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  • 7/31/2019 Energia Fotovoltaica Artigo

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    Energia Solar Fotovoltaica

    Alternativa para a Malha Energtica Brasileira

    A gerao de energia solar fotovoltaica sem duvida uma das alternativas de grande

    potencial na composio da malha de distribuio de energia de qualquer pas. Esta j

    uma realidade em alguns pases da Europa, sendo os exemplos mais importantes os

    da Alemanha e Espanha que so responsveis pela maior parte da potencia instalada

    no mundo e os principais incentivadores deste tipo de gerao de energia. A

    experincia acumulada por eles, tanto nas questes tcnicas quanto nas econmicas,

    capaz de hoje alavancar negcios mundialmente na ordem de bilhes de dlares.

    So pases com forte conscincia ambiental que mesmo sendo a gerao de energia de

    suas matrizes feitas em sua maioria por combustvel fosseis, possuem tecnologia e

    disposio para investir em inovaes e pesquisas tecnolgicas que tenham potencial

    para serem amplamente utilizadas futuramente.

    O Brasil tem uma excelente potencial para a gerao deste tipo de energia dados aos

    seus altos nveis de radiao solar que chega a ser, em seu pior local, 40% superior ao

    melhor local na Alemanha.

    Apesar de o governo realizar esforos para incluir novas energias renovveis em seu

    processo de diversificao da matriz eltrica, a utilizao deste tipo de energia ainda bastante tmida, resumindo-se em utilizao para atendimento de sistemas isolados de

    programas federais como Luz para Todos, alguns projetos de pesquisa e

    desenvolvimento e as prprias concessionarias, que demonstram interesse na

    utilizao deste tipo de gerao de energia, j que um dos principais argumentos a

    favor dela que sua produo feita no local ou a cerca do local de consumo,

    reduzindo em muito os custos com a distribuio.

    Alguns estudos apontam que, sem um grande investimento em pesquisa tecnolgica e

    desenvolvimento industrial a curto prazo , o Brasil no ser capaz de desenvolver um

    parque industrial competitivo internacionalmente garantindo um espao estratgico

    importante. Esforos atualmente so realizados pelo governo para que se viabilizem

    condies necessrias ao desenvolvimento desta indstria.

    Internamente, os custos de compra e instalao ainda oneram a composio de preos

    que sejam competitivos com os das concessionarias. Os mdulos ainda so em sua

    maioria importados e a sua fabricao pela indstria nacional ainda espera viabilidade

    econmica para a produo do silcio o qual hoje exportado na sua forma impura e

    importado em sua alta pureza, por um preo 30 vezes mais caro, mesmo sendo o Brasil

    possuidor de uma das mais importantes reservas mundiais de quartzo.

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    A instalao de uma fabrica de silcio grau solar custaria atualmente U$ 250 milhes,

    segundo a ABDI (Agencia Brasileira de Desenvolvimento Industrial). Tal investimento,

    alm de gerar milhares de empregos diretos e indiretos, no s atenderia as

    necessidades da indstria fotovoltaica mas tambm a de semicondutores utilizados

    amplamente na microeletrnica.

    A produo do silcio em sua forma mais pura tambm encontra aqui, questes

    ambientais, por ser seu processo fabricao regido por regras bastante rgidas. Tudo

    isso leva a crer que, por enquanto, uma das sadas para reduo imediata dos custos

    seria a iseno dos impostos de importao.

    Mas somente a reduo de custos de compra e instalao no suficiente para que

    este mercado se forme. Esperar a criao de uma demanda to somente a partir do

    aumento da procura que venha a justificar os investimentos no setor poder resultar

    em um grande atraso no desenvolvimento da implantao deste novo mercado.

    Pesquisas da Unicamp mostram que a energia solar fotovoltaica a forma de produo

    de energia que mais cresce no mundo. Desde 2004 a curva do ndice de expanso

    desta atividade ultrapassa aos extraordinrios 50%. Os pesquisadores dizem que

    chegar a este ndice somente foi possvel devido integrao dos sistemas

    fotovoltaicos a rede das concessionarias, vide o modelo adotado pelos alemes.

    H, portanto, a tendncia de que, com o avano da tecnologia aliados aos ganhos de

    escala e principalmente a possibilidade de conexo a rede, se possa reduzir o preo da

    tarifa a tal ponto que se equipare com os da concessionaria, viabilizando a aquisiopelos consumidores finais, de um sistema fotovoltaico para utilizao em edificaes

    urbanas.

    A conexo com a rede traz de imediato uma drstica reduo nos custos de instalao

    em reas urbanas j que no ser necessria a utilizao de um banco de baterias

    neste processo.

    Depois de muito se discutir, em Abril deste ano foi publicada pela ANAEEL uma nova

    resoluo normativa que visa facilitar a conexo rede de distribuio de mini e micro

    usinas de gerao eltrica a partir de fontes renovveis, alm de propor a criao de

    um sistema de compensao de energia conhecida como net metering, ou seja, o

    consumidor que possuir uma pequena usina, poder gerar crditos junto a

    concessionaria pela gerao de energia excedente no consumida justamente

    utilizando-se do modelo alemo que devera provavelmente ser adaptado as nossas

    realidades tcnicas e financeiras.

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    Isto sim um grande avano que, segundo a pesquisa citada acima, criar um mercado

    consumidor, atraindo investimentos para o estabelecimento de indstrias de clulas

    solares e mdulos voltaicos bem como a produo do silcio em seu grau solar,

    possibilitando estabelecer, a longo prazo, um setor voltaico nacional sustentvel e

    competitivo.

    Sendo uma indstria relativamente nova que apresenta muitas oportunidades de

    aprimoramento, desde o processo de manufatura da matria-prima at a fabricao

    dos componentes , passando inevitavelmente pelo processo de captao de recursos

    humanos com a formao de profissionais qualificados ,desenvolver toda uma cadeia

    produtiva de alta tecnologia que inclui no s a indstria do silcio,wafer, clulas e

    mdulos fotovoltaicos mas tambm a de equipamentos auxiliares como inversores e

    controladores de carga, alm de todo um conjunto de equipamentos e insumos.

    Portanto, apesar de ser um assunto que ainda se encontra sob discusso em relao a

    definio de politicas publicas de incentivo e de uma forma geral, observada por todos

    os atores interessados, acredito estarmos diante de acontecimentos que iro mudar

    definitivamente, a longo prazo, a forma com que o pais utiliza suas potencialidades

    naturais para gerao de energia, especialmente em relao a inclusao da energia

    solar fotovoltaica na malha energtica brasileira, abrindo, a mdio prazo, um novo e

    promissor mercado que ira movimentar toda uma cadeia produtiva alm de ajudar a

    consolidar a ideia da utilizao de recursos alternativos sustentaveis que no agridam

    o meio ambiente, aumentando a qualidade de vida de geraes futuras.

    Luiz Ricardo Digenio