiodo ocor-reu por contra-indicação clínica ou anestésica ao tratamento cirúrgico ou por recusa do paciente à cirurgia. O diagnóstico clínico foi confi rmado por ecografi a e/ou tomografi a computadorizada. A PAAF de nódulo tireoidiano guiada por ultra-som foi realizada em todos os pacientes que apresentaram nódulos maiores que 1 cm ou com qualquer tamanho com achados ultra-sonográfi cos suspeitos. Os pacientes que apresentavam elevação dos hormô-nios tireoidianos livres foram medicados com metimazol, na dose de 10 a 40 mg por dia. Resultados: Trinta e nove pacientes foram tratados com 30 mCi de radioiodo. A idade dos pacientes variou entre 53 a 94 anos (mediana de 72 anos). Os níveis de TSH encontrados pré-tratamento variaram de valores indetectáveis a 3,6 UI/ml. A captação de 24 horas variou entre 6 a 94% (média de 36,9%). Não há relatos de agravamento dos sintomas com-pressivos nem de piora da tireotoxicose após o tratamento. O tempo de seguimento dos pacientes foi de 2 a 35 meses (média de 22 meses). Em relação à disfunção tireoidiana, 26 pacientes (66%) evoluíram em eutireoidismo e 9 pacientes (23%) evoluíram em hipotireoidismo. 4 pacientes (10%) ainda permaneceram com valores de TSH suprimidos até fevereiro de 2008. Conclusão: Este levantamento retrospectivo mostra que o tratamento de pa-cientes portadores de bócio nodular com dose fi xa, ambulatorial de 30 mCi é efetivo, seguro e trata-se de uma alternativa terapêutica excelente para pacientes idosos tireotóxicos ou com restrições médicas para a cirurgia.

PT. 102EXCESSO DE IODO NUTRICIONAL ELEVA A PREVALÊNCIA DE DOENÇAS TIREOIDIANAS EM POPULAÇÃO DE SÃO PAULO,

BRASIL

Galrao AL1; Camargo RYA de2; Tomimori EK2; Neves S1; Rubio IGS1; Knobel M2; Medeiros-Neto G1

1Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Brasil - Unidade de Tireóide(LIM-25); 2Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Brasil - Uni-dade de Tireóide

A ingestão excessiva de iodo nutricional está associada ao aumento do risco de tireoidite crônica auto-imune, hipotireoidismo (principalmente em mu-lheres), hipertireodismo(principalmente em idosos), tireoidite pós-parto e possivelmente aumento do volume tireoidiano em população geneticamente susceptível. No Brasil programas de iodatação de sal iniciaram-se em 1974 para combater a carência crônica de iodo. No período de 1998 a 2004 o sal foi iodado com concentrações de 40-100 mg de iodato de potássio/kg de sal, hoje consideradas excessivas. Após 2004, os níveis de iodatação de sal foram reduzidos para 20-60 mgI/kg sal. Este estudo avaliou a prevalência de doenças tireoidianas em população de área metropolitana de São Paulo exposta a excessivo consumo de iodo durante período de cinco anos (1998-2004). Foram incluídos 1085 indivíduos selecionados aleatoriamente, residentes em área metropolitana de São Paulo, 678 mulheres (mediana:45,3anos) e 407 homens (mediana: 55,8 anos). Durante o ano de 2005, foram coletadas amostras de sangue para mensuração de T4 livre (T4L), TSH e anticorpos anti-TPO. Amostras de urina casual foram obtidas para determinação da concentração de iodo urinário. O volume tireoidiano foi avaliado por ultra-sonografi a. Quantifi cou-se a concentração de iodo em amostras de sal domés-tico consumidas pelos indivíduos estudados. Os critérios clínicos e laboratoriais para diagnóstico das doenças tireoidianas foram: Tireoidite crônica auto-imune: anti-TPO positivo(> 35 U/mL) e glândula com pradrão 3 e 4 de hipoecogenicidade; Hipotireoidismo clínico: TSH sérico > 4,1 mU/L e T4L < 0,9 ng/dL; Hipotireoidismo subclínico: TSH sérico > 4,1 mU/L e T4l normal (0,9-1,7 ng/dL); hipertireoidismo clínico: TSH sérico < 0,4 mU/L e T4l > 1,7 ng/dL e hipertireoidismo subclínico: TSH sérico < 0,4 mU/L e T4l normal. Valores de iodo urinário entre 100-300 µg/L corresponderam à ingestão adequada de iodo, enquanto que valores > 300µg/L: ingestão elevada e < 100 µg/L: carência populacional de iodo. A prevalência de tireoi-dite crônica auto-imune foi 16,9% (183/1.085). Em 8,02% (87/1.085) da população foi detectado hipotireoidismo (clínico e subclínico). Hipertireo-dismo estava presente em 3,32% (36/1.085) e bócio em 3,13% (34/1.085). Em 45,6% dos participantes a concentração urinária de iodo foi > 300 µg/L, sendo que em 14,1% foi > 400 µg/L. O volume tireoidiano foi considerado dentro dos valores da normalidade (6-18 mL homens; 6-16 mL mulheres). Cerca de 3%dos examinados apresentavam nódulos. E o conteúdo de iodo nas amostras de sal estava dentro dos limites normais (média ± DP 34,5 ± 9,1 mg/kg). Este estudo confi rmou aumento signifi cativo de prevalência de tireoidite crônica auto-imune e de hipotireoidismo. A prevalência destas doenças foi de aproximadamente o dobro da observada em estudo anterior realizado no Brasil em 1994, quando se constatou prevalência de 9,4% e 4,9%, respec-tivamente, em população que estava sob ingestão de iodo no limite inferior da normalidade (mediana: 106 µg/L). Como conclusão, verifi cou-se aumen-to da prevalência de tireoidite crônica auto-imune e conseqüentemente, hipotireoidismo na população de zona metropolitana de São Paulo estudada, provavelmente induzido pelo consumo excessivo de iodo. Além disso, verifi cou-se que grande parte da população continua ingerindo altas concentrações de iodo devido ao excessivo consumo de sal. Apoio fi nanceiro: Fapesp e Instituto da Tireóide.

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S341

PT. 103ANÁLISE DA IODAÇÃO DO SAL E DÁ ÁGUA EM ESCOLARES DO MUNICÍPIO DE CABACEIRAS, PARAÍBA

Pontes AAN1; Leite D1; Rocha A2; Lessa A3; Adan L4

1UFCG - Hospital Universitário Alcides Carneiro; 2UFCG - Hopsital Universitário Alcides Carneiro; 3CEFETRN - DAREM; 4UFBA - Departamento de Pediatria

Introdução: A OMS considera que a defi ciência de iodo é um grave problema de saúde pública no mundo, principalmente, em grávidas e crian-ças. A iodação do sal comum é uma estratégia de efi cácia comprovada e já houve extraordinário avanço no combate à defi ciência de iodo. No Brasil, só em 1953 é que foi promulgada a primeira Lei (No 1944 – 14/08/1953) obrigando a iodação do sal para consumo humano. Várias leis e decretos foram promulgados durante vários anos, até que em 2003, a Anvisa (RDC 130), regulamentou entre 20 a 60 mg/kg a concen-tração ideal de iodo no sal para consumo humano. Estudo prévio realizado em 2002, na cidade de Cabaceiras, PB, mostrou que 12,3% da po-pulação rural e 15,9% da população urbana apresentavam hipotireoidismo. Objetivos: Identifi car os fatores que estão infl uenciando nesta alta freqüência: (1) quantifi car os níveis de iodo em amostras das marcas de sal mais consumidas pela população escolar com idade entre 9 e 14 anos de idade do município Cabaceiras, PB, e (2) quantifi car os níveis de iodo na água consumido nas residências desses escolares. Pacientes e Mé-todos: Foram selecionados por sorteio, 180 escolares, entre os 300 escolares com idade entre 9 a 14 anos matriculados nas escolas (todas públi-cas) da cidade. Eles foram submetidos a um questionário, medidas antropométricas, palpação da tireóide, ultra-sonografi a da tireóide e indagados quanto à marca de sal comum e a origem da água utilizada em suas respectivas residências. Todas as crianças foram orientadas a entregar uma amostra do sal utilizado em sua residência, acondicionada em um saco plástico, e o nome da marca registrada do produto. A análise quantitativa do iodo (NBR603-11/1990) foi realizada em seis amostras de cada marca comercial de sal pelo Laboratório de Química do Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte (CEFETRN). As amostras de água foram colhidas pela autora deste trabalho e as análises físico-químicas das mesmas foram realizadas, também, no Laboratório de Análises de Águas do CEFETRN. Resultados: Das seis marcas comerciais mais consumidas pela população em estudo, apenas uma (16,6%) apresentou concentração de iodo menor que a recomendada (11,11 mg/kg), mas esta foi a que apresentou maior desuniformidade (30%) e é a segunda mais consumida pelas crianças (18%). Nenhuma amostra do sal apresentou nível de iodo maior que 60 mg/kg. Na água consumida seja encanada ou procedente de poços que abastece as residências de 166 (92,2%) escolares, das quatro fontes, o iodo foi indetectável em duas delas (50%) e variou de 0,00012 µg/L a 0,00020 µg/L nas demais fontes. Conclusão: A Anvisa através da RDC 130, regulamentou entre 20 a 60mg/kg a concentração ideal de iodo no sal para consumo humano.A concentração de iodo na água indica a concentração de iodo presente no solo da região. A quantidade de iodo na água em áreas com sufi ciência de iodo é de 2,0 a 15 µg/L, e nas áreas endêmicas, é de 0,1 a 2,0 µg/L, esta última similar à encon-trada no presente estudo. A baixa concentração do iodo em uma das amostras do sal e na água pode responder pela alta freqüência de desordens tireoidianas na população de Cabaceiras. É importante avaliar se esta área, não é uma área endêmica (iodo insufi ciente). Apoio Financeiro: FAPSQ/PB.

PT. 104O EFEITO PARODOXAL DO IODO NA ALIMENTAÇÃO DOS PACIENTES COM HIPOTIREOIDISMO E TIREOIDITE AUTO-IMUNE

Tolloto GHV1; Sousa RF2

1Clínica Artanis - Pesquisa; 2Clínica Artanis - Nutrição

Introdução: A defi ciência de iodo é prevalente nas regiões montanhosas, África Central, norte da Ásia e na região central da América do Sul. A suplementação com iodo do sal e outras substâncias alimentares reduziu sobremodo a incidência do hipotireoidismo e do bócio e cretinismo endêmicos. Parodaxalmente, a oferta excessiva de iodo, também pode induzir bócio e hipotireoidismo, especialmente nos indivíduos mais sus-cetíveis com tireoidite auto-imune. Objetivo: Análise retrospectiva da ingestão diária média de iodo na dieta de pacientes com doenças tireoi-dianas e verifi car se a ingestão está dentro dos valores médios recomendados pelas medidas de saúde publica. Pacientes e métodos: Analise retrospectiva da ingestão de iodo na dieta alimentar no período de 12 meses. Amostra (n = 25) Pacientes com Hipotireoidismo auto imune (n = 9).Pacientes com Tireoidite auto imune (n = 16) idade mediana = 46,6 (range 26-63 anos), sexo F (n = 3), sexo M (n = 2). Anticorpos ATG = 423 mcg/ml (range 180-980), ATP = 157 mcg/m l(range 350) – T4 leve e total – T3-TSH estáveis com hormônio toroidiano (50 à 150 mcg), FAN regente US = parênquima heterogêneo com aspecto nodular e nódulos benignos. Resultados: Verifi cou-se que a quantidade de iodo ingerida na alimentação foi de 568mcg/dia (range 274,78-1.338,07) estando de 3 a 4 vezes em média acima dos valores médios recomendados pela medida de saúde pública (150 mcg/dia). Conclusões: A partir destas evidências,deixamos o estímulo para realizar o consumo médio de iodo na dieta diária dos pacientes suscetíveis às doenças tireoidianas e considerar o efeito paradoxal da defi ciência e do excesso de iodo como um dos fatores atuais que tem contribuído para o aumento da incidência de tireoidite e hipotireoidismo auto-imune.

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S342

PT. 105INTERAÇÃO ENTRE FUNÇÃO TIREOIDIANA E FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR CLÁSSICOS E EMERGENTES. THE

JAPANESE-BRAZILIAN THYROID STUDY

Sgarbi JA1; Matsumura L2; Ferreira SRG3; Maciel RMB4

1Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) - Endocrinologia; 2UNIFESP - EPM - Endocrinologia; 3USP - Medicina Preventiva; 4UNIFESP - EPM - Endocrinologia Molecular

Introdução: Recentemente, a doença tireoidiana subclínica tem sido associada com a doença cardiovascular aterosclerótica (DCV), principal causa de morte em muitas populações. No entanto, há escasso conhecimento sobre potenciais interações entre a função tireoidiana e os fatores de risco cardiovascular, clássicos e emergentes, envolvidos no desenvolvimento da DCV. Objetivos: Investigar a hipótese da existência de interações entre a função tireoidiana e os fatores de risco cardiovascular (clássicos e emergentes) em uma população com elevada prevalência de síndrome metabólica (SM). Métodos: Estudo corte transversal realizado durante o ano 2000 na população Nipo-Brasileira de Bauru com idade superior a 30 anos (n = 1330). Participantes sob uso de hormônio tireoidiano, droga antitireoidiana, amiodarona ou meticorten; com função tireoidiana atípica ou com dados clínicos e laboratoriais incompletos foram excluídos da análise (n = 220). Exame clínico e atropométrico, função tireoidiana (TSH e T4L), fatores de risco cardiovascular clássicos (tabagismo, hipertensão, diabetes e dislipemia) e emergentes [HOMA–IR, proteína C-reativa (PCR), apo-liproteína-B (apo-B), interleucina-6 (IL-6), homocisteína, ácido úrico e excreção urinária de albumina (alb/Cr)] foram determinados em todos participantes (n = .1110). Resultados: Nenhuma diferença demográfi ca foi observada entre indivíduos incluídos e excluídos do estudo. Diagnósti-co de SM (NCEP adaptado para asiáticos) foi defi nido em 57% dos participantes, não havendo diferença entre os vários estados tireoidianos [euti-reoidismo, hipertireoidismo subclínico (HRSC), hipotireoidismo e hipotireoidismo subclínico (HPSC)]. Tabagismo, hipertensão arterial, diabetes melito, hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia foram igualmente distribuídos entre os grupos. No entanto, níveis séricos do colesterol total (p = 0,03), LDL (p = 0,02) e a prevalência de LDL elevado (p = 0,02) foram signifi cativamente maiores no grupo com hipotireoidismo instalado, mas não no HPSC. Por outro lado, a prevalência de usuários de estatina foi signifi cativamente elevada (p = 0,03) tanto no hipotireoidismo (11,1%), quanto no HPSC (5,1%), comparados aos eutireóideos (1,4%). O risco calculado (odds ratio, OR) de usar estatina no grupo HPSC foi de 3,68 (IC 95% 1,28 – 10,56), ajustado para idade e sexo. Entre os fatores de risco emergentes, apenas a concentração de ácido úrico foi signifi cativamente maior no HRSC comparado aos eutireóideos (p = 0,03). Entretanto, corrigido para idade, sexo e por grupo, T4 livre foi signifi cativamente associa-do com HOMA-IR (r = - 0,18; p = 0,04), ácido úrico (r = 0,08; p = 0,004), homocisteína (r = 0,09; p = 0,006), PCR (r = - 0,07; p = 0,02) e ín-dice de massa corpórea (r = - 0,06; p = 0,04). TSH foi signifi cativamente associado com colesterol total (r = 0,06; p = 0,03) e IL-6 (r = - 0,2; p = 0,01). Conclusão: Esses dados sugerem associação da função tireoidiana com fatores de risco cardiovascular, clássicos e emergentes, e são consis-tentes com um elevado risco cardiovascular, tanto na doença tireoidiana clínica quanto subclínica. Apoio fi nanceiro: Fapesp.

PT. 106DISFUNÇÃO TIREOIDIANA SUBCLÍNICA E O RISCO DE DOENÇA MACROVASCULAR E DE MORTALIDADE. THE JAPANESE-

BRAZILIAN THYROID STUDY

Sgarbi JA1; Matsumura L2; Siqueira AFA3; Gimeno SG4; Maciel RMB5

1Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) - Endocrinologia; 2UNIFESP - EPM - Endocrinologia; 3UNIFESP - Disciplina de Endocrinologia; 4UNIFESP - medicina ; 5UNIFESP - EPM - Endocrinologia Molecular

Introdução: Poucos estudos epidemiológicos estudaram o impacto das disfunções tireoidianas subclínicas (DTS) no sistema cardiovascular e na mortalidade, permanecendo o tema controverso e motivo de intenso debate. Objetivos: Determinar a prevalência das DTS e suas associações com a doença macrovascular (DMV) e mortalidade na população de nipo-brasileiros residentes em Bauru. Métodos: Estudo corte transversal realizado durante 1999-2000 na população Nipo-Brasileira de Bauru com idade superior a 30 anos (n = 1330). Participantes sob uso de hormônio tireoidia-no, droga antitireoidiana, amiodarona ou meticorten; com função tireoidiana atípica ou com dados clínicos e laboratoriais incompletos foram ex-cluídos da análise (n = 220), totalizando 1.110 indivíduos. Diagnóstico de DMV foi baseado em escore obtido pela soma de pontos da história médica de doença cardiovascular, índice tornozelo-braquial < 0,9 e por alterações eletrocardiográfi cas. Em estudo longitudinal, avaliamos o risco de mortalidade cardiovascular e por todas as causas até o fi nal de 2007. Resultados: Eutireoidismo foi defi nido em 913 (82,3%), hipotireoidismo subclínico (HPSC) em 99 (8,9%) e hipertireoidismo subclínico (HRSC) em 69 (6,2%) participantes. Hipotireoidismo e hipertireoidismo instalados foram observados em 9 (0,8%) e 20 (1,8%) dos participantes, respectivamente. No estudo transversal, DMV foi signifi cativamente mais prevalente em homens com HRSC comparados ao grupo de eutireoidismo (22,2% vs.13,8%; p = 0,005), mas nenhuma diferença foi observada entre as mu-lheres e no grupo de HPSC. No estudo longitudinal, 74 mortes foram registradas após 7 anos de seguimento, sendo 47 (5,1%) no grupo de euti-reoidismo, 12 (12,1%) no grupo HPSC e 14 (20,3%) no grupo HRSC (p < 0,0001). O tempo de sobrevida médio acumulativo estimado pela curva de sobrevivência de Kaplan-Meier foi signifi cativamente menor em ambos os grupos HPSC e HRSC em comparação ao eutireoidismo (teste log-rank, p < 0,0001). Comparação por modelo de riscos proporcionais de COX (Hazard Ratio, HR) mostrou maior risco de morte por causa cardiovascular para ambos os grupos HPSC (HR: 2,25; IC 95% 1,17 – 4, 35, p = 0,01) e HRSC (HR: 4,35; IC 95% 2,39 – 7,91; p < 0,0001) em comparação ao eutireoidismo. Mesmo após ajustes para idade, sexo e outros fatores (índice de massa corpórea, cintura abdominal, hipertensão ar-terial, diabetes, DMV, tabagismo, pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica, colesterol total, LDL, triglicerídeos, glicemia e uso de estatina), o risco de morte cardiovascular permaneceu signifi cativo para ambos os grupos HPSC e HRSC (HR: 2,23; IC 95% 1,13 – 4,41; HR: 3,1; IC 95% 1,55 – 6,2, respectivamente). O risco para mortalidade por qualquer causa também foi signifi cativamente elevado tanto no HPSC (HR: 2,27; IC 95% 1,28 – 4,54, p = 0,006) quanto no HRSC (HR: 4,57; IC 95% 2,56 – 8,18, p < 0,0001) em comparação aos controles, permanecendo signifi -cativo mesmo após os ajustes adicionais (HR: 2,43 IC 95%1,26 – 4,69, p = 0,008; HR: 3,4 IC 95% 1,74 – 5,59, p = 0,0003), para HPSC e HRSC, respectivamente. Conclusão: Nesta população, HRSC associou-se a DMV no sexo masculino e as disfunções tireoidianas subclínicas constituíram-se em forte fator de risco independente para morte cardiovascular e por todas as causas. Apoio fi nanceiro: Fapesp.

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S343

PT. 107CINÉTICA DA CURVA DA RESPOSTA VENTILATÓRIA AO EXERCÍCIO FÍSICO DE PACIENTES COM HIPOTIREOIDISMO

SUBCLÍNICO SUBMETIDOS À REPOSIÇÃO DE LEVOTIROXINA

Coelho EF1; Maineti MRM1; Perrout J2; Oliveira FP3; Vaisman M4

1UFRJ - Programa de Doutorado da Faculdade de Medicina – Centro de Ciências da Saúde -Serviço de Endocrinologia.; 2Universidade Federal de Juiz de Fora - Faculdade de Educação Física e Desportos; 3UFRJ - Biociência da Atividade Física; 4UFRJ - HC - Endocrinologia

Introdução: A infl uência da reposição de levotiroxina em pacientes com hipotireoidismo subclínico na melhora da capacidade funcional ainda é pouco estudada. Na área da avaliação aeróbia, o estudo da cinética da resposta dos parâmetros ventilatórios vem se apresentando como uma opção de análise da capacidade funcional. Objetivo: Analisar a capacidade funcional, por ergoespirometria, de pacientes com hipotireoidismo subclínico e a cinética das curvas ventilatórias, geradas no estado pré-tratamento e após seis meses de eutireoidismo atingido pela intervenção com levotiroxina, comparando com pacientes não-tratadas. Métodos: Foram analisadas 20 pacientes do sexo feminino com idade e concentrações hormonias (42,95 ± 7,53 anos; TSH = 7,57 ± 2,18 mU/l; T4L = 1,05 ± 0,25 ng/dl) randomizadas em dois grupos: tratamento (reposição de levotiroxina, n = 8) e controle (observação, n = 12). A ergoespirometria foi realizada em esteira (Ecafi x) com o protocolo de Balke modifi cado, que consiste no aumento gradativo de 3% da inclina-ção da esteira a cada 2 minutos, com velocidade constante e igual a 4,8 km/h. A análise dos gases (VO2000-MEDGRAF) permitiu o cálculo das vari-áveis ventilatórias: Ventilação minuto (VE), consumo de oxigênio (VO2) e produção de gás carbônico (VCO2). A cinética das curvas analisadas foi obtida pela identifi cação do T½, que representa o tempo requerido para que seja atingido 50% do tempo máximo alcançado no exercício físico. Para comparação dos resultados, foi realizada uma análise de variância para medidas repetidas, com dois fatores (grupo x teste) (p ≤ 0,05), com o programa Statistica 6.0. Resultados: A análise estatística não apontou diferença signifi cativa (p ≤ 0,05) para os parâmetros estudados, seja na comparação intra ou entre grupos (Tabela 1). O reduzido número amostral não permite a visualização de uma tendência a se generalizar. Conclusões: Os pacientes tratados apresentaram cinética de resposta ventilatória ao exercício semelhantes a do grupo controle, tanto na condição pré como no pós-tratamento, expressando ausência de melhoras signifi cativas na resposta ventilatória em função da reposição de Levotiroxina.

Tabela 1. Resultados pré e pós dos grupos controle e tratamento.

Grupo -- T1/2(s) Intragrupo (p) VE (l/min) Intragrupo (p) VO2 (ml/kg/min) Intragrupo (p) VCO2 (ml/kg/min) intragrupo (p)

-- Pré Pós Pré Pós Pré Pós Pré PósControle Média 309 332 0,94 28,1 25,2 0,41 22,4 20,6 0,92 18,0 15,5 0,64

-- dp 134 135 -- 6,8 5,7 -- 6,7 5,8 -- 4,8 3,8 --Tratamento Média 297 239 0,67 25,4 25,5 0,99 20,4 20,0 0,99 16,1 15,5 0,99-- dp 109 68 -- 8,7 5,1 -- 8,5 4,6 -- 6,7 3,0 --Entre grupos (p) -- 0,99 0,46 -- 0,89 0,99 -- 0,87 0,99 -- 0,78 0,99 --

PT. 108RESPOSTA VENTILATÓRIA PÓS-EXERCÍCIO FÍSICO DE PACIENTES COM HIPOTIREOIDISMO SUBCLINICO SUBMETIDOS À

REPOSIÇÃO DE LEVOTIROXINA

Coelho EF1; Maineti MRM2; Perrout J3; Oliveira FP4; Vaisman M5

1UFRJ - Programa de Doutorado da Faculdade de Medicina – Centro de Ciências da Saúde -Serviço de Endocrinologia – Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ – RJ - Brasil.; 2UFRJ - Programa de Doutorado da Faculdade de Medicina – Centro de Ciências da Saúde -Serviço de Endocrinologia.; 3Universidade Federal de Juiz de Fora - Faculdade de Educação Física e Desportos; 4UFRJ - Biociência da Atividade Física; 5UFRJ - HC - Endocrinologia

Introdução: Parâmetros ventilatórios estudados durante o período pós-exercício físico revelam limitações cardiovasculares e respiratórias presentes em diversas doenças. Estudos têm constatado que, pacientes com hipotireoidismo subclínico, podem apresentar comprometimento desses sistemas. Entretanto, não se sabe se com a reposição hormonal de levotiroxina ocorre melhora da capacidade cardiovasculares e respiratórias destes pacientes. Objetivo: Analisar a capacidade de recuperação funcional, por ergoespirometria, de pacientes com hipotireoidismo subclínico, antes e depois de seis meses de eutireoidismo, atingido pela intervenção com reposição hormonal de levotiroxina, comparando com os pacientes não-tratados. Métodos: Foram analisadas 20 pacientes do sexo feminino com idade e concentrações hormonais (42,95 ± 7,53 anos; TSH = 7,57 ± 2,18 mU/l; T4L = 1,05 ± 0,25 ng/dl) randomizadas em dois grupos: Tratamento (reposição hormonal de levotiroxina por seis meses, n = 8) e Controle (observação, n = 12). A ergoespirometria foi realizada em esteira (Ecafi x) com o protocolo de Balke modifi cado. A análise dos gases respirados (VO2000-Medgraf) permitiu o cálculo dos seguintes parâmetros ventilatórios durante o teste: Ventilação minuto (VE), consumo de oxigênio (VO2) e produção de gás carbônico (VCO2). Os dados foram coletados no primeiro minuto da recuperação ativa (2,0 km/h). Para comparação dos resultados, foi realizada uma análise estatísitica de variância para medidas repetidas, com dois fatores (grupo x teste), seguida do teste post-hoc de Tukey (p ≤ 0,05) no pro-grama Statistica 6.0. Resultados: A análise estatística não apontou diferença signifi cativa (p ≤ 0,05) para os parâmetros estudados, seja na compa-ração intra ou entre grupos (Tabela 1). O reduzido número amostral não permite a visualização de uma tendência a se generalizar. Conclusões: Os pacientes tratados apresentaram recuperação dos parâmetros ventilatórios, pós-exercício físico no ergoespirômetro, semelhante ao do grupo contro-le, expressando ausência de melhoras signifi cativas na resposta ventilatória em função da reposição hormonal de Levotiroxina.

Tabela 1. Resultados pré e pós dos grupos controle e tratamento.

Grupo --- VE (l/min) Intragrupo VO2 (ml/kg/min) Intragrupo VCO2 (ml/kg/min) Intragrupo

--- Pré Pós p Pré Pós p Pré Pós p

Controle Média 29,3 26,0 0,81 21,8 21,2 0,99 18,8 17,2 0,96--- dp 8,6 9,0 --- 7,5 10,2 --- 5,7 7,0 ---Tratamento Média 21,9 23,7 0,98 17,3 17,6 0,99 13,5 14,8 0,98--- dp 12,1 5,6 --- 10,0 7,3 --- 8,8 5,2 ---Entre grupos p 0,43 0,96 --- 0,71 0,83 --- 0,38 0,87 ---

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S344

PT. 109QUALIDADE DE VIDA EM PACIENTES COM DIFERENTES GRAUS DE HIPOTIREOIDISMO

Vigario PS1; Teixeira PFS2; Reuters VS1; Maia MDL3; Cunha M1; Vaisman M4

1UFRJ - Endocrinologia; 2UFRJ - Faculdade de Medicina; 3UFRJ - Educação Física; 4UFRJ - HC - Endocrinologia

O hipotireoidismo está associado a diversas morbidades que podem, potencialmente, repercutir negativamente na qualidade de vida (QV) e no bem-estar dos indivíduos. Objetivo: Investigar a percepção de QV de pacientes com diferentes graus de hipotireoidismo. Materiais e Métodos: Foi realizado um estudo seccional onde participaram voluntariamente 232 mulheres, divididas em três grupos: Hipotireoidismo Subclínico (HS; n = 152; TSH ≥ 4,0 µUI/ml; T4L: 0,8-1,9 ng/dl), hipotireoidismo manifesto (HM; n = 14; TSH ≥ 4,0 µUI/ml; T4L < 0,8 ng/dl) e controle, ou seja, mulheres sem doença ti-reoidiana e com níveis séricos de TSH e T4L na faixa da normalidade (CT; n = 66). A QV foi avaliada pelo questionário SF-36, composto por 36 questões, dividido em oito dimensões: capacidade funcional, estado geral de saúde, vitalidade, saúde mental, aspectos sociais, aspectos emocionais, aspectos físicos e dor. A cada dimensão podem ser atribuídos entre zero e cem pontos, sendo o último representativo de maior satisfação com a QV. Os resultados foram expressos através de médias e desvios-padrão. Para a comparação dos escores do SF-36 entre os grupos do estudo foi utilizado o teste Kruskall-Wallis, seguido pelo teste de Mann-Whitney. Todas as análises foram realizadas no software SPSS 13.0 for Windows e o nível de signifi cância adotado foi de 5%. Resultados: Na Tabela 1 estão apresentadas as características demográfi cas e os escores médios das oito dimensões de QV avaliadas pelo SF-36. Os grupos mostraram-se comparáveis em relação à idade e ao índice de massa corporal (IMC), sem que tivessem sido observadas diferenças estatisticamente signifi -cativas. No que diz respeito à QV, foi constatado que as pacientes com HM apresentaram sistematicamente menores escores (representativo de maior insatisfação com a QV) quando comparadas às pacientes com HS e estas, por sua vez, apresentaram escores inferiores às mulheres saudáveis. Conclusão: No presente estudo, o nível de comprometimento da percepção de QV parece estar associado com o grau de severidade do hipotireoidismo.

TABELA 1. Variáveis demográfi cas e escores médios (± desvio-padrão) das oito dimensões de QV avaliadas pelo SF-36, segundo grau de hipotireoidismo.

HM (n = 14) HS (n = 152) CT (n = 66) p-valorIdade (anos) 40,8 ± 9,8 47,4 ± 12,2 44,7 ± 10,0 0,13IMC (kg/m2) 27,0 ± 6,2 26,9 ± 5,5 26,8 ± 6,1 0,75SF-36Capacidade funcional 55,0 ± 32,9 64,8 ± 24,6 77,8 ± 24,6 < 0,05†Estado geral de saúde 50,5 ± 23,8 61,8 ± 19,6 73,5 ± 23,4 < 0,05†Vitalidade 33,2 ± 27,5 49,0 ± 22,6 58,0 ± 23,9 < 0,05*Saúde mental 42,6 ± 19,3 57,4 ± 21,5 66,8 ± 23,9 < 0,05*Aspectos sociais 47,1 ± 20,1 66,4 ± 26,3 65,0 ± 27,3 0,01∂Aspectos emocionais 35,7 ± 42,3 56,4 ± 40,4 65,6 ± 40,1 0,03‡Aspectos físicos 44,6 ± 45,1 54,5 ± 39,1 77,3 ± 34,7 < 0,05†Dor 30,1 ± 29,3 35,6 ± 29,2 42,3 ± 31,9 0,20† diferença estatística entre CT e HS; CT e HM; ‡ diferença estatística entre CT e HM; ∂ diferença estatística entre CT e HM; HS e HM ; *diferença estatística entre CT e HS; CT e HM; HS e HM.

PT. 110A AVALIAÇÃO NEUROPSICOMÉTRICA PODE AUXILIAR O DIAGNÓSTICO DE HIPERTIREOIDISMO CLÍNICO OU SUBCLÍNICO EM

PACIENTES IDOSOS COM TIROTOXICOSE APÁTICA

Mrtinelli1; Cecato JF2; Damasceno B4; Guilhen CAT3; Ward LS3

1Faculdade de Medicina de Jundiaí - Departamento de Clínica Médica; 2Faculdade de Medicina de Jundiaí - Ambulatório de Geriatria; 3FCM/UNICAMP - Laborató-rio de Genética Molecular do Câncer; 4FCM/UNICAMP - Neurologia

Introdução: A disfunção tireoidiana em idosos não é facilmente reconhecida porque suas manifestações clínicas são muito discretas e seus sinais e sin-tomas são freqüentemente atribuídos ao envelhecimento normal. Acrescenta-se a presença de doenças concomitantes e a ação de vários medicamentos que alteram a sintomatologia das doenças da tireóide nesse grupo de pacientes. A tirotoxicose apática (TA) é uma apresentação rara da doença, que aparece com maior freqüência justamente nos idosos, onde apatia, inatividade e depressão substituem as manifestações do hipertireoidismo. Objetivo: Avaliar as alterações neuropsicométricas de pacientes idosos com TA. Casuística e Métodos: Foram examinados 35 indivíduos de 65 a 88 anos (77,14 ± 5,94 anos), 11 homens e 25 mulheres com níveis de TSH sérico diminuído, entre indetectável e 0,2 mU/L. Havia 3 pacientes cujo TSH indetectá-vel e T4l acima do normal os classifi cava como hipertireoidismo clínico mas os 33 restantes apresentavam T4l entre 0,58 a 1,86 ng/dL. Todos eles foram classifi cados como portadores de TA de acordo com os critérios Thomas e col., 1970: embotamento afetivo (especialmente aparência de depres-são e apatia); ausência de atividade motora hipercinética e lentidão de pensamento. Todos os 35 pacientes foram avaliados pelo miniexame do estado mental (MEEM, Folstein e col., 1975), a bateria do Camdex (Roth, 1982), o teste do desenho do relógio (TDR) segundo a escala clock drawing in-terpretation scale (Mendez e col., 1992) e a escala de depressão geriátrica (EDG, abreviada de Yassavage 1993). Um grupo de 8 pacientes foi pareado com 8 indivíduos controle da mesma instituição para idade, sexo, condição clínica e nível de escolaridade e utilizado para comparar os resultados dos testes neuropsicométricos aplicados pelo mesmo pesquisador aos 16 indivíduos. Estes testes foram repetidos após normalização hormonal por pelo menos 3 meses nos 8 pacientes deste subgrupo. Resultados: Observamos que os pacientes portadores de TA apresentam pontuações menores em relação ao teste de fl uência verbal, memória (recente, evocação e fi xação) e no pensamento abstrato, porém essa pontuação não mostrou diferença signifi cante com os controles. Por outro lado, os pacientes com TA se apresentavam mais deprimidos dos que os controles (p = 0,0252). Os 8 indiví-duos testados antes e após tratamento não apresentaram diferença em qualquer dos testes aplicados antes ou após normalização dos níveis hormonais ou com o grupo-controle. Conclusão: O hipertireoidismo subclínico no indivíduo idoso se apresenta freqüentemente na forma de TA em que os sintomas de hipertireoidismo são mascarados e, ao contrário, o quadro mimetiza o do hipotireoidismo. Os testes neuropsicométricos não mostram alteração signifi cativa em relação ao grupo controle, e possivelmente, não possuem sensibilidade sufi ciente para avaliar o impacto do hipertireoidismo na função cognitiva, mas a avaliação da depressão pelo EDG pode auxiliar na identifi cação destes indivíduos.

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S345

PT. 111PARALISIA PERIÓDICA HIPOCALÊMICA TIROTÓXICA – RELATO DE CASO

Hohl A1; Damas TB1; Michels J1; Moritz APGC1; Kowalsky ME1; Canalli MHBS1; Coral MHC1

1UFSC - Endocrinologia

Introdução: A paralisia periódica do tipo hipocalêmica é uma emergência médica e pode ocorrer acompanhando pacientes com tirotoxicose, sendo então chamada de paralisia periódica hipocalêmica tirotóxica (PPHT). É caracterizada por crises súbitas de fraqueza muscular, associadas à hipocalemia e tirotoxicose. É autolimitada, semelhante à paralisia periódica hipocalêmica familiar, e melhora com o tratamento do hipertireoi-dismo. A coincidência das duas desordens (paralisia periódica hipocalêmica e tirotoxicose) é mais comum em homens asiáticos e latinos. Obje-tivo: relatar um caso de PPHT recorrente, associada à má adesão do paciente ao tratamento do hipertireoidismo. Caso Clínico: JESJ, 32 anos, masculino, branco, natural e procedente de Santa Catarina. Deu entrada na Emergência do HU/UFSC em março/2005, com queixa de tetra-paresia súbita, iniciada há 8 horas, com força grau 2 em membros inferiores (MMII) e superiores (MMSS). Relatou dois episódios semelhantes prévios, no último mês, com duração de menos de uma hora e resolução espontânea. Potássio sérico (K+) da admissão = 1,8 mEq/L. Apresen-tava bócio, exoftalmia, inquietude, ansiedade e TSH = 0,005 µUI/mL. Foi iniciado metimazol 30 mg/dia e propranolol 40 mg duas vezes ao dia. Recebeu alta hospitalar e retornou somente três meses depois, pela Emergência, com o mesmo quadro de tetraparesia súbita (força grau 2 em MMSS e grau 1 em MMII), sendo então internado na Emergência, com K+ = 1,3 mEq/L, TSH = 0,004 µUI/ml e T4 livre = 5,66 ηg/dL. Recusou-se a permanecer no hospital e foi embora dois dias depois, contrariando as ordens médicas. Dois anos depois (fevereiro/2008), o pa-ciente voltou à Emergência do HU/UFSC, trazido por ambulância de atendimento pré-hospitalar, com queixa de fraqueza em membros, mais importante em MMII, associada a náuseas, vômitos, tontura e tremores. Suspendeu o tratamento com metimazol há 1 ano, sem acompanha-mento médico. Ao exame, paciente lúcido, emagrecido, com retração palpebral bilateral, tremores fi nos e sudorese em mãos. A pressão arterial foi aferida em 140/60 mmHg, com freqüência cardíaca de 110 bpm. Ausculta cardíaca com ritmo regular, bulhas hiperfonéticas, sem sopros, ictus hiperdinâmico. Ausculta pulmonar e abdome sem particularidades. Exame neurológico: força e refl exos diminuídos em MMII, força dimi-nuída em MMSS. Exames da admissão: K+ = 1,5 mEq/L, TSH < 0,004 µUI/mL, T4 livre > 6,00 ηg/dL, T3 livre = 9,43 rg/dL, antitiropero-xidase > 1.000,0 UI/mL. Recebeu reposição de potássio endovenosa e propranolol via oral, evoluindo, no dia seguinte, com melhora total da força em membros e com K+ = 4,0 mEq/L. Apresentava bócio palpável, com aumento de cerca de quatro vezes no volume tireoidiano, tireóide homogênea, simétrica, sem nódulos palpáveis. Foi iniciado propiltiouracil 600 mg ao dia. Por causa da má aderência ao tratamento clínico, a programação terapêutica é a tireoidectomia total após estabilização do quadro. Conclusão: o hipertireoidismo deve ser pesquisado em pacientes jovens com paresia de início súbito, por ser a PPHT a causa mais comum tratável de paralisia periódica adquirida.

PT. 112PARALISIA PERIÓDICA HIPOCALÊMICA TIREOTÓXICA EM PACIENTE NO PERÍODO PUERPERAL

Souza MR1; Magalhães RA2; Castelo MHCG3; Porto LB1; Costa AG1; Fontenele EGP4; Magalhães JF1; Montenegro RM5; Quidute ARP6

1Universidade Federal do Ceará - Serviço de Endocrinologia e Diabetes; 2Universidade Federal do Ceará - Departamento de Clínica Médica; 3UFC - ENDOCRINO; 4Hospital Universitário Walter Cantídeo-UFC - Serviço de Endocrinologia e Diabetes; 5HUWC - Endocrinologia e Diabetes; 6HU - UFC - Endocrinologia e Metabologia

Introdução: A paralisia periódica hipocalêmica tireotóxica (PPHT) é uma complicação rara, porém potencialmente grave que está associada ao hipertireoidismo clínico ou subclínico. Caracteriza-se por episódios agudos e reversíveis de fraqueza muscular, principalmente dos membros inferiores, associada à hipocalemia. É a forma mais comum de paralisia fl ácida aguda adquirida entre adultos, com predomínio no sexo masculi-no, surgindo em pacientes de qualquer etnia, sendo mais prevalente entre asiáticos. Objetivos: Descrever a ocorrência desta patologia em pa-ciente no período puerperal. Relato de Caso: Mulher de 22 anos, sem descendência asiática, com diagnóstico de hipertireoidismo e uso irregular de propiltiouracil (PTU), admitida na emergência no sétimo mês de gestação e com quadro clínico de dispnéia intensa. Foi internada em Unidade de Terapia Intensiva por tireotoxicose e falência respiratória necessitando de ventilação mecânica por cinco dias. Foi induzido par-to normal após constatação do óbito fetal. Os exames laboratoriais da admissão mostravam K+ = 2,8 mmol/L (normal = 3,5-5,0 mmol/L), TSH < 0,03 µUI/mL (normal = 0,49-4,67 µUI/mL) e T4livre = 4,4 ng/mL (normal = 0,71-1,85 ng/dL). A paciente evoluiu com elevação das transaminases, com valores de TGO: 2872U/L (normal: 5-40 U/L) e TGP: 2379U/L (normal: 5-40 U/L), sendo suspenso o PTU pela pos-sibilidade de hepatoxicidade medicamentosa e iniciado corticóide e carbonato de lítio. No 7º dia de internação a paciente passou a apresentar tetraparesia fl ácida, sem comprometimento da musculatura ocular, facial ou bulbar, com preservação da sensibilidade, associada à hipocalemia (K+ = 3,0 mmol/L) e CPK normal. A eletroneuromiografi a revelou um padrão de comprometimento miopático. Foi aumentada a reposição de potássio e mantido o uso de prednisona e carbonato de lítio. Houve melhora progressiva da tetraparesia ao longo de quatorze dias assim como dos exames laboratoriais (T4 livre = 1,33 ng/dL, TSH < 0,03 µUI/mL e K+ = 4,2 mmol/L), sem recidivas no decorrer do acompanhamento e obtendo controle do hipertireoidismo com a continuidade do corticóide e do carbonato de lítio. Conclusão: Destacamos a necessidade de in-cluir essa patologia no diagnóstico diferencial de fraqueza muscular e paralisia em pacientes com hipertireoidismo, devido a necessidade de tra-tamento específi co (reposição de potássio e controle da tireotoxicose), embora os episódios de paralisia tireotóxica possam melhorar espontaneamente. Neste caso houve uma difi culdade adicional no manejo devido à possível hepatotoxicidade por PTU. O prognóstico da PPHT é excelente se diagnosticado e conduzido adequadamente.

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S346

PT. 113CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DE PACIENTES COM HIPERTIREOIDISMO SUBCLÍNICO ENDÓGENO

Figueira EJG1; Oliveira MS2; Simionato MC2; Kubo I2; Kerbauy MN2

1Faculdade de Medicina de Marília - Endocrinologia; 2Faculdade de Medicina de Marília - Graduação

Introdução: O hipertireoidismo subclínico (HSC), defi nido pela presença de concentrações séricas baixas do TSH e normais do T4 livre (T4L), tem sido objeto de controvérsia e intenso debate, principalmente em relação à necessidade de tratamento. Recentemente, um painel de especialistas sugeriu o tratamento em pacientes idosos, com risco cardiovascular (RCV) e com TSH abaixo de 0,1 uU/L. Poucos estudos dedicaram-se em es-tudar as principais características clínicas em pacientes com HSC. Objetivo: Descrever as principais características clínicas em pacientes com hiper-tireoidismo subclínico endógeno atendidos no ambulatório de HSC do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Marília. Métodos: Pacientes com diagnóstico de HSC endógeno, defi nido por níveis séricos baixos do TSH (< 0,45 uU/L) e normais do T4L (0,7 – 1,73 ng/dL) e persistentes por pelo menos três meses de seguimento, foram incluídos no estudo. Os critérios de exclusão foram antecedentes de tiropatia, trata-mento com iodo-radioativo ou tireoidectomia; gestantes, portadores de insufi ciência orgânica, doença psiquiátrica instável, síndrome do doente eutireoidiano, sob uso de hormônio tireoidiano, droga antitireoidiana, fórmulas de emagrecimento, amiodarona, lítio, glicocorticóides e agentes dopaminérgicos. Os pacientes responderam questionário padronizado com informações demográfi cas, antecedentes pessoais e familiares, hábitos de vida e medicamentos concomitantes. Avaliação clínica e exame físico foram realizados por endocrinologista experiente. Um escore clínico para avaliação de manifestações clínicas de tirotoxicose (Índice de Klein) foi determinado em 46 pacientes. O diagnóstico etiológico foi baseado na his-tória clínica, exame físico, ultra-sonografi a, cintilografi a e na determinação de auto-anticorpos tireoidianos (aTPo, aTg e TRAb). Todos pacientes foram submetidos à densitometria óssea, eletrocardiograma e Holter (monitoramento eletrocardiográfi co de 24 horas). Resultados: Setenta pacien-tes foram incluídos no estudo, 64 (91,4%) do sexo feminino e 6 (8,6%) do masculino (F:M = 10,6:1), com idade média de 60,4 ± 14,9 anos. A etiologia do HSC foi de bócio multinodular tóxico em 34 (48,6%), adenoma tóxico em 9 (12,8%), doença de Graves em 8 (11,4%), tireoidites em 5 (7,1%) e desconhecida em 14 (20%) pacientes. A concentração sérica média do TSH foi de 0,12 ± 0,1 uU/L (variação: 0,05 – 0,39 uU/L) e do T4L de 1,33 ± 0,24 ng/dL (variação: 0,9 – 1,7 ng/dL). O índice médio de Klein foi de 5,6 ± 3,5 (variação: 0 – 14 pontos). Apenas um paciente mostrou-se totalmente assintomático. Hipertensão arterial foi defi nida em 39 (55,7%), obesidade e ou sobrepeso em 29 (41,4%), hiperlipidemia em 23 (32,8%), diabetes melito em 13 (18,6%), arritmia cardíaca em 5 (7,1%), doença vascular periférica em 2 (2,85%), acidente vascular cerebral em 1 (1,4%) e ataque isquêmico transitório em 1 (1,4%) pacientes. Osteopenia e ou osteoporose foi encontrada em 28 (40%) dos pacientes e menopau-sa referida por 47 mulheres (73,4%). Conclusão: Os dados confi rmam estudos anteriores que mostram a doença nodular autônoma como principal causa do HSC e reforça caráter oligossintomático desta condição. Além disso, observou-se concomitância considerável de doenças e ou condições reconhecidamente associadas a elevado risco cardiovascular, elementos que devem ser considerados na decisão terapêutica.

PT. 114MANEJO DA ORBITOPATIA DE GRAVES NA AMÉRICA LATINA: RESULTADOS DE UM INQUÉRITO INTERNACIONAL E

COMPARAÇÃO COM A EUROPA

Ramos HE1; Diehl LA2; Graf H4; Camacho, CP3; Petros P5

1Universidade Federal do Paraná - Endocrinologia; 2Universidade Estadual de Londrina - Docente Clínica Médica/Endocrinologia; 3UNIFESP - EPM - Endocrinologia; 4UFPR - Clínica Médica; 5Freeman Hospital - Endocrinology

Objetivos: Avaliar como um caso hipotético de orbitopatia de Graves (OG) seria conduzido por especialistas da América Latina, e comparar com o manejo praticado na Europa (ETA – European Thyroid Association). Materiais e Métodos: Mensagens eletrônicas (email) e formulários impres-sos foram aplicados aos membros da Sociedade Latino-Americana de Tireóide (LATS) residentes na América Latina. Questionário idêntico foi previamente utilizado em um inquérito realizado na Europa (1), contendo a apresentação de um paciente portador de OG, com várias perguntas sobre a avaliação e tratamento do caso. Resultados: Foram obtidas 102 respostas, sendo a maioria (95%) de endocrinologistas e 2/3 de profi ssionais brasileiros. Praticamente todos (99%) julgam que um serviço multidisciplinar para atendimento da OG é de grande valia, mas apenas 56% participam de um serviço desse tipo. Adicionalmente, 41% dos que não fazem parte de um serviço multidisciplinar não encaminham pacientes para esses servi-ços. Acesso à cirurgia para OG com risco iminente de perda visual está disponível apenas em um prazo de semanas a meses, para 75% dos partici-pantes. Um terço dos respondedores preferiu não encaminhar o paciente de forma urgente a um oftalmologista, apesar da presença de sinais de neuropatia óptica na descrição do caso clínico inicial. O uso de corticóides foi o tratamento inicial de escolha para 88% dos respondedores, e foi infl uenciado pela idade (preferência ainda maior em pacientes mais jovens: 96%, p = 0,03) e pela presença de diabetes (redução para 65%, p < 0,001). O aparecimento de características cushingóides levou à redução da indicação de corticóides para 40% (p < 0,001) e ao aumento no uso de irradiação orbital (de 23% para 53%, p < 0,001) e de outros imunossupressores (de 1% para 11%, p < 0,01). 96% afi rmaram que gostariam que fossem publi-cados guidelines para tratamento da OG. Em comparação aos especialistas europeus, os latino-americanos referiram maior difi culdade de acesso à cirurgia descompressiva (apenas 59% demoram semanas a meses para obter cirurgia na Europa, em contraste com 75% na América Latina, p < 0,001). As opções terapêuticas foram semelhantes, embora os europeus indiquem mais imunossupressores como opção inicial (1% versus 14%, p < 0,001) e mais cirurgia nos pacientes cushingóides (34% versus 53%, p < 0,01). Além disso, os latino-americanos indicaram o iodo radioativo isolado como terapêutica preferencial para a tireotoxicose do paciente com OG com maior freqüência do que seus colegas europeus, seja na apresentação inicial (6% versus 0%, p < 0,01) ou após o desenvolvimento de agranulocitose (20% versus 4%, p < 0,001). Conclusões: Embora o manejo da OG na América Latina seja similar ao observado na Europa, algumas defi ciências puderam ser observadas e são maiores do que as descritas no inquérito europeu, tais como: a relutância em encaminhar pacientes a serviços especializados, o uso de radioiodoterapia sem profi laxia com corticóides e a demora no acesso à cirurgia descompressiva orbital. Para tentar minimizar esses problemas, seria necessária a melhoria da infraestrutura para aten-dimento aos pacientes com OG, bem como a publicação de guidelines, que seria bem-vinda para 99% dos respondentes.

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S347

PT. 115FATORES PREDITIVOS DA RECIDIVA DA DOENÇA DE GRAVES APÓS O TRATAMENTO COM DROGAS ANTITIREOIDIANAS

Okano OJ1; Aquino FS1; Magalhaes PKR1; Maciel L1

1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP - Clínica Médica

Introdução: A doença de Graves (DG) é a principal etiologia do hipertireoidismo em áreas sufi cientes em iodo e resulta de auto-produção de an-ticorpos contra o receptor de TSH (TRAb). A maioria dos pacientes não entra em remissão espontânea da doença após o tratamento medicamen-toso por 24 meses, necessitando terapia defi nitiva com iodo radioativo. Objetivo: Analisar variáveis indicativas de maior probabilidade de remissão espontânea da doença em pacientes com doença de Graves após o tratamento medicamentos com drogas antitireoidianas por 24 meses. Material e Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo de 71 pacientes com DG submetidos ao tratamento com drogas antitireoidianas e divididos em 2 grupos de acordo com a evolução após o tratamento clínico da doença: grupo com remissão espontânea e grupo sem remissão. Para avaliar a signi-fi cância do estudo foram utilizados os testes de Mann Whitney e Fisher, p < 0,05. Resultados: Tabela. Conclusão: A análise dos dados demonstra que as variáveis: tempo decorrido do início dos sintomas até o início do tratamento com as drogas antitireoidianas, as concentrações de T4 e T3 livres e de TRAb basais podem predizer a evolução dos casos. Os pacientes com menores concentrações de T3L, T4L e de TRAb basais, além da-queles que iniciaram o tratamento com drogas antitireoidianas mais precocemente e os que obtiveram maior redução do TRAb (normalização das concentrações) após 2 anos de tratamento, apresentaram remissão espontânea da doença, o que correspondeu a 35% do total de pacientes acompa-nhados. Por outro lado, o sexo, o hábito de fumar, a presença de oftalmopatia, o tamanho do bócio (no fi nal do estudo) e as concentrações de anti-TPO e anti-Tg não infl uenciaram a remissão da doença. A procura de variáveis que possam predizer a evolução da doença é importante, pois isto indicará uma abordagem mais individualizada para cada paciente e menores custos na abordagem da doença.

Tabela 1

Grupo sem remissão média (valor mínimo-máximo) Grupo com remissão média (valor mínimo-máximo) valor de pNúmero de pacientes 40 31

Idade (anos) 36,0 (17-76) 35,40 (5,75-60) 0,8802

Sexo (F/M) 34/6 26/5 0,8963

Tempo de tratamento (meses) 21,60 (5-42) 20,58 (10-45) 0,5582

Tempo de Sintomas até tratamento (meses) 14,0 (1- 96) 6,4 (1 - 24) 0,0029

Tabagismo 11 (27,5%) 11 (35,4%) 0,650

Oftalmopatia 21 (52,5%) 14 (45,1%) 0,634

TSH Basal VR: 0,3 a 4,0mUI/ml 0,022 (0,002-0,15) 0,021 (0,002-0,13) 0,73

T3 Livre Basal VR: 1,5 a 4,1 pg/ml 11,15 (1,7-30,7) 6,85 (2,7- 16,1) 0,0206

T3 Total Basal VR: 80 a 220 ng/dl 391,8 (104- 749) 415,9 (109-1087) 0,8148

T4 Livre Basal VR: 0,7 a 1,7 ng/dl 4,30 (1 - 8) 3,20 (0,8-6,0) 0,0096

TRAb VR: < 15 U/L 163,7 (5-405) 95,88 (5-405) 0,0156

TRAb VR: < 15 U/L após 2 anos 92,53 (5 - 405) 27,69 (1,5-450) 0,1107

Anticorpo Antiperoxidase VR: < 35 IU/ml 2162 (10-41349) 886,2 (10-11800) 0,2348

Anticorpo Antitireoglobulina VR: < 40 IU/ml 1058 (11,6-22810) 97,67 (20-814) 0,3899

Volume do bócio (cm3) (pós-tratamento) 45,91 (11,80 - 104,4) 22,4 (10,7-39,8) 0,1727

VR: valor de referência.

PT. 116EFICÁCIA E SEGURANÇA DO USO CONTÍNUO DE METIMAZOL PARA O TRATAMENTO DA DOENÇA DE GRAVES COMPARADO

COM O RADIOIODO

Villagelin D1; Santos RB1; Machado ACB1; Malouf EZ1; Chaves FR1; Romaldini JH1

1PUC Campinas - Endocrinologia

Introdução: As drogas antitireoidianas são uma das principais opções de tratamento para os pacientes com hipertireoidismo na doença de Graves (DG). São consideradas como primeira escolha nos indivíduos mais jovens e naqueles que apresentam maior chance de remissão da doença (remis-são é defi nida como permanecer em eutireoidismo após um ano do término do tratamento). Porém, a maioria dos pacientes apresenta recidiva após a suspensão do metimazol (MMI) sendo utilizado o radioiodo como opção de terapia nestes casos. Isto leva frequentemente, ao hipotireoidismo, que deve ser tratado com L-tiroxina. Vários estudos foram realizados com objetivo de avaliar os fatores preditores de remissão e assim determinar quais os pacientes que teriam maior benefício com o tratamento medicamentoso. Nesse estudo, nós sugerimos uma nova estratégia de tratamento com drogas antitireoidianas que favoreça, de forma efetiva, o controle da doença. Objetivo: Investigar a segurança e efi cácia no grupo de pacientes tratados com uso contínuo de MMI e compará-lo com o grupo que recebeu radioiodo. Material e Métodos: Selecionamos 193 pacientes com o diagnóstico de hipertireoidismo secundário à DG que completaram o tratamento inicial com MMI por um período de 18-24 meses. Desses pacien-tes 81 recidivaram, 20 perderam o seguimento, 29 foram tratados com radioiodo e 32 realizaram o tratamento com uso contínuo de MMI, com uma dose média de 5 mg (2,5 – 10 mg) diariamente. Todos os pacientes submetidos à radioiodoterapia receberam uma dose de 15 mCi. Foram realizadas dosagens trimestrais de TSH, T4 livre, hemograma e enzimas hepáticas no primeiro ano e a cada 6 meses a partir do segundo ano. Re-sultado: Não existiu diferença entre os grupos em relação ao sexo, etnia, tabagismo e anticorpos antitireoidianos. No grupo do uso continuo de MMI, nenhum efeito colateral, como rash, leucopenia ou alteração de enzimas hepáticas, foi registrado e conseguiu-se uma boa adesão à terapêu-tica. O eutireoidismo foi mais frequente no grupo com uso contínuo de MMI do que no grupo que recebeu radioiodo (58 ± 23 vs 26,6 ± 19, p < 0,0001). No grupo do radioiodo, ocorreu uma freqüência maior de hipotireoidismo subclínico (15,9 ± 17,9 vs. 5 ± 9,5, p < 0,007) e hipotireoi-dismo (25 ± 24 vs. 4,4 ± 6,4, p < 0,0001). Não existiu diferença em relação ao hipertireoidismo e hipertireoidismo subclínico. Conclusão: Nossos resultados sugerem que o uso contínuo de MMI é seguro e efi ciente. O eutireoidismo é mantido com maior freqüência no regime do uso continuo de MMI, quando comparado ao tratamento com radioido, onde foi observada maior taxa de disfunção tireoidiana.

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S348

PT. 117TRATAMENTO DA DOENÇA DE GRAVES COM METIMAZOL: PODE A IMUNOGLOBULINA E (IgE) SÉRICA INTERFERIR NA TAXA

DE RECIDIVA E REMISSÃO DA DOENÇA?

Carvalho IAF1; Knobel M2; Lima Neto N2

1FM-USP - Unidade de tireóide; 2FM - USP - Unidade de Tireóide

Introdução: A doença de Graves(DG) é caracterizada pela presença da elevação de anticorpos anti-receptor de TSH(TRAb), pertencente a classe das IgGs. Mais recentemente verifi cou-se que 30-40% dos pacientes com DG apresentam elevação de imunoglobulina classe E, bem como depósito destas na tireóide e músculos retro-oculares. Estudo anterior demonstrou que pacientes com DG e concomitante elevação de IgE podem apresentar menor resposta terapêutica com tiuréias sôbre os níveis séricos de TRAb. Objetivo: Verifi car a infl uência de níveis elevados de IgE na taxa de remissão e recidiva de pacientes com DG tratados com metimazol (MMI) pelo período de 24 meses.Material e Métodos: Estu-damos 22 pac. (18M-4H), idade (20-58 anos) sem tratamento prévio para DG.O tratamento medicamentoso foi dividido em 3 fases: fase-1:MMI 40 mg por 4-8 semanas(eutireoidismo); fase 2: MMI 20 mg + LT 4-75 mcg/ por 24 meses; fase-3: acompanhamento clinico laboratorial (dosagem de HT, TRAb, IgE e US de tireóide a cada 6 mêses por 3 anos.Resultados: Ao término do estudo os pac. foram divididos em grupo A (remissão) n = 13 e, Grupo B (recidiva) n = 9. A concentração sérica basal elevada de IgE > 100 UI/ml foi observada em 12/22 pac. (54,5%) não-tratados sendo 6/13 pac. (46%) no grupo A e, 6/9 pac.(54,5%) no grupo B. Não observamos correlação signifi cativa entre níveis TRAb versus IgE bem como entre IgE versus volume tireoidiano em nenhum tempo do estudo, porém pode-se observar que o nível mé-dio absoluto de IgE sérica na situação basal no grupo remissão 214,0 ± 77,3 UI/ml (média ± epm) era menor que no Grupo recidiva 693,0 ± 360,1UI/ml (média ± epm). Conclusão: Podemos supor que elevação dos níveis de IgE na doença de Graves possa interferir na taxa remissão da doença sob uso de metimazol.

PT. 118OFTALMOPATIA DE GRAVES NA AUSÊNCIA DE TIREOTOXICOSE

Siqueira RL1; Pinto MLBV2; Araújo NBC2; Saldanha FC3; Corrêa ND2; Stanisck CMA2; Reis FAA4; LaNuez MJBF2

1Hospital Geral Bonsucesso - endocrinologia; 2Hospital Geral de Bonsucesso - Endocrinologia; 3IEDE - ENDOCRINOLOGIA; 4- - -

Introdução: O comprometimento ocular da doença de Graves é freqüente e tem apresentação muito variável. A forma grave é mais comum em homens idosos e o tabagismo é um fator de risco bem estabelecido. A oftalmopatia ocorre concomitantemente ou posteriormente ao início do hi-pertireoidismo em 80% dos casos (freqüência semelhante), mas em 20% dos pacientes pode preceder o hipertireoidismo, em cerca de 2 anos. Pou-cos pacientes podem não desenvolver alteração da função tireoidiana ao longo de sua evolução. Objetivo: Descrever o caso de um paciente com oftalmopatia de Graves severa, em eutireoidismo. Material e Métodos: Paciente de 74 anos, acondroplásico, procurou serviço de Oftalmologia de nosso Hospital em junho de 2007 com queixas de aumento e protrusão do globo ocular direito (D) e lacrimejamento há 3 meses, associado a cansaço. Negava palpitações, emagrecimento, sudorese, tremores. Tabagista de longa data (10 maços/ano). Sem história prévia ou familiar de Ti-reoidopatias. Ao exame apresentava oftalmopatia bilateral, assimétrica, grave à D, com importante quemose, hiperemia e edema periorbitário, além de secreção purulenta devido à ceratoconjuntivite secundária. A tireóide era normopalpável e não havia dermopatia. Resultados: A dosagem de tireotrofi na (TSH) foi de 3,81 mUI/L (normal = 0,4 - 4,2) e tiroxina livre (T4L) de 1,16 ng/dL (normal = 0,7 – 1,7) e os anticorpos antitireoi-dianos estavam elevados: anti-TPO de 1.299 U/mL (normal < 35) e antitireoglobulina de 285,6 U/mL (normal < 110). Ultra-sonografi a (USG) da órbita mostrou aumento do diâmetro dos músculos retos e do complexo levantador da pálpebra bilateral, mais intenso em olho D, além de baixa refl etividade, sugerindo infl amação. Durante internação foi realizada tomografi a computadorizada (TC) de órbita, que não evidenciou massa retrorbitária, confi rmando apenas as alterações vistas ao USG. Os anticorpos anti-receptor de TSH (TRAb) estavam elevados (26,5 U/L- normal = até 10), caracterizando a oftalmopatia da doença de Graves. O paciente recebeu tratamento com antibioticoterapia tópica e, posteriormente, pulsoterapia com Metilprednisolona (3 ciclos) com manutenção de corticoterapia oral entre os ciclos e após seu término. O mesmo recebeu orien-tações sobre interrupção do tabagismo. Houve melhora importante do comprometimento ocular. Até o momento (11 meses após o início do quadro), o paciente encontra-se em eutireoidismo. Conclusão: A oftalmopatia de Graves deve ser considerada em pacientes com sinais oculares assimétricos e sem evidência de bócio ou tireotoxicose. Nesses casos, o acompanhamento da função tireoidiana deve ser feito com maior freqüência, já que tanto a tireotoxicose quanto o hipotireoidismo sem tratamento podem piorar a oftalmopatia. O tratamento com corticoterapia venosa e oral tem se mostrado efi caz na maioria dos pacientes, mas com esquemas de dose e tempo de tratamento variando bastante na literatura e entre os di-versos centros. A radioterapia é também opção terapêutica na fase infl amatória da doença.

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S349

PT. 119GRAVES’ OPHTHALMOPATHY WITHOUT AUTO-IMMUNE THYROID DISEASE ASSOCIATED WITH PAPILLARY THYROID

CANCER

Moura JP1; Monteiro MLR2; Mimura LY1; Siqueira SAC3; Nicolau W1; Knobel M1; Bloise W1

1University of São Paulo Medical School, São Paulo, Brazil - Division of Endocrinology; 2University of São Paulo Medical School, São Paulo, Brazil - Division of Ophthalmology; 3University of São Paulo Medical School, São Paulo, Brazil - Division of Pathology

The association of Graves’ Ophthalmopathy (GO) without thyroid dysfunction and negative thyroid autoantibodies has been documented. Objective to report unnusual cases of GO with negative autoantibodies, associated with papillary carcinoma and without auto-immune thyroid disease. Case -1 A 33 years old woman presented with left eye proptosis, diplopia and blurried vision. She had no symptoms and no signs of hyper or hypothyroidism. Ophthalmic evaluation showed unilateral proptosis16 and 23 mm of right and left eye respectively. An orbital compu-terized tomographic (CT) scan revealed extra-ocular muscle (EOM) enlargement, and proptosis on the left eye. Laboratory thyroid investiga-tion showed normal values, serum thyroglobulin 195 ng/ml and negative anti-thyroid anti bodies (thyroglobulin, thyroperoxidase and TSH receptor). The sonographic image showed solid hypoecogenic irregular nodules with microcalcifi cations (8mm on the right lobe and 7mm on the left lobe and another with 8mm, on the isthmus. The citology of sonographically guided needle aspiration of the nodules was compatible with papillary carcinoma. The ophthalmopathy was treated with prednisone and left orbital decompression and the thyroid cancer by total thyroidectomy. The hystopathologic analysis of the thyroid gland confi rmed the diagnostic of multicenter papillary carcinoma. Surprisingly a careful study of the whole gland was unable to show linfocytic or plasmocytic infi ltration or other evidence of immunologic injury of the folli-cular tissue. Case-2 A 62 years old woman presented with proptosis19 and 17 mm of right and left eye respectively and diplopia. She had been submited 2 years before to corticotherapy, and orbital radiotherapy. She had no symptoms and no signs of hiper or hypothyroidism. An orbital CT scan revealed EOM enlargement, and proptosis on the right eye Laboratory thyroid investigation showed normal values, serum thyroglo-bulin 22.9 ng/ml and negative anti-thyroid antibodies. The sonographic scan of the thyroid showed on the left lobe one hyperecogenic nodule without microcalcifi cations (2.8x1.3x2.5cm), and another hypoecogenic with central and peripheral blood fl ow (0.8x0.8x0.7cm). Sonographi-cally guided needle aspiration was performed on the dominant nodule and papillary carcinoma was found. Total thyroidectomy was performed and classic multicenter papillary carcinoma was found but no lynfocytic or plasmocytic infi ltration or another feature suggestive of immunologic lesion was detected. Comments- GO and auto-immune thyroid disease are generally associated, mainly with Graves’ disease. The absence of thyroid dysfunction and negative thyroid autoantibodies is unusual in GO. We were surprised by fi nding no hystologic features of immunologic lesions on the thyroid gland of our patients and the presence of papillary carcinoma. By our knowledge this is the fi rst report of GO in patients whose thyroid glands were absent of hystopathologic features of auto-immunity lesions. Another and not yet reported issue was the fi nding in these glands of multicenter papillary carcinoma. We speculate if the association of GO with papillary carcinoma is only occasional or may be etiologic related.

PT. 120CAPTAÇÃO TIREOIDIANA DOIS MESES APÓS DOSE TERAPÊUTICA COM 131I COMO POSSÍVEL PREDITOR DE CURA DO

HIPERTIREOIDISMO

Bravo MT1; Wolff M2; Correa MMG3; Barone B1

1IEDE - Endocrinologia; 2IEDE - Tireóide; 3IEDE - Medicina Nuclear

Este trabalho busca avaliar se captação tireoidiana de 2 horas inferior a 10% (CAP10) dois meses após dose terapêutica (DT) é um preditor de evolução para hipotireoidismo. No período entre abril de 2006 e janeiro de 2007, avaliamos, prospectivamente, 32 pacientes com doença de Basedow-Graves submetidos a radioiodoterapia. Realizamos uma captação dois meses após DT e acompanhamos evolução durante seis meses, em que 50% encontrava-se em hipotireoidismo, 34,4% eutireodismo e 15,6% em hipertireoidismo. O hipotireoidismo ocorreu em média em 3,5 meses. Dos 21 pacientes com CAP10, 76,1% apresentaram T4 livre baixo e necessidade de terapia substitutiva e nenhum permaneceu em hiper-tireoidismo, além de demonstar uma razão de chance três vezes maior de evoluir para hipotireoidismo do que para eutireoidismo ou hipertireoi-dismo (p 10%). Observamos ainda que em seis meses de acompanhamento, não houve nenhum paciente com evolução para hipotireoidismo quando a captação foi maior que 10%. Ao reduzir o valor da captação para 5%, do total de 15 pacientes, 86,6% evoluem com hipotireoidismo e aumenta para seis vezes e meia a razão de tal evolução (p 5%). Concluímos que captação tireoidiana de 2 horas inferior a 10%, dois meses após DT, pode ser um indicador dos pacientes que não recidivam a doença, mostrando que quanto menor essa captação maior a chance de hipoti-reoidismo permanente.

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S350

PT. 121HEPATOTOXICIDADE POR PROPILTIOURACIL (PTU). RELATO DE CASO

Yang JH1; Fonseca LG1; Silva GM1; Pinto JEM1; Zakir JCO1; Mattos LO1; Sampaio RATG1; Gonçalves TD1; Jacob RS1; Bresgunov Kalinin L1; Nogueira KC1; Liberman B1

1Hospital Brigadeiro - Serviço de Endocrinologia

Introdução: O propiltiouracil (PTU) é uma droga antitireoidiana amplamente utilizada no tratamento do hipertireoidismo e geralmente bem tolerada. Elevação transitória das transaminases, com o uso do PTU, é descrita em 15 a 30% dos pacientes, porém hepatite tóxica é um evento raro, com prevalência na literatura em torno de 0,1-0,2%. O mecanismo de injúria envolve predominantemente lesão hepatocelular. Relato de Caso: APS, 28 anos, sexo feminino, sem antecedentes mórbidos, iniciou quadro de tireotoxicose acompanhada de exoftalmia bilateral, sendo diagnosticada no nosso serviço moléstia de Basedow-Graves. Exames laboratoriais na ocasião: T3 > 800 ng/dL (60-181), T4 > 24 µg/dL (4.5-12.5), T4L 5.8 ng/dL (0.7-1.8), TSH < 0,01 µUI/mL (0,4-5,5), TRAB 96% (< 10%), AST 30 UI/L, ALT 41 UI/L. A ultra-sonografi a (US) de tireóide mostrou volume de 56 cm3 com vascularização aumentada ao doppler. Iniciado tratamento com PTU 600 mg/dia e β-bloqueador. Paciente não tinha antecedente de etilismo, ingestão de drogas hepatotóxicas, transfusão sangüínea, ou história familiar de hepa-topatia. Três meses após início de PTU, evoluiu com quadro de icterícia, colúria e hipocolia fecal, acompanhada de dor no hipocôndrio direito, mantendo-se em hipertireoidismo. Paciente suspendeu a droga conforme orientação prévia. Feita hipótese diagnóstica de hepatotoxicidade por PTU, paciente foi internada e introduzidos prednisona 40 mg/dia e lítio 900 mg/dia para controle da tireotoxicose. Exames na ocasião: AST 1242 UI/L, ALT 1378 UI/L, bilirrubinas totais (BT) 14.5 mg/dL, bilirrubina direta (BD) 11 mg/dL, T3 886 ng/dL, T4 livre 2.7, TSH < 0.01 µUI/mL. As sorologias para vírus A, B e C, citomegalovírus, Epstein-Barr, herpes e toxoplasmose foram negativas. A US de abdome mostrou edema e congestão hepática compatíveis com processo infl amatório. Não havia litíase ou sinais de dilatação de vias biliares. Nos dias seguintes houve piora das transaminases e da colestase (AST 1900 UI/L, ALT 1841 UI/L, γGT 275, BT 21 mg/dL, BD 16 mg/dL). No entanto, gradualmente, evoluiu com melhora clínica e laboratorial. Os níveis das aminotransferases AST e ALT reduziram para 87 UI/L e 214 UI/L, respectivamente, após 12 dias de internação. Durante o acompanhamento foi realizada também dosagem de litemia, com níveis normais. Função hepática (coagulograma e albumina) manteve-se dentro da normalidade em toda a evolução do quadro. Um mês após a alta hospitalar, a paciente foi submetida à radioiodoterapia (25 mCi de 131 I). Discussão: hepatotoxicidade devida ao PTU é um diagnóstico de exclusão, sendo sugerida pelo perfi l temporal positivo entre a exposição à droga e o surgimento do quadro, que ocorre, em média, após 3 meses do início do tratamento. A fi siopatologia é controversa, podendo a toxicidade ser dose-dependente ou decorrente de reação imune provocada por linfó-citos sensibilizados pelo medicamento. Como se trata de uma complicação rara, não há consenso sobre a necessidade de monitorização das en-zimas hepáticas no curso do tratamento usual do hipertireoidismo. Entretanto, a literatura sugere mortalidade de 25 a 50% uma vez estabelecida esta condição, sendo importante a orientação do paciente para o reconhecimento precoce dos sintomas da hepatotoxicidade.

PT. 122HEPATITE FULMINANTE NA VIGÊNCIA DO TRATAMENTO COM PROPILTIOURACIL NA DOENÇA DE GRAVES: RELATO DE CASO

Amorim EG1; Alves AC2; Tambascia MA3; Pavin EJ4; Silva BP4; Ferrari MTM5; Pallone ATL6; Zantut-Wittmann DE7

1FCM-Unicamp - Endocrinologia; 2UNICAMP - Clínica Médica; 3UNICAMP - Endocrinologia; 4Faculdade de Ciências Médicas/UNICAMP - Área de Endocrinologia-Metabologia; 5Unicamp FCM - clinica medica; 6FCM - UNICAMP - Clínica Médica - Endocrinologia; 7Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas - Clínica Médica

Introdução: O PTU, apesar de muito utilizado no tratamento do hipertireoidismo, raramente desencadeia toxicidade hepática. Geralmente, as alterações hepáticas são subclínicas e transitórias. No entanto, formas fatais ocorrem raramente. A patogênese da hepatotoxicidade pelo PTU é desconhecida. Dados da literatura apontam para uma resposta alérgica do hospedeiro, entretanto, o PTU pode desencadear hepatite crônica auto-imune. Portanto, é muito difícil a diferenciação entre doença de Graves associada à hepatite auto-imune e hepatotoxicidade pelo PTU. Objetivo: Relatar o caso de uma paciente com doença de Graves que desenvolveu hepatite fulminante durante o uso de propiltiouracil, com desfecho favorável após a suspensão da medicação. Relato do Caso: Uma mulher de 36 anos com hipertireoidismo por doença de Graves, que apresentou ao diagnóstico TSH < 0,01 mU/L, T4L > 7,77 ng/dl (VR = 0,9-1,8), anticorpo antitireoperoxidase 138 IU/mL (VR = < 35IU/mL) e antitireoglobulina 166 IU/mL (VR = < 115IU/mL) Notou rash cutâneo com o uso de metimazol. Iniciara o uso de PTU 300mg/dia havia 4 semanas, quando desenvolveu hepatite aguda grave, motivando internação em Unidade de Terapia Intensiva. A investigação laboratorial demonstrou ALT 310 (VR = 0-55U/L), AST 268 (VR = 0-34U/L), FALC 390 (VR = < 104U/L), GGT 218 (VR = < 42U/L), BiT 30,3 (VR = 0,2-1,2mg/dl), BiD 22,02 (VR = 0,1-0,5mg/dl), BiI 8,3, RNI 9,5(VR = 1-1,3), R 3,3 (VR = < 1,26), Alb 2,1 (VR = 3,5-5,2g/dl), FAN 1/80 pontilhado fi no (VR = não reagente). Foram descartados os diagnósticos etiológicos de hepatites por vírus A, B e C, uso de álcool, uso de drogas ilícitas. Concomitantemente apresentava anticorpos antimúsculo liso e antimitocondrial negativos (não reagentes). A biópsia hepática revelou um padrão de hepatite subaguda com necrose maciça e regeneração hepatocelular na forma de pseudo-rosetas, características que não permitiram distinguir a origem da hepatite: auto-imune ou medicamentosa. O achado ultra-sonográfi co sugeriu hepatite crônica. A paciente evoluiu com boa resposta após a suspensão do PTU e a administração de um ciclo de corticoterapia, levando à normalização das transaminases em 8 semanas. Por fi m, a paciente foi submetida à radioiodoterapia para o tratamento do hipertireoidismo. Atualmente, mantém discreto hiper-tireoidismo, TSH = 0,02 mU/Le T4L = 2,1 ng/dl. Conclusões: Apesar de rara, a hepatotoxicidade pelo PTU acarreta graves danos ao pacien-te e deve ser avaliada cautelosa e precocemente no seguimento dos pacientes em uso da medicação. Diante de diagnóstico de hepatite fulminante em uso de tionamidas, a suspensão precoce do agente antitireoidiano é fundamental para a boa evolução da doença. Cabe ressaltar que nesses casos existe grande difi culdade no diagnóstico diferencial entre hepatite auto-imune e hepatotoxicidade pelo PTU.

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S351

PT. 123SÍNDROME DO ANTICORPO ANTIFOSFOLIPÍDIO DESENCADEADA PELO USO DE PROPILTIOURACIL

Silva Junior VL1; Santos CE2; Costa OS2; Teixeira MAM2

1IEDE/RJ - Endocrinologia; 2IEDE - Endocrinologia

Introdução: A síndrome do anticorpo antifosfolipídeo (SAF) é um distúrbio com manifestações sistêmicas que pode ser primário ou se apresen-tar em associação a outras doenças, principalmente o lúpus eritematoso sistêmico. Objetivo: Relatar um caso de síndrome do anticorpo antifos-folipídio (SAF) cujo provável agente desencadeador foi o propiltiouracil (PTU). Material e Relato de Caso: Feminina, 47 anos, branca, natural de Pernambuco. Procurou hospital devido a manchas no corpo. Portadora de hipertireoidismo há cerca de 5 anos, fazendo uso de PTU e pro-pranolol desde então. Neste período, refere vários episódios de surgimento de manchas purpúricas pelo corpo. Submetida à dose terapêutica com radioiodo há meses atrás, permanecendo em uso de PTU após o procedimento. Há 20 dias, apresentou quadro de máculas purpúricas dissemi-nadas pelo corpo. PTU foi substituído por metimazol. Lúcida, hipocorada 2+/4+, hidratada, anictérica, acianótica, Presença de máculas purpú-ricas difusas apresentando áreas de coalescência, necrose e fl ictenas. Tireóide tópica, aumentada difusamente. RCR 2T, BNF, SS 2+/6+ pancardíaco, edema de membros inferiores 2+/4+. Resultados: Exames laboratoriais revelaram anemia normocítica e normocrômica, leucope-nia - leucócitos 2.500 (1/4/0/0/12/53/22/7) – plaquetopenia de 68.000/ml, VHS de 47 mm/1a hora, hipoalbuminemia, coagulograma normal, hipoalbuminemia (3,1g/dl), EAS normal. Sorologias negativas: FAN, pesquisa de hemoglobinúria paroxística noturna negativa (CD 55/59 positivos), ANCA, VDRL, anti-DNA, Coombs direto, anti-ENA, pesquisa crioglobulinas, anti-Jo1, antihistona, sorologias para HIV, HCV, anti-HBc, HBsAg baixos títulos, anti-HBs baixos títulos. Anticoagulante lúpico (LAC) positivo (1,69 +), anticardiolipina positivo (11GPL 21MPL). TSH 0,098 mU/ml; T4l 1,2 ng/dl. Biópsia cutânea revelou coagulopatia trombótica, afetando vasos da derme e hipoderme. Iniciada antibioticoterapia com ciprofl oxacin e oxacilina. Instituída corticoterapia no momento da internação, com resposta parcial da plaquetopenia e leucopenia. Realizada anticoagulação com heparina durante 6 dias. A paciente evoluiu com SIRS, trocado antibioticoterapia por vancomicina e cefepime, com boa resposta. Hemoculturas negativas. Optado por desbridamento das lesões; as quais já se apresentavam com fl ictenas hemáticas que evoluíram para crostas. Paciente evoluiu com choque, sendo transferida para o CTI, vindo ao óbito devido às conseqüências da sepse. Con-clusão: SAF é a trombofi lia adquirida mais prevalente, podendo ser classifi cada como primária quando se apresenta isoladamente, ou secundária. Neste último caso vem associada mais comumente ao lúpus eritematoso sistêmico. Apesar de ter sua etiopatogenia pouco esclarecida, vários fa-tores foram implicados em seu desencadeamento, inclusive medicamentos. No caso do PTU, há várias evidências de sua ação no sistema imune, podendo desencadear desordens em indivíduos geneticamente suscetíveis. Também foi relatada a associação entre doença auto-imune da tireói-de e a presença de auto-anticorpos presentes na SAF.

PT. 124HIPERTIREOIDISMO: TRATAMIENTO QUIRÚRGICO

Novelli JL1; Echecury M1; Moloeznik L1; Nebel E1; Quiroga S1; Olguin M1; Chiganer G1

1Centro de Tireoides

Introducción: El hipertireoidismo (HIPT) es una patología que se trata habitualmente con tratamiento médico o con Iodo radiactivo. Son pocos los enfermos a los que se les indica cirugía; cuando se la indica, la fi nalidad es lograr el retorno del paciente al estado eutireoideo. Pero no es fácil para el cirujano calcular la exacta estimación del resto de tejido tireoideo que debe conservar para lograr este fi n. Objetivo: Presentar la experiencia del Centro de Tireoides en el tratamiento quirúrgico del HIPT. Material y métodos: Entre Octubre de 1979 y Junio de 2006 se realizaron en el Centro de Tireoides 3357 consultas por patología tireoidea, de las cuales 138 (4.1%) fueron por HIPT; se efectuaron 1555 ci-rugías tireoideas, de las cuales 48 (3.1%) fueron por HIPT. Todas las cirugías fueron realizadas por el mismo cirujano (JLN). Se operaron 15 bocios difusos tóxicos (Graves) (BDT), 19 bocios multinodulares tóxicos (BMT) y 14 bocios nodulares tóxicos (BNT). El tratamiento quirúr-gico se realizó en casos de fracaso del tratamiento médico, intolerancia a las drogas antitireoideas, rechazo al tratamiento con iodo radioactivo, falta de adherencia al tratamiento médico, deseo cercano de embarazo, sospecha de cáncer o bocio de gran tamaño y de consistencia dura. Re-sultados: La amplitud quirúrgica incluyó 6 tireoidectomías subtotales y 9 totales en los BDT; 10 subtotales y 9 totales en los BMT; y 13 hemi-tireoidectomías y 1 tireoidectomía total en los BNT. La histología de los casos operados identifi có 2 casos de cáncer (1 hallazgo), 4 casos tireoiditis y 9 de hiperplasia en los BDT; 1 caso de cáncer (hallazgo), 1 de tireoiditis, 13 de hiperplasia y 4 adenomas en los BMT; y 3 casos de hiperplasia y 11 adenomas foliculares en los BNT. Las complicaciones quirúrgicas fueron 1 hipoparatireoidismo temporario y 1 lesión transitoria de nervio recurrente. Conclusión: La cirugía de HIPT es un tratamiento infrecuente (menos del 4% de las cirugías tireoideas, en nuestra expe-riencia). Las complicaciones quirúrgicas fueron similares a las registradas en otras cirugías por patología benigna. Los cánceres hallados fueron el 6.3% de las cirugías por hipertireoidismo, 2/3 fueron microcarcinomas. La extensión de la cirugía varió de acuerdo a la patología de la glán-dula. Agradecimientos: Dres. Ariel Sánchez, Diego Schwarzstein, Marcela González García y Oscar Brunás y Bioest. Marta Alarcón.

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S352

PT. 125TRATAMENTO DA DOENÇA DE GRAVES EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Cunha MPR1; Barella JLS2; Santos RB3; Amatto EML4; Chaves FR5; Romaldini JH6

1Pontifícia Universidade Católica de Campinas - Endocrinologia; 2HOSPITAL MATERNIDADE CELSO PIERRO - ENDOCRINOLOGIA; 3PUC-Campinas - Endocrinologia; 4puc - campinas - endocrinologia; 5Faculdade de Medicina -PUC-Campinas - Clínica Médica; 6PUCCamp - Endocrinologia

Introdução: A doença de Graves (DG) é a causa mais comum de hipertireoidismo na infância e adolescência. Os achados mais comuns são ta-quicardia, aumento da pressão de pulso, tremores, sudorese e intolerância ao calor. As manifestações mais encontradas são o nervosismo e a piora no rendimento escolar. Apresentam ainda diminuição na capacidade de concentração, hiperatividade, insônia, distúrbios emocionais e mudança de comportamento. Na instalação do quadro é comum a aceleração do crescimento linear acompanhado por aumento da maturação das epífi ses e avanço da idade óssea. Os objetivos do tratamento são reduzir a produção dos hormônios tireoidianos, diminuir seus efeitos e restabelecer o eutireoidismo. Os métodos convencionais de tratamento são o medicamentoso, a cirurgia e a radioiodoterapía (RAI) com I-131. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a efi cácia do tratamento medicamentoso na doença de Graves em crianças e adolescentes. Méto-dos: Foram analisados retrospectivamente os prontuários de 27 pacientes submetidos inicialmente ao tratamento com drogas antitireoidianas que usaram metimazol (MMI). Os pacientes realizaram exames laboratoriais e iniciaram medicação antitireoidiana. Foram realizadas consultas subseqüentes sendo feito diagnóstico de remissão da DG quando o paciente permaneceu 1 ano em eutireoidismo, após a suspensão da medica-ção. Resultados: O número total foi 27 pacientes, (22 do genêro feminino e 5 do masculino). A faixa etária ao diagnóstico entre 9 a 18 anos (média de 14,8 anos), 25 caucasianos e 2 negros. O volume tireoidiano ao Ultra-som variou de 10,3 mL a 87,2 mL. O tempo médio de trata-mento com terapia oral foi de 36 meses. Apenas 4 pacientes apresentaram efeito colateral (14,8%). A remissão da doença após MMI foi obtida em 6 pacientes (22,2%). Dos 21 pacientes que não apresentaram remissão com MMI, 12 foram submetidos a RAI e 9 ainda estão em tratamen-to com MMI. A RAI foi indicado em 4 pacientes devido a presença de efeitos colaterais, em 5 devido a não remissão e em 3 devido a recidiva da doença. A dose média de RAI utilizada foi de 0,49 mCi/g de tecido tireoidiano. Entre os pacientes que usaram a RAI, 3 necessitaram de uma segunda dose. A oftalmopatia foi encontrada em 52% dos pacientes. Conclusões: O tratamento medicamentoso com antitireoidianos é defen-dido por muitos autores como opção inicial em pacientes pediátricos. Os antitireoidianos comumente usados são o propiltiouracil e MMI. O maior problema do tratamento clínico com antitireoidianos é a baixa taxa de remissão. Os efeitos colaterais decorrentes do tratamento medica-mentoso são mais freqüentes em crianças que em adultos e afetam, segundo a literatura, de 5 a 32% dos pacientes pediátricos, mas raramente são graves. A experiência com iodo-131 em crianças com DG vem se acumulando na literatura e nos Estados Unidos está sendo aceita como trata-mento defi nitivo em crianças sem resposta ao tratamento clínico e eventualmente como primeira escolha. Na Europa há maior resistência para esta indicação, entretanto, já vem sendo adotada em alguns centros. Concluímos que, apesar do baixo índice de remissão da DG com medicação oral, as drogas antitireoidianas continuam sendo uma opção terapêutica segura e que o uso de radioiodo é também uma opção terapêutica segu-ra quando o tratamento oral não for efetivo.

PT. 126MORBIDADE DA CIRURGIA DA TIREÓIDE NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

Filho JG1; Kowalski LP2

1Hospital AC Camargo- Fundação Antonio Prudente - Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Otorinolaringologia; 2Hospital do Câncer A. C. Camargo - Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço e Otorrinolaringologia

Introdução: A glândula tireóide é freqüentemente acometida por doenças benignas e malignas que requerem tratamento cirúrgico. Embora a morbidade da tireoidectomia tenha diminuído marcadamente no último século, complicações, como hipocalcemia e paralisia de nervo laríngeo recorrente, continuam a ser relatadas, principalmente, em paciente jovem. Objetivo: A proposta deste estudo é avaliar a incidência de complica-ções em cirurgia da tireóide em paciente jovem com idade até 18 anos operado em um hospital de câncer. Material e Método: Os prontuários médicos de 69 pacientes com idade até 18 anos submetidos a tireoidectomia, no período de janeiro de 1990 a dezembro de 2000, foram anali-sados quanto a ocorrência de complicações. Cinqüenta pacientes eram do sexo feminino (72%) e 19 do sexo masculino (28%), com idade varian-do de 2 a 18 anos. Houve tireoidectomia total em 31 (45%) patientes, subtotal em 4 (5,7%) e lobectomia com istmectomia em 29 (42%). Cinco pacientes (7,3%) apresentavam cirurgia prévia e foram submetidos a complementação da tireoidectomia total. Esvaziamento cervical foi realiza-do associado a tireoidectomia em 17 pacientes (24,5%) e esvaziamento paratraqueal em 24 pacientes (35%). Todos pacientes tiveram avaliação pré-operatória da mobilidade da corda vocal. Resultados: Pós-operatório complicação ocorreu em 26% dos pacientes. O tempo de hospitaliza-ção variou de 1 a 19 dias (mediana, 2 dias). O tempo de internação foi signifi cativamente menor em portadores de doença benigna comparado com o grupo portador de doença maligna (p = 0,023). A hipocalcemia foi a complicação mais freqüente, sendo transitória em 11 pacientes (15,9%) e permanente em 4 pacientes (5,8%). Paralisia de corda vocal ocorreu de forma transitória em 1 paciente (1,4%). A incidência de hipo-calcemia pós-operatória não apresentou nenhuma associação com o sexo, faixa etária, diâmetro do nódulo e a experiência do cirurgião. No en-tanto, doença maligna, extensão da tireoidectomia e a associação de esvaziamento cervical foram signifi cativamente associadas ao risco de hipocalcemia transitória e permanente. Três (4,3%) pacientes apresentaram seroma no pós-operatório, mas não apresentou nenhuma associação signifi cativa com as variáveis estudadas. Conclusão: Os resultados demonstram que a cirurgia da tireóide mesmo na infância e adolescência pode ser realizada com baixa morbidade. O hipoparatireoidismo foi a mais problemática complicação e a associação de esvaziamento cervical o mais signifi cante fator de risco para hipocalcemia pós-operatória.

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S353

PT. 127ALTERAÇÕES TRANSITÓRIAS DA TIREÓIDE EM CRIANÇA DE 1 ANO FILHA DE PACIENTE COM DOENÇA DE GRAVES EM

TRATAMENTO

Murussi M1

1Consultório Privado - Consultório Médico

Introdução: O hipertireoidismo é pouco freqüente em crianças de 1 ano de idade e o diagnóstico da causa e o seu manejo pode ser um verda-deiro desafi o. Objetivo: Descrever o caso de uma criança do sexo feminino de 1 ano de idade, fi lha de mãe de 30 anos com doença de Graves. Descrição do caso: A mãe tem doença de Graves desde 25/9/03, com TRAb 39%, TSH < 0,002 mUI/ml e tratamento irregular. Em 27/1/05, seus exames mostram TSH < 0,002 mUI/ml, anti-TPO > 1000 IU/ml, T3 1,89 ng/ml (0,47-1,57). Foram iniciados metimazol 40 mg/dia e atenolol 100 mg/dia. Em 11/3/05 sentia náuseas e vômitos com T3 1,19 ng/ml. Havia atraso menstrual e o bHCG confi rmou gravidez. O metimazol foi trocado para propiltiouracil (PTU) 400 mg/dia e o atenolol suspenso até o fi nal da gestação. Com 6 meses de ges-tação, o TSH era 2,1 mUI/ml, e o T3 1,3 ng/ml. A menina nasceu em 27/10/05 e com 1 ano de idade (em 8/11/06) seus exames eram TSH 0,008 mUI/ml, T4 L > 6 ng/dl (0,7-1,9). Em vista de que a mãe amamentava usando 200 mg de PTU, foi orientado suspender a amamenta-ção. A mãe, por sua vez, suspendeu o PTU e seguiu amamentando. Somente 4 meses depois, em 16/3/07, foi realizada avaliação endocrinoló-gica da menina. No exame físico, havia bócio fi rme de 25 a 30 g, peso 13,3 kg (P90) e estatura 83 cm (P75). Nesse momento, não havia emagrecimento, mas aumento do apetite e inquietação para dormir. Os exames de 23/3/07 mostravam TSH 15,62 mUI/ml, TRAb 2%, T3 1,89 ng/ml (0,87-1,78), T4 L 0,73 ng/dl (0,58-1,64). Em 27/3/07, o exame da criança foi repetido: TSH 7,6 mUI/ml, anticorpos anti-TPO 23 IU/ml (normal até 35) e VSG 3 mm e foi orientado apenas observação. Os exames da mãe de 23/3/07 (sem PTU) eram TSH 0,01 mUI/ml e T3 1,52 ng/ml e foi reiniciado metimazol 30 mg/dia. A família foi procurar uma segunda opinião com exames da criança de 18/4/07: T3 1,94 ng/ml, T4 L 1,12 ng/dl (0,7-1,9) e TSH 11,4 mUI/ml, e no exame físico não havia bócio. Foi orientada a parar a amamentação (pelo uso do metimazol pela mãe) e para a criança foi iniciado levotiroxina 25 mg/dia. Em 2/8/07 a família retornou ao seu endocrinologista ante-rior, pois a menina estava com TSH 0,044 mUI/ml. O bócio realmente havia regredido, e a tireóide tinha consistência macia. Foi suspensa a levotiroxina da criança e o metimazol da mãe diminuído para 20 mg/dia. Exames da menina, já com 2 anos de idade, de 25/1/08: TSH 4,5 e tireóide normal à palpação. A mãe estava com TSH 4,4 mUI/ml (a dose foi modifi cada para 10 mg) e seguia amamentando. Conclusão: A criança de 1 ano, fi lha de mãe com doença de Graves, desenvolveu bócio com TRAb e anticorpos anti-TPO negativos com TSH supresso, e 4 meses depois o bócio havia regredido com aumento do TSH. Posteriormente, houve normalização espontânea do TSH, o que sugere uma al-teração transitória da tireóide. Segundo a literatura, a recomendação de parada da amamentação pelo uso do metimazol não é necessária (1,2).

PT. 128HIPERTIREOIDISMO NÃO AUTO-IMUNE NEONATAL – RELATO DE CASO

Grazia YR1; Bulow AR1; Bebber FE1; Machado MD1; Repetto G1

1Hospital São Lucas da PUCRS - Serviço de Endocrinologia

Introdução: Hipertireoidismo neonatal auto-imune é uma doença rara, geralmente transitória e autolimitada que atinge 1% de nascidos de mães com hipertireoidismo por Doença de Graves, que se dá pela passagem de anticorpos estimuladores do TSH pela placenta. O não tratamento deste distúrbio implica em substancial morbidade e mortalidade para o recém-nascido podendo ser letal em até 20% dos casos. Após dois a três meses, com o desaparecimento dos anticorpos estimuladores, a doença tende a remitir. Entretanto há relatos de neonatos com hipertireoidismo persistente não auto-imune de causa desconhecida. Relato de Caso: L.P.N., feminina, branca, peso ao nascimento 2800g, 47 cm de compri-mento, nascida a termo com apgar 8/9, chega ao pronto atendimento pediátrico aos nove dias de vida, peso 2655 g, com quadro de febre, ta-quicardia (FC: 174 bpm), taquipnéia (FR: 78 mrpm), tremores de extremidades e retração palpebral. Mãe com hipertireoidismo por doença de Graves com diagnóstico no quinto mês de gestação, em uso de propiltiouracil (PTU) desde então, porém com mau controle da doença. Des-cartada possibilidade de sepse ou cardiopatia congênita, realizou-se screening para hipertireoidismo que foi confi rmado com TSH inferior a 0,01 µUI/mL, T4 livre: 6 ng/dL e anti-TPO: 6,8 UI/mL (negativo). Iniciado tratamento com PTU 10 mg/kg/dia e propranolol 1 mg/kg/dia com melhora clínica e laboratorial. Aos sete meses tentou-se a retirada do PTU devido a suspeita de hipertireoidismo transitório, mas a criança não tolerou. Os níveis hormonais permaneceram alterados durante o seguimento ambulatorial sendo necessário aumento gradual da dose até obter-se controle laboratorial adequado. Solicitado aos 11 meses de idade TRAb e novo anti-TPO com resultados negativos. Atualmente, aos quatro anos de idade, permanece em uso de PTU na dose de 50 mg/dia com TSH: 1,36 µUI/mL, T4 total: 5,8 µg/dL e T3 total: 156 ng/dL, com bócio difuso a palpação. Ecografi a de tireóide: LD com volume de 4,4 cm³, LE com volume de 2,8 cm³ e istmo com 0,1 cm, sem evidência de nódulos. Radiografi a de idade óssea compatível com 6 anos e idade cronológica de 4 anos 10 meses (DP 8,6 meses). Peso e altura atuais de 17,5 kg (P50) e 111 cm (P75-90), respectivamente. Discussão: Apesar de geralmente ser transitório, a forma persistente deve ser considerada em toda a criança que mantém quadro de hipertireoidismo após dois a três meses do nascimento. No caso acima relatado, a menina persistiu com hipertireoidismo e anticorpos negativos ao longo do acompanhamento, nos fazendo suspeitar de causas tão raras quanto mutação do gene do receptor de tirotropina. É ele quem controla a função e o crescimento das células da tireóide e a sua mutação causa ativação anormal da glândula. Esta etiologia do hipertireoidismo não auto-imune na infância é extremamente rara, pode ser severa e não apresenta remissão.

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S354

PT. 129HIPERTIREOIDISMO EM ADOLESCENTE POR ADENOMA TÓXICO.

Alvarenga FLM1; Barella JLS1; Cunha MPR1; Andrade J1; Caetano MSS1; Chaves FR1

1Pontifícia Universidade Católica de Campinas - Endocrinologia

Introdução: Nódulo autônomo funcionante é uma forma rara de apresentação de hipertireoidismo na adolescência. A principal causa é a doen-ça de Graves com incidência progressiva de nódulos com o avançar da idade. No entanto, nesta faixa etária é observada uma progressão mais rápida para malignidade, acometendo 10-15% das crianças. Objetivo: Relatar o caso de uma adolescente de 16 anos, com hipertireoidismo se-cundário ao bócio nodular tóxico. Material e métodos: Revisão do prontuário e descrição do caso clínico. Relato do caso: Paciente do sexo fem., com história de nódulo de tireóide detectado há 1 mês, sem queixas clínicas relacionadas a disfunção tireoidiana. Ao exame físico apresen-tava-se assintomática, com freqüência e ritmo cardíacos normais e ausência de exoftalmia. A tireóide era palpável, evidenciando-se o aumento do volume cervical às custas do lobo direito da tireóide, com lesão nodular endurecida de aproximadamente 2,5cm. Os exames laboratoriais mos-traram: TSH: 0,01 uUI/ml (0,27-4,20), T4 livre: 1,06 ng/dl (0,93-1,70), T3 livre: 0,20 ng/dl (0,15-0,41), anticorpo antitireoperoxidase, antitireoglobulina e antireceptor de TSH negativos. Na ultra-sonografi a esse nódulo era sólido com uma área cística central, com 3,0 cm de diâmetro. A citologia da punção aspirativa do nódulo não evidenciou malignidade. Realizada cintilografi a com Tecnésio, observou-se hipercap-tação focal em lobo direito de tireóide de 2,5% (0,35-1,70%). Após os exames introduziu-se tapazol 10 mg/dia por 30 dias e posteriormente a ressecção cirúrgica do nódulo através da lobectomia à direita e istmectomia. O anátomo patológico foi compatível com bócio adenomatóide. Após 30 dias, houve a normalização da função tireoidiana (TSH: 1,49 uUL/ml). Discussão: No nódulo tireoidiano autônomo, as mutações levam a ativação da cascata de AMPc, que estimula o crescimento e funcionamento da glândula, independentes da estimulação do TSH. Isso pode ser explicado pela mutação somática no gene alfa polipeptídico da proteína G (proteína Gsa) ou na mutação somática do gene receptor de TSH, ambos contribuindo para ativação da adenilciclase. Cerca de 80% dessas mutações ocorrem no receptor do TSH. A estimulação persisten-te do TSH resulta hipertrofi a e hiperplasia das células foliculares. O TSH exerce esses efeitos por meio da ligação ao seu receptor, TSH-R, na membrana da célula tireoidiana. O TSH-R é um membro da família de receptores acoplados a proteína G, que se liga a adenil ciclase, aumen-tando o AMPc e ativando os genes que controlam a produção dos hormônios tireoidianos e a proliferação das células epiteliais tireoidianas. Mutações somáticas em alguma componente leva a estimulação crônica da via do AMPc, este processo que resulta em expansão clonal das célu-las epiteliais específi cas, levando a formação de adenomas monoclonais da tireóide de funcionamento autônomo. Conclusão: Adenoma tóxico é uma situação rara em criança. Estima-se que 18% dos nódulos únicos em crianças sejam neoplásico. Desta forma consideramos a opção do tratamento cirúrgico como o ideal nesta faixa etária, independente do tamanho do nódulo. Este procedimento tem como outra vantagem o diagnóstico histopatológico, facilitando o planejamento terapêutico e segmento do paciente.

PT. 130RASTREAMENTO NEONATAL DO HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO EM UBERABA-MG (1994-2007) E AVALIAÇÃO ETIOLÓGICA

DOS AFETADOS

Palhares HC1; Jorge BH1; Ferreira BP1; Silva LC2; Sato LM2; Borges MF1

1Universidade Federal do Triângulo Mineiro - Disciplina de Endocrinologia; 2Universidade Federal do Triângulo Mineiro - Acadêmico do 8o. Período de Medicina

Introdução: Segundo o protocolo do Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad- Belo Horizonte) a Secretaria de Saúde de Uberaba tem feito rastreamento sistemático de doenças congênitas, incluindo o hipotireoidismo, através do teste do pezinho. Objetivos: O objetivo deste estudo é reportar a incidência do hipotireoidismo congênito, bem como avaliar a etiologia nos casos investigados até o momento. Materiais e Métodos: Habitualmente, no 5º dia de vida, procede-se ao teste do pezinho convencional com determinação do TSH. Se os valo-res excederem a 20,0µUI/ml a criança é convocada, examinada e são colhidas amostras sanguíneas para determinações de TSH, T4 livre, tireo-globulina e anticorpos anti-TPO e anti-TG e o tratamento é iniciado com L-tiroxina na dose de 10 µg/kg/dia. Valores acima de 10 µUI/ml e < que 20 µUI/ml são suspeitos e é recoletada nova amostra do pezinho; se persistir estes valores a criança é convocada e são confi rmados através de dosagens sanguíneas. A criança com diagnóstico confi rmado passa a ter acompanhamento especializado e entre 3 e 4 anos a medicação é suspensa por 1 mês para realização de cintilografi a e captação com 131I, ultra-sonografi a cervical e teste do perclorato. Resultados: Entre 1994 e 2007 foram feitos 42.147 testes do pezinho pelo sistema público para 56.481 crianças nascidas vivas (rastreamento de 74,6%). Foram diagnos-ticados 25 casos de Hipotireoidismo Congênito (freqüência de 1:1685), sendo14 meninas e 11 meninos que iniciaram o tratamento com L-Tiroxina antes de 1 mês de vida, com exceção de 1 menino com hipotireoidismo central com teste normal cujo diagnóstico foi feito aos 5 meses. Dezoito crianças têm sido acompanhadas regularmente em ambulatório municipal especializado, enquanto 7 crianças têm sido assistidas na Universidade Federal do Triângulo Mineiro. A cintilografi a (n = 9) demonstrou tireóide submandibular em 1 menina e em 2 casos, captação tópica, mas reduzida. A ultra-sonografi a (n = 16) confi rmou tecido submandibular em 1 caso, e hipoplasia em 3 casos, sendo 2 disgenesia tireoi-diana e l caso de hipotireoidismo central, cujo estudo molecular demonstrou mutação na cadeia-β do TSH. Nos outros 12 casos de tireóide tópica o volume foi aumentado em 5, e normal nos restantes. O teste do perclorato (n = 9) foi positivo em 2, indicando defeito de organifi cação do iodo. Os pacientes com tireóide tópica, volume normal ou aumentado ao ultra-som cervical (n = 12) provavelmente têm defeitos na hormo-niogênese ainda a serem diagnosticados. Crianças com menos de 3 anos (n = 7) ainda serão investigadas. Conclusões: Concluímos que a inci-dência de hipotireoidismo congênito é maior nesta região, comparando ao que é reportado na literatura. A disormoniogênese foi a principal causa de hipotireoidismo congênito desta casuística, sendo necessários estudos moleculares para melhor defi nição etiológica. Apoio fi nanceiro: Fapemig.

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S355

PT. 131IMPACTO DA DIMINUIÇÃO DO VALOR DE CORTE DO TSH NEONATAL NO DIAGNÓSTICO DE HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO

EM UM SERVIÇO DE TRIAGEM NEONATAL APAE-SÃO CAETANO – BRASIL

Beltrão CB1; Gomes CR2; Gonçalves C2; Marui S1

1Unidade de Tireóide-LIM 25 - Disciplina de Endocrinologia-HC-FMUSP; 2Associação de Pais e Amigos do Excepcional - APAE-São Caetano

Introdução: O hipotireoidismo congênito (HC) é uma doença grave que leva ao retardo mental irreversível na ausência de tratamento. No Brasil, é detectado pela triagem neonatal com TSH dosado em papel de fi ltro nos primeiros dias de vida (TSHNN). Quando elevado, são dosa-dos TSH e T4 séricos para confi rmação. O nível de corte de TSHNN em papel fi ltro utilizado é 20 mUI/L para convocação do paciente e va-lores séricos acima de 10 mUI/L confi rmam o diagnóstico de HC. Alguns serviços diminuíram o nível de corte do TSHNN, convocando mais crianças para confi rmação do exame. Objetivos: Avaliar a incidência de HC em Serviço de Triagem Neonatal e as repercussões do nível de cor-te menor de TSHNN. Pacientes e Métodos: Avaliamos retrospectivamente todos os exames de TSHNN em papel de fi ltro e seus respectivos TSH confi rmatórios no período de 1/3/2006 a 31/3/2007. As dosagens foram realizadas por ensaio imunofl uorimétrico (Delfi a®, Upsala, Turku, Finlândia). Todos os pacientes com TSHNN acima de 15 mUI/L foram convocados para dosagem sérica. Paciente cujo valor sérico de TSH era maior que 10 mUI/L, foi considerado como portador de HC e iniciado tratamento com levotiroxina. Resultados: Foram realizados 237.442 exames em papel de fi ltro, sendo 51 TSHNN acima de 15 mUI/L. Onze pacientes apresentaram TSH séricos maior que 10 mUI/L, confi rmando o diagnóstico de HC (1:21.312). Se considerarmos TSHNN suspeito acima de 20 mUI/L, 4 pacientes não seriam diagnosticados como portadores de HC. Conclusão: Um valor de corte menor para TSHNN aumenta em 6 vezes o número de exames confi rmatórios. Por outro lado, aumenta o diagnóstico de HC, seu tratamento e conseqüentemente a prevenção de retardo mental. A reavaliação aos 3 anos, por-tanto, é fundamental para validação de um valor de corte menor na triagem neonatal do HC. Apoio fi nanceiro: Fapesp 2006/05800-1.

PT. 132HIPOTIREOIDISMO NEONATAL CAUSADO PELA EXPOSIÇÃO MATERNA A NICOTINA É NORMALIZADO, APÓS A RETIRADA DA

NICOTINA, PELA ALTERAÇÃO DO METABOLISMO DOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS E MAIOR TRANSFERÊNCIA DE T3 PELO

LEITE

Oliveira E1; Moura E G2; Passos MCF3; Santos-Silva AP4; Abreu-Villaça Y5; Lisboa PC6

1UERJ - DCF; 2Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Ciências Fisiológicas; 3UERJ - DFE; 4Universidade do Estado do Rio de Janeiro - IBRAG; 5UERJ - IBRAG; 6UERJ - IBRAG - DCE

Introdução: A nicotina é transferida à prole através do leite materno. O tabagismo tem sido relacionado a distúrbios da tireóide, contudo exis-tem poucos estudos a respeito do efeito dos componentes isolados do fumo sobre esta glândula, havendo associação do tiocianato, porém não da nicotina, com hipotireoidismo experimental. Recentemente, em nosso laboratório, demonstramos que a exposição materna exclusiva a nico-tina, e somente no período da lactação, leva ao desenvolvimento de um hipotireoidismo primário na prole já aos 15 dias de vida. Objetivos: Neste estudo avaliamos o impacto da exposição materna a nicotina durante a lactação sobre a função tireoidiana, metabolismo periférico dos hormônios tireoidianos (HTs) e transferência de T3 pelo leite materno no período de desmame, a fi m de investigar as possíveis alterações adap-tativas que podem ocorrer após a retirada da nicotina, em mães e proles. Materiais e Métodos: No 2º dia pós-parto, dividimos as ratas Wistar lactantes em: 1) NIC – liberando nicotina free-base (6 mg/kg/dia, s.c.) por 14 dias, através de minibomba osmótica; 2) C – minibombas os-mótica liberando salina nas mesmas condições do grupo NIC. Sacrifi camos mães e proles aos 21 dias da lactação (desmame). Analisamos as concentrações séricas de TSH e HTs por radioimunoensaio, assim como o conteúdo de T3 no leite. Determinamos a atividade desiodase na glândula mamária e no fígado. As atividades tipo 1 e 2 (D1 e D2) foram quantifi cadas pela liberação de 125I a partir de 125I-rT3. A atvidade da isoforma D3 foi determinada pela geração de 125I-T2 a partir de 125I-T3. Resultados: Ao desmame, ou seja, após a retirada da nicotina, as ratas lactantes NIC apresentaram maior atividade desiodase na glândula mamária (D1: +48%, p < 0,05; D2: +200%, p < 0,01; D3: +84%, p > 0,05) e D1 no fígado (+60%, p < 0.01), embora sem exibir alterações séricas de T3, T4 ou TSH. Estas mães também apresentaram maior conteúdo de T3 no leite (+240%, p < 0,03). A prole NIC aos 21 dias de vida apresentou menor TSH sérico (-32%, p < 0,05), apesar de concentrações normais de HTs. Conclusões: A retirada da nicotina normaliza o hipotireoidismo primário aos 15 dias de vida causado pela exposição materna durante a lactação. No entanto, ao desmame, o metabolismo desiodativo materno permanece alterado. O aumento da atividade desiodase mamária e hepática na mãe pode levar ao aumento de tranferência de T3 e iodo através do leite para a prole, o que talvez seja parcialmente responsável pela normalização dos HTs da prole ao desmame, mesmo em vigência de menor TSH, que pode estar sendo suprimido pelo T3 transferido pelo leite, assim corrigindo o hipotireoidismo precoce. Apoio fi nanceiro: CNPq, Capes, Faperj, SBEM (Dep de Tireóide).

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S356

PT. 133TRIAGEM NEONATAL: NECESSIDADE DE UM NOVO VALOR DE CORTE DE TSH?

Magalhaes PKR1; Maciel L1

1Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP - Clínica Médica

Introdução: O principal objetivo da triagem neonatal para hipotireoidismo congênito é estabelecer o diagnóstico e iniciar o tratamento da criança afetada o mais precocemente possível, a fi m de diminuir o risco do retardo mental. A idade ideal para a coleta da primeira amostra de sangue para o rastreamento com TSH é do 3º ao 5º dia de vida e o valor de corte do TSH no papel de fi ltro (TSHneo) varia de 5 a 25 mUI/ml nos diferentes centros. Estudos recentes têm demonstrado que recém-nascidos com TSHneo discretamente alterado podem evoluir com TSH sérico persistentemente alterado e/ou com hiper-resposta ao TRH, confi rmando uma falência tireoidiana mínima. Objetivo: Avaliar a evolução de crianças rastreadas para Hipotireoidismo Congênito no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP (HCFMRP-USP) de acordo com os valores de corte de TSHneo de 5 ou 10 mUI/ml. Resultados: No período de maio de 2005 a outubro de 2007, 76.841 crianças realizaram a triagem neonatal no HCFMRP-USP. Dessas, 98,98% apresentaram resultado normal (TSHneo < 5 uUI/ml), 1% apresentou TSHneo entre 5 e 10 mUI/ml (764 RNs) e 0,02% (20 RNs) apresentaram TSHneo > 10 mUI/ml. Das crianças com TSH neo entre 5 e 10 mUI/ml, 749 normalizaram as concentrações de TSH, 13 (1,7%) mantiveram TSH entre 5 e 10 mUI/ml e 2 (0,3%) apresen-taram elevações do TSH compatíveis com o diagnóstico de Hipotireoidismo Congênito. Das crianças com TSHneo > 10mUI/ml, 10 normali-zaram as concentrações de TSH, 7 (35%) apresentaram redução das concentrações de TSH para valores entre 5 e 10 mUI/ml e 3 (15%) continuaram com TSH elevado confi rmando o diagnóstico de Hipotireoidismo Congênito. Na avaliação de 21 crianças seguidas no ambulatório de Triagem Neonatal do HCFMRP-USP que mantiveram elevação discreta e persistente do TSH basal com o teste do TRH (7-10 mg/kg EV), 14 apresentaram uma hiper-resposta (pico de TSH > 35 mIU/ml), confi rmando o diagnóstico de falência mínima da tireóide. Conclusões: O valor de corte de TSHneo > 10mUI/ml poderá resultar na falha diagnóstica de cerca de 0,02% das crianças rastreadas. Valores de TSH discretos e persistentemente alterados podem representar falências tireoidianas mínimas. Estudos recentes têm demonstrado um potencial risco de défi cits neurológicos nas crianças portadoras de falência mínima da tireóide não-tratadas em idades precoces, recomendando o seguimento cuidadoso e a reposição hormonal, pelo menos de modo transitório, destas crianças.

PT. 134OTIMIZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO ETIOLÓGICO DE HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO COMBINANDO DOSAGEM DE

TIREOGLOBULINA SÉRICA E ULTRA-SONOGRAFIA COM DOPPLER DA TIREÓIDE

Beltrão CB1; Juliano AG2; Chammas MC2; Sapienza MT3; Knobel M4; Marui S5

1HC-FM-USP - Unidade de Tireóide-Disciplina de Endocrinologia-LIM25/APAE São Caetano; 2InRad HCFMUSP - Radiologia; 3HC-FM-USP - Medicina Nuclear-InRAD; 4FM - USP - Unidade de Tireóide; 5HC - FM -USP - Unidade de Tireóide-Disciplina de Endocrinologia-LIM 25

Introdução: O hipotireoidismo congênito (HC) é detectado através de triagem neonatal e confi rmado com TSH e T4 séricos. A etiologia da doen-ça, porém, só é determinada após os 3 anos de idade, quando o desenvolvimento neurológico da criança termina, pois é necessária a suspensão da medicação para realização de cintilografi a da tireóide (RAU), considerada padrão-ouro no diagnóstico. A ultra-sonografi a da tireóide (US) auxilia no diagnóstico, mas depende de operador experiente e de tecido tireoidiano sufi ciente para sua localização. A utilização da US com doppler colorido (USDC) combinado com a dosagem de tireoglobulina sérica (TG) pode otimizar o diagnóstico etiológico em pacientes sem suspensão da medicação e com menor idade. Objetivo: Avaliar e comparar os resultados de TG, USDC, RAU em pacientes com HC primário e permanente. Pacientes e Métodos: Foram estudados 32 pacientes (21 meninas) com idade média de 5,2 anos (3 a 11,5) com HC primário permanente. USDC foi realizada com transdutor linear de mulfreqüência 7,5-12 MHZ. A TG foi dosada por ensaio imunofl uorimétrico. A RAU foi realizada após 4 semanas sem tratamento e dieta pobre em iodo, utilizando 131I e 99Tc, com captações feitas em 2, 6 e 24 horas. Resultados: Através da RAU, diagnosticamos 11 ectopias, 10 suspeitas de defeito de síntese, 5 agenesias, 5 hipoplasias e 1 normal. Observamos uma boa correlação entre USDC e RAU (r = 0,664; p < 0,001). Houve discordância em 5 pacientes, que apresentaram ectopia à RAU, mas a USDC não foi capaz de localizar. Os níveis de TG nestes casos eram baixos, denotando pouco tecido tireoidiano. Em 1 caso, a USDC diagnosticou hipoplasia, a RAU mostrou ausência, porém a TG foi de 18,7 ng/mL, indicando presença de tecido tireoidiano, provavelmente não captante. Os níveis mais baixos de TG foram observados na ausência da tireói-de (média 7,4 ± 7,0, variando de indetectável a 18,7 ng/mL). Discussão: A TG tem maior sensibilidade para revelar presença de tecido tireoidiano comparada a USDC e RAU. A USDC tem uma correlação substancial com RAU no diagnóstico etiológico do HC, sendo um método que pode ser aplicado em qualquer idade, sem a necessidade de interrupção do tratamento. A falha no diagnóstico deve-se a pouco tecido tireoidiano, porém se avaliado em conjunto com a TG, constituem excelente ferramenta diagnóstica. Conclusão: Diante de um paciente com TG indetectável ou baixa com glândula ausente a USDC, o diagnóstico mais provável é de agenesia. Se a TG está presente com glândula ausente a USDC, a ectopia é a etiologia mais provável. Na presença de glândula de tamanho normal ou bócio à USDC: se a TG está presente ou elevada, suspeita-se de defeito de síntese (especialmente tireoperoxidase e pendrina); se a TG está ausente ou muito baixa, suspeita-se de defeito de síntese por defeito de TG, sendo então indicado a cintilografi a e o teste do perclorato para elucidação diagnóstica. Apoio fi nanceiro: Fapesp 2006/05822-1.

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S357

PT. 135TESTE DO PERCLORATO DE SÓDIO INTRAVENOSO NO DIAGNÓSTICO DE HIPOTIREOIDISMO CONGÊNITO POR

DISHORMONOGÊNESE

Beltrão CB1; Sapienza MT2; Watanabe T2; Juliano AG3; Chammas MC3; Knobel M4; Marui S5

1HC-FM-USP - Unidade de Tireóide-Disciplina de Endocrinologia-LIM25/APAE São Caetano; 2HC-FM-USP - Medicina Nuclear-InRAD; 3HC-FM-USP - Departamento de Radiologia-InRAD; 4FM - USP - Unidade de Tireóide; 5HC-FM-USP - Unidade de Tireóide-Disciplina de Endocrinologia-LIM 25

A dishormonogênese (DH) responde por 10-15% dos casos de hipotireoidismo congênito (HC) permanente. A herança é geralmente autossô-mica recessiva e os pacientes apresentam bócio, porém, com a triagem neonatal e o tratamento precoce, o desenvolvimento de bócio pode ser discreto. As causas mais comuns são defi ciência da tireoperoxidase (TPO), tireoglobulina (TG) e mais raramente defeito do NIS e síndrome de Pendred. O teste de perclorato (TP) é útil para o diagnóstico diferencial da DH com captação tireoidiana presente e aumentada. O perclorato é um ânion que compete com o iodeto bloqueando sua entrada na célula tireóidea por efeito no NIS e impedindo a formação de hormônios tire-óideos. No teste padrão, administra-se perclorato de potássio (KCLO4) via oral (VO) e contagens são obtidas por 2h. Uma perda ≥ 10-20% indica defeito na organifi cação. Esse teste é de difícil realização e interpretação devido às difi culdades na ingestão da medicação, com intolerân-cia gástrica e absorção variável. Já o perclorato de sódio (NaCLO4) é estável e solúvel em água, podendo ser administrado por via intravenosa (IV), facilitando a administração em crianças e sua interpretação, sem descrição de efeitos colaterais na literatura. Objetivo: Avaliar o teste de NaCLO4 IV em crianças com suspeita de DH. Pacientes e Métodos: Avaliamos 24 crianças com HC (idade média 5,4 anos) que apresentavam à ultra-sonografi a tireóide tópica hipoplásica, normal ou aumentada. Após 4 semanas sem tratamento e dieta pobre em iodo, todas foram sub-metidas à cintilografi a com 131I. A captação foi realizada após 2, 6 e 24h. Uma semana após a cintilografi a da tireóide, o teste NaCLO4 foi reali-zado. Ao início da prova foi dado 131I 5 µCi VO e a aquisição feita com o probe ajustado para 364 keV. As contagens da dose pré e após a administração foram feitas no captador Captus-600 (Capintec Inc.). A seguir administrou-se 100 mg de NaClO4 IV em bolo e repetiu-se a captação cervical a cada 10 min por 90 min. As captações seqüenciais foram divididas pela captação de 2h. Um decaimento normal foi conside-rado para valores < 20% em relação ao basal. Valores de descarga > 20% indicaram defeito de organifi cação de iodeto. Resultados: Nenhum paciente referia consanguinidade. Três casos foram excluídos por discrepância no diagnóstico (ectopia ou agenesia). Sete pacientes confi rmaram hipoplasia, com captação de 2 e 24h normais ou baixas. O teste NaCLO4 foi realizado em 9 pacientes com captação aumentada em 2h, sugesti-vo de defeito de síntese, e em 3 com captação normal. Diagnosticamos descarga positiva em 6, indicando defeito na organifi cação. Todas as quedas foram observadas precocemente (até 30 min). Dois pacientes apresentaram surdez neurossensorial discreta, necessitando melhor avalia-ção para síndrome de Pendred. Uma criança apresentou vômito no início do teste NaCLO4, sem necessidade de intervenção. Os pacientes com teste normal apresentaram níveis de TG em média de 21,6 ng/mL, porém 4 tinham TG < 20 ng/mL, sugestivo de defeito de síntese de TG. Discussão: Como o diagnóstico molecular da DH é difícil, pois os genes envolvidos são grandes, o TP auxilia na detecção de mutação direcio-nando corretamente para o gene-candidato. Conclusão: O teste NaCLO4 IV mostrou-se seguro, podendo ser realizado em menor tempo e em substituição ao KCLO4 VO na suspeita de DH. Apoio fi nanceiro: Fapesp 2006/05800-1.

PT. 136PREVALÊNCIA DE HIPOTIREOIDISMO SUBCLÍNICO EM PACIENTES PORTADORAS DE SÍNDROME DE TURNER EM

TRATAMENTO NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JOÃO DE BARROS BARRETO, BELÉM-PA

Gonçalves Torres NN1; Oliveira BA2; Oliveira DA3

1Universidade Federal do Pará - Clínica Médica; 2Universidade Federal do Pará - Graduação de Medicina; 3Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Vianna - Residencia Médica

Introdução: A síndrome de Turner é uma anomalia genética decorrente da ausência ou alteração estrutural de um dos cromossomos sexuais. Ocorre em mulheres, que apresentam como características principais, baixa estatura e disgenesia gonadal, ocasionando amenorréia primária, não desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários e esterilidade. Há outras manifestações somáticas conhecidas como estigmas de Turner, como por exemplo: palato em ogiva, pescoço curto e alado, tórax em escudo e hipertelorismo mamário. O diagnóstico só pode ser confi rmado com a análise citogenética: exame do cariótipo, pois nos casos em que os estigmas estão ausentes ou pouco presentes o fenótipo pode ser con-fundido com outras condições clínicas. A literatura médica sobre síndrome de Turner sugere que ocorre aumento na freqüência de doenças auto-imunes, em particular a tireoidite auto-imune. Observa-se maior prevalência de hipotireoidismo clínico e subclínico em pacientes com síndrome de Turner (cerca de 30%), já o hipertireoidismo comporta-se com a mesma incidência comparando-se com a população em geral. Objetivo: Pesquisar a prevalência de hipotireoidismo subclínico em portadoras de síndrome de Turner atendidas no Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB). Materiais e Métodos: Foram pesquisados prontuários de 50 pacientes com síndrome de Turner acompanhadas trimestralmente no serviço de endocrinologia do HUJBB, sendo avaliados no mínimo três resultados dos seguintes exames laboratoriais: TSH, T4 livre e anticorpos antitireoperoxidase (Ac anti-TPO). Resultados: Das 50 pacientes, 15 apresentaram hipotireoidismo subclínico, correspon-dendo a 30% dos casos e confi rmando os dados da literatura. A Faixa etária dessas pacientes variou de 14 a 28 anos de idade (mediana 21 anos). Todos os exames analisados apresentaram TSH elevado e T4 livre dentro dos limites da normalidade. Dentre essas 15 pacientes, 9 apresentaram o cariótipo 45,X (60%); 5 apresentaram mosaico (33,33%) e 1 alteração estrutural do X (6,67%). Apesar dos resultados terem demonstrado uma grande prevalência entre as pacientes com cariótipo para monossomia, não foi encontrado na literatura informações consistentes que explicassem a alta incidência de disfunção tireoidiana em pacientes com Turner, e relacionassem esses resultados ao cariótipo. Com relação ao Ac anti-TPO, 7 pacientes analisadas apresentaram resultado positivo (46,67%), dentre essas, 4 apresentaram cariótipo 45,X (57,15%) e 3 mosaico (42,85%). Das 15 pacientes, 9 estão fazendo tratamento com levotiroxina (60%). Conclusão: O estudo comprovou a alta prevalência de hipotireoidismo subclínico em pacientes com síndrome de Turner, ratifi cando o que já foi demonstrado em outros estudos: a importância da avaliação da função tireoidiana em pacientes portadoras de síndrome de Turner.

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S358

PT. 137ASSOCIAÇÃO DE DOENÇA CELÍACA E INTOLERÂNCIA À LACTOSE ASSINTOMÁTICAS COMO CAUSAS DE MÁ ABSORÇÃO DE

LEVOTIROXINA EM PACIENTE COM HIPOTIREOIDISMO CIRÚRGICO

Alves AC1; Melo T1; Pallone ATL1; Lee SS1; Assumpçao LVM1

1UNICAMP - Endocrinologia

Introdução: A doença celíaca é uma desordem de etiologia auto-imune, precipitada pela ingestão de glúten. Sua prevalência é de 1% tendo apresentação clínica variável, que vai desde quadros frustros de dor abdominal até diarréia acentuada, com defi ciência na absorção de ferro, cálcio, e outros nutrientes. Normalmente associada a outras doenças auto-imunes, como diabetes melito tipo 1 e doença tireoidiana auto-imune, é comumente subdiagnosticada, dado o amplo espectro de manifestações clínicas. A intolerância à lactose é causada por defi ciência de lactase, uma dissacaridase que hidrolisa lactose em glicose e galactose. Apresenta prevalência variável com a faixa etária, sendo mais freqüente na popu-lação adulta, já que a produção e disponibilidade da enzima reduzem-se com a idade. As manifestações vão desde dor abdominal, fl atulência e meteorismo, até graus variáveis de diarréia. Tanto a doença celíaca quanto a intolerância à lactose podem levar a disabsorção de drogas, sendo mais comum nos casos sintomáticos e exuberantes. Objetivo: Relatar o caso de uma paciente com hipotireoidismo após tireoidectomia total, que evoluiu com descompensação clínica, a despeito do uso de doses elevadas de levotiroxina. Apresentava habito intestinal normal, e, após o diagnostico de doença celíaca e intolerância à lactose, houve normalização nos níveis de TSH e T4 livre retornando às doses usuais de levotiro-xina. Relato de Caso: N.D.T. sexo feminino, 58 anos. Em 2005, foi submetida a tireoidectomia total por carcinoma papilifero de tireóide.Como antecedentes pessoais, não apresentava hipotireoidismo prévio à cirurgia, e os anticorpos antitireoperoxidase (Actpo) e antitireoglobulina (Actg) eram negativos. Fazia uso de levotiroxina 1,8 mcg/kg/dia, mantendo níveis de TSH e T4 livre adequados. Cerca de seis meses após a cirurgia, evoluiu com aumento nos níveis de TSH, necessitando aumentar a dose de medicação. Chegou à dose de 2,9 mcg/kg/dia, com TSH de 86 mUI/mL e T4 livre de 0,22 ng/mL. Apresentava sinais de hipotireoidismo acentuado, sendo internada para controle clínico e para descartar a hipótese de má aderência ao tratamento. Recebeu doses equivalentes supervisionadas, sem alteração nos níveis de T4 livre. Apesar de o hábito intestinal normal, optou-se pela investigação de doença celíaca, com anti - gliadina e antiendomisio positivos. Após dieta sem glúten, houve elevação nos níveis de T4 livre para 1,5 ng/dL em 7 dias.Recebeu alta com melhora clínica, porém houve redução parcial nos níveis de TSH (22 mUI/mL). Foi submetida à investigação de intolerância à lactose, com teste do H2 expirado positivo. Após suspensão da lactose da dieta, os níveis de TSH voltaram à supressão e houve redução na dose de levotiroxina para 1,8 mcg/kg/dia. Discussão e Conclusão: Poucos casos na literatura associam má absorção de levotiroxina à doença celíaca, e em todos eles, os pacientes são sintomáticos. Apenas um caso associa intole-rância à lactose causando má absorção da medicação, sendo a paciente oligossintomática. Não existem relatos da sobreposição das duas doenças, sem qualquer sintomatologia clínica, manifesta apenas por resistência ao tratamento com levotiroxina.

PT. 138AVALIAÇÃO DE FORMA ALTERNATIVA DE ADMINISTRAÇÃO DE LEVOTIROXINA E SUAS REPERCUSSÕES CLÍNICAS E

LABORATORIAIS NO TRATAMENTO DO HIPOTIREOIDISMO PRIMÁRIO

Bornschein A1; Perez CLS1; Graf H1; Carvalho GA de1

1HC-UFPR - Endocrinologia

Introdução: O hipotireoidismo é a disfunção tireoidiana mais comum, facilmente tratada através da administração diária de levotiroxina via oral. Entretanto, muitos pacientes permanecem hipotireoideos apesar da dose adequada, devido à baixa adesão ao tratamento. A necessidade da to-mada de levotiroxina em jejum, respeitando um intervalo mínimo de trinta minutos para o desjejum, bem como a impossibilidade do uso com outras medicações, parece contribuir sobremaneira para que isto ocorra. Por este motivo, formas alternativas de tratamento têm sido avaliadas. Objetivo: Avaliar a função tireoidiana e cardiovascular do paciente hipotireoideo, comparando o uso de levotiroxina semanal em dose cumula-tiva com doses diárias de levotiroxina em jejum. Material e Métodos: Foi realizado estudo randomizado, cross-over, incluindo pacientes maio-res de 18 anos, com hipotireoidismo primário, compensado clínica e laboratorialmente por pelo menos 3 meses. Foram excluídos pacientes acima de 60 anos, com doenças graves e debilitantes, síndromes disabsortivas, doença coronariana ou arritmias cardíacas e pacientes em uso de medicações que interferem com a absorção de levotiroxina. Foram avaliadas 19 pacientes do sexo feminino, idade média de 50 anos. As pacien-tes foram randomizadas em dois grupos: grupo 1 com dose habitual diária antes do desjejum e grupo 2 com o equivalente a sete vezes a dose habitual, apenas uma vez por semana. Este esquema foi mantido por seis semanas, quando então os grupos inverteram, ou seja, o grupo 2 que vinha usando medicação diariamente, passou a usar a medicação semanalmente e o grupo 1 que vinha usando a dose cumulativa, iniciou a dose diária. Este esquema também foi mantido por seis semanas, totalizando 12 semanas de protocolo. Após 2 e 4 horas das administrações de levo-tiroxina, foi avaliada a função tireoidiana através T4 livre (T4l), T3 total (T3T). No fi nal de cada etapa de tratamento (6 semanas), foram reali-zados T4l, T3T e TSH e avaliação cardiológica, através de ecocardiograma, utilizando os parâmetros período de pré-ejeção aórtica, tempo de ejeção aórtica e tempo de contração isovolumétrica. Resultados: Comparado com a administração diária, a média de TSH após 6 semanas apresentou tendência à superioridade no grupo de dose semanal (4,41 semanal e 3,38 diária, p < 0,05), ocorrendo o inverso com o T4l (1,00 semanal e 1,20 diária, p < 0,05). Nos tempos 2 e 4 horas após a administração da droga, o grupo de dose semanal apresentou maiores valores de T4l (às 2h 1,79 e 1,18 e às 4h 1,80 e 1,15, nas doses semanais e diárias respectivamente, com p < 0,05). Os níveis séricos da T3T permane-ceram estáveis, o que comprova sua efetiva auto-regulação conforme as necessidades teciduais. As avaliações ecocardiográfi cas não mostraram diferenças entre os dois grupos, comprovando não haver qualquer tipo de estresse cardíaco ou hemodinâmico quando se administra dose maior de levotiroxina. A dose única semanal foi bem tolerada e preferida pela maioria das pacientes. Conclusão: Neste estudo, a dose única semanal mostrou-se uma forma segura e bem tolerada de administração de levotiroxina, e podendo surgir como uma opção terapêutica aos pacientes que apresentam difi culdade em manter um regime rigoroso de tratamento.

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S359

PT. 139IMATINIBE NÃO ESTÁ ASSOCIADO À DISFUNÇÃO TIREOIDIANA EM PACIENTES NÃO-TIREOIDECTOMIZADOS

Dora JM1; Leie MA1; Netto B1; Fogliatto L2; Silla L2; Torres F3; Maia AL1

1Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Setor de Tireóide, Serviço de Endocrinologia; 2Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Serviço de Hematologia; 3Hospital de Clínicas de Porto Alegre - Serviço de Radiologia

Introdução: Os inibidores das proteínas tirosina-quinase (TQ), são pequenas moléculas utilizadas no tratamento de diversas neoplasias malig-nas. O imatinibe é a terapia de primeira escolha no tratamento da leucemia mielocítica crônica. Apesar da especifi cidade, os inibidores TQ podem interagir com outras proteínas TQ constitutivas, e os efeitos adversos dessa classe de drogas ainda não são completamente conhecidos. Recente-mente foram descritas altas taxas de hipotireoidismo em pacientes usuários de Sunitinibe, um inibidor TQ semelhante ao imatinibe. Adicional-mente, pacientes tireoidectomizados tratados com sunitinibe ou imatinibe, necessitam de aumento da dose de reposição da levotiroxina para compensação do hipotireoidismo. Devido às semelhanças, é possível que o Imatinibe também esteja associado à disfunção tireoidiana em pacien-tes não-tireoidectomizados. Objetivo: Avaliar o impacto do imatinibe sobre a função tireoidiana em pacientes não-tireoidectomizados. Mate-riais e métodos: Pacientes com leucemia mielocítica crônica em tratamento com Imatinibe, do ambulatório do Serviço de Hematologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre foram convidados a participar do estudo. Pacientes usuários de amiodarona, interferon ou glicocorticóides, ou com disfunção tireoidiana prévia foram excluídos. O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética do hospital e consentimento informado foi obtido de todos os pacientes. Em todos os pacientes, tiroxina total (T4), tiroxina livre (T4L), triiodotironina (T3), tireotrofi na (TSH), anticorpos antitireoperoxidase (anti-TPO) e tireoglobulina (Tg) foram dosados por Eclia (Roche). Ultra-sonografi a cervical, para ava-liação de volume da glândula tireóide, foi realizada em 54 pacientes e captação de iodo em 24 horas em 11. Resultados: Foram incluídos 68 pacientes, 39 (57,3%) homens, 63 (92,6%) brancos, idade de 48,4 ± 17,6 anos, com tempo de tratamento de 23 (6-33) meses e utilizando dose de 400 (400-600) mg de imatinibe ao dia. Todos os pacientes apresentavam níveis séricos de T4, T4L e T3 dentro dos limites da normalidade. Cinco (7,3%) pacientes apresentaram valores de TSH discretamente elevados (5,08 a 12,55 mU/l; Valor de referência: 0,4 - 4,5 mU/l). Adi-cionalmente, não observamos diferenças entre os níveis séricos de TSH pré e pós tratamento com imatinibe [10 pacientes; 2,39 (1,82-3,05) vs. 2,71 (1,71-3,25) mU/l, P = 0,64]. Não houve correlação entre TSH sérico e tempo de tratamento, dose ou dose cumulativa de imatinibe (r = -0,084, P = 0,50; r = -0,043, P = 0,73; r = -0,105, P = 0,39, respectivamente). O volume glandular e a captação de iodo apresentaram valores dentro da normalidade. Conclusão: O uso de Imatinibe não está associado à indução de hipotireoidismo em pacientes não-tireoidectomizados e a avaliação da função tireoidiana não deve ser indicada como rotina no acompanhamento desses pacientes.

PT. 140TIREOIDITE DESTRUTIVA APÓS USO DE INTERFERON-ALFA PARA HEPATITE C CRÔNICA

Augusto GA1; Mendes-Correa2; Chammas MC3; Danilovic DLS1; Knobel M4; Marui S1

1HC-FMUSP - Unidade de Tireóide-Disciplina de Endocrinologia-LIM 25; 2HC-FMUSP - Departamento de Moléstias Infecciosas; 3HC-FMUSP - InRAD-Departamento de Radiologia; 4HC-FMUSP - Unidade de Tireóide-Disciplina de Endocrinologia

Introdução: O aumento do diagnóstico de hepatite por vírus C (HCV) e seu tratamento com interferon-alfa (IFN-a), está levando a novos conhecimentos sobre a interação com a tireóide. Apesar do sucesso terapêutico na resposta virológica, os efeitos adversos do IFN-a incluem as tireoidopatias, que podem ser classifi cadas em auto-imune (DAIT) e não-auto-imunes (DNAIT). As manifestações mais comuns na DAIT são a doença de Graves, a tireoidite de Hashimoto e a produção de anticorpos antitireoidianos, sendo esta a mais comum. A DNAIT inclui a tireoidi-te destrutiva e hipotireoidismo não-auto-imune. Descrevemos um paciente com tireoidite destrutiva após uso de IFNa para HCV e sua evolução. Relato de Caso: Paciente masculino de 42 anos com diagnóstico de hepatite C crônica com indicação histológica para receber tratamento com IFN-a e ribavirina. Antes do início do tratamento, a avaliação dos hormônios tireoidianos foi normal e os auto-anticorpos tireoidianos, anticor-pos antitireoperoxidase (anti-TPO) e antitiroglobulina (anti-TG) eram negativos. A ultra-sonografi a (US) da tireóide mostrou ecogenicidade normal do parênquima e vascularização pouco aumentada com volume de 17,8 mL. Paciente então iniciou o tratamento com IFN-a peguilado e ribavirina. Após 3 meses, a avaliação tireoidiana revelou quadro de tireotoxicose: TSH suprimido e T4 livre 3,56 ng/dL (normal 0,7-1,5) com anticorpo contra receptor do TSH (TRab) negativo, porém anti-TPO passou a ser positivo 66 U/mL e TG elevada 147 ng/dL (normal < 35). Paciente não apresentou qualquer sintoma de tireotoxicose. Após 5 semanas, nova avaliação tireoidiana revelou rápida evolução para hipotireoi-dismo, com TSH 76,9 µU/mL e T4L < 0,3 ng/dL, confi rmado em novas dosagens. Optamos por introduzir LT4 e manter o tratamento com IFN-a e ribavirina. O paciente apresentou melhora dos níveis de TSH e T4L. Novo exame de US mostrou redução da ecogenicidade e aumen-to da vascularização, em comparação ao exame anterior, indicando tireoidite. Discussão: O diagnóstico de tireoidite destrutiva baseia-se na fase de tireotoxicose na ausência de TRab e captação com radioiodo baixa, evolução para hipotireoidismo e recuperação, sendo um processo auto-limitado que dura semanas a meses. Como houve rápida evolução para hipotireoidismo, nosso paciente não pode realizar. Mas o diagnóstico é altamente sugestivo pela elevação de TG e as características ao US. A permanência do hipotireoidismo provavelmente deve-se ao desenvolvimen-to de anti-TPO e pelo efeito tóxico direto do IFNa sobre a tireóide. Após a suspensão do IFNa, nova avaliação tireoidiana deverá ser realizada para defi nir se o hipotireoidismo será permanente. Conclusão: Tireoidite destrutiva pode não ser diagnosticada em pacientes em tratamento com IFNa, pela sua rápida evolução para hipotireoidismo. Sugerimos a monitorização da função tireoidiana e auto-imunidade tireoidiana antes e após o início do tratamento com IFNa, mesmo na ausência de fatores predisponentes como auto-anticorpos tireoidianos. Apoio fi nanceiro: Fapesp 2006/06080-2.

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S360

PT. 141TRATAMENTO DA HEPATITE C CRÔNICA COM INTERFERON E DISFUNÇÃO TIREOIDIANA

Pavan MHP1; Pavin EJ2; Gonçales Junior FL1; Zantut-Wittmann DE2

1Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas - Disciplina de Moléstias Infecciosas, Departamento de Clínica Médica; 2Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas - Disciplina de Endocrinologia do Departamento de Clínica Médica

Introdução: O tratamento da hepatite crônica por vírus C com interferon associa-se à disfunção tireoidiana (DT). Objetivo: Avaliar a função tireoidiana sob tratamento com interferon convencional (IFN) e/ou interferon peguilado (PEG) associados a ribavirina(RBV) em pacientes com hepatite C. Material e Métodos: Estudamos 328 pacientes com hepatite C crônica, 2001 a 2007, submetidos a esquemas terapêuticos de 24 ou 48 semanas. Avaliamos trimestralmente T4L, TSH, AcTPO e AcTg. Em relação ao desenvolvimento de disfunção tireoidiana (DT) foram analisadas variáveis como gênero, idade, características da biópsia hepática, genótipo do vírus, QALT, interferon utilizado e resposta virológica sustentada. Resultados: Os vírus da hepatite C eram do genótipo 1 em 58,6% dos pacientes; genótipo 3 em 38,9% e genótipo 2 em 2,5%. IFN foi usado em 238 pacientes e PEG em 199. 63,4% dos pacientes submeteram-se a um período de tratamento e 36,5% a 2 ou mais. A prevalência de disfunção tireoidiana prévia ao tratamento foi de 6,1%; 18 hipotireoideos (5,5%) e 2 com hipertireoidismo (0,6%). Hipotireoidismo central foi evidenciado em 18 pacientes (5,5%). Dos 273 pacientes eutireoideos, 43,7 ± 9,47 anos, 74 (27,1%) eram mulheres e 199 homens. Verifi ca-mos disfunção tireoidiana em 56 (20,5%) pacientes, 36/199 (18%) homens e 20/74 (27%) mulheres (p = 0,104). O tratamento desencadeou hipotireoidismo primário em 47 pacientes (16,8%; 18 transitórios), hipertireoidismo em 5 (1,5%; 1 transitório) e hipotireoidismo central em 29 (8,8%). Tireoidite destrutiva foi evidenciada em 14 pacientes (4,7%). 85,7% (n = 48) das DT ocorreram durante o primeiro ciclo terapêutico, em média de 25,8 ± 15,5 semanas após o início do tratamento. A análise comparativa demonstrou que pacientes portadores de vírus de genótipo 1 apresentaram 2,13 vezes mais chance de desenvolver hipotireoidismo primário (p = 0,036; IC95% = 1,04-4,38). Estes pacientes apresentavam níveis de TSH pré-tratamento maiores do que os níveis dos pacientes que se mantiveram eutireoidianos (p < 0,001). Os pacientes que desenvol-veram Tireoidite destrutiva apresentavam níveis séricos prévios ao tratamento mais elevados (p = 0,002) e QALT mais baixo (p = 0,012) que os pacientes que permaneceram eutireoideos. Devido à reduzida casuística de hipertireoidismo, não foi possível o estudo estatístico. Conclusão: O hipotireoidismo foi a DT mais freqüente durante o tratamento com interferon, e a presença de vírus do genótipo 1 elevou em 2 vezes as chances de desenvolver a doença. Não foi necessário suspender o tratamento com interferon em pacientes com DT, pois 50% das DT foram transitórias. Assim, o seguimento pode determinar os pacientes em que a DT deve ser tratada. Agradecimento pelo auxílio no início do levantamento de dados à Dra. Maria Cecília Vasconcellos e ao Dr. José Elias Villas-Boas.

PT. 142AÇÕES DA TERAPIA COM LASER DE BAIXA INTENSIDADE NA TIREOIDITE CRÔNICA AUTO-IMUNE - EXPERIÊNCIA INICIAL

Hofl ing DB1; Chavantes MC2; Juliano AG1; Cerri GG1; Stolf NAG3; Romão R4; Chammas MC1

1InRad HCFMUSP - Radiologia; 2INCOR HCFMUSP - Central Médica de Laser; 3INCOR HCFMUSP - Cirurgia Cardiovascular; 4FM - USP - Unidade de Tireóide

Objetivo: Avaliar as ações da terapia com Laser de baixa intensidade (LILT) em pacientes com tireoidite crônica auto-imune (TCAI) por meio da função tireoidiana, da concentração de anticorpos antitireoidianos e da ultra-sonografi a. Material e Métodos: Foram alocados 10 pacientes (média de idade de 43 anos) portadores de hipotireoidismo decorrente de TCAI sem nódulos, em tratamento com tiroxina. Os contornos da glândula foram demarcados sobre a pele com o auxílio da ultra-sonografi a. Foram realizadas 10 sessões de LILT (Thera Lase-DMC®, 830 nm), com potência de 50 mW e densidades de energia entre 1,0J/cm2 e 3,0J/cm2. Realizou-se o estudo ultra-sonográfi co da tireóide pré e 30 dias pós-LILT. Ao modo B avaliou-se volume, textura e, também, ecogenicidade pelo histograma computadorizado (Graw-Wert-Einheiten = GWE) para determinação do índice de ecogenicidade (IE) obtido pela razão GWE-tireóide/GWE-musculatura pré-tireoidiana (Voluson 730 PRO-GE) e a vascularização foi estudada pelo Doppler de amplitude (HDI-5000 Philips Medical Systems). O tratamento com tiroxina foi desconti-nuado no dia da ultra-sonografi a pós-LILT e, se necessário, reintroduzido. Os níveis de T3 total, T4 total e livre, TSH, anticorpos antitireoperoxidase (TPOAb) e antitireoglobulina (TgAb) foram obtidos pré-LILT e 1, 2, 3 e 6 meses após a suspensão da tiroxina. Foi utiliza-do o teste de Wilcoxon pareado não-paramétrico para a análise estatística. Adotou-se nível de signifi cância de p≤0,05. Resultados: Não foram observados efeitos adversos. Foi observada redução das doses de tiroxina em todos os pacientes, sendo que, quatro deles (40%) permaneceram sem necessidade de tratamento com tiroxina até seis meses após sua suspensão. Houve redução na dose média de tiroxina utilizada pré (85µg; IC: 53,23-116,77) e seis meses pós-LILT (36,2 µg; IC:6,33-66,07; p = 0,0051), bem como nas concentrações de TPOAb obtidos pré (1035,2 U/mL; IC: 303,99-1766,4) e pós-LILT (846,4 U/mL; IC 182,05-1510,8; p = 0,04996). Não houve redução de TgAb. Após a LILT (30 dias) verifi cou-se aumento do IE (pré-LILT = 1,00; IC:0,89-1,11 e pós-LILT = 1,13; IC:0,97-1,29; p = 0,0125), normalização da vascularização em 2 pacientes e do volume em 3 pacientes. Não se observou alteração da textura glandular. Conclusão: LILT provocou aumento da ecogenicida-de do parênquima tireoidiano, sugerindo redução do infi ltrado infl amatório crônico e/ou da desagregação folicular, bem como melhora da função tireoidiana e redução das concentrações de TPOAb por, no mínimo, seis meses. Agradecimentos: à Profa. Dra. Berenice Bilharinho Mendonça, ao Prof. Dr. Meyer Knobel, à Dra. Suemi Marui, à Profa. Dra. Elizabeth Mateus Yoshimura e ao Prof. Dr. Alberto Rosseti Ferraz pelo apoio e contribuições a esta pesquisa.

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Pôsteres

S361

PT. 143DOENÇA AUTO-IMUNE DE TIREÓIDE (DAT) EM PORTADORES DE HEPATITE C TRATADOS COM INTERFERON-ALFA

(RESULTADOS PARCIAIS)

Santos SRX1; Ferreira MS2; Borges AS2; Fernandes MLPM3; Jorge PT3

1Universidade Federal de Uberlândia, Minas Gerais, Brasil - Endocrinologia; 2Universidade Federal de Uberlândia - Moléstias Infecciosas; 3Universidade Federal de Uberlândia - Endocrinologia

Introdução: A hepatite C é uma doença epidêmica, que acomete em torno de 170 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organiza-ção Mundial de Saúde. O tratamento utiliza o interferon-alfa e a ribaverina como drogas de escolha, e diversos estudos têm demonstrado uma prevalência marcadamente variável de disfunções tireoidianas nos pacientes em uso destas medicações, infl uenciado pela distribuição geográfi ca, genética e a ingesta de iodo da população estudada. Sugere-se que o Interferon exacerbe uma doença auto-imune pré-existente e assintomática, também podendo exercer um efeito direto sobre a célula tireoidiana causando destruição celular. Objetivo: Determinar a prevalência de DAT em pacientes com diagnóstico de hepatite C em tratamento com interferon e avaliar a importância do rastreamento de rotina de DAT neste grupo de pacientes em nosso meio. Material e métodos: Vinte e quatro pacientes portadores de Hepatite C em tratamento com Interferon, 60 pacientes portadores de Hepatite C sem tratamento e 70 pacientes do grupo controle foram avaliados quanto à presença de DAT, através da dosagem sérica de TSH, anticorpos antiperoxidase (ATA) e Anticorpos antitireoglobulina (ATG), no Hospital de Clínicas da Universidade Fe-deral de Uberlândia, entre dezembro/2006 e fevereiro/2008. Os pacientes dos três grupos não tinham inicialmente disfunções tireoidianas conhecidas. Os pacientes do grupo controle foram pareados quanto ao sexo e idade e todos tiveram sorologia negativa para hepatite C. A idade variou entre 18 e 74 anos com média de 46 anos, sendo que 60% eram do sexo masculino nos três grupos estudados. A disfunção tireoidiana foi considerada quando TSH ou os anticorpos ATA e ATG estavam fora dos valores de referência pelos métodos padronizados para o estudo. Re-sultados: Dos 24 pacientes com hepatite C em tratamento com interferon, nove (37,5%) apresentaram disfunção tireoidiana, sendo sete com TSH alterado e dois com anticorpos presentes. Do grupo com hepatite C sem tratamento (60 pacientes), treze (21,66%) apresentaram disfunção da tireóide, sendo dez com TSH alterado e três com anticorpos presentes. O grupo-controle composto por 70 pacientes mostrou 23 casos (32,8%) de disfunção tireoidiana, sendo 11 com TSH alterado e doze com anticorpos presentes. Todos os pacientes com disfunção tireoidiana cursaram com elevação de TSH, caracterizando hipotireoidismo clínico ou subclínico. Não ocorreram casos de hipertireoidismo. Conclusão: Os pacientes portadores de hepatite C em tratamento apresentaram uma maior freqüência de disfunção da tireóide, comparados aos pacientes com Hepatite C sem tratamento (37,5% / 21,66%), respectivamente. Este dado corresponde aos achados na literatura, mostrando a infl uência do interferon alfa em desencadear DAT, por seus mecanismos imunomoduladores. Quando comparados aos pacientes do grupo controle, esta di-ferença não se mostrou signifi cativa, provavelmente devido á alta prevalência de DAT em nossa região, relacionada à ingesta rica em iodo, o que já foi comprovado em estudos anteriores. Justifi ca-se, portanto, o rastreamento de DAT nos pacientes com hepatite C em uso de Interferon alfa em nosso meio.

PT. 144ANÁLISE DO POSSÍVEL ALTERAÇÃO TRANSITÓRIA DO VOLUME DO BÓCIO E LUZ TRAQUEAL, COMPARANDO UMA DOSE

FIXA DE I 131 E DIFERENTES DOSES DE ESTÍMULO COM TSH HUMANO RECOMBINANTE E O PLACEBO

Albino CC1; Buchpiguel CA2; Graf H3

1Instituto de Diabetes e Endocrinologia de Maringá - Endocrinologia; 2FM - USP - Radiologia; 3niversidade Federal do Paraná - endocrinologia

Introdução: O TSH humano recombinante (rhTSH) tem sido usado para aumentar a captação do I 131 e potencializar a ação deste na redução do volume tireoidiano, em portadores de bócio multinodular. Há descrições de um aumento transitório do volume tireoidiano após o I131 e após a infusão do rhTSH. O objetivo deste estudo foi avaliar se o I 131 pode causar um aumento transitório do volume tireoidiano, asociado a uma possível redução da área traqueal e se o estímulo do rhTSH, em diferentes doses, poderia acentuar este processo. Material e métodos: Randomicamente, 30 pacientes portadores de BMN, foram separados em 3 grupos de 10 indivíduos (volume médio 89,3 ml), e todos foram submetidos a uma dose fi xa ambulatorial de I131 (30 mCi), porém os dois grupos iniciais receberam estímulo prévio e único de rhTSH (0,1 mg no grupo A e 0,01 mg no grupo B). O volume tireoidiano (VT) e área traqueal (AT) foi medida por ressonância magnética, 7 dias antes do procedimento terapêutico, 2 e 7 dias após. Resultados: O VT no grupo A e B não se alterou, de forma signifi cativa, nem aos 2 dias, bem como no sétimo dia. Houve um discreto aumento do VT no grupo C nos dias 2 e 7, (sem estímulo com rhTSH- 4,0%), porém sem signifi cância esta-tística em relação aos outros grupos (p < 0,035). A AT não se alterou em nenhum dos grupos, de forma signifi cativa, nos momentos medidos (segundo dia p = 0,412 e sétimo dia, p = 0,329). Conclusão: O estímulo prévio do rhTSH, nas doses utilizadas não causou aumento transitório do VT ou redução da luz traqueal na avaliação efetuada. O uso isolado do I 131 levou a um discreto aumento transitório do volume do bócio (4%), porém sem haver redução da luz traqueal. Todos os procedimentos mostraram-se seguros.

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Pôsteres

S362

PT. 145TUMORES HIPOFISÁRIOS SECRETORES DE TSH (TIREOTROFINOMAS): RESPOSTA VARIÁVEL AO TRATAMENTO COM

ANÁLOGOS DA SOMATOSTATINA

Duarte FHG1; Bronstein MD1

1 Disciplina de Endocrinologia e Metabologia da Unidade de Neuroendocrinologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Introdução: Os tireotrofi nomas são raros, compreendendo cerca de 1% de todos os tumores hipofi sários. Caracterizam-se pela produção autô-noma de TSH levando a quadro clínico de tireotoxicose com bócio difuso associado a quadro laboratorial de hormônios tireoidianos elevados com presença de TSH inapropriadamente normal ou elevado. O diagnóstico é frequentemente confundido com hipertireoidismo primário sen-do comum o tratamento ablativo tireoidiano (cirurgia ou radiodoterapia) previamente ao diagnóstico de adenoma hipofi sário, conduta que leva frequentemente ao aumento do tumor. O tratamento da lesão é primordialmente cirúrgico, no entanto a terapia primária com análogos da so-matostatina tem sido utilizada em casos selecionados. O objetivo deste trabalho é relatar dois casos de tireotrofi nomas e ressaltar a resposta va-riável ao uso de análogos de somatostatina. Caso 1, paciente feminina, 46 anos, apresentou por quatro meses quadro de tireotoxicose, feito diagnóstico de hipertireoidismo TSH-dependente sendo encaminhada para nosso serviço. Exame inicial evidenciava TSH 5,2 µU/mL (ref. 0,3 – 4,2), T4L 2,4 ng/dL (ref. 0,7 – 1,7) e subunidade-a 780 µg/L (até 600). Confi rmada lesão hipofi sária selar e suprasselar por RM. Foi sub-metida à terapia primária com octreotide LAR havendo redução parcial do TSH (47% do basal) sem normalização do T4 livre (2,0 ng/dL) ou redução tumoral. Foi então preparada com metimazol e submetida à cirurgia pela via transesfenoidal. Caso 2, paciente feminina, 23 anos, apre-sentando hipertireoidismo com bócio discreto e processo expansivo intra e suprasselar à RM. Exames iniciais: TSH 7,7 µU/mL, T4L 2,9 ng/dL e subunidade-a 5.170 µg/L. O tratamento com o análogo da somatostatina octreotide LAR, na dose inicial de 20 mg, foi proposto princi-palmente visando a normalização clínica para posterior cirurgia. No entanto, já no primeiro mês foi notada normalização dos níveis de T4livre (1,1 ng/dL) e TSH (1,1 µU/mL) com redução importante do volume tumoral e da subunidade-a (1.170 µg/L). A paciente foi mantida com o análogo da somatostatina, 10 mg a cada 28 dias, passando para cada 40 dias com manutenção do eutireoidismo e redução adicional da massa tumoral. Conclusão: Os tireotrofi nomas apresentam resposta variável aos análogos de somatostatina possivelmente devido a densidade variável do subtipo 2 do receptor da somatostatina (SSTR-2), onde o octreotide se liga com maior afi nidade. Esta modalidade terapêutica pode ser mantida a longo prazo em casos com boa resposta, principalmente quando, pelas dimensões e/ou invasão tumoral, a probabilidade de cura ci-rúrgica é baixa.

PT. 146RESISTÊNCIA HIPOFISÁRIA AOS HORMÔNIOS TIREOIDIANOS COM HIPERTIREOIDISMO DE DIFÍCIL CONTROLE

Pinto MLBV1; Siqueira RL1; Araújo NBC1; Corrêa ND1; Afradique MMC1; Stanisck CMA1; Saldanha FC1; Reis FAA1; LaNuez MJBF1

1Endocrinologia do Hospital Geral de Bonsucesso

Introdução: A síndrome de resistência hipofi sária aos hormônios tireoidianos (RHHT) é uma entidade rara, autossômica dominante, com prevalência de 1:50.000 nascidos vivos. É causada em 85% dos casos por mutação genética que determina alteração na região carboxi-terminal do receptor de hormônios tireoidianos. Diversas mutações foram descritas, todas no gene que codifi ca o receptor b de hormônio tireoidiano (TRß), localizado no cromossomo 3. Objetivo: Relatar caso de RHHT em adolescente, com quadro de hipertireoidismo de difícil controle com mais de cinco anos de evolução. Material e Métodos: Paciente masculino, 13 anos, apresentando bócio volumoso, emagrecimento, taquicardia, insônia, tremor fi no de extremidades, sudorese palmar e ausência de exoftalmia, além de comprometimento psicológico. Crescimento e desen-volvimento normais, sem história familiar de tireopatia. Encaminhado ao nosso serviço em 2006 em tratamento com droga antitireoidiana, sem melhora. Resultados: Apresentava dosagens de tiroxina livre (T4L) entre 1,52 e 3,64 ng/dL (normal = 0,7 a 2,0) e tireotropina (TSH) entre 1,72 e 20,4 mUI/L (normal = 0,4 a 4,2). Anticorpos antitireoidianos e anti-receptor de TSH (TRAb) negativos. Hormônios hipofi sários nor-mais. A ultra-sonografi a de tireóide mostrou bócio difuso e a cintilografi a revelou distribuição homogênea do radiotraçador, com captação de 131 I de 96% em 24 horas (normal = 15 a 40%). A ressonância magnética (RM) de sela túrcica era normal. Teste de supressão com triiodotiro-nina (T3) mostrou supressão do TSH. A evolução clínica e laboratorial sugeriu o diagnóstico de RHHT. A análise genética identifi cou mutação R338W no gene do TRß, não evidenciada em seus familiares de primeiro grau, constituindo uma alteração de novo. Foi instituído Tiratricol, além de beta-bloqueadores, com melhora clínica discreta inicial, mas evoluiu com piora dos sintomas, o que nos fez associar metimazol, também sem resposta. Em janeiro de 2007, o paciente foi tratado com dose terapêutica de 131 I (20 mCi), ocorrendo melhora parcial; houve ganho de peso e diminuição do bócio, com importante evolução psicossocial. Os níveis de T4L e TSH permaneceram elevados, sendo feita nova dose terapêu-tica de radioiodo em novembro de 2007 (25 mCi). Atualmente, o paciente encontra-se clinicamente compensado, com peso normal, mas apresentando elevação progressiva do TSH, última dosagem de 7,9 mUI/L. Conclusão: Ressaltamos a importância de considerar o diagnóstico de RHHT em todos os casos de hipertireoidismo sem supressão do TSH. O diagnóstico de certeza é dado através de estudo genético. A muta-ção encontrada no aminoácido 338 (substituição de arginina por triptofano) é uma das mais descritas na literatura como relacionada a resistência hipofi sária aos HT. O tratamento ainda é controverso, especialmente nos casos de resistência central, com quadro importante de hipertireoidis-mo. Apesar de clinicamente melhor, o paciente ainda mostra evidências laboratoriais de descompensação. A elevação do TSH deverá ser acom-panhada por RM de hipófi se. No futuro, o desenvolvimento de tratamentos genéticos que possam contornar a resistência do TRß aos HT poderá auxiliar na melhoria dos sintomas e qualidade de vida destes pacientes.

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Índice Remissivo

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Índice Remissivo

S365

A

Abrahão M 280, 337Abreu-Villaça Y 355Adam RL 280Adan L 341Afradique MMC 362Albino CC 336, 361Alceu 320Aldaz MC 303Aldhighieri F 285Almeida CA 307Almeida MK 298Almeida NAS 286, 291Almeida V 334Alonso G 285Alvarenga FLM 354Alves AC 311, 350, 358Alves AS 339Alves LM 293Alves MLD 339Amatto EML 352Amorim BJ 338Amorim EG 331, 335, 350Andrade BM 293, 294Andrade J 325, 354Andrade MC 325Andrade VA 286Andreoni DM 285, 321, 337Angelucci AP 308Antônio 320Aquino FS 347Araújo NBC 312, 348, 362Araujo PPC 305, 318, 324Araujo RL 293, 294Arruda MM 315, 319, 340Assis Brasil B 303Assumpçao LVM 305, 311, 317, 318, 324,

358Assunçao ACL 281, 302Athie MCP 287Augusto GA 335, 359

B

Barbosa MB 327Barbuto JAM 302Barella JLS 352, 354Barone B 349Bebber FE 353Bellini CPT 320, 322Beltrão CB 355, 356, 357Biscolla RPM 285, 313, 321, 337Bisi H 323Bispo DJS 326

Blanco G 287Bloise W 349Boldarine VT 313Boldarini VT 285Bordallo MAN 326Borges AS 361Borges MF 333, 354Bornschein A 358Bortolini LGC 327Botelho FG 314Botelho IMB 333Brandão LG 316, 329Bravo MT 349Breitenbach MD 283Bresgunov Kalinin L 350Bronstein MD 362Buchpiguel CA 336, 361Buescu A 283, 307, 317Bufalo NE 281, 285, 287, 302, 305Buim M 300Bulow AR 353

C

Cabral MD 283Caetano MSS 354Calixto C 334Calmon AC 288, 300Camacho CP 285, 306, 313, 321, 337, 346Câmara MVM 327Camargo BP 307Camargo EE 338Camargo RYA 302, 319, 323, 340Cambrea MFV 320, 322, 330Campos de Carvalho AC 286, 291Campos DHS 284Campos MAA 329Canalli MHBS 309, 315, 345Capp C 303Cardia MS 299Cardoso LC 297, 298Carpena MP 329Carvalho DP 283, 293, 294, 295, 297, 298,

299Carvalho GA de 327, 358Carvalho IAF 348Castelo MHCG 345Castiglioni MLV 313Castro-Barbosa T 289Cecato JF 344Cernea CR 316Cerri GG 360Cerutti JM 282, 289, 306Cervantes O 280

Chammas MC 308, 332, 356, 357, 359, 360

Chaves FR 302, 325, 347, 352, 354

Chiganer G 316, 328, 351

Chueire VB 325

Claro S 307

Coelho EF 343

Coelho SM 283, 293, 317

Conde SJ 284, 296, 307

Coral MHC 309, 315, 318, 345

Corbo R 310, 314, 317

Cordeiro A 286, 291

Correa MMG 349

Corrêa ND 312, 348, 362

Costa AG 345

Costa CC 290

Costa MC 296, 297

Costa MEWF 297

Costa OS 312, 351

Costa RM 314

Costenaro F 329

Crispim F 285

Cruz R 334

Cunha IW 300

Cunha M 344

Cunha ML 321

Cunha MPR 352, 354

D

da Cruz AD 304, 323da Silva AMA 306da Silva MJ 284, 287Dalalio, VD 311Damas TB 318Damas TB 345Damasceno B 344Danilovic DLS 332Danilovic DLS 335Danilovic DLS 359de Mello Filho FV 330DeGroot LJ 302Dellamea BS 329Derrico EN 315, 319, 340Di Giacomo THB 316Di Ninno FB 320, 322, 330Dias da Silva MR 292Dias EP 303, 339Dias FL 310, 314, 326, 327Dias MA 303, 310Diehl LA 326, 334, 346Dora JM 286, 359Dorsa KK 292

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Índice remissivo

S366

Duarte FHG 362Duarte GC 339Duque G 310

E

Echecury M 351Erika 320Etchebehere E 338

F

Fagundes ATS 290, 294Farias TP 310Faustino LC 292Felicio JS 309Fernandes MLPM 361Ferrari MTM 331, 335, 350Ferraz AR 316Ferraz CS 288, 301Ferreira ACF 294, 295, 298, 299Ferreira BP 333, 354Ferreira GF 291Ferreira MM 283Ferreira MS 361Ferreira RC 280, 317Ferreira SRG 342Figueira EJG 346Filho JG 300, 352Filho JSA 339Filho MAD 303Fiore APZP 288Fitipaldi R 310Fogliatto L 359Fonseca LG 350Fontenele EGP 345Fontes R 331, 334, 338, 321, 322Formiga MCC 325Fraige Filho F 320, 322, 330Franz RF 329Frascaroli AQ 315, 319, 340Freitas EF 326Freitas LCC 330Freitas ML 298Friguglietti CUM 287Furlanetto RP 285, 313, 337Fusco A 296Fuziwara CS 284, 287

G

Galan FC 308Galrao AL 340

Garcia GSG 337

Gasque KCS 287

Geraldo MV 287

Gerhard R 304, 308

Giannocco G 291

Gimeno SG 342

Ginabreda MGP 298, 299

Girao LS 313

Girao LS 328

Gomes CR 355

Gomes EMS 307

Gomes PM 330

Gonçales Junior FL 360

Gonçalves C 355

Gonçalves CFL 299

Gonçalves I 329

Gonçalves TD 350

Gonçalves Torres NN 309, 357

Gouveia CHA 290

Graf H 327, 336, 346, 358,361

Grazia YR 353

Gross JL 286

Guilhen ACT 305

Guilhen CAT 280, 305, 318, 344

Guilhen CT 285

H

Halpern A 332Hemerly JP 289Henriques J 283Hidal JT 285, 313, 321, 337Hirosawa RM 308Hofl ing DB 360Hohl A 318, 345Hojaij F 280

I

Ikejiri ES 285, 313, 321, 337Izzo C 310, 326, 334

JJacob RS 350Joíza 320Jorge BH 333, 354Jorge PT 361José 320Juliano AG 356, 357, 360Junior RF 309

K

Kasamatsu T 285, 313Kerbauy MN 346Kimura ET 282, 284, 287, 288Kiy Y 308

Knobel M 296, 297, 299, 301, 308, 319, 323, 332, 340, 348, 349, 356, 357, 359

Kochi C 300Kopp P 301Kowalski LP 300, 352Kowalsky ME 318, 345Kubo I 346Kulcsar MAV 287Kunii I 280

L

Lago ALC 310LaNuez MJBF, 312, 348, 362Latini FRM 282, 289Leandro MS 294Lee SS 311, 358Leie MA 359Leite D 341Leite JL 281, 285, 287Leite NJ 280Leone V 296Leopoldo AS 284, 296Lessa A 341Liberman B 350Liboni RDB 326Lima CSP 285Lima EU 299Lima MA 311Lima MCL 338Lima ML 313, 328Lima Neto N 348Lima RA 310, 314, 326, 327Lima TM 337Lima-Leopoldo AP 284, 296Lisboa PC 290, 294,355Longui C 300, 301Lorencetti RRG 316, 329Lourencço SV 316Luvizotto RAM 284, 296Luz HLM 329

M

Machado ACB 302, 347Machado AL 335Machado MD 353Machado UF 289Machado WE 286Maciel L 330, 347, 356Maciel RMB 285, 306, 313, 321, 342Magalhães JF 345Magalhaes PKR 330, 347, 356Magalhães RA 345Maia AL 286, 303, 320, 359

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Índice Remissivo

S367

Maia Filho PC 326Maia MDL 344Maineti MRM 343Maliska CM 327Malouf EZ 347Mamone MCOC 285, 315, 319, 321, 337,

340Marassi MP 295Marcello MA 305Marchetti R 313Marchisotti F 321, 322, 331, 338Marciao ITS 309Marco LAC 303Marinho, MA 311Marone MMS 288Marques B 338Marques BH 321, 322, 331, 334Marques EL 315, 319, 340Marques MEA 308Martins LRF 335Marui S 299, 308, 332, 355, 356, 357, 359Matos PS 280, 317, 325, 335Matsumura L 285, 313, 342Mattos LO 350Maues MR 309Mazeto GMFS 307, 308, 333Medeiros G 323, 296Medeiros PLO 327Medeiros-Neto G 297, 301, 302, 319, 340Mello LEB 325Melo MR 288, 300, 301Melo T 311, 317, 324, 358Mendes-Correa 299, 332, 359Menezes GF 302Mesa Jr CO 327Metze K 280Meurer L 303Mezalira PR 297Michels J 318,345Mimura LY 349Missaka RFBG 333Molinari AS 329Moloeznik L 316, 328, 351Monte O 300, 301Monteiro AC 292Monteiro CD 304Monteiro CD 323Monteiro MLR 349Montenegro FLM 308Montenegro RM 345Moraes DC 292Moraes FFC 283Morari EC 280, 285, 305, 318

Moritz APGC 318, 345Moura EG 290, 294, 355Moura JP 349Mrtinelli 344Muhlbauer M 295Mundim GP 339Murussi M 353

N

Nagai MA 304Nakabashi C 285, 313Nakabashi CCD 321, 337Namo Cury A 300, 301Nascimento AF 284, 296Nascimento AS 282Nasciutti LE 293Nebel E 316, 328, 351Neto GCC 288Neto JFN 295Netto B 359Neves S 340Nico MMS 316Nicolau W 349Nobrega HMM 317Nogueira CR 284, 296, 297, 307, 333Nogueira KC 350Nonaka KO 290Nonogaki S 304Novais PM 338Novelli JL 316, 328, 351Nunes MO 295Nunes MT 281, 289, 291

O

Ochiai CM 288Odawara AF 325Ohe M 280Okada LLS 329Okano OJ 347Oler G 282, 289, 306Olguin M 316, 328, 351Olimpio RMC 296Oliveira AC 308Oliveira BA 357Oliveira DA 309, 357Oliveira DCL 308Oliveira E 290, 294, 355Oliveira FP 343Oliveira KJ 295Oliveira LM 334Oliveira ML 326Oliveira MS 346Onuma SM 310, 334Ortiga-Carvalho TM 291, 292Osawa A 285

P

Padovani RP 288Paiva FP 325Palhares HC 354Pallone ATL 311, 350, 358Pardo V 301Parisi MCR 331Parolla DC 281Passos MCF 290, 294, 355Paula EC 323Pavan MHP 360Pavin EJ 331, 335, 338, 350, 360Pazos-Moura CC 286, 291, 295Penatti HC 333Penha-Pinto V 295Pereira AC 306Perez CLS 327, 358Perone D 296, 297, 307Perrout J 343, 343Peryassú BC 314Petros P 346Piedade GC 291Pimenta F 303Pinto JEM 350Pinto MLBV 312, 348, 362Pires RM 292Polikarpov I 282Pontes AAN 341Porto LB 345Possato RF 319Prando D 335Pugliese-Pires PN 308

Q

Quidute ARP 345Quilici MTV 313, 328Quiroga S 316, 328, 351

R

Radaeli RF 310, 326, 334Raimundo SG 287Ramos AMO 325Ramos CCF 325Ramos CCO 325Ramos CD 338Ramos HE 346Rangel LG 327Rebeschini AE 313, 328Reis AAS 304, 323Reis FAA 312, 348, 362Reis MA 313, 328Repetto G 353Reuters VS 283, 344

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Índice remissivo

S368

Rezende CAC 314Rezende E 282Ribeiro PF 333Ricarte-Filho JCM 282, 284, 288Riggins G 289Rio ALS 321, 337Rios AS 294Rocha A 341Rocha MN 300, 301Romaldini JH 287, 302, 325, 347, 352Romão R 360Rubio IGS 296, 297, 301, 302, 319, 340

S

Saddi VA 304, 323Saldanha FC 312, 348, 362Sales AO 325Salles JEN 300, 301Sampaio AC 285Sampaio AP 336Sampaio RATG 350Santisteban P 297Santomauro AT 320, 330Santos ABO 329Santos AO 338Santos CE 312, 351Santos GHP 313, 328Santos IC 314Santos MC 288Santos MV 292Santos RB 281, 287, 302, 325, 347, 352Santos RO 280Santos SRCL 329Santos SRX 361Santos-Silva AP 290, 294, 355Sapienza MT 356, 357Sarquis MS 303, 339Sato LM 354Scalissi NM 288, 300, 301Scharf M 322, 331, 338Schiavon Teles D 330Schiavoni Scandelai K 312Schrank Y 321, 322, 331, 334, 338Seidenberger K 302Seoane LA 323

Sepulcri RA 327Serrano-Nascimento C Sgarbi JA 342, 342Sibio MT 284, 296Silla L 359Silva ACM 295Silva BP 335, 350Silva DM 304Silva GM 350Silva JR 280, 318Silva Junior VL 312, 351Silva LC 354Silva NAO 283Silva SD 300Silvares MRC 333Simionato MC 346Siqueira AFA 342Siqueira DR 303Siqueira RL 312, 348, 362Siqueira SAC 349Soares 283Soares FA 304, 318Soares JRN 326Sousa RF 341Souza ECL 293Souza LL 295Souza MR 345Stabenow E 329Stanisck CMA 312, 348, 362Stella LC 320, 322, 330Stelle EANA 310, 334Stolf NAG 360

T

Tagliarini JV 308Takiya CM 293Tamanaha R 306Tambascia MA 350Tavares do Carmo MG 295Tavares Eduardo F 337Tavares EF 337Tavares MR 329Teixeira MAM 312, 351Teixeira PFS 283, 307, 344Teixeira SS 289

Tincani AJ 296, 305, 318, 324Tolloto GHV 332, 341Tomarchio MP 320, 322, 330Tomimori EK 302, 319, 323, 339, 340Toniolo JV 301Torres F 359Toscano UB 310, 314, 326, 327Toyama G 310, 326, 334Tristão JR 310, 326, 334

V

Vaisman M 283, 298, 307, 317, 343, 344Valente FOF 324Vanderlei FAB 280Varandas V 317Vassallo J 318Vencio S 322, 331, 338Vidal APA 283Vieira JGH 285, 280Vieira MIC 309, 315Viera AEF 313, 328Vigario A 336Vigario PS 344Villagelin D 325, 347

W

Wagner J 321Waitzberg AFL 287Wang CC 290Ward LS 280, 281, 285, 287, 302, 305,

314, 317, 318, 324, 325, 344Watanabe T 357Wesley SAG 327Wolff M 349Yamazaki CA 285, 313Yang JH 350

Z

Zakir JCO 350Zambrini H 299, 332Zampieri M 313Zanella AB 320Zantut-Wittmann DE 331, 335, 338, 350,

360