Energia de Biomassa - Energia Dos Tropicos

download Energia de Biomassa - Energia Dos Tropicos

of 109

Transcript of Energia de Biomassa - Energia Dos Tropicos

A Farsa do Petrleo

E o Colosso Tropical

Adormecido...

IntroduoMais da metade da matriz energtica brasileira depende de combustveis fsseis (petrleo e gs natural). Entretanto, 60% da energia eltrica produzida no pas proveniente de usinas hidreltricas, que so fontes renovveis de energia defendidas por muitos.

HidreltricasAlm dos desequilbrios dos ecossistemas, tem-se questionado a eficincia energtica das usinas hidreltricas. O governo FHC internacionalizou 80% das distribuidoras e 20% das geradoras. uma vez que as usinas hidreltricas no resolvem o problema dos combustveis lquidos. Precisamos repensar a matriz energtica brasileira.

O SOL

O Sol: Um imenso reator de fuso nuclearO Sol, nada mais que um gigantesco reator de fuso nuclear nossa disposio. Sua superfcie, a fotosfera, atinge uma temperatura de 5000oC e o seu ncleo atinge 15 milhes de graus.Quatro H se aglomeram para formar um nico ncleo de He. Na fuso, um pouco de massa perdida e uma quantidade descomunal de energia liberada, espalhando-se por todo o universo. Dessa quantidade, um filete extremamente reduzido alcana a Terra.

O SOLTodas as formas energticas utilizadas pelo homem, com apenas trs excees, vm do Sol. As excees so a energia das mars, que vem do campo gravitacional Terra-Lua, a energia geotrmica e as duas formas nucleares, que so a fisso e a fuso nuclear.

Petrleo

A Energia do Passado

PetrleoO petrleo consiste de uma complexa mistura de hidrocarbonetos (H-C) que devem ser refinados antes de serem usados. Acredita-se que o petrleo foi formado h mais de 600 milhes de anos As potncias hegemnicas s puderam se desenvolver graas utilizao dos combustveis fsseis sujos e finitos (carvo e posteriormente, petrleo) E devido explorao das riquezas e do povo do mundo tropical.

A Explorao do Mundo TropicalO ouro brasileiro financiou a revoluo industrial. A escravido e a tortura do povo da frica gerou a acumulao de capital na Europa. A colonizao do terceiro mundo a riqueza da Europa.

Africanos recebem europeus pacificamente

QUANTOS MILHARES DE MORTOS ? ? QUANTOS FORAM JOGADOS AO MAR? QUANTOS MORRERAM EM PORES, SENZALAS, TRONCOS,ETC ? ? ?

Indstria Petroqumica

Plsticos

PetrleoOs EUA tm petrleo no seu territrio para mais 4 anos. O Japo que a maior potncia tecnolgica do planeta e no tem uma gota de petrleo. Absolutamente todos os produtos (minrios, alimentos, medicamentos, agrotxicos, fertilizantes, etc.) dependem direta ou indiretamente do petrleo. A energia um elemento absolutamente fundamental e estratgico.

O Poder hegemnico se baseia no PetrleoTransnacionais do Petrleo:

As Reservas de Petrleo no duram mais que 50 anos

O Colapso Energtico

O Colapso EnergticoPreo do barril do petrleo cru no mercado estadunidense - 04/01/2000 a 30/08/2005 (Light)80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00

AFCRBONL Comdty Px Last

O Colapso Energtico

Petrleo

O Colapso Ambiental

O Colapso AmbientalO efeito estufa um fenmeno natural que resulta da absoro de energia pela H2O e pelo CO2 A partir do chamado desenvolvimento industrial, os pases hegemnicos passaram a queimar freneticamente carvo mineral e petrleo lanando na atmosfera o CO2 acumulado no subsolo durante milnios.

O Colapso AmbientalDe acordo com modelos matemticos, dobrando a quantidade de CO2 na atmosfera, a regio tropical ter um aumento de 1oC a 2oC, mas na regio polar a temperatura pode subir de 5oC a 7oC Devemos lembrar que a antrtida um pedao de gelo apoiada em terra firme. Imagine o que aconteceria se uma camada de gelo de 1,5 Km de espessura, em cima da amrica do sul, derretesse. Isso suficiente para elevar o nvel dos oceanos em 130 metros.

O efeito estufa

De que auto-suficincia estamos falando?Mais da metade do capital da petrobrs privado, ou seja, estrangeiro. As reservas de petrleo no Brasil no duram mais do que 20 anos. Os ritmos atuais de explorao no se mantero. Haver sempre a necessidade de novas descobertas, vasculhando as entranhas da terra em busca do ouro negro. O Brasil no petro, o Brasil Bio.

O Poder dos Trpicos

O Poder dos TrpicosA quantidade de energia solar que incide sobre o nosso territrio por dia equivale energia, trabalhando 24 horas, de 340.000 Itaipus. A quantidade de energia solar que cai por dia sobre a Terra (concentrada nos trpicos) equivale a energia de todas as reservas de petrleo descobertas em todos os tempos, inclusive as apenas inferidas.

Como aproveitar tanta energia?Placas fotovoltaicas? Apesar do alto custo, uma boa opo afinal o Brasil o maior produtor mundial de quartzo, do qual se extrai o silcio, matria prima estratgica da indstria eletrnica e essencial para a composio das placas fotovoltaicas.

Fotossntese

FotossnteseA fotossntese o processo em que as plantas captam parte da energia solar e atravs de reaes enzimticas complexas transformam H2O e CO2 em molculas mais energticas, os carboidratos. A energia proveniente da biomassa nada mais do que uma utilizao indireta da energia solar atravs da fotossntese. Trata-se portanto, de tirar vantagem de um processo natural de transferncia de energia.

Aproveitamento Energtico de Biomassa : A descentralizao energtica

leos Vegetais

leos VegetaisOs leos vegetais so provenientes de triglicerdeos do endosperma de sementes de plantas oleaginosas. Estas plantas, por terem sua fisiologia adaptada altas radiaes solares s podem crescer nos trpicos. So utilizados pelos povos ancestrais h milnios, como fonte medicinal e alimentcia.

leos VegetaisRudolph Diesel desenvolveu o motor Diesel em 1895 com a inteno de que o motor rodasse com uma grande variedade de leos vegetais. Diesel mostrou sua inveno na mostra mundial em Paris, em 1900, usando leo de amendoim como combustvel.

leos VegetaisEm 1911 ele disse: "o motor Diesel pode ser alimentado com leo vegetal e ajudar consideravelmente o desenvolvimento da agricultura dos paises que podem produzir. Aps a morte de Rudolf Diesel, o motor por ele desenvolvido foi reinventado pela industria do petrleo que o redesenhou para um leo sujo, grosso e cancergeno, mais barato que os outros combustveis, e o denominou leo Diesel". Com o tempo, todos se esqueceram dos leos vegetais como uma fonte de combustvel.

O BiodieselBiodiesel o nome dado aos combustveis e aditivos derivados de plantas oleaginosas, principalmente de palmeiras. Biodiesel = steres de cidos graxos etlicos ou metlicos. O leo vegetal bruto extrado das plantas passa por um processo de transesterificao ou craqueamento trmico para que possa ser utilizado nos motores originalmente projetados para o diesel de petrleo.TransesterificaoTriglicerdeo + lcool

Craqueamento (pirlise)Consiste na converso de uma substncia em outra utilizando o calor. UnB-LMC em parceria com a EMBRAPA desenvolveu uma unidade de craqueamento trmico para obteno do biodiesel.

steres + Glicerol

O lcool pode ser (Etanol) = limpo e estrategicamente brasileiro ou o (Metanol) = veneno ( preferido pois possui menor peso molecular e uma maior reatividade. Cientistas brasileiros trabalham para viabilizar o uso do Etanol.)

Unidade de craqueamento de leos vegetais (UnB-Embrapa)

Transesterificao

Plantas Oleaginosas: A Salvao do povo Tropical

Pinho manso Jatropha curcas(Euphorbiaceae)

Cutieira Joannesia princeps(Euphorbiaceae)

Pequi Caryocar brasiliense(Caryocaraceae)

Baru Dipteryx alata (Leguminosae)

Baru Dipteryx alata (Leguminosae)

Tingui Magonia pubescens(Sapindaceae)

Castanha-do-par - Bertholettia excelsa(Lecythicidaceae)

Castanha-do-par - Bertholettia excelsa(Lecythicidaceae)

Mamona Ricinus communis(Euphorbiaceae)

Soja Glycine max (Leguminosae)A soja uma planta originria da China que cultivada pelo homem h mais de 5000 anos. uma das leguminosas de maior valor nutricional e protico. A soja no tem culpa de nada, mas os grandes monocultores tm destrudo a savana mais rica do mundo resultando em vastos desertos verdes. A soja tem sido, ao lado da mamona, a planta oleaginosa mais cotada para o biodiesel no discurso unilateral da hipermonocultura mecanizada e quimificada.

Girassol Helianthus annus (Compositae)

Teor de leo, produtividade e produo de leo de algumas plantas oleaginosas

Palmeiras Arecaceae (Palmae)So representadas por cerca de 2600 espcies reunidas em mais de 240 gneros. Alguns cientistas acreditam que esses nmeros sejam maiores. A maior ocorrncia de gneros e espcies se encontra nas regies tropicais da sia, Indonsia, Ilhas do Pacfico e Amricas. O continente africano no possui muitas espcies de palmeiras, contudo Madagascar conta com um grande nmero de espcies. EUA possui cerca de 14 espcies de palmeiras nativas. A Europa possui uma nica espcie nativa. O Brasil possui cerca de 210 espcies nativas.

Dend - Elaeis guineensisNativa da frica Central e Tropical na floresta mida. Os escravos a trouxeram ao Brasil no sculo XVII. Espcie largamente difundida no pas, principalmente na regio norte e no sul da Bahia. O dendezeiro possui a maior produtividade de leo por unidade de rea: ele rende 4500 litros de leo por hectare, enquanto o mximo de leo vegetal extrado da soja, girassol, amendoim, etc, fica abaixo de 1000 litros por hectare. S com o leo de dend pode-se produzir leo diesel em uma quantidade de oito milhes de barris por dia. Ora, oito milhes de barris por dia a produo atual da Arbia Saudita, a maior reserva de petrleo. Espcie de rpido crescimento

Dend - Elaeis guineensis

Babau -Orbignya phalerataBabau o nome popular dado a essa palmeira fantstica que nativa das regies norte, nordeste e centro-oeste do Brasil. Apresenta ampla distribuio tambm na Bolvia, Guianas e Suriname. Compe extensas florestas, ocupando reas onde a floresta primria foi desmatada. Ocorre em uma zona de transio entre as florestas midas da bacia amaznica e as terras semi-ridas do Nordeste brasileiro. Os frutos chegam a pesar 0,5kg cada. H 17 milhes de hectares de babau no Maranho.

Babau -Orbignya phalerata

Babau -Orbignya phalerata

Babau -Orbignya phalerata

Macaba Acrocomia aculeata

Macaba Acrocomia aculeata

Macaba Acrocomia aculeata

Buriti Mauritia flexuosa

Buriti Mauritia flexuosa

Buriti Mauritia flexuosa

Coqueiro Cocos nucifera

Coqueiro Cocos nucifera

Pupunha Bactris gasipaes

Acuri Scheelea phalerata

Guariroba Syagrus oleraceae

Ciclo elementar do Carbono: Os combustveis renovveis no poluem

Mercado de carbono uma maneira de legitimar a poluio do primeiro mundo. como se uma empresa jogasse um produto txico na nascente de um rio, e pagasse para outra empresa recolher o resduo mais adiante no rio.

Comparao entre o Biodiesel e o Diesel de petrleo

Biodiesel: Combustvel ecolgico ou commodity das Transnacionais?As transnacionais tm o controle total do processamento de todos os gros no Brasil. Para produzir farinha? No. Para produzir rao para gado? Tampouco. Para produzir biodiesel. Tm o domnio de um mercado altamente estratgico de bilhes de dlares. (PINHEIRO, 2005)

Biodiesel: Combustvel Ecolgico ou Destruidor de Florestas?

Biodiesel: Combustvel Ecolgico ou Destruidor de Florestas?

Hipermonocultura agrcola: O potencial da floresta subjugado

Hipermonocultura agrcola: O potencial da floresta subjugadoS se fala em produo agrcola, sem saber o que isso significa. A hipermonocultura mecanizada e quimificada a causa direta da destruio da vida dos povos e da aniquilao da biodiversidade. o mais ineficiente que se possa imaginar em termos de uso dos recursos e de energia. Altamente consumidora de energia, para cada caloria produzida, consome-se uma caloria. No h ganho energtico porque no se respeita as leis fsicas, qumicas e biolgicas dos ecossistemas.

Hipermonocultura agrcola: O potencial da floresta subjugadoEntretanto, a agroindstria obtm lucros fabulosos s custas de graves prejuzos ecolgicos, sociais e humanos.Estes custos no so internalizados no preo dos produtos. Estamos desperdiando um potencial nico no planeta, com mais de 100 espcies na amaznia produzindo incessantemente espalhadas por cerca de 5 milhes de quilmetros quadrados.

Mas ento, qual a soluo para produzir energia sem destruir ecossistemas?

A Agricultura Ecolgica

A Agricultura Ecolgica

A Agricultura Ecolgica

A Agricultura Ecolgica

A Agricultura Ecolgica

O Extrativismo florestal Racional

Quebradeiras de coco Babau

A Destruio dos Babauais

Brasil

Brasil

Brasil

Brasil

Brasil

Brasil

Brasil

Brasil

ConclusesParece que ningum se d conta de que o petrleo acaba em 30 anos. Isso segredo? Estamos esperando por um milagre? Por que ningum reage?

Concluses

O Brasil o nico pas do mundo que tem a capacidade de resolver os dois maiores colapsos da humanidade: o ambiental e o energtico. O Brasil a Arbia Saudita do Sculo XXI. (VIDAL, 2005)

ConclusesS que este patrimnio est entregue de maneira escandalosa a estas corporaes transnacionais. A poltica de Biodiesel do Governo Brasileiro est fadada ao fracasso, uma vez que no se fundamenta na agroecologia familiar, no extrativismo racional e na diversidade gentica. uma poltica que s beneficia as Grandes Corporaes Transnacionais e os grandes latifundirios de terra.

ConclusesNosso pas est condenado a ser a maior potncia energtica do planeta. Cabe a ns, decidir se este patrimnio vai estar nas mos do povo Brasileiro ou dos Latifundirios de Terra e das Grandes Corporaes Transnacionais.

ou

ConclusesJornal Times (Londres, Inglaterra): O Brasileiro ou tem de trabalhar por suas mos ou ento larga a rica herana que incompetente para administrar...... A civilizao no poder consentir que to ricos solos, como os Estados do Sul da Amrica, permaneam estreis e inteis e que, se os possuidores atuais so incapazes de os fazer valer e produzir devero entregar a mos mais fortes e mais hbeis. Ser que esta afirmao vai ficar assim, sem resposta?

ConclusesEssa Terra Brasileira pertence a ns, Brasileiros, um povo que a voz jamais se calar, por ser a voz de um povo que quer existir. (Severo Gomes)

Referncias BibliogrficasACIOLI, J.L. Fontes de Energia. Braslia, Editora Universidade de Braslia, 1994.ALTIERI, M., Agroecologia A Dinmica produtiva da agricultura sustentvel. Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alergre, 2001. CALDAS e SOUZA Avaliao de risco crnico da ingesto de resduos de pesticidas na dieta brasileira. Revista Sade Pblica, So Paulo, 2000 FERRARI, A. Agrotxicos: a praga da dominao. Editora Mercado Aberto. Porto Alegre, 1985. FILHO e SILVA et al Concentraes sanguneas de metais pesados e praguicidas organoclorados em crianas de 1 a 10 anos. Revista Sade Pblica, So Paulo, 1993 FOTOS de BARU, CCO e CASTANHEIRA: SILVA, Silvestre. Frutas no Brasil. So Paulo Editora Nobel, 2001. GARCIA e BUSSACOS et al Impacto da legislao no registro de agrotxicos de maior toxicidade no Brasil. Revista Sade Pblica, So Paulo, 2005 KUCINSKI e LEDOGAR Fome de Lucros. Editora brasiliense. So Paulo, 1977 LEHNINGER Princpios de Bioqumica. Terceira Edio. So Paulo. Sarvier, 2002.

MELLO, M.G., Biomassa: Energia dos Trpicos em Minas Gerais. Belo Horizonte LabMdia/FAFICH,2001. PAIVA, R.F. A Substituio do Petrleo por Biomassa: Uma contribuio anlise econmica do Problema Energtica Brasileiro. Tese de Mestrado apresentada na Universidade de Braslia em 28 de outubro de 1981.PINHEIRO, S., A Agricultura Ecolgica e a Mfia dos Agrotxicos no Brasil. Porto Alegre, 1993 PINHEIRO, S., A Mfia dos Alimentos no Brasil. 2005. Apoio: Fndao Juquira Candiru, Rede de Agroecologia Ecovida, Associao Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal, FEAB UNE e REL UITA. SHIVA, V. Monoculturas da Mente. Editora Gaia. So Paulo, 2003. SHIVA, V. The Violence of the Green Revolution. Third World Network and Zed Books. 1991. VIDAL, J.W.B., De estado Servil a Nao Soberana. Editora Vozes. Petrpolis, 1988. VIDAL, J.W.B., Soberania e Dignidade: Razes da Sobrevivncia.

Entrevista com Jos Walter Bautista Vidal O Biodiesel e o Brasil - 11 de abril de 2005 Revista EcoTerra Brasil Melissa Crocetti Simpsio Nacional sobre fontes Novas e Renovveis de Energia I Sinerge Anais Volume I. Braslia 1988; Ministrio das Minas e Energia. Problemas de Energia no Brasil. IPEAC Instituto de Pesquisas , Estudos e Assessoria do Congresso, Braslia 1976. Cana-de-acar http://geocities.yahoo.com.br/atine50/cana/cana.htm Vestibular 2003 PUCSP http://www.vestibular.pucsp.br/2003/provaaberta1.pdf Bagao da cana pode ser fonte eltrica do futuro http://www.cosmo.com.br/especial/cosmo_especial/2003/02/23/materia_esp_51477.shtm Biodiesel de Dend http://www.aboissa.com.br/palma/palma2.htm