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ENFERMAGEM

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SUMÁRIO ADESÃO DAS GESTANTES À IMUNIZAÇÃO COM DTPA EM UM MUNICÍPIO DO CENTRO OESTE PAULISTA: Um Desafio à Vigilância Epidemiológica ................................................ 3

Maria Francisca Alves de Oliveira;Rosângela Gabriel Santos;Viviane Cristina Bastos Armede;

ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM PACIENTES INTUBADOS: Uma Revisão de Literatura ...................................................................................................................................... 7

Felipe de Souza Tiago; Lucinéia Duarte Alves; Tatiana Antevere; Paulo Fernando Barcelos Borges

O CONHECIMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM ATUANTE EM UNIDADES CRÍTICAS DIANTE DA ADMINISTRAÇÃO DE CATECOLAMINAS DE INFUSÃO CONTÍNUA ............... 16

José Lucas Aparecido Costa Mota; Lucimeire Aparecida de Souza Barbosa; Tatiany Caroliny Linguanoto; Paulo Fernando Barcelos Borges

O CONHECIMENTO DE ACADÊMICOS ACERCA DO CÂNCER DE PRÓSTATA ................. 29

Felipe de Souza Tiago; Lucinéia Duarte Alves; Maria Iracilda Serapião; Tatiana Antevere; Ludmila Janaina dos Santos de Assis Balancieri

O SETOR DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA SOB A ÓTICA DOS USUÁRIOS E PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM ....................................................................................... 37

Paulo Fernando Barcelos Borges

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ADESÃO DAS GESTANTES À IMUNIZAÇÃO COM DTPA EM UM

MUNICÍPIO DO CENTRO OESTE PAULISTA: Um Desafio à Vigilância

Epidemiológica

Maria Francisca Alves de Oliveira - [email protected] Rosângela Gabriel Santos - [email protected]

Graduandas em Enfermagem – UniSALESIANO Lins Prof.ª Ma. Viviane Cristina Bastos Armede – [email protected]

Docente – UniSALESIANO Lins

RESUMO A imunização materna é de extrema importância, haja visto que confere proteção via transplancentária para o binômio mãe e filho, em contra partida muitas gestantes não aderem tal prática, por falta de informação e receio no que diz respeito a saúde e segurança da mãe e do bebê. Este estudo tem o objetivo de revisar diante das literaturas a importância da vacinação em gestantes, com enfoque na Vacina dTpa (tríplice bacteriana acelular do adulto). A vacina dTpa tem o objetivo específico na gestação de proteger contra tétano neonatal e coqueluche no recém-nascido. A preocupação com a coqueluche é decorrente do aumento dos casos em lactentes jovens. Palavras-chave: Gestante. Imunização. Vacina dTpa.

INTRODUÇÃO

Algumas vacinas são de grande importância na gestação, todos os

profissionais da saúde ligados à área da obstetrícia sabem disso, mas muitos

não têm reforçado a necessidade de imunização para as mulheres grávidas.

Existem vacinas que estão disponíveis nos postos de saúde gratuitamente: a

Vacina Influenza, Vacina dTpa e Vacina Hepatite B.

Neste trabalho o enfoque será na Vacina dTpa (tríplice bacteriana

acelular do adulto) onde indícios epidemiológicos refletem baixa adesão pelas

gestantes.

A vacina dTpa tem o objetivo específico na gestação de proteger contra

tétano neonatal e coqueluche no recém-nascido. A preocupação com a

coqueluche é decorrente do aumento dos casos em lactentes jovens (em idade

pré-vacinação) com alta taxa de letalidade em todo o mundo. (BRASIL, 2015)

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A coqueluche é uma doença infectocontagiosa de origem respiratória,

altamente contagiosa, causada pela bactéria Bordetella pertussis, acometendo

na maioria das vezes lactentes com pouco tempo de vida, nos quais apresenta

alto grau de gravidade, adultos e adolescentes costumam ser o maior

reservatório natural da bactéria. (MOTA; CUNHA, 2012)

OBJETIVO

Analisar os dados de cobertura vacinal da vacina dTpa (Difteria, Tétano

e Coqueluche) em gestantes em unidades básicas de saúde. Verificar o

número de gestantes cadastradas no SIS Pré-Natal no ano de 2017, a partir de

20 semanas de gestação;

Avaliar a adesão da gestante a vacinação contra difteria, tétano e

coqueluche a partir do programa de SIS pré-natal.

Angariar dados sobre a quantidade de gestantes que aderiram a vacina

dTpa, em relação aos locais de coleta de dados em relação ao período da

pesquisa.

METODOLOGIA

Trata se de uma pesquisa documental descritiva com abordagem

quantitativa. A pesquisa será realizada em três Unidades Básicas de Saúde

(UBS) do município, através de dados angariados no SIS pré-natal e nos

prontuários das gestantes, realizando os dados estáticos do ano de 2017.

1 DESENVOLVIMENTO

Acredita-se que a adesão à vacinação contra difteria, tétano e

coqueluche nas gestantes a partir da 20ª semana não é regular, em virtude da

deficiência de orientação sobre a necessidade de imunização passiva através

da vacina.

De acordo com Serruuya; Lago; Cecatti, (2004 apud LOUZEIRO et al.,

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2014), as gestantes devem se sentir acolhidas na rede de saúde, conhecer e

compactuar o acompanhamento e criar laços com a equipe multiprofissional

envolvida.

Pimentel (2010 apud LOUZEIRO et al., 2014), o pensar em imunização

nos remete ao fato de realizar um cuidado de enfermagem com a paciente,

prevenindo doenças e assumindo o compromisso da execução correta

preconizada pelo PNI e pelas diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). O

enfoque da imunização deve estar situado na orientação e o envolvimento do

profissional nas ações centralizadas nesta assistência.

Para Brasil (2015), mesmo após vários anos de utilização da vacina, a

coqueluche ainda representa um grande problema de saúde pública em

variados países do mundo. Estima-se que essa doença afete cerca de 20

milhões a 40 milhões de indivíduos em todo o mundo provocando de 200 mil a

400 mil mortes por ano. A morbimortalidade relacionada a esta doença ainda

continua atingindo especialmente lactentes jovens.

Com a implementação da vacina dTpa para gestantes, em 2014, espera-se reduzir a incidência de casos e de óbitos nos menores de 1 ano, especialmente nos menores de 6 meses. Ressalta se que os anticorpos produzidos pela mãe após vacinação com a dTpa conferem imunidade protetora até a criança receber a primeira dose de vacina, aos 2 meses de idade. (BRASIL, 2015, p. 7,)

RESULTADOS PRELIMINARES

Possibilitar ao município pesquisado conhecer a real cobertura vacinal

em gestantes a partir de vigésima semana de gestação intensificando se

necessário, as ações para melhorar a adesão vacinal das mesmas á

imunização através da vacina dTpa, reduzindo os riscos ao recém nascido de

contrair coqueluche nos primeiros meses de vida.

E com isso promover a melhora da cobertura vacinal das gestantes a fim

de minimizar a mobimortalidade no município por coqueluche, bem como

intensificar as ações dos gestores municipais no que tange essa doença

imunoprevinível.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Boletim Epidemiológico Secretaria de Vigilância em Saúde − Ministério da Saúde − Volume 46 N° 39 - 2015 .Disponivel em: http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/dezembro/08/2015-012---Coqueluche-08.12.15.pdf Acesso: 30/03/20017 LOUZEIRO, E. M. A importância da vacinação em gestantes. Revista Interd., V.7, n.1, p. 193-203, jan./fev. Mar./2014. Disponível em: <http://revistainterdisciplinar.uninovafapi.edu.br/index.php/revinter/article/viewFile/241/pdf_110>. Acesso em 21 de março de 2017. MOTTA F.; CUNHA J. Coqueluche: revisão atual de uma antiga doença - Boletim Científico de Pediatria - Vol. 1, N° 2, 2012. Disponível em: http://www.sprs.com.br/sprs2013/bancoimg/131210145658bcped_12_02_02.pdf Acesso: 30/03/2017. ROCHA, C. da et al. Cobertura vacinal e fatores associados em puérperas de município paulista. Revista Ciência & Saúde Coletiva, v. 21, n. 7, 2016. Disponível em:<httpwww.scielo.br/scielo.php>. Acessado em: 26/11/2016

SOUZA, J; KANTORSKI, L.P; LUIZ, M.A.V; Análise documental e observação participante na pesquisa em saúde mental; Revista Baiana de Enfermagem, Salvador, v. 25, n. 2, p. 223, maio/ago. 2011 KFOUR R., RICHTMANN R. Vacinação materna contra pertussis e influenza: Qual o Conhecimento das mães sobre este tema? Revista Imunização, Publicação da sociedade brasileira de imunizações, vol.7. Maio 2016. Disponível em: http://sbim.org.br/images/files/revista-imuniz-sbim-v9-n1-2016-160516-bx.pdf.

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM PACIENTES INTUBADOS: Uma

Revisão de Literatura

Felipe de Souza Tiago - [email protected] Lucinéia Duarte Alves - [email protected]

Tatiana Antevere - [email protected] Graduandos em Enfermagem – UniSALESIANO Lins

Prof. Me. Paulo Fernando Barcelos Borges – [email protected] Docente do UniSALESIANO de Lins

RESUMO

O cuidado dos pacientes em uso de ventilação mecânica invasiva fica por vezes reservado a equipe de enfermagem fazendo com que o enfermeiro tenha papel fundamental na assistência ao paciente intubado. O objetivo da assistência de enfermagem nestes pacientes é a prevenção de complicações em decorrência do uso da ventilação mecânica. Para que isto aconteça é necessário que os profissionais enfermeiros tenham conhecimento técnico-científico sobre esta temática. Neste sentido, foi realizada uma revisão de literatura, com o objetivo de compreender a evidência disponível para assistência de enfermagem aos pacientes que se encontram submetidos à ventilação mecânica. Os resultados elucidaram a importância da assistência de enfermagem para redução dos riscos e agravamentos do paciente em suporte ventilatório invasivo, diante dos cuidados de higiene bucal, aspiração das vias aéreas, ângulo do leito e o uso de protocolos. Palavras-chave: Assistência. Enfermagem. Ventilação mecânica. Intubação endotraqueal.

INTRODUÇÃO

A ventilação mecânica (VM) é um método de suporte respiratório

necessário para a maioria dos pacientes em estado crítico, reservado aos

cuidados multiprofissional e de enfermagem em unidades e centros de terapia

intensiva. A assistência ao paciente em VM alonga-se desde cuidados com o

tubo endotraqueal ou traqueostomia, até o manuseio de respiradores

pulmonares microprocessados, fazendo com que o enfermeiro tenha papel

fundamental no processo que abrange a avaliação desses pacientes em toda

sua amplitude, a fim de garantir o adequado aporte respiratório. (ANTONUCCI;

SAVINO, 2014).

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Nesse âmbito, uma das finalidades do cuidado de enfermagem é

prevenir e intervir em possíveis complicações que o paciente possa apresentar

em decorrência do uso da VM. A evolução positiva e o prognóstico satisfatório

dependem de cuidados ininterruptos, capazes de promover e discernir

problemas que atinjam diretamente o cliente. Outro ponto essencial, parte da

real necessidade da promoção dos cuidados individualizados, de acordo com

os caracteres fisiopatológicos e apresentação clínica do internado.

(RODRIGUES et al., 2012).

Refletindo a inúmera ocorrência de pacientes intubados e

traqueostomizados em cenários de cuidados intensivos, destaca-se essencial

dentro desta temática abordada, a constante aquisição e renovação do

conhecimento profissional específico, com o propósito de oferecer cuidados

coesos relacionados tanto a monitorização dos parâmetros ventilatórios, como

das emergentes necessidades de cuidados do paciente, consagrando o

enfermeiro totalmente habilitado a atuar e identificar possíveis implicações ao

processo de cuidar. (SILVA; CERQUEIRA, 2015).

Mediante apresentado, surge como pergunta de pesquisa: quais os

benefícios de um cuidado eficaz de enfermagem ao paciente em uso de VM?

Diante dessa temática, o estudo buscou realizar uma revisão teórica,

pontuando os principais pontos da assistência de enfermagem no cuidado de

pacientes intubados em uso de VM, com enfoque de atuação no profissional

enfermeiro.

OBJETIVO

Este estudo tem por objetivo realizar revisão da literatura e discutir sobre

as principais evidências disponíveis para assistência de enfermagem aos

pacientes em ventilação mecânica.

METODOLOGIA

Para a realização deste artigo foi realizado uma revisão de literatura

para atender ao objetivo proposto. O levantamento teórico foi realizado por

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meio de consulta nas bases de dados do Lilacs (Literatura Latino Americana

em Ciências de Saúde), sendo a escolha deste banco de dados, devido ao fato

que suas publicações são referentes a America Latina e ao Caribe, utilizou-se

também a base de dados do Scielo (The Scientific Eletronic Library Online) cuja

biblioteca eletrônica, abrange coleções selecionadas de periódicos científicos

brasileiros. O levantamento dos dados da pesquisa aconteceu no segundo

trimestre do ano de 2017.

Para todas as bases de dados foram utilizados os descritores:

enfermagem; assistência; paciente crítico; ventilação mecânica e cuidados de

enfermagem, em português em todas as bases supracitadas. Adotaram-se os

seguintes critérios para a seleção dos artigos: artigos disponíveis na íntegra,

publicados em português, entre os anos de 2012 a 2017. Aqueles que não

atenderam aos critérios adotados foram automaticamente excluídos.

Obteve-se um total de 77 artigos disponíveis na íntegra, do qual foi

realizada uma leitura profunda dos artigos sendo selecionados 5 artigos para a

discussão do tema devido ao fato de estarem em conformidade com a

pergunta problema.

1 DESENVOLVIMENTO

A intubação traqueal é um procedimento muito utilizado nos centros de

terapia intensiva (CTI), é indicado quando o paciente necessita manter a

permeabilidade das vias aéreas. O procedimento é realizado com a introdução

de um tubo dentro da traqueia pela via oral ou nasal, estando o paciente sujeito

a riscos e complicações durante a permanência prolongada deste dispositivo.

(YAMANAKA, 2010).

A utilização da ventilação mecânica é extremamente utilizada nos

centros de terapia intensiva, pelo fato de oferecer aporte ventilatório aos

pacientes em estado crítico, ajudando na manutenção do aporte ventilatório.

(HINKLE, 2016).

O uso de tal tecnologia traz inúmeros benefícios para o paciente, pois

serve de apoio para o tratamento de patologias de base, necessário para

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regressão do quadro clinico do paciente, entretanto o uso do ventilador pode

causar complicações quando os cuidados não são realizados de forma

adequada. (HINKLE, 2016).

Diante da sua complexidade tecnológica, a ventilação mecânica é um

aspecto importante na terapia intensiva. O enfermeiro que está inserido nesse

contexto deve ser habilitado e competente para prestar uma assistência

adequada e segura ao paciente. (RODRIGUES, 2012).

Para uma assistência de qualidade, é fundamental que os enfermeiros

disponham de conhecimento ampliado dos princípios de ventilação mecânica,

possuam habilidades para solucionar e identificar problemas e também

conhecer a fisiologia específica de cada paciente, pois a enfermagem realiza

assistência direta aos pacientes em uso desta tecnologia. (GONÇALVES et al.,

2012).

A higienização oral reduz de maneira significante as complicações da

ventilação mecânica, sendo este, um cuidado da equipe de enfermagem ao

qual deve ter conhecimento em relação ao tema para realizar uma assistência

qualificada. A não realização da higiene oral nos pacientes intubados aumenta

a colonização das bactérias gram-negativas facilitando infecções além de

proporcionar desconforto. (GONÇALVES, 2012).

O posicionamento correto do paciente no leito favorece a complacência

pulmonar, evitando broncoaspirações, garantindo adequada ventilação e

diminuição da contaminação da via aérea inferior (GONÇALVES et al., 2012).

A adequação e verificação da pressão do cuff são de fundamental

importância, pois este balonete veda a via aérea, favorecendo adequada

ventilação prevenindo a ocorrência de aspiração brônquica. O hábito de

verificar a pressão intracuff deve ser adotado como rotina em todas as

unidades de terapia intensiva. (SOLÉ, 2011).

A aspiração endotraqueal é um procedimento que mantêm as vias

aéreas pérvias e tem função de remover de forma mecânica as secreções

pulmonares acumuladas. Os enfermeiros junto com os fisioterapeutas são

responsáveis pela realização desta técnica, que deve ser feita de maneira

estéril para evitar a contaminação do tubo endotraqueal por microrganismos

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nocivos à saúde do paciente os quais podem ser responsáveis por

complicações, como a pneumonia associada à ventilação mecânica. (PAVM)

(MOREIRA, 2011).

Diante do presente estudo, foi observado que a assistência de

enfermagem em pacientes intubados está relacionada com medidas de

controle e prevenção das PAVM em UTI como a realização da higiene oral,

aspiração endotraqueal, posicionamento no leito e manuseio do circuito do VM,

discutidas neste trabalho.

2 DISCUSSÃO

Nota-se que são diversos os cuidados assistenciais da enfermagem em

relação aos pacientes sob uso de VM, a saber: elevação da cabeceira, higiene

oral, cuidados com a pressão intracuff, cuidados com a aspiração e prevenção

da PAVM.

A elevação da cabeceira em 30º facilita a troca gasosa e ainda contribui

com a manutenção da pressão intracraniana (PEREIRA, 2011). O cuidado com

a saúde bucal exige do enfermeiro conhecimento teórico e prático sendo está

assistência imprescindível, pois a diminuição da saliva favorece o aparecimento

de biofilme dental que se aspirado pode causar PAVM. (SILVA; NASCIMENTO;

SALLES, 2012).

A aspiração endotraqueal está relacionada com o grau de conhecimento

do enfermeiro, para avaliar as condições clínicas de seus pacientes e

prescrever intervenções adequadas visando a prevenção de complicações

(LOPES; LÓPEZ, 2009). Já a pressão intracuff deve ser mantida entre 20

cmH2O para prevenir aspiração a 30 cmH2O para evitar isquemia da mucosa

traqueal. Para os expostos há necessidade do enfermeiro investir no

conhecimento técnico e científico de sua assistência aos pacientes em uso de

VM. (CRUZ, 2011).

Todos estes cuidados diretos aliados aos cuidados indiretos (lavagem

das mãos e limpeza e desinfecção dos equipamentos) previnem o surgimento

da PAVM, cuja infecção está interligada ao uso inadequado de ações que

previnem o surgimento desta infecção nos centros de terapia intensiva.

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A compreensão sobre os cuidados prestados a estes pacientes é de

fundamental importância na prescrição das intervenções colaborando na

tomada de decisão do enfermeiro. Contudo é essencial que o enfermeiro

trabalhe em conjunto com sua equipe, pois o cuidado proporcionado ao

paciente assistido deve ser de forma contínua, englobando todos os riscos que

estes pacientes possam ter.

RESULTADOS

O enfermeiro deve estar atento as mudanças que poderá surgir na

assistência ao paciente intubado. Entre os artigos pesquisados, cinco foram de

maior pertinência ao tema, sendo abordados os seguintes aspectos:

pneumonia associada a ventilação mecânica (PAV), aspiração, higiene oral,

alteração de pressão intracuff relacionado a mudança de decúbito e cuidados

com cuff.

Quadro 1: Artigos relacionados ao tema em estudo

(continua)

AUTORES ARTIGO RESULTADOS

SHIMABUKURO, P. M. S.,

PAULON, P., FELDMAN, L. B.

Implantação de bundles em unidade de terapia intensiva: um relato de

experiência. Rev. Enferm. UFSM, 2014.

Foram utilizados dois instrumentos (coleta de dados e check list). Esta

intervenção proporcionou um melhor direcionamento das ações da equipe multidisciplinar, onde foi constatada ao final de um trimestre

a eficácia do instrumento, apresentando diminuição da PAV

significativamente, no setor de aplicação do instrumento.

Demonstrando para o presente estudo que o uso de instrumentos é

eficaz para a prevenção da PAV.

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(conclusão)

AUTORES ARTIGO RESULTADOS

BISPO, M. M.

Diagnóstico de enfermagem risco de aspiração em pacientes Críticos. Escola Anna Nery, 2016.

Relata que perante um número expressivo de diagnóstico de risco de aspiração, foi visto a necessidade de se instituir uma medida preventiva aos pacientes, uma intervenção eficaz para a diminuição do risco capaz de prevenir agravos recorrentes.

MELO, E. M. et al.

Cuidados de enfermagem ao utente sob ventilação mecânica internado em unidade de terapia intensiva. Rev. Enf. Ref., 2014.

Enfatiza o fato da higiene oral nos pacientes, visto que ela causa colonização da mucosa levando a PAV, o mesmo artigo prioriza que se deve realizar a higiene oral de 8 em 8 horas com utilização de antisséptico bucal.

SANTOS, F. et. al.

Variações das pressões intracuff em pacientes entubados: contribuições da enfermagem na prevenção de complicações traqueais. Rev. Enferm. UFPE on line, 2014.

Relata quanto os cuidados de enfermagem em relação ao valor do cuff, que este deve estar sendo avaliado constantemente, devido ao fato que se estiver acima pode vir a causar lesão na traqueia do paciente e se estiver abaixo pode ocorrer broncoaspiração.

FERREIRA, E. G. et. al.

Pressão do cuff em pacientes em ventilação mecânica – relação com a mudança de decúbito. Ciência & Saúde, 2017.

Descreve que se deve ter cautela quanto a elevação da cabeceira da cama, pois elevações altas interferem na pressão do balonete. O estudo evidenciou que até 30º de elevação da cabeceira facilita o retorno venoso do cérebro, porém, acima pode alterar o valor da pressão do cuff, o mesmo também menciona que a verificação da pressão do cuff é por vezes negligenciada pelos profissionais da saúde.

Fonte: elaborado pelos autores, 2017.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em se tratando de pacientes em cuidados intensivos torna-se

fundamental o conhecimento técnico-cientifico da equipe de enfermagem, para

tanto se reforça a importância do treinamento das equipes profissionais que

cuidam de pacientes intubados, bem como a implantação de rotina para a

verificação do cuff todas as vezes que o paciente for mobilizado, higienização

oral e também a implantação de um instrumento que direcione a realização da

assistência de enfermagem ao paciente sob uso de ventilação mecânica de

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forma a trazer benefícios, redução dos riscos e agravamentos do paciente em

suporte ventilatório invasivo.

REFERÊNCIAS

ANTONUCCI, L. A. O.; SAVINO, M. J. P. Paciente em uso de ventilação espontânea prejudicada: uma revisão integrativa das intervenções de enfermagem no uso da respiração artificial. Rev.Saúde.Com., 2014; v. 10, n. 1, p. 96-108. Disponível em:< http://www.uesb.br/revista/rsc/v10/v10n1a09.pdf >. Acesso em: 04 de junho de 2017.

BISPO, M. M. Diagnóstico de enfermagem risco de aspiração em pacientes Críticos. Escola Anna Nery. v. 20, n. 2, p. 357-362. Abr-Jun, 2016.

CRUZ F. L. C., et al. Pneumonia Associada a Ventilação Mecânica: medidas preventivas. Rev. Pesq. Saúde. Jan-Apr. v. 12, n. 1, p. 56-59, 2011. Disponível em: http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistahuufma/article/ view/941/62 > Acesso em: 26 jun. 2017.

FERREIRA, E. G. et. al. Pressão do cuff em pacientes em ventilação mecânica – relação com a mudança de decúbito. Ciência & Saúde, v. 10, n. 2, p.114-119, 2017.

GONÇALVES, F.A.F. et al. Eficácia de estratégias educativas para ações preventivas da pneumonia associada à ventilação mecânica. Esc. Anna Nery, v.16, n.4, p.802-808, out-dez. 2012.

HINKLE, J. L.; CHEEVER, K. H. Brunner & Suddarth tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 13. ed. Rio de Janeiro-RJ: Guanabara Koogan, 2016. LOPES F. M., LÓPEZ M. F. Impacto do sistema de aspiração traqueal aberto e fechado na incidência de pneumonia associada à ventilação mecânica: revisão de literatura. Rev. Bras. Ter. Intensiva. v. 21, n. 1, p. 80-88, 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbti/v21n1/v21n1a12.pdf> Acesso em: 27 jun. 2017.

MOREIRA, B.S.G. Pneumonia associada à ventilação mecânica: medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro. Revista Baiana de Enfermagem, Salvador, v.25, n.2, p.99-106, maio-ago. 2011.

MELO, E. M. et al. Cuidados de enfermagem ao utente sob ventilação mecânica internado em unidade de terapia intensiva. Rev. Enf. Ref., Coimbra, v. 9, n. 1, p. 55-63, mar. 2014. Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S087402832014000100007&lng=pt&nrm=is> acesso em: 04 jun. 2017.

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PEREIRA N, et al. O cuidado do enfermeiro à vítima de traumatismo cranioencefálico: uma revisão da literatura. Revista Interdisciplinar NOVAFAPI. v. 4, n. 3, p. 60-65, 2011. Disponível em: http://www.novafapi.com.br/sistemas/revistainterdisciplinar/v4n3/revisao> Acesso em: 25 jun. 2017. RODRIGUES, Y. C. S. J. et al. Ventilação mecânica: evidências para cuidado de enfermagem. Esc. Anna Nery, 2012 out - dez; v. 16, n. 4, p. 789-795. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/ean/v16n4/21.pdf> Acesso em: 04 jun. de 2017.

SANTOS, F. et. al. Variações das pressões intracuff em pacientes entubados: contribuições da enfermagem na prevenção de complicações traqueais. Rev enferm UFPE on line, Recife, v. 8, n. 4, p. 937-42, abr., 2014. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/viewFile/9763/9891 > Acesso em: 04 jun. 2017.

SHIMABUKURO, P. M. S., PAULON, P., FELDMAN, L. B. Implantação de bundles em unidade de terapia intensiva: um relato de experiência. Rev Enferm UFSM, 2014 Jan/Mar; v. 4, n. 1, p.227-236. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/11097/pdf > Acesso em 12 jun. 2017.

SILVA, D. M. C.; CERQUEIRA, Q. V. S. Cuidados de enfermagem ao assistir o paciente em ventilação mecânica na unidade de terapia intensiva: uma revisão de literatura. Dissertação. Pós-graduação em Enfermagem em UTI, Atualiza Cursos. Salvador, 2015. Disponível em: http://bibliotecaatualiza.com.br/arquivotcc/EU/EU24/SILVA-David-CERQUEIRA-Quethruyn.pdf>. Acesso em: 04 de junho de 2017.

SILVA S. G., NASCIMENTO E. R. P., SALLES R. K. Bundle de Prevenção da Pneumonia Associada a Ventilação Mecânica: uma construção coletiva. Texto contexto-enferm. Out-Dez. v. 21, n. 4, p. 837- 844, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/tce/v21n4/14.pdf >Acesso em: 27 jun. 2017.

SOLE, M.L. et al. Evaluation of an intervention to maintain endotracheal tube cuff pressure within therapeutic range. American journal of critical care: an oficial publication, American Association of Critical-Care Nurses, v.20, n.2, p.109-117, mar. 2011. YAMANAKA, C.S. et al. Intubação orotraqueal: avaliação do conhecimento médico e das práticas clínicas adotadas em unidades de terapia intensiva. Rev. Bras. Terapia Intensiva. v. 22, n. 2, p. 103-111, 2010. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbti/v22n2/a02v22n2.pdf > Acesso em: 15 ago. 2017.

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O CONHECIMENTO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM ATUANTE EM

UNIDADES CRÍTICAS DIANTE DA ADMINISTRAÇÃO DE

CATECOLAMINAS DE INFUSÃO CONTÍNUA

José Lucas Aparecido Costa Mota - [email protected]

Lucimeire Aparecida de Souza Barbosa - [email protected] Tatiany Caroliny Linguanoto - [email protected]

Graduandos em Enfermagem - UniSALESIANO Lins Prof. Me. Paulo Fernando Barcelos Borges – [email protected]

Docente - UniSALESIANO Lins

RESUMO

Unidades críticas são setores destinados a pacientes gravemente enfermos com necessidade de atendimento direto, qualificado e especializado. Nessas unidades faz-se necessário a administração de drogas potentes a pacientes instáveis para sua manutenção hemodinâmica. A administração de catecolaminas é feita de forma contínua, em doses muito pequenas. Dentre elas pode-se compreender: a norepinefrina (noradrenalina), dopamina e dobutamina. A equipe de enfermagem como prestadora da administração dessas drogas, deve-se manter aprimorada quanto sua administração, reações adversas, interações medicamentosas e intervenções de enfermagem. Realizou-se um estudo exploratório, descritivo, com enfoque quantitativo, onde foi utilizado como instrumento de coleta de dados, um questionário adaptado com questões de V (verdadeiro) e F (falso) e coleta de dados sociodemográficos, objetivando compreender e descrever as lacunas do conhecimento da equipe de enfermagem. Os dados foram coletados em um período de duas semanas em quatro hospitais da DRS de Bauru e demonstraram maior prevalência dos participantes do sexo feminino, com tempo de experiência entre 1 a 5 anos. A pesquisa possibilitou identificar o déficit de conhecimento dos profissionais de enfermagem em relação à administração das catecolaminas de infusão contínua. Palavras-chave: Equipe de Enfermagem. Infusões Intravenosas. Catecolaminas.

INTRODUÇÃO

Unidades críticas são setores destinados a pacientes gravemente

enfermos com necessidade de atendimento direto, qualificado e especializado.

Essas unidades garantem o suporte hemodinâmico e respiratório de pacientes

gravemente enfermos, sendo rotineiramente utilizadas nessas dinâmicas as

drogas vasoativas.

17

A administração de drogas vasoativas, em especial as catecolaminas, é

feita de forma contínua, em doses muito pequenas. As drogas vasoativas mais

utilizadas para infusão contínua em ambientes críticos são: a norepinefrina

(noradrenalina), dopamina e dobutamina. Pode-se citar também a adrenalina,

porém ela não é comumente utilizada em infusão contínua, sendo amplamente

empregada em doses individuais, portanto não será explorada neste trabalho.

As catecolaminas de infusão contínua são administradas para a estabilização

hemodinâmica do indivíduo, alterando os parâmetros vitais, como por exemplo,

a pressão arterial e frequência cardíaca. Sua ação tem início imediato após sua

infusão, com tempo de meia vida curta e, sua terapêutica é relativa a cada

paciente. (NISHI, 2007).

A Unidade de terapia intensiva, conhecida como UTI e a unidade de

urgência e emergência são locais dentro dos hospitais destinados ao

atendimento de pacientes de alta complexidade. (SALÍCIO; GAIVA, 2006). Isso

reflete na necessidade de uma assistência médica e de enfermagem contínua,

com ênfase no cuidado humanizado, sendo o cuidado crítico baseado em

aparelhos especializados e em uma equipe capacitada, onde o uso da

tecnologia é imprescindível para suporte aos pacientes graves.

Ao parafrasear o paciente crítico, destacam-se grandes demandas de

cuidados que fazem parte deste, com demandas complexas de saúde. Dentre

o rol das necessidades, apresenta-se a necessidade de cuidados com a terapia

intravenosa, haja vista que esta pode influenciar diretamente na evolução bem

como no tempo de internação do individuo. Quando bem estabelecida, discorre

na diminuição dos gastos hospitalares e dos riscos de infecção. (NISHI, 2007).

Dentre tantas medicações intravenosas utilizadas nos setores de

cuidados críticos, destacam-se as drogas vasoativas que são drogas de

indução hemodinâmica para suporte e estabilização do paciente instável.

Os profissionais atuantes nesses setores devem apresentar

conhecimento adequado frente à farmacocinética e farmacodinâmica, haja

vista que são desses mecanismos o sucesso ou insucesso durante a sua

utilização. A farmacocinética trata-se de um maquinismo ou o caminho que a

droga percorre por todo o organismo, onde são destacadas as etapas que a

18

substância percorre desde sua administração até sua eliminação pelo

organismo, como a absorção, distribuição, biotransformação e excreção. Já, a

farmacodinâmica, estuda o efeito da droga administrada sobre o seu tecido

alvo, ou seja, sua ação no organismo. (OSTINI, 2011).

As catecolaminas em sua maioria aumentam a frequência cardíaca, e

induzem aumento da pressão arterial (PA). Devido a tal característica, são mais

indicadas para o tratamento de hipotensão arterial associada ao déficit de

contração cardíaca ou ao relaxamento dos vasos sanguíneos. (CINTRA, 2006).

Dentre elas, a Dobutamina e muito utilizada para o aumento da força de

contração do músculo cardíaco, com consequente aumento do débito cardíaco,

melhorando o fluxo de O₂ no miocárdio. Está indicada principalmente na

insuficiência cardíaca congestiva, tendo o potencial de aumentar o fluxo

sanguíneo renal, sem causar vasodilatação direta dos vasos renais. Como

resultado, apresenta-se com melhorado fluxo sanguíneo renal e urina

melhorada, refletindo na redução da pressão capilar pulmonar e resistência

vascular periférica. (KATZUNG, 2005).

Segundo Mendonça (2012), a dobutamina é bastante benéfica e pode

ser associada às outras catecolaminas de infusão contínua sem liberação

endógena das mesmas, mantendo um balanço desejável entre o consumo e a

oferta de oxigênio, desde que administrada em doses exatas, a fim de reduzir

eventos indesejáveis relacionados a sua infusão.

Outra catecolamina de infusão contínua é a dopamina, trata-se de uma

droga com perfil endógeno que pode ser utilizada como neurotransmissor e

como precursor da síntese de noradrenalina aumentando a força de contração

do músculo cardíaco, oferecendo efeito inotrópico ao miocárdio. A ação

determinada em tal receptor eleva a pressão sistólica, tendo pouca

significância na diastólica e na resistência vascular periférica e quando

administrada em altas doses, induz o efeito dos receptores alfa causando

vasoconstrição, tendo efeito esse parecido com o da noradrenalina.

(KATZUNG, 2005).

Segundo a Anvisa (2014), uma de suas indicações é o tratamento de

hipotensão de origem não hipovolêmica, como em hipotensões causadas por

19

bradicardia sintomática ou após retorno de parada cardíaca.

Já a terceira catecolamina de infusão contínua é chamada de

noradrenalina, é um neurotransmissor precursor da adrenalina sua ação tem

efeito vasopressor e inotrópico positivo. Esta catecolamina pode promover o

aumento da pressão arterial, da contratilidade do ventrículo esquerdo e a

elevação do débito cardíaco e urinário, com doses altas promove a

vasoconstrição periférica, com aumento da resistência vascular sendo indicada

para tratamento de choque séptico, síndrome da resposta inflamatória

sistêmica (SIRS), pós-operatório de cirurgia cardíaca e choque cardiogênico

em decorrência de infarto agudo do miocárdio (IAM). (ALQUATI et al., 2008).

Segundo Nishi (2007), seu uso deve ser visto como medida temporária,

devendo ser suspensa assim que possível. Essa suspensão deve ser realizada

de forma gradativa, enquanto se observa a resposta do paciente à diminuição

da dose administrada. O uso prolongado tem sido correlacionado ao

prognóstico ruim dos pacientes graves.

Perante a administração de tais drogas, ocorrem as reações adversas

que estão relacionadas com a posologia do medicamento e desaparecem

gradualmente com a redução e ou interrupção da terapia. Pacientes que

apresentam disfunções hemodinâmicas como problemas cardiovasculares,

hepáticos ou disfunção na tireoide, apresentam sensibilidade na referida classe

terapêutica. Assim, podem ter seus efeitos potencializados ou reduzidos na

combinação com outros medicamentos. (BOSCO et al., 2001).

OBJETIVO

O objetivo deste estudo foi identificar o conhecimento da equipe de

enfermagem diante da administração de drogas vasoativas em pacientes

críticos.

METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa exploratória - descritiva com abordagem

20

quantitativa, seguido pela elaboração do questionário e da submissão à

apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da Instituição de Ensino, sendo

aprovado com CAAE: 62289316.7.0000.5379 em 2016.

Para a elaboração do instrumento de coleta de dados, foi realizada uma

pesquisa, por meio de consultas a fontes diretas ou indiretas que estavam

relacionadas ao tema. As questões elaboradas são consideradas pertinentes

por atingirem aos objetivos propostos pelo estudo, onde foram estruturadas a

fim de se obter resultados concretos e quantitativos.

Com o intuito de se alcançar o objetivo da pesquisa, optou-se pela

adaptação de um instrumento de coleta de dados já existente, idealizado por

Nishi (2007).

O instrumento de coleta de dados de escolha trata-se de um

questionário simples, objetivo e de estrutura fechada, contendo 22 questões de

verdadeiro (V) e falso (F). O instrumento aborda as temáticas referente a

situação sócio demográfica, terapia intravenosa e catecolaminas de infusão

contínua, quanto sua administração, reações adversas e interações

medicamentosas.

O instrumento foi então aplicado em unidades hospitalares de

classificação terciária, que possuem capacidade para um atendimento de

emergência e suporte a pacientes críticos que necessitam da infusão

intravenosa de drogas vasoativas, e especificamente, catecolaminas de infusão

contínua.

Os locais de coleta de dados foram quatro hospitais que se

enquadravam aos critérios de atendimento aos pacientes críticos proposto por

este estudo, sendo todos hospitais de caráter públicos. Todos os hospitais

estão situados no interior do estado de São Paulo, DRS6 Bauru - SP.

Para atender os critérios de inclusão desta pesquisa, os profissionais de

enfermagem participantes deveriam ser enfermeiros ou técnicos em

enfermagem, atuantes em Unidades de Terapia Intensiva e Unidades de

emergência, que tenham mais de 06 (seis) meses de experiência, com no

mínimo 01 (um) ano de formação.

21

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Conforme apresentado na figura 1, a maior prevalência dos participantes

no conceito categoria profissional deste estudo foram técnicos em

enfermagem. A maior prevalência da variação das idades foi de 21 a 40 anos

de idade. Tais dados corroboram com pesquisas anteriores, que ao traçar o

perfil da enfermagem brasileira, encontraram um contingente de 70% de

técnicos em enfermagem e com maior prevalência de idade entre 30 a 40

anos. (COFEN/FIOCRUZ, 2013).

Figura 1: Participantes do estudo por idade e categoria profissional

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017

De todos os participantes do estudo, 32 profissionais da equipe de

enfermagem pertencem ao hospital A, sendo 26 técnicos em enfermagem e, 6

enfermeiros. No hospital B, 35 profissionais participaram da pesquisa, sendo 19

técnicos em enfermagem e 16 enfermeiros. Na instituição C realizaram-se 21

coletas, dentre elas, 16 técnicos em enfermagem e 5 enfermeiros. Por fim na

unidade D, um total de 10 profissionais participaram da pesquisa, discorrendo 5

técnicos de enfermagem e, 5 enfermeiros.

Dos 98 profissionais da equipe de enfermagem que participaram da

pesquisa, 72 atuam em Pronto-Socorro, dentre eles, 49 técnicos em

enfermagem e 23 enfermeiros e 26 profissionais atuam em UTI Adulto

(Unidade de Terapia Intensiva), sendo, 17 técnicos em enfermagem e 09

22

enfermeiros.

Ao avaliar o tempo de experiência do público alvo desta pesquisa,

observaram-se as variações do tempo de experiência em unidades críticas.

A maior prevalência do tempo de experiência dos participantes foi de 1 a

5 anos, em ambas as categorias, enfermeiros e técnicos em enfermagem,

seguida de 6 a 10 anos. Isso demonstra um tempo considerável para

ambientação e prática com drogas vasoativas, visto serem unidades de alta

demanda, com pacientes de extrema complexidade. A experiência profissional

está diretamente ligada ao aperfeiçoamento das competências profissionais,

sendo influenciadora da qualidade da assistência de enfermagem. (SOARES et

al., 2011).

A figura 2 demonstra a presença de duplo vínculo dos respectivos

profissionais de acordo com a categoria e instituição.

Figura 2: Profissionais que possuem outro vínculo segundo a categoria e instituição

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017

O hospital B apresenta maior percentual de profissionais com outro

vínculo, num total de 50%, sendo em sua maioria técnicos em enfermagem.

Um estudo realizado por Silva e Juliani (2011) demonstrou que a baixa

remuneração se revela como o principal fator motivador para a sobreposição

de vínculos trabalhistas, onde esses assumem, nos momentos em que

deveriam estar descansando, outras atividades. Além da problemática

apresentada, o duplo vínculo está relacionado à falta de perspectiva e

23

disponibilidade para atualização profissional.

Dentre os profissionais que participaram da pesquisa, conseguiu-se

identificar que 43% dos enfermeiros possuem pós-graduação em urgência,

emergência e UTI, em grande maioria nos hospitais A e B, percebendo-se

também uma deficiência na especialização dos profissionais de nível médio,

como pode ser visto nas figuras 3 e 4, respectivamente.

Figura 3: Enfermeiros se possuem pós-graduação, por instituição

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017

Figura 4: Técnicos em enfermagem se possuem pós-graduação, por

instituição

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017

Para avaliar o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre as

catecolaminas de infusão contínua, foi aplicado um instrumento para coleta de

24

dados, em forma de questionário contendo questões de V (verdadeiro) e F

(falso). Os dados foram analisados por categorias, apresentando diante dos

escores obtidos por meio da análise estatística descritiva e analítica a média, a

mediana, a máxima e mínima, o desvio padrão (D.P.) e a variação.

Inicialmente, apresenta-se na tabela 1 a análise do escore geral, considerando

como grupo a equipe de enfermagem (enfermeiros e técnicos em

enfermagem).

Tabela 1 - Análise do Escore do total de itens

GRUPO N Média Mediana Máximo Mínimo D.P.

EQUIPE DE

ENFERMAGEM 98 14,6 14,0 20,0 8,0 2,9

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017

Todos os integrantes (n=98) responderam todos os itens (n=21),

apresentando uma média de 14,6 acertos, com mediana de 14 e desvio padrão

de 2,9. A pontuação mínima geral para equipe de enfermagem foi de 8,0

pontos e máxima de 20 pontos.

Mesmo com a notória diferença quantitativa dos grupos de pesquisa,

mas pensando na interface de atuação e diferentes esferas de conhecimento

produzido

pelos aspectos de formação, pensou-se em apresentar e discutir a análise

estatística por categorias (enfermeiros e técnicos em enfermagem), conforme

apresentado na tabela 2.

Tabela 2 - Análise do Escore Total de Itens por categoria

GRUPO N Média Mediana Máximo Mínimo D.P. Variação

ENFERMEIROS 32 15,2 15,0 20,0 9,0 3,1 10,4

TÉCNICOS EM

ENFERMAGEM 66 14,3 14,0 20,0 8,0 2,6 6,9

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017.

25

Ao analisar os dados, o grupo de enfermeiros (n=32) apresentou uma

média de acertos de 15,2 pontos, com a mediana de 15,0 e pontuação máxima

de 20,0 pontos. A pontuação mínima foi de 9,0 com o desvio padrão de 3,1. No

grupo de técnicos em enfermagem (N=66), a média de escore foi 14,3, com

mediana de 14,0, máxima 20,0 e mínima de 8,0 pontos. O desvio padrão deste

grupo foi de 2,6. A variação dos escores foi maior no grupo de enfermeiros

(10,4) do que no grupo de técnicos em enfermagem (6,9).

Os dados apresentados demonstraram que mesmo as médias

representarem 70% de aproveitamento, ambos profissionais, enfermeiros e

técnicos em enfermagem apresentam déficit de conhecimento sobre a

administração de catecolaminas, sendo as pontuações mínimas da equipe,

inferiores a 50%. Isso demonstra que o estudo forneceu evidências de que a

equipe de enfermagem apresenta conhecimento sobre drogas vasoativas,

porém ainda existem lacunas que precisam ser trabalhadas.

A aplicação do instrumento em dois grupos (enfermeiro e técnico em

enfermagem) demonstrou a menor variabilidade dos dados no grupo de

técnicos em enfermagem. Esses dados preocupam visto que quase metade

(n=14) do total dos enfermeiros (n=32) afirmou ter especialização em urgência

e emergência e/ou terapia intensiva.

Além das perspectivas apresentadas, o grupo de enfermeiros

apresentou uma maior variabilidade das respostas e maior desvio padrão em

relação à equipe de técnicos em enfermagem, demonstrando falta de consenso

teórico no que corresponde à práxis em drogas vasoativas. Isso pode estar

atrelado à dificuldade de correlação teoria/prática e falta de conhecimento

específico em farmacologia de alta complexidade.

Ao pensar nos objetivos do trabalho, foi necessário o desenvolvimento

de uma tabela que ilustrasse os acertos diante das questões que traziam a

análise do conhecimento destes profissionais de enfermagem diante da

administração, reações adversas e interações medicamentosas das

catecolaminas de infusão contínua, mais precisamente e de forma

individualizada, a noradrenalina, dobutamina e dopamina. Estes são

apresentados na tabela 4 abaixo:

26

Tabela 4: Número de acertos referentes às catecolaminas de infusão contínua e sua representação (%).

Questões NORADRENALINA DOBUTAMINA DOPAMINA TOTAL

N=09 N=02 N=05 N=16 ENFERMEIROS

(n=32) 185 (64%) 46 (71%) 110 (69%) 341 (67%)

TÉCNICOS

ENFERMAGEM (n=66)

413 (69%) 94 (72%) 234 (71%) 741 (70%)

Fonte: Elaborado pelos autores, 2017.

Os dados demonstraram que ao avaliar de forma individual e por

categorias, numa perspectiva mais aplicada às catecolaminas de infusão

contínua, a equipe de técnicos em enfermagem apresentou maior

aproveitamento em todas as drogas. Estes dados preocupam, visto que o

enfermeiro é o responsável pelo gerenciamento do cuidado. Neste

pensamento, para que o gerenciamento do cuidado seja efetivo, exige-se que o

profissional enfermeiro possua conhecimento teórico científico suficiente para

direcionar melhores ações e cuidados aos pacientes em questão.

Ficou notório que mesmo que metade dos enfermeiros apresente

especialização na área de urgência e emergência ou terapia intensiva, ainda

assim possuem dificuldade na resolução das questões que lhe foram

apresentadas. Pode-se citar mais uma vez, a problemática que envolve a

correlação da teoria com a prática, discorrendo num obstáculo no domínio

prático dos fármacos.

Assim, neste estudo, não há evidências de que a especialização e a

categoria profissional apresentaram graus diferenciados de conhecimento no

que diz respeito às catecolaminas de infusão contínua. (BULLOCKS; MANIAS,

2002). Isso reforça que o conhecimento não deve estar tabulado e vislumbrado

unicamente a um certificado de especialização (sem desmerecer o processo de

busca e aprimoramento).

Outra informação que traz preocupação é que a menor pontuação, em

ambas as categorias, foi sobre a noradrenalina. Essa preocupação está

atrelada à maior empregabilidade desta droga na prática das unidades críticas,

27

em todas as situações que exijam vasoconstrição e aumento da frequência

cardíaca para estabilidade hemodinâmica e sua potencial ação que expõe os

pacientes a vulnerabilidade de eventos adversos medicamentos.

CONCLUSÃO

A realização desta pesquisa nos deu a oportunidade de demonstrar que

os profissionais de enfermagem apresentam déficit do conhecimento em

relação a drogas vasoativas e isso implica em grandes riscos visto que são

medicamentos muito utilizados em pacientes instáveis admitidos em unidades

críticas.

Mediante as evidências discorridas, conclui-se que há uma grande

necessidade de atualização e aprimoramento desses profissionais diante do

tema, perante a isto, foi dado como proposta de intervenção a realização de

educação continuada e permanente, a construção de um POP e, que a

supervisão do profissional enfermeiro se faça mais ativa em todas as unidades

de saúde, em especial e perante o estudo, em unidades críticas, diante da

gravidade e instabilidade doa enfermos.

REFERÊNCIAS

ALQUATI et al. Noradrenalina na terapêutica do choque: recomendações atuais e novas perspectivas. Porto Alegre, v. 18, n. 3, p. 141-145, jul./set. 2008. ANVISA, Bula farmacêutica de medicamentos. Sabará - MG. Hipolabor Farmacêutica Ltda. 2014, rev 03. BOSCO et al. Betabloqueadores em anestesiologia: aspectos farmacológicos e clínicos. Rev. Bras. de Anestesiologia, vol. 51, Campinas, 2001. BULLOCKS, S; MANAIS, E. The educational preparation of undergraduate nursing students in pharmacology: a survey of lecturers' perceptions and ezperiences. J AdvNurs; 40 (1): 7 - 16, 2002. CINTRA, E. A. Assistência de enfermagem ao paciente crítico. São Paulo: Editora Atheneu; 2006. KATZUNG, B. G. Farmacologia Básica e Clínica. 9. ed. Rio de Janeiro:

28

Guanabara Koogan; 2005. MENDONÇA et al. Uso de catecolaminas de infusão contínua em pacientes de unidade de terapia intensiva. Revenferm UFPE online. 2012 Jan; 6(1):26-31. Disponível em: http://www.revista.ufpe.br/revistaenfermagem/index.php/revista/ article/download/1915/2688 NISHI, F. A. Avaliação do conhecimento dos enfermeiros em relação às catecolaminas de infusão contínua. 2007. 71f. Dissertação (Mestrado) – Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, 2007. OSTINI, F. M. O uso de drogas vasoativas em terapia intensiva. Medicina [periódico na internet], 2011. Disponível em: http://www.fmrp.usp.br/revista/1998/ vol31n 3/o_uso_drogas_vasoativas.pdf 2011 PEREIRA et al. Tempo de permanência do dispositivos venoso periféricos, in situ, relacionados ao cuidado de enfermagem, em pacientes hospitalizados. Ribeirão Preto: revista USP, 2001. Disponível em http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/viewFile/1195/1214 SALICIO, D. M. B. S; GAIVA, M. A. M. O significado de humanização da assistência de enfermagem em UTI. Rev Eletrônica de Enfermagem. p. 370-376, 2006. Disponível em: https://www.fen.ufg.br/fen_revista/revista8_3/pdf/v8n3a08.pdf SILVA, L. C. P; JULIANI, C. M. C. M. A interferência da jornada de trabalho na qualidade do serviço: contribuição à gestão de pessoas. RAS _ Vol. 14, No 54 – Jan-Mar, 2012. SOARES et al. Tempo de assistência de enfermagem como indicador de gestão de pessoas. O Mundo da Saúde, São Paulo: 2011; 35(3):344-349. TALLO, F. S. et al. Drogas Vasopressoras no Estado de Choque: Qual a melhor opção. São Paulo: medicina de urgência, 2008. Disponível em http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2008/v6n6/a237-242.pdf

29

O CONHECIMENTO DE ACADÊMICOS ACERCA DO CÂNCER DE

PRÓSTATA

Felipe de Souza Tiago – [email protected]

Lucinéia Duarte Alves – [email protected] Maria Iracilda Serapião – [email protected]

Tatiana Antevere – [email protected] Graduandos em Enfermagem - UniSALESIANO Lins

Prof.ª Ma. Ludmila Janaina dos Santos de Assis Balancieri [email protected] - UniSALESIANO Lins

RESUMO

O câncer de próstata é atualmente o segundo câncer mais prevalente entre os homens sendo considerado um câncer da terceira idade. A sociedade Brasileira de Urologia recomenda fazer os testes de detecção a partir de 45 anos para homens com casos da doença na família ou negros e 50 anos para os demais. Objetivo: Analisar o conhecimento dos homens acerca do câncer de próstata. Metodologia: Tratou-se de uma pesquisa quantitativa realizada com 162 acadêmicos, do sexo masculino de um município do interior paulista, onde se respondeu a um questionário estruturado com dez perguntas pertinentes ao assunto. Resultados: Evidenciou-se que os alunos demonstraram conhecimento satisfatório na maioria dos questionamentos levantados, produzindo desempenho positivo e passível de melhoramento. Os discentes de graduação demonstraram conhecer as divulgações de prevenção, idade ideal para realização do exame preventivo e sinais e sintomas da patologia, porém demonstraram conhecimento em construção a respeito dos exames diagnósticos. Dos pesquisados 80,3% relataram que realizariam o exame preventivo, 12,3% já possuíram casos em suas famílias. Amparados na fundamentação teórica e na análise dos resultados do presente estudo, pretende-se ressaltar a necessidade de sensibilização para a prevenção da doença. Palavras-chave: Câncer de próstata. Conhecimento. Acadêmicos. Prevenção.

INTRODUÇÃO

O câncer de próstata (CaP) é o sexto tipo de carcinoma mais comum no

mundo prevalente em homens, representa cerca de 10% do total de

neoplasias, tendo incidência cerca de seis vezes maiores nos países

desenvolvidos, quando comparado com os países em desenvolvimento

(BRASIL, 2015).

No Brasil, o CaP ocupa o segundo lugar de neoplasias prevalentes em

30

homens, perde apenas para o câncer de pele não melanoma (GUIMARÃES;

ROSA, 2008). É a quarta causa de morte por câncer e corresponde a 6% do

total de óbitos por este grupo. Quando inicialmente diagnosticado e tratado,

tem os riscos de mortalidade reduzidos. (BRASIL, 2015).

Assim como em outras neoplasias a idade é um fator que merece

atenção somada a origem étnica e predisposição genética. Os fatores

exógenos também são achados clínicos importantes, condições como estilo de

vida, dieta, etilismo e exposição à radiação, podem exercer um importante risco

para o surgimento da patologia. (HEIDENREICHET, et.al., 2012).

Os programas e ações preventivas tem o intento de reduzir a incidência

e prevalência da doença nas populações, sendo chave importante para o

processo de saúde-doença. A queda das taxas de morbidade e mortalidade

podem estar associadas com o reconhecimento de doenças crônicas no

estágio inicial e mudanças de hábitos do indivíduo. (BRASIL, 2002).

Diante desse quadro, este estudo pretende responder a seguinte

questão: Qual o conhecimento dos homens a respeito do câncer de próstata?

Neste estudo é apresentada uma pesquisa com homens de uma

instituição de ensino superior, objetivando identificar o conhecimento dos

homens acerca do câncer de próstata. Desta maneira, os autores buscaram

contribuir para uma melhor percepção dos fatores que determinam o câncer de

próstata.

OBJETIVO

Este estudo tem por objetivo avaliar o conhecimento dos homens acerca

do câncer de próstata.

MÉTODO

Trata-se de um estudo quantitativo desenvolvido com universitários de

uma faculdade do interior paulista. Inicialmente, a amostra foi composta de 164

acadêmicos. Desses, dois eram menores de idade e não possuíam autorização

31

prévia dos responsáveis, sendo assim excluídos do processo. Assim, a

amostra final foi constituída de 162 acadêmicos do sexo masculino com idades

entre 18 e 53 anos, discentes de cursos de graduação, que atenderam ao

critério de inclusão: concordar em fazer parte da pesquisa.

A coleta dos dados foi realizada em novembro de 2015, após a

aprovação da coordenação dos cursos. Os acadêmicos foram inicialmente

informados quanto ao objetivo do estudo e, após concordância em participar,

assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Para a coleta dos dados, foi utilizado um questionário composto de 10

questões objetivas, divididas em duas partes:

Parte I: dados sociodemográficos (idade dos pesquisados);

Parte II: dados referentes ao conhecimento dos alunos da instituição

acerca do câncer de próstata, aspectos pessoais de convivência com a

patologia e enfrentamento futuro quanto à prevenção individual.

Os dados foram processados e analisados usando o programa Excel

2010. Para a análise descritiva, foram realizadas medidas de porcentagem

para demonstrar o nível de conhecimento geral dos pesquisados. Neste estudo

considerou-se nível de conhecimento satisfatório os acertos iguais ou

superiores a 50 %.

1 DESENVOLVIMENTO

O câncer de próstata atinge em maior quantidade os homens com idade

acima de 50 anos, é uma patologia de evolução demorada e histórico natural

pouco conhecido. (AMORIM, 2011).

A ocorrência da patologia em um familiar de primeiro grau aumenta o

risco de desenvolvimento da doença duas vezes superior ao da população em

geral, sendo os sintomas mais comuns: hematúria, poliúria à noite, jato urinário

fraco e dor ou queimação ao urinar. (RIBEIRO et al., 2006).

O diagnóstico precoce do câncer de próstata pode ser feito pelo toque

retal e exame de sangue chamado PSA (antígeno prostático específico), uma

proteína que a próstata produz e que se eleva muito nos casos de câncer. No

32

entanto, o fato do PSA estar elevado não indica necessariamente um câncer, já

que alguns pacientes com crescimento benigno da próstata e outros com

pequenos focos de infecção nesse órgão produzem mais PSA do que o

habitual. (GOMES, 2008).

A realização do exame de toque retal cujo objetivo é verificar as

características gerais da próstata associado ao exame PSA é recomendada

aos homens acima de 45 anos, e aos 40 anos os que têm histórico familiar de

câncer de próstata, mesmo que não tenham sintomas urinários, devem fazer os

exames como medida de rastreamento precoce da patologia. (BRASIL, 2009).

O conhecimento da patologia e o acesso aos diagnósticos são de

extrema importância. Conhecendo sobre os sintomas do CaP e os métodos de

diagnóstico precoce, a patologia pode ser detectada numa fase inicial e com

isto, apresentar na maioria das vezes, melhor prognóstico para a cura.

(MIRANDA, 2016).

Avaliar o conhecimento dos homens, em relação ao câncer de próstata,

pode constituir em uma metodologia útil para o planejamento de ações por

parte dos serviços de saúde pública.

RESULTADOS

Com relação à caracterização sociodemográfica dos participantes,

36,4% possuíam idade até vinte anos, 50% possuíam idade de vinte e um a

trinta anos, 9,9% possuíam idade entre trinta e um e quarenta anos, 3,1%

possuíam idade superior a quarenta anos e 0,6% não informaram a idade.

A respeito das informações sobre a campanha Novembro Azul

promovida em todo o território brasileiro 95,7% dos homens, reconheceram ter

consciência da campanha. Em relação a idade para se iniciar o exame

diagnostico 67,9% dos entrevistados acertaram a pergunta. Assuntos

específicos relacionados à anatomia do órgão, somente 39,5% acertaram e

79,7% afirmaram que homens jovens podem desenvolver câncer de próstata.

Sobre os sinais e sintomas da patologia 63,6% acertaram os principais

sintomas e 48,8% acreditam que somente o exame do PSA pode ser usado

33

para rastreamento da patologia.

Tabela 1: Nível de acertos dos acadêmicos a respeito do câncer de próstata,

2015.

% Acertos

% Erros % Não souberam

Campanha Novembro Azul 95,7 2,4 1,9 Idade ideal para o exame preventivo

67,9 30,9 1,2

Tamanho normal da próstata 39,5 57,4 3,1 Jovens e a possibilidade de adquirir câncer de próstata

79,7 19,1 1,2

Sinais e sintomas do câncer de próstata

63,6 32,7 3,7

Uso do PSA como caráter de exclusão do toque retal

48,8 49,4 1,8

Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

Sobre o histórico de câncer de próstata na família, 12,3% afirmaram que

tem contato real com o caso. Quando indagados se realizariam o exame de

toque retal 80,3% dos entrevistados admitiram que fariam o exame.

Tabela 2: Aspectos pessoais e de enfrentamento dos acadêmicos frente ao câncer de próstata, 2015.

Sim Não

Não responderam

Casos de câncer de próstata na família

12,3% 87,7% -

Realizariam o exame preventivo 80,3% 18,5% 1,2% Fonte: Elaborado pelos autores, 2015.

DISCUSSÃO

Num aspecto geral, os 162 alunos demonstraram conhecimento

satisfatório na maioria dos questionamentos levantados, produzindo

desempenho positivo.

A maioria dos entrevistados 95,7% garantiram saber da existência da

campanha Novembro Azul, que é destinada ao rastreamento para diagnóstico

precoce da patologia tal resultado diverge do estudo de Miranda et al. (2016),

34

que demonstra do total de 59 participantes 77, 97% afirmam não ter

conhecimento sobre campanhas em seu município.

A partir de 45 anos de idade, todo homem deve realizar consulta

preventiva e aqueles que possuem antecedentes familiares de câncer de

próstata deverão iniciar a prevenção a partir dos 40 anos de idade. A avaliação

prostática preventiva possibilita a detecção de tumores prostáticos localizados,

em fase inicial de desenvolvimento, oferecendo chances reais de cura aos

pacientes. (LIMA, 2007).

O maior desafio no CaP é promover o diagnóstico precoce. Quanto mais

precocemente for diagnosticado e tratado, maiores as possibilidades de cura,

além do tratamento ser menos agressivo e de menor custo quando comparado

ao tratamento em estágios mais avançados. (INCA, 2002).

Quando indagados sobre conhecimento de casos na família 12,3%

confirmaram ter casos na família, enquanto que no estudo de Paula et al.

(2013), 19,3% dos homens confirmaram que tinham familiar com a patologia.

Mais de 60% dos participantes da pesquisa conhecem os principais

sinais e sintomas da patologia, dado semelhante ao da pesquisa encomendada

pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) em que mais de 50% dos homens

entrevistados consideraram-se conhecedores dos sinais e sintomas do CaP.

Um fator preocupante é que 48,8% dos entrevistados acham que o

somente o exame de PSA é necessário, esses valores demonstram o

desconhecimento do público acerca de seus exames mais comuns, e isso pode

ser visto como um fato preocupante e deve ser considerado como tema de

discussões nas estratégias de prevenção e promoção da saúde dos homens.

(PAIVA; MOTA; GRIEP, 2010).

É essencial que aconteça mais campanhas educativas, promovendo

ações, no intuito de fomentar o conhecimento, a compreensão e

conscientização do público masculino, como forma de promoção da saúde.

(LIMA, 2007).

Quando indagados se realizariam o exame de toque 80,3% dos

entrevistados admitiram que fariam o exame, demonstrando que o grau de

escolaridade interfere diretamente na saúde da população.

35

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo demonstrou que a maioria dos acadêmicos possuem

conhecimento satisfatório sobre o câncer de próstata. Amparados na

fundamentação teórica e na análise dos resultados do presente estudo,

ressaltamos a necessidade de sensibilização para a importância da patologia.

A detecção precoce destinada ao diagnóstico em pessoas que

apresentam sinais iniciais da doença é primordial. A decisão espontânea do

uso do rastreamento do câncer de próstata por meio da realização de exames

de rotina em homens sem sinais e sintomas sugestivos de câncer de próstata

auxilia positivamente para o bom prognóstico da patologia. Por fim, é

necessário que estudos avaliativos sejam conduzidos, para verificar a

efetividade das intervenções adotadas e contribuir para a construção do

conhecimento científico sobre o tema.

REFERÊNCIAS AMORIM V. M. S. L. et al. Fatores associados à realização dos exames de rastreamento para o câncer de próstata: um estudo de base populacional. Cad. Saúde Publ. v. 27, n. 2, p. 347-56, 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2011000200016 > Acesso em: 17 ago. 2017. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer (INCA). Estimativa 2010: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA, 2009. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estimativa_2010_incidencia_cancer.pdf > Acesso em: 17 ago.2017.

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36

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37

O SETOR DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA SOB A ÓTICA DOS USUÁRIOS

E PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

Prof. Me. Paulo Fernando Barcelos Borges - [email protected]

Mestre em Enfermagem – UniSALESIANO Lins

RESUMO

Este estudo busca a caracterização da demanda do setor de urgência e emergência sob a ótica dos usuários e profissionais de enfermagem. Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória com abordagem qualitativa, realizada em um hospital do interior paulista. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas e depoimento gravado com 08 pacientes e 10 profissionais de enfermagem, sendo 08 técnicos em enfermagem e 02 enfermeiros que atuam no setor de urgência e emergência de um município do interior paulista. Os dados foram apresentados em forma de narrativas e seus pontos em comum agrupados em eixos temáticos. Nos relatos, os pacientes revelam as dificuldades encontradas para obter atendimento na atenção primaria de saúde, e os profissionais declaram as angústias e o impacto que a superlotação do setor de urgência e emergência ocasiona. As narrativas permitem compreender a experiência relacionada entre a equipe de enfermagem e os usuários, evidenciando a problemática envolvendo os motivos pelos quais os mesmos buscam o setor de urgência e emergência e o impacto da alta demanda na atuação destes profissionais. Além disso, retrata a deficiência na organização e na prestação dos serviços de saúde e a ausência de referência e contrareferência, sendo estes fatores potencializadores do aumento de fluxo no setor, sobrecarga de trabalho, estresse e prejuízo na qualidade da assistência prestada. Palavras-chave: Necessidades e Demandas de Serviços de Saúde. Enfermagem em Emergência. Qualidade da Assistência à Saúde.

INTRODUÇÃO

O sistema de saúde é composto por instituições prestadoras de serviços

de saúde, na qual segue um nível hierárquico de atendimento, de acordo com

a complexidade dos casos. Esse sistema exige uma organização e interação

desses níveis de atenção à saúde: Unidade Básica de Saúde (UBS),

ambulatório de especialidades e hospitais.

38

Reconhece-se que há uma falha neste sistema e um dos reflexos desta

falha é a utilização do setor de urgência e emergência de forma incorreta. Para

Simons (2008), um dos argumentos apresentados para o aumento excessivo

da procura pelos Serviços de Urgências Hospitalares (SUH) é que a maior

parte dos atendimentos realizados é decorrente de problemas “simples” que

poderiam ser resolvidos em serviços de atenção básica, especializados ou até

mesmo em serviços de urgência de menor complexidade.

A vivência do autor no setor de urgência e emergência associado a uma

revisão integrativa sobre o assunto, despertou o interesse pela pesquisa que

teve o seguinte questionamento: a deficiência na organização e na prestação

de serviços de saúde motiva o aumento no fluxo do setor de urgência e

emergência?

Em resposta a essa questão foi levantada a seguinte hipótese

norteadora do trabalho: A deficiência na organização e prestação dos serviços

de saúde nos diferentes níveis de atenção, bem como a ausência de referência

e contrareferência contribuem para o aumento do fluxo no setor de urgência e

emergência, ocasionando sobrecarga de trabalho, estresse e perda na

qualidade da assistência prestada.

A pesquisa foi realizada no setor de Urgência e Emergência de um

hospital filantrópico em uma cidade do interior do estado de São Paulo, após

aprovação do Comitê de ética do Unisalesiano, Protocolo nº. 816.800 em

29/09/2014.

Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva de caráter exploratório, com

abordagem qualitativa, sendo utilizado como método o estudo de caso, com

coleta áudio gravável.

OBJETIVO

Este trabalho teve por objetivo caracterizar a demanda neste setor,

analisando os motivos pelos quais os usuários buscam o setor de urgência e

emergência e identificar a percepção da equipe de enfermagem frente ao fluxo

desse campo de ação, considerando também o impacto que esse fator traz

39

para atuação desse profissional.

METODOLOGIA

Foi realizado um estudo de caso buscando caracterizar os usuários do

setor de urgência e emergência e a percepção da equipe de enfermagem

frente a esse campo de ação.

Foram entrevistados oito usuários de ambos os sexos, no período de

três meses, tendo como critérios de inclusão a idade entre vinte e cinquenta

anos, serem residentes na cidade de pesquisa. Também foram entrevistados

dez profissionais da equipe de enfermagem, sendo oito técnicos em

enfermagem e dois enfermeiros, de ambos os sexos, tendo como critérios de

inclusão a atuação no setor por mais de seis meses. Todos os entrevistados

participaram da coleta de dados voluntariamente, assinando o Termo de

Consentimento Livre Esclarecido (TCLE).

A técnica realizada foi a coleta áudio gravável de dados com base em

uma entrevista semiestruturada, sendo realizada por um processo de captação

de áudio de um celular modelo Samsung Win Duos, e um MP4 modelo Philco

onde o tempo médio das entrevistas foi de aproximadamente 8 minutos. As

entrevistas foram realizadas simultaneamente ao processo de atendimento do

setor de urgência e emergência. O momento de decisão para finalizar a coleta

de dados se deu mediante a saturação dos dados, onde foi percebido que as

informações colhidas eram repetidas e com as mesmas linhas de discussão.

Após as entrevista, realizou-se a transformação dos relatos orais em

texto através de três etapas, sendo transcrição, textualização e transcriação

para melhor contextualização das informações coletadas. Meyhi e Holanda

(2007) explicam as etapas do seguinte modo:

A transcrição é uma operação estritamente técnica. Inicia-se com a

escuta dos relatos por algumas vezes, absorvendo as informações coletadas.

Após é realizado a passagem minuciosa da entrevista para o papel, com todos

os erros, lapsos e vacilos, inclusive as perguntas do entrevistador.

A textualização é um ajuste das palavras. Compreende primeiramente

40

em eliminar as perguntas de forma a permanecer somente as respostas,

ganhando também uma pequena reorganização das palavras, tornando-se

mais clara.

E por último, a transcrição mostra uma forma de deixar os depoimentos

mais complexos, removendo ou acrescentando palavras, frases, pontuação e

parágrafos, tornado a leitura mais fácil e prazerosa.

Essas etapas têm a finalidade de transformar as informações coletadas

em um texto organizado, com uma sequência lógica, que possibilita ao leitor

analisar o conteúdo com mais clareza e objetividade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Optou-se pela discussão dos dados mediante eixos temáticos, ou seja,

após identificação de conteúdos em comuns nas narrativas dos entrevistados.

O agrupamento de dados significativos tem como objetivo auxiliar na

orientação e planejamento do trabalho.

O estudo foi aplicado em dois grupos distintos, sendo de extrema

importância caracterizar os sujeitos da pesquisa, de forma a distingui-los para

melhor compreensão da discussão.

Quadro 1 – Caracterização dos profissionais de enfermagem

PROFISSIONAIS SEXO IDADE TEMPO DE ATUAÇÃO NO

PRONTO SOCORRO (ANOS) CATEGORIA PROFISSIONAL

Enf. 01 Feminino 31 1 Enfermeiro

Enf. 02 Feminino 30 3 Enfermeiro

T.E 01 Feminino 23 2 Técnico em Enfermagem

T.E 02 Masculino 30 1,5 Técnico em Enfermagem

T.E 03 Feminino 42 15 Técnica em Enfermagem

T.E 04 Feminino 43 20 Técnica em Enfermagem

T.E 05 Masculino 24 2 Técnico em Enfermagem

T.E 06 Masculino 21 1 Técnico em Enfermagem

T.E 07 Feminino 26 2 Técnica em enfermagem

T.E 08 Feminino 38 9 Técnica em Enfermagem

Fonte: elaborado pelo autor, 2017

41

Quadro 2 – Caracterização dos usuários dos serviços de saúde

USUÁRIOS SEXO IDADE (ANOS)

PROFISSÃO ESTADO

CIVIL

POSSUI UNIDADE DE SAÚDE NO BAIRRO ONDE

RESIDE

Usuário 01 Masculino 31 Encarregado de depósito Solteiro Sim

Usuário 02 Feminino 48 Auxiliar de serviços Gerais Divorciada Sim

Usuário 03 Feminino 25 Do lar Solteira Sim

Usuário 04 Masculino 38 Eletricista Casado Sim

Usuário 05 Masculino 38 Tratorista União

Estável Sim

Usuário 06 Masculino 28 Almoxarife Divorciado Sim

Usuário 07 Feminino 25 Auxiliar de serviços gerais Casada Sim

Usuário 08 Feminino 27 Do lar Casada Sim

Fonte: elaborado pelo autor, 2017.

Quadro 3: Caracterização dos motivos pelos quais o usuário buscou o serviço de

urgência e emergência

USUÁRIOS OS MOTIVOS PELOS QUAIS O USUÁRIO BUSCOU O SERVIÇO DE URGÊNCIA E

EMERGÊNCIA

Usuário 01 Dor na nuca. Relata não ser hipertenso

Usuário 02 Dor no calcâneo direito

Usuário 03 Dor no corpo e diarréia

Usuário 04 Vomito e diarréia

Usuário 05 Dor de garganta

Usuário 06 Tontura

Usuário 07 Dor de cabeça e náuseas

Usuário 08 Dor de garganta

Fonte: Elaborado pelo autor

Apresentação dos eixos

Para maior clareza na demonstração dos resultados, o conteúdo foi

divido em eixos temáticos, de forma a interpretar os dados. A elaboração dos

eixos foi realizada após a leitura minuciosa dos relatos e identificação de

pontos em comuns, de importância significativa e que vão de encontro com os

objetivos desta pesquisa.

42

Quadro 4: Eixos Temáticos

Eixo 1 O significado de urgência e emergência para os profissionais de enfermagem

Eixo 2 A alta demanda do setor de urgência e emergência e suas consequências

para os usuários e profissionais de enfermagem

Eixo 3 As dificuldades do acesso ao serviço de saúde na atenção básica e suas

implicações

Fonte: elaborado pelo autor, 2017

EIXO I: O significado de urgência e emergência para os profissionais de enfermagem

O significado de urgência e emergência foi conceituado de diferentes

formas pelos profissionais da equipe de enfermagem.

O termo emergência é definido como uma categoria na triagem onde a

assistência é prestada em casos de prejuízo á saúde com risco de morte

potencial ou qualquer alteração no organismo que exigem tratamento imediato.

Da mesma forma que a emergência, a urgência é considerada uma categoria

de triagem, no entanto o cuidado é fornecido em casos de doença grave ou

dano a saúde que não conduz um risco de morte imediata. (BRUNNER e

SUDDARTH, 2011).

Urgência é quando o paciente necessita de um atendimento rápido, porém pode esperar, pois não corre risco de morte e emergência não se dá pra esperar, pois o paciente corre risco eminente de morte (Enf. 02) Urgência é tudo aquilo que precisa de uma intervenção, porém com menos necessidade que a emergência essa sim precisa de atendimento imediato, pois nesse caso o paciente corre risco de morte (...) (Enf. 01)

Durante os relatos surgiram alguns equívocos, porém observou-se que o

profissional pode não saber conceituar urgência e emergência na íntegra,

porém tem consciência de quais atendimentos devem ser priorizados.

[...] um paciente hipertenso, apresentando pressão arterial 170x90mmHg, chega aqui ao mesmo tempo que uma pessoa baleada, com um sangramento importante... O

43

paciente hipertenso precisa ser medicado, porém pode aguardar, isso é uma urgência. Já aquele paciente baleado, deve ser atendido imediatamente, pois sua condição pode se agravar rapidamente... Isso é uma emergência! (T.E. 03)

Urgência é o que pode esperar... por exemplo: uma sutura de pequeno porte. Na emergência o paciente deve ser atendido o mais rápido possível, caso isso não aconteça pode levá-lo a morte. (T.E. 06)

O trabalho em enfermagem envolve uma combinação de conhecimento

cientifico e ético, articuladas ás competências clinicas, a fim de realizar uma

intervenção de qualidade ao usuário do serviço de saúde. (POTTER; PERRY

2013).

Diante disso ressalta-se a importância do conhecimento teórico e prático

entre a equipe de enfermagem, porém de acordo com alguns relatos, observa-

se a falta de compreensão no que se diz respeito ao conceito de urgência e

emergência:

“Urgência e emergência é quando um paciente chega de resgate, esse sim apresenta risco de morte” ( T.E. 07) “Urgência é quando o paciente tem que ser atendido rápido e emergência podem esperar um pouco” (T.E.04 )

Diante disso Santos (2008) considera que atendimento tanto de urgência

como de emergência, requer profissionais preparados e treinados que saibam

priorizar os atendimentos e o conhecimento sobre o estado do paciente faz a

diferença no final do atendimento.

EIXO II: A alta demanda do setor de urgência e emergência e suas

consequências para os usuários e profissionais de enfermagem

O fluxo elevado no setor de urgência e emergência traz consequências

para ambas às partes. O processo de trabalho geralmente é intenso. Pacientes

buscam o atendimento de urgência e emergência para solucionar seus

44

problemas de saúde, seja ele simples ou não, confiando na instituição e nos

profissionais que ali atuam, na expectativa de resolução de seu caso.

Muitos pacientes que são atendidos no setor de emergência estão

insatisfeitos com os serviços oferecidos pelos ambulatórios e pelas UBS,

esperam uma solução definitiva, e outros devido à falta de tempo para

consultas de rotina ou dificuldade de acesso as mesmas, desejam realizar uma

breve avaliação para eliminar qualquer doença. (SOUZA; SILVA; NORI. 2007).

Eu tenho o hábito de vir aqui por conta da agilidade no atendimento... Eu acho mais rápido que na UBS (...) (Usuário 01) [...] na UBS eles falam que tem que ter consulta marcada... Esses agendamentos demoram muito... Se eu for lá agora eles não me atendem... Lá eles só atendem um tanto de pessoas por dia (...) (Usuário 03) [...] eu sei que aqui eles me passam um medicamento mais eficaz... Eu vim aqui por que tenho um tratamento melhor (...) (Usuário 05)

Os pacientes deste setor encontram-se divididos entre aqueles que

realmente precisam de uma assistência imediata e os demais que não se

enquadram em caráter de urgência ou emergência.

O desconhecimento da população acerca do caráter de atendimento de

urgência e emergência juntamente com as condições ainda deficitárias

apresentadas pela atenção primária levam os pacientes a buscar os serviços

de urgência e emergências para atender suas necessidades (SOUZA; SILVA;

NORI, 2007). Tais problemas são de ordem estrutural. Somente mudanças

realizadas para conscientização da população e uma reorganização dos

serviços de atenção primaria de saúde poderão saná-los.

“Costume... Eu só venho aqui” (...) (usuário 04) “Porque lá na UBS é só com agendamento... Aqui é mais rápido” (Usuário 06) [...] “se for marcar demora muito... Na ultima vez que fui

45

agendar uma consulta demorou três meses! Prefiro vir aqui” (...) (Usuário 08)

Os serviços de urgência e emergência sofrem com a demanda

espontânea por atenderem como “portas abertas”, diminuindo

consideravelmente a qualidade da assistência prestada, ocasionado pela

sobrecarga de trabalho e quantitativo de recursos humanos inadequados.

Além de assegurar as manobras de sustentação de vida em casos de

urgência e emergência, essas unidades tem representado o livre acesso para

usuários com queixas crônicas e sociais, que buscam esses serviços e

sobrecarregam a equipe de enfermagem, buscando soluções para problemas

simples que deveriam ser atendidos em outros níveis de atenção a saúde.

(OHARA; MELO; LAUS, 2010).

Em alguns momentos acabamos deixando a desejar... Trabalhamos num número reduzido de funcionários... Queremos prestar um atendimento melhor, porém, muitas vezes isso não é possível (...) (T.E 05)

Na enfermagem a falta de reconhecimento do trabalho destes

profissionais é algo cotidiano. O trabalho deve ser algo prazeroso, atendendo

os requisitos mínimos para a atuação e para a qualidade de vida dos

indivíduos. A desvalorização do profissional de saúde juntamente com o fluxo

inadequado, falta de paciência dos usuários e recursos humanos deficientes,

torna esse ambiente estressante e cansativo. (PAI; LAUTERT, 2008).

A unidade de urgência e emergência possui uma demanda espontânea,

na maioria das vezes maior que a prevista, resultando em condições de

trabalho nem sempre apropriadas, decorrentes de um número excessivo de

atendimentos. Para reverter este quadro existe a necessidade de além de uma

equipe de enfermagem qualificada, um quantitativo suficiente para atender a

esta demanda. (OHARA; MELO; LAUS, 2010).

Tem dias que é muito estressante... Muita correria, gente no corredor, muito soro, quando falta funcionário nem se fala... Sobrecarrega mais ainda

46

(...) (T.E 08) Quem tem dois empregos é um estresse bem maior... Acho que se o funcionário fosse bem remunerado ele poderia ficar em um emprego só e se doar bem mais (T.E 02)

A imprevisibilidade da demanda aliada a gravidade, ao desgaste e a

complexidade torna esse cenário um verdadeiro desafio para os profissionais

que atuam neste setor, que podem ter seu desempenho facilmente influenciado

pelos fatores citados acima.

Outra realidade constatada por este estudo é a baixa remuneração

destes profissionais. A falta de reconhecimento salarial obriga esta categoria a

obter mais de um vínculo para manter suas necessidades financeiras. O duplo

vínculo também é apontado pelos profissionais como um fator de prejuízo na

qualidade de atendimentos aos usuários deste setor.

EIXO III: As dificuldades de acesso ao serviço de saúde na Atenção

Básica e suas implicações

O setor de urgência e emergência é visto como uma “porta de entrada”

para o sistema de saúde, não obedecendo aos níveis de atenção à saúde,

conforme as diretrizes do SUS.

Para Potter e Perry (2013) a atenção primaria de saúde desenvolve

ações em busca de melhores resultados para toda população, incluindo

cuidados primários, imunização, programas em âmbito nacional, planejamento

familiar e controle de doenças. Esses programas quando bem sucedido, reduz

a incidência de doenças, minimiza complicações e reduz a necessidade de

utilização dos outros níveis de atenção à saúde, neste caso com recursos de

intervenção mais caros.

A obtenção de acesso aos serviços de saúde em relação à organização

por agendamentos de consultas para o mesmo dia em que o usuário necessita

do atendimento, poderá não ser obtido caso haja indisponibilidade da rede

básica, induzindo o mesmo a buscar hospitais para casos simples. (ASSIS;

47

JESUS, 2012).

Eu procurei nesse serviço porque aqui o atendimento é mais rápido, na UBS precisa estar agendando e não tenho tempo... Por isso preferi vir até aqui. (Usuário 07) Esse horário (14h30min) eu não conseguiria passar no medico lá no posto de saúde! Eu teria que ter sentido essa dor antes das seis horas da manhã para poder tentar um encaixe para uma consulta (...) (Usuário 02) O fluxo desse setor é bem grande, devido à grande quantidade de pacientes ambulatoriais e de UBS... Isso acaba sobrecarregando o trabalho... Emergências são poucas (T.E 02)

Os serviços de saúde devem garantir ao usuário uma assistência

integral e de qualidade. Para que esse atendimento ocorra de maneira eficiente

é necessário um conhecimento sobre a finalidade de cada serviço, devendo

existir uma interlocução entre as redes, nos seus diferentes níveis de

complexidade. (BAGGIO; CALLEGARO; ERDMANN, 2008)

Diante dessa informação o sistema de referência e contra referência

expressa grande importância no atendimento continuo do usuário, porém

observam-se dificuldades de integração dos diversos níveis assistenciais.

[...] “se eu for na UBS agora (14:30), eles não vão me atender, encaminham para o pronto socorro, afirmando não ter médico. Não vejo vantagem nenhuma em ir ao posto de saúde” ( Usuário 02) [...] “estou com muita dor de garganta, se eu for à UBS agora eles não me atendem e orientam vir pra cá... Emergência” (Usuário 08)

“Eu acredito que a maioria das pessoas que procuram este serviço é devido à rapidez no atendimento... Na verdade 90% dos casos são de posto de saúde, então para não esperar a consulta no posto eles procuram atendimento aqui... Casos de emergência são poucos” (T.E 01)

Conforme evidenciado nos relatos, a falta de entendimento da real

48

finalidade do setor de urgência e emergência, bem como a ausência de um

sistema articulado, ou seja, de referência e contra referência, prejudica a

continuidade da assistência prestada, refletindo em um atendimento sem

resolutividade.

CONCLUSÃO

Após a realização desta pesquisa, foi possível compreender as

angústias e o impacto que os profissionais do setor de urgência e emergência

sofrem devido à superlotação, bem como as dificuldades que os usuários

enfrentam para conseguir atendimento na atenção primária e os principais

motivos que os levam ao setor de urgência e emergência.

As narrativas proporcionaram a captação de informações, o que

possibilitou analisar a realidade vivenciada por ambas as partes envolvidas na

pesquisa, confirmando a validade desta técnica metodológica.

Ficou claro que a deficiência na organização e prestação dos serviços

de saúde nos diferentes níveis de atenção, bem como a ausência de referência

e contra referência proporciona aumento do fluxo no setor de urgência e

emergência e perda na qualidade da assistência prestada.

Considerando todas as dificuldades e barreiras que os usuários

encontram na tentativa de atendimento pela atenção primaria de saúde, bem

como as dificuldades que os profissionais da equipe de enfermagem enfrentam

diante da superlotação, déficit de recursos humanos que refletem em estresse,

cansaço físico e mental, é de extrema importância que se estabeleça

mudanças culturais da população quanto ao uso do setor de urgência e

emergência, bem como uma reestruturação no fluxograma de atendimento,

onde os níveis de atenção sejam restabelecidos e obedecidos de forma

criteriosa. Sendo assim o usuário será atendido pelos níveis de atenção de

acordo com sua necessidade.

Constatou-se também que a implantação de algumas medidas pode

organizar o fluxo deste setor, como por exemplo, a triagem com classificação

de risco proposta pelo Ministério da Saúde e o sistema de referenciar o usuário

49

quando necessário.

Diante de todas as evidências pesquisadas e apresentadas, concluiu-se

que é importante ouvir os dois lados e conhecer as dificuldades que ambos

enfrentam, evitando assim decisões ou julgamentos precipitados. Para tanto,

faz-se necessário compreender os motivos que trazem essa problemática, bem

como tentar solucioná-los, buscando alternativas que possam melhorar a

qualidade da assistência prestada e o acesso dos usuários nos demais níveis

de atenção à saúde.

REFERÊNCIAS

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