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EnErgia: visõEs para o futuro do sEtor Por Manuel Fernandes | Guillermo Quintero | Marcos Sawaya Jank | José Virgílio Lopes Enei | rafael Jaen Williamson Revista da CâmaRa de ComéRCio ameRiCana paRa o BRasil desde 1921 nº276 jul/ago 2012 Entrevistas o presidente da BG Brasil, nelson Silva, e os investimentos e planos para o País Dennis Hearne: a despedida do cônsul-geral dos Estados Unidos no rio Especial Porto do rio - Séc. 21: Um novo ciclo econômico dá fôlego ao potencial logístico Sala de visualização em 3D, no Cenpes/Petrobras

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EnErgia: visõEs para o futuro do sEtorPorManuel Fernandes | Guillermo Quintero | Marcos Sawaya Jank | José Virgílio Lopes Enei | rafael Jaen Williamson

Revista da CâmaRa de ComéRCio ameRiCana paRa o BRasildesde 1921 nº276 jul/ago 2012

Entrevistas

o presidente da BG Brasil, nelson Silva, e os investimentos e planos para o País

Dennis Hearne: a despedida do cônsul-geral dos Estados Unidos no rio

Especial Porto do rio - Séc. 21: Um novo ciclo econômico dá fôlego ao potencial logístico

Sala de visualização em 3D, no Cenpes/Petrobras

bb.indd 1 16/08/2012 12:47:57

Passados os Jogos Olímpicos de Londres, todas as atenções se voltam agora para o Brasil e, mais particularmente, para o Rio de Janeiro. As expectativas com relação à realização da Copa em 2014 e, mais ainda,

com a Olimpíada em 2016 irão aumentar ainda mais a nossa exposição ao noticiário mundial.

Os desafios são grandes, e boa parte deles já vem sendo atacada com as obras de infraestrutura em curso, mas o caminho ainda é longo e o tempo cada vez mais curto.

Nesse contexto, algumas ações importantes são objeto de atenção dos nos-sos governantes e da iniciativa privada, visando não só preparar a cidade e o País para os grandes eventos, mas, principalmente, garantindo que as trans-formações em curso se reflitam verdadeiramente em melhorias na qualidade de vida e beneficiem toda a população. Trata-se do tão esperado legado.

Nesta edição procuramos avançar na discussão de alguns dos temas que mais podem ajudar nessa transformação sob o ângulo da infraestrutura.

Um desses temas é a questão da nossa matriz energética, uma das mais diversificadas do mundo, mas que ainda hoje se beneficia menos do que po-deria em função da sua diversidade.

Buscamos trazer nesta edição matérias e artigos sobre o tema, enfatizando esse potencial a explorar e cobrindo não só a indústria de óleo e gás como de outras fontes energéticas.

O tema da infraestrutura portuária também é tratado nesta edição, em um artigo especial, voltado para as propostas de modernização e ampliação do Porto do Rio de Janeiro, para o qual já estão aprovados diversos projetos, que são detalhados no texto fartamente ilustrado.

Em função dos grandes eventos e da tendência de crescimento do comér-cio exterior fluminense, teremos importações cada vez mais expressivas de equipamentos e componentes, acarretando um crescimento da movimenta-ção de cargas conteinerizadas. Qualquer atraso nos cronogramas originais pode acarretar a perda de um market share arduamente conquistado pelos operadores locais, detentores das concessões licitadas e que já efetuaram transformações organizacionais significativas.

Temos menos de dois anos até o início da Copa de 2014 e estamos a qua-tro anos da Olimpíada. Ao mesmo tempo que enormes oportunidades se abrem, também os desafios são da mesma dimensão e precisam ser supera-dos com muita competência. Queremos contribuir para que o País e o Rio de Janeiro possam projetar uma imagem positiva sobre a nossa capacidade de criação e realização.

Esperamos que o setor público e a iniciativa privada assumam essa tarefa de mãos dadas.

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Conselho editorial Helio Blak

Henrique Rzezinski João César Lima

Omar Carneiro da Cunha Rafael Sampaio da Motta Roberto Castello Branco

Robson Barreto

Editora-chefe e jornalista responsável Andréa Blum (MTB 031188RJ) [email protected]

Colaboraram nesta edição: Fábio Matxado (edição de arte), Luciana Areas

(fotos), Luciana Maria Sanches (revisão), Giselle Saporito e Sol Mendonça (textos)

FOTO dA CApA: AGênCiA peTROBRAS

Canal do lEitor [email protected]

Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando,

necessariamente, a opinião dos editores e a da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro

Publicidade Liliane dippolito

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A tiragem desta edição, de 8 mil exemplares, é comprovada por ernst & Young Terco

impressão: Walprint

Uma publicação da Câmara de Comércio americana do rio de Janeiro

praça pio X, 15, 5º andar

20040-020 Rio de Janeiro RJ Tel.: (21) 3213-9200 Fax: (21) 3213-9201

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editorial

From the USa EducationUSA: esta será a maior missão educacional já enviada pelos EUA ao Brasil – e pela primeira vez liderada por um subsecretário do Departamento de Comércio

Em Foco Notícias sobre os acontecimentos recentes e a agenda de eventos e cursos da Amcham Rio

EntrevistaO presidente da BG Brasil, Nelson Silva, fala sobre os investimentos e planos de negócios no País

radarCarinho e atenção ao cliente: é o que recomenda às empresas o CEO da Case Benefícios e Seguros, Rafael Sampaio da Motta

EntrevistaAs memórias e os feitos do cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio, Dennis Hearne, que se despede do posto, mas não do seu “país do coração”

Ponto de VistaA habilidade de desenvolver competência e a sobrevivência das empresas, no artigo da senior consultant da KornFerry International Mariana Abbud

Ponto de VistaA diretora da ID Projetos Educacionais e doutora em educação pela PUC-Rio, Andrea Ramal, mostra como o caso da Volkswagen desenvolve líderes e consolida a alta performance

Ponto de VistaAs novas exigências de prestação de contas do Siscoserv referente ao comércio exterior, por Marluci Azevedo Rodrigues, sócia do escritório de contabilidade Domínio Assessores

Porto do rio – Séc. 21O novo projeto de reformulação do Porto do Rio e o potencial do corredor logístico de cargas, na visão do presidente do Conselho de Administração da Multiterminais, Richard Klien

Especial – Energia: desafios e promessas da matriz energética brasileira

Ponto de Vista O diretor-executivo da Amcham Espírito Santo, Clóvis Abreu Vieira, traça um panorama econômico das perspectivas para o Brasil

amcham news8º Prêmio Brasil Ambiental e os eventos realizados pela Amcham Rio

artigos relacionados

34 Conteúdo local impulsiona P&D em óleo e gás no Brasil, por Manuel Fernandes, sócio-líder da área de Óleo e Gás da KPMG no Brasil e chairperson do Comitê de Energia da Amcham Rio

36 Os biocombustíveis, a Rio+40 e os carros “verdes”, por Marcos Sawaya Jank, especialista em agronegócio e agroenergia, ex-presidente da União da Indústria de Cana-de-açúcar

38 Em busca dos mercados globais para o etanol, por José Virgílio lopes Enei, sócio do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados

40 Entrevista, com Guillermo Quintero, presidente da BP no Brasil

42 A guerra por talentos, por rafael Jaen Williamson, diretor de Assuntos Corporativos da Chevron Brasil Petróleo

Henrique rzezinski, PRESIDEntE DA CâMARA

DE COMéRCIO AMERICAnA DO RIO DE JAnEIRO

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Brazil Energy & Power 10 debateu em Houston, no Texas, Estados Unidos, o setor de energia

No dia 13 de agosto, representantes do setor público e privado do Brasil e dos Estados Unidos estiveram reunidos na décima

edição da conferência internacional Brazil Energy and Power (BEP), em Houston, no Texas (EUA). O encontro é realizado anualmente pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio) em parceria com a Brazil-Texas Chamber of Commerce (Bra-tecc) e, este ano, com o apoio do Brazil-U.S. Business Council.

A superintendente de Promoção de Licitações da Agência Na-cional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Claudia Rabelo, o coordenador do Comitê de Relações Externas da Comis-são para Assuntos de Regulatórios de Energia e Petróleo do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Flavio Ofugi Rodrigues, e o diretor-presidente da Cameron do Brasil, Juan Carlos Arango, integraram o primeiro painel do dia, com o debate O Mar-co Regulatório do Setor de Petróleo e Gás no Brasil, Investimentos e Desafios Logísticos, moderado pela diretora de Comunicação da BG Brasil, Maria Luiza Soares.

Em seguida, sob o tema Eficiência Energética: Criando um Mundo Sustentável Através do Uso Inteligente da Energia Elétrica, falaram o gerente do Departamento de Projetos de Eficiência Ener-gética da Eletrobras/Procel, Fernando Pinto Dias Perrone, o vice-presidente da CenterPoint Energy (Houston), Kenneth Mercado, e o representante da Mitsubishi International Corporation, Makoto Fujiwara. A moderação do painel foi do presidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinski.

Os atuais destaques na indústria de energia foram foco do ter-ceiro e último painel da conferência, com destaque para a palestra do capitão Ed Stanton, da EVP, O’Brien’s Response, sobre as con-sequências em Macondo, e do sócio da KPMG Steve Estes, sobre o gás de xisto ou shale gas. O objetivo da conferência é identificar as oportunidades e os desafios do setor no Brasil, fomentando trocas de experiências e possibilidades de negócios entre os dois países.

Em foco

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O diretor-presidente da Cameron do Brasil, Juan Carlos Arango; a superintendente de Promoção de Licitações da ANP, Claudia Rabelo; a diretora de Comunicação da BG Brasil, Maria Luiza Soares; e o coordenador do Comitê de Relações Externas da Comissão para Assuntos de Regulatórios de Energia e Petróleo do IBP, Flavio Ofugi Rodrigues

O gerente do Departamento de Projetos de Eficiência Energética da Eletrobras/Procel, Fernando Pinto Dias Perrone; o presidente da Bratecc, Orlando Azevedo; o diretor-executivo da Bratecc, Ricardo Peduzzi; o representante da Mitsubishi International Corporation Makoto Fujiwara e o presidente da Amcham Rio, Henrique Rzezinski

O vice-presidente da CenterPoint

Energy (Houston), Kenneth Mercado

O sócio da KPMG Steve Estes

O capitão Ed Stanton, da EVP, O’Brien’s Response

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A Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio) retoma, no mês de agosto, o Amcham Rio Pro-fessional Development, projeto de es-pecialização e reciclagem profissional voltado para associados e não associa-dos. Com uma grade de cursos cuida-dosamente selecionada, a proposta é oferecer treinamentos de alta qualidade direcionados ao nível gerencial e execu-tivo, sempre alinhados com as necessi-dades do mercado. Os diversos temas serão ministrados por professores de alto nível, utilizando metodologias diver-sificadas, atuais e apoio tecnológico que garantem dinamismo e alta performan-ce em sala de aula. Há descontos para grupos entre 10% e 20%, a depender do número de participantes. Os cursos vão acontecer na sede da Amcham Rio, na Praça Pio X, 15, 5º andar, Centro. Mais informações com Carla Careys: (21) 3213-9203 e [email protected]. Confira a programação já confir-mada na agenda.

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agEnda 2012 amcham Rio

SETEmBRo

4/9 Seminário Marketing Jurídico: Desafios e Oportunidades

12/9 Seminário Anticorrupção

13/9 Curso A Liderança do Gestor Financeiro, com Sérgio Carvalho

12 e 13/9 Evento PI nos Esportes

17 a 20/9 Rio Oil & Gas Expo

25/9 Curso Infrações e Penalidades Aduaneiras, com Gláucio Bastos

oUTUBRo

2/10 Curso Gestão da Inteligência Competitiva, com Elisabeth Gomes

5/10 Café da Manhã Gestão do Risco Aduaneiro

18/10 Curso Blindagem de Lucros, com Sérgio Carvalho

19/10 Seminário Portos do Rio: Desafios e Perspectivas

27 e 28/10 Curso Matemática Avançada para Finanças, com Sérgio Carvalho

on THE RoadO Centro Latino-americano de Trei-

namento e Assessoria Audiovisual, pre-sidido por Steve Solot, organizou um evento de despedida ao cônsul-geral dos EUA no Rio, Dennis Hearne, com a pré-estreia do filme On the Road, sobre a obra de Jack Kerouac, em parceria com a Amcham Rio, BG Brasil e Case Benefícios e Seguros, em 9 de julho, no Espaço Itaú de Cinema.

café de novos Sócios Membros das empresas recentemente associadas à Amcham Rio estiveram reunidos em um café da manhã, no começo de agosto, oferecido pela instituição em sua sede, para apresen-tar os planos de trabalho e ouvir os novos membros sobre suas áreas de negócio e atuação.

Em foco

10_Edição 276_jul/ago 2012 Edição 276 Brazilian Business_11

entrevista

Com investimentos multibilionários para o País, a BG Brasil é considerada um dos principais destaques das operações do BG Group no mundo. A organização vai abrigar no Rio de Janeiro o Centro Global de Tecnologia, com mais de US$ 2 bilhões destinados somente à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico até 2025. “O Brasil passou a ser o centro da estratégia global de tecnologia do BG Group”, é o que revela o presidente da BG Brasil, Nelson Silva, em entrevista exclusiva à Brazilian Business

Brazilian Business: Qual o balanço desse período de quase 20 anos de atuação no Brasil?Nelson Silva: A BG Brasil é parte do BG Group, uma companhia integrada de gás natural, e está presente no País desde 1994. A BG Brasil atua na exploração e produção de hidrocarbonetos na Bacia de Santos como a maior parceira da Petrobras na explora-ção, no desenvolvimento e na produção de óleo e gás do pré-sal. Sob a operação da Petrobras, a BG Brasil e seus parceiros têm uma impressionante taxa de sucesso desde o início do programa de perfuração em águas profundas na Bacia de Santos, em 2005. Também estão reduzindo consideravelmente o número de dias de perfuração, economizando milhões de dólares com o uso de tecnologia e processos de ponta. A grande quantidade de des-cobertas na Bacia de Santos proporciona a oportunidade de de-senvolver projetos de longo prazo em exploração e produção no Brasil. A BG Brasil mantém compromisso de longo prazo com o País, estando alinhada com as prioridades do Governo Federal para maximizar o conteúdo local, ampliar a proteção ao meio am-biente e a segurança operacional e promover o desenvolvimento científico e tecnológico, além do progresso social. Por meio da Estratégia de Sustentabilidade da BG Brasil, estamos investin-do em projetos que contribuem para o desenvolvimento social e econômico do Brasil. A estratégia tem por base quatro pilares: pesquisa e desenvolvimento (P&D), investimento social (sobre-tudo em educação), conteúdo local e meio ambiente e seguran-ça (incluindo biodiversidade). Acreditamos que o investimento nessas áreas tem potencial para oferecer benefícios permanentes ao Brasil, bem como apoiar os objetivos corporativos de longo prazo da BG Brasil.

Nelson SilvaPresidente da BG Brasil

Compromisso com o Brasil

BB: Como é feito o investimento em tecnologia da companhia no Brasil?NS: Alinhados com as prioridades do go-verno brasileiro, estamos contribuindo para a inovação no País por meio de uma série de projetos. O Brasil passou a ser o centro da estratégia global de tecnologia do BG Group e, assim, a companhia está implantando o Centro Global de Tecnolo-gia no Rio de Janeiro. O objetivo é desen-volver tecnologias avançadas para aplica-ção de inovação tecnológica na promoção de melhorias na indústria de óleo e gás. A BG Brasil terá o mais significativo investi-mento em P&D entre as empresas inter-nacionais de petróleo no Brasil – mais de US$ 2 bilhões até 2025 – e temos certeza de que isso trará benefícios em longo pra-zo tanto para o Brasil quanto para a com-panhia. A partir desse centro serão coor-denados quase todos os projetos de P&D do BG Group no mundo, trabalhando em proximidade a universidades brasileiras e contribuindo para o aumento de conteúdo local em bases competitivas internacional-mente. Criaremos uma série de parcerias tecnológicas com universidades, laborató-rios e instituições nacionais e internacio-nais, além do Governo Federal.

BB: Que tipo de parcerias?NS: A companhia foi, por exemplo, pio-neira no apoio ao programa Ciência sem Fronteiras, do Governo Federal, e preten-de investir até US$ 100 milhões em bol-sas de estudo internacionais a estudantes e pesquisadores brasileiros, contribuindo para a integração da indústria com a aca-demia na pesquisa aplicada e fortalecendo a sociedade do conhecimento. O projeto é uma parceria com o CNPq e contempla o intercâmbio para a formação de estudan-tes brasileiros nas melhores universidades do mundo, além da formação de parcerias com os centros de excelência acadêmica do País, permitindo a transferência de tec-nologia visando sua aplicação prática.

“a grande quantidade de desCoBertas na BaCia de santos proporCiona a oportunidade de

desenvolver projetos de longo prazo em exploração e produção no Brasil”

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“a Bg Brasil terá o mais signifiCativo investimento em p&d entre as empresas

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BB: Como a companhia estrutura seus programas marítimos ambientais?NS: Atualmente, a BG Brasil está volta-da para programas de monitoramento nos ambientes marítimos em que nossos investimentos e operações estão localiza-dos. Tais estudos são importantes para a compreensão desses locais e permite que planejemos nossas atividades para mini-mizar os impactos no meio ambiente. O monitoramento é realizado em parceria com outras empresas, governo, universi-dades e instituições não governamentais. Por exemplo, a Bacia de Santos, área onde se encontram campos do pré-sal, será acompanhada por meio de um sistema inédito de monitoramento oceânico. As informações contribuirão para a segu-rança e eficiência de operação no setor de óleo e gás e para o melhor conhecimento e preservação do meio ambiente, entre ou-tras finalidades. A iniciativa foi viabilizada por um convênio assinado entre a Coppe/UFRJ, a BG Brasil e a Prooceano. Batiza-do de Projeto Azul, prevê investimento de R$ 20 milhões da BG Brasil, e seu banco de dados poderá ser conectado a sistemas globais de monitoramento já existentes na Europa e nos Estados Unidos, ampliando o uso e a influência das informações. A BG Brasil também vem apoiando o pro-grama de monitoramento de baleias e golfinhos realizado pelo Instituto Aqualie na Bacia de Santos. Além disso, estamos trabalhando com universidades parceiras para desenvolver um programa de moni-toramento mais amplo na região, uma vez que esse ambiente é bem menos estudado que a Bacia de Campos. Já o Projeto Baía de Guanabara, implantado pela BG Bra-sil, pelo Instituto Rumo Náutico/Projeto Grael, pela Prooceano e pelos laboratórios LAMMA/LAMCE-UFRJ, é dedicado ao estudo das correntes oceânicas e de vento na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Também contempla o desenvolvimento de um modelo matemático pioneiro para prever correntes, similar aos modelos de previsão climática, e com acesso gratuito pela internet. O projeto recebeu investi-mento de R$ 1,1 milhão da BG Brasil.

BB: O programa de investimento social da BG Brasil voltado à educação em ciências é único no País. Como funciona?NS: O programa de investimento social da BG Brasil visa à geração de benefícios duradouros para o País por meio de investimentos na educação em ciências, por intermédio do método STEM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática), e na capacitação profissional. O programa contribuirá para o de-senvolvimento de capital humano, conhecimentos e mão de obra qualificada, potencializando os benefícios locais gerados pela ex-ploração de recursos naturais, além de desenvolver uma economia de alta tecnologia. A companhia está apoiando a inovação para o aprimoramento do ensino de STEM na rede pública de ensino – assim como a capacitação, sobretudo no ensino profissionalizante. A BG Brasil atua em parceria e no apoio de instituições brasileiras, organizações não governamentais e serviços de aprendizagem que trabalham com ensino e capacitação profissional, em estreita arti-culação com órgãos públicos em todas as esferas governamentais. Os investimentos são destinados a toda a rede de ensino, compre-endendo a educação infantil e os ensinos fundamental, médio e profissionalizante. Inicialmente, os investimentos se dirigem a dois Estados ligados ao desenvolvimento de óleo e gás do pré-sal: Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Os recursos são originários dos fundos de investimento social voluntário da BG Brasil, separados da cláusula de P&D.

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O escritor russo Anton Tchekhov, que atingiu seu apogeu no fim do século 19, tornou-se conhecido

por traduzir a tragédia contida em peque-nas coisas da vida. Um de seus contos, “A Palerma”, um diálogo entre uma governanta e seu patrão, retrata como o ser humano se submete facilmente à dominação e se sente subjugado diante de alguém mais assertivo, mesmo quando o opressor não tem razão. Embora a inspiração de Tchekhov tenha origem na sociedade russa do fim do sécu-lo 19, a sensação de poder do patrão que se recusa a pagar o salário da governanta, que, submissa, não reclama, infelizmente ainda serve de espelho para muitos empresários em pleno século 21. Este desrespeito tam-bém se estende aos consumidores.

Porém, o mundo mudou muito nos úl-timos 20 anos. As potências que ditavam as regras financeiras e comerciais na segunda metade do século 20, hoje, são obrigadas a obedecer a uma nova ordem mundial. A as-censão de economias que eram promessas de futuro no fim do século 20 é uma realidade no século 21. E, mesmo em países que nas-ceram sob a forma de colônias, como o Bra-sil, há uma mudança clara nas relações entre empregadores e empregados e entre empre-sários e clientes.

Em um Brasil que ganha espaço no cená-rio econômico mundial e que assiste à oferta de crédito, proporcionando a ascensão da classe C ao consumo, está cada vez mais di-fícil encontrar profissionais que não hesitem em trocar empresas em que não são valoriza-dos ou consumidores que não se mantenham fiéis ao mínimo sinal de desrespeito. A insti-tuição do Código de Defesa do Consumidor no Brasil, pela Lei 8.078/90, foi um marco, mas foi preciso mais de três décadas para que houvesse uma mudança representativa na forma de o cliente exigir seus direitos.

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O cliente precisa de carinhoPor que nunca paramos para ouvir os principais interlocutores do nosso negócio: colaboradores e clientes? Cuide de quem faz a diferença no seu dia a dia

Rafael Sampaio da Motta_CEO do Grupo Case Benefícios e Seguros

“Mais dO que uM bOM saláriO, O cOlabOradOr precisa

acreditar que a OrganizaçãO recOnhece sua dedicaçãO sOb a fOrMa de atençãO“

Todas essas mudanças, no Brasil e no mundo, têm obrigado empresários a re-pensar a forma de desenvolver seus ne-gócios e lutar pela fidelidade de clientes e colaboradores. Mais do que um serviço de qualidade, o consumidor quer atenção, quer se sentir único e ter voz ativa. Mais do que um bom salário, o colaborador precisa acreditar que a organização reconhece sua dedicação sob a forma de atenção quando ele precisa se ausentar para resolver um problema pessoal, de saúde ou investir no seu aprimoramento profissional.

Mesmo com tantas evidências sobre a mudança de atitude do cliente/consumi-dor, por que ainda nos deparamos com situações em que operadoras de telefonia móvel são impedidas, pela Anatel, de co-mercializar chips e serviços? Diante de tristes episódios como este, constatamos que, apesar de o Brasil despertar orgulho pelo seu desempenho econômico nos últi-mos anos e por se tornar sede da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, ainda temos muita lição de casa para fazer antes de nos considerar um ambiente de excelência nas relações com o consu-midor. Mas, como já expunha o milenar I Ching – O Livro das Mutações, em toda crise, há sempre oportunidade de cresci-mento, e é possível vislumbrar um seleto grupo de empresas que já perceberam o caminho da fidelidade de colaboradores e clientes: a atenção e o carinho.

O mundo passa por uma reestrutura-ção total de valores, e os conceitos oci-dentais, que preconizavam a mais-valia e a busca desenfreada pelo lucro, dão cada vez mais lugar aos milenares conselhos orientais, em que um gesto de carinho e delicadeza não tem preço. Em tempos de conexão global, internet 2.0 e sucesso de empresas que nasceram em um notebook, na composição do valor de uma ação de uma companhia entra um elemento fundamental para o sucesso no século 21: o ativo intangível. Difícil de definir, o intangível se traduz em colaboradores comprometidos com a missão e os valo-res da instituição em que trabalham e em gestos que não se medem em planilhas de Excel, mas refletem resultados tangíveis em caixa, o cuidado em prestar mais do que um serviço de qualidade, um serviço capaz de surpreender o cliente quando ele menos espera.

Para exemplificar pontualmente algu-mas das práticas de negócios que precisam ser revistas, diria ser necessário pensar no cliente como prioridade de fato, os planos de negócios precisam acolher as demandas dos clientes nos tópicos sobre inovação e crescimento; entregar realmente o que promete, é preciso lembrar que a lei está do lado do consumidor, que, quando des-respeitado, exige seus direitos na Justiça; saber dimensionar suas necessidades e ter a estrutura adequada para entregar o pro-duto vendido. Em tempo de redes sociais, reputação é algo que se perde em menos de dois cliques; equilibrar a área de vendas com a área de pós-vendas, só assim você honrará o que o cliente realmente espera; valorizar seus colaboradores, pois são ati-vos fundamentais para o seu sucesso; pen-sar de forma sustentável e se sentir corres-ponsável pelo futuro da comunidade, da cidade, do Estado e do País; ousar, inovar e colocar boas ideias em prática somente quando os serviços ofertados estiverem no ápice do sucesso, ou seja, funcionando perfeitamente; respeitar o cliente até as úl-timas consequências e tratar pessoas, co-laboradores e consumidores com carinho e atenção – isso fará a diferença na sua or-ganização e na sua vida.

Se imaginássemos um empreende-dor do século 21 subindo uma montanha para buscar conselhos com um mestre, certamente, no discurso do mestre, esta-riam toques que, de tão óbvios, muitos pensariam por que afinal subiram uma montanha tão íngreme para ouvi-los. A resposta é simples: porque nunca pararam para ouvir os principais interlocutores do seu negócio, seus colaboradores e clientes. Cuide de quem faz a diferença no seu dia a dia.

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16_Edição 276_jul/ago 2012

ponto de vista

O tema sucessão e desenvolvimento de lideranças, que vem ocupando a agenda dos líderes de negócios há alguns

anos, ganha agora atenção especial. Em um mercado cada vez mais competitivo e carente de profissionais qualificados, a capacidade de fomentar o desenvolvimento interno de líderes se torna um importante diferencial competitivo.

Em recente pesquisa realizada com 365 CEOs da América Latina pela KornFerry International, em 2011 (CEO Vision Revisited), 68% dos entrevistados declararam que “desenvol-ver gente e gerenciar talentos” é uma de suas prioridades para os próximos três anos, superando itens como “melhorar pro-dutividade” e “expandir mercado”. Se, por um lado, a sensação de urgência parece estar instalada, ainda há dúvidas práticas sobre como identificar os futuros líderes de forma assertiva, possibilitar que o desenvolvimento aconteça de forma eficaz e garantir a continuidade dos negócios sem rupturas causadas pela ausência de um líder.

Até bem pouco tempo, o critério desempenho na posição atual (performance passada) era aceito como indicador de sucesso futuro em funções maiores ou mais complexas e, com base nessa avaliação, profissionais bem-sucedidos seriam pro-movidos continuamente até o que o Princípio de Peter cha-mou de “seu nível de incompetência”. “Em uma estrutura administrativa hierarquizada, as pessoas tendem a ser promo-vidas até o seu nível de incompetência” (Dr. Laurence J. Peter, 1960, Business Open Learning Archive). Em outras palavras, profissionais de sucesso eram reconhecidos por um trabalho benfeito, tendo como “prêmio” uma promoção, sem necessa-riamente terem desenvolvido competências e habilidades para um desempenho satisfatório nessa nova função. Em uma pes-quisa de 2005 realizada pelo Corporate Leadership Council foi observado que, apesar de performance (desempenho con-sistente) ser um critério presente em 93% dos profissionais com alto potencial, apenas um terço dos profissionais com alta performance, de fato, tem potencial para assumir desafios maiores. Diante dessa realidade e da dificuldade de dimensio-nar o “potencial futuro”, o conceito de Agilidade de Aprendizagem traz uma nova dimensão à discussão de poten-cial: a abertura e capacidade de um profissional de aprender com suas experiências, incorporando esses aprendizados ao seu repertório.

identificação e desenvolvimento dos futuros líderes: tendência ou sobrevivência?

Mariana abbudsEnior consultant da KornFErry intErnational

Pessoas com alta Agilidade de Aprendizagem têm uma verdadeira aber-tura para aprender sobre si mesmas, sobre outros e ideias, seja por meio de feedback (constantemente solicitado) ou por tenta-tiva e erro. São profissionais que refletem e experimentam, constantemente buscando novas formas de atuação. Esses profissio-nais frequentemente provocam mudanças, questionam o status quo e inspiram outros a desempenhar além do esperado.

Com a crescente velocidade dos aconte-cimentos e mudanças, a escassez cada vez maior de profissionais qualificados e a gran-de demanda por talentos, os ciclos de car-reira têm ficado cada vez mais curtos, com profissionais assumindo posições mais complexas precocemente. Frente a esse con-texto, a identificação de executivos com alta Agilidade de Aprendizagem e a capacidade organizacional de desenvolver e reter tais talentos serão essenciais para a criação de uma pipeline de líderes futuros.

“os ciclos de carreira têm ficado cada vez mais curtos, com profissionais assumindo posições mais complexas precocemente”

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entrevista

Dennis Hearne deixa o posto de cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio em agosto, após três anos de trabalho à frente do time. Ele fala à Brazilian Business sobre os principais marcos de sua gestão e as oportunidades para as empresas e o País com os desafios vindouros Por Andréa Blum

Dennis Hearnecônsul-geral dos EUA no Rio de Janeiro

“O Brasil é o meu país do coração”

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Brazilian Business: Qual a sua avaliação desse período de três anos à frente do Consulado dos EUA no Rio?Dennis Hearne: Quando cheguei, em agosto de 2009, para as-sumir o posto de cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio de Ja-neiro, senti a cidade diferente da que havia conhecido ao longo de 25 anos de carreira diplomática. Eram palpáveis e nítidos o dinamismo, o otimismo e o ambiente positivo que preenchiam o Rio de Janeiro com uma força que eu nunca tinha experimenta-do. Sabemos que o Rio passou por muitos anos de dificuldades por diversos motivos; perdeu influência política, relevância eco-nômica, havia uma situação lamentável de segurança pública e a marginalização das comunidades. Em 2009, parecia ter havido uma mudança significativa desse cenário. Ao longo desses três anos de trabalho como cônsul-geral, trabalhamos para apoiar essa retomada positiva e construir um papel significativo nessas transformações tão relevantes à cidade.

BB: Quais as principais realizações e projetos que destacaria desse período?DH: O que disse ao meu time ao chegar é que tínhamos que ser uma equipe de transição para acompanhar e contribuir com es-sas mudanças positivas ao nosso redor. O Rio de Janeiro está cada vez mais relevante para o País e para a economia brasileira, e este consulado precisa funcionar como um ponto focal para as rela-ções internacionais e para a diplomacia americana. Sabendo que a cidade vai sediar os Jogos Olímpicos de 2016, queríamos fazer da nossa participação um exemplo para as relações bilaterais en-tre os dois países, com foco em projetos de educação, culturais e sociais, além do político-econômico.

Nesse sentido, eu destacaria, na área consular, a expansão da nossa capacidade para acompanhar o ritmo de viagens dos bra-sileiros aos EUA, com uma maior agilidade na emissão de vistos para ajudar este movimento histórico do País. Processamos atu-almente, em um dia normal, até 2 mil vistos. Em 2011, emitimos cerca de 1 milhão de vistos. O brasileiro atendido em nosso con-sulado do Rio, com agendamento pela internet, geralmente é re-cebido em até uma semana e, ao chegar ao consulado, se precisar passar pela entrevista, não leva mais que uma hora no processo. Temos muito orgulho de ter alcançado esse nível de agilidade e eficiência no atendimento. É uma das nossas principais conquis-tas nesses últimos três anos de trabalho.

No envolvimento com a área de segurança pública, queríamos participar da integração das favelas à cidade, um desafio que pa-recia impossível para muitos cariocas e uma quebra de paradig-ma. Mas, convivendo com o secretário [José Mariano] Beltrame, entendi o que ele falava ao dizer que o policial sozinho não con-segue segurar uma transformação perene. É papel de governos, sociedade civil, ONGs, escolas e empresas contribuir com essa mudança. Por essa razão, construímos um projeto de educação, o UP with English, com foco na empregabilidade, para levar às comunidades pacificadas, e vislumbrando os grandes jogos, o en-sino da língua inglesa. Para o programa continuar tendo sucesso, a colaboração do setor privado é essencial. Nesse sentido, admiro o compromisso dedicado da Câmara de Comércio Americana do Rio e o apoio oferecido ao projeto pelas empresas BG Brasil, Amil, Case e Chevron.

18_Edição 276_jul/ago 2012

“GOstaria de pensar que ajudei a cOlOcar este cOnsuladO nO caminhO para ser O pOstO

de traBalhO que Os eua precisam nO riO de janeirO, e que a cidade merece”

Outra corrente que se evidenciou foi a expansão econômica da cidade, com o pré-sal e os grandes jogos. Ampliamos nossa ca-pacidade comercial para facilitar visitas e seminários e aproximar entidades americanas de potenciais parceiros locais. Em termos de infraestrutura, criamos um crédito preliminar de US$ 1 bilhão acessível a esses grupos com projetos relacionados com a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Tendo em vista os acordos bilaterais, nós temos promovido também diversos en-contros, vislumbrando parcerias entre governos para projetos de inclusão social. Nesse período, também dobramos o nosso staff, atualmente com 90 americanos e 200 brasileiros trabalhando so-mente no Consulado dos EUA no Rio.

BB: Qual a sua perspectiva em relação ao desempenho do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016?DH: Tenho certeza de que o Brasil vai se sair muito bem nos grandes jogos. É sempre difícil essa preparação, com desafios de infraestrutura, mas temos que perceber as oportunidades de transformações que se anunciam com um impacto permanente para a estrutura e os negócios da cidade. Acredito que ficaremos impressionados com o impacto que essas mudanças vão causar.

BB: O senhor presenciou uma agenda entre os dois países bastante intensa, inclusive com a visita do presidente Obama ao Brasil e, recentemente, a da presidente Dilma aos EUA. Como percebe este momento e os marcos firmados entre os dois países?DH: Muitos desses acordos já existiam, mas essas visitas ajudam a formalizá-los e aumentam a capacidade de eles serem entre-gues – e mais rapidamente. Há um plano de trabalho bastante específico e denso que vai facilitar uma diplomacia de objetivos, voltada para fins práticos em diversos campos, seja energia, acor-dos comerciais, inclusão social, diálogos sobre assuntos consula-res, receita e impostos. Em todas essas áreas há um framework para trabalhar de uma forma bastante prática e objetiva. Acho que a diplomacia vai ser, nos próximos anos, muito produtiva, e dará um retorno perceptível aos cidadãos dos dois países. Nunca vi um momento tão propício como agora para as relações entre Brasil e EUA. Sabemos o que precisamos fazer.

BB: Quais as oportunidades de negócios para empresas americanas no Brasil?DH: Mesmo com uma longa tradição da atividade comercial entre os dois países, algo que me impressionou muito nesses últimos três anos foi o interesse das em-presas americanas pelo Brasil, com uma agenda muito dinâmica de visitas, encon-tros e projetos de intenção para o País. Há muitas entidades que nunca pensaram em atividades comerciais, mas agora querem conhecer Rio de Janeiro, Bahia, Minas Ge-rais e Espírito Santo, Estados de nosso dis-trito. Estamos acompanhando esse movi-mento com muito entusiasmo. O desafio é criar as condições para essas companhias conhecerem melhor as oportunidades do País e entender como podem estabelecer suas operações. Costumamos dizer às empresas, grandes e pequenas, que vale a pena se estabelecer no Brasil neste mo-mento dourado da economia brasileira.

BB: Qual foi o grande marco de gestão como cônsul-geral dos EUA no Rio?DH: Gostaria de pensar que ajudei a colo-car este consulado no caminho para ser o posto de trabalho que os EUA precisam no Rio de Janeiro, e que a cidade merece; uma plataforma eficiente para facilitar o intercâmbio em todos os setores de ati-vidade, com mais impacto e relevância para o Brasil. Outro legado é o UP with English, pois acredito que as UPPs são o modelo mais inspirador que vi nesses últi-mos três anos, e espero que o programa dê aos jovens uma perspectiva mais positiva para a vida.

BB: Vai sentir saudades do Brasil?DH: Tenho procurado o autor de uma de-claração que acho muito pertinente, que diz o seguinte: “Todo homem merece ter dois países, o país onde nasceu e o seu país do coração”. O Brasil é o país do meu cora-ção há 30 anos.

entrevista dEnnis hEARnE

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from the usa

fortalecendo os laços educacionais bilaterais

Por que isso e por que agora?Os presidentes Barack Obama e Dil-

ma Rousseff compartilham o compro-misso de uma parceria inovadora entre o Brasil e os EUA que contemple as ne-cessidades da força de trabalho no sé-culo 21. O objetivo do presidente Oba-ma com o programa 100.000 Forte nas Américas é aumentar para 100 mil o nú-mero de alunos da América Latina e do Caribe estudando nos EUA e o número de alunos americanos estudando nessas regiões, até o ano de 2020. A iniciativa Ciência sem Fronteiras, da presiden-te Dilma, tem por objetivo enviar 101 mil estudantes brasileiros das áreas de ciência e tecnologia para o exterior nos próximos quatro anos. A missão comer-cial também apoia a Iniciativa Nacional de Exportação, do presidente Obama, cujo objetivo é dobrar as exportações dos EUA até o fim de 2014, estimulando assim o crescimento econômico e o au-mento do número de empregos. Ambos os presidentes acreditam que a prospe-ridade de seu país está intrinsecamente ligada à educação de seu povo, a qual é enriquecida por experiências acadêmi-cas em outros países.

A missão diplomática dos EUA no Brasil vem trabalhando para alcançar esses objetivos. Oferecemos imersões em língua inglesa aos alunos do Ciência sem Frontei-ras e pagamos custos de inscrição para que alunos desfavorecidos ingressem em uni-versidades americanas. A EducationUSA (EducationUSA.org.br) auxilia estudantes em todo o Brasil a encontrar universida-des que atendam aos seus objetivos aca-dêmicos. Para os alunos do programa Ci-ência sem Fronteiras, foi desenvolvido um blog especial com diversas ferramentas de pesquisa (educationusa-cienciasemfron-teiras.org). Outra prioridade da missão

Os grandes eventos esportivos e a abun-dância dos depósitos offshore de petróleo deram origem a um crescimento agudo do número de multinacionais que chegam ao Rio em busca de oportunidades de negócios e investimentos em infraestrutura, energia, segurança e diversos outros setores. O de-senvolvimento de uma força de trabalho que domine o inglês irá permitir às empresas capitalizar oportunidades. Muitas institui-ções educacionais oferecem programas es-pecializados de imersão em inglês, focados em vocabulário legal, negócios, ciência e tec-nologia, entre outros. A página intensiveen-glishusa.org lista diversas oportunidades no campo Inglês para Propósitos Específicos.

A variedade de instituições, de diferen-tes portes e de todas as regiões dos EUA, de programas, acadêmicos e profissionais, de longo e curto prazo, garantem que haverá uma oferta ampla e de qualidade de opor-tunidades na Feira da EducationUSA. O ingresso é gratuito, e nós convidamos você a se inscrever e descobrir a sua oportunida-de de estudar no país.

O Brasil receberá, em setembro, a maior missão educacional já enviada pelos Estados Unidos – pela primeira vez liderada por um subsecretário do Departamento de Comércio

Por Mark A. Pannell_cônsul e diretor da seção de Imprensa, Educação e Cultura do Consulado dos Estados Unidos no Rio Entre 30 de agosto e 6 de setembro, o subsecretário de Co-

mércio Francisco Sánchez irá liderar uma missão comercial educacional de 66 universidades dos Estados Unidos para o

Brasil, com estada no Rio de Janeiro entre 4 e 6 de setembro. Mais de 96 representantes de universidades irão mostrar seus programas acadêmicos em três feiras da EducationUSA, em São Paulo, Brasí-lia e no Rio. Cerca de 8.700 estudantes universitários brasileiros já estudam nos EUA, e a missão comercial e as feiras têm por objetivo levar não apenas alunos, mas profissionais, pesquisadores e execu-tivos para o país.

A EducationUSA, rede de orientação educacional que opera den-tro do Escritório de Assuntos Educacionais e Culturais do Departa-mento de Estado, irá sediar a décima edição da feira no Rio, na quarta-feira, 5 de setembro, no Windsor Atlântica Hotel. A feira de 2012 da EducationUSA irá fornecer a estudantes, universidades e empresários brasileiros informações sobre cursos de graduação, pós-graduação, MBAs, cursos de inglês e outros programas especializados oferecidos por universidades em todo os EUA. Os visitantes terão a oportuni-dade de assistir a apresentações e obter informações sobre o sistema educacional do país, vistos e o novo programa de bolsas Ciência sem Fronteiras, que pretende enviar 5 mil alunos para os EUA em 2013 (o prazo para as inscrições se encerra em 14 de setembro de 2012).

Esta será a primeira vez que um subsecretário do Departamento de Comércio irá liderar uma missão comercial para a feira, a maior missão comercial educacional que os EUA jamais enviaram ao Brasil. O subsecretário Sánchez irá acompanhar representantes das univer-sidades americanas em reuniões com entidades dos setores público e privado, escolas de segundo grau e universidades, com o objetivo de desenvolver vínculos com instituições do Brasil. Em seu tamanho e amplitude, a combinação da feira da EducationUSA com a missão co-mercial demonstra a importância de fortalecer os laços educacionais entre o Brasil e os EUA.

tem sido melhorar os processos consulares. Hoje, praticamente não há mais tempo de espera para o agendamento da entrevista para qualquer categoria de vistos para não imigrantes. O processo passo a passo para a solicitação de vistos está detalhado na pági-na da embaixada: portuguese.brazil.usem-bassy.gov/pt/nonimmigrant-visas.html.

O que há nisso para você? A necessidade de desenvolver uma

força de trabalho qualificada levou as companhias a buscar oportunidades para motivar seus funcionários mais promisso-res. Um certificado de curto prazo atinge esses objetivos. Muitas das instituições presentes na feira oferecem programas de três a nove meses de duração, que vão des-de MBAs executivos até certificados em negócios, mídia, comunicação, finanças, turismo etc. Há também oportunidades oferecidas por escolas de Direito em edu-cação legal avançada e programas de trei-namento para engenheiros e técnicos em energia e outras áreas tecnológicas.

feira da educationusa5 de setembro de 2012, das 15h às 21hHotel Windsor Atlântica, Leme/CopacabanaAgenda das apresentações, inscrições e mais informações:www.educationusa.org.br/ novidade.php?id=51

Feira da EducationUSA, realizada em setembro de 2011, no Hotel Intercontinental, em São PauloMarcelo Uchoa / DivUlgação associação alUMni

“são Paulo, Brasília e rio de Janeiro receBem rePresentantes de 66

universidades dos eua, que irão mostrar seus

Programas acadêmicos”

24_Edição 276_jul/ago 2012

ponto de vista

O Siscoserv é um sistema informatiza-do, desenvolvido pelo Governo

Federal, e a motivação para sua criação, segundo vasto trabalho disponível no site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), intitulado “Panorama Internacional de Serviços 2012”, é a apresentação histórica de déficits crescentes na conta de serviços do balanço de pagamentos.

Entre 2007 e 2011, o déficit cresceu 202% e, diferentemente do comércio exte-rior de bens e mercadorias, registrados no Siscomex, caracteriza-se pela carência de informações detalhadas, o que compro-mete a visibilidade econômica do setor e a consecução de políticas públicas efeti-vas nos campos comercial, tributário, cambial, de garantias e financiamento.

O público-alvo são os residentes e domiciliados no Brasil que realizam opera-ções de comercialização de serviços intan-gíveis e outras operações que produzam variações no patrimônio das entidades, com residentes ou domiciliados no exterior.

Foi criado pela Lei 12.546/2011, e a con-textualização dos prazos, limites e condi-ções de registro foram instituídos pela Portaria MDIC 113/12 e IN RFB 1.277/12.

nova prestação de informação referente a comércio exterior – siscoserv

Marluci azevedo rodriguescontabilista, advogada, sócia do Escritório

dE contabilidadE domínio assEssorEs

Esse sistema guarda conformidade com as diretrizes do Acordo Geral sobre Comércio de Serviços (Gats), da Organização Mundial do Comércio (OMC), aprovado pelo Decreto nº 30/1994.

Adicionalmente, foi instituída a NBS-Nomenclatura Brasileira de Serviços, Intangíveis e Outras Operações que Produzam Variação no Patrimônio e suas Notas Explicativas-NEBS, pelo Decreto 7.708/12, que determina que as empresas deverão analisar o enquadramento dos serviços que compram ou prestam e os prazos limites para informar.

Não obstante a necessidade das informações de comércio exterior de serviços, para as empresas é efetivamente mais uma obrigação que pode trazer pesadas multas. A melhor forma de prevenção seria realizar uma auditoria prévia na qual seja pos-sível verificar a existência de eventuais problemas com as ope-rações e a criação de procedimentos, tais como:

• Revisão dos contratos de compra e venda de serviços inter-nacionais e enquadramentos específicos na NBS;

• Adoção de procedimentos internos para inclusão das infor-mações diretamente no site da Receita Federal do Brasil, por meio do uso do certificado digital, com diversos itens, tais como:2.1 Nome do vendedor ou comprador;2.2 Endereço e país;2.3 Número de Identificação Fiscal;2.4 Dados do negócio;2.5 Tipo de moeda;2.6 Início e fim do serviço;2.7 Valor total do câmbio.

A execução consciente baseada na legislação criará condi-ções para que o Brasil continue na sua vocação de crescimen-to, consolidando-se como país moderno e ciente de sua par-ticipação nos mercados mundiais.

“não obstante a necessidade das informações de comércio

exterior de serviços, para as empresas é efetivamente mais uma obrigação que pode

trazer pesadas multas”

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artigo

agora é o Porto do rio de Janeiro

A cidade do Rio de Janeiro acaba de receber o título de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural Urbana da Humanidade, concedido pela Unesco. Nessa paisagem se integram a vida urbana e a riqueza da Baía de Guanabara, com suas águas abrigadas e canal de acesso natural

Por Richard Klien_presidente da Latinports, conselheiro da AEB e da Abratec, vice-presidente do Conselho de Administração da Santos Brasil, diretor da Amcham Rio e presidente do Conselho de Administração da Multiterminais

Aqui se instalou o Porto do Rio, indutor de atividade econô-mica nos Estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais e do intercâmbio com outros povos, cumulando em sucessivos

ciclos do desenvolvimento regional:

No século 19, a abertura dos portos às nações amigas, em 1808, com a chegada da corte de Portugal ao Brasil, impulsionou o cres-cimento com o estabelecimento de indústrias, a construção de es-tradas, a criação do Banco do Brasil e da Junta do Comércio;

No século 20, reinaugurado o porto, em 1910, ao tempo do pre-feito Pereira Passos, iniciou-se o novo ciclo econômico, acom-panhando as obras de modernização, melhorias na integração porto-cidade, expansão do complexo portuário do Rio de Janeiro, bases de sustentação da chamada Cidade Maravilhosa;

Neste começo do século 21, colhendo os frutos da Lei de Mo-dernização dos Portos, editada em 1993, ocorreu a expansão de atividades mediante as licitações que transferiram as operações dos terminais portuários à iniciativa privada, com compromissos de vultosos investimentos em modernos equipamentos, sistemas e capacitação dos recursos humanos.

Projeto de expansão do Porto do Rio desenvolvido pelo engenheiro

Francisco Bicalho, em 1920

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artigo

Os resultados na modernização dos portos brasileiros se evidenciaram especial-mente na movimentação de contêineres, em decorrência da tendência mundial de con-teinerização de 70% da carga geral transpor-tada globalmente, contrastando com uma participação de 20% na década de 1970.

Adotando o modelo consagrado de Portos Públicos com Operação Privada, os terminais de contêineres geridos por arrendatários privados em ação conjugada com as Autoridades Portuárias (no caso do Rio de Janeiro, a CDRJ-Companhia Docas do Rio de Janeiro) quintuplicaram a mo-vimentação de contêineres, contribuindo decisivamente para o deslanche da corrente de comércio internacional.

Considerado um dos principais corredores logísticos de cargas do País, o Estado do Rio de Janeiro se insere na chamada Rótula Logística Nacional, em que o Porto do Rio ocupa o quarto lugar em valor de movimentação de cargas, com uma participação de mercado de 6,4%, apurada em 2011. A movimentação do Porto do Rio totalizou 8 milhões de toneladas, sendo que 65% desse total corresponderam a cargas conteinerizadas e veículos. Merece destaque o alto valor agregado de suas cargas, da ordem de US$ 2.063/t. Comparativamente, registra-se Santos com US$ 1.497/t e Paranaguá com US$ 864/t, sendo a média nacional da ordem de US$ 593/t.

O reconhecimento desse potencial im-pulsionador do desenvolvimento mobili-zou uma grande coalizão pró-porto, desde a primeira edição, em 2006, do programa Porto do Rio – Século XXI, até seus desdo-bramentos, que levaram à versão atual. A reunião dos stakeholders na elaboração do masterplan do Porto do Rio foi decisiva. A Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), a Federação das Indústrias do Es-tado do Rio de Janeiro (Firjan), a Associa-ção de Comércio Exterior do Brasil (AEB), a Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), a Comissão Portos, o Sindicato dos Operadores Portuários (Sin-doperj), o Sindicato das Agências de Nave-gação Marítima (SindaRio), a Fetranscarga e a Sindicarga, em ação conjunta com o Governo Federal (representado pela Se-cretaria de Portos – SEP, da Presidência da República, e pela Companhia Docas do Rio de Janeiro – CDRJ), o Governo do Estado e a Prefeitura do Rio asseguram a exequibili-dade do projeto.

Estima-se, ao longo dos próximos cinco anos, investimentos na logística centrada no porto no valor de R$ 3 bilhões, que in-cluirão mais de R$ 1 bilhão de investimen-tos privados nas instalações portuárias. Os projetos públicos, com significativo apor-te de recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), promovem a adequa-ção dos acessos marítimos e terrestres (nos modais rodoviário e ferroviário) ao porto. Como resultado final, a carga movimen-tada anualmente deverá dobrar e alcançar US$ 40 bilhões em cinco anos.

Em decorrência do aumento progressivo dos navios porta-contêineres, são apurados continuados ganhos de escala nas operações marítima e portuária. No caso do Porto do Rio, a adequação espacial dos terminais de contêineres repercute também na reestrutu-ração do cais para navios roll-on/roll-off. Os projetos de expansão desenvolvidos pelos terminais de contêineres LibraRio e Multi-Rio, e de veículos MultiCar, no Cais do Caju, recentemente aprovados pela Agência Na-cional de Transportes Aquaviários (Antaq), possibilitarão a atracação simultânea de até quatro navios porta-contêineres Super Post Panamax. A linha de cais será aumen-tada para 1.600 metros, com um acréscimo de 522 metros.

Atendendo à crescente demanda da indústria automobilística, que conta com novas montadoras instaladas e outras em vias de im-plantação nos Estados do Rio e de Minas, o terminal roll-on/roll-off operado pela MultiCar adicionará um segundo berço de atracação com 180 metros de extensão, duplicando sua capacidade operacio-nal. A estocagem de veículos será ampliada com a construção de edifícios-garagem, passando a capacidade para 326 mil veículos/ano e 450 mil veículos/ano em uma segunda etapa.

Com 1.960 metros de extensão reunindo os terminais de contêi-neres e de veículos, o Cais do Caju, após as obras de expansão que se iniciarão ainda em 2012, será o maior cais contínuo de grande cala-do do País, possibilitando a quadruplicação da movimentação atual de contêineres e a duplicação da movimentação de veículos.

Registre-se, ainda, o aumento expressivo de demanda ao porto de outros serviços, notadamente atividades de apoio offshore, em trecho do cais de São Cristóvão, estendendo-se à faixa de cais da Gamboa até o Armazém 14, em uma extensão de 1.800 metros. O principal fato gerador dessa demanda é o desenvolvimento das ati-vidades nas plataformas de petróleo da Bacia de Santos, com vista aos novos potenciais de extração de petróleo identificados com a descoberta do pré-sal, além dos compromissos já firmados com a Petrobras para as atividades correntes das plataformas oceânicas.

Na frente de mar do cais da Gamboa correspondente aos armazéns 7 a 13 estão programadas obras de reforço de cais para viabilizar os serviços de dragagem até a profundidade de 13 metros. Esta profundidade, garantida até a conexão com o canal de acesso principal ao porto, manterá as condições operacionais dos atuais terminais de uso múltiplo, servindo à movimentação de carga geral não conteinerizada (produtos siderúrgicos e importação de papel de imprensa, entre outras), e suprirá a recepção dos navios de importação de trigo, desti-nados à retroárea do cais de São Cristóvão.

Entre os planos de expansão, destaca-se o Terminal de Pas-sageiros, projeto estratégico para os planos da cidade, aten-dendo ao crescente fluxo de navios de cruzeiro marítimo e à Olimpíada de 2016. Para expandir o terminal, será construído novo píer de atracação, em formato de Y, para atracação adi-cional e simultânea de até seis navios de grande porte. Prevê-se atender a mais que o dobro da quantidade de turistas pelo Porto do Rio, algo em torno de 1,5 milhão de passageiros/ano, em comparação com os atuais 650 mil. Na ocasião da Olim-píada, poderão se hospedar no porto, como em hotéis flutu-antes, visitantes de todo o mundo, para acompanhar os XXXI Jogos Olímpicos.

O Cais do Caju será o maior cais contínuo de grande calado do Brasil, após as obras

que terão início ainda este anoFoto: MultiterMinais

Visão em conjunto das etapas de

dragagem

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artigo

O Programa Nacional de Dragagem (dos acessos marítimos) empreendido pela Secretaria de Portos (SEP), da Presidência da República, por intermédio da Companhia Docas do Rio de Janei-ro (CDRJ), é vital para a competitividade do Porto do Rio. As di-versas etapas do programa, ao longo do canal de acesso principal e às diferentes linhas de cais, têm a responsabilidade de assegurar o desempenho dos terminais especializados, permitindo o acesso dos meganavios plenamente carregados. O Porto do Rio necessita ofere-cer a maior profundidade por ser o primeiro grande porto na rota Norte-Sul e o último no sentido Sul-Norte, após o carregamento no Porto de Santos, com os navios operando plenamente carregados com o seu calado máximo.

A visão antecipada do porto revitalizado, como produto dessa grande mobilização, apresenta o conjunto de todos os terminais em plena operação, em 2016, após a conclusão das obras de expansão. Acrescenta-se a essa imagem a reprodução do projeto de expansão do Porto do Rio desenvolvido pelo engenheiro Francisco Bicalho, em 1920, 36 anos antes de surgir no mundo o primeiro contêiner e 60 anos antes da disseminação dos modernos contêineres padrão ISO, de 20 e 40 pés de comprimento. A percepção visionária do tra-çado desse projeto, em píeres paralelos ao atual Cais do Caju, indica a vocação do nosso porto para a missão de integrar o país ao comér-cio marítimo internacional.

Em 2015, a cidade do Rio de Janeiro completará 450 anos de sua fundação com um porto moderno e vibrante e o centro histórico reconstruído. Considerando que as obras portuárias têm vida útil de mais de 50 anos, o programa Porto do Rio Sé-culo XXI deverá se tornar a fundação para um novo ciclo de desenvolvimento até 2065, quando a cidade estará comemoran-do os 500 anos de sua fundação.

Imagem do projeto para o Porto do

Rio em 2016

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Edição 276_Brazilian Business_3332_Edição 276_jul/ago 2012

ponto de vista

A escassez de talentos, inclusive no nível de lideran-ça de equipes, gerência e supervisão, é uma pre-

ocupação das organizações brasileiras. Mas as empre-sas de ponta têm um método para enfrentar esse desa-fio: mapear e desenvolver as competências dos profis-sionais. É o caso da Volkswagen do Brasil, que, por intermédio da Escola de Excelência, desenvolve os líderes de célula e consolida a cultura de alta perfor-mance na excelência dos processos, produtos e servi-ços. A escola é liderada por Raimundo Ramos, geren-te-executivo de Recursos Humanos. Venho partici-pando desse processo desde 2010, ao lado da minha equipe, e compartilho aqui nossa experiência.

desenvolvimento dos líderes de célula: o caso de sucesso da volkswagen do Brasil

AndreA rAmAldirEtora da id ProjEtos Educacionais E doutora

Em Educação PEla Puc-rio

O cenário do mercado automobilístico é cada vez mais com-petitivo e exigente. Isso requer soluções de desenvolvimento de talentos muito bem planejadas e estruturadas. No caso da Volkswagen, as células de produção são consideradas estratégicas e, portanto, também é decisiva a formação de seus líderes.

O projeto começou com o desenho da estrutura curricular, defi-nida a partir de competências organizacionais, técnicas e comporta-mentais específicas do líder de célula. A partir de entrevistas com especialistas (gestores de unidades, gerentes de plantas, supervisores, engenheiros de processo etc.), identificamos os conhecimentos técni-cos e comportamentais necessários para o exercício da função, o per-fil, a atuação e as competências a serem desenvolvidas.

Desse processo derivou uma estrutura curricular assim definida:

“a volkswagen do Brasil desenvolve os líderes de célula e consolida a cultura de alta

performance na excelência dos processos, produtos e serviços”

A segunda fase do projeto contou com a formação de instrutores internos e o desenvolvimento de materiais para cada curso.

A formação de instrutores capacitou os empregados que eram referência em conhecimento a compartilhá-lo de forma eficaz, utilizando as melhores práticas da andragogia e da educação corporativa. Os treinandos receberam aperfeiçoamento didático e aprenderam técnicas de redes colaborativas de aprendizagem.

Na construção dos materiais para os cursos, tanto presenciais como on-line, os especialistas participaram desde a defini-ção dos objetivos e da estrutura dos cursos até as validações técnicas e as aplicações dos primeiros treinamentos.

Finalmente começou a implantação. Na modalidade presencial, as ações educativas contaram com a participa-ção dos instrutores capacitados e materiais com recursos instrucionais específicos. Na modalidade on-line, os trei-nandos aprenderam com o auxílio da tecnologia, visuali-zando recursos e animações multimídia que possibilitaram mais interatividade com o conteúdo abordado.

Para avaliar o processo de aprendizagem dos treinan-dos do Programa de Formação de Líderes de Célula, foram realizadas avaliações que aferiram a compreensão do con-teúdo no processo de ensino-aprendizagem.

Alinhado aos objetivos da área de educação corpora-tiva da Volkswagen do Brasil, o programa enriqueceu o cotidiano dos líderes de célula por meio de novas trocas e experiências vivenciadas, proporcionando:

• Ferramentas de suporte à gestão de pessoas, de orientação para a inovação tecnológica e excelência operacional;

• Padronização e excelência na execução das atividades;

• Treinamentos mais focados no negócio da empresa, alinhados com o conhecimento e a cultura da organização;

• Fortalecimento da cultura de compartilhamento, criação, retenção e circulação de conhecimento, viabilizando a aprendizagem organizacional contínua;

• Aceleração da aprendizagem dos novos empregados e gestão/retenção do conhecimento na empresa;

• Criação das bases de um crescimento sustentável.

estrutura curricular

How to Make a Car

Básico I - 92 horas Desenvolvimento - 50 horas

opcional on-line - 44 horas

176 horas

Básico II - 84 horas

Habilidades e atitudes do Líder de Célula 4h

Liderança e Comunicação 8h

Concept Car 16h

Motivação e Feedback 8h

Introdução à Qualidade 16h

Ferramentas Vw para Gestão de Pessoas I 6h

Saúde e Segurança 12h

estratégia, Indicadores e resultados 8h

raciocínio Lógico 12h

Profiraum para Líderes de Célula 2h

Ética e responsabilidade Social 2h

Coaching para resultado 16h

empreendedorismo 8h

Gerenciamento de Projetos 24h

Qualidade de Vida

reuniões eficazes

Língua Portuguesa

o Líder como Mediador de Conflitos

administração do tempo

relações Interpessoais na organização

Liderando para resultados

trabalho em equipe

Módulos técnicos (previsto 24h)• estamparia• armação• Pintura • Montagem Final• Pto (transmissão e motores)

Introdução à Gestão de Processos 8h

Ferramentas de Qualidade e Masp 4h

Ferramentas Vw para Gestão de Pessoas II 24h

Introdução à Logística Vw 8h

GeP 20h

Introdução a Finanças 4h

Custos da Qualidade 8h

Saúde e Segurança(reciclagem) 8h

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Edição 276_Brazilian Business_35

“a valorização do uso do conteúdo nacional pode ser o pontapé inicial para a redução

da dependência que o Brasil tem em relação à compra de equipamentos e aquisição de

expertise e know-how no mercado externo”

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ação

O percentual de conteúdo local a ser aplicado no setor de Óleo e Gás no Brasil é ao mesmo tempo desafiador e promissor.

Atingir até 68% de participação nacional na composição de todos os produtos, peças e equipamentos destinados à indústria tem sido uma das maiores preocupações das empresas que atuam e que de-sejam atuar neste segmento. Considerada um instrumento impul-sionador da cadeia de fornecedores – responsáveis por entregar os produtos e serviços necessários para o aumento da produção –, a regra de conteúdo local ainda levanta questões polêmicas, como o modo de aferir os índices mínimos a serem aplicados e a certifica-ção desse conteúdo exigido pela legislação brasileira.

O Brasil segue os passos de outras nações, como Inglaterra e Noruega, que adotaram iniciativas que privilegiam o aumento do índice de nacionalização visando o fortalecimento da cadeia produtiva e o estímulo do desenvolvimento tecnológico do setor. E é indiscutível que o pré-sal promoverá a alavancagem da tecnologia nacional, fortalecendo a indústria local e colocando o País em uma posição mais competitiva no cenário mundial. Com isso, o Brasil poderá alcançar um novo nível econômico, social e, principalmente, tecnológico.

Diante desse cenário promissor, tendo como pano de fundo a enorme demanda em todos os segmentos da indústria que o pré-sal exigirá nos próximos anos, a valorização do uso do conteúdo nacional pode ser o pontapé inicial para a redução da dependência que o Brasil tem em relação à compra de equipamentos e aquisição de expertise e know-how no mercado externo. Essa exigência faz com que as empresas e o governo comecem a destinar parte de seus investimentos para P&D (pesquisa e desenvolvimento), o que tende a ser a mola propulsora do setor, principalmente para a cadeia de fornecedores, que se encarregará de atender à demanda do mercado interno.

Na mesma direção, uma regra da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) determina que 1% da receita das empresas do segmento seja destinado à P&D. Na corrida contra o tempo para atender a todas as expectativas da indústria já existe uma grande movimentação dos setores envolvidos para viabilizar tecnologias e projetos de pesquisa, inovação e desenvolvimento ligados ao setor de Óleo e Gás. A norma do governo motivou algumas das maiores empresas fornecedoras que atuam no setor a investir no Parque Tecnológico da Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro, onde também funciona o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), focado no desenvolvimento tecnológico de extração de petróleo em águas profundas. Ali estão gigantes como GE, FMC Technologies, Schlumberger e BG, que estão investindo na montagem de seus centros de pesquisa e que, juntas, formam o que poderá ser considerado um dos mais importantes centros de desenvolvimento de tecnologia em Óleo e Gás do mundo.

conteúdo local impulsiona p&d em óleo e gás no Brasil

No âmbito da União, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, oferece uma linha de crédito destinada à indústria, considerada estratégica para o órgão, e já vem realizando chamadas públicas voltadas especificamente para a área do pré-sal. Com isso, espera-se alcançar soluções para que sejam enfrentados os desafios tecnológicos gerados a partir das descobertas de reservas em águas profundas e, com essa seleção de empresas, atender a toda a cadeia produtiva, priorizando segmentos como o de válvulas, conexões/flanges, umbilicais submarinos, caldeiraria, construção naval e instrumentação/automação. A Finep ainda tem disponível o Inova Brasil, para atender empresas pequenas, médias e grandes e que visa dar um fôlego a mais aos planos de investimentos estratégicos em inovação das empresas brasileiras. Na mesma linha, a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) lançou este ano o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores, focado no aumento do conteúdo local com bases competitivas e sustentáveis e na geração de projetos para o desenvolvimento no País de itens que são majoritariamente importados. Segundo a Onip, a intenção é identificar os componentes que são importados por falta de competitividade da indústria local e os que não são feitos no Brasil buscando formas de viabilizá-los.

Os exemplos listados mostram que este é o momento de governo e empresas privadas, formadas em grande parte pela cadeia de fornecedores, selarem parcerias para que o País se torne competitivamente forte perante o mercado global e assuma no cenário mundial o seu papel de potência energética e industrial. Somando forças será possível tirar o máximo proveito do potencial e dos benefícios que a exploração e produção no pré-sal trarão para o País e para as gerações futuras.

Manuel Fernandes_sócio-líder da área de Óleo e Gás da KPMG no Brasil e chairperson do Comitê de Energia da Amcham Rio

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O maior problema ambiental da humanidade se encontra na área energética, em função de sua imensa dependência de

um único produto, o petróleo, cada vez mais escasso, poluente e um dos principais responsáveis pelas emissões que estão causando o aquecimento do planeta. Apesar de a Rio+20 ter realmente conseguido reunir uma quantidade e diversidade de pessoas preocupadas com o futuro do planeta, ainda assistimos a um desenvolvimento econômico pouco ou nada sustentável, insuficiente para produzir consensos mais amplos e resultados concretos.

Em meio a tantas profecias e dissensos, pouca gente presen-te naquela conferência sabia que o país anfitrião foi um dos que mais contribuiu para solucionar esse problema. Primeiro, porque nas últimas décadas o Brasil diversificou fortemente a sua matriz energética, sendo o petróleo hoje responsável por apenas pouco mais de um terço da energia consumida no País. Segundo, por-que graças a decisões sábias do passado, quase metade da matriz brasileira é composta por fontes renováveis: hídrica, eólica, solar, biocombustíveis, biomassa etc. Nenhum outro país presente na conferência foi tão longe.

Saindo de qualquer espaço da conferência, não muito longe dali, encontraremos vastas plantações com uma fabulosa máquina de transformação de luz solar, CO2 e água em energia, chamada cana-de-açúcar, a mais antiga atividade econômica do País, trazi-da pelos portugueses há quase 500 anos. Não dizemos isso, mas o Brasil foi pioneiro em transformar essa planta tropical na “cana-de-energia”, já que, com menos de 2% das terras aráveis, conse-guimos substituir quase metade do consumo de gasolina e 9% do consumo residencial de energia elétrica do País. Ao mesmo tempo, essa planta é capaz de gerar uma grande quantidade de produtos de baixo carbono, como a bioeletricidade feita do bagaço da cana, os bioplásticos, os biocosméticos e até mesmo diesel de cana, bio-gasolina e bioquerosene de aviação. Nas últimas décadas, o país anfitrião também conseguiu provar que é, sim, possível produzir alimentos, bebidas, fibras naturais, papel e agroenergia com alta tecnologia. E que há, sim, soluções sustentáveis para o mundo pós-petróleo, muito além do discurso catastrofista vigente nessas gran-des conferências. O bom exemplo estava lá o tempo todo, visível, comprovado, facilmente disseminável.

Só que o país anfitrião não fez direito sua “lição de casa”. De um lado, a descoberta de jazidas potenciais de petróleo em mares profundos “anestesiou” a nação, que passou a ver nessa promes-sa distante a solução para boa parte de seus problemas atuais. A sociedade se preocupou mais em “dividir o pirão do que pescar o peixe”, como disse um ex-presidente.

os biocombustíveis, a rio+40 e os carros “verdes”

Marcos sawaya Jank_especialista em agronegócio e agroenergia, ex-presidente da Unica, a União da Indústria de Cana-de-açúcar

Para combater a inflação, o governo conteve artificialmente os preços nominais do diesel e da gasolina na bomba por mais de seis anos. Considerando a inflação do período, isso significa uma redução superior a 30% no valor real da gasolina. Não me recor-do de outros produtos que tenham preços fixos no País. Como aprendemos no passado, congelamentos de preços são fáceis de entrar, mas difíceis de sair. E quanto mais o tempo passa, mais complicado fica.

Do outro lado, acreditando no crescimento exponencial do mercado de etanol, os usineiros dobraram a produção de cana a partir de 2003, quando surgiram os veículos flex e as margens do negócio eram positivas. Só que a crise financeira de 2008 atingiu exatamente as empresas que mais tinham investido, ao mesmo tempo que os custos de produção subiam fortemente. As margens do setor se tornaram negativas, empresas em dificuldades mu-daram de dono (quase um terço do setor se reestruturou) e, em consequência, não ocorreram investimentos em novas unidades. O setor estagnou, com níveis lamentáveis de produtividade após graves problemas climáticos e dificuldades operacionais. A planta que ainda apresenta os melhores resultados em termos de produti-vidade física e de balanço energético e ambiental, a cana-de-açúcar, cresceu apenas 0,7% ao ano entre 1998 e 2008 – o milho cresceu 1,85% ao ano e a beterraba 2,8% ao ano – e precisa urgentemente correr atrás do tempo perdido para os concorrentes.

Ao contrário do que pode parecer para muitos, produzir ao mesmo tempo açúcar, etanol e bioeletricidade é uma das ativida-des mais complexas e sofisticadas do agronegócio. Ela consome uma enormidade de capital anos antes de aportar algum resultado, a cana é perecível e tem baixíssimo valor por tonelada, a gestão é complicadíssima, a logística dos produtos finais é deficiente e a regulamentação tem sido incerta e volátil, com a atuação de mais de dez ministérios e agências reguladoras.

O fato concreto é que o Brasil – país do pré-sal e da cana-de-açúcar – tornou-se importador de gasolina, diesel e etanol. A con-ta não fecha para a Petrobras, que, em 2011, deparou-se com um déficit de US$ 10 bilhões na balança comercial de derivados de petróleo, perdendo muito dinheiro com a importação de gasoli-na e diesel, mais caros no exterior. E também não fecha para os usineiros, que viram suas margens desaparecerem frente ao forte aumento de custos e ao teto imposto pelo preço administrado da gasolina. Os carros flex estão usando menos etanol e mais gasolina, boa parte importada. Se o consumo de todos os carros flex fosse reduzido a um único tanque, este teria passado de 1/3 gasolina, 2/3 etanol, em 2008, para 2/3 gasolina e 1/3 etanol, este ano.

Para combater a desaceleração da economia, o governo re-centemente baixou o IPI na compra de automóveis. Atendendo a uma quase súplica da Petrobras para permitir um aumento de 8% no preço da gasolina na refinaria, o governo zerou a alíquota da Cide, eliminando o pequeno diferencial tributário por litro que ainda existia entre gasolina e etanol. Só que, como o etanol tem 30% menos energia que a gasolina, na maior parte dos Estados brasileiros hoje se paga mais imposto sobre o combustível reno-vável do que sobre o fóssil. Trata-se de um imenso contrassen-so em tempos da prática global corrente de conceder incentivos para a energia renovável.

Mas como solucionar o imbróglio? A resposta é simples: é preci-so uma política clara e transparente de estímulo às energias renová-veis, frente às alternativas fósseis. No caso do etanol, isso pode se dar por meio de uma política mais transparente de fixação de preços da gasolina a longo prazo combinada com uma carga de impostos esta-duais e federais que realmente premiem a energia renovável. Todo o resto (investimentos, empregos, divisas, novas tecnologias etc.) virá se os sinais de médio e longo prazo das políticas tiverem solidez e credibilidade.

Minha experiência de 25 anos com commodities agrícolas e energéticas mostrou que contamos com as melhores condições bá-sicas para produzir mais, com alta tecnologia, geração de empregos de qualidade e baixo impacto ambiental. Mas sempre pecamos na questão da organização dos agentes e sua coordenação sistêmica. Levamos um tempo excessivo criando falsos fantasmas e debatendo problemas que não deveriam existir. Na hora do aperto, quase sem-pre chegamos ao óbvio, só que o atraso traz muito desânimo e custos elevados para a sociedade.

Nas últimas quatro décadas, o setor sucroenergético ajudou o Brasil a conquistar diversificação energética, menor emissão de gases de efeito estufa, impactos positivos sobre a saúde pública e interio-rização do desenvolvimento. Nos últimos dez anos, o País avançou ainda mais, com cerca de 100 modelos de carros bicombustíveis fei-tos por 13 montadoras, o que nos coloca à frente de qualquer outro país quando se fala de frotas efetivas de veículos de baixo carbono. Quando fizermos a Rio+40, pergunto se teremos uma cidade cerca-da de poços de petróleo falando na necessidade de investir em carros elétricos ou simplesmente o óbvio ululante: carros flex e produção de biocombustíveis pela fotossíntese das melhores plantas tropicais.

“quase metade da matriz Brasileira é composta por fontes renováveis: hídrica, eólica, solar,

BiocomBustíveis, Biomassa etc. nenhum outro país

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O mercado de biocombustíveis no Brasil é amplamente dominado pelo etanol

e seus produtos, com espaço residual para o biodiesel, que conta com 5% do volume de produção total de biocombustíveis de colheitas como soja, pinhão-manso e ma-mona. Em 2011, a produção total de cana-de-açúcar atingiu o recorde de 620 milhões de toneladas no Brasil, resultando em 38 milhões de toneladas de açúcar (com o uso de 45% da cana-de-açúcar produzida) e 27 bilhões de litros de etanol (com o uso dos outros 55%).

Os Estados Unidos e o Brasil são os maiores produtores globais de etanol, res-ponsáveis por 34 bilhões e 27 bilhões de litros em 2008, respectivamente, seguidos de longe pela França, com 1,2 bilhão de litros no mes-mo ano. A produção de diesel é distribuída de forma muito mais igualitária: a Alemanha lidera a produção, com 2,2 bilhões de litros, seguida de perto por diversos outros países como França, EUA, Brasil e Argentina.

A produção brasileira de cana-de-açú-car e etanol mais do que dobrou na últi-ma década, mas, apesar desse crescimento substancial, nosso mercado doméstico ain-da absorve a maior parte do etanol produ-zido. Menos de 7,5% (aproximadamente 2 bilhões de litros) do etanol produzido no Brasil no ano passado foi exportado. Os principais destinos de exportação são EUA (141 milhões de litros), Japão (68 milhões de litros) e Holanda (19 milhões de litros).

O mercado local cresceu principalmen-te por conta da tecnologia flex, que é aplica-da em 15 milhões de automóveis – aproxi-madamente 50% de todos os carros do País –, além dos carros movidos exclusivamente por etanol. A mistura de etanol na gasolina também foi exigida em níveis cada vez mais altos pelos regulamentos aplicáveis.

Adicionalmente, novas formas de utili-zação estão sendo identificadas. A indústria química verde está sendo desenvolvida para fabricar plásticos a partir do etanol. Além disso, o biodiesel também pode ser produ-zido em larga escala a partir dele.

em busca dos mercados globais para o etanol

Obstáculos para a entradaEmbora o etanol brasileiro tenha ser-

vido principalmente o mercado domés-tico, há um enorme potencial futuro de exportação, especialmente quando se leva em consideração a migração dos merca-dos globais para fontes de combustível mais limpas e o desejo de redução da sua dependência do petróleo. O etanol brasi-leiro é mais competitivo que o biodiesel e pode satisfazer esses objetivos, mas a de-manda por etanol de cana-de-açúcar ainda é modesta, em decorrência dos subsídios locais do etanol de milho nos EUA, apesar do relaxamento das cotas de importação anteriores e de barreiras não tarifárias na União Europeia.

Na UE, os biocombustíveis precisam atender determinados critérios de susten-tabilidade, o que inclui o requisito de eco-nomia de emissão de gases em, no mínimo, 35% (60% para 2018) e de que esses bio-combustíveis não sejam cultivados em ter-ras com grande valor de biodiversidade ou em terras com grande estoque de carbono, como florestas e alagados. Não basta que os biocombustíveis sejam produzidos em ter-ras de pouca biodiversidade se, ao fazer isso, a produção deslocar outras culturas que de-pois acabam indo para áreas protegidas.

Em teoria, o etanol brasileiro pode atender todos os requisitos de sustentabilidade da UE, por conta da alta eficiência energéti-ca do etanol de cana-de-açúcar e do fato de que a produção de cana-de-açúcar corresponde a somente 1,5% do território brasi-leiro utilizado ou adequado para propósitos agrícolas. Além disso, a maioria das instalações de etanol desenvolveu usinas de coge-ração alimentadas por bagaço de cana-de-açúcar, fazendo melhor uso dos recursos da cana. Porém, ainda é muito difícil para os exportadores brasileiros demonstrar evidências adequadas de sua conformidade com os requisitos de sustentabilidade e atender aos requisitos extremamente burocráticos dos procedimentos de certi-ficação e documentação necessários para obter o reconhecimento de conformidade das autoridades da UE.

O potencial de exportação de etanol também é frustrado, sim-plesmente pelo receio de certos mercados de se tornarem excessi-vamente dependentes do Brasil. Países como o Japão têm receio de que o Brasil não possa ser capaz de oferecer volumes de grande escala de etanol para exportação a longo prazo, especialmente se o mercado doméstico brasileiro continuar crescendo. Nesse sentido, o desenvolvimento do etanol em outros territórios, como América Central e África, poderia, no fim das contas, ajudar a desenvolver o mercado global do etanol brasileiro, pois isso aumentaria a con-fiança do mercado em fontes múltiplas de etanol a longo prazo.

Também é importante prestar atenção nos obstáculos internos. As recentes restrições impostas sobre a aquisição de terras rurais por investidores estrangeiros são prejudiciais para o desenvolvi-mento da indústria e parecem restaurar uma inclinação antiga contra os players estrangeiros.

De qualquer forma, o Brasil é capaz de expandir rapidamente sua produção de etanol mais do que qualquer outro país. Primei-ramente, os produtores podem escolher qualquer momento para produzir mais etanol e menos açúcar se o mercado for mais atra-ente. Além do mais, ainda há abundância de terras agricultáveis no Brasil para as quais o cultivo de cana-de-açúcar poderia se ex-pandir sem deslocar culturas mais valiosas e há muitos projetos inovadores sendo desenvolvidos por importantes participantes no mercado brasileiro. Adicionalmente, o etanol brasileiro se tornará ainda mais competitivo quando importantes projetos de infraes-trutura forem implementados, como o duto de etanol de 1.300 km que está sendo desenvolvido para transportar o produto de forma mais eficiente a partir do Centro-Oeste do País para os centros de distribuição em São Paulo. Finalmente, os ganhos de tecnologia es-tão sendo consistentemente realizados, resultando em conteúdos maiores de açúcar e energia a cada colheita de cana-de-açúcar e até antecipando as perspectivas de um etanol de segunda geração, que poderá ser produzido a partir da celulose.

José Virgílio lopes enei_sócio do escritório Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados

“o Brasil é capaz de expandir rapidamente sua produção

de etanol mais do que qualquer outro país”

Com o apoio de associações da indús-tria, como a Unica, o governo brasileiro está se esforçando para superar os obs-táculos para os mercados globais. Nesse sentido, projetos de lei têm sido propostos no Congresso para criar uma certificação oficial para o etanol produzido no Brasil, assim como para proibir o cultivo de cana-de-açúcar em áreas de biodiversidade rica, como na Amazônia e no Pantanal. Essas leis, se aprovadas, poderiam ajudar os ex-portadores a evidenciar o atendimento aos critérios de sustentabilidade estabelecidos pela União Europeia e por outros mercados internacionais.

Reconhecendo todas as grandes rea-lizações da indústria brasileira de etanol, parece que esses obstáculos, que impedem o Brasil de realizar seu potencial pleno como fornecedor de biocombustíveis para o mundo inteiro, são importantes, mas são somente obstáculos residuais.

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40_Edição 276_jul/ago 2012

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Brazilian Business: As empresas do Grupo BP operam no setor de energia brasileiro há mais de meio século e estão presentes hoje em 11 Estados brasileiros e no Distrito Federal. Quais foram os investimentos feitos no País no último ano?Guillermo Quintero: O Brasil se encaixa bem na estratégia do Gru-po BP, e os investimentos recentes que a companhia fez no País em uma variedade de negócios no ramo de energia evidenciam isso. O Grupo BP investiu cerca de US$ 5 bilhões no Brasil em 2011, incluindo os investimentos realizados nos quatro negócios no País: BP Energy, BP Biocombustíveis, Air BP e Castrol. Do montante, cerca de 70% veio da BP Energy, braço da empresa que atua no setor brasileiro de petróleo e gás. O crescimento que previmos há pouco mais de um ano, quando a BP voltou a operar no setor brasi-leiro de exploração e produção, está se concretizando e esperamos crescer ainda mais. Hoje, a BP tem 14 concessões em terra e mar, com foco em exploração de petróleo e gás – DNA da BP mundial. Além disso, a BP possui três usinas de produção de etanol, uma fábrica de lubrificantes e opera em 18 aeroportos. BB: Como o Brasil está inserido nos planos globais da BP?GQ: A estratégia global da BP está baseada em cinco áreas de atua-ção em que o grupo é um dos líderes mundiais: exploração, águas profundas, desenvolvimento de campos gigantes, refino e cadeia produtiva de gás. O Brasil é o lugar certo para se realizar várias des-sas atividades. Teremos no Brasil a maior campanha exploratória da BP no mundo nos próximos três anos, com atividades sísmicas e de perfuração significativas. O Brasil é, sem dúvida, um dos paí-ses prioritários para o grupo BP.

entrevistaguillerMo Quintero_presidente da BP no Brasil

Longe do Brasil durante seis anos, o Grupo BP retomou, em 2011, seus investimentos no País com a compra da Devon Energy e promete empenhar esforços para fazer da operação nacional uma das mais importantes do mundo. É o que garante o presidente da companhia no Brasil, Guillermo Quintero, em entrevista exclusiva à Brazilian Business

BB: Como a BP Energy pretende aumentar sua presença no País? GQ: A exploração é nossa vocação natural. Este ano a BP Energy já adquiriu quatro concessões na margem equatorial brasileira, tornando-se uma das maiores concessioná-rias do Brasil. A companhia já confirmou interesse em participar da próxima rodada da ANP e continua avaliando outras opor-tunidades de parcerias. Se um ativo que es-tiver sendo ofertado for de interesse da BP, iremos estudar a possibilidade de aquisição, dentro do plano estratégico da companhia. Apesar de termos ficado entre 2005 e 2011 sem concessões no Brasil, não deixamos de estudar o Atlântico Sul. Isso nos permitiu ter uma resposta rápida quando as opor-tunidades apareceram, como foi o caso da aquisição da Devon Energy do Brasil. BB: Quais são as próximas etapas do plano de ação da BP Energy?GQ: Nosso foco está na atividade explorató-ria. A BP Energy já perfurou quatro poços em mar desde que adquiriu os ativos da Devon, em maio do ano passado. Além dis-so, estamos desenvolvendo uma campanha exploratória em terra, realizando atividade sísmica na concessão BT-PN-2, localizada na Bacia do Parnaíba. Essa operação deve durar até o fim do ano e vai envolver 11 municípios do Estado do Maranhão.

“teremos no Brasil a maior campanha exploratória da Bp no mundo nos próximos três anos, com atividades sísmicas e de perfuração

significativas. o Brasil é um dos países prioritários

para o grupo”

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42_Edição 276_jul/ago 2012

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“uma pesquisa da confederação nacional da indústria mostra que

o Brasil vai necessitar de 150 mil novos engenheiros

até o fim de 2012 para atender os crescentes

investimentos em energia e infraestrutura”

Quando se pensa no enorme potencial que o Brasil tem a desenvolver na in-

dústria do petróleo, a universidade surge como um dos principais parceiros da ini-ciativa privada. Sem pesquisa e desenvolvi-mento de novas tecnologias e sem uma for-mação sólida para os futuros profissionais, esse potencial parece cada vez mais difícil de ser atingido. Nós, na Chevron, reconhe-cemos que a educação é um alicerce fun-damental, que contribui para o desenvol-vimento econômico e para a prosperidade sustentável. Participar da construção do fu-turo dos países em que operamos é um de nossos valores, e a educação, um caminho para atingir essa meta.

Uma pesquisa da Confederação Nacio-nal da Indústria (CNI), divulgada em ou-tubro de 2011, mostra que o Brasil vai ne-cessitar de 150 mil novos engenheiros até o fim de 2012 para atender os crescentes investimentos em energia e infraestrutura, com destaque para a indústria de petróleo e as descobertas na camada do pré-sal. A “guerra por talentos” aqui nunca foi tão acirrada, e o que empresas e países necessi-tam, cada vez mais, é contar com os melho-res profissionais para atingir suas metas.

Em todo o mundo, a Chevron se or-gulha de apoiar cerca de 90 instituições de ensino superior, com foco em carreiras ligadas a ciências e à engenharia. São par-cerias que têm por objetivo incentivar os estudantes a ingressar no mercado de pe-tróleo e gás, assim como apoiar a formação de profissionais para atender as demandas de um mercado de trabalho crescente.

Não poderia ser diferente no Brasil. Até 2014, a Chevron vai investir cerca de US$ 20 milhões em diferentes programas de universidades em quatro regiões do País. São projetos nas áreas de gradua-ção, pós-graduação e doutorado em en-genharia, geologia e meio ambiente nas universidades federais do Rio de Janeiro, Fluminense, Rio Grande e do Rio Grande do Norte, assim como na Universidade de Brasília (UnB) e na PUC-Rio. Nesta, por exemplo, os recursos estão sendo empre-gados na concessão de bolsas de estudo, na criação de um programa de tutoria e no

a guerra por talentos incremento das condições de ensaios expe-rimentais em três laboratórios do Centro Técnico Científico (Mecânica das Rochas, Petrofísica e Fluidos de Perfuração e de Re-servatórios), com o objetivo de dar aos alu-nos o acesso a equipamentos de alta tecno-logia e permitir uma formação acadêmica consistente e competitiva ao mercado de trabalho. Na tutoria, além de contar com o apoio de professores da universidade, os alunos têm acesso a um funcionário da Chevron, que atua como mentor, ajudan-do a aumentar a transferência de conheci-mento e experiência dos estudantes.

Outro exemplo bem-sucedido de par-ceria em andamento é com a Universidade Federal do Rio Grande (Furg), pela qual a Chevron patrocina um projeto que moni-tora a biodiversidade de cetáceos (baleias e golfinhos) no litoral brasileiro. Essa pesqui-sa será usada como base para determinar a localização de unidades marinhas de con-servação ambiental. Proteger o meio am-biente é um dos valores da empresa.

A parceria com as universidades passa também por projetos de pesquisa e desen-volvimento focados em temas que conci-liam as necessidades práticas da indústria e a geração de conhecimento científico. Essa troca entre a iniciativa privada e a academia é fundamental para o desenvolvimento de tecnologia no Brasil, aumentando a base de conhecimento e, por consequência, a com-petitividade do País.

O apoio a projetos em universidades, porém, não é o único investimento em educação da Chevron no Brasil. A empresa apoia iniciativas na educação de crianças e jovens, com foco na empregabilidade, como o Enter Jovem, uma parceria com o Institu-to Empreender e a USAid; o Com.domínio Digital, também em conjunto com a USAid e o Instituto Aliança; e o Centro de Apren-dizagem, uma parceria com o Discovery Channel Global Education Partnership.

O Brasil tem, hoje, o potencial de se tornar uma superpotência energética. E a Chevron quer contribuir para que esse po-tencial se concretize. O melhor caminho para chegar lá é por meio da educação, da pesquisa e do desenvolvimento.

raFael Jaen williaMson_ diretor de Assuntos Corporativos da Chevron Brasil Petróleo

Principais at iv idades• Prestação de serviços e gerenciamento de logística integrada;

• Agenciamento de cargas internacional e nacional;

• Apoio geral à atividade OFFSHORE-importação e exportação de plataformas;

• Desembaraço aduaneiro especializado em REPETRO;

• Serviços de apoio geral à atividade (HUSBANDRY);

• Serviço de consultoria - PROCUREMENT;

• Rastreamento de cargas via Internet;

• Assessoria jurídica;

• Agenciamento portuário;

• Movimentação de plataformas.

Serviços sob medida• Conhecimento das normas de trabalho da indústria e sua aplicação no

dia-a-dia e dos equipamentos que são submetidos a processos de importaçãoe exportação;

• Escritórios operando com "hot line" 24h, visando atender com exclusividadeà atividade petrolífera;

*Nº1 com Vesuvius Refratários LTDA e Polar Componentes e SistemasOffshore LTDA, sendo líder no ranking de performance logística publicadopela Infraero mensalmente.

A Interfreight, fundada em 1985, possui matriz no Rio de Janeiro e filiais em

São Paulo, Belo Horizonte, além de parceiros em todo o território brasileiro.

A empresa detém “know-how” em logística para indústria petrolífera, legislação

aduaneira específica (Repetro), siderurgia, projetos industriais, cosméticos, etc.

Os primeiros projetos desenvolvidos pela empresa foram de importação destinado às

obras de conversão da FPSO P-34 e da Semi-Sub P-18 da Petrobras.

Líder no rankingde perfomance

logística

*Nº 1*Nº 1Líder no rankingde perfomance

logística

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ulg

ação

44_Edição 276_jul/ago 2012

ponto de vista

Passada a primeira metade do ano, per-siste a espécie de marcha para se afas-

tar da maior crise vivida pelo capitalismo. Grécia, agora Espanha, e a crise financeira depende da recuperação da credibilidade pelos agentes do mercado. E pior, depen-dendo do agravamento do quadro euro-peu, taxas negativas de crescimento serão experimentadas pelos Estados Unidos.

A China mantém um crescimento de dois dígitos na balança comercial e conse-gue arrefecer a pressão inflacionária, em um momento em que o descrédito domina o sentimento dos investidores. Mas, como em uma espécie de coordenação entre os ban-cos centrais, vem reduzindo seus juros.

A economia brasileira se ressente do refluxo financeiro resultante da crise euro-peia e da lenta retomada da economia ame-ricana, implicando em uma expectativa de crescimento do PIB para 2012 de apenas 1,7%. Ainda assim, seremos um dos países menos penalizados pela crise neste ano.

Fica claro que, com resultados líquidos das exportações desacelerando, o trava-mento dos investimentos públicos (incluin-do o PAC) travados pela burocracia e investimentos privados à espera de melho-res horizontes, não há como acreditar em otimismo com as perspectivas da atividade econômica em curto e médio prazos.

panorama econômico

Clóvis Abreu vieirAdirEtor-ExEcutivo da amcham Espírito santo

E sócio da viEira & rosEnbErg consultorEs associados

A indústria não apresenta sinais animadores, as vendas de automóveis apenas serviram para desovar estoques elevados, restando boas notícias para a agricultura, que terá a melhor safra de milho de sua história, compensando as perdas dos demais grãos.

Mesmo com o mercado de trabalho aquecido e as facili-dades creditícias dando sustentabilidade ao elevado consu-mo, há indícios de que este começa a desacelerar. Acontece que o consumidor, diante do alto endividamento e da eleva-ção da inadimplência, opta pelo pagamento das dívidas em detrimento do consumo.

Como forma de desonerar o investimento privado indus-trial, o governo reduziu as alíquotas do imposto de importa-ção sobre bens de capital, informática e telecomunicações sem produção nacional. A medida está na direção correta, ao atenuar as perdas do setor doméstico produtor de bens de capital, que sofre com a queda da demanda externa por nos-sas exportações e com a concorrência internacional.

Com a inflação próxima da meta, o Banco Central atua com viés de baixa para os juros, que poderá ser conjugada com uma redução do compulsório, diante de um visível empoçamento de liquidez dado o aumento da inadimplência. Com o câmbio, o piso foi determinado como R$ 1,95/dólar, podendo, em períodos de desafogo, atingir um patamar leve-mente acima.

Além da LDO, o Governo Federal enfrenta sérias ques-tões federativas emergenciais como o rateio dos royalties do pré-sal, a nova divisão do FPE/FPM, a tributação do ICMS do comércio interestadual e a revisão dos indexadores das dívidas dos Estados e municípios sem uma liderança para uma verdadeira negociação.

Resta averiguar a posição relativa do Brasil diante do resto do mundo, em um momento em que crescem as espe-culações sobre um possível desinteresse dos investidores estrangeiros por nosso País. Ainda que o Brasil tenha desgas-tado a imagem de emergente que cresce, apesar da crise mun-dial e de uma leve perda de interesse pelos investidores estrangeiros, não se pode afirmar que tenhamos perdido a posição de um país interessante para novas oportunidades de investimento da economia mundial.

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“não há como acreditar em otimismo com as perspectivas da atividade econômica

em curto e médio prazos”

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Para reconhecer as melhores práticas ambientais desenvolvi-das por companhias com atuação no Brasil, a Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio)

anunciou, em seu evento anual, os vencedores da oitava edição do Prêmio Brasil Ambiental, em cerimônia no dia 9 de agosto, no Salão Nobre da Bolsa, no Centro do Rio. Ao todo, 57 projetos con-correram em seis categorias, além da premiação especial, lançada nesta edição, de reconhecimento ao jornalismo, que homenageou André Trigueiro, da TV Globo.

Liderado pelo Comitê de Meio Ambiente da instituição, o prê-mio considera, em cada edição, um tema de preocupação nacional. Em 2012, com as mudanças em andamento na legislação, de suma importância à sociedade e às empresas, a gestão dos resíduos só-lidos entrou em evidência e foi debatida em palestra especial do secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministé-rio do Meio Ambiente, Pedro Wilson Guimarães, responsável pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Ele aproveitou para anunciar a realização, em 2013, de uma conferência nacional, em Brasília, em paralelo a uma feira para empresas, governo e universidades apresentarem projetos e estudos sobre o tema, e de debates ao lon-go do ano em cada um dos municípios brasileiros. “Atualmente, no Brasil, mais de 90% do mercado de latas realiza a logística rever-sa. A porcentagem é de quase 50% no plástico. Dados como esses mostram que resíduos geram renda e aquecem a economia. Prê-mios como o Brasil Ambiental, da Amcham Rio, ajudam a iden-tificar iniciativas bem-sucedidas que agregam valor à sociedade, que causam um efeito de multiplicação e incentivam o trabalho coletivo”, enfatizou.

Amcham Rio entrega o 8º Prêmio Brasil Ambiental

news

“Vamos rEfazEr o caminho da lata, do plástico, do papElão E do papEl, transformando

o Brasil dE lixõEs Em cEntros industriais”

Fiat Automóveis, Petrobras, Vale, Fundo Vale, Adecova e Construtora Norberto Odebrecht foram os vencedores. O jornalista da TV Globo André Trigueiro foi homenageado

Por Andréa Blum e Giselle Saporito fotos luciana areas

O secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Pedro Wilson Guimarães

O diretor-superintendente da Amcham Rio, Helio Blak

O secretário criticou a maneira como a política do Plano de Resíduos Sólidos está sendo aplicada nos municípios, porque, se-gundo ele, são necessários vários mecanismos para que esse projeto seja colocado em práti-ca, e citou a parceria público-privada como um dos principais aliados. “Nós no Brasil te-mos diapasões diferentes. Levamos 20 anos para desenvolver a Lei de Resíduos Sólidos e agora queremos que Estados e municípios a coloquem em prática em quatro anos. Não há como realizar essa política em 27 Estados e mais de 5 mil municípios. Por isso estamos criando os consórcios de aterros sanitários. Em vez de fazer vários aterros, teremos cinco ou seis com tecnologia, estudo e cooperação. Dessa forma, as cidades terão mais verbas para aplicar na educação”, destacou.

Ele chamou a atenção para a criação de cadeias produtivas de resíduos sólidos. “Vamos refazer o caminho da lata, do plástico, do papelão e do papel, transformando o Brasil de lixões em centros industriais.” Ele frisou ser fundamental haver uma política reversa para a indústria de eletroeletrônicos. “Temos que saber reutilizar esses produtos”, disse, relembrando o caso do acidente com Cé-sio-137, ocorrido em Goiânia há quase 30 anos.

Para o diretor-superintendente da Amcham Rio, Helio Blak, “o tema do evento ganhou repercussão entre os comitês de Meio Ambiente e Tecnologia da Informação e Comunicação da institui-ção, que, juntos, criaram uma força-tarefa com o objetivo de acom-panhar o andamento do Plano Nacional e seus impactos para as empresas e a sociedade civil. Essa parceria conta ainda com o apoio de diversos órgãos e entidades”.

Para o jornalista homenageado, André Trigueiro, o trabalho da imprensa voltado para o meio ambiente incomoda, e deve in-comodar, porque o objetivo de uma sociedade que pretende ser sustentável é se aprimorar, e as empresas devem se esforçar para al-cançar os melhores objetivos. “É papel dos jornalistas fiscalizar es-sas ações que têm impactos importantes sobre a qualidade de vida das pessoas”, disse. Questionado sobre a abertura de mais espaços no noticiário da TV Globo para tratar sobre o tema, Trigueiro diz ser um privilégio trabalhar em uma empresa que dá espaço para que essa abordagem tenha reconhecimento.

A chairperson do Comitê de Meio Ambiente da Amcham Rio, Kárim Ozon, ressaltou a importância do prêmio: “Ações de susten-tabilidade estão constantemente na rotina das grandes empresas e já fazem parte do plano estratégico das companhias. A Amcham Rio serve como palco para fórum de discussões e trocas de experi-ências para fomentar o mercado”.

O 8º Prêmio Brasil Ambiental teve como patrocinador máster a empresa Odebrecht Óleo e Gás; patrocinador, BG Brasil; copa-trocinador, Chevron Brasil Petróleo; apoiadores, Coca-Cola Brasil, Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e She-raton Rio Hotel & Resort.

Puderam concorrer ao 8º Prêmio Brasil Ambiental empresas com projetos já concluídos ou em fase final de implantação, mes-mo em parceria com outras companhias, instituições de pesquisa ou ONGs, em seis categorias: Responsabilidade Socioambiental, Preservação e Manejo de Ecossistemas, Inovação Ambiental, Uso Racional de Recursos Hídricos, Inventário de Emissões e Gestão de Resíduos Sólidos.

48_Edição 276_jul/ago 2012 Edição 276_Brazilian Business_49

os vencedores COMissãO jUlGAdORA

Emílio Eigenheer, Professor da Universidade Federal Fluminense – UFF e especialista em resíduos sólidos;

Geraldo Vitor de Abreu, Diretor do Departamento de Cidadania e Responsabilidade Socioambiental do Ministério do Meio Ambiente;

Haroldo Mattos, Presidente do Instituto Brasil Pnuma;

joão Alberto de Negri, Diretor de Inovação da Financiadora de Estudos e Projetos - Finep;

luiz Felipe Guanaes, Diretor do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente da PUC-Rio;

luiza Cristina Krau de Oliveira, Presidente do conselho Estadual de Recursos Hídricos – Cerhi/RJ;

Marcos Airton de souza Freitas, Especialista em Recursos Hídricos da Agência Nacional de Águas - ANA;

Mario Cesar Mantovani, Diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica;

Nelson Moreira Franco, Gerente de Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Sustentável da Secretaria Municipal de Meio Ambiente;

Osmar de Oliveira dias Filho, Coordenador de Resíduos Sólidos da Secretaria de Estado do Ambiente RJ;

Ricardo luiz Barros, Especialista em Engenharia de Meio AmbIente da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ;

Volney Zanardi júnior, Presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama.

FiAT AUTOMóVEisÁrea de atuação: Montadora de automóveisCategoria: Gestão de Resíduos SólidosProjeto: Aterro Zero – Nova Visão de Gestão de Resíduos Sólidos da Fiat Automóveis

O gerente de Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Trabalho da Fiat Chrysler – América Latina, Cristiano Félix, afirmou que eventos como o Prêmio Brasil Ambiental são uma excelente opor-tunidade para que as empresas mostrem os trabalhos desenvolvi-dos na área ambiental. “Temos que agradecer à Amcham Rio por esta oportunidade de mostrar o que a empresa vem desenvolvendo nas áreas ambiental e de sustentabilidade”, disse Félix, destacan-do que a montadora vem desenvolvendo esse projeto desde 1997, quando recebeu o primeiro certificado ISO 14001. “Participar de um evento como este nos dá a certeza de que algumas ações estão surtindo efeito, tanto para o time da empresa quanto para a socie-dade”, acrescentou. O projeto Aterro Zero começou com a intenção de reduzir resíduos, seguido pela competência de se dar a destina-ção correta aos produtos descartados. “Desenvolvemos, na déca-da de 1990, um conceito de consolidação de resíduos industriais em que todos os descartados sólidos são levados para uma área de consolidação e, em seguida, de destinação. Tratamos a nossa capa-cidade de reaproveitar e de reciclar, até culminar no sucesso do tra-tamento de resíduos. Há um ano não destinamos nenhum resíduo para aterros. Quando as empresas entenderem quão importante é reduzir esse passivo ambiental, reaproveitando e fazendo a logísti-ca reversa, teremos um país realmente sustentável”, afirmou.

PETROBRAsÁrea de atuação: Petróleo e gásCategoria: Inovação Ambiental Projeto: Produção de Etanol de Segunda Geração a Partir do Bagaço da Cana-de-açúcar

O gerente de Gestão Tecnológica da Petrobras Biocombustível, João Norberto Noschang Neto, afirmou que a empresa recebe com muita felicidade e orgulho o reconhecimento do Prêmio Brasil Am-biental. “Além de explorar, refinar, pro-duzir e comercializar combustíveis, já é possível produzir o biocombustível com um olhar voltado às novas energias”, dis-se. Neto explicou que o projeto utiliza o bagaço de cana-de-açúcar como fonte. “Estamos proporcionando mais energia e mais combustível para um país em forte desenvolvimento. Com essa tecnologia, va-

O gerente de Meio Ambiente, saúde e segurança do Trabalho da Fiat Chrysler – América latina, Cristiano Félix, recebeu o troféu do coordenador de Resíduos sólidos da secretaria de Estado do Ambiente do Rio, Osmar de Oliveira dias Filho, um dos jurados do prêmio

mos produzir, a partir de 2015, 40% mais etanol sem ampliar a quantidade de cana processada.” O projeto, iniciado em 2004, desenvolve tecnologia para a produção de biocombustível com qualidade adequada aos padrões técnicos exigidos, de forma confiável, e com preço competitivo, sem aumento da pressão sobre os recursos na-turais. Seu foco é ofertar ao mercado o bio-etanol e utilizar a biolignina (excedente da produção) como combustível para a gera-ção de energia térmica e elétrica. Durante a fase inicial de demonstração da tecnologia foram produzidos mais de 80 mil litros de etanol. O produto foi analisado e aprovado em laboratórios de pesquisa da Petrobras e utilizado experimentalmente em 40 mi-nivans durante a realização da conferência Rio+20. A segunda fase de estudos está na reta final, e a previsão é que a primeira uni-dade industrial comece a operar em 2015.

O gerente de Gestão Tecnológica da Petrobras Biocombustível, joão Norberto Noschang Neto, e o diretor do Nima, da PUC-Rio, luiz Felipe Guanaes

O gerente de Mudanças

Climáticas e desenvolvimento

sustentável da secretaria

Municipal de Meio Ambiente, Nelson

Moreira Franco, entrega o troféu

ao gerente de Biodiversidade e

Florestas da Vale, luiz Felipe Campos

VAlEÁrea de atuação: MineraçãoCategoria: Inventário de Emissões Projeto: Inventário de Emissões de GEE (Gás do Efeito Estufa) do Centro de Pesquisas e Conservação da Biodiversidade do Quadrilátero Ferrífero (CeBio)

Para o gerente de Biodiversidade e Florestas da Vale, Luiz Fe-lipe Campos, o prêmio é a prova do reconhecimento do trabalho empenhado pela empresa. “Estamos levantando uma série de ini-ciativas na área de conservação e biodiversidade, mas só o fato de conseguirmos inventariar as nossas emissões, de poder sequestrar essas emissões, é para nós um ganho fabuloso”, disse. Desde 2005, a Vale calcula seu inventário de emissões de Gás do Efeito Estufa (GEE). A redução das emissões de CO2, CH4 e o N20 para a at-mosfera é uma das estratégias principais, com o objetivo da redu-ção das mudanças climáticas. Outra principal estratégia do estudo é diminuir a concentração desses gases e incorporá-los na biomas-sa vegetal da biosfera. Esse processo, denominado de “sequestro de carbono”, é uma alternativa viável para amenizar o agravamento do processo de elevação da temperatura global, pelo aumento de GEE. Sendo o CeBio uma unidade de negócio que atua na produ-ção de mudas florestais e conservação da biodiversidade da flora da região do Quadrilátero Ferrífero (MG), decidiu-se quantificar as emissões e absorções de GEE no processo produtivo buscando vantagem competitiva.

FUNdO VAlEÁrea de atuação: Desenvolvimento socioeconômico das populações locais por meio de melhorias na infraestrutura – física e institucional – das regiões compreendidas pelos projetos da Vale. O bioma amazônico marca o início das atividades desenvolvidasCategoria: Preservação e Manejo de Ecossistemas Projeto: Fundo Vale: 3 Anos de Ações Pela Conservação dos Recursos Naturais e Desenvolvimento no Bioma Amazônico

Para a coordenadora de Gestão da In-formação do Fundo Vale, Márcia Soares, receber um prêmio com este é um reco-nhecimento de que é possível fazer diferen-ça mesmo em um curto espaço de tempo e mudar a realidade. Márcia explica que o Fundo foi criado por uma iniciativa da Vale quando a empresa começou a perceber que precisava ir além de seu entorno no que diz respeito à sustentabilidade. “O Fundo Vale foi criado pensando em apoiar pro-jetos ligados à sustentabilidade, mas que não tivessem vínculos com sua operação. Nosso escopo principal foram os biomas da Amazônia, mas ampliamos a atuação e hoje já estamos em quase todos os Estados com o projeto ligado à preservação, à eco-nomia verde e à cadeia de valor, em prol do combate ao desmatamento, em busca de

A coordenadora de Gestão da informação do Fundo Vale, Márcia soares, recebe o prêmio do especialista em Engenharia de Meio Ambiente da Universidade Federal do Rio de janeiro (UFRj), Ricardo luiz Barros

desenvolver pessoas e no fomento à preser-vação ambiental.” Márcia deu o exemplo de atuação do projeto na cidade de Paragomi-nas, no Pará, local que era totalmente do-minado por ação de madeireiras e refém do desmatamento desordenado. “Com a ajuda do Fundo Vale e com um trabalho de cons-cientização da sociedade, a cidade virou um exemplo na Amazônia. Isso mostra que é possível reverter esse quadro e acho que o setor privado tem um papel fundamental nisso”, concluiu

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50_Edição 276_jul/ago 2012

CONsTRUTORA NORBERTO OdEBRECHTÁrea de atuação: Construção civilCategoria: Uso Racional de Recursos HídricosProjeto: Canteiro Sustentável: Educação Ambiental Aplicada nas Obras de Construção Civil

jORNAlisTA ANdRé TRiGUEiROTV Globo / GloboNewsPrêmio de homenagem especial ao jornalismo

Para o jornalista André Trigueiro, re-ceber o Prêmio Brasil Ambiental 2012 de Homenagem Especial é um reconheci-mento e uma honra. “Fico lisonjeado com a escolha do meu nome, embora considere que jornalismo é um trabalho em equipe e a gente nunca realiza nada sozinho”, disse. Segundo ele, é papel dos jornalistas fiscali-zar as ações das empresas que têm impac-tos importantes sobre a qualidade de vida das pessoas. “Experimentamos uma crise ambiental sem precedentes na história, que atinge frontalmente a qualidade de vida, a saúde e a longevidade das pessoas.”

AdECOVA – TRACTEBEl ENERGiAÁrea de atuação: Comercialização de energiaCategoria: Responsabilidade SocioambientalProjeto: Centro de Cultura de Entre Rios do Sul

Para a coordenadora do Centro de Cultura de Entre Rios do Sul, Chirley Rigon, a premiação mostra que a empresa está no caminho certo e incentiva o trabalho. “Nosso Centro de Cultura completou um ano em julho e foi concebido baseado na sustentabilidade não somente ambiental, mas também social. Hoje nós temos em torno de 150 crianças fazendo oficinas, saindo das ruas e trabalhando. A construção do Centro é toda sustentável, com reaproveitamento de energia, material reciclável, água. Isso tem sido muito bem aceito pela comunidade”, conta Chirley. Ela destaca que o foco é a preserva-ção da cultura local, que vinha sendo perdida com a saída de muitos moradores que deixavam o município, localizado no norte do Rio Grande do Sul, em busca de melhores condições de trabalho. Desde o início das atividades já passaram pelo local cerca de 13 mil pessoas, uma média de 1.200 visitantes por mês. Eles agora têm acesso ao único cineteatro da região, à biblioteca pública, a cursos de capacita-ção profissional, de oficinas de artes e de inclusão social e digital.

O projeto da construtora Norberto Odebrecht apresenta me-didas sustentáveis adotadas em forma de “canteiro sustentável” no Terminal Portuário Embraport, em Santos, e visa contribuir com a educação ambiental de seus funcionários, parceiros e visitantes, disponibilizando informação sobre soluções sustentáveis aplicáveis e o desenvolvimento de tecnologia ambiental. Os focos são trata-mento do efluente contaminado por metais pesados, dragagem de canais, redução do consumo da água nobre (potável), reutilizando o efluente tratado para fins menos nobres, assim como a recicla-gem de todo o material sólido. As ações de implantação do sistema de reaproveitamento de águas, mesmo que não produzam uma economia significativa, possuem benefícios decorrentes da práti-ca de educação ambiental e incorporam, ainda mais, a proposta de construção de sociedades sustentáveis e a conscientização dos integrantes dentro dos canteiros de obra. A parceria com demais entidades se torna uma grande oportunidade de promover a edu-cação ambiental. Estima-se que houve redução de uso entre 80% a 90% da água nobre potável.

Um dos diretores da Amcham Rio, Rafael Motta, e o jornalista homenageado, André Trigueiro

O presidente do instituto Brasil Pnuma, Haroldo Mattos, entrega o prêmio à especialista em Comunicação Corporativa da Tractebel Energia, luciane Pinheiro; à assistente-administrativa do Centro de Cultura de Entre Rios do sul, Fernanda Machado; e à coordenadora do Centro de Cultura, Chirley Rigon

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O diretor de sustentabilidade da Odebrecht óleo e Gás, Marco Aurélio Fonseca, representou a empresa vencedora do grupo na homenagem, entregue pela chairperson do Comitê de Meio Ambiente, Kárim Ozon (à dir.), e pela diretora de Vendas do sheraton Rio Hotel & Resort, dolores Piñeiro

CHEVRON, a logomarca CHEVRON e ENERGIA HUMANA são marcas registradas da Chevron Intellectual Property LLC.

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Steve Tomkovicz

Presidente

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52_Edição 276_jul/ago 2012

A desburocratização é um dos maiores desafios para a administração pública brasileira. Prazos longos, exigência de documentação dupli-

cada, desperdício de insumos e perda de tempo são alguns dos obstáculos a serem superados. Diversas e substanciais mudanças vêm sendo realizadas à proporção da urgência de uma transição segura dos modelos engessados para moldes mais fluidos, nos âmbitos das pessoas físicas e jurídicas. Uma das transformações recentes desmembrou a estrutura do antigo Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência (SBDC) e o País se prepara para co-lher os frutos de uma mudança positiva.

A Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio), por meio do Comitê de Assuntos Jurídicos, realizou, no dia 3 de agosto de 2012, a palestra Alterações Sobre a Lei do Cade: Reflexos e Impactos, que discutiu as últimas modi-ficações na Lei do Conselho Administra-tivo de Defesa Econômica (Cade) e seus impactos na análise dos casos de concen-tração (fusões e aquisições). O evento teve patrocínio de Chediak Advogados.

As alterações na Lei 12.529, que entrou em vigor no último dia 29 de maio, foram defendidas pelo superinten-dente-geral do Cade, Carlos Ragazzo, em palestra que apontou os avan-ços e os desafios que o órgão tem pela frente. “A nova lei é um marco da defesa da concorrência no Brasil”, frisou. Desde que entrou em vigor, já foram recebidas 180 operações para análise, que, segundo informação do superintendente, devem ser julgadas até o fim de outubro. “Apenas cinco casos devem ser resolvidos depois deste prazo, em razão da com-plexidade dos processos”, afirmou.

Ele mostrou como está funcionando a nova estrutura do conselho, o que ocorre hoje com os atos de concentração de empresas e abordou, so-bretudo, os pontos positivos e os desafios. “Nosso maior obstáculo é a falta de técnicos especializados”, admite. Para reverter esse quadro serão contra-tados, no próximo ano, por meio de concurso, 50 novos técnicos, mas a lei prevê ainda outros 150 postos, que serão preenchidos progressivamente.

Um marco na defesa da concorrência no Brasil

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Em almoço-palestra, o superintendente-geral do Cade, Carlos Ragazzo, apontou os avanços e desafios que o órgão ainda tem pela frente Por Sol Mendonça

Essa nova organização consEgUiU rEdUzir o prazo dE análisE para até 16 dias

Da esq. à dir., o diretor-superintendente da Amcham Rio, Helio Blak; o ex-presidente da instituição Robson Barreto; o superintendente-geral do Cade, Carlos Ragazzo; o chairperson do Comitê de Assuntos Jurídicos, Julian Chediak, de Chediak Advogados

Para Ragazzo, o Brasil continua rece-bendo um número expressivo de pedidos de fusão – 700 solicitações no ano passado –, ficando atrás somente dos Estados Unidos e da Alemanha. A grande mudança, apontada por ele, foi fundamentalmente de gestão.

Um dos primeiros problemas sanados diz respeito à duplicidade de papéis que eram exercidos por mais de um órgão, o que dificultava o andamento dos casos. Na nova estrutura, a superintendência-geral do Cade funciona como uma espécie de filtro, em que se pretende resolver todos os casos de fusões simples, no qual a aprovação da análise da documentação de empresas inte-ressadas em fusões e aquisições ocorre sem restrições. Assim, somente os casos que apresentam problemas significativos ou de maior complexidade chegam ao tribunal. Além disso, foi criado um departamento para classificar os processos em complexos e sumários. “Se o caso for sumário, morre na triagem. Nos casos não sumários, a aná-lise segue adiante”, diz Ragazzo. Essa nova organização conseguiu reduzir o prazo de análise para até 16 dias, desafogando o vo-lume dos processos e garantindo ao País uma boa colocação diante da média mun-dial, que gira em torno de 30 dias.

Até maio, o Brasil tinha um dos maiores prazos de análise de atos de concentração, 240 dias + 90 dias, que são hoje, “a exceção da exceção”, frisa Ragazzo. “Existe um com-prometimento de liberar os casos mais sim-ples em menos de 30 dias.” Com exceção de quatro ou cinco casos mais complexos, Ra-gazzo diz que espera terminar o estoque re-cebido em 2012, de cerca de 300 processos, antes do fim do ano e acrescenta que 141 foram recebidos em apenas duas semanas, quase o equivalente ao que Portugal e Espa-nha fazem juntos anualmente.

PRACTICE AREAS

Administrative Law

Corporate Law

Financial and Capital Markets

Competition Law

Energy Law

Tax Law

Judicial and Administrative Litigation

Arbitration

Contracts

Real-Estate Law

Labor Law

Pension Law

Environmental Law

Election Law

Intellectual Property

International Law

ÁREAS DE ATUAÇÃO

Direito Administrativo, Regulação e Infraestrutura

Direito Societário

Mercado Financeiro e de Capitais

Direito da Concorrência

Direito da Energia

Direito Tributário

Contencioso Judicial e Administrativo

Arbitragem

Contratos

Direito Imobiliário

Direito do Trabalho

Direito Previdenciário

Direito Ambiental

Direito Eleitoral

Propriedade Intelectual

Direito Internacional

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54_Edição 276_jul/ago 2012 Edição 276_Brazilian Business_55

Seminário debate aspectos técnicos e legais em acidentes com vazamento de óleo

O sócio do escritório Lobo & Ibeas Advogados Oscar Graça Couto; o coordenador-geral de Petróleo e Gás do Ibama, Cristiano Vilardo; a chairperson do Comitê de Meio Ambiente, Kárim Ozon; a assessora jurídica da Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil, a primeiro-tenente Amanda Dobbin; o diretor da Amcham Rio, Helio Blak

O Plano Nacional de Contingência (PNC), as respon-sabilidades das empresas em casos de acidentes com vazamento de óleo e o raio de ação das autoridades

competentes envolvidas foram alguns dos assuntos abordados no seminário Acidentes com Vazamento de Óleo – Aspectos Técnicos e Legais, promovido no dia 25 de junho, pela Câmara de Comér-cio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio), por meio de seus comitês de Meio Ambiente e Assuntos Jurídicos. Patrocinado pelo escritório Veirano Advogados, com apoio do Siqueira Castro Advo-gados, o evento contou com dois painéis para apresentar e esclarecer aspectos técnicos e jurídicos que envolvem o tema.

O coordenador de Atendimento a Emergências Ambientais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Marcelo Neiva de Amorim, detalhou o PNC. Apesar de ter começado a ser criado em 1998, por questões burocrá-ticas, o plano ainda não entrou em vigor, já que precisa da assinatura de todos os ministros para seguir para a aprovação da Casa Civil da Presidência da República.

“O acidente do Golfo do México, em abril de 2010, chamou a atenção para a necessidade de se colocar o PNC em ação. Foi realiza-do um novo documento, mas com o vazamento do Campo de Frade, no ano passado, foi preciso readequá-lo para a realidade brasileira. Mas o plano já está em processo de finalização das assinaturas, que devem totalizar 16 nomes”, disse Amorim, ressaltando o bom posi-cionamento do Brasil com relação a outros países produtores no que diz respeito a vazamentos de óleo ou substâncias nocivas. Segundo ele, de 1998 para cá não ocorreu nenhum incidente em que o PNC tivesse que ser acionado, uma vez que as empresas souberam dar a resposta ao problema ou tiveram o auxílio de empresas parceiras para saná-lo.

O evento contou com representantes do IBP, Ibama e da Marinha, além de especialistas, para esclarecer aspectos técnicos e jurídicos que norteiam o debate

Por Giselle Saporito

Ele acrescentou que há como meta a criação do Sistema de Informações sobre Incidentes de Poluição por Óleo nas Águas Jurisdicionais Brasileiras (Sisnoleo), um histórico de todos os acidentes disponi-bilizado para a sociedade ter acesso à in-formação de tudo o que foi realizado no incidente em questão.

Para o gerente de Meio Ambiente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Carlos Henrique Abreu Mendes, o instituto vem atuando de forma a contribuir com a gestão do pro-cesso, oferecendo técnicas para aprimorar a gestão ambiental e as atividades do pe-tróleo e gás no Brasil. O órgão possui um grupo, com cerca de 20 operadoras, que se reúne periodicamente, desde o vazamento do Golfo do México, para montar estra-tégias para evitar incidentes. “Esperamos ter até 2013 acesso a esses documentos e relatórios ambientais para avaliar todos os blocos ofertados, com consulta pública, movimento que será liderado pela ANP e pelo Ibama. Será um planejamento estra-tégico para evitar os acidentes.” Segundo ele, o número vem diminuindo gradati-vamente. “O Brasil tem 18 vezes menos volume de vazamentos do que a média mundial, 5% menos que a média da Euro-pa e 10% menos que a média americana”, disse, citando o vazamento de óleo na Ba-cia de Frade, em 2011, que, segundo ele, no que diz respeito ao impacto ambiental “foi muito pequeno”.

Para o coordenador-geral de Petró-leo e Gás do Ibama, Cristiano Vilardo, o setor de petróleo e gás é privilegiado na economia brasileira. “Em março de 2006 foi criada a coordenação-geral de licencia-mento de petróleo e gás. Hoje, um terço desses licenciamentos é realizado aqui no Rio, onde há as coordenações de explora-ção e de produção. São mais de 70 técnicos nessa área, dos quais 60% têm qualificação pós-graduada, além da base em Sergipe para atender o Nordeste.” Vilardo ressalta ser fundamental o acompanhamento pós-licenciamento, com ampla participação pública, nos moldes do que já existe na Bacia de Santos, onde há um crescimento de agendas técnicas paralelas para a mon-tagem de um cenário com previsão de impacto e perspectiva de risco ambiental. “Por isso, a necessidade de se criar meca-nismos cada vez mais eficientes”, reforçou.

O sócio do escritório Lobo & Ibeas Advogados e professor da PUC-Rio e da Fundação Getulio Vargas, Oscar Graça Couto, fez um panorama das sanções que podem ser aplicadas no caso de acidentes, mas afirmou que, no âmbito jurídico, a lição maior está no aspecto preventivo, impedindo que ocorram acidentes, que fa-zem parte das atividades de risco do setor de petróleo. “Uma vez ocorrido o incidente, é importante reconhecer que haverá desdo-bramentos em três áreas do Direito: a obrigação de reparação, as penas administrativas impostas pelos órgãos ambientais e as im-plicações de ordem criminal. São questões autônomas, mas comu-nicantes. Deve-se pensar em uma abordagem que considere essa interconexão”, disse. Segundo Couto, será necessária uma atuação ágil e efetiva da empresa, tendo como finalidade minimizar os da-nos. “Dessa atitude, resultarão consequências ao plano administra-tivo e criminal. Pode-se afastar a possibilidade do crime em alguns

casos ou minorar a pena conforme o aspecto administrativo, com apli-cação de multas, altas ou não. Vai depender da atuação da empresa no sentido de mitigar o dano e, em se-guida, repará-lo”, analisou.

A assessora jurídica da Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil, a primeiro-tenente Amanda Dobbin, traçou um panorama dos

procedimentos internos da Marinha. Segundo ela, a missão da Di-retoria de Portos e Costas da Marinha é assegurar o tráfego aqua-viário, prevenindo a poluição hídrica em áreas interiores brasilei-ras, e o ensino profissional marítimo. São ao todo 62 organizações militares fiscalizando toda a costa brasileira no auxílio à Capitania dos Portos. “A assessoria jurídica e a gerência de meio ambiente dão apoio técnico para os representantes locais das autoridades marítimas, que são os responsáveis pela abertura do processo am-biental no caso de acidentes com vazamento de óleo ou substân-cias nocivas, elaborando laudos técnicos ambientais em conjunto com o Ibama, com notificação do infrator. Após a análise, a sanção é estipulada”, afirmou.

O coordenador de Atendimento a Emergências Ambientais do Ibama, Marcelo Neiva de Amorim

O gerente de Meio Ambiente do IBP, Carlos Henrique Abreu Mendes

“O acidEntE dO GOlfO dO MéxicO,

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56_Edição 276_jul/ago 2012 Edição 276_Brazilian Business_57

Exemplos de sucesso na área de responsabilidade social volta-dos para a educação foram apresentados no Ideas Exchange

– Parcerias, Investimentos e Casos de Sucesso na Área de Educa-ção, evento realizado no dia 27 de julho, pela Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio), por meio de seu Co-mitê de Responsabilidade Social Empresarial, que mostrou tam-bém ações de sucesso da Prefeitura do Rio na educação pública. O evento teve patrocínio da Chevron e do Ibeu e foi mediado pela chairperson do comitê, Silvina Ramal.

O gerente-geral de Recursos Humanos da Dufry do Brasil, Wagner Rezende, falou sobre o Centro de Treinamento Adminis-trativo (CTA) da empresa, que há 17 anos ministra cursos pro-fissionalizantes para jovens de comunidades carentes da Ilha do Governador. “O objetivo da Dufry é qualificar os jovens, garan-tindo sua empregabilidade e permitindo a inclusão social”, disse Rezende, explicando que uma das exigências para participar da se-leção para o curso é estar estudando. O curso tem duração de cerca de oito meses e pretende oferecer uma formação complementar de conhecimentos específicos, como inglês básico, informática, varejo e administração, possibilitando o ingresso no mercado de trabalho. “Nós também fazemos todo um trabalho social, já que são jovens entre 16 e 18 anos que vivem dentro de um contex-to de violência. Nosso maior objetivo é que, ao fim do curso, eles possam ser sujeitos e protagonistas de sua história e carreira. Nós queremos formar indivíduos que atuem na própria vida, além de ter sua empregabilidade”, destacou.

Parcerias reforçam chance de sucesso de projetos de educação

Rezende contou que é uma difícil tarefa escolher apenas 30 jo-vens por curso, já que a procura é grande. Segundo ele, são dois meses de processo seletivo, em que primeiro são aplicadas provas de português, matemática e ciências, seguidas por uma dinâmica de grupo que acontece simultaneamente a uma avaliação da fa-mília, que deve ser participativa na vida do jovem. As aulas são dadas por professores voluntários, e muitos são funcionários da Dufry que, apoiados pela equipe pedagógica, passam aos jovens sua experiência profissional. “A maioria dos alunos do CTA é apro-veitada na empresa. Por isso, focamos muito no treinamento para o varejo. Mas mesmo os que não ficam conosco têm capacidade de sobra para entrar no mercado de trabalho”, destacou.

O diretor-executivo do Cieds, Fabio Müller, falou sobre os projetos realizados pela ONG, que existe desde 1998 e hoje conta com o apoio de 400 empresas, em mais de 300 projetos sociais. Segundo ele, a missão do Cieds é a promoção de uma sociedade sustentável, com base em conhecimento, cooperação e empoderamento das pessoas, visando uma escola pública de qualidade, que repensa o modelo de educação integral, ultrapas-sando os muros da escola, pensando na pessoa como um todo. “Para isso acontecer é preciso uma ação conjunta, uma soma dos atores público, social e privado, em que cada um traz o seu po-tencial e a sua expertise para uma mesma mesa e compartilha, propiciando que o jovem se torne o protagonista de sua própria história”, afirmou. A ONG atua em 209 escolas municipais do Rio de Janeiro, em 50 bairros, nos quais é realizado um trabalho de valorização dos espaços democráticos, usando a realidade do local e a história dos lugares, com uma integração com a fa-mília. “O conteúdo é trabalhado dentro da realidade do aluno.

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Governo, empresas e ONG demonstram como a parceria é fundamental para alavancar projetos de educação

“O POdEr PúBlicO Está lOngE dE tEr tOdas

as cOmPEtências, E as EmPrEsas ParcEiras E Ongs

têm muitO a cOntriBuir cOm a EducaçãO”

Da esq. à dir., o diretor-executivo do Cieds, Fabio Müller; o diretor da

Amcham Rio, Helio Blak; a chairperson do Comitê de Responsabilidade Social

Empresarial, Silvina Ramal; o gerente-geral de Recursos Humanos

da Dufry do Brasil, Wagner Rezende

Não dá para pensar em uma educação sem explicar o porquê do que está sendo ensinado”, destacou Müller, que acrescentou que o projeto também repensa o lado da cidadania, utilizando a cidade como base. “Nós temos uma parceria com o Metrô, que nos cede passes para que os alunos possam se locomover e visitar espaços da cidade como centros culturais, museus e monumentos, dando-lhes a oportunidade de conhecer a cidade em que moram, usando-a como processo educativo de retorno para a escola”, afirmou. Müller disse ainda que o maior objetivo é fazer com que os alunos construam um projeto de vida, com uma continuidade para o ensino médio, tendo em perspectiva a carreira e a realização de seus sonhos.

A gerente de Comunicação e Relações com a Comunidade da Chevron Brasil Petróleo, Lia Blower, contou sobre as par-cerias de sucesso que a empresa faz na área de educação, que têm como foco gerar oportunidade econômica para mulheres no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. “A mulher tem uma pre-sença muito forte em áreas carentes, sendo muitas vezes a pro-vedora da casa.” Ela explicou que o Enter Jovem Plus tem como objetivo qualificar, proporcionando educação profissional e inserindo a pessoa no mercado de traba-lho. O projeto está presente em 25 esco-las estaduais, em seis municípios. “Nossa preocupação é formar um cidadão que tenha capacidade de escolher uma profis-são, principalmente permitindo o acesso à universidade e ao mercado de trabalho”, disse Lia, que falou também sobre o proje-to de empreendedorismo Mão na Massa, que já colocou muitas mulheres no mercado de trabalho. “Hoje nós temos 385 jovens capacitados, 216 inseridos no mercado de trabalho, 105 jovens universitários e 120 educadores capacitados.”

O subsecretário de Novas Tecnologias Educacionais da Pre-feitura do Rio, Rafael Parente, falou da importância das parcerias com empresas privadas, ONGs e institutos, que estão contribuin-do para melhorar a qualidade da educação na cidade. “O poder público está longe de ter todas as competências, e as empresas parceiras e ONGs têm muito a contribuir com a educação, por-que têm vários processos e ferramentas inovadores que melho-ram a qualidade do ensino”, afirmou. Parente também destacou a importância da tecnologia como ferramenta de ensino e mostrou projetos digitais como a Educopédia, o Rio Educa e o Ginásio Experimental das Novas Tecnologias Educacionais (Gente), que são fruto de parcerias de sucesso. “Nós temos que parar de achar que podemos fazer tudo sozinhos. Temos que repensar que, para dar um salto na qualidade da educação, precisamos de parceiros. Precisamos também nos beneficiar o máximo possível disso e fazer com que esses projetos ganhem escala”, afirmou.

O subsecretário de Novas Tecnologias Educacionais da Prefeitura do Rio de Janeiro,

Rafael Parente; a gerente de Comunicação e Relações com a Comunidade da Chevron

Brasil Petróleo, Lia Blower

Por Giselle Saporito

58_Edição 276_jul/ago 2012

O investimento que vem sendo reali-zado na área de Energia no País e os

grandes desafios para a utilização de no-vas fontes renováveis foram os motes da palestra do consultor de Energia da Con-federação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Senna.

Senna destacou que, embora haja uma proliferação de fontes renováveis de ener-gia, como eólica, solar e de ondas – e capa-cidade do Brasil para aprimorá-las –, elas ainda são consideradas caras e em desen-volvimento. “Mesmo que sejam aprimora-das e acessíveis, ainda assim serão sempre coadjuvantes das usinas hidrelétricas, pela grande capacidade hídrica do País”, defen-deu. Para o especialista, apesar do grande potencial para a produção de biocom-bustível e etanol da cana-de-açúcar, estão previstos investimentos na ordem de US$ 500 bilhões na área de energia, dos quais US$ 340 bilhões na área de petróleo e gás. “Embora a matriz energética brasileira seja basicamente hídrica, a movimentação da carga é toda feita com petróleo, e nós temos muita reserva, principalmente no pré-sal, e não podemos desperdiçar isso. Temos que manejar de maneira a poluir menos, assim como pode ser realizado nas térmicas, reduzindo a emissão de poluen-tes”, acrescentou.

Energias limpas e os Jogos Olímpicos de 2016

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Dois painéis debateram as diversas oportunidades para as empresas fazerem negócios nos próximos anos no Brasil. O evento Procurement: o Caminho Para Fazer Negócios no Segmento de Energias Limpas e nos Jogos Olímpicos, promovido pela Câmara de

Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio) e o Brazil-U.S. Business Council, no dia 29 de junho, no Centro do Rio, propôs um modelo diferente para aproximar

o público das informações que podem gerar chances para as empresas

O consultor de Energia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Senna, traça um panorama das oportunidades e dos desafios do setor energético brasileiro

O gerente de Suprimentos do Comitê Organizador Rio 2016, João Saravia, mostra as ações que serão preparadas para a realização dos jogos e que podem ser oportunidades de geração de negócios para as empresas

O segundo painel do evento abordou a organização dos Jogos Olímpicos de 2016. O gerente de Suprimentos do Co-mitê Organizador Rio 2016, João Saravia, destacou a grandiosidade do evento e al-guns pontos que já estão sendo definidos, como o guia que deve estar pronto em setembro e que foi elaborado com base nas duas versões anteriores, distribuídas respectivamente nos Jogos de Inverno de Vancouver em 2010 e na Olimpíada de Londres. “A publicação possui o foco em três pilares que são as bases da nossa orga-nização: meio ambiente, pessoas (social) e posteridade (desenvolvimento econômi-co). O importante é que deixa claro qual o posicionamento que as empresas parceiras devem ter com relação a esses três temas. Queremos deixar um legado que inclua o social, o econômico e a sustentabilidade”, explicou o executivo.

Com relação à contratação de empresas e mão de obra para 2016, segundo Saravia, o comitê lançou o site rio2016.org, no qual ficarão – e já estão – disponíveis vagas ao longo dos próximos anos, que serão ali-mentadas de acordo com a demanda. Ou-tra novidade é a ferramenta pela qual as empresas interessadas em participar das licitações poderão se cadastrar, além de posteriormente receber qualificação para chegar a 2016 capazes de desempenhar seus papéis. “Esse cadastro servirá para agilizar a escolha dos nossos parceiros e deve estar definido entre 2013 e o primei-ro semestre de 2014, para chegarmos ao segundo semestre com as licitações e pra-zos em andamento. Em 2015, iniciamos os eventos-teste, que são competições re-alizadas nos equipamentos olímpicos para definir se estão nos padrões ideais, nos moldes do que acontece na Copa do Mun-do, que tem como essa etapa a realização da Copa das Confederações”, disse.

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60_Edição 276_jul/ago 2012 Edição 276_Brazilian Business_61

A falta de uma política de comércio exterior entre Brasil e Es-tados Unidos foi o foco das palestras apresentadas no even-

to Brazil – U.S. Forum, realizado em 29 de junho, pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e pelo Center for Hemispheric Policy University of Miami, com o apoio da Câma-ra de Comércio Americana do Rio de Janeiro (Amcham Rio), no JW Marriott Hotel, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

No primeiro painel, que abordou o cenário econômico e o comércio exterior, o professor de pós-graduação em economia da Fundação Getulio Vargas, Pedro Cavalcanti Ferreira, afirmou que o protecionismo e as barreiras orçamentárias impostas pelo governo brasileiro – que recentemente aumentou o IPI para im-portações – afetam a eficiência da produtividade, dificultando a aplicação de projetos de infraestrutura. “O Brasil nunca foi frien-dly do comércio exterior, mas a abertura do comércio na década de 1990 provocou um impacto importante na produtividade. Po-rém, de cinco ou seis anos para cá, estamos indo na direção con-trária. Houve um aumento da intervenção estatal na economia, com a escolha de determinados setores para receber investimen-to dos bancos estatais, um aumento do protecionismo no comér-cio exterior, uma infraestrutura ineficiente e um aumento da in-certeza institucional, o que piora substancialmente o cenário de negócios e atrofia o crescimento econômico. A minha visão para o futuro é de um Brasil com juros e inflação baixos, mas também com um baixo crescimento”, analisou o professor.

O diretor-executivo e principal estrategista para mercados emergentes da CIBC World Markets do Canadá, John Welch, tam-bém acredita que nos últimos seis anos houve um desvio da polí-tica brasileira, que a deixou mais intervencionista e com barreiras a importações. Ele criticou ainda a posição do governo brasileiro em afirmar que se recuperou bem na crise econômica. “Existe uma arrogância na afirmação de que o País saiu da crise melhor que os outros. Ficou em quarto lugar. O melhor foi o Peru. Mesmo o Chi-le, que foi afetado pelo terremoto, e o México estão crescendo mais do que o Brasil dada a política de abertura do comércio exterior. Existe uma sistemática de análise equivocada com uma política defensiva. Os Estados Unidos estão querendo uma melhora nessa relação e estamos de portas abertas”, afirmou Welch.

Relação comercial entre Brasil e Estados Unidos é debatida no Brazil – U.S. Forum, do Cebri

O sócio-diretor da MCM Consultores Associados e da Te-chne, Amaury de Souza, responsável pela mediação do debate, encerrou o painel com uma referência à apresentação de Welch, ao afirmar que o Brasil tem nos Estados Unidos um dos grandes destinos de seus produtos industriais, ao contrário da China, que só importa produtos agrícolas e minerais. “O ideal para melhorar esse cenário era não só abrir a economia, mas abrir na direção correta. Vou ser menos sutil do que o John (Welch) em sua apre-sentação e digo que o Brasil deveria ter com os Estados Unidos um tratado de livre comércio”, disse Souza.

Ao ser questionado pela plateia sobre quais seriam as barga-nhas de troca em um tratado de livre comércio, Welch afirmou que o Brasil sempre terá queixas dos EUA, citando como exemplo o caso das exportações de suco de laranja. “Não estou falando em moeda de troca. A negociação do Mercosul com os EUA é eco-nomicamente errada, porque existe essa teoria de que exportação é bom e importação é ruim. A Argentina está sofrendo com isso. Acho que há muito mais ganhos do que perdas com a abertura do mercado”, disse.

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Debate promovido pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri) e pelo Center for Hemispheric Policy University of Miami critica política de comércio exterior entre Brasil e EUA Por Giselle Saporito

“ExiStE Uma aRRogânCia na aFiRmação dE qUE

o PaíS SaiU da CRiSE mElhoR qUE oS oUtRoS. FiCoU

Em qUaRto lUgaR”

O debate no segundo painel, Cenário Político e Relações entre Brasil e EUA, foi ainda mais acirrado e contou com a moderação do visitante do Cebri Seth Colby. Para o jornalista especializado em política externa Carlos Eduardo Lins da Silva, o Brasil sempre teve uma boa relação com os Estados Unidos, embora ela não te-nha sido muito bem alinhada, segundo ele, em grande parte por conta das estruturas de governo. “O Brasil pode se beneficiar com uma relação mais amigável, mas acredito muito mais que isso ve-nha a ocorrer não com a intervenção dos governantes e, sim, com a sociedade civil”, disse Lins da Silva, citando como exemplo a Cú-pula das Américas, da qual quase nada se concretizou.

Ele citou as duas medidas que foram colocadas em prática: a reabertura de dois consulados, um em Porto Alegre e outro em Recife, que estavam fechados há anos, e o projeto para agilizar o pedido de visto para os EUA. “As ações foram realizadas não porque o presidente dos EUA, Barack Obama, ou a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, quiseram, mas por fortes ações impostas pela sociedade. O número de turistas brasileiros cresceu tanto que melhorou a economia de algumas cidades, e a sociedade pas-sou a pressionar o presidente Obama. É dessa maior interação entre as sociedades que poderia vir uma relação mais confiante entre os dois países”, disse o jornalista, sugerindo algumas medi-das, tais como o fim da bitributação, a eliminação dos entraves alfandegários dos dois lados e o término da necessidade de vistos entre os dois países, afirmando que o Brasil poderia fazer um gesto de unilateralidade para ver se há uma reciprocidade.

Christopher Garman, um dos diretores da Eurasia Group e líder para mercados emergentes na América Latina, fez sua apre-sentação com base na relação entre Brasil e Estados Unidos no contexto global. Segundo ele, apesar de haver na última década um cenário econômico favorável, com um momento bom para os mercados emergentes, houve um retrocesso em grande parte por causa da crise da Europa. “Isso provavelmente vai gerar um baixo crescimento, não só em países emergentes, mas também nos desenvolvidos. Defendo ainda a tese de que esse movimen-to possa gerar uma aproximação entre Brasil e Estados Unidos. O cenário mostra que, provavelmente, a relação entre Brasil e China tende a ficar mais tensa por conta do grande desafio da economia chinesa, que deve voltar sua produção para o setor doméstico, deixando a exportação em segundo plano. Com isso, uma relação com os EUA pode ser mais produtiva, por ser mais diversificada, e não somente com manufaturados, disse Garman, evidenciando a necessidade da reformulação da política externa brasileira no contexto internacional.

Da esq. à dir., o professor de pós-graduação em economia da Fundação Getulio Vargas, Pedro Cavalcanti Ferreira; o sócio-diretor da MCM Consultores Associados e da Techne, Amaury de Souza, mediador do debate; o diretor-executivo e principal estrategista para mercados emergentes da CIBC World Markets do Canadá, John Welch

Da esq. à dir., um dos diretores da Eurasia Group e líder para mercados emergentes na América Latina, Christopher Garman; a diretora do Center for Hemispheric Policy University de Miami, Susan Kaufman Purcell, o visitante do Cebri Seth Colby, mediador do painel; o jornalista especializado em política externa Carlos Eduardo Lins da Silva

Susan Kaufman Purcell, diretora do Center for Hemisphe-ric Policy University de Miami, que abriu o evento ao lado do embaixador e vice-chairman do Cebri, José Botafogo Gonçalves, afirmou que o Brasil está atrasado em política externa até mesmo dentro do Mercosul e que não é mais um líder dentro do bloco. “A não ser que o Brasil queira continuar a olhar somente para es-ses vizinhos ruins. A Argentina está falida, o (Hugo) Chávez, pre-sidente da Venezuela, está morrendo. Ainda há essa situação com o Paraguai. Não há como crescer dentro do Mercosul porque não há competitividade”, disse Susan, sugerindo que o Brasil repense sua política e passe a ser um agente independente dentro do blo-co, nos moldes do que acontece no Nafta com Canadá, México e EUA. Ela comentou ainda sobre o momento eleitoral pelo qual os EUA estão passando e disse acreditar que a política de Obama seja mais palatável para mercados emergentes do que a de seu adversário Mitt Romney. O embaixador José Botafogo Gonçalves encerrou o evento afirmando que o Brasil tem um enorme dever de casa a cumprir, principalmente no âmbito das reformas que afetam o crescimento, a redução da disparidade e a renda.

62_Edição 276_jul/ago 2011 Edição 272_Brazilian Business_63

KBR BRASIL (KBR Gerenciamento de Projetos e Serv. de Estudos Industriais Conceituais, Básicos e de Detalhamento Ltda.)Lars Olof MagnussonDiretor ComercialAv. Presidente Wilson, 231, 5º Andar - Centro20030-021, Rio de Janeiro, RJTel.: (21) 2103-7608 Fax: (21) [email protected]

Pioneer Viagens e Turismo Ltda.Valdir Pereira da Silva JuniorDiretorRua Sá Ferreira, 38, loja 4 Copacabana22071-100, Rio de Janeiro, RJTel./Fax: (21) 2227-8300 [email protected]

Triunfo Logística Ltda.Jorge Rodrigues da Silva Diretor-presidenteAv. Pres. Wilson, 113, s/ 1201 - Centro20030-020, Rio de Janeiro, RJTel.: (21) 2178-8800 Fax: (21) 2178-8827comercial@triunfologistica.com.brwww.triunfologistica.com.br

Limine Comércio e Consultoria de Sistemas de Informática Ltda.(Limine Solutions)Daniel Peres de SouzaDiretor-geralRua Benedito Pereira Leite, 36, s/3 - Centro06600-055, Jandira, SPTel./Fax: (41) 3224-7604cacciana.lopes@liminesolutions.comwww.liminesolutions.com

MRM Freight Agenciamento de Cargas Ltda.Marcos Roberto da Costa GomesDiretorAv. Bruxelas, 185, s/301 Bonsucesso21041-000, Rio de Janeiro, RJTel.: (21) 3882-3430

Ogas Soluções e Serviços do Brasil Ltda. (OGAS Solutions)Barry Lennart Sjöström Business DevelopmentRua Senador Dantas, 19, s/903 - Centro20031-202, Rio de Janeiro, RJTel.: (21) 6910-7956 www.ogassolutions.com

Quatro Seniors Informática Ltda.Alexandre da Costa Ferreira Diretor-executivoAv. Rio Branco, 14/ 12º - Centro20090-000, Rio de Janeiro, RJTel.: (21) 2223-1700 www.quatroseniors.com.br

por dentro da câmara

Novos Sócios

Rio de JaneiroAv. Rio Branco, 311, 4º e 10º andares Centro - Rio de Janeiro - RJ CEP: 20.040-903Tel. 5521 3231 3700

www.dpc.com.br | [email protected]

São Paulo

Paraíso - São Paulo - SP

MacaéRua Teixeira de Gouveia, 989, Sala 302 Centro - Macaé - RJCEP: 27.910-110Tel. 5522 2773 3318

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Danusa Pereira FernandesAssociadaMundie e AdvogadosFernando MantovaniDiretor-gerenteRobert Half Assessoria em Recursos Humanos Ltda.Fernando QueirogaDiretor ComercialThyssenKrupp Companhia Siderúrgica do AtlânticoOtakar Guilherme SvacinaGerente de ContasAvaya Brasil Ltda.Rosana OkamotoGerente-geralJW Marriott Rio de Janeiro

alteração no Quadro de associados

64_Edição 276_jul/ago 2012 Edição 274_Brazilian Business_65

COMITÊ EXECUTIVO PRESIDENTE Henrique Rzezinski_Vice-presidente de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda.

1º. VICE-PRESIDENTE Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A.

2º. VICE-PRESIDENTE Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente de vendas da IBM Brasil

3º. VICE-PRESIDENTE Rafael Sampaio da Motta_CEO, Case Benefícios e Seguros

DIRETOR-SECRETÁRIO Steve Solot_Presidente & CEO, LATC - Latin American Training Center

DIRETOR-TESOUREIRO Manuel Domingues e Pinho_Presidente, Domingues e Pinho Contadores

CONSELHEIRO JURÍDICO Julian Fonseca Peña Chediak_Sócio, Chediak Advogados

EX-PRESIDENTES João César Lima, Robson Goulart Barreto e Sidney Levy

PRESIDENTES DE HONRA Mauro Vieira_Embaixador do Brasil nos EUA Thomas Shannon_Embaixador dos EUA no Brasil

DIRETORES Álvaro Emídio Macedo Cysneiros_Diretor Regional Rio de Janeiro, TOTVS Rio de Janeiro

Benedicto Barbosa da Silva Junior_Diretor-presidente, Odebrecht Infraestrutura

Carlos Affonso d’Albuquerque_Diretor Financeiro e de Relações com Investidores, Valid

Carlos Alexandre Guimarães_Diretor Regional Rio de Janeiro e Espírito Santo, SulAmérica Companhia Nacional de Seguros

Carlos Henrique Moreira_Presidente do Conselho, Embratel

Cassio Zandoná_Superintendente Amil Rio de Janeiro, Amil - Assistência Médica Internacional Ltda.

David Zylbersztajn_Engenheiro

Eduardo de Albuquerque Mayer_Private Banker, Banco Citibank S.A.

Fabio Lins de Castro_Presidente, Prudential do Brasil Seguros de Vida S.A.

Fernando José Cunha_Gerente-executivo para América, África e Eurásia - Diretoria internacional, Petrobras

Guillermo Quintero_Presidente, BP Energy do Brasil Ltda.

Henrique Rzezinski_Vice-presidente de Assuntos Corporativos, BG E&P do Brasil Ltda.

Ítalo Mazzoni da Silva_Presidente, Ibeu

Julian Fonseca Peña Chediak_Sócio, Chediak Advogados

Luiz Ildefonso Simões Lopes_Presidente, Brookfield Brasil

Manuel Domingues e Pinho_Presidente, Domingues e Pinho Contadores

Manuel Fernandes R. de Sousa_Sócio, KPMG

Marco Antônio Gonçalves_Diretor-gerente, Bradesco Seguros S.A.

Mauricio Vianna_Diretor, MJV Tecnologia Ltda.

Patricia Pradal_Diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações Governamentais, Chevron Brasil Petróleo Ltda.

Pedro Paulo Pereira de Almeida_Vice-presidente de vendas da IBM Brasil

Petronio Ribeiro Gomes Nogueira_Sócio-diretor, Accenture do Brasil

Rafael Sampaio da Motta_CEO, Case Benefícios e Seguros

Ricardo Karbage_Presidente, Xerox Comércio e Indústria Ltda.

Richard Klien_Presidente do Conselho, Multiterminais Alfandegados do Brasil Ltda.

Roberto Castello Branco_Diretor de Relações com Investidores, Vale S.A.

Roberto Prisco Paraíso Ramos_Diretor-presidente, Odebrecht Óleo e Gás S.A.

Rodrigo Tostes Solon de Pontes_Advogado

Rogério Rocha Ribeiro_VP Sênior e Diretor de Área América Latina e Caribe, GlaxoSmithKline Brasil

Steve Solot_Presidente & CEO, LATC - Latin American Training Center

DIRETORES EX-OFÍCIO

Andres Cristian Nacht | Carlos Augusto C. Salles | Carlos Henrique de Carvalho Fróes | Gabriella Icaza | Gilberto Duarte Prado | Gilson Freitas de Souza | Ivan Ferreira Garcia | João César Lima | Joel Korn | José Luiz Silveira Miranda | Luiz Fernando Teixeira Pinto | Omar Carneiro da Cunha | Peter Dirk Siemsen | Raoul Henri Grossmann | Robson Goulart Barreto | Ronaldo Camargo Veirano | Rubens Branco da Silva | Sidney Levy

PRESIDENTES DE COMITÊS

Assuntos Jurídicos - Julian Chediak

Propriedade Intelectual - Andreia de Andrade Gomes Tax Friday - Richard Edward Dotoli

Energia – Manuel Fernandes

Entretenimento, Cultura e Turismo - Steve Solot

Logística e Infraestrutura - Em definição

Marketing - Noel De Simone

Meio Ambiente - Kárim Ozon

Recursos Humanos - Claudia Danienne Marchi

Relações Governamentais - João César Lima

Responsabilidade Social Empresarial - Silvina Ramal

Saúde - Gilberto Ururahy

Seguros, Resseguros e Previdência - Luiz Wancelotti

Tecnologia da Informação e Comunicação - Álvaro Cysneiros

DIRETORES

António Diogo_Diretor-geral, Chocolates Garoto

Bruno Moreira Giestas_Diretor, Realcafé Solúvel do Brasil S.A.

Carlos Fernando Lindenberg Neto_Diretor-geral, Rede Gazeta

João Carlos Pedroza da Fonseca_Superintendente, Rede Tribuna

Márcio Brotto Barros_Sócio, Bergi Advocacia – Sociedade de Advogados

Marcos Guerra_Presidente, Findes

Paulo Ricardo Pereira da Silveira_Gerente-geral Industrial, Fibria Celulose

Ricardo Vescovi Aragão_Presidente, Samarco Mineração

Rodrigo Loureiro Martins_Advogado-sócio Principal, Advocacia Rodrigo Loureiro Martins

Simone Chieppe Moura_Diretora-geral, Metropolitana Transportes e Serviços

Victor Affonso Biasutti Pignaton_Diretor, Centro Educacional Leonardo da Vinci

Negócios Internacionais Marcilio Rodrigues Machado

Relações Governamentais Maria Alice Paoliello Lindenberg

LINHA DIRETA COM A AMCHAM RIO

Diretor-superintendente: Helio Blak (21) 3213-9205 |[email protected]

Administração e Finanças: Ednei Medeiros (21) 3213-9208 | [email protected]

Produtos e Serviços: Helen Mazarakis (21) 3213-9231 | [email protected]

Jaqueline Paiva | (21) 3213-9232 | [email protected]

Revista Brazilian Business: Andréa Blum (21) 8105-9338 | [email protected]

LINHA DIRETA COM A AMCHAM ES

Diretor-executivo: Clóvis Vieira (27) 3235-2242 | [email protected]

Coordenadora de Associados: Keyla Corrêa (27) 3324-8681 | [email protected]

expediente

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